RELATÓRIOS E PARECERES CONTÁBEIS
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Prof. Carlos Augusto Barbosa da Silva
2015 - 02
MATERIAL DESENVOLVIDO POR:
PROF. CARLOS ARTIOLI ROSA
PROFA. GISELE WALCZACK
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1. ESTRUTURA E DIVULGAO DAS DEMONSTRAES
CONTBEIS
Uma das ferramentas fundamentais para a administrao a contabilidade, rea
responsvel pelo registro de informaes que envolvem as movimentaes e transaes da
empresa. Uma vez consolidados nas demonstraes contbeis estes registros permitem avaliar o
desempenho da empresa em uma perspectiva temporal, bem como fazer comparao com as
demonstraes contbeis de outras empresas, tendo em vista que em todas elas as
demonstraes contbeis so elaboradas com a mesma estrutura conceitual.
CONTABILIDADE: CONCEITOS E USURIOS
A Contabilidade:
- Sistema de informaes configurado para atender as necessidades de
seus usurios.
- Registro de maneira sistemtica de todas as movimentaes e
transaes da empresa.
- Periodicamente os lanamentos so consolidados, o que permite a
elaborao das demonstraes contbeis.
A fim de atender s necessidades para as quais foi configurada, a contabilidade obedece a um
conjunto de princpios e convenes, alguns destes so:
- Princpio do registro pelo valor original: estabelece que todos os registros de
movimentaes e transaes so efetuados pelo seu valor de
entrada, ou seja, pelo seu valor original.
- Princpio da competncia: as receitas e as despesas devem ser includas na apurao do
resultado do exerccio em que ocorreram, independentemente de seu recebimento ou de seu
pagamento.
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- Conveno da consistncia: uma vez adotado determinado procedimento (entre todos os
possveis) ele no devera ser alterado com freqncia sob pena de prejudicar a comparao dos
dados contbeis no tempo.
Em relao ao seu pblico-alvo a contabilidade atende diferentes usurios:
PRINCIPAIS DEMONSTRAES CONTBEIS
Conforme dispe a Lei 11.638/07, dentre as demonstraes contbeis de uma empresa temos o
Balano Patrimonial (BP), a Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE), a Demonstrao
dos Fluxos de Caixa (DFC), a Demonstrao do Valor Adicionado (DVA).
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RELATRIOS E INFORMAES AUXILIARES
a) RELATRIO DA ADMINISTRAO
De acordo com a Lei das S.A.s, o relatrio da administrao deve ser publicado juntamente com
as demonstraes financeiras do encerramento do exerccio social, mas de maneira geral os
relatrios de administrao no tm sido apresentados na forma mais adequada e com suficiente
divulgao.
Em razo disso, a CVM pronunciou-se atravs do Parecer da Orientao n 15 de 28.12.87,
recomendando que este relatrio contenha informaes sobre:
a) Aquisio de debntures de sua prpria emisso;
b) Poltica de reinvestimento de lucros e distribuio de dividendos constantes de acordo de
acionistas;
c) Negcios sociais e principais fatos administrativos ocorridos no exerccio;
d) Relao dos investimentos em sociedades coligadas e/ou controladas
evidenciando as modificaes ocorridas durante o exerccio.
Desde o advento da Lei das S.A.s, a CVM vem examinando o contedo dos relatrios
apresentados anualmente pelas companhias abertas, e tem sido expressivo o nmero de
empresas que o apresentam de modo sucinto utilizando diversas justificativas, dentre as quais a
de que os informes necessrios para anlise de todos os aspectos, esto contidos nas notas
explicativas.
Este procedimento, alm de infringir a lei, no compatvel com a postura que se espera de uma
companhia aberta, acarretando a perda de uma valiosa oportunidade da companhia ser mais bem
conhecida e avaliada pelo pblico investidor, por seus clientes, fornecedores e credores.
Outro ponto que deve ser observado na confeco dos relatrios diz respeito ao contedo. No
vlida a simples apresentao de percentuais que podem ser obtidos por qualquer leitor das
demonstraes financeiras, visto que as informaes realmente relevantes ao usurio so os
comentrios e apreciaes dos fatores que influenciaram as variaes ocorridas.
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Somente neste exerccio foi determinada a republicao de centenas de relatrios por no
atenderem o mnimo requerido pelas disposies legais.
Na maior parte desses relatrios os administradores se limitaram to-somente a apresentar as
demonstraes financeiras agradecendo a colaborao de funcionrios, credores, etc. e se
colocando disposio dos acionistas para maiores esclarecimentos.
Outros relatrios apresentavam informaes incompletas ou no condizentes com as
demonstraes publicadas.
A divulgao de informaes teis, fidedignas e detalhadas, que possibilitem o conhecimento da
companhia e de seus objetivos e polticas, um direito essencial do acionista. O relatrio da
administrao no pode ser excludo dessa premissa, assim, tanto a falta de informaes quanto
a incluso de estudos e fatos genricos que no dizem respeito situao particular da
companhia constituem desatendimento ao interesse e ao direito do investidor.
O relatrio, como pea integrante das demonstraes financeiras, dever complementar as peas
contbeis e notas explicativas, observadas a devida coerncia com a situao nelas espelhada,
formando um quadro completo das posturas e do desempenho da administrao na gesto e
utilizao dos recursos que se encontram a ela confiados.
Deve ser redigido com simplicidade de linguagem para ser acessvel ao maior nmero possvel
de leitores, devendo ser evitados adjetivos e frases tais como:
"excelente resultado",
"timo desempenho",
"baixo endividamento",
"excelentes perspectivas",
a menos que corroborado por dados comparativos ou fatos.
A complexidade crescente dos negcios e a instabilidade do ambiente econmico e o seu reflexo
inevitvel na vida das companhias, exige uma postura cada vez mais profissional das
administraes e o relatrio pode e deve se transformar num valioso elemento de comunicao
entre a companhia, seus acionistas e a comunidade em que est inserida.
A Lei das S.A.s, d competncia CVM para estabelecer normas sobre o
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Relatrio da Administrao.
Com base nessa competncia est sendo estudado, e dever ser emitido parecer de orientao
especfico contemplando as informaes mnimas a serem divulgadas no relatrio. Entretanto,
requerido, no mnimo, a apresentao das informaes determinadas pela Lei das Sociedades
por Aes.
A ttulo de recomendao e exemplo, apresentamos a seguir relao dos itens que constituem
informaes que atendem s linhas gerais e que j foram apresentadas por muitas companhias
no Brasil (e comumente em alguns outros pases):
a) Descrio dos negcios, produtos e servios: histrico das vendas fsicas dos ltimos dois
anos e vendas em moeda de poder aquisitivo da data do encerramento do exerccio social.
Algumas empresas apresentam descrio e anlise por segmento ou linha de produto, quando
relevantes para a sua compreenso e avaliao.
b) Comentrios sobre a conjuntura econmica geral: concorrncia nos mercados, atos
governamentais e outros fatores exgenos relevantes sobre o desempenho da companhia.
c) Recursos humanos: nmero de empregados no trmino dos dois ltimos exerccios e
"turnover" nos dois ltimos anos, segmentao da mo-de-obra segundo a localizao
geogrfica; nvel educacional ou produto; investimento em treinamento; fundos de seguridade e
outros planos sociais.
d) Investimentos: descrio dos principais investimentos realizados, objetivo, montantes e
origens dos recursos alocados.
e) Pesquisa e desenvolvimento: descrio sucinta dos projetos, recursos alocados, montantes
aplicados e situao dos projetos.
f) Novos produtos e servios: descrio de novos produtos, servios e expectativas a eles
relativas.
g) Proteo ao meio-ambiente: descrio e objetivo dos investimentos efetuados e montantes
aplicados.
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h) Reformulaes administrativas: descrio das mudanas administrativas, reorganizaes
societrias e programas de racionalizao.
i) Investimentos em controladas e coligadas: indicao dos investimentos efetuados e
objetivos pretendidos com as inverses.
j) Direitos dos acionistas e dados de mercado: polticas relativas distribuio de direitos,
desdobramentos e grupamentos; valor patrimonial da S.A. por ao, negociao e cotao das
aes em Bolsa de Valores.
k) Perspectivas e planos para o exerccio em curso e os futuros: poder ser divulgada a
expectativa da administrao quanto ao exerccio corrente, baseada em premissas e
fundamentos explicitamente colocados, sendo que esta informao no se confunde com
projees por no ser quantificada.
Em se tratando de companhia de participaes, o relatrio deve contemplar as informaes acima
mencionadas, mesmo que de forma mais sinttica, relativas s empresas investidas.
Convm observar que essas so apenas sugestes coletadas em publicaes diversas e de
grande importncia, mas elas no devem inibir a criatividade da administrao em elaborar um
relatrio prprio e personalizado.
b) NOTAS EXPLICATIVAS
As notas explicativas so normalmente apresentadas na seguinte ordem, que ajuda os usurios
no entendimento das demonstraes contbeis e na comparao com as de outras entidades:
a) Contexto operacional;
b) Declarao quanto base de preparao das demonstraes contbeis;
c) Meno das bases de avaliao de ativos e passivos e prticas contbeis aplicadas;
d) Informaes adicionais para itens apresentados nas demonstraes contbeis, divulgadas
na mesma ordem.
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e) Outras divulgaes, incluindo: Contingncias e outras divulgaes de carter financeiro; e
Divulgaes no financeiras, tais como riscos financeiros da entidade, as correspondentes
polticas e objetivos da administrao, que no se confundam com as informaes a divulgar
no relatrio da administrao, incluindo, mas no se limitando, a polticas de proteo cambial
ou de mercado, hedge etc.
Em algumas circunstncias, pode ser necessrio ou desejvel modificar a seqncia de itens
especficos dentro das notas explicativas. Por exemplo, informaes sobre taxas de juros e
ajustes a valor de mercado podem ser combinadas com informaes sobre vencimento de
instrumentos financeiros apesar de os primeiros serem divulgaes de demonstrao do
resultado e os ltimos referirem-se ao balano. No obstante, uma estrutura sistemtica para
as notas explicativas deve ser mantida sempre que praticvel.
NOTA SOBRE OPERAES
A nota explicativa inicial que geralmente inicia a lista das notas trata das operaes ou do
contexto operacional e declara o objetivo social da empresa.
O objetivo declarado nas notas deve manter coerncia com os objetivos declarados no estatuto
social da empresa, que estabelece a relao contratual entre os acionistas e o principal
documento sobre as regras de governana da sociedade.
A nota sobre o contexto operacional deve incluir aspectos que sejam relevantes sobre a
continuidade normal dos negcios e da utilizao da capacidade de produo e/ou prestao de
servios.
CRITRIOS DE AVALIAO
Devero ser divulgados os principais critrios de avaliao dos elementos patrimoniais,
especialmente:
- dos estoques,
- dos clculos de depreciao,
- amortizao e,
- exausto,
- de constituio de provises para encargos ou riscos e dos ajustes para atender a perdas
provveis na realizao de elementos do ativo.
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A nota explicativa sobre as principais prticas contbeis tem evoludo ao longo do tempo e o seu
objetivo informar sobre a escolha de polticas e prticas contbeis feita pela empresa.
Essa divulgao permite que se possa depreender sobre a influncia dessas prticas sobre os
nmeros apresentados pela empresa e tem grande importncia na inferncia sobre a sua
situao patrimonial, ou seja, a situao do balano patrimonial, da posio financeira e dos
resultados das operaes. Essa nota deve tambm divulgar os critrios contbeis de transaes
tpicas da indstria, na medida em que esses critrios so especficos e podem variar de um tipo
de indstria para outro.
DIFERENAS ENTRE OS PROCEDIMENTOS NACIONAIS E
INTERNACIONAIS
Considerando a referncia internacional alcanada pelo IASB (IFRS/IAS) e o compromisso e o
esforo dos rgos reguladores e emissores de normas de buscar a convergncia com as
mesmas, recomenda-se que as companhias abertas divulguem em nota explicativa a conciliao
das diferenas entre as prticas contbeis adotadas no Brasil e as prticas contbeis
internacionais.
Entretanto, no existe impedimento para que seja preparada em relao s normas contbeis de
outros pases em que a companhia aberta divulgue, obrigatoriamente, ao mercado suas
demonstraes contbeis, em funo da obteno de registro para negociao dos ttulos de sua
emisso.
Ao decidir pela divulgao da conciliao, a administrao da entidade dever observar o quo
equivalentes so essas prticas. As demonstraes contbeis preparadas conforme uma
determinada prtica contbil, podem ser consideradas equivalentes s preparadas de acordo com
as prticas contbeis adotadas no Brasil quando ambas as anlises, de ambos os conjuntos de
demonstraes, possibilitarem aos investidores deciso similar em termos de investimento ou
alienao de investimento anteriormente detido. Se as prticas contbeis de ambos os conjuntos
forem equivalentes e, portanto, no indicarem a falta de similaridade nas decises do investidor,
no haver necessidade de incluso de nota explicativa, conciliao ou reclassificaes de
nmeros. A questo surge, ento, se os princpios e/ou as prticas no forem equivalentes e,
portanto, indicarem falta de similaridade nas decises do investidor.
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Neste ltimo caso, a apresentao da conciliao das diferenas entre as prticas contbeis
adotadas no Brasil e outras prticas contbeis deve ser quantitativa e qualitativa. Assim, a
divulgao da conciliao requer a preparao e a divulgao, no mnimo, das seguintes
informaes:
a) Conciliao entre os lucros (prejuzos) lquidos do perodo e/ou exerccio;
b) Conciliao entre os patrimnios lquidos na data do balano;
c) Explicao da natureza dos principais itens de conciliao.
Em determinados casos, possvel que as divergncias sejam de tal magnitude que apenas a
preparao de novas demonstraes contbeis segundo outro conjunto de princpios contbeis
que no os prevalentes no Brasil seja a soluo. Em outros casos, podero existir algumas
instncias de parcial equivalncia que podem ser resolvidas ou remediadas, dependendo da
natureza das divergncias. Essas divergncias podem incluir divulgaes adicionais,
reconciliaes etc. Esse julgamento dever ser feito pela administrao e anudo pelos auditores
independentes da companhia aberta, e dever estar apoiado em procedimentos aceitos por
rgos reguladores e emissores de normas contbeis.
Diante do exposto, verifica-se que existe uma extensa gama de informaes que devem constar
de Notas Explicativas e que precisam, portanto, ser cuidadosamente analisadas por ocasio da
elaborao das demonstraes financeiras; necessrio verificar que tipos de informaes
devem constar dessas notas, no se restringindo apenas aos requisitos mnimos da Lei das S/A,
mas considerando ainda informaes complementares necessrias a um melhor esclarecimento
da posio patrimonial e financeira e dos resultados das operaes da empresa, particularmente
no que se refere prticas contbeis especficas no ramo de atividades da empresa.
c) PARECER DE AUDITORIA
O parecer dos Auditores Independentes o documento mediante o qual o auditor expressa sua
opinio de forma clara e objetiva, sobre as demonstraes contbeis quanto ao adequado
atendimento, ou no, a todos os aspectos relevantes.
O parecer emitido pelo auditor independente compe-se basicamente, de trs pargrafos, como
se segue:
a) Pargrafo referente identificao das demonstraes contbeis e
definio das responsabilidades da administrao e dos auditores;
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b) Pargrafo referente extenso dos trabalhos;
c) Pargrafo referente opinio sobre as demonstraes contbeis.
O parecer deve expressar, claramente, a opinio do auditor sobre se as demonstraes contbeis
da entidade representam, em todos os aspectos relevantes:
a) Sua posio patrimonial e financeira;
b) O resultado de suas operaes para o perodo a que correspondem;
c) As mutaes de seu patrimnio lquido para o perodo a que correspondem;
d) As origens e aplicaes de recursos para o perodo a que correspondem.
O auditor deve ter como base e fazer referncia aos Princpios Fundamentais de Contabilidade
como definidos e aceitos em nosso pas.
O auditor deve, no seu parecer, declarar se o exame foi efetuado de acordo com as normas de
auditoria. Normas de auditoria significam aquelas emitidas ou aprovadas pelo Conselho Federal
de Contabilidade. Na ausncia de disposies especficas, prevalecem as normas j consagradas
pela Profisso Contbil, formalizadas ou no pelos seus organismos prprios.
O parecer dever, ainda, conter a descrio concisa dos trabalhos executados pelo auditor,
compreendendo: planejamento dos trabalhos; avaliao do sistema contbil e de controles
internos da entidade; execuo dos exames com base em testes; avaliao das prticas e das
estimativas contbeis adotadas, bem como da apresentao das demonstraes contbeis
tomadas em conjunto.
O parecer deve ser datado, visando informar ao leitor que o auditor considerou o efeito, sobre as
demonstraes contbeis e sobre seu parecer, de eventos ou transaes da entidade, dos quais
ele teve conhecimento, ocorridos entre a data de encerramento do perodo a que se referem s
demonstraes contbeis e a data do parecer.
TIPOS DE PARECER
1) O parecer sem ressalva
emitido quando o auditor est convencido sobre todos os aspectos relevantes dos assuntos
tratados no mbito de auditoria, o parecer do auditor independente deve expressar essa
convico de forma clara
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e objetiva.
2) O parecer com ressalva
emitido quando o auditor conclui que o efeito de qualquer discordncia ou restrio na extenso
de um trabalho no de tal magnitude que requeira parecer adverso ou absteno de opinio.
3) O auditor dever emitir parecer adverso
quando verificar que as demonstraes contbeis esto incorretas ou incompletas, em tal
magnitude que impossibilite a emisso do parecer com ressalva.
4) O parecer com absteno de opinio emitido quando houver limitao significativa
na extenso de seus exames que impossibilitem o auditor expressar opinio sobre as
demonstraes contbeis por no ter obtido comprovao suficiente para fundament-la.
ANLISE DE BALANOS
A anlise de balanos proporciona um exame a respeito da posio atual e da evoluo da
situao econmica e financeira da empresa, bem como a comparao do desempenho
dela com a de outras.
A finalidade da analise de balano auxiliar os usurios a otimizarem suas decises em
relao a empresa.
Para tanto elas combinam um conjunto de indicadores obtidos atravs das demonstraes
contbeis de um empresa em particular e os comparam com seus perodos anteriores, com
os indicadores de outras empresas do mesmo setor e com indicadores padro do setor.
Isso lhe permite tirar concluses a respeito da empresa estando suficientemente informados para
tomar decises.
Podemos definir anlise de balano como a aplicao do raciocnio analtico dedutivo sobre os
valores dos elementos patrimoniais e suas inter-relaes, expressos nas demonstraes
contbeis de uma entidade, com a finalidade de conseguir uma avaliao econmico-financeira
da sua situao e do andamento das suas operaes.
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O objetivo geral obter elementos para o processo de avaliao da continuidade financeira e
operacional da entidade analisada.
Em outras palavras, a anlise de balano ou anlise financeira consiste em um processo
meditativo sobre os nmeros de uma entidade, para avaliao de sua situao econmica,
financeira, operacional e de rentabilidade.
Da avaliao obtida pelos nmeros publicados, o analista financeiro extrair elementos e far
julgamentos sobre o futuro da entidade objeto de anlise.
Portanto, parte conclusiva da anlise de balano o julgamento do avaliador sobre a
situao da empresa e suas possibilidades futuras.
A metodologia da anlise de balano foi desenvolvida primeiramente tendo em vista as
necessidades dos usurios externos, ou seja, pessoas e empresas com algum interesse na
empresa analisada, mostrando-se um instrumento extremamente til para os fins a que se
destina.
Da mesma forma, a mesma metodologia pode e deve ser utilizada pelos usurios internos,
ou seja, os responsveis pela gesto da empresa.
Em termos prticos, a metodologia de anlise de balano aplicada pela prpria empresa torna-se
mais rica em utilidade, uma vez que as informaes apresentam-se com maior grau de
detalhamento e h um conhecimento mais objetivo, especfico e direto das relaes de causa e
efeito das transaes dos seus eventos econmicos.
- A IMPORTNCIA DA ANLISE FINANCEIRA DE BALANOS
Tanto a prtica como a literatura tem revelado que a anlise financeira e de balanos uma das
tarefas mais difceis e complexas entre as inmeras que os contadores possuem na misso de
contribuir para o desenvolvimento das empresas.
Ora, talvez se pudesse questionar: a anlise financeira e de balanos no se constitui numa mera
apurao de ndices cujas formas j se encontram montadas ou formalizadas? Onde reside,
ento, a complexidade e a dificuldade?
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A resposta extremamente simples. Apurar ou calcular ndices uma tarefa bastante simplista,
tendo em vista que as frmulas j se encontram padronizadas. O que se precisa meramente um
conhecimento de matemtica bsica ou financeira e saber classificar e extrair as contas das
demonstraes a fim de se aplic-las s frmulas, atividades estas estudadas em qualquer curso
tcnico ou superior de Contabilidade. O grande desafio do problema em questo justamente a
anlise ou interpretao destes clculos ou dos ndices extrados. Calcular muito simples, mas
no uma atividade que se encerra em si. Indispensvel reforar a necessidade de bem
interpretar os dados e informaes.
Partindo-se da hiptese de que parte do elenco de informaes que as empresas utilizam para
tomar decises est nas demonstraes contbeis, especialmente no suplemento de anlise
destas demonstraes, h que se afirmar que a importncia em se proceder a anlise financeira e
de balanos de um grau de relevncia extremamente alto.
Portanto, ainda sobre a questo de importncia da anlise e talvez com um desejo de eliminar as
idias de dificuldades e complexidades anteriormente discutidas fica um alerta:
Enfim, possvel sintetizar ainda uma srie de razes para realar quo importante esta anlise
para as empresas:
-Se bem manuseada, pode se constituir num excelente e poderoso
"painel de controle" da administrao;
-Se no for feita a partir de uma contabilidade "manipuladora" ou
"normatizante", pode trazer resultados bastante precisos;
- uma poderosa ferramenta disposio das pessoas que se relacionam ou
pretendem relacionar-se com a empresa, ou seja, os usurios da informao contbil ou
financeira, sejam eles internos ou externos;
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- Permite diagnosticar o empreendimento, revelando os pontos crticos e permitindo
apresentar um esboo das prioridades para a soluo dos problemas;
- Permite uma viso estratgica dos planos da empresa, bem como estima o seu
futuro, suas limitaes e suas potencialidades.
O instrumental de analise de balano pode ser dividido em dois grupos:
1. As medidas bsicas de avaliao como:
- analise horizontal, anlise vertical,
-ndices econmico-financeiros,
- EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization lucro antes
dos juros, impostos, depreciao e amortizao) e
- analise do fluxo de caixa;
2. Medidas contemporneas de avaliao como:
- EVA (Economic Value Added valor econmico agregado) e
- MVA (Market Value Added valor de mercado agregado).
-PROCEDIMENTOS PRELIMINARES
Antes de iniciar a analise necessrio ler o parecer da auditoria independente, com o objetivo de
se situar em relao confiabilidade dos dados publicados nas demonstraes contbeis. Assim
tambm para facilitar-se a analise so indicados dois procedimentos preliminares:
1. Eliminao dos efeitos inflacionrios: como as demonstraes so
elaboradas em obedincia aos princpios fundamentais da contabilidade, suas contas esto
consolidadas a partir de seus valores originais. Ao comparar as contas de demonstraes
de perodos diferentes possvel haver uma analise destorcida principalmente em
perodos de inflao elevada. A soluo corrigir os valores das contas de todas as
demonstraes para uma mesma data, utilizando-se um ndice representativo de inflao
que seja adequado.
2. Padronizao das demonstraes contbeis: as contas do Balano
Patrimonial e da Demonstrao do Resultado de Exerccio devem ser transcritas para
modelos padronizados, tais padronizaes so:
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- O ativo circulante e o passivo circulante podem ser segregados em financeiro e
operacional.
- O ativo circulante financeiro contempla as contas que representam dinheiro e aplicaes
financeiras, e o passivo circulante financeiro, as contas representativas de dvidas e
outras obrigaes de curto prazo da empresa que normalmente esto sujeitas ao
pagamento de juros. O ativo circulante operacional contempla as contas relacionadas s
atividades de compras,produo, estocagem e venda, e o passivo circulante
operacional,as contas relacionadas ao financiamento das contas do ativo circulante
operacional.
- A conta duplicatas descontadas deve ser reclassificada para o passivo circulante.
- O capital social, no patrimnio lquido, encontra-se deduzido das aes em tesouraria
e acrescido das reservas.
- As contas retificadoras do permanente (depreciao, amortizao) j esto deduzidas
de suas contas principais.
Com relao s padronizaes do DRE temos:
- A apresentao apenas da receita operacional liquida.
- A conta de despesas financeiras lquidas separada das despesas operacionais
(embora a legislao brasileira inclua as despesas financeiras no grupo de despesas
operacionais, elas correspondem a decises de financiamento de ativos e no propriamente a
gastos operacionais com administrao e vendas).
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PARTE PRTICA
1- A Anlise das Demonstraes Contbeis fundamental para quem quer conhecer a situao
econmica - financeira da empresa. Analise esta afirmativa.
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2- Uma empresa que apresente grandes lucros:
a) Sempre ter plena condio de pagar suas contas em dia.
b) Poder, em certas circunstncias, ter dificuldades em pagar suas contas em
dia.
c) Poder, de acordo com a lei dos investimentos naturais, imobilizar recursos
equivalentes a 1,5 vezes o lucro do exerccio.
d) Dever manter certa quantia depositada em ttulos de renda fixa para enfrentar aos anos de
vacas magras.
3- A Empresa Binacional S/A apresentava em seu Balano Patrimonial
projetado, antes do final do ano, os seguintes valores no Circulante.
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE 1.200 = 1,20
$ 1.200.000 $ 1.000.000 1.000
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Todavia, o seu presidente no est contente com o ndice de 1,20. Ele determinou ao seu
contador que o ndice dever ser igual a 2,00.
a) impossvel modificar esta situao. Considerando-se que estamos
prximos ao final do ano.
b) A nica alternativa o contador fajutar o Balano Patrimonial.
c) A soluo seria pagar $ 800.000 da dvida a curto prazo da empresa.
d) No possvel por que o Ativo Circulante maior que o Passivo Circulante.
4- Ao examinar um Balano Patrimonial, visualizamos o conjunto de elementos que compe o
Patrimnio da Entidade em um determinado momento. A comparao de alguns dados, como a
relao entre o Ativo e o Passivo Circulante, pode ser analisada por meio dele.
Verifique o seguinte Balano Patrimonial e complete as interpretaes.
Cia. Aprender S.A. 31.12.20x1 em Milhares de R$
Balano Patrimonial
ATIVO PASSIVO
ATIVO CIRCULANTE
CAIXA 2.000
CLIENTES 8.000
ESTOQUES 10.000
TOTAL 20.000
ATIVO NO CIRCULANTE
COMPUTADORES 2.000
MVEIS E UTENSLIOS 5.000
TOTAL 7.000
PASSIVO CIRCULANTE
FORNECEDORES 7.000
CONTAS A PAGAR 2.000
TOTAL 9.000
PATRIMNIO LQUIDO
CAPITAL 15.000
RESERVA DE LUCROS 3.000
TOTAL 18.000
TOTAL DO ATIVO 27.000 TOTAL DO PASSIVO 27.000
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O Capital Total disposio da empresa de __________________, sendo que _____________
( %) correspondem a Capitais Prprios e __________________________ ( %)
correspondem a Capitais de Terceiros.
Os Capitais Prprios esto assim compostos: ________________________ ( %)
financiados pelos titulares, ________________________ ( %) decorrentes da evoluo
normal da empresa.
Os Capitais de Terceiros correspondem a dbitos decorrentes do funcionamento normal da
empresa tais como_______________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Os Capitais Totais disposio da empresa foram aplicados no Ativo da seguinte maneira:
No Ativo No Circulante, em bens de uso foram aplicados R$________________________
que equivale a __________________%.
No Ativo Circulante, foram aplicados R$_______________ que equivale a ___________%.
O Ativo No-Circulante corresponde a __________% do Capital Prprio, o que significa
que ___________% deste capital foram aplicados no Ativo Circulante.
O Ativo Circulante, que de R$ _______________________, teve a seguinte origem:
o R$________________ foram aplicados com recursos de Terceiros pagveis a Curto
Prazo, R$___________________ foram financiados com recursos prprios
(diferena entre o PL e o ANC).
O Ativo Circulante, que de R$ _________________, corresponde a mais de 100% do
Passivo Circulante, que totaliza R$ _________________________.
Dos R$ ______________________ aplicados no Estoque, __________% foram
comprados a prazo, pois h uma dvida com fornecedores no valor de R$ _____________
Os valores a receber de Clientes, que so de R$ __________________, quase empatam
com os valores a pagar aos Fornecedores no valor de R$ __________________________.
A empresa possui uma Liquidez Corrente _______________________________________
o (satisfatria ou insatisfatria?)
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20
Verifique a seguinte Demonstrao do Resultado do Exerccio e complete as informaes:
Cia. Aprender S.A. 31.12.20x1 em Milhares de R$
Demonstrao do Resultado do Exerccio
Receita Operacional Lquida - Vendas Lquidas R$ 30.000
( - ) Custo da Mercadoria Vendida ( R$ 12.000 )
( = ) Lucro Bruto R$ 18.000
( - ) Despesas Operacionais
Vendas ( R$ 5.000 )
Financeiras ( R$ 1.000 )
Gerais e Administrativas ( R$ 8.000 )
( = ) Lucro Operacional R$ 4.000
( - ) Proviso para IRPJ e CSLL R$ 1.000
( = ) Lucro Lquido R$ 3.000
O Custo das Mercadorias Vendidas, que foi de R$ ________________, corresponde a ________
% da Receita de Vendas. O Lucro Bruto, que foi de R$ _______________________, corresponde
a _________________% da Receita de Vendas. As Despesas com Vendas, que foram de R$
_______________________, corresponde a _________________% da Receita de Vendas. As
Despesas Financeiras, que foram de R$ _______________________, corresponde a -
_________________% da Receita de Vendas. As Despesas Gerais e Administrativas, que foram
de R$ _______________________, corresponde a _________________% da Receita de
Vendas. O Lucro Operacional, que foi de R$ _______________________, corresponde a -
_________________% da Receita de Vendas. O Lucro Lquido, que foi de R$
_______________________, corresponde a _________________% da Receita de Vendas. Por
meio de algumas comparaes, possvel afirmar que:
A Receita Lquida de Vendas, que foi de R$ ______________, corresponde a ______ % do valor
do Capital Social da empresa, que de R$ _________________. O Lucro Bruto, que foi de R$
______________, corresponde a ______ % do valor do Capital Social da empresa, que de R$
_________________. O Lucro Lquido, que foi de R$ ______________, corresponde a ______ %
do valor do Capital Social da empresa, que de R$ _________________.
Se a empresa obtiver a cada ano Lucro Lquido correspondente ______________ % do Capital
Social, no fim de __________ anos a empresa conseguir dobrar o valor do Capital Investido.
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2. METODOLOGIAS DE ANLISE DAS DEMONSTRAES
CONTBEIS
Cada empresa tem as suas peculiaridades prprias, o que leva o analista a partir de processos ou
aspectos gerais no seu trabalho, tendo-se a cautela em considerar:
a) A natureza jurdica da organizao (S/A., LTDA., etc.);
b) O ramo de negcio da empresa;
c) A dimenso e alcance da empresa;
d) As condies de giro do negcio;
e) O processo de formao do resultado;
f) As condies legais (leis que atingem para restringir ou incrementar as
atividades);
g) As condies econmicas (conjunturas gerais dos negcios);
h) A localizao da empresa (mercado no qual atua).
UTILIZAO DA ANLISE ECONMICO-FINANCEIRA
Antes de detalharmos o processo para a realizao da anlise das demonstraes contbeis e
financeiras, abaixo temo um esquema sobre a utilizao da anlise econmico-financeira, para
facilitar o entendimento e sua real aplicabilidade, conforme segue:
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TIPOS DE ANLISE CONTBIL
No que se refere ao tipo de anlise, ela poder se classificada da seguinte
forma:
ANLISE POR SRIE TEMPORAL
aquela desenvolvida com a finalidade de mapear ou acompanhar a evoluo de determinado
elemento patrimonial ou de resultado da empresa em determinados perodos de tempo, isto ,
pode avaliar a evoluo, por exemplo, das vendas lquidas em trs, quatro ou mais exerccios
sociais.
ANLISE COMPARATIVA
aquela desenvolvida com a finalidade de estabelecer comparaes dos ndices ou elementos
apresentados pela empresa com dados histricos, oramentos e outros da mesma natureza,
visando a definio de um juzo de valor.
PROCESSOS E MTODOS DE ANLISE CONTBIL
Processos de anlise so as tcnicas, materializadas por procedimentos e clculos, com a
utilizao de papis de trabalho, adotados pelo analista para desenvolver os vrios tipos de
anlise, podendo ser:
Anlise vertical (De estrutura) o processo onde analisada a estrutura de composio de um
grupo ou subgrupo de determinados elementos patrimoniais ou de resultado em determinado
perodo, calculando a participao de cada elemento em relao ao todo, como por exemplo, a
participao percentual dos estoques em relao ao ativo total ou ao grupo do circulante, ou do
lucro operacional bruto em comparao com o valor das vendas lquidas;
Anlise horizontal (De evoluo), o processo desenvolvido com a finalidade de calcular a
variao de um ou mais elementos em determinados perodos, buscando estabelecer tendncias,
se houve crescimento real ou no desse elemento, como por exemplo, as vendas do exerccio
cresceram, em termos reais, X% em relao ao ano anterior;
Anlise por quociente, o processo implementado para calcular a relao numrica entre dois
elementos patrimoniais ou de resultado, como exemplo, o valor do ativo circulante representa
2,50 em relao ao valor do passivo circulante do mesmo perodo.
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Os Mtodos de Anlise so as formas de decompor ou calcular os resultados dentro dos
processos de anlise, permitindo a formao de avaliaes parciais e globais sobre o patrimnio,
os seus resultados e tendncias, podendo ser:
- Valores diretos o mtodo das diferenas absolutas, sem se preocupar
com eventuais variaes decorrentes de ndices inflacionrios;
- Valores percentuais o mtodo dos coeficientes, encontrados mediante a diviso do
percentual encontrado por 100;
- Quocientes o mtodo dos ndices financeiros, que demonstra a relao numrica entre
dois elementos;
-Matricial mtodo pelo qual se busca estabelecer uma correspondncia ou vinculao
entre os elementos ativos, aplicaes de recursos, com os elementos passivos, origens de
recursos, podendo, por exemplo, medir at quanto os recursos prprios (patrimnio lquido)
financiam as aplicaes no ativo no circulante, ou quanto do exigvel a curto prazo est investido
em valores circulantes do ativo da empresa.
ASPECTOS DAS DEMONSTRAES PASSVEIS DE ANLISE
Ao longo do trabalho do analista devem ser adotados vrios instrumentos de anlise, todos
visando interpretao e formulao de concluses relativas aos diversos aspectos que
envolvem a situao geral da empresa, quais sejam:
A) -Aspecto da Estrutura Patrimonial (anlise estrutural), dividido em:
Estrutura de capitais, onde so evidenciadas as origens dos recursos colocados disposio da
empresa, com o mapeamento das participaes destes recursos no empreendimento, se prprios
ou de terceiros, bem como as aplicaes dos recursos, suas classificaes na estrutura
patrimonial, as participaes dos valores circulantes e no circulantes no investimento total, etc.;
Endividamento, onde analisada a composio do seu endividamento perante terceiros, com
mapeamento das participaes dos recursos fornecidos por terceiros, se a curto ou longo prazo.
B) -Aspecto Financeiro (anlise financeira), dividido em:
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Liquidez, onde so elaborados indicadores que demonstram a capacidade da empresa liquidar
seus compromissos para com terceiros, em termos restrito ou global;
Solvncia, onde se pode, com a composio ou juno de vrios tipos de ndices, avaliar a
capacidade de solvncia do empreendimento a mdio e longo prazos, com a previso da
possibilidade da empresa experimentar um processo de concordata ou falncia;
C) Aspecto Econmico (anlise econmica), dividido em:
Rentabilidade, onde avaliada a capacidade da empresa remunerar o capital investido,
mediante a gerao de lucros, isso em termos da atividade operacional e no operacional;
Produtividade, onde avaliado o potencial dos elementos ativos da empresa em produzir
elementos de receitas e de ganhos, podendo ser evidenciado, por exemplo, o que cada unidade
monetria de ativo operacional produziu, em unidades monetrias, de vendas lquidas no perodo
analisado;
Rotatividade, onde so elaborados ndices capazes de medir a capacidade de giro ou rotao de
certos elementos patrimoniais, cujos resultados podem provocar alteraes na rentabilidade da
empresa, podendo ser evidenciada, por exemplo, a rotao ou giro dos estoques ou contas a
receber ou a pagar.
Para alguns estudiosos desta tcnica contbil, as demonstraes financeiras de determinada
empresa podem ser analisadas sob apenas dois aspectos, financeiro e econmico, onde os
indicadores relativos estrutura de capitais so considerados dentro do aspecto financeiro, sem
prejuzos nos resultados do trabalho do analista.
CONDIES DAS DEMONSTRAES FINANCEIRAS UTILIZADAS PARA ANLISE
Para que se constituam em base vlida e permitam ao analista atingir seu objetivo, as
demonstraes financeiras devem contar com as condies naturais e fundamentais
preconizadas pela cincia contbil, destacando-se as que seguem:
Exatido, cuja condio essencial para permitir o maior grau de confiabilidade possvel ao
analista;
Clareza, condio essencial que permita ao analista a total inteligibilidade das informaes
patrimoniais ou de resultado;
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Tcnica, condio fundamental para evidenciar que a demonstrao foi elaborada de acordo com
as tcnicas (tecnicidade), normas e princpios que norteiam a cincia da contabilidade, permitindo
melhor entendimento e padronizao de procedimentos pelo analista;
Essas condies naturais e essenciais tm sido prejudicadas por fatores voluntrios, onde o
empirismo sobrepe a cincia, em funo do despreparo do profissional em muitas ocasies, e
por fatores compulsrios, onde se assiste a uma forte interferncia da legislao tributria na
implementao das tcnicas de escriturao e evidenciao dos fatos econmicos produzidos
pelo patrimnio da empresa.
METODOLOGIAS DE ANLISE
Os vrios grupos de interessados buscam examinar as demonstraes financeiras das empresas,
e cada um deles tem interesses especficos nesta anlise.
Os acionistas, por exemplo, esto interessados na capacidade da empresa em gerar lucros, j os
bancos querem saber da sua capacidade de pagar seus emprstimos e os fornecedores precisam
saber se a empresa poder honrar seus compromissos. Alm do governo que visa arrecadao
dos impostos, h tambm os funcionrios, sempre preocupados com o seu futuro profissional
querendo avaliar a solidez da empresa, sem contar as pessoas preparadas para identificar novas
oportunidades de negcios, os chamados investidores.
Geralmente, esses grupos de interesse e possveis outros procuram respostas para algumas
perguntas, tais como:
- Qual a situao econmico-financeira da empresa?
- Qual sua capacidade de gerar lucros?
- Como esto sendo gerenciados seus ativos?
- Como a empresa est financiando suas atividades?
- Quais so seus pontos fortes e fracos, se comparados com outras empresas?
- Como a empresa est evoluindo, em termos de desempenho, ao longo do tempo?
Na anlise das demonstraes dada maior ateno ao balano patrimonial e ao demonstrativo
de resultados, para a obteno das informaes bsicas, e que podero, se necessrio, serem
complementadas pela anlise dos demais relatrios e demonstrativos.
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ANLISE VERTICAL
Esta anlise visa avaliar a composio de itens em relao a um todo considerado como 100%
onde cada conta contribui para a formao de todo o investimento. Procurando-se focar as contas
com saldos mais representativos deste percentual. realizada sobre o balano patrimonial e o
demonstrativo de resultados de um perodo.
Para o balano patrimonial, cada item expresso como uma porcentagem do total do ativo ou do
passivo ou como uma porcentagem de seu grupo, de acordo com a seguinte frmula:
Para o demonstrativo de resultados, de modo geral, cada item expresso como uma
porcentagem em relao receita operacional lquida (receita lquida de vendas), e pode ser
assim obtido:
A fim de facilitar o entendimento do assunto relatado, elaboramos uma anlise vertical dos
demonstrativos apurados na Empresa Miska Industrial Ltda..
Salientamos que para a elaborao deste exemplo, utilizamos apenas as contas sintticas dos
demonstrativos contbeis, o que no significa que as contas analticas no devam ser
cuidadosamente analisadas, at porque atravs da apurao destas que poderemos identificar
mais precisamente onde esto as grandes discrepncias.
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Fatores que Interferem na Anlise Vertical
Alguns valores podem prejudicar a correta visualizao e comparao da anlise vertical, como
por exemplo, valores significativos que foram incorporados nos ativos ou passivos da empresa,
ou eventuais resultados provocados por eventos especficos e no comuns na atividade da
empresa, como por exemplo:
- Reavaliaes realizadas nos ativos permanentes;
- Reestruturao de passivos financeiros;
- Baixas de bens de valor relevante;
- Novas integralizaes de capital de valor expressivo;
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- Realizao ou resgate de mtuos eventuais;
- Realizao de eventos no operacionais especficos;
- Ajustes realizados em exerccios anteriores, etc.
O principal fator que pode prejudicar a anlise vertical da demonstrao de resultados e a
estrutura de custos e despesas a evoluo das receitas de vendas quando ocorrem sem
proporcionalidade com a evoluo dos custos e despesas. necessria ateno especial neste
caso, pois pode ser oriunda de receitas espordicas que com certeza iro prejudicar a concluso
se alisadas de forma a no contemplar tais eventos.
ANLISE HORIZONTAL
A finalidade principal da anlise horizontal apontar a evoluo de itens dos balanos assim
como de outros demonstrativos atravs dos perodos, a fim de verificar tendncias. Antes de tudo
para qualquer anlise preciso fazer uma padronizao das contas. Depois so as diretrizes
peculiares de cada tipo de anlise.
Por exemplo, a critrio da anlise horizontal, toma-se como perodo base, o exerccio mais antigo
do intervalo que se queira analisar. Nesse momento lhe atribudo um fator de 100% que atravs
de clculos financeiros mostrar um percentual de aumento ou de reduo em cada conta e em
relao a perodos distintos. Assim apurado na frmula:
O resultado obtido estar na forma decimal; caso se deseje apresent-lo na forma de percentual,
basta multiplic-lo por 100, conforme realizamos no exemplo a seguir.
Em um simples exemplo podemos verificar, um possvel fator de aumento de custo de vendas
que esteja implcito nos resultados financeiros de uma empresa. Uma situao deste tipo pode
acarretar numa estagnao do lucro bruto na mesma.
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Para se ter uma idia mais clara preciso levar em considerao os vrios tipos de ndices, antes
de serem tomadas concluses antecipadas. O contador ou analista com seus conhecimentos
procurar auxiliar o diretor financeiro a como proceder em toda essa sistemtica.
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Fatores que Interferem na Anlise Horizontal
Para que haja fidedignidade aos parmetros da anlise horizontal, a base escolhida de alta
relevncia, o componente deve ser 100 ou 1,00. Se acaso for feita a opo por um perodo
com base a evidenciar crescimentos nos perodos seguintes, cujos dados no tenham suficiente
representatividade, todo o processo de anlise fica comprometido.
Sendo assim, se o perodo escolhido (ms ou ano), estiver baseado em um perodo totalmente
atpico na vida da empresa, a grande maioria dos dados e ndices obtidos estar distorcida e no
apresentar a concluso exata de crescimento ou queda.
A inflao, quando existente, tambm interfere diretamente na apurao destes indicadores e
deve ser considerada para clculo do resultado, onde o valor da anlise horizontal obtido ser
ainda dividido pelo ndice da variao da inflao apurada no perodo da anlise.
PARTE PRTICA
Baseando-se em um Balano Patrimonial publicado, realize a comparao de alguns dados como
a relao entre o Ativo e o Passivo, e por meio destes dados faa uma anlise da estrutura do
mesmo avaliando a composio e evoluo desta demonstrao financeira.
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3. ANLISE DE INDICADORES E QUOCIENTES PARTE I
Os indicadores utilizados devem estar de acordo com a viso da alta administrao da companhia
e devero acompanhar as atividades, rentabilidade e situao patrimonial desta, no entanto
sempre sero escolhidas por gestores ou responsveis financeiros, no existindo forma bsica
para apresentao destes.
Assim, cada grupo de interessados pode solicitar as informaes conforme lhe convm. O
acionista vai precisar de um tipo de informao, como rentabilidade e retorno do capital investido,
j as instituies financeiras necessitam avaliar outros pontos de vista e resultados apurados para
decidir sobre as linhas de crdito, enquanto os fornecedores necessitam das informaes sobre a
capacidade de pagamento. por isso que quando se trata de licitaes, os rgos licitantes
definem no s os indicadores a serem avaliados, mas tambm o ndice mnimo desejvel para
cada operao.
Os indicadores econmico-financeiros so os elementos que representam o conceito tradicional
de anlise de balanos. Eles so apurados atravs de clculos matemticos efetuados levando
em conta valores extrados das demonstraes contbeis e financeiras em busca de nmeros
que auxiliem no processo de deciso e entendimento da real situao da empresa em seus
aspectos patrimoniais, financeiros, de rentabilidade e giro, dentre outros.
O objetivo bsico dos ndices que sero apurados nesta etapa da anlise de evidenciar a
posio da empresa no cenrio atual e ao mesmo tempo projetar cenrios que refletiro a
situao da empresa nos perodos subseqentes se a situao assim permanecer ou se decises
estratgicas interferirem o andamento dos negcios.
Assim os analistas devem no s calcular os resultados matemticos, como tambm utiliz-los na
projeo dos eventos futuros e dos atos reais presentes que afetaro os resultados empresariais
e as atividades desenvolvidas pela empresa a fim de elaborar e apresentar um relatrio onde as
mais diversas possibilidades foram tratadas.
Caso os indicadores e as perspectivas apontem problemas de continuidade, a administrao ter
condies de deter a deteriorao da situao patrimonial, financeira e de rentabilidade da
empresa e procurar reverter situao com decises estratgicas e gerenciais.
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Da mesma forma se os nmeros apresentarem excesso de liquidez, rentabilidade ou estrutura
patrimonial, decises precisam ser tomadas para promover o ajuste realidade da necessidade
de recursos para a operacionalizao e financiamento das atividades.
ANLISE ATRAVS DE INDICADORES
Uma empresa utiliza, para sustentar seu processo produtivo, recursos ditos permanentes que tm
um perodo de renovao mais lento, tais como imveis, mquinas, instalaes e tambm
recursos de renovao mais acelerada, como os estoques, disponibilidades financeiras e as
contas a receber que formam o seu capital circulante.
A anlise dos circulantes est relacionada diretamente com o ativo circulante e o passivo
circulante que registram estes recursos e obrigaes de curto prazo.
Assim capital de giro lquido ou capital circulante lquido, como mais comum ser chamado,
igual ao ativo circulante menos o passivo circulante, assim representado:
maiores que as obrigaes, tambm de curto prazo. Neste caso a empresa est financiando parte
de seu capital de giro com recursos de longo prazo.
Por outro lado, quando o CCL negativo, as obrigaes sobrepem-se aos recursos de curto
prazo, ento denota uma situao em que a empresa est financiando parte de seus ativos
permanentes com a utilizao de recursos de curto prazo.
I. NDICES DE LIQUIDEZ (SOLVNCIA)
Esses indicadores medem a capacidade da empresa em pagar suas dvidas dentro do
vencimento e mostram sua estrutura de endividamento. Tais indicadores so extrados to
somente do balano patrimonial, razo pela qual so considerados indicadores estticos, j que
qualquer pequena mudana no momento imediatamente posterior ao do clculo acarretara na
alterao sumria do resultado apurado. Quer dizer que o simples fato de comprar uma
mercadoria a vista ou para pagamento a curto prazo, bem como o recebimento de qualquer valor,
ir alterar o resultado ora obtido.
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De modo geral, as alteraes se processam de forma gradual, razo pela qual estes indicadores
devem estar sempre atualizados, pois o acompanhamento sistemtico destes sinalizadores de
vital importncia para a alta administrao. Lembrando sempre que acontecimentos
extraordinrios podem afetar estes indicadores fazendo com que a situao evidenciada no
reflita a normalidade da empresa e acarrete mudanas bruscas.
a) Liquidez Corrente
O principal objetivo deste indicador verificar a capacidade de pagamento que a empresa tem
dos valores a curto prazo. Assim se o ndice apurado for de 2,30 significa que para cada R$
1,00 de dvidas a curto prazo a empresa dispe, neste momento de R$ 2,30 de recursos
imediatos (circulantes) para pagar as dvidas constantes no passivo circulante (obrigaes de
curto prazo).
A frmula utilizada para a apurao deste indicador :
O ponto de parmetro que o resultado obtido da aplicao desta frmula deve ser sempre
superior a 1,00 sendo classificado, na maioria dos casos, como timo o ndice a partir de 1,50.
importante lembrar a qualidade dos valores apurados a receber, bem como a relevncia dos
saldos em estoque.
Quando o valor foi inferior a 1,00, significa que est faltando recursos para cumprir as
obrigaes de curto prazo. Por exemplo, se o resultado for de 0,80, a empresa dispe de
apenas 80% do valor das dvidas vencveis a curto prazo, faltando ento R$ 0,20 para cada R$
1,00 de dvida assumida.
b) Liquidez Seca
Este indicador tem o mesmo objetivo do anterior, no entanto para este clculo excludo o valor
dos estoques do total do ativo circulante. Este indicador um pouco mais rigoroso que a Liquidez
Corrente, no sentido de que a excluso dos estoques transforma a parcela restante do ativo
apenas em valores recebveis, considerando que nada mais ser comercializado pela empresa.
A forma de clculo igual a anterior, apenas deduzindo o valor dos estoques do ativo circulante,
ficando assim representada:
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A questo central deste indicador est na anlise da capacidade de realizao dos estoques, por
isso no h um claro referencial para o clculo. Assim, uma empresa onde os estoques
predominantes so os de produtos em processo (inacabados), tem sua realizao mais demorada
do que uma empresa comercial que normalmente tem estoque de mercadorias com grande
facilidade de venda e alta rotatividade.
Para empresas industriais conveniente um indicador superior a 0,70 analisado sempre em
conjunto com a liquidez corrente.
Para as empresas comerciais este ndice poderia chegar at 0,50 e ser considerado normal,
dend que, os estoques formem liquidez corrente superior a 1,00.
c) Liquidez Imediata
A liquidez imediata tambm tem o objetivo de verificar a capacidade de pagamento dos valores a
curto prazo, mas um ndice altamente pessimista e considera que alm de nenhuma mercadoria
mais ser comercializada, ainda sugere que no sejam utilizados os valores contabilizados como a
receber.
Desta forma so utilizados somente os valores disponveis em caixa ou instituies financeiras de
uso imediato para dar a quitao destes valores.
Ento, para este clculo so excludos os estoques e demais valores a curto prazo, restando
somente s disponibilidades para serem confrontadas com as obrigaes de curto prazo, da
seguinte forma:
Assim, o indicador aqui localizado indicar apenas quanto a empresa possui de recursos
financeiros disponveis de forma imediata para o pagamento das contas a curto prazo, no
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existindo um referencial para este indicador, j que inmeros fatores alteram estes valores
diariamente e numa velocidade que muitas vezes foge do controle da administrao da empresa.
d) Liquidez Geral
Tambm objetiva verificar a capacidade de pagamento, no entanto, analisa agora as condies
totais dos valores a receber e a realizar em confronto com os valores a pagar, considerando tanto
os valores de curto como os de longo prazo.
O ndice apurado significa quanto a empresa possui de bens e direito para saldas todas as suas
dvidas de curto e longo prazo e assim calculada:
No h um referencial para tal indicador, apesar de alguns entenderem que interessante ser
sempre acima de 1,00. claro que se o indicador for superior ao limite de 1 para 1, significa que
a empresa est em condies de saldar todas as suas obrigaes, se claro todos os valores se
realizarem, conforme provisionados.
Assim, torna-se o ponto especial deste indicador, alm do que j tratamos na liquidez corrente e
seca, a qualidade dos itens de longo prazo, bem como o perfil do exigvel a longo prazo. Se o
exigvel a longo prazo apurado para os prximos 2 anos, a anlise diferente de, se por outro
lado, ele for resgatado, por exemplo, em dez anos. O que ir validar um resultado inferior a 1,00
a capacidade de gerao de lucros da empresa que deve ser analisada paralelamente a este
indicador.
e) Endividamento
A finalidade deste indicador medir a estrutura de financiamento da empresa. O nmero
resultante evidencia o reflexo das polticas de alavancagem financeira utilizadas pela empresa e o
financiamento do capital de giro ao final de cada perodo. assim, um parmetro de garantia dos
credores.
Em outras palavras, significa quanto a empresa tem de capital de giro prprio para garantir as
dvidas contratadas e os financiamentos, por isso o confronto dos valores a pagar realizado
diretamente com o patrimnio lquido da sociedade:
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Neste caso um ponto referencial que este indicador deva ser sempre inferior a 1,00, pois
valores superiores a este limite sugerem excesso de endividamento da empresa atravs de
emprstimos e financiamentos j assumidos.
O excesso de endividamento pode no trazer problemas em situaes normais de demanda, mas
obviamente temos que analisar tambm o perfil do endividamento de longo prazo juntamente com
a capacidade de gerao de lucros atravs das vendas.
II. NDICES DE ESTRUTURA
Os ndices de estrutura mostram a participao relativa das contas que constituem o capital de
giro em relao ao valor total do ativo circulante. Esses indicadores podem ser analisados por
intermdio de sua evoluo temporal, comparando-se os balanos de perodos sucessivos, ou
tambm por comparao com empresas ligadas ao mesmo setor.
Alis, a anlise de comparabilidade com empresas do mesmo setor sempre recomendvel, j
que um indicador abaixo do padro recomendado pode ser comum em determinado ramo de
mercado, o que poder ser facilmente detectado pela anlise comparativa. Importante salientar
que quanto mais afins forem os negcios das empresas comparadas, melhor ser a anlise dos
resultados.
a) Participao das Disponibilidades
O ndice de participao das disponibilidades financeiras mostra qual a participao dos recursos
de liquidez imediata na estrutura atual do capital de giro. Sua frmula de clculo :
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b) Participao dos Estoques
O ndice de participao dos estoques mostra o peso desse item em relao ao capital de giro.
Um ndice elevado pode indicar uma m gesto dos estoques.
c) Participao de Contas a Receber
Outro indicador da estrutura do capital de giro o ndice de participao de contas a receber.
Este indicador mostra qual o peso das contas a receber sobre o total do ativo circulante. Quando
este indicador muito elevado, pode indicar uma poltica de concesso de crdito muito flexvel o
que aumenta o risco de inadimplncia.
d) Financiamento
O ndice de financiamento informa qual o percentual do capital de giro financiado por
emprstimos bancrios de curto prazo. Um resultado alto indicador de forte dependncia de
emprstimos de curto prazo e que iro pressionar o caixa da empresa. Para a apurao deste
indicador importante salientar que se entende por financiamentos todos os emprstimos
bancrios de curto prazo, registrados no passivo circulante.
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PARTE PRTICA
1. O Gerente do banco Precavido S.A. suspende um emprstimo que seria concedido ao
Supermercado Progresso Ltda. Porque o seu ndice de Liquidez Seca 0,30 enquanto que outras
empresas de diversos ramos de atividade tm ndice superior a 1,00. a atitude do gerente est
correta? Porque?
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2. O Auto-nibus So Jorge S.A. no solicitar, embora esteja carente, emprstimo para Capital
de Giro ao Banco da Baronesa S.A. Seu diretor presidente fez o seguinte comentrio:
I Somos uma empresa recm-constituda (2 anos).
II O nosso ndice de Liquidez corrente de 0,76 (muito baixo).
III No temos Duplicatas a Receber para garantir o emprstimo necessrio.
a) As justificativas I, II e III so verdadeiras. O presidente est certo em no solicitar o
emprstimo.
b) As justificativas I, II e III no so depreciativas para a empresa. O Presidente deveria solicitar
emprstimo.
c) A justificativa I no empecilho para obter emprstimo. As justificativas II e III so verdadeiros
empecilhos. O presidente est certo, no deve solicitar o emprstimo.
d) A justificativa I poder ser um obstculo real para se obter emprstimo. Todavia, as
justificativas II e III no so obstculos. O presidente poderia tentar solicitao de emprstimo.
3. A Cia. Tirateima Ltda, apresenta os seguintes ndices de Liquidez Imediata:
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20X1 20X2 20X3
0,14 0,12 0,105
As informaes comerciais evidenciam os seguintes atrasos nos pagamentos da Cia. Tirateima:
20X1: atraso de 10 dias.
20x2: atraso de 25 dias.
20x3: atraso de 45 dias.
Podemos dizer o seguinte:
a) Para efeito de anlise de crdito, o ndice de Liquidez Imediata, j apresentado, irrelevante,
no devendo ser considerado.
b) Nos dias atuais h uma tendncia de todas as empresas atrasarem; portanto, no levaremos
em considerao os atrasos citados anteriormente.
c) Com uma inflao alta, a empresa tende a reduzir o seu disponvel para no haver corroso
monetria pela inflao. Portanto, no se considera a queda desse ndice.
d) Os dados apresentados anteriormente so relevantes para efetivo de analise, devendo ser
considerados.
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4. A Companhia ABC apresentou as seguintes informaes, em milhares de reais:
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5. O Controller Jos Avalista Maior recebeu de uma das empresas do Grupo, via fax, o Balano
Patrimonial dos anos 2004 e 2005, abaixo evidenciado. Por problemas na transmisso do fax,
alguns dados da Demonstrao no saram.
Dados Complementares:
I. A anlise horizontal de 2005 apresentou uma evoluo de 40% das disponibilidades.
II. O contador efetuou a reclassificao de 50% dos Ttulos a Receber de Longo Prazo. No
ocorreram transaes: de vendas (Curto ou Longo Prazo) e recebimentos (Curto ou Longo
Prazo).
III. Foram Adquiridos em 2005 imveis no valor de R$ 5.000,00.
IV. A depreciao anual de Equipamentos de 10% e a de Veculos de 20%.
V. A mdia de perdas de Clientes permaneceu constante e equivalente dos anos anteriores.
VI. O ndice de Liquidez Corrente foi de: 2,0 em 2004; e, 1,10 em 2005;
VII. O ndice de Liquidez Geral foi de: 0,94 em 2005.
Para que o Controller possa complementar os dados do Balano e avaliar o desempenho da
empresa, solita-se: Elaborar corretamente os balanos.
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2. ANLISE DE INDICADORES E QUOCIENTES PARTE II
ANLISE ATRAVS DE INDICADORES
III. NDICES DE EFICINCIA (ATIVIDADE)
Esses ndices esto relacionados com as contas resultantes da operao da empresa, obtidos
tanto no balano patrimonial quanto no demonstrativo de resultados do exerccio e buscam
evidenciar a dinmica operacional da empresa. Os indicadores so calculados inter-relacionando
o produto das transaes da companhia e o saldo constante ainda no balano patrimonial.
De modo geral, os indicadores devem refletir as polticas que norteiam a administrao do fluxo
de caixa, bem como da capacidade da empresa em manter um fluxo de caixa contnuo. Alm
disso, evidenciam ainda a produtividade dos ativos da sociedade.
a) Giro de Estoques
O indicador de giro dos estoques mostra o nmero de vezes ao ano que o estoque girou por
causa das vendas. Sempre que ocorrer uma venda, h uma sada do estoque, e esse valor
transforma-se em custo dos produtos vendidos.
A princpio, quanto maior o giro dos estoques, maior a eficincia da empresa no gerenciamento
deste ativo. Este um dos indicadores de produtividade operacional e da eficincia dos valores
empatados em estocagem de materiais e produtos.
O estoque inicial o valor da conta estoques no balano do ano (perodo) anterior ao da anlise e
o estoque final compreende ao montante no balano do ano atual.
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O prazo mdio de renovao dos estoques mostra o nmero de dias entre a entrada da matria-
prima (ou mercadoria a ser revendida) e sua venda no mercado.
b) Giro de Contas a Receber
Este ndice indica quantas vezes ao ano a empresa gira suas contas a receber, ou seja, est
relacionada ao tempo mdio que uma duplicata emitida pela empresa fica em cobrana.
Em princpio, quanto mais alto esse ndice, melhor. Ele deve ser apurado da seguinte forma:
O valor das contas a receber inicial corresponde s contas a receber (duplicatas) no balano do
ano anterior e o contas a receber final o valor dessa conta no balano do ano atual.
O prazo mdio de recebimento indica o nmero de dias que a empresa consome, em mdia, para
receber o valor fruto de suas vendas. Normalmente quando calculamos este indicador baseado
em dados anuais com valores obtidos das demonstraes contbeis, o dado obtido tende a ser
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pouco significativo, portanto recomendamos que sejam realizados mensalmente, para isto basta
adaptar a frmula a seguir para o perodo que se deseja calcular
Da mesma forma que nos indicadores anteriores, importante a comparao com o setor e com
a concorrncia, par tentar vislumbrar como a empresa analisada se encontra no contexto setorial,
bem como se as polticas de crdito adotadas internamente esto surtindo efeito em comparao
com as demais empresas.
c) Giro de Contas a Pagar
A finalidade desse indicador mostrar o prazo mdio que a empresa consegue para pagar seus
fornecedores de materiais e servios. Para esta anlise a empresa depende da poltica de crdito
adotada pelos seus fornecedores.
Quanto maior o giro de conta a pagar, menores os tempos mdios que ela utiliza para pagar
seus fornecedores.
O valor de contas a pagar inicial est registrado em contas a pagar no balano do ano anterior, e
o contas a pagar final o valor dessa conta no balano do ano atual. Compras igual ao custo
dos produtos vendidos apurado na DRE somados ao estoque final e deduzido do estoque inicial.
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O prazo mdio de pagamento indica o nmero de dias que a empresa gasta, em mdia, para
pagar seus fornecedores. Considera-se como o tempo decorrido entre a compra da matria-prima
ou mercadoria e o efetivo pagamento da fatura do fornecedor.
importante salientar que tanto a anlise do giro de contas a receber como de contas a pagar
pode ser realizada individualmente, por cliente ou fornecedor, se a empresa necessitar de uma
anlise mais detalhada para rever ou renegociar as polticas de crdito com cada grupo de
interessados.
importante salientar que tanto a anlise do giro de contas a receber como de contas a pagar
pode ser realizada individualmente, por cliente ou fornecedor, se a empresa necessitar de uma
anlise mais detalhada para rever ou renegociar as polticas de crdito com cada grupo de
interessados.
d) Posicionamento Relativo
O posicionamento relativo, como o prprio nome j diz, a relao direta entre o prazo mdio de
recebimento e o prazo mdio de pagamento. Esse ndice deve, preferencialmente, ser inferior a
1,00, para no comprometer de maneira negativa o fluxo de caixa da empresa, gerado pelo
descompasso entre os recebimentos e os pagamentos efetuados. apurado utilizando-se a
seguinte expresso:
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NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO
A necessidade de capital de giro funo do ciclo de caixa da empresa. Quando o ciclo de caixa
longo, a necessidade de capital de giro maior e vice-versa. Assim, a reduo do ciclo de caixa
- em resumo, significa receber mais cedo e pagar mais tarde - deve ser uma meta da
administrao financeira.
Entretanto, a reduo do ciclo de caixa requer a adoo de medidas de natureza operacional,
envolvendo o encurtamento dos prazos de estocagem, produo, operao e vendas. O clculo
atravs do ciclo financeiro possibilita mais facilmente prever a necessidade de capital de giro em
funo de uma alterao nas polticas de prazos mdios ou no volume de vendas.
a) Capital de Giro
Capital de giro o conjunto de valores necessrios para a empresa fazer seus negcios
acontecerem (girar). Existe a expresso "Capital em Giro", que seriam os bens efetivamente em
uso. Em geral de 50 a 60% do total dos ativos de uma empresa representam a fatia
correspondente a este capital.
Alm de sua participao sobre o total dos ativos da empresa, o capital de giro exige um
esforo para ser gerido pelo administrador financeiro maior do que aquele requerido pelo capital
fixo. O capital de giro precisa ser acompanhado e monitorado permanentemente, pois est
sofrendo o impacto das diversas mudanas no panorama econmico enfrentado pela empresa de
forma contnua.
As dificuldades relativas ao capital de giro numa empresa so devidas, principalmente,
ocorrncia dos seguintes fatores:
- Reduo de vendas
- Crescimento da inadimplncia
- Aumento das despesas financeiras
- Aumento de custos
Denominando-se de "aplicao permanente" as contas no circulantes do ativo e de "fonte
permanente" as contas no circulantes do passivo, define-se como Capital de Giro (C.D.G.) a
diferena entre as fontes permanentes e aplicaes permanentes.
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O Capital de Giro apresenta-se razoavelmente estvel ao longo do tempo. O Capital de Giro
diminui quando a empresa realiza novos investimentos em bens do ativo imobilizado (aumento
dos imobilizados).
Todavia, esses investimentos so, em geral, realizados atravs de "Autofinanciamento"
(emprstimos a longo prazo, aumento do capital em dinheiro e lucros lquidos) que por sua vez,
aumentam o Capital de Giro (aumento das fontes permanentes) compensando,
aproximadamente, a diminuio provocada pelos novos investimentos.
O Capital de Giro pode ser negativo. Neste caso, as aplicaes permanentes so maiores do que
as fontes permanentes, significando que a empresa financia parte de seu ativo no circulante com
fundos de curto prazo. Embora esta condio aumente o risco de insolvncia, a empresa poder
se desenvolver, desde que sua Necessidade de Capital de Giro seja, tambm negativa.
Em Contabilidade, existe o Capital de Giro Circulante, que seria a diferena do Ativo Circulante e
do Passivo Circulante, grupos de contas do Balano Patrimonial. Esse ndice decomposto na
Demonstrao conhecida legalmente como Demonstrao de Origens e Aplicao, fonte de
valiosas informaes econmicas da Entidade Contbil. Essa Demonstrao (que antes da lei
das S/A tambm j foi chamada de Demonstrao de Fundos), pode ser combinada com a
Demonstrao de Fluxo de Caixa, acrescentado-se informaes financeiras de uso gerencial.
Os conceitos financeiros e contbeis provieram de pontos clssicos da Economia. O Capital
Circulante, sob essa abordagem, um conceito criado como o oposto do Capital Fixo.Adam
Smith e principalmente David Ricardo, foram os primeiros a estudar essa matria de uma forma
cientfica, prpria da
Cincia Econmica.
b) Ciclo Operacional e Ciclo Financeiro
Ciclo financeiro, tambm chamado de ciclo de caixa, o tempo decorrido do momento em que a
empresa efetua o pagamento das compras de mercadorias aos seus fornecedores at o momento
em que ela recebe o valor das vendas efetuadas aos seus clientes.
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O Ciclo Financeiro pode ser definido ainda como sendo o prazo mdio desde a aquisio da
mercadoria at a venda aos clientes, chamado Prazo Mdio de Renovao de Estoques, mais o
Prazo Mdio concedido aos clientes para Recebimento das Vendas, menos o Prazo Mdio
recebido do fornecedor para Pagamento das Compras, assim:
Exemplo:
- Prazo mdio de renovao de estoques: 40 dias;
- Prazo mdio de recebimento de vendas: 20 dias;
- Prazo mdio de pagamento de compras: 25 dias;
- Ciclo Financeiro: 40 + 20 25 = 35 dias.
Para fixar: o PMRE representa o tempo mdio de estocagem de mercadorias. O PMRV expressa
o tempo decorrido entre a venda e o recebimento. O PMPC traduz o tempo entre a compra de
mercadorias e o pagamento aos fornecedores.
O ciclo operacional (CO) mais amplo, englobando desde a data das compras at o recebimento
de clientes, sem descontar o PMPC, sendo representado da seguinte forma:
Exemplo:
- Prazo mdio de renovao de estoques: 40 dias;
- Prazo mdio de recebimento de vendas: 20 dias;
- Ciclo operacional: 40 + 20 = 60 dias.
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Pode-se dizer que o ciclo operacional o perodo em que so investidos recursos nas operaes,
sem que ocorram entradas de caixa correspondentes.
Parte desse capital de giro financiado pelos fornecedores que concederam prazo para
pagamento (PMPC).
At o momento do pagamento aos fornecedores, a empresa no precisa se preocupar com o
financiamento, que automtico. Se o PMPC for superior ao PMRE, ento os fornecedores
estaro financiando tambm uma parte das vendas da empresa. O ideal seria que o PMPC fosse
maior ou igual soma de PMRE e PMRV, quando os fornecedores financiariam completamente o
ciclo operacional, mas tal situao muito difcil de se obter.
Aps o pagamento a fornecedores, a empresa ter que financiar as operaes com seu prprio
capital de giro, uma vez que o numerrio destinado aos fornecedores, que estava sendo utilizado
na manuteno das atividades, j ter sido pago. O perodo em que ela efetua este financiamento
com recursos prprios justamente o ciclo financeiro da empresa.
O capital de giro o montante de recursos necessrios manuteno das atividades
operacionais da empresa, enquanto no ocorre o recebimento das vendas. Note que, quanto
maior o ciclo financeiro da empresa, maior ser a necessidade de capital de giro.
Imaginemos que haja necessidade de operar sem recebimento de clientes por um perodo de 3
meses, e que o capital de giro necessrio para um ms seja de 25.000. Neste caso,
precisaramos de 75.000 para financiar nossas operaes, antes dos primeiros recebimentos.
Uma maneira de entender a necessidade de capital de giro durante os ciclos financeiro e
operacional lembrar que durante este perodo a empresa continua tendo que cumprir outras
obrigaes, como pagamento de salrios, impostos etc. Assim, enquanto no ocorre o
recebimento de clientes, estas despesas tero que ser honradas, seja pelo uso de recursos
operacionais de terceiros, durante o PMPC, seja pelo uso de recursos operacionais prprios,
durante o ciclo financeiro. Note que estamos considerando apenas os recursos gerados pelas
operaes (fornecedores e recebimento de clientes), sem levar em conta recursos que podem ser
obtidos no sistema financeiro, como os emprstimos, por exemplo.
c) Clculo da Necessidade de Capital de Giro
Algumas
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