OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA …...Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções
Post on 12-Feb-2020
6 Views
Preview:
Transcript
Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
0
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA EDUCAÇÃO
CAMPUS DE JACAREZINHO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: POR UM DESENVOLVIMENTO
SOCIAL LOCAL SUSTENTÁVEL
JACAREZINHO 2013
1
CONCEIÇÃO NÉSPOLI
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
EDUCAÇÃO AMBIENTAL: POR UM DESENVOLVIMENTO
SOCIAL LOCAL SUSTENTÁVEL
Material Didático (Unidade Didática) apre-sentada ao Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) da Secretaria do Esta-do da Educação (SEED).
Orientador: Prof. Dr. Roberto Carlos Massei.
JACAREZINHO 2013
2
1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Professor PDE
Conceição Néspoli
Área PDE
História
NRE
Jacarezinho
Professor Orientador IES
Dr. Roberto Carlos Massei
IES vinculada
Universidade Estadual do Norte do Paraná - UENP
Escola de Implementação
Colégio Estadual Dr Ubaldino do Amaral – EFM
Público objeto da intervenção
Alunos do 9º Ano do Ensino Fundamental
2. TEMA DE ESTUDO DO PROFESSOR PDE
Educação Ambiental.
3. TÍTULO
Educação Ambiental: Por um desenvolvimento social local sustentável
3
EDUCAÇÃO AMBIENTAL: POR UM DESENVOLVIMENTO SOCIAL LOCAL SUSTENTÁVEL
APRESENTAÇÃO
A presente Produção Didático-pedagógica leva em consideração a ne-
cessidade de conscientizar os a comunidade escolar e em especial os alunos
sobre práticas adequadas de comportamento que favorecem a qualidade de
vida no meio ambiente e ao mesmo tempo a sua preservação; o que não se
coloca é o papel das políticas econômicas globalizantes que “arrasam” tudo por
onde passam. A Educação Ambiental na educação formal pode ser um local
apropriado para levantar essa questão de responsabilidades e de cobranças.
Logo, é preciso buscar estratégias de conscientizar os alunos a ter um olhar
crítico para os problemas locais decorrentes dessas políticas nocivas tanto em
nível social quanto ecológica.
É através da Metodologia de Berbel, que, partindo da observação da
realidade é possível problematizar temas presentes no Ensino da História Con-
temporânea em que vivências, leituras, pesquisas e práticas nessas aulas po-
dem contribuir na interpretação da realidade em relação à Educação Ambiental.
FIGURA: ARCO DE MAGUEREZ
Fonte: Berbel (2002)
4
Dessa forma, têm-se como objetivos: reconhecer as implicações econô-
micas e políticas que subsidiam a necessidade de se trabalhar a Educação
Ambiental no contexto da História Contemporânea; identificar realidade ambi-
ental local do aluno; selecionar os pontos-chave que devem ser trabalhados;
destacar nas referências bibliográficas os parâmetros para a intervenção no
ambiente; apontar caminhos e possibilidades que facilitem as orientações para
a implementação de práticas diárias que contribuam para a qualidade do ambi-
ente local; e aplicar e registrar as ações implementadas.
Trata-se de uma Unidade Didática que, através da metodologia de traba-
lho adotada, pode ser implementada por professores de qualquer Disciplina,
visto ser o tema interdisciplinar.
1 A DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL NA EDUCAÇÃO Para começo de conversa...
Na Educação, de modo geral, o Meio Ambiente como tema vem sendo
discutido há décadas como parte de uma proposta mais ampla: a Educação
Ambiental. Nesse sentido, ela recebeu várias definições ao longo dessas dis-
cussões sobre a sua implantação. Vale a pena transcrever essa “evolução”:
Stapp et al. (apud DIAS, 1994, p. 25) definiram a Educação Ambiental como
um processo que deve objetivar a formação de cidadãos, cujos conhecimentos
acerca do ambiente biofísico e seus problemas associados possam alertá-los e
habilitá-los a resolver seus problemas.
Em 1970 a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos
Re-cursos Naturais – International Union for Conservation of Nature - IUCN
(fundada em 1948, tem 84 nações associadas) definiu a EA como o processo
de reconhecimento de valores e de esclarecimentos de conceitos que permitam
o desenvolvimento de habilidades e atitudes necessárias para entender e apre-
ciar as inter-relações entre o homem, sua cultura e seu ambiente biofísico cir-
cunjacente; para Mellowes ( apud DIAS, 1994, p.25 ) a EA seria um processo
“no qual deveria ocorrer um desenvolvimento progressivo de um senso de pre-
ocupação com o meio ambiente, baseado em um completo e sensível entendi-
mento das relações do homem com o ambiente a sua volta”. Finalmente, para
Catalão (2009, p.251).
5
[...] por ter sido uma iniciativa pioneira e em escala planetária, a questão ambiental foi enfocada como crise de recursos naturais não renováveis, poluição e explosão demográfica, não questionando o modelo de desenvolvimento em vigor, nem a categoria de progresso, como contexto sociocultural forjador da crise ambiental. Pela primeira vez os países do Sul contestam a proposta dos países do Primeiro Mundo de redução do ritmo de desenvolvimento e do crescimento demográfico [...].
A propósito, a evolução dos conceitos de Educação Ambiental tem sido
vinculada ao conceito de meio ambiente e ao modo como este era percebido.
O conceito de meio ambiente reduzido exclusivamente aos seus aspectos natu-
rais não permitia apreciar as interdependências, nem a contribuição das ciên-
cias sociais à compreensão e melhoria do meio ambiente humano.
Na Conferência de Tbilisi (1977) a Educação Ambiental foi definida como
uma dimensão dada ao conteúdo e a prática da educação, orientada para a
resolução dos problemas concretos do meio ambiente através de enfoques in-
terdisciplinares e de uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e
da coletividade. Essa definição é válida até hoje.
Como resultado dessa conscientização e necessidade de tomada de po-
sição a favor de um desenvolvimento sustentável quanto aos problemas da
sociedade contemporânea, considerou-se que a educação deveria ser a primei-
ra instituição social a ser mobilizada de maneira permanente a trazer à tona
essa questão.
BUSCANDO O CONHECIMENTO Nessa atividade já podemos fazer uma pesquisa procuran-do conhecer como está ocorrendo atualmente os trabalhos da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais – International Union for Conserva-tion of Nature – IUCN, e em especial a sua Lista Vermelha, para o Brasil.
6
PARA SABER MAIS
O que caracteriza a discussão ambiental na cultura contemporânea não é a forte atenção para o tema da natureza. Ela sempre foi uma categoria central do pensamento humano, ao menos na cultura ocidental, desde a Antiguidade [...]. De maneira geral, na medida em que as sociedades hu-
manas se territorializaram – construindo seus ambientes a partir de inte-rações com espaços concretos de um planeta que possui grande diver-sidade de formas geológicas e biológicas –, emergiram incontáveis e-xemplo de práticas materiais e percepções culturais referidas ao mundo natural. A produção de um entendimento sobre esses mundo tornou-se
um componente básico da própria existência social. (PÁDUA, 2010, p.83)
No Brasil, pela primeira vez e de maneira “oficial” o Meio Ambiente pas-
sou a configurar nos Temas Transversais nos Parâmetros Curriculares Nacio-
nais de 1997 (assim como Saúde, Ética, Orientação Sexual, Pluralidade Cultu-
ral). Segundo os Parâmetros [...], “A questão ambiental vem sendo considerada
como cada vez mais urgente e importante para a sociedade, pois o futuro da
humanidade depende da relação estabelecida entre a natureza e o uso pelo
homem dos recursos naturais disponíveis” (PCN, 1997, p.15).
Como tema transversal o Meio Ambiente deveria ser abordado em todas
as disciplinas sob o enfoque da interdisciplinaridade, ou seja, dentro do contex-
to de cada uma, e nesse sentido na disciplina de História, seria trabalhado a
“História da Educação Ambiental”. Entretanto, como tal não configurou como tal
nos eixos temáticos das disciplinas, nem nos livros didáticos, ficando relegado
a um segundo plano, uma vez que as disciplinas já são “engessadas” pelos
seus próprios conteúdos obrigatórios. Dessa forma, ficou mesmo restrita àque-
las disciplinas que normalmente já fazem parte como conteúdos, Ciências, Bio-
logia e Geografia.
Como a pressão tem sido grande através das inúmeras conferências in-
ternacionais, o Brasil para não ficar à margem das recomendações propostas,
em abril de 1999, foi decretada pelo então Presidente da República, Fernando
Henrique Cardoso, a Lei 9.795 que torna obrigatória a Educação Ambiental:
7
Capítulo I – Da Educação Ambiental, Art. 2o A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, de-vendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e mo-dalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal. [...] II - às instituições educativas, promover a educação ambiental de maneira integrada aos programas educacionais que desenvolvem; [...].Parágrafo único. Os professores em atividade devem receber formação complementar em suas áreas de atuação, com o propósito de atender adequadamente ao cumprimento dos princípios e objeti-vos da Política Nacional de Educação Ambiental. (BRASIL, 1999, p.1).
O Estado do Paraná regulamentou a Lei 17.505/13 criando a Política Es-
tadual de Educação Ambiental e o Sistema Estadual de Educação Ambiental.
Observa-se que até o momento a Educação Ambiental não carece de legitima-
ção para ser colocada em prática, mas sim que ela efetivamente se concretize.
A propósito, retomando o pensamento de Alier de que são as popula-
ções pobres que mais se preocupam com o ambiente, nada mais natural para
um sistema capitalista “jogar” para essas populações, principalmente dos paí-
ses pobres e em desenvolvimento, a responsabilidade pelo bem-estar do Pla-
neta começando desde cedo através da educação. Entretanto, cabe aos edu-
cadores desvendar os discursos implícitos presentes nessa prática.
DE VOLTA AO PASSADO... Agora vamos lembrar quando vocês já estudaram o Meio Ambiente,
em que disciplinas, de que forma foi trabalhado: leituras, textos,
exposição, filmes.
PARA REFLETIR
Vocês também concordam com o pensamento de
Alier? Justiquem as suas respostas.
8
FIQUE POR DENTRO
A Educação Ambiental pode contribuir para conscientizar eu, vocês, seus pais,
amigos... para ajudar a promover a conservação e a melhoria do meio ambien-
te Melhora também, a qualidade de vida ao mesmo tempo em que pode ajudar
a preservar os sistemas ecológicos. Em suma, a educação ambiental que te-
nha por finalidade criar uma consciência, comportamentos e valores com vistas
a conservar a biosfera, melhorar a qualidade de vida em todas as partes e sal-
vaguardar os valores éticos, assim como o patrimônio cultural e natural, com-
preendendo os sítios históricos, as obras de arte, os monumentos e lugares de
interesse artístico e arqueológico, o meio natural e humano, incluindo sua fau-
na e flora, e os assentamentos humanos.
Planeta Azul Chitãozinho e Xororó Compositores: Xororó e Aldemir A vida e a natureza sempre à mercê da poluição
Se invertem as estações do ano
Faz calor no inverno e frio no verão
Os peixes morrendo nos rios
Estão se extinguindo espécies animais
Nem tudo que se planta, colhe
O tempo retribui o mal que a gente faz
Onde a chuva caía quase todo dia
Já não chove nada
O sol abrasador rachando o leito dos rios secos
Sem um pingo d'água
Quanto ao futuro inseguro
Será assim de norte a sul
A terra nua semelhante à lua
O que será desse Planeta Azul?
O que será desse Planeta Azul?
9
O rio que desce as encostas já quase sem vida
Parece que chora um triste lamento das águas
Ao ver devastada a fauna e a flora
É tempo de pensar no verde
Regar a semente que ainda não nasceu
Deixar em paz a Amazônia, preservar a vida
Estar de bem com Deus!
Fonte: http://www.vagalume.com.br/chitaozinho-e-xororo/planeta-azul.html#ixzz2iBswQpG8
ATIVIDADES
Na música explique qual a relação da letra com a Educação Ambiental. Na sua opinião porque “onde a chuva caía quase todo dia já não chove na-da”? Porque se faz a comparação da Terra com a Lua?
2 DESENVOLVIMENTO SOCIALMENTE SUSTENTÁVEL
Até aqui falamos em Meio Ambiente e Educação, mas o que seria “sus-
tentável”? Ferreira et al (2007, p. 674), afirma que “ sustentável tudo aquilo que
se sustenta ao longo do tempo [...]”; logo, quando se pensa em desenvolvimen-
to socialmente sustentável considera-se a necessidade de adotar novos para-
digmas de comportamento, de educação, de consumismo dentre outros que
afetam diretamente o local, o habitat dos indivíduos.
Agora vamos fazer uma pesquisa na Constituição Federal, e ver o que
determina o art. 225, e também os art. 16 e 44 do Código Florestal.
ATIVIDADES Vamos refletir um pouco...
Se em frente a sua casa tem uma árvore que você não gosta, você simplesmente corta, o que acontece? Se em frente a sua casa tem uma árvore que você não gosta, você simplesmente corta e em seu lugar planta
outra de sua preferência, o que acontece?
10
O novo paradigma que sustenta a causa ecológica propõe que a socie-
dade tome consciência de outras formas de realização que não impliquem o
contínuo e ilimitado desenvolvimento das forças produtivas que ampliam as
necessidades humanas ao sabor dos ditames do mercado.
A Educação Ambiental é considerada como um processo permanente no
qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e
adquirem o conhecimento, os valores, as habilidades, as experiências e a de-
terminação que os tornam aptos a agir – individual e coletivamente – e resolver
problemas ambientais presente e futuro.
PARA REFLETIR
A chave para o desenvolvimento é a participação, a organização, a e-
ducação e o fortalecimento das pessoas. O desenvolvimento sustentado não
pode ser centrado na produção e sim nas pessoas. Ele deve ser apropriado
não só aos recursos e ao meio ambiente, mas também à cultura, à história e
aos locais onde ele ocorre. Deve ser eqüitativo, agradável, pois “[...] o conceito
de qualidade de vida aparece como contraponto ao consumismo que pressio-
na o constante crescimento das economias. A idéia de sustentabilidade ampli-
a-se gradativamente para abranger as dimensões ecológica e ambiental, de-
mográfica, cultural, social, política e institucional, entre outros [...]”.(CATALÃO,
2009, p.252).
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL A reserva legal caracteriza-se por ser necessário ao uso sustentável dos recursos naturais. Como se sabe, uso sustentável dos recursos naturais pode ser assim definido: a) aquele que assegura a reprodu-ção continuada dos atributos ecológicos da área explorada, tanto em seus aspectos de flora como de fauna. É sustentável o uso que não subtraia das gerações futuras o desfrute da flora e da fauna, em ní-veis compatíveis com a utilização presente; b) recursos naturais são os elementos da flora e da fauna utilizáveis economicamente como fatores essenciais para o ciclo produtivo de riquezas e sem os quais a atividade econômica não pode ser desenvolvida.” (ANTUNES, Paulo Bessa. Direito Ambiental. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008. 11 edi-ção, p. 526.)
11
Ante esse desafio, a educação passa a adquirir novos significados no
processo de construção de uma sociedade sustentável, democrática, participa-
tiva e socialmente justa, capaz de exercer efetivamente a solidariedade com as
gerações presentes e futuras. Esta é uma exigência indispensável para a com-
preensão do binômio “local-global” e para a preservação e conservação dos
recursos naturais e sócio culturais, patrimônios da humanidade. (MEDINA;
SANTOS, 1999, p.17).
A questão ambiental fundamenta-se nos direitos humanos, no exercício
da cidadania e em uma política de economia sustentada que deve atender a
dimensões biológicas, históricas, psicossociais, econômicas, políticas e axioló-
gicas, consideradas dentro de uma perspectiva evolucionária. Conhecimento,
tecnologia e ações sociais de nada adiantarão se não estiverem apoiados em
uma autêntica transformação de valores, atividades e atitudes do homem de
hoje. Essa transformação pressupõe uma Educação Ambiental para todas as
pessoas, de todas as idades, por vias escolares e não-escolares. (DIAS, 1994,
p. 175).
3 AGORA VAMOS OBSERVAR A NOSSA REALIDADE
A partir de agora vamos trabalhar a Observação da Realidade, ou seja,
entrando em contato in loco com objeto da nossa pesquisa, que é o nosso am-
biente e considerar todos os elementos ou determinantes que num primeiro
momento possam parecer problemáticos.
1ª ETAPA: OBSERVAÇÃO DA REALIDADE
Vocês farão um levantamento sobre os problemas locais: esgoto, coleta
de lixo; terrenos baldios; separação de lixo dentre outros. Registrar por diver-
REFLEXÃO CRÍTICA
Façam uma leitura silenciosa sobre esse último
parágrafo e depois produzam um texto em forma
de redação, justificando a importância da Educa-
ção Ambiental para todas as pessoas.
12
sos meios as situações ambientais percebidas para trabalhos posteriores em
sala de aula.
Produzir relatórios das observações.
2ª ETAPA: PONTOS-CHAVES
Agora vamos primeiramente fazer um levantamento dos problemas co-
muns a todos os relatórios. Estes serão selecionados e considerados pontos-
chaves para serem trabalhados.
3ª ETAPA: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As atividades relacionadas aos pontos-chaves serão trabalhadas a partir
de materiais bibliográficos: livros de História, livros didáticos, pesquisas na In-
ternet, vídeos. 4º ETAPA: HIPÓTESE DE SOLUÇÃO
As atividades consistem em levantar hipóteses de solução a partir das
leituras na etapa anterior, procurando dar respostas para os problemas elenca-
dos nos pontos-chave. 5º ETAPA: APLICAÇÃO À REALIDADE
Esse é o momento de se discutir as possibilidades, os caminhos que
poderão ser adotados na prática as soluções encontradas para os problemas
presentes em nível local: depende da conscientização dos moradores? Dos
agentes públicos? De campanhas pontuais? De multas?
4 SELEÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO
Objetivos
Instrumentalizar o educando para a compreensão, valorização e manejo
dos recursos hídricos disponíveis na comunidade.
Compreender água para a vida.
Distinguir os diversos usos da água na comunidade.
Discutir os problemas relativos a falta e excesso de água na natureza.
Compreender e participar da luta pelo direito ao acesso à água de boa
qualidade.
Compreender a necessidade do uso da água com moderação.
Investigar a origem da água usada em casa, na escola e na comunidade
e seu destino.
13
Conhecer o sistema de medição do consumo de água com o instrumen-
to de medida de água (hidrômetro).
4.1 BRASIL: HISTÓRICO DO SANEAMENTO
As comunidades indígenas já se preocupavam com o saneamento. Para
o seu consumo, os indígenas armazenavam a água em talhas de barro e argila
ou até mesmo em caçambas de pedra
Com os dejetos, também havia um cuidado especial, haja vista que de-
limitavam áreas usadas para as necessidades fisiológicas e para disposição
de detritos.
PRIMEIRA FASE – PERÍODO COLONIAL
No Brasil, a história do saneamento básico também se confunde com a
formação das cidades. O abastecimento de água era feito através de coleta em
bicas e fontes, nos povoados que então se formavam. As ações de saneamen-
to se resumiam à drenagem dos terrenos e à instalação de chafarizes em al-
gumas cidades. O Rio de Janeiro foi a primeira cidade a ter um aqueduto cons-
truído no Brasil em 1723.
O SANEAMENTO NO PERÍODO JOANINO
A vinda da corte portuguesa em 1808 e a abertura dos portos em 1810
geraram grandes impactos no país, em especial no Rio de Janeiro. Na se-
qüência, em menos de duas décadas, sua população duplicou, alcançando a-
proximadamente 100.000 habitantes em 1822 a 135.000 em 1840. Entretanto,
a evolução da higiene não acompanhou o aumento populacional e o progresso
material e econômico da cidade.
As instalações sanitárias das casas ficavam localizadas nos fundos e os
despejos eram recolhidos em barris especiais. Quando ficavam cheios, após
ATIVIDADE
Pesquisem sobre Arcos da Lapa do Rio de Janeiro.
14
vários dias de utilização, acarretando mau cheiro; eram transportados pelos
escravos, apelidados de “tigres” e despejados na atual Praça da República ou
na beira-mar, onde eram lavados.
INOVAÇÕES NO PERÍODO JOANINO
Foram criadas leis que fiscalizavam os portos e evitavam a entrada de
navios com pessoas doentes. Foi instalada uma rede de coleta para escoa-
mento das águas das chuvas no Rio de Janeiro, mas atendia apenas às áreas
da cidade onde morava a aristocracia.
Na época do Império os escravos eram encarregados de transportar á-
gua dos chafarizes públicos até as residências, cenas estas registradas nas
pinturas de Rugendas.
ABASTECIMENTO DE ÁGUA NO RIO DE JANEIRO
No ano de 1840, foi fundada uma empresa para explorar os serviços de
pipas de água, transportadas por uma frota de carroças de duas rodas, puxa-
das por burros. Com o rápido crescimento da cidade, viu-se a necessidade de
se implementar melhorias nos sistemas de abastecimento de água. O produto
passaria a ser comercializado, deixando de ser um bem natural para se tornar
uma mercadoria.
SANEAMENTO: QUESTÃO DE SÁUDE PÚBLICA
Com o crescimento da cidade a situação sanitária do Rio de Janeiro se
tornava cada vez mais precária. Entre 1830 a 1851, houve nada menos do que
vinte e três epidemias letais na Cidade, principalmente de febre amarela.
ATIVIDADE
Pesquisar quem foi Rugendas e a sua importância para a História do
Brasil.
15
SEGUNDA FASE - MEADOS DO SÉC. XIX INÍCIO DO SÉC. XX
Inicia-se a organização dos serviços de saneamento básico: as provín-
cias entregam as concessões ás companhias estrangeiras, principalmente as
inglesas.
Entre 1857 - 1877, o governo de São Paulo, após a assinatura de con-
trato com a empresa Achilles Martin D'Éstudens, constrói o primeiro sistema
Cantareira de abastecimento de água encanada.
Em 1861 em Porto Alegre (RS) esse sistema foi instalado.
Em 1876 o Rio de Janeiro utiliza o Decantador Dortmund, é pioneiro na
inauguração em nível mundial de uma Estação de Tratamento de Água (ETA),
com seis Filtros Rápidos de Pressão Ar/Água.
TERCEIRA FASE - INÍCIO DO SÉCULO XX
Se começa a pensar em saneamento básico para as cidades, isto é,
num plano para levar toda água suja por meio de canos para um lugar onde ela
pudesse ser tratada. Isso é decorrência da insatisfação geral da população em
ATIVIDADES
Hoje os serviços de abastecimentos de água são explorados por empresas
particulares ou não? Expliquem quais são esses serviços. O que significa
“epidemias letais”?
Pode-se afirmar que a febre amarela praticamente foi extinta nos grandes
centros, em compensação, no momento temos uma que em determinadas
cidades já se tornou motivos de preocupação porque é letal e também está
relacionada a água, e só depende de nós acabarmos com ela, qual seria?
ATIVIDADE
A presença dos ingleses no Brasil começa a se des-
tacar, pesquisem a influência deles no país a partir
dessa fase.
16
função da péssima qualidade dos serviços prestados pelas empresas estran-
geiras. Ocorre então a estatização dos serviços. Neste período começa-se a
vincular o Saneamento a seus recursos.
QUARTA FASE - A PARTIR DOS ANOS 40 SÉC XX
Corresponde, grosso modo, ao Período Vargas no Brasil, com maior in-
tervenção do Estado na economia. Aumento do êxodo rural em direção aos
grandes centros industriais do Sudeste como São Paulo. Dessa forma pode ser
observado:
• aumento da demanda por serviços de saneamento;
• se inicia a comercialização dos serviços;
• surgem autarquias e mecanismos de financiamento para abastecimento de
água;
• setor de saneamento básico é gradativamente separado da saúde pública;
• criada a Inspetoria de Águas e Esgotos;
• Maiores investimento do IAE, na capital (RJ,em especial nos bairros de classe
alta e zonas industriais.
ANOS 50-60
São criadas as empresas de economia mista. Têm destacada participa-
ção os empréstimos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, que previ-
am o reembolso via tarifas e exigiam autonomia cada vez maior das companhi-
ATIVIDADE O termo “estatização” ainda hoje é objeto de con-
trovérsias no país. Afinal, o que ele significa?
PARA REFLETIR
Por que a priorizar os bairros de classe alta? Ainda hoje isso ocorre?
Justifique.
17
as. Corresponde ao período de arrancada desenvolvimentista do Brasil e maior
abertura ao capital estrangeiro.
PLANEJAMENTO NACIONAL PARA O SANEAMENTO
Em 1964 eclodiu a ditadura militar como sistema de governo. Foram ca-
racterísticas do regime militar para essa área:
• Centralização das decisões a nível federal
• Criação do BNH - Banco Nacional da Habitação que passa a ser o gestor dos
recursos do FGTS, principal fonte de recursos para o setor.
• 1965 o Brasil assina acordo com Estados Unidos, criando o "Fundo Nacional
de Financiamento para Abastecimento de Água" que no período de 1965/1967
atendeu apenas a 21 cidades em todo o país com o abastecimento de água.
SEXTA FASE Em 1971 o Regime Militar institui o PLANASA – Plano Nacional de Sa-
neamento. Autonomia e auto-sustentação por meio das tarifas e financiamen-
tos baseados em recursos retornáveis. Extrema concentração de decisões,
com imposições das companhias estaduais sobre os serviços municipais. Se-
paração radical das instituições que cuidam da saúde no Brasil das que plane-
jam o Saneamento.
FASE ATUAL Lei do Saneamento – 11445/07
Lei dos Consórcios
ATIVIDADES
Pesquisem o que é “economia mista” e “abertura ao capital estrangeiro”.
ATIVIDADES
Historicamente, quais foram as características do re-
gime militar na área política, e quando ele terminou.
18
Criação do Ministério das Cidades e Secretaria Nacional de Saneamento
Ambiental
Parcerias Público-Privadas
Criação de Agências Reguladoras
Vários Modelos de Gestão dos Serviços
DESAFIOS Atendimento Área Rural
Nas grandes cidades, conflitos no uso e ocupação do solo
Tratamento dos Esgotos
Combate às perdas
No Brasil, a situação geral do saneamento, tanto na zona rural, quanto
urbana, continua precária para as populações de baixa renda, apesar das me-
lhoras realizadas nos últimos 40 anos.
A implantação de obras de saneamento nunca acompanhou o ritmo de
crescimento das áreas urbanas. Ainda hoje, centenas de crianças morrem dia-
riamente no país de desidratação, cólera, febre amarela, verminoses intesti-
nais, ao ingerir água e alimentos contaminados.
5 RETOMANDO A PESQUISA
Os alunos apresentaram os problemas da sua comunidade local. Juntos
com o professor elencaram os pontos comuns ou chaves entre os encontrados.
Na sequência trabalharam diversos conteúdos relacionados aos pontos-
chaves.
Nesse momento organizaram as atividades de pesquisa. Produziram
textos/relatórios/ maquetes/cartazes. Elaboraram modelos ou representações
de conceitos que trazem consigo sobre a leitura e análise de realidade
O trabalho em equipe funcionou como instrumento essencial para a dis-
cussão e debate sobre a possibilidade das hipóteses de solução que serão le-
vadas para a realidade das suas comunidades.
Todos os trabalhos foram orientados e mediados durante todo o tempo
da realização
19
A avaliação processual: acompanhamento em todas as etapas de a-
prendizagem.
Auto-avaliação/avaliação participativa
Avaliação qualitativa: aquisição de valores, conhecimentos e novos
comportamentos.
Observar a análise crítica e reelaboração os diversos grupos, se possibi-
litou gerar exercícios prático de orientação pedagógica e metodológica para ser
utilizado pelos professores nas futuras experiências de implementação dessa
metodologia para Educação Ambiental social.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Paulo Bessa. Direito Ambiental. 11ª edição. Rio de Janeiro: Lu-men Juris, 2008. BERBEL, Neusi Aparecida Navas (org.). Conhecer e intervir: o desafio da me-todologia da problematização. Londrina: Ed. UEL, 2002. BITTENCOURT FILHO, Carlos Alberto Lucio. Joan Martinez Alier. 2007. O ecolo-gismo dos pobres: conflitos ambientais e linguagens de valoração. In Mundo Agrário. V.9, nº17. La Plata jud/dic.2008. Disponível em: <www.scielo.br/scielo.php? > Acesso em: 26 jun. 2013. BRASIL. Lei 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambien-tal, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil03/leis19795.htm>. Acesso em: 19 maio 2013. ______. Parâmetros curriculares nacionais. Meio ambiente e saúde. Temas transversais. Brasília: SEEF, 1997. CATALÃO, Vera Lessa. Desenvolvimento sustentável e educação ambiental no Bra-sil. In: PÁDUA, José Augusto (org.) Desenvolvimento, justiça e meio ambiente. Belo Horizonte: UFMG; São Paulo: Petrópolis, 2009, p. 242-270. DIAS, Genebaldo Freire. Educação ambiental. Princípios e prática. 3.ed. São Paulo: Gaia, 1994.
20
FERREIRA, Andréia Cristina et al. Desenvolvimento sustentável. In: TORRES, Patrícia Lupion (org.) Alguns fios para entretecer o pensar e o agir. Curitiba: SENAR-PR, 2007, p. 651-680. MEDINA, Naná Mininni; SANTOS, Elizabeth da Conceição. Educação ambien-tal. Petrópolis: Vozes, 1999. MUNIZ, Lenir Moraes. Ecologia política: o campo de estudos dos conflitos só-cio-ambientais. In: Revista Pós Ciências Sociais. V.6; nº12. São Luis/MA, 2010. Dispo-nível em < www.ppgscsoc.ufma.br> Acesso em: 26 jun. 2013. PÁDUA, José Augusto. As bases teóricas da história ambiental. In: Estudos A-vançados. v.24; nº 68. São Paulo, 2010. Disponível em: <www.scielo.br/scielo.php? > Acesso em: 26 jun. 2013. PARANÁ. Lei 17.505/13. Política Estadual de Educação Ambiental e o Sis-tema Estadual de Educação Ambiental. Disponível em: < www.diaadiaeducacao.pr.gov.br >. Acesso em: 28 abr. 2013.
top related