Top Banner
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA Sebastião de Brito EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO E DA TERAPIA ESTROGÊNICA NO CONTROLE CARDIOVASCULAR EM UM MODELO EXPERIMENTAL DE MENOPAUSA: PAPEL DO ESTRESSE OXIDATIVO SÃO PAULO 2011
126

UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

May 31, 2019

Download

Documents

ngotruc
Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
Page 1: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA

Sebastião de Brito

EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO E DA TERAPIA ESTROGÊNICA NO

CONTROLE CARDIOVASCULAR EM UM MODELO EXPERIMENTAL D E

MENOPAUSA: PAPEL DO ESTRESSE OXIDATIVO

SÃO PAULO

2011

Page 2: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA

Sebastião de Brito

EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO E DA TERAPIA ESTROGÊNICA NO

CONTROLE CARDIOVASCULAR EM UM MODELO EXPERIMENTAL D E

MENOPAUSA: PAPEL DO ESTRESSE OXIDATIVO

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Educação Física.

Área de Concentração: Bases Biodinâmicas da Atividade Física.

Orientadora: Profa. Dra. Kátia De Angelis.

SÃO PAULO

2011

Page 3: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

Brito, Sebastião de

Efeitos do treinamento físico aeróbio e da terapia estrogênica no controle cardiovascular em um modelo experimental de menopausa: papel do estresse oxidativo / Sebastião de Brito. - São Paulo, 2011.

107 f. : il. ; 30 cm.

Orientador: Kátia De Angelis Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2011.

1. Controle cardiovascular – Estresse oxidativo 2. Terapia estrogênica 3.

Treinamento físico I. Kátia De Angelis II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física. III. Título CDD – 612.665

Page 4: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

DEDICATÓRIA

Dedico primeiramente à força maior, que paira sobre todas as coisas e sobre nossas

concepções.

Dedico aos meus pais, José de Brito e Elza Francisca de Oliveira Brito, pelo apoio e

amor incondicional sobre os eventos mais importantes da minha vida, e claro agora não

poderia ser diferente.

Dedico também a minha irmã Janaina de Oliveira de Brito, cuja influência foi

fundamental em toda a minha vida acadêmica.

Dedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito, pelo amor, pela paciência, serenidade,

companheirismo, respeito e acima de tudo cumplicidade.

Dedico aos amigos Alexandre Rocha, Catarina Barboza, Danielle Dias, Diego Figueroa,

Emy Suelen, Filipe Fernandes Conti, Henrique Marchet, Hugo Garcia, Íris Callado

Sanches, Jacqueline Freire Machi, Mário Pozzi, Luís Polito, Marcelo Heeren, Márcio

Tubaldini, Michelle Sartori, Romilson Nascimento, Verena Nista.

Dedico a equipe do laboratório de Hipertensão (Incor-USP), e a equipe do laboratório de

espécies ativas de oxigênio (LEAO-UFRGS).

Pessoas maravilhosas, generosas e de caráter sem igual, que fizeram a diferença tanto na

academia quanto na vida pessoal, muito obrigado à todos.

Page 5: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

AGRADECIMENTOS

À Professora Doutora Kátia De Angelis, pessoa admirável e de extrema competência, por

ter me dado esse voto de confiança e acreditar que tudo seria possível.

À Professora Doutora Maria Cláudia Irigoyen por estar sempre presente em nosso grupo,

nos auxiliando com o suporte técnico e acrescentando seus conhecimentos em nossos

trabalhos.

Ao Professor Doutor Rogério Wichi, pelo constante apoio e incontáveis debates de

projetos na sala de aula.

À Professora Doutora Susana Llesuy, pelo tempo e disposição na colaboração quanto às

técnicas de estresse oxidativo.

Aos profissionais responsáveis pelos laboratórios e equipamentos da Universidade São

Judas Tadeu, em especial a Leide, pela paciência e disposição em nos ajudar, fizesse chuva

ou sol.

À Fundação de Ámparo e Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pelo apoio

financeiro.

À Universidade São Judas Tadeu (USJT) e todos os professores, coordenadores, secretários

e funcionários que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho!

Page 6: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

“Deus não joga dados com o universo”

Albert Einstein

Page 7: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

SUMÁRIO

Lista de figuras

Lista de tabelas e quadros

Lista de abreviaturas

Resumo

Abstract

1. INTRODUÇÃO

1.1. Menopausa e doença cardiovascular: papel da disfunção autonômica................................ 1

1.2. Doença cardiovascular & disfunção autonômica: papel do estresse oxidativo.................... 4

1.3. Tratamento farmacológico: terapia hormonal....................................................................... 6

1.4. Tratamento não-farmacológico: treinamento físico................................................................ 7

2. OBJETIVOS................................................................................................................................ 12

2.1. Objetivo Geral........................................................................................................................ 12

2.2. Objetivos Específicos............................................................................................................. 12

3. MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................................... 13

3.1. Amostra................................................................................................................................... 13

3.2. Procedimentos......................................................................................................................... 14

3.2.1. Ooforectomia Bilateral..................................................................................................... 14

3.2.2. Terapia Hormonal........................................................................................................ 15

3.2.3. Teste de Esforço Máximo................................................................................................. 15

3.2.4. Treinamento Físico........................................................................................................... 16

Page 8: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

3.2.5. Canulação e Registro de Pressão Arterial........................................................................ 17

3.2.6. Avaliação da Sensibilidade Barorreflexa......................................................................... 19

3.2.7. Controle Autonômico da Freqüência Cardíaca................................................................ 19

3.2.8. Avaliação da Modulação Autonômica Cardiovascular.................................................... 20

3.2.9. Eutanásia dos Animais..................................................................................................... 21

3.2.10. Determinação dos Níveis de Estradiol Plasmático......................................................... 21

3.2.11. Preparação dos Tecidos.................................................................................................. 22

3.2.12. Dosagem de Proteínas................................................................................................... 22

3.2.13. Dosagens de Estresse Oxidativo..................................................................................... 22

3.2.13.1. Medida de Lipoperoxidação (LPO): Quimiluminescência Iniciada por t-BOOH

(QL)............................................................................................................................................

22

3.2.13.2. Substâncias Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico (TBARS)..................................... 23

3.2.14. Razão GSH/GSSG.......................................................................................................... 24

3.2.14.1. Glutationa Total..................................................................................................... 24

3.2.14.2. Glutationa Oxidada................................................................................................ 24

3.2.15. Enzimas Antioxidantes................................................................................................... 25

3.2.15.1. Catalase (CAT)...................................................................................................... 25

3.2.15.2. Superóxido Dismutase (SOD)............................................................................... 25

3.2.15.3. Glutationa Peroxidase (GPx)................................................................................. 26

3.2.16. Análise de Nitritos e Nitratos......................................................................................... 27

3.3. Análise Estatítica..................................................................................................................... 28

4.RESULTADOS ……………................…................................................................................... 29

4.1. Peso Corporal........................................................................................................................... 29

4.2. Dosagem de Estradiol Plasmático............................................................................................. 30

4.3. Capacidade Física.....................................................................................................................

31

Page 9: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

4.4. Avaliações Hemodinâmicas.………………………………………………………………. 32

4.5. Avaliação da Sensibilidade Barorreflexa................................................................................. 35

4.6. Avaliação do Controle Autonômico Freqüência Cardíaca...................................................... 37

4.7. Avaliações da Modulação Autonômica da Freqüência Cardíaca............................................. 40

4.8. Avaliação da Variabilidade da Pressão Arterial...................................................................... 43

4.9. Avaliações de Estresse Oxidativo............................................................................................ 44

4.9.1. Medida de lipoperoxidação (LPO): Quimiluminescência iniciada por t-BOOH (QL) e

substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS).....................................................................

46

4.9.2. Razão GSH/GSSG............................................................................................................. 52

4.9.3. Avaliação das Enzimas Antioxidantes.............................................................................. 54

4.10. Avaliação de Nitritos e Nitratos.......................................................................................... 59

6. DISCUSSÃO................................................................................................................................ 61

7. CONCLUSÃO............................................................................................................................. 83

8. . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 84

8. ANEXOS...................................................................................................................................... 101

Page 10: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Etapas de realização da ooforectomia bilateral em ratas......................................14

Figura 2. Implantação subcutânea do “pellet” por trocater.................................................15

Figura 3. Fotografia de ratos submetidos ao protocolo de treinamento físico em esteira

ergométrica na USJT.............................................................................................................17

Figura 4. Sistema de registro de pressão arterial e conexão entre a cânula e o transdutor

eletromagnético.....................................................................................................................18

Figura 5. Níveis de estradiol plasmático..............................................................................34

Figura 6. Pressão arterial média...........................................................................................34

Figura 7. Freqüência cardíaca..............................................................................................35

Figura 8. Respostas taquicárdica e bradicáricas relativas à sensibilidade baroreflexa

(SBR)....................................................................................................................................37

Figura 9. Tônus vagal.........................................................................................................39

Figura 10. Tônus simpático.................................................................................................40

Figura 11. Variância de intervalo de pulso (VAR-IP)........................................................41

Figura 12. Balanço simpato-vagal (BF/AF)........................................................................43

Figura 13. Variância da pressão arterial sistólica (VAR-PAS)...........................................45

Page 11: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

Figura 14. Banda de baixa freqüência da pressão arterial sistólica (BF-PAS)....................46

Figura 15. Quimiluminescência (QL) no tecido cardíaco....................................................48

Figura 16. Quimiluminescência (QL) no tecido renal.........................................................50

Figura 17. Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) no tecido muscular......52

Figura 18. Razão GSH/GSSG no tecido cardíaco...............................................................54

Figura 19. Razão Nitritos/Nitratos (NOx) plasmáticos ......................................................60

Page 12: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

LISTA DE TABELAS E QUADROS

Tabela 1: Peso corporal das ratas fêmeas controle, ooforectomizadas sedentárias (OS),

ooforectomizadas treinadas (OT), ooforectomizadas sedentárias + TH (OPS) e

ooforectomizadas treinadas + TH (OPT).............................................................................30

Tabela 2: Velocidade máxima obtida no teste de esforço no início e ao final do protocolo

de treinamento físico nos grupos das ratas fêmeas controle (CS), ooforectomizadas

sedentárias (OS), ooforectomizadas treinadas (OT), ooforectomizadas sedentárias + TH

(OPS) e ooforectomizadas treinadas + TH (OPT)................................................................32

Tabela 3. Variáveis hemodinâmicas dos grupos controle (CS), ooforectomizado sedentário

(OS), ooforectomizado treinado (OT), ooforectomizado sedentário + TH (OPS) e

ooforectomizado treinado + TH (OPT)................................................................................33

Tabela 4. Sensibilidade barorreflexa avaliada pelas respostas taquicárdicas e respostas

bradicárdicas nos grupos controle (CS), ooforectomizado sedentário (OS), ooforectomizado

treinado (OT), ooforectomizado sedentário + suplementação (OPS) e ooforectomizada

treinada + suplementação (OPT)......................................................................................... 36

Tabela 5. Tônus vagal (TV), tônus simpático (TS) e freqüência cardíaca intrínseca (FCI)

nos grupos controle (CS), ooforectomizado sedentário (OS), ooforectomizado treinado

(OT), ooforectomizado sedentário + TH (OPS) e ooforectomizada treinada + TH

(OPT)....................................................................................................................................38

Tabela 6. Variabilidade da freqüência cardíaca dos grupos controle (CS), grupo

ooforectomizado sedentário (OS), ooforectomizado treinado (OT), ooforectomizado

sedentário + TH (OPS) e ooforectomizada treinada + TH (OPT)........................................42

Page 13: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

Tabela 7. Variabilidade da pressão arterial sistólica dos grupos controle (CS),

ooforectomizado sedentário (OS),ooforectomizado treinado (OT), ooforectomizado

sedentário + TH (OPS) e ooforectomizada treinada + TH (OPT)........................................44

Tabela 8. Quimiluminescência e substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) no

tecido cardíaco dos grupos controle (CS) ooforectomizado sedentário (OS)

ooforectomizado treinado (OT), ooforectomizado sedentário + TH (OPS) e

ooforectomizada treinada + TH (OPT).................................................................................47

Tabela 9. Razão GSH/GSSG (balanço redox) no tecido cardíaco dos grupos controle (CS),

ooforectomizado sedentário (OS),ooforectomizado treinado (OT), ooforectomizado

sedentário + TH(OPS)e ooforectomizada treinada + TH (OPT)..........................................49

Tabela 10. Concentração da catalase (CAT), atividade da superóxido dismutase (SOD) e

atividade da glutationa redutase (GPx) no tecido cardíaco dos grupos controle (CS),

ooforectomizado sedentário (OS),ooforectomizado treinado (OT), ooforectomizado

sedentário + TH (OPS) e ooforectomizada treinada + TH (OPT)........................................51

Tabela 11. Glutationa total (GSH total), Glutationa reduzida (GSH), Glutationa oxidada

(GSSG) e razão GSH/GSSG no tecido cardíaco dos grupos controle (CS) ooforectomizado

sedentário (OS, n=8), ooforectomizado treinado (OT), ooforectomizado sedentário + TH

(OPS) e ooforectomizada treinada + TH (OPT)...................................................................53

Tabela 12. Concentração da catalase (CAT), atividade da superóxido dismutase (SOD) e

atividade da glutationa peroxidase (GPx) no tecido cardíaco dos grupos controle (CS)

ooforectomizado sedentário (OS),ooforectomizado treinado (OT), ooforectomizado

sedentário + TH (OPS)e ooforectomizada treinada + TH (OPT).........................................55

Page 14: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

Tabela 13. Concentração da catalase (CAT), atividade da superóxido dismutase (SOD) e

atividade da glutationa peroxidase (GPx) no tecido renal dos grupos controle (CS),

ooforectomizado sedentário (OS),ooforectomizado treinado (OT), ooforectomizado

sedentário + TH (OPS) e ooforectomizada treinada + TH (OPT)........................................57

Tabela 14. Concentração da catalase (CAT), atividade da superóxido dismutase (SOD) e

atividade da glutationa peroxidase (GPx) no músculo gastrocnêmio dos grupos controle

(CS), ooforectomizado sedentário (OS),ooforectomizado treinado (OT), ooforectomizado

sedentário + TH (OPS) e ooforectomizada treinada + TH (OPT)........................................58

Tabela 15. Nitritos e Nitratos dos grupos controle (CS), ooforectomizado sedentário

(OS),ooforectomizado treinado (OT), ooforectomizado sedentário + TH (OPS) e

ooforectomizada treinada + TH (OPT)...........................................................................60

Quadro 1. Protocolo de treinamento físico..........................................................................17

Page 15: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

LISTA DE ABREVIATURAS

AF: Banda de Alta Freqüência LPO: Lipoperoxidação AF: Banda de Alta Freqüência Na2HPO4: Fosfato Dissódico AZO : 2,2’ Azo-bis (2-amidino-propano) NADPH: Forma Reduzida da Nicotinamida CAT : Catalase Adenina Dinucleotídeo Fosfato CO3HK : Bicarbonato Potássico NaHCO3: Bicarbonato de Sódio COEP: Comitê de Ética em Pesquisa NaOH: Hidróxido de Sódio CuSO4 :Sulfato de Cobre NO: Óxido Nítrico

DNA: Ácido Desoxirriblonucleico NOS: Óxido Nítrico Sintase NOx: razão nitritos/nitratos

DTNB: Ácido Ditionitrobenzóico O2-: Radical Superóxido

ERO: Espécies Reativas de Oxigênio PA: Pressão Arterial EPM: Erro Padrão da Média PAD: Pressão Arterial Diastólica FC: Freqüência Cardíaca PAM : Pressão Arterial Média FFT: Transformada Rápida de Fourrier PAS: Pressão Arterial Sistólica GPx: Glutationa Peroxidase PMSF: Fluoreto de Fenil Metil Sulfonila GSH: Glutationa Reduzida QL : Quimiluminescência GSH/GSSG: Razão Glutationa Reduzida pela RMSSD: Raiz Quadrada da Média dos Quadrados Glutationa Oxidada das Diferenças entre os Intervalos R-R Normais HDL : Lipoproteína de Alta Densidade Sucessivos ip: Intraperitoneal SNA: Sistema Nervoso Autônomo IP: Intervalo de pulso SOD: Superóxido Dismutase KCl: Cloreto de Potássio t-BOOH: Hidroperóxido de Tert-Butil

KNaC4H4O6: Tartarato de Sódio e Potássio TBARS: Substâncias Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico

LDL : Lipoproteína de Baixa Densidade TH: Terapia Hormonal VAR: Variância

Page 16: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

RESUMO

No climatério observa-se aumento do risco cardiovascular, o qual tem sido associado à redução do

papel protetor dos hormônios sexuais femininos nesta fase. Considerando o importante papel da

disautonomia cardiovascular como fator de risco para o desenvolvimento de doença

cardiovascular, bem como o possível envolvimento do estresse oxidativo cardíaco nesta

disfunção, intervenções farmacológicas e não-farmacológicas, como a terapia hormonal (TH) e o

treinamento físico (TF), que reduzam o estresse oxidativo e/ou melhorem a função

autonômica têm sido vistas como potenciais estratégias no manejo do risco cardiovascular.

O objetivo do presente estudo foi verificar os efeitos da terapia estrogênica (17β estradiol, 1,5 mg/9

semanas), associado ou não ao TF aeróbico (8 semanas em esteira ergométrica) em parâmetros

hemodinâmicos, de controle autonômico cardiovascular, de estresse oxidativo e na concentração de

nitritos e nitratos em ratas submetidas à privação dos hormônios ovarianos (retirada bilateral dos

ovários). Ratas fêmeas Wistar foram divididas em grupos: controle saudável (CS, n=8);

oofectomizado sedentário (OS, n=12); oforectomizado treinado (OT, n=12); ooforectomizado + TH

sedentário (OPS, n=10) e ooforectomizado + TH treinado (OPT, n=12). Os resultados evidenciam

maior peso corporal do grupo OS ao final do protocolo comparado aos demais grupos. Os grupos

submetidos à TH apresentaram menor peso corporal dos que os grupos somente ooforectomizados.

A velocidade máxima no teste de esforço foi maior nos grupos treinados quando comparados aos

grupos sedentários. O TF normalizou a pressão arterial (PA) média dos grupos OT e OPT quando

comparado aos grupos OS e OPS (OT: 113 ± 2 e OPT: 114 ±1 vs. OS: 122±1 e OPS: 121±2

mmHg). A FC foi reduzida somente no grupo OT quando comparado aos grupos OS e OPS. A

resposta taquicárdica a aumentos de PA, reduzida no grupo OS, foi aumentada pelo TF, associado

ou não a TH. A resposta bradicárdica induzida por quedas da PA foi melhorada nos grupos

treinados em relação aos seus pares sedentários. O tônus vagal cardíaco foi menor no grupo OS em

relação aos demais grupos estudados (OS: 26±7 vs. CS: 48±5; OT: 52±6; OPT: 51±5 e OPS: 61±8

bpm). O tônus simpático cardíaco foi maior no grupo OS em relação ao grupo CS e menor no grupo

OPT quando comparado ao grupo OS (OPT: 54±5 vs. OS: 77±5 bpm). A variância do intervalo de

pulso (IP) aumentou no grupo OT e OPT em relação aos grupos sedentários (OT: 92,4±9,36 e OPT:

81,1±6,58 vs. CS: 44,5±5,70; OS: 60,0±6,34; OPS: 49,5±6,59 ms2). O balanço simpato/vagal

cardíaco (BF/AF) foi maior nos grupos OS, OPS e OPT em relação ao grupo CS, e foi menor no

grupo OT quando comparado aos demais grupos ooforectomizados (OT: 0,29±0,03 vs. OS:

0,52±0,04; OPS: 0,51±0,04; OPT: 0,52±0,04). O grupo OS apresentou maior variância (VAR-PAS)

Page 17: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

e banda de baixa freqüência da PA sistólica (BF-PAS). Tais variáveis foram reduzidas nos grupos

OT, OPS e OPT em relação ao grupo OS (VAR-PAS-OT: 20,0±1,6; OPS: 14,0±1,7; OPT: 17,1±1,5

vs. OS: 38,8±3,05 mmHg2 e BF-PAS-OT: 5,76±0,58; OPS: 5,10±0,91; OPT: 5,70±0,45 vs. OS:

8,32±1,19 mmHg2). Com relação às avaliações de estresse oxidativo, a lipoperoxidação de

membranas avaliada pela quimiluminescência (QL) e pelas substâncias reativas ao ácido

tiobarbitúrico (TBARS), foi maior no grupo OS (QL: coração e TBARS: gastrocnemius e rim) em

relação ao grupo CS, de forma semelhante ao que se observou no balanço redox da glutationa

(GSH/GSSG) no tecido cardíaco. Os grupos OT, OPS e OPT apresentaram valores menores

comparados ao grupo OS na QL cardíaca (OT: 7.707 ± 543; OPS: 4656±323; OPT: 4550±499 vs.

OS: 11.771 ± 1.479 cps/mg proteína), na QL (OT: 3101±370; OPS: 2951±174; OPT: 2419 vs. OS:

5327±577 cps/mg proteína) e no TBARS do tecido renal (OT: 1,27±0,26; OPS: 1,18±0,03; OPT:

1,11±0,07 vs. OS: 1,51±0,08 umol/mg proteína) e no no TBARS do gastrocnemius (OT: 2,23±0,39;

OPS: 0,92±0,14 ; OPT: 0,88±0,21 vs OS: 5,64±0,74 umol/mg proteína). O balanço redox

(GSH/GSSG) no tecido cardíaco foi maior nos grupos OT, OPS e OPT em relação ao grupo

OS (OT: 11,40±1,17; OPS: 14,85±2,18; OPT: 16,20±1,76 vs. OS: 4,59±0,82umol/g tecido). A

concentração de catalase (CAT) foi menor no grupo OS em relação ao grupo CS no tecido cardíaco

e renal, e alteração similar foi observada na atividade da glutationa peroxidase (GPx) nos tecidos

renal e muscular. A CAT cardíaca, renal e muscular, a superóxido dismutase (SOD) muscular e a

GPx cardíaca e renal foram maiores no grupo OT em relação ao grupo OS. Os grupos OPS e OPT

apresentaram CAT renal, GPx cardíaca e renal aumentadas em comparação ao grupo OS. Porém

observou-se valores reduzidos de CAT cardíaca e muscular, SOD cardíaca e muscular e GPx

muscular nos grupos OPS e OPT em relação ao grupo OT. O razão nitritos/nitratos plasmática foi

menor nos grupos OS e OPS em relação ao CS e o treinamento físico (grupos OT e OPT)

normalizou tal redução. Em conjunto, os achados do presente estudo evidenciam que a terapia

estrogênica subcutânea reverteu algumas disfunções hemodinâmicas, autonômicas e no perfil

oxidativo observado em ratas submetidas à privação dos hormônios ovarianos, sem induzir qualquer

prejuízo adicional nos parâmetros avaliados. No entanto, a associação desta TH ao treinamento

físico promoveu benefícios adicionais que podem ter um importante impacto em termos de manejo

de risco cardiovascular.

Palavras-chave: Treinamento Físico, Terapia Hormonal, Controle Autonômico Cardiovascular, Estresse Oxidativo.

Page 18: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

ABSTRACT

During climaterium there is increased cardiovascular risk, which has been associated with

reduced protective role of female sex hormones in this phase. Considering the important role of

cardiovascular autonomic dysfunction as a risk factor for developing cardiovascular disease as

well as the possible role of oxidative stress in this disorder, pharmacological and non-

pharmacological therapies, such as hormone therapy (HT) and exercise training (ET) that

reduce oxidative stress and/or improve autonomic function have been seen as potential

strategies for cardiovascular risk management. The aim of this study was to investigate the

effects of estrogen therapy (17β estradiol, 1.5 mg / 9 weeks release), with or without aerobic ET

(8 weeks on a treadmill) on hemodynamic, cardiovascular autonomic control, oxidative stress

parameters and plasmatic concentration of nitrites and nitrates in rats submitted to ovarian

hormone deprivation (bilateral removal of the ovaries - OVX). Female Wistar rats were divided

into groups: sedentary control (SC, n = 8); sedentary OVX (SO, n = 12); trained OVX (TO, n =

12), sedentary OVX + estrogen (SOE, n = 10) and trained OVX + estrogen (TOE, n = 12).

Results showed increased body weight in SO group at the end of the protocol compared to the

other groups. The groups exposed to HT showed reduced body weight than only OVX groups

(SO and TO). The maximum speed obtained in the treadmill test was higher in trained

compared to sedentary groups. The ET normalized mean blood pressure (AP) in TOE and TO

groups in relation to to SOE and SO groups (TO: 113 ± 2 and TOE: 114 ± 1 vs. SO: 122 ± 1

and SOE: 121 ± 2 mmHg). The HR was decreased only in TO compared to SO and SOE

groups. The tachycardic response to AP increases was decreased in SO group. This response

was increased by ET, with or without HT. The bradycardic response induced BP falls was

improved in trained groups as compared to their sedentary peers. The cardiac vagal tonus was

reduced in the SO group in relation to other groups (SO: 26 ± 7 vs. SC: 48 ± 5, TO: 52 ± 6;

TOE: 51 ± 5 and SOE: 61 ± 8 bpm). The cardiac sympathetic tonus was increased in SO group

compared to SC group and was reduced in TOE group compared to SO group (TOE: 54 ± 5 vs.

SO: 77 ± 5 bpm). The variance of pulse interval (VAR-PI) was increased in TO and TOE

groups compared to sedentary groups (TO: 92.4 ± 9.36 and TOE: 81.1 ± 6.58 vs. SC: 44.5 ± 5,

70, SO: 60.0 ± 6.34; SOE: 49.5 ± 6.59 ms2). The sympathetic/vagal balance (LF/HF) was

higher in SO, SOE and TOE in relation to SC group and was lower in TO when compared to

other OVX groups (TO: 0.29 ± 0.03 vs. SO: 0.52 ± 0.04; SOE: 0.51 ± 0.04; TOE: 0.52 ± 0.04).

The SO group had increased systolic BP variance (VAR-SAP) and low frequency band (LF-

Page 19: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

SAP) as compared to SC. These variables were reduced in groups TO, SOE and TOE in

relation to SO group (VAR-SAP - TO: 20.0 ± 1.6; SOE: 14.0 ± 1.7; TOE: 17.1 ± 1 vs SO: 38.8

± 3.05 mmHg2 and LF-SAP - TO: 5.76 ± 0.58; SOE: 5.10 ± 0.91; TOE: 5.70 ± 0.45 vs. SO:

8.32 ± 1.19 mmHg2). Regarding oxidative stress assessments, membranes lipid peroxidation,

evaluated by chemiluminescence (CL) and the thiobarbituric acid reactive substances

(TBARS), was higher in SO (CL: heart and TBARS: kidney and gastrocnemius) than in SC

group, similar to that observed in the redox balance of glutathione (GSH / GSSG) in cardiac

tissue. The TO, OPS and OPT groups showed reduced values compared to SO group in the

cardiac CL (TO: 7707 ± 543; SOE: 4656 ± 323; TOE: 4550 ± 499 vs. SO: 11771 ± 1479

cps/mg protein) in the renal CL (TO: 3101 ± 370, SOE: 2951 ± 174; TOE: vs 2419. SO: 5327 ±

577 cps/mg protein) and TBARS (TO: 1.27 ± 0.26; SOE: 1.18 ± 0.03; TOE: 1.11 ± 0.07 vs.

SO: 1.51 ± 0.08 umol / mg protein) and gastrocnemius TBARS (TO: 2.23 ± 0.39; SOE: 0, 92 ±

0.14; TOE: 0.88 ± 0.21 vs SO: 5.64 ± 0.74 umol/mg protein). The cardiac redox balance

(GSH/GSSG) was higher in TO, SOE and TOE in relation to SO group (TO: 11.40 ± 1.17;

SOE: 14.85 ± 2.18; TOE: 16.20 ± 1.76 vs. SO: 4.59 ± 0.82 umol/g tissue). The cardiac and

kidney tissue catalase concentration (CAT) was diminished in SO group compared to SC

group, and similar change was observed in glutathione peroxidase (GPx) activity in kidney and

muscle tissues. The cardiac, renal and muscular CAT, the muscular superoxide dismutase

(SOD), and the cardiac and renal GPx were enhanced in TO as compared to SO group. The

OPS and OPT groups showed increased renal CAT, cardiac and renal GPx compared to SO

group. However, there was reduced levels of cardiac and muscle CAT, cardiac and muscular

SOD and muscular GPx in SOE and TOE groups in relation to the TO group. The nitrite/nitrate

ratio was reduced in SO and SOE groups as compared to the SC group, and the exercise

training normalized this reduction (TO e TOE). The findings of this study indicate that

subcutaneous estrogen therapy reversed some hemodynamic, autonomic and oxidative profile

dysfunctions observed in female rats submitted to ovarian hormone deprivation, without

inducing any additional impairment in studied parameters. However, the association of HT with

ET promoted additional benefits that may have an important impact on management of

cardiovascular risk.

Keywords: Exercise Training, Hormone Therapy, Cardiovascular Autonomic Control,

Oxidative Stress.

Page 20: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

1

1. INTRODUÇÃO

1.1. Menopausa e doença cardiovascular: papel da disfunção autonômica

O climatério é caracterizado pela diminuição da atividade ovariana, a qual ocorre de

forma lenta, com redução progressiva dos níveis circulantes de hormônios sexuais femininos

(FUCHS et al., 1995). É um período que continua após a menopausa e segue até a velhice (DE

LORENZI et al., 2005). O climatério e a pós-menopausa não são doenças, porém são fases nas

quais se observa carência estrogênica associada a fenômenos comuns durante o processo de

envelhecimento (DE LORENZI et al., 2005; CONSENSO BRASILEIRO

MULTIDISCIPLINAR DE ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA MULHER CLIMATÉRICA).

Sendo assim, o período da menopausa é retratado como diminuição dos níveis de estrogênio

com valores menores a 40pg/ml e aumento dos hormônios folículo estimulante e luteinizante

acima de 35 e 25 µm/ml respectivamente.

Dessa forma, a carência estrogênica e o envelhecimento podem acarretar processos

patológicos e, segundo o Conselho Brasileiro Multidisciplinar de Assistência a Saúde da

Mulher Climatérica (2005), calcula-se que por volta de 2020, haverá mais de um bilhão de

mulheres que estarão acima dos 60 anos de idade, período onde o climatério e a pós-

menopausa passam a constituir um tema principal de saúde pública. Portanto, a prevenção das

disfunções relacionadas a esta fase são fundamentais para a melhor sobrevida e a qualidade de

vida das mulheres menopausadas.

Estudos evidenciam que no climatério há uma considerável diminuição na capacidade

de exercício, força e resistência muscular e massa óssea, havendo, em contrapartida, aumento

do peso corporal, da prevalência de diabetes mellitus do tipo 2, de osteoporose e de doenças

cardiovasculares (DCVs) (SOWERS & LA PIETRA, 1995). Considerando que as DCVs estão

associadas a disfunção no controle autonômico, vale lembrar que a manutenção da função

Page 21: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

2

cardíaca normal é obtida através da regulação neural cardíaca do sistema nervoso simpático e

parassimpático. Além disso, o controle de equilíbrio ou homeostase cardiovascular e

dependente da atuação dos reflexos originados pelos pressoreceptores arteriais, pelos

cardiopulmonares e por sua paridade e integração central (MANCIA et al., 1994). Estes

reflexos contribuem de forma importante para que, em circunstâncias normais, a PA seja

mantida em estreita faixa de variação permitindo a perfusão tecidual adequada (IRIGOYEN et

al., 2008). Nas DCVs de uma maneira geral, as alterações da atividade simpática são bem mais

conhecidas e estudadas que as do parassimpático, constituindo as mais fortes evidências da

disfunção autonômica (DE ANGELIS et al., 2004a).

Existe um consenso de que a função vagal preservada é benéfica na manutenção da

variabilidade da PA, com conseqüente proteção de lesão de órgão alvo (SU & MIAO, 2001).

Uma das formas que vêm sendo muito utilizada para avaliar o controle autonômico é o estudo

da variabilidade da freqüência cardíaca (FC) e da PA. Até 20 anos atrás, variações do ritmo

cardíaco (ou da PA) eram completamente ignoradas pelos fisiologistas e cardiologistas. A

variabilidade natural de parâmetros cardiovasculares como PA e FC reflete a interação de

diversos fatores que, em sua maioria, envolvem uma influência do SNA sobre o aparelho

cardiovascular (JOAQUIM et al., 2005). Hoje se sabe que irregularidades na variabilidade da

FC e da PA significam algum tipo de anormalidade, e que a diminuição da variabilidade da FC

é um mau prognóstico (RIBEIRO & MORAES, 2005). Além disto, a avaliação da

variabilidade da FC e da PA e de seus componentes também permite a avaliação da

sensibilidade espontânea dos pressorreceptores, que são mecanorreceptores responsáveis pelo

controle da PA através da atividade simpática e parassimpática em um curto espaço de tempo

(DE ANGELIS et al., 2004; IRIGOYEN et al., 2003). Neste aspecto, vale destacar que o

controle reflexo da circulação comandado pelos barorreceptores têm sido reconhecido também

como um importante preditor de risco após evento cardiovascular ( LA ROVERE et al., 1998).

Page 22: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

3

Trabalhos clínicos e experimentais parecem concordar que o sexo feminino, antes da

privação dos hormônios ovarianos, tem maior predomínio vagal e maior sensibilidade dos

pressorreceptores e, portanto, maior proteção cardiovascular, em relação ao sexo masculino

(KUO et al., 1999; HUIKURI et al., 1996; GREGOIRE et al., 1996; LEINWAND, 2003).

Entretanto, é importante enfatizar que essa proteção autonômica cardiovascular

apresentada pelo sexo feminino é atenuada após a privação dos hormônios ovarianos (KUO et

al., 1999). Este fato pode estar relacionado ao fato de que o início da equivalência nas taxas de

eventos cardiovasculares entre os sexos coincide com o advento da menopausa e

conseqüentemente com a privação estrogênica (BRENNER, 1988).

A DCV na mulher menopausada muitas vezes envolve alterações na pressão arterial

(PA) e em sua regulação. Neste aspecto, vale destacar, que a PA é mais elevada em homens do

que em mulheres até a faixa etária de 60 anos (BURT et al., 1995). Após esta fase, a

hipertensão (particularmente a sistólica) aumenta nas mulheres e a torna-se mais prevalente

(STAMLER et al., 1976) ou pelo menos igualmente prevalente em homens e mulheres. Os

estudos da literatura vêm demonstrando que os hormônios ovarianos podem ser responsáveis

pela PA mais baixa em mulheres pré-menopausa e, na sua falta ou redução, também pelo

aumento da PA em mulheres menopausadas (STAESSEN et al., 1997; STAMPFER et al.,

1991) e em modelos animais de menopausa (RECCKELHOFF et al., 2000; HERNADEZ et

al., 2000; Irigoyen et al., 2005).

Page 23: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

4

1.2. Doença cardiovascular & disfunção autonômica: papel do estresse oxidativo

O organismo humano sofre ação constante de espécies reativas de oxigênio (EROs)

geradas pelo processo de respiração e sinalização celular (KIM et al., 1996). As EROs reagem

com lipídeos e com proteínas das membranas celulares, além do DNA. Neste aspecto, a

lipoperoxidação ocasionadas pelas EROs podem alterar a permeabilidade, secreção e morte

celular (MEERSON et al., 1982), o que de fato pode promover também mudanças na

disposição de receptores de membrana. No entanto, as enzimas superóxido dismutase (SOD),

a catalase (CAT) e a glutationa peroxidase (GPx) e sistemas não-enzimáticos contrabalançam

as ações das EROS (DORMANDY, 1978; SIES, 1986). Conseqüentemente as EROs

promovem estresse oxidativo quando as defesas antioxidantes da célula são insuficientes para

deter a produção pró - oxidante (NORDMANN, 1994).

As EROs quando geradas em grandes quantidades causam uma diminuição expressiva

do óxido nítrico (NO), o que induz prejuízo na função endotelial e cardíaca (PANZA et al.,

1990). O NO pode ser destruído pelo radical superóxido e protegido por mecanismos

antioxidantes como a enzima SOD (RUBANYI & VANHOUTE, 1986; GRYGLEWSKI et

al., 1986). O estudo de BERRY e colaboradores (2001) mostra que, em pacientes com

hipertensão, hipercolesterolemia, diabetes, fumantes, e até mesmo no processo fisiológico do

envelhecimento, há relação entre a disfunção vasodilatora e endotelial com o aumento do

estresse oxidativo.

Considerando o possível envolvimento do estresse oxidativo nas disfunções

observadas no climatério, vale destacar que o estrogênio fornece cardioproteção por sua

composição antioxidante agindo como neutralizador dos radicais livres (NIKKI, 1990). No

aspecto bioquímico, o estrogênio possui estrutura hidrofenólica, na qual o hidrogênio é doado

para uma molécula instável, tornando-se um radical menos lesivo, estabilizando a molécula,

retirando do meio um radical livre. Dessa forma, o estrogênio tem ação antioxidante

Page 24: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

5

importante agindo como “scavenger” ou “o que captura” EROs, estimulando a ativação de

mais enzimas antioxidantes, aumentando a expressão da enzima SOD, e concomitantemente

aumentando a produção de mediadores vasoativos derivados do endotélio e diminuindo a

expressão de enzimas pró - oxidantes (NADPH oxidase) (NIKI, 1992; KIM et al., 1996).

Em um estudo realizado de Hernándes et al. (2000), observou-se em modelo animal

ooforectomizado que a falta de estrogênios apresentou ligação com o aumento de estresse

oxidativo e baixa disponibilidade de óxido nítrico. E que, a terapia hormonal foi capaz de

reduzir a lipoperoxidação de membrana, além de melhorar a perda no balanço de nitritos e

nitratos.

É interessante notar que em trabalhos do nosso grupo, a redução do estresse oxidativo

e o aumento das enzimas antioxidantes têm sido correlacionados com melhora em parâmetros

cardiovasculares e autonômicos, como a sensibilidade dos pressorreceptores, em ratos machos

velhos, com insuficiência cardíaca ou hipertensão e em ratos fêmeas submetidos à privação

dos hormônios ovarianos (DE ANGELIS et al., 1997; RABELO et al., 2001; IRIGOYEN et

al., 2005; BERTAGNOLI et al., 2006). Neste sentido, a redução da biodisponibilidade do NO

pode gerar o aumento de estresse oxidativo, o que propriamente pode ser considerado como

um potencial mecanismo que pode estar envolvido na disfunção dos pressorreceptores,

(CHOWDHARY et al., 2000; DE ANGELIS et al., 1999), e dessa forma, alterar a

distensibilidade arterial (KASSIS & AMTORP, 1987), bem como, o seu efeito direto ou do

ânion superóxido pode mudar o estímulo dos pressorreceptores (LI et al., 1996; SHULTZ &

USTINOVA, 1998) por mudanças nas propriedades de membrana ligadas a proteínas

integrais (KAKO, 1988).

Page 25: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

6

1.3. Tratamento farmacológico: terapia hormonal

Os estrogênios produzidos naturalmente são o 17b-estradiol (E2), estrona (E1) e estriol

(E3), os quais são esteróides derivados do colesterol. Estes estrogênios foram identificados

atuando sobre o ovário, endométrio, epitélio vaginal, hipotálamo, osso, músculo liso vascular

e endotélio, e sua disfunção pode acarretar o surgimento de sintomas nos órgãos-alvo em

questão (GRUBER, et al. 2002).

O estrogênio pode reduzir os riscos de doenças cardiovasculares por ter íntima ligação

no metabolismo lipídico, metabolismo de carboidrato, endotélio, músculo liso, neurônios,

leucócitos e plaquetas. No entanto, estudos sugerem que a cardioproteção estrógeno-

dependente pode ser mediada, ao menos em parte, pela síntese aumentada de NO, o qual está

relacionado com várias ações cardioprotetoras como a vasodilatação, inibição da agregação

plaquetária e do crescimento de células do músculo liso vascular (MONCADA, et al. 1991;

DUBEY, 1994; DUBEY, et al. 1995). De fato, o tratamento de células endoteliais em cultura

com 17 β - estradiol estimula a atividade da NO sintase constitutiva (eNOS- óxido nítrico

endoletial) (HAYASHI, et al. 1992).

Outra hipótese para explicar a cardioproteção dos hormônios sexuais, segundo Ferreira

(1994), é que mulheres com atividade menstrual tem mais ferro disponível para a reação de

detoxificação de EROs (reação de Fenton e Haber-Weiss), com conseqüente redução de

estresse oxidativo, por reduzir a produção do radical hidroxil (OH).

Massafra e colaboradores (2000) demonstraram que mulheres durante o ciclo

menstrual apresentavam aumento da atividade da enzima GPx (entre a fase folicular e lútea)

no período do pico de estradiol (não sendo observado diferenças significativas na CAT e

SOD), sugerindo que a produção de estradiol pelos ovários durante o ciclo hormonal pode ter

um papel importante nas variações da atividade das enzimas antioxidantes durante o ciclo

menstrual.

Page 26: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

7

Hernándes e colaboradores (2000) verificaram que a ausência do estrogênio estava

associada com aumento do estresse oxidativo e diminuição do NO, e que a reposição

estrogênica em ratas ooforectomizadas preveniu a o estresse oxidativo e a redução dos níveis

de nitritos/nitratos. Resultados preliminares de nosso laboratório demonstraram que a terapia

hormonal estrogênica por 8 semanas em um modelo experimental de menopausa, preveniu o

estresse oxidativo após a ooforectomia provavelmente devido a um aumento das enzimas

CAT e SOD no músculo cardíaco (LIMA et al., 2007).

A partir dos resultados obtidos no Women's Health Initiative (Rossow et. al., 1996), no

Estrogen Replacement and Aterosclerosis (Herrington et al., 2000) e no Heart and

Estrogen/Progestin Study (Hulley et al.,1998) os riscos e benefícios da terapia hormonal para

cada mulher começaram a ser questionados, já que os estudos sobre a terapia hormonal

apresentam resultados contraditórios. Pelo menos em parte devido ao modo de administração

e a combinação terapêutica.

No entanto, o papel da terapia hormonal no perfil oxidativo e sua eventual relação com

a atenuação das disfunções cardiovasculares associadas à privação dos hormônios ovarianos

ainda foram pouco estudadas, principalmente no que se refere com possíveis benefícios da

associação com o treinamento físico.

1.4. Tratamento não-farmacológico: treinamento físico

A prática regular de atividade física é considerada um tratamento não-farmacológico

para o manejo e/ou prevenção de diversas doenças. Nesse contexto, sem dúvida, o estilo de

vida, fumo, hipertensão, sedentarismo, maus hábitos alimentares, entrada e estabelecimento

da mulher no mercado de trabalho, entre outros, podem contribuir de forma importante para o

desenvolvimento de doenças crônicas de ordem cardiovascular. Na década de 60 e 70 a

Page 27: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

8

prevalência de morte por evento cardiovascular nas mulheres, aumentou de 10 para 25%

(CASTANHO et al., 2001). Dessa forma, devemos considerar que a com a privação dos

hormônios ovarianos há diminuição da proteção autonômica cardiovascular (KUO et al.

1999). E por volta do 40 anos de idade acontece foi notada a diminuição da sensibilidade dos

barorreceptores (LAITINEN et al., 1998), que são mecanorreceptores que tem controle da PA

momento a momento, através da atividade simpática e parassimpática (DE ANGELIS et al.,

2004; IRIGOYEN et al., 2003), e que portanto tem sido indicado como preditor de risco de

pós evento cardiovascular (TASK FORCE, 1996). Neste sentido, as respostas originadas

através da sensibilidade barorreflexa podem ser verificadas através da avaliação da

variabilidade da FC e da PA.

Gregoire e colaboradores (1996) observaram uma maior variabilidade da FC, um

achado associado a menor risco cardiovascular, em mulheres jovens (treinadas e não

treinadas aeróbicamente) e de meia-idade (treinadas e não-treinadas aeróbicamente) quando

comparadas a homens. As jovens não-treinadas e as mulheres de meia-idade (treinadas e não-

treinadas aeróbicamente) tiveram uma atividade simpática de repouso significantemente

menor em relação aos homens nas idades correspondentes. Além disso, as jovens não-

treinadas e as de meia-idade treinadas tiveram uma maior atividade parassimpática de repouso

do que os seus correspondentes do sexo masculino.

Esses dados em conjunto, mesmo indicando melhor modulação autonômica

cardiovascular no sexo feminino do que no masculino, não permitem, entretanto, apontar os

efeitos do treinamento físico na proteção cardiovascular da mulher, pois outros fatores, como

os genéticos poderiam modular esses resultados. Estudos em mulheres no climatério vêm

demonstrando que o treinamento físico induz melhora no perfil lipídico principalmente em

presença de sobrepeso ou dislipidemia (ASIKAINEN et al., 2004).

Page 28: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

9

Sugawara e colaboradores (2004), em estudo em mulheres após a menopausa,

verificaram que o treinamento físico de baixa ou de moderada intensidade melhorou a

complacência arterial. Sabe-se que a redução na complacência arterial resulta no aumento

progressivo da PAS relacionado ao envelhecimento, aumentando também a função ventricular

esquerda, diminuindo a pressão diastólica, e com isso alterando a perfusão coronariana.

O treinamento físico pode provocar alterações cardiovasculares e autonômicas

importantes tais como bradicardia de repouso (NEGRÃO et al., 1992; DE ANGELIS et al.,

1997, 1999, 2004; KATONA et al., 1982; FRICK, 1967), redução da PA em ratos

espontaneamente hipertensos (SHR) (SILVA et al., 1997; BERTAGNOLLI et al., 2006) e

melhora da sensibilidade dos pressoreceptores em sujeitos normotensos (MC`DONALD et al.,

1993; BARNEY et al., 1988; DE ANGELIS et al., 2004; NEGRAO et al, 1992; BEDFORD &

TIPTON, 1987) e em ratos SHR e diabéticos (SILVA et al., 1997; BERTAGNOLLI et al.,

2006; HARTHMANN et al., 2007). Além disto, estudos demonstraram adaptações das

enzimas antioxidantes e redução do estresse oxidativo em resposta ao treinamento físico (JI &

FU, 1992; MARGARATIS et al., 1997; VENDITTI E DI MEO, 1997; DE ANGELIS et al.,

1997; IRIGOYEN et al., 2005; BERTAGNOLLI et al., 2006).

Já em mulheres na pós-menopausa o treinamento físico aeróbio pode reduzir os

valores de pressão arterial, além de bradicardia de repouso (ASIKAINEN et al., 2004).

Concomitantemente, há redução do predomínio simpático e aumento do parassimpático na

modulação autonômica cardíaca, além da diminuição da modulação autonômica simpática

vascular (PORTIER et al., 2001).

Tem sido demonstrado que treinamento físico aeróbio pode induzir melhora nos perfis

metabólico e lipídico, reduzir a inflamação e as moléculas de adesão (WEGGE et al., 2004) e

aumentar a variabilidade da FC (JURCA et al., 2004) em mulheres menopausadas

(ASIKAINEN et al., 2004), bem como melhorar a resposta da insulina estimulada pelo teste

Page 29: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

10

de tolerância a glicose em ratas ooforectomizadas (LATOUR et al., 2001). Um trabalho de

nosso laboratório evidenciou que o treinamento físico aeróbio em um modelo experimental de

menopausa em ratas induziu aumento da capacidade aeróbia, redução do peso corporal, da PA

e da FC de repouso e melhora na sensibilidade dos pressorreceptores associada à redução no

estresse oxidativo e ao aumento nas defesas antioxidantes no tecido cardíaco (IRIGOYEN et

al., 2005). Melhora cardiovascular também foi observada em camundongas knockout para o

receptor LDL-colesterol ooforectomizadas após treinamento físico (HERREN et al., 2009) ou

em ratas diabéticas ooforectomizadas (SOUZA et al., 2007), sendo que neste último estudo

observamos redução da mortalidade após o período de treinamento físico. De fato, nosso

grupo vem estudando há alguns anos os efeitos do treinamento físico dinâmico aeróbio em

modelos animais, ratos e camundongos machos, como uma abordagem não-farmacológica

capaz de induzir alterações favoráveis na regulação autonômica cardiovascular, bem como

tem buscado os possíveis mecanismos, entre eles o estresse oxidativo, envolvidos nos

benefícios dessa abordagem (DE ANGELIS et al, 1997, DE ANGELIS et al., 1999, DE

ANGELIS et al., 2000, PARENTE COSTA et al., 2004, DE ANGELIS et al., 2004,

BERTAGNOLLI et al., 2006, HARTHMANN et al., 2007). Todavia, deve-se considerar que

a maior parte dos trabalhos publicados na literatura com relação aos efeitos autonômicos do

treinamento físico em animais e humanos, assim como todos os nossos estudos citados acima,

foi realizada em amostras do sexo masculino, ficando a dúvida se o sexo feminino, em

situações fisiológicas, como o climatério, e fisiopatologicas se adaptaria ao treinamento físico

ou ao tratamento farmacológico (terapia hormonal) de forma semelhante.

Vale destacar que conforme comentado anteriormente a taxa de mortalidade devido a

doenças cardiovasculares aumentou de 10 para 25% nos anos 60 e 70 em mulheres

(CASTANHO et al., 2001) o que torna eminente a necessidade da busca de alternativas

terapêuticas para a prevenção e o tratamento das doenças cardiovasculares e metabólicas na

Page 30: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

11

mulher. Cabe lembrar que atualmente os efeitos de proteção cardiovascular através da terapia

hormonal são altamente controversos (WRITING GROUP FOR THE WOMEN`S

INITIATIVE INVESTIGATORS, 1996). Em contrapartida, os benefícios obtidos através da

atividade física regular têm cada vez mais reforçando a importância desta abordagem na

prevenção e no tratamento das doenças (PEDERSEN & SALTIN, 2006; MOSCA et al.,

2007).

Considerando o importante papel da disautonomia cardiovascular como fator de risco

para o desenvolvimento de doença cardiovascular, bem como o possível envolvimento do

estresse oxidativo cardíaco nesta disfunção, intervenções que reduzam o estresse oxidativo

e/ou melhorem a função autonômica têm sido vistas como potenciais estratégias no manejo do

risco cardiovascular. Vale lembrar que cada dia mais é comum a associação do tratamento

farmacológico ou não farmacológico e pouquíssimos são os estudos que avaliam os benefícios

desta associação. Dessa forma, neste trabalho objetiva-se investigar os efeitos da terapia

estrogênica, associada ou não ao treinamento físico, no controle autonômico cardiovascular,

no estresse oxidativo, em ratas submetidas à privação dos hormônios ovarianos. Será testada a

hipótese de que a terapia hormonal subcutânea pode reduzir parâmetros de estresse oxidativo

em tecido cardíaco, renal e muscular induzindo melhora na regulação cardiovascular em ratas

ooforectomizadas e que a associação desta terapia ao treinamento físico aeróbio em esteira

ergométrica poderia induzir efeitos terapêuticos adicionais.

Page 31: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

12

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

O objetivo do presente estudo foi verificar os efeitos da terapia estrogênica, associado

ou não ao treinamento físico, em parâmetros hemodinâmicos, de controle autonômico

cardiovascular, de estresse oxidativo e na concentração de nitritos e nitratos em ratas submetidas

à privação dos hormônios ovarianos.

2.2. Objetivos Específicos

Os objetivos específicos do presente projeto foram avaliar os efeitos da terapia

estrogênica, associada ou não ao treinamento físico, em ratas submetidas à privação dos

hormônios ovarianos, nas seguintes variáveis:

· peso corporal;

· capacidade física;

· pressão arterial e freqüência cardíaca;

· sensibilidade barorreflexa;

· controle autonômico cardíaco;

· modulação autonômica cardiovascular;

· estresse oxidativo e atividade de enzimas antioxidantes no tecido cardíaco, renal e muscular.

· concentração de nitritos e nitratos plasmáticos.

Page 32: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

13

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Amostra

Foram utilizadas 54 ratas Wistar fêmeas, 200 e 230g com aproximadamente 90 dias de

vida (após a maturação sexual), provenientes do Biotério da Universidade São Judas Tadeu

(USJT). O presente projeto foi aprovado pelo Comitê de ética em Pesquisa da USJT

(Protocolo 01/2008, ANEXO I). Os animais foram mantidos em gaiolas, contendo no máximo

6 animais em cada uma, em ambiente com temperatura controlada (220 - 240°C) e com luz

controlada em ciclo de 12 horas (claro - escuro). Os animais foram divididos em 5 grupos

experimentais:

Grupo I - Controle saudável (CS): foram acompanhadas por 9 semanas (foram avaliadas na

fase não ovulatória do ciclo estral).

Grupo II - Ooforectomizado sedentário (OS): foram submetidas à cirurgia de ooforectomia

bilateral.

Grupo III - Ooforectomizado sedentário com reposição hormonal (OPS): foram submetidas à

cirurgia de ooforectomia bilateral e a suplementação por implantação de pellet subcutâneo

17β- estradiol durante 8 semanas.

Grupo IV - Ooforectomizado treinado (OT): foram submetidas à cirurgia de ooforectomia

bilateral e a treinamento físico em esteira ergométrica rolante (Imbramed TK-01) durante 8

semanas.

Grupo V - Ooforectomizado treinado com reposição hormonal (OPT): foram submetidas à

cirurgia de ooforectomia bilateral, a treinamento físico em esteira ergométrica rolante

Page 33: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

14

(Imbramed TK-01) e a suplementação por implantação de pellet subcutâneo de 17β-estradiol

durante 8 semanas.

3.2. PROCEDIMENTOS

3.2.1. Ooforectomia Bilateral

As ratas foram anestesiadas com cloridrato de cetamina (Ketalar) e cloridrato de

xilazina (Rompum) e colocadas em decúbito dorsal para a realização de uma pequena incisão

(1cm) em paralelo com a linha do corpo na pele e na musculatura no terço inferior na região

abdominal. Os ovários foram localizados e foi realizada a ligadura dos ovidutos, incluindo os

vasos sangüíneos. Os ovidutos foram seccionados e os ovários removidos. A musculatura e a

pele foram suturadas e uma dose de antibiótico foi administrada (Benzetacil, 40 000 U/Kg,

i.m) (LATOUR et al., 2001; IRIGOYEN et al., 2005).

Figura 1. Etapas de realização da ooforectomia bilateral em ratas.

Page 34: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

15

3.2.2. Terapia Hormonal

Quatro dias após a ooforectomia foi implantado subcutaneamente um “pellet”

contendo 17β-estradiol (release 1,5 mg/9 semanas, Innovative Research) (Hernadez et al.,

2000; Lima et al., 2007) nos animais dos grupos OPS e OPT.

Figura 2. Implantação subcutânea do “pellet” por trocater.

3.2.3. Teste de Esforço Máximo

O teste de esforço máximo foi constituído por um protocolo escalonado com

incrementos de velocidade de 0,3 km/h a cada 3 minutos, até que foi atingido a velocidade

máxima suportada pelos animais. O critério utilizado para a determinação da exaustão do

animal e interrupção do teste foi o momento em que o rato não for mais capaz de correr

mediante o incremento de velocidade da esteira (BROOKS & WHITE, 1978). Antes deste

procedimento, os animais foram adaptados por 5 dias a esteira ergométrica (10 min a 0,3

km/h). Vale ressaltar que recentemente demonstramos relação entre velocidade do atingida no

Page 35: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

16

teste de esforço e a medida direta do consumo de oxigênio em ratos (RODRIGUES et al.,

2007).

3.2.4. Treinamento Físico

O grupo de ratas treinadas foi submetido a um protocolo de treinamento físico (40-

60% da velocidade máxima alcançada no teste de esforço) em esteira ergométrica com

velocidade e carga progressiva durante 8 semanas conforme descrito resumidamente abaixo

(IRIGOYEN et al., 2005, SOUZA et al., 2007).

Quadro 1: Protocolo de treinamento físico

Semana Duração (min) Velocidade (Km/h)

1ª 15 – 23 0,3 – 0,6

2ª 23 – 50 0,3 – 0,8

3ª 47 – 55 0,3 – 0,8

4ª 55 – 60 0,3 – 0,8

5ª 60 0,3 – 1,0

6ª 60 0,3 – 1,0

7ª 60 0,3 – 1,0

8ª 60 0,3 - 1,0

Page 36: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

17

Figura 3. Fotografia de ratos submetidos ao protocolo de treinamento físico em

esteira ergométrica na USJT.

3.2.5. Canulação e Registro de Pressão Arterial

Após 8 semanas de protocolo, as ratas foram anestesiadas (i.p.) com cloridrato de

cetamina (50mg/Kg, Ketalar, Parke-Davis) e cloridrato de xilazina (12mg/Kg, Rompum,

Bayer) e colocadas em decúbito dorsal o qual foi realizada uma pequena incisão na região da

coxa para implantação de uma cânula na artéria femoral, para registro direto da PA e na veia

femoral para administração das drogas. Após a correta e firme implantação das cânulas na

artéria femoral e veia femoral, as extremidades mais calibrosas das cânulas foram passadas

subcutaneamente, exteriorizadas no dorso da região cervical e fixadas com fio de algodão na

pele. As cânulas foram confeccionadas com tubos de Policloreto de Vinila (Abbott)

equivalente ao polietileno PE10 e PE50. Estes foram soldados por aquecimento e logo após,

as cânulas foram preenchidas com solução fisiológica e mantidas ocluídas com pinos de aço

inoxidável (DE ANGELIS et al.,1999, 2000; IRIGOYEN et al., 2005).

Page 37: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

18

No dia seguinte à canulação, com o animal acordado, a cânula arterial foi conectada a

uma extensão de 20 cm (PE-50), permitindo livre movimentação do animal pela caixa,

durante todo o período do experimento. Esta extensão foi conectada a um transdutor

eletromagnético (Blood Pressure XDCR, Kent© Scientific, Litchfield, CT, EUA) que, por sua

vez, esteve conectado a um pré-amplificador (STEMTECH BPMT-2, Quintron Instrument©

Inc, Milwaukee, EUA). Sinais de PA foram gravados durante um período de 30 minutos em

um microcomputador equipado com um sistema de aquisição de dados (CODAS, 1Kz,

DATAQ Instruments, Akron, OH, EUA), permitindo análise dos pulsos de pressão,

batimento-a-batimento, com uma freqüência de amostragem de 2000 Hz por canal, para

estudo dos valores de PAS, PA diastólica (PAD), PA média (PAM) e FC. Os valores de FC

foram derivados do sinal pulsátil da PA.

Figura 4. Sistema de registro de pressão arterial e conexão entre a cânula e o transdutor

eletromagnético.

Page 38: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

19

3.2.6. Avaliação da Sensibilidade Barorreflexa

Após o registro da PA e da FC, uma extensão de aproximadamente 20 cm (PE10) foi

conectada na cânula venosa para posterior injeção de drogas vasoativas. Após os animais

terem permanecido em condições de repouso por 15 minutos, a sensibilidade dos

pressorreceptores foi testada através da infusão de fenilefrina e de nitroprussiato de sódio.

Fenilefrina e nitroprussiato foram infundidos randomicamente entre os animais, iniciando-se a

sessão com um ou outro fármaco.

Para análise da sensibilidade dos pressorreceptores, o pico máximo ou mínimo da

PAM foi comparado aos valores de PAM do período controle. Da mesma forma, a variação

máxima da FC foi comparada com os valores de FC do período controle, imediatamente antes

da injeção das drogas, para posterior quantificação das respostas. A sensibilidade barorreflexa

foi avaliada pelo índice calculado através divisão da variação da FC pela variação da PAM.

3.2.7. Controle Autonômico da Frequência Cardíaca

Após a avaliação da sensibilidade dos pressorreceptores, e com o retorno da FC e da

PA a valores próximos dos obtidos no registro basal, foi realizada a injeção de atropina (3

mg/kg) e após 5 minutos da injeção, a PA foi registrada por 5 minutos. Ainda sob efeito da

atropina, foi realizada a injeção de propranolol (4 mg/kg) e após 5 minutos da injeção, a FC

foi registrada por 5 minutos. Com o duplo bloqueio farmacológico, atropina e propranolol

atingiu-se a FC intrínseca. No dia seguinte, repetir-se-á o mesmo procedimento descrito

anteriormente invertendo-se a seqüência das injeções dos fármacos (bloqueio invertido). O

tônus simpático foi calculado através da subtração da máxima FC alcançada após bloqueio do

parassimpático com atropina menos a FC intrínseca, e consecutivamente observada após o

Page 39: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

20

duplo bloqueio (atropina + propanalol). Já o tônus simpático foi calculado através da

subtração da mínima FC atingida após o bloqueio simpático com propanalol, menos FC

intrínseca, e observada consecutivamente após o duplo bloqueio (atropina + propanalol).

3.2.8. Avaliação da Modulação Autonômica Cardiovascular

A partir do registro basal dos animais acordados, foi possível utilizar a ferramenta de

análise tempo-freqüência da variabilidade da PAS. Os parâmetros para análise no domínio do

tempo consistiram em calcular os valores médios da PAS, sendo a sua variabilidade

quantificada pela variância da PAS.

A análise no domínio da freqüência consistiu na decomposição do sistograma pela

Transformada Rápida de Fourier (FFT). Após esse remodelamento matemático, foi obtidas as

potências absolutas da banda de baixa freqüência (BF: 0,20-0,75 Hz) (SOARES et al., 2004).

A variabilidade do intervalo de pulso foi obtida pela análise do tacograma a partir do

registro da PAS, no qual a freqüência dos batimentos foi determinada pelo intervalo entre dois

picos sistólicos. Para essa análise foram utilizados registros estáveis, de no mínimo 5 minutos

e com freqüência de amostragem de 2.000 Hz. Também dois componentes foram obtidos na

análise espectral: muito baixa freqüência (MBF: banda de muito baixa freqüência), baixa

freqüência (BF: 0,20-0,75 Hz) e alta freqüência (AF:0,75-3,0 Hz). O componente BF foi

usado como um índice da atividade simpática. O componente AF foi usado como um índice

da atividade parassimpática. Além disso, avaliou-se também as variáveis % BF (banda de

baixa freqüência do intervalo de pulso), %AF (banda de alta freqüência do intervalo de

pulso), RMSSD (raiz quadrada da média dos quadrados das diferenças entre os intervalos R-R

Page 40: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

21

normais sucessivos) e VAR-IP (variância do intervalo de pulso) (ISHISE & ASANOI et al.,

1998).

Valores de batimento a batimento da pressão arterial sistólica e intervalo RR foram

usados para estimar a sensibilidade barorreflexa pelo método de análise espectral, utilizando o

índice alfa da banda BF (0,20–0,75hz). A coerência entre a variabilidade dos sinais de

intervalos RR e pressão arterial sistólica foi realizada pelo método de análise espectral

cruzada (ISHISE & ASANOI et al., 1998).

3.2.9. Eutanásia dos Animais

No dia seguinte ao término das avaliações hemodinâmicas, os animais de todos os

grupos foram sacrificados por decapitação e os tecidos foram pesados e congelados avaliações

de estresse oxidativo, enzimas antioxidantes no tecido cardíaco, renal e muscular.

3.2.10. Determinação dos Níveis de Estradiol Plasmático

Para dosagem dos níveis plasmáticos de estradiol foram coletados 2 ml de sangue no

momento do sacrifício. O sangue foi centrifugado e o plasma separado para dosagem dos

níveis de 17ß-estradiol através do kit comercial para radioimunoensaio (TKE21–Coat-a-

Count® Estradiol – Siemens Medical Solutions Diagnostics).

Page 41: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

22

3.2.11. Preparação dos Tecidos

O coração, rim direito e gastrocnêmio foram coletados e homogeneizados durante 30

segundos em um homogeneizador Ultra-Turrax, com KCl 1,15% e fluoreto de fenil metil

sulfonila (PMSF), na concentração de 100mmol/L em isopropanol e na quantidade de

10µL/mL de KCl adicionado. Em seguida, os homogeneizados foram centrifugados por 10

minutos a 3000 rpm, em centrífuga refrigerada entre 0 e 4°C (Eppendorf, 5804-R), e o

sobrenadante foi congelado em freezer a -70°C para as dosagens (LLESUY et al., 1985).

3.2.12. Dosagem de Proteínas

As proteínas foram quantificadas pelo método descrito por Lowry e colaboradores,

que utiliza como padrão uma solução de albumina bovina na concentração de 1mg/mL

(LOWRY et al., 1951).

3.2.13. Dosagens de Estresse Oxidativo

3.2.13.1. Medida de Lipoperoxidação (LPO): Quimiluminescência iniciada por t-

BOOH (QL)

O método consistiu em adicionar um hidroperóxido orgânico de origem sintética (o

hidroperóxido de tert-butil – t-BOOH) ao homogeneizado de tecido, avaliando-se a

capacidade de resposta produzida pela amostra. A quimiluminescência foi medida em um

contador beta (TriCrab 2800TR, PerkinElmer) com o circuito de coincidência desconectado e

utilizando o canal de trítio. As determinações foram realizadas em câmara escura, em frascos

Page 42: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

23

de vidro mantidos na penumbra para evitar a fosforescência ativada pela luz fluorescente. O

meio de reação no qual foi realizado o ensaio consiste em 3,5 mL de uma solução tampão de

fosfatos 20 mmol/L, contendo KCl 140 mmol/L (pH 7,4), à qual foi adicionado 0,5 mL de

homogeneizado cardíaco.

Após esse momento, foi realizada uma leitura inicial, considerada como a emissão

basal de luz pelo homogeneizado. O hidroperóxido de tert-butila foi usado na concentração de

400 mmol/L, dos quais foram adicionados 30 µL no meio de reação para obter-se uma

concentração final de 3 mmol/L. Foi medida a emissão de luz e desta fora descontada a

emissão basal do homogeneizado para fins de cálculo (GONZALES FLECHA et al., 1991).

3.2.13.2. Substâncias Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico (TBARS)

Na ocorrência da reação, adicionou-se, a 0,25mL de homogeneizado, 0,75 mL de

ácido tricloroacético (TCA) a 10%(P/V), que tem a função de desnaturar as proteínas

presentes e acidificar o meio de reação. Essa mistura foi então agitada e centrifugada durante

3 minutos a 1000 g. Foi retirado 0,5mL do sobrenadante e a este foi adicionado 0,5mL de

ácido tiobarbitúrico (TBA) 0,67% (P/V), que reagiu com os produtos da lipoperoxidação

formando um composto de coloração rosada. A mistura foi incubada por 15 minutos a 100ºC

e em seguida foi resfriada no gelo. Em seguida, foi realizada a leitura da absorbância a 535

nm em espectrofotômetro (Biospectro) (BUEGE & AUST, 1978).

Page 43: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

24

3.2.14. Razão GSH/GSSG

3.2.14.1. Glutationa Total

A glutationa total mede a reação de óxido redução entre GSH e GSSG. O meio de

reação no qual foi realizado o ensaio consiste em uma solução de tampão fosfato 300 mM

(Na2HPO4.1H2O), e uma solução de DTNB (acido ditionitrobenzóico). No momento do

ensaio, agregou-se 1 mL de tampão fosfato, 100µL de DTNB, zerou-se o espectro

(Biospectro) e após acrescentou-se 250 µL amostra (BEUTLER et al., 1963).

3.2.14.2. Glutationa Oxidada

Foi adicionado a amostra ácido perclórico, os quais foram colocados em eppendorf e

centrifugados, posteriormente foi neutralizado com bicarbonato potássico (CO3HK). Desta

extraiu-se uma alíquota de 60mL + 60 mL DNTB + 60 mL GSSH e 60 mL NADPH. A leitura

foi realizada em espectrofotômetro 414 nm. Uma vez neutralizada com CO3HK foi

adicionado 5 ml de 2 vinil piridina e deixou-se repousar por uma hora a temperatura

ambiente. Logo se repetiu o processo anterior. A diferença entre a primeira e a segunda leitura

foi a GSSG (TIETZE, 1969).

A GSH foi calculada a partir da subtração da glutationa total pela GSSG, e em seguida

foi calculada a razão GSH/GSSG no tecido cardíaco.

Page 44: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

25

3.2.15. Enzimas Antioxidantes

3.2.15.1. Catalase (CAT)

A taxa de decomposição do peróxido de hidrogênio é diretamente proporcional à

atividade da CAT. Desta forma, o consumo de H2O2 pode ser utilizado como uma medida de

atividade da enzima CAT.

22222 22 OOHOH +⇒

O ensaio consistiu em medir a diminuição da absorbância a 240nm, comprimento de

onda onde há a maior absorção pelo peróxido de hidrogênio, utilizando-se cubetas de quartzo.

Para a realização das medidas foi usada uma solução tampão constituída de fosfatos a 50

mmol/L em pH 7,4. Foram adicionados 9µL deste tampão e 10µL de amostra de tecido na

cubeta do espectrofotômetro, sendo esta mistura descontada contra um branco de tampão

fosfato. A seguir foram adicionados 35µL de peróxido de hidrogênio (0,3 mol/L) e foi

monitorada a diminuição da absorbância no espectrofotômetro (Biospectro) (BOVERIS &

CHANCE, 1973).

3.2.15.2. Superóxido Dismutase (SOD)

A técnica utilizada foi baseada na inibição da reação do radical superóxido com o

piragalol. Uma vez que não se consegue determinar a concentração da enzima nem sua

Page 45: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

26

atividade em termos de substrato consumido por unidade de tempo, se utiliza a quantificação

em unidades relativas.

22222 2 OOHHOO +⇒++ +−•−•

Uma unidade de SOD é definida como a quantidade de enzima que inibe em 50% a

velocidade de oxidação do detector. A oxidação do pirogalol leva à formação de um produto

colorido, detectado espectrofotometricamente a 420 nm (Biospectro) durante 2 minutos. A

atividade da SOD foi determinada medindo-se a velocidade de formação do pirogalol

oxidado. No meio de reação, foram utilizados 20 µL de homogeneizado, 973 µL de tampão

Tris-Fosfato a 50 mmol/L (pH 8,2), 8 µL de pirogalol a 24 mmol/L, 4 µL de CAT a 30

µmol/L. Esta curva obtida foi utilizada como branco. Foi realizada uma curva padrão

utilizando três concentrações distintas de SOD (0,25U, 0,5U e 1U), através da qual foi obtida

a equação da reta para realização dos cálculos.

3.2.15.3. Glutationa Peroxidase (GPx)

Como a GPx catalisa a reação de hidroperóxidos com glutationa reduzida (GSH) para

formar glutationa oxidada (GSSG) e o produto da redução do hidroperóxido, a atividade da

enzima pode ser determinada medindo-se o consumo de NADPH na reação de redução

acoplada à reação da GPx.

Page 46: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

27

OHGSSGROHGSHROOH GPx22 ++→+

A atividade da GPx foi medida em um espectrofotômetro (Biospectro). Foi monitorada

a diminuição de absorbância do NADPH a 340 nm. Na cubeta do espectrofotômetro, foram

adicionados 330 µL de tampão, 50 µL do homogeneizado (amostra), 500 µL de NADPH, 10

µL de azida sódica, 50 µL de GSH e 10 µL de GR. Foi registrada a absorbância por um

período de aproximadamente 2 minutos, para obtenção da linha de base. Após esse momento,

foram adicionados 50 µL de hidroperóxido de tert-butila, e a diminuição da absorbância

devida ao consumo de NADPH foi monitorada por mais 3 minutos (FLOHÉ & GUNZLER,

1984).

3.2.16. Análise dos Níveis de Nitritos/Nitratos

Os níveis de nitritos e nitratos no plasma foram medidos pela reação das amostras com

o reagente de Griess microplacas (96 poços) em aparelho leitor de ELISA. Alíquotas de 50mL

de homogeneizado de tecido foram incubadas com cofatores enzimáticos e nitrato redutase

(3U/ml) por 30 minutos para conversão de nitrato em nitrito em temperatura ambiente. O total

de nitrito tecidual foi então analisado pela reação das amostras com 50 ml de reagente de

Griess. O total de nitrito tecidual foi estimado a partir de uma curva padrão de absorbância em

592 nm (GRANGER et al., 1999).

Page 47: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

28

3.3. ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os resultados são apresentados como média ± erro padrão da média (EPM). O teste de

análise de variância (ANOVA) de uma via ou ANOVA de uma via para medidas repetidas

(peso corporal e teste de esforço) seguido de post hoc de Student Newman Keuls foi utilizado

para comparação dos grupos. Valores de p<0,05 foram considerados significantes.

Page 48: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

29

4. RESULTADOS

4.1. Peso Corporal

A Tabela 1 mostra os resultados de peso corporal. O dia da ooforectomia foi

considerado como início do protocolo, no qual foi realizada a pesagem inicial dos

animais estudados.

O peso corporal não foi diferente entre os grupos no início do protocolo. Todos

os grupos apresentaram maior peso corporal ao final do protocolo. No entanto, ao final

do período de treinamento físico o grupo OS apresentou maior peso corporal em relação

aos demais grupos avaliados. O treinamento físico (OT) reduziu o peso corporal de ratas

ooforectomizadas. Além disto, a TH, associada ou não ao treinamento físico,

normalizou o ganho de peso corporal das ratas ooforectomizadas em relação ao grupo

CS.

Page 49: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

30

Tabela 1. Peso corporal das ratas fêmeas controle (CS, n=8), ooforectomizadas

sedentárias (OS, n=12), ooforectomizadas treinadas (OT, n=12), ooforectomizadas

sedentárias + TH (OPS, n=10) e ooforectomizadas treinadas + TH (OPT, n=12).

Valores representam média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT;

¥ p<0,05 vs. OPS. ‡ o início do protocolo no mesmo grupo.

4.2. Dosagem de Estradiol Plasmático (E2)

A figura 5 demonstra a eficácia da ooforectomia evidenciando valores menores

de estradiol plasmático nos grupos OS e OT quando comparados ao grupo CS. O grupo

OT apresentou maiores valores de estradiol em relação ao grupo OS. Além disso, os

grupos submetidos à TH (OPS e OPT) apresentaram nível de estradiol plasmático

semelhante ao grupo CS.

Grupos Variáveis

CS OS OT OPS

OPT

Inicial (gramas) 216±5 214±2 215±4 213±5

216±3

Final (gramas) 266±4‡ 329±9†‡ 305±5†*‡ 263±7*#‡

274±5*#‡

Page 50: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

31

Níveis de Estradiol Plasmático - E 2

0

5

10

15

20

25

30

35

CS OS OT OPS OPT

(pg/

mL)

**

*

Figura 5. Níveis de estradiol plasmático das ratas fêmeas controle (CS, n=6),

ooforectomizadas sedentárias (OS, n=8), ooforectomizadas treinadas (OT, n=8),

ooforectomizadas sedentárias + TH (OPS, n=6) e ooforectomizadas treinadas + TH

(OPT, n=7). †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS.

4.3. Capacidade Física

A capacidade física foi obtida através do teste de esforço máximo no início e no

fim do protocolo. No início do protocolo a capacidade física foi semelhante entre os

grupos estudados, porém após 8 semanas, os grupos que realizaram o treinamento físico

obtiveram melhora na capacidade física quando comparados aos seus respectivos pares

sedentários e aos seus valores iniciais (Tabela 2).

Page 51: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

32

Tabela 2. Velocidade máxima obtida no teste de esforço no início e ao final do

protocolo de treinamento físico nos grupos das ratas fêmeas controle (CS, n=8),

ooforectomizadas sedentárias (OS, n=12), ooforectomizadas treinadas (OT, n=12),

ooforectomizadas sedentárias + TH (OPS, n=10) e ooforectomizadas treinadas + TH

(OPT, n=12).

Valores representam média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT;

¥ p<0,05 vs. OPS. ‡O início do protocolo no mesmo grupo.

4.4. Avaliações Hemodinâmicas

As avaliações hemodinâmicas de pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial

diastólica (PAD), pressão arterial média (PAM) e freqüência cardíaca (FC) em repouso

podem ser observadas na Tabela 3.

Os resultados evidenciam maior PAS, PAD e PAM nos grupos submetidos à

ooforectomia sedentários (OS e OPS), o que de fato sugere que o treinamento físico

(grupos OT e OPT), associado ou não a TH, foi eficaz em reduzir a pressão arterial e

manter tais valores semelhantes aos do grupo controle (Figura 6). Adicionalmente

Grupos Variáveis

CS OS OT OPS

OPT

Velocidade máx.

inicial (km/h)

1,83±0,06 1,98±0,10 1,94±0,12 1,72±0,05 1,75±0,08

Velocidade máx.

final (km/h)

1,80±0,15 2,01±0,09 2,38±0,07†*‡ 1,75±0,05# 2,25±0,05†*¥‡

Page 52: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

33

observou-se bradicardia de repouso no grupo OT quando comparado aos grupos

sedentários (Tabela 3, Figura 7).

Tabela 3. Variáveis hemodinâmicas dos grupos controle (CS, n=8), ooforectomizado

sedentário (OS, n=12), ooforectomizado treinado (OT, n=12), ooforectomizado

sedentário + TH (OPS, n=10) e ooforectomizado treinado + TH (OPT, n=12).

Valores representando média ± EPM. PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão

arterial diastólica; PAM: pressão arterial média; FC: freqüência cardíaca. †p<0,05 vs.

CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT; ¥ p<0,05 vs. OPS.

Grupos Variáveis

CS OS OT OPS

OPT

PAS (mmHg)

128±2 140 ± 2† 132 ± 2* 142 ± 2†# 134±2*¥

PAD (mmHg)

95±1 105 ± 2† 95 ± 2* 102 ± 2†# 96±1*¥

PAM (mmHg)

113±2 122± 1† 113 ± 2* 121±2†# 114 ±1*¥

FC (bpm)

360±9 374 ± 10 342 ± 5* 376±5# 360±10

Page 53: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

34

Pressão Arterial Média

0

20

40

60

80

100

120

140

CS OS OT OPS OPT

(mm

Hg)

*# †

* ¥ †

Figura 6. Pressão arterial média dos grupos controle (CS, n=8), ooforectomizado

sedentário (OS, n=12), ooforectomizado treinado (OT, n=12), ooforectomizado

sedentário + TH (OPS, n=10) e ooforectomizado treinado + TH (OPT, n=12). †p<0,05

vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT; ¥ p<0,05 vs. OPS.

Page 54: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

35

Freqüência Cardíaca

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

CS OS OT OPS OPT

(bpm

)

*#

Figura 7. Freqüência cardíaca dos grupos controle (CS, n=8), ooforectomizado

sedentário (OS, n=12), ooforectomizado treinado (OT, n=12), ooforectomizado

sedentário + TH (OPS, n=10) e ooforectomizado treinado + TH (OPT, n=12). * p<0,05

vs. OS; # p<0,05 vs. OT.

4.5. Avaliação da Sensibilidade Barorreflexa

A sensibilidade barorreflexa avaliada através das respostas taquicárdicas e

respostas bradicárdicas às quedas e aumentos de pressão arterial, respectivamente, é

apresentada na Tabela 4.

A ooforectomia reduziu a resposta taquicárdica nas ratas sedentárias (OS e

OPS). O treinamento físico (grupos OT e OPT), associado ou não a TH, atenuou tal

disfunção. Com relação à resposta bradicárdica os resultados evidenciaram melhora

Page 55: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

36

desta alça do reflexo no grupo OT e OPT em relação aos grupos sedentários

ooforectomizados (OS e OPS) e ao grupo CS (Figura 8).

Tabela 4. Sensibilidade barorreflexa avaliada pelas respostas taquicárdicas e respostas

bradicárdicas nos grupos controle (CS, n=8), ooforectomizado sedentário (OS, n=8),

ooforectomizado treinado (OT, n=8), ooforectomizado sedentário + suplementação

(OPS, n=7) e ooforectomizada treinada + suplementação (OPT, n=8).

Grupos Variáveis

CS OS OT OPS

OPT

Resposta

Taquicárdica (bpm/mmHg)

3,89±0,2 2,60±0,4† 4,40±0,1* 2,40±0,3†#

3,6±0,3*¥

Resposta

Bradicárdica (bpm/mmHg)

-1,50±0,1 -1,20±0,1 -1,90±0,1†* -1,25±0,1#

-1,63±0,1*¥

Valores representam média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT;

¥ p<0,05 vs. OPS.

Page 56: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

37

Figura 8. Respostas taquicárdica e bradicáricas relativas à sensibilidade baroreflexa

(SBR) dos grupos controle (CS, n=8), ooforectomizado sedentário (OS, n=12),

ooforectomizado treinado (OT, n=12), ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=10) e

ooforectomizado treinado + TH (OPT, n=12). †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; #

p<0,05 vs. OT; ¥ p<0,05 vs. OPS.

4.6. Avaliação do Controle Autonômico da Freqüência Cardíaca

A Tabela 5 apresenta os valores de TS, TV e FCI dos grupos estudados. A

privação dos hormônios ovarianos induziu redução do tônus vagal em comparação aos

demais grupos. O treinamento físico e a TH, associados ou não, reverteram esse

prejuízo autonômico (Figura 9). O tônus simpático foi maior nos grupos submetidos à

privação dos hormônios ovarianos em relação ao grupo CS. Porém, somente a

associação das duas terapias foi eficaz em atenuar tal disfunção (Figura 10).

Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes na FCI entre os

grupos estudados.

Sensibilidade Barorreflexa

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

(bpm

/mm

Hg)

CS

OSOT

OPS

OPT

* *

† #

¥* #

* †

Sensibilidade Barorreflexa

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

(bpm

/mm

Hg)

CS

OSOT

OPS

OPT

* *

† #

¥* #

* †

Page 57: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

38

Tabela 5. Tônus vagal (TV), tônus simpático (TS) e freqüência cardíaca intrínseca

(FCI) nos grupos controle (CS, n=8), ooforectomizado sedentário (OS, n=12),

ooforectomizado treinado (OT, n=12), ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=10) e

ooforectomizada treinada + TH (OPT, n=12).

Valores representando média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS.

Grupos Variáveis

CS OS OT OPS

OPT

TV (bpm) 48±5 26±7† 52±6* 61±8*

51±5*

TS (bpm) 54±6 77±5† 66±8 66±6

54±5*

FCI (bpm) 353±4 345±8 357±5 365±8

363±4

Page 58: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

39

Tônus Vagal

0

10

20

30

40

50

60

70

80

CS OS OT OPS OPT

(bpm

)

**

*

Figura 9. Tônus vagal dos grupos controle (CS, n=8), ooforectomizado sedentário

(OS,n=12), ooforectomizado treinado (OT, n=12), ooforectomizado sedentário + TH

(OPS, n=10) e ooforectomizado treinado + TH (OPT, n=12). †p<0,05 vs. CS; * p<0,05

vs. OS.

Page 59: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

40

Tônus Simpático

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

CS OS OT OPS OPT

(bpm

)

*

Figura 10. Tônus simpático dos grupos controle (CS, n=8), ooforectomizado sedentário

(OS, n=12), ooforectomizado treinado (OT, n=12), ooforectomizado sedentário + TH

(OPS, n=10) e ooforectomizado treinado + TH (OPT, n=12). †p<0,05 vs. CS; * p<0,05

vs. OS.

4.7. Avaliações da Modulação Autonômica da Freqüência Cardíaca

A avaliação da VFC nos domínios do tempo e da freqüência é apresentada na

Tabela 6. Não houve diferença entre os grupos no DP do intervalo de pulso e no

RMSSD. No entanto, o treinamento físico foi eficaz em aumentar a variabilidade do

intervalo de pulso (VAR-IP) dos grupos ooforectomizados (OT e OPT) quando

comparados aos grupos sedentários (Figura 11).

Page 60: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

41

A ooforectomia aumentou a banda de BF normalizada e reduziu a banda AF

normalizada do IP, representativas da modulação simpática e vagal cardíaca,

respectivamente.

O treinamento físico isoladamente (grupo OT) foi capaz de reduzir a banda BF

normalizada do IP e aumentar a banda AF normalizada em relação aos demais grupos

ooforectomizados.

O balanço simpato-vagal foi aumentado pela privação dos hormônios ovarianos

e o treinamento físico isoladamente (grupo OT) foi eficaz em reduzir esse parâmetro

(Figura 12).

VAR-IP

0

20

40

60

80

100

120

CS OS OT OPS OPT

(ms

2 )

¥ *

#

*†

Figura 11. Variância de intervalo de pulso (VAR-IP) dos grupos controle (CS, n=8),

ooforectomizado sedentário (OS, n=12), ooforectomizado treinado (OT, n=10),

ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=12) e ooforectomizado treinado + TH (OPT,

n=12). †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT; ¥ p<0,05 vs. OPS.

Page 61: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

42

Tabela 6. Variabilidade da freqüência cardíaca dos grupos controle (CS, n=8), grupo

ooforectomizado sedentário (OS, n=12), ooforectomizado treinado (OT, n=10),

ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=12) e ooforectomizada treinada + TH (OPT,

n=12).

Valores representam média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT;

¥ p<0,05 vs. OPS. DP: desvio padrão do intervalo de pulso; RMSSD: raiz quadrada da

média dos quadrados das diferenças entre os intervalos R-R normais sucessivos; % BF:

percentual da banda de baixo freqüência do intervalo de pulso normalizada; % AF:

percentual da banda de alta freqüência do intervalo de pulso normalizada.

Grupos Variáveis

CS OS OT OPS OPT

DP (ms) 6,7±0,63 8,2±0,52

9,2±0,71

6,8±0,54 8,5±0,56

RMSSD (ms) 4,8±0,58 6,8±0,54

7,2±0,69

5,5±0,88 6,8±0,71

VAR-IP ( ms2) 44,5±5,70 60,0±6,34

92,4±9,36†*

49,5±6,59# 81,1±6,58†*¥

% BF (NU.) 25,7±1,6 33,1±1,7†

21,5±1,4*

31,9±1,8†# 32,4±2,0†#

% AF (NU.) 74,3±1,6 66,9±1,7†

78,5±1,4*

68,1±1,8†# 67,6±2,0†#

BF/AF 0,36±0,03 0,52±0,04†

0,29±0,03*

0,51±0,04†# 0,52±0,04†#

Page 62: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

43

BF/AF

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

CS OS OT OPS OPT

† † † # #

*

Figura 12. Balanço simpato-vagal (BF/AF) dos grupos controle (CS, n=8),

ooforectomizado sedentário (OS, n=12), ooforectomizado treinado (OT, n=12),

ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=10) e ooforectomizado treinado + TH (OPT,

n=12). †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT; ¥ p<0,05 vs. OPS.

4.8. Avaliação da Variabilidade da Pressão Arterial Sistólica

A avaliação da VPAS no domínio do tempo e da freqüência é apresentada na

Tabela 7. Os resultados demonstram que a privação dos hormônios ovarianos induz um

aumento do DP-PAS, da VAR-PAS e do BF-PAS. O treinamento físico e a TH,

associados ou não, normalizaram os parâmetros avaliados da VPAS (Figura 13 e 14).

Page 63: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

44

Tabela 7. Variabilidade da pressão arterial sistólica dos grupos controle (CS, n=8),

ooforectomizado sedentário (OS, n=12),ooforectomizado treinado (OT, n=12),

ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=10) e ooforectomizada treinada + TH (OPT,

n=12).

Valores representam média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT;

¥ p<0,05 vs. OPS. DP: desvio padrão da pressão arterial sistólica. VAR-PAS: variância

da pressão arterial sistólica; BF: banda de baixa freqüência da pressão arterial sistólica.

Grupos Variáveis

CS OS OT OPS

OPT

DP (mmHg2)

4,27±0,16 5,04±0,26† 4,3±0,20* 3,76±016* 4,1±0,19*

VAR-PAS (mmHg2)

24,8 ± 1,4 38,8±3,05† 20,0±1,6* 14,0±1,7†* 17,1±1,5†*

BF (mmHg2)

3,94 ± 0,41

8,32±1,19†

5,76±0,58*

5,10±0,91*

5,70±0,45*

Page 64: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

45

VAR-PAS

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

CS OS OT OPS OPT

(mm

Hg

2 )

† † *

* *

Figura 13. Variância da pressão arterial sistólica (VAR-PAS) dos grupos controle (CS,

n=8), ooforectomizado sedentário (OS, n=12), ooforectomizado treinado (OT, n=12),

ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=10) e ooforectomizado treinado + TH (OPT,

n=12). †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT; ¥ p<0,05 vs. OPS.

Page 65: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

46

BF-PAS

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

CS OS OT OPS OPT

(mm

Hg

2 )†

***

Figura 14. Banda de baixa freqüência da pressão arterial sistólica (BF-PAS) dos

grupos controle (CS, n=8), ooforectomizado sedentário (OS, n=12), ooforectomizado

treinado (OT, n=12), ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=10) e ooforectomizado

treinado + TH (OPT, n=12). †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT; ¥

p<0,05 vs. OPS.

4.9. Avaliações de Estresse Oxidativo

4.9.1. Medida de lipoperoxidação (LPO): Quimiluminescência iniciada por

t- BOOH (QL) e Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS)

Foram realizadas as análises de lipoperoxidação lipídica pelas técnicas

denominadas quimiluminescência iniciada por hidróxido de tert-butil (QL) e substâncias

reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) nos tecidos cardíaco, renal e muscular. A

ooforectomia aumentou a QL no tecido cardíaco e o treinamento físico e a TH (grupos

OT, OPS e OPT) foram capazes de atenuar esta disfunção em relação ao grupo OS

Page 66: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

47

(Figura 15). Não foram observados diferenças entre os grupos no TBARS cardíaco

(Tabela 8).

Tabela 8. Quimiluminescência (QL) e substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico

(TBARS) no tecido cardíaco dos grupos controle (CS, n=8), ooforectomizado sedentário

(OS, n=8) ooforectomizado treinado (OT, n=8), ooforectomizado sedentário + TH (OPS,

n=7) e ooforectomizada treinada + TH (OPT, n=8).

Valores representam média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS.

Grupos Variáveis

CS OS OT OPS

OPT

QL (cps/mg prot)

1980±61 6492±328† 5614±245†* 4656±323†* 4550±499†*

TBARS (umol/mg prot)

1,72±0,27 1,25±0,19 1,17±0,25 0,92±0,11 0,93±0,12

Page 67: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

48

QL - Tecido Cardíaco

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

CS OS OT OPS OPT

(cps

/mg

prot

eína

)

† † *

* *

Figura 15. Quimiluminescência (QL) no tecido cardíaco dos grupos controle (CS, n=8),

ooforectomizado sedentário (OS, n=8), ooforectomizado treinado (OT, n=8),

ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=7) e ooforectomizado treinado + TH (OPT,

n=8). †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS.

O treinamento físico e a TH, associados ou não (grupos OT, OPS e OPT) foram

capazes de reduzir a QL em relação aos grupos OS e CS (Tabela 9, Figura 16). Já

quanto ao TBARS, a ooforectomia aumentou esses valores e o treinamento físico e a

TH, associação ou não induziram a diminuição do TBARS (Tabela 9).

Page 68: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

49

Tabela 9. Quimiluminescência (QL) e substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico

(TBARS) no tecido renal dos grupos controle (CS, n=8), ooforectomizado sedentário

(OS, n=8) ooforectomizado treinado (OT, n=8), ooforectomizado sedentário + TH

(OPS, n=7) e ooforectomizada treinada + TH (OPT, n=8).

Valores representam média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT;

¥ p<0,05 vs. OPS.

Grupos Variáveis

CS OS OT OPS

OPT

QL (cps/mg prot)

4760±259 5327±577 3101±370†* 2951±174†* 2419±164†*

TBARS (umol/mg prot)

0,87±0,05 1,51±0,08† 1,27±0,26†* 1,18±0,03†* 1,11±0,07†*

Page 69: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

50

QL - Tecido Renal

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

CS OS OT OPS OPT

(cps

/mg

prot

eína

)

*† †

† **

Figura 16. Quimiluminescência (QL) no tecido renal grupos controle (CS, n=8),

ooforectomizado sedentário (OS, n=12), ooforectomizado treinado (OT, n=12),

ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=10) e ooforectomizado treinado + TH (OPT,

n=12). †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS.

Não foi encontrada diferença significativa entre os grupos no parâmetro de QL

em tecido muscular (gastrocnêmio) (Tabela 10). A ooforectomia aumentou o TBARS

no tecido muscular e o treinamento físico e a TH, associado ou não (grupos OT, OPS e

OPT), foram capazes de reduzir o TBARS em relação ao grupo OS (Tabela 10, Figura

17).

Page 70: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

51

Tabela 10. Quimiluminescência (QL) e substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico

(TBARS) no músculo gastrocnêmio dos grupos controle (CS, n=8), ooforectomizado

sedentário (OS, n=8), ooforectomizado treinado (OT, n=8), ooforectomizado sedentário

+ TH (OPS, n=7) e ooforectomizada treinada + TH (OPT, n=8).

Valores representam média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS.

Grupos Variáveis

CS OS OT OPS

OPT

QL (cps/mg prot)

529±68 430±76 415±65 403±55 335±19

TBARS (umol/mg prot)

1,10±0,14 5,64±0,74† 2,23±0,39* 0,92±0,14* 0,88±0,21*

Page 71: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

52

TBARS - Gastrocnêmio

0

1

2

3

4

5

6

7

CS OS OT OPS OPT

(um

ol/m

g pr

oteí

na)

*

**

Figura 17. Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) no tecido muscular

(gastrocnêmio) nos grupos controle (CS, n=8), ooforectomizado sedentário (OS, n=8),

ooforectomizado treinado (OT, n=8), ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=7) e

ooforectomizada treinada + TH (OPT, n=8). †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS.

4.9.2. Avaliação da Razão GSH/GSSG

Foram realizadas as análises sobre o balanço de óxido-redução na interação da

glutationa reduzida e oxidada através da razão GSH (reduzida)/GSSG (oxidada) no

tecido cardíaco. A ooforectomia induziu aumento de GSSG e redução da razão GSH em

relação ao grupo CS. O treinamento físico a TH, associado ou não, induziram o

aumento da GSH Total e GSH. Quando avaliou-se o balanço entre a GSH e GSSG, o

treinamento físico e a TH associados ou não da foram eficazes em aumentar esses

valores (Tabela 11, Figura 18).

Page 72: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

53

Tabela 11. Glutationa total (GSH total), Glutationa reduzida (GSH), Glutationa oxidada

(GSSG) e razão GSH/GSSG no tecido cardíaco dos grupos controle (CS, n=8),

ooforectomizado sedentário (OS, n=8), ooforectomizado treinado (OT, n=8),

ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=7) e ooforectomizada treinada + TH (OPT,

n=8).

Valores representam média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT;

¥ p<0,05 vs. OPS.

Grupos Variáveis

CS OS OT OPS

OPT

GSH Total

(umol/ g tecido)

64,78±4,57 68,71±5,03 241,14±19,64†* 240,90±15,03†* 265,25±11,25†*

GSH (umol/ g tecido)

58,69±4,26 55,27±5,17 220,79±18,80†* 224,33±15,00†* 248,69±11,66†*

GSSG (umol/ g tecido)

6,09±0,61 12,97±2,03† 20,349±1,97*† 16,57±2,08*† 16,55±1,73†*

GSH/GSSG

(umol/ g tecido)

9,89±1,00 4,59±0,82† 11,40±1,17* 14,85±2,18* 16,20±1,76†*

Page 73: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

54

GSH/GSSG

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

CS OS OT OPS OPT

(um

ol/g

tec

ido)

*

* *

Figura 18. Razão GSH/GSSG no tecido cardíaco nos grupos controle (CS, n=8),

ooforectomizado sedentário (OS, n=8), ooforectomizado treinado (OT, n=8),

ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=7) e ooforectomizada treinada + TH (OPT,

n=8). †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS.

4.9.3. Avaliação das Enzimas Antioxidantes

A atividade das enzimas antioxidantes superóxido dismutase (SOD) e glutationa

peroxidase (GPx), bem como da concentração da catalase (CAT) no tecido cardíaco são

apresentadas na tabela 12. Os resultados mostraram redução no grupo OS e aumento na

concentração da CAT no grupo OT em relação aos demais grupos ooforectomizados. A

atividade da SOD foi maior nos grupos treinados e com a TH (OT, OPS e OPT) em

Page 74: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

55

relação ao grupo controle (CS). O grupo OT apresentou maiores valores de SOD em

relação aos grupos OPS e OPT. A atividade da glutationa peroxidase (GPx) foi

aumentada com a ooforectomia em comparação ao grupo CS, no entanto, o treinamento

físico e a TH, associados ou não, induziram o aumento da atividade desta enzima

antioxidante em relação ao grupo OS.

Tabela 12. Concentração da catalase (CAT), atividade da superóxido dismutase (SOD)

e atividade da glutationa peroxidase (GPx) no tecido cardíaco dos grupos controle (CS,

n=8) ooforectomizado sedentário (OS, n=8), ooforectomizado treinado (OT, n=8),

ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=7) e ooforectomizada treinada + TH (OPT,

n=8).

Valores representam média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT.

Grupos Variáveis

CS OS OT OPS

OPT

CAT (nmol/ mg prot)

0,84±0,04 0,56±0,07† 1,08±0,14* 0,74±0,08# 0,70±0,03#

SOD (U/ mg prot)

16,21±1,10 18,02±0,52 23,99±1,11†* 20,75±1,06†# 20,39±1,24†#

GPx (umol/min/ mg prot)

15,98±2,21 41,04±2,67† 51,08±2,45†* 56,04±5,15†* 54,96±3,20†*

Page 75: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

56

A atividade das enzimas antioxidantes (GPx) bem como da concentração (CAT)

no tecido renal são apresentadas na tabela 13. Os resultados mostraram diminuição da

concentração da CAT no grupo OS em relação ao grupo CS. O treinamento físico e a

TH induziram aumento da concentração da CAT em comparação ao grupo OS, mas a

associação das terapias (grupo OPT) teve valores de CAT menores que o grupo CS. A

atividade da SOD foi maior no grupo OT quando comparado ao grupo OPS. A atividade

da GPx foi reduzida com a ooforectomia, e somente a TH e o treinamento físico,

associado ou não induziram normalização da concentração desta enzima antioxidante.

Page 76: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

57

Tabela 13. Concentração da catalase (CAT), atividade da superóxido dismutase (SOD)

e atividade da glutationa peroxidase (GPx) no tecido renal dos grupos controle (CS,

n=8), ooforectomizado sedentário (OS, n=8), ooforectomizado treinado (OT, n=8),

ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=7) e ooforectomizada treinada + TH (OPT,

n=8).

Valores representam média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT.

A atividade das enzimas antioxidantes SOD e GPx, bem como da concentração

CAT, no tecido muscular (gastrocnêmio) são apresentadas na tabela 14. Os resultados

mostraram aumento na concentração da CAT e da atividade da SOD no grupo treinado

(OT) em relação aos demais grupos avaliados. A atividade da GPx foi reduzida com a

ooforectomia, e somente o treinamento físico (grupo OT) foi capaz de normalizar a

atividade desta enzima antioxidante. A TH, associada ou não ao treinamento físico

Grupos Variáveis

CS OS OT OPS

OPT

CAT (nmol/ mg prot)

1,84±0,20 0,83±0,07† 1,33±0,09* 1,30±0,05* 1,01±0,04†

SOD (U/ mg prot)

9,90±0,54 10,76±0,56 11,44±0,29 9,39±0,31# 10,70±0,48

GPx (umol/min/mg.prot)

45,34±2,68 34,83±2,67† 42,14±2,66* 49,21±2,34* 47,65±1,62*

Page 77: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

58

(OPS e OPT), induziu redução da atividade de GPx quando comparado aos demais

grupos avaliados.

Tabela 14. Concentração da catalase (CAT), atividade da superóxido dismutase (SOD)

e atividade da glutationa peroxidase (GPx) no músculo gastrocnêmio dos grupos

controle (CS, n=8), ooforectomizado sedentário (OS, n=8), ooforectomizado treinado

(OT, n=8), ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=7) e ooforectomizada treinada +

TH (OPT, n=8).

Valores representam média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT.

Grupos Variáveis

CS OS OT OPS

OPT

CAT (nmol/ mg prot)

0,12±0,01 0,17±0,02 0,31±0,05†* 0,19±0,03# 0,12±0,02#

SOD (U/mg prot)

26,3±3,63 37,2±4,80 66,2±14,30†* 20,0±1,47# 25,3±0,56#

GPx (umol/min/ mg prot)

54,0±7,00 39,3±8,05† 44,0±4,00 17,5±1,98†*# 20,1±3,32†*#

Page 78: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

59

4.10. Avaliação de Nitritos e Nitratos

Os resultados da avaliação dos nitritos plasmáticos mostraram diminuição da sua

concentração no grupo OS em relação ao grupo CS. O grupo OT apresentou valores

normalizados de nitritos plasmáticos, porém a TH não foi eficaz em atenuar a redução

deste parâmetro (Tabela 15).

Quanto aos resultados dos nitratos plasmáticos o grupo OT apresentou valores

semelhantes aos do CS, no entanto, maiores que os demais grupos ooforectomizados

(OS, OPS e OPT). Adicionalmente, o grupo OPS apresentou valores de nitratos

plasmáticos menores que o grupo CS (Tabela 15).

A figura 19 ilustra a razão nitrito/nitrato (NOx). Observou-se que a privação dos

hormônios ovarianos (CS: 0,18± vs. OS: 0,13±) induziu redução desta razão a qual foi

normalizada nos grupos treinados (OT: 0,16±0,01 e OPT: 0,16±0,01). A TH

isoladamente (OPS: 0,13±0,01) não reverteu o prejuízo nesta razão.

Page 79: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

60

Tabela 15. Nitritos e Nitratos plasmáticos dos grupos controle (CS, n=8),

ooforectomizado sedentário (OS, n=8), ooforectomizado treinado (OT, n=8),

ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=7) e ooforectomizada treinada + TH (OPT,

n=8).

Valores representam média ± EPM. †p<0,05 vs. CS; * p<0,05 vs. OS; # p<0,05 vs. OT.

Figura 19. Razão Nitritos/Nitratos Plasmáticos (NOx) no tecido cardíaco nos grupos

controle (CS, n=8), ooforectomizado sedentário (OS, n=8), ooforectomizado treinado

(OT, n=8), ooforectomizado sedentário + TH (OPS, n=7) e ooforectomizada treinada +

TH (OPT, n=8). †p<0,05 vs. CS.

Grupos Variáveis

CS OS OT OPS

OPT

Nitritos

(uM)

13,84±1,60 8,41±0,76† 13,24±1,80* 7,26±1,17†# 9,87±0,50

Nitratos

(uM)

90,67±11,81 64,00±8,02 99,14±18,26* 50±7,92†# 63,43±6,73#

Page 80: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

61

5. DISCUSSÃO

Apesar das evidências relacionadas à terapia estrogênica no manejo de desordens

cardiovasculares (RUSA et al., 1999; PICKAR et al., 1998), estudos importantes como o

HERS - Heart and Estrogen/Progestin Study (1998), o ERA - Estrogen Replacement and

Aterosclerosis (2000) e o WHI - Women's Health Initiative (2002) questionaram o uso da TH,

destacando o aumento da incidência de eventos de ordem vascular, como acidente vascular

cerebral, eventos trombólicos, de ordem cardíaca como infarto do miocárdio, e até mesmo de

caráter neoplásico como o carcinoma mamário e endometrial em mulheres submetidas à TH.

Apesar destas evidências, a TH continua a ser recomendada por entidades especializadas

(PANAY & FENTON, 2009; UTIAN et al., 2008), mesmo que de modo mais

individualizado, para o tratamento dos sintomas e prevenção de osteoporose em mulheres no

período pós-menopausa, permanecendo a dúvida sobre a relação risco-benefício

cardiovascular desta terapia.

É interessante notarmos, que frente às contradições e questionamentos sobre o uso da

TH na mulher no período pós-menopausal, outros estudos sobre diferentes abordagens foram

e estão sendo realizadas, com o objetivo de avaliar a diminuição de eventos e/ou fatores de

risco de ordem cardiovascular nessa população. Neste sentido, uma revisão sistemática de

estudos controlados e randomizados avaliou os efeitos do treinamento físico evidenciando-se

que esta abordagem não farmacológica foi teve efeitos positivos no manejo do peso corporal,

na densidade óssea, no ganho flexibilidade, no VO2, nos níveis pressóricos e no controle

energético e metabólico no período pós-menopausal (ASIKAINEN et al., 2004).

Page 81: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

62

Considerando esses estudos clínicos, que se somam a estudos experimentais, e evidenciam

uma clara lacuna na literatura sobre os efeitos da TH estrogênica associada ou não ao treinamento

físico após a privação dos hormônios ovarianos, o objetivo do presente estudo foi verificar os

efeitos da TH, associada ou não ao treinamento físico, em parâmetros cardiovasculares,

autonômicos, de estresse oxidativo e a concentração de nitritos e nitratos em ratas fêmeas

ooforectomizadas. Considerando que as alterações cardiovasculares são mais prevalentes em

mulheres no climatério, neste estudo, a privação dos hormônios ovarianos possibilitou avaliar as

disfunções características na ausência dos hormônios ovarianos, assim como o efeito do uso da

terapia farmacológica advinda da TH subcutânea com o hormônio 17β estradiol e a possível

associação com o treinamento físico aeróbio.

Avaliações do Peso Corporal

No século passado, o conhecimento sobre a relação de peso corporal na mulher e

envelhecimento eram um tanto obscuros. Além disso, não havia clareza na relação ganho de

peso com mudanças hormonais. Neste aspecto, podemos destacar o grupo de Wing (1991) que

estudou longitudinalmente aproximadamente 485 mulheres de meia idade que tinham em

média de 46 anos e que notou que não havia diferença no ganho de peso entre mulheres que

estavam no período menopausal e no período anterior a menopausa (pré-menopausa). Outro

estudo realizado nos EUA, SWAN – Study of Women´s Health Across the Nation, concluiu

que o índice de massa corpórea (IMC) em mulheres que estavam no período menopausal foi

semelhante quando comparado ao de mulheres no período pré-menopausal (MATTHEWS et

al., 2001). No entanto, o estudo de Sowers et al. (2007) verificou uma correlação positiva

entre o comportamento do hormônio folículo estimulante (FSH) com a massa gorda em

Page 82: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

63

mulheres de meia idade, destacando que o envelhecimento dos ovários tem relação direta na

composição corpórea em mulheres de meia idade.

É interessante notar que mudanças acontecem com o advento da menopausa, e/ou no

período do climatério, sendo elas: diminuição da massa magra, da massa óssea, da capacidade

física, da taxa de metabolização corporal, e inversamente aumento do peso corporal, no

depósito de gordura, e possível mudança na relação cintura-quadril e de estrutura, cujo padrão

pode evoluir para uma forma andróide (ASIKAINEN et al, 2004). Neste sentido, podemos

destacar que a ooforectomia realizada em modelo animal, resulta em um aumento de peso

corporal (LATOUR et al.,2001; HERNÁNDEZ et al., 2000; IRIGOYEN et al., 2005; FLUES

et al., 2010; FLORES et al., 2010). De fato, no presente estudo, confirmamos dados anteriores

de nosso grupo evidenciando maior peso corporal no grupo OS em relação ao grupo CS.

Além disto, confirmamos a redução de peso corporal no grupo OT em relação ao grupo OS,

evidenciando um importante benefício desta abordagem não farmacológica. De fato, o

treinamento físico como abordagem de natureza não farmacológica, pode promover mudanças

tanto para a redução ou aumento do peso corporal em humanos (BOUCHARD, 2003;

SHANGOLD, 1990; TEIXEIRA et al., 2003) quanto em animais (De ANGELIS et al., 1997;

MELO et al., 2003).

A privação dos hormônios ovarianos pode ocasionar o aumento na ingestão da ração

(WATTANAPERMPOOL & REISER, 1999; HERNÁNDEZ et al., 2000; LATOUR et al.,

2001; IRIGOYEN et al., 2005), além do fator sedentarismo (HASSAGER &

CHRISTIANSEN, 1989; DAWSON-HUGES & HARRIS, 1992), o que de fato pode

promover aumento do peso corporal. No presente estudo, não foi analisada a ingestão calórica

e gasto energético no decorrer das 8 semanas de protocolo nos grupos estudados. No entanto,

um estudo de nosso grupo demonstrou que ao final do protocolo de 8 semanas, ratas

Page 83: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

64

ooforectomizadas treinadas apresentaram menor ganho de peso corporal em comparação às

ratas ooforectomizadas sedentárias, porém sem diferenças no total de ração ingerida entre os

dois grupos (PONCIANO, 2006). Portanto, pode-se sugerir que o grupo treinado no presente

estudo tenham tido menor ganho de peso corporal pelo fato de ter havido maior gasto

energético proveniente do treinamento físico.

A terapia estrogênica resulta em redução do peso corporal em modelo animal (GUO,

2010; HERNÁNDEZ et al., 2000; FLUES et al., 2010). No presente estudo a TH, associada

ou não ao treinamento físico foi capaz de reduzir o aumento de peso corporal em ratas

ooforectomizadas como demonstrado num estudo anterior do nosso grupo (FLUES, 2010),

trazendo os valores de peso corporal dos grupos OPS e OPT próximos aos observados no

grupo controle (CS). Esse benefício pode ser explicado pelas evidências que a privação

estrogênica possa induzir deficiência do metabolismo de carboidratos e, portanto, na captação

da glicose. Autores como Kumagai et al.. ,(1993) identificaram em ratas ooforectomizadas

menor captação de glicose e, portanto, menor síntese de glicogênio. Fato este, encontrado

semelhantemente em camundongos ooforectomizados (PUAH & BAILEY, 1985). Seguindo o

mesmo raciocínio, Cardoso Jr. (2010) reforça que o hipoestrogenismo pode ter associação

com o aumento de resistência à insulina em mulheres menopausadas, sugerindo, portanto,

uma associação entre o metabolismo de carboidrato e lipídico e a privação dos hormônios

ovarianos. Neste sentido , com a privação estrogênica existem alterações do metabolismo dos

carboidratos e lipídios, culminando em resistência à insulina, no aumento do tecido adiposo e

diminuição da atividade da lípase lipoproteica, além do aumento da concentração de ácidos

graxos livres no plasma (DELARUE & MAGNANN, 2007), alterações essas que podem estar

associadas ao ganho de peso após a privação dos hormônios ovarianos, bem como aos

benefícios da TH no manejo do ganho de peso corporal nessa condição.

Page 84: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

65

Avaliação da Capacidade Física

O teste de esforço, ou teste de capacidade máxima, foi e tem sido muito utilizado em

academias, na prática clínica, entre outros, pois permite mensurar o efeito do exercício

máximo gerado frente a alguma condição patológica ou mesmo em condição de saúde

(MAHLER, 1996). Os testes máximos e submáximos são considerados seguros e bem

tolerados, e têm por objetivo avaliar a capacidade física ou até mesmo funcional

(RODRIGUES et al., 2007), no intuito de avaliar as respostas clínica, hemodinâmica,

metabólica e eletrocardiográfica ao esforço (NEGRÃO & BARRETO, 2005).

Vale destacar que foi demonstrado por nosso grupo que se pode estimar o VO2máx, ou

seja, o transporte, consumo e utilização de oxigênio ao nível alveolar, a partir dos resultados

do teste de esforço máximo utilizando-se a equação de regressão linear entre VO2máx e teste de

esforço. Além disto, diferenças de desempenho físico podem ser detectadas pelo teste de

esforço uma vez que a velocidade máxima obtida no teste de esforço foi correlacionada com o

VO2 máx em ratos machos saudáveis (RODRIGUES et al., 2007). Neste sentido, no presente

estudo, o teste de esforço aplicado no início do protocolo demonstrou capacidade física

semelhante entre os grupos, porém na realização do teste de esforço final foi demonstrado que

o treinamento físico aeróbio foi eficaz em promover melhora da capacidade física nos grupos

treinados (OT e OPT) em relação aos grupos sedentários (CS, OS e OPS). Tais resultados

confirmam dados anteriormente publicados por nosso grupos em ratas ooforectomizadas

treinadas (IRIGOYEN et al. 2005; SOUZA et al., 2007; FLORES et al. 2010; FLUES et al.

2010) e ooforectomizadas treinadas submetidas a TH (FLUES et al., 2010). Na literatura a

Page 85: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

66

melhora da capacidade física tem sido considerada um marcador da eficiência do protocolo de

treinamento físico, sendo um achado comum pós-treinamento em ratos controles, diabéticos,

velhos, infartados e hipertensos (De ANGELIS et al., 1997; De ANGELIS et al., 1999; De

ANGELIS et al., 2000; MUSCH, et al., 1989; MELO et al., 2003; SOUZA et al. 2007), bem

como em humanos saudáveis (Blair et al., 1989) e homens hipertensos (KOKKINOS et al.,

1995). Neste sentido, o estudo Green et al. (2002) demonstrou que o treinamento físico

melhorou a capacidade física em mulheres em estágio pré-menopausa, menopausadas e

menopausadas submetidas a TH. Resultados semelhantes foram obtidos em mulheres

menopausadas sem (KIRWAN et al., 2003; IRVING et al., 2003; AIELLO et al., 2004) e com

reposição hormonal (TEIXEIRA et al., 2003). Neste mesmo racional, o estudo de Stefanick et

al. (1998) mostrou também que há melhora da capacidade física em mulheres pós-

menopausadas que fizeram o uso ou não da TH após treinamento físico associado à dieta. No

entanto, corroborando dados do presente estudo, a TH sem associação ao treinamento físico,

no entanto, parece não promover melhora na capacidade física (FLUES et al., 2010; GUO et

al., 2010).

Entre os mecanismos associados a redução do peso corporal, destaca-se que o

treinamento físico aeróbio realizado com intensidade moderada, com longa duração e

freqüência de pelo menos três vezes por semana, promove efeitos benéficos no metabolismo

de carboidrato e lipídico em humanos, desse modo ocasionando maior sensibilidade à

insulina, melhora do perfil lipídico e diminuição da concentração de ácidos graxos livres no

plasma, podendo alterar o peso corporal (ACSM, 2007). Neste sentido, observou-se

correlação positiva entre o teste de esforço e/ou consumo máximo de oxigênio com o gasto

energético, enquanto a correlação foi inversa com a resistência à insulina (SATO, 1986), o

que pode explicar, pelo menos em parte, quadros de doenças relacionadas ao aumento de peso

e perda de capacidade física.

Page 86: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

67

Avaliações de parâmetros hemodinâmicos

No período que antecede a menopausa, as mulheres apresentam menor risco de

doenças de ordem cardiovascular quando comparadas aos homens.. Entretanto, com o avançar

da idade essa diferença desaparece, e o risco cardiovascular aumenta no sexo feminino,

tornando-se um importante aspecto a ser controlado no período do climatério. De fato, com o

envelhecimento, as mulheres tendem a ter aumentos dos níveis pressóricos maiores que os

homens, superando os valores pressóricos de homens de mesma idade (SWALES, 1994).

Neste sentido, os níveis pressóricos, especialmente a PAS, pode aumentar nas mulheres no

período pós-menopausal, o que pode levar a um quadro de hipertensão (STAMLER et al.,

1976). Estudos sugerem importante papel dos hormônios ovarianos no aumento da PA no

sexo feminino após a privação dos hormônios ovarianos, já que sua ausência está associada a

aumentos da PA (WEISS et al., 1972; STAESSEN et al., 1989; STAESSEN et al., 1997;

RECCKELHOFF et al., 2000; IRIGOYEN et AL., 2005). Dessa forma, o aumento da pressão

arterial não se deve somente ao avançar da idade como fator para o aumento na incidência de

doenças cardiovasculares em mulheres em período pós-menopausal (VIRDIS et al., 2000),

mas também devido a privação estrogênica. Neste sentido, para a prevenção de doenças

cardiovasculares é necessário manter níveis pressóricos aproximadamente 120mmHg de PAS

e 80mmHg de PAD, como níveis ótimos para a perfusão tecidual adequada (MOSCA et al.,

2007).

Page 87: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

68

Estudos de Weiss et al. (1972) e Staessen et al. (1989) relacionaram à privação ovariana

com o incremento da pressão arterial e com eventos de ordem cardiovascular em mulheres,

fato notado também em modelo experimental de hipertensão (ratos SHR) (RECCKELHOFF

et al., 2000). Corroborando os resultados do presente estudo, em estudos anteriores de nosso

grupo (IRIGOYEN et al., 2005; SOUZA et AL., 2007; FLORES et AL., 2010; FLUES et al.,

2010) foi demonstrado que no período de 9 semanas privação dos hormônios ovarianos houve

um aumento da PAM de aproximadamente 10-15mmHg. Contrariamente, o estudo de

Nickening et al. (1998) não demonstrou aumento pressão arterial em ratas ooforectomizadas,

o que possivelmente pode estar associado ao curto tempo de avaliação hemodinâmica após a ,

apenas 5 semanas.

Alterações no controle barorreflexo e no sistema nervoso simpático podem atuar na

evolução ou manutenção da hipertensão arterial (SMITH, 2004; IRIGOYEN et al., 2003).

Neste sentido, é de suma importância destacar que as alterações no sistema nervoso autonômo

podem ocasionar a manutenção da hipertensão arterial, de modo que seu controle é de

fundamental importância no tratamento da fisiopatologia ligada a aumentos pressóricos.

Quanto à hemodinâmica, neste estudo a ooforectomia ocasionou aumento da PAS,

PAD e PAM nas ratas ooforectomizadas, mas o exercício físico crônico, associado (grupo

OPT) ou não a TH (grupo OT),foi eficaz em normalizar os valores de pressão arterial,

alcançando valores próximo aos observados no grupo controle (CS). Estes resultados

corroboram dados anteriores de nosso grupo tanto nos grupos CS, quanto OS e OT

(IRIGOYEN et al., 2005; SOUZA et al., 2007; SANCHES et al., 2009). Nesta mesma

perspectiva, o estudo de Cardoso Jr. et al. (2011) demonstrou que o treinamento físico foi

capaz de induzir diminuição na pressão arterial ambulatorial em mulheres saudáveis,

histerectomizadas, normotensas e pós-menopausadas.

Page 88: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

69

Porém o uso somente da TH estrogênica subcutânea não foi eficaz em promover

diminuição da PA em ratas ooforectomizadas no presente estudo. Nesta perspectiva, o estudo

de Hunt et al. (2001) verificou que não há mudança da pressão arterial na utilização crônica

de estrogênio. O que de fato corrobora com o estudo de Kamali et al. (2000) em humanos, no

qual a terapia estrogênica não foi capaz de alterar níveis pressóricos em mulheres pós-

menopausadas sedentárias. Vale destacar que os estudos WHI (2001) e do PEPI (1995)

evidenciaram aumento da PA pós diferentes terapias estrogênicas. No entanto, em relação à

ausência de efeitos da TH estrogênica no presente estudo, tal dado corrobora adicionalmente

com o editorial publicado por Lobo (2006) na revista Menopause que conclui que a terapia

estrogênica não altera a PA, nem positivamente, nem negativamente.

Em contrapartida, foi observado em estudo recente de nosso grupo, redução

significante dos níveis pressóricos em grupos de fêmeas treinadas e submetidas à TH (FLUES

et al., 2010), de forma semelhante ao observado no presente estudo. Tal fato, sugere um

importante benefício adicional em relação à TH isoladamente da associação do treinamento

físico a esta abordagem farmacológica.

Os estudos realizados com mulheres pré-menopausadas e pós-menopausadas sob os

efeitos da TH são contraditórios quanto aos efeitos na FC, o que em grande parte tem sido

associado ao tipo de terapia estrogênica utilizada. O estudo de Neves et al. (2007) verificou

que não houve mudança na FC em mulheres jovens e na pós-menopausa que utilizaram a TH

conjugada eqüina. Similarmente, o estudo de Cardoso Jr. (2011) não encontrou diferença

significativa na FC em mulheres saudáveis, histerectomizadas, normotensas e pós-

menopausadas. Contrariamente Vongpatanasin et al. (2001) verificaram a diminuição da

freqüência cardíaca com o uso da TH. No presente estudo não verificamos alteração

significante da FC nas ratas submetidas e TH, independentemente da associação com o

Page 89: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

70

treinamento físico. Por outro lado, o treinamento físico isoladamente (grupo OT) promoveu

bradicardia de repouso nas ratas ooforectomizada. Tal fato, confirma dados obtidos por

Irigoyen et al. (2005). A bradicardia de repouso tem sido utilizada como um marcador

cardiovascular da eficácia do treinamento físico. Vários estudos têm demonstrado bradicardia

de repouso em ratos machos normotensos jovens (NEGRÃO et al., 1992a), ou velhos (De

ANGELIS et al., 1997), em camundongos (De ANGELIS et al., 2004) e em humanos

(FRICK, 1967; KATONA et al., 1982) treinados.

Avaliações do controle autonômico cardiovascular

A atividade barorreflexa coordena as respostas de estímulos pressores e depressores,

cujo correto desempenho tem papel importante na diminuição da variabilidade da pressão

arterial. Sendo assim, a sensibilidade barorreflexa ajusta momento-a-momento aumentos e

diminuições da pressão arterial, sendo um componente fisiológico importante na homeostase

cardiovascular (SCHWARTZ, 1992; IRIGOYEN et al.., 2003). Nesse sentido, a sensibilidade

barorreflexa, tem sido utilizada como importante marcador de controle autonômico e preditor

de doença cardiovascular (LA ROVERE, 1998). Em mulheres pós-menopausa foi evidenciada

redução da sensibilidade barorreflexa, associada à elevação pressão arterial e ao aumento da

incidência de doenças cardiovasculares (HUNT et al., 2001). No presente estudo, verificou-se

redução das respostas taquicárdicas à redução da PA em ratas ooforectomizadas quando

comparadas a ratas controles, sem alteração significante na resposta bradicárdica a aumentos

da PA, corroborando dados recentemente publicados por nosso grupo (FLUES et al., 2010).

No entanto, nossos achados não evidenciam melhora no reflexo comandado pelos

Page 90: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

71

pressorreceptores no grupo de ratas ooforectomizadas submetidas à terapia estrogênica.

Contraditoriamente, Hunt et al. (2001) verificaram que um uso prolongado de terapia

estrogênica (6 meses) em mulheres pós-menopausadas, apesar de não modificar a PAS nem a

resposta vagal do barorreflexo, melhorou a retirada simpática do baroreflexo frente à

aumentos de PA.

Por outro lado no presente estudo, o treinamento físico, associado ou não a TH, por 8

semanas promoveu melhora tanto nas respostas barorreflexas de taquicárdicas e bradicárdicas

induzidas por variações da PA induzidas por drogas vasoativas. A melhora no barorreflexo

parece decorrente do treinamento físico conforme documentado anteriormente (IRIGOYEN et

al., 2005; SOUZA et al., 2007; HEEREN et al., 2009), já que não evidenciamos melhora no

grupo submetido somente a TH. Neste aspecto, vale destacar que a redução da pressão arterial

nos grupos treinados pode estar associada à melhora na sensibilidade dos pressorreceptores.

Estudos realizados em humanos (BARNEY et al., 1988; Mc DONALD et al., 1993;

O´SULLIVAN et al., 2000) e animais (BEDFORD e TIPTON 1987; NEGRÃO et al., 1992b;

BRUM et al., 2000; SOUZA et al., 2007, HARTHMANN et al., 2007; IRIGOYEN et al,

2005) têm detectado importantes modificações no arco reflexo pressorreceptor após um

período de treinamento físico em normotensos, hipertensos, diabéticos, machos ou fêmeas

ooforectomizadas. De acordo com os resultados do presente estudo, Silva et at. (1997)

evidenciaram reversão do prejuízo na sensibilidade do barorreflexo em machos SHR após

treinamento físico. Outros estudos também têm demonstrado melhora do barorreflexo em

animais como em pacientes hipertensos (LATERZA, 2005). Em um estudo recente de nosso

grupo evidenciou-se melhora da sensibilidade barorreflexa para a bradicardia quanto para a

taquicardia em ratas ooforectomizadas treinadas (SOUZA et al., 2007). Portanto, neste

trabalho confirmamos o papel positivo do treinamento físico na sensibilidade barorreflexa na

associação de privação dos hormônios ovarianos à TH.

Page 91: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

72

Contudo, os mecanismos que norteiam a normalização do controle barorreflexo após o

treinamento físico não são totalmente conhecidos. Vale destacar que o aumento do tônus

vagal observada nos grupos treinados em relação ao grupo OS, a redução do balanço simpato-

vagal cardíaco no grupo OT, a redução do TS no grupo OPS em relação ao grupo OS, bem

como a redução do componente simpática da modulação autonômica vascular possivelmente

estão associados à melhora deste importante reflexo cardiovascular pós treinamento físico.

Além de alterações na eferência deste reflexo, é consenso que a via aferente do barorreflexo

arterial é crucial no desencadeamento dos ajustes neurovasculares sobre a pressão arterial.

Desta forma, a disfunção barorreflexa já foi associada a deficiência na condução das

informações levadas ao núcleo do trato solitário. Por outro lado, Brum et al (2000)

evidenciaram que a melhora na sensibilidade barorreflexa da FC em machos SHR treinados

estava relacionasda ao aumento significativo na sensibilidade do nervo depressor aórtico, ou

seja, na melhora da aferência desse mecanismo. Alterações na complacência arterial podem

alterar a aferência deste reflexo. Segundo o conceito mecâno-elástico aplicado sobre os

barorreceptores, quanto maior a complacência vascular sob a mesma pressão de pulso, maior

será a ativação dos pressorreceptores e, portanto, melhorar o controle barorreflexo arterial.

Relacionado a este paradigma, o treinamento físico tem se mostrado eficiente em aumentar a

complacência vascular tanto em ratos como em humanos saudáveis. Assim, é possível sugerir

que, após o treinamento físico, a complacência arterial estaria melhorada nos leitos

vasculares, incluindo as artérias aorta e carotídeas, aprimorando a transdução mecânica dos

pressorreceptores e, conseqüentemente, o controle barorreflexo arterial. Nesse sentido,

Bertagnolli et al. (2006) demonstraram, em ratos espontaneamente hipertensos, que após 10

semanas de treinamento físico ocorria uma expressiva melhora no estresse oxidativo da artéria

aorta, possivelmente, aumentando a sua complacência. Além disso, esses autores observaram

associação direta entre a diminuição no estresse oxidativo e o aumento no controle

Page 92: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

73

barorreflexo da freqüência cardíaca desses animais. Recentemente, neste mesmo sentido, vale

destacar que nosso grupo demonstrou que a lipoperoxidação de membrana teve correlação

negativa com a sensibilidade barorreflexa para as respostas bradicárdicas (r=-0,7) e para as

respostas taquicárdicas (r=-0,8) em ratas ooforectomizadas treinadas e sedentárias,

demonstrando que quanto menor a lipoperoxidação de membrana maior é a sensibilidade

barorreflexa (IRIGOYEN et al., 2005). Outros estudos abordam redução de estresse oxidativo

como forma de alteração benéfica da sensibilidade barorreflexa, atuando no aumento da

biodisponibilidade do óxido nítrico, que em mulheres pós-menopausa pode estar

comprometida devido à privação dos hormônios ovarianos (HERNÁNDEZ et al., 2000;

MULLAN et al., 2002). Entretanto, não podemos excluir a possibilidade de que a melhora

desse reflexo esteja associado com outras alterações nos componentes centrais ramo

barorreflexo (PAN et al., 2007).

Nas doenças cardiovasculares, as quais representam uma das mais importantes causas

de morte nos países ocidentais (NAHAS, 2001; BOUCHARD, 2003), as alterações da

atividade nervosa simpática são bem mais conhecidas e estudadas que as do parassimpático,

constituindo as mais fortes e vidências da disfunção autonômica (FRANCHINI & KRIEGER,

1989). Entretanto, existe um consenso de que a função vagal preservada é benéfica na

manutenção da variabilidade da PA, com conseqüente proteção de lesão de órgão alvo (SU &

MIAO, 2001). De fato, estudos experimentais e clínicos vêm demonstrando que a

disautonomia (disfunções no sistema nervoso autônomo) está presente em uma série de

patologias, tais como a hipertensão arterial, a insuficiência cardíaca, o diabetes e outras

alterações metabólicas. Com relação ao controle e modulação cardiovascular avaliado no

presente estudo, evidenciamos que a ooforectomia induziu redução do tônus vagal cardíaco,

aumento do simpático cardíaco, aumento do balanço simpato-vagal cardíaco (BF/AF), além

de aumento da VAR-PAS e do BF-PAS, evidenciando aumento claramente aumento da

Page 93: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

74

participação simpática cardíaca e vascular, o que pode estar relacionado ao aumento da PA e

ao prejuízo do barorreflexo observado em estudos clínicos e experimentais conforme

comentado anteriormente. Neste sentido, Du et al. (1991) evidenciaram aumento do simpático

cardíaco em após a ooforectomia. Kuo et al.(1999) também evidenciou aumento do balanço

simpato/vagal cardíaco em mulheres com o avançar da idade de forma mais significante que

em homens.

Interessantemente, no presente estudo evidenciamos no grupo submetido à TH que não

houve redução do tônus vagal cardíaco, nem aumento da VAR-PAS e do LF-PAS, apesar do

balanço simpato-vagal cardíaco permanecer exacerbado neste grupo em relação ao grupo

controle. Tal fato sugere atenuação das disfunções decorrentes da privação estrogênica, porém

sem conseqüências na PA e na sensibilidade barorreflexa. Cardoso Jr. (2010) avaliou o efeito

da terapia estrogênica oral e também não verificou alterações na PA, níveis de noradrenalina,

modulação autonômica cardíaca, fluxo sanguíneo e condutância vascular do antebraço. No

entanto, Neves et al. (2007) evidenciaram que o estrogênio administrado de forma oral

atenuou a modulação simpática cardíaca, contribuindo para maior modulação parassimpática.

A TH somente parece ser eficaz em promover melhora na atividade vagal em ratas

ooforectomizadas (DU, 1994). Tais resultados evidenciam controvérsia quanto ao papel dos

estrogênios no tratamento e/ou prevenção da disfunção autonômica cardiovascular, mas de

forma importante, nenhum destes estudos evidenciou prejuízo adicional decorrente da terapia

estrogênica.

No presente estudo, quanto aos efeitos do treinamento físico, a VAR-IP foi maior nos

grupos treinados com ou sem associação com a TH (grupos OT e OPT) quando comparado

aos grupos controle e ooforectomizados sedentário (CS e OS), porém a TH isoladamente. A

banda de baixa freqüência do intervalo de pulso normalizada (%BF) estava diminuída no

Page 94: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

75

grupo ooforectmizado treinado (OT), em comparação aos demais grupos ooforectomizados

(OS, OPS e OPT) sugerindo que a modulação simpática para o coração poderia estar

diminuída. A banda de alta freqüência do intervalo de pulso normalizada (%AF),

representativa da modulação parassimpática (AKSELROD et al., 1985), estava aumentada no

grupo ooforectomizado treinado (OT) em comparação também aos grupos ooforectomizados

(OS, OPS e OPT), sugerindo dessa forma, uma maior modulação parassimpática cardíaca.

Este resultado vai de encontro com o estudo de Flores et al (2010), no qual o tônus vagal

apresentou aumento em ratas ooforectomizadas treinadas, o que também foi observado no

presente estudo. Consequentemente houve melhora no balanço simpato-vagal cardíaco no

grupo ooforectomizado treinado (OT) em relação aos demais grupos avaliados, o que pode

estar associado a bradicardia de repouso observada neste grupo.

No entanto, o grupo ooforectomizado treinado com associação a TH (OPT) não obteve

valores semelhantes ao grupo ooforectomizado treinado (OT) na modulação autonômica no

domínio da frequência. De fato, a TH parece não conferir efeito benéfico no balanço simpato-

vagal cardíaco impedindo inclusive o efeito do treinamento físico, porém observou-se tônus

vagal normal, reduzido tônus simpático cardíaco em relação ao grupo OS e melhora da VAR-

IP. Tal fato pode estar relacionado a diminuição da proteína NGF (Nerve Growth Factor) na

presença do estrogênio, cuja função está ligada diretamente ao simpático vascular. Neste

sentido, o estrogênio poderia diminuir a inervação simpática, o que pode levar a um

mecanismo de compensação no tecido cardíaco (KAUR et al, 2007) que merece ser melhor

estudado em estudos futuros.

A VAR-PAS avaliada neste estudo, pode ser considerado um importante fator de risco

de acidente vascular encefálico no avançar da idade (PRINGLE et al., 2003). Considerando,

por exemplo, que a ablação (excisão) do barorreflexo induz aumento exacerbado da VAR-

Page 95: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

76

PAS, logo a melhora da sensibilidade é capaz de diminuir a VAR-PAS. No presente estudo,

pode-se destacar uma diminuição da VAR-PAS nos grupos treinados com ou sem associação

com a TH (OT e OPT), bem como uma diminuição do componente BF da PAS, sugerindo

melhora na modulação simpática vascular o que pode estar associado a redução da PA e a

melhora do reflexo pressorreceptor nesses grupos.

Avaliações de Parâmetros de Estresse Oxidativo e da Concentração de Nitritos e Nitratos

O estresse oxidativo refere-se ao desequilíbrio entre a produção de moléculas

oxidantes e a capacidade de inativação destas moléculas pelos mecanismos antioxidantes,

resultando em danos celulares pelas chamadas EAO, o que de modo mais simples podemos

denominar como desequilíbrio entre ações pró-oxidantes e a defesa antioxidante (SIES, 1993).

Apesar do avanço em estudos relacionados ao estresse oxidativo, o conceito que as

EAO seriam nocivos às células tem fundamento, uma vez que diversas doenças crônicas

degenerativas estão associadas a danos como a peroxidação lipídica, oxidação de proteínas e

danos ao DNA. As altas concentrações de EAO ocasionam dano á biomoléculas, as quais

podem ser associadas às diversas doenças crônicas degenerativas (SOUTHORN et al., 1988;

AMES et al., 1993; BERRY et al., 2001; FUKIO et al., 2001), tais como as cardiopatias ou a

aterosclerose (STAHL & SIES, 1997). Em contrapartida, baixas concentrações de EAO são

prejudiciais porque comprometem o sistema de defesa contra microorganismos nocivos como,

por exemplo, na condição de doença granulomatosa crônica, processos proliferativos

importantes e sinalização intracelular (SUZUKY et al., 1997; KUNSCH & MEDFORD,

1999). A faixa normal de concentrações de EAO e de espécies reativas de nitrogênio

Page 96: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

77

desempenha papel importante para a homeostase dos organismos, participando de respostas

inflamatórias e reparo de tecidos (AZEVEDO et al., 2000), sinalização intracelular, como na

ativação do fator do complexo protéico de transcrição (NF-kB – fator nuclear kappa B) pela

concentração de GSSG (DROGE et al., 1994; SUZUKY et al., 1997) e na regulação do tônus

vascular pelo equilíbrio entre a ação vasoconstritora do radical superóxido e vasodilatadora do

óxido nítrico (NO) (HALLIWELL, 1992; MONCADA et al., 1991).

A privação dos hormônios sexuais leva a danos oxidativos, que pode estar ligado a

diminuição das defesas antioxidantes. Um estudo demonstrou que apenas 7 dias de

ooforectomia em modelo experimental induziu aumento de 20% na lipoperoxidação cardíaca

e diminuição de 29% na atividade da enzima antioxidante SOD quando comparadas aos seus

controles (BARP et al., 2002). Os menores valores de lipoperoxidação de membrana em ratas

saudáveis em comparação às ratas ooforectomizadas ou ratos machos parece ter relação com

as propriedades antioxidantes dos estrogênios e sua ação regulatória sobre enzimas

antioxidante (ARNAL et al., 1996; BARBACANNE et al., 1999). O aumento da

lipoperoxidação de membranas pode ser explicada pelo seqüestro do hidrogênio do ácido

graxo poli-insaturado localizado na membrana celular culminando na perda da seletividade de

troca iônica e liberação do conteúdo de organelas, além da formação de produtos tóxicos a

célula ocasionando sua morte (HERSHKO, 1989).

Hernández e colaboradores (2000) mostraram que ratas OVX tiveram aumento da PA,

diminuição da condutância vascular total em associação com diminuída capacidade

antioxidante total, diminuída razão nitritos/nitratos e aumento na LPO no plasma. Os autores

desse trabalho sugerem que a deficiência estrogênica leva à diminuição da capacidade

antioxidante, promovendo redução da biodisponibilidade do NO. Essa última alteração, seria

responsável pelo aumento da PA e diminuição da condutância vascular total, desenvolvendo

um quadro de hipertensão. Por outro lado, a utilização de N-acetil-cisteína (um doador de

Page 97: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

78

NO) reverteu à disfunção endotelial presente em anéis de aorta de ratas OVX (DELGADO et

al., 1998).

Corroborando com tais resultados em ratas ooforectomizadas, no presente estudo

observou-se que a lipoperoxidação de membranas avaliada pela QL e pelo TBARS foi maior

no grupo OS (QL: coração e TBARS: gastrocnemius e rim) em relação ao grupo CS. Além

disto, observamos redução da NOx no grupo submetido a ooforectomia.

Entre os antioxidantes não enzimáticos, a glutationa (γ-glutamil-cisteinilglicina), que é

um tripeptídeo linear (hidrossolúvel) presente em alta concentração na maioria das células

eucariontes (5 a 10 mM na maioria das células de mamíferos) (Reed., 1990), é reconhecido

como o tiol não protéico mais importante nos sistemas vivos, protegendo não

enzimaticamente as células contra EAO como o O2- , OH• gerados durante o metabolismo

aeróbio e atuando como co-substrato (doador de elétrons) para a enzima GPx para a redução

de peróxidos (CHANCE et al., 1979). A maior parte de sua fração é citosólica e ao redor de

10% do seu conteúdo celular encontra-se dentro das mitocôndrias. A glutationa participa de

um ciclo de oxi-redução, sendo encontrada na forma reduzida (GSH) e oxidada (GSSG). De

fato, a capacidade antioxidante da GSH é devida ao grupo sulfidrila (-SH) do aminoácido

cisteína, que se oxida facilmente, atuando como um redutor celular. O produto dessa oxidação

é o dissulfeto (SS), GSSG. Especificamente no coração, a glutationa encontra-se

predominantemente (>95%) na forma GSH (REED, 1990). Alguns estudos sugerem que a

depleção de 20 a 30% da concentração normal de GSH deixa a célula suscetível à ação de

radicais livres (REED, 1990). Dessa forma, a razão redox, razão entre a GSH e GSSG

(GSH/GSSG), tem sido usada como um índice de estresse oxidativo, sendo que aumentos

desse índice indicam redução do estresse oxidativo e vice versa (KAUL et al., 1993; SINGH

et al., 1995). O balanço redox, representativo da presença de pares redox (GSH e GSSG) no

fluxo de elétrons, foi determinado neste estudo através da GSH Total, GSH, GSSG e pela

Page 98: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

79

razão GSH/GSSG. Neste sentido, nossos resultados evidenciaram redução do balanço redox

da glutationa (GSH/GSSG) no tecido cardíaco nas ratas OS em relação às ratas CS.

Além disto, a CAT foi menor no grupo OS em relação ao grupo CS no tecido cardíaco

e renal, e alteração similar foi observada na atividade da GPx nos tecidos renal e muscular.

Tais resultados de nosso estudo em conjunto, evidenciam claro aumento de estresse oxidativo

nos tecidos avaliados das ratas ooforectomizadas.

A GPx, pode ser considerada uma das principais enzimas que fazem parte das defesas

antioxidantes primárias (MILLS, 1957; MILLS, 1960). Dessa forma, pode-se pontuar que a

família das glutationas peroxidases (GPx) são capazes de remover o peróxido de hidrogênio,

acoplando sua redução à água com a oxidação da glutationa reduzida (GSH) (balanço redox).

A GPx se utiliza de uma variedade de doadores de elétrons e também de glutationa reduzida

(GSH), esta por sua vez pode ser oxidada (GSSG) pelo peróxido de hidrogênio, removendo-o

e formando água. A glutationa peroxidase também catalisa a redução de lipoperóxidos,

prevenindo, desta forma, a lipoperoxidação, ou seja, impedindo assim a fase de propagação

desse processo (DEL MAESTRO, 1980; SOUTHORN & POWIS, 1988). Podemos destacar a

GPx como enzima de alta afinidade de órgãos específicos, como o fígado e os glóbulos

vermelhos, com moderada atividade no tecido cardíaco e pulmonar e com baixa atividade no

tecido muscular (MILLS, 1960). Interessantemente a atividade da GPx no tecido cardíaco foi

maior no grupo OS em relação ao grupo CS, o que poderia ser explicado como um

mecanismos compensatório a concentração reduzida de CAT neste tecido já que ambas

enzimas detoxificam peróxido de hidrogênio (De ANGELIS et al., 2001).

Um dos mecanismos que podem estar relacionados com cardioproteção dos

estrogênios seria a preservação da função endotelial, através de ação antioxidante, a qual é

perdida durante a transição para a menopausa ou após ooforectomia (NIKI &

NAKANO,1990; BARP et al., 2002; GAGO-DOMINGUES et al.,2005). No presente estudo,

Page 99: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

80

a TH induziu redução da lipoperoxidação de membranas nas ratas ooforectomizadas, evidenciada por

redução deste parâmetro nos tecidos cardíaco (QL), renal (QL e TBARS) e muscular (TBARS), bem

como melhora no balanço redox GSH/GSSG cardíaco. Tais alterações foram acompanhadas de

aumento da CAT renal e da GPx cardíaca e renal no grupo OPS em comparação ao grupo OS, assim

como aumento da SOD no tecido cardíaco em relação ao grupo CS. De forma semelhante, a TH foi

eficaz em evitar maior dano oxidativo no tecido cardíaco em ratas ooforectomizadas (BARP

et al., 2002).

Nesta mesma perspectiva, o trabalho de Persky et al. (2000) demonstrou que o uso do

estrogênio no período de 8 semanas, em ratas fêmeas Sprague-Dawley, através da técnica

TBARS, foi capaz de conferir proteção contra estresse oxidativo muscular, no músculo sóleo,

cardíaco e células H9c2, além de sugerir um aumento da atividade antioxidante. O estudo de

Baeza et al. (2010) demonstrou que o processo de ooforectomia acelera o processo de

envelhecimento em ratas fêmeas Wistar, além de ser capaz de diminuir a razão GSH/GSSG,

aumentar os níveis de malondealdeído (MDA), resultantes do processo de lipoperoxidação em

tecidos como o fígado, rim e coração. Em contrapartida, o uso da TH por 10 semanas foi

eficaz em melhorar a razão GSH/GSSG neste modelo animal. Moorthy et al. (2005) que

demonstrou em ratas menopausadas de diferentes idades, que a administração de estrogênio (1

mês de injeção subcutânea de 17β estradiol) ou combinada a progesterona promoveu aumento

da SOD nos tecidos cardíaco, hepático, renal, cerebral, além de diminuir a gliconeogênese e

proteólise relacionadas à diminuição das atividades da alanina aminotransferase e aspartato

aminotransferase.

Os estudos em conjunto corroboram benefícios da TH no perfil oxidativo o que pode

ser explicado pelo fato do estrogênio poder atuar como scavenger de radicais livres. Todos os

estrogênios tem uma capacidade antioxidante, devido a um grupo hidroxil fenólico na posição

Page 100: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

81

3 e um grupo metil na posição 13. A presença desse grupo fenólico confere ao estrogênio á

propriedade antioxidante ao aprisionar elétrons de radicais livres (NIKI & NAKANO, 1990).

Ao se privar o organismo feminino dos hormônios sexuais, principalmente do estradiol, há a

perda da ação antioxidante per se dos estrogênios, com consequente aumento da proliferação

das células musculares lisa, diminuição da expressão NO sintase, inativação óxido nítrico pela

ação das ERO conseqüentemente levando ao aumento dos riscos cardiovasculares

(HAYASHI et al., 1995; HISHIKAWA et al.,1995; ROSSELLI et al., 1995; HUANG et al.,

1997). No entanto, no presente estudo a TH isoladamente (grupo OPS) não foi capaz de

atenuar a redução da NOx nas ratas ooforectomizadas.

O treinamento físico como abordagem ou uma alternativa como tratamento não

farmacológico de doenças cardiovasculares (TIPTON et al., 1991; WALLBERG et al., 1988;

NEGRÃO & BARRETO, 1998; LA ROVERE et al., 2002) tem sido demonstrado que o

mesmo é eficaz em diminuir o estresse oxidativo em diversas doenças cardiovasculares, o

qual pode ter relação direta aumento e/ou incremento das defesas antioxidantes (RAMIRES &

JI, 2001; RUSH et al., 2003, IRIGOYEN et al., 2005; BERTAGNOLLI et al. 2006). Quanto à

enzima catalase (CAT) no tecido cardíaco, estudos demonstram um aumento na sua

concentração em reposta a uma sessão aguda de exercício (JI et al., 1992) e também ao

treinamento físico (AIKAWA et al., 1984; OH-TSHI et al., 1997). Já a enzima SOD pode ser

considerada como principal inativador do radical superóxido durante o exercício e/ou após o

exercício. Sendo assim, alguns estudos já demonstraram que a atividade da SOD está

aumentada após uma sessão de exercício (JI et al., 1990; QUINTANILHA et al., 1983) assim

como após um período de treinamento físico (HIGUSHI et al., 1985; SEN et al., 1992). O

estudo de Kerksick et al. (2008) destaca o importante papel do estrogênio e do exercício, em

mulheres e capaz de oferecer proteção contra o estresse oxidativo, (bax, bcl-2, morte celular,

Page 101: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

82

DNA total e proteína mio fibrilar) pelo aumento da SOD e diminuição na razão de fatores

pró-inflamatórios (bax-bcl-2).

Corroborando tais achados, no presente estudo observou-se redução da

lipoperoxidação de membranas nas ratas ooforectomizadas treinadas, com (OPT) ou sem TH

(OT), evidenciada por redução deste parâmetro nos tecidos cardíaco (QL), renal (QL e

TBARS) e muscular (TBARS), bem como melhora no balanço redox GSH/GSSG cardíaco. A

CAT cardíaca, renal e muscular, a SOD muscular e a GPx cardíaca e renal foram maiores no

grupo OT em relação ao grupo OS. O grupo OPT apresentou CAT renal, GPx cardíaca e renal

aumentadas em comparação ao grupo OS, porém observou-se valores reduzidos de CAT

cardíaca e muscular, SOD cardíaca e muscular e GPx muscular no grupo OPT em relação ao

grupo OT. Neste sentido, um estudo de Tiidus et al. (1998) verificou não haver melhora das

defesas antioxidantes, além da perda de vitamina E, na associação entre TH e exercício. Por

fim, observamos maior NOx nos grupos treinados (OT e OPT) em relação ao grupo

ooforectomizado sedentário, sendo esta mais um achado importante que pode indicar maior

biodisponibilidade de NO após treinamento físico.

Estes resultados em conjunto sugerem que a terapia estrogênica parece impedir alguns

benefícios decorrentes do treinamento físico no perfil oxidativo nos tecidos avaliados. Porém

vale destacar que a TH, associada ou ao treinamento físico, no presente estudo não induziu

qualquer prejuízo adicional nos parâmetros de estresse oxidativo avaliados em relação ao

grupo somente submetido à privação dos hormônios ovarianos, promovendo inclusive

redução de estresse oxidativo em tecido cardíaco, renal e muscular.

Page 102: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

83

6. CONCLUSÃO

Os resultados deste estudo demonstram que a privação dos hormônios ovarianos em fêmeas

induziu aumento de peso corporal, aumento da PA, prejuízo no reflexo pressorreceptor, aumento da

tônus/modulação simpática cardíaca e vascular, acompanhados de aumento de estresse oxidativo,

caracterizado por aumento de parâmetros de lipoperoxidação de membrana, prejuízo no balanço redox,

redução de enzimas antioxidantes e da relação nitritos/nitratos (NOx) . Tais alterações foram

atenuadas/normalizadas pelo treinamento físico. A TH nas ratas submetidas à ooforectomia

atenuou/normalizou o ganho de peso corporal, a modulação simpática vascular e os parâmetros de

lipoperoxidação e balanço redox nos tecidos avaliados, mas não reverteu as alterações na PA, na SBR

no balanço simpato-vagal cardíaco, na NOx, nem promoveu aumento de enzimas antioxidantes como

no grupo somente treinado. A associação de treinamento físico e TH, apesar não induzir aumento de

enzimas antioxidantes como treinamento isoladamente, promoveu, além das alterações favoráveis

observadas somente no grupo TH, normalização da PA, redução do tônus simpático cardíaco e

melhora da SBR e da NOx, além de aumento adicional do balanço redox. Em conjunto, os achados do

presente estudo evidenciam que a terapia estrogênica subcutânea reverteu algumas disfunções

hemodinâmicas, autonômicas e no perfil oxidativo observado em ratas submetidas à privação dos

hormônios ovarianos, sem induzir qualquer prejuízo adicional nos parâmetros avaliados. No entanto, a

associação desta TH ao treinamento físico promoveu benefícios adicionais que podem ter um

importante impacto em termos de manejo de risco cardiovascular.

Page 103: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

84

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACSM Position stand: Exercise and hypertension. Med Sci Sports Exerc; Special Communications, 2004.

AIKAWA, K.M.; QUINTANILHA, A.T.; DE LUMEN, B.O.; BROOKS, G.A.; PACKER, L. Exercise endurance-training alters vitamin E tissue levels and red-blood-cell hemolysis in rodents. Biosci Rep., v.4, n.3, p.253-7, 1984.

AKSELROD, S., D. GORDON, et al. Hemodynamic regulation: investigation by spectral analysis. Am J Physiol, v,249, p.H867-875. 1985.

ASIKAINEN, T.M.; KUKKONEN-HARJULA, K.; MIILUNPALO, S. Exercise for health for early postmenopausal women: a systematic review of randomised controlled trials. Sports Med., v.34, n.11, p.753-778, 2004.

AIELLO, E.J.;YASUI, Y.; TWOROGER, S.S.; ULRICH, C.M.; IRWIN, M.L.; BOWEN, D.;SCHWARTZ R.S.; KUMAL, C.; POTTER, J.D.; McTIERNAN, A. Effect of yearlong,

moderate-intensity exercise intervention on the occurrence and severity of menopause

symptoms in postmenopausal women. Menopause, v,11, n.4,p.382-388, 2004.

AMES BN, SHIGENAGA MK, and HAGEN TM. Oxidants, Antioxidants, and the Degenerative Diseases of Aging. PNAS, v.90, p.7915, 1993.

ARNAL, J.F.; CLAMENS, S.; PECHET, C. et al. Ethinylestradiol does not enhance the expression of nitric oxide synthase in bovine endothelial cells but increases the release of bioactive nitric oxide by inhibiting superoxide anion production. Proceedings of the National Academy of Sciences, USA, v.93, p.4108-4113, 1996.

AZEVEDO, L.C.P., PEDRO, M.D.A., SOUZA, L.C, et al. Oxidative stress as a signaling mechanism of the vascular response to injury: the redox hypothesis of restenosis, Cardiovasc Res, v.47, p.436–445, 2000.

BAEZA, I,; FDEZ-TRESGUERRES, J.; ARIZNAVARRETA, C., DE LA FUENTE, M. Effects of growth hormone, melatonin, oestrogens and phytoestrogens on the oxidized glutathione (GSSG)/reduced glutathione (GSH) ratio and lipid peroxidation in aged ovariectomized rats. Biogerontology.,v.11, n.6, p.687-701, 2010.

Page 104: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

85

BARBACANNE, M.A., RAMI, J., MICHEL, J.B., SOUCHARD, J.P, et al. Estradiol increases increases rat aorta endothelium-derived relaxing factor (EDRF) activity without changes in endothelial NO synthase gene expression: possible role of decreased endothelium-derived superoxide anion production. Cardiovascular Research, v.41, p.672-681, 1999.

BARNEY, J.A.; EBERT, T.J.; GROBAN, L.; FARREL, P.A.; HUGHES, C.V.; SMITH, J.J. Carotid baroreflex responsiveness in high-fit and sedentary young men. Journal of Apllied Physiology, n. 65, p.2190-2194, 1988.

BARP, J., ARAÚJO, A.S.R., FERNANDES, T.R.G., RIGATTO, K.V., LLESUY, S, Belló-Klein, A; SINGAL, P. Myocardial antioxidant and oxidative stress changes due to sex hormones. Braz J Med Biol Res, v.35, n.9, 2002.

BEDFORD, T.G. & TIPTON, C.M. Exercise training and the arterial baroreflex. Journal of Applied Physiology, n. 63, p.1926-1932, 1987.

BERAL, V.; BANKS, E.; REEVES, G. Evidence from randomised trials on the long-term effects of hormone replacement therapy. Lancet, n.360, p.942 –944, 2002.

BERRY, C.M.J.; BROSNAN, J; FENNELL, C.A.; HAMILTON, A.F. Oxidative stress and

vascular damage in hypertension. Curr Opin Nephrol Hypertens, n.10, p.247-255, 2001.

BERTAGNOLLI, M.; CAMPOS, C.; SCHENKEL, P.C.; DE OLIVEIRA, V.L.; DE ANGELIS, K.; BELLO-KLEIN, A.; RIGATTO, K.; IRIGOYEN, M.C. Baroreflex sensitivity improvement is associated with decreased oxidative stress in trained spontaneously hypertensive rat. J Hypertens, v.24, n.12, p.2437-2443, 2006.

BLAIR, S.H.; KOHL III, H.W.; PAFFENBARGER Jr, R.S.; CLARK, D.G.; COOPER, K.H.;GIBBONS, L.W. Physical fitness and all-cause mortality. A prospective study of healthy men and women. JAMA; 262:2395-2401, 1989.

BRENNER, P.F. The menopausal syndrome. Obstet. Gynecol., n.72, p. 6-11, 1988.

BRUM, P.C.; DA SILVA, G.J.; MOREIRA, E.D.; IDA, F.; NEGRÃO, C.E.; KRIEGER, E.M. Exercise training increases baroreceptor gain sensitivity in normal and hypertensive rats. Hypertension, v.36, p.1018-1022, 2000.

BOUCHARD, C. Atividade física e obesidade. Barueri : Manole, 2003.

Page 105: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

86

BURT, V.I.; WHELTON, P.; ROCELLA, E.J. Prevalence of hypertension in the US adult population: results of the Third National Health and Nutrition Examination Survey, 1988 1991. Hypertension, n.25, p.305-313, 1995.

CARDOSO, C.G. Jr.; ROSAS, F.C.; ONEDA, B.; LABES, E.; TINUCCI. T.; ABRAHÃO, S.B.; DA FONSECA, A.M.; MION, D.J.R.; FORJAZ, C.L. Aerobic training abolishes ambulatory blood pressure increase induced by estrogen therapy: A double blind randomized clinical trial . Maturitas., v.69, n.2, p.189-94, 2011.

CHANCE, B; SIES, H & BOVERIS, A. Hydroperoxide metabolism in mammaliam tissues. Physiol. Rev.,v.59, p.527-605, 1979.

CONSENSO BRASILEIRO MULTIDISCIPLINAR DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE DA MULHER CLIMATÉRICA . Sociedade Brasileira de Climatério.s/d.

CZARNECKA, D.; JASZCZ, K.K.; OLSZANECKA, A.; DEMBINSKA, K.A.; MALCZEWSKA, M.M.; ZDZIENICKA, A.; GUEVARA, I. The effect of hormone replacemet therapy on endothelial function in postmenopausal women with hypertension. Med. Sci. Monit., v. 2, n.10, p.55-61, 2004.

DAWSON-HUHGES, B. & HARRIS, S. Regional changes in body composition by time of year in healthy postmenopausal women. Am J Clin Nutri. v.3,n.56, p.307-313,1992.

DE ANGELIS, K.; WICHI, R.B.; JESUS, W.R.; MOREIRA, E.D.; MORRIS, M.; KRIEGER, E.M.; IRIGOYEN, M.C. Exercise training changes autonomic cardiovascular balance in mice. Journal of Applied Physiology. n.6, p.2174-2178, 2004a.

DE ANGELIS K.; GADONSKI, G.; FANG, J.; DALL´ AGO, P.; ALBUQUERQUE, V.L.; PEIXOTO, L.R.A.; FERNANDES, T.G.; IRIGOYEN, M.C. Exercise Reverses Peripheral Insulin Resistance in Trained L-NAME-Hipertensive Rats. Hypertension, n.34, p.768-772, 1999.

DE ANGELIS K.; OLIVEIRA, A.R.; DALL’AGO, P, et al. Effects of exercise training in autonomic and myocardial dysfunction in streptozotocin-diabetic rats. Brazilian Journal of Medical Biogical Research, n. 33, p.635-641, 2000.

DE ANGELIS, K.; OLIVEIRA, A.R.; WERNER, A.; BOCK, P.; BELLÓ-KLEIN, A.; IRIGOYEN, M.C. Exercise training in aging: hemodynamis, metabolic, and oxidative stress evaluations. Hypertension, v.30, n.3, p.767-771, 1997.

Page 106: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

87

DE LORENZI, D.R.S.; DANELON, C.; SACILOTO, B.; PADILHA, I. Jr. Fatores indicadores da sintomatologia climatérica. Revista Bras.Ginecolog., v.27, n.1, p.12-19. 2005.

DEL MAESTRO, R.F. An Approach to Free Radicals in Medicine and Biology in: Act Physiol Scand, Sup. 492, p.153-168, 1980.

DELARUE, J.; MAGNAN, C. Free fatty acids and insulin resistance. Curr Opin Clin Nutr Metab Care., v,10, n.2, p.142-148, 2007.

DELGADO, J.L; LANDERAS, J; CARBONELL, L.F; et al. Effect of N-Acetylcysteine on vascular endothelium function in aorta from oophorectomized rats. Gen Pharmacol,v.32, p.23–27.1998.

DROGE, W; SCHULZE-OSTHOFF, K; MIHM, S; GALTER, D; SCHENK, H; ECK, H.P; ROTH, S; GMUNDER, H. Functions of glutathione and glutathione disulfide in immunology and immunopathology. Faseb J., v8, p.1131–1138, 1994.

DU, X.J.; DART, A.M.; RIEMERSMA, R.A.; OLIVER, M.F. Sex difference in presynaptic adrenergic inhibition of norepinephrine release during normoxia and ischemia in the rat heart. Circ Res., v.68, p.3, p.827-835, 1991.

DU, X.J.; DART, A.M.; RIEMERSMA, R.A. Sex differences in the parasympathetic

nerve control of rat heart. Clin Exp Pharmacol Physiol.,v.21, n.6, p.485-493, 1994.

DUBEY, R.K. Vasodilator-derived nitric oxide inhibits angiotensin II and fetal calf serum-induced growth of arteriolar smooth muscle cells. J. Pharmacol. Exp. Therap., n.269, p.402-408, 1994.

DUBEY, R.K.; JACKSON, E.K.; LÜSCHER, T.F. Nitric oxide inhibits angiotensin II - induced migration of rat aortic smooth muscle cell: role of cyclic-nucleotides and angiotensin 1 receptors. J.Clin. Invest., n.96, p.141-149, 1995.

FLOHE, L.; GUNZLER, W.A. Assays of glutathione peroxidase. Methods Enzymol, n.105, p.114-121, 1984.

FLUES, K.; PAULINI, J.; BRITO, S.; SANCHES, I.C.; CONSOLIM-COLOMBO, F.; IRIGOYEN, M.C.; DE ANGELIS, K. Exercise training associated with estrogen therapy induced cardiovascular benefits after ovarian hormones deprivation. Maturitas, v.65, n.3, p.267-271, 2010.

Page 107: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

88

FLORES, L.J.; FIGUEROA, D.; SANCHES, I.C.; JORGE, L.; IRIGOYEN, M.C.; RODRIGUES, B.; DE ANGELIS, K. Effects of exercise training on autonomic dysfunction management in an experimental model of menopause and myocardial infarction. Menopause, v.17, n.4, p.712-717, 2010.

FRANCHINI, K.G. & KRIEGER, E.M. Bradycardic responses to vagal stimulation and methacholine injection in sino-aortic denervated rats. Brazilian Journal of Medical Biological Research, n.22, p.757-60. 1989.

FRICK, M.H. The mechanims of bradycardia evoked by physical training. Cardiologia. n.51, p.46-54, 1967.

FOCHT B.C.; KOLTYN, K.F. Influence of resistance exercise of different intensities on state anxiety and blood pressure. Med. Sci. Sports Exerc., n.31, p.456-463, 1999.

FORJAZ, C.L.M. et al. Exercício resistido para o paciente hipertenso: indicação ou contra-indicação. Revista Brasileira de Hipertensão. São Paulo, v.10, n.2, p.119-124, 2003.

FUCHS, F.D.; TRAVI,G.M.; VAZ, M.G.; NOGUEIRA, M.C.; SILVA, M.R.; NERENE, L.L. Terapia de reposição hormonal pós-menopausa: Efeitos sobre os fatores de risco e incidência de doenças cardiovasculares. Ver Pesq. Méd., Porto Alegre, v. 29, n.1, p.37-40, 1995.

FUKIO T, YOSHIYAMA M, HANATANI A, ET AL. Expression of gp22-phox and gp91-phox, essential components of NADPH oxidase, increases after myocardial infarction . Biochem Biophys Res Commun; v.28, p.1200-06, 2001.

GAGO-DOMINGUEZ, M.; CASTELAO, J.E.; PIKE, M.C., SEVANIAN, A., HAILE, R,W. Role of lipid peroxidation in the epidemiology and prevention of breast cancer. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev., v.14, n.12, p.2829-2839, 2005.

GRANGER, D.L.; ANSTEY, N.M.; MILLER, W.C.; WEINBERG, J.B. Measuring nitric oxide production in human clinical studies. Methods in Enzymology, n.301, p.58-61, 1999.

GREEN, J.S.; STANFORTH, P.R.; GAGNON, J.; LEON, A.S.; RAO, D.C.; SKINNER, J.S.; BOUCHARD, C.; RANKINEN, T.; WILMORE, J.H. Menopause, estrogen, and training effects on exercise hemodynamics: the HERITAGE study. Med Sci Sports Exerc,v.34, n.2, p.74-82, 2002.

Page 108: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

89

GRODSTEIN, F.; STAMPEFER, M.J.; COLDITZ, G.A.; WILLET, W.C.; MANSON, J.E.; JPFFE, M.; ROSNER, B.; FUCHS, C.; HANKINSON, S.; HUNTER, D.J.; HENNKENS, C.; SPEIZER, F. Postmenopausal hormone therapy and mortality. J. Med., n.336, p.1769-75, 1997.

GRUBER, C.J.; TSCHUGGUEL, W.; SCHNEEBERGER, C.; HUBER, J.C. Production and Actions of Estrogens. N. Engl. J. Med., v.346, n.5, p.340-351, 2002.

GUIMARÃES, G.V; CIOLAC, E.G. Síndrome metabólica: abordagem do educador físico. Rev Soc. Cardiol. de São Paulo, v.14 , p. 659-70, 2004.

GUO, Q.; MINAMI, N.; MORI N, N.; NAGASAKA, M.; ITO, O.; KUROSAWA, H.; KANAZAWA, M.; KOHZUKI, M. Effects of estradiol, angiotensin-converting enzyme inhibitor and exercise training on exercise capacity and skeletal muscle in old female rats. Clin. Exp. Hypertens.,v.32, n.2, p.76-83. 2010

HALLIWELL, B. Reactive oxygen species and the central nervous system. J Neurochem.v.59, p.1609-23, 1992.

HALPEN, A. A importância da obesidade. Diab. Metab, v.2, p.114-115, 1998.

HARDMAN, A.E. Exercise in prevention of atherosclerotic, metabolic and hypertensive diseases: a review. Journal of Sports Science, v.14, n.3, p.201-218, 1996.

HARTHMANN, A.D.; DE ANGELIS, K.; COSTA, L.P.; SENADOR, D.; SCHAAN, B.D.; KRIEGER, E.M.; IRIGOYEN, M.C.Exercise training improves arterial baro- and chemoreflex in control and diabetic rats. Autonomic Neuroscience, 2007.

HASSAGER, C. & CHRISTIANSEN, C. Estrogen/gestagen therapy changes soft tissue body composition in postmenopausal women. Metabolism. v.7, n.38, p.662-665, 1989.

HAYASHI T.; FUKUTTO, J.M.; IGNARRO, L.J.; CHAUDHURI, G. Basal release of nitric oxide from aortic rings is greater in female rabbits than male rabbits: implications for atherosclerosis. Proc. Natl. Acad. Sci., v.89, p.11259-11263, 1992.

HEEREN, M.V.; DE SOUSA, L.E.; MOSTARDA, C.; MOREIRA, E.; MACHERT, H.; RIGATTO, K.V.; WICHI, R.B.; IRIGOYEN, M.C.; De ANGELIS K. Exercise improves cardiovascular control in a model of dislipidemia and menopause. Maturitas., v.62, n.2, p.200-204, 2009.

Page 109: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

90

HERNÁNDEZ, I.; DELGADO, J.L.; DÍAZ, J.; QUESADA, T.; TERUEL, M.J.G.; LLANOS, M.C.; CARBONELL, L.F. 17β-Estradiol prevents oxidative stress and decreases blood pressure in ovariectomized rats. Am J Physiol Regulatory Integrative Comp Physiol. v.279, p.1599-1605, 2000.

HERSHKO C. Mechanism of iron toxicity and its possible role in red cell membrane damage. Semin Hematol. v.26, n.4, p. 277-85, 1989.

HISHIKAWA K, NAKAKI T, MARUMO T, SUZUKI H, KATO R, AND SARUTA T. Up-regulation of nitric oxide synthase by estradiol in human aortic endothelial cells. FEBS Lett, v.360, p.291–293, 1995.

HUANG, A.; SUN, D.; KOLLER, A.; KALEY, G. Gender difference in myogenic tone of rat arterioles is due to estrogen-induced, enhanced release of NO. Am J Physiol Heart Circ Physiol, v.272, p.H1804–H1809, 1997.

HUNT, B.E; TAYLOR, J.A; HAMNER, J.W; GAGNON, M; LIPSITZ, L.A. Estrogen replacement therapy improves baroreflex regulation of vascular sympathetic outflow in postmenopausal women. Circulation. 103: 2909–2914,2001.

IRIGOYEN, M.C. & KRIEGER, E.M. Baroreflex control of sympathetic activity in experimental hypertension. Brazilian Journal of Medical Biological Research, v.31, p.1213- 1220, 1998.

IRIGOYEN, M.C.; LACCHINI, S.; DE ANGELIS, K; MICHELINI, L.C. Fisiopatologia da hipertensão: o que avançamos? Rev Soc Cardiol de São Paulo, v.1, p. 20-45, 2003.

IRIGOYEN, M.C. et al. Exercise training improves baroreflex sensitivity associated with oxidative stress reduction in ovariectomized rats. Hypertension, v.46, n.2, p.1-6, 2005.

IRWING, M.L.; YASUI, Y.; ULRICH, C.M.; BOWEN, D.; RUDOLPH, R.E.; SCHWARTZ, R.S.; YUKAWA, M.; AIELLO, E.; POTTER, J.D.; e MCTIERNAN, A. Effects of exercise on total and intra-abdominal body fat in postmenopausal women: a randomized controlled trial. JAMA. n.289, p.323-330, 2003.

JI, L.L. & FU, R. Responses of glutathione system and antioxidant enzymes to exhaustive exercise and hidroperoxide. J Appl Physiol, n.72, p.549-54, 1992.

Page 110: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

91

KAMALI, P.; MÜLLER, T.; LANG, U.; CLAPP, J.F. Cardiovascular responses of perimenopausal women to hormonal replacement therapy. Am J Obstet Gynecol., v.182, 1 Pt 1, p.17-22, 2000.

KATONA, P.G.; MC LEAN, M.; DIGHTON, D.H.; GUZ, A. Sympathetic and parasympathetic cardiac control in athletes and non athletes ate rest. Journal of Applied Physiology, v.52, p.1652-1657, 1982.

KAUL, N; SIVESKI-ILISKOVIC, N; HILL, M; SLEZAK, J; SINGAL, P.K. Free radicals and the heart. J Pharmacol Toxicol Methods., v.30, p.55–67,1993.

KAUR, G., JANIK, J., ISAACSON, L.G.; CALLAHAN, P. Estrogen regulation of neurotrophin expression in sympathetic neurons and vascular targets. Brain Res., v. 30, p.1139:6-14, 2007.

KERKSICK, C.; TAYLOR, L.; HARVEY, A.; WILLOUGHB,Y. D. Gender-related differences in muscle injury, oxidative stress, and apoptosis. Med Sci Sports Exerc., v.40, n.10, p.1772-1780, 2008

KIRWAN, L.D., MERTENS, D.J., KAVANAGH, T. THOMAS S.G. e GOODMAN, J.M.

Exercise training in women with heart disease: influence of hormone replacement therapy. Med Sci Sports Exerc. v.2, n.35, p.185-192, 2003.

KOKKINOS, P.F., NARAYAN, P., COLLERAN, J.A., PITTARAS, A., NOTARGIACOMO, A., REDA, D. e PAPADEMETRIOU, V. Effects of regular exercise on blood pressure and left ventricular hypertrophy in African-American men with severe hypertension. N Engl J Med; 333(22):1462-7, 1995.

KUHL, H. Cardiovascular effects and estrogen/progestagen substitution therapy. Therumsch., v.51, n.11, p.148-154, 1995.

KUMAGAI, S.; HOLMÄNG, A.; BJÖRNTORP, P. The effects of oestrogen and progesterone on insulin sensitivity in female rats. Acta Physiol Scand., v.149, n.1, p.91-97, 1993.

KUO, T.B.; LIN, T.; YANG, C.C.; LI, C.L.; CHEN, CF; CHOU, P. Effect of aging on gender differences in neural control of heart rate. Am J Physiol (Heart Circ Physiol), v.277, n.46, p.H2233-2239, 1999.

KUNSCH C., MEDFORD R.M. Oxidative stress as a regulator of gene expression in the vasculature. Circ Res., v.85, p.753–766.1999.

Page 111: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

92

LA ROVERE, M.T.; BERSANO, C.; GNEMMI, M.; SPECCHIA, G.; SCHWARTZ, P. J. Exercise-induced increase in baroreflex sensitivity predicts improved prognosis after myocardial infarction . Circulation, v.106, p.945-949, 2002.

LATERZA, M.C.; DE MATOS, L.D.; TROMBETTA, I.C.; BRAGA, A.M. ROVEDA, F.; ALVES, M.J.; KRIEGER, E.M.; NEGRAO, C.E.; RONDON, M.U. Exercise training restores baroreflex sensitivity in never-treated hypertensive patients. Hypertension, v.49, n.6, p. 1298-1306, 2007.

LATOUR, M.G.; SHINODA, M.; LAVOIE, J.M. Metabolic effects of physical training in ovariectomized and hyperestrogenic rats. J Appl Physiol., v.90, n.1, p.235-241, 2001.

LEVIN, ER. Estrogen and the cardiovascular system. Trends in Endocrinology & Metabolism., v13, n.5, p.184-185, 2002.

LLESUY, S.F.; MILEI, J.; MOLINA, H.; BOVERIS, A.; MILEI, S. Comparison of lipid

peroxidation and myocardial damage induced by adriamycin and 4'-epiadriamycin in mice. Tumori, v.71, p.241-249, 1985.

LIMA, S.R.R.M.; BELÓ-KLEIN, A.; FLUES, K.;PAULINI, J.;MONTE, O.;IRIGOYEN, M.C.; DE ANGELIS, K. Efeitos da suplementação do 17β estradiol no dano oxidativo cardíaco de ratas submetidas a privação dos hormônios ovarianos. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Rio de Janeiro, v.29, n. 1, p. 27-33, 2007.

LOBO, R.A. What is the effect of estrogen on blood pressure after menopause? Menopause, n.3, p.331-333, 2006.

MAHLER, D.A.; FRANCO, M.J. Clinical applications of cardiopulmonary exercise testing. J Cardiopulm Rehabil., v.16, n.6, p.357-365, 1996.

MANCIA, G.; GIANNATTASIO, C.; PARATI, G.; FAILLA, M.; STELLA, M.L. Hemodynamics and pressure variability in isolated systolic hypertension. Cardiologia, v.39, v.12, p.247-50, 1994.

MASSAFRA, C.; GIOIA, D.; FELICE, C.D.; PICCIOLINI, E.; DE LEO, V.; BONIFAZI, M.; BERRNABEI, A. Effects of estrogens and androgens on erythrocyte antioxidant superoxide dismutase, catalase and glutathione peroxidase activities during the menstrual cycle. Journal of Endocrinology, v.167, p.447-452, 2000.

Page 112: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

93

MATTHEWS KA, ABRAMS B, CRAWFORD S, MILES T, NEER R, POWELL LH, WESLEY D. Body mass index in mid-life women: relative influence of menopause, hormone use, and ethnicity. Int J Obes Relat Metab Disord., v.25, n.6, p.863-873, 2001.

MELO, R.M.; MARINHO, E.; MICHELLINE, L.C. Exercise training normalizes wall-tolumen ratio of the gracilis muscle arterioles and reduces pressure in spontaneously hypertensive rats. J Hipertenses, v.18, p.1563-1572, 2000.

MILLER, V.M. Gender, Estrogen, and NOS. Cautions about Generalizations. Cir Res., v.85, p.979-981, 1999.

MILLS, G.C.J. Glutathione peroxidase and erytrocyte enzyme which protects hemoglobin from oxidative breakdoown. Biol. Chem., v.229, p.189-197, 1957.

MILLS, G.C.J. Glutathione peroxidase and the destruction of hydrogen peroxide in animal tissues. Arch. Biochem. Biophys., v.86, p.1-5, 1960.

MCDONALD, P.M.; SANFILIPO, A.J.; SAVARD, G.K. Baroreflex function and cardiac structure with moderate endurance training in normotensive men. Journal of Apllied Physiology, v.4, p.2469-2477, 1993.

MONCADA, S., PALMER, R.M.J; HIGGS, E.A. Nitric oxide: physiology, pathophysiology, and pharmacology. Pharmacol.Ver., v.43, p.109-142, 1991.

MOORTHY, K.; SHARMA, D.; BASIR, S.F.;BAQUER, N.Z. Administration of estradiol

and progesterone modulate the activities of antioxidant enzyme and aminotransferases

in naturally menopausal rats. Exp Gerontol., v.40(4), p.295-302, 2005.

MOSCA, L.; BANKA, C.L.; BENJAMIN, E.J.; BERRA, M. Evidence-based guidelines for cardiovascular disease prevention in women: 2007 update. Circulation, v.20, n.115, supl.11, p.1481-501, 2007.

MULLAN, B.A., YOUNG, I.S., FEE, H. e MCCANCE, D.R. Ascorbic acid reduces blood pressure and arterial stiffness in type 2 diabetes. Hypertension, v.40, p.804–809, 2002.

MUSCH, T.I.; MOORE, R.L.; SMALDONE, P.G.; RIEDY, M.; ZELIS, R. Cardiac adapatations to endurance training in rats with a chronic myocardial infarction . J Appl Physiol; v.66,n.2, p.712-719, 1989.

Page 113: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

94

NAHAS, M.V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. Londrina: Midiograf, 2001.

NEGRÃO, C.E; MOREIRA, E.D.; SANTOS, M.C.L.M.; FARAH, V.M.A.; KRIEGER, E.M. Vagal function impairment after exercise training. Journal of Applied Phisyology., v.72, n.5, p.1749-1753, 1992a.

NEGRÃO, C.E.; MOREIRA, E.D.; BRUM, P.C.; DENADAI, M.L.D.R.; KRIEGER, E.M. Vagal and simpathetic control of heart rate during exercise by sedentary and exercise-trained rats. Brazilian Journal of Medical and Biological Research., v.25, p.1045-1052, 1992b.

NEGRÃO C.E., BARRETO A.C.P. Cardiologia do exercício – Do atleta ao cardiopata. Editora Manole, v.1, p.1-8. 2005.

NEGRÃO, C.E.; BARRETO, A.C.P. Cardiologia do exercício: do atleta ao cardiopata. 2a. ed. Barueri, SP: Manole, 2006, 372 p.

NEVES, V.F.; SILVA, D.E.; SÁ M.F.; GALLO, L. J.R.; CATAI, A.M.; MARTINS, L.E.; CRESCÊNCIO, J.C.; PERPÉTUO, N.M., SILVA, E. Autonomic modulation of heart rate of young and postmenopausal women undergoing estrogen therapy. Braz J Med Biol Res., v.40, n.4, p.:491-499, 2007.

NICKENIG, G.; BÄUMER, A.T.; GROHÈ, C.; KAHLERT, S.; STREHLOW, K.; ROSENKRANZ, S.; STÄBLEIN, A.; BECKERS, F.; SMITS, J.F.; DAEMEN, M.J.; VETTER, H.; BÖHM, M. Estrogen modulates AT1 receptor gene expression in vitro and in vivo. Circulation., v.97, n.22, p.2197-201, 1998.

NIKI, E.; NAKANO, M. Estrogens as Antioxidants. Methods in Enzymology. v.186, p.330-333, 1990.

NOHL, H. Nitric oxide and related radicals. Free Radicals : Form Basic. Science to Medicine, p.38-46, 1993.

O'SULLIVAN, S.E.; BELL, C. The effects of exercise and training on human cardiovascular reflex control. J Auton Nerv Syst, n.81, p.16–24, 2000.

OH-ISHI, S.; KIZAKI, T.; NAGASAWA, J.; IZAWA, T.; KOMABAYASHI, T.; NAGATA, N.; SUZUKI, K.; TANIGUCHI, N.; OHNO, H. Effects of endurance training on superoxide dismutase activity, content and mRNA expression in rat muscle. Clin Exp Pharmacol Physiol., v.24, n.5, p.326-332, 1997.

Page 114: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

95

PAN, Y.X.; GAO, L.; WANG, W.Z.; ZHENG, H.; LIU, D.; PATEL, K.P., ZUCKER, I.H.; WANG, W. Exercise training prevents arterial baroreflex dysfunction in rats treated with central angiotensin II. Hypertension, v.49, n.3, p.519-27, 2007.

PANAY, N.; FENTON, A. IMS consensus statements - 'what is their role?'. Climacteric, v.12, n.5, p.365-367, 2009.

PERSKY, A.M.; GREEN, P.S.; STUBLEY, L.; HOWELL, C.O.; ZAULYANOV, L.; BRAZEAU, G.A.; SIMPKINS, J.W. Protective effect of estrogens against oxidative damage to heart and skeletal muscle in vivo and in vitro. Proc Soc Exp Biol Med., v.223, n.1, p.59-66, 2000.

PICKAR, J.H.; WILD, R.A.; WALSH, B.; HIRVONEN, E.; LOBO, R.A. Effects of different hormone replacement regimens on postmenopausal women with abnormal lipid levels. Menopause Study Group. Climacteric, v.1, n.1, p.26-32, 1998.

PONCIANO, K.R. Efeitos cardiovasculares e metabólicos do treinamento físico em ratas submetidas à sobrecarga de frutose e à privação dos hormônios ovarianos. Dissertação de mestrado, 2006.

PRINGLE, E.; PHILLIPS, C.; THIJS, L.; DAVIDSON, C. et al. Systolic blood pressure variability as a risk factor for stroke and cardiovascular mortality in the elderly hypertensive population. J Hypertens, v.21, p.2251–2257, 2003.

PUAH, J.A.; BAILEY, C.J. Effect of ovarian hormones on glucose metabolism in mouse soleus muscle. Endocrinology., v.117, n.4, p.1336-1340, 1985.

QUINTANILHA, A.T.; PACKER, L. Vitamin E, physical exercise and tissue oxidative

damage. Ciba Found Symp.,v.101, p.56-69, 1983.

RAMIRES, P.R AND JI, L.L. Glutathione supplementation and training increases myocardial resistance to ischemia-reperfusion in vivo. Am J Physiol Heart Circ Physiol v.281, p.H679-H688, 2001.

RECKELHOFF, J.F.; ZHANG, H.; SRIVASTAVA, K. Gender differences in the development of hypertension in SHR: role of the renin angiotensin system. Hypertension, v. 35, p.480-483, 2000.

REED, D.J. Glutathione: toxicological implications. Ann Ver Pharmacol Toxicol. v.30, p.603–631, 1990.

Page 115: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

96

ROSSELLI, M., IMTHURN, B., KELLER, P.J., JACKSON, E.K., AND DUBEY, R.K. Circulating nitric oxide (nitrite/nitrate) levels i n postmenopausal women substituted with 17 beta-estradiol and norethisterone acetate. A two-year follow-up study. Hypertension, v.25, p.848–853, 1995.

RODRIGUES, B.; FIGUEROA, D.M.; MOSTARDA, C.; HEEREN, M.V.; IRIGOYEN, M.C.; DE ANGELIS, K .Maximal exercise test is a useful method for physical capacity and oxygen consumptiondetermination in streptozotocin-diabetic rats. Cardiovasc Diabetol.; v.6, p.38. 2007.

RUSA, R; ALKAYED, N.J.; CRAIN, B.J.; TRAYTSMAN, R.J.; KIMES, A.S.; LONDON, E.D.; KLAUS, J.A.; HURN, P.D. 17beta-estradiol reduces stroke injuryin estrogen-deficient female animals. Stroke, v.30, n.8, p.1665-1670, 1999.

RUSH, J.W., TURK, J.R., LAUGHLIN, M.H. Exercise training regulates SOD-1 and oxidative stress in porcine aortic endothelium. Am J Physiol Heart Circ Physiol, v.284, p.H1378– 1387, 2003.

SALVE, M.G.C. Obesidade e Peso Corporal: riscos e conseqüências. Movimento & Percepção. Espírito Santo de Pinhal, SP, v.6, n.8, jan./jun. 2006.

SANCHES, I.C.; SARTORI, M.; JORGE, L.; IRIGOYEN, M.C., De ANGELIS, K. Tonic and reflex cardiovascular autonomic control in trained-female rats. Braz J Med Biol Res., v.42,n.10,p.942-948, 2009.

SATO, Y; HAYAMIZU, S.; YAMAMOTO, C., OHKUWA, Y., YAMANOUCHI, K., SAKAMOTO, N. Improved insulin sensitivity in carbohydrate and lipid metabolism after physical training. Int J Sports Med., v.7,n.6, p.307-310, 1986.

SCHWARTZ, P.J.; LA ROVERE, M.T.; VANOLI, E. Autonomic nervous system and sudden cardiac death. Experimental basis and clinical observations for post-myocardial infarction risk stratification . Circulation., v.85, n.1, p.77-91, 1992.

SEN, C.K.;PACKER, L. Antioxidant and redox regulation of gene transcription. Faseb J, v.10, p.709–720, 1996.

SHANGOLD, M.M. Exercise in the menopausal woman. Obstet Gynecol, v.75, 4 Sup, p.53S-58S; discussion 81S-83S, 1990.

SIES, H. Biochemistry of oxidative stress. Angew Chem Int Ed Ingl, n.25, p.1058-1071, 1986.

Page 116: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

97

SINGH. N., DHALLA, A.K., SENEVIRATNE. C., SINGAL, P.K. Oxidative stress and heart failure. Mol Cell Biochem, v.147, p.77–81,1995.

SILVA, G.J.J.; BRUM, P.C.; NEGRÃO, C.E.; KRIEGER, E.M. Acute and chronic effect of exercise or baroreflexes im spontaneausly hypertensive rats. Hypertesion, v.30, p.714-719, 1997.

SMITH, P.A., GRAHAN, L.N., MACKINTOSH, A.F., STOKER, J.B, MARY, D.A.S.G. Relationship between central sympathetic activity and stages of human hypertension. AM J Hypertens., v.17, p.217-222, 2004.

SOUTHORN P & POWIS G. Free Radicals in Medicine. I. Chemical Nature and Biologic

Reactions, in: Mayio Clin Proc., v.63, p.381-389, 1988.

SOUZA, S.B.C.; FLUES, K.; PAULINI, J.; MOSTARDA, C.; RODRIGUES, B.; SOUZA,

L.E.; IRIGOYEN, M.C.; DE ANGELIS, K. Role of exercise training in cardiovascular autonomic dysfunction and mortality in diabetic ovariectomized rats. Hypertension, n.30, p.786-791, 2007.

SOWERS, JR. Hypertension, angiotensin II, and oxidative stress. The New England Journal of Medicine., v.346, n.25, p.1999-2001, 2002.

SOWERS, M.; ZHENG, H.; TOMEY, K.; KARVONEN-GUTIERREZ, C.; JANNAUSCH, M.; LI, X.; YOSEF, M.; SYMONS, J. Changes in body composition in women over six years at midlife: ovarian and chronological aging. J Clin Endocrinol Metab., v.92, n.3,p.895-901, 2007.

SOWERS, M.R.; LA PIETRA, M. Menopause its epidemiology and potencial association with chronic diseases. Epidemiol Rev., v.17, p.287-302, 1995.

STAHL W, SIES H. Antioxidant defense: vitamins E and C and carotenoids. Diabetes, v.46, Sup 2:S14-S18, 1997.

STAMPFER, M.J.; COLDITZ, G.A.; WILLWT, W.C. Postmenopausal estrogen therapy and cardiovascular disease: Ten year follow-up from nurses Health Study. N. Engl. J. Med., 325: 756-762, 1991.

STAMLER, J.; STAMLER, R.; RIEDLINGER, W.F.; ALGERA, G.; ROBERTS, R.H. Hypertension screening of 1 milion Americans. Community Hypertension Evaluation Clinic (CHEC) Program, 1973–1975. JAMA. v.235, p.2299–2306, 1976.

Page 117: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

98

STAESSEN, J.A.; GINOCCHIO, G.; THIJS, L.; FAGARDSU, R.D.F.; MIAO, C.Y. Blood pressure variability and organ damage. Clin Exper Pharmac Physiol., v.28, p.709 - 715, 2001.

STEFANICK, M.L.; MACKEY, S.; SHEEHAN, M.; ELLSWORTH, N.; HASKELL, W.L.; WOOD, P.D. Effects of diet and exercise in men and postmenopausal women with low levels of HDL cholesterol and high levels of LDL cholesterol. N. Engl. J. Med., v.339, p.12-20, 1998.

SU, D.F & MIAO, C.Y. Blood pressure variability and organ damage. Clin Exper Pharmac Physiol, n.28, p.709-715, 2001.

SULIVAN, J.L. Antioxidants Effects of Iron Depletion. Free Radical Biology & Medicine. v.17, n.1, p 87, 1994.

SUZUKI, M.; NOMURA, C.; ODAKA, H.; IKEDA, H. Effect of an insulin sensitizer, pioglitazone, on hypertension in fructose-drinking rats. Jpn J Pharmacol, v.74, n.4, p.297-302, 1997.

SWALES, JD. Guidelines for treating hypertension: improved care or retarded progress? Am. J. Hypertens., v.10, p.873-876, 1994.

TEIXEIRA, P.J.; GOING, S.B.; HOUTKOOPER, L.B.; METCALFE, L.L.; BLEW, R.M.; FLINT-WAGNER, H.G.; CUSSLER, E.C.; SARDINHA, L.B.; LOHMAN, T.G. Resistance training in postmenopausal women with and without hormone therapy. Med Sci Sports Exerc, v.4, n.35, p.555-562, 2003.

THOMPSON, L.P.; PINKAS, G.; WEINER, C.P. Chronic 17β estradiol replacement increases nitric oxide-mediated vasodilation of guinea pig coronary microcirculation. Circulation, v.102, p.445-451, 2000.

TIIDUS, P.M. Can estrogens diminish exercise induced muscle damage? Can.J.Appl.Physiol., v.20, n.1, p.26-38, 1995.

TIPTON, C.M. Exercise training and hypertension, an update. Exercise and Sport Science Review, v.4, p.447-505, 1991.

Page 118: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

99

URBANETZ, A.A; URBANETZ, L.A.G.L.T.; BAÚ, C.; MICHELON, L.; SOLEDAD, P. TRH na prevenção de Doença Cardíaca coronariana. Aspectos Clínico Epidemiológicos da TRH sobre o Sistema Cardiovascular. Departamento de Togoginecologia Universidade Federal do Paraná. Feminina abril, v.26, n.3, v.181-187, 1998.

UTIAN, W.H.; ARCHER, D.F.; BACHMANN, G.A.; GALLAGHER, C.; GRODSTEIN, F.; HEIMAN, J.R.; HENDERSON, V.W.; HODIS, H.N.; KARAS, R.H.; LOBO, R.A.; MANSON, J.E.; REID, R.L.; SCHMIDT, P.J., STUENKEL, C.A.. Estrogen and progestogen use in postmenopausal women: July 2008 position statement of The North American Menopause Society. Menopause, v.15, p.584-602, 2008.

VIRDIS, A.; GHIADONI, L.; PINTO, S.; LOMBARDO, M.; PETRAGLIA, F.; GANNAZZANI, A.; BURALLI, S.; TADDEI, S.; SALVETTI, A. Mechanisms responsible for endothelial dysfunction associated with acute estrogen deprivation in normotensive women. Circulation, v.101, p.2258-2263, 2000.

VONGPATANASIN, W.; TUNCEL, M.; MANSOUR, Y.; ARBIQUE, D.; VICTOR, R.G. Transdermal estrogen replacement therapy decreases sympathetic activity in postmenopausal women. Circulation., v.103, n.24, p.2903-2908, 2001.

WALLBERG, H., RINCON, J. e ZIERATH, J.R. Exercise in the management of non-insulin-dependent diabetes mellitus. Sports Medicine, v.25,n.1, p.25-35, 1988.

WATTANAPERMPOOL, J.; REISER, P.J. Differential effects of ovariectomy on calcium activation of cardiac and soleus myofilaments. Am J Physiol., v.277, (2 Pt 2), p. H467-H473, 1999.

WEISS, N.S. Relationship of menopause to serum cholesterol and arterial pressure. The United States Health Examination Survey of Adults. Am J Epidemiol. n.96, p.237-241, 1972.

WING, R.R.; MATTHEWS, K.A.; KULLER, L.H.; MEILAHN, E.N.; PLANTINGA, P.L. Weight gain at the time of menopause. Arch Intern Med., v.151, n.1, p.97-102, 1991.

WILLIAMS, M.A.; HASKELL, W.L.; ADES, P.A.; AMSTERDAM, E.A.; BITTNER, V.; FRANKLIN, B.A.; GULANICK, M.; LAING, S.T.; STEWART, K.J. Resistance Exercise in Individuals With and Without Cardiovascular Disease: 2007 Update: A Scientific Statement From the American Heart Association Council on Clinical Cardiology and Council on Nutrition . Physical Activity and Metabolism. Circulation, v.116, p.572-584, 2007.

Page 119: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

100

WOMEN’S HEALTH INITIATIVE. Risks and benefits of estrogen plus progestin in healhty post menopausal women. JAMA, v.288, p.321-333, 2002

Page 120: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

101

8. ANEXOS

8.1. Anexo I

Page 121: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

102

Page 122: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

103

8.2. Anexo II

Page 123: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

104

Page 124: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

105

Page 125: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

106

Page 126: UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PÓS-GRADUAÇÃO …usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/2011/174.pdfDedico a minha esposa Priscila Marsola de Brito , pelo amor, pela paciência,

107