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Nov 07, 2018
OBESIDADE INFANTIL:
Nut.Karoline Basquerote Crn2 9762
Especialista em Nutrio Clnica e Doenas Crnicas/HMV e em Nutrio em Pediatria: da concepo adolescncia/IPGS
Obesidade
A obesidade uma doena crnica, complexa, de etiologia multifatorial e resulta de balano energtico positivo, caracterizada pelo excesso de gordura corporal.
Seu desenvolvimento ocorre, na grande maioria dos casos, pela associao de fatores GENTICOS, AMBIENTAIS e COMPORTAMENTAIS.
As situaes AMBIENTAIS podem ou esses fatores.
A gentica pode conduzir a uma predisposio ao ganho de peso, mas hoje j temos bem claro a possibilidade de ligar ou desligar genes, e o principal fator que atua na expresso dos genes ALIMENTAO.
(Obesidade na infncia e na adolescncia,2008);(Sophie Deram,2014)
Fontes: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenao de Trabalho e Rendimento, Estudo Nacional da Despesa Familiar 1974-1975 e Pesquisa de Oramentos Familiares 2008-2009; Instituto Nacional de Alimentao e Nutrio, Pesquisa Nacional sobre Sade e Nutrio 1989.
No Brasil, 7,3% das crianas com menos de 5 anos tm excesso de peso.
Endgenas
Genticas Metablicas
O metabolismo muito individual
PAIS RISCO PARA A CRIANA
Ambos obesos 80%
Pai ou me obesos 40%
Ambos no obesos 10%
Causas:
predisposio
(Weffort;Lamounier,2009)
Exgenas
Psicolgicas
Alimentares
Atividades Fsicas
Psicolgicas: ANSIEDADE/FRUSTAES *falar da me no come nada; come muito pouco; se voc no comer a mame vai ficar triste
Alimentares: PREFERNCIAS, QUANTIDADE, FORMA
Atividade fsica: SEDENTARISMO
Os fatores externos scio-ambientais so mais relevantes na incidncia de obesidade que os fatores genticos.
(Weffort;Lamounier,2009)
Causas/Fatores desencadeantes:
Comportamento familiar: VNCULO ME-FILHO, desmame precoce e, consequentemente a alimentao por mamadeira; consumo abusivo de carboidratos e alimentos ultraprocessados; excessos alimentares pela ingesto de guloseimas; refeies consumidas s pressas; introduo de alimentos inadequados, sedentarismo.
Fatores psicossociais: encontrar no alimento uma COMPENSAO para os problemas emocionais; distrbios psicolgicos reacionais, como problemas escolares, conflito entre os pais.
Falar da me: todos ns somos um pouco gordinhos; Isso de famlia
Comida no recompensa
(Vitolo,2008)
Relatrio da comisso para erradicar a obesidade infantil da OMS
Exposio excessiva das crianas e adolescentes a alimentos ultraprocessados e com baixo valor nutricional.
Sugesto: restrio da publicidade de alimentos no saudveis, reformulao na distribuio dos mercados e campanhas que incentivem o consumo de alimentos saudveis e atividade fsica.
(OMS,2015)
Dentre os principais fatores que contribuem para o ambiente obesognico:
Diagnstico:
Clnico Histria
Exame fsico
Dados antropomtricos
Verificar:
Sinais clnicos
Caractersticas da criana
Comportamento familiar
Peso/altura
Prega cutnea tricipital
Circunferncia do brao
Circunferncia abdominal
Estadiamento puberal (SBP,2008)
Caractersticas da criana:
Come vorazmente
Limpa o prato rapidamente
Repete a refeio
Come escondido
Toma muito lquido durante a refeio/que tipo de lquido
Est sempre morrendo de fome
Logo aps a refeio j est com fome novamente
Solicita sempre uma poro extra de comida
(SBP,2008)
Morbidades associadas obesidade
Sndrome metablica
HAS
Dislipidemias
Alteraes no metabolismo glicdico
Doena gordurosa heptica no-alcolica
Ortopdicas
Dermatolgicas
Sndrome da apnia obstrutiva do sono
Sndrome dos ovrios policsticos
Alteraes do metabolismo sseo
(SBP,2008)
Preveno: a melhor soluo!
Pr-natal: identificar os fatores de risco familiares (DM, doenas cardiovasculares...) Avaliar e monitorar o estado nutricional da gestante e orientar quanto a alimentao saudvel.
Lactente: estimular o ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO. Monitorar o ganho de peso e o crescimento. Informar aos pais quanto ao respeito aos sinais de saciedade do beb (fechar a boca, parar de mamar, desviar a face...).Orientar a alimentao complementar de acordo as necessidades nutricionais e o desenvolvimento da criana.
Primeiros 1.000 dias: destacar a importncia desse perodo em que a nutrio fundamental para a programao da sade a longo prazo. Explicar que j na fase intrauterina e 2 primeiros anos de vida a criana est fazendo uma programao metablica que poder ser determinante para o estado nutricional da criana.
(SBP,2008)
Pr-escolares e escolares: cuidar o que tem disponvel para oferecer (maior independncia).
Orientar os pais para conhecerem e aceitarem a saciedade da criana, SEM impor ou
EXIGIR a INGESTO TOTAL ou EXCESSIVA DOS ALIMENTOS.
A CRIANA SAUDVEL TEM PLENA CAPACIDADE DE AUTO-REGULAR SUA INGESTO.
Orientar a importncia da QUALIDADE da alimentao.
(estimular o consumo regular de frutas, verduras e legumes e estar atento ao tipo de
gordura consumida).
Esclarecer a importncia de no pular refeies e no substitu-las por lanches.
Estimular o LAZER ATIVO.
Preocupao da me quanto ao peso da criana e a insistncia para que esta se alimente.
A partir dos 2 anos, substituir laticnios integrais por baixos teores de gordura.
Aumentar o consumo de frutas, vegetais e cereais integrais.
Evitar o hbito de comer assistindo TV.
Diminuir a exposio propaganda de alimentos.
Promoo da alimentao saudvel
Diminuir o tamanho das pores dos alimentos.
Respeitar a saciedade da criana.
Limitar o consumo de alimentos ricos em gordura e acar (que tm elevada densidade energtica).
Estabelecer e respeitar os horrios das refeies.
Estilo de vida saudvel
PREVENO DO GANHO EXCESSIVO DE PESO
(SBP,2008)
Estimulao do gasto energtico
Aumentar a atividade fsica
Atividades fsicas estruturadas por um profissional da rea.
Educao fsica voltada para a promoo da sade na escola.
Realizar atividades no horrio do recreio, aps a escola e nos fins de semana.
Criar reas de lazer.
De preferncia, caminhar ou andar de bicicleta em vez de usar o carro.
Promover atividades familiares.
(SBP,2008)
PREVENO e TRATAMENTO tem que caminhar juntos!
Tratamento:
Equipe multidisciplinar
Educao Nutricional Atividade fsica- EDUCADOR FSICO
Crescimento ajuda mas sozinho no suficiente.
Envolvimento de toda famlia e todos que lidam diretamente com a criana ou adolescente
Psiclogo
Endocrinologista Pediatra
Nutricionista
Estabilizao temporria do peso, aproveitando o crescimento da criana.
Educador fsico
Compreender a situao especfica da criana e sua dinmica familiar para que sejam feitas propostas teraputicas consistentes.
Conhecer as razes fsicas, emocionais, culturais e sociais que determinam o hbito alimentar da famlia e promovem o ganho de peso excessivo.
Compreender a conduta alimentar da famlia.
Crenas, hbitos, tabus, sentimentos dos pais.
Proibir alimentos? Ou
Eliminar excessos?
Estar ciente de que as tentativas de tratamento sempre esto acompanhadas de efeitos colaterais.
Jamais proibir! Proibir no a melhor forma!
Estabelecer horrios para refeio. Destacar a importncia do caf da manh.
Separar e REDUZIR PORES.
Tirar distraes no momento da refeio (no v o que come e come automaticamente).
Comer devagar .
Melhorar a qualidade dos alimentos oferecidos.
Comportamento familiar: a criana APRENDE COM A IMITAO do adulto. O comportamento to importante quanto o nutriente.
Erros e acertos/Comportamento familiar
Controlador: controla a alimentao da criana, liquidifica a comida para garantirque a criana coma legumes e verduras.
Negligente/Omisso: desistiu da responsabilidade da alimentao. Desconhece o que a criana come na escola.
Pr-ativo/bom senso: define limites. Clima familiar de tranquilidade. Responde aos sinais de fome da criana. Segue o movimento da velocidade de crescimento da criana.
Bonzinho: no estabelece limites. Uso excessivo de alimentos processados e doces. Criana dita as regras. Ele gosta. Se eu no der ele chora.
Trabalhar a famlia Precisamos trabalhar com os pais e mudar o ambiente alimentar da criana.
Interveno Nutricional
Inqurito alimentar: esclarecer o que se passa no dia a dia da criana.
Conscientizar sobre o que est ingerindo de maneira prazerosa.
1 passo: mudana conceitual no existem alimentos bons ou ruins.
2 passo: introduo das tarefas que modificam o comportamento. Comer devagar, sem ver TV, horrios para as refeies...
3 passo: mudana qualitativa e quantitativa comer o que gosta de forma disciplinada. Reduzir pores e repeties. Seguida da incluso de novos alimentos e alimentos mais saudveis.
(Priore et al. Nutrio e sade na adolescncia, 2010)
Erros alimentares e possveis condutas
Erro alimentar Conduta
Excesso de alimentos Reduzir gradativamente as quantidades
Repeties Reduzir o nmero de repeties
Lquidos com alta densidade energtica Reduzir o volume e estimular o consumo de gua
Alimentos com alta densidade energtica Modificar as preparaes
Beliscos Abolir e incluir lanches entre as principais refeies