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CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE JI-PARANÁ CEULJI MAYCON DEL PIERO DA SILVA ELABORAÇÃO DE UMA NOVA PROPOSTA PARA O SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA APARECIDA DO MUNICÍPIO DE OURO PRETO DO OESTE/RO Ji-Paraná RO 2014
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Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

Feb 18, 2017

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Page 1: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE JI-PARANÁ – CEULJI

MAYCON DEL PIERO DA SILVA

ELABORAÇÃO DE UMA NOVA PROPOSTA PARA O SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA APARECIDA DO MUNICÍPIO DE OURO PRETO DO OESTE/RO

Ji-Paraná – RO 2014

Page 2: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

MAYCON DEL PIERO DA SILVA

ELABORAÇÃO DE UMA NOVA PROPOSTA PARA O SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA APARECIDA DO MUNICÍPIO DE OURO PRETO DO OESTE/RO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná CEULJI, para obtenção de grau acadêmico em Arquitetura e Urbanismo, sob orientação da Professora Ms. Nadine Lessa Figueredo Campos.

Ji-Paraná – RO 2014

Page 3: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

MAYCON DEL PIERO DA SILVA

ELABORAÇÃO DE UMA NOVA PROPOSTA PARA O SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA APARECIDA DO MUNICÍPIO DE OURO PRETO DO OESTE/RO

Trabalho apresentado ao Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná - CEULJI, em 29/11/2014, para obtenção de grau acadêmico de Arquiteto e Urbanista, sob

orientação da Professora Ms. Nadine Lessa Figueredo Campos.

AVALIADORES

________________________________________________ - _________ Nadine Lessa Figueredo Campos - CEULJI Nota

________________________________________________ - _________ Hariane Helena F. da Rocha Teles - CEULJI Nota

________________________________________________ - _________ Wiverson de Oliveira - Arquiteto e Urbanista Nota

________________________

Média

Ji-Paraná – RO 2014

Page 4: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

Dedico à Deus e unicamente a Ele.

Sabendo que todo meu esforço e

dedicação para enfim concluir o presente

trabalho foi proveniente de pura graça

divina. Pois “até aqui o Senhor me

sustentou” e me ajudou a levantar nos

momentos de desânimo ao qual por várias

vezes eu pensei em desistir de tudo, mas

que sempre Ele veio até mim com sua

misericórdia infinita e me levantou.

Page 5: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

Agradeço à minha mãe, que não

apenas foi motivo de inspiração e força

durante os momentos difíceis, mas

também limpou minha bunda quando eu

carecia das faculdades motoras para

realizar tal ato.

Ao meu pai que sempre me apoio

em minhas decisões e me deu carona as

vezes que eu perdia o ônibus.

À minha irmã preferida que eu amo

mais que todos os outros irmãos, afinal de

contas, só tenho ela, ficando desta forma

sem muitas opções.

E a todos os meus outros amigos

que eu sei que vão cobrar o nome deles

neste trabalho, mas quem me ajudou a

pagar as contas foi minha família, então

parem de reclamar.

Page 6: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

“A arquitetura cria a possibilidade da espiritualidade, porquanto não deixa indiferente o fiel, mas o envolve, suscitando-lhe profundas emoções espirituais”

(Richard Meier)

Page 7: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Imperador Constantino............................................................................. 16

Figura 2 - Imperador Nero ........................................................................................ 16

Figura 3 - Quadro Victor Meirelles – A primeira missa no Brasil, 1861 ..................... 20

Figura 4 - Sede da Igreja Matriz - antes do incêndio ................................................ 22

Figura 5 - Basílica de São João Laterano, Roma. .................................................... 24

Figura 6 - Igreja de Notre Dame la Grande, 1140 .................................................... 25

Figura 7 - Catedral de Milão, vista frontal. ................................................................ 25

Figura 8 - Catedral de Milão – detalhes 2 ................................................................. 26

Figura 9 -Santuário de Las Lajas- Colômbia ............................................................ 26

Figura 10 - Capela Sistina ........................................................................................ 27

Figura 11- Interior da Capela Sistina ....................................................................... 27

Figura 12 -Igreja São Francisco de Assis – Ouro Preto/MG ..................................... 29

Figura 13 - Catedral Helsinki - Islândia..................................................................... 30

Figura 14 - Detalhamento de um templo neoclássico ............................................... 30

Figura 15 - Catedral São João Batista ..................................................................... 31

Figura 16 - Igreja Evangélica de Confissão Luterana de Santa Cruz do Sul ........... 31

Figura 17 - Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores – São Paulo ........................ 32

Figura 18 - Catedral Duomo de Milano..................................................................... 32

Figura 19 - Igreja de São Francisco de Assis, Pampulha ......................................... 33

Figura 20 -Basílica de Santa Maria Maior, em Roma ............................................... 34

Figura 21- Basílica de Santa Maria Maior - Roma7 .................................................. 35

Figura 22- Cátedra da Catedral de Santana/BA ....................................................... 35

Figura 23 - Santuário de Guadalupe - México .......................................................... 36

Figura 24 - Igreja Matriz Nossa Senhora do Desterro .............................................. 37

Figura 25 - Capela Sistina, Vaticano ........................................................................ 38

Figura 26 – Maquete Eletrônica da Basílica de São Pedro ...................................... 39

Figura 27 – Cúpula................................................................................................... 40

Figura 28 – Pietá ...................................................................................................... 41

Figura 29 - Igreja do Jubileu em Roma – Fachada Principal .................................... 42

Figura 30 - Igreja do Jubileu em Roma – Fachada Posterior .................................... 43

Figura 31 - Fachada Frontal ..................................................................................... 43

Figura 32 – Vista Frontal .......................................................................................... 44

Page 8: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

Figura 33 – Igreja Sagrada Família Terminada ........................................................ 45

Figura 34 - Vista interna ........................................................................................... 46

Figura 35 - Vista Frontal ........................................................................................... 47

Figura 36 - Planta do primeiro piso .......................................................................... 47

Figura 37 - Corte Longitudinal .................................................................................. 47

Figura 38 - Vista a longa distância ........................................................................... 48

Figura 39 - Detalhe do telhado ................................................................................. 49

Figura 40 - Estudo Volumétrico - Vista Noroeste - Bayeux - PB ............................... 50

Figura 41 - Estudo Volumétrico - Vista Sudoeste ..................................................... 51

Figura 42 - Vista Noroeste – Atual ........................................................................... 52

Figura 43 - Vista Noroeste – Proposta ..................................................................... 52

Figura 44 - Antes e Depois....................................................................................... 53

Figura 45 - Pia Batismal ........................................................................................... 54

Figura 46 – Ambão................................................................................................... 54

Figura 47 - Vista Frontal ........................................................................................... 55

Figura 48 - Escada de acesso ao Santuário ............................................................. 56

Figura 49 – Interior ................................................................................................... 57

Figura 50 - Santuário Nacional de Aparecida ........................................................... 58

Figura 51 - Catedral de Nossa Senhora Aparecida .................................................. 60

Figura 52 - Esboço da fachada ................................................................................ 61

Figura 53 – Interior ................................................................................................... 61

Figura 54 - Vista aérea do Santuário Nª Sª Aparecida ............................................. 70

Figura 55 - Fachada Frontal ..................................................................................... 71

Figura 56 - Planta Baixa ........................................................................................... 71

Figura 57 - Fachada com Vitrais .............................................................................. 73

Figura 58 - Isotelha EPS .......................................................................................... 75

Figura 59 - Extra Quartzo Brilhante .......................................................................... 75

Page 9: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

CNBB – Confederação Nacional dos Bispos do Brasil

PNE – Portador de Necessidades Especiais

NBR – Norma Brasileira

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

Page 10: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 14

1 DESENVOLVIMENTO DA IGREJA CATÓLICA ........................................... 15

1.1 A origem e a história do Catolicismo ......................................................... 15

1.1.1 Cisma do oriente e os concílios ecumênicos ............................................. 17

1.1.2 Concílio de Trento ..................................................................................... 18

1.1.3 Concílio do Vaticano II ............................................................................... 19

1.2 A origem da Igreja Católica no Brasil ......................................................... 20

1.3 A origem da Igreja Católica em Ouro Preto do Oeste ................................ 22

1.4 As Igrejas e seus estilos arquitetônicos ..................................................... 23

1.4.1 Românico .................................................................................................. 24

1.4.2 Gótico ........................................................................................................ 25

1.4.3 Renascentista ............................................................................................ 26

1.4.4 Barroco ...................................................................................................... 28

1.4.5 Neoclássico ............................................................................................... 29

1.4.6 Revivalismo ............................................................................................... 30

1.4.7 Modernismo............................................................................................... 32

2 TIPOLOGIA DAS IGREJAS .......................................................................... 34

2.1 Basílica ...................................................................................................... 34

2.2 Catedral ..................................................................................................... 35

2.3 Santuário ................................................................................................... 36

2.4 Igreja Paroquial (Matriz) ............................................................................ 37

2.5 Capela ....................................................................................................... 37

3 REFERÊNCIAS ARQUITETÔNICAS INTERNACIONAIS ............................. 39

3.1 Basílica de São Pedro – Vaticano ............................................................. 39

3.2 Igreja do Jubileu – Itália ............................................................................. 41

3.3 Igreja da Sagrada Família – Espanha ....................................................... 44

3.4 Igreja da Transfiguração – Nigéria ............................................................. 45

3.5 Igreja de Seed – China .............................................................................. 48

4 REFERÊNCIAS ARQUITETÔNICAS NACIONAIS ....................................... 50

4.1 Matriz da Sagrada Família – Bayeux- PB .................................................. 50

Page 11: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

4.2 Intervenção Igreja Matriz da Santa Cruz – Areias, São José, Santa Catarina

53

4.3 Santuário de Santa Paulina – Nova Trento/SC .......................................... 56

4.4 Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida – Aparecida/SP............ 57

4.5 Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida – Brasília ............... 59

5 OS ESPAÇOS QUE COMPÕEM O EDIFÍCIO IGREJA ................................ 62

5.1 Presbitério ................................................................................................. 62

5.1.1 Altar ........................................................................................................... 62

5.1.2 Ambão ....................................................................................................... 63

5.1.3 Sédia ......................................................................................................... 64

5.1.4 Cruz processional ...................................................................................... 64

5.1.5 Credência .................................................................................................. 64

5.2 Capela da reconciliação ............................................................................ 65

5.3 Capela do santíssimo ................................................................................ 65

5.4 Tabernáculo (sacrário) .............................................................................. 65

5.5 Batistério ................................................................................................... 66

6 NORMAS E LEGISLAÇÃO ........................................................................... 67

6.1 Código de obras ........................................................................................ 67

6.2 NBR 9050 .................................................................................................. 67

6.3 NBR 13434 - Sinalização de Segurança Contra Incêndio e Pânico ........... 68

6.4 NBR 6492 - Representação de projetos de arquitetura ............................. 68

6.5 NBR 13.531 - Elaboração de projetos de edificações ................................ 68

6.6 Estudos da CNBB Nº 106 – Orientações para projeto e Construção de Igrejas

e disposição do Espaço Celebrativo ........................................................................ 69

7 PROPOSTA .................................................................................................. 70

7.1 Estudo de Caso ......................................................................................... 70

7.2 Partido Arquitetônico ................................................................................. 72

7.3 Fachada .................................................................................................... 72

7.4 Esquadrias ................................................................................................ 73

7.4.1 Estrutura dos vitrais ................................................................................ 73

7.4.2 Vedação dos vitrais ................................................................................. 74

7.4.3 Vitral tipo tradicional ............................................................................... 74

7.5 Cobertura .................................................................................................. 74

Page 12: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

7.6 Piso ........................................................................................................... 75

7.7 Iluminação ................................................................................................. 75

7.8 Programa de necessidades ....................................................................... 76

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 77

APÊNDICE .............................................................................................................. 82

Page 13: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

RESUMO

Uma edificação necessita satisfazer as necessidades básicas de seus usuários, assim como cumprir seu objetivo de existir. O mesmo acontecem com edifícios de caráter religioso. Existem necessidades a serem cumpridas, tanto da parte da denominação religiosa, como da parte do usuário. Porém a grande maioria das igrejas católicas existentes, foram construídas por iniciativa dos leigos da comunidade, e assim, deixando a desejar na parte de projeto. Assim como as demais construções públicas, uma igreja precisa de cuidados especiais, como por exemplo, para com os portadores de necessidades especiais, e para melhor acolher a todos, independentemente da natureza do usuário. Para tal, é imprescindível estudar as necessidades do usuário juntamente com as exigências da Igreja Católica quanto a liturgia, juntamente com as questões climáticas locais, a acústica do ambiente, iluminação e demais necessidades. Tais exigências só poderão serem atendidas se for realizado um levantamento bibliográfico, para que assim seja observado as necessidades quanto a liturgia da Igreja e outras igrejas já construídas, observando como foram aplicadas tais situações. Palavras-chave: Arquitetura. Catolicismo. Religioso.

Page 14: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

ABSTRACT

A building needs to meet the basic needs of their users, as well as fulfilling its objective to exist. The same happens with buildings of religious character. There needs to be met by both the religious denomination, as part of the user. But the great majority of Catholic churches were built on the initiative of the lay community, and thus falling short in the project. Like other public buildings, a church needs special care, such as for patients with special needs, and to better welcome everyone, regardless of the nature of the user. For this it is essential to study user needs with the demands of the Catholic Church as the liturgy along with local climate issues, room acoustics, lighting and other needs. These requirements can only be met if a literature is performed, so that the needs as the liturgy of the Church and other churches ever built is observed, noting how such situations were applied.

Keywords: Architecture. Catholicism. Religious.

Page 15: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

14

INTRODUÇÃO

Um Santuário necessita de infraestrutura adequada para que seus fiéis sintam-

se bem acomodados e acolhidos em um espaço de caráter religioso pois, ao contrário

do que acontece com os centros comerciais, por exemplo, onde são projetadas

estruturas para atrair pessoas, as comunidades religiosas já possuem tal demanda

que clama direta e indiretamente por uma infraestrutura adequada.

As igrejas de modo geral, por se tratarem de ambientes que devem acolher ao

próximo sem fazer distinção de sua classe econômica, social ou se são ou não um

Portador de Necessidades Especiais (PNE), devem ser acessíveis para melhor

receber a população.

Partindo deste princípio, foi observado que o Santuário de Nossa Senhora

Aparecida em Ouro Preto do Oeste/RO necessita passar por melhorias em suas

instalações físicas para oferecer um espaço agradável, aos seus fiéis e que obedeça

as exigências da Igreja com relação à liturgia, fazendo com que os espaços físicos

contribuam para o bem estar da população, tornando-os eficientes para as

celebrações de cada tempo do ano litúrgico, incluindo situações esporádicas, como

por exemplo, batizados e casamentos.

Desta forma, o objetivo geral deste trabalho é Elaborar um novo projeto para o

Santuário de Nossa Senhora Aparecida do município de Ouro Preto do Oeste/RO.

Para tanto, os objetivos específicos são: Implantar acessibilidade em toda a

edificação; Elaborar um projeto fundamentado na arquitetura contemporânea;

Proporcionar um ambiente interno adequado para o vários tipos de celebrações,

trabalhando o conforto térmico, lumínico e acústico; Criar uma fachada que seja

convidativa a população e ao mesmo tempo preservando as características da

arquitetura sacra.

Para que os resultados esperados sejam alcançados no presente trabalho, será

inicialmente realizada Revisão Bibliográfica, de forma, a aprofundar o conhecimento

do tema proposto, a fim de obter-se uma maior diversidade acerca de igrejas já

construídas, para analisar soluções que possam vir a ser utilizadas no projeto a ser

elaborado.

Será feito também um Estudo de Caso do local escolhido para implantação do

projeto, bem como do Santuário existente, de forma a observar os condicionantes e

particularidades locais.

Page 16: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

15

1 DESENVOLVIMENTO DA IGREJA CATÓLICA

1.1 A origem e a história do Catolicismo

No contexto bíblico, o termo igreja pode designar reunião de pessoas, sem

estar necessariamente associado a uma edificação ou a uma doutrina específica. A

palavra vem do grego “EKKLESIA” (“Ek”, que significa “para fora” e “klesia” que

significa “chamados, ou seja “chamados para fora”), que tem origem em kaleo

("chamo ou convosco"). Na literatura secular, “ekklesia” referia-se a uma assembleia

de pessoas, mas no Novo Testamento1 a palavra tem sentido mais especializado à

reunião de crentes cristãos para adorar a Cristo. (GOT QUESTIONS, 2002)

A religião cristã, foi constituída por ensinamentos provenientes das ideias de

Jesus Cristo, fundador do cristianismo. Após a perseguição e morte de Jesus Cristo,

Pedro foi o principal apóstolo responsável por difundir o cristianismo. Posteriormente,

durante o auge da civilização romana, o apóstolo Paulo teve fundamental importância

para a expansão do cristianismo e da filosofia cristã. A partir da influência de Paulo, a

religião desenvolveu-se inicialmente entre os romanos, pois os cultos cristãos eram

proibidos em Roma e, nessa época, a grande maioria da população romana era pagã.

(DIAS, 2013)

Durante o governo do imperador romano Nero (Figura 1), os cristãos sofreram

uma das maiores perseguições em Roma, onde foram torturados, empalados e

hostilizados nas arenas em espetáculos públicos. No ano de 313 d.C., o imperador

Constantino2 (Figura 2) deu liberdade de culto aos cristãos e, a partir de então, o

cristianismo passou a agregar novos adeptos em Roma, tornando-se a religião oficial

do Império Romano em 390 d.C. (LIMA, 2002)

1 Novo Testamento é o nome dado à coleção de livros que compõe a segunda parte da Bíblia cristã, cujo conteúdo foi escrito após a morte de Jesus Cristo e é dirigido explicitamente aos cristãos, embora dentro da religião cristã tanto o Antigo Testamento (a primeira parte) quanto o Novo Testamento são considerados, em conjunto, Escrituras Sagradas. 2 Flavius Valerius Aurelius Constantinus, conhecido como Constantino I, Constantino Magno ou Constantino, o Grande, foi o primeiro imperador romano cristão da história.

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16

Figura 1 - Imperador Constantino

Disponível em: http://www.sohistoria.com.br/biografias/constant

ino/

Figura 2 - Imperador Nero

Disponível em: http://tempodoshomens.blogspot.com.br/2010/11/o

s-senhores-de-roma-nero.html

Constantino imaginou o Cristianismo como uma religião que poderia unir o

Império Romano, que, naquela altura, começava a se fragmentar e se dividir. Mesmo

que isto aparentasse ser um desenvolvimento positivo para a igreja cristã, os

resultados foram negativos. (DIAS, 2013)

Ele pensou que por ser tão grande e vasto, nem todos do Império Romano

concordariam em abandonar seus credos religiosos e abraçar o cristianismo, então

ele promoveu a “cristianização” de crenças pagãs. Modificou então, os templos

pagãos, mantendo esculturas e imagens e se recusou a abraçar completamente a fé

cristã, continuando assim, com muitos de seus credos e práticas anteriores. (GOT

QUESTIONS, 2002)

Abandonando a religião pagã e aderindo ao Cristianismo, Constantino incorreu

em séria reprovação por parte do Senado Romano. Eles repudiaram ou, ao menos,

opuseram-se à sua resolução. Esta oposição resultou finalmente na mudança da sede

do Império de Roma para Bizâncio3, uma velha cidade reedificada, que logo depois

teve o nome mudado para Constantinopla, em honra a Constantino. Como resultado

surgiram duas capitais para o Império Romano: Roma e Constantinopla. Essas duas

cidades, rivais por vários séculos, por fim se tomaram o centro da Igreja Católica

dividida: Romana e Grega. (LIMA, 2002)

3 Sua capital era Constantinopla (a atual Istambul) que foi convertida na capital do Império Romano do Oriente no ano 330, depois que Constantino I, o Grande, fundou-a no lugar da antiga cidade de Bizâncio, dando-lhe seu próprio nome.

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17

Devido a essa atitude, foi prontamente contrariado pelos anabatistas4,

Indignado, e aliando-se aos cristãos com atitudes pagãs, baniu e perseguiu os fiéis

que não concordaram com sua unificação das igrejas. Começaram as perseguições

das seitas cristãs oficiais - protegidas pelo imperador - contra os anabatistas, que se

mantiveram independentes do governo. Durou mais de mil e trezentos anos, vindo a

terminar após a Reforma Protestante5 no século XVII. (A IGREJA PRIMITIVA, 2014)

A hierarquia organizada sob a liderança de Constantino, rapidamente se

concretizou na Igreja Católica atual. E a nova Igreja se associou ao governo temporal,

não mais para ser simplesmente a entidade executiva das leis completas do Novo

Testamento, mas começou a ser legislativa, emendando e anulando leis primitivas,

bem como a criar regras completamente estranhas à letra e ao espírito do Novo

Testamento. (A IGREJA PRIMITIVA, 2014)

Uma das primeiras ações legislativas da Igreja, e uma das mais subversivas

quanto aos resultados foi o estabelecimento, por lei, do batismo infantil. Em virtude

desta lei o batismo infantil tornou-se compulsório. Ele já existia, em casos esparsos,

provavelmente, um século antes desde decreto. (SANTOS, 2002)

1.1.1 Cisma do oriente e os concílios ecumênicos

Entre os séculos I e XI, todos os cristãos estavam reunidos em uma mesma

crença, a católica. Durante essa época, as principais autoridades da Igreja eram os

bispos de Jerusalém, Antióquia, Alexandria, Constantinopla e Roma. Esses bispos

eram chamados de patriarcas. (HISTÓRIA ESPETACULAR, 2011)

Até o século IV, enquanto Roma ainda era a capital do Império, seu bispo

exercia maior influência sobre as decisões da Igreja. Ele acreditava que sua

autoridade provinha de São Pedro, que teria vivido em Roma e é considerado o

primeiro papa. Com o tempo, os bispos do Império Bizantino começaram a contestar

a supremacia do “Bispo de Roma”. (HISTÓRIA ESPETACULAR, 2011)

Os imperadores bizantinos reinventaram o poder de origem cristã. E, sobre

suas bases, reuniram o poder espiritual e o poder político nas mãos do imperador. É

4 Conhecidos como os “re-batizadores”, pois não acreditavam no batismo quando criança. Faziam parte da chamada “ala radical da Reforma Protestante”. 5 A Reforma Protestante foi uma das inúmeras Reformas Religiosas ocorridas após a Idade Média e que tinham como base, além do cunho religioso, a insatisfação com as atitudes da Igreja Católica e seu distanciamento com relação aos princípios primordiais.

Page 19: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

18

o chamado “Cesaropapismo” que foi de encontro ao poder do papa romano,

acentuando e cumulando nas divergências entre a cristandade ocidental e oriental.

Devido a esses conflitos, o patriarca de Constantinopla acabou rompendo sua parceria

com o papa. Essa divisão, conhecida como “Grande Cisma” ou “Cisma do Oriente”,

ocorreu em 1054. Com ela, surgiram duas instituições religiosas totalmente

independentes: A Igreja Cristã Ortodoxa, que tem um patriarca com sua única função

de manter a ordem da igreja, e a Igreja Católica Apostólica Romana, submetida a

autoridade papal. (CETICISMO, 2009)

As Igrejas cristãs que se separaram aceitam somente os concílios ecumênicos

que se realizaram antes da sua ruptura. Portanto, a Igreja Ortodoxa não tem

reconhecido como “ecumênico” mais nenhum concílio, pois não há mais um

imperador. De qualquer forma, a Igreja Ortodoxa continua realizando concílios com a

mesma autoridade dos ecumênicos. A Igreja Católica continuou a convocar e realizar

concílios ecumênicos em comunhão plena com o Papa. (ORLANDIS, 1993)

Um concílio ecumênico é uma reunião de todos os bispos cristãos, convocada

para discutir assuntos relacionados a área da fé cristã e sua prática, seja ela Moral,

Pastoral, Espiritual ou Missionária. Dentre os vinte e um Concílios realizados em dois

mil anos de cristianismo, destacam-se alguns de grande importância para a Igreja

cristã, como por exemplo, o Concílio de Jerusalém (49 d.C.), de Niceia (325 d.C.), de

Constantinopla (381d.C.), de Trento (1545-1563 d.C.), Vaticano I (1846-1878 d.C.) e

Vaticano II (1961-1965 d.C.). (ORLANDIS, 1993)

1.1.2 Concílio de Trento

Convocado pelo Papa Paulo III, a fim de estreitar a união da Igreja e reprimir

os abusos. O concílio durou dezoito anos e foi finalizado em 1563, quando as decisões

foram promulgadas em sessão pública. (INFOESCOLA, 2014)

Algumas das suas decisões se baseavam no verdadeiro significado da missa,

os sacramentos da Igreja, o sacerdócio católico e a supremacia dos papas ficou

definitivamente estabelecida. Após esse concílio a Igreja passou mais de 300 anos

sem a necessidade de concílios gerais. (CLÉOFAS, 2014)

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1.1.3 Concílio do Vaticano II

Uma série de conferências convocadas no dia 25 de Dezembro de 1961, pelo

Papa João XXIII contando com a presença de 2.540 padres conciliares, número este,

inédito para a história da Igreja. O Concílio, realizado em 4 sessões, só terminou no

dia 8 de dezembro de 1965, já sob o papado de Paulo VI. (SNPCULTURA, 2014)

Considerado o grande evento da Igreja Católica no século XX, mas visto como

um “Concílio Pastoral”, pois não definiu Dogmas ou novos pontos doutrinários, mas

propôs novas formas de evangelização. O próprio Papa João XXIII teve o cuidado de

mencionar a diferença e a especificidade deste Concílio:

"A Igreja sempre se opôs a [...] erros; muitas vezes até os condenou com a maior severidade. Agora, porém, a esposa de Cristo prefere usar mais o remédio da misericórdia do que o da severidade. Julga satisfazer melhor às necessidades de hoje mostrando a validez da sua doutrina do que renovando condenações". (JOÃO XIII, 1962)

Da pauta dessas discussões constavam temas como os rituais da missa, os

deveres de cada padre, a liberdade religiosa e a relação da Igreja com os fiéis e os

costumes da época. (MUNDO ESTRANHO, 2014)

Após três anos de encontros, as autoridades católicas promulgaram 16

documentos como resultado do Concílio. Entre várias decisões conciliares, destacam-

se as renovações na constituição e na pastoral da Igreja, que passou a ser mais

alicerçada na igual dignidade de todos os fiéis e a ser mais voltada e aberta para o

mundo. (LENNON, 2009)

O papa aceitou dividir parte de seu poder com outros cardeais. E as missas

passaram a ser rezadas na língua de cada país, visto que, até então eram celebradas

sempre em latim. (MUNDO ESTRANHO, 2014)

Impulsionada à liberdade religiosa, foi tomada uma nova abordagem ao mundo

moderno, o ecumenismo, aceitando a ideia de que, por meio de outras religiões,

também é possível conhecer Deus e a salvação. Na questão dos costumes, porém, o

encontro foi pouco liberal. A Igreja continuou não aprovando o sexo antes do

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casamento, a uso de preservativos, o aborto e defendendo o celibato6 para os padres.

(MUNDO ESTRANHO, 2014)

1.2 A origem da Igreja Católica no Brasil

Na ocasião do descobrimento do Brasil, o Cristianismo religião dos portugueses

lança profundas raízes na população nativa, como pode ser visto na Figura 3. Os

membros do clero católico chegaram ao território brasileiro simultaneamente ao

processo de conquista das terras. (SANTOS, 2002)

Figura 3 - Quadro Victor Meirelles – A primeira missa no Brasil, 1861 Disponível em: http://cultura.culturamix.com/arte/pinturas-de-victor-meirelles

A presença da Igreja Católica começou a se intensificar a partir de 1549, com

a chegada dos jesuítas da “Companhia de Jesus”, que formaram vilas e cidades. As

sedes eram construídas em lugares altos, não só para evitar alagamentos e cheias,

mas pela maior facilidade de observação quanto a possíveis agressores ou invasores.

(PINTO 2014)

6 O celibato é, na sua definição literal, o estado de uma pessoa que se mantém solteira, sem obrigação de manter a virgindade, podendo ter relações sexuais. No entanto, o termo é popularmente usado para descrever uma pessoa que escolhe abster-se de atividades sexuais.

Page 22: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

21

Vários outros grupos de clérigos católicos vieram também à colônia portuguesa

com a missão de evangelizar os indígenas, como as ordens dos franciscanos7 e dos

carmelitas8, trazendo a doutrina cristã. Esse processo se interligou às próprias

necessidades dos interesses mercantis e políticos europeus no Brasil, como base

ideológica da conquista e colonização das novas terras. As consequências foram o

aperfeiçoamento da cultura das populações indígenas e os esforços no sentido de

disciplinar a população de acordo com os preceitos cristãos europeus (SANTOS,

2002).

Por volta do século XVIII, as relações entre Igreja Católica e Estado eram

estreitas, pois a igreja executava tarefas administrativas e garantia a disciplina social

dentro de certos limites, que hoje são atribuições do Estado, como registros de

nascimentos, óbitos e casamentos, manutenção de hospitais, se destacando as

Santas Casas. Porém, o Estado controlava a atividade eclesiástica na colônia, sendo

responsável pelo sustento da Igreja Católica, tendo o poder de nomear bispos e

párocos, além de conceder licenças referentes à construção de novos templos

(PINTO, 2014).

Com a nomeação do Marquês de Pombal, a influência da Igreja Católica na

administração do Estado diminuiu drasticamente. Em 1889 com a proclamação da

República, houve a separação formal entre Estado e Igreja Católica, garantindo a

liberdade religiosa. (PINTO, 2014)

Em 1930, Getúlio Vargas influencia a Igreja através do projeto

desenvolvimentista e nacionalista no sentido de valorização da identidade cultural

brasileira. Assim, a Igreja expande sua base social para além das elites, socializando-

se com camadas médias e populares. A Constituição de 1934 atende as

reivindicações católicas, como o ensino religioso facultativo na escola pública e a

presença do nome de Deus na Constituição. (PORTAL SÃO FRANCISCO, 2010)

A partir dos anos de 1980, com o papa João Paulo II, começa na Igreja o

processo da romanização. O Vaticano controla a atividade e o currículo de seminários,

e diminui o poder de algumas dioceses. (PORTAL BRASIL, 2014)

7 Os franciscanos são religiosos que realizam voto de pobreza, castidade e obediência. Vivem em fraternidades, que se designam por conventos. Os seus membros nada devem possuir, estando obrigados a viver o mais pobremente possível, adotando uma vida extremamente simples, em pregação, dando exemplos de humildade e devoção. 8 Ordem Carmelita, tem como propósito viver em “Obséquio de Cristo”. Significa que são chamados para viver da fé, esperança e amor baseados nos ensinamentos de Jesus.

Page 23: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

22

Na hierarquia católica brasileira do século XXI, estão presentes três vertentes

principais: o clero tradicionalista, mais conservador e defensor dos dogmas

tradicionais; os remanescentes da Teologia da Libertação, desde os anos 70 tem

formado uma espécie de esquerda eclesiástica; e os adeptos da Renovação

Carismática ou de Comunidades Carismáticas, movimentos que tendem a ter uma

moral conservadora, como no uso dos dons do Espírito Santo e na adoção de posturas

que poderiam ser rotuladas como fundamentalistas.(SANTOS, 2002)

1.3 A origem da Igreja Católica em Ouro Preto do Oeste

Segundo informações colhidas com os participantes da comunidade, a

instalação da Paróquia Nossa Senhora Aparecida aconteceu em março de 1974. No

dia 06 de maio de 1974 foi celebrado a 1ª missa no barracão de madeira medindo

10x6 metros construídos no, até então, distrito de Ouro Preto do Oeste, sendo ele, a

primeira igreja construída pela paróquia.

Instituiu-se um Conselho Paroquial pelo Padre Camaioni para tratar de vários

pontos de interesse da Paróquia, especialmente a construção da Igreja Matriz

(Paróquia Nossa Senhora Aparecida). Em meados do mês de novembro do ano de

1974 foi iniciado o alicerce da Igreja Matriz, tendo sua inauguração em 12 de outubro

do ano seguinte. Ao final do ano de 1977 a Paróquia já contava com 110 comunidades.

Figura 4 - Sede da Igreja Matriz - antes do incêndio Disponível em: http://www.paroquiansaparecidaopo.com.br/pnsa/index.php/paróquia/histórico.html

Page 24: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

23

No dia 29 do mês de agosto de 1991, em um período de forte seca, ocorreu o

incêndio da sede da igreja Matriz. No ano de 1992 foi elaborado o projeto arquitetônico

de um novo templo para a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, porém a construção

da sede da igreja não foi datada. Consta no livro de anotações da paróquia que em

novembro do ano de 1995, a festa da padroeira arrecadou verba para finalizar a

implantação do templo e iniciar o projeto da nova secretaria paroquial, mas não há

informações anteriores sobre o início da edificação da Paróquia.

Ao percorrer dos anos, muitas coisas aconteceram na Paróquia Nossa Senhora

Aparecida, entre elas, a mesma recebeu romarias9 das Paróquias de Ji-Paraná, Jaru,

Mirante da Serra, Urupá e Alvorada do Oeste. Criou-se diversas Pastorais como a

Familiar, Juventude, Dízimo, Carcerária, Catequese, Criança, Mulher, Infância

Missionária, Litúrgica, Ministerial, Visitação e Saúde.

Atualmente a Paróquia conta com 75 comunidades, sendo 12 localizadas na

zona urbana e 63 na zona rural.

1.4 As Igrejas e seus estilos arquitetônicos

Até cerca de 200 anos d.C., não existiam igrejas no sentido em que hoje as

compreendemos. Um dos motivos que inibiu a construção de igrejas foi o fato do

cristianismo ter nascido e se desenvolvido num mundo em que a religião, o império e

o patriotismo eram muito ligados. Desenvolveu-se no âmago do paganismo imperial,

da religião estatal e da expressiva lealdade ao imperador. (ECCLESIA, 2013)

As primeiras igrejas católicas surgiram quando os cristãos começaram a se

reunir. No início, os cultos aconteciam em casas. Depois foram adotadas as Basílicas,

para oferecer condições melhores para seus cultos do que os templos pagãos.

Começaram então a adaptá-los de acordo com seus ensinamentos, dando origem às

primeiras Igrejas Cristãs. (ECCLESIA, 2013)

As primeiras Igrejas Cristãs (Figura 5) eram, compostas por uma ábside, parte

semicircular onde localiza o altar; um pórtico na frente da porta do tempo chamado

Nártex, onde ficavam as mulheres, os loucos e os pecadores, que não tinham o

9 Romaria é uma peregrinação religiosa feita por um grupo de pessoas a uma igreja ou local considerado santo, seja para pagar promessas, agradecer ou pedir graças, ou simplesmente por devoção, podendo ser feita a pé ou em veículos.

Page 25: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

24

“direito” de entrar no templo; e a nave, de onde os fiéis assistiam as celebrações

(TURNBULL, 2012).

Figura 5 - Basílica de São João Laterano, Roma. Disponível em: http://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2011/09/22/morfologia-da-igreja-barroca-no-

brasil-i/

1.4.1 Românico

Com o passar do tempo, começou a ser utilizado o estilo Românico entre os

séculos XI e XIII, (Figura 6), nas igrejas que esse estilo se desenvolveu em toda a sua

plenitude. Eram os próprios religiosos que comandavam as construções, a partir do

conhecimento monástico. Suas formas básicas são facilmente identificáveis: que

caracteriza-se por construções robustas, com paredes grossas e janelas minúsculas,

cuja principal função era resistir a ataques de exércitos inimigos, a fachada é formada

por um corpo cúbico central, com duas torres de vários pavimentos nas laterais,

finalizadas por tetos em coifa. Frisos de arcada de meio ponto estendem-se sobre a

parede, dividindo as plantas. (TURNBULL, 2012)

Page 26: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

25

Figura 6 - Igreja de Notre Dame la Grande, 1140 Disponível em:

http://www.rotadoromanico.com/Mobile/Monumentos/Paginas/MosteirodoSalvadordePacodeSousa.aspx

1.4.2 Gótico

O estilo Gótico surgiu na França durante a Idade Média. Recebeu esse nome

durante o período renascentista, quando era considerado, pelos italianos, um "insulto

arquitetônico". As principais diferenças das igrejas góticas eram: (ROTA DO

ROMANICO, 2014)

Alargamento das janelas e aumento da altura dos templos para dar ideia

de grandeza;

Construção de grandes torres pontiagudas;

Utilização de gárgulas e outras esculturas místicas;

Iluminação especial (várias aberturas porém o ambiente continua

escuro);

Fachadas detalhadas e esculpidas

Esse estilo foi utilizado para impressionar os fiéis (Figura 7, Figura 8 e Figura

9), assim eles teriam medo de desobedecer Deus e a Igreja.

Figura 7 - Catedral de Milão, vista frontal. Disponível em: http://www.destinomundo.pt/2013/11/catedral-de-milao-italia/

Page 27: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

26

Figura 8 - Catedral de Milão – detalhes 2 Disponível em: http://www.destinomundo.pt/2013/11/catedral-de-milao-italia/

Figura 9 -Santuário de Las Lajas- Colômbia Disponível em: http://estudantesdearquitetura.com.br/as-8-igrejas-mais-belas-e-famosas-do-mundo/

1.4.3 Renascentista

A partir do século XIV, a arquitetura sofreu uma revolução. Adotou-se o estilo

Renascentista, inspirada na Antiguidade Clássica, ou seja, nos estilos Grego e

Romano, cujos valores clássicos não foram copiados, mas reinterpretados numa

concepção naturalista, racionalista e humanista. A utilização da imagem do homem

foi uma das principais características do estilo Renascentista, onde os artistas

buscavam a perfeição através da beleza e do humanismo de suas obras, pois

consideravam a natureza a maior e mais perfeita criação de Deus, e o homem faz

parte da natureza.(FREITAS, 2014)

O estilo Renascentista surgiu na Itália. O termo renascimento foi empregado

pela primeira vez em 1855, pelo historiador francês Jules Michelet, para referir-se ao

Page 28: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

27

descobrimento do mundo e do homem no século XVI. O historiador suíço Jakob

Burckhardt ampliou este conceito, definindo essa época como o renascimento da

humanidade e da consciência moderna. (FREITAS, 2014)

As obras arquitetônicas eram baseadas na geometria. A maior parte das

construções desse período tem como base um quadrado, o que deixou as edificações

harmônicas e proporcionais. Outra diferença do estilo renascentista é a utilização de

colunas no lugar dos pilares medievais. (FREITAS, 2014)

Figura 10 - Capela Sistina Disponível em: http://sumoeeterno.blogspot.com.br/2010/05/visita-virtual-capela-sistina-vaticano.html

Figura 11- Interior da Capela Sistina

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28

Fonte: http://sumoeeterno.blogspot.com.br/2010/05/visita-virtual-capela-sistina-vaticano.html

1.4.4 Barroco

No século XVII, o estilo Renascentista evoluiu para o estilo Barroco. Assim

como no estilo anterior, a arquitetura Barroca era inspirada nas construções Gregas e

Romanas. Porém, enquanto o estilo Renascentista buscava maior perfeição e

harmonia, o estilo Barroco apresentava maior dinamismo, dramaticidade, contrastes

mais fortes, exuberância e realismo. Era um estilo mais “livre”, que não precisava ser

perfeito como o anterior. (CHRISTINE, 2012)

A palavra barroco vem do português e significa “pérola imperfeita”. Foi adotada

no fim do período em questão por críticos que consideravam que o estilo apresentava

muitas irregularidades e imperfeições. O estilo Barroco logo se espalhou pela Europa.

Porém, foi predominantemente Católico, então, países protestantes, como a

Inglaterra, não apresentam nenhuma construção barroca.

O estilo barroco chega ao Brasil pelas mãos dos colonizadores. Seu

desenvolvimento pleno se dá no século XVIII, cem anos após o surgimento do

“Barroco” na Europa, estendendo-se até as duas primeiras décadas do século XIX.

(CHRISTINE, 2012)

O barroco acaba se proliferando sobretudo no nordeste e no sudeste do país,

e os primeiros edifícios foram erguidos a partir da segunda metade do século XVI, a

população mais simples empregou a técnica de pau-a-pique, sendo coberto com

folhas de palmeiras, mas foram obrigados a usar a taipa de pilão. Nesse período não

havia preocupação com ornamentos, pois a fachada elementar implantava um frontão

triangular sobre uma base retangular. Com a chegada do frei e arquiteto Francisco

Dias, em Salvador, houve uma grande mudança nos traços de bom gosto, porque ele

tinha a missão de dar um refinamento estético nas igrejas da colônia. (CHRISTINE,

2012)

Page 30: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

29

Figura 12 -Igreja São Francisco de Assis – Ouro Preto/MG Disponível em: http://www.ouropreto.org.br/port/igrejas.asp

1.4.5 Neoclássico

Aconteceu no período iluminista, no ano de 1808, final do século XIX. Nessa

época as pessoas buscavam a intelectualidade, logo, esse estilo apresenta

construções mais complexas e avançadas. (MONTEZUMA, 2002)

Algumas características:

Utilização de materiais “nobres”, como mármore, granito, etc;

Aplicação de técnicas mais avançadas como a utilização de guarda-

corpo, platibanda e frontão triangular;

Construções geométricas, regulares e simértricas;

Interiores mais organizados e decorados de maneira mais formal e

geométrica.

Page 31: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

30

Figura 13 - Catedral Helsinki - Islândia

Disponível em: http://www.picoalucinante.com/?p=13

Figura 14 - Detalhamento de um templo neoclássico

Disponível em: http://arquibrasil.wordpress.com/arquitetura-neoclassica/

1.4.6 Revivalismo

O século XIX foi o auge da arquitetura Revivalista10, que buscava trazer de volta

os estilos do passado. Foram criados estilos como o Neogótico (Figura 15), o

Neorromânico (Figura 16), o Neorrenascentista (Figura 17) e o Neobarroco (Figura

18). “Neo” significa novo, desta forma, esses estilos eram novas versões das

arquiteturas antigas e muitas vezes difundidos em uma única construção. (SANTA

CRUZ, 2014)

10 Arquitetura historicista ou revivalista é o nome dado a um conjunto de estilos arquitetônicos que centrava seus esforços em recuperar e recriar a arquitetura dos tempos passados.

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Figura 15 - Catedral São João Batista Disponível em: http://cidadesinteressemilitar.blogspot.com.br/2012/11/rio-grande-do-sul-santa-cruz-

do-sul-rs.html

Figura 16 - Igreja Evangélica de Confissão Luterana de Santa Cruz do Sul Disponível em: http://www.santacruz.rs.gov.br/municipio/igreja-evangelica

Page 33: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

32

Figura 17 - Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores – São Paulo Disponível em: http://www.casabranca.sp.gov.br/index1.asp?ed=0&c=60

Figura 18 - Catedral Duomo de Milano Disponível em: http://estudantesdearquitetura.com.br/as-8-igrejas-mais-belas-e-famosas-do-mundo/

1.4.7 Modernismo

O Modernismo foi um movimento artístico e cultural, teve seu na Europa e

começou a se conquistar o Brasil a partir da primeira década do século XX, através

de manifestos de vanguarda, sobretudo em São Paulo, e da Semana da Arte Moderna,

realizada em 1922. O movimento deu início a uma nova fase estética na qual ocorreu

a integração de tendências que já vinham surgindo, baseadas na valorização da

realidade nacional, abandonando as tradições que vinham sendo seguidas, tanto na

Page 34: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

33

literatura quanto nas artes. Apesar da ampla repercussão que a arquitetura e Arte

Moderna obtiveram, vale ressaltar que o Movimento Moderno não se limitou a essas

duas áreas. Foi um movimento cultural global que envolvia vários aspectos, entre eles

sociais, tecnológicos, econômicos e artísticos. (PINTO,2014)

O Modernismo foi introduzido no Brasil através da atuação e influência de

arquitetos estrangeiros adeptos do movimento, embora tenham sido arquitetos

brasileiros, como Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, que mais tarde tornaram este estilo

conhecido e aceito. Foi o arquiteto russo Gregori Warchavchik quem projetou a “Casa

Modernista” (1929-1930), a primeira casa em estilo Moderno construída em São

Paulo. (PINTO,2014)

Os arquitetos Modernistas buscavam o racionalismo e funcionalismo em seus

projetos, sendo que as obras deste estilo apresentavam como características comuns

formas geométricas definidas, sem ornamentos; separação entre estrutura e vedação;

uso de pilotis a fim de liberar o espaço sob o edifício; panos de vidro contínuos nas

fachadas ao invés de janelas tradicionais; integração da arquitetura com o entorno

pelo paisagismo, e com as outras artes plásticas através do emprego de painéis de

azulejo decorado.(PINTO,2014)

Figura 19 - Igreja de São Francisco de Assis, Pampulha

Fonte: http://emplastrocubas.files.wordpress.com/2009/02/igreja-da-pampulha.jpg

Page 35: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

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2 TIPOLOGIA DAS IGREJAS

Há vários tipos de igrejas católicas, cada uma tem uma destinação, uma

posição ou uma finalidade (SCHUBERT, 1978). Sendo que uma mesma igreja pode

ter mais de uma terminologia.

2.1 Basílica

Termo com que antigamente se indicava um edifício público destinado a ser

lugar de reuniões e com o qual se indica hoje o templo cristão dedicado ao culto. No

direito canônico, é considerado como basílica o edifício destinado ao culto e ao qual,

independe de sua qualidade de catedral, a autoridade eclesiástica conferiu o referido

título, com os privilégios que lhe são inerentes. Essa atribuição acontece por

concessão apostólica, mas o título de basílica pode também provir de um costume

imemoriável. Em geral, é dado o título de basílica às igrejas que, por sua antiguidade,

sua beleza e sua importância, atraem grande número de peregrinos ou são objeto de

particular veneração. Também são chamadas de Basílica Maior as mais importantes

igrejas de Roma, uma delas é a de São Pedro no Vaticano. E sob a forma de Basílica

Menor as igrejas fora de Roma, dado a sua importância histórica, artística ou pela

notável veneração dada pelos fiéis. (SCHUBERT, 1978, p. 9-11).

Figura 20 -Basílica de Santa Maria Maior, em Roma Disponível em: http://www.snpcultura.org/basilica_santa_maria_maior_roma.html

Page 36: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

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Figura 21- Basílica de Santa Maria Maior - Roma7 Disponível em: http://www.snpcultura.org/basilica_santa_maria_maior_roma.html

2.2 Catedral

O nome catedral vem de cátedra, cadeira do bispo, símbolo de magistério .É a

igreja episcopal, cujo dirigente maior é o Bispo que exerce sobre os Párocos das

igrejas de sua diocese, repassando, com sua autoridade eclesiástica, as diretrizes

firmadas pelo Papa. Nas catedrais é que são sepultados os bispos de uma

determinada Diocese e esta é a condição para que uma igreja seja designada

"Catedral" e também pode se denominar de duomo11.Na catedral realizam-se

cerimônias preferencialmente executadas pelo bispo, as funções de ordenação de

sacerdote, as funções pontificais, sagração dos santos óleos e da crisma.

(SCHUBERT, 1978)

Figura 22- Cátedra da Catedral de Santana/BA Disponível em: http://www.catedraldesantana.com.br/catedral.htm

11 Significa "casa (de Deus)"

Page 37: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

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2.3 Santuário

Refere-se a uma igreja que é centro de peregrinações por causa de uma

devoção a Deus ou aos Santos. No Santuário considera-se um maior número de

pessoas, o movimento de entrada e saída de fiéis é muito grande, e todos querem ver

a imagem a ser venerada. Normalmente as pessoas formam fila para ver ou rezarem

junto à imagem, outras, distribuídas na igreja, buscam o silêncio para suas orações

particulares. (SCHUBERT, 1978)

Conforme o código de direito canônico:

“Cân. 1230 — Pelo nome de santuário entende-se a igreja ou outro lugar sagrado aonde os fiéis, por motivo de piedade, em grande número acorrem em peregrinação, com a aprovação do Ordinário do lugar. Cân. 1231 — Para que um santuário possa dizer-se nacional, deve ter a aprovação da Conferência episcopal; para que possa dizer-se internacional, requer-se a aprovação da Santa Sé. Cân. 1232 — § l. Para aprovar os estatutos de um santuário diocesano, é competente o Ordinário do lugar; para os estatutos dum santuário nacional, a Conferência episcopal; para os estatutos de um santuário internacional, somente a Santa Sé. § 2. Nos estatutos determinem-se principalmente o fim, a autoridade do reitor, a propriedade e a administração dos bens. Cân. 1233 — Poderão ser concedidos alguns privilégios aos santuários, quando as circunstâncias dos lugares, a afluência dos peregrinos e sobretudo o bem dos fiéis pareçam aconselhá-los. Cân. 1234 — Nos santuários ponham-se à disposição dos fiéis meios de salvação mais abundantes, com o anúncio cuidadoso da palavra de Deus, o fomento da vida litúrgica, principalmente por meio da celebração da Eucaristia e da penitência, e ainda com o cultivo de formas aprovadas de piedade popular. ”

Figura 23 - Santuário de Guadalupe - México

Disponível em: http://blog.cancaonova.com/peregrinacoes/2009/03/06/santuario-de-guadalupe/

Page 38: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

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2.4 Igreja Paroquial (Matriz)

É um templo católico, normalmente, com qualidade de Paróquia, onde o Vigário

ou Pároco, confirma e repassa as instruções episcopais aos religiosos ou fiéis que

estão sob sua jurisdição eclesiástica.

Conforme o código de direito canônico:

“Cân. 1214 — Pelo nome de igreja entende-se o edifício sagrado destinado ao culto divino, ao qual os fiéis têm o direito de acesso para exercerem, sobretudo publicamente, o culto divino.”

Segundo Mons. Guilherme Schubert (1978, p. 10): "[...] é a célula-mater da vida

comunitário-religiosa [...]", ainda comenta que o arquiteto que souber projetar uma

paróquia saberá também projetar outras igrejas porque todas partem do conhecimento

do funcionamento da igreja Matriz.

Figura 24 - Igreja Matriz Nossa Senhora do Desterro Disponível em: http://mapadecultura.rj.gov.br/manchete/igreja-matriz-nossa-senhora-do-desterro

2.5 Capela

É um templo com dimensões reduzidas, atende a poucas pessoas. Pode ser

reservada para uma pessoa, para uma família, ou aberta ao público. Onde acontece

a celebração da missa, pode ou não seguir o calendário litúrgico. Sua destinação

normalmente é específica, localizadas anexas a algumas instituições, como por

exemplo: colégios, quartéis de militares, cemitério e hospitais. Pode ter ou não acesso

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para a rua. Normalmente, só um altar, caracterizada pela sua modesta estrutura física,

onde o padre exerce suas funções, normalmente de forma itinerante, estando

subordinada e pertencendo a determinada paróquia. (SCHUBERT, 1978)

Conforme o código de direito canônico a capela particular é local de culto

autorizado pelo bispo, e já não é mais necessário que se tenha autorização da Santa

Sé.

Figura 25 - Capela Sistina, Vaticano Disponível em: http://lounge.obviousmag.org/arquitetura_do_sagrado/2013/07/o-que-e-basilica-

catedral-santuario-capela.html

Page 40: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

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3 REFERÊNCIAS ARQUITETÔNICAS INTERNACIONAIS

3.1 Basílica de São Pedro – Vaticano

De acordo com LINDENBERG (2002),

“A Basílica de São Pedro, na qual são celebradas as mais importantes cerimônias da Igreja Católica, foi erguida pelo imperador Constantino, entre os anos 324 e 349, uma pequena basílica com o objetivo de honrar o túmulo do primeiro Papa, o apóstolo Pedro.”

E que Inicialmente foi projetada por Donato Bramante, a basílica seria erguida

sob a forma de uma cruz grega, porém após sua morte em 1514 teve seu projeto

modificado, o projeto ocupa uma área de 23 mil metros quadrados e pode abrigar até

60 mil fiéis. Uma comissão, formada por Rafael, Fra Giocondo e Giuliano da Sangallo,

reprojetou a basílica como uma cruz latina sendo que no cruzeiro existiria uma cúpula

que, localizada sobre o altar, se alinharia com a sepultura do apóstolo São Pedro.

(LINDENBERG, 2002)

Figura 26 – Maquete Eletrônica da Basílica de São Pedro Disponível em: www.pastoralis.com.br

Em 1527, Paulo III confiou a Antônio da Sangallo o controle total da obra. Este,

por sua vez, retomou algumas ideias do plano de Bramante, erguendo uma parede

divisória entre a nova Basílica e a antiga, ainda em uso. Em 1546, com a morte de

Sangallo, Paulo III confiou a Michelangelo a chefia da arquitetura. Responsável pela

Page 41: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

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abside, pelo transepto e pela cúpula, Michelangelo deixou em 1564, ano de sua morte,

o trabalho todo praticamente completo. (LINDENBERG, 2002)

A sucessão no cargo de chefe da catedral foi desempenhada por Pirro Ligorio

e Giacomo da Vignola, os quais finalmente completaram a construção da cúpula

(Figura 26) durante o papado de Sexto V. Mais tarde, sobre a cúpula, a qual possuía

um diâmetro de 41,9 metros, Domenico Fontana construiu o lanternim e a cruz,

finalmente construída em 1593, com aproximadamente 138 metros de altura.

(LINDENBERG.2002)

Figura 27 – Cúpula Disponível em: www.pastoralis.com.br

O interior da basílica foi preenchido com muitas obras-primas do Renascimento

e do Barroco. Entre elas, a mais famosa, a escultura denominada "Pietá", de

Michelangelo (Figura 27). O interior da cúpula foi decorado com composições de

mosaicos formando uma figura que ilustra os círculos angelicais do céu, com Deus

Pai em seu cume. (PASTORALIS, 2014)

Desta forma a construção da Basílica foi completada por Carlo Maderna em

1612, com duração de mais de um século, originando uma monumental construção,

sendo sua principal nave aproximadamente 187 metros de comprimento.

(PASTORALIS, 2014)

Page 42: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

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Figura 28 – Pietá Disponível em: www.pastoralis.com.br

3.2 Igreja do Jubileu – Itália

A Igreja do Jubileu, localiza em Roma – Itália, é um projeto do arquiteto Richard

Meier. Esta obra com cerca de 2. 501 m², obteve um andamento tardio na sua

execução, pois seu início está datado em 1996 e sua conclusão no ano de 2003. Está

implantada num terreno triangular e apresenta seu acesso principal na porção leste,

já em sua porção norte estão os jardins e áreas livres destinadas ao lazer. (SERAPIÃO, 2004)

Construído juntamente com um complexo habitacional. A igreja e o centro

comunitário estão conectadas por um átrio de quatro andares. Nesse projeto

destacam-se o concreto, o estuco, travertino e o vidro. (SERAPIÃO, 2004)

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Figura 29 - Igreja do Jubileu em Roma – Fachada Principal Fonte: Richard Meier(2003)

Os três grandes arcos de concreto em forma de concha lembram nas

inspirações de meier três velas em movimento. A cobertura de vidro e claraboias na

igreja abarcam toda a extensão do edifício o enchendo de luz e o ambiente lembrando

seus traços mais marcantes. Durante a noite a luz sai do interior da obra. (AROSIO,

2005).

Três curvas evidenciam a Santíssima Trindade e quadrados sagrados. A ala de

aspecto profano é formada por sucessivas sobreposições de quadrados e retângulos,

bem característicos das obras do arquiteto. (AROSIO, 2005)

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43

Figura 30 - Igreja do Jubileu em Roma – Fachada Posterior Fonte: Richard Meier(2003)

A Igreja do Jubileu foi uma obra onde ele buscava o branco puro como retrato

dela. Em suas pesquisas, ele encontrou uma formula de Pier Luigi Marathi onde o

concreto era completamente constituído de materiais branco e assim denominado de

“cimento todo branco”. (SERAPIÃO, 2004)

Figura 31 - Fachada Frontal Fonte: Richard Meier

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3.3 Igreja da Sagrada Família – Espanha

Sua construção começou com um estilo neogótico. No entanto, quando o

arquiteto Antoni Gaudí, com somente 31 anos, assumiu o projeto no ano de 1883, o

reconfigurou completamente. (GUERRERO, 2014)

Uma das ideias trazidas por seu projeto foram as elevadas torres cônicas

circulares que se sobrepõem aos portais, e que vão afinando com a altura. Gaudí as

projetou com uma torsão parabólica, o que deu uma tendência ascendente a toda a

fachada, favorecida por muitas janelas que perfuram as torres seguindo as suas

formas espirais. (GUERRERO, 2014)

A Sagrada Família é uma igreja de cinco naves, com cruzeiro de três naves,

que formam uma cruz latina. Suas dimensões interiores são: nave e abside, 90 metros;

cruzeiro, 60 metros; largura da nave central, 15 metros; naves laterais, 7,5 metros

cada uma (a nave principal tem no total 45 metros); largura do cruzeiro, 30 metros.

(GUERRERO, 2014)

Figura 32 – Vista Frontal Fonte: www.blogdaanace.com.br

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Figura 33 – Igreja Sagrada Família Terminada Fonte:http://www.hypeness.com.br/2013/10/video-mostra-como-sera-a-catedral-da-sagrada-

familia-quando-terminada/

O templo pode ser lido com a seguinte divisão de espaços: a Fachada da

Natividade, a Fachada da Paixão, a Fachada da Glória com o Batistério, e a Capela

de Sacramento, a Cripta, a Abside, as Cúpulas e Obeliscos, os Claustros, as

Sacristias, a Capela da Assunção, o Cruzeiro e o Transepto, as Naves e os Coros, e

o Altar. Cada janela, coluna e elemento faz referência a santos, instituições ou

mistérios da fé católica. (GUERRERO, 2014)

Em 1926, quando Gaudí faleceu, só havia sido construída uma torre. Do projeto

do edifício só se tinham os planos e um modelo em gesso que foi seriamente

danificado durante a Guerra Civil espanhola. Hoje, 129 anos depois, a construção do

templo segue a ideia original do arquiteto.

De Acordo com GUERRERO (2014)

“Quando estiver terminada, a igreja terá 18 torres; quatro em cada um dos três acessos e, como um arranjo de cúpula, estarão outras seis torres, com a torre central dedicada a Jesus, de 170 metros de altura, coroada com uma cruz de quatro braços, símbolo de Jesus Cristo, e outras quatro ao redor de esta, dedicadas aos evangelistas, e uma segunda cúpula dedicada à Virgem.”

3.4 Igreja da Transfiguração – Nigéria

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O escritório londrino DOS Architects foi recentemente selecionado para

desenhar a Igreja Católica da Transfiguração, em Lagos, capital da Nigéria. O teto

ondulante é um dos aspectos que mais chama a atenção no projeto da construção.

(NIGERIA ARCHITECTURE, 2014)

Os arquitetos usaram arcos de aço em diferentes alturas, espaçados entre si

numa distância de quatro metros, para dar sustentação, rigidez e leveza ao teto da

igreja. A construção, que possui mais de 3 mil metros quadrados, conta com um salão

de congregação de dois andares, todo espelhado na entrada e no final, para dar

relevância à altura do salão. (NIGERIA ARCHITECTURE, 2014)

Figura 34 - Vista interna Fonte: www.nigerianarchitecture.blogspot.com.br

O projeto demonstra que não havia a intenção de produzir qualquer coisa

relacionado com a cultura ou as tradições dos povos que vivem em Lekki. Assim, este

edifício se torna um ícone ou marco sim para a igreja e as marcas da igreja. (NIGERIA

ARCHITECTURE, 2014)

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Figura 35 - Vista Frontal Fonte: www.nigerianarchitecture.blogspot.com.br

Foi colocada a cruz latina no ponto mais alto da estrutura da igreja, que se

tornará um ícone para a cidade de Lekki e lagos como um todo. O acesso principal é

colocado na parte mais estreita e mais baixo do edifício e leva a um vestíbulo do qual

o visitante tem vistas e acesso claro para ambos os pisos da igreja. O vestíbulo de

entrada, a escadaria principal da igreja se divide em duas metades que são

visualmente ligadas pelo grande átrio na entrada no prédio. (NIGERIA

ARCHITECTURE, 2014)

O conceito de arquitetura e forma estrutural são partes integradas com uma

série de arcos de diferentes alturas, produzindo a forma escultural do edifício como

um todo. Arcos são uma das formas mais antigas e mais eficientes da estrutura,

utilizando a altura total do edifício para fornecer a rigidez, resultando em uma estrutura

relativamente delgada. (NIGERIA ARCHITECTURE, 2014)

Figura 36 - Planta do primeiro piso Figura 37 - Corte Longitudinal Fonte: www.nigerianarchitecture.blogspot.com.br

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Fonte: www.nigerianarchitecture.blogspot.com.br

3.5 Igreja de Seed – China

A Igreja se encontra em uma das sete montanhas taoistas da China. Embora

existam vários tipos de templos taoistas e budistas no distrito, o elemento religioso

ocidental não foi descoberto ainda. Além de desenvolver habitações privadas, o

cliente tentou criar uma pequena igreja para os habitantes do povoado, a fim de

ampliar o espectro religioso e cultural. A mensagem cultural e religiosa é comunicada

através do jogo de luz e sombra na arquitetura. (MONTEIRO,2013)

Localizada na Montanha Kuofu, a Igreja tem uma área de 280m² e pode

acomodar 60 pessoas. O conceito de projeto vem da forma de uma semente, um

elemento metafórico nas histórias do Evangelho. A linha curva segue o contorno de

uma semente que delimita os espaços, como um elemento de contenção. A curva é

dividida em 3 partes que formam três acessos: a sudeste a fachada possuí uma

abertura em forma de cruz que permite a entrada de luz na parte da manhã, a oeste

a fachada é sólida e bloqueia a luz da tarde, e ao norte a fachada é mais espessa para

acomodar as instalações sanitárias. Os visitantes podem subir pelo terraço da

cobertura chegando até um mirante. (MONTEIRO,2013)

A estrutura principal é feita de concreto moldado in loco com uma estrutura de

bambu. A textura que o bambu deixa no concreto é absorvido com as árvores e com

o verde da paisagem. (MONTEIRO,2013)

Figura 38 - Vista a longa distância

Fonte: Iwan Baan (2013)

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Figura 39 - Detalhe do telhado Fonte: Iwan Baan (2013)

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4 REFERÊNCIAS ARQUITETÔNICAS NACIONAIS

4.1 Matriz da Sagrada Família – Bayeux- PB

Figura 40 - Estudo Volumétrico - Vista Noroeste - Bayeux - PB Disponível em: www.ricardo-vidal.blogspot.com.br

Este projeto de reforma e ampliação da Matriz da Sagrada Família em Bayeux

- PB feito pelo Arquiteto Ricardo Vidal, surgiu da necessidade de ampliar a capacidade

da Igreja e criar um espaço mais confortável e agradável aos fiéis. (VIDAL,2013)

Remetendo à tradição da arquitetura Católica, a entrada situa-se sob o volume

do coro para logo após se abrir a nave com um pé-direito de 8,10m. À esquerda da

entrada, está localizado o Batistério, abaixo da torre (Campanário). Mais à frente, junto

ao Presbitério encontra-se o espaço reservado para confessionário bem como o

Sacrário. (VIDAL,2013)

À direita da entrada principal com acesso também pela nave, está o salão

paroquial, já existente e utilizado para eventos da comunidade. Seu pé-direito também

será alterado e ele ganhará um mezanino, ao tempo em que cederá área para uma

nova bateria de sanitários e a Sacristia. (VIDAL,2013)

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Será através do mezanino do salão que poderá se acessar o coro da igreja, e

a partir deste, os demais pavimentos da torre (áreas técnicas). (VIDAL,2013)

No fundo do lote encontra-se a casa paroquial, que não será alterada, com

exceção de uma ampliação da garagem, hoje subdimensionada. (VIDAL,2013)

O partido volumétrico, de linhas contemporâneas, surgiu da ideia de dar mais

monumentalidade à Igreja. (VIDAL,2013)

Figura 41 - Estudo Volumétrico - Vista Sudoeste Disponível em: www.ricardo-vidal.blogspot.com.br

As aberturas para ventilação e iluminação foram resolvidas de forma a não

haver a visualização do espaço exterior a partir da nave, para que os fiéis possam

usufruir do espaço como um campo sagrado e dedicado exclusivamente à reflexão

sem interferências externas. (VIDAL,2013)

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Figura 42 - Vista Noroeste – Atual Disponível em: www.ricardo-vidal.blogspot.com.br

Figura 43 - Vista Noroeste – Proposta Disponível em: www.ricardo-vidal.blogspot.com.br

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4.2 Intervenção Igreja Matriz da Santa Cruz – Areias, São José, Santa Catarina

A Igreja católica tem Cristo como a única absoluta verdade. Sendo assim, o

granito maciço e de acabamento bruto (levigado) foi o material empregado nas peças.

(HELM,2013)

O altar é o centro da Liturgia, ele no projeto ganha o destaque que as

celebrações pedem. Seu desenho possui linhas elegantes, estruturadas na proporção

áurea; nos remetendo ao cenáculo; à mesa da santa ceia. (HELM,2013)

A palavra Ambão vem de do grego Anabaino que significa “subir, elevar-se”, a

Palavra que vem do reino dos céus. As linhas verticais e a forma que apontam para

cima, ilustram tal conceito. Nas celebrações o povo Deus está sob a presidência do

ministro ordenado, que celebra “in Persona Christi”. Ele é o Cristo cabeça que tem na

assembleia o seu corpo eclesial. Este conceito é materializado na Sedia ou Cadeira

da Presidência, aqui desenhada com simplicidade formal, porém, com a escala

necessária para que se alcance os conceitos citados. (HELM,2013)

Figura 44 - Antes e Depois Fonte: Eduardo Faust

Page 55: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

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Figura 45 - Pia Batismal Fonte: Eduardo Faust

Figura 46 – Ambão Fonte: Eduardo Faust

O batistério foi desenhado em forma octogonal, fazendo referência ao oitavo

dia, dia da ressurreição; é a nova criação do mundo em Cristo, o novo Adão; todos

nascemos como Adão e é no batismo que somos resgatados. Este octógono está

inscrito numa Vésica Piscis, um antigo símbolo presente em várias religiões que

simboliza a criação, a origem. (HELM,2013)

Page 56: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

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Os patamares do presbitério focam na hierarquia dos elementos litúrgicos. O

batistério encontra-se junto à assembleia, a capela do santíssimo e os santos, a dois

degraus de altura. No terceiro degrau, que busca o número 3, número do Deus trino

– da santíssima trindade – temos altar e ambão. E, finalmente, no patamar mais

elevado, a Sedia. (HELM,2013)

O projeto passou por uma reformulação do layout das salas anexas a nave.

Foram criadas nas laterais do presbitério: Sacristia, capela do santíssimo e sala de

controle de som e luz. Aos fundos: Capela da reconciliação (o antigo confessionário),

sala de dízimo, Sacristia e sala de imagens. (HELM,2013)

A igreja antes da reforma tinha capacidade para 600 pessoas, foi construído

um mezanino ao redor da nave com estrutura metálica, forros acústicos e

detalhamentos de steel frame – dry wall e vidro laminado. Com o mezanino o edifício

hoje conta 1000 pessoas sentadas. (HELM,2013)

Figura 47 - Vista Frontal Fonte: Eduardo Faust

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4.3 Santuário de Santa Paulina – Nova Trento/SC

Figura 48 - Escada de acesso ao Santuário Fonte: HS Arquitetos

Ícone da edificação religiosa, a cobertura de linhas ascendentes estimula a

meditação e a busca da espiritualidade, como se fosse um manto que, singelamente

lançado sobre a construção, abriga a nave principal, capelas e área de apoio, além de

definir os acessos ao santuário. (HS ARQUITETOS, 2014)

Cobertura modulada a cada 7,5 metros, de caimento em duas águas, com

desenho que remete visualmente às tradicionais vestimentas de algumas ordens

religiosas. São três setores distintos - nave principal, capelas e área de apoio -, além

de circulações e acessos. (HS ARQUITETOS, 2014)

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Figura 49 – Interior Fonte: HS Arquitetos (2012)

Para evitar variações bruscas de temperatura e minimizar o ruído externo, a

cobertura termo isolante foi construída com sistema de telha zipada, que oferece duplo

isolamento termo acústico com lã mineral. Na parte inferior da cobertura, chapas de

alumínio perfuradas funcionam como forro e também colaboram com a acústica do

ambiente. (HS ARQUITETOS, 2014)

4.4 Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida – Aparecida/SP

A Basílica de Nossa Senhora Aparecida, também conhecido como Santuário

Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, está localizada na cidade de

Aparecida, no interior do Estado de São Paulo. Foi solenemente sagrada em 4 de

julho de 1980, por João Paulo II quando ele visitou o Brasil pela primeira vez. Em outra

de suas visitas, passando por Aparecida, abençoou o Santuário e, em 1984, a

Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, elevou a Nova Basílica a Santuário

Nacional. Localiza-se no centro da cidade, tendo como acesso a "Passarela da Fé",

que liga a basílica atual com a antiga, ambas visitadas por romeiros. (A12, 2014)

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Em meados da década de 1940, os missionários da Congregação do

Santíssimo Redentor, conhecidos por redentoristas, perceberam a necessidade de se

erigir um novo templo para veneração e devoção do povo para com Nossa Senhora

da Conceição Aparecida: era preciso um espaço mais amplo, que comportasse mais

pessoas. Dessa necessidade, surgiu a ideia de se construir não uma qualquer igreja

maior, mas uma basílica. (A12, 2014)

Figura 50 - Santuário Nacional de Aparecida Fonte: www.a12.com

Também conhecida por "Basílica Nova", está construída sobre o Morro das

Pitas, Começou a ser construída em 11 de novembro de 1955. A torre da basílica

mede 100 metros de altura, possuindo 18 andares e seu projeto foi elaborado por

Benedito Calixto de Jesus Neto. O Santuário Nacional de Nossa Senhora da

Conceição Aparecida é visitado anualmente por aproximadamente dez milhões de

romeiros de todas as partes do Brasil. (A12, 2014)

Para favorecer as mães com crianças pequenas, a Basílica oferece dois

fraldários. Um deles se encontra no subsolo e contém 10 berços e 16 trocadores,

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atendendo cerca de 300 crianças por dia. O outro está localizado no Centro de Apoio,

na asa sul, e possui microondas, duchas higiências, trocadores, aquecedores de

mamadeiras entre outros serviços gratuitos. (A12, 2014)

No subsolo da Basílica, encontra-se a Sala das Promessas, o fraldário,

banheiros, água potável, Capela dos Batizados, Salão dos Romeiros (espaço para

refeições) e marcação de missas. Na Torre Brasília, o mirante (100m de altura), o

Museu Nossa Senhora Aparecida e a central de informações. No Centro de Apoio, o

ponto de encontro e central de informações. No setor externo, a Sala de Imprensa, a

sala dos motoristas, a segurança patrimonial e o ambulatório. (A12, 2014)

4.5 Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida – Brasília

A Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida, popularmente

conhecida como Catedral de Brasília foi projetada por Oscar Niemeyer e construída

entre 1959 e 1970, e faz parte do conjunto inicial de edifícios que compõem o Eixo

Monumental da capital brasileira. (FRACALOSSI,2013)

O edifício é definido pelos seus dezesseis pilares de concreto em forma de

bumerangue, que partem de uma planta circular de setenta metros de diâmetro,

rodeada por um espelho d’água, e sobem inclinadamente até tocar uns aos outros. O

cálculo estrutural desse e dos demais edifícios projetados por Oscar Niemeyer para o

conjunto original de Brasília foi feito por Joaquim Cardozo. (FRACALOSSI,2013)

A catedral em si está um nível abaixo do plano de acesso; o edifício é, assim,

meramente sua coberta. Seu acesso dá-se por um caminho criado por quatro

esculturas, representando os evangelistas, que levam a uma rampa descendente,

estreita e escura. (FRACALOSSI,2013)

O contraste entre o que foi visto externamente e o interior que se faz presente

é surpreendente. Os vitrais que fazem os fechamentos entre os pilares dotam a nave

da catedral de abundante luz (figura 52). (FRACALOSSI,2013)

Ao lado do edifício da Catedral está o campanário, cuja solução estrutural é

novamente inusitada. Uma barra linear, que apoia sobre ela quatro sinos, sustentada

por um único ponto central, que descem formando quatro pilares em suaves curvas

(figura 50). (FRACALOSSI,2013)

Do lado oposto está o batistério, finalizando a estrutura tripartida do conjunto.

Assim como a Catedral, ele também é um espaço enterrado, mas, ao contrário

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daquela, sua coberta é uma casca ovoide opaca, levemente iluminada por aberturas

laterais. (FRACALOSSI,2013)

Figura 51 - Catedral de Nossa Senhora Aparecida Disponível em: www.archdaily.com.br

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Figura 52 - Esboço da fachada Fonte: www.archdaily.com.br

Figura 53 – Interior Fonte: www.archdaily.com.br

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5 OS ESPAÇOS QUE COMPÕEM O EDIFÍCIO IGREJA

Para bom êxito do programa iconográfico é preciso ter bem claro que toda ação

que desenvolve nesse espaço é um Mistério (sagrado) e, portanto, não é um lugar

simplesmente humano. Depois, a razão desse edifício é a liturgia eucarística e tudo o

mais que decorre dessa ação. A noção de sagrado (Mistério) é fundamental, assim

como a de sacrifício. No espaço sagrado, não vamos ao encontro de nós mesmos,

mas ao encontro de Deus, que dá sentido à vida comum do Povo de Deus. (PASTRO,

2012)

“O programa iconográfico deve ser considerado desde o início do projeto arquitetônico, de acordo com as exigências litúrgicas e a cultura local. Deve ser resultado de um trabalho multidisciplinar que envolva arquitetos, liturgistas, artistas e a comunidade.” (CNBB. 2013, p.43)

5.1 Presbitério

Segundo PASTRO (2012), este espaço precisa o mais amplo possível. Nele

ficam dispostos o altar, o altar, a sédia, a cruz processional e a credência. Tendo como

centro do presbitério o altar, é preciso deixar em todas as direções um espaço em

torno dele de, no mínimo, 2,50 m. Já prevendo os vários tipos de celebrações que

poderão acontecer no decorrer do ano litúrgico: ordenações, casamentos, funerais,

etc.

É normal as pessoas chamarem o presbitério de altar, quando na verdade o

presbitério é o local que recebe o altar, mesa da celebração. (PASTRO, 2012)

5.1.1 Altar

O altar é a mesa do sacrifício de Cristo, e deve-se o respeito necessário para

tal. Iniciando com o material a ser utilizado. Deve ser um material legítimo e sólido.

Normalmente são utilizadas pedras para a confecção do mesmo. (PASTRO 2007)

Por ser um local de tal significado, não deve se parecer com mesa de buffet de

festas. Precisa ser simples, uma extensão do mistério da cruz. (PASTRO, 2007)

“Nenhum objeto simbólico é mais importante que o altar, por isso não se deve depositar objetos alheios à ação ritual ou escondê-lo (com toalhas, flores ou

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cadeiras colocadas à sua frente) e nem impedir aos fiéis de verem o que se realiza sobre ele.” (CNBB, 2013. p. 31)

Segundo PASTRO (2012) o altar deve ter dimensões sóbrias. Altura: 95

centímetros, e poderá ser quadrado com 1,00 m x 1,00 m ou 1,30 m x 1,30 m. No caso

do mesmo ser retangular, não necessita ter mais do que 1,50m x 0,80 m ou 1,70 m x

0,80 m, independentemente do tamanho do edifício.

5.1.2 Ambão

Seguindo os mesmos princípios do altar, nas celebrações, o Ambão é o lugar

que precede a liturgia eucarística. Tornando então o centro (não físico) da primeira

parte da liturgia. (PASTRO 2012)

Por se tratar de um local de anúncio da palavra, o material a ser utilizado deve

ser, preferencialmente, o mesmo utilizado no altar e na sédia, seguindo o mesmo

padrão. Em si, desnudo, é peça alta que anuncia e testemunho o Cristo. Não devem

haver mais que um ambão, pois a palavra de Deus é única. Não é local para

comentários e/ou recados. (PASTRO 2012)

“32. No recinto da igreja, deve existir um lugar elevado, fixo, adequadamente disposto e com a devida nobreza, que ao mesmo tempo corresponda à dignidade da Palavra de Deus e recorde aos fiéis que na missa se prepara a mesa da Palavra de Deus e do Corpo de Cristo, e que ajude da melhor maneira possível a que os fiéis ouçam bem e estejam atentos durante a liturgia da palavra. Por isso se deve procurar, segundo a estrutura de cada igreja, que haja uma íntima proporção e harmonia entre o ambão e o altar. 33. Convém que o ambão, de acordo com a sua estrutura, seja adornado com sobriedade, ou de maneira permanente ou, ao menos ocasionalmente, nos dias mais solenes. Dado que o ambão é o lugar de onde os ministros proclamam a Palavra de Deus, reserva-se por sua natureza às leituras, ao salmo responsorial e ao sermão pascal. A homilia e a oração dos fiéis podem ser pronunciadas do ambão, já que estão intimamente ligadas a toda a liturgia da palavra. Mas não é conveniente que subam ao ambão outras pessoas, como o comentarista, o cantor, o dirigente do coro. 34. Para que o ambão ajude, da melhor maneira possível, nas celebrações, deve ser amplo, porque em algumas ocasiões têm de estar nele vários ministros. Além disso, é preciso procurar que os leitores que estão no ambão tenham suficiente luz para ler o texto e, na medida do possível, bons microfones para que os fiéis possam escutá-los facilmente.” (IELM p. 8)

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5.1.3 Sédia

A sédia do presidente ou a cátedra do bispo fecha o conjunto principal do

edifício, juntamente com o altar e o ambão. Todos eles são sacramentais, partes de

um único mistério a ser celebrado, o Mistério Pascal. (CNBB, 2013)

“A sédia é, assim como a mesa da Eucaristia e a mesa da Palavra, um dos pólos constitutivos do espaço da celebração. A utilização dos mesmos materiais e estilo nessas peças, ajuda a perceber a unidade entre eles, como sinais do único Cristo.” (CNBB. 2013. p.27)

5.1.4 Cruz processional

O Missal Romano orienta sobre o uso da cruz processional em vez de grandes

crucifixos pendurados nas paredes, para simbolizar que a cruz acompanha o cristão

em sua caminhada, mas a meta é a ressurreição, a glória, a vida. (MILANI, 2006)

A cruz processional deve apresentar a imagem do crucificado; ser pequena (30

a 50 cm), feita de material e forma que estejam em harmonia com as demais peças

do presbitério. Após carregada em procissão como sinal do Cristo morto e

ressuscitado, ela permanece junto ao altar. (MILANI, 2006)

Segundo a Instrução Geral sobre o Missal Romano:

“308. Haja também sobre o altar ou perto dele uma cruz com a imagem de Cristo crucificado que seja bem visível para o povo reunido. Convém que tal cruz, que serve para recordar aos fiéis a paixão salutar do Senhor, permaneça junto ao altar também fora das celebrações litúrgicas.”

O documento da CNBB (2013) número 106 afirma:

“A cruz com crucificado colocada perto do altar serve para recordar aos fiéis a paixão salutar do Senhor também fora das celebrações litúrgicas. Essa pode ser a cruz processional. Em harmonia com a cruz estão também dispostos os castiçais com as velas.”

5.1.5 Credência

De acordo com a Comissão Arquidiocesana de Arte Sacra da Arquidiocese de

Porto Alegre, a credência:

“É uma espécie de pequena mesa colocada discretamente no presbitério para apoiar os objetos necessários para a missa: o cálice, a patena, as galhetas,

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os livros ou o que mais for necessário, dependendo da celebração. Não deve sobressair com rendas ou outros ornamentos. É bom que sua altura seja inferior à do altar. A credência pode ser colocada encostada na parede lateral do presbitério ou como um console na parede, fazer parte da própria parede. A credência pode ser fixa ou móvel. Na entrada da igreja, podem ser previstas uma ou mais credências para as ofertas ou folhetos. O material usado deve ser simples e nobre e estar em harmonia com as demais peças do presbitério.”

5.2 Capela da reconciliação

Conhecido antigamente como confessionário. Local destinado ao diálogo entre

os fiéis e o padre para a confissão, sendo que hoje este local pode estar em uma

capela ou mesmo em um espaço reservado na assembleia. (CNBB, 2013)

5.3 Capela do santíssimo

Segundo PASTRO (2012) é um local dentro da igreja destinado ao tabernáculo.

Sendo que a mesma deve estar preparada para receber a oração individual e coletiva

(comunitária). É um espaço retirado da nave principal, porém ligada à igreja e visível

aos fiéis.

Compõem esse espaço tão somente o tabernáculo, genuflexórios e cadeiras.

Nunca deverá conter o Crucificado ou qualquer outra imagem, pois é um local com a

presença real do Cristo vivo e ressuscitado. (PASTRO, 2012)

5.4 Tabernáculo (sacrário)

Segundo MILANI (2006), o tabernáculo, ou também chamado de sacrário, se

parece com um cofre para que se possam guardar as reservas eucarísticas. Segundo

a tradição é necessário manter uma lâmpada sempre acessa ao lado do sacrário,

indicando a presença de Cristo.

De acordo com PASTRO (2012) esse é o local onde se depositam as sagradas

espécies, o Santíssimo. E que o material a ser confeccionado pode ser metal, madeira,

ou outro material. Depende do local e da segurança para evitar a violão proveniente

de vandalismo. É importante que o tabernáculo preserve o padrão empregado

inicialmente pelos itens que compõem o presbitério.

Page 67: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

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Recomenda-se que o tabernáculo possua um local apropriado, de preferência

em uma capela. Se colocado no presbitério que seja fora do altar de celebração.

5.5 Batistério

Ambiente específico para a realização do batismo, onde fica a pia batismal.

Pode ser incorporada com o corpo da igreja. (CNBB, 2013)

“A celebração do batismo é uma celebração comunitária, porta de entrada para a vida eclesial. Portanto em cada igreja paroquial terá uma fonte batismal, cujo significado ultrapassa a celebração do sacramento: é memória permanente do batismo. O cuidado com a forma e a disposição da fonte batismal no espaço da igreja exprimem seu significado” (CNBB. 2013. p.35)

De acordo com PASTRO (2012, p. 108):

“O batistério será um espaço à parte, uma bela capela ou sala junto ao adro ou na entrada da nave principal. Jamais no presbitério. Por conveniências e para que se tenha uma “plateia”, tem sido colocado junto ao presbitério. Assim, perde-se a grande celebração mística desse sacramento de entrada do neocatecúmeno no Corpo Místico. O batistério poderá ser feito de duas formas conjuntas numa só peça, permitindo aspersão ou imersão. Será uma piscina com uma fonte e um longo banco fixo nas quatro paredes para que todos envolvam o Mistério da Iniciação Cristã. Quando estiver na entrada da nave, permitirá que todos os fiéis se persignem ao entrar nesse espaço sagrado. À volta interna do batistério, nas paredes, no teto ou na peça em si, poderá existir a catequese catecumenal (os evangelhos quaresmais e até o Antigo Testamento) em pinturas, baixos-relevos etc.”

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6 NORMAS E LEGISLAÇÃO

6.1 Código de obras

Como o projeto propõe a ampliação o seguinte projeto será que seguir leis

regulamentadoras municipais como o código de obras e o plano diretor do município.

Conforme o Código de Obras do município de Ouro Preto do Oeste- RO:

“Art. 2º - Qualquer tipo de obra, ampliação ou reforma na área urbana ou

rural de iniciativa pública ou privada, somente poderá ser executada após exame, aprovação do projeto, a concessão de Licença de Obras pela Prefeitura Municipal, de acordo com as exigências contidas neste código ou análises dos projetos quando se tratar de obra específica (exigências não contidas neste código) e mediante responsabilidade do profissional legalmente habilitado.”

Que reformas serão especificadas conforme Código de Obras do município de

Ouro Preto do Oeste- RO

Art. 13 - No caso de reforma ou ampliação deverá ser indicado no projeto o que será demolido, construído, ou conservado, de acordo com as seguintes convenções de cores: I- Cor natural da cópia heliográfica para as partes existentes e a conservar. II-Cor amarela, para as partes a serem demolidas. III-Cor vermelha para as partes novas acrescidas.

6.2 NBR 9050

A NBR 9050 (2004) que estabelece os preceitos e proporções que devem ter

os banheiros, portas, circulação, e ergonomia para que os ambientes sejam

considerados acessíveis.

Conforme a NBR 9050 (2004) no item 1.3.1 e 1.3.2:

“Todos os espaços, edificações, mobiliários e equipamentos urbanos que vierem a ser projetados, construídos, montados ou implantados, bem como as reformas e ampliações de edificações e equipamentos urbanos, devem atender ao disposto nesta Norma para serem considerados acessíveis. Edificações e equipamentos urbanos que venham a ser reformados devem ser tornados acessíveis. Em reformas parciais, a parte reformada deve ser tornada acessível.”

Page 69: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

68

6.3 NBR 13434 - Sinalização de Segurança Contra Incêndio e Pânico

Como o santuário tem por nomeação por causa da quantidade de pessoas que

passam todos os dias o perigo de acidentes é muito grande, a implantação de

sinalização para segurança contra incêndio e pânico é muito necessária.

Conforme a NBR 13434 (2004):

“A sinalização de segurança contra incêndio e pânico tem como objetivo reduzir o risco de ocorrência de incêndio, alertando para os riscos existentes, e garantir que sejam adotadas ações adequadas à situação de risco, que orientem as ações de combate e facilitem a localização dos equipamentos e das rotas de saída para abandono seguro da edificação em caso de incêndio.”

6.4 NBR 6492 - Representação de projetos de arquitetura

Designadamente, a NBR 6492 (1985) trata de "Representação de Projetos de

Arquitetura". Esta norma fixa as condições para representação gráfica de projetos

arquitetônicos, para que haja compreensão dos mesmos. É o que se espera

apresentar nesta monografia para uma melhor compreensão do projeto em que se

almeja realizar.

Ela não abrange critérios de projeto, que são objeto de outras normas ou de

legislação específicas de municípios ou estados.

6.5 NBR 13.531 - Elaboração de projetos de edificações

Esta Norma fixa as condições exigíveis para a elaboração de projetos de

arquitetura para a construção de edificações.

“1.2 Esta Norma é aplicável a todas as classes (ou categorias) tipológicas

funcionais das edificações (ou de quaisquer ambientes construídos ou artificiais). Exemplos: habitacional, educacional, cultural, religiosa, comercial, industrial, administrativa, esportiva, de saúde, de lazer, de comunicação, de transporte, de abastecimento e de segurança. 1.3 Esta Norma é aplicável a todas as classes (ou categorias) tipológicas

formais das edificações (ou de quaisquer ambientes construídos ou artificiais). Exemplos: isoladas, geminadas, superpostas, torres, pavilhões, cobertas e descobertas. 1.4 Esta Norma é aplicável aos serviços técnicos de obras, conforme as

classes (ou categorias) de intervenções correntes para: ...

Page 70: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

69

b) edificações existentes; ampliação; redução; modificação: remanejamento; revitalização; reciclagem; reconversão; recuperação: reforma; preservação; conservação; reparação; restauração.”

6.6 Estudos da CNBB Nº 106 – Orientações para projeto e Construção de

Igrejas e disposição do Espaço Celebrativo

Este documento escrito pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)

e tem por finalidade conscientizar as comunidades da necessidade de templos

projetados.

“104. Quando a comunidade propõe-se a construir o seu espaço celebrativo, é necessário contratar profissionais habilitados para a elaboração do projeto e execução da obra, preferencialmente com formação na área de concepção do espaço litúrgico. 105. Esses profissionais devem ter como ponto de partida as questões litúrgicas-funcionais já apresentadas nos capítulos anteriores e que se fundamentam nos documentos da Igreja. Devem também estar atentos à legislação civil vigente, tais como: Código de Obras e Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) Municipais, Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndio (PPCI), Acessibilidade – NBR 9050, entre outros. Em vista da sustentabilidade, o projeto deve visar ao melhor aproveitamento dos recursos naturais, como por exemplo, ventilação, iluminação e captação de águas pluviais. Além disso, respeitar as características próprias de cada comunidade.”

Page 71: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

70

7 PROPOSTA

7.1 Estudo de Caso

Figura 54 - Vista aérea do Santuário Nª Sª Aparecida Disponível em: www.paroquiansaparecidaopo.com.br

Concebido em seu formato de cruz grega, o Santuário de Nossa Senhora de

Aparecida do município de Ouro Preto do Oeste, Rondônia, conta com uma estrutura

para aproximadamente 500 pessoas. O formato supracitado tem a finalidade de fazer

menção ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, localizado em Aparecida

do Norte, São Paulo, porém com dimensões mais reduzidas.

O Santuário está localizado na principal avenida da Cidade, a Avenida Daniel

Comboni. Logo à frente da edificação existe uma praça administrada pela própria

Igreja, atraindo pessoas da cidade inteira.

Apesar de ser uma igreja consideravelmente grande, não possui a estrutura

necessária para ser a Matriz da cidade. O local não dispõe de sanitários para os

usuários, nem para o celebrante, é notável também a ausência de água potável para

o consumo. A igreja não possui acessibilidade, o que impossibilita os usuários

portadores de necessidades especiais e mobilidade reduzida de ter acesso ao interior

Page 72: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

71

da igreja, pois a entrada é composta por escadas, sendo que não possui local

prioritário para participar das celebrações.

No presbitério não existe um local logo à frente do altar a fim de que o

celebrante possa fazer sua homilia, ou para demais ocasiões que se façam

necessário, como por exemplo a celebração de um casamento.

Figura 55 - Fachada Frontal Disponível em: www.paroquiansaparecidaopo.com.br

Portanto, propõe-se a execução de uma nova edificação, para que dessa forma

atenda a todas as necessidades dos fiéis, e da população em geral, oferecendo um

maior conforto e agregando na paisagem da cidade.

Figura 56 - Planta Baixa Fonte: Imagem digitalizada pelo autor

Page 73: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

72

7.2 Partido Arquitetônico

Baseando-se nos dados levantados e observações realizados no entorno do

Santuário, foram observados questões pertinentes a localização geográfica do terreno

na cidade, a topografia, o clima, a orientação solar, os sentido dos ventos, entre

outros, foi possível concluir o projeto, tendo como partido arquitetônico o

aproveitamento do desnível do terreno, onde o mesmo será aproveitado para a

colocação dos bancos, evitando assim a grande quantidade de deslocamento de terra

para realizar tal obra.

A volumetria da edificação teve como inspiração uma concha, gerando uma

espécie de “meia-lua” onde irá proporcionar que os bancos fiquem dispostos no

entorno do presbitério, passando a sensação de viver em comunidade, onde todos

estão em volta do centro da celebração eucarística que é o próprio Cristo.

7.3 Fachada

A concepção da fachada teve como inspiração a padroeira do Santuário (Nossa

Senhora Aparecida), sendo utilizado linhas retas em formato triangular, as mesmas

presentes na imagem da santa, preservando as características principais, como a cruz

presente no topo da coroa, e a próprio coroa que traz a ideia de santidade, que fora

representada com uma rosácea, trazendo um elemento do passado das edificações

para uma obra atual. Utilizando ainda de vitrais para formar um grande mosaico de

cores em um vão da edificação, onde proporcionará a entrada de luz pela parte da

manhã, por estar localizada a sudoeste.

As entradas principais são disponibilizadas pela fachada principal, sendo

dispostas de uma forma que o acesso ao santuário não atrapalhe o fluxo de seiscentas

pessoas, capacidade total da construção. Além disso, direcionou-se uma nova entrada

aos fundos da edificação, esta pensando em cerimônias que possam exigir o acesso

de maneira tradicional.

Page 74: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

73

Figura 57 - Fachada com Vitrais Fonte: Autor

7.4 Esquadrias

Para preservar as características históricas da Igreja Católica e agregar valor à

estética da edificação, propõe-se a utilização de janelas constituídas por vitrais

coloridos, decorar o ambiente tem como um de seus principais objetos o de

evangelizar aquele que o observa. Os pedaços de vidro coloridos vão proporcionar

uma redução na incidência de luz dentro do ambiente interno do Santuário, levando

em consideração que boa parte da fachada é constituída por um vitral, formando um

mosaico gigante.

Para parte interna do ambiente propõe-se a utilização de portas em MDF.

7.4.1 Estrutura dos vitrais

7.4.1.1 Alumínio:

A estrutura dos vitrais será feita de alumínio que é mais durável e se bem

fabricada proporciona vários benefícios, dentre eles, por ter um peso próprio baixo, é

um ótimo material para estruturas, obtendo vantagem na fabricação, transporte a

Page 75: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

74

montagem. O uso do alumínio em perfis estruturais pode trazer uma estrutura metálica

mais econômica, além da grande resistência a corrosão ambiental.

7.4.2 Vedação dos vitrais

Deve-se tomar cuidado ao instalar os vitrais, pois uma vedação adequada irá

permitir-lhes uma grande durabilidade aos vitrais, a melhor opção é o silicone.

É importante também não fixar os vitrais com Massa de Vidro, pois a mesma

com o tempo se resseca e no futuro caso os vitrais precisem de manutenção, a massa

irá dificultar a remoção e até mesmo facilitar a danificação dos mesmos.

7.4.3 Vitral tipo tradicional

Vitrais executados com vidro colorido importado e liga de estanho e chumbo.

Os vitrais serão feitos de modo tradicional com perfis de chumbo tipo canaleta H e U,

este perfil já vem pronto e é usado a séculos. Nesse caso os perfis também são

importados pois não há fabricação desse perfil com qualidade aqui no Brasil.

7.5 Cobertura

Para a cobertura do Santuário propõe-se a utilização de isotelha EPS

(Poliestireno Expandido), devido seu poder de atuar como isolante térmico,

proporcionando uma economia no sistema de climatização economizando também

nos gastos com energia elétrica, ela ainda oferece uma maior durabilidade, não

necessita de forro (a telha possui seu próprio forro “embutido”), e ainda, uma maior

economia com a estrutura de sustentação do telhado. A cobertura da Santa será feita

em estrutura metálica e revestida em Placas de ACM, composto de duas chapas

constituídas por alumínio e unidas por uma camada de polietileno.

Page 76: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

75

Figura 58 - Isotelha EPS Fonte:http://www.aecweb.com.br/cls/anuncios/pes_18820/isotelha-EPS-1-gran.jpg

7.6 Piso

Propõe-se o uso de porcelanato 54x54 Extra Quartzo Brilhante Retificado em

toda sua extensão interna. PEI 4, são indicados para pisos de áreas internas de alto

trafego.

Figura 59 - Extra Quartzo Brilhante Fonte: http://www.casashow.com.br/

7.7 Iluminação

O interior do hall de entrada é inundado pela luz natural que atravessa os

painéis de vidro entremeados pelo vigamento de concreto, se espalha em todo o

espaço, o que provoca um deslumbramento iluminando seu interior.

Também serão aplicadas na nave da igreja: focos de luz direta associada com

luz difusa nos pontos de atenção; nível recomendado de luz e uniformidade no plano

de trabalho, tetos e elementos arquitetônicos como complemento na iluminação geral.

Page 77: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

76

A iluminação geral da igreja em dias normais se dá pelas próprias janelas de

vidros coloridos. A projeção das cores alegres e vibrantes no ambiente também

podem lembrar a diversidade e riqueza dos carismas presentes na comunidade.

No presbitério que possui um pé direito alto, será utilizado luz direta que é mais

recomendável devido altura de seu interior, os mais importantes elementos no

presbitério são: a cadeira da presidência, a mesa e o ambão. Mas, ainda se encontram

neste espaço a cruz, a estante do comentarista e as cadeiras para os ministros.

7.8 Programa de necessidades

AMBIENTE ÁREA

HALL 255,81 m²

NAVE 871,88 m²

CONFESSIONÁRIO 3,00 m²

SACRISTIA 15,12 m²

SANITÁRIO DO SACERDOTE 2,10 m²

CAPELA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO 28,12 m²

DEPÓSITO 8,81

PRESBITÉRIO (AMBÃO, ALTAR, SÉDIA) 66,07

SANITÁRIOS MASCULINO E FEMININO 33,60 m²

SECRETARIA 31,30 m²

Page 78: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Page 83: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

82

APÊNDICE

Page 84: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

83

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

TCC I – PROJETO DE PESQUISA

VIABILIZAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA – VPP

1.TEMA:

Igreja Católica

2.OBJETIVOS:

2.1. Problematização

Como ampliar o Santuário de Nossa Senhora Aparecida de Ouro Preto do

Oeste/RO para que se torne funcional, fundamentado na arquitetura contemporânea,

e proporcionar um local acessível para os Portadores de Necessidades Especiais?

2.2. Delimitação

Proposta de Ampliação do Santuário de Nossa Senhora Aparecida em Ouro

Preto do Oeste/RO.

2.3 Objetivo Geral

Ampliar o Santuário de Nossa Senhora Aparecida do município de Ouro Preto

do Oeste/RO, observando as exigências litúrgicas da Igreja Católica.

2.4 Objetivos Específicos

Implantar acessibilidade em toda a edificação;

Elaborar um projeto fundamentado na arquitetura contemporânea;

Proporcionar um ambiente interno adequado para o vários tipos de

celebrações, trabalhando o conforto térmico, lumínico e acústico;

Criar uma fachada que seja convidativa a população e ao mesmo tempo

preservando as características da arquitetura sacra;

Page 85: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

3. JUSTIFICATIVA

Um Santuário necessita de infraestrutura adequada para que seus fiéis sintam-

se bem acomodados e acolhidos em um espaço de caráter religioso, pois ao contrário

do que acontece com os centros comerciais, por exemplo, onde são projetadas

estruturas para atrair pessoas, as comunidades religiosas já possuem tal demanda

que clama direta e indiretamente por uma infraestrutura adequada.

As igrejas de modo geral, por se tratarem de ambientes que devem acolher ao

próximo sem fazer distinção de sua classe econômica, social ou se é ou não um

Portador de Necessidades Especiais (PNE), se faz necessário que esses locais sejam

acessíveis para melhor receber a população local.

Partindo deste princípio, foi observado que o Santuário de Nossa Senhora

Aparecida em Ouro Preto do Oeste/RO necessita passar por melhorias em suas

instalações físicas para oferecer um espaço aconchegante aos seus fiéis e que

obedeça as exigências da Igreja com relação à liturgia, fazendo com que os espaços

físicos contribuam para o bem estar da população, tornando-os eficientes para as

celebrações de cada tempo do ano litúrgico, incluindo situações esporádicas, como

por exemplo, batizados e casamentos.

4. TEORIA DE BASE

“Segundo o que se pode verificar nos evangelhos e nos outros escritos neo-

testamentários, os primeiros cristãos não tinham um lugar fixo para a celebração de

seu culto. Eles se reuniam nas casas residenciais para a celebração da Eucaristia (cf.

At 2,46; 20,7-8); mais tarde, com o crescimento do número de convertidos, a reunião

cristã ganhou um lugar fixo, a domus ecclesiae, a mais famosa é aquela cujas ruínas

foram encontradas em Dura-Europos, na Síria.” (LIMA. 2010. p. 2)

“A história da humanidade nos diz que, sempre têm existido lugares onde a

presença do Sagrado é especialmente forte e onde os seres humanos tem tido a

possibilidade de se comunicar e relacionar com ele, através da oferenda, a oração e

a propiciação, sentindo-se assim próximos do Mistério. Esses lugares estavam

primeiro na natureza: montanhas, fontes, árvores, pedras e depois foram edificados

em seu entorno ou sobre eles, edificações que continham elementos representativos

ou simbólicos sacros e nos quais a presença física do divino (imagem, símbolos

cúlticos), era de especial relevância. Os Espaços Sagrados tem então a característica

Page 86: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

de serem “lugares de encontro” entre o humano e o divino, nas suas diferentes

formas.” (ILLARZE, 2008. p. 1)

“Entre as mais nobres atividades do espírito humano estão, de pleno direito, as

belas artes, e muito especialmente a arte religiosa e o seu mais alto cimo, que é a arte

sacra. Elas tendem, por natureza, a exprimir de algum modo, nas obras saídas das

mãos do homem, a infinita beleza de Deus, e estarão mais orientadas para o louvor e

glória de Deus se não tiverem outro fim senão o de conduzir piamente e o mais

eficazmente possível, através das suas obras, o espírito do homem até Deus.” (SC.

1963. n. 122)

“Partindo de uma visão teológica de Espaço Sagrado, o teólogo e liturgista, Frei

José Ariovaldo da Silva nos propõe quatro elementos fundamentais, os quais não

devem faltar na organização simbólico-sacramental do espaço litúrgico. Por eles nos

é dado perceber a presença amorosa de Deus na celebração da divina liturgia. Jesus

Cristo está real e vivamente presente na liturgia (Cf. SC-7) e esta presença é

comunicada por meio desses elementos, a saber: o Altar, a Mesa da Palavra, o

Espaço da Assembleia e a Cadeira da presidência.” (BRANDÃO. 2011. pág. 10)

“A água é um elemento central na concepção do espaço (do Santuário Nacional

de Aparecida), tanto no piso como nos barrados das paredes e pilastras, simbolizando

tanto as águas do rio Paraíba, onde a imagem foi descoberta, quanto mostrando que,

ao adentrar o espaço sagrado, o crente é imerso no Cristo, Fonte de Vida Nova, na

ação contínua do Espírito que dá vida a ele e ao local.” (BERTO. 2012. p. 282)

“O programa iconográfico prepara, descreve e prolonga, por meio do projeto

arquitetônico, de acordo com as exigências litúrgicas e a cultura local. Deve ser

resultado de um trabalho multidisciplinar que envolva arquitetos, liturgistas, artistas e

a comunidade. As principais imagens a destacar são sinais sacramentais: a cadeira

da presidência, o altar, o ambão, a fonte batismal, a disposição do lugar da assembleia

e o próprio edifício-igreja” (CNBB, 2013. p. 43)

“Na ambientação de uma igreja deve-se levar em conta que sentimentos e

emoções fazem parte do encontro do ser humano com o Divino. Todos os elementos

na igreja têm (ou deveriam ter) uma específica presença no espaço e um significado

simbólico. Na intenção de sugerir mensagens e sentimentos de espiritualidade, a

iluminação incorpora os elementos do espaço que estão na arquitetura, nos elementos

artísticos, nos ornamentos e objetos litúrgicos. A iluminação deve ser concebida de tal

modo que não distraia o fiel, e, sim, que o ajude a meditar.” (MILANI, 2008. p. 47)

Page 87: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

“Diferentemente dos antigos templos pagãos, que eram pequenos e recebiam

as imagens de um ou mais ídolos para uma oração subjetiva e encontros, e juntos

(Povo de Deus/Corpo Místico) celebram os mistérios de seu Único Deus. Portanto, o

espaço celebrativo deve dar condições para acolher o mistério que aí se celebra e

seus convivas. O espaço do mistério é um espaço de oração objetiva: vem até nós,

fala uma só língua, une a todos. Assim, é bom que todos zelem pela unidade

representativa do espaço, pois essa unidade refletirá na unidade de cada pessoa e da

comunidade.” (PASTRO, 2012. p. 66)

“Quando o lote não comporta os usos, a verticalização é a alternativa mais

apropriada. É indicado que a igreja esteja sempre no topo, aproveitando o pé direito

alto proporcionado por inclinações da cobertura. Este uso exige do arquiteto

criatividade e domínio de formas, para que a obra tenha “cara” de Igreja e não de

prédio. Rampas e/ou elevadores se farão necessários elevando o custo da obra.”

(FAUST, 2014. p. 21)

O grande desafio em projetar a arquitetura contemporânea nos tempos atuais

se baseia na introdução de formas em conformidade com o mundo em que vivemos.

A arquitetura religiosa ao longo dos tempos se tornou um marco de referência

temporal e significativa da sua época, definindo a relação do homem com Deus.

(INÊS, Maria. p. 1)

5. METODOLOGIA

5.1. Método

Conforme Andrade (2003), o método dedutivo é o caminho das consequências,

pois uma cadeia de raciocínio em conexão descente, isto é, do geral para o particular,

leva à conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias e leis gerais, pode-se

chegar à determinação ou previsão de fenômenos particulares.

No mundo existem várias Igrejas, em suas mais diversas nomenclaturas,

preparados para atender às necessidades dos fiéis, juntamente com as exigências

doutrinárias da Igreja. No Brasil, a quantidade de edifício que seguem as exigências

doutrinárias reduz consideravelmente, sendo muito inferior comparando com os

números gerais. Essas Igrejas se concentram nas grandes e bem desenvolvidas

cidades, principalmente no centro e centro sul do país. Em Ouro Preto do Oeste,

Page 88: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

portanto, não existem Igrejas onde atendam completamente as necessidades dos

fiéis, tornando os ambientes não tão eficientes.

5.2. Procedimento

Para se obter os resultados esperados no presente Projeto de Pesquisa será

inicialmente, utilizado Revisão Bibliográfico, para que desta forma, se conheça a

respeito do tema proposto mais a fundo, a fim de se obter uma maior variedade de

opções acerca de igrejas já construídas, para analisar soluções que possam ser

viáveis para o local em que o projeto será implantado.

Após o conhecimento obtida através da Revisão Bibliográfica se fará

necessário utilizar também do procedimento denominado de Estudo de Caso, para

conhecer o local a ser realizado o projeto do presente da trabalho. Para Gil (1994, p.

122), “a coleta de dados no estudo de caso é feita mediante o concurso dos mais

diversos procedimentos. Os mais usuais são: a observação, a análise de documentos,

a entrevista e a história de vida.” Obtendo assim, todas as informações que venham

a ser necessárias para realizar uma nova proposta arquitetônica para o Santuário

objeto do presente projeto de pesquisa.

6. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico:

Elaboração de Trabalhos na Graduação. 6.ed. – São Paulo: Atlas, 2003.

BRANDÃO, André Andrade (Pe). Espaço Sagrado – após Concílio Vaticano II.

Uberlândia: A Partilha, 2011.

CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Orientações para projeto e

Construção de Igrejas e disposição do Espaço Celebrativo. Brasília: Edições

CNBB, 2013

CONSTITUIÇÃO CONCILIAR SACROSANCTUM CONCILIUM SOBRE A SAGRADA

LITURGIA, 1963. Disponível em: <

Page 89: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-

ii_const_19631204_sacrosanctum-concilium_po.html > Acesso em 09/03/2014.

FAUST, Eduardo. Criatividade no Planejamento de Obras na Paróquia. Revista

Paróquias & Casas Religiosas, ano 8, número 46, janeiro- fevereiro 2014. São

Paulo: Promocat Marketing Integrado. Páginas 20-21.

GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 3.ed. São Paulo: Editora

Atlas, 1994.

LIMA, Marco Antonio Morais. O ESPAÇO CELEBRATIVO SEGUNDO A IMAGEM DA

IGREJA. Belo Horizonte,11 out. 2010. Disponível em: <

http://fajopa.com.br/contemplacao/index.php/revista/article/view/8/9> Acesso em

13/03/2014

MILANI, Eliva de Menezes. Igrejas Católicas. Revista Lume Arquitetura, São Paulo,

ed. 32, junho/julho. 2000. p. 46-51. Disponível em:

<http://www.lumearquitetura.com.br/pdf/ed32/ed_32_Artigo.pdf> Acesso em

15/03/2014.

PASTRO, Cláudio. O Deus da Beleza. 3.ed., São Paulo: Paulinas, 2012.

ILLARZE, Enrique (Pe). O Espaço Sagrado e Litúrgico. Porto Alegre, 13 dez. 2008.

Disponível em:

<http://centroestudosanglicanos.com.br/bancodetextos/arte/o_espaco_sagrado_e_lit

urgico.pdf> Acesso em 09/03/2014.

BERTO, João Paulo. A arte a serviço do sagrado: a arte sacra de Cláudio Pastro

(1948-) e o santuário nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. São

Paulo. 2012. Disponível em:

<http://www.unicamp.br/chaa/eha/atas/2012/Joao%20Paulo.pdf> Acesso em

07/04/2014.

Page 90: Monografia - TCC - Arquitetura Sacra

INÊS, Maria. Desafios atuais para a arquitetura na criação das formas e espaços

sagrados. Disponível em:

<http://www.centroestudosanglicanos.com.br/bancodetextos/arte/desafios_atuais_pa

ra_a_arquitetura.pdf> Acesso em 07/04/2014.

7. DADOS PARA CORRESPONDÊNCIA

7.1. Nome

Maycon Del Piero da Silva

7.2. Endereço

Rua dos Mineiros, 581 – apto 14 – Bairro Urupá. Ji-Paraná/RO

7.3. Telefone

(69) 9215-0540

7.4. E-mail

[email protected]

Projeto aceito em _____/_____/__________

Assinatura do Professor

Orientador:_______________________________________________