Encarte cena independente pará #01
Post on 17-Feb-2016
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A coletânea Cena Independente Pará é um projeto do grupo Novas Cenas
Pará, que busca apresentar o que há de mais novo no fervilhante cenário
musical independente do estado.
O Programa #01 vem repleto de baixos nervosos que dispensam guitarras,
calor caribenho exaltando deuses pagãos e o suor, aparelhagens tocando no
mangue, sons alternativos, progressivos e poesia questionadora. Aprecie.
A fotografia de capa é da fotógrafa paraense Yasmin Alves . Este e outros de
seus trabalhos podem ser vistos em sua página no Facebook.
novascenas@gmail.com
novascenaspara.wordpress.com
https://www.facebook.com/novascenas.pa
Cena
Independente
Pará #01
The Tump – Diasepam
eletrobass rock
Sintetizadores, contrabaixos e aplicativos de celular... O The Tump surgiu a
partir de uma ideia fixa: no guitarristas! A banda começou a gravar as primeiras
musicas no inicio de 2012, com Bárbara Lobato, Alex Lima, dois contrabaixos,
aplicativos de celular e baterias programadas. Sem muita fantasia, levando um
som sujo com letras debochadas e diretas.
Para quem gosta de: New Order, The -B52s, The Cigarretes
Fan Page: https://www.facebook.com/TheTumpBand?ref=br_tf
01. DIASEPAM (The Tump)
Ahh, se você pudesse me dar um doping
Ahh, um diasepam ou uma cibalena
Esqueceria deste mundo cruel
Esqueceria que você não foi fiel
Ahh, se você quisesse me dar um doping
Ahh, um diasepam ou uma dilena
Esqueceria deste mundo cruel
Esqueceria que você não foi fiel
-x-
A República Imperial – Segundo Ato
alterlatino
A República Imperial tem como características marcantes a carga humana e
lírica das letras e o instrumental baseado em ritmos hispano-americanos,
brasileiros e caribenhos. O universo dos textos teatrais (presente no eu lírico
das músicas), a atmosfera densa de películas como as de Quentin Tarantino, e
o realismo mágico de Gabriel Garcia Márquez também influenciam o processo
inventivo do grupo.
Para quem gosta de: Novos Baianos, Buena Vista S. C., Real Combo Lisbonense
Fan Page: www.facebook.com/ARepublicaImperial
02. SEGUNDO ATO (A República Imperial)
De adornado Cernuno Vim pra gandaia da fé celebrar Gozar, profano, teso e augusto
Na massa doida exaltando suar.
Tez, coxas, nalgas e bustos Postas expostas em par Tudo num drama volupto
Salve, Evoé, Saravá!
Já eu de Vênus - um luxo - Vim lambuzada baiando ao luar Num mar de movimentos astutos Sussurros, urros e beijos de arfar.
Viva o cortejo dos Buffos! Viva o que odara cantar! Flores e vinhos e frutos!
Bem vindos ao nosso altar!
Quem adentrar que venha Viver da nudez de amar
Para adorar dei prendas diante o belo prazer de se dar.
Pra viver da nudez de amar Diante o belo prazer.
Que essa oração te faça bailar E a desilusão já era!
Viva o ensejo em conluio Onde o intuito ao rogar
Vem te provar que sem julgo Pecado algum nem um há!
Quem adentrar que venha Viver da nudez de amar
Para adorar dei prendas diante o belo prazer de se dar.
Pra viver da nudez de amar Diante o belo prazer.
-x-
Casa de Folha – Musa
nortisses/carimbó
O Grupo Casa de Folha nasce em 27 de maio de 2010, originário de Belém do
Pará, a forte marca de suas percussões, a rabeca bragantina e o letreiro
popular vagueiam pelas canções do grupo. Juntar versos, compor “cantações”
e ressaltar traços deste universo virou missão. Com 02 anos de existência, o
“Casa de Folha” segue agarrado a cultura popular, suas histórias e sotaques no
cotidiano de seus chegados e aconchegados. No musical deste imenso Brasil e
na sonoridade deste universo Amazônida. Os integrantes, oriundos de vários
espaços de arte educação de Belém, trazem consigo o dia a dia com as
produções dos espaços culturais de Belém, e mediante a premiação no edital
MicroProjetos Amazônia Legal do Minc/Funarte foi possível foi possível a
aquisição de seus instrumentos e dar pé aos trabalhos sonhados
Para quem gosta de: Lia Sophia, Lenine, Chico César
Fan Page: https://www.facebook.com/CasadeFolha
03. MUSA (Casa de Folha)
Girassol, gira a menina
Nesse canto que desatina
Canta, se lança, dança, inocente criança
Lembro a dança do seu vestido, o olhar doce e bonito
Feito de toda paz que a mão não alcança
O sol gira, mira a menina que roda sem ver que o mundo
Pôs-se a girar
Gira a flor, cuja cor só percebe quem sabe sonhar
O sol gira, mira a menina que roda sem ver que o mundo
Pôs-se a girar
Mas já passam das cinco horas, menina para seu sonho
E vai já banhar...
Eu sou feita de terra, eu sou feita de miriti
Feito um barco de vela navegando em um jardim
Eu sou feita de sonhos e de tudo que há de vir
Sou criança e eu brinco assim.
-x-
Cais Virado – Mal Moderno
guitarrada/afro/rock
O grupo Cais Virado nasceu do encontro musical de Bruno Rabelo (guitarra),
Raniery Pontes (bateria), Príamo Brandão (baixo) e Keila Monteiro (vocal),
músicos com extensa carreira na cena belenense.
“Mal Moderno” é uma canção-batuque de acordes densos e versos sofridos
sobre um mal do século, revisto em tempos de novo milênio.
A banda Cais Virado também se mistura à confluência de ritmos e estilos que é
a atual música de Belém do Pará (Amazônia-Brasil). Abarcando afluentes de
guitarrada, poesia, rock e África.
Pra quem gosta de: Buraka Som Sistema, Cravo Carbono, Aldo Senna
Fan Page: https://www.facebook.com/caisvirado
04. Mal Moderno (Cais Virado)
Utopia pra calar a minha boca
Vai me desacostumando
E me espera descansar
Me perfura com esse teu segredo insano
Com esse aluguel sem roupa
E cala pra me destroçar
E quando eu tava definhando
Tu te lembraste de cuidar
Do nosso altar com poesia
Do mal-moderno
Pra me acalmar
Vai
Te consolar
Com teu amor
E me faz cantar!
Mistura o sangue da poesia
À romaria do teu pesar
Prepara o ato, arruma a mesa
Deixa a certeza te devorar!
-x-
Lauvaite Penoso – Guamá Sound System
afro-amazônico/carimbóbeat underground
Lauvaite Penoso, frase sagrada das brincadeiras de pipas e papagaios de
Belém mostra que sabedoria popular e poesia urbana é de grande qualidade.
A banda traz a pulsação regional junto a mistura de outros pontos fortes do que
cada integrante carrega consigo, dentro de um plano que brinca no
"experimentar" de bons sons, segue a marca forte do "Carimbóbeat" e seus
aconchegados, na mostra de que som, ideias e força demarcam quem habita
este espaço.
Pra quem gosta de: Chico Science & Nação Zumbi, Renata Rosa, Grupo
Carimbó de Icoaraci
Fan Page: https://www.facebook.com/bandalauvaitepenoso
05. Guamá Sound System (Lauvaite Penoso)
Guamá! Periferia! Não sei por que, mas tão roubando todo dia
Como não sabe, mas olha só, muita miséria e injustiça ao nosso redor.
Pega ladrão! De bicicleta, olha pra trás aponta a arma, mas o tiro não acerta irmão.
Mas é certeira então a nossa rima, é sound system aparelhagem vai pra cima.
É alma livre do mesmo lado, Ogun guerreiro Oxalá tá declarado:
Malungo!
Vamos caminhar do mesmo lado!
Malungo!
Não vamos esquecer nosso passado!
A poesia tá na rua mesmo assim você não vê!
Mantenha a alma livre pra poder se defender!
(Trecho da Música Chegança de Antônio Nobrega e Wilson freire)
Sou Pataxó, sou Xavante, Carírí, Yanomami, sou Tupi, guarani sou Karajá.
Sou Pankararu, Potiguá, sou caeté, Funiô, Tupinambá.
Depois que os mares dividiram os continentes
Quis ver terras diferentes, eu pensei vou procurar
Um mundo novo, lá depois do horizonte,
levo a rede balançante pra no sol me espreguiçar
Eu atraquei num porto muito seguro, céu azul paz e ar puro
Botei as pernas pro ar, logo sonhei que estava no paraíso
E que nem era preciso dormir para se sonhar.
-x-
Crisantempo - O Mistério das Enchentes
mpb progressiva/artrock/progrock
Crisantempo é uma banda brasileira formada em Belém do Pará no ano de
2008. O grupo possui referência à "Nova MPB" e rock progressivo, onde as
músicas buscam interação entre o contemporâneo e a sonoridade vintage.
Pra quem gosta de: Clube da Esquina, Os Mutantes, Guilherme Arantes
Fan Page: https://www.facebook.com/crisantempo
06. O Mistério das Enchentes (Crisantempo)
De onde virá tanta água?
E pra onde é que tanta gente vai
Quando essa água vem?
Quem é que sabe do milagre?
E pra onde é que tanta gente vai
Quando o milagre vem?
De onde virá o milagre?
E pra onde é que tanta água vai
Quando o milagre vem?
Quem é que sabe dessa gente?
E pra onde é que o milagre vai
Quando essa gente vem?
Casa de madeira ou não
Telhado sem telha, o vão
Terras sem quintais
Gente sem reboco ou chão
Coisa mais querida, o cão
Notícia velha é morro morrer no mar.
-x-
Versivox – Puro Pus
poesia cantada
Desenvolvido pelo poeta Carlos Correia Santos e pelos musicistas Júnior
Cabrali, Fernando Alves e Felipe Lourinho, com participação de outros artistas,
o Versivox é um projeto que une música e recitação de poemas. Porque
poemas também podem ser tocados.
Pra quem gosta de: Arnaldo Antunes, Iron Maiden, Kraftwerk
Fan Page: https://www.facebook.com/pages/Versivox/510409832348872
07. PURO PUS (Versivox)
Estamos morrendo de febre amarela, rubros de dengue, verdes de gripe...
ESTAMOS MORRENDO DE GRIPE!!!
E no parlamento, disso não se parla nem se
lamenta...
Estamos tremendo com febre, tremendo sem febre, tremendos escarros!
A febre é entorpecer... TUDO TÃO TORPE!!!
E no parlamento, disso não se parla nem se
lamenta...
Estamos disformes, coliformes comendo
com sal e salmonelas temperando e imperando o oco que não é pouco,
não é pouco. Ninguém grita
E, por isso, ninguém rouco... TUDO TÃO NADA QUE NADA
IRRITA!!! E no parlamento,
disso não se parla nem se lamenta...
Haverá gol de placa, porém nossos nomes de pagantes
não estarão na mega placa dos multi estádios que farão da elite
Copa e os empanturrados de circo
limparão a cozinha. E tua mente cozinha.
Mas teu nome não estará na placa. enquanto te falta a maca
e tua carne cheia de bala definha. No parlamento?
Disso não se parla nem se lamenta...
Lamento.
Mas o que te parlamenta é uma lama lenta
onde se parla em prol da grana, onde lambe a grama, onde o feliz do ano
homofobiza, barbariza,
a dignidade pisa e escraviza à sombra da cruz.
Lamento,
mas te parlo lento: Esse brasil de hoje?
Puro pus.
-x-
Enfim Nós – O Velho Fatorial
rock alternativo
Alguns poucos, mas, bons amigos com mais do que música em comum e que
resolveram juntar o que saía quase todos os dias na sala de um dos regentes
da banda como brincadeira. As músicas foram surgindo, algumas pensadas,
outras foram sendo construídas ali, na sala, com um violão, algumas pessoas
conversando, outros assistindo TV, sem nenhuma ou quase nenhuma
pretensão, apenas a vontade de tocar.
Para quem gosta de: Los Hermanos, Apanhador Só, Cícero
Fan Page: https://www.facebook.com/pages/Enfim-N%C3%B3s/535781486500547
08. O Velho Fatorial (Enfim Nós)
Dedos secos e mesmo assim
todos estão enrugados. Será que o tempo aqui passou tão rápido
que eu nem vi ou me perdi
em tristezas sem as causas ou 'porquês' de afirmações tão falsas
de quem amei?
Quanto tempo já passou? E o que foi que não mudou?
Ah! Se eu quis te privar de coisas tão ruins
foi porque não quis ver de novo
você desbravar caminhos que eu já fiz
e que já desfiz e não fui feliz.
'Ô' mania que não passa de tentar te proteger de tudo,
inclusive de você. E o que é 'migliori'?
Deixar tudo como está ou se ver e tentar se consertar
pra que tudo melhore?
A tristeza não te merece mais do que eu.
Por que não chega mais perto que é pr'eu tentar entender
o que aconteceu?
Ah! Se eu quis te deixar tão livre como eu fiz
foi porque não quis ver de novo
você se afastar de mim tão infeliz
por coisas que eu não fiz.
-x-
O Outro – O Punk
rock
O Outro surgiu de um embrião do fim da década de 80, uma banda de garotos
do subúrbio de Belém e Ananindeua, loucos por música, álcool e biografias.
Fãs de Beatles, Mutantes, Roberto Carlos e Teddy Max, se autodenominaram
"Lóki" em homenagem ao disco
homônimo de uns de seus heróis perdidos. Não demorou para os garotos
virarem rapazes, logo vieram as divas e os frutos, o peso da realidade bateu à
porta. Entre um copo e outro se viram jovens senhores, cheios de afazeres,
responsabilidades e... felizes, sempre. A música ficou de lado, os sonhos não!
Entre campas e recreios, fraldas, sorrisos e amores lá estavam de volta os
mesmos garotos, ora com uns, ora com outros. No meio, justificando o fim,
sempre ela, a música.
Pra quem gosta de: Os Mutantes, Secos e Molhados, Ira
Site: http://monovox2010.wix.com/ooutro
09. O PUNK (O Outro)
Você tem o remédio e a receita certa para se safar
das coisas que então precisa resolver
Eu estive pensando que você devia
dar as caras só de vez em quando
E que por isso mesmo eu pensei num jeito
de pensar num jeito de gritar...alto, sei não, durmo!
E deve estar com tédio e muito cansado
que não teve tempo para se lembrar
Mas eles estão fartos de bater cabeça, tudo dá errado, eu vou me mandar
Eu sinto muito mesmo apenas por mim mesmo e não vá se zangar
É que esses dias longos e chuvosos são tão melancólicos
que parecem parar... Alto, sei não, durmo!
-x-
Redima – Além do Tempo
rock alternativo/pós-punk
Redima é uma é banda de rock independente originária da cidade de
Capanema-Pa, formada em meados de 2008. Em 2010, lançaram o EP demo
“Burning the Sky” e no ano seguinte, lançaram o single “Satélite”. Desde então,
vem fazendo um som com influências de pós-punk e rock alternativo. Com
composições que variam entre inglês e português, as letras abordam temas
que vão desde questões existencialistas a aspectos fugazes do cotidiano. A
banda vem participando de alguns festivais e de outros eventos artísticos na
região, onde divulgam sua proposta musical, que vem sendo bem aceita pelo
público.
Pra quem gosta de: The Cure, Joy Division, The Smiths
Fan Page: https://www.facebook.com/RedimaBand
10. ALÉM DO TEMPO (Redima)
Feche os seus olhos
Vamos para algum lugar
Recôndito, distante de onde deveria estar
Mas não tenha medo
É um dia claro
Sonhar não é segredo
Mas ninguém pode estar lá
A distância entre o olhar e o chão que podemos pisar
Há um refúgio entre o que sou e o que eu necessito ter
Seja o que for
Não há outro tempo além
Nem razões para não ser
Só agora é real
Muito além do nosso tempo
Bem mais lindo que a luz do sol
Dançando sobre o mar
Não teremos medo
Nós seremos um só
Entre sonhos e desejos
Inevitável é o amor
-x-
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