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Auditoria interna e externa, e sua aplicabilidade na detecção de fraudes
Andressa Francine Ribas, Acadêmica do curso Ciências Contábeis, Faculdade Sagrada Família (FASF),
andree_ribas@hotmail.com Jessica Aparecida Galvão, Acadêmica do curso Ciências Contábeis, Faculdade Sagrada Família (FASF),
jekinha_galvão@hotmail.com Silvano Luiz da Silva, Professor Ciências Contábeis Faculdade Sagrada Família (FASF),
silvano.luiz@uol.com.br
Resumo: A constante evolução e competição existente no mercado, faz com que as empresas se tornem carentes no que diz respeito de informações fidedignas para consequente tomada de decisões. A Auditoria, tanto Interna, aplicada com finalidade preventiva ou Externa, sendo utilizada para confirmar as operações da empresa, vem com um sistema rigoroso para a detecção de fraudes e a prevenção de erros nas organizações. A fraude é a manipulação dos resultados e da situação patrimonial, salienta-se que a fraude pode ocorrer no ambiente financeiro, contábil, de controle interno e ético. Portanto, o presente artigo apresenta de forma sucinta a Auditoria Interna e Externa, bem como suas atribuições e diferenças, e identifica quando e onde podem ocorrer fraudes e de maneiras podemos evitar que o erro voluntário tenha continuidade.
Palavras chave: Auditoria, Fraudes, Manipulação.
1. Introdução
O presente artigo tem por finalidade apresentar a auditoria interna e externa e demonstrar as diferenças perante a organização e a sua aplicabilidade na detecção de fraudes, e justifica-se pela necessidade da detecção dos pontos de fraudes e prevenção de erros mediante os resultados obtidos pela auditoria nas empresas para que se possa de forma rápida descobrir todo e qualquer sistema de fraudes existentes. Utilizando-se as técnicas e ferramentas de auditoria, tem-se como objetivo geral deste, análise profunda para apresentar como é possível se detectar fraudes e desta maneira citar de qual forma é possível se prevenir os erros.
A auditoria consiste em um conjunto de procedimentos técnicos que tem como objetivo averiguar as demonstrações financeiras e operacionais, mostrando se as mesmas, da forma como estão desenvolvidas, representam real situação processual dentro das organizações de acordo com as normas padronizadas, e analisar de maneira profunda como estão dispostos os pontos fraudulentos dentro da organização. Dessa forma, a auditoria passou a ser muito importante a partir do momento em que ela vem auxiliando nas gestões administrativas e elevando melhorias e crescimento no mercado globalizado e competitivo.
Com o crescimento das organizações passou a ser importante fazer a conferência das informações e a veracidade emitida pelas empresas, em face de confirmar que seus dados demonstrados são verídicos. Desta maneira o artigo propõe a seguinte problemática: Como apontar uma forma segura os principais pontos dentro de uma organização para detecção de fraudes e possível prevenção de erros?
Nesse contexto entra a auditoria interna que faz exames e análise das informações financeiras e operacionais, com uma revisão da economia nas operações, visando o cumprimento de leis e regulamentos. Sendo assim, a auditoria interna traz melhorias para o controle interno e garante a eficiência e eficácia na gestão da empresa.
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Por outro lado, a auditoria externa vem examinar de forma independente as demonstrações financeiras da organização, utilizando-se de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão do seu parecer, tendo como finalidade verificar as contas anuais da organização, bem como a veracidade das mesmas.
A auditoria externa ajuda no melhoramento dos processos e em discutir formas de melhorar seus sistemas e procedimentos contábeis. Ela não tem o papel primordial de detectar fraudes, embora isso possa vir a acontecer durante as verificações ocorridas.
A fraude é uma ação ilícita e desonesta caracterizado pela distorção nas informações que traz muitos malefícios à organização. No caso de fraudadores, estes se aproveitam de brechas no sistema de controle interno para executar irregularidades dentro das organizações, sendo as organizações, as maiores prejudicadas com todo esse processo e os gestores estarem voltados em como detectar erros e ações fraudulentas dentro de suas empresas.
2. Referencial teórico
No Brasil o movimento dos auditores teve início em São Paulo há 38 aos aproximadamente,
por meio do Instituto de Contadores Públicos do Brasil, anos apos passou a ter força tambem
em outras instituiçoes como por exemplo o Instituto Brasileiro de Auditores Independentes.
Primeiramente a auditoria limita-se em verificar os registros contábeis, e tinha objetivo de
confirmar se os dados eram corretos e confiáveis, pouco tempo passou e a area se
expamdiu, possibilitando que a auditoria comprovasse a veracidade dos fatos expostos por
uma organização.
Para Crepaldi (2000, p.27):
A auditoria compreende o exame de documentos, livros e registros, inspeções e obtenção de informações e confirmações internas e externas, relacionadas com o controle do patrimônio objetivando mensurar a exatidão desses registros e das demonstrações contábeis deles decorrentes.
Para dar inicio a um processo de Auditoria, o auditor irá necessitar de um planejamento, ou
organograma da empresa, de todos as regras, manuais e algumas informações a respeito dos
procedimentos administrativos, falar sobre cada função existente, dos regulamentos e
tambem do plano de conta incluindo todos os custos, e por fim analisar a supervisão.
Auditoria é uma tecnologia contábil aplicada ao sistemático exame dos registros,
demonstrações e de quaisquer informes ou elementos de consideração contábil, visando a
apresentar opiniões, conclusões, críticas e orientações sobre situações ou fenômenos
patrimoniais da riqueza, pública ou privada, quer ocorridos ou prospectados e diagnosticados.
Definição de Auditoria Segundo Franco e Marra (2001 p. 28):
A técnica contábil que – através de procedimentos específicos que lhe são peculiares, aplicados no exame de registros e documentos, inspeções, e na
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obtenção de informações e confirmações, relacionados com o controle do patrimônio de uma entidade – objetiva obter elementos de convicção que permitam julgar se os registros contábeis foram efetuados de acordo com princípios fundamentais e normas de contabilidade e se as demonstrações contábeis deles decorrentes refletem adequadamente a situação econômica-financeira do patrimônio, os resultados do período administrativo examinado e as demais situações nelas demonstradas.
A auditoria tem como principal enfoque identificar deficiências no sistema de controle interno
das organizações, e por sua vez recai sobre o sistema financeiro também, e depois da etapa de
identificação, também é responsável por apontar formas para melhorar os itens onde estão
essas deficiências.
Segundo Lopes de Sá (2000, p.24) “a auditoria é uma crítica sistemática observação do
controle interno da contadoria e dos documentos em geral que circulam em uma empresa”.
Com o crescimento da função de auditoria, faz-se também necessário um desenvolvimento
prospectivo e mais estrito da norma que regula sua aplicação com a finalidade de permitir
garantia aos usuários de uma informação com todas as suas características, desde o ponto de
vista das ciências das comunicações; ou seja, uma informação clara, acessível, confiável, com
conteúdo, formato e que adquira valor quando se faça uso dela, devendo ser organizada para
poder ser ajustada às necessidades daquelas que a utilizam.(Consenza e Grateron, 2003).
A auditoria é considerada um ramo da contabilidade um conjunto de todos os elementos de
controle do patrimônio administrado, uma técnica contábil que verifica a exatidão e
compreende os registros, papeis, documentos, fichas, arquivos e anotações contábeis que
comprovem a legitimidade dos atos, bem como sua sinceridade na defesa dos interesses
patrimoniais e tudo que está relacionado com o controle do patrimônio da empresa.
De acordo com Attie (2000, p.131) “ A aplicação dos procedimentos de auditoria precisa
estar atrelada ao objetivo que se quer atingir . Os objetivos é a meta a ser alcançada. Os
procedimentos são os caminhos que levam à consecução do objetivo.”
O início de um trabalho de auditoria deve ser primeiramente planejado, pre-determinar todos
os seus objetivos, para então iniciar os exames de verificação, e apresentar o desenvolvimento
do trabalho.
Segundo Attie, (1992),” a auditoria pode ser classificada em: Auditoria Externa e Auditoria
Interna.”
Os processos de auditoria podem ser definidos em auditoria externa e auditoria interna, sendo
que a primeira é realizada por uma consultoria externa sem ligação direta com a que contrata,
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que audita de forma independente, e a segunda é realizada por um auditor interno,
colaborador da própria empresa.
2.1 Tipos de auditoria
Temos basicamente dois Tipos de auditoria, sendo: Auditoria Interna e Auditoria Externa.
2.1.1 Auditoria Interna
Constitui o conjunto de procedimentos que tem por objetivo examinar a integridade,
adequação e eficácia dos controles internos e das informações físicas, contábeis, financeiras e
operacionais da entidade. Segundo Attie (1992), “a função da auditoria interna repousa em
atividades detalhadas da empresa, relacionadas, de maneira intensa, com o andamento de cada
função, área, departamento, setor e operação”.
Segundo Crepaldi (2000), “auditoria interna constitui o conjunto de procedimentos,
adequação e eficácia dos controles internos e das informações físicas, contábeis, financeiras
e operacionais de uma entidade”.
A Auditoria interna , é realizada como avaliação independente dentro da empresa , é
designada a revisar operações , como um serviço prestado para a administração. É
executado por um colaborador da própria organização, que tenha estudos próprios para este
fim, sempre com a ligação entre a direção geral empresarial. O auditor interno é a pessoa
de confiança dos dirigentes, está vinculado à empresa por contrato trabalhista contínuo.
Para Almeida (2003, p.29):
O auditor interno é um empregado da empresa e, dentro de uma organização ele não deve estar subordinado àqueles cujo trabalho examina. Além disso, o auditor interno não deve desenvolver atividades que possa um dia examinar, como, por exemplo, desenvolver lançamentos contábeis. Para não interferir em sua independência.
Attie (1992, p. 28) nos diz:
A Auditoria Interna é uma função independente criada dentro da empresa para examinar e avaliar suas atividades, como um serviço a essa mesma organização. A proposta da auditoria interna é auxiliar os membros da administração a desincumbirem-se eficazmente de suas responsabilidades. Para tanto, a auditoria interna lhes fornece análise, avaliações, recomendações, assessoria e informações relativas às atividades examinadas.
A ação da Auditoria Interna estende-se por todos os serviços, programas, operações e
controles existentes na empresa. De acordo com Mello (2007, p.02): “O posicionamento da
Auditoria Interna na organização deve ser suficientemente elevado para permitir-lhe o
desempenho de suas responsabilidades com abrangência e independência”.
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A independência é essencial para a eficiência da auditoria interna. Esta independência se
obtém, primordialmente, por meio do posicionamento na estrutura organizacional. Observa-se
que a auditoria interna presta ajuda à administração, com vistas à possibilidade e eliminar
inconvenientes ao desempenho a gestão. Pode ser muito zeloso e cumprir a ética, mas é
evidente sua demasiada submissão aos administradores, servindo à empresa.
Segundo Attie (1992 p 25):
Cabe a auditoria interna convencer a administração e seus executivos de que pode auxiliá-los na melhoria dos seus negócios identificando áreas problemáticas e sugerindo correção para obter o apoio necessário ao desenvolvimento de prestação de serviço a toda empresa.
A auditoria interna compreende os exames, análise, avaliações, levantamentos e
comprovações, metodologicamente estruturados para a avaliação da integridade, adequação,
eficácia, eficiência e economicidade dos processos, dos sistemas de informação e de controle
interno integrados ao ambiente e de gerenciamento de risco, com vista a assistir à
administração da entidade no cumprimento de seus objetivos.
Segundo Franco e Marra (2001):
A auditoria deixou de ser, para as entidades, e especialmente para empresas da atualidade, apenas mais um instrumento criado pela administração para aumentar seus controles sobre o pessoal administrativo. Atualmente é o meio indispensável de confirmação da eficiência dos controles e fator de maior tranqüilidade para a administração e de maior garantia para investidores, bem como para o próprio fisco, que tem na auditoria o colaborador eficiente e insuspeito, que contribui indiretamente para melhor aplicação das leis fiscais.
2.1.2 Auditoria Externa
A auditoria externa também chamada de auditoria independente, que não possui vínculo
empregatício, assim como a auditoria interna é um procedimento técnico, que faz uma análise
maior e mais, propriamente dita somente das demonstrações contábeis e não se atendo muito
aos controles internos. Sua intervenção é ajustada em contrato de serviços. Os testes e
indagações se espalham por onde haja necessidade de levantar questões elucidativas para
conclusão do trabalho ajustado.
Os autores Niyama e Mendes (2013, p.283):
Ressaltam quais são os principais objetivos da auditoria externa de maneira eficaz,
começam citando que a opinião emitida sobre a atual circunstância financeira, o real
resultado de suas operações e se está em acordo com as práticas contábeis formam um
dos pilares para se chegar ao objetivo esperado, em seguida ainda ressaltam que fazer
determinados serviços como: “ avaliação patrimonial com vistas a combinação de
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negócios, auditoria para atender a demanda específica de acionistas como fraudes ou
erros e orientação fisco-contábil” fecham os principais objetivos de uma auditoria
externa.
O auditor externo, pela relevância do seu trabalho perante o público, dada a credibilidade que
oferece ao mercado, se constitui numa figura ímpar que presta inestimáveis serviços ao
acionista, aos banqueiros, aos órgãos do governo e ao público em geral. Sua função visa a
credibilidade das demonstrações contábeis, examinadas dentro de parâmetros de normas de
auditoria e princípios contábeis.
De acordo com Crepaldi (2009):
O auditor independente deve fazer um planejamento de maneira consciente do trabalho, fazer uma avaliação em conjunto da contabilidade com o controle interno e entrar na parte da análise chamada de revisão analítica das contas de bens, direitos e obrigações, assim como nas contas de resultado para que se possa entender a natureza das contas de quando são e o tamanho do procedimento da auditoria, entender o que pode ser uma evidencia que comprove as informações que estão nas demonstrações financeiras.
Segundo Almeida (1996, p.32):
O auditor externo deve examinar as demonstrações contábeis de acordo com as normas de Auditoria geralmente aceitas; portanto, não é seu objetivo principal detectar irregularidades (roubos, erros propositais, etc.); conquanto essas possam vir a seu conhecimento durante a execução do serviço de Auditoria. (...) cumpre ressaltar que durante a execução do serviço de Auditoria o auditor externo tem acesso a muitas informações confidências da empresa (salários, sistema de apuração de custos, sistema de produção, política de vendas, etc.) Como qualquer outro profissional, o auditor externo deve manter sigilo dessas informações, mesmo dentro da própria empresa. Como medida de sigilo profissional, o auditor externo não deve permitir que terceiros tenham acesso a seus papéis de trabalho sobre a empresa.
2.1.3 Auditoria Interna x Auditoria externa
Mesmo que identificado o interesse comum no trabalho do auditor interno e do auditor
externo, devemos salientar que existem diferenças.
Conforme os autores Niyama e Mendes (2013, p.283):
As características que marcam a auditoria externa é que o auditor externo ao contrário do auditor interno não tem vínculo com a empresa, ou seja não é funcionário da instituição, o auditor externo tem uma independência maior que o interno e realiza no desenvolver do trabalho um menor volume dos testes para que se tenha o resultado e a análise e estudos nas demonstrações contábeis é em maior grau que a auditoria interna.
Segundo Crepaldi (2000):
A diferença básica entre a auditoria interna e a externa refere-se ao grau de independência existente. O auditor interno é dependente da empresa em que trabalha e é responsável por seus atos somenteperante a empresa em que exerce suas atividades. Os impactos de seus relatórios recebem influências de sua
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subordinação. O auditor externo, pela relevância de seus trabalhos perante ao público. Dado a credibilidade que oferece no mercado, constitui-se numa figura ímpar que presta inestimáveis serviços aos acionistas, banqueiros, aos órgãos públicos governamentais e ao público em geral.
Elementos Auditoria Externa Auditoria Interna
Sujeito Profissional independente Auditor interno (funcionário da
empresa)
Ação e objetivo Exame das demonstrações
financeiras
Exame dos controles operacionais
Finalidade Opinar sobre as demonstrações financeiras
Promover melhorias nos controles operacionais
Relatório principal
Parecer
Recomendações de controle interno e
eficiência administrativa
Grau e idependência Mais amplo Menos amplo
Interessados no trabalho A empresa e o público em geral A empresa
Responsabilidade Profissional, civil e criminal Trabalhista
Número de áreas cobertas pelo exame
durante um período Maior Menor
Intensidade dos trabalhos em cada área Menor Maior
Continuidade do trabalho Periódico Contínuo
Tabela 1. Diferenças entre auditoria externa e auditoria interna Fonte: Crepaldi (2000, p. 51) 2.1.4 Fraude contábil A fraude contábil é caracterizada pela falsificação ou alteração de registros e/ou documentos
contábeis ou auxiliares, pela omissão de movimentações, registro de transações sem
comprovação ou prática contábil indevida. A ocorrência da fraude tem a intenção de lesar
terceiros por meio de demonstrações falsas de situações patrimoniais (Medeiros e Botelho,
2004).
A fraude, em um sentido amplo, e definida como a distorcao consciente da verdade ou
ocultacao de fato relevante com o objetivo de induzir outras pessoas a agirem em detrimento
dos proprios interesses (Pedneault, 2009).
Quando o erro é voluntário se caracteriza a fraude. A fraude patrimonial mais conhecida é em
linhas gerais o devedor não colocar um ativo adquirido ou recebido em seu nome, seja por
doação ou herança, ou transformar o preço do bem a um valor imcompatível com o valor atual
de mercado.
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Segundo Obringer (2005), “os vários métodos utilizados pelos fraudadores objetivam fazer as
coisas terem uma aparência diferente, na maioria das vezes melhor, do que realmente são”.
Conforme Gouvêa e Avanço (2006, p. 47) nos diz:
O contador desempenha função relevante na análise e aperfeiçoamento da ética na profissão contábil, pois dilemas éticos sempre estão às voltas, por isso ele deve exercer fielmente seu papel de profissional independente. Na ética profissional, os contadores que são solicitados a assinar demonstrações contábeis com omissões ou fraudes não só devem abster-se, como também propor soluções alternativas que guardam os interesses da empresa e seus próprios, desde que não contrariem os princípios éticos.
Sá (1997)define fraude como sendo uma ação premeditada para lesar alguém. A fraude
corresponde ao dolo, ou seja, aquela ação calculada que visa ao proveito, de alguma forma,
para si. É intencional e visa faltar com a verdade para atingir diversos fins. Especificamente, a
fraude contábil limita-se ao campo patrimonial. Essa fraude é definida pela NBC T12 (CFC)
como atos voluntários de omissão e manipulação de transações e operações, adulteração de
documentos, registros, relatórios e transações contábeis, tanto em termos físicos quanto
monetários.
Segundo Barros (2003, p. 78), existem três motivos que levam pessoas a cometerem fraude. São eles:
• Pressão, que pode ser por ordem financeira ou ainda provocada por familiares, ou ressentimentos relacionados ao trabalho. • Oportunidade, que permite ao indivíduo cometer e ocultar um ato desonesto provocado por falhas ou inexistência de controles internos eficientes. • Racionalização, que permite ao fraudador se desculpar ou ainda justificar seu
comportamento ilegal, mesmo que apenas para si mesmo.
Com base ainda neste contexto, existe o triângulo da fraude, laborado por Donald Cressey:
Imagem 1: Triângulo de Fraude - Cressey Fonte: ACFE (2012, p. 4503). Segundo Sá (1973):
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A melhor detectora de fraude, ao alcance da administração, é a auditoria, mesmo que esse não seja um objetivo exclusivo dela. O Auditor/Perito tem como função detectar a fraude, ou desencadear sua origem, saber como controlá-la, e trabalhar na tentativa de exterminá-la. A Auditoria/Perícia nas empresas vem no intuito de evitar que ocorram lucros fraudulentos ao empresário, aos sócios e um grande prejuízo aos investidores.
3. Metodologia
A metodologia aplicada para alcançar tal finalidade tem por natureza básica tratando-se de
uma pesquisa bibliográfica, exploratória de forma qualitativa e os instrumentos de coleta de
dados de natureza quantitativa, assim realizou-se uma pesquisa bibliográfica para evidenciar
os objetivos do presente trabalho.
Segundo Gil (2007, p. 17), “pesquisa é definida como “(...) procedimento racional e
sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos”.
Esta pesquisa caracteriza-se em natureza básica, pois será apenas aprofundado o
conhecimento disponível em relação ao estudo, como conceitos e sistematização de ideias.
Segundo Appolinário (2011, p. 146) “ a pesquisa básica tem como objetivo principal “o
avanço do conhecimento científico, sem nenhuma preocupação com a aplicabilidade imediata
dos resultados a serem colhidos”.
Ainda em relação ainda aos objetivos classifica-se em uma pesquisa exploratória, pois permite
maior intimidade do tema que está sendo pesquisado com o pesquisador, mesmo que este seja
pouco conhecido ou explorado.
Para Gil (2009, p.41) a pesquisa exploratória é :
Estas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícitos ou constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições.
Em relação aos procedimentos, o presente artigo fundamenta-se em uma pesquisa
bibliográfica. Segundo Severino (2007, p.122) “a pesquisa bibliográfica é aquela que se
realiza a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos
impressos, como livros, artigos e teses”.
Quanto à abordagem do problema caracteriza-se em uma pesquisa qualitativa, pois não esta
relacionada com números, mais sim pelo aprofundamento do estudo e de como ela será
compreendida pelas pessoas, nesta abordagem será explicado o porquê das questões.
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Segundo Malhotra et al (2005) “o objetivo da pesquisa qualitativa é a obtenção da
compreensão qualitativa do problema. A mostra é tomada por um número pequeno de casos.
A coleta dos dados não é estruturada e sua análise não é estatística”.
Desta maneira a pesquisa foi realizada através de materiais já elaborados, constituído
principalmente de livros, artigos publicados, revistas sobre os temas: Auditoria, Auditoria
contábil, auditoria interna e externa, e sistemas de fraudes.
4. Discussão e análise
Podemos dizer, que conforme os estudos feitos , a fraude está presente dentro de uma
organização, seja no ativo, passivo ou resultado, e ainda podemos dizer que os casos mais
comun que se ocorrem fraudes são:
Fraudes na escrituração conábil: omissão ou inserção em duplicidade de lançamentos,
com proposito de maquiar as Demonstrações Contábeis, seja para aumentar ou
diminuir valors relacionados com os indices usados em analise de balanços ou com o
valor da empresa( aumentar os lucros, ou valorizar ações), distribuição de lucros ou
pagamento do imposto sobre a renda.
Lançamentos falsos feito sem suporte ou com documentos incorretos.
Erros intencionais em cálculos, e expor saldos indevidamente.
Uso de meios falsos para registrar notas, as chamadas notas frias, documentos com
valores maiores ou menores que os verdadeiros, cálculos confusos e propositalmente
equivocados.
Destruição intencional de documentos originais comprobatórios ou sua não exibição à
perícia, ou cópias modificadas;
Alteração de documentos originais mediante razuras, feito com inteção de alterar um
fato.
Emissão de duplicatas comerciais, ou de prestação de serviços, sem que o mesmo
tenha acontecido.
Registrar provisões como se fosse reserva do Patrimonio Líquido, com objetivo de
aumentar o valor patrimonial das ações.
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Utilizar valores indevidos para o registro das deprecisações, para que dessa forma os
lucros sejam aumentados, ou vice-versa, ou ainda não registrar tal depreciação.
Para que possa ser sonegado o ICMS fraudam o valor do inventário do estoque, para
mais ou para menos.
Errar cálculos de atualização monetária intensionalmente, tanto no Passivo como no
Ativo, com proposito de expor a situação da empresa de maneira indevida perante
credores, acionistas e outros partes interessadas.
Desta maneira com tantos pontos ondo o erro voluntário se tornou fraude, podemos indicar
prevenções para que tais erros se tornem nulos, e não afetem mais o resultado da organização,
são eles:
Controle interno contábil;
Reconciliação de contas patrimoniais e diferencias;
Revisão e analise de demonstrações contábeis;
Levantamentos físicos periodicos, com os quais possa comprovar a exatidão dos
saldos das contas;
5. Conclusão
Podemos concluir ao longo deste artigo que a contabilidade vem sendo uma ciência social,
que tem como principal objetivo estudar o patrimônio de entidades através de técnicas de
auditoria, buscando meios capazes de minimizar as perdas sofridas através das fraudes, e
aumentando desta forma a sua lucratividade e o seu crescimento no mercado.
Na contabilidade está incluso as auditorias internas e externas, a auditoria atua sobre os
controles da empresa, sendo considerada como o principal meio para se detectar um erro
voluntário. Apesar do campo e os objetivos de a auditoria interna e externa serem distintos os
auditores externos podem utilizar parte do trabalho executado pelos auditores internos.
Recomenda-se que haja integração entre as duas auditorias para que todas as áreas
consideradas prioritárias sejam examinadas e os trabalhos sejam complementares.
Dependendo do tamanho e da importância social da instituição, o ideal é que ambas as
auditorias existam.
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Desta forma, a auditoria possui uma função importante, uma vez que auxilia a empresa a
continuar desenvolvendo-se e prevenindo os erros voluntários, e as fraudes sejam descobertas
cada vez em menor proporção, buscando excelência em seus trabalhos, protegendo-se de
fatores capazes de direcionar uma organização à um patamar de derrota.
6. Referências ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: Um curso moderno e completo. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003 . ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: Um curso moderno e completo. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2012. ARAÚJO, Inaldo da Paixão Santos et.al. Auditoria Contábil: Enfoque teórico, normativo e prático. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. ATTIE, William. Auditoria: Conceitos e Aplicações. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. ATTIE, Willian. Auditoria: Conceitos e Aplicações. 3. ed.. São Paulo: Atlas, 1998. ATTIE, Willian. Auditoria: Conceitos e Aplicações. 5. ed.. São Paulo: Atlas, 2000. CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: Teoria e Prática. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2002. CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: Teoria e Prática, 8. ed. São Paulo: Atlas, 2012. FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001. FRANCO, Hilário. Contabilidade Geral, 23. ed. São Paulo: Atlas, 1996. FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria Contábil: Normas de Auditoria, Procedimentos e Papéis de Trabalho. Programas de Auditoria, Relatórios de Auditoria. São Paulo: Atlas, 1985. MELLO, Agostinho de Oliveira, Auditoria Interna. Disponível em: <http://www.auditoriainterna.com.br/conceitos.htm>. PADOVEZE, Clóvis Luíz. Contabilidade Gerencial: Um enfoque em Sistema de Informação Contábil. 7. Ed. São Paulo: Atlas, 2010. SÁ, Antônio Lopes. História Geral e das Doutrinas da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 1997. SILVA, César Augusto Tibúrcio; NIYAMA, Jorge Katsumi. Teoria da Contabilidade. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
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