DIAGNÓSTICO ECONÔMICO-FINANCEIRO DE EMPRESA: ESTUDO DE ...€¦ · DIAGNÓSTICO ECONÔMICO-FINANCEIRO DE EMPRESA: ESTUDO DE CASO DE UM SUPERMERCADO Monografia apresentada ao Departamento
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UEM – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
CELSO FLAUSINO DA SILVA
DIAGNÓSTICO ECONÔMICO-FINANCEIRO DE EMPRESA: ESTUDO
DE CASO DE UM SUPERMERCADO
MARINGÁ
2005
CELSO FLAUSINO DA SILVA
DIAGNÓSTICO ECONÔMICO-FINANCEIRO DE EMPRESA: ESTUDO
DE CASO DE UM SUPERMERCADO
Monografia apresentada ao Departamento de Economia da Universidade Estadual de Maringá como requisito parcial para aprovação do Curso de Especialização em Consultoria Econômico-Financeira de Empresas – Turma 4. Orientador: Prof. Dr. Marcelo Farid Pereira Coordenador do curso: Prof. Dr. Marcelo Farid Pereira
MARINGÁ
2005
DIAGNÓSTICO ECONÔMICO-FINANCEIRO DE EMPRESA: ESTUDO DE CASO DE UM SUPERMERCADO.
Acadêmico: CELSO FLAUSINO DA SILVA Orientador: Prof. Dr. Marcelo Farid Pereira
Resumo: Este trabalho foi desenvolvido em uma empresa que atua no segmento comercial varejista de alimentos, com o objetivo principal de realizar a medição dos índices econômico-financeiros. A metodologia utilizada foi a de analisar documentos internos da empresa, principalmente, o Balanço Patrimonial e as Demonstrações de Resultados (DRE), sendo que todas as análises realizadas objetivaram diagnosticar possíveis anomalias nos números encontrados, tendo como base comparativa a literatura específica sobre o tema, bem como, o próprio segmento de atuação. Desta forma, ficou evidente que a principal deficiência da empresa é o controle operacional da mesma em relação aos seus estoques que se encontram em um volume bem acima da média de mercado. E além disto, diante das informações obtidas foi possível efetuar recomendações para que a empresa possa rever certas políticas de gestão que estão sendo utilizadas no momento e também demonstrar a importância de se efetuar a análise de resultado e o cálculo dos índices econômico-financeiros mensalmente, pois ficou evidente que a empresa necessita de tais informações para que com base em números reais possa melhorar o seu gerenciamento interno e otimizar seus recursos financeiros. Área: GESTÃO EMPRESARIAL Palavras-chave: Diagnóstico; Análise, Índices, Recursos e Informação
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1
1.1 OBJETIVOS........................................................................................................... 2
1.1.1 Objetivo geral................................................................................................... 2
1.1.2 Objetivos específicos........................................................................................ 2
1.2 METODOLOGIA................................................................................................. 2
1.3 LIMITAÇÕES DO TRABALHO ........................................................................ 3
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................... 4
2.1 ÍNDICES DE LIQUIDEZ .................................................................................... 5
2.1.1 Capital de giro (ou circulante) líquido........................................................... 5
2.1.2 Índice de liquidez corrente............................................................................. 6
2.1.3 Índices de liquidez seca................................................................................... 6
2.2 ÍNDICES DE ATIVIDADE ................................................................................. 7
2.2.1 Giro dos estoques............................................................................................. 7
2.2.2 Período médio de cobrança............................................................................. 7
2.2.3 Período médio de pagamento.......................................................................... 8
2.2.4 Giro do ativo permanente................................................................................ 8
2.2.5 Giro do ativo total............................................................................................. 9
2.3 ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO...................................................................... 9
2.3.1 Índice de endividamento geral........................................................................ 9
2.3.2 Índice exigível a longo prazo-patrimônio líquido.......................................... 10
2.3.3 Índice de cobertura de juros........................................................................... 10
2.4 ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE....................................................................... 11
2.4.1 Margem bruta................................................................................................... 11
2.4.2 Margem Operacional....................................................................................... 11
2.4.3 Margem líquida................................................................................................ 12
2.4.4 Taxa de retorno sobre o ativo total (ROA)................................................... 12
2.4.5 Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE)..................................... 12
2.5 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL.......................................................... 13
2.5.1 Análise Vertical................................................................................................ 13
2.5.2 Análise Horizontal............................................................................................ 14
3 DIAGNÓSTICO DA EMPRESA .......................................................................... 15
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA................................................................ 15
3.2 ANÁLISE DOS ÍNDICES ECONÔMICOS FINANCEIROS............................. 17
3.2.1 Análise dos índices de liquidez........................................................................ 19
3.2.2 Análise dos índices de atividade....................................................................... 22
3.2.3 Análise dos índices de endividamento............................................................ 26
3.2.4 Análise dos índices de lucratividade.............................................................. 27
3.3 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL.......................................................... 30
3.3.1 Descrição da análise vertical e horizontal do balanço patrimonial ............ 31
3.3.2 Descrição da análise vertical e horizontal das demonstrações de
resultado.................................................................................................................... 33
4 PLANO DE RECOMENDAÇÕES ...................................................................... 34
5 CONCLUSÃO........................................................................................................ 37
REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 39
LISTA DE FIGURAS, TABELAS, GRÁFICOS E QUADROS
FIGURA 1 – ORGANOGRAMA DA EMPRESA “X”............................................. 16
TABELA 1 – BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................. 17
TABELA 2 – DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO (DRE).................................. 18
QUADRO 1 - ÍNDICES DE LIQUIDEZ.................................................................... 19
GRÁFICO 1 – CAPITAL DE GIRO OU CIRCULANTE LÍQUIDO........................ 19
GRÁFICO 2 – REPRESENTATIVIDADE DOS ESTOQUES EM RELAÇÃO AO ATIVO TOTAL E AO ATIVO CIRCULANTE........................................................
21
QUADRO 2 - ÍNDICES DE ATIVIDADE................................................................ 22
GRÁFICO 3 – GIRO DOS ESTOQUES.................................................................... 23
GRÁFICO 4 – GIRO DO ATIVO PERMANENTE................................................... 24
GRÁFICO 5 – GIRO DO ATIVO TOTAL................................................................ 25
QUADRO 3 - ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO..................................................... 26
QUADRO 4 - DOS ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE............................................. 27
GRÁFICO 6 – MARGEM LÍQUIDA......................................................................... 28
GRÁFICO 7 – TAXA DE RETORNO SOBRE O ATIVO TOTAL (ROA).............. 29
QUADRO 5 - ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL DO BALANÇO PATRIMONIAL......................................................................................................... 30
QUADRO 6 - ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS.................................................................. 32
1 INTRODUÇÃO
O diagnóstico econômico-financeiro de empresas é uma ferramenta de análise de suma
importância no atual cenário econômico. O resultado desta análise poderá revelar informações
importantes para que a empresa avalie o seu desempenho em relação as suas diversas áreas,
desta forma, podendo reorganizar as áreas com deficiência e manter os padrões de
gerenciamento nas que se apresentam eficientes. O diagnóstico propriamente dito será
formado pelo cálculo dos índices financeiros e pela análise horizontal e vertical dos dados
escriturados no Balanço Patrimonial e nas Demonstrações de Resultado (DRE) da empresa
diagnosticada.
A principal característica dos índices financeiros é a de demonstrar uma visão ampla
da realidade econômica e financeira da empresa. Os índices de liquidez revelam se a empresa
tem capacidade de gerar caixa suficiente para saldar seus compromissos com os fornecedores
e credores diversos. Por seu lado, os índices de atividade evidenciam o gerenciamento do
período médio de cobrança, de pagamentos e de giro dos estoques, apresentado, desta forma,
a velocidade que a empresa pode gerar caixa se surgir a necessidade. Já os índices de
endividamento ilustram a porcentagem dos ativos totais que é financiada com capital de
terceiros. Enquanto que os índices de lucratividade demonstram a rentabilidade que a empresa
tem auferido em suas atividades.
Por outro lado, o principal atributo da análise vertical e horizontal é a de apresentar os
pormenores das Demonstrações de Resultados e dos Balanços Patrimoniais, ou seja, permite
uma análise mais aprofundada de cada conta que compõe os balanços e de cada item
individualizado das demonstrações de resultados. E também permite acompanhar a
representatividade de cada item na composição total das contas, e além disto, a
representatividade de cada item em relação às vendas totais, o que possibilita a visualização
de fatores específicos de sucesso e/ou de insucesso que estão conduzindo a empresa a
determinada situação.
Diante disto, observa-se a necessidade dos empresários obterem tais informações para
que possam administrar seus negócios e planejar o futuro, embasado em indicadores que
traduzam a realidade econômica e financeira de suas empresas. E desta forma, é necessário
saber em quais parâmetros se encontram os índices econômicos e financeiros da empresa
diagnosticada.
2
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo geral
Elaborar um diagnóstico econômico-financeiro de uma empresa do ramo de
supermercado.
1.1.2 Objetivos específicos
� Analisar o Balanço Patrimonial dos anos de 2003, 2004 e 1º semestre de 2005;
� Analisar a Demonstração de Resultados dos anos de 2003, 2004 e 1º semestre de
2005;
� Realizar o cálculo dos índices econômico-financeiros de liquidez, atividade,
endividamento e lucratividade;
� Realizar a análise vertical e horizontal do balanço patrimonial e das demonstrações de
resultados;
� Elaborar um plano de recomendações, baseado no levantamento e na análise dos
dados da empresa.
1.2 METODOLOGIA
De acordo com os objetivos definidos para a execução do diagnóstico empresarial, o
trabalho foi executado mediante as seguintes ações:
� Foram realizadas visitas à empresa, com o objetivo de coleta de dados e observação
pessoal in loco;
3
� Foi realizado um levantamento de informações como por exemplo: balanço
patrimonial e demonstrações de resultados para a realização dos cálculos dos índices
econômico-financeiros e para a análise vertical e horizontal;
1.3 LIMITAÇÕES DO TRABALHO
O trabalho realizado foi executado de uma forma um pouco diferente da idealizada no
princípio, pois a primeira intenção era a realização de um trabalho mais aprofundado dentro
da organização, executando um diagnóstico das movimentações econômico-financeiras de no
mínimo seis meses, e realizar a cada final de mês uma análise de resultado, auferindo desta
forma a sua rentabilidade mensal. No entanto, é válido ressaltar que o principal empecilho foi
à dificuldade em coletar os dados e a falta de um funcionário dentro da empresa que pudesse
coletar e repassar tais informações com um bom grau de confiabilidade.
Além disso, dentro do trabalho realizado surgiram algumas limitações que necessitam
ser explicitadas, tais como:
a) Em relação ao 1º semestre de 2005, não foi possível realizar a análise horizontal, pois
trata-se apenas de um semestre, enquanto que os anos de 2003 e 2004 são exercícios
findos em 31/12;
b) A empresa não possui escrituração de duplicatas a receber desta forma impossibilitou
o cálculo do Índice de Período Médio de Cobrança (PMC);
c) A empresa não possui lançamentos no exigível a longo prazo impossibilitando o
cálculo do índice de endividamento geral e do índice exigível longo prazo –
patrimônio líquido;
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este trabalho por tratar-se de um diagnóstico empresarial, faz-se necessário apresentar
considerações e aplicabilidades do diagnóstico organizacional na área econômico-financeira
das empresas, bem como, a conceituação da palavra “diagnóstico”. Para que este termo se
torne claro é interessante apresentar alguns conceitos aplicados pela medicina a esta palavra.
A palavra diagnóstico origina-se do grego diagnostikós: “distintivo, que permite distinguir,
que é derivado de diagnosko: “eu diferencio, faço discernimento” (ABUCHAEM, apud
SCHMITT, 1996, p.30).
O termo diagnóstico implica tanto o processo ativo quanto à conclusão alcançada pelo mesmo. O diagnóstico médico moderno, no seu sentido dinâmico, inclui o processo e a arte de usar os métodos científicos para elucidar a total compreensão dos problemas que influenciam uma pessoa doente. Isto inclui a coleta de todos os dados necessários e uma avaliação crítica de cada pequena evidência, obtida de todas e de cada uma das fontes úteis ao método (ENCICLOPÉDIA BRITÂNICA, apud SCHMITT, 1996, p.30).
De acordo com SCHMITT, o processo de diagnóstico empresarial tem como
finalidade “a compreensão da estrutura e da dinâmica de uma problemática empresarial [...],
compreender uma empresa significa interiorizá-la e conhecê-la” (1996, p.30), ou seja, este
processo é visto como uma investigação que se processa a partir do levantamento de dados,
análise e procura de possíveis patologias dentro da organização e sugestões para sanar as
mesmas.
Desta forma, o diagnóstico econômico-financeiro de uma empresa deverá revelar as
condições reais de sua estrutura econômica, baseada no levantamento e nas comparações dos
índices financeiros. Sendo assim, para que se possa realizar está análise com qualidade é
necessário no mínimo o balanço patrimonial e a demonstração de resultados de pelo menos
dois exercícios.
Para GITMAN, “os índices financeiros são como uma “bandeirola vermelha” que
sinaliza problemas potenciais” (1997, p. 100). E desde que você saiba da existência de tais
problemas, deverá de imediato procurar as causas dos mesmos.
Segundo GROPPELLI, “a análise dos índices ajuda a revelar a condição global de
uma empresa (..) e se ela está sujeita ao risco de insolvência e se está indo bem em relação a
seu setor ou seus competidores” (1999, p. 408).
Em suma, os índices permitem a visualização da situação econômica e financeira da
empresa. Traçando um paralelo com a medicina, seria como um médico medindo a pressão
5
e/ou a temperatura para formar um quadro clínico do paciente, ou seja, o objetivo fim dos
índices também é este o da formação de um quadro de avaliação da empresa.
E para o posicionamento do diagnóstico na área econômico-financeira, faz-se
necessário a conceitualização da análise vertical e horizontal, bem como, de alguns índices
financeiros, que se apresentam subdivididos em quatro grupos básicos:
� Índices de liquidez;
� Índices de atividade;
� Índices de endividamento;
� Índices de lucratividade;
2.1 ÍNDICES DE LIQUIDEZ
Para BRIGHAM, “é um ativo líquido que pode ser negociado num mercado ativo e,
como conseqüência, pode ser rapidamente convertido em caixa a um preço de mercado
vigente” (2001, p. 97).
Já para MATARAZZO, uma empresa com bons índices de liquidez têm condições
favoráveis para pagar suas dívidas, mas não necessariamente pagá-las no vencimento, em
função de outras variáveis como prazo, renovação de dívidas e etc. (1998, p. 170)
Na realidade estes índices confrontam os ativos circulantes com as dívidas,
demonstrando a solidez da base financeira da empresa.
2.1.1 Capital de giro (ou circulante) líquido
O capital circulante líquido não é um índice, mas é usualmente utilizado para calcular
a liquidez global da empresa, conforme segue:
Capital circulante líquido = Ativo circulante – passivo circulante
De acordo com GITMAN, este resultado não é muito utilizado para comparar o
desempenho de empresas diferentes, mas é útil em controles internos, pois, é comum que se
encontre especificamente nos contratos de empréstimos a longo prazo um nível mínimo que a
6
empresa deve manter de capital circulante líquido, desta forma, ajudando a proteger o credor
(1997, p. 109).
2.1.2 Índice de liquidez corrente
É o índice financeiro mais citado, mede a capacidade da empresa para sanar as suas
obrigações de curto prazo, ou seja, aquelas que vencem no prazo de um ano, e é calculado
conforme segue:
Índice de liquidez corrente = ativo circulante / passivo circulante
Indica o quanto a empresa possui no Ativo Circulante para cada $ 1,00 de Passivo
Circulante, sendo que, quanto maior apresentar este número melhor será a sua avaliação, ou
seja, se o índice apresenta um valor acima de (1,00) demonstra que o Ativo Circulante é maior
do que o Passivo Circulante representando que os investimentos no Ativo Circulante são
satisfatórios parar honrar as dívidas de curto prazo, e além disto, o percentual que exceder a
(1,00) indica a folga de liquidez que a empresa possui, ou seja, representa a margem para
manobras em relação aos prazos, visando equilibrar as entradas e saídas de caixa.
De acordo com BRIGHAM, Os ativos circulantes incluem caixa, aplicações
financeiras, contas a receber e estoques. Já os passivos circulantes incluem, contas a pagar,
empréstimos de curto prazo, impostos a pagar, salários e outros (2001, p. 98).
2.1.3 Índices de liquidez seca
É semelhante ao índice de liquidez corrente, apenas é retirado o valor dos estoques do
ativo circulante da empresa, por este ser o ativo de menor liquidez, com difícil venda no caso
de uma eventual liquidação da empresa, pois, com certeza a empresa não irá realizar a venda
total dos estoques em um período de curto prazo. Este índice é expresso da seguinte forma:
Índice de liquidez seca = (ativo circulante – estoques) / passivo circulante
7
Indica o quanto a empresa possui de Ativo Líquido para cada $ 1,00 de Passivo
Circulante, sendo que, quanto maior este índice, melhor.
2.2 ÍNDICES DE ATIVIDADE
Segundo GITMAN, “os índices de atividade são usados para medir a rapidez com que
várias contas são convertidas em vendas ou em caixa” (1997, p. 112). Ainda de acordo com o
autor, as medidas de liquidez são geralmente inadequadas, pois diferenças nos ativos e
passivos circulantes interferem na verdadeira liquidez da empresa.
2.2.1 Giro dos estoques
Este índice mede a atividade, ou liquidez dos estoques da empresa. O giro resultante é
interessante quando comparado ao de outra empresa do mesmo segmento, ou ao histórico de
giros calculados para esta mesma empresa. É calculado conforme segue:
Giro dos estoques = custo dos produtos vendidos / estoques
É importante o cálculo deste índice porque ele representa praticamente sempre um alto
volume de capital investido, desta forma, sendo interessante vendê-lo o quanto antes, para
liberar o caixa para outros usos. Além disto, é viável analisar quantos dias a empresa tem para
converter o estoque em caixa, que é o período médio de estoque (PME), que é calculado pela
divisão entre 360 dias e o índice do giro de estoques (GE).
2.2.2 Período médio de cobrança
Na realidade este índice é útil na avaliação das políticas de crédito e cobrança da
empresa, mas, ainda assim, é evidente que seriam necessárias informações adicionais para se
chegar a uma definição clara das políticas utilizadas pela empresa.
Período médio de cobrança = duplicatas a receber / (vendas anuais / 360)
8
De acordo com GROPPELI, o índice encontrado demonstra em quantos dias a
empresa terá que esperar antes que os recebíveis sejam transformados em caixa, e também é
necessário que se avalie que tipo de política de concessão de crédito que a empresa vem
adotando, para compará-la com o período médio de cobrança encontrado (1999, p. 411).
2.2.3 Período médio de pagamento
É o prazo médio necessário para a quitação das duplicatas a pagar, somente é
significativo se comparado com as condições reais de crédito concedidas pelos fornecedores à
empresa. É calculado conforme segue:
Período médio de pagamento = duplicatas a pagar / (compras anuais / 360)
Para FERREIRA, a maior dificuldade para apurar este índice é o fato que não se
encontra lançado nos Balanços Patrimoniais o valor das compras anuais, desta forma, o autor
sugere a seguinte alternativa, (compras = CMV – estoque inicial + estoque final) depois de
obtido este valor basta adicioná-lo na fórmula acima (2005, p. 32).
Este índice demonstra se a empresa está utilizando os fornecedores como fonte de
financiamentos, além disto, o dirigente pode compará-lo com a média de outras empresas da
mesma atividade, e desta forma, até mesmo buscar com os fornecedores prazos melhores e
mais longos.
2.2.4 Giro do ativo permanente
De acordo com GITMAN, “o giro do ativo permanente mede a eficiência com a qual a
empresa tem usado seus ativos permanentes, ou lucrativos, para gerar vendas” (1997, p. 114).
Este índice é expresso da seguinte forma:
Giro do ativo permanente = vendas / ativo permanente líquido
9
Para FERREIRA, “mede a eficiência com que a empresa tem utilizado seus bens
operacionais para gerar receitas de vendas” (2005, p. 33).
2.2.5 Giro do ativo total
Segundo GITMAN, “o giro do ativo total indica a eficiência com a qual a empresa usa
todos os seus ativos para gerar vendas” (1997, p. 115). Geralmente quanto maior for o giro do
ativo total realizado pela empresa, maior será o grau de eficiência atingido por ela em relação
à utilização deste recurso. Este índice é calculado conforme segue:
Giro do ativo total = vendas / ativo totais
A receita com as vendas têm relação direta com o montante investido em suas
atividades, ou seja, não se pode dizer que uma empresa vende muito ou vende pouco
analisando apenas o valor do faturamento, deve-se analisar também o valor investido para que
se possa verificar o retorno que ela vem obtendo.
2.3 ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO
Para GITMAN, “a situação de endividamento de uma empresa indica o montante de
recursos de terceiros que está sendo usado, na tentativa de gerar lucros” (1997, p. 115).
Segundo GROPELLI, deve-se analisar a tomada de dinheiro de terceiros tanto a curto
prazo para a geração de capital de giro, como em relação a longo prazo, sobretudo para
comprar instalações e/ou equipamentos (1999, p. 414)
2.3.1 Índice de endividamento geral
Este índice mede o volume total dos ativos da empresa que são financiados pelos
credores, ou seja, quando maior este índice, maior é o valor de capital de terceiros utilizados
pela empresa na geração de lucros. É calculado conforme segue:
10
Índice de endividamento geral = exigível total / ativo total
De acordo com GROPELLI, indica que porcentagem dos ativos da empresa é
financiada por capital de terceiros, demonstrando que quanto maior for este índice maior será
a alavancagem financeira (1999, p. 415).
2.3.2 Índice exigível a longo prazo-patrimônio líquido
De acordo com GITMAN, o índice em questão “indica a relação entre os recursos de
longo prazo fornecidos por credores e os recursos fornecidos pelos proprietários da empresa”
(1997, p. 118). Embora se faz necessário ressaltar que este indicador somente será
significativo levando-se em conta o segmento de atuação da empresa, pois, para cada tipo de
empresa este índice pode representar um panorama distinto. Seu cálculo é realizado da
seguinte maneira:
Índice exigível a longo prazo-patrimônio líquido= exig. l.prazo / patrimônio liquido
2.3.3 Índice de cobertura de juros
Mede a capacidade da empresa nos seus compromissos com pagamento de juros
contratuais. Quanto maior este índice melhor a capacidade da empresa em honrar suas
obrigações de juros. Este indicador é expresso da seguinte forma:
Índice de cobertura de juros= lucro antes dos juros e do I.R. / despesa anual em juros
Segundo GROPELLI, dimensiona em quantas vezes o lucro operacional da empresa é
suficiente para cobrir o pagamento de juros. Desta forma, quanto maior o índice, melhor a
capacidade financeira da empresa para liquidar suas dívidas (1999, p. 416).
11
2.4 ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE
A lucratividade de uma empresa pode ser medida em relação a vários aspectos, como
por exemplo: às vendas, ativos, patrimônio líquido, e outros. Estes índices são de suma
importância para que se planeje o futuro da organização, para que se analise a sua evolução,
ou até mesmo para se buscar investimentos de terceiros.
Para GROPELLI, os índices de rentabilidade são observados pelos acionistas,
administradores e investidores, iniciando pelo exame de que forma foram utilizados os ativos.
Pois através do aumento da produtividade e com o alcance das taxas de retorno as
organizações conseguem atrair mais capitais de terceiros, e além disto, conseguem
financiamentos bem sucedidos para a evolução da empresa (1999, p. 417).
2.4.1 Margem bruta
Para GITMAN, “a margem bruta mede a porcentagem de cada unidade monetária de
venda que restou, após a empresa ter pago seus produtos” (1997, p. 121). Desta forma, quanto
maior apresentar este índice melhor para a empresa.
Margem bruta= (Vendas – C.M.V) / vendas = lucro bruto / vendas
2.4.2 Margem Operacional
Demonstra o lucro obtido pela empresa com suas operações, no cálculo não faz parte
as despesas financeiras e nem o Imposto de Renda.
Para FERREIRA, após considerar todos os custos e despesas operacionais consegue-se
obter uma determinada margem de rentabilidade na venda de seus produtos (2005, p. 36)
O cálculo é realizado da seguinte forma:
Margem operacional = lucro operacional / vendas
De acordo com GROPELLI, elevados lucros operacionais normalmente significam
controle efetivo de custos, ou representam que as vendas cresceram mais rápido do que os
custos operacionais. Além disto, é importante analisar se a empresa está operando eficiente ou
12
ineficientemente, ou se os preços têm aumentado mais rapidamente ou mais devagar do que
seus custos (1999, p. 419).
2.4.3 Margem líquida
A margem líquida é medida após a dedução de todas as despesas, impostos, inclusive
após o Imposto de Renda; desta forma, ela demonstra o resultado líquido obtido pela empresa,
este índice é bastante citado para indicar o sucesso ou o insucesso da organização em termos
de lucratividade sobre as vendas. É calculado conforme segue:
Margem líquida= lucro líquido após o I.R. / vendas
Para MATARAZZO, deve-se analisar tanto se as vendas diminuíram ou aumentaram,
bem como, realizar a mesma verificação em relação ao lucro líquido (1998, p. 184).
2.4.4 Taxa de retorno sobre o ativo total (ROA)
Para GITMAN, “é freqüentemente chamada de retorno sobre o investimento da
empresa, mede a eficiência global da administração na geração de lucros com seus ativos
disponíveis” (1997, p. 123). É calculado como segue:
Taxa de retorno sobre o ativo total = lucro líquido após o I.R. / ativo total
Enquanto que para FERREIRA, mede a eficiência global da administração da empresa
na geração de lucro com seus disponíveis, e ainda, é um indicativo gerencial de performance
entre a capacidade de geração de recursos da firma e seus ativos (2005, p. 37).
2.4.5 Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE)
Mede o retorno sobre os investimentos realizados pelos proprietários da empresa, ou
seja, quanto mais alta for esta taxa melhor para os empresários. É calculado conforme segue:
13
Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido = lucro líquido após I.R. / P.L.
Segundo GROPELLI, “é o índice de retorno sobre o patrimônio líquido, ou seja, é
uma forma de avaliar a rentabilidade e a taxa de retorno da empresa” (1999, p. 419).
2.5 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL
Após a avaliação geral da empresa realizada através do cálculo dos índices, é
recomendável aprofundar está análise com técnicas adicionais, com o objetivo de conhecer
pormenores das demonstrações financeiras e dos balanços patrimoniais.
Os índices podem informar, por exemplo, que uma empresa está com alto endividamento. A Análise Vertical/Horizontal aponta qual o principal credor e como se alterou a participação de cada credor nos últimos dois exercícios. Ou, então, os índices indicam que a empresa teve reduzida sua margem de lucro; a Análise Vertical/Horizontal apontará, por exemplo, que isso se deveu ao crescimento desproporcional das despesas administrativas (MATARAZZO, 1998, p. 249).
Desta forma, o autor exemplifica que a análise dos índices financeiros é genérica, ou
seja, permite dar uma avaliação geral da empresa relacionando itens das demonstrações
financeiras. Já a Análise Vertical e Horizontal apresenta um nível de detalhes que não oferece
esta visão ampla da empresa, mas permite localizar pontos específicos de falhas, problemas e
características da empresa e demonstram com mais exatidão os motivos que conduziram a
empresa à determinada situação.
2.5.1 Análise Vertical
No caso da Análise Vertical do balanço patrimonial calcula-se o percentual de cada
conta em relação a um valor base, que normalmente é o total do ativo. Para MATARAZZO,
em termos gerais demonstra a importância de cada conta em relação à demonstração
financeira a que pertence, e através da comparação com padrões do ramo ou com percentuais
anteriores da própria empresa, permite verificar se há itens fora das proporções normais
(1998, p. 255).
O conhecimento da proporção de um determinado grupo ou linha das demonstrações financeiras de uma empresa pode ser de extrema utilidade, uma vez
14
que revelará o peso de cada item ou grupo nos ativos, passivos e na demonstração de resultado (FERREIRA, 2005, p. 24).
Além disto, a empresa de posse dos percentuais da Análise Vertical, pode compará-los
com os percentuais dos concorrentes, verificando se as características encontradas em sua
empresa são típicas daquele ramo de atividade.
Em relação à Análise Vertical, quando aplicada na Demonstração de Resultado, as
vendas são igualadas a 100%, e todos os demais itens têm o seu percentual calculado em
relação às vendas, ou seja, como toda a atividade de uma empresa gira em torno das vendas, é
fato que a mesma deve determinar o que a empresa pode consumir em cada item de despesa,
para que não prejudique o seu resultado.
2.5.2 Análise Horizontal
A Análise Horizontal demonstra a evolução de cada conta, os caminhos trilhados pela
empresa e possíveis tendências, ou seja, geralmente calcula-se os percentuais estabelecendo o
exercício mais antigo como índice base, igualando-o a 100%.
De acordo com MATARAZZO, esta análise mostra quais itens a empresa vem dando
ênfase na alocação de seus recursos e, comparativamente, de quais recursos adicionais se vem
valendo (1998, p. 256).
Observa-se que nestas análises por se tratar de índices em percentuais, é necessário
estar atento as variações de um ano para outro e principalmente para a base destas variações,
como por exemplo, uma variação de 50% em uma base de valor R$ 1.000,00 é bem menos
significativa do que uma variação de 50% em uma base de valor R$ 300.000,00, desta forma,
a atenção no momento de análise é fundamental.
3 DIAGNÓSTICO DA EMPRESA
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx uma loja
modesta de bairro.
Já no ano de 1992 surgiu a oportunidade de expansão dos negócios, foi adquirida mais
uma loja, como no início esta nova loja não apresentava um faturamento desejado, a empresa
resolveu implementar dentro do supermercado um trabalho de confecção de cestas básicas
para revenda, como desde o início este trabalho trouxe saldo positivo, a empresa resolveu
ampliá-lo contratou um vendedor externo que vendia as cestas básicas também no atacado,
desta forma obteve um resultado ainda mais positivo ampliando consideravelmente seu
faturamento.
Diante da evolução do faturamento surgiram oportunidades de outros negócios, sendo
possível formar um pequeno grupo com quatro lojas, mas logo após a aquisição destas lojas
foi necessário fechar duas, principalmente pelo fato que o proprietário percebeu que não teria
condições de administrar as quatro lojas, e no momento também não contava com uma equipe
preparada para este objetivo. Desta forma, vendeu duas lojas, ficando apenas com as duas que
mantém até o momento.
Atualmente a empresa opera com sistema de informação que atende as suas
necessidades, as duas lojas são informatizadas (frente de caixas – pdvs), e sistema de
retaguarda semi-integrado pois não possui interligação on-line, mas as informações são
transmitidas entre as unidades através de arquivos de exportação e importação de dados, desta
forma, sendo possível à visualização dos dados das duas lojas no sistema.
As lojas são consideradas de porte médio, mas possuem uma estrutura completa
contando com setores de mercearia em geral, hortifruti, açougue, frios e inclusive com
panificadora a qual produz diversos produtos próprios para revenda na loja. No momento a
empresa opera com 75 funcionários, e o seu organograma esta demonstrado na figura 1,
abaixo.
16
FIGURA 1 – ORGANOGRAMA DA EMPRESA “X”
Fonte: Empresa “X”
Diretoria
Gerente Loja
Encarregado
Feirinha
Encarregado
Reposição
Encarregado
Açougue
Operador de
Caixa
Aux. Feir
Açou-gueiro Pacoteiro
Encarregado
Depósito
Conferen- te
Auxiliar Adminis-
trativo
Auxiliar Financeiro
Fiscal de
Caixa
Zeladora
Repositor
17
3 DIAGNÓSTICO DA EMPRESA
3.2 ANÁLISE DOS ÍNDICES ECONÔMICOS FINANCEIROS
TABELA 1 – BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA “X”
31/12/2003 31/12/2004 30/06/2005 ATIVO CIRCULANTE 1.961.806,87 3.275.332,09 3.763.361,63 Caixa 3.763,61 2.718,62 8.145,53 Impostos a Recuperar 12.691,51 65.788,37 67.991,10 Adiantamento a Funcionários 0,00 97,50 0,00 Estoques 1.945.351,75 3.206.727,60 3.687.225,00 PERMANENTE 94.679,47 114.186,73 124.340,91 Imobilizado 115.240,42 147.240,35 164.862,35 (-) Depreciação -20.560,95 -33.053,62 -40.521,44 TOTAL DO ATIVO 2.056.486,34 3.389.518,82 3.887.702,54 PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO CIRCULANTE 1.563.602,12 2.699.994,54 3.080.067,12 Fornecedores 667.027,77 821.978,40 699.552,03 Pró Labore a Pagar 1.335,00 1.335,00 1.335,00 Salários a Pagar 24.927,12 31.568,10 29.319,80 Férias a Pagar 10.565,65 0,00 0,00 Obrigações Sociais 13.136,50 17.063,16 15.908,43 Obrigações Fiscais 48.110,08 26.499,88 52.851,86 Títulos a Pagar 798.500,00 1.801.550,00 2.281.100,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 492.884,22 689.524,28 807.635,42 Capital Social 1.000,00 1.000,00 1.000,00 Prejuízos Acumulados 0,00 0,00 0,00 Lucros Acumulados 491.884,22 688.524,28 806.635,42 TOTAL DO PASSIVO 2.056.486,34 3.389.518,82 3.887.702,54
Fonte: Empresa “X”.
18
TABELA 2 - DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO (DRE) DA EMPRESA “X”
31/122003 31/12/2004 30/06/2005 Receita Operacional Bruta 7.116.594,18 10.361.878,26 5.470.211,81 Impostos, deduções de vendas e fretes (1.080.916,25) (2.070.923,53) (1.050.730,67) Receita líquida vendas 6.035.677,93 8.290.954,73 4.419.481,14 Custo dos produtos vendidos (5.192.042,56) (7.181.913,88) (3.792.510,57) LUCRO BRUTO 843.635,37 1.109.040,85 626.970,57 Outras Receitas e Despesas Operacionais Receitas Diversas 55.031,02 105.350,95 20.352,67 Despesas Comerciais (630.189,23) (860.759,14) (463.350,28) Despesas Administrativas (32.700,00) (29.546,74) (14.776,69) Despesas Tributárias (14.986,57) (38.032,60) (4.775,58) Despesas Indedutíveis 0,00 (1.995,17) 0,00 LUCRO OPERACIONAL 220.790,59 284.058,15 164.420,69 Despesas Financeiras Juros de Mora (2.992,29) (9.116,51) (2.115,37) Multas (16.684,25) (7.070,37) (1.457,04) RESULTADO OPERACIONAL ANTES DAS PROVISÕES 201.114,05 267.871,27 160.848,28 PROVISÕES Provisão Contribuição Social (17.732,61) (24.287,97) (14.476,34) Provisão Imposto de Renda (29.554,37) (46.943,24) (28.260,80) LUCRO LIQUIDO DO EXERCÍCIO 153.827,07 196.640,06 118.111,14 Fonte: Empresa “X”.
19
QUADRO 1 - ÍNDICES DE LIQUIDEZ
Anos INDICADORES DE LIQUIDEZ 2003 2004 2005
Índices Fórmulas Capital de giro ou circulante líquido
Ativo circ. - Passivo Circ. 398.204,75 575.337,55 683.294,51
Liquidez Corrente At. Circ. / Pass. Circ. 1,255 1,213 1,222
Liquidez Seca (At. Circ. - Estoques) / PC 0,011 0,025 0,025 Fonte: Empresa “X”.
3.2.1 Análise dos índices de liquidez
Item nº 1 - Capital de giro ou circulante líquido
Pelo cálculo do capital de giro, evidenciou o crescimento progressivo nos três
exercícios analisados de 44,48% e 18,76%, respectivamente para os períodos de 31/12/03
a 31/12/04 e 31/12/04 a 30/06/05. O que indica uma folga financeira conforme
demonstrado no gráfico 1.
GRÁFICO 1 – CAPITAL DE GIRO OU CIRCULANTE LÍQUIDO
0,00
100.000,00
200.000,00
300.000,00
400.000,00
500.000,00
600.000,00
700.000,00
31/12/03 398.204,75
31/12/04 575.337,55
30/06/05 683.294,51
Folga Financeira
Fonte: Empresa “X”.
2003 para 2004: 44,48% 2004 para 2005: 18,76%
Taxa de Evolução
20
Está folga financeira que está demonstrada no Gráfico 1 representa a margem que
a empresa possui para realizar manobras financeiras com o objetivo de equilibrar as
entradas e saídas de caixa. Quanto maior a folga maior a segurança para a empresa e
melhor a sua situação econômico-financeira.
Item nº 2 - Liquidez corrente (LC)
Nos três exercícios analisados o ativo circulante é maior do que o passivo
circulante, desta forma, o índice demonstra que os investimentos no ativo são suficientes
para a cobertura das dívidas de curto prazo, e além disto, sobra um excedente de 25,5%,
21,3% e 22,2%, respectivamente nos exercícios dos anos, 2003, 2004 e 2005, que
representam a folga financeira que a empresa possui, conforme já foi explanado a sua
utilização no item anterior.
Item nº 3 - Liquidez seca (LS)
Pelo cálculo deste índice a empresa apresenta um estoque excessivo, pois no índice
de liquidez corrente (LC) apresentou um resultado bastante positivo, mas, ao retirar os
estoques do ativo a capacidade de pagamento a curto prazo despencou a um índice
bastante preocupante, de 0,011%, 0,025% e 0,025%, respectivamente para os anos de
2003, 2004 e 2005, transparecendo que os estoques possuem uma representatividade
muito grande na formação do ativo circulante e do ativo total, conforme ratifica o
Gráfico 2:
21
GRÁFICO 2 – REPRESENTATIVIDADE DOS ESTOQUES EM RELAÇÃO AO ATIVO
TOTAL E AO ATIVO CIRCULANTE
0,00
500.000,00
1.000.000,00
1.500.000,00
2.000.000,00
2.500.000,00
3.000.000,00
3.500.000,00
4.000.000,00
Estoques 1.945.351,75 3.206.727,60 3.687.225,00
Ativo Circulante 1.961.806,87 3.275.332,09 3.763.361,63
Ativo total 2.056.486,34 3.389.518,82 3.887.702,54
31/12/03. 31/12/04. 31/12/05.
Fonte: Empresa “X”
De acordo com os números apresentados acima, fica evidente a representatividade
dos estoques em relação ao ativo circulante e ao ativo total, apresentando os seguintes
percentuais: estoques x ativo circulante – 99,16%, 97,9% e 97,9%, respectivamente para
os anos 2003, 2004 e 1º semestre de 2005; estoques x ativo total – 94,5%, 94,6% e
94,8%, para os anos de 2003, 2004 e 1º semestre de 2005.
Diante dos números apresentados demonstra a dificuldade que a empresa poderá
ter na hipótese de uma liquidação. Pois seria importantíssimo ela pagar as suas obrigações
de curto prazo, sem necessitar vender todo o seu estoque, pois ele é o item menos líquido
do ativo circulante, o que representaria um enorme problema para a empresa, pois, ela não
conseguirá vender todos o seu estoque rapidamente, e além disto, existe o ciclo comercial
entre a venda e o recebimento, ou seja, levaria um certo tempo para transformar este ativo
em caixa.
Diante disto é de extrema necessidade que a empresa consiga diminuir seus
estoques e aumentar o valor dos outros ativos líquidos. Isto poderia ser realizado com um
melhor gerenciamento do sistema de logística da empresa, principalmente em dois pontos
críticos, relacionamento mais estreito com os fornecedores para que se consiga
negociações mais rápidas e um melhor controle dos estoques, podendo implementar os
estoques mínimos no sistema, para que se efetuem as compras somente no momento em
que os estoques atingirem a quantidade mínima permitida pelo sistema.
22
QUADRO 2 - ÍNDICES DE ATIVIDADE
Anos INDICADORES DE ATIVIDADE 2003 2004 2005
Índices Fórmulas
Giro dos estoques Custo Produtos Vendidos / Estoq 2,67 2,24 1,03
Período médio de estoques 360 dias / GE 135 161 350
Período médio de cobrança dup.rec. / (vendas anuais / 360)
Período médio de pagamento dup.pagar / (compr.anuais / 360) 40,22 35,05 58,94
Giro do ativo permanente Vendas / At. Perm. Líquido 75,17 90,75 43,99
Giro do ativo total Vendas / Ativos totais 3,46 3,06 1,41 Fonte: Empresa “X”
3.2.2 Análise dos índices de atividade
Item nº 1 – Giro dos estoques (GE)
Conforme já havia comprovado a existência de um alto valor do estoque no
cálculo da liquidez seca (LS), ao calcular o giro dos estoques, bem como, o período médio
de estoques, estes índices serviram apenas para solidificar o resultado anterior, ratificando
o fato de que a empresa está operando com um volume de estoques muito acima do
comumente encontrado neste segmento de atuação. A avaliação do período médio de
estoques (PME) apresentou estoques suficientes para 135, 161 e 350 dias respectivamente
para os exercícios de 2003, 2004 e 1º semestre de 2005, o que é totalmente fora da
realidade para a atividade de supermercado, pois o (PME) que se encontra normalmente
nas empresas está em torno de 10 a 20 dias isto em média para o mix completo de itens,
sendo que existem produtos com maior e menor giro.
Para uma melhor visualização da situação diagnosticada no que se relaciona ao
fator giro dos estoques, seguem os dados na representação gráfica.
23
GRÁFICO 3 – GIRO DOS ESTOQUES
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
Giro dosEstoques
2,67 2,24 1,03
2003. 2004 2005
Fonte: Empresa “X”
Pelos dados apresentados percebe-se nitidamente que a empresa está perdendo a
capacidade de giro dos seus estoques ano a ano, isto ocorre devido ao aumento progressivo do
valor estocado em mercadorias, demonstrando que a empresa não tem apresentado um bom
balanceamento entre as compras e as vendas.
Item nº 2 – Período médio de cobrança (PMC)
Este item está descrito com mais detalhes no Capítulo I deste trabalho no sub-item
1.5 Limitações do Trabalho.
Item nº 3 – Período médio de pagamento (PMP)
O cálculo deste índice representou para os exercícios de 2003, 2004 e 1º semestre
de 2005, respectivamente os valores de 40,22, 35,05 e 58,94 dias de média para o contas a
pagar, sendo que estes índices devem ser averiguados com os prazos que foram
concedidos pelos fornecedores para se chegar a uma conclusão se a empresa é boa
pagadora, ou se é uma pagadora lenta, ou seja, ela pode estar utilizando os fornecedores
como fonte de financiamento. Vale a pena ressaltar que a empresa deve sempre estar
Ano Valor em R$ 2003 1.945.351,75 2004 3.206.727,60 2005 3.687.225,00
Evolução dos Estoques
24
atenta tanto ao cálculo do (PMP) quanto ao cálculo do (PMC) para que assim possa
equilibrar seu fluxo de caixa.
Item nº 4 – Giro do ativo permanente (GAP)
Este indicador aponta a eficiência e/ou a ineficiência da empresa em relação às
vendas atingidas com a utilização do ativo permanente. Mas, devemos expor um fator
importante que pode representar variações neste indicador, que são os lançamentos
contábeis dos ativos permanente que comumente são utilizados os custos históricos, ou
seja, empresas mais antigas tendem a demonstrar índices mais altos aparentando uma
melhor eficiência, por possuir um valor desatualizado do ativo permanente, podendo em
vários casos este resultado ser enganoso.
Na empresa analisada este índice obteve os seguintes resultados, 75,17, 90,75 e
43,99, respectivamente para os anos de 2003, 2004 e 1º semestre de 2005. Para que
possamos entender melhor este índice e o resultado proporcionado, vamos observar a
demonstração gráfica.
GRÁFICO 4 – GIRO DO ATIVO PERMANENTE
0
20
40
60
80
100
GAP 75,17 90,75 43,99
31/12/03. 31/12/04 30/06/05
Fonte: Empresa “X”
Este índice quanto maior se apresentar melhor a eficiência da empresa, desta
forma, vale destacar que a queda no ano de 2005 é motivada pelo fato de que o valor das
vendas é originário apenas do 1º semestre de 2005, ou seja, a empresa tem todas as
possibilidades de faturar mais em 2005 do que em 2004, pois já no 1º semestre apresentou
Ano Valor em R$ 2003 7.116.594,18 2004 10.361.878,26 2005 5.470.211,81
Evolução das Vendas
25
52,79% das vendas totais de 2004, e por atuar no segmento de supermercado as vendas do
2º semestre são melhores, principalmente impulsionada pelas vendas do mês de dezembro.
Item nº 5 – Giro do ativo total (GAT)
O giro do ativo total da empresa indica a sua eficiência e/ou ineficiência no uso de
todos os seus ativos na geração da receita total de vendas, quanto maior melhor este
índice. Assim, devemos salientar que não podemos avaliar se uma empresa possui um
bom faturamento apenas pelo valor absoluto de suas vendas, desta forma, a empresa
avaliada apresentou o seguinte resultado: em 2003 (3,46), em 2004 (3,06) e em 2005
(1,41), para obtermos uma visão mais clara destas informações, analisemos o gráfico.
GRÁFICO 5 – GIRO DO ATIVO TOTAL
0
1
2
3
4
GAT 3,46 3,06 1,41
31/12/03. 31/12/04 30/06/05
Fonte: Empresa “X”
Observando apenas as vendas dos anos de 2003 e 2004, poderia ser concluído que
a empresa foi mais eficiente em 2004, pois aumentou as suas vendas em 45,60%, mas
conjuntamente a este fato o seu ativo total se elevou em 64,82%, diminuindo a sua
eficiência em 0,40 pontos percentuais. Outro fator que também vale referência é que as
vendas de 2005, são equivalentes apenas ao 1º semestre, tendo desta forma, a mesma
orientação já descrita no item anterior para a sua melhor análise.
Ano Valor em R$ 2003 7.116.594,18 2004 10.361.878,26 2005 5.470.211,81
Evolução das Vendas
26
QUADRO 3 - ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO
Anos INDICADORES DE ENDIVIDAMENTO 2003 2004 2005
Índices Fórmulas
Índice de endividamento geral Exigível total / ativo total Índice exig.longo prazo-patrimônio líquido Exig. L. prazo / patrimônio liquido
Índice de cobertura de juros lucro antes dos juros e do I.R. / despesa anual em juros
73,79 31,16 77,73
Fonte: Empresa “X” 3.2.3 Análise dos índices de endividamento
Item nº 1 – Índice de endividamento geral
Este item está descrito com mais detalhes no Capítulo I deste trabalho no sub-item
1.5 Limitações do Trabalho.
Item nº 2 – Índice exigível a longo prazo - patrimônio líquido
Este item está descrito com mais detalhes no Capítulo I deste trabalho no sub-item
1.5 Limitações do trabalho.
Item nº 3 – Índice de cobertura de juros
O índice apurado demonstrou que a empresa possui uma excelente capacidade de
cobertura de juros, sendo importante, destacar que está ótima situação diagnosticada na
empresa está relacionado ao fato de que a mesma não possui empréstimos bancários e
nem juros sobre duplicatas descontadas, o que não é muito comum em empresas deste
segmento de mercado.
27
QUADRO 4 - DOS ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE
Anos INDICADORES DE LUCRATIVIDADE 2003 2004 2005
Índices Fórmulas
Margem bruta lucro bruto / vendas 11,85% 10,70% 11,46%
Margem Operacional lucro operacional / vendas 3,10% 2,74% 3,01%
Margem líquida lucro líquido após o I.R. / vendas 2,16% 1,90% 2,16% Taxa de retorno sobre o ativo total
lucro líquido após o I.R. / ativo total 7,48% 5,80% 3,04%
Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido
Lucro líquido após I.R. / P.L. 31,21% 28,52% 14,62%
Fonte: Empresa “X”
3.2.4 Análise dos índices de lucratividade
Item nº 1 – Margem bruta
A margem bruta é calculada pela vendas totais deduzindo-se o custo das mercadorias
vendidas, impostos, devoluções e cancelamentos no período. A empresa averiguada
apresentou os seguintes percentuais 11,85%, 10,70% e 11,46%, respectivamente para os
exercícios de 2003, 2004 e 1º semestre de 2005, o que representa uma baixa margem bruta
se comparada aos índices de outros supermercados, que em média alcançam patamares
entre 17 e 22%, mas o indicador mais preciso do resultado será a margem líquida, somente
após o cálculo desta poderá se chegar a uma conclusão definitiva.
Item nº 2 – Margem Operacional
Este indicador demonstrou os seguintes resultados: em 2003 (3,10%); em 2004
(2,74%); e em 2005 (3,01%), já estando mais perto de uma realidade dos números
apresentados por este segmento que se encontram em torno de 3,50% a 5,50% em média.
O que ficou bem evidente é que a empresa não possui uma boa margem bruta, mas,
consegue se manter competitiva principalmente pelo fato de administrar bem suas
despesas operacionais, pois de acordo com a análise demonstrou estar no patamar de
8,75% (2003), 7,96% (2004) e 8,45% (2005), bem abaixo do nível encontrado em outros
supermercados do mesmo porte que trabalham com percentuais em torno de 12% a 14%.
28
Item nº 3 – Margem líquida
A margem líquida apresentou um resultado de 2,16%, 1,90% e 2,16% respectivamente
para os exercícios de 2003, 2004 e 1º semestre de 2005. Faz-se necessário destacar que o
segmento de supermercados trabalha com uma margem de resultado pequena mesmo,
oscilando entre 1,50% e 3,50%, indicando que a margem líquida auferida pela empresa
analisada está dentro de uma normalidade para o segmento.
GRÁFICO 6 – MARGEM LÍQUIDA
1,7
1,8
1,9
2
2,1
2,2
MargemLíquida
2,16 1,90 2,16
31/12/03. 31/12/04 30/06/05
Fonte: Empresa “X”
Outro fator que cabe um comentário é a questão da queda do índice de margem líquida
no ano de 2004, sendo que em valores absolutos o lucro líquido auferido neste ano foi
maior do que em 2003, a queda em percentual deve-se ao fato de que o faturamento em
2004 foi bem mais expressivo do que 2003, e além disto, o item impostos, deduções de
vendas e fretes representavam 15,19% da receita total em 2003, já em 2004 a sua
representatividade subiu para 19,99%, desta forma, prejudicando a margem líquida. E
somente relembrando que em 2005 os valores apresentados são apenas do 1º semestre, por
isto que o lucro líquido em valores absolutos aparenta ser mais baixo, mas a margem
líquida já indica a tendência de um bom resultado.
Item nº 4 – Taxa de retorno sobre o ativo total (ROA)
Este indicador apresentou perda de eficiência no decorrer dos anos, conforme percebe-
se nos números auferidos, em 2003 (7,48%); em 2004 (5,80%); e 1º semestre de 2005
Ano Valor em R$ 2003 153.827,07 2004 196.640,06 2005 118.111,14
Evolução do Lucro Líquido
29
(3,04%). Para uma melhor observação do fator que influenciou tal situação, segue
apresentação gráfica da análise.
GRÁFICO 7 – TAXA DE RETORNO SOBRE O ATIVO TOTAL (ROA)
0
2
4
6
8
ROA 7,48 5,80 3,04
31/12/03. 31/12/04 30/06/05
Fonte: Empresa “X”
É cabível observar que o principal fator de perda de eficiência em relação a esta taxa
de retorno está relacionada ao aumento gradativo do ativo que ocorreu durante os anos
analisados e este aumento do ativo está diretamente relacionado com o crescimento
desproporcional que vem ocorrendo no item estoques, que representam praticamente 95%
do total do ativo.
Item nº 5 – Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE)
As taxas obtidas foram de 31,21%, 28,52% e 14,62%, respectivamente nos anos de
2003, 2004 e 1º semestre de 2005. É necessário advertir que este indicador pode
apresentar um resultado enganoso se o capital social estiver desatualizado, como de fato
indica ser o caso desta empresa analisada, que demonstra uma capital social escriturado de
R$ 1.000,00 (mil reais). Devido a este fato representa uma taxa alta de retorno sobre o
patrimônio líquido, que não está acontecendo na realidade.
Ano Valor em R$ 2003 2.056.486,34 2004 3.389.518,82 2005 3.887.702,54
Evolução do Ativo
30
3.3 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL
QUADRO 5 - ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL DO BALANÇO PATRIMONIAL
BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA “X”. 31/12/2003 31/12/2004 30/06/2005 ATIVO A.Vert. A. Hr. A.Vert. A. Hr. A.Vert. A. Hr. CIRCULANTE 1.961.806,87 95,40% 100% 3.275.332,09 96,63% 167% 3.763.361,63 96,80% Caixa 3.763,61 0,18% 100% 2.718,62 0,08% 72% 8.145,53 0,21% Impostos a Recuperar 12.691,51 0,62% 100% 65.788,37 1,94% 518% 67.991,10 1,75% Adiantamento a Funcionários 0,00 0,00% 100% 97,50 0,00% 0% 0,00 0,00% Estoques 1.945.351,75 94,60% 100% 3.206.727,60 94,61% 165% 3.687.225,00 94,84% PERMANENTE 94.679,47 4,60% 100% 114.186,73 3,37% 121% 124.340,91 3,20% Imobilizado 115.240,42 5,60% 100% 147.240,35 4,34% 128% 164.862,35 4,24% (-) Depreciação -20.560,95 1,00% 100% -33.053,62 0,98% 161% -40.521,44 1,04% TOTAL DO ATIVO 2.056.486,34 100,00% 100% 3.389.518,82 100,00% 165% 3.887.702,54 100,00% PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO CIRCULANTE 1.563.602,12 76,03% 100% 2.699.994,54 79,66% 173% 3.080.067,12 79,23% Fornecedores 667.027,77 32,44% 100% 821.978,40 24,25% 123% 699.552,03 17,99% Pró Labore a Pagar 1.335,00 0,06% 100% 1.335,00 0,04% 100% 1.335,00 0,03% Salários a Pagar 24.927,12 1,21% 100% 31.568,10 0,93% 127% 29.319,80 0,75% Férias a Pagar 10.565,65 0,51% 100% 0,00 0,00% 0% 0,00 0,00% Obrigações Sociais 13.136,50 0,64% 100% 17.063,16 0,50% 130% 15.908,43 0,41% Obrigações Fiscais 48.110,08 2,34% 100% 26.499,88 0,78% 55% 52.851,86 1,36% Títulos a Pagar 798.500,00 38,83% 100% 1.801.550,00 53,15% 226% 2.281.100,00 58,67% PATRIMÔNIO LÍQUIDO 492.884,22 23,97% 100% 689.524,28 20,34% 140% 807.635,42 20,77% Capital Social 1.000,00 0,05% 100% 1.000,00 0,03% 100% 1.000,00 0,03% Prejuízos Acumulados 0,00 0,00% 100% 0,00 0,00% 0% 0,00 0,00% Lucros Acumulados 491.884,22 23,92% 100% 688.524,28 20,31% 140% 806.635,42 20,75%
TOTAL DO PASSIVO 2.056.486,34 100,00% 100% 3.389.518,82 100,00% 165% 3.887.702,54 100,00%
Fonte: Empresa “X”
31
3.3.1 Descrição da análise vertical e horizontal do balanço patrimonial
Diante da análise vertical e horizonte do balanço patrimonial da empresa diagnosticada
nos anos de 2003 e 2004, constata-se o seguinte:
d) Os estoques representam 94,6% do total do ativo, o que realmente demonstra um
estoque extremamente alto para o segmento de atividade avaliado, conforme já citado
neste trabalho anteriormente;
e) Todas as contas do ativo obtiveram crescimento no período do ano de 2003 para 2004,
com exceção apenas da conta caixa que caiu aproximadamente 28%. Podemos
destacar que a conta impostos a recuperar obteve um salto de 418% de crescimento e
seguida pela de estoques com um crescimento de 65%. Sendo assim, o ativo total da
empresa cresceu 65% de 31/12/03 a 31/12/04;
f) Em relação ao passivo, as contas que apresentam maior representatividade são:
fornecedores e títulos a pagar, respectivamente na média dos dois anos, 28,34% e
45,99% do passivo;
g) Sobre o passivo também convém destacar que a única conta que não evoluiu no ano de
2004, foi à conta de obrigações fiscais que sofreu um decréscimo da ordem de 45%,
sendo que um dos principais motivadores para este fato ocorrer foi à mudança na
forma de tributação do Pis/Cofins, passando a ser calculado com as mesmas
características do ICMS, ou seja, crédito e débito, o que favoreceu bastante esta
atividade de mercado;
h) Enquanto que as contas do passivo que mais sofreram acréscimo foram, títulos a pagar
e lucros acumulados, que respectivamente aumentaram em 116% e 40%, no período
de 31/12/03 a 31/12/04.
i) Outro fator de destaque no passivo é o fato que em 2003 os fornecedores
representavam 32,44% do passivo, e este percentual caiu para 24,25% em 2004, desta
forma, em 2003 os fornecedores financiavam 34,28% dos estoques e em 2004 está
conta cobre apenas 25,63% dos mesmos, este fato é desfavorável pois, normalmente
os fornecedores representam uma fonte de recursos muitas vezes mais barata e mais
segura do que os financiamentos bancários.
j) Em relação ao 1º semestre de 2005, não foi possível realizar a análise horizontal,
conforme descrito no Capítulo I deste trabalho no sub-item 1.5 Limitações do
Trabalho. Já em relação à análise vertical deste ano nenhuma conta apresentou uma
variação significativa que merecesse um destaque especial;
32
QUADRO 6 - ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DOS EXERCÍCIOS DA EMPRESA "X". 31/12/2003 31/12/2004 30/06/2005 A.Vert. A. Hr. A.Vert. A. Hr. A.Vert. A. Hr. Receita Operacional Bruta 7.116.594,18 100,00% 100% 10.361.878,26 100,00% 146% 5.470.211,81 100,00% Impostos, deduções de vendas e fretes (1.080.916,25) 15,19% 100% (2.070.923,53) 19,99% 192% (1.050.730,67) 19,21% Receita líquida vendas 6.035.677,93 84,81% 100% 8.290.954,73 80,01% 137% 4.419.481,14 80,79% Custo dos produtos vendidos (5.192.042,56) 72,96% 100% (7.181.913,88) 69,31% 138% (3.792.510,57) 69,33% LUCRO BRUTO 843.635,37 11,85% 100% 1.109.040,85 10,70% 131% 626.970,57 11,46% Outras Receitas e Despesas Operacionais Receitas Diversas 55.031,02 0,77% 100% 105.350,95 1,02% 191% 20.352,67 0,37% Despesas Comerciais (630.189,23) 8,86% 100% (860.759,14) 8,31% 137% (463.350,28) 8,47% Despesas Administrativas (32.700,00) 0,46% 100% (29.546,74) 0,29% 90% (14.776,69) 0,27% Despesas Tributárias (14.986,57) 0,21% 100% (38.032,60) 0,37% 254% (4.775,58) 0,09% Despesas Indedutíveis 0,00 0,00% 100% (1.995,17) 0,02% 0% 0,00 0,00% Despesas Financeiras 0,00 0,00% 100% 0,00 0,00% 0% 0,00 0,00% RESULTADO OPERACIONAL ANTES DAS PROVISÕES 201.114,05 2,83% 100% 267.871,27 2,59% 133% 160.848,28 2,94% PROVISÕES Provisão Contribuição Social (17.732,61) 0,25% 100% (24.287,97) 0,23% 137% (14.476,34) 0,26% Provisão Imposto de Renda (29.554,37) 0,42% 100% (46.943,24) 0,45% 159% (28.260,80) 0,52%
LUCRO LIQUIDO DO EXERCÍCIO 153.827,07 2,16% 100% 196.640,06 1,90% 128% 118.111,14 2,16%
Fonte: Empresa “X”
33
3.3.2 Descrição da análise vertical e horizontal das demonstrações de resultado
De acordo com a análise vertical e horizontal das demonstrações dos resultados findos
nos anos de 2003 e 2004, destaca-se:
a) No ano de 2003 o custo das mercadorias vendidas (CMV) representou 72,96% da
receita total, enquanto que no ano de 2004 apresentou um melhor resultado chegando
à apenas 69,31%, em termos percentuais não representa muito, mas em valores
absolutos esta conta apresenta uma grande representatividade sobre o lucro ou o
prejuízo do exercício;
b) Em termos de despesas operacionais a empresa apresentou nos anos de 2003 e 2004
respectivamente um índice de 9,53% e 8,99% em relação ao seu faturamento total do
período, o que é um índice bastante baixo em relação ao segmento de atuação,
demonstrando bastante eficiência na administração de seus custos operacionais;
c) As contas que obtiveram resultados positivos que convém destacar são: receita
operacional bruta com 46%; lucro bruto com 31%; receitas diversas com 91%; e o
lucro líquido com 28% de evolução;
d) Em relação ao 1º semestre de 2005, um item que podemos especifica-lo é a receitas
diversas que caiu drasticamente em relação aos anos anteriores, pois representou no
ano de 2003 e 2004 respectivamente 0,77% e 1,02% da receita operacional, por
enquanto neste ano representa apenas 0,37% do faturamento, para chegar aos
patamares dos anos anteriores terá que evoluir muito no último semestre. E conforme
já explicado anteriormente não foi possível a realização da análise horizontal para o
exercício de 2005;
4 PLANO DE RECOMENDAÇÕES
A análise aqui apresentada evidenciou que a empresa “X” encontra-se em uma
situação bastante favorável em relação a algumas áreas, mas, apresenta também diversas
anomalias que podem prejudicar a sua administração. Desta forma, faz-se necessário
apresentarmos um plano de recomendações para que a empresa possa corrigir as deficiências
visualizadas pelo diagnóstico e manter-se competitiva no mercado.
Deste modo, as recomendações objetivam alertar a empresa sobre alguns fatores
críticos de insucesso na aplicação de determinadas políticas de gestão. E também é valido
ressaltar que as sugestões expressas estão alicerçadas na literatura existente sobre o assunto,
bem como na atual situação deste segmento de mercado analisado. Portanto, recomenda-se o
seguinte:
Recomendação nº 01: Baixar consideravelmente o volume de estoques.
Motivos:
A. O estoque da empresa representa em média 94% do seu ativo total o que é
inconcebível para este segmento de mercado. Assim, ela deve buscar uma forma
de diminuir este elevado valor de recursos comprometido com os estoques e
transformá-lo em outros ativos, principalmente em caixa para que possa usufruir
deste capital em outros investimentos, como por exemplo, em infraestrutura
interna e externa do prédio, e/ou até mesmo na aquisição de novas lojas;
B. O estoque é um item que pode apresentar risco de prejuízo para a empresa de
diversas formas, como por exemplo: perdas no manuseio, vencimentos de
validades, roubos por clientes e funcionários, dentre outros, assim, quanto maior
for o volume de mercadoria em estoque maior a chance de que ocorram tais
prejuízos.
C. É comum que no segmento de supermercado o estoque de uma loja gire no mínimo
duas vezes ao mês, ou seja, se uma empresa tem um estoque médio de R$
200.000,00 no mínimo ela deve faturar em média R$ 400.000,00 ao mês, A
empresa em questão apresenta nos três anos analisados um estoque médio de R$
2.900.000,00. Por conseguinte, deveria faturar em torno de R$ 5.800.000,00, o que
é impossível para o seu porte atual. Sendo assim, não podendo atingir este patamar
de vendas ela pode reduzir o seu estoque a um limite aceitável, obtendo vantagens
35
como: diminuição do quadro de funcionários, diminuição de riscos com prejuízos
relativos ao estoque e além disto diminuir a área de estocagem e aumentar a área
de vendas da loja, podendo assim aumentar seu faturamento bruto;
Recomendação nº 02: Calcular o período médio de cobrança (PMC).
Motivos:
A. Não foi possível efetuar o cálculo deste índice no trabalho, mas ele é de extrema
importância para o gerenciamento da empresa, pois no atual momento existe uma
tendência dos supermercados em geral atuar com prazos de recebimento bastante
dilatados, aproximando-se dos 60 dias nos períodos de “virada de cheque”, ainda
sem contar com o problema dos cheques devolvidos que é um complicador a mais.
E além disto, com o cálculo deste índice é possível estar comparando-o com o
período médio de pagamentos (PMP) e desta forma, buscar um equilíbrio melhor
no fluxo de caixa;
Recomendação nº 03: Melhorar o sistema de logística da empresa.
Motivos:
A. O sistema de logística demonstra deficiência devido ao alto volume de estoques
encontrado na empresa, fato que poderia ser minimizado caso a empresa
trabalhasse com estoque mínimo, prazo de reposição e dias de segurança no
sistema, isto ajudaria o departamento de compras a solicitar a reposição dos
produtos no tempo exato, ou seja, não ocorreria a falta do item na gôndola e/ou a
sobra do produto no depósito por longos períodos.
Recomendação nº 04: Atualizar os valores do imobilizado que compõem o
patrimônio líquido da empresa no balanço patrimonial.
Motivos:
A. O supermercado avaliado possui uma estrutura completa operando com
açougue, panificadora e hortifruti, e ainda com frente de caixa e retaguarda
informatizados, desta forma, percebe-se que os valores lançados na formação
de seu imobilizado encontram-se desatualizados. Portanto, demonstra um
resultado enganoso ao realizar os cálculos de determinados índices como: giro
36
do ativo total (GAT); e principalmente o giro do ativo permanente (GAP),
apresentando índices excelentes, mas que não representam a realidade da
empresa. Sendo assim, o fato de não apresentar uma visão clara da situação da
empresa pode prejudicar o gerenciamento da mesma, principalmente na
tomada de certas ações, como por exemplo, a necessidade de se aumentar o
faturamento;
Recomendação nº 05: Atualizar o valor do capital social que compõe o item
patrimônio líquido no balanço patrimonial da empresa.
Motivos:
A. Para que não destorça o resultado no cálculo dos índices principalmente em
relação à taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE). Ou seja, se o capital
social estiver desatualizado, o índice irá apresentar uma alta taxa de retorno o que é
enganoso, desta forma, é salutar que se atualize este valor para que nas próximas
análises resulte em um índice de retorno próximo a realidade da empresa;
Recomendação nº 06: A empresa deve realizar análise de resultados
mensalmente.
Motivos:
A. No segmento de supermercados a margem líquida de lucro é muito pequena, desta
forma representa um perigo constante para a empresa a não utilização de
ferramentas gerencias no acompanhamento de seus resultados, pois como a
margem é mínima a empresa trabalha em um campo estreito entre lucro e
prejuízo. Portanto, é recomendável que seja realizada todos os meses a análise de
resultado apurando-se assim a sua rentabilidade. Também é necessário que o
administrador da empresa sempre estabeleça metas de faturamento e de despesas
gerais, motivando os gerentes e os colaboradores no alcance de tais objetivos;
37
5 CONCLUSÃO
O principal objetivo deste trabalho era o de observar em que situação encontrava-se os
índices econômico-financeiros da empresa “X”, que atua no segmento de supermercado de
médio porte.
Os índices foram calculados com base no Balanço Patrimonial e nas Demonstrações
de Resultados dos anos de 2003, 2004 e 1º semestre de 2005, sendo que, de forma geral
indicaram uma boa situação econômica da empresa, mas, devemos ressaltar que alguns destes
indicadores apresentaram um resultado que podemos qualificar de enganoso, pois
evidenciavam uma escrituração contábil desatualizada o que reflete diretamente sobre os
números apresentados.
As análises Vertical e Horizontal também foram realizadas com base no Balanço
Patrimonial e nas Demonstrações de Resultados dos anos de 2003, 2004 e 1º semestre de
2005, as quais apresentaram de forma mais específica a representatividade de cada conta em
cada exercício analisado, bem como, as alterações percentuais nas evoluções de cada item de
um exercício para o outro. Com a utilização destas análises foi possível constatar que os
estoques representavam mais do que 90% dos ativos totais da empresa, que a conta de
obrigações fiscais sofreu um decréscimo de 45% do ano de 2003 para 2004, motivada pela
mudança na forma de tributação do Pis/Cofins, dentre outras revelações importantes.
Além disto, no próprio plano de recomendações foi possível salientarmos a questão
dos estoques, pois ficou evidente que se a empresa conseguir administrar de forma mais eficaz
seu volume de estoques, irá conseguir melhorar e muito o seu resultado e assim trabalhar com
uma excelente reserva de caixa, podendo até mesmo realizar novos investimentos na loja e/ou
realizar aquisição de novas filiais, pois o dinheiro parado neste item é enorme.
Outro fator que cabe como destaque positivo na avaliação realizada na empresa, é o
resultado líquido apresentado nos últimos três anos que foi em média de R$ 15.619,27 ao
mês, o que é um valor bastante considerável pelo investimento declarado no balanço
patrimonial. Sendo que, um dos principais fatores para a manutenção deste resultado positivo
é a boa administração das despesas operacionais que a empresa apresenta, que está em um
nível bem abaixo da concorrência.
38
Contudo, devemos salientar que a empresa deve permanecer em estado de alerta em
relação a algumas políticas de gestão adotadas, bem como, atenta ao mercado em que está
inserida e sempre disposta a utilizar-se do benchmarking em empresas do mesmo porte, e
também sempre manter os olhos abertos às novas tecnologias e ferramentas de gestão que
estão sendo empregadas pelos grandes grupos que atuam neste segmento de mercado.
Diante disto tudo, conclui-se que a empresa deve adotar a filosofia de realizar
usualmente a análise de resultados, o cálculo dos índices econômico-financeiros e a análise
horizontal e vertical das suas movimentações econômicas e financeiras, para que possa
visualizar com mais clareza a sua eficiência e/ou ineficiência operacional. Com isso, o
administrador poderá tomar as decisões necessárias sobre a direção em que a empresa deverá
seguir com base em informações concretas e comprovadas através dos números.
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REFERÊNCIAS
SCHIMITT, Guillermo R. Turnaround: A Reestruturação dos Negócios. São Paulo: Makron Books, 1996.
BRIGHAM, Eugene F. Administração Financeira: teoria e prática. Tradução Alexandre Loureiro Guimarães Alcântra. São Paulo: Atlas, 2001.
GROPPELLI, A. A. Administração Financeira. Tradução André Olimpio Mosselman Du Chenoy Castro. 3a ed. São Paulo: Saraiva, 1999.
GITMAN, J. Lawrence. Princípios de Administração Financeira. 7a ed. São Paulo: Harbra, 1997.
MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Balanços: abordagem básica e gerencial. São Paulo: Atlas, 1998.
FERREIRA, José Antonio Stark. Finanças Corporativas: conceitos e aplicações. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
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