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libretoSURFANDO NA MARQUISE
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Em 1954, quando o parque Ibirapuera foi inaugurado, So Paulo viviaa euforia do seu ivCentenrio, que coincidia com a poca de ourodo desenvolvimentismo. Era a cidade que no podia parar, o maiorcentro industrial da Amrica do Sul, locomotiva do Brasil, na visoufanista que valorizava os bandeirantes.
Neste contexto, a implantao do parque representou um marco
que associava a modernidade da arquitetura ao resgate da natu-reza, numa metrpole que se tornava cada vez mais cinza e duracomo o concreto.
O que nos encanta no Ibirapuera e o diferencia numa cidade tocarente de espaos pblicos a capacidade de seus criadores, lidera-dos pelo arquiteto Oscar Niemeyer e com a importante participao dopaisagista Burle Marx, de associar uma grande rea verde, repletade opes de recreao, com um dos mais completos conjuntos dearquitetura moderna do pas.
O prdio da Bienal no ano da
inaugurao do parque, em 1954
O parque foi uma resposta coerente para a metrpole em cresci-mento, que requeria lugares para o lazer e a cultura. Ao longo de maisde cinqenta anos de histria, muitos artistas, intelectuais e arquitetosdeixaram sua marca no local. Alguns criaram e recriaram os espaosarquitetnicos, como Lina Bo Bardi e Paulo Mendes da Rocha, outrosos povoaram com obras de vanguarda. A Bienal, idealizada por Ciccillo
Matarazzo, tornou-se uma das mais notveis mostras de arte do mundo,onde mais de 10mil artistas de quase 150pases contriburam para fazerde So Paulo o mais importante plo cultural do Hemisfrio Sul.
Os edifcios foram interligados pela sinuosa e elegante marquise,que criou uma indita relao entre as construes e a rea livre,rompendo a tradicional oposio entre a vastido da natureza e asuperocupao das metrpoles. Poucos so os espaos urbanos, so-bretudo no Brasil, em que o moderno e o meio natural dialogam demaneira to perfeita.
nabil bonduki, arquiteto e professor da fau-usp
vOcAO MODERNIStA
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[inaugurado em 2005]
AUDItRIO IbIRApUERA[2005]
portes 1 | 2
Av. Pedro lvares Cabral
OcA[1954]A semelhana com o formato da tradicional morada indgena rendeuao pavilho Governador Lucas Nogueira Garcez, um enorme domobranco rodeado por escotilhas, o nome popular de Oca. No interior,rampas curvilneas levam aos pavimentos onde ocorrem exposiestemporrias. Inaugurado no mesmo ano do parque, o espao j abri-gou o Museu da Aeronutica e o Museu do Folclore. Permaneceu
fechado por catorze anos e foi reaberto em 2000, aps reforma doarquiteto Paulo Mendes da Rocha. J recebeu exposies importan-tes como Picasso na Oca (2004), que reuniu mais de cem obras doartista e atraiu 840mil visitantes.
Horrio de funcionamento varia de acordo com a programao;Tel. [11]5572-0985
Nossa visita comea no prdio mais novo do parque. Apesar deintegrar o projeto original (1953) do arquiteto Oscar Niemeyer, o
auditrio s comeou a ser construdo para as comemoraes dos450anos da cidade (2004) e foi inaugurado um ano depois, comconcerto do pianista Marcelo Bratke, interpretando as BachianasBrasileirasde Heitor Villa-Lobos. Hoje um dos melhores espaospara shows de So Paulo, com boa acstica e conforto para o p-blico. O prdio, em formato de cunha, destaca-se pela marquisevermelha na entrada principal, a escultura Labareda, tambmdo arquiteto. Outra peculiaridade: uma abertura de vinte metrosatrs do palco possibilita a realizao de shows ao ar livre paraat 15mil pessoas. No foyer, uma gigantesca escultura de gesso deTomie Ohtake espalha-se pelas paredes e pelo forro. Ali funcionatambm uma escola de msica para jovens e crianas.
Ter. a qui., 9h/18h; sex. e sb., 9h/21h, dom., 9h/18h;Tel. [11] 3629-1075; www.auditorioibirapuera.com.br
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Onde ser que mora a arte, dentro ou fora do mam? Primeiro museude arte moderna da Amrica Latina, essa instituio concebida porCiccillo Matarazzo se notabilizou, com o prdio projetado por LinaBo Bardi, pela democratizao da experincia artstica. Com fa-chada toda de vidro, recurso tambm empregado pela arquiteta nomasp, seu prdio mais famoso, o museu permite que os freqentado-res do Ibirapuera aproveitem uma boa seleo de obras de artetanto do lado de dentro como de fora. Em frente ao mam, por exem-plo, fica o chamado Jardim de Esculturas, com peas de alguns dos
nomes mais representativos da arte moderna e contemporneabrasileira, como Nuno Ramos e Amilcar de Castro. E aquela escultu-rona de longas patas escuras que fica dentro de uma espcie de aqu-rio de vidro? a Aranha, obra de uma das artistas mais importantes domundo, a norte-americana Louise Bourgeois, de 97anos. L dentrodo mam possvel ver exposies igualmente marcantes de artistasnacionais e de estrangeiros, contemporneos, como o alemo An-selm Kiefer, ou modernos, como Marcel Duchamp. O museu tambmfaz exposies com obras de seu vasto acervo, com mais de 5milpeas. Quem passa do lado de fora pode espiar parte dessas mos-tras. Quem est dentro, seja tomando um caf no agradvel restau-rante envidraado, seja nas duas salas de exposio, tambm podeolhar os freqentadores do parque passeando, andando de skate e
bicicleta, tomando sorvete, vivendo, enfim, as artes do cotidiano.
Ter. a dom. e feriados, 10h/18h; tel. [11]5085-1300; www.mam.org.br
mam[1969]
porto 3a
Av. Pedro lvares Cabral
louise bourgeois
Aranha,1996
Louise Bourgeois, Marie-Laure Bernadac e Hans-Ulrich Obrist,
Louise Bourgeois destruio do pai, reconstruo do pai, 2001
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Onde ser que mora a arte, dentro ou fora do mam? Primeiro museude arte moderna da Amrica Latina, essa instituio concebida porCiccillo Matarazzo se notabilizou, com o prdio projetado por LinaBo Bardi, pela democratizao da experincia artstica. Com fa-chada toda de vidro, recurso tambm empregado pela arquiteta nomasp, seu prdio mais famoso, o museu permite que os freqentado-res do Ibirapuera aproveitem uma boa seleo de obras de artetanto do lado de dentro como de fora. Em frente ao mam, por exem-plo, fica o chamado Jardim de Esculturas, com peas de alguns dosnomes mais representativos da arte moderna e contemporneabrasileira, como Nuno Ramos e Amilcar de Castro. E aquela escultu-rona de longas patas escuras que fica dentro de uma espcie de aqu-rio de vidro? a Aranha, obra de uma das artistas mais importantes domundo, a norte-americana Louise Bourgeois, de 97anos. L dentrodomam possvel ver exposies igualmente marcantes de artistasnacionais e de estrangeiros, contemporneos, como o alemo An-selm Kiefer, ou modernos, como Marcel Duchamp. O museu tambmfaz exposies com obras de seu vasto acervo, com mais de 5milpeas. Quem passa do lado de fora pode espiar parte dessas mos-tras. Quem est dentro, seja tomando um caf no agradvel restau-rante envidraado, seja nas duas salas de exposio, tambm podeolhar os freqentadores do parque passeando, andando de skate e
bicicleta, tomando sorvete, vivendo, enfim, as artes do cotidiano.
Ter. a dom. e feriados, 10h/18h; tel. [11]5085-1300; www.mam.org.br
mam [1969]
porto 3a
Av. Pedro lvares Cabral
louise bourgeois
Aranha,1996
Louise Bourgeois, Marie-Laure Bernadac e Hans-Ulrich Obrist,
Louise Bourgeois destruio do pai, reconstruo do pai, 2001
anita malfatti
Sem ttulo, 1917
destaques do acervo(indicaes do museu)
rosngela renn
Bibliotheca, 2002
alberto guignard
Sem ttulo,1949
cildo meireles
Inmensa, 1982
geraldo de barros
Sem ttulo, 1951
tunga
Escalpe,1984
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Na concepo modernista do parque, arte democra-
tizao. Este grande pavilho representa o desejo de
multides interessadas pela arte, esteja ela em uma ex-
posio internacional, um desfile de moda ou uma Bie-
nal de arquitetura.
O pavilho Ciccillo Matarazzo nome oficial do pr-
dio abriga a Bienal Internacional de So Paulo desde
a sua quarta edio, que contou com a participao
de 48pases, quase setecentos artistas e cerca de 3
mil obras. A imponente construo possui janelas de
vidro em todas as faces com brise-soleil , interior am-
plo, com marquises sinuosas e p-direito de quase oito
metros de altura. No arquivo histrico Wanda Svevo,
pesquisadores tm acesso a material iconogrfico e
documental dos eventos que aconteceram ali.
Todos os dias, 8h/20h; tel. [11]5576-7600;
www.bienalsaopaulo.org.br
pavilho da bienal[1957]
[...] Igualmente marcante foi o encontro com a arquitetura de
Oscar Niemeyer, no parque Ibirapuera, construdo para os fes-
tejos do ivCentenrio de So Paulo, em 1954. Durante todo
esse ano, freqentamos semanalmente o parque, seus jardins,
os espaos generosos e inusitados da marquise e dos pavilhes.
Lembro-me de um show dos Demnios da Garoa cantando Ado-
niran Barbosa, num domingo tarde, na marquise. (...)
No Palcio das Indstrias, hoje Pavilho da Bienal, qual
no foi a sensao quando, pela primeira vez, chegamos ao
espao central, com o maravilhoso jogo de rampas ascenden-
tes. Minha me chorou de emoo.
Oscar Niemeyer tornou-se um mito para mim, naquela poca
com dez anos de idade. Era como um super-heri do cinema ou
das histrias em quadrinhos. Como um craque da seleo bra-
sileira de futebol. [...]
marcos acayaba, arquiteto
Marcos Acayaba, Marcos Acayaba, 2007
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pavilho da bienal[1957]
principais eventos
Bienal Internacional de Artes de So Paulo: reali-
zada atualmente nos anos pares, projetou o pas
no circuito mundial das artes plsticas. Inspirada
na Bienal de Veneza, a primeira edio, realizada no
mamem 1951, recebeu mais de 100mil visitantes e
1800obras de artistas como Alberto Giacometti,
Alexander Calder e Victor Brecheret. Na segunda
edio, o grande destaque foi a tela Guernica
(1937), de Pablo Picasso. Em 2008, o evento che-
gou 28. edio, acumula ndo, ao longo dos anos,
a participao de artistas de mais de 140pases.
Bienal de Arquitetura:nos anos mpares, tem por ob-
jetivo promover debates entre os arquitetos e repen-
sar as polticas de desenvolvimento urbano no Brasil.
So Paulo Fashion Week:mais importante encon-
tro da moda brasileira (em janeiro e junho), com
desfiles de vrias marcas e estilistas.
sp arte: nesta feira anual, galerias expem im-
portantes obras modernas e contemporneas de
artistas brasileiros e estrangeiros.
Na concepo modernista do parque, arte democra-
tizao. Este grande pavilho representa o desejo de
multides interessadas pela arte, esteja ela em uma ex-
posio internacional, um desfile de moda ou uma Bie-
nal de arquitetura.O pavilho Ciccillo Matarazzo nome oficial do pr-
dio abriga a Bienal Internacional de So Paulo desde
a sua quarta edio, que contou com a participao
de 48pases, quase setecentos artistas e cerca de 3
mil obras. A imponente construo possui janelas de
vidro em todas as faces com brise-soleil , interior am-
plo, com marquises sinuosas e p-direito de quase oito
metros de altura. No arquivo histrico Wanda Svevo,
pesquisadores tm acesso a material iconogrfico e
documental dos eventos que aconteceram ali.
Todos os dias, 8h/20h; tel. [11]5576-7600;
www.bienalsaopaulo.org.br
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Nesta segunda parte de nossa visita, aps conhecer as grandes cons-trues arquitetnicas, passamos para uma outra marca do parque:o compromisso com a natureza. Seja na escola, na Universidade emesmo na prtica, esses locais garantem uma profisso, formam pes-quisadores e militantes do verde.
Esoa de Jardinaem [1975]
Os cursos, com lista de espera mnima de dez meses, ensinam tcnicasbsicas de jardinagem, paisagismo e preservao do meio ambiente.Muitos dos jardineiros do Ibirapuera se formaram ali.
Administrao: seg. a sex., 9h/12h e 13h/16h;
Tel. [11]5574-0705
umaaz [2006]Universidade Aberta do Meio Ambiente e da Cultura de Paz
Centro de estudos e cursos abertos e gratuitos sobre o meio ambientee a convivncia socioambiental. As atividades incluem trilha pelo par-que, danas, confeco de instrumentos musicais e mscaras. H pro-gramao especial para os jovens. A biblioteca a primeira municipal
especializada em meio ambiente, com acervo de 2mil ttulos.
Seg. a sex., 8h/17h;Tel. [11]5572-1004/ 8037
herrio [1984]
Se encontrar uma planta desconhecida, voc pode lev-laao herbrio municipal para identificao. L, bilogos tra-balham na catalogao botnica, auxiliam na escolha dasplantas adequadas a cada ambiente e analisam a vegeta-o de reas de soltura de animais silvestres.
Seg. a sex., 9h/12h e 13h/16h;Tel.[11]5574-6201
portes 4 | 5Av. ivCentenrio
porto 7aAv. ivCentenrio
porto 7aAv. ivCentenrio
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porto 7Av. Repblica do Lbano
portes 8 | 9a | 9Av. Repblica do Lbano / Av. Pedro lvares Cabral
paio Jaons [1954]
Rplica do Palcio Katsura, da cidade de Kyoto, o edifcio principal,
suspenso por palafitas, d acesso ao salo de exposio, onde hexemplares da arte japonesa, alguns do sculo xi: biombos, vasos, ar-maduras, espadas, pinturas e cermicas. Semanalmente realizada atradicional cerimnia do ch. No entorno, tanque com carpas coloridase jardins orientais convidam contemplao. Na entrada, um belo pde sakur (cerejeira) d as boas-vindas aos visitantes.
Qua., sb., dom. e feriados, 10h/12h; 13h/17h;Tel. [11]5081-7296
panerio [1957]
O primeiro planetrio do Brasil recebe hoje cerca de 100mil pes-soas ao ano. O prdio tem formato de disco voador. Fechado parareforma por sete anos, foi reaberto em 2006, com equipamentosmodernos: projeta o cu visto de qualquer ponto do sistema solar,de milhes de anos atrs e tambm de simulaes do futuro. Ao lado,funciona a Escola Municipal de Astrofsica. H tambm bibliotecaespecializada, observaes com telescpio e sarau astronmico.
Sb., dom. e feriados; tel. [11]5575-5425
Marc McCutcheon, A menina que batizou um planeta, 2005
Otavio Frias Filho, Tutankaton, 1991
vieiro Manequino loes [1992]
Em uma rea de 48mil metros quadrados, o viveiro produz cerca
de 500mil mudas de 140espcies, sobretudo herbceas, para ar-borizao de ruas, praas, escolas e outras reas verdes de SoPaulo. considerado o embrio do parque (ver pgina 21) e hojecultiva pau-brasil, ip-rosa, pau-jacar, pau-ferro, magnlia, canela,entre outras plantas. Em funcionamento desde 1938, foi incorpo-rado ao parque em 1992, com projeto de Burle Marx.
Todos os dias, 7h/17h; tel. [11]3887-7723/ 3887-6761
bosque da leiura [1993]
Disponibiliza aos freqentadores jornais, revistas, gibis e livros. sescolher um ttulo e a sombra de uma rvore. Se der sorte, pode
assistir a contaes de histrias, saraus e apresentaes musicais.
Dom., 10h/16h
raa da az [1972]
A praa da Paz foi idealizada como um espao de meditao erelaxamento. Ao redor dela, h rvores originrias de diversospases do mundo, numa aluso unio entre os povos. Plantadaspor representantes internacionais, a terra veio de vrios estadosbrasileiros, e a gua, da mistura de amostras dos principais riosdo pas.
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porto 10Av. Pedro lvares Cabral
Museu Afro brasi [2004]
Museu dedicado a manter vivas a cultura e as influnciasafricanas no Brasil. So mais de 3mil obras pinturas,fotografias, gravuras, cermicas, argilas, vestimentas, li-vros, arquivos digitais e documentos do sculo xviaosdias atuais. Oferece cursos e seminrios para educadores.Realiza exposies temporrias, lanamentos de livros,sesses de filmes e debates. Visitas monitoradas podem seragendadas por telefone.
Ter. a dom., 10h/17h; tel. 5579-0593;www.museuafrobrasil.com.br
Reginaldo Prandi, Os prncipes do destino, 2001
Nada melhor do que o verde em volta para falar do universodos Deuses africanos, j que eles prprios convivem semprecom a natureza. As obras dos pintores negros dos sculosxixe xxmerecem sempre um olhar profundo pela sua be-leza e pelo sofrimento que representam.
emanoel araujo
desaques do aero
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rubem valentimSrieEmblemas, dcada de 1980
mestre didiDan a serpente doalm, dcada de 1990
heitor dosprazeresSem ttulo, 1968
arthur timtheoMenino, 1918
agnaldo manoeldos santosMscara, dcada de 1950
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Monumento s Bandeiras [1953]Idealizado por Menotti del Picchia, Oswald de
Andrade e Monteiro Lobato em 1920, s comeou aser construdo em 1936. Era comum encontrar VictorBrecheret trabalhando na obra na praa onde estinstalada. Com 44metros de comprimento, onze de
altura e 240blocos de granito, a esculturamodernista retrata
uma expediobandeirante, com
portugueses, ndios,negros e mamelucos.A escultura ganhouapelidos carinhosos
dos paulistanos, como"deixa que eu empurro".
Cinemateca Brasileira[1940]Dentro do projeto de incluir So Paulo no circuitocultural, a cinemateca possui um amplo acervovoltado sobretudo filmografia brasileira, alm dedocumentos, livros, revistas, roteiros, fotografiase cartazes de filmes. Foi concebida em 1940por
Paulo Emlio Sales Gomes, Dcio de Almeida Pradoe Antonio Candido,para preservar erestaurar a produoaudiovisual brasileira.Desde 1992fica noantigo MatadouroMunicipal, edifcio dosculo xix. Promoveexibies de filmes,mostras e palestras.
Ginsio do
Ibirapuera [1957]O Ginsio GeraldoJos de Almeida considerado umadas principais arenasesportivas do pas,com capacidade para20mil espectadores,e localiza-se noComplexo Desportivo
Constncio Vaz Guimares. J abrigou importantes
eventos culturais e esportivos, entre eles, a LigaMundial de Vlei e a Copa do Mundo de Ginstica.Em 2005, o ginsio foi fechado por falta desegurana nas instalaes.
Mausolu ao Soldado
Constitucionalista
de 1932 [1955]
Concebido peloescultor italiano
Galileo Emendabiliem 1934, conhecido
como Obelisco doIbirapuera ou dos
Heris. Inauguradoparcialmente em 1955,
s foi concludo em 1970. Uma cripta em formato
de cruz grega guarda um mausolu com os restosmortais de 713combatentes da revoluo de 1932.
Com 72metros de altura, revestido em mrmoreimportado da Itlia. Est fechado para restauro
desde 2002, sem previso de reabertura.
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1. auditrio ibirapuera
2. oca
3. museu de arte moderna
4. pavilho da bienal
5. escola de jardinagem
6. umapaz
7. herbrio municipal
8. diviso de fauna silvestre
9. viveiro manequinho lopes
10 . bosque da leitura
11 . pavilho japons
12 . planetrio
13 . museu afro brasil
14 . ginsio do ibirapuera
15 . cin emateca
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1. auditrio ibirapuera
2. oca
3. museu de arte moderna
4. pavilho da bienal
5. escola de jardinagem
6. umapaz
7. herbrio municipal
8. diviso de fauna silvestre
9. viveiro manequinho lopes
10 . bosque da leitura
11 . pavilho japons
12 . planetrio
13 . museu afro brasil
14 . ginsio do ibirapuera
15 . cinemateca
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RadiogRafia do paRque
Endereo
Av. Pedro lvares Cabral, s/n, Ibirapuera, Zona SulTel.[11] 5574-5177.Todos os dias,5h/24h
Secretaria do Verde e do Meio Ambientergo municipal responsvel pelo parque
Rua do Paraso,387, ParasoTel.[11] 3372-2200
Visita guiada
O Sesc Avenida Paulista realiza visitas monitoradasao parque Ibirapuera e seu entorno. O roteiro ofere-ce um panorama de uma das mais importantes reasverdes da cidade, sua proposta arquitetnica e paisa-gstica e atraes, como o Viveiro Manequinho Lopes,o Museu Afro Brasil e o mam. Um outro passeio apre-senta aos visitantes os trabalhos de Oscar Niemeyerpor meio de algumas de suas obras mais represen-tativas na cidade, como o conjunto arquitetnico doparque Ibirapuera, o Memorial da Amrica Latina e o
edifcio Copan. Informaes: Central de AtendimentoSesc Avenida Paulista, tel. [11] 3179-3700e email@ave-nidapaulista.sescsp.org.br.
Como chegar
Transporte pblico:metrs Santa Cruz, Vila Maria-na, Ana Rosa, Paraso e Brigadeiro so interligadosa linhas de nibus que levam ao parque. Para maisinformaes, consulte www.sptrans.com.br ou ligue156. O metr permite aos usurios conduzir bicicletasem vago sinalizado, nos finais de semana.
Carro:As principais avenidas de acesso so SantoAmaro, Brasil, Hlio Pellegrino, Repblica do Lbano,iv Centenrio, 23de Maio, Ibirapuera e BrigadeiroLus Antnio.
Estacionamento
Portes 3e 7, em sistema de Zona Azul (seg. a sex.,10h/20h; sb., dom. e feriados, 8h/18h), com per-manncia mxima de quatro horas. Nas ruas pr-ximas, comum flanelinhas exigirem pagamentossuperiores aR$ 10,00.
RadiogRafia do paRque RadiogRafia do paRque
Txi
Os pontos de txi localizam-se nos portes 2, 3e 10.
Alimentao
H duas lanchonetes, aPraa da Paze a Sabor Ibira,e dois restaurantes. OThe Greentrabalha em sistemaself-servicee oferece lanches, pratos rpidos e sorve-tes por quilo. Dentro do mam, o simpticoPrt Cafpossui buf de cozinha variada.
Sinalizao
O Ibirapuera ganhou mais de mil novas placas, diferen-ciadas por cores: verde (reas ambientais), azul (atraesculturais) e laranja (esporte e lazer). Mais de quinhentasrvores tambm receberam identificao. Mapas estodisponveis na administrao e nos museus.
Aluguel de bicicletas
Prximo ao porto 3, os visitantes podem alugar bici-cletas. O preo tabelado: R$ 5,00 a hora, em abril
de 2009.
Atendimento mdico
O parque dispe de ambulatrio e ambulncia nosfinais de semana e feriados, das 8h s 18h. Nos demaisdias, o samue o resgate so acionados, se necessrio.
Banheiros e bebedouros
Os oito pares de banheiros ficam em condies pre-crias nos finais de semana. Os bebedouros, trocadosem 2008, ainda so escassos, mas esto acessveis aadultos, cadeirantes, crianas e at aos animais.
O parque de graa
>mamaos domingos>Curso de astronomia da Escola Municipal de Astrofsica>Bienal Internacional de Artes>Cursos da umapaz>Museu Afro Brasil>Curso de jardinagem>Viveiro Manequinho Lopes
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Em 1926, o prefeito Pires do Rioapresentou Cmara Municipala proposta da verso paulistanado Central Park, que ocuparia aregio conhecida como Vrzeado Ibirapuera. Com a drenageme a recuperao do solo, feitas
por Manequinho Lopes, o pre-feito Prestes Maia elaborou oPlano de Avenidas, destinandoa rea construo do parqueIbirapuera, em 1930.
Mais de vinte anos se passa-ram e, em 1951, o parque come-ou a sair do papel. A constru-o durou at 1954.
Principal parque paulistano, o segundo em tamanho, com
1,584milho de metros quadra-dos, perdendo apenas para oparque do Carmo, em Itaquera.
Ibirapuera
Do tupi ybi-ra-oura, significarvore apodrecida ou lugar
onde havia rvore. Ibir r-vore;puera o que j foi.
ivCentenrio de So Paulo
A inaugurao do Ibirapuera,prevista entre as comemora-es do iv Centenrio da ci-dade, s se realizou sete mesesdepois, em 21de agosto de 1954,e consumiu oitenta por cento dooramento.
Os primeiros parques urbanossurgiram na Europa, sobretudona Frana, no incio do sculoxix. Em contraste s edifica-es caractersticas das cida-des industriais, a inteno eracriar espaos que atendessem nova necessidade social delazer e de recreao. O mesmoaconteceu nos Estados Unidos.
No Brasil, os primeiros par-
ques foram criados como umcapricho das elites emergen-tes, que desejavam imitar ospadres europeu e americanonas cidades, de clima tropical.Em So Paulo, o Parque do
Anhangaba (foto ao lado) foium exemplo dessa influncia.Estas reas eram de uso res-trito dos mais ricos; ao lazer damassa reservavam-se os terrei-ros e as vrzeas.
Somente na segunda me-tade do sculo xx,os parquestornaram-se efetivamente umanecessidade social no Brasil,sobretudo nos anos posteriores
Segunda Guerra Mundial.Hoje, a cidade de So Paulo
possui cinqenta parques mu-nicipais, que somam uma reaverde de 15milhes de metrosquadrados.
pARQUES NAS
cIDADES MODERNAS
pARQUE IbIRApUERA
As damas do Bois de Boulogne (Les Dames du Bois de Boulogne,dir. Robert Bresson, Frana, 1945)
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A vila que posteriormentese transformou no parque
foi construda com aajuda do escultor GianLorenzo Bernini (c. 1600).Ali se encontra a GalleriaBorghese, que expeobras de Ticiano, Rubens,Caravaggio e do prprioBernini. Segundo maiorparque de Roma, tem reaequivalente a cinco vezes oparque Independncia.
O maior da cidade, tem dozevezes o tamanho do parque daLuz. Antiga rea de caa darealeza, hoje um tradicionalponto de protestos pblicose palco de importantesshows: bandas como RollingStones, Pink Floyd e u2j seapresentaram ali.
arques
eo
mundo
Primeiro parque pblicoprojetado nos EstadosUnidos, tem setenta vezesa rea do parque Trianone recebe 25milhes devisitantes ao ano. Em seuentorno esto diversosmuseus importantes,como o MetropolitamMuseum of Art e o TheAmerican Museum of
Natural History.
Floresta de caa da realeza, um dos mais importantesparques de Paris, cinco vezesmaior que o Ibirapuera. Foina volta de um passeio nestaregio que Marcel Proust teve,aos nove anos, sua primeiracrise de asma.
hyde park
[Londres, 1637]
bois de boulogne
[Paris, 1929]
central park
[Nova York, 1853]
villa borghese
[Roma, 1901]
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O projetopaisagstico de BurleMarx priorizavaa instalao de
jardins entre osedifcios, retomandoa geometria dasconstrues. Antesde ser implantado,foi substitudo pelopaisagismo deOtvio AugustoTeixeira Mendes,em 1953.
Em meados dos anos 2000,Niemeyer lutava para quea marquise tivesse seu
desenho alterado, com aconstruo de uma praaentre a Oca e o Auditrio,que a dividiria em duas.Como o parque tombado,o pedido no foi aceito.
Hoje, mais de cinqenta anosaps a inaugurao, a marquise,que nunca passou por uma reformasignificativa, sofre com problemasestruturais. Rachaduras e trincasno piso, alm de goteiras einfiltraes no teto, so alguns dospontos mais urgentes. Os pilaresesto descascados, as paredespichadas e os banheiros em mauestado. Em 2009, a prefeitura abriu
licitao para a reforma, que temcusto estimado em R$ 12milhese aproximadamente seiscentosdias para ser concluda. Aindano h uma data prevista parao incio do restauro.
Maquete do primeiroprojeto de Niemeyer,de 1951: edifcios para
exposio, museu e auditriocircundados pelo lagoe articulados por umamarquise. De estticamodernista, tornou-se ummarco da dcada de 1950.
Projeto aprovado, em 1953,como smbolo da grandeza eda prosperidade de So Paulo.
Na construo do parqueforam utilizados 14394metrosquadrados de vidro, 6459150quilos de ferro, 35136metrosquadrados de concreto armadoe 419390sacos de cimento.
Monumento do ivCentenrio de SoPaulo: 3mil operriostrabalharam na espiralde doze metros dealtura e eixo inclinadoem 60, que por fim nose sustentou em p.
iirauera
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A cARA DE SO pAUlONo 450. aniversrio da capital paulista (2004), pesquisa feitapelo instituto Datafolha indicou que o parque foi eleito a carada cidade: o Ibirapuera, escolhido como o ponto mais bonito dacapital paulista, teve 44% das preferncias, bem distante dos 7%
que optaram pela avenida Paulista o carto-postal da cidade,determinado por lei municipal de julho de 2007.
Uma outra pesquisa realizada pelo Sinaeco (Sindicato Nacio-nal das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva) em2008garantiu ao parque o segundo lugar no ranking geral entreos cinqentaexistentes na cidade, nos quesitos de infra-estrutura.Foram analisados oito itens, que receberam notas de zero a dez.Confira o resultado do Ibirapuera:
reas verdes.................................................................................................10Playground ...................................................................................................7,5
Quadra ...........................................................................................................10Ginstica ......................................................................................................7,5Pista de cooper / Trilha ..........................................................................7,5Acessibilidade..............................................................................................10Sanitrios .......................................................................................................10Bebedouros ..................................................................................................10
NEM tUDO SO FlORES
Para os usurios consultados paraeste libreto, no entanto, o parqueainda tem muito o que melhorar:
infiltrao e rachaduras namarquise
ponte do ip completamenteenferrujada
caladas em desnvel porconta do crescimento das
razes das rvores
lixo espalhado pelo cho
falta de informao sobre as
dependncias do parque
poucos bebedouros (inclusivepara cachorros)
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E O lIxO?> Semanalmente, so produzidas 18 toneladas de lixo
orgnico no Ibirapuera.
> A equipe de limpeza conta com 150funcionrios: maisde 10mil metros quadrados de rea para cada um.
> H quinhentos pontos de coleta (mdia de um a cada 3milmetros quadrados), com lixeiras exclusivas para mate-rial reciclvel. Pilhas e baterias podem ser descartadasna administrao.
> Um projeto para a reciclagem da casca do coco verdereduziu o lixo do parque em cerca de cinqenta tone-ladas por ms. O que demoraria at dez anos para sedecompor alm de produzir gases, lquidos e atrairinsetos est sendo transformado em adubo e fibras
usadas em materiais de jardinagem, como vasos.
> O lixo protagonizou uma crise no Ibirapuera no incio de2009. A empresa responsvel pela limpeza atrasou acoleta alegando problemas financeiros. Os resduos seacumularam e, aps sucessivas multas, o contrato foi res-cindido. A administradora do parque tambm foi respon-sabilizada e exonerada do cargo.
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Os motoqueiros que freqentavam o parque relembram suas aventuras
na comunidade do Orkut Zero do Ibira. Por motivos de segurana, o en-
to prefeito Mrio Covas proibiu a circulao (e demonstrao) de motos
no estacionamento. Para matar a saudade, o Ginsio do Ibirapuera or-ganiza, toda tera-feira, s 18h30, o Ibira Moto Point, com direito a show
de blues, exposio de motocas e outras atividades.
funcionrio do ms
nome:Cicero Santos Pereiraidade:56anosMais de 30anos trabalhando pelo
Ibirapuera
Desde setembro de 1976como fun-cionrio do parque, Cio j viu de tudo por l. Seu principaltrabalho resolver pequenos problemas de manuteno.
Para Cicero, os melhores tempos no Ibirapuera foram osanos 1980: O parque no era cercado, no tinha o gradilpor todos os lados. Tinha o Caf Concerto, onde se apre-sentavam as mulatas do [Oswaldo] Sargentelli, em um espa-o perto da Bienal, recorda o paulistano.
tambm dessa poca uma das histrias mais esquisitascontadas por Cio: Ns fazamos periodicamente a limpezado lago e um dia eu encontrei perto da ponte uma pasta comcheques, documentos de um iate e uma Beretta [arma defogo]. O desfecho: Eu e um colega fomos a uma casa na rua
Tutia [Zona Sul de So Paulo] para devolver ao dono. Menosa arma. O homem no questionou nada. Cio pretende seaposentar em quatro anos.
ESttUA!
Ruan da Silva Fernandes vai aos domingos ao Ibirapuera para traba-lhar. Seja um dia de chuva ou de sol no parque, a tarefa nunca exata-mente confortvel. Ele um dos homens ou mulheres-esttuas que ge-ralmente se postam nas proximidades da marquise. Aos 39anos, natu-ral de Ourinhos (interior de So Paulo), Ruan diz que se fantasia comoum So Pedro de prata h seis anos (e vai h dois ao Ibirapuera).
Ruan arrecada de R$ 50a R$ 60nos dias bons. O So Pedrodo Ibirapuera diz com preocupao que os tempos no so maisos mesmos o faturamento vem caindo e, afirma ele, para todasas esttuas-vivas no parque. Mas ficar ali parado ainda mais ne-gcio do que sua antiga ocupao, de camel. E sem o incmodode fugir do rapa.
A cARA DO cORREDOR
Ao lado de freqentadores que passariam despercebidos em meio
multido est Adauto Moreira Junior, um corredor que se distin-gue pelo visual pouco convencional. Presente quase todos os diasno parque, de preferncia pelas manhs, o arteso de 38anos,morador da Bela Vista, chama ateno pelas tatuagens por todo ocorpo, a mais destacada um tribal que preenche seu rosto. Acercados olhares dos outros freqentadores, Moreira diz: Cada pessoatem um tipo de reao.
Depois daquele beijo(Blow-Up, dir. Michelangelo Antonioni, Itlia, 1966)
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O pior ar da cidade
Embora procurado por quem busca escapar da poluio, o Ibirapuerano est imune s substncias txicas da atmosfera paulistana. Pelocontrrio. Levantamentos da Cetesb (Companhia de Tecnologia deSaneamento Ambiental) mostram que a regio atingiu uma quantida-de de oznio (O3) maior que o nvel padro e at chegou ao estado deateno; pior inclusive que o do Centro de So Paulo e o da cidade de
Cubato, na Baixada Santista. Essa substncia, conhecida como mauoznio, pode ser vista numa camada amarela que se forma no horizonte. derivada da queima e da evaporao de combustveis dos automveis,somada exposio aos raios solares. Pode provocar desde irritaonos olhos at inflamao nas vias respiratrias ou agravamento de pro-blemas como asma. Tcnicos ambientais e mdicos recomendam evitaro parque Ibirapuera entre 12h e 17h, principalmente nos dias quentes.
Ah, OS bONS tEMpOS...>Na dcada de 1950, era possvel fazer passeios de barco peloslagos do Ibirapuera. Hoje, eles repelem os visitantes com maucheiro e guas turvas.
>At 2005, havia shows gratuitos na praa da Paz. Alguns artistasatraram multides: Ivete Sangalo e Gilberto Gil (180mil pessoas, em2004), Roberto Carlos (160mil, em 2001), Marisa Monte e CarlinhosBrown (140mil, em 1997), e at atraes internacionais como o pia-nista americano Ray Charles (165mil, em 1995) e o regente indianoZubin Mehta (100mil, em 2002). O principal motivo alegado para asuspenso dos eventos foram os danos ao gramado.
>Em 1988, a Sabesp declarou as guas do parque despoludas.Dois anos depois, a situao voltava a ser crtica, com o esgoto docrrego Sapateiro sendo despejado ali.
>Em 1998, foi instalado no Ibirapuera, em parceria com o Incor,um posto de orientao sobre exerccios fsicos e sade, comassistncia mdica especializada. O projeto Sade no Parquevisava preveno de doenas cardiovasculares, por meio da
prtica adequada da atividade esportiva. Foi extinto temposdepois.
>Em 2002, um Centro de Informaes Tursticas foi instalado noparque, mas hoje no existe mais.
> O Jardim dos Cegos, que teve as plantas cuidadosamenteselecionadas pelo perfume e pelas formas, inclusive com infor-maes em braillepara os visitantes, perdeu suas caractersticasoriginais. Hoje, s preservou o nome: um jardim como outroqualquer.
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2007)
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MExA-SE!
Se o parque Ibirapuera um importante
plo cultural e decontemplao danatureza, a oferta deatividades esportivasno fica atrs
> esportes coletivosprximo ao porto 6, h oito quadras polies-portivas e um campo de saibro.
> ciclismosotrs quilmetros de ciclovia, apesar dos buracose desnveis.
> skate e patinsos praticantes dos esportes radicais concentram-sesob a marquise (h, inclusive, apresentaes de grupos de break).
> tai chi chuanna praa Burle Marx, profissionais do aulas gra-tuitas de tai chi chuan, meditao e outras prticas orientais.
> modelismoadeptos de automodelismo, ferromodelismo,aeromodelismo e nautimodelismo renem-se no Modeldro-mo do Ibirapuera, vizinho ao parque (rua Curitiba, 290).
> corridagrupos organizados de atletas ou de freqentadoresescolhem o Ibirapuera para se exercitar de maneira mais disciplinada.J foi utilizado como local de treinamento por astros da modalidadecomo o queniano Paul Tergat e o campeo brasileiro Joaquim Cruz.
H trs percursos mais conhecidos:
>>pista de cooperlocalizada prxima ao porto 6, possui 1200metros,com um trecho optativo de trezentos metros. Uma das vantagens soas copas das rvores que protegem o corredor do sol forte.
>>
volta do lago apesar do nome, o trajeto de trs quilmetros seestende alm dos contornos do lago e tem demarcao do trechopercorrido a cada mil metros.
>>volta da cercacom 6quilmetros, comea e termina na pra-a do Porquinho (porto 6). Os corredores circundam o Ibira-
puera prximos s grades do parque.
De acordo com a Associao de Treinadores de Corrida de
So Paulo (www.atcsaopaulo.com.br), h cerca de setenta
equipes de profissionais que orientam atletas. Esses
grupos, que cobram mensalidade, montam plani-
lhas para monitorar o progresso dos corredores e
oferecem gua, isotnicos, frutas, bolachas e
equipamentos. Tentamos orientar os esportis-tas para evitar reclamaes de usurios
quanto aos pelotes que tomam parte do
asfalto. Para no haver tanta con-
centrao no Ibirapuera, incen-
tivamos equipes a procurar
outros parques, afirma Nelson
Evncio, presidente da entidade.
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SEgURANA,O parque Ibirapuera recebe em mdia 20mil visitantes em dias de semana; 70milaos sbados; 150mil aos domingos. So320mil pessoas por semana (o dobro da
populao de So Caetano do Sul, naGrande So Paulo), e mais de 5 milhesao ano. Com tanta gente, o parque nopoderia passar inclume a problemas desegurana.
> 51homens da vigilncia privada fazema segurana do Ibirapuera durante o dia,e 41 noite. A Guarda Civil Metropolita-na mantm 82homens no parque. Numdomingo, por exemplo, h menos de umpolicial para cada mil visitantes.
> H somente quatro viaturas policiais cir-culando pelas dependncias do parque.
> A iluminao no Ibirapuera respeitaquestes ambientais e, por isso, limita-da nas reas de reproduo e descansodas aves.
> noite, policiais j surpreenderamcasais mantendo relaes sexuais nasreas mais isoladas. Quando se fecham
os portes, as equipes organizam ummutiro para executar uma varreduranesses pontos. Freqentadores queixam-se de preservativos encontrados no cho.
> Em frente avenida Pedro lvaresCabral, um bolso de estacionamentoconhecido como autorama foi alvode uma comisso da Cmara Munici-pal de So Paulo para investigar casosde pedofilia. A polcia tambm j fezoperaes para coibir a prostituio edeteve menores ali.
> Ainda hoje h registros de consumo dedrogas no parque em 2001 uma blitzprendeu sete pessoas acusadas de trfico.
> Embora no to freqentes, j houve atassassinatos no Ibirapuera. Em 2008, umex-garom de uma lanchonete, demitidomeses antes, matou a tiros um colegade trabalho, supostamente por vingana,nas proximidades do porto 10.
OU A FAltA DElA
Pecados ntimos(Little Children, dir.Todd Field,eua,2006)
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um amor de macaca
Em 2004, uma macaca bugia chegou Diviso de Fauna com
dezenas de chumbinhos espalhados pelo corpo. L, ela cuidoude um macho que sofria de paralisia e de mais oito filhotes adoti-vos. Resolveram batiz-la: Amlia. O macho morreu, mas Amliafoi reintroduzida no ambiente, com um novo marido e dois filho-tes biolgicos.
vIDA MANSAOs patos, gansos, cisnes e, bem, os urubus do lago so osanimais que mais aparecem aos olhos de quem visita o Ibira-puera, mas o parque tem mais de 160espcies, entre peixes,cgados, cobras, gambs e outros.
Os moradores ilustres so as 142espcies de aves, end-micas, migratrias, e at ameaadas de extino, como a
araponga. As mais freqentes so bigu (no lago), coruja-ore-lhuda (no bosque da pista de cooper e no eucaliptal prximoao porto 2), risadinha (nas copas das rvores), papagaio-verdadeiro (prximo s palmeiras) e maracan-nobre (nasfigueiras e palmeiras). De madrugada, sabis fazem algazarrano Ibirapuera.
diviso de fauna silvestre
O Ibirapuera dispe de um centro veterinrio para aten-der a animais silvestres feridos, encontrados em parques eoutras regies da cidade. Muitos so trazidos pela polciaambiental e pela prpria populao. Depois de recupera-
dos, bugios, sagis, araras e tucanos so reintegrados natureza ou encaminhados a cativeiros. J passaram pela
clnica mais de 36mil animais, entre eles uma ona-parda.Os problemas incluem asas quebradas, choques eltricos eacidentes com linhas de pipa.
briga de ces vai parar no tribunal
Numa manh de sbado de 1997, Xuxa, uma cadela pastor
alemo, e Barot, um poodle, ensaiaram se atracar no parque.La Maria Barreiros Duarte, dona do co menor, terminou mor-
dida pela cadela. Na Justia, ela pediu uma indenizao aos
donos de Xuxa de mais de R$ 60mil. O juiz considerou ambas
as partes culpadas e no aceitou as alegaes de La Maria.
Na apelao, o Tribunal de Justia reconheceu os transtornos
causados pela cadela, mas fixou uma reparao bem menor:
25salrios mnimos (cerca de R$ 3750, poca). Os litigantes
assim como Xuxa e Barot no se encontraram depois.
O vERDE DO pARQUENo incio, eram s eucaliptos e paus-ferro. Depois, o parqueganhou uma flora bastante diversificada, composta por jardinse bosques de rvores ornamentais, nativas e exticas.
Hoje, h cerca de 15mil rvores no Ibirapuera, de mais deduzentas espcies. Figueira, chich, carvalho-brasileiro, ip-rosa,jaqueira e guapuruvu, capotes e araribs so alguns dos exem-
plares facilmente vistos ali.
as protagonistas
Eleita pelos paulistanos a rvore-smbolo da cidade, a Figueira-Benjamimlocalizada prximo antiga serraria atrai todos osolhares. Alm da imponncia so quarenta metros de dime-tro e dezesseis de altura , a rvore impressiona pela estruturapeculiar: o tronco principal protegido por doze secundrios.Uma obra-prima da natureza e do homem. Trata-se de umatcnica de jardinagem que direciona os galhos para o solo, ondepenetram e transformam-se em novos troncos de sustentao.
Algo parecido acontece com a Figueira-Branca, tambm
comum no Ibirapuera, sobretudo prximo ao estacionamentodo porto 7. Conhecida como rvore da infinitude, tem galhosto grandes e pesados que descem at o solo e se enrazam,dando origem a outros troncos, continuamente. Rara, s existeem So Paulo no Ibirapuera, no parque Independncia e noparque da Luz.
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edies sesc sp
Av. lvaro Ramos, 991 Belenzinho03331-000So Paulo spTel. [5511] 26078000edicoes@sescsp.org.br
www.sescsp.org.br/loja
servio social do comrcio sesc sp
Administrao Regional no Estado de So Paulo
Presidente do Conselho Regionalabram szajman
Diretor Regionaldanilo santos de miranda
Superintendente Tcnico-socialjoel naimayer padula
Superintendente de Comunicao Socialivan giannini
Gerente de Desenvolvimento de Produtosmarcos lepiscopo
Gerente adjuntowalter macedo filho
Gerente de Estudos e Desenvolvimentomarta colabone
Gerente adjuntoandra de arajo nogueira
Gerente de Artes Grficashlcio magalhes
cosac naify
Rua General Jardim, 770, 2oandar01223-010So Paulo spTel. [5511] 32181444www.cosacnaify.com.br/infanto
Atendimento ao professor [5511] 32181473
Pesquisa e textovanessa gonalves eshin oliva suzuki
Projeto grficoluciana facchini
Colaborao no projeto e na pesquisa de imagempaulo andr chagas
Revisoraul drewnick
Mapaantonio das graas figueiredo
Fotos capa e pginas 4, 10/11e 25(canto inferior direito):Nelson KonFoto pginas 5:SambaPhoto/Cia de Foto/Getty ImagesObras pgina 7a: Louise Bourgeois Aranha, 1996;Tunga Escalpe, 1984,lato, Fundo para aquisio de obras para o acervo do mam sp, doaoBanco Ita s.a., 1999;Rosngela Renn Bibliotheca, 2002, dimensesvariveis, doao Mil Villela, 2006;Anita Malfatti Sem ttulo, c. 1917,carvo sobre papel, 60x 43,1cm (frente e verso), doao Emanoel Araujo;Alberto da Veiga Guignard Sem ttulo, 1949, fotografia (fotomontagem);Geraldo de Barros Sem ttulo, 1951, Atelier Vieira da Silva, Paris, Copiamam: vintage 1951. Fabiana de Barros;Cildo Meireles Inmensa, 1982, doze
unidades em madeira, Aquisio mam sp, 1999.
Foto pginas 8/9:SambaPhoto/Marcelo Arruda/Getty ImagesTexto pgina 9:acayaba, Marcos. Marcos Acayaba. So Paulo: Cosac Naify,2007, pp. 26-27Fotos pginas 9(canto superior), 12/13(canto inferior), 14/15(canto
superior), 16(canto superior), 31(fundo), 34, 35e 36:Andr PenteadoFoto pgina 9a:Pblico visita a sala Picasso durante a 2aBienal de SoPaulo (1953)/Autor desconhecido/Arquivo Histrico Wanda Svevo, FundaoBienal de So PauloFoto pgina 16(canto inferior):Sharon Eve SmithFoto pginas18/19: agbPhoto/Marcos HirakawaFoto pgina 20:agbPhotoFoto pgina 21:becherini, Aurlio. Aurlio Becherini. So Paulo: Cosac Naify,2009, p. 87
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Este libreto acompanha o livro
Surfando na Marquisee no pode ser
vendido separadamente.
Coleo pera Urbana:
cidade dos deitados
Heloisa Prieto / Elizabeth Tognato
montanha-russa
Fernando Bonassi / Jan Limpens
avenida paulista
Carla Caff
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