novas usinas ficam longe de centro de consumo Paísplanejasites.unisanta.br/hemeroteca/arquivos/a185.pdf · RIO JARI Belém São Luís Teresina PERU BOLÍVIA GUIANA SURINAME GUIANA

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H4 Especial SEGUNDA-FEIRA, 5 DE NOVEMBRO DE 2012

� Com o esgotamento do potencial de aproveitamento hídrico das regiões Sul, Sudeste e Nordeste, novos projetos seguem em direção ao Norte, especialmente na Amazônia

MAPA DA HIDROENERGIA

INFOGRÁFICO/ESTADÃOFONTE: EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA (EPE)

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Sinop, Cláudia, Ipirangado Norte, Itaúba (MT)

Ferreira Gomes e Porto Grande (AP)

Jacareacanga (PA) e Paranaíta (MT))

Ribeiro Gonçalves (PI)

Itaituba (PA)

Davinópolis e Catalão (GO)

Itaiutaba (PA)

Imbaú, Telêmaco Borba e Tibagi (PR)

Cruzeiro do Iguaçu, Dois Vizinhose São Jorge D’Oeste (PR)

UHE Sinop

UHE Cachoeira Caldeirão

UHE São Manoel

UHE Ribeiro Gonçalves

UHE São Luiz do Tapajós

UHE Davinópolis

UHE Jatobá

UHE Telêmaco Borba

UHE Paranhos

400 MW

219 MW

700 MW

113 MW

6.133 MW

74 MW

2.336 MW

109 MW

63 MW

EM 2017

EM 2018

EM 2019

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UHE Água Limpa

UHE Pompeu

UHE Bem Querer

UHE Itapiranga

UHE Apertados

UHE São Simão Alto

UHE Resplendor

UHE Marabá

UHE Salto Augusto Baixo

UHE Ercilândia

380 MW

209 MW

709 MW

721 MW

136 MW

3.509 MW

144 MW

2.160 MW

1.461 MW

97 MW

General Carneiro, Novo São Joaquim (MT)

Abaeté, Curvelo, Pompéu (MG)

Caracaraí (RR)

Pinheirinho do Vale (RS) e Itapiranga (SC)

Alto Piquiri (PR)

Norte*

Itueta e Santa Rita do Itueto (MG)

Marabá e São João do Araguaia (PA)

Norte*

Iporã e Assis Chateaubriand (PR)

EM 2019

EM 2020

*Hidrelétricas previstas para o Rio Juruena, afluente do Rio Tapajós. Somadas, as duas usinas terão quase 5 mil MW de potência

OBS: A EPE desenvolve até 2015 estudos de Inventário das Bacias Hidrográficas dos rios Trombetas e Negro. Foram aprovados estudos de inventário do Rio Tibagi (quatro UHEs, entre 60 MW e 142 MW) e do Rio Jari (Açaipé B, com 831,1 MW; AHE Urucupatá, com 291,5 MW; e Carecuru, com 240,2 MW). O inventário da Bacia do Rio Araguaia foi revisado com os seguintes aproveitamentos: hidrelétricas de Santa Isabel (1.087 MW), Couto Magalhães (150 MW), Torixoréu (408 MW), Toricoejo (76 MW) e Água Limpa (320 MW), além de três novos pontos para instalação de usinas, com capacidade somada de 442 MW

Água Clara e Ribas do Rio Pardo (MS)

Sapucaia e Três Rios (RJ)

Telêmaco Borba (PR)

Roque Gonzales (RS)

Porto Velho (RO)

Paracatu(MG) e Cristalina (GO)

Porto Velho (RO)

Cerro Negro e Abdon Batista (SC)

Monte Dourado (PA)

Nova Canaã do Norte (MT)

Ferreira Gomes (AP)

Jacareacanga (PA) e Paranaíta (MT)

Capanema e Cap. Leônidas Marques (PR)

48 MW

334 MW

361 MW

77 MW

3.150 MW

54 MW

3.750 MW

178 MW

373 MW

11.233 MW

300 MW

252 MW

1.820 MW

350 MW

135 MW

UHE São Domingos

UHE Simplício

UHE Mauá

UHE Passo São João

UHE Santo Antônio

UHE Batalha

UHE Jirau

UHE Garibaldi

UHE Santo Antonio do Jari

UHE Belo Monte

UHE Ferreira Gomes

UHE Teles Pires

UHE Baixo Iguaçu

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O ano de inauguraçãoe a localização de cada usina

EM 2012

EM 2013

EM 2014

EM 2015

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Sinop, Cláudia, Ipirando Norte, Itaúba (MT)

Ferreira Gomes e Porto Gr

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UHE São Manoel

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77 MW

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O ano de inaugure a localização

EM 2012

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48 MW

334 MW

361 MW

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Manaus

Cuiabá

Campo Grande

Goiânia

Macapá

PortoVelho

BoaVista

Branco

RIO IÇÁ

RIO JURUÁ

RIO PURUS

RIO MADEIRA

RIO ROOSEVELT RIO ARIPUANÃRIO TELES PIRES

RIO JAMANXIN

RIO IRIRI

RIO ARAGUAIA

RIO XINGU

RIO TAPAJÓS

RIO JAPURÁ

RIO SOLIMÕES

RIO AMAZONAS

RIO JARI

Belém

São Luís

Teresina

PERU

BOLÍVIA

GUIANA

SURINAME

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Belo Horizonte

Rio deJaneiro

São Paulo

Curitiba

Florianópolis

Porto Alegre

Palmas

RIO TOCANTINS

Vitória

Brasília

OCEANO ATLÂNTICO

PA

País planeja15 novasusinas naAmazôniaEstudo mostra que demanda até 2015exige no total 30 novas hidrelétricas

DIVULGAÇÃO

Advertência

FLAVIO MIGUEZ DEMELLODIRETOR-EXECUTIVO DA BRASILHYDRO“A alternativa às hidrelétricassão usinas térmicas a óleo, gásnatural ou carvão. É uma energiamais cara, que prejudica maiso meio ambiente.”

Futuro.Itaipu, noRio Paraná:novas usinasficam longede centro deconsumo

ENERGIA E ECONOMIA VERDE

Cleide CarvalhoO GLOBO

A oferta de energia elétrica noPaís tem de crescer 42.600 mega-watts (MW) nos próximos dezanos, e o Brasil vai colocar emoperação entre três e quatro usi-nas hidrelétricas por ano paraatender à demanda. A Empresade Pesquisa Energética (EPE) jáplanejou a entrada em operaçãode 34 novas usinas hidrelétricasaté 2021, sendo 15 delas na Ama-zônia Legal. Para Maurício Tol-masquim, presidente da EPE,ampliar a oferta de energia hidre-létrica é condição básica para odesenvolvimento econômico, ea instalação de usinas nos riosamazônicos é inevitável.

“Não podemos abrir mão deconstruir hidrelétricas.Preservaro meio ambiente não é uma deci-são excludente. É preciso acharum meio de a hidrelétrica ajudar apreservar”, diz Tolmasquim.

A EPE propõe construir hidre-létricas do tipo plataforma, quedepois de prontas ficariam isola-das na floresta, acessíveis apenaspor helicóptero, inspiradas na ex-tração de petróleo no mar. Tol-masquim reconhece que duran-te a construção é impossível nãoabrir estradas, mas ressalta queestas podem ser reflorestadas. Aconstrução de novas hidrelétri-cas visa a atender ao consumo ca-da vez maior de energia no País.E o brasileiro ainda consome trêsvezes menos que o americano.

“A sociedade tem de decidir seela quer ser abastecida de ener-gia elétrica. E a alternativa às hi-drelétricas são usinas térmicas aóleo, gás natural ou carvão. Éuma energia muito mais cara,que prejudica mais o meio am-biente”, afirma o diretor executi-vo da Brasil Hydro, Flavio Mi-guez de Mello.

O estudo da EPE para 2021 pre-vê que, à exceção das hidrelétri-cas, que representarão 12,6% daoferta de energia total no País, aparticipação das fontes renová-veis só crescerá de 1,4% hoje para1,6%. Com 2.200 horas de insola-ção, o Brasil nem sequer incluiuenergia solar no planejamento.

“É preciso quebrar o paradig-ma de grandes hidrelétricas”, dizo professor Paulo Henrique deMello Sant’Ana, da Universidade

Federal do ABC, coordenador deum estudorecém-lançado, patro-cinado pela WWF-Brasil.

Sant’Ana lembra que a Dina-marca tem 30% de sua energiagerada pelos ventos e que a Ale-manha, com muito menos solque o Brasil, só perde para Chinae EUA em energia solar. “No lu-gar de expandir a oferta, temosde aprender a gerenciar a deman-da. Estamos diante de uma revo-lução energética, e o Brasil nãoestá olhando para frente.”

Demanda. Dados da Associa-ção Brasileira de Refrigeração,Ar Condicionado, Ventilação eAquecimento (Abrava) mos-tram que 8% da energia produzi-da se destinam apenas ao chuvei-ro elétrico. Isso corresponde a 15mil MW no horário de pico, en-tre 17h e 22h. Segundo a Abrava,cada metro quadrado de coletorsolar instalado para aquecerágua pode evitar 56 metros qua-drados de área inundada por hi-drelétricas.

Já no estudo O Setor ElétricoBrasileiro e a Sustentabilidadeno Século 21, patrocinado porcinco ONGs, incluindo o Green-peace, o consultor em planeja-mento energético Roberto Kishi-nami afirma que o País precisaurgentemente planejar o aumen-to de sua eficiência econômica.

Ele lembra que a eficiênciaenergética dos motores elétri-cos de uso industrial passou de39,8% em 1984 para 47,1% em2004. Segundo ele, um progra-ma reunindo fabricantes de mo-tores e instituições de pesquisapoderia, a curto prazo, trocarequipamentos antigos, reduzin-do o custo e a necessidade de usode energia nas indústrias, querespondem por metade do con-sumo total.

Ponto frágil. Além disso, a pro-dução de energia na Amazôniaimplica mais investimentos emlinhas de transmissão. E os pro-blemas nestas têm sido aponta-dos como os principais responsá-veis pelos apagões. Só em interli-gações e para usar a energia deBelo Monte, Teles Pires e Tapa-jós estão previstos, no Programade Aceleração do Crescimento(PAC), investimentos de R$ 37,4bilhões. A distância tende a agra-var as perdas do sistema. Segun-do a EPE, o índice dessas perdas,hoje em 16,9%, fechará 2021 em16,1%. No Chile é de 5,6%, e naArgentina, de 9,9%.

O professor da Faculdade deAdministração e Economia daUSP em Ribeirão Preto EliezerMartins Diniz lembra que as deci-sões sobre hidrelétricas se ba-seiam em critérios econômicose desenvolvimento econômico esocial não podem ser alvará paraatropelar questões ambientais.

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