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Magna Coroa Lima – Médica Veterinária/ Mestranda em Zootecnia - UFV MANEJO SANITÁRIO DE CAPRINOS Magna Coroa Lima 1 1 Medica veterinária, Mestranda em Zootecnia - UFV A saúde do rebanho é importante do ponto de vista geral e principalmente relacionado a produção, pois é preciso que os animais estejam sadios para que possam expressar todo seu potencial genético, a nutrição e responder às técnicas de manejo utilizadas, e neste caso, nas espécies caprina e ovina as doenças parasitárias assumem especial destaque, já que estas tem maior incidência principalmente em animais jovens. 1. Higiene das instalações A higiene das instalações é importante sob o ponto de vista sanitário, pois evita a disseminação de doenças no rebanho. Deve-se raspar e varrer as fezes dos animais periodicamente, para evitar disseminação de doenças. Convém-se prestar atenção para limpeza de bebedouros, saleiros e comedouros, limpando-os diariamente devido a água e restos de alimentos serem uma importante fonte de contaminação e disseminação de doenças, é importante lembrar também no momento de construção dos comedouros que estes devem permanecer do lado de fora da baia onde os animais consumam os alimentos através de um canzil, pois assim o alimento não terá contato com fezes e urina dos animais diminuindo a contaminação, além de facilitar o trato . 2. Isolamento dos animais doentes Em caso de animais acometidos por doenças infecto-contagiosas deve-se fazer o isolamento dos animais. Para isto é conveniente ter uma instalação apropriada para colocar os animais doentes durante o processo de tratamento
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Manejo sanitário de caprinos

Jul 03, 2015

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Magna Coroa Lima – Médica Veterinária/ Mestranda em Zootecnia - UFV

MANEJO SANITÁRIO DE CAPRINOS

Magna Coroa Lima1

1 Medica veterinária, Mestranda em Zootecnia - UFV

A saúde do rebanho é importante do ponto de vista geral e principalmente

relacionado a produção, pois é preciso que os animais estejam sadios para que

possam expressar todo seu potencial genético, a nutrição e responder às

técnicas de manejo utilizadas, e neste caso, nas espécies caprina e ovina as

doenças parasitárias assumem especial destaque, já que estas tem maior

incidência principalmente em animais jovens.

1. Higiene das instalações

A higiene das instalações é importante sob o ponto de vista sanitário, pois

evita a disseminação de doenças no rebanho. Deve-se raspar e varrer as

fezes dos animais periodicamente, para evitar disseminação de doenças.

Convém-se prestar atenção para limpeza de bebedouros, saleiros e

comedouros, limpando-os diariamente devido a água e restos de alimentos

serem uma importante fonte de contaminação e disseminação de doenças, é

importante lembrar também no momento de construção dos comedouros que

estes devem permanecer do lado de fora da baia onde os animais consumam

os alimentos através de um canzil, pois assim o alimento não terá contato com

fezes e urina dos animais diminuindo a contaminação, além de facilitar o trato .

2. Isolamento dos animais doentes

Em caso de animais acometidos por doenças infecto-contagiosas deve-se

fazer o isolamento dos animais. Para isto é conveniente ter uma instalação

apropriada para colocar os animais doentes durante o processo de tratamento

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até a cura total dos mesmos. Esta instalação ou piquete deve ter uma distância

de no mínimo 50 m do rebanho para evitar que o vento dissemine a doença

caso esta seja de fácil propagação.

3. Quarentenário

Constitui de uma área construída geralmente longe das outras

instalações, com objetivo de alojar animais recém comprados, é recomendado

que os animais permaneçam de 30 a 60 dias , após este período sendo

descartada qualquer possível doença e vermifugados estes podem ir para o

rebanho.

4. Esterqueira

A esterqueira tem por objetivo armazenar os excrementos e detritos

retirados das instalações, os quais serão guardados nas melhores condições

possíveis, para que fiquem bem curtidos e sirvam como bom adubo orgânico.

Com esse tipo de instalação, escondem-se sujeiras, evita-se a proliferação de

moscas e curte-se o material, diminuindo os riscos de contaminação da água e

dos alimentos, evitando assim que as pastagens sejam contaminadas com

ovos de parasitas, estes ao chegar às pastagens encontram condições

adequadas para se desenvolver ate a L3 (larva infectante), como umidade e

temperatura alta, estas larvas sobem até a ponta das gramíneas sendo assim

ingeridas pelos animais ao pastejar. Ao curtir o esterco também melhora as

características do adubo. Podem ser de vários tamanhos, tipos e materiais.

Cada animal produz em média 600 kg de esterco por ano.

A esterqueira pode ser feita simplesmente em um local cimentado para evitar

que contamine o solo e distantes de rios, lagoas e açudes para evitar a

contaminação da água, a esterqueira deve ser coberta com uma camada de cal

e uma lona.

O esterco deve ser coberto pelo menos por 30 dias para o curtimento.

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O esterco de cabra é um dos adubos mais ativos e concentrados,

demonstrando em suas experiências, que 250 kg de esterco de cabra deixados

em terrenos frios produzem o mesmo efeito que 500 kg de esterco de vaca.

Uma cabra adulta produz por ano, em média 600 kg de esterco. Este esterco

contém um valor fertilizante equivalente a 36 kg de nitrato de sódio, 22 kg de

super fosfato e 10 kg de cloreto de potássio, além do aporte de nitrogênio,

fósforo e potássio (NPK) oriundos da urina.

5. Separar animais jovens

Separar os animais jovens dos adultos é importante, pois os animais jovens

são mais susceptíveis as doenças, devido ao sistema imunológico não está

totalmente desenvolvido ainda e além de algumas doenças terem a capacidade

de induzir a imunidade. os animais adultos que já tiveram a doença ou entram

em contato com o agente porém não desenvolvem a doença e se tornam

portadores assintomáticos e disseminadores das doenças para os animais

jovens.

6. Vacinação

Segundo a Instrução Normativa n° 87 do MAPA - não é obrigatória a prática de

nenhum tipo de vacina para os pequenos ruminantes.

Poucas são as doenças que acometem os caprinos e ovinos que podem ser

controladas com o uso de vacinas, entre elas a Raiva e a Linfadenite Caseosa

e as Clostridioses são as que merecem ser destacadas. A Raiva é controlada

por vacina aplicada anualmente, sendo usada no caso de ocorrência na região.

A vacina contra a Linfadenite deve ser utilizada a cada ano, vacinando os

animais a partir de dois meses de idade.

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7. PRINCIPAIS DOENÇAS

O técnico e o criador devem estar atentos às alterações no criatório, pois

muitas vezes, só após consideráveis perdas, são adotadas certas medidas,

sempre onerosas pelas compras de medicamentos.

8. Doenças Parasitárias

São doenças causadas por parasitas, esses parasitas tem uma relação onde

somente o parasita tem vantagem e onde o animal que é parasitado é

prejudicado.

As doenças parasitárias também chamadas de parasitoses,podem ser

classificadas em endoparasitoses e ectoparasitores.

8.1. ENDOPARASITOSES

8.1.1 Verminoses

Os principais vermes que acometem os caprinos são: Haemonchus,

Trichostrongylus, Oesophagostomum e Strongyloides

A ação dos parasitas ou vermes gastrintestinais decorre em má digestão

e absorção dos alimentos, baixa conversão alimentar, retardo do crescimento,

diarréia, mucosas pálidas, pelos arrepiados, perda de peso, distensão

abdominal, edema submandibular, prostração e às vezes morte.

Cada fêmea do verme põe cerca de 10.000 ovos por dia, durante vários

meses. Se os ovos caírem em lugares úmidos ( águas estagnadas, banhados,

campos alagadiços ) e havendo temperatura propícia ao seu desenvolvimento

(acima de 18oC), os ovos eclodirão normalmente, dentro de 14 a 20 horas

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A atenção especial deve ser dispensada ao trato do esterco, que pode

atuar como reservatório de larvas.

Vermifugação

A incidência de verminose é comum em caprinos. Os animais doentes

ficam fracos, apresentam diarréia, perdem o apetite e ficam com os pelos

arrepiados e sem brilho. Os prejuízos observados são: diminuição de

fertilidade, crescimento retardado, queda da produção de leite e aumento da

mortalidade, especialmente em animais jovens.

O controle das verminoses deverá ser feito através de vermifugação a

cada três meses, iniciando-se com cabritos aos 28 dias de nascidos.

Recomenda-se a troca do vermífugo a cada três aplicações, podendo ser

usado os seguintes produtos: Ripercol, Panacur, Systamex, Ivomec e

Albendozole - todos devem ser aplicados por via oral.

Deve-se proceder três vermifugações a cada ano seguindo o esquema a

baixo:

Primeira vermifugação: No início do período chuvoso

Segunda vermifugação: No final do período chuvoso

Terceira vermifugação: No meio do período seco

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Resistência parasitária

A resistência parasitária ocorre quando uma droga já não consegue manter a

mesma eficácia contra os parasitos. Isso ocorre após o uso de determinado

princípio ativo por longo período de tempo ou indiscriminadamente.

O diagnóstico de resistência será positivo quando determinado antiparasitário,

que apresentava redução de aproximadamente 100% da carga de parasitos,

passa a proporcionar resultado inferior a 90% e 95% contra os mesmos

parasitos.

8.1.2. Eimeriose ou Coccidiose

Doença parasitária infecto-contagiosa que ocorre em todos os animais

domésticos, principalmente até os seis meses de idade, sendo a eimeriose

clínica mais comum em cabritos e cordeiros, entre um e três meses de idade.

As fezes são a fonte de infecção para os animais.

Não esquecer de que bebedouros ou poças de água contaminadas por fezes

dos animais são importantes fontes de contaminação do rebanho.

Segundo Blood & Henderson, os coccídeos apresentam uma certa

especificidade de hospedeiros. A infecção não se propaga, facilmente, entre

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espécies diferentes.

Causa intensa inflamação, podendo haver forte necrose, com rompimento de

vasos e grandes sangramentos. A diarréia pode ser:

- fezes totalmente liquefeitas;

- fezes mucóides;

- fezes com estrias de sangue;

- fezes negras (melena) ou fezes hemorrágicas;

- pura hemorragia;

Os afetados podem, em alguns casos, apresentar tremores, hiperestesia,

convulsões tônico-clônicas, com ventroflexão cervical e nistágmo.

A mortalidade é alta em cordeiros e cabritos, que não tiveram contato prévio

com coccídeos e que foram, repentinamente, expostos a altas doses

infectantes.

Ocorre, na maioria das vezes, nos confinamentos, principalmente quando há

superlotação; também, após longo período frio (fator estressante).

Nos ovinos e caprinos, a infecção ocorre, geralmente, de três formas:

- fezes antigas de cordeiros e cabritos, anteriormente colocados no cabriteiro;

- oocistos, freqüentemente eliminados pelas mães e/ou animais adultos;

- oocistos eliminados, freqüentemente pelos próprios cordeiros e cabritos;

Levantamentos feitos em cordeiros mostraram que 65% das amostras fecais

continham quatro a seis espécies de coccídeos.

Após a infecção, desenvolve-se imunidade específica.

Os animais jovens são mais susceptíveis do que os adultos e, quando

infectados pela primeira vez, mostram doença grave, com sintomatologia

evidente.

A ulceração da mucosa intestinal causa diarréia. A anemia pós-hemorrágica

resultante pode ser fatal.

Segundo Blood & Henderson, a simples presença de grandes quantidades de

oocistos nas fezes não permite o diagnóstico de coccidiose. Outros fatores

devem estar envolvidos para que a doença clínica se estabeleça.

A sintomatologia: pode haver febre no início, porém normalmente haverá

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temperatura normal, ou, ligeiramente, abaixo do normal. O primeiro sinal de

coccidiose é geralmente o aparecimento repentino de diarréia grave, contendo

muco e sangue e de odor fétido. O sangue pode estar na forma de melena

(fezes escuras), estrias ou coágulos. O tenesmo é bastante comum. Havendo

anemia grave, ocorrerá fraqueza, andar cambaleante e dispnéia.

Cordeiros e cabritos, criados em regime intensivo, apresentam como sintomas

marcantes: crescimento retardado, enfraquecimento paulatino, inapetência,

prostração, emaciação e morte em três a quatro semanas.

Segundo Blood & Henderson, há evidências de que os animais adquirem

grande imunidade a partir de infecções naturalmente adquiridas, logo após o

nascimento. Assim sendo, devem ser procuradas outras origens para os surtos

de diarréia e disenteria, que acometem os cordeiros e cabritos, mesmo quando

se encontrar grande número de oocistos nas fezes.

8.2. ECTOPARASITOSES

8.2.1. Sarna demodécica

Também conhecida por “bexiga”. A doença se caracteriza pelo

surgimento de nódulos na pele, que varia de 0,2 a 1,8 cm de diâmetro e se

localizam principalmente nas regiões cervical, peitoral e torácica. Estes

nódulos, ao serem abertos e comprimidos, mostram um conteúdo purulento.

Os prejuízos econômicos da afecção decorrem principalmente dos danos

na pele, causados pelas lesões. O tratamento pode ser feito com Ivermectina

injetável ou cipermetrina ou deltametrina como pour on.

Na profilaxia, evita-se a entrada de animais afetados no rebanho.

8.2.2. Infestação por piolhos

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Também denominada pediculose. Os piolhos causam irritação aos

animais, levando-os a se coçarem, roçarem nas cercas e troncos de árvores, o

que pode ocasionar a escarificação da pele e conseqüente invasão bacteriana.

A conseqüência desses efeitos é a queda de produtividade dos animais.

Na prevenção, animais a serem introduzidos em rebanhos livres são

inspecionados e, se afetados, tratados. No estabelecimento de um controle,

todos os animais devem ser examinados e, se necessário, tratados.

Recomenda-se o tratamento com inseticidas. Tanidil em pó é excelente no

combate aos piolhos.

8.2.3.Miíase ou bicheira

Também conhecida por bicheira, é causada por larvas de moscas

conhecidas vulgarmente como varejeiras. São moscas de coloração metálica

azul-esverdeada.

A mosca se instala em feridas recentes na pele do animal. geralmente

decorrentes de umbigo mal tratado, castração e outros ferimentos.

Causam irritação ao animal, com emagrecimento e queda no

desempenho. Provocam cicatrizes na pele, com prejuízos devido à

desvalorização pela indústria coureira.

Previne-se a instalação de miíase tratando adequadamente as feridas. Se

já instalada, deve-se remover larvas, limpar o local e aplicar inseticida,

repelentes e cicatrizantes.

9. DOENÇAS VIRAIS

9.1. CAE

Artrite encefalite caprina, doença viral multissistêmica crônica de caprinos,

causada pelo um retrovírus não- oncogênico, de evolução lenta e progressiva.

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Esta enfermidade apresenta, como principal sintoma, artrite (joelhos inchados),

podendo, também, ser vista sob as formas de encefalite (principalmente em

cabritos), mamite (inflamação da glândula mamária), pneumonia e

emagrecimento crônico.

Após situação de estresse prolongado como: final de gestação, lactação e

transporte prolongado, a artrite pode apresentar-se de forma aguda, deixando o

animal deitado, sem possibilidade de levantar-se.

A principal via de contaminação para o cabrito é o colostro e o leite de cabra

com a doença. Agulhas e seringas, tatuadores, ferramentas em geral e

ordenhadeiras são fontes importantes de contaminação.

A infecção intra-uterina ocorre raramente. Quando ocorre, geralmente está

associada à gestação múltipla.

O diagnóstico pode ser realizado com sorologia, através da PCR, ELISA ou

imunodifusão em Agar gel (IDGA) , este ultimo sendo o mais utilizado devido a

rapidez e baixo custo, além de ter boa especificidade e sensibilidade razoável.

Uma medida muito importante para evitar contaminação do cabrito, no pós-

parto, é separá-lo da cabra, imediatamente após o nascimento; não permitindo

que a cria mame o colostro ou que seja lambida pela mãe (cabrito deve receber

colostro de cabra, sabidamente negativa, ou colostro pasteurizado).

O tratamento térmico do colostro pode ser realizado o tratamento térmico a 56 °

C durante 1 hora, pois nessa temperatura o vírus é inativado e as

imunoglobulinas permanecem integras.

O leite deve ser pasteurizado a 74º C / 15s.

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É importante saber que é considerado negativo um caprino após três testes

com resultado negativo para C.A.E.V, com intervalo de seis meses de um para

o outro.

� Profilaxia

◦ Descarte de animais positivos

◦ Tratamento do colostro – 56º C/ 1h

◦ Pasteurização do leite – 74º C / 15s

◦ Ordenhar as cabras infectadas por ultimo

◦ Quarentena

◦ Separar cabras soropositivas das soronegativas

◦ Técnicas assépticas

9.2. Ectima contagioso

O Ectima contagioso também conhecido como boqueira é uma doença viral e

altamente infecciosa e caracteriza-se por lesões pustulares e formação de

crostas nas narinas e na boca dos animais. Lesões no úbere também podem

ocorrer, predispondo à mamite. Afeta caprinos e ovinos, causando prejuízos

econômicos. As crias geralmente adquirem a doença do úbere das cabras. O

aparecimento de surtos geralmente é resultado da introdução de novos animais

ou de exposições agropecuárias. No início de um surto, os animais doentes

devem ser isolados e tratados. Após um surto, o material proveniente das

lesões pode permanecer infectante por muitos anos no ambiente.

A mortalidade de crias poderá ocorrer devido à infecção secundária na boca,

impossibilitando-as de mamar; bem como, nas tetas das matrizes, causando-

lhes dor e fazendo com que estas não permitam que as crias mamem. Deve-

se ter muito cuidado com a possibilidade de miíase (bicheira) na boca das

crias, devido à postura de ovos, pelas moscas, na parte externa ( da boca ) de

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onde as larvas deslocam – se para o interior da mesma. Nesses casos, nunca

usar matabicheira spray.

O tratamento consiste na desinfecção diária dos ferimentos da boca das crias

com solução de iodo glicerinado, (1 parte de iodo a 10%. + 1 parte de

glicerina).

9.3. Raiva

A raiva é uma encefalomielite viral aguda que ocorre no homem e em várias

espécies de mamíferos domésticos e selvagens, causando perturbações de

origem nervosa e, quase sempre, a morte dos animais afetados.

A importância da raiva deve-se não só ao risco de ser transmitida ao homem,

como também aos grandes prejuízos econômicos que causa na pecuária das

regiões atingidas. Estima-se que a raiva seja responsável pela morte de cerca

de 50.000 bovinos por ano, só no Brasil. Segundo a Organização Mundial de

Saúde, morrem cerca de 60.000 pessoas de raiva, por ano, em todo o mundo.

A raiva é provocada por um Lyssavirus da família Rhabdoviridae.é uma doença

letal e sem cura nem tratamento, a forma de prevenção é simples somente

com a vacinação e controle de morcegos hematófagos.

A raiva e uma zoonose e portanto deve se ter cuidado com animais com

sintomas nervosos não devemos ter contato direto com secreção, muco ou

saliva, devendo este ser isolado por 10 dias, e comunicado ao órgão de defesa

sanitária do estado.

10. DOENÇAS BACTERIANAS

10.1. Clostridioses

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O grupo de infecções e intoxicações causadas por bactérias anaeróbias do

gênero Clostridium são chamadas clostridioses. Estes microrganismos são

bacilos, Gram positivos e têm a habilidade de passar por uma forma de

resistência chamada esporo e podem se manter potencialmente infectantes no

solo por longos períodos, representando um risco significativo para a

população animal e humana.

As infecções e intoxicações causadas pelas bactérias do gênero Clostridium

nos pequenos ruminantes, podem ser classificados em grupos distintos:

a) Mionecroses: representadas pelo carbúnculo sintomático e gangrena gasosa

ou edema maligno. São afecções em que os agentes Clostridium chauvoei,

Clostridium septicum, Clostridium novyi tipo A, Clostridium perfringens tipo A e

Clostridium sordellii multiplicam-se na musculatura e tecido subcutâneo,

resultando em um quadro de toxemia.

b) Enterotoxemias: afecções causadas pelos agentes Clostridium perfringens

tipos A, B, C, D, e provavelmente o tipo E (Songer, 1996), e ocasionalmente

Clostridium sordellii e Clostridium septicum. Esses microrganismos multiplicam

no trato intestinal dos animais e produzem exotoxinas responsáveis pelo

quadro patológico.

c) Doenças hepáticas: hepatite necrótica e hemoglobinúria bacilar são

acusadas pelo Clostridium novyi tipo B e Clostridium haemolyticum,

respectivamente.

d) Doenças neurotrópicas: são afecções em que o sistema nervoso é

primariamente acometido. Os agentes envolvidos nesse grupo são Clostridium

botulinum e Clostridium tetani.

O controle e profilaxia devem basear-se em medidas adequadas de manejo e

vacinações sistemáticas de todo o rebanho, já que os animais estão em

permanente contato com os agentes e com os fatores que poderão

desencadear as doenças. As vacinas clostridiais são na sua grande maioria

polivalentes, contendo em sua composição múltiplos antígenos e são usadas

como estratégia frente a uma grande variedade de agentes e/ou produtos

tóxicos.

Tais imunógenos devem ser administrados por via subcutânea,

preferencialmente, em duas doses intervaladas de 4-6 semanas na primo-

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vacinação e reforço anual, com exceção para o Clostridium haemolyticum que

deverá ser semestral. Quando o rebanho é sistematicamente vacinado, os

anticorpos colostrais protegem os animais por até três a quatro meses após o

nascimento, devendo então a primo-vacinação ser realizada após esse

período.

10.2. Conjuntivite

É uma doença que acomete a conjuntiva dos olhos dos animais, podendo

causar cegueira, sendo altamente contagiosa acometendo um grande número

de animais e, conseqüentemente, prejuízos elevados.

Geralmente, passa de um animal a outro, através de pequenas moscas, que se

alimentam de secreções oculares e nasais. Os reservatórios são os próprios

animais, podendo os doentes ficarem portadores inaparentes, por um ano ou

mais, após a cura clínica.

O tratamento é feito com o uso de terracortril e solução de nitrato de prata

a 4 % . Os animais doentes devem ser tratados isoladamente, para evitar a

contaminação do resto do rebanho.

10.3. Linfadenite Caseosa

Doença causada por uma bactéria o Corynebacterium pseudotuberculosis, que

causa abscessos nos linfonodos.

Abscessos de caprinos e ovinos caracterizam-se por necrose caseosa,

principalmente dos gânglios linfáticos superficiais; daí a sinonímia: linfadenite

caseosa, mal do caroço.

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A doença assume grande importância pelos prejuízos econômicos

decorrentes de queda na produtividade, morte de animais e condenação de

carcaças no abatedouro.

A infecção ocorre através da pele, umbigo, feridas de castração e outras,

pelo contato com a secreção de linfonodos rompidos a partir da pele, ocorre

disseminação para os linfonodos, onde há multiplicação e acúmulo de

bactérias. A bactéria pode atingir e se instalar em outros órgãos.

A doença é geralmente de caráter crônico, contagioso, podendo resultar

em morte.

Para melhor controle, os animais clinicamente afetados devem ser

observados antes da supuração e aplicado diretamente no caroço solução de

álcool iodado.

Na prevenção, evita-se a entrada em rebanhos livres de animais

clinicamente afetados e a vacinação de todo rebanho inclusive os jovens a

partir de dois meses de idade.

. Os abscessos deverão ser abertos fora dos currais. Toda secreção, bem

como, o material usado, no processo de drenagem, deverão ser colocados em

recipiente, que deverá ser queimado ( e não mais utilizado ).

♦ Para drenar os abscessos, deve-se usar luvas. Após a abertura dos

mesmos, toda secreção deverá ser depositada em recipiente. Com uma pinça

e um chumaço de algodão em sua ponta, embebido em solução de iodo a 10%

, proceder a limpeza interna da cápsula do abscesso. Manter a ferida cirúrgica

aberta. Usar repelente (matabicheira).

♦ Fazer drenagem dos abscessos, o mais cedo possível, logo que apresentem

tamanho para isto; e, não, quando estiverem pelando, já que, nesse estágio, os

abscessos rompem-se com facilidade e contaminam todas as instalações e

cercas.

♦ Em casos de linfadenite caseosa ressindivante (após a drenagem volta no

mesmo lugar ou em outro), o animal deverá ser descartado do rebanho.

♦ Poderá haver ocorrência desses abscessos em linfonodos de órgãos

internos, como pulmão, fígado, trato intestinal etc...

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10.4.Broncopneumonias

É uma doença infecciosa que afeta os pulmões e demais órgãos do sistema

respiratório, sendo causada por vários agentes, além de fatores ambientais e

erros no manejo, acomete animais de todas as idades, porem é mais incidente

em animais jovens.

A transmissão ocorre por contato com os animais doentes e secreções , Porém

há diversos fatores que predispõem os animais tais como: transporte, mudança

brusca de temperatura, excesso de ventos, umidade, falta de higiene das

instalações e superlotação.

Os sintomas mais comuns são diminuição do apetite, febre, pelos arrepiados,

dificuldade respiratória , tosse e corrimento nasal.

O tratamento deve ser feito com antibióticos e a prevenção deve ser feita

controlando os fatores predisponentes e isolamento de animais doentes para

evitar a proliferação.

10.5.Pododermatite

A pododermatite é uma doença contagiosa grave de ovinos, menos prevalente

em caprinos, que causa perdas econômicas significativas em função da

acentuada perda da condição corporal que associada à moderada taxa de

mortalidade e redução da produção, quebra a rotina da fazenda devido aos

gastos com mão de obra, tratamento da doença e o descarte prematuro dos

animais (RADOSTITIS, 2000; REILLY et al., 2005).

A pododermatite é causada principalmente pelo D. nodosus associado ao

Fusobacterium necrophorum que são bactérias anaeróbias podendo haver

envolvimento de outras bactérias anaeróbias (RADOSTITIS, 2000).

A prevalência da doença varia muito entre os rebanhos por estar

influenciada por diversos fatores como o clima, alimentação, idade,

intensificação da exploração e manejo rotineiro (TURINO, 2008).

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O tratamento comumente utilizado é o uso de pedilúvio, por ser a abordagem

mais prática embora o uso de antibiótico parenteral ou tópico seja utilizado

principalmente em casos graves da do podermatite.

Os animais acometidos com a pododermatite não acompanham o rebanho,

isola-se, fica abatido, deixa de caminhar e de se alimentar causando um

emagrecimento progressivo, o que pode levar até a morte por inanição (SANTA

ROSA, 1996).

O corte e toalete do casco é o primeiro procedimento a ser feito, pois a retirada

do tecido necrótico facilita o contato do tecido com o medicamento além de

permitir a entrada de oxigênio, diminuindo o ambiente anaeróbio (REILLY et al.,

2005; EAST, 2002; WHITTIER e UMBERGER, 2008).

O D.nodosus mostrou sensibilidade a penicilina, clindamicina, clorafenicol,

tetraciclina, estreptomicina, oxitetraciclina, enrofloxacina e eritromicina

(HADOSTITIS, 2000; JIMENEZ et al., 2004).

O programa de profilaxia e controle deve envolver práticas de manejo, como

limpeza, desinfecção das instalações e controle da umidade, aliadas a uso de

pedilúvio e tratamento dos animais doentes (ABOTT e LEWIS, 2005; REILLY et

al.,2005).

A utilização de pedilúvio é o método mais prático para o controle e profilaxia

em rebanho, todos os animais devem passar pelo pedilúvio devendo estes

permanecer durante 30 minutos no pedilúvio, repetidos 2 a 4 vezes em

intervalos semanais, e ser serem colocados em local seco pelo menos uma

hora antes de pastejar, além da separação e tratamento doas animais doentes

e descarte dos gravemente afetados ou aqueles que não respondem ao

tratamento (REILLY et al., 2005).

Pedilúvio utilizando solução de formol a 5%, solução de sulfato de cobre a 5%

e solução sulfato de zinco (10 – 20%) são opções encontradas e mostrado

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eficácia similar, embora o sulfato de zinco preferido por ser menos nocivo e

causar menos desconforto ao animal embora seja tóxico caso haja ingestão

pelo animal (BEAGLEY, 1998; RADOSTITIS, 2000; REILLY et al., 2005).

(TURINO, 2008).

10.6. Mastite

A mastite é uma inflamação da glândula mamária causada por inúmeros

fatores.

As principais causas são falta de higiene nas mãos do ordenhador , com a sala

de ordenha e os animais; bem como, alimentação inadequada, como é o caso

de excesso de concentrado, que pode vir a causar acidose ruminal e,

conseqüentemente, acidez no leite.

Em caprinos, segundo a EMBRAPA, a mastite clínica é causada,

principalmente, por Staphylococcus coagulase positiva (staphylococcus aureus)

e a mastite sub-clínica, sobretudo, por staphylococcus coagulase negativa.

O teste CMT deve ser visto com bastante cautela, pois há muita divergência

entre os pesquisadores sobre a sua interpretação para o leite caprino. Uma

leve precipitação, que tende a desaparecer (com a continuação dos

movimentos da placa ), deve ser considerada como teste negativo. Outros

Autores consideram negativo uma distinta precipitação sem, no entanto, formar

gel.

A maioria dos Autores considera positiva a reação em que a mistura torna-se

espessa, imediatamente, com alguma sugestão de formação de gel. Forma-se

um botão no centro da mistura.

Através do CMT , escores 2+ e 3+ , podem ser considerados como indicativos

de infecção no meio do período da lactação de cabras; entretanto, para uma

maior segurança, segundo a EMBRAPA Caprinos, o teste bacteriológico

deverá ser utilizado.

A baixa produção, a idade e o estágio de lactação são fatores a considerar em

mastite caprina, quando usa-se o CMT.

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A existência, no leite caprino, de grande quantidade de corpúsculos

citoplasmáticos e células epiteliais, poderá tornar confuso o resultado da

contagem de células somáticas do leite.

A contagem microscópica direta do número de leucócitos no leite caprino

deveria ser usada para diagnóstico de infecção do úbere caprino, segundo

dados da EMBRAPA Caprinos.

Pesquisadores citam contagem de células somáticas entre 750.000 e

5.400.000, como média do leite caprino; principalmente, quando são usados

meios inespecíficos de contagens.

Outros Autores citam contagens de 1,5 X 106

células/ml ,como mastite causada

por organismos patogênicos e contagens de 12 X 106

células/ml como amostra

de leite de animais no estágio final de lactação.

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