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11 6 4 16 O Cidadão O Cidadão O Jornal do Bairro Maré PERFIL: JANETE TRAJANO RUA 14: VILA DO JOÃO CUIDADOS COM A HIPERTENSÃO ARBORIZAÇÃO PREOCUPA MORADORES RIO DE JANEIRO - DEZEMBRO/2004 - ANO VI - N O 38 Governo Lula faz dois anos. E aí? Governo Lula faz dois anos. E aí?
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O cidadão 38

Mar 08, 2016

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Jornal comunitario da Maré
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Page 2: O cidadão 38

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EDITORIAL

TO Cidadão é uma publicação do CEASM

Centro de Estudos e Ações Solidárias da MaréSede Timbau: Praça dosCaetés, 7 - Morro do TimbauTelefones: 2561-3946/2561-4604

Sede Nova Holanda:Rua Sargento Silva Nunes,1.012 - Nova HolandaTelefone: 2561-4965

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O Programa de CriançaPetrobras atende a diversasescolas públicas da Maré.

Promove oficinas e atividadesque se tornam extensão

da sala de aula.

Uma conquista dosmoradores da Maré

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Conselho InstitucionalAntonio Carlos Vieira � Cláudia Rose Ribeiro

Edson Diniz � Eliana S. SilvaJailson de Souza � �� Léa Sousa da Silva

Lourenço Cezar � �� Maristela KlemConselho Gestor

Alexandre Dias � Marielle FrancoRodrigo Siqueira � Soraia Denise

Vinicius AzevedoCoordenadora: Rosilene Matos

Editora: � Viviane CoutoCoordenadores de Edição: Flávia Oliveira

Aydano André MottaCoordenadora de Reportagem: Carla Baiense

Administrador: Hélio EuclidesSecretário de Redação:

Leonardo MarquesColaboraram nesta edição:

Renata SouzaLigia Palmeira � Cristiane Barbalho

Hélio Euclides � Rosilene MatosLeonardo Marques � Andréa Rodrigues

Anna Karla � Alexandre Gabeira � Ratão DinizJornalista Responsável:

Marlúcio Luna (Reg. 15774 Mtb) Ilustrações: Tcharles

Publicidade: Elisiane AlcantaraDiagramação: José Carlos Bezerra

Foto de Capa: Ubirajara de CarvalhoRepórter Fotográfico:

Cristiane Barbalho � Rosinaldo LourençoRondineli Barbosa

Distribuição: Elisiane Alcantara (coordenadora) Arthur de Almeida � Sheila Oliveira

Givanildo Nascimento � Michele Nunes Elizângela Felix � Charles Alves

Raimunda CanutoFotolitos / Impressão: Ediouro

Tiragem: 20 mil exemplaresCorreio eletrônico: [email protected]

Página virtual: www.ceasm.org.br

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Acima: Artur, distribuidor do jornal OCidadão, morador de Bonsucesso.

Fotos: Cristiane Barbalho

À esquerda: Carlos Alberto, agentepatrimonial, morador de Belford Roxo.

odos os anos, milhares de crianças em todo o Brasil escrevem cartinhas paraPapai Noel. São pedidos simples – uma ceia de Natal – ou mais sofisticados – ovideogame da moda–, feitos por crianças carentes de quase tudo, menos de

esperança. Das quase mil cartas que chegaram aos correios do Rio de Janeiro este ano,apenas uma foi escrita por uma moradora da Maré. É a carta de uma jovem de 17 anos,que pedia o seu primeiro presente de Natal.Parece que as crianças da Maré não acreditam mais em Papai Noel. Perderam a inocênciaou perderam a esperança?Quando nosso presidente foi eleito, disse que a esperança venceu o medo. Tenhomedo que a esperança se perca no meio de outras prioridades. Mas eu sei que nemtudo está perdido. A economia vai bem. “O PIB registrou a maior alta desde 95”. Penaque a desigualdade também ande em alta por aqui.Papai Noel, Presidente, tem alguém me ouvindo aí? O meu pedido de Natal não é umpresente caro. Quero justiça social, trabalho, escola, comida. Nada de dádivas do céu,apenas meu direito adquirido. Para os cidadãos da Maré, da cidade, Natal nem sempreé dia de festa. Mas se for uma noite tranqüila, com comida à mesa e paz, será sempreuma noite feliz.

Boa leitura

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Rabanada de FornoSABOR DE MARÉ

Ingredientes

3 copos de leite1 garrafa pequena (200 ml) de leite decoco4 ovos3 copos de açúcar2 bisnagas (ou pães franceses)adormecidascoco ralado para polvilhar

Modo de PreparoParta o pão em fatias, não muito finas.

Passe manteiga dos dois lados e arrume asfatias em um tabuleiro, deixando uma bemjuntinho da outra, mas sem apertar muito.

Misture no liquidificador o leite, os ovose o açúcar. Despeje por cima do pão.Coloque o coco ralado e leve ao forno atéficar bem douradinho.

A medida do copo utilizada é a do copode requeijão (250 ml).

Se quiser, pode tirar a casca do pão, masnão é necessário.

encanto e a esperança criados em torno doNascimento do Cristo. Para muitas pessoaso dia 25 de dezembro possui uma conotaçãopositiva. É a data em que todos nósrenovamos nossa fé e desejo de mudançano mundo.

“Eu sempre acreditei em Papai Noel. Vina televisão que mandando carta para ocorreio alguém poderia me ajudar. Muitaspessoas diziam que eu não conseguiria, masnunca perdi a esperança”, diz Sabrina daSilva, 17 anos, única mareense em quasemil remetentes de cartas para o Papai Noelrecebidas no Rio de Janeiro pelos correios.

Os desejos de Natal de Sabrina e deoutros jovens da comunidade refletem asdificuldades porque passa a população dosgrandes centros em todo o país. O

A história do Natal começa antes donascimento de Jesus. Na Europa, o mês dedezembro era marcado por celebrações pelachegada da luz e dos dias longos queprecediam o fim do inverno. Tratava-se deuma comemoração pagã do “Retorno doSol”.

No século IV DC, o então Papa Julius Iescolheu o dia 25 de dezembro como datafixa para a celebração das festividades. Aidéia era substituir os rituais pagãos queaconteciam no Solstício de Inverno poruma festa cristã.

Com o passar dos anos, o Natal ganhouuma nova conotação. De festa cristã setornou o evento mais importante do anopara o comércio e a indústria. Mas mesmovinculado ao consumismo, mantém o

Então é Natal

desemprego, que atingeuma parcela significativada sociedade, rouba dasfamílias alguns dosdireitos mais básicos edestrói a auto-estima.

Todos buscamosmanter a crença em diasmelhores, nas coisasboas e que nos fazembem. Por isso, nós dojornal desejamos eacreditamos que épossível um feliz Natal eum próspero Ano Novo.

Viviane Couto

Cristiane Barbalho

A árvore é um dos símbolos do Natal na Maré

Casa decorada no Morro do Timbau ilumina as noites da Maré

Cristiane Barbalho

Sabrina escreveu carta para Papai Noel

A rabanada é um prato típico do Natal

Imagem da internet

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C onsiderado o pulmão da Maré, comárvores em extinção e plantasmedicinais, o Parque Ecológico

Pintando um verdeA Maré percebe a falta de arborização e reivindica projeto ambiental

comerciante Euclides Antonio queaproveita o passeio público ao lado daEscola Municipal Paulo Freire, para a criaçãode oito novos canteiros.

“Todos temos que cuidar das plantas,elas nos dão frutas e sombra”, afirma

Euclides, 57 anos.Essas ações começam

nas próprias casasdos mare-

enses ep a r t e mpara o

r e s t a n t eda comu-

nidade. É o casodo jardineiro Emer-

son da Silva Claudi-no, 31 anos, que nashoras vagas cuida deuma hortinha na áreade lazer do ParqueUnião.

“Já plantei muito.Essa comunidade já foirica em relação ao verde.Vendo até plantas para

Arquivo Pessoal

Uma das últimas áreas verdes da Maré, o Parque Ecológico será recuperado pelos moradores

inicia uma nova empreitada. O local, queestava abandonado, agora tem uma novachance graças à iniciativa de algunsmoradores que se uniram para recuperá-lo.“Precisamos de replantio, pois temosárvores degradadas. Outro passo será acontratação de um botânico, que promoverácursos e nomeará as espécies do parque. Anossa maior dificuldade é o tal dopreconceito. Estamos buscando parceiros,mas os empresários não acreditam que,numa área de risco, exista um ParqueEcológico”, diz o diretor financeiro daAssociação de Moradores do ParqueEcológico da Vila do Pinheiro, José Ednaldo,38 anos.

Hoje o parque conta apenas com trêsfuncionários para preservação do espaço.No terreno há ainda o projeto da fábrica deblocos reciclados, cooperativa Contrabom,o Horto Escola Natural, a fabricação deadubo e a plantação de mudas frutíferas.

O parque não é o único esforço paramanter o verde vivo na comunidade.Moradores usam a criatividade parareverter a situação e cuidar de espaços ondea natureza ainda resiste. É o caso do

contribuir com a comu-nidade”, comenta.Na época da Semana Nacional do Meio

Ambiente (Senama), a Petrobras enviou milmudas, que foram plantadas em várioslocais da Maré.

“Foi uma iniciativa para conseguir umimpacto. Boa parte vingou, mas temos queconstruir juntos um projeto ambiental, coma plantação de 15 mil árvores”, afirma aConselheira Institucional do Ceasm ElianaSousa, 42 anos.

Essa consciência fez surgir algunsprojetos que atuam nesta área. Um delesfica na Praia de Ramos e é ministrado pelaONG Terra Nova. “Já estamos colhendo oresultado do projeto. Os sete jardineirossão empreendedores, que buscam a suarenda na venda de hortaliças na feirinha eplantas ornamentais no quiosque Piscinãodas Plantas. E ainda cuidam do meio-ambiente”, diz o subcoordenador doprojeto, Bruno Coutinho.

O chefe de jardinagem, Flávio Dias, 26anos, diz ainda que eles aproveitam tambémo que a natureza oferece para fazerartesanato, como bancada e armação debambu e vaso de sapucaia.

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Uma das comunidades que sofreucom a ação do homem foi a Vila doPinheiro. Na região remanescente daantiga enseada de Inhaúma, localizava-se a belíssima Ilha do Pinheiro queresistiu ao aterro da Cidade Universitária,mas acabou anexada ao continente nosaterros promovidos pelo Projeto Rio.

Em março de 1980, se iniciaram asobras do aterro hidráulico, que preservoua parte central da vegetação daexuberante ilha. Foram assim aterrados69 hectares da Baía de Guanabara peloDepartamento Nacional de Obras eSaneamento – DNOS, no qual foramconstruídas duas mil e trezentas casas.Da ilha, restou o Parque Ecológico dosPinheiros.

Logo após, há cerca de 18 anos, obairro tinha grandes espaços e o uso daterra era mais fácil, como atesta Hélio dosSantos. Na época, ele plantou algumasmudas de amendoeira nas Vilas do Joãoe do Pinheiro. Hoje, só é possível fazerpequenas hortas, com plantação demamão, tomate e coqueiro, como fez emNova Holanda. Ele ainda afirma que hojeo terreno da Maré é complexo e algunstipos de árvores não devem serplantadas, pois suas raízes ramificam parao lado, o chamado mal de raiz,prejudicando casas e calçadas. Diantedisto, sugere a utilização de mudas decoqueiro, que é uma árvore frutífera eminimiza a falta de verde.

Helinho, na inauguração da VilaOlímpica, vestiu-se de plástico e lembrou

A necessidade dareeducação ambiental

a necessidade do cuidado com a naturezae a reciclagem. Nesse tempo,conscientização não era moda. “Fuichamado de palhaço”, diz.

No momento, ele está levando para aVila Residencial o que aprendeu na Maré,no Projeto Educação Ambiental eGeração de Renda. “Esse local vai terhorta, arborização, coleta seletiva,conscien-tização ecológica e o fim do lixoflutuante nas praias”, finaliza Hélio, de58 anos.

Cristiane Barbalho

Símbolo da Vila do Pinheiro está desaparecendo

Quiosque da Praia de Ramos: verde e renda para os moradores da região

Cristiane Barbalho

Saúde através das ervas medicinaisO trabalho de fitoterapia é realizado no

Centro Comunitário Beato José deAnchieta, na Vila do Pinheiro. Uma daspessoas que integram esse trabalho é aeducadora social, Maria de Lourdes. Elarelembra com carinho o início dacomunidade: “Aqui no Pinheiro foramplantadas muitas árvores de vários tipos.

Em toda casa tinha uma, mas hoje sãopoucas. Meu sonho é ver árvoresplantadas em frentes de instituições, umincentivo à reeducação. Arrancam tudocom pretexto de que traz mosquito ou queaqui é favela. O índio sofre, pois sabe queo cheiro de terra é igual à pele nova apóso banho”, diz a educadora, de 60 anos.Evelina Gama rega a horta medicinal

Cristiane Barbalho

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Comunidade: Nova Holanda

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A aposta na educação

educação sozinha não resolve nada, mas sem ela ficacomplicado”. E foi na educação que Janete Trajano daSilva, moradora da Nova Holanda, se encontrou. Ela é

desistir. “Eu queria ser professora e permaneço na profissão.Primeiro porque acredito em sua função social. Segundo, porqueacho que não saberia fazer outra coisa (risos)”.

Janete agora está fazendo pós-graduação em alfabetização decrianças de classes populares. “Entender como alfabetizar de formacompetente é uma questão que me preocupa. É preciso fazer comque o aluno relacione o que lê com o cotidiano, ele precisa entendera realidade para poder transformá-la”, acredita ela.

Janete é casada e mãe de três filhas e lembra que sua família foiimportante para sua formação. Seu pai era semi-analfabeto, masvalorizava muito a educação e incentivava os cinco filhos a estudar.Para ela, a família é uma das respostas aos problemas da educação.

“Não é possível pensar em educação sem as famílias. Aeducação precisa seduzir os pais. Sei que as situações são tãoadversas, que um filho na escola é, às vezes, uma preocupação amenos, porque a escola educa. Mas isso não é verdade. Às vezes,nem é negligência. Muitos pais trabalham o dia todo e não sabemque a lei protege os pais que precisam ir às reuniões escolares dosfilhos”.

Como cuidar dos cabelos����� ����� ��� ������� ����� ��� ��

� Lave sempre com xampuadequado ao seu tipo de cabelo.Sabonete e sabão ressecam ocouro cabeludo por causa daação de detergente.

� Penteie sempre devagar,começando pelas pontas, depreferência com pentes demadeira, que neutralizam aeletricidade estática do cabelo e

professora há 14 anos no CIEP Gustavo Capanema, na Vila doPinheiro, e faz parte do privilegiado grupo de moradores da Maréque conseguiu acesso à universidade. Formada em CiênciasSociais pela UERJ, fez parte do pré-vestibular da UFRJ, um dosprimeiros cursos comunitários que existiu. Como muitosbrasileiros, trabalhava de manhã e à tarde e estudava à noite.Mas o esforço não foi em vão, já que a faculdade lhe ajudou aentender melhor a sociedade.

“Ser professor na Maré não é fácil porque você lida comquestões estruturais e sociais muito grandes, que impedem aescola de atuar”, conta ela. Para romper com esses limites, acreditaque é necessário compreender a realidade e isso só se aprendecom o dia-a-dia. Para chegar a essa conclusão, Janete passoupor um começo penoso. “A gente vem de uma educação que nãoleva em consideração que existe uma classe popular, como se asescolas tivessem uma realidade única”. No relacionamento comos alunos, ela afirma ter momentos de crescimento e momentosde conflito, mas o respeito é fundamental. Janete se vê comouma mediadora do conhecimento.

“Quando essas 43 pessoas estão na sala, são 43 visõesdiferentes que a gente precisa mediar para construir um trabalhode qualidade, deixando bem claro o papel que cada umdesempenha”.

Na profissão, ela tem lidado com experiências positivas enegativas: “Positivo é quando encontro um aluno depois de dezanos inserido numa vida social saudável. Negativo é quandovejo um adolescente capaz, perdido por questões sociais sobreas quais não posso atuar”. Mesmo assim, nunca pensou em

jamais use secador. Evite pentescom dentes muito finos e poucoespaçados, as escovas plásticase, também, as escovas sem aspontas arredondadas.

� Não esfregue a toalha noscabelos, use-a apenas paracomprimir os cabelos contra ocouro cabeludo.

� Na praia ou na piscina proteja acabeça para prevenir câncer nocouro cabeludo. Para os carecas,a proteção deve ser constante.

Não deixe de usar touca napiscina, o cloro não é nada bompara os cabelos.

� Evite o estresse.

� A nossa alimentaçãoinfluencia diretamente nasaúde, portanto, no nossocorpo e na nossa vida. Abeleza dos nossos cabelos éuma resposta dos cuidadosque damos a eles, inclusiveatravés de uma boaalimentação.

Cristiane Barbalho

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Professora Janete e seus alunos no CIEP Ministro Gustavo Capanema

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O CidadãoApareça e dê sua sugestão de matérias,

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ABC MARÉaria Pedro da Silva, 34 anos, nãoteve oportunidade de estudarquando criança. Aos 30, decidiu

Ceasm e UFRJ se unem pela alfabetização de jovens e adultos

de Extensão (PR-5), Letras e Matemática.O primeiro passo foi os educadores,

alunos da UFRJ, saírem de porta em portaconvocando os alunos e conhecendo acomunidade. A idéia da universidade émanter um curso de extensão e abrangeroutras comunidades. “O reitor colocoucomo prioridade a extensão na Maré”, diz aconselheira institucional do Ceasm, ElianaSouza, 42 anos.

Para a educadora Lídia de OliveiraFernandes, 21 anos, 5o período de

Mcorrer atrás do tempo perdido, mas ficouapenas um ano por ter engravidado duasvezes. Mesmo assim, não desanimou evoltou a estudar. “Os meus pais nunca seinteressaram e as dificuldades eram muitas.Agora estou formando as letras, pois queroescrever cartas, ler revista e entender o queestá escrito na frente dos ônibus. Hoje mesinto emocionada e orgulhosa. Sei quenunca é tarde para aprender”, diz.

Para atingir esse objetivo, Maria tem aajuda do Ceasm e do Programa de ExtensãoUniversitária em Comunidades Populares daUFRJ. Dessa parceria surgiu o Curso deAlfabetização de Jovens e Adultos, que temque pretende acabar com o analfabetismona comunidade, que atinge cerca de 13 milmareenses. O projeto tem 13 turmas dealfabetização, com mais ou menos 20 alunoscada, nas seguintes comunidades: ConjuntoEsperança, Vila do João, Morro do Timbau,Marcílio Dias, Parque Maré, Nova Holanda,Baixa do Sapateiro, Praia de Ramos e Vila doPinheiro. As aulas acontecem em igrejas,ONGs e associações de moradores. Aorientação pedagógica, social e políticareúne cinco unidades da UFRJ: ServiçoSocial, Faculdade de Educação, Pró-Reitoria

Pedagogia, que atua na Vila do João, sereducadora é um aprendizado: “Aprendocom eles e cresço a cada dia. Nas aulas utilizojornais, como O Cidadão, cartazes, folhetose livros. Espero continuar e vê-losaprendendo a ler”, diz Lídia.

Com os alunos, se percebe o surgimentode outro mundo. “Aqui estudo combrincadeiras, dinâmicas e acho que todosdeveriam tomar a decisão de voltar à sala deaula, aprender é muito importante”, afirmaHeloy Luna, 21 anos.

O aluno que aprende a ler e a escrever éencaminhado para o Programa de EducaçãoJuvenil –( PEJ) – nos CIEPs MinistroGustavo Capanema e 14 de Julho. “Vale apena aprender a ler. O curso está aberto paraqualquer nível. Em um ano já é possível sealfabetizar”, revela a professora daFaculdade de Educação da UFRJ epesquisadora Ludmila Thomé de Andrade,39 anos.

As inscrições são feitas permanen-temente nos locais onde acontecem ocurso, como a Escola Municipal NovaHolanda, a Escola Municipal TeotônioVilella, no Posto de Saúde Américo Veloso,no Cemasi Roquete Pinto e na Igreja Batistado Parque União, entre outros, sempre ànoite. Mais informações pelo telefone 2598-9264.

Fotos: Rosinaldo Lourenço

Grupo faz atividades que facilitam a aprendizagem e estimulam a participação

Fotos: Rosinaldo Lourenço

Maria Pedro, à frente, supera dificuldades, e se diz emocionada por voltar à estudar

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������������ ��No dia 20 de novembro, a Praça da Nova

Holanda “bombou” com o evento “ConsciênciaPopular”, que fez uma reflexão sobre todos os tiposde discriminação. Teve capoeira, grafite, gruposmusicais, danças africanas, apresentação de filme,debate e oficina para as crianças.

Quem passava pela praça e resolveu parar,gostou do que viu. “Deveria existir mais eventoscomo este porque a maioria dos jovens estácrescendo com a mente vazia”, afirmou MarlenePereira, 41 anos, moradora da Nova Holanda.Para os organizadores, o evento foi um sucesso.“Está melhor do que esperávamos. Tivemos alguns

�����������De 27 ao dia 31 de outubro, ocorreu no

Circo Voador o evento Vira Favela, que tinhapor objetivo mostrar a cultura que há dentro dascomunidades populares. Foram convidadosvários projetos das comunidades do Rio deJaneiro, que mostraram sua ação dentro dasFavelas. Também foi realizada uma exposiçãodo primeiro ao último dia, mostrando a arte locale a forma de viver dessa população.������ �� ��

Finalizando as atividades do ano letivo de2004, a Escola Municipal IV Centenário realizouno dia 26 de novembro a sua feira cultural. Otema foi “A importância da água para o mundo”.A comunidade escolar estava reunida para assistiràs apresentações de teatro, músicas, jograis,dança e expressão corporal feitas pelos alunos.

Para uma das mães presentes, AndréiaMoreira, 40 anos, moradora do Conjunto Manuelde Nóbrega, o evento é importante. “É uma formaboa de conscientizar as crianças sobre a questãoda água”, afirmou.

Cristiane Barbalho

Crianças assistem ao teatro de fantoches

������� ��� �������Na tarde de 10 de novembro, representantes

das comunidades se reuniram no Ceasm NovaHolanda para solenidade de conclusão dessaetapa do Censo Maré 2000: o Catálogo deInstituições Sociais do Bairro Maré.

O livro, elaborado pela Maré das Letras,quer revelar e criar um elo entre as entidadesque trabalham com os cerca de 132 milmoradores. A conselheira institucional do Ceasm,Eliana Souza, comentou a importância docatálogo: “Ele vem na busca da cidadania”, disse.

����������@Todos os meios de comunicação lembravam

que 20 de novembro era o “Dia D contra adengue”. Como o sábado foi feriado municipal, osagentes foram orientados a não realizar nenhumaatividade. Mas acompanhando o restante do país,a rede de saúde da Maré fez a sua mobilização.

Uma das comunidade, a Praia de Ramos, feza sua conscientização musicada pelo Forró daDengue e o Rap do Posto 14 de Julho,respectivamente de Bhega e do agente de saúdeAlex Alves. O evento terminou com uma peça feitapor crianças.“Teimosos que somos realizamos commaterial do ano passado, pois quem guarda,sempre tem. Agora o trabalho será dia-a-dia, decasa-em-casa”, desabafou a gestora do PS 14 deJulho, Zilter Alcântara. Este ano, a Maré registrou15 casos da doença.

O clima de desabafo marcou o encontro: “Há ummuro invisível, há de se derrubar essa muralha”,afirmou a coordenadora geral do projeto Uerê,Luciana Ramos Martha, de 47 anos.

As entidades que desejarem obter umexemplar do catálogo devem entrar em contatocom o Observatório Social da Maré pelo telefone2561-4604. As instituições podem atualizar seusdados, e aquelas que por algum motivo não estãopresentes no livro podem solicitar um exemplar epreencher um cadastro, para que possam constarda próxima edição da publicação.

Ratão Diniz

Apresentação do grupo Kina Mutembua

problemas, mas acabou ficando mais popular. Oimportante foi fazer a discussão”, disse FranciscoMarcelo, 32 anos, morador da Vila do João.

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úsicas de vários estilos,buzinas, gente gritando... E sseé o cotidiano de quem vive na

bairro, com farmá-cias, supermerca-dos, sapatarias,lojas de roupas,lanchoetes, bares,trailers e barracas,onde se pode en-contrar quase tudo.Lá também funcio-nam o posto daPolícia Militar, umcampo de futebolreformado recente-mente e a associa-ção de moradores.

O agito começa

Há tempos a figura do psicólogodeixou de ser no imaginário de muitosaquela pessoa que “resolve todos osproblemas”, ou que “tem resposta pratudo”, ou que analisa somente oindivíduo “único”, isolado em seu“mundo interior”, ou que atende só o“doido, o maluco, aquele que não batebem”. São tantas as definições! E é claroque muita gente ainda o enxerga dessamaneira, transformando o profissional emalguém “temido”, “chato” ou aquele que“sabe tudo”, que “vai descobrir tudosobre mim”. Mas é bom dizer que otrabalho da psicologia social, privilegia otrabalho com grupos, com a família, comas motivações para a mudança, com aformação de uma consciência crítica e como fortalecimento e a construção deidentidades.

Neste sentido, a experiência detrabalho no Programa de CriançaPetrobras (realizada em oito escolaspúblicas do bairro Maré) e na Escola deDança da Maré (em média atendendo a500 alunos) nos mostra que é possíveldesenvolver uma idéia de educação emvárias linguagens, de uma educação mais

Rua 14 - Vila do João

A psicologia e o trabalho com valores éticosparticipativa para o aluno, maisinteressante, de uma educação que priorizevalores éticos e o compromisso com açõesde mudança e de transformação social.Sonho? Não.

Quanto mais cedo introduzirmos nascrianças e adolescentes noções deconvivência em grupo, de cooperação, desolidariedade ou amizade, melhor! Mascomo? Pode parecer difícil para nós nestemundo de hoje, cheio de violência,competitividade e falta de respeito, tentarfalar de certos valores, não é mesmo?Concordo. Mas cada vez mais urgente. Temcoisas que não podem mais acontecer, quenão agüentamos mais.

A expressão da criança é diferente daexpressão do adulto, disso não temosdúvida. O entendimento que ela tem domundo e das coisas que vive também édiferente. Mas ela entende sim muita coisa,pensa a respeito das situações que presenciae precisa ter voz para se expressar, para dealguma forma elaborar o contexto do qualfaz parte. E precisa ser ouvida, com toda apaciência e compreensão do mundo! Sendoassim, não basta falarmos sobre todos essesvalores com elas, sobre o diálogo, sobre as

regras, o respeito, como se estivéssemoscom outro adulto! Com a criança oentendimento e o sentido que ela vai darpara aquilo que ouve tem que viracompanhado de uma vivência, de um“sentir” aquilo. Ou seja, ela tem que“experimentar” na pele o que estamosfalando. Para entender o que ésolidariedade, por exemplo, ela precisaexperimentar ser solidária com uma outra egostar, para que haja um sentido a este“fazer”. Assim, esperamos que o trabalhorealizado nesses dois projetos do Ceasmpossibilite às crianças e aos adolescentesexpressarem seus diferentes modos de vidana família, na escola e na comunidade. Estaexpressão gera um melhor entendimento evisão crítica do que ocorre em suasrealidades, em uma espécie de pensarcoletivo. E... este processo contínuo depensar sobre o que vivem, o quedescobrem, o que gostam ou não gostamem sua comunidade, contribui muito paranovas leituras de mundo e novas escolhasde vida também. Vale a pena!

Andréa Rodriguez é psicóloga doCeasm.

ARTIGO

cedo, antes das 8h. Não tem domingo, nemferiado. As lojas abrem todos os dias.

“É depois das 12h que o movimentomelhora. À noite, continua a agitação,porque tem trailers e lanchonetes. O

melhor dia para faturar é o sábado, porquetem a feira. Fica parecendo umformigueiro”, conta Márcio Pereira, 25anos, morador do Conjunto Esperança quetrabalha na rua.

MRua 14, na Vila do João. Mas os moradoresjá se acostumaram com os elevadosdecibéis. São outros os problemas queincomodam. “O barulho dá para suportar.Os problemas são o saneamento básico ea coleta de lixo, que precisam melhorar. Olixeiro demora a passar e fica lixoacumulado. O asfalto tem buracos e ailuminação é precária”, diz CristinaRodrigues, 22 anos, moradora da rua.

O trânsito intenso durante todo o diatambém preocupa os moradores. “Osmotoristas passam como loucos por aqui.Outro dia, uma criança foi atropelada. Éperigoso atravessar essa rua”, alerta avendedora Amélia Gonçalves, 18 anos.

A Rua 14, mais conhecida como RuaPrincipal, abriga o centro comercial do

Cristiane Barbalho

Pedestres, carros, barracas e bicicletas disputam espaço na rua

Um centro comercial a céu aberto que é um agito de domingo a domingo

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Ainda há eBalanço do governo Lula, dois anos após a eleição histórica,

Ainda há e

ano de 2002 foi marcado por ummomento histórico para o povobrasileiro: pela primeira vez um

Alexandre Gabeira/ASFOC

O Ceasm e professor de História, ilustra bemessa mistura de desconfiança e esperança.Para ele, Lula perdeu uma chance históricade mudar o país, já que contava com o apoiomaciço dos eleitores. Mas optou por umgoverno conciliador de centro-direita.

“Houve avanços em alguns pontos, masa macroeconomia não deixa que os projetossociais tenham efeito. Há um sentimentode decepção misturado com uma esperançade que, num determinado momento, elecomece a investir em projetos sociais e nãoem assistencialistas”, diz.

Os números são incontestáveis. OProduto Interno Bruto (PIB) está em plenarecuperação, apresentando crescimento demais de 5% este ano. A inflação, que passavade 12% ao ano quando Lula assumiu, estáem queda e deve fechar 2004 entre 7% e 8%.Recentes pesquisas mostram queda na taxade desemprego e recuperação dos empregos

Presidente Lula e a primeira dama visitam a Fiocruz para a inauguração da escola politécnica. Foi a ocasião em que ele mais se aproximou da Maré

candidato de origem pobre alcançou aPresidência da República. Dois anos sepassaram, desde que o metalúrgico LuizInácio Lula da Silva chegou ao poder e oque se vê no Brasil – e na Maré não édiferente – é um misto de decepção eesperança. De um lado, o crescimentoeconômico enche de orgulho e de elogioso nosso presidente. Do outro, a decepçãotoma conta dos eleitores de Lula que aindanão sentiram no dia-a-dia os reflexos detanto crescimento. No meio desse conflitoresta a esperança de que, fortalecido pelaestabilidade econômica e pela confiança domercado, o país invista na tão sonhadatransformação social.

Edson Diniz, 33 anos, morador da NovaHolanda, conselheiro institucional do

com carteira assinada.Mas o morador da Maré não entende

muito esses números. O que importa paraele é a melhoria da qualidade de vida. “Oque o Lula tem que fazer é parar de privilegiaros empresários, o pagamento da dívidaexterna. Ele tira o dinheiro que tinha queser investido em escola, em saúde e nacriação de empregos para pagar a dívida”,protesta Edson.

Outros moradores fazem coro aoprotesto e aguardam as medidas que vãobeneficiar diretamente a população.

“Entendemos que o mundo está emcrise, mas nós queremos ver a mudança.As reformas que ele prometeu ainda nãochegaram aqui na Maré, mas ainda tenhoesperança, porque eu voto nele desde aprimeira vez que ele se candidatou”, dizSandra Lucia do Carmo, 50 anos, moradorado Conjunto Esperança.

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esperança?ca, revela as frustrações e as expectativas do eleitor da Maré

esperança?

Para saber como o Mareense analisa atrajetória de Lula nestes dois anos, OCidadão voltou a conversar com osmoradores que nos contaram suasexpectativas em relação ao novo presidentena edição de janeiro de 2003. Tadeu Ribeiro,51 anos, morador do Parque União, foi umdos ouvidos. Durante a campanha de 2002,Tadeu chegou a fazer caminhadas naAvenida Rio Branco, no Centro, pelacandidatura de Lula. Achava que ele não ia

Expectativa e realidade

Outra questão que deixa o mareensecom a pulga atrás da orelha é a mudança deestilo do presidente, marcada pela mídiacomo a fase Lulinha Paz e Amor. Aexpectativa de que esta postura fosse umaestratégia para conquistar o voto da classemédia hoje é questionada. As aliançasseladas no poder deixam alguns eleitoresem dúvida.

“O problema é que ele conserta, mastem muita corrupção ao redor dele”, dizSandra.

Já Vanilton acha uma boa iniciativa “Énecessário obter aliados para formar umabase de apoio no Congresso. É diferenteda gestão anterior, que governava com trêspartidos. Ele prometeu nas eleições gover-nar com todo mundo”

Mas para um governo popular, há poucabrecha para a participação do povo. Existem

Lulinha paz e amoriniciativas nestesentido, como oprocesso de con-sulta à sociedadecivil para a elabo-ração do PlanoPlurianual (PPA).Mas suas contri-buições foram pou-co ou nada incor-poradas ao Projetode Lei encaminhadoao Congresso.Segundo o profes-sor Edson, só háuma maneira dereverter esse quadro. E depende muito denós, que colocamos o Lula lá.

“O papel de quem votou no Lula épressioná-lo para que mude o rumo do

governo. O Lula só sai desse acordo se osmovimentos populares se unirem para isso”,opina Edson

Rosinaldo Lourenço

Tadeu Ribeiro mudou sua opinião sobre Lula

medir esforços para mudar o país. Hoje, aopinião dele é bem diferente.

“Lula está demonstrando que tinha umsó objetivo: ser ou estar presidente. Ele nãoestá mudando nada, só está seguindo asregras do jogo. O que eleestá fazendo é assisten-cialismo e isso já é comumno país”, reclama omilitante do PDT, partidoque deixou a base gover-nista já no primeiro ano demandato.

Vanilton Herculanoda Costa, morador da Vilado Pinnheiro, também foientrevistado na edição nº26 e estava muito empol-gado com o resultado daseleições. Afinal de contas,Lula era realização de seussonhos juvenis. Era, e continua sendo.

“Hoje vejo a Polícia Federal agindo,prefeitos sendo caçados e artistas sendopresos. O Brasil deu um exemplo perdoando

a dívida de alguns países africanos queestavam em péssima situação. Entrou nabriga para aumentar as exportações atravésda Organização Mundial de Comércio. Acheique o primeiro mandato ia ser assim mesmo

e temos que esperar mais umpouco, uma reeleição, por-que até agora não vejoalguém que possa darcontinuidade ao que ele estáfazendo”, defende.

O morador também citaa ajuda militar ao Haiti comoum dos avanços do governono cenário internacional.Esta opinião, no entanto,não é compartilhada poroutros eleitores. O professorEdson, por exemplo, achaque a intervenção militar éum exemplo que o país não

deve seguir.“Se era necessária uma ajuda militar, ela

deveria ser negociada pelo povo haitianoe não por outras pessoas”, afirma Edson.

Lula foi capa da edição n°26

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O que ainda precisa melhorar

Nas pesquisas mais recentes, o Rio foi aúnica capital brasileira que não registrouqueda no número de desempregados.Nacionalmente, os índices vêm melhorando.Em junho, de acordo com a Pesquisa Mensaldo Emprego, do Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE), a ocupaçãocom carteira assinada cresceu 3,2% nacomparação com igual mês do ano passado,o maior aumento nesse indicador desde maiode 2003. O Governo Federal pretende

Trabalho e moradiaimplantar o programa Primeiro Emprego parao Rio através de cartórios e empresas detelemarketing. Mas o carioca não anda muitosatisfeito com o desempenho do presidentenesta área.

“Meu marido está desempregado há umano. Ele faz biscate, mas sempre sai paraprocurar emprego e nunca consegue nada.Acho que até piorou com esse governo, osalário não aumentou, mas as coisasaumentam todo o dia”, conta Ioná Alves, 30

A educação é dever do Estado e daPrefeitura, por isto, uma avaliação sobreos projetos importantes para melhorar asituação dos estudantes do Rio não podelevar em conta apenas a ação do governofederal. A unificação do programa Bolsa-Escola ao Bolsa-Família é apontada comouma das iniciativas mais importantes dagestão Lula. Na Maré, 3.300 crianças sãobeneficiadas pelo programa. A reforma doensino superior está começando a sair dopapel. Uma das primeiras medidas foiimplantar o Programa Universitário paratodos. O ProUni oferecerá no Rio 15 milvagas em universidades particulares aestudantes com renda entre R$390 e R$780.

Mas há muitos desafios pela frente:ampliar a rede de ensino profissionalizante,incluindo a revisão do sistema de cotasem universidades, a educação paraegressos do sistema carcerário, a educaçãono campo, a educação de jovens e adultose educação à distância. São necessários,

Educaçãoainda, investimentos em programas deformação e valorização de professores,na melhoria do material didático e nainformatização de escolas.

Nos ensinos fundamental e médio, asúltimas pesquisas mostram que os índicesde evasão e repetência e o número deanalfabetos e crianças fora da escola têmdiminuído. Para a professora Cristiane daCosta, 27 anos, professora do Ciep 14 deJulho e ex-moradora da Praia de Ramos,resta saber se estes resultados sãorealmente qualitativos.

“Depende de onde as pesquisas sãofeitas. As pesquisas dizem que aeducação está melhorando, mas percebono dia-a-dia que a questão é complicada.Temos um laboratório de informática quenão dá nem para uma turma, temosdificuldade de levar as crianças parapasseios culturais. Deveriam investir maisrecursos na educação”, opina aprofessora.

Cristiane Barbalho

Cristiane pede investimentos na educação

O ministro Gilberto Gil conseguiu pôro Ministério da Cultura numa posição dedestaque no governo. Mas a atuação dogoverno nesta área não convenceu osprofissionais e eleitores. Silvia Soter, 40anos, coordenadora pedagógica da Escolade Dança da Maré e crítica de dança achaque não há uma proposta clara para acultura.

Cultura

anos, freqüentadora do Piscinão de Ramos.Sem trabalho fica mais difícil atingir a

sonhada casa própria. O déficit habitacionaldo Brasil é de 6,6 milhões de moradias.Destas, 5,3 milhões encontram-se em áreasurbanas e 1,2 milhão em áreas rurais. Maisde dez milhões de domicílios são carentesde infra-estrutura e 84% do déficithabitacional brasileiro são concentradosnas famílias com renda de até três saláriosmínimos.

“A questão cultural só avançou nogoverno Lula no que diz respeito ao áudio-visual. Fora isso, o governo ainda nãodisse a que veio. É frustrante porque sóagora começou o debate sobre outrasquestões, que não estão relacionadas aocinema, por exemplo. Leva um tempo paraque esses debates comecem a render“,lamenta. Gilberto Gil deu destaque ao Ministério da Cultura

Hélio Euclides

Moradores da Maré escolhem as áreas que devem ser prioridades de Lula

Page 15: O cidadão 38

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Lucimar Cavalcante, 49 anos, mora naNova Holanda e faz um trabalho deassistência a doentes e idosos dacomunidade. Em novembro, ela passou poruma situação familiar a muitos moradoresda Maré. Levou uma senhora com sintomasde derrame ao Hospital Geral deBonsucesso e teve uma péssimaexperiência: demora no atendimento, faltade leitos. Por fim, desistiu do atendimento,pôs a senhora no táxi e a levou para oHospital Lourenço Jorge, na Barra. Lucimarque já realiza este tipo de trabalho há maisde dez anos, utiliza esta história parademonstrar toda sua insatisfação com a faltade atenção do governo federal em relação àsaúde pública.

“Eu não ia votar no Lula, porque tinhacerteza de que ele iria ser péssimo. Mas

Saúdeminha filha, que era apaixonada por ele, meconvenceu e eu votei. Nos decepcio-namos”, reclama.

Para a deputada federal Jandira Feghali,o problema da saúde não é o falta de verbas.“O dinheiro está sendo repassado. APrefeitura, que concentra os recursos doSUS da cidade, é que não está usandocorretamente o repasse do governofederal”, afirma a deputada. O governo temcomo meta implantar as equipes doPrograma de Saúde da Família, apoiar oshospitais, incentivar o ensino e a pesquisa,investir em capacitação para os serviçosde atendimento e redução do tempo e donúmero das internações hospitalares ehumanização do atendimento. Além disso,prometeu recuperar e ampliar a rede públicade saúde, diminuir a desnutrição e estimular

a prevenção de doenças sexualmentetransmissíveis e da AIDS e o combate àsdoenças endêmicas. No caso da dengue, otrabalho dos agentes de saúde foireincorporado nacionalmente.

Principais programas do governo Lula

PrimeiroEmprego

O Programa Primeiro Emprego dogoverno federal quer mudar o quadrodo desemprego no Brasil e dar umachance aos jovens no mercado detrabalho. O Brasil tem hoje 3,4 milhões dejovens desempregados e 4,2 milhões deinativos. Depois de dois anos emnegociação, o projeto começa a funcionaraqui no Rio. O governo fez parcerias com oCIEE Rio, com os cartórios e com empresasde telemarketig, que terão algumasvantagens por participar do projeto, comoredução de impostos.

Bolsa-Família

O Bolsa-Família uniu os programassociais do governo, o principal deles era oBolsa-Escola que para combater a pobrezae a exclusão social, parte de uma simplesidéia: se existem crianças que não vão àescola porque suas famílias precisam que

Fome Zero

Conjunto de medidas dogoverno federal visando aoferecer a todos osbrasileiros o mínimo dedignidade. Para se terdignidade é necessário, entreoutras prioridades, que todostenham uma renda mínima paraque nunca falte a alimentação.

Cristiane Barbalho

Lucimar reclama da saúde no Rio de Janeiro

elas trabalhem e complementem a rendafamiliar, a solução é pagar para que elasestudem. O Bolsa-Escola consiste,portanto, na garantia de uma renda mensalmínima, paga preferencialmente à mãe, afim de que seus filhos estudem e não sejamobrigados a trabalhar para ajudar nosustento de suas famílias.

Page 16: O cidadão 38

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Uma baixa na hipertensãoMaré apresenta um grande númerode pessoas com hipertensão. Apressão alta, como também é

Vença a pressão altaO hipertenso não deve comer comida

com muito sal, bacalhau, carne seca,lingüiça, toucinho, costelinha, lombo, paio,chispe, orelha, azeitona, requeijão,biscoitos salgados e pipoca salgada. Alémdisto, deve evitar carne de porco, carnevermelha, manteiga, frituras, miúdos defrango, gema de ovo, óleo com colesterol,banha de porco e leite integral.

Os postos da Maré (Samora Machel,Gustavo Capanema, Operário VicenteMariano, Nova Holanda e Helio Smidth)realizam mensalmente reuniões comportadores de hipertensão. Conheça aindaoutras atividades:

• Posto de Saúde 14 de Julho: Café damanhã com hipertensos e diabéticos. Todaúltima sexta do mês com orientações epalestras.

• Centro Médico de Saúde AméricoVeloso: Reunião hipertensão e diabetes -toda última 3ª feira do mês, às 9h30, noauditório.

• Posto de Saúde Vila do João: Tai-chi-chuan, para que seus pacientes pratiquemexercícios, todas às quartas-feiras, a partirdas 8h.

Moradores da Maré lutam para combater doença crônica

A emfermeira Lucyr verifica a pressão da auxiliar de consultório dentário Maria de Lourdes Maciel

Hélio Euclides

Aconhecida, na maior parte dos casos nãoapresenta sintomas. Ela ocorre quando apressão que o sangue faz na parede dasartérias para se movimentar é muito forte.

A hipertensão passa uma estabilidadeaparente, dando ao paciente a ilusão deestar com saúde. Por isso, muitos acabamnão dando muita atenção ao tratamento.

“De vez em quando freqüento o postoe quando a pressão fica alta vou ao hospital.Só vou lá quando estou doente, e aí fico nosoro, coloco um remédio debaixo da língua.Me cuido não comendo alimentos com sal,nem com óleo”, explica a auxiliar de serviçosgerais, Irene da Cruz Gomes, de 56 anos.

Ela conta que a doença a prejudicamuito. “Toda vez que ela sobe, não possotrabalhar”, diz.

Conviver com uma doença crônica nemsempre é fácil, mas muitas pessoasconseguem viver de forma harmoniosa ebem-humorada com seus problemas.“Seguindo as orientações, o paciente ficarácom a pressão controlada (12/8), evitando,assim, o derrame, o acidente vascularcerebral (AVC), a esquemia cerebral e oinfarto”, comenta a enfermeira do Posto deSaúde 14 de Julho, Lucyr Jane, de 36 anos.

A hipertensão não tem cura, mas comtratamento a pressão ficará controlada.Segundo a enfermeira, familiares devempreparar psicologicamente o paciente, massem omitir nada.

Isso é confirmado pela hipertensa AnaCristina Gomes: “Minha doença éemocional. Tem que saber falar, pois aténotícia boa me deixa doente”, completaAna, de 33 anos.

Como seus sintomas não são facilmenteperceptíveis, é recomendável que a partirdos 28 anos todos façam testes. Durante15 dias verificar a pressão duas vezes porsemana. Se houver algo acima do normal,há tendência para a hipertensão.

1. Mantenha o peso saudável.2. Evite ficar parado.3. Caminhe mais, suba escadas em vezde usar o elevador. Realizar exercíciosfísicos que não requeiram muito esforçoe não gastem muita energia: relaxamento,ioga ou pequenas caminhadas.4. Diminua o sal da comida.5. Abandone o consumo de bebidasalcoólicas e não fume.6. Tenha uma alimentação saudável erespeite a dieta.7. Encare os problemas do dia-a-dia deforma mais tranqüila.8. Compareça às consultas regularmente.9. Tome a medicação conformeorientação médica, respeitando oshorários e não abandone o tratamento.10. Respeite os horários das refeições.

Os 10 mandamentosdos hipertensos:

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2561-4604 / 2561-3946

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Page 18: O cidadão 38

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Sede: Rua da Candelária, 4, Centro – Tel/fax: 2253-6443www.acao-comunitaria.org.brAÇÃO COMUNITÁRIA DO BRASIL

RIO DE JANEIRO

O objetivo da oficina de Gastronomia daONG Ação Comunitária do Brasil/Rio de Janeiro(ACB/RJ) vai além do ensino da arte decozinhar. O trabalho desenvolvido na sede daACB/RJ na Vila do João, no Complexo deFavelas da Maré, visa à elevação da auto-estima e à geração de renda dos participantes,por meio do incentivo à formação de grupos detrabalho, associações e cooperativas. Destaforma, foi criado o Buffet Mareação, com umapitada de tempero social, que aceitaencomendas para os mais variados eventos epúblicos, primando pela qualidade e

+����34�!5����6 7�8 6�89��� ��7�� originalidade. E para este natal o Buffet Mareaçãopreparou uma novidade. Serão feitos panetoneslá na sede e a intenção é comercializá-los.

O último cliente do Mareação foi o ConsuladoGeral da Bélgica, que organizou no dia 15 denovembro de 2004 um evento em comemoraçãoao Dia Nacional da Bélgica, para cerca de 150convidados. O Sr. Marc Franck, cônsul geral,conheceu a oficina de Gastronomia da ACB/RJin loco e ficou impressionado com o resultado do

trabalho e o esforço do grupo.Fundamental para a qualidade da oficina

é o convênio firmado, em 2002, com o HotelCopa-cabana Palace. Por meio deste, seuseducandos têm feito estágios na cozinha dofamoso hotel, onde têm a oportunidade de pôrem prática o que é ensinado nas aulas, deconhecer cardápios mais requintados e deaprender a ornamen-tá-los. Além disso, estãotendo a possi-bilidade de desenvol-ver suascapacidades e demonstrar seus talentos,podendo alçar novos e gran-des vôos emsuas vidas.

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á um ano, Célia Souza da Silva, 72anos, vivia chorando pelos cantose não queria mais sair de casa. Hoje

Idosos em direção a uma vida melhor

O grupo tem poucos homens.Sebastião da Silva, 58 anos, é um deles.Ele tenta justificar a maioria esmagadorade mulheres na caminhada:

“Os homens não ligam para isso.Acham que, quando a idade chega, devemficar em casa sem fazer nada”.

O grupo organiza festas com acolaboração de todos e já conseguiuarrecar fundos para a compra de umaparelho de rádio, usado durante as

atividades. Agora, também promove cursosde artesanato e alfabetização.

Muitos jovens participam dacaminhada junto com os idosos. Mas oprofessor garante que a ginástica é voltadapara as pessoas da terceira idade. “Aos 50anos a vida começa”, finaliza o professor,que ainda organiza corridas rústicas (commenos de 22 quilômetos), aos sábados, ehidroginástica na Vila Olímpica, àssegundas e quartas.

Hestá sempre com o dia tomado e se sentemuito disposta. Milagre? Não! Céliaconheceu um dos vários projetos dacomunidade voltados para o público daterceira idade, o “Caminhada pela Vida”. Oprojeto reúne aproximadamente cempessoas, de 25 a 80 anos, para caminhar naciclovia da Vila do Pinheiro, todas às terçase quintas, das 7h às 8h da manhã.“Consegui uma nova família”, diz Célia.

O “Caminhada pela Vida” teve início emmarço de 2003, durante a “Semana damulher”, no Posto de Saúde da Vila do João.Naquele período foram oferecidas váriasoficinas com ajuda de voluntários. Entreeles estava o professor de Educação FísicaLuiz Mário Ramos, 37 anos, morador dacomunidade e, hoje, coodenador do projeto.Ele ficou encarregado das atividades comos idosos. “Fiz a oficina um dia, dois, três edepois começamos a nos encontrar.Primeiro vinham algumas pessoas e hoje jásão mais de cem pessoas”, informa Luiz.

Maria Elinete de Oliveira, 58 anos,participa do grupo há um ano. Ela contaque, antes de começar as atividades, eradepressiva e mal-humorada. Hoje, estátotalmente diferente. “Me sinto como setivesse 15 anos”, diz Elinete.

Fotos de Renata Souza

Na ciclovia, idosos e jovens se unem em atividades que promovem a integração e melhoraram a qualidade de vida dos moradores

O grupo, a maioria mulheres, caminha todas às terças e quintas e tem mais de 100 pessoas

Moradores se reúnem e participam de ginástica e caminhada na Vila do Pinheiro

Page 20: O cidadão 38

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����Cidadão Tkeno CulturaMoradores do Parque União organizam uma Casa de Cultura

A Casa de Cultura doParque União foi pensada pela

professora Fernanda Marques,moradora da comunidade. “Há quatro

anos eu e minhas irmãs tínhamos a idéia demontar uma ONG. Começamos a pesquisar aCasa de Cultura da Rocinha e percebemosque queríamos algo semelhante. Expusminhas idéias na Associação e eles doaramo prédio da antiga Tekno, que estavacompletamente abandonado e servindo paraabrigar pombos”, afirma Fernanda.

O espaço tem apenas um ano e meio deexistência e já coleciona o invejável númerode aproximadamente 600 alunos. Dentreesses, 300 são da ginástica para idosos, queé a aula mais animada de todas as oficinas. Écobrada uma taxa mínima aos alunos, deR$ 1,30, para comprar material de limpeza, masapenas 250 alunos contribuem.

A casa oferece aulas de reforço escolar,os problemas da comunidade, nãoocultando, mas procurando novoscaminhos”.

Já foram feitos vários eventos pela Casade Cultura, como o Show de Talentos daMaré, onde se reuniram 12 artistas locais,entre eles Begha e o Delta da Maré, realizadona Praça do Parque União, o chá dançante, afesta Tropical e um dia de cinema e teatro.

“A Casa de Cultura é um ambiente dediversão e diversidade”, explica a presidente.

A maior dificuldade que a casa enfrentahoje é a falta de parceiros. Os eventos sãofeitos a custo de boa vontade e comprome-timento social. Por isso, quem tiver con-dições de apoiar e ajudar essa iniciativa é sóentrar em contato com o telefone: 3881-0795ou 3658-0573 e falar com Fernanda ou Flávia.

grafite, ginástica para idosos, capoeira, jiu-jítsu, kung-fu, teatro, lambaeróbica, forró,desenho e ainda uma biblioteca. Tudoabsolutamente gratuito, com professoresvoluntários e alunos de todas ascomunidades da Maré, Ilha do Governadore até de Santa Cruz.

A meta é expandir os horizontes culturais.“Nós vemos muitos problemas nacomunidade. Nossa obrigação é mostrar queexistem outras oportunidades, além deeducá-los e incentivá-los a mudar”, explicaFernanda, professora há 10 anos. DiegoRezende, morador do Parque União, pensade forma mais abrangente.

“A Casa de Cultura deve incentivar osmoradores a conhecer, valorizar e participarda cultura local. Só desta forma poderá inibir

Fotos de Rondineli Barbalho

O prédio abandonado da Tekno ganhou novas cores com a chegada de atividades culturais

A casa oferece aulas de kung-gu e jiu-jítsu

Modo de Preparo:1 colher de soparasa de folhatansagem1 copo de águafervendo

Modo de usar:Tomar 3vezes aodia

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��Dor de garganta

Sílvia Fernandes, ex-moradora da Marée Sócia Fundadora do Ceasm, recebeu otítulo de Doutora em Ciências Sociais coma tese “Ser padre pra ser santo”, “Ser freirapra servir”: A construção social da vocacãoreligiosa - uma análise comparativa entrerapazes e moças no Rio de Janeiro. Além daaprovação, a tese de Sílvia foi indicada parapublicação e para concorrer a melhor tesedo ano na ANPOCS - Associação Nacionalde Pesquisa e Pós-Graduação em CiênciasSociais. Parabéns!

Tomar chá de tansagem

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Page 21: O cidadão 38

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Não é a Família Lima, são os IrmãosLucena. É esse o nome do grupo formadopor três irmãos – Wendell, Endiá e Brenda– que tocam música clássica na Maré.Morador do Parque União desde onascimento, o trio se interessou pela músicadepois de ver outras pessoastocando.Wendell, de 14 anos, deu opontapé inicial. Depois de fazer um cursode violão na Igreja, o amigo Zelão recomen-dou que procurasse a Escola de MúsicaVila Lobos. A partir daí, as outras duas irmãsresolveram seguir o mesmo caminho. Endiá,de 12 anos, toca piano e violino e já fazparte da Orquestra Infantil do Vila Loboshá dois anos e meio. Brenda, de 10 anos,toca vários tipos de flautas: contralto, tenor,sopranino, soprano. Também toca gaita eestá aprendendo a tocar pifa.

O reconhecimento veio por intermédiode uma médica que cuidou de Wendellquando ele contraiu dengue hemorrágica.Ela estranhou o tamanho de sua unha eperguntou se ele tocava violão. A doutoraSuzi, então, soube que a família tinha umaforte ligação com música. Um dia, ela foi atéà casa dos irmãos vê-los tocando e acabouos contratando para uma apresentação na4ª Conferência Internacional sobre infecçãopelo HIV/AIDS em mulheres e crianças. “Aapresentação foi em abril de 2002.Preparamos o repertório na casa de Suzi,mas o grupo ainda não tinha nome. Então,como já existia a Família Lima, ela sugeriuIrmãos Lucena e nós aceitamos”, afirmaWendell.

Da doutora Suzi eles só recebemelogios: “Quando fui até o Parque Uniãovê-los tocar Ave Maria, foi a coisa maislinda que já ouvi. Eu tento arrumar meiosde ajudá-los, pois é preciso dar umempurrãozinho”, afirma a médica, toda

Arquivo Pessoal

Wendell, Endiá e Brenda vão se apresentar na Igreja São José Operário, no Novo Parque

orgulhosa.Depois dessa primeira apresentação

surgiram várias atividades, de surpresas deaniversário até um show no Hospital doFundão. E eles ainda conseguiram umgrande número de fãs e incentivadores. Deum médico inglês, ganharam uma coleçãocompleta de CDs de música clássica. Deoutros médicos, ganharam um violino, 3teclados e 1 computador, além de váriosoutros presentes e até ajuda em dinheiropara arcar com as despesas, que não sãopoucas.

Apesar de terem perdido o pai háapenas um ano eles não desanimam. “Navéspera da morte dele, elogiou cada um edisse que não parássemos de tocar e quecontinuássemos sempre alegres. Por issofazemos tudo com mais vontade. Ele enossa mãe são os nossos grandes

incentivadores”, conta Endiá.A mãe, Maria do Socorro, é só orgulho.

“A gente fica feliz. É muita emoção quandoeles se apresentam, principalmente depoisque o pai faleceu. O ruim é que passamosmuito sufoco. Tenho que pagar passagemtodos os dias para levá-los à escola. É muitocansativo, mas vale a pena porque vejo ointeresse deles”.

Uma das maiores dificuldades do grupoé encontrar quem os auxilie. “Gostaríamosque alguém nos orientasse. Fizemos umamúsica e enviamos para uma agência a fitaoriginal. Até hoje ela não nos devolveu”,finaliza Endiá, que irá tocar com os irmãos ,todos os domingos de dezembro, às 17h,na Igreja São José Operário no NovoParque. Quem estiver disposto a ajudá-losé só ligar para o telefone 3977-4646 e falarcom Maria do Socorro.

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��� ����Vôlei dePiscinão

ôlei de praia, vôlei de quadra. Oesporte que ganhou ainda maisprestígio depois da conquista de

do esporte. Até agora, eles só fizeramtorneios internos, mas pretendem organizaratividades com equipes de fora. Para osalunos, as aulas são uma grande diversão.Outros, no entanto, vêem uma oportunidadede investir no futuro.

“Conheci o voleibol na escola e aquiconsegui aprofundar os fundamentos.Aprendemos a ser companheiros e a ajudaros outros. Meu sonho é ser professor deEducação Física”, diz o morador da RoquetePinto Rafael dos Santos, 18 anos, queparticipa do projeto há um ano e meio.

O projeto teve início com a inauguraçãodo Piscinão, em dezembro de 2001. Parou

por falta de verbas, mas foi retomado háum ano, através de uma parceria com aSecretaria do Meio Ambiente do Estado ea ONG Terra Nova. A Petrobras repassa odinheiro para o governo e o Estado otransfere para a ONG, explica a secretáriado projeto de Esporte do Piscinão deRamos, Romilda Busch.

Atualmente, as aulas acontecem em doishorários: das 8h às 9h, para crianças de 7 a11 anos; e das 9h às 10h, para crianças de12 a 17 anos. As turmas variam segundo anecessidade. No período de férias, oprojeto recebe mais de 80 alunos. As aulassão gratuitas.

Vduas medalhas de ouro em Atenas tambémestá em alta na Maré. O projeto “Vôlei noPiscinão”, que já atende a 80 crianças ejovens entre 6 e 17 anos, está aceitandonovos alunos. E a Escola de Pais, projetoda Fundação para a Infância eAdolescência (FIA) do Estado do Rio deJaneiro, abrirá inscrições em janeiro paraos interessados nas oficinas de vôlei depraia. São duas boas opções para práticade esportes ao ar livre nestas férias.

Criado há três anos, o “Vôlei noPiscinão” tem por objetivo fazer com queas crianças se divirtam e façam novosamigos. Mas se algum aluno se destaca, éencaminhado para um clube a fim deaprimorar a técnica.

“Não queremos formar atletas, mascidadãos. Estimulamos a disciplina, orespeito e o companheirismo”, explica oprofessor de Educação Física AdilsonGomes Pinheiro, 39 anos.

Muitos chegaram lá sem saber pegar nabola e hoje já conhecem os fundamentos

Mais de 80 crianças e jovens, entre 6 e 17 anos, participam do projeto na Praia de Ramos

Renata Souza

Arquivo PessoalNem só de vôlei de quadra vive o

Piscinão. A Escola de Pais vai realizaruma série de atividades na região, entreelas o vôlei de praia. A idéia é trabalharcom as famílias já matriculadas noprojeto. A Escola de Pais é voltada parafamílias com crianças em situação derisco, com pais desempregados, semmoradia ou com crianças fora da escola.As inscrições começam em janeiro.

“O importante é que a pessoa nãovenha apenas com interesse na oficina,mas queira participar do projeto”,ressalta a coordenadora da Escola dePais, Jusceli Sousa, 40 anos.

Inscrições na Escola de Pais

O Magalhães FutebolClube, do Morro do Timbau,existe desde 2000. O timeteve início quando houve aproposta de um jogo com osmoradores da Rua JoãoMagalhães. O primeiro jogodo grupo aconteceu noextinto campo do Picolé(Vila do Pinheiro). A partirdesse momento, consegui-ram um patrocinador quepermite a continuidade dotime.

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Espaço para a livre expressão do morador.Não representa, necessariamente,

a opinião do Jornal.

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do Cidadão

As cartas ou sugestões para o jornal devem ser encaminhadas para o Centro deAções Solidárias da Maré Jornal O Cidadão – Praça dos Caetés, 7 – Morro doTimbau – Rio de Janeiro/RJ – CEP: 21042-050

������Rio de janeiro, 21 de junho de 2004.

Ao Jornal O Cidadão

As turmas do Ciep Elis Reginaconstantemente realizam atividades a partirda leitura deste jornal.Ao lermos a ediçãode número 35, encontramos na reportagem“Idosos em busca de exercícios no bairro”,que consta na página 16 da mesma, doisgrandes equívocos.

A reportagem fala que a Terceira Idadefaz exercícios na horta do Ciep SamoraMachel. O primeiro equívoco está no fatode os idosos fazerem exercícios na horta.Como seria isto possível? Coube-nosesclarecer que o grupo da Terceira Idade

O Brasil é um país racista. Devido àsua tentativa de ser igual a outros países,como EUA, absorve parte de sua culturaassim como seu modelo. Persegue osnegros onde quer que estejam, tentandodestruir sua raça, mas não com armas esim com palavras, ofendendo-lhesverbalmente, colocando assim a auto-estima negra no chão.

É comum ver em vários locais atos deracismo, mesmo que por acaso. Emescolas vemos crianças ofendendo outraspor sua cor, apelidando-as. Em locaispúblicos vemos divisões, ou seja, brancosde um lado, negros de outro. Mas a piorparte é que na hora de concorrer a umemprego, os negros ficam como últimaescolha.

Temos que nos inspirar no passadopara modificar o futuro; ver e usar os ideaisde Zumbi e lutar pela nossa liberdade eigualdade em relação ao nossocolonizador branco.

Arthur, 14 anos. Aluno do Preparatóriopara o Ensino Médio do Ceasm.Morador do Morro do Timbau.

faz exercícios sim, mas na quadra. É aí quese encontra o segundo equívoco, pois, aquadra fica no terreno onde foramconstruídos e estão inseridos dois Cieps, asaber, Samora Machel e Elis Regina.

Os alunos, ao perceberem a omissão donome do Ciep Elis Regina, criticaram areportagem. Como a indignação foi muitogrande, decidimos escrever a vocês a fimde esclarecer que, tanto a horta quanto aquadra, pertencem aos dois Cieps, vistoque ambos situam-se numa só área edividem o mesmo terreno.

Atenciosamente,

Turmas 9501 e 9502 do Ciep ElisRegina.

Brasil negro e branco

Para que a coleta tenha sucesso, suaparticipação é fundamental.Se possível separe assim seu lixo paracoleta seletiva:Metal: latas em geral, pregos,parafusos, panelas,bacias, ferro, zinco,cobre e alumínio.Papel: Revistas ejornais, caixas depapelão, papel deembrulho, embala-gens de leite longa

No jornal O Cidadão n° 37 publicamoscomo ilustração da matéria “Maré dediscriminação” a foto de uma criançaregando uma horta. O texto tratava dopreconceito racial e suas implicações,entre elas o ingresso da criança negra pre-cocemente no mercado de trabalho. Afoto publicada, que faz parte do arquivodo jornal, é meramente ilustrativa e nãotinha o objetivo de caracterizar umasituação ou forma de exploração da criançafotografada. Pedimos desculpas a todosque tenham se sentido ofendidos com autilização desta imagem e reiteramos queo nosso objetivo é fazer com que o mora-dor da Maré tenha o jornal como uma armade reflexão e ação. Não será nunca o nos-so objetivo agredir o morador e a sua ima-gem perante a comunidade.Equipe do Jornal O Cidadão

Retratação

ErrataA foto publicada na edição 37, página 6, no box “Faltam trabalhos

pedagógicos” e a foto da turma de fotógrafos populares, página 11, são de RatãoDiniz.

Fazendo a coleta seletivavida e formulários de computador.Plástico: Brinquedos, garrafas plásticas,canos e tubos de PVC, embalagens dealimentos, sacos e sacolas plásticas.

Vidro: Potes e frascos de produtosalimentícios, vidros de perfume eremédio, copos, pratos, garrafas,vidros de automóveis.

Arialdo Felix de Paiva ( Chefe doSetor de Serviços Gerais da

Funarte / Minc) – morador doMorro do Timbau e

leitor do jornal.

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Esta sessão de O Cidadão é uma iniciativa da Rede Memória da Maré. Sevocê conhece um fato interessante sobre a história do nosso bairro e querque ele seja contado aqui, escreva pra gente. É só enviar sua carta para ojornal ou para o e-mail: [email protected]

esde o primeiro número de O Cidadão, a Rede Memória –projeto desenvolvido pelo Ceasm, vem utilizando a últimapágina deste jornal para contar a história de resistência eD

luta dos moradores da Maré para conquistar seu espaço e construirseu chão.

Nesses últimos cinco anos, o leitor teve a oportunidade deconhecer e contar a história do lugar onde vive. Este lugar, quemuita gente não dá valor por puro preconceito, tem uma históriariquíssima e que faz parte da nossa cidade e do nosso país.

Para evitar que essa história se perdesse, a Rede Memória, noano de 2002, criou o Arquivo Orosina Vieira. Ao escolher estenome para o arquivo, a Rede Memória quis homenagear todos osmoradores que lutaram e lutam para construir o bairro Maré.

São muitos os documentos que estão no arquivo: fotos antigase recentes, fitas de vídeo, mapas, documentos de moradores, livros,reportagens de jornais e revistas etc. E tudo isso não estáescondido. Os moradores podem visitar o arquivo para pesquisarsobre sua história ou, simplesmente, relembrar o passado e mataras saudades.

Muitos alunos das escolas públicas têm visitado o Ceasmpara realizar trabalhos que os professores pedem. Muitosestudantes e professores das universidades também têm utilizadoos documentos do arquivo para desenvolver trabalhos depesquisa sobre a Maré. Depois, o resultado dessas pesquisasvão enriquecer ainda mais a documentação do Arquivo OrosinaVieira.

O arquivo funciona de segunda à sexta, das 9h às 17h, e estálocalizado na sede do Ceasm do Morro do Timbau, na Praça dosCaetés, nº 07. É bem fácil de achar! Além de sua visita, estamosrecebendo também doação de documentos particulares, fotos defamília etc. Esses documentos serão copiados para serem utilizadosna divulgação da história da Maré.

Caro leitor, sua colaboração é muito importante para que ahistória da Maré não se perca. É por isso que o Arquivo OrosinaVieira foi criado. E é também por isso que esta página do jornal édedicada a você. Conte sua história para que ela seja publicadaaqui. Diga o que você gostaria de saber sobre a história da Marée da cidade do Rio.

Este espaço do jornal O Cidadão é seu. Envie sua história esugestões para a Rede Memória. Você pode nos procurarpessoalmente, no Morro do Timbau, ou deixar sua colaboraçãopor escrito nas secretarias do Ceasm, na Nova Holanda (R. Sargentosilva Nunes, 1012. Tel.: 2561-4965) ou na Casa de Cultura (Av.Guilherme Maxwell, 26 – em frente ao Sesi. Tel.: 3868-6748). Sevocê tiver facilidade de acesso à Internet, envie sua colaboraçãopara o endereço [email protected].

Arquivo Orosina Vieira

Arquivo pessoal

Foto da Moradora da Praia de Inhaúma, Marli Damascena, doadapara o Arquivo Orosina Vieira. Ano: 1975

Sala do Arquivo Orosina Vieira.

Renato Reis Nunes/Rede Memória da Maré.

Moradores da Maré pesquisam no Arquivo Orosina Vieira, no Ceasm

Autor: Renato Reis Nunes/Rede Memória da Maré.

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