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DEFINIÇÃO A obesidade, atualmente, é considerada uma DOENÇA mas nem sempre foi assim. Isso começou a mudar à medida que os médicos se deram conta de que a obesidade, por si só, pode levar a agravos à saúde. Desta forma, após a constatação de que a obesidade, a partir de certos limites, pode levar a hipertensão arterial ("pressão alta"), problemas cardíacos (infarto, insuficiência cardíaca, morte súbita), diabetes, problemas ortopédicos (problemas nas articulações do joelho e quadril, de coluna), aumento do colesterol e, consequentemente, da formação de aterosclerose, problemas do fígado (acúmulo de gordura no fígado, "pedra na vesícula"), problemas respiratórios, entre outros. Através de estudos estatísticos, foi também demonstrado que as pessoas que apresentam uma obesidade muito importante têm uma expectativa de vida menor, isto é, vivem menos se comparar com as outras pessoas, justamente por causa dos inúmeros problemas de saúde relatados anteriormente. Como se isto não bastasse, existem ainda os problemas de nível social e psicológico , já que os pacientes com obesidade têm tendência ao isolamento social, relações interpessoais mais conturbadas, uma dificuldade maior de locomoção, problemas em conseguir emprego, depressão, ansiedade, etc. Sendo assim, foi determinado - de uma maneira mais ou menos arbitrária - um LIMITE no qual os médicos pudessemm se basear para diferenciar os pacientes que precisam de tratamento daqueles que têm apenas um sobrepeso e, portanto, podem ser considerados como pessoas normais. Este limite é baseado no que chamamos de Índice de Massa Corporal (IMC), que é calculado dividindo-se o peso (em Quilogramas) pela altura da pessoa (em metros) ao quadrado. Resumindo em uma fórmula, teríamos: IMC = Peso (Kg) Altura (m)² Por exemplo, uma pessoa com 143Kg e 1 metro e 57 centímetros, teria um IMC de 58,01 (143 / 1,57²). Normalmente,
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obesidade morbida

Jul 05, 2015

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Daniela Chucre
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Page 1: obesidade morbida

DEFINIÇÃO

A obesidade, atualmente, é considerada uma DOENÇA mas nem sempre foi assim. Isso começou a mudar à medida que os médicos se deram conta de que a obesidade, por si só, pode levar a agravos à saúde.Desta forma, após a constatação de que a obesidade, a partir de certos limites, pode levar a hipertensão arterial ("pressão alta"), problemas cardíacos (infarto, insuficiência cardíaca, morte súbita), diabetes, problemas ortopédicos (problemas nas articulações do joelho e quadril, de coluna), aumento do colesterol e, consequentemente, da formação de aterosclerose, problemas do fígado (acúmulo de gordura no fígado, "pedra na vesícula"), problemas respiratórios, entre outros.Através de estudos estatísticos, foi também demonstrado que as pessoas que apresentam uma obesidade muito importante têm uma expectativa de vida menor, isto é, vivem menos se comparar com as outras pessoas, justamente por causa dos inúmeros problemas de saúde relatados anteriormente.Como se isto não bastasse, existem ainda os problemas de nível social e psicológico, já que os pacientes com obesidade têm tendência ao isolamento social, relações interpessoais mais conturbadas, uma dificuldade maior de locomoção, problemas em conseguir emprego, depressão, ansiedade, etc.Sendo assim, foi determinado - de uma maneira mais ou menos arbitrária - um LIMITE no qual os médicos pudessemm se basear para diferenciar os pacientes que precisam de tratamento daqueles que têm apenas um sobrepeso e, portanto, podem ser considerados como pessoas normais. Este limite é baseado no que chamamos de Índice de Massa Corporal (IMC), que é calculado dividindo-se o peso (em Quilogramas) pela altura da pessoa (em metros) ao quadrado. Resumindo em uma fórmula, teríamos:     IMC     =          Peso (Kg)                                Altura (m)²Por exemplo, uma pessoa com 143Kg e 1 metro e 57 centímetros, teria um IMC de 58,01 (143 / 1,57²). Normalmente,  classificam-se as pessoas quanto à obesidade de acordo com a seguinte tabela:

Índice de Massa Corporal (IMC)Classificação

Abaixo de 20 Abaixo do peso

Entre 20 e 25 Saudável

Entre 25 e 30 Sobrepeso

Entre 30 e 40 Obesidade

Acima de 40 Obesidade mórbida

Acima de 60 Superobesidade mórbida

O motivo de tratar os pacientes com obesidade mórbida é justamente para evitar e/ou diminuir as complicações que acompanham esta condição. Para saber sobre as indicações de tratamento, veja a seção "INDICAÇÕES".

INDICAÇÕES

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A cirurgia para tratamento da obesidade não surgiu para tratar pequenos excessos de peso. A grande maioria dos pacientes deve procurar um tratamento clínico, isto é, perder peso através de dietas hipocalóricas, prática regular de exercícios e - eventualmente - drogas prescritas por um médico.Assim sendo, a cirurgia deve ser realizada apenas em casos de obesidade mórbida. Além disso, há outros critérios que devem ser preenchidos para que o paciente seja realmente um candidato ao tratamento cirúrgico. Estes critérios incluem indicações e contra-indicações, exibidos a seguir:

Critérios necessários para indicar a cirurgia:

O paciente deve ter obesidade mórbida, ou seja, ter um IMC (saiba como calcular seu IMC na seção "Definição") acima de 40Kg/m2 (ou então entre 35 e 40Kg/m2 desde que haja alguma complicação da obesidade como, por exemplo, diabetes, hipertensão, etc.);

O paciente deve ter idade entre 18 e 60 anos, preferencialmente;

O paciente deve ser capaz de entender e aceitar o procedimento cirúrgico;

O paciente deve comprometer-se a fazer acompanhamento a longo prazo;

Deve-se excluir possíveis causas endócrinas corrigíveis para a obesidade do paciente;

O paciente deve já ter tentado tratamentos clínicos por pelo menos 5 anos sem obter sucesso;

Critérios que contra-indicam a cirurgia:

Se o paciente for alcóolatra ou viciado em drogas; Se o paciente tiver problemas psiquiátricos;

Se o paciente possuir alguma doença debilitante (por exemplo, AIDS) ou grave como um câncer;

Pacientes  com IMC >60Kg/m2 têm contra-indicação relativa. Isto quer dizer que, preferencialmente, eles devem primeiro perder peso até atingir IMC próximo ou inferior a este valor pois estes pacientes têm risco cirúrgico maior;

Desta forma, os pacientes obesos mórbidos que se enquadram nos critérios acima devem preferivelmente tratar-se através da cirurgia, enquanto os demais devem seguir tratamento clínico.

Tratamento Clínico

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O tratamento clínico é o indicado para os pacientes com sobrepeso, com Índice de Massa Corporal (IMC - veja "Definição") <35Kg/m2 e os com IMC entre 35 e 40Kg/m2 que não tenham ainda complicações causadas pela obesidade. Baseia-se nos seguintes pontos principais:

1. Dieta hipocalórica, isto é, uma dieta que deve oferecer uma pequena quantidade de calorias porém de forma bem balanceada para poder suprir os nutrientes necessários para um bom funcionamento do organismo. Daí a importância de evitar as dietas "da moda" que não são elaboradas por especialistas (endocrinologistas e/ou nutricionistas). Em geral, quanto menor a quantidade de calorias maior a perda de peso resultante porém menor a tolerância do paciente;

2. Prática regular de exercícios. O paciente deve procurar uma atividade física que melhor se adeque ao seu peso. De nada adianta um obeso de 130Kg querer praticar cooper que vai acabar sendo improdutivo ou pode até fazer mal para seus ossos, tendões, músculos e ligamentos. Em geral os exercícios mais recomendáveis são a caminhada e a hidroginástica. A atividade física deve ser precedida por avaliação médica para saber da sua capacidade para suportá-la. Enfim, o paciente deverá procurar manter uma boa regularidade e exercitar-se por no mínimo 45 minutos e pelo menos 3 vezes por semana. Não se esqueça de consultar seu médico antes de praticar qualquer atividade física;;

3. Mudança dos hábitos e estilo de vida. Este é talvez o ponto principal do tratamento clínico. Para melhor explicar, vamos recorrer a um exemplo: uma pessoa que tem hipertensão arterial ("pressão alta"), quando começa a tratar-se com medicamentos, volta a ter sua pressão arterial em níveis normais. Se, contudo, ela interromper a medicação, a pressão vai ficar alta novamente. Com o obeso também é assim: de nada adianta fazer "regimes" e praticar atividades físicas somente até chegar ao peso desejado e depois parar. Quase todo obeso já passou por isso e sabe que mesmo que a perda de peso seja grande, ele voltará a engordar. Um exemplo disso são os tratamentos em SPA. Lá, os pacientes perdem muito peso mas, quando saem de lá, voltam a ganhar tudo que perderam ou até mais. A explicação é que a obesidade é uma doença CRÔNICA! Assim, é preferível mudar pequenos detalhes no dia-a-dia (como uma prática moderada de exercícios e uma leve restrição calórica na alimentação) de forma duradoura do que fazer dietas com baixíssimo valor calórico com prática rigorosa de exercícios que o paciente conseguirá manter por no máximo um ou dois meses.

4. Medicamentos. Atualmente, há disponíveis diversas opções de drogas que facilitam o emagrecimento em casos nos quais não há indicação de cirurgia. Vale lembrar que não é todo obeso que deve se tratar com estas medicações. Nunca se deve utilizar uma droga destas sem orientação médica. Estas drogas agem através de: a) diminuição da absorção das

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gorduras da dieta (Orlistat - Xenical®); b) provocar saciedade precoce (Sibutramina - Plenty® e Reductil®);

De tudo o que foi explicado acima, não esqueça de sempre se manter em acompanhamento com profissionais experientes. Não "caia na conversa" dos comerciais de televisão e revistas que prometem milagres em poucos dias (ou até horas!). O emagrecimento através de tratamento clínico é perfeitamente possível mas exige a disposição firme do paciente e a sua conscientização de que o tratamento necessitará muito de sua força de vontade e empenho.

Tratamento Cirúrgico

A cirurgia de obesidade mórbida é uma cirurgia que tem muitas particularidades. É consenso que ela não deve ser realizada por cirurgiões "eventuais", isto é, aqueles que mesmo que tenham experiência reconhecida em outras áreas cirúrgicas não se dediquem "de corpo e alma" a obter novos conhecimentos, atualizações, inovações, frequentem congressos, cursos, façam assinaturas de revistas especializadas na área, enfim, não dispensem considerável parte de seu tempo a esta área fascinante que é a de cirurgia de obesidade mórbida. Por isso, cuidado! Há vários cirurgiões "aventureiros" por aí querendo realizar esta operação sem contudo ter experiência na área, sem ter jamais vivenciado esta cirurgia durante sua especialização ou mesmo sem nunca ter lido a fundo sobre o assunto. Dito isso, podemos prosseguir com as considerações sobre o tratamento cirúrgico, mais abaixo:A cirurgia de obesidade mórbida (também chamada de cirurgia bariátrica), não deve nem pode ser feita em qualquer pessoa obesa. É primeiro necessário saber se o paciente tem indicação cirúrgica. Para saber sobre as indicações cirúrgicas, clique aqui e para calcular seu índice de massa corporal, veja no fim da Seção "Definição".Após confirmado que o paciente é realmente candidato a cirurgia, deve-se proceder às seguintes etapas:

1. Informação do paciente sobre as técnicas cirúrgicas, a internação hospitalar, a recuperação pós-operatória, a alteração que a cirurgia irá impor no seu estilo de vida, as possíveis complicações da cirurgia, os possíveis resultados do tratamento, etc. Todas estas informações, eu procurei disponibilizar nesta homepage. Caso procure alguma que não tenha encontrado aqui, esteja a vontade de me enviar um e-mail, clicando aqui;

2. Solicitação de exames pré-operatórios , que irão determinar se o paciente está ou não apto a submeter-se ao tratamento cirúrgico. Estes exames visam também a detecção de possíveis problemas concomitantes que possam interferir ou exigir cuidados especiais com o paciente. Em geral, estes exames incluem exames de sangue, ultrassonografia abdominal,

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endoscopia, eletrocardiograma, raios-X de tórax e espirometria (teste da função respiratória);

3. Consulta com os outros profissionais da equipe para que estes avaliem a condição do paciente para a cirurgia (como o cardiologista, pneumologista, anestesiologista, psicólogo e endocrinologista) e para que prestem mais informações sobre a cirurgia (nutricionista e fisioterapeuta);

4. Participação da reunião mensal com os pacientes já operados, na qual o paciente terá oportunidade de tirar dúvidas e ouvir opiniões de quem já se operou. Para saber mais sobre as reuniões, clique aqui;

5. Marcação da cirurgia , incluindo informações sobre os últimos detalhes;

A cirurgia de obesidade é uma forma alternativa de perder peso que funciona em definitivo, e gera uma perda que, dependendo da técnica cirúrgica utilizada, varia de 25% a 60%. A perda de peso é necessária não somente por uma questão estética como também de saúde. Na Seção "Definição", você pode ver as inúmeras complicações à saúde que a obesidade em excesso pode causar, por isso que é denominada "mórbida". Além disso, a expectativa de vida das pessoas com obesidade mórbida é bem menor do que a das outras. Você pode observar que a grande maioria dos idosos com mais de 90 anos é magra. É raro encontrar obesos mórbidos com mais de 70 anos. Quando um obeso mórbido emagrece e mantém o peso dentro da normalidade em definitivo, praticamente todos os problemas de saúde decorrentes da obesidade desaparecem. Mesmo quando não desaparecem, eles diminuem. Por exemplo, 85% dos pacientes obesos mórbidos que têm hipertensão arterial ("pressão alta") ou diabetes, após a cirurgia para obesidade mórbida, voltam a ter pressão arterial normal e deixam de ser diabéticos. E outros 10% continuam hipertensos ou diabéticos mas, irão precisar de uma dosagem menor do remédio para controlar a doença. A expectativa de vida provavelmente iguala-se com a das outras pessoas após a cirurgia.Devemos ainda ressaltar a importância da melhora dos problemas psicológicos dos pacientes. Sabemos que os problemas psicológicos destes pacientes podem chegar a extremos e piorar severamente a qualidade de vida deles. Os pacientes relatam dificuldades de relacionamento conjugais e com amigos, em obter emprego, problemas em conseguir seguro-saúde, o constrangimento de ficar em lugares públicos e, por fim, a tendência ao isolamento social. Com a perda de peso, o status psicológico desses pacientes melhora dramaticamente. Após a cirurgia, há ainda a melhora de problemas que normalmente não se mencionam mas que são igualmente deletérios para a qualidade de vida. Assim, os pacientes operados voltam a conseguir fazer pequenas coisas que não podiam antes de perder peso como, por exemplo, amarrar cadarços de sapato, cruzar as pernas, fazer melhor o asseio e higiene corporal, etc.Estes são os benefícios da cirurgia. Passaremos a discorrrer agora sobre as técnicas cirúrgicas propriamente ditas. Elas são várias, mas as principais são:

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1. Gastroplastia Vertical com Bandagem (Técnica de Mason).

 

Nessa cirurgia, o estômago não é "cortado". Divide-se (sem cortar, na maioria dos casos) o estômago em duas câmaras com a colocação de "grampos" no sentido vertical que irão funcionar como uma divisória e, posteriormente, coloca-se um anel na saída da câmara menor que irá fazer com que a comida ao entrar nesta, lá permaneça por algum tempo e dê ao paciente a sensação de saciedade mesmo que ele tenha comido uma pequena quantidade. A perda de peso alcançada é em torno de 30 a 40% do peso inicial, porém pode haver um reganho de até 10% do peso após 5 anos. As vantagens desta técnica são: a) maior simplicidade, o que implica em menos tempo operatório e, provavelmente, um   menor número de complicações cirúrgicas, entre outros; b) facilidade para reverter a cirurgia, caso este seja o desejo do paciente; c) menor propensão a causar desnutrição; As maiores desvantagens são: a) possibilidade maior de reganho de peso; b) alguns pacientes podem necessitar reoperação devido a pequena perda de peso; c) perda de peso menor, quando comparada à técnica de Capella; d) geralmente, não produz bons resultados em pacientes com Índice de Massa Corporal acima de 55Kg/m 2 .

Esta técnica já foi a mais utilizada no mundo até perto do fim da década de 90, contudo, devido à possibilidade de reoperação em até 20% dos pacientes, ela vem sendo abandonada recentemente pela maioria dos cirurgiões. Esta cirurgia pode também ser executada por vídeo-laparoscopia.

Veja abaixo, o esquema de como é feita esta cirurgia:

Legenda. Antes da cirurgia: em cinza, o volume do reservatório gástrico normal.

Legenda. Depois da cirurgia: em cinza, o volume do novo reservatório gástrico, que comportará muito menos alimento. O anel funcionará para impedir a passagem rápida do alimento

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para o restante do estômago.

Abaixo, uma foto do estômago após a cirurgia. Veja na legenda o significado das setas coloridas:

Legenda. Estômago operado, técnica de Mason. Círculo cinza: novo reservatório gástrico; seta azul: aponta a linha vertical onde estão os grampos (na foto, estes não aparecem porque eles formam uma espécie de "sulco" no estômago e ficam no fundo deste); seta verde: "buraco" feito no estômago para possibilitar a colocação dos grampos; seta amarela: anel de material siliconizado;

 

 

2. Gastroplastia Vertical com Bypass Gastrojejunal (Técnica de Capella).

  Atualmente, esta é a técnica dita "padrão ouro" e a que mais é realizada no mundo. A maioria dos cirurgiões a realizam por via convencional, isto é, com uma incisão no abdome. Na minha opinião, quando os cirurgiões adquirirem mais experiência com esta técnica realizada por vídeo, ela será a "definitiva".

Nesta técnica, o estômago é separado em 2 (é cortado, mas nenhuma parte é retirada) com o auxílio de um "aparelho grampeador". Fica uma parte menor (chamada "neo-reservatório") e outra maior (chamada de "estômago excluso"). O neo-reservatório é bem pequeno e nós o  conectamos a uma porção de intestino delgado e nós também colocamos um anel assim como na técnica anterior. Após a cirurgia, como o estômago que vai funcionar (chamado neo-reservatório) é pequeno, então mesmo uma mínima quantidade de alimentos fará o paciente sentir-se saciado. Há quem acredite que, com esta técnica, uma parte da perda de peso se dá também por causa de uma leve "má-absorção" causada pela conexão do estômago no intestino delgado. Não se tem certeza disso, mas o fato é que os resultados obtidos com esta técnica são melhores do que com a anterior.

Vantagens desta técnica: a) perda de peso maior (40-50% do peso inicial); b) não há problemas de reoperação como na técnica de Mason;

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c) a perda de peso insuficiente é rara; d) menos problemas de vômitos e intolerância a sólidos; Suas desvantagens: a) maior propensão a causar desnutrição, principalmente de Ferro e alguns minerais; b) risco maior de fístula como complicação cirúrgica; c) cirurgia mais complexa e demorada; d) reversão mais difícil;

Veja abaixo, o esquema de como é feita a cirurgia de obesidade mórbida através desta técnica:

Abaixo, veja como é o grampeador utilizado na cirurgia:Legenda: Grampeador utilizado na cirurgia de Capella. As duas partes são acopladas ao redor do estômago e quando o aparelho é disparado, o estômago entre ele é cortado e grampeado ao mesmo tempo.

3. Bandagem Gástrica Laparoscópica (Lap-Band).

  Esta técnica é mais recente e teve o mérito de tornar a cirurgia de obesidade mórbida possível e popular através de laparoscopia (técnica sem incisão grande). Consiste na colocação de uma banda (espécie de faixa ajustável) logo no início do estômago, fazendo-o ficar com um reservatório pequeno acima desta e, portanto, dando ao paciente a sensação de saciedade mesmo com pequenas quantidades de alimento. Como a banda é ajustável, é possível através de uma pequena punção com agulha deixar a passagem através dela mais estreita ou mais ampla, permitindo desta maneira a melhor adequação da passagem de alimentos e evitando o inconveniente dos vômitos muito frequentes que podem ocorrrer com a técnica de Mason.

Vantagens: a) técnica mínimamente invasiva, isto é, não há a grande incisão das outras técnicas; b) recuperação mais rápida; c) custo menor; d) reversão fácil; e) pouca incidência de complicações; Desvantagens: a) resultados inferiores à técnica de Capella (menos perda de peso); b) problemas frequentes com a banda; c) incidência relativamente alta de esofagite; d) técnica não adequada para pacientes com

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Índice de Massa Corporal maior que 55Km/m 2 ;

Veja abaixo o esquema da cirurgia:Legenda: Na figura, nota-se o estômago após a colocação da banda. A seta verde mostra o reservatório que fica colocado abaixo da pele e que, através dele, pode-se apertar ou folgar a banda (seta amarela) que é colocada ao redor do início do estômago, criando um novo reservatório pequeno (seta azul). Após a digestão do alimento neste reservatório, a comida segue para o restante do estômago (seta vermelha).

Veja abaixo, a prótese (Banda laparoscópica) que é colocada ao redor do estômago e que deverá permanecer lá para sempre:

Legenda: A prótese tem os seguintes componentes: A seta azul mostra o reservatório que fica logo abaixo da pele. Um pequeno tubo conecta o reservatório com a banda (seta vermelha). Esta pode ser inflada ou desinflada através do reservatório para que aperte mais ou menos a saída do novo reservatório..

4. Derivação Biliopancreática (Técnica de Scopinaro).

 

Técnica desenvolvida pelo italiano Nicola Scopinaro e que, de todas as aqui apresentadas é a única que funciona verdadeiramente como má-absortiva. Portanto, não há quase nenhuma restrição do volume de alimentação. Isto implica dizer que o paciente come praticamente a mesma quantidade que pessoas não operadas.

 

 No Hospital

Este é um momento importantíssimo do tratamento porque é nele que devem ser tomadas as principais medidas para que o paciente se recupere bem da cirurgia.As informações aqui contidas têm como objetivo melhor informar o paciente já que sabemos que este, quando bem esclarecido antes da cirurgia, coopera mais e tem

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um resultado mais satisfatório. Caso você necessite de esclarecimentos mais do ponto de vista técnico / científico, mande-me um e-mail com sua dúvida.Também, as informações dispostas aqui dizem respeito à nossa rotina. Eventualmente, em cada lugar (ou cada equipe) poderá fazer de uma forma ligeiramente diferente.Nós costumamos internar o paciente na véspera da cirurgia à noite. Isso é importante porque o anestesista pode fazer a visita pré-anestésica e podemos iniciar algumas medicações importantes para prevenir complicações na cirurgia no dia seguinte (como, por exemplo, drogas para prevenir gastrite no pós-operatório, para prevenir trombose nas veias das pernas). Além disso, é importante também que o paciente se interne na véspera para que possa tomar um sedativo para dormir tranquilo e assim evitar o stress antes da operação que às vezes pode até causar uma crise hipertensiva.A cirurgia em nosso serviço é realizada pela manhã, demora em média 1 a 3 horas (dependendo da técnica realizada). Na sala de cirurgia, o paciente tem uma veia puncionada e o anestesista aplica uma medicação que o faz dormir. Após isso, o paciente só irá acordar após a cirurgia.Em geral, o paciente se acorda ainda na sala de cirurgia (mas às vezes só acorda na sala de recuperação anestésica). Neste momento, é importante que ele saiba que talvez se acorde com um tubo em sua boca. Este tubo é utilizado pelo anestesista para ajudar na respiração do paciente.Logo após, o paciente é levado para a Sala de Recuperação Anestésica ou, em uma minoria dos casos, pode ser necessário a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Quando o paciente for para a Sala de Recuperação, em geral ele permanecerá lá por umas 2 horas em média e depois retornará a seu apartamento, para junto da família. Quando for necessário ir para a UTI, ele permanecerá lá geralmente até a manhã do dia seguinte, quando deverá então retornar ao seu apartamento.O paciente também deve saber já antes da cirurgia quais serão os tubos e drenos que ele deverá permanecer nos primeiros dias e a função de cada um. Em nosso serviço, o paciente sai da cirurgia com uma veia puncionada ("veia com soro"), com um dreno do tipo sucção saindo do umbigo e com uma sonda urinária conectada a um recipiente. A sonda "da urina" fica somente até a manhã seguinte da cirurgia. O dreno de sucção fica até o dia da alta hospitalar. E a veia fica com soro até (geralmente) dois dias após a operação.Alguns pontos são de suma importância na recuperação do paciente nestas primeiras horas e primeiros dias. Vejamos abaixo, os principais:

O paciente deve sentar-se numa poltrona confortável ainda no dia da cirurgia, em geral no fim da tarde ou começo da noite.

Se o paciente estiver se sentindo bem e assim desejar, ele pode caminhar (ir ao banheiro, por exemplo) ainda no primeiro dia.

O paciente deve saber que não deverá permanecer "imóvel" na cama. Para evitar complicações pulmonares importantes, o ideal é que ele se sente, caminhe, respire fundo e que mude frequentemente de posição quando estiver deitado.

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O paciente durante a internação fará fisioterapia respiratória e motora diariamente e, em alguns pacientes, duas vezes por dia. É muito importante esta mobilização do paciente, e não esquecer também de movimentar também as pernas para evitar trombose nas veias das pernas que é uma complicação grave evitável.

No mesmo dia da cirurgia e no dia seguinte o paciente ficará em jejum. No próximo dia, ele começará a provar líquidos (geralmente água, chá e água de coco). O paciente estará autorizado a tomar uma xícara de cafezinho por vez (50ml) e com um intervalo de no mínimo 5 minutos. O paciente deverá beber lentamente e gole por gole.

No próximo dia, se tiver o paciente tiver conseguido beber bem no dia anterior, pode-se retirar o paciente "do soro" e as medicações são feitas ou por via oral (pela boca) ou via intramuscular.

No dia seguinte, se tudo estiver bem, o paciente terá o dreno de sucção retirado e poderá sair de alta hospitalar.

Nós já observamos que, curiosamente, os pacientes operados de obesidade mórbida sentem pouca dor. Mesmo assim, nós medicamos os pacientes com boas drogas analgésicas que é para poder deixar o paciente o mais confortável possível para se sentar e caminhar.

Em geral, a recuperação é surpreendentemente boa e rápida. A maioria dos pacientes já caminha bem no dia após a cirurgia e nega dores no terceiro dia após.

A cooperação do paciente é importantíssima para a sua recuperação. Os cirurgiões têm observado que os pacientes que se recuperam melhor são justamente os que procuram sentar-se e caminhar precocemente, os que procuram seguir as recomendações de respirar profundamente, os que movem suas pernas sistematicamente, os que ficam pouco tempo deitados durante o dia, etc.Assim, a intenção de nós informarmos o máximo possível o paciente sobre este momento crítico de seu tratamento é justamente para que ele entenda o que é importante e que possa saber como colaborar para sua própria recuperação.

 Após a Alta Hospitalar

É surpreendente como os pacientes operados de cirurgia para o tratamento da obesidade mórbida se recuperam rápido. A dor que eles sentem no período pós-operatório é mínima após 3 ou 4 dias e, em geral, a única medicação que eles precisam tomar nos primeiros 15 dias é uma medicação contra gastrite e outra contra dor (se houver necessidade).

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Normalmente, em casa estes pacientes não têm que ter nenhum cuidado especial. Nós apenas recomendamos que observem a ferida operatória para ver se não há nenhum sinal de infecção, isto é, dor localizada ou um "avermelhado" ao redor da ferida operatória ou saída de pus entre os pontos ou febre. Qualquer um destes sinais pode ser devido a infecção da ferida e, caso algum deles apareça, o paciente deve procurar seu cirurgião.É conveniente lembrar que é muito comum a saída de um líquido claro ou levemente amarelo e límpido da ferida e isso não é sinal de infecção. Ele é o resultado de lipólise ("quebra da gordura") ou é um líquido que pode se acumular abaixo da pele após a cirurgia (serosidade). Se isso acontecer o paciente não deve se preocupar.Os pontos podem ser retirados entre o 14o. e o 20o. dia após sua operação. Não há um dia "fixo" porque dependerá de como estiver a ferida operatória na semana seguinte à cirurgia, no dia em que o paciente retornar ao consultório do cirurgião.Ainda nestes primeiros dias, o paciente deverá ser visto pelo(a) nutricionista para que ele(a) prescreva-lhe uma dieta líquida adequada. Para mais detalhes em relação à dieta para os primeiros 30 dias, veja a seção "Nutrição e dietas".Sempre pedimos aos pacientes para não exercerem nenhuma atividade física nas 3 primeiras semanas. Além disso, é importante que não façam nenhum esforço grande como levantar um grande peso ou fazer exercícios abdominais por 3 meses. Contudo, após 3 semanas após a cirurgia o paciente já pode - e deve - fazer exercícios leves como caminhadas (preferencialmente pela manhã) e hidroginástica.As tarefas mais comuns do dia-a-dia, como dirigir um automóvel, passear em um parque ou shopping, etc. podem ser praticadas sem problemas com 1 semana após a cirurgia. O retorno às atividades profissionais deve levar em consideração o tipo de trabalho executado. Em geral, profissionais que trabalham sentados sem fazer nenhum tipo de esforço (como secretárias, atendentes, motoristas, ...) podem voltar a trabalhar até em 10-15 dias, se estiverem se sentindo bem. Pessoas que trabalham exercendo algum tipo de esforço físico, devem ter repouso de pelo menos 1 mês ou deve discutir seu caso em particular com seu médico.O acompanhamento após a cirurgia é importantíssimo. O paciente deve ser acompanhado pelo cirurgião, pelo nutricionista e pelo endocrinologista após a cirurgia. O acompanhamento deve ser feito a longo prazo e deve incluir reuniões mensais com grupos de outros pacientes operados. Em nosso serviço, nós consideramos essenciais as seguintes visitas pós-operatórias aos profissionais da equipe:

Cirurgião: com 7 e 14 dias, com 1, 2, 4, 6, 9, 12 e 18 meses e anualmente a partir de então;

Nutricionista: com 7 dias, com 1, 2, 3 e 6 meses e se necessário a partir de então;

Endocrinologista: mensalmente se o paciente for diabético;

Uma das consequências da cirurgia é a propensão à deficiência de determinadas vitaminas e elementos nutritivos. Para evitar essa complicação o paciente deve

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fazer uma reposição destas substâncias para o resto da vida. Em nosso serviço, nós somente operamos através da técnica de Capella (bypass gastrojejunal) e nós recomendamos a tomada diária de um complexo multivitamínico, de oligoelementos e de Ferro. Os pacientes que se operam através da técnica conhecida como Scopinaro (derivação biliopancreática)  devem também fazer reposição de cálcio. Já os pacientes operados através da bandagem gástrica laparoscópica ou da técnica de Mason (gastroplastia vertical com bandagem) não precisam se preocupar muito com estas deficiências. Elas raramente ocorrem se o paciente seguir as recomendações dietéticas.As reuniões com o grupo de pacientes operados é de extrema importância. Desconfie da equipe que não as organiza. A cirurgia para obesidade não deve ser feita por um cirurgião "eventual", ela exige o aprofundamento nesta área e os cirurgiões que a levam a sério geralmente organizam as reuniões de seus pacientes. Existem inúmeros trabalhos científicos mostrando as vantagens deste tipo de atividade. As reuniões dão aos pacientes a oportunidade de conversar com outros operados, tirar dúvidas com eles e com os médicos da equipe além de comprovadamente aumentar a aderência dos pacientes ao acompanhamento e a sua disposição para continuar com as recomendações pós-operatórias. Ainda, as reuniões servem muito bem para o propósito de oferecer aos pacientes na etapa pré-operatória a chance de conversar com pacientes já operados e ouvir suas estórias e opiniões para ajudar na sua decisão de operar-se ou não. Em nosso serviço, as reuniões são mensais e ocorrem sempre nas primeiras sexta-feiras de cada mês, às 19 horas, no Centro de Estudos do Hospital São Marcos. A pauta das nossas reuniões é composta da seguinte maneira:

1a. parte

Reunião científica com apresentações ministradas por membros da equipe, dirigida ao público leigo, abordando temas relacionados com obesidade. Por exemplo: "O papel da cirurgia plástica após a cirurgia para obesidade", "A importância da atividade física na perda de peso pós-operatória", ...

2a. parteSessão aberta de perguntas e respostas, tanto por parte dos pacientes operados quanto dos candidatos, dirigidas tanto aos médicos da equipe quanto aos pacientes

3a. parte Coquetel "diet"

4a. parte

Neste momento, os profissionais da equipe devem retirar-se e deixar os pacientes e candiadatos a cirurgia à vontade para que estes tenham a oportunidade de conversar livremente

 Dúvidas Mais Frequentes

Colocamos aqui nesta seção as perguntas mais frequentemente realizadas pelos pacientes, tanto antes como depois da cirurgia de obesidade mórbida. Espero que você encontre aqui respostas para suas dúvidas, contudo, caso não as encontre,

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fique à vontade para me enviar um e-mail que procurarei respondê-lo o mais rápido possível. Atenção: a maioria destas perguntas e respostas aplicam-se somente à técnica da gastroplastia vertical com bypass gástrico (técnica de Capella). Esta é, no momento, a única técnica que nós utilizamos em nosso serviço apesar de já termos realizado várias gastroplastias verticais com bandagem.1) Que tamanho fica o estômago após a realização da cirurgia?

A nova porção do estômago que irá servir de reservatório após a cirurgia de obesidade mórbidade é chamada de neo-reservatório. Em geral, o neo-

reservatório fica com capacidade de aproximadamente 30ml. Como o tecido gástrico é elástico, esta capacidade não é o valor máximo que o paciente irá

conseguir se alimentar. Em geral, os pacientes após alguns meses da cirurgia acostumam-se a mastigar bem e conseguem comer cerca de 25% da

quantidade que comiam antes e sentem-se saciados.

2) O neo-reservatório pode dilatar?

Sim, mas não significativamente, exceto se houver exagero como, por exemplo, se o paciente forçar e comer em excesso ou vomitar com muita

frequência. É recomendável evitar beber (pelo menos nos primeiros 6 meses) refrigerantes ou outros líquidos com gás.

3) Porque há a colocação de um "anel" no neo-reservatório gástrico?

Normalmente, o estômago tem um músculo (chamado piloro) que controla a saída dos alimentos de seu interior e que só permite esta passagem após a

digestão dentro do estômago ter se processado. Após a cirurgia, este músculo vai ficar na parte por onde a comida não vai mais passar, pois o alimento só

passará pelo neo-reservatório. Daí, para haver um obstáculo para evitar que o alimento saia imediatamente do neo-reservatório, é que colocamos este anel

que funciona como se fosse um "cinto" para estreitar a passagem entre o neo-reservatório e o intestino. Este anel é feito de um material chamado Silastic,

que é inerte e não provoca "reação" do organismo.

4) Qual a frequência de problemas com o anel de Silastic?

Problemas com o anel ocorrem em menos de 2% dos casos. É, em geral, um problema fácil de tratar. Se o anel erodir para dentro do estômago, na maioria

das vezes ele é expelido espontaneamente com o tempo. Se não acontecer espontaneamente, ela pode ser retirada por endoscopia. Raramente, pode ser

necessário reoperar o paciente.

5) E se o anel for retirado, o que acontece?

Em alguns pacientes pode haver pequeno ganho de peso, em outros pode haver um ganho de peso importante e em outros pode não fazer diferença

nenhuma.

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6) Como saber se o anel está com problemas?

Em geral o diagnóstico é feito com endoscopia e através dos sintomas que o cirurgião pode reconhecer. Normalmente o paciente pode começar a sentir

dificuldade de comer alimentos sólidos se acontecer algum problema com o anel ou então pode começar a haver ganho de peso.

7) Quais são os drenos que o paciente fica logo após a cirurgia?

Há variação de lugar para lugar. No nosso serviço nós geralmente deixamos o paciente com uma sonda urinária (que permanece somente 24h após a

cirurgia) e com um dreno de sucção que sai através do umbigo (que serve para aspirar as secreções que porventura possam se acumular abaixo da incisão e

assim, evitar uma infecção na ferida operatória. No nosso serviço, nós não utilizamos sonda nasogástrica após a cirurgia.

8) O que acontece com a outra parte do estômago (a que fica sem passar alimento) ?

Nenhum problema com essa parte. Em geral, pode-se dizer que ela ficará protegida, já que não passará por ela mais nenhuma substância cancerígena,

irritante, ácida, etc. Há a especulação até de que a chance de o paciente ter um câncer nesta parte do estômago é menor do que a de outras pessoas. Esta

proteção também valeria contra gastrites e úlceras. Esta parte do estômago apesar de estar excluída (isto é, sem passar alimentos em seu interior) não tem problemas. Continuará a produzir as secreções gástricas normalmente, apenas

em quantidade menor. Outra dúvida das pessoas é se o estômago excluído não ficará "solto". Na verdade, o estômago normalmente é unido a outros

órgãos abdominais e, após a cirurgia, ele continuará fixo.

9) E os "grampos" utilizados para seccionar o estômago?

Não há problemas com os grampos, também. Eles são minúsculos e feitos de um material que não produz "reação" no organismo, o Titânio. Não há nenhuma "rejeição", o paciente poderá fazer exames de ressonância magnética nuclear sem problemas e eles também não "enferrujam".

10) Qual é a velocidade da perda de peso?

A perda de peso ocorre em grande parte nos primeiros 6 meses. A perda de peso depois disso ocorre em menor proporção até o segundo ano. Prática de

exercícios regulares aumenta a perda de peso.

11) A perda de peso não pára? O paciente não vai ficar magro demais?

Geralmente, os pacientes que são submetidos a esta cirugia precisam perder muito peso. Às vezes, eles têm mais que o dobro do peso ideal. Assim, a perda de peso que é causada pela cirurgia, que é de aproximadamente 45 a 50% do

peso inicial, não é suficiente para deixar os pacientes magros em excesso. A

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maioria dos pacientes estabiliza o peso ficando um pouco acima do peso ideal.

12) E os riscos de desnutrição?

Devido ao fato de algumas substâncias como vitaminas, Ferro, Zinco e outros minerais serem mais absorvidas no estômago e no duodeno, elas poderão ser

menos absorvidas após a cirurgia para obesidade, pois o alimento não passará mais por estas partes do aparelho digestivo. Portanto, o paciente precisará,

após a cirurgia, tomar suplementos vitamínicos e de minerais para o resto da vida. É importante uma visita regular ao nutricionista para evitar esta

complicação.

13) A perda de peso rápido não traz riscos?

Usualmente, não. Pode ocorrer formação de colelitíase (pedras na vesícula). Os pacientes devem tomar suplementos vitamínicos para evitar deficiências

nutricionais. Exames de sangue são feitos de rotina em intervalos frequentes para detectar possíveis problemas nutricionais.

14) O que são os "platôs" (plateau) da perda de peso?

A perda de peso após a cirurgia não ocorre de forma regular. Existem períodos de perda de peso e podem existir períodos durante os quais o peso permanece

estável. Estes períodos são chamados de "platô" e podem durar de poucas semanas a alguns meses e, terminado esta fase, o peso volta a diminuir.

15) Existem limites de idade para a realização da cirurgia de obesidade mórbida?

Normamente pode-se operar pacientes entre 18 e 60 anos de idade. Há casos em que pode-se abrir excessões desde que o paciente seja avaliado por uma

equipe multidisciplinar e seja decidido que, apesar da idade, os benefícios para o paciente compensam. Pacientes de idade extremas como 13 e 74 anos

jáforam operados.

16) A dor pós-operatória da cirurgia de obesidade mórbida é grande?

A dor é muito subjetiva para ser avaliada mas a maioria dos pacientes sente muito pouca dor. É surpreendente como no dia seguinte ao da cirurgia o

paciente já consegue até caminhar e no local da incisão geralmente sente apenas uma leve sensação dolorosa.

17) Quanto tempo demora a cirurgia?

É variável, mas em geral leva de 2h a 4h.

18) Durante esta cirurgia, é necessária uma transfusão sanguínea?

Não. Raramente, se houver algum problema durante a cirurgia, pode ser

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necessário. Em nosso serviço, nunca precisamos transfundir sangue para um paciente.

19) Qual a mortalidade desta cirurgia?

Isso varia, mas em geral tem sido relatada uma mortalidade de 0,5%, o que equivale a uma morte para cada 200 cirurgias.

20) O que eu poderei comer depois da cirurgia?

Após um período de dietas líquidas e pastosas (veja seção "Nutrição e Dietas") o paciente pode comer o que quiser. O que precisa é que o paciente se lembre

de mastigar muito, muito e muito.  Alguns pacientes podem sentir dificuldade com alguns tipos de alimentos após a cirurgia mas isso varia de pessoa para

pessoa. Alguns têm dificuldade com carne vermelha, outros com pão e outros com macarrão. Em termos de quantidade, os pacientes em geral, quando

acostumam-se a mastigar bem os alimentos e conseguem comer cerca de 25% do que comiam antes da cirurgia.

21) A perda de cabelo é comum?

Sim, qualquer tipo de emagrecimento rápido pode causar perda de cabelos. Normalmente é um problema temporário e que pode ocorrer do 3o. ao 11o. mês.

Uma maneira de tentar evitar ou minimizar o problema é aumentar a quantidade de proteínas na dieta e tomar suplementos que contenham Zinco.

22) O que é o dumping?

23) Quanto de perda de peso eu devo esperar?

Normalmente a perda de peso é de cerca de 45 a 50% do peso inicial. É claro que isso varia dependendo do sexo, da idade e da prática de atividades físicas

do paciente.

24) Posso beber álcool após a cirurgia?

Nós recomendamos não tomar bebida alcoólica. Se não definitivamente, pelo menos por 6 meses. O paciente deve também saber que se for beber álcool,

ele poderá fazer um efeito maior do que o que fazia antes da cirurgia. Lembre-se também que o álcool tem uma grande quantidade de calorias.

Resultados da Cirurgia de Obesidade

Nesta parte nós dispomos alguns dos pacientes já operados em nosso serviço. O resultado aqui exposto é apenas o físico / estético. Acreditamos que o melhor resultado é indiscritível pois reside na melhora da qualidade de vida. Pacientes

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que têm dificuldade ou impossibilidade de amarrar seus cadarços, manter relações sexuais, caminhar, dirigir, etc. voltam a levar suas vidas com a facilidade das outras pessoas, e isso, para muitos, é o melhor resultado e nós não temos como demonstrar aqui. Em breve, solicitarei a alguns pacientes que escrevam depoimentos para que eu possa dispô-los aqui para quem estiver interessado.A perda de peso esperada deve girar em torno de 30 a 45% do peso com a Gastroplastia vertical com bandagem (técnica de Mason) e de 40 a 55% com a Gastroplastia com bypass gástrico (técnica de Capella). Também varia de acordo com o sexo do paciente (homens provavelmente emagrecem mais que mulheres), a idade (jovens emagrecem mais que adultos) e atividade física (pessoas ativas emagrecem mais que sedentárias). Na técnica de Mason, pode ainda haver um pequeno ou médio reganho de peso após 5 anos da operação. Os resultados também podem ser mensurados em termos de ganho de saúde ou melhora dos problemas causados pela obesidade. Por exemplo, pessoas com hipertensão arterial ("pressão alta") voltam a ter a pressão arterial normal após o emagrecimento provocado pela cirurgia ou, em uma menor proporção de casos, podem precisar de uma dose menor dos remédios. Raramente apenas, o paciente pode não ter nenhuma melhora dos níveis de pressão arterial após a cirurgia. Outro exemplo similar acontece com os diabéticos, que geralmente deixam de precisar tomar remédios para controlar a glicemia (taxa de "açúcar" do sangue) ou, mesmo quando ainda precisam dos medicamentos (menos frequentemente), o fazem com uma dose menor. E assim, acontece com a imensa maioria das complicações da obesidade, como é o caso da hipercolesterolemia (aumento das taxas de colesterol no sangue), dos problemas ortopédicos, pacientes com gota (doença causada pelo aumento do ácido úrico no sangue), etc. Mulheres obesas com infertilidade (geralmente causada pela própria obesidade) voltam a ter a possibilidade de engravidar após perder peso.Abaixo, veja as fotos de alguns de nossos pacientes antes e depois da cirurgia. (gostaríamos de agradecer a Germana, Júlia, Gílson e Giuliano pela permissão para dispor aqui suas fotos).

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Germana antes e 9 meses depois da cirurgia

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Germana antes e 9 meses após a cirurgia

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Gílson antes e 6 meses depois da cirurgia e com seu filho vestindo calça antiga

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Giuliano antes e 6 meses depois da cirurgia

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Júlia antes e 6 meses depois da cirurgiaA cirurgia provoca grande diminuição de peso nos primeiros 6 meses e depois disso a perda é mais lenta e em menor magnitude, e em geral pode ocorrer até o segundo ano depois da operação. Para que a perda de peso seja mais eficaz, é importante que o paciente pratique alguma atividade física, principalmente nos primeiros 6 meses. Evitar alimentos com gás pode também ser benéfico na tentativa de evitar que o estômago se dilate.Especula-se, para concluir, que com o emagrecimento causado pela cirurgia de obesidade mórbida, o paciente volte a ter uma expectativa de vida maior, o que em termos prático, corresponde a "ganhar alguns anos de vida".

Nutrição e Dietas

Por Raquel Barbosa de Freitas    Nutricionista da equipe   

Orientações pré-operatórias

A ingestão de uma dieta pobre em calorias, mas nutricionalmente balanceada, é importante para prevenir as deficiências nutricionais e promover uma perda de peso bem sucedida após a cirurgia. O acompanhamento, a longo prazo, com um nutricionista é importante para avaliar a adequacidade da alimentação e o esclarecimento das etapas do tratamento dietoterápico no qual o paciente irá seguir para uma correta adaptação ao seu novo "estômago".

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Seu esquema alimentar se inicia com uma dieta líquida restrita (líquidos claros) após a cirurgia, a qual será fornecida em um fracionamento a cada 30 minutos com volumes de até 50ml (01 copo para cafezinho), gradativamente, de acordo com sua aceitação, o volume será aumentado até 150ml a cada 03 horas usando alimentos de consistência líquida hipocalóricos.Após 01 mês de cirurgia, na 2a. fase, a consistência líquida será substituída por uma dieta pastosa. Nesta fase será oferecida maior variedade de alimentos, quebrando um pouco a monotonia da 1a. fase. Ainda, neste momento será importante e incentivado o início da atividade física.De acordo com a aceitação do paciente, a consistência da dieta vai evoluindo gradativamente chegando à 3a. fase, na qual já é uma dieta de consistência branda/normal, sempre enfatizando alimentos hipocalóricos, fracionada (5 a 6 refeições por dia) e pequenos volumes. Nunca ingerir líquidos às refeições, mesmo quando sentir sensação de "entalo". Caso ocorra este inconveniente, provavelmente terá ocorrido em consequência de mastigação incorreta.O paciente deve sempre mastigar MUITO BEM os alimentos e se alimentar LENTAMENTE. Nessa fase o leque de opções é vasto, mas bastante individualizado. É importante o convívio nutricionista-paciente para fazer as modificações necessárias.O sucesso da cirurgia dependerá de você. Será importante a sua completa cooperação  e compromisso com as mudanças comportamentais necessárias. 

Orientações para o primeiro mês após a cirurgia - 1a. fase

Ingerir apenas líquidos claros não calóricos (no máximo 150ml) - 01 copo americano;

Usar adoçante;

Evitar pudins, sundaes, milk shakes, leite condensado, sorvetes pois podem causar sintomas de Dumping (diarréia, tontura, queda da pressão) além de prejudicar a perda de peso;

Usar 2 litros de líquidos por dia, incluindo caldos salgados, isso evitará desidratação e formação de cálculos renais. A cada 30 minutos, ingerir 50ml (1 xícara de cafezinho);

Sensações de mal-estar após ingestão de líquidos muito calóricos ou doces e queda de cabelo podem acontecer;

Não se deve praticar exercícios físicos nas primeiras 3 semanas;

DIETA DOS 30 PRIMEIROS DIAS - LÍQUIDA.

Usar até 150ml por porção (1 copo americano); Água de coco e chás;

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Sucos de frutas adoçado com adoçante;

Caldos coados e não batidos no liquidificador (legumes, carne magra, frango sem pele, peixe);

Gelatina dietética;

Leite e iogurte desnatados, podendo batê-los com frutas;

EXEMPLO DE CARDÁPIO PARA OS PRIMEIROS 30 DIAS:

Desjejum: 01 xícara de leite desnatado com aveia + adoçante; Lanche (10h): 01 copo americano de suco de frutas com adoçante - de 100

a 150ml;

Almoço (13h): 03 conchas de sopa de verduras com peito de frango ou carne moída magra + caldo de feijão liquidificada;

Lanche (16h): 01 copo americano de suco de frutas com adoçante;

Jantar (19h): 03 conchas de sopa somente verduras liquidificadas;

Ceia (21:30h): 01 copo americano de leite desnatado com adoçante;

ATENÇÃO: INGERIR LENTAMENTE TODAS AS REFEIÇÕES! 

Orientações para o segundo mês após a cirurgia - 2a. fase

Acrescentar novos alimentos permitidos:

- Carne magra moída (2 vezes por semana)

- Frango sem pele ou peixe desfiado ao molho (5 vezes por semana)

- Purês de vegetais ou frutas

EXEMPLO DE CARDÁPIO PARA A SEGUNDA FASE:

Desjejum: 01 xícara de leite desnatado com aveia + adoçante; Lanche (10h): Banana amassada - 01 unidade pequena;

Almoço (13h): Purê de verduras com leite desnatado - 01 colher de sopa +Frango ao molho desfiado com verduras - 02 colheres  +Caldo de feijão - 02 colheres;

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Lanche (16h): Mamão amassado - 01 fatia pequena;

Jantar (19h): Sopa sem liquidificar - 02 conchas;

Ceia (21:30h): 01 copo americano de leite desnatado com adoçante;

 

Orientações para 60 dias após a cirurgia - 3a. fase

Dieta branda normal - hipocalórica Novos alimentos permitidos:

- Arroz bem cozido (papa);

- Feijão;

- Verduras cozidas sem maionese;

- Frango / Peixe (05 vezes por semana) - cozidos ou grelhados;

- Carnes magras (02 vezes por semana) - picadinhos, grelhados;

- Frutas;

Evitar brócolis, aspargo, amendoim e castanha de caju;

EXEMPLO DE CARDÁPIO APÓS 60 DIAS

Desjejum: 01 xícara de leite desnatado com adoçante (café para mesclar) +01 fatia de pão integral com margarina +01 fatia pequena de mamão;

Lanche (10h): 01 copo americano de suco com adoçante;

Almoço (12:30h): 01 colher de sopa de arroz bem cozido +01 colher de sopa de feijão +01 colher de sopa de batidinho de carne magra +01 banana pequena +02 colheres de sopa de verdura cozida (pode ser na forma de purês com leite desnatado);

Lanche (15:30h): 01 copo de vitamina de frutas com adoçante;

Jantar (18h): 02 conchas de sopa de verduras + 01 laranja;

Ceia (21h): 01 fatia de mamão;

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RECOMENDAÇÕES EXTRA:

- Não ingerir líquidos durante as refeições;

- Alimentar-se lentamente, de preferência faça seu prato no pratinho de sobremesa;

- Atenção: o valor calórico da dieta de cada paciente vai depender de seu peso atual e sua altura;

- Consulte o nutricionista para orientação individual;

 

Orientações adicionais:

 

Por Gustavo Santos de Sousa    Cirurgião geral da equipe   

As recomendações abaixo destinam-se a esclarecer dúvidas frequentes quanto à alimentação dos pacientes que são submetidos a cirurgia para obesidade mórbida.1) Ao observar as recomendações de cardápio acima, alguns pacientes antes de se operar imaginam: "quer dizer que vou continuar tendo de sofrer com regimes?". A resposta é que para seguir as recomendações anteriores, o paciente não irá SOFRER, pois mesmo comendo muito pouco, ele se sentirá saciado. Na realidade, muitos pacientes não conseguirão nem mesmo comer tudo o que o cardápio recomenda.2) É MUITÍSSIMO importante o paciente alimentar-se lentamente. Caso contrário, ele irá sentir-se "entalado" ou até mesmo dor na região superior do abdome.3) Lembre-se também de mastigar MUITO BEM os alimenttos, pelo mesmo motivo que o anterior.4) Nos primeiros 6 meses, o paciente tem uma diminuição muito grande do apetite. Após este período, o apetite retorna gradualmente ao normal, mas não se preocupe: o estômago continua pequeno e você não irá comer muito para saciar a fome. Em algumas situações, o paciente pode começar a sentir um apetite muito grande. Acredita-se que isso pode acontecer devido ao fato de que os carbohidratos (açúcares) são importantes para dar a sensação de alívio da fome e que os pacientes após a cirurgia podem não estar usando açúcares, e sim adoçantes. Se por acaso o apetite se tornar incômodo, você pode tentar substituir o adoçante de algumas refeições por açúcar e, desta forma, provavelmente a fome passará mais facilmente.

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5) Não se preocupe se, após a cirurgia, você não conseguir comer tudo o que for recomendado nos cardápios acima ou pela nutricionista. Coma apenas o que aguentar.6) Dê preferência para se alimentar 5 ou 6 vezes ao dia do segundo mês em diante.7) Procure sempre beber 01 copo de água (150ml) aproximadamente 20 minutos antes das refeições. Esta é uma ótima maneira de evitar a sede após as mesmas, sem falar que também evita que você coma em excesso.8) Evite beber água durante as refeições e mesmo após 2 horas após.9) Evite refrigerantes e outros líquidos com gás após a cirurgia. Se possível, passe seis meses sem tomá-los. O motivo é que refrigerantes podem a causa da dilatação do estômago que alguns pacientes têm após a cirurgia.10) Não beba bebidas alcoólicas nos primeiros seis meses após a cirurgia e, se possível, no primeiro ano. O problema com o álcool é que os líquidos são digeridos rapidamente e não dão a mesma saciedade que os sólidos além de que o álcool tem alto teor de calorias.11) Mesmo que você vá beber bebida alcoólica, tenha cuidado, pois após a cirurgia, mesmo pequenas doses podem fazer efeito maior que anteriormente.12) Evite alimentos muito doce ou com alto teor calórico pois, em pacientes que tenham sido operados pela técnica de Capella, eles podem causar sintomas que formam uma síndrome chamada de "Dumping", que são tontura, diarréia, mal-estar na região superior do abdome, suor excessivo, queda da pressão arterial. A causa destes sintomas é a passagem de alimentos com osmolaridade alta direto do estômago para o intestino.13) É muito importante o acompanhamento pós-operatório com o nutricionista da equipe. Não qualquer nutricionista, pois o profissional deve estar a par das diversas variáveis em jogo após o tratamento cirúrgico da obesidade mórbida.14) Alguns alimentos causam maior dificuldade de digestão para os pacientes. Percebe-se frequentemente que carne vermelha é mais difícil de "descer" do que outros alimentos. Alguns pacientes reclamam que têm dificuldade com pão enquanto outros queixam-se de farinha. Isso varia muito e de paciente para paciente.15) Evite a todo custo comer farinha.16) Não se deite logo após comer uma refeição. Espere de preferência 2 horas antes de deitar-se17) Se, após uma refeição, começar a se sentir muito cheio ou "entalado", não beba líquidos nem se deite. A melhor solucão é caminhar um pouco. Melhor ainda é evitar: não coma mais do que seu estômago suporta e alimente-se bem devagar e mastigue bastante.18) Na dúvida em relação à alimentação, não tente adivinhar. Pergunte ao seu cirurgião ou a seu nutricionista.