Top Banner
Secretaria de Saúde do Recife Diretoria Executiva de Vigilância à Saúde Unidade de Vigilância Epidemiológica Setor de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde MORBIMORTALIDADE POR DIABETES MELLITUS, Recife 2007 a 2016 RECIFE, Dezembro 2017
12

MORBIMORTALIDADE POR DIABETES … PERFIL DE MORBIMORTALIDADE POR DIABETES MELLITUS 1. INTRODUÇÃO Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, o diabetes é uma doença crônica

Dec 02, 2018

Download

Documents

haminh
Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
Page 1: MORBIMORTALIDADE POR DIABETES … PERFIL DE MORBIMORTALIDADE POR DIABETES MELLITUS 1. INTRODUÇÃO Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, o diabetes é uma doença crônica

Secretaria de Saúde do Recife

Diretoria Executiva de Vigilância à Saúde

Unidade de Vigilância Epidemiológica

Setor de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde

MORBIMORTALIDADE POR

DIABETES MELLITUS,

Recife 2007 a 2016

RECIFE,

Dezembro 2017

Page 2: MORBIMORTALIDADE POR DIABETES … PERFIL DE MORBIMORTALIDADE POR DIABETES MELLITUS 1. INTRODUÇÃO Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, o diabetes é uma doença crônica

Prefeito

Geraldo Júlio

Secretário Municipal de Saúde

Jailson de Barros Correia

Diretoria Executiva de Vigilância a Saúde

Joanna Freire

Unidade de Vigilância Epidemiologia

Natália Barros

Setor de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde

Claudia Castro

Elaboração: Diretoria Executiva de Vigilância a Saúde / Unidade de Vigilância

Epidemiológica /Setor de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde

Editoração Eletrônica. Endereço para correspondência: [email protected]

Equipe técnica responsável

Andréa Maria Barbosa

Claudia C. Lima de Castro

Conceição Maria de Oliveira

Denise S. C. de Oliveira Scripnic

Geaninne Barros

Natalia Gonçalves Menezes Barros

Terezinha de Almeida Aquino

Page 3: MORBIMORTALIDADE POR DIABETES … PERFIL DE MORBIMORTALIDADE POR DIABETES MELLITUS 1. INTRODUÇÃO Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, o diabetes é uma doença crônica

SUMÁRIO Página

1 Introdução .......................................................................................................... 03

2 Morbidade por Diabetes Mellitus – VIGITEL ...................................................04

3 Morbidade Hospitalar por Diabetes Mellitus.........................................................05

4 Mortalidade por Diabetes Mellitus..........................................................................07

5 Conclusões Gerais ..................................................................................................11

6 Referências Bibliográficas......................................................................................11

Page 4: MORBIMORTALIDADE POR DIABETES … PERFIL DE MORBIMORTALIDADE POR DIABETES MELLITUS 1. INTRODUÇÃO Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, o diabetes é uma doença crônica

3

PERFIL DE MORBIMORTALIDADE POR DIABETES MELLITUS

1. INTRODUÇÃO

Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, o diabetes é uma doença

crônica grave, que ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou quando o

corpo não usa eficazmente a insulina que produz. Existem três tipos principais de

diabetes: diabetes tipo 1, que é o mais frequente entre crianças e adolescentes; diabetes

tipo 2, que é o mais frequente entre os adultos e está ligado à obesidade ou excesso de

peso, falta de atividade física e má nutrição; e o diabetes gestacional que é uma

complicação da gravidez que afeta aproximadamente 10% das gestantes globalmente. O

diabetes de tipo 2 representa cerca de 90-95% dos casos, e esta enfermidade pode ser

evitada através da redução dos principais fatores de risco: (a) excesso de peso e

obesidade, o que contribui para 44% dos casos; (b) inatividade física, que contribui com

27% dos casos; e outros fatores de risco como o tabagismo, abuso de álcool, história

familiar e fatores desconhecidos (33%). Portanto a maior parte dos casos de diabetes

está ligada a fatores comportamentais e estilo de vida, sendo passível de prevenção.

(OPAS, 2016)

Estatísticas mundiais mostram que em 2014, a prevalência global de diabetes foi

estimada em 9,0% entre os adultos acima de 18 anos. Em 2012, cerca de 1,5 milhões de

mortes foram causadas diretamente pelo diabetes. Mais de 80,0% das mortes por

diabetes ocorrem em países de baixa e média renda. A OMS estima que o diabetes seja

a sétima causa de morte em 2030 (OPAS, 2016). No Brasil, a Pesquisa Nacional de

Saúde (PNS) realizada em 2015 pelo Ministério da Saúde (MS) em parceria com o

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que o diabetes atinge 9

milhões de brasileiros – o que corresponde a 6,2% da população adulta. No município

do Recife, estima-se uma prevalência média de 6,5% para a população acima de 18

anos, de acordo com dados do MS.

O sistema de vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por

inquérito telefônico (VIGITEL) faz parte das ações do Ministério da Saúde para

estruturar a vigilância de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no país. Entre

essas doenças incluem-se diabetes, obesidade, câncer, doenças respiratórias crônicas e

cardiovasculares como hipertensão arterial, que têm grande impacto na qualidade de

vida da população. Conhecer a situação de saúde da população é o primeiro passo para

Page 5: MORBIMORTALIDADE POR DIABETES … PERFIL DE MORBIMORTALIDADE POR DIABETES MELLITUS 1. INTRODUÇÃO Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, o diabetes é uma doença crônica

4

planejar ações e programas que reduzam a ocorrência e a gravidade destas doenças,

melhorando assim a saúde da população. O VIGITEL tem como objetivo monitorar a

frequência e a distribuição de fatores de risco e proteção para doenças crônicas não

transmissíveis em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal.

Anualmente, são realizadas entrevistas telefônicas em amostras da população adulta (18

anos ou mais) residente em domicílios com linha de telefone fixo (BRASIL, 2016).

2. MORBIDADE POR DIABETES MELLITUS- VIGITEL

O Ministério da Saúde (MS) desde 2006 realiza o inquérito VIGITEL. No período de

2006 a 2016 a prevalência média da doença entre residentes do Recife maiores de 18

anos, foi de 6,5%. (Gráfico 1).

Observando a linha de tendência, os dados mostram uma tendência crescente na

doença no município. A análise por sexo mostra maior prevalência da Diabetes entre as

mulheres recifenses, 7,1% das mulheres referem ter o diagnóstico de diabetes e 5.7%

dos homens.

Gráfico 1 – Proporção de casos de Diabetes entre residentes do Recife, maiores de 18

anos, segundo ano de realização do VIGITEL. Recife, 2006 a 2016.

5,4 5,15,8

7,7

6,1

7,4 7,6

9,6

5,4 5,2

6,2

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Fonte: VIGITEL/MS

Page 6: MORBIMORTALIDADE POR DIABETES … PERFIL DE MORBIMORTALIDADE POR DIABETES MELLITUS 1. INTRODUÇÃO Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, o diabetes é uma doença crônica

5

3. MORBIDADE HOSPITALAR POR DIABETES MELITUS

As informações referentes à morbidade hospitalar são provenientes do Sistema

de Internação Hospitalar (SIH) do Datasus/MS, no período de 2007 a 2016.

No período estudado ocorreram 901.927 internações em residentes no Recife,

destes, 7.624 (0,8%) foram por Diabetes.

No referido período, o Diabetes apresentou tendência decrescente

correspondendo a uma redução de 35,0% nas internações desse evento (Gráfico 2).

Provavelmente, o programa de entrega gratuita de medicamentos do Governo Federal

implantado em fevereiro de 2011, teve impacto na redução da hospitalização da doença

ampliando o acesso ao tratamento na rede ambulatorial (BRASIL, 2014).

Gráfico 2– Número de internações hospitalares por Diabetes, em residentes no Recife,

segundo ano de atendimento. Recife, 2007 a 2016.

586

574

721791

7781158

997

1019915

903

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Fonte: SIH/Datasus/MS

Quanto à faixa etária, observou-se que o maior número de internações a partir

dos 60 anos com 52,4%. Destaca-se o aparecimento de casos da doença na faixa de

crianças e adolescentes, totalizando 8,7% (Gráfico 3).

Page 7: MORBIMORTALIDADE POR DIABETES … PERFIL DE MORBIMORTALIDADE POR DIABETES MELLITUS 1. INTRODUÇÃO Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, o diabetes é uma doença crônica

6

Gráfico 3 – Percentual de internações hospitalares por Diabetes, em residentes no

Recife, segundo faixa etária. Recife, 2007 a 2016

0,3 2,6 5,89,7

29,3

52,4

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Menor de 1 1 a 9 10 a 19 20 a 39 40 a 59 60 e +

Fonte: SIH/Datasus/MS

A raça/cor só começou a ser computada nos internamentos a partir de 2008.

Entre 2008 e 2016 o percentual de ignorados foi muito elevado (65,9%) e entre as

declaradas, houve predomínio da população parda com 27,0% dos casos (Gráfico 4). Em

relação ao sexo, houve predomínio do sexo feminino com 56,4%(Gráfico 5).

Gráfico 4 – Percentual de internações hospitalares por Diabetes, em residentes no

Recife, segundo raça/cor. Recife, 2008 a 2016

4,7 1,7

27,0

65,90,6

0,0

Branca

Preta

Parda

Amarela

Indígena

Sem info.

Fonte: SIH/Datasus/MS

Page 8: MORBIMORTALIDADE POR DIABETES … PERFIL DE MORBIMORTALIDADE POR DIABETES MELLITUS 1. INTRODUÇÃO Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, o diabetes é uma doença crônica

7

Gráfico 5 – Percentual de internações hospitalares por Diabetes, em residentes no

Recife, segundo sexo. Recife, 2007 a 2016.

56,4

43,6Feminino

Masculino

Fonte: SIH/Datasus/MS

4. MORTALIDADE POR DIABETES MELLITUS

No período de 2007 a 2016 ocorreram 5.030 óbitos por Diabetes em residentes

do Recife. A variação no período apresentou elevação de 17,8% quando comparado os

óbitos entre 2016 e 2007, mostrando tendência crescente de mortes (Gráfico 6).

Gráfico 6– Número de óbitos por Diabetes, em residentes no Recife, segundo o ano de

ocorrência. Recife, 2007 a 2016.

Fonte: SIM/SIS/UVEPI/DEVS/SESAU do Recife

*Dados parciais sujeitos à alteração, captados em 07/11/17

506 521

510

497

540

530

531

489

464

442

0

100

200

300

400

500

600

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Page 9: MORBIMORTALIDADE POR DIABETES … PERFIL DE MORBIMORTALIDADE POR DIABETES MELLITUS 1. INTRODUÇÃO Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, o diabetes é uma doença crônica

8

A faixa etária com maior frequência de óbitos por Diabetes foi a de 60 a 79

anos com 2.560 óbitos correspondendo a 50,8% dos casos ocorridos em todo o período

(Gráfico 7). Quanto a categoria sexo, o maior percentual dos óbitos ocorreu no grupo

das mulheres (Gráfico 8).

Gráfico 7 – Percentual de óbitos por Diabetes, residentes no Recife, segundo faixa

etária. Recife, 2007 a 2016.

0,0 1,4

16,0

50,8

31,5

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

10 a 19 20 a 39 40 a 59 60 a 79 80 e +

Fonte: SIM/SIS/UVEPI/DEVS/SESAU do Recife

*Dados parciais sujeitos à alteração, captados em 07/11/17

.

Gráfico 8 – Percentual de óbitos por Diabetes, em residentes no Recife, segundo sexo.

Recife, 2007 a 2016.

58,1

41,9

Feminino

Masculino

Fonte: SIM/SIS/UVEPI/DEVS/SESAU do Recife

*Dados parciais sujeitos à alteração, captados em 07/11/17

Page 10: MORBIMORTALIDADE POR DIABETES … PERFIL DE MORBIMORTALIDADE POR DIABETES MELLITUS 1. INTRODUÇÃO Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, o diabetes é uma doença crônica

9

A raça/cor parda concentrou o maior número de óbitos com 46,6%, seguido da

branca com 41,7% (Gráfico 9). Importante ressaltar a qualidade de preenchimento desta

variável no Sistema de Informação sobre Mortalidade do Recife, apenas 3,6% de

informações ignoradas.

Gráfico 9 – Percentual de óbitos por Diabetes, em residentes no Recife, segundo

raça/cor. Recife, 2007 a 2016.

41,7

8,00,1

46,6

3,6

Branca

Preta

Amarela

Parda

Ing

Fonte: SIM/SIS/UVEPI/DEVS/SESAU do Recife

*Dados parciais sujeitos à alteração, captados em 07/11/17

Os óbitos se concentraram no grupo com baixa escolaridade (37,1%) mostrando

ser esta a população a que necessita de maior orientação sobre prevenção e tratamento

da doença, além de indicar a necessidade de fortalecer na Rede Pública o atendimento

para garantir assistência integral aos pacientes. Destaca-se a proporção elevada de não

informados (30,4%) nessa variável (Gráfico 10).

Page 11: MORBIMORTALIDADE POR DIABETES … PERFIL DE MORBIMORTALIDADE POR DIABETES MELLITUS 1. INTRODUÇÃO Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, o diabetes é uma doença crônica

10

Gráfico 10 – Percentual de óbitos por Diabetes, em residentes no Recife, segundo

escolaridade. Recife, 2007 a 2016.

14,7

22,4

13,711,7

7,1

30,4

0

5

10

15

20

25

30

35

Nenhuma 1 a 3 4 a 7 8 a 11 12 e + Não inf/ign

Fonte: SIM/SIS/UVEPI/DEVS/SESAU do Recife

*Dados parciais sujeitos à alteração, captados em 07/11/17

Os residentes nos distritos sanitários II, IV e V concentraram a maior proporção

de óbitos de diabetes, entre 2007 a 2016, com 15,6%, 16% e 18,4%, respectivamente

(Gráfico 11).

Gráfico 11 – Percentual de óbitos por Diabetes, em residentes no Recife, segundo

Distrito Sanitário de residência. Recife, 2007 a 2016.

6,4

15,6

8,2

15,9

18,4

13,912,2

9,1

0,3

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

I II III IV V VI VII VIII ign

Fonte: SIM/SIS/UVEPI/DEVS/SESAU do Recife *Dados parciais sujeitos à alteração, captados em 07/11/17

Page 12: MORBIMORTALIDADE POR DIABETES … PERFIL DE MORBIMORTALIDADE POR DIABETES MELLITUS 1. INTRODUÇÃO Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, o diabetes é uma doença crônica

11

5. CONCLUSÕES GERAIS

A mortalidade por Diabetes Mellitus mostra uma tendência de crescimento em

Recife; Pardos, mulheres e idosos com 60 anos ou mais são os mais atingidos pela

doença cidade; Os distritos sanitários II, IV e V concentram o mais número de óbitos

entre os casos de diabetes.

Entre 2007 e 2016, observa-se uma redução de 35,0% nas internações por

Diabetes, o que pode ter sido influenciado pela implantação do programa de entrega

gratuita de medicamentos do MS em fevereiro de 2011. A continuidade desse programa,

ações de promoção da saúde e a garantia do atendimento na atenção aos novos casos

diagnosticados de Diabetes, devem ser ações priorizadas para a redução e controle da

doença e seus danos á saúde.

6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Vigitel Brasil 2016: vigilância de fatores de risco

e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico : estimativas sobre

frequência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para

doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em

2016 / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento

de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde. –

Brasília: Ministério da Saúde, 2017.

2. BRASIL. Distribuição Gratuita de Medicamentos do Programa Farmácia

Popular. 2014. Disponível em:

http://www.brasil.gov.br/governo/2011/02/distribuicao-gratuita-de-

medicamentos-do-programa-farmacia-popular-comeca-nesta-segunda-14

3. OPAS. Dia Mundial da Saúde 2016: Combater o diabetes. Disponível em:

http://www.paho.org/bireme/index.php?option=com_content&view=article&id=

326:dia-mundial-da-saude-2016-combater-o-diabetes&Itemid=183