UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃO O Feedback dos professores e o Envolvimento dos alunos na escola: Um estudo com alunos do 9º ano PATRÍCIA MARQUES AVÕES Dissertação orientada pela Professora Doutora Carolina Carvalho MESTRADO EM EDUCAÇÃO 2015
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UNIVERSIDADE DE LISBOA
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
O Feedback dos professores
e o Envolvimento dos alunos na escola:
Um estudo com alunos do 9º ano
PATRÍCIA MARQUES AVÕES
Dissertação orientada
pela Professora Doutora Carolina Carvalho
MESTRADO EM EDUCAÇÃO
2015
Nota: Trabalho realizado no âmbito do Projeto Feedback, Identidade e Trajetó-
rias Escolares: Dinâmicas e Consequências, financiado pela FCT - Fundação
para a Ciência e Tecnologia (contrato PTDC/CPE-PEC/121238/2010)
i
RESUMO
O feedback dado pelos professores às produções dos alunos é conside-
rado por diversos autores como uma influência poderosa no modo como os alu-
nos aprendem. Atendendo a que se tem verificado um interesse crescente na
temática do envolvimento dos alunos nas escolas, uma vez que este é tido como
uma solução para os baixos desempenhos académicos e para o abandono esco-
lar que afetam muitas escolas, delineou-se o presente estudo para estudar os
efeitos de um programa de intervenção, na área do feedback do professor, no
envolvimento dos alunos.
Deste modo, o presente estudo tem como objetivo averiguar se o uso de
feedback escrito e eficaz promove o envolvimento dos alunos na escola e com-
preender os progressos gerados quando os alunos estão sujeitos a um feedback
intencional e sistemático do professor. A amostra era constituída por 91 sujeitos
do nono ano de escolaridade, em contexto de sala de aula, na disciplina de
Geografia, numa escola de Ensino Privado de Lisboa.
A metodologia adotada foi um desenho quasi-experimental, com um gru-
po de controlo e um grupo experimental, com pré-teste/pós-teste. A recolha de
dados foi feita através do pré e do pós-teste, da recolha das duas versões de
cada relatório elaborado e compreendeu ainda a recolha de documentos diver-
sos, produzidos pela professora e pelos alunos.
Os resultados obtidos apontaram que o uso de feedback escrito e eficaz
promove o envolvimento dos alunos na escola, embora a níveis distintos, nas
diferentes dimensões. Revelou-se, igualmente, de grande importância o uso de
relatórios escritos onde se apelava à descrição de procedimentos, à justificação
de opções e ao espírito crítico, proporcionando momentos de reflexão, com
implicações no desenvolvimento de estratégias de autorregulação das aprendi-
1.3.1. A importância do envolvimento dos alunos no ensino e na aprendizagem ...............................................................................................................20
1.3.2. Conceptualização do construto ....................................................................22
1.3.3. As dimensões do envolvimento ......................................................................24
2. Comentem “Muito bom, mas dá para melhorar” sem especificar o quê /
Marquem errado, risquem ou escrevam “incompleto” ou “confuso” sem
explicar o que está errado / Digam apenas “O trabalho está muito mau”
4 4
3. Escrevam em cima das suas palavras 1 0
4. Usem símbolos ou expressões que não percebem 2 1
5. Digam apenas “o trabalho está muito mau” 0 2
6. Que não motivem e/ou ajudem 1 1
7. Quando os fazem sentir burros ou que não percebem as coisas 3 1
8. Que não façam comentários ou sejam demasiado sintéticos 2 2
9.Apenas sinalizem os erros ou façam comentários curtos e óbvios 2 3
10. Que mandem reescrever os erros sem indicar como podem melhorar 2 4
Após este levantamento, procurou-se organizar as respostas nas catego-
rias propostas por Brookhart (2008), conforme Tabela 4, de modo a servirem de
ponto de partida para a construção dos itens da escala de feedback escrito.
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Tabela 4 - Itens agrupados nas diferentes categorias do feedback escrito.
Categorias Itens
Gostam Não gostam
Clareza
1
3
6
1
2
3
4
9
Especificidade
2
5
4
2
5
8
10
Tom
4
7
8
9
10
6
7
É de realçar que os aspetos que os alunos mais gostam de rece-
ber referem-se ao tom utilizado nos comentários e os comentários que menos
gostam de receber estão relacionados com a clareza da linguagem.
Tabela 5 - Princípios orientadores apelados em cada um dos itens da questão construída do feed-
back escrito.
Itens da escala Categorias
1. Os comentários do professor são vagos Especificidade
2. A linguagem utilizada pelo professor, nos seus comentários
escritos, é facilmente percetível
Clareza
Especificidade
3. A partir dos comentários do professor consigo perceber o que
tenho de melhorar num trabalho
Clareza
Especificidade
4. O feedback do professor ajuda-me a compreender como me
posso tornar mais autónomo na minha aprendizagem
Especificidade
Tom
5. O professor levanta questões, nos seus comentários, que me
encorajam a pesquisar mais informação
Tom
Especificidade
6. Nos comentários que escreve o professor faz-me sentir “burro” Tom
7. O professor faz comentários específicos para eu melhorar Especificidade
8. Nos seus comentários, o professor dá-me indicações que consi-
go utilizar em trabalhos posteriores
Clareza
Especificidade
Tom
37
De forma a ir de encontro a uma medição mais próxima do que seria um
feedback eficaz optou-se por construir uma escala com oito itens, que abarcas-
sem os aspetos identificados pelos alunos e que cobrissem as três categorias do
feedback escrito: Especificidade, Clareza e Tom (Tabela 5).
Depois de construídos os itens da escala do feedback foi solicitado ao
mesmo grupo de alunos do estudo piloto, que respondessem a esta questão
para se aferir se os itens eram perfeitamente compreendidos, não tendo estes
revelado quaisquer dificuldades de entendimento dos mesmos.
Tal como para os restantes itens, que já compunham o questionário, para
esta dimensão foi utilizada uma escala de Likert, tendo os alunos de especificar
em cada item, segundo a sua perceção, o seu nível de concordância com a afir-
mação. No caso do feedback escrito, os níveis correspondiam à seguinte medi-
ção:
3 = É SEMPRE assim nesta disciplina
2 = É FREQUENTEMENTE assim nesta disciplina
1 = É OCASIONALMENTE assim nesta disciplina
0 = NUNCA é assim nesta disciplina
Sempre Nunca
2. A linguagem utilizada pelo professor, nos seus comentários
escritos, é facilmente percetível 3 2 1 0
Figura 2 - Exemplo de um item da escala de feedback escrito criada para o pré e pós-teste.
Embora, esta já fosse uma característica dos itens do questionário do
projeto FITE, optou-se por manter o número de alternativas de resposta para que
estejam equilibradas, existindo duas alternativas positivas e duas negativas, o
que evita enviesamentos nas respostas, não sendo possível no entanto medir a
magnitude das diferenças entre as categorias (Hill, 2005).
A questão V ficou composta por oito itens, sendo que seis foram concebi-
dos no sentido positivo, ou seja, em que sempre indicasse práticas de feedback
mais corretas, e dois itens foram invertidos, sendo registado no sentido negativo,
isto é, assumindo que sempre indicasse práticas de feedback menos corretas.
Esta opção foi tomada com vista a diminuir os enviesamentos, anteriormente
mencionados, que neste caso se poderiam justificar pela atitude displicente ou
hostil de um sujeito (Tuckman, 2012) que seleciona a mesma preferência para
todas as respostas. Deste modo é expectável que os sujeitos assinalem concor-
38
dância com o nível sempre no item 2. e nunca no item 1., o que demonstra uma
atitude mais favorável à prática de feedback escrito eficaz (Figura 3).
Sentido Sempre Nunca
Negativo 1. Os comentários do professor são vagos 3 2 1 0
Positivo 2. A linguagem utilizada pelo professor, nos seus
comentários escritos, é facilmente percetível 3 2 1 0
Figura 3 - Exemplo de um item redigido no sentido positivo, e um item no sentido negativo, da
escala de feedback escrito do pré-teste e do pós-teste.
2.3.2. Conceção do pós-teste
No pós-teste administrado no grupo experimental (Anexo 4) foram retira-
das as partes VI e VII do pré-teste (caracterização socioeconómica e trajetórias
escolares) por já terem sido recolhidos esses dados na primeira aplicação do
inquérito, tendo sido substituídos por uma questão de resposta aberta.
A opção por utilizar uma escala de Likert deveu-se à possibilidade de
analisar mais facilmente os dados, contudo por se ter consciência de que a
informação, por estar limitada às opções apresentadas, não seria muito rica,
optou-se por incluir uma questão de resposta aberta de modo a obter informação
mais detalhada (Hill, 2005) acerca da perceção dos alunos sobre o desenvolvi-
mento das suas capacidades e o seu envolvimento na escola após vivenciar
diversas estratégias de autorregulação das aprendizagens e de autonomia no
estudo, promovidas na disciplina de Geografia durante o programa de interven-
ção.
No grupo de controlo foi administrado um pós-teste igual ao do grupo
experimental, mas sem incluir a questão de resposta aberta, na medida em que
os sujeitos deste grupo não foram expostos ao tratamento.
2.4. Planeamento da intervenção
Nos pontos seguintes descreve-se a conceção e calendarização do pro-
grama de intervenção, assim como a descrição das sua implementação.
39
2.4.1. Programa de intervenção
O programa de intervenção foi desenvolvido na disciplina de Geografia,
por ser a disciplina lecionada pela investigadora, pelo que teve por base os con-
teúdos programáticos definidos para o período em que decorreu a intervenção,
mais concretamente, os temas Atividades Económicas e Contrastes de Desen-
volvimento, conforme as Orientações Curriculares do Ministério da Educação.
No presente estudo, procurou-se compreender quais as dificuldades sen-
tidas pelos alunos em relação às tarefas, em especial nos registos escritos que
fazem sobre as mesmas e o modo como mobilizam o feedback que lhes é dado
pelo professor para atingir os objetivos que lhes são propostos. Deste modo, foi
fundamental ter, sobretudo, em consideração o processo e os procedimentos
adotados em detrimento dos resultados finais.
O programa de intervenção consistiu num conjunto de quatro atividades a
serem administradas como tratamento ao grupo experimental, com o objetivo de
proporcionar aos alunos um feedback sobre as suas produções escritas, que
pudessem posteriormente utilizar, e ao professor um meio de os ajudar no seu
processo de aprendizagem, ou seja, a percorrer a distância entre o que já sabem
num determinado momento e o que precisam saber para atingir um determinado
desempenho.
Uma vez que o estudo se baseou no feedback escrito dado pelo profes-
sor às produções escritas dos alunos, optou-se por diversificar as atividades, que
serviriam de ponto de partida para os seus relatórios escritos, procurando que
estas fossem interessantes e que pudessem despertar o interesse dos alunos de
modo a mantê-los motivados e encorajados a observarem, descreverem e anali-
sarem criticamente as situações que lhes eram propostas, ao mesmo tempo que
se procurava fomentar o seu envolvimento na escola.
Como suporte à escolha das atividades, a serem incluídas no programa
de intervenção, e aos comentários escritos a fazer pelo investigador, utilizou-se o
livro "How to give effective feedback to your students" de Susan Brookhart
(2008). Trata-se de um livro orientado para o desenvolvimento da capacidade
dos professores fornecerem aos seus alunos um feedback eficaz sobre as suas
tarefas escolares, não estando incluído neste estudo um feedback ao comporta-
mento dos sujeitos.
40
Como já foi anteriormente referido, do programa de intervenção consta-
ram quatro atividades de sala de aula, que permitiram abranger todos os conteú-
dos programáticos das unidades didáticas selecionadas, conforme Tabela 6, no
entanto a lecionação destes conteúdos incluiu, igualmente, aulas expositivas e
resolução de exercícios do manual e caderno de atividades adotados na escola.
A seleção destes conteúdos programáticos, para serem os abrangidos
pelas atividades, resulta de vários anos de experiência de reflexão e trabalho
com os alunos, o que permitiu perceber que são temas que permitem trabalhar
melhor o feedback escrito porque permitem desenvolver mais competências fun-
damentais, tais como o pensamento crítico, a autonomia e a própria comunica-
ção escrita, um vez que apelam mais à reflexão e discussão, permitindo aos alu-
nos construir o seu próprio conhecimento.
Tabela 6 - Conteúdos programáticos abrangidos pelas atividades.
Unidades Temáticas:
Atividades Económicas e Contrastes de Desenvolvimento
Conteúdos Atividade
Transportes At. 1: Correção do teste
Telecomunicações
Contrastes de Desenvolvimento
- O desenvolvimento humano
- As diferenças de género
- O comércio internacional
At. 1: Correção do teste
At. 2: Análise de indicadores + Relatório escrito
At. 3: Visualização do documentário + Relatório escrito
At. 4: Simulação + Relatório escrito
Cada atividade proposta ao aluno incluiu sempre um guião de trabalho,
onde eram indicados os objetivos da atividade, as tarefas a realizar, os prazos e
os critérios de avaliação descritos em níveis de desempenho. Foi, igualmente
elaborada, para todas as atividades uma planificação da atividade onde se des-
crevem os objetivos para o aluno e para o professor ao longo de cada fase do
processo.
Em todas as atividades realizadas o aluno teve sempre a possibilidade de
reformular o seu trabalho após o feedback escrito da professora, não tendo
qualquer classificação no primeiro ensaio, de modo a que os alunos percebes-
sem que o objetivo seria melhorar o desempenho e não apenas a classificação
final.
41
Grupo de Controlo Grupo Experimental
Pré-teste Pré-teste
“Contrastes de Desenvolvimento”
(Aulas decorrem de forma habitual)
“Contrastes de Desenvolvimento”
(Programa de Intervenção)
Pós-teste Pós-teste
Figura 4 - Esquema do design experimental seguido.
A escolha das atividades, a incluir no programa de intervenção, também
foi fruto da reflexão da investigadora sobre onde podem os alunos melhorar,
encontrando suporte na literatura referente ao tema do feedback.
Atividade 1. Correção do teste
Sendo que os alunos tinham acabado de realizar um teste na disciplina
de Geografia, optou-se por aproveitar um momento de avaliação previamente
definido, no sentido de utilizar o teste como uma oportunidade de crescimento e
não apenas como um produto final (Brookhart, 2006), usando uma estratégia de
autorregulação proposta no seu livro "How to give effective feedback to your stu-
dents", capítulo 5 - How to help students use feedback (pág. 66-70). Neste senti-
do, planeou-se uma atividade de autorregulação das aprendizagens de modo a
que os alunos se pudessem confrontar com o seu trabalho e planear estratégias
que os ajudassem a melhorar e consolidar conhecimentos nessa área. Neste
sentido planeou-se uma atividade (Tabela 8) cujo principal objetivo era fazer uma
abordagem positiva do erro, ou seja, encará-lo como uma ação formativa. A
identificação do erro cometido, foi feita por um processo de aprendizagem do
aluno quando este refletiu sobre como procedeu, reconhecendo e compreen-
dendo o erro, podendo assim corrigi-lo. Assim, tornou-se necessário salientar os
pontos fortes dos alunos e ajudá-los a encontrar os pontos fracos de modo a que
pudessem encontrar estratégias de os ultrapassar. Os sujeitos foram informados
de que na aula seguinte teriam oportunidade de realizar novo teste e que apenas
a melhor classificação iria ser considerada.
42
Tabela 7 - Planificação da Tarefa 1
*1 Numa classificação dicotómica, a classificação do item só é atribuída às respostas corretas; todas as outras respostas são classificadas com zero pontos.
*2 Os critérios de classificação apresentam-se organizados por níveis de desempenho. A cada nível de desempenho corresponde uma dada pontuação.
Descrição Conceção Objetivos para o aluno Objetivos professor
Teste de avaliação escrita
Itens de seleção:
- Escolha múltipla - Verdadeiro / Falso
(cotação dicotómica)*1
Itens de construção:
- Resposta restrita - Resposta extensa
(cotação organizada por níveis de desempenho)*
2
- Distinguir crescimento económico de desenvolvimento - Conhecer os indicadores de desenvolvimento - Referir as limitações dos indicadores de desenvolvimento - Conhecer a distribuição do IDH a nível mundial - Conhecer a distribuição de outros indicadores de desenvolvimento - Relacionar o nível de desenvolvimento com as condições de vida das populações - Identificar as principais causas do subdesenvolvimento
Brainstorming Oral
(em grupo)
- Identificar diferentes razões pelas quais alguém pode ter uma resposta errada - Definir possíveis estratégias de remediação de erros
- Sintetizar em conjunto com os alunos os principais tipos de erro - Guiar os alunos nas estratégias que podem contribuir para não cometer os mesmos erros
Sessão de autoavalia-ção / correção do teste
Tabela para revisão de res-postas e feedback num teste
- Rever os testes corrigidos para rever o que sabem e não sabem (gerar nos alunos o sentido de controlo da sua própria aprendiza-gem – fator de motivação) - Analisar os aspetos que interferiram nas suas respostas - Planear estratégias que melhorem o seu conhecimento nessa área
- Orientar os alunos na sua reflexão
Feedback escrito do professor
Análise das reflexões dos alunos
- Encontrar formas de ultrapassar os pontos fracos
- Encorajar os alunos a detetar padrões de erros e dificuldades - Ajudar os alunos a definir estratégias para ultrapassar as dificuldades
Novo teste Modelo similar ao anterior
- Mobilizar o feedback escrito recebido - Ajustamento das ações baseado no feedback (reavaliar as opções
tomadas) - Agir com intencionalidade
- Dar a oportunidade aos alunos de compara-rem o resultado obtido com o desejado - Dar a oportunidade aos alunos de optarem pela melhor classificação
43
Atividade 2. Análise de indicadores demográficos, económicos e sociais
Para esta atividade foram utilizados, como suporte da produção escrita dos
alunos, os dados constantes no anexo estatístico do Relatório do Desenvolvimento
Humano 2011, da Organização das Nações Unidas (ONU).
Com esta atividade pretendia-se que os alunos, num total de 12 grupos (quatro
a cinco alunos por grupo), construíssem em relatório onde analisassem indicadores
económicos e sociais de três países, de continentes distintos, de modo a aferirem o
seu desenvolvimento e respetivas condições de vida (Tabela 8). Deveriam igualmente,
selecionar os indicadores que pretendiam usar para essa análise e propor áreas que
considerassem de intervenção prioritária nesses países. Todas as suas escolhas
deveriam ser devidamente justificadas.
A opção por deixar que os grupos efetuassem várias escolhas ao longo do tra-
balho justificou-se pela oportunidade de que dispunham de transformarem a aprendi-
zagem em algo significativo para cada um, fazerem escolhas discutidas e consensuais
no grupo e com o objetivo de fomentar a autonomia e o espírito crítico dos alunos.
A escolha do produto a apresentar, ao professor, ser um relatório deveu-se a
considerar-se que os relatórios escritos permitem analisar a situação de forma mais
detalhada, podendo articular ideias, explicar procedimentos e fazer uma observação
crítica das situações, resultados e processos. O ser concebido e entregue em duas
fases permite a autorregulação da aprendizagem pelo aluno.
Esta atividade foi desenvolvida em grupo na medida em que, sendo que todos
os alunos iriam trabalhar os mesmos conceitos, teriam a oportunidade de partilhar as
suas preconceções, discutirem, argumentarem e construírem novos conceitos. A utili-
zação de grupos, que se caracterizam por uma maior heterogeneidade, também é
vantajosa pela comunicação que se estabelece entre os pares dado que utilizam uma
linguagem semelhante e se gera um maior entendimento entre os sujeitos.
44
Tabela 8 - Planificação da Tarefa 2.
* Com o intuito de perceberem que o objetivo é poderem melhorar o seu desempenho e não apenas o resultado final (classificação).
Descrição Conceção Objetivos para o aluno Objetivos professor
Relatório Escrito ↓
Em grupos de 5 alunos
(5 grupos)
Sem classificação*
- Distinguir Crescimento Económico de Desenvolvimento Humano - Identificar indicadores de Crescimento Económico - Identificar indicadores de Desenvolvimento Humano - Conhecer a distribuição do IDH no mundo - Escolher três países, com características distintas, para estudar - Analisar o desenvolvimento humano, dos países sele-cionados, através de indicadores económicos e de desenvolvimento - Propor áreas de intervenção fundamentais em cada um dos países - Justificar todas as opções tomadas
- Fornecer aos grupos a informação estatística (Plano das Nações Unidas para o Desenvolvimento: Relatório de Desenvolvimento Humano – Anexo estatístico) - Propor outras fontes de informação - Esclarecer dúvidas - Garantir aos alunos o desempenho assistido necessário
Guião de Acompanhamen-to
↓
Inclui a estrutura e os critérios de avaliação do
relatório
- Proporcionar aos grupos diretivas claras sobre o traba-lho a realizar e os parâmetros de avaliação
Feedback escrito do professor
↓
- Perceber o feedback recebido como contributo para a
sua aprendizagem (o que importa melhorar e reter) - Autorreflexão sobre o trabalho produzido (sobre as opções tomadas, procedimentos e justificação de opções) - Compreender os aspetos que devem melhorar para alcançar o sucesso na tarefa - Encontrar formas de ultrapassar os pontos fracos
- Fornecer aos grupos informação relativa ao seu desem-penho na tarefa - Assistir os grupos de forma positiva e diferenciada - Ajudar os grupos a perceber e analisar os aspetos que interferiram no resultado e as dificuldades (ultrapassadas ou não) - Salientar pontos fortes e ajudar a encontrar os fracos - Dar a oportunidade dos grupos compararem o resultado obtido com o desejado
Novo Relatório Escrito
Grupo
Com classificação
- Mobilizar o feedback escrito recebido - Ajustamento das ações baseado no feedback (reavaliar as opções tomadas) - Agir com intencionalidade
- Incentivar nos alunos a perceção do progresso
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Atividade 3. Visionamento de um documentário
Com esta atividade pretendia-se que os alunos refletissem sobre a discrimina-
ção, em função do sexo, em diferentes países do mundo a partir do visionamento de
um documentário (Tabela 9).
Posteriormente, teriam de elaborar um relatório escrito descrevendo o que
viram e emitindo a sua opinião sobre o tema.
Tendo como função servir de ponto de partida para essa análise, foi utilizado o
documentário “Women are heroes”, do realizador francês JR (2010).
A opção pelo trabalho individual deveu-se à necessidade de dar um feedback
mais específico a cada aluno, de acordo com as suas características individuais, de
modo a que o aluno possa utilizar esse feedback para ultrapassar as suas próprias
dificuldades, sabendo que a professora se dirige especificamente a si e valoriza o seu
trabalho. Neste sentido, houve necessidade de dar feedback aos registos individuais
de cada um dos alunos, num total de 91 alunos/registos, conforme se pode ver exem-
plificado no Anexo 13.
Tal como na atividade anterior, optou-se pela realização de um relatório em
duas fases, sendo o primeiro sujeito ao feedback escrito da professora, pelas razões
anteriormente identificadas.
46
Tabela 9 - Planificação da Tarefa 3.
Descrição Conceção Objetivos para o aluno Objetivos professor
Construção de um relató-rio escrito sobre um
documentário
Individual (por escrito)
Sem classificação
- Explicar a situação do país em termos de desenvolvi-mento humano -Identificar as causas do subdesenvolvimento presentes no texto - Explicar qual dos problemas apresentados considera ser mais preocupante na sociedade atual
- Esclarecer as dúvidas
Feedback escrito do pro-fessor
↓
- Perceber o feedback recebido como contributo para a sua aprendizagem - Autorreflexão sobre o trabalho produzido (sobre as opções tomadas, procedimentos e justificação de opções) - Compreender os aspetos que deve melhorar
- Fornecer aos alunos informação relativa ao seu desempenho na tarefa - Assistir os alunos de forma positiva e diferenciada - Ajudar os alunos a perceber e analisar os aspetos que interferiram no resultado e as dificuldades (ultrapassadas ou não)
Novo comentário
Individual (por escrito)
Com classificação
- Mobilizar o feedback escrito recebido - Ajustamento das ações baseado no feedback (reavaliar as opções tomadas) - Agir com intencionalidade
- Incentivar nos alunos a perceção do progresso
47
Atividade 4. Simulação
Esta atividade, que consistiu num jogo de papéis de uma cadeia de comércio
internacional, foi desenvolvida para numa primeira fase decorrer oralmente e apenas
numa segunda fase ser feito um registo escrito da mesma (Tabela 10). Este jogo de
papéis, também designado por Role Play, consistia em que o aluno agisse de acordo
com um papel numa situação específica.
Esta simulação, denominada “O Jogo da Banana”, faz parte de um conjunto de
atividades propostas no âmbito do projeto “Comércio Justo: Interdependência
Sul/Norte”, dinamizado pelo Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF) e pelo Centro de
Intervenção para o Desenvolvimento Amílcar Cabral (CIDAC), em parceria com cinco
organizações de Comércio Justo: Aventura Marão Clube, Cores do Globo, Mó de Vida,
Planeta Sul e Reviravolta, e co-financiado pela União Europeia (UE). (Anexo 16)
Inicialmente é atribuído a cada grupo (composto por cinco alunos) um papel no
jogo, acompanhado por uma caracterização das suas condições de trabalho / despe-
sas cabendo ao grupo discutir o valor a que tinham direito nesta cadeia. Posteriormen-
te, após a apresentação de cada grupo, são discutidos, oralmente em turma, os dife-
rentes argumentos para chegar a um valor consensual para cada interveniente no pro-
cesso. Após a simulação os grupos elaboraram um relatório escrito onde apresenta-
vam as fases da atividade e onde apresentavam uma posição crítica sobre a realidade
do comércio internacional.
Selecionar como experiência de aprendizagem o role play derivou, sobretudo,
da oportunidade de aumentar a interação dentro do grupo e pelo facto de ser uma ati-
vidade motivadora pois, ao ser centrada nos alunos, leva-os a sentirem-se mais envol-
vidos.
Ao trabalhar em grupo, e ao manter os mesmos grupos da atividade 2, preten-
dia-se que os alunos pudessem mobilizar para novas situações quer as competências
previamente desenvolvidas, quer o feedback anteriormente dado pela professora, no
sentido de promover uma aprendizagem mais significativa e mais consistente.
Por outro lado, também se optou pelo trabalho de grupo na medida em que um
feedback tão específico exige uma grande disponibilidade de tempo do professor e
para ser entregue na aula seguinte não seria exequível. Assim, para que o feedback
dado fosse o mais eficaz possível, e para ser dado quando os alunos ainda estão
focados na tarefa e têm razões para trabalhar nesse objetivo de aprendizagem, deci-
diu-se privilegiar o conteúdo do mesmo em detrimento da sua individualidade.
48
Tabela 10 - Planificação da Tarefa 4.
Descrição Conceção Objetivos para o aluno Objetivos professor
Jogo de papéis
"O comércio da banana"
Em grupos de 5 alunos
(5 grupos)
- Conhecer o percurso da banana desde que é exportada da plantação na América Latina até aos países desen-volvidos - Assumir o papel de um dos grupos intervenientes no ciclo das trocas comerciais mundiais - Refletir sobre o trabalho envolvido e os recursos que cada interveniente utiliza e o lucro que daí retiram
- Fornecer aos alunos a informação necessária - Mediar o debate entre os grupos
1) Relatório Escrito
↓
Em grupos de 5 alunos
(5 grupos)
Sem classificação*
- Analisar o mecanismos das trocas comerciais entre PD e PED - Propor soluções que minimizem os impactos destas trocas nos PED e que promovam formas de comércio mais justas - Justificar as opções tomadas
- Esclarecer as dúvidas
Feedback escrito do pro-
fessor
↓
- Perceber o feedback recebido como contributo para a sua aprendiza-
gem - Autorreflexão sobre o trabalho produzido (sobre as opções tomadas, procedimentos e justificação de opções) - Compreender os aspetos que deve melhorar para alcançar o sucesso na tarefa - Encontrar formas de ultrapassar os pontos fracos
- Fornecer aos alunos informação rela-tiva ao seu desempenho na tarefa - Assistir os alunos de forma positiva e diferenciada - Ajudar os alunos a perceber e anali-sar os aspetos que interferiram no resultado e as dificuldades (ultrapassa-das ou não) - Salientar pontos fortes e ajudar a encontrar os fracos - Dar a oportunidade dos alunos com-pararem o resultado obtido com o desejado
2) Novo Relatório Escrito
Individual
Com classificação
- Mobilizar o feedback escrito recebido - Ajustamento das ações baseado no feedback (reavaliar as opções tomadas) - Agir com intencionalidade
- Incentivar nos alunos a perceção do progresso
49
2.4.2. Implementação da intervenção
De seguida será feita uma descrição dos vários procedimentos adotados
na implementação da intervenção, assim como o modo como se conduziu cada
etapa.
2.4.2.1.Preparação e calendarização
No que se refere à preparação formal da intervenção, foi solicitada uma
reunião com a direção da escola, na qual a investigadora leciona, para obter
autorização para a realização do estudo. Embora este contacto tenha sido oral,
foi acompanhado por um pedido por escrito, devidamente assinado e carimbado
pelos órgãos competentes (Anexo 1).
As únicas condições impostas pela direção foram no sentido de este pro-
grama de intervenção não ter qualquer interferência no horário das outras disci-
plinas, nem provocar alterações na planificação das aulas/conteúdos previamen-
te definidos para o grupo disciplinar de Geografia, o que veio a ser integralmente
cumprido. Foi, igualmente, aprovado nesta reunião o pedido escrito de autoriza-
ção a enviar aos pais dos alunos que iriam integrar o grupo experimental (Anexo
2). A distribuição dos mesmos aos alunos foi, posteriormente, realizada pela
investigadora em sala de aula.
No que se concerne ao grupo de controlo, conforme anteriormente descri-
to, após confirmação da disponibilidade para participar no estudo, por parte do
outro colégio, foi necessário acordar uma reunião com o coordenador do terceiro
ciclo a fim de explicar o projeto e de definir as condições mais adequadas à
implementação do pré e pós teste.
Com efeito, definiu-se em conjunto a calendarização da administração do
pré-teste aos sujeitos do grupo de controlo, ficando acordado que a data do pós-
teste seria em meados de Abril, após o término da aplicação do tratamento ao
grupo experimental (Figura 5).
50
Grupo Descrição das tarefas 2013 2014
Dez. Jan. Fev. Mar. Abr.
Controlo Pré-teste X
Pós-teste X
Experimental
Pré-teste X
Implementação do tratamento X X X X
Pós-teste X
Figura 5 - Diagrama com a calendarização das fases do estudo.
A administração do pré e do pós-teste em ambos os grupos foi feita pela
investigadora. No caso do grupo experimental foram aplicados nas aulas de
Geografia, que a investigadora leciona, e no grupo de controlo em outras disci-
plinas de modo a, como anteriormente referido, proteger a identidade do profes-
sor de Geografia, sobre o qual os sujeitos teriam de tecer considerações. No que
concerne à questão temporal a aplicação nos dois grupos diferiu apenas em dois
dias quer no pré-teste quer no pós-teste.
O tempo disponibilizado para realizar quer o pré-teste, quer o pós-teste,
foi de 45 minutos, tendo a investigadora prestado todos os esclarecimentos
necessários à sua realização, realçando o caráter anónimo e confidencial da
informação.
Os questionários foram recolhidos pela investigadora seguindo a ordem
da pauta no sentido de haver uma correspondência entre o pré e o pós-teste,
tendo para tal sido devidamente codificados.
2.4.2.2. Administração das atividades
As atividades que compuseram o tratamento foram administradas em
ambiente natural, ou seja, durante as aulas de Geografia, sendo a investigadora
a responsável por todo o processo.
O programa decorreu entre janeiro e abril de 2014, sendo desenvolvido
em três blocos semanais de 45 minutos. A extensão temporal do tratamento jus-
tifica-se pelo facto dos alunos terem tido sempre a possibilidade de aplicar o
feedback recebido e de melhorar o seu trabalho, o que acabava por tornar o pro-
cesso mais moroso. Esta situação foi mais evidente nas atividades 2, 3 e 4,
51
como se pode observar na Figura 6, que apresenta as fases de desenvolvimento
das atividades acima referidas.
Figura 6
Esquema do design da aplicação das atividades
Atividade 1. Correção do teste
A implementação desta atividade ocorreu na semana subsequente à rea-
lização de um teste da unidade temática “Atividades Económicas” (Anexo 5) e
decorreu numa aula de 45 minutos.
Após entrega dos testes corrigidos e de um registo escrito com a corre-
ção do teste a professora concedeu alguns minutos para que os alunos pudes-
sem comparar o resultado obtido com o desejado, e informou que iriam corrigi-
los de uma forma diferenciada.
Deste modo, propôs à turma um brainstorming onde procurassem identi-
ficar as razões pelas quais se erram respostas, apontando no quadro as suges-
tões dos alunos. Posteriormente, procurou-se agrupá-los chegando-se aos tipos
de erros propostos na literatura: tipográficos, por descuido, por equívoco ou por
falta de conhecimento (Brookhart, 2008), assim como estratégias de remediação
dos mesmos.
De seguida, distribuiu-se aos alunos uma tabela para correção do teste
(Anexo 6) tendo a professora explicado aos alunos que na primeira coluna
Formulação do relatório
escrito
Feedback da professora
(aula seguinte)
2ª entrega do relatório
escrito
1ª entrega do relatório
escrito
Reflexão e reformulação
do relatório escrito
Desenvolvimento
da atividade Avaliação
52
deviam identificar os aspetos a ter em conta para ter a resposta correta, na
segunda se a sua resposta estava certa ou errada, na seguinte justificar caso
estivesse errada (com o tipo de erro cometido) e na última definir quais as estra-
tégias a desenvolver para ultrapassar as dificuldades (Anexo 7).
Ao longo do desenvolvimento da atividade, a professora circulou pela
sala, procurando orientar sempre os alunos na sua reflexão, identificando
padrões de erro, ao mesmo tempo que procurava motivá-los, no sentido de aju-
dar a gerar o sentido de controlo da sua própria aprendizagem.
Após o preenchimento da tabela, a professora, como já anteriormente
referido, indicou que na aula seguinte, de 90 minutos, teriam oportunidade de
realizar um novo teste de modo a poderem melhorar o seu desempenho. Foi
dado enfase à questão de apenas ser objeto de avaliação a melhor classificação
obtida pelos alunos nos dois testes, ou seja, a sua realização era facultativa.
Procurou-se com esta experiência que os alunos a vissem como uma aprendiza-
gem autorregulada e não como algo que não dependia apenas de si.
Os alunos levaram para casa o teste anterior, a correção facultada pela
professora e a grelha preenchida durante a atividade, de modo poderem reava-
liar as opções tomadas, apoiarem o seu estudo, e poderem agir com intenciona-
lidade, para o teste subsequente (Anexo 8).
Atividade 2. Análise de indicadores demográficos, económicos e
sociais
Previamente foram trabalhados com os alunos alguns conteúdos teóricos,
com o intuito de distinguir os conceitos de Crescimento Económico e de Desen-
volvimento e os respetivos indicadores simples (por ex.: PIB – Produto Interno
Bruto) e compostos (por ex.: IDH – Índice de Desenvolvimento Humano), que
permitem aferir as condições de vida num país e que serviriam de base a esta
atividade.
Foram, igualmente, definidos os grupos de trabalho ficando organizados
em seis grupos com cinco alunos e quatro grupos com quatro alunos. A escolha
dos elementos a integrar cada grupo foi da responsabilidade da professora.
Optou-se por esta modalidade de escolha dos grupos na medida em que se
considerou ser importante formar grupos de competências mistas (com capaci-
53
dades organizativas ou de argumentação, etc) de forma a existir uma participa-
ção mais ativa dos mesmos.
Esta sessão iniciou-se numa aula de 90 minutos, estando a sala já devi-
damente ordenada para trabalharem em grupo. A professora organizou a entra-
da dos alunos encaminhando-os para o grupo respetivo.
Após a ocupação dos lugares, foi entregue um guião de trabalho onde
constavam as tarefas, os objetivos e os critérios de avaliação (Anexo 9), assim
como os descritores de níveis de desempenho, para que os alunos compreen-
dessem o que lhes era pedido e como iriam ser avaliados, tendo a professora
lido o guião em voz alta e prestado os esclarecimentos adicionais necessários.
Foi, igualmente, distribuído o anexo estatístico a partir do qual os alunos teriam
de analisar as condições de vida nos países e redigir o relatório.
Para além dessa aula, os alunos dispuseram ainda de mais duas aulas,
uma de 45 minutos e outra de 90 minutos, para construir o seu relatório, sendo
que para a última lhes foi solicitado que trouxessem um computador por grupo
para redigirem o trabalho. Ao longo de todo o processo a professora procurou,
sempre, estimular a interação entre todos os membros do grupo.
Após a entrega do primeiro relatório, a professora procedeu à sua corre-
ção e à entrega do mesmo na aula seguinte (procurou-se sempre fazer esta
entrega na aula imediatamente a seguir para que o ritmo de trabalho não fosse
quebrado, tornando o feedback oportuno e de modo a que os alunos não per-
dessem motivação para a realização das tarefas). Este relatório não teve qual-
quer classificação, de modo a que os benefícios do feedback escrito não desa-
parecessem, estando apenas assinalados os erros ortográficos e de construção
frásica, sendo acompanhado do respetivo feedback escrito da professora, no
qual foram feitos comentários e apresentadas questões reflexivas, que embora
sendo específicas dessa tarefa poderiam ser mobilizáveis no futuro como mode-
lo de questionamento pessoal (Anexo 10). Os alunos dispuseram assim, de mais
90 minutos para refletirem sobre os aspetos que poderiam melhorar para alcan-
çar o sucesso na tarefa e para encontrarem novas formas de ultrapassar os pon-
tos fracos, sendo o segundo relatório entregue e aceite como a versão final do
trabalho.
De realçar que o feedback escrito da professora só foi dado depois dos
alunos já terem trabalhado na tarefa de modo a propiciar novas reflexões apoia-
das nos conteúdos que os alunos já tinham trabalhado.
54
Todas as tarefas foram realizadas dentro da sala de aula pois, embora os
alunos não dispusessem de tanto tempo para o fazer, como teriam se o pudes-
sem realizar em casa, esta opção permitiu à professora obter mais informações
sobre a participação dos alunos na tarefa.
Atividade 3. Visionamento de um documentário
Recorreu-se a esta atividade como estratégia de motivação para analisar
as diferenças de género no mundo, pelo que, antes do visionamento do docu-
mentário, apenas foi distribuído o guião da atividade (Anexo 11), e respetivos
descritores de desempenho (Anexo 12), e explicado aos alunos a tarefa que,
individualmente, teriam de realizar de modo a influenciar o mínimo possível a
opinião dos alunos face às realidades apresentadas.
Dada a duração do documentário, 85 minutos, o seu visionamento foi rea-
lizado numa aula de 90 minutos, tendo o relatório sido realizado nas duas aulas
seguintes (45 e 90 minutos respetivamente).
Na aula seguinte os alunos receberam o relatório corrigido e o respetivo
feedback escrito da professora, tendo mais 90 minutos para refletir sobre o tra-
balho realizado (pontos fortes e fracos) e sobre o feedback recebido, decidindo
sobre os aspetos a melhorar e a incluir no segundo relatório (Anexo 13).
De realçar que, da parte da professora, foram utilizados os mesmos pro-
cedimentos da atividade anterior, de acordo com o design da aplicação das ati-
vidades (Figura 6).
Atividade 4. Simulação
A última atividade do tratamento consistiu numa simulação sobre as tro-
cas comerciais que se estabelecem entre países desenvolvidos e países em
desenvolvimento.
Ao optar-se por manter os mesmos grupos de trabalho da atividade 2,
apenas foi necessário informar os alunos desta situação, que cada um tomou o
seu lugar na sala de aula, já antecipadamente organizada em grupos.
Como recurso, utilizou-se a simulação “O Jogo da Banana”, que faz parte
de um conjunto de atividades propostas no âmbito do projeto “Comércio Justo:
Interdependência Sul/Norte”, como já foi anteriormente referido (Anexo 16).
55
A professora começou por entregar o guião da tarefa (Anexo 14), e os
respetivos descritores de desempenho (Anexo 15), passando a explicar que esta
se tratava de uma atividade mais interativa, sendo que iriam trabalhar o percurso
de uma banana, desde que era exportada na plantação na América Latina até
aos consumidores dos países desenvolvidos, e que em grupo teriam de encarnar
um papel e defender os argumentos do seu grupo. Assim, aleatoriamente, foi
distribuída uma folha pelos grupos onde lhes era atribuído um papel e uma des-
crição das despesas e das condições de trabalho. A opção por esta divisão alea-
tória, fez-se por se considerar que iria provocar menos agitação na turma.
Convém referir que, ao contrário da proposta inicial do jogo, nenhum dos
grupos sabia o papel que os outros estariam a assumir, nem as despesas de
cada um, pelo que lhes foi sugerido que evitassem interagir uns com os outros,
de modo a tornar a atividade ainda mais interessante.
Sendo que o objetivo do jogo seria decidir que percentagem do valor de
uma banana (valor final de 0.35€) deveria ser atribuído a cada um dos interve-
nientes no processo, num primeiro momento os grupos reuniram, conheceram o
seu papel e estudaram os argumentos para defender a percentagem a atribuir
ao seu grupo, apresentando, posteriormente, à turma a sua decisão.
Depois de serem ouvidos todos os grupos, conhecidos todos os interve-
nientes, e as condições de trabalho e despesas de cada um, os grupos voltaram
a reunir para repensar nova percentagem a atribuir ao seu grupo, tendo de o
apresentar à turma. Posteriormente, porque o valor final continuava a ultrapassar
os 0.35€, os porta-voz de cada grupo reuniram para debater argumentos, discutir
percentagens e procurar chegar a um consenso sobre o valor a atribuir a cada
grupo.
Num último momento, foi pedido à turma que esquecessem o seu papel e
procurassem chegar ao valor que seria justo atribuir a cada interveniente. Por
fim, os alunos foram confrontados com os valores que efetivamente são pratica-
dos no comércio internacional e convidados a refletir em grupo sobre toda a
experiência vivida. Posteriormente os grupos escreveram um relatório crítico
sobre a atividade e o tema em análise (90 minutos).
Na aula seguinte os alunos receberam o relatório corrigido e o respetivo
feedback da professora, tendo mais 90 minutos para refletir sobre o seu trabalho
e sobre o feedback recebido, decidindo sobre os aspetos a melhorar e a incluir
no segundo relatório.
56
CAPÍTULO 3
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos no estudo sobre a
percecão do feedback dos professores e o envolvimento dos sujeitos da amostra
na escola, a partir dos dados recolhidos e de acordo com as questões previa-
mente formuladas.
Segundo Veiga (2012), a intenção principal da análise estatística dos
dados é organiza-los de modo a que se obtenham respostas para o problema
enunciado, pelo que se optou por organizar este capítulo em três secções. Na
primeira, descrevem-se e analisam-se os resultados referentes às questões de
estudo enunciadas, utilizando para tal, o programa informático de tratamento
estatístico de dados denominado SPSS - versão 20. Na secção seguinte analisa-
se o desenvolvimento da capacidade dos alunos de mobilizarem os conhecimen-
tos adquiridos para novas situações de aprendizagem, mediante a perceção do
feedback escrito dado pela professora ao longo da intervenção a que foram
sujeitos.
Por último, na terceira secção, procede-se à discussão dos resultados,
ensaiando a sua interpretação.
3.1. Do Pré-Teste e do Pós-Teste
Sendo que a finalidade do estudo era verificar se o uso de feedback
escrito eficaz em sala de aula promovia o envolvimento dos alunos na escola,
começou por se aplicar t testes para amostras independentes por se considerar
que estes testes paramétricos são os mais adequados sempre que se pretende
comparar as médias de uma variável quantitativa em dois grupos diferentes de
Eu, (nome) _______________________________________________, Encarregado(a) de Edu-
cação do(a) aluno(a) _________________________________________, declaro que o(a) auto-
rizo a preencher o questionário FITE.
Assinatura do(a) Encarregado(a) de Educação
____________________________________________
Lisboa, 25 de novembro de 2013
ANEXO 2
Pedido de autorização na escola
Pedido de autorização à escola
Venho pelo presente solicitar a vossa autorização para desenvolver um projeto de investigação no âmbito da dissertação de Mestrado, na área do Feedback dos professores e do Envolvimento dos alunos na escola.
As características do projeto serão apresentadas de seguida, pelo que agradeço desde já a atenção dispensada.
Melhores cumprimentos
Patrícia Avões
Projeto:
FITE - Feedback, Identidade e Trajectórias Escolares: Dinâmicas e Consequências,com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia, do Instituto de Educação da Universi-dade de Lisboa
Amostra:
2 turmas (aproximadamente 50 alunos - Grupo experimental)
2 turmas (aproximadamente 50 alunos -Grupo de controle)
Procedimentos:
Uma vez que o objetivo do estudo é perceber como podem os professores,
através do feedback que dão aos seus alunos, ajudá-los no desenvolvimento da capa-
cidade de refletirem sobre a sua aprendizagem, sobre a forma de atingirem os objeti-
vos pretendidos e sobre os seus progressos nesse domínio, e por ter sido definido
como estratégia um plano de intervenção a este nível, será necessário aplicar o ques-
tionário antes da intervenção e posteriormente à mesma.
Resumindo, num primeiro momento irá ser aplicado um questionário sobre o
envolvimento dos alunos na aprendizagem e a perceção da avaliação em todas as tur-
mas que constituem o grupo experimental e o grupo de controlo. Posteriormente, será
aplicado um plano de intervenção de Feedback escrito nas duas turmas do grupo expe-
rimental e, finalmente, voltará a ser aplicado o teste inicial em todas as turmas de
modo a conhecer-se o impacto dessa intervenção.
As turmas de controle contribuirão para medir o envolvimento expectável em
alunos onde não seja aplicado nenhum plano de intervenção específico, permitindo
fazer a comparação com as turmas intervencionadas.
Questões de estudo:
Q1: Será que a perceção dos alunos do feedback eficaz e não eficaz dado pelo profes-
sor se modifica após experienciarem um plano de intervenção na disciplina de Geogra-
fia?
Q2: Será que a perceção dos alunos do feedback eficaz dado pelo professor de Geogra-
fia se modifica após experienciarem um plano de intervenção nesta disciplina?
Q3: Será que a perceção dos alunos do feedback escrito dado pelo professor de Geo-
grafia se modifica após experienciarem um plano de intervenção nesta disciplina?
Q4: Será que a perceção dos alunos do seu envolvimento na escola se modifica
após experienciarem um plano de intervenção na disciplina de Geografia?
Q5: Haverá diferença na perceção dos jovens das variáveis feedback eficaz, feedback
escrito do professor e envolvimento na escola, em função do sexo do aluno?
Q6: Será que o envolvimento comportamental dos alunos aumenta quando experien-
ciam estratégias promotoras da sua autonomia e estão sujeitos a um feedback do pro-
fessor mais eficaz?
Q7: Quais as principais dificuldades dos alunos do 9.º ano nos seus registos escritos em
Geografia?
Q8: De que forma a utilização de comentários escritos do professor às produções dos
alunos contribui para o desenvolvimento de competências de autorregulação das
aprendizagens e da autonomia dos alunos na disciplina de Geografia?
Q9: De que modo os alunos mobilizam o feedback escrito dado pelo professor para
melhorar o seu desempenho na disciplina de Geografia?
A professora responsável:
Patrícia Avões
ANEXO 3
Pré-Teste
QUESTIONÁRIO “FITE”
Caro Aluno: Somos um grupo de investigadores da Universidade de Lisboa e estamos a efectuar um estudo que vai ajudar a compreender melhor os alunos e as práticas dos professores. A tua ajuda é indispensável para podermos concretizar este estudo. Assim, vimos solicitar que dispenses um pouco do teu tempo e toda a atenção e cuidado nas respostas que são, claro, confidenciais. Muito Obrigado.
(a) Sexo: F M (b) Idade _________anos
(c) Nacionalidade: Portuguesa Outra Qual?____________________________
I. Nesta seção, queremos saber qual a tua opinião sobre as seguintes afirmações, de acordo com a tua experiência. 3 = Concordo Totalmente 2 = Concordo em Parte 1 = Discordo em Parte 0 = Discordo Totalmente
Co
nco
rdo
to
talm
en
te
Co
nco
rdo
Dis
cord
o
Dis
cord
o t
ota
lme
nte
1. Identifico-me com a escola que frequento 3 2 1 0
2. Estou feliz nesta escola 3 2 1 0
3. Na escola, os meus colegas “gozam” comigo 3 2 1 0
4. Gosto dos professores da minha escola 3 2 1 0
5. Faço amigos com facilidade na escola 3 2 1 0
6. Na escola sinto-me sozinho 3 2 1 0
7. Só ando na escola porque sou obrigado 3 2 1 0
8. Quando participo nos debates de grupo, sinto que a minha opinião é valorizada 3 2 1 0
9. Os meus professores nunca me consideraram um bom aluno 3 2 1 0
10. As minhas capacidades fazem-me estar confiante quanto ao meu futuro 3 2 1 0
11. Quando alguma coisa má acontece nas aulas desconfiam logo de mim 3 2 1 0
12. Tenho capacidade para entrar na universidade 3 2 1 0
13. O que aprendo na escola vai ser útil para o meu futuro 3 2 1 0
14. As notas que tenho na escola determinam o meu futuro 3 2 1 0
15. Vou terminar o ensino secundário 3 2 1 0
16. Na escola já tive oportunidades para descobrir que consigo fazer coisas novas 3 2 1 0
17. O meu futuro depende do que faço na escola 3 2 1 0
18. Não me importo com as notas, desde que passe de ano 3 2 1 0
19. Para mim a escola é sobretudo um local para conviver 3 2 1 0
20. Para mim tirar boas notas é garantia de um bom futuro 3 2 1 0
21. Para mim andar na escola é uma experiência enriquecedora 3 2 1 0
II. Em que medida consideras que as seguintes afirmações te descrevem enquanto aluno?.
3 = Sou SEMPRE assim nesta disciplina
2 = Sou FREQUENTEMENTE assim nesta disciplina 1 = Sou OCASIONALMENTE assim nesta disciplina
0 = NUNCA sou assim nesta disciplina
(Não precisas indicar quais são as disciplinas, mas não podes considerar a disciplina de GEOGRAFIA)
Sempre Nunca Sempre Nunca
3 2 1 0 1. Levanto o braço para responder a uma pergunta 3 2 1 0
3 2 1 0 2. Participo activamente em discussões de grupo 3 2 1 0
3 2 1 0 3. Faço perguntas quando não compreendo a matéria 3 2 1 0
3 2 1 0 4. Faço os trabalhos de casa 3 2 1 0
3 2 1 0 5. Vou às aulas por vontade própria 3 2 1 0
3 2 1 0 6. Escrevo apontamentos nas aulas 3 2 1 0
3 2 1 0 7. Esforço-me por compreender a matéria, mesmo quando é difícil 3 2 1 0
3 2 1 0 8. Presto atenção nas aulas 3 2 1 0
3 2 1 0 9. Estudo a matéria dada nas aulas 3 2 1 0
3 2 1 0 10. Respondo às perguntas dos professores, mesmo quando não me são dirigidas
3 2 1 0
III. Pensa em formas de avaliação nas duas disciplinas que identificaste. Em que medida consideras que as seguintes afirmações descrevem essas disciplinas?
3 = Sou SEMPRE assim nesta disciplina 2 = Sou FREQUENTEMENTE assim nesta disciplina
1 = Sou OCASIONALMENTE assim nesta disciplina 0 = NUNCA sou assim nesta disciplina
(Não precisas indicar quais são as disciplinas, mas não podes considerar a disciplina de GEOGRAFIA))
Sempre Nunca Sempre Nunca
3 2 1 0 1. O professor explica o que é esperado aprendermos na disciplina 3 2 1 0
3 2 1 0 2. As formas de avaliação na disciplina são apresentadas de forma clara 3 2 1 0
3 2 1 0 3. O professor faz comentários específicos para nos ajudar nos trabalhos que vamos fazendo
3 2 1 0
3 2 1 0 4. O professor dá-nos oportunidades para melhorarmos os nossos traba-lhos/notas
3 2 1 0
3 2 1 0 5. As classificações são comunicadas e explicadas a cada aluno 3 2 1 0
3 2 1 0 6. Na comunicação das classificações, o professor faz comentários desagra-dáveis
3 2 1 0
3 2 1 0 7. São utilizadas diferentes formas de avaliação (não apenas testes escritos) 3 2 1 0
3 2 1 0 8. O professor comenta mais sobre a nossa maneira de ser do que sobre o nosso trabalho
3 2 1 0
3 2 1 0 9. Quando fazemos um trabalho, o professor descreve claramente o que não está bem e faz sugestões para melhorar
3 2 1 0
3 2 1 0 10. Os comentários do professor mostram falta de respeito pelos alunos 3 2 1 0
3 2 1 0 11. O professor diz para fazermos melhor, mas não diz como 3 2 1 0
3 2 1 0 12. O professor corrige os nossos erros antes de terminarmos um trabalho 3 2 1 0
3 2 1 0 13. O professor faz perguntas que nos ajudam a refletir sobre a qualidade do nosso trabalho
3 2 1 0
3 2 1 0 14. O tom de voz e a cara do professor mostram que acredita que vamos conseguir melhorar
3 2 1 0
Pensa numa disciplina de
que gostas e responde na
coluna da esquerda
Pensa numa disciplina de que
não gostas e responde na
coluna da direita.
Pensa na disciplina de
que gostas e responde
na coluna da esquerda
Pensa na disciplina de que
não gostas e responde na
coluna da direita
IV.É o início do ano e talvez ainda não conheças bem o(a) teu/tua professor(a) nesta disciplina. Mas, pensando nas aulas que já tiveste com ele(a), em que medida consideras que as seguintes afirmações descrevem o(a) teu/tua professor(a) de GEOGRAFIA?
3 = É SEMPRE assim nesta disciplina 2 = É FREQUENTEMENTE assim nesta disciplina
1 = É OCASIONALMENTE assim nesta disciplina 0 = NUNCA é assim nesta disciplina
Sempre Nunca
1. O professor explica o que é esperado aprendermos na disciplina 3 2 1 0
2. As formas de avaliação na disciplina são apresentadas de forma clara 3 2 1 0
3. O professor faz comentários específicos para nos ajudar nos trabalhos que vamos fazendo
3 2 1 0
4. O professor dá-nos oportunidades para melhorarmos os nossos traba-lhos/notas
3 2 1 0
5. As classificações são comunicadas e explicadas a cada aluno 3 2 1 0
6. Na comunicação das classificações, o professor faz comentários desagra-dáveis
3 2 1 0
7. São utilizadas diferentes formas de avaliação (não apenas testes escritos) 3 2 1 0
8. O professor comenta mais sobre a nossa maneira de ser do que sobre o nosso trabalho
3 2 1 0
9. Quando fazemos um trabalho, o professor descreve claramente o que não está bem e faz sugestões para melhorar
3 2 1 0
10. Os comentários do professor mostram falta de respeito pelos alunos 3 2 1 0
11. O professor diz para fazermos melhor, mas não diz como 3 2 1 0
12. O professor corrige os nossos erros antes de terminarmos um trabalho 3 2 1 0
13. O professor faz perguntas que nos ajudam a refletir sobre a qualidade do nosso trabalho
3 2 1 0
14. O tom de voz e a cara do professor mostram que acredita que vamos conseguir melhorar
3 2 1 0
V. Em que medida consideras que as seguintes afirmações caracterizam os comentários escritos que o(a) professor(a) de GEOGRAFIA faz nos trabalhos que realizas.
3 = É SEMPRE assim nesta disciplina 2 = É FREQUENTEMENTE assim nesta disciplina
1 = É OCASIONALMENTE assim nesta disciplina 0 = NUNCA é assim nesta disciplina
Sempre Nunca
1. Os comentários do professor são vagos 3 2 1 0
2. A linguagem utilizada pelo professor, nos seus comentários escritos, é facilmente percetível
3 2 1 0
3. A partir dos comentários do professor consigo perceber o que tenho de melhorar num trabalho
3 2 1 0
4. O feedback do professor ajuda-me a compreender como me posso tornar mais autónomo na minha aprendizagem
3 2 1 0
5. O professor levanta questões, nos seus comentários, que me encorajam a pesquisar mais informação
3 2 1 0
6. Nos comentários que escreve o professor faz-me sentir “burro” 3 2 1 0
7. O professor faz comentários específicos para eu melhorar 3 2 1 0
8. Nos seus comentários, o professor dá-me indicações que consigo utilizar em trabalhos posteriores
3 2 1 0
VI. Nesta seção responde às seguintes questões.
1. Quando foi a última vez que leste um livro (sem contar os da escola)?
Nunca (passa para a pergunta 5.) Estou a ler um livro que ainda não acabei No último mês No último ano Há mais de um ano
2. Como é que descobriste o último livro que les-tes/estás a ler?
Através dos professores Através dos pais Através dos teus amigos Viste numa livraria De outra maneira
Qual?___________________________ 3. Qual é o título do último livro que leste/estás a ler? _________________________________________ 4. Qual é o autor do último livro que leste/estás a ler? _________________________________________
5. Quando foi a última vez que foste ao teatro?
Nunca (passa para a pergunta 8.) No último mês No último ano Há mais de um ano
6. Qual foi a última peça de teatro que viste? _________________________________________ 7. Com quem viste essa peça?
Sozinho(a) Com familiares Com amigos Numa visita de estudo Com outras pessoas
Quem?_________________________ 8. Já visitaste algum museu?
Sim Qual? _________________________
Não (passa para a seção VII)
9. Com quem visitaste esse museu?
Sozinho(a) Com familiares Com amigos Numa visita de estudo Com outras pessoas
Quem?_________________________
VII.
(a) Repetiste alguma(s) vez(es) (não interessa o ano de escolaridade) ?
Não, nunca Repeti uma vez Repeti duas vezes Repeti mais que duas vezes
(b) Indica os teus planos futuros, escolhendo apenas uma opção:
Tirar um curso de educação e formação equivalente ao 9º ano
Tirar um curso profissional equivalente ao 12º ano Ir para a Universidade
Ir trabalhar após o 12º ano Ir trabalhar após os 18 anos
(c) Quem são os adultos com quem vives? Pai e Mãe Pai Mãe Padrasto Madrasta
Outro (Quem? ____________________________)
(d) Na tabela seguinte, diz-nos qual a situação profissional destes adultos com quem vives.
(e) Os adultos com quem vives estudaram até que grau de ensino?
1º Ciclo (1º,2º,3º e 4º anos)
2º Ciclo (5º e 6º anos)
3º Ciclo (7º, 8º e 9º anos)
Ensino Secundário (10º, 11º e 12º anos)
Ensino Superior (Licenciatura ou mais)
Pai (ou padrasto)
Mãe (ou
madrasta)
Outro
OBRIGADO
Pai (ou padrasto)
Mãe (ou madrasta)
Outro
Profissão/Ocupação actual?
_______________
____________
_____________
Trabalha por conta de outrem
Trabalha por conta própria
Empresário (Patrão com empregados)
Desempregado
Reformado
ANEXO 4
Pós-Teste
QUESTIONÁRIO “FITE”
Caro Aluno: Somos um grupo de investigadores da Universidade de Lisboa e estamos a efectuar um estudo que vai ajudar a compreender melhor os alunos e as práticas dos professores. A tua ajuda é indispensável para podermos concretizar este estudo. Assim, vimos solicitar que dispenses um pouco do teu tempo e toda a atenção e cuidado nas respostas que são, claro, confidenciais. Muito Obrigado.
(a) Sexo: F M (b) Idade _________anos
(c) Nacionalidade: Portuguesa Outra Qual?____________________________
I. Nesta seção, queremos saber qual a tua opinião sobre as seguintes afirmações, de acordo com a tua experiência. 3 = Concordo Totalmente 2 = Concordo em Parte 1 = Discordo em Parte 0 = Discordo Totalmente
Co
nco
rdo
to
talm
en
te
Co
nco
rdo
Dis
cord
o
Dis
cord
o t
ota
lme
nte
1. Identifico-me com a escola que frequento 3 2 1 0
2. Estou feliz nesta escola 3 2 1 0
3. Na escola, os meus colegas “gozam” comigo 3 2 1 0
4. Gosto dos professores da minha escola 3 2 1 0
5. Faço amigos com facilidade na escola 3 2 1 0
6. Na escola sinto-me sozinho 3 2 1 0
7. Só ando na escola porque sou obrigado 3 2 1 0
8. Quando participo nos debates de grupo, sinto que a minha opinião é valorizada 3 2 1 0
9. Os meus professores nunca me consideraram um bom aluno 3 2 1 0
10. As minhas capacidades fazem-me estar confiante quanto ao meu futuro 3 2 1 0
11. Quando alguma coisa má acontece nas aulas desconfiam logo de mim 3 2 1 0
12. Tenho capacidade para entrar na universidade 3 2 1 0
13. O que aprendo na escola vai ser útil para o meu futuro 3 2 1 0
14. As notas que tenho na escola determinam o meu futuro 3 2 1 0
15. Vou terminar o ensino secundário 3 2 1 0
16. Na escola já tive oportunidades para descobrir que consigo fazer coisas novas 3 2 1 0
17. O meu futuro depende do que faço na escola 3 2 1 0
18. Não me importo com as notas, desde que passe de ano 3 2 1 0
19. Para mim a escola é sobretudo um local para conviver 3 2 1 0
20. Para mim tirar boas notas é garantia de um bom futuro 3 2 1 0
21. Para mim andar na escola é uma experiência enriquecedora 3 2 1 0
II. Em que medida consideras que as seguintes afirmações te descrevem enquanto aluno?.
3 = Sou SEMPRE assim nesta disciplina
2 = Sou FREQUENTEMENTE assim nesta disciplina 1 = Sou OCASIONALMENTE assim nesta disciplina
0 = NUNCA sou assim nesta disciplina
(Não precisas indicar quais são as disciplinas, mas não podes considerar a disciplina de GEOGRAFIA)
Sempre Nunca Sempre Nunca
3 2 1 0 1. Levanto o braço para responder a uma pergunta 3 2 1 0
3 2 1 0 2. Participo activamente em discussões de grupo 3 2 1 0
3 2 1 0 3. Faço perguntas quando não compreendo a matéria 3 2 1 0
3 2 1 0 4. Faço os trabalhos de casa 3 2 1 0
3 2 1 0 5. Vou às aulas por vontade própria 3 2 1 0
3 2 1 0 6. Escrevo apontamentos nas aulas 3 2 1 0
3 2 1 0 7. Esforço-me por compreender a matéria, mesmo quando é difícil 3 2 1 0
3 2 1 0 8. Presto atenção nas aulas 3 2 1 0
3 2 1 0 9. Estudo a matéria dada nas aulas 3 2 1 0
3 2 1 0 10. Respondo às perguntas dos professores, mesmo quando não me são dirigidas
3 2 1 0
III. Pensa em formas de avaliação nas duas disciplinas que identificaste. Em que medida consideras que as seguintes afirmações descrevem essas disciplinas?
3 = Sou SEMPRE assim nesta disciplina 2 = Sou FREQUENTEMENTE assim nesta disciplina
1 = Sou OCASIONALMENTE assim nesta disciplina 0 = NUNCA sou assim nesta disciplina
(Não precisas indicar quais são as disciplinas, mas não podes considerar a disciplina de GEOGRAFIA))
Sempre Nunca Sempre Nunca
3 2 1 0 1. O professor explica o que é esperado aprendermos na disciplina 3 2 1 0
3 2 1 0 2. As formas de avaliação na disciplina são apresentadas de forma clara 3 2 1 0
3 2 1 0 3. O professor faz comentários específicos para nos ajudar nos trabalhos que vamos fazendo
3 2 1 0
3 2 1 0 4. O professor dá-nos oportunidades para melhorarmos os nossos traba-lhos/notas
3 2 1 0
3 2 1 0 5. As classificações são comunicadas e explicadas a cada aluno 3 2 1 0
3 2 1 0 6. Na comunicação das classificações, o professor faz comentários desagra-dáveis
3 2 1 0
3 2 1 0 7. São utilizadas diferentes formas de avaliação (não apenas testes escritos) 3 2 1 0
3 2 1 0 8. O professor comenta mais sobre a nossa maneira de ser do que sobre o nosso trabalho
3 2 1 0
3 2 1 0 9. Quando fazemos um trabalho, o professor descreve claramente o que não está bem e faz sugestões para melhorar
3 2 1 0
3 2 1 0 10. Os comentários do professor mostram falta de respeito pelos alunos 3 2 1 0
3 2 1 0 11. O professor diz para fazermos melhor, mas não diz como 3 2 1 0
3 2 1 0 12. O professor corrige os nossos erros antes de terminarmos um trabalho 3 2 1 0
3 2 1 0 13. O professor faz perguntas que nos ajudam a refletir sobre a qualidade do nosso trabalho
3 2 1 0
3 2 1 0 14. O tom de voz e a cara do professor mostram que acredita que vamos conseguir melhorar
3 2 1 0
Pensa numa disciplina de
que gostas e responde na
coluna da esquerda
Pensa numa disciplina de que
não gostas e responde na
coluna da direita.
Pensa na disciplina de
que gostas e responde
na coluna da esquerda
Pensa na disciplina de que
não gostas e responde na
coluna da direita
IV. Agora que já tiveste a oportunidade de trabalhar durante dois períodos letivos com a tua professora de GEOGRAFIA, pensa nas aulas que já tiveste com ele(a) e refere em que medida consideras que as seguintes afirmações descrevem a tua professora.
3 = É SEMPRE assim nesta disciplina 2 = É FREQUENTEMENTE assim nesta disciplina
1 = É OCASIONALMENTE assim nesta disciplina 0 = NUNCA é assim nesta disciplina
Sempre Nunca
1. O professor explica o que é esperado aprendermos na disciplina 3 2 1 0
2. As formas de avaliação na disciplina são apresentadas de forma clara 3 2 1 0
3. O professor faz comentários específicos para nos ajudar nos trabalhos que vamos fazendo
3 2 1 0
4. O professor dá-nos oportunidades para melhorarmos os nossos traba-lhos/notas
3 2 1 0
5. As classificações são comunicadas e explicadas a cada aluno 3 2 1 0
6. Na comunicação das classificações, o professor faz comentários desagra-dáveis
3 2 1 0
7. São utilizadas diferentes formas de avaliação (não apenas testes escritos) 3 2 1 0
8. O professor comenta mais sobre a nossa maneira de ser do que sobre o nosso trabalho
3 2 1 0
9. Quando fazemos um trabalho, o professor descreve claramente o que não está bem e faz sugestões para melhorar
3 2 1 0
10. Os comentários do professor mostram falta de respeito pelos alunos 3 2 1 0
11. O professor diz para fazermos melhor, mas não diz como 3 2 1 0
12. O professor corrige os nossos erros antes de terminarmos um trabalho 3 2 1 0
13. O professor faz perguntas que nos ajudam a refletir sobre a qualidade do nosso trabalho
3 2 1 0
14. O tom de voz e a cara do professor mostram que acredita que vamos conseguir melhorar
3 2 1 0
V. Em que medida consideras que as seguintes afirmações caracterizam os comentários escritos que a professora de GEOGRAFIA faz nos trabalhos que realizas.
3 = É SEMPRE assim nesta disciplina 2 = É FREQUENTEMENTE assim nesta disciplina
1 = É OCASIONALMENTE assim nesta disciplina 0 = NUNCA é assim nesta disciplina
Sempre Nunca
1. Os comentários do professor são vagos 3 2 1 0
2. A linguagem utilizada pelo professor, nos seus comentários escritos, é facilmente percetível
3 2 1 0
3. A partir dos comentários do professor consigo perceber o que tenho de melhorar num trabalho
3 2 1 0
4. O feedback do professor ajuda-me a compreender como me posso tornar mais autónomo na minha aprendizagem
3 2 1 0
5. O professor levanta questões, nos seus comentários, que me encorajam a pesquisar mais informação
3 2 1 0
6. Nos comentários que escreve o professor faz-me sentir “burro” 3 2 1 0
7. O professor faz comentários específicos para eu melhorar 3 2 1 0
8. Nos seus comentários, o professor dá-me indicações que consigo utilizar em trabalhos posteriores
3 2 1 0
VI. Após teres tido a oportunidade vivenciar estratégias de autorregulação das tuas aprendizagens e de
autonomia no estudo, promovidas pela professora de GEOGRAFIA ao longo do ano, refere em que
medida consideras que essas estratégias contribuíram para o desenvolvimento das tuas capacidades,
para o teu envolvimento na aprendizagem desta disciplina e, eventualmente, de outras. Por fim, conse-
gues pensar em outra(s) estratégia(s) para sugerires à professora?