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VIOLAÇÃO SEXUAL INFANTIL Pâmela F. Prado mobilizacaomundial.com
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VIOLAÇÃO SEXUAL INFANTIL Pâmela F. Prado mobilizacaomundial.com.br.

Apr 18, 2015

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VIOLAÇÃO SEXUAL INFANTIL

Pâmela F. Prado

mobilizacaomundial.com.br

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problema do médico e meios de proteção legal: comprovação do abuso sexual sem evidência física.

História: incoerências e contradições.

Profissional especializado em saúde mental: fundamental

O psiquiatra da infância é indicado quando criança está em sofrimento/inquieta/calada/litígio.

Ludoterapia/brincadeiras, desenhos e sonhos: sinais e sintomas.

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O abuso sexual infantil é:

“o envolvimento da criança em uma atividade sexual que ela não compreende totalmente, para a qual ela não é hábil para dar consentimento, ou para a qual ela não está preparada em termos desenvolvimentais ou ainda que viola leis e tabus da sociedade”.

(WHO, 2004, p. 1)

PELISOLI, C.; GAVA, L. L.; DELL'AGLIO, D. D. Psicologia jurídica e tomada de decisão em situações

envolvendo abuso sexual infantil. Psico-USF,  Itatiba,  v. 16,  n. 3, Dec.  2011.

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Entrevistando a criança

1. Características da revelação

“Padrão”: segredo.Tendência a negação. Oscilação: negação e reafirmação.

• Mais nova criança, abuso intrafamiliar, o medo de consequências negativas, e a responsabilidade frente ao abuso tem relação com período que as vítimas revelam a violência sexual (Goodman-Brown et al., 2003).

HABIGZANG, Luísa Fernanda et al . Entrevista clínica com crianças e adolescentes vítimas de abuso

sexual. Estud. psicol. (Natal),  Natal,  v. 13,  n. 3, Dec.  2008 .

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Entrevistando a criança

• Transtorno de estresse pós-traumático, características: memória - fragmentação sensorial, expressão emocional intensa e a dificuldade de recuperar as informações.

HABIGZANG, Luísa Fernanda et al . Entrevista clínica com crianças e adolescentes vítimas de abuso

sexual. Estud. psicol. (Natal),  Natal,  v. 13,  n. 3, Dec.  2008 .

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Entrevistando a criança

2. O setting para a entrevista

Fonte: http://espacoharmoniamaceio.blogspot.com.br/

Fonte: www.institutoinclusaobrasil.com.br

HABIGZANG, Luísa Fernanda et al . Entrevista clínica com crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual. Estud. psicol. (Natal),  Natal,  v. 13,  n. 3, Dec.  2008 .

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Entrevistando a criança

Não ter postura sugestiva ou indutiva.

Relato: o que aconteceu.

Não existem respostas certas ou erradas.

Evitar perguntas repetidas.

Autorizar a criança a não responder, se não desejar.

Observar o comportamento não-verbal.

3. A atitude dos entrevistadores

HABIGZANG, Luísa Fernanda et al . Entrevista clínica com crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual. Estud. psicol. (Natal),  Natal,  v. 13,  n. 3, Dec.  2008 .

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Entrevistando a criança

Academia Americana de Psiquiatria da Criança e do Adolescente

Incentive-o a falar livremente. Não faça comentários críticos.

- Mostre que você entende o que a criança está dizendo. - Assegure a criança que fez a coisa certa em dizer.- Diga à criança que ele ou ela não tem culpa pelo abuso sexual.- Ofereça proteção a criança. De imediato, irá tomar

providências para que o abuso pare.

Responding to Child Sexual Abuse. AMERICAN ACADEMY OF CHILD AND ADOLESCENT PSYCHIATRY, Washington DC,  March 2011. “Facts for Families,” No. 28 (3/11).

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Estratégias para a entrevista

(1) Entrevistadores: honestidade, sinceridade, compreensão, interesse.

(2) Habilidades não-verbais: expressão facial, voz, postura corporal e gestos.

(3) As perguntas: uma de cada vez, clara e precisa. Indutoras: evitadas.

(4) Pedir esclarecimentos de algumas questões.

(5) Parafrasear: intenção de mostrar entendimento.

HABIGZANG, Luísa Fernanda et al . Entrevista clínica com crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual. Estud. psicol. (Natal),  Natal,  v. 13,  n. 3, Dec.  2008 .

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Estratégias para a entrevista

(6) Descrever sentimentos da criança para ajudá-la a identificar o que sente.

(7) Resumir as informações para que a criança corrija erros de comunicação.

(8) Conduzir a entrevista com objetivo.

(9) Sequência, coerência e continuidade entre a fala e os comportamentos dos entrevistadores e da criança.

HABIGZANG, Luísa Fernanda et al . Entrevista clínica com crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual. Estud. psicol. (Natal),  Natal,  v. 13,  n. 3, Dec.  2008 .

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Guidelines for the Clinical Evaluation for Child and Adolescent Sexual Abuse

o Bonecas. o Desenhos.Sonhos.

Fonte: extra.globo.com/noticias/rio/abuso-sexual-781294.html

Guidelines for the Clinical Evaluation for Child and Adolescent Sexual Abuse. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 1988 Sep; 27(5):655-7. 

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Fonte: criancacolatina.blogspot.com.br

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Testes psicológicos

Teste de Pfister: Avaliação da natureza da personalidade. É avaliado a frequência das cores.

TAT - Teste de Apercepção Temática: Avaliação afetivo-emocional da personalidade. 31 pranchas que retratam situações e é aplicado a partir dos 12 anos de idade.

CAT-A – Teste de Apercepção Temática Infantil: Avaliação afetivo-emocional da personalidade de crianças. 10 pranchas com cenas de animais em situações humanas.

Teste de desenho da Casa-Árvore-Pessoa: Avaliação de personalidade com objetivo de facilitar a projeção de elementos da personalidade e de áreas de conflitos.

SERAFIM, Antonio de Pádua et al . Dados demográficos, psicológicos e comportamentais de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual. Rev. psiquiatr. clín.,  São Paulo,  v. 38,  n. 4,   2011 .  

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Indicadores

Pré-escolar

Choro excessivo;Retraimento social; Distúrbios do sono; Mudança nos hábitos alimentares;Apego excessivo e particular a certos adultos;Regressão: enurese, chupar o dedo, falar como bebê;Brincadeira repetitiva de sexo com bonecas, brinquedos;Medo do escuro, ir para cama, ser deixado com certas pessoas;Conhecimento de atos sexuais acima do nível para a idade.

SEABRA, S. A. Abuso Sexual na Infância. In: EXISTENCIAL, jornal. 1999.

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Indicadores

Escolar

Mudança de humor;Problemas escolares;Início súbito de enurese;Distúrbios de alimentação;Amizades inadequadas à idade, Conhecimento sexual avançado; Comportamento sexual explícito para com os adultos;Medo de outros verem-na despida e usar várias camadas de roupas para esconder o corpo.

SEABRA, S. A. Abuso Sexual na Infância. In: EXISTENCIAL, jornal. 1999.

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Indicadores

Adolescente

História de fuga;Distúrbio do sono;Tentativa de suicídio.Contatos sexuais múltiplos;Abuso de álcool ou drogas;Depressão clínica: intervenção;Relacionamento pobre com semelhantes;Ausência de confiança/ Baixa autoestima;Mudanças na performance acadêmica e ausência excessiva;Automutilação: tatuagem, corte e queimaduras casuais do corpo.

SEABRA, S. A. Abuso Sexual na Infância. In: EXISTENCIAL, jornal. 1999.

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Sintomas a longo prazo

Distúrbios: frigidez, vaginismo, dispaurenia, promiscuidade sexual, pedofilia e pederastia, dificuldade sexual no casamento, incesto, prostituição, homossexualismo, uso de drogas, delinquência juvenil, baixa autoestima, depressão, automutilação e tentativas de suicídio.

A sintomatologia de adultos: TRANSTORNO DEPRESSIVO, abuso de álcool ou outras substâncias, transtorno de personalidade (borderline), ansiedade, dissociação (múltiplas personalidades), transtornos psicóticos e somatização.

SEABRA, S. A. Abuso Sexual na Infância. In: EXISTENCIAL, jornal. 1999.

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Curiosidades

Abusos em crianças podem provocar encolhimento de partes do cérebro

Os estudiosos observaram que os que haviam sido abusados tinham reduzido o volume, em certas áreas do hipocampo, em cerca de 6%, em comparação com crianças que não haviam sido abusadas.

Estes resultados podem fornecer uma explicação para as consequências do abuso na infância, como um risco maior para abuso de drogas ou psicose", relata o pesquisador Martin Teicher, da Universidade de Harvard.

WELSH, Jennifer. Child Abuse Leaves Mark on Brain. Texto disponibilizado em  13 February 2012. In: LiveScience. 

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Questões

I- Em relação ao abuso sexual, na maioria dos casos, o abusador não pertence à constelação familiar;

II- Durante a avaliação de crianças com abuso sexual é frequente a presença de sintomas de ansiedade e de características repetidas de reencenação de situações traumáticas nos jogos e brincadeiras;

III- Parace haver uma transmissão transgeracional das situações

de abuso físico;IV- Apenas casos comprovados de

abuso físico ou sexual implicam na recomendação de separação de criança/família para avaliação e proteção dela.

a) I, IIb) II, IIIc) II, IVd) I, IV

1) Em relação as afirmativas abaixo, são corretas:

T. E. Psiquiatria da Infância e Adolescência - 1998Fonte: www.psiquiatriainfantil.com.br/revista/edicoes/Ed_06_3/in_17_11.pdf

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2) Na avaliação dos casos de suspeita de ofensa sexual, o relato espontâneo da criança deve ser considerado, em princípio:

A) Principal indício da violência sofrida.B) Inválido, no caso de não haver a presença de sêmen ou de

outro sinal físico (inchaço nas áreas genitais ou anais, por exemplo).

C) Provável fruto de alienação parental por parte de um dos genitores.

D) Decorrente de memórias implantadas.E) Síndrome de Münchausen por procuração ou transferência..

Prefeitura Municipal de Vila Velha - 2012Fonte: http://www.vilavelha.es.gov.br/files/concursos/4/outros/80.pdf

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3) Com relação a violência sexual na infância e na adolescência, assinale a opção correta.

A) Após a revelação de abuso, os sentimentos de raiva e desgosto, frequentemente apresentados pelos pais, são positivos, no que tange ao enfrentamento, para o tratamento e restabelecimento emocional da vítima.

B) O grau de afinidade com o agressor e a frequência do abuso são características pouco relevantes no tratamento das vítimas.

C) Diferentemente das vítimas, os agressores não devem ser indicados para tratamento, devido aos traços comuns de personalidade perversa e ao caráter irreversível da patologia.

D) Sintomas de transtorno pós-traumático, baixa autoestima e comportamento sexualizado podem ser sinais indicativos apresentados pelas vítimas de abuso sexual.

E) Sentimentos de culpa e vergonha são comuns em casos de violência sexual, mas não são relevantes no acolhimento de crianças e adolescentes sexualmente abusados.

CESP/ UnB – T.J. de Alagoas 2012. Fonte:http://www.cespe.unb.br/concursos/tj_al_12_servidor/arquivos/TJAL12_016_31.pdf

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ReferênciasNUNAN, A.; VILHENA, J. Abuso sexual de crianças. 1998. 43 f. Trabalho Acadêmico (Departamento de psicologia) - Pontificio

Universidade Católica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.adriananunan.com/pdf/adriananunancom_abuso_sexual.pdf >. Acesso em: 13 de Out. 2012.

PELISOLI, C.; GAVA, L. L.; DELL'AGLIO, D. D. Psicologia jurídica e tomada de decisão em situações envolvendo abuso sexual infantil. Psico-USF, Itatiba, v. 16, n. 3, Dec. 2011 Disponível em < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-82712011000300009&lng=en&nrm=iso >. Acesso em: 13 de Out . 2012.

SEABRA, S. A. Abuso Sexual na Infância. In: EXISTENCIAL, jornal. disponível em: <http://www.existencialismo.org.br/jornalexistencial/andreseabraabusosexual.htm>. Acesso em:13 de Out. 2012.

SERAFIM, Antonio de Pádua et al . Dados demográficos, psicológicos e comportamentais de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual. Rev. psiquiatr. clín., São Paulo, v. 38, n. 4, 2011 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832011000400006&lng=en&nrm=iso>. access on 13 Oct. 2012.

HABIGZANG, Luísa Fernanda et al . Entrevista clínica com crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual. Estud. psicol. (Natal), Natal, v. 13, n. 3, Dec. 2008 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2008000300011&lng=en&nrm=iso>. access on 13 Oct. 2012. AMERICAN ACADEMY OF CHILD AND ADOLESCENT PSYCHIATRY. Responding To Child Sexual Abuse. Disponível em: < www.aacap.org/cs/root/facts_for_families/responding_to_child_sexual_abuse >. Acesso em: 13 de Out. 2012.

WELSH, Jennifer. Child Abuse Leaves Mark on Brain. Texto disponibilizado em 13 February 2012. In: LiveScience. Disponível em: <jornalciencia.com.br/saude/mente/1413-abuso-diminui-cerebro-infantil >. Acesso em: 14 Out. 2012.

Guidelines for the Clinical Evaluation for Child and Adolescent Sexual Abuse. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 1988 Sep;27(5):655-7. Disponível em:<www.aacap.org/cs/root/policy_statements/guidelines_for_the_clinical_evaluation_for_child_and_adolescent_sexual_abuse>. Acesso em: 13 de Out. de 2012.

Responding to Child Sexual Abuse. AMERICAN ACADEMY OF CHILD AND ADOLESCENT PSYCHIATRY, Washington DC, March 2011. “Facts for Families,” No. 28 (3/11). Disponível em:<www.aacap.org/cs/root/facts_for_families/responding_to_child_sexual_abuse >. Acesso em: 13 de Out. 2012.

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