URGÊNCIAS ONCOLÓGICAS Enf. Rivaldo Lira Filho
URGNCIAS ONCOLGICAS
Enf. Rivaldo Lira Filho
Urgncias Oncolgicas
Neutropenia febril
Sndrome de compresso medular
Sndrome da veia cava superior
Hipercalcemia do cncer
Lise tumoral
Dor oncolgica
Neutropenia Febril
Medula ssea:
Estoque: 8 a 10 dias;
Incio: d 9-d 10;
Nadir: d1 4-d 18;
Incio da recuperao: d 21;
Recuperao: d 28.
75% mortalidade relacionada
quimioterapia (infeco).
70% mortalidade se a
antibioticoterapia for retardada.
Risco de infeco
Neutropenia Febril
Definio:Temperatura oral 38,3 por mais de 1h em paciente com < 500 neutrfilos /mm ou
< 1000/mm com previso de queda para < 500
nas prximas 48h (IDSA).
Neutropenia febril
Avaliao inicial
H&E
Avaliao laboratorial e radiolgica Hemograma completo.
Uria/Creatinina, ionograma, transaminases, bilirrubinas.
Rx de trax , se sinais/sintomas respiratrios.
Sumrio de urina (SU).
Urocultura.
Dois sets de hemocultura (set = duas amostras).
*Leucograma dirio. Rotina 3/3dias.
Neutropenia febril - Baixo riscoBaixo riscoContagem absoluta de neutrfilos > ou = 100 cls./mm3
Contagem absoluta de moncitos > ou = 100 cls./mm3;
Achados normais ao Rx de trax;
Teste de funo heptica e renal praticamente normal;
Durao da neutropenia < 7 dias;
Resoluo da neutropenia esperada em
Neutropenia Febril
Baixo Risco Alto Risco
ORAL IV Vancomicina No Necessria
Vancomicina Necessria
Ciprofloxacina
+ A moxicilina + Clauvulanato
(apenas adultos)
Monoterapia Duas Drogas Vancomicina
Cefepime, Ceftazidime,
ou Carbapen mico
Vancomicina +
Ce fepime, Ceftazidime, o u
Carbape n mico Aminoglicos deo
Aminoglicos deo , +
Penicilina Antipseudomonas ,
Cefepime, Ceftazidime, ou Carbape n mico
Reavalie ap s 3 - 5 dias
Febre (temperatura > ou = 38,3C) + Neutropenia (
Neutropenia Febril
AFEBRIL DENTRO DOS 3-5 DIAS DE TRATAMENTO
Sem Etiologia Identificada
Etiologia Identificada
Baixo
Risco
Alto
Risco
Mude para: Ciprofloxacina
+ Amoxicilina Clavulonato
(adultos)
Continue os mesmos
antibiticos
Alta
Ajuste para o tratamento mais apropriado (mantenha amplo
espectro)
Neutropenia Febril
FEBRE PERSISTENTE DURANTE OS PRIMEIROS 3 - 5 DIAS DE TRATA MENTO: SEM ETIOLOGIA
R eavalie o paciente nos dias 3 - 5
Continue os
antibi ticos iniciais.
Mude os antibi ticos
Acrescente antif ngicos com ou sem mudana nos
antibi ti cos.
N o havendo mudana nas condi es do
paciente, considere suspender a
Vancomicina.
S e a doena prograssiva; se h crit rios para o uso
da Vancomicina.
Se febril durante 5 - 7 dias e resolu o da neutropenia n o
iminente.
Neutropenia Febril
DURAO DA TERAPIA ANTIBITICA
Afebril durante os dias 3-5 Febre Persistente
NFL>=500cls/mm por dois dias
consecutivos
NFL=500cls/mm
NFL=
500cls/mm
Baixo risco inicial
Clinicamente
bem
Alto risco inicial
NFL 500cls/mm
Continue por 2 semanas
Suspenda quando afebril
por 5-7 dias
Continue
antibiticos
Reavalie Reavalie
Suspenda se no h doena e a condio
estvel
Neutropenia Febril
Uso de drogas antivirais
Transfuso de granulcitos
Uso de fatores estimulantes de colnia
Profilaxia antibitica para pacientes afebris
Sndrome de compresso medular
5% dos pacientes com cncer.
Tumores mais freqentes:
Mama
Pulmo
Prstata.
Usualmente no apresenta risco de vida.
Alta morbidade e diminuio da sobrevida global se no tratada a tempo.
Sndrome de compresso medular
Tratamento efetivo em 90%
dos casos com o
diagnstico precoce.
Preditor mais forte da
resposta ao tratamento:
grau de disfuno
neurolgica.
Sndrome de compresso medular
Quadro clnico
Dor o sintoma mais freqente e precoce.
Usualmente localizatria.
Locais mais freqentes:
coluna torcica (59 a 78%)
coluna lombar (16 a 33%)
coluna cervical (4 a 5%)
Sndrome de compresso medular
Dor
Caractersticas:
Surda, constante e progressiva
Piora com esforo, Valsalva, flexo cervical (epidural);
Torcica: geralmente em faixa;
Lombar e cervical: radicular unilateral
Sndrome de compresso medular
Fraqueza:
2 sintoma mais comum;
Em geral, desenvolvimento gradual;
Unilateralidade inicial comum;
Distrbios associados: alteraes do equilbrio e dormncia;
Cone medular e cauda eqina: paralisia flcida dos MMII, respostas plantares ausentes ou em flexo, anestesia em sela, reteno urinria, impotncia masculina.
Sndrome de compresso medular
Diagnstico:
Dor em coluna associada fraqueza focal, disfuno esfincteriana em um paciente com cncer: AVALIAO URGENTE!
H&E cuidadosos + avaliao radiolgica.
Exame de escolha: RMN (preferencialmente de toda a coluna)
Etiologia incerta: biopsia cirrgica ou guiada essencial.
Sndrome de compresso medular
Tratamento: Suspeita levantada:
corticoterapia imediata para pacientes com dano neurolgico outro que no dor.
Dexametasona: DA 10mg IV bolus e DM 4mg IV 6/6h.
Radioterapia: tratamento de escolha. Iniciar to logo tenha o diagnstico;
Cirurgia
Terapia antineoplsica sistmica
Sndrome da Veia Cava Superior
Variedade de sintomas
causados pela obstruo
do fluxo sangneo atravs
da veia cava superior
(VCS) para o trio direito.
Etiologia: cncer em 95%
dos casos;
Tumores mais freqentes:
Pulmo
Linfoma
Sndrome da Veia Cava Superior
Sintomas
Dispnia;
Tosse;
Edema de face, pescoo, tronco e
MMSS;
Raro: rouquido, dor torcica, disfagia e
hemoptise.
Sinais
Distenso das veias do pescoo e trax;
Edema de face ou extremidades
superiores;
Pletora; Taquipnia;
Raramente: cianose, Horner e paralisia de
corda vocal.
Sndrome da Veia Cava Superior
Sndrome da Veia Cava Superior
Avaliao:
O diagnstico deve ser estabelecido antes de se iniciar a terapia :
75% dos pacientes sintomticos por mais de 1 semana antes de procurar ateno mdica;
Os pacientes no morrem da SVCV, mas sim da doena de base;
3 a 5% dos pacientes no tm cncer (at 20% em hospitais gerais).
Sndrome da Veia Cava Superior
Avaliao:
RX de trax;
CT de trax o exame mais til;
Diagnstico antomopatolgico:
imprescindvel.
Sndrome da Veia Cava Superior
Tratamento:
Medidas gerais:
Repouso no leito com cabeceira elevada;
Dieta hipossdica;
Diurticos, judiciosamente (edema x desidratao)
OBS: embora os corticides sejam comumente
utilizados, no existem estudos que comprovem a
sua eficcia em tumores no hematolgicos.
Sndrome da Veia Cava Superior
Tratamento:
Quimioterapia: tratamento de escolha para tumores sensveis, como:
Pulmo de clulas pequenas, linfoma, clulas germinativas.
Radioterapia: probabilidade de alvio alta, mas prognstico permanece reservado.
Tumores quimiorresistentes.
Outros: trombectomia com ou sem tromblise, stent, bypass cirrgico.
Sndrome da Veia Cava Superior
Hipercalcemia da malignidade
Freqncia: 20 a 30%
Sinal de mal prognstico: 50% de mortalidade em cerca de 30 dias.
Tumores mais freqentes:
Pulmo
Mama
Mieloma mltiplo
CCP
Primrio oculto
Leucemia/linfoma/Renal
Hipercalcemia da malignidade
Tipo mais freqente: humoral (PTHrP), onde as metstases sseas so mnimas ou ausentes.
Sintomatologia: inespecfica
Relacionada com a rapidez do incio.
Mais comuns:, poliria, polidipsia, desidratao anorexia, dor abdominal, vmitos, constipao, fraqueza muscular, desorientao (coma), bradiarritmias, bloqueios (assistolia).
Hipercalcemia da malignidade
Avaliao
H&E cuidadosos;
Laboratorial:
Clcio srico total;
Albumina srica;
Clcio corrigido: acrescente 0,8 mg ao Ca encontrado para cada 1g/dl da albumina menor que 3,5g/dl.
Funo renal;
ECG.
Hipercalcemia da malignidade
Tratamento:
Paliativo, sempre que possvel iniciar tratamento da doena de base.
Suspenda: tiazdicos, AINES, cimetidina, vit. D e A, reposio de clcio.
Determine a urgncia do tratamento: ambulatorial ou hospitalar.
Hipercalcemia da malignidade
HospitalarClcio srico 12mg/dl (3mmol/l);Alterao do nvel de conscincia;
Nusea ou vmito;
Contrao do volume intravascular;
Alterao da funo renal
Arritmia cardaca;
Obstipao, leo paraltico
Sem condies de suporte domiciliar;
Acesso limitado a servio mdico.
Ambulatorial
Clcio srico < 12mg/dl (3mmol/l);
Alerta e orientado;
Sem nusea significativa;
Volume intravascular adequado;
Funo renal normal;
Ritmo cardaco estvel;
Constipao leve;
Suporte domiciliar;
Acesso a servio de emergncia
Tratamento Eficcia Dose Efeitos adversos Comentrios
Hidratao 0-30% SF0,9%100-300ml/h DHE (especialmente
hipocalemia,
hipomagnesemia),
edema pulmonar.
Hidratao imediata
o 1 passo no
tratamento da
hipercalcemia.
Calcitonina 14-80% Hipercalcemia
severa (>14mg/dl):
4UI/kg/dose IM ou
SC 12/12h por 2 dias.
Bem tolerado;
nusea e vmito,
hipersensibilidade
rara.
1 linha de
tratamento quando
necessria queda
rpida do Ca; incio
de ao 2-4 h; pico
de ao em 48h;
taquifilaxia em 2 a 6
dias limita utilidade
a longo prazo.
Pamidronato
(Aredia)
33-100% Ca srico >/=
12mg/dl.
Em 500ml SF0,9%
em 2h.
Bem tolerado; febre
transitria, nusea,
tromboflebite leve
1 linha de
tratamento devido
baixa toxicidade e
boa eficcia; incio
de ao em 24-48h.
Zoledronato
(Zometa)
88% Ca srico >/=
12mg/dl.
Em 100ml SF0,9%
em 15 min.
Bem tolerado; febre
transitria, nusea,
constipao,
dispnia.
Embora de custo
mais elevado que o
pamidronato, seu
tempo de
administrao
menor.
Prednisona 60-90% 40-100mg VO/dia Irritao
gastrintestinal,
imunossupresso.
Rapidamente efetiva
em doenas
hematolgicas, mas
sem utilidade nos
tumores slidos.
Sndrome de Lise Tumoral
Liberao sbita pelas clulas tumorais de potssio, fosfato, e metablitos da purina.
Espontnea ou relacionada ao tratamento
Pacientes de risco:
cido rico, fsforo e DHL elevados antes do tratamento
disfuno renal de base.
Uso e drogas nefrotxicas
Sndrome de Lise Tumoral
Quadro clnico varivel:
Assintomtico
Arritmias
Alterao do estado mental
Acidose metablica
Insuficincia renal
Morte sbita por hipercalemia.
Tetania e estupor (hiperfosfatemia e/ou hipocalcemia).
Sndrome de Lise Tumoral
Exames
U/Cr, K, Ca, P, DHL, cido rico 8/8h (2-3 dias).
Oligria aguda: TC no contrastada ou USG de vias
urinrias (obstruo ureteral por clculos de
urato?)
Hipocalcemia e/ou hipercalemia significativas: ECG
e ritmo cardaco monitorado
Sndrome de Lise Tumoral
Preveno & Tratamento
Hidratao intravenosa generosa
Hiperuricemia: Alopurinol (24-48h antes) Alcalinizao da urina: controverso
Hiperfosfatemia/hipocalcemia: Hidrxido de alumnio
Hipercalemia: Furosemida intravenosa Hipercalemia leve (5-5,5 mM): resina trocadora de ons Hipercalemia severa (> 5,5mM ou com alteraes no ECG): Insulina
R/G50% ou Gluconato de clcio 10% 20-30ml.
Acidose ltica: bicarbonato de sdio
Sndrome de Lise Tumoral
Dilise:
sobrecarga de volume
cido rico > 10mg/ml
Aumento rapidamente progressivo do
fsforo
Hipercalemia incontrolvel
Insuficincia renal
Dor
Dor do cncer
Afeta > 30% dos pacientes
em tratamento.
Dor moderada a severa
ocorre em > 70% de todos
os pacientes com cncer.
Afeta significativamente a
qualidade de vida.
Freqentemente tratada de
forma inadequada.
Desmistificando os Opiides
Vcio
Dependncia
(abstinncia)
Tolerncia
Depresso respiratria
Morfina acelera a morte
Morfina transformar o
paciente em um zumbi
Escala de dor
Escada da dor - OMS
Dor do cncer
A meta inicial noite de sono livre de dor, quebrando-se o ciclo dor insnia exausto maior dor (deve ser alcanada em 24-48h).
A prxima meta aliviar a dor no repouso.
Finalmente, aliviar a dor durante a sustentao de seu peso e movimentos, sempre que possvel.
Dicas de analgesia
Via de escolha: oral.
Intervalo: FIXOS de tempo.
Prescreva doses de resgate.
No h dose mnima ou mxima. Na ausncia
de controle da dor, as doses so acrescidas
at que ocorra alvio da dor ou efeitos
colaterais.
Dicas de analgesia
Antecipe e trate os efeitos colaterais.
Nos pacientes com insuficincia renal e nos
idosos, reduza em cerca de 50% a dose do
opiide.
A ltima dose noturna pode ser 50 a 100%
maior que as doses regulares do dia para
evitar que o paciente acorde por dor.
Dicas de analgesia
Inicie com morfina de liberao rpida.
Mude para LC aps alcanar equilbrio analgsico.
As mudanas devem ser feitas primariamente por
efeitos colaterais.
Maximize a dose antes de mudar o agente ou a rota.
Os opiides podem necessitar de cerca de 24-48h
para sua completa eficcia.
Faa uso dos adjuvantes analgsicos
Dicas de analgesia
Evite o uso da meperidina (Dolantina)
Tipos de opides:
Fracos: tramadol, codena, oxicodona
Fortes: morfina, fentanila, metadona
Utilize as tabelas de equivalncia analgsica
nas trocas entre agentes.