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Seg Trab I Aula01

Mar 01, 2018

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Rapport Rodrigo
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    CURSO: TCNICO EM SEGURANA DO TRABALHO

    DISCIPLINA: SEGURANA DO TRABALHO I

    AUTORA: Cludia Rgia Gomes Tavares

    Aula 1 Introduo Segurana do Trabalho

    Voc ver por aqui ....

    ... a origem da segurana do trabalho e seu papel na preservao da sade e

    integridade fsica do trabalhador no seu ambiente de trabalho. Alm disso,

    trataremos tambm de como as idias de conscientizao sobre a segurana do

    trabalho e a valorizao da vida vm sendo construdas ao longo da histria, comoparte integrante do processo de desenvolvimento econmico.

    Objetivos

    Perceber a importncia do estudo da Segurana do Trabalho.

    Compreender os conceitos bsicos relativos disciplina.

    Para comeo de conversa...

    Caro aluno, esta a primeira aula da disciplina Segurana do Trabalho I.

    Nesta disciplina, vamos introduzir conceitos bsicos relacionados ao curso que voc

    escolheu para se profissionalizar. Nesse aspecto, para que voc possa comear a

    entender o que segurana do trabalho, observe a letra de uma msica bastante

    conhecida que exemplifica a consequncia da falta de segurana no trabalho.

    [...] E flutuou no ar como se fosse um pssaro

    E se acabou no cho feito um pacote flcido

    Agonizou no meio do passeio pblico

    Morreu na contramo atrapalhando o trfego [...]

    (Construo letra e msica de Chico Buarque de Holanda).

    A msica do compositor Chico Buarque (1971) narra a vida cotidiana de umtrabalhador da construo civil e o episdio em que sofre um acidente.

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    O autor considera sua msica como um simples jogo de palavras No passava de

    experincia formal, jogo de tijolos... (Status, 1973 entrevista a Judith Patarra)

    mas na poca em que foi gravada, retratava a situao de descaso em que viviam

    nossos trabalhadores da construo civil.

    Figura 1 Operrio, de Cndido PortinariFonte: .

    Acesso em: 10 jun. 2009.

    A revista on lineEvidncia, em sua edio 105, escreve:

    Arte ... vidncia: A arte como forma de retratar o sentimento de um povo em

    toda a sua essncia, com suas cores e traos nicos [...]

    Referindo-se ao pintor Cndido Portinari, brasileiro, como aquele que

    [...] Com o passar dos anos, a obra de Cndido transformou-se: deuma arte revolucionria surgiu uma obra preocupada socialmente

    com a condio brasileira, com a gente que forma esse pas rico emiservel, com a explorao do trabalho operrio, com a dor pelafalta do po de cada dia [...], [cuja afirmao est retratada na obraOperrio]. (EVIDNCIA, 2009, extrado da Internet, grifos nossos).

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    O cotidiano do trabalhador

    Analisando a distribuio das 24 horas de um dia, teremos 8 horas

    reservadas para o trabalho. As 16 horas restantes so utilizadas no ambiente da sua

    comunidade, onde 8 horas so para o descanso e as outras 8 horas para outras

    atividades, tais como lazer, estudo, necessidades bsicas, etc.

    O que podemos encontrar nesses dois tipos de ambientes?

    O ambiente ocupacional aquele em que o trabalhador exerce sua atividade

    laboral. Esse espao fsico preparado para receber o trabalhador nas maisdiversas atividades: fabricao de mveis, construo de edifcios, prestao de

    servios, extrao de minrio, dentre outras. Assim, nesses ambientes, podemos

    encontrar: ferramentas manuais (alicates, facas etc), mquinas (prensa hidrulica,

    serra circular etc); rudo intenso; fontes de calor e frio; produtos qumicos

    potencialmente txicos gases, poeiras, nvoas, etc.

    Figura 2- Ocupao do meio ambiente (Rio Niteri/RJ).Fonte: Cludia (2008).

    O ambiente da comunidade constitudo pelo meio ambiente que nos envolve

    e pelas modificaes impostas pelo ser humano. Essas mudanas, cujo objetivo

    satisfazer o homem, geram, dentre outras, situaes de risco populao. Podemos

    elencar a poluio das guas e do ar, a utilizao de agentes qumicos

    potencialmente txicos nos cosmticos, aditivos em alimentos agrotxicos e afins drogas, agentes de limpeza produtos qumicos, etc.

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    Desse modo, de responsabilidade do prprio homem e do poder pblico

    zelar pela segurana no ambiente da comunidade, procurando viver em harmonia

    com a natureza, construindo e exigindo edificaes seguras. No ambiente laboral,

    essa responsabilidade passa a ser do empregador. Ele prepara o ambiente para

    receber o trabalhador de forma a preservar sua sade e segurana no

    desenvolvimento das atividades.

    Atividade 1

    1. Antes de nos aprofundar nos fundamentos tericos da disciplina Segurana

    do Trabalho, faz-se necessrio captar o que cada um sabe a respeito desseconceito, ento, com os conhecimentos adquiridos na sua experincia de

    vida, responda:

    a) Para voc, o que segurana do trabalho?

    b) Cite uma ou duas situaes que presenciou ou de que tenha

    conhecimento, que ps/puseram em risco a vida de um

    trabalhador.

    Afinal, o que Segurana do Trabalho?

    Figura 3 -Trabalho porturio (Porto de Valparaiso/Chile)Fonte: Cludia (2008).

    A segurana do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas

    que so adotadas visando a minimizar os acidentes de trabalho, doenas

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    ocupacionais, bem como proteger a integridade fsica e a capacidade de trabalho do

    trabalhador.

    Como exemplo, podemos citar o trabalho realizado nos portos, onde o trnsito

    de carga e descarga de materiais exige planejamento nas vias de movimento de

    carga, seja ele efetuado por meio de cargas suspensas ou transporte virio, no

    sentido de se evitar os acidentes.

    Medidas preventivas tambm devem ser observadas no transporte e

    levantamento de cargas realizados por trabalhadores, objetivando evitar leses na

    coluna vertebral e dores musculares.

    Como podemos atingir a meta de sade e segurana no ambiente de trabalho?

    Para atingir esta meta necessrio que a engenharia, nas diversas reas, em

    conjunto com a medicina, possam agir.

    Dessa forma, a segurana do trabalho estuda diversas disciplinas como

    Introduo Segurana, Higiene e Medicina do Trabalho, Preveno e Controle de

    Riscos em Mquinas, Equipamentos e Instalaes, Psicologia na Engenharia de

    Segurana, Comunicao e Treinamento, Administrao aplicada Engenharia de

    Segurana, O Ambiente e as Doenas do Trabalho, Higiene do Trabalho,

    Metodologia de Pesquisa, Legislao, Normas Tcnicas, Responsabilidade Civil e

    Criminal, Percias, Proteo do Meio Ambiente, Ergonomia e Iluminao, Proteo

    contra Incndios e Exploses e Gerncia de Riscos.

    Como a segurana do trabalho atua no mbito da empresa?

    Figura 4 - Fbrica de chocolate (Mendoza/Argentina).Fonte: Cludia, 2008

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    Aparentemente, algumas atividades laborais parecem inofensivas, como o

    caso de uma fbrica de chocolates. Apesar do produto final ser apreciado em quase

    todo o mundo, o processo de fabricao requer cuidados com a segurana dos

    trabalhadores por meio da implantao de programas de sade e segurana atravs

    de uma equipe multidisciplinar composta por Tcnico de Segurana do Trabalho,

    Engenheiro de Segurana do Trabalho, Mdico do Trabalho e Enfermeiro do

    Trabalho. Estes profissionais formam o que chamamos de Servio Especializado em

    Engenharia de Segurana e Medicina do Trabalho (SESMT). Tambm os

    empregados da empresa contribuem para a promoo da sade e bem estar do

    trabalhador ao constiturem a Comisso Interna de Preveno de Acidentes (CIPA),

    composta por representantes do empregador e representantes dos empregados,que tem como objetivo a preveno de acidentes e doenas decorrentes do

    trabalho, de modo a tornar compatvel permanentemente o trabalho com a

    preservao da vida e a promoo da sade do trabalhador.

    O que Medicina do Trabalho?

    o ramo da Medicina que visa preservao da sade do trabalhador,melhorando as condies de sua atividade, bem como corrigindo as consequncias

    dela advindas que so prejudiciais ao homem. Ela atua no monitoramento da sade

    do trabalhador, desde a entrada na empresa com os exames admissionais, at o

    trmino de seu contrato de trabalho com os exames demissionais1e intervenes

    para melhorar a sade do trabalhador durante sua vida laboral.

    A quem cabe a responsabilidade pela Segurana do Trabalho?

    A responsabilidade pela segurana do trabalho tripartite: poder pblico,

    empregador e empregado. Assim, cabe ao poder pblico a criao e fiscalizao das

    normas e leis que versam sobre segurana e sade no trabalho, cabe ao

    empregador fazer cumprir essa legislao, podendo ser punido em caso de

    desrespeito s exigncias e cabe ao trabalhador cumprir as exigncias de sade e

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    segurana nos locais de trabalho, obedecendo s normas e leis especficas,

    contribuindo para a manuteno das condies de trabalho saudveis, uma vez que

    para ele que o ambiente adaptado.

    Atividade 2

    Definimos at agora o que segurana do trabalho, a forma como podemos

    atuar dentro da empresa e os atores envolvidos no esforo conjunto de preservar a

    vida e a sade do trabalhador. Dessa forma, considerando que a responsabilidade

    pela segurana dividida entre o empregador, o trabalhador e o poder pblico, em

    sua opinio, de que forma essa parceria poderia ser mais eficaz?

    At aqui, vimos o que segurana do trabalho e como podemos implant-la no

    ambiente de trabalho em benefcio do trabalhador. Como foi despertado esse

    interesse no ambiente de trabalho? Qual foi o marco da Segurana do Trabalho?

    Para responder a esses questionamentos, passaremos a descrever um pouco da

    Histria da Segurana do Trabalho ao longo do desenvolvimento da sociedade.

    Histrico

    As atividades laborativas nasceram com o homem. Pela sua capacidade de

    raciocnio e pelo seu instinto de se agrupar, o homem conseguiu, atravs da histria,

    avanos tecnolgicos que possibilitaram sua existncia no planeta. Partindo da

    atividade predatria (caa), evoluiu para a agricultura e o pastoreio, alcanou a fase

    do artesanato e atingiu a era industrial.

    Apesar do trabalho ter surgido com o primeiro homem, as relaes entretrabalho e doenas profissionais, bem como entre trabalho e acidentes s

    comearam a ser estudadas h cerca de 300 anos. Mesmo assim, esses estudos

    tratavam apenas de observaes individuais que no formavam um corpo comum.

    Contudo, tm-se notcias de que Aristteles 384-322 a.C. estudou as

    enfermidades dos trabalhadores nas minas e, principalmente, a forma de evit-las.

    Hipcrates 460-375 a.C. pai da Medicina, quatro sculos antes de Cristo,

    estudou a origem das doenas das quais eram vtimas os trabalhadores que

    exerciam suas atividades em minas de estanho.

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    Figura 5 Aristteles.Fonte: . Acesso em: 26 ago.

    2009.

    O marco da segurana e sade no trabalho!

    O marco da segurana do trabalho se deu em 1700, na Itlia, com a

    publicao da obra "De Morbis Artificium Diatriba- As Doenas dos Trabalhadores,

    de autoria do mdico Bernardino Ramazzini (1633-1714) que, por esse motivo,

    considerado o Pai da Medicina do Trabalho. Nessa obra, o autor descreve uma

    srie de doenas relacionadas a 50 profisses.

    Figura 6- Obra de Ramazzini.Fonte: . Acesso em: 26 ago. 2009.

    Com a inveno da mquina a vapor, nasce na Inglaterra a Revoluo

    Industrial (1760/1830). Assim, galpes, estbulos e velhos armazns eram

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    rapidamente transformados em fbricas, colocando-se no seu interior o maior

    nmero possvel de mquinas de fiao e tecelagem.

    Figura 7 Modelo de fbrica da Revoluo industrial.Fonte: . Acesso em: 26 ago.

    2009.

    Os ambientes improvisados destinados s fbricas mantinham em seu interior

    temperatura elevada, no tinham ventilao suficiente para a renovao do ar

    respirvel e a umidade era constante. As mquinas ofereciam constante risco de

    acidentes aos trabalhadores, uma vez que no foram desenvolvidas levando-se em

    considerao seu usurio.

    A improvisao das fbricas e a mo-de-obra constituda por homens,

    mulheres e crianas, sem qualquer processo seletivo quanto ao seu estado de

    sade e desenvolvimento fsico, culminaram em doenas e mortes. Diante dessa

    situao, reivindicaes trabalhistas foram feitas pelo povo, e os rgos

    governamentais tiveram que intervir para que as fbricas oferecessem um ambiente

    laboral mais digno.

    A evoluo da segurana do trabalho no mundo!

    Em 1802, o Parlamento Britnico aprovou a primeira lei de proteo dos

    trabalhadores: a "Lei de Sade e Moral dos Aprendizes" estabelecia o limite de 12

    horas de trabalho por dia, proibia o trabalho noturno, obrigava os empregadores a

    lavar as paredes das fbricas duas vezes por ano e tornava obrigatria a ventilao

    do ambiente (MIRANDA, 1998, p. 2).

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    Em 1830, o proprietrio de uma fbrica inglesa procurou Robert Baker,

    mdico ingls, pedindo-lhe conselho sobre a melhor forma de proteger a sade dos

    trabalhadores. Baker, conhecedor da obra de Ramazzini, aconselhou-o a contratar

    um mdico da localidade em que funcionava a fbrica para visitar diariamente o local

    de trabalho e estudar a possvel influncia das instalaes sobre a sade dos

    operrios, dessa forma, os operrios deveriam ser afastados de suas atividades

    profissionais to logo fossem notados que estas estivessem prejudicando a sade

    dos trabalhadores. Surgia, assim, o primeiro servio mdico industrial em todo o

    mundo. (Fonte: Nogueira, 1979, pg. 11)

    Figura 8 FbricaFonte:Word 2000.

    A produo fabril expe os trabalhadores a diferentes situaes de riscos, tais

    como estresse, fadiga, devido a perodos prolongados de trabalho, doenas

    respiratrias relativas qualidade do ar que se respira, assim como pode ser um

    ambiente propcio proliferao de doenas contagiosas. Nesse aspecto, esse foi o

    primeiro ambiente laboral a ser amparado por lei.

    Em 1833, foi baixado o Factory Act Lei das fbricas, que foi considerada

    como a primeira legislao realmente eficiente no campo da proteo ao

    trabalhador. Aplicava-se a todas as empresas txteis onde se usasse fora

    hidrulica ou a vapor; proibia o trabalho noturno aos menores de 18 anos e restringia

    as horas de trabalho destes a 12 horas por dia e 69 por semana; as fbricas

    precisavam ter escolas que deveriam ser freqentadas por todos os trabalhadores

    menores de 13 anos; a idade mnima para o trabalho era de 9 anos, e um mdico

    deveria atestar que o desenvolvimento fsico da criana correspondia a sua idade

    cronolgica (Fonte: Nogueira, 1979, pg. 11).

    Em 1919, aps a Primeira Guerra Mundial, na Conferncia da Paz, foi criadaa Organizao Internacional do Trabalho (OIT) fundamentada no princpio de que a

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    paz universal e permanente s pode basear-se na justia social, sendo a nica das

    Agncias do Sistema das Naes Unidas que tem estrutura tripartite, na qual os

    representantes dos empregadores e dos trabalhadores tm os mesmos direitos que

    os do governo.

    No Brasil, a OIT tem mantido representao desde 1950, com programas e

    atividades que tm refletido os objetivos da Organizao ao longo de sua histria.

    (Fonte: http://www.oitbrasil.org.br/inst/index.php)

    Atividade 3

    Sabemos que as reivindicaes e conquistas trabalhistas foram feitas s custas de

    muito suor e lgrimas. Para registro dessas conquistas, pesquise em livros, revistas,internet e outras fontes bibliogrficas as principais vitrias dos trabalhadores, no

    mundo, desde a Revoluo Industrial at os dias atuais. Elabore uma cronologia de

    acontecimentos e a sua importncia para a segurana do trabalho.

    A evoluo da Segurana do Trabalho no Brasil

    O Brasil possui uma legislao relativamente recente em matria de

    Segurana do Trabalho. At o incio do sculo XX, a economia era baseada no

    brao escravo e na agricultura, porm isso no significa dizer que, nessa poca, no

    havia acidentes decorrentes do trabalho.

    Somente aps a Primeira Guerra Mundial - 1919, resultante de tratados

    internacionais, como o Tratado de Versalhes, medidas legislativas foram cogitadas

    no pas, visando proteo dos trabalhadores, que comeavam a se concentrar nascidades.

    No Brasil, podemos fixar por volta de 1930 a nossa Revoluo Industrial e,

    embora tivssemos j a experincia de outros pases, em menor escala, bem

    verdade, atravessamos os mesmos obstculos, o que fez com que se falasse, em

    1970, que o Brasil era o campeo mundial de acidentes do trabalho.

    Em 1966, foi criada oficialmente a FUNDACENTRO cuja misso a produo

    e difuso de conhecimentos que contribuam para a promoo da segurana e sade

    dos trabalhadores, visando ao desenvolvimento sustentvel, com crescimento

    econmico, equidade social e proteo do meio ambiente.

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    Figura 9 -Sede da FUNDACENTRO ES.Fonte: . Acesso em: 26 ago. 2009.

    Embora o assunto fosse pintado com cores muito sombrias, podemos

    observar na tabela a seguir (Tabela 1 - Nmero de acidentes do trabalho ocorridos

    no perodo de 1971 a 1996) a crescente preocupao com a segurana do trabalho

    evidenciada pela diminuio gradativa do nmero de acidentados que s foi possvel

    devido o esforo conjunto de todos os envolvidos: trabalhadores, empresrios e

    governo.

    Tabela 1 - Nmero de acidentes do trabalho ocorridos no perodo de 1971 a 1996

    Anos Nmeros de Segurados Nmeros de acidentados Percentual1971 7.553.472 1.330.523 17,61 %1972 8.148.987 1.504.723 18,47 %1973 10.956.956 1.632.696 14,90 %1974 11.537.024 1.796.761 15,57 %1975 12.996.796 1.916.187 14,74 %1975 14.945.489 1.743.825 11,67 %1977 16.589.605 1.614.750 9,73 %1978 16.638.799 1.551.501 9,32 %1979 17.637.127 1.444.627 8,19 %1980 18.686.355 1.464.211 7,84 %

    1981 19.188.536 1.270.465 6,62 %1982 19.476.362 1.178.472 6,05 %1983 19.671.128 1.003.115 5,10 %1984 19.673.915 961.575 4,89 %1985 20.106.390 1.077.861 5,36 %1986 21.568.660 1.207.859 5,60 %1987 22.320.750 1.137.124 5,09 %1988 23.045.901 992.737 4,31 %1989 23.678.607 888.343 3,75 %1990 22.755.875 693.572 3,05 %1991 22.792.858 629.918 2,76 %

    1992 22.803.065 532.514 2,33 %1993 22.722.008 412.292 1,81 %1994 23.016.637 388.304 1,68 %

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    1995 23.614.200 424.137 1,79 %1996 24.311.448 395.455 1,62 %

    Dados do INSSFonte: . Acesso em: 26 ago.

    2009.

    Cronologia da Segurana do Trabalho no Brasil

    No Brasil, a evoluo da segurana do trabalho se deu de forma mais tardia

    do que na Europa, uma vez que a nossa revoluo industrial comeou por volta de

    1930. Nessa poca, o ento presidente do Brasil, Getlio Vargas, iniciou o processo

    de direitos trabalhistas individuais e coletivos com a criao da CLT, em 1943. A

    partir da, outras medidas foram realizadas em benefcio dos trabalhadores, como a

    criao da Lei 8213, em 1991, que regulamentou os Planos de Benefcios da

    Previdncia Social, incluindo os benefcios dos trabalhadores vtimas de acidentes

    de trabalho.

    Vejamos que fatos marcaram o desenvolvimento da segurana do trabalho no

    Brasil, onde podemos observar a crescente preocupao por parte do poder pblico

    em garantir melhores condies de sade e segurana no ambiente de trabalho:

    De 1919 a 1988

    1919 Criada a Lei de Acidentes do Trabalho, tornando compulsrio o seguro contra orisco profissional.1920 Em Tatuap/SP, surge o primeiro mdico de empresa.1923 Criao da Caixa de Aposentadorias e Penses para os empregados das empresasferrovirias, marco da Previdncia Social brasileira.1930 - Criao do Ministrio do Trabalho, Indstria e Comrcio, atual TEM.1933 Surgiram os Institutos de Aposentadorias e Penses (IAP), entidades de grandeporte, abrangendo os trabalhadores agrupados por ramos de atividades. Tais institutosforam o IAPTEC (para trabalhadores em transporte e cargas), IAPC (para os comercirios),

    IAPI (industririos), IAPB (bancrios), IAPM (martimos e porturios) e IPASE (servidorespblicos).1934 Criada no Ministrio do Trabalho a Inspetoria de Higiene e Segurana do Trabalhoque, ao longo dos anos, passou a Departamento de Segurana e Sade no Trabalho (DSST),em nvel federal, e Superintendncia Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), em nvelestadual.1943 Criada a Consolidao das Leis do Trabalho - CLT, que trata de segurana e sadedo trabalho no Ttulo II, Captulo V do Artigo 154 ao 201.1966 Unificao dos Institutos com a criao do Instituto Nacional de Previdncia Social INPS, atual Instituto Nacional do Seguro Social INSS.1966 Criao da Fundao Jorge Duprat Figueiredo de Segurana e Medicina do Trabalho FUNDACENTRO, que atua em pesquisa cientfica e tecnolgica relacionada segurana e

    sade dos trabalhadores.1972 a 1974 Programa Nacional de Valorizao do Trabalhador.1978 Criao das Normas Regulamentadoras Urbanas NRs (regulamentao da CLT, art.154 a 201).

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    1988 Promulgao da Constituio Federal (art. 7, inciso XXII) e criao das NormasRegulamentadoras Rurais NRR.

    Atividade 4

    Como sabemos, a FUNDACENTRO uma instituio responsvel por pesquisa na

    rea de segurana e sade do trabalho no Brasil. Para que voc possa conhec-la

    um pouco mais, visite o site: e descreva o que ela faz na

    rea de segurana do trabalho.

    Importncia da segurana do trabalho

    Vrios so os aspectos relacionados implantao de programas de segurana e

    sade do Trabalho no mbito da Empresa:

    a) Aspectos Sociais O nus pelo acidente do trabalho reflete-se em toda a

    nao; ela que paga, atravs da arrecadao de impostos, ao incapacitado

    ou famlia da vtima de um acidente fatal o seguro social a que tem direito.

    expressivo o nmero de brasileiros aposentados por invalidez, que ficam

    espera apenas do seu irrisrio salrio, quando poderiam estar produzindo e,consequentemente, contribuindo para o desenvolvimento do pas.

    Figura 10 - Aspecto SocialFonte: Word 2000.

    b) Aspectos Humanos Embora no se possa representar em nmeros, o

    aspecto humano o mais importante, pois no h dinheiro que pague o preo

    de uma vida, assim como no h indenizao que corresponda ao valor de

    uma mo, de um brao ou de qualquer parte do corpo mutilada em um

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    acidente. No d para mensurar o significado, para os familiares, de um

    indivduo que saiu para trabalhar e no voltou, vtima de um acidente do

    trabalho que poderia ter sido evitado. Outro fator no quantificvel so os

    traumas que um acidente acarreta para os companheiros do acidentado.

    Figura 11 FamliaFonte:.

    Acesso em: 26 ago. 2009.

    c) Aspectos Econmicos A queda na produo de uma empresa e da nao

    como um todo, decorrente de acidentes de trabalho, um aspecto que deve

    ser considerado, pois, alm do custo final dos produtos, o acidente acarreta

    gastos com atendimento mdico, transporte, remdios, indenizaes,

    penses, etc.

    Figura 12 - Aspectos econmicosFonte:Word 2000.

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    Caro aluno, nesta aula voc participou do incio da nossa jornada de

    conhecimentos com o nascimento da Segurana do Trabalho, uma conquista de

    trabalhadores, empregadores e governo, pois todos saem lucrando. Na prxima

    aula, voc conhecer as causas e fatores que levam aos acidentes de trabalho e

    como evit-los. At breve!

    Leituras complementares

    EDUCAREDE. Disponvel em:

    . Acesso em: 26 ago. 2009.Site relacionado ao sentido da atividade de trabalho.

    HISTRIA DO MUNDO. Histria da revoluo industrial. Disponvel em:

    . Acesso

    em: 26 ago. 2009.

    Site relacionado Revoluo Industrial para entender a sua repercusso no

    mundo do trabalho.

    BALBINOT, Camile. CLT: fundamentos ideolgico-polticos: fascista ou liberal-democrtica? 2007. Disponvel em:. Acesso em: 26 ago. 2009.

    Site relacionado ao contexto poltico da criao da CLT.

    MINISTRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Disponvel em:

    . Acesso em: 26 ago. 2009.

    Site do Ministrio do Trabalho, onde voc encontrar toda a legislao voltada

    para a segurana e sade do trabalhador.

    FUNDACENTRO. Disponvel em: . Acesso em: 26

    ago. 2009.

    Site da fundao Jorge Duprat de Segurana e Medicina do Trabalho. Nessa

    pgina, voc ver os estudos e pesquisas realizadas por essa instituio, assim

    como o referencial bibliogrfico venda e alguns disponveis para download.

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    AREASEG.COM. Disponvel em: . Acesso em: 26 ago.

    2009.

    Site voltado para os profissionais na rea de segurana onde podemos

    encontrar assuntos relacionados aos diversos contedos abordados no curso.

    Cndido PortinariFonte:. Acesso em: 26 ago.

    2009.

    Resumo

    Voc viu que passamos 1/3 de nossa vida no ambiente laboral, tempo que

    deve ser aproveitado de forma saudvel e segura, do mesmo modo como passamos

    os outros 2/3. Voc estudou que essa preocupao dever ser voltada para todas

    as situaes vivenciadas no dia-a-dia, por exemplo: quando atravessamos a rua,

    dirigimos uma bicicleta ou um automvel, devemos ter o cuidado de praticar essas

    aes e obedecer a todas as regras que nos alertam a fugir das situaes de perigo.

    Como trabalhador, alm de cumprir as normas de preveno de acidentes, voc

    deve tambm alertar o empregador para que as situaes de risco sejam reduzidas

    ou at mesmo eliminadas do ambiente laboral. Assim, como cidados e

    trabalhadores, estamos contribuindo para a reduo dos impostos, diminuio do

    nmero de acidentes, valorizao do investimento realizado pelo governo ao educar

    o cidado para o mundo do trabalho. Contribuimos conosco, como trabalhadores, ecom nossa famlia pela preservao da vida.

    Autoavaliao

    1. Em relao Segurana do Trabalho, podemos afirmar:

    (a) o ramo da Medicina que visa preservao da sade do trabalhador,melhorando as condies de sua atividade, bem como corrigindo as

    consequncias delas advindas que so prejudiciais ao homem.(b) de nica e exclusiva responsabilidade do poder pblico.(c) Sua evoluo deve-se principalmente classe trabalhadora.

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    (d) a cincia que tem como objetivo estudar os meios que permitem eliminar ou,pelo menos, diminuir os acidentes do trabalho.

    (e) Caracteriza-se pelos altos ndices de acidentes de trabalho e doenasocupacionais.

    2. Em relao aos programas e servios de higiene e segurana do trabalho dentro

    da empresa, podemos afirmar:

    (a) A CIPA composta somente por representantes dos empregados.(b) O SESMT composto somente por profissionais da rea de sade do trabalho.(c) O controle mdico de sade do trabalhador no de responsabilidade da

    empresa.(d) A preveno de acidentes de responsabilidade exclusiva do Governo Federal.(e) A CIPA e o SESMT, quando houver, devem atuar em parceria.

    3. So fatores internos relativos ao desenvolvimento do ordenamento jurdico

    trabalhista em nosso pas:

    ( ) Tratado de Versalhes, com a criao da OIT, em 1919.( ) Revoluo Industrial.( ) Poltica trabalhista de Getlio Vargas.( ) Surto industrial, aps a 2 guerra: 1945.( ) Criao da Constituio Federal.

    4. Para se compreender a real importncia da Segurana do Trabalho, necessrioque se faa uma abordagem segundo vrios aspectos, dentre os quais podemos

    destacar como aspecto econmico:

    ( ) No h indenizao que corresponda ao valor de uma mo, de um brao ou dequalquer parte do corpo mutilada em um acidente.

    ( ) A sociedade paga o nus pelo acidente do trabalho.( ) Diminuio da contribuio no desenvolvimento do pas.( ) Traumas que um acidente acarreta para os companheiros do acidentado.( ) A queda na produo de uma empresa e da nao como um todo.

    5. So aspectos positivos em relao segurana do trabalho:

    a) Diminuio dos acidentes de trnsito no caminho de casa para o trabalho e dotrabalho para casa.

    b) Aumento do nmero de beneficirios da previdncia social.c) Aumento da qualidade de vida do trabalhador.d) Aumento dos impostos a serem pagos em nvel Federal, Estadual e Municipal.e) Diminuio da oferta de trabalho e emprego.

    6) Baseado (a) nos assuntos estudados nesta aula, responda ao que se pede:

    a. O que Segurana do Trabalho?

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    HISTRICO da nossa segurana do trabalho. Disponvel em:. Acesso em: 26 ago.2009.

    MIRANDA, Carlos Roberto. Introduo sade no trabalho. So Paulo: Ed.Atheneu, 1998.

    NOGUEIRA, Diogo Pupo. Introduo Segurana, Higiene e Medicina do Trabalho -Histrico. In: Curso de Engenharia do Trabalho. So Paulo: FUNDACENTRO,1979, Vol.1.

    SAAD, Eduardo Gabriel (Org.). Introduo segurana do trabalho: textosbsicos para estudantes de engenharia. So Paulo: FUNDACENTRO, 1981.

    TORREIRA, Ral Peragallo. Manual de segurana industrial. So Paulo: Margus,1999.

    VIASEG. Prev.Acidentes: STJ decide que empregador responsvel. 2007.Disponvel em: . Acesso em: 26ago. 2009.