ACNE ATROPHIC SCARS TREATMENT THROUGH … · inflamatórias da acne maturam através das fases da cicatrização, desde a inicial, inflamação e formação de tecido de granulação
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TRATAMENTO DAS CICATRIZES ATRÓFICAS DE ACNE POR MEIO DO MICROAGULHAMENTO COM EQUIPAMENTO DERMAPEN EM MULHERES
ENTRE 20 A 30 ANOS ACNE ATROPHIC SCARS TREATMENT THROUGH MICRONEDDLELING
USING DERMAPEN EQUIPMENT ON WOMEN BETWEEN THE AGES OF 20 AND 30 YEARS OLD
Beatriz Bueno Pereira – beatrizbuenno@hotmail.com
Daniela da Silva Terruel – daniterruel@gmail.com Maira Fernanda Boulhossa Carrillo – maira_plis@live.com
Discentes do Curso de Bacharel em Estética – UniSALESIANO Lins Prof.ª Ma. Cristiane Rissatto Jettar Lima – estética@unisalesiano.edu.br
RESUMO
As cicatrizes de acne causam um desconforto estético para a maioria das
mulheres, levando-as à busca de tratamentos que amenizem o aspecto dessas afecções. Entre os métodos de tratamento, encontra-se o microagulhamento, uma técnica desenvolvida em produzir minúsculos furos na pele com o objetivo de gerar um processo inflamatório local para um posterior reparo tecidual. O estudo teve como objetivo demonstrar possível melhora nas cicatrizes atróficas de acne por meio do microagulhamento com a modalidade dermapen. Foram selecionadas seis voluntárias do gênero feminino, com idade entre 20 a 30 anos apresentando cicatrizes atróficas de acne na face. O experimento foi realizado na Clínica Corpo e Essência, localizado na cidade de Lins/SP. Foram realizadas quatro sessões com o intervalo de 21 dias entre elas. Os resultados foram analisados por registro de imagem nas quais se visualizou uma discreta melhora na aparência das cicatrizes atróficas de acne, além de benefícios como, redução de ósteos dilatados, aumento da luminosidade e uniformização da pele. Palavras-chave: Acne. Cicatrizes atróficas. Microagulhamento.
ABSTRACT
The scars caused by acne cause an aesthetic discomfort to the majority of
women, driving them to seek for treatments that soften the aspect of such conditions. Among the treatment methods is microneedling, a techinique that consist on producing tiny holes on the skin with the target of generating an inflammatory process for an afterward tissue repair. The study had the objective of showing possible improving on the atrophic acne scars through microneedling using the dermapen device. Six female volunteers, with ages between 20 and 30 years old were selected for the study. They all presented atrophic acne scars. The experiment was held at Clinica Corpo e Essência, located in Lins/SP. Four sections were performed with a 21 day break between each section. The results were analyzed by image recording in which a discreet improvement in the appearance of atrophic acne scars was observed, besides benefits such as reduction of dilated osteoses, increase of luminosity and uniformity of the skin.
Key words: Acne. Atrophic scars. Microneedling.
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INTRODUÇÃO
O presente estudo tem como escopo o uso do microagulhamento nas
cicatrizes atróficas de acne, sendo uma técnica moderna em opção de tratamento,
mostrando significante efeito na indução de colágeno, redução de rugas, cicatrizes,
pigmentação, melhorando a aparência, textura e luminosidade da pele.
É de conhecimento geral que o processo de cicatrização do ser humano
ocorre de acordo com as seguintes etapas: hemostasia, inflamação e reparação do
tecido lesionado (KEDE; SABATOVICH, 2009 apud LIMA; SOUZA, 2015).
Trata-se de uma pesquisa experimental, com abordagem qualitativa, que teve
como objetivo verificar os efeitos do microagulhamento por meio da dermapen no
reparo nas cicatrizes atróficas de acne. Como hipótese aventou-se a promoção do
reparo tecidual pelo incremento a síntese de colágeno e elastina, reorganizando as
fibras internas e consequentemente harmonizando o aspecto das cicatrizes. O
experimento foi realizado com seis voluntárias do sexo feminino, com faixa etária
entre 20 a 30 anos, recrutadas por meio de redes sociais, apresentando cicatrizes
atróficas de acne em pele íntegra. Foram realizadas quatro sessões com intervalo
de 21 dias.
1 ACNE
A acne é uma afecção dermatológica que atinge as unidades pilos sebáceas
de algumas áreas do corpo, sendo bastante frequente entre os 80% dos
adolescentes (MANFRINATO, 2009 apud SUDO, 2014).
Esta afecção é a mais comum das doenças crônicas do folículo pilos sebáceo
da pele humana, causada por múltiplos fatores e que leva ao aparecimento de vários
tipos de lesões. No entanto, Ribeiro (2010 apud SUDO, 2014) sugere que apenas 10
a 20% dos portadores de acne precisam de tratamento medicamentoso, podendo
ser por via oral e/ou tópica.
Segundo Souza (2005 apud SUDO, 2014), a acne torna-se muitas vezes
difícil de diagnosticar o que realmente ocasionou seu surgimento, afetando
normalmente áreas como, face, tórax e dorso.
A acne pode ser classificada em 4 graus conforme explicitado no quadro a
seguir:
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Quadro I - Grau de acne
1) Acne grau I: (Acne comedogênica - não inflamatória) apresenta pele oleosa, comedões abertos e fechados;
2) Acne grau II: (Acne pápulo-pustulosa inflamatória) apresenta pele oleosa, comedões abertos e fechados, pápulas, pústulas, nódulos e cistos;
3) Acne grau III: (Acne nódulo-cística inflamatória) apresenta pele oleosa, comedões abertos e fechados;
4) Acne grau IV: (Acne fulminante) forma infecciosa e sistêmica da acne, de causa desconhecida e inicio abrupto, que acomete predominantemente o sexo masculino. Apesar de rara, é devastadora e grave. A etiologia da acne fulminante não é a mesma da acne vulgar, ou seja, não ocorre com o mesmo processo de obstrução do folículo pilossebáceo, hipersecreção e fatores hormonais. Em alguns casos o indivíduo acometido possui pápulas, pústulas e nódulos que evoluem para úlceras. Pode também haver dores nas articulações e febre. O tratamento é exclusivo por médicos.
Fonte: (GOMES, 2006 apud SUDO, 2014)
1.1 Cicatriz Atrófica de Acne
As cicatrizes atróficas são depressões dérmicas mais comumente provocadas
por destruição do colágeno durante doenças cutâneas de caráter inflamatório, como
acne nódulo-cística ou varicela, ou após traumas, queimaduras e cirurgias. São
cicatrizes de difícil tratamento, geralmente abordadas cirurgicamente. Entretanto,
tratamentos menos invasivos têm sido utilizados com relativo sucesso (PARK, 2011
apud CACHAFEIRO, 2015).
A atrofia pode afetar a epiderme, a derme e o subcutâneo. As lesões inflamatórias da acne maturam através das fases da cicatrização, desde a inicial, inflamação e formação de tecido de granulação até a subsequente fibroplasia, neovascularização, contratura da ferida e remodelação tecidual. As lesões de acne se iniciam geralmente bem abaixo da epiderme, o que leva a uma cicatrização que envolve preferencialmente estruturas mais profundas. (GOODMAN, 2000 apud KELLER, 2006).
Como as cicatrizes maturam, sua contração promove nas camadas
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superficiais uma aparência denteada. A atividade enzimática e mediadores da
inflamação também provocam a destruição dessas estruturas profundas, o que leva
à perda de substância, contribuindo para a gravidade da atrofia cicatricial
(GOODMAN, 2000 apud CACHAFEIRO, 2015).
1.1.1 Tipo de acne que causa cicatriz
As cicatrizes são resultados da acne inflamatória e estão associadas a um
aumento ou perda de colágeno, apresentando características diversas podendo ser
atróficas (associada à perda tecidual), hipertróficas ou queloideanas com inchaço
bem delimitado, de forma irregular, de cor rosa a vermelho escuro (CÔRTES,
2009).
A acne vulgar é uma das doenças de pele mais comuns. Após o término da
fase inflamatória ativa, grande parte dos pacientes apresenta cicatrizes atróficas.
As cicatrizes de acne são um problema estético e psicológico (KALIL, 2015).
1.1.2 Malefícios da acne
Com a maior perspectiva de vida, o homem tem se preocupado com o bem
estar da saúde e qualidade de vida, e a estética tem se tornado um fator primordial
para autoestima. Em tempos contemporâneos a saúde da pele tem alcançado uma
maior atenção e cuidado (FONSECA, 2016).
De acordo com o autor supracitado, a acne é um vilão à saúde do homem
desde sempre, causando transtorno a alguns indivíduos que têm maior
predisposição à doença, proporcionando dores, deformações na pele, aparência
desagradável e outras consequências negativas, que muitas vezes interfere até na
saúde psicossocial. Neste sentido, é importante compreender como a doença se
desenvolve, qual a pele com maior predisposição e como tratá-las de forma que
amenize o mal estar da pessoa.
2 MICROAGULHAMENTO
O microagulhamento é um tratamento em que são usadas diversas agulhas
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esterilizadas e de aço cirúrgico, que podem inclusive estar dispostas em um rolo,
para facilitar sua aplicação. Esse rolo é aplicado na pele, provocando pequenas
micropunturas, que aumentam a vasodilatação, induz à formação de colágeno
garantindo a renovação da pele, sendo possível preencher cicatrizes, marcas de
acne, além de reorganizar as fibras internas, deixando a pele mais firme e com mais
vitalidade, aumentando a absorção de alguns medicamentos direto na pele, o
chamado drug delivery (AYRES, s.d.; FERREIRA, s.d. apud TORQUATO, 2014).
Segundo Ayres (2016) é importante que o equipamento possua registro na
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), certificação que garante a
qualidade do produto em relação ao aço utilizado, número de agulhas, comprimento
e diâmetro das agulhas e a esterilização do mesmo, evitando assim contaminações
e complicações.
2.1 Técnicas de microagulhamento – Roller
Segundo Borges e Scorza (2016), o roller ou dermaroller é normalmente
constituído de um pequeno cilindro-rolo arquitetado com uma quantidade de finas
agulhas que, dependendo do tipo de finalidade de uso, pode variar de 190 a 1080
agulhas de 0,20mm e 3mm de comprimento e vão de 0,1mm a 0,12mm de diâmetro
no ponto máximo de penetração.
A escolha do tamanho ideal, seja das agulhas ou largura do roller, dependerá
do objetivo do tratamento e tamanho da área a tratar. Portanto, antes da escolha do
roller deve-se realizar uma avaliação criteriosa do cliente para determinar o tipo e a
profundidade da lesão, assim como o tamanho da área-alvo, para, dessa maneira,
fazer uso do melhor equipamento.
2.2 Canetas de microagulhamento
No mercado atual, existem aparelhos em forma de caneta para realização do
microagulhamento. Essas canetas podem ser manuais ou elétricas, e suas agulhas
são descartáveis. O equipamento elétrico também chamado de dispositivo elétrico
de microagulhamento, permite a regulagem do tamanho das agulhas entre 0,25mm
a 2mm de acordo com a profundidade da disfunção estética. A quantidade de
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agulhas pode variar nos refis (2, 3, 7, 12 ou 36 agulhas), trabalhando com um
número maior de agulhas é o mais indicado para que se obtenha um trauma mais
homogêneo (BORGES; SCORZA, 2016).
A caneta manual é utilizada com movimentos ascendentes e descendentes
sobre a pele, perfurando-a repetidas vezes. Já a caneta elétrica é utilizada
deslizando-a sobre a área-alvo, passando-a várias vezes sobre o mesmo local, com
movimentos circulares ou retilíneos, até se obter um aspecto de lesão desejado,
sem necessidade de pressioná-la sobre a pele (CANETA DERMAPEN, s.d.;
FERNANDES, 2008 apud EVANGELISTA, 2013).
Quanto à eficácia do roller em comparação com a caneta, os fabricantes
atestam que a caneta elétrica é uma evolução do roller para a prática do
microagulhamento, com a promessa de maior praticidade durante o procedimento
(BORGES; SCORZA, 2016).
Segundo Arora e Gupta (apud BORGES; SCORZA, 2016), algumas
vantagens do uso da caneta elétrica para o microagulhamento:
a) é fácil de usar pelo fato de o sistema automático de movimento
perpendicular da agulha sobre a pele proporcionar uma penetração com a
profundidade necessária;
b) mais conveniente para o tratamento de áreas estreitas como nariz, ao redor
dos olhos ou boca, sem danificar a pele adjacente. Com o diâmetro total da
“cabeça-guia” de agulhas é cerca de 10 milímetros, permite tratar a área-
alvo em qualquer direção;
c) pelo fato de o comprimento da agulha ser regulável em altura, permite,
numa mesma sessão, tratar diferentes áreas do rosto com maior eficiência
e menor risco de lesão;
d) é econômica, pois não há necessidade de se comprar um novo
equipamento a cada tratamento, bastando apenas substituir o refil de
agulhas, que tem baixo custo.
2.3 Benefícios gerais do microagulhamento
Indicada para melhoria da flacidez da pele facial e corporal, estrias, cicatrizes
atróficas, cirurgia e queimaduras, e também para queda de cabelo. Tem vantagem
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de ser procedimento feito no consultório, custo baixo, bem tolerado, com período
curto de recuperação e sem dor. A expectativa é de melhora após primeira sessão
(um mês após) (VIANA, 2016).
2.4 Indicações e Contra Indicações
2.4.1 Indicações
Segundo Ayres (2016), o microagulhamento promove a restauração da lesão
e reorganizando as fibras internas e assim:
a) reduzindo rugas;
b) atenuando cicatrizes de acne, linhas de expressão, manchas e estrias;
c) rejuvenescendo a pele;
d) melhorando a textura;
e) facilitando a penetração e potencialização dos ativos na região.
De acordo com autor acima, o microagulhamento pode ser feito em qualquer
lugar do corpo, como rosto, colo, pescoço, mãos, braços, seios, coxas, abdômen e
couro cabeludo.
2.4.2 Contra Indicações
Segundo Borges e Scorza (2016), o tratamento embora pareça simples e
fácil, devemos respeitar a anatomia da pele, garantir a esterilidade e conhecer o
manuseio do instrumento, pois, por ser um tratamento invasivo, podemos incorrer
em lesões e infecções de pele.
Entre as principais contra indicações, estão:
a) feridas abertas: podendo haver agravamento do quadro;
b) pele queimada/bronzeada de sol: pode haver hipersensibilidade, e há risco
de hipercromia em virtude do aumento da melanogênese;
c) herpes e acne ativas: podendo haver aumento da lesão em virtude da
disseminação do agente causador;
d) qualquer infecção ou inflamação aguda da pele: sensibilidade aumentada
da pele lesionada;
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e) histórico de má cicatrização de feridas/diabetes: efeitos de má cicatrização
da lesão;
f) doenças do colágeno (Síndrome de Cushing): pode haver geração de
colágeno de má qualidade ou deficiente;
g) áreas com neoplasia;
h) alergia (a metal, a cosmético);
i) uso de anticoagulantes: pois há riscos de sangramento ininterrupto;
j) gravidez: sem o uso de cosmético/medicamentos é seguro, mas, quando
houver necessidade de se usar produtos químicos, a escolha da
substancia a ser utilizada deve ser feita com muito critério;
k) uso de roacutan (isotretinoina): a recuperação da perfuração na pele pode
gerar cicatrizes hipertróficas e ocasionar “deformações” na pele;
l) uso de capacetes: pois gera atrito no local; e
m) evitar contato com qualquer tipo de animal doméstico após o
procedimento, pois pode causar alergia.
2.5 Efeitos fisiológicos
Os efeitos fisiológicos decorrentes da aplicação do roller são responsáveis
pela resposta obtida após o tratamento. São eles: estímulo à produção de colágeno;
melhora da qualidade da epiderme e derme; e angiogênese. (BORGES; SCORZA,
2016).
2.6 Efeitos Adversos
As causas de complicações ou efeitos indesejáveis do microagulhamento
podem variar da escolha do tipo de equipamento, à execução inadequada do
procedimento, como, por exemplo: velocidade ou ritmo inapropriado para execução
da técnica, pressão exagerada, reutilização de agulhas, uso de cosméticos ou outras
substâncias com potencial alergênico, intervalo pequeno entre as sessões, e
associação de forma incorreta com outros recursos terapêuticos (NEGRÃO apud
BORGES; SCORZA, 2016).
Segundo Borges e Scorza (2016) alguns efeitos adversos que podem ser
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observados no tratamento do microagulhamento:
a) sangramento durante a sessão: dependendo do tamanho da agulha e da
pressão exercida, pode ocorrer sangramento, que cessa logo após o
término do procedimento;
b) hiperemia acentuada/vermelhidão;
c) dor no local de tratamento: principalmente com uso de agulhas acima de
1mm de comprimento;
d) descamação intensa: ocorre a partir do segundo dia após o
microagulhamento;
e) edema;
f) marcas de “arranhões” ou “queimadura” mecânica: podem acontecer com o
roller seja passado de forma inadequada ou uma pressão excessiva ao
ponto do cilindro atritar de forma intensa na pele;
g) hipercromia inflamatória: em caso de exposição solar, principalmente em
peles de fototipos altos.
3 METODOLOGIA E EXPERIMENTO
3.1 Desenho de Estudo
Foi realizada uma pesquisa experimental de caráter qualitativo a fim de
demonstrar que, por ser uma técnica que estimula a síntese de colágeno, o
microagulhamento por meio da Dermapen, para cicatrizes de acne se torna mais
eficaz. O projeto de pesquisa foi submetido à Plataforma Brasil do Ministério da
Saúde e aprovado pelo Comitê de Ética no Unisalesiano, parecer nº 1.592.535 em
15/06/2016.
3.2 Critérios de inclusão e exclusão
Como critérios de inclusão, foram eleitas voluntárias do gênero feminino com
cicatrizes atróficas em pele íntegra, idade entre 20 e 30 anos. Excluíram-se da
pesquisa pele não íntegra, mulheres com tendência à disfunção cicatricial, diabético
descompensado, hipertensão descompensada, usa de corticoides, anti-histamínicos,
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esteroides, anti-inflamatórios, o uso de isotretinoína, lesão na região a ser tratada,
menores de 20 anos e maiores de 30 anos e gênero masculino.
3.3 Procedimento Experimental
A pesquisa foi realizada na Clínica Corpo & Essência situada na cidade de
Lins-SP, um ambiente tranquilo, climatizado, higienizado e iluminado.
Para a realização do experimento foram recrutadas seis voluntárias através
de redes sociais e contatos próximos, alocadas em um único grupo.
Previamente ao início do experimento as voluntárias foram esclarecidas sobre
o objetivo e metodologia da pesquisa, bem como sobre os riscos e benefícios.
Foram submetidas a uma anamnese facial segundo Gobbo (2010) seguida de coleta
de imagens. Todas assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, bem
como o Termo de Autorização de Uso de Imagem. Foram orientadas sobre a não
exposição solar e a não utilização de cosméticos na região tratada nas 24 horas
subsequentes a aplicação.
De acordo com Negrão (2015), não é indicada a utilização de filtro solar após
o microagulhamento, por causa das micropunturas na pele, e o agente fotoprotetor
deve permanecer em sua superfície e não penetrar nela.
Cada voluntária foi submetida à aplicação do anestésico Emla EMS 50 mg/g,
ocluído com papel filme, retirado com água após 30 minutos, sendo realizada a
higienização facial com sabonete em gel com ácido glicólico a 10%; em seguida,
aplicou-se a Dermapen da marca My M contendo um cartucho com 36 agulhas
estéril com 2,0 mm de espessura, com movimentos circulares ascendentes,
descendentes e diagonais até observar hiperemia, petéquias e pontos de
sangramento. Para cada voluntária foi utilizado um cartucho de agulha por sessão,
totalizando 24 cartuchos no experimento.
O experimento compreendeu o período de junho a setembro de 2016 sendo
que cada voluntária recebeu quatro aplicações de microagulhamento com intervalo
de 21 dias entre as sessões, e o mesmo intervalo entre a última sessão e os
registros fotográficos finais.
Ao final do experimento foi feito a coleta de satisfação por meio de
questionário.
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4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Figura 1 - Voluntária 1
Fonte: elaborado pelas autoras, 2016
Figura 2 - Voluntária 2
Fonte: elaborado pelas autoras, 2016
Figura 3 - Voluntária 3
Fonte: elaborado pelas autoras, 2016
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Figura 4 - Voluntária 4
Fonte: elaborado pelas autoras, 2016
Figura 5 - Voluntária 5
Fonte: elaborado pelas autoras, 2016
Em geral observou-se discreta melhora visual nas cicatrizes atróficas de acne,
redução de ósteos dilatados, aumento da luminosidade e melhora na textura da
pele. Na voluntária 4 observou-se também redução das rugas glabelares. Acredita-
se que tal resultado ocorreu por não haver associação com ativos e pelo tempo
reduzido de tratamento corroborando com os achados de Lima e Souza (2015) que
afirmam que o microagulhamento combinado a ativos cosméticos pode potencializar
os resultados desejados, uma vez que os microcanais facilitam a absorção do ativo,
aumentando a penetração de moléculas maiores em até 80%.
Após pesquisa de satisfação todas as voluntárias relataram alacridade com o
resultado e recomendariam o tratamento.
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5 DISCUSSÃO
A acne é uma enfermidade genético-hormonal, de localização pilossebácea,
distinta pela formação de comedões, pápulas e cistos. Quando há inflamação mais
intensa, formam-se pústulas e abscessos que regridem em geral deixando
cicatrizes. Estas podem envolver mudança na textura da derme superficial e
profunda (FABBROCINI et al., 2008; RIBAS; OLIVEIRA, 2008 apud MATOS, 2014).
As cicatrizes atróficas em geral são causadas por perda de colágeno após
processo inflamatório da acne (VASCONCELOS, 2016).
O microagulhamento é um tratamento estético não ablativo, realiza múltiplas
perfurações na epiderme sem destruí-la, promovendo estimulação de colágeno e
espessamento da pele. Tais perfurações criam uma zona confluente de lesão
superficial, iniciando o processo normal de cura de feridas com liberação de fatores
de crescimento (BERGMANN; BERGMANN, 2015).
Ainda versando sobre esse contexto, Vasconcelos (2016) revela que o
microagulhamento é um procedimento seguro, que pode ser executado em
consultório sem complicações, com bom custo/benefício por ser economicamente
viável, sem o afastamento do paciente de suas atividades diárias.
Geralmente não causa descamação, facilita a permeação de ativos
cosméticos estimulando a regeneração das cicatrizes, o tempo de cicatrização é
mais curto, os riscos de efeitos colaterais são menores e não possui restrição de
fototipo (MATOS, 2014)
O uso de agulhas com o objetivo de indução á formação de colágeno, teve
seus primeiros relatos em 1995 por Orentreich e Orentreich, quando descreveram o
método denominado de subcisão para o tratamento de cicatrizes. Em 1997,
Camirand e Doucet relataram regeneração tecidual por meio da utilização da pistola
de tatuagem sem pigmento, que através da ruptura e remoção do colágeno
subepidérmico danificado, ocasionou substituição por novas fibras de colágeno e
elastina. Com base nestes princípios, Fernandes desenvolveu em 2006 a terapia de
indução percutânea de colágeno (CAMIRAND, DOUCET, 1997; FABBROCINI et al.,
2008 apud MATOS, 2014).
A partir da lesão ocasionada pelas agulhas, inicia-se um processo inflamatório
de cicatrização que possui três fases: injúria, cicatrização e maturação. Na fase de
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injúria, ocorre liberação de fatores de crescimento com ação sobre os queratinócitos
e os fibroblastos. Na fase de cicatrização, ocorre angiogênese, epitelização e
proliferação de fibroblastos, com produção de colágeno tipo III, elastina,
glicosaminoglicanos e proteoglicanos.
Aproximadamente cinco dias após a injúria, a matriz de fibronectina está
formada, possibilitando o depósito de colágeno abaixo da camada basal da
epiderme. Na fase de maturação, o colágeno tipo III que é predominante na fase
inicial do processo de cicatrização, vai sendo gradativamente substituído pelo
colágeno tipo I, mais duradouro, persistindo por prazo que varia de cinco a sete
anos. Devido a esta lesão e sua consequente resposta, estima-se que o
microagulhamento é eficaz no tratamento estético das cicatrizes de acne
(FABBROCINI et al., 2008; LIMA, EVA; LIMA, MA; TAKANO, 2013 apud MATOS,
2014).
Baseando-se nos estudos de Matos (2014), a resposta do processo
inflamatório desencadeado pelo microagulhamento, mostrou-se pertinente seu uso
em cicatrizes de acne, bem como em estrias, flacidez, rugas e linhas de expressão.
As agulhas acima de 1,5mm atingem a derme e desencadeiam com o
sangramento, estímulo inflamatório que resulta na produção de colágeno
(FERNANDES, 2006 apud BERGMANN; BERGMANN, 2015).
O tratamento de cicatriz atrófica de acne promove discreto efeito nas
cicatrizes de acne e a melhora geral da textura da pele (KALIL, 2015).
As afirmações dos autores supracitados corroboram com o resultado deste
experimento em que se pôde observar além de efeito moderado sobre o reparo das
cicatrizes atróficas de acne, harmonização da pele com redução dos ósteos
dilatados, aumento da luminosidade e turgor tecidual.
Como fator limitante houve o número reduzido de voluntárias e desistência de
uma delas logo após a 3ª sessão, impedindo assim o término do tratamento.
CONCLUSÃO
Conclui-se que com o microagulhamento na modalidade dermapen em
cicatrizes atróficas de acne obteve-se um resultado moderado. Sugere-se para
melhores resultados um número maior de sessões independentemente da
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associação ou não a ativos. Vale ressaltar que quando associado há uma maior
probabilidade de eficácia no resultado.
Considera-se finalmente a importância de um maior número de pesquisas
sobre o tema, bem como de forma mais ampla, e desta forma sedimentar maior
conhecimento dos efeitos e possibilidades de tratamentos com o microagulhamento.
REFERÊNCIAS
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