RENTABILIDADE DA PRODUÇÃO DE PALMITO PUPUNHA
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ELISANDRA CARINA AMENDOLA
RENTABILIDADE DA PRODUÇÃO DE PALMITO PUPUNHA
(Bactris gasipaes) NO VALE DO RIBEIRA - SÃO PAULO
CURITIBA
2014
CURITIBA
2014
ELISANDRA CARINA AMENDOLA
RENTABILIDADE DA PRODUÇÃO DE PALMITO PUPUNHA
(Bactris gasipaes) NO VALE DO RIBEIRA - SÃO PAULO
Trabalho apresentado para obtenção parcial do título de em Especialista em Gestão do Agronegócio, no curso de Pós-Graduação em MBA em Gestão do Agronegócio, do Departamento de Economia Rural e Extensão, Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná. Orientador: MsC Silvio Krinski
AGRADECIMENTOS
Dedico este trabalho a todos aqueles que me apoiaram durante este
processo.
Epigrafe
"Quem ainda não pode conduzir seu navio através de pesadas
tempestades não é um capitão de pleno valor."
Abdrushin
“O sapo não pula por boniteza, mas por precisão”
Guimarães Rosa
SUMÁRIO
RESUMO ........................................................................................................................................ 8
ABSTRACT ...................................................................................................................................... 9
1. INTROUÇÃO ......................................................................................................................... 10
2. OBJETIVOS ........................................................................................................................... 12
2.1. OBJETIVO GERAL ................................................................................................................. 12
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................................... 12
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................................... 13
3.1. DESCRIÇÃO DA REGIÃO DE ESTUDO ................................................................................... 13
3.2. CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DA PUPUNHA .............................................................. 15
3.3. ANÁLISE DE INVESTIMENTO ................................................................................................ 19
4. METODOLOGIA .................................................................................................................... 21
4.1. VIABILIDADE ECONÔMICA .................................................................................................. 21
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................................ 22
6. CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 26
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 27
ANEXO I ....................................................................................................................................... 30
LISTA DE TABELAS
Tabela 02- Valores obtidos de VPL, a TIR e o Payback Descontado ....................................... 23
LISTA DE FIGURAS
Figura 01- Munícipios que integram o Vale do Ribeira –SP, em destaque o IDHM de 2010 ... 12
Figura 02- Distribuição de área cultivada e número de produtores, 2007/2008 ....................... 13
8
RESUMO
A pupunheira (Bactris gasipaes) é uma planta originária da região tropical das
Américas onde seus frutos formam a base da alimentação da população local.
O cultivo da pupunheira intensificou-se no inicio dos anos 70 devido a
exploração predatória da palmeira Jussara na região sudeste do Brasil. No
Estado de São Paulo, o Vale do Ribeira é a região com maior produção, nos
últimos anos a área plantada cresceu de 10 a 15 % na região. Diante da
importância do palmito pupunha para o Vale do Ribeira, o presente projeto
analisou a implantação de um investimento em produção do palmito da
pupunheira, no Vale do Ribeira – SP através da determinação da Taxa Interna
de Investimento (TIR), do Valor Presente Líquido (VPL) e do Payback
Descontado, considerando os manejos utilizados pelos produtores rurais desta
região. Após as análises verificou-se que a implantação desta cultura é
economicamente viável.
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ABSTRACT
The peach palm (Bactris gasipaes) is a plant native to the tropical region of the
Americas where its fruit form the staple diet of the local population. The peach
palm cultivation intensified in the early '70s due to predatory exploitation of the
palm Jussara in southeastern Brazil. In São Paulo, Vale do Ribeira is the region
with the highest production in recent years the area planted grew 10-15% in the
region. Given the importance of the peach palm, this project examined the
deployment of an investment in the production peach palm, in the Vale do
Ribeira - SP by determining the Internal Rate of Return (IRR), Net Present
Value (NPV) and Payback, considering the managements used by the farmers
of this region. After analysis it was found that the implementation of this culture
is economically feasible.
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1. INTROUÇÃO
A pupunheira (Bactris gasipaes) é uma planta originária da região
tropical das Américas onde seus frutos formam a base da alimentação da
população local. O cultivo da pupunheira intensificou-se no inicio dos anos 70
devido a exploração predatória da palmeira Jussara na região sudeste do
Brasil. O sucesso desta exploração está relacionado a precocidade, rusticidade
e perfilhamento da planta (GUERREIRO, 2002).
A produção de palmito brasileira é destinada ao mercado interno, pois
dados das exportações de palmito mostram uma grande queda desde 1993,
onde foram exportados 11.989 t, até 2010, onde deste total exportou-se apenas
1.282 t. O mercado externo tem sido dominado pelo Equador e Costa Rica
(RODRIGUES, 2011).
Grande parte da produção da região sudeste está localizada nos
Estados de São Paulo, Espirito Santo e Rio de Janeiro. No Espirito Santo e Rio
de Janeiro a produção concentra-se com pequenos produtores organizados em
associações ou cooperativas e a produção é envasada para a venda in natura.
No estado de São Paulo, o Vale do Ribeira é a região com maior produção, nos
últimos anos a área plantada cresceu de 10 a 15 % na região. Em 2011, havia
cerca de 4.000 ha de área plantada com pupunha (RODRIGUES, 2011).
Segundo Rodrigues (2011), o preço pago ao produtor vem aumentando
ao longo dos anos. Em 2007/2008 o preço do vidro de 300g de primeira pagava
ao produtor R$ 1,80 e o de segunda R$ 0,50. Em 2011, pagava-se,
respectivamente, R$2,20 e R$0,70. As agroindústrias recebiam R$4,33, em
2007/2008 por caixa com 15 vidros de 300g e, em 2011, R$6,00
(RODRIGUES, 2011). Ao longo do ano, existe uma baixa oferta de matéria-
prima para as agroindústrias que, consequentemente, reduzem sua produção;
para suprir a demanda das agroindústrias é necessário dobrar o número de
palmeiras plantadas (RODRIGUES, 2011).
Segundo Almeida et al. (2011), o principal problema do cultivo da
pupunha no Vale do Ribeira está relacionado a assistência técnica
especializada pois faltam especialistas no assunto que conheçam as
necessidades da cultura na condições edafoclimáticas do Vale do Ribeira. O
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comércio do palmito in natura, nesta região, é crescente e significativo devido a
proximidade com grande centros como São Paulo e a baixada Santista
(RODRIGUES, 2011).
Estudos realizados por Cordeiro e Silva (2010), concluíram que o
cultivo da pupunha possui elevada viabilidade econômica e baixo risco de
investimento. Segundo Borges (2011), que realizou estudos sobre o cultivo da
pupunha como alternativa econômica no Distrito Federal, concluiu que quando
o produtor mantêm sua produção organizada e respeitando as leis ambientais
ele obtêm um padrão de vida razoável e possibilita a permanência do homem
no campo.
Casarotto e Kopittke (2010), destacam que a implantação de um
projeto deve considerar critérios econômicos, como a rentabilidade do
investimento, critérios financeiros, como a disponibilidade de recursos, e
critérios imponderáveis como fatores não conversíveis em dinheiro. Diante da
importância do palmito pupunha para o Vale do Ribeira, o presente trabalho
tem como objetivo realizar a análise da implantação de um investimento em
produção do palmito da pupunheira, no Vale do Ribeira – SP através da
determinação da Taxa Interna de Investimento (TIR), do Valor Presente Líquido
(VPL) e do Payback Descontado. Existem muitos artigos científicos abordando
a análise de investimentos na produção de pupunha, porém poucos
direcionados para a região do Vale do Ribeira – SP, portanto, o presente
projeto poderá auxiliar os pequenos e médios agricultores da região na análise
de seus investimentos.
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2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
Realizar a análise da implantação de um investimento em produção do
palmito da pupunheira, no Vale do Ribeira – SP
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Calcular o custo de produção do palmito pupunha,
considerando os manejos utilizados na região do Vale do
Ribeira – SP;
b) Determinar a Taxa Interna de Retorno do Investimento (TIR),
do Valor Presente Líquido (VPL) e do Payback Descontado
de um investimento em produção do palmito da pupunheira,
no Vale do Ribeira – SP;
c) Determinar a viabilidade econômica da produção.
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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1. DESCRIÇÃO DA REGIÃO DE ESTUDO
A região denominada Vale do Ribeira - SP pertence a bacia
hidrográfica do rio Ribeira de Iguape, com área aproximada de 18.112 Km²,
sendo composto por 25 municípios, sendo eles: Iguape, Iporanga, Itaóca, Itariri,
Jacupiranga, Juquiá, Juquitiba, Pariquera-Açu, Pedro de Toledo, Peruíbe,
Registro, Sete Barras, Ilha Comprida, Apiaí, Barra do Chapéu, Barra do Turvo,
Eldorado, Itapirapuã Paulista, Miracatu, Ribeira, Ribeirão Branco, São
Lourenço da Serra, Tapiraí, Cajati e Cananéia. Sua população é de
aproximadamente 443 mil habitantes, sendo que cerca de 25 % dela vive na
zona rural. A região possui cerca de 7 mil agricultores familiares, 159 famílias
assentadas, 33 comunidades quilombolas e 13 terras indígenas (TERRITÓRIO
DA CIDADANIA, 2013).
Na figura 01 é possível visualizar os municípios que fazem parte do
Vale do Ribeira- SP, em destaque pode-se observar o Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de cada Município. Observa-se
que metade dos municípios da região possuem IDHM considerado médio e que
todos os municípios apresentam IDHM inferiores a média do Estado de São
Paulo que é 0,783 (SIG-RB, 2013). Com estes dados conclui-se que a região
possui grandes carências, pois o IDHM é determinado a partir de parâmetros
que consideram longevidade, educação e renda (ATLAS DO
DESENVOLVIMENTO HUMANO NO BRASIL, 2013). Os valores do IDH desta
região indicam a necessidade de políticas públicas que incentivem o
desenvolvimento da região.
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Figura 01- Munícipios que integram o Vale do Ribeira – SP, em destaque o IDHM de 2010. Fonte: Sistema de Informações Geográficas da Bacia do Ribeira de Iguape e Litoral Sul.
Segundo dados da Secretária de Agricultura e Abastecimento, nos
anos de 2007/2008, no Escritório Regional de Desenvolvimento de Registro –
SP, possuía 6.126 unidade de produção agropecuária, sendo que destas 199
unidades de produção agropecuária com 1,2 ha, 1.143 unidades de produção
agropecuária com 2,5 ha, 1.204 unidades de produção agropecuária com 5,1
ha, 1.599 unidades de produção agropecuária com 10,2 ha e 2.564 unidades
de produção agropecuária com 20,5 ha. As unidades de produção
agropecuária empregavam 3.245 trabalhadores permanentes. Ainda, segundo
a Secretaria de Agricultura e Abastecimento, esta região, possuía em
2007/2008, 476 UPAs produtoras de palmito com 12,4 ha em média e 459
UPAs produtoras de pupunha com 4,6 ha em média. O gráfico, apresentado
na figura 02, mostra a distribuição geográfica da área cultivada e número de
produtores de pupunha, nos anos de 2007/2008, observa-se que o destaque do
Escritório Regional de Desenvolvimento de Registro com grande área cultivada
e em número de produtores.
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Figura 02- Distribuição de área cultivada e número de produtores, 2007/2008 Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA.
3.2. CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DA PUPUNHA
As principais características da pupunha, que incentivam a sua
produção são a precocidade, o perfilhamento e a ausência de espinhos em
algumas variedades (GUERREIRO, 2002). Para Borges (2011), esta cultura
obtém alta produtividade quando cultivado em solos profundos, bem drenados,
ricos em matéria orgânica, com textura média a argilosa, relevo plano a
ligeiramente ondulado e com nível de fertilidade de média a alta.
Por originar-se de uma região úmida, a pupunha necessita de índices
pluviométricos superiores a 2.000 mm, distribuídos ao longo do ano, e nos
períodos de seca os índices pluviométrico devem ser superiores a 60 mm. A
temperatura média ideal de cultivo é de 21ºC, com umidade relativa do ar na
faixa de 80% a 90% (SANTOS et. al, 2007).
A pupunha pode ser cultivada em diversos tipos de solo, porém ela não
suporta solos encharcados e mal drenados. A cultura, normalmente, necessita
de adubação e calagem por isso é importante realizar a análise do solo antes
do plantio. Após o plantio ou no berço das plantas, é recomendado a utilização
16
da adubação com esterco. Durante o desenvolvimento da planta o ideal é que
a mesma possua 4 perfilhos (BORGES, 2011).
As plantas devem ser cultivadas em áreas com alta incidência de luz
solar. A época ideal de plantio inicia-se a partir da segunda quinzena de
outubro e deve ser encerrado em fevereiro, o período ideal de plantio deve-se a
sensibilidade da planta a geada (SANTOS et. al, 2007).
Para se obter uma elevada produtividade a espécie deve ser cultivada
em solos profundo, bem drenados, ricos em matéria orgânica, com textura
média a argilosa, relevo plano a ligeiramente ondulado e com fertilidade média
ou alta (SANTOS et. al, 2007).
A maior parte das sementes são originadas do Peru ou do estado do
Amazonas. A frutificação da espécie ocorre de dezembro a maio. Cada
quilograma de semente pode possuir de 300 a 500 unidades de sementes. Os
frutos devem ser coletados quando estiverem maduros e as sementes devem
ser imediatamente retiradas (SANTOS et. al, 2007).
Para a germinação das sementes pode-se utilizar vários substratos. As
sementes devem ficar cobertas com o substratos, a camada da cobertura pode
variar ente 2 cm a 3 cm. A germinação ocorre entre 60 a 120 dias após a
semeadura, sendo que, apenas 70 % das sementes germinarão. Plântulas
germinadas após 150 dias devem ser descartadas, pois elas originarão
indivíduos inferiores em desenvolvimento e produção (SANTOS et. al, 2007).
Diversos substratos podem ser utilizados no plantio das plântulas. Silva
et. al (2006), testou o desenvolvimento das plântulas utilizando os seguintes
substratos: Plantmax HT, areia, terra (latossolo roxo) e outro com proporções
iguais de terra, areia e esterco (TAE). Entre os substratos testados, os mais
adequados para crescimento inicial de mudas de Bactris gasipaes Kunth foram
o TAE e o Plantmax.
As plântulas deverão ser transportadas ao atingirem a altura de 5 a 10
cm ou quando as folhas começarem a se abrir. Recomenda-se que as
plântulas com espinhos, as albinas, as mal formadas e as oriundas de
germinação tardia sejam descartadas (SANTOS et. al, 2007).
O momento ideal para o plantio é quando a muda possui 6 folhas e,
aproximadamente, 40 cm de altura. O ideal é realizar o plantio em dias
nublados com o solo úmido. As plantas sentirão o transplante para o campo e
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apresentarão crescimento reduzido nos primeiros 6 meses. Como as plantas
estarão mais susceptíveis, neste período elas poderão ser atacadas por
fungos, como a Antracnose. As plantas também poderão sofrer o ataque de um
coleóptero grande do gênero Rhynchophorus (bicudo do coqueiro) e outros
menores do gênero Strategus, por isso recomenda-se o controle preventivo,
utilizando iscas (SEBRAE, 1999).
A pupunha apresenta resposta linear, positiva e significativa, em seu
crescimento, quando cultivada em solo arenoso e de baixa fertilidade, quando
adubada com nitrogênio e fósforo com ausência de potássio (BOVI et. al,
2002).
Durante o cultivo a touceira da planta está sempre em estágio
vegetativo o que aumenta a necessidade de atenção aos fatores abióticos da
produção tais como luz, temperatura, água e fertilizante (BOVI, 2000).
A colheita poderá ser iniciada após 18 meses, este período pode
chegar a até 36 meses. O corte deverá ser realizado quando a haste possuir 10
cm de diâmetro, medidos a 10 cm do solo. Caso a colheita seja realizada após
este período a produtividade e o perfilhamento poderão ser afetados. A colheita
da pupunha deve ser escalonada. Os resíduos da casca poderão ser utilizados
na alimentação animal ou na adubação (SEBRAE, 1999).
Como o palmito é produto in natura o mesmo deve ser processado ou
consumido em um período de 4 a 10 dias após a colheita (SEBRAE, 1999).
Estudos realizados em áreas irrigadas do submédio São Francisco
mostrou que o espaçamento ideal de cultivo da pupunha é de 2,0 m X 1,0 m ou
2,0 m X 1,5 m, o manejo deve ser realizado com quatro perfilhos por planta e o
corte da planta deverá ocorrer quando seu diâmetro variar entre 9,7 a 13,4 cm
(FLORI et.al, 2001).
Um teste sensorial realizado no Laboratório de Alimentos e Dietética da
Faculdade de Nutrição da Universidade Federal Fluminense (UFF) revelou que
50% dos entrevistados consome palmito menos de uma vez por mês; com
relação ao consumo, 81,5 % declararam consumi-lo em salada e 50,6 % como
recheio de salgados. Ao adquirir o produto a maior parte dos entrevistados
declararam observar a data de validade, o tipo de embalagem e o preço. Entre
os entrevistados, 29,6 % disseram que o palmito mais conhecido é a Jussara,
27,2 % o açaí e 16,1 % o pupunha e 39,5 % não souberam responder. Com
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relação a aprovação do palmito pupunha em rodelas, 82 % e 78 % dos
entrevistados aprovaram o palmito, sendo que, a textura foi a característica
mais apreciada e o sabor foi o menos apreciado devido ao ligeiro amargor no
final (VERRUMA-BERNARDI et.al, 2003).
Uma pesquisa realizada por Anacleto et. al (2011), contatou que o
consumidor de uma região produtora de palmito não possui muitos
conhecimentos sobre o palmito pois 47,5 % dos entrevistados não souberam
citar o nome de uma espécie de palmito. Isto ocorreu em todas as classe
sociais. Em outro questionário, quando questionados sobre a preferência ao
consumir palmito, 43 % dos entrevistados disseram preferir a Jussara, 30 %
preferem a pupunha e 8,7 % a palmeira real ou açaí. No teste cego de
degustação, constatou-se que o pupunha, quando avaliado juntamente ao
Jussara, não sofre rejeição no consumo (ANACLETO et. al, 2011).
Anefalos et. al (2007), realizou pesquisas sobre a expansão do cultivo
da pupunheira no Vale do Ribeira, estado de São Paulo, no período de 2002 a
2006. Nestas pesquisas, constatou que a pupunha substitui algumas áreas que
antes eram cultivadas com banana e pastagem. A pupunha contribui com o
manejo sustentável para o desenvolvimento da região pois é uma alternativa
econômica e ambiental para o Vale do Ribeira.
Os resíduos gerados, principalmente pela casa da pupunha podem
causar impactos ambientais, pois cerca de 70 % de cada haste beneficiada é
descartada. Estes resíduos podem gerar compostos, utilizados como adubos,
em um período de 60 dias, atendendo aos requisitos da legislação referentes a
compostos, com boa qualidade e com possibilidade de comercialização,
representando uma alternativa de valorização e aproveitamento desses
resíduos (SILVA et. al, 2009).
Além da conserva da pupunha, estão sendo desenvolvidos novos
produtos que a utilizam como matéria prima. Oliveira et. al (2001),verificou a
possibilidade de utilizar a pupunha na produção de uma bebida alcoólica
fermentada.
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3.3. ANÁLISE DE INVESTIMENTO
Os métodos Payback Descontado, Valor Presente Líquido (VPL) e a
Taxa Interna de Retorno (TIR) são métodos de tomada de decisão ou de
investimento de capital (CAVALCANTI E PLANTULLO, 2007). O método do
Payback indica quando o capital investido será recuperado, ou seja, quando o
investimento se auto financia (CAVALCANTI E PLANTULLO, 2007). Segundo
Motta e Calôba (2009), o Payback deve ser utilizado como indicador e não
como critério de seleção de investimentos, pois quanto mais alongado o tempo
de retorno do investimento menos interessante ele se torna. Para o cálculo do
Payback Descontado os valores do fluxo de caixa serão analisados através do
seu valor presente, ou seja, antes do cálculo do Payback deverá ser realizado
o cálculo do Valor Presente Líquido. Em seguida, será subtraído do valores
positivos do fluxo de caixa o valor de investimento inicial, o tempo do retorno
será obtido assim que o valor obtido nesta equação for positivo.
O método do Valor Presente Líquido ou Método do VPL possibilita
trazer todos os valores do fluxo de caixa para o período inicial do investimento,
ou seja, para t=0 (EHRLICH E MORAES, 2009). O VPL é utilizado para tomar a
decisão de aceitar ou recusar um projeto, pois se o VPL>0 deve-se aceitar o
projeto, se o VPL<0 deve-se recusar e se o VPL=0 é indiferente aceitar ou
recusar o projeto (CAVALCANTI E PLANTULLO, 2007). Comparando dois ou
mais projetos com VPL positivo será aceito o de maior valor positivo
(CAVALCANTI E PLANTULLO, 2007). A equação II mostra a equação
utilizada no cálculo do VPL (SILVA E FONTES, 2005):
onde: Rj: valor atual das receitas;
Cj: valor atual dos custos;
i: taxa de juros;
j: período em que as receitas ou os custos ocorrem; e
n: número de períodos ou duração do projeto.
(II)
20
Segundo Cavalcanti e Plantullo (2007), a Taxa Interna de Retorno ou
TIR não depende da taxa de juros vigente no mercado de capitais, pois o seu
valor é intrínseco ao projeto e depende apenas do fluxo de caixa do projeto. A
TIR é a taxa de juros que permite que o VPL de um determinado projeto se
iguale a zero e ela permite apurar qual seria a taxa de juros ideal, comparando-
se duas ou mais alternativas de investimento. A TIR indica o retorno mínimo
que deve ser obtido em um projeto sendo ela a taxa de desconto, custo de
oportunidade ou custo de capital (CAVALCANTI E PLANTULLO, 2007).
21
4. METODOLOGIA
4.1. VIABILIDADE ECONÔMICA
A pesquisa é de natureza descritiva e quantitativa. Para analisar a
viabilidade econômica de um projeto de investimento na produção de pupunha
no Vale do Ribeira- SP serão utilizados os métodos do Payback, Método do
Valor Presente e o Método da Taxa Interna de Retorno. Para a elaboração do
fluxo do caixa utilizou-se a estrutura proposta pelo Instituto FNP - Agrianual
(2008) elaborado pela Engenheira Agr. Martha Cristina Alves Esteves. Os
valores de fluxo de caixa foram obtidos através de pesquisa de preço em
comércios localizados no Vale do Ribeira – SP no ano de 2013.
Para o cálculo do VPL e da TIR utilizou-se, respectivamente, as
funções VPL e TIR do software Microsoft Excel.
22
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste estudo da viabilidade de implantação de um projeto de produção
de pupunha considerou-se a implantação da pupunha sem espinho, em uma
área de 1 ha, com espaçamento de 2 X 1m, na região do Vale do Ribeira – SP.
Para a elaboração do fluxo de caixa considerou-se que a pupunha
começará a produzir a partir do segundo ano com produtividade das matrizes
sendo 3500 Kg/ha, no terceiro ano a produtividade dos perfilhos de 2950 Kg/ha
e do quanto ao quinto ano os perfilhos produzirão 2700 Kg/ha. Considerou-se
que os efeitos da inflação no período analisado influenciarão igualmente todos
os insumos e produtos e que o imposto de renda não influenciará no fluxo de
caixa, pois é preciso uma grande produção para que ele seja tributado e as
propriedades rurais da macrorregião de Registro caracterizam-se por serem
pequenas propriedades rurais.
O anexo I apresenta os itens considerados no cálculo do custo de
produção e a tabela 01 apresenta os dados do fluxo de caixa. A partir destes
dados, foram calculados o VPL, a TIR e o Payback Descontado, a tabela 01
apresenta estes resultados. Para a análise da viabilidades econômica
utilizando os métodos citados acima, necessita-se apenas do fluxo de caixa
anual por isso os custos não foram classificados em custos fixos ou custos
variáveis.
O modelo apresentado para o cálculo do fluxo de caixa considera
custos relacionados as atividades de aração e gradagem porém, após
consultar as Casas de Agricultura da região, constatou-se que a grande maioria
dos agricultores da região não realiza estas operações portanto estes custos
foram desconsiderados. Como na região da macrorregião de Registro os
agricultores não utilizam sistemas de irrigação, devido os altos índices
pluviométricos da região, os custos relativos a aquisição de equipamentos de
irrigação e manutenção dos mesmos também foram desconsiderados.
Considerou-se que a aplicação do calcário, ou seja, a calagem, será realizada
gradativamente ao longo do ano e a incorporação do calcário acontecerá
naturalmente. Estas adaptações realizadas na planilha devem-se ao fato de
que o objetivo deste projeto é realizar a análise de investimento da implantação
23
do cultivo de pupunha de acordo com a realidade dos pequenos e médios
agricultores da região.
Para o cálculo do VPL utilizou-se o valor da taxa SILIC acumulada, do
dia 09 de dezembro, que era de 9,90% (BANCO CENTRAL DO BRASIL). A
taxa utilizada no cálculo do VPL é a taxa mínima de atratividade, ou seja, ela é
a taxa mínima aceita para se aplicar um capital em um investimento, por isso,
adotou-se um valor equivalente a taxa Selic. Adotou-se o Preço Médio de
Venda da haste 360 g como R$3,10, para a escolha deste preço consultou-se
vários produtores rurais e órgãos de extensão rural; este é o valor mínimo pago
ao produtor rural na região. Os preços dos insumos foram obtidos através da
pesquisa de preço em comércios especializados em insumos agropecuários na
região.
Para o preparo da área considerou-se os custos da construção dos
carreadores, o custo da aplicação do calcário. No plantio considerou-se os
custos com a divisão da área em piquetes, abertura das covas, distribuição das
mudas, plantio e nivelamento junto à cova e o replantio que será realizado após
o primeiro ano. Nos tratos culturais, considerou-se a adubação, aplicação de
herbicida, formicidas, realização de ronda fitossanitária e roçada ao longo de
todo o ciclo da cultura; o desbastes dos perfilhos será realizado após o primeiro
corte, ou seja, ele será realizado a partir do terceiro ano.
Foram utilizados diversos insumos ao longo do ciclo. Os herbicidas
serão aplicados nos três primeiros anos do cultivo, nos demais anos as ervas
invasoras serão controladas com a roçada e o sombreamento realizado pela
pupunha reduzirá o crescimento das ervas invasoras. A adubação e os
formicidas foram utilizados ao longo de todo ciclo. O calcário será aplicado no
início da cultura. Como ferramentas, considerou-se todas as ferramentas que
foram utilizadas ao longo do ciclo, tais como enxada, foice, facão, etc.
Inicialmente, serão adquiridas 5.000 mudas e ao longo dos demais anos serão
adquiridas as quantidades necessárias para o replantio sendo que, estima-se
que no primeiro ano foram replantadas 500 mudas e 250 mudas nos demais
anos.
Com relação a colheita, considerou-se os custos do corte e transporte
do palmito tanto interno, dentro da propriedade rural, tanto externo, até a
agroindústria.
24
Para a estimativa dos custos administrativos considerou-se os gastos
com mão-de-obra administrativa, assistência técnica, contabilida/escritório,
viagens, gastos eventuais, comercialização e impostos. Para a estimativa dos
valores dos gatos de viagens contabilidade/escritório, assistência técnica, mão-
de-obra e gastos eventuais considerou-se uma porcentagem da somatória dos
custos com preparo da área, plantio, tratos culturais, insumos, irrigação e
colheita; estas porcentagens podem ser verificadas no anexo I. Os gastos com
comercialização foram considerados como 2 % da receita e os gastos com
impostos como 2,3 % dos gastos com as receita.
A coluna “saldo”, da tabela 01, apresenta os valores adquiridos com a
subtração do “Custo Total Anual” das “Receitas Anuais”, apresentados no
anexo I. Os valores do “saldo” são equivalentes aos “resultados acumulados”
no anexo I
Analisando o valor do VPL (VPL= R$77.521,95) encontrado pode-se
concluir que o projeto pode ser aceito, pois o seu valor de VPL é maior que
zero (VPL>0), ou seja, o projeto mostra-se lucrativo, pois o VPL é um indicativo
de lucratividade. A TIR indica qual a taxa de desconto ou o custo de
oportunidade de um investimento, ela também indica a taxa para o qual o VPL
será igualado a 0 e o investimento passará a ser inviável. Obteve-se uma TIR
de 61 %, que é um valor superior a taxa mínima de atratividade (TMA= 9,9 %)
utilizada no cálculo do VPL por isso conclui-se que o plantio da pupunha, nas
condições descritas acima, é um investimento rentável. Com relação ao
Payback Descontado, verifica-se que o seu valor passa a ser positivo após 4
anos a partir da implantação do projeto, ou seja, o investidor conseguirá obter o
valor do seu investimento entre 3 e 4 anos.
25
Tabela 01- Valores obtidos de VPL, a TIR e o Payback Descontado
Ano Saldo (R$) VPL TIR Payback
0 -10.889,10 R$ 77.521,95 61% 1 -2.869,38
2 11.160,93
-2.597,55
3 11.381,82
-2.376,66
4 14.191,56
433,08
5 14.191,56
433,08
6 14.191,56
433,08
7 14.191,56
433,08
8 14.191,56
433,08
9 14.191,56
433,08
10 14.191,56
433,08
11 14.191,56
433,08
12 14.191,56
433,08
13 14.191,56
433,08
14 14.191,56
433,08
15 14.191,56
433,08
taxa (%) 9,90%
26
6. CONCLUSÃO
A implantação de projetos de cultivo de pupunha, em uma propriedade rural,
no Vale do Ribeira – SP, avaliado no presente estudo, são economicamente viáveis
comprovando a experiência empírica dos agricultores da região.
O presente projeto mostra que o Valor Presente Líquido do investimento não
é nulo, o que mostra que o investimento é viável. Recomenda-se o cálculo do Valor
Presente Líquido para outras possíveis alternativas de investimento e que o
agricultor adote a alternativa de maior Valor Presente Líquido. O valor do Payback
Descontado indica que o agricultor conseguirá ter um retorno rápido do seu
investimento, entre 3 e 4 anos, este período é adequado pois os financiamentos do
PRONAF (Programa Nacional da Agricultura Familiar) possuem um período de
carência de 4 anos para inicio do pagamento.
O cultivo da pupunha apresenta crescimento na área de cultivo na região do
Vale do Ribeira – SP e é um cultivo economicamente viável, porém a região
necessita de um estudo detalhado envolvendo toda a cadeia produtiva, focando a
relação entre a quantidade de matéria-prima produzida e a capacidade de
processamento das agroindústrias e a melhoria dos serviços de assistência técnica
e extensão rural oferecidos aos pequenos e médios produtores. Outra demanda da
cultura é aprovação de herbicidas e fungicidas específicos para esta cultura.
27
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CHARLO, H. C. O. Morfologia e avaliação do crescimento inicial de plântulas
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Aceitabilidade do palmito de pupunha. Boletim CEPPA, Curitiba-PR, v.21, n.1,
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30
ANEXO I
Tabela 01- Fluxo de caixa do cultivo do palmito pupunha na região do Vale do Ribeira – SP.
Operações Especificação V. U.¹
Fase Improdutiva Produção Matrizes Produção Perfilhos Produção Estável
Implantação/Formação
Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 ao 15
Quant. Total Quant. Total Quant. Total Quant. Total Quant. Total
A - Preparo da Área
Constr. Carreadores HM² Te4 105 cv 130,00 2,00 260,00
Aração HM Tp³ 120 cv 4x4+ar. 5x30" 0,00 2,20 0,00
Grade Aradora HM Tp 120 cv 4x4+ar. 5x30" 0,00 2,00 0,00
Calagem HM Tp 65 cv 4x2+distr.calc. 55,00 1,60 88,00
Incorp. Calcário HM Tp 120 cv 4x4+gr. ar. 24x26" 0,00 0,70 0,00
Gradagem Niv. HM Tp 120 cv 4x4+gr. niv. 52x20" 0,00 0,70 0,00
Gradagem Intermediária HM Tp 120 cv 4x4+gr. niv. 52x20" 0,00 0,70 0,00
Subtotal A 348,00
B – Plantio
Marcação /Piquetes Homem-dia 37,50 3,00 112,50
Coveamento Homem-dia 37,50 20,00 750,00
Distr. De mudas Homem-dia 37,50 7,00 262,50
Plantio Homem-dia 37,50 11,00 412,50
Niv. Junto à cova Homem-dia 37,50 6,00 225,00
Replantio Homem-dia 37,50 1,00 37,50 1,00 37,50 0,20 7,50 0,20 7,50 0,20 7,50
Subtotal B 1.800,00 37,50 7,50 7,50 7,50
C - Tratos Culturais
Adubação Homem-dia 37,50 10,00 375,00 10,00 375,00 10,00 375,00 10,00 375,00 10,00 375,00
Aplic. Herbicidas Homem-dia 37,50 3,00 112,50 2,00 75,00 1,00 75,00 0,00 0,00
Aplic. Formicida Homem-dia 37,50 1,00 37,50 0,50 18,75 0,50 18,75 0,50 18,75 0,50 18,75
Ronda fitossanitária Homem-dia 37,50 2,00 75,00 2,00 75,00 2,00 75,00 2,00 75,00 2,00 75,00
Desbaste perfilhos Homem-dia 37,50 0,00 0,00 5,00 0,00 3,00 112,50 3,00 112,50
Roçada Homem-dia 37,50 12,00 450,00 12,00 450,00 9,00 450,00 9,00 337,50 9,00 337,50
Subtotal C 1.050,00 993,75 993,75 918,75 918,75
D – Insumos
Herbicida R$/litro 22,00 12,00 264,00 6,00 132,00 6,00 132,00 0,00 0,00
31
Adubos (20-05-20) R$/kg 1,19 500,00 595,00 700,00 833,00 1.000,00 1.190,00 1.000,00 1.190,00 1.000,00 1.190,00
Calcário R$/tonelada 152,00 2,00 304,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Formicida R$/kg 9,00 1,00 9,00 1,00 9,00 1,00 9,00 1,00 9,00 1,00 9,00
Ferramentas R$/unidade 20,00 6,00 120,00 6,00 120,00 4,00 80,00 4,00 80,00 4,00 80,00
Mudas R$/unidade 1,10 5.000,00 5.500,00 500,00 550,00 250,00 275,00 250,00 275,00 250,00 275,00
Subtotal D 6.792,00 1.644,00 1.686,00 1.554,00 1.554,00
E – Irrigação
Instalação/Aquisição R$/unidade 0,00 1,00 0,00
Manutenção R$/unidade 0,00 1,00 0,00 1,00 0,00 1,00 0,00 1,00 0,00 1,00 0,00
Subtotal E 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
F – Colheita
Corte R$/palmito 0,06 0,00 5.000,00 285,00 5.000,00 285,00 6.000,00 342,00
Transp. Interno R$/palmito 0,01 0,00 5.000,00 35,00 5.000,00 35,00 6.000,00 42,00
Transp. Fábrica R$/palmito 0,08 0,00 5.000,00 400,00 5.000,00 400,00 6.000,00 480,00
Subtotal F 0,00 0,00 720,00 720,00 864,00
G – Administração
Eventuais % Subtotal (A+B+C+D+E+F) 3,0% 1,00 299,70 1,00 64,71 1,00 88,44 1,00 83,81 1,00 88,13
M. o. Administrativa % Subtotal (A+B+C+D+E+F) 1,0% 1,00 99,90 1,00 21,57 1,00 29,48 1,00 27,94 1,00 29,38
Assistência Técnica % Subtotal (A+B+C+D+E+F) 1,0% 1,00 99,90 1,00 21,57 1,00 29,48 1,00 27,94 1,00 29,38
Contabilidade/Escritório % Subtotal (A+B+C+D+E+F) 2,0% 1,00 199,80 1,00 43,14 1,00 58,96 1,00 55,87 1,00 58,75
Viagens % Subtotal (A+B+C+D+E+F) 2,0% 1,00 199,80 1,00 43,14 1,00 58,96 1,00 55,87 1,00 58,75
Comercialização % Receita 2,0% 0,00 0,00 1,00 310,00 1,00 310,00 1,00 372,00
Impostos % Receita 2,3% 0 0 1,00 356,5 1,00 356,5 1,00 427,8
Subtotal G 899,10 194,13 931,82 917,93 1.064,19
Custo Total (R$/ha/ano) 10.889,10 2.869,38 4.339,07 4.118,18 4.408,44
Receita (R$/ha/ano) 0,00 0,00 15.500,00 15.500,00 18.600,00
Resultado Acumulado (R$/ha) -10.889,10 -2.869,38 11.160,93 11.381,82 14.191,56
¹V.U = Valor Unitário ²HM = Hora Máquina ³Tp = Trator de pneu 4Te = Trator de esteiras
Fonte: Adaptado do Instituto FNP - Agrianual (2008)/Eng. Agr. Martha Cristina Alves Esteve
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