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 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ    UECE SHANDRA MELO PEREIRA MEDEIROS DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM DA LEITURA E ESCRITA: CAUSAS, CARACTERÍSTICA S E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS JUNTO A C RIANÇA DISLÉXICA FORTALEZA    CEARÁ 2012
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Shandra Monografia

Oct 10, 2015

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Shandra Melo
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    UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEAR UECE

    SHANDRA MELO PEREIRA MEDEIROS

    DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM DA LEITURA E ESCRITA: CAUSAS,

    CARACTERSTICAS E PRTICAS PEDAGGICAS JUNTO A CRIANA

    DISLXICA

    FORTALEZA CEAR2012

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    SHANDRA MELO PEREIRA MEDEIROS

    DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM DA LEITURA E ESCRITA: CAUSAS,CARACTERSTICAS E PRTICAS PEDAGGICAS JUNTO A CRIANA DISLXICA

    Monografia submetida Coordenao do Curso de

    Pedagogia da Universidade Estadual do Cear, como

    requisito parcial para a concluso do curso de licenciatura

    em Pedagogia.

    Orientao: Prof. Ms. Vincios Rocha de Souza

    FORTALEZACEAR2012

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    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao

    Universidade Estadual do Cear

    Biblioteca Central Prof. Antnio Martins Filho

    Bibliotecrio Responsvel Francisco Welton Silva Rios CRB-3 / 919

    M488d Medeiros, Shandra Melo PereiraDificuldade de aprendizagem da leitura e escrita: causas,

    caractersticas e prticas pedaggicas junto a criana dislxica /Shandra Melo Pereira Medeiros. 2012.

    CD-ROM. 41 f. : il. (algumas color.) ; 4 pol.

    CD-ROM contendo o arquivo no formato PDF do trabalhoacadmico, acondicionado em caixa de DVD Slim (19 x 14 cm x 7mm).

    Monografia (graduao) Universidade Estadual do Cear,Centro de Educao, Curso de Pedagogia, Fortaleza, 2012.

    Orientao: Prof. Me. Marcos Vincius Rocha de Souza.Co-orientao: Profa. Me. Rosana Maria Cavalcante Soares.

    1. Prticas pedaggicas. 2. Dificuldade de aprendizagem.

    3. Criana dislxica. I. Ttulo. CDD: 370.9144

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    Dedico este trabalho,

    Deus primeiramente, por ter me dado a vida.

    Aos meus pais, Hlio e Ftima, pelo incentivo e amor.

    Ao meu esposo, Jeov, pelo apoio.

    Aos meus irmos, Shandley e Shandja, e ao meu sobrinho, Shandley pelo

    carinho.

    Ao meu sobrinho e afilhado, Hlio Neto, pelas alegrias.

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    AGRADECIMENTOS

    Deus que na sua bondade e sabedoria guiou meus passos at aqui.

    Aos meus pais Hlio Pereira e Ftima Melo, pelo amor, carinho e por sempre confiar e

    acreditar no meu potencial.

    Ao meu esposo Jeov Medeiros, que mesmo antes do vestibular vem me apoiando e me dando

    todo o suporte para que eu pudesse realizar essa conquista.

    s minhas amigas Izabel Sousa, Ingrid Michelle, Cleonice Silva, Ana Carla e em especial aAriane Silva, por tornar essa caminhada mais leve e acima de tudo divertida.

    Aos professores pelo conhecimento adquirido e pela ateno dada.

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    Cada segundo tempo para mudar tudo para sempre.

    Charles Chaplin

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    RESUMO

    O presente trabalho faz uma abordagem sobre a dislexia, uma dificuldade de aprendizagem na

    leitura e na escrita, e tambm apresenta suas causas e caractersticas. O principal objetivo abusca por informaes sobre o assunto com o intuito de instruir os profissionais da educaosobre o tema, visto que a dislexia uma dificuldade muito comum em sala de aula. O estudodestaca a importncia da escola no diagnstico da dificuldade, uma vez que na escola que setornam evidentes as dificuldades de leitura e escrita. Reconhecer as caractersticas eencaminhar uma criana com dislexia ao diagnstico papel do professor, assim definirestratgias e direcionar o melhor caminho para o seu aluno evitando o fracasso escolar. Ametodologia consiste em pesquisa bibliogrfica e pesquisa de campo que tem comoinstrumento para coleta de dados o questionrio. Nessa perspectiva, pretendemos perceber osconhecimentos que os professores tm sobre a dislexia buscando compreender como oeducador vem reagindo a esse desafio e sugerir estratgias pedaggicas que possam ser

    utilizadas pelo professor em sala de aula com o aluno dislxico. Conclui-se com os estudosque os professores necessitam de mais apoio para desenvolver um trabalho eficaz com o aluno

    portador de dislexia, visto que a formao inicial no contempla os aspectos necessrios paraum trabalho adequado s necessidades especiais do aluno dislxico.

    Palavras-chave: Dislexia, Dificuldade de aprendizagem, Prticas pedaggicas.

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    SUMRIO

    INTRODUO...................................................................................................................... 10

    1. CONTEXTUALIZAO HISTRICA, CONCEITOS E SINAIS DADISLEXIA............................................................................................................................... 15

    1.1 Conceitos e causas da dislexia........................................................................................... 17

    1.2 Sinais da dislexia................................................................................................................ 19

    2. IMPORTNCIA DA ESCOLA NO DIAGNSTICO E NO TRATAMENTO DA

    DISLEXIA............................................................................................................................... 23

    3. CONHECIMENTO DO PROFESSOR SOBRE A DISLEXIA.................................... 27

    3.1 Estratgias pedaggicas utilizadas pelos professores em sala de aula.............................. 27

    3.2 O que os professores relatam a respeito de sua formao para trabalhar com a

    Dislexia................................................................................................................................... 30

    3.3 A avaliao do aluno dislxico em sala de aula................................................................ 33

    CONSIDERAES FINAIS............................................................................................... 36

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS................................................................................ 38

    APNDICE............................................................................................................................ 42

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    INTRODUO

    O presente trabalho tem como objetivo geral conhecer a dislexia e suas

    caractersticas, e tem como objetivos especficos: a importncia do diagnstico precoce,

    verificar o conhecimento do professor referente a dislexia, como tambm identificar

    estratgias pedaggicas usadas em sala de aula, pelos docentes, para um melhor

    desenvolvimento no processo de aprendizagem da criana dislxica.

    Esse tema foi escolhido devido ao fato de eu ter presenciado em meados de 2008

    uma conversa de uma me relatando que seu filho dislxico e por isso estava sendo excludo

    das atividades escolares em sala de aula. A partir da, como estudante de pedagogia esse

    assunto at ento desconhecido para mim me causou inquietao e de certa forma indignao

    pelo aluno no est participando das experincias proporcionadas em sala de aula. Ento

    surgiu o interesse e a curiosidade sobre o que a dislexia, os sintomas e como a dificuldade

    vista e trabalhada em sala de aula pelos professores a fim de evitar que como futura docente

    cometa os mesmos erros com meus alunos que tenham a dificuldade.

    A relevncia desse estudo contribuir para melhor informar os profissionais da

    educao a respeito do assunto, para possibilitar reflexes e orient-los a trabalhar essa

    dificuldade de aprendizagem para que o aluno dislxico no se sinta incapaz e desmotivado a

    superar as dificuldades diminuindo assim os problemas comportamentais, a repetncia, a

    evaso escolar, e dessa forma obtendo sucesso em sua trajetria educacional, visto que a

    leitura e a escrita desempenha um papel de destaque na escola e na nossa sociedade.

    Ler algo muito importante na vida de uma pessoa, pois proporciona a descobertado mundo da leitura e a incluso no meio social. As pessoas sem que percebam esto rodeadas

    pela leitura. O processo de leitura e escrita muitas vezes inicia-se antes mesmo da

    escolarizao, mas na escola que de fato a dislexia aparece, pois o local onde a leitura e a

    escrita so permanentemente utilizadas e, sobretudo, valorizadas. Aproximadamente 15

    milhes de pessoas no mundo so dislxicos, significando uma mdia de trs a quatro

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    crianas afetadas em uma sala de aula com 25 alunos, a estimativa de que 10 a 15% da

    populao tenham o distrbio (ABC da Sade, 2007)1.

    A palavra dislexia derivada do grego "dis" (dificuldade) e "lexia" (linguagem).

    Dislexia uma falta de habilidade na linguagem que se reflete na leitura, no sendo

    decorrncia de comprometimentos intelectuais. Na verdade, h uma lacuna inesperada entre a

    habilidade de aprendizagem e o sucesso escolar. O problema no comportamental,

    psicolgico, de motivao ou social. No uma doena, um funcionamento peculiar do

    crebro para o processamento da linguagem. As atuais pesquisas, obtidas atravs de exames

    por imagens do crebro, sugerem que os dislxicos processam as informaes de um modo

    diferente. Pessoas dislxicas so nicas; cada uma com suas caractersticas, habilidades e

    inabilidades prprias (Associao Nacional de Dislexia, 2009).

    preocupante o fato de que a identificao da dislexia e das diferentes

    dificuldades de aprendizagem, em geral, ocorre tardiamente, aps alguns anos de repetncia

    escolar, que podem provocar srios desvios de comportamento da criana (JARDIM, 2007).

    Isso acontece devido falta de conhecimento e preparao dos professores sobre adislexia e que muitas vezes acham que a criana preguiosa, desinteressada ou at mesmo

    burra, deixando de dar um suporte pedaggico para poder se desenvolver e ter um

    acompanhamento com uma equipe multidisciplinar que realizar atividades educativas de

    acordo com suas dificuldades individuais, melhorando, assim, sua aprendizagem na leitura.

    Tambm pode-se considerar que a falta de experincia e conhecimento terico do

    professor sobre a dislexia faz com que o diagnstico do distrbio se d de modo tardio,podendo acarretar srias consequncias na vida de uma criana.

    A linguagem fundamental, pois est presente em todas as disciplinas da escola e

    atravs dela que os professores transmitem informaes. Muitas vezes a dificuldade na

    aprendizagem da Matemtica est mais relacionada a compreenso do enunciado do que no

    processo da soluo do problema. Os dislxicos, em geral, sofrem com discalculia

    1Portal direcionado ao pblico em geral que tem por objetivo a informao, divulgao e educao sobre temasde sade com mais de 750 artigos escritos exclusivamente por mais de 30 especialistas.

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    dificuldade de calcular porque possuem dificuldade em compreender os enunciados das

    questes. Por isso importante que o diagnstico da dislexia seja precoce (MARTINS, 2001).

    Dentre as dificuldades de aprendizagem, a dislexia a de maior incidncia, pois

    atinge uma em cada cinco crianas, estima-se que a dificuldade com a leitura representa pelo

    menos 80% de todos os problemas de aprendizagem, e trs a quatro vezes mais comuns nos

    garotos do que nas garotas. Assim, preocupada com essa problemtica, decidi elaborar um

    estudo sobre a dislexia no contexto escolar, visto que a mesma mais comumente identificada

    em sala de aula pelo professor.

    Para o presente trabalho, utilizaremos a abordagem qualitativa que segundo

    Minayo (2007) trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspiraes, das

    crenas, dos valores e das atitudes. Esse conjunto de fenmenos humanos entendido aqui

    como parte da realidade social.

    A metodologia ser composta por Pesquisa bibliogrfica que tem por objetivo

    levantar o conhecimento disponvel na rea, possibilitando o conhecer as teorias produzidas,

    apresentando sua contribuio para compreender ou explicar o problema objeto deinvestigao, aumentando assim meu conhecimento sobre o assunto e dando validade minha

    pesquisa, e por Pesquisa de campo, que pretende compreender os conhecimentos de trs

    professoras acerca da dislexia e as prticas pedaggicas que as mesmas utilizam em sala de

    aula com os alunos dislxicos.

    Segundo Lakatos & Marconi (1992), a pesquisa de campo aquela utilizada com o

    objetivo de conseguir informaes, conhecimentos e respostas acerca de um problemadetectado. Para Franco (1985, p. 35):

    A pesquisa de campo precede a observao de fatos e fenmenos exatamente comoocorrem no real; a coleta de dados referentes aos mesmos e, finalmente a anlise einterpretao desses dados, com base numa fundamentao terica consistente,objetivando compreender e explicar o problema pesquisado.

    O instrumento escolhido para a coleta de informaes o questionrio. O

    questionrio um conjunto de perguntas, que a pessoa l e responde sem a presena de umentrevistador, tendo por objetivo o conhecimento de opinies, crenas, sentimentos,

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    interesses, expectativas, situaes vivenciadas etc. Esse instrumento ajudar a colher dados

    necessrios para obteno dos objetivos que investigar o conhecimento dos professores

    sobre a dislexia e suas prticas pedaggicas ao aluno dislxico.

    A escolha desse instrumento se deu pela facilidade de utilizao, pois o mesmo

    possibilita que as pessoas o respondam no momento que lhes parece mais apropriado. O

    questionrio utilizado ser com perguntas abertas, onde o interrogado responde com suas

    prprias palavras, sem qualquer restrio.

    O questionrio foi realizado com trs professoras de diferentes escolas, duas das

    professoras possuem alunos com dislexia em sala de aula e uma no tem alunos com dislexia.

    Para cit-las no trabalho utilizaremos nomes fictcios a fim de manter o anonimato em

    respeito s pessoas.

    Estabelecendo o perfil das professoras pesquisadas, a professora Aline tem apenas

    26 anos e est em fase de concluso do curso de Pedagogia e possui apenas um ano de

    experincia na rea; a professora Fernanda tem 45 anos formada em Pedagogia e

    especialista em Psicopedagogia (h sete anos leciona); e a professora Bruna tem 40 anos deidade, Pedagoga e Mestre em Psicologia e tem dezessete anos de docncia.

    A elaborao do questionrio seguiu como critrios os objetivos em relao ao

    trabalho, buscando conhecer o perfil do professor e sua relao com os alunos com

    necessidades especiais, focando a dislexia.

    Aps a coleta de dados, fez-se necessrio a anlise dos mesmos, fazendo umparalelo entre os resultados obtidos empiricamente atravs das respostas dos sujeitos ao

    questionrio e as teorias j existentes.

    A anlise e tratamento do material emprico e documental diz respeito ao conjunto

    de procedimentos para valorizar, compreender, interpretar os dados empricos, articul-los

    com a teoria que fundamentou o projeto ou com outras leituras tericas e interpretativas cuja

    necessidade foi dada pelo trabalho de campo. O ciclo da pesquisa no se fecha, pois toda

    pesquisa produz conhecimento e gera novas indagaes (MINAYO, 2007).

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    Para o desenvolvimento deste trabalho, a organizao proposta implica em trs

    captulos. No 1 captulo abordada a histria da dislexia, destacando os conceitos e suas

    causas, e os sinais da mesma.

    O 2 captulo aborda a importncia da escola no diagnstico e no tratamento da

    dislexia, ressaltando como importante que o diagnstico seja feito o mais rpido possvel.

    O 3 captulo composto pelos resultados da pesquisa de campo que utilizar

    como ferramenta o questionrio para coleta de dados, abordandoas estratgias pedaggicas

    desenvolvidas pelo professor na sala de aula para um melhor desenvolvimento no processo de

    aprendizagem da criana dislxica, ressaltando o conhecimento que o professor possui sobre a

    dislexia.

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    1. CONTEXTUALIZAO HISTRICA DA DISLEXIA, SEUS CONCEITOS E

    CARACTERSTICAS DA DISLEXIA

    Ao longo do tempo a dislexia teve diversas denominaes, j tendo sido chamada

    de cegueira verbal, assim chamada pela incapacidade da pessoa ler palavras, apesar da

    viso, o intelecto e a fala estarem intactos.

    Em 7 de novembro de 1896, o Dr. W. Pringle Morgan, de Seaforde, escreveu oseguinte sobre Percy F., 14 anos, no Bristish Medicak Journal: Ele sempre foi ummenino brilhante e inteligente, rpido nos jogos, e em nenhum aspecto inferior aoscolegas da mesma idade. Sua grande dificuldade foi e permanece sua

    incapacidade de ler. () Depois testei sua capacidade de leitura de nmeros edescobri que fazia tudo com facilidade (SHAYWITZ, 2006, p. 25).

    Em 1905 E. Treacher Collins, um cirurgio ocular da Inglaterra depois de ter

    contato com vrias crianas com cegueira verbal congnita concluiu que os principais

    sintomas do distrbio

    eram frequentemente negligenciados, sendo classificados como mera burrice, oualgum erro de refrao, o que prejudicava muito o indivduo, que era em geral

    culpado, intimidado e ridicularizado por um defeito pelo qual no tinha culpa, massim o azar de possuir (SHAYWITZ, 2006, p. 29).

    Borja (1989) diz que no perodo entre guerras (1915-1940), Samuel Orton,

    neurop-siquiatra americano, defendia que a dificuldade de ler se devia a uma disfuno

    cerebral de origem congnita. A esse conjunto de dificuldades, Orton denominou-as de

    estrefosimbolia, ou seja, de smbolos invertidos. No trabalho, que publicou em 1925, sugeria

    que essa aparente disfuno na percepo e memria visual caracterizada por entender as

    letras e as palavras invertidas era, ento, a causa da dislexia. Esse distrbio explicaria tambm

    a escrita em espelho.

    Em 1968, a Federao Mundial de Neurologia utilizou pela primeira vez o termo

    Dislexia do Desenvolvimento definindo-a como: um transtorno que se manifesta por

    dificuldades na aprendizagem da leitura, apesar das crianas serem ensinadas com mtodos de

    ensino convencional, ter inteligncia normal e oportunidades socioculturais adequadas

    (TELES 2004, p.01).

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    De acordo com Costa (2005) nos anos 70 a dislexia era considerada uma doena

    social grave, que afetava um elevado nmero de alunos, considerados pacientes, como

    podemos verificar atravs das palavras de Montenegro (1974 p. 06) A percentagens de

    escolares afectados pela Dislexia e pela disortografia so verdadeiramente notrias para que o

    fenmeno deixe de constituir um grave problema para os prprios pacientes, os pais, os

    mestres, os especialistas.

    No Brasil foi criado, no ano de 1983, a Associao Brasileira de Dislexia (ABD),

    com o objetivo de esclarecer, divulgar, ampliar conhecimentos e ajudar os dislxicos em sua

    dificuldade especfica de linguagem.

    Segundo Rotta (2006), a dcada de 1990 foi prdiga em trabalhos que tentavam

    desvendar os aspectos genticos envolvidos na dislexia.

    Em 2000 foi fundada a Associao Nacional de Dislexia - AND, com sede e foro

    na cidade do Rio de Janeiro. uma sociedade civil, sem fins lucrativos, polticos ou

    religiosos, com objetivo cientfico - culturais e sociais. A Associao Nacional de Dislexia

    tem por finalidade reunir fonoaudilogos, psicopedagogos, psiclogos, pedagogos, mdicos,profissionais de reas afins, pais, dislxicos, instituies e associaes que se dediquem ao

    aprofundamento dos estudos sobre dislexia.

    Em 2003, a Associao Internacional de Dislexia adotou a seguinte definio:

    Dislexia uma incapacidade especfica de aprendizagem, de origem neurobiolgica. caracterizada por dificuldades na correo e/ou fluncia na leitura de palavras e

    por baixa competncia leitora e ortogrfica. Estas dificuldades resultam de umdficit Fonolgico, inesperado, em relao s outras capacidades cognitivas e scondies educativas (GOMES, 2011 p.27).

    Em Outubro deste ano, em So Paulo, o Instituto ABCD2, organizao social

    criada em 2009, lanou a Semana da Dislexia, que tem como objetivo cobrar do poder pblico

    polticas para lidar com as crianas com o transtorno. Para o instituto, necessrio que haja

    polticas pblicas para identificar a dislexia e aes definidas para esses alunos, que

    2O Instituto ABCD uma organizao social (OSCIP) fundada em 2009, que se dedica a gerar, promover edisseminar projetos que tenham impacto positivo na vida de brasileiros com dislexia e outros transtornos deaprendizagem.

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    necessitam de mais tempo para aprender e de diversas ferramentas para assimilar um mesmo

    contedo.

    1.1 Conceitos e causas da Dislexia

    Conforme Ianhez e Nico (2002), a dislexia pode ser classificada em Dislexia

    disfontica, diseidtica, visual, auditiva e mista. A primeira diz respeito s dificuldades de

    percepo auditiva, na anlise e sntese de fonemas; a segunda dificuldade na percepo

    visual, na anlise e sntese de fonemas; na dislexia visual h uma deficincia na percepo

    visual (no visualiza cognitivamente o fonema); a dislexia auditiva define-se por uma

    deficincia na percepo e na memria auditiva (no audiabiliza cognitivamente o fonema),

    por fim a dislexia mista seria a combinao de mais de um tipo de dislexia.

    Segundo Dr. rcio Oliveira (2007, p. 1) a dislexia:

    uma dificuldade primria do aprendizado abrangendo: leitura, escrita, e soletraoou uma combinao de duas ou trs destas dificuldades. Caracteriza-se poralteraes quantitativas e qualitativas, total ou parcialmente irreversveis. odistrbio (ou transtorno) do aprendizado mais freqentemente identificado na sala deaula. Est relacionado, diretamente, reprovao escolar, sendo causa de 15 % dasreprovaes. Em nosso meio, entre alunos das sries iniciais (escolas regulares) tmsido identificados problemas em cerca de 8 %. Estima-se que a dislexia atinja 10 a15 % da populao mundial.

    A dislexia apesar de no ser ainda muito conhecida pela populao em geral,

    como podemos observar, um transtorno muito comum, pois atinge uma porcentagem

    significativa da populao mundial. A dislexia pode apresentar-se em qualquer pessoa

    independentemente de sua cor ou classe social. Atualmente sabe-se que a dislexia est

    relacionada a fatores genticos.

    DCDC2 um gene recentemente relacionado com a dislexia. Segundo o Dr.

    Jeffrey R. Gruen, geneticista da Universidade de Yale, Estados Unidos, ele ativo nos centros

    da leitura do crebro humano. Uma criana que tenha um genitor dislxico apresenta

    um risco importante de apresentar dislexia, sendo que 23 a 65 % delas apresentam o distrbio

    (ABC da Sade, 2007).

    Segundo Nunes, Buarque & Bryant (1992, p. 10):

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    As crianas dislxicas (...) so crianas cujas dificuldades na aprendizagem daleitura e da escrita so maiores do que se esperaria a partir do seu nvel intelectual.Essas crianas, embora com as mesmas oportunidades que as outras crianas tm

    para aprender a ler, recebendo motivao adequada, pais que as apiamsuficientemente e capacidades intelectuais normais ou at mesmo acima do normal,

    mostram progresso na alfabetizao surpreendentemente mais lento do que o de seuscolegas da mesma idade e do mesmo nvel intelectual.

    Todas as crianas no processo de aprendizagem da leitura tm dificuldades, j que

    a alfabetizao uma atividade complexa, porm, para as crianas dislxicas essas

    dificuldades so mais acentuadas e de mais difcil superao (Nunes, Buarque e Bryant, 1992,

    p. 11). possvel que as crianas dislxicas encontrem dificuldades diferentes na

    aprendizagem da leitura e da escrita e que elas tenham de lidar com obstculos que,

    normalmente, no afetam as outras crianas na alfabetizao.

    Segundo Johnson & Myklebust (1983) a dislexia raramente encontrada de forma

    isolada. As dificuldades severas para ler e escrever corretamente a lngua falada encontram-se

    associadas a outros distrbios, tais como: Distrbios de Memria, Distrbio de Memria para

    Seqncia, Orientao Esquerda-Direita, Orientao Temporal, Imagem Corporal, Escrita e

    Soletrao, Distrbios Topogrficos e Distrbios no Padro Motor.

    De acordo com a Associao Nacional de Dislexia, ao contrrio do que muitos

    pensam, a dislexia no o resultado de m alfabetizao, desateno, desmotivao, condio

    socioeconmica ou baixa inteligncia. Ela uma condio hereditria com alteraes

    genticas, apresentando ainda alteraes no padro neurolgico.

    De acordo com Shaywitz (2006, p. 87):

    Estudos recentes demonstraram que a dislexia no est s presente em muitasfamlias, como tambm algo gentico (...). Mesmo se uma criana carregue o geneou um conjunto de genes que a predispem dislexia, isso s quer dizer que elacorre maior risco. Se a dislexia fosse inteiramente gentica, ento dois gmeosidnticos (que compartilham os mesmos genes) teriam problemas de leitura. Naverdade apenas 65 a 70% dos casos, ambos os gmeos so dislxicos; em 30 a 35%dos casos, um dos gmeos idnticos dislxico e outro no. Assim, a expresso finalda dislexiadepende de uma interao entre a conformao gentica e seu ambiente.

    Os fatores ambientais so pouco conhecidos das causas da dislexia. As

    complicaes perinatais apresentam uma associao fraca, no-especfica, com problemas

    posteriores de leitura. Alguns autores postulam que insultos ambientais infecciosos ou txicostambm podero ter aqui um papel. Alm disso, considera-se o tamanho da famlia e o nvel

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    socioeconmico das mesmas. Algumas famlias com nvel socioeconmico baixo lem menos

    para seus filhos e fazem poucos jogos de linguagem com eles. A falta dessas experincias pr-

    escolares parece retardar o desenvolvimento de habilidades posteriores de leitura (Pennington,

    1997).

    1.2 Sinais da dislexia

    De acordo com DAffonseca (2005) os sintomas-chave na dislexia so

    dificuldades para ler e soletrar, freqentemente com desempenho em matemtica

    relativamente melhor. Como algumas crianas dislxicas gostam de ler ou tm boa

    compreenso de leitura, importante verificar especificamente a leitura em voz alta e a

    aprendizagem fnica. Pais e professores podero relatar ritmos lentos de leitura ou de escrita,

    inverso de letras e nmeros, problemas na memorizao dos fatos matemticos bsicos e

    erros incomuns em leitura e soletrao. O mais importante que a indicao inicial pode

    ocorrer no pelos sintomas cognitivos, mas pelos fsicos ou emocionais, tais como ansiedade

    ou depresso, relutncia em ir escola, dores de cabea e problemas estomacais. importante

    verificar se esses sintomas ocorrem sempre ou s nos dias escolares. Mesmo que ocorram

    sempre, a causa principal pode ser a dislexia devido a fracassos (ou medo do fracasso)decorrentes da experincia dislxica.

    Para Shaywitz (2006), o primeiro sinal indicativo da dislexia pode ser um atraso

    na fala. As crianas dislxicas, por outro lado, tm problemas quando tentam penetrar na

    estrutura sonora das palavras, e conseqentemente, so menos sensveis rima, no comeo da

    pr-escola, quando a maior parte das crianas capaz de julgar se duas palavras rimam, as

    crianas dislxicas talvez ainda no consigam demonstrar que ouvem a rima, pois noconseguem concentrar-se em apenas uma parte da palavra. No questo de inteligncia, mas

    apenas uma insensibilidade estrutura sonora da linguagem.

    Ainda segundo Shaywitz (2006), devido s dificuldades em acessar os fonemas

    pretendidos, a criana talvez fique buscando a palavra certa, e pode comear a dizer uma

    palavra e acabar com uma srie de humm. medida que a criana dislxica passa para a

    idade adulta, sua fala continua a dar provas das dificuldades que tem de chegar estrutura

    sonora das palavras. A fala est cheia de hesitaes; s vezes, h muitas pausas longas, ou ela

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    talvez fique buscando a palavra certa, usando muitas palavras incorretas no lugar da palavra

    correta que no consegue encontrar.

    Embora a maior parte das crianas com dificuldades de leitura no seja

    identificada antes da 3 srie, o momento ideal para identificar e ajudar uma criana durante

    os primeiros anos da escola, por isso me detenho em sinais que so de fcil observao

    durante a pr-escola e nos primeiros anos do ensino fundamental.

    Na pr-escola e 1 srie deve-se observar as seguintes caractersticas: aquisio

    tardia da fala; pronunciao constantemente errada de algumas slabas; crescimento lento do

    vocabulrio; persistncia da chamada linguagem de beb, dificuldade em aprender cores,

    nmeros e copiar seu prprio nome; no memorizar nomes ou smbolos; dificuldade em

    aprender o alfabeto, deficincia em saber o nome das letras de seu prprio nome (ABC DA

    SADE, 2007, p. 01).

    De acordo com Santos & Jorge (2007) a criana dislxica na pr-escola apresenta

    dificuldade para decorar cantigas de roda, tem dificuldade para vestir-se sozinha, amarrar

    cadaros dos sapatos ou cal-los e abotoar a roupa, confunde tempo e espao, ontem, hoje eamanh, direita e esquerda, para cima, para baixo. No consegue se expressar com clareza e

    perde-se no meio do discurso.

    Alm dos problemas de fala e de leitura, deve-se tambm observar indcios de

    pontos fortes nos seguintes processos de pensamento de nvel superior: curiosidade, grande

    imaginao, capacidade de descobrir como as coisas acontecem, forte envolvimento com

    idias novas, compreenso do ponto essencial das coisas, boa compreenso de novosconceitos, maturidade surpreendente, excelente compreenso de histrias que lhe so lidas ou

    contadas (SHAYWITZ, 2006 p. 102).

    Nos primeiros anos do ensino fundamental a criana apresenta alguns ou vrios

    sintomas, sendo necessrio um diagnstico e acompanhamento adequado, para que possa

    prosseguir seus estudos junto com os demais colegas e tenha menos prejuzo emocional.

    Confunde palavras que tenham sonoridade semelhante; necessita de mais tempo para elaborar

    uma resposta oral ou apresenta incapacidade de dar uma resposta verbal rpida quando

    questionado, o problema est na linguagem expressiva, e no no pensamento. A criana sabe

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    exatamente o que quer dizer, a dificuldade est em buscar a palavra certa. Dificuldade de

    lembrar partes isoladas de informao verbal (memria imediata) problema ao lembrar

    datas, nomes, nmeros de telefones, listas aleatrias; progresso muito lento na aquisio das

    habilidades de leitura; problemas ao ler palavras desconhecidas (novas, no-familiares) que

    devem ser pronunciadas em voz alta; tentativa de adivinhar a palavra ao l-la; falhas na

    organizao dos sons das palavras quando as pronuncia etc. (SHAYWITZ, 2006 p. 103).

    Se nessa fase a criana no for acompanhada adequadamente, os sintomas

    persistiro e iro permear na fase adulta, com possveis prejuzos emocionais e

    conseqentemente sociais e profissionais.

    Shaywitz (2006), cita outros indcios de dislexia como: tropeos ao ler palavras

    polisslabas, ou deficincia ao ter de pronunciar a palavra inteira; omisso de partes de

    palavras ao ler; medo acentuado de ler em voz alta; evita ler em voz alta, a leitura em voz alta

    contaminada por substituies; omisses de palavras mal pronunciadas; a leitura em voz alta

    entrecortada e trabalhosa; no fluente nem suave; dependncia do contexto para a

    compreenso do que l; desempenho desproporcionalmente fraco em testes de mltipla

    escolha; incapacidade de finalizar os testes no horrio estabelecido; leitura muito lenta ecansativa; evita ler livros ou mesmo uma frase; leitura cuja preciso aumenta com o tempo,

    embora permanea sem fluncia e seja trabalhosa; autoestima em declnio; presena de

    sofrimentos nem sempre visveis.

    Na rea da linguagem, os dislxicos confundem as letras, slabas ou palavras com

    diferenas sutis de grafia como, por exemplo, a-o, e-d, h-n. Apresentam uma caligrafia

    muito defeituosa, com irregularidade do desenho das letras, tambm mostram confuso comletras com grafia similar, com diferente orientao espacial como d-p, d-bd-q n-u e

    a-ee invertem slabas ou palavras como sol-los, bem como adio ou omisso de sons

    como casa-casaco (MARTINS, 2001 p. 01).

    H um ltimo indicativo de dislexia em crianas: o fato de que eles dizem sentir

    dor. A dislexia lhes inflige dor. Representa uma grande agresso autoestima (SHAYWITZ,

    2006. p. 98). Nas crianas em idade escolar isso pode se expressar em se opor em ir escola,

    mau-humor ou ainda na expresso como sou burro.

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    Frank (2003) diz que a criana dislxica vive sob presso, sente vergonha do seu

    problema, tem medo que descubram e por isso evita situaes em que possam descobrir suas

    dificuldades.

    Esses indcios que aparecem ao longo da vida so um retrato da dislexia. Como

    vimos, existem sinais que indicam deficincias e outros que indicam habilidades. Shaywitz

    (2006) afirma que no necessrio preocupar-se com sinais isolados ou que aparecem muito

    raramente. Para se preocupar, os sinais tm de ser persistentes; qualquer pessoa pode,

    ocasionalmente, pronunciar mal uma palavra aqui ou ali.

    Quanto mais cedo se fizer um diagnstico, mais rpido pode-se e deve-se buscar

    ajuda e mais provavelmente se conseguir evitar problemas decorrentes, que atingem a auto-

    estima. Se no houver um acompanhamento adequado, os sintomas existentes na criana

    permanecero no adulto.

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    2. IMPORTNCIA DA ESCOLA NO DIAGNSTICO E NO TRATAMENTO DA

    DISLEXIA

    A dislexia de fato aparece na escola; H dislxicos que revelam suas dificuldades

    em outros ambientes e situaes, porm a escola o local em que a leitura e a escrita so

    permanentemente utilizadas e, sobretudo valorizadas.

    muito importante que o diagnstico da dislexia seja o mais precoce possvel, e

    que pais e educadores se preocupem em encontrar indcios de dislexia nas crianas j nos

    primeiros anos de educao infantil.

    Segundo Shaywitz (2006, p.109) dezenas de milhares de crianas que sofrem

    muito para conseguir ler no passam por nenhum diagnstico. A falta do diagnstico da

    dislexia traz diversas consequncias para a vida da criana, desde o baixo rendimento escolar

    baixa autoestima e o desinteresse pelos estudos.

    O diagnstico deve ser obtido mediante avaliao ministrada por uma equipemultidisciplinar, em razo de esse distrbio ser um conjunto de dificuldades e

    sintomas combinados, no tendo, portanto, uma caracterstica padro para todos osdislxicos; cada caso de dislexia um caso parte. Alm do que, embora a dislexiaseja um distrbio de leitura e escrita, nem todo distrbio de leitura e escrita dislexia (IANHEZ & NICO, 2002 p.30).

    A equipe multidisciplinar pesquisar todas as possibilidades com o objetivo de

    estabelecer um diagnstico preciso, identificando as dificuldades e necessidades especficas.

    A avaliao da dislexia concentra-se no fato de a criana ler bem as palavras e do

    quanto as compreende. Fundamental para o diagnstico da dislexia o modo como a crianal palavras que no tm sentido, palavras que ela nunca viu e que no poderia t-las

    memorizado. A funo dessas palavras estranhas, mas pronunciveis, que elas testam a

    capacidade da criana de pronunci-las em voz alta, isto , conectar letras e sons.

    Quando a dislexia identificada e tratada desde cedo, possvel dar condies aodislxico de criar estratgias para lidar com esta dificuldade, superando algunsobstculos e minimizando suas consequncias. Com a dislexia vm as dificuldadesescolares que acarretam uma srie de outros problemas, como o sentimento defracasso, a frustrao, o isolamento, a depresso, a agressividade, o desinteresse, a

    desateno. importante identificar quando existe uma dificuldade de linguageme/ou leitura/escrita para que o sujeito receba o tratamento adequado, independente deser ou no uma dislexia. Sendo uma desordem de origem neurolgica, no existe

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    cura para a dislexia, mas seus efeitos podem ser trabalhados e minimizados(PAVO, 2004, p.01).

    Uma criana dislxica encontra dificuldades para ler e as frustraes acumuladas

    podem levar a comportamentos antissociais e a agressividade.

    De acordo com Martins (2004), o diagnstico precoce imprescindvel para o

    desenvolvimento contnuo das crianas dislxicas. Reconhecer as caractersticas o primeiro

    passo para que se possa evitar anos de dificuldades e sofrimentos induzindo esta criana,

    fatalmente ao desinteresse pela escola e a tudo o que est em torno dela e gerando s vezes

    quadros "quase-fbicos" desta criana em relao s tarefas que exijam a leitura e a escrita.

    importante salientar que o professor no deve diagnosticar a dislexia, mas

    desconfiar se h o problema conhecendo sobre o distrbio e comunicando a escola e aos pais

    da criana para que o diagnstico seja feito por uma equipe multidisciplinar, incluindo

    fonoaudilogo, psiclogo e psicopedagogo clnico, que inicia uma investigao e verifica se

    h necessidade do parecer de outros profissionais, como neurologista, oftalmologista e outros

    conforme o caso.

    O diagnstico da dislexia tem sido orientado por sinais e sintomas e de certa

    forma feito por excluso. Quando a criana levada ao consultrio com queixa que vai mal

    na escola, antes de afirmar que ela dislxica, preciso descartar uma srie de distrbios que

    ela no tem, como por exemplo: deficincias auditivas e visuais que interferem negativamente

    na aprendizagem (RORATO, 2007 p.17).

    De acordo com Oliveira (2007), entre as avaliaes mais solicitadas encontram-seos testes de cognio, inteligncia, memria auditiva e visual, discriminao auditiva e visual,

    orientao, fluncia verbal e testes com novas tecnologias.

    Segundo Ianhez e Nico (2002) para iniciar a avaliao, o psiclogo faz um

    entrevista com os pais da criana e colhe dados importantes sobre o histrico e evoluo do

    paciente. Nos casos em que a criana freqenta a escola, enviado um questionrio para que

    o professor possa contribuir com sua experincia e observao do aluno em sala de aula. Opsiclogo aplica uma bateria de testes com o paciente, que envolve: o nvel de inteligncia,

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    para determinar as habilidades globais de aprendizagem do indivduo; testes visuomotores,

    neuropsicolgicos e de personalidade.

    Esses testes tm o objetivo de revelar comprometimentos na inteligncia, indcios

    de leses neurolgicas ou de comprometimentos emocionais.

    Logo aps, o fonoaudilogo e psicopedagogo aplicam testes de lateralidade e

    avaliao das habilidades bsicas para um bom processo de aprendizagem, que incluem testes

    de: organizao espacial e temporal, discriminao e percepo visual e auditiva, memrias

    ttil e sinestsica, memria imediata e de longo prazo, organizao de figuras. So aplicados

    tambm testes de leitura, avalia o vocabulrio, a leitura oral e silenciosa, com compreenso,

    testes de linguagem escrita (ditado, cpia, escrita espontnea) e as aquisies lingsticas,

    incluindo soletrao, rima e aliterao, anlise e sntese de palavras (IANHEZ & NICO, 2002

    p.32).

    So pedidos, ainda, teste oftalmolgico e audiomtrico, pois alteraes profundas

    nessas reas tambm causam problemas com o aprendizado. Os resultados da avaliao so

    discutidos em equipe para se chegar ao diagnstico final.

    Na maioria das vezes quando a criana recebe o diagnstico de dislexia, ela e os

    pais se sentem aliviados porque o problema ser nomeado e consequentemente indicar o

    caminho a percorrer, proporcionando confiana e entendimento do seu problema que muitas

    vezes era confundido com preguia e falta de desinteresse pelos estudos.

    Os tratamentos convencionais para a dislexia so psicopedaggico efonoaudiolgico, ou seja, com aqueles profissionais habilitados e especializados em dislexia.

    Em princpio o dislxico precisa ser reabilitado nas reas que foram apontadas na avaliao

    como prejudiciais ao desenvolvimento de sua aprendizagem. O psicopedagogo o

    profissional habilitado para alfabetiz-lo (utilizando mtodos e estratgias adequadas ao seu

    caso especfico, resgatando as ineficincias instrumentais que o impedem de adquirir

    eficientemente a leitura e a escrita), bem como desenvolver com o dislxico organizao e

    disciplina para os estudos. O fonoaudilogo vai atender as questes mais relativas

    linguagem oral e s alteraes do processamento auditivo, auxiliando o psicopedagogo e

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    interagindo com ele na aquisio e desenvolvimento da leitura e da escrita do portador

    (FREITAS, 2011).

    Por vezes so necessrios outros atendimentos para associao de transtornos que

    porventura houver, por exemplo: psicoterapia, caso o dislxico apresente problemas afetivo-

    emocionais (psiclogo ou psicanalista), tratamento psiquitrico e/ou neurolgico, se

    apresentar problemas mentais e/ou neurolgicos associados (sendo estes dois ltimos tanto o

    diagnstico quanto o tratamento da responsabilidade da rea mdica).

    A participao da escola, na figura do professor, no tratamento do dislxico tem

    muito valor. importante que o professor esteja preparado e sensibilizado com as

    dificuldades dos alunos com dislexia.

    Para contribuir com o tratamento do dislxico Ianhez & Nico (2002) dizem que a

    escola deve manter uma relao de troca de experincias e evoluo com os pais e, se for o

    caso, com os profissionais que acompanham a criana; estar informada para amparar a criana

    em sua dificuldade; atender e respeitar as capacidades e os limites da criana; desenvolver um

    clima de pacincia, para que as crianas possam ter tempo suficiente para cumprir suas tarefase at mesmo repeti-las vrias vezes para ret-las.

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    3. CONHECIMENTO DO PROFESSOR SOBRE A DISLEXIA

    O professor tem um papel fundamental na trajetria escolar do aluno com

    dislexia, pois ser ele que ajudar no diagnstico eficaz que ser realizado por profissionais

    habilitados.

    A dislexia um fato que favorece a evaso escolar, desta forma, de suma

    importncia o conhecimento sobre o assunto no mbito escolar para que o diagnstico precoce

    seja possvel, fazendo com que a escola cumpra sua funo que o desenvolvimento do

    aluno, sua permanncia e a superao dos seus limites.

    Buscando informaes sobre como o professor lida com o aluno que possui

    distrbio de aprendizagem de leitura em sala de aula para o seu desenvolvimento e superao

    de suas dificuldades, aplicamos um questionrio com trs professoras do ensino fundamental

    e venho apresentar a partir do olhar das mesmas os relatos a respeito de sua formao para

    trabalhar com a dislexia, as sugestes de estratgias pedaggicas que podem ser utilizadas

    pelos professores em sala de aula com o aluno dislxico e como elas avaliam a aprendizagem

    desse aluno.

    3.1. O que os professores relatam a respeito de sua formao para trabalhar com a

    dislexia.

    Seria muito importante que todos os professores soubessem o que dislexia, pois

    assim o aluno poder ser orientado e bem sucedido em classe. Para Drouet (2006, p. 28) "o

    professor de primeiro grau no tem a formao necessria para diagnosticar graves distrbios

    de aprendizagem. Atravs da observao, ele poder detectar diferenas ou falhas nos

    desempenhos de seus alunos".

    Como podemos observar, a maioria dos cursos de graduao em pedagogia no

    contempla em sua formao o estudo sobre o distrbio de aprendizagem. Os relatos das

    professoras confirmam essa questo.

    na faculdade muito pouco trabalhado acerca desse tema e quando acontecesempre de forma fragmentada e muito pontual (Prof. Bruna).

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    comum os professores no exerccio cotidiano da prtica considerar que os

    saberes de formao inicial no contemplaram todos os aspectos considerados importantes

    para a atuao profissional docente. Apesar de a dislexia fazer parte da educao especial,

    essa est mais voltado para as deficincias fsicas e mentais como a sndrome de down e

    quando discutido de maneira muito rpida, juntamente com todas as dificuldades de

    aprendizagem, na maioria das vezes em forma de seminrios apresentados pelos alunos.

    Nota-se que ao deparar-se com alunos dislxicos os professores se vem

    desafiados a pesquisar sobre o assunto, buscando informaes bsicas sobre a dislexia.

    um transtorno que s comecei a pesquisar quando me deparei com um alunodiagnosticado (Prof. Aline).

    Muitas vezes o professor recebe o aluno com dislexia sem ao menos saber o

    bsico sobre a dificuldade e a partir desse momento que ele se sente instigado a ler sobre o

    assunto. Nesse contexto, os cursos de capacitao so timas opes de busca por

    conhecimento especfico na rea desejada e uma tima ferramenta para o profissional estar

    sempre se atualizando.

    Chegamos, por deduo ou exegese jurdica, concluso de que a dislexia uma

    necessidade especial (MARTINS, 2001). O aluno dislxico se enquadra como um aluno com

    necessidade especial por apresentar uma srie de dificuldades em algumas reas, necessitando

    de estratgias pedaggicas diferenciadas pelos professores para a melhoria do seu

    aprendizado.

    Desta forma, concordamos com Fitzgibbon (apud MAZZOTA, 1993, p.49),

    quando afirma que:

    em quatro anos os professores no so totalmente preparados. Somente a preparaobsica pode ser obtida em to pouco tempo (...) A eficcia para se trabalhar comalunos com deficincia pode estar mais relacionada a cursos de capacitaoespecficos e as caractersticas pessoais, flexibilidade e criatividade do professor (p.49).

    Sobre cursos de capacitao percebe-se que as docentes acham importante a

    participao do professor nos cursos na rea da educao especial.

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    J fiz, acredito que no exerccio da docncia muito importante, ainda mais, portrabalharmos com inmeras crianas onde cada uma possui as suas dificuldades,no somente aquelas que so diagnosticadas (Prof. Aline).

    As dificuldades de aprendizagem so comuns em sala de aula devido ao grandeuniverso e nmeros de alunos e aos diversos tipos de dificuldades de aprendizagem, como a

    disgrafia, discalculia, dislalia, disortografia, o TDAH (Transtorno de Dficit de Ateno e

    Hiperatividade) e a dislexia. Dessa forma os cursos de capacitao uma forma de o

    professor da escola regular adquirir conhecimentos para exercer um trabalho produtivo com

    esses alunos que possuem algum tipo de deficincia ou transtorno de aprendizagem. A

    professora Aline em relao dislexia especificamente buscou informaes em livros e

    internet, mas tambm participou de cursos no Instituto de Educao do Cear (Libras eoutros).

    A professora Fernanda tambm demonstra a necessidade do docente ir em busca

    de mais informaes em cursos de formao, como expressa na fala seguinte:

    Sim, com certeza (Faz cursos de capacitao para ajudar no ensino de alunos comnecessidades especiais). Pois a formao contnua de fundamental importncia,funcionando como um recurso a mais no processo de aquisio da busca pelo objetode desejo do conhecimento (Prof. Fernanda).

    Concordamos com a professora Fernanda que a formao contnua de suma

    importncia, pois possibilita ao docente a aquisio de conhecimentos prprios da profisso,

    tornando-se assim profissionais mais capacitados a atender as necessidades educacionais de

    seus alunos.

    Libnio, Oliveira & Toschi (2003) argumenta que:

    A formao continuada a garantia do desenvolvimento profissional permanente.Ela se faz por meio de estudo, da reflexo, da discusso e da confrontao dasexperincias dos professores. responsabilidade da instituio, mas tambm do

    prprio professor. O desenvolvimento pessoal requer que o professor tome para si aresponsabilidade com a prpria formao, no contexto da instituio escolar (p.389).

    Mesmo com os professores tendo conscincia da necessidade e participando de

    cursos de capacitao na rea, percebemos que ainda assim o professor sente-se limitado e

    no totalmente seguro para lidar com as dificuldades dos alunos com dislexia, conforme

    revela a professora Bruna:

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    Como todo professor, independente de sua formao, sinto-me capacitada emreceber alunos dislxicos, porm ao mesmo tempo, sinto-me limitada em lidar comos mesmos, haja vista a falta de preparao prtica que o docente encontra para lidarcom tais dificuldades (Prof. Bruna).

    bem verdade que existe uma diferena entre a teoria e a prtica. A teoria

    importante para conduzir a prtica, porm s participar de encontros e cursos de capacitao

    no resulta em transformao prtica, visto que para proporcionar tal mudana no basta

    desenvolver uma atividade terica, preciso atuar praticamente.

    Temos que juntar teoria e prtica, pois como diz Rodrigues (2007) deve-se

    proporcionar ao professor um conjunto de experincias que lhes revelem novas perspectivas

    sobre o conhecimento, mas que tambm impliquem em situaes empricas que lhe permitamaplicar estes conhecimentos num contexto real. Ao atuar na prtica o professor tem a

    oportunidade de conhecer e definir o que fundamental e essencial para o processo de ensinar

    e aprender dos seus alunos.

    3.2. Estratgias pedaggicas utilizadas pelos professores em sala de aula.

    No existem frmulas elaboradas para trabalhar com alunos dislxicos. Assim, preciso mais tempo e mais ocasies para a troca de informaes sobre os alunos,

    planejamento de atividades e elaborao de instrumentos de avaliao especficos.

    Dessa forma podemos observar no questionrio que cada professor tem uma

    maneira de trabalhar com alunos dislxicos em sala de aula. A professora Bruna diz que as

    intervenes/prticas que ajudariam superar as dificuldades dos alunos com dificuldade de

    leitura e escrita poderiam ser:

    Propiciar aos mesmos variados recursos visuais, auditivos e sinestsicos j seja umincio, aliado a valorizao das habilidades dos mesmos. Alm disso, podemosestimular o prazer da leitura, tendo cuidado com a escolha do que apresentaremos

    para eles, tendo em vista que j despertem para o interesse em ir adentrando commais segurana nesse universo. Estimular a criatividade deles. Estimular aampliao de seus vocabulrios com palavras novas e respeitar o desenvolvimentodeles, estando sempre acompanhando-os de modo respeitoso e atencioso (Prof.Bruna).

    Diversificar a maneira de apresentar a matria muito interessante, pois

    proporciona criana a necessria informao para seu estmulo intelectual. Dentro da sala de

    aula o professor pode utilizar recursos estimulantes para que o aluno possa ver, sentir, ouvir e

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    manusear como jogos, cartazes, vdeos, msicas e etc. Caldeira & Cumiotto (2004) dizem que

    o dislxico:

    pode apresentar problemas para ler ou escrever, mas pode, porm, ter grandeshabilidades em outras reas como matemtica, msica, teatro, desenho, pintura,enfim, diversos campos do saber, no esquecendo ainda dos computadores e dainternet como grandes aliados nestes casos, j que possuem seus prprios corretoresortogrficos (p. 132-133).

    A valorizao das habilidades um requisito indispensvel para que o dislxico

    seja bem sucedido na vida. Estimular seus interesses pela msica, matemtica, artes, cincias

    ou outras atividades pode ajudar a criana dislxica a satisfazer suas necessidades intelectuais

    dando-lhe a oportunidade de descobrir e ter sucesso em diferentes reas.

    O respeito s capacidades e limites da criana e suas diferenas de aprendizagem

    fundamental para que a criana se sinta acolhida e confortvel em solicitar ajuda ou tirar

    dvidas, o interesse do professor pelo aluno como pessoa pode elevar sua autoestima fazendo

    com que ele acredite mais nele mesmo. Frank (2003, p.13) nos esclarece que medida que

    vamos descobrindo mais coisas sobre a dislexia, nossos mtodos para lidar com ela vo

    continuar melhorando.

    A professora Fernanda diz que as prticas pedaggicas que utiliza em sala de aula

    com alunos dislxicos so:

    Motivaes, valorizando os acertos, linguagem clara e objetiva, observar como elefaz anotaes do quadro e ajud-lo a se organizar. Atividades prticas (trabalhosvariados), experincias realizadas individualmente e em grupo.

    Valorizar os acertos sem dvida uma tima maneira de motivar o aluno

    dislxico a lutar pelo seu sucesso escolar. Ele precisa perceber na prtica que capaz e

    inteligente como os demais. Dessa forma, nunca se deve criticar quando um dislxico cometer

    um erro, deve-se sempre motiv-lo a acertar. Se criticado ele vai ter vergonha e no vai ter

    coragem para tentar novamente.

    Kauss (2007) diz que valorizar o que o dislxico gosta de fazer e faz bem feito, d

    importncia ao interesse e esforo do aluno atribuindo-lhe tarefas que possam faz-lo sentir-setil, iro motiv-lo a ter confiana em si prprio.

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    O papel do educador provocar no aluno o interesse por aprender. Se isso no

    acontece o aluno no se sentir motivado a desenvolver suas capacidades para vencer suas

    dificuldades especficas.

    Ianhez & Nico (2002) expem sugestes de como o professor pode ajudar a

    criana dislxica em sala de aula: no espere que uma criana com dificuldades de leitura

    obtenha toda informao por meio de textos, por isso use vrios materiais de apoio para

    apresentar a lio classe, como: lousa, projetores de slides, retro projetores, filmes

    educativos, demonstraes prticas e outros recursos multimdia; evite confuses, isto ,

    dando instrues orais e escritas ao mesmo tempo.

    Antunes (2009) diz que o professor tem que criar formas divertidas de a criana

    descobrir o mundo da leitura. Os professores podem apoiar o aluno dislxico usando as

    seguintes estratgias: o material de leitura deve estar ao nvel real da criana, no ao nvel que

    deveria estar; mostrar acriana que h coisas legais nos livros que esperam por ser lidos,

    leia para os alunos; os enunciados das atividades devem ser claros, curtos, com letras bem

    legveis e espaos adequados entre as palavras. Se necessrio dever ser feito instrues com

    informaes orais.

    Outras sugestes podem ser seguidas como, por exemplo, o trabalho em grupo

    possibilita ao aluno com dificuldade obter ajuda dos seus colegas de equipe; proporcionar

    alternativas fora da sala de aula para tarefas de leitura, como dramatizao, entrevistas e

    trabalho em campo, assim muda a rotina e torna a atividade mais atraente; realizar aulas de

    reviso que permitam o tempo adequado para perguntas e respostas, oferecer o aluno outra

    oportunidade para tirar dvidas.

    A melhor maneira para um aluno com dislexia aprender sem dvida em uma

    sala de aula do ensino regular com professores sensibilizados as suas dificuldades, Ianhez &

    Nico ressalta:

    O melhor ensino possvel para uma criana dislexia na sala de aula normal,juntamente com outras crianas e com um professor que compreenda seusproblemas e organize suas aulas de tal maneira que a ajuda/orientao externa(dentro da sala de aula) possa ser dada quando for preciso (2002, p.87).

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    A Lei 9.394/96, a de Diretrizes e Bases da Educao Nacional estabelece que: o

    dever do estado com a educao escolar pblica ser efetivado mediante a garantia de

    atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais,

    preferencialmente na rede regular de ensino" (Art. 4, LDB).

    Freitas (2011) diz que uma classe regular e heterognea pode favorecer um meio

    de estimular o aluno dislxico, e qualquer outro aluno, a desenvolver seu potencial atravs da

    variedade de informaes que a escola comum pode lhe oferecer.

    O aluno dislxico deve ser inserido no ensino regular, para que este se sinta uma

    criana normal, apesar de necessitar de um apoio especial por parte do professor.

    3.3. A avaliao do dislxico em sala de aula

    A avaliao um processo que faz parte da nossa vida, e na escola a avaliao se

    faz presente e necessrio. E nesse processo o professor deve usar de estratgias pedaggicas

    diferenciadas para avaliar o aluno com dislexia. Neste sentido a professora Fernanda afirma

    que:

    muito importante que se faa com os alunos dislxicos uma avaliao contnua(maior nmero de avaliaes e menor nmero de contedos). Quanto as atividadesescritas, retomar a leitura oralmente e verificar o que o dislxico escreveu (Prof.Fernanda).

    A Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB) diz no seu artigo 24,

    inciso V que:

    Va verificao do rendimento escolar observar os seguintes critrios:a) avaliao contnua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalncia dosaspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do perodosobre os de eventuais provas finais.

    A avaliao contnua uma tima forma de se avaliar o desempenho dos alunos

    dislxicos e no dislxicos, dar importncia aos aspectos qualitativos sobre os quantitativos,

    ter como ponto central a aprendizagem e no as notas que classificam os alunos em bons ou

    maus.

    Defendemos aqui uma prtica de avaliao diversificada e contnua, pois cada

    aluno se diferencia em seus caminhos para a aprendizagem, portanto se faz necessrio o

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    respeito individualidade de cada um. Lembramos que diversificar no simplesmente

    adotar vrios instrumentos aleatoriamente, a avaliao um campo terico e prtico que

    possui um carter metdico e pedaggico que atende a sua especialidade e intencionalidade

    (SILVA, 2006 p.15)

    Quando a professora Fernanda fala em maior nmero de avaliaes e menor nmero

    de contedos no contexto de uma avaliao contnua, ela quer dizer que no se deve acumular

    contedos para aplicar avaliaes, ao contrrio, avaliar continuamente estar avaliando de acordo com

    a progresso dos estudos, dando mais oportunidades aos alunos e evitando o acmulo de contedos a

    serem estudados.

    A Associao Nacional de Dislexia (2002) d dicas de como ajudar o aluno

    dislxico nas avaliaes em sala de aula: no devem ser aplicadas avaliaes que contenham

    exclusivamente textos, sobretudo textos longos; leia a prova em voz alta e, antes de inici-la

    verifique se os alunos entenderam o que foi perguntado e se compreenderam o que se espera

    que seja feito; destaque claramente os textos de suas respectivas questes; recorra a smbolos,

    sinais, grficos, desenhos que possam fazer referncia aos contedos trabalhados; d

    preferncia s avaliaes orais, atravs das quais, em tom de conversa para que o aluno tenha

    a oportunidade de dizer o que sabe sobre o assunto em questo; d mais tempo para realizar a

    prova.

    A professora Bruna expe sua opinio sobre a avaliao dos alunos com dislexia:

    H de se ter certos cuidados na avaliao especialmente para no separar osalunos, mas respeitar os limites de cada um. Entre eles necessrio personalizarsempre que possvel a avaliao dos mesmos, com desenhos, figuras, formas que

    substituam algumas palavras, mas que levem aos mesmos objetivos. Em caso dequestes semelhantes aos demais colegas, procurar ler em voz alta, garantindo que oaluno entendeu o que solicitado. Possibilitar ao mesmo que possa explicaroralmente o que no ficou claro para ele e respeitar o seu ritmo de compreenso.

    Concordamos com a professora Bruna que se deve ter o cuidado para no

    separar os alunos, pois, segundo Freitas (2011), segregar o aluno dislxico o limita a tal

    ponto que o aprisiona dentro do seu prprio contexto. Quando ela fala em personalizar

    sempre que possvel a avaliao encara-se o desafio de criar metodologias eficientes para

    acolher cada aluno, respeitando e entendendo sua individualidade.

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    Como podemos perceber, as professoras deixam claro que tem que se utilizar

    estratgias pedaggicas diferenciadas com alunos dislxicos. A professora Bruna deixa

    explcita a importncia das avaliaes orais como uma forma de ajudar o aluno dislxico a

    revelar seu conhecimento adquirido durante as aulas.

    O professor deve entender que as respostas orais dos alunos dislxicos indicam

    melhor suas habilidades do que seus trabalhos escritos. Nem sempre compreendido que a

    criana dislxica se esfora excessivamente na realizao de um trabalho, mas o resultado no

    reflete necessariamente seu empenho(IANHEZ & NICO, p. 75, 2002).

    Luca3 (2012) ressalta que s vezes a dificuldade que o dislxico tem para se

    expressar por escrito to grande que a realizao da prova oral a melhor opo tanto para o

    aluno como para o professor. Desta forma o dislxico se sai melhor e consegue passar mais

    detalhes sobre a pergunta realizada. Domiense (2011, p. 40) esclarece que:

    No momento das correes, busque valorizar o mximo a sua produo, e sepossvel converse com ele confirmando algumas respostas a respeito do que elequer dizer. Seja paciente e compreensivo, pois normal que ele leve mais tempo

    para concluir suas atividades.

    Concordamos com Ianhez & Nico (2002, p. 75) quando dizem que a nota da

    criana dislxica deve ser dada de acordo com seu conhecimento, e no de acordo com suas

    dificuldades e seus erros de ortografia.

    O reconhecimento das dificuldades da criana e um acompanhamento adequando

    permitiro que a criana acompanhe a classe, sem prejuzo do seu rendimento e evitaro

    prejudicar seu desenvolvimento emocional.

    Enfim, o dislxico tem uma dificuldade, no uma impossibilidade e ao receber um

    tratamento adequado pode no apenas superar essa dificuldade, mas at utiliz-la como

    melhoramento para se destacar pessoal, social e profissionalmente. (MARTINS, 2001).

    3 Maria Inez Ocan De Luca, Psicloga - Membro do CAE e CTAS - ABD (Centro de Avaliao eEncaminhamento e Centro de Triagem de Atendimento Social da Associao Brasileira de Dislexia.

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    CONSIDERAES FINAIS

    muito importante que a dislexia seja conhecida por alunos, pais e

    principalmente por educadores que podero identific-la em seus alunos em sala de aula, poisquanto mais cedo se identifica e inicia-se a interveno educacional, maior ser a eficcia no

    tratamento no decorrer dos anos, produzindo efeitos mais profundos sobre o desenvolvimento

    das crianas.

    O papel da famlia e da escola de suma importncia tanto na identificao

    precoce das dificuldades da criana quanto no tratamento.

    Em relao interveno nos casos de dificuldades de leitura, faz-se tambm

    necessrio, como no diagnstico, um acompanhamento multidisciplinar que desenvolva um

    trabalho especfico a cada problemtica, podendo incluir psiclogo, fonoaudilogo e

    pedagogo.

    parte imprescindvel do programa de interveno a orientao aos pais e

    professores. Um conhecimento mais aprofundado sobre as necessidades da criana resulta em

    programas de ensino mais condizentes com suas peculiaridades. Escola, profissionais

    envolvidos no caso e famlia devem estar integrados para favorecer o processo de

    aprendizagem da criana e minimizar seus dficits (SALLES, PARENTE & MACHADO,

    2004).

    Como vimos a dislexia no tem cura. No se trata de um problema que superado

    com o tempo, porm com o acompanhamento adequado algumas dificuldades podem ser

    superadas satisfatoriamente, outras podem permanecer, mas tambm pode-se ajudar as

    pessoas dislxicas a conviver com isso. A colaborao e compreenso dos pais e professores

    reduziro a ansiedade e a frustrao da criana e a tornar mais capaz de ter sucesso.

    A partir do que foi pesquisado, foi possvel percebermos que o professor no se

    sente totalmente capacitado para trabalhar com o aluno dislxico. Compreendemos, no

    entanto, os receios e inseguranas diante de tantas dvidas que cercam o trabalho docente uma

    vez que os professores se encontram no compromisso de tomar para si responsabilidades pela

    educao de crianas, cujas necessidades educacionais no lhe so totalmente conhecidas.

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    A formao em Psicopedagogia da professora Fernanda um ponto muito

    positivo, pois lhe proporciona conhecimentos na rea que possibilita desenvolver mtodos e

    estratgias de ensino/educao mais adaptados ao sujeito individual e tem como funo

    procurar as causas e tratar determinadas dificuldades de aprendizagem especficas. Desta

    forma a professora possui preparao especfica que pode contribuir para a superao das

    dificuldades dos alunos com dislexia.

    Com pouca experincia, a professora Aline ainda se sente um pouco insegura para

    lidar com as dificuldades do aluno com dislexia, porm ela sabe a importncia do seu papel

    como educadora e est sempre procurando superar as dificuldades buscando conhecimento na

    rea com leituras, ajuda de outros professores e quando possvel realizando cursos na rea da

    educao em geral.

    Apesar da professora Bruna nunca ter ensinado alunos com dislexia o seu tempo

    de formao e experincia como professora lhe permite ter um bom conhecimento sobre o

    assunto, porm no domina a prtica para lidar com tais dificuldades.

    No existem frmulas prontas para vencermos as dificuldades de aprendizagemdos nossos alunos, porm indispensvel que o educador planeje e avalie continuamente seu

    trabalho, mas acima de tudo ele deve ter conscincia do seu papel, da sua importncia como

    educador. Assim ele estar no caminho certo para descobrir suas prprias estratgias para

    vencer as dificuldades de aprendizagem de seus alunos.

    Certamente esse estudo no est terminado, abre caminho para futuras

    investigaes que pode expandir o alcance deste trabalho e dar continuidade s concluses dasanlises dos dados obtidos, as pesquisas podem continuar atravs de novas amostras

    envolvendo outros professores e at mesmo observaes em sala de aula; investigar o que o

    dislxico pensa e tem a dizer sobre a educao que recebe na escola e a atuao do

    Psicopedagogo escolar junto ao aluno dislxico so questes que pretendo investigar em um

    futuro prximo.

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    APNDICE

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    APNDICE

    Questionrio

    Nome:

    Srie que ensina:

    1. Qual sua formao acadmica?

    2. Quanto tempo de docncia?

    3. Faz cursos de capacitao para ajudar no ensino de alunos com Necessidade Especiais?

    4. O que a dislexia?

    5. Sente-se capacitado para receber alunos dislxicos?

    6. Como se sente ao receber alunos com dislexia em sua sala de aula?

    7. Consegue identificar a dislexia no aluno? Como?

    8. Quais so as principais dificuldades que o aluno dislxico apresenta na leitura e na escrita?

    9. Quais intervenes/prticas pedaggicas que utiliza para a melhoria das dificuldades dos

    alunos com dificuldade de leitura e escrita?

    10. Como se d a avaliao do dislxico? Existe alguma diferena entre a avaliao do aluno

    dislxico para o aluno no dislxico? Quais?

    11. Teve contanto com o tema Dislexia em sua formao acadmica de graduao? Em qual

    profundidade?