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'~valdo Pereira Franco (ManoelPhilomeno de Miranda) Espirito TRANSI<::Ao PLANETARIA (Em conformidade com a Resolu<;:ao nO 17, de 07 de maio de 2008, Acordo Ortogcafico da Lingua Portuguesa)
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Transicao planetaria

Dec 22, 2014

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Micheline Luz

 
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Page 1: Transicao planetaria

'~valdo Pereira Franco(ManoelPhilomeno de Miranda)

Espirito

TRANSI<::AoPLANETARIA

(Em conformidade com a Resolu<;:ao nO 17, de 07 de maio de 2008,Acordo Ortogcafico da Lingua Portuguesa)

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Cap. Pdg.9 Transifdo planetdria

1 17 Novos rumos

2 25 o visitante especial

3 31 A mensagem- revelas;ao

4 41 Roteiros terrestres

5 49 Novas experiencias

6 59 o servis;o de iluminas;ao

7 67 o amor como fors;a divina

8 75 Socorros inesperados

9 83 Desafios existenciais

10 91 Lis;oes de aha magnitude

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Cap. Pdg.11 99 Aprendizagem constante

12 109 A vida responde conformeprogramada

13 119 Conquistando 0 tempo malbaratado

14 135 Diretrizes para 0 futuro

15 145 Experiencias iluminativas

16 157 Programa<;:6es reencarnacionistas

17 173 Ampliando 0 campo de trabalho

18 185 Reflex6es e diilogos profundos

19 199 Prepara<;:aopara 0 armagedomespiritual

20 209 o enfrentamento com a Treva

21 223 As batalhas dificeis

22 235 Preparativos para a conclusao dolabor

246 Biografia do Espirito Ivon Costa

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"Para que na Terra srgamfelizes os homens) preciso eque somente apovoem Espiritos bons) encarnados e desencar-nados) que somente ao bem se dediquem. Havendo chegadoo tempo) grande emigrafao se verifica dos que a habit am: ados que praticam 0 mal pelo ma~ ainda nao tocados pelosentimento do bem) os quais) jei nao sendo dignos do planetatransformado) serao excluidos) porque) senao) lhe ocasiona-riam de novoperturbafao e confusao e constituiriam obstaculoaoprogresso ... Substitui-los-ao Espiritos melhores) quefaraoreinem em seu seio ajustifa) a paz e afraternidade ... JJ

"... A epoca atual e de translfao,' confundem-se os ele-mentos das duas gerafoes. Colocados no ponto intermedio)assistimos d partida de uma e d chegada da outra) jei seassinalando cada uma) no mundo) pelos caracteres que lhessao peculiares ... JJ

(/1 GENESE) de Allan Kardec. A gerafClonova, Cap.XVIII - Itens 27 e 28. 13. edi<;:aoda FEB.)

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TRANSICAo PLANETARIA,

Vtve-se, na Terra, 0 momenta da grande transifao demundo de provas e de expias;oes, para mundo deregeneras;ao.

As alterafoes que se observam sao de natureza moral, con-vidando 0 ser humano a mudanfa de comportamento para me-lhor, alterando os hdbitos viciosos, a Jim de que se instalem osparadigmas da justifa, do dever, da ordem e do amor.

Anunciada essa transformafao que se encontra insita noprocesso da evolufao, desde 0 Sermao profetico anotado peloevangelista Marcos, no capitulo XIII do seu livro, quando 0

Divino Mestre apresentou os sinais dos /uturos tempos apDs asocorrencias dolorosas que assinalariam os diferentes periodos daevolufao.

Sendo 0 ser humano um Espirito em processo de crescimen-to intelecto-moral, atravessa diferentes niveis nos quais estagia, aJim de desenvolver 0 instinto, logo depois a inteligencia, a consci-

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encia, rumando para a intuifao que serd alcanfada mediante asuperafao das experiencias primevas, que 0 assinalam profunda-mente, atando-o, nao raro, a sua natureza animal em detrimen-to daquela espiritual que i a sua realidade.

Mediante as reencarnafoes, etapa a etapa, dd-se-lhe 0 pro-cessode eliminafao das imperfeifoes morais, que se transformamem valores relevantes, impulsionando-o na direfao da plenitudeque lhe estd destinada.

Errando e corrigindo-se, realizando tentativas de progressoe caindo, para logo levantar-se, essei 0 mitodo de desenvolvimen-to que a todospropele na direfao da sua felicidade plena.

Herdeiro dos conflitos em que estorcegava nasfiues iniciais,deve enfrentar os condicionamentos enfermifos, trabalhando pelaaquisifao de novas experiencias que lhe constituam diretrizes deseguranfa para 0 avanfo.

Em face das situafoes criticas pelo carreiro carnal, gerandocomplicafoes afetivas, porque distante das emofoes sublimes doamor, agindo mais pelos instintos, especialmente aqueles que di-zem respeito a preservafao da vida, a sua reprodufao, a violenciapara a defesa sistemdtica da existencia corporal, agride, quandodeveria dialogar, acusa, no momento em que lhe seria licito si-lenciar a ofensa ou a agressao, dando lugar aos embates infelizesgeradores do ressentimento, do 6dio, do desejo de desforfo, essesjilhos inconsequentes do ego dominador.

o impositivo do progresso, porim, i inarreddvel,apresen-tando-se como necessidade de libertafao das amarras vigorosasque 0 retem na retaguarda, ante 0 deotropismo que 0 fascina etermina por arrebatd-lo.

Colocado, pela ftrfa do determinismo, na conjunturado livre-arbitrio, nem sempre 16gico, somente ao impacto dosofrimento desperta para compreender quao indispensdvel lhei a aquisifao da paz, a conquista do bem-estar ... Nesse come-nos, dd-se conta dos males praticados, dos prejuizos causados

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a outros, nascendo-lhe 0 anelo de recup era r-se, auxiliandoaqueles que foram prejudicados pela sua inepcia ou primiti-vismo em relaflio aos deveres que fazem parte dos soberanosc6digos de itica da vida.

Atrasando-se ou avanfando pelas sendas libertadoras, de-senvolve os tesouros adormecidos na mente e no sentimento, queaprende a colocara servifo do progresso, avanfando consciente daspr6prias responsabilidades.

Infelizmente, esse despertar da consciencia tem-se feitomuito lentamente, dando lugar aos desmandos que se repetem atodo momento, as lutas sangrentas terriveis.

Predominam, desse modo, as condutas arbitrdrias eper-versas, na sociedade hodierna, em contraste chocante com asaquisifoes tecnol6gicas e cientificas logradas na sucesslio dostempos.

Observam-se amiude os pr6dromos dos sentimentos bons,quando alguem e vitima de uma circunstancia aziaga, movimen-tando grupos de socorro, ao tempo que outras criaturas se trans-formam em seres-bomba, assassinando, fandtica e covardementeoutros que nada tem a ver com as tragedias que pretendem reme-diar por meios mais funestos e inadequados do que aquelas quepretendem combater ...

Movimentos de proteflio aos animais sensibilizam muitossegmentos da sociedade, no entanto, incontdveis pessoas perma-necem indiferentes a milhoes de crianfas, ancilios e enfermos quemorrem defome cada ano, nliopor Jalta de alimento que 0planetafornece, mas por ausencia total de compaixlio e de solidariedade ...

Fenomenos sismicos aterradores sacodem 0 orbe com fre-quencia, despertando a solidariedade de outras nafoes, em rela-flio aquelas que foram vitimadas, enquanto, simultaneamente,armas ditas inteligentes ceiftm outras centenas e milhares devida, a servifo da guerra, ou de revolufoes intermindveis, ou decrimes trabalhados por organizaroes dedicadas ao mal. ..

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Sao essesparadoxos da vida em sociedade, que a grandetransifao que ora tem lugar no planeta ird modificar.

As criaturas que persistirem na acomodafao perversa da in-diferenfa pela dor do seu irmao, que assinalarem a existencia pelacriminalidade conhecida ou ignorada, que Jirmarem pacto de ade-sao it extorsao, ao suborno, aos diversos comportamentos delituososdo denominado colarinho branco, mantendo conduta egotista, tri-pudiando sobre as aflifoes do pr6~imo, comprazendo-se na luxuriae na drogadifao, na explorafao indebita de outras vidas, ,or umlargoperiodo nao disporao de meios depermanecer na Terra, sendoexiladas para mundos inferiores, onde irao ;er uteis limando as ares-tas das imperfeifoes morais, aJim de retornarem, mais tarde, ao seiogeneroso da mae-Terra que hoje nao quiseram respeitar.

o egregio codificador do Espiritismo, assessoradopelas Vo-zes do Ceu, deteve-se, mais de uma vez, na andlise dos trdgicosacontecimentos que sacudiriam a Terra e os seus habitantes, aJim de despertar os ultimos para as responsabilidades para consigomesmos e em relafao it primeira.

Em 0 Livro dos Espiritos, no capitulo dedicado a Lei dedestruiyao, 0 insigne mestre de Lyon estuda as causas e razoes dosdesequilibrios que se dao no planeta com frequencia, ensejandoas tragedias coletivas, bem como aquelas produzidas pelo ser hu-mano, e constata que e necessdrio que tudo se destrua, a Jim depoder renovar-se. A destruifao, portanto, e somente produzidapara a transformafao molecular da materia, nunca atingindo 0

Espirito, que e imortal.Desse modo, as grandes calamidades de uma ou de outra

procedencia tem ,or Jinalidade convidar a criatura humana it re-flexao em torno da transitoriedade da jornada carnal em relafaoit sua imortalidade.

As dores que defluem dessesfenomenos denominados comoflagelos destruidores, objetivam jazer a "Humanidade progredirmais depressa. Ja nao dissemos ser a destruiyao uma necessidade

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para a regenerayao moral dos Espiritos, que, em cada nova exis-tencia, sobem urn degrau na escala do aperfeiyoamento? Precisoe que se veja 0 objetivo, para que os resultados possam ser apre-ciados. Somente do vosso ponto de vista pessoal os apreciais; daivem que os qualificais de Ragelos, por efeito do prejuizo que voscausam. Essas subversoes, porem, SaDfrequentemente necessa-rias para que mais pronto se de 0 advento de uma melhor ordemde coisas e para que se realize em alguns anos 0 que teria exigidomuitos seculos."(*)

Eis, portanto, 0 que vem ocorrendo nos dias atuais.As dores atingem patamares quase insuportdveis e a lou-

cura que toma conta dos arraiais terrestres tem cardter pan-demico, ao lado dos transtornos depressivos, da drogadifao,do sexo desvairado, das fugas psicologicas espetaculares, doscrimes estarrecedores, do desrespeito as leis e a etica, da descon-siderafao pelos direitos human os, animais e da Natureza ...Chega-se ao mdximo desequilibrio, facultando a interferenciadivina, a Jim de que se opere a grande transformafao de quetodos temos necessidade urgente.

Contribuindo na grande obra de regenerafao da Humani-dade, Espiritos de outra dimensao estao mergulhando nas sombrasterrestres, aJim de que, ao lado dos nobres missiondrios do am or eda caridade, da inteligencia e do sentimento, que protegem os se-res terrestres, possam modificar as paisagens aflitivas, facultandoo estabelecimento do Reino de Deus nos corafoes.

Reconhecemos que essanossa informafao poderd causar estra-nheza em alguns estudiosos do Espiritismo, e mesmo reafoes maisseveras noutros .. , Nada obstante, permitimo-nos a licenfa de apre-sentar 0 nossopensamento apos a convivencia com nobres mentoresque trabalham no elevado programa da grande transifao ...

Equipes de apostolos da caridade no plano espiritual tam-bem descem ao planeta sofrido, a Jim de contribuir em favor dasmudanfas que devem operar-se, atendendo aqueles que se en-

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contram excruciados pela desencarnafao violenta, inesperada,ou padecendo 0 jugo de obsessoescrucis, ou fixados em revoltainjustificdvel, considerando-se adversdrios da Luz, membros dasanha do Mal, afim de melhorar apsicosfera vigente, dessemodo,facilitando 0 trabalho dos Mensageiros de Jesus.

Na presente obra, apresentamos tres fases distintas, masque se interpenetram, em torno do trabalho a que fomos convo-cado, merce da compaixao do Amor, de modo a acompanharmosas afoes de enobrecimento de dignos e valorosos Benfeitores, vin-culados ao programa em desenvolvimento a respeito da transifaoplanetdria que se vem operando desde hd algum tempo ...

Nao temos outro objetivo, senao estimular os servidores doBem a prosseguirem no ministerio, a qualquer custo, sem desdni-mo nem contrariedade, permanecendo certos de que se encontramamparados em todas as situafoes, por mais dolorosas se lhes apre-sentem.

Procuramos sintetizar as operafoes de socorro aos desen-carnados vitimados pelo tsunami ocorrido no Oceano indico,devastador e de consequencias graves, que permanece aindagerando sofrimento e desconforto, especialmente porque suce-dido de outros tantos que prosseguem ocorrendo com frequen-cia assustadora ...

Logo apos, referimo-nos ao contributo especial dos Espiritosdedicados as tarefas de reencarnafiio dos novos obreiros, terrestresou voluntdrios de outra dimensiio cosmica, passando a andlise dostormentos que invadem a Terra, assim como da interferencia dosEspiritos infelizes, que se comprazem em manter 0 terrivel estadoatual de aturdimento.

Nada obstante, em todos os momentos, procuramos de-monstrar a providencial misericordia de Jesus, sempre atento comos Seus mensageiros a todas as ocorrencias planetdrias, minimi-zando as afiifoes humanas e abrindo espafo ao dia radioso deamanha, que se aproxima, rico de benfaos e de plenitude.

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Agradecendo ao Senhor de nossas vidas e aos Espiritos su-periores investidos da sublime tarefa da grande transifdo plane-taria, por haver-nos concedido a honra do trabalho ao seu lado,sou 0 servidor devotado de sempre.

Salvador, 09 de abril de 2010.Manoel Philomeno de Miranda

(*) 0 Livro dos Espiritos, de Allan Kardec. Parte 3a. Capitulo VI, quesraonO737, 29a edic;:aoda FEB.Nota do autor espiritual.

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NOVOSRUMOS

Diminufda a aziJama com a chegada do crepusculo,sucedido pela noite suavemente clareada pelos pin-gentes estelares, uma psicosfera de paz tomou conta

da area em que nos encontravamos, Oscar e nos outro.Certamente, as atividades prosseguiam no ritmo aben-

<;:oadodas mUltiplas realiza<;:oesde amor e de socorro, de estu-dos e de desenvolvimento moral em nossa comunidade.

Grupos de Espiritos operosos partiam em dire<;:aoaoplaneta terrestre, comprometidos com tarefas especiais, en-quanto outros retornavam jubilosos apos os deveres retamentecumpridos.

Os departamentos de educa<;:ao e de saude integralpermaneciam ativos, enquanto a movimenta<;:ao na Colo-nia Reden<;:ao dimiuufa, proporcionando aos que aqui seencontravam domiciliados, 0 recolhimento aos lares ou aos

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educandarios especializados, mantendo 0 clima de harmo-nia em toda parte.

Suave brisa perpassava pela Natureza em festa, perfuma-da pelas flores exuberantes do jardim onde nos encontravamosobservando a mae-Terra ornando-se das claridades artificiais,que pareciam, a disdncia, diamantes coruscantes cravados noacolchoado de veludo azul-marinho que a envolvia.

Haviamos silenciado por um pouco, depois das consi-dera<;:6esque entreteceramos sobre os ultimos acontecimentosque sacudiram a sociedade terrena, ap6s 0 tsunami que resul-tara do choque de placas tectonicas no abismo das aguas doOceano Indico ...

o obituario estarrecedor chegara-nos ao conhecimento,enquanto estavamos reunidos em ora<;:aopelas vitimas inermesda dolo rosa tragedia sismica.

A administra<;:ao da nossa comunidade destacara duascentenas de especialistas em liberta<;:ao dos despojos carnais, afim de cooperarem com os Guias da Humanidade, auxiliandoaqueles que foram atingidos pela Furia das ondas gigantescas edas suas consequencias.

Dialogaramos a respeito dos sobreviventes, assinaladospelas dares superlativas advindas, pelas epidemias que ja seinstalavam na regiao onde os cadaveres se decompunham, pelamiseria defluente das perdas materiais e pela saudade inomi-navel dos seres queridos que foram arrebatados pela morte ...

A fase mais angustiante se apresentava naqueles dias,quando as sequel as crueis do infortunio despeda<;:avam os sen-timentos dos sobreviventes, desanimados e aturdidos ...

Tiveramos ocasiao de acompanhar em proje<;:6esmuitofieis em nosso audit6rio as cenas terrificantes, comovendo-nostodos ate as lagrimas ...

Tambem nos sensibilizaram a movimenta<;:ao e 0 inte-resse dos paises civilizados providenciando ajuda imediata ao

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povo desnorteado, todos contribuindo com valiosa colabora-c;:aocapaz de amenizar os flagelos que vergastavam as vitimas,hebetadas umas pelos choques violentos e outras quase aluci-nadas pelo desespero e pela desesperanc;:a.

Sabiamos que milhares de Espiritos nobres haviam acor-rido em auxilio de todos, empenhando-se em resgata-Ios dasEntidades infelizes e vampirizadoras, interessadas no fluidovital dos recem-desencarnados.

Simultaneamente, tomavamos conhecimento das provi-dencias que haviam sido estabelecidas para diminuir os trans-tornos comportamentais que se iam alastrando naqueles queficaram na roupagem carnal. ..

Adistincia, 0 globo terrestre movia-se quase impercep-tivelmente no oceano infinito da musicalidade cosmica.

Emoc;:6es variadas tomaram-nos a ambos, permitin-do-nos exteriorizar os sentimentos de amor e de ternura pelaquerida Gaia, bela, magica e sofrida, no seu periplo de algunsbilh6es de anos, a fim de poder tornar-se 0 lar feliz de outrostantos bilh6es de habitantes que dependiam dos seus recursospara a elevac;:aomoral e espiritual.

Quanto the deviamos! - Refletimos.Quantas novas experiencias nos seriam necessarias no

futuro para torna-Ia urn planeta de regenerafdo?!Ao mesmo tempo - considerava em silencio - quan-

tas dores alanceariam os humanos sentimemos, de modoque neles ocorresse a mudanc;:a de conduta mental, moral eemocional, tornando as criaturas dignas da libertac;:ao dasheranc;:as enfermic;:as do passado, inaugurando no intimo 0

Reino dos Ceus?!Nesse interim, suave musicalidade chegou-nos aos ou-

vidos, oriunda do santuario pr6ximo onde se ensaiavam aspartituras da Missa em si menor, de Johann Sebastian Bach,originalmente composta para orquestra, mas ali apresenta-

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da em orgao magistralmente dedilhado com 0 coral infan.,.til de nossa comunidade ...

Experimentamos a sensa<;ao de que, naquele momento,os Ceus comunicavam-se com a nossa Colonia.

Realmente, essa ocorrencia tinha lugar, porque 0 edifi-cio reservado as celebra<;6es do amor e da fe religiosa encon-trava-se iluminado com tonalidades prateadas e azuis suaves.Particularmente chamou-me a aten<;ao 0 movimento das on-das sonoras, que obedeciam ao ritmo suave e doce do orgao edas vozes infantis.

Quase extasiado, ia falar ao amigo Oscar, quando Ihepercebi chorando discretamente.

N a perfeita identifica<;ao mental que se nos fez espond.-nea, pude perceber-lhe 0 pensamento em retrospecto, apresen-tando-o quando crian<;a habitando os Alpes austriacos, numacapela aldea de madeira, ouvindo a mesma composi<;ao emvelho orgao ...

As memorias cresciam-lhe, modificando 0 cenario e pudeve-lo correndo pelos prados verdes numa area assinalada porcasario de madeira pintada entre montanhas cobertas pelo geloeterno e 0 solo salpicado por miudas flores, mesclando papoulase rosas trepadeiras coloridas sobre a grama verdejante ...

o caleidoscopio evocativo do caro amigo projetou-se-mena tela mental, levando-me a evoca<;aoda propria infancia, sendodominado, agora, pelas paisagens da terra brasileira e baiana emSol e alegria, onde 0 Senhor da Vida me honrou com a recentereencarna<;ao.

Toda a magia mistica desse amavel povo, a sua simplici-dade e sofrimento resignado, especialmente 0 dos indigenas eafrodescendentes, suas esperan<;as e aspira<;6es povoaram-meo espirito, embalado pela melodia sublime.

Nao saberia dizer 0 tempo que transcorreu, a medidaque a noite avan<;ava.

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Tomando a realidade, meu amigo e nos outro pared-amos haver despertado de um sonho feliz, e quase sem nosdarmos conta, esravamos com as maos unidas, sorrindo eagradecendo a Deus.

Oscar demonstrou haver tomado conhecimento da mi-nha percepc;:ao psiquica das suas lembranc;:as, e, sem delongas,explicou-me:

- Realmente nasci em uma linda regiao do Tirol, numvale verde entre as montanhas dos Alpes austriacos. Descen-dente de judeus, porque nao houvesse sinagoga em nossa regiao,pude participar dos estudos do catecismo catolico e frequentara pequena ebela igreja da aldeia. Meus pais, verdadeiros anjosdo 5enhor, nao criaram qualquer impedimento a que manti-vessemos a fe dos nossos ancestrais e comungassemos com asdemais crianc;:as das lic;:oesincomparaveis de Jesus.

"Minha mae era professora e meu pai, medico, dedica-dos total mente ao bem da comunidade humilde.

"Quando a Austria foi invadida, em inesquedvel noitede horror, nosso lar foi devassado por soldados das tropas deelite (55) e fomos arrastados e atirados em um camburao quenos levou a Viena, dali seguindo em um trem superlotado aocampo de concentrac;:ao, de trabalhos forc;:adose de exterminioem Auschwitz, atendendo ao program a da soluraofinal queHitler impos e foi executado por Himler e seus asseclas ...

"Desnecessario dizer que, chegando ao campo, e apos.sermos separados, homens, mulheres, idosos, enfermos ecrianc;:as, me us pais foram levados a camara de gas e, poste-riormente, jogados nos fomos crematorios."

Fez uma pausa natural, permitindo-me sugerir-Ihe quenao se recordasse da ocorrencia perversa.

Com voz pausada e triste, ele afirmou-me que 0 faziacomo catarse libertadora das fixac;:oesprofundas ...

Logo prosseguiu:

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- Em razao de encontrar-me com mais de 16 anos fuipoupado para os trabalhos foryados ao lado de outros mor-tos-vivos que se movimentavam automaticamente, tentandomanter-se ...

"Por dois anos de horrores, fui transferido para outrocampo nao menos cruel, Sobibor, na chamada operafdo Hei-nhard, quando entao, felizmente, terminou a guerra e fomoslibertados ...

"Conduzidos a urn campo de refugiados na Austria, em-bora a quase destruiyao de Viena, Deus havia-me permitido ahonra de sobreviver ao Holocausto, e recomeyar a experienciahumana valiosa, de que entao me dei conta ...

"Muito marcado pelas dores fisicas e morais, vivencian-do noites de pesadelos que pareciam nunca terminar, opteipelo celibato, a fim de nao perturbar a alma querida que co-migo se consorciasse.

"Em homenagem aos meus genitores e as vitimas do ex-terminio, passei a frequentar a Sinagoga, sem perder a emoyaodo amor a Jesus, 0 que parece paradoxa!. ..

"Dei prosseguimento aos meus estudos, doutorando-meem Medicina pela Universidade de Viena, e dedicando-me, den-tro da minha formayao moral, a pdtica missioniria dessa dou-trina responsivel pelo comb ate as doenyas, aos sofrimentos ...

''Aos cinquenta anos de idade, retornei ao GrandeLar, vivendo numa comunidade espiritual judaica onderesido com os meus pais, havendo sido convocado para aatividade que deveremos atender na condiyao de irmaos emhumanidade."

Sorriu com urn delicado veu de tristeza na face, e disten-deu-me a mao, pronunciando com emoyao a palavra hebraicaShalon (Paz).

De imediato, agora sorrindo, exc1amou:- N ovos rumos!

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- Rumos novos! - redargui, euf6rico.Deveriamos retornar a Terra-mae amada em atividades

especiais, conforme programac;:ao elaborada pelos Benfeitoresda nossa comunidade.

Sensibilizados e agradecidos ao Senhor pelas reflexoes eemoc;:oes experimentadas, despedimo-nos, rumando na dire-c;:aodos nossos aposentos.

Novos rumos! - Segui ao lar reflexionando em torno dagravidade a respeito das ac;:oesa desenvolver, logo concluindoque 0 Senhor nos daria Seu apoio e Sua inspirac;:ao para asatividades que seriam realizadas em Seu nome.

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o VISITANTE ESPECIAL

H aviamos sido informados anteriormentc que nossacomunidade receberia a visita de nobre Entidaderesidente em outra dimensao, que viria trazer-nos

noticias preciosas a respeito do futuro programa de atividadesque seriam realizadas proximamente na Terra, no qual nosencontdvamos inscritos Oscar e nos.

o dia transcorrera, portanto, assinalado por doces ex-pectativas.

A noite, no horario convencionado, enquanto os Ceusbordavam-se com os diamantes estrelares, dirigimo-nos, 0

amigo enos, ao recinto dedicado as conferencias especiais.Tratava-se de um edificio semicircular, cercado por jar-

dins bem cuidados, nos quais se destacavam arvores frondosase fontes luminosas, cujas aguas bailavam no ar ao som de deli-ciosas melodias, em area ampla, no corayao da Colonia.

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A sala reservada para eventos dessa magnitude com-portava duas mil pessoas especialll).ente convidadas. Outrassalas de menor porte havia, preparadas, porem, para encon-tros menores e especializados, devidamente equipadas de re-cursos tecno16gicos que permitissem melhor apreensao dosconteudos apresentados.

A cupula superior era composta por substancia transpa-rente que permitia ver-se 0 zimb6rio de veludo escuro da noitecom os seus pingentes de prata fulgurante.

De todo lugar, no audit6rio elegante, tinha-se a perfeitavisao convidativa a reflexao, a viagem interior ...

Pairava no ambiente a psicosfera resultante das ativida-des que ali se realizavam com regular frequencia.

A pouco e pouco, discretamente ou em conversayaogentil e tonalidade meiga, foram-se repletando as poltronasconforraveis, com os que chegavam, enquanto se aguardava 0

acontecimento.Antes das 20h, conforme os rel6gios terrestres, a sala se

encontrava repleta.o nosso governador geral fizera-se presente acompanha-

do por outros membros responsaveis pela nossa comunidade,demonstrando 0 alto significado daquela ocorrencia.

Receberamos vagas informayoes a respeito do nobreOrion, que viria da constelayao do Touro, particularmente deuma das Pleiades, a fim de apresentar-nos considerayoes rele-vantes a respeito do momentoso projeto sobre reencarnayoes emmassa, conforme vinha acontecendo no amado planeta, desde asegunda metade do seculo passado, e ora se intensificariam.

A mesa em destaque a frente do audit6rio repousavasobre urn estrado que a colocava em posiyao que permitia aperfeita visao por todos os presentes.

Antes de serem convidados os membros que a cons-tituiriam, 0 grupo coral infantil apresentou-se cantando 0

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Miserere, que se refere ao Salmo 51, tambem chamado dapenitencia, composto por Gregorio Allegri e numa adapta-<;:iode Mozart, no seculo XVIII, que muito jovem ainda,ao ouvi-Io por primeira vez, memorizou-o e 0 adaptou comligeiras altera<;:6es.

Abela musica se inicia com uma suplica: Senhor, tendemisericordia de mim, e prossegue, comovedora, caracterizadapelo arrependimento dos erros praticados e rica de certezas dodivino amor ...

As emo<;:6estomaram-nos a todos, enquanto as vozesangelicas rogavam compaixio para as nossas imperfei<;:6esenos as acompanhavamos em estado oracional.

Quando se deu 0 silencio profundo, 0 mestre de ceri-manias convocou 0 administrador e mais alguns dirigentesvalorosos para que com pietassem a mesa diretora.

A seguir, solicitou ao Espfrito Ivon Costa, abnegado di-vulgador do Espiritismo durante a primeira metade do seculopassado, no Brasil, que proferisse a prece inicial.

Observei que, num dos lados da mesa, a disrancia re-gular, duas Entidades femininas com longas vestes vaporosase alvinitentes sentaram-se ao lado de um tubo formado portenue claridade que descia do teto ...

o amigo citado, visivelmente inspirado, com uma vozmelodiosa como uma flauta habilmente tocada, pas-se emprece que acompanhamos em silencio:

Jesus, Benfeitor nosso!Enquanto 0 planeta amado estertora no seu processo

de aprimoramento evolutivo, padecendo rudes provas e ex-piaFoes, arrebatando os seus habitantes em direFtio a sofri-mentos inenarrdveis, aqueles que aqui estamos reunidos e Teamamos, suplicamos misericordia, em face da inferioridademoral que predomina em a nossa natureza espiritual.

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Desde hd milenios que a todos nos convocaspara aconstrufao do reino espiritual nas mentes e nos corafoes, semque hajamos atendido corretamente ao Teu chamado .

.. .Nas culturas e civilizafoes anti gas, desde 0 peri-odo dos sumerios, alguns de nos demo-nos conta do altosignificado da existencia terrestre, deixando-nos, porem,anestesiar pelos vapores da materia enganosa...

Mais tarde, na Persia e em Ninive, tomamos co-nhecimento da Verdade e dos seus rnisterios, para logo osabandonarmos, seguindo as tubas guerreiras de Dario ou deSalmanasar, conquistando terras e disseminando a morte.A nossafoi, entao, a sementeira de sangue, de mfandade,de viuvez, de odio, e a colheitaforam as dores acerbas e semnome na BabilOnia e no Egito, que nosfascinaram com osseus templos faustosos, arrastando-nos depoispara as derro-tas sangrentas com Astiages e 0 assassinatode Akenaton ...

Transitamos pelos montes do Tibet e as planuras daindia, repetindo as lifoes do Mahabarata que nos emociona-vam, sem que conseguissemosalterar a belicosidadeinfeliz quenos assinalava...

A China veneranda com Fo-Hi e osseusji16sofos en-sinou-nos sabedoria, entretanto nao nos arrefeceu a sedealucinada de poder sobre a Mandchuria e ospovos vizi-nhos, que tambem a destrofaram vdrias vezes com os seuscarros de destruifao ...

Atravessamos 0 deserto com Moises, como 0 fari-amos depois com Esdra, por nobreza de Ciro para re-construir 0 Templo e reerguer Jerusalem, e atacamos osjilisteus e outros povos, semeando 0 terror, malsinando,destruindo ...

Atenas encantou-nos, desde os dias de Anaxdgoras,depois, com as lifoes de Socrates, nao impedindo, porem,

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que nos entregdssemos, em Esparta, a hediondez e as lutasincessantes...

Acompanhamos Cipriao, 0 africano, como 0Jizeramoscom Alexandre Magno, 0 macedonio, eAnfbal, 0 cartagines,embora conhecedoresda JilosoJiaem torno da imortalidade eda interftrencia dos deuses em nossasvidas ...

. . .E contigo, apos ouvir- Te as lifoes de incompard-vel beleza, abandonamos aJidelidade e convertemos a Tuadoutrina em poder de mentira, luxuria, hipocrisia e des-ventura ...

Assim, atravessamos a noite medieval, advertidospor mdrtires e santos, apegados a injamia e ao horror.

Morremos e renascemos, vezes sem conto, desper-tando realmente para a vida em abund!mcia quando asclaridades do Espiritismo nos arrancaram da densa trevainterior, da ignor!mcia e do abismo da loucura egotista...

Houve uma pausa comovida. Todos respirivamos aoritmo da narracrao evocativa, profunda e grave.

Logo depois, prosseguiu com 0 mesmo timbre de voz ea mesma emocrao:

Mais de uma vez, a Tua misericordia sacudiu abarca planetdria, qual ocorreu, hd pouco, atraves do tsu-nami, demonstrando a fraquezr:1 dos engenhos humanos esuas parcas possibilidades de conhecer os desfgnios de Deus,a Jim de a todos despertar-nos em definitivo.

Novamente solicitaste 0 apoio de outros Espfritospara a grande transifao que logo mais terd lugar no mun-do fisico.

Permite-nos, agora, que 0 Embaixador de outraEsfera, que estamos aguardando, possa trazer-nos a Tuabenfao em nome do amor universal, a Jim de que, real-

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mente conscientes, consigamos servir-Te com discernimentoe abnega[iio.

Aqui estamos, genufiexos e expectantes, a Teu servi-[0, de cora[iio e mente abertos a verdade.

Quando silenciou, completara-se a materializa<;:ao dovisit ante especial no tubo de luz, gra<;:asa contribui<;:ao dasmediuns que the ofereceram a substincia pr6pria para 0 acon-tecimento.

Era de estatura um pouco mais alta do que 0 terricolapadrao. Os olhos pareciam duas estrelas fulgurantes no ceu daface gentil. Os movimentos corporais faziam-se harmonicos,quando saiu do lugar onde se condensara, seguindo 0 mestrede cerimonias, que 0 conduziu a um assento especial e comdestaque sobre a plataforma.

Um perfume suave e doce tomou conta do imensoaudit6rio e todos nos concentramos, fixando 0 venedvelconvidado.

Novamente 0 coral infantil enterneceu-nos com 0 seusublime canto.

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A MENSAGEM..REVELACAo,

}J.nda nao sairamos do quase extase, quando 0 nosso di-rigente acercou-se do visitante ilustre e saudou-o com

eferencia e carinho.Ato continuo, levou-o a tribuna e concedeu-Ihe a palavra.o nobre Espirito agradeceu com urn sorriso jovial e ini-

ciou a sua exposiyao:

"- Veneraveis administradores, almas irmas nossas detodas as dimensoes:

"Saudamos-vos a todos em nome do Senhor do Universo."Representando a formosa Esfera de amor que se en-

contra instalada numa das Pleiades, envolta em vibrayoes es-peciais constituidas de fotons que formam uma luminosidadeem tons azuis, aqui estamos, atendendo a invitayao do Subli-me Governador do planeta terrestre.

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"Embora sem condi<;:6es de falar em nome dos nossosGuias espirituais, trago 0 compromisso de contribuir convos-co no programa de eleva<;:aoda Humanidade atraves da re-encarna<;:ao de servidores do Bern, adrede preparados para 0

mister sublime."Esta nao e a primeira vez que 0 mundo terreno rece-

be viajores de outras moradas, atendendo a solicita<;:aode Je-sus-Cristo, qual aconteceu no passado, no momenta da grandetransi<;:ao das formas, quando modeladores do vasa organicomergulharam na densa mass a fisica fixando os caracteres quehoje definem os seus habitantes ... Da constela<;:aodo Cocheirovieram aqueles nobres embaixadores da luz que contribuirampara a constru<;:ao da Humanidade atual, inclusive outras inte-ligencias, todavia, nao moralizadas, que ap6s concluidos algunsestagios evolutivos retornaram, felizes, aos lares queridos ...

"Em outras oportunidades, luminares da Verdade sub-mergiram nas sombras do mundo terrestre, a fim de apresen-tarem as suas conquistas e realiza<;:6es edificantes, auxiliandoos seus habitantes a crescer em tecnologia, ciencia, filosofia,religiao, politica, etica e moraL .. Nada obstante, 0 desenvol-vimento mais amplo ocorreu na area da inteligencia e nao dosentimento, assim explicando 0 atual estagio de evolu<;:aoemque se encontram, rico de conhecimentos e pobre de edifica-<;:6esespirituais ...

"Periodicamente, por sua vez, 0 planeta experimenta mu-dan<;:asclimaticas, sismicas em geral, com profundas altera<;:6esna sua massa imensa, ou sofre 0 impacto de meteoros que lhealteram a estrutura, tornando-o mais belo e harmonico, emboraas destrui<;:6esque, na ocasiao, ocorrem, tendo sempre em vistao progresso, assim obedecendo a planifica<;:ao superior com 0

objetivo de alcan<;:ar0 seu alto nivel de mundo de regenera~iio."Concomitantemente, a fim de poderem viajar na gran-

de nave terrestre que avan<;:amoral mente nas paisagens dos

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orbes felizes, incontiveis membros das tribos barbaras do pas-sado, que permaneceram detidos em regioes especiais durantealguns seculos, de maneira que nao impedissem a desenvolvi-menta do planeta, renascem com formosas constitui<;oes orga-nicas, fruta da sele<;ao genetica natural, entretanta, assinala-dos pelo primitivismo em que se mantiveram.

"Apresentam-se exoticos uns, agressivos outros, buscandoas origens primevas em rea<;ao inconsciente contra a sociedadeprogressista, tendo, porem, a santa oportunidade de refazeremconceitas, de aprimorarem sentimentos e de participarem da ine-vitivel marcha ascensional. .. Expressivo numero, porem, per-manece em situa<;oes de agressividade e indiferen<;a emocional,tarnando-se instrumentos de prova<;oes rudes para a sociedadeque desdenha. Fruem da excelente ocasiao que, malbaratada, asrecambiara a mundos primitivos, nos quais contribuirao comas conhecimentos de que sao portadores, sofrendo, no entanto,as injun<;oes rudes que serao defrontadas. Repete-se, de certomodo, a exilio biblico de Lucifer e dos seus comparsas, no rumode esrancias compativeis com a seu nivel emocional grosseiro,onde a saudade e a melancolia se lhes instalarao, estimulando-osa conquista do patrim6nio de amor desperdi<;ado na rudeza, eentao lutarao com afa para a conquista do bem.

"Ei-los, em diversos periodos da cultura terrestre, des-frutando de chances luminosas, mas raramente aproveitadas,cuja densidade vibratoria ja nao lhes permite, par enquanta, arenascimento em a novo mundo em constru<;ao."

o Emissario silenciou suavementee repassou as olhosluminosos pelo imenso auditorio mergulhado em quietude ereflexao, absorvendo-lhe cada palavra, logo prosseguindo:

"As moradas do Pai sao em numero infinito, mantendo,como e compreensivel, intercambio de membros, de modo aser preservada a fratemidade sublime, porquanto, aqueles maisbem aquinhoados devem contribuir em beneficia dos menos

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enriquecidos de momento. A sublime lei de permutas funcionaem intercambio de elevado conteudo espiritual.

"Da mesma forma que, da nossa Esfera, descerao aoplaneta terrestre, como ja vem sucedendo, milh6es de Es-piritos enobrecidos para 0 enfrentamento inevitavel entreo amor abnegado e a violencia destrutiva, dando lugar aembates caracterizados pela misericordia e pela compai-xao, outros missionarios da educayao e da solidariedade,que muito se empenharam em promove-las, em existenciaspregressas, estarao tambem de retorno, contribuindo paraa construyao da nova memalidade desde 0 beryo, assim fa-cilitando as alteray6es que ja estao ocorrendo, e sucederaocom maior celeridade ...

"Nesse sentido, 0 psiquismo terrestre e a genetica huma-na encontram-se em condiy6es de receber novos hospedes queparticiparao do agape iluminativo, conforme 0 egregio Codi-ficador do Espiritismo referiu-se em sua obra magistral A Ge-nese, constituida por todos aqueles que se afeiyoem a verdade ese esforcem por edificar-se, laborando em favor do proximo eda sociedade como um todo.

"Desse modo, qual ocorre em outros Orbes, chega 0

momenta em que a Mae-Terra tambem ascended na escalados mundos, conduzindo os seusjilhos e aguardando 0 retornodaqueles que estarao na retaguarda por algum tempo, por-quanto 0 inefavel amor de Deus a ninguem deixa de amparar,ensejando-lhes oportunidade de refazimento e de evoluyao.

"Nesse inevitavel esforyo, estaremos todos empenhados,experienciando a vivencia do amor em todas as suas expres-s6es, formando um contingente harmonioso e encantador.

"Ninguem que se possa eximir desse dever que nos per-tence a todos, individual e coletivamente, porquanto 0 Reinodos Ceus estd dentro de nos e e necessario ampliar-lhe as fron-teiras para 0 exterior, dando lugar ao Paraiso anelado que, no

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entanto, jamais sera dentro dos limites territoriais da organi-za<;ao fisica.

''A realidade que somos, Espiritos imortais ern essencia,tern sua origem e permanencia fora das limita<;oes materiais dequalquer mundo fisico, que poderia nao existir, sem qualquerprejuizo para 0 processo de evolu<;ao. Nada obstante, quandoo Criador estabeleceu a necessidade do desenvolvimento nasorganiza<;oes fisio16gicas, a semelhan<;a da semente que neces-sita dos fatores mesol6gicos para libertar a vida que nela jaz,razoes ponderosas existem para que assim aconte<;a, facultan-do-nos percorrer os degraus que nos levam ao Infinito ... "

Novamente fez uma pausa ern a narrativa, ensejando-nosreflexionar e introjetar as informa<;oes, de certo modo, algumasconhecidas e outras ern primeiro plano, enquanto vibravam pe-culiares ondas de paz e de alegria.

Olhando, ern volta, notamos os sembI antes docementeenvoltos ern discreta claridade decorrente da alegria que exte-riorizavam, da esperan<;a de tambem poderem contribuir ernfavor da Era Nova.

Continuando corn a mesma tonalidade musical, escla-receu:

- Qual seria, entao, a razao por que deveriam vir Espi-ritos de outro Orbe, para 0 processo de moraliza<;ao do pla-neta? Primeiro, porque, nao tendo vinculos anteriores comodefluentes de existencias perturbadoras, nao enfrentariamimpedimentos interiores para os processos de doa<;ao, para osreencontros dolorosos corn aqueles que permanecem compro-metidos corn 0 mal, que tern interesse ern manter 0 atraso mo-ral das comunidades, a fim de explora-Ias psiquicamente ernperversos fenomenos de vampiriza<;ao, de obsessao individual ecoletiva ... Estrangeiros ern terras preparadas para a constru<;aodo progresso, fazem-no por amor, convocados para oferecer osseus valores adquiridos ern outros pIanos, facilitando 0 aces so

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ao desenvolvimento daqueles que sao os nacionais anelantespela felicidade. Segundo, porque mais adiantados moral men-te uns, podem contribuir com exemplos edificantes capazesde silenciar as fon;:as da perversidade e obstacula-las com osrecursos inexcediveis do sacrificio pessoal, desde que, as suasnao sao as aspirac;:6esimediatas e interesseiras do mundo dasformas. Enquanto outros estarao vivenciando uma forma deexilio temporario, por serem desenvolvidos intelectualmente,mas ainda necessitados da vivencia do amor, e em cantato di-reto com os menos evoluidos, sentirao a necessidade do afetoe do carinho, aprendendo, por sua vez, 0 milagroso fenomenoda solidariedade. Tudo se resume, portanto, no dar, que e re-ceber e no receber, que convida ao doar.

''A fim de que 0 programa seja executado, neste mes-mo momento, em diferentes comunidades espirituais proxi-mas a Terra, irmaos nossos, procedentes de nossa Esfera, estaoapresentando 0 programa a que nos referimos, de forma que,unidos, formemos uma so caravana de laboriosos servidores,atendendo as determinac;:6es do Governador terrestre, 0 Mes-tre por excelencia.

"De todas essas comunidades seguirao grupos espiri-tuais preparados para a disseminac;:ao do programa, comu-nicando-se nas instituic;:6es espiritas serias e convocandoos seus membros a divulgac;:ao das diretrizes para os novoscometimentos.

"Expositores dedicados e mediuns sinceros estarao sen-do canvocados a participarem de estudos e seminarios prepa-ratorios, para que seja desencadeada uma ac;:aointernacionalno planeta, convidando as pessoas serias a contribuic;:ao psi-quica e moral em favor do novo periodo.

''As grandes transformac;:6es, embora ocorram em fasesde perturbac;:ao do orbe terrestre, em face dos fenomenos cli-maticos, da poluic;:aoe do desrespeito a Natureza, nao se darao

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em forma de destruiyao da vida, mas de mudanya de compor-tamento moral e emocional dos individuos, convidados uns aosofrimento pelas ocorrencias e outros pelo discernimento emtorno da evoluyao.

''A semelhanya das ondas oceanicas a abrayarem aspraias voluptuosamente, sorvendo as rendas de espumas alvas,os novos obreiros do Senhor se sucederao ininterruptamentealterando os habitos sociais, os costumes morais, a literaturae a arte, 0 conhecimento em geral, ciencia e tecnologia, im-primindo novos textos de beleza que despertarao 0 interessemesmo daqueles que, momentaneamente, encontram-se ador-mecidos.

''Antes, porem, de chegar esse momento, a violencia, a sen-sualidade, a abjeyao, os escandalos, a corrupyao atingirao niveisdantes jamais pensados, alcanyando olundo doPO[O, enquantoas enfermidades degenerativas, os transtornos bipolares de con-duta, as cardiopatias, os canceres, os vicios e os desvarios sexuaisclamarao por paz, pelo retorno a etica, a moral, ao equilibrio ...Frutos das paix6es das criaturas que lhes sofrerao os efeitos emforma de consumpyao libertadora, lentamente surgirao os valo-res da saude integral, da alegria sem jaya, da harmonia pessoal,da integrayao no espirito cosmico da vida.

"Como em toda batalha, momentos dificeis surgirao exi-gindo equilibrio e orayao fortalecedora, os lutadores estarao expos-tos no mundo, incompreendidos, desafiados por serem originaisna conduta, por incomodarem os insensatos que, ante a impossi-bilidade de os igualarem, irao combate-Ios, e padecendo diversasocasi6es de profunda e aparente solidao ... Nunca, porem, estaraosolitirios, porque a solidariedade espiritual do Amor estara comeles, vitalizando-os e encorajando-os ao prosseguimento.

"Todo pioneirismo testa as resistencias morais daqueleque se atreve a ser diferente para melhor quando a vulgaridadepredomina, razao pela qual sao especiais todos esses que se

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dedicam as experiencias iluminativas e libenadoras. Nunca,porem, deverao recear, porque 0 Espirito do Senhor os ani-mad, concedendo-Ihes desconhecida alegria de viver, mesmoquando, aparemememe, haja uma conspira<;ao contra os seussuperiores propositos.

"0 modelo a seguir permanece Jesus, e a nova onda deamor trara de retorno 0 apostolado, os dias inesquedveis daspersegui<;6es e do manirologio que, na atualidade, ted carac-terfsticas diversas, ja que nao se podem matar impunemen-te os carpos como no passado ... Isso nao implica que nao seassaquem acusa<;6es vergonhosas e se promovam campanhasdesmoralizadoras comra eles, a fim de dificultar-Ihes 0 empre-endimemo superior. Assim mesmo, deverao avan<;ar, joviais eestoicos, camando os hinos da liberdade e da fe raciocinada quedignificam 0 ser humano e 0 promovem no cenario imerior.

"Trata-se, ponamo, de urn movimento que modificarao planeta para melhor, a fim de auxilia-Io a alcan<;ar 0 patamarque the esta reservado.

"Quem nao se emrega a luta, ao movimento, candida-ta-se ao insulamemo, a morte ...

"Assim sendo, sob 0 comando do Cancioneiro dasbem-avemuran<;as, sigamos todos empenhados na lidimafraternidade, oferecendo-nos em holocausto de amor a ver-dade, cenos do exito que nos esti destinado.

"Louvando, ponamo, Aquele que nos convidou, miseri-cordia solicitamos."

Quando terminou a eloquente explana<;ao apresenta-va lagrimas nos olhos que nao se atreviam a romper-Ihes ascomportas ...

o governador geral de nossa comunidade acercou-se-Ihee 0 abra<;ou carinhosameme, qual desejavamos todos fazer.

Novamente, 0 coral infamil entoou romamica balada,totalmeme desconhecida por mim, enquanto petalas de rosas

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caiam delicadas sobre tados nos, desfazendo-se no contato co-nosco, exalando perfume especial.

Ato continuo, conduzido pelo nosso administrador, 0

emissario retarnou ao tubo de luz e diluiu-se delicadamente.Havia cumprido com 0 dever que the trouxera a nossa

Colonia.o mestre de cerimonias acercou-se da tribuna e encer-

rou a solenidade.Levantamo-nos vagarosamente em silencio, formando

pequenos grupos interessados em comentar a exposi<;:ao, en-quanta outros nos dirigimos ao estrado para manter conver-sa<;:aocom os nobres membros de nossa comunidade, e noscolocarmos a sua disposi<;:ao.

Identificados pelo amigo Ivon Costa, ele acercou-se donosso governador, ensejando-nos longa e edificante conversa<;:ao.

Os comentirios prosseguiram por alguns minutos,quando, entao, a semelhan<;:a de outros assistentes, demanda-mos nossos aposentos, Oscar, Ivon e nos outro.

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ROTEIROS TERRESTRES

Para mim, pessoalmente, aquela era uma noite muito es-pecial. Reflexionando em torno da mensagem ouvida arespeito do futuro da Humanidade, nao pude sopitar

uma inefavel alegria de viver os momentos tao significativosem torno da constru<;:ao da Nova Era.

Desde as remotas paginas do Evangelho de Jesus, assimcomo das narra<;:6es do Apocalipse, e mesmo antes, existemrevela<;:6esem torno de urn mundo feliz na Terra, ap6s as ter-rlveis flagela<;:6esque alcan<;:ariam as criaturas e as dilacera<;:6esque sofreria 0 planeta.

Os sucessivos acontecimentos que estarreceram a so-ciedade, convidando-a a analise em torno das convuls6esque sacodem 0 mundo fisico periodicamente, enquanto osatos hediondos de terrorismo e de atrocidade repetiam-sede maneira aparvalhante, eram sinais inequivocos da gran-de mudan<;:a que ja estaria tendo lugar no orbe terrestre.

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Passados, porem, os primeiros momentos exploradospela midia insaciavel de tragedias, outros fatos se tornavamrelevantes, substituindo aqueles que deveriam merecer maisestudos e aprofundamento mental, de maneira a encontrar-sesolw;:6es para os terriveis efeitos da polui<;:ao da atmosfera, doenvenenamento das Fontes de vida no planeta ... :E verdade quealguns movimentos bradavam em convites a responsabilidadedas na<;:6ese dos governos perversos, responsaveis pela emissaodos gases venenosos, para logo tomarem vulto os pIanos dedivertimentos globais e de novas conquistas para 0 gozo e aalucina<;:ao.

Ainda 0 pranto das vitimas nao secara nos olhos e osefeitos tragicos dos acontecimentos nem sequer diminuiram, eas contribui<;:6es da solidariedade eram desviadas para fins ig-n6beis, enquanto os sofredores observavam a indiferen<;:a comque eram tratados, relegados a pr6pria sorte, ap6s a tragediaque sofreram.

As praias de diversos paises do Oceano indico estavamjuncadas de cadaveres, dezenas de milhares jaziam sob os es-combros das frageis constru<;:6es destruidas e a insensatez tu-ristica ja planejava novos pacotes para outros paraisos e lugaresde lazer e perversao que nao foram danificados ...

Felizmente, mulheres e homens nobres, organiza<;:6ese entidades humanirarias sensibilizaram-se com a dor do seupr6ximo e acorreram com generosidade, oferecendo algunsrecursos que podiam diminuir 0 desespero das vitimas, dossobreviventes que tinham necessidade de reconstruir os lares econtinuar as experiencias humanas.

o espetaculo espiritual nas regi6es atingidas, no entan-to, era muito grave.

De igual mane ira, em razao da decomposi<;:ao dos ca-daveres humanos e de animais outros e da ausencia de aguaporavel, era grande a amea<;:ado surgimento de epidemias, e

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os Espiritos, abruptamente arrancados do domidlio organico,vagavam, perdidos e desesperados, pelas areas onde sucumbi-ram, transformadas em depositos de lixo e de destros;os, numanoite sem termino, pesada e ameas;adora. Os gritos de deses-pero, os apelos de socorro e os fenomenos de imantas;ao comoutros desencarnados infelizes, constituiam a geografia extra-fisica dos dolorosos acontecimentos.

Acompanhavamos os tristes acontecimentos desde nossacomunidade, atraves de recursos especiais que nos projetavamas imagens terriveis, recolhendo-nos as reflex6es do que seriapossivel contribuir para atenuar tanto desespero e cooperarpelo restabelecimento da ordem.

o banditismo aproveitava-se da situas;ao deplorivel paraestrangular as suas vitimas, exploradores habeis negociavamsobre os despojos dos perdidos e alienados, conspiras;6es he-diondas forjavam habeis manobras para a usurpas;ao do maxi-mo daqueles que nada quase possuiam ...

Era esse, de alguma forma, 0 espeticulo horrendopos-tragedia do tsunami.

No dia seguinte, deveriamos reunir-nos com os organ i-zadores da jornada a regiao conflagrada, de modo a tomarmosconhecimento dos servis;os de emergencia a serem realizados.

Amanhecera de forma esplendida, com 0 ceu azul tur-quesa nimbado de suave claridade que iluminava toda a nossacomunidade.

Embora nos encontremos sob a mesma as;ao das leisque vigem na manutens;ao do orbe terrestre, a luz do Sol quenos alcans;a, porque nao encontra obstaculos materiais paraproduzir 0 aquecimento continuo, tem sempre a mesma tem-peratura, tambem resultado de camadas especiais de energiaemanada dos fotons que envolvem 0 nosso campo vibratorio.Dessa forma, nao ocorrem alteras;6es como aquelas sofridas noplaneta e decorrentes da sua posis;ao em relas;ao ao Astro-rei.

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Deveriamos encontrar-nos as lOh, a sombra de veneran-do cedro no jardim que circunda 0 Templo ecumenico, ondetodos os religiosos das mais diferentes convicc;:6es podem reu-nir-se para vivenciar as suas doutrinas.

o 6rgao derramava musicalidade especial, e quando nosaproximamos, Oscar e n6s, os demais membros se nos acerca-ram jovialmeme.

Ivon Costa acompanhava 0 responsavel pelo grave em-preendimento, cabendo-Ihe 0 dever de apresemar-nos, 0 queocorreu sem maiores circunl6quios.

- Temos 0 jubilo - comec;:ou 0 amigo - de por-vos emcontato com 0 nosso benfeitor, que esta encarregado de con-duzir-nos aos labores terrenos.

o novo amigo sorriu discretamente e ampliou os escla-recimentos, informando:

- Quando, no corpo somatico, vivi 0 maior periodo daexistencia na regiao da Polinesia. Fiz parte dos conquistado-res que, em nome da civilizac;:ao europeia, se impuseram aosilheus de uma larga faixa dos mares do SuI. ..

"Guardando conceitos equivocados, consideravamo-nossuperiores aos que chamavamos indigenas e, em nome dos nos-sos falsos valores, lutamos para acultura-Ios com a nossa pre-sunc;:aode senhores do conhecimento.

"Ledo engano! A medida que conviviamos com eles des-cobrimos a sabedoria de que eram portadores, no seu aparen-te primitivismo. Encomramos, nos seus cultos, consideradosgrosseiros, informac;:6es profundas, que eram passadas de umapara outra gerac;:aooralmente e pelos trabalhos a que se afeic;:o-avam. Seus xamas, em momemosas comunicac;:6es espirituaiseram, ao mesmo tempo, sacerdotes e medicos, pensadores e sa-bios, conselheiros, administradores e psic610gos eficientes ...

"Com eles tomamos conhecimento da interferencia dosmortos na existencia dos vivos e aprendemos que a terapia mais

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eficiente diante dos desafios do binomio saude-doenc;a e sem-pre 0 amor expresso no respeito redproco e nos cuidados quesan oferecidos por todos aos membros do cla.

"Com 0 suceder do tempo, optei viver com a sua inge-nuidade, assimilando os seus costumes e as suas habilidades ...

''A existencia tornou-se longa e proveitosa, permitin-do-me amar sem condic;6es e receber 0 tributo do respeitoe do afeto dos seus sentimentos puros.

"A desencarnac;ao de maneira nenhuma afastou-meda sua convivencia, e agora, quando a desolac;ao e a trage-dia assolam, entre aqueles que muito lhes devemos, candi-datei-me a participar de uma das caravanas de auxilio emnome da gratidao."

Calou-se, por um pouco, e, emocionado, concluiu:- Sou 0 vosso irmao Charles White, de origem inglesa,

que exercera a medicina convencional. .."Encontramo-nos em vossa Colonia, realizando um es-

ragio, para 0 qual trouxemos diversos amigos, que vestiram aindumenraria de diferentes nacionalidades, a fim de treinar-mos tecnicas de socorro especial com os vossos guias e poder-mos aplid.-Ias em nossa area de atendimento, conforme, logomais, teremos oportunidade de 0 fazer.

"Indispensavel que conhec;ais aqueles com os quais convi-vereis por um mes em atividade de amor, exercitando solidarie-dade na regiao que nos aguarda, no amado planeta terrestre.

"Sede bem-vindos a nossa caravana."Ivon, logo depois, apresentou-nos jovem Espirito na fe-

minilidade, que servia de auxiliar de enfermagem ao esculipioe mais dois outros dedicados servidores que se radicaram ante-riormente nas Filipinas ...

De imediato, estabelecemos lac;os de simpatia e amiza-de, des de que estariamos juntos a partir daquele momento,abrac;ando as responsabilidades do Bem.

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- Nosso empreendimento - explicou-nos 0 Dr. Charles- esta dividido em duas fases: a primeira del as tera lugar na re-giao do tsunami, e a segunda na psicosfera do Brasil, preparan-do as mentes e os sentimentos para as reencarna<;:6es especiais.

Depois de expor 0 projeto em que nos encontravamoscomprometidos, liberou-nos, estabelecendo as 18h, como aocasiao de ser realizada a viagem ao planet a amado.

A curiosidade espica<;:ava-me a mente, considerando amagnitude do labor desenhado, especialmente em razao daconvivencia que teriamos com ESplritOS de culturas diferentese habitos com os quais nao me encontrava familiarizado.

Os amigos filipinos logo se permitiram identificar: 0

mais idoso informou-nos haver sido sacerdote catolico numadas muitas ilhas e chamava-se Marcos. Havia-se dedicado aoministerio da fe religiosa e a educa<;:aoinfantil, havendo desen-carnado nos idos do ana de 1954 aos setenta anos de idade.

o outro, mais jovem e sorridente, vestia-se de manei-ra propria do seu povo, e logo se desvelou, elucidando quepertencia a religiao mu<;:ulmana e era conhecido como AbdulSeverin, que desencarnara vitimado por febre palustre aos 40anos de idade.

A caravana, ponanto, se constitula de membros de va-riada forma<;:aoespiritual, que possula como ponto comum deentendimento 0 amor que vige soberano no Universo, comouma das for<;:asde equilibrio cosmico, considerando-se ser deessencia divina.

Por nossa vez, Oscar expos a sua forma<;:aojudaica, e nosoutro referimo-nos a ado<;:aodo comportamento esplrita.

De maneira comovedora demo-nos conta de penencer-mos a mesma grei, conforme assinalou Ivon, jovialmente: 0Bern Imarcesclvel!

Nossos dialogos prolongaram-se, enquanto 0 Dr.Charles e sua auxiliar Ana, de forma<;:ao anglicana, provi-

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denciavam os equipamentos necessarios a primeira fase daspr6ximas atividades.

o padre Marcos, que conhecia a regiao que visitari-amos, esclareceu-nos que 0 ins6lito e tragico choque dasplacas tectonicas gerador das imensas ondas destrutivas,era aguardado, e que providencias espirituais haviam sidotomadas, inclusive, construindo-se urn posto de socorro es-piritual sobre a regiao que sofreu mais danos decorrentesdo epicentro da catastrofe.

Engenheiros e arquitetos desencarnados movimenta-ram-se com rapidez e edificaram uma comunidade de emer-gencia, que a todos nos albergaria logo mais, recebendo tam-bem aqueles aos quais socorressemos.

Curiosamente ampliou os esclarecimentos, informandoque os ocidentais em ferias que se fizeram vitimas, mantinhamprofunda liga<;:aoemocional com aquele povo e foram atraidospor for<;:asmagneticas para resgatar, na ocasiao, velhos com-promissos que lhes pesavam na economia moral. ..

- Nada acontece, sem os alicerces da causalidade!- concluiu.

Surpreso, perguntei-Ihe como conciliava 0 conceitoda reencarna<;:ao com os dogmas esposados pela sua forma-<;:aocat6lica.

Gentil e educado, esclareceu-me:- 0 caro Miranda nao ignora que as formula<;:6es da

Verdade partem deste mundo real na dire<;:ao da Terra, eque as religi6es as vestem de supersti<;:6es, de lend as e dog-mas, con forme os niveis de consciencia das criaturas quelhes aderem, velando urn as e liberando outras. Nada obs-tante, quando retornamos ao pais da imortalidade desapa-recem as f6rmulas, dando lugar ao surgimento da essenciaque logo assimilamos por afinidade e pela 16gica do Bernuniversal.

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Sorrimos, agradavelmeme, e prolongamos a edificameconversac;:ao ate duas horas antes de iniciarmos 0 novo empre-endimento.

Ivon e nos outro, deverfamos participar da experienciailuminativa, como um. estagio de aprimoramemo espiritual,na regiao sofrida, acompanhados por Oscar, que se encontravaestagiando em nossa comunidade, para 0 mesmo empreendi-mento.

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NOVAS EXPERIENCIAS

}J6S algum tempo de repouso e de medita<;:ao, deixei-meinspirar pela ora<;:ao,entregando-me ao Senhor da Vida

ara 0 ministerio que deveria exercer com os nobres Es-piritos que logo mais visitariamos a Terra.

Urn balsamico bem-estar inundou-me os sentimentos enao pude conter as ligrimas de alegria e de gratidao aos Ceus,por permitir-me aprender no trabalho e com 0 exemplo dosmais abnegados.

As ISh, encontramo-nos, e ap6s uma ora<;:aopronuncia-da pelo Dr. Charles White, tomamos 0 veiculo especial quenos conduziu a cidade de Sumatra, na Indonesia, consideradoo quarto pais mais populoso da Terra, que fora assolada entreoutras cidades dos muitos paises atingidos, onde deveriamosinstalar-nos com os lemais grupos que nos anteciparam. Acidade tivera mais de dois ter<;:osda sua area afetada pela inun-

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da<;:aoe pela destrui<;:ao... Igualmente considerada 0 pais maispopuloso dentre os mu<;:ulmanos, seu povo, espalhado pelasinumeras ilhas, nao podia imaginar a grandeza da calamitosaocorrencia, por falta de comunica<;:ao entre aquelas de origemvulcanica e as outras de forma<;:ao calcaria ...

Alguns Espiritos nobres acercaram-se da regiao no co-me<;:ode dezembro, a fim de organizarem as comunidadestransitorias para receberem os que desencarnariam em afli<;:ao,no terrivel futuro evento sismico.

Transcorrido algum tempo de viagem, chegamos a co-munidade espiritual situada sobre a area tristemente atingida.

Embora houvessemos acompanhado alguns lances datragedia em nossa Colonia, podiamos agora ver diretamenteos danos causados pela onda imensa e as que a sucederam,destruindo tudo com a velocidade e a for<;:aciclopica do terre-mota nas aguas profundas do oceano Indico, e logo depois, ascontinuas vibra<;:oese seguidos choques destruidores.

A for<;:atempestuosa espalhara-se pelas costas da India,do Sri Lanka, da Tailandia, das Ilhas Phi Phi, das Maldivas,de Bangladesh, de parte da Africa e de outros paises, emboracom efeitos menores que alcan<;:aram 0 Atlantico ...

Como resultado lastimavel ocorreram altera<;:oes namassa terrestre, no seu movimento, na inclina<;:ao do eixo, queembora nao registradas com facilidade pelos seus habitantes,foram detectadas por instrumentos sensiveis.

A primeira onda avassaladora ceifara mais de 150.000 vi-das, enquanto as sucessivas carregadas de destro<;:osde casas, bar-cos e constru<;:oes de todo tipo, de arvores arrancadas e pedras,semearam 0 horror, arrasando as comunidades litorineas ...

A psicosfera ambiental era densa, denotando todos ossinais inequivocos das tragedias de grande porte.

Ouviamos 0 clamor das multidoes desvairadas, enlou-quecidas pelo sofrimento de corrente da morte dos seres que-

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ridos, assim como em relay:lo aos desaparecidos, a perda derudo, vagando como ondas humanas sem destino.

De imediato, comeyaram a chegar as contribuiyoes in-ternacionais, porem, os instintos agressivos dominavam gru-pos de exploradores, de vadios e criminosos que se aproveita-yam da oporrunidade para ampliar a rapina e 0 terror.

Tempestades vibratorias descarregavam energias dens assobre 0 rescaldo humano e geografico, confrangendo-nos so-bremaneira.

Logo apos encontrarmos 0 lugar que nos deveria servirde suporte para as incursoes ao planeta, onde igualmente sealojavam ourros grupos espiriruais socorristas, 0 nosso gentilcondutor explicou-nos qual a tarefa que deverfamos desempe-nhar naqueles primeiros minutos e, orientando-nos, mergu-lhamos na densa noite que se abatia sobre a regi:lo devastada.

Os corpos em decomposiy:lo amontoavam-se em todaparte, apos ligeira identificay:lo de familiares e a remoy:lo dealguns para outros lugares, chamando-nos a ateny:lo as fortesligayoes espirituais mantidas pelos recem-desencarnados, quenem sequer se haviam dado conta da ocorrencia grave. Iman-tados aos despojos, estorcegavam, experimentando a angustiado afogamento, as dores das pancadas produzidas pelos des-trOyOS,0 desespero defluente da ignorancia ... De quando emquando escutavam-se preces e suplicas dirigidas a Allah, logoseguidas de blasfemias e imprecayoes tormentosas.

Movimentavam-se muitos encarnados em atividades deauxilio, apesar da noite densa, demonstrando a solidarieda-de humana, inumeros dos quais haviam chegado de outrospaises, especialistas nesse tipo de socorro, que se misturavamaos caravaneiros do Alem, igualmente dedicados ao amor aoproximo.

o Dr. White caminhou entre os muitos destroyos e ca-daveres na direy:lo de um grupo de desencarnados, que me fazia

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recordar uma alcateia de lobos famintos, ou chacais disputandoos despojos das presas mortas ... A balburdia era expressiva, e 0

pugilato entre alguns Espiritos era igualmente vergonhoso ...- Disputam as energias dos recem-desencarnados - elu-

cidou 0 respeid.vel medico."Com essa atitude, agridem os Espiritos em desespero,

que mais se apavoram e tentam absorver-Ihes as energias ani-mais de que se nutrem, iniciando 0 infeliz processo de vampi-riza<;:ao.Identificando-se com aqueles cujas existencias foramde irresponsabilidade, 0 que lhes permite a sintonia vibrat6ria,buscam exauri-Ios, 0 que apressari a decomposi<;:ao cadaveri-ca, arrastando-os para regi6es de desdita onde os submeteraoa sevicias e explora<;:aomental de longo curso.

"E como san profundamente infelizes, disputam as vi-timas como fariam os animais ferozes com os despojos dasca<;:asque acreditam pertencer-Ihes ...

"Nosso compromisso de momenta e afasd.-Ios do local etentar desperta-Ios para a sua realidade espiritual."

Aproximamo-nos, e a um sinal do medico, Abdul, quese encontrava com a indumentaria mu<;:ulmana convencional,levantou a voz e recitou um ayat (versiculo) de uma das Suras(capitulos) do Corao, em tonalidade ritmada, qual Faria ummuzlim no seu recitativo na torre da mesquita ...

Com vibra<;:aoespecial e profunda, 0 amigo continuouemitindo 0 som que envolvia as palavras, e, subitamente, hou-ve um silencio aterrador, com os bandoleiros espirituais comoque despertando da alucina<;:ao. Nesse momento, Ana apro-ximou-se carregando um archote que clareava 0 ambiente,erguido com 0 bra<;:odireito acima da cabe<;:ae, tomados deespanto, os vampiros e exploradores pararam a agressividade.

Um deles destacou-se com 0 sembI ante fescenino ecruel, gritando que nada tinha a temer, e que todos se voltas-sem contra os invasores e os submetessem.

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Abdul, porem, manteve-se irretodve1, continuando arecitar 0 Livro, com respeito e seriedade, 0 que produzia im-pacto muito grande na massa alucinada.

Foi entao, que 0 Dr. White explicou-Ihes a ocorrenciaque tivera lugar pouco tempo antes, naque1e dia 26 - era aindadezembro - a partir das 8h da manha, e todos e1es, colhidospe1a morte, necessitavam de justo repouso, assim como os seusdespojos deveriam ser cremados coletivamente, a fim de seremevitadas as epidemias que sucedem apos esses infaustos acon-tecimentos, recordando que ja se anunciavam algumas ...

Ante 0 espanto natural que tomou conta dos desordei-ros espirituais, 0 padre Marcos tomou das maos que pareciamgarras de urn de1es, 0 Espirito que se debatia entre os Buidosmateriais como resultadodas liga<;:6esdo perispirito ainda naototal mente interrompidas, 0 que the proporcionava angustiasinenarraveis e 0 pavor pe10 que experimentava de corrente dorude verdugo, que nao resistiu ao gesto bondoso.

Observando os vinculos que se alongavam ate urn doscadaveres em deplorave1 estado de decomposi<;:ao, 0 re1igioso,com movimentos circulares, no sentido oposto aos ponteirosdo re16gio, trabalhou 0 chakra corondrio, deslindando 0 Espi-rito que gemia e retorcia-se em agonias inenarraveis, ate queas cargas dens as e putridas que eram e1iminadas, a pouco epouco foram diminuindo de volume e esgar<;:ando-se ate di-luir-se totalmente. Vi, entao, 0 desencarnado cambalear e des-falecer. ..

Ajudado por Ivon, 0 benfeitor retirou-o do magote, co-locando-o a regular disrancia, em sono agitado, dando prosse-guimento com outro infe1iz.

o agitador que amea<;:avaAbdul, disparou em ve1ocida-de abandonando 0 grupo, enquanto 0 servidor do Bern conti-nuava conclamando-os a paz, ao respeito pe1as vitimas, a com-paixao e misericordia preconizados pe10 seu livro sagrado.

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Ato continuo, embora prosseguisse a agressao de algunsmais rebeldes, seguimos a atitude do padre Marcos e procu-ramos atender alguns sofredores em comovedora afliyao, quese libertavam das maos perversas que os exploravam, traba-lhando-lhes as fixay6es perispirituais, de modo a atenuar-lhesos sofrimentos acerbos ... A medida que eram diminuidas asligay6es com os cadaveres a que se encontravam imantados,experimentavam 0 torpor da desencarnayao, entrando emsono agitado, tipico das ultimas imagens captadas antes damorte fisica ...

Colocados um pouco distante da zona infectada pelosfluidos densos e danosos, grupos de padioleiros que se dedica-yam a transferi-los para nossa comunidade espiritual tempo-raria, conduziam-nos silenciosamente.

Enquanto ocorria essa atividade, Abdul falava direta-mente com alguns obsessores e zombeteiros que se encontra-yam presentes, explicando-lhes 0 sentido da vida e as Leis queregem 0 Universo, naturalmente induindo 0 sombrio mundoem que se agitavam tentando manter 0 mesmo comportamen-to vivenciado na Terra. Tratava-se da necessidade de transfor-mayao moral para melhor, a fim de poderem viver realmente,libertando-se da nevoa que lhes entorpecia a inteligencia e alu-cinava os sentimentos.

Conhecedor da alma humana, 0 habil esdarecedor naose intimidava ante as ameayas de alguns seres hediondos quedele escarneciam, assim como de todos nos, gritando epitetosvulgares e aberrantes, ameayando-nos de comb ate em defesados seus interesses.

Sem enfrentamento verbal ou mental, continuavamoscuidadosamente em nosso mister, diminuindo 0 numero da-queles que se mantinham fixados nos corpos danificados, dese-jando reergue-los, retoma-los, para prosseguirem na caminha-da humana... Dando-se conta da impossibilidade, caindo na

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realidade que nao desejavam aceitar, perdiam completamentea lucidez e atiravam-se de encontro ao solo ou uns contra osoutros, revoltados e em pranto de agonia, impedindo qualquerajuda de nossa parte. Era natural, ponanto, que houvesse urnponto de contato que nos facilitasse a execw;:ao do mister a quenos dedidvamos.

Nao existem violencias nas Leis de amor, sendo necessa-rio qualquer forma de identifica<;:ao entre aqueles que necessi-tam e quem se predispoe a ajuda-los.

Eis por que, nao poucas vezes, 0 sofrimento ainda e amelhor psicoterapia de que a vida se utiliza para despertar osdementados pelo prazer e os aficionados da crueldade.

o labor era exaustivo e de grande significado, porqueo auxilio liberador a cada Espirito que se beneficiava com adadiva do sono e a imediata transferencia para urn dos setoresde auxilio em nossa Esfera, assinalava-lhe 0 novo caminho apercorrer, ap6s despenar do letargo que passariam experimen-tando por algum tempo.

Momentos houve de agita<;:ao,porque alguns dos explo-radores de energia recusavam-se ceder as suas vitimas ao nossoapoio, altercando e apresentando-se em condi<;:oespr6prias paraurn pugilato fisico, distante de qualquer metodo de equilibrio.

o Dr. White, porem, comunicava-se mental mente co-nosco, estimulando-nos ao prosseguimento, aproveitando-seda indecisao de alguns verdugos, vinculando-nos a Jesus noSeu ministerio de amor junto aos obsidiados a quem socorrera,usando da Sua autoridade, e, desse modo, continuamos.

A patetica da grit aria infrene e da desola<;:ao em voltacomovia-nos, no entanto, nao podiamos deslocar-nos mental-mente da atividade que nos dizia respeito naquele reduto deputrefa<;:ao e loucura.

Atendendo a uma mulher desvairada que segurava umacrian<;:atambem lacrimosa e inconsolavel, percebi-lhe a aluci-

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nac;ao defluente do momenta em que se desejou salvar com afilhinha de poucos anos de idade, buscando a parte superiorda casa em que viviam, e a onda arrancou-a dos alicerces des-pedac;ando-a e esmagando contra os destroc;os ambos os cor-pos. Podia-se ver-lhe os registros na mente alucinada ... Naoparava de gritar suplicando socorro, acreditando-se, como re-almente se encontrava, perseguida por seres demonfacos que adesejavam submeter ...

Tocando-lhe a fronte espiritual e emitindo sucessivasondas de amor e de paz, percebi que me captava 0 pensamentoe, porque estivesse estimulada a fe religiosa, pode perceber-meem seu e no auxflio a filhinha, deixando-se conduzir para forado drculo em que se encontrava aprisionada, embora aindavinculada ao corpo reduzido a frangalhos. A pequenina en-contrava-se livre da injunc;ao perispiritual da materia, e logoasserenou-se ao receber as vibrac;6es que se exteriorizavam des-te servidor em sua direc;ao.

Ivon veio em meu socorro e comec;amos a concentrara nossa atenc;ao nos lac;os que a mantinham presa ao veiculocarnal sem qualquer utilidade naquele momento. Algum tem-po depois, ap6s conseguirmos esgarc;ar as ataduras energeticasentre 0 Espfrito e a materia, por fim, acalmou-se, deixando-seconduzir, enquanto chorava comovedoramente, lamentando 0

acontecimento da desencarnac;ao de que se dava conta.Buscamos falar-lhe de imortalidade atraves do pensa-

mento que ela captava, apresentando-lhe a filhinha que de-veria cuidar, prosseguindo como se estivesse na Terra e pre-parando-se para auxiliar aos demais familiares que, se naoestivessem conduzidos pelo carro da morte, muito necessita-riam da sua cooperac;ao, para poderem continuar no processode recuperac;ao nos dias porvindouros.

Convidada a reflexao da famflia, 0 instinto maternalapresentou-se-lhe mais forte e ela acedeu em acalmar-se. Con-

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seguiu locomover-se, embora com alguma dificuldade, abra-yando a criancinha que adormecera no seu regayo, e a condu-zimos a urn grupo de auxiliares especiais que, a partir daquelemomento, se encarregariam das providencias compativeis aoseu estado.

Ainda nao viramos tudo de que a natureza human ae capaz enquanto the predominam as foryas brutais do pri-marismo.

Esravamos absortos no atendimento daquela mole so-frida, quando alguns individuos ainda reencarnados, come-yaram a remover os corpos sem qualquer considerayao, apro-veitando-se das sombras terriveis da noite.

- Trata-se de assaltantes de cadaveres - informou-nosDr. White - que os estao vasculhando em busca de qualquercoisa de valor, considerando-se que a morte os surpreendeunum momenta de atividade normal, sem aviso previo.

"Embora as autoridades estejam tentando por ordemno caos, os infelizes aproveitadores recorrem a todos os expe-dientes possiveis, objetivando lucrar com a desdita dos outros.Removendo os cadaveres em putrefayao, nao receiam conta-minayao da alguma natureza e suportam os odores terriveisdominados pdo alcool que antes ingerem e pda ambiyao des-medida de amealhar algo para os prazeres degradantes.

"Continuemos sem prestar-lhes atenyao, desde que esta-mos em campos vibratorios muito diferentes."

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o SERVICO DE ILUMINACAo, ,

As horas sucediam-se lent as e pesadas. 0 grupo queatendiamos era constituido por quase mil viti masda tragedia sismica. Aparentemente pequeno era

o resultado do nesso esfor<;:o,embora nos encontrassemosempenhados corn carinho na execu<;:aoda atividade que nosfoi reservada.

A noite tornava-se cada vez mais pavorosa do pontode vista humano, ern razao dos horrores que se manifesta-vam sem cessar.

Na esfera Hsica, a procura de cadiveres para identifica-<;:aoera afligente, porque as pessoas choravam e imprecavamsem lucidez ern torno do que exteriorizavam. Era uma catarsecoletiva sob a inclemencia das sombras tormentosas.

Do nosso lada, naa era menos angustiante a paisagemespiritual.

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Ana continuava a manter 0 archote aceso derramandoclaridade no local sombrio e truanesco. Em determinado mo-mento, escutamos uivos arrepiantes e vimos em movimentouma densa formac;ao agitando-se e aproximando-se como seempurrada por ventos suaves, imperceptiveis para nos ou-tros ... Ao acercar-se, podemos ver em hediondez diversos Es-pfritos com facies e formas lupinas como se estivessemos emum cenario de imaginac;ao doentia, observando antigos sereshumanos que se nzeram vftimas da zoantropia. Com aspectosrepelentes e horridos, eliminavam baba pegajosa pelas bocasescancaradas e os olhos brilhantes procuravam os cadaverescujos Espfritos estavamos libertando.

Subitamente tentaram atirar-se sobre um dos montes demembros e corpos misturados, como se estivessem esfaimados.

Nesse comenos, Dr. White sinalizou ao padre Marcosque, rapido e seguro, desdobrou uma rede de nos luminosose de ampla proporc;ao, no que foi auxiliado por Ivon e Oscar,atirando-a com habilidade sobre 0 monturo fetido ... De ime-diato, pudemos perceber que se tratava de uma defesa magne-tica, irradiando energia especial que apavorou os agressores,que certamente a conheciam, fazendo que se afastassem emtropel rapido, sem maiores perturbac;6es para 0 nosso labor.

Fora a primeira vez que me deparara com cena de talporte.

Percebendo-me as interrogac;6es mentais, 0 habil diretorveio-me em socorro, explicando-me:

- Trata-se de Espfritos muito infelizes, cujas existenciasna Terra foram terrincantes e que construfram as aparenciasperversas atuais como decorrencia do mal que praticaramindiferentes ao sofrimento que causavam. Haviam perdi-do a sensibilidade do amor e, por isso mesmo, deformarampsiquicamente 0 perispfrito que, apos a desencarnac;ao docorpo somatico, encarregou-se de modela-los con forme se

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encontram. Sucede que a unica diferenc;:a em relac;:aoaos de-mais casos de zoantropia, e que, normalmente, a ocorrenciae individual, no entanto, porque constituiam um grupo as-selvajado que laborava em conjunto, 0 fenomeno alcanc;:ou-os a todos, neles plasmando a deformidade lupina que os faztemerarios, imprimindo-lhes as necessidades alimentares tipi-cas do genero canis lupus, mantendo a mente entorpecida ...Por automatismo, prosseguem na sanha do desequillbrio ateo momento quando a misericordia de Deus deles se compa-dec;:ae sejam recambiados as reencarnac;:6es expiatorias mui-to dolorosas ...

"A mente e sempre a geradora de benc;:aosou de desditas,porque dela procedem as aspirac;:6esde uma assim como deoutra natureza. Quando as criaturas humanas considerarem aforc;:ado pensamento que procede do ser que sao, hayed mu-danc;:aradical de comportamento moral e social, dando lugaras conquistas relevantes da imortalidade triunfante.

"Por enquanto, e natural que 0 processo ainda se en-contre em fase preparatoria, dando lugar as aberrac;:oes quetomam corpo no mundo fisico, caracterizando a decadenciados valores eticos e morais, nas esperanc;:asde felicidades quesoc;:obramno mar encapelado das paixoes.

"Nao sao poucos, no campo das comunicac;:oes, na Ter-ra, os decantados multiplicadores de opinitio, que sintonizamcom as Entidades bestializadas, que os submetem ao talantedas suas aberrac;:oes,durante largos periodos de desdobramen-to pelo sono fisiologico, imprimindo profundamente no cer-ne do ser de cada um, a devassidao, 0 desvario, a degradac;:aomoral. Retornando ao corpo somatico, recordam-se das ex-periencias viciosas em que se comprazem e estimulam os seusaficionados, cada vez mais, a luxuria, ao sexo ac;:odadopelasdrogas alucinogenas, pelo alcool, pelas subsrancias farmaceu-ticas estimulantes ...

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"Nao seja de surpreender a debandada das gerac;:6esno-vas para as musicas de sentido infeliz, nos bailes de proceden-cia primiria e sensualidade, onde a perversao dos sentimentose a tonica, e 0 estimulo a violencia, a rebeldia, a agressivi-dade constitui 0 panorama da revolta, afinal contra 0 que?Tornam-se adversirios do denominado contexto, em vez dedesenvolverem os valores dignificantes para melhori-lo, mer-gulham fundamente nas paix6es mais vis, tornando piorespara eles mesmos e para os outros os dias que enfrentam ...Fogem, entao, para a consumpc;:ao por meio das drogas, daexaustao dos prazeres sensuais e perversos.

"De pequena monta a contribuic;:ao da responsabilidade edo dever, ainda distantes de serem avaliados devidamente. Essatarefa libertadora, sem duvida, cabe a educac;:ao das novas gera-c;:6es,a fim de que sejam criados novos hibitos de convivencia ede comunicac;:ao saudivel, dando lugar ao desenvolvimento dasforc;:asvivas do Bem inatas em todos os individuos.

"Podemos ver aqui as paisagens defluentes dessas condu-tas arbitririas e deslocadas no tempo e no espac;:o,transforma-das em sofrimentos de longo prazo, que 0 amor iri modificarno momento proprio."

N ao havia oportunidade para mais esclarecimento e di-vagac;:6es sobre 0 tema relevante, porque agora chovia energiacausticante, que fazia lembrar os raios durante as tempestades,aumentando as dores das vitimas de si mesmas,arrebatadasdocorpo pela desencarnac;:ao em massa.

Curiosamente relampejava na sombra temeriria, e essasclaridades eram psiquicas, que predominavam na regiao mes-mo antes do acontecimento terrivel.

Turistas de diversos paises europeus, especialmente nor-dicos e americanos, franceses e alemaes, escolhiam aquelasregi6es para os prazeres do corpo sem qualquer compromissocom a beleza das paisagens dos mares do suI, com a sua na-

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tureza ainda semipreservada ... Muitos viajavam para aquelesparaisos, quais a Tailandia, as ilhas Maldivas, as ilhas Phi Phie outras, para desfrutarem das facilidades morais, sexuais, dejovens adolescentes vendidos pelos pais irresponsaveis ao co-mercio da licenciosidade ... Habitos ancestrais ainda vigentesde total desrespeito pela mulher e pelo ser humano, faculta-yam a larga prostitui<;:ao de meninas e de meninos que serviamde mas cotes aos ocidentais que os podiam comprar a pre<;:obast ante acessivel para des.

Ao largo dos ultimos anos, as mentes geraram essa psi-cosfera doentia nas regi6es agora afetadas pela calamidade queteve uma fun<;:aopurificadora para toda a regiao, alterando oscostumes e propondo novos comportamentos morais pela dor,advertindo a respeito da fragilidade e temporalidade da vidaorganica, e que, infelizmente, ainda nao apresentava qualquerpossibilidade de melhora. Pelo contrario, aconteciam a revolta, 0

subomo, 0 desvio dos auxilios intemacionais, a domina<;:ao dosmais fortes sobre os mais fracos, que ficariam amerce da pr6priasorte em rela<;:aoao futuro sombrio em cujo rumo avan<;:avam.

Como as religi6es lentamente estavam perdendo presti-gio, mantendo regras de comportamento na teoria e manco-munando-se com os poderes temporais indignos, as criaturasencontravam-se sem norte, vagando nas ocorrencias mais ape-tecidas e menos laboriosas ... 0 dinheiro facil era 0 que lhesimportava, a fim de sairem da miseria financeira e embriaga-rem-se no consumismo devastador.

Como faz falta a presen<;:a de Jesus no mundo, assimcomo dos Seus embaixadores que, atraves dos tempos, vierampreparar-Lhe 0 advento!

As Suas propostas ricas de temura e de esperan<;:a, deconsolo e de amor ainda nao conseguiram penetrar realm en-te nos Seus seguidores, menos ainda naqueles que 0 nao co-nhecem, dando lugar as loucuras do imediatismo, do desgaste

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emocional e moral nos jogos dos desejos infrenes. A ilumina-c;:3.0espiritual e trabalho de largo porte, que exige abnegac;:ao edevotamento, compensando atraves da paz que proporciona eda alegria de viver sem condicionamentos extravagantes nemdependencias doentias.

Empenhados na atividade especial de ajuda aos irmaosaflitos, sucediam-se os quadros de dor, cada qual especifico, emrazao de cada pessoa ser unica e especial, seus problemas e am-bic;:6esmuito pr6prios, caracterizando-Ihe 0 nivel de evoluc;:ao.

Abdul, suavemente iluminado, podendo ser percebidopela maioria dos Espiritos perversos que disputavam as car-cac;:ashumanas e tentavam submeter os seus antigos h6spedesfisicos, continuava no recitativo do Alcorao, suplicando, vezque outra, a ajuda dos Ceus para os sofredores e seus algozes.

Subitamente, no circulo de aflic;:6es, destacou-se umamulher de olhar esgazeado que procurava a maezinha, tam-bem vitima da carastrofe. Gritava, ja afonica, pelo nome dagenitora, tentando desembarac;:ar-se do corpo sem 0 conseguir,constrangendo-nos de imediato.

Acerquei-me, paciente e compadecido, podendo ler noseu pensamento 0 drama que experienciava e a dor imensa quea consumla.

Estava atendendo a senhora idosa enferma, quando aonda imensa arrancou-Ihe a casa do solo, levando-a de roldaocom os coqueiros e outras arvores de grande porte, despeda-c;:ando tudo a frente.

A morte de ambas foi imediata, e logo despertou ago-nica entre as minas do que fora 0 lugar em que vivia. Nao seapercebeu da situac;:ao, pois que, para ela, 0 dia nao raiara,ainda tomado pelas sombras decorrentes das vibrac;:6espesadasambientais, entregando-se ao desespero em busca da ancia ...

Fortemente ligada ao corpo, tentava sair do lugar sem 0conseguir, em desespero crescente.

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Naquele momento, algo de belo sucedeu, porque nadensa escuridao surgiu a maezinha liberada do corpo fisico e,lucida, assistida por nobre amigo desencarnado que a condu-zia, ajudando-a a acercar-se da filha alucinada. Vendo-nos emprocesso de auxilio e esclarecida pelo seu mentor espiritual,sorriu, e tentou agradecer sem palavras a nossa presenya. Atocontinuo, abrayou a filha total mente desequilibrada e come-yOUa can tar uma doce melodia que falava de esperanya, dealegria e de reencontro. A jovem espiritual acalmou-se, a pou-co e pouco, enquanto era embalada, logo adormecendo.

Foi entao que oferecernos 0 nosso contributo para atecnica da libertayao dos despojos fisicos, cujas ultimas ener-gias foram absorvidas pelo Espirito que se recolheu no rega-yOmaternal.

As doces vibrayoes da senhora e a sua destacada estaturaespiritual irradiavam-se, invadindo 0 organismo perispiriticoda filhinha, que foi conduzida a outra esfera que nao aquela aqual nos vincuLivamos ...

o trabalho prosseguia sem cessar.Embora 0 Sol abenyoasse a imensa area logo ao amanhe-

cer, do nosso lado continuavam as trevas dens as e as afliyoessem nome, aguardando 0 sublime contributo da iluminayaoespiritual.

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OAMORCOMOFORCA DIVINA,

Prosseguiamos na at~vidade por quase vinte hor~s inin-terruptas e preparavamo-nos para 0 retorno a nossacomunidade espiritual para urn breve repouso.

Abdul silenciara 0 seu canto oracional e se encontra-va em profunda medita<;:ao, permitindo-se irradiar diafanasenergias que diluiam lentamente a densa treva que 0 archo-te conduzido por Ana iluminava parcamente.

Nesse momento, aproximou-se urn grupo de Espiritosagressivos como uma organiza<;:aode bandidos desencarnados,quando, urn deles, que parecia 0 chefe, bradou, estent6reo,interrogando:

- Quem e 0 responsavel pela invasao desta area?Dr. White aproximou-se sem alarde e explicou que ele

era 0 encarregado de realizar 0 labor de atendimentos aqueles

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desencarnados em aflic;:ao, acompanhado pelos amigos que 0

assessoravam.Elucidou que nao houvera acontecido qualquer tipo de

invasao, considerando-se que aquela era uma terra de ninguem,des de quando fora vergastada pela tragedia coletiva que sobreela se abatera ...

Nao pode prosseguir, porque 0 arrogante, que se vestiade maneira tipica das gangues regionais das grandes urbes,cortou-Ihe a palavra com grosseria:

- Pois saiba que esta area a mim me pertence, portanto,tem proprietario, desde muito antes do a que voce se refere comocatistrofe. Fui informado por um dos meus subalternos, vigilantea meu soldo, sobre as ocorrencias que me interessam e que daquifoi enxotado, fazendo-o correr, esclarecendo-me que estranhos in-vasores de outro lugar haviam-se apossado do nosso territorio ...

"Chamado nominalmente para resolver a prebenda, ve-nho com os me us servidores exigir-Ihes 0 abandono das ac;:6esnao solicitadas."

Calmamente, 0 medico respondeu que ai se encontravaatendendo ao apelo dos Guias espirituais do pais, que haviamrecorrido a ajuda de todos quantos 0 desejassem, de ambos ospIanos da vida, a fim de serem diminuidas as aflic;:6esdefluen-tes da tragedia coletiva.

E esclareceu:- Seu apelo havia chegado a nossa comunidade, con-

forme ocorrera com muitas outras, quando se ouviu 0 som deuma corneta que to cava a musica Silencio, expressando a dorque se abatia sobre milhares de vidas no planeta terrestre ...Apresentamo-nos ao nosso governador e fomos autorizados aparticipar do agape da solidariedade com os irmaos sofredoresque estamos atendendo ...

- Isso, porem - interrompeu-o novamente com atrevi-mento - nao justifica a sua e a intervenc;:ao nefasta dos demais,

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estrangeiros que sao, em nossos negocios, desconhecedores dosnossos habitos e costumes. Desde a epoca da colonizayao ho-landesa aqui, atraves da Companhia das fndias, no seculo XVI,que nos rebelamos, os nacionais, contra os invasores de nossasterras ... Timor Leste, dominada pelos portugueses, hi seculos,ainda se encontra atravessada em nossa garganta ... A morte naonos interrompeu os ideais libertirios, e embora tenhamos retor-nado ao solo amado, pelos renascimentos corporais, volvemos asorigens, para daqui defendermos os nossos direitos de construira nacionalidade com as nossas proprias emoy6es ...

"Assim sendo, continuaremos a libertar nosso povo quetern sido vftima da intervenyao alienfgena, pagando qualquerpreyo. Nao ha muito, governos perversos e piores do que nos,entregaram-nos ao ocidente, em cuja interferencia teve papeldestacado 0 Japao, gerando mais infelicidade e enriquecimen-to ilfcito dos seus chefes, tanto 0 que dominava antes, quantoaquele que 0 derrubou ferozmente, sem nenhuma considera-yaO pelos ideais nacionais.

"Somos, portanto, nos, os indonesios, que temos 0 di-reito de aplicar a justiya, atraves dos nossos metodos discipli-nadores e punitivos, naqueles que san expulsos do carpo pelofenomeno da morte ... "

- Compreendo a sua colocayao patriotica - informou 0

nobre mentor - no entanto, as fronteiras a que voce se refere,ficaram na geografia terrestre que nao e abrangida por estaarea, afinal todas de propriedade divina.

"Ouvindo-se 0 amigo expor 0 seu pensamento, tem-se aimpressao de tratar-se de urn benfeitor do povo sofrido, quan-do em verdade e urn explorador impenitente das energias dostransfugas que lhes tomb am nas armadilhas perversas, sendoarrastados para os lugares de profundo sofrimento, distantes daesperanya e da misericordia. A isso chama de justiya, de discipli-na? Como se atreve a tomar a adaga da justiya real nas proprias

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maos, se ainda nao consegue dominar os impetos asselvajadosque the constituem 0 carater enfermo?

"Aqui estamos a convite dos reais governadores dopais, ponanto, dos respeidveis embaixadores de Deus, corno objetivo de desalgemar os irmaos infelizes dos seus des-pojos e libert<i-los dos vampiros do Alem-tumulo, e tenhacerteza de que nao arredaremos pe dos nossos compromis-sos, confessando-lhe que, de maneira alguma, temos me dodas suas amea<;:ase da farandola que 0 acompanha tementee assustada ... "

o esturdio expressou 0 odio que 0 dominava, arengando:- Essa tarefa penence-nos a nos, que utilizamos os nos-

sos metodos conforme as leis que vigem ca.,sem a necessidadede qualquer contributo de violadores dos direitos alheios. Sa-beremos expuki-los dentro de alguns minutos ...

Corn a expressao asselvajada, segurando urn feroz mas-tim e aplaudido pela malta insana, que tocava tarn bores e sonsestranhos corn tubos perfurados, imp6s, rispido:

- Agora suspendam as a<;:6ese acabem corn os seusarenzeis, batendo ern retirada. Deixem os nossos pacientes aosnossos cuidados, conforme sempre sucedeu, pois que sabemostomar conta de todos eles.

. .. E gargalhou sard6nico, esfogueado, transtornado.Sem apresentar qualquer emo<;:ao perturbadora, Dr.

White enfrentou-o, elucidando:- 0 caro amigo encontra-se total mente equivocado a

nosso respeito, porquanto nao 0 tememos e menos 0 obede-ceremos. Iremos prosseguir ern nossa faina fraternal e ficaria-mos, alias, muito gratos, se 0 seu grupo se diluisse, e aquelesque 0 desejarem queiram auxiliar-nos na empresa ern que nosencontramos envolvidos.

o carrasco zombou, cinico, e arremeteu, furibundo:- Atacar! Dizimemos os impostores e ladr6es!

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Como se aguardasse essa rea<;:ao,0 nobre medico con-centrou-se profundamente diante dos agressores e, naquelehorrendo chavascal, transformou-se numa lampada espar-zindo claridade que fez estacionar a horda que erguia os seusinstrumentos de guerra: flechas, azagaias, lan<;:ase outros deapresenta<;:ao exotica ...

Tomados de surpresa, ouviram sua voz profunda e me-lodiosa, energica e poderosa, no seu proprio dialeto:

- Arrependei-vos e dobrai-vos it vontade do SenhordosMundos.

Chega 0 momento, em vossodesvario, que somente seapresenta uma alternativa para escolher: abandonardes 0

6dio e a perseguirdo desditosa para abrarardes 0 amor.Escoam-se os anos e permaneceis hostis ao Bem e it

Verdade.vossa impiedade transborda, e vossa loucura, ao in-

vis de inspirar temor ou 6dio, provoca a compaixdo.Decenios sepassaram desde que aderistes it loucura

que cultivastes nos regimes da impiedade que inJelicitouvossopovo, transferindo-o para alem-da-morte, de modoque permanecestes sicdrios dos vossosirmdos igualmente in-Jelizes, a salvo da vossa crueldade e loucura.

Ouvi-me! Sou a voz da vossa consciencia anuladapela desesperardo, que perdeu 0 uso da razdo, mas que ne-cessitalibertar-se.

Agora 10 vosso momenta de alegria e emancipardo.Silenciai 0 6dio nos sentimentos, deixai 0 medo dos

inJelizes que vos intimidam e vinde para as nossasjileiras,as do Bem ...

Enquanto a voz, firme e doce, penetrava a acustica dasalmas, vimos cair sobre 0 tremedal bitegas de luz, nao mais

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os raios destrutivos de antes, e que tocando aqueles rebeldespenetrava-os, provo cando mudan<;:as interiores, levando-os aopranto e a exclama<;:6es lamuriosas.

Libertai-vos do mal - prosseguiu 0 instrumentoda Verdade - e adotai 0 amor avos mesmos, inicialmente,para depois poderdes amar 0 vossoproximo e, por jim, aDeus. Sois todos, como nos outros, jilhos do mesmo Pai Ge-neroso que vos espera compassivo. Este e 0 vosso momentade renovaFao, aproveitai-o com decisao e coragem de rom-per as amarras da ignorancia e da perversidade que vostem infelicitado por tao largoperiodo.

Ao silenciar, num clima psiquico ,e emocional superior, osdesditosos atiraram ao solo as armas que brandiam e, dominadospela for<;:ado amor, pediam amparo e adesao a nossa hoste, pas-sando para 0 lado em que nos encontdvamos, subitamente envol-to pela claridade suave que se dilatava do Mensageiro da Luz ...

Blasfemando, 0 chefe do grupo ordenava que soltassemos caes contra os desertores e nos outros, ou que disparassemos seus dardos e flechas, inutilmente, porque a debandada foigeral.

A medida que mudavam de lado, atirando-se aos nossosbra<;:osacolhedores, dilatava-se a faixa vibratoria defensiva quenos resguardava de qualquer tipo de agressao externa.

Vinde, tambem, vos que estais sedento de luz e deamor - dirigiu-se ao chefe aturdido.

Nada obstante, apresentando a facies de horror, 0 des-ditoso coman dante emitiu urn estranho ruido e, num esgarpouco comum, apos tremer como varas verdes, foi tornadopor uma convulsao semelhante a epileptica, esterrorando, etombou, literal mente, no solo.

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· .. Alguns dos seus subordinados, que seguravam oscaes e os instrumentos de guerra, aparvalhados com 0 queacontecia, debandaram em ruidosa correria, gritando deses-peradamente.

Logo apos, fez-se silencio, somente interrompido peloaluviao do choro convulsivo dos candidatos a renovac;:ao.

Suavemente, 0 Guia retomou a postura anterior e,bem-humorado, afirmou:

- Jesus sempre vence!"Temos muito servic;:opela frente. Recambiar os nossos

irmaos assustados a comunidade propria para agasalha-Ios, eo nosso dever.

"Irei recorrer ao auxilio de outros grupos especializadosneste tipo de auxilio, que operam nesta area.

"0 amor e forc;:adivina que sempre triunfa!"

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SOCORROS INESPERADOS

Oincidente inesperado colheu-nos de surpresa que,certamente, nao 0 fora para 0 nosso mentor, em ra-zao da sua admidvel faculdade premonit6ria.

Investido de uma tarefa de tal envergadura, somente apouco e pouca, ia-se desvelando em rela<;:aoao nosso grupo.

A informa<;:ao sobre a solicita<;:aodos Guias da Indonesia,pedindo auxilio espiritual as comunidades do Alem, tambemsoou-nos de forma agradavel e iluminativa. Como real mentenao existe 0 acaso, todos os labores edificantes sao pre-organi-zados, estudados com cuidado, examinadas as possibilidadesde exito ou de fracasso, e quando come<;:am, 0 plano avan<;:acom seguran<;:a e metas bem definidas.

Realmente, recordava-me de quando soaram as come-tas em nossa Colonia, naquela manha de 6 de dezembro etodos nos recolhemos a ora<;:ao,porque, de imediato, 0 nosso

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servi<;o de comunica<;6es informou-nos sobre a grande trage-dia, facultando-nos acompanhar os infaustos acontecimentos.Ignorava, porem, os cuidados estabelecidos pelos Mentores e asolicita<;ao de ajuda solidaria no mundo espiritual.

Comovido ante a sabedoria divina e 0 intercambio queexiste em toda parte em nome da solidariedade universal, pus-me a observar os Espiritos aflitos que se deixaram cooptar pelapalavra sabia do orientador, ansiando pela propria renova<;ao,e agora dependiam do;' esfor<;os do nosso grupo.

Dr. White fora tomar providencias com organiza<;6es es-pecializadas na ajuda a esses arrependidos que se apresentavamassinalados por graves enfermidades psiquicas e emocionais. Oscorpos denotavam os sofrimentos experienciados pelos continuosanos de martirio e dependencia dos verdugos que os maltrata-Yam, reduzindo-os a condi<;ao de escravos das suas paix6es.

Agora, que come<;aram a mudar de atitude mental, co-me<;aram a perceber 0 estado deploravel em que se encontra-Yam, passando a sofrer os dardos ultrizes das enfermidadesque os haviam ceifado a existencia fisica, assim como as mar-cas profundas dos disturbios ocasionados pela insania que sepermitiam ... Ademais, em razao do comportamento infeliz,cada perispirito assinalava os sentimentos ultrizes antes viven-ciados e agora exteriorizava-os em forma de ulceras putridas,deforma<;6es e amputa<;6es de membros, que se encontravamenvoltos em vibra<;6es escuras de baixo teor.

Olhando-os, com misericordia e carinho; constaravamoscomo somos 0 fruto daquilo que cultivamos mentalmente.

Reunidos em uma faixa especial, a fim de que nao semisturassem aos demais que estavam despertando do torporda desencarna<;ao, choravam uns, outros permaneciam he-betados, diversos apresentavam-se enlouquecidos, formandouma hoste de desditosos que rebolcavam nas afli<;6es inomi-naveis que os mortificavam.

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Bailavam na minha mente algumas interrogas;oes a respei-to do dialogo mantido pelo Dr. White e a legiao de agressivos.

Ao primeira ensejo, indaguei ao gentil orientador:- Tendo-se em mente que os indigitados irmaos que vie-

ram agredir-nos estavam estruturados na linguagem nacional,nao entendendo outra idiom a, como foi possivel travar-se 0

dialogo vigoroso que tiveramos ocasiao de ouvir?Sem demonstrar enfado, 0 querido amigo explicou-nos:- Utilizei-me da onda mental sem a sua verbalizas;ao em

palavras. Em face das circunstincias e do pensamento que aelaborava, os irmaos aflitos escutavam na sua lingua de comu-nicas;ao habitual, por estarmos vibrando na mesma faixa depensamento. Por outra lado, os amigos do nosso grupo, porsua vez ouviam 0 dialogo no idiom a com 0 qual nos comuni-camos, qual ocorre em nossos contatos intimos. Constituindourn grupo de Espiritos pracedentes de paises diferentes, a nos-sa comunicas;ao e mental, sem a necessidade da expressao oral,formulada nos padroes de cada idioma.

''A linguagem do Universo e 0 pensamento que modulaas expressoes de acordo com a captas;ao de cada ouvinte. Essatarefa de interpretas;ao da linguagem e caracteristica do pe-rispirito que armazena as matrizes idiomaticas dos paises poron de transitamos nas diversas existencias corporais. Mesmoquando estamos diante daqueles que procedem de regioes pe-las quais nao passamos no percurso das reencarnas;oes, a suamente capta a onda emitida e a decodifica. Tudo ocorre comautomatismo e naturalidade, sem que haja esfors;o de quemquer que seja. Nada obstante, quando ocorre uma sintonia porideias, interesses ou anelos, 0 fenomeno se torna mais eficientee mais ripido.

"Na discussao que travamos com 0 chefe da grei rebelde,usamos as formulas;oes da lingua inglesa que eram captadasno indonesio, no portugues, no filipino, portanto, igualmente

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pelo nosso grupo de cooperadores procedentes dos paises quese comunicam nesses idiomas."

Depois de uma breve pausa, conduiu:"Imaginemos uma orquestrayao sinf6nica que nos alcanya

os ouvidos acompanhada por urn coral que se expressa em deter-minado idioma, e constataremos que registramos a musica e asvozes, penetrando no seu conteudo, embora sem compreender aspalavras que os cantores enunciam. 0 importante san 0 conjun-to melodico, a emoyao que nos desperta, a alegria que nos invadee 0 imenso bem-estar defluente do seu efeito musical."

o momenta nao permitia ampliayao do diilogo, por-que, naquele momento, havia parado a regular distincia urnveiculo do qual saltaram alguns lid adores do Bern que se apro-ximaram, apresentando-se ao Dr. White.

Tratava-se da ajuda solicitada aos responsiveis pelo aco-lhimento e cuidados em relayao aos irmaos arrependidos quese haviam proposto renovayao e entendimento.

Diversos desses operarios da caridade adentraram-se emnosso campo de socorro e passaram a assistir os sofredores,conduzindo-os, urn a urn, ao transporte que pairava no ar,a urn metro, mais ou menos, acima do solo. Alguns se mo-vimentavam com dificuldade, embora a assistencia recebida,logo sendo acomodados, num total de oitenta ...

o responsivel pela conduyao agradeceu ao nosso men-tor e, de imediato, a nave decolou com velocidade, seguindo 0

roteiro estabelecido.Sentia-me edificado ante a misericordia divina que luz

para todos, sempre ao alcance de quem a deseja receber.Ao meu lado, 0 amigo Ivon Costa considerou a sabe-

doria divina e a constituiyao do amor vibrante em toda parte,como sua mais bela manifestayao.

Menos de duas horas antes, aqueles irmaos recolhidosacreditavam-se pertencentes ao submundo infeliz da erratici-

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dade inferior, lutando contra as leis soberanas, embora a elassubmetidos, enquanto que, agora, rumavam na direyao da fe-licidade que haviam desdenhado por decadas de loucura e deignorincia.

Simultaneamente, os irmaos recem-despertos pela nossaatividade, encontravam-se em area proxima, sobre urn gramadoverdejante e podiam desfrutar da claridade do dia que lhes che-gava tenue, embora a sombra predominante proxima dali ...

Por sua vez, eram recambiados para a Colonia de refazi-mento, grayas a abnegayao de inumeros servidores polinesios,alguns procedentes de ilhas remotas, que eram tidos comoprimitivos. Generosos e ingenuos, dedicavam-se ao socorroaos nossos irmaos vitimados com alegria infantil, entoandoalgumas das canyoes sentimentais das terras que habitaramantes da desencarnayao ... Vestidos com simplicidade e usan-do barretes coloridos, as suas roupas davam-lhes uma belezasingela e harmoniosa.

Pequenos tremores ainda aconteciam sob as aguas pro-fundas do Oceano Indico, sem que novos danos ocorressemna superficie.

Dr. White convidou-nos ao retorno a nossa sede, par al-gum tempo, e usando a volitayao com todo 0 grupo, chegamosa comunidade que se encontrava em movimentayao. Era maisurn imenso hospital a ceu aberto e com alguns pavilhoes ondeeram recolhidos os pacientes mais agitados, do que urn lugarde repouso. As vibrayoes ambientais eram beneficas, propor-cionando 0 refazimento emocional que 0 desgaste natural nafaixa em que estavamos laborando se fazia forte.

Dirigimo-nos, imediatamente, ao nucleo de acolhimen-to que nos fora reservado, e apos ouvirmos as recomendayoesdo benfeitor, que nos recomendava quatro horas de revigo-ramento, de prece e de reflexao, liberou-nos para 0 repousonecessario.

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Encontrava-me comovido ante as messes de misericor-dia com que me sentia agraciado.

Enquanto mourejava na Terra, abra<;:andoa Doutrina dosEspiritos, tentava compreender como seria a vida fora da vesti-menta carnal, sem 0 conseguir em plenitude. Por mais que aimagina<;:ao procurasse encontrar parametros para facultar-meo entendimento, tudo quanto lograva conceber era muito pali-do em rela<;:aoa realidade, na qual ora me encontrava.

E muito dificil estar-se mergulhado no mundo dos efei-tos, tentando entender as causas, qual acontece com 0 conte-udo de qualquer natureza, que procure imaginar como sera 0

continente que 0 guarda ...A constata<;:ao e de que somente ha vida em toda parte,

movimento e a<;:ao,sendo a Terra uma pobre copia daqueleadmiravel mundo pulsante, permanente, de onde nos origi-navamos.

Orei, entao, em favor dos irmaos em processo de reno-va<;:ao,aqueles que se haviam rebelado contra os divinos codi-gos e se encontravam de volta como naufragos vencidos, massobrevivendo ... Ao mesmo tempo, recordei-me dos outros,aqueles que se fixavam pela mente e pela conduta as vestes ma-teriais que a morte ia consumindo e desejavam restaurar-Ihesas fun<;:6es, tombando em estados de loucura e de desanimo.

Suave paz dominou-me, arrebatando-me pelo sono, fa-cultando-me urn sonho feliz em regiao de beleza quase inima-ginavel.

Ali, tudo eram sons e harmonias. 0 vento, que per-passava pelo arvoredo, as flores que desabrochavam emitindomusicalidade especial, as mais diversas express6es da Natu-reza em Festa sonora, aves de plumagem inigualavel e os ceusinfinitamente azuis, como se 0 zimborio Fosse urn grandiosorecinto no qual se movimentavam milhares de seres luminososem atividade ordenada e quase magic a, emocionavam-me ...

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Automaticamente acompanhei pequeno grupo que sedirigia a uma construyao ultramodema de subsrancia trans-parente como ados atuais edificios das gran des cidades, po-rem, mais delicada, e adentramo-nos num recinto que pareciaum templo g6tico onde se celebrava uma solenidade religiosa.Destitufda de qualquer simbolismo, a nave nua era revestidade vibrayoes sonoras e coloridas, filtradas por imensos vitrais,que Ihe davam uma beleza especial, singular.

As pessoas encontravam-se reunidas com jubilo na face,quando passamos a escutar um ser angelico portador de grandebeleza, que abordou um tema sobre a solidariedade universal.

Ouvindo-o, embevecido, a musicalidade da sua voz pe-netrava-me 0 Espfrito mais pela emoyao do que pelas palavrasarticuladas, que me pareciam um canto sinf6nico.

Seria muito dificil traduzir tudo quanto era exposto,porque 0 objetivo era introjetar nos ouvintes os sentimentosde amor profundo, em vez das expressoes que se confundiamcom a melodia ambiental.

Encontrava-me deslumbrado, quando suavemente re-tomei, despertando e man tendo as impressoes incompadveisdaqueles momentos de desdobramento e visita a alguma re-giao feliz a que ainda nao tivera acesso por falta de meritoscompreensfveis.

Amanhecia em nossa comunidade e, com 0 corayaopuis ante de felicidade, busquei os demais amigos para as no-vas tarefas.

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DESAFIOS EXISTENCIAIS

Embora de nossa comunidade pudessemos desfrutarda luminosidade do Sol, sobre a area imensa desoladapairava uma nuvem sombria, pesada, resultante da an-

gustia coletiva, do desespero que assolava os sobreviventes, darevolta que a muitos tomava, enfim, dos transtornos psiquicoscausados por aqueles que tiveram a desencarna<;:ao violenta.

Podiamos ver as tempestades vibratorias que produziamraios e relampagos amea<;:adores sobre a imensa cortina qua-se negra que vestia a paisagem espiritual. A condensa<;:ao dasenergias morbidas, a semelhan<;:a do que acontece na atmosferaterrestre com 0 choque das temperaturas fazendo desencadearas tormentas, os tornados, sucedia de maneira semelhante naimensa faixa avassalada.

Certamente essa psicosfera perturbava os sobreviventesaflitos que mais adensavam os cumulos escuros e amea<;:adores.

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Tornava-se um circulo vicioso: as mentes emitindo ondassombrias e absorvendo os efeitos danosos que pairavam no ar ...

A emo<;ao de ternura e compaixao tomou-me e dei-xei-me arrastar pelas blandicias da ora<;ao em favor daquelasociedade atormentada.

Chegou 0 momenta de retornarmos aos labores. Todosnos encontravamos assinalados pelo bom humor, pela alegriaque se deriva do servi<;o fraternal de amor ao proximo, e nossacondu<;ao fez-se da mesma maneira como chegaramos sob 0

comando do nosso Benfeitor.Atingida a regiao do nosso destino, de imediato passa-

mos ao programa de assistencia espiritual aos irmaos do car-reiro da agonia.

Logo chamou-me a aten<;ao um Espirito feminino quese encontrava sob terrfvel domina<;ao de outro, masculino, quese apresentava com aspecto terrfvel e a explorava psiquicamen-te de maneira cruel.

Totalmente desvairada e presa aos vestigios carnais, aatormentada debatia-se entre as sensa<;6es da decomposi<;aocadaverica avan<;ada e a injun<;ao penosa a que era submetida.Podiamos ver 0 algoz que a explorava emocionalmente, levan-do-a a acessos continuos de gritos, blasfemias e loucura.

Enquanto a contemplava presa ao corpo que tentavareerguer, talvez pensando em fugir a situa<;ao penosa, acer-cou-se-nos uma ancia desencarnada que, lacrimosa e aflita,pediu-nos ajuda, informando-nos ser-lhe a genitora.

Imediatamente, fez um sintetico retrato biografico dainfeliz.

- Minha filhinha - come<;ou entre lagrimas de resig-na<;ao e debil voz - era vendedora de ilus6es. Tornou-se profis-sional aos catorze anos de idade, quando foi consorciada, deacordo com os nossos costumes, com um homem de aparenciarespeitivel e de carater vil, muito mais idoso do que ela. Os

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esponsais foram ricos de alegria, porem, passados dois meses,ele a encaminhou a um prosdbulo de luxo de sua propriedade,onde moc;oilas inexperientes e sonhadoras vendiam 0 corpoem volupias de paix6es.

Fez uma pausa, enxugando 0 pranto, e logo deu conti-nuidade a narrac;ao:

- Minha menina foi estimulada a explorac;ao carnaL ..Recebeu cuidados adequados ao comercio de que iria participar,submeteu-se a uma cirurgia, a fim de evitar a gravidez, e foi trei-nada em um tipo de danc;a muito especialmente sedutora.

"Com 0 passar dos dias emeses tornou-se tao celebre,quanto cinica e debochada, atraindo, a casa festiva, os aficiona-dos da sensualidade atormentada. Com 0 desgaste natural, re-sultante dos abusos e pela necessidade de vender-se mais e sem-pre mais, derrapou para os infelizes comportamentos sexuaisaberrantes e, para tanto, passou a consumir drogas terriveis ...

"Visitada por mais de uma vez pela minha ternura, ja queo seu pai morrera pouco depois do desvario a que ela se entrega-va, desgostoso, em razao do choque com a religiao que professa-vamos, pois que somos muc;ulmanos austeros, adverti-a sem ces-sar, nao conseguindo a minima considerac;ao nem respeito. Porfim, parecendo cansada dos meus conselhos, num momenta dedesequilibrio total expulsou-me do seu bordel de luxuria, sempredirigida pelo maldito explorador - 0 pr6prio marido!

"Minha filha havia enlouquecido por uma doenc;a que eunao conseguia compreender. De um para outro momento, trans-formava-se, ficando tigrina e agressiva, perigosa e ma, compra-zendo-se em atemorizar os servos e mesmo alguns dos clientes,que lamentavam as suas frequentes mudanc;as de personalidade,o que os desconsertava no vii conubio a que se entregavam.

"Sem que ninguem soubesse 0 que ocorria, comec;ou aemagrecer, a definhar, como se Fosse sugada nas suas energiaspor uma forc;a estranha e malefica sempre cruel.

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''As dares marais foram-me superiores as frageis res is-tencias, e nao suportando as angustias continuas, em razao doimenso amor dedicado a minha menina, faleci vitimada par

d' "um ataque car laco ...Silenciou, entristecida, olhando a Espirito querida, ain-

da vitimado pelo seu algoz ...- Par favor, socorram-na - rogou, suplice, de maos

pastas e quase ajoelhando-se, no que foi impedida de ime-diato. Um ser demoniaco toma-a e desgra<;:a-a desde aqueleslonges-pertos dias de aberra<;:6es.

Nao havia duvidas que a jovem dan<;:arina atraira terrivelamante de outra existencia que se the vinculara psiquicamenteenquanto no carp a fisico, enciumado da conduta que se per-mitia, passando a explora-Ia nos canubios sexuais de ocasiaoe de perversao, usurpando-Ihe as energias emocionais e, naopoucas vezes, tomando-a em surtos obsessivos terriveis ...

Examinando a psiquismo do perseguidor, pudemos per-ceber-Ihe as cliches mentais das mais chocantes aberra<;:6es, arevolta pela morte que a dominara durante a tsunami, assimamea<;:ando-Ihe a explora<;:aode energias. Tao profundos eramas vinculos entre um e outro, perispirito a perispirito, que elese the imanava qual um molusco a concha que conduz, perver-samente amea<;:ando-a.

Aproximei-me da infeliz e apliquei-Ihe energias balsami-cas e calmantes, levando-a a um ligeiro torpor. Enquanto isso,a maezinha orava as sutras do Corio, dominada par emo<;:aocompreensivel e acompanhando a nossa terapia.

Quando conseguimos que a Espirito adormecesse, de-mos inicio ao seu deslindamento das visceras organicas, a queconsegui~os com a auxilio e a bondade de Abdul que veioem nosso socorro. As duas entidades muito ligadas, lembra-Yam-nos um caso de xifopagia espiritual. 0 malfeitor bradavaem alucina<;:ao com me do de perder a presa que explorara par

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alguns anos, enquanto Abdul falou-lhe com ternura e energiasobre 0 crime que perpetrava, informando-lhe que a explora-yao infeliz chegara ao fim naquela oportunidade, quando amorte os separaria e ele teria que enfrentar as consequenciasnefastas da sua crueldade.

A conduta mais propria era adormece-lo tambem, afim de ser providenciado recurso de libertayao, quando elapudesse contribuir com 0 pensamento e os sentimentos re-novados, porquanto a atrayao mantida era resultado do seucomportamento que facilitara a perfeita identificayao entreo plugue nos chakras coronario e sexual e as tomadas do seuagressor ...

As Divinas Leis jamais recorrem aos recursos de cobran-yas comuns as criaturas humanas que se comprazem em fazerjustiya mediante as concepyoes infelizes a que se atem.

Ninguem pode permitir-se 0 luxo desditoso de recuperardebitos morais e espirituais, colocando-se em posiyao de vitima,que nunca existe, porquanto, se tal houvesse, deparar-nos-iamoscom lamenraveis falhas dos codigos da justiya divina.

Mecanismos proprios de reparayao fazem parte das le-gislayoes superiores da vida, que jamais falham. Nada obstan-te, 0 orgulho e a intemperanya daqueles que se consideramprejudicados, logo tomam posiyoes de justiceiros e encarce-ram-se nas redes fortes dos crimes desconhecidos pela socie-dade, porem jamais ignorados pela realidade que sempre teraoque enfrentar. . . .

Quando a maezinha percebeu que a filhinha dormia re-lativamente em paz, embora alguns estertores naturais, comoresultado inevitavel das construyoes menta is arquivadas noinconsciente e as emanayoes morbificas do adversario que semantinha vinculado, sorriu feliz e tentou abraya-la.

Tratava-se, para mim, de um caso muito especial,porquanto era a primeira vez que observava 0 fenomeno da

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obsessao que se iniciara durante a vilegiatura carnal, pros-seguindo alem da morte, sem nenhuma alterac;:ao por partedo perseguidor inclemente. N essas ocorn?ncias lamentaveis,o algoz tambem sofria as contingencias experimentadaspela sua vitima, em torno do processo de desencarnac;:ao.Explorada pelo vingador, ela 0 intoxicava, embora incons-cientemente, com as emanac;:6es de desespero e de perda dotonus vital (animal), da conjuntura fisica, que era absorvidopelo inimigo.

Abdul providenciou uma padiola, e amigos cooperado-res para 0 transporte de ambos os Espiritos ao lugar proprioque lhes estava destinado, considerando-se a especificidade daocorrencia.

Emocionada pela felicidade que fruia, a genitora expres-sou-nos os seus sentimentos de gratidao, inopinadamente os-culando nossas maos, 0 que muito nos constrangeu, cons ide-rando-se que 0 mais beneficiado eramos nos proprio.

A obsessao sempre apresenta angulac;:6esque nos surpre-endem, em razao das organizac;:6esmentais e espirituais de cadacriatura, variando, portanto, de individuo para individuo.

A observac;:aodesse fenomeno perturbador sempre nosconvida a acuradas reflex6es em torno da conduta interior doser humano, que sempre procede do campo mental, a irradiar-se em todas as direc;:6es, produzindo sintonias compativeiscom a sua equivalencia com outros campos e areas vibratoriosque propiciam as vinculac;:6espor afinidade.

Quando as criaturas compreenderem que sao as res-ponsaveis por tudo quanto lhes diz respeito, certamente seraoalterados os comportamentos individuais e coletivos, elegen-do-se aquilo que conduz a harmonia e a felicidade, mesmoque a esforc;:o,ao inves do prazer desgastante de um momentacom as suas consequencias perturbadoras de longo prazo. Nasua ilusao organica, porem, preferem a intoxicac;:ao do gozo

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doentio ate a exaustao, sem qualquer responsabilidade, agasa-lhando as ideias absurdas de encontrar-se solu<;:6esmiraculosasquando se lhes manifestam as consequencias afligentes, quesao inevidveis.

Nao e de estranhar-se a grande mole que recorre ao Es-piritismo, a mediunidade, procurando solw;:ao milagrosa paraos problemas que engendraram e pretendem ver resolvidos,assim mesmo sem a sua contribui<;:ao sacrificial.

A existencia no corpo Fisico e uma oportunidade deaprendizagem que a vida concede ao ser espiritual no seu pro-cesso de crescimento interior, facultando-Ihe os recursos apro-priados para que a divina chama que existe em todos alcance aplenitude. De acordo com a maneira como cada urn se com-porte no mister, estad. semeando as ocorrencias do futuro, queted. de enfrentar, a fim de recompor-se e corrigir 0 que foidanificado.

Cada reencarna<;:ao e sublime concessao divina para aconstru<;:ao ditosa da imortalidade pessoal.

Escola aben<;:oada, a Terra e 0 reduto formoso no qualtodos nos aperfei<;:oamos, retirando a ganga pesada do prima-rismo, que impede 0 brilho do diamante estelar do Espiritoque somos. Os golpes do processo evolutivo encarregam-se deliberar-nos, permitindo que as facetas lapidadas pela dor e bu-riladas pelo amor reflitam as belezas siderais.

Onde nos encontravamos, podiamos notar as diferen<;:asde conduta entre os aflitos, assinalando maior soma de deses-pero ou de equilibrio, que nos proporcionava auxilia.-Ios commaior ou menor eficiencia. Nem todos, porem, aos quais bus-cavamos socorrer, conseguiam ser liberados, tao fortes se lhesfaziam os la<;:osda sensualidade da vida organica distante dequalquer especie de cren<;:ana sobrevivencia do Espirito.

Nao foi possivel divagar mentalmente por mais tempo,porque 0 nobre dirigente chamou-nos ao servi<;:o,consideran-

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do que novas desencarnayoes continuavam ocorrendo e os as-saltos por Entidades animalizadas se faziam de continuo.

A visao das ocorrencias post mortem surpreendem mes-mo aqueles que, a nossa semelhanya, se encontram na Errati-cidade hi expressivo numero de anos.

A vida fisica disfarya pela aparencia 0 Espfrito que ha-bilmente se mascara, procurando demonstrar 0 que gostariade ser, mas tudo fazem para nao se transformar interiormentepara melhor. No entanto, a realidade que 0 caracteriza, des-mistifica-o durante 0 processo da desencarnayao, ocorrendoconforme cada um e e de acordo com as suas possibilidades derecuperayao e reequilfbrio.

As paisagens, portanto, pr6ximas a fronteira do tumulo,sao, normal mente, afligentes, exceyao daquelas que acolhemos Espfritos que se esforyaram para viver de acordo com ospadroes do dever, do respeito ao pr6ximo e a vida, mesmoque sem qualquer filiayao religiosa. 0 importante e a condutaque se vivencia e nao a crenya que se esposa. Nada obstante, areligiao, quando liberta da ignorancia, destitufda de fantasiase de superstiyoes, caracterizando-se pela l6gica e pela razao, evia sublime de acesso a liberdade plena, pelo que proporcionade lucidez e esclarecimento, auxiliando 0 viajor a melhor con-tribuir em favor do pr6prio exito na jornada imortalista.

Nao havia, porem, tempo para mais amplas reflexoes e,ao chamado para 0 trabalho, dispusemo-nos alegremente aoserviyo estabelecido.

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LIeOES DE ALTA,MAGNITUDE

O serviyo a que nos afeiyoaramos exigia esforyo eabnegayao, pois quanto mais atendiamos Espiri-tos em grande sofrimento, outros mais chegavam

ao grupo em que trabalhavamos, quando os cadaveres eramtrazidos pelas ondas e atirados as praias, ou resultavam dadesencarnayao daqueles que haviam ficado inconscientes,traumatizados, e porque nao houvessem recebido assisten-cia, nao resistiam aos ferimentos, ao deperecimento das for-yas, a desnutriyao, as infecyoes ...

Ana continuava erguendo 0 archote de fluidos lumi-nosos, de forma que pudesse haver claridade espedfica nanoite espiritual, ao tempo em que tambem contribuia coma sua valiosa ajuda ...

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o padre Marcos falava, naquele momento, a urn peque-no grupo de cristaos-catolicos, que ainda se imantavam aosdespojos materiais.

A sua voz era meiga e gentil, informando-os que a mortenao deveria ser vista como uma grande desgraya ...

- Todos, quando nascem, estao assinalados para morrer- enunciou, amoroso - porquanto esse e 0 cielo da vida. 0oposto de vida nao e morte, mas renascimento.

"Jesus morreu, a fim de que pudesse ressuscitar ao tercei-ro dia, demonstrando a imortalidade e comunicando-se comos amigos queridos que haviam ficado na retaguarda, aguar-dando a confirmayao das Suas palavras luminosas.

"Grayas ao Seu retorno, e que 0 Evangelho pode serconfirmado e a mensagem de que e portador tornou-se a espe-ranya de todos aqueles que sofrem e se encontram a borda doabismo, sem entregar-se ao medo ou ao desanimo.

"Confiar, portanto, que ha urn reino alem da carneque nos espera a todos, e dever de to do cristao, cuja doutri-na se assenta na certeza d~ vitoria da vida sobre 0 decessotumular."

Enquanto ele falava, Abdul, Ivon, Oscar e nos outro,agora acompanhados por dois Espiritos indonesios que se ofe-receram para cooperar conosco, trabalhavamos na libertayaodos recem-desencarnados com os vinculos fortes mantidoscom os corpos, na condiyao de frutos esplirios do materialis-mo a que se aferravam.

A medida que cada urn era liberado, embora atento aspalavras do sacerdote, experimentava urn como vagado e tom-bava, quase inconsciente, sendo retirado de imediato do pe-queno drculo para a area de transporte.

- Felizes - continuava 0 apostolo da caridade - somos,todos aqueles que acreditamos em Nosso Senhor Jesus Cristo eque 0 temos na condiyao de Caminho, Verdade e Vida. A Ele

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vinculados pelo amor que nos da sustento as emoc;:6es, mortee vida, e infortunio e benc;:ao, porque nada acontece sem a Suapermissao superior.

"Enfrentai a torment a do desespero como os Seus disd-pulos, quando na barca fragil ante a tempestade ameac;:adoraque, temerosos, the pediram auxilio, e Ele acalmou os ventose tranquilizou as ondas ...

"Nele temos 0 seguro Nauta que conduzira a barca danossa imortalidade ao sublime destino da paz.

"Nao temais, pois, permanecendo confiantes e ajudan-do-nos a ajudar-vos.

"Por mais assustador se vos apresente 0 fenomeno da mor-te organica, a vida e urn triunfo sobre todas as injunc;:6es,e nada aconsegue destruir. Por isso, abandonar 0ve1culo carnal, que ja naotern utilidade, agradecendo-Ihe a cooperac;:ao durante a jornadaconcluida e avanc;:arcom seguranc;:a pelo rumo da imortalidadeconstitui motivo de infinita alegria. Novamente serao reencon-trados os afetos que vieram anteriormente e que vos aguardam,reorganizando as familias, atraves dos abenc;:oadoslac;:osdo amor.Portanto, alegrai-vos e confiai, porque as dores afligentes de agoralogo mais serao urn capitulo do passado vencido."

Silenciando, por momentos, a fim de que as suas pala-vras pudessem ser ouvidas e entendidas, permaneceu em preceque 0 adornava de tenue claridade espiritual dele mesmo ema-nada, exteriorizando, naquele paul de desespero, a grandezaque 0 caracterizava na ordem da evoluc;:ao.

Tornados de emoc;:ao natural, os ouvintes choravam eimprecavam pela ajuda, 0 que a todos nos sensibilizava.

Nesse clima de elevadas vibrac;:6es de amor e de compai-xao, podiamos perceber 0 valor dos sentimentos da afetividadeno intercambio com os irmaos mais angustiados. Se 0 amornao puder atender os objetivos essenciais para os quais se cons-titui, a sua finalidade e ut6pica e va.

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Nao foi por outra razao que Jesus 0 elegeu como a maisnobre quao indispensavel conquista a que pode aspirar 0 serhumano.

Ao mesmo tempo que nos alegrivamos com os resulta-dos da convoca<;:ao do padre Marcos, constatavamos os resul-tados infelizes decorrentes da leviandade e da ilusao a que sepermitem os individuos que se encontram distantes do conhe-cimento da realidade espiritual.

Os fenomenos dolorosos de licantropia constran-giam-nos, levando-nos a reflexao, tanto em rela<;:aoaos quelhes padeciam a vicissitude, como aqueles que se tornavamvitimas inermes desses algozes, afinal, de si mesmos.

o desconhecimento das Leis da Vida faz que 0 Espiritomergulhe no mais abismal estado de primitivismo, nao se inte-ressando pela ascensao que 0 arranque da situa<;:aodeplorivel.

Nao nos passava pela mente qualquer sentimento de re-proche ou de censura, porquanto, de alguma forma, somosviajantes da noite de sombras dens as na dire<;:aodo dia ilumi-nado e fulgurante.

Os atavismos religiosos que lhes ofereciam primicias e esta-dos de gl6ria logo ap6s a motte biol6gica, mantinham alguns quese davam conta do fenomeno de que foram objeto, aguardando achegada dos anjos mitol6gicos, e desesperavam-se, tombando nablasfemia e na revolta, reclamando contra 0 abandono em quesupunham encontrar-se. Essa transferencia de responsabilidadesdos nossos atos para a Divindade, alem de ser uma atitude pro-fundamente leviana e muito comoda, porque proporciona umavisao totalmente distorcida da realidade, transferindo-a para 0

mundo da fantasia e da magica, no qual tudo e possivel. ..Somente quando 0 ser humano desperta real mente para

a consciencia de si mesmo, das responsabilidades que the di-zem respeito, e que tem inicio 0 processo de descobrimento daverdade e do dever.

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Enquanto isso nao ocorre, a transferencia para as outrosde tudo quanta the diz respeito, seja na ocorrencia infeliz, aosdemais culpando, au nas necessidades da evoluyao, esperandoque as anjos da misericordia par eles opere de maneira sobre-natural e privilegiada, liberando-os do esforyo que deve serempreendido para a autoiluminayao.

Logo ap6s a perorayao do padre Marcos, a nosso mentoracercou-se-nos, e percebendo as interrogayoes que bailavamna minha mente, socorreu-me com alguns esclarecimentosque sao preciosas liyoes de vida.

- 0 caro Miranda nao ignora - comeyou ele, suavemen-te - que todas as ocorrencias contribuem para a nosso process ade cresci menta na direyao de Deus. Ate agora, infelizmente, asreligioes, embora a imenso respeito que lhes devotamos a to-das elas, alias ainda muito necessarias, firmam-se em condutasmagicas e nao racionais, nao responsabilizando as seus fieis arespeito dos seus atos, que respondem pelas consequencias quesempre as alcanyam, normal mente em clima de afliyao, parcausa dos seus conteudos marais negativos.

"Apresentando as seus deuses au prof etas especiais, algunsdos quais vitimas de transtornos de conduta, que mesclaram asinformayoes superiores com as pr6prios conflitos, dando lugara revelayoes castradoras e perversas, propoem-se como respon-saveis pela palavra de Deus, humanizando-O e limitando-Oas suas paixoes, distante da grandeza imarcesdvel e infinita doCriador, dando-Ihes a aparencia de verdades indiscutiveis. Maispreocupadas com a exterior, as f6rmulas e preceitos, do que coma sentimento interno dos devotos, laboram pela quantidade deadeptos, sem a maior preocupayao de as qualificar para a exis-tencia breve na Terra e, a seguir, a imortalidade em que, desde acorpo, se encontram mergulhados.

"Incapazes de entender a Causalidade Absoluta do Uni-verso, elaboram as seus conceitos na linguagem pobre das suas

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necessidades e arras tam as multid6es que ainda nao sabempensar, trabalhando-Ihes 0 fanatismo doentio, heran<;:ado pri-marismo espiritual, como mecanismo de salva<;:aoimediata,bastando pequenos esfor<;:oshumanos para a eterna recompen-sa ou, quando isso nao e conseguido, a terrivel puni<;:ao eter-na, sem a minima possibilidade de receber-se misericordia oucompaixao. Apesar disso, informam com empafia que 0 PaiTodo Amor e tambem Todo Misericordia, numa coloca<;:aoparadoxal absurda ...

"Cambaleiam, entao, no mundo fisico, esses automatosda fe, sendo transferidas para 0 mundo espiritual as multid6esequivocadas e engessadas nas informa<;:6es equivocadas, assi-miladas sem raciodnio e recebidas como heran<;:a dos ances-trais que pensam honrar fixando-se nelas, sem a preocupa<;:ao,porem, da autoilumina<;:ao. Os seus dogmas, os seus cerimo-niais, todos elaborados com crueldade, amesquinhando 0 serhumano, escravizam-nos ao temor e mantem-nos na ignorin-cia em que se encarceram, sendo muito dificil esclarece-Ios nosprimeiros tentames, apos 0 decesso tumular."

Aquietou-se por urn momento, olhando, entristecido,a imensa mole espiritual que estorcegava na alucina<;:ao e nodesespero sem limite, dando continuidade:

"- E nesse estagio do sofrimento que a compaixao dosceus recambia esses sofredores de volta a aben<;:oada escola ter-rena para 0 ministerio da reencarna<;:ao, em expia<;:6esseverasou prov~<;:6esrudes, facultando-Ihes 0 entendimento das leisde justi<;:ae dos deveres que devem constituir a pauta de todasas existencias.

"Mesmo negando com ferocidade a doutrina dos renas-cimentos carnais, isso nao impede que ela seja uma lei univer-sal, ocorrendo em toda parte, como ben<;:aode incomparavelsignificado, sem a qual nos manteriamos nas faixas iniciais daevolu<;:ao,sem chances de desenvolvimento intelecto-moral.

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"Perfeitamente compativel com a lei de progresso quesomente ocorre ao Ion go do processo das experiencias pes-soais, a reencarna<;:ao, a pouco e pouco, faz que 0 deus in-terno desenvolva-se e agigante-se no imo do Espirito, ima-nando-o a Deus.

''Acompanhando as dores acerb as que dominam essesmilhares de Espiritos equivocados na sua maneira de acreditarna Vida Abundante, das suas fixa<;:6esnos interesses transito-rios como se fossem permanentes, mais uma vez damo-nosconta de como ainda vivemos na infancia espiritual, as cria-turas terrestres habituadas aos caprichos do egoismo, sem asgratifica<;:6es sublimes da solidariedade e do amor.

"Religiosamente, todos estamos informados de que 0

tumulo nao significa aniquilamento, portanto, sabemos quea vida prossegue. Seria logico, em consequencia, vivermos demaneira compatfvel com essa convic<;:ao,0 que realmente naoocorre. As disputas e fixa<;:6esmateriais de tal maneira se fazemdominadoras em nosso mundo intimo que, conscientemente ounao, postergamos 0 momenta da partida do corpo, indefinida-mente. Quando somos jovens, anelamos para que isso ocorra navelhice, e quando a idade provecta se nos instala, ao sentirmosa aproxima<;:ao do fenomeno da desencarna<;:ao, 0 medo se nosassenhoreia, levando, nao poucos de nos, ao transtorno depres-sivo, a revolta ou a outro tipo de desequilibrio.

"Bastaria somente alguns momentos de reflexao diiriaem torno da transitoriedade da vida ffsica, para nos prepa-rarmos e aguardarmos com alegria 0 momenta da desencar-na<;:ao. Qual 0 encarcerado que nao anela pela liberdade, eque, vendo outro que estava na sua cela partir, nao desejatambem que the soe 0 momenta grandioso? E com que jubiloenfrenta-o quando chega!

''A metifora explica bem como nos deverfamos compor-tar, 0 que, lamentavelmente, nao ocorre.

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"Dia, nao muito distante, porem, surgua, em que asreligioes serao portas de acesso a vida e nao carcere na igno-rancia e no absurdo. Desse modo, lembremo-nos que todos osprof etas e fund adores de religioes, por mais elevados e nobres,nao se equiparam a Jesus Cristo que os enviou a Terra, a fimde que diluissem urn pouco as sombras da crueldade, para queEle instaurasse, nos dias ja recuados, as balizas do Reino dosCeus no mundo. Mesmo aqueles que vier am depois do Seu ad-vento, sao ministros do Seu reino. Por essa razao, veio 0 Con-solador que Ele prometera, para apressar esses dias, 0 momentada verdadeira comunhao entre as criaturas e 0 Criador.

"Nao desfale<;:amos, portanto, e cumpramos com 0 nos-so dever."

Encontrava-me edificado e surpreso, pensando como 0

nobre medico chegara a essas conclusoes, sabendo que ele vi-venciara, na sua existencia anterior, a convic<;:aoanglicana.

Percebendo-me a reflexao, 0 amigo generoso sorriu ecompletou:

- Amigo Miranda, 0 conhecimento viaja daqui para aTerra e nao de la para ca .. , Desse modo, participando dos gru-pos de estudos em nossa comunidade, tomei conhecimento daRevela<;:aoEspirita e da sua magnitude para 0 ser humano. Porisso, estou engajado na tarefa em que nosso grupo se encontra.

E porque novas questoes me assomassem a mente, aindajovial e sabio, ele interrompeu-me, propondo-me:

o trabalho nos espera, e as perguntas encontrarao assuas respostas na a<;:aodo bem com Jesus.

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APRENDIZAGEMCONSTANTE

Mergulhada na psicosfera densa das aAiyoes humanas, aregiao em que operivamos permanecia terrificante.Embora 0 dia estuasse de luz e 0 ceu azul turqueza,

sem nuvens, estivesse deslumbrante em razao da claridade doSol, a presen<;:ada tragedia colossal estava dominadora na pai-sagem de destro<;:os.

Pare cia uma area de guerra, que sofrera pesada artilha-ria acompanhada pela destrui<;:ao da for<;:aaerea.

N a praia imensa, antes paradisiaca, as arvores despeda-<;:adasbalou<;:avam sobre as ondas tranquilas, ao tempo que seacumulavam nas areias e na vastlssima regiao atingida peladestrui<;:ao da Furia do tsunami ...

As pessoas revolviam os montes de entulho, tentandoencontrar os cadaveres dos desaparecidos, agindo como de-mentados sem rumo ...

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Numa das barracas de emergencia hospitalar, a movi-mentayao de Espiritos encarnados e desencarnados era muitogrande.

Encontrava-me em observayao, quando veio ate 0 nossomentor uma senhora desencarnada com trayos do norte daEuropa, remanescente da sua ultima jornada terrestre, pedirajuda.

Sintetizou a rogativa, informando que 0 nero, jovem devinte e cinco anos, visitava a regiao com frequencia, acompa-nhado de amigos do seu pais, para desfrutarem das regaliasdo prazer que ali eram concedidas em larga escala aos seusvisitantes.

Portador de cariter vil, usuario de drogas quimicas, atraiaas jovens inexperientes e sonhadoras locais, pelo porte atletico epela habilidade no sur/em que se destacava no meio de todos ...

Em razao desses requisitos tornara-se urn conquistadorinsensivel, que se comprazia em corromper as vitimas, empur-rando-as para a drogadiyao e 0 comercio carnal.

Financiava a viagem de algumas interessadas em aven-turas e comercializava-as com organizayoes mafiosas que astransformavam em escravas do sexo no seu e noutros paises poronde circulava. Logo, porem, as mOyas ludibriadas chegavamas cidades nordicas da Europa, romavam-Ihes os passaportes eexplicavam-Ihes que teriam que pagar 0 emprestimo das pas-sagens e de tudo quanto a partir dali lhes Fosse.oferecido.

o tipo exotico das mOyas, quase adolescentes, em re-layao aos padroes europeus, na maioria fascinava a clientelaviciada, e quando se davam conta era demasiado tarde paraqualquer providencia salvadora ...

Ja se the tornara habitual a conduta infame em que se com-prazia, mas era seu nero, 0 infeliz, por quem rogava socorro.

A avozinha, pois era 0 Espirito que pedia ajuda, tentarainspiri-Io a mudanya de comportamento, mantivera reiterados

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encontros na esfera dos sonhos, nao logrando qualquer resulta-do saudavel.

Comovendo-se, silenciou ante 0 benfeitor atento e com-pletou:

- Estou informado por Espiritos generosos do labor queo nobre amigo vem realizando com a sua equipe, e, embora setrate de um caso especial, suplico a ajuda possivel.

"Ele encontrava-se no Hotel X, a hora do sismo, e foiarrebatado pela onda gigante que 0 carregou com 0 edificioem desmoronamento. Ficara quase soterrado no entulho, eso agora, varios dias apos, fora encontrado ainda com vida econduzido a emergencia naquele improvisado hospital erguidopor estrangeiros.

Dr. Charles convocou-nos a nos, a mim e ao Oscar, paraque 0 acompanhassemos, enquanto os demais prosseguiriamno afa estabelecido.

Quando chegamos ao centro cirurgico, observamos osmuitos atendidos em estado grave.

Colocado no aparelho para os estudos computadorizados,os medicos concluiram pela delicadeza do seu quadro. Encon-trava-se em coma, com uma vasta area cerebral comprometidapelos traumas cranianos sofridos, pelos golpes do desmorona-mento da constrw;:ao e pelo choque do parediio de agua.

Dr. Charles observou-o, e explicou a ancia;- Nosso jovem encontra-se muito gravemente afetado sem

a menor possibilidade de recupera<;:ao. Os largos dias em queesteve sem assistencia de qualquer natureza comprometeram-lheoutros orgaos e a bomba cardiaca destrambelhou-se sob 0 esfor<;:oexaustivo, tendo ocorrido, nesse periodo, duas paradas que maiscomprometeram 0 cerebro em razao da anoxia decorrente ...

- 0 mais grave - acentuou - e a sua condi<;:aoespiritual. ..Vimos 0 Espirito ainda preso ao corpo debatendo-se nas

maos fortes de dois adversarios cruds que 0 ciliciavam com

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vergastadas, ao tempo em que 0 6dio que exteriorizavam eraabsorvido pelo organismo da vitima, especialmente por inter-medio dos chakras cerebral, solar e cardiaco, afetando-lhe 0

debilitado corayao.Um deles, cujo sembIante era uma caraya demoniaca,

ameayava:- Morreris, infame! N6s te queremos aqui, quanto an-

tes, para punir-te pelo mal que fizeste as nossas filhas. Comopodes destrui-las no comercio da carne, utilizando-te da suaignodncia, para que fruas prazeres insaciaveis, na tua doen-ya moral!? Nunca te perdoaremos por invadires nossos lares edesgrayares aquelas a quem amamos. Se houver justiya divina,n6s seremos os seus intermediarios e a aplicaremos conformeo fazes com as tuas vitimas ...

Estrondosas gargalhadas de loucura faziam-se acompa-nhar a cada acusayao.

o outro estertorava, a medida que tambem 0 acusava:- Estrangeiro maldito, abutre infeliz que degradas to-

dos aqueles que passam pelo teu caminho de miserias! Porquesomos pobres, pensas, cinicamente, que podes corromper asnossas meninas, levando-as para a escravidao nas tuas terras?Pagaris os crimes, como nunca poderias imaginar, porque dis-pomos de outro poder que nao tens, misedvel!

. .. E continuas exprobrayoes eram enunciadas entredentes rilhados e maos agitadas em atitude agressiva.

Outros tambem apresentavam queixas acusat6rias, cer-cando 0 desditoso com as suas faces transtornadas, 0 que lheproduzia infinito pavor, levando-o a debater-se em pranto econtinuos desfalecimentos.

Surpreso, olhei 0 mentor, que me explicou:- Nossos irmaos estao tentando mata-Io, isto e, procu-

ram impedir que se assenhoreie do corpo, intoxicando comas vibrayoes do 6dio 0 6rgao cardiaco ate 0 mesmo cessar de

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pulsar ... No seu estado atual de fraqueza nao suportara pormais tempo a ingestiio dos fluidos venenosos eliminados pelosadversarios, e que vem absorvendo, piorando 0 estado ao so-mar-se aos demais fatores de desequilibrio ...

Depois de ligeira reflexao silenciosa, acentuou:- Ele necessita, porem, de sobreviver ...Nao deu mais explicay6es, exceto, informando:- Sem que recupere a lucidez, tera uma longa existenda

vegetativa de reparayao.Ato continuo, acercou-se dos litigantes, condensando 0

perispirito, ate permitir-se ser percebido pelos algozes, e pos-se, serenamente, a dialogar com os mesmos.

- Reconheyo - afirmou com tonalidade bondosa na voz- a justeza das vossas argumentay6es em referenda ao pacien-te. No entanto, a aplicayao da justiya compete a Deus, queconhece em profundidade cad a urn de nos. Jamais saberemoscomo corrigir alguem, quando dominados pelo odio e dese-josos de vinganya ... Nosso jovem e leviano, vem cometendocrimes hediondos, sem duvida. Arrebara-lo pela morte, naosera igualmente urn crime perverso e sem justificativa, porqueo mal, de maneira alguma, se insere no contexto da vida?!...

"Considerando-se, portanto, a drcunsrancia, a vossa dis-posiyao de disciplina-lo, de rete-lo no Alem-tumulo, a fim deapressardes a sua puniyao, violenta as Leis Soberanas, porqueninguem tern 0 direito de tomar nas maos a clava da justiya ... "

Furibundos, ambos reagiram, enquanto outros, agita-dos, entregavam-se a grit aria, tentando gerar perturbayao.

- Nao necessitamos de juiz estrangeiro - revidou urndeles -. Conhecemos as nossas leis e, por elas, pelo Aleorao,assim como atraves da Xarid sabemos como conduzir-nos,aplicando as chibatadas correspondentes ao crime, e sac variosos crimes de desonra e degradayao de vidas por ele cometidos,portanto, na Terra, punidos com a pena de morte, 0 que es-

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tendemos ate aqui. .. Agradecemos a interferencia de cristaosem nossas decisoes, permitindo-nos continuar com os nossospropositos, porquanto estamos dentro da Lei. ..

- Isso poderia parecer correto - alvitrou 0 benfeitorresoluto -. Nada obstante, 0 Alcorao tambem fala de mise-ricordia, e que somente Allah e justo, benevoleme e sabio,podendo perdoar os mais perversos infratores ... Maomereconhece a grandeza de Jesus e da Sua doutrina, portamo,a verdade tern cariter universal e, no caso em tela, nao im-porta que a interferencia seja por intermedio de muc;:ulma-no ou de cristaos, mas que esteja baseada nos sentimentosde misericordia e de amor, ambos de carater divino, por-tanto, inderrogaveis ...

"- Nao nos interessa a sua colaborac;:ao,mas sim a con-cretizac;:aodos nossos objetivos, que sao inamoviveis.

"- Compreendemos, perfeitamente, a vossa dor, assimcomo a de outros tantos ... Ei-Ia campeando em toda partenestes tormentosos dias que enfrentamos. Somente a sabedoriadivina conhece as razoes para tudo quanto vem sucedendodesde 0 momenta do infausto acontecimento sismico ... Co-move-nos 0 sentimento de solidariedade dos paises de dife-rentes partes do mundo aqui presentes, contribuindo em fa-vor das vitimas da ocorrencia terrivel. Nenhuma preocupac;:aocom a crenc;:a,a moral, a conduta dos que se encontram emaflic;:ao.Ha, em todos, 0 saudavel desejo de ajudar, de demons-trar amor e respeito pelo sofrimento do proximo.

''A mesma atitude solidaria estabelece-se alem das for-mas fisicas sob a egide do Amor.

"Desde que estais insensiveis a compaixao, apelamospara a misericordia de que todos necessitamos diante de Deus.Por acaso, considerai-vos isentos de erros, atravessastes a cami-nhada terrestre sem haverdes contraido dividas ou gravamesante as situac;:oespenosas de outros?

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"Desse modo, fazei com 0 perturbador da vossa paz,conforme gostarieis que fizessem em relac;:aoa vas outros, casoestivesseis no seu lugar."

A palavra era repassada de imensa compaixao e ternura,envolvendo em dulcidas vibrac;:oes de harmonia os agressores,que ficaram algo aturdidos momentaneamente, logo retornan-do ao ataque.

- Ofereci-vos a benc;:ao da caridade para com 0 crimi-noso e reagis - voltou a afirmar 0 mentor - agora vejo-me nacontingencia de apelar para outros recursos de que podemosdispor em situac;:oes como esta ...

Silenciando, p6s-se a orar em profunda concentrac;:ao,no que 0 acompanhamos de bom grado.

Suavemente uma claridade os envolveu, e Ana, quecontinuava com 0 archote na mao direita erguida, dep6-lo nosolo, e acercando-se de ambos dentro da luz superior, abra-c;:ou-oscom bondade, enquanto 0 medico desligava 0 Espiritosubmetido a pressao dos adversarios.

Subitamente, os dois adversarios foram dominados porestranho torpor, e amparados pela enfermeira espiritual, foramcolocados no solo, a fim de serem transferidos por generosos au-xiliares convocados mentalmente pdo Dr. Charles que, entao,aplicou energias saudaveis no enfermo em estado comatoso.

Vimos 0 encaixar do Espirito no corpo, e logo depois umestertor sacudiu-o todo, transformando-se em uma convulsao ...

- Ele sobrevivera ... - informou 0 medico sabio - Receberaos recursos habeis e, em breve, podera ser transferido para 0 lar,onde experimentara a longa trajetaria da recuperac;:ao moral. ..

A nobre senhora desencarnada, muito comovida agra-deceu ao esculapio espiritual e abrac;:ou 0 neto querido.

Quando retornavamos para os lab ores sob nossa respon-sabilidade, e porque me parecesse oportuno, pedi-lhe licenc;:a,e interroguei-o:

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- Pelo que depreendo, os adversarios espirituais tram a-vam-Ihe a desencarnayao, nao e verdade?

Sempre bondoso e atento, 0 orientador respondeu-me:- Podemos chamar essa agressao como uma tentativa de

homiddio espiritual.- Isso ocorre com frequencia? - interroguei-o, surpreso.- Sim - esclareceu - com mais frequencia do que se ima-

gina ... Nunca devemos esquecer-nos que este e 0 campo dascausas, 0 mundo espiritual, onde se originam as ayoes e feitosque se materializam na Terra. Fonte de sublimes inspirayoes,tambem origina reayoes devastadoras, quando os seus auto resse encontram nas faixas primarias da evoluyao. Em coloniasde dor e de sombra, mentes perversas elaboram programayoesdesditosas que inspiram aos deambulantes carnais, insensibili-zando-os e auxiliando-os nas suas desvairadas aplicayoes.

"Em parceria psiquica, hipnotizam aqueles com os quaisconviveram na esfera espiritual, esses desalmados perseguido-res do Bern, e utilizam-nos com uma frieza que nos choca,procedente, desse modo, das suas construyoes mentais devas-tadoras.

"Detido 0 Espirito encarnado nas malhas vibrat6riasdos seus desafetos, em razao dos comprometimentos moraispara com eles, torna-se sujeito a sua injunyao infame, ex-perimentando dores acerb as que podem provo car no corpodesastres organicos. A mente e portadora das energias que semovimentam atraves da aparelhagem carnal, e quando sao de-leterias produzem efeitos compativeis. Da mesma forma queuma emoyao forte, em estado de vigilia danifica 0 organismoe provoca disturbios muito graves na maquinaria fisiol6gica,aquelas que tern lugar durante 0 parcial desprendimento pelosono, pelo coma ou situayoes equivalentes, repercutem nascelulas, danificando-as ou harmonizando-as se defluem dasalegrias e benyaos que se vivenciem.

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"Tudo quanta ocorre no soma procede da psique, por-tanto, do Espirito, que e 0 conduror do carro material.

"Nossos irmaos, embora vinculados a doutrina muc;:ul-mana, conhecem a realidade da vida ap6s a morte e compor-tam-se qual ocorre tambem com incontaveis cristaos desen-carnados e inumeraveis cidadaos comuns crentes ou nao naimortalidade.

"Nao saD poucos aqueles que se aperfeic;:oam em com-portamentos perniciosos antes da reencarnac;:ao, a fim de po-derem dar-Ihes expansao durante a jornada organica.

''A realidade e a mesma, variando as formas de exteriori-zac;:ao,assim facultando que todos estejamos envolvidos pelassuas poderosas manifestac;:6es.

"Mais uma razao para que sejam divulgados os conte-lidos imortalistas a todas as criaturas, para melhor poderemconduzir-se enquanto vige 0 periodo da reencarnac;:ao. 0 co-nhecimento da verdade e libertador, porquanto se insculpe nopensamento e nas ac;:6es,orientando 0 ser no seu desenvolvi-menta iluminativo."

N esse interim, chegamos a nossa area de atividades ha-bituais e prosseguimos no atendimento aos irmaos desespera-dos, que a morte surpreendera sem aviso previo, e que, mergu-lhados no fascinio do corpo, nunc a se deram permissao parareflexionar em tarno da inevitcivel presenc;:ada morte.

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A VIDA RESPONDECONFORMEPROGRAMADA

A atividades prosseguiam arduas, tendo-se em vista 0

numero de viti mas que foram arrebatadas pela gran-iosa tragedia.

Lamentavelmente, sem qualquer preparac;:ao para 0 en-frentamento da realidade espiritual, debatiam-se nas am arrasfortes do corpo em putrefac;:ao, tentando reanima-lo, a fim derecomec;:aram 0 banquete dantesco das ilus6es.' Quando osesforc;:osnao se coroavam de exito, 0 que jamais acontecia,o desespero alucinava-as, demonstrando que viveram apenaspara as sensac;:6es.

Certamente, havia muitos Espiritos enobrecidos pelotrabalho e pela dignidade, pela fe religiosa esposada, pelosvalores morais a que se entregavam, que eram socorridos

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por familiares queridos que os anteciparam na romagem daImortalidade, por abnegados mentores que os auxiliaramna jornada terrestre ...

Referimo-nos a maioria, a mole human a descuidada,para a qual a existencia e apenas uma viagem ao pais das qui-meras, sem 0 sentido profundo de que se reveste.

Como, porem, 0 amor de Deus esta sempre presente, naolhes faltavam socorros efetivos do mundo espiritual, como ocor-ria em rela<;aoao nosso pequeno grupo de afei<;oados ao Bem.

Encontrava-me atendendo a uma senhora desencarna-da, ajudado pelo irmao Oscar, que tentava romper inutilmen-te os liames perispirituais, experimentando muitas angustias.Dei-me conta do seu estado adiantado de gesta<;ao, notando apresen<;a do Espirito-feto, que se encontrava adormecido ap6sa morte organica, porem, imantado ao corpo da maezinha.

Sem saber como proceder, recorri a ajuda do benfei-tor que, solicito, acercou-se-nos, sugerindo que, primeiro,tentcissemos adormecer a genitora, a £1m de ser providencia-do 0 parto. (*)

Concentrando-nos, ambos, aplicamos energias calmantesna senhora aBita, que lentamente asserenou-se, adormecendo.

o Dr. Charles pediu a Ana que atendesse ao £1lhinho,enquanto ele aplicava recursos especiais na area do chakracorondrio do pequenino, diluindo a energia densa, que se foialterando, mudando de tonalidade e de Formato ate diluir-secomo urn £10que se esgar<;a, sendo separadas total mente as£1bras de energia que os uniam.

Nesse comenos, observamos que a gestante movimen-tou-se, embora adormecida, e expeliu uma espessa massa in-forme, como se fora 0 parto.

Logo nos demos conta que se tratava da condensa<;aomental de ambos, £1lho e genitora, acumulada no utero, emcujo claustro desenvolvia-se a gesta<;ao.

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A partir desse momento, 0 seu sono tornou-se repara-dor, tranquilo ...

Na etapa final do processo, 0 Espirito, que nao lograraa ben<;:aoda reencarna<;:ao, experimentou urn grande choque,enquanto vimos 0 corpo da desencarnada absorver os fluidosdensos que 0 retinham, sendo atraidos pelo seu cadaver.

Notei, curiosamente que, de imediato, 0 processo dedecomposi<;:ao tornou-se mais rapido, apesar de ja 0 haveriniciado. As bacterias encarregadas da destrui<;:ao dos tecidospareceram vitalizadas, e au menta ram infinitamente, com vo-racidade, que nao tivera ocasiao de perceber anteriormente.

Dr. Charles explicou-nos que a flora e a fauna micro-biana, que se encarregam de estruturar e desorganizar a apa-relhagem fisica, sao mantidas por uma lei natural, porem, e 0

fluido universal que lhes da vitalidade ou que se encarrega deaniquila-las, quando ja nao se fazem necessarias.

No caso em tela, as impressi5es fisicas transmitidas peloEspirito, de alguma forma, preservavam determinadas areasorganicas menos sensiveis a decomposi<;:ao, retardando-lhes 0

processo degenerativo.o recem-liberado foi conduzido por Ana, a uma das

areas especiais, de onde seria conduzido para 0 despertamentofora daquele campo, indo habitar uma comunidade infantilpropria ao seu futuro desenvolvimento.

A maezinha, adormecida, logo depois, foi recambiadapara 0 lugar de onde seria tambem transferida com aqueles quepodiamos considerar como melhorados e que, ao despertaremno campo de refazimento, padeceriam menos angustias.

Ela esperara 0 filhinho com essa ternura infinita dequem deseja a maternidade dignificada. 0 esposo, conformeelucidou Dr. Charles - apos alguma reflexao - houvera tam-bem desencarnado, nao ali, mas numa das ilhas do pais, ondese encontrava em atividade comercial. ..

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Certamente, em razao da lei das afinidades, logo des-pertasse, teria meios de reencontrar os seres queridos, utilizan-do-se dos recursos de orientac;:ao e esclarecimento que foraminstalados em nossa Esfera de ac;:ao.

Encontrava-me edificado com as lic;:oesque acabara deregistrar.

E porque necessitasse de alguns esclarecimentos, soliciteiao nobre amigo que me auxiliasse no entendimento da doloro-sa ocorrencia: a desencarnac;:ao· da gestante e do seu filhinho,naquelas circunsdncias, considerando-se que se encontravaquase no momenta de renascer no corpo fisico ...

Sem fazer-se rogado, 0 nobre amigo reflexionou por umpouco, e narrou-nos, a mim e ao irmao Oscar:

- A nossa irma viveu, em sua penultima reencarnac;:ao,em uma das milhares de ilhas da Indonesia, exatamente aque-la em que, ha pouco, desencarnou 0 seu esposo, naquela oca-siao tambem seu consorte ...

"Entregavam-se, entao, a praticas magicas e supersticiosasmuito comuns em toda parte, especialmente em muitas das ilhasde cultura ainda primitiva, porque distantes da civilizac;:ao,vi-vendo costumes tribais ... Tidos como possuidores de dons espi-rituais, em muitas das suas atividades, ela e os Espiritos infelizescom os quais se homiziava, exigiam sacrificios de crianc;:as,porserem inocentes, e cujas vidas dariam alegria, saude e felicidadeaqueles que se permitissem utiliza-las. Assassinaram, desse modo,algumas crianc;:as indefensas, cujos pais, ignorantes e perversos,permitiam a sua imolac;:ao,vitimados pelo costumes barbaros ...

"Ao desencarnarem, foram surpreendidos por algumasdas suas vitimas, que os arrastaram a punic;:oes severas, encar-ceramentos terriveis, submissoes humilhantes ... Sempre esta-rao em sintonia os devedores e os seus insensiveis cobradores.

"Como, porem, sempre estando presente a justic;:a, 0

amor apresentou-se-lhes em forma de misericordia e os recam-

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biou a atual reencarna<;ao, na qual foram constrangidos a en-cerra-Ia de maneira dolorosa, superlativamente triste.

"Terminado 0 resgate, que se impuseram por necessida-de iluminativa, recome<;arao, noutra oportunidade, 0 processode crescimento para Deus, edificando um lar no qual estaraopresentes numa familia numerosa alguns dos desafetos, hojedesditosos e sedentos de vingan<;a ... 0 amor e a luz que apagaa escuridao do odio, diluindo-o em daridades de ternura e decompreensao."

Silenciou, por um pouco, para logo conduir:- 0 filhinho, que the veio imantado ao perispirito, apos

have-Ios perdoado, sofreu a repara<;ao pelo mal que lhes impuse-ra no perfodo em que estiveram na erraticidade inferior. Voltaraao carreiro fisico, tambem, rico de esperan<;a e de alegria.

"0 genitor desencarnou na mesma ilha onde praticaramagia negra e cometera os hediondos crimes, havendo sofri-do um processo prolongado antes de concretizar-se 0 fenome-no biologico da morte organica. Foi lento 0 deslindar-se dasam arras carnais, experimentando afli<;oes superlativas, ate aconsump<;ao total.

"As Soberanas Leis sempre se encarregam de reequilibrara ordem onde se hajam manifestado a agressividade e 0 crime,o despauterio e a crueza dos sentimentos. Ninguem, que agri-da a vida, prosseguira em liberdade, porque ficara imanado aoerro, ate que reconquiste a paz resultante do dever nobrementeexercido e da consciencia harmonizada.

"Por outro lado, onde se encontre 0 agressor sandeu, aele vinculada estara a vitima que, nao 0 havendo perdoado,estabelecera seus pIanos de vingan<;a.

"Sempre, portanto, que se viva com harmonia, desin-cumbindo-se dos deveres que the dizem respeito com serieda-de e eleva<;ao, sera lograda a felicidade real, aquela que nada

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Quando silenciou, deixou-nos uma sensac;:aode coragem,assinalada pela alegria de viver no servic;:ode autoiluminac;:ao.

A noite, porem, prosseguia lugubre, ameac;:adora. Decerto modo, relampagos e trovoes, chuvas intermitentes tor-navam 0 nosso trabalho mais penoso. Nao se tratava de feno-menos terrestres, mas de tormentas espirituais defluentes dasvibrac;:oes grosseiras edos campos magnetic os sobrecarregadosde energias deleterias.

Na imaginac;:ao de alguem menos experimentado, logose teria ideia de tratar-se ali do Inferno mito16gico, onde naoluzem a misericordia, nem a compaixao ...

A diferenc;:a, e que 0 amor de Deus ali se encontrava ernatividade, diminuindo as tenazes constritoras do sofrimento quecolhera rapidamente aquelas dezenas de milhares de existenciasern plena exuberancia fisio16gica e demorada ilusao fisica.

Nao havia, porem, tempo, para aprofundar reflexoes, queficariam para ocasiao pr6pria, sendo-nos indispensivel servir,quanto nos estivesse ao alcance, sem medirmos esforc;:ospara li-bertar os irmaos equivocados, pouco importando as suas origens,as circunsdncias da desencarnac;:ao, a religiao que professavam.o Bern nao se detem ante qualquer tipo de fronteira, limite, pre-conceito, porque e emanac;:ao divina para a edificac;:aoda vida.

Constatava, mais uma vez, que cada criatura e urn serespecial, verdadeiro universo a descobrir, desconhecido por elapr6pria. Ern consequencia, cada desencarnac;:ao e especial, tl-pica de cada individuo, porque caracterizada pela sua realida-de pessoal.

Muito dificil estabelecer-se regras comparativas sobre aexistencia e a desencarnac;:ao dos seres. Certamente, hi bi6tiposque servem de padrao para serem realizados paralelos que ajudamno entendimento das circunsdncias e das suas ocorrencias.

Compreensivelmente, defrontivamos essa diversida-de de comportamento entre aqueles desencarnados, que se

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negavam a aceita<;:aodo fenomeno que se consumara, arre-batando-os da esfera fisica. As circunstancias imprevistas,manifestando-se com a for<;:atiranica da destrui<;:ao, surpre-endera-os, sem que houvessem tido tempo sequer de enten-der 0 que lhes estava acontecendo. A onda gigante fora taoveloz e avassaladora que arrastou de roldao tudo quanto selhe encontrava a frente, deixando urn rastro de destrui<;:aoinimaginavel. ..

Transferidos coletivamente para 0 mundo espiritual,sem perceberem os demais que foram recambiados juntos,cada qual permanecia prisioneiro das suas sombras e encan-tamentos, sem estrutura emocional para conceber 0 que lhesacabara de acontecer, deixando-os enlouquecidos ...

Ainda meditava em torno do drama da senhora ges-tante desencarnada, quando tive a aten<;:aodespettada parauma dama que se encontrava profundamente vinculada aosdespojos em estado deplodvel. Gritava muito, inspirandonossa compaixao e sarcasmo na chusma de perversos obses-sores, que a martirizavam com motejos vulgares, enquantoela intentava romper os vinculos para ir procurar 0 filhinhoque desconhecia onde se encontrava. Estava, mais ou menos,informada sobre a motte que a arrebatara, nao compreen-dendo as for<;:asque a mantinham presa ao corpo, quase to-tal mente destruido ...

Chamava pelo filho com voz pungente, logo alucinan-do-se, tentando arrancar os cabelos, ferir-se, atirando-se aosolo continuas vezes, buscando levantar os destro<;:os ma-teriais.

Dr. Charles acercou-se e auscultou-a psiquicamente,procurando ler nas suas paisagens mentais as ocorrencias, mo-mentos antes da tragedia coletiva.

Falou-nos que se encontrava distante da praia, naresidencia humilde, quando a mesma desabou sob a for<;:a

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incoercivel da onda poderosa que diminuira de volume ...Desencarnara, imediatameme, sob os destro<;:o que a esma-garam.

o choque adormeceu-a por largo periodo, havendo des-pertado em desespero, menos de urn dia apos, dando-se conta,relativamente, do que acontecera.

- A sua angustia maior - elucidou-nos - era 0 fatode ignorar 0 que sucedera com 0 filhinho, razao que forada sua existencia no periodo de viuvez que a surpreenderameses antes ...

Com bondade paterna e sabedoria haurida na sua nobreexistencia, ele procurou dete-la por urn pouco, mediante pro-je<;:aode raios luminosos que a envolveram, limitando-lhe osmovimentos, e apos dizer algumas palavras a sua enfermeiradedicada, p6s-se a conversar com a desesperada.

o seu forte pensamento era captado pela enferma demaneira clara, atraves de imagens decodificadas pelo Espiritosofredor, conseguindo acalma-la, a pouco e pouco.

Nesse comenos, Ana chegou, trazendo nos bra<;:os,sorri-dente e bela, uma crian<;:ade pouco mais de urn ana de idade,que desencarnada, logo se recuperara do drama, apresentan-do-a ao medico.

Esse, por sua vez, colocou-a nos bra<;:osda desafortuna-da 0 filhinho jovial, que a fez sorrir e acalmar-se, logo passan-do a can tar uma balada para 0 adormecer.

De imediato, fomos convidado a diluir os liames peris-pirituais que a retinham ao corpo, conseguindo, alguns mo-mentos depois, a totallibera<;:ao.

Aturdida, no instante da emancipa<;:ao do corpo, pare-ceu perder 0 equilibrio, em razao da gravidade ambiente, noque foi socorrida por Ana, que the tomou 0 filhinho, enquantonos a seguravamos e 0 Dr. Charles hipnotizava-a, a fim de que,serena, adormecesse, 0 que aconteceu sem deten<;:a.

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Logo ap6s, as padioleiros a transferiram para a area per-tinente, levando, tambem, a filhinho adormecido.

Os milagres que a amoropera sao continuos e ricos debeleza, vencendo mesmo a denominado abismo da morte.

As horas, em can sequencia, naquele baratro, arrasta-vam-se, lent as e afligentes, carregadas de acontecimentos in-s6litos, que nos enterneciam num momenta, doiam-nos emoutro, e despertavam-nos sempre a amor e a compaixao emtodos as casas.

(*) Vide nosso livro PAINEIS DA OBSESsAo, capitulo XV - Trama do6dio. Editora LEAL.Nota do autor espiritual

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CONQUISTANDO 0TEMPO MALBARATADO

Com periodicidade, retornavamos a comunidade parao necessario refazimento, prosseguindo no socorroaos irmaos colhidos pela desencarnac;ao, desequipa-

dos espiritualmente dos recursos iluminativos.Lentamente diminuia 0 numero de cadaveres expostos

nas praias e cidades vitimadas pela tragedia coletiva, enquantose reorganizavam as urbes, cuidando-se da remoc;ao dos des-troc;os e das reconstruc;6es.

A paisagem de sofrimento dos sobreviventes era confran-gedora, porem, a vida, no seu sublime impulso de superar infor-tunios, sustentava-os, ajudando-os na reedificac;ao da existencia.

Rapidamente, para nos, passou 0 periodo que nos forareservado para acompanhar os trabalhadores do Bern, e deve-

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damos, Ivon e nos outro, retornar a nossa Esfera, para outroscompromissos que nos aguardavam, dentro das linhas dire-cionais da confed~ncia do Benfeitor que viera da constela<;:aodas Pleiades.

Como e natural, agradecemos ao Dr. Charles todo 0

seu empenho em auxiliar-nos a entender os mecanismos dasDivinas Leis, bem como despedimo-nos dos demais amigos,tornados por justa emo<;:ao.

Dr. Charles havia convidado dois Espiritos que viveramna Indonesia, a fim de substituir-nos, desde que 0 arduo tra-balho prosseguiria por largo pedodo.

No dia do nosso retorno, 0 Sol enriquecia a regiao comos seus raios aben<;:oadose a paisagem continuava apresentan-do as marcas irremoviveis do tsunami devastador.

Quando tomamos 0 veiculo que nos conduziria ao Lar,pudemos ver, a distilncia, a imensa regiao envolta em sombrasdensas, nas quais, vez que outra, brilhavam luzes, represeman-do os obreiros da caridade em sua faina de aplicar os tesourosdo bem em favor dos famimos de conhecimentos e de harmo-nia pessoal.

Conduziamos novas experiencias, que nos haviam sur-preendido pela sua originalidade, ja que, ames, nunca tivera-mos ocasiao de laborar nesse tipo de socorro.

Impressionava-me 0 milagre da vida, que reverdece asareas monas na canicula do verao, enfloresce os ramos secos equebradi<;:osdos vegetais, quando chega a primavera, reanimaos cora<;:6esdesfalecidos na luta desigual, faculta aprimora-mento interior ...

Triunfa sob todas as conjumuras aparentememe des-trutivas, apomando 0 rumo da imonalidade como a vitoriasuprema da existencia humana.

Chegando a nossa comunidade, fomos recebidos cari-nhosameme pelos amigos da convivencia diaria, e apos nos

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alojarmos em nossos domidlios, para onde nos acompanha-ram, solicitaram-nos noticias da azafama da caridade entre osirmaos infdizes da Indonesia ...

Na medida do possivel narramos as experiencias edifi-cantes e as li<;:6esabsorvidas, especialmente em torno da fra-ternidade entre Espiritos aclimados a credos religiosos dife-rentes, porem, unidos pelos mesmos sentimentos de amor, decompaixao e de caridade.

Realmente, descobrimos a solidariedade que deve vigerentre mu<;:ulmanos e judeus, cat6licos e protestantes, espiritas edemais crentes, ou mesmo nao-crentes, 0 que nos ensejou inefa-vel alegria interior, redescobrindo a Sabedoria Divina em tudopulsante, assim como 0 poder da solidariedade fraternal, que senao submete aos caprichos rigorosos do ego apaixonado.

Em nossa comunidade estagiavam periodicamente Espi-ritos de diversas procedencias, trabalhando conosco sob 0 claraodo pensamento de Jesus e de Allan Kardec, superando os impe-dimentos dogmaticos das suas cren<;:asantigas e adaptando-se aopadrao universal, distante de siglas e de terminologias, mas sem-pre identicas pelos objetivos elevados e as propostas libertadoras.

Embora Ivon Costa residisse em outra Colonia situadasobre a regiao do Brasil Central, com sede sobre as formo-sas montanhas de Minas Gerais, convidei-o a permanecer emnosso lar pdo periodo intermediario entre aquele e os pr6xi-mos dias quando retornariamos a Terra, dando prosseguimen-to aos compromissos aceitos.

Compreensivelmente, 0 interdmbio entre as colonias es-pirituais e constante e natural, qual acontece na Terra entre asdiferentes comunidades que se sustentam e confraternizam.

Embora cad a qual possua as suas pr6prias e espedficascaracteristicas, todas operam em favor do desenvolvimentomoral dos seus habitantes desencarnados, preparando-os paraos cometimentos futuros nas reencarna<;:6es aben<;:oadas.

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Concluido 0 labor com 0 Dr. Charles White, fariamosparte, dentro de dois dias, de urn novo empreendimento, cujoMentor ainda ignodvamos, apesar de informados que f6ra-mos convidados a fazer parte de novo grupo de trabalhadoresespirituais.

o repouso para nos, e constituido pela renovac;:ao dasenergias para aplicac;:6es edificantes, revitalizando-nos e auxi-liando-nos a melhor entender, cada vez mais, as liy6es da vida,ampliando os nossos horizontes de servic;:oao proximo, no queredunda servic;:oa nos mesmos.

Desse modo, e urn pouco diferente 0 repouso vivencia-do pelos Espiritos em relac;:ao aquele de que tern necessidadeos encarnados, que tambem se renovam, readquirindo forc;:ase equilibrio para os compromissos da evoluc;:ao,dentro dos pa-dr6es organicos em que estagiam.

A vida nao cessa de vibrar, 0 que, se acontecesse, reduzi-ria tudo ao caos do principio ...

Necessario, portanto, agir, conquistar 0 tempo anterior-mente malbaratado nos componamentos equivocados, nas lu-tas do egoismo, na incessante busca do prazer.

De alguma forma, aguardavamos 0 momenta de con he-cer detalhes da nova programac;:ao com alguma ansiedade.

o exito resultante do cometimento concluido, estimu-lava-nos a aguardar os novos desafios com alegria e gratidaoaos Ceus.

Aqueles que pensam, que apos a mone os justos repou-sam, equivocam-se, porquanto, em todo 0 Universo vigora so-mente a lei da ac;:aoe da edificac;:ao.

N esse interim, tomamos conhecimento de que a cara-vana de servic;:o aos irmaos do orbe terrestre seria expressivaem qualidade e em quantidade de membros, dividida em va-rios grupos que atuariam em diferentes locais, sendo presididapelo sabio geneticista Dr. Anemio Guimaraes.

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Conhecia-Ihe urn pouco a hist6ria fascinante, que 0 pro-jetara a condi<;:ao de chefe do departamento de reencarna<;:oesem nossa Colonia Reden<;:ao.

o eminente Espfrito encontrava-se desencarnado, faziaaproximadamente trinta anos, ap6s laboriosa existencia mis-sionaria no Brasil.

Reencarnara-se com a missao de envidar todos os esfor-<;:os,utilizando os mecanismos de preserva<;:ao da vida, haven-do dedicado os seus empenhos em favor da saudavel reprodu-<;:aohumana.

Havendo renascido em lar modesto, a fim de conheceras dificuldades e vence-Ias desde cedo, na cidade do Rio deJaneiro, muito jovem ainda revelou as aptidoes superiores con-duzidas do mundo espiritual.

Crian<;:a vivaz e simpatica, inteligente e generosa, tor-nou-se jovem responsavel e estudioso, auxiliando a maezinhaviuva, lutadora de grande envergadura que se comprometera arecebe-Io nos bra<;:osafetuosos, enquanto, simultaneamente,frequentava a escola noturna.

Com sacrificios herculeos, venceu as peripecias da ju-ventude, mantendo-se fiel aos postulados do dever, superandoas condi<;:oes ambientais, agressivas e perturbadoras, abra<;:an-do 0 anelo de salvar as vidas ainda em forma<;:ao, lutando comdenodo contra qualquer forma de aborto criminoso.

Para melhor desincumbir-se do futuro ministerio, trans-feriu-se para a cidade de Sao Paulo, ap6s a desencarna<;:ao damaezinha, vitimada pela tuberculose deRuente da debilidadeorganica e da deficiente alimenta<;:ao, passando a trabalharcom mais empenho ate conseguir adentrar-se na famosa uni-versidade daquela cidade, que passou a frequentar com espfritocombativo e tenacidade.

Havendo-se identificado com nobres mestres de Medici-na, verdadeiros ap6stolos que tern passado pdo augusto educan-

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dario de muitas geray6es de cientistas e profissionais honoriveis,dedicou-se ao estudo da biologia, da embriogenia, integrando-seno grupo de afeiyoados a nascente engenharia genetica.

Conseguindo, por justos meritos, ap6s a diplomayaode medico, uma bolsa de estudos em destacada universidadeamericana do norte, vinculou-se ao fechado circulo de pesqui-sadores dos anovulat6rios, dos metodos de contracepyao, queiriam contribuir, conforme tern acontecido, para a dristicadiminuiyao do hediondo crime do abortamento. Com plenaintegrayao nas pesquisas, tornou-se considerado cientista nessaarea, com os seus colegas logrando ampliar os conhecimentosem torno da fecundayao humana.

Com 0 avanyo da 6ptica e da tecnologia em torno da fa-bricayao dos microsc6pios, especialmente os eletronicos, podeadentrar-se na compreensao do milagre da fecundafao humana,selecionando 6vulos e espermatoz6ides, em tentativas do queseria no futuro a grandiosa realizayao da fertilizafao in vitro,da inseminayao artificial, facultando a milhares de pessoas aoportunidade anelada de conseguir a procriayao ...

A medida que ocorria maior conscientizayao da socie-dade em torno do uso dos anticonceptivos, lutando contra 0

fanatismo de alguns segmentos religiosos intolerantes, tomouconhecimento dos estudos profundos em torno do DNA e daprovavel futura decodificayao do genom a humano, que naoteve oportunidade de ver concluido esse extraordinario proje-to, cujo primeiro rascunho foi apresentado ao mundo, por pri-meira vez, em junho do ana 2000, e confirmado, mais tarde,em abril de 2003, por ocasiao da comemorayao dos cinquentaanos da descoberta da dupla helice do DNA pelos cientistasDrs. James Watson e Francis Crick. ..

Desencarnou como urn justo, de certo modo, de exaus-tao decorrente dos trabalhos severos e continuos, vitimado poruma parada cardiaca, que nao the conseguiu encerrar a au-

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daciosa carreira cientifica, prosseguindo-a, na Espiritualidade,quando retornou ...

Deixou viuva uma dedicada companheira, tambem me-dica estudiosa e trabalhadora na area da infectologia, assimcomo dois filhos adultos ...

Considerado urn triunfador na missao abrayada, hoje etido, entre nos, como respeitavel apostolo no campo da fecun-dayao humana, especialista em reencarnayoes.

Seria sob 0 comando desse eminente Espirito que, apro-ximadamente, quinhentos obreiros retornariamos ao amadoplaneta para a preparayao da nova era, abrindo espayO para asreencarnayoes em massa dos migrantes de uma das estrelas daconstelayao das Pleiades, na tarefa sublime de ajudar a Terra aalcanyar 0 patamar de mundo de regenerafdo.

E certo que outras equipes ja nos haviam precedido' paraesse mister, muitas outras conquistariam diferentes paises doorbe e, mesmo nas terras abenyoadas do Cruzeiro do SuI, in-contaveis laboriosos servidores de Jesus cuidariam de realizaratividades semelhantes.

Nos eramos apenas urn ensaio em experiencia proficua,urn quase nada, embora portadores de significado espiritual.

Os responsaveis pelos diversos grupos vinham, ha maisde urn decenio, planejando, em nossa Colonia, assim comoem muitas outras - desde que 0 projeto era internacional esem limites - programas cuidadosos, afim de que os Espiri-tos abenyoados pudessem encontrar os recursos habeis para osseus ministerios, nos dias proximos do futuro.

Foi, portanto, com emulayao de felicidade superior, que,na noite estabelecida para 0 primeiro contato, rumamos, Ivone nos outro, na direyao do templo ecumenico, ja referido ante-riormente, onde nos reuniriamos, a fim de nos encontrarmospara conhecer as diretrizes seguras elaboradas para 0 novoprograma especial.

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As 19h30, dirigimo-nos a um recinto de menores pro-pon;:oes do que 0 anterior, fazendo-nos recordar um anfiteatrogrego, coberto por uma substincia transparente que nos per-mitia ver a noite esplendorosa com os seus crisantemos estela-res lucilando ao longe.

Suave melodia que se exteriorizava do orgao, repletava 0

ambiente com harmonia musical.Os convidados especiais, aqueles que participariam do

inusitado evento, joviais e encantadores, lotavam 0 auditorio.A hora estabelecida, tivemos 0 imenso prazer de ver

adentrar-se 0 governador da nossa Colonia, acompanhado poroutros administradores dos diferentes setores, que foram con-duzidos, respectivamente, a mesa diretora e as cadeiras reser-vadas a frente.

Criada por abnegados servidores de Jesus, sob os auspi-cios de Francisco de Assis, nossa Colonia alberga uma consi-deravel popula<;:ao de Espiritos que viveram no Brasil e algunsoutros originarios da cultura francesa, que se fixaram no soloauriverde, nas mais recentes existencias.

Todos quantos nos encontravamos no auditorio, comalgumas exce<;:oes,haviamos militado, quando na Terra, nashostes de 0 Consolador, conforme a revela<;:aoespirita, sendoque, outros, embora sem 0 conhecimento da Doutrina apre-sentada por Allan Kardec, em razao dos seus atos, poderiamser considerados conforme os denominara 0 codificador, comoespiritas pelo corafdo.

o mestre de cerimonias era 0 Espirito Jose Lopes Neto{*lque se encontrava envolto por tenue e brilhante claridade opali-na, que the traduzia a eleva<;:aointelecto-moral.

De imediato, a solenidade teve inicio, sendo anunciadauma jovem cantora que, acompanhada pelo orgao, apresentoua bela pe<;:areligiosa Panis angelicus, de autoria de Santo Tomasde Aquino, para a obra Sacris solemniis, e que fora musicada

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por cesar Frank em 1872, criando uma psicosfera de aldssi-mas vibray6es.

Em seguida, foi composta a mesa central, sendo con-vidado 0 Dr. Artemio Guimaraes, e, para encantamento detodos, acompanhamos a entrada do Pobrezinho de Assis, parasurpresa geral, acompanhado pela irma Clara, no esplendorda juventude e da beleza, e mais alguns companheiros das pri-meiras horas da sua revoluyao de amor no passado ...

o santo irradiava bondade transcendente, como jamaisnos tiveramos ocasiao de vivenciar, com urn semblante suavee doce, trajando as vestes gastas dos seus primeiros dias deministerio na Terra, eo ar vibrava de dlilcidas energias canorase coloridas.

Recepcionados, a entrada, por uma comissao adrede or-ganizada, foram conduzidos a mesa os dois apostolos espososda Irma Pobreza.

Esravamos extasiados, respirando em ritmo inusitado.Apos a orayao de abertura, proferida pelo nosso governa-

dor, Lopes Neto anunciou a palavra do nosso diretor Dr. Artemio,entretecendo ligeiras consideray6es em torno das suas responsabi-lidades e apresentando alguns dos seus trayOSbiogd.ficos.

o respeiravel cientista acercou-se da tribuna, exteriori-zando a nobreza de que se encontrava investido, e deu inicio asua mensagem:

- Nobres mentores que nos honrais com as vossaspresenfas.

Queridas irmas e queridos irmaos em Jesus-Cristo:

Louvemos 0 Senhor e cantemos-Lhe hosanas!A lei deprogressoe incontestdvel, eo amor de nossoPai

e incomensurdvel, proporcionando a tudo e a todos continuoaprimoramento que os levard as culmindncias da plenitude.

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Conforme assinalado por Jesus, no sermao profeticoregistrado pelo evangelista Marcos, no capitulo 13 e seusversiculos, vivemos a epoca dos sinais representativos dasgrandes mudanfas que se operarao no planeta terrestre aolargo dos evos.

Posteriormente conjirmadas as graves revelafoespor Joao evangelista, no seu memordvel Apocalipse,vivemos jd esses dias sign ijica tivos, anunciadores dasgrandes transformafoes que se vem apresentando noorbe amado.

Muito antes deles, osprofetas Isaias, Enoque e ou-tros, tambem assinalaram os acontecimentos que deveriamsuceder, grafas aos quais um novo mundo rico de benfaossurgiria para a Humanidade.

Por sua vez, 0 calenddrio maia igualmente registraosgraves sofrimentos para as criaturas terrestres deste peri-odo, com grande margem de acerto...

Nostradamus, 0 mais celebre dos profetas, teve oca-siao de assinalar os eventos dolorosos que se abateriam sobreos seres humanos, casopermanecessem nos comportamentosarbitrdrios que se tem permitido.

Mais recentemente Edgar Cayce previu mudanfasmuita acentuadas na geograjia terrestre, em vdrias partesdo seu pais e noutros continentes, como resultado de feniJ-menos sismicos dejinidores do novo mundo ...

. .. E multiplicam-se, ao largo da Hist6ria, as reve-lafoes em torno das ocorrencias afligentes que se vem apre-sentando em toda parte, chamando a atenfao das criaturashumanas, que permanecem descuidadas, absorvidas pelosvapores do prazer e dos gozos desgastantes.

Os Espiritos do Senhor tambem referiram-se a esserespeito a Allan Kardec, durante a codificafao dos seusensinos, elucidando que ocorrencias trdgicas assolariam 0

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planeta, trabalhando-lb.t. as estruturas ftsicas, morais e es-pirituais.

Periodicamente, profetas de ocasiao e sensitivos dig-nos expressam os seus sentimentos epreocuparoes em tornodas grandes mudanras que jd acontecem, mas que se torna-rao mais expressivas, caso a sociedade prossiga na correriadesenfreada dos descalabros morais provocados pelo egotis-mo a que se aferra.

Tais fatalidades se expressam como efeito dos com-portamentos primitivos que ainda nos permitimos, dis-tanciados dos ensinamentos libertadores apresentados porjesus, e de flicd vivencia, desde que aplicados aos conceitosmorais e espirituais vigentes na sociedade engessada na ig-norancia e no materialismo, mesmo aquela que se vinculateoricamente a determinadas crenras religiosas.

De certo modo, a paisagem das revelaroes apre-senta-se dantesca, temerdria.

Nao obstante a valiosissima contribuirao, em tornodos acontecimentos lutuosos, tem havido um grande olvidoa respeito daquilo que acontecerd depois das ocorrenciasdestruidoras.

Todas as profecias, no entan to, afirmam que surgi-rd um mundo melhor, uma nova jerusalem, terras ondemanarao leite e mel, paraiso de luz e beleza, por que naodizer, 0 reino dos ceus na Terra mesma ...

... E essa revelarao e esquecida, porque ainda predo-mina em 0 espirito humano 0 interesse de infOrmar sobre 0

apavorante e amearador, com esquecimento, proposital ounao, em torno das benessesdo amor e da misericordia deDeus para com as Suas criaturas.

Quando 0 evangelista joao ouviu as graves revela-rOesseu eora<;ao fieou pesado, e eleperguntou: - Nao haesperan<;a?

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Havia muita aflifao no disdpulo amado, que logoescutou a resposta formosa: Sempre hi esperan<;:a,6 tu,para quem 0 ceu e a terra foram criados ...

Uma segunda possibilidade faz parte dos divinos pIanos,desde que as criaturas correspondam it expectativa do amor, ge-rando novos recursos em torno do bem, que produzirao efeitosedificantes.

Assim prossegue 0 grande vidente do Apocalipse: Mas eunao vi 0 que aconteceu a des, pois a minha visao mudou, eeu vi urn novo ceu e uma nova terra; pois 0 primeiro ceu e aprimeira terra haviam acabado ... A emofao tomou 0 apostoloque entao exultava, quando ouviu uma grande voz (dos seresan-gelicos) que dizia: Nao mais haveri morte, nem tristeza, nemchoro, nem hayed mais dor.

Houve uma pausa alentadora, diminuindo as preocu-pa<;:6esdos ouvintes em rda<;:aoaos acontecimentos afligentesem pauta.

Pessoalmente, sempre me detivera na revda<;:aodo de-sespero, nao nos efeitos decorrentes, quando chegasse 0 perfo-do de ben<;:aos,logo ap6s as grandes calamidades, no mundorenovado.

A seguir, 0 digno mensageiro deu continuidade a pe-rora<;:ao:

Ocorrerao essas benfaos, porque Espiritos nao com-prometidos com 0 mal estarao no planeta construindo 0

reino dos ceus nos corafoes e trabalhando eJicazmente emfavor da solidariedade atendida pelo amor.

Virao apressar 0 progresso moral, utilizando-se dointelectual e tecno16gicopara promover a fraternidade en-tre os povos, a Jim de que os mais poderosos ajudem nodesenvolvimento dos menos aquinhoados, substituindo a

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guerra pela solidariedade, a escravidao decorrente do co-mercio perverso pela liberdade de escolha e de trocas, com-batendo as doenfas pandemicas e endemicas, as degene-rativas, que jd nao sejustificarao, porque os membros daformosa familia nao estarao assinalados pelos debitos degrande porte ...

oplaneta renovado na sua constituifao ftsica, harmo-nizadas asplacas tectonicas, diminuida a alta temperaturado magma vulcanico, muitos cataclismos que 0 assolavam edestruiam, desaparecerao, a pouco epouco, apresentando-secom equilibrio de temperatura, sem os calores calcinantes,nem osfrios enregelantes, e compaisagens edenicas...

Adaptando-se as novas condifoes climdticas, 0 orga-nismo ftsico experimentard modificafoes especiais, em ra-zao tambem dos seres que 0 habitarao, imprimindo neleoutros valores jisiopsico16gicos, que irao contribuir para asua evolufao espiritual.

Serd nesses corpos que estarao reencarnadas multi-does de visitantes benejicos, contribuindo para 0 progressoda humanidade.

Concomitantemente, aqueles que puderem fruir des-se momento, apas a grande transifao, grafas aopensamentoe a iluminafao interior, libertar-se-ao de 6rgaos desneces-sdrios, mantendo formas grdceis e leves, compativeis com afutura atmosfera ftsica e moral da Terrafeliz.

Nesse comenos, os irmaos geradores de disturbiose de conflitos, os guerreiros contumazes e os arruaceiros,aqueles que se comprazem nos campeonatos da perversi-dade, ,or sintonia vibrataria transferir-se-ao para ou-tro planeta cuja psicosfera seja compativel com as suascondifoes, recebendo-os em exilio tempordrio, quandoaplicarao os conhecimentos tecnol6gicos para auxiliaros seus habitantes, sofrendo a dor da saudade, da se-

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parafiio dos afetos, e preparando-se moralmente para 0

retorno, para a ascensiio...Nunca seperdem os valores ante osDivinos Codigos,

eo Pai Amantlssimo vela pelo Universo, havendo delegadoa Jesus a criafiio e a governanfa da Terra, que vem condu-zindo com inefdvel amor e Impar compaixiio, aJim de queos seus habitantes nos despojemos das imperfeifoes que nosretem na retaguarda, e, como filhos pr6digos, retornemosao Seu rebanho.

Novamente silenciou emocionado. Luzes diafanas ador-navam-no, a medida que falava, oferecendo-nos uma voz docee inesquedvel.

Continuando, afirmou:

- Muitos de nos, equipamo-nos dos conhecimentosproprios nas dreas da genitica, da embriologia e da em-briogenia, a Jim de prepararmos os corpos que acolheriiopor algum tempo, no claustro da maternidade, essesmen-sageiros do am or e da misericordia na sua peregrinafdoterrestre ...

A nossaexcursiioao planeta amado objetiva preparara sociedadepara 0 es/orfosublime da grande transifiio.

o tempo urge, e e necessdrio recuperar os dias· mal-baratados nosjogos viciosos da ilusiio.

Necessitamos da contribuifiio oracional de todos, su-plicando ao santo Poverello, que interceda a Jesuspor nos,Seus obreiros imperfeitos que reconhecemos ser.

Exorando a excelsa misericordia do amor para to-dos, agradecemos a vossa atenfiio e aquiescencia em nosouvir, assim como vos outros em participardes do futuroempreendimento preparatorio da nova era.

Permanefa a paz em nossoscorafoes.

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Um profundo silencio, feito de emo<;aoe reconhecimen-to, dominou todo 0 auditorio enlevado.

Nesse momento, 0 santo de Assis levantou-se, diri-giu-se a tribuna, e, nimbado de claridades siderais, exorou,emocionado:

Mestre sublime Jesus:

Fazei que entendamos a vossa vontade e nunca anossa, entregando-nos as vossas maos fortes para condu-zir-nos;

permiti que possamos desincumbir-nos dos deveresque nos cabem, mas, nao conforme os nossos desejos;

lanfai vosso olhar sobre nos, a Jim de que tenhamosa claridade da vossa ternura, e nao as sombras da nossaignorancia;

abenfoai os nossospropositos de servir-vos, quandosomente nos temos preocupado em utilizar do vosso santonome para servir-nos;

envolvei-nos na santificafao dos vossosprojetos, deforma que sejamos Vosem nos, porquanto ainda nao temoscondifao de estar em Vos;

dominai os nossos anseios de poder e de prazer,auxiliando-nos na conquista real da renuncia e da ab-negafao;

ajudai-nos na compreensao dos nossoslabores, ampa-rando-nos em nossas dificuldades e socorrendo-nos quandomergulhados na argamassa celular;

facultai-nos a dddiva da vossapaz, de modo que adistribuamos por onde quer que nos encontremos e todos aidentifiquem, compreendendo que somos Vossosservidoresdedicados ...

. .. e porque a morte restituiu-nos a vida gloriosapara continuarmos a trajetoria de iluminafao, favore-

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cei-nos com a sabedoria para 0 exito da viagem de as-censao, mesmo que tenhamos de mergulhar muitas vezesnas sombras da materia, conduzindo, porem, a bussolado Vosso afavel corarao apontando-nos 0 rumo.

Senhor!Intercedei, junto ao Pai Todo Amor, por vossos ir-

maos da retaguarda, que somos quase todos nos, os trans-fugas do dever.

As ultimas palavras foram enunciadas com a voz embar-gada pela emo<;:ao.

A um sinal de Lopes Neto, 0 organista come<;:oua dedi-lhar 0 teclado com harmonia.

Flocos de luz desciam suavemente ao ritmo da me-lodia que escud.vamos, e, automaticamente, pusemo-nos aabra<;:ar-nos, seguindo 0 exemplo dos nobres membros damesa diretora.

A reuniao fora encerrada com especial onda de ternurae de beleza.

(*) Jose Lopes Neto - nasceu em 1882, na capital paranaense, Curitiba, eera filho de Genesio Lopes e Clara Lopes. Com apenas 22 anos, em 11 denovembro de 1904 foi conduzido ao cargo de 2° Secretario da Diretoriada Federa<;:ao Espfrita do Parana e desencarnou aos 35 anos, ap6s haverdesempenhado pape! de grande re!evancia na Federa<;:ao Espfrita do Pa-rana, tendo exercido varios cargos de diretoria. Medium vidente, sonam-bulico, psic6grajo, audiente, orador vibrante e vibrdtil, segundo Dr. Lins deVasconcellos, foi, verdadeiramente, urn espfrita-cristao.Nota da editora.

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DIRETRIZES PARAo FUTURO

TOdOSpermanecemos em extase ante as palavras doMentor e a prece do santo de Assis.Parecia que todos temiamos que Fossequebrada a vi-

brayao de amor transcendente que repletava 0 auditorio e nosinundava interiormente.

Terminados os abrayos, acercamo-nos, em fila indiana,do estrado onde se encontrava a mesa presidencial, pois quetodos desejavamos manter um contato, rapido, que fosse, comos venerandos benfeitores que participaram da reuniao.

Lenta e ordeiramente acercamo-nos, e, quando chegoua nossa vez, 0 amigo Lopes Neto informou ao Dr. Anemioque nos, Ivon e este servidor, estariamos mais proximos deledurante a excursao ao mundo fisico.

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Jovialmente, sorriu-nos e abra<;ou-nos, com a generosi-dade de pai afetuoso que parecia conhecer-nos talvez desdeantes ...

Nao me foi possivel dirigir-Ihe uma palavra sequer, ou-vindo-o nos reconditos da mente e do cora<;ao.

Logo vim a saber que ele ficaria em nosso plano, de ondedirigiria a trabalho dos grupos, sendo que cad a um teria umresponsivel que a representaria.

Ato continuo, aproximamo-nos dos santos de Assis, e naopude resistir ao seu enternecimento, sendo dominado pelasligrimas que aljofravam espontineas, demonstrando a nossapequenez diante da sua magnitude.

A humildade incomum e a sorriso de afeto e compaixaobailavam nos seus olhos e faces, facilitando a intercambio deamor.

Beijamos-Ihes as maos que se santificaram na caridadee somente logrei dizer, tn~mulo: - Deus vas aben<;oe! Muitoobrigado!

Fiquei impregnado pelo seu enternecimento par largoperiodo ap6s aquele momenta.

Antes que as mensageiros da Umbria retornassem aosseus ninhos de luz, a companheiro Lopes Neto informou que,dentro de 15 minutos, cad a grupo, conforme ele enunciava,deveria reunir-se em determinado lugar, no mesmo edificio, afim de receber as instru<;oes dos seus respectivos dirigentes.

Logo estabeleceu-se uma azafama, porem, destituida deagita<;ao e vozerio, dirigindo-se cada equipe ao setor indicado.

A nossa estava constituida par vinte Espiritos dedicadosao trabalho de desobsessao e de esclarecimentos espirituais,alguns procedentes tambem do departamento de reencarna-<;oes, que haviam participado dos preparativos do empreendi-mento, havendo-se adestrado nos mecanismos pr6prios paraas labores de fecunda<;ao e de concep<;ao.

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Quando chegamos a sala em que receberfamos as com-petentes orienta~6es, pudemos conhecer com mais intimidadeos diferentes membros que participariam do labor edificante.

Todos se encontravam emocionados e desejosos de servircom extrema devotamento a causa do Bern, sentindo-se ditosospor fazerem parte do momenta de constru~ao do novo mundo.

Pairavam no ar melodias inarticuladas, como onomato-peias da noite coruscante de estrelas.

Dr. Artemio encontrava-se assessorado por diversos ins-trutores que 0 representariam em cad a equipe, enquanto queele supervisionaria de nossa comunidade todos os labores.

Desse modo, apresentou-se-nos 0 irmao Dr. Silvio San-tana, dedicado membro das equipes do Departamento de re-encarna~6es que, na Terra, fora medico obstetra e geneticistadevotado, estudioso da reprodu~ao humana.

Coube-Ihe eselarecer-nos alguns pontos do mister a quenos dedicarfamos durante as pr6ximas oito semanas, abrindoespa~o a perguntas, que nao foram muitas, sendo, porem, bemrespondidas.

Participarfamos de atividades de selecionamento de casaispara receber como filhos os visitantes de mais alem, de modoque lhes fosse possivel alcan~ar as metas superiores que anela-Yam, iniciando 0 cielo dos renascimentos no mundo terrestre atequando estivessem colocadas as balizas da era de regenera~ao.

Irfamos utilizar-nos de pessoas que anelavam pela pa-termaternidade e tinham dificuldades de reprodu~ao porvarios fatores, recorrendo aos metodos da concep~ao artifi-cial, com posterior implanta~ao dos ovos, em pleno proces-so de reencarna~ao dos Espiritos que viriam trabalhar pelobern, na Terra em renova~ao.

Outrossim, deveriamos dar assistencia moral e espiritualaos futuros genitores, para que nao se permitissem influencia-~6es negativas, nem vincula~6es com as Entidades perversas

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que pululam na face do planeta, ociosas umas, vingadoras ou-tras, invejosas, em grande numero, perturbadoras por prazer,em expressao surpreendente.

Imaginava, desde aquele momento, 0 significado gran-dioso do intercambio espiritual entre as duas esferas da vida,compreendendo 0 poder do amor na constrw;:ao da sociedade,que e sempre a mesma, quer se encontre no corpo ffsico oufora das amarras materiais.

A reuniao transcorreu em clima de afeto com perspec-tiv~s de muita a<;:ao.

Duas horas depois, aproximadamente, deveriamos en-contrar-nos na pra<;:ado templo ecumenico, a fim de nos diri-girmos as queridas paisagens brasileiras onde todos ficariamos,embora em cidades diferentes.

Cada equipe se encarregaria de laborar em uma areaadrede selecionada, enquanto que todas permaneceriam vin-culadas ao Dr. Anemio, que se sediaria na regiao espiritualgeografica proxima a capital de Minas Gerais.

Quando retornamos, a fim de darmos inicio a jornada,em plena pra<;:a,sob as ben<;:aosluminosas das estrelas reful-gentes, fomos convidados a uma ora<;:ao,silenciosamente, for-mulada no imago dos melhores sentimentos.

Logo depois, tomamos os veiculos que se destinavamaos nucleos anterior mente preparados para receber-nos, e quenos serviriam de sede para a a<;:ao,para 0 repouso, para plane-jamentos, para avalia<;:aoe estudos ...

E ceno que outras caravanas ja vinham visitando a Terracom 0 mesmo objetivo, desde os anos da decada de 1970/80,tomando as providencias compativeis para as reencarna<;:6esvaliosas. Agora, no entanto, soava 0 momenta de intensificaro intercambio entre os terricolas e os visitantes de Aldone,que ja se movimentavam em torno da psicosfera do planeta,aguardando 0 momento adequado.

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Tomei conhecimento de que urn grande numero delesencontrava-se em Colonias proximas da Terra, assimilando 0

psiquismo do orbe, assim como dos seus habitantes, visitandosociedades esplritas que mantem ligayao com as Esferas supe-riores, onde alguns se comunicavam, explicando a razao de alise encontrarem.

Estavamos, portanto, em grande ebuliyao emocional,movimentando-nos dentro de rigoroso programa de ayao bemdirigido, tendo em vista 0 futuro da sociedade.

Ivon e nos outro convivlamos mais intima mente, embo-ra a amizade espond.nea que nos vinculava uns aos outros emtoda a equipe.

A nossa primeira atividade estava programada para a noi-te seguinte, quando estariam reunidos em uma praia do litoralbrasileiro, mais de dez mil alienlgenas desencarnados para ouvi-rem a palavra do Dr. Artemio, a respeito dos compromissos deautoiluminayao e de desenvolvimento espiritual da Terra.

Desse modo, passamos a utilizar-nos das horas, semcompromissos formais, realizando visitas afetuosas aos fami-liares que fica ram no mundo fisico, a instituiy6es esplritas de-dicadas ao ministerio da desobsessao, a hospitais psiqudnicosesplritas, a fim de observarmos a aplicayao dos valiosissimosrecursos da doutrina, no atendimento aos seus pacientes ...

Quando abrayamos 0 trabalho, 0 tempo urge e nuncaparece suficiente para 0 atendimento de tudo quanto nos caberealizar.

Assim, frulmos 0 prazer do convlvio com outros amigosespirituais encarregados desses misteres, renovando-nos inte-riormente e alegrando-nos sobremaneira pelas suas realizay6esabenyoadas, ate 0 momenta quando nos demos conta do devermaior, que logo mais deveriamos atender.

Rumamos, felizes, ao litoral brasileiro, numa faixaentre 0 mar e as montanhas, rica de plancton e de vibray6es

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puras, nao contaminadas pelas mentes em desalinho, nema atmosfera sobrecarregada de gases venenosos.

A noite dara e rica pelos sons da Natureza era um con-vite a reflexao e a ora<;:ao.

N a imensa faixa de terra, que as rendas bran cas pro-duzidas pelas ondas lavavam ternamente, encontravam-se osmilhares de Espiritos reunidos, aguardando.

Era 0 teatro natural, conforme Jesus muitas vezes utiliza-ra, desde 0 momenta em que cantou a Sinfonia das Bem-aventu-ranfas, assim como 0 sublime encontro no Tabor, ou nas praiasdo mar da Galileia, atendendo as multid6es esfaimadas de pao,de paz e de luz ...

Escutava-se a musica da brisa noturna e sentiam-se asvibra<;:6esde harmonia que pairavam no ar.

Sobre uma pedra vulcanica, que se destacava na praia,estavam 0 Dr. Artemio, diversos chefes de equipes e algunsauxiliares que me eram desconhecidos.

Ap6s uma ora<;:aoungida de amor e de fe, nosso mentorcome<;:oua explicar:

- Sao chegados os grandes e nobres dias do Senhor daVinha.

"Viestes de outra dimensao para contribuir com 0 Li-bertador de consciencias terrestres e aceitastes a incumbenciade cooperar na constru<;:ao da era da paz e do amor.

"Estais acostumados com a harmonia no mundoemque habitais, onde nao mais existem 0 sofrimento nem 0 de-sespero, 0 crime nem a hediondez.

"Ireis enfrentar refregas dificeis no trato com a violenciae a revolta, remanescentes do primarismo que ainda vige emincontaveis criaturas do nosso planeta.

"Sereis convidados a demonstrar fraternidade, quandoirromperem conflitos e dissidencias; enfrentareis a maldis-far<;:ada animosidade entre aqueles com os quais convivereis;

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devereis suportar 0 aflitivo peso da insatisfayao constante da-queles que farao parte do vosso cla e dos vossos programas deatividades; lutareis com os instrumentos da amizade contra 0

odio contumaz e ferrenho; tereis que entender os agressores,que nunca procuram compreender 0 outro e sempre se acredi-tam com a razao; sofrereis a calunia e a perfidia, a competiyaodo entia e a ingratidao daqueles em quem depositareis confian-ya e generosidade; distorcerao vossas palavras e vos ameayaraocom as mais covardes maneiras de comportamento; experi-mentareis 0 oprobrio e a humilhayao ... No entanto, Jesus es-tara convosco em todos os momentos.

"Caminhareis por estradas pedregosas e assinaladas porimpedimentos, mas isso nao vos constituira problema, porqueestais acostumados a superar obices e ganhar alturas.

"Em todas as situay6es, recordai-vos que sois hospedesdo planeta em transiyao, convidados a torna-lo um paraiso,apos as tormentas continuas que 0 sacudirao.

"Triunfareis, se permanecerdes fieis ao amor e a frater-nidade, abertos a compaixao e a misericordia.

"Visitai os lares onde ireis habitar, treinando paciencia ecoragem ao lado das futuras familias, nao habituadas aos pa-dr6es de bondade e de justiya, de compreensao e de equidade.

"Deixai-vos enternecer pelos irmaos da agonia que ain-da enxameiam em nosso amado planeta, confortando-os, des-de logo, inspirando-lhes alegria de viver e gratidao a Deus pelaoportunidade de crescimento moral e espiritual.

"Sereis 0 sal da terra, mahtendo-lhe 0 sabor, a fim detornar melhores os dias em que vivereis no corpo somatico.

"Experimentareis a constriyao da indument<iria carnal,tentando aprisionar-vos nas roupagens fortes da materia, noentanto, nas horas do repouso fisico, volvereis a nossa esferade ayao, onde sereis reconfortados e encorajados ao prossegui-mento missionario.

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"Embaixadores do Bern, permanecei na batalha em prolda paz, amando sempre, sem vos armardes de qualquer instru-mento emocional de beligerancia ou de animosidade.

"Sede bem-vindos a Terra!"Que Deus vos abencroe 0 ministerio programado por

Jesus!"Houve urn silencio feito de alegria e de esperancra.Outros membros da administracrao entreteceram ligeiras

consideracr6es em torno do fenomeno do renascimento, utili-zando-se de apontamentos do querido geneticista, referindo-sea algumas dificuldades para os fenomenos da fecundacrao e daconcepcrao, quando 0 ovo se fixa nas paredes do endometriofeminino.

Foram referidas as grandes conquistas das modernas ci-encias que estudam a reproducrao humana e, com frequencia,sugest6es para que a prece como ciencia do intercambio como Divino Fosseutilizada ao maximo possivel.

Terminada a apresentacrao do program a para todos, osfuturos reencarnantes e nos outros, os obreiros da preparacrao,misturamo-nos com os convidados e outras equipes, entrete-cendo consideracr6es a respeito do inusitado labor que se dese-nhava para 0 futuro.

E verdade que uma incontida alegria visitava-nos atodos ali presentes, mantendo a expectativa do desempe-nho exitoso.

Logo chegou 0 momenta em que deveriamos retornaraos nossos campos de acraoe repouso, enquanto que os visitan-tes de be1a aparencia e portadores de sabedoria, rumaram nadirecrao dos destinos que os aguardavam.

Fomos despedir-nos do Dr. Anemio, com quem naoteriamos continuas oponunidades de conviver, em razao dosgraves compromissos a que estava submetido, havendo sidotratados com bonomia e atencrao.

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Pude observar 0 numero de Espiritos encarnados em par-cial desdobramento, que se movimentavam em nosso mundode vibra<;:6es,sem a menor no<;:aoda ocorrencia, sem consegui-rem qualquer contato lucido, dominados pelos interesses queos tipificavam, man tendo as mesmas paix6es e sentimentos dequando se encontravam despertos no corpo fisico.

Vez que outra, porem, podiamos ver as luzes de verda-deiras cortes que visitavam a Terra, chegando ou retornando,como daridades divinas aben<;:oando a imensa noite que inva-dia 0 planet a naquela area.

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EXPERIENCIASILUMINATIVAS

~

tes do retorno, conhecemos superficialmente os Es-piritos que estariam sob a dire<;:aodo nosso mentor,om os quais deveriamos participar no seu processo de

renascimento na materia densa.Segundo informa<;:6es do Dr. Silvio, eram, aproxima-

damente mil, que tambem deveriam seguir-nos para 0 acam-pamento adrede construido pelos especialistas nessa area, quenos haviam antecedido.

Ao primeiro ensejo, a programa<;:aoprevia urn encontroentre os visitantes e os transeuntes do carreiro carnal, 0 queficou estabelecido para a noite seguinte.

Durante 0 dia mantivemos contatos afetuosos com al-guns deles, dialogando, ouvindo-os em suas belas narra<;:6esarespeito da vida que desfrutavam em Aldone.

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As palavras do meu vocabulario saD insuficientes pararepetir as narrac;6es atraves de projec;ao mental por eles prop i-ciadas, dando-nos uma ideia ainda que imperfeita do esplen-dor do Reino, que a todos nos aguarda, na marcha sublime daevoluc;ao.

Pude aquilatar a respeito da sabia informac;ao de Jesus,quando se referiu, conforme Joao 14:1 e 2: - Nao se turbe 0

vosso corac;ao; crede em Deus, crede tambem em mim. NaCasa de meu Pai ha muitas moradas ...

Nao poderia ser diferente. Caso Fossea Terra privilegia-da exclusivamente com habitantes, e inuteis seriam os bilh6esde astros que gravitam no Universo, produzindo a sinfoniaintermina e majestosa da Criac;ao...

Invariavelmente, temo-nos detido nas informac;6es so-bre transtornos de conduta e obsessivos, sofrimentos de todoporte, incompletude, regi6es de prova e de purgac;ao, camposde expiac;ao e de padecimentos inenarraveis, no Alem-tumu-10. E natural que assim 0 fac;amos, de modo a despertarmosa consciencia adormecida dos Espiritos que se encontram naroupagem carnal, comprometendo-se com 0 mal, em vez dereabilitar-se; navegando contra a correnteza, em vez de avanc;a-rem no rumo do porto de seguranc;a ... No entanto, a respeitodos mundos felizes, nas suas constituic;6es fisicas e espirituais,nao encontramos as palavras pr6prias para traduzirem a belezae a harmonia que neles existem.

Em nossa esfera de ac;aoespiritual, por exemplo, as pai-sagens saD ricas de tonalidades incomparaveis, nasceres e po-res-do-sol portadores de luzes em tons indefiniveis, jardins enascentes de agua cristalina, em jorros interminaveis, floresem fest6es multicoloridos e perfumes suaves penetrantes, edu-candarios e teatros para a formac;ao intelecto-moral, hospitaise sanat6rios modelares, que deverao inspirar as futuras cons-truc;6es terrestres, conforme ja vem acontecendo, galerias de

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arte em todos os generos, em que nobres artistas aprimorama capacidade de registro para tornarem a Terra urn planet aparadisiaco ...

Laborat6rios de planejamento e de projetos relevantes,com 0 objetivo de serem realizados descobrimentos das Leisque regem 0 planet a e 0 Cosmo, trabalhando-se afanosamentepara erradicar as doen<;:ase os disturbios que ainda predomi-nam no orbe, encontros enriquecidos de sabedoria com de-bates e conversa<;:6essuperiores sobre a vida e a sua finalidadeexistencial. ..

Universidades para aprofundamento dos conhecimentosmais avan<;:ados,preparando equipes de Espiritos iluminadospelo amor e pelas informa<;:6esculturais, que tern por missaopreparar as gera<;:6esnovas e sucessivas em rela<;:aoao futuroda humanidade feliz ...

Esped.culos de luzes e de sons em contato direto coma Natureza, que tambem se veste de preciosas indumend.riasvibrat6rias para edificar-nos e ajudar-nos a aben<;:oa-lacom anossa gratidao, dramas e jograis de superior qualidade, naopodendo esquecer as bibliotecas vivas, em que os livros saoportadores das imagens dos que os escreveram e trazem-nosde volta, incluindo as suas emo<;:6es,videotecas e imagensvirtuais em computa<;:ao especial, comunica<;:6es televisivassuperiores, tudo direcionado para a dignifica<;:ao do ser e suaconquista interior ...

N em sempre ao alcance de todos, recintos onde se en-contram arquivadas as experiencias transatas dos habitanteslocais, as quais somente tern acesso aqueles que atingiram ex-pressivo patamar de evolu<;:ao,de modo que, consultando 0

passado, podem desenhar 0 futuro, superando-se nos embatesintimos ...

A vida e urn hino de magnitude imensuravel homena-geando 0 Criador.

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Mesmo quando imp6e as necessidades de reabilita<;:aomediante 0 sofrimento, a beleza da justi<;:a expressa-se grati-ficante, propondo esperan<;:a e oportunidade a todos, em de-monstra<;:ao insofismavel de que somente existe 0 amor emtoda parte, apresentando-se de acordo com os niveis de evo-lu<;:aode cada ser e de cada comunidade, como a essencia davida, fundamental para preservar 0 Espirito imortal.

Em suas narra<;:6es, os novos amigos alienigenas fala-Yam-nos de emo<;:6es que ainda nao vivenciaramos, apresen-tando-nos paisagens iridescentes, para n6s, total mente desco-nhecidas, sons e harmonias que nunc a tiveramos ocasiao desentir, sendo as suas constru<;:6es feitas de energia modelada,que a mim escapava a constitui<;:ao, por ser facilmente mani-pulada pela mente espiritual, conforme nos elucidavam.

A fraternidade apresentava-se de maneira sublime, comonunca imaginara ser possivel.

A harmonia existente entre a flora e a fauna, que se mes-clam interdependentes, faz que se destaque 0 Espirito glorio-so destituido de 6rgaos que enfermam, embora ainda usandoroupagem transit6ria, com vistas ao progresso infinito que lheesti reservado.

Podemos ver, numa das suas proje<;:6esmentais em nos-so dialogo, 0 santuario de ora<;:6es,deslumbrante, dedicado aexalta<;io e gratidao a Deus, e onde se comunicam os guias daestrela de primeira grandeza, glorificando 0 Criador.

Tambem, a mim chamaram-me a aten<;:ao, a atividadecontinua, 0 trabalho de edifica<;:ao incessante, porque 0 vazio,o 6cio, 0 desfrutar sem contribuir sao paginas enganosas dopensamento e da emo<;:aodoentios.

Em conversa<;:ao com alguns deles mais acessiveis, fo-mos informados de que a reencarna<;:ao, de alguma forma,lhes constituiria um grande esfor<;:o de amor em favor daHumanidade terrestre, por asfixid-los no corpo denso, limi-

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tando-os em todos os sentidos. No entanto, espontanea-mente ofereceram-se para contribuir em favor do desenvol-vimento espiritual da Terra, sem considerarem tal oferendacomo sendo urn holocausto.

Deixar, mesmo que, por urn breve periodo, 0 mundo deesplendor pelo de sombras, era a demonstraerao viva do poderdo amor, conforme Jesus no-Io apresentou e 0 viveu, convi ...dando-nos a fazer 0 mesmo.

As muitas informaer6es que nos transmitiram duranteo convivio que precedeu a primeira realizaerao em conjunto,ficariam impregnadas no ser que sou de maneira indelevel,proporcionando-me 0 sonho de alcanerar, tambem, urn dia,uma dessas moradas, natural mente acompanhado pelos afetosda longa jornada evolutiva, porque nao ha paraiso, quandonos encontramos, seja onde for, sem a presenera daqueles quesempre compartiram conosco as lutas e os sofrimentos ...

o futuro, portanto, pertence-nos e convoca-nos aoavanero.

A noite tornara-se plena e 0 sono dominava a maioriados habitantes terrestres da area onde deveriamos operar.

Destacados companheiros de nosso plano foram en-carregados de conduzir aproximadamente duzentos e cin-quenta casais ao nosso acampamento, em parcial des dobra-mento gelo sono.

Carinhosamente conduzidos, no entorpecimento natu-ral, a medida que eram alojados no imenso pavilhao que lhesestava reservado, iam despertando suavemente, mantendo arelativa lucidez do estado evolutivo em que se encontravam.

Sempre acompanhados por urn dos encarregados .deconduzi-Ios e cuida-Ios, enquanto em nossa esfera, tomavamconhecimento do que lhes ocorria, podendo traduzir depoiscomo sonhos de contornos irregulares, mas cujo conteudo fi-caria impregnado no cerne do ser.

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Em menos de meia hora esdvamos todos no recinto,formando um expressivo numero de atentos ouvimes das ex-plica<;:6esque passaram a ser ministradas pelo Dr. Silvio.

Inicialmeme foram convidados os futuros reencarnan-tes para que se acomodassem numa ala do imenso auditorio,nos outros, os cooperadores, no lado oposto e, no centro, osrecem-chegados da esfera carnal.

o eminente geneticista iniciou a sua explica<;:ao, apos asauda<;:aocordial, elucidando:

- Aqui estamos todos, a fim de travarmos 0 primei-ro contato espiritual, para podermos definir rumos para 0

futuro."Todos que viestes trazidos, acalemais 0 desejo da pro-

cria<;:ao,alguns dos quais, ja experiemes no mister, em razaodos filhos que recebestes no rega<;:o.

"Inicia-se uma era nova para a sociedade terrestre e es-tais convidados, por vosso proprio merecimemo, a participardo grandioso acomecimento.

"Vossas existencias tem sido saudaveis, a vossa condu-ta encomra-se apoiada nos valores eticos do bem, mamendescompromisso religioso com diversas denomina<;:6es religiosas,e esfor<;:ai-vospara encontrar a paz e a plenitude ...

"E natural, portamo, serdes eleitos para receberdes noseio afetuoso alguns dos missionarios do porvir, na condi<;:aode filhos diletos dos vossos semimemos.

"Vivemos um momemo muito grave na sociedade terres-tre, assinalado pela violencia, pelo desvario moral, pela usan<;:ade drogas perturbadoras, pelos vicios, ditos sociais, perversos edestrutivos, pelo desrespeito aos Divinos Codigos, a Naturezae as suas criaturas ...

"Compreensivelmeme, por imposi<;:aoda for<;:airrevoga-vel da lei do progresso, desenha-se um novo mundo de harmo-nia, que se implamara lemamente, a medida que se diluam as

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dens as sombras da ignorancia e da crueldade que predominamem quase toda parte.

"Ireis fazer parte desse movimento renovador, no mo-mento em que graves ocorrencias dolorosas enlutarao familiasincontaveis e esfacelarao muitas existencias, quando escasse-arem os sentimentos de solidariedade e de compaixao ante avolupia do prazer e da fuga da realidade ...

"Nada obstante, estareis educando aqueles que irao mo-dificar essas paisagens lugubres, abrindo areas luminosas nadensa escuridao.

"Os filhinhos, que vos forem confiados temporariamen-te, necessitarao do amparo emocional e espiritual indispensa-vel ao desiderato, para 0 qual san encaminhados a Terra.

"Tende coragem, e enfrentai as circunsrancias, algumasaziagas, com entusiasmo no bem e na verdade, guardando-osdas agress6es iniciais do caminho, como 0 agricultor zelosodefende as suas plantulas das pragas destruidoras ...

"Educai-os no culto dos deveres, da responsabilidade,do amor, do conhecimento, a fim de que disponham dosinstrumentos pr6prios para os enfrentamentos ate 0 mo-mento da vit6ria.

"0 Senhor, que vos convocou, vem cuidando de v6s,porquanto, renascestes, nesta oportunidade, ja selecionadospara 0 cumprimento das venerandas profecias a respeito daera feliz da Humanidade do porvir.

"Preservai 0 comportamento equilibrado, 0 respeito en-tre os parceiros, de modo a poderdes oferecer os recursos ge-neticos pr6prios para a modelagem dos futuros corpos dessesviandantes da luz ...

"Nao temais, em momento algum, amando, como se-meadores que se encarregam do dever, sem pensar no resulta-do imediato do trabalho. Ao futuro cabera a colheita, a segada prodw;:ao pr6xima.

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"Mantende Jesus na mente e no corac;:ao,preservando ossentimentos de honradez aprendidos em vossas escolas de fereligiosa, convictos, porem, da vossa imortalidade.

"Sereis apresentados aqueles que, em breve, estarao ador-mecidos em vossos brac;:os, totalmente entregues aos vossoscuidados para 0 desempenho das tarefas que devem cumprir.

"Que 0 Senhor Jesus a todos nos abenc;:oe!"Imediatamente, vimos um grande painel, no qual esta-

yam escritos os nomes dos casais, e, ao lado, uma especie defoto virtual e 0 nome daquele que the seria 0 filho.

Automaticamente, um dos membros da nossa equipecomec;:ou a enunciar os respectivos nomes, convidando-os aque se acercassem da area ampla e vazia entre 0 publico e 0

estrado em que estava a mesa diretora.Ao ser enunciado 0 nome do casal e do Espirito, seu

futuro descendente, 0 acompanhante que trouxera os encar-nados avanc;:avana direc;:aoda Entidade que saia do seu lugar,e encontravam-se, seguindo a grande area, onde se abrac;:avame conversavam jovialmente.

Em ordem, sem qualquer tipo de tumulto, embora 0

numero expressivo de membros, foram sendo convocados unse outros, para, em tempo relativamente curto, encontrarem-seem convivencia edificante.

Por um periodo de aproximadamente quinze minutosmantinham a familiaridade carinhosa, abrac;:ando-se, e retor-nando aos seus lugares.

Os nossos visitantes de Aldone haviam sido informadosanteriormente do tempo necessario para 0 primeiro contato,mantendo 0 periodo estabelecido.

Retomando os seus lugares no auditorio, renovadosemocionalmente e jubilosos ante as expectativas desenhadaspara 0 futuro, ouviu-se 0 trecho da notavel obra de Franz VonSuppe, Libera me, na parte final do seu celebre Requiem.

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Ato continuo, 0 nobre mentor voltou a tribuna, e de-monstrando na face a gravidade da tarefa de que se encontravaincumbido, aproveitando-se do alto clima de paz e de esperan-<;:a,esclareceu:

- Irmas e irmaos queridos:"Investidos da nobre missao que desempenhareis na

Terra, mantende, encarnados e desembara<;:ados do corpo fisi-co, serenidade e confian<;:a em Deus.

"Estais incumbidos de renovar 0 aben<;:oado planeta ter-restre, que sai da sombra para as divinas claridades.

"Vindes de uma estrela de primeira grandeza, onde as ex-celsas concessoes do amor alcan<;:amurn patamar de ventura ini-gualivel, e mergulhareis na nevoa carnal, volvendo a experimen-tar as dificuldades inerentes a condi<;:aohumana limitadora.

"Permanecereis encarcerados temporariamente no esca-fandro organico, que VOscerceari, por algum tempo, os formo-sos voos pelas paisagens sublimes a que estais acostumados ...

"Provareis a saudade dos afetos queridos que ficaramaguardando 0 vosso roteiro de misericordia, muitas vezes, emaparente solidao.

"Experimentareis incompreensoes, repetimos, e sofrereisos espiculos da inferioridade que predomina entre os viajantesda Terra, no seu momentaneo atraso moral.

"Vez que outra, em parcial desprendimento pelo sono,fruireis da convivencia conosco, que estaremos ao vosso ladoe vos conduziremos, rapidamente embora, aos santificados ni-nhos de onde procedeis, para renovardes as for<;:ase encontrar-des alegria para a continua<;:ao do ministerio socorrista.

"Recordareis das sublimes li<;:oesque ouvistes no aben-<;:oadolar, aplicando os conhecimentos que possuis na constru-<;:aodo bem imperedvel entre os vossos irmaos terricolas ...

''Asfixiados, em alguns periodos pelo bafio enfermi<;:o dapsicosfera do planeta em transi<;:ao, aspirareis pelas vibra<;:oes

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celestes, que volvereis a fruir somente quando terminada a in-comum tarefa de amor e de sacrificio.

"Sereis caracterizados no mundo pelas qualidades mo-rais, pelos conteudos psico16gicos de paz e de ref1exao, desdeos primeiros dias da experiencia nova.

"Missionarios que vos precederam na viagem a Terra,estao ampliando os estudos em torno da psi que e da emo<;:ao,afim de vos oferecerem os recursos habeis para a exterioriza<;:aodo patrim6nio de sabedoria de que estais investidos.

''Abrir-se-ao novas perspectivas para 0 vosso ministerionas dadivas do lar afetuoso e rico de ternura.

''Algumas vezes, intentarao crucificar-vos nas traves daperversidade, mas triunfareis por amor."

Havia lagrimas discretas que desciam da compona dosolhos do eminente orientador.

Depois de breve pausa, prosseguiu:- V6s outros, que ides receber os nossos visitantes como

filhos, que vos credenciastes ao compromisso de crescer comeles na dire<;:aode Deus, preparai-vos.

"Sabeis que a reprodu<;:ao humana esra sob impositivosgraves no que diz respeito a constitui<;:ao organica, e que se de-senham no DNA as necessidades evolutivas de cada ser, nadaobstante, e sempre 0 Espirito quem seleciona 0 espermatoz6i-de mais compatfvel com os seus prop6sitos evolutivos.

"Gra<;:asa vibra<;:aoque emite, 0 Espirito seleciona-o damassa expressiva e dispara-o na dire<;:aodo 6vulo para 0 mila-gre da fecunda<;:ao.

''A hereditariedade, de alguma forma, encontra-se ads-trita a constitui<;:ao fisica, em alguns caracteres morfo16gicos ebio16gicos, no entanto, os estratos morais sao proporcionadospelo reencarnante ...

"Mantende a afetividade e 0 respeito em vossos rela-cionamentos intimos de modo a evitardes a intromissao das

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Entidades vulgares e perniciosas, que tentarao hipnotizar-vospara a ado<;:aodos vfcios e das aberra<;:oes em yoga no tilamoconjugal.

"Necessitamos da vossa contribui<;:ao saudcivel, a fim delograrmos exito nos empreendimentos desde os primeiros mo-mentos ...

"Antes de ser iniciado 0 processo de renascimento dosnossos convidados espirituais, mantereis contato psfquico comeles, de modo que se vos desenvolvam os sentimentos da afe-tividade.

"Mais amiude, eles estarao visitando-vos, adaptando-seao psiquismo planetirio e as vossas emo<;:oes.

''Alegrai-vos, trabalhadores do novo mundo!"Vivereis 0 grande crepusculo da civiliza<;:ao atual que

se vai, mas fruireis a beleza do amanhecer de uma nova era depaz e de ben<;:aosque esti por acontecer.

"Cultivai os sentimentos nobres do dever, da harmoniae do bern, nos mais diversos segmentos da sociedade em quevos encontrais, e permiti-vos bafejar pelas aragens espirituaisque soprario afastando as torpes e pesadas vibra<;:oesdo peri-odo de transi<;:ao.

''Aben<;:oados pela oportunidade, come<;:ai a planejar,pensai no amor. .. "

Fez urn brevfssima pausa, e logo encerrou:- Inumeros, entre v6s, anelais pela patermaternidade

que ainda nao alcan<;:aram..."Defluente de razoes que vem de pristinas epocas, nao

podereis conceber, mas providenciadas pelos mensageiros doSenhor, as valiosas conquistas atraves da engenharia genetica,aplicadas em beneficio da sociedade, ajudar-vos-ao a alcan<;:aro sagrado desiderato.

"Rejubilai-vos, e retornai aos compromissos humanosaureolados de felicidade e de esperan<;:a.

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"0 Senhor seja convosco!"Harmonias siderais pulsavam no audit6rio e em nossos

sentimentos.Logo depois, os condutores dos amigos reencarnados

recambiaram-nos ao corpo, deixando nde as lembranyas pos-siveis do acontecimento incomum.

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PROGRAMACOES,REEN CARNACION ISTAS

Oinicio da Era Nova programada par Jesus para a plane-ta amado, previa tambem a retorno de filosofos e sabiosdo passado, de alguns dos prof etas antigos, de diversos

criadores de religi6es, dos pre-socraticos, dos nab res Espiritos doseculo IV a.C, como aqueles que antecederam ao nascimento doMessias e renasceram em Roma, preparando-Lhe a advento ... Deigual maneira, as iluminados pens adores da Escola neoplatonicade Alexandria, culminando, nos seculos IIIe IV, com as martires,com as abnegados e as santos medievais, com as gloriosos luta-dares da Renascen<;a, da Reforma, da Contrarreforma, com asaudaciosos construtores dos seculos XVII, XVIII e XIX ...

Entre eles, as grandes mission arias da Ciencia e da Tec-nologia, tornando a seculo atual um verdadeiro santuario deamor, de beleza, de caridade, de ilumina<;ao espiritual. ..

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Certamente que, em periodos diferemes, mlSSlOnanosdo Bern e da Verdade estiveram na Terra, a fim de que nuncafaltassem as ensinamentos superiores que facultam a liberta-yao das amarras nas tendencias perturbadoras das mas inclina-foes. Na atualidade, porem, ocorreria alga especial em relayaoaos insensatos e perversos, aqueles que ainda se comprazemno mal, que, desfrutando da feliz oportunidade de autorre-denyao, e nao a aproveitando, em razao da sua simonia com aprimarismo, serao recambiados para mundos inferiores a elesequivalentes.

N esses novas campos de luta, ofereceraa as conheci-memos que amealharam na Terra, experimentarao as conse-quencias da teimosa persistencia no crime e na hediondez, ateque se integrem nos compromissos edificantes e possam voltara mae-Terra, integrando-se-lhe no programa de sublimayao.

Verdadeira revoluyao espiritual estava sendo travada nomundo das causas, a fim de que a advento do amor e da cari-dade, do bem e da misericordia possa dar-se sem precipitayao,dentro de uma programayao muito bem elaborada, que naomais pode ser postergada.

Em realidade, nunca deixaram de, periodicameme, es-ses luminares da imeligencia e do amor, renascer no mundoterrestre dando cominuidade aos seus labores, as suas espe-cialidades cada vez mais aprimoradas, facultando a progressoe a felicidade dos seres humanos em processo de crescimemopara Deus.

Vinculados pelo amor ao serviyo do desenvolvimemointelecto-moral do planet a, tern sido estrelas fulgurames emnoites escuras, diminuindo a treva e pando daridade no zim-borio celeste, par enquamo em sombras ...

5ao eles que nos nao deixam olvidar as compromissoscom a verdade, exemplos de abnegayao e devotamento quenos enriquecem de conhecimemos e de vibrayoes amorosas,

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a fim de que nao desfa1e<;:amos nas lutas pessoais ... Anoni-mos uns, conhecidos outros, caracterizam-se pela condutamoral e espiritual que os torna superiares as epocas em queviveram, desenhando 0 futuro com os seus exemplos de sa-crificio.

Reflexionando em torno dos dias do futuro, nao pudefuttar-me ao desejo de contribuir de alguma forma com essesmissionarios do Bem, prometendo-me intensificar os esfon;:ospara melhor servir, pelo men os, no periodo de prepara~ao paraos seus renascimentos no corpo fisico.

Dialogando com 0 querido amigo Ivon, exteriorizamosos sentimentos que vigiam em nos, pensando nas grandes edesconhecidas batalhas que seriam travadas, como, alias, vemacontecendo no dia-a-dia de todas as existencias nobres, afei-~oadas ao dever e a verdade.

Desse modo, fomos convocados par Dr. Silvio para visi-tar alguns casais que se haviam comprometido em receber osirmaos de Alcione.

Nossa primeira visit a, na cidade de Belo Horizonte, le-you-nos a uma residencia conforravel, num dos seus bairroselegantes, onde tudo era silencio. 0 casal, adormecido na alco-va, encontrava-se em parcial desdobramento pelo sono fisiolo-gico e dialogava com aquele que the seria 0 primogenito.

Os nubentes haviam lutado para conseguir a progenitu-ra sem 0 exito desejado.

Varios especialistas haviam sido consultados oportuna-mente e a resposta era sempre desanimadora, explicando aosparceiros que nao haviam detectado qualquer impedimentofisiologico em nenhum dos dois, no entanto, a possibilidadepermanecia nula.

Apos receberem sugestao para uma fecunda~ao in vi-tro, haviam concordado, e preparavam-se para 0 cometimentoatraves de cuidadoso tratamento especializado.

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No dia seguinte, seria feita a primeira tentativa, paraposterior utiliza<;:ao dos espermatoz6ides do esposo ansiosopela paternidade.

Considerando-se 0 merito de ambos os conjuges, foramdestacados dois Espfritos da equipe da Era Nova, para querenascessem atraves desse processo especial.

Conversavam, desse modo, com aqueles que lhes renas-ceriam atraves das conjunturas geneticas e revelavam inconti-da ansiedade.

Dr. Silvio, solfcito, conhecendo 0 programa que seriaexecutado, propos que dessemos infcio a terapia auxiliar pre-parat6ria, convidando-nos a ora<;:aode sliplica ao Senhor daVida em favor dos futuros genitores.

Ap6s comovedora prece proferida por ele mesmo, foramaplicados recursos bioenergeticos nos corpos adormecidos deambos os parceiros, de modo a facilitar-Ihes a produ<;:ao deespermatoz6ides saudaveis, assim como de 6vulos que permi-tissem a fecunda<;:ao exitosa.

Embora os cuidados de que se revestia 0 momento, no-tamos a presen<;:ade alguns Espfritos em afli<;:ao,que haviamacorrido a residencia, ao saberem dos pIanos para 0 renascimen-to dos visitantes, e que, de alguma forma, tinham vincula<;:aoemocional com os conjuges. Alias, fora um aborto no passadoque criara a dificuldade atual, embora recuperados do delito,ficaram as sequelas no perispfrito da senhora, que the dificulta-yam a concep<;:ao... Um daqueles candidatos frustrados haviasido um filho nao aceito, e apesar de ja nao existir ressentimentode sua parte, no momento sem possibilidade de tornar-se facti-vel 0 seu retorno, em razao do program a ora elaborado.

Com muita ternura e bondade 0 nosso mentor explicou-lhe a ocorrencia, tranquilizando-o em rela<;:aoao pr6prio futu-ro, quando tambem mergulharia no corpo somatico, fruindode melhores recursos para 0 progresso pessoal.

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Terminada a nossa tarefa junto ao matrimonio, quandonos dirigiamos a um outro lar, num dos bairros perifericosda mesma cidade, interroguei 0 nobre medico a respeito dachamada fertiliza<;:ao in vitro, muitas vezes denominada Bebede Proveta.

Pacientemente, ele explicou-nos, a mim e aos demaisamigos, que a Divindade, sempre misericordiosa, incessante-mente envia a Terra os Seus embaixadores, a fim de que osmesmos facilitem 0 progresso cientifico-tecnoI6gico, de modoa proporcionar aos seres humanos os recursos habeis capazesde auxilia-Ios a diminuir as afli<;:6esa que fazem jus.

''A cada momenta - informou-nos com gentileza - aCiencia e a Tecnologia dao-se as maos, contribuindo em favorda soeiedade feliz, assim como enviando os missionarios doamor para que os sentimentos de bondade, de misericordiae de fraternidade vicejem onde antes os combates de exter-minio tin ham lugar. Naturalmente, e mais faeil a conquistahorizontal, ados valores culturais e tecnicos do que a grandevertical do amor em dire<;:ao a Deus, razao pela qual aindapermanecem as lutas hediondas de toda espeeie entre os sereshumanos.

"Foi, a partir de 1978, gra<;:asao nascimento de LouiseBrown, que se logrou 0 exito na grandiosa experieneia da fe-cunda<;:ao fora do organismo humano. Concluiu-se uma etapade alta significa<;:aopara as pessoas impossibilitadas de lograr afertiliza<;:ao conveneional, dando lugar a transfereneia dos em-bri6es para as mulheres que sofriam de infertilidade tubaria,ou que tinham as trompas obstruidas. Com 0 tempo e 0 apri-moramento das tecnicas foi possivel atender a outros proble-mas que dificultavam a conquista gloriosa da maternidade.

''A fecunda<;:ao in vitro exige cuidados muito espeeiais,inieiando-se os procedimentos terapeuticos, atraves do proces-so que faculta a indu<;:ao da ovula<;:ao, de modo que possam

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amadurecer varios 6vulos, que irao permitir 0 crescimento fo-licular. Em casos especiais, usam-se drogas espedficas paraesse mister, 0 que nao ocorreu no caso que estudamos.

"Ap6s esse meticuloso processo, realiza-se a coleta dos6vulos, assim como do semen, quase simultaneamente, maisou menos no mesmo periodo, e, depois da analise e seleyao dosprimeiros, procede-se a inseminayao com 0 esperma elegido.

''Atenyoes especiais saD mantidas durante urn periodode tres dias depois desse procedimento, para a transferencia dealguns deles para 0 claustro uterino.

"Todo esse processo requer perfeita identificayao da ma-turidade dos 6vulos, 0 que se consegue mediante 0 estudo doHquido folicular, que e extraido para essa finalidade. Cons-tatando-se a existencia de 6vulos maduros, em cultura espe-cializada, promove-se a inseminayao de cad a urn deles comaproximadamente cern mil espermatoz6ides em atividade asua volta.

"Aproximadamente entre quinze a dezenove horasdepois do procedimento cuidadoso, observam-se ao mi-crosc6pio as evidencias da fecundayao, que podem ser sin-tetizadas na presenya dos denominados pr6-nucleos mascu-linos e femininos. Mais tarde, transcorridas vinte e quatrohoras, ja se pode perceber a presenya de pre-embrioes, gray asa divisao em duas celulas. Somente ap6s quarenta e oito ho-ras ate setenta e duas horas, quando os mesmos apresentamquatro, oito ou mais ceIulas, e que se procede a transferen-cia para 0 utero materno.

"Em nosso casa, esperamos que se tornem exitosos doisdos diversos pre-embrioes transferidos, nos quais teremos acopla-dos os perispiritos dos reencarnantes, que elegerao por vibrayaoespecial os espermatoz6ides que poderao oferecer-lhes algunsdos fatores necessarios com as caracteristicas pr6prias para astarefas que lhes estao destinadas na existencia corporal.

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"Aqueles que nao tiverem ligac;:aode futuros reencarnan-tes, perderao a finalidade e serao automaticamente eliminados."

o nobre geneticist a espiritual fez uma pausa para reBe-xao, logo dando prosseguimento as explicac;:6es que nos des-lumbravam:

- Quando os estudiosos das varias doutrinas cientificasbuscarem a identificac;:ao com as revelac;:6esespirituais, permi-tindo-se entender os mecanismos que constroem a vida fisicae a mantem, muito mais facillhes sera a execuc;:aodos compro-missos que abrac;:am, na condic;:ao de missionarios do bem emfavor da Humanidade.

"Ao lado da fertilizac;:ao in vitro, a admiravel contribuic;:aode mulheres enobrecidas pelo amor, que emprestam seus ventrespara 0 desenvolvimento dos embri6es e surgimento dos fetos ateo momento do parto, desde ha algum tempo, algumas denomi-nadas como barrigasde aluguel, por cobrarem importancias mo-netarias para 0 mister, e de um valor incontestivel.

''Auxiliar alguem a lograr a realizac;:ao da maternida-de, ensejando, por outro lado, 0 renascimento dos Espiritos,quando larga faixa da sociedade opt a pelo aborto delituoso eperverso, ou se utiliza da denominada pilula do dia seguinte,interrompendo 0 processo e 0 desenvolvimento da fecunda-c;:ao,essas abnegadas maes por emprestimo desempenham umpapel de alto significado na construc;:ao do mundo novo e me-lhor de amanha.

"Embora a conquista da ciencia haja logrado esse fei-to com fins nobres, sempre aparecem as pessoas utilitaristas eaproveitadoras para candidatar-se aos beneficios financeiros,que justificam elucidando que tem a finalidade de diminuir-lhes as dificuldades economicas que vivenciam. Apesar de naoconcordarmos com tal conduta, tambem nao nos opomos asmesmas que, em alguns casos compreensiveis, sao benfeitorasda Humanidade.

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"0 mais curiosa ocorre, nao raras vezes, quando, emconvivencia com 0 Espirito reencarnante, desenvolvem-se osadormecidos sentimentos da maternidade, e, ap6s 0 parto, to-cadas pela presew:;:ado ja querido ser, negam-se a devolve-Ioaqueles que as contrataram... Observamos que, em algunsdesses casos, 0 Espirito reencarnante esti mais vinculado adoadora do ventre de aluguel do que aos reais genitores ...

"Sucede que ninguem pode burlar os mecanismos su-blimes das Leis c6smicas que regem 0 universa e as criaturashumanas. Normalmente, os caminhos transversais a que mui-tos individuos recorrem para fugir da responsabilidade, con-duzem-nos exatamente ao destino que lhes diz respeito e naoaos sitios onde gostariam de desfrutar da inutilidade ...

''A nossa participa<;:ao, assim como ados devotadostrabalhadores que se encontram vinculados ao mister queabra<;:amos, nao sera permanente, sendo realizada apenasem alguns casos especiais, porquanto, desde ha alguns anosdo seculo passado, os nossos irmaos de Alcione estao reen-carnando-se na Terra, sem alarde, tornando-se expoentesde sabedoria e portadores de grande contribui<;:ao culturale espiritual. A medida que os anos se passaram desde asprimeiras ocorrencias, estamos agora vivenciando 0 perio-do para os renascimentos em massa, enquanto tern lugar, aprincipio, lentamente, 0 expurgo dos irmaos infelizes vin-culados a revolt a e a truculencia de que se utilizam em ten-tativa inutil para impedir a felicidade dos seres humanos.De maneira equivalente, a medida que os anos se sucederao,numero bem expressivo de desatinados sera encaminhadoao exilio temporario, de forma que irao contribuir para 0

desenvolvimento dos seres que encontrarao em os novosninhos domesticos, para volverem em triunfo, quando sedepurarem das graves imperfei<;:6es que lhes dificultam amarcha do progresso.

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"Tern sido assim, desde os prim6rdios do estabelecimen-to das ra<;:ashumanas na Terra, quando missionarios do amore do conhecimento oriundos de outras moradas da Casa doPai, mergulharam nas sombras do planeta para oferecer a con-tribui<;:ao valiosa dos seus conhecimentos.

"...F assim que tudo serve, que tudo se encadeia na Natu-reza, desde 0 dtomo primitivo ate 0 arcanjo, que tambem comefoupor ser dtomo. Admirdvellei de harmonia, que 0 vossoacanhadoespirito ainda nao pode apreender em seu conjuntof" - Assim res-ponderam os Espiritos nobres responsaveis pela Codifica<;:aodo Espiritismo a Allan Kardec, conforme a questao de numero540, insita em 0 Livro dos Espiritos. Esse encadeamento jahouvera sido percebido por Antoine Lavoisier, na sua celebrecita<;:ao, em torno do estudo da massa: Na natureza nada secria, nada seperde, tudo se transforma. Nada obstante, na atu-alidade constatou-se que ha sempre uma perda de massa, narea<;:aode uma substancia libertando energia ... 0 que, de certomodo, nao altera 0 conteudo do nosso pensamento em tornoda harmonia universal, assim como das Leis que a mantem."

Houve urn silencio natural, convidando-nos a reflexoesprofundas em torno dos Divinos Designios.

Na programa<;:ao em torno do renascimento dos Espiritosprocedentes de Alcione, considerando-se que os mesmos naotern compromisso negativo no planet a terrestre, destacou-se adesnecessidade de estabelecimento de metas proporcionadorasdo ressarcimento de debitos morais em rela<;:aoas existenciasanteriores, como sempre ocorria nos casas convencionais a queestavamos acostumados.

No Centro das Reencarnafoes, os mapas, adrede estabele-cidos, apresentavam organismos saudaveis, sujeitos, entretan-to, aos fenomenos norma is de desgate da energia, assim comoas ocorrencias de enfermidades menos graves, de forma quetodo 0 tempo de que dispunham os Espiritos Fosse dedicado

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ao labor edificante da fraternidade, dos estudos e aplicayoesdas propostas sobre 0 proprio progresso moral e espiritual, as-sim como do planeta.

Trazendo da dimensao de onde se originavam os tesou-ros logrados no processo da evoluyao, nao eram exilados emmecanismos de reabilitayao, mas volunrarios do amor contri-buindo em favor da felicidade das vidas humanas em cujo seiorenasceriam.

Os cuidados, portanto, no que dizia respeito aos renasci-mentos, cingiam-se, na grande maio ria, as contribuiyoes gene-ticas dos futuros genitores, de maneira que os perispiritos doscandidados pudessem modelar as suas necessidades intelectuaise morais, experimentando as conjunturas ambientais, mas tam-bem desenvolvendo os compromissos a que se vinculavam, semmaio res impedimentos resultantes da maquinaria organica.

Desse modo, os preparativos para a inseminayao artifi-cial, no caso referido, prosseguiram amparados por Dr. Silvioe nossa equipe, transformando-se em realidade, dias depois,quando foi possivel fazer a transferencia dos embrioes, com osrespectivos Espiritos vinculados, facultando, posteriormente,a constatayao do fenomeno da gestayao.

A alegria que tomou conta do casal, quando the foi apre-sentado 0 diagnostico de exito em torno do empreendimento,converteu-se numa celebrayao de amor e de gratidao a Deusatraves da orayao, de que participamos, a noite, quando se en-contravam em parcial desdobramento pelo sono.

Tanto os futuros genitores como os irmaos gemeos, que sereencarnariam, exultavam, dialogando com emotividade e con-fianya em torno dos pIanos de construyao do bern, mediante 0

estudo, a dedicayao ao trabalho e a entrega irrestrita a DivinaMisericordia que tudo prove com equilibrio e sabedoria.

Instrumentalizados com essa e outras experiencias re-alizadas com familias de diferentes classes socioeconomicas,

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ouvimos 0 benfeitor declarar que agora era factivel pensar-senos program as de reencarna<;:6es em massa, obedecendo-se;to davia, as determina<;:6es do Senhor da Vida ...

Enquanto operavamos no mister, tomavamos conhecime-no das desencarna<;:6es coletivas mais dolorosas, em decorrenciadas convuls6es do planeta em adapta<;:aogeologica, a maioria dasquais referente a Entidades que ja nao deveriam renascer no orbeterrestre, transferidas compulsoriamente pela Lei do progressopara urn mundo compativel com 0 seu nivel de eleva<;:ao.

Era-nos motivo de imenso jubilo podermos acompa-nhar os procedimentos em torno da grande transi<;:ao que len-tamente se instalava na aben<;:oada Casa terrestre, ensejando arenova<;:ao de milh6es de Espiritos que ainda se encontravamsujeitos a ignorancia das Leis da Vida, assim como outros quepermaneciam enrodilhados em compromissos infelizes, deque tinham dificuldade de libertar-se.

Podiamos perceber os numerosos grupos de trabalhado-res de nossa esfera e de outras sob 0 comando superior de Jesusdesdobrando-se para criar no planeta a psicosfera compativelas exigencias das transforma<;:6es que se operavam mediante 0

sofrimento, assim como atraves do despertamento das consci-encias pela ilumina<;:ao do conhecimento e as ben<;:aosda cari-dade.

Os Grupos Espiritas afei<;:oadosa verdade e os trabalha-dores responsaveis pela realiza<;:ao do bem geral passavam areceber informa<;:6es especializadas a respeito da conduta dosseus membros, como alias sempre ocorreu, de forma que pu-dessem criar 0 clima mental e emocional para enfrentar oscataclismos que, por outro lado, aconteciam mais frequen-temente, acelerando 0 processo de crescimento das vidas emamor e paz.

Simultaneamente, reconhecendo as opera<;:6es trans-formadoras que ora se realizavam, Entidades perversas, vin-

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culadas ao desvairo ou dele vitimas, movimentavam-se comsofreguidao, desenvolvendo mecanismos de agressividade con-tra todos aqueles que se encontravam comprometidos com aresponsabilidade das mudan<;:as em andamento.

Ciladas habilmente organizadas, estereotipos do prazere estimulos vulgares as sensa<;:oespassaram a ser inspirados aosmultiplicadores de opiniao dos grandes veiculos da midia, demodo a perturbar a march a do progresso, ampliando a areados desmandos de toda ordem, espeeialmente a que diz respei-to aos gozos servis e de faeil acesso.

Conclaves insidiosos organizados pelos inimigos doBern, nas Furnas em que se homiziavam, estabeleceram metasde vingan<;:a, utilizando-se da politica sordida a que se entre-gam muitos dos seus membros, ora reencarnados nessa area,como nas religioes, nas artes e noutros setores soeiais, a fim deque chafurdem no loda<;:aldo caos moral, em estimulo negati-vo aos comportamentos saudaveis, fazendo campear 0 descre-dito, 0 desrespeito as leis e aos deveres, na volupia de acumularrecurs os que nao sao transferidos com a desencarna<;:ao, masentorpecem os significados elevados da existeneia espiritual.

Fomentadores de guerras de exterminio, de terrorismoinsano, de persegui<;:oes as minorias, de deboche e de precon-ceito, misturaram-se as multidoes, inspirando governos e ei-dadaos as atitudes calamitosas, de modo que a esperan<;:a sejadeixada a margem sem considera<;:ao, e os exemplos nobres setransformem em mensagens de aproveitadores e oportunistasdesvairados ...

Subitamente p6de-se observar 0 aumento surpreendentedas aberra<;:oes, dos crimes hediondos, da violeneia inclemen-te e da faha de autoridade para impedi-Ios ou administra-Ios,tornando-os banais e quase desconsiderados.

o vale-tudo que come<;:ou a ser estabelecido, tern 0

objetivo de criar 0 clima de desinteresse pela honorabili-

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dade, pelos valores eticos, pelo respeito a criatura e a so-ciedade, demonstrando que todos esses significados haviamsido perdidos e uma nova e descontrolada etica passava a serassinalada como regra de comportamento proprio para estesdesditosos dias ...

Por efeito, volumosa onda de pessimismo tornou-se do-minadora no oceano das existencias, e os jovens, principal-mente, sem lideranyas dignas nem diretrizes de equilibrio,passaram a ser as vitimas selecionadas pela sua representayaode herdeiros do futuro.

As festanyas licenciosas, os programas televisivos chulose vulgares, agressivos e mentirosos, ao lado do cinema e doteatro em lavagem cerebral de que somente 0 prazer a qual-quer preyo e que vale a pena, comeyaram a tornar 0 proscenioterrestre local de hediondez, de selvageria e de permissividade,que levam a degradayao, a exaustao ...

Repentinamente, os pais e educadores passaram a serassaltados pelas duvidas em torno do significado da formayaomoral dos filhos e aprendizes, verificando os saIarios altissi-mos com que sao remunerados os comportamentos doentios echocantes em detrimento das profissoes dignas e desgastantesdaqueles que se exaurem no exercicio do dever.

Os dois mundos de vibrayoes - fisico e espiritual- aumenta ram 0 intercambio com maior facilidade e 0 co-nubio espiritual inferior comeyou a fazer-se tao simples quequalquer comportamento mental logo encontra resposta emequivalente sintonia com os Espiritos que se movimentamnessa faixa vibrato ria. E claro que aquela que diz respeito aossentidos mais agressivos e sensuais, predomina na condutageneralizada.

Conversando com 0 amigo Ivon, logo pensamos nasgrandes luras do Armagedom, conforme as velhas anotayoesbiblicas, que seriam sintomaticas do fim dos velhos tempos,

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para dar acesso aos novos e ditosos, transferidas do vale dasguerras do pass ado de Israel para todo 0 planeta atual. ..

As amea<;:as de fim do mundo, criando pavores nasmentes e nos comportamentos emocionais mais frageis, co-me<;:aram a ser motivo de medo, de ansiedade e de deses-pero, assim como as propostas em favor do aproveitamentode todas as sensa<;:6es, como forma de esquecer a vida e suasmazelas, assumiram papel de destaque nos varios grupossociais ...

Mediuns que haviam aceitado compromissos de aharesponsabilidade para exercer a faculdade com Jesus, nestesdificeis dias, sem dar-se conta, estao abandonando a vigilanciarecomendada pelo Mestre e por Allan Kardec, para engalfi-nhar-se em lutas de competi<;:ao doentia, bus cando lograr po-si<;:6esde relevo, enquanto se fazem instrumentos de Espiritoslevianos, que se comprazem em profetismo de terror e revel a-<;:6esconfusas, mediante as quais tentam introduzir no mo-vimento espirita as informa<;:6es inautenticas de que se fazemportadores, gerando incompreensao e desordem.

Agredindo-se, reciprocamente, a troco da vaidade quedesborda em dire<;:aodo orgulho e da soberba, esquecem-se deservir a Causa espirita, a fim de servir-se dela, nos seus prop6-sitos conflitivos, que escamoteiam a beneficio da exalta<;:aodoego atormentado e insatisfeito.

Campe6es da insensatez invadem os grupos sociais eadquirem prestigio mediante a astlicia bem elaborada e a fahade escrlipulos, movimentando-se livremente e empurrando oslideres insanos que avan<;:amno rumo do abismo ...

Tudo diz respeito a resposta das Trevas organizadascontra a programa<;:ao do dlilcido Cordeiro, padfico e pacifi-cador, que nao revida ao mal, prosseguindo com os metodosdo amor, no afa de promover 0 progresso da Humanidade edo seu ber<;:oterricola.

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Em nossas reflexoes, nas noites seguintes, podiamos ver,sem qualquer duvida, as caravanas de luminares descendo nadirec:;:aoda Terra, com a missao sublime de fadlitar a reencar-nac:;:aodos novos condutores do futuro ao lado dos imigradosde Aldone em verdadeira sinfonia de benc:;:aos.

Foi numa dessas oportunidades, quando, em grande si-lendo, nosso grupo encontrando-se ao ar livre, contemplava 0

zimb6rio de estrelas ludlantes e de prate ado luar, que 0 nossomentor nos convidou a orac:;:ao,propondo-nos a entrega totalao Celeste Amigo que viera, hi dois mil anos, clarear a grandenoite com a luminescenda do Seu inefivel amor.

Agora enviava, conforme 0 prometera, neste momen-to de tantas aflic:;:oes,0 Consolador, que ji se encontrava nomundo terrestre hi mais de um seculo, como uma constelac:;:aode seres elevados, para que as sombras fossem definitivamentediluidas ante as divinas claridades siderais.

Nao havia como resistir as ligrimas ou permanecermosindiferentes aos sublimes apelos do amor.

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AMPLIANDOOCAMPO DE TRABALHO

Logoap6s a ora<;:aoproferida com profundo sentimentopor Dr. Silvio, suaves melodias transcendentais perpas-savam pelo ar balsamico da Natureza, penetrando-nos

profundamente e levando-nos as Ligrimas.A noite tornara-se urn cenario de incomum beleza, e

o parque, arborizado e florido, no qual nos encontravamosno planeta querido, recebera peregrina luz que descia sobren6s, envolvendo-nos e criando urn clima psiquico dos maissaudaveis.

Nessa psicosfera aben<;:oada, 0 benfeitor amigo, de pe,como se encontrava, utilizou-se das dlilcidas vibra<;:6ese, enri-quecido pelas emo<;:6esvigentes, come<;:oua esclarecer:

- Queridos irmaos.

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"Jesus permanece 0 sublime Amigo e Mentor, nossoGuia e Modelo desde os primordios, conduzindo-nos pelorumo da felicidade e edificando 0 Reino de Deus no imagodos nossos cora<;:6es.Nada obstante, a cada um de nos cabea defini<;:ao dos roteiros a seguir. Ha aqueles que preferem asestradas floridas pela magi a da ilusao, que logo fenecem aotoque da realidade, demonstrando a sua fragilidade; muitosoutros optam pelo desencamo em razao de alguns naturaisinsucessos e descem ao fosso do desinimo, entregando-se ainutilidade e as queixas com que envilecem a existencia; ou-tros mais, emusiasmam-se no infcio das experiencias para logoabandona-Ias, assim que defromam os desafios e as dificulda-des; por fim, alguns permanecem devotados, trabalhando 0

leito por onde seguem, retirando os calhaus, melhorando 0

curso, de modo a torna-Ios mais faceis de vencidos por aquelesque seguem na retaguarda.

''A inevitivellei da evolu<;:aomanifesta-se inexoravel, utili-zando-se, no entamo, dos recursos de cada viandante, que elegeo que the parece melhor na convic<;:aoou nao dos resultados quealcan<;:ari. Assumida a responsabilidade, passa a viver dentro danormativa escolhida, submetendo-se as ocorrencias defluentes dadecisao ramada. A semelhan<;:ade uma flecha disparada que naopode retroceder, seguindo na dire<;:aoapomada, tambem assimprossegue esse intimorato viajante. Apesar disso, de acordo como alvo que busca, podera renovar os futuros disparos alterando arota, em razao da descobena de algum engano ocorrido no pri-meiro tentame. A existencia terrena, ponamo, e multimilionariaem oportunidades que sempre favorecem os seus membros, ten-do em vista as suas op<;:6es.Todos tem 0 direito de errar, de formaa poder corrigir e alcan<;:arposteriormente 0 desejado. Deter-seem situa<;:6esequivocadas e lamentivel perda de tempo que pode-ria resgatar 0 engano, enquanto aumenta a carga das afli<;:6es,aoutilizar-se da revolta e das redama<;:6es, permitindo-se um com-

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portamento infantil que nao resolve 0 problema, antes, pelo con-trario, complicando-o pela insensatez dos atos irresponsaveis.

"Ninguem pode deter a marcha do progresso, que obje-tiva a fatalidade da plenitude a todos reservada pelo amor deDeus.

"0 envolvimento carnal, entretanto, na condi<;:ao deuma nuvem que empana 0 brilho do Sol, produz alguns olvi-dos sobre as responsabilidades assumidas pelo Espirito antesdo mergulho no corpo somatico, produzindo conflitos e incer-tezas sobre a sua realidade, como consequencia dos comporta-mentos mal orientados, provenientes do preterito.

"Por essa e outras razoes, alguns Espiritos fragilizadospela faha de valor moral para os enfrentamentos, deixam-searras tar aos despenhadeiros da sombra, vencidos pelo 6diodas ocorrencias infelizes em que se complicam, e tentam lutarcontra os impositivos da evolu<;:ao,como se Ihes Fosse possiveldete-la, impedir que outros a vivenciem, criando-lhes emba-ra<;:os... "

Havia urn suave encantamento na palavra do benfeitorespiritual repassada de expressiva ternura. Seu rosto resplande-cia tocado par desconhecida luminosidade, enquanto as har-monias ambientais transformavam-se em uma moldura naspaisagens verbais que compunha.

Profundamente concentrados nos seus conceitos, acom-panhavamos 0 seu raciocinio com especial interesse.

Ap6s pequena pausa deu prosseguimento a exposi<;:ao:"Quantas vezes, em nosso historial evolutivo, assumi-

mos compromissos com a verdade, dominados por peculiarentusiasmo, para logo abandona-los, atraidos pelos risonhosmitos do prazer?! Acreditando em nossa permanencia indefi-nida no corpo fisico, sem nos darmos conta, conscientemente,da presen<;:a das enfermidades, da desencarna<;:ao, usamo-lopara 0 desgaste atraves das sensa<;:oes,intoxicando-o, median-

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te as emoy6es desorden adas e a chuva acida dos conBitos deconsciencia, acoimados pela culpa e pelo remorso, que procu-ravamos dissimular, complicando a oportunidade, infelicitan-do-nos. Renascemos, muitas vezes, com novos sentimentos derenovayao, abrayando ideais de recuperayao, e logo tropeyamosnos mesmos obsraculos que, por inercia e imprevidencia, naonos atrevemos a afastar do caminho, tombando nas mesmasciladas promovidas pela alucinayao do gozo. Ante a inevitabi-lidade de novos insucessos, volvemos, por fim, encarceradosem expiay6es abenyoadas que nos foram impostas pelo Ex-celso Amor, a fim de valorizarmos 0 tempo e a oportunidade,diluindo as fortes amarras com a animalidade primitiva a quenos afeiyoavamos.

"Em muitas dessas ocasi6es encontramos Jesus e nos fas-cinamos com a Sua proposta libertadora, com as Suas incom-paraveis liy6es de misericordia e bondade centradas no amor,entregando-nos, fascinados, mas nao resistindo aos impulsosda inferioridade moral a que nos aravamos, lentamente adap-tando Seus ensinamentos aos nossos interesses espurios.

"Em nome do Seu amor, vinculamo-nos ao poder im-perial, deixamos de ser perseguidos para nos tornarmos perse-guidores, abandonamos a humildade, sob os mantos do orgu-lho e da soberba ... Encontramos meios de afastar os inimigosaos quais deveriamos amar, os antipatizantes que pensavamosconquistar, os equivocados que nos cabia esclarecer, e demosinicio as aventuras da loucura, criando as Cruzadas, os Tribu-nais do Santo Oficio, as perseguiy6es inclementes aos mourose judeus, a todos aqueles que nao compartilhavam das nossasideias, afundando-nos no abismo das aberray6es mais desas-trosas. Culminamos essas arbitrariedades em nome do MartirdaCruz com a venda das indulgencias, liberando todos oscriminosos dos seus hediondos comportamentos atraves do vilmetal que deveria ser enviado a Roma para a construyao da

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Basilica de S. Pedro e para as tesouros vaticanos exauridoscom as guerras promovidas anteriormente pelo papa Julio II,que viveu mais sentado na sela do cavalo, do que no tronafalsamente denominado de S. Pedro ...

"As Indulgencias eram uma pritica antiga, permitindoao papa atenuar au anular as pecados dos £leis arrependidos,au que se propunham a realizar penitencias pUri£lcadoras emrazao dos atos infelizes praticados. Nada obstante, a papaLeao X as tornou o£lciais atraves de documentos que liberavamquaisquer pecadores dos seus mais hediondos crimes, median-te a pagamento do valor adrede estabelecido para esse £lm.Chegava-se, par exemplo, a a£lrmar: - Assim que uma moedatilinta no colre, uma alma sai do purgat6rio, em terrivel e ambi-cioso desrespeito aos c6digos da dignidade crista preconizadae vivida par Jesus.

"Tentamos impedir, nessas experiencias malogradas, aavanc;:oda ciencia, malsinando aqueles que abriam as horizon-tes do pensamento a verdade, ao conhecimento, a liberdade,como se pudessemos £lcar para sempre vigiando-os, obstaculi-zando-Ihes as passos, sem nos darmos conta de que eles esta-yam sendo £leis aqueles compromissos que relegiramos ... Eraurn mecanismo psicol6gico de transferencia das nossas frus-trac;:6esem posic;:6esde iracunda ferocidade par eles consegui-rem a que nao tivemos coragem de realizar. .."

. .. E martirizamos milhares de trabalhadores de Jesusnos mais diversos setores do pensamento e dos ideais, somenteporque nao se submetiam ao tal ante das nossas equivocadasdeterminac;:6es.

"Na peninsula iberica, par exemplo, seguindo as exem-plos terriveis de outros paises, em nome da hegemonia cat6licae da £ldelidade ao papa, utilizamo-nos de recursos ign6beispara permanecermos em dominio politico, religioso e culturalda sociedade, expulsando das formosas terras aqueles que cha-

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mavamos de hereges, somente porque nao aceitavam 0 nossoJesus ... Naturalmente nao 0 aceitavam em razao dos nossosexemplos de anticristianismo, de perversidade e de presunyaocom que nos vestimos para representa-IO, quando Ele se dei-xou dominar pelo amor, pela compaixao, pela misericordia,pelo perdao ...

"Longes vao, na escala do tempo, essas loucuras, cujosefeitos ainda permanecem em nossa memoria e em nossos atos.Ressumam com frequencia aquelas manifestayoes de ferocida-de, quando contrariados, de repudio, quando nao aceitos, deressentimento, por falta da sua afeiyao ... E acreditamos ainda,infelizmente, ser esse 0 melhor comportamento.

''A vida, porem, escreve nas consciencias, em represent a-yao da Consciencia Cosmica, a verdade inapelavel das DivinasLeis, e ninguem existe que se possa evadir da sua interna pre-senya. Eis por que estamos colhendo a semeadura conforme arealizamos.

"N este grave momenta das transformayoes planedriase humanas, observamos a grande luta entre as foryas do Berne aquelas que se autodenominam do Mal, cada qual utilizan-do os recursos que the caracterizam as definiyoes. Enquan-to 0 amor utiliza da paciencia que educa, da instruyao queesclarece, do trabalho que dignifica, da renuncia as paixoesvenenosas que envilecem, 0 odio, filho do despeito e da amar-gura, semeia a colera, estimula a devassidao, amplia a area daviolencia, em vas tentativas de receber respostas agressivas ...Os desafiadores da iniquidade investem sem relutancia contratodos quantos se afeiyoam ao dever e a edificayao do progres-so, procurando vence-Ios sem qualquer sentimento de respeitopelo direito de viverem as suas opyoes elegidas.

"Nao nos fazem recordar os comportamentos cavilososa que nos entregamos no passado? E compreensivel, portanto,que sejamos alvos que desejam atingir, em razao do mal que

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lhes fizemos, quando tivemos ensejo de ajuda-Ios a sair dasdeploraveis situac;:oes em que se demoravam. Os seus senti-mentos inamistosos defluem dos ressentimentos que man terndesde aqueles ja recuados tempos, embora ainda vivos nas car-nes das suas almas, que anelam por desforc;:oe paz, que nao ternideia sequer, pensando que ela vira apos atenderem a sede devinganc;:a a que se entregam."

Novamente fez urn silencio rapido e oportuno, dando-nosensejo de acompanhar os seus raciodnios ricas de informac;:oes,dando curso a tese que nos fascinava:

- Recordamo-nos das informac;:oes historicas, asseve-rando que Cristovao Colombo conseguiu 0 auxilio da corteespanhola, quando os reis catolicos Dona Isabel I de Castela eDom Fernando II de Aragao, se encontravam felizes por ha-verem expulso da Espanha os mouros que lhes tomaram partedo pais no passado. Desde 0 seculo VII que se ensaiava 0 queficou denominado como a Reconquista, grac;:asa qual cristaose muc;:ulmanos se entregavam a guerras perversas e condnuas.No fim do seculo XV, porem, em 1492, as lutas sangrentastravadas especialmente em Cordoba e Granada, ultimos basti-oes dos invasores, raiaram pela crueldade dos vencedores. La-res e vidas foram destroc;:ados, santuarios de fe e educandariosreligiosos foram praticamente destruidos e a Furia da maltaensandecida, apos incendiar as cidades e perseguir os sobrevi-ventes, hasteou a bandeira da vitoria onde antes tremulava amuc;:ulmana ...

"Expulsos tambem os judeus, as suas sinagogas, seuslares foram destruidos, suas vidas tornadas banais e vendi-das a peso de ouro, a fim de poderem permanecer depois daapostasia das doutrinas a que se vinculavam anteriormente,mudando os antigos nomes para aqueles que seriam denomi-nados como cristaos, firmamos convenios com Portugal paraa transferencia de muitos deles para as terras lusas, onde foram

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aprisionados e, na grande maioria, assassinados pelas fon;:asdominantes. Nesse letal perfodo instalou-se a Inquisiyao espa-nhola, e a noite medieval, que se supunha haver desaparecido,prolongou as suas trevas pelos seculos seguintes em aberray6esinimaginaveis.

"A fim de arrancar-se a confissao do infiel, eram usadostodos os meios barbaros concebiveis, induindo-se 0 empala-mento, a roda, a tortura da pole, e tudo quanto de hediondo amente human a pode conceber quando enlouquecida. As mu-Iheres eram violadas, as crianyas assassinadas ou vendidas comoescravas, separadas para sempre dos seus pais, os homens validoseram igualmente vendidos, os idosos e doentes vilmente monosap6s suplicios extenuantes ... E diziamos que assim nos com-portivamos em nome de Jesus e de Sua doutrina ... "

Subitamente, num pequeno intervalo entre uma e outrafrase, vimos ligrimas nos olhos do mentor, e percebemos-lhea voz embargada pela emoyao, 0 que ampliou a nossa sensibi-lidade.

As onomatopeias da Natureza estavam saturadas defluidos felizes que nos revigoravam e que banhavam a regiaorenovando as energias dos habitantes, aquela hora adormeci-dos, na sua grande maioria, na intimidade domestica.

Ao longe, Selene esparzia 0 seu veu de prata e as folhasdas arvores fremiam ante a brisa delicada.

Continuando, 0 nobre orientador esdareceu:- E perfeitamente compreensivel que os Espiritos que pa-

deceram em nossas maos e em nossa administrayao 0 campe-onato da perversidade, ainda guardem da nossa conduta essalembranya inditosa, em razao de se haverem atirado aos despe-nhadeiros profundos do mundo espiritual inferior, onde passa-ram a homiziar-se, a edificar os seus redutos, hoje transformadosem regi6es quase infernais, embora a sua transitoriedade, ondeurdem pIanos de destruiyao do pensamento cristao na Terra.

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"Se observarmos com cuidado, notaremos a degeneres-cencia da mensagem do Senhor, mesmo nos dias atuais, quan-do as seitas e igrejas que se multiplicam ferozmente, cada qualpretendendo a primazia do conhecimento e a domina<;:ao daverdade, transformam 0 dizimo, no que, oportunamente, fo-ram as indulgencias ... Recursos de mercado materialista sanutilizados para atrair fregueses desatentos e ambiciosos que de-sejam comprar 0 reino sem que operem a intima transforma<;:aode conduta para melhor, amplia-se a area das licen<;:asmoraisque san concedidas a inumeras denomina<;:6es religiosas ditasmodernas, para estarem de acordo com a vulgaridade destesdias ... A Igreja Cat6lica Apost6lica Romana sofre 0 desvarioda pedofilia de alguns dos seus membros, sacerdotes e prelados,vivendo uma conjuntura muito aflitiva, alem do poder tempo-ral de que desfruta ha mais de dezessete seculos ...

"... E os disdpulos do Consolador, como se vem compor-tando? Nao existem ja as diferen<;:as gritantes em separatismoslamentaveis, atraves de correntes que se fazem adeptas de X,Y ou Z, em detrimento da Codifica<;:ao kardequiana na qualtodos haurimos 0 conhecimento libertador?! Nao surgem, dia-riamente, mediuns equivocados, agressivos, presun<;:osos, vin-gativos, perseguidores, insensatos, pretendendo a supremacia,em total olvido das li<;:6esdo Excelente Medium de Deus?!

"Por outro lado, surgem tentativas extravagantes paraatualizar 0 pensamento espirita com a balburdia em lugarda alegria, com os espetaculos ridiculos das condutas sociaisreprochaveis, com falsos holismos em que se misturam dife-rentes conceitos, a fim de agradar as diversas denomina<;:6esreligiosas, com a introdu<;:ao de festas e atividades lucrativas,nas quais nao faltam as bebidas alc06licas, com os bailes esti-mulantes a sensualidade, com os festejos carnavalescos, a fimde atrair-se mais adeptos e especial mente jovens, em vez de oseducar e orientar, aceitando-Ihes as imposi<;:6es da transit6ria

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mocidade. Denominam-se os devotados trabalhadores fiBs acodi£lca<;:ao,em tons chistosos e de ridiculo, como ortodoxos,e, dizem-se modernistas, como se os Espiritos igualmente sedividissem em severos e gozadores, austeros e brincalh6es nautiliza<;:ao da mensagem libertadora do Evangelho de Jesus aluz da revela<;:aoespirita ...

"Sem duvida, sao as paix6es humanas viciosas, que per-manecem em predominio, gerando essas situa<;:6esdolorosas ...Ao lado delas, porem, por invigilancia de quantos se permi-tern aceitar essas imposi<;:6es, encontramos a interferencia dasmentes adversarias do Cristo trabalhando-os, inspirando-os,com 0 objetivo claro de demonstrar 0 que denominam comoa "falsidade do Cordeiro", gra<;:asaos Seus £leis insanos. Dessemodo, a obsessao campeia em muitos arraiais religiosos, naoexcluindo a seara espirita, infelizmente, na qual se encontramalguns Espiritos esturdios e ignorantes desejando a proje<;:aodo ego, assim como fruir uma situa<;:aode relevo, conseguir aliberta<;:ao dos conflitos pela exalta<;:aoda personalidade ...

"Nao deixam de ser preocupantes essas inova<;:6es quemantem os vicios e as licen<;:as comportamentais, em detri-mento da conduta saudavel e homada, no servi<;:ode conso-la<;:aodos sofrimentos humanos e no trabalho de erradica<;:aodas suas causas.

"0 espeticulo, portanto, tern a sua programa<;:ao nessasregi6es nefastas da erraticidade inferior, 'onde se encontramaqueles que nos foram vitimas e nao acreditam em nossos atu-ais valores. Ainda mais, quando nos testam e falhamos lamen-tavelmente, aderindo-Ihes aos sentimentos vulgares e doentios.Conhecendo-nos as debilidades espirituais e os pontos nevril-gicos, a semelhanya de calcanhares de Aquiles, utilizam-se danossa vulnerabilidade para intrometer-se nas programa<;:6esdigni£lcantes da conduta humana, mantendo os cliches dosvicios e das solu<;:6esmilagrosas do arrependimento de ultima

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hora, da aceitardo de Jesus no instante final da etapa Hsica, paraa conquista mentirosa do paraiso ...

"Faz-se urgente uma revisao dos atuais comportamen-tos no convivio social, nas greis religiosas, politicas, artisticas,em que 0 belo vem sendo substituido pelo erotico, em que 0

crime hediondo do aborto transforma-se num ato de coragemdigno de imitac;:ao, proclamado por multiplicadores de opi-niao e mulheres que se tornaram famosas ...

"A semelhanc;:a dos tempos estoicos do Cristianismo pri-mitivo, torna-se impositivo de urgencia a volta a Jesus, desata-viado e simples, a pulcritude dos Seus ensinos e a sua vivencianatural.

"Assevera-se que hodiernamente nao ha mais lugar paraa vida ingenua e elevada, em razao da tecnologia avanc;:ada, dasgrandes conquistas da ciencia e do conhecimento em geral,quando se deveria afirrnar que estes sao os dias, sim, da viven-cia nobre, sendo divulgada como de natureza terapeutica paraprevenir as criaturas humanas da depressao pandemica, dasenfermidades psicossomaticas, dos processos enfermic;:os dege-nerativos, da violencia e da agressividade, dos crimes de todojaez, da interferencia dos Espiritos infelizes nas existencias hu-manas gerando obsess6es e transtornos varios, tao lamentaveisquanto dolorosos ...

"Estamos encarregados, nos, os Espiritos que nos en-contramos a servic;:odo Senhor e da preparac;:ao dos novos tem-pos, de despertar as consciencias, de trabalhar em consonanciacom os companheiros da jornada carnal, de maneira que arenovac;:ao seja feita desde agora, passo a passo, reconstruindoo mundo moral em toda parte, especialmente nas paisagensintimas, no corardo de onde procedem as boas como as mas pal a-vras e condutas, conforme enunciou 0 Rabi galileu.

"Nao se trata de uma tarefa simples e EacH,como, alias,nada 0 e, quando se trata de valores de enobrecimento, de trans-

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formac;:6esradicais dos desequilibrios para a ordem, do erro parao acerto. Empenhados no programa trac;:adopor Jesus, porfiemos,nao cedendo espac;:oa frivolidade nem as insinuac;:6es douradasque 0 Mal prop6e.

"Jesus, hoje como ontem, e amanha como hoje, eo nossolema. Vencedor dos tempos, Ele aguarda que a Sua mensagemseja realmente vivida conforme no-Ia ensinou pelo exemplo.Nao hi outra alternativa, senao avanc;:ar no rumo da vitoriasobre as tendencias inferiores."

Calou-se, emocionado, enquanto respiravamos 0 ar bal-samico da Natureza em Festa estelar. ..

Um grande silencio, apenas quebrado pelas harmoniassiderais, a todos nos dominou.

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REFLEXOES EDIALOGOS PROFUNDOS

Tornados pelo encantamento ante as Hyoes que nos fo-ram transmitidas, e havendo surgido 0 momenta quetodos d~sejavamos, a fim de aprofundarmos reflexoes,

o caro Ivon indagou ao veneravel amigo espiritual:- Penso que 0 nobre mentor esra preparando-nos para ex-

periencias mais significativas do que estas que estamos vivencian-do no momento, nao e certo? A narrativa a respeito das nossasresponsabilidades faculta-me pensar que as nossas viti mas estaonecessitadas de nos, nos ambientes infelizes em que se refugiam.Poderia, 0 caro orientador, acrescentar-nos algo mais?

Todos procuramos absorver os ensinamentos que vi-riam em resposta a indagayao oportuna do querido com-panheiro.

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Sem fazer-se rogado, Dr. Silvio relanceou 0 olhar porta-dor de diferente brilho no momento e confirmou:

- 0 nosso prop6sito, com as informa<;:oesapresentadas,e 0 de desper tar em todos 0 sentimento de responsabilidadeem rela<;:aoaos acontecimentos infelizes que ocorrem no pla-neta e a onda de desespero que varre a Terra. Observamos aslutas sangrentas que defluem do terrorismo internacional, emque, no inicio, oriente e ocidente se confrontavam ... Nao po-demos esquecer que tais ocorrencias ainda saD remanescentesdas infelizes Cruzadas, que levaram os ocidentais a pilhageme ao crime sob 0 comando de alguns reis fanaticos e outros se-mibarbaros que, em nome da defesa do tumulo vazio de JesusCristo, avan<;:aramcomo gafanhotos esfaimados com as suashostes sobre as sementeiras culturais e riquezas que acredita-yam poderiam tomar daqueles aos quais elegeram como ini-migos, sem que houvesse motivos para a aturdida conclusao.Rios de sangue correram e ressentimentos profundos criarambarreiras entre as duas culturas que deveriam unir-se, a fim debeneficiar a Humanidade como urn todo ...

"De imediato, a precipita<;:ao,filha do medo e do rancor,desencadeou mais uma vergonhosa guerra de dificil encerra-mento na atualidade com a morte de milhares de civis e mili-tares, cada dia com maiores complica<;:oes.

"Passado 0 primeiro momento, ampliou-se 0 fanatismonacional em inumeros paises submetidos ao jugo inclementede outros, mais poderosos, estimulando 0 uso perverso dasbomb as humanas, em inconcebiveis atentados a pr6pria, assimcomo a outras vidas.

"As tropas espirituais inferiores que, no momento, se-meiam a hediondez no planeta, tern algumas das suas lide-ran<;:asnas viti mas da InquisiftlO inditosa, sob 0 comando deantigos rabinos judeus e ulemas mouros, que estorcegaram atea morte inclemente nas sessoes de tortura, nos carceres in-

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fectos, ou foram queimados vivos apos sofrerem todo tipo demartirios ...

"Inditosos ate hoje, desde os recuados dias de 1478em Espanha e de 1536 em Portugal, quando tiveram inicioas persegui<;:oes, em decorrencia da bula papal hrmada porSixto IV, no dia 1° de novembro de 1478, por solicita<;:aodos reis cat6licos, que desejavam coibir, conforme 0 con-seguiram, as praticas ditas mosaicas em forma de ritos ecerimonias entre os denominados cristdos novos de Castelae Aragao, considerando que as mesmas se propagavam emrazao da toledncia de bispos e outras autoridades eclesias-ticas permissivas ...

"Atraves das bulas e dos editos inquisitoriais a perversida-de e os interesses mesquinhos espalharam 0 terror na peninsulaiberica, qual ocorria tambem em diversos outros paises. A igno-rancia, filha do despudor, levava aos tribunais todos aqueles quecaissem na desgra<;:ade uma denuncia feita por interessados noespolio das vitimas, em concordancia com os prelados e bisposnomeados para esse hm, em ambos os reinos de Castela e deAragao pelos seus reis, gerando 0 infortunio que se arrasta ateestes dias de sombra e de recupera<;:ao... A hedionda organi-za<;:aosobreviveria terrivel ate extinguir-se em Espanha no anade 1834, embora ainda funcionasse ate bem mais tarde, e emPortugal ate 1821. Nao esque<;:amos0 Auto-de-fe de Barcelonaem rela<;:aoaos livros espiritas, no dia 9 de outubro de 1861, naesplanada do Castelo daquela cidade catala.

"0 amor de Jesus convoca-nos, desde ha muito, para queexecutemos um programa de reabilita<;:aodos nossos gravames,buscando aqueles aos quais ofend em os, torturamos e levamosao infortunio. Como estamos vivendo 0 periodo das dehni<;:oesespirituais no globo terrestre, ja nao podemos adiar a oportuni-dade da busca e do encontro conscientes com os nossos irmaosem desdita, que permanecem nos labirintos do odio."

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- E como poderiamos realizar essa programa<;:ao? - vol-tou 0 amigo a interrogar.

Sem apresentar qualquer enfado, 0 generoso amigo elu-cidou:

- Empenhados, conforme nos encontramos, ao lado demilhares de outros grupos de Espiritos que trabalham pelaimplanta<;:ao dos novos tempos, especialmente na atividadepreparatoria da reencarna<;:ao dos luminares do pass ado, assimcomo dos nossos irmaos convidados de Aldone, acompanha-mos 0 cerco negativo daqueles amigos referidos, tentando im-pedir a execu<;:aodo programa em marcha.

"De igual maneira, estario reencarnando-se elevadosEspiritos da filosofia e da arte, da religiao e da politica dopassado, considerados pais dessas doutrinas, a fim de po-derem reformular, atualizar e conduzir as origens do ideal,dos quais os seus postulados foram afastados, facilitandoa transi<;:ao da sociedade em outros segmentos de que seconstitui.

"Teremos opoftunidade, em nosso atual labor, de serenfrentados por esses companheiros em alucina<;:ao, que iraodesafiar-nos a combates corpo-a-corpo, como nos velhos tem-pos em que se estabeleciam areas proprias para as lutas, anteo aplauso de assistentes futeis que ficavam a regular distinciaaguardando os vencedores, para aderir as suas fa<;:anhas... En-quanto urdem as tecnicas da indignidade e da vilania, os nos-sos serio sempre os instrumentos do amor e da compaixao emforma de caridade para com todos e com nos mesmos, usandoo capacete da fe e a espada flamejante da bondade, de formaque a vitoria, sem duvida, sed. de Jesus descrucificado ... "

No silencio, que se fez natural, 0 amigo Anselmo in-quiriu:

- Prosseguiremos ainda por algum tempo no servi<;:opreparatorio das reencarna<;:6es, conforme estivemos fazendo?

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- Sim, sem qualquer duvida, porquanto os nossos ten-tames podem ser considerados ensaios para os acontecimentosmassivos que ja se encontram preparados, dependendo, exclu-sivamente, das condiyoes psiquicas do planeta e das responsa-bilidades assumidas conscientemente pelos pais que receberaoos nobres imigrantes, ao mesmo tempo que tambem acolheraoos missionarios do passado, agora de retorno.

"Estamos no limiar do glorioso momento anunciadopelo Senhor desde quando esteve conosco e confirmado pe-los Seus mensageiros de todos os tempos, que aguardam essahora para a construyao definitiva do reino de Deus em todosos corayoes.

"Somos os trabalhadores humildes que preparam 0 solopara as grandes avenidas do progresso, ficando esquecidos, afim de que 0 conforto e a felicidade deslizem em triunfo pelasvias fbrmosas que nossas maos calejadas trabalharam, quandoo terreno era rebelde e dificil. .. "

Silenciando, por urn pouco, 0 amigo e benfeitor levan-tou a cabeya na direyao do zimb6rio coruscante e referiu-seaos fasciculos de luz que desciam com relativa velocidade nadireyao do orbe, iluminando mais a noite deliciosa.

- Eles estao chegando, recepcionados por inconraveistrabalhadores da seara do Mestre, localizando-os nos lares emque deverao renascer. ..

Houve urn mais prolongado silencio, e nao era necessa-rio acrescentar mais nada.

De imediato, porque a madrugada se desenhava ap6s anoite plena, Dr. Silvio convidou-nos a visitar urn bairro peri-ferico, naquela mesma cidade, onde 0 sofrimento mais se ex-pressava em forma de miseria socioeconomica.

Caminhamos entre os casebres miseraveis com os esgo-tos a ceu aberto, os animais domesticos rompiam sacos pIasti-cos de lixo, em busca de alimento, atraindo vorazes ratazanas

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que tambem, vez que outra, atacavam as crian<;:asadormecidasno solo em tibuas desnudas e infectas ...

Adentramo-nos em um desses lugubres redutos, e noteique, de uma humflima constru<;:ao, exteriorizava-se uma suavedaridade.

Percebendo-me a muda indaga<;:ao pelo motivo daqueladiferen<;:a, 0 benfeitor acercou-se-me e socorreu-me, esdare-cendo:

- E a residencia de Hermenegildo e Rosalinda, um jo-vem casal de nossa esfera, que renasceu em condi<;:ao de pe-nuria economic a, a fim de ressarcir antigos comportamentosextravagantes, e que se comprometeram a cooperar com a re-encarna<;:ao de um dos visitantes de Alcione.

"Adeptos do Espiritismo, permanecem fieis aos compro-missos abra<;:ados antes do tumulo, havendo-se consorciado,faz poucos meses, ap6s 0 reencontro feliz na Casa Espirita embairro pr6ximo, onde experimentam conforto e servem comabnega<;:ao.

"Tocados pelos ensinamentos de Jesus, possuem 0 hibi-to salutar de ler 0 Evangelho Segundo 0 Espiritismo, de AllanKardec, todas as noites antes do repouso, 0 que se transformounuma forma delicada de estudo espiritual no lar, atraindo ex-pressivo numero de amigos desencarnados que cooperam naregiao, transformando 0 reduto domestico em santuirio derepouso e de renova<;:ao.

"Entremos."A sala era muito modesta e 0 espa<;:o,minima, onde se

encontrava pequena mesa com duas cadeiras, fogao e pia paraa higiene da lou<;:ae panelas ... Tudo muito singelo, um quartotambem exiguo e banheiro, num espa<;:ode menos de 30 me-tros quadrados ...

A movimenta<;:ao espiritual era grande, porque a di-mensao parafisica diferenciava bastante da material, compor-

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tando significativo numero de visitantes entre os quais nosencontravamos.

Sob a direc;:ao do benfeitof adentramo-nos na singelaalcova, onde os encontramos adormecidos e parcialmente des-dobrados da argamassa celular, apresentando alguma lucidez eurn jubilo confortador.

Parecendo conhecer Dr. Silvio, abrac;:aram 0 mentor eexpressaram a imensa alegria que os tomou de inopino, exte-riorizando 0 amor dos Ceus pelos seus servidores na Terra ...

Nesse comenos, adentrou-se urn Espirito nobre, quelogo identifiquei como imigrante, apresentando indescritivelsatisfac;:ao que tambem nos contagiou.

Dr. Silvio apresentou-o aos futuros pais, que se mostra-yam exultantes, passando a dialogar de maneira muito espe-cial. Enquanto 0 casal manifestava 0 seu pensamento verbali-zando-o, podiamos notar que 0 visitante emitia ondas mentaismuito poderosas que se condensavam como simbolos-respos-tas perfeitamente entendiveis.

o visitante dizia-se vivamente interessado em desfrutarda futura experiencia iluminativa, trazendo no imo anelos deam or e desejos imensos de contribuir em favor da transfor-mac;:ao do planeta e da sua sociedade, para 0 que se prepararaantes de chegar a Terra em veiculo especial, para observaras conquistas ja logradas e eleger 0 labor em que poderia sermais util.

Desejava renascer naquele reduto de dor e de necessi-dade, a fim de eleva-Io a melhor condic;:ao atraves dos esforc;:osque empreenderia e das ac;:6esque realizaria em favor do de-senvolvimento da comunidade sofrida ...

Por alguns momentos acompanhamos aquele peculiardialogo, terminando com 0 anuncio da sua vinculac;:ao ao ca-sal em pr6ximos dias, quando deveriamos estar presentes par-ticipando da sua reencarnac;:ao.

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Abra<;:ou efusivamente os futuros genitores que ficaramimantados com a luminosidade que dele se exteriorizava.

Dr. Silvio convidou-o a permanecer conosco por oca-siao da visita que in'amos realizar a outro domidlio, para onderumamos.

A presen<;:ado respeidvel amigo deu um colorido espe-cial ao nosso grupo, em razao das irradia<;:6es que produzia, fa-cultando-nos uma conversa<;:aoedificante a respeito da vida nadimensao de onde provinha. Ele mantinha 0 mesmo metodo aque ji nos referimos, enquanto verbalbivamos 0 pensamentoele transmitia por telepatia simb6lica a sua resposta.

Informou-nos sobre a beleza da regiao que habitaraate hi pouco, do multicolorido de que Ii se reveste a na-tureza e da indescridvel harmonia que reina nesse lar deprogresso indefinivel. Referiu-se a ausencia do sofrimentocon forme 0 entendemos, dos processos de fraternidade e deconvivencia em auxilio mutuo, de jubilos e de gratidao aoSupremo Criador do Universo, reverenciado em espirito everdade, das formosas conquistas da inteligencia aliadas asdos sentimentos.

o seu pensamento exteriorizado produzia uma vibra<;:aomusical que tambem absorviamos, adornando com sons deli-cados as imagens que podiamos captar.

Por sua vez, interrogou-nos a respeito das paisagens desombra e angustia que notara na Terra, das densas ondas deinfelicidade e de revolta que the produzia choques vibrat6rios,assim como do horror da violencia, das buscas desenfreadaspelas paix6es dissolventes e destrutivas, que caracterizam, porenquanto, 0 nosso mundo de provas e de expiafoes.

Sem nenhuma expressao de censura, analisou 0 prima-rismo ainda existeflte em nosso planeta, onde os horrores daguerra ceifam milh6es de vida com periodicidade, assim comoa ocorrencia das condnuas vagas de terrorismo de toda espe-

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cie, dos fenomenos sismicos que abalam a estrutura geologicada Terra, dos sofrimentos superlativos ...

Havia uma dorida expressao na sua face ao analisar 0 novomundo onde iria trabalhar, em tentativa de auxilia-Io a melho-rar-se, tornando-se mais tristonha ao referir-se a criminalidade,aos terriveis abortos provocados, as aplicac;:oesda eutanasia, aovolume de suiddios e ainda a pena de morte legalizada ...

Por fim, referiu-se aos tsunamis de natureza moral, dealguma forma responsaveis por aqueloutros decorrentes daadaptac;:ao das placas tectonic as em continua movimentac;:ao.

A medida que 0 Dr. Silvio 0 informava e ambos comen-tavam as ocorrencias ora vigentes em nosso amado orbe, maisse the assinalava a face a expressao de ternura e de compaixao,exprimindo 0 sentimento de solidariedade pelos sofredores domundo, que anelam pela libertac;:ao dos atrativos nefastos edos grilhoes que os prendem ao primarismo ainda em pre-dominancia em nossa cultura social e moral, nestes dias emvagarosa alterac;:ao para melhor.

Evitando que 0 momento se transformasse em melanco-lia e aflic;:ao,habilmente 0 mentor pos-se a narrar as expectati-vas do trabalho em pauta, assim como a felicidade de poder-seajudar, de construir-se 0 bem onde se encontram os escombrosremanescentes do mal.

De imediato, todos nos refizemos, e 0 doce encanta-mento decorrente da presenc;:ado convidado voltou a entusias-mar-nos.

Nesse interim, alcanc;:amos um apartamento no centroda cidade em um edificio de dasse media, e adentramo-nos.

Podia-se respirar a psicosfera de paz, sem a presenc;:a deEspiritos vulgares e perturbadores, sendo recebidos a porta pe-los residentes risonhos, em parcial desdobramento pelo sonofisiologico, que nos pareciam esperar, embora eu nao tivesseideia de que iriamos ali. ..

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Dr. Silvio, sempre muito cortes e etico, apresentou-noso casal portador de grande simpatia, Alonso e Eunice, queestavam expectantes a respeito da possibilidade de serem aqui-nhoados com a ben<;ao da progenitura.

Dificuldades iniciais que inibiam 0 cavalheiro haviam-setornado motivo de sofrimento, que foi ultrapassado, medianteuma cirurgia de pequeno porte a que se houvera submetidocom excelentes resultados, fazia pouco tempo.

Naquela noite, apos a comunhao sexual que se faculta-ram, aguardavam que a misericordia divina os felicitasse coma futura chegada de um filhinho para aconchegar-se aos seuscuidados.

Enquanto conversavamos jovialmente, adentraram-sedois amigos de outro grupo dedicado a reencarna<;ao, trazen-do 0 Espirito que iria envergar a indumentaria carnal a partirdaquele momenta.

Todos adentramo-nos na alcova e nos detivemos ante osseus corpos adormecidos, envoltos pela ternura de um abra<;ode gratidao e de jubilo ...

Dr. Silvio aproximou-se da senhora Eunice que apresen-tava 0 cora<;ao iluminado por peregrina luz, enquanto 0 seuorganismo ainda mantinha os espermatozoides em movimen-ta<;ao no aparelho genesico.

a geneticista sabio explicou-nos que se tratava de umapasta amorfa em atividade, constituida por centenas de mi-Ih6es de espermatozoides, tres milh6es dos quais podem pene-trar no utero, com capacidade de sobreviver pelo tempo de ate48 horas. Esclareceu-nos que 0 processo de fecunda<;ao da-sedentro de um periodo de mais ou menos 10 horas, quandoo selecionado ruma em viagem ascensional pelo tubo vaginal,atravessando 0 colo do utero, a fim de poder penetrar na trom-pa de Falopio, onde se dara 0 encontro com 0 ovulo preparadopara recebe-Io.

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- Esse milagre - esclareceu, lucido - e urn dos momen-tos mais grandiosos da vida, que logo mais se transformaranum ser humano, qual ocorre, igualmente, com ligeiras dife-renyas, nos reinos vegetal e animaL.. Quando se da a uniaodos gametas, tecnicamente estao programadas as heranyas dosancestrais, que sabemos serem estabelecidas gray as a Lei deCausa e Efeito atraves do perispirito.

Isto posto, ele acercou-se da senhora e aplicou as maoscom as palmas estendidas para baixo, como se estivesse anu':'lando a organizayao material e chamou-nos a atenyao para aintimidade do seu aparelho genesico.

Logo depois, solicitou ao futuro reencarnante que maisse aproximasse e pensasse com forte energia na vinculayao aoespermatozoide que Fosse portador de algumas das suas e dascaracteristicas biologic as dos pais.

Do seu chakra cerebral, que se iluminou como urn pe-queno arco-iris em volta da parte superior do cerebro, desta-cou-se urn raio prateado que penetrou na pasta gelatinosa e sefixou em urn pequenissimo gameta, que tambem absorveu aluminosidade agora em tom azul, vitalizando-o e fazendo-odisparar do grupo em que se encontrava submerso ...

Iniciava-se 0 processo que culminaria no momento dafecundayao do ovulo, isto e, quando se unira aos receptores deproteina na pelucida, produzindo uma reayao enzimatica, assimfacilitando que a area seja perfurada, penetre 0 ovulo e 0 fecun-de, 0 que dura, normalmente, uns vinte minutos, e do posteriordeslocamento do ovo para a implantayao na camara uterina.

o tempo se encarregaria do processo natural e, a partirdaquele momento, 0 nosso visitante ja se encontrava psiqui-camente vinculado ao futuro corpo que seria trabalhado peloperispirito.

- A jornada para 0 espermatozoide realizar, e muitogrande e cheia de desafios - elucidou 0 nosso mentor - porque

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a disdncia a vencer e larga e a viagem se realiza, mais ou me-nos, com a velocidade de urn centimetro por minuto, estandoa parte superior da trompa de Fa16pio localizada a uns trintacentimetros ... Ele tambem tern que resistir aos icidos que 0

organismo feminino produz, matando urn grande numerodecandidatos. Em razao dos objetivos divinos da procriac;:ao,porocasiao da ovulac;:aoessa acidez diminui, 0 que facilita a sobre-vivencia de muitos que seguem atraidos pelo 6vulo.

Observamos que, ao dar-se a vinculac;:ao do psiquismodo amigo espiritual com 0 espermatoz6ide, ele experimentouuma especie de choque, empalidecendo levemente e parecen-do sofrer rapido aturdimento, logo superadas essas emoc;:6esesensac;:6es.

Poderia permanecer em atividades outras, no entanto, aligac;:aocom 0 gameta masculino seguiria 0 seu curso e pos-teriormente se daria a fecundac;:ao, logo seguida por todo 0

processo de renascimento na carne.Informados da ocorrencia, nos seus detalhes pr6prios,

os futuros pais beijaram as maos do Dr. Silvio e abrac;:aramter-namente aquele que seria 0 filho anelado, levando-nos todos aemoc;:aodas ligrimas.

Comentando a luta que 0 espermatoz6ide trava com oselementos que the saDhostis, no organismo feminino, em me-canismo de defesa, 0 benfeitor referiu-se:

- Moderna escola de psiquiatras disdpulos da admi-ravel Dra. Melanie Klein, consideram que esse fenomenopermanecera no inconsciente profundo do ser humano, ge-rando-lhe alguns problemas de comportamento, que neces-sitam de cuidadosa psicoterapia, a fim de conseguir a totallibertac;:ao, tal 0 choque decorrente da batalha travada nesseperiodo que precede a fecundac;:ao...

o querido mentor, ante a manha que surgia risonha, nasimplicidade da recamara em que nos encontravamos, convi-

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dou-nos a orac;ao de agradecimento a Deus pela Sua inefavelmiseric6rdia, levando-nos a um quase estado de extase, en-quanto traduzia os nossos sentimentos ante a contemplac;ao davida human a em processo de desenvolvimento fisico, seguin-do no rumo da sua fatalidade bio16gica.

Participando de um evento dessa natureza, nao existequem nao se dobre vencido ante a majestade divina geradorada vida na sua multiplicidade de aspectos.

Somente 0 amor possui esse condao magico de a tudocomandar e abrir portas a sua compreensao.

Terminada a tarefa, que se repetiria inumeras vezes, nosdias que se seguiram, dirigimo-nos ao Nucleo onde tinhamosa sede das nossas atividades.

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PREPARACAo PARA 0,ARMAGEDOM ESPIRITUAL

Haviamos recolhido precioso material para demoradasreBex6es em torno do milagre da vida, nem semprevalorizada pelas criaturas humanas, quando distan-

tes da fe religiosa, dos valores eticos e morais, dos compromis-sos com a realidade existencial.

Durante toda a semana estivemos visitando os gruposfamiliares que haviam sido convidados para a reconstrw;:ao danova Terra e a felicidade dos seus habitantes no futuro, bemcomo daqueles outros que se haviam comprometido esponta-neamente, quando se deram conta de que estava ocorrendo agrande revoluyao do amor no planeta querido.

Voltamos aos lares de Hermenegildo e Rosalinda, deAlonso e Eunice, e noutros mais onde estiveramos, nos quais

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os processos de reencarna<;:6esvitoriosas desenvolviam-se con-forme esperado.

o benfeitor informou-nos que naquele reduto lobrego,onde 0 crime se tornara uma constante e viviam os nossos ir-maos espiritas-cristaos, preservando 0 clima de paz em volta, 0

mensageiro que iria ali renascer demonstraria que 0 ambientenao e 0 responsavel exclusivo pelo comportamento do indivi-duo, pois que, em razao do seu estado evolutivo, destacar-se-iano futuro, seguindo os formosos caminhos da magistratura, demaneira a modificar a soturna paisagem do lugar, mudandocompletamente a sua estrutura social, economica e humana ...

Por outro lado, 0 filhinho de Alonso e Eunice deveriadedicar-se as ciencias medicas, de modo a mais humanizaressa doutrina, que vem sofrendo grande desrespeito por partede alguns dos seus membros, que se olvidam do juramentode Hip6crates, para dela fazer uma industria lucrativa em de-trimento das vidas que se estiolam em abandono, longe dequalquer sentimento de compaixao.

Diversos outros, de cujo programa participaramos, es-tariam comprometidos com diversas areas do conhecimentocientifico e filos6fico, com a vivencia etica, especial mente napolitica, a cujo ministerio se dedicariam com dignidade, modi-ficando os padr6es de conduta vigentes e fazendo respeitar-se asleis constituidas, iniciando 0 mister por eles mesmos.

Analisando que essa transforma<;:ao se operaria em todoo planeta, podiamos antever urn mundo sem as fronteiras do6dio, sem os separatismos etnicos, que sempre geraram com-bates impiedosos, sem a miseria economica portadora de ma-les incontaveis, e, principalmente, sem a miseria moral, quedesapareceria dando lugar a novos conceitos em torno doscomportamentos. Enquanto essa transforma<;:ao nao se reali-za, embora esteja em franco desenvolvimento em toda parte,nas sombras dos guetos espirituais inferiores, os inimigos do

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Bern urdem ataques e tram am vingan<;:as odientas contra ascriaturas.

N esse sentido, tendo em vista serem as espiritas since-ros as novas cristaos, sem nenhum desrespeito a outros tan-tos servidores do Evangelho de Jesus espalhados no mundo,tanto quanta cidadaos honestos nao vinculados a nenhumadenomina<;:ao religiosa, porem, valorosos e dignos, as bateriasda maldade estavam sendo cola cad as na sua dire<;:ao.E claroque tambem as individuos honestos e de sentimentos elevadosnao ficavam a margem da a<;:aoignominiosa desses infelizes doAlem, par considera-Ios obsticulos aos objetivos que abra<;:am,quais sejam a extin<;:ao do Bern, as subjuga<;:oes e vampiriza-<;:oescoletivas como ja se podem observar, porem, em numeromais volumoso, a desventura e alucina<;:ao nos jogos dos pra-zeres sordidos ...

Com certeza, embora as armadilhas perversas e as perse-gUi<;:oesinclementes, ninguem, que se encontre desamparado,a merce do mal, exceto quando se permite espontaneamente avincula<;:ao com essas for<;:asignobeis ...

Deter-nos-emos especialmente na area do movimentoespirita comprometido com Jesus e Sua doutrina, alvo primor-dial de determinados grupos da grei autodenominada comoa Mal.

Acercando-se dos mediullS invigilantes, vem inspiran-do-os a comportamentos incompativeis com as recomenda-<;:oesdo Mestre Jesus e dos Espiritos superiores atraves da Co-difica<;:ao kardequiana, estimulando-os a espeticulos em quea mediunidade fica ridicularizada, como se Fosse urn adornopara exaltar a seu possuidor. Concomitantemente, fomen-tando paixoes servis nos trabalhadores afei<;:oados ao socorroespiritual nas reunioes mediunicas, fazendo-os crer que estaoreencontrando seres queridos de outras existencias, que agoralhes perturbam as lares e facilitam convivencias adulterinas

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em flagrante desrespeito aos codigos mora is e aos do deverda familia ... Fascinayao, subjugayao, que se iniciam discre-tamente e roubam 0 discernimento de muitos, constituem ajogo das Entidades insanas, aproveitando-se das debilidadesainda persistentes em a natureza humana ...

Alem dessas ayoes nefastas, trabalham pela desuniao doscompanheiros de lide espiritual, pela maledicencia e caluniasbem divulgadas, como se estivessem trabalhando para senho-res diferentes e nao para Aquele que deu a vida em demonstra-yao insupedvel de amor e de compaixao por todos nos.

Em determinadas situayoes, desencadeiam enfermida-des de diagnose dificil, ocultando a sua interferencia nos orga-nismos debilitados e carentes de energias, levando ao fossa dodes animo pessoas afeiyoadas ao dever e comprometidas com afraternidade legitima.

Na area da caridade, movimentam as discutidores queperdem 0 tempo entre as conceitos de paternalismo e de pro-mOyao social, olvidados do socorro que normal mente chegatarde, quando se aplicam as horas em ociosidade mental e di-vagayao intelectual.

o Armagedom biblico do Apocalipse de Joao e das tradi-yoes judaico-cristas, nao se restringe apenas a estreita faixa doVale do Megido, au do monte do mesmo nome, quando os exer-citos de todas as nayoes se reuniriam para a batalha final. ..

Todo a planeta hoje pode ser denominado como 0 Valede Jeosafii, onde ja se travam as batalhas de exterminio em queo Senhor de misericordia sera a vencedor da impostura e daperversidade.

Legioes de dedicados missionarios do Bern movimen-tam-se em toda parte, de forma a atenuar as consequenciasda imprevidencia de uns, do desespero de outros, e na Searaespirita, as advertencias dos mentores sao continuas, nao asentendendo aqueles que se encontram surdos para a verdade,

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distraidos para a renovayao moral intransferivel, voluveis aocompromisso assumido, porque autofascinados, tornam-semodernos Narcisos ...

Oportunamente, Dr. Silvio informou-nos que estavasendo programado um encontro com um antigo rabino ju-deu vitimado nos ja referidos terriveis dias do £lm do secu-10 XV, na Espanha, quando da expulsao dos nao-catolicosdaquelas terras.

Ja conhedamos a sociedade espirita onde deveria ocor-rer a atividade do nosso benfeitor com 0 convidado espiritualEliachim ben Sadoch, que comandava expressivo bando deassaltantes desencarnados, ora dedicados a campanha de ex-terminio dos disdpulos da Terceira Revelayao judaico-crista.

Para que lograssemos 0 exito desejado, os Mentores, emnossa esfera de ayao fora da Terra, delinearam como se daria 0

encontro para 0 qual nos deveriamos preparar espiritualmente.Predispostos ao labor e con £lando na divina misericor-

dia, dirigimo-nos ao Nucleo Espirita, onde tivemos oportuni-dades anteriores de estagiar.

A instituiyao dedicada ao estudo da Codi£lcayao do Es-piritismo conforme os austeros metodos utilizados por AllanKardec, ressaltando 0 labor em torno da educayao sob todos osaspectos considerados, porque nao apenas adstrita as criaturasreencarnadas, mas tambem aos desencarnados em sofrimentoe em ignorincia das Divinas Leis, estava em plena realizayaodo seu program a quando chegamos.

As salas de estudos e de socorro fluidoterapeutico en-contravam-se repletas de trabalhadores serios e de necessitadosde ambos os pIanos da vida.

o salao reservado para as conferencias e simposios, as-sim como aos passes coletivos, encontrava-se com todos os lu-gares tom ados por pessoas expectantes e ansiosas pela palavrailuminada de que seria instrumento 0 expositor da noite.

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A movimentac;ao dos Espiritos desejosos de comuni-car-se com os familiares era expressiva, assim como dos in-dividuos atormentados par problemas de varia ordem, quese haviam dirigido a Casa espirita, esperando orientac;oes econforto para os dramas que carregavam como cruzes ocul-tas, intimas e aRigentes.

Quando 0 encarregado da palestra chegou, pudemosnotar a alegria sincera que se desenhou em muitos rostos.

Pessoas que se encontravam contraidas aliviaram asmarc as da aRic;ao e exteriorizaram vibrac;oes de simpatia quepassaram a envolver 0 trabalhador de Jesus.

De imediato, ele se deteve numa ou noutra fila, sau-dando os amigos e os visitantes, de modo que todos tivessemoportunidade de receber-Ihe 0 beneficio das energias que tam-bem externava.

Acompanhamo-Io de perto e escutamos as solicitac;oesenunciadas e as silenciosas de grande numero de presentes,confiando na inspirac;ao que 0 tomaria, e nas benc;aos queiriam recolher durante a mensagem de que se Faria portador.

Sempre vigilante, Dr. Silvio nos disse:- 0 Espiritismo e uma doutrina seria, que nao pode

ser utilizada para a frivolidade nem para a autopromoc;ao dequalquer dos seus membros. Representando 0 Consolador queJesus prometeu, embora seja uma Formosa mensagem porta-dora de alegrias, nao se comporta como esperaculo hilariantepara divertimento dos frivolos.

"Quase todas essas pessoas, assim como os Espiritos queacorreram a este local, sao portadores de graves questoes queos atormentam, ansiando por uma orientac;ao de equilibrioe apoio fraternal, a fim de poderem recuperar as forc;as quelhes facultem continuar na marcha ate a libertac;ao organica.Familiares angustiados pela desencarnac;ao de seres queridos,enfermos de diversas patologias, incluindo severas obsessoes,

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anelam por diretrizes de saude e de paz, vitimados por injun-<;:6essocioeconomicas e de comportamento social, necessitamde bondade e auxilio para nao tom bar no fosso das depress6esgraves ou enlouquecerem de agonia ante as incertezas que osatormentam ... Certamente, nao hi lugar para as gargalhadasnem os exibicionismos pessoais, em falsas condutas terapeuti-cas de natureza circense ...

"Ninguem mais feliz do que Jesus, no entanto, jamaisalguem que se the equiparasse na seriedade com que sempretratou das questoes pertinentes ao reino dos Clus."

Pontualmente, a hora estabelecida, em respeito aos com-promissos de todos, 0 diretor da Casa deu inicio a reuniao deestudos, convocando os presentes a ora<;:aogratulat6ria e soli-citando inspira<;:ao para os labores da noite.

A medida que falava com un<;:ao,foi aureolado por deli-cada luminosidade que dele mesmo se expandia.

Em seguida, passou a palavra ao responsivel pela dis-serta<;:ao da noite, que abordou a Pardbola do Filho pr6digo,lendo com cuidado 0 texto e, de imediato, interpretando-aem termos compativeis com os conhecimentos atuais da psi-cologia, da filosofia, da etica, da sociologia e especialmente doEspiritismo ...

Novos angulos foram abordados, sutilezas ocultas nasli<;:oesforam expostas, atualiza<;:oes dos ensinamentos tiveramseu momenta de apresenta<;:ao, tudo isso numa linguagem es-correita e em tons coloquiais, levando os ouvintes atentos areflexoes interiorizadas, que os iriam auxiliar a entender 0 sig-nificado profundo da mensagem de Jesus.

Entremeando a disserta<;:ao com observa<;:oesjoviais, vezque outra, numa metodologia pedag6gica saudivel, que naodiminuia a gravidade do conteudo, inspirado por nobre estu-dioso do nosso plano, a todos nos sensibilizou com a palavraenobrecida e carinhosa.

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Ao terminar, a psicosfera ambiente era de paz, abrin-do espa<;:o para a aplica<;:ao coletiva dos passes, quando osmediuns dedicados ao mister tomaram suas posi<;:6es emdiferentes lugares, iniciando-se as vibra<;:6es que canaliza-ram para todos os presentes as energias revigorantes queos sensitivos absorviam e distribuiam, iluminando todo 0

amplo espa<;:o.Familiares desencarnados acercaram-se dos seus afetos

e os inspiraram, enquanto esses oravam afervorados, e, ao ter-mino, ap6s a prece de encerramento, todos sairam dominadospor inefivel bem-estar e renovados interiormente para os en-frentamentos da evolu<;:ao.

Em continuidade, 0 companheiro expositor encami-nhou-se a uma pequena sala contigua, onde prosseguiu ouvin-do e aconselhando as pessoas que foram adrede selecionadaspelos atendentes fraternos.

Sempre acompanhado por abnegados Mensageiros donosso plano sob a orienta<;:ao do seu Mentor, ofereceu 0 pabuloalimenticio da palavra do Evangelho, com os esclarecimentosespiritas em torno dos problemas de cada urn, enquanto osbenfeitores espirituais se encarregavam de anotar 0 endere<;:ode cada paciente, a fim de prosseguirem auxiliando-o com osrecursos de que san portadores.

A ordem, a disciplina e 0 asseio da institui<;:ao faziam-sepresentes em toda parte, demonstrando que 0 servi<;:odo Bernnao deve ser feito de improviso, de qualquer maneira, mere-cendo 0 respeito que se dedica a todas as quest6es relevantes.

Depois de algumas horas de atendimento, 0 companhei-ro dirigiu-se ao lar com alguns amigos que 0 acompanhavamno mister, enquanto ficamos participando das atividades queprosseguiam em nossa esfera de a<;:ao.

Embora as instala<;:6es fossem cerradas no plano fisico,palestras espiritas sucederam-se no salao, e, nos outros setores,

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Espiritos afervorados ao dever continuaram em atendimemoaos necessitados de toda ordem.

o trabalho e a tonica de manuten<;:ao do equilibrio emtodo lugar.

o repouso e uma necessidade organica, no entamo,quando se busca demasiado descanso, foge-se ao dever sob fal-sos pretextos, porquamo mudan<;:a de atividade, despertandonovos estimulos emocionais, tambem funciona como renova-<;:aode energias.

A noite avan<;:ava, quando chegaram os trabalhadoresespecializados no tipo de reuniao que logo mais teria lugar.

N a sala mediunica, especialmeme reservada aos atendi-memos de desobsessao, a movimenta<;:ao dos Espiritos dedica-dos ao mister era significativa. Havia-se encerrado um labor,e tecnicos em limpeza psiquica ambiemal ademraram-se norecinto para prepara-lo para 0 proximo compromisso.

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o ENFRENTAMENTO COMATREVA

os membros, que foram convocados entre os encarna-dos, eram companheiros adestrados no socorro aosEspiritos renitentes no mal e acostumados aos debates

que sempre se travam durante os atendimentos especializados.o medium Joseval, que fora responsivel pela disserta-

<;aoda noite, veio trazido pelo mentor amigo, apresentandosignificativa lucidez, acostumado como se encontrava com osdesdobramentos parciais pelo sono fisiol6gico e com as reali-za<;oesespirituais em nossa esfera de residencia.

Jovial, saudou-nos a rodos, demonstrando especial ca-rinho em rela<;aoa este modesto narrador, e colocando-se in-teiramente a disposi<;ao do Dr. Silvio, que deveria dirigir aatividade programada.

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Nesse come nos, um dos vigilantes que se encontravama porta de entrada da institui<;:ao, veio notificar-nos que 0 gru-po de rabinos judeus acercava-se, apresentando-se de maneirapomposa, com indumentarias extravagantes e 0 sumo sacer-dote Eliachim ben Sadoch, a frente, caminhava com orgulhomaldisfar<;:ado, estampando uma carantonha de 6dio e sober-ba. Acolitado por mais de uma centena de outros chefetes,igualmente portadores de semblantes ferozes, alguns com visi-veis deforma<;:6es, deteve-se a porta principal.

Caes amestrados, que pareciam anteriormente seres hu-manos, ora hipnotizados, assumindo formas animalescas, emrazao da crueldade de que se fizeram portadores durante asexistencias anteriores, evitavam que grande numero de adep-tos e de vitimados pelos administradores da triste coorte geras-sem qualquer embara<;:o.

Chegando a area fronteiri<;:a a porta de entrada, tom a-ram ridicula posi<;:aode combate, nos antigos moldes medie-vais, empunhando estranhos instrumentos de guerra, e, emgritaria selvagem que repercutia em todo 0 ambiente, pare-ciam aguardar a voz de comando.

Veneranda entidade feminina acercou-se do fanfarrao de-sencarnado e desarmou-o com a simplicidade das suas vestes, airradia<;:aode compaixao e ternura, convidando-o a adentrar-seno recinto, onde era aguardado com respeito e afetividade, sendopermitida tambem a entrada de alguns membros do seu sequitoque, confessamos, era estranho e sombrio ...

Carregando volumoso numero de pergaminhos am are-lecidos e gastos, entregou-os a um dos auxiliares, seguindoap6s a anfitrioa gentil. Dez outros sacerdotes das anti gas seitasque se derivaram do judaismo na Europa, igualmente tiveramacesso a sala que os aguardava, enquanto ficavam, furibundose agitados, os demais membros da estranha caravana de honrae a malta de desesperados servidores e subalternos.

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Nesse comenos, 0 diretor espiritual dos trabalhos exo-rou a Jesus:

Embora as sombras da ignordncia predominem em'nosso mundo interior, permite que a sublime claridade doTeu inefiivel amor nos inunde de esclarecimentos, libertan-do-nos da perversidade que persiste, dominadora.

Nao somos outros Espiritos, senao aqueles reprobosque Te negamos, mais de uma vez, em bora situados nasjileiras do Teu Evangelho, assumindo compromissos perni-ciososque nos envergonham ate este momento.

Hoje, novamente convocados pela Tua misericordia,ao serviro iluminativo, sentimos a fragilidade em que nosdemoramos, e, por isso, deixamo-nos conduzir pelas Tuassantas maos, cobrindo as pegadas luminiftras que jicarampelos caminhos, sinalizando a Tua passagem pela Terra...

Ajuda~nos, po rtan to, a ajudar, socorrendo aque-les que foram nossas vitimas quando deftaudamos a Tuamensagem, infelicitados pelos interesses sordidos da nossamesquinhez.

Torna a nossa palavra, suave e energica, os nossossentimentos, elevados e meigos, a nossa mente, lucida ecompreensiva, a Jim de que nao venhamos a dificultar aconcretizarao dos Teus pIanos para com os infelizes, quesomos quase todos nos.

Raiando a nova madrugada, propicia-nos a inco-mum felicidade de ampliar os horizontes ainda em som-braspara a luz da verdade de que Tefazes portador.

o irmao, que iremos receber, ao lado de outros quetombaram nos fossos profundos do odio, guarda as lem-branras do que lhejizemos ontem, quando conspurcamos 0

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Teu nome com as nossaspaixi5es.Apiada- Te de todos nos, os Teus servos humilissimos,

e se conosco a partir deste momento, atraves dos Teus men-sageiros sublimes, a Jim de que consigamos melhor contri-buir na Tua searafecunda.

Que assim seja!

Ao silenciar, apresentava a emoc;:ao que a todos nostomara.

Uma indescritivel onda de paz dominava-nos a todos,que nos encontdvamos unidos em suave harmonia de enter-necimento.

Chegando ao recinto, devidamente ptotegido por cor-rentes fluidicas cuidadosamente distribuidas em torno do edi-Hcio e, em especiaL da sala mediunica, 0 desafiador iracundonao pode sopitar os sentimentos infelizes de que se fazia por-tador, exigindo mais considerac;:ao e destaque, no que, certa-mente, nao pode ser atendido.

- Seja bem-vindo a Casa de Jesus - saudou-o, ptoposi-talmente, Dr. Silvio, demonstrando respeito e amizade.

- Nao me fale esse nome - reagiu, total mente esfogueado- porquanto nao tenho a minima considerac;:ao por essa nefandacriatura mito16gica da tradic;:ao dos dominadores da Terra ...

E permitiu-se estertorar em estrondosa gargalhada.Embora houvesse reac;:ao de todos os recem-chegados,

que se puseram a blasfemar, Dr. Silvio acercou-se do mediumJoseval, que se encontrava em semitranse, e, antes mesmo queo sumo sacerdote se desse conta, foi atraido ao seu campo pe-rispiritual, como uma limalha de Ferro a ac;:aodo ima ...

o medium em incorporac;:ao atormentada, moveu-se,tomando uma atitude arrogante, enquanto 0 Espirito gritava:

- Caimos numa cilada tipica dos nefastos cristaos de todosos tempos. Avancem e ataquem os infelizes traidores, rcipido...

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Movimentaram-se os demais convidados, sem qualquerfacilidade, porque as energias ambientais impediam-nos detomar as atitudes para as quais se haviam preparado, perma-necendo imobilizados pelas vibrayoes que lhes eram dirigidaspor todos os presentes.

Ante a impossibilidade, puseram-se a gritar em situayaodeploravel de desespero, esperando ser ouvidos pelosasseclasque permaneceram fora do recinto, e que os acompanharam,mantendo a expectativa de uma batalha a ceu aberto ...

Dr. Silvio manteve-se tranquilo, e apos muito breve mo-mento entre as acusayoes do comunicante e os seus acompa-nhantes, respondeu com bondade irrepreensivel:

- Nao tem fundamento a sua afirmayao de que os trai-mos, atraindo-os para uma cilada, porquanto, 0 desafio partiudo respeidvel amigo, desafio que aceitamos para um encontrode esclarecimento, nao para uma batalha que caracterizasse 0

Armagedom biblico, a que se apega, em plano de vinganya ede guerra ...

- Nao ficarei aqui - reagiu com ferocidade, retorcen-do-se nos equipamentos mediunicos - ouvindo suas arengasmuito conhecidas minhas, vitima que fui, mais de uma vez,dos argumentos mentirosos dos infames cristaos ... Batamosem retirada. Muitas vezes, 0 recuo e a melhor estrategia numcombate, especial mente quando a tropa e vitima da vilania eda sordidez do adversario que a atraiu para 0 fosso de torpe ar-madilha. Nunca os cristaos tedo qualquer tipo de dignidadepara 0 enfrentamento com a verdade que se encontra na Tord,e jamais nas falsas palavras desse adversario de Israel, que foijustamente castigado ...

- Confesso-Ihe, amigo e irmao, que nao existe em nosnenhum sentimento inferior em relayao a sua pessoa. Aceitan-do a sua oferta de decisao em torno da peleja que se alonga pelanoite de alguns seculos, 0 nosso, e 0 desejo da fraternidade e

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da paz. Reconhecemos 0 seu poder nas regi6es infernais ondese homizia com outros Espiritos que foram vilmente engana-dos e traidos no pass ado, quando ainda nos encontravamosdominados pela ferocidade das paix6es inferiores. 0 tempocorreu na ampulheta das horas e todos mudamos, penso que,para melhor, porquanto, a clara mensagem de Jesus, por hm,alcanc;:ou as paisagens da nossa mente e 0 pais dos nossos sen-timentos.

"Suplicamos-Ihe, bem como a todos aqueles a quem ma-goamos, 0 perdao sincero, reconhecendo 0 nosso erro lamen-tavel e de graves consequencias. Honestamente arrependidos,desejamos demonstrar a nossa transformac;:ao moral, receben-do-o e a todos quantos anelem pela paz que nao fruem desdeha muito, paz de que Jesus e 0 unico possuidor."

- Nao volte a pronunciar esse nome - revidou furibundo.- Lamento nao poder atende-Io, porque 0 servo nao e

maior do que 0 amo, nem 0 escravo melhor do que 0 senhor.Jesus e 0 nosso Caminho, nossa Esperanc;:a'de libertac;:ao total,nosso Porto de seguranc;:a.

- Fosse Ele tudo isso - resmungou, ironico - e eu naoestaria aqui, constrangido e impossibilitado de fazer 0 que meapraz, conhrmando a minha desconhanc;:a em relac;:aoa Ele ea esc6ria que 0 segue.

- Ocorre, que 0 amigo - esclareceu; paciente - traziapIanos de belicosidade, utilizando as armas do ressentimento eda vinganc;:a, instrumentalizado por outras de carater destruti-yo, conforme as manipula na area que the parece perten~er.

- Deflagrada esta a guerra - ripostou, com os olhos foradas 6rbitas, deixando que a mascara ahvelada a face desapare-cesse - e venceremos os adversarios, nao permitindo que maisse expanda a nefasta doutrina agora renascida no Espiritismo,essa pec;:onhenta heranc;:a do maldito Cristianismo dos padrese prfncipes da igreja enganosa ...

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- De fato - respondeu 0 nobre esdarecedor - 0 Espiritis-mo ora esplende nos ceus do planet a, confirmando a promessade Jesus, de que nao nos deixaria orfaos, 0 que real mente acon-teceu. 0 Seu amor e a Sua compaixao permitiram que fossemrevistas as paginas que Ele escreveu no santuario da Natureza,atraves das palavras sublimes e dos exemplos inigualaveis, eque nos adulteramos, adaptando-as aos nossos interesses mi-seraveis, dando lugar a uma doutrina muito distante da sualegitimidade. Como, porem, nunca e tarde para se recomes;ar,refazer caminhos e corrigir enganos, estamos empenhados nocompromisso da reabilitas;ao.

- Palavras e palavras, que nao alteram os atos ignobeisdo passado, nem alteram os nossos pIanos de desfors;o - ex-plodiu, caviloso.

Erguendo 0 medium em atitude ameas;adora, interro-gou com hostilidade irrefreavel:

- Veja a paisagem da Terra infeliz. Onde estao a mansi-dao e a cordura, a compaixao e a misericordia, tao decantadas?Nao ve, por acaso, 0 que ocorre no mundo rico de poderes ilu-sorios e de degradas;ao? Em que lugar se ocultam os disdpulosdo Crucificado portador de muitas culpas, que os engabeloucom as Suas palavras e promessas vas?

- Sim, vemos a presens;a da luz onde predominava atreva, do amor onde 0 odio semeava destruis;ao, da ternura nolugar em que a agressividade reinava e do trabalho de recons-trus;ao sobre os escombros das glorias mentirosas do passado.Anunciam-se novos tempos, quando 0 sofrimento ceded lu-gar a alegria de viver, e quando os sentimentos entorpecidosoferecerao campo a floras;ao dos elevados ideais da dignifica-s;ao humana. Essa lamentavel situas;ao sera questao de poucotempo, para ser resolvida, porquanto, momenta chega em quea Terra e os seus habitantes serio constrangidos a alcans;ar pa-tamares superiores da evolus;ao.

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- Quando os filhos de Alcione se instalarao, expul-sando os terricolas? - Indagou, dominado por refinado sar-casmo.

- Nao exatamente conforme assinalado. Estamos rece-bendo visitantes de outra dimensao, que se prop6em a aju-dar-nos nas transforma<;6es que ja se vem operando no pla-neta, porque a Lei que vige no Universo e a da harmonia, dasolidariedade, dos principios morais estabdecidos pdo PaiCriador.

Gargalhada horripilante estrugiu por entre os labios de-formados do ser que se comunicava, agora apresentando-se emtoda a sua hediondez de fera, vitima que se permitira ser dalicantropia.

Vimos 0 medium vergar-se e uivar dolorosamente, apre-sentando comportamento lupino. Urn odor fetido tomou con-ta do ambiente, a medida que os demais acompanhantes doantigo rabino sofriam equivalentes modifica<;6es.

Passamos a aspirar uma psicosfera pesada, muito densa,quase asfixiante.

Enquanto isso ocorria, os diversos membros da reuniaoem prece de profunda intensidade, tornados de compaixao esinceramente tocados pdo espetciculo doloroso, lentamentegeraram vibra<;6esque diluiram as densas nevoas psiquicas, e,inopinadamente, entre dentes, em convulsao, 0 comunicanteestridulou:

- Nada agora me detera ... Voltaremos a encontrar-nos,infame trai<;oeiro... noutro lugar. ..

- Sim - redarguiu nosso benfeitor - Encontrar-nos-emos,sim, no seu reduto.

Como se Fossearrancado violentamente, desprendeu-sedo perispirito do medium que, por pouco, nao tombou aosolo, nao estivesse Dr. Silvio em vigilia, amparando-o e pon-do-o sentado em postura equilibrada.

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As outras entidades que 0 acompanharam, igualmemeforam atraidas na mesma onda vibrato ria e a sala, a pouco epouco, voltou a adquirir a harmonia inicial.

Deixando revelar a emoyao de jubilo, nosso mentor ex-plicou-nos:

- Estava programada essa reayao, porquamo, em re-alidade, nao tivemos aqui, 0 antigo sacerdote Eliachim benSadoch, mas urn clone dele, urn Espirito que the assimilou ascaracteristicas com 0 objetivo de enganar-nos, ja que, no seureduto, ele acompanhou todos os lances do nosso encomro.

"Habil e astuto, nao quis correr 0 risco de urn enfren-tamemo direto, enviando, primeiro, simuladores do seu reinode horror, fonemente vinculados a sua poderosa mente, que osarrancou do nosso recinto, com a permissao dos nossos Guias,sem duvida, para que nao descobrissemos a farsa. Como emnossos labores espirituais a violencia e desnecessaria, e nao noscabia evitar a evasao dos visitames, foram tomadas providenciaspara que 0 dialogo se prolongasse pelo tempo apenas necessariopara que ocorressem as metamorfoses, diluindo-se as mdscarasfluidicas de que se utilizaram para ocultar a atual idemidade.

"0 enganador e sempre alguem que se equivoca, iludin-do-se, enquamo supoe estar ludibriando 0 seu proximo.

"Consideramos exitosa a tarefa sob as benyaos de Je-sus, que tera seu natural prosseguimemo em ocasiao opor-tuna que viri.

"Prossigamos em nosso abenyoado labor."Refazendo a concemrayao de todos, vimos a irma Arlin-

da, veneranda trabalhadora com mais de meio seculo de de-dicayao a Causa do Bern, emrar em transe e passar a eliminarenergia em forma de ectoplasma, pelos orificios naturais daface, formando urn Espirito nobre que, banhado de azulinealuz, condensou-se no recimo saturado de vibrayoes perfuma-das e elevadas.

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Tratava-se de urn embaixador de Ismael, guia espiritu-al do Brasil, que logo se fez identificar, trazendo 0 apoio donobre mentor:

Irmaos queridos:Guarde-nos Jesus na Sua paz e misericordia.As vossaspreces alcanraram as regioesfelizes, e 0 anjo

benfeitor do Brasil enviou-nos, a Jim de receberdes 0 seuapoio honroso, na bend ita realizarao a que vos entregais.

A patria do Cruzeiro desempenhard 0 seu papelcristao no cendrio do mundo conturbado da atualidade.

Missiondrios do amor e da libertarao de conscienciasencontram-se renascidos entre vos, com a tarefa de devolverao mundo a mensagem gloriosa do suave-doce Rabi galileu,que sofreu asprevistas modificaroes ao longo dos seculos.

Comprometidos com a Verdade, tem a tarefa de vi-ver 0 que ensinam, trabalhando os metais da alma, deforma a amoldd-los as novas Jinalidades.

Embora os caminhos ainda permaneram com espi-nheirais dominando-os epedrouros em todo lugar dificultan-do a marcha, essesperegrinos do dever encontram-seforradosde coragem e de destemor para nao se deterem em momentaalgum, avanrando sempre.

Espiritos missiondrios de outras eras, acostumados aausteridade e a renuncia, inspiram-nos em favor do exitono desiderato.

Incompreendidos e malsinados, sofrendo escdrnioe enfrentando desaJios colossais, avanram conJiantes noresultado feliz do empreendimento com 0 qual se com-prometeramdesde antes do berro.

A sua palavra vibrante e osseus exemplos dignos sen-sibilizam ospublicos que os ouvem e aspessoas que convi-vem com eles reconhecem que estamos realmente no limiarde um novo tempo de amor, de paz e de verdade.·

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Ndo mais os engodos de outrora, nem as louvami-nhas da viagem equivocada ao reino da ilusdo.

A seriedade e 0 sacriflcio sdo-lhes as condecoraroesque carregam nas vestes da alma, identificando-os comoseguidores de Jesus, que ndo teve outra escolha entre agloria mentirosa da Terra e a cruz libertadora que 0

reconduziu a imortalidade em triunfo.Percorrem os mesmos caminhos dopassado, nos quais

deixaram pegadas assinalando crimes e vicios, que ora de-verdo apagar, sobrepondo as luminosas propostas do amorsem jara e da verdade sem disftrce ...

Vinculados psiquicamente a nossa Esfera, recebemcontinuo estimulo para ndo esmorecerem nas lutas diflceis,nem se desviarem do roteiro que percorrem, animados pdoespirito da alegria e a compensardo da paz interna.

Perseguidos pelos adversdrios da Luz, equipam-secom os instrumentos de defesa, que sdo a orardo e os atosenobrecidos.

Mesmo quando a grande nardo brasileira mergulhaem abismos de devassiddo, de corruprdo, de desrespeito aoscodigos da justira e da honradez, fase passageira do seuprocesso de evolurdo, Ismael, compassivo, intercede, junto aJesus, em favor de todos, conjiando nos reajustamentos quejd se vem operando com uma nova gerardo de mulheres ede homens de bem ...

Certamente, 0 mesmo ocorre nos diversos paises daTerra, no entanto, ao Brasil coube, por determinardo doMestre incompardvel, a tarefa de devolver ao mundo a Suamensagem de misericordia e de libertardo total.

Porfiai, pois, nos objetivos abrarados, sem jamais te-merdes asforras do mal, que se diluem como a neblina anteo calor do Sol da verdade, instituindo 0 periodo do amorcomo essencialpara a felicidade de todos.

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Tendes sido objeto de ciladas e traifoes, de testemu-nhos que guardais em silencio, nunca revidando ao mal,sempre compreendendo que sois discipulos dAquele que naose defendeu das acusafoes indebitas que lheforam atiradasna face, sendo-vos, portanto, 0 modelo a seguir.

Solidao, desaprefo, sofrimentos intimos por anseiosque se nao converteram em realidade sao as injunfoes aque fazeis jus em decorrencia do vosso comportamento emoutras passadas reencarnafoes.

Mantende, hoje, 0 brilho da alegria e da bondadena face e no sentimento, gerando harmonia onde quer quevos apresenteis.

Nunca experimentareis abandono, nem sofrereis aausencia dos vossosguias espirituais afetuosos, que seguemconvosco ate a conclusao da tarefa encetada, quando retor-nareis it grande pdtria espiritual.

Que 0 Senhor vos abenfoe e vosguarde sempre, vossoirmao e servidor.

Enquanto enxugavamos as lagrimas espontineas, di-luiu-se a luminosa figura do Espirito embaixador de Ismael,deixando aragens fluidicas de peculiar bem-estar, que a todosnos penetravam com efusao.

Lemamente a medium recobrou a lucidez, consciemede que havia servido de instrumento a materializayao de urnmensageiro especial, agradecendo ao Senhor a benyao em sen-tida orayao.

Por nossa vez, nao podiamos conter as emoyoes que sesucediam em calidosc6pio de lembranyas afetuosas que proce-diam da ultima existencia, na Terra, quando tivemos ocasiao

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de ler as obras escritas por esse veneravel mentor, antigo presi-dente da Federa<;:aoEspirita Brasileira.

Chegando a hora do encerramento das atividades, Dr.Silvio comunicou ao dirigente que orou, comovidamente, des-pedindo-se de todos nos ate a proxima oportunidade.

A sorridente face do Sol ainda nao se apresentara, masos seus cabelos de luz ja desenhavam sinais nas sombras antesem predominio na noite ...

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AS BATALHAS DIFtCEIS

As nossas conversayoes, apos a memodvel reuniao, abor-daram 0 tern a da mistificayao dos Espiritos infelizes.Tornado de surpresa ante 0 desmascaramento do per-

verso visitante, indagamos ao lucido diretor do nosso trabalho:- Como se atrevem esses companheiros a tentar expe-

diente de tal porte, em urn encontro de alta magnitude, con-forme aquele do qual tivemos a felicidade de participar? Poroutro lado, como se deu a diluiyao da mascara de que se utili-zava 0 infeliz amigo, procurando ocultar a sua realidade?

Nosso benfeitor amigo, sempre aguardando as nossasindagayoes, sollcito, esclareceu:

- A ignorincia e a inspiradora da astucia, que procuraescamotear-se, assumindo equivocos lamentaveis.

"Pretendendo criar-nos embarayos, 0 rabino Eliachim pre-parou a farsa. Cuidou, de proprio, de produzir por ideoPlastia 0

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disfarce do seu assecla, utilizando-se da hipnose e da autofixayaomental do paciente, criando a sua imagem e deixando-se amoldara mesma. Com esse recurso, 0 seu embaixador foi preparado parao cometimento, unindo a arrogancia peculiar aos infelizes a hipo-crisia, a que se encontra acostumado, na furna onde se refugia.

"Demorando-se na incorporayao mediunica, as ener-gias saudaveis do medium comribufram para a diluiyao dodisfarce, ao tempo em que a irritayao de que era tomado,restitufa-lhe a condiyao normal de desvairado, vitimado pelofenomeno da licantropia, a que se adaptou ao longo dos secu-los, tornando-se a sua transitoria realidade.

"E natural que nos dessemos coma da ocorrencia desdeos primeiros momemos, em razao da emanayao vibratoria quedele se exteriorizava, assim como da sua debil argumemayao.Encontramo-nos, nessas atividades, quase sempre, em campominado, sendo necessaria a vigilancia em favor da compaixaoe da verdade.

"Desse modo, insistimos no seu pomo nevrilgico, istoe, naquilo que mais 0 irritava, que era 0 nome de Jesus Cris-to, produzindo-lhe desgaste emocional e desajuste, conformeaconteceu.

"N unca deveremos olvidar que os mensageiros do Male aqueles que mal se componam, que, para eles, tudo e vali-do, desde que corresponda aos anseios dos seus objetivos. Naoconsideram os metodos dignos, porquamo transitam pelos es-treitos caminhos da sandice, incapazes, ponamo, de decidiremre 0 que se constitui etico e aquilo que nao 0 e."

- Em razao do acomecimemo - voltamos a indagar - 0

labor deveri cominuar, oponunameme, nas Furnas da imi-midade do planet a, onde se resguarda e man tern 0 seu tristeimperio de loucura?

Sem apresemar indisposiyao, sempre preparado paraeducar e instruir, 0 amigo respondeu, generoso:

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- Considerando-se a robustez do imperio de sombras ede desaires, nao nos sed. ficil e prudente, por enquanto, umaincursao ao seu reduto. Recordemo-nos que, desde 0 fim doseculo xv; que 0 sofrido amigo vem trabalhando com outrosreprobos, para desfon;:ar-se daqueles que 0 magoaram, trans-ferindo a responsabilidade para 0 Manir da Galileia. Trata-se,sem duvida, de urn verdadeiro Estado com tados os mecanis-mos de sustentayao da sua politica de odio, com organizayaoadministrativa, numa comunidade constituida por centenasde milhares de desditosos, alguns ali refugiados por vontadepropria, outros arrebatados compulsoriamente, onde sao sub-metidos a afliyoes inominaveis, qual ocorre nas culturas bar-baras sob 0 comando de despotas insensiveis ...

"Nao nos cumpre violentar os c6digos do amor, poisa nossa vontade, ainda que imbuida das melhores intenyoes,nao esta acima das Soberanas Leis de Justiya e de Misericor-dia, das quais ninguem foge ...

"Deveremos aguardar 0 transcorrer dos dias, a fim deavaliarmos 0 efeito do nosso primeiro contato direto com 0

mandarario da comunidade, conforme ocorreu, atraves do seusimile desnoneado.

"Recordemo-nos que essa luta pode ser considerada derelevante importancia, tendo em vista a revoluyao moral quese opera no planeta, neste momenta em que nos encontramosem plena transiyao de urn para outro tempo ...

"Os nbssos irmaos irao recrudescer as agressoes aos ser-vidores do Mestre, assim como contra a sociedade em geral,pensando em alcanyar as vitorias da insensatez e do horror. Ge-rando disturbios psiquicos e emocionais, estimulando as ten-dencias inferiores das criaturas humanas, esperam as respostasem forma de desalinho moral sempre crescente, culminandona violencia domestica, urbana, nacional e mesmo internacio-nal, por meio das guerras calamitosas em que se comprazem.

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Olvidam que 0 progresso e ineviravel e que 0 mal tern efemeradura<;:ao.Na alucina<;:aoque os toma, perderam a faculdade deraciocinar com discernimento, nada mais vendo, alem das suasconstru<;:oes desafiadoras e suas lutas sem quartel, arrebanhandosempre novos adeptos, como vitimas ou solidarios ...

"Nos so objetivo e diminuir os efeitos de tao rude com-portamento no organismo social, libertando das malhas ob-ses$ivas aqueles que nelas tombaram por insensatez e levian-dade, diminuindo, dessa maneira, os males que tern lugar nasociedade contemporanea.

''A solu<;:aofinal esta nas maos do Comandante da barcaterrestre, nosso Mestre e Senhor."

Nao havia lugar para novas interroga<;:oes, desde que ou-tros deveres 0 requisitavam.

Permanecemos em nosso centro de atividades, e en-quantonao eramos convocados para novos cometimentos,reunimo-nos Lopes Neto, Ivon, outros amigos enos, resol-vendo visitar algumas institui<;:oes dedicadas ao Bern, algumaspublicas, governamentais, outras pertencentes a organiza<;:oesnao-governamentais, a fim de aprendermos com os compa-nheiros dedicados as li<;:oesdo bem servir.

Elegemos, inicialmente, um hospital publico, de emer-gencia, e nao pudemos ocultar 0 confrangimento que nos to-mou conta, ao observarmos 0 volume de enfermos e sofredores,assim como a indiferen<;:a com que eram tratados. A sala estavarepleta, assim como 0 corredor malcuidado, onde predomina-yam 0 descaso para com a vida humana e a agressividade dealguns funcionarios remunerados para bem servir ...

Desconsiderados nos seus direitos de apoio e de atendi-mento, os pacientes rebolcavam-se nas dores mais diversas, lu-tando por uma vaga para chegar ao medico, normal mente in-disposto, talvez pelo cansa<;:oou pela satura<;:ao, demonstrandoa falta de etica e de compaixao para com 0 proximo.

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Certamente, nao se poderia atender a todos de uma sovez. Nada obstante, seriam possiveis a gentileza, a paciencia ea misericordia para com os aflitos.

o intercurso entre encarnados e desencarnados era as-sustador. A maioria dos pacientes apresentava dolorosos qua-dros de perturba<;ao espiritual em variado grau de profundida-de, desde as obsess6es simples as subjuga<;6es e vampiriza<;6espertinazes.

Chamou-nos a aten<;ao um senhor de sessenta anosaproximadamente que se encontrava numa cadeira de rodas,no corredor estreito, banhado de algido suor, com graves pro-blemas cardio16gicos, cuja esposa suplicava por atendimentode emergencia. A funcionaria maldisposta acusava 0 medicode ainda nao haver chegado, nao vendo outra, senao a alterna-tiva de procurar socorro em outro nosocomio ...

Aprofundando observa<;ao, constatamos que, ao ladoda cardiopatia que se refletia em todo 0 aspecto do enfermo,um Espirito feroz houvera-lhe atado correntes metdlicas, quelhe apertavam 0 t6rax, enquanto tentava asfixia-lo. 0 olhar dovingador buscava hipnotizar 0 paciente, sugerindo-lhe men-tal mente 0 suicidio como solu<;ao.

o senhor estertorava sem for<;aspara reagir, com a men-te totalmente desvairada. Repentinamente sofreu um vagado,e estabeleceu-se 0 panico, ante a gritaria de que alguem estariamorrendo sem assistencia ...

Um enfermeiro, que caminhava pelo estreito espa<;o,correu em seu auxilio, massageando-lhe 0 t6rax, na area car-diaca, enquanto 0 seu inimigo desencarnado com a facies pa-tibular, exultava de contentamento.

Em agonia, a senhora que 0 conduzia pos-se a suplicar 0

auxilio divino, e nao tivemos outro comportamento, senao, 0

de nos aproximarmos e, enquanto Lopes Neto elevava 0 pen-samento em comovida ora<;ao intercess6ria, Ivon Costa dis-

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pos-se a aplicar a bioenergia, a principio, em movimentos deliberac;ao dos fluidos morbificos que 0 asfixiavam, para, logodepois, transmitir-Ihe vitalidade.

Saindo, lentamente, do deliquio, banhado em suor ecom a expressao de horror estampada na face, 0 doente foilevado rapidamente a unidade de terapia intensiva, enquanto abalburdia permanecia entre os demais enfermos.

Acompanhamo-Io, e notamos que 0 perverso vingador ha-via perdido, momentaneamente, 0 poder exercido sobre a vitima,em razao da energia benefica do nosso companheiro espiritual.

Mantinha-se, no entanto, vigilante, aguardando, quan-do nos acercamos e tentamos um contato mental com 0 mes-mo, que logo disparou 0 verbo agitado em queixas amargas:

- Por incrivel que parec;a - arengou, quase insano - tra-ta-se de meu filho unico, se assim 0 posso chamar. Homemportador de pequenos haveres, que eu era, porem vitimadopela asma desde a infancia, hi cerca de trinta anos, numa dasminhas crises mais terriveis, desejando apoderar-se dos bensque me pertenciam, durante uma inesquecivel crise de disp-neia, 0 infame asfixiou-me com um travesseiro de plumas.Ap6s 0 ato hediondo, que ninguem viu, voltou-me 0 corpopara a posic;ao de quem se sufocara durante 0 sono ...

"Nao houve nenhuma suspeita, por ser conhecida aminha velha problemitica.

"Eu nao podia acreditar, enlouquecido que fiquei, como terrivel quadro que se apresentou no dia seguinte. Duranteo enterro do meu corpo, enquanto eu vociferava, infeliz, elefingia chorar, lamentando a morte do seu genitor querido.

"Jurei vingar-me do miserivel, 0 que venho fazendo comcriterio nos ultimos cinco anos, quando the surgiu 0 problemado corac;ao, talvez causado pelo remorso e pela perversidade.

"Nao the darei tranquilidade ate ve-Io aqui, ao meulado, quando iremos ajustar contas."

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o amigo Ivon, sensibilizado com 0 drama do desen-carnado, tentou um dialogo, para 0 qual 0 mesmo nao estavainteressado, permanecendo-Ihe ao lado, como a serpente quehipnotiza a vitima para 0 bote certeiro.

Quando os servidores da saude compreenderem 0 gravecompromisso assumido para com 0 seu proximo doente, desper-tando para a realidade espiritual e se permitirem vincular a ora<;:ao,a caridade, a inspira<;:ao,com certeza os hospitais se transformaraotambem em templos de misericordia e de saude integral. ..

Acompanhamos, tambem, naquele caos, 0 trabalhosacrificial de muitos Espiritos nobres, medicos e enfermeirosdesencarnados, assim como familiares e amigos dos pacien-tes, procurando diminuir os graves danos decorrentes dos des-mandos governamentais e da negligencia de alguns servidoressempre mal-humorados ...

Compreendemos que nada mais poderiamos fazer, na-quele instante, e apos acompanharmos diversos outros casosestarrecedores do intercambio infeliz entre as duas popula-<;:oes,a terrestre e a espiritual, na area da saude, rumamos aum lar de meninas, dirigido por uma ONG que desfrutava deelevado conceito etico na cidade.

Nao tivemos dificuldade em encontrar a institui<;:ao comuma boa arquitetura, sendo um edificio espa<;:osoe asseado,onde crian<;:asque nao conheceram seus pais albergavam-se.

Tratava-se de um lar com oitenta meninas com idadesvariadas entre poucos meses e dezenove anos ...

o ber<;:ario muito limpo acolhia doze pequeninas, na-quele momento, apos a refei<;:aoadormecidas, sendo vigiadaspor uma servidora da Casa.

Algumas outras brincavam no patio amplo e arboriza-do, enquanto diversas se entregavam aos deveres domesticos,auxiliando na cozinha e na copa, assim como tambem cuidan-do dos seus pertences ...

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A diretora era uma senhora viuva de aproximadamentecinquenta e cinco anos, jovial e dinamica, portadora de exce-

. lentes vibrayoes, simpatica e sineeramente devotada ao labor aque se entregara, sem qualquer tipo de remunerayao.

De formayao religiosa cat6lica, pessoalmente manti-nha-se vinculada a Santa Terezinha de Jesus, a quem entrega-va 0 seu trabalho, a fim de que Fosseencaminhado ao Senhor,procurando infundir em todos que serviam na instituiyao ossentimentos de bondade, de cortesia e de amor para com ascrianyas, assim como reciprocamente.

Diversas maezinhas desencarnadas velavam pelas filhi-nhas, procurando auxiliar os servidores dedicados, enquantooutras, ainda em aturdimento, nao compreendiam bem 0 quelhes houvera acontecido, mas davam-se conta da presenya da-quelas aIminhas queridas.

Espiritos bons e laboriosos, nesse clima de elevadas vi-brayoes, contribuiam para 0 bem-estar de todos, mantendo aharmonia e a alegria de viver que se manifestavam entre os queali residiam ou apenas trabalhavam. Como resultado feliz, 0

serviyo transcorria de maneira exitosa, enriquecedora, cheiode compensayoes emocionais.

Fez-nos muito bem a visita, porque nos facultou consta-tar que 0 primeiro passo para a vit6ria do bem e a transforma-yao moral da criatura humana para melhor, superando as masinclinafoes e adotando os comportamentos saudaveis.

A grande e grave batalha sempre se ha de travar naspaisagens intimas de cada qual, a fim de que se the opere ainstalayao do amor e da verdade nos sentimentos. Nao setrata de uma luta Eacil, porquanto somos herdeiros de viciose de desmandos que se prolongaram atraves dos milenios,ate quando nos foi possivel despertar para as emoyoes reno-vadoras e positivas, que devem predominar sobre as paixoesanimalizantes.

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Sempre tern havido preocupac;:ao em conseguir-se vito-ria contra os outros, aqueles que sao denominados inimigos,quando os verdadeiros adversarios se encontram escondidosou desvelados nos rinc6es escuros de cad a alma.

Nao foi, por outra razao, que Jesus acentuou a responsa-bilidade de cada urn, quando informado da sua imortalidade edos legitimos valores que dignificam e libertam a consciencia.

Por sua vez, 0 Espiritismo veio para despertar 0 ser paraa vivencia dos postulados nobres que se apresentam como asvirtudes tradicionais, ampliadas pelas realizac;:6esde elevac;:aomoral e comportamental.

Autovigiar-se, desse modo, constitui dever intransferivelde todos aqueles que desejamos a concretizac;:ao da ordem edo bem viver entre as criaturas terrestres, de modo a estarmospreparados para nao dar guarida as intuic;:6es do mal, repre-sentado pelas anti gas tendencias, pelas sensac;:6esprimevas,pelos terriveis vil6es descendentes do ego, os filhos do medo,da ira e de seus sequazes.

Renovados e alegres, demandamos outras entidades de-dicadas ao Bern e fomos visitar urn lar de idosos dirigido pordisdpulos de 0 Consolador.

Tratava-se de uma area arborizada nos arredores da ci-dade, onde se havia construido dois edificios, cada qual comdois pisos e diversas areas entre jardins bem cuidados, comrecantos adornados de bancos de Ferro pintado, que serviampara a convivencia fraternal entre os internos.

Urn dos edificios era totalmente dedicado aos peque-nos e confordveis apartamentos, ora masculino, ora feminino,evitando qualquer tipo de segregacionismo, tendo como refe-rencia os nucleos familiares convencionais.

Dois apartamentos comunicavam-se, tendo 0 sanitarioentre ambos, de forma que poderia atender os residentes semqualquer problema. Duas camas asseadas compunham 0 dor-

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mitario simples, tendo, ao lado de cada uma, pequena mesaonde se colocavam objetos de uso pessoal, fotografias de seresqueridos, livros ...

Os pacientes, alguns em avan<;:adaidade, com os distur-bios da senilidade, assim como das enfermidades dilacerado-ras, eram tratados com carinho e bondade.

Diariamente havia estudos de 0 Evangelho Segundo 0

Espiritismo,de Allan Kardec, em cujas ocasi6es 0 importantetern a da morte era examinado criteriosamente, sem amea<;:asde puni<;:6es no Alem-tumulo nem privilegios ao despertar-sefora da materia densa. Tudo era realizado com grande simpli-cidade, mas com carinho fraternal, que deixava transparecer aconsci<~ncia do dever bem cumprido.

Alguns enfermos em delirio gritavam ou blasfemavam,riam ou agitavam-se sob controle do medico de plantao, dosauxiliares e dos Benfeitores espirituais que ali mourejavam.

Recepcionados peIo irmao Aurelio, encarregado daobra, porquanto fora 0 seu fundador, fazia mais de cin-quenta anos, agora desvestido da materia, tivemos a imensaalegria de percorrer todos os setores, ouvindo as explica<;:6esdo amigo espiritual que prosseguia no afa a que se dedicarana Terra.

Tomando conhecimento do nosso interesse em co-nhecer algumas obras de beneficencia, para ampliar 0 nossoaprendizado, 0 amigo Aurelio indicou-nos uma Casa de amordedicada ao repouso de pacientes saidos de hospitais, que an-tes ficavam ao desamparo, no dificil periodo da convalescen<;:a,principal mente aqueles que vinham de cidades interioranaspara tratamentos cirurgicos.

Dando-nos corretas informa<;:6es, demandamos 0 aben-<;:oadolar, em edificio moderno de tres pisos, com diversos se-tores de atendimento aos sofredores do caminho, assim comorealizando atividades doutrinarias do Espiritismo.

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Fomos recebidos, a entrada, por veneravel benfeitor daHumanidade, que deixara na Terra uma obra incomum nasterras da antiga Africa equatorial francesa, e que tambem co-operava naquele ninho de amor.

Surpreendidos pela sua presenya, 0 sabio amigo perce-beu-nos a perplexidade, e com naturalidade explicou-nos queo amor nao tern patria, elucidando:

- Quando jovem, vinculado a musica erudita que dedi-lhava com brilhantismo no orgao, nao vacilei em transferir-medas paisagens formosas do beryo natal para 0 clima asfixiantedas florestas africanas, em nome do amor de Jesus pelos Seusirmaos infelizes ... Depois da desencarnayao, porque atraidopelo afeto dos fundadores daquele lar, urn casal totalmentededicado ao bern, na sua sublime expressao da caridade, con-cordara em participar do formoso ideal de serviyo aos maiscarentes.

Conduziu-nos aos diferentes recintos, especialmente asenfermarias-dormitorios onde se encontravam mulheres e ho-mens em processo de recuperayao dos tratamentos cirurgicos aque foram submetidos, enquanto outros, que viviam nas ruas,ali encontravam 0 amparo que os predispunha a recuperayao,para 0 retorno a vida social.

Coincidentemente, naquele momenta adentraram-se osfundadores, abnegado casal de servidores de Jesus, infatigaveisobreiros da beneficencia.

A senhora estava aureolada por delicada filigrana de luz,demonstrando grande sensibilidade mediunica, enquanto 0

esposo, igualmente confiante no bern, dialogava a respeito dasnecessidades da Casa que, no momento, experimentava algu-mas dificuldades econ6micas, questao essa, porem, que naoperturbava 0 seu programa.

Visitando os enfermos, podemos constatar que algunsmantinham os vinculos com os adversarios espirituais, de

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que se iam libenando em razao das terapeuticas espiritas aliaplicadas, dos passes, da igua fluidificada, das psicoterapiasevangelicas, das desobsessoes realizadas no Centro Espirita,em dependencia pr6pria.

Amigos de ambas as esferas da vida encontravam-se aolado de trabalhadores voluntirios que se ofereciam para ajudaros irmaos internos ate quando podiam retornar aos seus sitiosde origem. Alguns familiares dos mesmos, hospedados empensoes modestas, nas proximidades, tambem os visitavam,agradecidos e tomados de santas vibra<roes de paz.

Terminado 0 nosso periplo, agradecemos ao gentil Es-pirito que nos recepcionou, e demandamos outras entidadessocorristas, adquirindo experiencias necessirias ao labor deautoilumina<rao, verificando, nao raro, 0 desinteresse da cria-tura humana comum, preocupada com as suas pr6prias ne-cessidades, assim como dos poderosos do mundo, muitos dosquais totalmente divorciados dos deveres da solidariedade, quedevem viger em todos os cora<roes.

Permanecemos, tambem, por um pouco, visitando os an-tros da drogadi<rao, nas quadras da cidade, nos jardins publicos,nos becos escusos, onde crian<rasse entregavam ao uso transtor-nador do crack, alguns apresentando ji os simomas dos desarran-jos cerebrais em ressonancia comportamemal afligente.

A paisagem humana, sempre agonica, despertava-nos ossentimemos de compaixao e de miseric6rdia, levando-nos a ora-<raointercess6ria em favor de todos os dominados peIos vicios, ostombados nas urdiduras do mal que praticaram contra si mesmosem outras existencias, quando se permitiram a luxuria, a soberba,o crime legal ou nao, agora colhidos nas redes fortes das repara-<roesinadiiveis peIo sofrimento a que faziam jus.

As horas transcorreram com velocidade, e ap6s a convi-vencia util com os seareiros da bondade, retornamos ao nucleoem que nos hospedivamos.

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PREPARATIVOS PARAA CONCLUSAO DO LABOR

};;Oite, em especial, estava esplendida, banhada pelas

miriades de astros, quais diamantes estelares pis candoo zimb6rio em festa.

Sopravam as ansias da Natureza carreando ondas deperfume nos brac;:osda leve brisa. Era primavera na regiao, e 0

solo, coberto de relva macia e plantas delicadas, exultava anteas benc;:aosda vida.

Nosso benfeitor, que demonstrava peculiar alegria, elu-cidou-nos que se fazia necessaria uma revisao dos lab ores quehaviamos realizado durante 0 periodo de tres meses, desde aprimeira incursao a assolada regiao de Sumatra, na Indonesia,ap6s a qual, com outros companheiros retornamos ao planet aquerido para os trabalhos em torno das reencarnac;:oes durante

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o periodo da grande transiyao, culminando com as experien-cias ao lado dos irmaos profundamente equivocados e entre-gues ao Mal.

Outros serviyos, que se encontravam programadosnas regi6es mais infelizes, que sediavam os Espiritos re-beldes e contumazes na crueldade, ficariam para momentaadequado, quando fossem estabelecidos os padmetros so-corristas para esse fim. Entre esses, receberia cuidados espe-ciais a visita a regiao infernal em que se encontravam 0 ra-bino Eliachim ben Sadoch e os seus suditas desvairados ...o trabalho do bem, que nao cessa nunca, prosseguiria emoutras areas, contribuindo para 0 progresso da sociedade edo amado planeta.

Ap6s as instruy6es, como the era habitual, iniciamos ajornada visitando alguns dos muitos casais que se oferecerampara 0 programa das reencarnay6es dos convidados de Aldo-ne, assim como dos Hustres missionarios do passado, ora deretorno, ficando, para a etapa final, a instituiyao espirita ondenos sediaramos em outra ocasiao, de modo a encerrarmos 0

compromisso assumido naquele reduto de amor e de caridade,onde inconraveis benyaos eram prodigalizadas a todos.

E evidente que a programayao das reencarnay6es cui-dava tambem daquelas normais no planeta, dos Espiritas queretornavam em condiy6es melhores para poderem participarda construyao do novo projeto de iluminayao das vidas, assimtambem apressando a transiyao.

Milh6es de Espiritos terricolas, portadores de titulos deenobrecimento, encontravam-se assinalados para 0 prossegui-menta de suas tarefas, conforme nos referimos anteriormente,renascendo neste periodo formoso de renovayao e de esperanya.

Todos, certamente, estariam sob os cuidados especiaisdos encarregados da Nova Era, de modo que ninguem pudessesofrer qualquer tipo de impedimento, desde que se encontran-

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do voltado para os compromissos relevantes e mantendo osprop6sitos de edificayao interior.

Nao houve antes, em qualquer epoca, uma revoluyaoespiritual de tal porte, grayas ao significado de que se re-vestem estes magnos momentos da evoluyao espiritual dascriaturas.

A alegria dos responsaveis pelas reencarnayoes que, dealguma forma, receberam nossa contribuiyao, era imensa.

Visitando-os e dialogando com os mesmos durante 0

parcial desprendido pelo sono fisio16gico, participamos da suaemoyao e dos seus anseios, a fim de que logo pudessem ter noregayo os filhinhos bem-amados, com eles trabalhando nosprojetos da nova Terra, do mundo de promissao ...

Nesses momentos, atingiam emoyoes que se convertiamem lagrimas de jubilos e de gratidao a Deus, pela relevancia docompromisso espontaneamente assumido.

A sublime concessao da progenitura para todos era por-tadora de urn significado muito especial, porque facultava-lheso desenvolvimento das emoyoes que se derivam da cocriayaoao lado do Excelso Criador.

Por sua vez, os reencarnantes preparavam-se com afin-co para corresponder as expectativas da investidura de que sefaziam responsaveis.

Qualquer clarao na escuridao e no tremedal chama aatenyao, atraindo para sua luminosidade, portanto, para 0 seuepicentro, aqueles que se demoram na treva. Eles seriam, dealguma forma, os novos portadores dos padroes de compor-tamento moral e espiritual, enfrentando os desafios graves eas perturbayoes que seriam movimentadas com 0 objetivo dedificultar-lhes 0 avan<;:o.

Sempre ocorre esse fenomeno, que e resultado da rebel-dia dos insensatos ante a serenidade dos portadores dos signi-ficados existenciais, que nao se encerram com 0 tumulo. Em

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todas as epocas, os bons e nobres nos deveres foram malsina-dos, incompreendidos, perseguidos, sofrendo 0 sarcasmo e 0

repudio de quantos se comprazem nas situayoes abominaveisem que permanecem.

Nunca, porem, lhes faltarao, com certeza, os recursosoriginados no mundo espiritual de onde todos procedemos, afim de que os empreendimentos superiores fayam-se coroar doexito anelado.

Continuamos a ver a descida dos fasciculos de luz na di-reyao do orbe terrestre, representando os seres tutelares quepenetravam na atmosfera planetaria para 0 desempenho dagrandiosa tarefa.

Por outro lado, tomavamos conhecimento das ondasvolumosas de horror e de sofrimento que esmagavam comuni-dades inteiras, asfixiando os ideais de muitos e fazendo derruirtodas as construyoes que nao estivessem com os seus alicercesfincados na rocha, conforme a expressao vigorosa de Jesus.

De alguma forma, essa luta e bastante antiga, porquesempre houve bons e maus Espiritos na Terra, aqueles que ele-geram 0 progresso como normativa existencial e aqueloutrosque optaram por veredas diferenciadas, vinculando-se aos re-comeyos aflitivos e angustiantes ...

Ja nos encontravamos no recinto elegido para 0 en-cerramento da nossa eXCUfsao,quando Dr. Silvio foi procu-rado por um dos membros espirituais da Casa querida.

Apresentando grave apreensao na face, 0 bondoso amigosolicitou a ajuda do benfeitor para um dos mediuns abnegadosda instituiyao que, naquele momento, se encontrava em umasituayao muito grave.

N arrou, em breves palavras, 0 acontecimento, solicitan-do a interferencia do generoso guia.

Tratava-se de um assalto a mao armada, a um traba-lhador de Jesus, encontrando-se ele ameayado de morte porum bandido fortemente drogado.

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Orando, na critica situa<;:ao,havia recorrido a ajuda dosseus mentores, e, por isso, a sua prece fora ouvida, chegandoate nos.

Sem mais delongas, 0 benfeitor convidou-nos a acom-panhar 0 intermediario da solicita<;:ao e, deparamo-nos numarua de pessimo aspecto, em sombras dens as como decorrenciados fluidos deleterios de que se vestia a regiao dedicada ao co-mercio da carne humana ...

o assaltante exigira que the fossem entregues 0 relogio,o telefone celular, 0 dinheiro, e estava em duvida se 0 matariaou 0 deixaria no corpo, quando nos acercamos da cena peri-gosa. A arma oscilava na sua mao tremula, mantendo 0 dedono gatilho em posi<;:aode disparo.

Vitimado por terrivel obsessor que 0 infelicitava, 0 jo-vem adicto, usuario de drogas fortes, recebia a inspira<;:ao crueldo adversario para que ceifasse a vida daquele que se the £izeravitima indefensa.

Nesse momento, Dr. Silvio dirigiu 0 pensamento nadire<;:ao do desencarnado cruel e admoestou-o, informandoque ele seria responsavel por ambas as existencias, tanto a doassassinado como a do assassino, que iria adicionar mais essahediondez ao seu curriculo nefasto.

Com austeridade, tocou na fronte do assaltante, que seencontrava sob a a<;:aodo malfeitor desencarnado, logrando in-terromper 0 fluxo da inspira<;:ao inferior, enquanto pos-se a in-duzi-lo a que interrompesse 0 que se converteria em latrocinio.

As descargas de energia do Dr. Silvio atingiam-lhe oschakras coronario e cerebral, produzindo a libera<;:ao momen-tinea do adversario frio e inclemente, e, de imediato, impos-lhe uma nova onda de energia vigorosa no centro cardiaco, queteve 0 efeito de produzir-lhe urn grande choque emocional,fazendo-o derrubar 0 revolver, fazendo-o tombar em seguidavitimado por uma hipotensao circulatoria ...

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Evandro, 0 medium aturdido, percebeu a interferenciado abnegado benfeitor, refez-se do choque, recuperou os seusobjetos e, teleguiado pelo guia, afastou-se do local tenebrosoem que se encontrava.

Dominado por diferentes emo<;6es que agora 0 visita-Yam, come<;ou a recordar-se do motivo que 0 levara aquelelugar umbralino, dando-se conta de que 0 seu era urn objetivocristao: caridade a uma jovem mulher em estado lastimavelno catre miserivel do pardieiro onde, anteriormente, vendia 0

corpo exausto e descarnado, vivendo os ultimos momentos daatormentada existencia terrestre ...

Nao era a primeira vez que a visitava, desde quandofoi informado da degrada<;ao da sua existencia, levando-Ihesocorros alimendcios e moedas para a sustenta<;ao do corpofragilizado e vencido, enquanto 0 anjo da morte rondava-Iheos dias de sofrimento.

As lagrimas escorreram-Ihe dos olhos semiabertos, en-quanto the podiamos ler os pensamentos caracterizados pelacompaixao, mas inspirado pelo mentor gentil, tomou 0 mmodo lar. ..

Ainda e urn grande desafio a a<;ao do bem no mundotumultuado da atualidade. Nem por isso, devem desanimaraqueles que se dedicam a pratica da caridade e ao exerdcio dobem fazer, porquanto, se existem os carrascos do alem, sempredispostos ao crime hediondo, tambem pululam os anjos tutela-res, vigilantes e rapidos, na execu<;ao da legitima fraternidade.

Pouco depois, 0 alvoro<;o tomou conta do s6rdido redu-to, quando alguem viu 0 jovem desmaiado que, nesse momen-to, despertava, alquebrado e ainda sob 0 efeito da drogadi<;aoe do choque vibrat6rio que experimentara ...

Como era conhecido na area, logo 0 caso foi encerrado,ap6s alguns comentarios desairosos, e 0 local voltou a sua con-di<;ao tenebrosa de reduto do crime e da vulgaridade.

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Concluida a nova tarefa, retornamos ao seio generosoda Casa Espirita, onde fomos recepcionados pelo mentor ediversos colaboradores, inclusive, 0 guia espiritual do nossoEvandro.

A noite seguia alta e as mas lentamente ficavam deser-tas, movimentadas por alguns transeuntes retardad.rios.

o santuario que nos acolhia estava envoltoem pe-regrina luz safirina que 0 inundava em todos os recantos.Trabalhadores desencarnados encontravam-se presentes,porque for am informados do encerramento das nossas ati-vidades na atual conjuntura, bem como diversos mediuns eamigos de Jesus, em desdobramento parcial pelo sono fisio-logico, igualmente ali se encontravam desejosos de partici-par das nossas despedidas ...

Conduzidosao salao de conferencias e de estudos, quese encontrava repleto, 0 caroavel guia da Casa convidou nossobenfeitor a sentar-se a mesa diretora, enquanto fomos condu-zidos a lugares reservados a frente e os demais convidados aco-modavam-se nos assentos para eles reservados. Urn mesaninoelaborado por energias espirituais, ao fundo, apresentava-se,tambem, totalmente tornado.

No silencio natural que se fez, ouviu-se uma doce me-lodia que nos parecia chegar de desconhecida regiao espiritu-aI, enriquecida por vozes infantis, exaltando a vida e 0 amor,enquanto £locos delicados de subsdncia luminosa caiam emabundancia sobre todos, recolhidos em silenciosa ora<;ao.

Quando os ultimos sons desapareceram suavernente, amentora Joaquina ergueu-se e orou comovidamente, rogandoas ben<;aos de Jesus para a reuniao, suplicando-Lhe a presen<;asublime, de modo a vitalizar-nos, carentes que somos de auxi-lio e de sabedoria.

Os mediuns presentes, que se encontravam proximos denos, concentrados, passaram a exteriorizar energia semelhante

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ao ectoplasma que se direcionava para urn tubo transparemecolocado sobre 0 estrado onde se encomrava a mesa diretora.

Lentameme, aquele vapor ademrou-se no cilindro e co-me<;:oua formar uma figura humana, que logo idemificamoscomo 0 Dr. Anemio Guimaraes, 0 que nos produziu indiziveljubilo.

Quando terminou a materializa<;:ao, ele saiu do local emque se condensou, e acercando-se da tribuna, exteriorizando aluminosidade do seu estado de eleva<;:aomoral, falou com belaemona<;:ao vocal:

''Aben<;:oe-nos Jesus, 0 sublime Guia da Humanidade."Hi pouco tempo, nossos projetos eram possibilidades

em delineamemo, que hoje se converteram em realidade, gra-<;:asao devotamemo dos servidores sinceros do Bern.

"Inumeros grupos de trabalhadores do Evangelho emnosso plano desceram a Terra, a fim de criarem condi<;:6espara a instala<;:ao do Reino dos Crus nos cora<;:6es, e agora,de retorno a nossa comunidade, deixam espa<;:o para ou-tros lidadores darem prosseguimento ao programa, que seefetivara con forme 0 progresso dos resultados colhidos nasexperiencias iniciais.

''Antevemos, felizes, os futuros dias de renova<;:aototal doplaneta no seu aspecto moral, quando os Espiritos retardatiriostransferirem-se para outros mundos, onde irao operar 0 progres-so que se negam neste momento e os mensageiros da luz trans-formarem os mecanismos de guerra em instrumentos de paz, osvicios e crimes em espeticulos de amor e de liberta<;:ao.

"Os trabalhadores da grande transforma<;:ao encon-tram-se, hi algum tempo, operando diligentes nos maisvariados segmemos sociais e culturais da Terra.

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"Nestes dias, porem, dao-se as grandes migra<;:6esdeEspiritos felizes, interessados na modifica<;:ao das estruturassociais do mundo para melhor, quando a dor fugid. enver-gonhada, por desnecessidade da sua presen<;:aentre os sereshumanos.

"Tornando factivel a promessa de Jesus, a respeito domundo de regenera<;:ao,a caminho de paraiso ou planet a feliz,os abnegados obreiros da Espiritualidade preparam 0 ambien-te em que deverio viver esses construtores do amanha.

"Congratulamo-nos com os queridos irmaos que agoraencerram 0 seu periplo de fraternidade, apos 0 periodo quelhes foi concedido para a execu<;:aodo projeto.

"Como nao existe entre nos 0 repouso em forma deociosidade, passado breve periodo de renova<;:aoe de estudos,os mesmos volverao ao proscenio terrestre para novas inves-tiduras espirituais, contribuindo mais eficazmente junto aosrebeldes e insanos, em tentativa de desperta-los, a fim de quedisponham da oportunidade para 0 arrependimento e a reti-fica<;:aomoral, ao inves do exilio que lhes sed. imposto pelaDivina Legisla<;:ao.

"Certamente, serao atividades mais penosas e desafia-doras do que as que foram realizadas durante 0 periodo quehoje se encerra.

"Confiamos que 0 Sublime Trabalhador nos equipad.de recurs os e nos instrumentalizad. para a execu<;:aodo fu-turo programa, de forma identica a esta que se conclui emben<;:aos.

"Que Ele mesmo, nosso Exemplo e Modelo, nos con-duza com 0 Seu carinho, sao os votos deste vosso amigo de-votado e fiel."

Quando silenciou, novamente ouvimos a musica angeli-cal e as vozes infantis em hosanas a Jesus e a vida.

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Retornou ao cilindro e diluiu-se diante dos nossos olhosorvalhados de lagrimas quentes ...

Foi a vez do Dr. Silvio erguer-se para agradecer a todosquantos cooperaram com a equipe que the coube dirigir.

Com a voz embargada, exorou:

Convidaste-nos para trabalhar na Tua seara, e to-talmente desequipados apresentamo-nos, a ultima hora,quando nos recebeste, oftrecendo-nos 0 campo a lavrar.

Embora 0 dia se apagasse em a noite que se apro-ximava, permitiste que nos apressdssemos e ardssemos asterras dos corafoes endurecidos, a fim de podermos nelasensementar a Tua palavra de amor e luz.

Apos os anteriores fracassos em que tombamos, niiotergiversaste em conceder-nos 0 lastro da confianfa para aexecufiio do Teu programa de renovafiio da Terra, apesarda nossapouca experiencia e quase nenhuma sabedoria.

Mesmo lutando contra as nossas imperfeifoes, visi-taste-nos, vezes incontdveis, afim de sustentar-nos no esfor-fO de autotransformafiio para melhor, a fim de podermosenfrentar os desafios internos e solucionar as dificuldadesexteriores.

Os dias passaram na ampulheta do tempo e chega-mos a etapa final com as miios quase vazias de ftitos, em-bora 0 corafiio e a mente agradecidos por todas as Tuasformosas concessoes.

Perdoa-nos a impericia, as limitafoes, as dificul-dades, porem, 0 que possuimos de melhor oftrecemos aoservifo, e 0 que muito gostariamos de realizar, tentamosfaze-Io, permanecendo dispostos para os empreendimentosdo futuro.

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Honra-nos com novos convites e enriquece-nos com aTua incompardvel misericordia, facultando-nos novos co-metimentos de luz.

Agradecemos- Te, Senhor nosso, depositando no Teucoraflio amoroso os nossos melhores sentimentos de ternurae de gratidao.

Encerrada a bela reuniao, lentamente chegou a hora dasdespedidas.

Repassamos pela mente e pela emoc;:ao todos os lancesdo empreendimento, desde 0 primeiro tentame junto as vi-timas do tsunami do oceano Indico ate 0 socorro ao jovemmedium, concluindo pela vit6ria do amor em todas as suasexpressoes.

Raiava novo dia, quando nossa caravana, ainda sob 0

comando do Dr. Silvio Santana, retornou ao nosso plano es-piritual.

A medida que nos afastavamos da Terra querida, po-diamos ve-Ia envolta em luz azul, rodopiando no Cosmo eavanc;:ando no rumo de planeta de regeneraflio.

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IVONCOSTANascido na cidade de Sao

Manuel- MG, hoje Eugenopo-lis, no dia 15 de julho de 1898e desencarnado em Porto Ale-gre/ RS, no dia 9 de janeiro de1934, com apenas 35 anos deidade, Ivon Costa foi urn dosmais notaveis conferencistas es-pfritas do Brasil, contribuindodecisivamente com sua palavraabalizada e esclarecedora nosentido de dinamizar a difusao

da Doutrina Espfrita, 0 que fez com fibra inquebrantavel everdadeiro denodo.

Dotado de invejavel dom de oratoria e possuindo urnmagnetismo contagiante e uma voz privilegiada, arrebatava osauditorios com a forc;:ade sua argumentac;:ao.

Foi seminarista, entretanto, quando faltavam apenasdezenove dias para a sua ordenac;:ao sacerdotal, constatou-seque ele nao possufa certidao de batismo. Em face da confusaoestabelecida, Ivon desistiu de seguir a carreira eclesiastica.

Dirigiu-se, entao, para 0 Rio de Janeiro onde estudoue se diplomou em Medicina. Era notavel poliglota, falandoperfeitamente 0 frances, 0 ingles, 0 alemao e 0 espanhol.

Atravessando, certa vez, uma fase diffcil em sua vida,viu-se defronte de urn centro espfrita, onde se realizava umareuniao publica. Movido por estranho impulso adentrou asede da instituic;:ao e ali ouviu os comentirios sobre a Codi-ficac;:aoKardequiana. Ao retirar-se, estava transformado, poishavia encontrado a resposta a todas as suas indagac;:oes.

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Tornou-se espirita e iniciou logo as tarefas de pregador.Possuindo s6lida bagagem intelectual e medium que era, des-tacava-se com raro brilhantismo na tribuna, mantendo, alemdisso, dialogo com os assistentes, a fim de esclarecer melhor osargumentos empregados nas conferencias.

Percorreu tambem paises da Europa, entre eles Portu-gal, Espanha, Fran<;a, Holanda, Belgica e Luxemburgo.

Certa vez, ia falar em Macei6 - AL, num teatro aluga-do, mas, pouco antes da conferencia, 0 teatro foi fechado porordem do bispo local. 0 publico, inconformado com a atitudedo clero, levou-o a pra<;a, onde a palestra foi realizada. Emrepresalia, os sinos da igreja repicaram e alguns fanaticos lheatiraram pedras; porem, ele suportou tudo com estoicismo everdadeiro espirito de renuncia.

Ivon Costa residiu dois anos na Alemanha. Em seguidamudou-se para Paris, onde exerceu a fun<;ao de interprete decinema, na Paramount. Em todos os lugares por onde passava,deixava as sementes da Doutrina dos Espiritos. Tambem par-ticipou do Congresso Internacional de Espiritismo, em Haia,Holanda.

Em 1932 Ivon Costa retornou definitivamente para 0

Brasil, passando a residir em Porto Alegre, onde clinicava gra-tuitamente.

Podemos afirmar que Ivon Costa foi 0 primeiro espiritaque mais excursionou no prop6sito de prop agar os ideais re-encarnacionistas, sendo a sua tarefa muito semelhante aqueladesempenhada pelos grandes tribunos Vianna de Carvalho eDivaldo Franco.

Da sua obra missionaria resultou a funda<;ao de elevadonumero de sociedades espiritas em todo 0 Brasil.

Fonte de consulta:Livro Personagens do Espiritismo, de Antonio de Souza Lucena e PauloAlves Godoy - Edi<;:6esFEESPhttp://www.espiritisffiogi.coffi.br/biograflas/ivon.hrffi

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'Estamos no limiar da grande transi<;ao, em que 0

nosso planeta passad. da condi<;ao de mundo de'. provas e expia<;6espara mundo, de .regenera<;ao. Isso

ja constava no planejamento celestial hi muito tempo e naose dad., obviamente, num passe de magica, poisse tratade urn processo'de tra~§forma<;ao lento e gradual, pon~m,impostergavel. '

As tragedias naturais, como 0 tsunami do oceano Indico- objeto de nossas considera<;6es- fazem parte desse processo,pois elas tern 0 objetivo.~e fazer a Humanidade progredirmais depressa, atraves do expurgo daqueles espiritos calcetas,refratarios a ordem e a evolu<;aomoral e espiritual, que janao podem mais ser retardadas. Eles passarao algum tempoem outras esferas, aprendendo as leis do Amor e do Bern, ateque tenham condi<;6esde retomar ao nosso planeta, para darseu contributo em beneficio do progresso da Humanidade.

Nesta extraordinaria Obra, nossos caros leitoresconhecerao os mecanismos e as raz6es de ordem superiorda transi<;ao planetaria, em favor das mudan<;as urgerltese necessarias que promovam 0 respeito as leis, a etica' e "aNatureza, transformando 0 homem num ser i4tegral,consciente dos seus deveres para com Deus, consigopr6prio~ o.proximo.