Assistência Ao Paciente Oncológico
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ASSISTÊNCIA AO PACIENTE
ONCOLÓGICO: POSSIBILIDADES E
DESAFIOS PARA UM ATENDIMENTO DE
QUALIDADEBruno Jáy Mercês de Lima
Enfermeiro – UEPA
Psicólogo – UFPA
Especialista em Educação para relações etnicorraciais – IFPA
Especialista em Estratégia Saúde da Família – UFCSPA
Mestrando em Psicologia, saúde e sociedade – PPGP/UFPA
RECONHECENDO O PACIENTE ONCOLÓGICO O que é o câncer?
Binômio saúde x doença
Devemos atentar para a pessoa.
Podemos perceber alegria e superação, assim como tristeza e angústia (impactos subjetivos).
Segundo More et al. (2009), o contexto hospitalar inclui o processo saúde-doença em sua totalidade, com todas as suas possibilidades, desde a vida até a morte, dá visibilidade à fragilidade e à dor humana, bem como abre espaço para múltiplas vivências de alegria e superação ou, por outro lado, de perdas e profunda tristeza, sendo assim impossível pensar a dor física sem escutar seus impactos subjetivos. Considera-se então que esta área seja de atuação interdisciplinar, em que uma equipe atua de forma integrada, não vendo somente a doença, mas a pessoa como um todo.
AS NECESSIDADES QUE SÃO DEMANDADAS Não existe uma forma única de se
apresentar frente a uma doença dessa natureza. Entretanto, é comum percebermos a ocorrência de:
Depressão Insônia Ansiedade Perda de apetite Fadiga Perturbações na esfera sexual
A vulnerabilidade psicossocial à doença oncológica é específica para cada indivíduo e depende, além das circunstâncias em que ela ocorre, do significado pessoal atribuído à doença. Este é afetado pela percepção individual do impacto da doença no próprio e no seu plano de vida. Engloba também a percepção do indivíduo acerca da sua capacidade em atingir objetivos futuros e manter a viabilidade de ações interpessoais.
ASPECTOS PSICOLÓGICOS DO PACIENTE ONCOLÓGICO Incerteza acerca do futuro; Busca de um significado; Perda de controle; Necessidade de diálogo; Sexto sinal vital: juntamente com a
frequência cardíaca, pressão arterial, respiração, temperatura e dor.
Apesar deste conhecimento, verifica‑se que na prática clínica, em geral, poucos esforços têm sido realizados no sentido de alterar e valorizar esta dimensão dos cuidados aos doentes oncológicos. A população com doença oncológica está em rápida expansão prevendo‑se que nos países ditos desenvolvidos esta venha a duplicar nos próximos quinze anos. Este facto, associado aos elevados níveis de sofrimento emocional decorrentes, tem vindo a aumentar a sensibilização dos profissionais de saúde para que este seja avaliado, por rotina, em todos os doentes oncológicos.
O TIPO DE ATENDIMENTO QUE AINDA OFERECEMOS... Impessoal;
“Dessubjetivado”;
Mecanizado;
Voltado para a doença;
Despersonalizado;
Desumanizado.
Alguns fatores nos ajudam a entender essa realidade:
Formação dos profissionais/estrutura curricular dos cursos;
Pouca importância aos aspectos subjetivos;
Pouca vivência nas realidades diversas;
Conhecimento pautado na tecnocracia.
PRINCIPAIS PROBLEMAS: PANORAMA DA NOSSA REALIDADE
O TIPO DE ATENDIMENTO QUE DESEJAMOS Maior acesso às tecnologias
de tratamento; Melhor preparo dos
profissionais. Possibilidades de atuações
alternativas; Diagnóstico precoce; Maior atuação e poder de
resolutividade na AB.
COMO CHEGAR LÁ... Maior investimento em políticas
de prevenção; Priorização em ações de saúde
coletiva; Maior poder de diagnóstico
precoce; Incentivo às mudanças de
paradigmas nas formações profissionais;
Estimular a formação de tecnologias de atendimento e relacionamento.
Em relação ao profissional:
Desenvolvimento da capacidade de reconhecimento dos processos de subjetivação do usuário;
Empatia;
Criar um clima favorável para a fala e escuta.
QUALIDADE DE VIDA NO TRATAMENTO ONCOLÓGICO Qualidade de vida é um elemento essencial
para a existência humana, referindo-se à composição de vários aspectos da vida e funcionamento humano que são considerados fundamentais para vida.
Dessa forma, qualidade de vida pode ser entendida como essencial ao doente oncológico, uma vez que o câncer leva a uma série de alterações na vida, não só do enfermo, mas também de seus familiares e amigos. E é preciso pensar quais as condições de vida que tem esse doente, para que se possa ajudá-lo.
Considera que o conceito de qualidade de vida deve levar em conta um componente subjetivo, enfatizando o aspecto de percepção pessoal da doença. A percepção do paciente, como ele se sente, funciona e aparenta, talvez seja até mais importante em certas circunstâncias, do que a realidade propriamente dita.
ASPECTOS IMPORTANTES PARA O PROFISSIONAL DA SAÚDE A busca de uma formação
e atuação holística; Fatores que geram
conflitos: perda frequente de
pacientes; pressões; contato frequente com a
tristeza;
Considera-se de grande ajuda, neste sentido, a interação multiprofissional, tendo clara a possibilidade de visualizar o cliente como um todo, nos seus aspectos bio-psico-sócio-espirituais, pois o cuidado à saúde transcende o simples ato de assistir centrado no fazer, nas técnicas ou nos procedimentos; significa, também, reconhecer os clientes e seus familiares como seres humanos singulares, vivenciando um difícil momento de suas vidas.
ESTREITANDO A RELAÇÃO COM A FAMÍLIA A família de um doente oncológico tem ela própria
necessidades diversas: a) estar com a pessoa doente; b) poder ajudar na evolução e desfecho da doença; c) receber apoio, confirmação e reforço do seu
contributo para o conforto do doente; d) ser informado acerca da condição do doente e
da sua morte iminente; e) poder exteriorizar emoções; f) receber conforto e apoio dos membros da
família; e, g) receber aceitação, apoio e conforto dos
profissionais de saúde.
PARA QUE ISSO TUDO FUNCIONE, DO QUE PRECISAMOS? Serviço organizado, integrado e
dinamizado.
Profissionais cada vez mais convencidos e cientes de suas funções nas perspectivas técnicas, humanizadoras e psicológicas.
Abertura do serviço para a atuação multidisciplinar e com o envolvimento familiar.
É importante que os profissionais tenham consciência das suas próprias reações emocionais e atitudes na relação com os doentes oncológicos, contribuindo para que adquiram uma maior capacidade para lidar com as dificuldades psicológicas/emocionais desencadeadas na prestação de cuidados a estes doentes.
Bruno Lima
9 815044309 87263533
bruno_lima_@hotmail.com
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