DO PROJETO DE VENTILACAO PROBLEMAS … DECORRENTES DA UMIDADE... · cos de admissao e de exaustao de ar. 2.3. De acordo com as especificacoes tecnicas da concorrencia ... no atraves
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XVII SEMIN.'^RIO NACIONAL DE CRANDES BARRAGENS
BRASILIA
AGOSTO 1987
USINA ILHA SOLTEIRA
PROBLEMAS DECORRENTES DA UMIDADE EM GALERIAS DE DRENAGEM E A INFLUENCIA
DO PROJETO DE VENTILACAO
COMUNI CAGAO
Eng9 Ruben Jose Ramos Cardia
Companhia Energetica de Sao Pau
to - CESP
USINA ILHA SOLTEIRA
PROBLEMAS DECORRENTES DA UMIDADE EM GALERIAS DE
DRENAGEM E A INFLUENCIA DO PROJETO DE VENTILAcAO
Ruben Jose Ramos Cardia1
1. INTRODUQAO: 0 PROBLEMA
A seguranca estrutural de barragens e usinas hidreletricas 6 con
trolada, principalmente, por meio de inspegoes visuais esubaqua
ticas, bem como pelo acompanhamento da auscultagao. A confiabi
lidade dos resultados dessa instrumentacao reside primordialmen
to na qualidade das leituras e medicoes efetuadas. No caso de
instrumentos eletricos, com leituras obtidas pela conexao de in
dicador portatil aos bornes de caixa seletora, abrigando os ter
minais de cabos de instrumentos , ha necessidade de se garantir
um perfeito contato entre as partes.
0 excesso de umidade ambiente no interior de galerias de drena
gem de algumas barragens , devido a falta ou demora na renovagao
adequada de ar, tem provocado rapida oxidagao e alteragao dos
contatos e bornes, resultando em problemas de leitura. Adicio
nalmente , ha uma acentuada oxidagao de caixas de manometros, to
bulagao e componentes metalicos, requerendo freg1ente manuten
gao. E alem disso, tambem deve ser considerada a situagao de in
salubridade.
2. APRESENTAcAO: AS GALERIAS E 0 SISTEMA DE VENTILAgAO
A usina Ilha Solteira, de propriedade da Companhia Energetica
de Sao Paulo - CESP, ja e bastante conhecida, tendo sido descri
to detalhadamente em inumeros trabalhos apresentados a congres
sos e seminarios anteriores . Dessa forma , no presente trabalho
so serao relacionados itens e caracteristicas que estejam liga
das ao problema de ventilagao nas galerias de estruturas de con
creto.
(1) Engenheiro do Laborat6rio Central de Engenharia Civil - Com
panhia Energetica de Sao Paulo - CESP - Ilha Solteira,
SP.
319
2.1. Galerias da Tomada D'a ua
0 acesso externo as galerias da tomada d'agua e feito a partir
da barragem de gravidade, seja nelo tunel de entrada (piso
292,00m) ou pela saida junto a crista (piso 332,00m) que da li
gagao aos elevadores e ao pogo de escada.
As galerias longitudinais nos blocos da tomada d'agua situam-se
nas cotas 328,00m, 303,25m e 260,50m (ou 258 ,25m nas unidades
TA-15 a TA-20).
A galeria inferior se interliga com a galeria montante da casa
de forga (piso 260,50m), por meio de pequenas galerias transver
sais. No bloco TA-20 existe interligagao com a galeria a montan
to do vertedouro, enquanto que pela extremidade direita, ha in
terligagao com a galeria dos blocos da barragem da gravidade.
Era prevista porta de separagao nas interligagoes dessas gale
rias transversais e na barragem de gravidade, que no foram ins
taladas. Transversalmente a galeria inferior , existem pequenas
galerias transversais para jusante , ao longo das juntas entre
blocos , que possuem na extremidade jusante, um pogo vertical
(ate a cota 267,25m).
2.2. Galerias da Casa de Forga
Nos blocos que formam a casa de forga existem o nucleo superior,
que contem a galeria montande de acesso e nichos (piso 281,60m),
salao principal dos geradores (pisos 281,60m e 284,90m), e gale
ria jusante de equipamentos (piso 284,90m), bem como o nucleo in
ferior, com tres galerias longitudinais:
Central, no piso 260,50m;
de acesso a roda da turbina, no piso 265,30m;
- inferior, no piso 251,50m, abaixo do tubo de sucgao.
Para as interligagoes transversais estavam previstas portas es
tanques, a serem colocadas nas extremidades jusante , visando e
vitar a passagem do ar, de forma que o mesmo fosse deslocado pa
ra o caminhamento previsto. Em cada bloco existe uma galeria
transversal com escada de interligagao entre as galerias supe
riores. E entre a galeria de acesso e galeria inferior do tubo
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de sucgao a ligagao e obtida por meio de pogos 2,5 x 5,2m exis
tentes em todos as blocos. A galeria montante interliga-se em
sua extremidade direita, com a area de montagem, onde tambem se
previa a instalacao de porta estanque.
A galeria piso 251,50m, abaixo do tubo de succao, esta interli
gada com todos as pogos lisos, com tampas de vedagao na parte
superior, pogos com escadas e com elevadores, situados a jusan
to da casa de forga. Em todas essas ligacoes deveriam ser insta
ladas portas estanques para isolamento da galeria, exceto nos po
cos de admissao e de exaustao de ar.
2.3. De acordo com as especificacoes tecnicas da concorrencia
publica n9 24/71, o sistema de ventilagao projetado, conforme
tabela 1, deveria apresentar as seguintes caracteristicas opera
cionais:
2.3.l.Tomada D ' a ua (Fi . 1 e Fi . 2)
Ventilagao das galerias da tomada d'agua, efetuada por meio de
fluxo em ciclo composto, considerando uma vazao total de ar, da
ordem de 20m3/s. Desse total, 14m3/s seriam provenientes das ga
lerias da casa de forga. Os restantes 6m3/s seriam admitidos na
entrada das galerias da tomada d'agua.
A transferencia de ar da galeria montante da casa de forga se
ria efetuada atraves de vinte ventiladores axiais, situados na
regiao montante da abobada da galeria, que forgariam o ar atra
ves de dutos 5 = 1,Om em diregao a pogos na cota 267,25m. 0 ar
externo seria obtido por meio de ventiladores centrifugos e to
bos de contreto ) = 0,50m com extremidade superior situada no
paramento jusante a cota, 294,40m aproximadamente, e seria tam
bem conduzido aos pogos da cota 267,25m. 0 conjunto motor-venti
lador (um em cada bloco) iria insuflar a composigao de ar, pro
veniente da galeria da casa de forga e do respiradouro externo,
pelo pogo vertical e pequena galeria transversal para a galeria
inferior da tomada d'agua.
Esse fluxo de ar deveria se distribuir pela galeria inferior e
subir naturalmente pelos quatro dutos de aeragao existentes em
cada bloco, em diregao a galeria intermediaria (piso 303,25m).
321
Dal o fluxo seguiria para a galeria superior (piso 328,00m)atra
ves dos pogos ao longo das juntas de dilatagao.
A exaustao total das galerias seria feita atraves de vinte exaus
tores axiais, instalados em dutos de concreto ^j = 1,20m conec
tando a galeria superior (piso 328,00m) ao paramento jusante.
2.3.2. Casa de Fora (Fig. 3)
2.3.2.1.Ventilagao do acesso montante e nichos (piso 281,60m)
com volume total da ordem de 60.000m3, efetuada transversalmen
te, com o auxilio de 19 ventiladores axiais recolhendo ar exter
no atraves de dutos localizados na face jusante da tomada d'a
gua, visando garantir uma renovagao de ar de 8 trocas horarias.
0 fluxo de ar deslocado pelos ventiladores e dutos de distribui
gao deveria atravessar a galeria, seguindo parte para a sala
principal dos geradores, saindo pelas aberturas das coberturas
metalicas sobre as unidades geradoras (cota 292,00m). A outra
parte deveria seguir longitudinalmente em diregao a area de mon
tagem.
Deveria ser garantida uma vazao de 8.000m3/h de ar insuflado,
para ventilagao dos nichos a montante da galeria de acesso, on
de estao instalados as grupos diesel-geradores e compressores.
Tal vazao seria obtida em grelha regulavel por derivagao do du
to de insuflamento de ar para a galeria.
2.3.2.2. Ventilagao da sala principal dos geradores (281,60m e
284,90m) e galeria jusante (piso 284,90m), com volume total da
ordem de 165.000m3, efetuada transversalmente, com auxilio de
ventiladores axiais situados em cabines externas na regiao ju
sante da casa de forga, para proporcionar uma renovagao de ar
de 8 trocas horarias.
O ar externo seria aspirado pelas portas e percorrendo um aero
duto vertical, atingiriam dois distribuidores simetricos na ga
leria jusante. Apos percorrer transversalmente a galeria e a sa
la, esse fluxo de ar, juntamente com parte do fluxo oriundo na
galeria montante, deveria sair pelas aberturas das coberturas me
talicas. Na passagem por essas aberturas, o fluxo conjugado de
322
veria arrastar o calor gerado por insolagao nas coberturas.
2.3.2.3. Ventilagao do sistema formado pela galeria central
(260,50m ou 258,25m), galeria de acesso (265,30m) e ligagoes
transversais, seria efetuada com admissao de ar externo pelos
pogos lisos, bem como pelo espago livre de 2,20 x 2,50m dos ele
vadores nos pogos.
Os sete ventiladores, seriam instalados na cota 288,00m, entre
a parede jusante da casa de forga e os dutos de distribuigao pa
ra os pogos lisos.
Conforme ja citado, o ar que percorre longitudinalmente a gale
ria central (da casa de forga) seria transferido para a galeria
inferior da tomada d'agua atraves de ventiladores axiais insta
lados internamente a dutos 0 = 1,00m no teto daquela galeria
(fig. 2, detalhe 1).
2.3.2.4. Ventilagao da galeria inferior, 251,50m seria efetuada
por admissao de ar fresco pelo pogo liso do blobo CF-13 que, ao
atingir a galeria deveria se dividir a direita e esquerda, diri
gindo-se aos pogos lisos de exaustao, nos blocos CF-3 e CF-20.
Para isolamento desse circuito, previa-se a instalagao de por
tas estanques de separagao, na ligagao dos pogos lisos com a ga
leria do piso 265,30m.
2.3.2.5. Ventilagao dos cinco pogos de drenagem e esgotamento,
efetuada mediante sistemas independentes, sendo admissao livre
de ar pelo pogo, a partir do piso 284,90m. A exaustao seria pro
videnciada por meio de duto 0 = 0,70m com bocal inferior junto
as bombas, dando ligagao a conjunto moto-exaustor instalado a
cota 288,00m na parede jusante da casa de forga.
3. PROBLEMAS OBSERVADOS. PROVAVEIS CAUSAS
Diversos instrumentos eletricos tipo Carlson-Kyowa, com termi
nais em caixas seletoras localizadas nas galerias inferior da
tomada d'agua e jusante da casa de forga, sob o tubo de sucgao,
apresentaram fregdentemente, deficiencia de leitura relacionada
com problemas de contato em bornes ou no botao comutador. Adi
cionalmente, ja foram encontrados casos de problemas ocasiona
323
dos pela penetrarao de umidade no interior dos cabos eletricos.
Por ocasiao de inspegao, constatou-se que nos meses quentes de
primavera/verao, de novembro a fevereiro, o ar ambiente no inte
rior de galerias de drenagem se torna bastante quente e satura
do. Ao se descer a escada de acesso do bloco BG-2, em direcao a
galeria inferior da tomada d'igua, pode-se observar a intensa
umidade se condensando e provocando escorrimento d'agua pelas
paredes e piso. Nessa escada, a ventilacao e relativamente boa,
podendo-se sentir a passagem de ar fresco em fluxo ascendente.
Essa circulagao de ar e propiciada por eficiente projeto de ven
tilacao que conta com a exist&ncia de poros verticais de inspe
gao, ao longo das juntas entre blocos da barragem de gravidade
(BG) e muro de ligarao direito. Assim a umidade e o calor nes
se trecho da galeria de drenagem ficam bastante reduzidos.
Entretanto, nos blocos da tomada d'agua a galeria (260,50m) pas
sa a apresentar as paredes e o piso molhados (foto 1), devido a
condensagao e escorrimento da agua.
Foto 1 - Umidade excessiva na galeria inferior da tomada d'agua
(260,50m)
Ao se olhar ao longo da galeria, a visibilidade fica muito pre
judicada pela existencia de vapor saturado, formando uma nevoa.
E para pessoas portadoras de oculos, ocorre o embagamento cons
324
tante das lentes, fato que pode ser ainda analisado do ponto de
vista de seguranga pessoal (CIPA).
A situag^io e pior frente a saida das pequenas galerias que trans
ferem o fluxo de ar da galeria da casa de forga, reforgado '-)or
ar externo, para a galeria da tomada d'agua, alem de receber ar
do ambiente externo, com temperatura elevada, ha a contribuigao
de ar quente e umido, proveniente do trocador de calor das uni
dades geradoras, aspirado por abertura de drenagem junto a base
da caixa de insuflamento de ar a cota 267,25m. Pode-se acrescen
tar possivel liberacao de calor da rocha de fundacao, visto que
ela nao foi recoberta com concreto no piso das galerias trans
versais.
Na tabela 2 pode ser observado o resultado de algumas medigoes
efetuadas com higrotermografo.
TABELA 2
MEDIQOES COM HIGROTERMOGRAFO NA USINA ILHA SOLTEIRA
DATA BLOCO/GALERIAE
TEMPERATURA UMIDADEOBSERVAQOES
(°C) (%)HORA (NUM) (COTA-m)
30nov82 - - 29 80 ambiente externo
15:30 CF - 4 265,30 29 86 -
CF-10 260,50 28 100 ponteiro alem do
TA-10 260,50 27 100
fim da escala
idem
08dez82 TA-10 260,50 26 92
09:40 CF-10 251,00 25 90
Na galeria central da casa de forga (260,50m) o problema e redu
zido, pela contribuigao do ar vindo da galeria de acesso (265,30m),
de forma que a umidade em certo trecho, so atinge a parte supe
rior da galeria. A parte inferior e o piso continuam secos (fo
to 2). Isso contribui para a suposigao de que a condensagao e
provocada pela demora na circulagao de ar quente e umido, o qual
fica por tempo maior que o ideal, em contato com a superficie
de concreto, consideravelmente mais fria. A demora na circula
325
cao de ar dessa galeria pode ser creditada a uma baixa eficien
cia na acao dos ventiladores instalados no interior dos dutos
;G = 1,00m, e que devem operar como exaustores.
A ausencia de porta estanque na ligagao com a area de montagem
permite o ingresso de umidade vindo dessa galeria, prejudicando
as servigos de manutengao de estatores.
Na galeria inferior da tomada d'agua o problema e agravado, pois
ela ja recebe um ar mais aquecido e mais umido (ao se considerar
a condensagao intermediaria na galeria transversal e a contri
buigao das aquas de drenagem). Como as paredes de concreto es
to mais frias (e a terrperatura ambiente dessa galeria e mais
baixa) e ha demora na circularao natural do ar quente, a conden
sagao e acelerada, dando origem a fenomeno aparentemente seme
lhante ao chamado "ponto de orvalho".
Foto 2 - Galeria central da casa de forga com menos umidade
No anteprojeto so era prevista a exaustao de ar quente da gale
ria inferior da tomada d' agua (260,50m) via quatro pogos q = 0, 40m,
para ligagao com a galeria intermediaria (303,25m). Teoricamen
te, o fluxo seria adequado. Entretanto, para evitar queda de ma
teriais ou mesmo risco de acidentes pessoais, a extremidade su
perior dos dutos, localizada na canaleta do piso da galeria
303,25m (foto 3), foi vedada com tampa metalica. Por cima, foi
326
colocada folha de chapa metalica, para retengao de detritos,com
isso, a area livre para o fluxo do ar ascendente ficou muito re
duzida. Ao ser constatada a situacao, foi providenciada a execu
cao de grelha metalica, com a maxima area livre possivel. Ape
sar da intensa circulacao de ar quente que se pode sentir, sain
do pelos dutos, nota-se que a eficiencia da ventilagao na gale
ria inferior da tomada d'agua, ainda nao atingiu valores dese
javeis.
Foto 3 - Tampa e chapa metalica que estavam na boca superior
(303,25m) dos dutos 9;0,40m, obstruindo a passagem do
fluxo de ar.
4. SOLUgOES IDEALIZADAS
Tendo em vista que a causa das defici&ncias na obtengao de lei
turas em instrumentos eletricos, era a agao da umidade ambien
te, nos terminais e caixas seletoras instaladas na galeria info
rior de drenagem, a ideia inicial foi a de se transferir o ponto
de leitura. Estava prevista a colocagao dos terminais no into
rior de caixa blindada, com aplicacao de sistema de reles para
transporte dos comandos para a galeria de acessos (265,30m) on
de no se observava problemas com umidade. A transmissao seria
garantida pelo langamento de dois cabos: um condutor multiplo,
proprio para leitura do instrumento eletrico; e um cabo telefo
nico, para permitir o acionamento (a distancia) da comutagao do
contato com o instrumento a ser lido.
327
I 1 1 , Inn,tof I
Na mesma ocasiao, tal sistema foi implantado na usina Euclides
da Cunha, para transferencia do terminal de leituras de piezome
tros eletricos Maihak, situado na galeria do "cut-off" da barra
gem de terra (foto 4).
Foto 4 - Interior da caixa blindada com reles , para comutacao a
distancia , na leitura de piezometros Maihak.
Para utilizacao desse sistema em Ilha Solteira, haveria necessi
dade da aquisigao de novas caixas, cabos e reles e assim, foram
procuradas outras solugoes. Uma delas levava em consideragao a
quase inexistencia de umidade na galeria montante inferior do
vertedouro, gragas a uma eficiente ventilagao, corn grandes areas
de escape para o fluxo de ar. A alternativa previa a instalagao
de turbo-ventiladores axiais no teto da galeria, para forgar o
deslocamento da massa de ar quente da galeria da tomada d'igua,
em diregao a galeria do vertedouro. No entanto, tal alternativa
no era viavel, pois alem do elevado custo do equipamento, have
ria necessidade de se projetar e instalar novo circuito eletri
co, de porte consideravel.
A ideia de se confinar a area a volta das caixas seletoras no
era possivel pois, por um lado as filas de caixas abrangiam gran
de extensao (foto 5) e nao existiam cabines ou nichos. Por ou
tro lado, a execugao de parede para confinamento da area iria
reduzir a segao livre da galeria. E ainda haveria o problema da
ventilagao e da protegao contra umidade no interior desse cubi
328
culo.
A alternativa que se apresentou mais viavel, em funcao de Gusto,
tempo e facilidade de execucao, foi a da protecao termica indi
vidual.
Foto 5 - Terminais de caixas seletoras piezometros e pendulos
na galeria 260,50m (TA-10 ). Notar a formagao de goteja
mento nas tubulag6es.
Foram entao construidas coberturas metalicas, providas de tampa
de acesso frontal e aletas de exaustao nas laterais.
Apos a execugao de servigos de limpeza e manutengao dos nichos
e caixas seletoras, elas foram fixadas a parede, em substitui
gao as tampas originais (foto 6).
Para protegao contra umidade, o ar interno e mantido aquecido,
para se evitar a condensagao. Inicialmente, para se obter a ne
cessaria calefagao no nicho e caixa seletora, pensou-se em se
utilizar resistencia eletrica, propria para aquecimento de pai
neis de controle. Mas, foi adotada lampada incandescente, por
ser de facil reposigao, al6m de contribuir com melhor ilumina
gao local e ainda permitir um controle visual, de falhas de ope
ragao, mesmo quando a caixa esta fechada.
329
I
Foto 6 - Nova tampa de caixa seletora, com protecao termica con
tra umidade.
Para se obter o mesmo efeito de controle, caso fosse adotado o
esquema com resistencia eletrica embutida, haveria necessidade
de se projetar sistema com lampada piloto.
5. COMENTARIOS
5.1. A ocorr&ncia sazonal de condensagao da umidade e escorri
mento de agua pelas paredes da galeria inferior da tomada d'agua
aparentemente esti ligada a deficiencia, observada na operagao
do complexo sistema de ventilacao das galerias.
5.2. Deve ser lembrado que existem tubos X = 0,20m (sete em ca
da bloco) interligando a galeria intermediaria (303,25m) da to
mada d'agua, com o fundo dos depositos para "stop-logs" e com a
crista da barragem (332,00m). Tais acrescimos na area disponi
vel para fluxo ascendente de ar das galerias, sao pequenos e nao
haviam sido considerados no anteprojeto.
Conforme ji citado anteriormente, a colocacao de tampas restrin
gindo a area livre na boca dos dutos, na galeria 303,25m provo
cava acentuado acrescimo de condensagao, pois foram instaladas
sem a preocupagao de se atender as necessidades do sistema de
330
ventilagao. Ao serem substituidas por grelhas notou- se sensivel
reducao na condensagao de umidade, mas no atingindo ainda os
niveis desejaveis.
5.3. Observou-se boa circulacao horizontal de ar na galeria in
termediaria (303,25m), devido a contribuicao de fluxo originado
no acesso ao portico do monta-carga, pelo tunel de acesso prin
cipal e pogo de escada (na barragem de gravidade). A existencia
dos pocos de inspegao de juntas facilitam sobremaneira a circu
lacao e a exaustao de ar nessa galeria.
5.4. Eventualmente, a falta das portas-estanques previstas no
anteprojeto possa ter contribuido para alteracoes no fluxo do
ar, de forma que ocorressem mudangas nao previstas no esquema
funcional original. E a inclusao de ar quente proveniente dos
trocadores de calor, pela cota 267,25m, no circutio de ar para
a galeria inferior da tomada d'agua, aparente ser um dos princi
pais componentes do problema de condensacao da umidade.
outro problema observado, foi o elevado nivel de obstrucao nas
bocas de admissao de ar externo, no paramento jusante da tomada
d'igua, a cota 294,00m. As telas metalicas, de maiha muitrn Tina esta
vam colmatadas, devido a oxidagao, deposito de poeira a residuos
orginicos (teias de aranha, insetos, etc.)
5.5. Como resultado da reciclagem sobre seguranca de barragens
promovida pelo Laborat6rio Central de Engenharia Civil, em AG084,
foi elaborada listagem de "Assuntos Sugeridos para Analise", on
de constava o item: "1.21 - Revisao do criterio relativo a cota
minima para tubulagoes e aberturas a jusante da casa de forma".
Em vista disso, e lembrando os problemas com a cheia de jun83,
o Departamento de Manutengao da Operacao, providenciou um estu
do que culminou com alteragoes e relocag6es nos pontos de toma
da ou exaustao de ar, na parede jusante da casa de forma da usi
na Ilha Solteira.
5.6. E importante lembrar, ainda, que as tentativas de prote
gao dos contatos eletricos em caixas seletoras, com aplicagao
de resinas para impermeabilizagao e calafetacao das juntas da
tampa, nao tem dado resultado. Nos casos em que ocorreram inun
dagao de galeria, houve penetragao d'agua no interior das cai
331
N. •., I ., . I,
xas (blindadas ) e a existencia do adesivo dificultou considera
velmente sua drenagem e manutencao.
5.7. Finalmente convem ressaltar que nas demais usinas da CESP
nao se tem tido problemas com a instrumentacao de auscultarao
provocados por deficiencia de ventilagao e umidade,Isso, porque
nos sistemas de ventilagao foi considerado insuflamento de ar,
de modo mais simples e direto para as galerias de drenagem, o
que tem contribuido para forgar um deslocamento mais rapido e
eficiente, da massa de ar.
6. AGRADECIMENTOS
0 autor agradece a Companhia Energetica de Sao Paulo -CESP, a
possibilidade de elaborar este trabalho. Os agradecimentos se
estendem ao Eng. Miguel Cidin Bonzegno, pelo apoio, orientagao
e incentivo, bem como a equipe tecnica do Laboratorio Central
de Engenharia Civil, especialmente ao auxilio em servigos de ins
pegao e manutengao, e comentarios do Sr. Kenji Igarashi.
Mencao e feita ao Eng. Pedro Jose F. Oliveira (entao lotado na
Operagao da Usina Ilha Solteira), que providenciou o desenvolvi
mento e instalacao das grelhas e tampas termicas.
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333
1 - Usina Ilha Solteira
Problemas decorrentes da 2 - XVII C.B.G.B.
umidade em galerias de drenagem e a 3- 1987
influencia do projeto de ventilagao 4 -- Brasilia -D1'
5-Tema III
2 - Cardia, R.J.R.
7 - Galerias, umidade, instrumentagao projeto, manutengao
8 - RESUMO:
Excesso de umidade ambiente em galerias de drenagem, devi
do a falta ou demora na renovagao adequada do ar, tem pro
vocado rapida oxidagao nos contatos de instrumentos(eletri
cos) de auscultagao, resultando em leituras deficientes.
A1em da descrigao do sistema de ventilagao, projetada pa
ra as galerias da usina Ilha Solteira, sao comentadas di
vergencias observadas entre o anteprojeto e a situagao
conforme construida. Sao citados ainda, estudos de alter
nativas para protegao das caixas seletoras.
ABSTRACT
Excessive humidity in drainage galeries environment due
to lack in, or time consuming, air-supply renewal, has
been the major cause of electric contacts oxidation
resulting in inadequate read-outs in dam monitoring
instruments. Aside the description of an aeration/
exaustion system that has been designed for Ilha Solteira
power station, deviations between first draft and as
built configurations are also reported. Finnally , studies
for thermal protecion of the switching- boxes are herein
described.
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