Souza-Lima et al. 2002 - Phoenix, Edição especial
Post on 28-Oct-2015
419 Views
Preview:
DESCRIPTION
Transcript
A bacia de Sergipe-Alagoas
Evolução geológica, estratigrafia e conteúdo fóssil
The Sergipe-Alagoas Basin
Geological evolution, stratigraphy and fossil content
Wagner Souza-Lima* (coordenador), Edilma de Jesus Andrade*,
Peter Bengtson# & Paulo César Galm*
* Fundação Paleontológica Phoenix, Aracaju, Sergipe, Brasil (e-mail: fund.phoenix@sergipe.com.br)
# Universität Heidelberg, Geologisch-Paläontologisches Institut, Germany (e-mail: bengtson@uni-hd.de)
.
Nesta edição
1. Aspectos geológicos da bacia de Sergipe-
Alagoas
2. Fundação Paleontológica Phoenix
3. Projetos de pesquisa na sucessão marinha da
bacia de Sergipe
In this issue
1 Geological aspects of the Sergipe-Alagoas
Basin
2 Fundação Paleontológica Phoenix
3 Research projects on the marine succession of
the Sergipe Basin
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
3
12º
8º
36º0 200 km
Recife
Bacia doRecôncavo Sub-bacia do
Jacuípe
Sub-bacia deSergipe
Sub-bacia deAlagoas
Salvador
Bacia doTucano Aracaju
SERGIPE
ALAGOASMaceió
Bacia doJatobá
Sub-bacia doCabo
Oce
ano A
tlântic
o
BA
CIA
DE S
ER
GIP
E-A
LA
GO
AS
Sedimentary basinsBacias sedimentares
Figura 1 - Mapa de localização da bacia de Sergipe-Alagoas.
Figure 1 - Location map of the Sergipe-Alagoas Basin.
Introdução
A bacia de Sergipe-Alagoas, no Nordeste do Brasil
(Figura 1), é uma das muitas bacias de margem continen-
tal formadas durante a abertura do oceano Atlântico Sul
no Mesozóico. A bacia contém uma das mais extensas
sucessões de rochas do Mesozóico superior entre as
bacias do Atlântico Sul, um fato ainda mais destacado
pela existência de afloramentos numerosos e bem distri-
buídos. Em particular, a bem exposta sucessão carboná-
tica cretácea, distribuída do Aptiano ao Coniaciano, tem
atraído a atenção de geólogos e paleontólogos há mais
de um século.
Este artigo apresenta um sumário da evolução geoló-
gica, litoestratigrafia, paleontologia e bioestratigrafia da
bacia. Para informações complementares, o leitor pode
buscar as referências citadas no texto. Além disto, este
artigo apresenta os trabalhos desenvolvidos pela Funda-
ção Paleontológica Phoenix, recentemente criada em
Aracaju, que dedica-se à coleta, ao estudo e à exibição
dos fósseis da bacia.
Introduction
The Sergipe-Alagoas Basin in northeastern Brazil
(Figure 1) is one of a series of continental margin basins
formed during the opening of the South Atlantic Ocean in
Mesozoic times. The basin contains one of the most ex-
tensive upper Mesozoic rock successions among the
northern South Atlantic basins, a fact that is further en-
hanced by the existence of numerous and widespread
outcrops. In particular, the well-exposed Cretaceous car-
bonate succession, spanning the Aptian to Coniacian
interval, has attracted the attention of geologists and
palaeontologists for over a century.
This article reviews the geological development, lithos-
tratigraphy, palaeontology and biostratigraphy of the ba-
sin. For complementary information the reader is referred
to the publications cited in the text. Furthermore, the arti-
cle presents the work of the recently created Fundação
Paleontológica Phoenix in Aracaju, which is dedicated to
the collecting, study, and exhibition of the fossils of the
basin.
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
4
Figura 2 - A cidade de Maruim, conforme ilustração por Hartt (1870).
Figure 2 - The town of Maruim, as illustrated by Hartt (1870).
Síntese histórica
Os estudos da geologia da bacia de Sergipe-Alagoas
datam da primeira metade do século 19, quando Hender-
son (1821) publicou notas preliminares sobre a geologia
da região. Os primeiros levantamentos geológicos e
paleontológicos foram executados em 1865-1866 pelo
naturalista canadense Charles Frederick Hartt, um dos
participantes da “Expedição Thayer”. Os principais resul-
tados desta expedição foram publicados no clássico
trabalho “Geology and Physical Geography of Brazil”
(Hartt, 1870). Nele encontramos as primeiras descrições
sistemáticas de fósseis da bacia de Sergipe (Hyatt, 1870)
- alguns amonóides e um gastrópode coletado nas áreas
de Maruim e Laranjeiras (Figura 2).
Historical review
Studies of the geology of the Sergipe-Alagoas Basin date
back to the first half of the 19th century when Henderson
(1821) published preliminary notes on the geology of the
region. The first geological and palaeontological surveys
were carried out in 1865-1866 by the Canadian naturalist
Charles Frederick Hartt, a participant of the “Thayer Ex-
pedition”. The main results of this expedition were pub-
lished in the classical work “Geology and Physical Geog-
raphy of Brazil” (Hartt, 1870). Here we find the first sys-
tematic descriptions of fossils from the Sergipe Basin
(Hyatt, 1870) - a few ammonites and a gastropod col-
lected from the Maruim and Laranjeiras areas (Figure 2).
Com a criação da “Commissão Geologica do Imperio
do Brazil”, inicialmente dirigida por Hartt, importantes
estudos paleontológicos foram executados pelo paleontó-
logo norte-americano Charles A. White. Sua monografia
bilíngüe “Contribuições á paleontologia do Brazil - Contri-
butions to the Paleontology of Brazil” (White, 1887) con-
tém descrições de amonóides, bivalves, gastrópodes e
equinóides.
John Casper Branner, também membro da “Commis-
são Geologica”, publicou em 1890 um relatório sobre a
bacia de Sergipe-Alagoas contendo informações sobre as
localidades nas quais o material descrito por White foi
coletado.
O primeiro mapa geológico da bacia foi publicado por
With the creation of the “Commissão Geologica do Im-
perio do Brazil”, which was initially directed by Hartt, im-
portant palaeontological studies were carried out by the
North American palaeontologist Charles A. White. His
bilingual monograph “Contribuições á paleontologia do
Brazil - Contributions to the Paleontology of Brazil” (White,
1887) contains descriptions of ammonites, bivalves, gas-
tropods and echinoids.
John Casper Branner, also a member of the “Com-
missão Geologica”, published in 1890 a report on the
Sergipe-Alagoas Basin containing information on the
localities from where White’s material was collected.
The first geological map of the basin was published by
Ralph Sopper (1914), a sketch map with the Cretaceous
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
5
Ralph Sopper (1914), onde os depósitos do Cretáceo e
do Terciário aparecem englobados em uma só unidade.
Um mapa mais detalhado foi publicado em 1924 pelo
“Serviço Geologico e Mineralogico do Brasil” (Moraes
Rego, 1924).
As décadas de 1920 e 1930 foram assinaladas pelas
monografias de Carlotta Joaquina Maury, uma paleontó-
loga norte-americana de ascendência brasileira. Na pri-
meira (1925), são encontradas referências ao “Eocenio
duvidoso ou Cretáceo superior de Alagôas (os folhelhos
de Riacho Doce)” e um capítulo dedicado aos “Fósseis
Cretáceos de Sergipe”, onde descreveu Inoceramus
(Sergipia) posidonomyaformis, coletado por Hartt na
pedreira de Sapucahy (hoje Sapucari). Na monografia de
1930 foi apresentada uma correlação estratigráfica para a
“Série Sergipe”, que incluiria camadas com idades vari-
ando do mesoalbiano ao Maastrichtiano. Um capítulo foi
reservado aos “Cephalopodos do Estado de Sergipe”. Em
1937 Maury publicou uma terceira monografia dedicada
exclusivamente aos fósseis de Sergipe, onde foram des-
critos fósseis coletados por Moraes Rego na bacia e
redescritos aqueles estudados por White (1887).
P. E. de Oliveira (1940) descreveu uma fauna até en-
tão desconhecida coletada por A. Duarte e A. Wanderley
em 1935. Esta foi a primeira descrição de fósseis prove-
nientes de rochas agora atribuídas à unidade mais supe-
rior do Cretáceo, a Formação Calumbi.
Os estudos geológicos e paleontológicos na bacia so-
freram um grande impulso com o início da prospecção de
petróleo nos anos 1940 (logo após a criação do Conselho
Nacional do Petróleo, em 1938). Estas atividades incluí-
ram os primeiros trabalhos de mapeamento de detalhe
que também resultaram em novas coletas de fósseis
(CNP, 1948a, 1948b, 1949 and 1951; Löfgren & Oliveira,
1943; Oliveira, 1943; Magalhães, 1952, 1953).
A partir da criação da PETROBRAS, em 1953, uma
grande quantidade de relatórios técnicos internos passou
a ser gerada pela companhia, com a finalidade de melho-
rar o conhecimento estratigráfico da bacia e criar ferra-
mentas que auxiliassem a prospecção de petróleo.
Estudos bioestratigráficos foram realizados por K.
Beurlen (1961a), estabelecendo um zoneamento prelimi-
nar com base em amonóides para a porção mais inferior
and Tertiary deposits lumped together. A more detailed
map was published in 1924 by the “Serviço Geologico e
Mineralogico do Brasil” (Geological and Mineralogical
Survey of Brazil) (Moraes Rego, 1924).
The 1920’s and 1930’s saw the publication of two bi-
lingual monographs by Carlotta Joaquina Maury, a North
American palaeontologist of Brazilian descent. In the first
monograph (Maury, 1925), there are references to “The
doubtful Eocene or Upper Cretaceous of Alagôas (the
Riacho Doce shales)” and a chapter dedicated to the
“Cretaceous Fossils of Sergipe”, in which she described
Inoceramus (Sergipia) posidonomyaformis, collected by
Hartt from the Sapucahy (now Sapucari) quarry. In her
1930 monograph she presented a stratigraphic correlation
for the “Sergipe Series”, assigning the beds to ages vary-
ing from mid Albian to Maastrichtian. A chapter was dedi-
cated to the “Cephalopoda of the State of Sergipe”. In
1937 Maury published a third monograph dealing exclu-
sively with the fossils of Sergipe. In this monograph she
described the fossils collected by Moraes Rego and rede-
scribed those previously studied by White (1887).
P. E. de Oliveira (1940) described an until then un-
known fauna collected by A. Duarte and A. Wanderley in
1935. This was the first description of fossils from rocks
now assigned to the uppermost Cretaceous unit, the
Calumbi Formation.
The geological and palaeontological study of the basin
received a strong impetus when the search for petroleum
started in the 1940’s (shortly after the creation of the Con-
selho Nacional do Petróleo, CNP, in 1938). These activi-
ties involved the first detailed mapping of the basin and
also resulted in new fossil collections (CNP, 1948a,
1948b, 1949 and 1951; Löfgren & Oliveira, 1943; Oliveira,
1943; Magalhães, 1952, 1953).
After the creation of PETROBRAS (Brazilian Petro-
leum Company) in 1953, numerous technical reports were
produced by the company with the purpose of improving
the stratigraphic knowledge of the basin and creating tools
to aid in petroleum search.
Biostratigraphic studies were carried out by Karl Beur-
len (1961a), who established a preliminary zonation
based on ammonites for the lowermost marine beds, the
Aptian-Albian Riachuelo Formation. Numerous subse-
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
6
Evolução geológica
A bacia de Sergipe-Alagoas é uma das muitas bacias sedimentares ao longo da costa brasileira, formadas durante a abertura
do oceano Atlântico Sul no final do Jurássico e no Cretáceo. Estruturalmente a bacia consiste num meio graben mergulhando
para sudeste (Figura 3; Ojeda & Fugita, 1976). A porção emersa é representada por uma estreita faixa de 20 a 50 km de largu-
ra, estando grande parte da extensão da bacia submersa. Ao norte, o lineamento Pernambuco separa a bacia de Sergipe-
Alagoas da bacia de Pernambuco-Paraíba, e ao sul, a falha de Itapuã a separa da bacia de Camamu.
A bacia de Sergipe-Alagoas consiste em quatro sub-bacias, as sub-bacias do Jacuípe, de Sergipe, de Alagoas e do
Cabo, com diferentes histórias tectono-sedimentares e preenchimentos distintos. O Alto do Rio Real separa a sub-bacia
de Sergipe da sub-bacia do Jacuípe. As sub-bacias de Sergipe e de Alagoas são separadas pelos altos de Japoatã e
Penedo, situados ao longo do rio São Francisco, ao passo que o Alto de Maragogi separa a sub-bacia de Alagoas da
sub-bacia do Cabo (antigamente considerada a porção sul da bacia de Pernambuco-Paraíba).
da seqüência marinha, a Formação Riachuelo, de idade
aptiana-albiana. Numerosos trabalhos subseqüentes do
mesmo autor fizeram referência à paleontologia e à geo-
logia da sucessão marinha (K. Beurlen 1961b, 1961c,
1962, 1963, 1964a, 1964b, 1964c, 1965a, 1965b, 1968).
Gerhard Beurlen (1967, 1969) refinou o zoneamento com
base em amonóides, estendendo-o para a Formação
Cotinguiba, do Cenomaniano-Coniaciano (G. Beurlen,
1970).
Os estudos bioestratigráficos baseados em macro-
fósseis continuaram com Reyment (p. ex. Reyment & Tait
1972) e Bengtson (1979, 1983), que definiu zonas de
amonóides para o Cenomaniano-Coniaciano da Forma-
ção Cotinguiba. Os bivalves inoceramídeos foram estu-
dados por Kauffman & Bengtson (1985) e Hessel (1986,
1988).
Em 1989 Koutsoukos estabeleceu um zoneamento
detalhado com base em foraminíferos para as formações
Riachuelo, Cotinguiba e Calumbi, enfatizando os aspec-
tos paleoambientais numa tentativa de reconstruir a histó-
ria paleogeográfica e paleoceanográfica da bacia do
Aptiano ao Maastrichtiano. Em um estudo conjunto, Kout-
soukos & Bengtson (1993) integraram as zonas de fora-
miníferos e amonóides do Aptiano superior ao Coniaciano
médio. Até então nenhum amonóide era conhecido das
camadas pós-coniacianas; entretanto, em 1996, Bengt-
son et al. reportaram amonóides do Campaniano superior
da Formação Calumbi. A macrofauna campaniana foi
estudada em detalhe por Souza-Lima (2001).
quent papers by the same author dealt with the palaeon-
tology and geology of the marine succession (K. Beurlen
1961b, 1961c, 1962, 1963, 1964a, 1964b, 1964c, 1965a,
1965b, 1968). Gerhard Beurlen (1967, 1969) refined the
ammonite zonation and extended it to the Cenomanian-
Coniacian Cotinguiba Formation (G. Beurlen, 1970).
Biostratigraphic studies based on macrofossils contin-
ued with Reyment (e.g. Reyment & Tait 1972) and Bengt-
son (1979, 1983), who defined an ammonite zonation for
the Cenomanian-Coniacian Cotinguiba Formation. The
inoceramid bivalves were studied by Kauffman & Bengt-
son (1985) and Hessel (1986, 1988).
In 1989 Koutsoukos established a detailed fora-
miniferal zonation for the Riachuelo, Cotinguiba and Ca-
lumbi formations, emphasizing the palaeoenvironmental
aspects in an attempt at reconstructing the palae-
ogeographic and palaeoceanographic history of the basin
from the Aptian to Maastrichtian. In a joint study Kout-
soukos & Bengtson (1993) integrated the foraminiferal
and ammonite zones of the upper Aptian to middle Conia-
cian. Until that time no ammonites were known from the
post-Coniacian beds; however, in 1996 Bengtson et al.
reported on ammonites from the upper Campanian of the
Calumbi Formation. Souza-Lima (2001) further studied
the Campanian macrofauna in detail.
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
4
Uma feição peculiar da sub-bacia do Cabo em relação às demais sub-
bacias da bacia de Sergipe-Alagoas é o intenso vulcanismo alcalino que
ocorreu do Barremiano ao Turoniano (Legrand & Figueiredo Filho, 1979;
Gava et al., 1983; Souza-Lima & Pinho, 1997), relacionado a mobilizações
crustais ao longo da área de influência do lineamento Pernambuco.
Em geral, a denominação “bacia de Sergipe-Alagoas” refere-se, sensu
stricto, às sub-bacias de Sergipe e de Alagoas. É neste sentido que a estare-
mos focalizando neste trabalho.
Geological evolution
The Sergipe-Alagoas Basin is one of a series of sedimentary basins along the
Brazilian coast, which were formed during the opening of the South Atlantic
Ocean in late Jurassic and Cretaceous times. Structurally the basin consists of
a southeastward-dipping half-graben (Figure 3 herein; Ojeda & Fugita, 1976). It
is represented onshore by a 20 to 50 km wide outcrop belt, but its widest exten-
sion is offshore. To the north, the Pernambuco Lineament separates the Ser-
gipe-Alagoas basin from the Pernambuco-Paraíba Basin, and to the south the
Itapuã Fault separates the basin from the Camamu Basin.
The Sergipe-Alagoas Basin consists of for sub-basins, the Jacuípe, Sergipe,
Alagoas and Cabo sub-basins, with different tectono-sedimentary histories and
sedimentary fills. The Sergipe and Alagoas sub-basins are separated by the
Japoatã and Penedo highs, situated along the Rio São Francisco. The Rio Real
High separates the Sergipe Sub-basin from the Jacuípe Sub-basin, and the
Maragogi High separates the Alagoas Sub-basin from the Cabo Sub-basin
(formerly considered the southern portion of the Pernambuco-Paraíba Basin). A
peculiar feature of the Cabo Sub-basin when compared to the other sub-basins
of the Sergipe-Alagoas Basin is the intensive Barremian to Turonian alkaline
vulcanism (Legrand & Figueiredo Filho, 1979; Gava et al., 1983; Souza-Lima &
Pinho, 1997) related to crustal mobilisations along the Pernambuco Lineament
influence area.
In general, the denomination “Sergipe-Alagoas Basin” refers, sensu stricto,
to the Sergipe and Alagoas sub-basins. It is in this sense that the basin is dis-
cussed in this paper.
Baixo deCoruripe
Baixo deMosqueiro
Baixo deSão Francisco
Degrau deSinimbu
Alto dePilar
Alto dePenedo
Alto d
eA
raca
ju
Baixo deDivina
Pastora
Baixo deJaparatuba
Alto deSta. Rosade Lima
Alto
de
Ria
ch
uelo
Alto deAtalaia
Alto deJapoatã
Alto dePalmeira
Alta
Alto deMaragogi
Plataformade S. Miguel
dosCampos
Plataformade Estância
37°00'00"
11°0
0'00"
10°00'00"
36°00'00"
Maceió
N
Figura 3 - Arcabouço estrutural da bacia de Sergipe-Alagoas sensu stricto. Modificado de Falken-hein, 1986 (apud Van Der Ven et al., 1989).
Figure 3 - Structural framework of the Sergipe-Alagoas Basin sensu stricto. Modified from Falkenhein, 1986 (apud Van Der Ven et al., 1989).
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
5
Entre as bacias marginais brasileiras, a bacia de Ser-
gipe-Alagoas é a que apresenta exposta a mais completa
sucessão estratigráfica (Figura 4 e Figura 5), estando
representados depósitos de todos os seus estágios evo-
lutivos: sinéclise, pré-rift, rift, transicional e drift (Ponte &
Asmus, 1976; Asmus & Carvalho, 1978; Ojeda, 1982). Os
limites entre esses estágios evolutivos foram graduais,
refletindo modificações no estilo tectônico predominante
que afetou as seqüências sedimentares.
O estágio de sinéclise ocorreu entre o neocarbonífero
e o eopermiano. Está representado pelas rochas silici-
clásticas da Formação Batinga, de provável origem glaci-
al, e pelos arenitos eólicos, folhelhos e laminitos algais
lacustres da Formação Aracaré.
O estágio pré-rift foi iniciado no neojurássico, quando
um soerguimento crustal criou uma série de depressões
periféricas (denominadas em conjunto de “depressão
Afro-brasileira”). Estas depressões foram preenchidas por
sedimentos fluviais e lacustres, representados na bacia
de Sergipe-Alagoas pelas formações Candeeiro, Bana-
neiras e Serraria. A distribuição original destes sedimen-
tos estendeu-se além dos limites da bacia em áreas tão
afastadas quanto a bacia do Araripe, nos estados do
Ceará e Pernambuco.
Com o aumento do tectonismo, um rift-valley subsi-
dente foi instalado, provavelmente a partir do final do
eocretáceo (Falkenhein, 1986). Bradley & Fernandez
(1992), integrando dados das bacias do Gabão (África) e
do nordeste brasileiro, sugeriram que esse processo teria
sido iniciado algum tempo antes, posicionando a sedi-
mentação de unidades crono-equivalentes à Formação
Serraria no estágio rift.
O rift gerado foi preenchido por um sistema alúvio-
flúvio-deltaico representado pelas formações Rio Pitanga,
Penedo, Barra de Itiúba e Coqueiro Seco. Esta sedimen-
tação foi fortemente controlada pela tectônica atuante,
produzindo depósitos espessos de conglomerados ao
longo das falhas de borda da bacia (Fernandes et al.,
1981; Falkenhein, 1986).
Uma regressão regional ao fim do estágio rift causou
uma grande discordância, denominada “Pré-neo-
Alagoas” (Bacellar & Costa, 1993), seguida pela deposi-
ção dos sedimentos conglomeráticos e areias do Membro
The Sergipe-Alagoas Basin contains the most com-
plete and most extensively exposed stratigraphic succes-
sion among the Brazilian coastal basins (Figure 4 and
Figure 5), with deposits representing all tectonic stages:
syneclise, pre-rift, rift, transitional and drift (Ponte & As-
mus, 1976; Asmus & Carvalho, 1978; Ojeda, 1982). The
transitions between the tectonic stages were gradual and
reflected modifications of the predominant tectonic style
that affected the sedimentary sequences.
The syneclise (or sag) stage took place from the Late
Carboniferous to Early Permian. It is represented by the
siliciclastic rocks of the Batinga Formation (probably of
glacial origin) and by the eolian sandstones, shales and
lacustrine algal laminites of the Aracaré Formation.
The pre-rift stage began in the Late Jurassic, when
crustal uplift resulted in a series of peripheral depressions
(as a whole named “Afro-Brazilian depression”). These
depressions were filled by fluvial and lacustrine sedi-
ments, represented in the Sergipe-Alagoas Basin by the
Candeeiro, Bananeiras and Serraria formations. The
original distribution of these sediments extended outside
the boundaries of the basin as far as to the Araripe Basin
in Ceará and Pernambuco.
Increasing tectonism led to the formation of a subsiding
rift-valley probably by the end of the Early Cretaceous
(Falkenhein, 1986). Bradley & Fernandez (1992), integrat-
ing data from the Gabon (Africa) and northeastern Brazil-
ian basins, suggested that this process had already begun
some time before. They positioned chrono-equivalent
units of the Serraria Formation in the rift stage.
The newly created rift was filled by an alluvial-fluvial-
deltaic system represented by the Rio Pitanga, Penedo,
Barra de Itiúba and Coqueiro Seco formations. Sedimen-
tation was strongly controlled by tectonism, forming thick
conglomerate accumulations along the fault-controlled
basin margin (Fernandes et al., 1981; Falkenhein, 1986).
A regional regression by the end of the rift stage
caused a widespread unconformity, the “pre-neo-Alagoas”
(Bacellar & Costa, 1993), which was followed by deposi-
tion of conglomerates and sandstones of the Carmópolis
Member of the Muribeca Formation. The transitional stage
began in the early Aptian (Rabinowitz & LaBrecque, 1979)
when the first marine sediments were deposited, the
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
6
AJU
MAC
TQR
RIA
MAR
ANG
ANG
MUR IBUOIT
CPS
MRT
QUATERNÁRIO PLEISTOCENO
BARREIRAS
MO
SQ
UE
IRO
COTIN-GUIBA
CARMÓPOLIS
MORRO DOCHAVES
SERRARIA
BATINGA
ARACARÉ
BOACICA
ATAMUL BAT
EST
BOA
ARA
CAN
SER
MCH
BIT
BIT
MARMAR
MAR
MOS
MOS
SPA
BAR
MRT CAL
CAL
CAL
CSO
RPT PDO
PDO
SER
BAN
ATALAIAMULUNGU
BANANEIRAS
CANDEEIRO
COQUEIROSECO
IBURA
OITEIRINHOS
AN
GIC
OM
ARU
IM
TAQ
UA
RI
MAC
EIÓ
MU
RIB
EC
AR
IO P
ITA
NG
AP
EN
ED
O
BA
RR
A D
E IT
IUB
A
PE
RU
CAB
AIG
RE
JA N
OV
A
SAPUCARI
ARACAJU
MA
RIT
UB
A
NER
ÍTIC
ON
ERIT
IC
NER
ÍTIC
ON
ERIT
IC
NERÍTICO
SABKHA
SABKHA
LEQUE ALUVIAL
LEQUE DELTAICODELTAIC FAN
LACUSTRE
LACUSTRELACUSTRINE
FLUVIAL
FLUVIAL
COSTEIRO/COASTALSABKHA
GLACIAL
FAIXA DE DOBRAMENTOSSERGIPANA
SERGIPE FOLD BELT
FLÚV
IO-D
ELTA
ICO
FLU
VIO
-DEL
TAIC
LEQ
UE
ALU
VIAL
ALL
UVI
AL F
AN
LEQ
UE
ALU
VIA
LA
LLU
VIAL
FA
N
LEQ
UE
ALU
VIA
LA
LLU
VIA
L FA
N
BAT
IAL
BAT
HYA
L
NERÍTICONERITIC
ABI
SSAL
ABYS
SAL
ABISSALABYSSAL
DR
IFT
TRA
NS
I-C
ION
AL
RIF
TS
INÉC
LIS
ESA
G B
ASI
NP
RE
-RIF
T
PRÉ-CAMBRIANO
CAMBRIANO?
NEOCARBONÍFEROS
EOPERMIANO
JUR
.PA
LEO
GE
NO
PIA
ÇA
BUÇ
US
ER
GIP
EC
OR
UR
IPE
ESTÂNCIA
RIA
CH
UEL
OC
ALU
MBI
NE
OG
EN
O PLIOCENO
MIOCENO
OLIGOCENO
EOCENO
CAMPANIANO
TITHONIANO
BERRIASIANO
VALANGINIANO
HAUTERIVIANO
BARREMIANO
APTIANO
ALBIANO
CENOMANIANO
TURONIANOCONIACIANOSANTONIANO
MAASTRICHT.
PALEOCENO
FolhelhoShale
Carbonato bioclástico/oolítico/oncolíticoBioclastic/oolitic/oncolitic carbonate
CalcilutitoCalcilutite
ArenitoSandstone
ConglomeradoConglomerate
Folhelho vermelhoRed shale
EvaporitoEvaporite
MargaMarl
Rochas ígneasIgneous rocks
MetassedimentoMetasediment
EmbasamentoBasement
STRATIGRAPHIC CHART OF THE SERGIPE SUB-BASINCARTA ESTRATIGRÁFICA DA SUB-BACIA DE SERGIPE
LITOESTRATIGRAFIA / LITHOSTRATIGRAPHYGEOCRONOLOGIAGEOCHRONOLOGY
LITOLOGIA / LITHOLOGYAMBIENTE
ENVIRONMENT
EVOLUÇÃOTECTÔNICA
TECTONICEVOLUTION
TIM
E(M
M y
ears
)TE
MP
O(M
M a
nos)
PE
RÍO
DO
PER
IOD
IDADE
AGE
UNIDADES / UNITS
ÁGUA RASASHALLOW WATER
ÁGUA PROFUNDADEEP WATER
GR
UP
OG
RO
UP
FORMAÇÃOFORMATION
MEMBROMEMBER
CR
ETÁC
EO /
CR
ETA
CE
OU
STE
RC
IÁR
IO /
TER
TIA
RY10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
270?
300?
MRT
AJU
TQR
TQR
TQR
vulcanismo "Este de Rio Real"
Figura 4 - Carta estratigráfica da sub-bacia de Sergipe (adaptado de Mendes, 1994; Feijó, 1995 e Carvalho, 2001, incluindo dados de superfície).
Figure 4 - Stratigraphic chart of the Sergipe Sub-basin (adapted from Mendes, 1994; Feijó, 1995 and Carvalho, 2001, including surface data).
Carmópolis, da Formação Muribeca. O
estágio transicional teria sido iniciado a
partir do eoaptiano (Rabinowitz & La-
Brecque, 1979), quando os primeiros
sedimentos marinhos foram depositados,
os evaporitos Paripueira. A influência
tectônica do estágio rift continuou, contu-
do, ainda evidente. Uma seqüência pro-
gradante, composta por clásticos alúvio-
flúvio-deltaicos, separa esta seqüência
do ciclo evaporítico seguinte (ciclo Ibura),
relacionado a uma nova transgressão
marinha no neo-Aptiano.
A sedimentação marinha foi fortemen-
te controlada pela cadeia Rio Grande-
Walvis. Atuando como uma importante
barreira topográfica, separou intermiten-
temente o proto-Atlântico aberto, já insta-
lado ao sul, do extenso e raso golfo, com
incursões marinhas periódicas, instalado
ao norte.
Os sedimentos evaporítico-lacustre e
os folhelhos e carbonatos de baixa ener-
gia do ciclo Ibura, inclusos na Formação
Muribeca, ocorrem principalmente na
porção sul da bacia (bacia de Sergipe).
Na porção norte (bacia de Alagoas) fo-
ram depositados predominantemente
arenitos e folhelhos do sistema alúvio-
deltaico da Formação Maceió (Ojeda &
Fugita, 1976). A Formação Muribeca não
está exposta na bacia de Sergipe-
Alagoas.
O estágio drift começou no Eo- a Me-
soalbiano; a sedimentação marinha,
contudo, já havia sido estabelecida desde
o Neoaptiano (Formação Riachuelo). A
sedimentação ocorreu numa plataforma
carbonática ampla e rasa. Além de calca-
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
7
Figura 5 - Carta estratigráfica da sub-bacia de Alagoas (modificado de Feijó, 1995).
Figure 5 - Stratigraphic chart of the Alagoas Sub-basin (modified from Feijó, 1995).
Paripueira evaporites. The tectonic influ-
ence of the rift stage was, however, still
evident. A progradational sequence con-
sisting of alluvial-fluvial-deltaic clastics
separates this sequence from the subse-
quent evaporite cycle (the Ibura cycle),
which belongs to a second, late Aptian
transgressive phase.
Marine sedimentation was strongly
controlled by the Rio Grande-Walvis
Ridge. Acting as an important topog-
raphic barrier, it intermittently discon-
nected the open proto-Atlantic ocean to
the south from a shallow elongated gulf
with periodic marine incursions to the
north.
The evaporites, lacustrine sediments,
shales and low-energy carbonates of the
Ibura cycle, all included in the Muribeca
Formation, occur mainly in the southern
portion of the basin (Sergipe Basin). To
the north (Alagoas Basin) alluvial-deltaic
sandstones and shales of the Maceió
Formation (Ojeda & Fugita, 1976) form a
coeval counterpart. The Muribeca Forma-
tion is nowhere exposed in the Sergipe-
Alagoas Basin.
The drift stage began in the early to
mid Albian, although a true marine regime
(Riachuelo Formation) had already been
established in the late Aptian. Deposition
took place on a broad and shallow car-
bonate platform. Besides locally dolo-
mitized calcarenites and oncolitic/oolitic
calcirudites, there are isolated patch-reefs
(Maruim Member), which are interbedded
with a succession of shales and calcilu-
tites (Taquari Member). Siliciclastic/bio-
STRATIGRAPHIC CHART OF THE ALAGOAS SUB-BASINCARTA ESTRATIGRÁFICA DA SUB-BACIA DE ALAGOAS
LITOESTRATIGRAFIA / LITHOSTRATIGRAPHYGEOCRONOLOGIAGEOCHRONOLOGY
LITOLOGIA / LITHOLOGYAMBIENTE
ENVIRONMENT
EVOLUÇÃOTECTÔNICA
TECTONICEVOLUTION
TIM
E(M
M y
ears
)TE
MP
O(M
M a
nos)
PER
ÍOD
O
PER
IOD
IDADE
AGE
UNIDADES / UNITS
ÁGUA RASASHALLOW WATER
ÁGUA PROFUNDADEEP WATER
GR
UP
OG
RO
UP
QUATERNÁRIO PLEISTOCEN0
BARREIRAS
MO
SQ
UEI
RO
COTIN-GUIBA
PONTAVERDE
TABULEIRODO MARTINS
M.CHAVES
SERRARIA
BATINGA
ARACARÉ
BOACICA
SPA
ATALAIAMULUNGU
BANANEIRASCANDEEIRO
COQUEIROSECO
MARUIM
TAQ
UA
RI
MA
CE
IÓ
PO
ÇÃ
O
BA
RR
A D
E IT
IUB
A
PENEDO
PE
RU
CA
BA
IGR
EJA
NO
VA
ARACAJU
MA
RIT
UB
A
FORMAÇÃOFORMATION
MEMBROMEMBER
NER
ÍTIC
ON
ER
ITIC
LACUSTRE
DELTAICODELTAIC
EVA
PO
RÍT
ICO
EVA
POR
ITIC
LEQ
UES
ALÚ
VIO
-DE
LTA
ICO
SA
LLU
VIA
L/D
ELT
AIC
FA
NS
LEQ
UE
S A
LUVI
AIS
ALL
UV
IAL
FAN
FLUVIAL
LACUSTRINE
LACUSTRELACUSTRINE
FLUVIAL
FLUVIAL
COASTAL
SABKHA
GLACIAL
MACIÇOPERNAMBUCO/ALAGOAS
MASSIF
DELTAICODELTAIC
BAT
IAL
BAT
HYA
L
BATIALBATHYAL
ABIS
SAL
ABY
SSA
L
NERÍTICONERITIC
DR
IFT
RIF
TTR
AN
SIC
ION
AL
SIN
ÉC
LIS
ESA
G B
ASIN
PRE-
RIF
T
PRE-CAMBRIAN0
NEOCARBONÍFERO
EOPERMIAN0
JUR
.C
RET
ÁC
EO
/ C
RET
ACEO
US
TER
CIÁ
RIO
/ TE
RTI
ARY
PALE
OG
EN0
PIA
ÇAB
UÇ
USE
RG
IPE
CO
RU
RIP
E
RIA
CH
UEL
OC
ALU
MBI
NE
OG
EN0 PLIOCEN0
MIOCEN0
OLIGOCEN0
EOCEN0
CAMPANIAN0
TITHONIAN0
BERRIASIAN0
VALANGINIAN0
HAUTERIVIAN0
BARREMIAN0
APTIAN0
ALBIAN0
CENOMANIAN0
TURONIAN0
SANTONIAN0/CONIACIAN0
MAASTRICHT.
PALEOCEN0
BAR
MOS
MRT
TQR
RIA
MAC
POC
PDO
BIT
SER
BAN
ARA
MUL ATA BOA BAT
CAN
BIT
CSOMCH
PVD
TMS
MAR
COT
AJU
MRT
CAL
CAL
FolhelhoShale
Carbonato bioclástico/oolítico/oncolíticoBioclastic/oolitic/oncolitic carbonate
CalcilutitoCalcilutite
ArenitoSandstone
ConglomeradoConglomerate
Rochas ígneasIgneous rocks
MetassedimentoMetasediment
EmbasamentoBasement
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
270?
300?
Folhelho vermelhoRed shale
EvaporitoEvaporite
MargaMarl
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
8
renitos e calciruditos oncolíticos/oolíticos, localmente
dolomitizados, são encontrados patch-reefs isolados
(Membro Maruim), intercalados a uma sucessão de folhe-
lhos e calcilutitos (Membro Taquari). Aproximadamente
ao longo da linha de costa, foram depositados arenitos
siliciclásticos/bioclásticos e conglomerados (Membro
Angico). O sistema deposicional é interpretado como
leques subaquosos controlados pela tectônica local
(Mendes, 1994).
Regressões episódicas expuseram parte da platafor-
ma carbonática, causando dolomitização local (camadas
Aguilhada). A Formação Riachuelo é extensamente ex-
posta na bacia de Sergipe.
No Cenomaniano iniciou-se um grande evento trans-
gressivo cujo ápice ocorreu no Eoturoniano. Este evento
causou o afogamento do sistema plataformal da Forma-
ção Riachuelo e o subseqüente desenvolvimento da ram-
pa carbonática da Formação Cotinguiba. A deposição
prosseguiu até o mesoconiaciano, alcançando possivel-
mente o Santoniano no depocentro da bacia. A Formação
Cotinguiba é amplamente exposta na bacia de Sergipe.
Um novo evento transgressivo iniciado no neoconiaci-
ano resultou na deposição dos sedimentos siliciclásticos
de talude e bacia oceânica, principalmente argilas (For-
mação Calumbi), sobre os carbonatos Cotinguiba. Este
evento provavelmente registra a ruptura final entre a
África e a América do Sul. Este processo causou o bas-
culamento da bacia para sudeste (Pereira, 1994) e o
soerguimento das áreas marginais. Mudanças climáticas
relacionadas à expansão do Atlântico Sul levaram a uma
significativa redução na deposição carbonática. Apenas
após o neo-Paleoceno outra plataforma carbonática seria
desenvolvida.
A subsidência térmica diferencial continuou durante o
Campaniano como resultado do gradual resfriamento
crustal em direção ao craton. Um rebaixamento eustático
devido à expansão do oceano Atlântico (Ojeda & Fugita,
1976; Falkenhein, 1986) causou a regressão do mar para
leste, levando à exposição e erosão das porções proxi-
mais das formações marinhas depositadas a oeste.
No Plioceno, sedimentos siliciclásticos do Grupo Bar-
reiras foram depositados sobre grande parte da atual
porção onshore da bacia.
clastic sands and conglomerates were deposited in a belt
approximately parallel with the coastline (Angico Mem-
ber). The depositional system is interpreted as a tectoni-
cally controlled, sub-aqueous fan (Mendes, 1994).
Periodic regressions left portions of the platform ex-
posed, which caused local dolomitization of the beds
(“Aguilhada beds”). The Riachuelo Formation is exten-
sively exposed in the Sergipe Basin.
A widespread transgression began in the late Ceno-
manian and culminated in the early Turonian. This event
caused the drowning of the Riachuelo platform system
and the subsequent development of a carbonate ramp
with deposition of the Cotinguiba Formation. This deposi-
tional cycle lasted at least until the mid Coniacian, and
possibly until the Santonian in the deeper parts of the
basin. The Cotinguiba Formation is widely exposed in the
Sergipe Basin.
A renewed transgressive event beginning in the late
Coniacian resulted in the deposition of slope and ocean-
basin siliciclastic sediments, mainly clays (Calumbi For-
mation), over the Cotinguiba carbonates. This event
probably records the final crustal break-up between Africa
and South America. The process forced a southeastward
tilt of the basin (Pereira, 1994) and uplift of the marginal
areas. Climatic changes related to the South Atlantic
expansion led to a significant reduction in carbonate
deposition. Only after the late Paleocene would another
carbonate platform develop.
Thermal subsidence continued during the Campanian
as a result of progressive crustal cooling towards the
craton. A eustatic fall brought about by the expansion of
the Atlantic Ocean (Ojeda & Fugita, 1976; Falkenhein,
1986) caused the sea to retreat towards the east, which
led to exposure and erosion of the proximal parts of the
marine deposits in the west.
In the Pliocene, continental siliciclastic sediments of
the Barreiras Group were deposited over the major part of
the present onshore area of the basin.
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
9
743.232,06
8.8
27.
500,0
010º4
0'0
0" S
10º4
5'0
0"
S10º5
0'0
0"
S10º
55'0
0"
S11
º00'0
0"
S
8.7
74.0
03,0
0
680.688,25 37º15'00" W 37º10'00" W 37º05'00" W 37º00'00" W 36º55'00" W 36º50'00" W
ARACAJU
R i o
Se r gi p e
Ri o
d oSa l
R i
o C o t i n g
ui b
a
Santoniano-Maastrichtiano
Coniacianomédioinferior-
Solgerites armatus-Prionocycloceras lentiBarroisiceras (B.) onilahyense-Forresteria
Subprionocyclus-Reesidites
Mammites nodosoides-Kamerunoceras turonienseWatinoceras amudariense-Kamerunoceras seitzi
Vascoceras harttii-Pseudaspidoceras footeanum
Euomphaloceras septemseriatum
Pseudocalycoceras harpax-Thomelites sornayiaff.Acanthoceras jukesbrownei-Eucalycoceras pentagonum
Acompsoceras spathi-Dunveganoceras
Graysonites lozoi-Hypoturrilites betaitraensis
Turonianosuperior
Turoniano médio-superior
Turoniano inferior
Cenomanianosuperior
Cenomanianomédio-superior
Cenomanianomédio
Cenomanianoinferior
Cenomanianonão diferenciado
Albiano superior
Albiano(mais superior)
Albiano médio
Albiano inferiorAptiano superior
Pré-Cambriano
DouvilleicerasEpicheloniceras-Diadochoceras-Eodouvilleiceras
Oxytropidoceras
Elobiceras
Mortoniceras
CRONOESTRATIGRAFIACHRONOSTRATIGRAPHY
ZONAS DE AMONÓIDESAMMONITE ZONES
Referências: K. Beurlen (1961a); G. Beurlen (1967,1969, 1970); Bengtson (1983); Koutsoukos &Bengtson (1993) e dados de superfíc ie.
Oc
e
an
o
Atl â
nti c
o
ZONAS DE AMONÓIDESDA SUB-BACIA DE SERGIPE
0 5 10 km
N
SERGIPE SUB-BASINAMMONITE ZONES
Alto de AracajuAracaju High
Figura 6 - Mapa esquemático das zonas de amonóides da sub-bacia de Sergipe. A faixa amarelo-clara representa os sedimentos pós-coniacianos da Formação Calumbi, para os quais a escassez de afloramentos não permite o estabelecimento de um zoneamento. A associação de amonóides desta formação compreende
Gaudryceras cf. denseplicatum, Gaudryceras varicostatum, Vertebrites sp., Kitchinites sp., um Kossmaticeratinae indeterminado, Pachydiscus (Pachydiscus)
haldemsis, Pachydiscus (Neodesmoceras) sp., Sphenodiscus sp., Libycoceras sp., Nostoceras sp., um Diplomoceratinae indeterminado e Baculites sp. (Souza-Lima, 2001).
Figure 6 - Schematic map of ammonite zones of the Sergipe Sub-basin. The pale-yellow strip represents the post-Coniacian Calumbi Formation for which the scarcity of outcrops does not permit the establishment of a zonation. The ammonite assemblage of this formation comprises Gaudryceras cf. denseplicatum,
Gaudryceras varicostatum, Vertebrites sp., Kitchinites sp., an indeterminate Kossmaticeratinae, Pachydiscus (Pachydiscus) haldemsis, Pachydiscus (Neodes-moceras) sp., Sphenodiscus sp., Libycoceras sp., Nostoceras sp., an indeterminate Diplomoceratinae and Baculites sp. (Souza-Lima, 2001).
Litoestratigrafia e conteúdo fóssil
Um grande número de trabalhos trata da litoestratigrafia
da bacia de Sergipe-Alagoas. Embora muitos deles sejam
relatórios técnicos não publicados da PETROBRAS,
alguns foram subseqüentemente adaptados para publi-
cação. Um deles (Schaller, 1970) contém os resultados
da “Comissão de Revisão Estratigráfica da Bacia de
Sergipe/Alagoas” (Perrella, 1968). Os termos litoestrati-
gráficos introduzidos estão em grande parte ainda em
uso. Algumas modificações foram introduzidas por Feijó
(1995). Um sumário incluindo dados paleontológicos e
bioestratigráficos selecionados é apresentado a seguir,
bem como um mapa geológico simplificado da bacia
(Figura 7 e Figura 8).
Lithostratigraphy and fossil content
A large number of papers deal with the lithostratigraphy of
the Sergipe-Alagoas Basin. Although many of them are
unpublished technical reports of PETROBRAS, some
were subsequently adapted for publication. One of these
(Schaller, 1970) contains the results of the “Comissão de
Revisão Estratigráfica da Bacia de Sergipe/Alagoas”
(Perrella, 1968). The lithostratigraphic names introduced
are largely the ones still in use today. Minor modifications
were introduced by Feijó (1995). A summary including
selected palaeontological and biostratigraphic data is
presented below, accompanied by a simplified geological
map (Figure 7 and Figure 8).
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
10
Figura 7 - Mapa geológico simplificado da sub-bacia de Sergipe (modificado de Richter & Simões, 1975 e Gava et al., 1983).
Figure 7 - Simplified geological map of Sergipe Sub-basin (modified from Richter & Simões, 1975 and Gava et al., 1983).
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
11
Figura 8 - Mapa geológico simplificado da sub-bacia de Alagoas (modificado de Richter & Simões, 1975 e Gava et al., 1983).
Figure 8 - Simplified geological map of the Alagoas Sub-basin (modified from Richter & Simões, 1975 and Gava et al., 1983).
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
12
O Embasamento
O embasamento da bacia de Sergipe-Alagoas é composto
por dois domínios estruturais principais, a Faixa de Dobra-
mentos Sergipana (Figura 9) e o Maciço Pernambuco-
Alagoas, ambos de idade proterozóica. O limite entre estes
domínios é aproximadamente paralelo ao curso do rio São
Francisco, cerca de 15 km a norte deste rio no Estado de
Alagoas (Figura 7).
The Basement
The basement of the Sergipe-Alagoas Basin is composed of
two main structural domains, the Sergipe Fold Belt (Figure 9)
and the Pernambuco-Alagoas Massif, both Proterozoic in age.
The boundary between these domains approximately parallels
the course of the Rio São Francisco, being situated ca. 15 km
to the north of this river in Alagoas (Figure 7).
Figura 9 - Falha de empurrão em metacarbonatos da Formação Jacoca, Faixa de Dobramentos Sergipana. Fazenda Capitão, Macambira, Sergipe (foto: Cláudio Borba).
Figure 9 - Thrust fault on metacarbonates of the Jacoca Formation, Sergipe Fold Belt. Fazenda Capitão, Macambira, Sergipe (photo: Cláudio Borba).
Formação Estância (Humphrey & Allard, 1969)
A Formação Estância tem seu nome derivado da cidade de
Estância, no sul de Sergipe. Foi inicialmente definida por
Branner (1913; como Série Estância) para incluir os arenitos
e siltitos vermelhos com lentes de mica-xistos e conglomera-
dos que ocorrem naquela área. O ambiente deposicional foi
interpretado como um sistema fluvial meandrante e anasto-
mosado. Supõe-se que a Formação Estância seja de idade
cambriana, embora a ausência de fósseis impeça um posi-
cionamento confiável. Esta formação ocorre apenas em
Sergipe, com exposições na região de Estância.
Estância Formation (Humphrey & Allard, 1969)
The Estância Formation takes its name from the town of
Estância in southern Sergipe. It was initially defined by Bran-
ner (1913; as the Estância Series) to include the red sand-
stones and siltstones with mica schists and conglomerate
lenses that occur in the area. The depositional environment
was interpreted as a meandering and braided fluvial system.
The Estância Formation is thought to be Cambrian in age,
although the lack of fossils prevents reliable dating. The forma-
tion occurs only in Sergipe with exposures in the region of
Estância.
Formação Batinga (Bender, 1957)
A Formação Batinga é subdividida em três membros: Mulun-
gu, Atalaia e Boacica. Seu nome deriva da vila de Batinga,
na porção noroeste da sub-bacia de Sergipe. O Membro
Mulungu é representado por conglomerados matriz-
suportados (diamictitos, Figura 10), localmente contendo
grandes matacões. O Membro Atalaia consiste em arenitos
imaturos de granulação grossa, e o Membro Boacica é ca-
racterizado por siltitos laminados (Figura 11). O ambiente
Batinga Formation (Bender, 1957)
The Batinga Formation is subdivided into three members:
Mulungu, Atalaia and Boacica. Its name derives from the vil-
lage of Batinga in the northwestern part of the Sergipe Sub-
basin. The Mulungu Member is represented by matrix-
supported conglomerates (diamictites, Figure 10), locally con-
taining sizeable boulders. The Atalaia Member consists of
immature coarse-grained sandstones, and the Boacica Mem-
ber is characterized by laminated siltstones (Figure 11). The
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
13
deposicional é interpretado como glacio-marinho. A datação
da Formação Batinga usando pólens (principalmente Florini-
tes sp.) e esporos fornece uma idade neocarbonífera a eo-
permiana. Os melhores afloramentos são encontrados em
torno do domo de Igreja Nova, em Alagoas, e ao longo da
estrada de ferro próximo a Batinga, em Sergipe.
depositional environment is interpreted as glacio-marine. Dat-
ing of the Batinga Formation using pollen (mainly Florinites
sp.) and spores has yielded a Late Carboniferous to Early
Permian age. The best outcrops are found around the Igreja
Nova dome in Alagoas and along the railway near Batinga in
Sergipe.
Figura 10 - Diamictitos do Membro Mulungu, provavelmente de origem glacial, na pedreira do Cabo Teixeira, Alagoas (Cruz et al., 1998).
Figure 10 - Diamictites of the Mulungu Member, probably of glacial origin, in the Cabo Teixeira quarry, Alagoas (Cruz et al., 1998).
Figura 11 - Siltitos laminados com climbing ripples do Membro Boacica expos-tos próximos ao povoado de Batinga, Sergipe.
Figure 11 - Laminated siltstones with climbing ripples of the Boacica Member exposed near the Batinga village, Sergipe.
Formação Aracaré (Perrella in Perrella et al., 1963)
A Formação Aracaré recebeu este nome do morro do Araca-
ré, situado 2 km ao sul da cidade de Neópolis, no rio São
Francisco (Figura 12). Consiste em arenitos maturos de
granulação grossa, exibindo grandes conjuntos de estratifi-
cação cruzada (Figura 13), associados com calcarenitos
oolítico-oncolíticos, tapetes algais e estromatólitos silicifica-
dos (cherts). A ocorrência de chert é uma feição característi-
ca desta formação. Folhelhos negros ocorrem na base da
formação. A alga Botryococcus braunii sugere influência de
água doce. O ambiente deposicional é inferido como tendo
sido uma praia quente e seca, margeando um grande lago.
Embora as algas fósseis não sejam diagnósticas quanto à
idade, a associação dos esporos de gimnospermas Striatites,
Lueckisporites, Limitisporites, Vestigisporites, Vittattina e
Striatosacites indica uma idade permiana (Schaller, 1970). A
Formação Aracaré aflora ao redor do domo de Igreja Nova,
em Alagoas, e no morro do Aracaré, em Sergipe.
Aracaré Formation (Perrella in Perrella et al., 1963)
The Aracaré Formation is named after the Aracaré Hill, 2 km
south of the town of Neópolis on the Rio São Francisco
(Figure 12). It consists of mature coarse-grained sandstones
with large cross-stratification sets (Figure 13), associated with
silicified oolitic-oncolitic calcarenites, algal mats and stromato-
lites (cherts). The occurrence of chert is a characteristic fea-
ture of this formation. Black shales occur at the base of the
formation. The alga Botryococcus braunii suggests fresh-water
influence. The depositional environment is inferred to have
been a warm and dry shore bordering a large lake. Although
the fossil algae are not age-diagnostic, the association of the
gymnosperm spores Striatites, Lueckisporites, Limitisporites,
Vestigisporites, Vittattina and Striatosacites indicates a Per-
mian age (Schaller, 1970). The Aracaré Formation crops out
around the Igreja Nova dome in Alagoas and at Aracaré Hill in
Sergipe.
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
14
Figura 12 - Morro do Aracaré, no rio São Francisco, localidade-tipo da Forma-ção Aracaré.
Figure 12 - Aracaré Hill on the Rio São Francisco, the type-locality of the Aracaré Formation.
Figura 13 - Arenitos eólicos da Formação Aracaré, Igreja Nova, Alagoas (Cruz et al., 1998).
Figure 13 - Eolian sandstones of the Aracaré Formation, Igreja Nova, Alagoas (Cruz et al., 1998).
Formação Candeeiro (Schaller, 1970)
A Formação Candeeiro não é exposta. Consiste em arenitos
de granulação fina a média, provavelmente depositados por
um sistema fluvial do tipo braided. Nenhum fóssil foi ainda
encontrado nesta formação. Com base em correlações em
subsuperfície, infere-se uma idade neojurássica (Schaller,
1970). A Formação Candeeiro foi denominada a partir do
poço Candeeiro-01 (1-CO-1-AL) em Alagoas.
Candeeiro Formation (Schaller, 1970)
The Candeeiro Formation is not exposed. It consists of fine to
medium-grained sandstones, probably formed in a braided
fluvial system. No fossils have as yet been found in this forma-
tion. On the basis of subsurface correlation a Late Jurassic
age is inferred (Schaller, 1970). The Candeeiro Formation is
named after the Candeeiro-01 well (1-CO-1-AL) in Alagoas.
Formação Bananeiras (Perrella in Perrella et al., 1963)
A Formação Bananeiras foi denominada a partir da vila de
Bananeiras, em Sergipe. É tipicamente composta por folhe-
lhos avermelhados depositados em um ambiente lacustre
(Figura 14). Ostracodes não-marinhos (Bisulcocypris pricei e
Darwinula aff. oblonga) datam esta formação como neoju-
rássica. Ela aflora em torno do domo de Igreja Nova e nas
proximidades do vale do Perucaba, em Alagoas, e na porção
norte da sub-bacia de Sergipe.
Bananeiras Formation (Perrella in Perrella et al., 1963)
The Bananeiras Formation is named after the village of Ba-
naneiras in Sergipe. It is typically composed of red shales
deposited in a lacustrine environment (Figure 14). Non-marine
ostracods (Bisulcocypris pricei and Darwinula aff. oblonga)
date the formation as Late Jurassic. It crops out around the
Igreja Nova dome, in the nearby Perucaba Valley in Alagoas
and in the northern part of the Sergipe Sub-basin.
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
15
Figura 14 - Arenitos fluviais da Formação Serraria depositados sobre os folhelhos avermelhados da Formação Bananeiras próximo a Propriá, Sergipe
(foto: F.J. Feijó).
Figure 14 - Fluvial sandstones of the Serraria Formation, overlying red shales of the Bananeiras Formation near Propriá, Sergipe (photo: F.J. Feijó).
Formação Serraria (Perrella in Perrella et al., 1963)
A Formação Serraria recebeu seu nome da pequena vila de
Serraria, no sul de Alagoas. É composta por arenitos de
granulação grossa com estratificação cruzada tabular e aca-
nalada (Figura 14). Ostracodes não-marinhos datam esta
formação do Neojurássico ao Eocretáceo. Localmente, os
arenitos contêm grandes troncos fossilizados de coníferas
(Agathoxylon benderi, Figura 16). Os sedimentos foram
depositados por um sistema fluvial do tipo braided, localmen-
te com retrabalhamento eólico. Os principais afloramentos
são encontrados às margens do rio Perucaba, em Alagoas, e
na porção norte da sub-bacia de Sergipe, próximo à cidade
de Malhada dos Bois.
Serraria Formation (Perrella in Perrella et al., 1963)
The Serraria Formation received its name from the small vil-
lage of Serraria in southern Alagoas. It is composed of me-
dium to coarse-grained sandstones with tabular and chan-
nelled cross-stratification (Figure 14). Non-marine ostracods
date this formation as Late Jurassic to Early Cretaceous. Lo-
cally the sandstones contain large fossilized conifer trunks
(Agathoxylon benderi, Figure 16). The sediments were depos-
ited by a braided fluvial system, locally with eolian reworking.
The main outcrops are found on the margins of the Rio Peru-
caba in Alagoas and in the northern parts of the Sergipe Sub-
basin, near the small town of Malhada dos Bois.
Figura 15 - Arenitos fluviais da Formação Serraria, Muribeca, Sergipe.
Figure 15 - Fluvial sandstones of the Serraria Formation, Muribeca, Sergipe.
Figura 16 - Tronco de conífera da Formação Serraria (Malhada dos Bois, Sergipe).
Figure 16 - Conifer trunk from the Serraria Formation (Malhada dos Bois, Sergipe).
Formação Barra de Itiúba (Kreidler in Kreidler & Andery, 1949)
A Formação Barra de Itiúba é composta por uma monótona
Barra de Itiúba Formation (Kreidler in Kreidler & Andery, 1949)
The Barra de Itiúba Formation is composed of a monotonous
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
16
sucessão de folhelhos e arenitos de granulação fina, que
interdigitam-se lateralmente com a Formação Penedo. Seu
nome deriva da vila de Barra de Itiúba, em Alagoas, onde o
rio Itiúba deságua no rio São Francisco. Os fósseis mais
comuns são ostracodes (p. ex., Cypridea (Morininoides)
candeiensis, C. vulgaris, C. lunula, C. (Sebastianites?) onus-
ta, Paracypridea brasiliensis e P. obovata obovata), uma
associação que indica idade eocretácea. A formação foi
depositada provavelmente por um sistema deltaico em um
ambiente lacustre (Figura 17). A principal área de afloramen-
tos situa-se ao longo das margens do rio São Francisco entre
a localidade-tipo e a cidade de Penedo.
succession of shales and fine-grained sandstones that inter-
fingers laterally with the Penedo Formation. Its name derives
from the Barra de Itiúba village in Alagoas, where the Rio
Itiúba flows into the Rio São Francisco. The most common
fossils are ostracods (e.g., Cypridea (Morininoides) candeien-
sis, C. vulgaris, C. lunula, C. (Sebastianites?) onusta, Para-
cypridea brasiliensis and P. obovata obovata), an association
that indicates an Early Cretaceous age. The formation was
probably deposited by a deltaic system in a lacustrine envi-
ronment (Figure 17). The principal area of outcrop is along the
margins of the Rio São Francisco between the type-locality
and the town of Penedo.
Figura 17 - Arenitos de granulação fina da Formação Barra de Itiúba na
pedreira Tatu, Sergipe (Cruz et al., 1998).
Figure 17 - Fine-grained sandstones of the Barra de Itiúba Formation in the Tatu quarry, Sergipe (Cruz et al., 1998).
Formação Penedo (Kreidler in Kreidler & Andery, 1949)
A Formação Penedo foi denominada a partir da cidade de
Penedo, no rio São Francisco, em Alagoas. Entretanto, sua
seção-tipo está localizada na margem oposta do rio, entre
Santana do São Francisco e Neópolis, em Sergipe. Consiste
em arenitos de granulação grossa a média, depositados em
um ambiente flúvio-deltaico sujeito a retrabalhamento eólico
(Figura 18). Os únicos fósseis encontrados são ostracodes
(p. ex. Cypridea (Sebastianites) fida minor) nas camadas
mais argilosas.
Penedo Formation (Kreidler in Kreidler & Andery, 1949)
The Penedo Formation is named after the town of Penedo on
the Rio São Francisco in Alagoas. However, its type-section is
located on the opposite bank of the river, between Santana do
São Francisco and Neópolis in Sergipe. It consists of coarse
to medium-grained sandstones deposited in a fluvial-deltaic
environment subject to eolian reworking (Figure 18). The only
fossils found are ostracods (e.g. Cypridea (Sebastianites) fida
minor) in the more argillaceous beds.
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
17
Figura 18 - Arenitos fluidizados e com dobras convolutas da Formação Penedo em Penedo, Alagoas (Cruz et al., 1998).
Figure 18 - Fluidised and convoluted sandstones of the Penedo Formation at
Penedo, Alagoas (Cruz et al., 1998).
Formação Rio Pitanga (Schaller, 1970)
A Formação Rio Pitanga recebeu seu nome do poço Rio
Pitanga-01 (1-RP-1-SE), perfurado em Sergipe. É composta
por conglomerados polimíticos de granulação grossa (Figura
19), distribuídos principalmente ao longo das falhas de borda
da bacia. Ela aflora esparsamente em Sergipe próximo à
borda da bacia entre as cidades de Capela e Malhada dos
Bois. Nenhum fóssil foi ainda encontrado. Infere-se que a
idade seja do Hauteriviano ao Eoaptiano com base no con-
teúdo fóssil das camadas interdigitadas adjacentes.
Rio Pitanga Formation (Schaller, 1970)
The Rio Pitanga Formation takes its name from the Rio Pi-
tanga-01 well (1-RP-1-SE) in Sergipe. The formation is com-
posed of coarse-grained polymictic conglomerates (Figure 19)
distributed mainly along the bounding faults of the basin. It
crops out sparsely in Sergipe near the basin margin between
the towns of Capela and Malhada dos Bois. No fossils have
been found. The age is inferred to be Hauterivian to early
Aptian based on the fossil content of adjacent interfingering
beds.
Figura 19 - Conglomerados matriz-suportados da Formação Rio Pitanga em Aquidabã, Sergipe (Cruz et al., 1998).
Figure 19 - Matrix-supported conglomerates of the Rio Pitanga Formation at Aquidabã, Sergipe (Cruz et al., 1998).
Formação Coqueiro Seco (Schaller, 1970)
O nome da Formação Coqueiro Seco deriva do poço Co-
queiro Seco-01, em Alagoas. Este termo substituiu o nome
Formação Jiquiá, uma vez que Jiquiá adquiriu status crono-
estratigráfico local. A formação consiste em arenitos de gra-
nulação fina a grossa e argilitos depositados em um ambien-
te flúvio-deltaico-lacustre. Os fósseis são em geral mal pre-
servados mas abundantes, particularmente no Membro
Morro do Chaves. Este membro consiste em conglomerados
e arenitos retrabalhados intercalados com calcilutitos e ca-
Coqueiro Seco Formation (Schaller, 1970)
The name of the Coqueiro Seco Formation derives from the
Coqueiro Seco-01 well in Alagoas. It replaced the former
name Jiquiá Formation, as Jiquiá acquired local chronostrati-
graphic status. The formation consists of fine to coarse-
grained sandstones and mudstones deposited in a fluvio-
deltaic-lacustrine environment. Fossils are generally poorly
preserved but abundant, particularly in the Morro do Chaves
Member. This member consists of reworked conglomerates
and sandstones interbedded with calcilutites and coquina
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
18
madas de coquina. Existem afloramentos espetaculares na
pedreira Atol, próximo a São Miguel dos Campos em Alago-
as (Figura 20 e Figura 21). O membro está também exposto
na sua localidade-tipo, a colina do Morro do Chaves, próximo
a Propriá, em Sergipe.
A fauna do Membro Morro do Chaves consiste principal-
mente nos bivalves Anodontophora sp., Gonodon sp.,
Psammobia? sp., Nucula sp. e Astarte sp. (Borges, 1937;
Oliveira, 1937) e em pequenos gastrópodes nas coquinas.
Os calcilutitos são localmente ricos em fragmentos de peixes
muito bem preservados, pertencentes ao gênero Lepidotes,
do Cretáceo Inferior. Ostracodes são localmente muito co-
muns (p. ex., Cypridea (Pseudocypridina) faveolata e C.
jequiensis).
beds. There are spectacular outcrops in the Atol quarry near
São Miguel dos Campos in Alagoas (Figure 20 and Figure
21). The member is also exposed at its type-locality, the Morro
do Chaves Hill, near Propriá in Sergipe.
The fauna of the Morro do Chaves Member consists mainly
of the bivalves Anodontophora sp., Gonodon sp., Psammo-
bia? sp., Nucula sp. and Astarte sp. (Borges, 1937; Oliveira,
1937) and small gastropods in the coquina beds. The calcilu-
tites are locally rich in very well preserved fish remains. They
belong mainly to the Lower Cretaceous genus Lepidotes.
Ostracods are locally very common (e.g., Cypridea (Pseudo-
cypridina) faveolata and C. jequiensis).
Figura 20 - Rochas do Membro Morro do Chaves expostas na pedreira Atol, São Miguel dos Campos, Alagoas.
Figure 20 - Morro do Chaves Member exposed in the Atol Quarry, São Miguel dos Campos, Alagoas.
Figura 21 - Coquina de biválvios do Membro Morro do Chaves, pedreira Atol, São Miguel dos Campos, Alagoas.
Figure 21 - Coquina beds of the Morro do Chaves Member, Atol Quarry, São Miguel dos Campos, Alagoas.
Formação Ponta Verde (Schaller, 1970)
A Formação Ponta Verde ocorre apenas em subsuperfície, e
foi assim denominada a partir do poço Ponta Verde-01, pró-
ximo a Maceió, em Alagoas. Consiste em característicos
folhelhos cinza a verde, formados durante uma ampla trans-
gressão na área. Os folhelhos são relativamente pobres em
fósseis. O pólen Tucanopollis crisopolensis indica idade
eoaptiana para esta formação. A abundância de Afropollis
sp. é uma característica marcante da Formação Ponta Ver-
de.
Ponta Verde Formation (Schaller, 1970)
The Ponta Verde Formation occurs only in the subsurface and
is named after the Ponta Verde-01 well near Maceió in
Alagoas. It consists of characteristic grey to green shales
formed during a widespread transgression in the area. The
shales are relatively poor in fossils. The pollen Tucanopollis
crisopolensis indicates an early Aptian age. Abundance of
Afropollis sp. is a characteristic feature of the Ponta Verde
Formation.
Formação Muribeca (Bender, 1957)
O nome Muribeca foi inicialmente aplicado a rochas hoje
Muribeca Formation (Bender, 1957)
The name Muribeca Formation was formerly applied to rocks
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
19
atribuídas à Formação Rio Pitanga expostas nas vizinhanças
da cidade de Muribeca, no norte de Sergipe. Este erro de
interpretação litoestratigráfica foi causado por uma correla-
ção errônea em subsuperfície. Na realidade, a Formação
Muribeca não está exposta. Ela é composta por três mem-
bros estratigraficamente sucessivos. O Membro Carmópolis,
basal, consiste em conglomerados polimíticos e arenitos com
pequenas intercalações de siltitos e folhelhos. O Membro
Ibura, sobreposto, é representado por uma seqüência evapo-
rítica contendo uma sucessão de halita, silvinita e carnalita,
com camadas subordinadas de taquidrita, intercaladas com
folhelhos. Uma ou duas camadas finas de anidrita capeiam a
seqüência evaporítica. O membro mais superior, Oiteirinhos,
apresenta uma alternância de folhelhos e calcilutitos lamina-
dos. Este membro, junto ao Membro Ibura, constituem as
principais rochas-fonte para o hidrocarboneto da bacia. Fo-
raminíferos e palinomorfos datam esta seqüência como
neoaptiana. Além destes fósseis, ostracodes marinhos, con-
chostráceos e restos de peixes são também comuns. A
seqüência evaporítica é acessível através de um profundo
shaft de uma mina de sal de potássio próxima a Rosário do
Catete, em Sergipe.
now assigned to the Rio Pitanga Formation exposed in the
vicinity of the town of Muribeca in northern Sergipe. This lithos-
tratigraphic misinterpretation was caused by erroneous sub-
surface correlation. In reality, the Muribeca Formation is not
exposed. It is composed of three stratigraphically successive
members. The basal Carmópolis Member consists of polymic-
tic conglomerates and sandstones with minor intercalations of
siltstones and shales. The middle Ibura Member represents an
evaporite sequence, containing a succession of halite, sylvinite
and carnallite with subordinate tachydrite beds, intercalated
with shales. One or two thin anhydrite beds cap the evaporite
sequence. The upper Oiteirinhos Member contains an alterna-
tion of shales and laminated calcilutites. This member and the
underlying Ibura Member form the main hydrocarbon source
rocks of the basin. Foraminifers and palynomorphs date this
sequence as late Aptian. Besides these fossils, marine ostra-
cods, conchostraceans and fish remains are common. The
evaporite sequence is accessible through a deep shaft in a
potassium-salt mine near Rosário do Catete in Sergipe.
Formação Maceió (PETROBRAS, 1960)
A Formação Maceió, coetânea à Formação Muribeca, ocorre
principalmente na bacia de Alagoas, onde aflora extensa-
mente. Ela consiste em conglomerados e arenitos de granu-
lação grossa a fina, com pequenas intercalações de folhe-
lhos. Uma camada de evaporitos em sua base, os evaporitos
Paripueira, antecedem os evaporitos Ibura da sub-bacia de
Sergipe. O Membro Tabuleiro dos Martins contém folhelhos
betuminosos e uma camada de anidrita. Os melhores aflo-
ramentos da Formação Maceió são encontrados nas praias
do Morro do Camaragibe e Japaratinga, no norte de Alagoas
(Figura 22 e Figura 23). Conchostráceos e restos de peixes
são comuns nos folhelhos.
Maceió Formation (PETROBRAS, 1960)
The Maceió Formation, which is coeval with the Muribeca
Formation, occurs chiefly in the Alagoas Basin, where it is
widely exposed. It consists of conglomerates and coarse to
fine-grained sandstones, with minor shale intercalations. An
evaporite bed at the base, the Paripueira evaporite, predates
the Ibura evaporite of the Sergipe Sub-basin. The Tabuleiro
dos Martins Member contains bituminous shales and an an-
hydrite bed. The best outcrops of the Maceió Formation are
found on the Morro do Camaragibe and Japaratinga beaches
in northern Alagoas (Figure 22 and Figure 23). Conchos-
traceans and fish remains are common in the shales.
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
20
Figura 22 - Praia do Morro do Camaragibe, Alagoas.
Figure 22 - Morro do Camaragibe beach, Alagoas.
Figura 23 - Arenitos turbidíticos da Formação Maceió na praia do Morro do Camaragibe, Alagoas (Cruz et al., 1998).
Figure 23 - Turbiditic sandstone of the Maceió Formation on the Morro do
Camaragibe beach, Alagoas (Cruz et al., 1998).
Formação Poção (Figueiredo, 1978)
Embora a Formação Poção possa ser considerada o equiva-
lente proximal da Formação Maceió, sua porção basal tam-
bém interdigita-se com as formações Coqueiro Seco e Ponta
Verde. Consiste em arcóseos de granulação grossa e con-
glomerados, localmente com matacões de composição pre-
dominantemente granítica (Figura 24 e Figura 25). A Forma-
ção Poção ocorre principalmente ao longo das falhas de
borda da bacia de Alagoas.
Poção Formation (Figueiredo, 1978)
Although the Poção Formation can be considered as the
proximal counterpart of the Maceió Formation, its basal parts
also interfinger with the Coqueiro Seco and Ponta Verde for-
mations. It consists of coarse-grained arkoses and conglom-
erates, locally with large boulders of predominantly granitic
composition (Figure 24 and Figure 26). The Poção Formation
occurs mainly along the bounding faults of the Alagoas Basin.
Figura 24 - Matacões e conglomerados muito grossos intercalados com areni-tos da Formação Poção, próximo à Usina Santo Antônio, Alagoas (foto: F.E.G.
da Cruz).
Figure 24 - Boulders and very coarse conglomerates interbedded with sand-stones of the Poção Formation near Santo Antônio Sugar Mill, Alagoas (photo: F.E.G. da Cruz).
Figura 25 - Conglomerados intercalados com arenitos da Formação Poção expostos próximo a Porto Calvo, Alagoas (foto: F.E.G. da Cruz).
Figure 25 - Conglomerates interbedded with sandstones of the Poção Forma-tion exposed near Porto Calvo, Alagoas (photo: F.E.G. da Cruz).
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
21
Formação Riachuelo (Campbell, 1946)
A Formação Riachuelo, denominada a partir da cidade de
Riachuelo, em Sergipe, foi originalmente denominada de
Formação Riachuelo-Maruim. Ela contém os primeiros sedi-
mentos depositados sob condições francamente marinhas. A
formação é subdividida em três membros: Angico, Taquari e
Maruim.
Riachuelo Formation (Campbell, 1946)
The Riachuelo Formation, which is named after the town of
Riachuelo in Sergipe, was formerly called Riachuelo-Maruim
Formation. It contains the first sediments deposited under fully
marine conditions. The formation is subdivided into three
members: Angico, Taquari and Maruim.
Figura 26 - Conglomerados do Membro Angico (Formação Riachuelo) expostos na Fazenda Cafuz, a oeste de Laranjeiras, Sergipe.
Figure 26 - Conglomerates of the Angico Member (Riachuelo Formation) at
Fazenda Cafuz, west of Laranjeiras, Sergipe.
Figura 27 - Ritmitos de planícies de maré do Membro Angico (Formação Riachuelo) expostos na estrada Riachuelo-Santa Rosa de Lima, Sergipe.
Figure 27 - Tidal-flat rhythmites of the Angico Member (Riachuelo Forma-
tion) at the Riachuelo-Santa Rosa de Lima road, Sergipe.
O Membro Angico é composto por conglomerados e are-
nitos siliciclástico/bioclásticos, com uma transição quase
completa entre rochas essencialmente siliciclásticas (Figura
26 e Figura 27) a predominantemente bioclásticas. O ambi-
ente deposicional é interpretado como leques subaquosos,
porém ambientes costeiros rasos também podem ser inferi-
dos. A distribuição do Membro Angico possui forte controle
tectônico. O Membro Taquari é composto por uma alternân-
cia cíclica de margas e folhelhos que interdigitam-se com os
membros Angico e Maruim. Ele representa a deposição nas
porções mais profundas da bacia, adjacentes às bioconstru-
ções algais (Figura 28) e aos bancos oncolítico/oolíticos do
Membro Maruim (Figura 29). Esta formação é extensamente
exposta numa faixa com cerca de 10 km de largura que
bordeja parcialmente o alto de Aracaju (Figura 6). Afloramen-
tos são encontrados principalmente na área de Riachuelo-
Divina Pastora-Maruim.
The Angico Member is composed of siliciclastic/bioclastic
conglomerates and sandstones, with an almost complete
transition between essentially siliciclastic (Figure 26 and
Figure 27) to predominantly bioclastic rocks. The depositional
environment is interpreted as a subaqueous fan, but shallow
coastal environments can also be inferred. The distribution of
the Angico Member is largely tectonically controlled. The
Taquari Member is composed of a cyclic alternation of marls
and shales that interfingers with the Angico and Maruim mem-
bers. It represents deposition in deeper parts of the basin,
adjacent to the algal bioconstructions (Figure 28) and onco-
lite/oolite banks of the Maruim Member (Figure 29). The for-
mation is extensively exposed in a ca. 10 km wide belt that
partially borders the Aracaju High (Figura 6). Outcrops are
found mainly in the Riachuelo-Divina Pastora-Maruim area.
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
22
Figura 28 - Bioconstrução algal (Solenoporacea) próximo a Rosário do Catete, Sergipe.
Figure 28 - Algal bioconstruction (Solenoporacea) near Rosário do Catete, Sergipe.
Figura 29 - Rochas do Membro Maruim (Formação Riachuelo) expostas na pedreira Brejo, próximo a Pedra Branca, Sergipe.
Figure 29 - Maruim Member (Riachuelo Formation) in the Brejo Quarry near Pedra Branca, Sergipe.
As ricas macro- e microfaunas marinhas da Formação Ri-
achuelo têm fornecido subsídios para estudos multidisciplina-
res de paleoecologia, paleobiologia e bioestratigrafia (K.
Beurlen, 1961a, 1961b, 1961c, 1962, 1963, 1964a, 1964b,
1964c, 1965a, 1965b, 1968; G. Beurlen, 1968a, 1968b;
Koutsoukos, 1989; Koutsoukos & Bengtson, 1993; Souza-
Lima & Bengtson, 1999a). A fauna data esta formação como
distribuída do Eoaptiano ao Eoalbiano. Amonóides são parti-
cularmente abundantes e têm proporcionado um firme con-
trole biocronoestratigráfico para a bacia (Figura 6). A suces-
são de amonóides é dividida em cinco zonas de amplitude
local: a zona de Epicheloniceras-Diadochoceras-Eodouvillei-
ceras, do Aptiano, a zona de Douvilleiceras, do Albiano infe-
rior, a zona de Oxytropidoceras, do Albiano médio, e as
zonas de Elobiceras e Mortoniceras-Neokentroceras, do
Albiano superior.
The rich marine macro- and microfaunas have provided
data for multidisciplinary studies of the palaeoecology, palaeo-
biology and biostratigraphy of the Riachuelo Formation (K.
Beurlen, 1961a, 1961b, 1961c, 1962, 1963, 1964a, 1964b,
1964c, 1965a, 1965b, 1968; G. Beurlen, 1968a, 1968b; Kout-
soukos, 1989; Koutsoukos & Bengtson, 1993; Souza-Lima &
Bengtson, 1999a). The fauna dates the formation as ranging
from mid or late Aptian to late Albian. Ammonites are particu-
larly abundant and have provided a firm biochronostratigraphic
control of the basin (Figure 6). The ammonite succession is
divided into five local amplitude zones: the Aptian Epichelo-
niceras-Diadochoceras-Eodouvilleiceras Zone, the lower Al-
bian Douvilleiceras Zone, the middle Albian Oxytropidoceras
Zone, and the upper Albian Elobiceras and Mortoniceras-
Neokentroceras zones.
Formação Cotinguiba (Schaller, 1970)
A Formação Cotinguiba (originalmente Formação Sapucari-
Laranjeiras) foi denominada a partir do amplo vale que corta
as camadas carbonáticas desta unidade. A formação contém
dois membros: Sapucari e Aracaju. O Membro Sapucari
(Figura 30) consiste em calcilutitos e brechas carbonáticas
subordinadas que gradam bacia adentro para as margas e
folhelhos do Membro Aracaju. A formação é extensamente
exposta, principalmente na área de Laranjeiras-Maruim-
Cotinguiba Formation (Schaller, 1970)
The Cotinguiba Formation (formerly Sapucari-Laranjeiras
Formation) is named after the broad valley that crosscuts the
carbonate beds of this unit. The formation contains two mem-
bers: the Sapucari and the Aracaju members. The Sapucari
Member (Figure 30) consists of calcilutites and subordinately
carbonate breccias that grade basinward into the marls and
shales of the Aracaju Member. The formation is extensively
exposed, mainly in the Laranjeiras-Maruim-Carmópolis area.
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
23
Carmópolis. As macro- e microfaunas indicam idade eoce-
nomaniana a mesoconiaciana para esta seqüência. Embora
não tão abundante como a fauna da Formação Riachuelo, a
macrofauna da Formação Cotinguiba é bastante diversifica-
da, incluindo amonóides e bivalves inoceramídeos bioestrati-
graficamente diagnósticos. O primeiro estudo biocronoestra-
tigráfico baseado em amonóides foi realizado por G. Beurlen
(1970), seguido por Reyment & Tait (1972), Reyment et al.
(1976) e Bengtson (1979, 1983). Os inoceramídeos foram
estudados por Kauffman & Bengtson (1985) e Hessel (1986,
1988).
The macro- and microfaunas indicate an early Cenomanian to
mid Coniacian age for this sequence. Although not as abun-
dant as the fauna of the Riachuelo Formation, the Cotinguiba
macrofauna is very diversified, including biostratigraphically
diagnostic ammonites and inoceramid bivalves. The first bio-
chronostratigraphic study based on ammonites was by G.
Beurlen (1970), followed by Reyment & Tait (1972), Reyment
et al. (1976) and Bengtson (1979, 1983). The inoceramids
were studied by Kauffman & Bengtson (1985) and Hessel
(1986, 1988).
Figura 30 - Camadas rítmicas de carbonatos do Membro Sapucari (Formação Cotinguiba) expostas na pedreira Votorantim, próximo a Laranjeiras, Sergipe;
Turoniano médio a inferior.
Figure 30 - Rhythmic carbonate beds of the Sapucari Member (Cotinguiba Formation) exposed in the Votorantim Quarry near Laranjeiras, Sergipe; lower to middle Turonian.
Formação Calumbi (Campbell, 1946)
A Formação Calumbi foi denominada a partir do pequeno
povoado de Calumbi, situado a oeste de Aracaju. É compos-
ta tipicamente por folhelhos verde-oliva e arenitos e siltitos
amarelo-claro. Os escassos afloramentos são, em geral,
pouco fossilíferos, entretanto alguns são muito ricos, em
particular a localidade-tipo às margens do rio do Sal (Figura
31). Apenas recentemente a macrofauna foi estudada em
detalhe, tendo sido publicados resultados preliminares
(Bengtson et al., 1996; Souza-Lima, 1997; Souza-Lima et al.,
1997; Souza-Lima & Bengtson, 1999b; Souza-Lima, 2001). A
formação distribui-se do Santoniano ao Recente, embora
aparentemente apenas camadas do Campaniano superior
estejam expostas.
Calumbi Formation (Campbell, 1946)
The Calumbi Formation is named after the small village of
Calumbi west of Aracaju. It is typically composed of olive-
green shales and pale-yellow sandstones and siltstones. The
scarce outcrops are generally poorly fossiliferous, although
some are rich in fossils, in particular the type-locality on the
Rio do Sal (Figure 31). The macrofauna has only recently
been studied in detail, and preliminary results have been pub-
lished (Bengtson et al., 1996; Souza-Lima, 1997; Souza-Lima
et al., 1997; Souza-Lima & Bengtson, 1999b; Souza-Lima,
2001). The formation as a whole is dated as Santonian to
Recent, although only upper Campanian beds appear to be
exposed.
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
24
Figura 31 - Formação Calumbi na sua localidade-tipo no rio do Sal próximo a Calumbi, Sergipe.
Figure 31 - The Calumbi Formation at its type-locality on the Rio do Sal near
Calumbi, Sergipe.
Formação Marituba (Schaller, 1970)
A Formação Marituba foi denominada a partir da vila de
Marituba, às margens do rio São Francisco, em Alagoas.
Consiste predominantemente em arenitos médios a grossos
distribuídos próximo à atual linha de costa. Até o momento
nenhum fóssil foi encontrado nos poucos afloramentos co-
nhecidos. A formação é datada do Terciário ao Recente.
Marituba Formation (Schaller, 1970)
The Marituba Formation is named after the village of Marituba
on the Rio São Francisco in Alagoas. It consists predominantly
of medium to coarse sandstones that are distributed near the
present coastline. So far no fossils have been found at the few
known outcrops. The formation is dated as Tertiary to Recent.
Formação Mosqueiro (Feijó, 1995)
A Formação Mosqueiro foi denominada a partir da vila de
Mosqueiro, situada às margens do rio Vaza-Barris, em Ser-
gipe. Consiste principalmente em calcarenitos bioclásticos,
sem afloramentos conhecidos. Foraminíferos e fragmentos
de moluscos são os fósseis mais comuns.
Mosqueiro Formation (Feijó, 1995)
The Mosqueiro Formation is named after the village of
Mosqueiro on the Rio Vaza-Barris in Sergipe. It consists
mainly of bioclastic calcarenites, none of which are exposed.
Foraminifers and fragments of molluscs are the most common
fossils.
Grupo Barreiras (Moraes Rego, 1933)
Rochas e sedimentos do Grupo Barreiras cobrem amplas
áreas da bacia de Sergipe-Alagoas. As litologias consistem
em arenitos e conglomerados diversamente consolidados,
pouco selecionados e imaturos. O nome desta unidade deri-
va das feições morfológicas destes sedimentos ao longo de
partes da costa, principalmente no Estado de Alagoas, onde
formam falésias costeiras (“barreiras”; Figura 32 e Figura 33).
Barreiras Group (Moraes Rego, 1933)
Rocks and sediments of the Barreiras Group cover wide-
spread areas of the Sergipe-Alagoas Basin. The lithologies
consist of variously consolidated, poorly sorted and immature
sandstones and conglomerates. The name of the unit derives
from the morphological character of these sediments along
parts of the coast, mainly in the State of Alagoas, where they
form coastal cliffs (Portuguese “barreiras”; Figure 32 and
Figure 33).
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
25
Figura 32 - Fotografia aérea mostrando os “tabuleiros” e falésias costeiras do
Grupo Barreiras próximo a Barra de São Miguel, Alagoas.
Figure 32 - Aerial photograph showing the “tabuleiros” and coastal cliffs of the Barreiras Group near Barra de São Miguel, Alagoas.
Figura 33 - Falésias costeiras do Grupo Barreiras na praia de Lagoa Azeda,
Alagoas.
Figure 33 - Coastal cliffs of the Barreiras Group at Lagoa Azeda beach, Alagoas.
Referências References ASMUS, H. E. & CARVALHO, J. C. 1978. Condicionamento tectônico da sedimentação nas bacias marginais do nordeste do Brasil (Sergipe/Alagoas e
Pernambuco/Paraíba). In: Projeto REMAC, Aspectos estruturais da margem continental leste e sudeste do Brasil. Série Projeto REMAC, 4: 7-24. Rio de Janeiro.
BACELLAR, P. B. & COSTA, M. N. C. 1993. Expressão sísmica da discordância pré-neo-Alagoas - porção nordeste da sub-bacia terrestre de Alagoas. In: Congresso Internacional da Sociedade Brasileira de Geofísica, 3, Rio de Janeiro, 1993. Resumos expandidos, Sociedade Brasileira de Geofí-sica, 1: 163-167. Rio de Janeiro.
BENDER, F. 1957. Stratigraphic Units in Sergipe Basin. DEPEX/SERDESTE, Relatório interno PETROBRAS, 49, 23 pp., 5 mapas. Aracaju. BENGTSON, P. 1979. A bioestratigrafia esquecida - avaliação dos métodos bioestratigráficos no Cretáceo Médio do Brasil. Anais da Academia Brasi-
leira de Ciências, 51(3): 535-544. BENGTSON, P. 1983. The Cenomanian-Coniacian of the Sergipe Basin, Brazil. Fossils and Strata, 12: 1-78, 1 mapa. Universitetsforlaget, Oslo. BENGTSON, P., SOUZA-LIMA, W., TRÖGER, K.-A., KOUTSOUKOS, E.A.M. & ZUCON, M.H. 1996. Campanian ammonites and inoceramids from the
Sergipe Basin, Brazil. 39 Congresso Brasileiro de Geologia, Anais, 7: 421-423. Salvador. BEURLEN, G. 1967. Ammonoidea do complexo Riachuelo-Maruim. Boletim da Sociedade Brasileira de Geologia, 16(2): 79-106. BEURLEN, G. 1969. A fauna do complexo Riachuelo/Maruim. I - Ammonoidea. Boletim Técnico da Petrobrás, 11(4) [para 1968]: 437-482, 1 mapa. BEURLEN, G. 1970. Uma nova fauna de amonóides da Formação Sapucari/Laranjeiras (Cretáceo de Sergipe) - considerações sobre sua bioestratigrafi-
a. Boletim Técnico da Petrobrás, 12(2) [para 1969]: 147-169. BEURLEN, K. 1961a. Die Kreide im Küstenbereich von Sergipe bis Paraiba do Norte (Brasilien). Zeitschrift der Deutschen Geologischen Gesellschaft,
[Jahrgang 1960], 112(3): 378-384. BEURLEN, K. 1961b. Die paläogeographische Entwicklung des südatlantischen Ozeans. Nova Acta Leopoldina, Neue Folge, 24(154): 1-36. BEURLEN, K. 1961c. O Turoniano marinho do Nordeste do Brasil. Boletim da Sociedade Brasileira de Geologia, 10(2): 39-52. BEURLEN, K. 1962. O desenvolvimento paleogeográfico do Oceano Atlântico Sul. Arquivos de Geologia, 2(21): 21-36, Recife. BEURLEN, K. 1963. O termo formação na terminologia estratigráfica, ilustrado com exemplos da formação Maruim e Gramame. Anais da Academia
Brasileira de Ciências, 35(3): 327-338. BEURLEN, K. 1964a. Notas preliminares sobre a fauna da Formação Riachuelo: II. Lamelibrânquios. A. Anisomyaria. Universidade do Recife, Boletim
de Geologia 4: 31-32. Recife - PE. BEURLEN, K. 1964b. Notas preliminares sobre a fauna da Formação Riachuelo: III. Lamelibrânquios. B. Eulamellibranchiata. Universidade do Recife,
Boletim de Geologia 4: 33-35. Recife - PE. BEURLEN, K. 1964c. Notas preliminares sobre a fauna da Formação Riachuelo: IV. Equinóides. Universidade do Recife, Boletim de Geologia 4: 37-
38. Recife - PE. BEURLEN, K. 1965a. Serpulidae na Formação Riachuelo (Cretáceo, Estado de Sergipe). Anais da Academia Brasileira de Ciências, 37(2): 263-266. BEURLEN, K. 1965b. Crustáceos decápodes na Formação Riachuelo (Cretáceo-Sergipe). Anais da Academia Brasileira de Ciências, 37(2): 267-272. BEURLEN, K. 1968. A posição estratigráfica da Formação Riachuelo - (Cretáceo, Sergipe). Boletim da Sociedade Brasileira de Geologia, 17(1): 85-
88. BORGES, J. 1937. Pesquisas de fósseis em Japoatão e Morro do Chaves, Brasil. Serviço Geológico e Mineralógico, Notas preliminares e estudos, 15:
7-11. BRADLEY, C. A. & FERNANDEZ, M. N. 1992. Early Cretaceous paleogeography of Gabon/ northeastern Brazil. A tectonic-stratigrafic model based on
propagating rifts. In R. CURNELLE (ed.): Géologie Africaine [1er Colloque de Stratigraphie et de Paléogéographie des Bassins Sédimentaires Ouest-Africains, 11e Colloque Africain de Micropaléontologie, Libreville, 6-8 May 1991, Recueil des Communications], pp. 17-30. Bulletin des
Centres de Recherches Exploration-Production Elf-Aquitaine, Mémoire, 13. BRANNER, J. C. 1890. The Cretaceous and Tertiary Geology of the Sergipe-Alagoas Basin of Brazil. Transactions of the American Philosophical
Society, 16: 369-434, 5 estampas. BRANNER, J. C. 1913. The Estancia beds of Bahia, Sergipe and Alagoas, Brazil. American Journal of Science, Series 4, 210(35): 619-631. CAMPBELL, D. F. 1946. Preliminary Reconnaissance Report of Sergipe Party/Annual Report of the Sergipe Geological Field Party. Relatório não
publicado do Conselho Nacional do Petróleo, 7, 24 pp., 2 mapas, 3 seções, 1 tabela. Aracaju.
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
26
CARVALHO, M. A. 2001. Paleoenvironmental reconstruction based on palynological and palynofacies analyses of the Aptian-Albian succession in the
Sergipe Basin, northeastern Brazil. Tese de doutorado não publicada, Universität Heidelberg, Geologisch-Paläontologisches Institut. 150 pp., 6 estampas, 4 apêndices.
CONSELHO NACIONAL DO PETRÓLEO 1948a. Relatório de 1946. CNP, 308 pp., 28 figs, numerous unnumbered tables and plates. Rio de Janeiro. [O capítulo “Estado de Sergipe” apresenta um sumário do relatório de D. F. Campbell, S. V. Guedes & S. O. Silva (pp. 135-147, fig.12 e 13, 6 es-tampas não numeradas)].
CONSELHO NACIONAL DO PETRÓLEO 1948b. Relatório de 1947. CNP, 216 pp., 27 figs., várias tabelas e estampas não numeradas. Rio de Janeiro. [O capítulo “Estado de Sergipe” apresenta um sumário dos relatórios de J. L. Carlton na região nordeste de Sergipe, em colaboração com S. V. Gue-des (pp. 79-89, fig.11, 4 estampas não numeradas) e de P. H. Keller sobre trabalhos no vale do rio Sergipe, auxiliado por L. Mota e W. Assis (pp. 89-90, fig. 12)].
CONSELHO NACIONAL DO PETRÓLEO 1949. Relatório de 1948. CNP, 154 pp., 16 figs., várias tabelas e estampas não numeradas. Rio de Janeiro. [O capítulo “Estado de Sergipe” apresenta um sumário dos relatórios de W. T. O’Gara e L. Mota (pp. 77-79, fig. 9)].
CONSELHO NACIONAL DO PETRÓLEO 1951. Relatório de 1950. CNP, 245 pp., 24 figs., várias tabelas e estampas não numeradas. Rio de Janeiro. [O capítulo “Estado de Sergipe” apresenta um sumário dos relatório da United Geophysical Co. S. A. (pp. 96-99, fig. 16, 1 tabela)].
CRUZ, F. E. G. DA; AZAMBUJA FILHO, N. C. DE A.; ARIENTI, L. & HOOK, S. C. 1998. A digital field trip to the Sergipe-Alagoas Basin, northeast-ern Brazil. Associação Brasileira de Geólogos de Petróleo, Digital field trip, 1. [Guia de campo em formato digital - 1 CD-ROM].
FALKENHEIN, F. U. H. (coordenador) 1986. Análise da bacia Sergipe-Alagoas. PETROBRAS/ DEPEX/CENPES. Relatório interno da PETROBRAS, s/nº, 210 pp., 9 volumes com mapas. Aracaju.
FEIJÓ, F. J. 1995. Bacias de Sergipe e Alagoas. Boletim de Geociências da Petrobrás, 8 [para 1994]: 149-161. FERNANDES, G. J. F.; MATOS, Z. V.; FIGUEIREDO, A. M. F.; FISHER, W. L. & BROWN JR., L. F. 1981. Basin analysis of the rift phase and oil and
gas play analysis, Sergipe-Alagoas Basin, Brazil. PETROBRAS/DEPEX. Relatório Interno da PETROBRAS, 875, 59 pp., 39 mapas, 10 seções, 2 figuras. Austin, Texas.
FIGUEIREDO, A. M. F. 1978. Avaliação das perspectivas petrolíferas da bacia Sergipe-Alagoas. PETROBRAS/DEXPRO/DIVEX/SEGEL. Relatório
interno da PETROBRAS, 27 pp. Rio de Janeiro. GAVA, A.; NASCIMENTO, D. A. DO; VIDAL, J. L. B.; GHIGNONE, J. I.; OLIVEIRA, E. P. DE; FILHO, A. L. S. & TEIXEIRA, W. 1983. Geologia.
Mapeamento regional. In: Brasil. Ministério das Minas e Energia. Secretaria Geral. Projeto Radambrasil. Folhas SC.24/25. Aracaju/Recife, pp. 27-252, 1 mapa. Rio de Janeiro.
HARTT, C. F. 1870. Geology and physical geography of Brazil. Fields, Osgood & Co., Boston., xxi + 620 pp., 9 estampas. HENDERSON, J. 1821. A history of the Brazil. Longman, Hurst, Rees, Orme & Brown, London, 522 pp. HESSEL, M. H. R. 1986. Alguns inoceramídeos (Bivalvia) radialmente ondulados do Turoniano inferior de Sergipe. Departamento Nacional da
Produção Mineral, Série Geologia, 27: 227-237. HESSEL, M. H. R. 1988. Lower Turonian inoceramids from Sergipe, Brazil: systematics, stratigraphy and palaeoecology. Fossils and Strata, 22: 1-49.
Universitetsforlaget, Oslo. HUMPHREY, F. L. & ALLARD, G. O. 1969. Geologia da área do Domo de Itabaiana (Sergipe) e sua relação com a geologia do geossinclinal de
Propriá - um elemento tectônico recém-conhecido no escudo brasileiro. Petróleo Brasileiro S.A., Centro de Pesquisas e Desenvolvimento, Divi-são de Documentação Técnica e Patentes, 157 pp. [edição bilíngüe Português e Inglês]
HYATT, A. 1870. Report on the Cretaceous fossils from Maroïm, province of Sergipe, Brazil, in the collection of Professor Hartt. In: HARTT, C. F. Geology and physical geography of Brazil. Boston, Fields, Osgood & Co., pp. 385-393.
KAUFFMAN, E.G. & BENGTSON, P. 1985. Mid-Cretaceous inoceramids from Sergipe, Brazil: a progress report. Cretaceous Research, 6(3): 311-315. KOUTSOUKOS, E. A. M. 1989. Mid- to late Cretaceous microbiostratigraphy, palaeo-ecology and palaeogeography of the Sergipe Basin, northeast-
ern Brazil. Tese de doutorado não publicada, Department of Geological Sciences, Polytechnic South West, Plymouth, 2 volumes, 645 pp., apêndi-ces 1-3, 38 estampas.
KOUTSOUKOS, E. A. M. & BENGTSON, P. 1993. Towards an integrated biostratigraphy of the Upper Aptian-Maastrichtian of the Sergipe-Basin, Brazil. Documents du Laboratoire de Géologie de Lyon, 125: 241-262.
KREIDLER, W. L. & ANDERY, P. A. 1949. Preliminary geological report on the northeastern sedimentary coastal belt of the state of Alagoas and
summary of the petroleum possibilities in the coastal area of the state of Alagoas. Conselho Nacional do Petróleo, 62 pp. LÖFGREN, A. & OLIVEIRA, P. E. DE 1943. Fósseis cretáceos de Aracajú, Sergipe (Sondagem em Ponta da Atalaia). Departamento Nacional da
Produção Mineral, Divisão de Geologia e Mineralogia, Boletim, 106: 1-54, 4 estampas. MAGALHÃES, J. 1952. Contribuição ao conhecimento do Cretácico de Sergipe (calcário Laranjeiras). Revista Científica, 3(1/2): 7-23. MAGALHÃES, J. 1953. Nova espécie de Hoplitóides do Cretáceo de Sergipe. Revista Científica, 4(3/4): 47-53. MAURY, C. J. 1925. Fosseis terciarios do Brasil com descripção de novas formas cretaceas. Serviço Geologico e Mineralogico, Monographia, 4: 1-
705, estampas 1-24, 2 tabelas, 1 mapa. Rio de Janeiro. MAURY, C. J. 1930. O Cretaceo da Parahyba do Norte. Serviço Geologico e Mineralogico, Monographia, 8: 1-305, Album das estampas, i-xxiii,
estampas1-35. Rio de Janeiro. MAURY, C. J. 1937. O Cretaceo de Sergipe. Serviço Geológico e Mineralógico, Monographia, 11: 1-263, 6 tabelas; Album das Estampas, i-xxxv,
estampas1-28. Rio de Janeiro. MENDES, J. M. C. 1994. Análise estratigráfica da seção neo-aptiana/eocenomaniana (Fm. Riachuelo) na área do Alto de Aracaju e adjacências -
bacia de Sergipe-Alagoas. Tese de mestrado não publicada, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 166 pp. MORAES REGO, L. F. DE 1933. Notas sôbre a geologia, geomorfologia e recursos minerais de Sergipe. Anais da Escola de Minas de Ouro Preto, 24:
31-84. Ouro Preto. [MORAES REGO, L. F. DE] 1924. Esboço geologico do Estado de Sergipe. [mapa 1:500 000]. Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil, Rio de
Janeiro. OJEDA, H. A. O. 1982. Structural framework, stratigraphy, and evolution of Brazilian marginal basins. The American Association of Petroleum Ge-
ologists Bulletin, 66(6): 732-749. OJEDA, H. A. O. & FUGITA, A. M. 1976. Bacia Sergipe/Alagoas - Geologia regional e perspectivas petrolíferas. In: Congresso Brasileiro de Geolo-
gia, 28, Porto Alegre, 1974. Anais, 1: 137-158. Sociedade Brasileira de Geologia, São Paulo. OLIVEIRA, A. I. DE 1943. Geologia de Sergipe. Mineração e Metalurgia, Rio de Janeiro. 16 pp., 15 estampas, 1 mapa. OLIVEIRA, P. E. DE 1937. Fósseis de Propriá e Jaboatão, Estado de Sergipe. Serviço Geológico e Mineralógico, Notas preliminares e estudos, 15: 11-
16. OLIVEIRA, P. E. DE 1940. Idade do calcáreo de Calumbi (Sergipe). Divisão de Geologia e Mineralogia, Notas preliminares e estudos, 19: 2-12, 2
estampas.
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
27
PEREIRA, M. J. 1994. Seqüências deposicionais de 2ª/3ª ordens (50 a 2,0 Ma) e tectono-estratigrafia no Cretáceo de cinco bacias marginais do
Brasil - comparações com outras áreas do globo e implicações geodinâmicas. Tese de doutorado não publicada, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2 volumes, 295 pp., 141 figs.
PERRELLA, J. M. DE L.; RICHTER, A. J. & CHAVES, H. A. F. 1963. Relatório sobre o levantamento geológico do nordeste de Sergipe e sudeste de Alagoas. PETROBRAS/SERDESTE/SETEX, Relatório interno PETROBRAS, 83 pp. Maceió.
PERRELLA, J. M. DE L. (coordenador) 1968. Litoestratigrafia da bacia Sergipe-Alagoas, Formação Muribeca, Grupo Sergipe, Fm. Barreiras e sedi-mentos de praia e aluviões. PETROBRAS/DIREX, Comissão de Revisão Estratigráfica. Relatório interno PETROBRAS, 611, parte I, vol. III, 64 pp. Maceió.
PETROBRAS 1960. Basin Study Sergipe-Alagoas Basin. DEPEX/RPNE/DIREX. Relatório interno PETROBRAS, 177, Part 1-A, 120 pp. Maceió. PONTE, F. C. & ASMUS, H. E. 1976. The Brazilian marginal basins - current state of knowledge. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 48
(suplemento): 215-240. RABINOWITZ, P. D. & LABRECQUE, J. 1979. The Mesozoic South Atlantic Ocean and evolution of its continental margins. Journal of Geophysical
Research, 84, 5973-6002. REYMENT, R. A., BENGTSON, P. & TAIT, E. A. 1976. Cretaceous transgressions in Nigeria and Sergipe-Alagoas (Brazil). In: Almeida, F. F. M. de
(Ed.) Continental margins of Atlantic type. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 48(suplemento): 253-264. REYMENT, R. A. & TAIT, E. A. 1972. Biostratigraphical dating of the early history of the South Atlantic Ocean. Philosophical Transactions of the
Royal Society of London, Series B. Biological Sciences, 264 [858]: 55-95, 3 estampas, 1 mapa. RICHTER, A. J. & SIMÕES, I. A. (compiladores) 1975. Carta geológica da bacia Sergipe/Alagoas [1:50000]. 33 folhas. PETROBRAS S. A.,
Departamento Nacional da Produção Mineral. Rio de Janeiro. SCHALLER, H. 1970. Revisão estratigráfica da Bacia de Sergipe/Alagoas. Boletim Técnico da Petrobrás, 12(1) [para 1969]: 21-86. SOPPER, R. H. 1914. Geologia e supprimento d’agua subterranea em Sergipe e no nordéste da Bahia. Inspectoria Federal de Obras Contra as Seccas
(Serie I, D-Geologia), Publicações, 34: 1-103, figs. 1-15, fotografiass 1-80, 2 estampas não numeradas, 1 mapa. Rio de Janeiro. [2nd ed. 1923; pp. 1-96].
SOUZA-LIMA, W. 1997. Macrofaunas campanianas e ambientes deposicionais da Formação Calumbi, bacia de Sergipe-Alagoas, Brasil. In: Congresso Brasileiro de Paleontologia, 15, São Pedro. Sociedade Brasileira de Paleontologia, Boletim de Resumos, p. 152.
SOUZA-LIMA, W. 2001. Macrofaunas campanianas e ambientes deposicionais da Formação Calumbi, bacia de Sergipe-Alagoas, Brasil. Tese de doutorado não publicada, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geologia, Rio de Ja-neiro, xxxii + 366 pp.
SOUZA-LIMA, W. & BENGTSON, P. 1999a. O amonóide Cleoniceras no Albiano inferior da Bacia de Sergipe, Brasil. In D. Dias-Brito, J. C. de Castro & R. Rohn: Boletim do 5° Simpósio sobre o Cretáceo do Brasil, 1er Simpósio sobre el Cretácico de América del Sur [Serra Negra, SP, Brasil, 29.08.-02.09.99], 583-589. UNESP, Rio Claro, SP.
SOUZA-LIMA, W. & BENGTSON, P. 1999b. Evidence for cold-water currents and upwelling in the late Campanian of the Sergipe Basin, Brazil. In D. A. CAMPOS, A. W. A. KELLNER, R. IANNUZZI & N. SIERRA-RAMÍREZ (eds): XVI Congresso Brasileiro de Paleontologia [Crato, Ceará, 1-7 Au-gust 1999], Boletim de resumos, 112-113.
SOUZA-LIMA, W.; ZUCON, M. H. & CARVALHO, I. DE S. 1997. Um mosassauro no Campaniano da Bacia de Sergipe-Alagoas, Nordeste do Brasil. In: Congresso Brasileiro de Paleontologia, 15, São Pedro, São Paulo. Sociedade Brasileira de Paleontologia, Boletim de Resumos, p. 95.
VAN DER VEN, P. H.; CAINELLI, C. & FERNANDES, G. J. F. 1989. Bacia de Sergipe-Alagoas: geologia e exploração. Boletim de Geociências da
Petrobrás, 3(4): 307-319. Rio de Janeiro. WHITE, C. A. 1887. Contribuições á paleontologia do Brazil. Archivos do Museu Nacional do Rio de Janeiro, 7: 1-273, estampas 1-28. Rio de Janei-
ro. Agradecimentos - Agradecemos a Ben Hathway, University
of Greenwich, UK, pela leitura do manuscrito e melhoramen-
to do inglês, Francisco Eduardo G. da Cruz pela permissão
em usar algumas das fotografias inseridas no texto e Cândi-
da C. da Cruz Salvador e Arlete C. da Cruz pela elaboração
da ficha catalográfica.
Acknowledgements - We thank Ben Hathway, University of
Greenwich, UK, for reading the manuscript and improving the
English, Francisco Eduardo G. da Cruz for allowing the use of
some photographs inserted in the text and Cândida C. da
Cruz Salvador and Arlete C. da Cruz for elaborating the cata-
logue card.
Fundação Paleontológica Phoenix
Desde a segunda metade do século 19 a bacia de Sergipe-
Alagoas tem tido um importante papel no estudo da geolo-
gia do Brasil. Sua principal atração é a sucessão marinha
extraordinariamente exposta e praticamente completa, rica
em fósseis, que registra os vários estágios da abertura e
evolução do oceano Atlântico Sul durante o Cretáceo. En-
tretanto, apesar da importância da bacia e do valor científi-
co de seus fósseis, mesmo após mais de 100 anos de
pesquisa paleontológica, não havia nenhum museu paleon-
tológico que pudesse gerir uma coleção de referência pa-
Fundação Paleontológica Phoenix
Since the second half of the 19th century the Sergipe-
Alagoas Basin has played an important role in the study of
the geology of Brazil. Its main attraction lies in its richly fos-
siliferous, well exposed and nearly complete marine suc-
cession that records the various stages of the opening and
evolution of the South Atlantic Ocean during the Creta-
ceous. However, despite the importance of the basin and
the scientific value of its fossils, still after over a hundred
years of palaeontological work, there was no palaeontologi-
cal museum to hold a palaeontological reference collection
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
28
leontológica no Estado de Sergipe. Tentando preencher
esta lacuna, um grupo de pesquisadores, constituído prin-
cipalmente por geólogos e biólogos, criou a Fundação Pa-
leontológica Phoenix, uma fundação não-governamental,
sem fins lucrativos.
Com sede em Aracaju, a capital de Sergipe, os princi-
pais objetivos da Fundação Phoenix são a coleta, preser-
vação e exibição dos fósseis da bacia de Sergipe-Alagoas
em um museu paleontológico, tornando a coleção acessí-
vel ao público e, em particular, ao estudo científico. A fun-
dação vinha atuando informalmente por mais de cinco a-
nos, tendo adquirido seu status jurídico definitivo em 22 de
Abril de 1999. Durante estes anos, formou-se uma coleção
com mais de 20.000 espécimes de macrofósseis, em con-
tínuo crescimento. Parte da coleção está classificada e ca-
talogada, utilizando um programa especialmente desenvol-
vido.
Além de levantar fundos e suporte físico para a criação
de um museu paleontológico em Sergipe, a fundação de-
senvolve várias outras atividades:
• Publica um boletim mensal, o “Phoenix” (ISSN 1517-
7351), que visa divulgar a paleontologia e geologia da
bacia de Sergipe-Alagoas e outros tópicos relacionados
à paleontologia do Brasil. O boletim é distribuído para
as principais instituições públicas e privadas brasileiras
que desenvolvem atividades geológicas e paleontológi-
cas, e também para algumas instituições em outros pa-
íses da América do Sul, Europa e América do Norte.
• As atividades educativas da fundação compreendem
aulas e cursos no campo, coletas e assistência técnica
em feiras de ciências para alunos do ensino médio e
fundamental. Palestras são também dadas em univer-
sidades e associações profissionais.
• Coleta dados para a implementação de um roteiro edu-
cacional geológico-paleontológico na bacia de Sergipe-
Alagoas.
• Desenvolve projetos para a preservação dos mais im-
portantes afloramentos da bacia. Como prioridade ur-
gente têm-se a proteção de afloramentos excepcionais
e clássicos em face da progressiva expansão da ocu-
pação humana e atividades de mineração na região.
in the state of Sergipe. Trying to fill this gap, a group of re-
searchers comprising mainly geologists and biologists cre-
ated a non-profit, non-governmental foundation, the Funda-
ção Paleontológica Phoenix.
With headquarters in Aracaju, the capital of Sergipe, the
main objectives of the Phoenix Foundation are to collect,
preserve and exhibit the fossils of the Sergipe-Alagoas Ba-
sin in a palaeontological museum, making the collections
accessible to the public and, in particular, for scientific
study. The foundation has been active informally for five
years and acquired its definitive legal status on 22 April
1999. During these years, a collection of over 20,000
specimens of macrofossils has been brought together and
is continuously growing. Parts of the collection have been
classified and catalogued, using specially developed soft-
ware.
Besides raising funds and physical support to create a
palaeontological museum in Sergipe, the foundation devel-
ops several other activities:
• It publishes a monthly bulletin, the “Phoenix” (ISSN
1517-7351), which aims at propagating the palaeontol-
ogy and geology of the Sergipe-Alagoas Basin and
other topics related to Brazilian palaeontology. The bul-
letin is distributed to Brazilian public and private institu-
tions that develop geological and palaeontological ac-
tivities and also to some institutions in other South
American countries, Europe and North America.
• Its educational activities comprise class and field lec-
tures, collecting and technical assistance at science
fairs for elementary and primary school students. Lec-
tures are also given at universities and to professional
societies.
• It collects data for the implementation of a geological-
palaeontological educational route in the Sergipe-
Alagoas Basin.
• It develops projects for the preservation of the most im-
portant outcrops in the basin. An urgent priority is the
protection of exceptional and classical outcrops in the
face of the progressive expansion of human occupation
and quarrying activities in the region.
Projetos de pesquisa recém-concluídos (C),
Recently concluded (C), ongoing (O) and
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
29
em andamento (A) e planejados (P) na suces-
são marinha da sub-bacia de Sergipe
(listados em ordem estratigráfica) Palinologia e palinofácies do Aptiano: M.A. Carvalho (proje-
to PhD, Univ. Heidelberg), P. Bengtson (Univ. Heidelberg) - C
Amonoides do Aptiano-Albiano inferior: M.H. Zucon (proje-
to PhD, Univ. Fed. Bahia), P. Bengtson - A
Ostracodes do Aptiano-Maastrichtiano: M.C. Viviers (PE-
TROBRAS, Rio de Janeiro), E.A.M. Koutsoukos (PETROBRAS,
Rio de Janeiro), A.C. Silva-Telles Jr. (Perez-Companc S.A., Cara-
cas), P. Bengtson - C
Estratigrafia integrada do Aptiano-Maastrichtiano com
base em amonóides e foraminíferos: P. Bengtson, E.A.M.
Koutsoukos - A
Equinóides do Albiano: C.L.C. Manso (projeto PhD, Univ.
Fed. Bahia), P. Bengtson, W. Souza-Lima (Fundação Paleontoló-
gica Phoenix, Aracaju) - A
Estratigrafia integrada do Albiano médio-superior com
base em amonóides e inoceramídeos: W. Souza-Lima - A
Braquiópodes do Albiano: W. Souza-Lima, V.M.M. Fonseca
(Museu Nacional, Rio de Janeiro) - A
Cleoniceras do Albiano: W. Souza-Lima, P. Bengtson - A
O gênero Neithea no Cretáceo do Brasil: E. de J. Andrade
(Fundação Paleontológica Phoenix, Aracaju), W. Souza-Lima, J.
Seeling (Univ. Heidelberg) - A
Análise de microfácies do Albiano: D. Dias-Brito (UNESP,
Rio Claro), P. Bengtson - P
Análise paleoambiental e microfaciológica do Albiano
superior: C.V. Turbay (projeto MSc, Univ. Est. Rio de Janeiro),
P. De Cesero (Univ. Est. Rio de Janeiro, Rio de Janeiro), E.A.M.
Koutsoukos - A
Nautilóides cenomanianos: P. Bengtson, J. Samuelsson
(Univ. Ghent) - A
Variações do nível do mar no Cenomaniano: A.S. Gale
(Univ. Greenwich), B. Hathway (Univ. Greenwich), J. Hardenbol
(Global Sequence Chronostratigraphy Inc., Houston), P. Bengtson
- A
Bivalves e equinóides do limite Cenomaniano-Turoniano:
J. Seeling, P. Bengtson - A
Dinoflagelados do limite Cenomaniano-Turoniano: C.
Cunha Lana (PETROBRAS, Rio de Janeiro), E.A.M. Koutsoukos,
P. Bengtson - A
planned (P) research projects on the marine
succession of the Sergipe Sub-basin
(listed in stratigraphical order) Aptian palynology and palynofacies: M.A. Carvalho (PhD
project, Univ. Heidelberg), P. Bengtson (Univ. Heidelberg) - C
Aptian-lower Albian ammonites: M.H. Zucon (PhD project,
Univ. Fed. Bahia), P. Bengtson - O
Aptian-Maastrichtian ostracodes: M.C. Viviers (PETRO-
BRAS, Rio de Janeiro), E.A.M. Koutsoukos (PETROBRAS, Rio
de Janeiro), A.C. Silva-Telles Jr. (Perez-Companc S.A., Caracas),
P. Bengtson - C
Aptian-Maastrichtian integrated ammonite and foramini-
fer stratigraphy: P. Bengtson, E.A.M. Koutsoukos - O
Albian echinoids: C.L.C. Manso (PhD project, Univ. Fed.
Bahia), P. Bengtson, W. Souza-Lima (Fundação Paleontológica
Phoenix, Aracaju)- O
Middle to Upper Albian integrated ammonite and inoce-
ramid stratigraphy: W. Souza-Lima - O
Albian brachiopods: W. Souza-Lima, V.M.M. Fonseca
(Museu Nacional, Rio de Janeiro) - O
Albian Cleoniceras: W. Souza-Lima, P. Bengtson - O
The genus Neithea in the Cretaceous of Brazil: E. de J.
Andrade (Fundação Paleontológica Phoenix, Aracaju), W. Souza-
Lima, J. Seeling (Univ. Heidelberg) - O
Albian microfacies analysis: D. Dias-Brito (UNESP, Rio
Claro), P. Bengtson - P
Upper Albian microfacies and paleoenvironmental
analysis: C.V. Turbay (MSc Project, Univ. Est. Rio de Janeiro), P.
De Cesero (Univ. Est. Rio de Janeiro, Rio de Janeiro), E.A.M.
Koutsoukos - O
Cenomanian nautiloids: P. Bengtson, J. Samuelsson (Univ.
Ghent) - O
Cenomanian sea-level changes: A.S. Gale (Univ. Green-
wich), B. Hathway (Univ. Greenwich), J. Hardenbol (Global Se-
quence Chronostratigraphy Inc., Houston), P. Bengtson - O
Cenomanian-Turonian boundary bivalves and echi-
noids: J. Seeling, P. Bengtson - O
Cenomanian-Turonian boundary dinoflagellates: C. Cu-
nha Lana (PETROBRAS, Rio de Janeiro), E.A.M. Koutsoukos, P.
Bengtson - O
Cenomanian-Turonian boundary palaeoenvironmental
evolution: S. Walter (PhD project, Univ. Heidelberg), P. Bengtson
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
30
Evolução paleoambiental no limite Cenomaniano-
Turoniano: S. Walter (projeto PhD, Univ. Heidelberg), P. Bengt-
son - C
Bioestratigrafia com base em amonóides do Cenomania-
no-Turoniano na área de Laranjeiras: C.T. da Silva (projeto
MSc, Univ. Fed. Bahia), P. Bengtson - A
Amonóides do Cenomaniano-Coniaciano: P. Bengtson, S.
Bengtson (Univ. Heidelberg) - A
Inoceramídeos do Cenomaniano-Coniaciano: E.G. Kauff-
man (Univ. Indiana, Bloomington), P. Bengtson - A
Bivalves não-inoceramídeos do Cenomaniano-
Coniaciano: J. Seeling, P. Bengtson - A
Seláquios do Cenomaniano-Coniaciano: H. Cappetta (U-
niv. Montpellier), P. Bengtson - A
Roveacrinídeos do Cenomaniano-Coniaciano: B. Ferré
(Saint Etienne du Rouvray, France), P. Bengtson - A
Gastrópodes do Cenomaniano-Coniaciano: N. Burrer & S.
Dietzel (projeto MSc, Univ. Heidelberg), P. Bengtson - A
Braquiópodos do Turoniano: L. Holmer (Univ. Uppsala), P.
Bengtson - A
Ciclicidade orbital no Turoniano: A.A.S. Cunha (projeto
PhD, PETROBRAS, Rio de Janeiro), E.A.M. Koutsoukos - C
Bioestratigrafia com base em palinomorfos do Turoniano
na área de Laranjeiras: P. R. Silva-Santos (PETROBRAS, proje-
to MSc, Univ. Fed. Rio Grande do Sul) - A
Eventos biológicos no Turoniano-Coniaciano: E. de J.
Andrade, W. Souza-Lima - A
Estratigrafia integrada de alta resolução do Turoniano e
porção mais basal do Coniaciano: P. Bengtson, E.J. Andrade
(projeto PhD, Univ. Heidelberg) - A
Macrofaunas e ambientes deposicionais do Campaniano-
Maastrichtiano: W. Souza-Lima (projeto PhD, Univ. Fed. Rio de
Janeiro) - C
Mosassauros do Campaniano: W. Souza-Lima, I.S. Carva-
lho (Univ. Fed. Rio de Janeiro) - A
Bioestratigrafia e paleogeografia do Campaniano-
Maastrichtiano: P. Bengtson, W. Souza-Lima, K.-A. Tröger (Ber-
gakademie Freiberg), E.A.M. Koutsoukos, J.A. Burnett (University
College London) - A
Amonóides do Campaniano-Maastrichtiano: P. Bengtson,
W. Souza-Lima - A
Análise de proveniência dos arenitos marinhos do Cam-
paniano-Maastrichtiano: G.C. Pinho (PETROBRAS), W. Sou-
- C
Ammonite biostratigraphy of the Cenomanian-Turonian
succession in the Laranjeiras area: C.T. da Silva (MSc project,
Univ. Fed. Bahia), P. Bengtson - A
Cenomanian-Coniacian ammonites: P. Bengtson, S.
Bengtson (Univ. Heidelberg) - O
Cenomanian-Coniacian inoceramids: E.G. Kauffman
(Univ. Indiana, Bloomington), P. Bengtson - O
Cenomanian-Coniacian non-inoceramid bivalves: J.
Seeling, P. Bengtson - O
Cenomanian-Coniacian selachians: H. Cappetta (Univ.
Montpellier), P. Bengtson - O
Cenomanian-Coniacian roveacrinids: B. Ferré (Saint
Etienne du Rouvray, France), P. Bengtson - O
Cenomanian-Coniacian gastropods: N. Burrer & S. Dietzel
(MSc project, Univ. Heidelberg), P. Bengtson - O
Turonian brachiopods: L. Holmer (Univ. Uppsala), P.
Bengtson - O
Turonian orbital cyclicity: A.A.S. Cunha (PhD project, PE-
TROBRAS, Rio de Janeiro), E.A.M. Koutsoukos - C
Palinomorph biostratigraphy of the Turonian succession
in the Laranjeiras area: P. R. Silva-Santos (PETROBRAS, MSc
project , Univ. Fed. Rio Grande do Sul) - O
Biologic events in the Turonian-Coniacian: E. de J. An-
drade, W. Souza-Lima - O
Turonian and lowermost Coniacian integrated high-
resolution stratigraphy: P. Bengtson, E.J. Andrade (PhD project,
Univ. Heidelberg) - O
Campanian-Maastrichtian macrofaunas and depositional
environments: W. Souza-Lima (PhD project, Univ. Fed. Rio de
Janeiro) - C
Campanian mosasaurs: W. Souza-Lima, I.S. Carvalho
(Univ. Fed. Rio de Janeiro) - O
Campanian-Maastrichtian biostratigraphy and palae-
ogeography: P. Bengtson, W. Souza-Lima, K.-A. Tröger (Berga-
kademie Freiberg), E.A.M. Koutsoukos, J.A. Burnett (University
College London) - O
Campanian-Maastrichtian ammonites: P. Bengtson, W.
Souza-Lima - O
Campanian-Maastrichtian marine sandstones - prove-
nance analysis: G.C. Pinho (PETROBRAS), W. Souza-Lima - O
Fundação Paleontológica Phoenix Edição especial 1
31
za-Lima - A
Informações gerais General information
Corpo técnico / Technical staff
Wagner Souza Lima - Geólogo (DSc)
Rosana Souza Lima - Biólogo (MSc)
Edilma de Jesus Andrade - Biólogo (MSc)
Ismar de Souza Carvalho - Geólogo (DSc)
Paulo Roberto Silva Santos - Geólogo
Osmário Resende Leite - Geólogo (PhD)
Cynthia L. de C. Manso - Biólogo (MSc)
Paulo César Galm - Geólogo
Ricardo Souza Lima - Eng. Computação
Aurivonele F. Lima - Contador
Rua Geraldo Menezes de Carvalho, 218
Suissa - 49050-750 Aracaju - Sergipe - Brasil
fund.phoenix@sergipe.com.br
www.fundphoenix.cjb.net
top related