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Estética
Concepções hegelianas
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n Filosofia, ciência do belo, precisamente do belo artístico, pois dela se exclui o belo natural.
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n A beleza criada pela arte seria muito inferior comparada à da natureza. E o maior mérito da arte residiria em aproximar as suas criações do belo natural.
n Mas, se assim acontecesse, ficaria excluída da estética uma grande parte do domínio da arte.
n O belo artístico é superior ao belo natural, por ser um produto do espírito que comunica essa superioridade dos seus produtos, à arte.
n Tudo o que provém do espírito é superior ao que existe na natureza.
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+Estética
n Quando Hegel fala em superioridade, ele apenas indica uma diferença quantitativa.
n A diferença entre o belo artístico e natural não é uma simples diferença quantitativa.
n A superioridade do belo artístico provém da participação do espírito.
n Só o espírito é verdade.
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n O que é o belo natural, então?
n O belo natural é reflexo do espírito, pois só é belo enquanto participante do espírito.
n Ele é o modo imperfeito do espírito.
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n O belo produzido pelo espírito é o objeto, a criação do espírito, e toda a criação do espírito é um objeto a que não se pode recusar dignidade.
n Então, a estética vai ser o estudo das relações entre o belo artístico e o belo natural.
n Objeto do estudo da estética é formado pelo domínio do belo e pelo domínio da arte.
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n Sempre a arte foi para o homem instrumento de consciencialização das ideias e dos interesses mais nobres do espírito.
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n Questão do objeto: n A estética é diferente de ciências como a geometria e física, por
exemplo;
n A natureza de seu objeto é subjetiva.
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n A atividade do espírito (objeto) ou se traduz na formação de representações e intuições internas ou se mantém estéril.
n Portanto, a estética não é uma ciência?
n Esta dúvida quanto a saber se um objeto da representação e da intuição internas existe ou não existe de um modo geral é a dúvida que justamente desperta a mais novre exigência científica de demonstrar a sua necessidade.
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n O que é o objeto? n Nunca o objeto da estética possui as determinações tão
firmemente estabelecidas e tão geralmente aceites;
n A própria estética elabora o seu próprio conceito e a justificação dele.
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n Ponto de partida: n Há obras de arte.
n Temos na arte um particular modo de manifestação do espírito (uma das formas de manifestação do espírito).
n E esse modo particular de manifestação do espírito constitui um resultado.
n Para Hegel, a arte prepara a consciência de si, que, no seu ponto mais alto, faz surgir o pensamento filosófico.
n Logo, a estética é concebida por Hegel como uma ciência filosófica.
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n Objeções à ideia de Hegel: n Infinidade e multiplicidade do domínio do belo;
n O belo é objeto da imaginação, da intuição do sentimento, ou seja, ele não pode constituir objeto de uma ciência nem prestar-se à especulação filosófica.
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n Como funciona a ciência?
n A ciência procede da sequinte maneira: consiste em considerar certos objetos particulares, fatos, experiências, fenômenos e deduzir em seguida um conceito que seria, no caso da estética, o belo e sua teoria.
n Segundo o critério da ciência, começa-se por dominar as formas particulares, classificá-las em gêneros e deduzir em seguida as regras particulares válidas em cada gênero e aplicáveis como receitas para a preparação e fabricação das obras de arte.
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n Mas qual o problema em seguir esse método científico?
n Seguindo o caminho dado pela ciência, torna-se impossível descobrir uma regra que distinga o que é belo do que não o seja.
n É impossível formular um critério do belo. É impossível fixar regras gerais aplicáveis a arte.
Por quê?
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“De gustibus non disputandum”
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n A metodologia científica não é aplicável a arte, pois, sempre que se tentar distinguir as espécies e os gêneros mediante determinações isoladas, encontrar-se-ão exemplos que escapam a essa determinação (Exemplo: biologia e a própria arte).
n Por onde começar então?
n Portanto, Hegel irá partir da ideia de belo, começando dela afastam-se oposições e a variedade desse objetos contraditórios.
n A partir dessa ideia que se origina a variedade de formas e figuras da arte.
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n A determinação geral que permanece é a de que a arte destina-se a despertar em nós sensações agradáveis.
n Para Hegel essa definição é vaga, pois esse modo de pensar não vai além de resultados superficiais.
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n Outra objeção se encontra provém da ignorância do critério que permite reconhecer o que é belo, e também da convicção ou opinião direta de que o belo não poderá pertencer ao âmbito da filosofia.
n O pensamento tem um processo científico filosófico, e o belo e a arte são de uma natureza que escapam à possibilidade de filosofia.
n A arte teria como campo de ação a esfera dos sentimentos e das intuições dependentes da imaginação e dirige-se assim a um domínio do espírito muito diferente do da filosofia.
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n A tentativa de incutir um pensamento em uma obra destrói tudo o que ela tem de artístico.
n Só que por ser a obra de arte de ordem espiritual, a arte se aproxima mais do espírito e do pensamento do que a natureza exterior.
n Quando a obra de arte não exprime pensamentos e conceitos,mas representa o desenvolvimento do conceito a partir de si para uma alteração no exterior, até então o espírito pode apreender-se a si mesmo na forma que lhe é própria e que é a do pensamento.
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n Portanto, o espírito revê-se nos produtos da arte.
n A arte de nossos dias tem por finalidade servir de objeto ao pensamento. Nossos interesses e exigências deslocaram-se na esfera da representação.
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n Será a arte aquilo que adorna os nossos ambientes, suaviza a seriedade das circunstâncias, atenua a complexidade do real, deleita com sortilégios os nossos devaneios e quando nada de bom produz, ocupado o lado do mal?
n Poderá, portanto, parecer pedantismo querer tratar com seriedade científica aquilo que é desprovido de seriedade.
n Nessa concepção a arte aparece como coisa supérflua.
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n Hegel apresenta como defesa da arte a atribuição à arte finalidades sérias. Ela ocupa o papel medianeiro entre a razão e a sensibilidade e o papel de conciliadora.
n Elevação X Frivolidade.
n Seriedade X Indolência.
n Arte = meio.
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n Se a arte for considerada esse reino da aparência e da ilusão, ela não consegue realizar fins verídicos e dignos de perseguição.
n Mas nada nos impede de afirmar que comparada com a realidade a aparência da arte seja ilusória, mas com idêntica razão se pode dizer que a chamada realidade é uma ilusão ainda mais forte.
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n Por que a realidade é uma ilusão ainda mais forte?
n Porque só é verdadeiramente real o que existe em si e para si, o que constitui a substância do espírito.
n As obras de arte não são simples aparências e ilusões, mas possuem uma realidade mais alta e uma existência verídica.
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n Em sua aparência, a arte deixa entrever algo que ultrapassa a aparência. O quê?
n O pensamento.
n Ao passo que o mundo sensível e direto não só não é a revelação do pensamento como ainda o dissimula numa acumulação de impurezas para que ele próprio se distinga e apareça como único representante do real e da verdade.
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n Então, podemos dizer que a arte não pode constituir um objeto da ciência, embora dimite-se que ela pode proporcionar considerações puramente filosóficas?
n Não, isso é uma falsa premissa.
n Pois, a reflexão filosófica é inseparável da reflexão científica.
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n O papel da filosofia consiste em considerar um objeto pela sua necessidade, por aquela necessidade que porvém da natureza do objeto e que à filosofia incumbe demonstrar.
n É essa demonstração que confere caráter científico a um estudo.
n Todavia é possível dizer que a arte não pode constituir objeto de um estudo científico por estar a serviço dos nossos prazeres e distrações.
n Hegel salienta que a arte pode servir de meio a fins que lhe sejam estranhos.
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n O mais alto destino da arte é comum ao da religião e da filosofia. Que destino é esse?
n Como estas, a arte também é um modo de expressão do divino, das necessidades e exigências mais elevadas do espírito.
n Porém, a arte se difere da religião e da filosofia pelo poder de dar às ideias elevadas uma representação sensível que as torna acessíveis.
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n De si mesmo o espírito extrai as obras artísticas que constituem o primeiro anel intermediário destinado a ligar o exterior, o sensível e o perecível ao pensamento puro, a conciliar a natureza e a realidade finita com a liberdade infinita do pensamento compreensivo.
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n Hoje, a arte apresenta um aspecto diferente do que teve em épocas anteriores.
n Já não se veneram as obras de arte e a nossa atitude perante as criações artísticas é fria e refletida.
n Antes, as obras de arte constituíam a mais elevada expressão da ideia.
n A obra de arte solicita o nosso juízo, seu conteúdo e a exatidão da sua representação são submetidos a um exame refletido.
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n Respeitamos e admiramos a arte, mas acontece que já não vemos nela qualquer coisa que não poderia ser ultrapassada e a submetemos à análise do pensamento, não com o intuito de provocar a criação de novas obras, mas antes com o fim de reconhecer a função e o lugar da arte na nossa vida.
n Os bons tempos da arte grega são idos.
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A arte é coisa do passado.
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