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A Comunicaccedilatildeo na Sociedade daInformaccedilatildeo

Marcelo Mendonccedila Teixeiralowast

IacutendiceIntroduccedilatildeo 21 Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte 32 Os Tipos de Comunicaccedilatildeo 821 A Imprensa 1122 O Cinema 1323 O Telefone 1524 O Raacutedio 1725 A Televisatildeo 193 As Novas Miacutedias 22Conclusotildees 25Agradecimentos 26Referecircncias 26

Resumo

Um dos aspectos mais notaacuteveis observados na sociedade da infor-maccedilatildeo eacute a convergecircncia tecnoloacutegica dos meios de comunicaccedilatildeo de mas-sa atraveacutes de um longo processo de adaptaccedilatildeo de seus recursos co-municativos agraves mudanccedilas evolutivas Logo as novas miacutedias tornam-se (pluralmente) uma extensatildeo das miacutedias tradicionais possibilitando

lowastDoutorando em Ciecircncias da Educaccedilatildeo (Aacuterea de Especializaccedilatildeo em TecnologiaEducativa) no Instituto de Educaccedilatildeo da Universidade do Minho Texto financiado pelaFundaccedilatildeo Nacional para a Ciecircncia e a Tecnologia e co-financiado pelo Fundo Europeue pelo Programa Operacional Potencial HumanoPOPH marcelouminhoptgmailcom

2 Marcelo Mendonccedila Teixeira

ao puacuteblico o acesso as informaccedilotildees numa grande variedade de dispos-itivos digitais Contudo o que distingue ambos os formatos eacute primor-dialmente a digitalizaccedilatildeo de conteuacutedos em bits Comenta-se ainda aflexibilidade de horaacuterios o custo reduzido e a democratizaccedilatildeo no pro-cesso de produccedilatildeo ediccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das informaccedilotildees em temporeal Outra seja a passagem de um modelo unidirecional para ummodelo multidirecional de comunicaccedilatildeo que estimula efetivamentea troca colaborativa de mensagens O socioacutelogo Marco Silva reconheceque eacute uma nova relaccedilatildeo entre a emissatildeo-mensagem-recepccedilatildeo diferentedaquela que caracteriza o modelo unidirecional proacuteprio dos meios decomunicaccedilatildeo de massa baseados exclusivamente na transmissatildeo deinformaccedilotildees Sob uma perspectiva empiacuterico-descritiva abordaremosno presente trabalho questotildees conceituais inerentes ao processo comu-nicativo humano a evoluccedilatildeo dos meios de comunicaccedilotildees enquanto in-terfaces mediadoras da comunicaccedilatildeo e a convergecircncia midiaacutetica para ouniverso virtual considerando ainda as transformaccedilotildees na cultura dacomunicaccedilatildeo de massas

Palavras-Chave Comunicaccedilatildeo Processo Comunicativo Meios deComunicaccedilatildeo Convergecircncia Tecnoloacutegica Novas Miacutedias

Introduccedilatildeo

O seacuteculo XX seraacute o seacuteculo das revoluccedilotildees previram Karl HeinrichMarx e Friedrich Engels e duas aacutereas do conhecimento concreti-

zaram o pensamento dos teoacutericos contribuindo decisivamente para arevoluccedilatildeo comunicativa e educacional da humanidade ndash as telecomuni-caccedilotildees e a informaacutetica Apoacutes o Governo Norte Americano ter criado aldquoAdvanced Research and Projects Agencyrdquo (Agecircncia de Pesquisas emProjetos Avanccedilados) em 1958 a ideia da comunicaccedilatildeo em rede surgeem Marccedilo de 1960 no artigo do Cientista Joseph Carl Robnett LickliderldquoMan-Computer Symbiosisrdquo (Simbioses Homem-Computador) publi-cado na revista Transactions on Human Factors in Electronics Na deacute-cada seguinte Vinton Cerf cunha o termo ldquoInternetrdquo (sistema global deredes interligadas de computadores) oferecendo a sociedade uma vastagama de recursos e serviccedilos Com a informatizaccedilatildeo generalizada dasmiacutedias de massa e perda de audiecircncia para as novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo muitas passaram a optar pela extensatildeo dos

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A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 3

poacutelos de emissatildeo ou pela extinccedilatildeo das estruturas fiacutesicas e migraccedilatildeo parao universo virtual Os benefiacutecios da convergecircncia vieram em seguidaampliando-se a oferta de gecircneros e serviccedilos reduzindo custos e pas-sando a interagir em outras aacutereas do conhecimento aleacutem do entreteni-mento do jornalismo e da publicidade Os meios de comunicaccedilatildeo demassa foram reformulados e redefinidos e as novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo passaram a ser utilizadas em todos os camposdo saber Eacute neste contexto que se estabelece uma pluralidade de con-vergecircncias ndash da comunicaccedilatildeo humana a comunicaccedilatildeo em rede Aquiapresentamos uma investigaccedilatildeo empiacuterico-descritiva para conhecermosa extensatildeo desta problemaacutetica

1 Comunicaccedilatildeo O Estado da ArteFazemos referecircncia aos meios de comunicaccedilatildeo de massa como instru-mentos que intermediam o processo comunicacional mas regularmenteconfundimos com o canal de comunicaccedilatildeo Etimologicamente a pala-vra ldquoComunicaccedilatildeordquo tem origem no Latim ldquoCommunicatiordquo que sig-nifica ldquoaccedilatildeo de tornar algo comum a muitosrdquo (POYARES 1970) Acomunicaccedilatildeo ocorre quando o emissor traduz a sua ideia para uma lin-guagem ou coacutedigo que possa ser compreendido pelo receptor JeanCloutier autor que destaca o papel do ser comunicante enquanto ldquoE-MERECrdquo atesta que o homem possui duas caracteriacutesticas distintas (o deemissor e receptor) num processo natildeo linear e nem estaacutetico encontran-do-se este em movimento e variando conforme as diferentes formas decomunicaccedilatildeo Como forma de ampliar o conceito e determinar asserti-vamente as fases da comunicaccedilatildeo humana muitos estudiosos tecircm for-mulado teorias1 e modelos de representaccedilatildeo graacutefica O esquema pro-posto pelos norte-americanos Claude Elwood Shannon e Weaver War-ren (conhecido como mother of all models) tornou-se o escopo da in-vestigaccedilatildeo epistemoloacutegica no campo das Ciecircncia Sociais

1Teoria dos Efeitos Ilimitados ou Teoria Hipodeacutermica ndash Modelo de Lasswell -Teoria da Persuasatildeo ndash Teoria Funcionalista ndash Teoria Empiacuterica de Campo ndash TeoriaCriacutetica ndash Teoria Cultoroloacutegica ndash Teoria do Agendamento

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4 Marcelo Mendonccedila Teixeira

Figura 1 Teoria Matemaacutetica da Comunicaccedilatildeo ou Teoria daInformaccedilatildeo

Fonte httpcmbell-labscomcmmswhatshannondayshannon1948pdf

O canal de comunicaccedilatildeo refere-se ao meio onde a mensagem eacutetransmitida (do emissor ao receptor) caracterizando-se em trecircs aspec-tos Visual ndash Auditivo ndash Cinesteacutesico Neste sentido o processo decomunicaccedilatildeo decorre da seguinte estrutura O coacutedigo eacute um sistemade significados comuns aos membros de uma cultura ou subcultura Oresultado dessa codificaccedilatildeo eacute a mensagem seja ela verbal ou natildeo ver-bal onde qualquer acontecimento comportamento ou objeto pode serpercepcionado a qual pode ser emitida eou interpretada independente-mente da vontade A linguagem engloba os diferentes sinais corporaise quando fala do sistema ldquonatildeo verbalrdquo aponta os seguintes canais Ex-pressatildeo facial ndash olhar ndash gestos e movimentos posturais ndash contato corpo-ral ndash comportamento espacial ndash e aspectos fiacutesicos Ou seja o coacutedigo eacuteconstituiacutedo por um conjunto de sinais de natureza distinta entre o emis-sor e o receptor da mensagem (CUNHA REGO CUNHA amp CABRAL-CARDOSO 2003)

Ao receber uma mensagem o receptor a descodifica o que consistena traduccedilatildeo dos seus aspectos verbais e natildeo verbais de forma que lheeacute atribuiacuteda um determinado significado (percepccedilatildeo) Esta aparente sim-plicidade eacute todavia permeada por inuacutemeras dificuldades inerentes aossistemas de significaccedilatildeo uma vez que tais significados satildeo muito maiso produto de uma cultura particular do que os significantes (ibidem)

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Desse modo as pessoas diferem em suas maneiras de perceber pensarsentir e agir e essas diferenccedilas individuais influenciam a dinacircmica in-terpessoal a formaccedilatildeo de grupos e a proacutepria cultura das instituiccedilotildees(SILVA 2000) Soares (2006 p1) recorda que as ldquomensagens satildeodocumentos registos e atestados do que efetivamente eacute importante efundamental para a vida em sociedade Natildeo importando qual seja seuconteuacutedo toda mensagem eacute sempre uma prova um testemunho na me-dida em que torna puacuteblico um pensamento traduz e confirma ideiastransformando-as em palavras sons e imagensrdquo

Ainda no processo comunicativo temos ldquoa respostardquo ou ldquofeedbackrdquotambeacutem conhecido como ldquoretroinformaccedilatildeordquo O feedback eacute um ele-mento importante no sistema de informaccedilatildeo e quando se encontra pre-sente no processo de comunicaccedilatildeo eacute nomeado de bilateral pois ocorreem dois sentidos ou seja aleacutem do envio da mensagem original a in-formaccedilatildeo retorna descodificada pelo receptor agrave fonte ou emissor paraque este possa conhecer o resultado de sua mensagem (CHIAVENATO1999) O feedback ajuda a melhorar o desempenho e a comunicaccedilatildeodas pessoas na medida que eacute fundamental para o desenvolvimento dacompetecircncia interpessoal no sentido da comunicaccedilatildeo com o intuito defornecer-lhes uma resposta e constitui-se em um processo de ajuda paramudanccedilas de comportamento (MOSCOVICI 2002)

Por fim as barreiras de comunicaccedilatildeo (ruiacutedos) estatildeo associadas adiferenccedilas de repertoacuterios rede de referecircncias valores conhecimentoshistoacutericos espaciais afetivos cientiacuteficos profissionais presentes emcada indiviacuteduo entre o emissor e o receptor (MOTTA amp CALDAS1997) Os ruiacutedos distraem confundem bloqueiam e interferem direta-mente no processo de comunicaccedilatildeo Como parte integrante do processochegamos as funccedilotildees da linguagem que satildeo recursos utilizados peloemissor ou destinataacuterio (pessoa que fala ou escreve) no momento detransmitir uma mensagem com o intuito de que ela seja compreendidapelo receptor ou destinataacuterio (aquele quem ouve ou lecirc a mensagem) ex-plicam Diniz e Borin (2010) Esses recursos podem ser utilizados comoforma de reforccedilar algum elemento linguiacutestico para que facilite a com-preensatildeo do receptor quando em contato com um determinado efeito(ibidem) A figura seguinte descreve com mais detalhes o processo dacomunicaccedilatildeo humana em oito fases

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Figura 2 As Fases da Comunicaccedilatildeo

Fonte httpsociologyofcommunicationblogspotcombr2008_05_01_archivehtml

O pensador russo Roman Jakobson amplia reformula e determinauma tipologia para as funccedilotildees da linguagem baseado no modelo triaacutedi-co da linguagem do psiquiatra alematildeo Karl Buumlhler As funccedilotildees da lin-guagem de Jakobson tornaram-se um marco na histoacuteria da linguiacutesticae natildeo apenas se limita aos estudos da linguagem Camocardi e Flory(2003) sob a eacutegide da obra ldquoLinguiacutestica e Comunicaccedilatildeordquo detalham es-sas funccedilotildees

bull Funccedilatildeo Emotiva ou Expressiva Ocorre quando haacute ecircnfase no e-missor e na expressatildeo direta de suas emoccedilotildees e atitudes numcontexto subjetivo e pessoal

bull Funccedilatildeo Referencial ou Denotativa Privilegia o contexto e evi-dencia o assunto o objeto os fatos os juiacutezos Eacute a linguagemda comunicaccedilatildeo das descriccedilotildees objetivas das narrativas conven-cionais das dissertaccedilotildees dos ensaios cientiacuteficos entre outros

bull Funccedilatildeo Apelativa ou Conotativa Orientada para o destinataacuterio eacutea funccedilatildeo que busca mobilizar a atenccedilatildeo do receptor produzindoum apelo

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bull Funccedilatildeo Faacutetica Quando a ecircnfase estaacute no canal para conferir suarecepccedilatildeo ou para manter a concexatildeo entre os falantes bem comoprolongar ou interromper a comunicaccedilatildeo temos a funccedilatildeo faacutetica

bull Funccedilatildeo Poeacutetica Dar-se quando a mensagem se volta para os seusproacuteprios constituintes tendo em vista produzir efeito esteacuteticoatraveacutes da ruptura da norma linguiacutestica ou de combinatoacuterias i-novadoras da linguagem

bull Funccedilatildeo Metaliguiacutestica Eacute a funccedilatildeo que visa agrave traduccedilatildeo do coacutedigoou agrave elaboraccedilatildeo do discurso seja ele linguiacutestico (escrito ou oral)ou extralinguiacutestico (muacutesica cinema pintura gestualidade tam-beacutem conhecidos como coacutedigos complexos

Cada um dos seis fatores descritos por Jakobson determina dife-rentes funccedilotildees da linguagem verbal Deste modo temos

Figura 3 Circuito da Comunicaccedilatildeo

Fonte Baseado em Camocardi e Flory (2003)

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Emissores receptores canais sinais e mensagens verbais e natildeo ver-bais simeacutetricas e assimeacutetricas convergentes ou natildeo no ato comunica-tivo fazem parte da comunicaccedilatildeo humana

2 Os Tipos de ComunicaccedilatildeoNa literatura de Straubhaar e LaRose (2004) encontramos uma classifi-caccedilatildeo da comunicaccedilatildeo delimitada em categorias que incluem a comu-nicaccedilatildeo intrapessoal ndash interpessoal ndash pequenos grupos grandes grupose a comunicaccedilatildeo de massa Segundo os autores cada modo de comuni-caccedilatildeo pode envolver ou natildeo o uso dos meios de mecacircnicos ou eletrocircni-cos para a transmissatildeo do fluxo de comunicaccedilatildeo e quando esses meiossatildeo utilizados dizemos que a comunicaccedilatildeo eacute mediada A comunicaccedilatildeointrapessoal eacute aquela que a pessoa tem consigo proacutepria no acircmbito deseu diaacutelogo interior enquanto a comunicaccedilatildeo interpessoal caracteriza-se pela troca de informaccedilotildees entre duas ou mais pessoas durante o atocomunicativo Na sequecircncia a comunicaccedilatildeo em grupos (pequeno ougrande) geralmente se refere a situaccedilotildees nas quais trecircs ou mais pes-soas estatildeo em processo comunicativo Categorizamos a comunicaccedilatildeode massa como ldquoum para muitos ou ponto a multipontordquo ldquoNesse casouma mensagem eacute comunicada de uacutenica fonte para centenas de milharesde receptores com relativamente poucas oportunidades para a audiecircn-cia comunicar-se de volta com a fonterdquo (STRAUBHAAR amp LAROSE2004 p9)

Numa abordagem complementar entendemos os meios de comuni-caccedilatildeo de massa como instrumentos mediadores da transmissatildeo de men-sagens escritas sonoras visuais textuais Meios denota significados esignificantes (o ar e a aacutegua por exemplo satildeo meios) esclarecem Raboye Solervincens (2005) Desse modo um meio de transmissatildeo ou comu-nicaccedilatildeo eacute um agente neutro Podemos observar facilmente que apesarde seu estado aparentemente objetivo a natureza de um meio determinao tipo e a qualidade da informaccedilatildeo que pode passar por ele Ainda queatualmente consideraacutessemos o livro ou a imprensa como meios o termotomou relevacircncia com o surgimento da comunicaccedilatildeo a longa distacircnciamediante desenvolvimento das telecomunicaccedilotildees (ibidem) Massa as-sim como o Meio satildeo difiacutecies de definir por causa de suas variaacuteveisconotaccedilotildees No sentido da comunicaccedilatildeo social tem uma referecircncia

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puacuteblica para todos massificada Santaella (2008) revela que no iniacutecioda deacutecada de 90 com um sentido mais estrito Miacutedia referia-se especifi-camente aos meios de comunicaccedilatildeo de massa especificamente aos quetransmitiam notiacutecias e informaccedilotildees tais como jornais revistas raacutedio etelevisatildeo bem como os meios de que a publicidade se serve (de out-doors a mensagens publicitaacuterias)

Sabemos atraveacutes dos teoacutericos da comunicaccedilatildeo como Dennis Mac-quail Henry Jenkins Jesus Martiacuten-Barbero Juumlrgen Habermas MashallMacluhan Robert Wiener Stuart Hall entre outros que as evoluccedilotildeestecnoloacutegicas modificaram para sempre um consenso acadecircmico uniacutes-sono sobre o conceito de meios de comunicaccedilatildeo mas hoje muitos ques-tionam a validade da web tv raacutedio web ou jornal online como meiosde comunicaccedilatildeo de massa Sobre esse contexto vagamente recordamosque na histoacuteria da humanidade a evoluccedilatildeo das miacutedias ocorreu de formaisolada (caso a caso) e o desenvolvimento de uma era responsaacutevel di-reto ou indiretamente pelo desenvolvimento da outra por uma simplesquestatildeo de adaptaccedilatildeo as mudanccedilas tecnoloacutegicas e preferecircncias de umaaudiecircncia aacutevida por novidades

Cronologicamente os principais meios de comunicaccedilatildeo se adap-taram as necessidades de comunicaccedilatildeo das pessoas no conviacutevio socialGritos e gestos foram as primeiras tentativas do homem em estabele-cer contato com o seu semelhante e com os animais Daiacute surgiu apintura rupestre ilustrando nas paredes das cavernas emoccedilotildees senti-mentos e percepccedilotildees de um mundo em descoberta (satildeo os primeirosindiacutecios da comunicaccedilatildeo sonora e simboacutelica) Em seguida a escritapictograacutefica2 tornou-se o principal meio de comunicaccedilatildeo (o pergami-nho3 e o palimpseto foram os principais suportes) ateacute o aparecimentodo Papyrus4 (o precursor do papel)5 que veio a revolucionar a comu-

2Escrita Pictograacutefica Base da escrita cuneiforme eacute a representaccedilatildeo graacutefica dopensamento em hieroacuteglifos atraveacutes de desenhos simboacutelicos Horcades C (2007) Aevoluccedilatildeo da escrita Rio de Janeiro Senac Rio

3Do grego Pergameacutene e do latim Pergamina ou Pergamena eacute a pele do ovino oucaprino preparado para a escrita Recuperado em 29 de Janeiro 2011 de httpwwwdiciocombrpergaminho

4Planta aquaacutetica perene da famiacutelia das ciperaacuteceas cujo nome cientiacutefico eacute CyperusPapyrus serviu de suporte para a escrita Recuperado em 30 de Janeiro 2011 dehttptipografosnetglossariopapirohtml

5Folha ou lacircmina delgada feita de substacircncias de origem vegetal (celulose trapos

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nicaccedilatildeo pela maneira praacutetica e raacutepida de transmitir informaccedilotildees a umgrande contingente de pessoas (a citografia contribuiu para a evoluccedilatildeoda escrita na reproduccedilatildeo de textos e ilustraccedilotildees pela combinaccedilatildeo defotografia e zincografia6) Nesse contexto foi inventado o jornal e a im-prensa baseados na tipografia7 Paralelamente eacute desenvolvido o serviccedilopostal (correios) para o envio de cartas escritas e deacutecadas depois oteleacutegrafo eletromagneacutetico possibilitando a transmissatildeo de mensagensde um ponto a outro em longas distacircncias atraveacutes de correntes eleacutetri-cas O mesmo princiacutepio foi utilizado para a criaccedilatildeo do telefone con-cebido para transmitir sons por meio de sinais eleacutetricos em cabos defio Na sequecircncia vieram o raacutedio o cinema a televisatildeo e o computadoreletrocircnico Atraveacutes do computador a Internet possibilitou a convergecircn-cia das miacutedias para o universo virtual A convergecircncia eacute entendida porCaacutedima (2009 p93) referenciando um paraacutegrafo do ldquoLivro Verde daConvergecircnciardquo8 como ldquoa capacidade de diferentes plataformas de redeservirem de veiacuteculo a serviccedilos essencialmente semelhantes ou a junccedilatildeode dispositivos do consumidor como o telefone a televisatildeo e o com-putador pessoalrdquo integrados em plataformas que tecircm como objetivo aaplicaccedilatildeo comum das tecnologias digitais aos sistemas associados agrave en-trega dos serviccedilos (posteriormente exploraremos o conceito com maisabrangecircncia) Partindo desta loacutegica vejamos como ocorreu o processode convergecircncia de algumas miacutedias que sobreviveram ao desenvolvi-mento tecnoloacutegico ateacute os dias atuais sem seguir uma ordem cronoloacute-gica

palha de arroz etc) na qual se escreve imprime embrulha Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de wwwdiciocombrpapel

6Arte de gravar ou imprimir sobre lacircminas de zinco Recuperado em 30 de Janeiro2011 de httpwwwdiciocombrzincografia

7Do grego typos (forma) e graphein (escrita) eacute a arte e o processo de criaccedilatildeo nacomposiccedilatildeo de um texto no qual se usam formas em relevo Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de httptipografosnethistoriaindexhtml

8Criado pela Uniatildeo Europeia em 1998 o Livro Verde constitui um passo numavia cujo objetivo eacute garantir que os benefiacutecios da convergecircncia contribuam para odesenvolvimento social e econocircmico da Europa Recuperado em 2 de Fevereiro2011 de wwwanacomptstreaminglivroverdepdfcategoryId=18043ampcontentId=26202ampfield=ATTACHED_FILE

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21 A ImprensaHaacute milecircnios que a humanidade exprime suas ideias atraveacutes dos jornaisA ldquoActa Diurnardquo ldquoActa Popidirdquo ou ldquoActa Publicardquo (Diaacuterio de RegistrosPuacuteblicos) foi o primeiro jornal ateacute entatildeo conhecido do mundo pro-duzido por ordem do imperador romano Juacutelio Ceacutesar em 59 aC como intuito de informar a populaccedilatildeo sobre os principais acontecimentosde seu governo e da repuacuteblica Seacuteculos mais tarde em 713 dC apoacutes ainvenccedilatildeo da prensa pelos chineses surge o primeiro jornal escrito a matildeondash o ldquoKaiyuan Za Baordquo no periacuteodo da dinastia Han Em seguida vieramas teacutecnicas de impressatildeo em bloco de madeira (uma das escrituras bu-distas mais antigas conhecidas pela humanidade eacute uma xilogravura chi-nesa ndash o Sutra Diamante em 868 dC) e as teacutecnicas de impressatildeo emargila de Bi Sheng

Com base nesses eventos Johannes Gutenberg inventa a prensa ti-pograacutefica ou prensa de impressatildeo em 1440 inaugurando um novo pe-riacuteodo na histoacuteria dos jornais com palavras impressas Por volta de 1450o entusiasta Gutenberg faz um empreacutestimo com Johann Fust que emcontrapartida exigia um percentual nos lucros da empresa Assim eacutecriada a Faacutebrica de Livros (Das Werk der Buchei) possibilitando a im-pressatildeo da Biacuteblia (tambeacutem conhecida como Biacuteblia de Gutenberg ouBiacuteblia de 42 linhas) em 14559 Para Tosseri (2010) Gutenberg natildeoinventou mas sim reinventou a imprensa no seacuteculo XV

A teacutecnica de imprimir com caracteres moacuteveis eacute na verdade asiaacuteticae muito mais antiga como afirmam inuacutemeros especialistas Tudo come-ccedilou com a criaccedilatildeo do papel obra dos chineses no ano 105 da era cristatildeO novo material abriu caminho para uma produccedilatildeo ainda artesanal deum maior nuacutemero de livros que se tornaram praacuteticos para manuseare muito mais baratos afirma o investigador Em 1500 estima-se que

9ldquoO incunaacutebulo de Gutembergrdquo eacute como ficaram conhecidos os primeiros livrosimpressos atraveacutes tipos moacuteveis de prensas mecacircnicas para a impressatildeo de textos natildeoescritos agrave matildeo esclarece Martins (1957) A partir de 1455 outras importantes obrassurgiram na Europa como o Hypnerotomachia Poliphili em 1499 um dos livros im-pressos no Renascimento mais enigmaacuteticos de que se tem notiacutecia O tiacutetulo numatraduccedilatildeo aproximada do grego significa ldquoA luta amorosa de Poliphilo em um sonhordquoO Hypnerotomachia eacute considerado um dos incunaacutebulos mais belos jaacute produzidosjuntamente com a Biacuteblia de Gutenberg Recuperado em 4 de Fevereiro 2011 dehttpsdiletrasupptuploadspdfsIncunC3A1bulopdf

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milhotildees de livros eram impressos em diferentes partes do mundo a partirda maacutequina de Gutenberg

A primeira revista foi produzida em 1663 ateacute 1668 em Hamburgo(Alemanha) ndash ldquoErbauliche Monaths-Unterredungenrdquo (Edificantes Dis-cussotildees Mensais) pelo teoacutelogo e poeta Johann Rist Inicialmente apublicaccedilatildeo era voltada a questotildees de interesse especiacutefico (teoloacutegicofilosoacutefico) e por isso natildeo atraiacutea atenccedilatildeo do grande puacuteblico Outrasvieram em seguida como a ldquoLe Mercurerdquo (Franccedila ndash 1672) e a ldquoTheAthenian Gazetterdquo (Inglaterra ndash 1690)10

Tambeacutem na Inglaterra surge o primeiro jornal diaacuterio do mundo ndasho Daily Courant (Diaacuterio da Corte) em 1702 com uma paacutegina frontale duas colunas de natureza soacutecio-poliacutetica Apenas em 1840 o papelpassou a ser produzido de resina das aacutervores reduzindo o problema daescassez de material para a sua produccedilatildeo fundamental par o iniacutecio daproduccedilatildeo de textos e da comunicaccedilatildeo impressa (Melo 2005) Naqueletempo o puacuteblico passou a ter mais acesso agraves informaccedilotildees sem tantasmanipulaccedilotildees do Estado e da Igreja com a fundaccedilatildeo de jornais popu-lares de grande circulaccedilatildeo como a Reuters (1851) The Daily Telegraph(1855) Diaacuterio de Noticias da Madeira (1876) Financial Times (1888)The Daily Mirror (1903) e muitos outros

A imprensa do seacuteculo XX foi marcada pelo desenvolvimento dasmaacutequinas de impressatildeo graacutefica e qualidade das imagens (fotografias)principalmente nos periacuteodos entre guerras (1914 a 1918 e de 1939a 1945) Na revoluccedilatildeo digital das deacutecadas de 80 e 90 o computa-dor e a Internet tornaram-se os principais aliados do jornal impressotrazendo dinamismo agraves notiacutecias veiculadas (constante atualizaccedilatildeo dasinformaccedilotildees) reduccedilatildeo de custos operacionais alcance global e par-ticipaccedilatildeo mais ativa do puacuteblico consumidor vindo a culminar na versatildeoonline (Jornal Online ou e-Newsletter) nos primeiros anos do ano 2000

A insatisfaccedilatildeo das pessoas com os meios de comunicaccedilatildeo tradi-cionais o acesso raacutepido aacutegil e flexiacutevel agraves informaccedilotildees a vontade ma-nifestada pelo puacuteblico em participar na realizaccedilatildeo de conteuacutedos dos proacute-prios meios e a independecircncia do espaccedilo e do tempo satildeo alguns pon-tos levantados por Rodrigues (2009) que fazem nos refletir sobre umaatualidade de expansatildeo dos jornais online que hora vivenciamos con-

10Recuperado em 5 de Fevreiro 2011 de httpwwwbritannicacomEBcheckedtopic191080Erbauliche-Monaths-Unterredungen

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tribuindo para o aparecimento de alternativas ao monopoacutelio midiaacuteticodos grandes veiacuteculos Certamente natildeo podemos prever o futuro da im-prensa seja ele a extinccedilatildeo do formato em papel e migraccedilatildeo permanentepara o formato online ou a convivecircncia entre ambos os formatos emregime de complementariedade

Atualmente as campanhas contra a destruiccedilatildeo das florestas e osmovimentos de computaccedilatildeo verde vecircm se intensificando a cada anoe que inevitavelmente iratildeo influenciar na produccedilatildeo dos jornais impres-sos a longo prazo especialmente com a popularizaccedilatildeo e massificaccedilatildeodos tablets e e-books

22 O CinemaDe 1890 a 1895 Louis e Auguste Lumiegravere desenvolveram a arte deregistrar e produzir imagens em movimento a partir da fotografia11 teacutec-nica que ficou mundialmente conhecida como ldquocinemardquo Contudo al-gumas invenccedilotildees contribuiacuteram para o surgimento da ldquoseacutetima arterdquo comoo praxinoscoacutepio12 do francecircs Charles Eacutemile Reynaud e o cinetoscoacutepiode Thomas Edison Por sinal sem o cinetoscoacutepio13 os irmatildeos Lumiegraveredificilmente teriam concebido o cinematoacutegrafo14 Uma vez transfor-mado em um meio de mediatizaccedilatildeo entre um puacuteblico e uma tecnologiado som e da imagem que evolui e que independe de sua contribuiccedilatildeoo cinema se caracteriza como uma teacutecnica de transmissatildeo da espeta-cularizaccedilatildeo de sons e imagens (RUIZ 2003) reconhecido pelo escritorJacques Aumont como ldquoa mais singular das artesrdquo Como a linguagem eacutemonomoacuterfica o discurso eacute contiacutenuo e daacute-se mais realce agrave figura do rea-lizador O tempo de atenccedilatildeo eacute determinado pela intensidade do tempodramaacutetico na sucessatildeo de imagens considera Branco (2011) Em 1895os irmatildeos Lumiegravere realizaram em Paris a primeira exibiccedilatildeo puacuteblica decinema com a peliacutecula - LrsquoArriveacutee drsquoun train en gare de la ciotat ini-

11Teacutecnica de criaccedilatildeo de imagens por meio de exposiccedilatildeo luminosa deriva do gregophos (luz) e graphein (escrever) foi inventada pelos franceses Louis-Jacques Da-guerre e Joseph Niceacutephore Niepce (Fabris 2008)

12Maacutequina que projeta imagens desenhadas a matildeo sobre fitas transparentes (Armes1999)

13Equipamento dotado de um visor para observaccedilatildeo individual e que jaacute utilizavauma peliacutecula fotograacutefica onde as imagens eram impressas (Barboza 2007)

14Equipamento que filmava copiava e projetava imagens (Armes 1999)

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ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

+ consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

Agradecimentos

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  • Introduccedilatildeo
  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
    • A Imprensa
    • O Cinema
    • O Telefone
    • O Raacutedio
    • A Televisatildeo
      • As Novas Miacutedias
      • Conclusotildees
      • Agradecimentos
      • Referecircncias

    2 Marcelo Mendonccedila Teixeira

    ao puacuteblico o acesso as informaccedilotildees numa grande variedade de dispos-itivos digitais Contudo o que distingue ambos os formatos eacute primor-dialmente a digitalizaccedilatildeo de conteuacutedos em bits Comenta-se ainda aflexibilidade de horaacuterios o custo reduzido e a democratizaccedilatildeo no pro-cesso de produccedilatildeo ediccedilatildeo e distribuiccedilatildeo das informaccedilotildees em temporeal Outra seja a passagem de um modelo unidirecional para ummodelo multidirecional de comunicaccedilatildeo que estimula efetivamentea troca colaborativa de mensagens O socioacutelogo Marco Silva reconheceque eacute uma nova relaccedilatildeo entre a emissatildeo-mensagem-recepccedilatildeo diferentedaquela que caracteriza o modelo unidirecional proacuteprio dos meios decomunicaccedilatildeo de massa baseados exclusivamente na transmissatildeo deinformaccedilotildees Sob uma perspectiva empiacuterico-descritiva abordaremosno presente trabalho questotildees conceituais inerentes ao processo comu-nicativo humano a evoluccedilatildeo dos meios de comunicaccedilotildees enquanto in-terfaces mediadoras da comunicaccedilatildeo e a convergecircncia midiaacutetica para ouniverso virtual considerando ainda as transformaccedilotildees na cultura dacomunicaccedilatildeo de massas

    Palavras-Chave Comunicaccedilatildeo Processo Comunicativo Meios deComunicaccedilatildeo Convergecircncia Tecnoloacutegica Novas Miacutedias

    Introduccedilatildeo

    O seacuteculo XX seraacute o seacuteculo das revoluccedilotildees previram Karl HeinrichMarx e Friedrich Engels e duas aacutereas do conhecimento concreti-

    zaram o pensamento dos teoacutericos contribuindo decisivamente para arevoluccedilatildeo comunicativa e educacional da humanidade ndash as telecomuni-caccedilotildees e a informaacutetica Apoacutes o Governo Norte Americano ter criado aldquoAdvanced Research and Projects Agencyrdquo (Agecircncia de Pesquisas emProjetos Avanccedilados) em 1958 a ideia da comunicaccedilatildeo em rede surgeem Marccedilo de 1960 no artigo do Cientista Joseph Carl Robnett LickliderldquoMan-Computer Symbiosisrdquo (Simbioses Homem-Computador) publi-cado na revista Transactions on Human Factors in Electronics Na deacute-cada seguinte Vinton Cerf cunha o termo ldquoInternetrdquo (sistema global deredes interligadas de computadores) oferecendo a sociedade uma vastagama de recursos e serviccedilos Com a informatizaccedilatildeo generalizada dasmiacutedias de massa e perda de audiecircncia para as novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo muitas passaram a optar pela extensatildeo dos

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    poacutelos de emissatildeo ou pela extinccedilatildeo das estruturas fiacutesicas e migraccedilatildeo parao universo virtual Os benefiacutecios da convergecircncia vieram em seguidaampliando-se a oferta de gecircneros e serviccedilos reduzindo custos e pas-sando a interagir em outras aacutereas do conhecimento aleacutem do entreteni-mento do jornalismo e da publicidade Os meios de comunicaccedilatildeo demassa foram reformulados e redefinidos e as novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo passaram a ser utilizadas em todos os camposdo saber Eacute neste contexto que se estabelece uma pluralidade de con-vergecircncias ndash da comunicaccedilatildeo humana a comunicaccedilatildeo em rede Aquiapresentamos uma investigaccedilatildeo empiacuterico-descritiva para conhecermosa extensatildeo desta problemaacutetica

    1 Comunicaccedilatildeo O Estado da ArteFazemos referecircncia aos meios de comunicaccedilatildeo de massa como instru-mentos que intermediam o processo comunicacional mas regularmenteconfundimos com o canal de comunicaccedilatildeo Etimologicamente a pala-vra ldquoComunicaccedilatildeordquo tem origem no Latim ldquoCommunicatiordquo que sig-nifica ldquoaccedilatildeo de tornar algo comum a muitosrdquo (POYARES 1970) Acomunicaccedilatildeo ocorre quando o emissor traduz a sua ideia para uma lin-guagem ou coacutedigo que possa ser compreendido pelo receptor JeanCloutier autor que destaca o papel do ser comunicante enquanto ldquoE-MERECrdquo atesta que o homem possui duas caracteriacutesticas distintas (o deemissor e receptor) num processo natildeo linear e nem estaacutetico encontran-do-se este em movimento e variando conforme as diferentes formas decomunicaccedilatildeo Como forma de ampliar o conceito e determinar asserti-vamente as fases da comunicaccedilatildeo humana muitos estudiosos tecircm for-mulado teorias1 e modelos de representaccedilatildeo graacutefica O esquema pro-posto pelos norte-americanos Claude Elwood Shannon e Weaver War-ren (conhecido como mother of all models) tornou-se o escopo da in-vestigaccedilatildeo epistemoloacutegica no campo das Ciecircncia Sociais

    1Teoria dos Efeitos Ilimitados ou Teoria Hipodeacutermica ndash Modelo de Lasswell -Teoria da Persuasatildeo ndash Teoria Funcionalista ndash Teoria Empiacuterica de Campo ndash TeoriaCriacutetica ndash Teoria Cultoroloacutegica ndash Teoria do Agendamento

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    4 Marcelo Mendonccedila Teixeira

    Figura 1 Teoria Matemaacutetica da Comunicaccedilatildeo ou Teoria daInformaccedilatildeo

    Fonte httpcmbell-labscomcmmswhatshannondayshannon1948pdf

    O canal de comunicaccedilatildeo refere-se ao meio onde a mensagem eacutetransmitida (do emissor ao receptor) caracterizando-se em trecircs aspec-tos Visual ndash Auditivo ndash Cinesteacutesico Neste sentido o processo decomunicaccedilatildeo decorre da seguinte estrutura O coacutedigo eacute um sistemade significados comuns aos membros de uma cultura ou subcultura Oresultado dessa codificaccedilatildeo eacute a mensagem seja ela verbal ou natildeo ver-bal onde qualquer acontecimento comportamento ou objeto pode serpercepcionado a qual pode ser emitida eou interpretada independente-mente da vontade A linguagem engloba os diferentes sinais corporaise quando fala do sistema ldquonatildeo verbalrdquo aponta os seguintes canais Ex-pressatildeo facial ndash olhar ndash gestos e movimentos posturais ndash contato corpo-ral ndash comportamento espacial ndash e aspectos fiacutesicos Ou seja o coacutedigo eacuteconstituiacutedo por um conjunto de sinais de natureza distinta entre o emis-sor e o receptor da mensagem (CUNHA REGO CUNHA amp CABRAL-CARDOSO 2003)

    Ao receber uma mensagem o receptor a descodifica o que consistena traduccedilatildeo dos seus aspectos verbais e natildeo verbais de forma que lheeacute atribuiacuteda um determinado significado (percepccedilatildeo) Esta aparente sim-plicidade eacute todavia permeada por inuacutemeras dificuldades inerentes aossistemas de significaccedilatildeo uma vez que tais significados satildeo muito maiso produto de uma cultura particular do que os significantes (ibidem)

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    Desse modo as pessoas diferem em suas maneiras de perceber pensarsentir e agir e essas diferenccedilas individuais influenciam a dinacircmica in-terpessoal a formaccedilatildeo de grupos e a proacutepria cultura das instituiccedilotildees(SILVA 2000) Soares (2006 p1) recorda que as ldquomensagens satildeodocumentos registos e atestados do que efetivamente eacute importante efundamental para a vida em sociedade Natildeo importando qual seja seuconteuacutedo toda mensagem eacute sempre uma prova um testemunho na me-dida em que torna puacuteblico um pensamento traduz e confirma ideiastransformando-as em palavras sons e imagensrdquo

    Ainda no processo comunicativo temos ldquoa respostardquo ou ldquofeedbackrdquotambeacutem conhecido como ldquoretroinformaccedilatildeordquo O feedback eacute um ele-mento importante no sistema de informaccedilatildeo e quando se encontra pre-sente no processo de comunicaccedilatildeo eacute nomeado de bilateral pois ocorreem dois sentidos ou seja aleacutem do envio da mensagem original a in-formaccedilatildeo retorna descodificada pelo receptor agrave fonte ou emissor paraque este possa conhecer o resultado de sua mensagem (CHIAVENATO1999) O feedback ajuda a melhorar o desempenho e a comunicaccedilatildeodas pessoas na medida que eacute fundamental para o desenvolvimento dacompetecircncia interpessoal no sentido da comunicaccedilatildeo com o intuito defornecer-lhes uma resposta e constitui-se em um processo de ajuda paramudanccedilas de comportamento (MOSCOVICI 2002)

    Por fim as barreiras de comunicaccedilatildeo (ruiacutedos) estatildeo associadas adiferenccedilas de repertoacuterios rede de referecircncias valores conhecimentoshistoacutericos espaciais afetivos cientiacuteficos profissionais presentes emcada indiviacuteduo entre o emissor e o receptor (MOTTA amp CALDAS1997) Os ruiacutedos distraem confundem bloqueiam e interferem direta-mente no processo de comunicaccedilatildeo Como parte integrante do processochegamos as funccedilotildees da linguagem que satildeo recursos utilizados peloemissor ou destinataacuterio (pessoa que fala ou escreve) no momento detransmitir uma mensagem com o intuito de que ela seja compreendidapelo receptor ou destinataacuterio (aquele quem ouve ou lecirc a mensagem) ex-plicam Diniz e Borin (2010) Esses recursos podem ser utilizados comoforma de reforccedilar algum elemento linguiacutestico para que facilite a com-preensatildeo do receptor quando em contato com um determinado efeito(ibidem) A figura seguinte descreve com mais detalhes o processo dacomunicaccedilatildeo humana em oito fases

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    6 Marcelo Mendonccedila Teixeira

    Figura 2 As Fases da Comunicaccedilatildeo

    Fonte httpsociologyofcommunicationblogspotcombr2008_05_01_archivehtml

    O pensador russo Roman Jakobson amplia reformula e determinauma tipologia para as funccedilotildees da linguagem baseado no modelo triaacutedi-co da linguagem do psiquiatra alematildeo Karl Buumlhler As funccedilotildees da lin-guagem de Jakobson tornaram-se um marco na histoacuteria da linguiacutesticae natildeo apenas se limita aos estudos da linguagem Camocardi e Flory(2003) sob a eacutegide da obra ldquoLinguiacutestica e Comunicaccedilatildeordquo detalham es-sas funccedilotildees

    bull Funccedilatildeo Emotiva ou Expressiva Ocorre quando haacute ecircnfase no e-missor e na expressatildeo direta de suas emoccedilotildees e atitudes numcontexto subjetivo e pessoal

    bull Funccedilatildeo Referencial ou Denotativa Privilegia o contexto e evi-dencia o assunto o objeto os fatos os juiacutezos Eacute a linguagemda comunicaccedilatildeo das descriccedilotildees objetivas das narrativas conven-cionais das dissertaccedilotildees dos ensaios cientiacuteficos entre outros

    bull Funccedilatildeo Apelativa ou Conotativa Orientada para o destinataacuterio eacutea funccedilatildeo que busca mobilizar a atenccedilatildeo do receptor produzindoum apelo

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    A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 7

    bull Funccedilatildeo Faacutetica Quando a ecircnfase estaacute no canal para conferir suarecepccedilatildeo ou para manter a concexatildeo entre os falantes bem comoprolongar ou interromper a comunicaccedilatildeo temos a funccedilatildeo faacutetica

    bull Funccedilatildeo Poeacutetica Dar-se quando a mensagem se volta para os seusproacuteprios constituintes tendo em vista produzir efeito esteacuteticoatraveacutes da ruptura da norma linguiacutestica ou de combinatoacuterias i-novadoras da linguagem

    bull Funccedilatildeo Metaliguiacutestica Eacute a funccedilatildeo que visa agrave traduccedilatildeo do coacutedigoou agrave elaboraccedilatildeo do discurso seja ele linguiacutestico (escrito ou oral)ou extralinguiacutestico (muacutesica cinema pintura gestualidade tam-beacutem conhecidos como coacutedigos complexos

    Cada um dos seis fatores descritos por Jakobson determina dife-rentes funccedilotildees da linguagem verbal Deste modo temos

    Figura 3 Circuito da Comunicaccedilatildeo

    Fonte Baseado em Camocardi e Flory (2003)

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    8 Marcelo Mendonccedila Teixeira

    Emissores receptores canais sinais e mensagens verbais e natildeo ver-bais simeacutetricas e assimeacutetricas convergentes ou natildeo no ato comunica-tivo fazem parte da comunicaccedilatildeo humana

    2 Os Tipos de ComunicaccedilatildeoNa literatura de Straubhaar e LaRose (2004) encontramos uma classifi-caccedilatildeo da comunicaccedilatildeo delimitada em categorias que incluem a comu-nicaccedilatildeo intrapessoal ndash interpessoal ndash pequenos grupos grandes grupose a comunicaccedilatildeo de massa Segundo os autores cada modo de comuni-caccedilatildeo pode envolver ou natildeo o uso dos meios de mecacircnicos ou eletrocircni-cos para a transmissatildeo do fluxo de comunicaccedilatildeo e quando esses meiossatildeo utilizados dizemos que a comunicaccedilatildeo eacute mediada A comunicaccedilatildeointrapessoal eacute aquela que a pessoa tem consigo proacutepria no acircmbito deseu diaacutelogo interior enquanto a comunicaccedilatildeo interpessoal caracteriza-se pela troca de informaccedilotildees entre duas ou mais pessoas durante o atocomunicativo Na sequecircncia a comunicaccedilatildeo em grupos (pequeno ougrande) geralmente se refere a situaccedilotildees nas quais trecircs ou mais pes-soas estatildeo em processo comunicativo Categorizamos a comunicaccedilatildeode massa como ldquoum para muitos ou ponto a multipontordquo ldquoNesse casouma mensagem eacute comunicada de uacutenica fonte para centenas de milharesde receptores com relativamente poucas oportunidades para a audiecircn-cia comunicar-se de volta com a fonterdquo (STRAUBHAAR amp LAROSE2004 p9)

    Numa abordagem complementar entendemos os meios de comuni-caccedilatildeo de massa como instrumentos mediadores da transmissatildeo de men-sagens escritas sonoras visuais textuais Meios denota significados esignificantes (o ar e a aacutegua por exemplo satildeo meios) esclarecem Raboye Solervincens (2005) Desse modo um meio de transmissatildeo ou comu-nicaccedilatildeo eacute um agente neutro Podemos observar facilmente que apesarde seu estado aparentemente objetivo a natureza de um meio determinao tipo e a qualidade da informaccedilatildeo que pode passar por ele Ainda queatualmente consideraacutessemos o livro ou a imprensa como meios o termotomou relevacircncia com o surgimento da comunicaccedilatildeo a longa distacircnciamediante desenvolvimento das telecomunicaccedilotildees (ibidem) Massa as-sim como o Meio satildeo difiacutecies de definir por causa de suas variaacuteveisconotaccedilotildees No sentido da comunicaccedilatildeo social tem uma referecircncia

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    puacuteblica para todos massificada Santaella (2008) revela que no iniacutecioda deacutecada de 90 com um sentido mais estrito Miacutedia referia-se especifi-camente aos meios de comunicaccedilatildeo de massa especificamente aos quetransmitiam notiacutecias e informaccedilotildees tais como jornais revistas raacutedio etelevisatildeo bem como os meios de que a publicidade se serve (de out-doors a mensagens publicitaacuterias)

    Sabemos atraveacutes dos teoacutericos da comunicaccedilatildeo como Dennis Mac-quail Henry Jenkins Jesus Martiacuten-Barbero Juumlrgen Habermas MashallMacluhan Robert Wiener Stuart Hall entre outros que as evoluccedilotildeestecnoloacutegicas modificaram para sempre um consenso acadecircmico uniacutes-sono sobre o conceito de meios de comunicaccedilatildeo mas hoje muitos ques-tionam a validade da web tv raacutedio web ou jornal online como meiosde comunicaccedilatildeo de massa Sobre esse contexto vagamente recordamosque na histoacuteria da humanidade a evoluccedilatildeo das miacutedias ocorreu de formaisolada (caso a caso) e o desenvolvimento de uma era responsaacutevel di-reto ou indiretamente pelo desenvolvimento da outra por uma simplesquestatildeo de adaptaccedilatildeo as mudanccedilas tecnoloacutegicas e preferecircncias de umaaudiecircncia aacutevida por novidades

    Cronologicamente os principais meios de comunicaccedilatildeo se adap-taram as necessidades de comunicaccedilatildeo das pessoas no conviacutevio socialGritos e gestos foram as primeiras tentativas do homem em estabele-cer contato com o seu semelhante e com os animais Daiacute surgiu apintura rupestre ilustrando nas paredes das cavernas emoccedilotildees senti-mentos e percepccedilotildees de um mundo em descoberta (satildeo os primeirosindiacutecios da comunicaccedilatildeo sonora e simboacutelica) Em seguida a escritapictograacutefica2 tornou-se o principal meio de comunicaccedilatildeo (o pergami-nho3 e o palimpseto foram os principais suportes) ateacute o aparecimentodo Papyrus4 (o precursor do papel)5 que veio a revolucionar a comu-

    2Escrita Pictograacutefica Base da escrita cuneiforme eacute a representaccedilatildeo graacutefica dopensamento em hieroacuteglifos atraveacutes de desenhos simboacutelicos Horcades C (2007) Aevoluccedilatildeo da escrita Rio de Janeiro Senac Rio

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    5Folha ou lacircmina delgada feita de substacircncias de origem vegetal (celulose trapos

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    nicaccedilatildeo pela maneira praacutetica e raacutepida de transmitir informaccedilotildees a umgrande contingente de pessoas (a citografia contribuiu para a evoluccedilatildeoda escrita na reproduccedilatildeo de textos e ilustraccedilotildees pela combinaccedilatildeo defotografia e zincografia6) Nesse contexto foi inventado o jornal e a im-prensa baseados na tipografia7 Paralelamente eacute desenvolvido o serviccedilopostal (correios) para o envio de cartas escritas e deacutecadas depois oteleacutegrafo eletromagneacutetico possibilitando a transmissatildeo de mensagensde um ponto a outro em longas distacircncias atraveacutes de correntes eleacutetri-cas O mesmo princiacutepio foi utilizado para a criaccedilatildeo do telefone con-cebido para transmitir sons por meio de sinais eleacutetricos em cabos defio Na sequecircncia vieram o raacutedio o cinema a televisatildeo e o computadoreletrocircnico Atraveacutes do computador a Internet possibilitou a convergecircn-cia das miacutedias para o universo virtual A convergecircncia eacute entendida porCaacutedima (2009 p93) referenciando um paraacutegrafo do ldquoLivro Verde daConvergecircnciardquo8 como ldquoa capacidade de diferentes plataformas de redeservirem de veiacuteculo a serviccedilos essencialmente semelhantes ou a junccedilatildeode dispositivos do consumidor como o telefone a televisatildeo e o com-putador pessoalrdquo integrados em plataformas que tecircm como objetivo aaplicaccedilatildeo comum das tecnologias digitais aos sistemas associados agrave en-trega dos serviccedilos (posteriormente exploraremos o conceito com maisabrangecircncia) Partindo desta loacutegica vejamos como ocorreu o processode convergecircncia de algumas miacutedias que sobreviveram ao desenvolvi-mento tecnoloacutegico ateacute os dias atuais sem seguir uma ordem cronoloacute-gica

    palha de arroz etc) na qual se escreve imprime embrulha Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de wwwdiciocombrpapel

    6Arte de gravar ou imprimir sobre lacircminas de zinco Recuperado em 30 de Janeiro2011 de httpwwwdiciocombrzincografia

    7Do grego typos (forma) e graphein (escrita) eacute a arte e o processo de criaccedilatildeo nacomposiccedilatildeo de um texto no qual se usam formas em relevo Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de httptipografosnethistoriaindexhtml

    8Criado pela Uniatildeo Europeia em 1998 o Livro Verde constitui um passo numavia cujo objetivo eacute garantir que os benefiacutecios da convergecircncia contribuam para odesenvolvimento social e econocircmico da Europa Recuperado em 2 de Fevereiro2011 de wwwanacomptstreaminglivroverdepdfcategoryId=18043ampcontentId=26202ampfield=ATTACHED_FILE

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    A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 11

    21 A ImprensaHaacute milecircnios que a humanidade exprime suas ideias atraveacutes dos jornaisA ldquoActa Diurnardquo ldquoActa Popidirdquo ou ldquoActa Publicardquo (Diaacuterio de RegistrosPuacuteblicos) foi o primeiro jornal ateacute entatildeo conhecido do mundo pro-duzido por ordem do imperador romano Juacutelio Ceacutesar em 59 aC como intuito de informar a populaccedilatildeo sobre os principais acontecimentosde seu governo e da repuacuteblica Seacuteculos mais tarde em 713 dC apoacutes ainvenccedilatildeo da prensa pelos chineses surge o primeiro jornal escrito a matildeondash o ldquoKaiyuan Za Baordquo no periacuteodo da dinastia Han Em seguida vieramas teacutecnicas de impressatildeo em bloco de madeira (uma das escrituras bu-distas mais antigas conhecidas pela humanidade eacute uma xilogravura chi-nesa ndash o Sutra Diamante em 868 dC) e as teacutecnicas de impressatildeo emargila de Bi Sheng

    Com base nesses eventos Johannes Gutenberg inventa a prensa ti-pograacutefica ou prensa de impressatildeo em 1440 inaugurando um novo pe-riacuteodo na histoacuteria dos jornais com palavras impressas Por volta de 1450o entusiasta Gutenberg faz um empreacutestimo com Johann Fust que emcontrapartida exigia um percentual nos lucros da empresa Assim eacutecriada a Faacutebrica de Livros (Das Werk der Buchei) possibilitando a im-pressatildeo da Biacuteblia (tambeacutem conhecida como Biacuteblia de Gutenberg ouBiacuteblia de 42 linhas) em 14559 Para Tosseri (2010) Gutenberg natildeoinventou mas sim reinventou a imprensa no seacuteculo XV

    A teacutecnica de imprimir com caracteres moacuteveis eacute na verdade asiaacuteticae muito mais antiga como afirmam inuacutemeros especialistas Tudo come-ccedilou com a criaccedilatildeo do papel obra dos chineses no ano 105 da era cristatildeO novo material abriu caminho para uma produccedilatildeo ainda artesanal deum maior nuacutemero de livros que se tornaram praacuteticos para manuseare muito mais baratos afirma o investigador Em 1500 estima-se que

    9ldquoO incunaacutebulo de Gutembergrdquo eacute como ficaram conhecidos os primeiros livrosimpressos atraveacutes tipos moacuteveis de prensas mecacircnicas para a impressatildeo de textos natildeoescritos agrave matildeo esclarece Martins (1957) A partir de 1455 outras importantes obrassurgiram na Europa como o Hypnerotomachia Poliphili em 1499 um dos livros im-pressos no Renascimento mais enigmaacuteticos de que se tem notiacutecia O tiacutetulo numatraduccedilatildeo aproximada do grego significa ldquoA luta amorosa de Poliphilo em um sonhordquoO Hypnerotomachia eacute considerado um dos incunaacutebulos mais belos jaacute produzidosjuntamente com a Biacuteblia de Gutenberg Recuperado em 4 de Fevereiro 2011 dehttpsdiletrasupptuploadspdfsIncunC3A1bulopdf

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    milhotildees de livros eram impressos em diferentes partes do mundo a partirda maacutequina de Gutenberg

    A primeira revista foi produzida em 1663 ateacute 1668 em Hamburgo(Alemanha) ndash ldquoErbauliche Monaths-Unterredungenrdquo (Edificantes Dis-cussotildees Mensais) pelo teoacutelogo e poeta Johann Rist Inicialmente apublicaccedilatildeo era voltada a questotildees de interesse especiacutefico (teoloacutegicofilosoacutefico) e por isso natildeo atraiacutea atenccedilatildeo do grande puacuteblico Outrasvieram em seguida como a ldquoLe Mercurerdquo (Franccedila ndash 1672) e a ldquoTheAthenian Gazetterdquo (Inglaterra ndash 1690)10

    Tambeacutem na Inglaterra surge o primeiro jornal diaacuterio do mundo ndasho Daily Courant (Diaacuterio da Corte) em 1702 com uma paacutegina frontale duas colunas de natureza soacutecio-poliacutetica Apenas em 1840 o papelpassou a ser produzido de resina das aacutervores reduzindo o problema daescassez de material para a sua produccedilatildeo fundamental par o iniacutecio daproduccedilatildeo de textos e da comunicaccedilatildeo impressa (Melo 2005) Naqueletempo o puacuteblico passou a ter mais acesso agraves informaccedilotildees sem tantasmanipulaccedilotildees do Estado e da Igreja com a fundaccedilatildeo de jornais popu-lares de grande circulaccedilatildeo como a Reuters (1851) The Daily Telegraph(1855) Diaacuterio de Noticias da Madeira (1876) Financial Times (1888)The Daily Mirror (1903) e muitos outros

    A imprensa do seacuteculo XX foi marcada pelo desenvolvimento dasmaacutequinas de impressatildeo graacutefica e qualidade das imagens (fotografias)principalmente nos periacuteodos entre guerras (1914 a 1918 e de 1939a 1945) Na revoluccedilatildeo digital das deacutecadas de 80 e 90 o computa-dor e a Internet tornaram-se os principais aliados do jornal impressotrazendo dinamismo agraves notiacutecias veiculadas (constante atualizaccedilatildeo dasinformaccedilotildees) reduccedilatildeo de custos operacionais alcance global e par-ticipaccedilatildeo mais ativa do puacuteblico consumidor vindo a culminar na versatildeoonline (Jornal Online ou e-Newsletter) nos primeiros anos do ano 2000

    A insatisfaccedilatildeo das pessoas com os meios de comunicaccedilatildeo tradi-cionais o acesso raacutepido aacutegil e flexiacutevel agraves informaccedilotildees a vontade ma-nifestada pelo puacuteblico em participar na realizaccedilatildeo de conteuacutedos dos proacute-prios meios e a independecircncia do espaccedilo e do tempo satildeo alguns pon-tos levantados por Rodrigues (2009) que fazem nos refletir sobre umaatualidade de expansatildeo dos jornais online que hora vivenciamos con-

    10Recuperado em 5 de Fevreiro 2011 de httpwwwbritannicacomEBcheckedtopic191080Erbauliche-Monaths-Unterredungen

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    tribuindo para o aparecimento de alternativas ao monopoacutelio midiaacuteticodos grandes veiacuteculos Certamente natildeo podemos prever o futuro da im-prensa seja ele a extinccedilatildeo do formato em papel e migraccedilatildeo permanentepara o formato online ou a convivecircncia entre ambos os formatos emregime de complementariedade

    Atualmente as campanhas contra a destruiccedilatildeo das florestas e osmovimentos de computaccedilatildeo verde vecircm se intensificando a cada anoe que inevitavelmente iratildeo influenciar na produccedilatildeo dos jornais impres-sos a longo prazo especialmente com a popularizaccedilatildeo e massificaccedilatildeodos tablets e e-books

    22 O CinemaDe 1890 a 1895 Louis e Auguste Lumiegravere desenvolveram a arte deregistrar e produzir imagens em movimento a partir da fotografia11 teacutec-nica que ficou mundialmente conhecida como ldquocinemardquo Contudo al-gumas invenccedilotildees contribuiacuteram para o surgimento da ldquoseacutetima arterdquo comoo praxinoscoacutepio12 do francecircs Charles Eacutemile Reynaud e o cinetoscoacutepiode Thomas Edison Por sinal sem o cinetoscoacutepio13 os irmatildeos Lumiegraveredificilmente teriam concebido o cinematoacutegrafo14 Uma vez transfor-mado em um meio de mediatizaccedilatildeo entre um puacuteblico e uma tecnologiado som e da imagem que evolui e que independe de sua contribuiccedilatildeoo cinema se caracteriza como uma teacutecnica de transmissatildeo da espeta-cularizaccedilatildeo de sons e imagens (RUIZ 2003) reconhecido pelo escritorJacques Aumont como ldquoa mais singular das artesrdquo Como a linguagem eacutemonomoacuterfica o discurso eacute contiacutenuo e daacute-se mais realce agrave figura do rea-lizador O tempo de atenccedilatildeo eacute determinado pela intensidade do tempodramaacutetico na sucessatildeo de imagens considera Branco (2011) Em 1895os irmatildeos Lumiegravere realizaram em Paris a primeira exibiccedilatildeo puacuteblica decinema com a peliacutecula - LrsquoArriveacutee drsquoun train en gare de la ciotat ini-

    11Teacutecnica de criaccedilatildeo de imagens por meio de exposiccedilatildeo luminosa deriva do gregophos (luz) e graphein (escrever) foi inventada pelos franceses Louis-Jacques Da-guerre e Joseph Niceacutephore Niepce (Fabris 2008)

    12Maacutequina que projeta imagens desenhadas a matildeo sobre fitas transparentes (Armes1999)

    13Equipamento dotado de um visor para observaccedilatildeo individual e que jaacute utilizavauma peliacutecula fotograacutefica onde as imagens eram impressas (Barboza 2007)

    14Equipamento que filmava copiava e projetava imagens (Armes 1999)

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    ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

    Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

    A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

    15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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    on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

    23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

    16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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    chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

    As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

    A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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    o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

    24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

    Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

    17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

    18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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    o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

    A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

    As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

    19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

    20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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    e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

    Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

    25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

    Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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    visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

    Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

    21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

    de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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    A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 21

    native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

    Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

    25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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    22 Marcelo Mendonccedila Teixeira

    3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

    Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

    28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

    29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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    A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 23

    Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

    Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

    + consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

    30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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    24 Marcelo Mendonccedila Teixeira

    modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

    A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

    31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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    A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 25

    intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

    ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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    26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

    Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

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    • Introduccedilatildeo
    • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
    • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
      • A Imprensa
      • O Cinema
      • O Telefone
      • O Raacutedio
      • A Televisatildeo
        • As Novas Miacutedias
        • Conclusotildees
        • Agradecimentos
        • Referecircncias

      A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 3

      poacutelos de emissatildeo ou pela extinccedilatildeo das estruturas fiacutesicas e migraccedilatildeo parao universo virtual Os benefiacutecios da convergecircncia vieram em seguidaampliando-se a oferta de gecircneros e serviccedilos reduzindo custos e pas-sando a interagir em outras aacutereas do conhecimento aleacutem do entreteni-mento do jornalismo e da publicidade Os meios de comunicaccedilatildeo demassa foram reformulados e redefinidos e as novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo passaram a ser utilizadas em todos os camposdo saber Eacute neste contexto que se estabelece uma pluralidade de con-vergecircncias ndash da comunicaccedilatildeo humana a comunicaccedilatildeo em rede Aquiapresentamos uma investigaccedilatildeo empiacuterico-descritiva para conhecermosa extensatildeo desta problemaacutetica

      1 Comunicaccedilatildeo O Estado da ArteFazemos referecircncia aos meios de comunicaccedilatildeo de massa como instru-mentos que intermediam o processo comunicacional mas regularmenteconfundimos com o canal de comunicaccedilatildeo Etimologicamente a pala-vra ldquoComunicaccedilatildeordquo tem origem no Latim ldquoCommunicatiordquo que sig-nifica ldquoaccedilatildeo de tornar algo comum a muitosrdquo (POYARES 1970) Acomunicaccedilatildeo ocorre quando o emissor traduz a sua ideia para uma lin-guagem ou coacutedigo que possa ser compreendido pelo receptor JeanCloutier autor que destaca o papel do ser comunicante enquanto ldquoE-MERECrdquo atesta que o homem possui duas caracteriacutesticas distintas (o deemissor e receptor) num processo natildeo linear e nem estaacutetico encontran-do-se este em movimento e variando conforme as diferentes formas decomunicaccedilatildeo Como forma de ampliar o conceito e determinar asserti-vamente as fases da comunicaccedilatildeo humana muitos estudiosos tecircm for-mulado teorias1 e modelos de representaccedilatildeo graacutefica O esquema pro-posto pelos norte-americanos Claude Elwood Shannon e Weaver War-ren (conhecido como mother of all models) tornou-se o escopo da in-vestigaccedilatildeo epistemoloacutegica no campo das Ciecircncia Sociais

      1Teoria dos Efeitos Ilimitados ou Teoria Hipodeacutermica ndash Modelo de Lasswell -Teoria da Persuasatildeo ndash Teoria Funcionalista ndash Teoria Empiacuterica de Campo ndash TeoriaCriacutetica ndash Teoria Cultoroloacutegica ndash Teoria do Agendamento

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      4 Marcelo Mendonccedila Teixeira

      Figura 1 Teoria Matemaacutetica da Comunicaccedilatildeo ou Teoria daInformaccedilatildeo

      Fonte httpcmbell-labscomcmmswhatshannondayshannon1948pdf

      O canal de comunicaccedilatildeo refere-se ao meio onde a mensagem eacutetransmitida (do emissor ao receptor) caracterizando-se em trecircs aspec-tos Visual ndash Auditivo ndash Cinesteacutesico Neste sentido o processo decomunicaccedilatildeo decorre da seguinte estrutura O coacutedigo eacute um sistemade significados comuns aos membros de uma cultura ou subcultura Oresultado dessa codificaccedilatildeo eacute a mensagem seja ela verbal ou natildeo ver-bal onde qualquer acontecimento comportamento ou objeto pode serpercepcionado a qual pode ser emitida eou interpretada independente-mente da vontade A linguagem engloba os diferentes sinais corporaise quando fala do sistema ldquonatildeo verbalrdquo aponta os seguintes canais Ex-pressatildeo facial ndash olhar ndash gestos e movimentos posturais ndash contato corpo-ral ndash comportamento espacial ndash e aspectos fiacutesicos Ou seja o coacutedigo eacuteconstituiacutedo por um conjunto de sinais de natureza distinta entre o emis-sor e o receptor da mensagem (CUNHA REGO CUNHA amp CABRAL-CARDOSO 2003)

      Ao receber uma mensagem o receptor a descodifica o que consistena traduccedilatildeo dos seus aspectos verbais e natildeo verbais de forma que lheeacute atribuiacuteda um determinado significado (percepccedilatildeo) Esta aparente sim-plicidade eacute todavia permeada por inuacutemeras dificuldades inerentes aossistemas de significaccedilatildeo uma vez que tais significados satildeo muito maiso produto de uma cultura particular do que os significantes (ibidem)

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      Desse modo as pessoas diferem em suas maneiras de perceber pensarsentir e agir e essas diferenccedilas individuais influenciam a dinacircmica in-terpessoal a formaccedilatildeo de grupos e a proacutepria cultura das instituiccedilotildees(SILVA 2000) Soares (2006 p1) recorda que as ldquomensagens satildeodocumentos registos e atestados do que efetivamente eacute importante efundamental para a vida em sociedade Natildeo importando qual seja seuconteuacutedo toda mensagem eacute sempre uma prova um testemunho na me-dida em que torna puacuteblico um pensamento traduz e confirma ideiastransformando-as em palavras sons e imagensrdquo

      Ainda no processo comunicativo temos ldquoa respostardquo ou ldquofeedbackrdquotambeacutem conhecido como ldquoretroinformaccedilatildeordquo O feedback eacute um ele-mento importante no sistema de informaccedilatildeo e quando se encontra pre-sente no processo de comunicaccedilatildeo eacute nomeado de bilateral pois ocorreem dois sentidos ou seja aleacutem do envio da mensagem original a in-formaccedilatildeo retorna descodificada pelo receptor agrave fonte ou emissor paraque este possa conhecer o resultado de sua mensagem (CHIAVENATO1999) O feedback ajuda a melhorar o desempenho e a comunicaccedilatildeodas pessoas na medida que eacute fundamental para o desenvolvimento dacompetecircncia interpessoal no sentido da comunicaccedilatildeo com o intuito defornecer-lhes uma resposta e constitui-se em um processo de ajuda paramudanccedilas de comportamento (MOSCOVICI 2002)

      Por fim as barreiras de comunicaccedilatildeo (ruiacutedos) estatildeo associadas adiferenccedilas de repertoacuterios rede de referecircncias valores conhecimentoshistoacutericos espaciais afetivos cientiacuteficos profissionais presentes emcada indiviacuteduo entre o emissor e o receptor (MOTTA amp CALDAS1997) Os ruiacutedos distraem confundem bloqueiam e interferem direta-mente no processo de comunicaccedilatildeo Como parte integrante do processochegamos as funccedilotildees da linguagem que satildeo recursos utilizados peloemissor ou destinataacuterio (pessoa que fala ou escreve) no momento detransmitir uma mensagem com o intuito de que ela seja compreendidapelo receptor ou destinataacuterio (aquele quem ouve ou lecirc a mensagem) ex-plicam Diniz e Borin (2010) Esses recursos podem ser utilizados comoforma de reforccedilar algum elemento linguiacutestico para que facilite a com-preensatildeo do receptor quando em contato com um determinado efeito(ibidem) A figura seguinte descreve com mais detalhes o processo dacomunicaccedilatildeo humana em oito fases

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      Figura 2 As Fases da Comunicaccedilatildeo

      Fonte httpsociologyofcommunicationblogspotcombr2008_05_01_archivehtml

      O pensador russo Roman Jakobson amplia reformula e determinauma tipologia para as funccedilotildees da linguagem baseado no modelo triaacutedi-co da linguagem do psiquiatra alematildeo Karl Buumlhler As funccedilotildees da lin-guagem de Jakobson tornaram-se um marco na histoacuteria da linguiacutesticae natildeo apenas se limita aos estudos da linguagem Camocardi e Flory(2003) sob a eacutegide da obra ldquoLinguiacutestica e Comunicaccedilatildeordquo detalham es-sas funccedilotildees

      bull Funccedilatildeo Emotiva ou Expressiva Ocorre quando haacute ecircnfase no e-missor e na expressatildeo direta de suas emoccedilotildees e atitudes numcontexto subjetivo e pessoal

      bull Funccedilatildeo Referencial ou Denotativa Privilegia o contexto e evi-dencia o assunto o objeto os fatos os juiacutezos Eacute a linguagemda comunicaccedilatildeo das descriccedilotildees objetivas das narrativas conven-cionais das dissertaccedilotildees dos ensaios cientiacuteficos entre outros

      bull Funccedilatildeo Apelativa ou Conotativa Orientada para o destinataacuterio eacutea funccedilatildeo que busca mobilizar a atenccedilatildeo do receptor produzindoum apelo

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      bull Funccedilatildeo Faacutetica Quando a ecircnfase estaacute no canal para conferir suarecepccedilatildeo ou para manter a concexatildeo entre os falantes bem comoprolongar ou interromper a comunicaccedilatildeo temos a funccedilatildeo faacutetica

      bull Funccedilatildeo Poeacutetica Dar-se quando a mensagem se volta para os seusproacuteprios constituintes tendo em vista produzir efeito esteacuteticoatraveacutes da ruptura da norma linguiacutestica ou de combinatoacuterias i-novadoras da linguagem

      bull Funccedilatildeo Metaliguiacutestica Eacute a funccedilatildeo que visa agrave traduccedilatildeo do coacutedigoou agrave elaboraccedilatildeo do discurso seja ele linguiacutestico (escrito ou oral)ou extralinguiacutestico (muacutesica cinema pintura gestualidade tam-beacutem conhecidos como coacutedigos complexos

      Cada um dos seis fatores descritos por Jakobson determina dife-rentes funccedilotildees da linguagem verbal Deste modo temos

      Figura 3 Circuito da Comunicaccedilatildeo

      Fonte Baseado em Camocardi e Flory (2003)

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      8 Marcelo Mendonccedila Teixeira

      Emissores receptores canais sinais e mensagens verbais e natildeo ver-bais simeacutetricas e assimeacutetricas convergentes ou natildeo no ato comunica-tivo fazem parte da comunicaccedilatildeo humana

      2 Os Tipos de ComunicaccedilatildeoNa literatura de Straubhaar e LaRose (2004) encontramos uma classifi-caccedilatildeo da comunicaccedilatildeo delimitada em categorias que incluem a comu-nicaccedilatildeo intrapessoal ndash interpessoal ndash pequenos grupos grandes grupose a comunicaccedilatildeo de massa Segundo os autores cada modo de comuni-caccedilatildeo pode envolver ou natildeo o uso dos meios de mecacircnicos ou eletrocircni-cos para a transmissatildeo do fluxo de comunicaccedilatildeo e quando esses meiossatildeo utilizados dizemos que a comunicaccedilatildeo eacute mediada A comunicaccedilatildeointrapessoal eacute aquela que a pessoa tem consigo proacutepria no acircmbito deseu diaacutelogo interior enquanto a comunicaccedilatildeo interpessoal caracteriza-se pela troca de informaccedilotildees entre duas ou mais pessoas durante o atocomunicativo Na sequecircncia a comunicaccedilatildeo em grupos (pequeno ougrande) geralmente se refere a situaccedilotildees nas quais trecircs ou mais pes-soas estatildeo em processo comunicativo Categorizamos a comunicaccedilatildeode massa como ldquoum para muitos ou ponto a multipontordquo ldquoNesse casouma mensagem eacute comunicada de uacutenica fonte para centenas de milharesde receptores com relativamente poucas oportunidades para a audiecircn-cia comunicar-se de volta com a fonterdquo (STRAUBHAAR amp LAROSE2004 p9)

      Numa abordagem complementar entendemos os meios de comuni-caccedilatildeo de massa como instrumentos mediadores da transmissatildeo de men-sagens escritas sonoras visuais textuais Meios denota significados esignificantes (o ar e a aacutegua por exemplo satildeo meios) esclarecem Raboye Solervincens (2005) Desse modo um meio de transmissatildeo ou comu-nicaccedilatildeo eacute um agente neutro Podemos observar facilmente que apesarde seu estado aparentemente objetivo a natureza de um meio determinao tipo e a qualidade da informaccedilatildeo que pode passar por ele Ainda queatualmente consideraacutessemos o livro ou a imprensa como meios o termotomou relevacircncia com o surgimento da comunicaccedilatildeo a longa distacircnciamediante desenvolvimento das telecomunicaccedilotildees (ibidem) Massa as-sim como o Meio satildeo difiacutecies de definir por causa de suas variaacuteveisconotaccedilotildees No sentido da comunicaccedilatildeo social tem uma referecircncia

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      puacuteblica para todos massificada Santaella (2008) revela que no iniacutecioda deacutecada de 90 com um sentido mais estrito Miacutedia referia-se especifi-camente aos meios de comunicaccedilatildeo de massa especificamente aos quetransmitiam notiacutecias e informaccedilotildees tais como jornais revistas raacutedio etelevisatildeo bem como os meios de que a publicidade se serve (de out-doors a mensagens publicitaacuterias)

      Sabemos atraveacutes dos teoacutericos da comunicaccedilatildeo como Dennis Mac-quail Henry Jenkins Jesus Martiacuten-Barbero Juumlrgen Habermas MashallMacluhan Robert Wiener Stuart Hall entre outros que as evoluccedilotildeestecnoloacutegicas modificaram para sempre um consenso acadecircmico uniacutes-sono sobre o conceito de meios de comunicaccedilatildeo mas hoje muitos ques-tionam a validade da web tv raacutedio web ou jornal online como meiosde comunicaccedilatildeo de massa Sobre esse contexto vagamente recordamosque na histoacuteria da humanidade a evoluccedilatildeo das miacutedias ocorreu de formaisolada (caso a caso) e o desenvolvimento de uma era responsaacutevel di-reto ou indiretamente pelo desenvolvimento da outra por uma simplesquestatildeo de adaptaccedilatildeo as mudanccedilas tecnoloacutegicas e preferecircncias de umaaudiecircncia aacutevida por novidades

      Cronologicamente os principais meios de comunicaccedilatildeo se adap-taram as necessidades de comunicaccedilatildeo das pessoas no conviacutevio socialGritos e gestos foram as primeiras tentativas do homem em estabele-cer contato com o seu semelhante e com os animais Daiacute surgiu apintura rupestre ilustrando nas paredes das cavernas emoccedilotildees senti-mentos e percepccedilotildees de um mundo em descoberta (satildeo os primeirosindiacutecios da comunicaccedilatildeo sonora e simboacutelica) Em seguida a escritapictograacutefica2 tornou-se o principal meio de comunicaccedilatildeo (o pergami-nho3 e o palimpseto foram os principais suportes) ateacute o aparecimentodo Papyrus4 (o precursor do papel)5 que veio a revolucionar a comu-

      2Escrita Pictograacutefica Base da escrita cuneiforme eacute a representaccedilatildeo graacutefica dopensamento em hieroacuteglifos atraveacutes de desenhos simboacutelicos Horcades C (2007) Aevoluccedilatildeo da escrita Rio de Janeiro Senac Rio

      3Do grego Pergameacutene e do latim Pergamina ou Pergamena eacute a pele do ovino oucaprino preparado para a escrita Recuperado em 29 de Janeiro 2011 de httpwwwdiciocombrpergaminho

      4Planta aquaacutetica perene da famiacutelia das ciperaacuteceas cujo nome cientiacutefico eacute CyperusPapyrus serviu de suporte para a escrita Recuperado em 30 de Janeiro 2011 dehttptipografosnetglossariopapirohtml

      5Folha ou lacircmina delgada feita de substacircncias de origem vegetal (celulose trapos

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      nicaccedilatildeo pela maneira praacutetica e raacutepida de transmitir informaccedilotildees a umgrande contingente de pessoas (a citografia contribuiu para a evoluccedilatildeoda escrita na reproduccedilatildeo de textos e ilustraccedilotildees pela combinaccedilatildeo defotografia e zincografia6) Nesse contexto foi inventado o jornal e a im-prensa baseados na tipografia7 Paralelamente eacute desenvolvido o serviccedilopostal (correios) para o envio de cartas escritas e deacutecadas depois oteleacutegrafo eletromagneacutetico possibilitando a transmissatildeo de mensagensde um ponto a outro em longas distacircncias atraveacutes de correntes eleacutetri-cas O mesmo princiacutepio foi utilizado para a criaccedilatildeo do telefone con-cebido para transmitir sons por meio de sinais eleacutetricos em cabos defio Na sequecircncia vieram o raacutedio o cinema a televisatildeo e o computadoreletrocircnico Atraveacutes do computador a Internet possibilitou a convergecircn-cia das miacutedias para o universo virtual A convergecircncia eacute entendida porCaacutedima (2009 p93) referenciando um paraacutegrafo do ldquoLivro Verde daConvergecircnciardquo8 como ldquoa capacidade de diferentes plataformas de redeservirem de veiacuteculo a serviccedilos essencialmente semelhantes ou a junccedilatildeode dispositivos do consumidor como o telefone a televisatildeo e o com-putador pessoalrdquo integrados em plataformas que tecircm como objetivo aaplicaccedilatildeo comum das tecnologias digitais aos sistemas associados agrave en-trega dos serviccedilos (posteriormente exploraremos o conceito com maisabrangecircncia) Partindo desta loacutegica vejamos como ocorreu o processode convergecircncia de algumas miacutedias que sobreviveram ao desenvolvi-mento tecnoloacutegico ateacute os dias atuais sem seguir uma ordem cronoloacute-gica

      palha de arroz etc) na qual se escreve imprime embrulha Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de wwwdiciocombrpapel

      6Arte de gravar ou imprimir sobre lacircminas de zinco Recuperado em 30 de Janeiro2011 de httpwwwdiciocombrzincografia

      7Do grego typos (forma) e graphein (escrita) eacute a arte e o processo de criaccedilatildeo nacomposiccedilatildeo de um texto no qual se usam formas em relevo Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de httptipografosnethistoriaindexhtml

      8Criado pela Uniatildeo Europeia em 1998 o Livro Verde constitui um passo numavia cujo objetivo eacute garantir que os benefiacutecios da convergecircncia contribuam para odesenvolvimento social e econocircmico da Europa Recuperado em 2 de Fevereiro2011 de wwwanacomptstreaminglivroverdepdfcategoryId=18043ampcontentId=26202ampfield=ATTACHED_FILE

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      21 A ImprensaHaacute milecircnios que a humanidade exprime suas ideias atraveacutes dos jornaisA ldquoActa Diurnardquo ldquoActa Popidirdquo ou ldquoActa Publicardquo (Diaacuterio de RegistrosPuacuteblicos) foi o primeiro jornal ateacute entatildeo conhecido do mundo pro-duzido por ordem do imperador romano Juacutelio Ceacutesar em 59 aC como intuito de informar a populaccedilatildeo sobre os principais acontecimentosde seu governo e da repuacuteblica Seacuteculos mais tarde em 713 dC apoacutes ainvenccedilatildeo da prensa pelos chineses surge o primeiro jornal escrito a matildeondash o ldquoKaiyuan Za Baordquo no periacuteodo da dinastia Han Em seguida vieramas teacutecnicas de impressatildeo em bloco de madeira (uma das escrituras bu-distas mais antigas conhecidas pela humanidade eacute uma xilogravura chi-nesa ndash o Sutra Diamante em 868 dC) e as teacutecnicas de impressatildeo emargila de Bi Sheng

      Com base nesses eventos Johannes Gutenberg inventa a prensa ti-pograacutefica ou prensa de impressatildeo em 1440 inaugurando um novo pe-riacuteodo na histoacuteria dos jornais com palavras impressas Por volta de 1450o entusiasta Gutenberg faz um empreacutestimo com Johann Fust que emcontrapartida exigia um percentual nos lucros da empresa Assim eacutecriada a Faacutebrica de Livros (Das Werk der Buchei) possibilitando a im-pressatildeo da Biacuteblia (tambeacutem conhecida como Biacuteblia de Gutenberg ouBiacuteblia de 42 linhas) em 14559 Para Tosseri (2010) Gutenberg natildeoinventou mas sim reinventou a imprensa no seacuteculo XV

      A teacutecnica de imprimir com caracteres moacuteveis eacute na verdade asiaacuteticae muito mais antiga como afirmam inuacutemeros especialistas Tudo come-ccedilou com a criaccedilatildeo do papel obra dos chineses no ano 105 da era cristatildeO novo material abriu caminho para uma produccedilatildeo ainda artesanal deum maior nuacutemero de livros que se tornaram praacuteticos para manuseare muito mais baratos afirma o investigador Em 1500 estima-se que

      9ldquoO incunaacutebulo de Gutembergrdquo eacute como ficaram conhecidos os primeiros livrosimpressos atraveacutes tipos moacuteveis de prensas mecacircnicas para a impressatildeo de textos natildeoescritos agrave matildeo esclarece Martins (1957) A partir de 1455 outras importantes obrassurgiram na Europa como o Hypnerotomachia Poliphili em 1499 um dos livros im-pressos no Renascimento mais enigmaacuteticos de que se tem notiacutecia O tiacutetulo numatraduccedilatildeo aproximada do grego significa ldquoA luta amorosa de Poliphilo em um sonhordquoO Hypnerotomachia eacute considerado um dos incunaacutebulos mais belos jaacute produzidosjuntamente com a Biacuteblia de Gutenberg Recuperado em 4 de Fevereiro 2011 dehttpsdiletrasupptuploadspdfsIncunC3A1bulopdf

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      milhotildees de livros eram impressos em diferentes partes do mundo a partirda maacutequina de Gutenberg

      A primeira revista foi produzida em 1663 ateacute 1668 em Hamburgo(Alemanha) ndash ldquoErbauliche Monaths-Unterredungenrdquo (Edificantes Dis-cussotildees Mensais) pelo teoacutelogo e poeta Johann Rist Inicialmente apublicaccedilatildeo era voltada a questotildees de interesse especiacutefico (teoloacutegicofilosoacutefico) e por isso natildeo atraiacutea atenccedilatildeo do grande puacuteblico Outrasvieram em seguida como a ldquoLe Mercurerdquo (Franccedila ndash 1672) e a ldquoTheAthenian Gazetterdquo (Inglaterra ndash 1690)10

      Tambeacutem na Inglaterra surge o primeiro jornal diaacuterio do mundo ndasho Daily Courant (Diaacuterio da Corte) em 1702 com uma paacutegina frontale duas colunas de natureza soacutecio-poliacutetica Apenas em 1840 o papelpassou a ser produzido de resina das aacutervores reduzindo o problema daescassez de material para a sua produccedilatildeo fundamental par o iniacutecio daproduccedilatildeo de textos e da comunicaccedilatildeo impressa (Melo 2005) Naqueletempo o puacuteblico passou a ter mais acesso agraves informaccedilotildees sem tantasmanipulaccedilotildees do Estado e da Igreja com a fundaccedilatildeo de jornais popu-lares de grande circulaccedilatildeo como a Reuters (1851) The Daily Telegraph(1855) Diaacuterio de Noticias da Madeira (1876) Financial Times (1888)The Daily Mirror (1903) e muitos outros

      A imprensa do seacuteculo XX foi marcada pelo desenvolvimento dasmaacutequinas de impressatildeo graacutefica e qualidade das imagens (fotografias)principalmente nos periacuteodos entre guerras (1914 a 1918 e de 1939a 1945) Na revoluccedilatildeo digital das deacutecadas de 80 e 90 o computa-dor e a Internet tornaram-se os principais aliados do jornal impressotrazendo dinamismo agraves notiacutecias veiculadas (constante atualizaccedilatildeo dasinformaccedilotildees) reduccedilatildeo de custos operacionais alcance global e par-ticipaccedilatildeo mais ativa do puacuteblico consumidor vindo a culminar na versatildeoonline (Jornal Online ou e-Newsletter) nos primeiros anos do ano 2000

      A insatisfaccedilatildeo das pessoas com os meios de comunicaccedilatildeo tradi-cionais o acesso raacutepido aacutegil e flexiacutevel agraves informaccedilotildees a vontade ma-nifestada pelo puacuteblico em participar na realizaccedilatildeo de conteuacutedos dos proacute-prios meios e a independecircncia do espaccedilo e do tempo satildeo alguns pon-tos levantados por Rodrigues (2009) que fazem nos refletir sobre umaatualidade de expansatildeo dos jornais online que hora vivenciamos con-

      10Recuperado em 5 de Fevreiro 2011 de httpwwwbritannicacomEBcheckedtopic191080Erbauliche-Monaths-Unterredungen

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      tribuindo para o aparecimento de alternativas ao monopoacutelio midiaacuteticodos grandes veiacuteculos Certamente natildeo podemos prever o futuro da im-prensa seja ele a extinccedilatildeo do formato em papel e migraccedilatildeo permanentepara o formato online ou a convivecircncia entre ambos os formatos emregime de complementariedade

      Atualmente as campanhas contra a destruiccedilatildeo das florestas e osmovimentos de computaccedilatildeo verde vecircm se intensificando a cada anoe que inevitavelmente iratildeo influenciar na produccedilatildeo dos jornais impres-sos a longo prazo especialmente com a popularizaccedilatildeo e massificaccedilatildeodos tablets e e-books

      22 O CinemaDe 1890 a 1895 Louis e Auguste Lumiegravere desenvolveram a arte deregistrar e produzir imagens em movimento a partir da fotografia11 teacutec-nica que ficou mundialmente conhecida como ldquocinemardquo Contudo al-gumas invenccedilotildees contribuiacuteram para o surgimento da ldquoseacutetima arterdquo comoo praxinoscoacutepio12 do francecircs Charles Eacutemile Reynaud e o cinetoscoacutepiode Thomas Edison Por sinal sem o cinetoscoacutepio13 os irmatildeos Lumiegraveredificilmente teriam concebido o cinematoacutegrafo14 Uma vez transfor-mado em um meio de mediatizaccedilatildeo entre um puacuteblico e uma tecnologiado som e da imagem que evolui e que independe de sua contribuiccedilatildeoo cinema se caracteriza como uma teacutecnica de transmissatildeo da espeta-cularizaccedilatildeo de sons e imagens (RUIZ 2003) reconhecido pelo escritorJacques Aumont como ldquoa mais singular das artesrdquo Como a linguagem eacutemonomoacuterfica o discurso eacute contiacutenuo e daacute-se mais realce agrave figura do rea-lizador O tempo de atenccedilatildeo eacute determinado pela intensidade do tempodramaacutetico na sucessatildeo de imagens considera Branco (2011) Em 1895os irmatildeos Lumiegravere realizaram em Paris a primeira exibiccedilatildeo puacuteblica decinema com a peliacutecula - LrsquoArriveacutee drsquoun train en gare de la ciotat ini-

      11Teacutecnica de criaccedilatildeo de imagens por meio de exposiccedilatildeo luminosa deriva do gregophos (luz) e graphein (escrever) foi inventada pelos franceses Louis-Jacques Da-guerre e Joseph Niceacutephore Niepce (Fabris 2008)

      12Maacutequina que projeta imagens desenhadas a matildeo sobre fitas transparentes (Armes1999)

      13Equipamento dotado de um visor para observaccedilatildeo individual e que jaacute utilizavauma peliacutecula fotograacutefica onde as imagens eram impressas (Barboza 2007)

      14Equipamento que filmava copiava e projetava imagens (Armes 1999)

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      ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

      Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

      A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

      15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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      on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

      23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

      16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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      chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

      As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

      A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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      o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

      24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

      Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

      17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

      18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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      o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

      A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

      As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

      19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

      20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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      e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

      Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

      25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

      Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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      visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

      Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

      21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

      de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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      native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

      Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

      25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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      3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

      Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

      28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

      29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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      Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

      Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

      + consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

      30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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      modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

      A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

      31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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      intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

      ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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      Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

      Agradecimentos

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      • Introduccedilatildeo
      • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
      • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
        • A Imprensa
        • O Cinema
        • O Telefone
        • O Raacutedio
        • A Televisatildeo
          • As Novas Miacutedias
          • Conclusotildees
          • Agradecimentos
          • Referecircncias

        4 Marcelo Mendonccedila Teixeira

        Figura 1 Teoria Matemaacutetica da Comunicaccedilatildeo ou Teoria daInformaccedilatildeo

        Fonte httpcmbell-labscomcmmswhatshannondayshannon1948pdf

        O canal de comunicaccedilatildeo refere-se ao meio onde a mensagem eacutetransmitida (do emissor ao receptor) caracterizando-se em trecircs aspec-tos Visual ndash Auditivo ndash Cinesteacutesico Neste sentido o processo decomunicaccedilatildeo decorre da seguinte estrutura O coacutedigo eacute um sistemade significados comuns aos membros de uma cultura ou subcultura Oresultado dessa codificaccedilatildeo eacute a mensagem seja ela verbal ou natildeo ver-bal onde qualquer acontecimento comportamento ou objeto pode serpercepcionado a qual pode ser emitida eou interpretada independente-mente da vontade A linguagem engloba os diferentes sinais corporaise quando fala do sistema ldquonatildeo verbalrdquo aponta os seguintes canais Ex-pressatildeo facial ndash olhar ndash gestos e movimentos posturais ndash contato corpo-ral ndash comportamento espacial ndash e aspectos fiacutesicos Ou seja o coacutedigo eacuteconstituiacutedo por um conjunto de sinais de natureza distinta entre o emis-sor e o receptor da mensagem (CUNHA REGO CUNHA amp CABRAL-CARDOSO 2003)

        Ao receber uma mensagem o receptor a descodifica o que consistena traduccedilatildeo dos seus aspectos verbais e natildeo verbais de forma que lheeacute atribuiacuteda um determinado significado (percepccedilatildeo) Esta aparente sim-plicidade eacute todavia permeada por inuacutemeras dificuldades inerentes aossistemas de significaccedilatildeo uma vez que tais significados satildeo muito maiso produto de uma cultura particular do que os significantes (ibidem)

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        A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 5

        Desse modo as pessoas diferem em suas maneiras de perceber pensarsentir e agir e essas diferenccedilas individuais influenciam a dinacircmica in-terpessoal a formaccedilatildeo de grupos e a proacutepria cultura das instituiccedilotildees(SILVA 2000) Soares (2006 p1) recorda que as ldquomensagens satildeodocumentos registos e atestados do que efetivamente eacute importante efundamental para a vida em sociedade Natildeo importando qual seja seuconteuacutedo toda mensagem eacute sempre uma prova um testemunho na me-dida em que torna puacuteblico um pensamento traduz e confirma ideiastransformando-as em palavras sons e imagensrdquo

        Ainda no processo comunicativo temos ldquoa respostardquo ou ldquofeedbackrdquotambeacutem conhecido como ldquoretroinformaccedilatildeordquo O feedback eacute um ele-mento importante no sistema de informaccedilatildeo e quando se encontra pre-sente no processo de comunicaccedilatildeo eacute nomeado de bilateral pois ocorreem dois sentidos ou seja aleacutem do envio da mensagem original a in-formaccedilatildeo retorna descodificada pelo receptor agrave fonte ou emissor paraque este possa conhecer o resultado de sua mensagem (CHIAVENATO1999) O feedback ajuda a melhorar o desempenho e a comunicaccedilatildeodas pessoas na medida que eacute fundamental para o desenvolvimento dacompetecircncia interpessoal no sentido da comunicaccedilatildeo com o intuito defornecer-lhes uma resposta e constitui-se em um processo de ajuda paramudanccedilas de comportamento (MOSCOVICI 2002)

        Por fim as barreiras de comunicaccedilatildeo (ruiacutedos) estatildeo associadas adiferenccedilas de repertoacuterios rede de referecircncias valores conhecimentoshistoacutericos espaciais afetivos cientiacuteficos profissionais presentes emcada indiviacuteduo entre o emissor e o receptor (MOTTA amp CALDAS1997) Os ruiacutedos distraem confundem bloqueiam e interferem direta-mente no processo de comunicaccedilatildeo Como parte integrante do processochegamos as funccedilotildees da linguagem que satildeo recursos utilizados peloemissor ou destinataacuterio (pessoa que fala ou escreve) no momento detransmitir uma mensagem com o intuito de que ela seja compreendidapelo receptor ou destinataacuterio (aquele quem ouve ou lecirc a mensagem) ex-plicam Diniz e Borin (2010) Esses recursos podem ser utilizados comoforma de reforccedilar algum elemento linguiacutestico para que facilite a com-preensatildeo do receptor quando em contato com um determinado efeito(ibidem) A figura seguinte descreve com mais detalhes o processo dacomunicaccedilatildeo humana em oito fases

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        6 Marcelo Mendonccedila Teixeira

        Figura 2 As Fases da Comunicaccedilatildeo

        Fonte httpsociologyofcommunicationblogspotcombr2008_05_01_archivehtml

        O pensador russo Roman Jakobson amplia reformula e determinauma tipologia para as funccedilotildees da linguagem baseado no modelo triaacutedi-co da linguagem do psiquiatra alematildeo Karl Buumlhler As funccedilotildees da lin-guagem de Jakobson tornaram-se um marco na histoacuteria da linguiacutesticae natildeo apenas se limita aos estudos da linguagem Camocardi e Flory(2003) sob a eacutegide da obra ldquoLinguiacutestica e Comunicaccedilatildeordquo detalham es-sas funccedilotildees

        bull Funccedilatildeo Emotiva ou Expressiva Ocorre quando haacute ecircnfase no e-missor e na expressatildeo direta de suas emoccedilotildees e atitudes numcontexto subjetivo e pessoal

        bull Funccedilatildeo Referencial ou Denotativa Privilegia o contexto e evi-dencia o assunto o objeto os fatos os juiacutezos Eacute a linguagemda comunicaccedilatildeo das descriccedilotildees objetivas das narrativas conven-cionais das dissertaccedilotildees dos ensaios cientiacuteficos entre outros

        bull Funccedilatildeo Apelativa ou Conotativa Orientada para o destinataacuterio eacutea funccedilatildeo que busca mobilizar a atenccedilatildeo do receptor produzindoum apelo

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        A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 7

        bull Funccedilatildeo Faacutetica Quando a ecircnfase estaacute no canal para conferir suarecepccedilatildeo ou para manter a concexatildeo entre os falantes bem comoprolongar ou interromper a comunicaccedilatildeo temos a funccedilatildeo faacutetica

        bull Funccedilatildeo Poeacutetica Dar-se quando a mensagem se volta para os seusproacuteprios constituintes tendo em vista produzir efeito esteacuteticoatraveacutes da ruptura da norma linguiacutestica ou de combinatoacuterias i-novadoras da linguagem

        bull Funccedilatildeo Metaliguiacutestica Eacute a funccedilatildeo que visa agrave traduccedilatildeo do coacutedigoou agrave elaboraccedilatildeo do discurso seja ele linguiacutestico (escrito ou oral)ou extralinguiacutestico (muacutesica cinema pintura gestualidade tam-beacutem conhecidos como coacutedigos complexos

        Cada um dos seis fatores descritos por Jakobson determina dife-rentes funccedilotildees da linguagem verbal Deste modo temos

        Figura 3 Circuito da Comunicaccedilatildeo

        Fonte Baseado em Camocardi e Flory (2003)

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        8 Marcelo Mendonccedila Teixeira

        Emissores receptores canais sinais e mensagens verbais e natildeo ver-bais simeacutetricas e assimeacutetricas convergentes ou natildeo no ato comunica-tivo fazem parte da comunicaccedilatildeo humana

        2 Os Tipos de ComunicaccedilatildeoNa literatura de Straubhaar e LaRose (2004) encontramos uma classifi-caccedilatildeo da comunicaccedilatildeo delimitada em categorias que incluem a comu-nicaccedilatildeo intrapessoal ndash interpessoal ndash pequenos grupos grandes grupose a comunicaccedilatildeo de massa Segundo os autores cada modo de comuni-caccedilatildeo pode envolver ou natildeo o uso dos meios de mecacircnicos ou eletrocircni-cos para a transmissatildeo do fluxo de comunicaccedilatildeo e quando esses meiossatildeo utilizados dizemos que a comunicaccedilatildeo eacute mediada A comunicaccedilatildeointrapessoal eacute aquela que a pessoa tem consigo proacutepria no acircmbito deseu diaacutelogo interior enquanto a comunicaccedilatildeo interpessoal caracteriza-se pela troca de informaccedilotildees entre duas ou mais pessoas durante o atocomunicativo Na sequecircncia a comunicaccedilatildeo em grupos (pequeno ougrande) geralmente se refere a situaccedilotildees nas quais trecircs ou mais pes-soas estatildeo em processo comunicativo Categorizamos a comunicaccedilatildeode massa como ldquoum para muitos ou ponto a multipontordquo ldquoNesse casouma mensagem eacute comunicada de uacutenica fonte para centenas de milharesde receptores com relativamente poucas oportunidades para a audiecircn-cia comunicar-se de volta com a fonterdquo (STRAUBHAAR amp LAROSE2004 p9)

        Numa abordagem complementar entendemos os meios de comuni-caccedilatildeo de massa como instrumentos mediadores da transmissatildeo de men-sagens escritas sonoras visuais textuais Meios denota significados esignificantes (o ar e a aacutegua por exemplo satildeo meios) esclarecem Raboye Solervincens (2005) Desse modo um meio de transmissatildeo ou comu-nicaccedilatildeo eacute um agente neutro Podemos observar facilmente que apesarde seu estado aparentemente objetivo a natureza de um meio determinao tipo e a qualidade da informaccedilatildeo que pode passar por ele Ainda queatualmente consideraacutessemos o livro ou a imprensa como meios o termotomou relevacircncia com o surgimento da comunicaccedilatildeo a longa distacircnciamediante desenvolvimento das telecomunicaccedilotildees (ibidem) Massa as-sim como o Meio satildeo difiacutecies de definir por causa de suas variaacuteveisconotaccedilotildees No sentido da comunicaccedilatildeo social tem uma referecircncia

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        A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 9

        puacuteblica para todos massificada Santaella (2008) revela que no iniacutecioda deacutecada de 90 com um sentido mais estrito Miacutedia referia-se especifi-camente aos meios de comunicaccedilatildeo de massa especificamente aos quetransmitiam notiacutecias e informaccedilotildees tais como jornais revistas raacutedio etelevisatildeo bem como os meios de que a publicidade se serve (de out-doors a mensagens publicitaacuterias)

        Sabemos atraveacutes dos teoacutericos da comunicaccedilatildeo como Dennis Mac-quail Henry Jenkins Jesus Martiacuten-Barbero Juumlrgen Habermas MashallMacluhan Robert Wiener Stuart Hall entre outros que as evoluccedilotildeestecnoloacutegicas modificaram para sempre um consenso acadecircmico uniacutes-sono sobre o conceito de meios de comunicaccedilatildeo mas hoje muitos ques-tionam a validade da web tv raacutedio web ou jornal online como meiosde comunicaccedilatildeo de massa Sobre esse contexto vagamente recordamosque na histoacuteria da humanidade a evoluccedilatildeo das miacutedias ocorreu de formaisolada (caso a caso) e o desenvolvimento de uma era responsaacutevel di-reto ou indiretamente pelo desenvolvimento da outra por uma simplesquestatildeo de adaptaccedilatildeo as mudanccedilas tecnoloacutegicas e preferecircncias de umaaudiecircncia aacutevida por novidades

        Cronologicamente os principais meios de comunicaccedilatildeo se adap-taram as necessidades de comunicaccedilatildeo das pessoas no conviacutevio socialGritos e gestos foram as primeiras tentativas do homem em estabele-cer contato com o seu semelhante e com os animais Daiacute surgiu apintura rupestre ilustrando nas paredes das cavernas emoccedilotildees senti-mentos e percepccedilotildees de um mundo em descoberta (satildeo os primeirosindiacutecios da comunicaccedilatildeo sonora e simboacutelica) Em seguida a escritapictograacutefica2 tornou-se o principal meio de comunicaccedilatildeo (o pergami-nho3 e o palimpseto foram os principais suportes) ateacute o aparecimentodo Papyrus4 (o precursor do papel)5 que veio a revolucionar a comu-

        2Escrita Pictograacutefica Base da escrita cuneiforme eacute a representaccedilatildeo graacutefica dopensamento em hieroacuteglifos atraveacutes de desenhos simboacutelicos Horcades C (2007) Aevoluccedilatildeo da escrita Rio de Janeiro Senac Rio

        3Do grego Pergameacutene e do latim Pergamina ou Pergamena eacute a pele do ovino oucaprino preparado para a escrita Recuperado em 29 de Janeiro 2011 de httpwwwdiciocombrpergaminho

        4Planta aquaacutetica perene da famiacutelia das ciperaacuteceas cujo nome cientiacutefico eacute CyperusPapyrus serviu de suporte para a escrita Recuperado em 30 de Janeiro 2011 dehttptipografosnetglossariopapirohtml

        5Folha ou lacircmina delgada feita de substacircncias de origem vegetal (celulose trapos

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        10 Marcelo Mendonccedila Teixeira

        nicaccedilatildeo pela maneira praacutetica e raacutepida de transmitir informaccedilotildees a umgrande contingente de pessoas (a citografia contribuiu para a evoluccedilatildeoda escrita na reproduccedilatildeo de textos e ilustraccedilotildees pela combinaccedilatildeo defotografia e zincografia6) Nesse contexto foi inventado o jornal e a im-prensa baseados na tipografia7 Paralelamente eacute desenvolvido o serviccedilopostal (correios) para o envio de cartas escritas e deacutecadas depois oteleacutegrafo eletromagneacutetico possibilitando a transmissatildeo de mensagensde um ponto a outro em longas distacircncias atraveacutes de correntes eleacutetri-cas O mesmo princiacutepio foi utilizado para a criaccedilatildeo do telefone con-cebido para transmitir sons por meio de sinais eleacutetricos em cabos defio Na sequecircncia vieram o raacutedio o cinema a televisatildeo e o computadoreletrocircnico Atraveacutes do computador a Internet possibilitou a convergecircn-cia das miacutedias para o universo virtual A convergecircncia eacute entendida porCaacutedima (2009 p93) referenciando um paraacutegrafo do ldquoLivro Verde daConvergecircnciardquo8 como ldquoa capacidade de diferentes plataformas de redeservirem de veiacuteculo a serviccedilos essencialmente semelhantes ou a junccedilatildeode dispositivos do consumidor como o telefone a televisatildeo e o com-putador pessoalrdquo integrados em plataformas que tecircm como objetivo aaplicaccedilatildeo comum das tecnologias digitais aos sistemas associados agrave en-trega dos serviccedilos (posteriormente exploraremos o conceito com maisabrangecircncia) Partindo desta loacutegica vejamos como ocorreu o processode convergecircncia de algumas miacutedias que sobreviveram ao desenvolvi-mento tecnoloacutegico ateacute os dias atuais sem seguir uma ordem cronoloacute-gica

        palha de arroz etc) na qual se escreve imprime embrulha Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de wwwdiciocombrpapel

        6Arte de gravar ou imprimir sobre lacircminas de zinco Recuperado em 30 de Janeiro2011 de httpwwwdiciocombrzincografia

        7Do grego typos (forma) e graphein (escrita) eacute a arte e o processo de criaccedilatildeo nacomposiccedilatildeo de um texto no qual se usam formas em relevo Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de httptipografosnethistoriaindexhtml

        8Criado pela Uniatildeo Europeia em 1998 o Livro Verde constitui um passo numavia cujo objetivo eacute garantir que os benefiacutecios da convergecircncia contribuam para odesenvolvimento social e econocircmico da Europa Recuperado em 2 de Fevereiro2011 de wwwanacomptstreaminglivroverdepdfcategoryId=18043ampcontentId=26202ampfield=ATTACHED_FILE

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        A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 11

        21 A ImprensaHaacute milecircnios que a humanidade exprime suas ideias atraveacutes dos jornaisA ldquoActa Diurnardquo ldquoActa Popidirdquo ou ldquoActa Publicardquo (Diaacuterio de RegistrosPuacuteblicos) foi o primeiro jornal ateacute entatildeo conhecido do mundo pro-duzido por ordem do imperador romano Juacutelio Ceacutesar em 59 aC como intuito de informar a populaccedilatildeo sobre os principais acontecimentosde seu governo e da repuacuteblica Seacuteculos mais tarde em 713 dC apoacutes ainvenccedilatildeo da prensa pelos chineses surge o primeiro jornal escrito a matildeondash o ldquoKaiyuan Za Baordquo no periacuteodo da dinastia Han Em seguida vieramas teacutecnicas de impressatildeo em bloco de madeira (uma das escrituras bu-distas mais antigas conhecidas pela humanidade eacute uma xilogravura chi-nesa ndash o Sutra Diamante em 868 dC) e as teacutecnicas de impressatildeo emargila de Bi Sheng

        Com base nesses eventos Johannes Gutenberg inventa a prensa ti-pograacutefica ou prensa de impressatildeo em 1440 inaugurando um novo pe-riacuteodo na histoacuteria dos jornais com palavras impressas Por volta de 1450o entusiasta Gutenberg faz um empreacutestimo com Johann Fust que emcontrapartida exigia um percentual nos lucros da empresa Assim eacutecriada a Faacutebrica de Livros (Das Werk der Buchei) possibilitando a im-pressatildeo da Biacuteblia (tambeacutem conhecida como Biacuteblia de Gutenberg ouBiacuteblia de 42 linhas) em 14559 Para Tosseri (2010) Gutenberg natildeoinventou mas sim reinventou a imprensa no seacuteculo XV

        A teacutecnica de imprimir com caracteres moacuteveis eacute na verdade asiaacuteticae muito mais antiga como afirmam inuacutemeros especialistas Tudo come-ccedilou com a criaccedilatildeo do papel obra dos chineses no ano 105 da era cristatildeO novo material abriu caminho para uma produccedilatildeo ainda artesanal deum maior nuacutemero de livros que se tornaram praacuteticos para manuseare muito mais baratos afirma o investigador Em 1500 estima-se que

        9ldquoO incunaacutebulo de Gutembergrdquo eacute como ficaram conhecidos os primeiros livrosimpressos atraveacutes tipos moacuteveis de prensas mecacircnicas para a impressatildeo de textos natildeoescritos agrave matildeo esclarece Martins (1957) A partir de 1455 outras importantes obrassurgiram na Europa como o Hypnerotomachia Poliphili em 1499 um dos livros im-pressos no Renascimento mais enigmaacuteticos de que se tem notiacutecia O tiacutetulo numatraduccedilatildeo aproximada do grego significa ldquoA luta amorosa de Poliphilo em um sonhordquoO Hypnerotomachia eacute considerado um dos incunaacutebulos mais belos jaacute produzidosjuntamente com a Biacuteblia de Gutenberg Recuperado em 4 de Fevereiro 2011 dehttpsdiletrasupptuploadspdfsIncunC3A1bulopdf

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        12 Marcelo Mendonccedila Teixeira

        milhotildees de livros eram impressos em diferentes partes do mundo a partirda maacutequina de Gutenberg

        A primeira revista foi produzida em 1663 ateacute 1668 em Hamburgo(Alemanha) ndash ldquoErbauliche Monaths-Unterredungenrdquo (Edificantes Dis-cussotildees Mensais) pelo teoacutelogo e poeta Johann Rist Inicialmente apublicaccedilatildeo era voltada a questotildees de interesse especiacutefico (teoloacutegicofilosoacutefico) e por isso natildeo atraiacutea atenccedilatildeo do grande puacuteblico Outrasvieram em seguida como a ldquoLe Mercurerdquo (Franccedila ndash 1672) e a ldquoTheAthenian Gazetterdquo (Inglaterra ndash 1690)10

        Tambeacutem na Inglaterra surge o primeiro jornal diaacuterio do mundo ndasho Daily Courant (Diaacuterio da Corte) em 1702 com uma paacutegina frontale duas colunas de natureza soacutecio-poliacutetica Apenas em 1840 o papelpassou a ser produzido de resina das aacutervores reduzindo o problema daescassez de material para a sua produccedilatildeo fundamental par o iniacutecio daproduccedilatildeo de textos e da comunicaccedilatildeo impressa (Melo 2005) Naqueletempo o puacuteblico passou a ter mais acesso agraves informaccedilotildees sem tantasmanipulaccedilotildees do Estado e da Igreja com a fundaccedilatildeo de jornais popu-lares de grande circulaccedilatildeo como a Reuters (1851) The Daily Telegraph(1855) Diaacuterio de Noticias da Madeira (1876) Financial Times (1888)The Daily Mirror (1903) e muitos outros

        A imprensa do seacuteculo XX foi marcada pelo desenvolvimento dasmaacutequinas de impressatildeo graacutefica e qualidade das imagens (fotografias)principalmente nos periacuteodos entre guerras (1914 a 1918 e de 1939a 1945) Na revoluccedilatildeo digital das deacutecadas de 80 e 90 o computa-dor e a Internet tornaram-se os principais aliados do jornal impressotrazendo dinamismo agraves notiacutecias veiculadas (constante atualizaccedilatildeo dasinformaccedilotildees) reduccedilatildeo de custos operacionais alcance global e par-ticipaccedilatildeo mais ativa do puacuteblico consumidor vindo a culminar na versatildeoonline (Jornal Online ou e-Newsletter) nos primeiros anos do ano 2000

        A insatisfaccedilatildeo das pessoas com os meios de comunicaccedilatildeo tradi-cionais o acesso raacutepido aacutegil e flexiacutevel agraves informaccedilotildees a vontade ma-nifestada pelo puacuteblico em participar na realizaccedilatildeo de conteuacutedos dos proacute-prios meios e a independecircncia do espaccedilo e do tempo satildeo alguns pon-tos levantados por Rodrigues (2009) que fazem nos refletir sobre umaatualidade de expansatildeo dos jornais online que hora vivenciamos con-

        10Recuperado em 5 de Fevreiro 2011 de httpwwwbritannicacomEBcheckedtopic191080Erbauliche-Monaths-Unterredungen

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        tribuindo para o aparecimento de alternativas ao monopoacutelio midiaacuteticodos grandes veiacuteculos Certamente natildeo podemos prever o futuro da im-prensa seja ele a extinccedilatildeo do formato em papel e migraccedilatildeo permanentepara o formato online ou a convivecircncia entre ambos os formatos emregime de complementariedade

        Atualmente as campanhas contra a destruiccedilatildeo das florestas e osmovimentos de computaccedilatildeo verde vecircm se intensificando a cada anoe que inevitavelmente iratildeo influenciar na produccedilatildeo dos jornais impres-sos a longo prazo especialmente com a popularizaccedilatildeo e massificaccedilatildeodos tablets e e-books

        22 O CinemaDe 1890 a 1895 Louis e Auguste Lumiegravere desenvolveram a arte deregistrar e produzir imagens em movimento a partir da fotografia11 teacutec-nica que ficou mundialmente conhecida como ldquocinemardquo Contudo al-gumas invenccedilotildees contribuiacuteram para o surgimento da ldquoseacutetima arterdquo comoo praxinoscoacutepio12 do francecircs Charles Eacutemile Reynaud e o cinetoscoacutepiode Thomas Edison Por sinal sem o cinetoscoacutepio13 os irmatildeos Lumiegraveredificilmente teriam concebido o cinematoacutegrafo14 Uma vez transfor-mado em um meio de mediatizaccedilatildeo entre um puacuteblico e uma tecnologiado som e da imagem que evolui e que independe de sua contribuiccedilatildeoo cinema se caracteriza como uma teacutecnica de transmissatildeo da espeta-cularizaccedilatildeo de sons e imagens (RUIZ 2003) reconhecido pelo escritorJacques Aumont como ldquoa mais singular das artesrdquo Como a linguagem eacutemonomoacuterfica o discurso eacute contiacutenuo e daacute-se mais realce agrave figura do rea-lizador O tempo de atenccedilatildeo eacute determinado pela intensidade do tempodramaacutetico na sucessatildeo de imagens considera Branco (2011) Em 1895os irmatildeos Lumiegravere realizaram em Paris a primeira exibiccedilatildeo puacuteblica decinema com a peliacutecula - LrsquoArriveacutee drsquoun train en gare de la ciotat ini-

        11Teacutecnica de criaccedilatildeo de imagens por meio de exposiccedilatildeo luminosa deriva do gregophos (luz) e graphein (escrever) foi inventada pelos franceses Louis-Jacques Da-guerre e Joseph Niceacutephore Niepce (Fabris 2008)

        12Maacutequina que projeta imagens desenhadas a matildeo sobre fitas transparentes (Armes1999)

        13Equipamento dotado de um visor para observaccedilatildeo individual e que jaacute utilizavauma peliacutecula fotograacutefica onde as imagens eram impressas (Barboza 2007)

        14Equipamento que filmava copiava e projetava imagens (Armes 1999)

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        14 Marcelo Mendonccedila Teixeira

        ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

        Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

        A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

        15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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        on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

        23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

        16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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        chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

        As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

        A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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        o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

        24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

        Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

        17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

        18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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        o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

        A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

        As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

        19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

        20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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        e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

        Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

        25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

        Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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        visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

        Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

        21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

        de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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        native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

        Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

        25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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        3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

        Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

        28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

        29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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        A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 23

        Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

        Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

        + consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

        30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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        24 Marcelo Mendonccedila Teixeira

        modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

        A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

        31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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        A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 25

        intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

        ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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        26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

        Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

        Agradecimentos

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        • Introduccedilatildeo
        • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
        • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
          • A Imprensa
          • O Cinema
          • O Telefone
          • O Raacutedio
          • A Televisatildeo
            • As Novas Miacutedias
            • Conclusotildees
            • Agradecimentos
            • Referecircncias

          A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 5

          Desse modo as pessoas diferem em suas maneiras de perceber pensarsentir e agir e essas diferenccedilas individuais influenciam a dinacircmica in-terpessoal a formaccedilatildeo de grupos e a proacutepria cultura das instituiccedilotildees(SILVA 2000) Soares (2006 p1) recorda que as ldquomensagens satildeodocumentos registos e atestados do que efetivamente eacute importante efundamental para a vida em sociedade Natildeo importando qual seja seuconteuacutedo toda mensagem eacute sempre uma prova um testemunho na me-dida em que torna puacuteblico um pensamento traduz e confirma ideiastransformando-as em palavras sons e imagensrdquo

          Ainda no processo comunicativo temos ldquoa respostardquo ou ldquofeedbackrdquotambeacutem conhecido como ldquoretroinformaccedilatildeordquo O feedback eacute um ele-mento importante no sistema de informaccedilatildeo e quando se encontra pre-sente no processo de comunicaccedilatildeo eacute nomeado de bilateral pois ocorreem dois sentidos ou seja aleacutem do envio da mensagem original a in-formaccedilatildeo retorna descodificada pelo receptor agrave fonte ou emissor paraque este possa conhecer o resultado de sua mensagem (CHIAVENATO1999) O feedback ajuda a melhorar o desempenho e a comunicaccedilatildeodas pessoas na medida que eacute fundamental para o desenvolvimento dacompetecircncia interpessoal no sentido da comunicaccedilatildeo com o intuito defornecer-lhes uma resposta e constitui-se em um processo de ajuda paramudanccedilas de comportamento (MOSCOVICI 2002)

          Por fim as barreiras de comunicaccedilatildeo (ruiacutedos) estatildeo associadas adiferenccedilas de repertoacuterios rede de referecircncias valores conhecimentoshistoacutericos espaciais afetivos cientiacuteficos profissionais presentes emcada indiviacuteduo entre o emissor e o receptor (MOTTA amp CALDAS1997) Os ruiacutedos distraem confundem bloqueiam e interferem direta-mente no processo de comunicaccedilatildeo Como parte integrante do processochegamos as funccedilotildees da linguagem que satildeo recursos utilizados peloemissor ou destinataacuterio (pessoa que fala ou escreve) no momento detransmitir uma mensagem com o intuito de que ela seja compreendidapelo receptor ou destinataacuterio (aquele quem ouve ou lecirc a mensagem) ex-plicam Diniz e Borin (2010) Esses recursos podem ser utilizados comoforma de reforccedilar algum elemento linguiacutestico para que facilite a com-preensatildeo do receptor quando em contato com um determinado efeito(ibidem) A figura seguinte descreve com mais detalhes o processo dacomunicaccedilatildeo humana em oito fases

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          6 Marcelo Mendonccedila Teixeira

          Figura 2 As Fases da Comunicaccedilatildeo

          Fonte httpsociologyofcommunicationblogspotcombr2008_05_01_archivehtml

          O pensador russo Roman Jakobson amplia reformula e determinauma tipologia para as funccedilotildees da linguagem baseado no modelo triaacutedi-co da linguagem do psiquiatra alematildeo Karl Buumlhler As funccedilotildees da lin-guagem de Jakobson tornaram-se um marco na histoacuteria da linguiacutesticae natildeo apenas se limita aos estudos da linguagem Camocardi e Flory(2003) sob a eacutegide da obra ldquoLinguiacutestica e Comunicaccedilatildeordquo detalham es-sas funccedilotildees

          bull Funccedilatildeo Emotiva ou Expressiva Ocorre quando haacute ecircnfase no e-missor e na expressatildeo direta de suas emoccedilotildees e atitudes numcontexto subjetivo e pessoal

          bull Funccedilatildeo Referencial ou Denotativa Privilegia o contexto e evi-dencia o assunto o objeto os fatos os juiacutezos Eacute a linguagemda comunicaccedilatildeo das descriccedilotildees objetivas das narrativas conven-cionais das dissertaccedilotildees dos ensaios cientiacuteficos entre outros

          bull Funccedilatildeo Apelativa ou Conotativa Orientada para o destinataacuterio eacutea funccedilatildeo que busca mobilizar a atenccedilatildeo do receptor produzindoum apelo

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          A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 7

          bull Funccedilatildeo Faacutetica Quando a ecircnfase estaacute no canal para conferir suarecepccedilatildeo ou para manter a concexatildeo entre os falantes bem comoprolongar ou interromper a comunicaccedilatildeo temos a funccedilatildeo faacutetica

          bull Funccedilatildeo Poeacutetica Dar-se quando a mensagem se volta para os seusproacuteprios constituintes tendo em vista produzir efeito esteacuteticoatraveacutes da ruptura da norma linguiacutestica ou de combinatoacuterias i-novadoras da linguagem

          bull Funccedilatildeo Metaliguiacutestica Eacute a funccedilatildeo que visa agrave traduccedilatildeo do coacutedigoou agrave elaboraccedilatildeo do discurso seja ele linguiacutestico (escrito ou oral)ou extralinguiacutestico (muacutesica cinema pintura gestualidade tam-beacutem conhecidos como coacutedigos complexos

          Cada um dos seis fatores descritos por Jakobson determina dife-rentes funccedilotildees da linguagem verbal Deste modo temos

          Figura 3 Circuito da Comunicaccedilatildeo

          Fonte Baseado em Camocardi e Flory (2003)

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          8 Marcelo Mendonccedila Teixeira

          Emissores receptores canais sinais e mensagens verbais e natildeo ver-bais simeacutetricas e assimeacutetricas convergentes ou natildeo no ato comunica-tivo fazem parte da comunicaccedilatildeo humana

          2 Os Tipos de ComunicaccedilatildeoNa literatura de Straubhaar e LaRose (2004) encontramos uma classifi-caccedilatildeo da comunicaccedilatildeo delimitada em categorias que incluem a comu-nicaccedilatildeo intrapessoal ndash interpessoal ndash pequenos grupos grandes grupose a comunicaccedilatildeo de massa Segundo os autores cada modo de comuni-caccedilatildeo pode envolver ou natildeo o uso dos meios de mecacircnicos ou eletrocircni-cos para a transmissatildeo do fluxo de comunicaccedilatildeo e quando esses meiossatildeo utilizados dizemos que a comunicaccedilatildeo eacute mediada A comunicaccedilatildeointrapessoal eacute aquela que a pessoa tem consigo proacutepria no acircmbito deseu diaacutelogo interior enquanto a comunicaccedilatildeo interpessoal caracteriza-se pela troca de informaccedilotildees entre duas ou mais pessoas durante o atocomunicativo Na sequecircncia a comunicaccedilatildeo em grupos (pequeno ougrande) geralmente se refere a situaccedilotildees nas quais trecircs ou mais pes-soas estatildeo em processo comunicativo Categorizamos a comunicaccedilatildeode massa como ldquoum para muitos ou ponto a multipontordquo ldquoNesse casouma mensagem eacute comunicada de uacutenica fonte para centenas de milharesde receptores com relativamente poucas oportunidades para a audiecircn-cia comunicar-se de volta com a fonterdquo (STRAUBHAAR amp LAROSE2004 p9)

          Numa abordagem complementar entendemos os meios de comuni-caccedilatildeo de massa como instrumentos mediadores da transmissatildeo de men-sagens escritas sonoras visuais textuais Meios denota significados esignificantes (o ar e a aacutegua por exemplo satildeo meios) esclarecem Raboye Solervincens (2005) Desse modo um meio de transmissatildeo ou comu-nicaccedilatildeo eacute um agente neutro Podemos observar facilmente que apesarde seu estado aparentemente objetivo a natureza de um meio determinao tipo e a qualidade da informaccedilatildeo que pode passar por ele Ainda queatualmente consideraacutessemos o livro ou a imprensa como meios o termotomou relevacircncia com o surgimento da comunicaccedilatildeo a longa distacircnciamediante desenvolvimento das telecomunicaccedilotildees (ibidem) Massa as-sim como o Meio satildeo difiacutecies de definir por causa de suas variaacuteveisconotaccedilotildees No sentido da comunicaccedilatildeo social tem uma referecircncia

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          A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 9

          puacuteblica para todos massificada Santaella (2008) revela que no iniacutecioda deacutecada de 90 com um sentido mais estrito Miacutedia referia-se especifi-camente aos meios de comunicaccedilatildeo de massa especificamente aos quetransmitiam notiacutecias e informaccedilotildees tais como jornais revistas raacutedio etelevisatildeo bem como os meios de que a publicidade se serve (de out-doors a mensagens publicitaacuterias)

          Sabemos atraveacutes dos teoacutericos da comunicaccedilatildeo como Dennis Mac-quail Henry Jenkins Jesus Martiacuten-Barbero Juumlrgen Habermas MashallMacluhan Robert Wiener Stuart Hall entre outros que as evoluccedilotildeestecnoloacutegicas modificaram para sempre um consenso acadecircmico uniacutes-sono sobre o conceito de meios de comunicaccedilatildeo mas hoje muitos ques-tionam a validade da web tv raacutedio web ou jornal online como meiosde comunicaccedilatildeo de massa Sobre esse contexto vagamente recordamosque na histoacuteria da humanidade a evoluccedilatildeo das miacutedias ocorreu de formaisolada (caso a caso) e o desenvolvimento de uma era responsaacutevel di-reto ou indiretamente pelo desenvolvimento da outra por uma simplesquestatildeo de adaptaccedilatildeo as mudanccedilas tecnoloacutegicas e preferecircncias de umaaudiecircncia aacutevida por novidades

          Cronologicamente os principais meios de comunicaccedilatildeo se adap-taram as necessidades de comunicaccedilatildeo das pessoas no conviacutevio socialGritos e gestos foram as primeiras tentativas do homem em estabele-cer contato com o seu semelhante e com os animais Daiacute surgiu apintura rupestre ilustrando nas paredes das cavernas emoccedilotildees senti-mentos e percepccedilotildees de um mundo em descoberta (satildeo os primeirosindiacutecios da comunicaccedilatildeo sonora e simboacutelica) Em seguida a escritapictograacutefica2 tornou-se o principal meio de comunicaccedilatildeo (o pergami-nho3 e o palimpseto foram os principais suportes) ateacute o aparecimentodo Papyrus4 (o precursor do papel)5 que veio a revolucionar a comu-

          2Escrita Pictograacutefica Base da escrita cuneiforme eacute a representaccedilatildeo graacutefica dopensamento em hieroacuteglifos atraveacutes de desenhos simboacutelicos Horcades C (2007) Aevoluccedilatildeo da escrita Rio de Janeiro Senac Rio

          3Do grego Pergameacutene e do latim Pergamina ou Pergamena eacute a pele do ovino oucaprino preparado para a escrita Recuperado em 29 de Janeiro 2011 de httpwwwdiciocombrpergaminho

          4Planta aquaacutetica perene da famiacutelia das ciperaacuteceas cujo nome cientiacutefico eacute CyperusPapyrus serviu de suporte para a escrita Recuperado em 30 de Janeiro 2011 dehttptipografosnetglossariopapirohtml

          5Folha ou lacircmina delgada feita de substacircncias de origem vegetal (celulose trapos

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          nicaccedilatildeo pela maneira praacutetica e raacutepida de transmitir informaccedilotildees a umgrande contingente de pessoas (a citografia contribuiu para a evoluccedilatildeoda escrita na reproduccedilatildeo de textos e ilustraccedilotildees pela combinaccedilatildeo defotografia e zincografia6) Nesse contexto foi inventado o jornal e a im-prensa baseados na tipografia7 Paralelamente eacute desenvolvido o serviccedilopostal (correios) para o envio de cartas escritas e deacutecadas depois oteleacutegrafo eletromagneacutetico possibilitando a transmissatildeo de mensagensde um ponto a outro em longas distacircncias atraveacutes de correntes eleacutetri-cas O mesmo princiacutepio foi utilizado para a criaccedilatildeo do telefone con-cebido para transmitir sons por meio de sinais eleacutetricos em cabos defio Na sequecircncia vieram o raacutedio o cinema a televisatildeo e o computadoreletrocircnico Atraveacutes do computador a Internet possibilitou a convergecircn-cia das miacutedias para o universo virtual A convergecircncia eacute entendida porCaacutedima (2009 p93) referenciando um paraacutegrafo do ldquoLivro Verde daConvergecircnciardquo8 como ldquoa capacidade de diferentes plataformas de redeservirem de veiacuteculo a serviccedilos essencialmente semelhantes ou a junccedilatildeode dispositivos do consumidor como o telefone a televisatildeo e o com-putador pessoalrdquo integrados em plataformas que tecircm como objetivo aaplicaccedilatildeo comum das tecnologias digitais aos sistemas associados agrave en-trega dos serviccedilos (posteriormente exploraremos o conceito com maisabrangecircncia) Partindo desta loacutegica vejamos como ocorreu o processode convergecircncia de algumas miacutedias que sobreviveram ao desenvolvi-mento tecnoloacutegico ateacute os dias atuais sem seguir uma ordem cronoloacute-gica

          palha de arroz etc) na qual se escreve imprime embrulha Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de wwwdiciocombrpapel

          6Arte de gravar ou imprimir sobre lacircminas de zinco Recuperado em 30 de Janeiro2011 de httpwwwdiciocombrzincografia

          7Do grego typos (forma) e graphein (escrita) eacute a arte e o processo de criaccedilatildeo nacomposiccedilatildeo de um texto no qual se usam formas em relevo Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de httptipografosnethistoriaindexhtml

          8Criado pela Uniatildeo Europeia em 1998 o Livro Verde constitui um passo numavia cujo objetivo eacute garantir que os benefiacutecios da convergecircncia contribuam para odesenvolvimento social e econocircmico da Europa Recuperado em 2 de Fevereiro2011 de wwwanacomptstreaminglivroverdepdfcategoryId=18043ampcontentId=26202ampfield=ATTACHED_FILE

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          A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 11

          21 A ImprensaHaacute milecircnios que a humanidade exprime suas ideias atraveacutes dos jornaisA ldquoActa Diurnardquo ldquoActa Popidirdquo ou ldquoActa Publicardquo (Diaacuterio de RegistrosPuacuteblicos) foi o primeiro jornal ateacute entatildeo conhecido do mundo pro-duzido por ordem do imperador romano Juacutelio Ceacutesar em 59 aC como intuito de informar a populaccedilatildeo sobre os principais acontecimentosde seu governo e da repuacuteblica Seacuteculos mais tarde em 713 dC apoacutes ainvenccedilatildeo da prensa pelos chineses surge o primeiro jornal escrito a matildeondash o ldquoKaiyuan Za Baordquo no periacuteodo da dinastia Han Em seguida vieramas teacutecnicas de impressatildeo em bloco de madeira (uma das escrituras bu-distas mais antigas conhecidas pela humanidade eacute uma xilogravura chi-nesa ndash o Sutra Diamante em 868 dC) e as teacutecnicas de impressatildeo emargila de Bi Sheng

          Com base nesses eventos Johannes Gutenberg inventa a prensa ti-pograacutefica ou prensa de impressatildeo em 1440 inaugurando um novo pe-riacuteodo na histoacuteria dos jornais com palavras impressas Por volta de 1450o entusiasta Gutenberg faz um empreacutestimo com Johann Fust que emcontrapartida exigia um percentual nos lucros da empresa Assim eacutecriada a Faacutebrica de Livros (Das Werk der Buchei) possibilitando a im-pressatildeo da Biacuteblia (tambeacutem conhecida como Biacuteblia de Gutenberg ouBiacuteblia de 42 linhas) em 14559 Para Tosseri (2010) Gutenberg natildeoinventou mas sim reinventou a imprensa no seacuteculo XV

          A teacutecnica de imprimir com caracteres moacuteveis eacute na verdade asiaacuteticae muito mais antiga como afirmam inuacutemeros especialistas Tudo come-ccedilou com a criaccedilatildeo do papel obra dos chineses no ano 105 da era cristatildeO novo material abriu caminho para uma produccedilatildeo ainda artesanal deum maior nuacutemero de livros que se tornaram praacuteticos para manuseare muito mais baratos afirma o investigador Em 1500 estima-se que

          9ldquoO incunaacutebulo de Gutembergrdquo eacute como ficaram conhecidos os primeiros livrosimpressos atraveacutes tipos moacuteveis de prensas mecacircnicas para a impressatildeo de textos natildeoescritos agrave matildeo esclarece Martins (1957) A partir de 1455 outras importantes obrassurgiram na Europa como o Hypnerotomachia Poliphili em 1499 um dos livros im-pressos no Renascimento mais enigmaacuteticos de que se tem notiacutecia O tiacutetulo numatraduccedilatildeo aproximada do grego significa ldquoA luta amorosa de Poliphilo em um sonhordquoO Hypnerotomachia eacute considerado um dos incunaacutebulos mais belos jaacute produzidosjuntamente com a Biacuteblia de Gutenberg Recuperado em 4 de Fevereiro 2011 dehttpsdiletrasupptuploadspdfsIncunC3A1bulopdf

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          milhotildees de livros eram impressos em diferentes partes do mundo a partirda maacutequina de Gutenberg

          A primeira revista foi produzida em 1663 ateacute 1668 em Hamburgo(Alemanha) ndash ldquoErbauliche Monaths-Unterredungenrdquo (Edificantes Dis-cussotildees Mensais) pelo teoacutelogo e poeta Johann Rist Inicialmente apublicaccedilatildeo era voltada a questotildees de interesse especiacutefico (teoloacutegicofilosoacutefico) e por isso natildeo atraiacutea atenccedilatildeo do grande puacuteblico Outrasvieram em seguida como a ldquoLe Mercurerdquo (Franccedila ndash 1672) e a ldquoTheAthenian Gazetterdquo (Inglaterra ndash 1690)10

          Tambeacutem na Inglaterra surge o primeiro jornal diaacuterio do mundo ndasho Daily Courant (Diaacuterio da Corte) em 1702 com uma paacutegina frontale duas colunas de natureza soacutecio-poliacutetica Apenas em 1840 o papelpassou a ser produzido de resina das aacutervores reduzindo o problema daescassez de material para a sua produccedilatildeo fundamental par o iniacutecio daproduccedilatildeo de textos e da comunicaccedilatildeo impressa (Melo 2005) Naqueletempo o puacuteblico passou a ter mais acesso agraves informaccedilotildees sem tantasmanipulaccedilotildees do Estado e da Igreja com a fundaccedilatildeo de jornais popu-lares de grande circulaccedilatildeo como a Reuters (1851) The Daily Telegraph(1855) Diaacuterio de Noticias da Madeira (1876) Financial Times (1888)The Daily Mirror (1903) e muitos outros

          A imprensa do seacuteculo XX foi marcada pelo desenvolvimento dasmaacutequinas de impressatildeo graacutefica e qualidade das imagens (fotografias)principalmente nos periacuteodos entre guerras (1914 a 1918 e de 1939a 1945) Na revoluccedilatildeo digital das deacutecadas de 80 e 90 o computa-dor e a Internet tornaram-se os principais aliados do jornal impressotrazendo dinamismo agraves notiacutecias veiculadas (constante atualizaccedilatildeo dasinformaccedilotildees) reduccedilatildeo de custos operacionais alcance global e par-ticipaccedilatildeo mais ativa do puacuteblico consumidor vindo a culminar na versatildeoonline (Jornal Online ou e-Newsletter) nos primeiros anos do ano 2000

          A insatisfaccedilatildeo das pessoas com os meios de comunicaccedilatildeo tradi-cionais o acesso raacutepido aacutegil e flexiacutevel agraves informaccedilotildees a vontade ma-nifestada pelo puacuteblico em participar na realizaccedilatildeo de conteuacutedos dos proacute-prios meios e a independecircncia do espaccedilo e do tempo satildeo alguns pon-tos levantados por Rodrigues (2009) que fazem nos refletir sobre umaatualidade de expansatildeo dos jornais online que hora vivenciamos con-

          10Recuperado em 5 de Fevreiro 2011 de httpwwwbritannicacomEBcheckedtopic191080Erbauliche-Monaths-Unterredungen

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          A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 13

          tribuindo para o aparecimento de alternativas ao monopoacutelio midiaacuteticodos grandes veiacuteculos Certamente natildeo podemos prever o futuro da im-prensa seja ele a extinccedilatildeo do formato em papel e migraccedilatildeo permanentepara o formato online ou a convivecircncia entre ambos os formatos emregime de complementariedade

          Atualmente as campanhas contra a destruiccedilatildeo das florestas e osmovimentos de computaccedilatildeo verde vecircm se intensificando a cada anoe que inevitavelmente iratildeo influenciar na produccedilatildeo dos jornais impres-sos a longo prazo especialmente com a popularizaccedilatildeo e massificaccedilatildeodos tablets e e-books

          22 O CinemaDe 1890 a 1895 Louis e Auguste Lumiegravere desenvolveram a arte deregistrar e produzir imagens em movimento a partir da fotografia11 teacutec-nica que ficou mundialmente conhecida como ldquocinemardquo Contudo al-gumas invenccedilotildees contribuiacuteram para o surgimento da ldquoseacutetima arterdquo comoo praxinoscoacutepio12 do francecircs Charles Eacutemile Reynaud e o cinetoscoacutepiode Thomas Edison Por sinal sem o cinetoscoacutepio13 os irmatildeos Lumiegraveredificilmente teriam concebido o cinematoacutegrafo14 Uma vez transfor-mado em um meio de mediatizaccedilatildeo entre um puacuteblico e uma tecnologiado som e da imagem que evolui e que independe de sua contribuiccedilatildeoo cinema se caracteriza como uma teacutecnica de transmissatildeo da espeta-cularizaccedilatildeo de sons e imagens (RUIZ 2003) reconhecido pelo escritorJacques Aumont como ldquoa mais singular das artesrdquo Como a linguagem eacutemonomoacuterfica o discurso eacute contiacutenuo e daacute-se mais realce agrave figura do rea-lizador O tempo de atenccedilatildeo eacute determinado pela intensidade do tempodramaacutetico na sucessatildeo de imagens considera Branco (2011) Em 1895os irmatildeos Lumiegravere realizaram em Paris a primeira exibiccedilatildeo puacuteblica decinema com a peliacutecula - LrsquoArriveacutee drsquoun train en gare de la ciotat ini-

          11Teacutecnica de criaccedilatildeo de imagens por meio de exposiccedilatildeo luminosa deriva do gregophos (luz) e graphein (escrever) foi inventada pelos franceses Louis-Jacques Da-guerre e Joseph Niceacutephore Niepce (Fabris 2008)

          12Maacutequina que projeta imagens desenhadas a matildeo sobre fitas transparentes (Armes1999)

          13Equipamento dotado de um visor para observaccedilatildeo individual e que jaacute utilizavauma peliacutecula fotograacutefica onde as imagens eram impressas (Barboza 2007)

          14Equipamento que filmava copiava e projetava imagens (Armes 1999)

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          14 Marcelo Mendonccedila Teixeira

          ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

          Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

          A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

          15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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          on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

          23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

          16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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          16 Marcelo Mendonccedila Teixeira

          chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

          As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

          A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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          A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 17

          o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

          24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

          Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

          17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

          18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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          18 Marcelo Mendonccedila Teixeira

          o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

          A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

          As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

          19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

          20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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          A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 19

          e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

          Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

          25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

          Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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          visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

          Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

          21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

          de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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          A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 21

          native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

          Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

          25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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          3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

          Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

          28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

          29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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          A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 23

          Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

          Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

          + consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

          30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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          modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

          A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

          31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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          intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

          ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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          Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

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          • Introduccedilatildeo
          • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
          • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
            • A Imprensa
            • O Cinema
            • O Telefone
            • O Raacutedio
            • A Televisatildeo
              • As Novas Miacutedias
              • Conclusotildees
              • Agradecimentos
              • Referecircncias

            6 Marcelo Mendonccedila Teixeira

            Figura 2 As Fases da Comunicaccedilatildeo

            Fonte httpsociologyofcommunicationblogspotcombr2008_05_01_archivehtml

            O pensador russo Roman Jakobson amplia reformula e determinauma tipologia para as funccedilotildees da linguagem baseado no modelo triaacutedi-co da linguagem do psiquiatra alematildeo Karl Buumlhler As funccedilotildees da lin-guagem de Jakobson tornaram-se um marco na histoacuteria da linguiacutesticae natildeo apenas se limita aos estudos da linguagem Camocardi e Flory(2003) sob a eacutegide da obra ldquoLinguiacutestica e Comunicaccedilatildeordquo detalham es-sas funccedilotildees

            bull Funccedilatildeo Emotiva ou Expressiva Ocorre quando haacute ecircnfase no e-missor e na expressatildeo direta de suas emoccedilotildees e atitudes numcontexto subjetivo e pessoal

            bull Funccedilatildeo Referencial ou Denotativa Privilegia o contexto e evi-dencia o assunto o objeto os fatos os juiacutezos Eacute a linguagemda comunicaccedilatildeo das descriccedilotildees objetivas das narrativas conven-cionais das dissertaccedilotildees dos ensaios cientiacuteficos entre outros

            bull Funccedilatildeo Apelativa ou Conotativa Orientada para o destinataacuterio eacutea funccedilatildeo que busca mobilizar a atenccedilatildeo do receptor produzindoum apelo

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            A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 7

            bull Funccedilatildeo Faacutetica Quando a ecircnfase estaacute no canal para conferir suarecepccedilatildeo ou para manter a concexatildeo entre os falantes bem comoprolongar ou interromper a comunicaccedilatildeo temos a funccedilatildeo faacutetica

            bull Funccedilatildeo Poeacutetica Dar-se quando a mensagem se volta para os seusproacuteprios constituintes tendo em vista produzir efeito esteacuteticoatraveacutes da ruptura da norma linguiacutestica ou de combinatoacuterias i-novadoras da linguagem

            bull Funccedilatildeo Metaliguiacutestica Eacute a funccedilatildeo que visa agrave traduccedilatildeo do coacutedigoou agrave elaboraccedilatildeo do discurso seja ele linguiacutestico (escrito ou oral)ou extralinguiacutestico (muacutesica cinema pintura gestualidade tam-beacutem conhecidos como coacutedigos complexos

            Cada um dos seis fatores descritos por Jakobson determina dife-rentes funccedilotildees da linguagem verbal Deste modo temos

            Figura 3 Circuito da Comunicaccedilatildeo

            Fonte Baseado em Camocardi e Flory (2003)

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            8 Marcelo Mendonccedila Teixeira

            Emissores receptores canais sinais e mensagens verbais e natildeo ver-bais simeacutetricas e assimeacutetricas convergentes ou natildeo no ato comunica-tivo fazem parte da comunicaccedilatildeo humana

            2 Os Tipos de ComunicaccedilatildeoNa literatura de Straubhaar e LaRose (2004) encontramos uma classifi-caccedilatildeo da comunicaccedilatildeo delimitada em categorias que incluem a comu-nicaccedilatildeo intrapessoal ndash interpessoal ndash pequenos grupos grandes grupose a comunicaccedilatildeo de massa Segundo os autores cada modo de comuni-caccedilatildeo pode envolver ou natildeo o uso dos meios de mecacircnicos ou eletrocircni-cos para a transmissatildeo do fluxo de comunicaccedilatildeo e quando esses meiossatildeo utilizados dizemos que a comunicaccedilatildeo eacute mediada A comunicaccedilatildeointrapessoal eacute aquela que a pessoa tem consigo proacutepria no acircmbito deseu diaacutelogo interior enquanto a comunicaccedilatildeo interpessoal caracteriza-se pela troca de informaccedilotildees entre duas ou mais pessoas durante o atocomunicativo Na sequecircncia a comunicaccedilatildeo em grupos (pequeno ougrande) geralmente se refere a situaccedilotildees nas quais trecircs ou mais pes-soas estatildeo em processo comunicativo Categorizamos a comunicaccedilatildeode massa como ldquoum para muitos ou ponto a multipontordquo ldquoNesse casouma mensagem eacute comunicada de uacutenica fonte para centenas de milharesde receptores com relativamente poucas oportunidades para a audiecircn-cia comunicar-se de volta com a fonterdquo (STRAUBHAAR amp LAROSE2004 p9)

            Numa abordagem complementar entendemos os meios de comuni-caccedilatildeo de massa como instrumentos mediadores da transmissatildeo de men-sagens escritas sonoras visuais textuais Meios denota significados esignificantes (o ar e a aacutegua por exemplo satildeo meios) esclarecem Raboye Solervincens (2005) Desse modo um meio de transmissatildeo ou comu-nicaccedilatildeo eacute um agente neutro Podemos observar facilmente que apesarde seu estado aparentemente objetivo a natureza de um meio determinao tipo e a qualidade da informaccedilatildeo que pode passar por ele Ainda queatualmente consideraacutessemos o livro ou a imprensa como meios o termotomou relevacircncia com o surgimento da comunicaccedilatildeo a longa distacircnciamediante desenvolvimento das telecomunicaccedilotildees (ibidem) Massa as-sim como o Meio satildeo difiacutecies de definir por causa de suas variaacuteveisconotaccedilotildees No sentido da comunicaccedilatildeo social tem uma referecircncia

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            A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 9

            puacuteblica para todos massificada Santaella (2008) revela que no iniacutecioda deacutecada de 90 com um sentido mais estrito Miacutedia referia-se especifi-camente aos meios de comunicaccedilatildeo de massa especificamente aos quetransmitiam notiacutecias e informaccedilotildees tais como jornais revistas raacutedio etelevisatildeo bem como os meios de que a publicidade se serve (de out-doors a mensagens publicitaacuterias)

            Sabemos atraveacutes dos teoacutericos da comunicaccedilatildeo como Dennis Mac-quail Henry Jenkins Jesus Martiacuten-Barbero Juumlrgen Habermas MashallMacluhan Robert Wiener Stuart Hall entre outros que as evoluccedilotildeestecnoloacutegicas modificaram para sempre um consenso acadecircmico uniacutes-sono sobre o conceito de meios de comunicaccedilatildeo mas hoje muitos ques-tionam a validade da web tv raacutedio web ou jornal online como meiosde comunicaccedilatildeo de massa Sobre esse contexto vagamente recordamosque na histoacuteria da humanidade a evoluccedilatildeo das miacutedias ocorreu de formaisolada (caso a caso) e o desenvolvimento de uma era responsaacutevel di-reto ou indiretamente pelo desenvolvimento da outra por uma simplesquestatildeo de adaptaccedilatildeo as mudanccedilas tecnoloacutegicas e preferecircncias de umaaudiecircncia aacutevida por novidades

            Cronologicamente os principais meios de comunicaccedilatildeo se adap-taram as necessidades de comunicaccedilatildeo das pessoas no conviacutevio socialGritos e gestos foram as primeiras tentativas do homem em estabele-cer contato com o seu semelhante e com os animais Daiacute surgiu apintura rupestre ilustrando nas paredes das cavernas emoccedilotildees senti-mentos e percepccedilotildees de um mundo em descoberta (satildeo os primeirosindiacutecios da comunicaccedilatildeo sonora e simboacutelica) Em seguida a escritapictograacutefica2 tornou-se o principal meio de comunicaccedilatildeo (o pergami-nho3 e o palimpseto foram os principais suportes) ateacute o aparecimentodo Papyrus4 (o precursor do papel)5 que veio a revolucionar a comu-

            2Escrita Pictograacutefica Base da escrita cuneiforme eacute a representaccedilatildeo graacutefica dopensamento em hieroacuteglifos atraveacutes de desenhos simboacutelicos Horcades C (2007) Aevoluccedilatildeo da escrita Rio de Janeiro Senac Rio

            3Do grego Pergameacutene e do latim Pergamina ou Pergamena eacute a pele do ovino oucaprino preparado para a escrita Recuperado em 29 de Janeiro 2011 de httpwwwdiciocombrpergaminho

            4Planta aquaacutetica perene da famiacutelia das ciperaacuteceas cujo nome cientiacutefico eacute CyperusPapyrus serviu de suporte para a escrita Recuperado em 30 de Janeiro 2011 dehttptipografosnetglossariopapirohtml

            5Folha ou lacircmina delgada feita de substacircncias de origem vegetal (celulose trapos

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            10 Marcelo Mendonccedila Teixeira

            nicaccedilatildeo pela maneira praacutetica e raacutepida de transmitir informaccedilotildees a umgrande contingente de pessoas (a citografia contribuiu para a evoluccedilatildeoda escrita na reproduccedilatildeo de textos e ilustraccedilotildees pela combinaccedilatildeo defotografia e zincografia6) Nesse contexto foi inventado o jornal e a im-prensa baseados na tipografia7 Paralelamente eacute desenvolvido o serviccedilopostal (correios) para o envio de cartas escritas e deacutecadas depois oteleacutegrafo eletromagneacutetico possibilitando a transmissatildeo de mensagensde um ponto a outro em longas distacircncias atraveacutes de correntes eleacutetri-cas O mesmo princiacutepio foi utilizado para a criaccedilatildeo do telefone con-cebido para transmitir sons por meio de sinais eleacutetricos em cabos defio Na sequecircncia vieram o raacutedio o cinema a televisatildeo e o computadoreletrocircnico Atraveacutes do computador a Internet possibilitou a convergecircn-cia das miacutedias para o universo virtual A convergecircncia eacute entendida porCaacutedima (2009 p93) referenciando um paraacutegrafo do ldquoLivro Verde daConvergecircnciardquo8 como ldquoa capacidade de diferentes plataformas de redeservirem de veiacuteculo a serviccedilos essencialmente semelhantes ou a junccedilatildeode dispositivos do consumidor como o telefone a televisatildeo e o com-putador pessoalrdquo integrados em plataformas que tecircm como objetivo aaplicaccedilatildeo comum das tecnologias digitais aos sistemas associados agrave en-trega dos serviccedilos (posteriormente exploraremos o conceito com maisabrangecircncia) Partindo desta loacutegica vejamos como ocorreu o processode convergecircncia de algumas miacutedias que sobreviveram ao desenvolvi-mento tecnoloacutegico ateacute os dias atuais sem seguir uma ordem cronoloacute-gica

            palha de arroz etc) na qual se escreve imprime embrulha Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de wwwdiciocombrpapel

            6Arte de gravar ou imprimir sobre lacircminas de zinco Recuperado em 30 de Janeiro2011 de httpwwwdiciocombrzincografia

            7Do grego typos (forma) e graphein (escrita) eacute a arte e o processo de criaccedilatildeo nacomposiccedilatildeo de um texto no qual se usam formas em relevo Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de httptipografosnethistoriaindexhtml

            8Criado pela Uniatildeo Europeia em 1998 o Livro Verde constitui um passo numavia cujo objetivo eacute garantir que os benefiacutecios da convergecircncia contribuam para odesenvolvimento social e econocircmico da Europa Recuperado em 2 de Fevereiro2011 de wwwanacomptstreaminglivroverdepdfcategoryId=18043ampcontentId=26202ampfield=ATTACHED_FILE

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            A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 11

            21 A ImprensaHaacute milecircnios que a humanidade exprime suas ideias atraveacutes dos jornaisA ldquoActa Diurnardquo ldquoActa Popidirdquo ou ldquoActa Publicardquo (Diaacuterio de RegistrosPuacuteblicos) foi o primeiro jornal ateacute entatildeo conhecido do mundo pro-duzido por ordem do imperador romano Juacutelio Ceacutesar em 59 aC como intuito de informar a populaccedilatildeo sobre os principais acontecimentosde seu governo e da repuacuteblica Seacuteculos mais tarde em 713 dC apoacutes ainvenccedilatildeo da prensa pelos chineses surge o primeiro jornal escrito a matildeondash o ldquoKaiyuan Za Baordquo no periacuteodo da dinastia Han Em seguida vieramas teacutecnicas de impressatildeo em bloco de madeira (uma das escrituras bu-distas mais antigas conhecidas pela humanidade eacute uma xilogravura chi-nesa ndash o Sutra Diamante em 868 dC) e as teacutecnicas de impressatildeo emargila de Bi Sheng

            Com base nesses eventos Johannes Gutenberg inventa a prensa ti-pograacutefica ou prensa de impressatildeo em 1440 inaugurando um novo pe-riacuteodo na histoacuteria dos jornais com palavras impressas Por volta de 1450o entusiasta Gutenberg faz um empreacutestimo com Johann Fust que emcontrapartida exigia um percentual nos lucros da empresa Assim eacutecriada a Faacutebrica de Livros (Das Werk der Buchei) possibilitando a im-pressatildeo da Biacuteblia (tambeacutem conhecida como Biacuteblia de Gutenberg ouBiacuteblia de 42 linhas) em 14559 Para Tosseri (2010) Gutenberg natildeoinventou mas sim reinventou a imprensa no seacuteculo XV

            A teacutecnica de imprimir com caracteres moacuteveis eacute na verdade asiaacuteticae muito mais antiga como afirmam inuacutemeros especialistas Tudo come-ccedilou com a criaccedilatildeo do papel obra dos chineses no ano 105 da era cristatildeO novo material abriu caminho para uma produccedilatildeo ainda artesanal deum maior nuacutemero de livros que se tornaram praacuteticos para manuseare muito mais baratos afirma o investigador Em 1500 estima-se que

            9ldquoO incunaacutebulo de Gutembergrdquo eacute como ficaram conhecidos os primeiros livrosimpressos atraveacutes tipos moacuteveis de prensas mecacircnicas para a impressatildeo de textos natildeoescritos agrave matildeo esclarece Martins (1957) A partir de 1455 outras importantes obrassurgiram na Europa como o Hypnerotomachia Poliphili em 1499 um dos livros im-pressos no Renascimento mais enigmaacuteticos de que se tem notiacutecia O tiacutetulo numatraduccedilatildeo aproximada do grego significa ldquoA luta amorosa de Poliphilo em um sonhordquoO Hypnerotomachia eacute considerado um dos incunaacutebulos mais belos jaacute produzidosjuntamente com a Biacuteblia de Gutenberg Recuperado em 4 de Fevereiro 2011 dehttpsdiletrasupptuploadspdfsIncunC3A1bulopdf

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            12 Marcelo Mendonccedila Teixeira

            milhotildees de livros eram impressos em diferentes partes do mundo a partirda maacutequina de Gutenberg

            A primeira revista foi produzida em 1663 ateacute 1668 em Hamburgo(Alemanha) ndash ldquoErbauliche Monaths-Unterredungenrdquo (Edificantes Dis-cussotildees Mensais) pelo teoacutelogo e poeta Johann Rist Inicialmente apublicaccedilatildeo era voltada a questotildees de interesse especiacutefico (teoloacutegicofilosoacutefico) e por isso natildeo atraiacutea atenccedilatildeo do grande puacuteblico Outrasvieram em seguida como a ldquoLe Mercurerdquo (Franccedila ndash 1672) e a ldquoTheAthenian Gazetterdquo (Inglaterra ndash 1690)10

            Tambeacutem na Inglaterra surge o primeiro jornal diaacuterio do mundo ndasho Daily Courant (Diaacuterio da Corte) em 1702 com uma paacutegina frontale duas colunas de natureza soacutecio-poliacutetica Apenas em 1840 o papelpassou a ser produzido de resina das aacutervores reduzindo o problema daescassez de material para a sua produccedilatildeo fundamental par o iniacutecio daproduccedilatildeo de textos e da comunicaccedilatildeo impressa (Melo 2005) Naqueletempo o puacuteblico passou a ter mais acesso agraves informaccedilotildees sem tantasmanipulaccedilotildees do Estado e da Igreja com a fundaccedilatildeo de jornais popu-lares de grande circulaccedilatildeo como a Reuters (1851) The Daily Telegraph(1855) Diaacuterio de Noticias da Madeira (1876) Financial Times (1888)The Daily Mirror (1903) e muitos outros

            A imprensa do seacuteculo XX foi marcada pelo desenvolvimento dasmaacutequinas de impressatildeo graacutefica e qualidade das imagens (fotografias)principalmente nos periacuteodos entre guerras (1914 a 1918 e de 1939a 1945) Na revoluccedilatildeo digital das deacutecadas de 80 e 90 o computa-dor e a Internet tornaram-se os principais aliados do jornal impressotrazendo dinamismo agraves notiacutecias veiculadas (constante atualizaccedilatildeo dasinformaccedilotildees) reduccedilatildeo de custos operacionais alcance global e par-ticipaccedilatildeo mais ativa do puacuteblico consumidor vindo a culminar na versatildeoonline (Jornal Online ou e-Newsletter) nos primeiros anos do ano 2000

            A insatisfaccedilatildeo das pessoas com os meios de comunicaccedilatildeo tradi-cionais o acesso raacutepido aacutegil e flexiacutevel agraves informaccedilotildees a vontade ma-nifestada pelo puacuteblico em participar na realizaccedilatildeo de conteuacutedos dos proacute-prios meios e a independecircncia do espaccedilo e do tempo satildeo alguns pon-tos levantados por Rodrigues (2009) que fazem nos refletir sobre umaatualidade de expansatildeo dos jornais online que hora vivenciamos con-

            10Recuperado em 5 de Fevreiro 2011 de httpwwwbritannicacomEBcheckedtopic191080Erbauliche-Monaths-Unterredungen

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            A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 13

            tribuindo para o aparecimento de alternativas ao monopoacutelio midiaacuteticodos grandes veiacuteculos Certamente natildeo podemos prever o futuro da im-prensa seja ele a extinccedilatildeo do formato em papel e migraccedilatildeo permanentepara o formato online ou a convivecircncia entre ambos os formatos emregime de complementariedade

            Atualmente as campanhas contra a destruiccedilatildeo das florestas e osmovimentos de computaccedilatildeo verde vecircm se intensificando a cada anoe que inevitavelmente iratildeo influenciar na produccedilatildeo dos jornais impres-sos a longo prazo especialmente com a popularizaccedilatildeo e massificaccedilatildeodos tablets e e-books

            22 O CinemaDe 1890 a 1895 Louis e Auguste Lumiegravere desenvolveram a arte deregistrar e produzir imagens em movimento a partir da fotografia11 teacutec-nica que ficou mundialmente conhecida como ldquocinemardquo Contudo al-gumas invenccedilotildees contribuiacuteram para o surgimento da ldquoseacutetima arterdquo comoo praxinoscoacutepio12 do francecircs Charles Eacutemile Reynaud e o cinetoscoacutepiode Thomas Edison Por sinal sem o cinetoscoacutepio13 os irmatildeos Lumiegraveredificilmente teriam concebido o cinematoacutegrafo14 Uma vez transfor-mado em um meio de mediatizaccedilatildeo entre um puacuteblico e uma tecnologiado som e da imagem que evolui e que independe de sua contribuiccedilatildeoo cinema se caracteriza como uma teacutecnica de transmissatildeo da espeta-cularizaccedilatildeo de sons e imagens (RUIZ 2003) reconhecido pelo escritorJacques Aumont como ldquoa mais singular das artesrdquo Como a linguagem eacutemonomoacuterfica o discurso eacute contiacutenuo e daacute-se mais realce agrave figura do rea-lizador O tempo de atenccedilatildeo eacute determinado pela intensidade do tempodramaacutetico na sucessatildeo de imagens considera Branco (2011) Em 1895os irmatildeos Lumiegravere realizaram em Paris a primeira exibiccedilatildeo puacuteblica decinema com a peliacutecula - LrsquoArriveacutee drsquoun train en gare de la ciotat ini-

            11Teacutecnica de criaccedilatildeo de imagens por meio de exposiccedilatildeo luminosa deriva do gregophos (luz) e graphein (escrever) foi inventada pelos franceses Louis-Jacques Da-guerre e Joseph Niceacutephore Niepce (Fabris 2008)

            12Maacutequina que projeta imagens desenhadas a matildeo sobre fitas transparentes (Armes1999)

            13Equipamento dotado de um visor para observaccedilatildeo individual e que jaacute utilizavauma peliacutecula fotograacutefica onde as imagens eram impressas (Barboza 2007)

            14Equipamento que filmava copiava e projetava imagens (Armes 1999)

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            14 Marcelo Mendonccedila Teixeira

            ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

            Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

            A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

            15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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            A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 15

            on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

            23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

            16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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            16 Marcelo Mendonccedila Teixeira

            chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

            As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

            A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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            A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 17

            o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

            24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

            Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

            17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

            18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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            18 Marcelo Mendonccedila Teixeira

            o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

            A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

            As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

            19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

            20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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            A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 19

            e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

            Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

            25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

            Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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            visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

            Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

            21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

            de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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            A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 21

            native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

            Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

            25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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            3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

            Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

            28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

            29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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            A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 23

            Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

            Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

            + consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

            30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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            24 Marcelo Mendonccedila Teixeira

            modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

            A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

            31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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            A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 25

            intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

            ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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            26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

            Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

            Agradecimentos

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            • Introduccedilatildeo
            • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
            • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
              • A Imprensa
              • O Cinema
              • O Telefone
              • O Raacutedio
              • A Televisatildeo
                • As Novas Miacutedias
                • Conclusotildees
                • Agradecimentos
                • Referecircncias

              A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 7

              bull Funccedilatildeo Faacutetica Quando a ecircnfase estaacute no canal para conferir suarecepccedilatildeo ou para manter a concexatildeo entre os falantes bem comoprolongar ou interromper a comunicaccedilatildeo temos a funccedilatildeo faacutetica

              bull Funccedilatildeo Poeacutetica Dar-se quando a mensagem se volta para os seusproacuteprios constituintes tendo em vista produzir efeito esteacuteticoatraveacutes da ruptura da norma linguiacutestica ou de combinatoacuterias i-novadoras da linguagem

              bull Funccedilatildeo Metaliguiacutestica Eacute a funccedilatildeo que visa agrave traduccedilatildeo do coacutedigoou agrave elaboraccedilatildeo do discurso seja ele linguiacutestico (escrito ou oral)ou extralinguiacutestico (muacutesica cinema pintura gestualidade tam-beacutem conhecidos como coacutedigos complexos

              Cada um dos seis fatores descritos por Jakobson determina dife-rentes funccedilotildees da linguagem verbal Deste modo temos

              Figura 3 Circuito da Comunicaccedilatildeo

              Fonte Baseado em Camocardi e Flory (2003)

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              8 Marcelo Mendonccedila Teixeira

              Emissores receptores canais sinais e mensagens verbais e natildeo ver-bais simeacutetricas e assimeacutetricas convergentes ou natildeo no ato comunica-tivo fazem parte da comunicaccedilatildeo humana

              2 Os Tipos de ComunicaccedilatildeoNa literatura de Straubhaar e LaRose (2004) encontramos uma classifi-caccedilatildeo da comunicaccedilatildeo delimitada em categorias que incluem a comu-nicaccedilatildeo intrapessoal ndash interpessoal ndash pequenos grupos grandes grupose a comunicaccedilatildeo de massa Segundo os autores cada modo de comuni-caccedilatildeo pode envolver ou natildeo o uso dos meios de mecacircnicos ou eletrocircni-cos para a transmissatildeo do fluxo de comunicaccedilatildeo e quando esses meiossatildeo utilizados dizemos que a comunicaccedilatildeo eacute mediada A comunicaccedilatildeointrapessoal eacute aquela que a pessoa tem consigo proacutepria no acircmbito deseu diaacutelogo interior enquanto a comunicaccedilatildeo interpessoal caracteriza-se pela troca de informaccedilotildees entre duas ou mais pessoas durante o atocomunicativo Na sequecircncia a comunicaccedilatildeo em grupos (pequeno ougrande) geralmente se refere a situaccedilotildees nas quais trecircs ou mais pes-soas estatildeo em processo comunicativo Categorizamos a comunicaccedilatildeode massa como ldquoum para muitos ou ponto a multipontordquo ldquoNesse casouma mensagem eacute comunicada de uacutenica fonte para centenas de milharesde receptores com relativamente poucas oportunidades para a audiecircn-cia comunicar-se de volta com a fonterdquo (STRAUBHAAR amp LAROSE2004 p9)

              Numa abordagem complementar entendemos os meios de comuni-caccedilatildeo de massa como instrumentos mediadores da transmissatildeo de men-sagens escritas sonoras visuais textuais Meios denota significados esignificantes (o ar e a aacutegua por exemplo satildeo meios) esclarecem Raboye Solervincens (2005) Desse modo um meio de transmissatildeo ou comu-nicaccedilatildeo eacute um agente neutro Podemos observar facilmente que apesarde seu estado aparentemente objetivo a natureza de um meio determinao tipo e a qualidade da informaccedilatildeo que pode passar por ele Ainda queatualmente consideraacutessemos o livro ou a imprensa como meios o termotomou relevacircncia com o surgimento da comunicaccedilatildeo a longa distacircnciamediante desenvolvimento das telecomunicaccedilotildees (ibidem) Massa as-sim como o Meio satildeo difiacutecies de definir por causa de suas variaacuteveisconotaccedilotildees No sentido da comunicaccedilatildeo social tem uma referecircncia

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              A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 9

              puacuteblica para todos massificada Santaella (2008) revela que no iniacutecioda deacutecada de 90 com um sentido mais estrito Miacutedia referia-se especifi-camente aos meios de comunicaccedilatildeo de massa especificamente aos quetransmitiam notiacutecias e informaccedilotildees tais como jornais revistas raacutedio etelevisatildeo bem como os meios de que a publicidade se serve (de out-doors a mensagens publicitaacuterias)

              Sabemos atraveacutes dos teoacutericos da comunicaccedilatildeo como Dennis Mac-quail Henry Jenkins Jesus Martiacuten-Barbero Juumlrgen Habermas MashallMacluhan Robert Wiener Stuart Hall entre outros que as evoluccedilotildeestecnoloacutegicas modificaram para sempre um consenso acadecircmico uniacutes-sono sobre o conceito de meios de comunicaccedilatildeo mas hoje muitos ques-tionam a validade da web tv raacutedio web ou jornal online como meiosde comunicaccedilatildeo de massa Sobre esse contexto vagamente recordamosque na histoacuteria da humanidade a evoluccedilatildeo das miacutedias ocorreu de formaisolada (caso a caso) e o desenvolvimento de uma era responsaacutevel di-reto ou indiretamente pelo desenvolvimento da outra por uma simplesquestatildeo de adaptaccedilatildeo as mudanccedilas tecnoloacutegicas e preferecircncias de umaaudiecircncia aacutevida por novidades

              Cronologicamente os principais meios de comunicaccedilatildeo se adap-taram as necessidades de comunicaccedilatildeo das pessoas no conviacutevio socialGritos e gestos foram as primeiras tentativas do homem em estabele-cer contato com o seu semelhante e com os animais Daiacute surgiu apintura rupestre ilustrando nas paredes das cavernas emoccedilotildees senti-mentos e percepccedilotildees de um mundo em descoberta (satildeo os primeirosindiacutecios da comunicaccedilatildeo sonora e simboacutelica) Em seguida a escritapictograacutefica2 tornou-se o principal meio de comunicaccedilatildeo (o pergami-nho3 e o palimpseto foram os principais suportes) ateacute o aparecimentodo Papyrus4 (o precursor do papel)5 que veio a revolucionar a comu-

              2Escrita Pictograacutefica Base da escrita cuneiforme eacute a representaccedilatildeo graacutefica dopensamento em hieroacuteglifos atraveacutes de desenhos simboacutelicos Horcades C (2007) Aevoluccedilatildeo da escrita Rio de Janeiro Senac Rio

              3Do grego Pergameacutene e do latim Pergamina ou Pergamena eacute a pele do ovino oucaprino preparado para a escrita Recuperado em 29 de Janeiro 2011 de httpwwwdiciocombrpergaminho

              4Planta aquaacutetica perene da famiacutelia das ciperaacuteceas cujo nome cientiacutefico eacute CyperusPapyrus serviu de suporte para a escrita Recuperado em 30 de Janeiro 2011 dehttptipografosnetglossariopapirohtml

              5Folha ou lacircmina delgada feita de substacircncias de origem vegetal (celulose trapos

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              10 Marcelo Mendonccedila Teixeira

              nicaccedilatildeo pela maneira praacutetica e raacutepida de transmitir informaccedilotildees a umgrande contingente de pessoas (a citografia contribuiu para a evoluccedilatildeoda escrita na reproduccedilatildeo de textos e ilustraccedilotildees pela combinaccedilatildeo defotografia e zincografia6) Nesse contexto foi inventado o jornal e a im-prensa baseados na tipografia7 Paralelamente eacute desenvolvido o serviccedilopostal (correios) para o envio de cartas escritas e deacutecadas depois oteleacutegrafo eletromagneacutetico possibilitando a transmissatildeo de mensagensde um ponto a outro em longas distacircncias atraveacutes de correntes eleacutetri-cas O mesmo princiacutepio foi utilizado para a criaccedilatildeo do telefone con-cebido para transmitir sons por meio de sinais eleacutetricos em cabos defio Na sequecircncia vieram o raacutedio o cinema a televisatildeo e o computadoreletrocircnico Atraveacutes do computador a Internet possibilitou a convergecircn-cia das miacutedias para o universo virtual A convergecircncia eacute entendida porCaacutedima (2009 p93) referenciando um paraacutegrafo do ldquoLivro Verde daConvergecircnciardquo8 como ldquoa capacidade de diferentes plataformas de redeservirem de veiacuteculo a serviccedilos essencialmente semelhantes ou a junccedilatildeode dispositivos do consumidor como o telefone a televisatildeo e o com-putador pessoalrdquo integrados em plataformas que tecircm como objetivo aaplicaccedilatildeo comum das tecnologias digitais aos sistemas associados agrave en-trega dos serviccedilos (posteriormente exploraremos o conceito com maisabrangecircncia) Partindo desta loacutegica vejamos como ocorreu o processode convergecircncia de algumas miacutedias que sobreviveram ao desenvolvi-mento tecnoloacutegico ateacute os dias atuais sem seguir uma ordem cronoloacute-gica

              palha de arroz etc) na qual se escreve imprime embrulha Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de wwwdiciocombrpapel

              6Arte de gravar ou imprimir sobre lacircminas de zinco Recuperado em 30 de Janeiro2011 de httpwwwdiciocombrzincografia

              7Do grego typos (forma) e graphein (escrita) eacute a arte e o processo de criaccedilatildeo nacomposiccedilatildeo de um texto no qual se usam formas em relevo Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de httptipografosnethistoriaindexhtml

              8Criado pela Uniatildeo Europeia em 1998 o Livro Verde constitui um passo numavia cujo objetivo eacute garantir que os benefiacutecios da convergecircncia contribuam para odesenvolvimento social e econocircmico da Europa Recuperado em 2 de Fevereiro2011 de wwwanacomptstreaminglivroverdepdfcategoryId=18043ampcontentId=26202ampfield=ATTACHED_FILE

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              A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 11

              21 A ImprensaHaacute milecircnios que a humanidade exprime suas ideias atraveacutes dos jornaisA ldquoActa Diurnardquo ldquoActa Popidirdquo ou ldquoActa Publicardquo (Diaacuterio de RegistrosPuacuteblicos) foi o primeiro jornal ateacute entatildeo conhecido do mundo pro-duzido por ordem do imperador romano Juacutelio Ceacutesar em 59 aC como intuito de informar a populaccedilatildeo sobre os principais acontecimentosde seu governo e da repuacuteblica Seacuteculos mais tarde em 713 dC apoacutes ainvenccedilatildeo da prensa pelos chineses surge o primeiro jornal escrito a matildeondash o ldquoKaiyuan Za Baordquo no periacuteodo da dinastia Han Em seguida vieramas teacutecnicas de impressatildeo em bloco de madeira (uma das escrituras bu-distas mais antigas conhecidas pela humanidade eacute uma xilogravura chi-nesa ndash o Sutra Diamante em 868 dC) e as teacutecnicas de impressatildeo emargila de Bi Sheng

              Com base nesses eventos Johannes Gutenberg inventa a prensa ti-pograacutefica ou prensa de impressatildeo em 1440 inaugurando um novo pe-riacuteodo na histoacuteria dos jornais com palavras impressas Por volta de 1450o entusiasta Gutenberg faz um empreacutestimo com Johann Fust que emcontrapartida exigia um percentual nos lucros da empresa Assim eacutecriada a Faacutebrica de Livros (Das Werk der Buchei) possibilitando a im-pressatildeo da Biacuteblia (tambeacutem conhecida como Biacuteblia de Gutenberg ouBiacuteblia de 42 linhas) em 14559 Para Tosseri (2010) Gutenberg natildeoinventou mas sim reinventou a imprensa no seacuteculo XV

              A teacutecnica de imprimir com caracteres moacuteveis eacute na verdade asiaacuteticae muito mais antiga como afirmam inuacutemeros especialistas Tudo come-ccedilou com a criaccedilatildeo do papel obra dos chineses no ano 105 da era cristatildeO novo material abriu caminho para uma produccedilatildeo ainda artesanal deum maior nuacutemero de livros que se tornaram praacuteticos para manuseare muito mais baratos afirma o investigador Em 1500 estima-se que

              9ldquoO incunaacutebulo de Gutembergrdquo eacute como ficaram conhecidos os primeiros livrosimpressos atraveacutes tipos moacuteveis de prensas mecacircnicas para a impressatildeo de textos natildeoescritos agrave matildeo esclarece Martins (1957) A partir de 1455 outras importantes obrassurgiram na Europa como o Hypnerotomachia Poliphili em 1499 um dos livros im-pressos no Renascimento mais enigmaacuteticos de que se tem notiacutecia O tiacutetulo numatraduccedilatildeo aproximada do grego significa ldquoA luta amorosa de Poliphilo em um sonhordquoO Hypnerotomachia eacute considerado um dos incunaacutebulos mais belos jaacute produzidosjuntamente com a Biacuteblia de Gutenberg Recuperado em 4 de Fevereiro 2011 dehttpsdiletrasupptuploadspdfsIncunC3A1bulopdf

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              12 Marcelo Mendonccedila Teixeira

              milhotildees de livros eram impressos em diferentes partes do mundo a partirda maacutequina de Gutenberg

              A primeira revista foi produzida em 1663 ateacute 1668 em Hamburgo(Alemanha) ndash ldquoErbauliche Monaths-Unterredungenrdquo (Edificantes Dis-cussotildees Mensais) pelo teoacutelogo e poeta Johann Rist Inicialmente apublicaccedilatildeo era voltada a questotildees de interesse especiacutefico (teoloacutegicofilosoacutefico) e por isso natildeo atraiacutea atenccedilatildeo do grande puacuteblico Outrasvieram em seguida como a ldquoLe Mercurerdquo (Franccedila ndash 1672) e a ldquoTheAthenian Gazetterdquo (Inglaterra ndash 1690)10

              Tambeacutem na Inglaterra surge o primeiro jornal diaacuterio do mundo ndasho Daily Courant (Diaacuterio da Corte) em 1702 com uma paacutegina frontale duas colunas de natureza soacutecio-poliacutetica Apenas em 1840 o papelpassou a ser produzido de resina das aacutervores reduzindo o problema daescassez de material para a sua produccedilatildeo fundamental par o iniacutecio daproduccedilatildeo de textos e da comunicaccedilatildeo impressa (Melo 2005) Naqueletempo o puacuteblico passou a ter mais acesso agraves informaccedilotildees sem tantasmanipulaccedilotildees do Estado e da Igreja com a fundaccedilatildeo de jornais popu-lares de grande circulaccedilatildeo como a Reuters (1851) The Daily Telegraph(1855) Diaacuterio de Noticias da Madeira (1876) Financial Times (1888)The Daily Mirror (1903) e muitos outros

              A imprensa do seacuteculo XX foi marcada pelo desenvolvimento dasmaacutequinas de impressatildeo graacutefica e qualidade das imagens (fotografias)principalmente nos periacuteodos entre guerras (1914 a 1918 e de 1939a 1945) Na revoluccedilatildeo digital das deacutecadas de 80 e 90 o computa-dor e a Internet tornaram-se os principais aliados do jornal impressotrazendo dinamismo agraves notiacutecias veiculadas (constante atualizaccedilatildeo dasinformaccedilotildees) reduccedilatildeo de custos operacionais alcance global e par-ticipaccedilatildeo mais ativa do puacuteblico consumidor vindo a culminar na versatildeoonline (Jornal Online ou e-Newsletter) nos primeiros anos do ano 2000

              A insatisfaccedilatildeo das pessoas com os meios de comunicaccedilatildeo tradi-cionais o acesso raacutepido aacutegil e flexiacutevel agraves informaccedilotildees a vontade ma-nifestada pelo puacuteblico em participar na realizaccedilatildeo de conteuacutedos dos proacute-prios meios e a independecircncia do espaccedilo e do tempo satildeo alguns pon-tos levantados por Rodrigues (2009) que fazem nos refletir sobre umaatualidade de expansatildeo dos jornais online que hora vivenciamos con-

              10Recuperado em 5 de Fevreiro 2011 de httpwwwbritannicacomEBcheckedtopic191080Erbauliche-Monaths-Unterredungen

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              A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 13

              tribuindo para o aparecimento de alternativas ao monopoacutelio midiaacuteticodos grandes veiacuteculos Certamente natildeo podemos prever o futuro da im-prensa seja ele a extinccedilatildeo do formato em papel e migraccedilatildeo permanentepara o formato online ou a convivecircncia entre ambos os formatos emregime de complementariedade

              Atualmente as campanhas contra a destruiccedilatildeo das florestas e osmovimentos de computaccedilatildeo verde vecircm se intensificando a cada anoe que inevitavelmente iratildeo influenciar na produccedilatildeo dos jornais impres-sos a longo prazo especialmente com a popularizaccedilatildeo e massificaccedilatildeodos tablets e e-books

              22 O CinemaDe 1890 a 1895 Louis e Auguste Lumiegravere desenvolveram a arte deregistrar e produzir imagens em movimento a partir da fotografia11 teacutec-nica que ficou mundialmente conhecida como ldquocinemardquo Contudo al-gumas invenccedilotildees contribuiacuteram para o surgimento da ldquoseacutetima arterdquo comoo praxinoscoacutepio12 do francecircs Charles Eacutemile Reynaud e o cinetoscoacutepiode Thomas Edison Por sinal sem o cinetoscoacutepio13 os irmatildeos Lumiegraveredificilmente teriam concebido o cinematoacutegrafo14 Uma vez transfor-mado em um meio de mediatizaccedilatildeo entre um puacuteblico e uma tecnologiado som e da imagem que evolui e que independe de sua contribuiccedilatildeoo cinema se caracteriza como uma teacutecnica de transmissatildeo da espeta-cularizaccedilatildeo de sons e imagens (RUIZ 2003) reconhecido pelo escritorJacques Aumont como ldquoa mais singular das artesrdquo Como a linguagem eacutemonomoacuterfica o discurso eacute contiacutenuo e daacute-se mais realce agrave figura do rea-lizador O tempo de atenccedilatildeo eacute determinado pela intensidade do tempodramaacutetico na sucessatildeo de imagens considera Branco (2011) Em 1895os irmatildeos Lumiegravere realizaram em Paris a primeira exibiccedilatildeo puacuteblica decinema com a peliacutecula - LrsquoArriveacutee drsquoun train en gare de la ciotat ini-

              11Teacutecnica de criaccedilatildeo de imagens por meio de exposiccedilatildeo luminosa deriva do gregophos (luz) e graphein (escrever) foi inventada pelos franceses Louis-Jacques Da-guerre e Joseph Niceacutephore Niepce (Fabris 2008)

              12Maacutequina que projeta imagens desenhadas a matildeo sobre fitas transparentes (Armes1999)

              13Equipamento dotado de um visor para observaccedilatildeo individual e que jaacute utilizavauma peliacutecula fotograacutefica onde as imagens eram impressas (Barboza 2007)

              14Equipamento que filmava copiava e projetava imagens (Armes 1999)

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              14 Marcelo Mendonccedila Teixeira

              ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

              Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

              A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

              15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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              on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

              23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

              16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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              16 Marcelo Mendonccedila Teixeira

              chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

              As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

              A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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              o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

              24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

              Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

              17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

              18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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              18 Marcelo Mendonccedila Teixeira

              o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

              A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

              As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

              19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

              20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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              e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

              Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

              25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

              Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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              20 Marcelo Mendonccedila Teixeira

              visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

              Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

              21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

              de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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              A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 21

              native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

              Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

              25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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              22 Marcelo Mendonccedila Teixeira

              3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

              Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

              28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

              29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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              A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 23

              Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

              Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

              + consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

              30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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              24 Marcelo Mendonccedila Teixeira

              modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

              A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

              31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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              A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 25

              intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

              ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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              26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

              Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

              Agradecimentos

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              • Introduccedilatildeo
              • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
              • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
                • A Imprensa
                • O Cinema
                • O Telefone
                • O Raacutedio
                • A Televisatildeo
                  • As Novas Miacutedias
                  • Conclusotildees
                  • Agradecimentos
                  • Referecircncias

                8 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                Emissores receptores canais sinais e mensagens verbais e natildeo ver-bais simeacutetricas e assimeacutetricas convergentes ou natildeo no ato comunica-tivo fazem parte da comunicaccedilatildeo humana

                2 Os Tipos de ComunicaccedilatildeoNa literatura de Straubhaar e LaRose (2004) encontramos uma classifi-caccedilatildeo da comunicaccedilatildeo delimitada em categorias que incluem a comu-nicaccedilatildeo intrapessoal ndash interpessoal ndash pequenos grupos grandes grupose a comunicaccedilatildeo de massa Segundo os autores cada modo de comuni-caccedilatildeo pode envolver ou natildeo o uso dos meios de mecacircnicos ou eletrocircni-cos para a transmissatildeo do fluxo de comunicaccedilatildeo e quando esses meiossatildeo utilizados dizemos que a comunicaccedilatildeo eacute mediada A comunicaccedilatildeointrapessoal eacute aquela que a pessoa tem consigo proacutepria no acircmbito deseu diaacutelogo interior enquanto a comunicaccedilatildeo interpessoal caracteriza-se pela troca de informaccedilotildees entre duas ou mais pessoas durante o atocomunicativo Na sequecircncia a comunicaccedilatildeo em grupos (pequeno ougrande) geralmente se refere a situaccedilotildees nas quais trecircs ou mais pes-soas estatildeo em processo comunicativo Categorizamos a comunicaccedilatildeode massa como ldquoum para muitos ou ponto a multipontordquo ldquoNesse casouma mensagem eacute comunicada de uacutenica fonte para centenas de milharesde receptores com relativamente poucas oportunidades para a audiecircn-cia comunicar-se de volta com a fonterdquo (STRAUBHAAR amp LAROSE2004 p9)

                Numa abordagem complementar entendemos os meios de comuni-caccedilatildeo de massa como instrumentos mediadores da transmissatildeo de men-sagens escritas sonoras visuais textuais Meios denota significados esignificantes (o ar e a aacutegua por exemplo satildeo meios) esclarecem Raboye Solervincens (2005) Desse modo um meio de transmissatildeo ou comu-nicaccedilatildeo eacute um agente neutro Podemos observar facilmente que apesarde seu estado aparentemente objetivo a natureza de um meio determinao tipo e a qualidade da informaccedilatildeo que pode passar por ele Ainda queatualmente consideraacutessemos o livro ou a imprensa como meios o termotomou relevacircncia com o surgimento da comunicaccedilatildeo a longa distacircnciamediante desenvolvimento das telecomunicaccedilotildees (ibidem) Massa as-sim como o Meio satildeo difiacutecies de definir por causa de suas variaacuteveisconotaccedilotildees No sentido da comunicaccedilatildeo social tem uma referecircncia

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                A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 9

                puacuteblica para todos massificada Santaella (2008) revela que no iniacutecioda deacutecada de 90 com um sentido mais estrito Miacutedia referia-se especifi-camente aos meios de comunicaccedilatildeo de massa especificamente aos quetransmitiam notiacutecias e informaccedilotildees tais como jornais revistas raacutedio etelevisatildeo bem como os meios de que a publicidade se serve (de out-doors a mensagens publicitaacuterias)

                Sabemos atraveacutes dos teoacutericos da comunicaccedilatildeo como Dennis Mac-quail Henry Jenkins Jesus Martiacuten-Barbero Juumlrgen Habermas MashallMacluhan Robert Wiener Stuart Hall entre outros que as evoluccedilotildeestecnoloacutegicas modificaram para sempre um consenso acadecircmico uniacutes-sono sobre o conceito de meios de comunicaccedilatildeo mas hoje muitos ques-tionam a validade da web tv raacutedio web ou jornal online como meiosde comunicaccedilatildeo de massa Sobre esse contexto vagamente recordamosque na histoacuteria da humanidade a evoluccedilatildeo das miacutedias ocorreu de formaisolada (caso a caso) e o desenvolvimento de uma era responsaacutevel di-reto ou indiretamente pelo desenvolvimento da outra por uma simplesquestatildeo de adaptaccedilatildeo as mudanccedilas tecnoloacutegicas e preferecircncias de umaaudiecircncia aacutevida por novidades

                Cronologicamente os principais meios de comunicaccedilatildeo se adap-taram as necessidades de comunicaccedilatildeo das pessoas no conviacutevio socialGritos e gestos foram as primeiras tentativas do homem em estabele-cer contato com o seu semelhante e com os animais Daiacute surgiu apintura rupestre ilustrando nas paredes das cavernas emoccedilotildees senti-mentos e percepccedilotildees de um mundo em descoberta (satildeo os primeirosindiacutecios da comunicaccedilatildeo sonora e simboacutelica) Em seguida a escritapictograacutefica2 tornou-se o principal meio de comunicaccedilatildeo (o pergami-nho3 e o palimpseto foram os principais suportes) ateacute o aparecimentodo Papyrus4 (o precursor do papel)5 que veio a revolucionar a comu-

                2Escrita Pictograacutefica Base da escrita cuneiforme eacute a representaccedilatildeo graacutefica dopensamento em hieroacuteglifos atraveacutes de desenhos simboacutelicos Horcades C (2007) Aevoluccedilatildeo da escrita Rio de Janeiro Senac Rio

                3Do grego Pergameacutene e do latim Pergamina ou Pergamena eacute a pele do ovino oucaprino preparado para a escrita Recuperado em 29 de Janeiro 2011 de httpwwwdiciocombrpergaminho

                4Planta aquaacutetica perene da famiacutelia das ciperaacuteceas cujo nome cientiacutefico eacute CyperusPapyrus serviu de suporte para a escrita Recuperado em 30 de Janeiro 2011 dehttptipografosnetglossariopapirohtml

                5Folha ou lacircmina delgada feita de substacircncias de origem vegetal (celulose trapos

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                10 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                nicaccedilatildeo pela maneira praacutetica e raacutepida de transmitir informaccedilotildees a umgrande contingente de pessoas (a citografia contribuiu para a evoluccedilatildeoda escrita na reproduccedilatildeo de textos e ilustraccedilotildees pela combinaccedilatildeo defotografia e zincografia6) Nesse contexto foi inventado o jornal e a im-prensa baseados na tipografia7 Paralelamente eacute desenvolvido o serviccedilopostal (correios) para o envio de cartas escritas e deacutecadas depois oteleacutegrafo eletromagneacutetico possibilitando a transmissatildeo de mensagensde um ponto a outro em longas distacircncias atraveacutes de correntes eleacutetri-cas O mesmo princiacutepio foi utilizado para a criaccedilatildeo do telefone con-cebido para transmitir sons por meio de sinais eleacutetricos em cabos defio Na sequecircncia vieram o raacutedio o cinema a televisatildeo e o computadoreletrocircnico Atraveacutes do computador a Internet possibilitou a convergecircn-cia das miacutedias para o universo virtual A convergecircncia eacute entendida porCaacutedima (2009 p93) referenciando um paraacutegrafo do ldquoLivro Verde daConvergecircnciardquo8 como ldquoa capacidade de diferentes plataformas de redeservirem de veiacuteculo a serviccedilos essencialmente semelhantes ou a junccedilatildeode dispositivos do consumidor como o telefone a televisatildeo e o com-putador pessoalrdquo integrados em plataformas que tecircm como objetivo aaplicaccedilatildeo comum das tecnologias digitais aos sistemas associados agrave en-trega dos serviccedilos (posteriormente exploraremos o conceito com maisabrangecircncia) Partindo desta loacutegica vejamos como ocorreu o processode convergecircncia de algumas miacutedias que sobreviveram ao desenvolvi-mento tecnoloacutegico ateacute os dias atuais sem seguir uma ordem cronoloacute-gica

                palha de arroz etc) na qual se escreve imprime embrulha Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de wwwdiciocombrpapel

                6Arte de gravar ou imprimir sobre lacircminas de zinco Recuperado em 30 de Janeiro2011 de httpwwwdiciocombrzincografia

                7Do grego typos (forma) e graphein (escrita) eacute a arte e o processo de criaccedilatildeo nacomposiccedilatildeo de um texto no qual se usam formas em relevo Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de httptipografosnethistoriaindexhtml

                8Criado pela Uniatildeo Europeia em 1998 o Livro Verde constitui um passo numavia cujo objetivo eacute garantir que os benefiacutecios da convergecircncia contribuam para odesenvolvimento social e econocircmico da Europa Recuperado em 2 de Fevereiro2011 de wwwanacomptstreaminglivroverdepdfcategoryId=18043ampcontentId=26202ampfield=ATTACHED_FILE

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                A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 11

                21 A ImprensaHaacute milecircnios que a humanidade exprime suas ideias atraveacutes dos jornaisA ldquoActa Diurnardquo ldquoActa Popidirdquo ou ldquoActa Publicardquo (Diaacuterio de RegistrosPuacuteblicos) foi o primeiro jornal ateacute entatildeo conhecido do mundo pro-duzido por ordem do imperador romano Juacutelio Ceacutesar em 59 aC como intuito de informar a populaccedilatildeo sobre os principais acontecimentosde seu governo e da repuacuteblica Seacuteculos mais tarde em 713 dC apoacutes ainvenccedilatildeo da prensa pelos chineses surge o primeiro jornal escrito a matildeondash o ldquoKaiyuan Za Baordquo no periacuteodo da dinastia Han Em seguida vieramas teacutecnicas de impressatildeo em bloco de madeira (uma das escrituras bu-distas mais antigas conhecidas pela humanidade eacute uma xilogravura chi-nesa ndash o Sutra Diamante em 868 dC) e as teacutecnicas de impressatildeo emargila de Bi Sheng

                Com base nesses eventos Johannes Gutenberg inventa a prensa ti-pograacutefica ou prensa de impressatildeo em 1440 inaugurando um novo pe-riacuteodo na histoacuteria dos jornais com palavras impressas Por volta de 1450o entusiasta Gutenberg faz um empreacutestimo com Johann Fust que emcontrapartida exigia um percentual nos lucros da empresa Assim eacutecriada a Faacutebrica de Livros (Das Werk der Buchei) possibilitando a im-pressatildeo da Biacuteblia (tambeacutem conhecida como Biacuteblia de Gutenberg ouBiacuteblia de 42 linhas) em 14559 Para Tosseri (2010) Gutenberg natildeoinventou mas sim reinventou a imprensa no seacuteculo XV

                A teacutecnica de imprimir com caracteres moacuteveis eacute na verdade asiaacuteticae muito mais antiga como afirmam inuacutemeros especialistas Tudo come-ccedilou com a criaccedilatildeo do papel obra dos chineses no ano 105 da era cristatildeO novo material abriu caminho para uma produccedilatildeo ainda artesanal deum maior nuacutemero de livros que se tornaram praacuteticos para manuseare muito mais baratos afirma o investigador Em 1500 estima-se que

                9ldquoO incunaacutebulo de Gutembergrdquo eacute como ficaram conhecidos os primeiros livrosimpressos atraveacutes tipos moacuteveis de prensas mecacircnicas para a impressatildeo de textos natildeoescritos agrave matildeo esclarece Martins (1957) A partir de 1455 outras importantes obrassurgiram na Europa como o Hypnerotomachia Poliphili em 1499 um dos livros im-pressos no Renascimento mais enigmaacuteticos de que se tem notiacutecia O tiacutetulo numatraduccedilatildeo aproximada do grego significa ldquoA luta amorosa de Poliphilo em um sonhordquoO Hypnerotomachia eacute considerado um dos incunaacutebulos mais belos jaacute produzidosjuntamente com a Biacuteblia de Gutenberg Recuperado em 4 de Fevereiro 2011 dehttpsdiletrasupptuploadspdfsIncunC3A1bulopdf

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                12 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                milhotildees de livros eram impressos em diferentes partes do mundo a partirda maacutequina de Gutenberg

                A primeira revista foi produzida em 1663 ateacute 1668 em Hamburgo(Alemanha) ndash ldquoErbauliche Monaths-Unterredungenrdquo (Edificantes Dis-cussotildees Mensais) pelo teoacutelogo e poeta Johann Rist Inicialmente apublicaccedilatildeo era voltada a questotildees de interesse especiacutefico (teoloacutegicofilosoacutefico) e por isso natildeo atraiacutea atenccedilatildeo do grande puacuteblico Outrasvieram em seguida como a ldquoLe Mercurerdquo (Franccedila ndash 1672) e a ldquoTheAthenian Gazetterdquo (Inglaterra ndash 1690)10

                Tambeacutem na Inglaterra surge o primeiro jornal diaacuterio do mundo ndasho Daily Courant (Diaacuterio da Corte) em 1702 com uma paacutegina frontale duas colunas de natureza soacutecio-poliacutetica Apenas em 1840 o papelpassou a ser produzido de resina das aacutervores reduzindo o problema daescassez de material para a sua produccedilatildeo fundamental par o iniacutecio daproduccedilatildeo de textos e da comunicaccedilatildeo impressa (Melo 2005) Naqueletempo o puacuteblico passou a ter mais acesso agraves informaccedilotildees sem tantasmanipulaccedilotildees do Estado e da Igreja com a fundaccedilatildeo de jornais popu-lares de grande circulaccedilatildeo como a Reuters (1851) The Daily Telegraph(1855) Diaacuterio de Noticias da Madeira (1876) Financial Times (1888)The Daily Mirror (1903) e muitos outros

                A imprensa do seacuteculo XX foi marcada pelo desenvolvimento dasmaacutequinas de impressatildeo graacutefica e qualidade das imagens (fotografias)principalmente nos periacuteodos entre guerras (1914 a 1918 e de 1939a 1945) Na revoluccedilatildeo digital das deacutecadas de 80 e 90 o computa-dor e a Internet tornaram-se os principais aliados do jornal impressotrazendo dinamismo agraves notiacutecias veiculadas (constante atualizaccedilatildeo dasinformaccedilotildees) reduccedilatildeo de custos operacionais alcance global e par-ticipaccedilatildeo mais ativa do puacuteblico consumidor vindo a culminar na versatildeoonline (Jornal Online ou e-Newsletter) nos primeiros anos do ano 2000

                A insatisfaccedilatildeo das pessoas com os meios de comunicaccedilatildeo tradi-cionais o acesso raacutepido aacutegil e flexiacutevel agraves informaccedilotildees a vontade ma-nifestada pelo puacuteblico em participar na realizaccedilatildeo de conteuacutedos dos proacute-prios meios e a independecircncia do espaccedilo e do tempo satildeo alguns pon-tos levantados por Rodrigues (2009) que fazem nos refletir sobre umaatualidade de expansatildeo dos jornais online que hora vivenciamos con-

                10Recuperado em 5 de Fevreiro 2011 de httpwwwbritannicacomEBcheckedtopic191080Erbauliche-Monaths-Unterredungen

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                A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 13

                tribuindo para o aparecimento de alternativas ao monopoacutelio midiaacuteticodos grandes veiacuteculos Certamente natildeo podemos prever o futuro da im-prensa seja ele a extinccedilatildeo do formato em papel e migraccedilatildeo permanentepara o formato online ou a convivecircncia entre ambos os formatos emregime de complementariedade

                Atualmente as campanhas contra a destruiccedilatildeo das florestas e osmovimentos de computaccedilatildeo verde vecircm se intensificando a cada anoe que inevitavelmente iratildeo influenciar na produccedilatildeo dos jornais impres-sos a longo prazo especialmente com a popularizaccedilatildeo e massificaccedilatildeodos tablets e e-books

                22 O CinemaDe 1890 a 1895 Louis e Auguste Lumiegravere desenvolveram a arte deregistrar e produzir imagens em movimento a partir da fotografia11 teacutec-nica que ficou mundialmente conhecida como ldquocinemardquo Contudo al-gumas invenccedilotildees contribuiacuteram para o surgimento da ldquoseacutetima arterdquo comoo praxinoscoacutepio12 do francecircs Charles Eacutemile Reynaud e o cinetoscoacutepiode Thomas Edison Por sinal sem o cinetoscoacutepio13 os irmatildeos Lumiegraveredificilmente teriam concebido o cinematoacutegrafo14 Uma vez transfor-mado em um meio de mediatizaccedilatildeo entre um puacuteblico e uma tecnologiado som e da imagem que evolui e que independe de sua contribuiccedilatildeoo cinema se caracteriza como uma teacutecnica de transmissatildeo da espeta-cularizaccedilatildeo de sons e imagens (RUIZ 2003) reconhecido pelo escritorJacques Aumont como ldquoa mais singular das artesrdquo Como a linguagem eacutemonomoacuterfica o discurso eacute contiacutenuo e daacute-se mais realce agrave figura do rea-lizador O tempo de atenccedilatildeo eacute determinado pela intensidade do tempodramaacutetico na sucessatildeo de imagens considera Branco (2011) Em 1895os irmatildeos Lumiegravere realizaram em Paris a primeira exibiccedilatildeo puacuteblica decinema com a peliacutecula - LrsquoArriveacutee drsquoun train en gare de la ciotat ini-

                11Teacutecnica de criaccedilatildeo de imagens por meio de exposiccedilatildeo luminosa deriva do gregophos (luz) e graphein (escrever) foi inventada pelos franceses Louis-Jacques Da-guerre e Joseph Niceacutephore Niepce (Fabris 2008)

                12Maacutequina que projeta imagens desenhadas a matildeo sobre fitas transparentes (Armes1999)

                13Equipamento dotado de um visor para observaccedilatildeo individual e que jaacute utilizavauma peliacutecula fotograacutefica onde as imagens eram impressas (Barboza 2007)

                14Equipamento que filmava copiava e projetava imagens (Armes 1999)

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                14 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

                Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

                A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

                15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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                A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 15

                on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

                23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

                16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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                16 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

                As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

                A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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                A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 17

                o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

                24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

                Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

                17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

                18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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                18 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

                A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

                As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

                19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

                20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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                A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 19

                e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

                Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

                25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

                Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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                20 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

                Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

                21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

                de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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                A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 21

                native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

                Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

                25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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                22 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

                Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

                28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

                29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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                A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 23

                Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

                Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

                + consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

                30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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                24 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

                A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

                31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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                A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 25

                intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

                ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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                26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

                Agradecimentos

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                • Introduccedilatildeo
                • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
                • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
                  • A Imprensa
                  • O Cinema
                  • O Telefone
                  • O Raacutedio
                  • A Televisatildeo
                    • As Novas Miacutedias
                    • Conclusotildees
                    • Agradecimentos
                    • Referecircncias

                  A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 9

                  puacuteblica para todos massificada Santaella (2008) revela que no iniacutecioda deacutecada de 90 com um sentido mais estrito Miacutedia referia-se especifi-camente aos meios de comunicaccedilatildeo de massa especificamente aos quetransmitiam notiacutecias e informaccedilotildees tais como jornais revistas raacutedio etelevisatildeo bem como os meios de que a publicidade se serve (de out-doors a mensagens publicitaacuterias)

                  Sabemos atraveacutes dos teoacutericos da comunicaccedilatildeo como Dennis Mac-quail Henry Jenkins Jesus Martiacuten-Barbero Juumlrgen Habermas MashallMacluhan Robert Wiener Stuart Hall entre outros que as evoluccedilotildeestecnoloacutegicas modificaram para sempre um consenso acadecircmico uniacutes-sono sobre o conceito de meios de comunicaccedilatildeo mas hoje muitos ques-tionam a validade da web tv raacutedio web ou jornal online como meiosde comunicaccedilatildeo de massa Sobre esse contexto vagamente recordamosque na histoacuteria da humanidade a evoluccedilatildeo das miacutedias ocorreu de formaisolada (caso a caso) e o desenvolvimento de uma era responsaacutevel di-reto ou indiretamente pelo desenvolvimento da outra por uma simplesquestatildeo de adaptaccedilatildeo as mudanccedilas tecnoloacutegicas e preferecircncias de umaaudiecircncia aacutevida por novidades

                  Cronologicamente os principais meios de comunicaccedilatildeo se adap-taram as necessidades de comunicaccedilatildeo das pessoas no conviacutevio socialGritos e gestos foram as primeiras tentativas do homem em estabele-cer contato com o seu semelhante e com os animais Daiacute surgiu apintura rupestre ilustrando nas paredes das cavernas emoccedilotildees senti-mentos e percepccedilotildees de um mundo em descoberta (satildeo os primeirosindiacutecios da comunicaccedilatildeo sonora e simboacutelica) Em seguida a escritapictograacutefica2 tornou-se o principal meio de comunicaccedilatildeo (o pergami-nho3 e o palimpseto foram os principais suportes) ateacute o aparecimentodo Papyrus4 (o precursor do papel)5 que veio a revolucionar a comu-

                  2Escrita Pictograacutefica Base da escrita cuneiforme eacute a representaccedilatildeo graacutefica dopensamento em hieroacuteglifos atraveacutes de desenhos simboacutelicos Horcades C (2007) Aevoluccedilatildeo da escrita Rio de Janeiro Senac Rio

                  3Do grego Pergameacutene e do latim Pergamina ou Pergamena eacute a pele do ovino oucaprino preparado para a escrita Recuperado em 29 de Janeiro 2011 de httpwwwdiciocombrpergaminho

                  4Planta aquaacutetica perene da famiacutelia das ciperaacuteceas cujo nome cientiacutefico eacute CyperusPapyrus serviu de suporte para a escrita Recuperado em 30 de Janeiro 2011 dehttptipografosnetglossariopapirohtml

                  5Folha ou lacircmina delgada feita de substacircncias de origem vegetal (celulose trapos

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                  10 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                  nicaccedilatildeo pela maneira praacutetica e raacutepida de transmitir informaccedilotildees a umgrande contingente de pessoas (a citografia contribuiu para a evoluccedilatildeoda escrita na reproduccedilatildeo de textos e ilustraccedilotildees pela combinaccedilatildeo defotografia e zincografia6) Nesse contexto foi inventado o jornal e a im-prensa baseados na tipografia7 Paralelamente eacute desenvolvido o serviccedilopostal (correios) para o envio de cartas escritas e deacutecadas depois oteleacutegrafo eletromagneacutetico possibilitando a transmissatildeo de mensagensde um ponto a outro em longas distacircncias atraveacutes de correntes eleacutetri-cas O mesmo princiacutepio foi utilizado para a criaccedilatildeo do telefone con-cebido para transmitir sons por meio de sinais eleacutetricos em cabos defio Na sequecircncia vieram o raacutedio o cinema a televisatildeo e o computadoreletrocircnico Atraveacutes do computador a Internet possibilitou a convergecircn-cia das miacutedias para o universo virtual A convergecircncia eacute entendida porCaacutedima (2009 p93) referenciando um paraacutegrafo do ldquoLivro Verde daConvergecircnciardquo8 como ldquoa capacidade de diferentes plataformas de redeservirem de veiacuteculo a serviccedilos essencialmente semelhantes ou a junccedilatildeode dispositivos do consumidor como o telefone a televisatildeo e o com-putador pessoalrdquo integrados em plataformas que tecircm como objetivo aaplicaccedilatildeo comum das tecnologias digitais aos sistemas associados agrave en-trega dos serviccedilos (posteriormente exploraremos o conceito com maisabrangecircncia) Partindo desta loacutegica vejamos como ocorreu o processode convergecircncia de algumas miacutedias que sobreviveram ao desenvolvi-mento tecnoloacutegico ateacute os dias atuais sem seguir uma ordem cronoloacute-gica

                  palha de arroz etc) na qual se escreve imprime embrulha Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de wwwdiciocombrpapel

                  6Arte de gravar ou imprimir sobre lacircminas de zinco Recuperado em 30 de Janeiro2011 de httpwwwdiciocombrzincografia

                  7Do grego typos (forma) e graphein (escrita) eacute a arte e o processo de criaccedilatildeo nacomposiccedilatildeo de um texto no qual se usam formas em relevo Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de httptipografosnethistoriaindexhtml

                  8Criado pela Uniatildeo Europeia em 1998 o Livro Verde constitui um passo numavia cujo objetivo eacute garantir que os benefiacutecios da convergecircncia contribuam para odesenvolvimento social e econocircmico da Europa Recuperado em 2 de Fevereiro2011 de wwwanacomptstreaminglivroverdepdfcategoryId=18043ampcontentId=26202ampfield=ATTACHED_FILE

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                  A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 11

                  21 A ImprensaHaacute milecircnios que a humanidade exprime suas ideias atraveacutes dos jornaisA ldquoActa Diurnardquo ldquoActa Popidirdquo ou ldquoActa Publicardquo (Diaacuterio de RegistrosPuacuteblicos) foi o primeiro jornal ateacute entatildeo conhecido do mundo pro-duzido por ordem do imperador romano Juacutelio Ceacutesar em 59 aC como intuito de informar a populaccedilatildeo sobre os principais acontecimentosde seu governo e da repuacuteblica Seacuteculos mais tarde em 713 dC apoacutes ainvenccedilatildeo da prensa pelos chineses surge o primeiro jornal escrito a matildeondash o ldquoKaiyuan Za Baordquo no periacuteodo da dinastia Han Em seguida vieramas teacutecnicas de impressatildeo em bloco de madeira (uma das escrituras bu-distas mais antigas conhecidas pela humanidade eacute uma xilogravura chi-nesa ndash o Sutra Diamante em 868 dC) e as teacutecnicas de impressatildeo emargila de Bi Sheng

                  Com base nesses eventos Johannes Gutenberg inventa a prensa ti-pograacutefica ou prensa de impressatildeo em 1440 inaugurando um novo pe-riacuteodo na histoacuteria dos jornais com palavras impressas Por volta de 1450o entusiasta Gutenberg faz um empreacutestimo com Johann Fust que emcontrapartida exigia um percentual nos lucros da empresa Assim eacutecriada a Faacutebrica de Livros (Das Werk der Buchei) possibilitando a im-pressatildeo da Biacuteblia (tambeacutem conhecida como Biacuteblia de Gutenberg ouBiacuteblia de 42 linhas) em 14559 Para Tosseri (2010) Gutenberg natildeoinventou mas sim reinventou a imprensa no seacuteculo XV

                  A teacutecnica de imprimir com caracteres moacuteveis eacute na verdade asiaacuteticae muito mais antiga como afirmam inuacutemeros especialistas Tudo come-ccedilou com a criaccedilatildeo do papel obra dos chineses no ano 105 da era cristatildeO novo material abriu caminho para uma produccedilatildeo ainda artesanal deum maior nuacutemero de livros que se tornaram praacuteticos para manuseare muito mais baratos afirma o investigador Em 1500 estima-se que

                  9ldquoO incunaacutebulo de Gutembergrdquo eacute como ficaram conhecidos os primeiros livrosimpressos atraveacutes tipos moacuteveis de prensas mecacircnicas para a impressatildeo de textos natildeoescritos agrave matildeo esclarece Martins (1957) A partir de 1455 outras importantes obrassurgiram na Europa como o Hypnerotomachia Poliphili em 1499 um dos livros im-pressos no Renascimento mais enigmaacuteticos de que se tem notiacutecia O tiacutetulo numatraduccedilatildeo aproximada do grego significa ldquoA luta amorosa de Poliphilo em um sonhordquoO Hypnerotomachia eacute considerado um dos incunaacutebulos mais belos jaacute produzidosjuntamente com a Biacuteblia de Gutenberg Recuperado em 4 de Fevereiro 2011 dehttpsdiletrasupptuploadspdfsIncunC3A1bulopdf

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                  12 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                  milhotildees de livros eram impressos em diferentes partes do mundo a partirda maacutequina de Gutenberg

                  A primeira revista foi produzida em 1663 ateacute 1668 em Hamburgo(Alemanha) ndash ldquoErbauliche Monaths-Unterredungenrdquo (Edificantes Dis-cussotildees Mensais) pelo teoacutelogo e poeta Johann Rist Inicialmente apublicaccedilatildeo era voltada a questotildees de interesse especiacutefico (teoloacutegicofilosoacutefico) e por isso natildeo atraiacutea atenccedilatildeo do grande puacuteblico Outrasvieram em seguida como a ldquoLe Mercurerdquo (Franccedila ndash 1672) e a ldquoTheAthenian Gazetterdquo (Inglaterra ndash 1690)10

                  Tambeacutem na Inglaterra surge o primeiro jornal diaacuterio do mundo ndasho Daily Courant (Diaacuterio da Corte) em 1702 com uma paacutegina frontale duas colunas de natureza soacutecio-poliacutetica Apenas em 1840 o papelpassou a ser produzido de resina das aacutervores reduzindo o problema daescassez de material para a sua produccedilatildeo fundamental par o iniacutecio daproduccedilatildeo de textos e da comunicaccedilatildeo impressa (Melo 2005) Naqueletempo o puacuteblico passou a ter mais acesso agraves informaccedilotildees sem tantasmanipulaccedilotildees do Estado e da Igreja com a fundaccedilatildeo de jornais popu-lares de grande circulaccedilatildeo como a Reuters (1851) The Daily Telegraph(1855) Diaacuterio de Noticias da Madeira (1876) Financial Times (1888)The Daily Mirror (1903) e muitos outros

                  A imprensa do seacuteculo XX foi marcada pelo desenvolvimento dasmaacutequinas de impressatildeo graacutefica e qualidade das imagens (fotografias)principalmente nos periacuteodos entre guerras (1914 a 1918 e de 1939a 1945) Na revoluccedilatildeo digital das deacutecadas de 80 e 90 o computa-dor e a Internet tornaram-se os principais aliados do jornal impressotrazendo dinamismo agraves notiacutecias veiculadas (constante atualizaccedilatildeo dasinformaccedilotildees) reduccedilatildeo de custos operacionais alcance global e par-ticipaccedilatildeo mais ativa do puacuteblico consumidor vindo a culminar na versatildeoonline (Jornal Online ou e-Newsletter) nos primeiros anos do ano 2000

                  A insatisfaccedilatildeo das pessoas com os meios de comunicaccedilatildeo tradi-cionais o acesso raacutepido aacutegil e flexiacutevel agraves informaccedilotildees a vontade ma-nifestada pelo puacuteblico em participar na realizaccedilatildeo de conteuacutedos dos proacute-prios meios e a independecircncia do espaccedilo e do tempo satildeo alguns pon-tos levantados por Rodrigues (2009) que fazem nos refletir sobre umaatualidade de expansatildeo dos jornais online que hora vivenciamos con-

                  10Recuperado em 5 de Fevreiro 2011 de httpwwwbritannicacomEBcheckedtopic191080Erbauliche-Monaths-Unterredungen

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                  A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 13

                  tribuindo para o aparecimento de alternativas ao monopoacutelio midiaacuteticodos grandes veiacuteculos Certamente natildeo podemos prever o futuro da im-prensa seja ele a extinccedilatildeo do formato em papel e migraccedilatildeo permanentepara o formato online ou a convivecircncia entre ambos os formatos emregime de complementariedade

                  Atualmente as campanhas contra a destruiccedilatildeo das florestas e osmovimentos de computaccedilatildeo verde vecircm se intensificando a cada anoe que inevitavelmente iratildeo influenciar na produccedilatildeo dos jornais impres-sos a longo prazo especialmente com a popularizaccedilatildeo e massificaccedilatildeodos tablets e e-books

                  22 O CinemaDe 1890 a 1895 Louis e Auguste Lumiegravere desenvolveram a arte deregistrar e produzir imagens em movimento a partir da fotografia11 teacutec-nica que ficou mundialmente conhecida como ldquocinemardquo Contudo al-gumas invenccedilotildees contribuiacuteram para o surgimento da ldquoseacutetima arterdquo comoo praxinoscoacutepio12 do francecircs Charles Eacutemile Reynaud e o cinetoscoacutepiode Thomas Edison Por sinal sem o cinetoscoacutepio13 os irmatildeos Lumiegraveredificilmente teriam concebido o cinematoacutegrafo14 Uma vez transfor-mado em um meio de mediatizaccedilatildeo entre um puacuteblico e uma tecnologiado som e da imagem que evolui e que independe de sua contribuiccedilatildeoo cinema se caracteriza como uma teacutecnica de transmissatildeo da espeta-cularizaccedilatildeo de sons e imagens (RUIZ 2003) reconhecido pelo escritorJacques Aumont como ldquoa mais singular das artesrdquo Como a linguagem eacutemonomoacuterfica o discurso eacute contiacutenuo e daacute-se mais realce agrave figura do rea-lizador O tempo de atenccedilatildeo eacute determinado pela intensidade do tempodramaacutetico na sucessatildeo de imagens considera Branco (2011) Em 1895os irmatildeos Lumiegravere realizaram em Paris a primeira exibiccedilatildeo puacuteblica decinema com a peliacutecula - LrsquoArriveacutee drsquoun train en gare de la ciotat ini-

                  11Teacutecnica de criaccedilatildeo de imagens por meio de exposiccedilatildeo luminosa deriva do gregophos (luz) e graphein (escrever) foi inventada pelos franceses Louis-Jacques Da-guerre e Joseph Niceacutephore Niepce (Fabris 2008)

                  12Maacutequina que projeta imagens desenhadas a matildeo sobre fitas transparentes (Armes1999)

                  13Equipamento dotado de um visor para observaccedilatildeo individual e que jaacute utilizavauma peliacutecula fotograacutefica onde as imagens eram impressas (Barboza 2007)

                  14Equipamento que filmava copiava e projetava imagens (Armes 1999)

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                  14 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                  ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

                  Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

                  A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

                  15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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                  A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 15

                  on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

                  23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

                  16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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                  16 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                  chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

                  As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

                  A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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                  A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 17

                  o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

                  24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

                  Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

                  17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

                  18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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                  18 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                  o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

                  A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

                  As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

                  19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

                  20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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                  A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 19

                  e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

                  Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

                  25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

                  Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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                  20 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                  visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

                  Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

                  21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

                  de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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                  A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 21

                  native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

                  Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

                  25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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                  22 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                  3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

                  Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

                  28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

                  29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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                  A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 23

                  Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

                  Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

                  + consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

                  30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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                  24 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                  modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

                  A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

                  31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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                  A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 25

                  intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

                  ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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                  26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                  Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

                  Agradecimentos

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                  • Introduccedilatildeo
                  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
                  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
                    • A Imprensa
                    • O Cinema
                    • O Telefone
                    • O Raacutedio
                    • A Televisatildeo
                      • As Novas Miacutedias
                      • Conclusotildees
                      • Agradecimentos
                      • Referecircncias

                    10 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                    nicaccedilatildeo pela maneira praacutetica e raacutepida de transmitir informaccedilotildees a umgrande contingente de pessoas (a citografia contribuiu para a evoluccedilatildeoda escrita na reproduccedilatildeo de textos e ilustraccedilotildees pela combinaccedilatildeo defotografia e zincografia6) Nesse contexto foi inventado o jornal e a im-prensa baseados na tipografia7 Paralelamente eacute desenvolvido o serviccedilopostal (correios) para o envio de cartas escritas e deacutecadas depois oteleacutegrafo eletromagneacutetico possibilitando a transmissatildeo de mensagensde um ponto a outro em longas distacircncias atraveacutes de correntes eleacutetri-cas O mesmo princiacutepio foi utilizado para a criaccedilatildeo do telefone con-cebido para transmitir sons por meio de sinais eleacutetricos em cabos defio Na sequecircncia vieram o raacutedio o cinema a televisatildeo e o computadoreletrocircnico Atraveacutes do computador a Internet possibilitou a convergecircn-cia das miacutedias para o universo virtual A convergecircncia eacute entendida porCaacutedima (2009 p93) referenciando um paraacutegrafo do ldquoLivro Verde daConvergecircnciardquo8 como ldquoa capacidade de diferentes plataformas de redeservirem de veiacuteculo a serviccedilos essencialmente semelhantes ou a junccedilatildeode dispositivos do consumidor como o telefone a televisatildeo e o com-putador pessoalrdquo integrados em plataformas que tecircm como objetivo aaplicaccedilatildeo comum das tecnologias digitais aos sistemas associados agrave en-trega dos serviccedilos (posteriormente exploraremos o conceito com maisabrangecircncia) Partindo desta loacutegica vejamos como ocorreu o processode convergecircncia de algumas miacutedias que sobreviveram ao desenvolvi-mento tecnoloacutegico ateacute os dias atuais sem seguir uma ordem cronoloacute-gica

                    palha de arroz etc) na qual se escreve imprime embrulha Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de wwwdiciocombrpapel

                    6Arte de gravar ou imprimir sobre lacircminas de zinco Recuperado em 30 de Janeiro2011 de httpwwwdiciocombrzincografia

                    7Do grego typos (forma) e graphein (escrita) eacute a arte e o processo de criaccedilatildeo nacomposiccedilatildeo de um texto no qual se usam formas em relevo Recuperado em 30 deJaneiro 2011 de httptipografosnethistoriaindexhtml

                    8Criado pela Uniatildeo Europeia em 1998 o Livro Verde constitui um passo numavia cujo objetivo eacute garantir que os benefiacutecios da convergecircncia contribuam para odesenvolvimento social e econocircmico da Europa Recuperado em 2 de Fevereiro2011 de wwwanacomptstreaminglivroverdepdfcategoryId=18043ampcontentId=26202ampfield=ATTACHED_FILE

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                    A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 11

                    21 A ImprensaHaacute milecircnios que a humanidade exprime suas ideias atraveacutes dos jornaisA ldquoActa Diurnardquo ldquoActa Popidirdquo ou ldquoActa Publicardquo (Diaacuterio de RegistrosPuacuteblicos) foi o primeiro jornal ateacute entatildeo conhecido do mundo pro-duzido por ordem do imperador romano Juacutelio Ceacutesar em 59 aC como intuito de informar a populaccedilatildeo sobre os principais acontecimentosde seu governo e da repuacuteblica Seacuteculos mais tarde em 713 dC apoacutes ainvenccedilatildeo da prensa pelos chineses surge o primeiro jornal escrito a matildeondash o ldquoKaiyuan Za Baordquo no periacuteodo da dinastia Han Em seguida vieramas teacutecnicas de impressatildeo em bloco de madeira (uma das escrituras bu-distas mais antigas conhecidas pela humanidade eacute uma xilogravura chi-nesa ndash o Sutra Diamante em 868 dC) e as teacutecnicas de impressatildeo emargila de Bi Sheng

                    Com base nesses eventos Johannes Gutenberg inventa a prensa ti-pograacutefica ou prensa de impressatildeo em 1440 inaugurando um novo pe-riacuteodo na histoacuteria dos jornais com palavras impressas Por volta de 1450o entusiasta Gutenberg faz um empreacutestimo com Johann Fust que emcontrapartida exigia um percentual nos lucros da empresa Assim eacutecriada a Faacutebrica de Livros (Das Werk der Buchei) possibilitando a im-pressatildeo da Biacuteblia (tambeacutem conhecida como Biacuteblia de Gutenberg ouBiacuteblia de 42 linhas) em 14559 Para Tosseri (2010) Gutenberg natildeoinventou mas sim reinventou a imprensa no seacuteculo XV

                    A teacutecnica de imprimir com caracteres moacuteveis eacute na verdade asiaacuteticae muito mais antiga como afirmam inuacutemeros especialistas Tudo come-ccedilou com a criaccedilatildeo do papel obra dos chineses no ano 105 da era cristatildeO novo material abriu caminho para uma produccedilatildeo ainda artesanal deum maior nuacutemero de livros que se tornaram praacuteticos para manuseare muito mais baratos afirma o investigador Em 1500 estima-se que

                    9ldquoO incunaacutebulo de Gutembergrdquo eacute como ficaram conhecidos os primeiros livrosimpressos atraveacutes tipos moacuteveis de prensas mecacircnicas para a impressatildeo de textos natildeoescritos agrave matildeo esclarece Martins (1957) A partir de 1455 outras importantes obrassurgiram na Europa como o Hypnerotomachia Poliphili em 1499 um dos livros im-pressos no Renascimento mais enigmaacuteticos de que se tem notiacutecia O tiacutetulo numatraduccedilatildeo aproximada do grego significa ldquoA luta amorosa de Poliphilo em um sonhordquoO Hypnerotomachia eacute considerado um dos incunaacutebulos mais belos jaacute produzidosjuntamente com a Biacuteblia de Gutenberg Recuperado em 4 de Fevereiro 2011 dehttpsdiletrasupptuploadspdfsIncunC3A1bulopdf

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                    12 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                    milhotildees de livros eram impressos em diferentes partes do mundo a partirda maacutequina de Gutenberg

                    A primeira revista foi produzida em 1663 ateacute 1668 em Hamburgo(Alemanha) ndash ldquoErbauliche Monaths-Unterredungenrdquo (Edificantes Dis-cussotildees Mensais) pelo teoacutelogo e poeta Johann Rist Inicialmente apublicaccedilatildeo era voltada a questotildees de interesse especiacutefico (teoloacutegicofilosoacutefico) e por isso natildeo atraiacutea atenccedilatildeo do grande puacuteblico Outrasvieram em seguida como a ldquoLe Mercurerdquo (Franccedila ndash 1672) e a ldquoTheAthenian Gazetterdquo (Inglaterra ndash 1690)10

                    Tambeacutem na Inglaterra surge o primeiro jornal diaacuterio do mundo ndasho Daily Courant (Diaacuterio da Corte) em 1702 com uma paacutegina frontale duas colunas de natureza soacutecio-poliacutetica Apenas em 1840 o papelpassou a ser produzido de resina das aacutervores reduzindo o problema daescassez de material para a sua produccedilatildeo fundamental par o iniacutecio daproduccedilatildeo de textos e da comunicaccedilatildeo impressa (Melo 2005) Naqueletempo o puacuteblico passou a ter mais acesso agraves informaccedilotildees sem tantasmanipulaccedilotildees do Estado e da Igreja com a fundaccedilatildeo de jornais popu-lares de grande circulaccedilatildeo como a Reuters (1851) The Daily Telegraph(1855) Diaacuterio de Noticias da Madeira (1876) Financial Times (1888)The Daily Mirror (1903) e muitos outros

                    A imprensa do seacuteculo XX foi marcada pelo desenvolvimento dasmaacutequinas de impressatildeo graacutefica e qualidade das imagens (fotografias)principalmente nos periacuteodos entre guerras (1914 a 1918 e de 1939a 1945) Na revoluccedilatildeo digital das deacutecadas de 80 e 90 o computa-dor e a Internet tornaram-se os principais aliados do jornal impressotrazendo dinamismo agraves notiacutecias veiculadas (constante atualizaccedilatildeo dasinformaccedilotildees) reduccedilatildeo de custos operacionais alcance global e par-ticipaccedilatildeo mais ativa do puacuteblico consumidor vindo a culminar na versatildeoonline (Jornal Online ou e-Newsletter) nos primeiros anos do ano 2000

                    A insatisfaccedilatildeo das pessoas com os meios de comunicaccedilatildeo tradi-cionais o acesso raacutepido aacutegil e flexiacutevel agraves informaccedilotildees a vontade ma-nifestada pelo puacuteblico em participar na realizaccedilatildeo de conteuacutedos dos proacute-prios meios e a independecircncia do espaccedilo e do tempo satildeo alguns pon-tos levantados por Rodrigues (2009) que fazem nos refletir sobre umaatualidade de expansatildeo dos jornais online que hora vivenciamos con-

                    10Recuperado em 5 de Fevreiro 2011 de httpwwwbritannicacomEBcheckedtopic191080Erbauliche-Monaths-Unterredungen

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                    A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 13

                    tribuindo para o aparecimento de alternativas ao monopoacutelio midiaacuteticodos grandes veiacuteculos Certamente natildeo podemos prever o futuro da im-prensa seja ele a extinccedilatildeo do formato em papel e migraccedilatildeo permanentepara o formato online ou a convivecircncia entre ambos os formatos emregime de complementariedade

                    Atualmente as campanhas contra a destruiccedilatildeo das florestas e osmovimentos de computaccedilatildeo verde vecircm se intensificando a cada anoe que inevitavelmente iratildeo influenciar na produccedilatildeo dos jornais impres-sos a longo prazo especialmente com a popularizaccedilatildeo e massificaccedilatildeodos tablets e e-books

                    22 O CinemaDe 1890 a 1895 Louis e Auguste Lumiegravere desenvolveram a arte deregistrar e produzir imagens em movimento a partir da fotografia11 teacutec-nica que ficou mundialmente conhecida como ldquocinemardquo Contudo al-gumas invenccedilotildees contribuiacuteram para o surgimento da ldquoseacutetima arterdquo comoo praxinoscoacutepio12 do francecircs Charles Eacutemile Reynaud e o cinetoscoacutepiode Thomas Edison Por sinal sem o cinetoscoacutepio13 os irmatildeos Lumiegraveredificilmente teriam concebido o cinematoacutegrafo14 Uma vez transfor-mado em um meio de mediatizaccedilatildeo entre um puacuteblico e uma tecnologiado som e da imagem que evolui e que independe de sua contribuiccedilatildeoo cinema se caracteriza como uma teacutecnica de transmissatildeo da espeta-cularizaccedilatildeo de sons e imagens (RUIZ 2003) reconhecido pelo escritorJacques Aumont como ldquoa mais singular das artesrdquo Como a linguagem eacutemonomoacuterfica o discurso eacute contiacutenuo e daacute-se mais realce agrave figura do rea-lizador O tempo de atenccedilatildeo eacute determinado pela intensidade do tempodramaacutetico na sucessatildeo de imagens considera Branco (2011) Em 1895os irmatildeos Lumiegravere realizaram em Paris a primeira exibiccedilatildeo puacuteblica decinema com a peliacutecula - LrsquoArriveacutee drsquoun train en gare de la ciotat ini-

                    11Teacutecnica de criaccedilatildeo de imagens por meio de exposiccedilatildeo luminosa deriva do gregophos (luz) e graphein (escrever) foi inventada pelos franceses Louis-Jacques Da-guerre e Joseph Niceacutephore Niepce (Fabris 2008)

                    12Maacutequina que projeta imagens desenhadas a matildeo sobre fitas transparentes (Armes1999)

                    13Equipamento dotado de um visor para observaccedilatildeo individual e que jaacute utilizavauma peliacutecula fotograacutefica onde as imagens eram impressas (Barboza 2007)

                    14Equipamento que filmava copiava e projetava imagens (Armes 1999)

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                    14 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                    ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

                    Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

                    A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

                    15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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                    A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 15

                    on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

                    23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

                    16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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                    16 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                    chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

                    As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

                    A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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                    A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 17

                    o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

                    24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

                    Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

                    17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

                    18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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                    18 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                    o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

                    A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

                    As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

                    19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

                    20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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                    A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 19

                    e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

                    Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

                    25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

                    Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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                    20 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                    visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

                    Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

                    21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

                    de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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                    A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 21

                    native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

                    Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

                    25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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                    22 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                    3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

                    Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

                    28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

                    29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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                    A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 23

                    Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

                    Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

                    + consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

                    30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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                    24 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                    modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

                    A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

                    31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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                    A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 25

                    intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

                    ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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                    26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                    Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

                    Agradecimentos

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                    • Introduccedilatildeo
                    • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
                    • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
                      • A Imprensa
                      • O Cinema
                      • O Telefone
                      • O Raacutedio
                      • A Televisatildeo
                        • As Novas Miacutedias
                        • Conclusotildees
                        • Agradecimentos
                        • Referecircncias

                      A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 11

                      21 A ImprensaHaacute milecircnios que a humanidade exprime suas ideias atraveacutes dos jornaisA ldquoActa Diurnardquo ldquoActa Popidirdquo ou ldquoActa Publicardquo (Diaacuterio de RegistrosPuacuteblicos) foi o primeiro jornal ateacute entatildeo conhecido do mundo pro-duzido por ordem do imperador romano Juacutelio Ceacutesar em 59 aC como intuito de informar a populaccedilatildeo sobre os principais acontecimentosde seu governo e da repuacuteblica Seacuteculos mais tarde em 713 dC apoacutes ainvenccedilatildeo da prensa pelos chineses surge o primeiro jornal escrito a matildeondash o ldquoKaiyuan Za Baordquo no periacuteodo da dinastia Han Em seguida vieramas teacutecnicas de impressatildeo em bloco de madeira (uma das escrituras bu-distas mais antigas conhecidas pela humanidade eacute uma xilogravura chi-nesa ndash o Sutra Diamante em 868 dC) e as teacutecnicas de impressatildeo emargila de Bi Sheng

                      Com base nesses eventos Johannes Gutenberg inventa a prensa ti-pograacutefica ou prensa de impressatildeo em 1440 inaugurando um novo pe-riacuteodo na histoacuteria dos jornais com palavras impressas Por volta de 1450o entusiasta Gutenberg faz um empreacutestimo com Johann Fust que emcontrapartida exigia um percentual nos lucros da empresa Assim eacutecriada a Faacutebrica de Livros (Das Werk der Buchei) possibilitando a im-pressatildeo da Biacuteblia (tambeacutem conhecida como Biacuteblia de Gutenberg ouBiacuteblia de 42 linhas) em 14559 Para Tosseri (2010) Gutenberg natildeoinventou mas sim reinventou a imprensa no seacuteculo XV

                      A teacutecnica de imprimir com caracteres moacuteveis eacute na verdade asiaacuteticae muito mais antiga como afirmam inuacutemeros especialistas Tudo come-ccedilou com a criaccedilatildeo do papel obra dos chineses no ano 105 da era cristatildeO novo material abriu caminho para uma produccedilatildeo ainda artesanal deum maior nuacutemero de livros que se tornaram praacuteticos para manuseare muito mais baratos afirma o investigador Em 1500 estima-se que

                      9ldquoO incunaacutebulo de Gutembergrdquo eacute como ficaram conhecidos os primeiros livrosimpressos atraveacutes tipos moacuteveis de prensas mecacircnicas para a impressatildeo de textos natildeoescritos agrave matildeo esclarece Martins (1957) A partir de 1455 outras importantes obrassurgiram na Europa como o Hypnerotomachia Poliphili em 1499 um dos livros im-pressos no Renascimento mais enigmaacuteticos de que se tem notiacutecia O tiacutetulo numatraduccedilatildeo aproximada do grego significa ldquoA luta amorosa de Poliphilo em um sonhordquoO Hypnerotomachia eacute considerado um dos incunaacutebulos mais belos jaacute produzidosjuntamente com a Biacuteblia de Gutenberg Recuperado em 4 de Fevereiro 2011 dehttpsdiletrasupptuploadspdfsIncunC3A1bulopdf

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                      12 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                      milhotildees de livros eram impressos em diferentes partes do mundo a partirda maacutequina de Gutenberg

                      A primeira revista foi produzida em 1663 ateacute 1668 em Hamburgo(Alemanha) ndash ldquoErbauliche Monaths-Unterredungenrdquo (Edificantes Dis-cussotildees Mensais) pelo teoacutelogo e poeta Johann Rist Inicialmente apublicaccedilatildeo era voltada a questotildees de interesse especiacutefico (teoloacutegicofilosoacutefico) e por isso natildeo atraiacutea atenccedilatildeo do grande puacuteblico Outrasvieram em seguida como a ldquoLe Mercurerdquo (Franccedila ndash 1672) e a ldquoTheAthenian Gazetterdquo (Inglaterra ndash 1690)10

                      Tambeacutem na Inglaterra surge o primeiro jornal diaacuterio do mundo ndasho Daily Courant (Diaacuterio da Corte) em 1702 com uma paacutegina frontale duas colunas de natureza soacutecio-poliacutetica Apenas em 1840 o papelpassou a ser produzido de resina das aacutervores reduzindo o problema daescassez de material para a sua produccedilatildeo fundamental par o iniacutecio daproduccedilatildeo de textos e da comunicaccedilatildeo impressa (Melo 2005) Naqueletempo o puacuteblico passou a ter mais acesso agraves informaccedilotildees sem tantasmanipulaccedilotildees do Estado e da Igreja com a fundaccedilatildeo de jornais popu-lares de grande circulaccedilatildeo como a Reuters (1851) The Daily Telegraph(1855) Diaacuterio de Noticias da Madeira (1876) Financial Times (1888)The Daily Mirror (1903) e muitos outros

                      A imprensa do seacuteculo XX foi marcada pelo desenvolvimento dasmaacutequinas de impressatildeo graacutefica e qualidade das imagens (fotografias)principalmente nos periacuteodos entre guerras (1914 a 1918 e de 1939a 1945) Na revoluccedilatildeo digital das deacutecadas de 80 e 90 o computa-dor e a Internet tornaram-se os principais aliados do jornal impressotrazendo dinamismo agraves notiacutecias veiculadas (constante atualizaccedilatildeo dasinformaccedilotildees) reduccedilatildeo de custos operacionais alcance global e par-ticipaccedilatildeo mais ativa do puacuteblico consumidor vindo a culminar na versatildeoonline (Jornal Online ou e-Newsletter) nos primeiros anos do ano 2000

                      A insatisfaccedilatildeo das pessoas com os meios de comunicaccedilatildeo tradi-cionais o acesso raacutepido aacutegil e flexiacutevel agraves informaccedilotildees a vontade ma-nifestada pelo puacuteblico em participar na realizaccedilatildeo de conteuacutedos dos proacute-prios meios e a independecircncia do espaccedilo e do tempo satildeo alguns pon-tos levantados por Rodrigues (2009) que fazem nos refletir sobre umaatualidade de expansatildeo dos jornais online que hora vivenciamos con-

                      10Recuperado em 5 de Fevreiro 2011 de httpwwwbritannicacomEBcheckedtopic191080Erbauliche-Monaths-Unterredungen

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                      A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 13

                      tribuindo para o aparecimento de alternativas ao monopoacutelio midiaacuteticodos grandes veiacuteculos Certamente natildeo podemos prever o futuro da im-prensa seja ele a extinccedilatildeo do formato em papel e migraccedilatildeo permanentepara o formato online ou a convivecircncia entre ambos os formatos emregime de complementariedade

                      Atualmente as campanhas contra a destruiccedilatildeo das florestas e osmovimentos de computaccedilatildeo verde vecircm se intensificando a cada anoe que inevitavelmente iratildeo influenciar na produccedilatildeo dos jornais impres-sos a longo prazo especialmente com a popularizaccedilatildeo e massificaccedilatildeodos tablets e e-books

                      22 O CinemaDe 1890 a 1895 Louis e Auguste Lumiegravere desenvolveram a arte deregistrar e produzir imagens em movimento a partir da fotografia11 teacutec-nica que ficou mundialmente conhecida como ldquocinemardquo Contudo al-gumas invenccedilotildees contribuiacuteram para o surgimento da ldquoseacutetima arterdquo comoo praxinoscoacutepio12 do francecircs Charles Eacutemile Reynaud e o cinetoscoacutepiode Thomas Edison Por sinal sem o cinetoscoacutepio13 os irmatildeos Lumiegraveredificilmente teriam concebido o cinematoacutegrafo14 Uma vez transfor-mado em um meio de mediatizaccedilatildeo entre um puacuteblico e uma tecnologiado som e da imagem que evolui e que independe de sua contribuiccedilatildeoo cinema se caracteriza como uma teacutecnica de transmissatildeo da espeta-cularizaccedilatildeo de sons e imagens (RUIZ 2003) reconhecido pelo escritorJacques Aumont como ldquoa mais singular das artesrdquo Como a linguagem eacutemonomoacuterfica o discurso eacute contiacutenuo e daacute-se mais realce agrave figura do rea-lizador O tempo de atenccedilatildeo eacute determinado pela intensidade do tempodramaacutetico na sucessatildeo de imagens considera Branco (2011) Em 1895os irmatildeos Lumiegravere realizaram em Paris a primeira exibiccedilatildeo puacuteblica decinema com a peliacutecula - LrsquoArriveacutee drsquoun train en gare de la ciotat ini-

                      11Teacutecnica de criaccedilatildeo de imagens por meio de exposiccedilatildeo luminosa deriva do gregophos (luz) e graphein (escrever) foi inventada pelos franceses Louis-Jacques Da-guerre e Joseph Niceacutephore Niepce (Fabris 2008)

                      12Maacutequina que projeta imagens desenhadas a matildeo sobre fitas transparentes (Armes1999)

                      13Equipamento dotado de um visor para observaccedilatildeo individual e que jaacute utilizavauma peliacutecula fotograacutefica onde as imagens eram impressas (Barboza 2007)

                      14Equipamento que filmava copiava e projetava imagens (Armes 1999)

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                      14 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                      ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

                      Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

                      A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

                      15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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                      A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 15

                      on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

                      23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

                      16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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                      16 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                      chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

                      As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

                      A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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                      A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 17

                      o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

                      24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

                      Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

                      17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

                      18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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                      18 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                      o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

                      A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

                      As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

                      19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

                      20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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                      A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 19

                      e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

                      Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

                      25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

                      Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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                      20 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                      visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

                      Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

                      21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

                      de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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                      A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 21

                      native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

                      Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

                      25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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                      22 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                      3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

                      Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

                      28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

                      29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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                      A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 23

                      Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

                      Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

                      + consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

                      30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

                      wwwboccubipt

                      24 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                      modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

                      A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

                      31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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                      A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 25

                      intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

                      ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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                      26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                      Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

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                      A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 31

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                      • Introduccedilatildeo
                      • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
                      • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
                        • A Imprensa
                        • O Cinema
                        • O Telefone
                        • O Raacutedio
                        • A Televisatildeo
                          • As Novas Miacutedias
                          • Conclusotildees
                          • Agradecimentos
                          • Referecircncias

                        12 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                        milhotildees de livros eram impressos em diferentes partes do mundo a partirda maacutequina de Gutenberg

                        A primeira revista foi produzida em 1663 ateacute 1668 em Hamburgo(Alemanha) ndash ldquoErbauliche Monaths-Unterredungenrdquo (Edificantes Dis-cussotildees Mensais) pelo teoacutelogo e poeta Johann Rist Inicialmente apublicaccedilatildeo era voltada a questotildees de interesse especiacutefico (teoloacutegicofilosoacutefico) e por isso natildeo atraiacutea atenccedilatildeo do grande puacuteblico Outrasvieram em seguida como a ldquoLe Mercurerdquo (Franccedila ndash 1672) e a ldquoTheAthenian Gazetterdquo (Inglaterra ndash 1690)10

                        Tambeacutem na Inglaterra surge o primeiro jornal diaacuterio do mundo ndasho Daily Courant (Diaacuterio da Corte) em 1702 com uma paacutegina frontale duas colunas de natureza soacutecio-poliacutetica Apenas em 1840 o papelpassou a ser produzido de resina das aacutervores reduzindo o problema daescassez de material para a sua produccedilatildeo fundamental par o iniacutecio daproduccedilatildeo de textos e da comunicaccedilatildeo impressa (Melo 2005) Naqueletempo o puacuteblico passou a ter mais acesso agraves informaccedilotildees sem tantasmanipulaccedilotildees do Estado e da Igreja com a fundaccedilatildeo de jornais popu-lares de grande circulaccedilatildeo como a Reuters (1851) The Daily Telegraph(1855) Diaacuterio de Noticias da Madeira (1876) Financial Times (1888)The Daily Mirror (1903) e muitos outros

                        A imprensa do seacuteculo XX foi marcada pelo desenvolvimento dasmaacutequinas de impressatildeo graacutefica e qualidade das imagens (fotografias)principalmente nos periacuteodos entre guerras (1914 a 1918 e de 1939a 1945) Na revoluccedilatildeo digital das deacutecadas de 80 e 90 o computa-dor e a Internet tornaram-se os principais aliados do jornal impressotrazendo dinamismo agraves notiacutecias veiculadas (constante atualizaccedilatildeo dasinformaccedilotildees) reduccedilatildeo de custos operacionais alcance global e par-ticipaccedilatildeo mais ativa do puacuteblico consumidor vindo a culminar na versatildeoonline (Jornal Online ou e-Newsletter) nos primeiros anos do ano 2000

                        A insatisfaccedilatildeo das pessoas com os meios de comunicaccedilatildeo tradi-cionais o acesso raacutepido aacutegil e flexiacutevel agraves informaccedilotildees a vontade ma-nifestada pelo puacuteblico em participar na realizaccedilatildeo de conteuacutedos dos proacute-prios meios e a independecircncia do espaccedilo e do tempo satildeo alguns pon-tos levantados por Rodrigues (2009) que fazem nos refletir sobre umaatualidade de expansatildeo dos jornais online que hora vivenciamos con-

                        10Recuperado em 5 de Fevreiro 2011 de httpwwwbritannicacomEBcheckedtopic191080Erbauliche-Monaths-Unterredungen

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                        A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 13

                        tribuindo para o aparecimento de alternativas ao monopoacutelio midiaacuteticodos grandes veiacuteculos Certamente natildeo podemos prever o futuro da im-prensa seja ele a extinccedilatildeo do formato em papel e migraccedilatildeo permanentepara o formato online ou a convivecircncia entre ambos os formatos emregime de complementariedade

                        Atualmente as campanhas contra a destruiccedilatildeo das florestas e osmovimentos de computaccedilatildeo verde vecircm se intensificando a cada anoe que inevitavelmente iratildeo influenciar na produccedilatildeo dos jornais impres-sos a longo prazo especialmente com a popularizaccedilatildeo e massificaccedilatildeodos tablets e e-books

                        22 O CinemaDe 1890 a 1895 Louis e Auguste Lumiegravere desenvolveram a arte deregistrar e produzir imagens em movimento a partir da fotografia11 teacutec-nica que ficou mundialmente conhecida como ldquocinemardquo Contudo al-gumas invenccedilotildees contribuiacuteram para o surgimento da ldquoseacutetima arterdquo comoo praxinoscoacutepio12 do francecircs Charles Eacutemile Reynaud e o cinetoscoacutepiode Thomas Edison Por sinal sem o cinetoscoacutepio13 os irmatildeos Lumiegraveredificilmente teriam concebido o cinematoacutegrafo14 Uma vez transfor-mado em um meio de mediatizaccedilatildeo entre um puacuteblico e uma tecnologiado som e da imagem que evolui e que independe de sua contribuiccedilatildeoo cinema se caracteriza como uma teacutecnica de transmissatildeo da espeta-cularizaccedilatildeo de sons e imagens (RUIZ 2003) reconhecido pelo escritorJacques Aumont como ldquoa mais singular das artesrdquo Como a linguagem eacutemonomoacuterfica o discurso eacute contiacutenuo e daacute-se mais realce agrave figura do rea-lizador O tempo de atenccedilatildeo eacute determinado pela intensidade do tempodramaacutetico na sucessatildeo de imagens considera Branco (2011) Em 1895os irmatildeos Lumiegravere realizaram em Paris a primeira exibiccedilatildeo puacuteblica decinema com a peliacutecula - LrsquoArriveacutee drsquoun train en gare de la ciotat ini-

                        11Teacutecnica de criaccedilatildeo de imagens por meio de exposiccedilatildeo luminosa deriva do gregophos (luz) e graphein (escrever) foi inventada pelos franceses Louis-Jacques Da-guerre e Joseph Niceacutephore Niepce (Fabris 2008)

                        12Maacutequina que projeta imagens desenhadas a matildeo sobre fitas transparentes (Armes1999)

                        13Equipamento dotado de um visor para observaccedilatildeo individual e que jaacute utilizavauma peliacutecula fotograacutefica onde as imagens eram impressas (Barboza 2007)

                        14Equipamento que filmava copiava e projetava imagens (Armes 1999)

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                        14 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                        ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

                        Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

                        A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

                        15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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                        A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 15

                        on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

                        23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

                        16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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                        16 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                        chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

                        As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

                        A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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                        A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 17

                        o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

                        24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

                        Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

                        17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

                        18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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                        18 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                        o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

                        A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

                        As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

                        19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

                        20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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                        A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 19

                        e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

                        Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

                        25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

                        Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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                        20 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                        visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

                        Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

                        21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

                        de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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                        A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 21

                        native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

                        Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

                        25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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                        22 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                        3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

                        Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

                        28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

                        29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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                        A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 23

                        Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

                        Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

                        + consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

                        30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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                        24 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                        modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

                        A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

                        31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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                        A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 25

                        intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

                        ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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                        26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                        Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

                        Agradecimentos

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                        A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 31

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                        • Introduccedilatildeo
                        • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
                        • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
                          • A Imprensa
                          • O Cinema
                          • O Telefone
                          • O Raacutedio
                          • A Televisatildeo
                            • As Novas Miacutedias
                            • Conclusotildees
                            • Agradecimentos
                            • Referecircncias

                          A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 13

                          tribuindo para o aparecimento de alternativas ao monopoacutelio midiaacuteticodos grandes veiacuteculos Certamente natildeo podemos prever o futuro da im-prensa seja ele a extinccedilatildeo do formato em papel e migraccedilatildeo permanentepara o formato online ou a convivecircncia entre ambos os formatos emregime de complementariedade

                          Atualmente as campanhas contra a destruiccedilatildeo das florestas e osmovimentos de computaccedilatildeo verde vecircm se intensificando a cada anoe que inevitavelmente iratildeo influenciar na produccedilatildeo dos jornais impres-sos a longo prazo especialmente com a popularizaccedilatildeo e massificaccedilatildeodos tablets e e-books

                          22 O CinemaDe 1890 a 1895 Louis e Auguste Lumiegravere desenvolveram a arte deregistrar e produzir imagens em movimento a partir da fotografia11 teacutec-nica que ficou mundialmente conhecida como ldquocinemardquo Contudo al-gumas invenccedilotildees contribuiacuteram para o surgimento da ldquoseacutetima arterdquo comoo praxinoscoacutepio12 do francecircs Charles Eacutemile Reynaud e o cinetoscoacutepiode Thomas Edison Por sinal sem o cinetoscoacutepio13 os irmatildeos Lumiegraveredificilmente teriam concebido o cinematoacutegrafo14 Uma vez transfor-mado em um meio de mediatizaccedilatildeo entre um puacuteblico e uma tecnologiado som e da imagem que evolui e que independe de sua contribuiccedilatildeoo cinema se caracteriza como uma teacutecnica de transmissatildeo da espeta-cularizaccedilatildeo de sons e imagens (RUIZ 2003) reconhecido pelo escritorJacques Aumont como ldquoa mais singular das artesrdquo Como a linguagem eacutemonomoacuterfica o discurso eacute contiacutenuo e daacute-se mais realce agrave figura do rea-lizador O tempo de atenccedilatildeo eacute determinado pela intensidade do tempodramaacutetico na sucessatildeo de imagens considera Branco (2011) Em 1895os irmatildeos Lumiegravere realizaram em Paris a primeira exibiccedilatildeo puacuteblica decinema com a peliacutecula - LrsquoArriveacutee drsquoun train en gare de la ciotat ini-

                          11Teacutecnica de criaccedilatildeo de imagens por meio de exposiccedilatildeo luminosa deriva do gregophos (luz) e graphein (escrever) foi inventada pelos franceses Louis-Jacques Da-guerre e Joseph Niceacutephore Niepce (Fabris 2008)

                          12Maacutequina que projeta imagens desenhadas a matildeo sobre fitas transparentes (Armes1999)

                          13Equipamento dotado de um visor para observaccedilatildeo individual e que jaacute utilizavauma peliacutecula fotograacutefica onde as imagens eram impressas (Barboza 2007)

                          14Equipamento que filmava copiava e projetava imagens (Armes 1999)

                          wwwboccubipt

                          14 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                          ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

                          Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

                          A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

                          15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

                          wwwboccubipt

                          A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 15

                          on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

                          23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

                          16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

                          wwwboccubipt

                          16 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                          chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

                          As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

                          A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

                          wwwboccubipt

                          A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 17

                          o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

                          24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

                          Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

                          17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

                          18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

                          wwwboccubipt

                          18 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                          o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

                          A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

                          As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

                          19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

                          20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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                          A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 19

                          e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

                          Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

                          25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

                          Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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                          20 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                          visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

                          Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

                          21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

                          de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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                          A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 21

                          native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

                          Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

                          25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

                          wwwboccubipt

                          22 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                          3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

                          Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

                          28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

                          29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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                          A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 23

                          Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

                          Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

                          + consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

                          30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

                          wwwboccubipt

                          24 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                          modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

                          A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

                          31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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                          A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 25

                          intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

                          ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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                          26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                          Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

                          Agradecimentos

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                          • Introduccedilatildeo
                          • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
                          • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
                            • A Imprensa
                            • O Cinema
                            • O Telefone
                            • O Raacutedio
                            • A Televisatildeo
                              • As Novas Miacutedias
                              • Conclusotildees
                              • Agradecimentos
                              • Referecircncias

                            14 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                            ciando uma seacuterie de curtas-metragens que seriam exibidos desde entatildeoApoacutes alguns anos nos Estados Unidos o sucesso do filme de Edwin SPorter ldquoGreat Train Robberyrdquo em 1903 contribuiu para que o cinemase popularizasse no paiacutes e entrasse de vez para a induacutestria cultural emdiferentes partes do mundo

                            Em 1911 o cinema seria imortalizado pelo italiano Ricciotto Canu-do com a expressatildeo laquoSeacutetima Arteraquo muito utilizada entre os intelectuaisda eacutepoca para destingui-lo dos demais meios de comunicaccedilatildeo de massaDe 1930 a 1935 foram produzidos os primeiros filmes a cores ndash Flowersand Trees (1933) e o longa-metragem Becky Sharp (1935) Mas nemtodos os fatos foram graciosos na histoacuteria do cinema A miacutedia foi vas-tamente explorada na 2o guerra mundial pelos nazistas na Alemanha epelos facistas na Itaacutelia com o objetivo de atrair e manipular agrave opiniatildeopuacuteblica com peliacuteculas proacute regime Na deacutecada de 50 a tevecirc a coresafastou as pessoas das salas cinematograacuteficas ocasionando sua ldquoquaseextinccedilatildeordquo Foi graccedilas ao cinema mudo de Charles Chaplin e as comeacute-dias de ldquoCarlitos Repoacuterterrdquo que o cinema sobreviveu ateacute a deacutecada de80 quando nasceram as empresas de televisatildeo por assinatura (seu novocarrasco) Novamente a induacutestria do entretenimento cinematograacuteficoentrou em processo de falecircncia com uma perda expressiva de puacuteblicosoacute vindo a recuperar-se em 2000 com o retorno dos filmes em 3D15A empresa norte americana RealD foi responsaacutevel por essa iniciativajuntamente com a UCI e a Paramount Films

                            A convergecircncia para o universo virtual efetivou-se por volta de 2004com as salas virtuais de cinema nos EUA Em 2008 esta nova moda-lidade assistir filmes hollywoodianos ganhou forccedila com o lanccedilamentodo ldquoScreening Roomrdquo pelo Youtube Trata-se de uma sala de cinemavirtual onde satildeo apresentadas produccedilotildees independentes e ateacute mesmograndes produccedilotildees cinematograacuteficas Muitos atores defendem a inicia-tiva afirmando que seria uma maneira simples de combater a piratarialogo apoacutes a saiacuteda do filme em cartaz Controveacutersia a parte para que natildeoreconhece cinema virtual como cinema essa eacute uma tendecircncia apoiadaglobalmente por empresas publicitaacuterias e de entretenimento pela re-duccedilatildeo de custos de produccedilatildeo e por atingir um contingente incalculaacutevelde pessoas ao redor do mundo Outro avanccedilo tecnoloacutegico eacute cinema

                            15A primeira experiecircncia cinematograacutefica tridimensional foi produzida em 1922 ndashldquoThe Power of Loverdquo

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                            A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 15

                            on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

                            23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

                            16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

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                            16 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                            chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

                            As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

                            A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

                            wwwboccubipt

                            A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 17

                            o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

                            24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

                            Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

                            17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

                            18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

                            wwwboccubipt

                            18 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                            o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

                            A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

                            As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

                            19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

                            20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

                            wwwboccubipt

                            A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 19

                            e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

                            Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

                            25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

                            Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

                            wwwboccubipt

                            20 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                            visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

                            Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

                            21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

                            de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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                            A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 21

                            native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

                            Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

                            25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

                            wwwboccubipt

                            22 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                            3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

                            Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

                            28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

                            29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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                            A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 23

                            Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

                            Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

                            + consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

                            30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

                            wwwboccubipt

                            24 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                            modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

                            A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

                            31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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                            A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 25

                            intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

                            ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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                            26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                            Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

                            Agradecimentos

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                            A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 27

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                            wwwboccubipt

                            30 Marcelo Mendonccedila Teixeira

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                            A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 31

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                            wwwboccubipt

                            • Introduccedilatildeo
                            • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
                            • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
                              • A Imprensa
                              • O Cinema
                              • O Telefone
                              • O Raacutedio
                              • A Televisatildeo
                                • As Novas Miacutedias
                                • Conclusotildees
                                • Agradecimentos
                                • Referecircncias

                              A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 15

                              on demand (sob demanda) Seguindo o mesmo princiacutepio do Youtube(com a diferenccedila do cliente natildeo armazenar e nem realizar download dosconteuacutedos) os filmes satildeo transmitidos e assistidos pela Internet quandorequisitados pagando-se uma baixa mensalidade pelo serviccedilo16 A ini-ciativa provocou a reabertura dos ldquocinemas de bairrordquo das deacutecadas de50 a 80 com a diferenccedila de natildeo mais se gastar fortunas com os alugueisdos filmes e pagamento de determinados impostos resumindo o inves-timento a estrutura fiacutesica cinematograacutefica

                              23 O TelefoneEm livros escolares atribui-se a invenccedilatildeo do telefone ao cientista es-cocecircs Alexander Graham Bell em 1876 mas existem duacutevidas e con-troveacutersias quanto a primaz autoria Pampanelli (2004) comenta queGraham Bell e Elisha Gray descobriram simultaneamente que tonssonoros poderiam ser emitidos de uma soacute vez utilizando o fio telegraacute-fico em 1875 e descobrem que estatildeo trabalhando no mesmo projetoldquoEnquanto Bell buscava a soluccedilatildeo pelo lado acuacutestico Gray buscava pelaaplicaccedilatildeo da corrente eleacutetricardquo (FIORESE 2005 p319) Mas Gallo eHancock (2002) enfatizam que o meacuterito da invenccedilatildeo eacute de AlexanderGraham Bell pois eacute o detentor oficial da patente 174465 concedidaem 7 de Marccedilo de 1876 Apesar disso a discurssatildeo eacute interminaacuteveltendo em vista que outros cientistas (como Charles Bourseul na Franccedilae Johann-Philipp Reis na Alemanha) desenvolveram tecnologias paraa transmissatildeo da voz humana a distacircncia no mesmo periacuteodo Passadopouco mais de um ano desde o reconhecimento da patente Graham Bellfunda a Bell Telephone Company nos Estados Unidos que competiacom a Western Union Telegraphic Company que por sua vez contratouElisha Gray e o reconhecia (no jogo de marketing) como o verdadeiroinventor do telefone (GALLO amp HANCOCK 2002) Finalmente em1878 a Western Union firma um acordo com a Bell Telephone e declarapublicamente que o verdadeiro inventor eacute de fato Graham Bell Em1893 o padre e inventor brasileiro Roberto Landell de Moura apresen-tou e patenteou no Brasil diversos modelos de telefone com fios oTeleauxiofono ndash com a chamada por campainha o Caleofono ndash com a

                              16As empresas norte-americanas Netflix e NetMovies foram pioneiras na transmis-satildeo de filmes na Internet

                              wwwboccubipt

                              16 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                              chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

                              As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

                              A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

                              wwwboccubipt

                              A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 17

                              o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

                              24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

                              Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

                              17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

                              18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

                              wwwboccubipt

                              18 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                              o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

                              A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

                              As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

                              19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

                              20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

                              wwwboccubipt

                              A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 19

                              e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

                              Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

                              25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

                              Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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                              20 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                              visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

                              Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

                              21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

                              de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

                              wwwboccubipt

                              A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 21

                              native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

                              Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

                              25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

                              wwwboccubipt

                              22 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                              3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

                              Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

                              28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

                              29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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                              A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 23

                              Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

                              Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

                              + consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

                              30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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                              24 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                              modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

                              A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

                              31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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                              A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 25

                              intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

                              ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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                              26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                              Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

                              Agradecimentos

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                              A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 31

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                              TOSSERI O (2011) Gutenberg natildeo inventou a imprensa 2010 Re-cuperado em 5 de Maio 2011 de httpwww2uolcombrhistoriavivaartigosgutenberg_nao_inventou_a_imprensa

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                              • Introduccedilatildeo
                              • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
                              • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
                                • A Imprensa
                                • O Cinema
                                • O Telefone
                                • O Raacutedio
                                • A Televisatildeo
                                  • As Novas Miacutedias
                                  • Conclusotildees
                                  • Agradecimentos
                                  • Referecircncias

                                16 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                chamada por som instrumental o Anematoacutefono ndash para telefonia semfios o Teletiton ndash para a telefonia eleacutetrica sem fios e o Ediacutefono ndashpara melhorar a sonoridade do fonoacutegrafo (GOSCIOLA 2008) esta-belecendo os priacutencipios baacutesicos em que se fundamentaria todo o pro-gresso e a evoluccedilatildeo das comunicaccedilotildees por voz ateacute os dias atuais Entreoutras invenccedilotildees de Landell estatildeo o ldquoWireless Telegrapherrdquo ndash destinadoa telefonia sem fios e o ldquoWave Transmitterrdquo ndash um transmissor de ondaseletromagneacuteticas que futuramente viria a conceber a radiotelefonia aradiodifusatildeo os sateacutelites de comunicaccedilatildeos e os raios laser

                                As deacutecadas seguintes caracterizaram-se por fusotildees de grandes com-panhias telefocircnicas e pela saturaccedilatildeo do sistema de transmissatildeo face acrescente demanda puacuteblica por serviccedilos A soluccedilatildeo segundo Pampa-nelli (2004) surgiu nos anos 50 quando foi introduzida a amplificaccedilatildeoeletrocircnica e o coacutedigo de modulaccedilatildeo pulse trazendo consigo o coacutedigobinaacuterio que viria a produzir o primeiro telefone digital Na deacutecada de70 a empresa Motorola revoluciona a telefonia mundial com a apre-sentaccedilatildeo do sistema de celular portaacutetil de raacutedio-telefone ndash o DynaTAC(Dynamic Adaptive Total Area Coverage) mas soacute em 1984 tornou-secomercialmente disponiacutevel ao puacuteblico em formato analoacutegico No iniacuteciodos anos 90 a Motorola novamente eacute pioneira no quesito ldquoinovaccedilatildeordquocom a divulgaccedilatildeo do primeiro telefone celular digital utilizando o GSM(Sistema Global para Comunicaccedilotildees Moacuteveis) superado tecnologias da1a geraccedilatildeo (analoacutegica) e da 2a geraccedilatildeo Os padrotildees de transmissatildeo con-tinuaram a evoluir com as tecnologias 25G 3G 35G e atualmente a4G (com um traacutefego de dados em alta velocidade baseado em IP (Pro-tocolo de Internet) muito superior aos padrotildees anteriores)

                                A convergecircncia para o universo virtual desenvolveu-se na 2a ge-raccedilatildeo com a capacidade de transmitir voz e dados pela Internet O Voip(voz sobre IP) trata-se de uma tecnologia que pode ser aplicada tanto nainfraestrutura das redes das operadoras de telecomunicaccedilotildees como emaplicaccedilotildees corporativas e domeacutesticas (como o Skype) (ROSS 2007a)De acordo com o autor a voz passa por um processo de digitalizaccedilatildeopara que possa trafegar pela rede em forma de bits e uma vez digita-lizada eacute transmitida na forma de pacotes de dados usando o IP dentrode uma rede privada ou rede onde haacute garantia de serviccedilo oferecido As-sim como outras miacutedias que passaram pelo processo de convergecircnciatecnoloacutegica eacute imprevisiacutevel prever os proacuteximos passos da telefonia apoacutes

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                                A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 17

                                o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

                                24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

                                Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

                                17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

                                18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

                                wwwboccubipt

                                18 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

                                A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

                                As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

                                19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

                                20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

                                wwwboccubipt

                                A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 19

                                e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

                                Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

                                25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

                                Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

                                wwwboccubipt

                                20 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

                                Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

                                21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

                                de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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                                A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 21

                                native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

                                Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

                                25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

                                wwwboccubipt

                                22 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

                                Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

                                28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

                                29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

                                wwwboccubipt

                                A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 23

                                Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

                                Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

                                + consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

                                30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

                                wwwboccubipt

                                24 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

                                A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

                                31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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                                A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 25

                                intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

                                ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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                                26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

                                Agradecimentos

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                                A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 27

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                                30 Marcelo Mendonccedila Teixeira

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                                A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 31

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                                • Introduccedilatildeo
                                • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
                                • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
                                  • A Imprensa
                                  • O Cinema
                                  • O Telefone
                                  • O Raacutedio
                                  • A Televisatildeo
                                    • As Novas Miacutedias
                                    • Conclusotildees
                                    • Agradecimentos
                                    • Referecircncias

                                  A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 17

                                  o padratildeo 4G mas supomos o desenvolvimento futuro de softwares eaplicaccedilotildees em nuvem computacional para o armazenamento remoto aconteuacutedos audiovisuais e serviccedilos

                                  24 O RaacutedioEtimologicamente a palavra ldquoraacutediordquo proveacutem do latim ldquoradiusrdquo = ldquoraiordquotambeacutem conhecida como ldquoradiotelegrafiardquo ou ldquotelegrafia sem fiosrdquo ateacutea deacutecada de 20 Por sua vez a radiotelegrafia eacute baseada na palavra ldquora-diocondutorrdquo (substacircncia ou dispositivo que tenha a sua condutividadealterada de alguma forma por ondas eleacutetricas)17 do francecircs EacutedouardEugegravene Deacutesireacute Branly O nome ldquotelegrafia sem fiosrdquo18 foi concebidoporque muitos projetos de radiocomunicaccedilatildeo desenvolvidos no final doseacuteculo 19 natildeo conseguiam transmitir nem a fala e nem o som Pouco sesabe mas um dos fatores que contribuiacuteram ao seu desenvolvimento doraacutedio enquanto meio de comunicaccedilatildeo de massas foi a criaccedilatildeo do ldquoradarrdquo(Radio Detection And Ranging ou Detecccedilatildeo e Telemetria pelo Raacutedio)em 1904 O radar fornece radiofrequecircncia para a antena em forma depulsos eletromagneacuteticos ou seja o mesmo princiacutepio da radiodifusatildeohertziana

                                  Na literatura contemporacircnea temos um amplo acervo sobre a histoacute-ria do raacutedio mas poucos satildeo os registros de sua trajetoacuteria na Web Desdeque o Padre Roberto Landell de Moura fez a primeira transmissatildeo depalavra falada sem fios atraveacutes de ondas eletromagneacuteticas no Brasilem 1893 que o raacutedio natildeo paacutera de evoluir Tal como afirma Santos (2003p9) referenciando Albuquerque (1988 p50) ldquoMarconi eacute o iniciador daemissatildeo-recepccedilatildeo eletrocircnica telegraacutefica Landell de Moura eacute o pioneiroda emissatildeo-recepccedilatildeo fotocircnica-eletrocircnica em fonia sendo o precursorda radiodifusatildeordquo 100 anos apoacutes o feito de Landell precisamente em1993 o cientista Norte Americano Carl Malamud fundador da InternetMulticasting Service (serviccedilo de Internet para muacuteltiplos destinataacuterios)cria a Internet Talk Radio (a primeira estaccedilatildeo de raacutedio na Internet) com

                                  17Recuperado em 30 de Janeiro de 2011 de httpwwwencyclocoukdefineRadioconductor

                                  18O desenvolvimento da telegrafia sem fios foi impulsionado pela habilidade doinventor italiano Guiguielmo Marconi em obter apoio financeiro como uma alternativaa telegrafia a cabo

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                                  18 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                  o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

                                  A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

                                  As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

                                  19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

                                  20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

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                                  A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 19

                                  e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

                                  Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

                                  25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

                                  Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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                                  20 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                  visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

                                  Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

                                  21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

                                  de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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                                  A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 21

                                  native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

                                  Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

                                  25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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                                  22 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                  3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

                                  Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

                                  28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

                                  29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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                                  A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 23

                                  Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

                                  Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

                                  + consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

                                  30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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                                  24 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                  modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

                                  A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

                                  31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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                                  A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 25

                                  intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

                                  ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

                                  wwwboccubipt

                                  26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                  Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

                                  Agradecimentos

                                  ReferecircnciasARMES R (1999) On viacutedeo ndash o significado do viacutedeo nos meios de co-

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                                  A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 27

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                                  28 Marcelo Mendonccedila Teixeira

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                                  JAKOBSON R (2008) Linguiacutestica e comunicaccedilatildeo Satildeo Paulo Cultrix

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                                  KATZ H (2004) Media handbook Um guia completo para a eficiecircnciaem media Satildeo Paulo Nobel

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                                  A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 29

                                  MARTINS W (1957) A palavra escrita Satildeo Paulo Editora Anhembi

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                                  ROSS J (2007a) Voip ndash Voz sobre IP Rio de Janeiro Antenna EdiccedilotildeesTeacutecnicas

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                                  30 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                  SAAD B (2008) Estrateacutegias 20 para a miacutedia digital Internet infor-maccedilatildeo e comunicaccedilatildeo Satildeo Paulo Senac Satildeo Paulo

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                                  STRAUBHAAR J amp LAROSE R (2004) Comunicaccedilatildeo miacutedia e tec-nologia Satildeo Paulo Thompson

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                                  • Introduccedilatildeo
                                  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
                                  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
                                    • A Imprensa
                                    • O Cinema
                                    • O Telefone
                                    • O Raacutedio
                                    • A Televisatildeo
                                      • As Novas Miacutedias
                                      • Conclusotildees
                                      • Agradecimentos
                                      • Referecircncias

                                    18 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                    o patrociacutenio da empresa OrsquoReilly Media (antiga OrsquoReilly amp Associatesdo Irlandecircs TIM OrsquoReilly criador do termo Web 20)

                                    A convergecircncia tecnoloacutegica do raacutedio hertz a raacutedio web aconteceuprecisamente em 1993 com a Internet Talk Radio revolucionando ouniverso radiofocircnico com a promessa de reduccedilatildeo acentuada nos custosde produccedilatildeo e veiculaccedilatildeo dos programas maior interatividade com opuacuteblico alcance global e isenccedilatildeo no pagamento de alvaraacutes de funciona-mento (atualmente as licenccedilas existentes satildeo referentes a direitos doautor e sua aplicaccedilatildeo depende de leis estabelecidas por cada paiacutes)19 Aprojeccedilatildeo dessa nova vertente do raacutedio foi imediata surgindo a primeiraemissora comercial jaacute em 1994 ndash a ldquoWXYC 893 FM Chapel HillrdquoA partir desse cenaacuterio multiplicaram-se as plataformas radiofocircnicasonline em diferentes regiotildees do mundo como A Radio Totem (naAmeacuterica Latina) a Radio Xejmn (na Ameacuterica Central) a Radio BBC(na Europa) a Radio Ceylon (na Aacutesia) a Radio Watana (na Aacutefrica) aIRIB Radio (no Oriente Meacutedio) e a Australia Radio (na Oceania)

                                    As emissoras tradicionais entenderam que a raacutedio web poderia au-mentar uma audiecircncia em constante decliacutenio disponibilizando uma pro-gramaccedilatildeo segmentada assiacutencrona flexiacutevel e especializada em horaacuteriose faixas etaacuterias Se para os anunciantes o raacutedio tradicional tinha umcusto financeiro baixo e atingia um grande nuacutemero de pessoas dispersasgeograficamente as emissotildees na Internet tornaram esses custos aindamais reduzidos com um ldquoMarket Sharerdquo20 a niacutevel global Assim asemissotildees passaram a funcionar em simultacircneo no formato hertz e naWeb facultando aos anuacutencios publicitaacuterios um impacto muito maiorque o estiacutemulo auditivo isolado e portanto uma influecircncia virtualmentedecisiva sobre a reaccedilatildeo do consumidor (KATZ 2004) Tal como afir-mam os pesquisadores Aacutelvaro Burafah Juacutenior Paula Cordeiro EricLee Chris Priestman Juan Joseacute Perona Paacuteez Pedro Portela Nair Prata

                                    19No Reino Unido por exemplo as emissoras de raacutedio hertziano e online ne-cessitam obter duas licenccedilas de direitos do autor A ldquoMechanical-Copyright Pro-tection Societyrdquo e a ldquoPerforming Right Societyrdquo formando a MCPS-PRS AllianceRecuperado em 2 de Fevereiro 2011 de httpwwwprsformusiccomaboutusPagesdefaultaspx Nos Estados Unidos essas licenccedilas satildeo es-tabelecidas pela Copyright Royalty Board e versam sobre o pagamento de direitos au-torais pela execuccedilatildeo de muacutesicas pela Internet Recuperado em 2 de Fevereiro 2011de httpwwwlocgovcrb

                                    20Market Share Participaccedilatildeo de mercado

                                    wwwboccubipt

                                    A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 19

                                    e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

                                    Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

                                    25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

                                    Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

                                    wwwboccubipt

                                    20 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                    visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

                                    Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

                                    21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

                                    de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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                                    A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 21

                                    native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

                                    Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

                                    25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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                                    22 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                    3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

                                    Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

                                    28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

                                    29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

                                    wwwboccubipt

                                    A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 23

                                    Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

                                    Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

                                    + consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

                                    30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

                                    wwwboccubipt

                                    24 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                    modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

                                    A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

                                    31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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                                    A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 25

                                    intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

                                    ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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                                    26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                    Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

                                    Agradecimentos

                                    ReferecircnciasARMES R (1999) On viacutedeo ndash o significado do viacutedeo nos meios de co-

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                                    A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 27

                                    CAacuteDIMA F (2009) A concentraccedilatildeo dos media o pluralismo e a ex-periecircncia democraacutetica In CARDOSO G CAacuteDIMA F amp CAR-DOSO L (Orgs) (2009) Media redes e comunicaccedilatildeo pp85-110Lisboa Quimera

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                                    28 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                    FABRIS A (2008) A invenccedilatildeo da fotografia Repercussotildees sociais InFABRIS A (Org) (2008) Fotografia ndash usos e funccedilotildees no seacuteculoXIX pp11-38 Satildeo Paulo EDIUSP

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                                    A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 29

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                                    30 Marcelo Mendonccedila Teixeira

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                                    A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 31

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                                    TEIXEIRA M (2009) Anaacutelise do uso da raacutedio web como uma inter-face dinamizadora da praacutetica educativa Estudo de Caso da RUM(Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Educaccedilatildeo Aacuterea de Especializaccedilatildeoem Tecnologia Educativa) Braga Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeoem Ciecircncias da Educaccedilatildeo do Instituto de Educaccedilatildeo da Universi-dade do Minho

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                                    • Introduccedilatildeo
                                    • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
                                    • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
                                      • A Imprensa
                                      • O Cinema
                                      • O Telefone
                                      • O Raacutedio
                                      • A Televisatildeo
                                        • As Novas Miacutedias
                                        • Conclusotildees
                                        • Agradecimentos
                                        • Referecircncias

                                      A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 19

                                      e Marcelo Teixeira os contributos da raacutedio web para sociedade em redesatildeo inegaacuteveis considerando uma nova dinacircmica de trabalho suportadapor recursos interativos e que permitem a transmissatildeo da informaccedilatildeode forma raacutepida e por diferentes vias estimulando ainda a partilha deconteuacutedos com o puacuteblico que passa a colaborar e intervir ativamente naprogramaccedilatildeo em tempo real

                                      Este cenaacuterio desenhado para os meios de comunicaccedilatildeo faz com oque o raacutedio na Internet apresente-se como uma plataforma multi e hiper-midiaacutetica constituindo uma nova cultura radiofocircnica na sociedade a-tual

                                      25 A TelevisatildeoA histoacuteria da televisatildeo tem iniacutecio no ano de 1817 em Estocolmo ndashSueacutecia quando o cientista Joumlns Jacob Berzelius descobriu e isolou oelemento quiacutemico ldquoselecircniordquo Quando exposto agrave luz o selecircnio emiteeleacutetrons convertendo-se em algo passiacutevel de ser modulado e transmi-tido (DENICOLI 2011) Apoacutes duas deacutecadas o fiacutesico francecircs Alexan-dre Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico (tambeacutem co-nhecido como ceacutelula foteleacutetrica) que consiste no surgimento de umadiferenccedila de potencial nos extremos de uma estrutura de material semi-condutor produzida pela absorccedilatildeo da luz incidente explicam Severinoe Oliveira (2010) Norteando-se pelas descobertas de Jacob Berzelius eEdmond Becquerel o engenheiro Inglecircs Willoughby Smith comprovouem 1873 que o selecircnio possuiacutea a propriedade de transformar a energialuminosa em energia eleacutetrica permitindo a transmissatildeo de imagens pormeio de corrente eleacutetrica Em 1884 o inventor alematildeo Paul Julius Got-tlieb Nipkow ficou internacionalmente famoso ao conceber o disco deNipkow possibilitando a emissatildeo de imagens agrave distacircncia A invenccedilatildeode Nipkow contribuiu para que os fiacutesicos alematildees Julius Elster e HansFriedrich Geitel desenvolvessem em 1892 a ceacutelula fotoeleacutetrica

                                      Posteriormente o inventor russo Constantin Perskyi cria a palavraldquotelevisatildeordquo em 25 de Agosto de 1900 durante o I Congresso Interna-cional de Eletricidade em Paris Passados vinte anos fundamentadono invento de Nipkow o engenheiro escocecircs John Logie Baira realizaas primeiras transmissotildees televisivas aprimorando a teacutecnica em 1924com a transmissatildeo de imagens estaacuteticas num sistema mecacircnico de tele-

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                                      20 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                      visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

                                      Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

                                      21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

                                      de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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                                      A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 21

                                      native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

                                      Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

                                      25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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                                      22 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                      3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

                                      Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

                                      28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

                                      29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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                                      A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 23

                                      Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

                                      Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

                                      + consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

                                      30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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                                      24 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                      modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

                                      A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

                                      31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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                                      A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 25

                                      intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

                                      ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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                                      26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                      Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

                                      Agradecimentos

                                      ReferecircnciasARMES R (1999) On viacutedeo ndash o significado do viacutedeo nos meios de co-

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                                      A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 27

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                                      28 Marcelo Mendonccedila Teixeira

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                                      KATZ H (2004) Media handbook Um guia completo para a eficiecircnciaem media Satildeo Paulo Nobel

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                                      MACQUAIL D (2003) Teoria da comunicaccedilatildeo de massas LisboaFundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian

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                                      A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 29

                                      MARTINS W (1957) A palavra escrita Satildeo Paulo Editora Anhembi

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                                      paperviewFile412409

                                      ROSS J (2007a) Voip ndash Voz sobre IP Rio de Janeiro Antenna EdiccedilotildeesTeacutecnicas

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                                      RUIZ A (2003) O modelo de cinema legado pela Vera Cruz InADAMI A HELLER B amp CARDOSO H (Org) (2003) Miacute-dia cultura comunicaccedilatildeo pp17-44 Satildeo Paulo Arte e Ciecircncia

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                                      30 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                      SAAD B (2008) Estrateacutegias 20 para a miacutedia digital Internet infor-maccedilatildeo e comunicaccedilatildeo Satildeo Paulo Senac Satildeo Paulo

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                                      SILVA B (1998) Educaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Braga Centro de Estudosem Educaccedilatildeo e Psicologia da Universidade do Minho

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                                      A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 31

                                      STRAUBHAAR J LAROSE R amp DAVENPORT L (2011) MediaNow Understanding Media Culture and Technology BostonWadsworth Publishing

                                      STRAUBHAAR J amp LAROSE R (2004) Comunicaccedilatildeo miacutedia e tec-nologia Satildeo Paulo Thompson

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                                      • Introduccedilatildeo
                                      • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
                                      • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
                                        • A Imprensa
                                        • O Cinema
                                        • O Telefone
                                        • O Raacutedio
                                        • A Televisatildeo
                                          • As Novas Miacutedias
                                          • Conclusotildees
                                          • Agradecimentos
                                          • Referecircncias

                                        20 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                        visatildeo analoacutegica Em 1926 o mesmo engenheiro consegue transmitiralguns contornos de imagens em movimento numa demonstraccedilatildeo paraa comunidade cientiacutefica em Londres assinando um contrato de exclu-sividade com a British Broadcasting Corporation21 para transmissotildeesexperimentais (ROSS 2007b) No ano seguinte com base nos experi-mentos do russo Vladimir Kozmich Zworykin que tinha descoberto oiconoscoacutepio em 1923 (invento que utilizava tubos de raios catoacutedicos) onorte-americano Philo Taylor Farsworth (utilizando os mesmos princiacute-pios) desenvolve um sistema dissecador de imagens por raios catoacutedi-cos e finalmente consegue realizar a primeira transmissatildeo eletrocircnicade televisatildeo Pizzotti (2003 p252) revela que ldquoFarsworth e Zworykintiveram uma longa disputa judicial pela paternidade da invenccedilatildeo da tvrdquomas os creacuteditos e a patente da invenccedilatildeo foram atribuiacutedos a ZworykinEm 1930 a National Broadcasting Company22 (NBC) transmite expe-rimentalmente com a emissora W2XBS sinais de televisatildeo ao puacuteblicoe nos anos seguintes expandem-se as transmissotildees em diversas partesdo mundo Contudo as primeiras transmissotildees regulares soacute tecircm iniacute-cio em 1939 com a venda dos primeiros aparelhos de TV nos EstadosUnidos (ROSS 2007b)

                                        Apoacutes a segunda guerra assim como ocorreu com o raacutedio houvegrande expansatildeo e diversificaccedilatildeo dos aparelhos de televisatildeo oferecidosao puacuteblico tanto que em 1950 havia mais gente nos EUA assistindotelevisatildeo do que ouvindo raacutedio lembram Pizzotti (2003) e Ross (2007b)Por volta de 1951 jaacute era possiacutevel assistir as transmissotildees a cores masmuita qualidade Por outro lado comeccedila um periacuteodo tenebroso nahistoacuteria do raacutedio pois a miacutedia televisiva transmitia aleacutem do som i-magem Em 1954 as empresas televisivas norte-americanas comeccedila-ram a se preocupar com a substituiccedilatildeo dos equipamentos ldquopreto e bran-cordquo entatildeo foi desenvolvido um sistema que produzia imagens a cores apartir do padratildeo antigo o NTSC23 Com o desenvolvimento do mercadotelevisivo foram criados ldquostandards24rdquo para padronizar as transmissotildeesanaloacutegicas no mundo dentre os quais se destacam o PAL (Phase Alter-

                                        21Corporaccedilatildeo Britacircnica de Radiodifusatildeo22Rede de televisatildeo e raacutedio dos Estados Unidos23National Television Standards Committee ou Comitecirc Nacional do(s) Sistema(s)

                                        de Televisatildeo ndash Sistema de transmissatildeo analoacutegico dos EUA24Padrotildees

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                                        A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 21

                                        native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

                                        Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

                                        25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

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                                        22 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                        3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

                                        Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

                                        28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

                                        29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

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                                        A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 23

                                        Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

                                        Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

                                        + consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

                                        30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

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                                        24 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                        modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

                                        A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

                                        31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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                                        A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 25

                                        intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

                                        ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

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                                        26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                        Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

                                        Agradecimentos

                                        ReferecircnciasARMES R (1999) On viacutedeo ndash o significado do viacutedeo nos meios de co-

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                                        A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 27

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                                        28 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                        FABRIS A (2008) A invenccedilatildeo da fotografia Repercussotildees sociais InFABRIS A (Org) (2008) Fotografia ndash usos e funccedilotildees no seacuteculoXIX pp11-38 Satildeo Paulo EDIUSP

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                                        A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 29

                                        MARTINS W (1957) A palavra escrita Satildeo Paulo Editora Anhembi

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                                        ulusofonaptindexphpsopcom_ibericosopcom_iberico09

                                        paperviewFile412409

                                        ROSS J (2007a) Voip ndash Voz sobre IP Rio de Janeiro Antenna EdiccedilotildeesTeacutecnicas

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                                        RUIZ A (2003) O modelo de cinema legado pela Vera Cruz InADAMI A HELLER B amp CARDOSO H (Org) (2003) Miacute-dia cultura comunicaccedilatildeo pp17-44 Satildeo Paulo Arte e Ciecircncia

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                                        30 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                        SAAD B (2008) Estrateacutegias 20 para a miacutedia digital Internet infor-maccedilatildeo e comunicaccedilatildeo Satildeo Paulo Senac Satildeo Paulo

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                                        SANTAELA L (2008) O impacto das novas miacutedias sobre a cultura InVILLARES FAacuteBIO (org) (2008) Novas miacutedias digitais (audiovi-sual games e muacutesica) ndash Impactos poliacuteticos econocircmicos e sociaispp17-52 Rio de Janeiro E-papers

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                                        SURHONE L TIMPLEDON M amp MARSEKEN S (2010) Prosu-mer Saarbruumlcken VDM Verlag

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                                        A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 31

                                        STRAUBHAAR J LAROSE R amp DAVENPORT L (2011) MediaNow Understanding Media Culture and Technology BostonWadsworth Publishing

                                        STRAUBHAAR J amp LAROSE R (2004) Comunicaccedilatildeo miacutedia e tec-nologia Satildeo Paulo Thompson

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                                        • Introduccedilatildeo
                                        • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
                                        • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
                                          • A Imprensa
                                          • O Cinema
                                          • O Telefone
                                          • O Raacutedio
                                          • A Televisatildeo
                                            • As Novas Miacutedias
                                            • Conclusotildees
                                            • Agradecimentos
                                            • Referecircncias

                                          A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 21

                                          native Line)25 ndash o NTSC ndash e o SECAM (Sequencial Couleus Avec Meacute-moire)26 comenta Denicoli (2011) Segundo o autor esses sistemaspor precisarem ser compatiacuteveis com a tensatildeo da rede eleacutetrica de cadapaiacutes acabaram por ter diversas variaccedilotildees Por isso quando algueacutemcompra um televisor analoacutegico em um determinado lugar muitas vezesnatildeo funciona noutro caso natildeo possua um sintonizador de cores que per-mita a escolha do sistema

                                          Com o desenvolvimento de novas tecnologias um importante passofoi dado em direccedilatildeo a televisatildeo digital em 1962 com o lanccedilamentodo sateacutelite Telstar nos Estados Unidos trazendo inuacutemeros benefiacuteciosas transmissotildees televisivas radiofocircnicas e telefocircnicas No decurso desua evoluccedilatildeo jaacute nos anos 70 a televisatildeo criou diferentes padrotildees de co-municaccedilatildeo (informativo dramaacutetico apelativo afetivo) e gecircneros (filmedocumentaacuterio novela notiacutecia) orientando-se a partir de coacutedigos dife-renciados de apropriaccedilatildeo da realidade (da objetividade agrave ficccedilatildeo) e es-tabelecendo formas especiacuteficas de interlocuccedilatildeo com o puacuteblico (SAM-PAIO 2004) Reflexos da deacutecada passada os anos 80 e 90 da TV secaracterizaram pela transposiccedilatildeo dos sinais analoacutegicos para os digitais(o TDT)27 A convergecircncia para a Internet veio no periacuteodo compreen-dido entre 1999 e 2000 em diferentes paiacuteses e em diferentes contextosnatildeo sendo possiacutevel precisar quem foi o pioneiro das emissotildees onlineSatildeo duas possibilidades A Web Tv (mais antiga) onde os conteuacute-dos televisivos podem ser vistos pelo computador com possibilidadede download e o IPTV ou TVIP (a mais recente tecnologia) que vemsendo desenvolvida desde 2002 baseada na transmissatildeo de conteuacutedostelevisivos via Internet Cardoso (2007 p183) fala ainda da televisatildeoem rede como ldquouma miacutedia que combina vaacuterias tecnologias de comu-nicaccedilatildeo analoacutegicas e digitais interagindo em forma de rede com o in-tuito de promover a interatividade com os seus telespectadoresrdquo Destemodo a televisatildeo em rede desenvolve-se num ambiente de partilha deconteuacutedos num sistema de comunicaccedilatildeo multidirecionado

                                          25Fase de Linha Alternativa26Padratildeo internacional de transmissatildeo de sinais de viacutedeo a partir de Franccedila27A televisatildeo digital terrestre

                                          wwwboccubipt

                                          22 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                          3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

                                          Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

                                          28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

                                          29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

                                          wwwboccubipt

                                          A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 23

                                          Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

                                          Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

                                          + consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

                                          30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

                                          wwwboccubipt

                                          24 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                          modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

                                          A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

                                          31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

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                                          A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 25

                                          intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

                                          ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

                                          wwwboccubipt

                                          26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                          Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

                                          Agradecimentos

                                          ReferecircnciasARMES R (1999) On viacutedeo ndash o significado do viacutedeo nos meios de co-

                                          municaccedilatildeo Satildeo Paulo Summus Editorial

                                          BARBOZA N (2007) Cinema ndash arte cultura histoacuteria Rio de JaneiroNelson Alves Barboza

                                          BIAGI S (2011) Media impact An introduction to mass media Bos-ton Wadsworth

                                          BRANCO A (2011) O cinema nas deacutecadas de 30 a 50 do seacuteculo XXUma visatildeo histoacuterica Recuperado em 20 de Novembro 2011 dehttpwwwipvptforumedia515htm

                                          wwwboccubipt

                                          A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 27

                                          CAacuteDIMA F (2009) A concentraccedilatildeo dos media o pluralismo e a ex-periecircncia democraacutetica In CARDOSO G CAacuteDIMA F amp CAR-DOSO L (Orgs) (2009) Media redes e comunicaccedilatildeo pp85-110Lisboa Quimera

                                          CAMOCARDI E amp FLORY S (2003) Estrateacutegias de persuaccedilatildeo emtextos jornaliacutesticos literaacuterios e publicitaacuterios Satildeo Paulo Arte ampCiecircncia Editora

                                          CARDOSO G (2009) Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeoem rede In CARDOSO G CAacuteDIMA F amp CARDOSO L(Orgs) (2009) Media redes e comunicaccedilatildeo pp15-54 LisboaQuimera

                                          CASTELLS M (2010) The rise of the Network Society ndash The informa-tion age Economy society and cultura Malden Wiley-Black-well

                                          _____ (2009) Communication Power New York Oxford UniversityPress

                                          CUNHA M (2010) Os jovens e o consumo de miacutedias ndash Surge um novoouvinte In FERRARETO L amp KLOumlCKNER L (org) (2010)E o raacutedio Novos horizontes midiaacuteticos pp 171-186 Porto Ale-gre Edipucs

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                                          CHIAVENATO I (1999) Administraccedilatildeo nos novos tempos Rio deJaneiro Campus

                                          CLOUTIER J (1973) A new character in education Emerec and hisself-media Montreal Centre audio-visuel da Universiteacute de Mon-treacuteal

                                          DENICOLI S (2011) TV digital ndash sistemas conceitos e tecnologiacuteasCoimbra Graacutecio Editor

                                          wwwboccubipt

                                          28 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                          FABRIS A (2008) A invenccedilatildeo da fotografia Repercussotildees sociais InFABRIS A (Org) (2008) Fotografia ndash usos e funccedilotildees no seacuteculoXIX pp11-38 Satildeo Paulo EDIUSP

                                          FIDLER R (1997) Mediamorphosis Understand new media Thou-sand Oaks Pine Forge Press

                                          FIORELLI M (2010) Interfaces graacuteficas convergentes ndash da escolaalematilde de Bauhaus ao design multimiacutedia Recuperado em 5 deOutubro 2011 de httpwwwintercomorgbrpapersnacionais2010resumosR5-2627-1pdf

                                          FIORESE V (2005) Wirelless Introduccedilatildeo as redes de telecomuni-caccedilotildees moacuteveis Rio de Janeiro Brasport

                                          GALLO M amp HANCOCK W (2002) Comunicaccedilatildeo entre computa-dores e tecnologias de rede Satildeo Paulo Thomson

                                          GOSIOLA V (2008) Roteiro para as novas miacutedias ndash Do cinema agravesmiacutedias interativas Satildeo Paulo SENAC Satildeo Paulo

                                          JAKOBSON R (2008) Linguiacutestica e comunicaccedilatildeo Satildeo Paulo Cultrix

                                          JENKINS H (2008) Convergence culture - where old and new mediacollide New York New York University Press

                                          KATZ H (2004) Media handbook Um guia completo para a eficiecircnciaem media Satildeo Paulo Nobel

                                          LYRA B (2003) O cinema e o processo da comunicaccedilatildeo In ADAMIAntocircnio HELLER B amp CARDOSO H (2003) (Org) Miacutediacultura comunicaccedilatildeo pp 251-262 Satildeo Paulo Arte e Ciecircncia

                                          MACQUAIL D (2003) Teoria da comunicaccedilatildeo de massas LisboaFundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian

                                          _____ (1992) Media performance Mass communication and the pu-blic interest University of Amsterdam Sage Publications

                                          MACLUHAN M amp POWERS B (1992) The global village Transfor-mations in world life and media in the 21st century UK OxfordUniversity Press

                                          wwwboccubipt

                                          A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 29

                                          MARTINS W (1957) A palavra escrita Satildeo Paulo Editora Anhembi

                                          MOTTA F amp CALDAS M (1997) Cultura organizacional e culturabrasileira Satildeo Paulo Atlas

                                          MOSCOVICI F (2002) Desenvolvimento interpessoal Treinamentoem grupo Rio de Janeiro Joseacute Olympio

                                          NICOLAU M (2010) A busca por uma web semacircntica cognitiva JoatildeoPessoa Revista Temaacutetica ano VII no 7

                                          PAMPANELLI G (2004) A Evoluccedilatildeo do Telefone e uma Nova Formade Sociabilidade O Flash Mob Razoacuten y Palabra nuacutemero 41 Re-cuperado em 2 de Agosto 2011 de httpwwwrazonypalabraorgmxanterioresn41gazevedohtml

                                          PIZZOTTI R (2003) Enciclopeacutedia baacutesica da miacutedia eletrocircnica SatildeoPaulo Senac Satildeo Paulo

                                          POYARES W (1970) Comunicaccedilatildeo Social e Relaccedilotildees Puacuteblicas Riode Janeiro Agir

                                          RABOY M amp SOLERVINCENS M (2005) Meacutedias In AMBROSIA PEUGEOT V amp PIMIENTA D (2005) Enjeux de mots Re-gards multiculturels sur les socieacuteteacutes de lrsquoinformation pp503-526Paris C amp F Eacuteditions

                                          RODRIGUES C (2009) Jornalismo participativo um conceito dife-rentes praacuteticas Anaacutelise de casos em Portugal e Espanha Re-cuperado em 25 de Abril 2011 de httpconferencias

                                          ulusofonaptindexphpsopcom_ibericosopcom_iberico09

                                          paperviewFile412409

                                          ROSS J (2007a) Voip ndash Voz sobre IP Rio de Janeiro Antenna EdiccedilotildeesTeacutecnicas

                                          _____ (2007b) Televisatildeo analoacutegica e digital Rio de Janeiro JulioRoss

                                          RUIZ A (2003) O modelo de cinema legado pela Vera Cruz InADAMI A HELLER B amp CARDOSO H (Org) (2003) Miacute-dia cultura comunicaccedilatildeo pp17-44 Satildeo Paulo Arte e Ciecircncia

                                          wwwboccubipt

                                          30 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                          SAAD B (2008) Estrateacutegias 20 para a miacutedia digital Internet infor-maccedilatildeo e comunicaccedilatildeo Satildeo Paulo Senac Satildeo Paulo

                                          SAMPAIO I (2004) Televisatildeo publicidade e infacircncia Fortaleza An-nablume

                                          SANTAELA L (2008) O impacto das novas miacutedias sobre a cultura InVILLARES FAacuteBIO (org) (2008) Novas miacutedias digitais (audiovi-sual games e muacutesica) ndash Impactos poliacuteticos econocircmicos e sociaispp17-52 Rio de Janeiro E-papers

                                          _____ (2007) Linguagens liacutequidas na era da mobilidade Satildeo PauloPaulus

                                          SANTOS C (2003) Landell de Moura Aspectos relevantes para atrajetoacuteria do reconhecimento Recuperado em 12 de Agosto 2011de httppaginasufrgsbralcarencontros-nacionais-13o-encontro-2005-1Landell20de20Mouradocview

                                          SEVERINO M amp OLIVEIRA M (2010) Fontes e tecnologias de ge-raccedilatildeo distribuiacuteda para atendimento a comunidades isoladas InABREU Yolanda OLIVEIRA M amp GUERRA M (org) (2010)Energia economia rotas tecnoloacutegicas pp 266-322 MaacutelagaEumedNet

                                          SILVA B (1998) Educaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Braga Centro de Estudosem Educaccedilatildeo e Psicologia da Universidade do Minho

                                          SILVA L (2000) Transformaccedilotildees na cultura organizacional Um es-tudo de caso na administraccedilatildeo puacuteblica Recuperado em 15 de Ou-tubro 2011 de httpwwwfafichufmgbr~larpsemanarplucianahtm

                                          SOARES D (2006) Poder e responsabilidade Recuperado em 10 deNovembro 2011 de httpwwwportalgenscombr

                                          SURHONE L TIMPLEDON M amp MARSEKEN S (2010) Prosu-mer Saarbruumlcken VDM Verlag

                                          wwwboccubipt

                                          A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 31

                                          STRAUBHAAR J LAROSE R amp DAVENPORT L (2011) MediaNow Understanding Media Culture and Technology BostonWadsworth Publishing

                                          STRAUBHAAR J amp LAROSE R (2004) Comunicaccedilatildeo miacutedia e tec-nologia Satildeo Paulo Thompson

                                          TEIXEIRA M (2009) Anaacutelise do uso da raacutedio web como uma inter-face dinamizadora da praacutetica educativa Estudo de Caso da RUM(Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Educaccedilatildeo Aacuterea de Especializaccedilatildeoem Tecnologia Educativa) Braga Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeoem Ciecircncias da Educaccedilatildeo do Instituto de Educaccedilatildeo da Universi-dade do Minho

                                          TOSSERI O (2011) Gutenberg natildeo inventou a imprensa 2010 Re-cuperado em 5 de Maio 2011 de httpwww2uolcombrhistoriavivaartigosgutenberg_nao_inventou_a_imprensa

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                                          WIMMER R amp DOMINICK J (2011) Mass media research An in-troduction Boston Wadsworth

                                          wwwboccubipt

                                          • Introduccedilatildeo
                                          • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
                                          • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
                                            • A Imprensa
                                            • O Cinema
                                            • O Telefone
                                            • O Raacutedio
                                            • A Televisatildeo
                                              • As Novas Miacutedias
                                              • Conclusotildees
                                              • Agradecimentos
                                              • Referecircncias

                                            22 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                            3 As Novas MiacutediasO conceito de ldquonovas miacutediasrdquo surge a partir da convergecircncia entre for-mas culturais contemporacircneas (interfaces multimiacutedia hipertexto bancode dados online) representando uma transformaccedilatildeo cibercultural glo-balizada agrave medida que o puacuteblico eacute incentivado a procurar novas in-formaccedilotildees e fazer conexotildees em meio a conteuacutedos midiaacuteticos dispersos(FIORELLI 2010) Em 1993 inspirado pelos avanccedilos tecnoloacutegicosMary Cullinan jaacute afirmava que as vantagens da comunicaccedilatildeo eletrocircnicasatildeo inegaacuteveis e vatildeo aleacutem do simples ato comunicativo considerandoinclusive que o uso de equipamentos eletrocircnicos como interfaces demelhoria no processo comunicacional natildeo altera os preceitos baacutesicosda comunicaccedilatildeo pelo contraacuterio permite uma raacutepida transmissatildeo de in-formaccedilatildeo e a partilha simultacircnea da mesma informaccedilatildeo por diferentespessoas independentemente do local em que se encontrem O mesmopensamento eacute partilhado em obras literaacuterias contemporacircneas sobre acomunicaccedilatildeo midiaacutetica como em Biagi (2011) Jenkins (2008) Saad(2008) Straubhaar Larose e Davenport (2011) Wimmer e Dominick(2011) e muitos outros Dennis Macquail notoacuterio por sua ldquoMcQuailsrsquosMass Communication Theoryrdquo28 diz que o aspecto mais importanteproporcionado pelas tecnologias de informaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo eacute a digi-talizaccedilatildeo na qual todos os textos (significados simboacutelicos em todas assuas formas codificadas e registradas) podem ser reduzidos a um coacutedigobinaacuterio partilhando o mesmo processo de produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e ar-mazenagem Consequentemente a convergecircncia estaraacute presente em to-das as formas existentes de miacutedia em termos da sua organizaccedilatildeo dis-tribuiccedilatildeo recepccedilatildeo e regulaccedilatildeo justifica o teoacuterico

                                            Sob esta ambiecircncia midiaacutetica os meios que sobreviveram ao pro-cesso de convergecircncia transformaram-se em novas tecnologias de in-formaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo incorporando recursos interativos e muacuteltiploscanais de comunicaccedilatildeo (o raacutedio natildeo mais restringe-se ao som o jor-nal natildeo mais ao texto o telefone natildeo mais a voz a televisatildeo natildeo maisao aacuteudio e ao viacutedeo e etc) proporcionando um novo tipo de consumi-dor ndash o Prosumer (produtor e consumidor de informaccedilotildees e serviccedilos)29

                                            28Eacute uma compilaccedilatildeo de teorias da comunicaccedilatildeo sob a oacutetica do acadecircmico InglecircsDennis Macquail

                                            29Termo originado da liacutengua inglesa e que proveacutem da junccedilatildeo de producer (produtor)

                                            wwwboccubipt

                                            A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 23

                                            Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

                                            Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

                                            + consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

                                            30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

                                            wwwboccubipt

                                            24 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                            modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

                                            A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

                                            31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

                                            wwwboccubipt

                                            A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 25

                                            intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

                                            ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

                                            wwwboccubipt

                                            26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                            Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

                                            Agradecimentos

                                            ReferecircnciasARMES R (1999) On viacutedeo ndash o significado do viacutedeo nos meios de co-

                                            municaccedilatildeo Satildeo Paulo Summus Editorial

                                            BARBOZA N (2007) Cinema ndash arte cultura histoacuteria Rio de JaneiroNelson Alves Barboza

                                            BIAGI S (2011) Media impact An introduction to mass media Bos-ton Wadsworth

                                            BRANCO A (2011) O cinema nas deacutecadas de 30 a 50 do seacuteculo XXUma visatildeo histoacuterica Recuperado em 20 de Novembro 2011 dehttpwwwipvptforumedia515htm

                                            wwwboccubipt

                                            A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 27

                                            CAacuteDIMA F (2009) A concentraccedilatildeo dos media o pluralismo e a ex-periecircncia democraacutetica In CARDOSO G CAacuteDIMA F amp CAR-DOSO L (Orgs) (2009) Media redes e comunicaccedilatildeo pp85-110Lisboa Quimera

                                            CAMOCARDI E amp FLORY S (2003) Estrateacutegias de persuaccedilatildeo emtextos jornaliacutesticos literaacuterios e publicitaacuterios Satildeo Paulo Arte ampCiecircncia Editora

                                            CARDOSO G (2009) Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeoem rede In CARDOSO G CAacuteDIMA F amp CARDOSO L(Orgs) (2009) Media redes e comunicaccedilatildeo pp15-54 LisboaQuimera

                                            CASTELLS M (2010) The rise of the Network Society ndash The informa-tion age Economy society and cultura Malden Wiley-Black-well

                                            _____ (2009) Communication Power New York Oxford UniversityPress

                                            CUNHA M (2010) Os jovens e o consumo de miacutedias ndash Surge um novoouvinte In FERRARETO L amp KLOumlCKNER L (org) (2010)E o raacutedio Novos horizontes midiaacuteticos pp 171-186 Porto Ale-gre Edipucs

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                                            CLOUTIER J (1973) A new character in education Emerec and hisself-media Montreal Centre audio-visuel da Universiteacute de Mon-treacuteal

                                            DENICOLI S (2011) TV digital ndash sistemas conceitos e tecnologiacuteasCoimbra Graacutecio Editor

                                            wwwboccubipt

                                            28 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                            FABRIS A (2008) A invenccedilatildeo da fotografia Repercussotildees sociais InFABRIS A (Org) (2008) Fotografia ndash usos e funccedilotildees no seacuteculoXIX pp11-38 Satildeo Paulo EDIUSP

                                            FIDLER R (1997) Mediamorphosis Understand new media Thou-sand Oaks Pine Forge Press

                                            FIORELLI M (2010) Interfaces graacuteficas convergentes ndash da escolaalematilde de Bauhaus ao design multimiacutedia Recuperado em 5 deOutubro 2011 de httpwwwintercomorgbrpapersnacionais2010resumosR5-2627-1pdf

                                            FIORESE V (2005) Wirelless Introduccedilatildeo as redes de telecomuni-caccedilotildees moacuteveis Rio de Janeiro Brasport

                                            GALLO M amp HANCOCK W (2002) Comunicaccedilatildeo entre computa-dores e tecnologias de rede Satildeo Paulo Thomson

                                            GOSIOLA V (2008) Roteiro para as novas miacutedias ndash Do cinema agravesmiacutedias interativas Satildeo Paulo SENAC Satildeo Paulo

                                            JAKOBSON R (2008) Linguiacutestica e comunicaccedilatildeo Satildeo Paulo Cultrix

                                            JENKINS H (2008) Convergence culture - where old and new mediacollide New York New York University Press

                                            KATZ H (2004) Media handbook Um guia completo para a eficiecircnciaem media Satildeo Paulo Nobel

                                            LYRA B (2003) O cinema e o processo da comunicaccedilatildeo In ADAMIAntocircnio HELLER B amp CARDOSO H (2003) (Org) Miacutediacultura comunicaccedilatildeo pp 251-262 Satildeo Paulo Arte e Ciecircncia

                                            MACQUAIL D (2003) Teoria da comunicaccedilatildeo de massas LisboaFundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian

                                            _____ (1992) Media performance Mass communication and the pu-blic interest University of Amsterdam Sage Publications

                                            MACLUHAN M amp POWERS B (1992) The global village Transfor-mations in world life and media in the 21st century UK OxfordUniversity Press

                                            wwwboccubipt

                                            A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 29

                                            MARTINS W (1957) A palavra escrita Satildeo Paulo Editora Anhembi

                                            MOTTA F amp CALDAS M (1997) Cultura organizacional e culturabrasileira Satildeo Paulo Atlas

                                            MOSCOVICI F (2002) Desenvolvimento interpessoal Treinamentoem grupo Rio de Janeiro Joseacute Olympio

                                            NICOLAU M (2010) A busca por uma web semacircntica cognitiva JoatildeoPessoa Revista Temaacutetica ano VII no 7

                                            PAMPANELLI G (2004) A Evoluccedilatildeo do Telefone e uma Nova Formade Sociabilidade O Flash Mob Razoacuten y Palabra nuacutemero 41 Re-cuperado em 2 de Agosto 2011 de httpwwwrazonypalabraorgmxanterioresn41gazevedohtml

                                            PIZZOTTI R (2003) Enciclopeacutedia baacutesica da miacutedia eletrocircnica SatildeoPaulo Senac Satildeo Paulo

                                            POYARES W (1970) Comunicaccedilatildeo Social e Relaccedilotildees Puacuteblicas Riode Janeiro Agir

                                            RABOY M amp SOLERVINCENS M (2005) Meacutedias In AMBROSIA PEUGEOT V amp PIMIENTA D (2005) Enjeux de mots Re-gards multiculturels sur les socieacuteteacutes de lrsquoinformation pp503-526Paris C amp F Eacuteditions

                                            RODRIGUES C (2009) Jornalismo participativo um conceito dife-rentes praacuteticas Anaacutelise de casos em Portugal e Espanha Re-cuperado em 25 de Abril 2011 de httpconferencias

                                            ulusofonaptindexphpsopcom_ibericosopcom_iberico09

                                            paperviewFile412409

                                            ROSS J (2007a) Voip ndash Voz sobre IP Rio de Janeiro Antenna EdiccedilotildeesTeacutecnicas

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                                            RUIZ A (2003) O modelo de cinema legado pela Vera Cruz InADAMI A HELLER B amp CARDOSO H (Org) (2003) Miacute-dia cultura comunicaccedilatildeo pp17-44 Satildeo Paulo Arte e Ciecircncia

                                            wwwboccubipt

                                            30 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                            SAAD B (2008) Estrateacutegias 20 para a miacutedia digital Internet infor-maccedilatildeo e comunicaccedilatildeo Satildeo Paulo Senac Satildeo Paulo

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                                            SANTAELA L (2008) O impacto das novas miacutedias sobre a cultura InVILLARES FAacuteBIO (org) (2008) Novas miacutedias digitais (audiovi-sual games e muacutesica) ndash Impactos poliacuteticos econocircmicos e sociaispp17-52 Rio de Janeiro E-papers

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                                            SILVA B (1998) Educaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Braga Centro de Estudosem Educaccedilatildeo e Psicologia da Universidade do Minho

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                                            SURHONE L TIMPLEDON M amp MARSEKEN S (2010) Prosu-mer Saarbruumlcken VDM Verlag

                                            wwwboccubipt

                                            A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 31

                                            STRAUBHAAR J LAROSE R amp DAVENPORT L (2011) MediaNow Understanding Media Culture and Technology BostonWadsworth Publishing

                                            STRAUBHAAR J amp LAROSE R (2004) Comunicaccedilatildeo miacutedia e tec-nologia Satildeo Paulo Thompson

                                            TEIXEIRA M (2009) Anaacutelise do uso da raacutedio web como uma inter-face dinamizadora da praacutetica educativa Estudo de Caso da RUM(Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Educaccedilatildeo Aacuterea de Especializaccedilatildeoem Tecnologia Educativa) Braga Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeoem Ciecircncias da Educaccedilatildeo do Instituto de Educaccedilatildeo da Universi-dade do Minho

                                            TOSSERI O (2011) Gutenberg natildeo inventou a imprensa 2010 Re-cuperado em 5 de Maio 2011 de httpwww2uolcombrhistoriavivaartigosgutenberg_nao_inventou_a_imprensa

                                            html

                                            WIMMER R amp DOMINICK J (2011) Mass media research An in-troduction Boston Wadsworth

                                            wwwboccubipt

                                            • Introduccedilatildeo
                                            • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
                                            • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
                                              • A Imprensa
                                              • O Cinema
                                              • O Telefone
                                              • O Raacutedio
                                              • A Televisatildeo
                                                • As Novas Miacutedias
                                                • Conclusotildees
                                                • Agradecimentos
                                                • Referecircncias

                                              A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 23

                                              Para Cardoso (2009) as miacutedias tradicionais podem agora ser digita-lizadas e oferecidas aos consumidores atraveacutes de uma grande variedadede canais nos quais incluem uma grande variedade de meios de comu-nicaccedilatildeo O estudioso considera que um dos maiores desafios para asmiacutedias de massa da atualidade reside na sua capacidade de resposta agraveconvergecircncia entre elas proacuteprias e as novas formas de comunicaccedilatildeo su-portadas por ambientes virtuais na medida em que se redimensionouo relacionamento entre produtores de conteuacutedos e os puacuteblicos os ope-radores tradicionais generalistas os operadores baseados nas novas tec-nologias (orientados para um nicho em especiacutefico) e finalmente entrea programaccedilatildeo tradicional e a interatividade colaborativa O presentecenaacuterio conceituado por Fidler (1997) de ldquoMediamorphosisrdquo refletea ldquoEra da Informaccedilatildeordquo projetada por Castells (2010) que confirma ateoria de Macluhan e Powers (1992) sobre a ldquoAldeia Globalrdquo30 Parti-cipando na produccedilatildeo sociocultural dos meios de comunicaccedilatildeo de massae desenvolvendo redes independentes de comunicaccedilatildeo horizontal oscidadatildeos na era digital satildeo capazes de inventar novos programas paraas suas vidas idealiza Castells (2009) Macquail (2003) concorda quea digitalizaccedilatildeo e a convergecircncia tecnoloacutegica tecircm consequecircncias revo-lucionaacuterias e imprevisiacuteveis mas natildeo necessariamente decretam o fimdos meios tradicionais de comunicaccedilatildeo funcionando mais como umaadiccedilatildeo agrave comunicaccedilatildeo mediada do que uma substituiccedilatildeo daquelas exis-tentes

                                              Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeo em rede sabemospor meio de Cardoso (2009) que as nossas sociedades tecircm testemunha-do o aparecimento de um novo modelo comunicacional O 1o corres-ponde agrave comunicaccedilatildeo interpessoal caracterizando-se pela troca bidire-cional entre duas ou mais pessoas dentro de um grupo o 2o se estabelecede ldquoum para muitosrdquo em que cada indiviacuteduo envia uma soacute mensagema um grupo limitado de pessoas o 3o eacute o modelo da comunicaccedilatildeo emmassa no qual graccedilas a utilizaccedilatildeo de tecnologias especiacuteficas de media-ccedilatildeo uma soacute mensagem eacute dirigida a uma massa de pessoas e o 4o eacute o

                                              + consumer (consumidor) ou professional (profissional) + consumer (consumidor)definem Surhone Timpledon amp Marseken (2010)

                                              30The Global Village (obra original) sugere que os avanccedilos tecnoloacutegicos resumemo mundo agrave mesma situaccedilatildeo de uma aldeia em que todas as pessoas sabem e discutema vida dos outros

                                              wwwboccubipt

                                              24 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                              modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

                                              A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

                                              31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

                                              wwwboccubipt

                                              A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 25

                                              intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

                                              ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

                                              wwwboccubipt

                                              26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                              Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

                                              Agradecimentos

                                              ReferecircnciasARMES R (1999) On viacutedeo ndash o significado do viacutedeo nos meios de co-

                                              municaccedilatildeo Satildeo Paulo Summus Editorial

                                              BARBOZA N (2007) Cinema ndash arte cultura histoacuteria Rio de JaneiroNelson Alves Barboza

                                              BIAGI S (2011) Media impact An introduction to mass media Bos-ton Wadsworth

                                              BRANCO A (2011) O cinema nas deacutecadas de 30 a 50 do seacuteculo XXUma visatildeo histoacuterica Recuperado em 20 de Novembro 2011 dehttpwwwipvptforumedia515htm

                                              wwwboccubipt

                                              A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 27

                                              CAacuteDIMA F (2009) A concentraccedilatildeo dos media o pluralismo e a ex-periecircncia democraacutetica In CARDOSO G CAacuteDIMA F amp CAR-DOSO L (Orgs) (2009) Media redes e comunicaccedilatildeo pp85-110Lisboa Quimera

                                              CAMOCARDI E amp FLORY S (2003) Estrateacutegias de persuaccedilatildeo emtextos jornaliacutesticos literaacuterios e publicitaacuterios Satildeo Paulo Arte ampCiecircncia Editora

                                              CARDOSO G (2009) Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeoem rede In CARDOSO G CAacuteDIMA F amp CARDOSO L(Orgs) (2009) Media redes e comunicaccedilatildeo pp15-54 LisboaQuimera

                                              CASTELLS M (2010) The rise of the Network Society ndash The informa-tion age Economy society and cultura Malden Wiley-Black-well

                                              _____ (2009) Communication Power New York Oxford UniversityPress

                                              CUNHA M (2010) Os jovens e o consumo de miacutedias ndash Surge um novoouvinte In FERRARETO L amp KLOumlCKNER L (org) (2010)E o raacutedio Novos horizontes midiaacuteticos pp 171-186 Porto Ale-gre Edipucs

                                              _____ REGO A CUNHA R amp CABRAL-CARDOSO C (2003)Manual de comportamento organizacional e gestatildeo Lisboa Edi-tora RH

                                              CHIAVENATO I (1999) Administraccedilatildeo nos novos tempos Rio deJaneiro Campus

                                              CLOUTIER J (1973) A new character in education Emerec and hisself-media Montreal Centre audio-visuel da Universiteacute de Mon-treacuteal

                                              DENICOLI S (2011) TV digital ndash sistemas conceitos e tecnologiacuteasCoimbra Graacutecio Editor

                                              wwwboccubipt

                                              28 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                              FABRIS A (2008) A invenccedilatildeo da fotografia Repercussotildees sociais InFABRIS A (Org) (2008) Fotografia ndash usos e funccedilotildees no seacuteculoXIX pp11-38 Satildeo Paulo EDIUSP

                                              FIDLER R (1997) Mediamorphosis Understand new media Thou-sand Oaks Pine Forge Press

                                              FIORELLI M (2010) Interfaces graacuteficas convergentes ndash da escolaalematilde de Bauhaus ao design multimiacutedia Recuperado em 5 deOutubro 2011 de httpwwwintercomorgbrpapersnacionais2010resumosR5-2627-1pdf

                                              FIORESE V (2005) Wirelless Introduccedilatildeo as redes de telecomuni-caccedilotildees moacuteveis Rio de Janeiro Brasport

                                              GALLO M amp HANCOCK W (2002) Comunicaccedilatildeo entre computa-dores e tecnologias de rede Satildeo Paulo Thomson

                                              GOSIOLA V (2008) Roteiro para as novas miacutedias ndash Do cinema agravesmiacutedias interativas Satildeo Paulo SENAC Satildeo Paulo

                                              JAKOBSON R (2008) Linguiacutestica e comunicaccedilatildeo Satildeo Paulo Cultrix

                                              JENKINS H (2008) Convergence culture - where old and new mediacollide New York New York University Press

                                              KATZ H (2004) Media handbook Um guia completo para a eficiecircnciaem media Satildeo Paulo Nobel

                                              LYRA B (2003) O cinema e o processo da comunicaccedilatildeo In ADAMIAntocircnio HELLER B amp CARDOSO H (2003) (Org) Miacutediacultura comunicaccedilatildeo pp 251-262 Satildeo Paulo Arte e Ciecircncia

                                              MACQUAIL D (2003) Teoria da comunicaccedilatildeo de massas LisboaFundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian

                                              _____ (1992) Media performance Mass communication and the pu-blic interest University of Amsterdam Sage Publications

                                              MACLUHAN M amp POWERS B (1992) The global village Transfor-mations in world life and media in the 21st century UK OxfordUniversity Press

                                              wwwboccubipt

                                              A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 29

                                              MARTINS W (1957) A palavra escrita Satildeo Paulo Editora Anhembi

                                              MOTTA F amp CALDAS M (1997) Cultura organizacional e culturabrasileira Satildeo Paulo Atlas

                                              MOSCOVICI F (2002) Desenvolvimento interpessoal Treinamentoem grupo Rio de Janeiro Joseacute Olympio

                                              NICOLAU M (2010) A busca por uma web semacircntica cognitiva JoatildeoPessoa Revista Temaacutetica ano VII no 7

                                              PAMPANELLI G (2004) A Evoluccedilatildeo do Telefone e uma Nova Formade Sociabilidade O Flash Mob Razoacuten y Palabra nuacutemero 41 Re-cuperado em 2 de Agosto 2011 de httpwwwrazonypalabraorgmxanterioresn41gazevedohtml

                                              PIZZOTTI R (2003) Enciclopeacutedia baacutesica da miacutedia eletrocircnica SatildeoPaulo Senac Satildeo Paulo

                                              POYARES W (1970) Comunicaccedilatildeo Social e Relaccedilotildees Puacuteblicas Riode Janeiro Agir

                                              RABOY M amp SOLERVINCENS M (2005) Meacutedias In AMBROSIA PEUGEOT V amp PIMIENTA D (2005) Enjeux de mots Re-gards multiculturels sur les socieacuteteacutes de lrsquoinformation pp503-526Paris C amp F Eacuteditions

                                              RODRIGUES C (2009) Jornalismo participativo um conceito dife-rentes praacuteticas Anaacutelise de casos em Portugal e Espanha Re-cuperado em 25 de Abril 2011 de httpconferencias

                                              ulusofonaptindexphpsopcom_ibericosopcom_iberico09

                                              paperviewFile412409

                                              ROSS J (2007a) Voip ndash Voz sobre IP Rio de Janeiro Antenna EdiccedilotildeesTeacutecnicas

                                              _____ (2007b) Televisatildeo analoacutegica e digital Rio de Janeiro JulioRoss

                                              RUIZ A (2003) O modelo de cinema legado pela Vera Cruz InADAMI A HELLER B amp CARDOSO H (Org) (2003) Miacute-dia cultura comunicaccedilatildeo pp17-44 Satildeo Paulo Arte e Ciecircncia

                                              wwwboccubipt

                                              30 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                              SAAD B (2008) Estrateacutegias 20 para a miacutedia digital Internet infor-maccedilatildeo e comunicaccedilatildeo Satildeo Paulo Senac Satildeo Paulo

                                              SAMPAIO I (2004) Televisatildeo publicidade e infacircncia Fortaleza An-nablume

                                              SANTAELA L (2008) O impacto das novas miacutedias sobre a cultura InVILLARES FAacuteBIO (org) (2008) Novas miacutedias digitais (audiovi-sual games e muacutesica) ndash Impactos poliacuteticos econocircmicos e sociaispp17-52 Rio de Janeiro E-papers

                                              _____ (2007) Linguagens liacutequidas na era da mobilidade Satildeo PauloPaulus

                                              SANTOS C (2003) Landell de Moura Aspectos relevantes para atrajetoacuteria do reconhecimento Recuperado em 12 de Agosto 2011de httppaginasufrgsbralcarencontros-nacionais-13o-encontro-2005-1Landell20de20Mouradocview

                                              SEVERINO M amp OLIVEIRA M (2010) Fontes e tecnologias de ge-raccedilatildeo distribuiacuteda para atendimento a comunidades isoladas InABREU Yolanda OLIVEIRA M amp GUERRA M (org) (2010)Energia economia rotas tecnoloacutegicas pp 266-322 MaacutelagaEumedNet

                                              SILVA B (1998) Educaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Braga Centro de Estudosem Educaccedilatildeo e Psicologia da Universidade do Minho

                                              SILVA L (2000) Transformaccedilotildees na cultura organizacional Um es-tudo de caso na administraccedilatildeo puacuteblica Recuperado em 15 de Ou-tubro 2011 de httpwwwfafichufmgbr~larpsemanarplucianahtm

                                              SOARES D (2006) Poder e responsabilidade Recuperado em 10 deNovembro 2011 de httpwwwportalgenscombr

                                              SURHONE L TIMPLEDON M amp MARSEKEN S (2010) Prosu-mer Saarbruumlcken VDM Verlag

                                              wwwboccubipt

                                              A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 31

                                              STRAUBHAAR J LAROSE R amp DAVENPORT L (2011) MediaNow Understanding Media Culture and Technology BostonWadsworth Publishing

                                              STRAUBHAAR J amp LAROSE R (2004) Comunicaccedilatildeo miacutedia e tec-nologia Satildeo Paulo Thompson

                                              TEIXEIRA M (2009) Anaacutelise do uso da raacutedio web como uma inter-face dinamizadora da praacutetica educativa Estudo de Caso da RUM(Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Educaccedilatildeo Aacuterea de Especializaccedilatildeoem Tecnologia Educativa) Braga Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeoem Ciecircncias da Educaccedilatildeo do Instituto de Educaccedilatildeo da Universi-dade do Minho

                                              TOSSERI O (2011) Gutenberg natildeo inventou a imprensa 2010 Re-cuperado em 5 de Maio 2011 de httpwww2uolcombrhistoriavivaartigosgutenberg_nao_inventou_a_imprensa

                                              html

                                              WIMMER R amp DOMINICK J (2011) Mass media research An in-troduction Boston Wadsworth

                                              wwwboccubipt

                                              • Introduccedilatildeo
                                              • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
                                              • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
                                                • A Imprensa
                                                • O Cinema
                                                • O Telefone
                                                • O Raacutedio
                                                • A Televisatildeo
                                                  • As Novas Miacutedias
                                                  • Conclusotildees
                                                  • Agradecimentos
                                                  • Referecircncias

                                                24 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                                modelo comunicacional da sociedade contemporacircnea moldado pela ca-pacidade dos processos de globalizaccedilatildeo comunicacional mundial jun-tamente com a ligaccedilatildeo em rede entre as miacutedias de massa e as miacutediasinterpessoais

                                                A relaccedilatildeo dos modelos comunicacionais com o puacuteblico resultou emum novo tipo de audiecircncia movido pelas trocas comunicacionais ime-diatas (em tempo real) aliado a hibridaccedilatildeo de linguagens midiaacuteticasconforme o desenvolvimento tecnoloacutegico As tecnologias os equipa-mentos e as linguagens que nelas circulam propiciadoras de uma novaloacutegica cultural permitem a escolha e o consumo mais personalizadoe individualizado das mensagens em oposiccedilatildeo ao consumo massivo(SANTAELLA 2007) ldquoSatildeo justamente esses processos que constituema cultura das miacutediasrdquo ldquoPortanto essa cultura constitui num periacuteodo depassagem de transiccedilatildeo funcionando como uma ponte entre a cultura demassas e a ciberculturardquo (ibidem p125) Nicolau (2010) recorda quesatildeo concepccedilotildees corroboradas por Henry Jenkins a partir de sua ideiada ldquoCultura da Convergecircnciardquo fixado no fluxo de conteuacutedos atraveacutesde muacuteltiplos suportes midiaacuteticos em plena cooperaccedilatildeo associado aocomportamento migratoacuterio dos puacuteblicos dos meios de comunicaccedilatildeo ca-pazes de irem a quase qualquer parte em busca das informaccedilotildees dese-jadas Vivenciando uma sociedade de consumo legitimamos a Culturada Convergecircncia pelo senso comum na procura incessante por indi-vidualidade autonomia reconhecimento social nacionalidade sexua-lidade e interaccedilatildeo social antes cerceada pela despersonalizaccedilatildeo e uni-dimensionalidade dos tradicionais meios de comunicaccedilatildeo Como men-cionado no universo radiofocircnico ldquoa dimensatildeo fundamental que estasnovas miacutedias propotildeem eacute a mobilidaderdquo declara Silva (1998 p163)Ao alcance da ldquoponta dos dedosrdquo do ldquohomo communicansrdquo abre-se ummundo de informaccedilotildees oriundas de lugares distantes e por tradiccedilatildeofechados como os grandes arquivos ao mesmo tempo que lhe permiteestar sem se mover fisicamente em diferentes lugares Deste modoagrave multidimencionalidade do universo comunicativo junta-se a naturezaubiquiacutestica do indiviacuteduo (ibidem) A visatildeo contemporacircnea de BentoSilva reflete-se na sociedade atual ao que Santaella (2008) chama deldquoCultura da Mobilidaderdquo Desde o advento da cultura de massas31 apassagem de um ciclo cultural a outro tem se acelerado de modo tatildeo

                                                31Tambeacutem conhecida como ldquocultura popularrdquo ou ldquocultura poprdquo

                                                wwwboccubipt

                                                A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 25

                                                intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

                                                ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

                                                wwwboccubipt

                                                26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                                Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

                                                Agradecimentos

                                                ReferecircnciasARMES R (1999) On viacutedeo ndash o significado do viacutedeo nos meios de co-

                                                municaccedilatildeo Satildeo Paulo Summus Editorial

                                                BARBOZA N (2007) Cinema ndash arte cultura histoacuteria Rio de JaneiroNelson Alves Barboza

                                                BIAGI S (2011) Media impact An introduction to mass media Bos-ton Wadsworth

                                                BRANCO A (2011) O cinema nas deacutecadas de 30 a 50 do seacuteculo XXUma visatildeo histoacuterica Recuperado em 20 de Novembro 2011 dehttpwwwipvptforumedia515htm

                                                wwwboccubipt

                                                A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 27

                                                CAacuteDIMA F (2009) A concentraccedilatildeo dos media o pluralismo e a ex-periecircncia democraacutetica In CARDOSO G CAacuteDIMA F amp CAR-DOSO L (Orgs) (2009) Media redes e comunicaccedilatildeo pp85-110Lisboa Quimera

                                                CAMOCARDI E amp FLORY S (2003) Estrateacutegias de persuaccedilatildeo emtextos jornaliacutesticos literaacuterios e publicitaacuterios Satildeo Paulo Arte ampCiecircncia Editora

                                                CARDOSO G (2009) Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeoem rede In CARDOSO G CAacuteDIMA F amp CARDOSO L(Orgs) (2009) Media redes e comunicaccedilatildeo pp15-54 LisboaQuimera

                                                CASTELLS M (2010) The rise of the Network Society ndash The informa-tion age Economy society and cultura Malden Wiley-Black-well

                                                _____ (2009) Communication Power New York Oxford UniversityPress

                                                CUNHA M (2010) Os jovens e o consumo de miacutedias ndash Surge um novoouvinte In FERRARETO L amp KLOumlCKNER L (org) (2010)E o raacutedio Novos horizontes midiaacuteticos pp 171-186 Porto Ale-gre Edipucs

                                                _____ REGO A CUNHA R amp CABRAL-CARDOSO C (2003)Manual de comportamento organizacional e gestatildeo Lisboa Edi-tora RH

                                                CHIAVENATO I (1999) Administraccedilatildeo nos novos tempos Rio deJaneiro Campus

                                                CLOUTIER J (1973) A new character in education Emerec and hisself-media Montreal Centre audio-visuel da Universiteacute de Mon-treacuteal

                                                DENICOLI S (2011) TV digital ndash sistemas conceitos e tecnologiacuteasCoimbra Graacutecio Editor

                                                wwwboccubipt

                                                28 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                                FABRIS A (2008) A invenccedilatildeo da fotografia Repercussotildees sociais InFABRIS A (Org) (2008) Fotografia ndash usos e funccedilotildees no seacuteculoXIX pp11-38 Satildeo Paulo EDIUSP

                                                FIDLER R (1997) Mediamorphosis Understand new media Thou-sand Oaks Pine Forge Press

                                                FIORELLI M (2010) Interfaces graacuteficas convergentes ndash da escolaalematilde de Bauhaus ao design multimiacutedia Recuperado em 5 deOutubro 2011 de httpwwwintercomorgbrpapersnacionais2010resumosR5-2627-1pdf

                                                FIORESE V (2005) Wirelless Introduccedilatildeo as redes de telecomuni-caccedilotildees moacuteveis Rio de Janeiro Brasport

                                                GALLO M amp HANCOCK W (2002) Comunicaccedilatildeo entre computa-dores e tecnologias de rede Satildeo Paulo Thomson

                                                GOSIOLA V (2008) Roteiro para as novas miacutedias ndash Do cinema agravesmiacutedias interativas Satildeo Paulo SENAC Satildeo Paulo

                                                JAKOBSON R (2008) Linguiacutestica e comunicaccedilatildeo Satildeo Paulo Cultrix

                                                JENKINS H (2008) Convergence culture - where old and new mediacollide New York New York University Press

                                                KATZ H (2004) Media handbook Um guia completo para a eficiecircnciaem media Satildeo Paulo Nobel

                                                LYRA B (2003) O cinema e o processo da comunicaccedilatildeo In ADAMIAntocircnio HELLER B amp CARDOSO H (2003) (Org) Miacutediacultura comunicaccedilatildeo pp 251-262 Satildeo Paulo Arte e Ciecircncia

                                                MACQUAIL D (2003) Teoria da comunicaccedilatildeo de massas LisboaFundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian

                                                _____ (1992) Media performance Mass communication and the pu-blic interest University of Amsterdam Sage Publications

                                                MACLUHAN M amp POWERS B (1992) The global village Transfor-mations in world life and media in the 21st century UK OxfordUniversity Press

                                                wwwboccubipt

                                                A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 29

                                                MARTINS W (1957) A palavra escrita Satildeo Paulo Editora Anhembi

                                                MOTTA F amp CALDAS M (1997) Cultura organizacional e culturabrasileira Satildeo Paulo Atlas

                                                MOSCOVICI F (2002) Desenvolvimento interpessoal Treinamentoem grupo Rio de Janeiro Joseacute Olympio

                                                NICOLAU M (2010) A busca por uma web semacircntica cognitiva JoatildeoPessoa Revista Temaacutetica ano VII no 7

                                                PAMPANELLI G (2004) A Evoluccedilatildeo do Telefone e uma Nova Formade Sociabilidade O Flash Mob Razoacuten y Palabra nuacutemero 41 Re-cuperado em 2 de Agosto 2011 de httpwwwrazonypalabraorgmxanterioresn41gazevedohtml

                                                PIZZOTTI R (2003) Enciclopeacutedia baacutesica da miacutedia eletrocircnica SatildeoPaulo Senac Satildeo Paulo

                                                POYARES W (1970) Comunicaccedilatildeo Social e Relaccedilotildees Puacuteblicas Riode Janeiro Agir

                                                RABOY M amp SOLERVINCENS M (2005) Meacutedias In AMBROSIA PEUGEOT V amp PIMIENTA D (2005) Enjeux de mots Re-gards multiculturels sur les socieacuteteacutes de lrsquoinformation pp503-526Paris C amp F Eacuteditions

                                                RODRIGUES C (2009) Jornalismo participativo um conceito dife-rentes praacuteticas Anaacutelise de casos em Portugal e Espanha Re-cuperado em 25 de Abril 2011 de httpconferencias

                                                ulusofonaptindexphpsopcom_ibericosopcom_iberico09

                                                paperviewFile412409

                                                ROSS J (2007a) Voip ndash Voz sobre IP Rio de Janeiro Antenna EdiccedilotildeesTeacutecnicas

                                                _____ (2007b) Televisatildeo analoacutegica e digital Rio de Janeiro JulioRoss

                                                RUIZ A (2003) O modelo de cinema legado pela Vera Cruz InADAMI A HELLER B amp CARDOSO H (Org) (2003) Miacute-dia cultura comunicaccedilatildeo pp17-44 Satildeo Paulo Arte e Ciecircncia

                                                wwwboccubipt

                                                30 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                                SAAD B (2008) Estrateacutegias 20 para a miacutedia digital Internet infor-maccedilatildeo e comunicaccedilatildeo Satildeo Paulo Senac Satildeo Paulo

                                                SAMPAIO I (2004) Televisatildeo publicidade e infacircncia Fortaleza An-nablume

                                                SANTAELA L (2008) O impacto das novas miacutedias sobre a cultura InVILLARES FAacuteBIO (org) (2008) Novas miacutedias digitais (audiovi-sual games e muacutesica) ndash Impactos poliacuteticos econocircmicos e sociaispp17-52 Rio de Janeiro E-papers

                                                _____ (2007) Linguagens liacutequidas na era da mobilidade Satildeo PauloPaulus

                                                SANTOS C (2003) Landell de Moura Aspectos relevantes para atrajetoacuteria do reconhecimento Recuperado em 12 de Agosto 2011de httppaginasufrgsbralcarencontros-nacionais-13o-encontro-2005-1Landell20de20Mouradocview

                                                SEVERINO M amp OLIVEIRA M (2010) Fontes e tecnologias de ge-raccedilatildeo distribuiacuteda para atendimento a comunidades isoladas InABREU Yolanda OLIVEIRA M amp GUERRA M (org) (2010)Energia economia rotas tecnoloacutegicas pp 266-322 MaacutelagaEumedNet

                                                SILVA B (1998) Educaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Braga Centro de Estudosem Educaccedilatildeo e Psicologia da Universidade do Minho

                                                SILVA L (2000) Transformaccedilotildees na cultura organizacional Um es-tudo de caso na administraccedilatildeo puacuteblica Recuperado em 15 de Ou-tubro 2011 de httpwwwfafichufmgbr~larpsemanarplucianahtm

                                                SOARES D (2006) Poder e responsabilidade Recuperado em 10 deNovembro 2011 de httpwwwportalgenscombr

                                                SURHONE L TIMPLEDON M amp MARSEKEN S (2010) Prosu-mer Saarbruumlcken VDM Verlag

                                                wwwboccubipt

                                                A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 31

                                                STRAUBHAAR J LAROSE R amp DAVENPORT L (2011) MediaNow Understanding Media Culture and Technology BostonWadsworth Publishing

                                                STRAUBHAAR J amp LAROSE R (2004) Comunicaccedilatildeo miacutedia e tec-nologia Satildeo Paulo Thompson

                                                TEIXEIRA M (2009) Anaacutelise do uso da raacutedio web como uma inter-face dinamizadora da praacutetica educativa Estudo de Caso da RUM(Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Educaccedilatildeo Aacuterea de Especializaccedilatildeoem Tecnologia Educativa) Braga Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeoem Ciecircncias da Educaccedilatildeo do Instituto de Educaccedilatildeo da Universi-dade do Minho

                                                TOSSERI O (2011) Gutenberg natildeo inventou a imprensa 2010 Re-cuperado em 5 de Maio 2011 de httpwww2uolcombrhistoriavivaartigosgutenberg_nao_inventou_a_imprensa

                                                html

                                                WIMMER R amp DOMINICK J (2011) Mass media research An in-troduction Boston Wadsworth

                                                wwwboccubipt

                                                • Introduccedilatildeo
                                                • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
                                                • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
                                                  • A Imprensa
                                                  • O Cinema
                                                  • O Telefone
                                                  • O Raacutedio
                                                  • A Televisatildeo
                                                    • As Novas Miacutedias
                                                    • Conclusotildees
                                                    • Agradecimentos
                                                    • Referecircncias

                                                  A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 25

                                                  intenso que a expressatildeo ldquoCultura da Mobilidaderdquo estaacute hoje colocandoo uso da expressatildeo anterior e ainda mais recente ldquoCiberculturardquo emsegundo plano (ibidem) Relata ainda que embora a cultura da mo-bilidade seja fruto da revoluccedilatildeo digital e portanto esteja situada nomesmo paradigma da cibercultura diferentemente desta a cultura damobilidade mistura o ciber com o fiacutesico em uma urdidura nova a quetem conceituado de ldquoespaccedilos intersticiaisrdquo

                                                  ConclusotildeesAs novas ldquoculturasrdquo podem ajudar a promover as transformaccedilotildees so-cioculturais necessaacuterias agrave mudanccedila da realidade presente no momentoem que constituem uma cultura global comum em meio a produccedilatildeodistribuiccedilatildeo recepccedilatildeo redistribuiccedilatildeo e apropriaccedilatildeo de conteuacutedos quesatildeo gerados na interatividade coletiva Portanto uma vez imersos nacultura de massas cultura midiaacutetica cultura da convergecircncia culturada mobilidade e na cibercultura os seres humanos precisam aprender adicernir e a criticar as informaccedilotildees repassadas pelos novos e antigosmeios de comunicaccedilatildeo evitando assim agrave manipulaccedilatildeo socioculturalNuma oacutetica mais ambrangente discutida por Macquail no livro ldquoMediaperformance Mass communication and the public interestrdquo o puacuteblicoeacute incentivado a ser mais consciente e seletista frente as empresas decomunicaccedilatildeo relacionadas com a produccedilatildeo midiaacutetica em massa poisao mesmo tempo que representam a liberdade de opiniatildeo aliciam asmassas em benefiacutecio proacuteprio Silva (1998 p158) usa a televisatildeo comoreferencia e questiona ldquoDonde viraacute a forccedila deste meio capaz de in-fluenciar e organizar os estilos de vida e haacutebitos comunitaacuterios (horasdas refeiccedilotildees de deitar e levantar de sair de casa de conversar e con-viver) bem como condicionar culturalmente os cidadatildeos atraveacutes dadisseminaccedilatildeo de ideias e modismos em escala planetaacuteria A sua forccedilavem da linguagem utilizada e da configuraccedilatildeo comunicativa que pro-piciardquo Basta voltar no tempo da induacutestria tabagista de Paul Lazarsfeld(na deacutecada de 50) para constatar que manipular as massas era uma ativi-dade trivial na sociedade norte-americana sem qualquer tipo de con-trole por parte do Estado Os ldquoanos douradosrdquo de Lazarsfeld duraramateacute a deacutecada de 60 quando os teoacutericos da Escola de Frankfurt (HerbertMarcuse Max Horkheimer Theodor Adorno Leo Loumlwenthal Erich

                                                  wwwboccubipt

                                                  26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                                  Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

                                                  Agradecimentos

                                                  ReferecircnciasARMES R (1999) On viacutedeo ndash o significado do viacutedeo nos meios de co-

                                                  municaccedilatildeo Satildeo Paulo Summus Editorial

                                                  BARBOZA N (2007) Cinema ndash arte cultura histoacuteria Rio de JaneiroNelson Alves Barboza

                                                  BIAGI S (2011) Media impact An introduction to mass media Bos-ton Wadsworth

                                                  BRANCO A (2011) O cinema nas deacutecadas de 30 a 50 do seacuteculo XXUma visatildeo histoacuterica Recuperado em 20 de Novembro 2011 dehttpwwwipvptforumedia515htm

                                                  wwwboccubipt

                                                  A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 27

                                                  CAacuteDIMA F (2009) A concentraccedilatildeo dos media o pluralismo e a ex-periecircncia democraacutetica In CARDOSO G CAacuteDIMA F amp CAR-DOSO L (Orgs) (2009) Media redes e comunicaccedilatildeo pp85-110Lisboa Quimera

                                                  CAMOCARDI E amp FLORY S (2003) Estrateacutegias de persuaccedilatildeo emtextos jornaliacutesticos literaacuterios e publicitaacuterios Satildeo Paulo Arte ampCiecircncia Editora

                                                  CARDOSO G (2009) Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeoem rede In CARDOSO G CAacuteDIMA F amp CARDOSO L(Orgs) (2009) Media redes e comunicaccedilatildeo pp15-54 LisboaQuimera

                                                  CASTELLS M (2010) The rise of the Network Society ndash The informa-tion age Economy society and cultura Malden Wiley-Black-well

                                                  _____ (2009) Communication Power New York Oxford UniversityPress

                                                  CUNHA M (2010) Os jovens e o consumo de miacutedias ndash Surge um novoouvinte In FERRARETO L amp KLOumlCKNER L (org) (2010)E o raacutedio Novos horizontes midiaacuteticos pp 171-186 Porto Ale-gre Edipucs

                                                  _____ REGO A CUNHA R amp CABRAL-CARDOSO C (2003)Manual de comportamento organizacional e gestatildeo Lisboa Edi-tora RH

                                                  CHIAVENATO I (1999) Administraccedilatildeo nos novos tempos Rio deJaneiro Campus

                                                  CLOUTIER J (1973) A new character in education Emerec and hisself-media Montreal Centre audio-visuel da Universiteacute de Mon-treacuteal

                                                  DENICOLI S (2011) TV digital ndash sistemas conceitos e tecnologiacuteasCoimbra Graacutecio Editor

                                                  wwwboccubipt

                                                  28 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                                  FABRIS A (2008) A invenccedilatildeo da fotografia Repercussotildees sociais InFABRIS A (Org) (2008) Fotografia ndash usos e funccedilotildees no seacuteculoXIX pp11-38 Satildeo Paulo EDIUSP

                                                  FIDLER R (1997) Mediamorphosis Understand new media Thou-sand Oaks Pine Forge Press

                                                  FIORELLI M (2010) Interfaces graacuteficas convergentes ndash da escolaalematilde de Bauhaus ao design multimiacutedia Recuperado em 5 deOutubro 2011 de httpwwwintercomorgbrpapersnacionais2010resumosR5-2627-1pdf

                                                  FIORESE V (2005) Wirelless Introduccedilatildeo as redes de telecomuni-caccedilotildees moacuteveis Rio de Janeiro Brasport

                                                  GALLO M amp HANCOCK W (2002) Comunicaccedilatildeo entre computa-dores e tecnologias de rede Satildeo Paulo Thomson

                                                  GOSIOLA V (2008) Roteiro para as novas miacutedias ndash Do cinema agravesmiacutedias interativas Satildeo Paulo SENAC Satildeo Paulo

                                                  JAKOBSON R (2008) Linguiacutestica e comunicaccedilatildeo Satildeo Paulo Cultrix

                                                  JENKINS H (2008) Convergence culture - where old and new mediacollide New York New York University Press

                                                  KATZ H (2004) Media handbook Um guia completo para a eficiecircnciaem media Satildeo Paulo Nobel

                                                  LYRA B (2003) O cinema e o processo da comunicaccedilatildeo In ADAMIAntocircnio HELLER B amp CARDOSO H (2003) (Org) Miacutediacultura comunicaccedilatildeo pp 251-262 Satildeo Paulo Arte e Ciecircncia

                                                  MACQUAIL D (2003) Teoria da comunicaccedilatildeo de massas LisboaFundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian

                                                  _____ (1992) Media performance Mass communication and the pu-blic interest University of Amsterdam Sage Publications

                                                  MACLUHAN M amp POWERS B (1992) The global village Transfor-mations in world life and media in the 21st century UK OxfordUniversity Press

                                                  wwwboccubipt

                                                  A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 29

                                                  MARTINS W (1957) A palavra escrita Satildeo Paulo Editora Anhembi

                                                  MOTTA F amp CALDAS M (1997) Cultura organizacional e culturabrasileira Satildeo Paulo Atlas

                                                  MOSCOVICI F (2002) Desenvolvimento interpessoal Treinamentoem grupo Rio de Janeiro Joseacute Olympio

                                                  NICOLAU M (2010) A busca por uma web semacircntica cognitiva JoatildeoPessoa Revista Temaacutetica ano VII no 7

                                                  PAMPANELLI G (2004) A Evoluccedilatildeo do Telefone e uma Nova Formade Sociabilidade O Flash Mob Razoacuten y Palabra nuacutemero 41 Re-cuperado em 2 de Agosto 2011 de httpwwwrazonypalabraorgmxanterioresn41gazevedohtml

                                                  PIZZOTTI R (2003) Enciclopeacutedia baacutesica da miacutedia eletrocircnica SatildeoPaulo Senac Satildeo Paulo

                                                  POYARES W (1970) Comunicaccedilatildeo Social e Relaccedilotildees Puacuteblicas Riode Janeiro Agir

                                                  RABOY M amp SOLERVINCENS M (2005) Meacutedias In AMBROSIA PEUGEOT V amp PIMIENTA D (2005) Enjeux de mots Re-gards multiculturels sur les socieacuteteacutes de lrsquoinformation pp503-526Paris C amp F Eacuteditions

                                                  RODRIGUES C (2009) Jornalismo participativo um conceito dife-rentes praacuteticas Anaacutelise de casos em Portugal e Espanha Re-cuperado em 25 de Abril 2011 de httpconferencias

                                                  ulusofonaptindexphpsopcom_ibericosopcom_iberico09

                                                  paperviewFile412409

                                                  ROSS J (2007a) Voip ndash Voz sobre IP Rio de Janeiro Antenna EdiccedilotildeesTeacutecnicas

                                                  _____ (2007b) Televisatildeo analoacutegica e digital Rio de Janeiro JulioRoss

                                                  RUIZ A (2003) O modelo de cinema legado pela Vera Cruz InADAMI A HELLER B amp CARDOSO H (Org) (2003) Miacute-dia cultura comunicaccedilatildeo pp17-44 Satildeo Paulo Arte e Ciecircncia

                                                  wwwboccubipt

                                                  30 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                                  SAAD B (2008) Estrateacutegias 20 para a miacutedia digital Internet infor-maccedilatildeo e comunicaccedilatildeo Satildeo Paulo Senac Satildeo Paulo

                                                  SAMPAIO I (2004) Televisatildeo publicidade e infacircncia Fortaleza An-nablume

                                                  SANTAELA L (2008) O impacto das novas miacutedias sobre a cultura InVILLARES FAacuteBIO (org) (2008) Novas miacutedias digitais (audiovi-sual games e muacutesica) ndash Impactos poliacuteticos econocircmicos e sociaispp17-52 Rio de Janeiro E-papers

                                                  _____ (2007) Linguagens liacutequidas na era da mobilidade Satildeo PauloPaulus

                                                  SANTOS C (2003) Landell de Moura Aspectos relevantes para atrajetoacuteria do reconhecimento Recuperado em 12 de Agosto 2011de httppaginasufrgsbralcarencontros-nacionais-13o-encontro-2005-1Landell20de20Mouradocview

                                                  SEVERINO M amp OLIVEIRA M (2010) Fontes e tecnologias de ge-raccedilatildeo distribuiacuteda para atendimento a comunidades isoladas InABREU Yolanda OLIVEIRA M amp GUERRA M (org) (2010)Energia economia rotas tecnoloacutegicas pp 266-322 MaacutelagaEumedNet

                                                  SILVA B (1998) Educaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Braga Centro de Estudosem Educaccedilatildeo e Psicologia da Universidade do Minho

                                                  SILVA L (2000) Transformaccedilotildees na cultura organizacional Um es-tudo de caso na administraccedilatildeo puacuteblica Recuperado em 15 de Ou-tubro 2011 de httpwwwfafichufmgbr~larpsemanarplucianahtm

                                                  SOARES D (2006) Poder e responsabilidade Recuperado em 10 deNovembro 2011 de httpwwwportalgenscombr

                                                  SURHONE L TIMPLEDON M amp MARSEKEN S (2010) Prosu-mer Saarbruumlcken VDM Verlag

                                                  wwwboccubipt

                                                  A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 31

                                                  STRAUBHAAR J LAROSE R amp DAVENPORT L (2011) MediaNow Understanding Media Culture and Technology BostonWadsworth Publishing

                                                  STRAUBHAAR J amp LAROSE R (2004) Comunicaccedilatildeo miacutedia e tec-nologia Satildeo Paulo Thompson

                                                  TEIXEIRA M (2009) Anaacutelise do uso da raacutedio web como uma inter-face dinamizadora da praacutetica educativa Estudo de Caso da RUM(Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Educaccedilatildeo Aacuterea de Especializaccedilatildeoem Tecnologia Educativa) Braga Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeoem Ciecircncias da Educaccedilatildeo do Instituto de Educaccedilatildeo da Universi-dade do Minho

                                                  TOSSERI O (2011) Gutenberg natildeo inventou a imprensa 2010 Re-cuperado em 5 de Maio 2011 de httpwww2uolcombrhistoriavivaartigosgutenberg_nao_inventou_a_imprensa

                                                  html

                                                  WIMMER R amp DOMINICK J (2011) Mass media research An in-troduction Boston Wadsworth

                                                  wwwboccubipt

                                                  • Introduccedilatildeo
                                                  • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
                                                  • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
                                                    • A Imprensa
                                                    • O Cinema
                                                    • O Telefone
                                                    • O Raacutedio
                                                    • A Televisatildeo
                                                      • As Novas Miacutedias
                                                      • Conclusotildees
                                                      • Agradecimentos
                                                      • Referecircncias

                                                    26 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                                    Fromm Juumlrgen Habermas e outros) denunciaram as intenccedilotildees capita-listas nos meios de comunicaccedilatildeo de massa Conhecendo a literatura e opensamento de seus autores entendemos que eacute preciso estar conscientede que estamos inseridos em redes globais de produccedilatildeo e distribuiccedilatildeocultural que a cada instante nos bombadeiam com novas informaccedilotildeesatraveacutes das interfaces tecnoloacutegicas muitas das quais determinadas a terlucro com a audiecircncia e o convencimento da opniatildeo puacuteblica hoje ame-nizada pelo ideaacuterio das relaccedilatildeo de troca entre a sociedade a cultura e asnovas tecnologias defendidos pela cibercultura

                                                    Agradecimentos

                                                    ReferecircnciasARMES R (1999) On viacutedeo ndash o significado do viacutedeo nos meios de co-

                                                    municaccedilatildeo Satildeo Paulo Summus Editorial

                                                    BARBOZA N (2007) Cinema ndash arte cultura histoacuteria Rio de JaneiroNelson Alves Barboza

                                                    BIAGI S (2011) Media impact An introduction to mass media Bos-ton Wadsworth

                                                    BRANCO A (2011) O cinema nas deacutecadas de 30 a 50 do seacuteculo XXUma visatildeo histoacuterica Recuperado em 20 de Novembro 2011 dehttpwwwipvptforumedia515htm

                                                    wwwboccubipt

                                                    A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 27

                                                    CAacuteDIMA F (2009) A concentraccedilatildeo dos media o pluralismo e a ex-periecircncia democraacutetica In CARDOSO G CAacuteDIMA F amp CAR-DOSO L (Orgs) (2009) Media redes e comunicaccedilatildeo pp85-110Lisboa Quimera

                                                    CAMOCARDI E amp FLORY S (2003) Estrateacutegias de persuaccedilatildeo emtextos jornaliacutesticos literaacuterios e publicitaacuterios Satildeo Paulo Arte ampCiecircncia Editora

                                                    CARDOSO G (2009) Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeoem rede In CARDOSO G CAacuteDIMA F amp CARDOSO L(Orgs) (2009) Media redes e comunicaccedilatildeo pp15-54 LisboaQuimera

                                                    CASTELLS M (2010) The rise of the Network Society ndash The informa-tion age Economy society and cultura Malden Wiley-Black-well

                                                    _____ (2009) Communication Power New York Oxford UniversityPress

                                                    CUNHA M (2010) Os jovens e o consumo de miacutedias ndash Surge um novoouvinte In FERRARETO L amp KLOumlCKNER L (org) (2010)E o raacutedio Novos horizontes midiaacuteticos pp 171-186 Porto Ale-gre Edipucs

                                                    _____ REGO A CUNHA R amp CABRAL-CARDOSO C (2003)Manual de comportamento organizacional e gestatildeo Lisboa Edi-tora RH

                                                    CHIAVENATO I (1999) Administraccedilatildeo nos novos tempos Rio deJaneiro Campus

                                                    CLOUTIER J (1973) A new character in education Emerec and hisself-media Montreal Centre audio-visuel da Universiteacute de Mon-treacuteal

                                                    DENICOLI S (2011) TV digital ndash sistemas conceitos e tecnologiacuteasCoimbra Graacutecio Editor

                                                    wwwboccubipt

                                                    28 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                                    FABRIS A (2008) A invenccedilatildeo da fotografia Repercussotildees sociais InFABRIS A (Org) (2008) Fotografia ndash usos e funccedilotildees no seacuteculoXIX pp11-38 Satildeo Paulo EDIUSP

                                                    FIDLER R (1997) Mediamorphosis Understand new media Thou-sand Oaks Pine Forge Press

                                                    FIORELLI M (2010) Interfaces graacuteficas convergentes ndash da escolaalematilde de Bauhaus ao design multimiacutedia Recuperado em 5 deOutubro 2011 de httpwwwintercomorgbrpapersnacionais2010resumosR5-2627-1pdf

                                                    FIORESE V (2005) Wirelless Introduccedilatildeo as redes de telecomuni-caccedilotildees moacuteveis Rio de Janeiro Brasport

                                                    GALLO M amp HANCOCK W (2002) Comunicaccedilatildeo entre computa-dores e tecnologias de rede Satildeo Paulo Thomson

                                                    GOSIOLA V (2008) Roteiro para as novas miacutedias ndash Do cinema agravesmiacutedias interativas Satildeo Paulo SENAC Satildeo Paulo

                                                    JAKOBSON R (2008) Linguiacutestica e comunicaccedilatildeo Satildeo Paulo Cultrix

                                                    JENKINS H (2008) Convergence culture - where old and new mediacollide New York New York University Press

                                                    KATZ H (2004) Media handbook Um guia completo para a eficiecircnciaem media Satildeo Paulo Nobel

                                                    LYRA B (2003) O cinema e o processo da comunicaccedilatildeo In ADAMIAntocircnio HELLER B amp CARDOSO H (2003) (Org) Miacutediacultura comunicaccedilatildeo pp 251-262 Satildeo Paulo Arte e Ciecircncia

                                                    MACQUAIL D (2003) Teoria da comunicaccedilatildeo de massas LisboaFundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian

                                                    _____ (1992) Media performance Mass communication and the pu-blic interest University of Amsterdam Sage Publications

                                                    MACLUHAN M amp POWERS B (1992) The global village Transfor-mations in world life and media in the 21st century UK OxfordUniversity Press

                                                    wwwboccubipt

                                                    A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 29

                                                    MARTINS W (1957) A palavra escrita Satildeo Paulo Editora Anhembi

                                                    MOTTA F amp CALDAS M (1997) Cultura organizacional e culturabrasileira Satildeo Paulo Atlas

                                                    MOSCOVICI F (2002) Desenvolvimento interpessoal Treinamentoem grupo Rio de Janeiro Joseacute Olympio

                                                    NICOLAU M (2010) A busca por uma web semacircntica cognitiva JoatildeoPessoa Revista Temaacutetica ano VII no 7

                                                    PAMPANELLI G (2004) A Evoluccedilatildeo do Telefone e uma Nova Formade Sociabilidade O Flash Mob Razoacuten y Palabra nuacutemero 41 Re-cuperado em 2 de Agosto 2011 de httpwwwrazonypalabraorgmxanterioresn41gazevedohtml

                                                    PIZZOTTI R (2003) Enciclopeacutedia baacutesica da miacutedia eletrocircnica SatildeoPaulo Senac Satildeo Paulo

                                                    POYARES W (1970) Comunicaccedilatildeo Social e Relaccedilotildees Puacuteblicas Riode Janeiro Agir

                                                    RABOY M amp SOLERVINCENS M (2005) Meacutedias In AMBROSIA PEUGEOT V amp PIMIENTA D (2005) Enjeux de mots Re-gards multiculturels sur les socieacuteteacutes de lrsquoinformation pp503-526Paris C amp F Eacuteditions

                                                    RODRIGUES C (2009) Jornalismo participativo um conceito dife-rentes praacuteticas Anaacutelise de casos em Portugal e Espanha Re-cuperado em 25 de Abril 2011 de httpconferencias

                                                    ulusofonaptindexphpsopcom_ibericosopcom_iberico09

                                                    paperviewFile412409

                                                    ROSS J (2007a) Voip ndash Voz sobre IP Rio de Janeiro Antenna EdiccedilotildeesTeacutecnicas

                                                    _____ (2007b) Televisatildeo analoacutegica e digital Rio de Janeiro JulioRoss

                                                    RUIZ A (2003) O modelo de cinema legado pela Vera Cruz InADAMI A HELLER B amp CARDOSO H (Org) (2003) Miacute-dia cultura comunicaccedilatildeo pp17-44 Satildeo Paulo Arte e Ciecircncia

                                                    wwwboccubipt

                                                    30 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                                    SAAD B (2008) Estrateacutegias 20 para a miacutedia digital Internet infor-maccedilatildeo e comunicaccedilatildeo Satildeo Paulo Senac Satildeo Paulo

                                                    SAMPAIO I (2004) Televisatildeo publicidade e infacircncia Fortaleza An-nablume

                                                    SANTAELA L (2008) O impacto das novas miacutedias sobre a cultura InVILLARES FAacuteBIO (org) (2008) Novas miacutedias digitais (audiovi-sual games e muacutesica) ndash Impactos poliacuteticos econocircmicos e sociaispp17-52 Rio de Janeiro E-papers

                                                    _____ (2007) Linguagens liacutequidas na era da mobilidade Satildeo PauloPaulus

                                                    SANTOS C (2003) Landell de Moura Aspectos relevantes para atrajetoacuteria do reconhecimento Recuperado em 12 de Agosto 2011de httppaginasufrgsbralcarencontros-nacionais-13o-encontro-2005-1Landell20de20Mouradocview

                                                    SEVERINO M amp OLIVEIRA M (2010) Fontes e tecnologias de ge-raccedilatildeo distribuiacuteda para atendimento a comunidades isoladas InABREU Yolanda OLIVEIRA M amp GUERRA M (org) (2010)Energia economia rotas tecnoloacutegicas pp 266-322 MaacutelagaEumedNet

                                                    SILVA B (1998) Educaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Braga Centro de Estudosem Educaccedilatildeo e Psicologia da Universidade do Minho

                                                    SILVA L (2000) Transformaccedilotildees na cultura organizacional Um es-tudo de caso na administraccedilatildeo puacuteblica Recuperado em 15 de Ou-tubro 2011 de httpwwwfafichufmgbr~larpsemanarplucianahtm

                                                    SOARES D (2006) Poder e responsabilidade Recuperado em 10 deNovembro 2011 de httpwwwportalgenscombr

                                                    SURHONE L TIMPLEDON M amp MARSEKEN S (2010) Prosu-mer Saarbruumlcken VDM Verlag

                                                    wwwboccubipt

                                                    A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 31

                                                    STRAUBHAAR J LAROSE R amp DAVENPORT L (2011) MediaNow Understanding Media Culture and Technology BostonWadsworth Publishing

                                                    STRAUBHAAR J amp LAROSE R (2004) Comunicaccedilatildeo miacutedia e tec-nologia Satildeo Paulo Thompson

                                                    TEIXEIRA M (2009) Anaacutelise do uso da raacutedio web como uma inter-face dinamizadora da praacutetica educativa Estudo de Caso da RUM(Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Educaccedilatildeo Aacuterea de Especializaccedilatildeoem Tecnologia Educativa) Braga Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeoem Ciecircncias da Educaccedilatildeo do Instituto de Educaccedilatildeo da Universi-dade do Minho

                                                    TOSSERI O (2011) Gutenberg natildeo inventou a imprensa 2010 Re-cuperado em 5 de Maio 2011 de httpwww2uolcombrhistoriavivaartigosgutenberg_nao_inventou_a_imprensa

                                                    html

                                                    WIMMER R amp DOMINICK J (2011) Mass media research An in-troduction Boston Wadsworth

                                                    wwwboccubipt

                                                    • Introduccedilatildeo
                                                    • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
                                                    • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
                                                      • A Imprensa
                                                      • O Cinema
                                                      • O Telefone
                                                      • O Raacutedio
                                                      • A Televisatildeo
                                                        • As Novas Miacutedias
                                                        • Conclusotildees
                                                        • Agradecimentos
                                                        • Referecircncias

                                                      A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 27

                                                      CAacuteDIMA F (2009) A concentraccedilatildeo dos media o pluralismo e a ex-periecircncia democraacutetica In CARDOSO G CAacuteDIMA F amp CAR-DOSO L (Orgs) (2009) Media redes e comunicaccedilatildeo pp85-110Lisboa Quimera

                                                      CAMOCARDI E amp FLORY S (2003) Estrateacutegias de persuaccedilatildeo emtextos jornaliacutesticos literaacuterios e publicitaacuterios Satildeo Paulo Arte ampCiecircncia Editora

                                                      CARDOSO G (2009) Da comunicaccedilatildeo de massa para a comunicaccedilatildeoem rede In CARDOSO G CAacuteDIMA F amp CARDOSO L(Orgs) (2009) Media redes e comunicaccedilatildeo pp15-54 LisboaQuimera

                                                      CASTELLS M (2010) The rise of the Network Society ndash The informa-tion age Economy society and cultura Malden Wiley-Black-well

                                                      _____ (2009) Communication Power New York Oxford UniversityPress

                                                      CUNHA M (2010) Os jovens e o consumo de miacutedias ndash Surge um novoouvinte In FERRARETO L amp KLOumlCKNER L (org) (2010)E o raacutedio Novos horizontes midiaacuteticos pp 171-186 Porto Ale-gre Edipucs

                                                      _____ REGO A CUNHA R amp CABRAL-CARDOSO C (2003)Manual de comportamento organizacional e gestatildeo Lisboa Edi-tora RH

                                                      CHIAVENATO I (1999) Administraccedilatildeo nos novos tempos Rio deJaneiro Campus

                                                      CLOUTIER J (1973) A new character in education Emerec and hisself-media Montreal Centre audio-visuel da Universiteacute de Mon-treacuteal

                                                      DENICOLI S (2011) TV digital ndash sistemas conceitos e tecnologiacuteasCoimbra Graacutecio Editor

                                                      wwwboccubipt

                                                      28 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                                      FABRIS A (2008) A invenccedilatildeo da fotografia Repercussotildees sociais InFABRIS A (Org) (2008) Fotografia ndash usos e funccedilotildees no seacuteculoXIX pp11-38 Satildeo Paulo EDIUSP

                                                      FIDLER R (1997) Mediamorphosis Understand new media Thou-sand Oaks Pine Forge Press

                                                      FIORELLI M (2010) Interfaces graacuteficas convergentes ndash da escolaalematilde de Bauhaus ao design multimiacutedia Recuperado em 5 deOutubro 2011 de httpwwwintercomorgbrpapersnacionais2010resumosR5-2627-1pdf

                                                      FIORESE V (2005) Wirelless Introduccedilatildeo as redes de telecomuni-caccedilotildees moacuteveis Rio de Janeiro Brasport

                                                      GALLO M amp HANCOCK W (2002) Comunicaccedilatildeo entre computa-dores e tecnologias de rede Satildeo Paulo Thomson

                                                      GOSIOLA V (2008) Roteiro para as novas miacutedias ndash Do cinema agravesmiacutedias interativas Satildeo Paulo SENAC Satildeo Paulo

                                                      JAKOBSON R (2008) Linguiacutestica e comunicaccedilatildeo Satildeo Paulo Cultrix

                                                      JENKINS H (2008) Convergence culture - where old and new mediacollide New York New York University Press

                                                      KATZ H (2004) Media handbook Um guia completo para a eficiecircnciaem media Satildeo Paulo Nobel

                                                      LYRA B (2003) O cinema e o processo da comunicaccedilatildeo In ADAMIAntocircnio HELLER B amp CARDOSO H (2003) (Org) Miacutediacultura comunicaccedilatildeo pp 251-262 Satildeo Paulo Arte e Ciecircncia

                                                      MACQUAIL D (2003) Teoria da comunicaccedilatildeo de massas LisboaFundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian

                                                      _____ (1992) Media performance Mass communication and the pu-blic interest University of Amsterdam Sage Publications

                                                      MACLUHAN M amp POWERS B (1992) The global village Transfor-mations in world life and media in the 21st century UK OxfordUniversity Press

                                                      wwwboccubipt

                                                      A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 29

                                                      MARTINS W (1957) A palavra escrita Satildeo Paulo Editora Anhembi

                                                      MOTTA F amp CALDAS M (1997) Cultura organizacional e culturabrasileira Satildeo Paulo Atlas

                                                      MOSCOVICI F (2002) Desenvolvimento interpessoal Treinamentoem grupo Rio de Janeiro Joseacute Olympio

                                                      NICOLAU M (2010) A busca por uma web semacircntica cognitiva JoatildeoPessoa Revista Temaacutetica ano VII no 7

                                                      PAMPANELLI G (2004) A Evoluccedilatildeo do Telefone e uma Nova Formade Sociabilidade O Flash Mob Razoacuten y Palabra nuacutemero 41 Re-cuperado em 2 de Agosto 2011 de httpwwwrazonypalabraorgmxanterioresn41gazevedohtml

                                                      PIZZOTTI R (2003) Enciclopeacutedia baacutesica da miacutedia eletrocircnica SatildeoPaulo Senac Satildeo Paulo

                                                      POYARES W (1970) Comunicaccedilatildeo Social e Relaccedilotildees Puacuteblicas Riode Janeiro Agir

                                                      RABOY M amp SOLERVINCENS M (2005) Meacutedias In AMBROSIA PEUGEOT V amp PIMIENTA D (2005) Enjeux de mots Re-gards multiculturels sur les socieacuteteacutes de lrsquoinformation pp503-526Paris C amp F Eacuteditions

                                                      RODRIGUES C (2009) Jornalismo participativo um conceito dife-rentes praacuteticas Anaacutelise de casos em Portugal e Espanha Re-cuperado em 25 de Abril 2011 de httpconferencias

                                                      ulusofonaptindexphpsopcom_ibericosopcom_iberico09

                                                      paperviewFile412409

                                                      ROSS J (2007a) Voip ndash Voz sobre IP Rio de Janeiro Antenna EdiccedilotildeesTeacutecnicas

                                                      _____ (2007b) Televisatildeo analoacutegica e digital Rio de Janeiro JulioRoss

                                                      RUIZ A (2003) O modelo de cinema legado pela Vera Cruz InADAMI A HELLER B amp CARDOSO H (Org) (2003) Miacute-dia cultura comunicaccedilatildeo pp17-44 Satildeo Paulo Arte e Ciecircncia

                                                      wwwboccubipt

                                                      30 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                                      SAAD B (2008) Estrateacutegias 20 para a miacutedia digital Internet infor-maccedilatildeo e comunicaccedilatildeo Satildeo Paulo Senac Satildeo Paulo

                                                      SAMPAIO I (2004) Televisatildeo publicidade e infacircncia Fortaleza An-nablume

                                                      SANTAELA L (2008) O impacto das novas miacutedias sobre a cultura InVILLARES FAacuteBIO (org) (2008) Novas miacutedias digitais (audiovi-sual games e muacutesica) ndash Impactos poliacuteticos econocircmicos e sociaispp17-52 Rio de Janeiro E-papers

                                                      _____ (2007) Linguagens liacutequidas na era da mobilidade Satildeo PauloPaulus

                                                      SANTOS C (2003) Landell de Moura Aspectos relevantes para atrajetoacuteria do reconhecimento Recuperado em 12 de Agosto 2011de httppaginasufrgsbralcarencontros-nacionais-13o-encontro-2005-1Landell20de20Mouradocview

                                                      SEVERINO M amp OLIVEIRA M (2010) Fontes e tecnologias de ge-raccedilatildeo distribuiacuteda para atendimento a comunidades isoladas InABREU Yolanda OLIVEIRA M amp GUERRA M (org) (2010)Energia economia rotas tecnoloacutegicas pp 266-322 MaacutelagaEumedNet

                                                      SILVA B (1998) Educaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Braga Centro de Estudosem Educaccedilatildeo e Psicologia da Universidade do Minho

                                                      SILVA L (2000) Transformaccedilotildees na cultura organizacional Um es-tudo de caso na administraccedilatildeo puacuteblica Recuperado em 15 de Ou-tubro 2011 de httpwwwfafichufmgbr~larpsemanarplucianahtm

                                                      SOARES D (2006) Poder e responsabilidade Recuperado em 10 deNovembro 2011 de httpwwwportalgenscombr

                                                      SURHONE L TIMPLEDON M amp MARSEKEN S (2010) Prosu-mer Saarbruumlcken VDM Verlag

                                                      wwwboccubipt

                                                      A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 31

                                                      STRAUBHAAR J LAROSE R amp DAVENPORT L (2011) MediaNow Understanding Media Culture and Technology BostonWadsworth Publishing

                                                      STRAUBHAAR J amp LAROSE R (2004) Comunicaccedilatildeo miacutedia e tec-nologia Satildeo Paulo Thompson

                                                      TEIXEIRA M (2009) Anaacutelise do uso da raacutedio web como uma inter-face dinamizadora da praacutetica educativa Estudo de Caso da RUM(Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Educaccedilatildeo Aacuterea de Especializaccedilatildeoem Tecnologia Educativa) Braga Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeoem Ciecircncias da Educaccedilatildeo do Instituto de Educaccedilatildeo da Universi-dade do Minho

                                                      TOSSERI O (2011) Gutenberg natildeo inventou a imprensa 2010 Re-cuperado em 5 de Maio 2011 de httpwww2uolcombrhistoriavivaartigosgutenberg_nao_inventou_a_imprensa

                                                      html

                                                      WIMMER R amp DOMINICK J (2011) Mass media research An in-troduction Boston Wadsworth

                                                      wwwboccubipt

                                                      • Introduccedilatildeo
                                                      • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
                                                      • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
                                                        • A Imprensa
                                                        • O Cinema
                                                        • O Telefone
                                                        • O Raacutedio
                                                        • A Televisatildeo
                                                          • As Novas Miacutedias
                                                          • Conclusotildees
                                                          • Agradecimentos
                                                          • Referecircncias

                                                        28 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                                        FABRIS A (2008) A invenccedilatildeo da fotografia Repercussotildees sociais InFABRIS A (Org) (2008) Fotografia ndash usos e funccedilotildees no seacuteculoXIX pp11-38 Satildeo Paulo EDIUSP

                                                        FIDLER R (1997) Mediamorphosis Understand new media Thou-sand Oaks Pine Forge Press

                                                        FIORELLI M (2010) Interfaces graacuteficas convergentes ndash da escolaalematilde de Bauhaus ao design multimiacutedia Recuperado em 5 deOutubro 2011 de httpwwwintercomorgbrpapersnacionais2010resumosR5-2627-1pdf

                                                        FIORESE V (2005) Wirelless Introduccedilatildeo as redes de telecomuni-caccedilotildees moacuteveis Rio de Janeiro Brasport

                                                        GALLO M amp HANCOCK W (2002) Comunicaccedilatildeo entre computa-dores e tecnologias de rede Satildeo Paulo Thomson

                                                        GOSIOLA V (2008) Roteiro para as novas miacutedias ndash Do cinema agravesmiacutedias interativas Satildeo Paulo SENAC Satildeo Paulo

                                                        JAKOBSON R (2008) Linguiacutestica e comunicaccedilatildeo Satildeo Paulo Cultrix

                                                        JENKINS H (2008) Convergence culture - where old and new mediacollide New York New York University Press

                                                        KATZ H (2004) Media handbook Um guia completo para a eficiecircnciaem media Satildeo Paulo Nobel

                                                        LYRA B (2003) O cinema e o processo da comunicaccedilatildeo In ADAMIAntocircnio HELLER B amp CARDOSO H (2003) (Org) Miacutediacultura comunicaccedilatildeo pp 251-262 Satildeo Paulo Arte e Ciecircncia

                                                        MACQUAIL D (2003) Teoria da comunicaccedilatildeo de massas LisboaFundaccedilatildeo Calouste Gulbenkian

                                                        _____ (1992) Media performance Mass communication and the pu-blic interest University of Amsterdam Sage Publications

                                                        MACLUHAN M amp POWERS B (1992) The global village Transfor-mations in world life and media in the 21st century UK OxfordUniversity Press

                                                        wwwboccubipt

                                                        A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 29

                                                        MARTINS W (1957) A palavra escrita Satildeo Paulo Editora Anhembi

                                                        MOTTA F amp CALDAS M (1997) Cultura organizacional e culturabrasileira Satildeo Paulo Atlas

                                                        MOSCOVICI F (2002) Desenvolvimento interpessoal Treinamentoem grupo Rio de Janeiro Joseacute Olympio

                                                        NICOLAU M (2010) A busca por uma web semacircntica cognitiva JoatildeoPessoa Revista Temaacutetica ano VII no 7

                                                        PAMPANELLI G (2004) A Evoluccedilatildeo do Telefone e uma Nova Formade Sociabilidade O Flash Mob Razoacuten y Palabra nuacutemero 41 Re-cuperado em 2 de Agosto 2011 de httpwwwrazonypalabraorgmxanterioresn41gazevedohtml

                                                        PIZZOTTI R (2003) Enciclopeacutedia baacutesica da miacutedia eletrocircnica SatildeoPaulo Senac Satildeo Paulo

                                                        POYARES W (1970) Comunicaccedilatildeo Social e Relaccedilotildees Puacuteblicas Riode Janeiro Agir

                                                        RABOY M amp SOLERVINCENS M (2005) Meacutedias In AMBROSIA PEUGEOT V amp PIMIENTA D (2005) Enjeux de mots Re-gards multiculturels sur les socieacuteteacutes de lrsquoinformation pp503-526Paris C amp F Eacuteditions

                                                        RODRIGUES C (2009) Jornalismo participativo um conceito dife-rentes praacuteticas Anaacutelise de casos em Portugal e Espanha Re-cuperado em 25 de Abril 2011 de httpconferencias

                                                        ulusofonaptindexphpsopcom_ibericosopcom_iberico09

                                                        paperviewFile412409

                                                        ROSS J (2007a) Voip ndash Voz sobre IP Rio de Janeiro Antenna EdiccedilotildeesTeacutecnicas

                                                        _____ (2007b) Televisatildeo analoacutegica e digital Rio de Janeiro JulioRoss

                                                        RUIZ A (2003) O modelo de cinema legado pela Vera Cruz InADAMI A HELLER B amp CARDOSO H (Org) (2003) Miacute-dia cultura comunicaccedilatildeo pp17-44 Satildeo Paulo Arte e Ciecircncia

                                                        wwwboccubipt

                                                        30 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                                        SAAD B (2008) Estrateacutegias 20 para a miacutedia digital Internet infor-maccedilatildeo e comunicaccedilatildeo Satildeo Paulo Senac Satildeo Paulo

                                                        SAMPAIO I (2004) Televisatildeo publicidade e infacircncia Fortaleza An-nablume

                                                        SANTAELA L (2008) O impacto das novas miacutedias sobre a cultura InVILLARES FAacuteBIO (org) (2008) Novas miacutedias digitais (audiovi-sual games e muacutesica) ndash Impactos poliacuteticos econocircmicos e sociaispp17-52 Rio de Janeiro E-papers

                                                        _____ (2007) Linguagens liacutequidas na era da mobilidade Satildeo PauloPaulus

                                                        SANTOS C (2003) Landell de Moura Aspectos relevantes para atrajetoacuteria do reconhecimento Recuperado em 12 de Agosto 2011de httppaginasufrgsbralcarencontros-nacionais-13o-encontro-2005-1Landell20de20Mouradocview

                                                        SEVERINO M amp OLIVEIRA M (2010) Fontes e tecnologias de ge-raccedilatildeo distribuiacuteda para atendimento a comunidades isoladas InABREU Yolanda OLIVEIRA M amp GUERRA M (org) (2010)Energia economia rotas tecnoloacutegicas pp 266-322 MaacutelagaEumedNet

                                                        SILVA B (1998) Educaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Braga Centro de Estudosem Educaccedilatildeo e Psicologia da Universidade do Minho

                                                        SILVA L (2000) Transformaccedilotildees na cultura organizacional Um es-tudo de caso na administraccedilatildeo puacuteblica Recuperado em 15 de Ou-tubro 2011 de httpwwwfafichufmgbr~larpsemanarplucianahtm

                                                        SOARES D (2006) Poder e responsabilidade Recuperado em 10 deNovembro 2011 de httpwwwportalgenscombr

                                                        SURHONE L TIMPLEDON M amp MARSEKEN S (2010) Prosu-mer Saarbruumlcken VDM Verlag

                                                        wwwboccubipt

                                                        A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 31

                                                        STRAUBHAAR J LAROSE R amp DAVENPORT L (2011) MediaNow Understanding Media Culture and Technology BostonWadsworth Publishing

                                                        STRAUBHAAR J amp LAROSE R (2004) Comunicaccedilatildeo miacutedia e tec-nologia Satildeo Paulo Thompson

                                                        TEIXEIRA M (2009) Anaacutelise do uso da raacutedio web como uma inter-face dinamizadora da praacutetica educativa Estudo de Caso da RUM(Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Educaccedilatildeo Aacuterea de Especializaccedilatildeoem Tecnologia Educativa) Braga Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeoem Ciecircncias da Educaccedilatildeo do Instituto de Educaccedilatildeo da Universi-dade do Minho

                                                        TOSSERI O (2011) Gutenberg natildeo inventou a imprensa 2010 Re-cuperado em 5 de Maio 2011 de httpwww2uolcombrhistoriavivaartigosgutenberg_nao_inventou_a_imprensa

                                                        html

                                                        WIMMER R amp DOMINICK J (2011) Mass media research An in-troduction Boston Wadsworth

                                                        wwwboccubipt

                                                        • Introduccedilatildeo
                                                        • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
                                                        • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
                                                          • A Imprensa
                                                          • O Cinema
                                                          • O Telefone
                                                          • O Raacutedio
                                                          • A Televisatildeo
                                                            • As Novas Miacutedias
                                                            • Conclusotildees
                                                            • Agradecimentos
                                                            • Referecircncias

                                                          A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 29

                                                          MARTINS W (1957) A palavra escrita Satildeo Paulo Editora Anhembi

                                                          MOTTA F amp CALDAS M (1997) Cultura organizacional e culturabrasileira Satildeo Paulo Atlas

                                                          MOSCOVICI F (2002) Desenvolvimento interpessoal Treinamentoem grupo Rio de Janeiro Joseacute Olympio

                                                          NICOLAU M (2010) A busca por uma web semacircntica cognitiva JoatildeoPessoa Revista Temaacutetica ano VII no 7

                                                          PAMPANELLI G (2004) A Evoluccedilatildeo do Telefone e uma Nova Formade Sociabilidade O Flash Mob Razoacuten y Palabra nuacutemero 41 Re-cuperado em 2 de Agosto 2011 de httpwwwrazonypalabraorgmxanterioresn41gazevedohtml

                                                          PIZZOTTI R (2003) Enciclopeacutedia baacutesica da miacutedia eletrocircnica SatildeoPaulo Senac Satildeo Paulo

                                                          POYARES W (1970) Comunicaccedilatildeo Social e Relaccedilotildees Puacuteblicas Riode Janeiro Agir

                                                          RABOY M amp SOLERVINCENS M (2005) Meacutedias In AMBROSIA PEUGEOT V amp PIMIENTA D (2005) Enjeux de mots Re-gards multiculturels sur les socieacuteteacutes de lrsquoinformation pp503-526Paris C amp F Eacuteditions

                                                          RODRIGUES C (2009) Jornalismo participativo um conceito dife-rentes praacuteticas Anaacutelise de casos em Portugal e Espanha Re-cuperado em 25 de Abril 2011 de httpconferencias

                                                          ulusofonaptindexphpsopcom_ibericosopcom_iberico09

                                                          paperviewFile412409

                                                          ROSS J (2007a) Voip ndash Voz sobre IP Rio de Janeiro Antenna EdiccedilotildeesTeacutecnicas

                                                          _____ (2007b) Televisatildeo analoacutegica e digital Rio de Janeiro JulioRoss

                                                          RUIZ A (2003) O modelo de cinema legado pela Vera Cruz InADAMI A HELLER B amp CARDOSO H (Org) (2003) Miacute-dia cultura comunicaccedilatildeo pp17-44 Satildeo Paulo Arte e Ciecircncia

                                                          wwwboccubipt

                                                          30 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                                          SAAD B (2008) Estrateacutegias 20 para a miacutedia digital Internet infor-maccedilatildeo e comunicaccedilatildeo Satildeo Paulo Senac Satildeo Paulo

                                                          SAMPAIO I (2004) Televisatildeo publicidade e infacircncia Fortaleza An-nablume

                                                          SANTAELA L (2008) O impacto das novas miacutedias sobre a cultura InVILLARES FAacuteBIO (org) (2008) Novas miacutedias digitais (audiovi-sual games e muacutesica) ndash Impactos poliacuteticos econocircmicos e sociaispp17-52 Rio de Janeiro E-papers

                                                          _____ (2007) Linguagens liacutequidas na era da mobilidade Satildeo PauloPaulus

                                                          SANTOS C (2003) Landell de Moura Aspectos relevantes para atrajetoacuteria do reconhecimento Recuperado em 12 de Agosto 2011de httppaginasufrgsbralcarencontros-nacionais-13o-encontro-2005-1Landell20de20Mouradocview

                                                          SEVERINO M amp OLIVEIRA M (2010) Fontes e tecnologias de ge-raccedilatildeo distribuiacuteda para atendimento a comunidades isoladas InABREU Yolanda OLIVEIRA M amp GUERRA M (org) (2010)Energia economia rotas tecnoloacutegicas pp 266-322 MaacutelagaEumedNet

                                                          SILVA B (1998) Educaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Braga Centro de Estudosem Educaccedilatildeo e Psicologia da Universidade do Minho

                                                          SILVA L (2000) Transformaccedilotildees na cultura organizacional Um es-tudo de caso na administraccedilatildeo puacuteblica Recuperado em 15 de Ou-tubro 2011 de httpwwwfafichufmgbr~larpsemanarplucianahtm

                                                          SOARES D (2006) Poder e responsabilidade Recuperado em 10 deNovembro 2011 de httpwwwportalgenscombr

                                                          SURHONE L TIMPLEDON M amp MARSEKEN S (2010) Prosu-mer Saarbruumlcken VDM Verlag

                                                          wwwboccubipt

                                                          A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 31

                                                          STRAUBHAAR J LAROSE R amp DAVENPORT L (2011) MediaNow Understanding Media Culture and Technology BostonWadsworth Publishing

                                                          STRAUBHAAR J amp LAROSE R (2004) Comunicaccedilatildeo miacutedia e tec-nologia Satildeo Paulo Thompson

                                                          TEIXEIRA M (2009) Anaacutelise do uso da raacutedio web como uma inter-face dinamizadora da praacutetica educativa Estudo de Caso da RUM(Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Educaccedilatildeo Aacuterea de Especializaccedilatildeoem Tecnologia Educativa) Braga Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeoem Ciecircncias da Educaccedilatildeo do Instituto de Educaccedilatildeo da Universi-dade do Minho

                                                          TOSSERI O (2011) Gutenberg natildeo inventou a imprensa 2010 Re-cuperado em 5 de Maio 2011 de httpwww2uolcombrhistoriavivaartigosgutenberg_nao_inventou_a_imprensa

                                                          html

                                                          WIMMER R amp DOMINICK J (2011) Mass media research An in-troduction Boston Wadsworth

                                                          wwwboccubipt

                                                          • Introduccedilatildeo
                                                          • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
                                                          • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
                                                            • A Imprensa
                                                            • O Cinema
                                                            • O Telefone
                                                            • O Raacutedio
                                                            • A Televisatildeo
                                                              • As Novas Miacutedias
                                                              • Conclusotildees
                                                              • Agradecimentos
                                                              • Referecircncias

                                                            30 Marcelo Mendonccedila Teixeira

                                                            SAAD B (2008) Estrateacutegias 20 para a miacutedia digital Internet infor-maccedilatildeo e comunicaccedilatildeo Satildeo Paulo Senac Satildeo Paulo

                                                            SAMPAIO I (2004) Televisatildeo publicidade e infacircncia Fortaleza An-nablume

                                                            SANTAELA L (2008) O impacto das novas miacutedias sobre a cultura InVILLARES FAacuteBIO (org) (2008) Novas miacutedias digitais (audiovi-sual games e muacutesica) ndash Impactos poliacuteticos econocircmicos e sociaispp17-52 Rio de Janeiro E-papers

                                                            _____ (2007) Linguagens liacutequidas na era da mobilidade Satildeo PauloPaulus

                                                            SANTOS C (2003) Landell de Moura Aspectos relevantes para atrajetoacuteria do reconhecimento Recuperado em 12 de Agosto 2011de httppaginasufrgsbralcarencontros-nacionais-13o-encontro-2005-1Landell20de20Mouradocview

                                                            SEVERINO M amp OLIVEIRA M (2010) Fontes e tecnologias de ge-raccedilatildeo distribuiacuteda para atendimento a comunidades isoladas InABREU Yolanda OLIVEIRA M amp GUERRA M (org) (2010)Energia economia rotas tecnoloacutegicas pp 266-322 MaacutelagaEumedNet

                                                            SILVA B (1998) Educaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo Braga Centro de Estudosem Educaccedilatildeo e Psicologia da Universidade do Minho

                                                            SILVA L (2000) Transformaccedilotildees na cultura organizacional Um es-tudo de caso na administraccedilatildeo puacuteblica Recuperado em 15 de Ou-tubro 2011 de httpwwwfafichufmgbr~larpsemanarplucianahtm

                                                            SOARES D (2006) Poder e responsabilidade Recuperado em 10 deNovembro 2011 de httpwwwportalgenscombr

                                                            SURHONE L TIMPLEDON M amp MARSEKEN S (2010) Prosu-mer Saarbruumlcken VDM Verlag

                                                            wwwboccubipt

                                                            A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 31

                                                            STRAUBHAAR J LAROSE R amp DAVENPORT L (2011) MediaNow Understanding Media Culture and Technology BostonWadsworth Publishing

                                                            STRAUBHAAR J amp LAROSE R (2004) Comunicaccedilatildeo miacutedia e tec-nologia Satildeo Paulo Thompson

                                                            TEIXEIRA M (2009) Anaacutelise do uso da raacutedio web como uma inter-face dinamizadora da praacutetica educativa Estudo de Caso da RUM(Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Educaccedilatildeo Aacuterea de Especializaccedilatildeoem Tecnologia Educativa) Braga Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeoem Ciecircncias da Educaccedilatildeo do Instituto de Educaccedilatildeo da Universi-dade do Minho

                                                            TOSSERI O (2011) Gutenberg natildeo inventou a imprensa 2010 Re-cuperado em 5 de Maio 2011 de httpwww2uolcombrhistoriavivaartigosgutenberg_nao_inventou_a_imprensa

                                                            html

                                                            WIMMER R amp DOMINICK J (2011) Mass media research An in-troduction Boston Wadsworth

                                                            wwwboccubipt

                                                            • Introduccedilatildeo
                                                            • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
                                                            • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
                                                              • A Imprensa
                                                              • O Cinema
                                                              • O Telefone
                                                              • O Raacutedio
                                                              • A Televisatildeo
                                                                • As Novas Miacutedias
                                                                • Conclusotildees
                                                                • Agradecimentos
                                                                • Referecircncias

                                                              A Comunicaccedilatildeo na Sociedade da Informaccedilatildeo 31

                                                              STRAUBHAAR J LAROSE R amp DAVENPORT L (2011) MediaNow Understanding Media Culture and Technology BostonWadsworth Publishing

                                                              STRAUBHAAR J amp LAROSE R (2004) Comunicaccedilatildeo miacutedia e tec-nologia Satildeo Paulo Thompson

                                                              TEIXEIRA M (2009) Anaacutelise do uso da raacutedio web como uma inter-face dinamizadora da praacutetica educativa Estudo de Caso da RUM(Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Educaccedilatildeo Aacuterea de Especializaccedilatildeoem Tecnologia Educativa) Braga Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeoem Ciecircncias da Educaccedilatildeo do Instituto de Educaccedilatildeo da Universi-dade do Minho

                                                              TOSSERI O (2011) Gutenberg natildeo inventou a imprensa 2010 Re-cuperado em 5 de Maio 2011 de httpwww2uolcombrhistoriavivaartigosgutenberg_nao_inventou_a_imprensa

                                                              html

                                                              WIMMER R amp DOMINICK J (2011) Mass media research An in-troduction Boston Wadsworth

                                                              wwwboccubipt

                                                              • Introduccedilatildeo
                                                              • Comunicaccedilatildeo O Estado da Arte
                                                              • Os Tipos de Comunicaccedilatildeo
                                                                • A Imprensa
                                                                • O Cinema
                                                                • O Telefone
                                                                • O Raacutedio
                                                                • A Televisatildeo
                                                                  • As Novas Miacutedias
                                                                  • Conclusotildees
                                                                  • Agradecimentos
                                                                  • Referecircncias

                                                                top related