MONOGRAFIA EM ELABORAÇÃO
MONOGRAFIA EM ELABORAÇÃO
LEILA MARIA JOSÉ DA SILVA
AÇÃO EDUCATIVA VISANDO ORIENTAR AS CRIANÇAS DO PRÉ-ESCOLAR A CAMINHAR COM SEGURANÇA PARA A ESCOLA
Belo Horizonte2008
LEILA MARIA JOSÉ DA SILVA
AÇÃO EDUCATIVA VISANDO ORIENTAR AS CRIANÇAS DO PRÉ-ESCOLAR A CAMINHAR COM SEGURANÇA PARA A ESCOLA
Monografia apresentada ao curso de Especialização em Transporte e Trânsito do Programa de Pós-Graduação Lato Sensu do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - CEFET/MG, como requisito parcial à obtenção do título de Especialista.
Área de Concentração: Educação de TrânsitoOrientador: Amélia Maria da Costa Silva
Belo Horizonte2008
Trabalho de final de curso de Especialização em Transporte e Trânsito, intitulado “AÇÃO EDUCATIVA VISANDO ORIENTAR AS CRIANÇAS DO PRÉ-ESCOLAR A CAMINHAR COM SEGURANÇA PARA A ESCOLA”, de autoria da graduanda ANDRÉA ESTRELA ARANTES, apresentada ao curso de Especialista em Transporte e Trânsito do Programa de Pós-Graduação Lato Sensu do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – CEFET/MG e sustentada perante a banca examinadora constituída pelos seguintes professores:
_______________________________________Antônio José Prata Amado da Silva – M.Sc.
_______________________________________Amélia Maria da Costa Silva
_______________________________________José Angel Rafael
A aluna foi considerada _____________ com média igual a ___ ( ___________)
Belo Horizonte2008
FICHA CATALOGRÁFICA
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – CEFET/MG“AÇÃO EDUCATIVA VISANDO ORIENTAR AS CRIANÇAS DO PRÉ-ESCOLAR A CAMINHAR COM SEGURANÇA PARA A ESCOLA” (monografia)/ Elaboração: Leila Maria José da Silva. Belo Horizonte (MG): Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – CEFET/MG, dez. 2008. 74p.
1. Educação. 2. Criança. 3.Teatro 4. Segurança.
A meus pais e ao meu marido
Pelo incentivo e carinho
AGRADECIMENTOS
A minha orientadora, Professora Amélia Maria da Costa Silva, que tornou possível
a realização deste trabalho.
A Andrea, Rosemary e Silvânia, que contribuíram para a construção desta
monografia.
Aos colegas do curso do CEFET-MG pela alegre convivência.
Ao Dr. Nelson Alves Santiago Filho, pelo incentivo.
Aos alunos, professoras, funcionários e diretora da Comunidade Príncipe da Paz
pelo apoio, carinho e acolhimento.
Aos atores Noca e Danila pelo empenho e dedicação na apresentação teatral.
Aos colegas do DERMG, em especial Jacke e Paulo César(Papai Noel) pelo apoio.
RESUMO
Este trabalho tem o objetivo de avaliar a percepção das crianças de quatro a seis anos de idade acerca do tema trânsito. A amostra selecionada para o estudo foi composta por alunos da Comunidade Príncipe da Paz, localizada no bairro Caiçara – Belo Horizonte – MG. Através de questionários preenchidos pelos pais, alunos e professores além de uma investigação in loco das opiniões do publico infantil. Levantadas as informações facilitadas, foi elaborado de um texto teatral, adaptado da estória Chapeuzinho Vermelho, de autoria dos Irmãos Grimm, com orientações sobre caminhar com segurança até a escola, para os destinatários primeiros da obra(as crianças). O teatro foi usado de forma arbitrária, como objetivo de interagir com as crianças, chamar atenção ou se fazer certo do entendimento da mesma. A criança é receptiva a obra e não passiva a esta, a todo momento ela recebe e processa as informações transmitidas em cena. Para tal, cumpre observar que foi levada em conta a obra de arte, o teatro, com meio e fim educativo ou didático. Assim sendo, o desenvolvimento infantil, como habilidade de construção de um modelo interno do mesmo, através das artes cênicas no ensino da educação para o trânsito, traz como resultado a transposição do lúdico-imaginário para o concreto-educativo.
Lista de Abreviaturas e Siglas
ANTP Associação Nacional de Transportes UrbanosBH Belo HorizonteBHTRANS Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte S.A.DER/MG Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Minas
GeraisSETOP/MG Secretaria de Transportes e Obras Públicas do Estado de Minas
GeraisSéc. Século
Mapas
Mapa 01 Região Metropolitana de Belo Horizonte ............................... 24
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 11
1.1 Justificativa ...................................................................................................................................................... 12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 13
2.1 Breve História do Teatro no Brasil ................................................................................................................ 14
2.2 O Teatro e a Educação na História ................................................................................................................ 15
2.3 O Teatro e o Desenvolvimento da Criança ................................................................................................... 17
2.4 A Infância de Ontem e de Hoje ..................................................................................................................... 18
2.5 Acidentes de Trânsito no Brasil ..................................................................................................................... 20
3 O SIMBÓLICO, CHAPEUZINHO VERMELHO, O CAMINHO E A RUA ............... 22
3.1 O Simbólico no Imaginário da Criança ......................................................................................................... 22
3.2 O Caminho e a Rua ......................................................................................................................................... 22
3.3 Chapeuzinho Vermelho ................................................................................................................................. 22
3.4 Os Outros Personagens: o Lobo e a Semaforina ......................................................................................... 23
4 ESTUDO DE CASO ................................................................................................. 24
4.1 A Comunidade Infantil Príncipe da Paz .................................................................................................... 24
4.2 Localização da escola .................................................................................................................................... 24
4.3 O Caminho Percorrido pelas Crianças até Escola ...................................................................................... 25
4.4 Falta de Sinalização no Entorno da Comunidade Infantil ......................................................................... 25
4.5 Acidentes no Brasil .......................................................................................................................................... 25
5 METODOLOGIA ...................................................................................................... 27
5.1 Caracterização da pesquisa ............................................................................................................................ 27
5.2 Amostra ........................................................................................................................................................... 27
5.3 Instrumento para medidas e coleta de dados ................................................................................................ 27
5.4 Procedimento de análise dos dados .............................................................................................................. 28
5.5 Pesquisa de campo ........................................................................................................................................... 28
5.6 Deslocamento Casa-Escola e Vice-Versa ..................................................................................................... 29
5.7 Renda Familiar ................................................................................................................................................ 29
5.8 Comportamento da Criança no percurso para a escola ............................................................................. 30
5.9 Como você leva segura sua criança no percurso para a escola .................................................................. 30
5.10 A importante da Educação e Segurança no trânsito na escola ................................................................ 31
5.11 Pesquisa realizada pelos alunos ................................................................................................................ 31
5.12 Avaliação .................................................................................................................................................... 35
5.13 Recomendações ........................................................................................................................................... 36
6 O ESPETÁCULO .................................................................................................... 37
6.1 Sinopse .............................................................................................................................................................. 37
6.2 O espetáculo .................................................................................................................................................. 37
7 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 41
ANEXOS ..................................................................................................................... 43
1 INTRODUÇÃO
O governo brasileiro tem apresentado por meio de instrumentos legais
diretrizes, leis e normas sobre os direitos e deveres na convivência entre veículos
e pedestres a serem considerados pela sociedade nas áreas urbanas e em
rodovias. Em eventos promovidos pelas instituições governamentais são
evidenciados os altos índices de acidentes envolvendo crianças: o trânsito
brasileiro mata mais de 2 mil crianças por ano, conforme levantamento recente
feito pela Criança Segura(ONG) com base em dados do Ministério da Saúde. A
última contagem realizada em 2006, foi assustadora e chamou a atenção das
autoridades, devido ao percentual de mortes fatais envolvendo crianças, não
somente em áreas urbanas, mas, também nas margens de rodovias. A incidência
de acidentes deste tipo é ainda maior em períodos escolares, nos locais de maior
movimento de estudantes e no “ambiente viário” próximo à região domiciliar.
Os estabelecimentos de ensino se sentem fragilizados diante dos
problemas enfrentados por seus alunos ao se deslocarem para casa-escola e
vice-versa. Durante as últimas décadas, a “vida de criança” foi dramaticamente
mudada. As ameaças sofridas pelas crianças: seqüestros, assaltos e acidentes de
trânsito têm preocupado as autoridades, pais e educadores e acarretado
mudanças em seus deslocamentos habituais a pé em seus bairros, indo e vindo
da escola. As crianças perderam muito da sua independência e mobilidade no
seu deslocamento casa-escola e vice-versa, quando comparadas com gerações
anteriores. Não faz muito tempo, as crianças deslocavam-se habitualmente a pé
e/ou de bicicleta em seus bairros, indo e vindo da escola. Hoje, os pais têm que
acompanhar seus filhos a todas as atividades realizadas por eles, por temerem
por sua segurança e sua fragilidade diante dos perigos das ruas. A situação se
agrava ainda mais, quando a mãe ou pai devido a problemas financeiros, são
obrigados a trabalhar e delegam esta responsabilidade, do acompanhar a
criança, a um filho mais velho, um vizinho ou mesmo um conhecido, sem nem
mesmo terem outras alternativas.
A ação pautar-se-á na metodologia da pesquisa-ação, considerando as
especificidades do caso estudado buscando elaborar um texto lúdico contendo
recomendações de medidas educativas que serem aplicada na escola através de
uma encenação teatral. Envolvendo, assim, de uma maneira lúdica educativa os
atores pesquisados para a solução dos problemas encontrados. A ação
compreende as seguintes etapas: levantamento das condições físicas disponíveis,
11
tais como fluxo de veículos, características das pistas de rolamento, da presença
de eventuais passeios (calçadas) e disponibilidade de sinalização suficiente.
Pesquisa do deslocamento e conhecimento básico de sinalização das crianças da
escola. Pesquisa de opinião com profissionais da escola, com o intuito de
conhecer as dificuldades e as necessidades no seu deslocamento e das crianças.
Pesquisa como os pais sobre a maneira de deslocamento das crianças.
Detectar, avaliar e de forma lúdica, buscar evitar que os acidentes
ocorram no entorno das escolas da RMBH. Assim, diminuir a sinistralidade nas
áreas escolares é o objetivo que pretendemos atingir através da educação das
crianças que freqüentam os Jardins de Infância e o pré–escolar da escola modelo
analisadas.
1.1 Justificativa
Esse trabalho tem a intenção de despertar o interesse das autoridades de
trânsito, bem como dos pais e educadores, enfim da sociedade, sobre a
importância da educação de trânsito e das dificuldades que vêm sendo
enfrentadas pelos estabelecimentos de ensino, localizados em áreas totalmente
desprovidas de tratamento com sinalização. Considerando ainda o grande
aumento da frota brasileira de veículos e os índices de atropelamentos
envolvendo crianças de 0 a 12 anos, buscamos obter com este trabalho uma
ação educativa que possa ser adotada para despertar a criança sobre a questão
de sua segurança e dos elementos de trânsito, que irão facilitar o seu caminho.
12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Este trabalho evidenciou a relevância que o teatro tem dentro da
escola, onde será apresentado como instrumento pedagógico no tema trânsito
para o desenvolvimento da aprendizagem das crianças na fase da educação
infantil.
“O teatro é, ao mesmo tempo, forma e reflexo das sociedades que ele exprime e que ele anima. Ligado mais intimamente que qualquer outra manifestação artística à vida social, é testemunho certo e seguro da vitalidade e da qualidade que uma sociedade possa ter” João Augusto (2004).
O teatro foi escolhido por ser um espaço de expressão e educação
que reflete através da arte, os problemas de nossa sociedade de maneira
lúdica e dinâmica. É um lugar que possibilita trabalhar com o imaginário do
homem, e da criança em especial, onde as diversas formas de expressões
transformam-se em representações culturais e sociais.
O palco, ou seja, qual for o espaço de representação, estabelece, em nível de razão e emoção, uma reflexão e um dialogo vivo e revelador com a platéia, ou seja, qual for o espaço dos expectadores. Incapaz de agir diretamente no processo de transformação social, age diretamente sobre os homens, que são os verdadeiros agentes da construção da vida social. (PEIXOTO,2003).
Assim sendo o teatro contribui para o pensar critico sobre os
acontecimentos da nossa historia, tornando o homem, sujeito autônomo, capaz de
interferir e modificar a realidade.
O teatro é um espetáculo vivo, feito por homens para homens falando
sobre os homens. Esta troca, por ser direta, sem intervenção de uma tela é
imediata, o envolvimento é total. A magia existente entre o elenco e platéia torna o
espetáculo real, presente, misterioso cheio de uma carga de impacto e um poder
transformador imbatíveis até hoje.
Quando assistirmos um programa de TV ou um filme no cinema, estamos
separadas de uma realidade que incomoda. A distancia acomoda-nos e oferece
segurança. Mas quando existe um ator a alguns metros de você, tudo pode
13
acontecer. O humano e o real, em constante exercício do ser, ficam diante de seus
olhos, e podem te tocar. Você ouve a respiração, vê o suor escorrendo pelo rosto,
percebe as variações vocais espontâneas que podem ser do ator, mas podem se
misturar com a sua. Esta característica efêmera do teatro é exatamente o que o
deixa forte.
2.1 Breve História do Teatro no Brasil
O teatro brasileiro teve origem com os jesuítas. O padre José de
Anchieta produziu alguns textos catequéticos e didáticos, influenciados pelos
autos do português Gil Vicente, incluindo elementos indígenas.
O desprendimento do teatro em relação à catequese surgiu a partir
da Segunda metade do século XVIII, já em casas de óperas. A partir da
independência em 1822, surgiu o romantismo e o sentimento nacionalista.
Em 1833 é formada a primeira companhia de teatro brasileira. Começa a fase
da comédia e do drama expressos em linguagem popular, bem como da
sátira e da representação de situações cotidianas.
Os grandes nomes da literatura brasileira na metade do século
XIX, pouco
acrescentaram, devido ao fato de que seguiam modelos franceses, em
decorrência da inexistência dos nacionais. Martins Pena inicia o teatro de
costumes. Há uma superação da ingenuidade e um avanço no domínio
técnico. O estilo é simples e direto.
No início do século XX a produção dramática passa a ter um caráter
mais nacional, pelo fato de que tornou-se difícil as regras serem ditadas pelo
teatro francês. E, com a Primeira Guerra Mundial dificultou-se a comunicação
com a Europa. Por volta de 1930 o teatro foi caracterizado pela hegemonia
dos atores, sendo que a fama deles atraía o público. Contra esse teatro
acadêmico surge a influência modernista. É conquistado então o status do
teatro como arte e não apenas como entretenimento.
O teatro em 1941 aparece como resultado do trabalho de equipe e
acontece a formação dos primeiros diretores brasileiros.
Na década seguinte Maria Clara Machado dedicada
exclusivamente ao teatro infantil fundou o grupo experimental O Tablado.
Anos depois surge a fase tropicalista ligada ao momento político, tendo sido o
14
elenco agredido pela platéia e suspensa a programação pela Censura Federal.
Já nos anos 70 foram feitas sátiras políticas em forma de musical
denunciando as injustiças sociais. No final do século XX destacaram-se a
gaúcha Denise Stocklos, com espetáculos baseados em elaborada técnica
corporal; Antônio Nóbrega, ator e músico, alcançando grande qualidade na
linha de teatro popular, com raízes no cordel e no circo. Nelson Rodrigues
ocupou os palcos e algumas das suas peças foram levadas para a televisão
brasileira em meados da década de 1990, destacando aspectos realistas
numa concepção que, nas palavras desse dramaturgo, pretendia apresentar
"a vida como ela é". Continuaram a ser feitas, outrossim, experiências
tendentes à renovação da linguagem.
2.2 O Teatro e a Educação na História
...desde a Antiguidade Clássica, gregos e romanos já se preocupavam em registrar as amplas possibilidades educativas do teatro, podendo-se encontrar trabalhos de Aristóteles, Platão, Horácio e Sêneca, que se preocuparam em dissecar a relação teatro-educação.
O autor Jupiassu (2001 apud SOUZA, 2004, pág. 12) fala-nos da
utilização do teatro na educação desde a antiguidade. Destaca-se então que se o
teatro permite ao homem observar-se, apresentando as diversas formas de relação
entre ele e a sociedade, torna-se o teatro educativo contribuindo para a construção
do conhecimento da sociedade e do próprio ser humano.
Para Leenhardt (1974) o teatro se aplica à educação, em quatro fatores:
primeiro como peça teatral a ser apreciada, mostrando a magia do teatro como arte;
em segundo lugar como peça teatral educativa; em terceiro como um recurso
metodológico que auxilia na aprendizagem de disciplinas diversas, em sala de aula e
fora dela e por fim como uma prática artística que faz crescer o lado emocional,
psicológico e intelectual de todos.
O teatro dirigido ao público infantil tem uma responsabilidade, pois
introduz o público no universo teatral, educando esta platéia para a apreciação da
arte e a utilização do teatro como recurso educativo, mostra resultados
interessantes, encontrando na ação dramática a melhor condição para atingir o
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espectador e educando amplamente, já que a mobilização e a identificação
emocional são intensas na relação com a obra teatral.
O teatro para as crianças pode ser uma primeira amostra da arte, através dos
sentimentos de fantasia e criação, onde Kramer (2003, pág. 91) revela que:
As crianças, marcadas por contradições da sociedade em que vivem, possuem poder de imaginação, fantasia, criação, pois são pessoas que produzem cultura e são nela produzidas, possuem um olhar crítico que vira pelo avesso a ordem das coisas, subvertendo essa ordem.
Já Souza (2004, pág. 12) revela que: O teatro dialoga com as outras
artes, apropriando-se de suas diferentes linguagens para se fazer mais atuante
no âmbito específico da Educação Infantil, fazendo com que a criança entre em
contato com a sua cultura, aprendendo através do jogo dramático a lidar com a
alteridade e com as diferenças, construindo assim um referencial artístico e
cultural.
Destaca-se que o teatro tem influência positiva no comportamento das
crianças, apresentando-lhes varias referências alternativas de auto-conceito, de
identidade e de compromisso com os semelhantes.
Neste sentido, cita-se que diversos projetos educacionais são
desenvolvidos através de peças teatrais. Miller (1996) mostrou em seus estudos
como um professor dirigiu uma peça, de forma a focar a prevenção do abuso
sexual em crianças e adolescente, este fator então mostra e afirma que as
crianças captam o conhecimento sobre abuso sexual e assim liberam
experiências emocionais, de forma a se encorajarem para revelar o abuso que
possivelmente possam ter sofrido.
Isso é dinâmica, é fantástico é fazer sair de dentro de um coração
ferido um acontecimento que talvez nunca fosse revelado, é a mágica e o poder
do teatro.
Desta forma, não só o exercício teatral, mas a contemplação de obras
teatrais geram a possibilidade de experiências como esta que integra sentidos,
sentimentos e intelecto no processo de conhecimento e aprendizagem.
Logo, conforme Leenhardt (1974) a característica lúdica do teatro
favorece sempre a motivação dos alunos quando este – o teatro – é associado à
16
certa disciplina, de forma a tornar as aulas mais dinâmicas e os conteúdos
integrados ainda mais ao processo de aprendizagem.
Torna-se então clara o teatro como atividade educativa e neste
contexto, o teatro tem seu próprio método de educar, produzindo
conhecimentos, através de uma forma de educação livre, levando a um
conhecimento da teatralidade que é inerente a todo ser humano, e que
infelizmente é às vezes esquecida ao longo da infância. O próprio exercício
teatral, ou a apreciação do teatro, é um exercício também social, onde se
experimentam relações, se descobrem e redescobrem sentimentos e se criam
coisas sobre o ser humano habilidoso, fantástico, criativo que existe em cada
criança.
2.3 O Teatro e o Desenvolvimento da Criança
Desenvolvimento Humano e Infantil Neste capítulo em especial, analisa-se
a influência do teatro no desenvolvimento infantil, principiando com uma
verificação do desenvolvimento humano através da arte, do brincar do teatro.
Assim, o começo do desenvolvimento afetivo de um ser humano pressupõe certa
série de cuidados especiais, onde primeiramente o papel da maternidade deve
ter as demandas do bebê, sendo a mãe a quem cria um clima para que no bebê
prevaleçam certas sensações de bem estar.
O teórico Winnicott (1975) denominou este espaço de Transicional,
delineando a gradual passagem percorrida pela criança indo rumo ao
crescimento, apoiando-se no passar do tempo e na maturação física/psíquica do
bebê, no momento em que esta mãe mostra o mundo à criança, de forma
compreensível ao seu entendimento.
Destaca-se que todo este inicial processo é conjunto de ações que,
caracteriza uma mãe boa e que potencializa um desenvolvimento infantil bom,
pois este espaço, entre mãe e bebê, evolui posteriormente para outras
possibilidades que terminam na experiência cultural, na imaginação vívida, em
uma vida religiosa, marcando espaços de vida construtiva e expressiva.
Entretanto, para que este espaço cresça como um facilitador do
desenvolvimento infantil é necessário que esteja cercado por confiança, por
segurança e por liberdade para a criação, pois construído com essas condições, a
criança da vazão às experiências através de seu ato de brincar que representa
sua saúde e sua maturidade conforme a idade.
17
De acordo com Spolim (2002, p. 55) “a brincadeira (que pode ser
traduzida ou representada por uma peça teatral) tem um lugar, um tempo e
função importante, que é a preparação da criança para relacionar-se
socialmente”. Logo, o lugar desta brincadeira, se for um lugar bom, continente e
que permita gradualmente o compartilhar, é chamado “Espaço Potencial de
Winnicott” que, em uma fase adulta estabelece-se através de seu espaço e
expressão cultural, onde artes, filosofia e religião, ganham sentido e geram
possibilidades ao ser humano de a continuar com sua experiência de ser.
Assim, sendo, quando se pretende conhecer o ser humano, seja em
uma época ou em uma cultura, é necessário considerar a forma como se
estabelecem as suas relações, com as pessoas e com as situações que o
ambiente lhe impõe.
Assim, esta idéia de Winnicott (1970) de um Espaço Potencial, é a
idéia de um local em que o ser humano possa expressar tendências pessoais;
compartilhar sua experiência; exercitar o potencial criativo, construir uma vida
interior e de relacionamentos saudáveis e este espaço para as crianças da
atualidade pode então ser o espaço teatral, tanto na posição de ouvintes e
expectadores quanto na posição de atores e representantes.
2.4 A Infância de Ontem e de Hoje
A infância em diferentes momentos e lugares da história da
humanidade foi vista de diferentes modos. Conforme Lajolo (1997, p. 227) "são
tantas as infâncias quantas forem às idéias, práticas, discursos que se organizam
em torno e sobre ela".
Na idade medieval a criança era considerada objeto de tutela da
mulher, mães ou amas. E logo que não necessitava mais de cuidados
ingressava no mundo adulto, sem distinção. Por volta do séc. XVI, o sentimento
de infância surge como mais dócil. A criança é tida como ingênua e inocente, e
quem as cercam devem zelar por elas. No séc. XVII surge a idéia na qual a
criança passa a ser vista como alguém a ser moldada, educada e ensinada.
Segundo Ghiraldeli (2000), no final do século XVIII até o início do séc.
XIX a infância era descrita como algo natural, um período de inocência, na qual a
criança estaria desprovida da razão por não dominar a linguagem falada, ao
passo que adquirisse tal linguagem passava a não mais ser vista como inocente.
Com a inserção das mulheres no mercado de trabalho, as crianças com
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pouca idade eram obrigadas a acompanhá-las em suas jornadas. Surge então,
a luta por criação de locais onde as crianças deveriam permanecer enquanto as
mães estavam trabalhando. Sendo que esses locais surgiram com caráter de
guarda e assistência. No final do séc. XIX surge a proteção à infância,
impulsionado por várias associações e instituições para cuidar de crianças sob
diferentes aspectos: saúde, sobrevivência, e educação. E é assim que os
cuidados da infância passam a ser um aspecto consolidado. O direito a educação
infantil somente foi legitimado como direito da criança do final do séc. XX, a
partir da Constituição Federal do Brasil de 1988, e passa-se a discutir e exigir
que os direitos legalizados se tornem reais na sociedade. Arroyo (1994, p. 89)
nos diz que:
....durante muitos séculos a infância não foi sujeito de direitos, ela era simplesmente algo a margem da família, considerada como um vir a ser. Só era considerada sujeito quando chegava a idade da razão. A igreja, durante muito tempo, também pensou assim. Hoje a criança, pelo seu momento social, já é considerada como alguém que tem sua própria identidade, seus direitos.
No pensamento de Arenhart (2003), ao discutir também sobre a
infância na modernidade vemos que:
a compreensão sobre o ser criança foi sendo construída pela negatividade: se a criança é um ser de não razão, ela também não fala, não trabalha, não pensa, não participa... É com base nessa concepção de criança e de infância enquanto tempo de espera e preparação, sem valor nela mesma, que a escola, desde o século XVII, tem justificado seu papel. Assim, ao mesmo tempo em que o surgimento da escola legitima a diversidade da infância, essa instituição acaba sendo mais um espaço de cerceamento, homogeneização e negação da condição infantil.
Isso não quer dizer que a criança seja um sujeito incompleto. GEERTZ
(1989) nos diz que todo o ser humano (criança, jovem, adulto, velho) irá
desenvolver/construir sua identidade mediante os padrões culturais existentes no
seu meio social. Neste pensamento Oliveira (2000. página 5) afirma " que não se
pode dizer que a criança é melhor ou pior que o adulto, ou que é menos
experientes que estes, pois ela pensa e experiência a vida de maneira diferente
do adulto".
Portanto, atualmente se busca construir uma concepção de infância,
19
alicerçada no respeito às especificidades das crianças, ou seja, ”a sua
consideração como uma categoria social legitimada isso implica em construir
outros conhecimentos com as crianças acerca de seus mundos, pela ruptura
com noções de poder unilateral entre adulto e criança” Ferreira (2004, p. 90).
Atualmente entendemos que a criança não é inferior ao adulto e sim
diferente, possui uma típica especificidade própria do seu crescimento físico e
mental.
Este trabalho busca a partir de conceitos de infância identificar e
conhecer como as crianças em sua infância são vistas no decorre do tempo.
Compreendendo, assim as crianças como pessoas com sentimentos próprios,
que merecem ser tratadas com dignidade e respeito.
2.5 Acidentes de Trânsito no Brasil
Dado preocupante refere-se à morte de crianças vítimas de acidentes no
país. Segundo a Organização Não-Governamental Criança Segura-Brasil foram
realizadas pesquisas pela revelam que os acidentes são a segunda causa de
morte entre crianças e adolescentes entre 01 e 14 anos. No Brasil, 6.000
crianças morrem a cada ano envolvidas em acidentes, além de outras 140 mil
que são internadas anualmente.1
Isso pode ser atribuído ao aumento progressivo do número de
automóveis circulantes, ao crescimento da população, urbano e industrial, à falta
de cultura popular voltada para a segurança, à impunidade, falta de legislação
efetiva e às más condições das vias de circulação.
Há vários fatores que diferenciam a criança do adulto no que concerne
a competência daquelas como usuários do trânsito. Tais fatores podem ser
classificados sob três aspectos: o fator físico, refere-se a menor estatura, que
limita o campo visual da criança e, por outro lado, sua detecção por parte dos
condutores; o fator perceptual-cognitivo, limitação para julgar a origem/direção
dos sons dos veículos que se aproximam, menor acuidade visual: apenas 1/3 da
visão periférica do adulto e menor percepção de profundidade; e o fator socio-
atitudinal, dificuldades em dividir sua atenção entre as várias atividades motoras
e visuais requeridas, alto grau de distração e desconhecimento e/ou pouca
experiência da dinâmica do trânsito. 1 CRIANÇA SEGURA BRASIL. Guia do programa CRIANÇA SEGURA pedestre. Como trabalhar o trânsito em sua comunidade
20
Em crianças com idades abaixo de cinco anos, estudos apontam a
preponderância de lesões na cabeça e pescoço, a partir da explicação provável
da lesão se dar devido à altura da criança em relação aos pára-choques dos
veículos envolvidos. A criança é atingida, geralmente, pelo pára-choque na parte
mais alta dos membros inferiores e Segundo a pesquisa da Rede Sarah, as
lesões ortopédicas e as lesões cerebrais (Traumatismos Crânio-Encefálicos)
foram as principais causas de internação dos pacientes vítimas de
atropelamento. Os atropelamentos apresentaram, por conseguinte, um padrão
de gravidade elevado chegando muitas vezes a se tornar fatal.
21
3 O Simbólico, Chapeuzinho Vermelho, o Caminho e a Rua
3.1 O Simbólico no Imaginário da Criança
Nós, todos, em algum momento da nossa vida, já nos deleitamos e
nos envolvemos pelas histórias infantis, herança cultural da humanidade. O
conto Chapeuzinho Vermelho, escolhido como “tema da ação”, é uma das
narrativas de referência entre os clássicos infantis. De tradição oral popular, foi
publicada no ano de 1697 pelo escritor francês Charles Perrault. Desde então, o
conto é apresentado em diferentes versões, traduções e adaptações e têm
marcado a infância das crianças nos mais diferentes países e épocas. Portanto o
imaginário ganhou forma dentro da realidade da criança amainando a realidade
vivida pela criança no caminhar pelas ruas da selva da cidade.
Uma das versões mais conhecidas e traduzidas, inclusive para o
português, foi escrita em 1812 pelos Irmãos Grimm: Jakob e Wilhelm Grimm
(Alemanha). Nesta versão uma menina querida pelas pessoas do lugar onde
mora e que, sabendo que sua avó está doente, vai visitá-la.
3.2 O Caminho e a Rua
O caminho é o tema central da monografia. O caminho percorrido por
Chapeuzinho Vermelho é comparado com caminho percorrido pela criança até a
escola e vice versa. Muitos perigos Chapeuzinho teve que enfrentar até chegar
na casa da Vovozinha. A criança hoje em dia para chegar até a escola também
enfrenta muitos perigos. Em nossa escola modelo iremos detalhar os perigos que
a criança enfrenta para chegar até a escola. E através da analise dos dados
levantados com as crianças, da pesquisa realizada com os pais e através da
encenação do teatro acreditamos poder orientar as crianças na melhor maneira
de caminhar em segurança ate a escola.
3.3 Chapeuzinho Vermelho
Nos contos tradicionais mais populares a menina é vista como ingênua,
infantil e ignorante. A criança se identifica com a Chapeuzinho Vermelho
imitando seu comportamento naturalmente, neste momento introduzimos
atitudes modelo que devem ser apreendidas pela criança.
22
3.4 Os Outros Personagens: o Lobo e a Semaforina
No caminho para a casa de sua avó, Chapeuzinho encontra o lobo que
lhe pergunta aonde ela vai. O lobo, então, querendo devorá-la, segue pelo
caminho mais curto e chega à casa da avó antes da menina. O que se passa na
casa da avó varia muito de versão para versão, mas uma coisa é comum a varias
das versões: o lobo quer enganar a menina e se livrar de sua avó. Os perigos
enfrentados para a criança hoje para se deslocar até a escola. O lobo amedronta,
ameaça mais no final se torna o amigo das crianças. O Semafórico chama a
criança a realidade representa o papel da mãe, da professora, que orienta,
chama a atenção, mas ao mesmo tempo acolhe a criança com carinho.
23
4 ESTUDO DE CASO
4.1 A Comunidade Infantil Príncipe da Paz
A escola analisada é a Comunidade Infantil Príncipe da Paz, localizada
na Rua Irací Carneiro , nº 10, Bairro Caiçara, em Belo Horizonte - MG.
A Ação Social, da Comunidade Paroquial de Nossa Senhora Rainha da Paz, "Ação
e Paz"' - Creche Príncipe da Paz - é uma instituição cristã, sem fins lucrativos,
com objetivo de assistir famílias carentes e crianças. É reconhecida como
"utilidade pública" pelo governo federal. Esta escola é mantida pela comunidade
pertencente à Igreja Rainha da Paz e recebe verba da Prefeitura de Belo
Horizonte. A Coordenadora da escola é a Senhora Clarice Ângela da Silva. A
Comunidade Infantil é composta por seis salas de aula com uma professora
formada. Ela conta ainda com uma equipe técnica voluntária formada por
Assistente Social, Dentista, Médico, Psicopedagogo, e Professoras. E uma equipe
de serviços: 5 monitoras (duas para a faixa etária de 1 ano e meio a 2 anos e
meio que formam a turminha Menino Jesus; duas para a turminha São José -
crianças de 3 a 4 anos e duas que atende crianças de 4 a 5 anos - turminha
Santa Terezinha); 1 auxiliar de serviços gerais; 1 cozinheira; uma coordenadora
e um grupo de voluntárias em diversas atividades.
4.2 Localização da escola
Mapa 1 – Região Metropolitana de Belo Horizonte – RMBH Fonte: Extraído do site www.maps.google.com.br
24
4.3 O Caminho Percorrido pelas Crianças até Escola
A maior parte das crianças faz o percurso a pé e enfrenta verdadeiros
desafios nas ruas do Bairro Caiçaras, onde moram e onde esta localizada a
Comunidade Infantil: ruas movimentadas, trechos sem sinalização, motoristas
imprudentes, até chegar à escola. Até mesmo a criança que vai à escola em
carro particular, corre risco se não estiver devidamente acomodada na
cadeirinha; o momento do desembarque também necessita de atenção
redobrada.
4.4 Falta de Sinalização no Entorno da Comunidade Infantil
No entorno da Comunidade Infantil não existe sinalização indicativa de
Área Escolar. Apenas uma Placa de Parada Obrigatória em um dos cruzamentos
(Rua Marcondes com Rua Hematita).
A Comunidade Príncipe da Paz acolhe 75 (Setenta e cinco)crianças, de
2 à 6 anos, em tempo integral, de segunda a sexta-feira, no horário de 7 às 17
horas, sendo desenvolvidos o aprendizado, a formação pessoal e espiritual, bem
como oferecidas atividades pedagógicas e lúdicas, cinco refeições diárias, lazer e
descanso.
QUADRO 1
Crianças agrupadas por faixa de idade da CPP
de 2 ano a 3 anos MATERNAL II - LUCIANA 12 criançasde 2 ano a 3 anos MATERNAL II - ANTONIETA 14 criançasde 3 anos a 4 anos MATERNAL III - ANDREA 15 criançasde 3 anos a 4 anos MATERNAL III - GILDA 16 criançasde 4 anos a 6 anos 1º PERIODO - DANIELA 18 crianças
4.5 Acidentes no Brasil
Segundo dados do Departamento de Estatística do Sistema Único de
Saúde, no ano de 2002, morreram em nosso país, vítimas de acidentes de
transporte, 5.538 crianças e adolescentes na faixa etária de 0 a 19 anos, sendo
que 55% tinham entre 15 e 19 anos e, desses, 43% eram do gênero masculino.
25
Isso pode ser atribuído ao aumento progressivo do número de
automóveis circulantes, ao crescimento da população, urbano e industrial, à falta
de cultura popular voltada para a segurança, à impunidade, falta de legislação
efetiva e às más condições das vias de circulação.
Há vários fatores que diferenciam a criança do adulto no que concerne
a competência daquela como usuário do trânsito. Tais fatores podem ser
classificados sob três aspectos: o fator físico, refere-se a menor estatura, que
limita o campo visual da criança e, por outro lado, sua detecção por parte dos
condutores; o fator perceptual-cognitivo, limitação para julgar a origem/direção
dos sons dos veículos que se aproximam, menor acuidade visual: apenas 1/3 da
visão periférica do adulto e menor percepção de profundidade; e o fator socio-
atitudinal, dificuldades em dividir sua atenção entre as várias atividades motoras
e visuais requeridas, alto grau de distração e desconhecimento e/ou pouca
experiência da dinâmica do trânsito.
Em crianças com idades abaixo de cinco anos, estudos apontam a
preponderância de lesões na cabeça e pescoço, a partir da explicação provável
da lesão se dar devido à altura da criança em relação aos pára-choques dos
veículos envolvidos. A criança é atingida, geralmente, pelo pára-choque na parte
mais alta dos membros inferiores e Segundo a pesquisa da Rede Sarah, as
lesões ortopédicas e as lesões cerebrais (Traumatismos Crânio- Encefálicos)
foram as principais causas de internação dos pacientes vítimas de
atropelamento. Os atropelamentos apresentaram, por conseguinte, um padrão
de gravidade elevado chegando muitas vezes a se tornar fatal.
26
5 METODOLOGIA
Neste capítulo são apresentados os procedimentos metodológicos
utilizados na presente pesquisa, descritos como: caracterização da pesquisa,
participantes da pesquisa (população), amostra, instrumento de medidas para a
coleta de dados, coleta de dados e procedimento de análise dos dados.
5.1 Caracterização da pesquisa
Esta é uma pesquisa que resultará na elaboração de uma ação lúdico-
educativa. Os passos da coleta e análise dos dados e a produção do texto lúdico
educativa.
5.2 Amostra
A amostra contou com 49 crianças sendo 22 do gênero masculino e
24 do gênero feminino, com faixa etária entre 3 anos e 8 meses a 6 anos.
5.3 Instrumento para medidas e coleta de dados
Foram utilizados três (03) instrumentos para a coleta de dados desta
pesquisa. O primeiro instrumento utilizado foi composto por questões de
identificação da escola, número de docentes e discentes e funcionários, números
de turmas e de alunos.
O segundo instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário
preenchido pelos alunos que serviu para avaliar hábitos de deslocamentos e as
condições por onde as crianças caminham.
O terceiro instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário
preenchido pelos pais dos alunos que serviu para avaliar dados gerais dos
escolares, hábitos de deslocamentos e as condições por onde os mesmos são se
deslocam, a importância do ensino de educação de trânsito. O questionário foi
composto de 06 questões, 01 delas abertas e 05 fechadas. O questionário é de
auto-preenchimento e pode ser preenchido individualmente ou pelos pais da
criança ou por outro responsável. As instruções para o preenchimento foram
repassadas aos pais oralmente pelo pesquisador e pela professora no dia anterior
a realização da pesquisa que foi anexa no caderno das crianças e recolhida do
dia posterior.
27
A coleta de dados foi realizada pela pesquisadora, com a colaboração
das monitoras e professoras da Comunidade Infantil, no mês de novembro de
2008, nas dependências da referida Comunidade.
Inicialmente um primeiro contato foi feito com a responsável pela
escola, em outubro de 2008, para uma prévia explicação dos objetivos da
pesquisa, o conteúdo dos questionários e o consentimento dos mesmos para que
a mesma pudesse ser aplicado de modo que não viesse a interferir em qualquer
aspecto aos escolares e a data da coleta de dados.
O segundo passo foi realizado junto aos escolares. Foram
distribuídos os questionários para os pais, e as orientações de como proceder
para se responder às questões.
O terceiro passo foi à entrega e a aplicação dos questionários para
as crianças, junto com a professora e a monitora em sala de aula. Para cada
sala com e 12(doze) alunos foi entregue um tipo de exercício e acompanhado a
realização do mesmo.
5.4 Procedimento de análise dos dados
Para a análise dos dados coletados, foram utilizadas as técnicas da
estatística descritiva que tem por objetivo organizar, descrever e apresentar os
dados de maneira que possam responder aos objetivos do estudo, através do
programa Excell, verificando a média. Após a análise dos dados a apresentação
será feita através de gráficos, sendo mais fácil observar com mais clareza a
interpretação dos dados do estudo.
O levantamento dos dados através da pesquisa de campo realizada
com os pais dos alunos da Comunidade Príncipe da Paz, localizada no bairro
Caiçara, na cidade de Belo Horizonte-MG, em novembro de 2008 foi realizado por
meio de questionários específicos, sobre a percepção do comportamento das
crianças e dos pais no transito. Os dados foram tabulados e os percentuais
calculados de modo a possibilitar a análise acerca do grau de conhecimento
sobre sinalização e segurança, comportamento e entre outros, dos pais e das
crianças.
5.5 Pesquisa de campo
A pesquisa de campo foi realizada com a distribuição aos pais ou
responsáveis de questionários formulados com perguntas a respeito do
28
conhecimento básico sobre trânsito e do perfil da criança. Buscamos detectar a
percepção e conhecimento dos entrevistados (pais ou responsáveis) sobre
conhecimentos de trânsito e as condições de segurança no trajeto casa-escola e
vice-versa percorrido pelas crianças.
Outros aspectos explorados foram o comportamento dos pais ou
responsáveis sobre a importância do ensino de Educação para o Trânsito nas
escolas do Pré-escolar.
Com o intuito de diagnosticar os conhecimentos pré-existentes
realizamos uma sondagem com as crianças. Neste segundo momento foi
fornecido a cada criança um desenho para que ele se expressasse livremente. A
pesquisadora auxiliada pela professara anotava o nome da criança no desenho e
o seu comentário e sua resposta a pergunta formulada.
5.6 Deslocamento Casa-Escola e Vice-Versa
A pesquisa realizada entre os pais delimitou que o percurso realizado
até a escola é realizado predominantemente a pé, correspondendo ao
porcentagem de 96(noventa e seis por cento). Sendo que apenas 4(quatro por
cento) realizam o percurso de carro.
GRÁFICO 01 – TRANSPORTE UTILIZADO PARA O DESLOCAMENTO
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
A pé
De bicicleta
De transporte escolar
De onibus
De carro
De moto
Outro
Tipo de transporte Utilizado no Deslocamento até a Escola
5.7 Renda Familiar
No que se refere à classificação dos entrevistados segundo a classe
social, 3,3% pertence à classe B (renda familiar entre R$ 1.065,00 e R$
2.943,00), 96,6% à classe C (renda familiar entre R$ 497,00 e R$ 1.064,00) e
29
9,2% às classes D e E (renda familiar até R$ 496,00). Estes dados foram
colhidos na ficha de inscrição de cadastro da criança no inicio do ano na
Comunidade Príncipe da Paz.
5.8 Comportamento da Criança no percurso para a escola
Em resposta ao questionamento de como as crianças se comportam no
deslocamento até a escola e vice-versa podemos observar que 24(vinte e quatro
por cento) a grande maioria atravessa sem olhar para os dois lados,
16(dezesseis por cento) não caminha pelos passeios, 14(quatorze por cento)
brinca no meio da rua, 15(quinze por cento) desconhece a faixa de pedestre,
pode-se analisar que a opinião dos pais e responsáveis neste aspecto retrata a
nossa preocupação com a segurança da criança no percurso casa-escola.
GRÁFICO 02 COMPORTAMENTO DA CRIANÇA
Comportamento da Criança no percurso para a escola
4%15%
14%
7%6%3%4%
24%
4%
16% 3%
NÃO T ENHO CONHECIMENT O
ANDAR NO MEIO DA RUA OU AVENIDA
BRINCAR NO MEIO DA RUA
AT RAVESSAR ENT RE VEICULOSEST ACIONADOS NÃO UT ILIZAR FAIXA DE P EDREST RES
NÃO USAR CINT O DE SEGURANÇA
ASSENT AR NO BANCO DA FRENT E NOSVEICULOSAT RAVESSAR SEM OLHAR PARA OS DOISLADOSNÃO RESP EIT AR O SEMAFORO
NÃO CAMINHAR PELOS P ASSEIOS
OUT ROS
5.9 Como você leva segura sua criança no percurso para a escola
Essencialmente, os pais ou responsáveis seguram as crianças pela mão
e as colocam no interior da calçada. Como nesta fase a criança tem tendência a
ter reações imprevisíveis, ela deverá ser conduzida do lado de dentro da calçada
e segura pelo pulso e não pela mão, pos poderá soltar-se rápida e facilmente.
30
GRÁFICO 3 COMO A CRIANÇA E LEVADA PARA A ESCOLA
Como voce leva sua criança para a escola
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
P ELA MÃO P ELO P ULSO NÃO SEGURO INT ERIOR DACALÇADA
NÃO SEI OUT ROS
5.10 A importante da Educação e Segurança no trânsito na escola
A pesquisa demonstrou a importância que os pais julgam em ensinar
Educação para o trânsito desde o pré-escolar.
Gráfico 04 educação para o trânsito
42
0 0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
SIM NÃO NÃO SEI
Voce considera importante que seu filho estude Educação para o Transito
5.11 Pesquisa realizada pelos alunos
Realizada com as crianças que a cada desenho oferecido uma pergunta ou uma
31
afirmação buscava estimulava a responder.
32
Figura 1
Criança no passeio obstruído
Nesta seqüência foi perguntada a criança o que ela faria se
encontrasse o passeio obstruído pelo lixo. Participaram desta questão 16(desses-
seis) crianças. Eles responderam que ficariam parados, iam correr para o passeio
e três iriam esperar o caminhão passar. Neste caso a criança deve contornar o
obstáculo e voltar rapidamente à calcada, não esquecendo de olhar para os dois
lados antes de colocar o pé na via. Entretanto uma criança de 6 anos pode não
ter uma reação tão rápida, necessária para analisar se deve ir para a via ou não.
È mais seguro que a criança sempre siga em companhia de um adulto.
Nesta seqüência a criança caminha pelo passeio e pela rua. Foi
perguntado as crianças por onde ele caminha. Oito crianças identificaram o
comportamento errado da criança ao caminhar pela rua. E quatro não
responderam. O restante não diferenciou o comportamento da criança.
Figura 2
Criança caminhando rua/passeio
A Calçada é o local mais seguro para circulação de pedestres. Estes
devem sempre caminhar próximo às casas e longe da via.
As crianças perceberam nestas fotos que a menina queria atravessar 8
crianças. E observaram que ela esta olhando pra um lado e para o outro 4
33
crianças. Mas nenhuma expressou que para atravessar deve-se olhar para os
dois lados.
Figura 3
Criança atravessando a rua
Sempre que for atravessar uma via, o pedestre deve olhar para os dois
lados, com os pés na calçada, e só depois atravessar.
Nesta foto a menina brinca no meio da rua. A dificuldade de espaço e
falta de tempo dos pais para brincar com seus filhos. Foi perguntado as crianças
onde elas brincam. Eles responderam: na varanda(2 crianças), no passeio(3
crianças), dentro de casa(4 crianças), no corredor(1criança), na cozinha(1
criança). Figura 05
Criança brincando na rua
A criança quando brinca concentra toda a sua atenção nesta atividade,
não percebendo totalmente o que se passa a sua volta. Por exemplo, a
aproximação dos veículos pode não ser visto por ela.
Estas fotos mostram duas crianças de faixa etária diferentes, sentadas com cinto
de segurança no banco de trás. As respostas (onze alunos) surpreenderam, pois
34
90% (por cento) identificou a situação correta da criança ao sentar no branco de
trás: “Ela está sentada na cadeirinha no banco de trás porque ela é pequeninha
igual a mim” disse Emily(3 anos). “ a policia fica brava prende ......”( Andre) a
minha cadeirinha é vermelha e cinza.( ANA CLARA).
FIGURA 6
Crianças no banco traseiro
“TRANSPORTE AS CRIANÇAS NO BANCO DE TRAS E NÃO ESQUECA DE TRAVAR AS PORTAS
E MANTER OS VIDROS SEMPRE FECHADOS”
Nesta questão é pedido a criança para colorir o semáforo de verde
ou vermelho. Figura 7
As cores do semáforo
Das 43(quarenta de três) crianças que responderam esta questão:
19(31%) não souberam identificar a cor correta para caminhar e para parar.
Todas as criança identificam o verde e o vermelho. E 24(33,5%) acertaram.
5.12 Avaliação
O trânsito é um dos principais problemas vivenciados por nos
atualmente. O Cotidiano violento nas cidades e nas estradas revela os profundos
conflitos existentes entre o homem e os veículos. O lado mais trágico dos
problemas de trânsito são as decorrências dos acidentes e atropelamentos, que
35
muitas vezes deixam seqüelas físicas por longo tempo, ou para sempre nos
envolvidos, chegando ao extremo da perda de muitas vidas. O ser humano
necessita do trânsito para que aconteçam. Baseado nesta afirmação de Coll,
Palácios, Marchesi e levando-se em conta que o trânsito faz parte desde o inicio da
vida das crianças acreditamos que os conceitos básicos de trânsito devem ser
trabalhados nas escolas de pré-escolar que atendem crianças de até 6(seis) anos de
idade.
5.13 Recomendações
A satisfação dos pais e dos responsáveis pelas crianças em responder o
questionário foi surpreendente, demonstraram grande interesse e curiosidade no
tema da pesquisa. Fizeram reclamações no que se refere a falta de sinalização no
entorno da Comunidade Príncipe da Paz, pois no local só existe uma placa de Parada
Obrigatória.
Outro problema citado pelos pais foi as precárias condições ou mesmo a
falta dos passeios no Bairro Caiçara, em Belo Horizonte, prejudicando, em muito,
nas condições de acessibilidade e mobilidade nos deslocamentos diários realizados a
pé pelos pedestres em suas atividades cotidianas.
Com o intuito de melhorar as condições de circulação dos cidadãos,
principalmente das crianças, e garantir maior segurança no caminhar julgamos
necessário que além da melhoria dos passeios é necessário que seja retirado os
constantes obstáculos existentes nos percursos de nossas calçadas como enormes
lixeiras, mesas de bares, caçambas, lixos e entulhos.
Os índices elevados de acidentes com crianças na faixa etária do pré-
escolar e a inexistência de sinalização no entorno da escola, bem como o
atropelamento fatal de uma criança da referida escola, me motivaram a iniciar este
trabalho buscando contribuir para o desenvolvimento de atitudes mais seguras dos
responsáveis por elas.
A partir de uma pesquisa de investigação a respeito do caminho
percorrido pelas crianças realizamos uma encenação com as possíveis causas de
acidentes que ameaçam a segurança das mesmas até a escola.
Este trabalho apresenta uma proposta visando sensibilizar mães, pais e
educadores para a adoção de ações que promovam a segurança das crianças no
percurso casa-escola.
36
6 O Espetáculo
Com o objetivo de disseminar noções de cidadania e segurança no
trânsito aos cidadãos mais jovens da cidade e torná-las multiplicadoras de
conhecimentos. As crianças serão motoristas do futuro, daí a importância dessa
atividade de conscientização para o trânsito. O titulo do teatro foi Chapeuzinho
Vermelho no bairro Caiçara.
O texto é uma adaptação do clássico de Charles Perrault para os
tempos atuais. Através de uma linguagem simples e num ritmo ágil, os atores
estimularam a percepção das crianças os problemas enfrentados pelas crianças
no caminho para a escola.
A história é passada nos tempos atuais, no bairro Caiçara, em Belo
Horizonte.
As Personagens foram representados: Chapeuzinho Vermelho por
Daniella Maria Luiz;Lobo: (Antônio Eustáquio Soares)Noca, e Semaforina: Leila
Silva.
6.1 Sinopse
O espetáculo inicia com a fala da personagem Semaforina chamando
as crianças para assistirem a estória de Chapeuzinho. Chapeuzinho Vermelho
caminha para a escola e ensina as crianças a caminhar com segurança e sempre
em cima do passeio. O Lobo tenta por várias vezes pegar Chapeuzinho
Vermelho. Toda vez que ela desce do passeio ou não respeita a sinalização. A
tensão aumenta quando Chapeuzinho Vermelho vai descer do passeio,
atravessar a rua e o lobo trafegando de moto, bicicleta e depois ambulância
tenta atropela-la Chapeuzinho Vermelho. O epílogo se da quando Chapeuzinho
Vermelho chega na escola e é abraçada pela professora e o Lobo Mau após surgir
todo enfaixado e mancando, conclui que deve obedecer as leis de trânsito e não
comer criança.
Além das preocupações com o trânsito, as crianças aprendem valores
e formas de conduta que ajudam na constituição de futuros cidadãos e,
conseqüentemente, bons motoristas, pedestres e ciclistas.
6.2 O espetáculo
Baseados na pesquisa, analisamos os temas mais necessários a
37
serem explorados e utilizamos no texto teatral como: a maneira correta de
atravessar a rua. O caminho para a educação deve partir da necessidade e do
interesse da criança.
“Chapeuzinho Vermelho: - Agora tenho que atravessar. Crianças vocês acham
que eu devo descer para a rua? Mas vou fazer igual minha mãe me ensinou.
Semaforina: Muito bem Chapeuzinho Vermelho. Para atravessar deve-se
escolher locais onde a criança possa ver bem os veículos. Parar na beira da rua,
olhar para o lado direito e depois para o esquerdo e caminhar em linha reta.”
(trecho da peça teatral) FIGURA 11
Semaforina explica como atravessar a rua
O lúdico na educação é algo concreto, pois a criança deve aprender
com alegria seja na vida ou na escola. A verdadeira educação provoca mudança
no comportamento da criança satisfazendo suas múltiplas necessidades
intelectuais, cognitivas e afetivas.
38
7 CONCLUSÃO
Conforme o DENATRAN, os atropelamentos são apontados como a terceira
principal causa de morte entre crianças e adolescentes de cinco a quatorze anos
no país. Os acidentes representam 8,8% das mortes. Nesta faixa etária, a
primeira causa de morte são quedas com traumatismos e a segunda,
queimaduras e afogamentos.
A grande maioria das crianças menores de dez anos de idade não consegue lidar
seguramente com o trânsito. Elas têm dificuldade de julgar a que velocidade os
carros estão se movendo, a qual distância eles estão e de que direção os sons do
trânsito estão vindo. Pensam que os carros podem parar instantaneamente e que
elas podem ver o motorista e vice-versa.
Este trabalho é um início de reflexões que poderão ser continuadas por outros
pesquisadores, enriquecendo ainda mais as questões de educação para o
trânsito, focadas na acessibilidade do pedestre infantil. Sem pretender ditar
regras, até porque não tem o objetivo de dar uma “moral para a história”, essa
monografia possibilita uma ampliação das questões que são inerentes à
mobilidade urbana em áreas escolares.
Vale ressaltar que, o espetáculo teatral pode ser um incentivador da pesquisa,
possibilitando um olhar diferenciado sobre assuntos tratados dentro e fora da
escola, situação em que os alunos/espectadores podem estabelecer múltiplas e
enriquecedoras leituras. Nessa posição, o teatro não se coloca como subserviente
às práticas educacionais, mas ocupa um lugar de destaque e de parceria com a
educação. A criança é um ser complexo, sem clichês, preconceitos ou
maniqueísmos, e a infância, uma fase com questões e interesses próprios,
repletos de leituras e releituras do mundo, sendo latentes a curiosidade e o
interesse pela descoberta.
Os projetos de teatro para criança com intenções didáticas ligadas a educação
para o trânsito podem ser experiências bem-sucedidas, no sentido de que
desenvolvem os conhecimentos por elas produzidos e colaboram na educação e
formação de seu público. Esses projetos conseguem ter grande alcance com seus
espectadores, além de oferecer à criança um contato dinâmico e diferenciado
com o espaço institucional.
39
Enfim, educar as crianças é uma forma de ter um trânsito mais seguro no futuro.
Diante dessa situação faz-se necessário um efetivo trabalho na educação, que
possa permitir aos educandos, desde a Educação Infantil, a conscientização de
que eles são também agentes de transformação nesse aspecto importante do
cotidiano urbano.
A temática trânsito, quando trabalhada em algumas escolas, acontece de forma
esporádica, em momentos específicos, como a “Semana do Trânsito”, por
exemplo (um caso clássico de “currículo turístico”). Nesses momentos, o trabalho
ocorre muitas vezes de forma desconexa da realidade do educando, produzindo a
fragmentação do saber, com atividades voltadas para regras de circulação, em
detrimento do aspecto “humano” do trânsito. A humanização pela Educação do
Trânsito envolve ética, responsabilidade e respeito. Observamos que é
necessário um trabalho inter e transdisciplinar, que contribua na formação de
sujeitos conscientes da necessidade de respeitar o espaço dos outros, e, à longo
prazo, possibilitar a formação de condutores conscientes.
Há necessidade de fazer um trabalho de pesquisa que busque analisar relações
educativas com a família, a escola e os profissionais da área para conseguir um
efeito produtivo e transformador da qualidade de vida nas cidades.
40
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42
ANEXOS
Fotos da Apresentação Teatral:
43