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VI SIMPÓSIO DO CURSO DE FORMAÇÃO DE DOCENTES – NORMAL EM NÍVEL MÉDIO A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL MARIO DA GRAÇA HORN 2012 CONTEÚDO Infâncias & Crianças..............................1 Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil..........................................2 Rotinas na Educação Infantil: a organização do trabalho pedagógico..............................7 Projetos na Educação Infantil....................16 Bibliografia........................................24
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Oct 03, 2015

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A ORGANIZAO DO TRABALHO PEDAGGICO NA EDUCAO INFANTIL

VI SIMPSIO DO CURSO DE FORMAO DE DOCENTES NORMAL EM NVEL MDIO

A ORGANIZAO DOTRABALHO PEDAGGICO NA EDUCAO INFANTIL

MARIO DA GRAA HORN [email protected] PAULO SERGIO FOCHI [email protected]

2012

CONTEDO Infncias & Crianas1 Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Infantil2 Rotinas na Educao Infantil: a organizao do trabalho pedaggico7 Projetos na Educao Infantil16 Bibliografia24

F o z d o I g u a u

Pgina1

INFNCIAS & CRIANAS

TPICOS APRESENTADOS

Todas as crianas possuem modos diferenciados, face aos adultos, de interpretao do mundo e de simbolizao do real. So esses modos que constituem as culturas da infncia. SARMENTO A cultura da infncia se constri e se explicita num espao que socialmente construdo As crianas precisam ser olhadas no apenas na sua aparente UNIDADE, mas tambm na sua DIVERSIDADE. As crianas no formam um conjunto social cujo principal atributo o de ser constitudo por indivduos pertencentes a uma certa fase da vida, mas tambm como conjunto social com atributos sociais que diferenciam os adultos Esse lugar das culturas continuamente re-elaborado pelas condies estruturais que definem as geraes em cada momento histrico concreto.Que imagem temos de criana?

Algumas imagens concentram-se no que as crianas so, no que elas tm e no que elas podem fazer, enquanto outras, infelizmente, concentram-se no que as crianas no so, no que elas no tm e no que elas no podem fazer. Algumas imagens focalizam mais as necessidades do que as capacidades e potencialidades. - RINALDI, 2002 Para pensarmos numa pedagogia no qual reflita que as coisas relativas s crianas e para as crianas somente so aprendidas atravs das prprias crianas - MALAGUZZI

DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAO INFANTIL - PARECER 20/2009 11/11/2009

As creches e pr-escolas se constituem, portanto, em estabelecimentos educacionais pblicos ou privados que educam e cuidam de crianas de zero a cinco anos de idade por meio de profissionais com a formao especfica legalmente determinada, a habilitao para o magistrio superior ou mdio, refutando assim funes de carter meramente assistencialista, embora mantenha a obrigao de assistir s necessidades bsicas de todas as crianas.

Estrutura das Diretrizes Curriculares

1. Objetivos

a) Estabelecer diretrizes a serem observadas na organizao, elaborao, planejamento, execuo e avaliao de propostas pedaggicas.b) Reunir princpios, fundamentos e procedimentos que orientem polticas pblicas.2. Definies

Educao Infantil

Primeira etapa da Educao Bsica.

Espaos institucionais no domsticos pblicos ou privados.

Educam e cuidam de crianas de 0 a 5 anos.

Perodo diurno jornal integral ou parcial. CrianasSujeito histrico e de direitos que, nas interaes, relaes e prticas cotidianas que vivencia, constri sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa experimenta, narra, questiona e constri sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.

Pgina2Currculo

Conjunto de prticas que buscam articular as experincias e os saberes das crianas com os conhecimentos que fazem parte do patrimnio

cultural, artstico, ambiental, cientfico e tecnolgico, de modo a promover o desenvolvimento integral de crianas de 0 a 5 anos de idade.3. Concepo da Educao Infantil

Matrcula e faixa etria Obrigatrio matricula de crianas que completam 4 ou 5 anos at 31 de maro do ano. Crianas que completarem 6 anos aps 31 de maro, devem ser matriculadas na EI. Vagas devem ser ofertadas prximo s residncias das crianas. Frequncia na EI no pr-requisito para o EF.Jornada Tempo parcial 4 horas Tempo integral 7 horas ou mais

4. Princpios

TICO

Da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e s diferentes culturas, identidades e singularidades.ESTTICO

Dos direitos de cidadania, do exerccio da criticidade e do respeito ordem democrtica.POLTICO

Da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de expresso nas diferentes manifestaes artsticas e culturais.5. Concepo de Proposta Pedaggica

Garantir o direito das crianas;

Assumir responsabilidade de compartilhar e complementar a educao e cuidado das crianas com as famlias; Pgina3Possibilitar relao entre crianas, entre crianas e adultos, e com o conhecimento; Igualdade de oportunidades a uma educao de qualidade;

Construir formas de subjetividade, ludicidade, sociabilidade, rompendo qualquer tipo de domnio (tnico-racial, gnero, regional, religioso)6. Objetivos da Proposta Pedaggica

Garantir criana acesso a processos de apropriao, renovao e articulao de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o direito proteo, sade, liberdade, confiana, ao respeito, dignidade, brincadeira, convivncia e interao com outras crianas.7. Organizao de Espao, Tempo e Materiais Entender O cuidado como algo indissocivel do processo educativo;

Aindivisibilidadedasdimensesexpressivo-motoras,afetivas, cognitivas, lingustica, tica, esttica e sociocultural da criana; A participao das famlias escuta, dilogo, respeito e valorizao das suas culturas; A relao com a comunidade numa dimenso de gesto democrtica;

Promoo de interaes entre crianas de mesma idade e de idade diferente; A organizao de espaos amplos, internos e externos, assim como as salas de referncias das turmas; A acessibilidade de espaos e materiais para todas as crianas, sejam elas com alguma necessidade especial ou no; Oconhecimentodascontribuiesdospovosindgenas, afrodescendentes, asiticos, europeus e de outros pases.8. Proposta Pedaggica e Diversidade

O reconhecimento, a valorizao, o respeito e a interao das crianas com as histrias e as culturas africanas, afro-brasileiras, bem como o combate ao racismo e discriminao;

Pgina4A dignidade da criana como pessoa humana e a proteo contra qualquer forma de violncia fsica ou simblica e negligncia no interior da instituio ou praticadas pela famlia, prevendo os encaminhamento de violao para instncias competentes.

9. Proposta Pedaggica e Crianas Indgenas

10. Proporcionar relao viva com os conhecimentos crenas, valores, concepes de mundo e as memrias de seu povo;E tambm:

Reafirmar identidade

Dar continuidade educao oferecida na famlia

Adequar calendrio

11. Proposta Pedaggica e as Infncias do Campo

Reconhecer os modos prprios de vida no campo como fundamentais para constituio da identidade das crianas moradoras em territrios rurais.12. Prticas Pedaggicas da Educao Infantil

BRINCADEIRAS - INTERAES

Conhecimento de si e do mundo.

Experimentem as distintas linguagens.

Experimentem as diversas modalidades da linguagem oral, produzindo e ouvindo distintas narrativas. Vivenciem prticas cotidianas matemticas.

Relaes entre pares e com outras crianas.

Ao autnoma.

Conhecimento de diferentes grupos e contextos culturais.

Incentivar a curiosidade pelo mundo social e natural.

Relao com distintas linguagens artsticas e tecnolgicas.

Promover ambiente de cuidados, de si, do outro, e do espao em que vive13. Avaliao

Pgina5Criar procedimentos para ACOMPANHAR O TRABALHO PEDAGGICO, sem objetivo de seleo, promoo ou classificao.14. Articulao com o ensino Fundamental

Pgina6Prever mecanismos para auxiliar na transio e articulao; No antecipar contedos;Respeitar as especificidades etrias.

No funo da Educao Infantil preparar para o Ensino Fundamental.

15. Implementao das Diretrizes pelo Ministrio da Educao

Textos elaborados por diversos especialistas foram elaborados para auxiliar nos estudos e na implementao das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao infantilEncontram-se disponveis na pgina do MEC.

16. O processo de Concepo e Elaborao das Diretrizes

O processo de elaborao iniciou em 2008, contando com profissionais, universidades e pesquisadores de distintos segmentos, estados e perspectivas.Dentre esses documentos, ressalta-se Prticas Cotidianas na Educao Infantil que serviu como base para elaborao para os Subsdios das Diretrizes.

LLINK PARA ACESSO

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12992:d iretrizes-para-a-educacao-basica&catid=323

ROTINAS NA EDUCAO INFANTIL: a organizao do trabalho pedaggico

TPICOS APRESENTADOS

O QUE PODE REPRESENTAR UMA SEMANA?

http://www.youtube.com/watch?v=DzEQteFCcQM

Ao pensarmos na rotina, podemos estar pensando em...

Tempo

Espao

Concepes pedaggicas

Organizao do professor

Organizao das crianas

Controle sobre as crianas

Conceito de criana e infncia

Conceito de escola

Autonomia

... ...

O QUE SO ROTINAS

As rotinas so produtos culturais criados, produzidos e reproduzidos no dia-a-dia, tendo como objetivo a organizao da cotidianeidade. BARBOSA, 2006 Concretizam uma concepo de educao e de cuidado.

Sintetizam o Projeto Poltico Pedaggico das instituies e

Apresentam as Concepes e a proposta de Ao Educativa dos Profissionais

Pgina7As rotinas so dispositivos espao-temporais. E podem - quando ativamente discutidas, elaboradas e criadas por todos os interlocutores envolvidos na sua execuo - facilitar a construo das categorias de tempo e espao

Nas escolas o dia to programado que impede as crianas de fazer, desabrochar e desenvolver suas competncias. No podem ento desenvolver-se como seres-sujeitos, agentes de seu futuro. H. MONTAGNER, 1993A grande flexibilidade do pensamento da criana e seu constante desejo de explorao requerem a organizao de contextos propcios de aprendizagem. A criatividade emerge das mltiplas experincias infantis, visto que ela no um dom, mas se desenvolve naturalmente se a criana tiver liberdade para explorar situaes com parceiros diversos. Oliveira,2002

ROTINAS E COTIDIANO

necessrio diferenciar a vida cotidiana, em sua complexidade e em sua amplitude, das rotinas, isto , uma forma de racionalizao ou de tecnologia constituda pelos seres humanos e pelas instituies para organizar e controlar a vida cotidiana. Pgina8O cotidiano muito mais abrangente e refere-se a um espao-tempo fundamental para a vida humana, pois nele que acontecem tanto as atividades repetitivas, rotineiras, triviais, como tambm o locus onde h a possibilidade de encontrar o inesperado, onde h margem para a inovao, onde se pode alcanar o extraordinrio do ordinrioREPETIO E INOVAO

As regularidades dos rituais, as repeties das rotinas presentes no cotidiano do o suporte necessrio para a criao do novo. A rotina, perturbada pelo inesperado ou pelo sonho, assim um tempo e espao tanto de tradio como de inovao.

ESTRANHANDO O FAMILIAR: PENSANDO NA ESTRUTURAO E ORGANIZAO DA ROTINA NA ESCOLA DE EDUCAO INFANTIL

DESDE A CHEGADA

Se o espao tem a intencionalidade de que crianas e adultos transitem livremente, tenham distintos materiais a disposio, e principalmente, um tempo que garanta a execuo de suas prprias atividades, possvel refletir sobre novas maneiras de organizar o grupo, e ao mesmo tempo, pensar sobre a formas como so proporcionados os encontros.Desde a chegada, as crianas:

Optam por espaos,

Optam por materiais,

Pgina9Optam por companheiros de trabalho, Ao mesmo tempo:

Gerenciam a sua prpria convivncia,

Iniciam e empreendem seus projetos,

Tem oportunidades de viver distintas experincias Neste sentido, as rotinas pressupem Aprendizagem numa perspectiva relacional: co-construo do conhecimento.

Uma imagem de criana ativa , protagonista e autnoma.

Do Espao / ambiente enquanto parceiros pedaggicos. Organizao do espao Favorea simultaneamente os sistemas perceptivos, motores, comunicao, cognitivos e emocionais Estimule a inter-relao com outras crianas

Ambiente que conte a histria do grupo

REA DE ENTRADA

Adentrar em uma rea iluminada, provida de cadeiras de espera ou conversa, alm de plantas, fotos, quadros bem colocados nas paredes, proporciona uma sensao muito diferente daquela de um corredor escuro com um banco estreito, avisos de proibies e equipamentos amontoados, ou ainda, com painis caindo, imagens estereotipadas.... - GOLDSCHMIED; JACKSON

Pgina10A rea de entrada constitui uma declarao pblica, por parte da creche, de seus valores e prioridades. GOLDSHMIED; JACKSON

Poder constituir esta entrada como um local de informaes, da amostragem dos percursos, um local de acolhimento e receptividade uma das formas de convidar a todos para participarem daquele lugar.Quaisquer que sejam as limitaes de um prdio, sempre h algo que pode ser feito para torn-lo mais confortvel e atrativo para os adultos e as crianas que nele passam longas horas do dia. GOLDSCHMIED; JACKSON, 2007, p. 33Sala referncia

ORGANIZAO DO AMBIENTE

Desafiador um pouco alm do que dominam

Que oferea experincias de exploraes, aventuras

Crie bem-estar, confiana, relacionamentos e aprendizagem

Mobilirio e equipamento mvel

Ambiente natural de fcil acesso e rico em elementos

Utilizar paredes, teto e cho

Construir cantos temticos e esconderijos

Parecido e diferente ao da casa

Pgina11Oportunizar o trabalho em pequenos grupos

Pgina12

ORGANIZAMOS O TEMPO, OS ESPAOS E OS MATERIAIS!

O encontro das crianas na escola amplo e sofisticado. Diz respeito a uma diversidade de primeiras experincias que produzem narrativas. Estas narrativas por sua vez, so fatores fundamentais para sua constituio humana.Um coleo satisfatria de objetos serve para responder s suas incessantes perguntas, j que facilita a escolha daquilo que mais interessa e favorece sua curiosidade por descobrir as qualidades e novidades das coisas. MAJEN, 2010 A forma como somos iniciados no mundo, consolida as marcas futuras do nosso percurso.

OS MATERIAIS

Pgina14Se por materiais queremos indicar tudo aquilo com o que se faz algo, que serve para produzir, para inventar, para construir, deveramos falar de tudo o que nos rodea, desde a gua at a terra, das pedras aos animais, do corpo s palavras... Incluindo as plantas e as nuvens. E portanto, os vestidos, os brinquedos, os livros... Porque tudo isso pode ser material para construir, nas mos de uma criana que vive em um ambiente onde inventar lcito e bem mais desejvel. O gesto, a vocalizao, a marca. Um dia a

Pgina15criana se da conta de que o movimenta da mo deixa um sinal. No prprio do movimento deixar um sinal e por isso fica fascinado. TONUCCI, 2008

PODEMOS CONCLUIR QUE...

A Rotina como categoria pedaggica

A Organizao do Ambiente

Os Usos do Tempo

A Seleo e os Usos dos Materiais

A Seleo e a Proposio das Atividades

A educao , tambm, onde decidimos se amamos nossas crianas o bastante para no expuls-las de nosso mundo e abandon-las a seus prprios recursos, e tampouco arrancar de suas mos a oportunidade de empreender alguma coisa nova e imprevista para ns, preparando-as em vez disso com antecedncia para a tarefa de renovar o mundo comum. Hannah Arendt

PROJETOS NA EDUCAO INFANTIL

Diego no conhecia o mar. O pai levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para O sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai alcanaram, enfim, aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava em frente de seus olhos. E foi tanta a imensido do mar, e tanto o seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo,gaguejando, pediu ao pai: - Me ajuda a olhar

Eduardo Galeano

TPICOS APRESENTADOS NOSSO ENCONTRO: Ajudar a olhar os PROJETOS como uma ferramenta que possibilita a PARTICIPAO das crianas, abrindo espao para que HIPTESES, DESCOBERTAS, INVESTIGAES e CONHECIMENTOS sejam produzidos numa parceria entre ADULTOS e CRIANAS. Contribuir para refletir o que a PEDAGOGIA DE PROJETOS diferencia-se das demais formas de trabalho, identificando os PRESSUPOSTOS BSICOS que compem este trabalho.

As crianas inventam, criam, observam, estabelecem relaes, criam cultura.

ENTO, COMO PROJETAR COM CRIANAS?

Compreender que os conhecimentos no so nicos, so plurais e no obedecem uma hierarquia; Subverter os currculos prescritivos, no qual desconsidera as histrias pessoais das crianas e adultos; Pgina16Trabalhar com a ideia do imprevisvel, ou seja, compreendendo que os temas dos projetos sero construdos e determinados pelos TEMPOS, ESPAOS e SUJEITOS em questo.

Pgina17(2012) Dentro deste pressuposto, os currculos centrados em datas comemorativas j no tem mais espao. Os currculos emergem do cotidiano e portanto, de crianas e adultos reais.

MUDANA DE COMPREENSO

CURRCULO NARRATIVO

A aprendizagem como algo ligado histria de vida entender que ela est situada em um contexto, e que tambm tem histria: dos indivduos, das instituies que oferecem oportunidades das, das comunidades e das situaes em que a aprendizagem informal se desenvolve. (GOODSON,2008)

Currculo como narrao

Talvez agora possamos modificar o currculo ao centrarmos o foco nas crianas e nas suas relaes, e conceb-lo como construo, articulao e produo cultural de conhecimentos plurais. O currculo emerge permeado pela vida, nos encontros entre as crianas, seus colegas e os adultos no mundoVer a aprendizagem como algo ligado histria de vida entender que ela est situada em um contexto, e que tambm tem histria tanto em termos de histrias de vida dos indivduos e histrias e trajetrias das instituies que oferecem oportunidades formais de aprendizagem, como de histrias de comunidades e situaes em que a aprendizagem informal se desenvolve. (GOODSON,2008)

Pgina18PLANEJAR O ATENDIMENTO DOS PRINCPIOS DO CURRCULO

Os Projetos oferecem s crianas oportunidades de desenvolver as habilidades previstas no currculo

Pgina19Antever o que as crianas podero aprender com a investigao

Criao de redes aonde se coloca o que poder ser aprendido

Para comparar

ORGANIZAR OS PROJETOS DE TRABALHO

PRINCPIOS DOS PROJETOS

Dewey

O pensamento tem origem em situaes-problemas;

Baseia-se na experincia;

Deve ter uma prova final. Kilpatrick Incorporao de algumas ideias ou habilidades;

Experimentar algo novo;

Pr em ordem alguma dificuldade intelectual;

Obter uma nova informao.

PROJETOS

Pgina20Envolve vasta gama de variveis ou de percursos: imprevisveis, imaginativos, criativos, ativos, inteligentes. Sempre acompanhados de uma grande flexibilidade de organizao;

Os projetos permitem autoria individual e coletiva, momentos de autonomia pessoal e de interdependncia do grupo, de cooperao com autoridade experiente e de liberdade, de interesse e esforo, isto saber lidar com a complexidade do fato educativo.

COMO SURGEM OS PROJETOS?

De repertrios ofertado para as crianas: espaos interativos e de criao de enredos, materiais desafiadores e diversificados, informaes diversas; Da interpretao do professor de situaes do cotidiano; Das diversas manifestaes das crianas;

Ou seja

DE ESTAR JUNTO COM AS CRIANAS

UM BOM PROJETO, DEVE TER CLARA UMA BOA PERGUNTA

Parte de uma situao problema, da realidade do grupo, isto , emerge de uma situao que envolva uma criana, um grupo, a professora e os pais/ou comunidade. Mantm uma perspectiva de trabalho globalizado ou seja, transdisciplinar;

DO TEMA, ENCONTRAMOS UMA BOA PERGUNTA, OU, VRIAS!

Como se constri uma casa? Como funciona um carro? Como se escreve uma carta? Quais so as regras do futebol? Por que existem os Pan-Americanos? Onde fica Atlntida? Como a gua chega na minha casa? Pra onde vai o sol quando chega a noite? Pgina21O que cabe na minha cabea?

PROJETO E PLANEJAMENTO

Para projetar preciso aprender a planejar. As crianas aos poucos vo aprendendo a manejar com as diferentes variveis que envolvem um planejamento de aprendizagem como: onde podemos encontrar certas informaes, como podemos registrar, como podemos aplicar um conhecimento novo, que os conhecimentos so provisrios e que as vias de informao so muitas.

PONTOS REFERENCIAIS QUE ESTRUTURAM E APONTAM O FIO CONDUTOR, O PLANEJAMENTO Pesquisar em diferentes fontes, buscar informaes distintas para problematizar junto com as crianas; Organizar as informaes junto com as crianas, de modo que as mesmas possam ter autonomia para interferir; Pgina22O trabalho com projetos no linear, portanto, possvel que durante o projeto inicial, novos subprojetos sejam iniciados, com a finalidade de qualificar o projeto maior; Registrar os percursos para poder utilizar como fonte de avaliao do prprio professor, assim como, das crianas.

ETAPAS DE UM PROJETO

Emergncia do Projeto: despertar o desejo de ao em resposta a interesses e necessidades expressas e analisadas pelo grupo;Escolha do Projeto: consenso, contrato, definio da situao-problema, meios, produto final, plano de trabalho;Realizao do Projeto: realizao dentro de um marco de viabilidade, escolha de situaes e atividades que respondam ou ampliem a situao-problema, reformulao e negociao;Avaliao do Projeto: a avaliao do processo, do produto, dos objetivos, do desenvolvimento de capacidades e a aquisio de novos conhecimentos. (Le Grain,1985)

RESPONDENDO PERGUNTAS...

Se as perguntas de um projeto esto evidentes para as crianas, garante que as mesmas possam participar. Se as perguntas so do professor sobre as crianas, a elas s cabe receber.

DEPOIS DA PERGUNTA, O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

A funo das atividades propostas e realizadas com as crianas, devem ser realizadas considerando a pergunta que norteia o desenvolvimento do projeto. No entanto, importante ter claro que novas perguntas surgem, e muitas vezes, responde-las poder ampliar e enriquecer o desenvolvimento do projeto.

AS ETAPAS DE UM PROJETO

Para comear um Projeto:

Situao-problema: Nome do projeto: (baseado na situao-problema) Justificativa: (O que levou a escolha desta situao-problema)

Pgina23A escrita, enquanto um exerccio para o professor, poder servir como um instrumento de avaliao sobre os percursos percorridos, desta forma, ao registrar um projeto,

Pgina24alm do aspecto da documentao da experincia educativa, tambm pode servir como uma ferramenta de formao.Durante o Projeto

Registrar de diferentes formas os percursos: fotos, amostragem das produes das crianas, anotaes de falas, anotaes de observaes realizadas, folders, objetos... Atividades: as atividades planejadas e ou, que acontecerem, deve ter em mente a pergunta principal do projeto. Novas perguntas = novas atividades = retorno da pergunta inicial. Trabalhar com projeto no um caminho reto, ziguezaguear.Ao final do Projeto

Concluir atravs de um produto final, seja ele, uma ao ou um artefato. Avaliar junto as crianas os percursos percorridos. Esquematizar e registrar o projeto com a finalidade de documentar a vida escolar, por isso, acrescentando bibliografias utilizadas, fotos, anotaes e amostragens. Compartilhar com os pais e a comunidade escolar os percursos e os resultados.

BIBLIOGRAFIA

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