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FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT UM DIA, EU VOU EM MISSÃO... Padre Henrique Neveston JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXII - 346 | SETEMBRO DE 2018
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Nov 15, 2018

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“Padre Henrique Neveston

JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXII - 346 | SETEMBRO DE 2018

Page 2: UM DIA, EU VOU EM MISSÃO - guaxupe.org.brguaxupe.org.br/wp-content/uploads/2018/09/jornal_comunhao_setembro... · sou abastado. Palavras que me aceitam como sou — eu não aceito.

A maior riquezado homem

é sua incompletude.Nesse ponto

sou abastado.Palavras que me aceitam

como sou— eu não aceito.

Não aguento ser apenasum sujeito que abre

portas, que puxaválvulas, que olha o

relógio, que compra pãoàs 6 da tarde, que vai

lá fora, que aponta lápis,que vê a uva etc. etc.

Perdoai. Mas eupreciso ser Outros.

Eu pensorenovar o homem

usando borboletas.

[Retrato do artista quando coisa, Manoel de Barros, poeta brasileiro]

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava em Deus e o Verbo era Deus (cf. Jo 1, 1). O prólogo do Evangelho

de São João destaca a relação profunda da segunda Pessoa da Santíssima Trindade com o Verbo, a Palavra Encarnada. Jesus Cristo reúne em si toda a Revelação divi-na e assume em sua vida a plenitude da misericórdia de Deus pela humanidade. A ação do Nazareno indica o direcionamento da Trindade Santa por amor à humanidade, nem sempre fiel ao seu Senhor.

A intimidade com a Palavra de Deus vai provocando em cada homem e mulher uma aproximação aos anseios divinos para a condução da história. Quando o homem se distancia do projeto divino, desemboca na realidade do pecado que tanto destrói o próprio indivíduo, a comunidade e toda a Criação.

Nossa comunidade de fé deve estar atenta à realidade em todos os âmbitos da existência, inclusive a política, que não pode ser compreendida como algo escuso e caracterizado somente pela corrupção. A política pode e deve ser espaço de trans-formação social que garante a todos o di-reito à vida e o respeito à identidade de cada um.

O Ano do Laicato nos exorta a sermos Sal da Terra e Luz do Mundo (cf. Mt 5, 13-14), ingressemos no mundo da política, buscan-do justamente iluminar esse ambiente com

a Luz que vem do Senhor, ocasionando a verdadeira democratização do espaço po-lítico e de seus debates.

Ao companheiro, padre HenriqueAinda surpreendidos pela triste notícia

da perda de nosso coordenador de pasto-ral e irmão de presbitério, padre Henrique Neveston, caminhamos cabisbaixos, mas esperançosos da Ressurreição em Jesus Cristo. Somos muito gratos a Deus pela oportunidade que tivemos de conviver com esse homem visionário e dedicado que sa-bia reconhecer talentos escondidos e moti-vá-los a florescer.

Por tantos trabalhos, tantas partilhas e companheirismo, sentiremos saudade de sua coordenação pastoral, principalmente pelos diálogos nos bastidores que nos fa-ziam compreender os novos caminhos que a Igreja precisa percorrer para continuar fiel em sua evangelização.

Mea culpa, mea maxima culpa! Na edição de agosto do jornal Comu-

nhão publicamos uma entrevista com o monsenhor José dos Reis que celebra 60 anos de vida sacerdotal, não 50 anos como foi afirmado na reportagem. Pedimos des-culpas ao monsenhor pelo erro e a você leitor pelo equívoco na informação.

editorial

voz do pastor

expediente

Sempre acreditamos na presença, na atuação e no testemunho dos cristãos no mundo e em meio à vida pública,

especialmente. Na sua ação evangelizado-ra, a Igreja procurou dar ênfase e capacitar líderes para ser fermento de transforma-ção, visando uma sociedade mais fraterna e justa.

No passado, como sinal dessa presen-ça renovadora, tivemos a Ação Católica com os movimentos juvenis: JAC, JEC, JOC e JUC. A Juventude Universitária Católica (JUC), presença marcante nas universida-des, sendo sal, luz e fermento. Os jovens, a partir do método ver, julgar e agir, ten-do a realidade e a luz da Palavra de Deus (julgar), eram chamados a transformar a re-alidade estudantil (agir). Esse método per-maneceu até hoje na Igreja. Jeito consis-tente, seguro e iluminador. A pessoa deve

se colocar diante da Palavra, tomá-la para si, refleti-la e se perguntar o que ela diz, se propondo a aplicá-la na realidade. Deman-da cuidado, tempo, vontade e disposição para agir nos mais diversos ambientes e mais especificamente na vida pública.

Talvez o convencimento, ou melhor, a fé seja a chave de tudo, pois não é nada fácil ser um sujeito de mudança, particularmen-te na vida pública. Várias outras iniciativas vão tornando forma como comissões de justiça e paz, fé e política, e tantas outras. Quando a Igreja promove o ano do Laicato, responde certamente a seu desejo de que os cristãos iluminados pela Palavra sejam uma presença do Evangelho que transfor-ma muitas vezes a realidade tão difícil pela qual estamos passando.

Do cristão mais preparado ao mais sim-ples, todos têm possibilidades de presença

Diretor geralDOM JOSÉ LANZA NETO EditorPE. SÉRGIO BERNARDES | MTB - MG 14.808

Equipe de produçãoLUIZ FERNANDO GOMESJANE MARTINS

RevisãoJANE MARTINS

Jornalista responsável ALEXANDRE A. OLIVEIRA | MTB: MG 14.265

Projeto gráfico e editoração BANANA, CANELA bananacanela.com.br | 35 3713.6160

ImpressãoGRÁFICA SÃO SEBASTIÃO

Tiragem3.950 EXEMPLARES

RedaçãoRua Francisco Ribeiro do Vale, 242 Centro - CEP: 37.800-000 | Guaxupé (MG)

Telefone35 3551.1013

[email protected]

Os Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal.

Uma Publicação da Diocese de Guaxupé

www.guaxupe.org.br

O CRISTÃO ILUMINADO PELA PALAVRAE SUA AÇÃO NA VIDA PÚBLICA

Dom José Lanza Neto,Bispo da Diocese de Guaxupé

e grande atuação onde vivem, participan-do ativamente nos conselhos municipais ou outras organizações presentes em nossas cidades ou no campo. Deparamo-nos com muitas pessoas envolvidas na luta em de-fesa, principalmente, dos mais pobres e vulneráveis. A grande força motivadora de-las vem da fé, da solidariedade e, muitas vezes, da compaixão.

Deus fala aos corações de todos, mas nem sempre encontra eco naqueles que, talvez, poderiam fazer mais. Vale a pena in-sistir nas pequenas coisas e, quem sabe, a partir delas, chegaremos às grandes. Faça-mos valer o ano do Laicato, nossos cristãos assumirão com maior responsabilidade e alegria o mandato de Cristo de amar e ser-vir a todos.

Saúde e Paz!

2 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

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Dom José Antônio Peruzzo é natural de Cascavel (PR). Foi nomeado bis-po de Palmas-Francisco Beltrão pelo

papa Bento XVI, em 24 de agosto de 2005. Tem como lema episcopal “Fazei discípu-los. Ensinai”. Possui mestrado e doutorado em Ciências Bíblicas pela Pontifícia Uni-versidade de Santo Tomás de Aquino, em Roma. Atualmente, dom José Peruzzo é o presidente da Comissão para Animação Bí-blico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Foi nomeado arcebis-po metropolitano de Curitiba no dia 7 de ja-neiro de 2015 pelo Papa Francisco e tomou posse no dia 19 de março de 2015.

Nesta entrevista, produzida pelo padre Sandro Henrique para o programa Comu-nidade em Rede, o bispo comenta a reali-dade atual e perspectivas de ação para os discípulos de Jesus Cristo.

Quais os desafios de evangelizar e ca-tequisar a sociedade com o testemunho num período de mudanças estruturais?

Se tiver mais experiência de vida prova-velmente dirá ‘como mudaram os tempos’. Os filhos projetam o futuro de uma maneira muito menos institucionalizada. É grande o número de filhos de famílias muito ca-tólicas que nos seus projetos pessoais de vida parecem excluir o matrimônio. Uniões muito informais, formas muito subjetivas e individualísticas de compreender a si mes-mo. A fé antes parecia modelar escolhas, valores e ideários, agora é um elemento importante dentro de um quadro de reli-giosidades: novenas, votos, retiro anual. Ou ainda atitudes de religiosidade como fazer o sinal da cruz antes de sair de casa, antes de se deitar, mas em que medida a fé professada inspira comportamentos, ideá-rios, escolhas, modelos de vida: ‘eu vou ser fiel à minha esposa ou ao meu marido por motivo de fé’; ‘eu vou ser fiel e serei hones-to por motivo de fé’; ‘eu serei uma pessoa que terei uma concepção de educação dos filhos dentro de critérios de uma espirituali-dade que segue Jesus Cristo’.

Estamos nos preparando para concreti-zar um processo profundo nas comuni-dades com a redescoberta da Iniciação à Vida Cristã (IVC). Como esse caminho pode contribuir?

A IVC é uma possibilidade, um cami-nho possível para quem tem a missão de evangelizar. Proporcionar experiências in-ternalizadas do encontro com Jesus Cristo que não sejam simplesmente um encontro semanal na igreja em algum dos dias da se-mana, mas é uma espécie de configuração que cada seguidor de Jesus Cristo é cha-mado a integrar em si mesmo. Digamos as-sim, mais que ir à missa, eu vou mergulhar

no mistério que a Eucaristia propõe, mais do que entrar na igreja, eu vou deixar que a pessoa de Jesus Cristo entre na minha vida e passe a ser a grande inspiração da minha vivência de liberdade. É esse o caminho novo que precisamos palmear. Até agora todo mundo pertencia à Igreja porque era batizado por tradição familiar, de agora em diante será batizado por escolha pessoal.

Como o senhor compreende a Igreja em Saída, tão destacada na caminhada evangelizadora?

Se até agora estávamos habituados aos ambientes dos que frequentam a Igreja, o papa está a pedir de maneira muito enfá-tica, não somente o papa Francisco, mas também Bento XVI, que cheguemos àque-las pessoas as quais a Igreja parece não se fazer estimada, Jesus Cristo não ser ama-do, seguido e ouvido. E isso não se trata somente de um espaço ou uma realidade geográfica, a sacristia e o templo, mas o ambiente profissional, o local de lazer, es-

pecialmente hoje os meios eletrônicos. O modo de ser [dos cristãos deve ser] o exer-cício transfigurado da profissão mediante a presença ou a fidelidade ao seguimento de Jesus Cristo. Tudo isso parece apontar para uma realidade não vivida somente no espaço do templo. É muito comum cristãos comungarem dentro da Igreja e excomun-garem-se fora dela, acreditarem ser irmãos dentro dela e não se reconhecerem irmãos fora do templo, no trabalho, nos ambientes de diversão. Sou cristão não por exteriori-dade de gestos, mas por um comportamen-to que aponta para uma vida interior culti-vada. Não se trata de parecer cristão, mas de um modo de ser. Não se trata de parecer que ama a família, mas amar de verdade. Isso vai exigir renúncias, despojamento, sa-crifícios, negação de si próprio e, às vezes, certas opções fundamentais. Nos dias atu-ais temos muita dificuldade em perceber o sentido da renúncia e da entrega de viver para o outro. Mas é esse o caminho que o tempo está pedindo aos evangelizadores.

entrevistaDOM PERUZZO: “NÃO SE TRATADE PARECER CRISTÃO, MAS DE UM MODO DE SER”

Pregar dentro da Igreja não é difícil, trans-mitir a pessoa de Jesus Cristo fora dela é que exige a verdadeira interiorização do Senhor.

A alegria e a espontaneidade devem ser características do seguidor de Jesus Cristo?

Eu gosto de pensar na figura de Jesus Cristo, aquele que os Evangelhos nos apre-sentam profundamente, que se manifesta segundo emoções singelas, sinceras e afe-tuosas. Não dá pra falar de um Deus, um Deus amoroso, sem afeto. Não é possível retratar a alegria do Evangelho de maneira sisuda, ninguém vai dizer que quer bem a alguém com cara feia. E se evangelizar é anunciar as boas notícias da parte de Deus, não existe notícia boa comunicada com tristeza. Alguém proclama notícias boas es-tando amargurado? É possível dizer que é boa a notícia proclamada com amargura? Não existe verdade que não traga a alegria, não existe a alegria que não manifeste a afeição.

Por Padre Sandro Henrique, coordenador diocesano da Pastoral da Comunicação

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 3

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notícias

Imagem/Texto: Assessoria de Comunicação

Texto/Imagem: padre Michel Pires

Imagem/Texto: Assessoria de Comunicação

Imagem/Texto: Vatican News

Profetismo e fidelidade à Palavradiante de uma modernidade líquida

Setor Areado promove formação para conselheiros na Semana da Família

Eleito novo coordenador dos presbíteros

Abusos na Igreja: a carta do Papa aos fiéis

Entre os dias 23 e 26 de julho, o clero da Diocese de Guaxupé participou da Formação Permanente Anual, em Bro-

dowski (SP), com o objetivo de se aprofun-dar sobre o papel do presbítero na inicia-ção à vida cristã nas comunidades atuais.

Com a assessoria de dom José Antônio Peruzzo, arcebispo de Curitiba (PR) e pre-sidente da Comissão Episcopal Pastoral Bíblico-Catequética da Conferência Nacio-nal dos Bispos do Brasil, juntamente com o bispo diocesano, os padres puderam refle-tir sobre os desafios marcantes da inserção do fiel no mistério da Igreja.

Com uma visão panorâmica da realida-de, o assessor destacou pontos essenciais para se compreender a realidade líquida

«Um membro sofre? Todos os ou-tros membros sofrem com ele» (1 Co 12, 26). O Papa Francisco

se inspirou nas palavras do Apóstolo Pau-lo para divulgar no dia 20 de agosto uma carta a todo o Povo de Deus a respeito de denúncias de abusos cometidos por parte de clérigos e pessoas consagradas.

Francisco cita de modo especial o rela-tório divulgado sobre os casos cometidos no Estado da Pensilvânia, nos Estados Uni-dos. “Sentimos vergonha quando percebe-mos que o nosso estilo de vida contradisse e contradiz aquilo que proclamamos com a nossa voz”, escreve o Papa.

Para o Pontífice, a dimensão e a gra-vidade dos acontecimentos obrigam a assumir esse fato de maneira global e co-munitária. Não é suficiente tomar conheci-mento do que aconteceu, mas como Povo de Deus, “somos desafiados a assumir a dor de nossos irmãos feridos na sua carne e no seu espírito. Se no passado a omis-são pôde tornar-se uma forma de resposta,

Os membros dos conselhos pastorais das paróquias do setor Areado par-ticiparam de um encontro formativo,

em Carmo do Rio Claro, no dia 13 de agosto, sobre a exortação apostólica Amoris Laeti-tia, lançada em 2016 pelo papa Francisco.

A exortação foi apresentada pelo padre Jean Poul Hansen, coordenador de pastoral da Diocese da Campanha (MG). Dinâmico

No encontro de Formação Permanen-te Anual, entre os dias 23 e 26 de ju-lho, foi realizada a escolha do novo

representante dos presbíteros na Diocese de Guaxupé. Com uma votação expressiva, foi eleito o padre Francisco Albertin Ferrei-ra que substituirá o padre César Acorinte, no cargo há 8 anos.

existente nos dias de hoje. Fundamentado na visão do sociológico Zygmunt Bauman e na análise criteriosa dos textos bíblicos, dom Peruzzo reforçou a importância de uma catequese mistagógica que conduza o fiel em sua caminhada de fé.

Como método de análise bíblica, o bis-po valorizou a leitura orante da Palavra de Deus como ferramenta indispensável para superar a  realidade líquida e efêmera  da atualidade. Diante do cenário controverso e, muitas vezes, indiferente à evangeli-zação, dom Peruzzo afirmou a missão do presbítero: “Evangelizar é um modo de ser e não de fazer. Quando se cala a voz do profeta, se silencia a voz de Deus”.

e provocativo, padre Jean despertou para uma reflexão pastoral a partir da exortação. Lembrou que é preciso olhar com misericór-dia as múltiplas experiências vividas pelos indivíduos na modernidade. “É fundamental escutar as realidades”, aconselhou padre Jean Poul.

Iluminados pelas palavras do papa, os conselheiros paroquiais refletiram sobre a

importância de se acompanhar, discernir e integrar todos aque-les que perderam o sentimento de pertença à Igreja. Como famí-lia de Deus, todos são chamados a viver o amor.

A formação foi uma oportuni-dade de crescimento e reflexão para os conselheiros, a partir das realidades complexas que vivem as famílias nos dias de hoje.

hoje queremos que seja a solidariedade”, afirma Francisco.

O Papa reconhece na carta “o esforço e o trabalho que são feitos em diferentes partes do mundo para garantir e gerar as mediações necessárias que proporcionem segurança e protejam a integridade de crianças e de adultos em situação de vul-nerabilidade, bem como a implementação da ‘tolerância zero’ e de modos de prestar contas por parte de todos aqueles que rea-lizem ou acobertem esses crimes”.

O Papa reconhece ainda o atraso em aplicar essas medidas e sanções tão ne-cessárias, mas está confiante de que elas ajudarão a garantir uma maior cultura do cuidado no presente e no futuro. “É impe-rativo que nós, como Igreja, possamos re-conhecer e condenar, com dor e vergonha, as atrocidades cometidas por pessoas con-sagradas, clérigos, e inclusive por todos aqueles que tinham a missão de assistir e cuidar dos mais vulneráveis. Peçamos per-dão pelos pecados, nossos e dos outros”.

4 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

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in memoriam

homenagem

Padre Henrique Neveston da Silva nas-ceu no dia 20 de novembro de 1976, em São Sebastião do Paraíso. Viveu sua

infância e adolescência no distrito de Guardi-nha, que pertencente ao referido município. É o primogênito do casal Sônia Neveston e Laércio Silva.

Iniciou os estudos básicos no distrito de Guardinha e os concluiu na cidade. Nos átrios da casa do Senhor Bom Jesus, sentiu-se cha-mado ao sacerdócio e, atendendo ao desejo de seu coração, ingressou no Seminário Dio-cesano São José em Guaxupé em 1999, onde recebeu sólida formação de filosofia. Em Pou-so Alegre, recebeu a formação teológica no Instituto Teológico São José, hoje Faculdade Católica de Pouso Alegre.

Concluídos os estudos, recebeu a Or-denação Diaconal no dia 5 de fevereiro de 2006, em Guaxupé, pelas mãos de dom José Geraldo Oliveira do Valle, dentro dos festejos dos 90 anos da Diocese de Guaxupé. Ainda diácono, foi designado para a Paróquia de Nossa Senhora da Assunção em Cabo Verde.

Dom José Geraldo já havia apresentado a Roma sua carta de renúncia do governo pas-toral da diocese mas quis ordenar sacerdote

Belém, 17/08/2018

Recebemos a dura notícia do faleci-mento do padre Henrique, caríssimo amigo e irmão nos caminhos da Mis-

são. Todos aqui ficamos chocados e apre-ensivos.

Meu grande desejo era celebrar junto com vocês a Missa de ressurreição do Hen-rique, representando todos os missionários e todas as missionárias das SMP, aos quais ele tanto queria bem. O tempo e as distân-cias não permitiram.

Desde o dia em que nascemos sabe-mos que um dia atravessaremos os limites do tempo e do espaço. Mas, há mortes que chocam; que incomodam; que nos deixam sem palavras. Como a morte do Henrique.

PADRE HENRIQUE NEVESTON: DO CENTENÁRIO ÀS SANTAS MISSÕES

CARTA DO PADRE LUÍS MOSCONI

Por Guilherme Ribeiro, professor de Filosofia e bacharel em Teologia

Por padre Luis Mosconi

a última turma de diáconos e assim o fez. Em celebra-ção solene na Igreja Cate-dral de Nossa Senhora das Dores em Guaxupé, no dia 28 de abril de 2006, o diácono Hen-rique e seus colegas de turma receberam das mãos de dom José Geraldo o sagrado ministério sa-cerdotal. Contava 29 anos de idade.

Feito sacerdote continuou desenvolven-do seus trabalhos pastorais em Cabo Verde e, em curto espaço de tempo, destacou-se por seu zelo apostólico e dinamismo pastoral. Em 2009 fez parte da comissão organizadora da 8ª Assembleia Diocesana de Pastoral bem como do Plano de Ação Pastoral dos anos se-guintes. Amante do conhecimento, lecionou Introdução à Filosofia no Seminário Prope-dêutico São João Maria Vianney de Guaxupé,

entre os anos 2007 e 2010.No ano de 2012 foi nomeado

coordenador diocesano de pasto-ral por dom José Lanza Neto. Padre Henrique assumiu a coordenação da pastoral diocesana com a subli-me missão de conduzir a diocese na comemoração de seu primeiro cen-tenário de criação.

Junto ao bispo diocesano apre-sentou ao clero a possibilidade de celebrar os 100 anos da diocese

Em poucos minutos, ele se foi, deixando rá-pido uma vida intensa. Estamos diante do mistério, onde a atitude melhor é silenciar, acolher o mistério, reconhecer a imensa misericórdia da Trindade, adorar e romper os muros do tempo e do espaço.

Deixemos que essa morte fale ao nosso coração, ao presbitério, à Diocese de Gua-xupé e de tantas outras que ele encontrou; aos milhares de missionários espalhados pelo Brasil afora. Seu grande desejo, já projeto, era colocar-se ao serviço das dio-ceses do Brasil e da América Latina, para ajudá-las a serem cada vez mais IGREJAS EM SAÍDA, através do belo instrumento chamado SANTAS MISSÕES POPULARES.

Pessoalmente, sinto a necessidade de honrar a memória de padre Henrique

realizando as Santas Mis-sões Popu-lares. Após a apresentação da proposta e adesão por parte do clero e leigos, pa-dre Henrique não mediu esforços para que o proces-so, árduo e

longo, se realizasse da melhor maneira pos-sível.

Sua capacidade de coordenação não se resumia a sua inteligência de planos e ideias brilhantes, mas na capacidade de somar for-ças com pessoas de todos os tipos e acreditar em cada uma delas. Clérigos, leigos, religio-sos, seminaristas e até mesmo pessoas que não comungavam da fé católica contribuíram para que o projeto das Santas Missões acon-tecesse. Como ele mesmo dizia aos semina-ristas: “Coordenar não é fazer tudo sozinho. Coordenar é somar forças e acreditar”.

Missionário incansável percorreu a diocese de norte a sul, de leste a oes-te, incentivando a realização dos pas-sos necessários das Santas Missões. Visitou por mais de uma vez as 87 pa-róquias espalhadas nos 41 municípios e 11 distritos que compõem esta por-ção do Povo de Deus que chamamos de Diocese de Guaxupé. Suas últimas contribuições estavam na comissão organizadora da Assembleia Diocesa-na de Pastoral a ser realizada no final

consagrando ainda mais minhas energias, dons e valores, a serviço desta causa bo-nita da MISSÃO. O mesmo peço à dioce-se e ao presbitério de Guaxupé: honrar a memória do padre Henrique se tornando cada vez mais UMA IGREJA MISSIONÁRIA EM SAÍDA PERMANENTE. Em nome do pa-dre Henrique, peço, suplico que avancem corajosamente, alegremente nos caminhos da missão.

Dom José, estamos todos e todas aí, a grande família missionária ligada às SMP. Dói o coração, é uma triste partida, mas a força da ressurreição supera tudo. Mais uma vez, constatamos que a vida corre rápida e é irrepetível; ela merece toda atenção. Não podemos desperdiçá-la em coisinhas.

Sim, como dizia também o Henrique:

deste ano.Golpeados sem defesa alguma, recebe-

mos no fim da tarde fria de 16 de agosto a tris-te notícia de seu falecimento. Padre Henrique foi surpreendido por um infarto fulminante, abrindo para ele as portas da morada eter-na. Sacerdote jovem, com apenas 41 anos de vida e 12 de ministério sacerdotal, adormeceu para este mundo e acordou para a realidade celeste, contemplando o rosto missionário de Jesus, que ele tanto amou e por quem gastou sua vida.

Numerosos fiéis despediram-se daquele que, de uma forma ou outra, marcou a vida paroquial e diocesana. Em sua curta vida sa-cerdotal teve apenas uma paróquia. Como esposo devoto, muito amou a paróquia de Cabo Verde, sua única e eterna paróquia.

Atendendo a seu desejo, padre Henrique foi sepultado em terras cabo-verdenses. Co-movente cena que ficará para sempre em nossas mentes foi a de seu cortejo. A multi-dão silenciosa conduziu o corpo daquele que abriu as portas do céu a muita gente. Padre Henrique dorme o sono dos justos e aguarda a ressureição final junto de seus paroquianos, filhos que ele tanto amou.

A VIDA É MISSÃO e A MISSÃO DÁ SENTI-DO PLENO À NOSSA VIDA. Não qualquer missão, mas a missão de Jesus de Nazaré, Mestre e Senhor.

Obrigado, irmão Henrique. Nestes anos de caminhada em conjunto aprendemos muito. Tuas palavras sábias sempre caíram em terreno arado e preparado. Terminou para ti o tempo das SMP, já estás no novo céu e na nova terra, onde não há mais nem dor nem morte. Ajuda-nos a sermos fiéis até chegarmos perto de você.

Se esta mensagem for lida durante a Missa, peço um grande e forte aplauso para Henrique, dizendo todo mundo, juntos e bem alto: OBRIGADO, HENRIQUE!!

Pe. Luís Mosconi

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 5

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em pautaLECTIO DIVINA: A INTIMIDADE E O CRESCIMENTO COM A PALAVRA

O povo de Deus é um povo que vive em torno da Palavra desde os tem-pos mais remotos. Já na primeira

Aliança a comunidade tem especial vene-ração pela Palavra Sagrada do Decálogo, pela qual se orienta e caminha na tentativa de se manter fiel aos desígnios do Senhor, que revelou sua mão poderosa libertando--os da escravidão e pedagogicamente os instruiu, conduzindo-os a uma vida bem--aventurada. Como já cantava o salmista: “Feliz quem não segue o conselho dos maus. Mas na lei do Senhor encontra sua alegria e nela medita dia e noite. Ele será como uma árvore plantada à beira de um riacho, que dá fruto no devido tempo; suas folhas nunca murcham; e em tudo quanto faz sempre tem êxito.” (Sl 1, 1-3).

Diante dos novos desafios que a comu-nidade vai encontrando e enfrentando, ou-tros textos inspirados vão surgindo, orien-tando a vida ordinária, o culto religioso, animando diante das perseguições, profe-tizando a esperança de um futuro melhor, relembrando as memórias do povo eleito que fez a experiência de um Deus que se manifesta na história.

Na plenitude dos tempos, a própria Pa-lavra de Deus se fez carne e habitou entre os homens (cf. Jo 1, 14). Ao redor do Mes-sias a comunidade dos Discípulos crescia no entendimento da mensagem divina para a humanidade. Fiéis seguidores do Senhor, eles não deixaram que nada daquilo que era essencial para a salvação dos homens se perdesse. E com o seu testemunho e a ação inspiradora do Paráclito os autores sa-grados nos deixaram o Novo Testamento.

Assim, ao longo da história, a Bíblia se firmou como livro de oração e consolo, fonte de força para as diversas situações cotidianas de seus leitores, que buscam nesse livro sagrado resposta para as mais diversas situações existenciais. E,

embora estivesse sempre presente na vida das comunidades, a leitura da Bíblia surge com um método peculiar na vida monásti-ca, com a prática da Lectio Divina, uma lei-tura das Sagradas Escrituras voltada para a oração e a contemplação.

Nos escritos de um monge cartuxo cha-mado Guido, que viveu no século XII, estão as orientações práticas do exercício espi-ritual tal como a Igreja ensina até hoje. A leitura orante da Bíblia acontece em qua-tro passos. Começa com a leitura do texto, que suscita a interrogação sobre o autênti-co conhecimento do seu conteúdo: “o que diz o texto em si?”. No segundo momento faz se a meditação, na qual se pergunta “o que o texto diz para mim?”, aqui, nos níveis pessoal e comunitário, cada um deve atua-lizar essas palavras que não ficaram rele-gadas ao passado, mas são mensagem de Deus, hoje, para a huma-nidade. Segue-se, depois, para a oração, que traz a pergunta: “o que o texto me faz di-zer a Deus?”, a oração enquan-

to louvor, ação de graças, pedido e inter-cessão é o primeiro modo como a Palavra nos transforma. E, por fim, conclui-se com a contemplação, durante a qual se busca olhar o mundo como Deus o faz, ou seja, de acordo com seu próprio jeito de apre-ciar e julgar a realidade, comprometendo--se, sempre, a “olhar a vida com os olhos de Deus”.

A Constituição Dogmática Dei Verbum recomenda o contato íntimo com a Sagrada Escritura a todos os fiéis. E aconselha que a leitura “deve ser acompanhada da oração, para que seja possível o diálogo entre Deus e o homem, pois com Ele falamos quando rezamos e a Ele ouvimos quando lemos as Escrituras” (VD 25). Também a Exortação Apostólica Verbum Domini destaca a Lec-

tio Divina como “elemento fundamental da vida de todo fiel, nos diversos ministérios e estados e vida” (VD 86). Veja, a seguir, o testemunho de pessoas que se dedicam a essa prática espiritual e colhem os frutos de um diálogo contínuo com o Senhor.

“Inicio meu testemunho com o texto bí-blico: ‘A vós foi dado conhecer o mistério do Reino de Deus’ (Mc 4, 11a). Esse texto que foi tirado da parábola do semeador é um dos textos que me “inspiram” a amar a Sagrada Escritura e a praticar a Lectio Divi-na, pois ela é um mergulhar nos mistérios celestiais. Nesse texto é mostrado por Je-sus que há várias maneiras de acolhermos

ROTEIRO PARA LEITURA ORANTE1. LEITURA: O que diz o texto em si?

• Criar silêncio interior, predispondo-se a escutar.• Leitura lenta e atenta do texto.• Momento e silêncio, lembrando o que leu.• Considerar bem o sentido de cada frase.• Repetir alguma frase ou palavra que mais o tocou.• Tentar descobrir as divisões e a articulação do pensamento dentro do texto.• Estar atento a detalhes do texto.

2. MEDITAÇÃO: O que o texto diz para mim?• Ler de novo o texto.• Atualizar, assimilar e encarnar a Palavra, ligando-a com a vida.• Três ou quatro perguntas para orientar a reflexão.• Tentar alargar a visão, ligando o texto com outros textos bíblicos.

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Por Filipe Zanetti, seminarista – Teologia

a ‘semente’, símbolo de sua Palavra, e que aqueles que a escutam e a acolhem tam-bém conseguem praticar seus ensinamen-tos. Um dos pontos que destaco na minha experiência com a Lectio Divina é que an-tes de fazer a leitura da Sagrada Escritura, preciso fazer a leitura de forma espiritual porque ela me leva a Deus, e, também, tenho a certeza de que quem me fala é o Cristo Vivo, o Verbo Encarnado. A Leitura Orante é um impulso que me auxilia a va-lorizar a oração, me ajuda a me aprofundar na fé e me leva a desejar a vida de Cristo. O Salmo 119, 9 diz: ‘Como o jovem conserva-rá puro o seu caminho? Observando a tua palavra’. E, para mim, observar é preservar na memória a verdade do Evangelho e não somente os sentimentos que ele provoca. É

contemplar a luz que ilumina nosso interior, que, às vezes, se encontra obscuro, para respondermos com nossa vida a voz de Cristo.” Aline dos Santos, Comunidade de Vida Mariana Resgate – Alfenas.

“A Lectio Divina sempre me favore-ceu ao encontro pessoal com Deus. Aos poucos, ela foi se tornando uma prática frequente em minha vida, me levando ao testemunho da Palavra. Ela melhorou mi-nhas relações com o próximo e com Deus, que vem ao nosso encontro para dialogar conosco e para escutar-nos. O Evangelho é uma palavra que transforma, que gera compromisso com o outro, que faz com que eu proclame e promova o Reino de Deus em meio aos irmãos.

Quando estou em oração fazendo mi-nha Lectio Divina, eu tenho o costu-

me de ‘viajar’ no tex-

to, me vejo lá, ao lado de Jesus, ouvindo seus ensinamentos, presenciando seus milagres. Porém, tenho a consciência de que se a oração não se refletir em ações concretas, tanto no meio da comunidade, como na vida familiar, será uma oração vã. A fé sem obras é morta, e a oração perde seu valor (cf. Tg 2, 14-26). É importante que a semente da Palavra lançada em nós pro-duza sempre os seus frutos.” Adriano Do-nizete Teixeira, paróquia São João Batista - Itamogi.

“Minha experiência com a Lectio Divina aconteceu no Círculo Jovem, onde temos a oportunidade de estudar a Bíblia, buscar o entendimento do que a Palavra de Deus fala e, sobretudo, o que ela tem a nos dizer hoje. Na Leitura Orante que fazemos em grupo, a Palavra é lida e discutida, cada jovem pode compartilhar aquilo que mais chamou sua atenção, algo com que se identificou e, assim, vamos nos familiari-zando com aquilo que Deus nos fala.

Para nós, jovens, é um momento muito importante e necessário, onde aprende-

mos que nunca estamos sozinhos, que Deus sempre ilumina nossos cami-

nhos e nos mostra que, para sermos um com Ele, temos que, cada vez

mais, buscar ter o dom da fé, da esperança e da caridade.” Ana

Luiza Vianna Corsi, paróquia São Judas Tadeu – Poços

de Caldas.“A Leitura Orante é,

para nós, uma forma de oração na qual

fazemos uso da reflexão, é a

hora de entrar-

mos em profunda harmonia com Deus. Em nossa experiência como catequistas, sem-pre falamos às crianças que a Lectio Divina é a base de nossa espiritualidade porque é através dela que conseguiremos atingir nosso conhecimento da vida cristã.

Ajudamos as crianças a entenderem que é preciso penetrar o sentido de cada palavra, cada frase para realmente com-preender o que estamos lendo. Temos a preocupação de fazer os encontros de uma forma que a leitura seja simplificada, agra-dável e completa, pois ainda são crianças, mas nos esforçamos para despertar nelas a curiosidade, para que cresça, cada vez mais, o prazer em praticar a Leitura Orante por toda a vida!” Selma Lima e Israel Rodri-gues, casal de catequistas. Paróquia Santa Rita – Nova Resende.

“Nas minhas diversas experiências de Lectio Divina, uma me chama muita aten-ção. É a leitura da Palavra que acontece nas pequenas comunidades, como o Gru-po de Reflexão. O grande diferencial é a dinâmica das famílias que se visitam, en-tram na intimidade uma das outras e parti-lham o que têm. Tal como Deus que visita seu povo (cf. Lc 1, 68). Nesse encontro, acontecem trocas de experiência e saber. As famílias vão rezando, refletindo a Pala-vra de Deus, criando laços de amizade e fortalecendo a fé. E, assim, a comunidade fica mais unida, melhora a autoestima dos participantes, vai crescendo o sentimento de Missão. Nas pessoas motivadas pelo Evangelho são despertados o desejo pelo diálogo, o serviço, o anúncio e o testemu-nho da Palavra. Então aparecem os frutos da Lectio Divina.” Ivoneti Silva Lopes, pa-róquia Santa Bárbara – Guaranésia.

3. ORAÇÃO: O que o texto me faz dizer a Deus?• Ler de novo o texto.• Assumir um compromisso.• Formular preces para suplicar, louvar e agradecer a Deus.

4. CONTEMPLAÇÃO: Olhar a vida com os olhos de Deus.• Qual o novo olhar que sobrou em mim, depois da Leitura Orante do texto?• Como tudo isto me pode ajudar a viver melhor o meu compromisso de vida?• Que desafios descobri para me aperfeiçoar como discípulo de Jesus?

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 7

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bíblia

patrimônio

O MISSIONÁRIO QUE SE EVANGELIZA

POR AMOR DE CRISTO, PAULO TUDO SUPORTOU

Apesar de ter dito que, após sua con-versão, sem consultar ninguém, foi imediatamente evangelizar na Arábia

(Gl 1,16-17), o Apóstolo Paulo está sempre aprendendo, sempre se evangelizando.

Em TessalônicaPrimeira aos Tessalonicenses é o primeiro

escrito do Novo Testamento. As comunidades cristãs iniciadas por Paulo na capital da Ma-cedônia eram constituídas de trabalhadores braçais, a ralé social no mundo grego. Na car-ta que lhes escreveu ele só fala em termos como labuta, trabalho, obra, produção, can-saço, resistência etc.

Paulo teve de sair de Tessalônica às pres-sas, sem poder terminar a evangelização daquela cidade (1Ts 3,10). Pediu a seu com-panheiro Timóteo que voltasse lá a ver como andavam as coisas. Ao reencontrar Timóteo, as notícias da fé dos tessalonicenses foram, para Paulo, uma nova evangelização.

Falando do seu comportamento ali (1Ts 2,5-12), disse que, primeiro, ele se fez crian-ça (népioi, leitura adotada pela Nova Vulgata, tradução latina oficial da Igreja Católica). A criança está aprendendo e curiosa por apren-der mais, é simples, obediente, fiel etc. É a primeira coisa.

Depois ele teve um comportamento de mãe ou ama de leite, que com o leite dá o próprio sangue para o filho. Por fim, pôde fa-lar com autoridade de pai.

Em Filipos

O que é o homem, quão grande é a dig-nidade da nossa natureza e de quan-ta virtude é capaz a criatura humana,

Paulo o demonstrou mais do que qualquer outro. Cada dia ele subia mais alto e se torna-va mais ardente, cada dia lutava com energia sempre nova contra os perigos que o ameaça-vam. É o que depreendemos de suas próprias palavras: Esquecendo o que fica para trás, eu me lanço para o que está na frente (cf. Fl 3,13). Percebendo a morte iminente, convidava os outros a comungarem da sua alegria, dizendo: Alegrai-vos e congratulai-vos comigo (Fl 2,18). Diante dos perigos, injúrias e opróbrios, igual-mente se alegra e escreve aos coríntios: Eu me comprazo nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições (2Cor 12,10); porque sendo estas, conforme declarava, as armas da justiça, mostrava que delas lhe vinha um grande proveito.

Por padre José Luiz Gonzaga do Prado, biblista e professor na Faculdade Católica de Pouso Alegre

Por São João Crisóstomo (séc. IV)

Paulo está preso no Pretório, sede da administração roma-na em Éfeso. Alguns “irmãos” anunciam Jesus de maneira a insultar Paulo prisio-neiro, “que falou o que não devia”. Mas sua carta aos Fili-penses é a que mais fala em alegria. Ele, porém, combatendo os judaizantes, não se diz plenamente iniciado no cristia-nismo, “perfeito”, diz que apenas está correndo para ver se alcança Jesus Cris-to, por quem foi alcançado (Fl 3,12).

Em CorintoA correspondência de Paulo com as co-

munidades de Corinto foi a mais intensa. En-tre os cristãos de Corinto havia um pequeno grupo de gente rica, instruída, filosofante, muito espiritual e da alta sociedade. Paulo os chama de “os fortes” por causa da influência grande que tinham nas comunidades.

Os “fortes” lhe escreveram uma carta (1Cor 7,1) pedindo esclarecimentos sobre algu-mas questões. De outros problemas – e havia de tudo – Paulo fica sabendo dos próprios portadores da carta. Responde com a Primei-

ra aos Coríntios.Fala muito na

riqueza material, in-telectual e espiritual. Mas entrou o espí-rito de competição. Apolo é filósofo e um grande orador, Pedro ou Cefas foi companheiro de Je-sus, Paulo nem uma coisa nem outra. Paulo insiste com Apolo que volte a Corinto, onde tem muitos admiradores e concorda que não é grande orador, é tímido para falar em público.

Ele percebe, então, que o núcleo da pre-gação: Um crucificado é a salvação que Deus enviou ao mundo, é uma grandíssima bes-teira para os ricos e importantes filósofos de Corinto e é um absurdo para os judeus fiéis à Bíblia, onde (Dt 21,22-23) um crucificado é um amaldiçoado por Deus. Assim, quem prega o Messias Jesus não pode mesmo fazer bonito, dar espetáculo, dar show. O mensageiro deve ser coerente com a mensagem.

Na GaláciaA situação na Galácia foi a mais grave

das enfrentadas por Paulo. Havia formado comunidades de cristãos gentios, sem com-

promisso com a cultura judaica, sem fazer novos judeus pelas obras ou práticas da Lei e a circuncisão, em vez de novos cristãos pela fé e o batismo. Vão lá os cristãos judaizantes convencer os novos cristãos a se judaizar, familiarizar-se com as práticas ou obras da Lei, os costumes religiosos do judaísmo, e receber a circuncisão, tornarem-se judeus de pleno direito.

A carta de Paulo é violenta, pois seus que-ridos gálatas estavam se deixando levar por esses “falsos irmãos”. Quando diz, porém, que ao aceitar a influência desses judaizan-tes estão aceitando a escravidão, ele diz que aprendeu deles a liberdade: “Tornem-se iguais a mim que me fiz igual a vocês” (Gl 3,12). O antigo fariseu Paulo aprendeu dos gálatas um pouco mais da liberdade que nos dá o Evangelho.

RomanosPaulo conhecia as comunidades cristãs

de Roma apenas de ouvir falar, mas tinha grande apreço por elas. Sua mais longa carta é dirigida a essas comunidades, agora forma-das por uma maioria de cristãos gentios ou não judeus, já que os judeus foram expulsos da Cidade e só há pouco haviam sido autori-zados a voltar.

Escrevendo, porém, aos cristãos gentios de Roma (Rm 1,11-14), Paulo se diz desejoso de trocar experiência sobre a fé em Jesus e aprender muita coisa dos cristãos gentios de Roma, como, aliás, tem aprendido de todos os gentios ou nações.

Realmente, no meio das in-sídias dos inimigos, conquistava contínuas vitórias triunfando de todos os seus assaltos. E em toda parte, flagelado, coberto de injúrias e maldições, como se desfilasse num cortejo triun-fal, erguendo numerosos tro-féus, gloriava-se e dava graças a Deus, dizendo: Graças sejam dadas a Deus que nos fez sem-pre triunfar (2Cor 2,14). Por isso, corria ao encontro das humilha-ções e das ofensas que suporta-va por causa da pregação, com mais entusiasmo do que nós quando nos apressamos para alcançar o prazer das honrarias; aspirava mais pela morte do que nós pela vida; ansiava mais

pela pobreza do que nós pelas riquezas; e desejava muito mais o trabalho sem descanso do que nós o descanso depois do trabalho. Uma só coisa o ame-drontava e fazia temer: ofender a Deus. E uma única coisa dese-java: agradar a Deus.

Só se alegrava no amor de Cristo, que era para ele o maior de todos os bens; com isto julgava-se o mais feliz dos homens; sem isto, de nada lhe valia ser amigo dos senhores e poderosos. Com este amor pre-feria ser o último de todos, isto é, ser contado entre os répro-bos, do que encontrar-se no meio de homens famosos pela consideração e pela honra, mas

privados do amor de Cristo.Para ele, o maior e único tormento consis-

tia em separar-se de semelhante amor; esta era a sua geena, o seu único castigo, o infinito e intolerável suplício.

Em compensação, gozar do amor de Cristo era para ele a vida, o mundo, o anjo, o presente, o futuro, o reino, a promessa, enfim, todos os bens. Afora isto, nada tinha por tris-te ou alegre. De tudo o que existe no mundo, nada lhe era agradável ou desagradável.

Não se importava com as coisas que ad-miramos, como se costuma desprezar a erva apodrecida. Para ele, tanto os tiranos como as multidões enfurecidas eram como mosquitos. Considerava como brinquedo de crianças os mil suplícios, os tormentos e a própria morte, desde que pudesse sofrer alguma coisa por Cristo.

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liturgiaREUNIR, OUVIR E ANUNCIAR

Como bom judeu que era, Jesus foi um homem de oração e sempre bus-cava estar em comunhão com Deus

e com os irmãos. O evangelista Lucas rela-ta em seus escritos uma cena importantís-sima que nos ajuda a valorizar a liturgia da Palavra, o ingresso de Jesus numa sinago-ga em dia de sábado (cf Lc 4,14-21). Jesus, que é a Palavra feita carne (cf. Jo 1,ss), se une aos demais para escutar. Adentrar, no sentido de ir para estar com os outros, um lugar de culto sagrado não é somente uma experiência empírica de conhecimento tu-rístico ou mera curiosidade. Adentrar uma Sinagoga, no caso de Jesus, ou uma igreja, em nosso caso, deve ser atitude de quem deseja assumir um compromisso, uma op-ção livre de ser membro do corpo histórico, presente e passado daquela comunidade.

Dentro da história da salvação, encon-tram-se inúmeros relatos da congregação dos povos em torno da voz de alguém que servia como instrumento de Deus, por exemplo, os profetas. Expressiva reunião de pessoas é a assembleia de Esdras nar-rada em Neemias 8,1-12. O povo de Deus, após o retorno do exílio da Babilônia, foi convocado pelo governador Neemias para a escuta do livro da lei: “Todo o povo se reuniu como um só homem na praça de-fronte das Águas e pediu ao escriba Esdras que trouxesse o livro da Lei de Moisés, que

Por Guilherme Ribeiro, professor de Filosofia e bacharel em Teologia

o Senhor havia prescrito a Israel. O sacer-dote Esdras apresentou a Lei diante da as-sembleia dos homens, das mulheres e de quantos eram capazes de entender” (Ne 8,1-2). Essa reunião, em torno da Palavra de Deus, teve como princípio fundante organi-zar o povo de Deus.

O início da Carta aos Hebreus começa exortando o leitor a perceber que Deus sempre falou com seu povo por modos di-versos, mas que nos últimos tempos, falou por meio de seu Filho, a comunicação mais perfeita entre Deus e sua gente.Jesus é a comunicação da vontade de Deus. Ele é a Palavra que se fez carne (cf. Jo 1,ss).

É a promessa de toda escritura que, por séculos, afirmava a vinda do Messias para salvar e libertar a todos. Jesus é a Palavra que se auto proclama numa liturgia sinago-gal (cf. Lc 4,16-21). E o que seria, então, o significado da liturgia da palavra senão a boca pela qual Deus fala a seu povo, por meio de seus ministros, servos da Palavra?

Os movimentos litúrgico e bíblico, que precederam o Concílio Vaticano II, muito colaboraram para que a renovação litúrgi-ca e a compreensão da Palavra de Deus fossem concretizadas. Aos poucos foi pos-sível compreender mais e melhor as Escri-turas, quer seja no encontro cotidiano ou no encontro dominical. A liturgia da Palavra é fonte riquíssima de encontro com a Pala-

vra de Deus de ontem e de hoje, pois Deus continua ainda falando por meio de seus ministros.

Já no início da missa, na procissão de entrada, o diácono, ou, na falta dele, outra pessoa, conduz o Evangeliário (livro que contém os Evangelhos), de forma elevada, significando a Palavra de Deus que atraves-sa seu povo no transcurso da história. Esta mesma Palavra que passa no meio do povo o orienta e o conduz rumo à terra prometi-da. Depositado no altar, vemos que aquela Palavra, aquele Verbo se fez carne, e uma vez mais será distribuído aos presentes como dádiva do céu. “Eu sou o pão vivo que dá a vida” (cf. Jo 6).

Com estrutura mistagógica e pedagógi-ca, a liturgia da Palavra, com o proferir das leituras, os cantos salmódico e aclamativo, colabora para a elevação da alma a Deus e ao comprometimento com a fé. É mista-gógica porque envolve o fiel numa esfera que não tem limites de tempo e espaço. A Palavra dirigida aos antepassados con-tinua ainda viva e eficaz (Hb 4,12), capaz de romper os séculos e ser sempre atual. É pedagógica porque, em seu dinamismo litúrgico, faz uma caminhada com o fiel, perpassando pelos pontos altos da salva-ção. Ensina, exorta e corrige aquele que se deixa inebriar por ela.

Antigo e Novo Testamentos dão-se as

mãos e humildemente servem o mistério de Deus, ensinando-nos que Deus não fala somente nas Escrituras, mas que, por meio daquele que prega e anuncia, continua a falar. Segundo Padre Antônio Vieira, céle-bre pregador, o sermão (homilia) é um sa-cramental, ou seja, possui função sagrada. Função de exortar a comunidade no reto ensinamento, de consolar os corações aba-tidos, corrigir os desvios e fazer com que Deus chegue até os confins da terra (cf. Mt 16,15).

Todo aquele que crê e deseja manifes-tar sua fé deve estar inserido numa comu-nidade. Congregando-se uns com os outros na comunidade eclesial para compreender a vontade de Deus e buscar vivê-la no dia a dia. Ouvir atento é atitude de quem é sábio e inteligente. Não fechemos nossos ouvi-dos ao que o Senhor, nosso Deus, deseja nos falar e tenhamos coragem de anunciar.

Referências:BOSELLI, G. O sentido espiritual da

liturgia. Edições CNBB. Brasília, 2014.CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA, Sacros-

santo Concílio. Paulus. São Paulo, 2015.CNPL. A arte de celebrar. Edições

CNBB. Brasília, 2015. GRILLO, Andrea. Ritos que educam.

Edições CNBB. Brasília, 2017.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 9

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politicaMENSAGEM DOS BISPOS DA PROVÍNCIA ECLESIÁSTICA DE POUSO ALEGRE (CAMPANHA, GUAXUPÉ E POUSO ALEGRE) A TODOS OS CRISTÃOS E CRISTÃS CATÓLICOS E ÀS MULHERES E HOMENS DE BOA VONTADE POR OCASIÃO DAS ELEIÇÕES DE 2018

Graça e paz!

Nós, bispos da Província Eclesiástica de Pouso Alegre, formada pelas dioceses da Campanha, Guaxupé e Pouso Ale-

gre, nos dirigimos a todas as pessoas, cristãs católicas e aos homens e mulheres de boa vontade, para apresentar, como pastores à serviço do Povo de Deus, nossas reflexões sobre o momento em que nos encontramos, em relação às eleições que se realizarão nes-te ano de 2018. Trata-se de um grande desa-fio a toda a sociedade que, esperamos, a par-tir das Sagradas Escrituras e do Ensino Social da Igreja, colaborar para que seja enfrentado à luz da fé.

Primeiro, esclarecemos que a Igreja, en-quanto instituição, não assume opções par-tidárias, mas empenha-se na luta geral pela justiça, ajudando a iluminar a razão e a formar a consciência das pessoas. Buscamos, assim, compreender as várias dimensões da vida hu-mana, pessoal, comunitária e social, em suas “alegrias e esperanças, tristezas e angústias”, para contribuir na promoção da “vida plena para todos”, pois entendemos que esta é tare-fa integrante do ser cristão. A missão da Igreja é Evangelizar e quando ela fala de política é porque reconhece que o Evangelho tem im-plicações sociais, ou seja, a Palavra de Deus deve fazer eco na vida de todas as pessoas, em todas as dimensões, inclusive na dimen-são política.

1. A esperança vence a desilusãoNão apenas no Brasil, mas em todo o

mundo, há um processo de desvalorização e deslegitimação dos governos, mesmo os constituídos na legitimidade democrática, tendo como consequência a sensação de que a atividade política não leva a lugar algum e nem adianta votar. Entendemos que muito da desilusão com a política vem do modelo de democracia representativa (o poder exercido pelos que são eleitos e deveriam representar os seus eleitores) que está em crise, não mais respondendo aos novos sujeitos históricos (pessoas, grupos, organizações) que exigem uma mais ampla participação na construção e ação do Estado.

O que se percebe, ao analisar o papel dos políticos, é que muitos deles, sendo eleitos pelo povo, não o representam, mas atuam no sentido de defender os interesses do poder econômico (grandes empresas, corporações, bancos etc.). Esses interesses são defendidos

com a proposta do neoliberalismo, corrente de pensamento econômico que prega um Es-tado mínimo, que oferece muito pouco à gran-de parte de sua população, esperando que isso fortaleça as grandes empresas, principal-mente, de prestação de serviços como educa-ção, saúde, segurança, cultura etc. Essa união entre políticos e grandes grupos econômicos também contribui para a corrupção reinante nos vários âmbitos da sociedade. Alertamos que é ética e cristãmente inaceitável quando a busca do lucro é feita pela desigualdade, bus-cando apenas a vantagem para um pequeno grupo de pessoas ou instituições, criando no-táveis ganhos para si a custo do sofrimento de outros; “isso é lucrar desfrutando da própria posição dominante com injusta desvantagem do outro ou enriquecer-se gerando dano ou perturbando o bem-estar coletivo”.

O imperativo da vida plena para todos nos obriga a pensar uma resposta eficaz para essa crise que ameaça, principalmente, os mais fra-cos e desprotegidos. Os cristãos e cristãs não devem se deixar levar pelo desânimo, mas descobrir, atrás das aparências, as possibilida-des reais de mudança na condução política do País e do mundo. Por isso, queremos destacar a esperança, revalorizando a política, mesmo e principalmente num momento em que o Bra-sil vive sérias crises. Devemos professar que a fraternidade é o maior valor do bem comum.

É por meio da política que cuidamos da vida de uma cidade, de um povo, da huma-nidade e da criação inteira. Mas, destacamos aqui o serviço aos pequenos, aos pobres,

aos preferidos de Deus. Assim, atenta ao seu exercício, a Igreja é impelida a ser “advogada da justiça e defensora dos pobres diante das intoleráveis desigualdades sociais e econômi-cas, que clamam ao céu”.

2. Ser sal e luz também na políticaA Igreja deseja a mobilização de todos,

independentemente de partidos políticos, em vista de uma convivência pacífica, fraterna e solidária. Falamos especialmente aos leigos e leigas cristãs que, a partir de sua vocação específica, vivem o seguimento de Jesus tam-bém nas variadas formas de participação na sociedade civil, colaborando assim na cons-trução de uma sociedade, que seja sinal do Reino de Deus inaugurado por Jesus de Na-zaré. Diante da fé, o cristão e a cristã devem ser sal da terra e luz do mundo e, diante do sentimento difundido de que discutir políti-ca é perda de tempo, é preciso considerar a importância desse debate, quando feito com respeito e profundidade, para a construção de um espaço democrático.

2.1.Aos candidatos e candidatas Aos cristãos e cristãs que se propõem a

caminhar na difícil, mas importante, missão no mundo da política, como candidatos(as) ou como seus assessores(as), lembramos que Je-sus Cristo ensinou a seus discípulos que a ati-tude básica do cristão revestido de poder é a atitude de serviço, não de dominação nem de busca do proveito pessoal. Por isso, o cristão leigo e leiga deve sempre buscar a coerência

entre ser membro da Igreja e ser cidadão, consciente da necessidade de encontrar me-diações concretas políticas para a prática do mandamento do amor, de forma especial, em favor dos marginalizados, visando à transfor-mação das estruturas sociais injustas. Recor-damos também as palavras do Papa Francisco que descreve algumas características que de-vem ter os dirigentes políticos:

a) que vivam com paixão o seu serviço aos povos, que vibrem com as fibras íntimas do seu etos e da sua cultura, solidários com os seus sofrimentos e esperanças, b) que anteponham o bem comum aos seus interesses privados, c) que não se deixem intimidar pelos gran-des poderes financeiros e mediáticos, d) que sejam competentes e pacientes face a problemas complexos, e) que sejam abertos a ouvir e a aprender no diálogo democrático, f) que conjuguem a busca da justiça com a misericórdia e a reconciliação,g) capazes de mobilizar vastos setores po-pulares seguindo grandes objetivos nacio-nais e continentais. Cabe-nos destacar aqui a necessidade de

se pensar a democracia de forma mais parti-cipativa, ampliando os canais de participação popular nas decisões políticas, como o orça-mento participativo, os conselhos de direito e de políticas públicas, as conferências e os plebiscitos, muitos deles já previstos na Cons-tituição Federal de 1988.

2.2 Aos eleitores e eleitoras

Aos cristãos leigos e leigas e aos homens e mulheres de boa vontade que votarão nes-tas eleições, orientamos a, primeiro, lembrar sempre que “voto não tem preço, tem conse-quências”, começando por analisar as nossas próprias práticas políticas. Não troquemos nosso voto por coisas ou promessas pessoais. Também é preciso conhecer os candidatos e suas propostas, o quanto defendem a digni-dade da vida, em todas as suas fases.

Chamamos a atenção para que tenham cuidado com os candidatos:

a) que improvisam políticas, incapazes de apresentar metas claras de governo, polí-ticas consistentes, planejadas e definidas por etapas e orçamentos;b) oportunistas, sem compromissos com partidos, que têm como prática a compra de votos, e prometem favores; c) sustentados por campanhas financeiras

“Tomar a sério a política, nos seus diversos níveis, [...], é afirmar o dever do homem, de todos os homens de reconhecerem a realidade concreta e o valor da liberdade de escolha que lhes é proporcionada, para procurarem

realizar juntos o bem da cidade, da nação e da humanidade. A política é uma maneira exigente [...] de viver o compromisso cristão, ao serviço dos outros”. (Beato Paulo VI, Octogesima Adveniens, n. 46)

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doutrina social

MENSAGEM DOS BISPOS DA PROVÍNCIA ECLESIÁSTICA DE POUSO ALEGRE (CAMPANHA, GUAXUPÉ E POUSO ALEGRE) A TODOS OS CRISTÃOS E CRISTÃS CATÓLICOS E ÀS MULHERES E HOMENS DE BOA VONTADE POR OCASIÃO DAS ELEIÇÕES DE 2018

A pessoa humana é fundamento e fim da convivência política. Dota-da de racionalidade, é responsá-

vel pelas próprias escolhas e capaz de perseguir projetos que dão sentido à sua vida, tanto no plano individual como no plano social. A abertura para a Transcen-dência e para os outros é o traço que a caracteriza e distingue: somente em re-lação com a Transcendência e com os outros a pessoa humana alcança a plena e completa realização de si. Isto significa que para o homem, criatura naturalmen-te social e política, «a vida social ... não é qualquer coisa de acidental», mas uma dimensão essencial e incancelável.

A comunidade política procede, por-tanto, da natureza das pessoas, cuja consciência «manifesta e obriga peremp-toriamente a observar» a ordem esculpi-da por Deus em todas as Suas criaturas:

caras, que facilitam a compra de votos, pois eles vão tentar recuperar, de alguma forma, o investimento que fizeram.Consideremos também os partidos dos

candidatos. Cada partido tem um programa, que é formado por uma série de princípios que segue e que seus filiados devem também seguir ao votarem, por exemplo, em projetos como a Reforma da Previdência, as leis traba-lhistas, o Estatuto do Desarmamento, as leis ambientais, etc. Vejamos se esses partidos defendem os interesses do povo e o bem vi-ver de toda a criação, ou se defendem os in-teresses das grandes empresas, da indústria do armamento, ou dos que prejudicam o meio ambiente em favor de seus lucros, colocando em risco a vida das pessoas, principalmente, dos pobres.

Quando falamos da defesa da vida, que-remos salientar que é de toda a vida e da vida de todos, em todas as fases; uma vida que seja digna desde sua concepção à sua morte natural, passando pela infância, juventude e maturidade. A vida humana, como nos lembra o Papa Francisco, é sempre sagrada: “sagrada é a vida dos pobres que já nasceram e se de-batem na miséria, no abandono, na exclusão, no tráfico de pessoas, na eutanásia encoberta de doentes e idosos privados de cuidados,

nas novas formas de escravatura, e em todas as formas de descarte”.

Os políticos e seus partidos devem ter clareza ao explicitar o que chamam de de-fesa da vida e nós também, ao observarmos seus discursos e suas promessas. Devemos buscar colocar nossas escolhas naqueles e naquelas que atuam em favor da vida plena para todos e todas, principalmente, buscando superar as situações de desigualdade social, as condições precárias de saneamento, a falta de trabalho e renda, a falta de moradia, a baixa qualidade na educação e no acesso ao ensino em todos os níveis, a precariedade na saúde pública etc. Repetimos com o papa: “nenhuma família sem teto, nenhum campo-nês sem terra, nenhum trabalhador sem direi-tos, nenhum povo sem soberania, nenhuma pessoa sem dignidade, nenhuma criança sem infância, nenhum jovem sem possibilidades, nenhum idoso sem uma veneranda velhice”.

3. Em defesa da democracia e do respeito mútuo

As desilusões diante da política, das quais falamos aqui no início desta mensagem, tam-bém levam, além da indiferença e do descaso, a uma outra postura que, da mesma forma, é negativa e perigosa: a do entendimento de

que, pela força das armas e pelo autoritarismo se pode “consertar as coisas”. Por mais difícil que seja construir a democracia, ela deve ser a grande ferramenta da política e da socie-dade como um todo. O respeito aos direitos humanos e à legislação que construa o bem comum, a justiça e a paz deve prevalecer, por mais que os tempos pareçam difíceis. É preci-so corrigir rotas, arrumar caminhos, melhorar as instituições democráticas para que sejam mais democráticas. E isso se faz com a cons-trução de uma cultura do respeito, do diálogo e da busca do bem comum, da ética e da ci-dadania.

Cuidemos de nossos discursos. É bom debater a política, procurar entender as pro-postas dos candidatos e candidatas, mas tenhamos cuidado com as informações que chegam até nós e que, muitas vezes, repro-duzimos para outras pessoas e grupos, sem o cuidado de verificar se são verdadeiras. As mídias sociais digitais têm possibilitado muita coisa boa, mas também podem ser canais de violência, desrespeito e de mentiras. Essas coisas são obra do diabo, aquele que divide, o pai da mentira. Sejamos luz também nesses espaços, testemunhando nossa filiação divi-na, Daquele que nos fez livres por seu amor.

Cuidemos também de tratar a todas as

pessoas com respeito e dignidade, mesmo não concordando com suas opiniões. Todos temos o direito de expor nossas ideias, mas também o dever de respeitar o mesmo direito das outras pessoas. Precisamos acabar com essa cultura que se instalou entre nós, de bri-gas e ofensas por causa da política. Aprenda-mos, com Jesus, a ser mansos e humildes de coração, a viver a cultura do encontro, como propõe o Papa Francisco, e a valorizar a ver-dade, a justiça e a paz.

Por fim, conclamamos a todas e todos que vivamos a missão do povo de Deus de assumir o compromisso sociopolítico transformador que nasce do amor apaixonado por Cristo e que leva à construção de uma sociedade fun-damentada na justiça e na paz.

Que Maria, mulher, mãe e discípula, nos ajude a proclamar a grandeza do Senhor, que eleva os humildes e sacia os famintos.

Dom José Luiz Majella Delgado C.Ss.RArcebispo Metropolitano de Pouso Alegre

Dom Pedro Cunha CruzBispo da Diocese da Campanha

Dom José Lanza Neto

Bispo da Diocese de Guaxupé.

«uma ordem moral e religiosa, que, mais do que todos e quaisquer valores mate-riais, influi na direção e nas soluções que deve dar aos problemas da vida individu-al e comunitária, dentro das comunidades nacionais e nas relações entre estas». Tal ordem deve ser gradualmente desco-berta e desenvolvida pela humanidade. A comunidade política, realidade cona-tural aos homens, existe para obter um fim comum, inatingível de outra forma: o crescimento em plenitude de cada um de seus membros, chamados a colaborar de modo estável para a realização do bem comum, sob o impulso da sua tensão na-tural para a verdade e para o bem.

A comunidade política tem na referên-cia ao povo a sua autêntica dimensão: ela «é, e deve ser na realidade, a unidade or-gânica e organizadora de um verdadeiro povo». O povo não é uma multidão amor-

fa, uma massa inerte a ser manipulada e instrumentalizada, mas sim um conjunto de pessoas, cada uma das quais ―  «do próprio lugar e a seu modo» ― tem a pos-sibilidade de formar a própria opinião a respeito da coisa pública e a liberdade de exprimir a própria sensibilidade polí-tica e de fazê-la valer em maneira con-soante com o bem comum. O povo «vive da plenitude da vida dos homens que o compõem, cada um dos quais .... é uma pessoa consciente das próprias respon-sabilidades e das próprias convicções». Os que pertencem a uma comunidade po-lítica, mesmo sendo organicamente  uni-dos entre si, conservam, não obstante, uma insuprimível autonomia no âmbito da existência pessoal e dos fins a perseguir.

O que, em primeiro lugar, caracteriza um povo é a partilha de vida e de valo-res, que é fonte de comunhão no âmbito

espiritual e moral: «É que acima de tudo, ... há de considerar-se a convivência hu-mana como realidade eminentemente espiritual: como intercomunicação de conhecimentos à luz da verdade, exercí-cio de direitos e cumprimento de deve-res, incentivo e apelo aos bens morais, gozo comum do belo em todas as suas legítimas expressões, permanente dis-posição de fundir em tesouro comum o que de melhor cada qual possua, anelo de assimilação pessoal de valores espi-rituais. Valores esses, nos quais se vivi-fica e orienta tudo o que diz respeito à cultura, ao desenvolvimento econômico, às instituições sociais, aos movimentos e regimes políticos, à ordem jurídica e aos demais elementos, através dos quais se articula e se exprime a convivência huma-na em incessante evolução».

O FUNDAMENTO E O FIM DA COMUNIDADE POLÍTICA

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 11

Page 12: UM DIA, EU VOU EM MISSÃO - guaxupe.org.brguaxupe.org.br/wp-content/uploads/2018/09/jornal_comunhao_setembro... · sou abastado. Palavras que me aceitam como sou — eu não aceito.

comunicaçõesaniversários setembro

agenda pastoral

Natalício1 Padre Donizete de Brito5 Padre José Ronaldo Rocha

1 Reunião da Coordenação Diocesana da RCC – Petúnia2 Encontro setorial de coordenadores Paroquiais em comemoração ao dia do catequista6 Reunião do Conselho de Presbíteros em Guaxupé7 Independência do Brasil8 Natividade de Nossa Senhora Reunião do Conselho Diocesano do ECC – Monte Belo10 Reunião dos Presbíteros dos setores Alfenas e Areado – Paróquia Nossa Senhora do Carmo – Carmo do Rio Claro11 Reunião dos Presbíteros do setor Passos – Paróquia Nossa Senhora de Fátima - Passos12 Reunião dos Presbíteros do setor Guaxupé – Petúnia14 Exaltação da Santa Cruz Falecimento do Oitavo Bispo Diocesano – Dom José Mauro Pereira Bastos CP15 Festa de Nossa Senhora das Dores, Padroeira da Diocese19 Reunião dos Presbíteros do Setor Poços de Caldas – Campestre Aniversário de Ordenação Episcopal do 9º Bispo Diocesano – Dom José Lanza (2004)20 Reunião dos Presbíteros dos setores Cássia e São Sebastião do Paraíso –

6 Monsenhor Hilário Pardini15 Padre Carlos Miranda

Paróquia São Sebastião – São Sebastião do Paraíso22 Encontro Diocesano com representações paroquiais dos MECE’s – Guaxupé Reunião da Coordenação Diocesana de CEBs – Guaxupé Reunião com os formadores das SMP – setores missionários22 - 23 Encontro Diocesano de Ministérios RCC (MP, MPC, MOCL, MMA, MPH) – Petúnia 23 Reunião da Pastoral da Juventude - Setor Passos27 Encontro Diocesano de Secretários (as) – Guaxupé28 -30 10º Encontro de Casais com Cristo 3º Etapa – Setor Passos29 Reunião do Setor Famílias - Guaxupé Reunião do Setor Juventude - Guaxupé Reunião do GED do Cursilho - Guaxupé Reunião da Coordenação Diocesana da Formação de Leigos - Guaxupé Reunião de Coordenadores Paroquiais de Catequese - Setores Guaxupé, Passos, São Sebastião do Paraíso, Cássia e Areado30 Encontro Diocesano das Equipes de Animação Vocacional Paroquiais – Cabo Verde Encontro Diocesano dos Grupos de Reflexão – Nova Resende Encontro de Coordenadores Paroquiais de Catequese – Setores Alfenas e Poços de Caldas

Ordenação 11 Padre Claiton Ramos13 Padre Glauco Siqueira dos Santos

19 Dom José Lanza Neto (episcopal)28 Padre Pedro Alcides de Souza

atos da cúria

memória

• Padre Pedro Miguel, OCist., nomeado Vi-gário Paroquial da Paróquia Nossa Senho-ra das Dores em Guaxupé, em 18 de julho de 2018.

• Padre Gilmar Antônio Pimenta tomou posse como administrador paroquial da Paróquia Nossa Senhora Aparecida em Bandeira do Sul, em 1º de agosto de 2018.

• Padre Jeremias Nicanor Alves Moreira to-

Há cinquenta anos, mais exatamente de 22 a 25 de agosto de 1968, o Papa

Paulo VI visitava a Colômbia, na-quela que foi sua sexta Viagem Apostólica internacional. Era a primeira vez que um Pontífice visitava o continente ameri-cano.

Em Bogotá participou do 39º Congresso Eu-carístico Internacional e abriu a 2ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, que teve continuidade em Medellín, até 6 de setembro.

A Conferência do Episcopado havia sido con-vocada pelo próprio Paulo VI para aplicar os ensi-namentos do Concílio Vaticano II às necessidades da Igreja presente na América Latina. Com o tema

mou posse como Administrador Paroquial da Paróquia São Sebastião e São Cristó-vão em Alfenas, em 2 de agosto de 2018.

• Padre Paulo do Carmo Pereira foi nome-ado vigário da Paróquia São Francisco de Paula em Monte Santo de Minas e da Paróquia Nossa Senhora dos Milagres em Milagres (distrito de Monte Santo de Mi-nas), em 2 de agosto de 2018.

HÁ 50 ANOS, A PRIMEIRA VISITA DE UM PONTÍFICE À AMÉRICA

“A Igreja na presente transformação da América Latina à luz do Concílio Vaticano II”, o encontro foi aberto na Catedral de Bogotá pelo próprio Papa Montini, por ocasião do Con-

gresso Eucarístico.Participaram desta Conferência 86 bis-

pos, 45 arcebispos, 6 cardeais, 70 sacerdotes e religiosos, 6 religiosas, 19 leigos e 9 obser-vadores não católicos, presididos por Antônio Cardeal Samoré, presidente da Pontifícia Co-missão para a América Latina, e por Dom Ave-lar Brandão Vilela, arcebispo de Teresina e presidente do CELAM. No total, participaram 137 bispos com direito a voto e 112 delegados e observadores.

12 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ