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COORDENAÇÃO DE FISIOTERAPIA Estagio Supervisionado de Fisioterapia Neurológica Adulto e Pediátrico APAE– Ciclo: C Supervisora: Kamila Renovato Paula Almeida Müller Turma: Fs7p32 RELATÓRIO DE ESTÁGIO
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Relatorio neurologia apae (salvo automaticamente)

Jun 19, 2015

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Paula Müller

Relatório de Estágio
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Page 1: Relatorio neurologia apae (salvo automaticamente)

COORDENAÇÃO DE FISIOTERAPIA

Estagio Supervisionado de Fisioterapia Neurológica Adulto e Pediátrico APAE– Ciclo: C

Supervisora: Kamila Renovato

Paula Almeida Müller

Turma: Fs7p32

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Palmas/TO

2013

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PAULA ALMEIDA MÜLLER

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Estagio Supervisionado de Fisioterapia Neurológica Adulto e Pediátrico APAE

Supervisora: Kamila Renovato

Relatório de estágio apresentado ao Curso Fisioterapia do Instituto de Ensino e Pesquisa Objetivo de Palmas, como exigência para a obtenção de nota para Aprovação na disciplina de Estágio Supervisionado em Neurologia Adulto e Pediátrico no 7° período.

Palmas/TO

2013

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................4

2. APRESENTAÇÃO DO SETOR: ESTRUTURA E AMBIENTAÇÃO........................7

3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS.......................................................8

3.1. ANAMNESE................................................................................................................8

3.2 APLICAÇÃO DA TÉCNICA...........................................................................................9

3.3 FINALIZAÇÃO..............................................................................................................12

4. RELATO DE CASO........................................................................................................13

4.1. Paciente 1...................................................................................................................13

4.2. Paciente 2...................................................................................................................16

5. CONCLUSÃO..................................................................................................................19

6. REFERENCIAS...............................................................................................................20

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1. INTRODUÇÃO

A Fisioterapia segundo o Conselho Federal de Fisioterapia, é a ciência da Saúde que

estuda, previne e trata os distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas

do corpo humano, gerados por alterações genéticas, por traumas e por doenças adquiridas.

Fundamenta suas ações em mecanismos terapêuticos próprios, sistematizados pelos estudos

da biologia, das ciências morfológicas, das ciências fisiológicas, das patologias, da

bioquímica, da biofísica, da biomecânica, da cinesia, da sinergia funcional e da cinesia

patológica de órgãos e sistemas do corpo humano e as disciplinas comportamentais e sociais.

De acordo com o MEC- Ministério da Educação e Cultura, a faculdade de Fisioterapia

forma um profissional capaz de atuar na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da

saúde do indivíduo e da comunidade. Trabalha com disfunções orgânicas causadas por

diversos fatores, como acidentes, malformações, vícios posturais, distúrbios neurológicos,

cardíacos, pulmonares, entre outros. As disciplinas preparam o profissional para trabalhar

desde a elaboração do diagnóstico físico e funcional até a escolha e a execução dos

procedimentos fisioterapêuticos pertinentes a cada situação, com o objetivo de melhorar a

qualidade de vida do paciente ao reintegrá-lo às atividades de vida diária.

A legislação determina que 20% da carga horária da graduação em fisioterapia seja

dedicada a estágios. O aluno é obrigado a fazer estágio em todas as áreas da fisioterapia

independentemente de sua preferência ou escolha profissional (MINISTERIO DA

EDUCAÇÃO E CULTURA).

O estágio é fundamental no processo de formação do aluno. Possibilita ao estudante

expor o aprendizado adquirido durante o período de curso, podendo assim integrar as

disciplinas que compõem o currículo acadêmico, dando-lhes unidade estrutural e testando lhes

o nível de conhecimento e o grau de entendimento. Por meio dele o estudante pode perceber

as diferenças do mundo escolar e exercitar sua adaptação, funciona como uma janela do

futuro através do qual podemos intervir sobre como se podem aplicar de forma coerente as

técnicas proposta pela grade curricular do curso. Deve ser uma passagem natural do saber

sobre para o saber, deve servir como um momento de validação do aprendizado teórico e

prático em confronto com a realidade (PIMENTA; LIMA, 2009).

O estágio é a oportunidade que todo estudante tem de vivenciar na prática aquilo que

está aprendendo na teoria. Tem a propriedade de estimular sua visão crítica para o

compreender e o fazer, e requerer sua criatividade e prontidão para a tomada de decisões,

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favorecendo a leitura da realidade de trabalho e permitindo sua identificação com as

atividades que se propõe a desenvolver quando já profissional (CONSELHO REGIONAL DE

NUTRICIONISTAS).

Um dos estágios supervisionados em Fisioterapia é o de Neurologia, que pode ser

dividido em duas grandes áreas: adulto e infantil.

Algumas das patologias abordadas na fisioterapia neurológica são: Traumatismos

Cranianos (TCE), Acidente Vascular Encefálico (AVE), Traumas Raqui-Medulares (TRM),

Encefalopatia Crônica Não Progressiva da Infância (ECNPI), Pacientes com Lesão em Plexo

Braquial, Pacientes portadores de Paralisias Faciais, Distrofias musculares, Síndrome de

Down, Deficiência Mental, Hidrocefalia, Autismo, dentre outras.

A Fisioterapia Neurofuncional, como é chamada nos dias de hoje, é bastante difundida

em nosso meio e surgiu no fim da década de 40 com alguns pesquisadores como Rood, Kabat

e Knott, Brunnstrom e Bobath. Antigamente, baseava-se apenas em informações empíricas e

experiências clínicas. Entretanto, atua hoje com base nos conceitos neurofisiológicos obtidos

após condutas bem sucedidas, pesquisas intensas e árduo trabalho, direcionando-se o

tratamento para a recuperação funcional mais rápida possível para o paciente seja ele

pediátrico, adulto ou geriátrico (FELICIO et al, 2005).

No Brasil, por muito tempo, pacientes neurológicos eram tratados com técnicas de

cinesioterapia tradicional ou eram tratados em grandes ginásios através de mecanoterapia da

mesma forma que os pacientes ortopédicos. Esta abordagem foi também muito empregada em

pacientes com lesão neurológica periférica, como as crianças portadoras de poliomielite

(FELICIO et al, 2005).

Hoje, com as modernas técnicas e com o aprimoramento constante dos profissionais

com cursos de aperfeiçoamento, essa área da fisioterapia obtém grandes resultados. A

fisioterapia neurofuncional também compartilha desse aprimoramento e pode minimizar as

deficiências advindas das doenças que acometem o sistema nervoso como: Paralisia Cerebral,

Esclerose Múltipla, Acidente Vascular Encefálico (derrame cerebral) dentre outras (STOKES,

2000).

Ainda conforme Stokes (2000), a reabilitação tem como intuito restaurar a identidade

pessoal e social dos pacientes que sofreram lesões no córtex, tronco cerebral, medula

espinhal, nervo periférico, junção neuromuscular e no músculo, buscando o bem estar físico e

emocional do indivíduo.

O tratamento é globalizado e tem como objetivos principais: Prevenir deformidades,

orientar a família e o paciente seja ele adulto ou criança, normalizar o tônus postural,

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melhorar habilidades cognitivas e de memória, reintegrar o paciente a sociedade, diminuir

padrões patológicos, prevenir instalação de doenças pulmonares ou qualquer outra

intercorrência, manter ou aumentar a amplitude de movimento, reduzir a espasticidade,

estimular as atividades de vida diária, a alimentação, o retreinamento da bexiga e intestinos, a

exploração vocacional e de lazer; otimizar a qualidade de vida do paciente (Stokes, 2000).

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2. APRESENTAÇÃO DO SETOR: ESTRUTURA E AMBIENTAÇÃO

O estagio está sendo realizado na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais –

APAE de Palmas-TO, Quadra 706 Sul AL 14 Arse 72 CEP:77022348. Onde disponibilizava

para os atendimentos de Fisioterapia uma sala exclusiva com diversos recursos para

tratamento.

Para os atendimentos contamos com alguns materiais como: andadores, barras, bolas,

cunhas, caneleiras com pesos diferentes, brinquedos, stand table, bolas suíças com diversas

cores e tamanhos, bolas feijão de diversos tamanhos e cores, espaldar, bambolês, prancha de

equilíbrio, disco proprioceptivo, quatro tablados, barras paralelas, cama elástica, rolos de

diversos tamanhos, quatro carteiras, uma mesa com cadeira para professora. O ambiente da

sala é climatizado e amplo, e ainda podemos contar com uma academia ao ar livre na parte de

fora da sala de atendimento.

Na sala de Enfermagem é onde ficam arquivados todos os prontuários dos pacientes

que recebem atendimento na instituição.

A localidade está bem distribuída com cantina, coordenação, direção, secretaria,

banheiros para os alunos separados dos professores e visitantes, parquinho, um pequeno

jardim com uma pracinha, estacionamento, brinquedoteca, salas ambientadas de diversos

temas.

A instituição conta com diversas salas para o atendimento dos alunos: fisioterapia,

terapia ocupacional, psicologia, enfermagem, assistência social, odontologia e fonoaudiologia.

Todas bem equipadas para o atendimento dos alunos da instituição. Existe um trabalho bem

diversificado com uma equipe multidisciplinar trabalhando em conjunto.

Para um melhor desempenho dos alunos, a instituição oferece oficinas de diversas

modalidades, artesanato, carpintaria, dança, entre outras, e cada uma com sua sala separada e

bem estruturada com o material necessário para sua prática. Visando um melhor desempenho

e interação social entre todos, além de melhorar sua coordenação motora, o emocional, entre

outros aspectos.

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3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS

O estagio na APAE ocorrerá no período de 14 de outubro à 13 de dezembro de 2013,

com supervisão da professora Kamila Renovato e auxilio da professora Cirlei Bezerra Silva.

O grupo de estágio é formado por alunos do 7° e 8° períodos do curso de Fisioterapia da

Instituição de Ensino e Pesquisa Objetivo – IEPO. Os atendimentos são realizados das 14:00

às 18:00 h, sendo esse tempo subdividido em cinco atendimentos por dia de segunda à quinta.

Nos dias de sexta-feira, ocorrem os encontros com a Professora Cirlei na faculdade para

realizarmos as aulas teóricas.

3.1. ANAMNESE

A anamnese é definida como a primeira fase de um processo, na qual a coleta destes

dados permite ao profissional de saúde identificar problemas, determinar diagnósticos,

planejar e implementar a sua assistência (VEIGA et al, 2011).

A ficha de avaliação do estagio em Neurologia na APAE pode variar se o paciente for

adulto (até 17 anos) ou infantil (menos de 17 anos).

A ficha infantil é composta por dados pessoais (nome, idade, nome do responsável,

data de nascimento), dados clínicos (diagnóstico fisioterapêutico), tratamentos anteriores ( já

realizou tratamento fisioterapêutico antes?, qual o método utilizado, quanto tempo?, observou

evolução?, realizou algum outro tratamento?, cirugias?, enfermidades na 1° infância e mais

recentes, medicação utilizada), exame físicos continham os seguintes itens: Sinais vitais (FC,

FR, PA), respiração (ausculta: murmúrio vesicular, ruídos adventícios, respiração adotada),

trofismo muscular, tônus, reflexos presentes (moro, fuga à asfxia, preensão palmar, preensão

plantar, defesa plantar, gallant, reptação, fixação ocular, cutâneo plantar, extensão cruzada,

sucção, tônico cervical assimétrico, tônico cervical simétrico, marcha automática, busca,

conexão mão-boca, defesa óculo-palpebral, olhos de boneca japonesa, tônico labiríntico),

reações presentes (cervical de retificação, corporal de retificação, positiva de apoio, negativa

de apoio, colocação palmar, colocação plantar, anfíbio, mordida, Landau, labiríntica de

retificação), respostas direcionadas (olha para quem observa?, fixa e acompanha objetos com

olhar?, emite sons?, emprega pelo menos uma palavra com sentido?, esboça sustento

cefálico?, movimentos involuntários espontâneos?, compreende comandos verbais?, diz seu

próprio nome?, reconhece as cores?, escreve?), cognitivo (atitude mental:

orientado/cooperante/não cooperante/alerta/disperso/agitado, fáscies, linguagem: com

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alteração/sem alteração), sinais especiais (canivete, roda denteada), clônus, espasmos,

encurtamentos (pssoas, ísquiotibiais, panturrilha, adutores, abdutores, peitoral, bíceps,

tríceps), deformidades, algia, movimentos involuntários (atetose, coréia, tremor, tremor de

repouso, opistótomo, dimetria, ataxia, disdiadocosinesia, nistagmo, distonia, hemibalismo,

bradicinesia), equilíbrio (sentado, gatas, ajoelhado, semi-ajoelhado, posição ortostática

simples, posição ortostática sensibilizado), coordenação (motricidade fina, motricidade

grossa), mudança de postura, padrão adotado, marcha, se possui controle esfincteriano

(vesical, retal), avaliação postural, analisar a independência das atividades de vida diária.

A ficha de avaliação fisioterapêutica neurológica adulto é composta por dados

pessoais (nome, idade, diagnostico clinico, data de nascimento), dados clínicos (diagnostico

fisioterapêutico), exame físico (sinais vitais: FC, FR, PA) respiração (auscuta MV, ruídos

adventícios, respiração adotada), trofismo muscular, tônus, clônus, espasmos, retrações dos

grupos musculares: psoas, ísquios tibiais, panturrilha, adutores, abdutores, peitoral, bíceps e

tríceps, deformidades e contraturas? Algia? Edema? Reflexos superficiais (cutâneo plantar,

bicipital, tricipital, estilo radial, patelar e aquileu), movimentos involuntários (atetose, coréia,

tremor, tremor de repouso), sensibilidade (tátil, térmica, dolorosa, proprioceptiva, barestesia,

barognosia, esterognosia, grafestesia), percepção (esquema corporal, lateralidade, consciência

do lado hemiplégico, percepção de profundidade), escaras de decúbito (sim? Não?

Localização), equilíbrio posição (sentado, gatas, ajoelhado, semi-ajoelhado, posição

ortostática simples, posição ortostática sensibilizado), coordenação (index-nariz, index-

terapeuta, index-index, calcanhar-joelho), mudança de decúbito (DD/DLE, DLE/DV,

DV/DLD, DLD/DD, DD/DLD, DLD/DV, DV/DLE, DLE/DD), mudança de postura,

(DD/sentado, sentado/PO, PO/sentado, sentado/gatas, gatas/ajoelhado, ajoelhado/semi-

ajoelhado, semi-ajoelhado/PO, puppy/gatas, gatas/semi-ajoelhado, sentado/DD), marcha

(descrever/ ceifante, claudicante, cerebelar, tesoura, petit pass, saudação), esfincteriana

(vesical, retal), fala (afasia, disartria, normal, outras alterações), face, avaliação topográfica

(descrever o padrão instalado) A.V.D e teste de força muscular.

3.2 APLICAÇÃO DA TÉCNICA

A aplicação da técnica segue o protocolo de atender a necessidade de cada paciente,

buscando minimizar as sequelas de cada caso e lhes proporcionar melhora na qualidade de

vida melhorando a marcha, o sistema musculoesquelético, cardiorrespiratório, a

propriocepção, o cognitivo, o social e o que mais o paciente necessite.

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Cada atendimento se inicia com impressão geral do paciente, aferição de dados vitais,

e questionamentos quanto a algum desconforto e como passou desde o ultimo dia de

atendimento.

Os dados vitais aferidos em pacientes infantis era a Temperatura Corpórea (T° C),

Frequência Cardíaca (FC bpm) e Frequência Respiratória (FR irpm), e dos pacientes adultos

são verificados a Pressão Arterial (PA mmhg), Frequência Respiratória (FR irpm) e a

Frequência Cardíaca (FC bpm).

Nos atendimentos são utilizadas diversas técnicas e recursos para conseguir

proporcionar uma melhora do estado do paciente.

As técnicas de reeducação proprioceptiva são definidas como um conjunto de meios

que ajudam a efetuar um trabalho do sistema neuromuscular, isto é, um movimento graças à

estimulação dos proprioceptores (XHARDEZ, 2001).

O método de S. Brunnström é um método de reeducação neurológica que utiliza os

reflexos e os estímulos neuromusculares com o objetivo de explorar as possibilidades

sensitivo-motoras dos hemiplégicos, dos traumatizados cranianos, da esclerose em placas, ou

dos pacientes que apresentam síndrome piramidal (XHARDEZ, 2001).

Para Adler, Beckers e Buck (2007) a facilitação neuromuscular proprioceptiva (PNF) é

uma filosofia e um método de tratamento. Originalmente esse método foi utilizado no

tratamento de pacientes com poliomielite. Com o tempo, e por meio das experiências, ficou

evidente que o enfoque terapêutico era eficaz para diversas patologias. Toda a habilidade de

que o paciente precisa para adquirir sua independência pode ser ensinada utilizando o enfoque

terapêutico da facilitação neuromuscular proprioceptiva. O direcionamento fornecido pelos

contatos manuais e pela resistência ajuda o paciente a desenvolver formas efetivas de executar

estas atividades.

Os procedimentos básicos da utilização da técnica de FNP fornecem ao terapeuta as

ferramentas necessárias para ajustar seus pacientes a atingir uma função motora eficiente são

elas: a utilização da resistência promovendo um melhor controle muscular, a força refinando a

ação motora, irradiação e reforço gerando propagação do estímulo, contato manual guiando a

execução do movimento, biomecânica controlando a movimentação ou estabilização,

comando verbal, direcionando o paciente, visão orientando o movimento, tração e

aproximação de estruturas, estiramento ou alongamento, sincronia dos movimentos e padrões

de movimentação sinérgica em massa. Necessariamente essa eficiência não depende da

colaboração do paciente. Utiliza três planos para o tratamento: sagital, frontal e transversal, ou

de rotação (NETO; MEJIA, 2009).

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O tratamento neuro Evolutivo Bobath, é uma técnica ensinada no mundo inteiro, é

sobretudo empregada com crianças. O fisioterapeuta ajuda o paciente a controlar seus

próprios movimentos, visando transmitir o controle gradativamente através do uso de

diferentes pontos chaves de controle (XHARDEZ, 2001).

Para Xhardez (2001), a técnica Bobath prioriza a melhora da capacidade funcional da

criança, isto é, independência cada vez maior na sua rotina de vida diária. A terapia é

especializada no tratamento de distúrbios de função, movimento e controle postural, os quais

foram causados por uma lesão no Sistema Nervoso Central. O objetivo do tratamento é obter

mudanças no tônus postural e padrões de movimentos, para possibilitar torná-los mais úteis e

eficientes, através da prática e do aprendizado. As sessões visam: Ajuste postural em resposta

as modificações do ambiente e as mudanças no corpo durante atividades funcionais; Motivar

orientação de tarefas e funções; Participação ativa na resolução de problemas sobre o

movimento, ao invés de um recepções passivas com movimentos impostos.

O alongamento é um termo usado para descrever qualquer manobra fisioterápica

elaborada para aumentar a mobilidade dos tecidos moles e subsequente melhorar amplitude de

movimento (ADM) por meio do alongamento de estruturas que tiveram encurtamento

adaptativo e tornaram-se hipomóveis com o tempo (KISNER; COLBY, 2005).

A duração mais prescrita é entre 15 e 30 segundos. Alguns autores propuseram que um

único alongamento de 15 a 30 segundos, uma vez ao dia é suficiente para a maioria das

pessoas (ANDREWS; HARRELSON; WILK, 2005).

Para que uma criança possa ter o seu desenvolvimento motor de forma normal, é

necessário que todos os seus sentidos estejam íntegros, portanto, o desenvolvimento da função

visual tem uma importância considerável nesse processo. Pacientes com dificuldade de

interpretação dos estímulos nocivos, táteis, proprioceptivos e desordem de planejamento

motor podem ser estimulados de acordo com a teoria do neurodesenvolvirnento e integração

sensorial que visa desenvolver os sistemas disfuncionais e promover os comportamentos

adaptativos desejados (CASTRO; JUNQUEIRA, 2003).

De acordo com um estudo realizado por Castro e Junqueira (2003), na estimulação

sensorial o corpo experimenta movimentos e sensações enquanto o cérebro organiza as

informações, de modo a dar uma resposta adaptativa adequada, organizando assim, as

sensações do próprio corpo e do ambiente de forma a ser possível o uso eficiente do mesmo

no ambiente. Para este fim pode ser utilizado recursos como: buchas, água, bola de cravos,

tintas dentre outros.

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Para estimulo motor e visual podem ser realizadas atividades com manipulação de

objetos lúdicos, despertando o interesse de busca visual e motora do paciente (CASTRO;

JUNQUEIRA, 2003).

O treino de equilíbrio proporciona ao paciente o aumento do recrutamento muscular

para a manutenção da postura em pé, promovendo, assim melhor ajuste postural. A seleção

dessas estratégias dependerá da superfície em que o paciente se encontra, da velocidade de

desestabilização e também das aferências periféricas disponíveis. Portanto, o treino de

equilíbrio em várias tarefas e situações permitirá a utilização das informações soma-

tossensoriais, visuais e vestibulares, como também a utilização de diferentes estratégias

motoras. Pode ser realizado de diversas formas, alguns recursos são: tabua proprioceptiva,

balançinho, cama elásticas e circuitos com obstáculos (ALLEGRETI et al, 2007).

O exercício ativo assistido também pode ser bastante utilizado, porque de acordo com

Trew e Everett é indicado nos casos em que os principais músculos motores estão debilitados,

a ponto de a articulação correlacionada não excursionar em toda amplitude. As forças de

resistência são representadas pelo atrito, gravidade e efeitos da desvantagem mecânica

decorrente do comprimento da alavanca. A assistência pode ser dada por qualquer força

externa, porém, o importante é que esta força seja apenas auxiliar, para que o movimento não

se caracterize como passivo.

A força muscular é considerada como um importante componente da aptidão física

relacionada à saúde, sendo que dentre as diferentes formas de treinamento para o seu

desenvolvimento, destaca-se a prática de exercícios com pesos (DIAS, 2005 apud

BORTOLLOTI; TSUKAMOTO, 2010).

3.3 FINALIZAÇÃO

Todos os atendimentos são finalizados com a coleta dos dados vitais finais como:

Pressão Arterial (PA) para os pacientes adultos e Temperatura Corpórea °C para os pacientes

pediátricos. Após a coleta era realizada a entrega dos pacientes à seus professores ou pais, os

mesmos assinavam um caderno de ponto que evidenciava a realização do atendimento de

fisioterapia com aquele paciente/aluno. Em seguida evoluímos no prontuário do paciente

nossa conduta terapêutica e guardávamos os mesmos no armário na sala de enfermagem.

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4. RELATO DE CASO

4.1. Paciente 1

Paciente F. A., sexo masculino, 32 anos de idade, com diagnostico clinico de Paralisia

Infantil, e no diagnostico fisioterapêutico de hemiplegia espástica moderada à esquerda. A

mãe relatou ter uma gravidez tranquila sem intercorrências, no entanto a criança não tomou as

vacinas que precisava por que morava no interior. O paciente nasceu normal, entretanto, aos

quatro anos de idade o paciente tomou a vacina de paralisia infantil, porém com o passar do

tempo começou a notar que o filho estava com o lado esquerdo mais rígido e foi ao medico

que o diagnosticou como paralisia infantil. Na avaliação fisioterapêutica foram verificados os

seguintes pontos: ausculta pulmonar com murmúrio vesicular presente, diminuído em bases,

sem ruídos adventícios; com padrão respiratório diafragmático; hipotrofia de MSE e MIE e

normotrófico em todo o lado direito; com hipertonia em MSE e MIE e normotônico em todo o

lado direito; encurtamento muscular em psoas, isquiotibiais, panturilha, abdutores, peitoral,

bíceps, todos do lado esquerdo; contratura de punho esquerdo, nos flexores do punho,

encurtamento de tríceps sural esquerdo deixando o pé eqüino; paciente relata dores em punho

esquerdo devido o uso da órtese axilopalmar; reflexos com integridade; sensibilidade tátil,

térmica, dolorosa, esterognosia, barestesia e barognosia preservados, e com alteração em

grafiestesia e proprioceptiva; paciente possui esquema corporal, lateralidade e consciência do

lado hemiplégico, e percepção de profundidade alterada; possui equilíbrio nas posições

sentado, ajoelhado e posição ortostática, já nas posição de gatas, semi-ajoelhado e posição

ortostática sensibilizado possui pouco equilíbrio devido os encurtamentos e contraturas

musculares; tem uma boa coordenação; realiza todas as mudanças de decúbito; a única

mudança de postura que não realiza é de sentado para gatas; paciente é consciente em relação

a sua condição patológica; possui marcha ceifante, com passadas realizando semi-circulo em

MIE, sem dissociação de cinturas e pé esquerdo eqüino; possui controle esfincteriano; tem

disartria; face congelada com boca entreaberta; paciente com flexão de MSE, escoliose com

convexidade a E, rotação interna de quadril E, joelhos valgo e pé E eqüino; paciente

parcialmente independente nas AVD`s, com dificuldade nos momentos de higiene pessoal;

força muscular preservada em todo o lado direito e com rebaixamento de força no lado

esquerdo do corpo.

O primeiro atendimento foi realizado dia 21 de outubro de 2013 o paciente foi

encontrado sentado na sala de aula em uma cadeira com apoio para costas, disperso, orientado

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e afebril. Dados vitais iniciais de FR: 21 irpm, FC: 87 bpm, PA: de 140x80 mmhg. Foi

iniciada a avaliação fisioterapêutica com o paciente, e após o atendimento foi coletado os

dados vitais finais com PA de 120x80 mmhg.

No primeiro atendimento realizado com o paciente após a finalização da avaliação

fisioterapêutica, a conduta iniciou-se com a coleta dos dados vitais iniciais do paciente: PA:

130x70 mmhg, FR: 24 irpm, e FC: 92 bpm. Foram realizados alongamentos dos músculos:

quadríceps femoral, tibial anterior, ticeps sural, isquiotibiais, abdutores e adutores de coxa,

pata de ganso, piriforme, flexores e extensores de punho, deltoide, bíceps braquial, tríceps

braquial, coracobraquial, braquial, grande dorsal, trapézio e ECOM 1x20”. Exercícios com

bastão e jogo de boliche e jogo dos anéis para treino de motricidade grossa, exercícios de

motricidade fina colocando palitos no paliteiro, posicionamento das órteses extensoras de

MSE e MIE. Treino de marcha com obstáculos. DVF: PA: 130x70mmhg. Logo após o

atendimento o paciente foi liberado sem intercorrência.

No dia 09/12/13, o paciente foi encontrado em sala de aula, sentado em cadeira com

apoio para costas, calmo, cooperante e afebril. DVI: PA: 130x80mmhg, FC: 87 bpm, FR: 18

irpm. CD: Alongamentos dos isquiotibiais, tríceps sural, quadríceps femoral, abdutores e

adutores de coxa, flexores e extensores de punho, bíceps e tríceps braquial 2x20”.

Fortalecimento na academia da APAE em aparelho multi exercitador 3x15” e aparelho

simulador de cavalgada 3x15”. Posicionamentos das órteses extensoras. DVF: PA:

140x70mmhg. Paciente foi liberado sem intercorrência.

Apesar do paciente ter faltado em alguns atendimentos, no decorrer do tratamento

fisioterapêutico pôde-se perceber o aumento da flexibilidade do paciente principalmente do

MSE, bem como a melhora da motricidade fina.

De acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológica, a poliomielite é uma doença

aguda, causada por um vírus composto de cadeia simples de RNA, sem envoltório, esférico,

de 24-30 nm de diâmetro, do gênero Enterovírus, da família Picornaviridae. Ao gênero

Enterovírus pertencem os grupos: Coxsakie (A com 24 sorotipos e B com 6 sorotipos), Echo

(34 sorotipos) e Poliovírus (3 sorotipos) (OLIVEIRA;QUADROS;CONDE, 2004).

Os três sorotipos do poliovírus, I, II e III, provocam paralisia, sendo que o tipo I é o

isolado com maior freqüência nos casos com paralisia, seguido do tipo III. O sorotipo II

apresenta maior imunogenicidade, seguido pelos sorotipos I e III. A imunidade é específica

para cada sorotipo (OLIVEIRA;QUADROS;CONDE, 2004).

Possui alta infectividade, ou seja, a capacidade de se alojar e multiplicar no hospedeiro

é de 100%; possui baixa patogenidade 0,1 a 2,0% dos infectados desenvolvem a forma

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paralítica (1:50 a 1:1000), ou seja, tem baixa capacidade de induzir doença (BARRO;

RIBEIRO; GASPAR, 2004).

A patogenicidade varia de acordo com: 1) o tipo de poliovírus (o tipo I é o mais

patogênico, tipo II é o menos); 2) com as propriedades intrínsecas das diferentes cepas; 3)

com os fatores inerentes ao hospedeiro (mais alta em adolescentes e adultos).A virulência do

poliovírus depende da cepa e se correlaciona com o grau de duração da viremia. A letalidade

da poliomielite varia entre 2 e 10%, mas pode ser bem mais elevada dependendo da forma 7

clínica da doença. A poliomielite bulbar apresenta uma letalidade entre 20 e 60%, e a

poliomielite espinhal com acometimento respiratório, entre 20 e 40%. Em imunodeficientes

chega a 40%, com alta taxa de sequela (BRICKS, 1997).

A fase de recuperação baseia-se em fisioterapia, com exercícios de resistência a

atividade aeróbia, permitindo-se uma reinervação compensatória, sadia. As deformidades que

se estabelecem devem ser tratadas adequadamente, permitindo-se uma atividade muscular

mais funcional, com menor sobrecarga ao membro afetado, evitando-se um desequilíbrio

funcional intenso com suas consequências. O estilo de vida a ser adotado deve ser aquele de

“devagar e sempre”. Deve-se evitar atividades que desnecessariamente exijam uma maior

atividade motora, com sobrecarga dos motoneurônios, fator este que está intimamente

relacionado com o aparecimento de novos sintomas e sinais anos após a poliomielite aguda

(OLIVEIRA; QUADROS; CONDE, 2004).

Conforme Bricks (1997), embora provavelmente os poliovírus venham causando

paralisia nos seres humanos há milhares de anos, a poliomielite só passou a ser considerada

como um problema importante de saúde pública a partir do século XIX. Em 1953, antes da

era vacinal, o coeficiente de incidência da poliomielite era superior a 20 por 100.000 pessoas

nos Estados Unidos e a doença era de distribuição universal. Três tipos de enterovírus – os

polivírus tipo I, II e III – podem causar a poliomielite e esses agentes determinam imunidade

sorotipo específica de longa duração. A transmissão se dá principalmente pela via fecal-oral,

embora a disseminação faríngea também possa ocorrer, especialmente em países onde

prevalecem as boas condições de higiene. Quando um indivíduo suscetível à doença é exposto

à infecção, na maioria das vezes desenvolve uma infecção inaparente ou tem sintomas leves

(febre, mal estar, náuseas, vômitos, constipação, dor abdominal e, eventualmente, sinais

meníngeos); menos de 1% das infecções pelos poliovírus resultam na forma paralítica da

doença, que ocorre após um período de incubação de 7 a 14 dias. As taxas de letalidade

variam de 5 e 10%, sendo mais elevadas em adultos do que em crianças.

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16

4.2. Paciente 2

Paciente M. E. S. R, sexo feminino, 3 anos de idade, com Diagnóstico Clínico de

Paralisia Cerebral e Diagnóstico Fisioterapêutico de Diplegia Espástica Moderada.

De acordo com o prontuário a mãe relata que fez o pré-natal normalmente, porém teve

uma gravidez complicada porque teve uma Infecção Urinária. A criança nasceu pré-termo

(aos 5 meses) após um parto cesariana com intercorrências, o bebê nasceu com 1,740 kg, 37,5

cm, não chorou, apresentou cianose e teve uma parada cardíaca ficando internada durante 2

meses na UTI. Depois de receber alta, a mãe relata que não recebeu orientações quanto a

Fisioterapia e que somente quando a criança estava com 1 ano de idade é que percebeu que

sua filha apresentava atraso motor e resolveu procurar um médico, onde o mesmo

encaminhou ao Neurologista. A mãe já nota melhoras desde que a criança iniciou o

tratamento em Março. Na avaliação fisioterapêutica foram verificados os seguintes pontos:

ausculta pulmonar com murmúrio vesicular presente, sem ruídos adventícios, respiração

adotada diafragmática; normotrofico global; normotonia em MMSS e hipotonia em tronco,

olha para quem observa, fixa e acompanha objetos com o olhar, emite sons, emprega palavra

com sentido, esboça sustento cefálico, compreende comandos verbais, diz o próprio nome,

reconhece as cores, não escreve; cognitivo (atitude mental): orientado, alerta e agitado, fáscies

sem alteração, linguagem sem alteração, não apresenta clônus, não apresenta espasmos, não

foram encontrados encurtamentos nem deformidades, não apresenta movimentos

involuntários, coordenação motricidade fina e grossa preservadas, realiza mudança de postura

de DD para sentado, com relação as outras mudanças de postura não foi possível fazer a

avaliação fisioterapêutica pois a paciente encontrava-se com gesso devido a realização de uma

cirurgia em MMII. Também não foi possível avaliar a marcha da paciente devido à mesma

circunstância; não possui controle esfincteriano (vesical e retal); avaliação postural, realizada

com a paciente sentada, cabeça na linha média, MMSS sem alteração, coluna vertebral

apresenta hipercifose e MMII com gesso; AVD’s dependente compatível com a idade.

Foi iniciada a avaliação fisioterapêutica no dia 17 de outubro de 2013, e a primeira

intervenção fisioterapêutica foi realizada no dia 24 de outubro de 2013. Nos dados vitais

iniciais a paciente apresentou: T: 35,13°C, FR: 26 irpm, FC: 84 bpm. CD: Foram realizados

alongamentos dos músculos de cadeia anterior, posterior e lateral de tórax na bola suíça

1x20”. Alongamento dos músculos isquiotibiais, abdutores e adutores de coxa 1x20”.

Fortalecimento de tronco na bola suíça com dissociação de cinturas. DVF: T: 36,2°C. Após o

atendimento a mesma foi liberada sem intercorrência.

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No dia 05/12/13, paciente foi encontrada no pátio da APAE, sentada em banco com

apoio para costas, alegre, cooperante e afebril. DVI: T 36, 6°C, FC: 96 bpm, FR: 32 irpm.

CD: Alongamentos dos músculos: Abdutores e adutores de coxa, isquiotibiais, tríceps sural,

tibial anterior, quadríceps femoral. Fortalecimento de tronco em bola suíça, associado a treino

de motricidade grossa com objetos lúdicos. Estimulação sensorial com bola de cravo, bucha e

mãos. Fortalecimento de MMII em posição ortostática no parapodio. Treino de motricidade

fina colocando pregadores no palito. DVF: T 36, 7°C, a mesma foi liberada sem intercorrên

cias.

Foi identificado que a paciente apresentou melhora da força da musculatura de tronco,

melhora do equilíbrio e propriocepção, bem como a melhora da compreensão dos exercícios

que envolviam a cognição.

A Encefalopatia Crônica Não Progressiva da Infância (ECNPI) ou Paralisia Cerebral

(PC), como é mais conhecida, se caracteriza por uma sequela de agressão encefálica, com

transtorno persistente e invariável do tono, da postura e do movimento, que surge na primeira

infância e exerce influência sobre a maturação neurológica em diversos níveis (MILLER;

CLARK, 2002 apud ARROYO; OLIVEIRA, 2007).

A incidência de casos de PC na população é de dois em cada mil nascidos vivos, sendo

que em países em desenvolvimento chega a sete por mil nascidos vivos. No Brasil é estimada

a ocorrência de 30.000 a 40.000 casos novos por ano (KLEINER, 2008).

As crianças com PC atingem seus marcos de desenvolvimento mais tarde que as

crianças que não apresentam comprometimentos neuromotores e isso independe da

inteligência ou do comportamento. Nestes casos, o desenvolvimento não é somente atrasado,

mas desordenado e limitado, como consequência da lesão. Entende-se, portanto, que na PC na

maioria dos casos é o desenvolvimento motor que está comprometido, podendo o

desenvolvimento cognitivo, emocional e social estar adequado aos parâmetros de indivíduos

na mesma fase de desenvolvimento (BOBATH; BOBATH, 1989 apud ARROYO;

OLIVEIRA, 2007).

A síndrome neurológica na PC é evidenciada principalmente por transtornos motores,

porém o caráter permanente e invariável da lesão não significa que a sintomatologia do

indivíduo com PC seja permanente e imutável, sua funcionalidade irá se estruturar no tempo e

a evolução será determinada pelo momento em que o fator nocivo agiu no sistema nervoso

durante sua maturação estrutural e funcional (ROTTA, 2000 apud ROTTA, 2002).

Uma característica desses distúrbios é a falta de controle sobre os movimentos, por

modificações adaptativas do comprimento muscular e em alguns casos, resultando em

Page 18: Relatorio neurologia apae (salvo automaticamente)

18

deformidades ósseas. Além disso, como a doença acontece em um período acelerado do

desenvolvimento da criança, o processo de aquisição de habilidades pode ser comprometido

(MANCINI et al., 2002 apud ARROYO; OLIVEIRA, 2007).

O melhor tratamento da PC é a prevenção. O grande avanço na identificação precoce

dos eventos que levam à lesão cerebral, a conduta adequada em cada caso, e a possibilidade

de, através da utilização de fatores de proteção neuronal, poder influir positivamente em cada

caso têm mudado o perfil da PC, que, atualmente, depende muito do aproveitamento precoce

das janelas terapêuticas, que possibilitam maiores resultados relacionados à plasticidade

cerebral. Sabe-se que quanto mais precocemente se age no sentido de proteger ou estimular o

SNC, melhor será a sua resposta (KLEINER, 2008).

Os pacientes com PC devem ser tratados por uma equipe multidisciplinar, na qual o

principal enfoque terapêutico é, sem dúvida, o fisioterápico. Os diferentes métodos utilizados

em fisioterapia serão empregados de acordo com o quadro clínico. Entre eles, utiliza-se,

principalmente, o método de Bobath, que se baseia na inibição dos reflexos primitivos e dos

padrões patológicos de movimentos. O método de Phelps, que se baseia na habilitação por

etapas dos grupos musculares, até chegar à independência motora e a praxias complexas. O

método de Kabat, que se baseia na utilização de estímulos proprioceptivos facilitadores das

respostas motoras, partindo de respostas reflexas e chegando à motricidade voluntária. O

atendimento fisioterápico deve levar em conta sempre as etapas do DPM normal, e utilizar

vários tipos de estimulação sensitiva e sensorial (DIAMENT, 1996 apud ROTTA, 2002).

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5. CONCLUSÃO

O Estagio Supervisionado de Fisioterapia Neurológica Adulto e Pediátrico - APAE foi

de grande importância para minha instrução acadêmica, pois pude adquirir bastante

experiência nesta área que ainda não tinha tido vivencia.

Neste estagio tive a possibilidade de identificar que a Fisioterapia tem um importante

papel na reabilitação destes pacientes, utilizando métodos de intervenção de forma global e

individual de acordo com a necessidade de cada paciente, visando sempre o objetivo de deixar

o paciente o mais funcional possível.

É uma linda e apaixonante área de atuação, onde a cada dia de estagio torna-se mais

envolvente a minha relação com os pacientes devido ao carinho que muitos pacientes

demostram ter conosco, e os atendimentos acabam se tornando bastante gratificantes.

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6. REFERENCIAS

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