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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA<;:AO PARAASAUDE CURITIBA 2003
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OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

Jul 03, 2018

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Page 1: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA<;:AO

PARAASAUDE

CURITIBA

2003

Page 2: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

ANDRESSA MAGALHAES GOMES CORR~A

OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA<;AO

PARA A SAUDE

Trabalho de Conclusao de Cursoapresentada como requisito parcial para aobten9ao do titulo no Curso de Pedagogia,Licenciatura Plena, da Universidade Tuiutido Parana.

Orientadora Professora: Elizabeth CristinaSuzin.

)r

CURITIBA

2003

Page 3: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

J;rf ~!;~':~~~~,~~,~,~!~!~.?:?oo ~~~~~VIIP

CNIVI~RSIDAOE TUJlITI 00 !'ARANAF,\ClILOAOE OF,ClENCIAS HLJMANAS. tETRAS E ARTES

CLJRSO I)E !'IWAGOGIA

TERMO DE APROY A<;:AO

NOME 00 ALUNO: ANORESSA MAGALHAES GOMES CORREA

TiTULO: OBESIDAOE INFANTIL NA ESCOLA - REEOUCACAO PARA A SAVOE

TRABALHO DE CONCLUSAo DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIAL

PARA A OBTENC;:AO DO GRAU DE LlCENCIADO EM PEDAGOGIA, CURSO DE

PEDAGOGIA DA FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, DA

UNIVERSJUADc TUll)T1 DO PARANA.

MEMBROS DA COMISSAO AVALIADORA:

~-d.C ~"):-'-PROP'. ELIZA BETH CRISTINA SUZJNORlENTADORl\

~'r<.u.~,u.Go 'PROP. MARCIA MEDEfROS MACHADOIEMjj~A

PROF, CARLOS A\,XES ROCHAMEMBRO OA IHI'<CA

OATA: 29/IJ 12003,

CURITIBA- PARANA2003

c.."'_""~"i."","",,:""~""'''''''.I~t;'~'''.tJ:J· ••.'lbI,m<i•.CEf'r.J010lltl.I'-:C~I)l)11ro~lr,,",(41)))11n~c_.a.A(tO""_~.I:I,_!hoy.~·-I1...,.r"}·-"'~"";·CE,.t::'SIS.IIO.I'''''''(~I)lH07U/f_(~\)*"N!C""",,,,,C"""'-II_: 1tu;;o1ol3l'tollinoCt'-'F"'-.SoO$·Mtfck·C£"IO"O,:1O·~(41):Jll ·/'10011'••.•' (41)3.111110c.-,.......-..~....•..~'1t·~·CEP.l~JIO!I·F_:(ll)1'1_4Ir""'t4111'J_C--r- ••••,.)« _ E"3', ~cb"'" ,,,- fW1k·C(,._lIJ.HO· •••".; (41)ln4U-4IF_ "'1)l.."94:;.J.4C._~:"""'J..>Mo...""",""M.>oc"""".c."'''''':sJ·l'ib •.•I~''·CE''al101)..:SO·~tt(ll)3.18I'')lIF.:~~ljUll!.llC~mr'" 1'00<1":"'" c.,_ FI.~, 1_ ·.'.rdlrn kIlni.,. -Cf.!"lGalS.0t0· F",,,,,!~I).:Jl~NIF•••: j.\l,:lI»)4!1C•••,liI>:i·••••rlt'I~·lIf,..;1

Page 4: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

AGRADECIMENTOS

Agrade90 primeiramente aos meus pais,

que apesar das dificuldades ocorridas em nossos caminhos me incentivaram e mederam forc;as para alcan9ar meu objetivo.

A minha Orientadora Elizabeth Cristina Suzin,

pela credibilidade para a realiza<;M deste trabalho.

As minhas amigas e a todos as professores que conviveram comigo durante as

quatro anos de Pedagogia.

Page 5: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

As pessoas precisam comer para viver e n~oviver para comer.

(Ivane Ikeda Morimoto)

Page 6: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

RESUMO

A obesidade constitui-se em importante desvio nutricional que deve merecer aatenc;ao dos profissionais de saude e da area educacional. Na infancia e naadolescencia, 0 excesso de peso pode determinar ern dificuldades de socializafYc30no futuro, alem de problemas artapedicas e dermatal6gicas. 0 adulta au javemobeso tern maio res dificuldades que os nao abesos para conseguir emprego econstituir familia. Na maturidade, sao expressivamente maiores as riscos deincapacita~o e morte entre as abesos, quando comparados com nao abesos. Estenumero de compacta~o apresenta-se de forma condensada, principal mente serelacianadas a epidemialagia, fisiapatalagia, diagnostica, prevenyaa e tratamenta daobesidade entre criany8s e adolescentes. Pretende-se, com este estudo, contribuirpara a cantrale da abesidade a partir da ayaa cotidiana principalmente entre asescolares atraves da pratica assistencial realizada pelos profissionais, seja da areamedica, pSicologica, pedag6gica ou nutricional.

Palavra - chave: Educayaa em Saude, Reeducagaa, Tratamenta, Prevenyaa.

Page 7: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

SUMARIO

RESUMO ..

INTRODUc;:Ao ..

FUNDAMENTA<,:AO TEORlCA ...

1 0 QUE E OBESIDADE ..

1.2 CAUSAS DA OBESIDADE ..

1.3 FATORES DE RISCO ..

1.4 TIPOS DE OBESIDADE .

1.5 FASES DA OBESIDADE .

1.6 OBESIDADE E POBREZA ...

2 EPIDEMIOLOGIA DA OBESIDADE INFANTIL.. ..

4

8

12

12

12

13

2.1 FATORES ETIOL6GICOS

14

14

17

20

22

2.2 FISIOPATOLOGIA... 25

2.3 FATORES INTERNOS E EXTERNOS QUE INFLUENCIAM NO AUMENTO DE

PESO... 28

2.3.1 Obesid3de End6gena... 28

2.3.2 Obcsid3de E..~6gena... 28

2.4 0 PAPEL DA MAE E DA AMAMENTACAo NO COMBATE A OBESIDADE

INFANTIL ...

2.5 OBESIDADE INFANTIL E DESENVOLVIMENTO .

2.6 CONSEQOENCIAS DA OBESIDADE INFANTIL ...

28

30

2.7 TRATAMENTO .

3 I

36

2.8 PREVENCAo ...

PAPEL DO PEDAGOGO NA ORIENTACAo. PREVENCAo E

TRATAMENTO... 42

37

3.IPAPEL DA ESCOLA NA (RE) EDUCACAO DA OBESIDADE INFANTIL... 43

4 CONSIDERACOES FINAlS... 45

REFERENCIAS .... 47

Page 8: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

ANEXOS ...

ANEXO I - OBESIDADE lNFANTIL .

ANEXO 2 - OS PERIGOS DA OBESIDADE

ANEXO 3 - MODELO DE PROJETO DE EDUCA<;:AO EM SAUDE ..

ANEXO 4 - PROJETO RRAMM ..

ANEXO 5 - ORIENTA<;:AO AOS PAiS ....

ANEXO 6 - OBESIDADE INFANTIL ..

ANEXO 7 - PROGRAMA DE REEDUCA<;:AO ALiMENTAR E OBESIDADE

lNFANTIL...

ANEXO 8 - II DE OUTUBRO: DIA MUNDIAL DA LUTA CONTRA A

OBESIDADE E MARCADO COM A "DECLARA<;:AO DE BRASiLIA" .. 63

ANEXO 9 - A VOLTA As ESCOLAS QUE ENGORDAM CRIAN<;:AS .. 64

ANEXO 10 - ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA OS PAIS OU RESPONSAVEIS.. 66

50

51

54

55

56

57

60

62

Page 9: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

LlSTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - CAMUNDONGOS .. . 27

LlSTA DE TABELAS

TABELA 2 - CARACTERisTICAS DA IDADE 30

Page 10: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

INTRODUvAo

A obesidade infantil esta associada ao desequilibrio entre as calorias que sao

ingeridas e as que sao gastas, havendo urn acumulo de tecido gorduroso, localizado

entre certas partes do corpo, causado por disturbios geneticos, metab61icos

(hormonais), emocionais ou per alterayOes nutricionais.

A condiyao responsavel por praticamente todos os casos de obesidade e 0

excesso de consumo de alimentos ricas em gorduras e calorias, associado a uma

reduyao acentuada da atividade lisica.

Crianyas abesas sofrem uma serie de alterac;Oes fisicas e psicol6gicas,

alguns fatores sao determinantes para 0 estabelecimento da obesidade: desmame

precoce e introduc;ao inadequada de alimentos de desmame, emprego de formulas

I,kteas inadequadamente preparados, disturbios do comportamento alimentar e

inadequada relayao familiar.

Nos ultimos anos a obesidade tomou-se um problema de saude publica. Alem

do estigma psicossocial acarretado pela obesidade, as complicayOes clinicas e

metab61icas geram urn grande numera de atendimentas nos serviyos de saude.

Pademas citar as repercussOes da obesidade como hipertensaa arterial, diabetes

tipo II, doenyas cardiovasculares, apneia do sono, neoplasia de mama, c610ne reto.

~ importante ressaltar a complexidade do assunto, pois a obesidade tem uma

etiologia mista, na qual contribuem varios latores que nao t~m a<;(iesindependentes,

portanto sofrem influ~ncia entre si.

o estilo de vida das pessoas influi fortemente quando 0 assunta em pauta e a

obesidade. Assim, 0 sedentarismo aliado a uma dieta hipercal6rica, a aus~ncia de

regularidade no horario das refei¢es, s~o fatares que de forma isolada ou

combinada contribuem para 0 desenvolvimento da obesidade. 0 vinculo emocional

mae-filho aleta a nutriyao da crianya, pelo modo com que a mae, demonstrando

afeto au preocupa'tao, oferece alimentos como ·premio" ou compensa'tao.

Page 11: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

9

Dentre os estilos de vida definidos pelos habitos e costumes das crian""s e

adolescentes em que se con solid a primeiramente no modo dos pais educarem seus

filhos. Urn reverse da situayao pode ser estipulado por meio da fixayao de horarios

para comer; quantidade de comida preparada por refeiyljo; qualidade da comida em

relayao aos carboidratos, gorduras e proteinas; numera de refei¢es consumidas

diariamente; quantidade de alimentos consumidos em cada refeic;ao relacionada aDs

horarios das mesmas; habito de comer entre as refeiyOes e a qualidade e

quantidade dos alimentos ingeridos nestes intervalos.

A mae desempenha um papel fundamental no aprendizado nutricional do

filho. Esse aprendizado se desenvolve de fanna ativa, quando se realiza 0 controle

da dieta da casa e de forma passiva, atraves da observayao da crianya quanta aos

habitos nutricionais da mae ou da familia.

a aconselhamento e orientayao das maes no preparo e manuseio dos

alimentos poderia determinar a efetividade de uma medida simples, como par

exemplo, orienta~o nutricional.

Ampliar conhecimentos direcionados ao papel da escola no ensino

fundamental das series iniciais, relacionadas propnamente a obesidade infantil,

bem como prevenir e orientar para uma educa~o em salide atraves de uma

interven~o multidisciplinar na familia e na escola.

Demonstrar como ocorre a obesidade infantil, tratamentos combatentes e

doenc;as derivadas;

Destacar as causas que provocam a obesidade;

Ressaltar motiva90es que possibilitem ao aluno melhor entendimento em

rela,aD a abordagem da nutri,80 na infAncia em idade escolar, promovendo a

salide na crian,a de 7 a 10 anos de idade.

Page 12: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

10

A industria alimenticia investe em propagandas subliminares, utilizando-se de

alimentos baratos e altarnente cal6ricos, como bolachas e biscoitos, na tentativa de

induzir a mente da criany8 a necessidade de consumir determinado tipo de alimento.

Desla forma estaria denlro do quadro social padrao aceito, influenciado pela

midia, veiculado nos hortuios nob res da televisao, em anuncios que vern com

brinquedos como pr~mios, com a finalidade de instigar a venda dos produtos

industrializados.

Para Marcia Mancini, presidente da ABESO (Associayao Brasileira para 0

Estudo da Obesidade) em se tratando do publico infantil, as anuncios tornam-se

uma grande armadilha quando se apresentam recheados de prl!mios. As

crianC;8s sao facilmente convencidas a foryar as pais a comprarem 0 que viram,

mediante as pffimios que v~m, de forma subliminar, apenas para poder ganhar a

presente e par conta disso acabam comendo alem do que necessitam.

Segundo ele, a assacia~a esta se organizando para lanyar uma campanha

de prevenc;;ao e tratamento contra a obesidade no Pais. "Ja participamos de uma

audi~ncla com a ex-ministro Jose Serra, on de expusemos a necessidade de

regulamentar a quantidade de comerciais de alimentos na televisao, principalmente

durante a programa~o infantil", adianta. IrTambem estamos unindo forc;;as para

conseguir a proibiC;;aodos brindes vendidos junto aos alimentos, a exemplo do que

ja ocorre na Inglaterra".

Obesidade Infantil nao e urn problema de saude auto-regulavel, havendo a

nece-ssidade de intervenc;;ao de urna equipe multidisciplinar, motivo pelo qual a

prevenC;;ao e controle da obesidade infantil deve ser preocupa9aO de toda a

socledade em que 0 conhecimento de informa~oes simples que deveriam fazer parte

do ensino basico, pois tais disfun¢es resultam em disturbios na aprendizagem

escolar, dentre elas: problemas organicos ou neurol6gicos (ANDRADE, 1995).

Entao, qual a importancia e a necessidade da orientayM sabre os habitos

alimentares aos alunos e as familias a tim de prom over uma interac;;ao entre ambas?

Page 13: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

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A importancia esta basicamente ligada a habitos alimentares infantis, as

tenta<;Oes e guloseimas que devem ser devidas e rigorosamente controladas desde

a primeira infancia, atraves de metodos alimentares capazes de promover a

educagi!o alimentar na escola.

Sobretudo, 0 problema esta centrado na necessidade da crianc;a, aprender a

comer, pais muitas vezes a indisciplina ja vern de habitos adquiridos em seus lares,

que devido a falta de cultura ingerem alimentos em demasia, tat~r ligado asquest6es culturais familiares. Convem ainda ressaltar a importancia e necessidade

de orienta<;Elo aos alunos e as familias a fim de promover mais interayAo entre

familia/escota.

A obesidade infantil segundo Fisberg e Sato (2000), e caracterizada por

falta de carater, sentimento que deve ser cultivado atraves de uma boa educac:;ao

familiar e escolar com 0 prop6sito de produzir desejo de ser uma crianya sadia, 0

que ira influenciar na sua vida adulta, sob pen a de gerar ate mesma graves

disturbios psiquicos. Alem disso, varios fatores podem contribuir para a causa da

obesidade, como doenyas endocrinol6gicas, alterayOes geneticas, aus~ncia de

atividade fisica, comportamento alimentar alterado e I ou inadequado (FONSECA,

1988).

A lase de explora,ao desle trabalho contemplou criterios associ ados a busca

de bibliografia, visando garantir propriedade ao texto, perfodo que construiu estudos

e estrategias para a levantamento de dados bibliograficos e fundamentayao te6rica

suficientes para a formayao necessaria, tendo como definiyao de pesquisa a

amostragem de analise de dados realizados que possibilitaram uma investigayao

litera ria e abrangente de autores e especialista sobre 0 assunto da obesidade

infanti!.

Tal busca, se intensificou mediante orientagi!o adequada e mensura,ao de

dados, a tim de compreender melhor as eta pas da realizayao que intermedeiam 0

presente estudo.

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1 0 QUE Eo OBESIDADE

A obesidade e urn dos maiores problemas de saude deste millmio, e tratando-

S9 de urn fen6meno multifatorial, envolvendo componentes geneticos, metab6licos,

comportamentais, psicol6gicos e socia is.

Podendo ser conceituada, de maneira simplificada, como urna condi9aO de

acumulo anormal ou excessive de gordura no organismo levando a urn

comprometimento da saude. E importante identifica-Ia, urna vez as portadores dessa

condi9Ao apresentam risco aumentado de rnorbidade e mortalidade explica 0

Consenso Latino Americano em Obesidade.

Existe urna clara tend en cia entre as membros de urna mesma familia

possuirem urn Indice de massa corporal (IMe) similar. Tanto as genes como urn

ambiente familiar compartilhado, contribuem ao desenvolvimento da obesidade. Este

indice de massa corporal (IMC) pode ser obtido dividindo-se 0 peso corporal pelo

quadrado da altura.

Por exemplo: uma pessoa que pese 58 Kg e me,a 1,70 m, tem um IMC de

20,0 Kg/m' (58 dividido pelo quadrado de 1,70).

Resultados: de 20 Kg/m' a 25 Kg/m' a pessoa esta com peso ideal.

De 25 Kg/m' a 30 Kg/m' a pessoa est" acima do peso.

De 30 Kg/m' a 35 Kg/m' a pessoa est" com obesidade leve.

De 35 Kg/m' a 40 Kg/m' a pessoa est" com obesidade moderada

Acima de 40 Kg/m' a pessoa est" com obesidade m6rbida.

1.2 CAUSAS DA OBESIDADE

o modelo alimentar do homem e que foi seguido durante mil hares de anos

possibilitando a sobreviv~ncia e a evolugao da esptkie humana, foi completamente

modificado nos ultimos anos. Na antigOidade, a maio ria da populac;ao vivia no

campo onde era necessario a ingestao de grandes quantidade de alimentos

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altarnente cal6ricos, para que pudessem ter energia suficiente para poderem

plantar, cal her, etc .. Hoje em dia, vivemos em centros urbanos, trabalhamos em

escrit6rios, onde a nossa 9a5to energetico e bern inferior, mas a alimentat;ao

continua a mesma em calorias.

Os habitos alimentares modemos com grandes quantidades de fast-foods,

pizzas, alimentos pre-cozidos, enlatados e multo cal6ricos, falta de exercicios entre

Qutros, contribuem significativamente para 0 surgimento da obesidade em grande

parte da popula9aOmundial.

1.3 FATORES DE RISCOS

Urn obeso vive em media de quatro a seis anos menes do que urna

pessoa de peso normal;

o risco de sofrer de hipertenscla e tffis vezes maior em adullos com

sobrepeso;

Mulheres abesas apresentam urn risco 3,5 vezes maior de desenvolver

doengas cardiovasculares;

A probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2 e trlis vezes maior em

individuos abesos;

Pessoas obesas com diabetes tipo 2 tern uma expectativa de vida 35%

menor do que as nae obesas com 0 mesma tipo de doenya;

Homens que estao acima do peso apresentam praticamente 0 dobra do

risco de morte por derrame;

o risco de morte par cancer e 33% maior em homens e 55% maior em

mulheres com obesidade m6rbida

Fonte: Cognos - Educer;ao em Saude.

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1.4 T1POSDE OBESIDADE

Os individuos abesos apresentam~se com maior quantidade de tecido

gorduroso pelo organismo e essa deposiyao de gordura e variavel de pessoa para

pessoa.

Existem dois tipos basicos de distribuil"'lo de gordura:

Na regiao subcutanea (abaixo da pele), partieularmente da eintura para baixo,

e ehamada de obesidade gin6ide (porque oeorre mais nas mulheres) ou obesidade

em pera (pela forma) ou obesidade subeutanea;

No abdOmen, profunda mente entre as visceras, e chamada de obesidade

andr6ide (porque oeorre mais nos homens) ou obesidade em maya (pela forma) ou

obesidade visceral.

Naturalmente ha grandes varia<;6esentre estes dois tipos de distribuiyao de

gordura pelo corpo e ha individuos com as dais tipos de obesidade.

1.5 FASES DA OBESIDADE

A obesidade e muito mais do que a falta de carater, de vontade, de auto-

e5tima au graves distUrbios psiquicos. Varios fatores podem contribuir para causar

a obesidade, como doeny8s endocrinol6gicas, alterac;Oes geneticas, aus~ncia de

atividade fisica, eomportamento alimentar alterado e inadequado.

A probabilidade de ganhar peso e maior em alguns periodos da vida. sao

eles:

Pre-escolar - Nessa etapa, as crianc;as sao apresentadas a Qutras

erianyas. E a lase de soeializal"'lo, quando elas muitas vezes adotam

comportamentos e htlbitos alimentares que induzem a obesidade;

Adolescencia - Alem das alterayOes hormonais e a fase de

independeneia. 0 adolescente passa a ter mais autonomia sobre suas

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15

decisOes e, invariavelmente, i550 se reflete em mudanc;as nos habitas

alimentares;

Menopausa - A queda do estr6geno, 0 harmOnia feminino, desacelera 0

metabolismo e favorece 0 ganho de peso. (Fonte: Organiza9~0 Mundial

de Saude);

Genetica - Diversos estudos com resultados variados demonstraram

haver associavao entre obesidade e hereditariedade. Bouchard em 19S8

publicou no International Journal of Obesity um estudo que envolveu 1698

pessoas de 409 familias diferentes e demonstrou haver participa<;ao

genetica em ate 25% dos casos. Quando analisada a distribui9ao

andr6ide de gordura, esta participa9ao chegou a 30%.

A hereditariedade esta associada nao apenas com obesidade, mas tambem

com a magreza. De modo geral 0 componente genetico do peso esta mais

correlacionado oom 0 peso biol6gico dos pais.

Idade - Conforme a idade avan98, a quantidade de musculos tende a

diminuir e a de gordura passa a representar maior porcentagem do peso

total do corpo. Esta menor quantidade de massa muscular significa

diminui~o no metabolismo e diminui~o na necessidade de calorias. Sevoce nao diminuir a ingestao cal6rica com a idade, certamente voc~

ganhara peso;

Sexo - Os homens t~m maior quantidade de musculos e taxas

metab61icas que as mulheres, os quais queimam rna is calorias do que a

gordura. Par isso, a dieta basica para urn homem costuma conter 20% a

mais calorias do que para uma mulher com mesmo peso e idade;

Nivel de atividade - E claro que as pessoas mais ativas requerem mais

calorias que as men os ativas. A atividade tende a diminuir 0 apetite em

Page 18: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

16

indivlduos obesos enquanto aumenta a habilidade do organismo em

metabolizar preferencialmente gordura como fonte de energia;

Gravidez - As causas sao fisicas. Durante a gravidez a ganho de peso

causa, ou e causado par urn aumento no numero de celulas gordurosas.

Assim sendo, depois da gravidez e bastante trabalhoso reduzir-se 0

peso;

- Sistema Nervoso Central e Obesidade - A neurocilmcia (0 estudo

dos mecanismos e circuitos cerebra is) tern se preocupado em detectar uma

area cerebral mais diretamente relacionada com a obesidade. Atualmente

parece ser 0 hipotalamo 0 hipotalamo desempenha um papel nas emoc;Oes

o 6rgao mais diretamente relacionado ao desejo de comer, sendo 0 assim

chamado centro da saciedade localizado no hipotalamo ventro-medial.

(www.jufianoms.hpg.ig.com.brlsfimbico.htm).

A destrui(f30 desse centro da saciedade causa obesidade par hiperfagia,

sao as abesos que comem muito, em quantidade ou em

qualidade.

Na parte lateral do hipotalamo estaria 0 centro da fome. Sua destrui<;:ao

experimental leva a urn estado de diminuiyao da ingestao alimentar e ao

emagrecimento acentuado.

A participa9aO de alguns neurotransmissores (sao pequenos peda90s de

proteina que carregam informayoes especificas e sao liberados quando ha 0

estimulo nervoso) e de diversos tipos de receptores e fundamental para 0 inicio e

o termino de uma alimenta<;:ao. Fonte:

(www.tudosobreefa.com. brNocelneurotra. shtm~.

Page 19: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

17

1.6 OBESIDADE E POBREZA

A obesidade tomou ProPor90esepid~micas. A conclusao e unanime entre

as estudiosos do tema. No ultimo Congresso da Sociedade Internacional para 0

Estudo da Obesidade (IASO), em Paris, durante a Simposio Latino-americana de

10 de setembro de 1998, se apresentaram cifras bastante contundentes: somente

no Brasil houve urn cresci menta da prevallmcia de sobrepeso e obesidade de 53%

ao comparar as censos dos anos 74175 com a de 89. Ao continuar neste ritma,

todos as brasileiros serao cbesos na primeira metade do terceiro milenio. Ao

contriuio do que se poderia pensar, 0 crescimento epid€!-micoe predominante,

principalmente, nas classes menos favorecidas.

Segundo a Consenso latino-Americana em Obesidade, estudos

epidemiol6gicos em popula90es latino-americanas tlim relatado dados alarmantes:

na mesma medida em que se consegue erradicar a miseria entre as camadas mais

pobres da popula~o, a obesidade sobrepOe-secomo urn problema rnais frequente

e ainda rnais grave que a desnutri~o. "E 0 fen6meno da transi9aOnutricional, que

sobrecarrega nossa sistema de saude com urna demanda crescente de

atendimento a doenyas cr~mjcas relacionadas com a obesidade", informa a

relat6rio, que estima que 200 mil pessoas morram anualmente em decorrencia

destas complica90es na America latina.

o documento, produzido pelo trabalho conjunto de dezenas de especialistas

de 12 paises latino-americanos, das areas de Medicina, Nutriyao, Psicologia e

Educayao Fisica, acusa, no entanto, que 0 tratamento da obesidade continua

produzindo resultados insatisfat6rios, em fun9aOde estrategias equivocadas e pelo

mau uso dos recursos terap~uticos disponiveis.

A tend~nciaa obesidade, aliada ao progresso, se observa tanto em paises

tecnologicamente desenvolvidos, como os Estados Unidos, como nos menos

desenvolvidos.

Page 20: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

18

o medico argentino Julio Monteiro, presidente da Federayao Latino-

Americana de Sociedades de Obesidade, a FLASO, em entrevista a revista da

ABESO (Associa"ao Brasileira para Estudo da Obesidade) tamMm salienta a

associa9aOda obesidade com a pobreza na America Latina: "A doen,a nunca se

relaciona com a miseria", alerta 0 estudioso, "porque, neste casa naD hit

possibilidades de campra de alimentos de nenhum tipo" Ele considera que haabeses par ignorancia e Qutros par estilo de vida, 0 que torna as estatisticas

contradit6rias, "De qualquer maneira, creio que 0 Brasil tenha as melhores

estatisticas, com urn Indice de obesidade e excesso de peso em torna de 40% da

populac;30", declara. Ele acredita que a obesidade e urna das piores aquisic;Oes da

civiliza~o.

De acordo com a nutricionista Dr", Sylvia Elisabeth Sanner nao e de se

admirar que tambem entre as faixas de baixa renda a obesidade seja urn problema

grave. "Mesma entre a populac;ao de baixa renda ha 0 consumo de refrigerantes,

salgadinhos e alimentos gordurosos", No entanto, ela acredita que "esta popula9ilo

pode utilizar melhor 0 dinheiro que dispoe para a compra de alimentos,

substituindo os refrigerantes por sucos de frutas, diminuindo 0 con sumo de

gordura, indo a feira livre ja no final da feira, quando os pre90s das verduras,

legumes e frutas estao mais baixos", E uma questilo de educa"ao alimentar, tarefa

que comeya a tornar~se de saude publica.

Existem alternativas, segundo os nutricionistas para que as familias de

baixo poder aquisitivo fayam refeiyOes nutritivas e de baixo teor cal6rico. "Muitas

vezes as folhas de cenoura, beterraba, br6colis e outras sao dadas de graya pelos

feirantes. Estas sao excelentes fontes de vitaminas e minerais, podendo ser

refogadas ou utilizadas em sopas e outras prepara<;<5es,diz Dr", Sylvia Elisabeth

Sanner". Sendo possivel ter uma alimentayao equilibrada gastando-se pouco

dinheiro.

Page 21: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

19

No paD de Ac;ucar, urna tradicional rede brasileira de supermercados, ao se

efetuar urna pesquisa sabre alguns produtos considerados basicos e como barato,

quantidades estas, que serviriam apenas para urna crian98 no periodo de urn m~s,

custana aproximadamente por volta de RS: 105,00.

Com base nesta lista que incluiria banana, laranja, ma~, arroz, feijao,

macarrao, frango, pac, leite, alfaee, tomate, cenoura, cebola, batata, margarina, sal

e 61eo, alimentos basicos para que a crianya coma de forma sadia. Nesta conta, os

alimentos reguladores da lista, banana, laranja, maya, tomate, cebala, cenoura e

alfaee, correspondem a 41,23%, ao passo que as energeticos, compostos pelo

paD, arroz, batata e macarrao. correspondem a 19,41 % e as construtores, que

incluem 0 leite, 0 frango e 0 feij~o, levam 39,96%. Eo natural que em uma familia

que vive com um salario minima para alimentar em media quatro pessoas, priorize-

se 0 grupo alimentar rna is barato, ou seja, 0 dos energeticos. Coincidentemente, e

tambem a grupa mais cal6rico.

Para 0 especialista Dr. Willian Pedrosa, ele relata ainda que nos casas dos

paises desenvolvidos e em desenvolvimento, onde 0 Brasil se enquadra, a renda

familiar e 0 tipa de trabalho deixam de ser os fatores determinantes isolados do

risco de se desenvolver a obesidade. Estudos mostram que nesses paises e que

conta e 0 nivel de educayao (a busca informada do alimento) e a atividade fisica

desenvolvida nos momentos de lazer. Tal fato ocorre pelo acesso facilitado aos

alimentos basicos mesmo pelas classes menos favorecidas alem da populay8o ter

urn perfil de ocupavao semelhante no tocante ao gasto energetico. No Brasil, essa

tendencia e observada tanto no meio rural quanto no meio urbano, ende vivem tres

quartos da populayao brasileira. Alem disso, 0 Brasil tern incorporado habitos

alimentares de outros paises (onde a preval~ncia da obesidade e ainda maior) de

uma maneira rapida, sem aumento em sua atividade fisica. Estudos recentes

mostram, que nas classes de baixo poder aquisitivo, foram observadas as maiores

incidencias de obesidade nos ultimos anos. Esse aumento tem side verificado

principalmente no sexo feminine.

Page 22: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

20

2 EPIDEMIOLOGIA DA OBESIDADE INFANTIL

Htl alguns anos, a desnutric;a.oera a doenc;a que rna is assustava. Nos ultimosanos, porem, esse quadro se inverteu. Ainda existem muitas crianc;:as desnutridas no

Brasil, mas a quantidade das que estao com peso aeirna do indicado para sua altura

e idade cre.sce assustadoramente. E a que mais assusta e a influencia e as

conseqO~ncias que a sobrepeso pode trazer no futuro, como a aparecimento de

diabetes, hipertensao, doen",s cardiacas, problemas ortopedicos e dermatol6gicos.

o aumento da obesidade na infancia esta ocorrendo em todo 0 mundo. No

Brasil tarnbam esta havendo urn aumento significante na obesidade infantil, onde

cerca de tr~s milh6es de crian~s com idade inferior a dez anos estao sofrendo de

obesidade. Em cada quatro crian",s obesas nao traladas, lrl!s serao adultos

cbesos.Alem das possiveis complica~es clinicas da obesidade, com 0 crescente

apelo estetico de um padrao de beleza sempre magro, a implical'llo da obesidade

na auto-estima infantil tambem tern side urn fator muito importante.

Segundo 0 pediatra Nataniel Viuniski, membra da AssociaC;ao Brasileira para

o Estudo da Obesidade (ABESO), crian9as com predisposi9ao genetica, exposlas a

erros alimentares e sedentarias vao desenvolver obesidade. Prevenir e realmente 0

melhor remedio.

Viuniski desaconselha dietas restritivas em crianc;as, pois ° organisrno delas

ainda esta em crescimento. "Urna alimentayao variada, colorida, natural, rica em

frutas e verduras e pobre em gordura, como e sugerida pela piramide dos alimentos,

e a plano alimentar indicado", receita a medico que procura orientar as pais a educar

com 0 pr6prio exemplo, lembrando que a crianc;a nao e responsavel pela sua

alimenta9aO,tampouco pelo seu eslilo de vida.

E segundo 0 Professor Doutor Mauro Fisberg, (especialista em Nulril'llo na

Inf~ncia e Adolesrencia, chefe do Centro de Adolescentes da Universidade Federal

de sao Paulo (Unifesp) e coordenador do Centro de Pesquisas Aplicadas a Saude

Page 23: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

21

da Universidade sao Marcos) e importante avaliar 0 risco de obesidade ja no

nascimento, pesquisando antecedentes familia res.

Pais, professores e pediatras devem estar atentos para detectar aumentos de

peso em fitmo anormal, antes de ser considerado excesso. 0 medico sugere a

modifica~ao do padrao de vida, com habitas saudaveis de alimentayao e atividade

fisiea. "Dependendo do grau de obesidade e do grau de alterayao de lipidios, a dieta

sera mais rigcrosa au nao. Na maior parte das vezes, e necessaria urna orientac;Ao

alimentar, com reduyao de ingestao de calorias, gorduras e excessos. Nao

proibimos, orientamos!", defende Fisberg.

Com a influ~ncia da midia na alimentayao, 0 acesso facil a comidas do tipo

fast food, salgadinhos industrializados, daces confeitados, refrigerantes, alimentos

de prepare instantaneo, paes, enlatados e 0 excesso de gordura na alimentac;ao.

Alem disso, hoje, devido a preocupayao com a seguranya ou mesmo por estilo de

vida, as criant;as nao brincam mais na rua, correndo ou passeando de bicicleta, e

acabam passando muito tempo em frente a TV, ao videogame ou ao computador.

Crian9as que assistem a mais de quatro horas de televisi!lo par dia tem

chance 88% maior de se tornarem obesas, se comparadas aquelas que ficam

menos tempo. ~ 0 que mostra um estudo realizado pela disciplina de Nutri9aO e

Metabolismo do Departamento de Pediatria da Unifesp, por alunos da pos-

graduayao de Nutriyao e pelo Instituto de Psicologia da USP para comparar a

atividade fisiea e 0 comportamento de eseolares obesos e eutr6ficos (com peso para

a estatura dentro dos limites de normalidade) da cidade de sao Paulo,

Segundo a psic610ga Maria Teresa Maldonado, numa sociedade obceeada

pelo culto ao corpo, em que ser magro e 0 padrao fundamental de beleza, as

erian9as gardinhas eostumam ser alvo de eriticas e ape lidos depreeiativos par

parte dos colegas de eseola e ate mesmo dos adultos que as cercam. Para as

mais sensiveis, este ataque a auto-estima provoca feehamento, isolamento e

retra9ao de atividades. Por vergonha de sua apa~neia, muitas eriam;as evitam ir a

praia ou a piscina, praticar esportes ou ate mesmo frequentar a casa dos amigos.

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Page 24: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

22

"Este sentimento de inadequayao resulta em ansiedade e inseguranc;a que, par

sua vez, estimula 0 desejo de comer ainda mais para compensar 0 desconforto",

lamenta a psic6loga.

2.1 FATORES ETIOLOGICOS

A hist6ria familiar e muito importante: Uma criam;a com pais obesos t~m

80% de chances de apresentar a mesma perfil e esse risco cai pela metade se 56

urn dos pais for obesa, se nenhum dos pais apresentar obesidade a crian<;a tern

risco de 7% em tornar-se obesa.

No ambito familiar e tambern comum observar-se a dupla mensagem: os

familiares pressionam a crianya para comer menos, mas a oferta de doces e

guloseimas e abundante. 0 cardiipio da casa pode ser cheio de frituras, paes e

daces au desde ceda, as familiares podem ter oferecido comida a crian<;a sempre

que nela percebiam necessidade de cantata, para acalma-Ia ou distrai-Ia, criando

a imagem dB comida como "companheira".

Ha tambem as familia res que "sabotamW os esforyos das crianyas para

emagrecer, como par exemplo, os av6s que as levam para restaurantes,

constantemente oferecem bombons, balas e bolos.

A obesidade infantil tem fundamentayao emocional, crianyas com

difieuldades em expor seus sentimentos, seja de raiva, alegria, tristeza, medos,

tendem a sentirem-se rejeitadas e angustiadas, buscando uma satisfayao imediata

para os conflitos atraves de uma compensayao na alimentayao excess iva.

RecomendayOes Saudiiveis:

1- Os pais devem ficar atentos aos sinais emitidos pela erianya, como de

isolamento, mudanc;a de comportamento na eseola e brtgas constantes com irmaos

e amiguinhos na tentativa de ehamar a atenyao.

Page 25: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

2- As educac;Oes emocionais e nutricionais das crianyas devem ser na

medida exata, nao sendo flexiveis ou rigidos demais na conduta, a crianc;a nunca

deve ser premiada com doces para obter dela alguma atitude de interesse dos pais,

e nem tarnpouco, as guloseimas devem ser cortadas dos habitos alimentares como

forma de castigo.

3- Comportamentos inadequados dos pais podem gerar na crianc;a

sentimentos de inseguranc;a e ansiedade, fazendo da com ida urna fonte de

compensa~o. Os pais podem impedir que os filhos venham a se tornar adultos

obesos, evitando oferecer-Ihes comida no lugar de afeto e atenyao.

4- E de extrema irnportancia conscientizar os pais de que crianyas muito

rechonchudas, "fofas" como sao per eles chamados, nem sempre estao saudaveis.

Pais e avos tern a ideia de que nene gordinho e sinal de saude. 0 complicado econvencer a familia de que 0 filho esta gordo, devido aos maus habijos alimentares

e que devem procurar um pediatra para encarninhamento a educa<;ao nutricional.

5- A crianya obesa geralmente sofre de um rebaixamento da auto-estima,

podendo sentir-se embarar;ada com relaC;ao ao desenvolvirnento precoce do

proprio corpo, levando-as muitas vezes a urna dificuldade social. E errOneo

acreditar que a obesidade infanti! resolve-se sozinha, que com 0 passar do tempo,

a crianc;a cresce e torna-.se mals magra. E importante que a familia siga normas

alimentares e que os pais tenham em mente que a grande causa da obesidade

infantil e 0 erro alimentar.

6- Os pais devem zelar ao maximo da educayao dos filhos, protege-los e

contribuir para a forrnaC;ao de urna auto-estima adequada e de uma personalidade

equilibrada. Crianc;as devem ser charnadas sempre pelo nome ou apelidos

carinhosos, jamais por "balofo", "gordo", "bujaozinho", que depreciem a estetica e

denigrem a auto-imagern. Cabe aos pais ajudar os filhos, tratando precocemente da

obesidade, para que a crianya nao se isole da sociedade e nao se torne urn adutto

depressiv~ e obsessivD, sempre em busca da dieta perfeita e de um padrao

estetico de beleza sempre magro.

Page 26: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

Mas naD adianta encher a geladeira de Irutas e obrigar a crian,a a lazer

natayao sem tentar descobrir a razao da engorda exagerada. Muitas vezes, a

questao e complexa. "A Quia excessiva pode ser causada par diversos problemas,

e isso tem de ser pesquisado para que 0 tratamento seja adequado", ressalta

Marina Gomes, prolessora de psicologia da PUC de sao Paulo. Ela diz ainda que

nao se deve dilerenciar 0 cardapio do filho que esta gordinho ou proibir alimentos.

o certa e equilibrar a dieta da familia. Casa contra rio, 0 pequeno S8 sentira

castigado, 0 que pode piorar a sijuayao.

A advogada Denise Chavier, 57 anos, segue a orientayao para ajudar seu

filho, Eduardo, cinco anos. "Nao proibo nada, s6 controlo quantidades e horarios",

afirma. AII~m disso, 0 menino, que tern alguns quiles a mais, brinea diariamente

nurn parquinho para se exercilar.

Para evitar 0 problema, a saida e a preven<;ao. A nutricionista Claudia

Juzwiak, da Universidade Federal de Sao Paulo (Unifesp), diz que a crianya deve

aprender mais sabre nutriC;ao. "Precisa ser urn esforr;o conjunto da eseela, dos pais

e do governo" A Unilesp, por exemplo, lem um ambulat6rio especializado em

obesidade infantil, formado par nutricionistas, pediatras, psic6logos e professores de

educayao fisica.

Segundo Joao Augusto Taddei, chele da Nutriyao e Metabolismo do

Departamento de Pediatria do Hospital de sao Paulo, a partir da definiyao de

obesidade infantil, verificou que as preval~ncias nacionais nos menores de cinco

anos entre 1989 (5,5%) e 1996 (4,1%), loram similares, porem com dilerenyas enlre

as regiOesdo pais.

Na regiao Nordesle houve um aumento na prevah'ncia de obesidade,

principalmente entre os lactentes de 3,9 para 7,3%, em relayao ao Sudeste no ana

de 1989. Residir nessa regiao representava risco de obesidade para os men ores de

cinco anos, passando de 2.59 para 1,16 em 1996 (TADDEI, 2000).

Page 27: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

25

As mudan9as observadas demonstram regiOes do pais que se encontram em

diferentes estagios de desenvolvimento.

As regiOes Norte e Nordeste es130 em estagio inicial de transi9aO nutricional

com diminuiyiio da desnutric;:ao em menores de dois anos e aumento da obesidade

em lactentes. 0 primeiro fator se explica pelo maior acesso a informac;:80. melhora

nos setores de saude e diminuic;llo da taxa de fertilidade.

No entanto, 0 aumento da obesidade em lactentes e resultado de um

desmame precoce e incorreto e de erros alimentares no primeiro ana de vida,

presentes nas subpopulac;:Oes urbanas, as quais abandon am de forma precoce a

aleitamento materna, substituindo-o par alimentos com excesso de carboidratos, em

quantidades maiores do que as necessarias para seu desenvolvimento e

crescimento.

Em estilgios mais avanyados de transi980 nutricional estao as regiOes Sui e

Sudeste, onde ocorre a diminui9a.o da obesidade em crianc;:as urbanas, cujas maes

obtem maior escolaridade. Assim, esse fator provavelmente se deve a tecnicas de

desmame adequado e correta alimentayao no primeiro ana de vida as quais sao

incorporados da melhor fomna pela populac;llo com maior niveis de escolaridade

(TADDEI,2000).

Do ponto de vista epidemiol6gico, tudo conduz as explicac;6es ambientais, jil

que nao houve alterac;:Oessubstanciais nas caracteristicas geneticas da populac;:ao.

2.2 FISIOPATOLOGIA

A fisiopatologia (parte da biologia que estuda as funyOes organicas e

processo ou atividades vitais) da obesidade ainda nao esta totalmente esclarecida e

os ultimos avan9Qs v6m ocorrendo no campo da biologia molecular, que muito tern

auxiliado na elucidac;llo desta doenya (ESCRIVAO et aI., 2000).

Page 28: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

26

Warden e Wanden (1997) relatam que pesquisas neste sentido geralmente

seguem duas linhas de abordagem que sao complementares: urna mais fisiol6gica-

bioquimica, cnde sao estudadas as variaC;;Oesno balan90 energetico e outra rna is

recente, de biologia molecular, onde sao isolados genes especifices que controlam

as diferentes fatores determinantes deste balan90 energetico.

Desta forma, pode-se dizer que os fatores causais da obesidade estao ligados

a excessiva ingestao de energia, ao reduzido 9a5to ou as altera90es na regula<;ao

deste balan90 energetico.

Segundo Sanchez, existem numerosos cemponentes ja Identificados dos que

participam da regulayao do peso corporal, mas as papeis precisos de cada urn aindanao foram determinados.

Desta forma, serao aqui abordados dois deles, que sao a leptina e 0

neuropeptideo Y, cujos mecanismos ja estao bern estabelecidos.

A leptina (do grego leplos que significa magro) Eo uma proteina, especifico

produzido e secretado pelo tecido adiposo, que funciona como um "adipostato",

referindo-se a Tearia Lipostatica, que prediz que a composic;ao e 0 peso corporals

em humanos sao determinados por intera¢es entre fatores genetices, ambientais,

comportamentais e sociais e da resposta a urn sinal periferico produzido em

quantidades proporcionais ao tecido adiposo no organismo.

Camundongos obesos mutantes (ob/ob) produzem leptina nao ativa

biologicamente e, portanto, nao recebem este sinal de saciedade e continuam

ingerindo quantidades excessivas de alimentos e ganhando peso exageradamente.

Quando a leptina ativa e administrada exogenamente a estes animais, ha redu9:tO

drastica da ingestao alimentar e do peso corporal.

Outros camundongos mutantes obesos (db/db) produzem leptina normal, mas

o defeito esta no receptor da leptina e, portanto, sao resistentes aos efeitos desta e,

da mesma forma nao recebem 0 sinal de saciedade, continuam cem ingestiio alta de

Page 29: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

27

alimentos e ganhando muito peso (CHEN et ai, 1996).

FIGURA 1 - CAMUNDONGOS

Os dais camundongos apresentam a mesma idade, sendo que 0 da esquerda

apresenta defici~ncia na produr;ao do harmOnia leptina.

A leptina e produzida principalmente no tecido adiposo, embora tambempossa ser encontrada (em poucas quantidades) no epitE~lio intestinal, placenta

(funcionando com urn fator de crescimento para 0 feta, por sinalizar 0 estado

nutricional da mae), lerte materno, musculo esqueletico, gastrico e cerebro.

Houve grande expectativa em rela9ao ao tratamento da obesidade ap6s a

descoberta da leptina e muitas pesquisas fcram desenvolvidas a partir desta.

Entretanto, as estudos em humanos verificaram que quando s:io comparados

abesos e nac abesos (adultos e crianc;asabesos apresentam niveis aumentados de1eptina e esses aumentos estavam positivamente relacionados com a massa de

tecido adiposo (CONSIDINE et ai, 1996). A hip6tese para explicar estas respostas ea de que os obesos poderiam ter sensibilidade diminuida leptina.

o neuropeptideo Y e urn neurotransmissor importante no contrale do peso

corporal, liberado pelos neur6nios hipotalamicos. Os seus efeitos, antag6nicos aos

da leptina, estudados em camundongos sao: aumento da ingestao alimentar,

aumento da concentra~o serica de insulina, diminui9aO da atividade simpatica,

reduzindo desta forma a energia liberada, aumentando os estoques de triglicerides

nos adip6citos e conseqOentemente ocorrendo ganho de peso corporal. Sua

secre9ao e inibida pela leptina, por urn mecanisme de feed-back (WHITE & ARTIN,

1997).

Page 30: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

2.3 FATORES INTERNOS E EXTERNOS QUE INFLUENCIAM NO AUMENTO DE

PESO

2.3.1 Obesidade End6gena

Estudos mostraram que 80% das crianyas que tern pai e mae abesos

tornaram-se abesas. Quando urn s6 dos pais apresenta obesidade, a chance e de

40%. Se nenhum dos pais apresenta obesidade, 0 risco e de 7%.

Em relaylio ao fator metab6lico, he crian9as que nascem com urn

metabolismo que facilita 0 aumento de peso sem que comam grandes quantidades

de alimentos e em casas extremos de obesidade, suspeita-se que haja urn defeito

que impec;a a organismo de manter a peso adequado, tornando-se comum

observar tais prerrogativas em crianyas com menos apetite e com maior ganho de

peso do que Dutras que com em mais.

2.3.2 Obesidade Ex6gena

A forma como a crianya lida com suas frustray6es ou ansiedade pode leve-Ia

a desenvolver urn mecanisme de compensac;ao com a ingestao de alimentos. As

prefer~ncias alimentares, a quantidade e a forma de preparo da alimentayao podem

levar it ingestao de calorias e nutrientes aeirna de suas necessidades, realizando

como se fosse uma gratificac;ao oral, ocasionando maior consumo alimentar,

resultando excesso de peso.

2.4 0 PAPEL DA MAE E DA AMAMENTA9AO NO COMBATE A OBESIDADE

INFANTIL

He ainda 0 tat~r da desnutriyao intra-uterina, que pode predispor a crianya aobesidade. Quando existe desnutri~o intra-uterina, sobretudo, a partir da 30ol!.

semana de gestac;ao e ate que a crianya cumpra urn ana de idade, se produz um

aumento da sensibilidade para a prolifera9ao de adip6sitos.

Page 31: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

29

Se estas crianyas recebem urn aporte maior que 0 necessaria da etapa p6s-

natal e principalmente durante as dois primeiros anos de vida, desenvolve obesidade

com maior facilidade. Estas crianctas, ao crescerem, apresentarao maior incid~ncia

de resistencia a insulina, diabetes mellitus tipo II, hipertensBo arterial e enfermidade

coronaria. Estas condi90es se evitam se nao for favorecida a dita sobre nutri9ao p6s-natal.

o Centro Medico do Hospital Infantil de Cincinnati na Italia, por meio de

estudos de casas, evidenciou que para prevenir a obesidade infantil, deve-se ter

em foco primeiramente a bern estar da mae, pois, tanto a depressao quanta a

obesidade maternal afetam no desenvolvimento do futuro infante.

A pratica alimentar do lactente tern sido freqUentemente relacionada com 0

desenvolvimento da obesidade. a alerramento materna exclusivo, pelo menes ate 0

quarto m~s de vida, assegura urn adequado nlvel de nutrientes e de energia ao

lactente (AMADOR, HERMELO e PENA, 1988). Quando ocorre 0 aleitamento

artificial au mesma 0 desmame precoce, a quantidade de alimentos administrada egeralmente maior, pois depende de quem esta administrando a diela. (CAMPOS ,,/

81.,1985).

Existe tambem urn outro fator segundo Petrelli (1992), que esse prazer oral

de sucyAo e a primeira modalidade decorrente do prazer alimentar.

Ja para Krause (1985) e menos provavel a superalimenta91io duranle a

amamentayao natural do que na artificial, pais a pr6prio beb~ controla a sua

quantidade de ingestao. Sendo que podera haver varia¢es de dia e de rnamadas.

o leite de vaca apresenta uma carga muito rnais alta de solutos do que 0 leite

materna, 0 que faz a crianya sentir mais sede. Esta sede, porem quase sempre einterpretada pela mae como fame, a que a leva a administrar nova mente mais

alimento, gerando urn circulo vicioso e contribui para a surgirnento da obesidade.

Page 32: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

30

Outro problema e a ingestao de sacarose, engrossantes e outros alimentos

rioos em ayucar, as maes adicionam estes produtos aos demais alimentos para que

haja maior aceitag80 par parte das criangas (AMADOR, HERMELO e PENA, 1988,

CAMPOS et aI., 1985).

o usa incorreto da mamadeira tern como conseqOente efeito a obesidade

inlanti!. Para Marcondes (1982), a aleitamento no seio tem uma grande vantagem, a

mae nao sabe a quantidade ingerida pelo beba, enquanto que na mamadeira ela v~

a volume e deduz se 0 lilho esta alimentado au nao. Ao esvaziar-se a contetldo da

mamadeira a crianc;a permanece chupando 0 bieo, ficando com htlbito de sucyao.

De acordo com a literatura que relaciona ortodontia e fonoaudiologia, a

suclfao realizada de rnaneira inadequada podera causar disturbios na motricidade

oral.

2.5 OBESIDADE INFANTIL E DESENVOLVIMENTO

o desenvolvimento da criangB da-se atrav"s de tres vertentes: biol6gica,

psicol6gica e social.

TABELA 1 - CARACTERisTICAS DA IDADE

E CClracterizadapero aumento de peso desproporciooill ao crescimento.1a3anosAspectoBiol6gico

COME A INTERVALOS CURTOS: 0 baM 5uperalimentado cresce numa propon;lIomaior que os nutridos, aumentando sua camada muscular e gorduroSii. 0 excesso depeso interfere (para pior) no oonlrole de doenf;as respiral6rias de fundo alergico(asma), doenr;as da pele (dermatites) e focos irritativos cerebrals (epilepsia).

1a3anosAspeclo

Psicol6gico

A relat;ao mae-filho esta empobrecida. Todas as trocas afetivas ocorrem atraves dacomida.Introj~o da imagem: "barriga chela = felicidade da mam;le + felicidade do be~"

1a3anosAspectoSocial

Socialmente 0 be~ gordo 6 um 5UOesSO!

Acentua-·se a fome. Esta sempre comendo, petiSCiiilndo.Ainda mais que agor••ele••nda, abre armarios, latas de bolacha, bombonieres, geladeira.

4a6anosAspectoBiol6gico

Continua crescendo e engordando mais que outras crianc;:asde sua idade.Tem inlcio as queixas de dares nas pernas, joelhos, acentua-se a joelho valgo enota-.se, em alguns "gordinhos", a inlcio de escolioses e lordoses.

Page 33: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

31

4 a 6 an05Aspecto

Psicol6gico

A socializaCi\o trope~ na pouca disposi<;ao p;ara as correriss.

A optyao pele! TV e jog05 eletrOnicos, pels imobilidade, vai delineando-se com nitidez.

7a103n05AspectoBiol6gico

A crian~ queja esta gorda e grande, no estirtto frsiol6gico do crescimento dos 7anas apresenta novo aumento rapido de estatura, massa muscular e gordura.Tern dificuldade para andar de bicicleta, jogar futebol, subir escadas e patinar.•05 exercicios flsicos sao fundamentais para desenvolver a coordena~o motora,modular a metabo1ismo baNiI e desenvolver 0 pri!zer por ums ..••idlll mais sadia.

7a10an05Aspecto

Psicof6gico

De regra e bom aluno.No grupo de criancas, apresenta-se como trmido, raramente se manifesta comoUder.Mantem 0 padroo de crianc;a "obediente", "nao d;;\ trabalho", fica horas em frente aTV e alguns ja dominam 0 computildor.

7a10anosAspectoSocial

A familia preocupa-se com 0 tamanho da genitalia externa.E problematico comprar roupa pronta.[nlcic da preocupayao familiar com 0 excesso de peso, porem, sempre optam paresperar a crian~ crescer e ficar "urn pouco vaidosa".

FONTE: Conferencin proferida na I- Jomadn de Nutriy50 e Obesidndc de Piracicnba.junho 99 - S. Paulo - Brasil.

2.6 CONSEQOENCIAS DA OBESIDADE fNFANTIL

Entretanto, a obesidade infantil resulta em danos que vao alem do estetico,

afeta 0 desempenho intelectual e social da crianya, alem de ter grande probabilidade

de se tarnar urn adulto com problemas de hipertensao, acidentes vasculares,

doenc;as coronarianas, entre outras. Por tudo isso, nossa objetivo e alertar e tratar a

familia e nao apenas 0 filho obeso.

As principais conseqO~ncias para a saude da crianc;a podem ser:

aumento de ac;ucar no sangue, que leva a diabetes. Pode aparecer na adolescencia,

altera9ao de colesterol e triglicerides.

Alern de ter que lidar com as conseqOencias em sua saude, a crianc;a gorda

passa ainda por provac;{\es psicol6gicas. "Aos dois ou tres anos, ela ja percebe que

nM Ii lao agil como seus colegas", alerta Ceres Alves de Araujo, psic610ga da

Page 34: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

32

Pontificia Universidade Cat61icade sao Paulo. "Entao ela percebe que e diferente

dos amigos". Como conseqO~ncia a auto-estima fica baixa e a crianc;a se va

incompetente para atividades que envolvam 0 uso do corpo". Depois dessa fase, a

dificuldade se torna mais complexa. Ela ganha apelidos como "baleia" ou "barril" e

nao interessa mais aos amigos nas brincadeiras em grupo. "Aos cinco anos a

crian9a esta em seu momento rna is maldoso. A ansiedade daquela que e alvo das

gozar;6es aumenta e ela passa a comer mais, piorando seu estado".

Mudar os habitos da familia que contribuam para um estilo de vida saudavel e

o primeiro passe para tratar da crian~ obesa. Na faixa etaria da pre-escola (2 a 6

anos) a crian9a torna contato com urn grande numera de alimentos e preparayOes

novas, fazendo seu aprendizado basico e fixando prefer~ncias permanentes. Entra-

se ai, a importancia do papel do pedagogo na equipe com a finalidade de educa-Ios,

conscientiza-Ios sobre os habitos alimentares, visando a prepara9ao, prirneiramente

dos responsaveis pela crianya para que fome~m uma alimentayao adequada.

o principio do tratamento da obesidade em crianl"'s e adolescentes e garantir

o seu crescimento saud ave I. Por iS50 mesmo, os pais nao devem esperar urna perda

de peso repentina e rap ida. 0 tratamento e demorado porque a crianya cresce e 0

peso se distribui.

Segundo nurticionistas, dietas com restriy80 de calorias para perder peso nao

sao recernendadas, 0 ideal e optar pela reeduca980 alimentar, ou seja, ensinando as

crianr;as a se alimentar de forma cerreta. Reduc;Oes severas nas calorias acontecem

quando ha necessidade de uma interven9i\o rapida, em casos de manifesta¢es

patol6gicas, como diabetes e problemas cardiacos.

Crianl"'s sofrem de Hipoatividade, que expressa a tradu9i\o de sua

significa9i\o literal, exatamente inversa a condi9i\o de Hiperatividade.

A crianl'" hipoativa e aquela que parece estar, sempre, no "mundo da lua",

"sonhando acordada". Da a impressao de que nunca esta ligada em nada. Ela tem

memoria pobre e comportamento vago, pouca interat;ao social, quase nao se

envolve com seus colegas e costuma nao ter amigos.

Page 35: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

33

Hipoatividadese caracteriza por um nlvel baixo de atividade motora, com

reaC;ao lenta a qualquer estimul0. Essa crianc;a nao cestuma trazer problemas em

seu convivio porque e sempre muito bem comportada, melhor dizendo, a chamada

"crianC;8 boazinha".

Tern como conseqOencia uma deficiimcia de aprendizagem, a Dislexia, que

traz uma grande dificuldade a e5sa crianya, no processar 0 que esta acontecendo

a sua volta, necessitando de urn aprimoramento de tecnicas em seu programa

escotar, com a necessidade de recursos psicopedag6gicos remediativDS,

absolutamente especificos, com urn suporte muito mais ativa de estimulos tanto naescota como em casa e na sociedade.

Nos cases menes severos, as problemas s6 passam a serem percebidos

como dificuldades significativas de aprendizado, em geral, pelo professor. Porem

quando as niveis sao muito t~nues, correm 0 risco de na.o serem diagnosticados,

embora, como advertem os especialistas, a falta do diagn6stico e da adequada

assist~ncia psicopedag6gica a esse dislexico pode vir a agravar as suas

dificuldades socia is e de aprendizado. E quanto rna is graves ou severas se

apresentem essas dificuldades, elas podem ser percebidas, como tend~ncia au

risco, ja a partir dos primeiros anos da vida escolar dessa crianya.

o diagn6stico em Dislexia tern sido orientada por sintomas e sinais

caracteristicos, sa.o eles:

1. Pode ser extremamente lento ao fazer seus deveres;

2. Ao contrario, seus deveres podem ser feitos rapidamente e com muitos

erras;

3. Copia com letra bonita,mas tem pobrecompreensaodo texto ou nao I~

o que escreve;

4. A f1ulmcia em leitura e inadequada para a idade;

5. Inventa, acrescenta ou amite palavras ao ler e ao escrever;

6. S6 faz leiturasilenciosa;

Page 36: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

34

7. Ao contrario, 56 entende 0 que I~, quando Ie em voz alta para poder

cUl/ir 0 som da palavra;

8. Sua letra pode ser mal grafada e, ate, ininteligivel; pode borrar ou ligar

as palavras entre SI;

9. Pode omitir, acrescentar, trocar au inverier a ordem e direc;ao de letras

e silabas;

10. Esquece aquila que aprendera muito bern, em poucas horas, dias ou

seman as;

11. E mars filerl, au 56 e capaz de bern transmitir 0 que sabe atraves de

exames ora is;

12. Ao contrario, pode ser mais tacil escrever 0 que sabe do que talar

aquilo que sabe;

13. Tem grande imagina,~o e criatividade;

14. Desliga-se facilmente, entrando "no mundo da lua";

15. Tern dor de barriga ns hera de ir para a eseela e pode ter febre alta em

dias de provs;

16. Porque se liga em tudo, nao consegue concentrar a aten,ao em um 56

estimulo;

17. Baixa auto-imagem e auto-e5tima; nao g05ta de ir para a escola;

18. Esquiva-se de ler, especialmente em voz alta;

19. Perde-se facilmente no espa,o e no tempo; sempre perde e esquece

seus pertences;

20. Tern mudanc;:as bruscas de humor;

21. E impulsivo e interrompe as dernais para talar;

22. N~o consegue falar se outra pessoa estiver falando ao mesmo tempo

em que ele fala;

23. Eo muito !imido e desligado; sob press~o, pode falar 0 oposto do que

desejaria;

24. Tem dificuldades visuais, em bora urn exame nao revele problemas com

seus olhos;

25. Embora alguns sejam atletas, outros mal conseguem chutar, jogar au

apanhar uma bola;

26. Confunde direita-esquerda, em cima-em-baixo; na frente-atras;

Page 37: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

35

27. ~ comum apresentar lateralidade cruzada; muitos sa.o canhestros e

outros ambidestros;

28. Dificuldade para ler as horas, para seqGE!ncias como dia, mes e

esta9ao do ana;

29. Dificuldade em aritmetica basica e/ou em matematica mais avan,ada;

30. Depende do uso dos dedos para centar, de truque. e objetos para

calcular;

31. Sabe contar, mas tem dificuldades em contar objetos e lidar com

dinheiro;

32. E capaz de calculos aritmeticos, mas nao resolve problemas

matematices ou algebrices;

33. Embora resolva calculo algebrice mentalmente, nao elabora calculo

aritmetico;

34. Tem excelente memoria de longo prazo, lembrando experillncias,

filmes, lugares e faces;

35. Boa mem6ria long a, mas pobre mem6ria imediata, curta e de medic

prazo;

36. Pode ter pobre mem6ria visual, mas excelente mem6ria e acuidade

auditivas;

37. Pensa atraves de imagem e sentimento, nao com 0 som de palavras;

e extrema mente desordenado, seus cadernos e livros sao borrados e

amassados;

38. Nao tem atraso e dificuldades suficientes para que seja percebido e

ajudado na escola;

39. Pode estar sempre brincando, tentando ser aceito nem que seja cemo

"palha90";

40. Frustra-se facilmente com a escola, com a leitura, com a matematica,

com a escrita;

41. Tem pre-disposi9aO a alergias e a doen,as infecciosas;

42. Tolerancia muito alta ou muito baixa a dor;

43. Forte senso de justi,a;

44. Muito senslvel e emocional, busca sempre a perfei9ao que Ihe e dificil

atingir;

Page 38: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

36

45. Dificuldades para andar de bicicieta, para abataar, para amarrar a

cordao dos sapatos;

46. Manter 0 equilibria e exercicios fisicos sao extrema mente dificeis para

muitos dislexicos;

47. Com multo barulho, 0 dislexico se sente confuso, desliga e age como

se estivesse distraido;

48. Sua escrita pade ser extrema mente lenta, laboriosa, ilegivel, sem

daminia do espa<;o na pagina;

49. Cerca de 80% das dislexicas tem dificuldades em saletra<;;aa e em

leltura.

2.7 TRATAMENTO

o tratamenta da abesidade infantil naa e facil, parem, as pHares fundamentais

na tratamento da obesidade sao as modificac;Oes de comportamento e de maus

habitos alimentares, as falsos canceitos que relacionam crian9as abesas com

expoente de cuidado materna, beleza e saude, desmame precoce, aleitamento

artificial' e super prate<;;aa familiar que limita a atividade fisica da crian<;;a

(COUTINHO, 1998).

GENS DO LEITE ARTIFICIALmars diarreia e infe~o respirat6riamaior mortalidadepede ficsr gravida antesinterfere no vinculomars alergia e intolertmcia 8 leitemaior risco de doenyas crOnicasobesidademenor desempenho em testes de intelig~ncjamaior risco de anemia, cancer de ova rio e de mam~.

VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO PARA 0 HOSPITALambiente emocional mai5 calmo e tranqOilonao existe beryario, mais espa(X) para 0 hospitalmenos infecc;ao neonatalmenos trabalho para a equipemelhor ima.gem e maior prestlgiomenos crianyas al>andonadasmais seguro em emerg!ncias WHO/CDR/93.6

Page 39: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

37

o objetivo do tratamento da obesidade na crianga e no adolescente econseguir manter urn peso adequado para a altura e ao mesma tempo, mantendo-se

o crescimento e 0 desenvolvimento normais, nao se deve proibi-Ia de comer, mas

sim, incentiva-Ia para que 05 consuma com modera.;ao ou as substitua par similares

menDS cal6ricos.

Como essa doenc;;a e multifatorial, au seja, apresenta varias causas, 0

tratamento tambem deve envolver varios profissionais, como a pediatra, 0

nutricionista, 0 psic6logo, 0 pedagogo e 0 professor de educa9ao fisica. Eimportante preyer urna dieta que seja adequada a idade e a fase de cresci menta e

desenvolvimento da crian<;8 para que naD haja comprometimento em nenhum

aspecto. A crianc;;a deve estar dente de seu problema. Estudos mostram que,

quando urna crianya naa tern vontade de iniciar urn tratamento, este acaba par nao

trazer 0 resultado esperado. Portanto, a conscientiza~o e imprescindivel para que

hajaefetivaperdade peso.

2.8 PREVENCAO

Mais importante que 0 tratamento de obesidade e a sua preven9aOe

preven~o se faz com informa9aO,e essas, devem atingir toda a popula~o,

principalmente a classe pobre, que tem acesso limitado a educayao. Que deve ser

alertada quanto aos risces da obesidade e como preveni-Ia. As informayOes devem

ser veiculadas nos meies de comunicayao de massa, a televisao, radio, jornal.

A distribui<;ao de material educativo com realizalfao de palestras em escolas e

centros comunitarios permitira urna abordagem rna is pr6xirna e direcionada apopula9ao

A nutricionista Claudia Juzwiak, da Universidade Federal de sao Paulo

(Unifesp), diz que a crianc;a deve aprender mais sobre nutri<;ao. "Precisa ser urn

esforyo conjunto da escola, dos pais e do governo·.

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38

E para haver uma reeducac;;lio alimentar, a Ora. Shirley de Campos da Clinica

de Revitalizac;:ao da ABESO, (Associac;:ao Brasileira para 0 Estudo da Obesidade)

nos da 10 dicas para impormos limites ne5sa disci pi ina alimentar:

1. Dizer sempre 8im: A crian~ sem limites va; abusar das calorias e das

guloseimas. Devernos ter urn dia par semana e situayOes em que

podemos ser mais liberais;

2. Lanches fora de hora: Ja dissemos que 0 ideal sao seis refeic;:Oes dianas

e evitar as beliscadas fora desses horarios;

3. Oferecer com ida como recompensa: "Coma teda a sopa para ganhar a

sobremesa", Passa a ideia de que tamar sopa nao e born e que a

sobremesa e que e 0 maximo;

4. Ameac;:ar castigos para quem nao cumpre 0 combinado: "Se nao comer

a salada, nao vai ganhar presente". IS50 somente va; aumentar 0 6dio

que a crianr;a sente das saladas;

5. Brincadeirasna mesa: Hora de comer e hora de seriedade, evitar fazer

aviaozinho. Muito mimo e sinonimo de muila manha:

6. Ceder ao primeiro nao gosto disso: a crianc;a tem uma tendencia a dizer

que naD gosta de uma comida que ainda nao provou. Cada urn pode

comer 0 que quiser, mas pelo men OS, experimentar nao custa nada;

7. Substituir refeic;:Oes: Nao quer arroz e feijao, entao tom a uma

mamadeira. Esse erro e muito comum e, se a crianya conseguir uma

vez, vai repetir essa estrategia sempre;

8. Tornar a ida a uma lanchonete, um "programao": A cornida de casa fica

meio sem graya;

9. Servir sempre a mesma com ida: A crianya s6 toma iogurte, entao passa

o dia todo tomando iogurte. Vai enjoar, vao faltar nutrientes vao faltar

fibras;

10. Dar 0 exemplo: Nao adianta mandar tomar sucos e somente beber

refrigerantes.

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39

Segundo Lopes apud LIBERAL (1996 p. 12), defende a dieta personalizada, a

partir dos habitos alimentares de cada pessoa. Ou seja, comer tudo que S8 estar

acostumado a comer, s6 que em proporc;6es bern menores, dentro de uma

reeducayao alimentar.

Mas para que esta reeduca,ao seja obtida e necessario analisar-se 0

ambiente onde 0 individuo esta inserido. Para Skinner (1994, p. 152), analisar 0

comportamento e, selecionar em urn nivel determinado pelos objetivos

estabelecidos, urn desempenho de urn organismo em particular e procurar suas

relayOes com a ambiente imediato, levando em considerac;;ao variaveis hist6ricas.

Para esta analise, e fundamental identifiear as interayOes que ocorrem, nurn

determinado peri ado de tempo, entre 0 organismo e seu ambiente. A palavra

interac;:.o e multo importante, porque S8 refere a uma dupla influencia: 8yOes dos

organismos que produzem mudanyas no ambiente e mudant;as no ambiente que

produzem mudan,as de comportamento do sujeito. A analise relacionando 0

cornportamento ao ambiente pressupOe que 0 comportamento de urn arganismo nao

s6 altera as condic;Oes do ambiente, mas, par sua vez, tambem e afetado por

alterayoos que ocorrem neste ambiente (SKINNER, 1990).

Nesta analise se faz necessario distinguir dais tipos de comportamentos, 0

comportamento respondente e 0 cornportarnento operante. Segundo Keller (1970) 0

comportamento respondente inclui todas as respostas dos seres humanos, e de

muitos organismos, que sao eliciadas ("produzidas") por modifica,Oes especiais de

estimulos do ambiente.

o comportamento operante (voluntario) abrange urna quantidade maior de

atividade humana - desde 0 espernear e balbuciar do bebe de colo ate as mais

sublimes perfei90es das habilidades e do poder de raciocinio adulto. 0

comportamento operante opera sobre 0 mundo, por assim dizer, quer direta, quer

indiretamente. A diferen,a entre comportamento operante e respondente podera

ficar mais clara se pensarmos em sua origem - nas primeiras ocasiOes em que

aparecem. Os respondentes, desde 0 come9Q. sao evocados pelos seus pr6prios

Page 42: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

40

estimulos especiais. No caso dos operantes, entretanto, naD ha, no comec;o,nenhum estimulo especifico com as quais se possa evoca-Ios. Esses

comportamentos podem ser modelados pelas contingencias ou governados por

regras.

Baum (1999), faz uma diferenya entre comportamento operante modelado

pelas conting~ncias e comportamento operante controlado par regras. 0 autor

(1999, p. 156), ainda diz que: "A expressao modelado pelas conting6ncias, refere-se

ao comportamento que e modelado e mantido diretamente par consequ~ncias

relativamente imediatas, que nao dependem de ouvir QU ler urna regra. Jil, 0

comportamento controlado por regras e comentado, dirigido, instruido (sob controle

de estimulos discriminativos verbais), enquanto que 0 modelado por conting~ncias

surge sem instrul'l\o, e freqOentemente nM se consegue falar sobre ele.

o autor prossegue definindo as regras como urn certo tipo de estimulo

discriminative verbal, que descreve conting~ncias. 0 organismo humano e

controJado por regras formuladas atraves de controles de conting6ncias sociais,

entao ° mesmo, desde sua primeira fase de vida, cresce ouvindo seus pais

estabelecendo regras frequentemente, a fim de que seus compertamentos sejam

manifestados de forma reforyadora, caso contrario, a mesmo sofrera censeqO~ncias,

criando em seus repert6rias, certas defesas a favor de obedecer a regra

estabelecida por outros sujeitos.

Para que a pessoa consiga se adequar a uma nova forma de alimentaC;8o,

precisa desenvolver estrategias de enfrentamento da situayao problema.

Segundo Rimm at al (1983) apud DARWICH (2002, p. 2). 0 programa de

autocontrole pode apresentar-se em t~s etapas: automonitoria, auto-avaliayao e

auto-reforc;o.

A automonitoria envolve uma observayao cuidadasa e a registro do

compartamento alva (resposta e seus antecedentes e conseqOentes). Quando as

pessoas fazem a automonitoria de seus comportamentos, elas geralmente se

Page 43: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

41

engajam nurn processo de auto-avaliayao. Etas campa ram suas respostas com

algum padrao subjetivo derivado da experi~ncia anterior de natureza direta au

indireta. A evidlmcia sugere que tal auto-avaliaC;ao e crucial para 0 autocontrole

efetivo, provavelmente, porque fornece a base para 0 auto-reforyo por si s6 um

elemento chave nurn programa de autocontrole.

Os auto res prosseguem afirmando que S8 0 comportamento estiver sabre 0

controle de estimulos, deveria ser passivel para uma pessea enfraquecer ou eliminar

res pastas indesejaveis e fortalecer respostas desejaveis, mudando 0 ambiente de

estimulo.

Outro metoda de controle de estimulo pode envolver a construyao de

conexOes adequadas de estirnulo-resposta, como no estreitamento ou diminuir,;:aodo

controle de estimulo, utiI quando um padriio geral de comportamento eespecialmente mal adaptado por ser praticado numa grande variedade de situa90es.

o estreitamento signifiea restringir a comportamento a urn conjunto limrtado de

estfmulos.

Os autores propOem trabalhar com autocontrole e mudanc;as de habitos

alimentares, identificando as func;:Oesque 0 comer assume para a pessoa.

Pademas ajuda-Ia a analisar sua hist6ria de vida e identificar as variaveis

ambientais (fisicas e socia is), condic;:Oes emocionais e relay6es entre elas, que

funcionam para a comer em excessa. Na terapia analltica comportamental, a

reeducac;:aa da crianya tearicamente nao depende da conscientizayao/autacantrale,

mais de urn rearranjo de cantinglmcias, em primeiro lugar.

SupOe-se que alteraC;Oesao nivel de regras, tambem seja importante, tendo

em vista, par exemplo, os resultados amplamente demonstrados par terapeutas

cognitivo-comportamentais. Na medida em que 0 paciente passava a ser generoso

e gostar de si mesma, a valorizar-se e priarizar~se, comec;:ava a cuidar mais de sua

alimentac;aoe da qualidade de sua vida.

Page 44: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

42

A partir daqui, a discussao sobre as fun9C>eSdo comer demais, ganhos e

perdas que tern por estar gordo sao rnais facilmente discriminados e a disposic;:ao

para mudanc;a e maior, ja que se sente mais fortalecido.

3 PAPEL DO PEDAGOGO NA ORIENTACAo, PREVENCAO E TRATAMENTO.

A Pedagogia e 0 estudo te6rico ou pr;;tico das questOes educacionais, ou

seja, e a arte de instruir, ensinar e educar crian9as e jovens. Compreende urn

conjunto de doutrinas, princlpios e metodos de educaQao baseados no estudo de

ideias de determinada concep9ao de vida (filosofia) e no aprofundamento de

algumas ci~ncias humanas (psicologia, sociologia, nutriyao, dentre outras).

Pedagogo e aquele que exerce a pedagogia, sendo um profissional

imprescindivel no processo educacional de cada crianc;:a, influenciando na vida dos

familiares e por conseqO~ncia do pais. Entretanto, nas ultimas decadas safreu com

a perda do reconhecimento e respeito, apesar de contribuir constantemente para a

desenvolvimento moral e intelectual das crian9as que estao sob sua jurisdi9aO

educacional, comprometendo-se com a concep~a.o de homens e mulheres de

bem.

De igual maneira, estes, sobrepOem-se com a educaya,o destinada it area

nutricional, podendo ate mesma ser inclusa nos curriculos educacionais, atraves de

planejamento estrategico escola, isto a, procurando saber os problemas que

circundam as classes escolares e elaborar assuntos que enfatizem bons habitos

alimentares, tecnicas de cantrole de peso, como auxiliar a familia para manter uma

boa dieta alimentar no intuito de contribuir para a solU9ao de alguns problemas de

obesidade.

to importante ressaltar 0 carater multifatorial da genese da obesidade, pois

essa caracteristica exige dos serviyos de saude equipes multidisciplinares para

atender 0 paciente nos diversos enfoques necessarios, ou seja, delegando fun90es

especializadas para profissionais capacitados.

Page 45: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

43

3.1 PAPEL DA ESCOLA NA (RE) EDUCA<;AO DA OBESIDADE INFANTIL

A escola tern como abjetivo capacitar as cidadaos a tomarem decisOes mais

esclarecidas a partir de aprendizagens, desempenhando urn papel fundamental no

incentivo ao desenvolvimento de habitos saudaveis. seja atraves da educaC;ao

nutricional, ou seja, atraves da analise do que e servido em seus refeit6rios ou

cantinas.

A prevenyao e 0 metoda rna is efetivo de se combater a obesidade infantil, e a

preven~o se faz com informayao. E a escola tern urna fundamental importAncia

nesse processo.

Dessa forma, se faz necessario urn trabalho de conscientizayao e

acompanhamento dos habitos alimentares e metodalogias utilizadas para a

educac;ao alimentar, exigindo que a escota entre em aC;ao e faya parte desse

processo, intervindo na cultura e nas atitudes com bases cognitivas.

A escola tambem tern papel fundamental ao modelar as atitudes e

comportamentos das crianC;8s sabre NutriC;ao. Urna forma de realizar este trabalho

e integrar a nutric;ao a sala de aula, incorporando conceitos de Nutriyao as

crianyas. (SCHARTZMAN e TEIXEIRA, 1998).

Nesse sentido, as aulas de educa~o fisica escolar poderao contribuir com 0

problema da obesidade, ajudando na sociabilidade entre as crianyas, estimulando e

promovendo urn bem-estar psiquico, reduzindo a ansiedade e tornando-a mais

ativa.

Isso podera ser feito de uma forma simples, e pratica com varios recursos

didaticos, como por exemplo, a informatica em sites infantis podemos encontrar

sobre a piramide alimentar, os alimentos, jogos, hist6rias etc.

Diante de tudo isso, algumas escolas fazem palestras sabre alimentac;aa

saudavel e ate dispOem de nutricionistas. Mas podera ser uma mensagem

contradit6ria, pois em muitas cantin as sao poucos os alimentos saud ave is a venda,

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44

e a hara de ir para a escola Bcabe sendo 0 momento ideal da crianc;a comer as

Mguloseimas" proibidas em casa.

Par isse, alem da preocupac;ilo com 0 lanche que e vendido nas cantinas. A

escola devera manter uma educa~o alimentar eficiente a tim de que a crianC;8 leveas informa,oos obtidas em sala para a familia.

A orienta9l\o educacional pedera levantar alguns diagnosticos atraves de

anBmnese (anexo), a tim de compreender quais as fatores envolvidos e

relacionados com a crianc;a obesa e a familia, fazendo, posteriormente 0

encaminhamento da mesma aos especialistas, para juntos trabalharem rumo adiminui9l\o e ao contrale da obesidade.

A fase de explora,ao deste trabalho contemplou criterios associados a busca

de bibliografia, visando garantir propriedade ao texto, periodo que construiu estudos

e estrategias para 0 levantamento de dados bibliograficos e fundamenta9l\o te6rica

suficiente para a formayao necessaria, tendo como definiC;ao de pesquisa a

amostragem de analise de dados realizados que possibilitaram ums investigaC;aoliteraria e abrangente de autores e especialista sobre 0 assunto da obesidade

infantil.

Tal busca, se intensificou mediante orienta9l\o adequada e mensura9i\o de

dadas, a tim de compreender melhor as etapas da realizaC;ao que intermedeiam 0

presente estudo.

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45

4 CONSIDERAC;:OES FINAlS

A obesidade infantil vern aumentando de maneira rapida nos ultimos anos. As

duas razOes consideradas mais importantes sao: 0 maior consume de alimentos

ricas em carboidratos e gorduras e 0 sedentarismo. A preval~ncia de obesidade

enconlrada nas escolas apresenlou-se elevada, podendo ser considerada um

Problema de Sallde Publica, uma vez que representa urn valor sete vezes maior do

que a considerada normal para uma popula<;('iosadia, que e de 2,3%. Esles falos

podem ser juslificados pelos habilos alimenlares inadequados, perfil s6cio-

econ6mico diferenciado, tipos de refei.yOes realizadas nas escolas e influencia da

midia.

De acordo com a embasamento te6rico, tornou~se passive I concluir que 0

presente Irabalho infere grande relevancia para as estudantes tanto da area de

medicina, psicologia, nutricac, educac;ao fisieB, da area educacional, as levando a

uma reflexao sabre as pontcs fundamentais que envolveram este estudo.

Com base nestes pressupostos, tornou-se posslvel enraizar a conclusao

deste estudo, sobretudo, levando-o para 0 campo educacional, onde os escolares e

suas familias, uma vez educados, ensinados e treinados, nas questl~es de nutri~o,

poder;lo com eficacia isentar-se de tais males; contudo, faz-se necessario que os

responsaveis pela educa9ao (escola e professor) assumam a responsabilidade pela

quesl<'loda nulri9ao dentro da escola.

Obtiveram-se ainda nos estudos realizados que 0 consumo de alimentos em

grande quantidade, por conseqO@:ncia, desnecessarios pode aumentar

consideravelmente 0 tator obesidade, resultando em excesso de calorias e acumulo

de gorduras.

Pesquisas ainda relatam que pessoas obesas gastam poucas energias

levando-os a serios problemas de saude. Contudo, tratamentos realizados em que 0

paciente tende a disciplinar-se podem contribuir para a solu~o parcial ou completa

da obesidade em crian9as au adolescentes.

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46

E relevante enfatizar 0 papel do educador em ensinar 0 aluno a forma correta

de alimentar-se, orientando-o, prevenindo-o, reeducando-o com a intenyllo de

equacionar as problemas de obesidade que eventualmente surjam em suas classes.

Para tanto, requer do Pedagogo, conhecimento, paci~ncia, persist~ncia e

habilidade para que possa servir nAo apenas de instrumento para as alunos, mas

tambem estender tais conhecimentos aDs familia res.

No estudo realizado foi possivel constatar que a maior prevalencia de

obesidade na escola publica e no sexo feminino (13,9%), e na escola particular eno sexo masculino (20,5%). Com relayllo a obesidade total, verificou-se que a

preval~ncia foi maior nas crianc;asde escola particular (16%) do que na de escola

publica (12,8%).

Com relaC;8o aos habitos alimentares, observou-se que estes se mostraram

inadequados em ambas as escolas, pais ha urn baixo consumo diario de alimentos

basicos (arroz, feijAo, carnes, hortaliyas, frutas) e urn alto consumo de alimentos

hipercal6ricos e inadequados a essa faixa ettuia (salgadinhos, refrigerantes,

chocolates, etc.). Verificou-se tambem que 0 fator s6cio-econOmico influencia

diretamente na obten9aOde determinados alimentos.

Espera-se com e5sa pesquisa, ter contribuido de alguma forma para elucidar

duvidas inerentes ao fator obesidade e tambem que 0 assunto seja capaz de mudar

~vidas" para melhor, tanto na qualidade e empenho ao ensinar, quanta aqueles que

estiverem envolvidos nesta causa.

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___ . Presidente da ABESO e Endocrinologista.

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Page 53: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

ANEXOS

Page 54: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

51

ANEXO 1

OBESIDADE INFANTIL

A incidlmcia de obesidade na infancia esM aumentando ern todo 0 mundo.

No Brasil tambem esta ocorrendo urn aumento marcante da obesidade infantil 8,

alem das possiveis complicac;6es clinicas da obesidade, com a crescente apelo

estetico de um padrao de beleza sempre magro, a implica~o da obesidade na

auto-estima infantil tambem tern side urn fatcr muito importante.

A obesidade infantil prepondera no primeiro ana e apas 0 aitavo ana de

vida, e maior nas familias de renda maior (11,3 %) do que naquelas de menor

renda (5,3 %). Mas, em qualquer faixa s6cio-econOmica, a vida moderna tem

criado condic;Oes para 0 desenvolvimento de obesidade em crianc;as, na medida

em que sao impedidas de sairern de casa (por causa da viol~ncia) e, desta forma,

deixam de corfer nas prac;as, andar de bicicleta e participar de outras brineadeiras

de boa atividade fisica.

Atualmente as crianyas fieam muito em casa, dentra de seus quartos,

sentadas ou deitadas na cama, jogam videogame, navegam pela Internet,

assistem videos ou estao ligadas na TV. Pesquisas tl!om revelado que 26% das

criam;as americanas, entre 8 e 16 anos, passarn 4 ou rna is horas em frente atelevisa.o diariamente. Esses estudos proeuram relacionar 0 habito de ver TV com

a obesidade infanti!.

o ganho de peso aeima do normal e, geralmente estirnulado ja nos

prirneiras anos de vida, pois a familia, prineipalrnente ma.es e av6s t~m, a ideia de

que nen'; gordinho e sinal de saude. A obesidade deve ser prevenida tao logo a

erianya nasys, pois, 0 ganho de peso acima do esperado, aumenta 0 numera de

celulas gordurosas e favorece 0 apareeimento de obesidade no futuro.

E preciso alertar para 0 fato de ser em torno dos dois anos e meio que se

definem 0 numera de celulas gordurosas de uma pessoa adulta e, normalmente,

uma erianys com excesso de peso possa a ter maior numera de celulas

gordurosas que urna erianya com peso normal. Na fase adulta, tendo maior

numera de celulas gordurosas, essa pessoa tera maior difieuldade em se manter

magro. 0 contrario Ii verdadeiro, au seja, as pessoas que possuem menor numero

Page 55: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

52

de celulas gordurosas, mesmo que venham a ganhar algum peso, nao serao

obesas, ja que possuem poucas celulas que armazenam gordura.

E freqOente pais desejarem que 0 tilho seja cheio de dobrinhas e bem

gordinho. Eo freqOentetambem que essas crian9as gordinhas percam 0 excesso de

peso aD comec;;arem a engatinhar e a andar. 0 problema comeya a ficar serio

quando a crian9-B continua a ganhar peso excessivamente depois de 1 ano de

idade. Aos dois ou tres anos de idade, 0 excesso de peso antes elogiado pelos

av6s, ao inves de agradar, passa a incomodar pais, familia res e a propria crian9-B.

Nessa fase, as mesmas pessoas que achavam linda a crianya gordinha, passam a

dizer que um regimezinho agora ate que seria bom.

A melhor maneira de evitar a obesidade infantil e tomar alguns cuidados

antes mesmo do nascimento. Pais obesos e com pad rOes alimentares rices em

gorduras, calorias, sal e a9ucar, sao fortes candidatos a ter filhos obesos.

Neste caso, 0 beb~ deve ter uma alimenta<;ao inicial baseada

exclusivamente no leite materna durante os seis primeiros meses de vida, tendo

em mente que quanto mais tempo durar a amamentac;ao, melhor. A partir do

primeiro ano de vida, fase em que a crianc;;a comec;a a ingerir alimentos solidos, as

frutas, legumes e carnes magras devem entrar no seu cardapio diiuio. A primeira

lic;ao que a crian<;a deve aprender e que 0 a<;ucar deve ser consumido em

pequenas quantidades e ap6s as refei90es.

Dessa forma, 0 aleitamento materno no primeiro ano de vida e urna das

mais eficientes e principais medidas de preven<;ao da obesidade infantil. 0

aleitamento materno e tao fisiol6gico, no que diz respeito il complei9;;0 da crian98,

que 0 bebe que recebe leite materno e se encontra aeirna na curva ponderal

normal, nem e considerado obeso, mas como tendo urna cornplei<;ao corporal

diferente e, normalmente. este excesso de peso nao permanecera.

Se a crian<;a e alimentada com produtos especiticamente infantis e

apresenta altera90es para mais na curva de peso, e preciso avaliar, a quantidade

de leite, a concentrac;ao de farinhas ou a9ucares, a dilui9iio e os horarios. Os

habitos alimentares sao precocemente condicionados nas crianyas par seus pais

et como atualmente ha uma tendlmcia para alimentos rna is gordurosos au

cal6ricost essas crian<;as podem desenvolver obesidade desde cedo.

Page 56: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

53

Como vimos aerma, crianc;as obesas podem fazer parte dos grupos de

riseas com maiores probabilidades de virem a sofrer, na idade adulta, de disturbios

tais como a hipertensao, diabetes, doenc;as respirat6rias, transtornos coronarianos

e problemas ortopedicos.

Com modemos aparelhos e metodos rnais sofisticados, 0 medico pode

diagnosticar 0 grau de obesidade e a quantidade de tecido gorduroso da crian9a.

Detectado 0 problema, deve ser recomendado urn tratamento completo para a

obesidade, incluindo a dieta alimentar, cardapio especifico, horarios fixos para as

refei,Oes, atividades fisicas e, principalmente, avalia9aOe eventual tratamento de

problemas emocionais.

Crian9"s em idade pre-escolar (de 1 a 6 anos) que apresentam apetite

exagerado ou urna preocupayao acentuada com alimentos merecem atenc;ao

especial, pois nesta idade, normalmente as crianc;as nao dao muita importancia acomida. 0 apetite comeya a melhorar entre as escolares (7 anos) e, aos 8, ja epassive] encontrarmos a obesidade.

Na adolesc~ncia, urn dos motivos para que 0 peso seja negligenciado e a

falsa cren9" de que 0 crescimento do adolescente, por si, ja resolve 0 problema da

abesidade. De fata, a crescimenta pade ser urn aliada, mas, algumas vezes,

apesar de estar crescendo, pade haver ganho excessiva de peso.

E muito importante os pais terem em mente que mais de 99 % das crian9as

gordinhas nao apresentam nenhum disturbio hormonal. Essa importancia estil no

fata de todos os pais serem avidos por um exame endocrinol6gico. Apesar do tator

genetico ser sumamente impartante. em geral a maior causa da abesidade infantil

ainda e 0 erro alimentar.

Page 57: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

54

ANEX02

OS PERIGOS DA OBESIDADE

A obesidade habitual mente coincide com 0 aumento de peso, sendo definida

como 0 aumento da gordura corporal, em comparag:ilo com a rnassa magra, em urn

nivel tal que possa ser a associado a urn risco elevado para a saude.A heran<;a genetica, segundo 0 clinico geral e especialista em suporte

nutricional Dr. Mauro Kleber de Sousa e Silva, e urn fator importante, mas a

obesidade parece ser causada pela combina9aO de habitos alimentares pouco

saudiweis com urn est;10 de vida sedenttuio.

Assim, quando a ingestao de energia supera 0 ga5to energetico, 0 excesso e

guardado no tecido na forma de gordura corporal.

Segundo 0 especialista, 0 diagn6stico da obesidade , por muito tempo, foi

feito levando em considera98o as medidas do peso e da altura, que eram entaD

comparados com tabelas padrao.

Estas tabelas foram desenvolvidas por companhias de seguro, ao longo de

um perlodo pre-determinado, medindo 0 peso e a estatura media de grupos

populacionais especificos e par isto estao muito sujeitas a erras de interpretayao.

Urn modo melhor e mais preciso de se avaliar a obesidade envolve a determinar;Bo

do indice de massa corporal - IMC calculado atraves da f6rmula: IMC ~ Peso (Kg) /

(Altura, em metros quadrados). Excesso de televisao colabora com a obesidade

infantil (www.unifesD.br/comunicacao.ANA CRISTINA COCOlO).

Crian<;as que assistem a mais de quatro horas de televisao por dia tl>m

chance 88% maior de se tornarem obesas, se comparadas aquelas que fieam

menos tempo. Eo 0 que mostra um estudo realizado pela disciplina de Nutri<;M e

Metabolismo do Departamento de Pediatria da Unifesp, par alunos da p6s-

gradua<;ao de Nutri<;lio e pelo Instituto de PSicologia da USP para comparar a

atividade fisica e 0 comportamento de escolares obesos e eutr6ficos (com peso

para a estatura dentro dos limites de normalidade) da cidade de sao Paulo.

A regiM da Vila Mariana faz parte da primeira etapa - diagn6stico e triagem -

do Projeto RRAMM (Redu<;aodos Riscos de Adoecer e Morrer na Maturidade),

desenvolvido na universidade e financiado pela Fapesp (Funda<;aode Amparo aPesquisa do Estado de sao Paulo).

Page 58: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

55

ANEX03

Modelo de Projeto de Educa~o ern Saude

o intuito do projeto e criar um modelo de educa9ilo em saude, com a,Oes de

prevenC;ao it obesidade infantil, propondo urn programa dirigido a realidade de

escolares de baixa renda.

"Exarninarnos a medida e a altura das crian,as e virnos que 10% delas

estavam obesas", explicou Isabela Ribeiro, uma das pesquisadoras. "Depois

enviamos urn questionario para as pais para saber urn poueD sobre os habitos de

atiyidade fisica e comportamento dos tilhos·,

Segundo ela, 0 resultado mostrou que 15% dessas crian,as naD praticavarn

nenhuma atividade fisica fora da escola e que as obesas - cerca de 10% - sao maisinativas do que as nao-obesas, permanecendo mais tempo assistindo a televisao

durante 0 dia, fora do horario escolar. "As crianc;as obesas se interessam mais par

comer do que par brincar. Muitas afirmam que 0 que mais gostam de fazer ecomer", afirma Isabela. "As crianyas que estao com peso dentro do padrao normal

precisam ser chamadas para se alimentarem, pois esquecem disso enquanto

brincam."

o comportamento de Gabriela Aranzana de Paula reitera os dados da

pesquisa. Com apenas 8 anos, ela ja ultrapassou em 10 quilos 0 peso do irmao

Bruno, quatro anos mais velho. "Ela belisca 0 tempo todo e, apesar de brincar

bastante e fazer a educa~o fisica na escola, passa varias heras em frente atelevisao", conta Cristiane, mae de Gabriela. Preocupada com a saude da filha,

quando 0 manequim atingiu 0 nurnero 38, ela matriculou a menina em urna escola

de nataC(llo. "Mesmo assim, as 49 quilos n~o diminuiram", afirma.

Page 59: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

56

ANEX04

PROJETO RRAMM

o projeto, criado por Jose Augusto Taddei, chefe da Nutri,ao e Metabolismo

do Departamento de Pediatria, pretende desenvolver urn programa interdisciplinar

para reduzir as fatores de risco de obesidade e doen<;as associadas a ela em

escolas de ensina fundamental. "S6 20% das crianc;as e adolescentes tratados no

ambulat6rio do Hospital sao Paulo conseguem perder peso e nao se tornam

obesas na idade adulta", explicou ele. "Isso nos levou a pensar urn programa

preventivo,"

Treze pesquisadores, entre nutricionistas, pediatras e professores deeduca,ao fisica, e.tao envolvidos no projeto, que foi dividido em duas etapas: a de

diagnostico e triagem - ja concluida - e a de interven~o de promo,ao de habitos

que previnam a obesidade - com conclusao prevista para 0 segundo semestre de

2001.

Das oito escolas envolvidas no estudo, tr~s estao passando pela interven~o.

Para 0 sucesso do projeto, Mario Bracco, coordenador de atividade fisica do

estudo, uniu a formayao de pediatra com a especializay:io em medicina do esporte

e ministrou urn curso aos professores sabre a importancia de manter as crian9as

ativas e os beneficios da atividade frsica para a saude.

Page 60: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

57

ANEX05

ORIENTAC;AO AOS PAIS

Trabalhando paralelamente, nutricionistas da Unifesp orientaram diretoras,

coordenadoras e professores sabre habitos alimentares, destacando as riscos da

alimenta~o inadequada, alem de motivar professores para uma abordagem de

nutril'l\o com os alunos que promova a saude. "Foram desenvolvidos jogos infantis

ineditos sabre piramide alimentar, grupos de alimentos e seus derivados, entre

Qutros, que foram incorporados as aulas", explica Cristina Gaglianone,

coordenadora de nutriyao do projeto.

Segundo Taddei, outras escolas, algumas privadas, ja estao interessadas em

aderir ao projeto. "Estamos desenvolvendo m6dulos que possam ser adaptados arealidade de qualquer escola." Site: www.drauziovarella.com.br. Dr. linneu Silveira

e medico endocrinologista e faz parte do corpo clinico do Hospital Sirio-Liban~s de

sao Paulo.

Entrevista:

Drauzio - Como sc devc oric1Jlar os pal,f das criallfCls jti que e dijici/ impedir que

das lome", rtfrig~rante.fOJI comam 11m saqllinho de balalas jriws no t!scola?

Linneu - Para manter 0 peso, a crian9CI conta com uma vantagem sabre as

adultos.

Se estes para emagrecer precisam criar um deficit cal6rico que as obriga

passar fame, para elas e suficiente aumentar a atividade fisica e reduzir a ingestao

de gorduras e de alimentos com alto indice gliwmico. As crian9as sao versateis,

adaptam-se razoavelmente depressa a outro tipo de alimentayao. No inicio, podem

estranhar a substitui~o do arroz branco pelo arroz integral, mas acabam aceitando

tranqOilamente e concordam em aumentar atividade fisica sem grande resistencia.

As vezes, porem, 0 problema mora dentro das despensas das casas onde se

encontram todas as tenta¢es imaginaveis. Entao, as pais trancam a despensa e

criam uma expectativa permanente em rela((BO aos alimentos saborosos ali

guard ados. Outro fato importante e que as escolas, para baratear os custos, fazem

convenios com lanchonetes que servem, na hara do recreio, alimentos de alto tear

cal6rico.

Page 61: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

58

As criant;(as comem, voltam para classe e retomam urna atividade sedentaria

urna vez que sao raras as eseelas com espB9<) suficiente para j0905 de bola au

brincadeiras movimentadas.

OBESIDADE INFANTIL E POLiTICA SOCIAL

Drauzio - Nlio dt!veria haver uma politico social encarregada dC!contro/ar a of~r/a

nbusim de alimcllfos cit!alto teor calOrieo nos cantina.f allnO$ [Jortas den t!sco/cl.f?

Linneu - Deveria, sem duvida. Par isso estamos chamando atenyao para a

discrepa.ncia entre os 9a5t05 da saude publica de diversos paises em defesa da boa

alimentac;ao e as da iniciativa privada com alimentos de alto teor cal6rico. S6 se

anunciam as vantagens da laranja na alimenta~o se lodos as produtores dessa

fruta estiverem interessados em desovar 0 produto, ao passo que investir na

propaganda de um novo achocolatado matinal reverte em beneficios imediatos para

a industria que criou 0 prod uta, por exemplo.

No entanto, nossa expectativa e que essa mare de inforrnayOes a respeito

dos beneficios de urna alimentarrao equilibrada obrigue as industrias a produzirem

produtos rna is saudilVeis.

REJE,,;:Ao AOS OSESOS

Drauzio - Villa pcsquisa r~ali=ada 11(1 /nglatcrra d~l1lOnstrollQ grau lie r{!jci~'{10que

SOJr~11Ias criallqaJ obt!sas. Foram t!xibidas a ailinos da pr~-escola forografias de cria,,~as

carcquinha.f por causa da quimio!erapia, ('111 cadeiras de radm', um chinl!s que tt!m lima

jl:iio1Jomia difenmte da que ~stamm acostllmados a \'cr e a de 11111mCf/ino gordinho, muito

simptitico. Quando Iht!spediram para (!scolherlUna crialU;a que nlio gostariam tit! ler como

amigo, 0 gordinho ganholl cstourado.A t!XplicOf(70joi simples e direla: !!Iet!ra "'/1;/0gordo.

Linneu - Esse julgamento das crian~s, repete-se em algumas universidades

american as Quando ha disputa par vagas, na analise dos curriculas, vence a

adolescente magro. 0 gordo e preterido.

Page 62: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

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RAZCES ECONOMICAS E DE MARKETING

Drauzio - Como conJornar a om/anchc de comcrciais no Iclt!visi1oqllt! aprcgoam 0

.whoT de alimt'nto:J dt! allissimo cOl/ttdido ca/6rico Oil sua di.rponibilidade 11a5call1inas do,r

f!scolas?

Linneu - Por ir6nico que possa parecer, nos Estados Unidos a industria

alimenticia dedica 12 bilhoes de d61ares a propaganda de alimentos baratos e

altamente cal6ricos, como bolachas e biscoitos, veiculada no horario nobre da

televisao, enquanto a saude publica americana gasta um milhao de d61ares para

divulgar a importancia de frutas e verduras na dieta, aJimentos estes mais carDS do

que as ricas em carboidratos.

Drauzio - 1M ra=iJes ccol16micas que fin:oreccm 0 C01l.ml1lO exagerado de

carboidrafm?

Linneu - Nao se trata de uma postura errada que se toma deliberadamente.

Nas lanchonetes, se paga menos do que num restaurante convencional, as crianyas

ganham brindes, a atendimento e rapido e bern organizado. Tudo isso somado

contribui para 0 crescimento do consume de alimentes mais cal6ricos.

Page 63: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

60

ANEX06

OBESIDADE INFANTIL

A obesidade na inffincia e na adolesooncia tern urn papel determinante na

incidencia e hipertens80 (press80 alta) durante a ~ida adulta. Essa e uma das

conclusoes obtidas ap6s 0 Serao de Pedialria da Sociedade do Estado do Rio de

Janeiro (Soperg) realizado para discutir 0 tema "Nutri980 Infantil". Segundo os

medicos , e necessario interferir nos hi!bitos alimentares da familia, que, por

consequilncia •va:o influenciar nos habrtos do adolescente e do adulto.

Atra~es da boa alimenta9ilo e possi~el prevenir desde a infAncia doen98s

como cancer, osteoporose, hipertensao e arteriosclerose. Ja esta comprovado que

uma dieta rica em calcio para adolescentes pode ajudar na pre~en9ilo da

osteoporose da mulher na fase adutta. De aecrda com as medicos, crianyas filhas

de pais hipertensos devem reeeber quantidades menores de sal na alirnentayao

Alem disso, devem ser estimuladas a praticar habitos alimentares saudaveis.

Os pais estao eng an ados quando incentivam seus filhos gorduchos a

encherem 0 prato, acreditando que eles tern uma 6tima saude. Os bochechudos

podem ter precocemente problemas de gente grande ligados a obesidade.

Hoje segundo estudos, 30% das crian9as es\Ao acima do peso. Segundo a

ABESO, os numeros triplicaram em 15 anos, pois os habitos saudi!~eis estilo

sendo deixado$ de lado.

As crian9as crescem apresentando problemas de diabetes, hipertens80,

desvios ortopedicos e colesterol alto.

Os tempos modernos serviram para agravar 0 quadro; as brincadeiras

agitadas, de subir em a~ores, jogar futebol. soltar pipas, correr, deram lugar hi!

horas em frente a TV ou ao videogame. Alern disso, ° apelo das comidas fast food

e muito forte, haja vista a concentra9ilo de crian9as e adolescentes nas pra98s de

alimenla9ilo dos grandes Shoppings Centers.

Para e~itar que a meninada fora de forma de hoje seja 0 adulto obeso de

amanh:i, os pais devem desde cedo incentivar as bons habitos alimentares,

sempre procurando ter em casa alimentos saudaveis como frutas, sucos naturais e

se possivel deixar as crian9as longe dos doces e comidas muito gordurosas.

Page 64: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

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Segundo um estudo do Centro de Controle de Doenc;asdos Estados Unidos,

urn ten;;:odos adultos obesos comec;.ou a ter problemas ainda na infimcia. E rna is

de 98% das crianyas sao obesas pDf excesso de alimentayao; incluindo ai doces,

refrigerantes e comidas com excesso de gorduras principalmente fast food, alem e

claro de falta de exercicios (vida sedentaria).Apenas 2% das causas de obesidade

tern origens genelicas e hormonais. Dietas baseadas nesse tipo de alirnentayBO

pade levar a pressa.o alta e entupimento de arterias no futuro e riscos de doenyas

cardiacas.Atitudes dos adolescentes: Ha urn sense de invencibilidade entre as

adolescentes, eles acham que podem comer 0 que quiseram. As conseqUencias

destes maus habitos alimentares virao no futuro em forma de doenc;as.

Urn estudo americana aponta que as pneus na cintura sao uma ameac;a maior que

as brac;ose pernas rechonchudos nas crianyas abesas.Segundo a Sociedade Brasileira de Pedialria, uma em cada seis crianyas

brasileiras de ate 10 anos de idade e obesa. Um dos motivos e 0 pessimo habito

de se alimentar a base de lanches gordurosos, biscoitos, doces e refrigerantes. Se

o seu filho est;; com excesso de peso, leve-o ao medico e fique atenta aalimenta9ao dele (www.unimeds.com.br)

Page 65: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

62

ANEX07

PROGRAMA DE REEDUCA.;;Ao ALIMENTAR E OBESIDADE INFANTIL

o Hospital da Unimed de Capivari inicia no ml>s de oulubro, um programa

especial de Reeduca9Ao Alimenlar e Obesidade Infanti!. 0 programa faz parte do

Projeto Crianc;a, que ja esta sendo desenvolvido no Hospital com as crianc;:as

internadas e as que sao atendidas no ambulat6rio.Segundo a psicopedagoga e coordenadora do projeto, Viviane Gimenes, 0

tema escolhido foi cuidadosamente discutido em parceria com as medicos desta

especialidade, considerando que a obesidade infantil e uma das maiores

preocupa900s e reclama90es dos pais em rela9aOaos filhos.

Estao convidadas a participar do programa, crianyas na faixa elari8 dos 07

aos 10 an os usuarias ou nao do plano de saude, que estao acima do peso e nao

praticam esporte. Esses fatores estao interligados e sao as principais vilOes da

obesidade infanti!.

No conteudo, as crianc;:as receberao orienta¢es de como elaborar um prato

ideal com todos os elementos necessarios e primordiais para 0 organismo, bem

como, saber a impor1ancia de uma alimentayao equilibrada para evitar problemas

de saude no fuluro, sendo estes os objetivos do projeto. Com acompanhamento de

um profissional, 0 grupo participara de atividades fisicas como: caminhadas, jogos

de volei e futebol, visitas a academias de ginasticas da cidade.

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ANEX08

11 DE OUTUBRO: DIA MUNDIAL DA LUTA CONTRA A OBESIDADE Eo

MARCADO COM A "DECLARA9AO DE BRASiLIA"

Assinado por varias entidades medicas nacionais e internacionais, e pelo

criader dos personagens da Turma da M6nica Mauricio de Sousa, ap6s 0 Simp6sio

"Obesidade, Urna Epidemia" rea1izado no Senado, documento aponta 0 excesso de

peso como um problema que afeta a saude dos brasileiros e os cofres publicos.

o Oia Mundial da Luta Contra a Obesidade, celebrado dia 11 de outubro, foi

marcado com urn grande evento no Congresso Nacional, Brasilia. Realizado no

Audit6rio PetrOnio Portella, no Senado, 0 Simp6sio "Obesidade, Uma Epidemia",

contou com a participayao de presidentes de entidades medicas nacionais e

internacionais; do criador dos personagens da Turma da MOnica Mauricio de

Sousa, que apresentara uma campanha de preven9ao da obesidade infantil; e do

Senador Tiao Viana (PT-AC), medico e urn dos organizadores do evento.

No final do simp6sio, foi assinada e feita a leitura da Oeclara9ao de Brasilia,

que aponta a obesidade como urn problema de saude publica crescente no Brasil e

que sugere a ado9ao de medidas emergenciais e preventivas para 0 combate da

doen98·Com a participa~o especial de Mauricio de Souza, foi criada uma camiseta

que simboliza a campanha "Menos Gordura, Mais Saude".

Em paralelo, na Camara dos Oeputados, oeorreu um trabalho de avaliay80

do perfil nutricional de eerca de 2.500 funcionarios da casa, incluindo os deputados.

Foram avaliados IMC - Indice de Massa Corp6rea, circunferl>ncia abdominal (a

famosa barriguinha, onde se acumula a gordura mais perigosa), presseo arterial,

colesterol e glicemia (a9ucar no sangue). 0 Brasil ocupa hoje a 6a posi9ao no

ranking mundial da obesidade e tern rna is de urn ten;o da populaya.o adulta aeirna

do peso ideal.

Page 67: OBESIDADE INFANTIL NA ESCOLA - REEDUCA

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ANEX09

A VOLTA As ESCOLAS QUE ENGORDAM CRIANC;:AS

Comida rica em gorduras e daces sao vendidas a vontade nas cantinas.

LiGIA FORMENTI

Oepots de passar urn mes tIna linha", as irmaos Inaia, Cledson e Kaua

yoltaram a consumir salgadinhos, refrigerantes e daces. A mudan<;a coincide com 0

calendario escolar: volta as aulas e, com isse, as compras nas cantinas dos

colegios, onde e farta a oferta de alguns alimentos que provocam arrepios em

qualquer medico. "Oigo a eles que nao comprem, mas e duro ver Qutras crianC;8scomendo", diz a mae, Neuse Bela. Em casa, garante, a CObrany8 e maior. "Procure

controlar, mas eles nao ficam a tempo todD na barra da minha saia."

Com peso acima do ideal, Inaia tem vergonha de participar de esportes

coJetivos. Ela e 0 irmao mais novo VaG 80 medico, na semana que vern, para

comec;;ar uma dieta. "Mas e duro exigir de uma criany8 uma responsabilidade que

muito5 adultos nao U~m",diz Neusa.

Como Neusa, urn numera cada vez maior de pais enfrenta dificuldades para

pOr limites na alimenta9ao dos filhos. Muitas tentativas acabam depois de algumas

consultas ao medico. No Instituto da Criamta da Universidade de sao Paulo, 0 indice

de desist~ncia chega a 50% ao longo de um ano, diz 0 medico Ari Lopes Cardoso.

"Eo dificil mesmo. As crian9as brigam, choram pedindo comida e muitos pais acabam

cedendo."

Crescimento - 0 problema fica maior quando se ana lisa a esealada da

obesidade infantil no Pais. Urn estudo internaeional analisando sua ineidlmcia

demonstra que 0 numero de erian<;as aeima do peso triplicou nos ultimos 30 anos no

Brasil. Nos Estados Unidos, duplicou. 0 professor da Faculdade de Saude Publica

da USP Carlos Monteiro, urn dos autores da pesquisa, afirma que 0 erescimento foi

deteetado nas classes eeonomicamente mais privilegiadas. Ele aeredita, no entanto,

que aconte9a com as crianyas 0 mesmo que ocorreu na popular;ao adulta: com 0

tempo, a tend~ncia e que 0 problema aumente entre classes mais empobreeidas.

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"Certamente a obesidade infantil vai se tornar um problema de saude publica no

Pais, assim como ja ocorre com obesidade entre adultos,"

E, em casa, a solU9aO, afirma Cardoso, e pulsa firme e dialogo. "Todo mundo

sa be 0 que tern de ser feito: mais exercicios, menDS com ida gordurosa. No casa de

regime para crianc;as, urn item tern de ser acrescentado: a determina<,;ao dos pais

para a mudanya de habitos". Alem da atividade fisiea, e precise reformular as itens

de compra no supermercado, riscando de vez alimentos ricas em calorias e pobres

em nutrientes. liE mudar 0 lazer: em vez de shopping, urn passeio de bicicleta no

parque, de preferencia feito sem carteira QU com dinheiro suficiente apenas para

comprar urn copo de agua-,As recomendar;Oes, claro, tern de ser seguidas por todos

da casa.

E quando essas crian9Bs vao para 0 colegio? A situayao muda. Um dos

primeiros a chegar a cantina durante 0 recreio, Andre Tucunduva, de 11 anos, sa be

de cor quais as alimentos saudaveis e as que nao sao. "Eles deram uma aula aqui

na eseela, mas vejo as salgadinhos para vender e nao resi5to .. ," A mae, Tania, tenta

fazer algumas restric;oes, mas confessa que muitas vezes acaba cedendo.

"Sei que as vezes sou chamada de ditadora, mas tudo bem", afimna Maria

Cristina Mengatti, mae de Marcelle, de 11 anos. "Sei que com 0 tempo ela vai me

agradecer".

Diante da escalada da obesidade entre crianC;8s, algumas escolas fazem

palestras sobre alimentayBo saud ave I e ate dispOem de nutricionistas. "Mas e uma

mensagem contradit6ria, pois em muitas cantinas sao poucos as alimentos

saudaveis a venda", argumenta 0 medico Cardoso. "Campanhas precisam ser feitas

e pais, esclarecidos, para que eSSB tend~ncia seja interrompida".

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ANEXO 10

ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA OS PAIS OU RESPONSAvEIS

I - Identifica~ao:

Nome:

Idade:

profissao:

II - Perguntas Gerais:

01 - Quantos filhos voce tern?

02 - Quanta tempo convive par dia com a crianya?

03 - Ouantas pessoas moram na casa?

III - Perguntas Especificas:

01 - 0 que a mativau a buscar urn tratamento contra a obesidade para a

crianya?

02 - Quais as principais dificuldades encontradas para a crianya seguir a dieta?

Descrev8.

03 - Descreva as habitos alimentares do seu ambiente familiar.

04 - Ocorreu alguma adequa~o/mudanya nos habitos alimentares da familia

apas 0 inicio da dieta? De urn exemplo.

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