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  • UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

    ESCOLA DE ENGENHARIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E DE PETRÓLEO

    CURSO DE ENGENHARIA DE PETRÓLEO

    FERNANDA SILVA PEREIRA

    COMPARAÇÃO DE TRATAMENTO DE INCRUSTAÇÃO ATRAVÉS DE ACIDIFICAÇÃO

    Niterói,RJ

    2016

  • FERNANDA SILVA PEREIRA

    COMPARAÇÃO DE TRATAMENTO DE INCRUSTAÇÃO ATRAVÉS DE ACIDIFICAÇÃO

    Trabalho de Conclusão de Curso

    apresentado ao Curso de Engenharia de

    Petróleo da Universidade Federal

    Fluminense, como requisito parcial para a

    obtenção do grau de Bacharel em

    Engenharia de Petróleo.

    Orientador:

    Profa. Juliana Souza Baioco

    Niterói, RJ

    2016

  • FERNANDA SILVA PEREIRA

    COMPARAÇÃO DE TRATAMENTO DE INCRUSTAÇÃO ATRAVÉS DE ACIDIFICAÇÃO

    Trabalho de Conclusão de Curso

    apresentado ao Curso de Engenharia de

    Petróleo da Universidade Federal

    Fluminense, como requisito parcial para a

    obtenção do grau de Bacharel em

    Engenharia de Petróleo.

    Aprovado em 07 de julho de 2016

    Niterói, RJ

    2016

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeço, primeiramente, a Deus pela vida, saúde e paz. Porque de Ele, por Ele e

    para Ele são todas as coisas.

    Aos meus pais, pelo amor, incentivo e apoio incondicional, pela determinação e luta

    na minha formação, e por todo cuidado e atenção durante toda minha vida.

    Aos meus amigos pelo incentivo, e por sempre torcerem pelas minhas conquistas.

    Em especial a Raquel, minha amiga e irmã de quase toda vida. E ao Lucas, meu melhor

    amigo e quem eu escolhi para compartilhar a minha vida.

    Aos colegas de turma por todos os momentos compartilhados, alguns bons e outros

    não tão bons assim, mas todos com muita parceria e bom humor, e com a certeza que serão

    excelentes profissionais. Em especial, Aquiles, Arthur, Louise e Vinicius, que levo comigo

    como irmãos.

    A minha orientadora Juliana Baioco, pelo tempo, pelo suporte, correções e incentivos

    todos compartilhados da melhor maneira possível.

    Aos membros dessa banca, que disponibilizaram tempo e tiveram interesse pelo meu

    trabalho. Em especial, ao Pablo Bartholo, profissional que tive a grata oportunidade de

    conhecer e trabalhar na mesma equipe, muito obrigada pelos ensinamentos e paciência, e

    por ter me mostrado o profissional em que quero me espelhar.

    E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito

    obrigado.

  • “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que

    deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele

    que nele crê não pereça, mas tenha a vida

    eterna.”

    (João 3:16)

    https://www.bibliaonline.com.br/acf/jo/3/16

  • RESUMO

    A estimulação é uma operação realizada com o principal objetivo de aumentar a

    produtividade ou injetividade dos poços, podendo viabilizar a exploração de um campo de

    petróleo. As operações de estimulação aumentam a permeabilidade da formação através da

    criação de canais condutivos ou através da remoção do dano. Dentre as operações de

    estimulação, encontra-se a acidificação matricial, que consiste na injeção de soluções

    ácidas abaixo da pressão de fratura da formação. A produção dos poços pode ser

    melhorada significativamente se a operação de acidificação for projetada adequadamente. O

    objetivo desse trabalho é fornecer uma visão integrada dos processos necessários para uma

    abordagem sistemática do tratamento de acidificação de matriz, apresentando os modelos

    que podem alcançar os melhores resultados. Esse trabalho também se propõe a apresentar

    uma análise comparativa de dois casos da aplicação desse tipo de operação na dissolução

    de incrustação ocasionada por sulfato de bário.

    Palavras-chave: Estimulação de poços, Acidificação Matricial, Incrustação, Sulfato de Bário.

  • ABSTRACT

    Stimulation is an operation performed with the main objective to increase productivity

    or injectivity of the wells, which may facilitate the exploitation of an oil field. Stimulation

    operations increase the formation permeability by creating conductive channels or through

    the damage removal. Acidizing is one of the operations of well stimulation, consist in inject

    acid solutions in the formation under fracture formation pressure. The production wells may

    be improved significantly if the treatment is properly designed. The objective of this work is to

    provide an integrated view of the processes necessary for a systematic approach to matrix

    acidification treatment, with models that can achieve the best results. This work also aims to

    present a comparative analysis about two cases of applying this type of operation in the

    dissolution of scale caused by barium sulfate.

    Keywords: Wells Stimulation, Matrix Acidification, Scale, Barium Sulfate.

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 3.1 Formação de Wormholes durante a dissolução de HCl.............................. 31

    Figura 4.1 Orientações para seleção de candidatos.................................................... 39

    Figura 4.2 Árvore de decisão para estimulação........................................................... 44

    Figura 4.3 Sistema para seleção do fluido de tratamento............................................ 45

    Figura 4.4 Evolução do efeito skin em um poço horizontal tratado usando a técnica bullhead.........................................................................................................

    56

    Figura 4.5 Evolução do efeito skin em um poço horizontal tratado usando a técnica coiled tubing de colocação de tubulação enrolada com um desviador de ácido gel reticulado temporária...................................................................

    57

    Figura 4.6 Evolução do efeito skin com desviador......................................................... 61

    Figura 5.1 Incrustação em uma tubulação de descarte de água (P-40)........................ 64

    Figura 6.1 Comparação da dissolução de barita em 35% de EC6475A entre 93 °C e 40 °C............................................................................................................

    72

    Figura 6.2 Bário em solução durante a dissolução da Amostra A.................................. 74

    Figura 6.3 Bário em solução durante a dissolução da Amostra B.................................. 75

    Figura 6.4 Concentração de Bário durante a dissolução do SD3 na temperatura de 50 °C.............................................................................................................

    77

    Figura 6.5 Concentração de Bário durante a dissolução do SD3 na temperatura de 80 °C.............................................................................................................

    78

    Figura 6.6 Interpolação da Concentração de Bário durante a dissolução do SD3 para a temperatura de 60 °C.................................................................................

    79

    Figura 6.7 Comparação entre as dissoluções de bário com os dissolventes EC6475A e SD3..........................................................................................

    81

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 4.1 Calendário de bombeio de um poço com reservatório de carbonato.....................................................................................................

    54

    Tabela 4.2 Sequência típica de tratamento para arenitos............................................. 55

    Tabela 6.1 Dissolvente de Sulfato de Bário.................................................................. 70

    Tabela 6.2 Solvente Mútuo............................................................................................ 71

    Tabela 6.3 Composição A e B usadas no Teste........................................................... 73

    Tabela 6.4 %Dissolução em cada amostra..................................................................... 74

    Tabela 6.5 Concentrações de Bário nas dissoluções do SD3 a 50,80 e 60 °C............ 80

    Tabela 6.6 Concentrações de Bário na dissolução do SD3 à 60 °C............................... 80

  • LISTA DE ABREVIAÇÕES

    ADCO Abu Dhabi Company for Onshore Oil Operations

    BOPD Barris de Óleo por Dia

    DRX Difração de raios-X

    EDTA Ethylenediamine tetraacetic acid

    HDTP acid High-Temperature Deep-Penetrating Acid System

    RDF Reservoir Drilling Fluids

    RMN Ressonância Magnética Nuclear

    SEM Microscopia Eletrônica de Varrimento

    ICP Plasma Indutivamente Acoplado

    IP Índice de Produtividade

    IP/h Índice de Produtividade por Espessura Líquida

    PTA Análise de Transiente de Pressão

    ROR Taxa de Retorno

    ROI Retorno sobre o Investimento

    VPL Valor Presente Líquido

    PVS Polivinil Sulfonato

    AA Absorção Atómica

    ppm Partes por milhão

  • LISTA DE SIGLAS

    M Mol/L

    HAc Ácido Acético

    HCl Ácido Clorídrico

    HF Ácido Fluorídrico

    AIF3 Fluoreto de Alumínio

    Si Silício

    Al Alumínio

    Va Volume mínimo requerido da solução ácida

    Vm Volume de minerais a serem removidos

    Vp Volume de poros inicial

    ra Raio de tratamento do ácido

    rw Raio do poço

    Φ Porosidade

    cm Conteúdo mineral

    qi,máx Máxima vazão de injeção

    K Permeabilidade da formação

    H Espessura da pay zone

    Pb Pressão de quebra (breakdown)

    P Pressão média reservatório

    ΔPsafe Margem de segurança para não fraturar a formação

    µa Viscosidade da solução ácida

    re Raio de drenagem

    S Skin

    Psi Pressão de injeção na superfície

    Pwf Pressão no fundo do poço em fluxo

  • ΔPh Perda de carga hidrostática

    ΔPf Perda de carga friccional

    Ρ Massa específica da água

    Q Máxima vazão de injeção

    µ Viscosidade da solução ácida

    L Espessura da pay zone

    D Diâmetro interno

    Β Poder de dissolução gravimétrico da solução ácida

    Ca Concentração do ácido

    vm Número estequiométrico do mineral

    va Número estequiométrico do ácido

    X Poder de dissolução volumétrico da solução ácida

    ρa Massa específica da solução ácida

    ρm Massa específica do mineral

    De Coeficiente de difusão efetiva

    Q Vazão

    L Comprimento da garganta do poro

    A Constante que depende do núcleo do carbonato

    S Efeito de skin ou fator de película

    K Permeabilidade da formação

    H Espessura da formação

    q Vazão de produção ou de injeção

    𝜇𝑜 Viscosidade do óleo no reservatório

    Δ𝑃𝑠𝑘𝑖𝑛 Queda de pressão devida ao efeito de película

    Ks Permeabilidade da região danificada

    𝑟s Raio da região danificadado poço

    𝑟𝑤 Raio do poço

  • Pr Pressão de reservatório média

    Pwf Pressão de fluxo no fundo do poço

    h Espessura do reservatório

    Pe Pressão externa constante do reservatório

    B Fator volume formação

    Fe+3 Ferro III

    $n Receita deduzida as despesas incrementais e impostos

    n Período de tempo em que é recebido

    i Taxa de interesse

    KOH Hidróxido de potássio

  • SUMÁRIO

    1. Introdução ....................................................................................................................................... 14

    2. Revisão Bibliográfica ..................................................................................................................... 16

    3. Aspectos Teóricos ......................................................................................................................... 20

    3.1. Operações de Estimulação ................................................................................................... 20

    3.1.1. Fraturamento Hidráulico ................................................................................................. 20

    3.1.2. Fraturamento Ácido ......................................................................................................... 20

    3.1.3. Acidificação Matricial ...................................................................................................... 21

    3.2. Acidificação do Arenito .......................................................................................................... 21

    3.2.1. Interação Ácido-Rocha para formações areníticas .................................................... 22

    3.2.2. Volume de ácido requerido ............................................................................................ 23

    3.2.3. Vazão de injeção do ácido ............................................................................................. 24

    3.2.4. Pressão de injeção .......................................................................................................... 24

    3.3. Acidificação de Carbonatos .................................................................................................. 25

    3.3.1. Interação Ácido-Rocha para formações carbonáticas ............................................... 26

    3.3.2. Volume de Ácido Requerido .......................................................................................... 27

    3.3.3. Wormholes........................................................................................................................ 27

    3.4. Aditivos utilizados nos fluidos de acidificação .................................................................... 29

    3.4.1. Inibidores de corrosão .................................................................................................... 29

    3.4.2. Surfactantes .................................................................................................................... 30

    3.4.3. Agentes sequestrantes .................................................................................................. 30

    3.4.4. Agentes divergentes ....................................................................................................... 30

    3.5. Dano à Formação ................................................................................................................... 31

    3.5.1. Tipos de dano .................................................................................................................. 32

    4. Operação de Acidificação ............................................................................................................. 35

    4.1. Seleção do poço candidato ................................................................................................... 35

    4.1.1. Identificação de poços de baixa produtividade e candidatos à estimulação ......... 35

    4.1.2. Impacto do dano à formação na produtividade .......................................................... 38

    4.1.3. Avaliação Econômica Preliminar................................................................................... 39

    4.2. Caracterização de dano à formação .................................................................................... 40

    4.3. Determinação da técnica de estimulação ........................................................................... 41

  • 4.4. Projeto do Tratamento ........................................................................................................... 42

    4.4.1. Seleção dos fluidos de tratamento ............................................................................... 42

    4.4.2. Aditivos utilizados nos fluidos de acidificação ............................................................ 46

    4.4.3. Compatibilidade entre o ácido e a formação............................................................... 47

    4.4.4. Estratégias para seleção de ácidos para carbonatos ................................................ 48

    4.4.5. Estratégias para seleção de ácidos para arenitos ..................................................... 49

    4.5. Estratégia de bombeio ........................................................................................................... 50

    4.5.1. Tipos de Projeto ............................................................................................................... 50

    4.5.2. Cronograma de bombeio ................................................................................................ 52

    4.5.3. Estratégia de colocação ................................................................................................. 53

    4.6. Avaliação Econômica ............................................................................................................. 55

    4.7. Avaliação do Tratamento ....................................................................................................... 56

    4.7.1. Monitoramento da evolução do efeito skin durante o tratamento ............................ 57

    4.7.2. Avaliação de Pós-Tratamento ....................................................................................... 59

    5. Caracterização de Incrustação .................................................................................................... 61

    5.1. Causas da Incrustação .......................................................................................................... 62

    5.2. Danos causados ..................................................................................................................... 63

    5.3. Tratamento de poços sujeitos a incrustação ...................................................................... 64

    5.4. Processo de formação de incrustação de BaSO4 ............................................................. 64

    5.4.1. Caracterização da Água do Mar ................................................................................... 64

    5.4.2. Caracterização da Água de Formação ........................................................................ 65

    5.4.3. Caracterização do BaSO4 .............................................................................................. 65

    6. Estudo de caso ........................................................................................................................... 67

    6.1. Estudo em Bijupirá e Salema ................................................................................................ 67

    6.1.1. O laboratório ..................................................................................................................... 68

    6.1.2. Químicos ........................................................................................................................... 68

    6.1.3. Metodologia do Teste ..................................................................................................... 69

    6.1.4. Amostragem e Análise.................................................................................................... 71

    6.2. Estudo em campo do Mar do Norte ..................................................................................... 73

    6.2.1. Metodologia do Teste ..................................................................................................... 74

    6.2.2. Amostragem e Análise.................................................................................................... 75

    6.2.3. Resultados do Teste Estático ........................................................................................ 75

    6.3. Resultados ............................................................................................................................... 78

  • 7. Conclusão ................................................................................................................................... 81

    8. Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 83

  • 14

    1. Introdução

    Grande parte de nossas necessidades energéticas atuais são atendidas através do

    uso de hidrocarbonetos, tais como petróleo, gás natural e condensados, que são produzidos

    a partir de reservatórios. Os custos para produção desses hidrocarbonetos são altos, por

    isso, para ter uma produção economicamente viável é necessário garantir uma alta

    recuperação com os menores custos possíveis. Quando a receita gerada com produção dos

    hidrocarbonetos é menor do que os custos de extração, o poço pode ser temporariamente

    ou permanentemente fechado, pois, nesse caso, a produção gera prejuízo.

    Normalmente, um poço de petróleo é fechado ou abandonado quando menos de um

    terço da quantidade de óleo original do reservatório é recuperado, porque ele se torna

    economicamente inviável para a continuidade da operação do poço. Este óleo não

    recuperado é um recurso perdido e, por isso, as propostas com técnicas para estimular as

    taxas de produção e, consequentemente, aumentar a recuperação final de óleo de

    reservatórios têm crescido.

    A produtividade de petróleo pode decair ao longo do tempo por diversas razões, por

    exemplo: diferencial de pressão insuficiente entre o poço e o reservatório, obstrução do

    escoamento entre o reservatório e o poço, mobilidade do óleo é restringida devido a efeitos

    de permeabilidade relativa. Algumas práticas de produção, como injeção de água, gás e

    similares, são realizadas para a manutenção da pressão do reservatório.

    A estimulação de poços é uma operação que tem sido utilizada em larga escala para

    aumentar a produtividade ou injetividade de um poço de petróleo. Esse tipo de operação

    aumenta a permeabilidade da formação através da criação de canais condutivos ou através

    da remoção do dano (skin ou efeito de película). Os principais métodos de estimulação são

    o fraturamento hidráulico, a acidificação matricial e o fraturamento ácido.

    No presente trabalho, destaca-se a acidificação matricial, operação na qual uma

    solução ácida é bombeada para um reservatório a fim de dissolver minerais da rocha de

    formação e incrustação para estimular taxas de produção/injeção dos poços. A acidificação

    matricial é eficiente em poços que possuem danos solúveis em ácido.

    A operação de acidificação matricial pode ser aplicada tanto em arenitos quanto em

    carbonatos, mas os objetivos do tratamento nos dois tipos de operação são diferentes. No

    caso dos arenitos, a finalidade é remover o dano na área próxima ao poço. Neste tratamento

    é, geralmente, utilizado como solução principal uma mistura ácida de HCl (Ácido Clorídrico)

    e HF (Ácido Fluorídrico). E no caso dos carbonatos, a operação visa ultrapassar a região

    com dano através da criação de canais de condutividade que aumentam o fluxo de

  • 15

    hidrocarbonetos do reservatório para o poço. Neste tratamento é, normalmente, utilizado

    HCl como solução principal.

    O dano à formação é um fator decisório da aplicação da operação de acidificação.

    Ele pode ser definido como a diminuição da permeabilidade da zona produtora, e pode ser

    causado por toda cadeia produtiva de petróleo. Compreender as causas raízes do dano, e

    gerenciá-los é fundamental, pois por meio dessa caracterização é realizada a escolha do

    tipo de operação e fluido ideais.

    Este trabalho concentra-se em expor os passos da operação de acidificação, desde

    a seleção dos candidatos à avaliação realizada pós-tratamento. A seleção do candidato é

    um estágio critico da operação, pois apesar do objetivo final do tratamento ser o aumento da

    produtividade, o poço identificado como baixa produção não é suficiente para a realização

    do tratamento. Essa baixa produtividade pode estar relacionada a características inerentes

    do reservatório. Vale ressaltar que a aprovação da operação depende de uma avaliação

    econômica favorável, ou seja, o ganho relacionado com o tratamento é maior que os custos.

    Além do aumento da produtividade dos poços, o uso de ácidos pode compreender

    também a prevenção, adiamento ou remediação de problemas de incrustação (scale). Este

    tipo de problema ocorre frequentemente no poço e suas vizinhanças, e apresenta prejuízos

    consideráveis para a produção. Sendo assim, as técnicas que inibem e remediam as

    deposições indesejadas são bastante utilizadas na indústria. Mudanças de temperatura ou

    pressão, saída de gás, mudança de pH e contato com água incompatíveis são os principais

    motivos de deposição de scale.

    A injeção de água como método de recuperação secundário é uma prática muito

    comum nos campos, a fim de manter a pressão do reservatório. Geralmente, é utilizada a

    água do mar para a injeção devido a sua abundância e disponibilidade principalmente em

    campos offshore. A água do mar possui suas características inerentes, e destaca-se a

    presença de íons como o de sulfato (SO4-2). A água de formação está trapeada no

    reservatório desde a sua formação, destaca-se a presença de sais dissolvidos como o bário.

    A mistura dessas águas favorece a deposição de scale, como por exemplo, o sulfato de

    bário, composto insolúvel e de complexa remoção. Esse é o caso do campo Bijupirá e

    Salema, localizado na Bacia de Campos. Utiliza-se o sistema de injeção de água do mar, e

    a mistura das águas incompatíveis gera incrustação de BaSO4. Então, neste trabalho é

    estudado o método de remoção de scale - injeção de químicos - utilizado neste campo e que

    tem trazido benefícios comprovados. Além disso, é feito uma análise comparativa do pacote

    de dissolvente utilizado em Bijupirá e Salema com o tratamento utilizado em um campo do

    Mar do Norte encontrado na literatura.

  • 16

    2. Revisão Bibliográfica

    Na literatura existem muitos trabalhos que descrevem as operações de acidificação,

    seus objetivos, benefícios e as melhores técnicas. Nesse capítulo se fará uma breve revisão

    bibliográfica de trabalhos sobre os tratamentos de acidificação.

    Bergosh & Eniss (1981) realizaram um estudo de laboratório em que foram

    simuladas condições geotérmicas in-situ para identificar os mecanismos responsáveis pelo

    declínio da permeabilidade (fração de espaços vazios em uma rocha em relação ao volume

    total da rocha). Também foram discutidos os efeitos das operações de perfuração e

    produção sobre a permeabilidade da formação. As amostras foram retiradas de um poço

    específico de Imperial Valley, Califórnia. Nesse trabalho foram descritas os aparatos,

    procedimentos e resultados.

    Essa pesquisa indicou algumas conclusões, por exemplo, a permeabilidade do

    arenito é significativamente afetada pelo fluxo de fluidos sintéticos. A argila dispersa dentro

    dos poros cria obstruções, reduzindo a permeabilidade. A dissolução de carbonato pode

    permitir a liberação de finos que são transportados pelo fluido e contribuem para o bloqueio.

    Os resultados dos testes indicaram que a permeabilidade pode ser severamente prejudicada

    de forma irreversível. Uma vez que este processo depende das argilas presentes dentro dos

    espaços dos poros, do equilíbrio do fluido nos poros, e possivelmente da velocidade, é difícil

    extrapolar este comportamento, mas é provável obter comportamento semelhante em outros

    reservatórios de baixa salinidade, e com a matriz dominada de arenitos.

    Sengul&Remisio (2002) escreveram um artigo com o objetivo de fornecer um

    material para projetistas de estimulação matricial quantificarem dano à formação, seleção de

    fluidos para reservatórios carbonáticos e projeto e local adequado para tratamento. Para

    isso, eles delinearam os fatores causadores de dano no reservatório, explicitando o que é

    considerado dano, os tipos de tratamentos ácidos – imersão e agitação (soaking and

    agitation), acidificação matricial e fraturamento ácido, as características dos ácidos e suas

    atuações nos sistemas. Um tópico explorado foi o conceito de número de Damköhler, Da,

    que governa a reação de formação dos wormholes.

    O artigo promoveu um estudo de caso nos poços da Abu Dhabi Company for

    Onshore Oil Operations (ADCO). Nesse projeto foram coletadas 287 amostras dos principais

    campos produtores e injetores da ADCO, sendo esses reservatórios de carbonato. Como

    resultado, o time de trabalho compilou material suficiente para criar o Manual de Acidificação

    de Carbonatos dos campos da ADCO.

  • 17

    A conclusão do trabalho foi que a melhora na produtividade pode ser alcançada

    desenvolvendo soluções baseadas em temperatura, fraturas naturais, permeabilidade,

    porosidade, litologia do reservatório, geometria, tipo e finalidade do poço e tipo de

    completação.

    Fredd&Floger (1996) descreveram a aplicação do EDTA (Ethylenediamine tetraacetic

    acid) na acidificação de carbonatos e compararam os resultados de experimentos de

    testemunhos com testes de EDTA, HAc (Ácido Acético) e HCl.

    Foram feitos três experimentos: Análise Coreflood, Radiografia com Nêutrons e

    Teste de Lama. No primeiro deles, foram testadas amostras de arenito de 1,5 polegadas de

    diâmetro, com injeção de 0,25M (mol/L) de EDTA e 0,5M de HAc e HCl. Radiografia com

    Nêutrons foi usada para mostrar as estruturas dos wormholes formados durante os vários

    experimentos de coreflood. Testes de Lama foram conduzidos para determinar a quantidade

    relativa de formação de precipitados asfálticos quando o óleo estava em contato com 0,25M

    EDTA, 15% HAc e 15% HCl. O óleo usado foi obtido de um campo do oeste do Texas.

    Muitas conclusões foram obtidas desses testes, algumas delas são: o EDTA é capaz

    de formar wormholes em calcário quando injetado com pH entre 4 e 13. EDTA e HAc

    estimulam de forma mais eficiente que o HCl quando injetado em taxas maiores de 0,1

    cm³/min. Um benefício adicional de EDTA é que os inibidores de corrosão podem ser

    dispensados para a solução alcalina de EDTA até 204°C. Assim, a utilização de EDTA como

    um fluido de estimulação pode eliminar a necessidade de aditivos de ácidos complexos e

    dispendiosos.

    Feng et al. (2011) apresentaram nesse trabalho um novo sistema ácido High-

    Temperature Deep-Penetrating Acid System (HDTP acid). Em formações areníticas é,

    geralmente, usado como mud acid uma mistura convencional de HCl e HF. Mas,

    desvantagens como taxas de reação muito rápidas, precipitação e desconsolidação da

    matriz restringem o uso desse sistema ácido. Comparando o ácido HDPT com o sistema

    ácido convencional, o primeiro penetra mais profundamente na formação pela geração de

    HF a uma taxa mais lenta, e é composto por fosfato e fluoreto de sódio. Um novo inibidor de

    corrosão foi desenvolvido, o que torna o ácido HDTP adequado para formações com

    elevadas temperaturas como 356ºF.

    O ácido HDTP foi usado em 23 poços offshore da China, e em 22 desses poços os

    trabalhos de estimulação foram considerados eficazes. Em apenas um, não foram

    detectadas nenhuma melhora ou piora na produção depois da acidificação. Desses poços,

    cinco são de alta temperatura/baixa permeabilidade, e dois de alta permeabilidade. Embora

    esse sistema tenha sido utilizado e desenvolvido na China, pode ser levado para qualquer

  • 18

    outro local e utilizado em formações com as mesmas características. Após o tratamento, o

    tempo médio para os poços voltarem às taxas de produção antes do tratamento foi de um

    ano.

    Este novo sistema ácido desenvolvido é superior as formulações existentes para

    acidificação de arenito. O ácido HDTP, como um ácido organo fosfônico, quimicamente

    modificado, penetra profundamente com lenta taxa de reação, boa inibição de precipitação e

    mitigação da corrosão.

    Clack et al. (1982) descreveram um novo sistema ácido, composto por ácido

    fosfórico e outros aditivos, denominado P.P.S.A, que tem sido desenvolvido na tentativa de

    tornar a estimulação ácida mais profunda em formações de arenitos. Também, foi feito uma

    revisão das propriedades dos ácidos e suas interações com a formação.

    O trabalho apresentou um estudo de caso mostrando a efetividade do tratamento

    com o P.P.S.A. O caso foi na formação Rio Negro na Venezuela. Esse novo sistema ácido

    foi testado depois de inúmeras tentativas de tratamento de estimulação com diferentes tipos

    de ácidos sem apresentar nenhuma melhoria da produção. O projeto foi de 10 bbl de diesel,

    seguido de 140 gal/ft de P.P.A.S, seguido de 200 gal/ft de P.P.A.S/HF, seguido de 100 gal/ft

    de P.P.S.S e finalmente 200 bbl de diesel. Esse tratamento trouxe um aumento de produção

    de 250 BOPD (barris de óleo por dia) para 1350 BOPD.

    O uso desse novo sistema ácido provou ser efetivo em muitos desafios da

    estimulação de matriz em formações areníticas. Foram apresentados como benefícios do

    sistema: o retardo da reação ácido-rocha permitindo maior penetração na matriz,

    seletividade por minerais silicatos mesmo na presença de minerais calcários, baixas taxas

    de corrosão, pacote compatível que dificilmente requer o uso de aditivos adicionais.

    Zhou et al. (2013) analisou sistemas ácidos (HF e ácido fosfônico) com diferentes

    concentrações de HF para avaliar a solubilidade de vários minerais de argila (caulinita,

    bentonita, clorito, e ilita), e em destaque o efeito da força do ácido, o tempo de reação, e da

    temperatura sobre o rendimento de soluções ácidas para arenitos. A mistura de ácido

    regular, composto de HCl e HF, tem sido amplamente utilizada para remover os danos em

    formações areníticas. No entanto, muitos problemas podem ocorrer durante os tratamentos

    de estimulação com este ácido.

    A Microscopia Eletrônica de Varredura (SEM) e Difração de raios-X (DRX) foram

    usados para identificar os produtos da reação. As concentrações dos cátions chaves foram

    analisadas por Plasma Indutivamente Acoplado (ICP). Ressonância Magnética Nuclear

    (RMN) foi utilizada pela primeira vez para determinar a reação desses sistemas ácidos com

    minerais de argila. Nenhum precipitado AIF3 (Fluoreto de Alumínio) foi identificado por

  • 19

    análise SEM dos precipitados. A reação secundária entre argilas e HF ocorreu a altas

    temperaturas e, como resultado, a razão de Si/Al (Silício/Alumínio) diminuiu. Os resultados

    de RMN mostraram que todo o HF na solução do sistema ácido reagiu com argilas numa

    proporção em peso de 10:1, enquanto HF foi detectada nessa mesma solução depois de

    reagir com as partículas de argila durante 24 horas à mesma proporção em peso.

    A interação do sistema ácido com quatro minerais de argila foi analisada como uma

    função da concentração do ácido, o tempo de reação, e temperatura. As seguintes

    conclusões podem ser tiradas a partir deste estudo: os minerais de argila liberam diferentes

    quantidades e tipos de cátions quando tratado com os sistemas ácidos. A solubilidade

    depende da concentração do ácido, do tempo de reação e temperatura. A reação

    secundária entre caulinita e HF torna-se mais rápida a altas temperaturas e, como resultado,

    a razão de Si / Al diminui. Não foi identificado AlF3 precipitado pelo SEM e EDS

    (Espectroscopia de Raio X) depois de minerais de argila reagirem com o sistema ácido à

    temperatura ambiente durante 24 horas.

  • 20

    3. Aspectos Teóricos

    Nesse capitulo, é feita uma exposição dos principais conceitos envolvendo as

    operações de estimulação e dano à formação.

    3.1. Operações de Estimulação

    O principal objetivo dos tratamentos de estimulação é aumentar a produtividade dos

    poços de óleo e gás, ou no caso dos poços injetores, a injetividade. Essa finalidade pode ser

    alcançada removendo ou ultrapassando qualquer dano na região próxima do poço, ou

    aumentando a condutividade através de fraturas que melhoram o fluxo do reservatório para

    o poço.

    Thomas et al. (2001) definiram “estimulação” como o conjunto de atividades que

    visam aumentar o índice de produtividade ou injetividade do poço. Os métodos mais

    utilizados são: o fraturamento hidráulico e a acidificação de matriz. O fraturamento também

    pode ser realizado com fluidos ácidos, sendo assim denominado de “fraturamento ácido”.

    3.1.1. Fraturamento Hidráulico

    O processo consiste no bombeamento de um fluido de fraturamento, com um

    elevado diferencial de pressão, aplicado contra a rocha reservatório até a sua ruptura. A

    fratura iniciada no poço se propaga através da formação pelo bombeio de um volume de

    fluido, acima da pressão de fratura da rocha. A fim de evitar que a fratura formada se feche

    após o fim do bombeio é injetado um agente de sustentação juntamente com o fluido de

    fraturamento. Esse caminho criado facilita o fluxo de fluidos do reservatório para o poço e

    vice versa.

    O fraturamento hidráulico não altera a permeabilidade natural da rocha-reservatório.

    Mas, aumenta o índice de produtividade do poço, e é uma das técnicas mais utilizadas para

    aumentar a produtividade dos poços.

    3.1.2. Fraturamento Ácido

    Nesse tratamento, uma solução ácida é injetada com uma pressão superior a

    pressão de fratura da formação. Esse processo leva à falha da formação gerando a fratura.

    A injeção contínua do fluido aumenta o comprimento e a largura da fratura. O ácido injetado

  • 21

    reage com a parede da fratura criando canais de fluxo que se mantêm abertos mesmo

    depois da interrupção da injeção. O fraturamento ácido geralmente é utilizado em formações

    carbonáticas. Esse tratamento pode ser utilizado com o propósito de ultrapassar um dano

    existente ou melhorar a condutividade hidráulica em formações não danificadas.

    3.1.3. Acidificação Matricial

    O tratamento consiste na injeção de uma solução ácida com pressão inferior a

    pressão de fraturamento da formação. A solução dissolve minerais da rocha para remover o

    dano à formação, recuperando a permeabilidade em arenitos ou aumentando a

    permeabilidade na seção radial do poço de carbonatos.

    Os tratamentos com ácido são variados: além do tratamento matricial de carbonatos

    e arenitos, pode-se realizar a limpeza de canhoneados obstruídos, limpeza e lavagem de

    colunas de perfuração e produção e etc.

    A acidificação matricial é efetiva em formações de alta permeabilidade, e nos casos,

    em que a obstrução é ocasionada por material solúvel em ácido. Em formações de baixa

    permeabilidade, o tratamento mais indicado é o fraturamento hidráulico.

    O ácido é consumido muito rapidamente, devido a forte reação do mesmo com a

    formação. O controle dessa reação é um dos pontos mais críticos desse tratamento.

    3.2. Acidificação do Arenito

    O objetivo da operação de acidificação do arenito é remover o dano perto do poço,

    quando este realmente afeta a produtividade. A seleção, o tipo e a concentração do ácido

    dependem dos minerais presentes na formação.

    O projeto básico sugerido para tratamento típico de arenito é (Kalfayan, 2000):

    1º estágio – preflush: 15% em peso de HCl

    2º estágio – mud acid: 3% em peso de HF e 12% em peso de HCl

    3º estágio – overflush: 3%-8% em peso de NH4Cl ou 3%-5% de HCl em todos os

    poços seguidos por nitrogênio (poços de gás), querosene (poços de óleo) ou 5% de HCl

    (poços de injeção de água).

    O tratamento preflush dissolve os carbonatos, além de empurrar o fluido da formação

    para atuação posterior do mud acid e preparar a formação reduzindo o pH.

    O mud acid é o tratamento principal, atua dissolvendo o dano para aumentar a

    permeabilidade da região em volta do poço.

  • 22

    O overflush previne a precipitação secundária perto do poço, e é normalmente

    composto por soluções de cloreto de amônio, HCl em baixas concentrações, ácido acético

    ou solventes.

    3.2.1. Interação Ácido-Rocha para formações areníticas

    Em arenitos o objetivo principal da acidificação é remover danos formados por

    minerais que plugueiam a região radial próxima ao poço. Bentonita, calcita, dolomita e

    quartzo são exemplos de minerais presentes nos poros do arenito. Os ácidos mais utilizados

    para dissolver esses minerais são HCl (ácido clorídrico) e HF (ácido fluorídrico), conhecido

    como mud acid. Em arenitos com elevado percentual de calcário, entre 15-20%,

    normalmente o HF pode não ser utilizado. As reações do mud acid com o arenito são

    descritas por Thomas&Morgenthaler (2000), sendo a reação primária do HF com os grãos

    de quartzo mostrada nas Equações (1) e (2).

    SiO2 + 4 HF ↔ SiF4 + 2 H2O (1)

    SiF4 + 2 F ↔ SiF6−2 (2)

    A reação com aluminossilicatos é mostrada pela Equação (3):

    𝑀𝑧𝐴𝑙𝑥𝑆𝑖𝑦𝑂(𝑧2

    +3𝑥2

    +2𝑦) + 6(x + y)HF

    → xAl𝐹6−3 + y𝐻2Si𝐹6 + y𝐻2Si𝐹6

    + (𝑧

    2+

    3𝑥

    2+ 2𝑦 ) 𝐻2O + (3x − z)𝐻

    + + z𝑀+

    (3)

    Onde: M é um metal como Na+ ou K- e x,y,z são coeficientes estequiométricos.

    A reação produz AlF6-3 e H2SiF6 que continua reagindo com os aluminossilicatos para

    formar a sílica gel na superfície da argila. As reações que se processam durante a

    acidificação de arenitos, geram muitos subprodutos, com elevado potencial para pluguear os

    poros da rocha, promovendo a ocorrência de um dano, de maneira que o controle dessas

    reações é imprescindível.

  • 23

    3.2.2. Volume de ácido requerido

    3.2.2.1. Preflush

    O volume de ácido do preflush é geralmente determinado com base no volume de

    vazios. Assim, o volume mínimo requerido é definido pela equação (4).

    Va =

    𝑉𝑚

    𝑋 + Vp + Vm (4)

    Onde:

    Va = volume mínimo requerido da solução ácida [ft3];

    Vm = Volume de minerais a serem removidos [ft3];

    Vp = volume de poros inicial [ft3]

    X = poder de dissolução volumétrico da solução ácida [ft3 mineral/ ft3 solução]

    Vm = π (𝑟𝑎2 − 𝑟𝑤

    2) (1 – ϕ) 𝑐𝑚 (5)

    Vp = π (𝑟𝑎2 − 𝑟𝑤

    2) ϕ (6)

    Onde:

    ra = raio de tratamento do ácido [ft];

    rw = raio do poço [ft];

    ϕ = porosidade;

    cm = conteúdo mineral.

    O volume básico sugerido para fase preflush em arenitos é de 25-200 gal/ft

    (Kalfayan, 2000).

    3.2.2.2. Mud Acid

    O volume ácido requerido para o tratamento principal depende da mineralogia e do

    tipo de força do ácido utilizado. O volume básico sugerido por (Kalfayan, 2000) é:

    HCl Acid: 50 – 200 gal/ft

    HF Acid: 75 – 100 gal/ft

  • 24

    3.2.2.3. Overflush

    McLeod&Norman (2000) definiram que o volume de overflush deve deslocar o fluido

    Mud Acid de 3 a 4 ft de distância a partir do poço.

    3.2.3. Vazão de injeção do ácido

    O critério de seleção da vazão de injeção do ácido é baseado na dissolução e

    remoção do mineral e na dimensão da região danificada.

    A máxima vazão de injeção é limitada pela pressão de quebra (breakdown) e pela

    pressão de injeção máxima na superfície disponível pela bomba de tratamento.

    Para o regime pseudo-permanente, consideramos a equação (7) no cálculo da vazão

    de injeção do ácido.

    𝑞𝑖,𝑚𝑎𝑥 =

    4.917𝑥10−6 𝐾ℎ[𝑃𝑏 − ∆𝑃𝑠𝑎𝑓𝑒 − 𝑃]

    𝜇𝐵 (𝑙𝑛 𝑟𝑒𝑟𝑤

    + 𝑠) (7)

    Onde:

    qi,máx = máxima vazão de injeção [bbl/min];

    k = permeabilidade da formação [mD];

    h = espessura da pay zone [ft];

    Pb = pressão de quebra (breakdown) [psi];

    P = pressão média reservatório [psi];

    ΔPsafe = margem de segurança para não fraturar a formação;

    µa = viscosidade da solução ácida [cp];

    re = raio de drenagem [ft];

    rw = raio do poço [ft];

    S = skin.

    3.2.4. Pressão de injeção

    A predição da pressão de injeção é necessária para seleção da bomba.

    Psi = Pwf – ΔPh – ΔPf (8)

  • 25

    Onde:

    Psi = pressão de injeção na superfície [psi];

    Pwf = pressão no fundo do poço em fluxo [psi];

    ΔPh = perda de carga hidrostática [psi];

    ΔPf = perda de carga friccional [psi].

    ΔPf =

    518 𝜌0.79 𝑞1.79 𝜇0.207 L

    1000 𝐷4.79

    (9)

    Onde:

    ρ = massa específica da água;

    q = máxima vazão de injeção [bbl/min];

    µ = viscosidade da solução ácida [cp];

    L = comprimento da coluna de trabalho [ft];

    D = diâmetro interno (in).

    3.3. Acidificação de Carbonatos

    A acidificação de carbonatos não tem por finalidade remover o dano, e sim criar

    “wormholes” (canais de escoamento) para que o hidrocarboneto flua após a estimulação.

    A operação em carbonatos muitas vezes requer baixas vazões de injeção para evitar

    a fratura da formação, e em casos de formações de baixa permeabilidade. Esse limite

    operacional induz um dos pontos mais críticos da operação que é o controle da reação

    ácido-rocha. A reação, de dissolução, ácido-rocha é extremamente intensa e o rápido

    consumo do ácido faz com que o mesmo não consiga atingir a profundidade desejada, pois

    é consumido rapidamente pela formação na área próxima do poço (Fredd & Fogler, 1996).

    Dessa maneira, a rápida dissolução consome grandes volumes de ácido e proporciona

    aumentos negligenciáveis na condutividade da formação, pois as regiões com dano podem

    não ser ultrapassadas.

    A dependência do incremento da produtividade com o aumento do raio da zona

    estimulada em carbonatos foi mostrada por (Muskat, 1947), mostrando que poços com

    danos elevados necessitam que o tratamento ácido atinja até 3 m de distância para

    recuperar a permeabilidade original, zonas com danos rasos necessitam de um menor

    alcance para o tratamento ácido. Isso significa que a solução ácida não reagida deve chegar

    até essa distância para obter um tratamento efetivo.

  • 26

    Os danos em carbonatos normalmente têm entre 0,3 - 1 m. Soluções de HCl

    convencionais não conseguem alcançar essas distâncias, pois o ácido é imediatamente

    consumido em função da extrema velocidade de dissolução da calcita em ácido (Mcleod,

    1990).

    A seleção do fluido ácido depende das características da formação (composição,

    estrutura, permeabilidade, porosidade). O projeto básico sugerido para tratamento típico de

    carbonato é (Pereira & Fernandes, 2009):

    1º estágio - HCl 15%

    2º estágio - Solventes

    3º estágio - HCl 15% viscoelástico

    O HCl é geralmente selecionado para acidificação de carbonato. Ele pode ser

    substituído por ácidos orgânicos, principalmente para minimizar os problemas de corrosão a

    temperaturas superiores a 400 ° F [205 ° C]. O objetivo da acidificação com HCl é tanto para

    ultrapassar os danos através da criação de canais de alta condutibilidade (wormholes) ou

    para delinear fissuras parcialmente obstruídas em formações fissuradas de baixa

    permeabilidade. Embora a restauração de permeabilidade seja geralmente o alvo de

    formações de arenito (efeito skin zero), acidificação de carbonato comumente resulta em

    efeitos skin negativos. Isto é devido à reabertura de fissuras naturais e criação de

    wormholes de alta permeabilidade na área próxima ao poço.

    3.3.1. Interação Ácido-Rocha para formações carbonáticas

    O HCl se dissolve tanto em rochas calcárias quanto dolomíticas, conforme as

    Equações (10) e (11) respectivamente.

    CaC𝑂3 + 2HCl ⇌ Ca𝐶𝑙2 + 𝐻2O + C𝑂2 (10)

    CaMg(C𝑂3)2 + 4HCl ⇌ Ca𝐶𝑙2 + Mg𝐶𝑙2 + 2𝐻2O + 2C𝑂2 (11)

    A quantidade de ácido dissolvido depende da estequiometria da reação química.

    Analisando a equação (10), sabe-se que são necessários dois mols de HCl para dissolver 1

    mol de CaCO3.

    Um modo de expressar a reação de estequiometria é utilizando o poder de

    dissolução do ácido, baseado na massa como descrito na equação (12) ou baseado no

    volume como descrito na equação (13).

  • 27

    β = Ca

    𝑣𝑚 𝑀𝜔𝑚

    𝑣𝑎 𝑀𝜔𝑎 (12)

    Onde:

    β = Poder de dissolução gravimétrico da solução ácida [lbmmineral/lbmsolução ácida];

    Ca = concentração do ácido;

    vm = número estequiométrico do mineral;

    va = número estequiométrico do ácido;

    Mωm = massa molecular do mineral;

    Mωa = massa molecular do ácido.

    X = β 𝜌𝑎

    𝜌𝑚 (13)

    Onde:

    X = poder de dissolução volumétrico da solução ácida [ft3 mineral/ ft3 solução];

    ρa = massa específica da solução ácida [lbm/ft3];

    ρm = massa específica do mineral [lbm/ft3].

    O HCl é o ácido mais utilizado. Ácidos orgânicos como o acético e o fórmico são

    utilizados em poços de alta temperatura. Também podem ser utilizadas misturas de ácidos

    (Kalfayan, 2000).

    3.3.2. Volume de Ácido Requerido

    Segundo Pereira & Fernandes (2009), o volume de ácido requerido para cada

    estágio do tratamento em carbonatos é:

    1º estágio: 25 gal/ft

    2º estágio: 75-100 gal/ft de solventes dissolvidos em ácido

    3º estágio: 75-125 gal/ft

    3.3.3. Wormholes

    O fluxo e a reação de HCl nos poros do carbonato resultam na formação de canais

    de escoamento altamente condutores, conhecidos como wormholes. Esses canais são

  • 28

    formados devido à heterogeneidade natural dos poros da formação, a rápida transferência

    de massa e a dissolução quase completa do mineral no ácido.

    Durante a estimulação, preferencialmente, o ácido flui para as regiões de maior

    permeabilidade. Estes caminhos de escoamento iniciais são ampliados pela rápida

    dissolução do material da matriz, fazendo com que essas regiões recebam ainda mais

    fluido. Uma vez formados, os wormholes não oferecem resistência ao fluxo e transportam

    essencialmente todo o fluido injetado.

    Hoefner e Fogler (1988) investigaram sistemas de HCl/carbonato e descobriram que

    o número Damköhler governa a reação de formação dos wormholes. O número Damköhler é

    definido como a razão entre a taxa líquida por dissolução de ácido e a taxa de transporte

    convectivo de ácido. Quando a taxa de reação é muito rápida em comparação com a taxa

    de transferência de massa, a taxa líquida de dissolução é limitada pela transferência de

    massa e o número Damköhler é dado pela equação (14).

    𝐷𝑎𝑚𝑡 = a𝐷𝑒

    23

    𝐿

    𝑄 (14)

    Onde:

    De=coeficiente de difusão efetiva;

    Q = vazão;

    L = comprimento da garganta do poro;

    a = constante que depende do núcleo do carbonato.

    Hoefner e Fogler (1988) observaram que um volume mínimo de líquido foi necessário

    para alcançar as condições ótimas para dos wormholes. Em números altos de Damköhler,

    que significam baixas taxas de injeção, o reagente é consumido na entrada do núcleo, assim

    o aumento da permeabilidade é desprezível e o volume de fluido necessário para avançar

    na formação é elevado. Em números baixos de Damköhler, que significa altas taxas de

    injeção, o reagente pode penetrar na matriz porosa e ampliar os canais de fluxo. Conforme o

    número de Damköhler é ainda mais reduzido, os canais de fluxo tornam-se mais altamente

    ramificados à medida que o fluido é forçado a escoar em poros menores.

    A Figura 3.1 mostra a diferença da estrutura dos wormholes formados a baixa, ótima

    e alta vazões.

  • 29

    Figura 3.1 – Formação de Wormholes durante a dissolução por HCl.

    FONTE: Fredd & Floger, 1996

    3.4. Aditivos utilizados nos fluidos de acidificação

    A seleção do fluido adequado é crucial para o sucesso do tratamento de acidificação.

    Os aditivos são utilizados para evitar a corrosão excessiva, prevenir resíduos e emulsões,

    evitar a precipitação de ferro, melhorar a limpeza, melhorar a cobertura da zona e evitar a

    precipitação da reação de produtos. O tratamento pode ser malsucedido se os aditivos

    apropriados não forem utilizados. Aditivos também são utilizados em preflushes e

    overflushes para estabilizar argilas e dispersar parafinas e asfaltenos. As funções de alguns

    dos aditivos serão brevemente discutidas neste item.

    3.4.1. Inibidores de corrosão

    O inibidor de corrosão é uma substância química que retarda o ataque de corrosão

    ácida no revestimento, na coluna, ou qualquer outro metal que o ácido possa entrar em

    contato durante o tratamento.

    Inibidores funcionam interferindo nas reações químicas que ocorrem no ânodo ou

    cátodo da célula de corrosão. Os dois tipos básicos de inibidores de corrosão são

    inorgânicos e orgânicos. Os inibidores inorgânicos trabalham bem em altas temperaturas

  • 30

    por um longo período de tempo, custam menos que os inibidores orgânicos, mas perdem

    sua eficiência em soluções mais concentradas que 17% de HCl, e podem reagir com H2S

    formando precipitados insolúveis. Os inibidores orgânicos podem ser usados na presença

    de H2S sem formação de precipitados, trabalham bem em qualquer concentração de ácido,

    mas possuem custo maior que o os inibidores inorgânicos e não fornecem proteção em

    temperaturas acima de 95°C por um longo tempo (Ali&Hinkel, 2000).

    3.4.2. Surfactantes

    Surfactantes ou agentes de atividade superficial são usados na acidificação para

    quebrar emulsões indesejáveis, reduzir a tensão de superfície e/ou a tensão interfacial,

    alterar a molhabilidade, velocidade de limpeza, dispersar aditivos e prevenir a formação de

    resíduos. A seleção inadequada de surfactante pode levar a resultados contrários àqueles

    pretendidos tornando-se prejudicial para o tratamento.

    Surfactantes possuem composição bipolar, um grupo solúvel em água (hidrofílico) e

    um grupo solúvel em óleo (lipofílico) que são separados um do outro embora sejam ligados

    por uma ligação covalente forte.

    3.4.3. Agentes sequestrantes

    Os agentes sequestrantes têm a função de se ligarem aos íons, principalmente cálcio

    (Ca+2), magnésio (Mg+2) e ferro (Fe+3), e mantê-los em solução para que não precipitem.

    Ácido cítrico, EDTA e Ácido Nitrilotriácetico (NTA) são alguns dos agentes sequestrantes

    mais utilizados.

    3.4.4. Agentes divergentes

    Os agentes divergentes funcionam igualando o fluxo, de modo que as zonas de

    diferentes permeabilidades possam ser tratadas. O divergente deve ser insolúvel no fluido

    de tratamento, formar uma camada impermeável sobre a formação sem penetrar

    profundamente na formação, ser facilmente removido após o tratamento. Geralmente são

    utilizadas resinas solúveis em óleo, ácido benzóico em flocos e outras partículas. Espumas

    também podem funcionar como agentes divergentes eficazmente. Fluidos de espuma tem a

    vantagem adicional de boa limpeza e pouco ou nenhum potencial para danificar a formação.

  • 31

    3.5. Dano à Formação

    Dano à Formação é um conceito que se refere à diminuição da permeabilidade da

    zona produtora. Esse prejuízo indesejável ocorre em várias fases dos processos de

    produção de óleo e gás, a partir das rochas reservatórios, que incluem perfuração,

    canhoneio, fraturamento hidráulico, produção e operações de intervenção (workover). Dano

    à Formação pode ser causado por diversos fatores, incluindo físico-químicos, químicos,

    biológicos, interações térmicas dos poros da formação, partículas e fluidos, deformação

    mecânica da formação sob estresse (Civian, 2007).

    O efeito skin é usado para descrever alterações perto da zona do poço. Um dos

    maiores problemas é o dano à permeabilidade que pode ser causado por praticamente

    qualquer atividade de engenharia de petróleo. Se a permeabilidade próxima à zona do poço

    é significativamente reduzida, a capacidade de produção ou injeção do poço fica

    comprometida. Da mesma forma, a recuperação ou aumento desta permeabilidade pode

    levar a um aumento considerável de produção ou injeção.

    Van Everdingen & Hurst (1953) notaram que a pressão no fundo do poço medida era

    inferior à calculada, o que indica que deveria haver uma perda de carga adicional. Eles

    atribuíram a perda de carga a uma zona de permeabilidade reduzida ao redor do poço. Essa

    zona é chamada de “zona danificada”.

    O efeito skin foi matematicamente apresentado conforme a Equação (15):

    𝑠 =

    2 𝜋 𝑘

    𝑞 𝜇𝑜 ∆P𝑠𝑘𝑖𝑛 (15)

    Onde:

    s = efeito de skin ou fator de película

    k = permeabilidade da formação

    h = espessura da formação

    q = vazão de produção ou de injeção

    𝜇𝑜 = viscosidade do óleo no reservatório

    Δ𝑃𝑠𝑘𝑖𝑛= queda de pressão devida ao efeito de película

    A Equação (16) apresenta a introdução do conceito de espessura do dano (Hawkins,

    1956). A partir dessa equação podemos obter o raio da região com permeabilidade alterada.

  • 32

    𝑠 = ((

    𝑘

    𝑘𝑠) − 1) (𝑙𝑛

    𝑟𝑠𝑟𝑤

    ) (16)

    Onde:

    𝑘 = permeabilidade da formação

    𝑘𝑠 = permeabilidade da região danificada

    𝑟𝑠 = raio da região danificada

    𝑟𝑤 = raio do poço

    Existem alguns critérios para decidir pela aplicação da técnica de acidificação

    matricial. Apenas a baixa produtividade não é suficiente para justificar a operação, pois este

    problema pode estar relacionado com as características normais do reservatório alvo da

    operação. A avaliação da aplicação do tratamento compreende a análise da capacidade de

    produção de um intervalo de formação caso o dano seja removido. Além da baixa

    produtividade/injetividade, a existência de dano e o diagnóstico são fundamentais para a

    escolha do tratamento de acidificação.

    3.5.1. Tipos de dano

    Existem diferentes tipos de danos à formação, e caracterizar esses danos é

    importante, pois a partir disso é escolhido a operação e o tipo de fluido adequado. O dano é

    normalmente classificado pelo seu mecanismo de criação: natural ou induzido. Danos

    naturais são aqueles que ocorrem como resultado de produzir fluidos do reservatório. Danos

    induzidos são resultados de operações externas realizadas no poço, como perfuração,

    completação, intervenções, estimulação ou injeção.

    Quando há algum tipo de impedimento na determinação do tipo de dano, o

    tratamento é projetado para reparar a maioria dos tipos de danos possíveis. A seguir, serão

    apresentados os principais tipos de dano à formação conforme classificados por Broaddus;

    SPE; Halliburton Services (1988).

    3.5.1.1. Dano por formação de emulsões

    Emulsões são combinações de dois ou mais fluidos imiscíveis (incluindo gás) que

    não se dispersam molecularmente entre si. As emulsões são normalmente estabilizadas por

    tensoativos, principalmente pelos tensoativos naturais presentes no óleo da formação.

  • 33

    Neste tipo de dano, solventes auxiliados por produtos desemulsificantes são

    geralmente usados.

    3.5.1.2. Dano por alteração da molhabilidade

    Entupimento da formação pode ser causado por líquidos ou gás alterando a

    permeabilidade relativa da rocha de formação. A permeabilidade relativa pode reduzir a

    permeabilidade da formação para um fluido particular em 80% ou 90% (Hill et al, 2000).

    Alterações na molhabilidade podem ser corrigidas pela injeção de solventes mútuos

    para remover a fase óleo, seguida da injeção de tensoativos que tornem a formação

    novamente molhável à água.

    3.5.1.3. Dano por bloqueio por água

    Água pode ocasionar bloqueio em rochas de baixa permeabilidade. Em bloqueios

    desse tipo, a água geralmente ocupa os espaços de fluxo (tantos poros ou fraturas naturais)

    que são usadas pelos hidrocarbonetos para fluir do reservatório para o poço. Devido a

    mobilidade e viscosidade diferentes, o hidrocarboneto pode não ser capaz de dispersar a

    água.

    O tratamento deste problema é feito através da injeção de tensoativos para reduzir a

    tensão interfacial água-óleo.

    3.5.1.4. Dano por depósitos minerais

    Estes depósitos são produtos químicos solúveis em água, que precipitam a partir das

    soluções em reposta a mudanças de condições ou mistura de águas incompatíveis. Podem

    estar presentes na coluna de produção, nos canhoneados, ou na formação. Vários solventes

    podem ser usados para dissolver os depósitos precipitados, dependendo de sua

    composição química. Os tipos mais comuns de deposição mineral são: carbonato de cálcio,

    carbonato de ferro, sulfato de cálcio, sulfato de bário, sulfato de estrôncio, sulfito de ferro ou

    também combinações desses. Dos citados, somente o carbonato de cálcio pode ser

    removido quimicamente, os demais só são removidos parcialmente, necessitando de

    métodos mecânicos para sua completa remoção.

  • 34

    3.5.1.5. Dano por depósitos orgânicos

    Depósitos orgânicos são hidrocarbonetos pesados (parafinas ou asfaltenos) que

    precipitam conforme a temperatura ou pressão é reduzida. Em certos casos, não se pode

    evitar tais danos, sendo normalmente executada a remoção mecânica dos depósitos com

    raspadores. Em outros casos, os depósitos podem ser resolubilizados por solventes

    orgânicos ou pelo aquecimento da formação com óleo aquecido.

    3.5.1.6. Dano por siltes e argilas

    O dano causado pela migração ou inchamento de argilas, ou pela migração de siltes,

    promove o plugueamento dos poros da rocha na região próxima ao poço reduzindo a

    produtividade. Quando as partículas danificantes originam-se da própria rocha reservatório,

    elas são chamadas genericamente de “finos”. A remoção de danos, por deposição de finos,

    em reservatórios de carbonato faz-se com HCl, que apesar de não dissolver os finos, pode

    dispersá-los.

    3.5.1.7. Dano por depósitos bacterianos

    As bactérias podem ser um problema sério para a produção devido ao que elas

    consomem e seus subprodutos. As bactérias podem crescer em diferentes ambientes e

    condições: temperaturas entre -11°C a 200°C, e valores de PH de 1 a 11, salinidade a 30%

    e pressões a 25000 psi (Hill et al, 2000).

    Este é um dano de difícil remoção. Para o tratamento são utilizados agentes

    oxidantes fortes, como o peróxido de hidrogênio que tem sido eficiente na remoção desse

    tipo de dano.

    3.5.1.8. Dano por polímeros

    A utilização de polímeros como as poliacrilaminas, pode causar dano à formação

    quando esses polímeros não estão completamente dissolvidos ou pela desestabilização do

    sistema em que os mesmos estão dispersos. O dano também pode ser gerado no processo

    de formação do reboco. A remoção desses danos pode ser realizada através do aumento do

    pH, provendo a quebra da cadeia polimérica.

  • 35

    4. Operação de Acidificação

    Estimulação matricial tem sido utilizada em larga escala desde a década de 1930

    para aumentar a produção de poços de óleo e gás e a injeção dos poços injetores.

    Uma melhoria substancial da produção pode ser alcançada com a estimulação de

    matriz se os tratamentos forem projetados adequadamente. A abordagem sistemática para

    tratamentos de estimulação consiste na seleção de candidatos, caracterização de dano à

    formação, determinação da técnica de estimulação, projeto do tratamento, a execução do

    projeto e avaliação do tratamento.

    O objetivo desse capítulo é fornecer uma visão integrada dos processos bem-

    sucedidos para os tratamentos de estimulação.

    4.1. Seleção do poço candidato

    A seleção dos candidatos para a estimulação matricial baseia-se na busca de poços

    com declínio da produtividade e no posterior diagnóstico da causa dessa deficiência. Apesar

    do objetivo final do tratamento ser alcançar maior ganho através do aumento de produção, o

    tratamento em poços para atingir objetivos econômicos pode ser limitado devido às

    condições de reservatório (por exemplo, pressão, permeabilidade) ou de poço (por exemplo,

    elevação artificial, tamanho insuficiente da coluna de produção).

    4.1.1. Identificação de poços de baixa produtividade e candidatos à estimulação

    Geologia, petrofísica e engenharia de reservatórios desempenham papéis

    importantes na quantificação do potencial produtivo de um poço. Para quantificar o potencial

    de produção é necessário ter uma compreensão completa da geologia e da mecânica do

    reservatório. Em muitos casos reais, esses dados são incompletos, e o engenheiro deve

    confiar na comparação com outros poços semelhantes na história do campo para identificar

    o desempenho normal de produção. Para poços de petróleo, o índice de produtividade (IP),

    índice de produtividade por espessura (IP/h), a vazão de produção em barris de petróleo por

    dia (bpd), ou efeito skin podem ser determinados para cada local. Esses dados permitem

    que o engenheiro identifique zonas prováveis de dano. Uma vez que o potencial de

    produção de um poço é estabelecido, esse dado é comparado com a produção efetiva.

    Após o poço ser diagnosticado como de baixo desempenho, deve ser determinada a

    razão ou as razões da baixa produtividade. Medidas corretivas adequadas devem ser

  • 36

    tomadas, incluindo a determinação da necessidade de elevação artificial ou se o método

    existente está funcionando corretamente. Em alguns casos, a produção está limitada pela

    dimensão da coluna ou outras razões mecânicas, para esses casos a estimulação não vai

    apresentar benefícios. Uma vez que razões mecânicas são eliminadas como uma causa

    potencial da baixa produção, os poços restantes tornam-se candidatos à estimulação.

    Um sistema pode ser utilizado para identificar poços candidatos à estimulação,

    baseado em uma série de regras para determinar se o poço é adequado à operação de

    estimulação matricial. O sistema baseia-se nos resultados da Análise de Transiente de

    Pressão (PTA, em inglês) do poço, ou a relação das taxas de fluxo real e teórica.

    Caso seja possível realizar a Avaliação de PTA, o primeiro passo do sistema é

    analisar a litologia do poço pré-candidato a estimulação. Se a formação de arenito não

    apresentar skin > 0 ou a formação de carbonato não apresentar skin > -4, a indicação é

    avaliar o potencial para fraturamento hidráulico nesses dados poços. Pois, nesses casos, o

    poço é identificado como de baixa produtividade ou baixa pressão, portanto, a acidificação

    matricial não é indicada. Mas, caso a formação de arenito apresente skin > 0 ou a formação

    de carbonato apresente skin > -4, o próximo passo é avaliar a existência de problema

    mecânico que pode causar a baixa produtividade. Por exemplo, é necessário avaliar se a

    baixa produtividade não está ligada ao dimensionamento incorreto da coluna, ou devido a

    problemas de reservatório (neste caso, outros poços da mesma região apresentariam o

    mesmo comportamento). Ou ainda, verificar a existência de um sistema de elevação

    artificial, e se o mesmo está funcionando de maneira ideal. Quando a baixa produtividade

    está atrelada a problemas mecânicos, as operações de estimulação não apresentam

    nenhum benefício quanto a ganho de produção. Caso seja detectado a possibilidade de

    algum problema mecânico, faz-se necessário uma avaliação adicional. Caso contrário, o

    poço apresenta uma indicação de dano à formação, portanto, torna-se um provável

    candidato à estimulação.

    Se for escolhida a técnica de comparação do fluxo atual com o fluxo teórico, a

    avaliação a ser feita é se o fluxo atual está menor que 75% do fluxo teórico. Caso a resposta

    seja positiva, a mesma verificação de existência de problema mecânico é feita. Quando os

    problemas mecânicos são descartados, o poço apresenta uma indicação de dano à

    formação, portanto, torna-se um provável candidato à estimulação. Mas, se o fluxo atual

    está maior que 75% do fluxo teórico, o poço está produzindo como esperado, sendo assim,

    não existe nenhuma indicação para estimulação de poços.

    Este passo a passo anteriormente descrito é apresentado na Figura 4.1.

  • 37

    Figura 4.1 – Orientações para seleção de candidatos

    FONTE: Adaptado de Thomas&Morgenthaler, 2000

    Um indicador de desempenho de poços é o IP, apresentado na equação (17):

    IP = 𝑞

    �̅�𝑟 − 𝑃𝑤𝑓 (17)

    Onde:

    q = Taxa de fluxo [BOPD]

    Pr = Pressão de reservatório média [psi]

    Pwf = Pressão de fluxo no fundo do poço [psi]

    A comparação do IP atual e IP ideal pode ser usada como indicador de desempenho

    do poço.

  • 38

    4.1.2. Impacto do dano à formação na produtividade

    É importante compreender os efeitos dos danos à formação na região próxima ao

    poço. A equação de estado para um poço de petróleo é apresentada na equação 18:

    q =

    𝑘ℎ(𝑃𝑒 − 𝑃𝑤𝑓)

    141.2𝐵𝜇 (ln𝑟𝑒𝑟𝑤

    + 𝑠) (18)

    Onde:

    k = permeabilidade da formação [md]

    h = espessura do reservatório [ft]

    Pe = pressão estática do reservatório [psi]

    Pwf = Pressão de fluxo no fundo do poço [psi]

    B = Fator volume formação [bbl/STB]

    µ = Viscosidade [cp]

    re = Raio de drenagem [ft]

    rw = Raio do poço [ft]

    s = efeito skin

    Para um dado poço, a equação 18 pode ser simplificada na equação (19):

    𝑞

    𝑞𝑜=

    7.5 + 𝑠𝑜7.5 + 𝑠

    (19)

    Onde:

    q = Vazão de produção final [BOPD]

    qo = Vazãode produção inicial [BOPD]

    s = Efeito skin final

    so = Efeito skin inicial

    Assim, para um poço com dano e efeito skin total igual a 100, uma redução de 10

    pode exibir um aumento de seis vezes na produtividade. Uma redução do efeito skin 100 a 0

    leva a um aumento de quatorze vezes na produtividade. Embora a redução para zero,

    geralmente, é irreal em um arenito, a redução para valores inferiores a dez é uma

    expectativa razoável (Thomas&Morgenthaler, 2000).

  • 39

    O declínio de produção pode ser causado por características naturais dos fluidos do

    reservatório, danos do poço devido a processos de perfuração/completação, ou por

    dificuldades mecânicas no processo de completação. O efeito skin é um conceito

    matemático adimensional, e o seu valor é determinado pelo efeito combinado de vários

    parâmetros, incluindo a formação de danos. Para interpretar corretamente o skin e

    determinar as medidas corretivas adequadas, os engenheiros devem analisar a contribuição

    de cada fator. A chave para a seleção do candidato para o tratamento encontra-se na

    análise de vários skins (Bybee, 2001).

    Para um poço produtor, o histórico de avaliação de desempenho aponta para

    possíveis candidatos à estimulação. A persistência de declínio no desempenho de um poço,

    muitas vezes, solicita uma investigação mais profunda, como a comparação com o

    desempenho de outros poços do mesmo reservatório.

    O risco de corte de água e produção de areia também são considerados durante a

    seleção do candidato. Poços com corte de água elevado e produção de areia apresentam

    baixa classificação na seleção dos candidatos. Isto ocorre devido à tendência de o fluido de

    tratamento escolher, preferencialmente, a zona de água.

    Outra consideração importante na seleção dos candidatos é o histórico de

    estimulação de outros poços no campo. Poços em áreas que apresentaram sucesso ao

    longo dos anos, normalmente, são mais considerados. Enquanto a apresentação histórica

    de falhas, geralmente, provoca aversão ao risco de retornar ao mesmo campo para realizar

    estimulação.

    Em geral, a importância da fase de avaliação do impacto do dano na produtividade

    se dá pelo fato de compreender o quanto é possível aumentar em termos de produção

    levando em consideração a diminuição do dano. Essa compreensão é muito importante para

    realizar uma boa avaliação econômica preliminar.

    4.1.3. Avaliação Econômica Preliminar

    Após estabelecer o potencial produtivo do poço em função do efeito skin e da

    produção atual, o projetista pode avaliar o valor econômico do aumento de produção e o

    investimento necessário para o tratamento. Para uma boa avaliação econômica, precisa-se

    de uma boa previsão de produção para a condição atual do poço e uma previsão para o

    poço estimulado.

    Um modelo para avaliação econômica deve permitir à análise do custo verso a

    receita esperada. Os custos estimados devem incluir o custo do tratamento, custos de

  • 40

    operação, os impostos aplicáveis e os eventuais custos auxiliares. Preço do produto

    produzido, fatores de risco do tratamento devem ser incluídos para calcular vários

    indicadores financeiros, tais como a Taxa de Retorno (ROR), Retorno sobre o Investimento

    (ROI), VPL (Valor Presente Líquido), pagamento (dias) apenas para investimento,

    pagamento (dias) para investimento acrescido de juros e custo unitário (investimento

    dividido pela produção incremental). Em alguns tópicos a frente será feito uma abordagem

    sobre alguns desses indicadores financeiros.

    4.2. Caracterização de dano à formação

    Depois de estabelecer que um poço esteja produzindo abaixo do seu potencial, deve

    ser feita uma avaliação da causa e a localização do dano. O diagnóstico pode ser baseado

    na avaliação do poço e história do campo, análise das amostras de plugues recuperados do

    campo, o conhecimento das propriedades dos minerais e fluidos da formação, por exemplo,

    água e óleo, bem como o teste de pressão e perfilagem (Thomas & Morgenthaler, 2000).

    A quantidade de informação disponível torna-se um desafio para a caracterização do

    dano, devido as poucas informações que, usualmente, estão disponíveis. Sendo assim, nem

    sempre é possível caracterizar completamente o dano à formação. Nos casos de incerteza,

    recomenda-se a priorizar as causas prováveis e projetar um tratamento para os cenários

    mais prováveis. Assim, vários tipos de dano podem ser suspeitos, e todos devem ser

    considerados no projeto do tratamento.

    Todas as informações disponíveis sobre o poço, tais como perfilagem, características

    do reservatório e informações sobre a completação e workovers anteriores deverão ser

    recolhidos. As amostras de fluidos produzidos e quaisquer materiais sólidos do poço

    deverão ser analisados. Em alguns casos, pode ser útil realizar testes de laboratório de

    compatibilidade dos fluidos de completação ou de perfuração e o líquido da formação ou

    rochas. Tais testes podem ajudar no desenvolvimento de compreensão do problema atual

    do poço e levar a uma ação corretiva.

    As operações do poço envolvem atividades potenciais de dano para o mesmo -

    perfuração, completação, canhoneio, workovers, estimulação e produção ou injeção. Então,

    todo histórico do poço deve ser bem avaliado para caracterizar corretamente o dano à

    formação.

    A perfilagem pode mostrar a quantidade de fluido por camada. Esse dado inserido

    em programas específicos determina o efeito skin do dano à formação por camada.

  • 41

    A caracterização do dano é a base do projeto de operação de estimulação. Os

    químicos são desenvolvidos para remover as causas suspeitas ou as causas do dano. Os

    procedimentos do tratamento são projetados para atingir o dano suspeito com uma

    quantidade de químico adequado para remover dano suficiente para atingir as metas de

    produtividade. A caracterização de dano correta é crítica para o sucesso do tratamento de

    estimulação.

    4.3. Determinação da técnica de estimulação

    Na fase anterior, o poço foi identificado como de baixa produção e as possíveis

    causas de dano foram definidas. O próximo passo é determinar a técnica de estimulação

    que deverá ser usada.

    A figura 4.2 mostra uma árvore de decisão para auxiliar o processo de seleção de

    candidato e a técnica de estimulação. Como mostrado na figura, a meta de produtividade

    dita a técnica de estimulação.

    Se a meta de produtividade pode ser alcançada com um efeito skin positivo em

    arenitos ou carbonatos, a estimulação de matriz será um tratamento adequado e

    provavelmente mais rentável. Nesse caso, é feita a avaliação quanto a limitações

    mecânicas, além de uma avaliação econômica final para validar a operação de acidificação

    no dado poço.

    Mas, se for necessário um efeito skin negativo ou próximo a zero para alcançar um

    bom rendimento de produção, é preciso avaliar separadamente o reservatório. No caso de

    arenitos, o fraturamento hidráulico é a operação mais indicada, e apenas se esta operação

    for economicamente descartada é avaliada a acidificação matricial. No caso dos carbonatos,

    as três operações devem ser consideradas, e após a avaliação econômica é decidido a

    operação de estimulação que apresenta o melhor custo benefício.

    Outros fatores podem influenciar a seleção da técnica de estimulação. Em areias não

    consolidadas ou frágeis, é aconselhável examinar o máximo diferencial de pressão permitido

    antes do início de produção de areia da formação. Este limite de pressão pode levar à

    seleção da técnica de fraturamento para permitir a obtenção da meta com um diferencial

    menor. Por outro lado, a preocupação com isolamento da zona pode impedir o fraturamento.

  • 42

    Figura 4.2 – Árvore de decisão para estimulação

    FONTE: Adaptado de Thomas&Morgenthaler, 2000

    4.4. Projeto do Tratamento

    4.4.1. Seleção dos fluidos de tratamento

    Nos tratamentos de estimulação de matriz são injetados no poço, abaixo da pressão

    de fratura, vários fluidos em estágios diferentes. Um tratamento mínimo consiste em uma

    fase de preflush com fluido não reativo para estabelecer uma vazão de injeção, uma fase

    com o fluido de tratamento principal e uma fase de overflush para carregar o fluido principal

    para fora da coluna e deslocá-lo para uma área distante do poço. Na maior parte dos

    tratamentos, outras fases auxiliares são incluídas para aumentar a eficácia do tratamento.

    Sistemas múltiplos de fluidos, compostos de fluidos base e aditivos, são

    selecionados com base na litologia, mecanismos de dano e da condição do poço. Cada

    fluido no tratamento contribui para uma determinada função. O processo de seleção de

  • 43

    fluidos é complexo, pois envolve muitos parâmetros (por exemplo, tipo de dano,

    mineralogia), orientações foram desenvolvidos para simplificar o processo e alcançar

    sucesso no tratamento.

    A formulação dos fluidos para estimulação matricial inclui a seleção do ácido

    principal e identificação da necessidade de preflushes e overflushes. A figura 4.3 mostra

    uma árvore de decisão para a seleção de fluidos em arenitos e carbonatos. A seleção do

    fluido depende do tipo de dano, da litologia, da mineralogia e do tipo de poço. Baseia-se

    também no campo e testes de laboratório.

    Figura 4.3 – Sistema para seleção do fluido de tratamento

    FONTE: Adaptado de Thomas&Morgenthaler, 2000

    4.4.1.1. Seleção do preflush

    O preflush tem três funções importantes (Thomas&Morgenthaler, 2000):

    É um fluido não reativo bombeado inicialmente para garantir que a injeção ocorra a uma

    velocidade e pressão aceitáveis.

  • 44

    Um preflush formulado é injetado, em alguns poços de petróleo, para remover o óleo da

    região perto do poço e deixar os minerais e os danos em condição de permitir a aderência

    de um líquido na superfície do sólido, aumentando a eficácia do ácido. Um solvente ou

    soluções contendo múltiplos solventes pode ser injetado para alcançar esse efeito.

    Um preflush ácido (HCl ou ácido orgânico) é usado para remover o carbonato de cálcio e

    carbonato de ferro ou óxido da região perto do poço, o que ajuda a eliminar fluoreto de

    cálcio e problemas relacionados com ferro. Uma vez que a injeção é aceitável e a formação

    está na condição adequada, o fluido principal de tratamento pode ser injetado. O fluido

    principal de tratamento normalmente contém HF e é deslocado para dentro do reservatório

    por um fluido overflush.

    4.4.1.2. Seleção de fluido para tratamento principal

    O fluido do tratamento principal é selecionado para remover ou dispersar o dano

    principal em formações areníticas e permitir que produtos solúveis ou sólidos fluam para fora

    do poço. No caso de formações de carbonatos, o objetivo é ultrapassar o dano com ácido ou

    dissolvê-lo com solventes. Os fluidos do tratamento principal seguem as seguintes

    categorias (Thomas&Morgenthaler, 2000):

    Solventes para remover os depósitos orgânicos (ex: parafina);

    Oxidantes para remover danos originados de polímeros;

    Removedores de scale para remover sulfato ou óxidos;

    Ácidos para remover carbonatos e óxidos, quebrar resíduos de polímeros ou estimular

    formações de carbonato;

    Ácido fluorídrico (HF) para remover danos de aluminossilicato (principalmente argilas) em

    formações de arenito.

    No caso de suspeita de múltiplos danos, torna-se necessário utilizar vários tipos de

    fluidos ou combinar as funções listadas em apenas um fluido, no entanto, em fluidos e

    funções combinados, é necessário tomar cuidado para manter a efetividade do fluido e

    evitar incompatibilidades.

    Em carbonatos, HCl ou ácidos orgânicos (fórmico ou acético) são usados para

    formar caminhos condutores entre o poço e a formação. Em arenitos, misturas de HCl e HF

    (mud acid) são utilizados para remover lama de perfuração, formação de areia, areia gerada

    durante a perfuração e resíduos de canhoneio.

  • 45

    4.4.1.3. Seleção do agente divergente

    Danos não uniformes e a permeabilidade heterogênica nas zonas alvo causam

    preferência dos fluidos de tratamento a entrarem em zonas de alta permeabilidade. O

    resultado é a remoção de danos não uniforme e insuficiência econômica na maioria dos

    casos. A heterogeneidade das zonas requer que o agente divergente e os fluidos do

    tratamento sejam compatíveis com os sistemas químicos utilizados no processo.

    Divergentes são usados para ajudar a controlar a distribuição de ácido no poço. Os

    quatro tipos gerais são bridging agents (60 mm), partículas (4-60 mm), soluções viscosas

    (géis) e espumas (Thomas&Morgenthaler, 2000). Bridging agents são partículas

    relativamente grandes que são usados para preencher a face de fissuras nas formações de

    carbonato; as partículas são fr


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