OITICICA - hemeroteca.ciasc.sc.gov.brhemeroteca.ciasc.sc.gov.br/jornais/retoques/RET1996DEZEMBRO.pdf · Cartas "(...)Pelaminhavivência, de tropeçoem tropeçofui" eliminandoaospoucosas
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JORNAL DA ASSOCIAÇÃO CATARINENSE DOS ARTISTAS PLÁSTICOS. .
A ARTE CINÉTICA POR JULIANA WOSGRAUS
I .
-
OITICICA'" •
•
4'
.QUEBRANDO·TODOS OSCONCEITOS
-
SCHWANKE E OESTROEM:.,
�1 OS PREMIADOS· NO 9? SALÃO NACIONAL�
-
ACERVO: BIBLIOTECA PÚBLICA DE SANTA CATARINA
Cartas
"(. ..) Pelaminha vivência,de tropeço em tropeço fui"eliminando aos poucos aspedras que me impediam a
caminhadana vida comoartista. Nem tudo foram rosss
paramim.Nuncaperdia espérança de conseguir, através da arte, formar uma Iegiãodeamigosadmiradoresdos meus quadros. Procurem sempre dar uma mão,através destejornal,..aosartistas que residem no interior. Confiram a estes, amesmasatisfação que vocêsmeproporcionaram(.•.)"WiJJy Zumblick, ArtistaPlá.llltico
Jornal da Associação Catarinense dos ArtistasPiästicosTextos e edição: RoselangePeixer e Angelo MedeirosEdição Gráfica: RicardoBarretoColaboradores: FernandoLindote, Volmar Hoffmann,Juliana Wosgraus, TeodoroSouza Filho e Pedro A. Melo.Jornalista responsável: Ricardo Barreto, Mtb 4885/RSMontagem: Rita de CássiaPaulinoFotocomposição e impressãoOEstadoCorrespondência: rua SãoCristóvão, 755 ap. 304 BlocoB, Coqueiros88.000 - Florianópolis - SCFone- (0482) 44-5805
"(#jornal está ótimo! Torçopare que outros (muitos)
-
números saiam. Qualquerajuda que- eu possa dar,aquideSãoPaulo; será comprazer (..•)" .
Paulo Whitaker, ArtistaPlástico
"Retoques: parabéns e
muitosanosde vids:Éoquedesejam todos os paulistasquepensam emarte. Umno
vomeio de transportef'8Taos artistas, um jorna , fazcom que o artista enxerguenovos borisontes. Tenhobons contatos eparticipo dealguns eventos artisticos:exposições, palestras, videos, etc... Coloco-me a disposição de Retoques perequalquer força (..,)" -
Celso Orsini, Artista Plástico
*"(. ..)Acreditamos que Re
toques veio atender a uma
necessidade de integrar omeio artístico 'com o trabalho executado pela ACAP.Desejamos sucesso Besteveículo e aos düigentes'�
-
Associação Blumenaueasede .Ar tis tas Plásticos(BluapJ
Lo i ",cIQ-te 4Ir'A��RAPOEbGro\� I/ASQIiIG$
[Programe-seA Associação ..
Catarinense dos ArtistasPlásticos está recebendopropostas para mostrasmdividuais de seus -
associados, queparticiparão docalendário de atividadesdo próximo ano de 1987.As propostas
referentes à categoriàdas mídias
_
contemporâneas(ambientações,instalações,"performance", -
happening, vídeo-arte,audiovisuais, 16 mm,super 8 e outros) deverãoser acompanhadas deprojetos ou notasexplicativas. -
Em qualquer dascategorias, sua propostadeverá ser acompanhadadá data de suapreferência, sendo quepara as últimas (dosnovosmídias), aqueles decurta.duração,poder-se-á realizar-se,paralelamente, ás fixas.No período das
graudes e pequenasférias (escolares), aACAP continuaráorganizando as grandescoletivas queoportunizam a
apresentaçãodemocrática de novosvalores.Dando continuidade a
uma dinâmica játradicional de melhor
,•
utilização do nosso
espaço, favorecendo ummaior número deassociados,comunicamos que asindividuais continuarãosendo apresentadas emduplas, mais o nossoacervo.
Segundo o nosso
estatuto, a Associaçãofornece apenas ó espaçoe a montagem das obras;somente participarão denóssos eventos osassociados em dia com as
suas mensalidades.
As propostas deverãoser enviadas até o dia 15de dezembro, quandoserão apreciadas pelanova diretoria da ACAP.A programaçãodefinitiva de 1987 serádivulgada em dataoportuna; as propostaspoderão constar deoutros eventos nopróprioespaçoda saladaex-Alfândega ou em
outros alternatives e
paralelos.
A direção
RETOQUES' DEZEMBRO 86
ACERVO: BIBLIOTECA PÚBLICA DE SANTA CATARINA
DEZEMBRO 86 RETOQUES
A rupturado concreto
Ele sempre quisserdiferente.Artista ou louco?Pouco lheimportava o que poderiampensar sobre suas atitudes. Averdade é que suaspropostasartísticas sempre circularamem grandes centros. Londres,Paris, New York, Rio de JaneiroeSãoPaulo conheceramseusprojetos e realizações. Oreconhecimento, é certo, tardou umpoucomas chegou. Etinha queserem terrasestrangeiras, o Brasil não esta vaacostumados com tamanhaebulição cultural. Não se en
ganem. Não é aniversário desua morte. Muitos menos elefigura em capasderevistasoué manchete em jornais. Simplismente é tempodelembrar-mos deHélio Oiticica. '
Menino-prodigio do movimento neo-concreto, que surgiunofinaldosanos� aobrade Oiticica foi sempre uma
resposta radical ao ambientecultural brasileiro. Poucoseram os que conseguiam assimilar seus çParangolés" e
uBólides" e ÇPenetráveis'/Objetos que não se destinavam à conte{llplação,masà integração da arte com a vida,onde se juntavam estrutura,movimento e sociedade.
-
Artista dos mais promiss�resno cenário nacional, Héliomtid�nãovi�umuitoparamostrar todo o seu potencial.Morreu em 1980, com 42anosde idade.Atéaimuitojá tinhafeito pela cultura brasileira.Com sua obra uTr0picália, oGrandePenetrável', spresen-
NUMAcert« enviadaaseuamigo
TorquatoNeto(poetamorto em
1973), Hélio Oiticica deixavãbem claro sua aversão a
exposições. A carta, escritaemNewYork, emsetembrode1971, foipublicadano livro Os
últimos dias de Paupéria,editoraMaxLimonsd. Aquitranscrevemos um trecbo:
U(-••}Sehágente interessadaemmiliha obra anterior,
melhor, mas não vou expô-laou ficar repetindo ad
infinitum asmesmas coisas;não estou aquipara fazerretrospectivas, como umartista acabado; estou no
tada aopúblico em 1967, Oiticice infTuenciou anossa cultura, dandoinfcioaomovimentotropicalista. Logo em 69, estava em Londres expondo seustrabalbos na "White chapeIGa1lery'� uma dasmais renomadasgalerias de vanguardada- época. E de lá, passava aser reconbecido internacio-nalmente. -
Hélio sepropunha sempre adesenvolver um projeto artístico e existencial, que se resumiaafazerdaarte ummomento da consciência individualesocial. Suabandeira foiabeterodoxia militante, não uma
beterodoxis por si mesma,mas como forma de investigação artística flue libertasse aarte de seus viciospositivistss":Retomando o inicio de seu
percurso épreciso voltarmosaté 1954, quando Hélio estudava no ateliê de Ivan Se,rpa.Na época, asduasalternativas
Topologicalreadymadelandseape
n�3,-
TorquatoNeto eOiticica ns Whitechapei Gallery. Londres, 1969
inidodealgomaior;quemnãoentender que se dane;
procurem se informarmelhore respeitar idéias e trabalhofeito. Mas não, parece que aburrice é crônica e que tenhofalado em vão. O quepropusque fosse feito em São Pauto,
diante de um telefonerecebido, foi o seguinte:
produzir uma experiência narua, em São Paulo (Praça daRepública): osplanosparaessa e.rperiênciajá estão
prontoseserãopublicadosemNew York, breve. Não sãoplanospara ficar empapel(não sou artista conceftuàl e
nunca fui). Minhasexperiências têmmais a ver
P3
boje com circo do que compromotores dearte;não estou
_
a fim de alegrar burguesiasinteressadas em arte. São unschatos, além das conhecidas
qualid[!des reacionárias;portanto, basta":
uESsas experiênciasmencionadas acnna, foram
sempre assumidas,pormim,como autênticas experiências
(manifestações ambientais,sensoriais, participação
pública, etc.); não como uma"esposiçäo amsis"; o que
parece ser apreocupação damaioria de artista ai, aqui,
albures, e com os quaisnadaquero tera ver: são
entediantes, nãomuitobrilhantes, sein qualquer
compromisso com idéiasmaisprofundas ou limite. Pensamque estou brincando quandodigo que apintura acabou;
quando durante des anos (sóum Ioucol), não falo em outra
coisa;minhaprória obra
artísticas eram omodernismoe o abstracionismo informal,mticica se opôs a ambas, aderindo ao Grupo Frente. EmSãoPaulo enoRio de Janeirolevantou-se, então, a bandeirada arte concreta como únicaforma de;escapar aos impasses e descaminhos que levavam as outras duas posturasartísticas.Depois demuito caminharpelas viasde concreto,já penssve-se em novas formasde criação. Artistas comoLygia Pape, Amilcar de Cas-tro, Ligia Clark, WiDis de Castro, Sérgio Camargo,Hélio Oiticica e o poeta Ferreira Gullar, construtrsm o que se tornouconhecidoporneoconcretismo; cujo manifesto foi pu.:blicado em 1959no Jornal doBrasil. Aproposta domanifesto era a recuperação dos valoressensiveisperdidosnomeiodo csminho:
Anos60. Umadaspreocupações do artista passa a ser o
fimdoquadro.A arte,paraOiticica, tinha que se desprenderdesuas amarras. Liberdade totalpara qualquer tipo decriação. Para ele.,. � morte dapintura seria dennitiva se elanão conselfl!isse, antes,mataro quadro. Dizia Oiticica: ç�meu vera quebra do retângu-lo do quadro ou de qualquer
-
forma relfU}ar (triáDJ!U}o, circulo, etcJ é a vontade de daruma dimensão ilimitada àobra, dimensão infinita (-••)"Hoje, se vivo fosse, talvez o
encarassem como um artistapós-moderno. Rótulos é o quenão faltaria para enquadrarsua arte. En9uadrarsua arte?Não seria facH. Hélio Oiticicasempre lutoupara desmistificarocaráterInovadordesuasexperiências e poder intelfT.álasna sociedaáe em que VIvia.Com certeza estaria defendendo, até boje, a autonomia desua cdação artistica, longe deamarras e de preconceitos.(RP)
Oiticica:.
"Estouvivo, falando"
(desconhecida no Brasil,praticamente; não sei que
Interessepossa causar;modahearsay, alienação
caracteristica local), é ocaminho duro dessa
desintegração: não façovestimenta de vanguarda,
comomuitos, para/esconderidéias conservadoras: nãomecalo, também, esperando um
"reconhecimento futuro'';estou vivo, falando. Quemnãosoubero que digo, que se cale
e não encha o saco;meesqueça; eu não existo.
Minhas experiênciss, 'boje,são um desvendamentolóÇ1code tudo começado hámlUs dedezanos, noRio:projetos, quemais cedo oumsss tardesérãolevados ao dia:nãobápressa;
quem fluiser tomarconhecimento d.1sS0 e estiverinteressado em tomarparte
nesse trabalho (deresto, comosempre, de lf!:_upo), legal
Eslamos tu":
ACERVO: BIBLIOTECA PÚBLICA DE SANTA CATARINA
'.-
'modo geral,de"A cultura,último item
um"
sempre e o de dem programaTalvez porque não renda votos"
governo.Cultura. Um itinerário lógicoseriamuitomais econômico.Eu pretendo, BIlO que vem,fazer uma exposIção itinerBIlte com a Eli Heil, que éuma dasartistasmais importantesdeSBIlta Catarina. Comoseria o roteiro:PortoAlegre, Curitiba, São Paulo, Be-70 Horizonte e Rio de JBIleiroo Com isso, podemos baratear os custos de produçãoe incentivariniciativas destecaráter.RETOQUES - Jovens artistasreclamam que os espaços nãolhes são abertos, em detrimentodos "medalhões";A� falàmatéem "panelinhas'. Oque vocêaeha destas críticas? .
H.L. -Eunãoseisobreo queelesfalam. Seésobre Galeriade Arte, nada se pode fazerpois a Galeria'é um negóciocomercial. Eles expõemquem vende. .E vende quemtem nome e já está firmado.Nenhum "merchand" é louco de pegar um jovem, queninguém conhece, e fazeruma individual. Gastar comcoquetel, luz, empregados e
catálogos, sem saber se teráum retorno. Eu, aquinoMuseu, em geral não dou vez,poiso .MASCtemoutra estrutura. Porém, aACAP tem dado oportunidade aosjovens.O que eu acbo que deveriaeXIstir. em .FlorIanópolis éuma espécie de escadaria,para ir subindo aos poucos,até cbe.Jl.'!!:.noMuseu.RETOflUB'S - E o lado literáno, como vai?H.L. - O meu trabalho àfrente do MASCme ocupamuito tempo. Eu estou com
200 pálfÍIlas datilografadas'de um romBIlce, que levaráonome de �ZÔO'� que éahistória de ummUitar, como eufui, em conJIito com seu JiJboqUi! éartis_ta.EupegueiestesdOISpersonagens exatamente para -pôr e111 contraste a
formação quadrada do exército e a formação liberal doartista. Porém, não seiqUBIldo vou terminar. Mas se o
Gabriel Garcia Márques levou se� BIlOSpara terminaruCem BRosdeSolidão'�pudeserque eu cbeguea terminarmeu �ZQo'� Se bem que euacho diffcD, pois sou exigente e nãome interessa escrevermais um livro e sim Uoli "vro •
RETOQUES - Você se consi-dera prete_psioso? .
-
H.L. - E nesse ponto, por
exemplo, que o CacauMenezes, em sua coluna, m_!! chamou depretensioso•..Eclaroque sou pretensioso e acboque todo mundo deve ser.Tem quepensarbemaltopsrs realizarpelomenos ametade do que sepretende. Eutenho a pretensão de trsasformar o nosso Museu no
msds importante do Sul doBrasil, e não é diffciJ. Eu co
nbeço os do Paraná e RioGrBIlde do Sul e, em termosde es./!_aço, onosso é bemme
lhor.Emacervo, onossoésuperior ao do Paraná e se
iguala aogaúcbo. Muitos artistas escrevem dizendo quegostariam de exporaqui. Eurespondo que não bá recursos para custear catálogos,transporte, etc.Mesmoasslmeles querem expora9ui, poisquerem fazer comigo, Istoporque eu soumuito conhecidonoBrasDinteiro, poisjáfuijornaJistanoRio eemSãoPaulo. Então eu tenho esse
'crédito de confiança juntoaos artistas. Seria bom queSanta Catarina se aproveitasse demimpara conseguirtudo isso, enquanto eu estouaqui,poisaman.bã, eunãoseipara onde vou.
RETOQUES - Como você se
autodeline?H.L. ......A autocrftica é terrfvelemmim. Eu sou umapessoa tfmida, emboranãopareça.EubebimuitoparameexpBIldir, agorapareidebeber,para ver se consil{ome afirmar sem -a bebIda, e porquestãodesaúde.Nommseusou um idealista e sonhador,poisquererfazeras loucurasqueeu façonessemuseu coma escassez de recursos quehá...RETOQUES - Você se considera um sonhador. Qual o seu
maior sonho?,
H.L. - O meu maior sonhoé trazero g,uadro �� 1:Missano Brasil'para ficar umassemanas aqui comigo, noMuseu.Masistocusta860mUcruzados, que é o,Preçoparainstalar ar condIcionado noMuseu, pois seoi isso o quadro-não sai do Rio de JBIleiroo É um projeto ambicioso,mas viável,poisse eu cobraringresso, tiro esse dinheiro.Senão, quem vaime emprestar esse dinheiro? Talvez umupool"de empresários. Agora veja você, o CICinteiro éclimatizado,menos oMuseu,dápara entender? _
FofOS Volrnar Hoffmann
RETOQUES-Comoestáomovimento dasArtesPlásticas emSanta Catarina?HARRY LAUS - Eu achoque a intense progremeção;tantoasAcsp, comonoMasce em Join ville e Chapecó,além de outras cidades, atestam o bom momento que asArtes atravessam em SBIltaCatarina. Há pouco tempo,15 artistas ceteriaenses foram selecionados,por umfüri nacional, para participa-'rem do Salão Nacional, emPortoAlegre, sendo que doisdeles foram premiados: Rubens Oestroem e LuisHenrique Scbwanke.RETOQUES- Oque vocêachada realização de umSalão Catarinense, à nívelnacional, comoRrega o OsmarPisani?H.L. -A idéia é interessante,mas acho mais importante,por enquanto, informar sobre o que se faz lá fora ·e, sepossivel, levar o artistapareexpor em outros centros. EsteBIlO, conseguilevaroartistapara exporem outros centros.Este IulO, conseguilevara �PersfH!Ctiva Catarlnense"(expOSIção- de arte Contempo_rânea) à São Paulo e Brasilia. Isto émais importBIltedo que trazer gente de forapara ganhar dinheiro e prêmios catarlnenses.RETOQUES- Qualo seu con
ceito deArte?H.L. - Em poucaspalavras,ep diria que a arte é criação.E alJ.,!ilo que subsiste, quevalol7Za o ser humano. Semquererdesfazer a ciência, euacho que a arte tem muitomais de realidade e importância. A medicina cura o
corpOia artepode curaro espirito, o que acho mais importBIlte.RETOQUES - Você falou quearteécriação.A tendênciaatualé o desenvolvimento de novas
técmcas ou a cópia das que jáexistem?H.L. - Existe o que copia e
existe o artista conSCIente,este não copia, mais sim ex
perimenta. O artista de ver
dadeéaquelequeprecisaserartista e,porisso, é cim-o quee�erimenta novas técnicas.Ficarna cópianãoéserartis-
sioe, o PBrIlIlIÍ. tem boss or- coso OSecretário de Culturaquestras. Na literatura, so- é um politico. A Superlntenmos visinbos de um Mário déncla da Fundação é um
QuintBIla e de umDalto Tre- cargopolitico. Estão apenasvissn: A grBIlde sstd« para cumprindo mandato. ElesSBIlta Catarina seria as Ar.; nãofazemumaprogramaçãotesPlásticasenós temos coa- lógica e direta. .
_. t!iç_ões. RETOQUES - E as relaçõesRETOQUES - Você acha que com aACAP?o desenvolvimento da arte em H.L. - Tudo bem. OquesaiuSanta Catarina passa, neoesse- nosjornais foiummm-entenrismente, por um intercâmbio dido. Quiseram me jogar nacom centrosmaiores? fogueira, quando eu não tiH.L. - Acredito que sim. E nh« culpa nenhuma. Eu nãoeutenhofeitoopossívelpara sou dono dos espaços em
trazergente para cá, so não SBIlta Catarina, se fosse se
para cá, BIlO que vem, o Itr.tenho levado pers fora por ria Governador do Estado e
,Salão Nacional de Artes não ter condições. Porém, não Diretor do Museu. Eu
Plásticas, que esteBIlOfoiem tem uma coisa, oartista cata- não tenho nada com aquelaPortoAlegre. Eu echomuito rinense é muito atrelado ao história, tanto é que ficou tu
importante a sua realização Governo do Estado. Ele vive do provado, falado e escls
aqui, pois trará infor.r;naçpo em função do auxOio gover- recido.. do que se faz, do que é se1e- nsmental: Elenão se vira so- RETOQUES - Qual a imporcionsdo; do que épremiado, zlnhopara arraD,Í1lr uma ex- tância que você dá à ACAPno
.para que o cetarinense veja posição lá fora. Vou dar um desenvolvimento das Artesisso emodifique seu olhar e exemplo: o .MASC teve uma Plásticas em Santa Catarina?
deixedepintarcasinba, bar- individual em outubro, do H.L.-Comoelaatlia,nomoquiabo, etc. Numa segunda
Konstantin Christoffartista meato; eu sebomuito imporetapa, em 1988, fazeraBienal deMinas Gerais, que trouxe tBllte, porque ela realmente
Catarinense de Artes Plásti- catálogo a cores epagou to- atua. Oquenão acontece emcaso Por que 1988? tzz: di! o ·t:IJ!lSJ?Orte. SBIlta Cs.ta- outros Estados. A ACAP e
em 1989 tem aBienal de São rlDa e tãoHrlPOJ"Úl!lte a�sHrl? realmente um organismoatiPaulo e, 88 seria a prepm-a-
Por que um c:a�a lJao faz vo, que funciona. Basta ver
ção dos-artistas catarinenses .
a mesma COIsa. Timide� C?u as exposições ql,le ela faz topara SãdPaulo. E tudo ÚDla- mef10 de confronto? St;l la.•: do mês e sempre. Eu acho,_cadeia de eventos que tem Ha um pe_fJado_ escon1idf! m, inclusive, que com o JBIlgaque ser feita. Não é prever que eu nal! seI qufll e. 'f'i!lba na presidência, a-ACAP asw
para boje o que deve acon- que.serativo, mms cpraJoso, sumiu uma espécie de lideteceramanhã. Tem quese faw
mms COnJiBIlte em sl.mesmo. rBIlça dasArtesPlásticasem
zer uma programação a lon-Eu coI?heço um '!riista qpe Santa Catarina. Em minha
goprazo. Assim comonão se pOS_SUI estes atributos: E. o atividadenomuseu, eu tenho
faz um artista da noiteparaSchwBDke. QUBIltOSpreDllos feito opossivelpara acompa-
odia, tambémnão sefazuma ele levl!.l1tou em 85?Para ca- nhá-lo..
programação de uma bora da Salao quemBIldouAtral'a- RETOQUES - No momento,para outra. Tem que haver lhos, ele ganbou p_remIO_s. fala-se muito em Constituinte,umplBIlejamento e execução Agoramesmo ele fo!preDH.a- o. que você espera dela quantopor etap_as.
do de novo, no Salao NaclO- aomturo da área artistica?
RETOQUES _ Planejando e nal, em P�z:.to A{egre. Opes- H.L. -=- A Cõnstituinte deve-. executando etapas, qualo futu- soaldaqm e !Dult€? acomf!da- ria criar um P1BIloNacional
ro dasArtesPlásticas.em Santa do, talvezseJa oclimadailha. de Cultura, já que não existeCatanna? RETOQUES-Como andam as nada até alfora. Vou dar um
H.L. _ Eu acbo lJue Santa relações entre o .M4.Sf e os ór- exemplo: Ano passado, emCatarina pode SIlJr do bura- gaosgovemf1D1entais.. outubro, a exposição deArteco que está metida através H._L. ,--: DIplomatIcamente, Co.ntemporâneadf!SãoPaudasArtesPlásticas. Ve 'amos vao otimas. Agora, qUBIlto a lo estava em Curitiba. Eu te
ÓcontextodaRegiãol;U:po- resp_osta que .eu espero. de -/e!oneip'!l"alá,parasabersede-se competir com cinema? apolO finBIlcelf"0' n,!o .eXIste. nao podIa trazer esta expo
Nãosepode!poisoRioGr�- O que deverIa eXI�tIr, por siçã� para c;á, já que é tão
de do Suljá tem o Festival parte do Governo, e umpro- pertinho. DIsseram-me quede Gramado, que é damaior gr_ama,geral de Cultura, mas não, poisa exposição iriapaimportâJ:Jsia nacional; oode- nao ba. Por qut;.?Porque as ra o Mato Grosso. Somente
Se com.fJ!Jtircom dBIlf.a"NAo pessoasqueestãonoscargos um BIlO depois é que a expopois o ParBIlá émmto·su ' de cul�a não. tem cultura, si.ção cllegou aqui. Tem sen
rioretemumBaDetfab: logo nao tem lDtere�se pell! tido? Isto acontece J!Or nãoqueéoBaDetGuBira.Namú-
assunto. Os cargossaopoliti-:- haver um PlBIloNaCIonalde
NOdia24denovembrode1986, Harry
Lauscompletou 25 anos deatividades artísticas.Sua carrêira como
crítico de arte teveinício em 1961, no jornalcarioca Correio daManhã. Sempre
envolvido com a arte,. Harry Laus teve
passagens pelo Jornaldo Brasil e pela revistaVeja, onde atuou como
redator de artes. Seuprestígio no meio, lhevaleu participações
como jurado em váriosSalões Nacionais e
Regionais. A�oramesmo, Laus fOI juradodo 9': Salão Nacional deArles Plásticas, emPorto-Alegre. Porém,sua maior preocupaçãffno momento é a dIreçãodo Museu de Arte de
S�nta Catarina (MASC).Há um ano e quatromeses à frente do:Museu, Harry-Lausfalou nesta entrevistaconcedida a AngeloMedeiros, sobre o seu
trabalho e o futuro dasartes plásticas em Santa
Catarina, que eleconsidera "a chance doEstado sair do buracoque está metido".
te, é artesão. nbecer que sem cultura nãoRETOQUES - E a utilização se faznada.da tecnologia nas artes? Como RETOQUES - Enquanto essevocê encara?
.
dia não chega, o que pode serH.L. - Eu achomuito certo. feito de imediato pera reverterPorque a arte, de um modo este quadro? .
geral, tem que acompanhar H.L. .....,.Bom, oSarney fez esoprogresso da ciência, para sa Leidele. Essa Leifoi umanão ficar defasada. Seja lia forma inteligente do Govermúsica, cinema ou literetu- no tirar o corpo fora. O Gorai em tudo que forpossivel: verno agora não tem meisAssim como poetas gravam' responsabUidade com a culseuspoemas em discas, o er- turs. Quem tem é o empresatiste também deve usar o risdo. Ele entra com o dicomputador, o neon, etc. Es- nheiro, tira proveito e o Gote avanço émuito lógico.' vemo se omite. O espfrito daRETOQUES- Oque você acha Lei é esse. Agora, temos queda vanguarda noBrasil? aproveitar este potencial eH.L. -Paramim, vBIlguarda não deixar sair de SBIlta Caé uma palavra que amanhã taril!a, por exemplo! o dinão quer dizermais nada. O abeiro dos nossos empresaque hoje é vangusrds; ama- rios. Se for tudo mats umanhãpode ser retaguarda. Na vezpara Brasilia (J que vaidécada de 60chamavs-se ar- caberparanós?D1vididoporte de vanguarda, depois o todos os estados vamos gatrancés começou a fa/ar em nher migalhas, quando tepõs-vanguerda: surgiu até mos cidsdescomoBlumeaeutrsasvenguerds, Esta pala- e JoinviDe com grandes emvra, agora, aclío que não presas. Estes recursos dequer dizermais'nada. vem ficar aqui. Então, af seRETOQUES - Você está a 1 ria uma política estadual,ano e 4 meses como diretor do .que eu não posso resolver..M4SG. O que tem sido feito no PodeserqueonovoGovernoMuseu? pense nisso, o atualpareceH.L. - Bem, qUBIldo euassu- que nãopensa.m}o .MASc, ele eramuito de- RETOQUES - Como está aficiente em instalações. Por anuência depúblico no .M4SC?exemplo: o museu é um cai- H.L. - No .MASc,porsua loxote de vidro, onde o sol en- calização, vocênãopassapetrapor todos os lado, eu con- lo museu, voeê vem ao Musegui e_quipá;lo com, cort�- se_u. Entãi!' onfvelde exposina_s. Nao baVla tambem pm- çoes e dIvulgação tem quenespara expor a� obras, eu sermaiordo que a de outrosos conseçw. Então agora o
. locais. Aqui, você tem quelo_c,!/ estáP!ontopara expo- cbamarmuita atenção sobreSlçoes..É so toear. O que te- o que está acontecendo, senho feIto.
..
nãonão vemninguém. OnosRETOQUES --:E qualf as difi- sopúblico é, emgeral, quemculdadesglf(J amda eXlste1f1? vem ao cinema e ao teatro.H.L: - Dificuldades eXIstem Infelizmente, até hoje, nãoe sao eno�m�;, como todos consegui fazer com que a
sabem,pOls_n_aqsete.f!1 verba Fundação Catarinense depara as mlDlDlas C_0lsas. _Na_ G"ul"!ra }ierce'?esse Il imporverdade, o que eXIste .nao e tâncla que eXIste no Mliseu.a falta de. Y_.eJ:bas e �Hrl.llII! Eu faço um esforço param!!lhor cnterIO na dlstribm- montar as exposições e
çao de recursosr . quando cbega sábado doQETOQÇES- A artenã.o rece- mingo ou feriado. o Museube_odevido valordosórgãospú- está fecbado pdr não terbiJcos? guarda. Acaba caindono vaH.L-Acultura,deummodo ziotodooesforçoqueagentegeral, sempre é o 'último item faz. .
,
num programa l!_e Governo. RETOQUES - Quais são seusTalvezporqueDBO renda vo- planosmturospara o .M4SG.'ltos.Mas umdia eles vãoreco- H.L. - Eu pretendo tr�erf
RETOQUES
ACERVO: BIBLIOTECA PÚBLICA DE SANTA CATARINA
Oladoartístico deBlumenau
Rio rlo Sul: Associação quer integração
.
A Bluep, AssociaçãoBlumensuense deArtistas Plásticoscomeçou a criar forma em
1985. Jáem 1986, coma eleiçãode uma nova diretoria com
posta por: Guido Heuer (Presidente); Manuel Pombinha(Vice);Arien Grasmück e Ih ...
borab Caixe (1.0 e 2: Secretliri��Ruoonslks�oomeLw.YCarlos Cabral (1.0 e 2: Tesoureiros); E/io Habnemann,Odete Allora e Flávio JoãoMeirinbõ (Conselho Fiscal), IIassociação estrutura-se COOl
novos estatutos e nove dinâmica. Lança-seoprojeto '�rtt'25ao Cubo"; que faz com qUE'aassociaçãosejaprojetadanomeio artístico-cultural Blu ..
mensu toma conhecimento dsexistência de um grupo de ertistasplásticos, firmesnopro-
Osartistasplásticos doAltoVale sentindonecessidade decrescer, valorizar e inteçrar
seu trabalho artístico àcomunidade e atémesmo ao
Estado, uniram-se e, em 17defevereiro de 1986, reativaram
a associação dosArtistasPlásticos de Rio do Sul. Estafoi declarada de utilidade
públicamunicipalpela lein:1952de23de outubro de 1986..Desdesetembro estãosendorealizadas reuniõesmensaisnagaleriamunicipalde arte
. Kurt Scboroeder. Com o
intuito de incrementar asartes em nossa região,
convidou-se o artistaplásticoRubens Oestroempara aquiminis�ar curso de desenho.
Este desenvolve-se desdeoutubro, nas dependências dafaculdade deAdminis�açãodeEmpresas doAlto Vale doItajaJ. Dando contribuição à
comunidade, artistasassociados confeccionaram
csrtôesdenataleautorizaramsua reprodução, revertendo a �
"1:Coletiva Individualao Cubo';
de Horácio Braun
Amok, de Rubens Oestroem .
pósito de reciclar e recriar todo um conceito artistico existente.O '�rte25ao Oubo"; consti
tuía-se de um kit contendopregos, prendedores emadeira compensada (25 s: 25 cm),quemontado tomava a formade um cubo.Apartirdestesuporte único (foram distribufdos100cubosàartistasplásticos, publicitários, poetes; jornalistas e intelectuais), quetratados cada um na sua maneira ena sua linguagem, vencendo as "possib11idadese impossibilidades"; culminaramcom o sucesso do evento."Bonit« e gostosa a reper
cussão doprojeto '�25ao
Cubo"; promoção daBluapAssociação Blumenáuense deArtistas Plásticos. Nunca em
Artistas reunidos no ateliê Arte Livre, em Rio do Sul
renda em ooneJIcio da casa daamizade deRio do Sul.
Atendendo solicitação de umbospital local, está sendorealizado umprojetopare
"colorir e iluminar" esta casade saúde, tornando-a um
ambientemais agradável Anívelnacionalestamos
participando doProjeto'�inta Santa Catarina'�
projetoestedesenvolvidopelaAapl4jeMesbla.
VisBlldo umamaior. integração com outros
artistas e associaçõesAaplarssolicitouejá recebeu
ficbas de inscriçãopara
tempo a/1fUDl, realizou-se, emterras ·exploradas por Hermann Blumenau, um acontecimento artistico tão livre e:tão democrático, sem estatutosereJfUlamentosesem qualquer tipo de seleção e censura
. prévia. Um evento assim sópoderia darno que deu: umamos�a. co�etivá or!ginál, pp!sante;mstigante, VIva (.�.) Vilson Nascimento -
JSC/09.07.86.'� ..As obraspenduradas em
painéis; do teto sobre osmais'
diversos suportes, estruturam-se nosmais variadosmateriais. Convivem a tela aca
dêmica, tecido, arame, lã, ergillI, resine, fe/�o, cords, esparadrapo, metais, torre,plástico, madeira.Aqui tudo é possível Por
que a imaginação não tem Ii-.mites, numa exposição onde aemoção é colocada em xequee a expressão do ser bumanoé uma estrela de muitasJjontas (•..) "Lindolf Be 1 -:
__
JSC/1o.07.86..
A principal proposta daBluap é congreg.'H'a classeartística, criandonovos espaçose manifetações, trazer novos
. cursos, trazer palestrantes,críticos de arte, artistas plásticos de outras cidades e esta-·dos, para intercambiar propostas, lançar projetos, valores novos; promover exposições e debates.A Bluap, ainda nove e inex
periente, acreditapoderapre- ,sentar no próximo ano, um ItrabaJbo depeso, onde espera Ireceber o reconhecimento e o
apoio do empresariado blu- Imeneuense, fazendo também,com que um maior númerodos quarenta associados semobUizepara um trabalho sé-'rio emprolda classe artística,
,
A. _-4
assocmr-se a. SSOC.1açao '.
Artística deBlumeneu - _.
-
Bluap. fColocamo-nos a disposição r
de todos que queiramintegrar-se a nós, para juntos
incrementar, valorizar edivulgar as atividades
artfsticas.A diretoria daAap/ars é
compostapor:Lygia HelenaR Neves -
Presidente;Maria SaieteEngels Werling I,"Secretária,
Bemsdete Osório- VicePresidente; IrsciBinder - 2:Secretária, Ezio Linhares - 1:
Tesoureiro, João CarlosKrieck •
- 2: Tesoureiro, RenatoAmdt -
1:DiretorArtístico, JorcelyS.Mendonça 2:DiretorArtístico,AntonioPádua Botelho, DionísioMaçaneiro eMarilene deAraújo
Amorim Conselheiros.
Encontramo-nos à disposição I
dosinteressadosnagaleria dearte CurtScbroederna"�
AlamedaAristiliano Ramos, Isala 23, Rio do Sul-Se.
RETOQUES Pó DEZEMBRO 86�
ACERVO: BIBLIOTECA PÚBLICA DE SANTA CATARINA
FERNANDO LINDOTE-tI
As mutaçõesdo artista'
Tudo começou emSant�ado
Livramento, noRioGrande do Sul, quando
Fernando Lindote, aindaguri, desenhava suas
histórias em quadrinho.Menino talentoso, logo
estaria trabalhando nosjornais da cidade. O
certun foia opção. Anosmais tarde, em 1977,realizava em.Porto .
Alegre suaprimeiraexposição, ao lado decartunistas famosos
-
como LuizFernandoVerissimo eEdgarVasquez. Foiaique
Lindote se sentiu meiosembase, perto de
grandesprofissionais, eresolveupartirpara
outra. De PortoAlegrevoltoupara sua cidadenatal, Livramento. A
partir dai, abriu-se umnovo caminhoplp'a O
artista: apintura.Lindote descobriu otrabalho deAlfredo
Vo/pieseapaixonoupelaobra de TarsUa do
4maraJ. InDuências. marcantes em seutrabalho. Vieram os
ensinamentos de OsmarSantos e OpiWeche, doispintores quemantinhamumateUêemLivramento.
Começava, então, umperiodo de experiências.
Lindote só aprendeu.Nova fase. Deupra ti,PortoAlegre. Em 83, oartista gaúcho chega a
FlorianópoUs e seenamorapela ilha. uFoi
bem loucuramesmo.
Ta.va cansado daqueleambiente viciado dePorto, sempre osmesmos
�1:0s, asmesmasrod' '/lS•••"Oartista
queria descansoe o lugarideal era, sem dúvida,aquina ilha. Lindote
ficou.Não foifácilse /har, asdiiiculdades existiam;mas eram superáveis.Aospoucos, Lindote
conseguiu ocupar seuespaço. De exposição emexposição, o trabalho doartista se consolidou e
passou a se tornarconhecido. Se opúbliconão conseguiu assimUaraproposta dogaúcho, a
critica foimaiscompreensiva. -o
mapitada�L1e cinetismo- ;I
Esqueça tudo o quevocê sabe sobre arte,
livro-se dospré-conceitos. Feche osolhos e entrenum« salaem ,cujaporta se lê, aliás,nâo se Ie, se ouve: I�••••••I"
Lá dentro, luzes seatirando no espaço,
caixinhas subindopelas. paredes; objetoscantando e exalandoperfume. Aonde vocêestá?Numagaleria dearte cinética, é claro.A mecânica, amaisantiga das ciências
nsicas, estuda oovimento dos objetos.
Pois oprincípio da artecinética é omesmo, só
que sem qualquerpropósito utilitário. Elaquer experimentsr os
processos óticos epsicológicos da
- percepção.Ums obra de arte
cinética não se vê� seassiste. Sua formamais
cerecteristice é omovimento real deimagens, utilizando
motores, emissores deluz, etc. Mas esse
..' movimentopode apenas'ser sugerido. AIin8l, emarte vale a imaginação,
tanto do criador comodo.. espectador. Pode existir:. apenasnomomento em
que é consumida e, àsvezes, sequer existe
materialmente. É luz,cheiro, ruído.... Emoutras, exige que o
espectadorsemovimenteno espaçopàra senti-la.
Tendência artísticarecente, aArte Cinética
nasceuno inicio doséculopassadomas
passouasermtensamente
desenvolvida apartirdadécada de 60. Teve em
MarcelDuchamp(1887-1968) um de seusmaiores criadores: Sua
Bic_ycleWhell (uma rodade bicicleta ao contrário,montadasobre um bancodemadeira), de 7913, foiaprimeirapeçamobile
artfstica.DesdeDuchamp, o
movimento vem sendousado em esculturapor
diversos caminhosdiferentes, com os
materiaismais'inusitados. O cinetismo
aceita oprecário, oinstável, afinal ele
retrata omundo em suacontinuametamortose."Não é apenas o que semove, mas uma tomada
de consciência dainstsbilidade do real"
\ (Clay).Infelizmente o artista
cinético,misto de criadore inventor; ainda é um
marginaldas artesplásticas, um ser.
subterrâne�querendoteimosamente conviver
com osooupantesde umavasta e velha torre de
marfim.Juliana Wosgraus
Lindote:"e dificillidar com opúblico"
público é diiicílimo. Oartista, às vezes, paraagradaraopúblico,adapta seu nível de
linguagem de acordocom o ambiente em quevuiespôr:Aomeu ver, eleestáperdendo, com isso,
qualidade e estilo, prõprio":
Operiodo tem sidomuito favorável às artesplásticas. Osurgimento
de novos valoresartísticos têmcontribuido no
fortalecimento dessaárea. Lindotenão
esconde suaspreferências e aponta ostrabalhos de Leonilson e
Baravelli comogeniaisem termos de níveldelinguagem. liMas tem
muita gente de
qualidade. Os trabalhosde Oiticice, por exemplo?quejámorreu, são superbonitos. E temmais... "ÉmuitodiRcildefiniraarte
de Lindote. Talvez_ porque ele não seacomode em lugar
algum. Já esperimentoumuito, mas quer
, esperimentsr aindamais: Um eterno
, mutante, que busca asnovaspossibiliades e,
porguenão �impossibilidadesda
pintura.Aos26anos de idade,
ogarotinho deLivramento, que
desenhava histórias emquadrinho, hoje quer
saber de tudo. Arte, paraele, é uma tentativa .
constante de criação.Testar, inventar,
misturar o que fornecessário até crtaralgonovo, nunca visto. Enisso que ele aposta.
(BP).
Acrílico sobre tels (1986)
ACERVO: BIBLIOTECA PÚBLICA DE SANTA CATARINA
DOISartislos calorinenses toram
premiadosno 9�SalãoNacionalde PorloAlegre. 'ralam--se de
.
LuizHenrique Schwanke eßubens Oestroem. Schwanke é naturalde 'Joinville, formado em ComunicaçãoSocialpela Universidade Federal do
Paraná e, desde f977, vem sedeslocando em todassuas
participações em exposições e salõesnactonot« angariando premiações eabrindo caminhos em vários centrospara exporsua orle. Já expôs
individualmenle na Galeria Sérgio .
Milliet, Funarte, ßio de Janeiro e na SalaMiguelsakun. em Curitiba. No ano de
f985, Schwanke foi consideradoDesloque/85pela ßevisla Veja no
campo das orlesplásticas. Harry Laus,crílico e direlor doMuseu deArie deSanlo Calarina (MASC) considera-o arevelação das orlespláslicas de sootaCalarina. I�m Iodos os Salões que seinscreve, ganha prêmiOS eprojeção':Oestroem, calarinense de Blumenau, jáestudou com KurlBoegere Elke Heringe cursou e diplomou-se naEscola
SuperiordeArles de Berlim eAcademiadeDUsSeldodnaAlemanha OcidenlalParticipouda f8�BienallnlemacionaldeSão Paulo, quandO inlegrou a Sala'
I�xpre$$ionismo no 8rasil-Heranças eARnidades': Desde f976, Oestroem
divide seu lempo e sua orle entre ,rasileAlemanha, já lendo feilo inúmeras·
exposições na Europa. Esles dois artislastrazempara Sànlo Calorina, além deprêmios, o reconpecimenlo. da crílica ea cerleza da conquislo1de espaços ànívelnacionalA Arienão lem fronleiras.
RETOQUES P8 DEZEMBRO 86
ACERVO: BIBLIOTECA PÚBLICA DE SANTA CATARINA
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