Eclipses Solares e Lunares

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22 Física na Escola, v. 5, n. 1, 2004Eclipses

No dia 27 de outubro de 2004teremos a oportunidade deobservar aqui no Brasil um

dos mais belos fenômenos da natu-reza: um eclipse lunar.

Mas o que é um eclipse? Vamos aum exemplo prático: imaginemos quevocê esteja observando duas pessoaschamadas SOLange e LUAna. Se a Lua-na passar na frente da Solange, por al-guns segundos você não verá a Solan-ge, e você poderia dizer que a Luana /eclipsou/ a Solange. Perceba que oeclipse depende da posição de onde vocêestá observando o fenômeno. O mes-mo acontece com os corpos celestes:às vezes um passa na frente dooutro, e temos então um eclipse.

Há dois tipos de eclipses en-volvendo o Sol, a Terra e a Lua: oeclipse lunar e o eclipse solar. Nosdois casos, há um alinhamentoperfeito entre os três astros. Nocaso do eclipse solar, a Lua passaexatamente entre a Terra e o Sol,e no caso do eclipse lunar, a Terrapassa exatamente entre o Sol e aLua. Devemos lembrar quesomente o Sol, por ser umaestrela, emite luz. A Lua e a Terraapenas refletem parte da luz querecebem do Sol. Sendo assim,quando os três corpos estiveremalinhados, um projetará suasombra sobre o outro.

O eclipse lunarEm outubro, observaremos

um eclipse lunar; durante esseevento observamos a sombra daTerra passando pela Lua, comomostra a Figura 1.

Quando o eclipse começar,observaremos a sombra da Terra,

Flávia Pedroza LimaMuseu de Astronomia e Ciências AfinsRio de Janeiro - RJ

Jaime F. Villas da RochaUniversidade do Estado do Rio deJaneiro

arredondada, cobrindo lentamente odisco da Lua. Dizemos que está ini-ciando a fase parcial do eclipse. Asombra da Terra leva aproximadamenteuma hora para cobrir completamentea Lua (Figura 2). Quando a Lua estácompletamente coberta pela sombra daTerra, dizemos que o eclipse está natotalidade. Durante a totalidade, a Luageralmente apresenta uma coloraçãoavermelhada, pois a atmosfera da Ter-ra desvia um pouco da luz do Sol nadireção da Lua (Figura 3). Nesta passa-gem pela atmosfera da Terra, a luz doSol, que é formada por todas as cores,interage com as moléculas da atmos-

Figura1. A Lua na sombra da Terra du-rante um eclipse lunar.

Figura 2. Seqüência de fotos mostrando um eclipselunar.

Este artigo comenta apresenta uma propostade abordagem dos eclipes junto aos alunos,comentando esse fenômeno astronômicomuito interessante e que vem cativando ahumanidade desde seu nascimento.

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23Física na Escola, v. 5, n. 1, 2004

fera e a luz azul é removida, passando mais acomponente na região do vermelho. Por isso a luzque chega à Lua, desviada pela atmosfera da Terra,é avermelhada, como mostra a Figura 4. Após atotalidade, a Lua vai lentamente deixando a sombrada Terra, sendo novamente iluminada pelo Sol eretomando sua cor prateada de costume.

O eclipse solarDurante um eclipse solar, podemos observar a

Lua passando bem em frente ao Sol, bloqueandosua luz por alguns minutos (Figura 5). Isto aconteceporque o disco da Lua no céu tem quase o mesmotamanho que o disco do Sol. Durante o eclipse, asombra da Lua se projeta na Terra, e quem estivernas regiões onde a sombra da Lua será projetada,será capaz de ver o eclipse, como mostram asFiguras 6 e 7.

Um eclipse solar começa com o que pareceuma “mordida” negra, ou seja, o disco da Lua

Eclipses

Figura 4. Seqüência de fotos da Lua atingindo a totali-dade de eclipse lunar. Note como a Lua vai ficando cadavez mais avermelhada.

Figura 3. Durante a totalidade do eclipse lunar, a luz doSol desviada pela atmosfera da Terra atinge a Lua, dandoa esta uma coloração avermelhada.

Figura 5. No eclipse solar, a Lua passa entre a Terra e o Sol, e a sombra daLua se projeta na Terra.

Figura 6. A sombra da Lua se projeta na Terra durante o eclipse solar. Asombra da Lua se move sobre a Terra formando o caminho do eclipse.

Figura 7. Localização dos caminhos de alguns eclipses solares totais nospróximos anos.

24 Física na Escola, v. 5, n. 1, 2004Eclipses

começa a cobrir lentamente a bordado disco do Sol. Este é o início doeclipse parcial. Dependendo dolugar na Terra em que você esteja,você só poderá observar um eclipseparcial. Em alguns lugares não serápossível ver o eclipse. Se você tivera sorte de estar em um local onde oeclipse será total, verá o disco daLua cobrindo lentamente o Sol, atéo cobrir totalmente. Durante atotalidade do eclipse solar, ou seja,enquanto o disco da Lua cobretotalmente o disco do Sol, o céuescurece bastante, como se fosse océu que vemos bem no início dasnoites, e podemos ver algumasestrelas mais brilhantes. A coroa doSol, ou seja, a parte mais externada atmosfera solar, pode ser vistaao redor do disco negro da Lua(Figura 8). Conforme a Lua con-tinua em sua órbita, ela vai desco-brindo o Sol, e a luz normal do diavolta.

Os eclipses solares não são tãofáceis de serem observados quantoos lunares, pois exigem proteção es-pecial para que o observador nãoprejudique sua visão. Nunca olhediretamente para o Sol, pois istocausa danos irreversíveis aos olhos,e pode até causar cegueira!

Concluindo…

Os eclipses são fenômenos rarose muito bonitos, e são aguardadosansiosamente pelos astrônomos ama-dores e por todas as pessoas que seinteressam pela Astronomia. Algu-mas pessoas viajam milhares dequilômetros para observar um eclipse.

Tabela 1: Horários do eclipse que ocorrerá em outubro próximo.

Data Fase do eclipse Horário

27/10/2004 Início da parcialidade 23 h 14 min

28/10/2004 Início da totalidade 0 h 23 min

28/10/2004 Máxima totalidade 1 h 04 min

28/10/2004 Fim da totalidade 1 h 44 min

28/10/2004 Fim da parcialidade 2 h 53 min

Obs: horário de verão de Brasília.

Figura 8: Fotografia de um eclipse total doSol. A coroa solar pode ser observada du-rante a totalidade do eclipse.

Figura 9: Montagem utiliza uma lâm-pada para se representar o Sol e duas bo-las de isopor para se representar a Terra ea Lua.

Sugestões de atividades para professoresUma boa atividade para ser feita em sala de aula é convocar dois alunos

e posicioná-los na frente da sala. O aluno A deverá ficar parado na frente dasala, enquanto o aluno B deverá passarlentamente entre o aluno A e o restanteda classe. Enquanto isso, pede-se paraos alunos que estão vendo o aluno Bpassar na frente do aluno A paralevantar a mão. Neste momento, elesestarão vendo o aluno B eclipsar oaluno A. Podemos comparar o aluno Bà Lua e o aluno A ao Sol. É uma boarepresentação de um eclipse solar.

Outra boa brincadeira que pode serfeita durante o recreio é a seguinte: escolha três alunos (vamos chamá-losde alunos 1, 2 e 3). O aluno 1 fica mais distante dos outros dois. O aluno 2começa a girar ao redor do aluno 3. No momento em que os três alunosficam perfeitamente alinhados, ocorre um eclipse. Sendo:

Aluno 1: SolAluno 2: LuaAluno 3: Terra,

quando ocorre o alinhamento 1-2-3, é como se a Lua estivesse cobrindo odisco solar, para o observador que está na Terra. Seria um eclipse solar. Quandoo alinhamento se dá na ordem 1-3-2, a Lua está passando por detrás daTerra, e portanto estaria na sombra daTerra. Seria um eclipse lunar.

Outra opção pouco trabalhosa e debaixo custo é fazer uma Terra e umaLua com bolas de isopor. Você pode atépintar as bolas de isopor com tinta gua-che para que elas fiquem parecidas coma Terra e com a Lua. Utilizando umalâmpada para representar o Sol, pode-mos ver nitidamente a sombra que aTerra projeta sobre a Lua no caso de umeclipse lunar, e a sombra que a Lua pro-jeta sobre a Terra no caso de um eclipsesolar (Figura 9).

Os eclipses lunares podem ser facil-mente observados a olho nu, por issonão perca a oportunidade de observar

o eclipse lunar de outubro. Veja naTabela 1 os horários mais importantesdo eclipse e boa observação!

Classe

AB

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