SP FAZ ESCOLA CADERNO DO PROFESSOR LÍNGUA PORTUGUESA ENSINO FUNDAMENTAL VOLUME 3
SP FAZ ESCOLA CADERNO DO PROFESSOR
LÍNGUA PORTUGUESA
ENSINO FUNDAMENTAL
VOLUME 3
Governo do Estado de São Paulo
Governador João Doria
Vice-GovernadorRodrigo Garcia
Secretário da EducaçãoRossieli Soares da Silva
Secretário ExecutivoHaroldo Corrêa Rocha
Chefe de GabineteRenilda Peres de Lima
Coordenador da Coordenadoria PedagógicaCaetano Pansani Siqueira
Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da EducaçãoNourival Pantano Junior
SP FAZ ESCOLA CADERNO DO PROFESSOR
LÍNGUA PORTUGUESA
ENSINO FUNDAMENTAL – 6º ANO
VOLUME 3
Língua Portuguesa
Desenho de Lívia Maria dos Santos Amaral, 12 anos, 6º ano - E.E. Comendador Antônio Figueiredo Navas, Lins, SP
Olá!
A Situação de Aprendizagem que você desenvolverá neste material pretende
trabalhar habilidades relacionadas às práticas de:
leitura;
oralidade;
produção textual;
análise linguística/semiótica.
Essas práticas, por sua vez, estão articuladas a alguns campos de atuação social:
o da vida pública;
o das práticas de estudo e de pesquisa;
o da arte e da literatura;
o do jornalístico/midiático.
Utilize este material como parte de seus estudos, associando-o a outros que
venham a complementar sua jornada no campo do conhecimento.
Equipe Pedagógica de Língua Portuguesa
CADERNO DO PROFESSOR
SUMÁRIO
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 – HISTÓRIAS REINVENTADAS
Atividade 1 – Oralidade, escrita, representação
Atividade 2 - Considerações
Atividade 3 – Comparando textos
Atividade 4 – O texto em síntese
Atividade 5 – Experiências com a escrita
Atividade 6 – Trabalhando com outras personagens
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 – NÓS VAMOS INVADIR SUA PRAIA!... E OUTRAS
HISTÓRIAS
Atividade 1 – Que bicho é este? Um bate-papo e tanto!
Atividade 2 – Leitura compartilhada
Atividade 3 – Desvendando o mundo dos bichos
Atividade 4 – O homem e a natureza: cenários
Atividade 5 – Leitura e análise linguística
Atividade 6 – O gênero textual verbete enciclopédico: leitura e produção
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 – HISTÓRIAS RESGATADAS
Atividade 1 – Informação, história e memória
Atividade 2 – Foto e legenda: linguagem e sentido
Atividade 3 – Linguagem: Intencionalidade e sentido
Atividade 4 – Práticas de produção de linguagem
Atividade 5 – Uma memória, uma história
Atividade 6 – Doce de infância: memória e registro
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 – HISTÓRIA DA CARICATURA, CARICATURA DA
HISTÓRIA
Atividade 1 – Linguagem caricatural e sentido
Atividade 2 – O retrato caricatural
Atividade 3 – Meme, cartum e charge: efeitos de humor
Atividade 4 – Você sabia que... um convite à história
Atividade 5 – Charge: humor, crítica e opinião
Atividade 6 – Produção de texto: do meme à biografia
Língua Portuguesa
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 – HISTÓRIAS REINVENTADAS
Nesta Situação de Aprendizagem (SA), você desenvolverá atividades de leitura, de escrita e de oralidade voltadas à organização e à interpretação de textos. Veja, a seguir, alguma s habilidades, entre outras, que começaremos a desenvolver:
EF69LP53
Ler em voz alta textos
literários diversos, bem como leituras orais capituladas
(compartilhadas ou não com o professor) de livros, contar/
recontar histórias tanto da tradição oral, quanto da
tradição literária escrita, expressando a compreensão e
interpretação do texto por meio de uma leitura
ou fala expressiva e fluente, gravando essa
leitura ou esse conto/
reconto, seja para análise posterior.
EF67LP28
Ler e compreender –
selecionando procedimentos e estratégias de leitura
adequados a diferentes objetivos e levando em conta
características dos
EF06LP11
Utilizar, ao produzir textos em diferentes gêneros,
conhecimentos linguísticos e gramaticais: tempos verbais,
concordância nominal e verbal, regras ortográficas,
pontuação etc.
EF67LP30 Criar narrativas ficcionais (contos, narrativas de enigma, crônicas, entre
outros) que utilizem cenários e personagens realistas ou de fantasia,
observando os elementos da estrutura narrativa
próprios ao gênero pretendido, tais como enredo, personagens,
EF67LP27
Analisar, entre os textos
literários e entre estes e outras manifestações artísticas
(como cinema, teatro, música, artes visuais e midiáticas),
referências
explícitas ou implícitas a outros textos, quanto aos
temas, personagens e recursos literários e
semióticos.
EF69LP46
Participar de práticas de
compartilhamento de
leitura/recepção de gêneros e suportes –, romances infanto-juvenis, contos populares, contos
de terror, lendas brasileiras, indígenas e
africanas, poemas, entre outros, expressando
avaliação sobre o texto lido e estabelecendo
preferências por gêneros,
temas, autores.
tempo, espaço e narrador, utilizando tempos verbais adequados à narração de
fatos passados, empregando
conhecimentos sobre diferentes modos de se iniciar uma história e de
inserir os discursos direto e indireto.
obras literárias/
manifestações artísticas, tecendo, quando
possível, comentários de ordem estética e afetiva.
EF69LP07A
Utilizar estratégias de planejamento, elaboração,
revisão, edição, reescrita/ redesign e avaliação de
textos.
EF69LP54
Analisar os efeitos de sentido decorrentes da interação entre
os elementos linguísticos e os recursos paralinguísticos e
cinésicos, que funcionam
como modificadores, percebendo sua função na
caracterização dos espaços, tempos, personagens e ações
próprios de cada gênero narrativo.
EF67LP29
Identificar, em texto dramático, personagem, ato,
cena, fala, indicações cênicas e
a organização do texto (enredo, conflitos, ideias
principais, pontos de vista, universos de referência).
Práticas de Linguagem
Leitura
Oralidade
Produção de Texto
Análise Linguística / Semiótica
EF67LP23A
Respeitar os turnos de fala,
na participação em
conversações e em
discussões ou atividades
coletivas.
CADERNO DO PROFESSOR
Os escritos acima, representados em várias línguas, associam-se à esfinge de Tebas, ser mitológico que
lançava charadas aos peregrinos (viajantes). Se os viajantes respondessem às perguntas por ela feitas,
eles eram liberados para continuarem a viagem. Se não respondessem, eram eliminados.
ATIVIDADE 1 – ORALIDADE, ESCRITA, REPRESENTAÇÃO
1- Observe a Esfinge de Tebas.
Texto 1
Desenho original: Marcelo Ortega (adaptado por Katia Pessoa)
(Produzido especialmente para esse material)
Sugere-se que os estudantes analisem o Texto I de forma livre, fazendo o levantamento das primeiras impressões como um reconhecimento de campo. Estímulos para análise: - Observar as cores, características da esfinge e o local em que ela está posicionada. - Observar as características das frases. Caso considere necessário, faça referência a desenhos animados, filmes produzidos, livros, entre outros elementos que rememorem a temática na arte e na literatura.
Fonte: Wikipedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/ wiki/File:Greciaantiga.png.
Acesso em: 14 fev. 2020. (adaptado)
Língua Portuguesa
O mapa é ilustrativo, mas pode ser analisado, fazendo referência à localização de Tebas e de Delfos. Perguntas que podem gerar pesquisas: - Por que o mapa destaca Tebas e Delfos? - Por que a flecha aponta para Delfos? A esfinge guardava Tebas e impunha aos visitantes a resolução de charadas. Para chegar ao oráculo de Delfos, os peregrinos precisavam passar por Tebas e enfrentar as perguntas da esfinge. Para complementação do estudo, sugerimos:
• História da Grécia antiga: Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=2AI3EqGSCh8. Acesso em: 23 jul. 2020.
• Considerações sobre Tebas, Delfos e outras Cidades-Estados: Disponível em: https://aulademitologia.wordpress.com/about/a-grecia/. Acesso em: 23 jul. 2020.
2- Seu desafio: Leia as frases que estão em volta da Esfinge. Todas elas significam a mesma
coisa. Algumas o ajudarão a fazer a tradução para a Língua Portuguesa.
a) Qual é a tradução?
Decifra-me ou te devoro.
b) Quais línguas podem auxiliar na tradução? Espera-se que os estudantes optem por “espanhol”, “italiano” e/ou “francês. Essa questão permite respostas variadas. Isso dependerá do repertório desses estudantes com relação ao conhecimento das outras línguas (como o “inglês”, por exemplo). Mesmo que eles digam não conhecer os idiomas elencados, o importante é que percebam não ser necessário conhecer esses idiomas a fundo para ligá-los à possibilidade de tradução. Verificar a semelhança sintática das orações e da escrita de alguns vocábulos pode ser um ponto de partida para o reconhecimento da expressão em português: “Decifra-me ou te devoro”.
3- Agora que você já desenvolveu a primeira tarefa, sua próxima missão será responder às
charadas abaixo. Se preferir, poderá trocar ideias com seus colegas.
a) Que é que anda com os pés na cabeça?
O piolho.
b) Qual é o homem que tem cabeça de boi, coração de carneiro e pés de porco?
O Minotauro.
c) Qual foi o castigo de Atlas?
A palavra “Atlas” é inspirada na mitologia grega, que narra a história do titã Atlas. Conta-se que Atlas tomou a frente das batalhas de Cronos e dos Titãs contra os deuses do Olimpo, deixando Zeus furioso. Como castigo, foi obrigado a carregar o mundo nas costas, para sempre.
d) Qual é o animal que anda de quatro patas de manhã, de duas ao meio-dia, de três à
tarde?
O homem. Segundo a Mitologia, a esfinge era um monstro alado com corpo de mulher
CADERNO DO PROFESSOR
Roteiro: A esfinge e o oráculo de Apolo
Cenário (Grécia Antiga)
Personagens (Pedrinho, Emília, Visconde, heleno, esfinge, Pítia, sacerdote, peregrinos)
Narrador
e de leão que afligia a cidade de Tebas. Primeiramente apresentava aos homens o
seguinte enigma: “Que animal anda pela manhã sobre quatro patas, a tarde sobre
duas e a noite sobre três?”. Depois, se nenhum dos viajantes conseguisse decifrar tal
enigma, a esfinge os devorava.
4- Conseguiu responder? Você teria passado pela Esfinge? Se não, não se preocupe. O texto
abaixo dará as respostas. Será?
Espera-se que o estudante responda afirmativamente. Caso contrário, retome e
intervenha para que ele chegue às respostas esperadas.
Texto 2
Cena 1
Pedrinho: Mas, afinal de contas nossa viagem a estes séculos não foi para aventurar, sim para procurar tia Nastácia. Temos de refletir nisso...
Emília: De refletir, não! Temos de indagar, de perguntar por ela a toda gente. Lá vem um homem. Vamos “bater papo” com ele.
(Entra um homem de meia-idade, caminhando na direção dos três. Pedrinho foi-lhe ao encontro).
Pedrinho: Meu senhor, andamos perdidos por estas terras e muito precisamos de informações. Andamos atrás de tia Nastácia. Quase que sei que ela está aqui, aprisionada por um dos monstros que atacaram o palácio do Príncipe Codadad. Mas onde?
O heleno: O remédio me parece uma consulta ao Oráculo de Delfos. Por que não o fazem? Para Delfos vou indo. Vocês poderão acompanhar-me.
Pedrinho: Ótimo! Mas o tal Oráculo adivinha mesmo as coisas?
O heleno: Por Zeus! Claro que adivinha, e por isso anda o santuário de Delfos sempre cheio de consultantes vindos de todas as partes do mundo. Reis e príncipes, negociantes e
pastores. A quantidade de donativos em depósito no templo é enorme. Não existe em parte
nenhuma do mundo santuário mais rico de prendas. Uns dão blocos de ouro; outros dão estátuas de mármore ou bronze. Há mais estátuas em Delfos do que em todas as cidades helênicas
reunidas.
Emília: E quem faz as adivinhações?
O heleno: A Pítia. É em Delfos que o grande Apolo se manifesta por meio de uma fenda na montanha, donde saem uns vapores miraculosos. A mulher que respira esses vapores sente logo uma
tontura, fica descabelada, de olhos enormes, a espumejar, e por fim solta as palavras de Apolo. Mas como nem sempre o que ela diz nos é inteligível, há os sacerdotes do santuário que as
interpretam, isto é, explicam o significado das palavras divinas.
Língua Portuguesa
Cena 2
(Continuaram a caminhar. Uma hora depois penetraram em zona montanhosa, que o heleno explicou ser a Montanha Esfíngia).
O heleno: Temos aqui de andar com muitas cautelas, porque a região é assolada por um monstro de grande crueldade. Aparece de improviso aos passantes e propõe-lhes enigmas. Quem não dá a solução certa é devorado.
Pedrinho: Não é a Esfinge?
O heleno: Sim, é esse o seu nome. A Esfinge é filha de outro monstro famoso, a Quimera de três cabeças.
Pedrinho (espantado): Aaaaaacho que ela te ouviu. Vejam! Um monstro horrível, cabeça de mulher, corpo de leão, asas de águia.
Esfinge (abre a boca e pergunta para Emília): Que é que anda com os pés na cabeça?
Emília: Piolho!
Esfinge: A rapidez te acompanha. Siga seu caminho.
Esfinge (para Pedrinho): Qual é o homem que tem cabeça de boi, coração de carneiro e pés de porco?
Pedrinho: O carniceiro!
Esfinge (para Visconde): Qual foi o castigo de Atlas?
Visconde: É o raio desta canastrinha da senhora Marquesa de Rabicó.
Esfinge: Está errada a resposta, mas você é tão exótico, que vou deixá-lo passar.
Esfinge (para o heleno): Qual é o animal que anda de quatro patas de manhã, de duas ao meio-dia, de três à tarde?
O heleno: Dididipapapa socoooorro!
Emília (para Pedrinho e Visconde): Temos de ajudá-lo. O enigma da Esfinge poderá ser enigma para as gentes daqui, mas para nós é velharia coroca. Vá por trás dele, Visconde, e dê a resposta, que é: “Homem”.
(Visconde se aproximou do heleno e cochichou-lhe a resposta exata. Mas quem disse da boca do heleno poder falar? O Visconde então fez uma voz grossa e disse, fingindo que era o heleno)
Visconde (aproxima-se do heleno se esconde atrás dele e pronuncia a resposta em voz alta): O animal que de manhã anda de quatro patas, e ao meio-dia anda de duas, e à tarde anda de três, é o Homem!
Esfinge (urrou desapontada): Passe, e depressa antes que eu me arrependa!
O heleno: Uf! Escapei de boa. Mas como é que vocês sabem decifrar estes enigmas? Eu, nem que levasse a vida inteira pensando, não seria capaz de resolver um só.
Emília: É que nós somos “macacos de circo!” Nunca nos apertamos. Não tive o menor medo da Esfinge pela certeza em que estava de que suas adivinhações seriam “canja” para nós. Vamos!
Visconde: Vejam! Uns começos de cidade.
O heleno: Estamos chegando. Lá está o santuário de Delfos.
CADERNO DO PROFESSOR
Cena 4
(E assim foi feito. Pedrinho aproximou-se do sacerdote e disse que viera consultar a Pítia, trazendo como dádiva um dos maiores prodígios do mundo - um “milhoide” que falava muito bem, sabia mil coisas e não tirava a cartolinha da cabeça)
Pedrinho (para o sacerdote): Veja a dádiva que trouxemos.
Sacerdote (examinando Visconde com grande espanto): Não há dúvida que é um estafermozinho deveras curioso. Aceitamo-lo como donativo ao santuário.
(Chegou afinal a hora da consulta; Pedrinho e Emília foram introduzidos na câmara do Oráculo).
Pedrinho (para Pítia - descabelada, envolta por um vapor que subia da terra): Queremos saber onde
está nossa tia Nastácia que sumiu lá do sítio da vovó. Uma mulher de quase setenta anos, lenço de ramagens na cabeça, mestra em bolinhos.
Pítia: O trigo venceu a ferocidade do monstro de guampas.
(Pronto. Era só aquilo. Pedrinho e Emília retiraram-se desapontadíssimos).
Cena 5
Emília: E agora? Em vez de nos dar uma resposta clara, vem com um quebra-cabeça. Confesso que
fiquei na mesma.
Pedrinho: Temos de pensar.
Emília (de repente deu um grito): “Heureca, Heureca!” Achei, achei... Tia Nastácia está sã e salva nos
domínios do Minotauro. É isso!...
Pedrinho: Por quê?
Emília: Tudo está claro como água, Pedrinho! “O trigo” quer dizer tia Nastácia, porque ela, como
cozinheira, lida muito com trigo, farinha de trigo, massa de trigo, pastéis, bolinhos etc. E com as coisas gostosas que ela fez com a farinha de trigo “venceu”, isto é, amansou a “ferocidade do monstro de
Cena 3
(Em Delfos: Inúmeros peregrinos ali reunidos vieram rodeá-los, cheios da maior curiosidade).
Peregrino 1: “Quem são vocês?”
Peregrino 2: “Donde vêm?”
Pedrinho: Viemos consultar a Pítia.
Peregrinos 1, 2 e 3 (todos juntos): Óóóóóóó... A Pítia?!
Peregrino 3: Os consulentes têm de oferecer ao santuário uma dádiva de valor. Sem isso não são
recebidos.
Pedrinho: E esta agora! Não temos ouro, nem nada de valor para oferecer ao santuário. Como há de
ser?
Emília: Nada mais simples. Se não temos ouro nem estátuas, temos o Visconde. Podemos oferecer o
Visconde como uma das maiores curiosidades da natureza - e juro que os sacerdotes aceitam. E depois ele foge e continuamos a nossa viagem.
Língua Portuguesa
Cena 6
(Foram em procura do homem e souberam que o monstro morava na Ilha de Creta. Tinham de partir imediatamente para a Ilha de Creta, mas antes era preciso acudir o Visconde. Como arrancá- lo do Santuário? Foram os dois para lá e deram várias voltas em redor. Paredes altas, sem janelas).
Emília: A única abertura é a porta de entrada. Por ela o Visconde passou e só por ela poderá sair. Se fosse eu, já havia escapado, porque os sacerdotes volta e meia abrem a porta para guardar mais dádivas. Fiquemos aqui por perto. Talvez o Visconde compreenda que o único meio de salvação seja aproveitar-se dum dos abrimentos da porta e fugir.
(Assim fizeram. Ficaram por ali de olho na porta, espiando pela fresta cada vez que um sacerdote abria o santuário. Mas nada do Visconde aparecer. Impaciente com a demora, Emília resolveu agir).
Emília: Vou pregar uma peça no primeiro sacerdote que chegar.
Pedrinho: Que peça?
Emília: Você vai ver.
(Vinha vindo um deles carregando uma pesada estátua de ouro. Assim que abriu a porta do santuário, Emília lançou-se-lhe aos pés como tomada de convulsões, pôs-se a gritar coisas que ninguém ali entendia. Era na língua do “p.”)
Emília: Fupujapa, vispisconpondepe! Sapaiapa apatráspás dopo sapacerperdopotepe quanpandopo epelepe vipierper sapainpindopo epe nãopão espesquepeçapa apa mapalepetipinhapa.
Katia Regina Pessoa (texto adaptado de O Minotauro, de Monteiro Lobato. Disponível em:
http://lelivros.love/?x=0&y=0&s=minotauro. Acesso em: 07 ag. 2020.
5- De acordo com o que você leu até agora, responda às questões a seguir. Para respondê-las,
você precisará imaginar algumas cenas, pois a história foi propositalmente
interrompida na parte em que Emília fala a língua do “p”.
Essa tarefa visa ao levantamento de hipóteses, pois a Cena 7 poderá ser direcionada por elas para ser estruturada. As letras “a”, “b” e “c”, perguntas e respostas, podem ser enfatizadas como condução para a construção sequencial da cena. Após a sequência produzida, a critério do professor, o trecho do texto original poderá ser lido ou contado pelo professor. Incentivar o estudante a ler a história na íntegra também constitui uma possibilidade. Esse complemento de atividade tem como objetivo verificar se as hipóteses foram contempladas na história original.
a) Visconde entendeu a mensagem?
Espera-se que o estudante responda “sim”.
guampas” que não pode ser outro senão o Minotauro. De todos os monstros que invadiram o palácio
do Príncipe Codadad só havia um de guampas, ou chifres: o Minotauro. Logo, tia Nastácia está sã e
salva nas unhas do Minotauro. Viva!...
Pedrinho: Isso tudo tem lógica. E onde mora o Minotauro? O heleno que nos acompanhou deve saber.
Vamos procurá-lo.
CADERNO DO PROFESSOR
Cena 7
A mensagem: “Fuja Visconde! Saia atrás do sacerdote quando ele vier saindo e não esqueça a maletinha”.
b) Ele conseguiu escapar?
Espera-se que os estudantes respondam afirmativamente e justifiquem.
c) O que aconteceu com o grupo de Emília? Espera-se que os estudantes respondam que todos conseguiram escapar quando a porta se abriu. Convém intervir para que justifiquem como chegaram à resposta.
6- Transforme as respostas nas falas das personagens e dê sequência à aventura do grupo de
Emília, construindo a Cena 7.
Espera-se que os estudantes redijam um texto que contemple as considerações que elencaram nas questões anteriores, pontuando-o adequadamente. Por tratar-se de um texto teatral, é importante que o professor explicite as características do gênero, tais como: contém elementos básicos da narrativa (fatos, personagens, tempo e lugar), porém “dispensa” o narrador; é organizado por meio de diálogos entre os personagens e identifica o nome deles antes da sua fala. A critério do professor, essa produção textual poderá ser recolhida para análise e devolvida para melhorias. A versão final poderá ser divulgada aos colegas da turma, para que verifiquem as semelhanças e diferenças entre as várias produções sob a mesma temática.
7- Agora, sua classe deverá
a) formar grupos.
b) ler os finais produzidos.
c) escolher um desses finais.
d) simular o diálogo entre as personagens:
- elegendo colegas para atuarem como personagens principais e secundárias;
- selecionando um colega para ser o narrador;
- ensaiando a apresentação.
e) organizar a sala de aula para a apresentação.
As cores presentes nas palavras do item 5 (acima) correspondem a recurso didático relacionado à técnica de revisão textual, que será trabalhado a partir da Atividade 5. Se o professor considerar pertinente, poderá chamar a atenção para a estrutura da
Língua Portuguesa
Observação: O cenário e a caracterização não são necessários. O importante é caprichar na leitura em
voz alta e observar o momento em que as falas do narrador e das personagens serão acionadas.
Verifique tom de voz, ritmo da fala, pausas na pronúncia, por exemplo.
Podcast: A esfinge e o oráculo de Apolo Link do youtube:
Participantes:
Professor(a): Escola: Cidade:
apresentação - Os itens de “a” até “e” complementam a expressão “Agora, sua classe deverá”. - A palavra “deverá” pode ser substituída por quais outros verbos com sentidos semelhantes? - Cada item é iniciado por verbo no infinitivo, ajudando a indicar a ação a ser desenvolvida. - O item “d”, além do infinitivo em destaque, apresenta verbos no gerúndio.
8- Criar um podcast ou um vídeo? Seu grupo poderá escolher uma ou mais cenas para
desen- volver essa atividade.
a) Um podcast. Para isso, após as leituras, o grupo poderá adaptar o texto (cortar ou substituir palavras, expressões, por exemplo). Com o texto atualizado, adaptado, a
leitura poderá ser feita com a ajuda dos colegas para fazerem a gravação do áudio. Editem o áudio (não ultra- passem três minutos) e o coloquem no youtube ou um outro recurso gerador de links. O link do trabalho poderá ser enviado para o e-mail [email protected] Não se esqueça de inserir no e-mail o nome de quem produziu o podcast, do seu professor, da sua escola e da cidade em que fica sua escola. Se preferir, use o modelo abaixo:
Em 2018, um trecho do texto original foi transformado em um podcast pelos alunos da EE Dulce Esmeralda Basile Ferreira, de Sorocaba. Veja:
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=8oDaSVvycW0>.
Acesso em: 12 fev. 2020.
Para pesquisa
Como fazer um podcast: <https://canaltech.com.br/software/como-fazer-um-
-podcast-do-zero-tutorial-completo/>. Acesso em: 12 fev. 2020.
Podcast para iniciantes: <https://rockcontent.com/blog/podcasting-para-iniciantes/>.
Acesso em: 12 fev. 2020.
Áudios e Vídeos:
<https://www.youtube.com/watch?v=R6wqo9_qh_I>. Acesso em: 12 fev. 2020.
Nas ondas do podcast: < https://www.youtube.com/watch?v=W_sjNSNr0A4&lis
CADERNO DO PROFESSOR
Vídeo: A esfinge e o oráculo de Apolo Link do youtube:
Participantes: Professor(a): Escola:
Cidade:
a) Que é que anda com os pés na cabeça?
b) Qual é o homem que tem cabeça de boi, coração de carneiro e pés de porco?
c) Qual foi o castigo de Atlas?
d) Qual é o animal que anda de quatro patas de manhã, de duas ao meio-dia, de três à tarde?
t=UUAMXzvjLOadc8x4HHj-DIdw&index=21>. Acesso em: 18 fev. 2020.
b) Filmagem – Para essa modalidade, cenários e caracterizações serão bem-vindos.
Se seu grupo optar por filmar a dramatização, o procedimento de adaptação do texto poderá ser o mesmo do podcast. Grave as cenas, edite-as e tente não ultrapassar três minutos. Depois de pronto, compartilhe no youtube (ou outro repositório) e encaminhe o link para o e-mail [email protected] Não se esqueça de inserir no e-mail o
nome de quem produziu o vídeo, do seu professor, da sua escola e o da cidade em que fica sua escola. Se preferir, use o modelo abaixo:
Para pesquisa
Técnicas de gravação: <https://www.youtube.com/watch?v=3MDsphWIz8c&list
=UUAMXzvjLOadc8x4HHj-DIdw&index=23>. Acesso em: 18 fev. 2020.
Edição de vídeo: <https://www.youtube.com/watch?v=wAN7vWRuBM8>.
Acesso em: 18 fev. 2020.
<https://www.youtube.com/watch?v=NUBeUZF4t2U>. Acesso
em: 18 fev. 2020.
Para pesquisa
Sobre Mitologia:
https://brasilescola.uol.com.br/mitologia/esfinge.htm. Acesso em: 14 ago. 2020.
https://culturice.blogspot.com/2013/12/doc-o-enigma-da-esfinge-falado-pt.html. Acesso em: 14 ago. 2020. ___________________________________________________________________________
ATIVIDADE 2 – CONSIDERAÇÕES
1- Com relação ao Texto 2, todas as perguntas do quadro abaixo foram respondidas?
Língua Portuguesa
2- Qual dessas perguntas fica sem resposta?
c) Qual foi o castigo de Atlas?
3- Diante disso, o que deveria ter acontecido com Visconde? Imagine o motivo dele ter
saído ileso da cena em que ficou cara a cara com a esfinge.
Como a pergunta (Qual foi o castigo de Atlas?) não foi respondida por Visconde, ele deveria
ter sido eliminado pela esfinge.
4- O Texto 2 apresenta algumas adaptações do original, o que ocasionou a
substituição de uma dessas perguntas. Seu desafio:
a) Descobrir qual enigma foi trocado.
b) Desvendar a resposta.
c) Verificar o verdadeiro motivo de o Visconde ter sido poupado pela esfinge.
Será necessário ler o complemento indicado a seguir (“Fontes para responder ao item
4”), a fim de responder ao desafio. Para isso é importante que a leitura proposta seja estimulada.
Sugere-se determinar com a turma um período para a efetivação da leitura individual e marcar uma data para a realização da atividade, que poderá ser respondida coletivamente.
Fontes para responder ao item 4:
LOBATO, Monteiro. O Minotauro. 6. ed. São Paulo: Brasiliense LTDA. 1958. p. 194,
195. (ou outras edições).
O Minotauro – Disponível em: http://lelivros.love/?x=22&y=13&s=minotauro.
Acesso em: 18 fev. 2020.
ATIVIDADE 3 – COMPARANDO TEXTOS
1- A seguir, você lerá um trecho do livro “O Minotauro: maravilhosas aventuras dos netos
de Dona Benta na Grécia Antiga”, de Monteiro Lobato. Essa versão, que também é
uma adap- tação, corresponde à 6ª Edição, publicada pela Editora Brasiliense, em
1958.
CADERNO DO PROFESSOR
Texto 3
LOBATO, Monteiro. O Minotauro. 6. ed. São Paulo: Brasiliense LTDA. 1958. p. 194, 195. (adaptado)
a) Verifique as diferenças estruturais entre o Texto 3, reproduzido acima, e o Texto 2. No texto 2, a ação é conduzida principalmente pelos diálogos (as falas de cada personagem) e os textos narrativos e descritivos aparecem entre parênteses; no texto 3, há uma mescla, ou seja, o diálogo acontece no meio de um texto narrativo e é essa combinação de tipos de discurso que conduz a ação.
b) Qual é o trecho do Texto 2 que faz lembrar a frase expressa (em vários idiomas) no
Texto 1?
Quando Pedrinho pergunta ao heleno: “Não é a Esfinge?”
c) Grife, no Texto 3, exemplos de discurso direto.
- Mas, afinal de contas.
- De refletir não.
- Meu senhor.
- Pois é isso...
d) Circule, no Texto 3, exemplos da fala do narrador.
Disse Pedrinho.
Língua Portuguesa
O heleno concluiu que o remédio
Contestou Emília.
Concluiu ele, o heleno.
e) Qual é, portanto, o foco narrativo do Texto 3?
Foco narrativo em terceira pessoa
f) Imagine que você é um dos peregrinos da história de Monteiro Lobato e vai contar para outro a cena do último parágrafo (Texto 3), utilizando somente o discurso indireto. Co- mece assim:
Há várias maneiras de os alunos “contarem” esse parágrafo, porém, em todas elas o discurso indireto precisa estar presente.
Orientação de estudo na prática
Como fazer uma referência simples:
ÚLTIMO SOBRENOME DO AUTOR, (Pre)nome do autor. Nome da Obra. Cidade (local) de
publicação: Editora. Ano de publicação. Página(s) utilizada(s) (p. minúsculo).
Ex.: LOBATO, Monteiro. O Minotauro. 6. ed. São Paulo: Brasiliense LTDA. 1958. p. 194 - 195.
ATIVIDADE 4 – O TEXTO EM SÍNTESE
1- Com base na leitura do Texto 2 “A Esfinge e o oráculo de Apolo”, preencha o
quadro a seguir.
Texto 2
“A Esfinge e o oráculo de Apolo”
O texto é uma narrativa. Como essa
afirmativa pode ser comprovada?
O texto é uma narrativa, pois narra a aventura de Emília, Pedrinho e Visconde, que partem à Grécia antiga, para procurar a Tia Anastácia.
Quantas cenas possui o texto? O texto possui 07 cenas.
CADERNO DO PROFESSOR
O texto “A esfinge e o oráculo de Apolo” é uma narrativa que envolve
Quem é o autor do texto original? A
narrativa traz algumas pistas que poderão
ajudá-lo a responder esse item.
Monteiro Lobato
Quais são essas pistas? As personagens do Sítio do Pica pau amarelo, Emília, Visconde, Pedrinho e Tia Anastácia.
Quais são os elementos que fazem parte
da Antiguidade Greco-Romana? Retire do
texto alguns exemplos.
O palácio do Príncipe Codadad Oráculo de Delfos Cidades helênicas
As personagens da atualidade interagem
de forma harmônica com as personagens
da Antiguidade Greco-Romana?
Sim
2- Agora, recupere as perguntas e as respostas presentes no quadro anterior para
produzir a síntese do texto. Essa síntese será iniciada assim:
Uma síntese contempla as principais ideias de outro texto. O próprio nome já indica que ela é um pequeno resumo, um apanhado geral das ideias essenciais e sem aprofundamento. Portanto, ela nunca pode ser maior que o texto original.
ATIVIDADE 5 – EXPERIÊNCIAS COM A ESCRITA
1- O ato de escrever requer cuidados. Observe os verbos em destaque no item 5 (Atividade 1).
a) Ao organizar o texto dessa atividade pela primeira vez, o autor verificou que a redação apresentava repetição do verbo “escolher”.
Veja como estava o texto no rascunho do autor:
Língua Portuguesa
Agora, sua classe deverá
a) formar grupos.
b) ler os finais produzidos.
c) escolher um desses finais.
d) simular o diálogo entre as personagens:
- escolhendo colegas para atuarem como personagens principais e secundárias;
- escolhendo um colega para ser o narrador;
- ensaiando a apresentação.
e) organizar a sala de aula para a apresentação.
Agora, sua classe deverá
a) formar grupos.
b) ler os finais produzidos.
c) escolher um desses finais.
d) simular o diálogo entre as personagens:
- elegendo colegas para atuarem como personagens principais e secundárias;
- selecionando um colega para ser o narrador;
- ensaiando a apresentação.
e) organizar a sala de aula para a apresentação.
Reveja como ficou:
b) Para evitar essa repetição, qual foi o recurso utilizado pelo autor da atividade para subs- tituir “escolher/escolhendo”?
O verbo “escolher/escolhendo” foi substituído por termos equivalentes em sentido: “elegendo”, “selecionando”.
c) Abaixo, escreva nas lacunas os verbos formar, ler, escolher, simular e organizar, utili- zando o Futuro do Presente do Modo Indicativo.
Para a realização desse tópico, orientar os estudantes a conjugarem os verbos indicados, atentando para a concordância com “classe”, no singular. Alguns alunos estranharão a presença de “deverá”. Peça que, nesse momento, ignorem esse verbo e trabalhem com os demais, conforme indicado no exercício. O objetivo é que todos notem a inadequação.
CADERNO DO PROFESSOR
O termo deverá é um exemplo de verbo empregado no Futuro do Presente do Modo Indicativo e
foi escolhido com a função de exprimir algo que será realizado.
Os verbos formará, lerá, escolherá, simulará e organizará, que respondem à tarefa do quadro do
item c, também são exemplos de Futuro do Presente.
d) Após essa mudança, algo deu errado! Releia o que está escrito no quadro que você acabou de completar. O que podemos fazer com o verbo deverá? Por quê?
Sugere-se colher as respostas e incentivar os estudantes a compararem com o quadro explicativo abaixo.
e) Para finalizar, assinale qual das três redações você considera melhor. Por quê?
Agora, sua classe deverá
a) formar grupos.
b) ler os finais produzidos.
c) escolher um desses finais.
d) simular o diálogo entre as personagens: - elegendo colegas para atuarem como personagens principais e secundárias; - selecionando um colega para ser o narrador; - ensaiando a apresentação.
e) organizar a sala de aula para a apresentação
( )
Agora, sua classe deverá
a) formará grupos. b) lerá os finais produzidos. c) escolherá um desses finais. d) simulará o diálogo entre as personagens:
- elegendo colegas para atuarem como personagens principais e secundárias;
- selecionando um colega para ser o narrador; - ensaiando a apresentação.
e) organizará a sala de aula para a apresentação.
Língua Portuguesa
Agora, sua classe deverá
a) formar grupos.
b) ler os finais produzidos.
c) escolher um desses finais.
d) simular o diálogo entre as personagens: - escolhendo colegas para atuarem como personagens principais e secundárias; - escolhendo um colega para ser o narrador; - ensaiando a apresentação.
e) organizará a sala de aula para a apresentação.
( )
Agora, sua classe
a) formará grupos.
b) lerá os finais produzidos.
c) escolherá um desses finais.
d) simulará o diálogo entre as personagens: - elegendo colegas para atuarem como personagens principais e secundárias; - selecionando um colega para ser o narrador; - ensaiando a apresentação.
e) organizará a sala de aula para a apresentação
(x)
CADERNO DO PROFESSOR
Relembrando:
Note como os verbos “escolher/escolhendo” estão destacados.
- A parte em azul, é chamada de radical (elemento básico).
- A parte em vermelho é a terminação (ela determina se o verbo está no presente, no passado, no futuro, no singular, no plural, no infinitivo, no gerúndio, no particípio).
escolh -er (infinitivo)
-endo (gerúndio) Formas Nominais
-ido (particípio)
escolh -e (Presente)
-erá (Futuro do Presente)
-eria (Futuro do Pretérito)
-ia (Pretérito Imperfeito) Modo Indicativo - Singular
-era (Pretérito Mais que Perfeito)
-eu (Pretérito Perfeito)
Observação: O estudo a respeito do verbo deve ser aprimorado. Para saber mais a respeito, é importante consultar seu livro didático ou uma gramática. Você também poderá visitar os endereços disponíveis em:
<https://www.conjugacao.com.br/verbo-escolher/>;
<https://www.youtube.com/watch?v=PmWnH-ZOsCc>;
<https://www.youtube.com/watch?v=jD9Ef_b22vA>; <https://www.youtube.com/watch?v=taLjWxQGG0E>.
(Todos eles foram acessados e testados em: 14 jan. 2020).
Detalhe: Conhecer e entender o uso dos verbos é muito importante para aprimorar a comunicação oral e escrita.
ATIVIDADE 6 – TRABALHANDO COM OUTRAS PERSONAGENS
Produção de texto
Construa uma cena em que o grupo de Emília pediu reforço à personagem
Narizinho. Diga:
- Como ela entrou na história?
- Qual foi a charada que ela teve de resolver para passar pela esfinge?
- Como ela conseguiu encontrar seus amigos?
- Qual foi contribuição dela para libertar Tia Anastácia do Minotauro?
Observação: Utilize a mesma estrutura do Texto 2.
Língua Portuguesa
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 – NÓS VAMOS INVADIR SUA PRAIA! ...E OUTRAS HISTÓRIAS
Nesta situação de aprendizagem, você estudará gêneros textuais verbais e não verbais,
a fim de compreender como a linguagem se organiza nesses gêneros para produzir sentidos e
propiciar informações. Espera-se que você desenvolva as habilidades de oralidade, leitura e
compreensão, produção de textos e análise linguística apresentadas no quadro a seguir.
Os textos apresentados a seguir visam a propiciar o estabelecimento de relações intertextuais e interdiscursivas, a partir do tema: o aparecimento de animais silvestres ou selvagens nos espaços urbanos. Além de se tratar de discussões situadas em campos de atuação da vida pública, a proposta de cada atividade não se restringe à abordagem temática. É fundamental desenvolver o estudo da linguagem e da língua, de modo que os estudantes compreendam como os textos se organizam para desempenhar funções e produzir sentidos.
CADERNO DO PROFESSOR
ATIVIDADE 1 – QUE BICHO É ESTE? UM BATE-PAPO E TANTO!
Sugere-se iniciar a atividade falando a respeito de animais silvestres/selvagens. Pode-se salientar que esses animais são provenientes de um ecossistema natural, como florestas, rios e oceanos.
1- Você conhece os animais silvestres ou selvagens da sua região?
2- Você já teve oportunidade de ver algum animal silvestre ou selvagem? Onde?
Imagens disponíveis, respectivamente, em:
<https://pixabay.com/pt/photos/tatu-animal-florida-vida-selvagem-178344/>; <https://pixabay.com/pt/photos/animal-mam%C3%ADfero-anta-2045349/>;
<https://pixabay.com/pt/photos/esquilo-vida-selvagem-natureza-498139/>. Acesso em 08 jul. 2020.
Essas questões são abrangentes e as respostas podem variar em “sim” ou “não”. O importante
é iniciar a conversa e as primeiras reflexões a respeito do tema.
ATIVIDADE 2 - LEITURA COMPARTILHADA
A partir da leitura compartilhada, é possível trocar experiências e informações. Nessa prática de leitura, o professor desempenha papel de mediador, por meio de intervenções e questionamentos que podem levar o estudante a “olhar” para o texto, a fim de compreender como a linguagem se organiza e que sentidos podem dela ser depreendidos. Não se trata, portanto, de fragmentar o texto e alternar os leitores, mas de ensinar a aprender “comportamentos” de leitor (voltar ao texto, selecionar e destacar trechos, fazer anotações, construir sentidos etc.).
De modo geral, como orientação de leitura e, consequentemente, de estudo, pode-se estimular o estudante a grifar palavras-chave do texto, fazer anotações nas margens da página, por exemplo. De uma forma mais específica, pode-se partir da análise do título do texto, atentando-se para
1- a expressão “Lar, doce lar...”
• O que significa essa expressão?
• Trata-se de uma expressão conhecida?
• Por que a expressão vem acompanhada de reticências (...)? 2- a palavra “Ops!”
Língua Portuguesa
• O que significa?
• Quando ela é dita?
• Trata-se de uma interjeição?
• O que é uma interjeição? As inferências levantadas poderão, ao final da leitura integral do texto, ser
colocas em xeque: as antecipações ou expectativas de sentido criadas a partir do título se confirmam?
Lar, doce lar... Ops!
Estamos em julho de 2020. O mundo parou por causa de uma pandemia. De acordo com um estudo elaborado pela Global Access to Justice, cerca 92% dos países adotaram medidas especiais para combater a disseminação causada pelo COVID19, de modo que 47% desses países proibiram totalmente que a população saísse de casa, exceto para compras de alimentos ou medicamentos. Em 20% dos países, a saída é permitida, mas com limite de pessoas e de tempo. Com isso, boa parte dos humanos "resguarda-se” em suas casas e, nesse contexto, cenas inusitadas estão sendo registradas nos mais diversos lugares, principalmente nos espaços urbanos. Apesar de tanta tristeza e incertezas que o vírus vem causando, ocorreram alguns impactos positivos no meio ambiente, em consequência da restrição de atividades humanas. Com os veículos circulando menos, as indústrias paradas e as pessoas ficando mais tempo em casa, a natureza tem reagido favoravelmente e, aos poucos, surgem cenas únicas no mundo. Alguns animais que antes nem se aproximavam das cidades podem ser vistos passeando pelas ruas livremente; plantas voltaram a florescer, porque não estão absorvendo tanto dióxido de carbono emitido pelos veículos. Na Índia, milhares de tartarugas chegaram às praias para por seus ovos, em locais onde não mais haviam sido avistadas durante o dia. Pessoas de diversos países também relatam terem visto animais selvagens incomuns, como um urso pardo, que apareceu na cidade de Madri, na Espanha, perambulando pelas ruas. De acordo com especialistas, esses fenômenos têm ocorrido devido à ausência de pessoas nas ruas, pois os animais não se sentem mais ameaçados. O distanciamento social também está proporcionando um aumento significativo da população de abelhas no mundo, pois várias espécies de flores silvestres estão crescendo livremente nos parques e marginais de todas as cidades, beneficiando tanto abelhas como borboletas, pássaros, morcegos e muitos insetos que se alimentam de plantas, flores e frutas. A pandemia trouxe muitos prejuízos, mas é certo que a natureza tem sido grata a ela, principalmente porque está se recuperando como nunca havia acontecido antes.
Simone Paixão. Texto elaborado especialmente para esta atividade. Informações disponíveis em: http://chc.org.br/o-dia-das-tartarugas/. Acesso em 10 jul. 2020.
Após a leitura do texto, responda:
Leia mais sobre o assunto em Notícias UOL . Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/rfi/2020/04/14/imagens--quando-os-animais-invadem-os-espacos-urbanos-no-meio-da-pandemia.htm>. Acesso em: 01 jul. 2020.
CADERNO DO PROFESSOR
1- Qual é o assunto principal do texto?
O assunto principal do texto é o impacto positivo que a pandemia tem causado para o meio ambiente, devido ao distanciamento social/físicoda população mundial. 2- O distanciamento social a que nós humanos estamos sendo submetidos tem sido algo bom
para a natrueza, em geral, e para os animais Por quê?
Espera-se que os estudantes respondam “sim” e, a partir dessa resposta, explicitem as justificativas, de acordo com suas impressões pessoais. 3- De acordo com o texto, que motivos justificam o aparecimento de animais silvestres em
áreas urbanas?
Sugestão de resposta: O aparecimento de animais silvestres em áreas urbanas justifica-se devido ao distanciamento social/físico da população mundial, causado pela pandemia do coronavírus. O distanciamento proporcionou a diminuição da circulação das pessoas em ruas, praias e outros espaços, oportunizando que os animais sintam-se seguros para circular por esses locais. 4- Os animais citados no texto correm risco de extinção? Pesquise sobre o assunto para
responder.
Espera-se que os estudantes realizem a pesquisa sobre riscos de extinção e sobre algum animal citado no texto, a partir de orientações do professor.
ATIVIDADE 3 - DESVENDANDO O MUNDO DOS BICHOS
1- Observe a foto abaixo para resolver as atividades propostas a seguir.
Disponível em: <https://pixabay.com/pt/photos/tartaruga-costa-anf%C3%ADbios-animal-2201433>.
Acesso em: 08 jul. 2020.
Língua Portuguesa
1- Compare a foto com texto lido na Atividade 1 e responda às questões propostas.
a) Que relação pode-se fazer entre a foto e o texto lido?
Espera-se que os estudantes relacionem o aparecimento das tartarugas em praias da Índia, onde não eram mais avistadas durante o dia, como citado no texto “Lar, doce lar...Ops!”, à foto de uma tartaruguinha dirigindo-se ao mar em plena luz do dia.
b) Que legenda você daria para a foto?
Resposta pessoal dos estudantes Uma legenda é um texto conciso e, muitas vezes, contém características que enfatizam a produção em análise. Geralmente é posicionada abaixo ou ao lado de uma fotografia, por exemplo, para rotular, dar título ou explicar a imagem.
c) A cena retratada na foto provoca em você algum sentimento? Qual? Descreva.
Resposta pessoal dos estudantes.
Esta questão proporciona a articulação de uma das Dez Competências Gerais da BNCC, que versa sobre “Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta” (07), mobilizando a competência socioemocional, “Empatia, Respeito e Assertividade (para negociar e defender adequadamente as ideias e os direitos humanos); Responsabilidade e Autoconfiança (para o consumo responsável e o cuidado de si e dos outros), além de habilidades envolvidas em Pensamento Crítico (híbrida)”. Informação disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/. Acesso em 09 ago. 2020.
d) Em sua opinião, a tartaruguinha está protegida, em situação de segurança? Justifique.
Resposta pessoal dos estudantes.
Espera-se que os estudantes observem o fato de haver um percurso que a tartaruguinha tem a percorrer, até chegar ao seu destino - a água -, e que, diante disso, está exposta a riscos, por exemplo, pela ação de predadores.
3- Para realizar essa tarefa e as questões a seguir, você precisará assistir à animação “Animais selvagens”, que está disponível em https://www.youtube.com/watch?v=2ABboiXjHZs (acesso em: 07 ago. 2020). Nela você encontrará uma narrativa, em que, a exemplo de uma fábula, as personagens são animais. Ao assistir à animação, procure identificar os diferentes cenários e os animais-
Uma das principais funções da linguagem não verbal é possibilitar a comunicação direta com o interlocutor, de modo a transmitir informações sem utilizar palavras, como ocorre, por exemplo, na foto acima.
CADERNO DO PROFESSOR
personagens.
Orientar os estudantes a assistirem ao filme em casa. Se for na escola, ele poderá ser visto em
pequenos grupos (em celulares) ou na própria sala de aula (por projeção), com uma exibição
única para todos da turma. Na impossibilidade de assistir à animação, sugere-se o trabalho,
utilizando como recurso somente a gravura. Para isso, a atividade deverá ser adaptada e o
exercício comparativo entre as linguagens será, nesse contexto, prejudicado. É possível,
entretanto, estabelecer comparações com elementos do repertório do estudante (produções
como “O Rei Leão”, “Rio”, “Mogli - O Menino Lobo”, “Animais unidos jamais serão vencidos”,
“Madagascar”, “Jumanji” podem ser relembradas). Outra possibilidade: o professor ou um
estudante conta o enredo de uma das produções a que já assistiu.
4- Agora, observe a gravura abaixo e responda às questões propostas.
África. Gravura disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/imagem/ea000583.jpg. Acesso em: 10 jul. 2020.
Língua Portuguesa
a) Há semelhanças entre os cenários apresentados na animação e na gravura? Faça uma breve
descrição desses cenários, considerando o habitat natural dos animais retratados.
Tanto na animação quanto na gravura, procura-se representar o habitat natural dos animais. Na animação, o título remete à “selva”, porém o enredo evidencia situações de “perigo”, conflitos e ameaças a que os animais são expostos. Na gravura, o título “África” possibilita construir referências sobre o cenário e o ambiente, o que se mostra também pela alternância de planos: animais e plantas coloridas em primeiro plano, sugerindo diversidade da fauna e da flora, e alguns aspectos de relevo em segundo plano. b) Como os cenários e os animais-personagens apresentam-se nos gêneros em estudo: de
maneira mais próxima da realidade concreta, a exemplo de uma fotografia, ou de maneira mais
artística e abstrata? Comente e justifique sua resposta.
As imagens caricaturais são predominantes na animação e na gravura (a linguagem caricatural será estudada, com mais detalhes, na Situação de Aprendizagem 4). Na linguagem caricatural, parte-se de um referente “real” para que se construa uma relação paródica, de transformação, em que a visão do caricaturista/desenhista manifesta-se de maneira mais subjetiva e abstrata. É interessante que os estudantes percebam também que, na animação, as personagens-animais desenvolvem ações e atitudes humanas, de modo parecido com as fábulas. Já na gravura, a representação de personagens-animais assemelha-se ao retrato caricatural (também abordado na SA 4), com destaque de algumas características físicas que chamam a atenção e possibilitam o reconhecimento do referente caricaturado – a girafa, o leão, o hipopótamo, o sol.
c) Que tipo de linguagem predomina nos gêneros em estudo: verbal, não verbal ou sincrética
(mista)? Justifique sua resposta.
O predomínio é da linguagem não verbal, pelo uso de recursos imagéticos nos dois gêneros textuais. Deve-se atentar também ao sincretismo da linguagem cinematográfica (animação), em que recursos sonoros (sonoplastia) articulam-se a recursos imagéticos e de movimento, na construção de um todo de sentido. Todos os recursos de linguagem são percebidos simultaneamente, na narrativa.
O texto em análise é uma gravura. É resultado de uma técnica de impressão a partir de uma matriz artesanal, que pode ser de madeira, de metal entre outros. Para produzir a gravura, o artista grava a imagem no material escolhido, utilizando-se de instrumentos que riscam e cortam a superfície. Feito o desenho, aplica-se tinta na superfície, coloca-se o papel ou outro material para reprodução da imagem, faz-se pressão com uma prensa e a imagem é, então transferida. Para saber mais sobre gravura, acesse: IMBROISI, Margaret; MARTINS, Simone. Técnicas artísticas: a gravura. História das Artes, 2020. Disponível em: <https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/tecnicas-artisticas-a-gravura/>. Acesso em 06 Aug 2020.
CADERNO DO PROFESSOR
ATIVIDADE 4 – O HOMEM E A NATUREZA: CENÁRIOS
Os textos a seguir utilizam a linguagem não verbal, que é uma forma de comunicação em que os recursos expressivos são icônicos, simbólicos, comumente explicitados em mídias visuais e verbo-visuais.
Observe e compare os dois textos a seguir.
Texto 1
Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/polui%C3%A7%C3%A3o-lixo-oceano-pl%C3%A1stico-4855507/. Acesso em: 09 jul. 2020.
Texto 2
Língua Portuguesa
Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/fundo-praia-blue-limpa-f%C3%A9rias-4807525/ Acesso em: 09 jul. 2020.
1- Comente: Que semelhanças e diferenças há entre o Texto 1 e o Texto 2?
Espera-se que os estudantes percebam as diferenças entre as duas situações, destacando o lixo aglomerado no Texto 1, que interfere no meio ambiente de forma negativa e prejudicial, em consequência da ação humana, comparativamente à limpeza da praia retratada no Texto 2, que não apresenta vestígios de poluição causada pelo homem.
2- O texto a seguir foi todo escrito em letras maiúsculas e sem pontuação. Sua tarefa é
reescrevê-lo, com atenção aos seguintes aspectos: pontuação adequada (uso de vírgula, ponto
final em frases e outros que julgar necessários), letra inicial maiúscula e coesão entre as
informações.
Reescreva aqui o texto, com as alterações necessárias.
O DISTANCIAMENTO SOCIAL OCASIONADO PELA PANDEMIA DO CORONAVIRUS TROUXE BENEFÍCIOS PARA AS PRAIAS QUE FICARAM VAZIAS DEVIDO ÀS INTERDIÇÕES ORDENADAS POR MUITOS GOVERNANTES DIANTE DISSO IDENTIFICOU-SE UMA REDUÇÃO DE QUASE 40% DO LIXO ENCONTRADO NAS FAIXAS DE AREIA DAS PRAIAS MAIS FREQUENTADAS PELA POPULAÇÃO MUNDIAL
O distanciamento social, ocasionado pela pandemia do coronavírus, trouxe benefícios para as praias, que ficaram vazias devido às interdições ordenadas por muitos governantes. Diante disso, identificou-se uma redução de quase 40% do lixo encontrado nas faixas de areia das praias mais frequentadas pela população mundial.
CADERNO DO PROFESSOR
Recomenda-se que os recursos de pontuação sejam discutidos e ensinados com base na construção de sentidos do texto. Nesse caso, é mais importante que os estudantes compreendam o funcionamento da pontuação do que memorizem regras, as quais poderão não fazer sentido se não forem contextualizadas e interpretadas reflexivamente. Sugere-se articular pontuação e organização de frases e parágrafos. O texto reescrito, após o trabalho individual, poderá ser socializado coletivamente, a fim de que a turma verifique as adequações necessárias. 3- Agora, observe novamente as fotos apresentadas no início da Atividade 3. Com base nas
informações do texto que você reescreveu e no conteúdo das fotos acima, responda às
questões.
a) Crie uma legenda para cada foto.
Resposta pessoal dos estudantes. Sugere-se compartilhamento, discussão e validação de resultados.
b) Converse com algum familiar, um colega de classe ou um amigo, pessoalmente ou
virtualmente, sobre os cenários retratados nas fotos. O que vocês pensam sobre a
intervenção do homem na natureza? Registre as considerações e opiniões a que
chegaram.
Oriente os estudantes para que mostrem os textos 1 e 2 a um familiar ou amigo, e conversem sobre os pontos destacados na questão b, a fim de debaterem a respeito do assunto e juntos chegarem a uma conclusão, em relação à intervenção do homem na natureza. A intervenção do homem na natureza é um assunto bastante amplo. A proposta pode se tornar mais específica, com recorte delimitado (histórico, características, impactos, boas práticas, danos ambientais etc.), e amparada no estudo/pesquisa de textos-base. Pode-se, ainda, propor atividades interdisciplinares com Geografia e Ciências da Natureza, para que se contemplem, ainda, outros gêneros textuais voltados, por exemplo, à proposta de ações de conscientização: slogans, cartazes, outdoors, podcasts informativos etc.
ATIVIDADE 5 – LEITURA E ANÁLISE LINGUÍSTICA
A partir de um texto do gênero divulgação científica, os estudantes conhecerão a história da tartaruguinha Hofesh, que lutou pela vida, ajudada por uma equipe muito especial de biólogos.
Língua Portuguesa
Leia o texto a seguir e responda às questões propostas.
Curiosidades do Mundo Animal
A história de Hofesh
Imagem disponível em: < https://pixabay.com/pt/vectors/tartaruga-animal-desenhos-animados-151431/>. Acesso em 04 ago. 2020.
Hofesh é o nome de uma simpática tartaruga verde, que foi encontrada jogada numa praia mediterrânea em Israel. Ela estava quase morta, presa a uma rede de pesca com as patinhas esquerdas paralisadas. Foi recolhida pela equipe do Centro de Reabilitação de Tartarugas Marinhas de Israel e recebeu implantes tecnológicos especialmente desenhados que devolveram sua mobilidade, após quatro anos de estudos e várias tentativas, que a fizeram nadar com segurança novamente. Apesar de o nome Hofesh significar “liberdade”, em hebraico, a personagem jamais poderá retornar à vida selvagem, pois ainda seria presa fácil no oceano. Porém, Hofesh não ficará sozinho no seu tanque do Centro de Reabilitação, pois Tzurit, uma tartaruga verde fêmea, já divide espaço com ele, e parece que será por muito tempo. Tzurit foi resgatada por estar cega, devido a um acidente com um barco, e também não poderá ser devolvida ao mar. O casal já interage muito bem e poderá formar uma linda família.
Simone Paixão. Texto elaborado especialmente para esta atividade.
1- As aspas [“ ”] são um sinal de pontuação cuja principal finalidade é destacar alguma parte de
um texto, atribuindo-lhes sentidos.
No texto, a palavra liberdade aparece entre aspas, que se justifica por
a) fazer um comentário a respeito da história da tartaruga resgatada.
b) destacar o significado da palavra que nomeia a simpática tartaruga.
No Brasil existe o Projeto TAMAR, fundado em 1980, que realiza um importante programa de conservação revolucionário, cujo objetivo principal é proteger as tartarugas marinhas que estão ameaçadas de extinção no litoral brasileiro. Em 2015, após 35 anos de trabalho, o Projeto TAMAR já havia devolvido ao mar mais de 25 milhões de filhotes de tartarugas marinhas. Leia mais em: Projeto TAMAR. Disponível em: http://www.tamar.org.br/interna.php?cod=63. Acesso em: 06. Ago. 2020. Revista Ciência Hoje. Disponível em: https://cienciahoje.org.br/acervo/sobrevivente-sortuda/. Acesso em: 07 jul. 2020.
CADERNO DO PROFESSOR
c) ironizar a personagem da história, que se encontra em cativeiro.
d) libertar a personagem principal, que se encontra em cativeiro.
2- Releia a primeira frase do texto “A história de Hofesh”, transcrita abaixo.
“Hofesh é o nome de uma simpática tartaruga verde, que foi encontrada jogada numa praia
mediterrânea em Israel. Ela estava quase morta, presa a uma rede de pesca com as patinhas
esquerdas paralisadas.”
a) A palavra “ela” (um pronome) em destaque, é um elemento de retomada que ajuda a
estabelecer a coesão e a organizar as informações do texto. Que expressão do texto é
retomada pelo pronome “ela”?
Espera-se que o estudante perceba que o pronome pessoal “ela”, retoma/referencia e substitui o nome (substantivo próprio) Hofesh.
b) A expressão em destaque – “uma simpática tartaruga verde” – apresenta uma palavra
nuclear cuja função é nomear algo (substantivo) e outras palavras que caracterizam, qualificam
(adjetivos) o ser ou o objeto nomeado. Na expressão, qual é a palavra que nomeia? E quais
são as palavras que caracterizam?
Espera-se que os estudantes percebam ser “tartaruga” a palavra que nomeia, na função de
substantivo, e as palavras que caracterizam são “simpática” e “verde”, os adjetivos da expressão, cuja função é qualificar/caracterizar/descrever o substantivo.
c) Na expressão “uma simpática tartaruga verde”, todas as palavras estão no singular. Se a
palavra “tartaruga” aparecesse no plural, o que aconteceria com as demais palavras?
Reescreva a expressão e observe. A que conclusão você chegou? Por quê?
Espera-se que os estudantes percebam que, ao passar a palavra “tartaruga” para o plural, a expressão se adequará da seguinte maneira: “umas simpáticas tartarugas verdes”. Nesse caso, todas as palavras da expressão que acompanham e modificam o substantivo (determinantes e adjetivos) passarão para o plural, pois devem estar em consonância com a mudança ocorrida no substantivo “tartaruga”.
Você acabou de analisar uma regra básica de concordância nominal, na Língua Portuguesa. Trata-se da concordância de gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural) entre um nome (o substantivo) e os outros termos que o acompanham e modificam (adjetivos, artigos, pronomes e até mesmo numerais).
Língua Portuguesa
ATIVIDADE 6 - O GÊNERO TEXTUAL VERBETE ENCICLOPÉDICO: LEITURA E
PRODUÇÃO
A partir do texto do gênero verbete enciclopédico, sugere-se uma conversa inicial com os estudantes, com o objetivo de apresentar o gênero a ser estudado, por exemplo, iniciar com perguntas: Você já ouviu a palavra verbete? Sabe o que significa? “Verbete é um texto escrito, de caráter informativo, destinado a explicar um conceito
segundo padrões descritivos sistemáticos, determinados pela obra de referência da qual faz
parte: mais comumente, um dicionário ou uma enciclopédia. O verbete é essencialmente
destinado a consulta, o que lhe impõe uma construção discursiva sucinta e de acesso imediato,
embora isso não incorra necessariamente em curta extensão. Geralmente, os verbetes abordam
conceitos bem estabelecidos em algum paradigma acadêmico-científico, ao invés de entrar em
polêmicas referentes a categorias teóricas discutíveis”. (Fonte: "Wikipedia. Verbete". Disponível
em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Verbete. Acesso em: 12 de set. 2014).
Informações complementares:
Qual seria a finalidade de uma enciclopédia? A enciclopédia, como se conhece hoje, foi
desenvolvida a partir do dicionário, no século XVIII. Um dicionário concentra-se principalmente
em palavras e as suas definições e, normalmente, dá uma informação limitada, a análise do uso
linguístico ou o contexto para cada termo definido. Essa definição linguística pode deixar de
informar ao leitor o significado, a importância ou as limitações de um prazo, ou as relações do
termo com um vasto campo de conhecimento.
Em face dessas necessidades, um artigo de enciclopédia aborda, além da palavra, o próprio conceito e, também, o tema ou disciplina, tratando-os com profundidade, a fim de transmitir o conhecimento acumulado sobre esse tema. Uma enciclopédia muitas vezes também inclui mapas e ilustrações, bem como bibliografias e estatísticas. Historicamente, tanto a enciclopédia como o dicionário foram pesquisados e escritos com o fim de contribuir para a educação e informação, muitas vezes com a contribuição de peritos, ou especialistas. Fonte: "Wikipedia. Verbete". Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Verbete>. Acesso em: 12 de set. 2014. Você já ouviu o termo verbete enciclopédico? Essa pergunta pode ser respondida oralmente e esquematizada no quadro ou no caderno dos estudantes, na forma de um mapa mental. O professor pode conduzir a conversa de maneira que os alunos percebam que as pessoas recorrem a uma enciclopédia para pesquisar sobre um dado assunto, que, portanto, circula em ambientes de pesquisa e estudo (impressas em livros e sites da internet), para um público com esse tipo de objetivo. Antigamente, elas eram impressas e produzidas em volumes e, atualmente, a maioria das pessoas consultam as versões digitais, que possuem uma linguagem mais simples, didática, por não ser produzida necessariamente por especialistas, como as versões impressas. Além disso, comente com os estudantes que as palavras-chave que orientam a busca numa enciclopédia são chamadas de verbetes enciclopédicos.
O verbete enciclopédico é um gênero textual de natureza informativa, encontrado em enciclopédias e dicionários. Esse gênero tem como principal função apresentar definições e informações sobre determinado assunto, por meio de linguagem objetiva e, em alguns suportes, também com uso de ilustrações.
CADERNO DO PROFESSOR
Sugere-se explorar os verbetes enciclopédidos da Britannica Escola, enciclopédia virtual que tem curadoria da CAPES. Disponível em: https://escola.britannica.com.br/ (acesso em: 14 ago. 2020).
Tartaruga-verde
A tartaruga-verde é uma tartaruga-marinha, cujo nome científico é Cheloniidae mydas. Possui coloração verde devido à gordura corporal; o corpo é coberto por uma enorme carapaça em formato de lágrima e tem dois grandes pares de nadadeiras. Enquanto filhote, possui uma alimentação onívora (alimenta-se de vegetais e animais invertebrados, como caranguejos, medusas e esponjas), com uma certa tendência carnívora. No entanto, quando seu casco atinge cerca de 25 a 35 centímetros, ela se torna completamente herbívora e passa a se alimentar basicamente de algas marinhas, com predominância para alimentos que estão em maior abundância no seu ambiente natural. Quando adulta, a tartaruga-verde pode chegar a medir 115,5 cm e pesar até 300 kg, o que a classifica entre as maiores tartarugas do mundo. Geralmente, as tartarugas-verdes habitam lagoas rasas das regiões costeiras. Assim como outras tartarugas marinhas, a tartaruga-verde também migra longas distâncias entre as áreas de alimentação e as praias onde bota seus ovos. Ela pode viver até 80 anos de idade, em liberdade. A espécie encontra-se ameaçada de extinção devido à procura por couro, casca e carne desses animais. A carne é muito usada em sopas. Muitas tartarugas-verdes morrem em consequência de se enroscarem nas redes de pescadores e, também, devido à poluição do meio ambiente e à destruição de seu habitat, em decorrência do desenvolvimento do setor imobiliário.
Simone Paixão. Texto elaborado especialmente para esta atividade.
1- Identifique no texo as informações apresentadas e organize-as no quadro abaixo.
Nome popular do animal Tartaruga-verde
Nome científico do animal Cheloniidae mydas
Características físicas Possui coloração verde devido à gordura corporal; o corpo é coberto por uma enorme carapaça em formato de lágrima e tem dois grandes pares de nadadeiras.
Peso médio e tamanho (fase adulta) Peso - 300 kg Tamanho - 115,5 cm
Alimentação básica Enquanto filhote, possui uma alimentação onívora (alimenta-se de vegetais e animais
Leia mais sobre tartaruga-verde em Projeto TAMAR. Disponível em: https://www.tamar.org.br/tartaruga.php?cod=20. Acesso em: 06 ago. 2020.
Língua Portuguesa
invertebrados, como caranguejos, medusas e esponjas), com certa tendência carnívora. Adulta, ela se torna completamente herbívora e passa a se alimentar basicamente de algas marinhas.
Habitat Lagoas rasas das regiões costeiras.
Tempo médio de vida Pode viver até 80 anos de idade.
Curiosidades
O texto informa várias curiosidades sobre a tartaruga-verde. O estudante poderá selecionar e compartilhar aquela(s) que considera mais relevante(s).
2- Agora, pesquise sobre um animal de seu interesse, que esteja ameaçado de extinção. Faça
registros semelhantes ao que você fez no quadro acima, sobre a tartaruga-verde. Os resultados
dessa atividade são importantes para que você desenvolva a produção de textos, a seguir.
Esta proposta conduz à aprendizagem significativa e ao respeito com os animais, seres vivos importantes para o planeta e para o homem, como componentes da Natureza. Considerando a reflexão sobre os riscos de extinção a que muitos animais estão expostos, a atividade também propõe a conscientização dos estudantes em relação à participação deles quanto aos cuidados com a com a vida no ambiente natural.
3- Após a leitura dos textos das atividades anteriores, que apresentaram várias informações
sobre animais, e com os resultados da pesquisa que você realizou na atividade anterior,
produza um verbete enciclopédico.
Lembre-se de que:
- as características de linguagem do gênero devem ser garantidas no texto (informatividade,
clareza, objetividade, grau de formalidade);
- o texto deve ter um título e pode conter ilustrações;
- é necessário planejar sobre o que e como escrever;
- é preciso considerar o interlocutor do texto: as informações estão claras para o leitor?
- é importante revisar a primeira versão do texto, para depois escrever a versão final.
A partir do contexto de produção textual, sugere-se que se inicie a aula, conversando com os estudantes sobre a função da escrita em suas vidas, com as seguintes intervenções:
o Em que situações você costuma escrever? o Já pensou em como seria a sua vida sem a escrita? o Você escreve mais de forma manuscrita ou no computador/celular?
Sugere-se que, após as respostas dadas, os estudantes sejam conduzidos a perceberem que a escrita é uma prática social, ou seja, ela nos permite realizar diferentes
CADERNO DO PROFESSOR
tarefas na sociedade. Pode-se falar também sobre as práticas de escrita que os estudantes têm realizado durante o período de aulas remotas.
Língua Portuguesa
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 – HISTÓRIAS
RESGATADAS
Nesta Situação de Aprendizagem (SA), você encontrará atividades de oralidade, leitura,
escrita e análise linguística, relacionadas à compreensão e produção de gêneros textuais
jornalísticos. Espera-se que você desenvolva as habilidades e práticas de linguagem
apresentadas nos quadros a seguir.
CADERNO DO PROFESSOR
ATIVIDADE 1 – INFORMAÇÃO, HISTÓRIA E MEMÓRIA
Esta situação de aprendizagem favorece o trabalho com as disciplinas de Geografia, Ciências e Arte. A atividade 1 propõe uma situação de leitura do gênero notícia. Deve-se considerar o contexto das aulas (presenciais ou remotas), para propor a estratégia mais adequada de leitura (individual, compartilhada e colaborativa etc), mediante elaboração prévia de roteiro de estudo, em caso de ensino remoto. Em caso de ensino presencial, o professor pode conduzir a leitura e realizar intervenções para estudo da linguagem e construção de sentidos. Antes da leitura propriamente dita, sugere-se utilizar procedimentos que a antecedem como, por exemplo, explorar o título (antecipação e levantamento de hipóteses: O que o título sugere?, Como pode ser interpretada a palavra “benéficas”, no título?). É viavel também retomar aspectos de linguagem e questionar os estudantes sobre gêneros do campo jornalístico já estudados, como notícia e reportagem (Vocês sabem o que é uma reportagem? É a mesma coisa que uma notícia? Quais são as diferenças e semelhanças entre esses gêneros?).
Reportagem – é um gênero textual da esfera jornalística; tem o intuito de informar, ao mesmo tempo em que possibilita a formação de opinião, com base em detalhes e apreciações do repórter sobre o fato retratado. Notícia - é um gênero textual da esfera jornalística, cujo principal objetivo é informar sobre o acontecimento, de maneira mais concisa e menos subjetiva, por meio da apresentação dos fatos.
No estudo dos gêneros do campo jornalístico, cabe contemplar também os modos de organização textual (diagramação, recursos de linguagem, informações de local, data etc). Feitos os questionamentos introdutórios, orienta-se realizar a leitura integral da reportagem, para que os estudantes tenham uma visão global do texto e possam, inclusive, conversar a respeito do tema. Depois da leitura global, é possível propor a leitura em partes estratégicas, com novos questionamentos, para estudar a linguagem, construir e ampliar os sentidos.
1- Leia a notícia a seguir.
jaaq.com.br
Mogi das Felicidades, 20 de junho de 2020
Laranjas: são benéficas à saúde?
Da sucursal de Campinas Repórter Silvia Helena Soares
JORNAL ACONTECEU AQUI
Língua Portuguesa
Foto: Beatriz Pagan
Nossa equipe visitou, recentemente, uma das cidades que está entre as 10 que mais produzem laranja no Estado de São Paulo. A produção da cidade, de acordo com dados divulgados em sites especializados, em 2017, superou a marca de 500 mil toneladas. Essa produção, quase que total, é destinada à indústria de sucos que atende tanto o mercado interno quanto o mercado externo. Porém, para obter uma produção tão alta e de qualidade, o segredo é a prevenção das pragas que atacam as laranjeiras. Dentre elas, as mais comuns são: ácaro-da-falsa-ferrugem, mosca branca, minador dos citrus, formiga e o pulgão, estas duas últimas bem conhecidas por muitos. Mas, como os produtores evitam essas pragas, nos pomares? Como evitam que o pomar seja dizimado e cause um prejuízo enorme não só a eles, mas para a própria economia? Bem, ter um suco de laranja fresquinho para saciar a sede, ou mesmo uma laranja para chupar quando
bate aquela vontade, tem seu preço, e não é só aquele que se paga no supermercado na hora da compra. E o preço pode ser muito alto... Haja vista que para conseguir uma produção de qualidade, que chegue à mesa do consumidor, muitos litros de defensivos agrícolas contra as pragas precisaram ser utilizados. É isso mesmo. Para você beber seu suco ou chupar sua laranja, foram precisos litros e litros de defensivos agrícolas, conhecidos também como inseticidas, para que todas essas pragas fossem combatidas e não comprometessem a produção. Você acha que, quando está consumindo a laranja, está consumindo apenas laranja? E o que mais pode estar por trás de uma produção tão farta dessa fruta? Silvia Helena Soares.Texto elaborado especialmente para esta atividade. Informações coletadas em:
https://www.fundecitrus.com.br/comunicacao/noticias/integra/maior-produtora-de-laranja-do-brasil-casa-branca-sp-adere-a-campanha-unidoscontraogreening-para-substituicao-das-murtas-da-cidade/857. Acesso em: 8 ago. 2020.
Após a leitura do texto, sugere-se a retomada das diferenças entre notícia e reportagem, com atenção à função social dos gêneros, no campo jornalístico midiático e na vida em sociedade. É importante atentar às caracteísticas dos gêneros em questão, para que os estudantes reconheçam o texto lido como notícia, por meio de análise de aspectos da linguagem.
2- Observe que, no decorrer dessa notícia, há várias informações. Algumas são essenciais para
a compreensão e outras, nem tanto, mas ampliam as informações essenciais – são informações
secundárias. Agora, releia o texto, e procure perceber a diferença que existe entre elas.
CADERNO DO PROFESSOR
As informações secundárias também são relevantes para a escrita de um texto e isso dá
condições para que se conheça mais sobre o assunto tratado.
Retorne ao texto, identifique e destaque as informações essenciais. Esse destaque pode
ser realizado com um traço embaixo das palavras, feito à lápis ou com a caneta marca
texto, ou com um lápis colorido. Porém, lembre-se: destaque apenas as partes que você
considera essenciais para a compreensão do texto.
Agora que você já identificou as informações essenciais da reportagem e as destacou,
transcreva-as na primeira coluna do quadro abaixo.
Identifique, então, algumas informações secundárias que complementam as informações
essenciais que você listou. Registre as informações secundárias na segunda coluna.
Faça o registro em tópicos; sintetize as informações. Não é necessário transcrever o
texto todo.
INFORMAÇÕES ESSENCIAIS INFORMAÇÕES SECUNDÁRIAS
Para se ter uma produção de alta qualidade o segredo é a prevenção das pragas que atacam as laranjeiras.
A produção da cidade, de acordo com dados
divulgados em sites especializados, em
2017, superou a marca de 500 mil
toneladas.
Para conseguir uma produção de qualidade muitos litros de defensivos agricolas contra as pragas precisam ser utilizados.
Essa produção, quase que total, é destinada à indústria de sucos que atende tanto o mercado interno quanto o mercado externo.
3- Durante a leitura do texto, você encontrou palavras desconhecidas ou pouco usuais? Teve
dificuldades para compreender o significado dessas palavras? Registre-as no quadro a seguir e
procure descrever o significado delas. Troque ideias com seus colegas ou consulte um
dicionário.
Resposta pessoal do estudante, orientada e validada pelo professor. Sugere-se a socialização das respostas no grupo.
Língua Portuguesa
PALAVRA DESCONHECIDA
OU POUCO USUAL
SIGNIFICADO NO TEXTO
4- Na notícia, a jornalista utiliza os termos “defensivo agrícola” e “inseticida”, quando se
refere ao combate das pragas que podem atacar o pomar e comprometer a produção. Essas
expressões apresentam o mesmo significado, no texto? Consulte um dicionário e, com apoio de
seu professor de Língua Portuguesa e também, se possível, de seu professor de Ciências,
pesquise sobre os significados das expressões. Depois, analise se elas podem ser
consideradas sinônimas ou não, na notícia lida.
É importante atentar-se para aspectos ideológicos e intencionais das informações. O vocábulo “inseticida” apresenta um sentido mais restrito - produto que mata insetos. Já a expressão “defensivo agrícola” amplia as possibilidades de sentido e, ao mesmo tempo, suaviza a ideia contida em “inseticida”.
5- Releia esta passagem do texto: “[...] Bem, ter um suco de laranja fresquinho para saciar a
sede, ou mesmo uma laranja para chupar quando bate aquela vontade, tem seu preço, e não é
só aquele que se paga no supermercado na hora da compra. E o preço pode ser muito alto...”
Levante hipóteses. Qual pode ter sido o alerta da jornalista ao dizer que “o preço pode ser muito
alto”? A que a jornalista poderia estar se referindo?.
Espera-se que os estudantes relacionem o comentário da jornalista à quantidade de litros de defensivos agrícolas que precisam ser utilizados no combate às pragas da laranja.
6- A notícia menciona as 10 cidades que mais produzem laranja no Estado de São Paulo. Você
sabe quais são? Alguma delas pertence à região onde você vive? Pesquise e faça uma lista
dessas cidades. Depois, compare sua resposta com as respostas de seus colegas.
CADERNO DO PROFESSOR
As 10 cidades que mais produzem laranja no Estado de São Paulo.
No Estado de São Paulo, concentram-se nove das dez cidades produtoras que mais produzem laranja no Brasil: Casa Branca, Botucatu, Itapetininga, Colômbia, Iaras, Avaré, Buri e Angatuba e Santa Cruz do Rio Pardo. O único município fora do estado é Rio Real, na Bahia. Há, portanto, uma informação inverídica na notícia, o que pode levar ao descrédito sobre toda a matéria..
7- Nos bastidores da informação...
O QUÊ? QUANDO? QUEM? ONDE?
Em uma notícia ou reportagem, retrata-se um fato, quando esse fato ocorreu e quem foi o
responsável (pessoa ou entidade) por ele. Na notícia que você leu, esses aspectos também
estão presentes. Relei-a, localize e destaque essas informações.
Laranjas: são benéficas à saúde?
O QUÊ? Uso de defensivos agrícolas em plantações de laranja e possíveis riscos à
saúde.
QUANDO? Em 2017.
QUEM? Produtores de laranjas.
ONDE? Uma cidade produtora de laranjas.
8- Em qual parágrafo da notícia esses dados são apresentados?
O QUÊ? Quarto parágrafo.
QUANDO? Primeiro parágrafo.
QUEM? Terceiro parágrafo.
ONDE? Primeiro parágrafo.
9- Quais são as principais preocupações expressas na notícia, em relação ao cultivo de
laranjas?
Os estudantes devem perceber que, embora se reconheça a necessidade de uso de defensivos
agrícola, tais produtos são nocivos à saúde das pessoas.
Língua Portuguesa
ATIVIDADE 2 – FOTO E LEGENDA: LINGUAGEM E SENTIDO
A foto a seguir ilustra a notícia lida na atividade anterior. É comum que as fotos apresentem
legendas. Com base nas informações da notícia lida, elabore uma legenda para a foto, de modo
que seja coerente com o conteúdo da informação e do fato retratado.
Resposta pessoal do estudante, com acompanhamento, orientação e validação do professor.
Foto: Beatriz Pagan.
ATIVIDADE 3 – LINGUAGEM: INTENCIONALIDADE E SENTIDO
Nenhum texto é “neutro”, do ponto de vista da veiculação de mensagens. Ao contrário,
toda produção de linguagem é marcada por intenções, significados e valores. Quando fazemos
contato com um texto, de qualquer gênero, estamos diante de uma unidade de significação que
CADERNO DO PROFESSOR
precisa ser interpretada e compreendida, tanto nas informações explícitas quanto nas implícitas.
Texto 1 – Pintura em tela
Disponível em: <https://pixabay.com/pt/illustrations/fazenda-pessoas-fam%C3%ADlia-cena-5311902/>. Acesso em: 06 ago. 2020.
Texto 2 – Conversa em sala de aula Em uma sexta-feira, a Profª Juliana começa mais uma aula remota com sua turma do 6º ano, no período da tarde, pelo aplicativo usado na escola.
Professora: - Boa tarde, classe!
- Hoje faremos uma atividade diferenciada. Porém, como é uma atividade um
pouco extensa, teremos que dar continuidade a ela no sábado de manhã. Preciso me reunir
com vocês novamente, aqui em nossa sala virtual, às 8h00. Deem um ok para eu saber quem já
leu a mensagem e se poderão participar, para eu anotar na agenda.
Paulo: - Ok, Professora!
Luciana: - Ok, Professora!
Estevão: - Oba!!!!! Aula no sábado!!!! UHU!!!!!
Carla: - Professora, hoje à tarde eu posso participar, mas no sábado não?
Professora: - Oi Carla! Você gosta tanto de estudar e sempre participa de todas as atividades
propostas! Justo dessa atividade no sábado, que será superdiferente, você não vai participar,
menina!? Deixe para brincar depois! Venha participar conosco. Você irá gostar muito!
Língua Portuguesa
Carla: - Professora, eu não vou brincar tão cedo não... Aos sábados eu trabalho!
Professora: - Trabalha? Pois peça à sua patroa liberar você nesse sábado... além do mais,
você não tem idade para trabalhar...
Carla: - Professora, eu não trabalho em casa de família não... levanto de madrugada
aos sábados e vou colher laranjas com meus pais.
Paulo: - Você trabalha de colher laranjas?
Luciana: - Você é boia fria, Carla?
Estevão: - Gente!!! A Carla é boia fria!!!
- Todos: Boia-Fria!!!, Boia-Fria!!! Boia-Fria!!!
- Luciana: Agora o seu apelido será boia-fria!!! KKKKK
Professora: - Pessoal, parem com isso! Cadê o respeito e a consideração pela colega? Vocês
sabem o que quer dizer “boia-fria”?
E todos se calaram...
Situação e personagens fictícias. Texto elaborado por Anicéia Cordeiro Barbosa Kussumoto especialmente para esta atividade.
1- O que o texto 1 retrata? Do ponto de vista da linguagem, como o texto 1 é organizado?
O texto é uma pintura em tela e se organiza, portanto, com recursos expressivos não verbais
(formas, cores, imagens). Retrata trabalhadores no campo.
2- O que o texto 2 retrata? Do ponto de vista da linguagem, como o texto 2 é organizado?
O texto 2 organiza-se por meio de recursos expressivos verbais. Retrata uma situação de conversação em uma sala de aula remota. Os estudantes devem perceber que o tema da conversa desvia-se da proposta da professora e desencadeia uma situação de bullying. 3- Há relações entre o tema retratado no texto 1 e no texto 2? Comente.
A relação se estabelece a partir do relato da estudante Carla, que diz trabalhar no campo, na colheita de laranjas. 4- Qual é o significado da expressão “boia-fria”, no texto 2? Trata-se de uma expressão comum
em sua região ou pode ser uma expressão depreciativa? Em que contexto ela é utilizada?
Sugere-se conversar com os estudantes sobre os usos da expressão, de modo a desconstruir ideias equivocadas e preconceituosas. A expressão “boia-fria” remete ao trabalhador rural itinerante, que, em geral, se ocupa de tarefas temporárias, sem vínculo empregatício. Por extensão, refere-se ao trabalhador que leva comida ao local de trabalho e lá se alimenta (boia = comida; fria = por não ter, muitas vezes, como aquecer). 5- Você considera correto por apelido nas pessoas? Justifique seu ponto de vista. Espera-se que os estudantes se manifestem com discernimento. Pode haver apelidos carinhosos entre familiares e amigos e há apelidos depreciativos, relacionados a atitudes ofensivas e discriminadoras, no contexto da prática de bullying. 6- Você já vivenciou alguma situação de bullying causada por apelidos depreciativos? O que você considera necessário para ajudar as pessoas nessas situações?
CADERNO DO PROFESSOR
É importante, nesse momento, relacionar com competências socioemocionais e falar de empatia com os alunos, de como se colocar no lugar do outro e lidar com os sentimentos de tristeza, dor, alegria, o medo, estresse, angústia, entre outros.
7- Muitas vezes nos deparamos com situações de “brincadeiras” faladas, escritas, desenhadas,
que menosprezam e destratam pessoas e animais. Essas “brincadeiras”, mu itas vezes sutis,
podem esconder ou camuflar os discursos de ódio, que machucam e magoam as vítimas, por
inferiorizá-las. Algumas vítimas, quando se sentem muito inferiorizadas, chegam a entrar em um
profundo sentimento de tristeza e acabam doentes. Essas situações caracterizam-se como
bullying. Será que isso pode ocorrer com as pessoas chamadas de “boias-frias”?
Retorne ao texto 2, releia-o e pense em uma possibilidade de complementar o diálogo, levando-
o a uma conclusão.
ATIVIDADE 4 – PRÁTICAS DE PRODUÇÃO DE LINGUAGEM
1- Você conhece os números de emergência de seu estado ou de sua cidade, como Polícia,
SAMU, Bombeiros? Todos esses números precisam de divulgação para serem conhecidos pela
população, não é mesmo? Que tal criar um podcast informativo, para divulgar um canal de
comunicação e denúncia de atos de discriminação e preconceito? Não se esqueça de que o
podcast precisa de um roteiro de gravação.
• Planeje o que quer dizer em um tempo aproximado de 30 segundos;
• Faça um texto informativo, conciso e objetivo;
• Procure adequar o grau de formalidade da linguagem ao público ouvinte;
• Utilize recursos sonoros (músicas, efeitos de alerta etc);
Língua Portuguesa
• Troque ideias com seus colegas e peça orientações ao professor.
• Apresente a produção para a turma.
Essa atividade poderá ser efetuada coletivamente.
2- Sua turma foi convidada a participar de um concurso de produção de slogans ilustrados
contra a prática de bullying na escola. Podem se inscrever no concurso, duplas ou trios de
estudantes. A premiação será a reprodução do slogan vencedor em camisetas, que serão
distribuidas na escola participante. Forme seu grupo de trabalho e discuta sobre uma boa ideia
para atender ao tema do concurso. Não se esqueça:
• Slogan é uma frase curta e “de efeito”, para produzir impacto positivo no leitor.
• A linguagem deve se orientar ao público juvenil, de modo ético e adequado ao tema
proposto.
• Ilustrem com imagens (colagem ou desenho) que dialoguem com o slogan.
• Planejem o que e como escrever.
• Façam a primeira versão e verifiquem a necessidade de ajustes.
• Façam a versão final e registrem abaixo.
CADERNO DO PROFESSOR
É necessário garantir a compreensão sobre os usos da linguagem multimodal (articulação de diferentes recursos expressivos), tanto na produção do podcast quanto no slogan ilustrado. A orientação ao público juvenil coloca o estudante na posição de refletir sobre variedades linguísticas e normas adequadas ao contexto.
ATIVIDADE 5 – UMA MEMÓRIA, UMA HISTÓRIA
Quando somos crianças, vivemos muitas situações cotidianas significativas. No entanto,
com o passar dos anos e o aumento das responsabilidades, podemos nos esquecer de alguns
momentos felizes e pitorescos que vivemos. Leia o texto a seguir e pense se, em algum
momento em sua vida, você teve uma experiência parecida como a descrita na história, ou,
ainda, se esta história trouxe alguma boa lembrança a você.
Doce sabor infância
Silvia Helena Soares
Hoje, ao chegar na casa de minha mãe para jantar, destampei uma panela grande para
ver o que tinha dentro. Ao esticar o braço até a tampa, minha intuição já me disse o doce que
estava lá. Então uma doce lembrança surgiu - esse doce tem sabor de infância.
Aí minha memória voltou a uma doce fase de minha vida, quando minha mãe ia até o
pomar, colhia as laranjas, lavava-as e pedia ao meu pai um canivete, que ele sempre trazia no
bolso. Ele pegava o canivete, amolava e lavava, para só depois, entregá-lo a minha mãe, mas
não sem antes, pedir cuidado a ela... Minha mãe, então, começava um trabalho artesanal de
descascar as laranjas, uma a uma, sem pressa, e com muito cuidado para não machucá-las. A
casca saia em pequenos pedaços, tão pequenos, que dariam um belo mosaico.
Depois de descascadas, as laranjas eram cortadas em forma de cruz, para retirada de
todo o seu conteúdo, pois o doce era feito somente com a parte branca... E lá ia minha mãe,
água em uma bacia e as laranjas, uma a uma, sendo colocadas para ficarem de molho durante
7 ou 8 dias.
Dia a dia, a água era trocada e as laranjas raspadas e lavadas, uma a uma. Durante
esse ritual, do que tenho lembrança, minha mãe estava sempre alegre em cuidar e preparar as
laranjas.
No último dia, açúcar na panela, calda e as laranjas a cozer... Num toque todo especial,
cravo para enfeitar não só o doce, mas para colocar ainda mais encanto numa infância não
apenas doce, mas acima de tudo feliz!
Língua Portuguesa
(Texto cedido pela autora especialmente para esse material)
Esse texto registra a memória de um momento vivido pela autora na infância. Mas, o que é
memória?
De acordo com o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, memória é “aquilo que ocorre ao espírito como resultado de experiências já vividas; lembranças, reminiscência”. No mesmo dicionário, o vocábulo “memória” também se refere a “relato que alguém faz, muitas vezes na forma de obra literária, a partir de acontecimentos históricos dos quais participou ou foi testemunha, ou que estão fundamentados em sua vida particular”
1– Converse com seus colegas de turma sobre os possíveis significados da palavra “memória”.
Registre as conclusões a que chegaram.
2– Quando contamos algo sobre nossas experiências vividas, é comum organizarmos a
linguagem de modo que o interlocutor perceba que se trata de um acontecimento passado.
Volte ao texto e tente identificar e destacar marcas linguísticas que situam a narrativa no tempo.
Uma dica: atente-se aos tempos verbais e às expressões temporais.
Deve-se retomar o estudo do pretérito verbal e de outros articuladores linguísticos que possibilitam, em situações narrativas, construir registros do passado. 3- No texto “Doce sabor infância”, é possível identificar, principalmente, dois momentos narrados
pelo locutor.
a) Qual é o primeiro momento? Em que parágrafo ele é narrado?
1º parágrafo - Hoje, ao chegar na casa de minha mãe para jantar, destampei uma
panela grande para ver o que tinha dentro. Ao esticar o braço até a tampa, minha
intuição já me disse o doce que estava lá. Então uma doce lembrança surgiu, esse doce
tem sabor de infância.
b) Qual é o segundo momento? Em que parágrafo ele se inicia?
2º, 3º, 4º e 5 parágrafos – Momentos em que há resgate das memórias de infância.
Ilustração: Eduardo Cata-Preta da Cunha
CADERNO DO PROFESSOR
4- Releia este trecho do texto:
“Aí minha memória voltou a uma doce fase de minha vida, quando minha mãe ia até o pomar,
colhia as laranjas, lavava-as e pedia ao meu pai um canivete, que ele sempre trazia no bolso.”
Indique, no quadro a seguir, os verbos presentes no trecho e em que tempo verbal ocorrem.
VERBO TEMPO VERBAL
Voltou Pretérito perfeito – modo indicativo
Ia Pretérito imperfeito – modo indicativo
Colhia Pretérito imperfeito – modo indicativo
Lavava Pretérito imperfeito – modo indicativo
Pedia Pretérito imperfeito – modo indicativo
Trazia Pretérito imperfeito – modo indicativo
5- Há narrativas que se organizam também pelo uso do presente verbal. Nesses casos, trata-se
de um “presente histórico”, em geral acompanhado de marcadores temporais que situam o
interlocutor no tempo do acontecimento narrado. Por exemplo: “Diz a História que em 1500 os
portugueses iniciam o processo de colonização do Brasil”.
Como ficaria o trecho analisado na questão 4, se reescrito com o presente verbal? Registre aqui
uma possibilidade de reescrita. O que mudou?
Espera-se que o estudante perceba, no movimento de reescrita, a necessidade de adequar os tempos verbais à situação narrada. É necessário atentar-se também ao emprego de articuladores linguísticos temporais. Sugestão: “Aí minha memória volta a uma doce fase de minha vida, quando minha mãe vai até o pomar, colhe as laranjas, lava-as e pede ao meu pai um canivete, que ele sempre traz no bolso.”
ATIVIDADE 6 - DOCE DA INFÂNCIA: MEMÓRIA E REGISTRO
Como vimos, o texto da atividade anterior narra uma história que aconteceu na vida de
uma pessoa. Ela nos conta sobre um doce que sua mãe preparava, desde a conheita da laranja
Língua Portuguesa
até a execução do prato. O Eduardo ilustrou a história e autorizou que o desenho, reproduzido
abaixo, fosse mostrado a vocês.
Ilustração: Eduardo Cata-Preta da Cunha
Qual é o seu doce de infância preferido? Em vez de escrever sobre ele, que tal fazer
uma ilustração? Use a técnica que preferir. Você pode solicitar algumas dicas para seu
professor de Arte.
CADERNO DO PROFESSOR
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 – HISTÓRIA DA CARICATURA, CARICATURA DA HISTÓRIA
Nesta Situação de Aprendizagem (SA), você estudará alguns gêneros textuais
multissemióticos, que se organizam por meio de recursos não verbais caricaturais, articulados a
recursos verbais. Serão propostas algumas reflexões sobre a caricatura, propriamente dita, para
interpretação e compreensão de seus efeitos de sentido em cartuns, memes e charges. Você
também fará contato com a História, para se informar sobre o possível surgimento da caricatura.
No desenvolvimento das atividades, espera-se que você desenvolva práticas de letramento
científico, por meio de leitura e pesquisa, e também, as habilidades apresentadas nos quadros a
seguir.
Língua Portuguesa
ATIVIDADE 1 – LINGUAGEM CARICATURAL E SENTIDO A proposta contida nesta introdução visa a situar os estudantes no contexto das atividades e, ao mesmo tempo, investigar o que já sabem sobre o tema “linguagem caricatural”. As reflexões ligam-se ao contexto das práticas de multiletramento e desenvolvimento de habilidades de leitura e compreensão de gêneros multissemióticos. A partir de uma breve revisão conceitual, aplicada ao estudo de gêneros caricaturais, espera-se que os estudantes possam reconhecer e compreender semelhanças e diferenças na organização composicional temática e estilística desses gêneros, com base nas funções que a linguagem adquire nas esferas sociais de produção e circulação. A figura egípcia, no início da atividade a seguir, não é uma escolha aleatória. Relaciona-se a hipóteses de a primeira caricatura ter surgido no Egito Antigo, na representação de cenas e personagens híbridas registradas em papiros. Essas considerações serão feitas oportunamente, mas o professor pode propor questionamentos que instiguem os estudantes a levantarem hipóteses, a partir de inferências sobre a imagem reproduzida do faraó egípcio e o dizer contido no balão.
Organizado por Madalena Borges, especialmente para esta atividade.
Imagem disponível em: < https://pixabay.com/pt/illustrations/eg%C3%ADpcio-tutunkhamun-fara%C3%B3-design-1822051/>.
Acesso em: 06 ago. 2020.
Como teria surgido a linguagem caricatural? Você acredita que ela seja recente ou
CADERNO DO PROFESSOR
muito, muito antiga? Quais são as finalidades e funções da caricatura na interação social? Que
gêneros textuais organizam-se com recursos expressivos caricaturais? Respostas a essas e a
outras perguntas serão construídas no desenvolvimento desta Situação de Aprendizagem.
Observe os textos a seguir. Que diferenças e semelhanças há entre eles?
Foto: Madalena Borges. Montagem feita especialmente para esta atividade.
A palavra foto é redução da palavra fotografia. Fotografia é a arte ou o processo de
capturar e registrar cenas, por meio de equipamentos próprios. Os textos 2 e 3 são retratos
caricaturais. A caricatura também é considerada arte, porém se realiza por meio do traço
“deformante”, de modo mais ou menos acentuado, para destacar características físicas e/ou
comportamentais da personagem retratada. Em geral, o efeito de sentido do traço caricatural
assemelha-se ao efeito de sentido dos adjetivos, na linguagem verbal. Por que isso ocorre?
Observe o texto a seguir e levante hipóteses:
Língua Portuguesa
Retrato caricatural organizado por Madalena Borges, especialmente para esta atividade.
• Por que o tamanho da cabeça da personagem tem mais destaque do que o restante do
corpo?
• O fato de o tamanho da cabeça ser desproporcional em relação ao corpo tem alguma
relação com características que identifiquem a personagem?
Discuta com seus colegas e comente no espaço abaixo.
Espera-se que os estudantes percebam a intenção do enunciador ao destacar o tamanho da cabeça da personagem e a relacioná-lo com inteligência e genialidade. A personagem representada é Albert Einstein, físico mundialmente reconhecido por suas contribuições à ciência. O texto caricatural evidencia também os cabelos desalinhados e a língua para fora, a partir de uma foto jornalística que registra o episódio. Essas questões são retomadas adiante, nas próximas atividades.
Atividade 2 – O retrato caricatural
CADERNO DO PROFESSOR
ATIVIDADE 2 – O RETRATO CARICATURAL
O retrato caricatural (do Francês, portrait-charge) assemelha-se a um retrato fotográfico.
A grande diferença, porém, é que a fotografia registra, de maneira relativamente estável, a
imagem do referente, na medida em que captura e “congela” a imagem, enquanto a caricatura
produz um efeito paródico desse referente, que é retratado sob o olhar do caricaturista, com
efeitos de paródia e humor. O traço caricatural pode ser produzido por meio de técnicas de
desenho à mão livre, como no texto analisado anteriormente, e também com uso de aplicativos
para celular e computador, como no retrato caricatural a seguir. Neste retrato, o efeito de
deformação caricatural é menos evidente, mas o estilo do traço assemelha-se ao estilo de
linguagem não verbal, presente em cartuns.
Retrato caricatural elaborado por Madalena Borges, especialmente para esta atividade.
a) Quem é a personagem caricaturada? Que características possibilitam reconhecê-la?
Os estudantes devem relacionar com a personagem identificada na atividade anterior – Albert
Einstein.
Língua Portuguesa
b) Ao retratar a personagem com a língua para fora, o enunciador-caricaturista capta um
momento peculiar da vida da personagem. Que momento é esse? Qual é o efeito de humor que
o traço caricatural produz, em relação à personagem retratada?
Ao pesquisar sobre o assunto, os estudantes terão informações de que a cena caricaturada recurpera um momento inusitado da vida do cientista, normamente sério e contido. O efeito de humor caricatural constrói-se no contraponto entre a seriedade da personagem e atitude inesperada de mostrar a língua aos jornalistas.
c) Agora é sua vez! Faça o seu retrato caricatural. Você pode desenhar ou usar um aplicativo de
celular. Procure interpretar e destacar seus traços mais característicos, físicos e/ou de
personalidade.
Os estudantes devem ser incentivados a produzirem o próprio retrato caricatural, com ou sem recursos tecnológicos. Espera-se que compreendam a caricatura, inicialmente, como recurso expressivo não verbal.
Para saber mais sobre a foto que originou o retrato caricatural analisado acima e o meme a seguir, acesse: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/em-que-situacao-foi-tirada-a-classica-foto-de-albert-einstein-com-a-lingua-de-fora/
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ATIVIDADE 3 – MEME, CARTUM E CHARGE: EFEITOS DE HUMOR
1- A caricatura é um recurso expressivo não verbal presente em diferentes gêneros textuais, tais
como a charge, o cartum, as histórias em quadrinhos, os memes, além do retrato caricatural,
como visto anteriormente. O traço caricatural pode produzir diferentes efeitos de humor - ironia,
crítica, deboche, sarcasmo. Isso significa que nem sempre esse estilo desencadeia o riso. Além
disso, nem sempre esses efeitos de humor estão explícitos na imagem, já que estão
relacionados ao contexto de produção e circulação do discurso (do dizer), como visto na
atividade anterior. Na maior parte dos gêneros caricaturais, a caricatura precisa ser interpretada
simultaneamente à linguagem verbal, como no meme a seguir.
Meme elaborado por Madalena Borges, especialmente para esta atividade.
O termo meme tem origem no grego e significa “imitação”. Na internet, é bastante
utilizado e se refere ao modo como uma ideia, uma frase, uma imagem ou uma informação
“copiada” se espalha rapidamente entre os usuários da rede, isto é, “viraliza” e alcança
Língua Portuguesa
popularidade.
a) No meme acima, qual é a relação entre o retrato caricatural e a frase “Tudo é relativo!”?
Converse sobre isso com a turma e registre a conclusão a que chegaram.
Espera-se que os estudantes cheguem à compreensão das relações verbo-visuais que contituem o gênero textual em estudo. Trata-se de um gênero caricatural em sentido mais amplo, não restrito ao traço caricatural, mas a um todo de efeito paródico. A frase em questão – “Tudo é relativo!” – remete à Teoria da Relatividade, de Einstein. No contexto da foto em que o cientista mostra a língua, a frase adquire um teor ambíguo – até a seriedade é relativa. O termo “Yes” complementa a ideia de afirmação de um comportamento inusitado, por vezes transgressor, diferente do esperado em relação à personagem caricaturada; também remete à afirmação simbólica da conquista de um feito.
b) Como se produz o efeito de humor no meme acima?
Os estudantes devem perceber que o efeito de humor não suscita o riso fácil. Constrói-se na relação entre a imagem caricatural que resgata um momento inusitado e engraçado, da vida da personagem, fotografada com a língua para fora, e o relaciona à máxima “Tudo é relativo”, referente à Teoria da Relatividade (Física) de Einstein. Revela-se, assim, a oposição entre o cômico e o sério. A interjeição “Yes!”, do Inglês, produz o sentido de afirmação e reitera a “descoberta científica” da personagem. c) Você conhece outros memes? Reproduza um no espaço abaixo (ou crie um novo).
CADERNO DO PROFESSOR
c) Desafio! Quem é o autor da fórmula a seguir? Que importância essa fórmula tem para a
Ciência? Parece difícil, mas você consegue! Pesquise e descubra. Peça ajuda a seus
professores de Matemática.
Meme elaborado por Madalena Borges, especialmente para esta atividade, com base em foto disponível em: <https://www.swissinfo.ch/eng/sci-tech/einstein-co_zurich-a-magnet-for-nobel-
winners/41881992>. Acesso em: 06 ago. 2020.
Para saber mais, visite: https://www.uol.com.br/tilt/ultimas-noticias/redacao/2016/09/21/clique-ciencia-no-que-a-famosa-equacao-emc-e-aplicada.htm?aff_source=56d95533a8284936a374e3a6da3d7996#:~:text=E%20=%20mc%C2%B2%20quer%20diz%20que,,%20irradiado%20ou%20movimentando-se (acesso em: 08 ago. 2020).
Língua Portuguesa
E então, conseguiu descobrir? Registre aqui as informações e depois compartilhe e compare o
resultado da pesquisa com sua turma.
Os estudantes devem ser orientados a pesquisar de modo que desenvolvam práticas de letramento científico. Embora o tema seja bastante complexo para a etapa de escolaridade em questão, a essência da atividade está na busca da informação e na ampliação do repertório cultural. Nesse caso, sugere-se a parceria com professores de Matemática e Física, para orientações e simplificação da linguagem científica.
2- A caricatura é também um recurso expressivo na organização de cartuns. O cartum (do
Inglês, cartoon) é um gênero textual do jornalismo, assim como a charge. Embora cartum e
charge tenham características comuns, são gêneros textuais distintos. Veja as principais
semelhanças e diferenças no quadro a seguir.
CHARGE CARTUM
Gênero textual de opinião (circula junto ao editorial dos jornais);
Gênero de costumes (circula nas páginas de diversão e entretenimento dos jornais);
Linguagem verbo-visual = recursos expressivos articulados num “todo” de sentido;
Linguagem verbo-visual = recursos expressivos articulados num “todo” de sentido;
Estrutura narrativa apresentada, geralmente, em um quadro;
Estrutura narrativa apresentada, geralmente, em um ou mais quadros;
Temporalidade do jornalismo, de acordo com o acontecimento noticiado;
Atemporalidade: veicula costumes, valores de grupos sociais, sem restrições de tempo;
Principal recurso expressivo = caricatura Principal recurso expressivo = caricatura
Efeitos de humor (nem sempre produz riso; não é essa a principal função do gênero charge); humor crítico, sarcástico, cáustico, irônico;
Efeitos de humor: leve, irônico, sarcástico (depende do estilo do autor);
Temáticas políticas, ambientais e sociais. Temáticas cotidianas da vida social.
Madalena Borges. Quadro elaborado especialmente para esta atividade.
Leia o enunciado a seguir e responda às questões propostas.
CADERNO DO PROFESSOR
Cartum elaborado por Madalena Borges, especialmente para esta atividade.
a) No cartum em análise, há relações entre a linguagem verbal e a linguagem não verbal? Como
isso ocorre? Comente.
Espera-se que os estudantes compreendam que o estilo caricatural constrói-se no “todo” do texto e não apenas pelo traço. A ideia é que percebam o jogo verbal presente na fala do balão, a partir do reconhecimento das diferenças linguísticas e semânticas entre os verbos. Essas diferenças são inicialmente percebidas pela posição da sílaba tônica, que possibilita identificar “amar” e “amassar” no presente do subjuntivo.
b) Considere a resposta à questão anterior e comente: como o efeito de humor é produzido no
cartum?
O efeito de humor é produzido no “conjunto” do material verbal e não verbal que compõe o cartum. Isolados desse conjunto, os recursos expressivos não produziriam os mesmos efeitos de sentido. c) No cartum, aparece a expressão “Oops!”. Qual é a função e o significado dela no contexto? Trata-se de uma interjeição que, no contexto, pode sugerir a percepção de uma falha ou de um engano, uma gafe ou indiscrição involuntária.
d) Releia a sentença do balão:
“Mamãe pediu que nos amássemos e não que nos amassemos!”. Os verbos sublinhados têm o
mesmo sentido? Justifique sua resposta.
Oriente-se pela sugestão apresentada na questão “a”.
Língua Portuguesa
e) Quanto à escrita e à posição da sílaba tônica, que diferenças apresentam os dois verbos?
O verbo amar, no presente do subjuntivo (1ª pessoa/plural), apresenta a antepenúltima sílaba tônica, marcada por acento gráfico, característica de vocábulos paroxítonos. O verbo amassar, no presente do subjuntivo, apresenta a penúltima sílaba tônica, característica de vocábulos paroxítonos.
f) Em que tempo e modo esses verbos são utilizados no cartum?
Oriente-se pela sugestão apresentada na questão “e”.
ATIVIDADE 4 – VOCÊ SABIA QUE... UM CONVITE À HISTÓRIA
A principal finalidade da leitura, nesta atividade, é a informação. Consideradas as possibilidades de ensino presencial ou remoto, o professor deve adequar a condução da leitura às condições da aula em desenvolvimento. Ele deve se atentar, porém, a que os estudantes recebam orientações prévias, por meio de um roteiro de estudos, para que adotem “comportamentos de leitor” – grifar, anotar, questionar, pesquisar...
1- Leitura, informação, conhecimento
Faraós, papiros e caricaturas
Estudos desenvolvidos nos séculos XIX e XX levantam hipóteses de que as mais antigas
caricaturas surgiram no Egito, há milhares de anos, e datam da décima nona dinastia, do Reino
de Ramsés II, Sesóstri . Ramsés II reinou entre 1.279 a.C. e 1.213 a.C., aproximadamente. As
caricaturas registradas em papiros, nesse período, representam, por meio de figuras que
mesclam seres humanos e animais, personagens poderosos que participam de uma narrativa
retratada em imagens, como mostra a reprodução do papiro a seguir.
Lembrete: Quanto à posição da sílaba tônica, as palavras da língua portuguesa podem ser: • Oxítonas – última sílaba tônica; • Paroxítonas – penúltima sílaba tônica; • Proparoxítonas – antepenúltima sílaba tônica. Todas as proparoxítonas recebem acento gráfico. As oxítonas e paroxítonas submetem-se a regras específicas de acentuação gráfica.
CADERNO DO PROFESSOR
Primeira caricatura conhecida. Papiro egípcio do Museu Egípcio de Turim. Dimensões: 47cmx12cm (dados coletados em LIMA, Herman. História da caricatura no Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1963
O papiro reproduzido acima contém uma série de cenas relacionadas, nas quais são
retratadas várias ações simultâneas, envolvendo diferentes personagens. A leitura é feita da
direita para a esquerda, de modo que se identifiquem, na primeira cena, quatro personagens
que realizam um concerto e suas prováveis representações – um burro (o rei, Ramsés-Sético),
um leão (a Etiópia, ligada ao Egito), um crocodilo (o Alto Egito) e um macaco (o Baixo Egito). Na
segunda cena, provavelmente o mesmo burro da cena precedente recebe homenagens de um
boi (Osíris) e de uma gata (Ísis ou o próprio Egito). A terceira cena, em aparente continuidade
com a segunda, revela uma gazela (uma mulher, possivelmente a filha do rei Khetas, esposa de
Ramsés II), segurando um gládio com que ameaça uma gata (Ísis), cuja postura é de
submissão ou humilhação. Mais distante, isolado, um espectador estranho, misto de coelho e
rato (um agente sem caráter definido), observa, talvez mal intencionado, o drama em que
figuram a gazela e a gata.
Interessante, não é? Quem diria que os textos caricaturais são tão antigos e tão
significativos!
Madalena Borges. Texto elaborado especialmente para esta atividade (dados de pesquisa de doutorado, coletados em LIMA, Herman. História da caricatura no Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1963).
Para uma visita virtual ao Museu Egípcio de Turim, na Itália: https://www.youtube.com/watch?v=tC8NPCygdH0 (acesso em: 14 ago. 2020).
Língua Portuguesa
Na atividade seguinte, resgata-se a leitura de fotos, para dar continuidade às práticas de letramento científico, na construção do conhecimento histórico. Resgata-se também a produção de verbetes enciclopédicos, estudados na Situação de Aprendizagem 2. É interessante incentivar a pesquisa, a partir da indicação de fontes e recursos disponíveis aos estudantes.
2- Como sugere o texto anterior, os registros caricaturais feitos em papiros, de certa forma,
garantiram a perpetuação de muitos acontecimentos históricos no Egito Antigo. Agora, sua
tarefa é pesquisar um pouco mais sobre o legado egípcio e registrar as principais informações
em um verbete, gênero estudado na Situação de Aprendizagem 2. Que tal começar pelas
Pirâmides e pela Esfinge? E o que mais você descobriu sobre o Egito Antigo?
Você sabia que as Pirâmides do Egito...
Foto disponível em: <https://pixabay.com/pt/photos/pir%C3%A2mides-egito-eg%C3%ADpcio-antigos-
2371501/>. Acesso em: 06 ago. 2020.
Você sabia que a Esfinge...
Foto disponível em: <https://pixabay.com/pt/photos/star-c%C3%A9u-noturno-pir%C3%A2mides-esfinge-1096934/>. Acesso em: 06 ago. 2020.
CADERNO DO PROFESSOR
Antes da produção escrita do verbete, pode-se orientar a conversa sobre os resultados da pesquisa e as descobertas dos estudantes. Sugere-se, ainda, retomar aspectos de linguagem do gênero verbete enciclopédico. Se necessário, volte à SA 2.
ATIVIDADE 5 – CHARGE: HUMOR, CRÍTICA E OPINIÃO
Embora seja um gênero textual do campo jornalístico, é comum encontrar charges em
livros de História, de Ciências, de Língua Portuguesa, de Geografia, entre outros. Isso acontece
porque a charge retrata um acontecimento de natureza política ou social, porém de maneira
crítica, sarcástica, irônica, para produzir efeitos de humor, o que explica sua presença
“ilustrativa” em diferentes materiais de informação e estudo. De certa forma, pode-se dizer que a
charge, por meio do estilo caricatural, registra o acontecimento de maneira paródica, ao mesmo
tempo em que dialoga com o jornalismo informativo e opinativo considerado “sério”.
No espaço a seguir, desenhe uma charge ou cole uma, extraída de algum jornal
impresso. Em seguida, compare-a aos textos analisados anteriormente, releia o quadro
explicativo sobre cartum e charge e responda às questões propostas.
É possível orientar os estudantes a procurarem uma charge via pesquisa online. Nesse caso, eles podem
“printar” a imagem e analisá-la durante a execução da atividade.
Cole ou desenhe a charge aqui.
Língua Portuguesa
a) Qual é o assunto retratado na charge? O assunto está relacionado a algum acontecimento
social e/ou político noticiado pelo jornalismo? Comente.
É importante que os estudantes reconheçam e compreendam a charge como gênero textual do campo jornalístico (crítico-opinativo), relacionado ao noticiário e situado na temporalidade do acontecimento. b) O efeito de humor dessa charge é construído a partir de um ponto de vista crítico ou apenas
visa à produção de humor? Comente.
Deve-se atentar aos efeitos de humor da charge e à função social do gênero na esfera jornalística. Sugere-se retomar o quadro comparativo estudado anteriormente, para análise, discussão e validação das respostas. c) Observe os traços caricaturais. Como visto anteriormente, a caricatura tem efeito deformante
e de adjetivação.
• Que características de personagens e de cenário são destacadas na charge em análise?
• As características em destaque têm relações intencionais com os efeitos de sentido e de
humor da charge? Comente.
d) Observe os recursos verbais da charge. Que relações de sentido há entre esses recursos e
os recursos não verbais caricaturais?
Para discussão, análise e validação das questões “c” e “d”, deve-se atentar à articulação dos recursos expressivos do gênero na construção dos sentidos, de modo a garantir que os estudantes compreendam o sincretismo da linguagem dos gêneros verbo-visuais.
ATIVIDADE 6 – PRODUÇÃO DE TEXTO: HISTÓRIA DE VIDA E MEMÓRIA
A esta altura, você já pesquisou sobre muitos aspectos da vida da personagem apresentada nas
Atividades 2 e 3 - o físico Albert Einstein, cientista mundialmente conhecido por suas grandes e
significativas descobertas e contribuições. Para saber um pouco mais sobre Einstein, pesquise
sobre sua vida e seus feitos científicos. Faça anotações porque depois, você produzirá a
biografia de Albert Einstein.
CADERNO DO PROFESSOR
O que você precisa garantir na produção da biografia?
• Selecione as informações obtidas por meio da pesquisa que realizou, as quais você quer
registrar no texto.
• Planeje como irá escrever. Lembre-se das características de linguagem do gênero
textual biografia.
• Faça a primeira versão do texto e depois a revise ou troque com um colega de classe – o
texto precisa estar bem escrito, para que seja lido e compreendido pelo interlocutor.
• Faça os ajustes necessários para a versão final e reescreva o texto.
A biografia é um gênero textual cuja principal função é informar sobre a história da vida de uma pessoa. O texto biográfico deve apresentar dados de fontes confiáveis, por meio de uso de linguagem clara, objetiva e adequada aos padrões normativos da língua. Para saber mais sobre o físico Albert Einstein, acesse*: https://www.britannica.com/contributor/Albert-Einstein/9536716 https://www.youtube.com/watch?v=WwX-G_E7MYk https://pt.wikipedia.org/wiki/Albert_Einstein https://www.bbc.com/portuguese/geral-52466100 *Todos os links acima foram testados em 15 ago. 2020.
Língua Portuguesa
FONTES TEÓRICO-METODOLÓGICAS
BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso. In: ________. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2010. COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. 3ª ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2012. DIONÍSIO, Angela; MACHADO, Ana Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora (Orgs.). Gêneros textuais e ensino. São Paulo: Parábola, 2010. DISCINI, Norma. O estilo nos textos: história em quadrinhos, mídia, literatura. São Paulo: contexto, 2004. ________. A comunicação nos textos: leitura, produção, exercícios. São Paulo: Contexto, 2005. FONSECA, Joaquim da. Caricatura: a imagem gráfica do humor. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1999. KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 12.ed., Campinas: Pontes, 2009. PIETROFORTE, Antonio Vicente. Semiótica visual: os percursos do olhar. São Paulo: Contexto, 2004. ________. Análise do texto visual: a construção da imagem. São Paulo: Contexto, 2007. ROJO, Roxane. Pedagogia dos Multiletramentos. In: ROJO, R.; MOURA, E. (Org.) Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola Editorial, 2012. ROJO, Roxane. Textos multimodais (verbete). Disponível em: < http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/textos- multimodais>. Acesso em: 23 jan. 2020. SÃO PAULO. SEDUC. Currículo Paulista. São Paulo, SEDUC, 2019. TEIXEIRA, Luiz. Guilherme Sodré. Sentidos do humor, trapaças da razão: a charge. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 2005.
CADERNO DO PROFESSOR
CRÉDITOS
SA1: Kátia Regina Pessoa – CEFAF
SA 2, 3 e 4:
Maria Madalena Borges-Gutierre – DER Franca
Silvia Helena Soares – DER Mogi Mirim
Simone Paixão Barboza - DER Miracatu
Anicéia Cordeiro Barbosa Kussumoto - DER Marília
Orientações Pedagógicas (SA 1, 2, 3, 4)
Maria Madalena Borges-Gutierre – DER Franca
Silvia Helena Soares – DER Mogi Mirim
Simone Paixão Barboza - DER Miracatu
Anicéia Cordeiro Barbosa Kussumoto - DER Marília
Direitos autorais cedidos especialmente para o material:
Maria Madalena Borges-Gutierre – DER Franca (SA4)
Silvia Helena Soares – DER Mogi Mirim (SA3)
Simone Paixão Barboza - DER Miracatu (SA2)
Anicéia Cordeiro Barbosa Kussumoto - DER Marília (SA3)
Beatriz Pagan (foto SA3)
Eduardo Cata-Preta da Cunha (desenho SA3)
Por gentileza, providenciar as autorizações de todos os participantes da montagem do material (PCNP e colaboradores).
SP FAZ ESCOLA CADERNO DO PROFESSOR
LÍNGUA PORTUGUESA
ENSINO FUNDAMENTAL – 7º ANO
VOLUME 3
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Fonte: Desenho de Lívia Maria dos Santos Amaral, 12 anos, 6º ano - E.E. Comendador Antônio Figueiredo Navas, Lins, SP
Olá!
A Situação de Aprendizagem que você desenvolverá neste material pretende trabalhar habilidades relacionadas às práticas de: leitura;
oralidade; produção textual;
análise linguística/semiótica. Essas práticas, por sua vez, estão articuladas a alguns campos de atuação social:
o da vida pública; o das práticas de estudo e de pesquisa; o da arte e da literatura;
o do jornalístico/midiático. Utilize este material como parte de seus estudos, associando-o a outros que venham a complementar sua jornada no campo do conhecimento.
Equipe Pedagógica de Língua Portuguesa
2
SUMÁRIO
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 - PONTOS DE VISTA EM CONTEXTO
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 - QUAL A SUA OPINIÃO?
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 - LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO: EIS O
DESAFIO!
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 - DANDO VIDA ÀS PALAVRAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E SITES CRÉDITOS
3
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM – PONTOS DE VISTA EM CONTEXTO Nesta Situação de Aprendizagem (SA), você desenvolverá atividades de leitura, de escrita, de oralidade voltadas à organização e à interpretação de textos. Veja, a seguir, algumas habilidades, entre outras, que começaremos a desenvolver:
Práticas de linguagem
Leitura
Oralidade
Produção de texto
Análise linguística/semiótica
EF69LP56 - Fazer uso consciente e reflexivo da norma-padrão em situações de fala e escrita em textos de diferentes gêneros, levando em consideração o contexto, situação de produção e as características do gênero.
EF69LP46 - Participar de práticas de compartilhamento de leitura/recepção de obras literárias/manifestações artísticas, tecendo, quando possível, comentários de ordem estética e afetiva.
EF69LP25 - Posicionar-se de forma consistente e sustentada em uma discussão, assembleia, reuniões de colegiados da escola, de agremiações e outras situações de apresentação de propostas e defesas de opiniões, respeitando as opiniões contrárias e propostas alternativas e fundamentando seus posicionamentos, no tempo de fala previsto, valendo-se de sínteses e propostas claras e justificadas.
EF69LP45 - Posicionar-se criticamente em relação a textos pertencentes a gêneros como quarta-capa, programa (de teatro, dança, exposição etc.), sinopse, resenha crítica, comentário em blog/vlog cultural etc., para selecionar obras literárias e outras manifestações artísticas (cinema, teatro, exposições, espetáculos, CD´s, DVD´s etc.), diferenciando as sequências descritivas e avaliativas e reconhecendo-os como gêneros que apoiam a escolha do livro ou produção cultural e consultando-os no momento de fazer escolhas, quando for o caso.
EF69LP44 - Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhecendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção.
EF69LP08 - Revisar/editar o texto produzido, tendo em vista sua adequação ao contexto de produção, a mídia em questão, características do gênero, aspectos relativos à textualidade, a relação entre as diferentes semioses, a formatação e uso adequado das ferramentas de edição (de texto, foto, áudio e vídeo, dependendo do caso) e adequação à norma culta.
EF69LP07B - Produzir textos em diferentes gêneros, considerando sua adequação ao contexto de produção e circulação.
EF67LP25B - Utilizar adequadamente a coesão e a progressão temática nas produções textuais.
EF67LP25A - Reconhecer o emprego da coesão e da progressão temática nas produções textuais.
EF67LP03 – Comparar informações sobre um mesmo fato divulgadas em diferentes veículos de mídia, analisando e avaliando a confiabilidade.
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ATIVIDADE 1 – Ampliando o Olhar Há muitas maneiras de receber e compartilhar informações. Ao nos depararmos com uma notícia, imagem ou obra de arte, uma infinidade de conhecimentos são acionados para que possamos perceber e analisar como as relações humanas ocorrem. Um olhar atento sobre o texto, sabendo verificar o que ele nos traz de forma explícita e também de forma implícita, é fundamental nesse processo. Isso nos permite, por exemplo, comparar informações sobre um mesmo fato divulgadas em diferentes veículos e mídias, analisando e avaliando sua veracidade.
Texto 1
jaaq.com.br
SÁBADO - Mogi das Cruzes, 14 de Fevereiro de 2020. Ano 17 Nº 277 | 1ª edição, 08 h RESENHAS 06/02/2020 - 15h20min. Sob a ótica do olhar – Mostra OlharSP será inaugurada em fevereiro Da redação
Foto: Mary Jacomine
A Mostra OlharSP, que entrará em cartaz no final de fevereiro, no Espaço Cultural M´Boigy, na região da Zona Leste de São Paulo, tem o objetivo de enfatizar, sob a ótica (1) de diversos artistas, a capital paulista.
“São fotos que retratam pessoas, lugares, movimento, a cidade esfuziante. Algumas criam interessantes ilusões de ótica (2), que nos permitem sonhar...”. Essa é a descrição da curadora da Mostra, Joanna Ferreira, doutora em audiovisual pela USP, uma apaixonada pela arte da fotografia.
5
São Paulo, uma selva de pedra, aparece muitas vezes de forma crua; outras, de forma romantizada, com todo seu esplendor. Mas, para além da Mostra, também serão realizados debates e fóruns para a apresentação de técnicas inovadoras relacionadas à fotografia. Uma delas diz respeito a uma tecnologia ótica (3), capaz de fotografar objetos no vácuo em gravidade zero.
“É uma excelente oportunidade de encontro entre os apaixonados por fotografia, e também para que os profissionais da área tenham acesso às novas tecnologias a serem desenvolvidas.”, diz o professor de Física, Marcelo Pereira, apaixonado por fotografia e atento às inovações da área.
“Fotografia me encanta. A forma como ela pode nos tocar, despertar emoções e sentimentos. Sempre me emociono quando falo disso. E olha só, até embacei os óculos, aliás, preciso procurar uma ótica (4) para trocar as lentes. Quando a Mostra começar, quero poder enxergar tudo direitinho.”, diz a professora Cintia Novaes, com os olhos marejados. A filha dela, morta recentemente em um acidente de trânsito, é uma das fotógrafas homenageadas na exposição.
A Mostra OlharSP ficará em cartaz até julho. Vale a pena conferir. Uma das inovações, é a Sessão Imersiva da exposição, na qual algumas fotografias foram reproduzidas em 3D, permitindo que os visitantes experimentem a sensação de estar dentro do registro fotográfico feito pelo autor da obra. Bora conferir?
● Anote na agenda! Para visitar a Mostra, que se chama “OlharSP”, basta ir ao Espaço Cultural M´Boigy. Zona Leste de São Paulo, de terça a domingo, das 9h às 20h, entre 27 de fevereiro e 12 de julho.
Texto cedido, especialmente, por Marcos Rolfe para esse material
Leia o texto para responder às questões. 1. No texto, a palavra ótica aparece enumerada quatro vezes. Retome a leitura, levante hipóteses sobre os significados e enumere os trechos nos quais ela aparece com o sentido de
( 2 ) ilusão criada a partir do olhar. ( 4 ) lugar específico. ( 1 ) perspectiva ou ponto de vista particular. ( 3 ) objeto ou método relacionado à visão.
2. Compare com seus colegas as respostas dadas no exercício 1, a fim de verificar se suas hipóteses se confirmam. 3. A palavra ótica pode ainda aparecer em outros contextos. De forma resumida, atribua definições para: ● Fibra ótica – Trata-se de uma tecnologia que transfere dados em alta
velocidade. São fios produzidos em material transparente e muito finos, como
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um fio de linha de costura. Esse material transparente reflete a luz, a fim de transmitir informações e substitui os fios de metal/cobre. As empresas de telecomunicações já oferecem esse serviço à população, por exemplo.
● Leitura ótica – Aparelho que capta imagens, dados em formulários, fichas etc. É utilizado para fazer a leitura de dados em papel ou em documento digitalizado.
4 – Um dos possíveis significados relacionados à palavra ótica está na questão da perspectiva específica, de um olhar direcionado. Observe as fotos a seguir e, a partir de seu olhar, diga:
• Quais significados você poderia atribuir a elas? Resposta pessoal.
• Qual foco de atenção o fotógrafo decidiu enfatizar em cada uma delas? Resposta pessoal.
*Foto: Mary Jacomine (acervo pessoal)
Significados possíveis Sugestões: A foto enfatiza versos pichados em espaço urbano. Retrata a subjetividade expressa por um ator anônimo. Descendo as escadas, uma pessoa se protegendo, possivelmente, de chuviscos. A água da chuva, possivelmente, atuou na última linha do poema, passando a impressão de que foi desbotada. A foto parece ter sido tratada com o objetivo de colorir a última linha do escrito, associando-a ao indivíduo de guarda-chuva, também anônimo. O primeiro verso se refere ao amor à vida. O indivíduo que segura o guarda-chuva parece representar a vida em ação. O poema escrito representa a palavra dita, que ficará na memória, mesmo com o passar do tempo.
Significados possíveis
I-
7
*Foto: Maria Paula Machado (acervo pessoal)
A foto é uma representação da realidade urbana: após fortes chuvas, o que resulta em alagamentos, resta às pessoas a necessidade de continuar, de tocar a vida para a frente.
*Foto: Mary Jacomine (acervo pessoal)
Significados possíveis
Pessoas, em suas individualidades, se protegendo da chuva. Os guarda-chuvas podem sugerir as diversidades de escolhas: o objeto protetor, além de funcional, parece representar gostos específicos que, quando refletidos no chão, podem constituir significado igual a todos.
*Fotos cedidas, especialmente, para esse material
5- Retome as anotações feitas no exercício 4 e compartilhe com seus colegas. Todos têm a mesma perspectiva sobre as fotos? Discutam a respeito das possibilidades elencadas por vocês. 6 – É possível atribuir um tema às três imagens? Qual seria?
II-
III-
8
Sim. Chuva. 7 – É possível relacionar as imagens à foto escolhida para ilustrar o Texto 1? Sim. Chuva associada à guarda-chuva é uma aproximação possível. 8 – Uma mesma imagem, ou texto, pode ter diferentes significações, assim como as palavras. Observe os depoimentos a seguir:
“É uma excelente oportunidade de encontro entre os apaixonados por fotografia, e também para que os profissionais da área tenham acesso às novas tecnologias a serem desenvolvidas”. – Marcelo Pereira “Fotografia me encanta. A forma como ela pode nos tocar, despertar emoções e sentimentos. Sempre me emociono quando falo disso. E olha só, até embacei os óculos, aliás, preciso procurar uma ótica para trocar as lentes. Quando a Mostra começar, quero poder enxergar tudo direitinho.” – Cintia Novaes
Os dois depoimentos tratam do mesmo evento, a Mostra OlharSP. O que os diferencia? Quais as expectativas de cada um dos autores dos depoimentos? O depoimento de Marcelo Pereira pode ser associado à procura de novos contatos com profissionais da área e com tecnologias inovadoras. Essa fala carrega intenção de aprimoramento e crescimento profissional. A fala de Cíntia, entretanto, é carregada de subjetivismo, de teor emocional elevado. Transfere ao interlocutor a ideia de apreciação estética, de fruição. ATIVIDADE 2 - Olhares sobre a Mídia Digital O termo mídia refere-se a um conjunto de pessoas, meios de comunicação, função profissional relacionados à area do jornalismo e publicidade. Quando alguém utiliza o termo mídia impressa, está se referindo aos jornais, revistas, informativos que trabalham com a divulgação de informações e também anúncios publicitários, dentre outras possibilidades. Já a mídia digital refere-se a todos esses processos e procedimentos, mas que circulam em formato eletrônico, não sendo necessariamente impressos. Com o avanço da internet e a facilitação do acesso aos celulares com aplicativos dos mais variados, a mídia digital tornou-se ferramenta imprescindível para a circulação de informações. No entanto, é bom salientar que a facilidade de disseminar informações também tem seu lado negativo, porque facilita o compartilhamento de fake news. Além disso, a ampla concorrência, uma vez que o usuário tem liberdade para escolher qual forma terá acesso à informação, também faz com que na busca por público, likes ou views, muitas formas degradantes de tratar uma informação sejam utilizadas. É preciso manter o olhar crítico sobre o acesso a tais informações. 1- Antes de efetuar a leitura do texto a seguir, reflita sobre as seguintes questões:
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a) O que são likes e views? As pessoas são mesmo capazes de tudo para
consegui-los?
De modo geral, “likes” são curtidas e “views” são visualizações.
Algumas pessoas fazem de tudo para consegui-los, principalmente quando
querem alcançar o status de celebridade da internet.
b) Você participa ou participaria de alguma rede social? Se participa, justifique.
Resposta pessoal. A partir das respostas, o professor poderá estimular que os
estudantes as coloquem para a turma. Isso pode gerar uma boa discussão de
ideias.
c) O que sugere a expressão “mídia nebulosa”?
Espera-se que o estudante associe a expressão “mídia nebulosa” ao significado
de “nebuloso” (disperso, sombrio, que não dá para ver direito).
d) É possível um meio de comunicação ser “nebuloso”?
Um meio de comunicação pode transmitir informações nebulosas, sem força
verídica.
2- Agora, leia o texto a seguir.
Texto 2
O desastre de Brumadinho e a mídia nebulosa
O município de Brumadinho fica próximo à antiga Vila de Brumado Velho, nome que o local recebeu devido à grande incidência de brumas, pelo período da manhã. A palavra bruma, para quem desconhece, significa nevoeiro, nebulosidade.
Nebulosas, também, são as razões que acabaram provocando a catástrofe que tomou conta das redes sociais em janeiro de 2019, mobilizando debates, discussões, solidariedade e questionamentos. Alguns desses, envolvendo a cobertura desastrosa que muitos meios de comunicação fizeram.
É notório que grandes catástrofes têm o poder de mobilizar audiências. Em tempos de internet e circulação rápida de notícias, tornam-se assunto corriqueiro, viralizando imagens e dados com grande velocidade. Isso provoca, naqueles que possuem o poder de veicular as informações, uma corrida para entrevistar sobreviventes, buscar as imagens com os ângulos mais inusitados, na tentativa de colocar-se à frente da concorrência.
Na ânsia de buscar informações novas e alcançar notoriedade na cobertura, muitos repórteres deixam-se levar pela exploração da dor humana sem preocuparem-se, efetivamente, com o mínimo respeito pelo entrevistado. Perguntas que exaltam a intensidade de emoções que o outro está vivenciando como, por exemplo, o que significa o desaparecimento de um ente querido, ou ainda se é difícil conter as lágrimas diante da confirmação de uma morte, demonstram um claro despreparo para lidar com questões sensíveis em situações de crise.
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A imprensa precisa cumprir seu papel de levar a informação do modo mais claro e isento possível. Os limites éticos precisam ser respeitados no que se refere ao trato com o sofrimento alheio.
Susan Sontag, em seu livro Diante da dor dos outros, salienta que as pessoas que acompanhavam o noticiário, no caso referindo-se a Sarajevo, pouco entendiam sobre a guerra. Não há substituto para a experiência, e essa observação originou as reflexões do seu livro.
Retomando essa ideia, nada pode explicar, ou mesmo demonstrar, a experiência de dor que o outro vive. Podemos, entretanto, ter empatia. Mostrar o que ocorre, buscando uma aproximação com o entrevistado de forma correta, ética, para que o público a ser atingido compreenda que, mesmo diante de uma dor que não se pode mensurar, é possível ser capaz de indignar-se a ponto de querer uma efetiva retratação de quem cometeu o erro. É importante perceber que uma tragédia ambiental e humana como a de Brumadinho, repeteco ainda mais trágico em número de mortes da que ocorreu há quatro anos na cidade de Mariana com o rompimento da Barragem de Fundão, ocorre facilitada por um descaso institucional, que envolve, também, o poder público em sua ausência de fiscalização adequada.
Segundo dados amplamente divulgados pela imprensa brasileira e mundial, o rompimento da Barragem de Fundão é considerado o maior desastre industrial do mundo envolvendo barragens de rejeitos, com um volume total despejado de aproximadamente 62 milhões de metros cúbicos. Também, foi o responsável pelo maior impacto ambiental da história brasileira. O que ocorreu em Brumadinho não terá o mesmo impacto, porém o número de mortos é superior ao de Mariana.
É preciso acompanhar, fiscalizar o trabalho das mineradoras, verificar de forma eficiente se as barragens utilizadas para os resíduos de mineração dispõem de equipamentos de segurança, rever a legislação e promover efetivamente um ajuste de conduta no que se refere às normas de segurança envolvidas.
Que mais este evento, o qual demonstra claramente o quanto o fator humano ainda é desconsiderado neste país, não caia nas brumas do esquecimento, não seja envolto em nevoeiros e se perca em meio a tantas novidades e notícias que nos bombardeiam diariamente. Buscar audiência com a tragédia alheia não é novidade em nossos meios de comunicação. O que precisa ser novo é nosso olhar crítico e cidadão em solidariedade às vítimas, e em indignação e luta para que outros eventos dessa natureza nunca mais ocorram.
Que os meios de comunicação, os influenciadores digitais e todos os veículos empenhados em compartilhar as informações sobre o ocorrido pautem-se pela ética, pelo respeito, e que saibam comportar-se de forma humana, diante da dor dos outros.
Texto cedido, especialmente, por Marcos Rolfe para esse material
Tragédia de Brumadinho. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/biologia/rompimento-barragem-brumadinho.htm>. Acesso em: 02 mar. 2020. SONTAG, Susan. Diante da dor dos outros. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. A autora refere-se ao cerco de Sarajevo, que ocorreu durante a Guerra da Bósnia, no período de abril de 1992 a fevereiro de 1995.Estima-se que mais de 12.000 pessoas foram mortas. O conflito teve ampla cobertura pela mídia.
Texto 3 BrumaDor A névoa encobre a lembrança.... Dores que se calam, perplexas...
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No esquecimento, a dança... (macabra) Da dor e caos à desordem resumida... Mães choram suas crianças... Pais lamentam sua condição, sua vida... Até quando as brumas encobrirão os desatinos? Sorrir diante da bruta flor, que floresce na lama. Eterno desafio Ser forte é o que nos alimenta.
Texto cedido, especialmente, por Marcos Rolfe para esse material
Após a leitura dos textos, responda às questões. 1- Os Textos 2 e 3 fazem menção ao mesmo evento, com perspectivas diferentes, porém ambos remetem aos mesmos valores humanos. Que valores são esses? O trecho do Texto 2 “[...] que saibam comportar-se de forma humana, diante da dor dos outros” somado ao Texto 3, por exemplo, salientam a dolorosa situação que envolveu Brumadinho. Os valores humanos esperados são a ética, o respeito, a sensibilidade, a solidariedade. 2- O que o título do poema (Texto 3) pode significar? BrumaDor é a junção de Bruma(dinho) à palavra “dor”. Ressalta a dor causada à cidade e às famílias: perda de bens materiais e de entes queridos. 3- O Texto 2 faz uma crítica à maneira como alguns veículos de comunicação trataram a tragédia ocorrida em Brumadinho. Que crítica é essa? O Texto 2 critica a forma cruel com que alguns veículos de comunicação atuam para conseguir informações. 4- Preencha o quadro a seguir com informações referentes ao Texto 2: Algumas respostas podem variar.
Título O desastre de Brumadinho e a mídia nebulosa
O que aconteceu? Rompimento de barragem de rejeitos
Entrevistas desumanas feitas com moradores de
Brumadinho
Onde aconteceu o fato? Município de Brumadinho
Com quem? Moradores de Brumadinho
Como? Rompimento da barragem de rejeitos de minério.
Por quê? Provável descuido das empresas responsáveis
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Quem são os envolvidos? Empresas de minério, moradores da cidade.
Quando ocorreu? 2019
5 – Utilizando os elementos que você elencou na questão 4, escreva um parágrafo resumindo o texto lido. Não se esqueça de revisar seu texto para que ele fique adequado à norma-padrão. Produção pessoal. 6 – A perspectiva utilizada no poema “BrumaDor” é a mesma de “O desastre de Brumadinho e a mídia nebulosa”? Comente. Resposta possível: Os assuntos se entrelaçam. Os dois textos carregam temática comum. O poema, de forma subjetiva, transfere ao leitor um teor forte de sentimentos; o artigo, de certa forma, denuncia a forma sem ética, desumana com que repórteres assediam pessoas que sofreram perdas irreparáveis. 7– Observe o trecho do Texto 2 a seguir:
“Que mais este evento, o qual demonstra claramente o quanto o fator humano ainda é desconsiderado neste país, não caia nas brumas do esquecimento, não seja envolto em nevoeiros e se perca em meio a tantas novidades e notícias que nos bombardeiam diariamente. Buscar audiência com a tragédia alheia não é novidade em nossos meios de comunicação. O que precisa ser novo é nosso olhar crítico e cidadão em solidariedade às vítimas, e em indignação e luta para que outros eventos dessa natureza nunca mais ocorram.”
É possível relacioná-lo ao Texto 3? De que forma? Há uma relação de diálogo entre eles? Justifique sua resposta. O trecho do Texto 2 “[...] não caia nas brumas do esquecimento, não seja envolto em nevoeiros e se perca em meio a tantas novidades e notícias que nos bombardeiam diariamente [...]” pode ser aproxima do título “BrumaDor” (dor envolvida por condição difusa, enevoada), bruma que encobre desatinos e lembranças ao mesmo tempo. O lamento, presente nos dois textos, os aproximam pela necessidade de justiça e busca de respeito para com o próximo. 8 – Releia o trecho a seguir:
“Segundo dados amplamente divulgados pela imprensa brasileira e mundial, o rompimento da Barragem de Fundão é considerado o maior desastre industrial do mundo envolvendo barragens de rejeitos, com um volume total despejado de aproximadamente 62 milhões de metros cúbicos. Também, foi o responsável pelo maior impacto ambiental da história brasileira. O que ocorreu
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em Brumadinho não terá o mesmo impacto, porém o número de mortos é superior ao de Mariana.”
No trecho, o autor não cita as fontes que utilizou para embasar seu argumento. Cheque se realmente a informação é procedente. Sua pesquisa deve ter como foco desastres industriais envolvendo barragens de rejeitos. Promover conversa reflexiva a respeito dos resultados das pesquisas feitas pelos estudantes. 9 – Após a pesquisa realizada na questão 8, produza um parágrafo utilizando os dados que você checou, citando corretamente as fontes. Não se esqueça de revisar seu texto, para que ele fique adequado à norma-padrão. Produção pessoal. O parágrafo construído poderá ser recolhido para análise e posterior feedback. 10 – O Texto 2 é um texto de opinião, já o Texto 3 é um poema. Anote no quadro a seguir as características de cada um.
Características dos gêneros textuais
Texto de opinião: Teor objetivo Parágrafos Apresentação de fatos Apresentação de opiniões Etc.
Poema: Teor subjetivo Versos Estrofes Jogo de palavras Etc.
ATIVIDADE 3 – O olhar de antigamente - 1ª parte O modo como a informação e o entretenimento são difundidos evolui conforme as mudanças tecnológicas avançam. Um exemplo eram os folhetins, romances publicados em capítulos de jornais, que depois foram adaptados para transmissão via rádio, transformando-se nas famosas radionovelas, que posteriormente migraram para a televisão, no formato de telenovelas que fazem tanto sucesso até os dias de hoje.
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1- Os textos, a seguir, irão nos ajudar a discutir algumas questões relacionadas a essas mudanças e evoluções.
Texto 4
O rádio de ontem e sempre Com o fenômeno das redes sociais, a internet permite que qualquer pessoa possa participar de uma rede social e ganhar visibilidade por meio dos chamados likes. Quanto mais curtidas em suas publicações e fotos, mais seguidores a pessoa adquire e sua “fama”, consequentemente, aumenta, fazendo com que ela se torne a famosa do momento, as chamadas webcelebridades. Os canais de compartilhamento de conteúdos de vídeo, como o Youtube, ajudam na criação dessa nova categoria de famosos, os chamados youtubers que, por conta do alcance de seus vídeos, geralmente com milhões de acessos, são chamados de influenciadores digitais. Esse termo é uma tradução do inglês digital influencers, o qual denomina as pessoas que, pelo alcance de seu trabalho e número de seguidores, são contratadas por marcas famosas para vender e divulgar produtos on-line. No entanto, antes do surgimento da internet, ser ou tornar-se famoso, conhecido por um grande número de pessoas, necessitava de percursos muito diferentes. O primeiro grande veículo de massas foi o rádio que, antes da televisão, lançava as pessoas à fama e à glória. O rádio começou a funcionar no nosso país, em 1922. A primeira transmissão foi em comemoração ao Centenário da Independência do Brasil, que contou com a participação do Presidente Epitácio Pessoa. Em 1938, os jogos da Copa do Mundo, ocorridos na França, puderam ser acompanhados no Brasil pelo rádio, bem como o jornalismo radiofônico ganhou destaque com as notícias sobre os rumores de guerra na Europa, que se iniciaria em 1939. A audiência foi aumentando e os programas eram feitos para a chamada grande massa. Um marco do jornalismo brasileiro foi o programa Repórter Esso, que estreou em 1941, no qual os locutores não se limitavam somente a ler as notícias impressas, mas também teciam comentários sobre elas.
Texto cedido, especialmente, por Marcos Rolfe para esse material
2- A seguir você verá um anúncio publicitário de uma rádio muito famosa, que funcionou de 1926 a 1965, e foi responsável por lançar grandes talentos da época, como Emilinha Borba, Carmen Miranda e Chico Anysio. Ser artista de rádio nessa época equivalia a ter o sucesso que muitos influenciadores digitais possuem nos dias de hoje.
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Fonte: Propaganda da Rádio Mayrink Veiga. Revista Cinearte. Julho de 1938. Imagem disponível em: <https://drive.google.com/open?id=1p6Fw0UVpSziJQbYJkYyv2wjpkpgEYU_w>. Acesso em: 06 mar. 2020.
Este anúncio é da década de 30, do século passado. Ainda não existia televisão no Brasil e muito menos internet. O grande veículo de comunicação de massas, na verdade, o primeiro a existir, foi o rádio. Era por ele que se tinha acesso aos artistas, às músicas, à informação. O rádio tornou-se o grande veículo desse período, com o qual os ouvintes podiam se divertir e se informar. Desde a invenção dos meios de comunicação, existem anúncios publicitários adaptados, logicamente, à realidade de seu tempo. O anúncio publicitário é um gênero textual cuja finalidade é promover um produto ou uma ideia. É veiculado por diferentes meios de comunicação – a mídia impressa, jornalística, radiofônica e virtual. Uma das características desse gênero é o convencimento do consumidor para a compra de determinados produtos, serviços ou ideias. 3- Após a leitura, responda às seguintes questões:
a) Você segue ou conhece algum influenciador digital? Como o trabalho dele acontece? Resposta pessoal.
b) Há muitas palavras em itálico no texto por serem de origem estrangeira.
Relacione-as, pesquisando seu significado.
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c) O anúncio utilizado no texto provoca em você algum estranhamento? Resposta pessoal.
d) Por que as palavras “programmas” e “estrellas” estão escritas desta forma?
Porque eram assim escritas na década de 30.
e) Informe qual é a diferença entre publicidade e propaganda.
Publicidade – Técnica utilizada para difundir mensagens capazes de mobilizar sentimentos, emoções e interesses diversos. Envolve criatividade. Propaganda – Divulgação de características positivas para a divulgação de uma ideia, de um produto ou de uma pessoa.
f) A publicidade e a propaganda têm a finalidade de
( x ) trazer informações sobre um determinado assunto.
( ) defender um ponto de vista.
( ) expor um conteúdo de natureza científica.
ATIVIDADE 4 – O olhar de antigamente - 2ª parte 1- Faça uma pesquisa referente ao surgimento dos veículos de comunicação listados a seguir e preencha o quadro.
Veículo
Principais Características Ano de surgimento e inventor
Jornal impresso
Revista impressa
Rádio
Cinema
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Televisão
Internet
2- Atualmente, como esses veículos de comunicação são caracterizados? Resposta possível: A caracterização tem como base o advento da internet, informações jornalísticas, músicas, filmes podem ser facilmente acessados por meios de plataformas e aplicativos. Jornal impresso, revista impressa, rádio, cinema, televisão são, hoje, meios de comunicação com tecnologias ultrapassadas, embora ainda usuais. 3- Agora, em grupos, escolham uma pessoa (avô, avó, antigo morador do bairro, entre outros) para entrevistar. Etapa 1 - Preparando a entrevista Em primeiro lugar, é preciso observar que a entrevista é um gênero jornalístico e, como tal, devemos utilizar linguagem clara e objetiva, com perguntas que devem ser curtas e interajam com o entrevistado. O tema será: Os veículos de comunicação de ontem e de hoje. Para isso, é preciso considerar os seguintes aspectos:
● Definir grupos (como vocês se organizarão - duplas, trios etc.). ● Contextualizar as razões da entrevista (pesquisa escolar e quais os objetivos). ● Elaborar uma lista de perguntas relacionadas ao tema: como eram os
veículos de comunicação de antigamente, a importância da televisão e do rádio na vida da pessoa, lembranças e fatos marcantes sobre diferentes mídias, dentre outras informações importantes.
● Gravar a entrevista, tomando alguns cuidados durante o processo. É preciso atentar-se para os barulhos externos, falhas no áudio, volume e voz nas tonalidades corretas, interrupções, entre outros.
● Observar a estrutura de uma entrevista, que deve contemplar:
Tema:
Entrevistado:
Pergunta:
Resposta:
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Observação: É importante que, imediatamente após a gravação, a entrevista seja ouvida para verificar se foi gravada com sucesso. Sugere-se, caso contrário, uma regravação no mesmo momento, para depois transcrever as respostas.
Etapa 2 - Realizando a entrevista
a) Após todos esses preparativos, é hora de realizar a entrevista, para depois transcrevê-la. Ao realizar esse procedimento, vocês podem seguir o modelo:
Tema: Os veículos de comunicação de ontem e de hoje
Entrevistado:
Nome do entrevistador (aquele que fará as perguntas): Nome do entrevistado (aquele que dará as respostas): Observação.: Vocês poderão formular quantas perguntas acharem necessárias para a realização da entrevista. Procurem não fugir do tema.
b) Depois de efetuar a entrevista, façam a transcrição. Para registrar as
respostas, vocês poderão utilizar o modelo a seguir:
Tema:
Nome do entrevistador: pergunta da entrevista
Nome do entrevistado: resposta à pergunta feita pelo entrevistador Nome do entrevistador: pergunta da entrevista
Nome do entrevistado: resposta à pergunta feita pelo entrevistador
Nome do entrevistador: pergunta da entrevista
...
Etapa 3 - Ampliando as possibilidades As suas entrevistas foram gravadas, portanto, vocês têm o arquivo digital delas. Que
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tal selecionar as respostas que vocês acharem mais interessantes da entrevista e das realizadas pelos seus colegas, transformando-as em um podcast? O podcast é como um programa de rádio. A diferença está no fato desta mídia digital ser disponibilizada on-line, podendo assim ser acessada a qualquer momento. É um arquivo digital de áudio veiculado pela internet. Normalmente, é criado com o propósito de transmitir informações, mas pode abarcar temáticas variadas, como esportes, literatura, cinema, TV, ciências, games, religião, humor etc. Para a elaboração, elencamos algumas dicas:
1. Organizem o trabalho.
Vocês já têm material coletado. Irão gravar intervenções para organizar as entrevistas? Como isso ocorrerá? O professor irá verificar com a sala o melhor formato para a execução do trabalho.
2. Elaborem o roteiro. É preciso criar uma sequência do que vai ser editado e gravado (caso vocês elaborem materiais extras). Isso irá orientar o trabalho e garantir que o podcast fique objetivo e claro.
3. Controlem o ambiente de gravação. A gravação deve ocorrer, se possível, em um espaço sem maiores distrações ou intervenções sonoras para facilitar o processo de edição.
4. Editem o material. Existem muitos programas gratuitos que permitem a edição e vários aplicativos para celular que permitem fazer uma boa edição do trabalho. É o momento de verificar quais trechos precisam ser refeitos, modificados ou excluídos.
5. Publiquem e divulguem. Terminada a edição, é hora de compartilhar os trabalhos via internet ou em aplicativos de envio de mensagens. O ideal é divulgar para o máximo possível de pessoas, especialmente para os entrevistados, que tão gentilmente aceitaram colaborar com o trabalho de vocês. ATIVIDADE 5 – O futuro do olhar 1- Como observamos na Atividade 2, em janeiro de 2020, completou-se um ano da tragédia ocorrida em Brumadinho. O quadro, a seguir, traz manchetes de jornais da época que trataram da questão. Após a leitura, anote qual impressão cada uma delas causa em você e levante hipóteses sobre a intencionalidade de terem sido escolhidas como manchete. Respostas pessoais.
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Manchete
Impressão causada Hipóteses
Pesadelo revivido.
Quantas vezes ainda?
Luto e Medo em Minas.
Quem é que vai pagar por isso?
Tragédia não, crime.
2- Reflita com seus colegas sobre as seguintes questões:
a) Como vocês imaginam que será o mundo daqui a 50 anos? b) Como vocês imaginam a evolução da tecnologia? c) As pessoas terão se tornado melhores, mais solidárias?
Respostas pessoais. 3- A seguir, você lerá três textos que tratam do mesmo assunto, com perspectivas diferentes. Todos são textos de ficção, e foram criados tendo como referência o ano de 2069, ou seja, 50 anos após a tragédia ocorrida em Brumadinho. *Texto A - O horror se repete Ontem, às 14h23 minutos, pontualmente, uma imensa cratera engoliu a região central de Nova Brumadinho. É impressionante imaginar que após 50 anos, e depois de tantos avanços, isso ainda pudesse ocorrer. Nem toda tecnologia, nem todo avanço, foi capaz de curar a mais terrível das doenças, a estupidez humana. Há alguns anos, quando a ideia de criar um modelo subterrâneo para acondicionar o material coletado das minas de silício encontradas em Minas Gerais, muitos acharam que seria uma boa ideia a ser aplicada em Nova Brumadinho que, após o desastre de 50 anos atrás, recebeu muitos incentivos fiscais, modernizou-se e transformou-se em uma grande cidade, principalmente, com um dos sistemas de teletransporte mais eficazes do mundo.
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Logo em seguida, a notícia da descoberta, também, de uma mina de Tanzanita, que é mil vezes mais rara que o diamante, gerou uma corrida desenfreada em busca do minério. Milhares de exploradores, dos mais diversos países, invadiram a área e fizeram com que a cidade, devido à exploração ilegal e à mistura de técnicas primitivas e modernas, sucumbisse mais uma vez à ganância humana. Duas pessoas e centenas de droides trabalhadores foram engolidos pela imensa cratera que surgiu no centro da cidade.
Infelizmente, o erro se repetiu e não houve aprendizado. A única alternativa é esperar que os responsáveis sejam severamente punidos.
MR - articulista
*Texto B - O preço do progresso Muito se tem escrito sobre a tragédia ocorrida ontem em Nova Brumadinho. Sim, houve um problema, pois duas pessoas morreram. Mas e daí? Há 50 anos uma tragédia que comoveu o mundo fez com que as autoridades resolvessem investir no local. Todo um sistema de investimento tecnológico foi criado e a cidade floresceu. Os habitantes têm um dos mais altos índices de qualidade de vida do mundo. É um local maravilhoso para se viver. Quando a mina de Tanzanita foi encontrada, uma das únicas do mundo, o enriquecimento chegou para todos; não há pobres na região. O fato de uma cratera gigantesca ter sugado parte da cidade não é problema. Há dinheiro e tecnologia mais do que suficientes para reconstruir. Pessoas morrem todos os dias. Afinal, o que são duas vidas diante da maravilhosa tecnologia que nos cerca? Em breve, a cidade estará reconstruída e a Tanzanita continuará trazendo progresso para a região.
MRF – CEO da Empresa Tanzanita Dreams.
*Texto C - Saudades Ontem papai saiu para trabalhar mais cedo, por isso, seu beijo de despedida me encontrou sonolenta. Ele estava feliz. Finalmente, poderíamos tirar uns dias de férias. Com a tecnologia de teletransporte, iríamos visitar Marte. Tio Antonio foi trabalhar lá e faz tempo que não nos vemos. Mamãe sempre diz que papai trabalha demais, mas ele diz que o que faz, um droide pode fazer melhor; então ele se esforça muito. Meu pai só trabalha porque a lei de cotas para humanos exige que toda empresa tenha pelo menos um humano para cada 20 droides empregados e, por causa disso, muita gente preferiu ir para Marte. O sorriso de papai lembra o meu, diz sempre vovó. Papai não voltou do trabalho.... Um buraco enorme engoliu ele... Não entendo muito bem, mas o coração dói. Saudades papai.
Pietra, 9 anos. Filha de uma das duas vítimas do desabamento.
* Textos cedidos especialmente por Marcos Rolfe para esse material
Cada um dos textos lidos traz uma perspectiva, ou seja, um olhar diferenciado sobre um acontecimento. Os textos foram produzidos a partir da história de vida de cada um dos autores e do seu repertório de conhecimentos.
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4- Após a leitura, sistematize as informações, preenchendo a tabela a seguir:
Quem produziu?
Qual o objetivo?
Qual a principal ideia defendida?
Texto A - O horror se repete.
MR – articulista
Chamar a atenção para a nova tragédia ocorrida em Nova Brumadinho, fazendo referência ao desastre de há 50 anos.
“Nem toda tecnologia, nem todo avanço, foi capaz de curar a mais terrível das doenças, a estupidez humana.”
Texto B - O preço do progresso.
MRF – CEO da Empresa Tanzanita Dreams
Elevar a um grau altíssimo as características de Nova Brumadinho: Sua prosperidade, excelente qualidade de vida dos moradores e tecnologia favorável para mais enriquecimento.
A riqueza de Nova Brumadinho e seu avanço próspero e tecnológico.
Texto C – Saudades.
Pietra, 9 anos. Filha de uma das duas vítimas do desabamento
Relatar de forma sensível a ausência do pai.
A inocência da criança diante da tragédia que a abrangeu.
5- Agora responda.
a) Comparando os três textos, quais sensações eles despertam em você? Resposta pessoal.
b) As tecnologias apresentadas nos textos parecem surpreendentes?
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Espera- se que o estudante considere as tecnologias avançadas, podendo causar estranhamento.
c) Qual(is) texto(s) se preocupa(m) com a questão dos valores humanos? Textos A e C
d) Relacione as principais diferenças nas ideias apresentadas nos Textos A e B.
Texto A Texto B
Passado que não deve ser esquecido. Podemos aprender com a história. Avanços tecnológicos ainda não superam a vida humana. Valores humanos devem fazer parte do contexto. Etc.
Passado que deve ser superado. O que importa é o aqui e o agora. A vida humana é relativa. Valores humanos são descartáveis. Etc.
e) Qual interesse é defendido no Texto B? Interesse monetário, tecnológico em detrimento dos valores humanos. ATIVIDADE 6 – Produção Textual 1- Converse com seus colegas sobre como vocês imaginam o futuro daqui a 50 anos.
a) Como você pensa que estará? b) Quais são seus projetos para o futuro? c) O que você, com mais de sessenta anos, teria a dizer sobre as tecnologias,
as inovações, as mudanças? 2- Elaborando a notícia do futuro
● Imagine que você estará morando na cidade de Nova Brumadinho, mencionada na atividade anterior, no ano de 2069. Você trabalha para uma empresa de mídia local e deverá escrever uma notícia para o portal da cidade.
● Em duplas, pensem em algum acontecimento interessante ocorrido na cidade
antes dela ser engolida pela cratera, conforme exposto nos textos anteriores. Suponha que vocês poderão enviar a notícia para o passado, para que a sua versão mais jovem possa lê-la. O que seria importante destacar na notícia?
● Antes de escrever, organize suas ideias no quadro a seguir.
24
Título
O que aconteceu?
Onde aconteceu o fato?
Com quem?
Como?
Por quê?
Quem são os envolvidos?
Quando?
3- Agora é só escrever, lembrando de revisar o texto e deixá-lo adequado à norma-padrão.
Nas várias atividades realizadas, você teve contato com textos diversos e verificou como eles podem nos impactar. Que tal finalizar essa etapa compartilhando suas ideias em uma Mostra Imersiva? Mostra Imersiva é aquela na qual as pessoas podem interagir com as produções realizadas. Assim você pode compartilhar seus podcasts e produções textuais, elaborar apresentações orais e dividir com todos suas experiências. O professor irá orientá-lo na realização dessa tarefa.
25
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 – QUAL A SUA OPINIÃO?
Nesta Situação de Aprendizagem (SA), você desenvolverá atividades de
leitura, de escrita, de oralidade e de análise linguística com ênfase na estruturação e
análise de textos de opinião. Veja, a seguir, algumas habilidades, entre outras, que
começaremos a desenvolver:
EF07LP03 –
Utilizar, com base em palavras primitivas, palavras derivadas com os prefixos e sufixos mais produtivos no
português.
EF67LP05A –
Identificar
teses/opiniões/ posicionamentos
explícitos e argumentos em
diferentes gêneros argumentativos.
EF67LP05B –
Manifestar concordância ou discordância após a
identificação de teses/opiniões/posicionamentos
explícitos e argumentos em diferentes gêneros
argumentativos.
EF07LP09 –
Identificar, em textos de diferentes gêneros, advérbios
e locuções adverbiais que ampliam o sentido do verbo
núcleo da oração.
EF67LP09 –
Planejar notícia impressa e para circulação em outras mídias (rádio ou TV/vídeo), tendo em vista as
condições de produção, do texto – objetivo, leitores/espectadores
veículos e mídia de circulação etc. –, a partir da escolha do fato a ser
noticiado, do levantamento de dados e informações sobre o fato
EF69LP22B –
Produzir textos reivindicatórios ou
propositivos sobre problemas que afetam a vida escolar ou
da comunidade.
EF69LP22C –
Revisar/editar textos reivindicatórios ou propositivos sobre problemas que afetam a vida escolar ou da comunidade.
EF69LP26A –
Tomar nota em discussões, debates, palestras,
apresentações de propostas, reuniões, como forma de documentar o evento e apoiar a própria fala.
EF67LP05C –
Avaliar teses/opiniões/ posicionamentos explícitos e
argumentos em diferentes gêneros argumentativos.
EF69LP22A –
Analisar pontos de vista, reivindicações, levando em conta seu contexto de produção e as
características dos textos reivindicatórios ou propositivos
EF69LP26B –
Retomar, no momento ou posteriormente, assuntos tratados em discussões,
debates, palestras, apresentação de propostas e
reuniões com base em anotações pessoais desses
próprios eventos.
Práticas de linguagem
Leitura
Oralidade
Produção de texto
Análise linguística/semiótica
26
É comum formarmos opiniões a respeito de fatos e acontecimentos, principalmente,
quando interferem em nossas vidas. As opiniões surgem a partir do conhecimento de
diferentes pontos de vistas que as pessoas têm. Alguns textos que circulam na sociedade
nos possibilitam conhecer como especialistas ou cidadãos comuns pensam, nos auxiliam na
formação de nossa opinião. Vamos ver como isso pode acontecer?
ATIVIDADE 1 – AMPLIANDO O CONHECIMENTO
HORA DE CONVERSARMOS!
a) O que é opinião?
b) O que é se posicionar diante de uma situação ou acontecimento, por
exemplo?
c) Podemos formar uma opinião? Como? Dê um exemplo.
d) Ter opinião e posicionar-se é importante? Por quê?
É importante anotar as hipóteses levantadas pelos estudantes ao responderem às questões para que
sejam confirmadas ou refutadas ao final do estudo. Para que todos visualizem as respostas, sugerimos
o registro na lousa que pode ser feito pelo professor, como escriba, ou por um aluno da turma que
desejar colaborar com o trabalho.
Ao final do estudo, retomar as perguntas e as respostas para verificar com os alunos se alguma ideia
foi alterada.
Leia o texto a seguir.
Para a leitura do texto a seguir, utilizar as estratégias de leitura que colaboram para maior compreensão
do assunto.
ANTES DA LEITURA
- Anunciar que agora todos lerão um texto.
- Escrever na lousa o título do texto.
- Pedir aos alunos para que digam o que poderá ser encontrado em um texto com esse título.
- Registrar as hipóteses levantadas na lousa para que todos visualizem.
*TEXTO 1
REVISTA TUDO VIRA NOTÍCIA!
http://revistatvnoticia.com.br
27
Gamer: que profissão é essa?
Por Cláudia Regina Bachi 08 de julho | 2020
DURANTE A LEITURA
- Pedir aos alunos que identifiquem as palavras desconhecidas e solicitar a um deles que procure no
dicionário impresso ou digital o significado da palavra. Essa ação deve ser realizada apenas por um
ou dois estudantes, para que não se perca a fluência da leitura.
- Lançar perguntas aos alunos como, por exemplo:
- Vocês sabiam da existência dessa profissão?
- Essa profissão existe no Brasil?
- O que você acha de ser um gamer?
- O que vocês sabem sobre a profissão de gamer?
Com a evolução das tecnologias digitais e da internet surgem novas
profissões como youtubers e gamers, atividades muito valorizadas atualmente e que
atraem, em especial, a atenção das novas gerações. Fazer de um hobby uma fonte
de renda pode ser uma ideia bem interessante. O que você acha de entrar para a
carreira de atleta profissional de games?
Gamers ou pro-players são jogadores profissionais que participam de
competições de games e recebem prêmios em dinheiro. Um gamer fatura um salário
de 2 mil a 100 mil reais, arrecadado com premiações, venda de produtos, patrocínios
e publicidade.
Como toda profissão, essa carreira necessita de dedicação a treinamentos e
estudos que ajudam desenvolver técnicas e estratégias para o aprimoramento do
conhecimento a respeito dos games e dos adversários.
Geralmente, o gamer profissional faz parte de uma equipe que passa de 8 a
12 horas treinando e estudando os jogos em Gaming Houses, locais organizados
especialmente para isso, com computadores potentes, excelente conexão de internet
e orientações de um técnico que acompanha e aconselha a equipe.
Além de estudarem e treinarem muito, os gamers precisam cuidar da saúde
para que tenham bom desempenho nas competições. Para isso, as equipes contam
com acompanhamento de nutricionistas, psicológicos e de educadores físicos para
se manterem físico e emocionalmente saudáveis.
Se você ainda não decidiu que carreira seguir e gosta de games, essa é uma
sugestão interessante.
28
DEPOIS DA LEITURA
Retomar com os alunos as questões e as respostas exploradas antes da leitura do texto. Pedir que
verifiquem as hipóteses levantadas e quais foram confirmadas ou refutadas. Estimular a turma a refletir
sobre as pistas que levaram às hipóteses levantadas.
Para a leitura dos textos 2 e 3, seguir as mesmas orientações anteriores de estratégias de leitura.
Chamar a atenção dos alunos para os gêneros textuais e os autores dos textos. Questionar sobre o
público-alvo de cada texto, a idade dos autores, onde o texto foi publicado etc. Questões como essas
colaboram para que os alunos mobilizem conhecimentos já adquiridos.
*TEXTO 2
QUE DA HORA!
Oi, pessoal da Revista Tudo vira notícia!, tenho 13 anos.
Achei super legal a matéria sobre gamer profissional porque não sabia que tinha que se
cuidar fisicamente e ter alimentação saudável. Também não sabia que precisava estudar
tanto para se sair bem nas competições. Achava que era só jogar mesmo.
Eu queria ser jogador de game profissional, mas, infelizmente, não tenho dinheiro para isso.
Tenho um computador velhinho que não aguenta jogo pesadão.
Afonso Junior – Presidente Prudente – SP.
*TEXTO 3
PREOCUPAÇÃO COM O FUTURO PROFISSIONAL DOS JOVENS
Olá, pessoal da Revista Tudo vira notícia!
Li a matéria sobre gamers e fiquei preocupadíssima com o futuro de nossos jovens.
Acredito que essa seja uma profissão temporária, passageira e que logo acabará. E
aí pergunto: o que será dos jovens que se dedicaram a profissões como essa?
Penso que jogo eletrônico não faz bem para a saúde, nem para a mente. Sou mãe e
me preocupo muito com futuro de meus filhos.
29
Catarina B. – Araçatuba – SP.
PARA SABER MAIS!
Carta de Leitor. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/redacao/carta-leitor.htm . Acesso
em: 17 jul. 2020.
VOCÊ SABE O QUE É?
CARTA DE LEITOR é um gênero textual usado por leitores de revistas e jornais
para expressarem opiniões, elogios, críticas, perguntas, reclamações ou sugestões
a respeito de matérias publicadas por esses suportes. Geralmente, as cartas de
leitor são publicadas em uma seção própria.
Para a leitura do texto 4, utilizar as estratégias de leitura com os passos:
ANTES DA LEITURA
- Explorar com os alunos o título, questionando-os a respeito do que tratará o texto.
- Registrar as hipóteses levantadas para que possam retomá-las depois da leitura.
DURANTE A LEITURA
- Pedir aos alunos para identificarem as palavras desconhecidas e solicitar a um deles que procure no
dicionário impresso ou digital o significado da palavra.
- Lançar perguntas aos alunos como, por exemplo:
- Qual a opinião do resenhista a respeito da obra de Pedro Bandeira?
- Qual o público-alvo desta resenha? Por quê?
- Onde este texto circulou? Indique as pistas.
*TEXTO 4
JORNAL TUDO VIRA NOTÍCIA!
QUARTA-FEIRA - Presidente Prudente, 08 de julho de 2020. Ano 19 – Nº 70 – Caderno Cultural – página 5.
Os Karas e “A droga da obediência”
Por Cláudia Regina Bachi
Marcada por um clima de aventura, a obra “A droga da obediência”, de Pedro
Bandeira, é sucesso entre os leitores infanto-juvenis até hoje em dia.
O livro, publicado em 1984 e repleto de aventuras, conta a história de um
30
grupo de garotos conhecido pelo nome de Os Karas. Formado pelos integrantes
Miguel, Magrí, Calú e Crânio, o grupo se vê envolvido em uma investigação sobre o
desaparecimento de estudantes de colégios particulares da cidade de São Paulo,
inclusive do colégio Elite, onde estudam. Durante uma reunião em que discutem o
problema da narrativa, Os Karas são surpreendidos por Chumbinho, que deseja fazer
parte do grupo, mas só é aceito após provar sua capacidade durante a investigação
que realizaram sobre o desaparecimento dos estudantes.
A história se passa na década de 1980, quando Os Karas desvendam o plano
de sequestro e uso de uma droga que induzem os estudantes sequestrados a
obedecerem sem questionamentos de qualquer espécie. Ao longo da história, temas
como corrupção, censura e violência urbana aparecem para movimentar ainda mais
a história e a luta entre os adolescentes (o bem) e Dr. Q.I. (o mal), inimigo dOs Karas.
A obra se mostra de grande relevância para o público infanto-juvenil ao
proporcionar discussões que vão desde o uso de drogas e a violência das grandes
cidades até a importância de amizades fieis e resiliência. Talvez essa versatilidade
seja o segredo que faz com que “A droga da obediência” impressione e continue
conquistando novos leitores.
Sem dúvida, vale a pena conferir outras criações de Pedro Bandeira, em
especial, “O fantástico mistério de Feiurinha”, com certeza irá gostar.
*Textos cedidos, especialmente, por Cláudia Regina Bachi para esse material.
VOCÊ SABE O QUE É?
RESENHA é um gênero textual utilizado para se fazer uma descrição breve de
eventos culturais (feiras, exposições etc.) ou de obras (literárias, cinematográficas,
peças teatrais, entre outras), acompanhada de apreciação pelo autor em relação
àquilo que está resenhando. A resenha auxilia o leitor a decidir se lerá o livro, se
assistirá ao filme ou irá ao show musical conforme a análise apresentada pelo autor.
A pessoa que escreve resenhas é o RESENHISTA.
Geralmente, encontramos as resenhas publicadas em jornais e revistas, tanto
impressos, como digitais.
PARA SABER MAIS
Resenha. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/gramatica/resenha.htm . Acesso em: 17
jul. 2020.
31
1. Após as leituras, preencha o quadro conforme as características dos textos. Se
precisar de mais espaço para os seus registros, utilize seu caderno.
TEXTO 1 TEXTO 2 TEXTO 3 TEXTO 4
Título do texto.
Gamer: que profissão é essa?
Que dá hora! Preocupação com
o futuro profissional dos jovens
Os Karas e “A droga da obediência”
Qual o gênero textual do texto?
Reportagem Carta de leitor Carta de leitor Resenha
Quem é o(a) autor(a) do texto?
Cláudia Regina Bachi Afonso Junior Catarina B. Cláudia
Regina Bachi
Onde o texto foi publicado?
No site: http://revistatvnoticia.c
om.br
No site: http://revistatvnoti
cia.com.br
No site: http://revistatvnotici
a.com.br
Jornal impresso
Quem é o público-alvo do texto? Por quê?
Jovens que procuram conhecer profissões e
campo de atuação.
Adolescentes e jovens que
também não conhecia as
exigências para ser um gamer.
Familiares que se preocupam com o futuro profissional
dos jovens.
Leitores de obras
literárias, em especial,
adolescentes.
Quais tipos de informações podemos encontrar no texto?
O preparo que um jogador profissional de
game deve ter, o cuidado com a
alimentação, com o físico, com o
psicológico do profissional e o
acompanhamento de um técnico.
O autor destaca a necessidade
financeira para investimento na
profissão.
A autora acredita que esta seja uma
profissão passageira.
A autora nos apresenta
características do livro “A
droga da obediência”.
Qual a opinião defendida pela autora do texto?
Não há opinião.
O autor acredita que a profissão seja uma boa opção para trabalho.
A autora defende a ideia de que jogos
eletrônicos não fazem bem para a
saúde.
A autora defende o
sucesso da obra pela
qualidade e indica uma
outra obra do mesmo autor.
VOCÊ SABE O QUE É?
FATO – é algo que aconteceu.
Exemplo: Ganhei um smartphone com acesso à internet 5G e jogos de simulação.
32
__________
TESE – é o posicionamento que você assume diante daquilo que defende e do qual
tentar convencer outras pessoas.
Exemplo: Os games de simulação são mais interessantes, porque fazem o jogador
pensar e criar estratégias para vencer as metas e avançar níveis.
__________
OPINIÃO – é uma ideia que você acredita e defende. Tem caráter muito pessoal.
Exemplo: Simuladores são os melhores games que existem.
__________
ARGUMENTO – é a defesa que você faz de sua tese. O argumento é usado na
tentativa de convencimento das pessoas da tese defendida.
Exemplo: Além de oferecer diversão, os games de simulação ajudam o jogador
desenvolver o raciocínio lógico porque exigem a criação de estratégias para
alcançar as metas propostas, também ajudam a passar o tempo de forma tranquila.
Por isso, são os preferidos em muitas partes do mundo.
2. Retome os textos 2 e 3, carta de leitor. Neles, os autores expõem suas opiniões a
respeito de um mesmo assunto – a profissão de Gamer. Analise cada um dos textos
e preencha o quadro abaixo. Use seu caderno, se precisar de mais espeço para
escrever.
TEXTO 1 TEXTO 2
Quem é o autor? Afonso Junior Catarina B.
Qual o
posicionamento dos
autores diante do
assunto da
reportagem?
Explique.
Favorável – gostou pelo fato de a reportagem apresentar informações
que desconhecia.
Contrário – a autora se posiciona contra a ideia de jogos/games
como profissão pela preocupação com a saúde.
33
Com qual deles
você concorda? Por
quê?
Resposta pessoal Resposta pessoal
De quem você
discorda? Explique
o motivo?
Resposta pessoal Resposta pessoal
3. Retorne aos registros feitos na atividade HORA DE CONVERSARMOS!
❖ Depois do estudo realizado, o que você aprendeu? O que considerou mais
importante nesse estudo? Explique porquê.
Resposta pessoal.
4. Pare para pensar!
❖ Como os textos 2, 3 e 4 se relacionam? Por tema, por gênero, pela estrutura?
Explique.
Os textos se relacionam pela estrutura que apresentam. São gêneros argumentativos que
apresentam a opinião e o posicionamento dos autores em relação aos assuntos que abordam.
Estas atividades podem ser realizadas individualmente para socialização posterior. Estimular os alunos
a refletirem sobre os conceitos de opinião e posicionamento diante de um fato ou situação, justificando
suas escolhas.
ATIVIDADE 2 – TOMANDO NOTA
1. Agora é hora de formar um grupo de trabalho!
a) Reúna-se com seus colegas formando um grupo de trabalho, conforme
combinado com seu professor.
b) A tarefa do grupo será de pesquisar profissões que surgiram nos últimos vinte
anos.
c) Antes de realizar a pesquisa, decida junto com os integrantes de seu grupo,
quais informações vocês procurarão sobre as profissões, por exemplo: ramo
34
de atuação, remuneração, reconhecimento social, formação acadêmica
necessária, habilidades exigidas etc. Registre tudo no seu caderno. O grupo
precisará desses registros para as próximas atividades.
2. Vamos compartilhar o resultado da pesquisa.
a) Este é o momento para você e seu grupo compartilhar com todos os colegas
de turma o resultado da pesquisa que fizeram.
b) Cada grupo deverá escolher a profissão que mais chamou a atenção e
compartilhar com os demais colegas da turma. Para a apresentação, seu
grupo poderá usar os recursos disponíveis na sua escola. Combine com seu
professor.
3. Durante a apresentação das profissões selecionadas pelos outros grupos, você
anote em seu caderno as informações que considerar interessantes ou importantes.
A intenção é que os alunos se organizem para a realização de uma pesquisa. Para isso, é importante
que haja momentos para o planejamento e para a execução da pesquisa.
Os alunos deverão realizar a busca, seleção e registro das informações necessárias para o grupo.
Após a realização da pesquisa, os alunos deverão organizar a apresentação para socializar os
resultados com os demais colegas.
ATIVIDADE 3 – ESTUDO DA LÍNGUA
1. Consulte o livro didático e pesquise:
a) O que são prefixos?
b) O que são sufixos?
c) Qual a função dos prefixos e sufixos na formação das palavras?
2. Retome os textos 1, 2 e 3. Preencha a tabela abaixo com palavras localizadas nos
textos indicados. Observe os exemplos.
PALAVRA INICIAL PREFIXO RADICAL SUFIXO PALAVRA FORMADA
próprio in- próprio *** impróprio
papel *** papel -aria papelaria
leal des- leal -dade deslealdade
Atual *** Atual -mente atualmente
Aprimora *** Aprimora -mento aprimoramento
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Especial *** Especial -mente especialmente
acompanha *** acompanha -mento acompanhamento
Jogo *** Joga -dor jogador
Feliz In- Feliz -mente infelizmente
Físico *** Fica -mente fisicamente
3. Você sabe o que são advérbios e locuções adverbiais?
❖ Pesquise no livro didático e registre em seu caderno.
a) O que são advérbios?
b) O que são locuções adverbiais?
#Ficaadica
Para a realização dessas atividades, além de consultar o livro didático, você poderá
acessar plataforma Stoodi pelo link: https://www.stoodi.com.br/
ATIVIDADE 4 – ESCREVER É PRECISO.
Esta atividade propõe que os estudantes tomem contato com o gênero textual reivindicatório. Para
isso, é importante destacar que existem diversas maneiras formais de solicitações.
HORA DE CONVERSARMOS!
a) Você acha que a escola funciona bem? Há alguma coisa que poderia ser
mudada para melhorar a escola? O quê?
b) Como poderíamos pedir mudanças para nossa escola? Para quem
pediríamos?
c) Qual o significado da palavra reivindicar?
Quando encontramos uma situação ou acontecimento que nos deixa
insatisfeitos, podemos reivindicar providências para resolver o problema através de
textos próprios para isso. Carta de reclamação, carta aberta, manifesto e abaixo-
36
assinado são gêneros textuais reivindicatórios ou propositivos utilizados para solicitar
a alguém com poder de decisão a solução de um problema que afeta a pessoa ou o
grupo de pessoas que formaliza a solicitação.
PARA SABER MAIS
Abaixo-assinado. Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/redacao/abaixo-assinado.htm . Acesso em: 17 jul.
2020.
Manifesto. Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/redacao/manifesto.htm . Acesso em: 17 jul. 2020.
Carta de Reclamação. Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/redacao/carta-reclamacao.htm . Acesso em: 17 jul.
2020.
Carta Aberta. Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/redacao/carta-aberta.htm . Acesso em: 17 jul. 2020.
1. Pesquise, no livro didático ou em sites na internet, quais são os elementos
referentes à estrutura do texto que compõem os textos reivindicatórios ou
propositivos. Também pode retomar o Caderno do Estudante do segundo bimestre,
na Sequência de Aprendizagem 3, você tem o modelo de uma carta reiviindicatória.
GÊNERO
TEXTUAL
ELEMENTOS QUE O COMPÕEM
CARTA ABERTA
▪ Título evidenciando o destinatário. ▪ Introdução: apresentação do problema a ser resolvido. ▪ Desenvolvimento: análise do problema com argumentos e
fundamentação que justifica a solicitação com o ponto de vista do autor.
▪ Conclusão: parte em que é apresentada a solicitação da resolução do problema indicado.
37
MANIFESTO
▪ Título apresentando o assunto de forma sintetizada ▪ Corpo do texto: esclarecimento dos posicionamentos dos autores e
seus argumentos. ▪ Local e data ▪ Assinatura dos manifestantes
ABAIXO-
ASSINADO
▪ Vocativo: deve apresentar o nome do destinatário e/ou cargo acompanhado do pronome de tratamento.
▪ Corpo do texto: apresentando os argumentos e as solicitações que se deseja fazer.
▪ Local e data ▪ Assinatura dos solicitantes (geralmente, acompanhado de identidade,
endereço, entre outros)
CARTA DE
RECLAMAÇÃO
▪ Identificação do remetente e do destinatário ▪ Data e local ▪ Assunto ▪ Vocativo: deve apresentar o nome do destinatário e/ou cargo
acompanhado do pronome de tratamento. ▪ Corpo do texto descrevendo o que houve e qual a solicitação para
resolver o problema ▪ Assinatura ▪ Documentos anexos (caso seja necessário)
2. Pesquisa de opinião
a) Junto com seu professor e colegas de turma, organize uma pesquisa em sua
escola. Consulte os demais alunos e peça a opinião deles sobre problemas
que afetam o bom andamento das atividades escolares e que poderiam ser
melhorados. Pensem juntos qual a melhor estratégia para realizar essa
pesquisa. Vocês poderão criar uma cédula de votação, apontando alguns
aspectos a serem melhorados na escola e deixar um espaço para que os
alunos consultados acrescentem outros.
b) Agora é o momento de analisar as respostas da pesquisa e identificar qual o
aspecto recebeu mais indicações para melhoria.
3. Vamos produzir um texto reivindicatório?
a) Depois de identificar o deve ser melhorado na escola indicado pela pesquisa,
escolha o gênero textual reivindicatório que melhor se encaixa para fazer a
solicitação.
b) Agora é preciso planejar a escrita.
A quem o texto se destina?
Quem na escola tem poder
38
de decisão e poderia
responder à solicitação?
Como o problema será
apresentado no texto?
Quais argumentos serão
utilizados para defender o
posicionamento dos alunos
que solicitam a providência?
Que tipo de linguagem deve
ser utilizada?
4. Revisão e reescrita do texto
a) Finalizada a produção do texto, vamos fazer a revisão e reescrita dele. Para
isso, combine com seu professor códigos ou símbolos que representem os
aspectos gramaticais que serão analisados. Para cada aspecto, será
atribuído um código ou símbolo que podem ser cores, formas geométricas,
números entre outros.
b) Seu professor apontará quais são os aspectos que você deverá rever,
indicando o código ou símbolo, ou registrando bilhetes interativos.
c) A partir dessas informações, você deverá fazer a reescrita do texto com o
apoio de dicionário, livro didático ou pesquisas na internet para fazer as
correções necessárias.
d) Decida, junto com seu professor, como o texto reivindicatório será entregue
ao destinatário.
5. Divulgando os resultados da pesquisa e da reivindicação.
a) Em grupos de trabalho, produza uma notícia impressa e uma notícia em
podcast para divulgação do resultado da pesquisa realizada e a reivindicação
feita.
b) Para planejar a notícia é preciso pensar:
39
Qual o objetivo da notícia?
Quem será o
leitor/espectador da notícia?
Qual o meio de circulação
da notícia?
Qual fato será noticiado?
Quais dados serão
divulgados?
c) Pense como a notícia será publicada para os leitores e espectadores.
40
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 - LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO: EIS O
DESAFIO!
Nesta Situação de Aprendizagem (SA), você desenvolverá atividades de
leitura, escrita, oralidade e análise linguística voltadas à organização e à interpretação
de textos. Veja, a seguir, algumas habilidades, que serão trabalhadas ao longo dessa
sequência.
EF69LP41 Usar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais, escolhendo
e usando tipos e tamanhos de fontes que permitam boa visualização, topicalizando e/
ou organizando o conteúdo em itens, inserindo de forma adequada imagens, gráficos, tabelas, formas e elementos
gráficos, dimensionando a quantidade de texto (e imagem) por slide, usando
progressivamente e de forma harmônica recursos mais sofisticados como efeitos de
transição, slides mestres, layouts personalizados etc.
EF07LP05A - Identificar, em
orações de textos lidos ou de produção
própria, verbos de predicação incompleta
(transitivos).
EF07LP05B – Identificar, em
orações de textos lidos ou de produção
própria, verbos de predicação completa
(intransitivos).
EF07LP05C – Identificar, em
orações de textos lidos ou de
produção própria, verbos de predicação bitransitiva (diretos e indiretos).
EF67LP04 – Distinguir, em
segmentos descontínuos de
textos, fato da opinião enunciada em relação
a esse mesmo fato.
EF67LP07A – Identificar o uso de recursos persuasivos (título, escolhas
lexicais, construções metafóricas, explicitação ou
ocultação de fontes de informação, entre outros) em
textos argumentativos.
EF67LP07B – Analisar efeitos
de sentido no uso de recursos persuasivos (título, escolhas
lexicais, construções metafóricas, explicitação ou ocultação de fontes de
informação, entre outros) em textos
argumentativos.
EF67LP24A – Tomar nota de aulas, apresentações orais,
entrevistas (ao vivo, áudio, TV, vídeo).
EF67LP24B – Identificar as
informações principais de apresentações orais, tendo em
vista o apoio ao estudo.
EF69LP01A – Diferenciar liberdade de
expressão de discursos de ódio.
EF69LP01B – Posicionar-se
contrariamente a discursos de ódio.
EF69LP01C – Identificar possibilidades e
meios de denúncia
EF69LP23 – Contribuir com a escrita de textos normativos (regras e
regulamentos nos vários âmbitos da escola), levando em
conta o contexto de produção e as características
dos gêneros em questão.
EF69LP24A – Discutir casos, reais ou
simulações, submetidos a juízo, que envolvam (supostos)
desrespeitos a artigos do ECA, do Código de
Defesa do Consumidor, do Código Nacional de Trânsito, de regulamentações do mercado publicitário entre outros, como
forma de criar familiaridade com a leitura e análise de textos
legais
EF69LP24B – Reconhecer o caráter
interpretativo das leis e as várias perspectivas que podem
estar em jogo.
41
ATIVIDADE 1 – AMPLIANDO O OLHAR
Nesta atividade, espera-se que os alunos utilizem conhecimentos prévios adquiridos durante a
escolarização e experiências acumuladas ao longo de sua vida. Neste sentido, o leitor faz uso de
diversos níveis de conhecimento que interagem entre si. Para o engajamento e realização das
atividades a seguir foram pensadas algumas questões contemplando estratégias de leitura (antes,
durante e depois). Instigue seus alunos a respondê-las para facilitar a compreensão global do texto.
Sugestão: Caso haja necessidade, leia o enunciado e peça aos alunos para realizarem uma leitura
compartilhada do texto 1.
Existem diversas formas de realizar uma leitura, dependerá das condições de
produção do texto, contexto histórico, social, político etc, ou, até mesmo, da
intencionalidade do leitor diante das mais diversas situações, como, por exemplo por
exemplo, quando estamos em um consultório médico folheamos uma revista e
fazemos uma leitura rápida para simplesmente passar o tempo; quando estudamos
para um concurso, lemos para ir bem na prova; aqui iremos ler para melhor
compreender os textos, realizar as atividades propostas e ampliar o conhecimento
sobre as palavras.
O texto, a seguir, traz como título “Vez e voz do cidadão”. Conforme você estiver
realizando a leitura, siga as orientações para realização da atividade.
Antes da leitura - Responda às questões:
a) Qual o assunto será tratado no texto?
b) Vocês já tinham ouvido falar ou já tinham lido algo sobre o título?
Durante a leitura - Você pode se valer de algumas estratégias:
a) Faça primeiro uma leitura global do texto;
b) Na segunda leitura faça marcações destacando: palavras desconhecidas
(pesquise os sinônimos), palavras chaves e a ideia principal do texto.
c) Realize seu esquema de compreensão que poderá ser: mapa conceitual,
resumo, síntese, em tópicos, áudios etc.
TEXTO 1
VEZ E VOZ DO CIDADÃO
No século passado, houve duas grandes guerras mundiais, a primeira de
1914-1918 e a segunda de 1939-1945, foram, portanto, dez anos de muita crueldade
42
humana que se alastrou pelo mundo, milhões de pessoas foram assassinadas.
Após mais de setenta anos, ainda continua a luta pela garantia dos Direitos
Humanos. Segundo o Professor e Ex-Ministro das Relações Exteriores, Luiz Felipe
Lampreia, “(...) em 10 de dezembro de 1948, a Assembleia-Geral das Nações Unidas,
reunida em Paris, adotava a Declaração Universal dos Direitos Humanos, o primeiro
documento de âmbito internacional dedicado especificamente aos direitos humanos.”
Esse documento abarca as dimensões civil, política, econômica, social e
cultural, prevendo direitos e deveres aos cidadãos, independente de sexo, etnia e
condição social. Surgiu a partir dos dois Pactos Internacionais de Direitos Civis e
Políticos e o de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, assim, na Declaração há a
Carta Internacional dos Direitos Humanos que fundamenta as convenções,
seminários, estudos, palestras, documentos e ampara legislações que abarcam as
questões sobre racismo, o papel da mulher na sociedade, a tortura, os direitos à
criança e ao adolescente, entre outros.
Apesar da Declaração ter início em 1948, somente em 1993, na Conferência
de Viena sobre Direitos Humanos foi reafirmada a universalidade dos direitos
humanos e consagrada a legitimidade da preocupação internacional, fortalecendo o
processo de construção para que todos tenham vez e voz nessa sociedade.
O Professor Luiz Felipe Lampreia relata que: “O Brasil contribuiu muito para
a edificação do sistema internacional de promoção e proteção dos direitos humanos
e continua a contribuir para seu contínuo aprimoramento. Cabe lembrar que a
Delegação brasileira participou ativa e construtivamente dos trabalhos preparatórios
da Declaração Universal de Direitos Humanos, por ocasião da Assembleia-Geral de
1948. Naquela época, nossa Delegação, refletindo o clima da Constituição de 1946 e
representando um país que começava a re-exercitar-se, com entusiasmo, na prática
democrática, sobressaiu por sua postura liberal, colocando-se entre as que defendiam
a criação de mecanismos de proteção internacional dos direitos humanos. Mais
recentemente, em 1993, coube ao Brasil ocupar a presidência do Comitê de Redação
na Conferência de Viena, função na qual nossa diplomacia foi capaz de influir de
maneira decisiva para a superação de impasses que ameaçavam o bom êxito da
Conferência.”
O Brasil é um país em desenvolvimento e, de acordo com alguns
especialistas, vivemos a “Terceira Revolução Industrial”, a qual vem transformando a
vida dos seres humanos, seja na robótica, na informática, na genética, na
43
telecomunicação entre outros setores. Por outro lado, percebe-se que a maioria das
pessoas defendem de forma implícita ou explicitamente interesses próprios
esquecendo conceitos simples de sentimentos e competências socioemocionais para
viver em sociedade, os quais deveriam estar no topo da revolução e construção de
uma sociedade mais justa e igualitária.
Em suma, esquecer o cenário atual diante da nossa diversidade cultural,
desigualdade social, entre tantos outros obstáculos, é apagar a história de toda uma
civilização que tem lutado para construção da equidade e valorização humana.
Texto adaptado por Maria Nilcéia de S. Tureta
Disponível em:http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/mre000065.pdf. Acesso em: 01 jul 2020.
Após a leitura - Responda às questões:
a) Conseguiram constatar as expectativas em relação ao texto? Explique.
Resposta Pessoal
b) Qual o assunto abordado no texto?
A luta pelos Direitos Humanos abarcando as dimensões civil, política, econômica, social e
cultural, prevendo direitos e deveres aos cidadãos, independente de sexo, etnia e condição
social.
c) Alguns trechos durante o texto são apresentados entre aspas. O que isso quer
dizer?
As aspas comprovam a fala do Professor e Ex-Ministro das Relações Exteriores Luiz Felipe
Lampreia e nomeia o novo período que vivemos defendido por alguns especialistas.
d) Consegue fazer uma relação do texto com o atual contexto do Brasil? Escreva
o que você pensa.
Resposta pessoal.
e) Assinale a alternativa que apresenta uma opinião.
I- “O Brasil é um país em desenvolvimento e, de acordo com alguns
especialistas, vivemos a “Terceira Revolução Industrial”, a qual vem
transformando a vida dos seres humanos, seja na robótica, na
informática, na genética, na telecomunicação, entre outros setores.”
II- “No século passado, houve duas grandes guerras mundiais: a primeira
de 1914-1918 e a segunda de 1939-1945. Foram, portanto, dez anos de
muita crueldade humana que se alastrou pelo mundo – milhões de
pessoas foram assassinadas.”
45
III- “Mais recentemente, em 1993, coube ao Brasil ocupar a presidência do
Comitê de Redação na Conferência de Viena [...]”.
IV- “[...] segundo o Professor e Ex-Ministro das Relações Exteriores Luiz
Felipe Lampreia ‘[…] em 10 de dezembro de 1948, a Assembleia-Geral
das Nações Unidas, reunida em Paris, adotava a Declaração Universal
dos Direitos Humanos, o primeiro documento de âmbito internacional
dedicado especificamente aos direitos humanos.’”
Retome, brevemente, a discussão feita na atividade anterior sobre os “Direitos Humanos” e peça aos
alunos realizarem uma leitura autônoma, de preferência silenciosamente, para vivenciarem situações
de leitura com crescente independência. Assim, o aluno aumenta a confiança que tem em si como
leitor e passa a aceitar desafios mais complexos.
*TEXTO 2
ALGUÉM AÍ?
Brandon levantou o braço direito, o esquerdo estava preso no vidro.
⎯ Socorro! Alguém me tira daqui!
Os curiosos não tinham olhos e nem ouvidos para Brandon. A atração do
momento para os flashes era o corpo de uma jovem estirado no asfalto quente. A
pobrezinha fora lançada fora do carro na hora da batida.
- Alguém aqui pode ligar para o resgate, a menina está morrendo! – gritou uma
senhora que se aproximava ofegante.
Ninguém atendeu ao apelo daquela senhora de avental. Ela nem pôde insistir
muito porque de lá de dentro da cozinha vinha um cheiro de feijão queimado.
⎯ Alguém faça alguma coisa! Meu feijão está queimando!
⎯ Eu não posso, meu celular está bloqueado – respondeu uma mocinha de
dentro de um dos carros que já entupiam o trânsito.
45
⎯ Eu preciso filmar, gente! Dá licença! Que povo sem consideração! – era
outro rapaz querendo se aparecer entre a plateia porque seu iphone era 6, 7 ou quase
10.
Enquanto isso, Brandon chorava à espera de uma ajuda. Ninguém estava
interessado nele porque ele ainda estava em pé. Pendurado pelo braço, mas em pé.
O que valia a pena era fotografar e filmar a moça desfalecida no chão. Agora ela já
estava na calçada porque alguém percebeu que seria um ângulo mais apropriado
para filmagem então arrastaram da rua a pobre garota.
⎯ Esse povo não tem sentimento! – gritava Brandon numa mistura de dor e
raiva.
Ele não só chorava, como também desferia palavrões porque ninguém vinha
ajudá-lo.
Sobre os condutores dos veículos envolvidos na colisão ainda não contei. Um
deles estava sentado no asfalto com a cabeça entre as pernas, escorando as costas
no veículo amassado, um automóvel novo, pelo menos até momentos antes da
batida. O pobre trazia um corte bem no meio da testa e escoriações nas pernas. Ele
chorava e repetia as mesmas frases que saíam bêbadas em uma linguagem mole e
incompreensível, própria de quem está mamado. O nó da gravata estava desfeito, já
na altura da barriga, a camisa manchada de sangue. O outro condutor era o pai da
mocinha alvo dos flashes dos curiosos que já se somavam dezenas. O pobre homem
não tinha reação, apenas soluçava seco, num choro educado.
⎯ Poderia passar uma viatura policial aqui – dizia um rapaz desprovido de
celular e mal trajado para os dias atuais.
E as conversas se somavam:
⎯ Quem ligou para o resgate?
⎯ Não sei, mas ouvi alguém falando que ia ligar.
⎯ Tem um cara que disse que o colega dele ia emprestar um celular com
créditos para avisar o resgate. Ele saiu pra lá.
Não sei se foi a polícia, só sei que o resgate foi chamado. Vi o povo se
afastando quando o carro vermelho chegou de sirene ligada.
⎯ Afastem-se! – ordenou o socorrista.
O povo foi dando passos lentos para trás, mas reclamava por não poder mais
filmar de perto. A menina soltou uma tosse fraca, era bom sinal, estava viva.
45
⎯ Alguém conseguiu gravar a tosse dela? – perguntou uma menina de uns 8
anos de idade.
⎯ Droga, meu celular não tem zum! – reclamou um rapaz. – Agora não consigo
filmar o socorro!
Correu para pedir ajuda:
⎯ Gente, alguém tem dois celulares para me emprestar um? Mas preciso de
um que consiga filmar de longe.
Lógico que dificilmente iria encontrar uma boa alma para atender esse pedido
um tanto abusivo para o momento. Porém, por incrível que pareça, ouviu uma voz
solidária:
⎯ Eu tenho, eu empresto.
Quem era? Brandon, isso mesmo. Já quase sem voz de tanta dor no braço,
Brandon ofereceu ajuda.
⎯ Você empresta, mano? – perguntou novamente.
⎯Empresto, mas entra pela outra porta e dá meia chave para abaixar a droga
deste vidro.
⎯ Rapaz, como você se prendeu aí? Por que não chamou alguém para tirar
você dessa, mano?
⎯ Verdade, como não pensei nisso? – ironizou Brandon rindo e chorando.
⎯ Como conseguiu ficar preso do lado de fora, mano?
⎯ Na verdade, eu já havia descido do carro, mas, quando percebi que meu
iphone tinha caído no banco, enfiei o braço para pegar, daí o vidro subiu. Esta droga
de carro sofisticado! Meu pai está ali e não consegue se levantar de tão chapado...
⎯ Tudo bem, depois você fala o resto. Cadê a chave? – apressou-se o intruso.
⎯ A chave está no bolso do meu pai.
O rapaz arrancou a chave do bolso do homem, entrou no carro e catou o celular
de Brandon.
⎯ Ei, abaixa o vidro, meu filho! – gritou Brandon.
⎯ É mesmo, ia me esquecendo.
Ainda pôde filmar o resgate.
Os bombeiros, ao ver tantos flashes, fizeram poses de heróis e demoraram
tanto para fazer o trabalho com aqueles equipamentos de segurança que a mocinha,
toda mumificada, foi direto para a UTI.
45
Só sei que, antes da moça chegar ao hospital, os doutores já sabiam, por meio
das redes sociais, por isso já estavam a postos para recebê-la.
Não fui visitá-la, mas fiquei sabendo pelo Whatsapp que a jovem escapou da
morte. São várias versões, mas o fato é que a estrela está passando bem.
Gilmarinho
*Texto cedido, especialmente pelo autor para esse material.
45
ATIVIDADE 1 – RECONSTRUINDO O SENTIDO DO TEXTO
1. Observe a imagem apresentada no início do texto. Qual a relação da imagem com
o assunto apresentado no texto?
Uma prática muito comum nos dias atuais é o enfrentamento da disseminação não consentida de
imagens.
Exemplos:
... Eu preciso filmar, gente! Dá licença! Que povo sem consideração! – era outro rapaz querendo se
aparecer entre a plateia porque seu iphone era 6, 7 ou quase 10 ...
... O que valia a pena era fotografar e filmar a moça desfalecida no chão ...
... Só sei que, antes da moça chegar ao hospital, os doutores já sabiam, por meio das redes sociais,
por isso já estavam a postos para recebê-la ...
2. Explique o trecho “Pendurado pelo braço, mas em pé...”.
Nesse trecho, fica evidenciado que Brandon ao tentar sair do carro percebeu que seu iphone tinha
caído no banco e ao tentar pegá-lo o vidro subiu e seu braço ficou preso.
3. Nesse momento “⎯ Rapaz, como você se prendeu aí? Por que não chamou
alguém para tirar você dessa, mano?”. O que a personagem que tentava socorrer a
vítima quis expressar com essa fala?
A personagem que tentava socorrer a vítima deixa claro que ela estava presa por opção.
4. Qual o sentido do trecho abaixo:
“Ele chorava e repetia as mesmas frases que saíam bêbadas em uma linguagem mole
e incompreensível, própria de quem está mamado.”
Sentido figurado. Porque ele estava bêbado e as frases eram incompreensíveis.
5. Para abrir a porta do carro era preciso encontrar a chave. Onde ela estava?
A chave estava no bolso do pai de Brandon.
6. Preencha o quadro abaixo com os elementos essenciais da narrativa presentes no
texto “ALGUÉM AÍ?”
Narrador predomínio de narrador-personagem
Personagens Brandon, o pai de Brandon, a menina, os curiosos, a
senhora de avental, a mocinha, outro rapaz, os
condutores dos veículos, o pai da mocinha, um rapaz
45
mal trajado, um cara, os bombeiros, os doutores, o
rapaz que Brandon emprestou o celular.
Tempo Passado
Espaço Na rua, no trânsito.
Enredo A história se passa na rua após acontecer um
acidente. Algumas pessoas se aglomeram e ficam
preocupadas em filmar e tirar fotos, enquanto outras
se preocupam com os envolvidos no acidente.
Brandon um dos envolvidos no acidente ao tentar
sair do carro fica preso na porta de seu carro pelo
braço, mesmo assim, empresta seu celular para um
rapaz que pega a chave do carro no bolso de seu pai.
Os bombeiros fazem poses de heróis ao verem os
flashs e antes da moça, principal estrela do acidente,
chegar ao hospital os doutores já sabiam do acidente
pelas redes sociais.
7. Neste texto, temos uma situação muito frequente nos dias atuais. Indique qual é o
assunto? Em seguida, comprove com passagens da narrativa.
A divulgação de fotos e vídeos pessoais de terceiros nas redes sociais sem autorização.
“O que valia a pena era fotografar e filmar a moça desfalecida no chão.”
“⎯ Droga, meu celular não tem zum! – reclamou um rapaz. – Agora não consigo filmar o socorro!”
”..antes da moça chegar ao hospital, os doutores já sabiam, através das redes sociais...”
“Não fui visitá-la, mas fiquei sabendo pelo Whatsapp que a jovem escapou da morte. São várias
versões, mas o fato é que a estrela está passando bem.”
8. No trecho: “(...) - Eu preciso filmar, gente! Dá licença! Que povo sem consideração!
– era outro rapaz querendo se aparecer entre a plateia porque seu iphone era 6, 7 ou
quase 10 (...) Que sentimento desperta a atitude do rapaz?” Explique.
Nesse trecho, fica evidenciado que Brandon ao tentar sair do carro percebeu que seu iphone tinha
caído no banco e ao tentar pegá-lo o vidro subiu e seu braço ficou preso.
9. Felizmente a estrela do texto teve um final feliz, mas o desfecho da história poderia
ter sido diferente. O que poderia ter acontecido com a personagem principal?
A moça poderia não ter sobrevivido ao acidente.
45
10. Como podemos evitar o compartilhamento de fotos ou imagens sem
consentimento? Justifique.
Deixar de compartilhar fotos e imagens que recebemos pelos aplicativos digitais, disseminar
campanhas de conscientização junto aos grupos que pertencemos e ser bons exemplos.
Após a realização das atividades, peça aos alunos que compartilhem suas respostas e escolher um
escriba para fazer a sistematização no quadro.
ATIVIDADE 2 – UM POUCO DE GRAMÁTICA
Retome os conceitos de análise linguística: predicação verbal. Faça os registros na lousa, envolvendo
os alunos durante essa explanação. Solicite que tomem nota dos registros.
Sugerimos que os alunos trabalhem em agrupamentos produtivos, façam o estudo da tabela e, em
seguida, realizem os exercícios.
Monitore o trabalho dos grupos utilizando a técnica de “Atendimento aos grupos”. Para o
acompanhamento pelo professor, cada grupo deve receber dois objetos (copo, lenço, lápis, bandeira,
cartão etc.) nas cores vermelha e verde. O grupo que necessitar de ajuda do professor, deverá indicar
com a cor vermelha. Não necessitando de ajuda, o grupo indicará com a cor verde. O professor deverá
atender os grupos, conforme for chamado pela cor vermelha para esclarecimentos de dúvidas.
Caso algum grupo termine a atividade muito antes dos demais, desafie-o a elaborar frases diferentes
dos exemplos dados pelo professor, empregando a transitividade verbal.
Vamos retomar alguns conceitos de análise linguística:
Quanto à predicação verbal:
• Transitivo direto: vem acompanhado de um objeto sem preposição obrigatória
(objeto direto ou objeto direto preposicionado).
Exemplo:
“A menina soltou uma tosse fraca.
Sujeito: A menina
Predicado Verbal: soltou uma tosse fraca.
Dica: Para encontrar os verbos de complementação incompleta fazemos a
pergunta “o quê” para o verbo.
A menina soltou o quê?
Quem solta, solta alguma coisa. (pede o complemento verbal)
Resposta: uma tosse fraca. (complemento verbal para dar sentido ao verbo)
Objeto direto: uma tosse fraca.
• Transitivo indireto: vem acompanhado de um objeto com preposição
obrigatória (objeto indireto).
Exemplo:
45
A menina precisa de socorro.
Sujeito: A menina
Predicado Verbal: precisa de socorro.
Dica: Para encontrar os verbos de complementação incompleta fazemos a
pergunta “do quê” para o verbo.
Quem precisa, precisa de alguma coisa. (pede o complemento verbal com
preposição)
Resposta: de socorro. (complemento verbal com preposição (de) completando o
sentido do verbo).
Objeto indireto: de socorro.
• Transitivo direto e indireto: vem acompanhado de um objeto sem preposição
obrigatória (objeto direto ou objeto direto preposicionado) e de um objeto com
preposição obrigatória (objeto indireto), simultaneamente, o verbo exige os dois
complementos.
Exemplo:
O rapaz devolveu o celular à vítima.
Sujeito: O rapaz
Predicado Verbal: devolveu o celular à vítima.
Dica: Para encontrar os verbos de complementação incompleta fazemos a
pergunta “o quê” e “a/para quem”.
O rapaz devolveu o quê? a/para quem?
Quem devolve, devolve alguma coisa, à/para alguém. (pede o complemento verbal)
Resposta: devolveu o celular à vítima. (complementos verbais para dar sentido ao
verbo)
Objeto direto: o celular.
Objeto indireto: à vítima.
Intransitivo: tem sentido completo, ou seja, não necessita de complementos
verbais.
Exemplo:
A menina chegou.
Sujeito: A menina
Predicado verbal: chegou
Dica: Quem chega, chega, o verbo tem sentido completo, não precisa de
45
complemento verbal, ou seja, não necessita de objeto direto ou objeto indireto.
1. Leia o trecho do texto Alguém aí: “Tudo bem, depois você fala o resto, cadê a chave?”. O verbo em negrito é:
a) ( ) verbo intransitivo b) ( x ) verbo transitivo direto c) ( ) verbo transitivo direto e indireto d) ( ) verbo transitivo indireto
2. Nesse trecho: “⎯ Afastem-se! – ordenou o socorrista.” Classifique o verbo destacado de acordo com a predicação verbal. Afastem: Verbo intransitivo. Não pede complemento porque possui sentido completo.
ATIVIDADE 3 - BUSCANDO SENTIDOS
É bastante provável que seus alunos já tenham tomado conhecimento reportagens ou notícias sobre
a divulgação de imagens, de áudios, de vídeos etc., sem autorização em redes sociais. Por esse
motivo, é interessante que você peça para relatarem essas experiências em uma roda de conversa.
Solicite a ajuda para dois alunos na realização da leitura dos textos abaixo.
Para a progressão da leitura compreensiva, entendida como a leitura que se limita a explorar os
elementos internos do enunciado, peça que respondam às questões e, em seguida, realizem a
socialização.
No texto, a seguir, analisaremos fragmentos de textos normativos, Constituição
Federal e Código Civil, que asseguram direitos e deveres do uso de imagem.
TEXTO 3
Constituição Federal de 1988, Artigo 5°: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;”.
45
Código Civil de 2002: “Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça
ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. (Vide ADIN 4815)
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.”. Para mais informações, visite: https://jus.com.br/artigos/75081/o-direito-de-imagem. Acesso em: 5 jul. 2020.
1. Qual a relação entre o texto “Alguém aí?” com o artigo 5º da Constituição Federal
de 1988 e o Código Civil de 2002? Justifique.
O texto “Alguém aí” traz à tona a disseminação não consentida de imagens e o artigo 5º da
Constituição Federal de 1988 e o Código Civil de 2002 trazem o embasamento legal falando sobre a
utilização dessa prática.
2. Em textos normativos, temos de fazer uso de conhecimentos gramaticais que
enriquecem esse gênero. Neste sentido, é imprescindível aprendermos a ler e redigir
esse gênero textual, que se faz presente na escola, no bairro, na cidade, no estado,
no país e no mundo.
Estrutura das leis
Partes
Livros
Títulos
Capítulos
Seções
Subseções
A sistematização das leis mais complexas observa o seguinte
esquema básico: livros, títulos, capítulos, seções, subseções e
artigos. A regra geral é a organização dos atos normativos em
torno de meros artigos. (p.124)
45
Artigos Apresenta as regras para a numeração dos artigos, de maneira
que, até o artigo nono (art. 9º.), deve-se adotar a numeração
ordinal. A partir do artigo dez, emprega-se a numeração
cardinal correspondente, seguida de ponto final (art. 10.). Os
artigos serão designados pela abreviatura “Art.”, com inicial
maiúscula, sem traço antes do início do texto e, ao longo do
texto, designados pela abreviatura – art. (p.124)
Parágrafos Imediata divisão de um artigo, ou, como anotado por Arthur
Marinho, “(...) parágrafo sempre foi, numa lei, disposição
secundária de um artigo em que se explica ou modifica a
disposição principal” (MARINHO, 1944, p. 227-229; PINHEIRO,
1962, p. 100). O parágrafo é representado pelo sinal gráfico §
(signum sectionis, em português, sinal de seção ou sinal de
corte). (p.125)
Incisos Elementos discriminativos de artigo ou parágrafo se o assunto
nele tratado não puder ser condensado no próprio artigo ou não
se mostrar adequado a constituir parágrafo. Os incisos são
indicados por algarismos romanos seguidos de travessão 127
ou meia-risca, que é separado do algarismo e do texto por um
espaço em branco: I – ; II – ; III – etc (p.126-127)
Alíneas ou letras São representados por números cardinais, seguidos de ponto-
final e separados do texto por um espaço em branco: 1. ; 2. ; 3
etc. (p.127)
Itens Os itens são desdobramentos de alíneas e são representados
por números cardinais, seguidos de ponto-final e separados do
texto por um espaço em branco: 1. ; 2. ; 3 etc. (p.127)
Para Saber + MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Disponível em: http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-presidencia-da-republica/manual-de-redacao.pdf. Acesso em: 06 jul 2020.
45
Explique aos alunos que irão usar a tabela acima (Estrutura das Leis, o Para Saber +) e, também, tudo
que aprendemos sobre “Direitos Humanos”, “Uso de Imagens” para a realização da Atividade 4.
ATIVIDADE 4 – AGORA É COM VOCÊ! BORA LÁ?
Peça aos alunos que se reúnam em grupos com 04 (quatro) integrantes. Sugerimos que o professor
leia a proposta de atividade abaixo e oriente-os na produção textual. Se possível, disponibilize
dicionários impressos ou dicionários digitais para consulta.
É interessante que os alunos façam o rascunho em um primeiro momento e, só depois, passem o texto
a limpo. Quando o rascunho estiver pronto, peça aos grupos que troquem os textos uns com os outros
para uma correção entre os grupos.
Enfatize que tal correção não se refere apenas a erros ortográficos, por exemplo, mas também envolve
analisar a estrutura do gênero textual - leis, a coerência, a coesão, a intencionalidade e o sentido do
texto. Os grupos podem escrever suas sugestões no próprio rascunho e depois devolvê-los aos autores
da produção. Estes, por sua vez, devem analisar as sugestões, aceitá-las ou não, e então passarem o
texto a limpo. No momento da última versão do texto, leve os alunos ao laboratório de informática para
a elaboração da apresentação das regras gerais da gincana recreativa. Essa atividade atende à
habilidade EF69LP41.
Consta na Proposta Pedagógica de sua escola a realização de uma Gincana
Recreativa. Sua turma ficou responsável pela organização das regras gerais do
evento. Neste sentido, você deverá, junto com seus colegas, elaborar as regras de
forma clara que embasarão a organização e participação das demais turmas da
escola.
Ao final, vocês deverão organizar a apresentação das regras para as equipes
participantes. Por isso, é imprescindível garantir uma boa apresentação:
● Usar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais;
● Escolher tipos e tamanhos de fontes que permitam boa visualização;
● Colocar em tópicos para organizar o conteúdo em itens;
● Fazer uso de imagens, gráficos, tabelas, formas e elementos gráficos; ● Atentar para a quantidade de texto (e imagem) por slide, usando
progressivamente e de forma harmônica recursos mais sofisticados como
efeitos de transição, slides mestres, layouts personalizados etc.
45
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 - DANDO VIDA ÀS PALAVRAS
Nesta Situação de Aprendizagem (SA), você desenvolverá atividades de
leitura, escrita, oralidade e análise linguística voltadas à organização e à interpretação
de textos. Veremos, abaixo, algumas habilidades que serão desenvolvidas ao longo
dessa sequência.
EF07LP08 – Identificar, em textos de
diferentes gêneros, adjetivos que ampliam o sentido do
substantivo, sujeito ou complemento verbal.
EF07LP10 – Utilizar, ao produzir diferentes gêneros,
conhecimentos linguísticos e gramaticais, já estudados.
EF67LP11 – Planejar resenhas, vlogs, vídeos e podcasts variados, textos e vídeos de apresentação e
apreciação próprios das culturas juvenis tendo em vista as condições de produção do texto – objetivo, leitores/espectadores,
veículos e mídia de circulação, entre outros.
EF69LP07A - Utilizar estratégias de
planejamento, elaboração, revisão, edição,
reescrita/redesign e avaliação de textos.
EF69LP47 – Analisar, em textos
narrativos ficcionais, as diferentes formas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero para a
caracterização dos cenários e dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas empregados. Expressões conotativas e processos figurativos e do uso de
recursos linguístico gramaticais próprios a cada gênero narrativo.
EF69LP51 – Engajar-se ativamente nos processos de planejamento, textualização, revisão/ edição e reescrita, tendo em vista
as restrições temáticas, composicionais e estilísticas dos textos pretendidos e as configurações da situação de produção – o leitor pretendido, o suporte, o contexto de circulação do texto, as finalidades etc. – e
considerando a imaginação, a estesia e a verossimilhança próprias ao texto literário.
EF69LP53 – Ler em voz alta textos literários diversos, bem como
leituras orais capituladas (compartilhadas ou não com o professor) de livros, contar/recontar histórias tanto da
tradição oral, quanto da tradição literária escrita, expressando a compreensão e interpretação do texto por
meio de uma leitura ou fala expressiva e fluente, gravando essa leitura ou esse
conto/reconto, seja para análise posterior.
45
ATIVIDADE 1 – AMPLIANDO O OLHAR
Desde criança, escutamos as mais diferentes narrativas: alguém contou uma
história, assistimos a filmes, peças de teatro e desenhos, lemos histórias em
quadrinhos, jogamos videogames, entre outros. No conto, por exemplo, existe toda
uma estrutura textual que vai desde as personagens, narrador-personagem (1ª
pessoa) e narrador-observador (3ª pessoa), ou até onisciente (3ª pessoa – aquele
que conhece toda a trama da história e os detalhes das personagens), passando pelo
local (espaço), enfatizando o tempo e, é claro, contando os detalhes do enredo
(situação inicial – conflito – clímax – desfecho) da história. Assim, temos a trama da
narrativa.
Referência: Disponível em: https://www.infoescola.com/generos-literarios/ficcao-cientifica/ . Acesso em: 20 jul 2020.
Para a leitura do texto a seguir, utilizar as estratégias de leitura que colaboram para maior compreensão
do assunto.
ANTES DA LEITURA
- Anunciar que agora todos lerão um texto.
- Escrever na lousa o título do texto.
- Pedir aos alunos que digam o que poderá ser encontrado em um texto com esse título.
- Registrar as hipóteses levantadas na lousa para que todos visualizem.
DURANTE A LEITURA
- Você conhece pessoas que vivem situações semelhantes a que o personagem do texto vive? Quem?
Conte-nos rapidamente.
- Quando li o trecho do texto que dizia sobre carregar o trivial, pensei para mim trivial é... O que é trivial
para vocês?
- A descrição do doutor parecida com um monstro, me lembrou de outros personagens. Vocês se
lembram de histórias, novelas, filmes com personagens parecidos? Quais?
1- Leia o texto a seguir e observe nele como os elementos da narrativa se
apresentam.
Essa leitura poderá ser feita oralmente por três estudantes: um fará a voz do
45
narrador; outros dois cuidarão do diálogo entre o monstro e a personagem.
Verifique as marcações no próprio texto.
TEXTO 1
Devaneio
O cansaço tomava conta das minhas pernas, sentei em um local que vagou
no banco do ônibus, ainda bem, precisava descansar. Ao observar lá fora, vi que a
chuva alargava a quantidade de água nas guias.
E agora? Esqueci a sombrinha no trabalho, também, são tantos objetos para
carregar, pois além do trivial, agora preciso usar máscara caseira e não me esquecer
do álcool-gel. A proteção é tudo para evitar a disseminação desse vírus implacável.
Não entendo, ele é tão simples que morre com água e sabão ou álcool-gel e está
matando milhões de pessoas da população mundial.
Embora cientistas do planeta Terra busquem a vacina para combater essa
pandemia, para nós, pobres mortais, não tem jeito, saímos de casa para trabalhar,
pois precisamos ir ganhar o nosso pão para o dia a dia.
Nesse devaneio, quando percebi estava próximo à minha casa. Qual
surpresa? Voava um ser estranho sobre a minha cabeça.
Perdido em meus pensamentos, aquele ser parou na minha frente. Era uma
criatura horrenda, os olhos esbugalhados, a testa com cicatriz de uma costura, o
pescoço todo cheio de hematomas, era um monstro.
De repente me deparei em uma caverna, pois a criatura me carregou e me
levou para o seu habitat. O local era úmido, os insetos noturnos voavam em volta do
lampejo de luz, as minhas narinas coçaram com o cheiro de mofo e comecei a
espirrar, ainda bem que continuava com a máscara, o que não me poupou em nada
o dissabor de estar ali.
A criatura olhou-me com ar de reprovação, senti que estava atrapalhando
alguma coisa, chegou bem perto de mim, o cheiro de umidade deu lugar ao cheiro de
carne podre.
Rapidamente, o monstro colocou um cotonete enorme em uma das minhas
narinas, após ter arrancado bruscamente a minha máscara e com um hálito de morte,
disse:
⎯ Só vou retirar um pouco de muco para fazer a base da vacina contra o
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novo coronavírus, você vai salvar a humanidade. Deixe-me tirar a quantidade
suficiente.
⎯ Você é nojento, quem é você?
⎯ Sou doutor, pesquisador, cientista, após tantas experiências e contato com
os contaminados estou assim todo deformado. Deixe-me em paz! Não te interessa
saber quem sou eu. O que importa é que apesar da minha aparência, o meu cérebro
está intacto, as funções neurológicas estão fazendo todas as sinapses, porque
preciso continuar buscando a vacina para a humanidade não ser exterminada.
Com muito medo deixei retirar o muco das minhas narinas e quando me
deparei estava no portão da minha casa.
Texto cedido especiamente por Cristiane Aparecida Nunes para este material.
(adaptado).
DEPOIS DA LEITURA
- Retomar as hipóteses levantadas antes da leitura.
- Estimular os alunos a verificarem se as expectativas iniciais foram confirmadas ou não.
a) Explique o significado da palavra “devaneio”, que intitula o texto.
Devaneio envolve, geralmente, imaginação, sonhos, pensamentos
profundos, distanciamento da realidade.
b) Qual é o assunto principal?
A personagem está voltando para casa, depois de um dia de trabalho. Uma pandemia está
matando muitas pessoas, portanto precisam usar máscaras para se protegerem, mas
precisam sair para trabalhar. A busca de uma vacina para a humanidade não se exterminada.
c) Em qual pessoa é narrado o texto? Justifique sua resposta com um
fragmento.
1º pessoa do singular – eu. Os verbos: percebi, deixei, sentei. Os pronomes: me, minha
d) Retire do conto palavras ou expressões que indicam:
Cansaço físico “o cansaço tomava conta das minhas pernas”, “precisava sentar”,
Alívio “sentei em um local que vagou no banco do ônibus”
Esquecimento “Esqueci a sombrinha no trabalho”
Medo “Com muito medo deixei retirar o muco das minhas narinas”
e) Qual é o tempo verbal que predomina na narrativa? E qual é o efeito de
sentido?
O tempo verbal é pretérito perfeito do indicativo, o qual indica que a ação está acabada,
assim o autor descreve o cenário, dando progressão ao enredo.
f) Em sua opinião, o que teria acontecido com a personagem, se ela não
tivesse permitido a retirada do muco? Reescreva o último parágrafo,
dando essa ideia.
As respostas poderão ser bem variadas. Sugere-se anotar uma delas na
lousa e realizar a revisão coletivamente.
g) Com o novo final criado por você, seria necessário modificar também o
título do conto? Por quê?
Resposta variável. Essa atividade pode ser realizada oralmente.
2- Agora, leia a notícia abaixo.
Texto 2
JORNAL TUDO VIRA NOTÍCIA! Sexta-feira, 07 de agosto de 2020
CIENTISTA BRASILEIRO DESCOBRE A VACINA PARA A COVID-19
Na última quinta-feira, 06 de agosto, foi anunciada uma importante descoberta contra a Covid-19, causadora da maior pandemia dos últimos séculos. O grande cientista brasileiro Dr. Lucas Silva, do Instituto Tudo pela Vida, apresentou à imprensa a única vacina capaz de salvar milhões de pessoas do novo coronavírus. Ela foi desenvolvida a partir de substâncias identificadas em coletas de secreção realizadas nas narinas de pessoas infectadas. A população mundial certamente ficará mais tranquila agora, já que a vacina será produzida para atender, primeiramente, os pobres países que ainda enfrentam a contaminação descontrolada pelo vírus.
a) Qual é a relação que podemos estabelecer entre os Textos 1 e 2?
Os Textos 1 (conto) e 2 (notícia), embora pertencentes a gêneros diferentes,
fazem referência à Covid-19. O primeiro, relata a busca da cura por um
cientista com aparência monstruosa; o segundo, confere a descoberta da
cura a um cientista brasileiro.
b) Na notícia (Texto 2), algumas palavras estão em destaque. Qual é a
função delas no contexto noticiado?
As palavras em destaque têm a função de caracterizar algo ou alguém. No
contexto da notícia elas fazem toda a diferença, pois trazem informações
diferenciadas a respeito do ser enfatizado. Não são seres quaisquer, são
seres que possuem atributos a mais:
Não é um cientista qualquer que descobre a vacina, mas um cientista
brasileiro, por exemplo.
c) Releia o trecho, retirando as palavras em destaque. Percebeu a
diferença? O que a ausência delas causa ao sentido global do texto? As
mensagens pretendidas originalmente são prejudicadas? (Essa atividade
poderá ser feita oralmente).
A ausência dos adjetivos (palavras em destaque) deixa o texto com informações
bem gerais. Isso causa alteração dos sentidos originalmente pretendidos.
d) Há diferença de sentido entre “[...] os pobres países [...]” como está no
texto, e os países pobres?
A posição do adjetivo pode alterar o sentido pretendido. Em “pobres países”, há
duas possibilidade de entendimento: 1 – coitados; 2 – desprovido de riquezas.
No contexto, parece que o intuito se aproxima da segunda concepção de sentido.
Para relembrar!
Adjetivos: São palavras cuja função é caracterizar um substantivo atribuindo-
lhe uma qualidade, carcterística, aspecto ou estado.
ATIVIDADE 2 – Estruturas de escrita
1- Antes da leitura – Responda às questões. Tome como base o título “A
explosão de sabores”.
a) O que você acredita que acontecerá nessa explosão?
b) Onde você acha que se passa a história?
As respostas podem ser trabalhadas oralmente.
TEXTO 3
A EXPLOSÃO DE SABORES Huuuummmm… esse cheiro, essa combinação… sabe, descobri que cozinha é
a parte mágica de toda casa… sentir, cheirar, provar, mexer… a composição, a
mistura, o sabor… imagine e veja: aquela senhora com um lenço na cabeça, seu
rosto semelhante a de uma Tia Anastásia ou de uma dona cheia de segredos
para o seu bolinho de chuva… sim, essa mesma… repara como ela brilha no
seu palco cheio de talheres, potes e pozinhos milagrosos… sobre uma mesa
talhada em madeira toda já forrada de farinha de trigo… é mergulhada nesse
ambiente que ela começa a promover a sua magia… manuseando a colher de
pau como varinha de condão vai promovendo a sinestesia… dando sabor ao
cheiro, e forma à imaginação… como se dispostos a obedecer ordens todos os
ingredientes se tornam soldados que ficam a postos, em formação, para se
fazerem presentes quando necessário… veja os sons, quando cai sobre o azeite
pré aquecido o alho depois de um casamento forçado com o sal… aquele xiiiiiiiiiii
de alguma coisa fritando, pulando como se a panela fosse um carnaval sem
fim… o som da mão na massa ou da massa na mão...que vai sendo moldada
até ficar no ponto… no ponto de pão fresquinho recém nascido… saído nesse
instante do forno que ao ser cortado assim mesmo com as mãos libera aquela
fumacinha… huuuummm… aquela fumacinha quentinha promovendo uma
explosão de sabores… nem a manteiga resiste a tal charme e se derrete toda,
entregue ao calor do momento… acrescente mais uma colher de curiosidade e
imediatamente o indicador da sua mão segue como um desbravador de novas
terras a fim de descobrir o que é… quando é surpreendido por um “Tire o dedo
daí...ainda não está pronto…” seguido de um “calma, quando terminar eu chamo”
… e esse tempo sem tempo se torna interminável entrelaçando, desejo, vontade,
ansiedade… ah, a cozinha… é lá que tudo acontece e os sentidos se misturam,
onde a cor passa a ter cheiro e a música ganha gosto…
Vitor Hugo Silva
Texto cedido especiamente pelo autor para este material.
2- Durante e após a leitura
a) A palavra utilizada pelo autor, ao iniciar o texto, mudou suas impressões
iniciais? Justifique.
b) Nesse trecho “…manuseando a colher de pau como varinha de condão
vai promovendo a sinestesia… dando sabor ao cheiro, e forma à
imaginação…”, é possível lembrar de um conto de fadas, por exemplo. E
você, o que imagina?
c) Quais são as conexões de leitura que você conseguiu fazer ao ler o texto?
Lembrou alguma leitura, reportagem, novela, programa etc.? Relate sua
experiência.
d) Suas impressões de leitura foram confirmadas?
Todas as questões podem gerar uma conversa coletiva, para a exposição das
impressões de leitura. Espera-se, entretanto, que o estudante diga que as ideias
iniciais mudaram e que a leitura faz lembrar narrativas de contos de fadas
presentes em livros, filmes, novelas etc.
3- Os Textos 1 e 3 pertencem ao campo
( ) científico.
( ) literário.
( ) político.
( ) jornalístico.
4- E o Texto 2?
O Texto 2 pertence ao campo jornalístico.
5- O Texto 2, embora traga características próprias dos gêneros textuais
pertencentes ao campo jornalístico, possui informações duvidosas. Você
acreditaria nessa notícia se a lesse num site de um jornal? Por quê?
Espera-se que o estudante diga que não acreditaria nas informações
expressas no texto. O título do jornal, por exemplo, já é um indício da dúvida:
JORNAL TUDO VIRA NOTÍCIA! O que pensar de um título como esse?
6- Retome os Textos 1 e 3. O que os diferencia com relação à apresentação
e à escrita. Preencha o quadro a seguir.
Texto 1 Texto 3
Composição (verificar a
distribuição dos
parágrafos).
O texto é apresentado
em vários parágrafos.
O texto é apresentado
em um único parágrafo.
Composição (verificar a
utilização da
pontuação).
Contém pontuação
comum a narrativas:
ponto final, travessão,
exclamação etc,
distribuídos ao longo do
texto.
Diferencia-se do Texto 1
por apresentar várias
reticências dispostas em
um único parágrafo.
Composição (qual deles
se aproxima do modo
como você escreve
contos/crônicas?)
Espera-se que o
estudante responda que
é o Texto 1.
Espera-se que o
estudante responda que
é o Texto 1. Caso algum
estudante opte pelo 2,
peça a ele para contar
um pouco dessa
experiência.
Título (pertinente ou
não?)
A resposta poderá
variar.
A resposta poderá
variar.
Cenário. Ambiente interno de um
ônibus.
Durante o devaneio
(sonho): caverna do
monstro.
Cozinha da casa.
Personagem(ns). Há a presença da
personagem em
Há a presença da
personagem em
primeira pessoa (quem
conta e participa da
história) e de uma
personagem (o
monstro), com quem
interage.
primeira pessoa (quem
relata o acontecimento
vivido).
Foco narrativo. A história é contada
predominantemente em
1ª pessoa do singular.
A história é contada
predominantemente em
1ª pessoa do singular.
Tempo verbal
predominante.
Predominância do
pretérito (passado)
O texto é iniciado no
passado, mas toda a
trama rememorada no
presente.
Linguagem formal ou
informal.
Linguagem formal. A narrativa apresenta as
duas linguagens em
interação.
ATIVIDADE 4 – AGORA É COM VOCÊ! BORA LÁ?
Agora, você irá fazer um podcast a partir da leitura de um texto literário,
que poderá ser: um conto, uma crônica, um poema ou até mesmo um capítulo
de livro.
Observação: essa atividade poderá ser feita em grupo e mediada pelo professor.
Para facilitar seu trabalho, preencha o quadro abaixo para organizar a
produção do podcast.
Qual é o texto literário
escolhido? Qual é o gênero
textual?
Quem será o espectador do
podcast?
Em que veículo de comunicação
seu podcast circulará?
Quanto tempo terá o podcast?
(Lembre-se de que a duração
não deve ser longa.)
Esse trabalho necessita da mediação do professor, principalmente quanto à
escolha do trecho literário a ser contemplado. Nesse caso, o estudante pode ser
orientado quanto à curadoria dos textos. Com relação à produção do podcast, é
importante que a turma saiba como atuar na organização da leitura.
Podcast: é a junção de “IPOD” + “BROADCAST”, ou seja, um programa de rádio
transmitido através da internet, abordando textos orais de diferentes temas. Desta
forma, o ouvinte acessa o conteúdo e ouve quando quiser.
SAIBA COMO PRODUZIR E EDITAR SEU PODCAST
Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/18378/chegou-a-hora-de-
inserir-o-podcast-na-sua-aula>. Acesso em: 06 jul. 2020.
Para produzir seu Podcast poderá baixar o aplicativo, disponível em:
<https://play.google.com/store/apps/details?id=fm.anchor.android&hl=pt_BR>.
Acesso em: 06 jul. 2020.
Sugestão: Você e sua turma poderão realizar as apresentações dos trabalhos produzidos. Para isso, organizem o ambiente das mostras, façam combinados, convidem pessoas para assistirem às produções. Se preferirem, façam uma mostra virtual, utilizando aplicativos de transmissão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BACHI, Cláudia Regina. Estratégias de leitura: compreendendo o que se lê. In
BARBOSA, Gislene Aparecida da Sila; SOUZA, Marcos Leonel. Contribuições
metodológicas para a prática docente: teorias e reflexões sobre o ensino e a
aprendizagem na educação básica. Curitiba:CRV, 2018.
BRONCKART, Jean-Paul. Atividade de linguagem, textos e discursos: por
um interacionismo sociodiscursivo. Trad. Anna Rachel Machado e Péricles
Cunha. 2. reimpressão. São Paulo: EDUC, 2012.
KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. A Inter-Ação pela linguagem. 10.ed. São
Paulo: Contexto, 2010.
KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. Desvendando os segredos do texto. 7.ed.
São Paulo: Cortez, 2011.
KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e escrever: estratégias de
produção textual. 2.ed. São Paulo: Contexto, 2010.
MARCUSCHI, Luiz Antônio, 1946. Produção textual, análise de gêneros e
compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de
retextualização. 10.ed. São Paulo: Cortez, 2010.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. 6.ed. Porto Alegre: ArtMed, 1998.
SOUZA, Renata Junqueira; GIROTTO, Cinthia Graziela Guizelin Simões.
Estratégias de leitura: para ensinar alunos a compreender o que leem. In:
SOUZA, Renata Junqueira (et. al.). Ler e compreender: estratégias de leitura.
Campinas-SP: Mercado de Letras, 2010.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino
de gramática. 14.ed. São Paulo: Cortez, 2009.
SITES
MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Disponível em:
http://www4.planalto.gov.br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-
presidencia-da-republica/manual-de-redacao.pdf. Acesso em: 06 jul. 2020.
VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/variacoes-linguisticas.htm. Acesso
em: 6 jul. 2020.
ANÁLISE DOS VERBOS NO PRETÉRITO. Disponível em:
https://novaescola.org.br/conteudo/2558/analise-dos-verbos-no-preterito
Acesso em: 20 jul. 2020.
ENTRE A "REALIDADE" E A FICÇÃO: UMA ABORDAGEM DISCURSIVA.
Disponível em:
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=15155
Acesso em: 20 jul. 2020.
FICÇÃO CIENTÍFICA. Disponível em: https://www.infoescola.com/generos-
literarios/ficcao-cientifica/
Acesso em: 20 jul. 2020.
CRÉDITOS
Situação de Aprendizagens produzida: SA1
Técnico Curricular SEDUC
Marcos Rodrigues Ferreira EM
Situações de Aprendizagens produzidas: SA2, 3, 4
PCNP Diretoria de Ensino
Cristiane Aparecida Nunes São Bernardo do Campo
Cláudia Regina Bachi Presidente Prudente
Maria Nilcéia de Souza Tureta Presidente Prudente
Análise, readequação e reorganização do material Katia Regina Pessoa Mara Lucia David
SP FAZ ESCOLA CADERNO DO PROFESSOR
LÍNGUA PORTUGUESA
ENSINO FUNDAMENTAL – 8º ANO
VOLUME 3
1
Desenho de Lívia Maria dos Santos Amaral, 12 anos, 6º ano - E.E. Comendador Antônio Figueiredo Navas, Lins, SP
Olá!
A Situação de Aprendizagem que você desenvolverá, neste material,
pretende trabalhar habilidades relacionadas às práticas de:
leitura;
oralidade;
produção textual;
análise linguística/semiótica.
Essas práticas, por sua vez, estão articuladas a alguns campos de atuação
social:
o da vida pública;
o das práticas de estudo e de pesquisa;
o da arte e da literatura;
o do jornalístico/midiático.
Utilize este material como parte de seus estudos, associando-o a outros que
venham a complementar sua jornada no campo do conhecimento.
Equipe Pedagógica de Língua Portuguesa
2
SUMÁRIO
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 – MITOLOGIA E ATUALIDADE
ATIVIDADE 1 – ENTRE LABIRINTOS
ATIVIDADE 2 – (RE)VISITANDO A GRAMÁTICA
ATIVIDADE 3 – CONECTANDO LABIRINTOS
ATIVIDADE 4 – PRODUÇÃO TEXTUAL: PODCAST DO LOBATO
ATIVIDADE 5 – OUTROS LABIRINTOS
ATIVIDADE 6 – A CONSTRUÇÃO DO IDIOMA
ATIVIDADE 7 – NOS LABIRINTOS DAS FAKE NEWS
ATIVIDADE 8 – (RE)VISITANDO A GRAMÁTICA
ATIVIDADE 9 – NAS ONDAS DO RÁDIO... ALIENS ATACAM!
3
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 – MITOLOGIA E ATUALIDADE
Nesta Situação de Aprendizagem (SA), você desenvolverá atividades de leitura, de
escrita, de oralidade voltadas à organização e à interpretação de textos. Veja, a
seguir, algumas habilidades entre outras, que começaremos a desenvolver:
EF89LP01B - Desenvolver estratégias de leitura crítica frente aos textos jornalísticos, midiáticos entre outros.
EF08LP11A - Identificar, em gêneros textuais, agrupamento de orações em períodos (formação de períodos compostos
por coordenação e/ou subordinação).
EF08LP04A - Identificar aspectos linguísticos e gramaticais (ortografia, regências e concordâncias nominal e
verbal, modos e tempos verbais, pontuação, acentuação, hifenização, estilo etc.) em funcionamento em um texto.
EF08LP04B - Utilizar, ao produzir diferentes gêneros textuais,
conhecimentos linguísticos e gramaticais.
EF08LP08A - Identificar, em gêneros textuais, verbos na voz ativa, passiva,
reflexiva.
EF08LP14A - Identificar recursos de coesão sequencial (articuladores) e
referencial (léxica e pronominal), construções passivas e impessoais, discurso direto e indireto e outros
recursos expressivos adequados ao gênero textual.
EF08LP14B - Utilizar recursos de coesão sequencial e referencial, construções passivas e impessoais,
discurso direto e indireto e outros recursos expressivos adequados ao gênero textual.
EF08LP15 - Estabelecer relações entre partes do texto, por meio da identificação do antecedente de um
pronome relativo ou o referente comum de uma cadeia de substituições lexicais.
EF89LP33A - Ler, de forma autônoma, textos de gêneros variados.
EF69LP50 - Elaborar texto teatral, a partir da adaptação de romances,
contos, mitos, narrativas de enigma e de aventura, novelas, biografias romanceadas, crônicas, dentre
outros, indicando as rubricas para caracterização do cenário, do espaço, do tempo; explicitando a
caracterização física e psicológica dos personagens e dos seus modos de ação; reconfigurando a inserção
do discurso direto e dos tipos de narrador; explicitando as marcas de variação linguística (dialetos, registros e jargões) e retextualizando
o tratamento da temática.
EF69LP51- Engajar-se ativamente nos processos de planejamento, textualização, revisão/ edição e reescrita, tendo em vista as restrições temáticas, composicionais e estilísticas dos textos pretendidos e as configurações da situação de produção – o leitor pretendido, o suporte, o contexto de circulação do texto, as finalidades etc. – e considerando a imaginação, a estesia e a verossimilhança próprias ao texto literário.
EF69LP53 - Ler em voz alta textos literários diversos, bem como
leituras orais capituladas (compartilhadas ou não com o professor) de livros,
contar/recontar histórias tanto da tradição oral, quanto da tradição literária escrita, expressando a
compreensão e interpretação do texto por meio de uma leitura ou fala expressiva e fluente,
gravando essa leitura ou esse conto/reconto, seja para análise posterior.
EF69LP54 - Analisar os efeitos de sentido decorrentes da interação entre os elementos linguísticos e os recursos paralinguísticos e cinésicos, que funcionam como modificadores, percebendo sua função na caracterização dos espaços, tempos, personagens e ações próprios de cada gênero narrativo.
4
ATIVIDADE 1 – ENTRE LABIRINTOS
Para início de conversa:
✔ Você já explorou um labirinto nas atividades escolares?
✔ Para você o que é um labirinto?
Sugere-se conversar com os estudantes a respeito do conceito de labirinto e tipos existentes.
Texto 1 - LABIRINTOS
Mosaico romano representando Minotauro no Labirinto. Imagem disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Labirinto#/media/Ficheiro:Con%C3%ADmbriga_minotauro.jpg>. Acesso em: 04 fev.
2020. A palavra labirinto, na língua portuguesa, tem origem no termo latino labyrinthus. Na Antiguidade, de acordo com a Mitologia, os labirintos eram criados para aqueles que, neles entrassem, não pudessem mais sair. Eram usados como proteção a locais que deveriam permanecer inacessíveis para pessoas não autorizadas; verdadeiras armadilhas mortais. A mitologia grega apresenta um dos labirintos mais famosos da história, o Labirinto de Creta. O rei Minos o construiu para manter aprisionado seu filho Minotauro, que nascera metade homem e metade touro. De acordo com a mitologia, Minotauro foi morto pelo herói Teseu, que conseguiu sair do labirinto graças ao fio de um novelo de lã que usou para marcar o caminho, novelo este dado a ele por sua amada Ariadne. A palavra labirinto pode ser usada em sentido figurado, significando outra coisa, ou seja, dando a noção de algo confuso ou de difícil compreensão.
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Labirinto também é o nome de uma estrutura da orelha interna, responsável por nossa audição e equilíbrio.
Marcos Rohfe
O português, o espanhol, o francês, o italiano e o romeno são exemplos de
idiomas originados do Latim Vulgar. São, por isso, considerados línguas
neolatinas ou românicas.
A língua portuguesa recebeu contribuições de muitas outras línguas,
acolhendo palavras de origem indígena, africana, europeia, árabe, entre
outras.
1 – Após a leitura do texto, responda às questões propostas. a) Qual é a finalidade desse texto? A finalidade do texto é informar sobre o significado de um labirinto e a origem da palavra.
b) Pesquise os significados possíveis para a palavra labirinto.
Sugere-se orientar os estudantes a pesquisarem os significados da palavra labirinto no dicionário (é importante tê-los na sala de aula) físico ou digital.
c) Como o termo “labirinto” poderia ser usado em sentido figurado? Dê exemplos.
Sugere-se retomar com os estudantes os sentidos de conotativo e denotativo de palavras e expressões em contextos. Por exemplo, alguém pode citar “Este exercício de matemática é como um labirinto, está muito confuso”.
d) Você conhece outras palavras que podem ter significados diferentes dependendo de como são usadas?
Sugere-se retomar os homônimos, explicando aos estudantes que uma palavra pode ter a mesma escrita, o mesmo som e significados diferentes de acordo com o contexto em que ela está inserida. Exemplo:
“Eu caminho por um grande labirinto.” (caminho = verbo caminhar)
“O caminho para o labirinto é imenso.” (caminho = itinerário)
e) Por que labirinthus está grafada em itálico no texto?
A palavra está grafada em itálico porque ela foi escrita em outro idioma, que é o latim.
Professor solicite aos estudantes que façam os ajustes no Caderno do Estudante, corrigindo a grafia da palavra Por que.
ATIVIDADE 2 – (RE)VISITANDO A GRAMÁTICA
1 – Observe a oração, a seguir, para responder às questões:
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“O rei Minos o construiu para manter aprisionado seu filho Minotauro, que nascera metade homem e metade touro.”
Os dois verbos apresentam ações ocorridas no passado. Uma delas ocorre antes da outra.
a) O que ocorre antes? A ação marcada pelo verbo “construiu” ou a ação marcada pelo verbo “nascera”?
A ação marcada pelo verbo “nascera” ocorreu antes, pois o nascimento do filho Minotauro foi o que levou o rei Minos a construir o Labirinto de Creta.
b) Se no lugar de “nascera”, o autor utilizasse o verbo “nasceu”, haveria mudança de sentido na oração? Justifique.
Sim, porque não ficaria marcado cronologicamente que o Minotauro tinha nascido antes de o labirinto ser construído.
2 – Pesquise em uma gramática a diferença entre pretérito perfeito e pretérito mais-que-perfeito.
O pretérito perfeito indica uma ação definida no tempo com início e término.
O pretérito mais-que-perfeito indica uma ação que ocorreu anteriormente de uma outra também ocorrida no passado.
3 - As duas orações, a seguir, expressam o mesmo acontecimento. Faça uma pesquisa para verificar o que as diferencia.
O rei Minos construiu o labirinto de Creta.
O labirinto de Creta foi construído pelo rei Minos.
Retome com os estudantes as locuções verbais e a forma verbal do particípio. Destaque com a turma as vozes verbais, para que eles compreendam a forma verbal do particípio destacada na segunda oração. Se achar conveniente, retome o conceito de voz ativa (caso da primeira oração) e de voz passiva (segunda oração).
Agora, anote suas descobertas no quadro a seguir, resumindo o significado dos conceitos:
Voz ativa Quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pelo verbo. “O rei Minos construiu o Labirinto de Creta.”
Voz passiva
Quando o sujeito é paciente, isto é, recebe a ação expressa pelo verbo. “O Labirinto de Creta foi construído pelo rei Minos.”
Gramáticas ou livros didáticos podem ser levados à sala de aula para consulta de conceitos e exemplificações.
4 – A oração em negrito marcada no trecho a seguir está na voz passiva. Passe-a para a voz ativa, fazendo as demais adequações necessárias para manter a coesão do período, reescrevendo-o.
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De acordo ainda com a Mitologia, Minotauro foi morto pelo herói Teseu, que conseguiu sair do labirinto graças ao fio de um novelo de lã que usou para marcar o caminho, novelo este dado a ele por sua amada Ariadne.
De acordo ainda com a Mitologia, o herói Teseu matou Minotauro, conseguindo sair do labirinto graças ao fio de um novelo de lã que usou para marcar o caminho, novelo este dado a ele por sua amada Ariadne.
ATIVIDADE 3 – CONECTANDO LABIRINTOS
Texto 2
NO LABIRINTO DE CRETA
Foram despertar na Ilha de Creta, onde logo descobriram o labirinto. Era um palácio imenso, com mil corredores dispostos de tal maneira que quem entrasse, nunca mais conseguiria sair – e acabaria devorado pelo monstro. O Minotauro só comia carne humana.
Diante do labirinto, os três “pica-paus” pararam para refletir.
— Quem entra, não sai mais e acaba no papo do monstro – disse Pedrinho - Mas nós sabemos o jeito de entrar e sair: é irmos desenrolando um fio de linha. Ah, se eu tivesse trazido um carretel...
— Pois eu trouxe três! – gritou Emília triunfalmente - E dos grandes, número 50. Desça a mala, Visconde, abra-a.
A mala foi descida e aberta. Emília tirou os carretéis e deu um a Pedrinho, outro ao Visconde, ficando com o terceiro.
Entraram no Labirinto e foram desenrolando o primeiro carretel; quando a linha acabou, desenrolaram o segundo; e quando a linha do segundo acabou, começaram a desenrolar o terceiro. Eram corredores e mais corredores, construídos da maneira mais atrapalhada possível de propósito para que quem entrasse, não pudesse sair. Antes do terceiro carretel chegar ao fim, Emília “sentiu” a aproximação de qualquer coisa.
Percebo uma catinga no ar – disse ela baixinho, farejando – O monstro deve ter seus aposentos por aqui...
Uns passos mais e pronto: lá estava o Minotauro, numa espécie de trono, a mastigar lentamente qualquer coisa que havia numa grande cesta.
— Mas como está gordo! – cochichou Emília - Muito mais que aquele célebre cevado que Dona Benta comprou do Elias Turco. Parece que nem pode erguer-se do trono.
De fato, o monstro estava gordíssimo, quase obeso, com três papadas caídas; o seu corpanzil afundava dentro do tronco. Que teria acontecido?
Mesmo assim, era perigoso aproximar-se, de modo que novamente, Emília recorreu ao Visconde.
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— Vá lá, meu bem, chegue-se ao “gordo” e com muito cuidado peça informações sobre a tia Nastácia.
— E se ele me devorar?
— Não há perigo. Nem a Esfinge o devorou, quanto mais o Minotauro. Só as vacas devoram os sabugos.
— Mas ele é um touro, e os touros também comem sabugos.
— Menos este, que é antropófago. Vá sem medo.
O Visconde arriou a maletinha e foi. Instantes depois, voltara.
— E então? - perguntou Pedrinho.
— Não fala, não responde. Perguntei por tia Nastácia e ele só me olhou com um olho parado, sempre a mastigar umas coisas que tira daquela cesta – “isto” e mostrou o que havia na cesta.
Emília arrancou-lhe o “isto” da mão. Era um bolinho. Era um bolinho de tia Nastácia. Que alegria! Aquele bolinho era a prova mais absoluta que tia Nastácia estava lá – e viva! Pedrinho comeu o bolinho inteiro e lamentou que o Visconde só tivesse trazido um.
— Vamos procurá-la com o resto de linha que ainda temos – disse Emília examinando o carretel - Há de dar.
[...]
LOBATO, Monteiro. O Minotauro. Editora Brasiliense: São Paulo, 1954. p. 206-209.
O texto que você leu foi escrito por Monteiro Lobato, que criou obras consideradas clássicas da literatura infanto-juvenil brasileira. As aventuras do Sítio do Picapau Amarelo foram adaptadas para várias mídias e formatos, como séries para a televisão, histórias em quadrinhos, jogos etc. Conhecer essa obra de forma crítica é muito importante para compreender o universo fantástico e rico criado pelo autor.
1 – Após a leitura do texto, responda às questões propostas.
a) O que o uso de aspas em “pica-paus” indica?
O uso das aspas indica uma referência a Pedrinho, Emília e Visconde (eles são os “pica-paus”, personagens do Sítio criado por Lobato).
b) No texto, duas palavras estão em negrito: antropófago e cevado. Pesquise o significado delas.
Sugere-se orientar os estudantes a pesquisarem o significado das palavras no dicionário (é importante tê-los na sala de aula) físico ou digital. Antropófago: aquele que se alimenta de carne humana.
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Cevado: nutrido, saciado.
c) O que o comportamento da personagem Emília nos permite inferir sobre ela? E a personagem Visconde? Como o texto apresenta a relação dos dois?
Explicar aos estudantes sobre a inferência de informações no texto, fazendo a correlação entre as personagens apresentadas. Emília é precavida, pois leva os carretéis para marcar o caminho a fim de não se perderem na volta do labirinto. O Visconde demonstra submissão, pois segue todas as ordens de Emília.
d) Como o uso dos carretéis iria ajudar as personagens a saírem do labirinto? O uso dos carretéis ajudaria a encontrar o caminho de volta do labirinto, fazendo as marcações pelo caminho por onde passavam.
e) Minotauro é um ser considerado antropófago. Isso se confirma no texto lido?
Sim, porque o Minotauro se alimentava de carne humana.
ATIVIDADE 4 – PRODUÇÃO TEXTUAL: PODCAST DO LOBATO
Em duplas, imaginem como seria narrar as aventuras da turma do Sítio do Picapau Amarelo, na Ilha de Creta. Façam uma pesquisa com seus colegas sobre o livro, levantem possibilidades de como organizar, em áudio, trechos da história que vocês achem interessante. Algumas sugestões:
✔ Fazer uma leitura simples de trechos para compartilhar;
✔ Dramatizar algumas cenas, em formato de radionovela;
✔ Criar um noticiário, informando o passo a passo das aventuras no Labirinto do Minotauro.
Ao organizar seu podcast, lembre-se de:
✔ Elaborar um roteiro - É preciso criar uma sequência do que vai ser gravado. Isso irá orientar o trabalho e garantir que o podcast fique objetivo e claro.
✔ Ensaiar - O ensaio irá ajudar a verificar se há problemas no roteiro e a resolver eventuais questões técnicas, permitir treinar a oralidade, o respeito aos turnos da fala e a clareza na exposição de ideias.
✔ Controlar o ambiente de gravação - A gravação deve ocorrer, se possível, em um espaço sem maiores distrações ou intervenções sonoras para facilitar o processo de edição.
✔ Editar o material - Existem muitos programas gratuitos que permitem a edição e vários aplicativos para celular que podem fazer uma boa edição do trabalho. É o momento de verificar quais trechos precisam ser refeitos, modificados ou excluídos.
✔ Publicar e divulgar - Terminada a edição, é hora de compartilhar os trabalhos via internet ou em aplicativos de envio de mensagens. O ideal é divulgar para o máximo possível de pessoas. Ao terminar os podcasts, vocês também podem compartilhar suas produções com os estudantes dos outros anos.
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ATIVIDADE 5 – OUTROS LABIRINTOS
Texto 3
LABIRINTITE E OUTRAS “ITES”
Acordei tonto. Ora, alguns amigos me dizem que não se surpreendem, porque normalmente sou mesmo meio tonto. Bullyings “amigos” à parte, o fato é que estou com a labirintite atacada. A isso somam-se a rinite e a sinusite também.... E, como se não fosse suficiente, a esse grupo medonho junta-se a tendinite nos pulsos e está pronta minha tragédia diária, já que trabalho digitando textos o dia todo.
Fico me lembrando das aulas de Língua Portuguesa, essa coisa linda... Especialmente por conta da minha coleção de “ites”. Dona Cidinha, minha professora da 7ª série (hoje conhecida como 8º ano...), nos brindando e enchendo duas lousas com listas e mais listas de sufixos e prefixos gregos e latinos. E lá estava o tímido e modesto “ite”, que me ama de paixão. Esse sufixo grego com falta do que fazer na vida.
Lembro-me dela olhando fixamente para mim (eu com o nariz sempre escorrendo por conta da coriza, causada pela rinite e sinusite), explicando que o sufixo “ite” indicava sempre uma doença ou inflamação do órgão ou da estrutura anatômica presente no radical da palavra. No meu caso, a infecção das narinas (rino, daí rinite) e dos seios da face (sinus, daí sinusite). Mais tarde, eu agregaria labirintite (labirinto) à minha lista.
É estranho imaginar que temos uma estrutura em nosso corpo chamada labirinto. É o nome dado a uma região na parte interna da orelha. É responsável pela noção de equilíbrio e da percepção da noção do corpo e tem formato de caracol. Quando era pequeno, assistindo ao Sítio do Picapau Amarelo na tevê, me impressionava a figura do Minotauro em seu labirinto. Quando tinha dor de ouvido (otite, olha o “ite” aí de novo), ficava matutando se não haveria algum monstro feito um Minotauro dentro da minha cabeça...
Meu amigo Edson disse que eu sofrer de labirintite é plenamente explicável, considerando que, como libriano, vivo em constante estado de confusão mental... O que é uma bobagem, porque, em tese, todo libriano deveria ser equilibrado, e a labirintite causa exatamente a falta de equilíbrio.... Enfim...
Tudo isso me faz lembrar de que sempre gostei das aulas de Língua Portuguesa, o quanto me encantava (e, ainda, me encanta) saber como é que as palavras eram criadas, de onde vinham, como se dava esse processo. Saber que o latim originou o português, que continua em transformação até hoje, com contribuições de línguas como o grego ou o celta, passando pelo árabe, pelo tupi, pelo iorubá, dentre outras... Realmente essa construção me fascina.
Mas, agora, infelizmente, preciso encarar minhas companheiras “ites” de todo dia e ir trabalhar... Fazer o quê? #partiutrabalho.
Marcos Rohfe
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Professor, solicite aos estudantes que façam os ajustes no Caderno do Estudante das duas primeiras linhas do 6º parágrafo “Tudo isso me faz lembrar de que sempre gostei das aulas de Língua Portuguesa, o quanto me encantava (e, ainda, me encanta) [...]”.
No texto, o autor cita o estudo de prefixos gregos e latinos na época em que estudava. Esses morfemas (unidades mínimas com significado) auxiliam na composição de palavras na língua portuguesa.
Por exemplo, no texto, o autor utiliza a palavra infelizmente. Podemos dividi-la em três partes, todas com significado, assim:
in feliz mente
prefixo radical sufixo
In- é um prefixo latino e -mente, um sufixo adverbial latino. A palavra infelizmente é um advérbio de modo.
Prefixos e Sufixos possuem significado e, ao se juntarem às palavras, formam outras com significado distinto.
Com a orientação do professor, faça uma pesquisa em uma gramática, livros didáticos ou sites confiáveis, relacionando alguns prefixos e sufixos. Essa pesquisa irá auxiliá-lo a compreender mais facilmente o significado de muitas palavras.
Em grupos, compartilhem suas descobertas por meio de cartazes ou divulgando nas redes sociais da escola.
Gramáticas ou livros didáticos podem ser levados à sala de aula para consulta de conceitos e exemplificações e se for possível, o uso da internet com consulta a sites confiáveis.
Desafio Teatral
Após a leitura do texto, em trios, planejem uma versão dele para ser encenada, como um esquete teatral, ou como uma cena para ser gravada em vídeo. O texto não apresenta diálogos, portanto o desafio de vocês será imaginar como essa história poderia ser encenada, como seriam as falas e se outras personagens poderiam aparecer para ajudar no desenvolvimento da narrativa.
Lembrem-se de que na elaboração do roteiro, é preciso atentar-se para as rubricas.
As rubricas são utilizadas para:
✔ caracterizar o cenário, o espaço, o tempo;
✔ explicitar a caracterização física e psicológica dos personagens e dos seus modos de ação;
✔ reconfigurar a inserção do discurso direto e dos tipos de narrador;
✔ explicitar as marcas de variação linguística (dialetos, registros e jargões).
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Para auxiliá-los nessa tarefa, vocês podem pesquisar textos teatrais para verificar como são construídos.
Vejam um exemplo, com o trecho a seguir:
[...] Meu amigo Edson disse que eu sofrer de labirintite é plenamente explicável considerando que, como libriano, vivo em constante estado de confusão mental... O que é uma bobagem, porque, em tese, todo libriano deveria ser equilibrado, e a labirintite causa exatamente a falta de equilíbrio.... Enfim...[...]
Transpondo para o texto teatral, poderíamos imaginar o seguinte diálogo:
CENA IV
Área de alimentação de um shopping. Mesa de uma lanchonete. Música ao fundo. Ambiente barulhento.
EDSON (sério) – Você com labirintite faz todo sentido...
MARCOS (curioso) – Por quê?
EDSON – (rindo) - Porque todo libriano vive em estado eterno de confusão mental...
Ambos riem.
Agora é só organizar o trabalho com sua equipe e preparar sua adaptação / versão do texto!
A partir do exemplo acima, oriente os estudantes na construção do texto adaptado à encenação. Terminado o texto é hora da leitura dramatizada; os ensaios podem ser feitos na sala de aula, em outros espaços da escola, ou mesmo on-line, por meio de aplicativos que permitam essa atividade. Após a gravação, o trabalho pode ser divulgado da maneira que for mais conveniente.
ATIVIDADE 6 - A CONSTRUÇÃO DO IDIOMA
Como foi citado nos Textos 1 e 3, a língua portuguesa recebe influências de muitas outras línguas, o que repercute diretamente nas palavras que utilizamos no dia a dia, sem que nem mesmo saibamos de suas origens.
Para conhecer um pouco mais sobre a origem dos termos que usamos em nosso idioma, faça o exercício proposto a seguir.
No quadro abaixo, estão escondidas 12 palavras: três de origem africana, três de origem indígena, duas de origem árabe, duas de origem francesa e duas de origem grega. Com base nessas informações, faça uma pesquisa no dicionário ou em outras fontes e preencha o quadro, conforme o exemplo.
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L M T E A I C B A E I O M E T R U C E
E X A A Ç U D E R S G E O G R A F I A
A F H X O D G R S P E E Q O E U T O M
C H I Q U E F I T R P Q U L R I M Z E
A R P Q G A O M E L E T E T T Q A E N
R O O O U E M B I T A E C I X D R T D
I Q P W E I O A O P I T A N G A T R O
O L O H A Z T U U K Y D Ç X R E S D I
C I T U Y W R E K W O R R C S G H U M
A I A W I O S U J C A N J I C A J L P
E O M T O R E I Ç X P U E T R Q E M J
A E O Y Z X O A L M A M D U I O C E A
SIGNIFICADO PALAVRA ORIGEM
1 – Relativo à cidade do Rio de Janeiro: Carioca Indígena (Tupi)
2 – Mamífero de grandes dimensões, paquiderme:
Hipopótamo Grega
3 – Ciência que estuda a superfície da terra:
Geografia Grega
4 – Prato da culinária brasileira feito de milho:
Canjica Africana
5 – Instrumento musical: Berimbau Africana
6 – Fruta cujo nome significa vermelho: Pitanga Indígena (Tupi)
7 – Construção usada para represar água: Açude Árabe
8 – Prato da culinária brasileira à base de peixe:
Moqueca Indígena (Tupi)
9 – Fritada de ovos batida: Omelete Francês
10 – Local onde se vende carnes: Açougue Árabe
11 – Característica de quem é muito elegante:
Chique Francês
12 – Planta da família das leguminosas: Amendoim Indígena (Tupi)
ATIVIDADE 7 – NOS LABIRINTOS DAS FAKE NEWS
Texto 4
jaaq.com.br
SÁBADO Mogi das Cruzes, 06 de fevereiro de 2020. Ano 17 Nº 258 | 2ª edição, 17 h NOTÍCIAS 06/02/2020 - 15h20min.
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Por Caio José Tupinambá
Adolescentes são resgatados de uma caverna na região de Manaus
Na tarde de ontem, três adolescentes que haviam se perdido na floresta, próximo à região de Manaus, foram resgatados, após quatro dias de desaparecimento.
Segundo o trio, que fazia um passeio de ecoturismo, eles teriam se perdido do grupo maior ao adentrarem uma caverna oculta por uma vegetação cerrada na mata.
Ao explorarem a caverna, repleta de túneis, não conseguiram mais sair.
“Foi desesperador... o sinal do celular não funcionava e toda vez que tentávamos sair, parecia que mais fundo a gente adentrava na caverna...” Diz Aline, uma das adolescentes resgatadas, ainda em visível estado de choque. Ela ainda afirmou que teve a sensação de que iria morrer o tempo todo.
“Tipo, por um instante, achamos que era uma caverna pequena, tá ligado? Fomos andando e não conseguimos mais voltar, a gente gritou pelo restante do grupo, mas ninguém ouviu...”. Disse M.R.A, de 15 anos, o mais jovem do grupo.
Segundo a polícia local, o responsável pelo passeio deverá ser ouvido e, eventualmente, poderá ser processado, porque o acesso à área das cavernas está fora da rota turística.
O sistema de cavernas, chamado de Iandu (que significa aranha em tupi), foi descoberto há pouco tempo e fica na região próxima à caverna do Botuverá, a pouco mais de 100 km de Manaus.
Especialistas em Espeleologia dizem que o sistema de cavernas é perigoso, e que os jovens tiveram sorte porque ficaram em uma área com infiltração de luz solar.
“A gente viu que tinha um buraco no teto, ficamos por ali na esperança de que ouvissem nosso chamado”, alega Ricardo.
“Da próxima vez, levo um novelo de lã vermelho, como o que aquele herói grego usou para sair da caverna do Minotauro.” diz Carlos, mais aliviado depois do resgate.
“Embora estejam um pouco cansados e desidratados, todos passam bem e logo retornarão às suas casas.” – essa é a expectativa do Sr. Eduardo, chefe do grupo de bombeiros que resgatou os jovens.
1– Após a leitura do texto, responda às seguintes questões:
a) Como seria possível identificar se a notícia é verdadeira ou não?
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Pelo contexto, como, por exemplo, o dia da semana que consta no jornal: 06 de fevereiro como sábado, quando na verdade foi uma quinta-feira. Fala que os jovens estavam fazendo um passeio de ecoturismo e não se dá mais detalhes sobre o que os levou a fazer esse passeio. Resolveram por conta própria? Estavam com um guia? Procuram por uma agência de turismo? Foram resgatados por quem? Pela polícia, pelos bombeiros? No 6º parágrafo, há a informação da polícia local, sem especificar o lugar, apenas que fica a 100 km de Manaus, de que o responsável pelo passeio (agora aparece um responsável sem citar nomes) poderá responder por processo. Em “Embora estejam um pouco cansados e desidratados, todos passam bem e logo retornarão às suas casas.”, é possível verificar uma contradição: se estão desidratados, então não passam bem; anteriormente, havia a informação (4º parágrafo) de que uma das jovens estava “em visível estado de choque” .Qual é o nome completo do chefe do grupo de bombeiros (que os resgatou, a polícia ou os bombeiros?). Todas essas contradições e informações incompletas contrariam a função de uma notícia jornalística, razão pela qual se chega à conclusão de que a notícia não é verdadeira.
b) Verifique, no texto, pistas que podem indicar tratar-se de uma notícia falsa.
Além do que foi citado acima, há outras informações como:
✓ “O sistema de caverna, chamado landu [...], palavra landu não está registrada em dicionário (há lundu, canções populares em ritmos africanos).
✓ Botuverá é um munícipio que tem cavernas, porém está localizado no estado de Santa Catarina, portanto não pode ficar a 100 km de Manaus.
✓ É citado apenas no caso do jovem M.R.A a idade, de Aline e Carlos não, o que não é comum nas notícias, cita-se o nome completo e a idade.
Essas informações podem ser verificadas, se possível, em sites confiáveis de busca.
c) É apresentada a fala de um especialista em Espeleologia. Sem consultar um dicionário, seria possível identificar o significado desse termo? Levante hipóteses sobre o significado.
Talvez, em razão de todas essas informações contraditórias e falsas na notícia, pode-se gerar a desconfiança de que esse termo também não exista. A sugestão é explorar o final da palavra, que é mais conhecido, -logia para se chegar o significado, como Arqueologia, Musicologia, Meteorologia, entre outros.
d) A palavra espelunca tem a mesma origem da palavra espeleologia. Faça uma
pesquisa e anote no quadro o significado das duas.
Provavelmente, no exercício anterior, chegou-se à conclusão de que -logia (sufixo grego) significa estudo. Estudo de algo. Caso não tenha sido possível inferir o significado pelo contexto, os estudantes podem buscar o significado em dicionários impressos ou digitais.
Espeleologia É a ciência que se dedica ao estudo das cavidades naturais subterrâneas – cavernas.
Espelunca Cavidade profunda no solo; caverna, cova, furna.
e) Na notícia, ocorre o que chamamos de intertextualidade, ou seja, há uma
citação direta a outro texto. Identifique onde isso ocorre.
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‘“Da próxima vez, levo um novelo de lã vermelho, como o que aquele herói grego usou para sair da caverna do Minotauro.” diz Carlos, mais aliviado depois do resgate’.
f) Os envolvidos no incidente na caverna têm seus nomes citados na notícia, menos M.R.A. Por que isso ocorreu no texto?
Conforme o Art. 247 de O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é vedada a veiculação de notícias que exponham a identificação de menores de idade.
g) No texto, há exemplos do uso do discurso direto. Citem alguns deles.
‘“Foi desesperador... o sinal do celular não funcionava e toda vez que tentávamos sair, parecia que mais fundo a gente adentrava na caverna...” Diz Aline, uma das adolescentes resgatadas, ainda em visível estado de choque’.
‘“Tipo, por um instante, achamos que era uma caverna pequena, tá ligado? Fomos andando e não conseguimos mais voltar, a gente gritou pelo restante do grupo, mas ninguém ouviu...”. Disse M.R.A, de 15 anos, o mais jovem do grupo’.
‘“A gente viu que tinha um buraco no teto, ficamos por ali na esperança de que ouvissem nosso chamado”, alega Ricardo’.
‘“Da próxima vez, levo um novelo de lã vermelho, como o que aquele herói grego usou para sair da caverna do Minotauro.” diz Carlos, mais aliviado depois do resgate’.
‘“Embora estejam um pouco cansados e desidratados, todos passam bem e logo retornarão às suas casas.” – essa é a expectativa do Sr. Eduardo, chefe do grupo de bombeiros que resgatou os jovens’.
h) Cite um exemplo do uso do discurso indireto no texto.
“Segundo o trio, que fazia um passeio de ecoturismo, eles teriam se perdido do grupo maior ao adentrarem uma caverna oculta por uma vegetação cerrada na mata”.
“Segundo a polícia local, o responsável pelo passeio deverá ser ouvido e, eventualmente, poderá ser processado, porque o acesso à área das cavernas está fora da rota turística”.
“Especialistas em Espeleologia dizem que o sistema de cavernas é perigoso, e que os jovens tiveram sorte porque ficaram em uma área com infiltração de luz solar”.
2 – Como a oração a seguir ficaria no discurso indireto?
“A gente viu que tinha um buraco no teto, ficamos por ali na esperança de que ouvissem nosso chamado”, alega Ricardo.
Ricardo alegou terem visto um buraco no teto, ficaram por ali na esperança de que ouvissem o chamado deles.
3 – Uma das formas de evitar propagar fake news é checar as informações disponibilizadas no texto. Verifique se a afirmação feita no parágrafo a seguir, é verdadeira:
[...] O sistema de cavernas, chamado de Iandu (que significa aranha em tupi), foi descoberto há pouco tempo e fica na região próxima à caverna do Botuverá, a pouco mais de 100 km de Manaus. [...]
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Verificar o item b da questão 1. Essas informações foram citadas como pistas que indicavam que se tratava de uma notícia falsa.
Texto 5
jaaq.com.br TERÇA-FEIRA Araçatuba, 14 de abril de 2020. Ano 17 Nº 402 | 1º edição, 07 h ARTIGOS 14/04/2020 - 15h20min.
É... FAKE DÓI... Você já compartilhou alguma mensagem enviada por aplicativos no celular ou em redes sociais sem antes checar a veracidade das informações? Quando nos deparamos com notícias, nem sempre é fácil perceber se o conteúdo é duvidoso ou não. É preciso ficar atento se o texto lido não é uma sátira ou paródia, com piadas que imitam a forma de se escrever uma notícia. Esse tipo de texto, não pretende, a princípio, enganar. No entanto, pessoas mal-intencionadas podem disseminá-lo como sendo sério e verdadeiro, e muita gente pode acreditar em algo que, em princípio, tratava-se de um conteúdo humorístico, por exemplo. Outra coisa que devemos observar é se no material que estamos lendo, as fotos, títulos e legendas usados estão de acordo com o texto. Muitas pessoas leem as notícias a partir de seus títulos, que são elaborados com o objetivo de atrair o leitor, mas, ao verificar o conteúdo, percebe-se que eles estão totalmente desconectados do texto, por exemplo. No período das eleições, um tipo de fake news circulou muito. Era aquele no qual falas retiradas do contexto, em que foram produzidas, eram manipuladas com o objetivo de prejudicar alguns candidatos. Então, uma dica muito importante, além dessas anteriores, é ficar atento quanto ao conteúdo da notícia que você está lendo. Ele pode ter sido fabricado, ou seja, é 100% falso e tem o claro objetivo de enganar o leitor. Pode também ter sido manipulado, isto é, ocorre quando imagens ou notícias são alteradas para passar mensagem diferente do original. E existem casos ainda mais sofisticados, quando dados falsos são atribuídos a uma fonte conhecida, por exemplo, estudos ou pesquisas que nunca existiram usam fontes confiáveis como origem para enganar o leitor, já que ganham um ar de autoridade, ainda que falso, utilizando os chamados conteúdos impostores. Por fim, um outro tipo muito comum é o enganoso, quando dados reais são usados para levar a uma conclusão inadequada. Um exemplo assustador sobre o poder das fake news é o que aconteceu com a dona de casa Fabiane Maria de Jesus. Em maio de 2014, ela foi brutalmente assassinada após ter sido acusada de praticar magia negra, na cidade de Guarujá, estado de São Paulo. Ela foi amarrada e agredida por várias pessoas. Após algumas horas de agressão, foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos. Uma notícia falsa, divulgada pelas redes sociais com a foto de uma suposta praticante de magia negra utilizando crianças, motivou o crime. A dona de casa foi confundida com ela, mesmo não sendo muito parecida. Nas redes sociais, muitas
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informações falsas, com relatos mentirosos de pessoas que diziam ter testemunhado os sequestros, fez com que a história rapidamente se espalhasse. Ao se compartilhar uma notícia, a forma como ela é disseminada, assemelha-se à entrada em um labirinto com infindáveis conexões. É fácil perder o controle, e aquele simples clique no botão de compartilhar pode estar contribuindo para prejudicar uma ou várias pessoas. Na mitologia, o monstro Minotauro foi morto pelo herói Teseu, mas somente depois de muitas vítimas terem sido devoradas. Assim acontece com as fakes news, quando são detectadas e podem ser combatidas, já deixaram um rastro terrível de destruição, e até mesmo mortes. O fato ocorrido com Fabiane foi terrível. Parece até mentira, mas infelizmente não é. Por isso, nunca compartilhe notícias antes de checar as fontes. Fake news podem, efetivamente, matar.
Após a leitura, responda às seguintes questões:
1 – Como você definiria fake news?
Antes de responder a essa questão, sugere-se aos estudantes que pesquisem e traduzam o termo fake news para depois realizarem a analogia com os textos lidos.
Fake – falso; news – notícias.
Notícias falsas em que o autor deliberadamente escreve e compartilha ou boatos, ou fatos tirados do contexto original, ou ainda, notícias, imagens manipuladas, alteradas para passar mensagem diferente do original.
2 – Faça um breve resumo dos cuidados que devemos ter ao compartilhar informações ou notícias.
Pode-se retomar à primeira questão da Atividade 4 e o Texto 5, É ...Fake dói... e, coletivamente, fazer um resumo com os cuidados principais que se deve ter para se detectar uma fake News. Depois, pode-se preparar um painel e divulgar na sala de aula, outros espaços da escola, em blog (muitas escolas já o têm, se não, produzir um), ou qualquer outro meio de comunicação que possa ser visto, lido por um grande número de pessoas.
3 – Como são definidos os conteúdos elencados no quadro a seguir?
Conteúdo Definição
fabricado Conteúdo construído que não corresponde à realidade, feito com o objetivo de enganar o leitor.
manipulado Conteúdo forjado, adulterado, falsificado manuseado para levar o público a pensar de uma determinada forma.
impostor Tentar se passar por outro. Exemplo; dados falsos, estudos, pesquisas que nunca forma feitas divulgadas em fontes
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conhecidas ou confiáveis para enganar o leitor.
enganoso Usar dados reais para se levar o leitor a uma conclusão inadequada, que não corresponde à realidade.
.
4 – O texto apresenta como exemplo um fato ocorrido em 2014, no Guarujá, estado de São Paulo. Faça uma pesquisa sobre ele e escreva quais desdobramentos ocorreram depois.
A pesquisa pode ser feita por meio de revistas e jornais impressos que na época noticiaram o fato, ou por meio dos sites de busca. O essencial é verificar como a notícia se deu. O desdobramento está no Texto 5. Fabiane Maria de Jesus, confundida com uma sequestradora que nunca existiu, foi brutalmente espancada por moradores do bairro de Morrinhos IV, não resistiu aos ferimentos e morreu. Abaixo, sugestão de alguns links para a pesquisa.
<https://veja.abril.com.br/especiais/linchamento-guaruja-fake-news-boato/>. Acesso em: 10 ago.
2020.
<https://www.pragmatismopolitico.com.br/2020/02/justica-linchamento-fabiane-de-jesus.html>.
Acesso em: 10 ago. 2020.
<https://www.atribuna.com.br/cidades/guaruja/linchamento-de-fabiane-de-jesus-em-
guaruj%C3%A1-completa-cinco-anos-1.50635>. Acesso em: 10 ago. 2020.
<https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/caca-as-bruxas-no-brasil-o-
linchamento-de-fabiane-maria-jesus.phtml>. Acesso em: 10 ago. 2020.
5 – Releia o trecho a seguir. Há uma relação de intertextualidade? Justifique.
“Ao se compartilhar uma notícia, a forma como ela é disseminada, assemelha-se à entrada em um labirinto com infindáveis conexões. É fácil perder o controle, e aquele simples clique no botão de compartilhar pode estar contribuindo para prejudicar uma ou várias pessoas. Na mitologia, o monstro Minotauro foi morto pelo herói Teseu, mas somente depois de muitas vítimas terem sido devoradas. Assim acontece com as fakes news, quando são detectadas e podem ser combatidas, já deixaram um rastro terrível de destruição, e até mesmo mortes.” Caso os estudantes tenham dificuldade de responder, solicite que releiam o item e, questão 1 da Atividade 7: “Na notícia, ocorre o que chamamos de intertextualidade, ou seja, há uma citação direta a outro texto”. Trata-se de mais um texto desta Sequência de Aprendizagem que cita o monstro Minotauro, personagem da mitologia grega, cuja história foi recontada pelo escritor Monteiro Lobato, cujo trecho está presente na Atividade 3, Texto 2.
6 – Considerando a forma como as notícias se espalham pela internet e pelas redes sociais, como você definiria a expressão infindáveis conexões?
Caso os estudantes tenham dificuldade de responder, peça que voltem para o início da Sequência de Aprendizagem, Texto 1. Analisando o mosaico romano que representa o Minotauro no Labirinto, percebe-se que há vários caminhos para se percorrer. O autor do texto É ...Fake dói..., associa os vários caminhos de um labirinto aos infindáveis (sem fim) caminhos que uma notícia pode percorrer na internet devido aos compartilhamentos.
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7 – Como você acredita que seria possível alertar as pessoas para não compartilharem notícias falsas? Discuta com seus colegas meios para alertar a comunidade em relação a isso.
Sugere-se a realização de um debate sobre como o alerta pode ser feito. Caso o que foi visto nestes estudos sejam insuficientes, pesquisas podem ser feitas e, durante o debate, as opiniões serem registradas para que o texto solicitado seja construído.
8 - A imagem, a seguir, faz parte de uma campanha do Conselho Nacional de Justiça para combater fake news. Como podemos associá-la ao texto lido?
Imagem disponível em: <https://www.cnj.jus.br/>. Acesso em: 17 fev. 2020.
Toda linguagem verbal da campanha pode ser associada ao que aconteceu com Fabiane Maria De Jesus, dona de casa de Guarujá. Pelo fato de ela ser parecida com a suposta sequestradora de criança (era falso, não havia sequestradora) e essa notícia ter sido compartilhada e espalhada por muitas pessoas, a dona de casa foi brutalmente agredida e veio a falecer por não resistir aos ferimentos causados pela agressão. Portanto, para Fabiane, a consequência do compartilhamento da notícia falsa foi fatal.
Texto 6
A Guerra dos Mundos
Orson Welles explica para jornalistas a transmissão de A guerra dos mundos, 1938. Imagem disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Guerra_dos_Mundos_(r%C3%A1dio)#/media/Ficheiro:Orson_Welles_War_of_the_Worlds_1938.jpg>. Acesso em: 14 fev. 2020.
21
Em 1898, o escritor inglês H. G. Wells publicou o livro de ficção científica A Guerra dos Mundos. O livro narra uma invasão marciana na Terra, e já teve várias adaptações. Uma das mais famosas é o filme estadunidense de 2005, com o ator Tom Cruise.
Em 1938, quarenta anos depois da publicação do livro, o americano Orson Welles dirigiu e narrou uma adaptação da obra em uma rádio americana. A narração que ele fez é considerada impressionante até hoje. Mas o que seria apenas mais um programa de rádio, tornou-se um pesadelo para muitos ouvintes. Várias pessoas que sintonizaram a rádio no meio da transmissão, e perderam o início que explicava do que se tratava, acreditaram que, realmente, a Terra estava sendo invadida. Isso provocou pânico em algumas regiões, com pessoas saindo às ruas amedrontadas, sem saber o que fazer.
O programa foi elaborado como um típico programa de rádio musical com boletins noticiosos. No entanto, durante os boletins é que as informações referentes à invasão dos extraterrestres eram narradas, criando uma impressão de tratar-se de notícia real.
O formato de boletim de notícias foi duramente criticado pela mídia da época, porque criava uma ilusão de que o fato realmente estava ocorrendo. Na época ainda não existia televisão, e muito menos internet. Isso fez com que Orson Welles tivesse que ir a público explicar o que havia ocorrido.
A obra de H. G. Wells está em domínio público desde 2017, o que significa que seus livros podem ser reproduzidos, reeditados, copiados, relançados e mesmo sofrerem alterações sem necessidade de autorização prévia. Vale a pena conhecer obras como A Máquina do Tempo (1895), A Ilha do Dr. Moreau (1896), O Homem Invisível (1897), além, é claro, da Guerra dos Mundos (1898).
Marcos Rohfe
ATIVIDADE 8 – (RE)VISITANDO A GRAMÁTICA
Após a leitura do texto, responda às questões abaixo:
1 – A quem o pronome isso se refere na oração a seguir?
“Isso provocou pânico em algumas regiões, com pessoas saindo às ruas amedrontadas, sem saber o que fazer”.
Isso (pronome demonstrativo) está retomando ao que foi dito anteriormente, a informação de que o americano Orson Wells narrou e dirigiu uma adaptação da obra de ficção científica A Guerra dos Mundos do escritor inglês H.G. Wells em que narra uma invasão marciana na Terra.
2 – O pronome relativo que, na oração a seguir, se refere à qual palavra?
A narração que ele fez é considerada impressionante até hoje.
O pronome relativo que retoma a palavra narração citada anteriormente.
Caso seja necessário, mostre como o uso do pronome relaciona as duas ideias presentes no período evita a repetição da palavra narração.
A narração feita por ele.
22
A narração é considerada impressionante até hoje.
Relembrando:
Usamos os pronomes demonstrativos quando precisamos deixar claro a posição que uma palavra ocupa em relação a outras; demonstramos isso considerando o tempo, o espaço, o lugar ou o próprio texto.
Já os pronomes relativos são aqueles utilizados para mencionar nomes citados anteriormente e com os quais se relacionam.
Pesquise, em uma gramática ou no seu livro didático, exemplos desses pronomes.
3 – O acontecimento relatado, no texto, pode ser considerado uma fake news? Por quê?
Há dois fatos a se considerar:
1) Orson Wells, antes da narração, explica a adaptação da obra literária em forma de boletim de notícias, o que não pode ser considerado fake News.
2) Pessoas sintonizaram a rádio no meio da transmissão e acreditaram que a Terra estava sendo invadida, devido aos boletins noticiosos, entremeados na programação musical, e isso gerou pânico, o que, provavelmente, foi compartilhado, sem a devida checagem dos fatos. Nesse caso, pode ser considerado fake news.
4 – O trecho, a seguir, foi extraído do Texto 6. Ele também poderia ser aplicado ao Texto 7? Justifique.
Ao se compartilhar uma notícia, a forma como ela é disseminada, assemelha-se à entrada em um labirinto com infindáveis conexões. É fácil perder o controle, e aquele simples clique no botão de compartilhar pode estar contribuindo para prejudicar uma ou várias pessoas.
Há dois fatos a se considerar:
1) O narrador explica aos ouvintes que a obra de ficção científica foi adaptada e narrada, então ela não pode ser aplicada a esse trecho retirado do Texto 6.
2) Para os ouvintes que não ouviram a explicação inicial, saíram às ruas sem saber o que fazer, e, assim, chamando a atenção de outras pessoas, é um contexto em que se aplica o trecho extraído do Texto 6.
5 – Em fontes confiáveis, procure informações referentes ao livro de H.G Wells e preencha o quadro a seguir:
Caso seja possível, os estudantes podem ir à Sala de Leitura da escola, para que eles possam realizar a pesquisa, ou procurar sites de busca confiáveis. Em algumas plataformas digitais, o filme baseado na obra A Guerra dos Mundos, estrelado por Tom Cruise pode ser visto. Além desse filme, lançado em 2005, há outra versão cinematográfica produzida em 1953.
Ficha Técnica Livro A Guerra dos Mundos
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Autor H.G. Wells.
Ano de publicação 1898.
Gênero Ficção científica.
Sinopse É uma história sobre a invasão da Terra por marcianos inteligentes, dotados de um poderoso raio carbonizador e máquinas assassinas (tripods), semelhantes a depósitos de água sobre tripés, destruindo tudo que encontram pelo caminho.
Para saber mais: Uma sinopse é um breve resumo do livro, com detalhes que deixem claro qual é o conflito, as personagens, os obstáculos a enfrentar, a época e o local no qual a história acontece.
ATIVIDADE 9 – NAS ONDAS DO RÁDIO... ALIENS ATACAM!
Ilustração de Marcelo Ortega Amorim.
As duas ilustrações a seguir são do artista brasileiro Henrique Alvim Corrêa, criadas em 1906, para a edição belga do livro A Guerra dos Mundos.
Imagem 1
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Imagem disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Guerra_dos_Mundos#/media/Ficheiro:War-of-the-worlds-tripod.jpg>. Acesso em: 14 fev. 2020.
Imagem 2
Imagem disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Guerra_dos_Mundos#/media/Ficheiro:Correa-Martians_vs._Thunder_Child.jpg>. Acesso em: 14 fev. 2020.
a) A partir das imagens, como você imagina que ocorreu a invasão narrada no
livro?
Com as informações fornecidas, neste material, o desafio é narrar a invasão dos alienígenas. Elabore um texto, ou, se preferir, partir de informações pontuais, grave a narração sobre como foi a invasão dos alienígenas.
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b) Elabore uma legenda para cada uma das imagens.
Imagem 1 Sugestão: Máquina assassina ataca barco com passageiros em rio.
Imagem 2 Sugestão: Navio de guerra enfrenta máquina assassina.
c) Hoje seria possível criar uma notícia desse teor que gerasse tamanho impacto?
Discuta com seus colegas.
Em grupos, imaginem que vocês possuem um canal de podcasts na internet, que é transmitido também via sinal de rádio e recebem a informação de que está ocorrendo uma invasão extraterrestre. Por conta disso, o sinal da internet foi cancelado e os telefones não funcionam. Só o sinal de rádio ainda está ativo.
O que vocês fariam? Elaborem um roteiro de um programa de rádio, em formato podcast com informações passo a passo da invasão. Atentem para as seguintes tarefas:
✔ Distribuição de papéis - locutores, repórteres, pessoas entrevistadas, extraterrestres etc.
✔ Responsáveis pelo roteiro, efeitos de som, edição e gravação.
Decidam se usarão efeitos sonoros baixados da internet ou criarão seus próprios efeitos usando os materiais disponíveis.
Criem o programa de vocês e o divulguem. Vocês podem compartilhá-lo em redes sociais ou apresentá-lo para estudantes de outros anos. Se quiserem elaborar cartazes para divulgar a produção de vocês, podem utilizar as imagens disponibilizadas nesta atividade.
Nesta Situação de Aprendizagem e em outros momentos, os estudantes já fizeram podcast e, possivelmente, já possuem o aplicativo de gravação. Utilize-o e crie uma estação de rádio para divulgar o trabalho realizado.
Para saber mais:
Para auxiliá-los nessa atividade, sugerimos os links a seguir:
A Guerra dos Mundos. Áudio em Português. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=0sygdHU5F-s>. Acesso em: 14 fev. 2020.
Orson Welles. A Guerra dos Mundos. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=lt8pWcrtzM0>. Acesso em: 14 fev. 2020
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso. In: ________. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2010. BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 38. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015. BELINE, Ronald. A variação linguística. In FIORIN, José Luiz (Org.). Introdução à Linguística I: objetos teóricos. 2. ed., São Paulo: Contexto, 2003. CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza A. C.. Gramática Reflexiva: texto,
semântica e interação. 4. ed., São Paulo: Atual, 2013.
CITELLI, Adilson. Outras linguagens na escola: publicidade, cinema e TV, rádio,
jogos, informática. 3. ed., São Paulo: Corte, 2001 (Aprende e ensinar com textos.
Coord. Geral: Ligia Chiappini).
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo.
2. ed., Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1985.
DISCINI, Norma. O estilo nos textos. 2.ed., São Paulo: Contexto, 2004.
________. A comunicação nos textos: leitura, produção, exercícios. São Paulo:
Contexto, 2005.
FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: leitura e
redação. 7.ed. São Paulo: Ática, 2000.
________. Lições de texto: leitura e redação. 5.ed. São Paulo: Ática, 2006
(Universidade).
GRILLO, Sheila Vieira de Camargo. A produção do real em gêneros do jornalismo
impresso. São Paulo: Humanitas, 2004.
ILARI, Rodolfo. Introdução ao estudo do léxico: brincando com as palavras. São
Paulo: Contexto, 2002.
________. Introdução à Semântica: brincando com a gramática. 6.ed., São Paulo:
Contexto, 2006.
ILARI, Rodolfo; BASSO, Renato. O português da gente: a língua que estudamos a
língua que falamos. São Paulo: Contexto, 2006.
KLEIMAN, A. Oficina de leitura: teoria e prática. 6.ed., São Paulo: Pontes, 1998.
________. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 12.ed., Campinas: Pontes,
2009.
KOCH, Ingedore Villaça. O texto e a construção dos sentidos. 2.ed., São Paulo:
Contexto, 1998.
LOBATO, Monteiro. O Minotauro. Editora Brasiliense: São Paulo, 1954. p. 206-209.
27
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização.
10.ed., São Paulo: Cortez, 2010.
NEVES, Maria Helena de Moura. Que gramática estudar na escola? Norma e uso
na língua portuguesa. 2.ed., São Paulo: Contexto, 2004.
PEIXOTO, Fernando. O que é teatro. 10. ed., São Paulo: Editoria Brasiliense, 1988.
PIETROFORTE, Antonio Vicente. Semiótica visual: os percursos do olhar. São
Paulo: Contexto, 2004.
SILVA, Thaïs Cristófaro. Fonética e fonologia do português: roteiro de estudos e
guia de exercícios. 7.ed., São Paulo: Contexto, 2003.
Sites Pesquisados
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Labirinto#/media/Ficheiro:Con%C3%ADmbriga_minotaur
o.jpg>. Acesso em: 04 fev. 2020.
<https://veja.abril.com.br/especiais/linchamento-guaruja-fake-news-boato/>. Acesso
em: 10 ago. 2020.
<https://www.pragmatismopolitico.com.br/2020/02/justica-linchamento-fabiane-de-
jesus.html>. Acesso em: 10 ago. 2020.
<https://www.atribuna.com.br/cidades/guaruja/linchamento-de-fabiane-de-jesus-em-
guaruj%C3%A1-completa-cinco-anos-1.50635>. Acesso em: 10 ago. 2020.
<https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/caca-as-bruxas-no-brasil-
o-linchamento-de-fabiane-maria-jesus.phtml>. Acesso em: 10 ago. 2020.
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<https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Guerra_dos_Mundos_(r%C3%A1dio)#/media/Ficheiro:
Orson_Welles_War_of_the_Worlds_1938.jpg>. Acesso em: 14 fev. 2020.
<https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Guerra_dos_Mundos#/media/Ficheiro:War-of-the-
worlds-tripod.jpg>. Acesso em: 14 fev. 2020.
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Martians_vs._Thunder_Child.jpg>. Acesso em: 14 fev. 2020.
<https://www.youtube.com/watch?v=0sygdHU5F-s>. Acesso em: 14 fev. 2020.
<https://www.youtube.com/watch?v=lt8pWcrtzM0>. Acesso em: 14 fev. 2020.
28
CRÉDITOS
Situação de Aprendizagens produzida: SA1
Técnico Curricular SEDUC
Marcos Rodrigues
Ferreira EM
Análise, readequação e reorganização do material
Katia Regina Pessoa
Mara Lucia David
SP FAZ ESCOLA CADERNO DOPROFESSOR
LÍNGUA PORTUGUESA
ENSINO FUNDAMENTAL – 9º ANO
VOLUME 3
Olá!
As Situações de Aprendizagem que você desenvolverá neste material pretendem
trabalhar habilidades relacionadas às práticas de:
leitura;
oralidade;
produção textual;
análise linguística/semiótica.
Essas práticas, por sua vez, estão articuladas aos campos de atuação social:
da vida pública;
do estudo e da pesquisa;
da arte e da literatura;
do jornalístico/midiático.
Utilize este material como parte de seus estudos, associando-o a outros que
venham a complementar sua jornada no campo do conhecimento.
Equipe Pedagógica de Língua Portuguesa
Desenho de Lívia Maria dos Santos Amaral, 12 anos, 6º ano E.E. Comendador Antônio Figueiredo Navas, Lins, SP
SUMÁRIO
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 - O texto literário e suas versões
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 – Peço a palavra!
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 - Construindo efeitos de sentido
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 - Opinião, argumento e persuasão
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E SITES
CRÉDITOS
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 - O TEXTO LITERÁRIO E SUAS VERSÕES
Nesta Situação de Aprendizagem (SA) , você desenvolverá atividades de leitura, de
escrita e de oralidade voltadas a diversos gêneros textuais. Veja, a seguir, algumas
habilidades, entre outras, que começaremos a desenvolver:
Práticas de Linguagem
▪ Leitura
▪ Oralidade
▪ Produção de Texto
▪ Análise Linguística/Semiótica
EF69LP07B - Produzir textos em diferentes gêneros, considerando sua
adequação ao contexto de produção
e circulação.
EF69LP08 Revisar/editar o texto produzido, tendo
em vista sua adequação ao contexto de produção, a mídia em questão, características do gênero, aspectos
relativos à textualidade, a relação entre as diferentes semioses, a formatação e uso adequado das ferramentas de
edição (de texto, foto, áudio e vídeo, dependendo do caso) e adequação à norma culta.
EF69LP44
Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos literários,
reconhecendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, sociedades e culturas e
considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção.
EF69LP49 Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros
de literatura e por outras produções culturais do campo e receptivo a textos que
rompam com seu universo de expectativas, que representem um desafio em relação às suas
possibilidades atuais e suas experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas
marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas
orientações dadas pelo professor.
EF69LP45
Posicionar-se criticamente em relação a textos pertencentes a gêneros como quarta-capa,
programa (de teatro, dança, exposição etc.), sinopse, resenha crítica, comentário em
blog/vlog cultural etc., para selecionar obras literárias e outras manifestações artísticas
(cinema, teatro, exposições, espetáculos, CD´s, DVD´s etc.), diferenciando as sequências
descritivas e avaliativas e reconhecendo-os como gêneros que apoiam a escolha do livro ou
produção cultural e consultando-os no momento de fazer escolhas, quando for o caso.
EF69LP56
Fazer uso consciente e reflexivo da norma-padrão em situações de fala e escrita em textos de
diferentes gêneros, levando em consideração o contexto, situação de produção.
EF69LP53
Ler em voz alta textos literários diversos, bem como leituras orais capituladas (compartilhadas ou não com
o professor) de livros, contar/recontar histórias tanto da tradição oral, quanto da tradição literária escrita,
expressando a compreensão e interpretação do texto por meio de uma leitura ou fala expressiva e fluente,
gravando essa leitura ou esse conto/reconto, seja para análise posterior.
posterior.
EF89LP37 Analisar os efeitos de sentido provocados pelo uso de figuras
de linguagem (ironia, eufemismo, antítese, aliteração, assonância, por
exemplo) em textos de diferentes gêneros.
EF69LP46
Participar de práticas de compartilhamento de leitura/recepção de obras
literárias/manifestações artísticas, tecendo, quando possível, comentários de
ordem estética e afetiva.
EF89LP32 Analisar os efeitos de sentido decorrentes do uso de mecanismos de
intertextualidade (referências, alusões, retomadas) entre os textos literários, entre esses textos literários e outras
manifestações artísticas (cinema, teatro, artes visuais e midiáticas, música), quanto aos temas, personagens, estilos,
autores etc., e entre o texto original e paródias, paráfrases, pastiches, trailer honesto, vídeos-minuto, vidding, entre
outros.
Atividade 1 – Considerações referentes ao texto literário.
1- Antes da leitura de “Um Apólogo”, texto escrito por Machado de Assis, procure o
significado para os quatro verbetes do quadro a seguir.
Quadro de definições
a) Apólogo – Narrativa em prosa ou em verso que apresenta uma lição moral. As
personagens, geralmente animais ou objetos, dialogam como seres humanos.
b) Foco narrativo – É o ponto de vista de quem narra uma história. Ele se apresenta de
duas formas:
• Foco narrativo em primeira pessoa: (participa da história)
• Foco narrativo em terceira pessoa: narrador conta a história.
c) Personificação – É uma figura de linguagem que atribui características, sentimentos,
ações humanas a objetos e a outros seres vivos.
d) Ironia – É uma figura de linguagem que gera um efeito de sentido contrário do que está
expresso, é o oposto daquilo que se diz.
2- Durante a leitura, você deverá:
Os itens abaixo podem estimular o trabalho com técnicas de leitura. Sugere-se
chamar a atenção dos estudantes para a importância dos grifos e das anotações nas
margens das páginas, por exemplo.
a) Sublinhar os trechos que marcam a voz do narrador.
Machado de Assis
UM APÓLOGO
Era uma vez uma agulha, que disse a um
novelo de linha:
- Por que está você com esse ar, toda cheia de
si, toda enrolada, para fingir que vale alguma
coisa neste mundo?
- Deixe-me, senhora.
- Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque
lhe digo que está com um ar insuportável? Repito
que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
- Que cabeça, senhora? A senhora não é
alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que
lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe
a dos outros.
- Mas você é orgulhosa.
- Decerto que sou.
- Mas por quê?
- É boa! Porque coso. Então os vestidos e
enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão
eu?
- Você? Esta agora é melhor. Você é que os
cose? Você ignora que quem os cose sou eu, e
muito eu? - Você fura o pano, nada mais; eu é que coso,
prendo um pedaço ao outro, dou feição aos
babados...
- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o
pano, vou adiante, puxando por você, que vem
atrás, obedecendo ao que eu faço e mando...
- Também os batedores vão adiante do
imperador. - Você é imperador? - Não digo isso. Mas a verdade é que você faz
um papel subalterno, indo adiante; vai só
mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto... Estavam nisto, quando a costureira chegou à
casa da baronesa. Não sei se disse que isto se
passava em casa de uma baronesa, que tinha a
modista ao pé de si, para não andar atrás dela.
Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da
agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha,
e entrou a coser. Uma e outra iam andando
orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor
das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis
como
os galgos de Diana - para dar a isto uma cor
poética. E dizia a agulha:
- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia
há pouco? Não repara que esta distinta costureira
só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os
dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima.
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco
aberto pela agulha era logo enchido por ela,
silenciosa e ativa como quem sabe o que faz, e não
está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo
que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e
foi andando. E era tudo silêncio na saleta de
costura; não se ouvia mais que o plic-plic plic-plic
da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira
dobrou a costura, para o dia seguinte; continuou
ainda nesse e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A
costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha
espetada no corpinho, para dar algum ponto
necessário. E quando compunha o vestido da bela
dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava
daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando,
a linha, para mofar da agulha, perguntou-lhe:
- Ora agora, diga-me quem é que vai ao baile,
no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e
da elegância? Quem é que vai dançar com
ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das
mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um
alfinete, de cabeça grande e não menor
experiência, murmurou à pobre agulha:
-Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir
caminho para ela e ela é que vai gozar da vida,
enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze
como eu, que não abro caminho para ninguém.
Onde me espetam, fico. Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça: -
Também eu tenho servido de agulha a muita linha
ordinária!
b) Indicar A (para Agulha), L (para Linha), AL (para Alfinete), antes dos travessões,
para determinar as vozes das personagens.
Machado de Assis
UM APÓLOGO
Era uma vez uma agulha, que disse a um
novelo de linha:
A- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma
coisa neste mundo?
L - Deixe-me, senhora.
A - Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque
lhe digo que está com um ar insuportável?
Repito que sim, e falarei sempre que me der na
cabeça.
L- Que cabeça, senhora? A senhora não é
alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que
lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que
Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe
a dos outros. A - Mas você é orgulhosa.
L - Decerto que sou.
A- Mas por quê?
L- É boa! Porque coso. Então os vestidos e
enfeites de nossa ama, quem é que os cose,
senão eu?
A - Você? Esta agora é melhor. Você é que os
cose? Você ignora que quem os cose sou eu, e
muito eu?
L- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso,
prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
A - Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o
pano, vou adiante, puxando por você, que vem
atrás, obedecendo ao que eu faço e mando...
L - Também os batedores vão adiante do
imperador. A - Você é imperador? L - Não digo isso. Mas a verdade é que você faz
um papel subalterno, indo adiante; vai só
mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho
obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto... Estavam nisto, quando a costureira chegou à
casa da baronesa. Não sei se disse que isto se
passava em casa de uma baronesa, que tinha a
modista ao pé de si, para não andar atrás dela.
Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da
agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha,
e entrou a coser. Uma e outra iam andando
orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor
das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis
como
os galgos de Diana - para dar a isto uma cor
poética. E dizia a agulha:
A - Então, senhora linha, ainda teima no que dizia
há pouco? Não repara que esta distinta costureira
só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os
dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e
acima.
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela,
silenciosa e ativa como quem sabe o que faz, e não
está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo
que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e
foi andando. E era tudo silêncio na saleta de
costura; não se ouvia mais que o plic-plic plic-plic
da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira
dobrou a costura, para o dia seguinte; continuou
ainda nesse e no outro, até que no quarto acabou a
obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha
espetada no corpinho, para dar algum ponto
necessário. E quando compunha o vestido da bela
dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava
daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando,
a linha, para mofar da agulha, perguntou-lhe:
L - Ora agora, diga-me quem é que vai ao baile,
no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e
da elegância? Quem é que vai dançar com
ministros e diplomatas, enquanto você volta para a
caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um
alfinete, de cabeça grande e não menor
experiência, murmurou à pobre agulha:
AL -Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir
caminho para ela e ela é que vai gozar da vida,
enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze
como eu, que não abro caminho para ninguém.
Onde me espetam, fico. Contei esta história a um professor de
melancolia, que me disse, abanando a cabeça: -
Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
c) Observar o tempo verbal utilizado pelas personagens.
O presente do indicativo é o tempo verbal utilizado pelas personagens. O uso desse tempo
indica que a ação ocorre no momento da fala, como é o que acontece com a Agulha, a Linha
e o Alfinete. Com isso, ele permite situar o tempo presente, indicando, por exemplo, uma
ação habitual, uma verdade.
3- Sabendo disso, a tarefa agora é fazer a leitura do texto, utilizando os
conhecimentos elencados no item 1 e os procedimentos orientados no item 2.
Essa atividade necessita da mediação do professor que direcionará o grupo à
execução das leituras: 1ª - para delimitação das vozes do narrador e das
personagens; 2ª - para a leitura audível, colocando em ação as quatro vozes da
narrativa (quatro estudantes podem ser colocados para representarem narrador e
personagens, nesse caso).
A fala do professor de melancolia poderá ser incluída na parte do narrador ou
Para saber mais!
Imagem da página dedicada a Machado de Assis. Disponível em: <http://machado.mec.gov.br/>. Acesso
em: 04 mar. 2020. Vale a pena navegar por ela! O gênero textual exemplificado acima pode ser um estímulo à pesquisa consciente. Navegar pelos assuntos, direcionados pela plataforma, confere a possibilidade de conhecer elementos ligados à estrutura de vários gêneros textuais: biografia, bibliografia, curiosidades etc.
representada por um quinto estudante.
Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1980>. Acesso em: 20
fev. 2020.
Machado de Assis
UM APÓLOGO
Era uma vez uma agulha, que disse a um
novelo de linha:
- Por que está você com esse ar, toda cheia de
si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa
neste mundo?
- Deixe-me, senhora.
- Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque
lhe digo que está com um ar insuportável? Repito
que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe
importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus
lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos
outros.
- Mas você é orgulhosa.
- Decerto que sou.
- Mas por quê?
- É boa! Porque coso. Então os vestidos e
enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão
eu?
- Você? Esta agora é melhor. Você é que os
cose? Você ignora que quem os cose sou eu, e muito eu?
- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso,
prendo um pedaço ao outro, dou feição aos
babados...
- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o
pano, vou adiante, puxando por você, que vem
atrás, obedecendo ao que eu faço e mando...
- Também os batedores vão adiante do
imperador. - Você é imperador? - Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só
mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho
obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto... Estavam nisto, quando a costureira chegou à
casa da baronesa. Não sei se disse que isto se
passava em casa de uma baronesa, que tinha a
modista ao pé de si, para não andar atrás dela.
Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da
agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e
entrou a coser. Uma e outra iam andando
orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor
das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como
os galgos de Diana - para dar a isto uma cor poética.
E dizia a agulha: - Então, senhora linha, ainda teima no que dizia
há pouco? Não repara que esta distinta costureira só
se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos
dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima.
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco
aberto pela agulha era logo enchido por ela,
silenciosa e ativa como quem sabe o que faz, e não
está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que
ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi
andando. E era tudo silêncio na saleta de costura;
não se ouvia mais que o plic-plic plic-plic da agulha
no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no
outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou
esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A
costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha
espetada no corpinho, para dar algum ponto
necessário. E quando compunha o vestido da bela
dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava
daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a
linha, para mofar da agulha, perguntou-lhe:
- Ora agora, diga-me quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da
elegância? Quem é que vai dançar com ministros e
diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da
costureira, antes de ir para o balaio das mucamas?
Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um
alfinete, de cabeça grande e não menor experiência,
murmurou à pobre agulha:
-Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir
caminho para ela e ela é que vai gozar da vida,
enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como
eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico. Contei esta história a um professor de
melancolia, que me disse, abanando a cabeça: -
Também eu tenho servido de agulha a muita linha
ordinária!
Esse texto também poderá ser lido em:
4- Retome as anotações que você fez no texto “Um apólogo”. Observe a quantidade
de personagens e o ponto de vista do narrador.
Essa atividade pode ser realizada oralmente como retomada do que já foi percebido pelos estudantes.
Espera-se que eles digam que a narrativa contempla as personagens em diálogo direto (a agulha, o
novelo de linha e o alfinete), as personagens citadas (a costureira e a baronesa), além do professor
de melancolia, que aparece no final. Quanto ao narrador, enfatizar que se apresenta em terceira
pessoa, contando a história.
5- Agora, reveja as definições registradas no quadro do item 1 e, com fundamentação
no texto de Machado, explique o que cada definição tem a ver com a história.
Espera-se que os estudantes respondam:
Apólogo: A história se passa com os seres inanimados (a linha, a agulha e o alfinete), que
conversam, ou seja, dialogam como seres humanos a respeito da importância de cada um na costura
do vestido da baronesa e, no final, há uma lição de moral dita por um professor de melancolia, após
escutar a história: “Também tenho servido de agulha para muita linha ordinária”.
Foco narrativo: O narrador conta a história a respeito da linha e da agulha, mas não participa dela.
Esse é um exemplo de foco narrativo em terceira pessoa.
Personificação: A linha, a agulha e o alfinete possuem características humanas, ou seja, conversam,
têm sentimentos, agem como humanos.
Ironia: A agulha e a linha defendem seus trabalhos. A agulha, por sua vez, é privada de ir ao baile:
muito esforço e nenhum privilégio (a ironia de seu destino). A linha, guiada o tempo todo, conquista
sua vida glamorosa e não reconhece o trabalho da agulha. A fala do professor de melancolia também
traz teor irônico: “- Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!”.
Quadro de exemplos a) Apólogo (Por que o texto foi intitulado “Um apólogo”?) –
É assim chamado por personificar objetos, dando-lhes características humanas e colocando-os em
diálogo. Essa analogia também é contemplada por uma lição de vida, uma moral da história, como as
demonstradas nas fábulas, por exemplo.
b) Foco narrativo (Qual é o ponto de vista do narrador de “Um apólogo”? Que trecho
exemplifica essa constatação?) –
Foco narrativo em terceira pessoa:
“Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
[...]
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela,
silenciosa e ativa como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo
que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando.
[...]”
c) Personificação (Retire do texto alguns exemplos.) –
“Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha”
“Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe
importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe
a dos outros.”
“Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável?
Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.”
“Mas você é orgulhosa!”
“Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta
costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles,
furando abaixo e acima.”
d) Ironia (Retire do texto alguns exemplos.) –
“Por que a senhora está com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale
alguma coisa nesse mundo?”
“Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe
importa o meu ar? Cada qual tem o que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a
dos outros.”
“Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu,
e muito eu?”
“Também os batedores vão adiante do imperador.”
“Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só
mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo,
ajunto...”
“Ora agora, diga-me quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido
e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta
para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.”
“Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida,
enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para
ninguém. Onde me espetam, fico.”
Atividade 2 – As vozes da história
1- O texto abaixo traz a história de Machado de Assis contada de uma outra forma.
A narrativa está estruturada em cenas e pronta para ser dramatizada, interpretada.
Faça a primeira leitura já pensando em como você e seu grupo organizarão a
apresentação para a turma (que será seu público-alvo), utilizando somente vozes e
outros sons que seu grupo considerar necessários.
Sugere-se organizar a turma para a apresentação da nova versão da leitura, que poderá ser feita por
um único grupo, dependendo do tempo disponível para a atividade.
Vale ressaltar que a adaptação se trata de uma nova versão da narrativa, nesse caso, e que pretende
manter a essência do material que lhe deu origem. O texto a seguir é um texto adaptado e envolve,
muitas vezes, mudanças significativas em seu contexto, em sua linguagem, por exemplo.
Senta e escuta!
Texto baseado em “Um apólogo”, de Machado de Assis
Cena 1 - Dois adolescentes conversando.
Adolescente 1: Presta atenção, cara! Nosso roteiro para o podcast começará
assim: “ERA UMA VEZ ...”
Adolescente 2: Era uma vez... o quê? Vá direto ao assunto!
Adolescente 1: “Uma agulha, que disse a um novelo de linha...”.
Cena 2- Agulha e Linha dialogando
Agulha: Por que você está com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir
que vale alguma coisa neste mundo?
Linha: Me erra, amiga.
Agulha: Por quê? Na real! Você está com um ar insuportável? INSUPORTÁVEL...
IN-SU-POR-TÁ-VEL... Você sabe! Digo o que me der na cabeça.
Linha: Que cabeça, amiga? Você não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça.
Que importa o meu jeito? Cada um na sua. Se liga! Me deixa!
Agulha: Como você é afrontosa!
Linha: Sou.
Agulha: Mas, criatura, por quê?
Linha: Essa é boa! Olha o bullying! Sou eu que alinhavo roupas, prendo botões etc.
etc. etc.
Agulha: Você? Esta agora é melhor. Você faz tudo sozinha? Você ignora que quem
te ajuda sou eu?
Linha: Você só abre caminho, mais nada. Sou eu que prendo um pedaço ao outro,
dou feição aos babados...
Agulha: Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por
você, que faz tudinho o que mando...
Linha: Vai na frente pra abrir caminho pra mim. Né, miga! Eu sou a celebridade!
Agulha: Celebridade!
Linha: Verdade seja dita: você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só
mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho pesado... Eu é que prendo, ligo,
ajunto...
Adolescente 1: Estavam nisto, quando a costureira chegou, pegou o pano,
pegou a agulha, pegou a linha, colocou a linha na agulha, começou a costurar.
Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das
sedas, entre os dedos ágeis da costureira.
Agulha: Então, Linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta
distinta costureira só se importa comigo?
Adolescente 1: A linha não respondia nada; ia andando, silenciosa e ativa
como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha
vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era
tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic plic-plic
da agulha no pano.
Cena 3 – Desfecho do embate
Adolescente 1: Veio a noite do baile, e a formanda vestiu-se. A costureira, que
a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum
ponto necessário. E quando compunha o vestido da menina, e puxava a um
lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a
linha, para tirar sarro da agulha, perguntou:
Linha: Ora! Fala quem é que vai ao baile, fazendo parte do vestido e da elegância?
Quem é que vai dançar a valsa dos 15 anos?
Alfinete (para a agulha): Anda, aprende, bobinha. Você se cansa de abrir caminho
para ela e ela é que vai curtir a vida... E agora? Taí na caixinha de costura. Faça
como eu, que não abro caminho pra ninguém. Onde me colocam, fico.
A importância da criação
A criatividade do ser humano não tem limites. O texto “Um Apólogo”, de Machado de
Assis, publicado no final do século XIX, continua a estimular produções diversas.
Entre essas produções, está o Trailer de um filme produzido pela TV Escola. Veja:
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ceryLtak6LY>. Acesso em: 21
fev. 2020.
Referência, alusões, retomadas são comuns no campo artístico-literário, seja no
cinema, no teatro, na música, por meio de paródias, paráfrases, trailers, vídeos-
minuto. Inúmeras são as possibilidades de (re)criação de uma obra a partir de outra
(a original). “Um Apólogo” é um exemplo de texto que inspirou diversas adaptações,
em que roteiros são montados, apresentações são planejadas para atender às
expectativas de âmbito social. As intencionalidades também são múltiplas e variam
conforme o objetivo do produto a ser produzido. Esse produto pode resultar em um
trailer para divulgação de um filme (como o indicado acima) ou em um vídeo/podcast
escolar, como os da E.E Adelino Bertani (escola estadual do município de Mesópolis
– São Paulo). Como resultado da experiência da escola, dois trabalhos podem ser
vistos por meio dos links:
1- <https://www.youtube.com/watch?v=Pr46t_kkjUI>. Acesso em: 21 fev. 2020.
(produção de 2018).
2- <https://www.youtube.com/watch?v=l-jalUCVIaY>. Acesso em: 21 fev. 2020.
(produção de 2016)
Outras versões baseadas no conto de Machado de Assis: Um apólogo
Um Apólogo (Vídeo de 1939):
Disponível em: <http://www.historiadocinemabrasileiro.com.br/um-apologo/>.
Acesso em: 21 fev. 2020.
- Pedro Bandeira (conto):
Disponível em: https://www.yumpu.com/pt/document/read/14764754/a-agulha-e-a-
linha-pedro-bandeira. Acesso em: 25 ago. 2020.
- TV Escola (Vídeo – Filme completo):
Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=6jlWL3YeFGk. Acesso em: 21 fev. 2020.
- Em libras e com legendas:
Disponível em: http://tvines.org.br/?p=16695. Acesso em: 21 fev. 2020.
2- Após o contato com a diversidade de produções existentes, verifique:
a) A temática é a mesma da observada no texto de Machado, embora os
recursos sejam diversos? Argumente, defendendo seu ponto de vista.
Espera-se que os alunos respondam afirmativamente e argumentem exemplificando a
presença da linha, da agulha, do baile e das discussões que ocorrem nas cenas sobre a
superioridade e a arrogância entre personagens.
b) Qual das reproduções é a mais próxima da narrativa “Um Apólogo”, de
Machado de Assis? Por quê?
As respostas podem variar. Observar se há coerência nas justificativas. A versão de
1939, entretanto, representa a narrativa de forma mais próxima à escrita original.
3- Você acabou de conhecer algumas das possíveis versões para a exploração
artística da obra “Um apólogo” e fez a leitura da versão adaptada em cenas. Sua
função será criar a Cena 4. Para isso, complete o quadro a seguir.
Sugere-se retomar a versão adaptada em cenas da atividade anterior, para embasar as
possíveis versões para a exploração artística da obra “Um Apólogo”.
Essa atividade poderá ser realizada em pequenos grupos.
Cena 4 – Tecendo conclusões
Adolescente 1: Moral da história?
Adolescente 2:
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
____________________________________________________________.
Moral da história – Expressão bastante utilizada em fábulas e corresponde,
normalmente, a uma lição de vida, uma mensagem para que as pessoas reflitam,
algo que deve ser aprendido.
Atividade 3 – Textos comparados: não há limites para a criatividade
1- Leia o texto a seguir.
As diferentes versões são adaptações e variam conforme o objetivo do trabalho. Já
ouvimos alguém dizer “O filme está diferente da história do livro” e, mesmo assim,
as histórias, em determinados momentos, se entrelaçam, fazem lembrar a obra
original. Trazem, por exemplo, menções referentes às personagens, ao enredo, ao
tempo, ao espaço, ao foco narrativo, à linguagem, à prática social, à condição de
produção, ao meio de circulação.
Trabalhar um texto literário, adaptando-o para a linguagem do cinema, do teatro,
das artes visuais, da música, requer identificar tema, personagem, estilo de
escrita. Esse levantamento, feito a partir da leitura e do estudo do texto original,
serve como base para a montagem de um roteiro que pode se transformar, por
exemplo, em
• paródia - Apresenta, em geral, sentidos diferentes para uma obra já existente
ou consagrada, estabelecendo novas interpretações.
• pastiche – É uma criação literária ou artística que reproduz o estilo de escritores,
pintores, músicos, por exemplo. Pode ser entendido como montagem,
combinando aspectos característicos de outras obras ou autores.
• trailer honesto - É um videoclipe produzido por alguém, geralmente um fã, para
divulgar um filme. Para ver um exemplo, acesse
https://www.youtube.com/watch?v=kbCdeUIha7I. (acesso em: 04 mar. 2020).
• podcast – é como um programa de rádio que transmite informações diversas de
forma simples, rápida e sem custos. Pode ser acessado na forma on-line ou
off-line. O podcast em vídeo é conhecido como videocast.
2- Sua tarefa agora será fazer a Agulha e a Linha de “Um Apólogo” interagirem com
personagens de outra história também conhecida, como “A Bela e a Fera”, “Branca
de Neve”, “Harry Potter”, “Percy Jackson e o ladrão do Olimpo”, entre outras
narrativas baseadas em livros, filmes, séries, games etc., que você e seu grupo
acharem interessantes. Após escolherem a história que acolherá a narrativa
machadiana, vocês poderão escrever o texto em formato de cenas e, depois,
escolher uma dessas cenas para transformá-la em um podcast, em um videocast,
ou em um trailer honesto.
Observação: Para a escrita do texto, seu grupo poderá utilizar recursos da paródia
ou do pastiche.
3- As criações da turma precisam ser divulgadas, portanto,
a) planejem a apresentação.
b) escolham o dia, o local e quem será o público.
4- Os produtores precisam saber chamar a atenção do outro para sua produção.
Para isso,
a) criem um link para as produções e compartilhem-no nas redes sociais.
b)elaborem estratégias de divulgação (uma boa divulgação requer persuasão,
requer convencer o outro de que vale a pena conhecer o trabalho produzido).
Algumas dicas para divulgação: cartaz, trailer, convite virtual, podcast (áudio
compartilhável) etc.
É importante lembrar que toda divulgação saudável precisa ser respeitosa e garantir
que não ofenderá ninguém.
Atividade 4 – As interações fictícias
1- Você já ouviu falar em crossover?
As respostas poderão variar. Esse é o momento para estimular um diálogo a respeito do que
é crossover. Como, por exemplo, as personagens de uma obra interagiriam com
personagens de outra obra? Como seria a conversa entre as personagens de “Um Apólogo”
(a agulha e a linha, mais precisamente), do texto de Machado de Assis com a “Cigarra e a
Formiga”, da fábula de Esopo?
Para mais exemplos, consulte:
https://www.youtube.com/watch?v=1d3DDhI4D_I. Acesso em: 23 jul.2020.
https://www.youtube.com/watch?v=t9qK4KQcO-A. Acesso em: 23 jul.2020.
Crossover – Situação fictícia em que personagens, cenários ou acontecimentos de
obras diferentes (filmes, quadrinhos, novelas, séries de TV etc.) interagem numa
mesma cena. Ex.: uma personagem da novela X que está acabando conversa com
a personagem da novela Y que terá início no mesmo horário, em substituição à
novela X.
2- As histórias que sua turma produziu são exemplos de crossover? Argumente a
respeito.
Espera-se que os alunos respondam que sim, uma vez que as personagens de outras
histórias estiveram presentes nas histórias produzidas pelos grupos. É importante que, na
argumentação, os alunos citem exemplos de episódios acontecidos nas histórias em que as
personagens interagem.
3- Sua turma escolherá um dos trabalhos, que representará a classe. Depois da
escolha, um estudante, o professor da turma, o coordenador ou o Diretor:
- compartilhará o material no youtube (ou em outro repositório);
- preencherá a ficha abaixo:
As escolhas poderão ser feitas por meio de votação individual e a partir de combinados
estabelecido entre os estudantes. Nesse processo, definir critérios de escolha, elaborar itens
para serem analisados podem garantir análises mais qualificadas.
Nessa conversa, sugere-se chamar a atenção dos estudantes para a responsabilidade da
escolha, uma vez que o trabalho será publicado em diferentes mídias e representará a turma
toda.
- encaminhará a ficha preenchida para o e-mail [email protected].
Vídeo: _______________________________________ Link do youtube: _______________________________ Turma: 9º ano _________________________________ Professor(a): __________________________________ Escola: ______________________________________ Cidade: ______________________________________ Data: ___/___/___ Componente curricular: Língua Portuguesa
4- Em duplas, vocês criarão um texto que defina intertextualidade. Não se
esqueçam de
- verificar se as atividades produzidas nessa Situação de Aprendizagem trouxeram
exemplos de intertextualidade.
- dar exemplos ligados ao tema.
Espera-se que os alunos concluam que sim, uma vez que as duas histórias conversaram
entre elas e que as personagens estavam presentes e interagindo.
Intertextualidade é a referência de um texto em outro. Isso ocorre na literatura, em
letras de música, em quadros, em histórias em quadrinhos. De forma geral, é fazer
lembrar algo de um texto x em um texto y.
As atividades que envolveram crossover podem exemplificar intertextualida e
estabelecem harmonia nas intereções.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 – Peço a palavra!
Nesta Situação de Aprendizagem (SA) , você desenvolverá atividades de leitura, de
escrita e de oralidade voltadas a diversos gêneros textuais. Veja, a seguir, algumas
habilidades, entre outras, que começaremos a desenvolver:
Práticas de Linguagem
▪ Leitura
▪ Oralidade
▪ Produção de Texto
▪ Análise Linguística/Semiótica
EF69LP22B Produzir textos
reivindicatórios ou propositivos sobre
problemas que afetam a vida escolar ou da
comunidade.
EF69LP22C Revisar/editar textos reivindicatórios ou propositivos sobre problemas que afetam a vida escolar ou da comunidade
EF69LP43A Identificar os modos de introdução de outras vozes no texto as pistas linguísticas responsáveis por introduzir no texto a posição do autor e dos outros autores citados e os elementos de normatização (tais como as regras de inclusão e formatação de citações e paráfrases, de organização de referências bibliográficas) em textos científicos, desenvolvendo reflexão sobre o modo como a intertextualidade e a retextualização ocorrem nesses textos.
EF69LP21 Posicionar-se a respeito de conteúdos veiculados em práticas não institucionalizadas de participação social (manifestações artísticas, produções urbanas e práticas próprias das culturas juvenis, por exemplo).
EF89LP16A Analisar a linguística aplicada a textos noticiosos e argumentativos, por meio das modalidades apreciativas, viabilizadas por classes e estruturas gramaticais.
EF69LP14 Analisar tema/questão polêmica, explicações e ou argumentos em textos de relevância social.
EF89LP22B Analisar a validade, a força dos argumentos e as consequências do que está sendo proposto.
EF69LP22A Analisar pontos de vista, reivindicações, levando em conta seu contexto de produção e as características dos textos reivindicatórios ou propositivos.
EF69LP34 Grifar as partes essenciais do texto, tendo em vista os objetivos de leitura, como forma de possibilitar uma maior compreensão do texto, a sistematização de conteúdos e informações.
Atividade 1 – Quanto diz um post?
Recomenda-se iniciar a atividade levantando questões referentes à prática de
comentar ou opinar em publicações de redes sociais a respeito dos mais diferentes
assuntos, alertando para as consequências que podem levar uma publicação, sem
prévia reflexão sobre sua força ou impacto para os envolvidos. Pode-se questionar
acerca da frequência com que essas publicações se manifestam nas redes sociais,
quais delas e com quais propósitos, como posts pessoais de situações engraçadas,
de entretenimento ou de cunho mais sério envolvendo alguma situação familiar ou
comunitária como os campos da política, esporte, educação, saúde etc.
Imersos em um mundo de discursos e exposições de ponto de vista, opiniões e
argumentos, reivindicações, proposições acerca dos mais diferentes temas, as
pessoas interagem com maior frequência e de maneira quase que automática em
redes sociais que utilizam, por isso é preciso pensar nessas atuações e em suas
consequências.
1- Leia os seguintes relatos.
Elaborado especialmente para este material por Viviane Evangelista Neves Santos
a) Você se identificou com algum deles? Comente.
1 Minha mãe não me deixa nem acenar para o vizinho que já me manda tomar banho de álcool em
gel.
3 Ontem ouvi uma
história triste d + na TV. Quantos
netinhos perdendo seus avós. Nem
imagino algo assim aqui em casa.
2 Só acho que todo mundo tinha que trabalhar 1 dia de voluntário naquela
ONG. Muitos saberiam o que é
problema de verdade.
5 Mano, povo sem noção! O urgente é aparecer.
Nem tá sabendo da real e já sai dando opinião
errada. #compartilheverdades#n
ãoprecisaaparecer
b) Em que contexto pode surgir esse tipo de relato?
c) Podemos dizer que há sentimentos que envolvem esses relatos? Quais?
d) Alguns desses sentimentos merecem sua atenção? Justifique.
e) Destaque nos relatos, marcas das linguagens presentes nas redes sociais.
Com que objetivo elas são utilizadas nessa forma de comunicação?
Respostas pessoais em a), c) e d)
Na questão b), espera-se que o estudante responda que os relatos fazem parte dos
diferentes discursos que permeiam os contatos pessoais e em redes sociais.
Na questão e), espera-se que o aluno identifique os termos abreviados nos relatos
como em: 2) 1 = um; 3) d+ = demais; 4 e 5) o símbolo #. Esses elementos são
utilizados com a finalidade de agilizar a conversa e o envio da mensagem quando
digitada.
#Curiosidades...SQN.
A informalidade da linguagem nas redes sociais, além de muito popular entre os
jovens, tem se tornado uma prática comum a usuários de todas as idades. Veja
algumas das siglas utilizadas nas redes sociais, seguidas ou não de # (símbolo
usado para localizar informações a respeito de um assunto em particular):
BFF - "Best friends forever" (melhores amigos para sempre).
DIY - "Do it yourself" (faça você mesmo)
GLR – Galera
INSTA – Instagram
FB – Facebook
NOFILTER – Ausência de filtro em foto, pela qualidade dela.
SQN – Só que não
LOL – “Laughing out loud” (rindo alto); “lot of laugh” (muitas risadas)
MSM – Mesmo
OMG - "Oh, my god" (Oh, meu Deus!)
PFV – Por favor
PLS – “Please” (por favor)
PVT – Mensagem particular, privada (também conhecida como “inbox”)
TD – tudo
TKS – “Thanks”
…
Essa lista poderá ser ampliada pelos estudantes e exposta no mural da sala de aula,
no Blog da turma ou em outros meios de divulgação. Discutir com eles que as siglas
listadas também caem em desuso; algumas permanecem ativas; outras nascem com
os avanços tecnológicos.
Atenção!
A internet permite a publicação dos mais variados conteúdos, permitindo a exposição
de seus usuários, os quais emitem suas opiniões e defendem seus pontos de vista
a respeito de diversos assuntos. Essa atuação social, quando praticada sem
medidas, ou seja, com pouca responsabilidade, pouca percepção de algumas
consequências ou, ainda, pela inocência com que os internautas se manifestam,
pode causar problemas sérios, como constrangimentos e ações difamatórias.
2- Leia o texto a seguir e perceba alguns dos perigos existentes nesse mundo virtual.
As ciladas da tecnologia
Todos os dias dezenas de adolescentes em todo o Brasil sofrem algum tipo de
assédio ao acessarem as redes sociais.
Os avanços da tecnologia e seu acesso relativamente fácil à maioria dos
jovens brasileiros não mudam as situações de perigo a que eles, frequentemente,
são expostos.
Em 2019, segundo Elaine Patrícia Cruz, repórter da Agência Brasil, 24,3
milhões de crianças e jovens possuíam acesso à internet, no país.
O fato de acessarem de suas casas, na presença dos pais, não intimida
aqueles que, de alguma forma, procuram oportunidade para praticar crimes. Entre
os mais recorrentes, os crimes sexuais lideram a lista dos boletins de ocorrência
registrados pelos responsáveis. Esses delitos vão de “elogios” a convites para
encontros, chegando a aliciamento para prostituição, tráfico de pessoas ou tráfico de
drogas.
Afastar os jovens da internet ou do acesso às redes sociais não seria a
solução, visto que a exclusão do mundo digital não tem nenhum sentido atualmente.
O que urge é conscientizá-los desses perigos, por parte de pais e
educadores. Nesse sentido, a escola possui papel preponderante e pode “vacinar”
toda uma geração contra criminosos oportunistas.
Texto escrito especialmente para esse material por Rosemeire França de A. R. Pereira.
Sugere-se questionar os estudantes a respeito das intencionalidades do gênero
notícia e abordar possíveis conhecimentos ou experiências deles com alguma
situação semelhante ao relatado no texto. Chame a atenção para o cyberbullying e
suas consequências. O assunto é delicado e deve ser tratado com parcimônia.
a) Com suas palavras, explique o título e o subtítulo do texto.
Resposta esperada: o título traz um alerta para situações-problema que podem
ocorrer no uso frequente da internet, além das intenções por trás de um convite ou
abordagem, ou atitudes de alguém fora de seus contatos do dia a dia.
b) De acordo com o texto, a quais perigos estão expostos os jovens e
adolescentes que acessam a internet frequentemente?
Intimidação, crimes sexuais, entre outros.
c) As palavras “elogios” e “vacinas” aparecem entre aspas (“ ”) no texto para:
( ) destacá-las na oração como neologismo e gíria.
( ) explicar o sentido expresso pelo título e o subtítulo.
( x ) destacá-las por serem usadas fora de seu contexto normal.
( ) explicar uma citação importante para o tema do texto.
d) O autor propõe uma solução para o problema apresentado. Destaque-a no
próprio texto.
Espera-se que o aluno destaque o seguinte trecho como resposta:
“conscientização desses perigos aos jovens, por parte de pais e educadores”.
e) Comente o trecho: “O fato de acessarem de suas casas, na presença dos
pais, não intimida aqueles que, de alguma forma, procuraram oportunidade
para praticarem crimes.”
Espera-se que os alunos respondam que, muitas vezes, os pais desconhecem o
que os filhos fazem na internet ou que, devido às ameaças ou intimidações
sofridas nesse contato, a vítima acaba se calando e não desabafa com a família
sobre o que possa estar acontecendo..
f) Em sua opinião, o frequente acesso à internet e o uso de redes sociais
favorecem a mudança de compartamento de seus usuários com relação a
ações diárias? Quais seriam essas mudanças? Comente.
As respostas podem variar. Essa atividade pode ser feita oralmente e as
principais ideias (por meio de palavras ou expressões-chave) podem ser
elencadas na lousa ou em outro local visível a todos da turma.
Também coletivamente, é possível escrever um texto que sintetize as ideias
levantadas durante a discussão. Nesse momento, as adequações linguístico-
gramaticais podem ser consideradas como revisão textual.
g) As possíveis mudanças de comportamento provocadas pela influência das
redes sociais e internet em geral podem interferir nas relações sociais,
pessoais e interpessoais? De que maneira ? Exponha seu ponto de vista.
As respostas podem variar.
É possível aproveitar o momento para fomentar a discussão sobre a relevância
do autoconhecimento e das atitudes com relação ao outro.
Para saber mais...
Consulte o link abaixo e amplie seu conhecimento sobre as aspas (“ ”), esse
importante sinal de pontuação.
Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/uso-das-
aspas. Acesso em: 30 jul. 2020.
3- O esquema a seguir apresenta alguns recursos utilizados em ferramentas digitais
e publicados em sites da internet, aplicativos e redes sociais. Alguns deles ganharam
maior destaque durante a pandemia provocada pela COVID 19, em 2020, momento
também conhecido como período de isolamento social ou quarentena.
Esquema elaborado especialmente para este material por Viviane Evangelista Neves Santos
a) Observe que o esquema acima indica a enumeração de A a E para cada recurso
digital. Relacione-a às definições do quadro a seguir.
Opção de compartilhamento de vídeo bastante curto, apenas
um segundo de duração. Recebeu este nome pela semelhança
com o objeto de arremesso que vai e rapidamente retorna à mão
de quem o arremessou.
C
(Boomerang)
Em tempo real, é disponibilizado um vídeo que depende de uma
boa conexão com a internet. Você pode ativar suas notificações
sempre que quiser ser informado de que algum vídeo está no
ar.
A
(Live)
O termo foi criado na própria internet, consistindo de uma gíria
da palavra original que significa pertubar ou sacanear os
participantes de um vídeo ou reunião informal.
D
(Trolagem)
Sua função é gravar vídeos de transformação facial
(maquiagem) ou corporal (figurino), demonstrando as etapas de
sua edição ao som de um fundo musical harmonioso com o
processo de mudança.
E
(Challenge)
Considerado o aplicativo mais baixado da atualidade, consiste
em produção curta de vídeo, geralmente com dublagem
musicais, mas também com reprodução de falas e/ou roteiros
B
(Tick Tock)
Quarentena
B) Tick Tock
C) Boomerang
D) Trolagem
E) Challenge
engraçados ou dramáticos.
b) Já utilizou alguma das ferramentas citadas e/ou já utilizou o termo “trolagem”,
conforme as definições apresentadas? Você recorda o que produziu?
Essa atividade poderá ser realizada oralmente, para promover o diálogo com os
estudantes a respeito da extensão das publicações em ferramentas de mídias e os
cuidados para não ser desagradável, ferir alguém com o teor das publicações, seja
em vídeos, que expõem imagem própria ou de outem; seja por algo veiculado pela
escrita. Esse tipo de debate realça a importância da responsabilidade e da ética
que devem predominar em ambientes digitais.
As redes sociais são consideradas um dos meios de comunicação capaz de
aproximar as pessoas, indepedente da distância. De acordo com as publicações de
cada usuário, podem revelar suas preferências artísticas, culturais, hobbies e até
gostos pessoais em comum.
Você concorda com a afirmação acima? Por quê?
A discussão/reflexão pode ser realizada coletivamente, objetivando chamar a
atenção para as características dos perfis e estilos de publicação, que são
visualizados por muita gente. Algumas empresas, por exemplo, utilizam esses perfis
para pesquisar candidatos a empregos. As publicações refletem muito do
pensamento do indivíduo exposto em um perfil da rede social e as intenções de quem
as visita podem estar repletas de intencionalidades, desde a simples curiosidade até
algo mais sério como a conquisa de uma colocação profissional.
A proposta a seguir é ampliar o diálogo para a frequência com que os alunos passam
conectados em redes sociais e conhecer alguns usos que eles fazem delas. Visa
também a conhecer aqueles que, por algum motivo, não possuem o hábito com a tal
conexão, bem como a relevância das redes sociais para a vida e e para o
relacionamento interpessoal.
Observação: Chamar a atenção dos estudantes acerca da finalidade de um QUIZ e
seus objetivos no cenário escolar e em outros ambientes, como o entretenimento,
por exemplo.
4- De acordo com a afirmação, responda:
I. Com que frequência você acessa as redes sociais?
( ) Todos os dias
( ) Uma vez por semana
( ) Duas a três vezes por semana
( ) Aos fins de semana
( ) De vez em quando
( ) Nunca
II. Qual rede social você costuma utilizar para:
a) Falar com amigos?
( ) Twiter
( ) Menssenger
( ) Snapchat
( ) Nenhum
( ) Outros
b) Falar com familiares?
( ) Twiter
( ) Menssenger
( ) Snapchat
( ) Nenhum
( ) Outros
c) Falar com seus professores?
( ) Twiter
( ) Menssenger
( ) Snapchat
( ) Nenhum
( ) Outros
d) Publicar fotos e/ou vídeos.
( ) Twiter
( ) Menssenger
( ) Snapchat
( ) Nenhum
( ) Outros
Respostas pessoais de a) a d)
Para saber mais...
A atividade que você acabou de realizar, remete a um gênero textual conhecido
como Quiz. Seu objetivo é aplicar um questionário semelhante a um jogo que permite
avaliar a participação de uma ou de muitas pessoas ao mesmo tempo sobre os mais
diferentes assuntos, incluindo testes de autoconhecimento. Existem variadas
modalidades de Quiz, especialmente em aplicativos oferecidos pelas redes sociais
e até campeonatos mundias. Conheça algumas dessas modalidades, acessando os
materiais disponíveis em:
https://www.meusdicionarios.com.br/quiz/. Acesso em: 23 ago. 2020.
https://pt.quizur.com/quiz/que-palavra-define-voce-5F. Acesso em: 29 jul. 2020.
5- A partir de suas respostas na atividade 4, reúna, no quadro abaixo, as informações
levantadas pela quantidade de respostas da turma, em cada alternativa. Esta tarefa
servirá como coleta de dados para a proposta de produção da atividade seguinte.
A maioria respondeu
A minoria respondeu
Houve empate
I I I
II a) II a) II a)
II b) II b) II b)
II c) II c) II c)
II d) II d) II d)
Para ser significativa, essa atividade precisa da mediação do professor, no sentido
de trazer explicações sobre a relevância de dados para avaliar, medir e ponderar
avaliações científicas, pessoais, financeiras, etc. Os estudantes deverão, além de
apontar a alternativa, elencar as quantidade ao lado de cada resposta para que a
atividade seguinte (produção de infográfico) comece a ganhar forma.
A tabela poderá ser desenhada na lousa ou em outro meio que todos visualizem. A
coleta das informações poderá ser feita coletivamente.
Você sabia que os mapas são infográficos e foram criados antes do surgimento
da escrita?
A cultura infográfica surgiu há milhares de anos, ainda nas origens pré-históricas.
Nos dias atuais, os infográficos são vistos como importantes recursos nos ambientes
digitais em razão da necessidade de se obter conteúdos de forma mais objetiva.
A função de um infográfico é unir as principais informações do texto, utilizando as
linguagens verbal e não verbal de forma compreensiva ao leitor. Esse gênero
costuma integrar recursos como gráficos, imagens, áudios, vídeos, entre outros,
além de ser uma estratégia eficáz para o marketing digital e publicitário, em geral.
Alguns sites gratuitos oferecem tutoriais e opções sobre como criar o seu próprio
infográfico. Programas de computador como Word, Excel, Paint, entre outros,
também possuem ferramentas que podem desenvolver este e outros gêneros
textuais. Conheça mais, acessando os seguintes links:
Você sabe o que é infográfico? Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=_skCVmGJwVg. Acesso em: 29 jul.2020.
Como fazer um infográfico. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=F9N_vrLd240. Acesso em: 29 jul.2020.
Infográfico com Canva. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=zB4PwLWcfok. Acesso em: 29 jul.2020.
Criar um design: Infográfico. Disponível em:
https://www.canva.com/pt_br/criar/infografico/. Acesso em: 29 jul.2020.
Solicitar aos estudantes que visitem links sugeridos, pensando na realização da
produção textual a seguir, com o devido conhecimento das funcionalidades e
objetivos de alcance conseguidos por meio desse gênero, o que permitirá, também,
maior envolvimento nas produções e demonstração de criatividade.
6- Essa atividade poderá ser realizada em grupo. Você e seus colegas deverão
retomar as informações e os dados coletados exercício 4, para preparar um
infográfico, agregando a ele, por exemplo, a porcentagem das respostas para cada
item explicitado nas questões. As seguintes dicas podem auxiliá-los:
Rascunhem suas ideias, informações e busquem ou criem imagens
relacionadas ao assunto;
Convertam os dados coletados em porcentagem (se necessário, peçam
ajuda ao professor de Matemática);
Organizem a ordem de apresentação do infográfico;
Pensem sobre a possibilidade de acrescentar uma Call-to-Action,
também conhecida como chamada ou indicação para visitar um link
referente ao assunto desenvolvido no infográfico;
Vocês serão os designers;
Revisem sua produção e troquem-na com outros grupos para que eles
também a revisem antes de considerá-la finalizada.
Combinem com seu professor como a apresentação dos infográficos produzidos
será realizada.
Os estudantes poderão elaborar seu infográfico de modo manual ou digital. Oriente-
os quanto a esses locais de registro e prepare com eles como serão apresentados
os resultados.
Atividade 2 – Informações: até que ponto são necessárias
Para a realização dessa atividade, sugere-se retomar as discussões sobre o cuidado
de passar as mensagens recebidas adiante, sem consultar a veracidade da fonte.
Explore a troca de experiências que os alunos trazem, enfatizando a intencionalidade
dos elementos textuais que caracterizam a notícia enquanto gênero publicitário.
Certamente você já ouviu falar a respeito de fake news. Sabe reconhecer uma
informação ou notícia falsa? O termo em inglês é utilizado para referir-se a
informações que não condizem com a realidade e são disseminadas principalmente
por meio das redes sociais. Há formas de prevenir os danos relacionados à
veiculação destas informações?
Texto 1
Para combater as fake news sobre a saúde, o Ministério da Saúde, de
forma inovadora, está disponibilizando um número de WhatsApp para envio de mensagens
da população. Vale destacar que o canal não será um SAC ou tira- dúvidas dos
usuários, mas um espaço exclusivo para receber informações virais, que serão
apuradas pelas áreas técnicas e respondidas oficialmente se são verdade ou mentira.
Qualquer cidadão poderá enviar gratuitamente mensagens que tenha recebido nas redes
sociais para confirmar se a informação procede, antes de continuar compartilhando. O
número é (61)99289-4640 (e deve ser usado com responsabilidade).
Disponível em: https://www.saude.gov.br/fakenews. Acesso em: 10 jul. 2020.
Leia o regulamento e os termos de uso – Disponíveis em:
https://www.saude.gov.br/images/pdf/2018/agosto/24/saude-sem-fakenews-termos-de-
uso.pdf. Acesso em: 23 ago. 2020.
1- Você conhecia essa informação? Segundo o texto, esse canal de comunicação
serve para
( ) fazer reclamações sobre invasão de privacidade em ambientes virtuais.
( ) divulgar mais um canal sem utilidade com o intuito de confundir os usuários.
( x ) recolher e apurar se as informações recebidas são verdadeiras ou falsas.
2- No trecho “Vale destacar que o canal não será um SAC ou tira-dúvidas dos
usuários, mas um espaço exclusivo para receber informações virais...”, os
termos em destaque foram assim grafados para
( ) chamar a atenção do usuário para o que ele precisa fazer ao reconhecer uma
fake news.
( x ) ressaltar as principais finalidades do canal de comunicação oferecido pelo
Ministério da Saúde.
( ) despertar a atenção daqueles que costumam produzir e disseminar notícias
falsas.
3- O texto que você vai ler a seguir, foi retirado da página oficial do Ministério da
Saúde. Fique atento às informações contidas nele. Converse com sua família e
amigos!
Texto 2
Se eu ficar doente
Se estiver doente, com sintomas compatíveis com a COVID-19, tais como febre,
tosse, dor de garganta e/ou coriza, com ou sem falta de ar, evite contato físico com
outras pessoas, incluindo os familiares, principalmente, idosos e doentes crônicos,
Procure imediatamente os postos de triagem nas Unidades Básicas de Saúde / UPAS
ou outras unidades de saúde. Após encaminhamento consulte-se com o médico.
Uma vez diagnosticado pelo médico, receba as orientações e prescrição dos
medicamentos que você deverá usar. O médico poderá solicitar exames
complementares. Inicie o tratamento prescrito imediatamente. Mantenha seu médico
sempre informado da evolução dos sintomas durante o tratamento e siga suas
recomendações.
Utilize máscara o tempo todo.
Se for preciso cozinhar, use máscara de proteção, cobrindo boca e nariz todo o
tempo.
Depois de usar o banheiro, nunca deixe de lavar as mãos com água e sabão [...].
Separe toalhas de banho, garfos, facas, colheres, copos e outros objetos apenas para
seu uso.
O lixo produzido precisa ser separado e descartado.
Evite compartilhar sofás e cadeiras e realize limpeza e desinfecção frequente com
água sanitária ou álcool 70% ou outro produto recomendado pela Agência Nacional
de Vigilância Sanitária – Anvisa.
Mantenha a janela aberta para circulação de ar do ambiente usado para isolamento
e a porta fechada, limpe a maçaneta frequentemente com álcool 70%, água sanitária,
ou outro produto recomendado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária –
Anvisa.
Caso o paciente não more sozinho, recomenda-se que os demais moradores da
residência durmam em outro cômodo, seguindo também as seguintes
recomendações:
[...].
Disponível em: https://coronavirus.saude.gov.br/sobre-a-doenca#se-eu-ficar-doente. Acesso em: 9 jul.
2020. (adaptado).
a) Você já teve acesso a essas informações anteriormente? Comente.
Resposta pessoal.
.
b) Por que essas informações são importantes?
Espera-se que os alunos, amparados pelo texto, tragam evidências de seu
conhecimento prévio sobre a questão devido à pertinência e aos reflexos da
atualidade.
Caso as resposta sejam distantes do contexto atual, ambiente os alunos sobre o
tema da fake news no início da pandemia da COVID 19, em 2020. Retome as
informações sobre a doença. O corona vírus (COVID-19) é uma doença infecciosa
causada por um vírus recém-descoberto. Sua maior incidência se deu no ano de
2020, tornando se uma pandemia. A maioria das pessoas que adoece em
decorrência da COVID-19 apresenta sintomas leves a moderados e se recupera sem
tratamento especial. Ele é transmitido principalmente por meio de gotículas geradas
quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou exala. O afastamento social é
importante em casos como esse, a fim de evitar que o contágio se alastre e o sistema
de saúde não tenha suporte necessário para atendimento em grande escala.
c) Alguns trechos estão sublinhados. Esse é um recurso utilizado para
( ) enfatizar as partes consideradas importantes, fazendo com elas sejam
elementos-chave da compreensão.
( ) realçar as partes que mais importam, sugerindo que as outras podem ser
eliminadas do texto.
É importante que o estudante entenda a importância dos grifos, dos destaques que
poderá fazer durante a leitura. Destacar as partes consideradas essenciais do texto,
possibilita melhor compreensão, sistematização de conteúdos e de informações.
c) De acordo com o texto, assinale a alternativa correta:
( ) Assim que você sentir qualquer sintoma de gripe, procure um hospital
imediatamente.
( ) Se uma pessoa da casa tiver diagnóstico positivo de COVID-19, apenas ela deve
ficar em isolamento por 14 dias.
( x ) Caso você tenha sintomas de gripe, evite contato com pessoas idosas e de
grupos de risco e fique em casa por 14 dias. Só procure um hospital de referência
se tiver falta de ar.
( ) Caso teste positivo, guarde segredo, não avise ninguém, leve sua vida normal.
As atividades acima estimulam o leitor a identificar a ideia central do texto.
Recomenda-se apresentar, de forma complementar, outros gêneros textuais,
sistematizando os objetivos da leitura e dando suporte para reconhecer a finalidade
ou a ideia central do texto.
4- Observe, no Texto 2, as formas verbais que introduzem recomendações ao leitor
e destaque as palavras (verbos) que indicam essas ações.
O modo imperativo do verbo expressa, por ele mesmo, a necessidade de realizar
uma ação indicando que esta pode ser efetuada por meio de uma ordem, convite,
conselho, solicitação, instrução ou recomendação.
Revisite mais detalhes da função desse modo verbal.
Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/modo-
imperativo. Acesso em: 14 jul. 2020
Atividade 3 - Proposta de Produção Textual
Antes de discutir a comanda de produção textual, recomenda-se a leitura dos textos
que seguem e a análise dos exercícios oferecidos. Essas providências são
importantes, pois servem como aquecimento. Ao ler sobre o tema e estudar as
características do gênero que será solicitado, certamente os alunos terão melhor
repertório de conhecimento no momento da produção.
1- Leia o poema e responda às questões.
Juntando os Cacos
É preciso arregaçar as mangas,
Deixar de chorar as pitangas,
Estancar a lágrima que sangra,
Se livrar do peso da canga.
Esse é o grito do Ipiranga.
Acreditar na força de dentro,
Mudar o comportamento,
Grudar nas asas do vento,
Valorizar o espaço e o tempo.
Esse é o grande momento.
Melhor abaixar a crista,
Seguir a ordem da lista,
Manter os olhos na pista,
Para chegar à conquista.
Esse é o meu ponto de vista.
Parar de se meter em fria,
Abandonar más companhias,
Cultivar amizades sadias,
Cortar certas mordomias.
Esse é o sinal de sabedoria.
Não se meter a escalar montanha
Quando o clima proíbe a façanha,
Valorizar o salário que ganha,
Evitar fazer dívida estranha.
Esse é o jeito de manter a vergonha.
Sacudir a poeira e dar a volta por cima,
Saber que o forte do êxito aproxima,
Não apagar o verso por falta de rima,
Se perde a batalha, mas não se desanima.
Esse é o segredo que eleva a autoestima.
Almejar o sucesso é luta na certa,
São dentes cerrados e mente aberta.
Se tem grana curta, o esforço completa.
A fome do pobre para o rico é dieta.
Esse é o espinho no caminho da meta.
Agradecer a vida que Deus pôs a mão,
Andar desarmado e matar um leão,
Tornar-se em pé após queda no chão,
Sorrir com os amigos é tudo de bom.
Esse é o veneno para matar depressão.
Guilmarinho
1- Uma conversa sobre o poema.
a) Na sua opinião, é possível que um poema cause impacto, realize críticas ou retrate
soluções para determinados comportamentos ou problemas sociais?
Resposta pessoal.
A questão acerca do gênero poema também pode ser uma forma de argumentação,
reivindicação ou proposição, muitas vezes, nas entrelinhas do texto e presentes na
voz do eu lírico.
b) O que podemos entender do título do texto “Juntar os cacos”? Em quais
circunstâncias pode ocorrer o uso de uma expressão como essa?
Espera-se que o aluno responda que o título pode sugerir algo como superar as
dificuldades, continuar a viver após uma perda ou frustração etc.
c) Na sua opinião, ao longo do poema, o eu lírico expressa situações que geram
problemas ou indica soluções para um determinado problema? Comente.
Espera-se que o aluno responda que, ao longo do texto, o eu lírico propõe diversas
soluções que remetem à força, à esperança e à superação.
d) Quais seriam os possíveis problemas indicados pela leitura do poema?
Resposta pessoal.
Conversar a respeito das experiências pessoais, sociais e acadêmicas, a fim de se
posicionarem diante da leitura do poema, se reconhecerem nele ou refutarem
aproximações.
2- Para “Juntar os cacos” o eu lírico propõe algumas ações. Após explorar os
sentidos expressos nos versos do poema, complete a tabela a seguir, apresentando
as proposições necessárias para esforçar-se a cada dia, cercar-se de positividade e
sentir-se melhor consigo mesmo.
O que fazer O Resultado
Arregaçar as mangas, parar de chorar, livrar-
se dos pesos inúteis.
O grito do Ipiranga
Acreditar na força de dentro, valorizar o
espaço e o tempo.
O grande momento
Ter foco para conquistar as metas. O ponto de vista
Abandonar as más companhias, ter
amizades sadias.
O sinal de sabedoria
Ser cauteloso, evitar riscos desnecessários. O jeito de manter a discrição
Ter a mente aberta, perceber que há
espinhos no caminho, mas acreditar na
vitória.
O caminho da meta
Ser grato, ter resiliência e nunca perder a
alegria de estar vivo.
O veneno para matar depressão
3- Recordando seu aprendizado sobre figuras de linguagem, destaque, no texto,
exemplos de antítese e metáfora. Não esqueça de classificar cada uma delas ao
destacá-las no texto.
Retome os conceitos de conotação, denotação, linguagem figurada, literal, levando
os estudantes a relembrarem as figuras de linguagem ressaltadas no exercício.
Confira a letra da música “A cura está no coração”, de Gabriel O Pensador. Reflita
sobre os diferentes comportamentos expressos no clipe e na letra da música, que
está disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cGlCalnE8EQ. Acesso em:
05 jul. 2020.
Caso a turma visite o link, pode-se ampliar o diálogo com questões como:
Qual a relação dessa música com o texto de Guilmarinho? Na sua opinião, a música,
contribui para a reflexão das pessoas sobre seus comportamentos no mundo atual?
O texto cantado faz referências a outras obras. Cite algumas.
O clipe faz associação com a arte e a literatura. Cite alguns exemplos.
Os textos propositivos e/ou reivindicatórios, são conhecidos por apresentarem uma
situação-problema, de forma a proporem melhorias para o problema abordado, seja
ele uma questão social, comum a todos ou reivindicações pessoais. Os gêneros mais
conhecidos como textos propositivos e/ou reivindicatórios são: carta aberta, carta de
reclamação, manifesto e abaixo-assinado. Também podem ser produzidos com a
utilização de recursos gráficos e visuais, linguagem verbal e não verbal, como vemos
em textos publicitários, por exemplo.
3- Leia o texto a seguir, como exemplo de texto propositivo e/ou reivindicatório, antes
da primeira produção de campanha publicitária que você e seus colegas irão realizar.
Sugere-se discutir com os estudantes todos os aspectos presentes no texto, tanto
verbais quanto não-verbais. Esses aspectos se completam e fortalecem os
argumentos, despertando o leitor em relação ao que se pede.
Elaborado especialmente para esse material por Rosemeire França de A. R. Pereira.
a) Assinale a alternativa em que aparecem argumentos contidos no texto:
( ) Não deixe o vírus contaminar sua inteligência.
( ) Leia durante a quarentena/ Incita o senso crítico.
( ) Solicite o funcionamento da Sala de Leitura.
( x ) Estimula a criatividade/Desenvolve a empatia.
b) Assinale a alternativa que apresenta uma reivindicação.
( ) Leia durante a quarentena.
( ) A leitura melhora o funcionamento do cérebro.
( x ) Solicite o funcionamento da Sala de Leitura da EE. São Francisco de Assis.
( ) Não deixe o vírus contaminar sua inteligência.
c) Assinale a alternativa que apresenta uma advertência.
( ) Incita o senso crítico.
( x ) Não deixe o vírus contaminar sua inteligência.
( ) Leia durante a quarentena.
( ) A leitura melhora o funcionamento do cérebro.
d) Existe uma proposta para solucionar o problema do não funcionamento da sala
de leitura?
( ) Não deixe o vírus contaminar sua inteligência.
( ) A leitura desenvolve a empatia.
( ) Leia durante a quarentena.
( x ) Solicite o funcionamento a distância da Sala de Leitura da EE São Francisco de
Assis.
4 – Trabalho em grupo.
Você e seus colegas criarão uma campanha abordando as consequências
provocadas por um problema em sua escola que esteja interferindo no aprendizado
dos alunos. Para isso, solicitem providências. Não se esqueçam de que um texto
reivindicatório precisa conter os seguintes critérios:
Tema As consequências provocadas pela situação abordada.
Advertência Alerta aos leitores sobre as consequências.
Conselho Tangencia alternativas para minimizar o problema.
Argumentos Reforçam o pensamento apresentado no tema,
retomando os motivos que provocam a situação-
problema.
Proposta Sugere ação definitiva para solução do problema.
Publicidade Formatação do texto levando em consideração a
intencionalidade da linguagem verbal e não verbal
distribuída entre cores, tipos e tamanhos das letras e
imagens.
b) Após confirmar todos os critérios próprios do gênero, realizem uma segunda
produção, revendo a disposição das frases e imagens, de forma que chamem a
atenção do leitor.
Por se tratar da construção de um gênero de ampla circulação social, sugere-se que
as produções sejam publicadas em páginas das redes sociais ou em outros meios
pertinentes.
Essa produção também pode ser realizada por meio de sites e aplicativos.
Seja manual ou digital, o importante é que o resultado do trabalho, o produto final
seja exposto em locais de circulação de pessoas ou no Blog da escola, para serem
visualizados, por exemplo.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 – Construindo efeitos de sentido
Nesta Situação de Aprendizagem (SA), você desenvolverá atividades de leitura,
escrita e oralidade baseadas em diversos gêneros textuais. Veja, a seguir, algumas
habilidades, entre outras, que começaremos a desenvolver:
Práticas de Linguagem
▪ Leitura
▪ Oralidade
▪ Produção de Texto
▪ Análise Linguística/Semiótica
EF89LP22A Compreender as diferentes posições e interesses em jogo em uma discussão ou apresentação de propostas.
EF09LP05B Utilizar, em diferentes produções orais, escritas e multimodais, a estrutura formada pelo uso do sujeito-verbo de ligação-predicativo do sujeito.
EF09LP03A
Escrever artigos de opinião de acordo com o contexto de produção
dado.
EF09LP03C Argumentar de acordo com a estrutura própria de um artigo de opinião.
EF69LP44 Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos literários, reconhecendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, sociedades e culturas e considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção.
EF09LP03D Utilizar diferentes tipos
de argumentos – de autoridade,
comprovação, exemplificação princípio
etc.
Atividade 1- No reino das palavras, eu me reinvento
1- Leia o texto a seguir.
Nuvem de palavras elaborada por João Pedro Ferrari em: https://wordart.com/create. Acesso em 9 de jul. 20
Nuvem de Palavras - De origem dos termos em inglês word cloud ou tag cloud
definem vários termos ou word key (palavras-chave), utilizadas para um tipo de
visualização, assim como os gráficos, gêneros textuais bem próprios da era digital.
Como funcionam?
Em uma visualização do tipo, cada palavra tem seu tamanho regido pela relevância
em determinado corpus de texto. Geralmente se trata de contagem simples das
ocorrências de determinada palavra no texto.
O que há por trás de uma nuvem de palavras?
Revelam a intencionalidade do conteúdo textual a partir dos destaques de
determinadas palavras.
Se possível, construir digitalmente nuvens de palavras ou de expressões por meio
de temas sugeridos pelos próprios estudantes. Há também a possibilidade de
construir esse gênero textual, usando a lousa ou outro meio visível a todos. Para
isso, solicite aos alunos que escrevam no caderno uma ou duas palavras
relacionadas ao tema. Peça para que as ditem a você, que as escreverá na lousa e,
depois, quantificará as repetições. A que mais for citada, aparecerá no centro em
tamanho maior e, assim, sucessivamente, até que as menores em tamanho sejam
as menos lembradas.
a) A seleção para o formato da borboleta no texto acima teve um propósito. Em sua
opinião, qual o motivo pelo qual esta configuração foi escolhida?
As respostas podem variar. Espera-se que os estudantes lembrem de ações que
envolvem liberdade, mudança, novas tendências, beleza, alegria etc.
b) Para chegar a sua metamorfose, a borboleta passa por um longo processo de
mudança. Explique como você compreende esse processo de evolução.
Pode-se incentivar os estudantes a pesquisarem a transformação da lagarta em
borboleta, lembrando que o tempo de permanência da borboleta no casulo é
maior do que fora dele. Daí a necessidade de olharmos para nós mesmos para
nos reinventar e evoluir. As grandes mudanças começam por dentro!
c) Leia o comentário a seguir.
Sabia que as borboletas são seres que sofrem metamorfose, ou seja, passam por
mudanças em seu corpo até se tornarem adultas? O processo começa quando a
lagarta vira pupa (uma espécie de casulo) e, nesse período, ocorre a grande
transformação.
d) Agora, diga: O formato de borboleta foi escolhido com uma intencionalidade
específica? O que as palavras da nuvem e o formato da borboleta têm em comum?
Desenvolva a resposta, defendendo sua opinião.
Promover uma discussão coletiva a respeito, pois as respostas poderão
variar.
2- Leia o comentário a seguir e grife as ideias principais. Se quiser, utilize o
recurso da localização de palavras ou expressoções-chave.
Os seres humanos estão em constante transformação. Aprendemos, trocamos
impressões, informações, pontos de vista, ampliamos nossa rede de relações,
adquirimos conhecimento em todas as áreas de nossa vida.Entendemos que a vida
não possui limitações e isso nos encoraja a crescer e nos impulsiona a sair cada vez
mais de nossa zona de conforto. Para isso, é importante refletir que nenhuma
mudança significativa começa pelo mundo exterior, antes de tudo, precisamos voltar
o olhar para dentro de nós e perceber quem somos, o que queremos, onde
pretendemos chegar, qual nosso projeto de felicidade. Assim, num sentido
metafórico, somos como as borboletas, necessitamos de um tempo de isolamento
para que possamos nos conhecer, ter clareza e convicção de nossos sonhos. Pense
que a experiência de isolamento pode trazer a oportunidade de transformação,
renovação, reconstrução. Mas também, pode ser um tempo de agravamento das
angústias já existentes na vida de qualquer pessoa.
a) Embasado nessa contextualização, reflita:
“Suas asas um dia vão bater. Você está preparado para tal mudança?”. Justifique
sua resposta.
As respostas serão variadas, por isso a atividade poderá ser organizada
coletivamente.
Assista ao vídeo da aluna Jennifer Torquato da Silva. Disponível em: https://www.facebook.com/jennifer.torquato.58/videos/2898945623558054 . Acesso em: 09 jul. 20.
Veja a mensagem dela para você.
Sobre tudo isso!
Trouxe um vídeo um pouco diferente pra vocês, porque acho que as coisas vão além dos
estudos, espero que eu tenha plantado uma sementinha de amor, motivação e esperança
em vocês, assim, deixando um pouquinho de mim também. Jennifer Torquato da Silva
Aluna da 2ª série do EM - E.E. José Quirino Cavalcante, Mirante do Paranapanema-SP (2020)
Se você precisar de ajuda ao passar por essas mudanças, fale com sua família,
amigos ou professor.
É importante perceber se há jovens que estão passando por dificuldades de relacionamento
interpessoal ou outra questão, dispondo-se a conversar com os estudantes a respeito.
Conheça mais sobre Nuvem de Palavras, pesquisando em sites gratutitos na
internet. Sugerimos os seguintes links:
Tutorial Word Tags, Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=1Jnv0rW_EBQ.
Acesso em: 9 jul. 20.
Criar wordcloud. Disponível em: https://www.wordclouds.com/. Acesso em: 9 jul. 20.
Word Art. Disponível em: https://wordart.com/create. Acesso em: 9 jul. 20.
3- A partir das discussões e atividade realizadas, elabore aqui sua nuvem de
palavras de forma que ela represente o seu momento atual, seja ele de sentimentos
de forças ou de fragilidades.
Livre criação. Os alunos podem realizar a atividade manual ou digitalmente, de
acordo com a habilidade de cada um. O importante é não ficar de fora.
Muito bem! Através das atividades realizadas até agora, é possível perceber que,
apesar dos desafios atuais, a vida não para e você é exemplo de alguém que pode
partilhar essa experiência com sua turma.
É possível aproveitar o ensejo e ressaltar a importância do autoconhecimento como forma de superar desafios, melhorar suas relações interpessoais, ganhar autoestima, ser colaborativo, práticar empatia entre outras competências.
Atividade 2- Um diálogo com o cotidiano
Queremos desafiá-lo a avançar um pouco mais na compreensão leitora. Antes de ler
a crônica “O inimigo invisível”, observe o significado destas palavras:
Sinofobia: Remete à hostilidade irracional e persistente em relação às pessoas de
origem chinesa, a aversão a cultura chinesa, história ou do governo do país asiático.
Ciberbullying: Formato virtual de bullying, identificado por repetidas ações que
provocam intimidação entre crianças e adolescente em ambientes virtuais. Sua
prática agrega efeito multiplicador, atingindo, pela reincidência, grandes proporções.
Lockdown: Um lockdown significa bloqueio total ou confinamento. Refere-se a um
protocolo de isolamento que geralmente impede que pessoas, informações ou carga
deixem uma área.
O Inimigo Invisível
2020. Janeiro. O país começava a acordar preguiçosamente das festas do Ano Novo.
No final de 2019, rumores de uma doença infectocontagiosa, um vírus mutante e
invisível começava a fazer suas vítimas na China e se espalhava a outros países da
Europa. Aqui no Brasil, caro leitor, existe uma lenda de que o ano só inicia de fato
após o Carnaval e para nós, o vírus estava longe. A televisão começava a expor
suas vinhetas convidando o povo para a grande festa. Fevereiro começava a findar
quando chegaram ao Brasil as primeiras suspeitas; em seguida, os primeiros
diagnósticos e as primeiras mortes. Naquele momento, a tranquilidade começou a
desaparecer e o medo a tomar proporções de epidemia para, em seguida,
transformar-se em pandemia. O medo era quase palpável, as aulas foram
suspensas, comércios, praias, shoppings e demais opções de lazer foram
consideradas perigosas, a máscara passou a fazer parte do guarda-roupa e as
pessoas eram incentivadas a ficar em casa. A língua inglesa entrou em evidência, a
fake news, o ciberbullying e o lockdown passaram a fazer parte do nosso
vocabulário, as aulas online e a rotina em casa passou a incomodar principalmente
os jovens acostumados ao gregarismo. As comemorações foram diferentes: o
Coelho da Páscoa ficou ofuscado pelo vírus, no Dia das Mães, a “Rainha do Lar”,
teve seu tradicional almoço sozinha, ou com as imagens de uma webcam, os
presentes não chegaram. A rotina ficou delivery, os habitantes da casa começaram
a sofrer o stress emocional, nunca a solidão de estar junto foi tão latente e isso
aumentou entre os jovens o consumo de ansiolíticos. A crise começou a apertar,
alguns desenvolveram “sinofobia” e os produtos “made in China”, quase
amaldiçoados e queimados em praça publica. Entre a solidão dos adultos e a
inquietude dos adolescentes, aguardava-se o “pico da pandemia” que, a cada mês,
fazia aniversário e parecia estar longe do fim. É fato que havia muitos heróis naquele
tempo, que não usavam capas nem espadas e tinham um grande amor à vida, as
mãos e a coragem de se doar ao próximo, revelando a cada um de nós, uma janela
de esperança e fé na humanidade.
Texto escrito especialmente para este material por Cícero Ferreira Nobre, Vice-diretor da E.E. Maria Aparecida de Azeredo Passos - DER Mirante do Paranapanema, SP.
1- Na frase “Aqui no Brasil, caro leitor, existe uma lenda de que o ano só começa de
fato após o Carnaval...” é possível depreender que:
( ) Há uma lenda que proíbe a retomada ao trabalho antes da festa de Carnaval.
( x ) O brasileiro costuma adiar alguns compromissos importantes para serem
cumpridos após as festas de Carnaval.
( ) O Carnaval não atrai a maioria dos brasileiros, pois é uma festa pagã.
( ) Ressalta que o brasileiro é cheio de crendices e superstições.
2- O Texto “O Inimigo Invisível” é uma crônica, pois,
( ) É uma narrativa longa que retrata o conflito de uma personagem.
( ) Descreve o povo brasileiro, seus gostos, costumes e preferências.
( x ) Trata de assuntos contemporâneos numa linguagem simples e objetiva de modo
a provocar a reflexão no leitor.
( ) Defende um ponto de vista através de argumentos de autoridade.
3- Pode-se identificar “o inimigo invisível” tratado na crônica através do vocábulo
( ) fake news.
( ) sinofobia.
( ) ciberbullying.
( x ) vírus.
Atividade 3 – Juntando as peças, planejando a escrita.
Um artigo de opinião obedece a uma estrutura específica e a uma linguagem própria
para o convencimento do leitor. Nele não podem faltar:
Imagem de Rosimeire França de A. R. Pereira
Lembre-se!
Os argumentos podem ser definidos como argumento de exemplificação, de
princípios, de autoridade, de evidência entre outros. Seu texto só não pode ficar no
senso comum.
Argumento: aquilo que atesta a veracidade de algo, prova, indício.
Alguns tipos de argumentos:
- De Autoridade: valida a tese defendida pela credibilidade atribuída à palavra de
uma autoridade ou especialista no assunto abordado.
- De Exemplificação: o argumentador recorre a exemplos para amparar sua tese.
- De Evidência: reforça a tese através de dados comprovados.
- por Causa e Consequência: o argumentador apresenta a causa e a consequência
de sua tese.
- por Enumeração: apresenta vários fatores que sustentam a tese defendida.
- por Comparação: pretende convencer combase em fatores de semelhança ou
analogia evidenciados nas apresentações utilizadas.
- de Princípio: a justificativa é um princípio, ou seja, uma crença pessoal baseada
numa constatação (ética,lógica, científica, etc) aceita como verdadeira e de validade
universal.
Para saber mais, acesse o link:
Disponível em: https://www.escrevendoofuturo.org.br/caderno_virtual/caderno/opiniao/.
Acesso em: 17 jul. 2020.
Tese: posicionamento do autor, na introdução.
Argumentos: podem ser construídos hierarquicamente dando lugar a contra-argumento. É o desenvolvimento.
Proposição: Proposta de solução para o problema apresentado. Esta é a conclusão.
Apresentamos algumas recomendações que nortearão o planejamento de seu artigo
de opinião, atendendo ao tema descrito abaixo:
Tema: “A educação do Brasil não pode ficar para trás”
✓ Organize as informações numa sequência lógica e elabore os parágrafos;
✓ Cada tipo de argumento (1, 2 e 3) deverá ser desenvolvido em um parágrafo
de seu texto;
✓ Você deverá elaborar 3 parágrafos para argumentar;
✓ O 5º e último parágrafo é a conclusão de seu artigo;
✓ Na conclusão, procure reafirmar o que falou e defendeu na introdução e
acrescentar sugestões de como a sociedade e as autoridades podem
contribuir para solucionar o problema em questão;
✓ Seu texto terá, no total, 5 parágrafos e, no máximo, 25 linhas;
✓ Cuide para que a letra seja legível;
✓ Não se esqueça de criar um título para seu artigo;
✓ Faça uma leitura, corrija as falhas de ortografia, pontuação e concordância;
✓ Observe a coesão e a coerência textual;
✓ Após concluído, aguarde as observações de seu professor;
✓ Se necessário, realize as alterações propostas após avaliação do professor.
A tabela abaixo, pode funcionar tanto como um esquema de produção quanto como
um recurso de revisão de seu texto. O objetivo é verificar a existência dos critérios
específicos do gênero.
Esquema de Planificação- Artigo de Opinião
Tema:
Questão Polêmica:
Título:
Apresentação da Tese: 1º parágrafo
Argumento 1: 2º parágrafo
Argumento 2: 3º parágrafo
Argumento 3: 4º parágrafo
Proposição/Conclusão: 5º parágrafo
Tabela elaborada especialmente para este material por Selma Maria de Assis
Para a aquisição de repertório, sugere-se auxiliar os estudantes a pesquisarem
textos que tratem do assunto, orientando-os a respeito do uso consciente de fontes
de pesquisa.
A mediação, nessa etapa da planificação do texto, é importante para que o aluno
compreenda a necessidade do planejamento da escrita e o quanto essa ação o
ajudará na produção do artigo de opinião.
Na impossibilidade de analisar todas as produções, sugere-se fazer a análise
coletiva de um dos textos produzidos, colocando-o na lousa e propondo, com a ajuda
dos estudantes, intervenções para a melhoria do texto. O objetivo desse
procedimento é efetuar adequações como: reorganização de parágrafos; utilização
de sinonímias, elementos de referenciação e ocultação de sujeitos (para eliminar
repetições de palavras e expressões); retificação de pontuação; troca de segmentos
de lugar para evitar ambiguidade; utilização de conectivos; correções ortográficas,
entre outras necessidades detectadas pelo professor. Essa atividade poderá,
também, ser realizada por meio de projeção e digitação em tempo real.
Importante: É necessário que o texto a ser adequado coletivamente seja autorizado
pelo estudante produtor para o recebimento das intervenções de melhoria.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 – Opinião, argumento e persuasão
Nesta Situação de Aprendizagem (SA), realizaremos atividades de leitura, de
escrita e de oralidade baseadas em diversos gêneros textuais. Veja, a seguir,
algumas habilidades, entre outras, que começaremos a desenvolver:
Práticas de Linguagem
▪ Leitura
▪ Oralidade
▪ Produção de Texto
▪ Análise Linguística/Semiótica
Atividade 1 – As vozes presentes no texto argumentativo
Diante de todo aparato tecnológico existente hoje, estimular a leitura e incentivar a
escrita constituem um grande desafio. Um exemplo dessa estreita relação entre
tecnologia, leitura e escrita são os gêneros digitais; entre eles destacamos a nuvem
EF89LP10 Planejar artigos de opinião, tendo em vista as condições de produção do texto, a partir da escolha da questão a ser discutida, da relevância para a turma, escola ou comunidade, do levantamento de dados e informações sobre a questão, de argumentos relacionados a diferentes posicionamentos em jogo, dos tipos de argumentos e estratégias que pretende utilizar para convencer os leitores.
EF09LP03C Argumentar de acordo com a
estrutura própria de um artigo de
opinião.
EF89LP22B – Analisar a validade, a força dos argumentos e as consequências do que está sendo proposto.
EF89LP23A Analisar, em textos argumentativos, reivindicatórios e propositivos, os movimentos argumentativos utilizados (sustentação, refutação e negociação).
EF89LP23B Analisar a força dos argumentos utilizados em textos argumentativos, reivindicatórios e propositivos
EF89LP22A Compreender as
diferentes posições e interesses em jogo em uma discussão ou apresentação de propostas.
de palavras ou word cloud.
Como vimos, na situação de aprendizagem anterior, o gênero digital “Nuvem de
Palavras” retrata a essência de um texto, utilizando palavras ou expressões-chave,
ou seja, elementos de valor central.
1- Observe o texto expresso na imagem abaixo.
Nuvem de palavras elaborada por João Pedro Ferrari em https://wordart.com/create. Acesso em 09 jul. 2020.
a) Escolha a(s) alternativa (s) que apresenta (m) possíveis temas constantes no
texto original.
( ) Política
( ) Segurança
( ) Educação
( ) Saúde
Os estudantes podem selecionar quantas alternativas perceberem como
pertencentes ao texto observado. Instigue-os a desenvolverem seus argumentos,
com base na leitura do texto.
b) Qual das alternativas abaixo possui o grupo de palavras com mais ênfase no
texto?
( ) termo – orador – dedução – conceito
( ) convencer – indução – conclusão – validade
( x ) raciocínio – lógica – argumento – persuasão
( ) auditório – contexto – verdade – persuadir
Vale lembrar!
Normalmente, o texto construído pela nuvem de palavras demonstra a habilidade do
autor em relacionar adequadamente a seleção e ordenação de tema e de subtemas
com a base em seus conhecimentos, considerando seus leitores e as condições de
produção. A escolha carrega um campo semântico que representa características
próprias dos gêneros textuais que exploram elementos que envolvem, por exemplo,
argumentação e vozes argumentativas.
A Argumentação Vozes argumentativas
A argumentação é a capacidade que o
sujeito tem de relacionar fatos, teses,
estudos, opiniões e problemas, expondo
seu raciocínio, seu ponto de vista, para
modificar ou reforçar uma convicção,
um conteúdo. Um texto argumentativo
sempre é feito visando um destinatário.
Para defender um ponto de vista, o
sujeito pode recorrer à intertextualidade,
isto é, buscar outras vozes presentes
em outros textos, consoantes ou
dissonantes, revelando outros
posicionamentos, sempre com a
intencionalidade persuasiva.
Para saber mais a respeito de opinião e argumento, visite o material disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Sbv2GiCXTgw. Acesso em: 9 jul. 2020.
2- Observadas as definições acima, nota-se que não há neutralidade nos discursos
argumentativos. Sendo assim, leia o texto abaixo e identifique nele as vozes
argumentativas apresentadas pelo autor, a fim de persuadir o leitor. Vamos lá?
Como manter a saúde mental em tempos adversos
Quem imaginaria que ficar em casa seria tão difícil? Somos seres
intrinsicamente sociáveis. Precisamos do contato com outras pessoas para
sobreviver enquanto sociedade. Estes últimos meses foram muito intensos. Todos
nós fomos pegos de surpresa e, de repente, tivemos a vida virada de cabeça para
baixo. Passar por isso não é uma tarefa fácil. Travamos diariamente uma árdua
batalha com nosso pior inimigo: nós mesmos. A dor física e a psicológica são bem
semelhantes. Apesar disso, muitas vezes a saúde mental é negligenciada. Quando
uma pessoa sofre um acidente e quebra a perna, por exemplo, ninguém aparece
dizendo por aí que isso é frescura e ela vai superar, não é mesmo?
Vivemos tempos difíceis. Atravessamos uma crise sem precedentes na
história da saúde, tentando nos esquivar de um vírus que não escolhe suas vítimas.
Assim, durante o surto do novo coronavírus, nossa reflexão dirige-se a uma faixa
etária que, apesar de não pertencer ao grupo de risco, convive intimamente com ele.
São jovens, privados do contato com os amigos, das atividades escolares
presenciais, da prática do esporte coletivo e outras atividades importantes para o seu
desenvolvimento e bem-estar biopsicossocial.
É uma época que nunca esqueceremos. Se você é jovem ou adolescente, e
tem sentido ansiedade nestes tempos, saiba que você não está sozinho. Alguns
estudiosos explicam o sentimento que aflora diante desta situação. Segundo Lisa
Damour, psicóloga especialista em adolescentes, da equipe do UNICEF, pequenas
dicas podem mudar sua perspectiva diante da pandemia e preservar sua saúde
mental. A primeira delas é reconhecer que a ansiedade é normal, assim, tornar uma
experiência negativa como o sentimento de ansiedade por algo comum e fora de
nosso alcance, é em si, uma experiência positiva. Diariamente, é preciso se
reorganizar frente à nova realidade e procurar ocupar nosso tempo, por meio de
tarefas escolares entremeadas de bom-humor e distrações, assistindo a séries e
filmes, jogos ou chamadas com amigos e interações pelas redes sociais. Outra coisa
importante é investir em si mesmo, aproveitando a oportunidade para realizar cursos,
ler um livro ou terminar aquela atividade para a qual você não tinha tempo por conta
da correria de antes.
Coisas boas podem surgir mesmo nos momentos mais difíceis. Está tudo bem
em não se sentir bem. Apesar de não saber ao certo o que o futuro nos reserva, é
importante focarmos no presente, e nunca nos esquecermos de que nem mesmo as
maiores tempestades duram para sempre.
Texto escrito especialmente para este material porJoão Pedro Ferrari, estudante universitário.
a) Qual é a temática do texto?
Saúde mental durante a pandemia
b) Há vozes argumentativas presentes? Como se posicionam essas vozes diante da
problemática exposta pelo autor? Elas são consoantes ou dissonantes?
Sim, há a voz do autor, a voz dos estudiosos citados por ele e há, também, a voz da
psicóloga Lisa Damour da equipe da UNICEF. As vozes são consonantes e versam
em defesa da temática “manutenção da saúde mental em tempos adversos”.
Pode-se explorar os termos consoante (que concorda) e dissonante (que
discorda) no discurso argumentativo. Recomenda-se que os alunos efetuem
pesquisas em sites da internet ou outras fontes disponíveis. Combine com a turma
uma maneira de expor suas descobertas e compreensão dessas importantes
funcionalidades do texto argumentativo.
3- Em grupos, retomem o texto de João Pedro Ferrari: “Como manter a saúde mental
em tempos adversos”. Localizem os elementos abaixo elencados, grifando-os no
próprio texto. Se preferirem, podem transcrevê-los no quadro.
Opiniões do autor Ex.: “Quem imaginaria que ficar em casa seria tão
difícil? Somos seres intrinsicamente sociáveis.
Precisamos do contato com outras pessoas para
sobreviver enquanto sociedade. Estes últimos
meses foram muito intensos. Todos nós fomos
pegos de surpresa e, de repente, tivemos a vida
virada de cabeça para baixo. Passar por isso não é
uma tarefa fácil. Travamos diariamente uma árdua
batalha com nosso pior inimigo: nós mesmos. A dor
física e a psicológica são bem semelhantes. Apesar
disso, muitas vezes a saúde mental é
negligenciada. Quando uma pessoa sofre um
acidente e quebra a perna, por exemplo, ninguém
aparece dizendo por aí que isso é frescura e ela vai
superar, não é mesmo?
Vivemos tempos difíceis. Atravessamos uma crise
sem precedentes na história da saúde, tentando
nos esquivar de um vírus que não escolhe suas
vítimas. Assim, durante o surto do novo
coronavírus, nossa reflexão dirige-se a uma faixa
etária que, apesar de não pertencer ao grupo de
risco, convive intimamente com ele. São jovens,
privados do contato com os amigos, das atividades
escolares presenciais, da prática do esporte
coletivo e outras atividades importantes para o seu
desenvolvimento e bem-estar biopsicossocial.
É uma época que nunca esqueceremos. Se você é
jovem ou adolescente, e tem sentido ansiedade
nestes tempos, saiba que você não está sozinho.
[...]
Coisas boas podem surgir mesmo nos momentos
mais difíceis. Está tudo bem em não se sentir bem.
Apesar de não saber ao certo o que o futuro nos
reserva, é importante focarmos no presente, e
nunca nos esquecermos de que nem mesmo as
maiores tempestades duram para sempre”.
Argumento de autoridade e
por exemplificação
Ex.: “Segundo Lisa Damour, psicóloga especialista
em adolescentes, da equipe do UNICEF, pequenas
dicas podem mudar sua perspectiva diante da
pandemia e preservar sua saúde mental. A primeira
delas é reconhecer que a ansiedade é normal,
assim, tornar uma experiência negativa como o
sentimento de ansiedade por algo comum e fora de
nosso alcance, é em si, uma experiência positiva.
Diariamente, é preciso se reorganizar frente à nova
realidade e procurar ocupar nosso tempo, por meio
de tarefas escolares entremeadas de bom-humor e
distrações, assistindo a séries e filmes, jogos ou
chamadas com amigos e interações pelas redes
sociais. Outra coisa importante é investir em si
mesmo, aproveitando a oportunidade para realizar
cursos, ler um livro ou terminar aquela atividade
para a qual você não tinha tempo por conta da
correria de antes”.
Se as respostas variarem, sugerimos analisar a pertinência.
Para saber mais a respeito dos tipos de argumentos, visite o site disponível em: https://www.escrevendoofuturo.org.br/caderno_virtual/etapa/tipos-de-argumento/index.html (acesso em: 29 jul. 2020).
4- Você considera que o argumento da psicóloga Lisa Damour é convincente? Por quê?
5- O autor emite várias opiniões. As opiniões dele contribuem para atrair o leitor jovem. Que
palavras ou expressões ele utiliza para concretizar essa intenção?
As respostas, nesse momento, podem variar. Sugere-se fazer um levantamento das opiniões
e estimular os estudantes a debaterem e defenderem suas ideias a respeito, que poderão
ser refutadas ou não. Ao final, um texto-síntese, contendo a opinião majoritária da turma,
poderá ser construído coletivamente, na lousa, por exemplo.
6- Você, agora, irá auxiliar o escritor João Pedro Ferrari, ajudando-o a escrever dois parágrafos para o texto “Como manter a saúde mental em tempos adversos”. - um que contenha sua opinião como estudante, concordando ou não com a ideia do autor. A respeito da ansiedade juvenil, o/a estudante da Escola _______________________________, __________________________________, (Coloque o nome da escola aqui) (Coloque seu nome completo aqui) ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
- uma proposição que complemente o último parágrafo do texto, oferecendo
solução para o problema referente à ansiedade juvenil.
“Coisas boas podem surgir mesmo nos momentos mais difíceis. Está tudo bem em
não se sentir bem. Apesar de não saber ao certo o que o futuro nos reserva, é
importante focarmos no presente, e nunca nos esquecermos de que nem mesmo
as maiores tempestades duram para sempre”. (último parágrafo do texto original)
Com base nesse aconselhamento,
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________.
Sugere-se que essa atividade seja mediada pelo professor que poderá retomar
conceitos referentes à “opinião”, à “argumentação” e à persuasão.
Alguns parágrafos construídos podem ser lidos pelos estudantes. Nesse momento,
é importante salientar a necessidade de manter a coerência entre todos os
parágrafos, lembrando aos estudantes que eles estão complementando um texto já
existente.
Quanto à proposição, é possível chamar a atenção para ações concretas, que visem
a dar soluções para acabar com ansiedades: assistir a filmes, ler livros, criar HQ,
fazer alongamento, cozinhar, fazer cursos de idiomas, montar vídeos, comentar
games, registrar imagens etc.
7- Até esse momento, você notou alguma reivindicação nas palavras do autor ou nas
respostas que você deu aos exercícios? Para você, o que é reivindicar? Explique.
Sugere-se trabalhar o conceito de “reivindicar”. Para isso, pode-se recorrer a
dicionários (físicos e digitais). É importante também conversar com os estudantes a
respeito da probabilidade de inserir reivindicações em artigos de opinião, por
exemplo.
8- Com base no título “Como manter a saúde mental em tempos adversos”, escreva um parágrafo que contenha uma reivindicação. Solicitar a um estudante (voluntário) que transcreva, na lousa, o trecho que ele
redigiu, para que a turma contribua com o aprimoramento do que foi produzido.
As intervenções linguístico-gramaticais poderão ocorrer nesse momento.
Atividade 2 – Produção textual
Complete os quadros, considerando a estrutura a seguir. Os parágrafos devem se
ligar entre si, estabelecendo relações entre as ideias. Ao final, você terá um esboço
de texto (artigo) de opinião, que deverá passar por revisão antes de ser considerado
finalizado.
Essa atividade poderá ser feita em dupla.
Sugestão de estrutura
Tema: As aglomerações e o uso de máscaras em tempos de pandemia.
Título:
Parágrafo de apresentação (falar a respeio da pandemia: surgimento,
consequências, necessidade de isolamento social, cuidados com higiene etc.)
Parágrafo contendo opinião e exemplos de flagrantes de mau uso das máscaras em
aglomerações e sua opinião a respeito.
Parágrafo com falas de especialistas (argumentos de autoridades) sobre o perigo
das aglomerações e do mau uso das máscaras.
Parágrafo contendo uma reivindicação e o motivo para o cumprimento do
distanciamento social e o uso consciente da máscara. Defenda essa ideia com seus
argumentos.
Parágrafo de conclusão que retome o que foi discutido nos parágrafos anteriores e
que contenha sugestões para a reslução do problema.
A estrutura apresentada acima poderá ser adaptada pelos estudantes e/ou pelo
professor. Sugere-se que, após completado e revisto, o texto seja passado a limpo
sem as instruções em vermelho. Essa produção textual poderá ser digitada e, após
as revisões, ser publicada no site da escola, no Blog da turma ou em outros canais
de circulação social, como o tradicional mural da escola.
Créditos
Elaboração da SA 1: Katia Regina Pessoa
Elaboração das SA 2, 3 e 4:
Rosimeire França de Assis - Diretoria de Ensino Região Mauá
Selma Maria de Assis - Diretoria de Ensino Região Mirante do Paranapanema
Viviane Evangelista Neves Santos - Diretoria de Ensino Região Mirante do
Paranapanema
Leitura crítica, adaptação e revisão – Katia Regina Pessoa e Mara Lucia David
Referências bibliográficas e sites
Sobre Machado de Assis. Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&c
o_obra=1980. Acesso em: 20 fev. 2020.
Trailer: Um Apólogo. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=ceryLtak6LY. Acesso em: 21 fev. 2020.
Mediação e Linguagem 2018 - Um Apólogo.
https://www.youtube.com/watch?v=Pr46t_kkjUI. Acesso em: 21 fev. 2020.
Mediação e Linguagem - Animação “Um Apólogo”.
https://www.youtube.com/watch?v=l-jalUCVIaY>. Acesso em: 21 fev. 2020
Um Apólogo (1939). Disponível em:
http://www.historiadocinemabrasileiro.com.br/um-apologo/. Acesso em: 21 fev.
2020.
A agulha e a linha (adaptação de Pedro Bandeira). Disponível em:
https://www.yumpu.com/pt/document/read/14764754/a-agulha-e-a-linha-pedro-bandeira.
Acesso em: 25 ago. 2020.
Um Apólogo (episódio completo). Disponível em:
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