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8/16/2019 Kasey Michaels - Perfeita para amar (txt) (rev).txt http://slidepdf.com/reader/full/kasey-michaels-perfeita-para-amar-txt-revtxt 1/134  PERFEITA PARA AMAR  Kasey Michaels  http://groups-beta.google.com/group/digitalsource  Kasey Michaels  PERFEITA PARA AMAR  TRADUÇÃO Juliana Tejo e Geve  Copyright © 2001 by Kathryn A. Seidick Originalmente publicado em 2001 pe la Kensington Publishing Corp.  PUBLICADO SOB ACORDO com KENSINGTON PUBLISHING CORP.  NY, NY - USA Todos os direitos reservados.  Todos os personagens desta obra são fictícios.  Qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas terá sido mera coincidência.  Título original: Love to Love You Baby  Tradução: Juliana Tejo e Geve  Editora e Publisher: Janice Florido  Editora: Fernanda Cardoso  Editoras de Arte: Ana Suely S. Dobón e Mônica Maldonado  Paginação: Dany Editora Ltda.  EDITORA NOVA CULTURAL LTDA.  Rua Paes Leme, 524  10º andar CEP 05424-010 - São Paulo - Brasil  Copyright para a língua portuguesa: 2004 EDITORA NOVA CULTURAL LTDA.  Impressão e acabamento: RR DONNELLEY AMÉRICA LATINA  Tel.: (55 11) 4166-3500  Capítulo I  Há uma expressão na América que resume tudo. Essa expressão é. nunca se sabe  Joaquim Andujar, lançador  Tying, ring!   Oh, não...  Ring, ring!  Jack Trehan praguejou novamente e estendeu a mão no escuro, encontrando o  telefone na segunda tentativa. Da primeira vez, quase havia derrubado a luminária , já torta, que sua tia Sadie lhe dera por pura bondade. E tia Sadie não era nada boa .. e era campeã do mau gosto.  com os olhos semicerrados, Jack segurou o aparelho e resmungou:   Não há ninguém em casa. Quando ouvir o sinal, pegue um avião e...   Jack? Jack, querido, é você?
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Jul 05, 2018

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PERFEITA PARA AMAR  Kasey Michaels 

http://groups-beta.google.com/group/digitalsource 

Kasey Michaels 

PERFEITA PARA AMAR 

TRADUÇÃO Juliana Tejo e Geve 

Copyright © 2001 by Kathryn A. Seidick Originalmente publicado em 2001 pela Kensington Publishing Corp.  PUBLICADO SOB ACORDO com KENSINGTON PUBLISHING CORP.

  NY, NY - USA Todos os direitos reservados.  Todos os personagens desta obra são fictícios.  Qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas terá sido mera coincidência. 

Título original: Love to Love You Baby 

Tradução: Juliana Tejo e Geve  Editora e Publisher: Janice Florido  Editora: Fernanda Cardoso  Editoras de Arte: Ana Suely S. Dobón e Mônica Maldonado  Paginação: Dany Editora Ltda. 

EDITORA NOVA CULTURAL LTDA.

  Rua Paes Leme, 524  10º andar CEP 05424-010 - São Paulo - Brasil  Copyright para a língua portuguesa: 2004 EDITORA NOVA CULTURAL LTDA.  Impressão e acabamento: RR DONNELLEY AMÉRICA LATINA  Tel.: (55 11) 4166-3500 

Capítulo I 

Há uma expressão na América que resume tudo. Essa expressão é. nunca se sabe  Joaquim Andujar, lançador

  Tying, ring!   Oh, não...  Ring, ring!  Jack Trehan praguejou novamente e estendeu a mão no escuro, encontrando o telefone na segunda tentativa. Da primeira vez, quase havia derrubado a luminária, já torta, que sua tia Sadie lhe dera por pura bondade. E tia Sadie não era nada boa.. e era campeã do mau gosto.  com os olhos semicerrados, Jack segurou o aparelho e resmungou:   Não há ninguém em casa. Quando ouvir o sinal, pegue um avião e...   Jack? Jack, querido, é você?

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  Jack abriu os olhos de uma vez, como se alguém tivesse entrado em seu quarto e jogado água gelada em sua cabeça.  Então, mudou o fone de ouvido, ajeitou os travesseiros atrás de si e puxoua corda da luminária de dançarina de hula-hula com copa de saia franjada rosa-choque, inundando o quarto de luz.   Cecily?   Ah, você se lembrou de minha voz, Jack! Isso é tão sensível de sua parte. Maté aí, eu sempre o vi como uma reencarnação de Wyatt Earp; forte, honesto, excessivamene seguro de si... convencido, até. Por falar em Wyatt Earp, eu adorei aquele filme com Kevin Costner, e...   Cecily?  Jack falou, quase em tom de prece, tentando interromper a voz estridente da prima. Acabara de ver que horas eram. Fazia mais de um ano que não via e nem sabia de Cecily, mas certas pessoas... Bem, certas pessoas deixam uma impressão permanente.  Será que podemos ir direto ao assunto? São duas da manhã.   Mas por que você está preocupado com a hora, Jack? A hora não importa e vocêbe disso. É só um conceito artificial criado por alguém para controlar todas as outras pessoas... E são duas e quinze aqui em Bayonne. Seu relógio deve estar errado, Jack. Por quê? Você sempre foi tão preciso e...   Pelo amor de Deus, Cecily, você está me matando  interrompeu Jack, massageado as têmporas doloridas.  Você está de volta a Bayonne, certo? O mesmo fuso horário aficial que eu. Então, por que não podemos esperar até de manhã? Eu ligo para você.   Ah, desculpe, Jack. Eu sei que me empolgo. Eu sou muito intensa. Blue Rainbow me diz isso o tempo todo.  Ele diz que vou tão fundo em tudo, que às vezes me perco. É um grande desafio

 para mim, mas Blue Rainbow jurou me ensinar a canalizar meu fluxo de energia, a encontrar meu centro cármico. Ele não é um amor?   É. Uma graça.  Jack havia se levantado da cama e estava andando descalço pelo piso de madeira. Blue Rainbow era um homem. com Cecily, sempre havia um homem, mas ele não seria louco de perguntar quem era, porque com certeza Cecily lhe contaria tudo, nos mínimos detalhes e não pararia de falar pelas duas horas seguintes.   Cecily...  disse ele, quando ela fez uma pausa para respirar.  Há algum moivo para você ter me ligado no meio da noite, ou está só querendo conversar?  O silêncio repentino do outro lado da linha indicou a Jack que havia ofendido a prima. E, quando se ofendia, Cecily sempre chorava. Ele odiava quando isso acontecia porque Cecily falava, fungava e soluçava ao mesmo tempo e ficava praticamente impossível entendê-la.

   Cecily? Eu sinto muito, querida  E sentia mesmo. Da última vez que Cecilytivera um ataque de choro, Jack acabara comprando um love de quinhentas ações da Creative Pyrotechnics, empresa do namorado dela. A empresa terminara, ou explodira, menos de seis meses depois, junto com o namorado, em uma pequena comemoração de Quatro de Julho, em uma cidade do interior. Jack soubera depois que Cecily enterrara o namorado em uma urna. Uma urna pequena.   Você sente muito? Isso é fácil de dizer, Jack  Cecily reclamou, num tom choo.  Você sabe ser horrível, quando quer. E... e eu sempre achei que você go... gostass de mim, que fosse uma pé... uma pessoa legal. Foi por isso que eu liguei. Porquevocê sempre compreende e sempre ajuda. Exatamente como... como o Wyatt Earp.  Jack sentou-se na beirada da cama king-size, respirou fundo e tentou controlar-se.   Está bem, Cecily, está bem. Agora, acalme-se e me diga o que aconteceu. Eu

só quero ajudar, querida, juro.  Porque daí você vai desligar o telefone e eu poderei voltar a dormir. Mas el não chegou a dizer isso.  Esperou Cecily se recompor. Ela soluçou mais umas duas vezes, assoou o nariz perto do telefone e respirou fundo. Jack podia imaginar exatamente a aparência dela quando fazia isso. Parecia bonita. Sempre parecera. Grandes olhos azuis, cabelos loiros e sedosos, um corpo pequeno e cheio de curvas. Tanto por fora e tãopouco por dentro. Ainda assim, ele a amava. Era quase impossível não gostar de alguémcomo Cecily Morretti.   Está bem  disse ela finalmente.  Isso é tão constrangedor. Você se lembr

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 ano passado eu vivi um tempo naquela comunidade no Oregon? Lendo todos aqueleslivros de auto-ajuda? Tentando me educar? Tentando meditar sob as pirâmides de cristal... Aliás, aquelas pirâmides eram...   Cecily, concentre-se querida. Você sabe como.   Bem, não, Jack  respondeu ela, recomeçando a chorar.  Foi exatamente isso. não consegui. De repente, me dei conta de que estava tudo errado. Os livros mandavam entrar em contato com nossa criança interior. Mas eu pensei que fosse com a criança que houvesse dentro de nós. Eu estava completamente errada e isso me brecou, sabe? Quero dizer, o que fazer com a criança interior, quando ela resolve sair? É uma coisa muito difícil, Jack. Muito mesmo.   Certamente  concordou ele, depressa. Concordaria com qualquer coisa queela dissesse, desde que ela parasse de soluçar.  Criança interior, criança que vive detro da gente, que vive fora... Eu entendo que haja uma diferença, mas como posso ajudá-la, Cecily? Eu farei o que for possível para ajudar, juro.  Ela estava chorando de novo. Provavelmente, lágrimas de alegria. Mas mesmo as lágrimas de alegria vinham com soluços.   Ah, obrigada, Jack. Eu sabia que você entenderia e que me ajudaria. Você sempre foi muito gentil. Blue Rainbow insiste em que eu parta com ele amanhã e Joeynão me ajudou em nada. Nem sei por que vim a Bayonne em busca da ajuda dele, Jack. Meu irmão não vale nada!   Ele continua tentando entrar para a Máfia local?  perguntou Jack. Mas Cecily estava quase em transe e não respondeu. Ela simplesmente continuou falando, aspalavras se enrolando umas nas outras, à medida que sua mente parecia funcionar atodo vapor, e isso sempre significava perigo.

   E como alguém pode encontrar seu centro cármico em Bayonne? Francamente, Jack... New Jersey? Eu estava desesperada, mas se você vai me ajudar... Ainda há tempo, desde que Blue Rainbow encontre as chaves de nosso carro alugado.  Ela fez uma pequena pausa, para continuar no mesmo ritmo:   Ah, espere... Aqui estão elas, em meu bolso. Não é o último lugar em que aaria?! Mas é maravilhoso. Conseguiremos chegar lá, voltaremos a New Jersey a tempo e estaremos em nosso vôo matinal para Newark... Você ainda se levanta muito cedo, não é?Provavelmente sim. Ah, eu nem sei como agradecer-lhe, Jack. Nem sei.   Então, nem tente  Jack aparteou, convencido.  Não sabia o que havia dito, mas obviamente dera as respostas certas. Não que fosse abusar da sorte e fazer alguma coisa tola como perguntar para onde diabos ela e Blue Rainbow iam. Aquela mulher não fazia o menor sentido. Ainda assim, se Jack perguntasse, ela provavelmente diria que estava prestes a pegar um balão par

a Júpiter e ele realmente não estava interessado.   Por que você não me telefona quando voltar?   Pode levar meses. Anos...  Cecily explicou, mas sua voz estava novamente animada, o que significava que estava falando novamente como Betty Boop depoisde inalar gás hélio.  Mas está tudo bem para você? Você tem certeza de que quer faze  Fazer o quê? com o que ele acabara de concordar? Será que efetivamente concordara em fazer alguma coisa? Não fazia a menor idéia do que ela estava falando. Aind assim, a ignorância era uma bênção, e com Cecily, muitas vezes a ignorância era necesspara preservar a sanidade.   Querida, se isso a faz feliz, eu concordo com... o que for  disse Jack,desabando nos travesseiros, mais que disposto a voltar a dormir.  Sonolento, mirou o telefone sobre o caixote que vinha usando como mesa-de-cabeceira e disse, num bocejo:

   Fico feliz em ter podido ajudar.  Keely McBride rolou na cama, socou o travesseiro e gemeu mais uma vez,numa mistura de agonia mental e frustração. Não conseguia dormir. Talvez nunca mais dormisse novamente.  Como as pessoas com insônia conseguiam viver? Por que simplesmente não se matavam e acabavam com tudo de uma vez? O que as pessoas faziam a noite inteira quando não conseguiam dormir? Contavam carneirinhos? Ridículo. Até porque, não funcionava.Keely sabia muito bem, porque já havia tentado.  A televisão portátil no quarto também não ajudara, apesar de Keely ter ficado ssistindo à programação até as duas da manhã, sem encontrar nada interessante. Ainda as

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, nem um pingo de sono.  Aliás, se ficasse mais acordada que aquilo, poderia parar de perder tempo e limpar os vidros, descongelar a geladeira ou fazer algo útil.  Estava nervosa e assustada demais para dormir. Dera um único tiro, apenas um, que chegaria com uma tal de Sadie Trehan ao nascer do próximo dia. Como poderia dormir? Finalmente, Keely desistiu de fazer o que tentara há cerca de seis horas atrás, quando se deitara. Atirou as cobertas para o lado e foi tomar um banho.  E não havia risco de o barulho do chuveiro acordar mais alguém na casa, porque não havia ninguém. Estava sozinha.  Totalmente. A tia Mary não tinha ninguém em casa, além de um gato rajado e um cachorro de estimação, nervoso, para fazer companhia à sobrinha enquanto a tia passava a lua-de-mel na Grécia. Como não havia muito o que Keely pudesse fazer com um cachorro sonolento e um gato preguiçoso, comprara um hamster. Ele adorava brincar naquela rodinha que havia na gaiola, e ela rangia quando girava... Qualquer coisa para quebrar o silêncio, qualquer coisa com a qual pudesse falar, reclamar, xingar.  Para quem não sabe, Keely estava em Allentown, de volta a Allentown, porque seu querido escritório de design de interiores em Manhattan havia naufragado apenas quinze meses depois de ter aberto as portas.  Keely detestava fracassar, especialmente depois de ouvir seu adorado e único amor declarar, cheio de si, que ela nunca conseguiria sem ele. Keely abandonara sua cama, seu emprego e decidira enfrentar as estatísticas que proclamavam que setenta por cento dos negócios faliam nos primeiros dois anos.  O fato de ela própria ser uma estatística fazia com que odiasse estatísticas. Quase tanto quanto detestava Gregory Fontaine... O que não era bem verdade, porqu

e para detestar uma pessoa era preciso ter gostado dela em algum momento. E elasabia que não havia nada para se gostar em Gregory Fontaine.  Ele era bonito, claro. E bem-sucedido. E a contratara recém-saída da faculdade, com a tinta do diploma ainda fresca e tendo tia Mary como única referência profissional. Qualquer pessoa, com um mínimo de inteligência, saberia que uma tia dariasempre uma excelente recomendação, mesmo que Keely fosse a pior designer de interiores.  Ah, sim, Gregory Fontaine. Ele era suave, cortês, freqüentava os restaurantes certos, conhecia as pessoas certas e era capaz de citar trechos inteiros de todas as peças de Neil Simon. Ele também roía as unhas dos pés. Ela gostava de se lembra desse detalhe. Sentia-se envolver por uma agradável sensação de vingança.  Keely ergueu a cabeça sob o jato do chuveiro até seus cabelos escuros ficarem praticamente negros. Então, aplicou uma generosa camada de xampu e fez muita es

puma, tentando livrar-se dos maus pensamentos.  Não funcionou. Nunca funcionava. Nunca se sentia mais acordada, mais viva ou mais disposta só porque lavava os cabelos. E certamente nunca atingira o orgasmo por usar uma nova marca de xampu natural.  Havia muitas coisas na vida nas quais não acreditava. Usar desodorizadores de ambiente nunca transformara sua sala em um jardim. O creme dental nunca a deixara com um sorriso ofuscante, como se seus dentes fossem diamantes. Nunca umgênio saíra do frasco de limpador multiuso e limpara sua cozinha num passe de mágica.E quanto a sua vida sexual? Bem, nunca mais havia tido ninguém, desde que GregoryFontaine saíra de sua vida cerca de um ano e meio atrás.  Sua vida estava em uma longa fase de espiral descendente. Negócios, falidos. Apartamento em Manhattan, perdido. Futuro, nulo. Vida amorosa, bem, nunca havia sido uma maravilha, mas também estava acabada. Bem acabada.

  E ali estava ela de volta a Allentown, de volta a suas raízes, de volta ao mesmo quarto na casa da tia Mary, onde dormira na adolescência, sonhando em conquistar o mundo. Se não fosse pela tia Mary, provavelmente estaria nas ruas, ou vendendo móveis em alguma loja de departamento de shopping center, ganhando nove dólares por hora e uma folga aos sábados, de três em três semanas.   Então, tudo bem  disse Keely a si mesma.  Talvez eu tenha um pouco de sort. Tia Mary está na Grécia, gastando e namorando até o final de agosto, e eu estou administrando a loja. vou ficar com cinqüenta por cento de todas as comissões. Isso não é tmau. Certamente que não é o paraíso, mas nem tudo está perdido. Portanto, ânimo, McBridEscove os dentes de diamante, decida o que vai vestir e esteja pronta para encan

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tar seu novo cliente em...  Ela voltou para o quarto, enrolada em uma toalha.  ...precisamente sete horas. Oh, Deus, o que vou fazer pelas próximas sete horas?  Às seis e meia, Jack já estava em pé, de banho tomado, barbeado, vestido e acaminho da cozinha para sua primeira xícara de café. Era junho, o sol estava brilhando, o dia já estava quente e devia estar ainda mais quente na Califórnia, onde ele se prepararia para o jogo daquela noite entre os Athletics e os Yankees.  Em vez disso, estava ali, em Whitehall, um lugarzinho nas vizinhanças deAllentown, sem nada para fazer e sem nenhum lugar para ir... e com muito poucasopções para se sentar, considerando que sua mobília se resumia a um colchão, um par de uminárias, um televisor de tela plana e uma cadeira encaroçada.  Ele havia aprendido a usar a cafeteira que sua tia Sadie lhe emprestara. Afinal, Jack Trehan era capaz de fazer qualquer coisa que Joe DiMaggio fizesse, e seu café da manhã estava quente e a sua espera. Ele se encostou no balcão da cozinha e olhou em volta do lugar. Grande. Moderno. Vazio.  A casa inteira estava vazia e cheirava a nova, o que, de certa forma, era. Havia eco por causa do piso de madeira e do pé-direito altíssimo. O sol banhavatudo, através das janelas imensas que iam do chão ao teto.  Não havia nenhuma privacidade, muito pouco conforto e Jack ainda estava arrependido de ter permitido que seu agente, Mortimer Mais e Mais Moore, o tivesseconvencido a comprar aquela mansão ridícula. Na ocasião, Mortimer dissera que seria um excelente negócio para reduzir os impostos.  Bem, talvez...  Na verdade, a casa já tinha um ano, apesar de continuar vazia. Jack imaginara que o lugar ficaria vazio até que ele se aposentasse do beisebol. Ironicament

e, depois de apenas um ano, ele fora obrigado a abandonar o esporte.  Fora uma mudança drástica, e agora Jack era obrigado a olhar para a casa como uma espécie de castigo que tinha que agüentar. Estava de volta ao lar, à Pensilvânia a Lehigh Valley, que decadência!  Devia ter ficado em Manhattan, onde era dono de seu próprio apartamento,no quadragésimo sétimo andar do endereço mais elegante da cidade. Poderia ter ficado,a não ser pelo fato de que sua permanência em Manhattan o lembraria de que queria estar no Bronx, em campo, treinando seu lançamento de bola curva.  Assim, ele fechara o apartamento e voltara para casa, para a casa que Mort o convencera a comprar, voltara até mesmo para sua tia Sadie, que vivia logo acima da garagem para quatro carros... cinco cômodos aconchegantes que ela chamava, brincando, de a parte da viúva.  Tia Sadie tinha móveis. Tinha vasilhas e panelas e tinha mais de duas toa

lhas.  Ela também tinha um quarto de hóspedes, mas Jack preferiria dormir num banco de praça do que no quarto de hóspedes de Sadie Trehan, mobiliado num estilo bregae antiquado. A luminária havaiana de dançarina de hula-hula, com copa de saia franjada era uma das coisas mais normais do ambiente.   Está bem, está bem  disse Jack, afastando-se do balcão.  Hoje, meu velho, meiro dia do resto de sua vida, seja lá o que isso signifique... De forma que é melhor você começar a agir.  Agir significava encontrar o decorador que Sadie contratara e torcer para que ele não fosse um seguidor do estilo de Sadie. Agir significava pensar no que faria para ocupar seus dias, suas noites, semanas e anos, agora que perdera obeisebol, seu primeiro e único amor.  Agir, já que estava se sentindo tão mal e que só seria capaz de dar pequenos

passos de cada vez, significava ir até a porta da frente e torcer para que Sadie tivesse mantido sua palavra e encomendado a entrega do jornal para ele.  Os Yankees estavam excursionando pela Costa Oeste e Jack sabia que as estatísticas do jogo da noite anterior provavelmente ainda não haviam saído no jornal.Assim, pegou o controle remoto e, do balcão que separava a cozinha da sala de estar, mirou a televisão. Nada como as notícias matinais do canal de esportes para fazê-lo perceber o que havia perdido e ter vontade de gritar de desespero.  Uma corrida de carros. Nada de resultados, nem de estatísticas. Jack desligou a televisão, desapontado.   As coisas estão ficando cada vez melhores  grunhiu ele, caminhando mais um

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a vez para a porta da frente.  O telefone tocou no bar, detendo-o, lembrando-o do telefonema de Cecily no meio da noite. Daquela vez, seria mais esperto. Daquela vez, consultaria o identificador de chamadas antes de atender.   Mort.  Jack ergueu os olhos para o teto, tentando resolver se deveria ou não atender. Da última vez que Mort ligara tentou convencê-lo a fazer um comercial de anti-séptico bucal para um canal de tevê japonesa. Segundo Mort, Jack tinha que agir logo, enquanto ainda estava na mídia, antes que se tornasse notícia do passado.  Mort era um amigão. Alguém que estava sempre a seu lado.  Certo. Ele merecia ser atendido.   bom dia, Mort  disse Jack, atendendo o telefone e caminhando novamente para a porta.  O que vai ser hoje? Pomada para hemorróidas para a Holanda? Algum remédio para disfunção erétil... Ah, eu não faria um desses para ninguém!  A voz trovejante de Mort obrigou Jack a afastar o fone do ouvido.   Boa, Jack! Muito boa! Você sabe que pode ganhar muito dinheiro com quasequalquer coisa, se fizer a coisa certa. De qualquer modo, fico feliz em perceber que você recuperou um pouco de seu velho ânimo.   Isso é um elogio, Mort?  perguntou Jack, preocupado. Afinal, Mort Moore tinha a sensibilidade de um tubarão.   O que você quer?  Eu? Querendo alguma coisa? Ora, ora, Jack. Você sabe que eu só quero o melhor para você. Só queria que soubesse que eu recusei aquele comercial de anti-séptico bucal. Você tinha razão. Não era mesmo seu estilo.   Sei  disse Jack, com a mão na maçaneta da porta.

   E qual é meu estilo?   Corvettes  disse Mort, e Jack quase visualizou o sorriso maldoso no rosto do agente.  Dois dias de filmagem no Arizona... ao ar livre. Você, o carro, uma bela garota no assento ao lado. Algo sobre o melhor do beisebol no melhor carro. Éfraco, eu sei, mas eles estão trabalhando no texto. E você pode ficar com o carro, Jack. E então? O que acha?  Jack tirou a mão da maçaneta e coçou o queixo.   Um Corvette? É infinitamente melhor que um antisséptico bucal, Mort. Está be, mas deixe-me pensar sobre isso. Ainda não sei se é certo entrar direto na publicidade. Tudo bem em colocar meu nome em uma luva, mas não sei se é honesto começar a usar meu nome e meu rosto fora do mundo dos esportes.   Malhe enquanto o ferro está quente, Jack  lembrou Mort.  Nem todo ex-Yanke tem um Mr. Coffee em seu futuro. Agora, escute: eu irei para o sul pela manhã. Pr

eciso dar uma olhada nesse rapaz da Flórida, que está pensando em entrar mais cedo na Liga Nacional de Futebol. É um grande garoto. Acerta a linha como uma tonelada de tijolos, acaba com a defesa, mas não dá nenhum passo sem que a mãe esteja junto. Por isso, vou até lá bajular a mãe e analisar o garoto. Afinal, eu não gostaria que ninguéirasse vantagem dele, entende?   Você é mesmo um príncipe, Mort  Jack ironizou, meneando a cabeça.  Sua porm do contrato do garoto não significa nada, certo?!   E não se esqueça do bônus sobre a assinatura do contrato  lembrou o agente,ndo.  Por enquanto é isso, Jack. Entrarei em contato com você em alguns dias, ou antes se souber alguma coisa da agência de publicidade. Não se meta em encrencas enquanto eu estiver fora, hein?   Encrencas? Quando eu me meti em... Ah, esqueça  murmurou Jack, desligandoo telefone.  Encrencas...  repetiu, avançando mais uma vez para a maçaneta.  Mort es

nsando no Trehan errado. Eu não sou Tim. Sou Jack, o gêmeo bonzinho.  Ele girou a maçaeta, abriu a porta da frente e se inclinou para pegar o jornal.  Eu nunca me meto em encrencas. Só me machuquei e tive que me aposentar aos vinte e oito anos, comuma casa vazia e um agente que insiste em dizer que em pouco tempo eu serei passado... Mas, o que é isso?!  Jack baixou os olhos para a grande cesta de vime, colocada no primeirodos três degraus que levavam à porta da frente. Então, olhou para os brinquedos e as roupas que ali estavam e para o assento de plástico ou o que quer que fosse que havia sido colocado no meio da cesta. Finalmente, olhou para a coisa dentro do assento de plástico.

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  Não. Não podia ser. Estava tendo alucinações.  Jack fechou os olhos e abriu-os novamente. Olhou mais uma vez. A coisano assento olhou-o, sorriu, expondo gengivas rosadas e um dentinho minúsculo, e jogou a manta a seus pés.  Oh, Deus!  Seu primeiro instinto foi de voltar correndo para a casa e bater a porta. Mas não adiantaria.  Jack pensou por um momento nos vizinhos, mas a casa fora construída em um terreno de três acres, e o vizinho mais próximo estava a, pelo menos, duas quadrasde distância, de forma que havia pouca chance de alguém vê-lo ali, do lado de fora, olhando para um bebê em uma cesta.  Um bebê em uma cesta?!  Bebê de quem?  Dele?  Jack bateu repetidamente nos próprios braços e olhou para os lados, tentando parecer impassível.  Seu bebê? Aquilo era possível? Ele nunca havia sido um playboy, nunca dormir com as legiões de mulheres que praticamente se atiravam nos braços de todos os jogadores das ligas principais.  Mas também nunca fora um celibatário.  Seu bebê?  Era possível. Tudo era possível, certo? Oh, Deus!  Ele jogou o jornal atrás de si, na varanda, engoliu em seco e bateu os pésalgumas vezes no degrau de cima.

  OhDeus!   Relaxe, relaxe  disse a si mesmo.  Fique calmo, Trehan. Esse bebê pode serde qualquer pessoa. Não precisa ser seu bebê. Mas, só por garantia, desça os degraus,e a criança e entre antes que alguém o veja.  Parecia uma boa idéia. O problema era que os pés de Jack não estavam obedecendo, de forma que ele continuava no degrau de cima e o bebê continuava ali, ao relento, sorrindo para ele.   Sadie.  Jack decidiu. Era isso. Ligaria para Sadie. Sua tia saberia o que fazer.  Não, não. Sadie, não  corrigiu, rapidamente, imaginando a tia e o que ela da.  Não até eu saber o que diabos está havendo.  com isso em mente, Jack desceu os degraus e pegou a cesta. O bebê estendeu os dois bracinhos e tentou segurá-lo pelo nariz, quando Jack ergueu a pesada cesta e levou-a para dentro da casa.

  Depois de fechar a porta com o pé, ele parou no meio do imponente hall, olhando para a sala de visitas vazia. Onde colocaria a cesta? Como se aquilo importasse. O problema era o que havia dentro da cesta.  Jack caminhou com a cesta pela casa, passou pela cozinha e finalmente colocou-a no chão de ladrilhos, inclinando-se junto porque o bebê, com as mãozinhas rosadas, conseguira segurá-lo pela bochecha. Foi um trabalho e tanto tirá-las dali, uma a uma. com uma pegada daquelas, era provável que o bebê conseguisse vergar até ferro.  Aturdido, Jack avistou um envelope branco, colocado estrategicamente na lateral da cesta.  Ah, o inevitável bilhete deixado junto com o bebê, na cesta. O bilhete explicaria tudo, exatamente como nos filmes.   Eu detesto quando isso acontece  resmungou ele, ligeiramente histérico, enquanto abria o envelope.

  As primeiras palavras no envelope foram os três primeiros golpes mortais: Ao querido Jack. Ele reconheceu a letra na mesma hora. Só a prima Cecily fazia coraçinhos nos pingos dos is e cortava os tês com pequenas flechas. O bilhete era curto ouco esclarecedor, já que Cecily escrevia exatamente como falava, dando voltas e ao sabor do vento.  Querido Jack,  Muito obrigada, mesmo, por ter concordado em ficar com a pequena Magenta Moon para mim. Você sempre foi tão querido, ao contrário de Joey, que é um idiota. El tem cerca de seis meses, eu acho, mas ainda não tomou as vacinas porque eu não consegui levá-la... Blue Rainbow disse que você provavelmente sabe disso. Ele também disse

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 que esta carta precisa dizer que eu lhe dou todos os direitos para cuidar dela. Assim, você tem todos os direitos, está bem? Também há uns papéis com cara de oficiaisntro da sacola de fraldas, para o caso de você precisar. Certa vez, Blue Rainbow pensou em ser advogado, mas não deu certo. Foi alguma coisa com os antecedentes dele, ou algo parecido. Ah, ela provavelmente vai ter fome logo. Há algumas mamadeiras para ela em uma das sacolas. Bem, agora eu preciso correr. Imagine só, Jack?! Katmandu!  Beijos,  Cecily (Moon Flower) Morretti   Não pode ser...  Jack sentou-se no chão, ainda com a carta na mão e baixou olhos para Magenta Moon.  A criança interior, a criança que há por dentro. Agora, tudazia sentido. Tarde demais, mas fazia sentido, considerando-se que se tratava de Cecily.   Você nunca consegue fazer nada direito, não é, Cecily?  perguntou ele, ao mo tempo que Magenta Moon começava a chorar. Desesperado, Jack cobriu o rosto com as mãos. 

Capítulo II 

Quando você chegara uma bifurcação na estrada, pegue-a.  Yogi Berra  Não são nem oito e meia. Droga. Keely tentou matar o tempo, enquanto dirigia pela estrada estreita que levava para o alto, em uma área de Whitehall antes conhecida como Egito. Na verdade, ainda era conhecida como Egito pelos nativos, damesma forma que outras partes da cidade eram conhecidas como Stiles, Cementon, West Catasauqua, Mickleys e Fullerton.  Eram nomes demais para uma única cidade e as mudanças, feitas principalment

e por solicitação do correio, haviam sido concluídas com seis avenidas Principais, to em áreas diferentes de Whitehall.  Keely estava dirigindo pelo trecho Egito da avenida Principal, ou pelomenos achava que estava, até que as placas de sinalização mudaram misteriosamente para avenida Principal, depois para Velha Avenida Principal e depois as placas simplesmente sumiram. Era fácil uma pessoa se perder tentando encontrar a quase-mansão de Sadie Trehan.  Fora por esse motivo que Keely acabara se atrasando no dia anterior e era pelo mesmo motivo que estava adiantada naquele dia: havia se lembrado do caminho. Estava em parte orgulhosa de si e em parte imaginando se era melhor estar meia hora atrasada ou meia hora adiantada.  Tinha duas opções: parar na loja de rosquinhas na esquina seguinte e aparecer para a reunião com açúcar e geléia de morango na blusa ou virar à direita na mesma e

ina e subir a colina para a casa de Sadie Trehan. Nesse caso, chegaria lá antes do horário combinado, para as nove da manhã.  As rosquinhas perderam, e Keely virou à direita, guiando com cuidado o Mercedes preto clássico da tia Mary. Como tudo o que Keely já guiara havia sido seu antigo Mustang e, mais recentemente, os metrôs de Nova York, passava o tempo todo lutando com a sensação de estar pilotando um imenso barco.   Mas um barco que causa uma impressão e tanto nos clientes  lembrou Keely em voz alta, ao mesmo tempo que virava à esquerda e pegava uma estrada íngreme, ladeada de árvores, que terminava na frente da casa de Sadie Trehan.  Claro que nem tanto quanto um decorador de interiores que fala sozinho em voz alta. Assim, cale a

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boca, Keely, e preste atenção na estrada.  Animada, Keely estacionou o belo carro na frente de uma imensa casa detijolos aparentes, tirou a chave do contato e saiu para examiná-la, tentando descobrir se o objetivo da construção fora aparentar modernidade por meio de um estilo antigo, ou parecer antiga, lançando mão da estética moderna.  As janelas eram imensas, incluindo uma gigantesca janela oval que deixava transparecer um saguão de dois pavimentos, com um lustre de cristal quase do tamanho do Mercedes, visível através do vidro. Havia pelo menos cinco telhados separados, unindo-se aqui e acolá, lembrando o teto das catedrais, provavelmente com diversas clarabóias. A porta da frente era marrom, e as ferragens eram de cobre.  Segundo Sadie Trehan, a casa tinha mais de mil metros quadrados de área construída, divididos em dois pisos e quinze cômodos, todos completamente vazios, prontos para serem decorados.  Tinha muito dinheiro ali. Muito dinheiro. E cinqüenta por cento de dez por centro de muito dinheiro era... muito dinheiro.  Não que Keely não se sentisse atraída pela casa. Não que não estivesse louca p entrar, falar com Sadie Trehan e descobrir o que a proprietária tinha em mente com relação a cores, móveis, tapetes e cortinas. O decorador que vivia dentro de Keely estava animado com a perspectiva de ter sua criatividade desafiada.  Muito, muito, muito dinheiro. Adeus conta dos cartões de crédito, adeus impostos atrasados, adeus contas a pagar... Dinheiro, dinheiro, dinheiro.   Pare com isso  ralhou Keely, enquanto subia os três degraus baixos dianteda agradável entrada da frente.  Concentre-se no trabalho. Vasos com topiárias ficariam ótimos dos dois lados da porta. E talvez uns gerânios para dar cor. E um capacho.

 Por Deus, aquela mulher não tinha nem um capacho? Quanto será que valia cinqüenta poento de dez por cento de um capacho nos dias de hoje?  Keely tocou a campainha, recuou um passo, empertigou os ombros e passou as mãos pelo elegante terninho azul-marinho. A roupa tinha três anos, mas ela ficava bem nele. Parecia profissional, e se tivesse que concordar em pendurar estrelinhas fosforescentes no lustre para alegrar Sadie Trehan, era o que faria, porque não havia a menor possibilidade de abrir mão daquele trabalho.  Naquele momento, a porta da frente se abriu e uma cabeça masculina apareceu. Era um homem de cabelos escuros, com uma mecha um pouco mais clara acima datêmpora esquerda. Os cabelos eram espessos e ligeiramente cacheados. Os olhos eram de um belo tom de azul-cobalto. O nariz era reto e as faces, bronzeadas. E eleestava de boca aberta.   O que você quer?

  Era mais que uma pergunta. Parecia uma acusação, e o homem, apesar de belíssimo, não parecia muito equilibrado.  Incapaz de se conter, Keely recuou mais um passo, com as mãos no peito.   Eu? O que eu quero? Bem... acho que nada. Eu pensei que Sadie Trehan morasse aqui. Devo ter me enganado.  Ela gesticulou para ele.  Por favor, volte a fazer o que estava fazendo. Eu vou indo. Desculpe.  Keely se virou em direção do Mercedes, imaginando se acabara de escapar deum assassino serial ou apenas de um homem que, definitivamente, não gostava de manhãs.   Espere!  Keely parou. Sempre havia sido obediente. Provavelmente um efeito colateral dos três anos passados nos Escoteiros. A tia Mary sempre havia dito que aquilo fora um erro e que perdera uma pequena fortuna comprando os biscoitos que Keel

y vendia.  Ela se virou lentamente e viu que o homem havia avançado para a varanda.Não era mais apenas uma cabeça com expressão irritada. Era uma cabeça irritada com um crpo alto e esguio preso a ela. E ele estava molhado, ou pelo menos seu ombro esquerdo e a frente da camisa estavam. E ele cheirava mal. Cheirava muito mal.   Eu... eu realmente preciso ir  disse Keely, recuando para o carro.  Tenho uma reunião e vou me atrasar.  Agora, o homem estava na base dos degraus, caminhando para ela, com umdedo apontado para o rosto de Keely.   Eu sei quem você é. Você é a decoradora, certo? Sadie contratou-a.

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   Você...  Keely pigarreou. Torcera tanto para ter anotado o endereço errado.Você conhece a sra. Trehan?  O homem assentiu e disse:   Ela é minha tia e contratou você para me arrumar uns móveis. Mas eu pensei qe você fosse homem.   É mesmo?  comentou Keely, lembrando a si mesma que era uma mulher de fibra, que não se assustava facilmente. Se aquele homem queria conversar, ela conversaria.  Por que um homem? Você acha que só um homem é capaz de decorar a casa de outro? Vcê sempre tira conclusões apressadas?  O rosto harmônico e bronzeado do homem curvou-se num sorriso que fez surgirem covinhas em suas faces.  Eu? Tirar conclusões? Um minuto atrás, moça, eu  aposto que você estava achando que eu ia arrastá-la lá para dentro e praticar meu curso intensivo de anatomia em você.  Aquela conversa, se é que aquilo podia ser definido assim, estava ficando mais esquisita a cada minuto.  - Você é médico?   Ah, outra conclusão. Não, não sou. E por mais que goste de adivinhações, nãotempo para ficar aqui enquanto você tenta descobrir de onde me conhece. Meu ego já está bastante abalado.  Keely suspirou, tentando digerir o que ele havia dito.   Seu ego? Por quê? Eu deveria reconhecê-lo ou algo assim?   Ou algo assim  ele passou a mão pelos cabelos e fez uma careta para uma coisa branca e pegajosa que tirou deles.  Deixe para lá. Para seu governo, Sadie Treh

an é minha tia e mora em cima das garagens, lá no fundo. Eu sou Jack Trehan, o donoda casa. Esse nome ainda não lhe lembra nada? Mort tem razão, as pessoas esquecem rápido. Que manhã eu estou tendo! Que tal fazermos isso outra hora? Eu... eu estou meio ocupado neste momento.   Pintando o teto?  perguntou Keely.  O que é esse pó todo em você?  Jack Trehan esfregou a mão na calça caqui.   Acredite: você não ia querer saber. Mas, como eu disse, façamos isso outra hra. Talvez daqui a um mês ou dois. Que tal?   Um mês ou... não!  Keely respirou fundo, tentando acalmar-se. Se aquele homm era o dono da casa, então ele era o cliente. Seu único cliente. Mobiliar um lugar cmo aquele daria a ela dinheiro suficiente para sair de Dodge e estava mais do que determinada a sair de Dodge e voltar para Manhattan.  Certamente o senhor não quer viver mais um mês aqui sem móveis, não é, sr. Trehan? Sua tia me disse que a casa est

azia. Quero dizer, o senhor está mesmo vivendo em uma casa vazia?  Jack Trehan fez uma careta.   Não está tão vazia quanto estava há cerca de uma hora.  disse ele, meneandobeça. Então, olhou-a fixamente e perguntou:  Você quer mesmo este trabalho?  Keely ergueu os olhos para o alto por um momento e então engoliu em seco.   Sim, sr. Trehan. Eu quero mesmo este trabalho. Jack olhou-a por longos momentos.   O que você sabe sobre bebês?  Bebês? Keely quase engoliu a língua. Seus clientes já haviam lhe feito muitas perguntas. Sua experiência profissional, onde se formara, nomes de outros clientes como referências... até se ela se oporia a incluir pequenas câmaras ocultas no quarto de um corretor da bolsa. Keely recusara este último trabalho e depois se recriminara por seu excesso de ética, considerando que, na ocasião, estava com o aluguel at

rasado havia dois meses.  Mas nunca, nunca, haviam lhe perguntado o que ela sabia sobre bebês.  . Bebês?  repetiu ela depois de um momento.   Como assim?  Sim, srta. McBride  disse Jack, olhando por sobre o ombro para a porta aberta.  Bebês. O que sabe sobre eles?  Keely umedeceu os lábios.   Bem, eles vem em dois sexos, azul e rosa...   Está bem, esqueça.  Jack fez um gesto impaciente. Volte em um mês ou dois, a. McBride, ou nunca mais.

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   Espere!  Era evidente que Jack Trehan não tivera a noção de obediência incutida pelos ecoteiros ou por qualquer outra autoridade, porque ele não esperou. Simplesmente continuou andando em direção à casa.  Keely pegou a maçaneta segundos antes de a porta se fechar e entrou com ele.   Por que você quer saber o que eu sei sobre bebês? Se eu dissesse que sabia, faria alguma diferença?  Ela parou de falar quando Jack girou nos calcanhares e segurou-a pelosbraços, imobilizando-a no lugar. Keely queria olhar em volta para ter uma idéia da vasta amplidão, mas tinha a sensação de que não era uma boa hora para pensar em sedas e eludos.   Você está me machucando  ela avisou. Jack soltou-a.   Desculpe. É que eu não queria que você... bem, não importa. Podemos conversaqui.   Aqui é o hall de entrada  disse Keely, erguendo os olhos para o lustre.  Blo lustre. É uma pena que não dê Para sentar nele. Onde costuma sentar-se, sr. Trehan?   A resposta a isso parece óbvia, srta. McBride  disse Jack, com um sorrisoque subitamente o fez parecer mais com um menino e menos assustador.  Agora, responda à pergunta, por favor. O que você sabe sobre bebês?  Keely ficou com a súbita impressão de que sua resposta determinaria se faria aquele trabalho e ganharia o dinheiro, ou se teria que ficar em seu trabalho medíocre, estalando os dedos e esperando que alguma madame, com mais dinheiro que bom gosto, aparecesse, pedindo a ela para arrumar um pufe de cetim cor de pêssego p

ara seu cachorrinho de estimação.   Sei o suficiente  respondeu ela, finalmente.  Ganhei uma medalha dos Escoteiros por Cuidados Infantis  Na verdade, havia ganhado apenas duas medalhas, uma por natação e outra por ter feito uma cesta idiota com palitos de sorvete. Mas Jack Trehan não precisava saber disso.  Por quê?  Antes que ele pudesse responder, os dois se viraram ao ouvirem um gemido alto vindo de algum ponto no interior da casa.   Droga!  explodiu Jack, correndo em direção ao som. Keely o seguiu, com os ohos brilhando à medida que olhava para os cômodos imensos e vazios de um lado e de outro. Chegou até mesmo a parar quando viu a área oficialmente destinada à sala de jantar, maravilhando-se com os pilares brancos, o pé-direito altíssimo e a parede inteira de janelas pelas quais se avistavam os jardins da propriedade. As perspectivas para um espaço como aquele eram infinitas! Outro gemido devolveu-a à realidade e el

a seguiu, entrando na imensa cozinha em tempo de ver Jack Trehan ajoelhado, diante de uma grande cesta de vime, dizendo:   Ora, vamos lá. Não chore, MM, por favor, não chore. Em silêncio, Keely aproxu-se e espiou por sobre o ombro de Jack para ver a criança corada e profundamenteinfeliz, enfiada em um assento dentro da cesta. Agora ela sabia por que a camisa dele estava úmida e ele cheirava tão mal. O bebê estava igualmente molhado e cheirava duas vezes pior.   Quando a gente acha que já viu tudo...  disse ela, meneando a cabeça.  É s  Jack virou-se e ergueu os olhos azuis para ela, em uma atitude ameaçadora.   Não. Não é minha. E pare de rir porque não tem a menor graça.   Tem, sim  contradisse Keely.  Quero dizer, é engraçado, acredite. Ela tem  pulmões fortes, não é? Estou imaginando que seja uma menina por causa do cobertor cor

de-rosa. Onde está a mãe dela?   Infelizmente, fora de alcance  resmungou Jack, tentando enfiar uma chupeta na boquinha rosada e escancarada.  Droga! Eu já a peguei no colo, já a alimentei.Qual é o problema?  Keely não tinha uma grande experiência com crianças. Era filha única, ficara óedo e fora criada por sua tia Mary, que só se casara duas semanas atrás, aos cinqüenta e sete anos. Keely havia feito bicos como baby-sitter, uma ou duas vezes, há alguns anos, mas nunca para um bebê.   Talvez ela esteja molhada.  disse, num esforço.   É... Bem, eu procurei um babador ou algo assim, mas não achei, e ela fica t

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entando comer as toalhas de papel.   Não esse tipo de molhada. Estou vendo que o vestidinho dela está úmido...ntou-se: por que alguém vestiria um bebê de roxo-escuro?  Eu quis dizer, a outra pon   A outra... ah!  Sem soltar a chupeta, Jack sentou-se nos calcanhares, pronto para fazer uma pausa ou para bater em retirada.  Ah, isso não é ótimo?  ele erguos olhos para Keely.  O quanto você quer esse trabalho, srta. McBride?  Keely já estava com a impressão de que aquela pergunta viria e já sabia exatamente o que responder.   Deixe-me ver se eu entendi: o senhor está dizendo que vai me julgar por minhas capacidades de babá e não por meu currículo?  A expressão divertida dele tornava uma resposta desnecessária, mas, mesmo assim, Jack disse:   Precisamente.  com isso, ele se levantou e se afastou da cesta.  Esta é miha priminha, Magenta Moon... Eu a chamo de MM, o que é bem estranho, mas nada é tão estranho quanto Magenta Moon. Ela chegou há cerca de uma hora. Eu... eu vou ficar tomando conta dela por um tempo.  MM recomeçou a chorar e Keely estremeceu.   Você vai tomar conta dela? Até parece.  O rosto bronzeado de Jack ficou vermelho de raiva, como se estivesse prestes a se unir ao bebê no escândalo.   Quer saber de uma coisa, srta. McBride? Você é uma espertinha, e eu acho que não gosto de você. Portanto, esqueça.  Eu retiro a oferta. vou simplesmente chamar algum... algum serviço ou coisa que o valha.

   Não faça isso!  disse Keely, inclinando-se depressa para tirar MM do assent e pegá-la no colo, enquanto tentava recuperar a sanidade, antes que conseguisse se lembrar de que morria de medo de bebês.  Veja... Eu estou tomando conta dela  falou, sacudindo a menina para cima e para baixo, a uma distância segura.  Não estou, pequena?  perguntou ela.  Um segundo depois, MM sorriu, arrotou e golfou o leite que havia tomado no terninho e nas pernas de Keely. Só os sapatos escaparam.  Keely arregalou os olhos para Jack Trehan, horrorizada.   Veja o que ela fez!   Sim, estou vendo. Bela pontaria, hein?  ele sorriu.  E imagine que alguém o mundo gosta dela. Bem-vinda a meu mundo, srta. McBride. Limpe-a, e a si, e estará contratada.  Keely colocou MM de volta no assento e começou a procurar em volta por to

alhas de papel, até encontrar um rolo perto da pia.   Ah, que sorte a minha  murmurou Keely por entre os dentes, limpando o blazer com as toalhas úmidas  Oh, não... Tem sujeira embaixo de minhas unhas. Oh, não! O, não!   Divirta-se srta. McBride. Eu vou tomar um banho. Acho que você também deveestar querendo tomar um, mas eu moro aqui, de forma que tomarei primeiro. A vida é mesmo injusta, não é?  Jack ironizou, girando nos calcanhares e deixando a cozinha.   Jack Trehan? Um idiota, isso sim  Keely desabafou, baixinho, ao vê-lo se afastar, sabendo que a presença dele ali de nada adiantaria. Então, baixou os olhos para MM, que voltara a chorar.  Se você acha que eu vou ficar comovida, desista, menina  alertou ela, abrindo os braços ao se aproximar da cesta.  Esta é... era minha mehor roupa.  MM parou de chorar. Ergueu os olhinhos para Keely e sorriu.

   E não adianta ser simpática  alertou Keely, apontando um dedo para o bebê. esse seu cheiro, sua simpatia não vai ajudar em nada, mocinha.  MM pegou um pezinho com as mãos gordinhas e colocou-o na boca, encarandoKeely com seus grandes olhos azuis.   Está bem, eu admito. Você é bonitinha. Mas isso não é nada demais, portante convencida, está bem? Porque você tem um longo caminho a percorrer antes de eu meesquecer do que houve com a roupa. Isso é apenas um trabalho e, para mim, você não passa de um meio para atingir meu objetivo.  Keely, suspirando, ajoelhou-se no chão. Então, olhou resignada para MM, tentando decidir qual extremidade limpar primeiro.

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 gêmeo.  Beisebol. Aquilo fora a vida de ambos por tanto tempo quanto Jack conseguia se lembrar. Haviam jogado futebol e basquete no colegial, mas fora o beisebol que os cativara. Desde os cinco ou seis anos, havia sido Jack atirando a bola e Tim pegando; Jack atirando a bola e Tim rebatendo. Hora após hora, dia após dia,ano após ano. Haviam construído uma base de beisebol no quintal dos fundos e improvisado um campo.  Beisebol, beisebol, beisebol.  Havia sido a vida deles.  Ainda era a vida de Tim, seu irmão, agora em sua oitava temporada como apanhador dos Phillies, liderando o time Para as semifinais e finais e provavelmente caminhando para um prêmio Golden Glove.  Mas não era a vida de Jack. Não mais. Não desde a última cirurgia no ombro no nverno passado e de uma péssima temporada de treinos, que culminou em sua aposentadoria antes que os Yankees o demitissem. Ele havia chorado durante a coletiva de imprensa no canal ESPN, depois fora para seu condomínio e se escondera. Agora, estava escondido em Whitehall, ainda lambendo as feridas, enquanto seu irmão era o segundo colocado na votação geral para o jogo AllStar.  Dizer a Tim que ele acabara de herdar a filha de Cecily sabe-se Deus por quanto tempo? Essa não. Era muito pouco provável.   O que me deixa com a espertinha do andar de baixo  disse Jack ao seu reflexo, antes de virar-se para o closet para pegar uma camiseta limpa.  Como era mesmo o nome dela? Kathy? Karen? Não... Keely. Era isso. Que tipo de nome era Keely?  Enquanto vestia a camiseta, Jack deu-se conta de que não sabia absolutame

nte nada sobre aquela mulher. Havia deixado MM com uma estranha escolhida pela tia Sadie, rainha das malucas.  E ele havia dito que Cecily era doida? E ele? Era o quê?  Desesperado. Definitivamente.  Jack olhou para o relógio sobre o caixote ao lado da cama. Nove e meia. Não devia ser, pelo menos, meio-dia? Ou talvez setembro? Porque aquelas haviam sido as duas horas mais longas de sua vida.  Mas eram apenas nove e meia, e ele não podia passar o resto do dia escondido ali. Tinha que descer, ver a mulher, o bebê e resolver o que fazer com ambas.  Preferiria estar enfrentando Mark McGwire em um jogo entre as Ligas, no final do nono tempo, com o placar empatado e as bases ocupadas.  Resignado, ele desceu as escadas para a cozinha, parando, petrificado,ao ver o bebê na pia, com a mulher segurando a torneira sobre a cabecinha rosada.

   O que diabos você está fazendo? Tentando afogar a criança?  Assustada com o grito de Jack, Keely virou-se abruptamente, soltando sem querer a criança, que escorregou mais para dentro da pia.   Oh, Deus! Olhe o que você me fez fazer!  gritou ela, agarrando MM com as duas mãos e puxando-a novamente para cima.  Ela está tão escorregadia!  MM recomeçara a chorar, com os cabelinhos claros grudados na cabeça e os olhinhos cheios de água, por causa da água que escorria pelo rosto.   Ela está bem?  perguntou Jack, aproximando-se da pia com relutância.   Acho que sim. Ela está gritando, não está?  respondeu Keely, segurando o bra criança com uma mão e usando a outra para enxugar o rostinho com toalhas de papel.   Mas estava gostando, até você aparecer.  Keely jogou as toalhas úmidas no b e tirou MM da pia, segurando-a com as duas mãos. As perninhas e os bracinhos da menina se agitaram, realçando ainda mais o corpinho rosado e roliço.  Aqui  disse Keel

, estendendo a menina para Jack.   Segure-a enquanto eu pego mais toalhas.   Segurá-la?  Ele recuou rapidamente.  Você ficou maluca? Acabou de dizer qula está escorregadia!  Keely ficou segurando enquanto MM ria e se agitava, tentando agarrar tudo.   Bem, então, se você não vai segurá-la, pelo menos vá pegar as toalhas de papliás, que tipo de cozinha é essa que não tem panos de prato, nem copos, louça, uma canea...? Que coisa lamentável!  Jack ignorou as reclamações, concentrando-se em sua nova tarefa: conseguir

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mais toalhas de papel. Era capaz de fazer aquilo. Afinal, havia ganhado dois prêmios Cy Young. Determinado, ele passou por Keely e pegou o rolo que estava em cima do balcão.   O que mais?   Seque-a  disse Keely, revirando os olhos.  E apresse-se, pois ela deve estar com fome.  Secá-la? Jack hesitou, segurando várias folhas de toalhas de papel. Como faria aquilo? Aproximou-se lentamente e começou a enrolar o papel no corpinho nu deMM.  Uma volta, duas, três, até MM virar quase uma múmia envolta em papel, e Keely dizer:   Isso deve bastar. Obrigada. Agora, pode segurá-la que ela não vai mais escorregar.   Ela ainda está molhada  comentou Jack, arrancando mais umas folhas de toalha para enxugar a cabecinha da criança. MM se sacudiu, meneou a cabeça e a toalha caiu no chão.  Droga! Ela não está cooperando.   Não pragueje na frente dela  censurou Keely, sacudindo MM para ele, para obrigá-lo a segurá-la. Então, respirou fundo, empertigou-se e alisou a frente da blusaque já fora branca.  Tenho que arrumar alguma coisa para ela vestir. Deve haver alguma coisa dentro da cesta.   Qual é o problema com a roupa que ela estava antes?  perguntou Jack, sentando-se com cuidado no chão, porque assim MM teria menos chance de se machucar se escorregasse de suas mãos e caísse.   Você está brincando? Aquela roupa está toda molhada... e fedida. O que não s

 pela boquinha dela naquela hora saiu logo em seguida por baixo. Minha única saída foi colocá-la sob o jato da torneira da pia.  Jack ergueu os olhos e deu-se conta de que o mau cheiro que sentira quando entrara na cozinha vinha de uma pilha de roupas no chão e do que parecia ser uma fralda descartável cheia.   Deixe-me entender direito - disse ele, um momento depois.  MM fez... fezalguma coisa na fralda e por isso, você resolveu limpá-la na pia da cozinha? Justo da cozinha?! E se eu quiser colocar louça aí?  Keely havia tirado duas grandes sacolas cor-de-rosa da cesta e as examinava, em busca de peças de roupa.   Ora, fique quieto!  repreendeu-o, enquanto pegava uma fralda descartável da sacola, arrumando-a junto com uma camiseta, um vestidinho e um par de meias minúsculas. Isso deve bastar. Nossa! Que peças pequenas! Parecem de boneca! Que boniti

nho!   Está se divertindo, srta. McBride?  perguntou Jack, tentando segurar MM enquanto as toalhas de papel começavam a se desfazer e a criança tentava agarrá-lo novamente pela bochecha.  Ótimo. Porque eu não estou. Não estou mesmo. Eu não gosto de bebêm dos bonitinhos!   Ela é bonitinha, não é?  inquiriu Keely, estendendo o cobertor cor-de-rosa chão, tirando-a dos braços de Jack e estendendo-a na superfície macia.  Parece muito cm as bonecas que eu costumava brincar, exceto que ela se mexe muito mais. Acho que consigo vesti-la. Eu me lembro de como fazia...  Então, pegou a fralda descartável, virou-a de um lado e do outro e franziu o cenho.  Está bem. Talvez não de uma vez.Mas eu darei um jeito.   Ótimo. Faça isso  Jack levantou-se.  vou ver os resultados dos jogos de on à noite na ESPN.

   Faz sentido  Keely sussurrou. Mas estava falando com MM e não com Jack.  Fz o filho, veste a calça e vai ver a ESPN. Lembre-se disso, querida: os homens são todos iguais.   Ela... não é... minha filha  disse Jack, pronunciando lentamente cada palava.  É filha de minha prima. O que diabos eu poderia fazer?  Keely prendeu novamente as fitas adesivas da fralda e sentou-se, admirando seu trabalho.   Pronto. Isso deve segurar.  Ela tirou um cacho dos cabelos escuros do rosto e ergueu os olhos para Jack.  O que você poderia fazer? Bem, se aceita uma suges, sr. Trehan, eu diria que deve descobrir como prender o assento dela no banco d

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e trás de seu carro, para podermos ir às compras.  Ele olhou-a, preocupado.   Comprar o quê? Keely revirou os olhos.   As coisas de MM, é claro. Quero dizer, você pode esperar pelos seus móveis, as ela não. Ou você está pensando em colocá-la para dormir no assento? Aliás, já resolval vai ser o quarto dela? Eu preciso saber para poder tirar as medidas e então sairmos. Passaremos na loja de minha tia, eu aproveitarei para trocar de roupa porque moro em cima da loja. Aí, pegaremos a caminhonete e traremos tudo conosco. Eu jádecorei um quarto de bebê antes, sabe? Estava pensando em cerejeira clara e num bercinho de dossel, com tecido branco, e num trocador combinando, numa cadeira debalanço, é claro e...  Jack inclinou-se, pegou a cadeirinha e foi para o carro, praguejando em japonês. 

Capítulo III 

Eu não vou comprar uma enciclopédia para meus filhos. Deixe-os ir para a escola como eu fui.  Yogi Berra  No fim, como o carro esporte de Jack só tinha duas portas, eles pegaram o

 Mercedes da tia Mary porque, se ele continuasse batendo com a cabeça no capo toda vez que tirasse a menina do assento, MM acabaria aprendendo termos que criança nenhuma devia aprender.   Belo carro  Jack elogiou, enquanto rodavam pela avenida Principal, se dirigindo à rua MacArthur, a principal artéria da cidade e, dela, para a via que conduzia direto a Allentown.  Decoração de interiores deve ser um ótimo negócio. O que me lra... qual é seu preço, srta. McBride?   Nem perto do que você imagina  disse Keely, apertando no colo a sacola branca com seu blazer arruinado dentro. Então, endireitou-se no banco e olhou para MM.  Olhe só para isso. Ela está dormindo!  Virou-se novamente para a frente sentindo-s, se não competente, pelo menos com sorte.  Ela é um bebê muito bonito.   E todos os bebês não são?  perguntou Jack, espiando pelo retrovisor.   Acho que para os pais são  Keely falou, pensativa.  Mas minha amiga Sheila

.. Quando nasceu o bebê dela, ele parecia o Woody Allen, juro. Se bem que, felizmente, ele já superou essa fase. Sheila mora em Wisconsin e me mandou um vídeo do pequeno Justin logo que ele nasceu. Um horror. Mas MM é uma belezinha. Esses cabelinhos loiros... Você sabia que ficou cacheado quando eu molhei? Aposto que em pouco tempo ela terá belos cachos e mais tarde vai detestá-los como eu detestava os meus. Eaqueles olhos azuis imensos com cílios longos... Quando ela crescer, você vai ter queafastar os rapazes com uma espingarda.   Eu não vou estar por perto quando ela crescer  lembrou Jack, mudando paraa faixa da direita para pegar o acesso a Allentown.   Ah, sim. É mesmo. Ela não é sua. Eu me esqueço disso o tempo todo. Deve ser

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 causa dos olhos azuis que vocês dois têm.   E não pode haver duas pessoas no mundo com os olhos azuis, srta. McBride?  questionou Jack.  Eu já lhe disse que MM é filha de uma prima. Ela... ah, quem vai creditar em mim? Digamos apenas que Cecily está fora da cidade por algum tempo, eque eu estou cuidando da menina. Correção: você está.  Keely ficou em silêncio por alguns minutos e finalmente assentiu.   Está bem, e me desculpe por provocá-lo. Eu sei que ela não é sua. Encontrei arta de sua prima quando estava limpando a cozinha. Você não acha que deveria avisar à polícia? Quero dizer, parece que ela está abandonando MM e não apenas deixando-a aor uns dias, a menos que Katmandu seja na Pensilvânia, e nós dois sabemos que não é. E uem é Joey? O pai?  Keely percebeu a contração muscular perto dos lábios de Jack.   Vocês não se dão muito bem, não é? Ah, vire ali à direita, na Tilghman. A lo entre a décima primeira e a décima segunda, do lado esquerdo. Há um estacionamento atrás. Ei, pegue logo a pista da direita, não espere o último minuto.  Jack pisou no acelerador, ultrapassou quatro carros e entrou rapidamente na pista da direita para fazer a conversão.   Isso foi divertido  disse Keely, voltando a abrir os olhos.  Acho que devia ter ficado de boca fechada. Mas pelo menos agora eu sei que, quando quiser alguma coisa, é só pedir para você não fazer.  Ele deu um sorriso que fez surgir duas covinhas muito sensuais no rosto.   Até que enfim, uma mulher que me entende. Porque eu realmente adoro mulheres que ficam de boca fechada.

   Sim. E, de preferência, com o cérebro paralisado, não?  murmurou ela.  Eu  o tipo. E, então, você vai me contar sobre esse tal de Joey, ou eu devo esperar até que você esteja disposto a me informar?  Nos três quarteirões seguintes, o interior do carro ficou gelado, não apenaspor causa do ar-condicionado. Finalmente, Jack disse:   Joey é o irmão de Cecily, como eu já lhe disse. Joey e Cecily são de Bayonneew Jersey.   Eu sei onde fica Bayonne  interrompeu Keely.  Só que nunca conheci ninguéme morasse lá. Ai, me desculpe. Eu não pretendia interromper o fluxo de seu discurso.  Jack suspirou e parou o carro em um farol vermelho na décima nona.   Joey acha que devia pertencer à Máfia.   À Máfia?  Keely estava de queixo caído.  À Máfia mesmo? E Cecily queria  ele?

   Relaxe, srta. McBride. Joey não é da Máfia. Ele viu todos os filmes do Poderso Chefão, mas isso foi o máximo que fez. Eu não gosto dele porque é um idiota e não poe tenho medo que me mate com um picador de gelo.   Ah...  disse Keely, relaxando um pouco enquanto viravam à esquerda e depois à direita, até a entrada da loja da tia, que funcionava em uma casa de tijolos aparentes.  Nesse caso, fico feliz por Cecily ter deixado MM com você.   Ela abriu a porta do carro e voltou os olhos para o bebê.   Continua dormindo. Por que você não espera aqui? Eu não vou demorar, só prec trocar de roupa e pegar as chaves da caminhonete.   E fazer a mala  acrescentou Jack. Ao ouvi-lo, Keely parou antes de fechar a porta.   O quê?  perguntou, enfiando a cabeça novamente no carro.  O que você quer  com isso?

   E se você tiver um saco de dormir, talvez queira trazê-lo também, pelo menos até comprarmos mais camas. Ou você pensou que eu fosse ficar sozinho com a menina na casa, enquanto você trabalhava das nove às cinco?   Eu... eu...  Keely olhou para o assento no banco traseiro, para o bebê adormecido e finalmente para Jack.  Eu...   Certo. É exatamente como eu me sinto, srta. McBride. Agora, mexa-se, está bem? Quem sabe por quanto tempo ela vai dormir?   Eu odeio você  disse Keely finalmente. Por sorte, só quando já estava subina escada que levava ao quarto que dividia com a tia.  Odeio, odeio, odeio você, JackTrehan  repetiu, enquanto vestia rapidamente uma saia de brim e uma camiseta fina

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 de malha. Então, foi até o closet, pegou uma grande mala, atirou-a na cama e abriuo zíper.   Odeio, desprezo, não suporto você, Jack Trehan!  continuou, enquanto abria s gavetas, atirando as roupas mais ou menos na direção da mala. Depois, colocou alguns itens de toalete em outra bolsa com zíper e completou com desodorante, pasta de dentes, o secador de cabelos e a pequena bolsa de maquiagem.   As coisas que não fazemos por dinheiro  disse Keely, dirigindo-se ao própri reflexo, sobre a pia.  Que vergonha!  Ela jogou tudo dentro da mesma mala, fechou o zíper, tirou o travesseiroe o cobertor da cama e desceu as escadas mais uma vez, com o cobertor arrastando no chão. Só parou ao ver a luz da secretária eletrônica da tia piscando.  Talvez houvesse mensagens lá embaixo, na secretária eletrônica da loja, mas Keely sabia que não tinha tempo para verificar. Tia Mary havia concluído a maior parte de seus projetos antes de se casar, de forma que não havia muitos negócios inacabados com os quais Keely precisasse lidar, o que a fez dar piruetas de alegria quando recebera o telefonema de Sadie Trehan. Se houvesse mensagens no andar de baixo, elas poderiam esperar. Mas ela não se apressaria, deixaria Jack Trehan esperando-a um pouco mais e verificaria se a tia Mary havia ligado.  Determinada, Keely largou o cobertor e o travesseiro e apertou o botão das mensagens, sorrindo ao antecipar que ouviria a voz da tia Mary. Ela telefonava quase todos os dias para contar sobre as maravilhas da Grécia e dos sagrados laçosdo matrimônio.   Olá, Keely, que pena que você não está. Escute, eu sei que faz muito tempo, rida, mas eu...

  Keely apertou o botão de parar, desesperada para interromper a voz de Gregory Fontaine. O que ele queria? Não que se importasse. Certamente, nem ligava. Irritada, mordeu o lábio e tamborilou os dedos em cima da mesa, enquanto imaginava aspossibilidades. Ele a queria de volta; a amava. Não podia viver sem ela. Ainda não encontrara a elegante trena que ela surrupiara a título de último pagamento e queriasaber se Keely sabia onde estava.   Vamos lá!  exclamou, apertando o botão ligar novamente.  É melhor acabarisso.   ...achei que era melhor você ouvir isso de minha boca. Acabei de alugar seu espaço. Você sabe que eu vinha pensando em ampliar os negócios e tem de admitir que foi uma sorte para você conseguir aquele lugar na Sessenta e Sete por aquele preço. E sei que Leibowitz disse que o seguraria para você por mais seis meses, desde que continuasse págando o aluguel, coisa que você não fez. pois já está três semanas em a

. Assim... Bem, eu assumi o aluguel. Agora, o escritório Fontaine está nos lados leste e oeste de Manhattan... e você é bem-vinda para voltar. Quando quiser. Você poderia cuidar da filial para mim, exatamente onde era sua antiga loja, ou melhor, minha nova loja. Acho que a gente pode resolver as coisas, Keely, de verdade. Ei, eu preciso desligar. Shavonna quer me mostrar os esboços de um projeto que estamos fazendo lá na ilha. Bem, cuide-se, seja boazinha, e não me odeie, Keely. Eu a amo, queridinha, mas negócios são negócios, certo?  Keely ficou ali, olhando para a secretária eletrônica e ouvindo a voz gravada que dizia fim das mensagens. Foi preciso certo esforço para lutar contra o impulso de arrancar a máquina da tomada e jogá-la na parede.   Seu desgraçado! três semanas? Gregory Fontaine, você é um infeliz desprezíve malditas semanas!   Algum problema... queridinha?

  Keely girou rapidamente sobre os calcanhares. com o movimento, enganchou os pés no cobertor caído e desabou, sobre quatro apoios.   Você!  acusou, olhando para Jack Trehan.  O que faz... como ousa... onde etá MM?   Continua dormindo profundamente na cadeirinha. Não se preocupe. Eu tranquei o carro, mas deixei o motor ligado, para manter o ar-condicionado funcionando.   Ah... está bem  disse Keely, levantando-se.  Acho que... espere aí: você tu o carro? Onde estão as chaves?   Ora, vamos lá. Você não acha realmente que eu...

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   Mostre-me... as... chaves.  Jack enfiou a mão no bolso da calça. Em seguida, enfiou a outra mão no outrobolso. Por fim, franziu o cenho com um olhar inocente.   Bem...  Ele tirou as mãos vazias dos bolsos e estendeu-as.  A culpa é sua,be? Se você se mexesse em vez de ficar ouvindo seus recados e fazendo sabe-Deus-mais-oquê, eu não teria precisado...   Seu imbecil!  Keely quase tropeçou novamente no cobertor, enquanto avançavapara a escrivaninha da tia e abria a gaveta do meio. Ali estavam as chaves da caminhonete e o segundo jogo de chaves do Mercedes. Irritada, ela pegou as duas efoi para a escada.   Pegue essas coisas, seu gênio, e siga-me.  Como era possível que a prima tivesse confiado seu bebê a ele? Não se podia confiar nem um urso de pelúcia àquele homem, quanto mais uma criança pequena e indefesa. Não que ela fosse muito melhor, certamente, mas não era preciso muito para ser melhor que Jack Trehan.  Keely desceu os degraus depressa, com Jack seguindo-a de perto.   Eu estava brincando, droga!  gritou ele.  Olhe, aqui estão as chaves. Eu ntrancaria as chaves dentro do carro. Você acha que eu sou burro?  Keely parou na base da escada e ergueu os olhos para ele.   Nunca pergunte o óbvio  grunhiu ela, disparando para fora da casa e deixando Jack sozinho para sair com a mala, o cobertor e o travesseiro.  Aflita, Keely correu até o carro e olhou pela janela de trás, só para ver que MM continuava profundamente adormecida, com a chupeta na boca.   Ela está bem  disse Keely, desabando, aliviada, na lateral do carro. Naque

le momento, Jack apertou o botão da chave para destravar o porta-malas.   É claro que ela está bem  ele retrucou, meneando a cabeça.  O que você pen ela faria? Sairia do carro e iria até o bar, tomar uma cerveja?  Keely nem se incomodou em responder, limitou-se a olhá-lo friamente e a se dirigir para a caminhonete. Gregory Fontaine, Jack Trehan, todos os homens! Eram todos péssimos, sem exceção.   Siga-me, está bem?  ela falou.  Voltaremos à Tilghman. De lá, pegaremos a a, viraremos à esquerda, à direita na Washington e depois à esquerda na Sétima, que noscolocará novamente na rua MacArthur. na direção da loja que eu tenho em mente. Entendeu?   Srta. McBride, eu cresci aqui  disse Jack, abrindo a porta do Mercedes.  Conheço perfeitamente bem todos os caminhos e agradeceria se você parasse de me tratar como se eu fosse estúpido.

   E eu agradeceria se você parasse de agir como um  disparou ela, quebrandoa unha ao tentar abrir a porta da caminhonete.  Droga! Veja o que você me fez fazer!   Daqui, de onde estou? Alguém já lhe disse, srta. McBride, que você não é muia da cabeça?   Eu sei disso. Devo ser louca!  gritou ela, com raiva.   Afinal, estou trabalhando para você, lembra?  Só então se deu conta de que esposta mais provável que ele daria seria sim, mas não por muito tempo. Assim, Keely ntrou depressa na caminhonete, engatou a marcha ré e preparou-se para a primeira investida na conta bancária de Jack Trehan, e para o começo da recuperação de sua conta.  Jack preferiria estar preso dentro de um ônibus velho, numa estrada vicinal dos Estados Unidos, enquanto o motorista trocava o pneu do ônibus para que pudessem continuar a viagem de cinco horas para mais um jogo diante de um bando de e

spectadores que estava lá mais por causa das corridas de cachorro que aconteceriam depois do quinto tempo. Preferiria estar em qualquer lugar que não fosse ali, enfiado no meio de uma loja infantil.   Aonde você vai?  perguntou, ao vê-la caminhar em direção aos carrinhos.   vou pegar um carrinho de supermercado. O que lhe parece que estou fazendo?   Para o berço? E você acha que vai caber?  disparou ele, observando-a ajeita MM ainda adormecida, em uma espécie de assento acoplado ao carrinho. Aproveitou o momento para admirar as longas pernas de Keely que se estendiam além da barra dasaia de brim para, em seguida, menear a cabeça. Será que estava maluco? Aquela mulhe

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r era venenosa!  Keely manobrou o carrinho e entrou na loja pelas portas automáticas. O lugar tinha aproximadamente o dobro do tamanho de um campo de futebol.   Essa loja é só de coisas de bebê?  perguntou Jack, olhando em volta, impresnado.  Essa criança não deve ter mais de sete quilos, não sabe andar, nem falar, tem sm um dente... de quanta coisa ela pode precisar?  Ficou evidente que Keely não estava escutando.   Eu acredito firmemente em ter um plano para lugares assim  disse ela, voltando o carrinho para a direita. ] Começamos pelo começo e vamos avançando, corredor or; corredor. Aqui... o que é isso?  Jack viu um dos vendedores sorrindo para ele, como se dissesse: ora, umbom papai indo às compras com seu bebê e tratou de virar-se depressa para pegar a caixa que Keely apontava.   Eu não sei. Aqui diz alguma coisa sobre... não! Eles só podem estar brincand. Quem faria uma coisa dessas?  Keely pegou a caixa e virou-a, olhando para os desenhos na parte de trás.   Ah, não é bonitinho? Dá para fazer moldes de gesso dos pezinhos e mãozinhas MM. Olhe, eles incluem até uma moldura para pendurar o resultado na parede. Vamoscomprar.   Não vamos, não  disse Jack, tirando a caixa das mãos de Keely e recolocandona prateleira.  Eu prefiro mandar dar um banho de bronze nela. É mais fácil.  Keely revirou os olhos e pegou a caixa novamente, colocando-a no carrinho.   Você não vai mesmo se permitir desfrutar isso, não é?

   O que você acha?  respondeu Jack, tenso, olhando-a pegar mais uma caixa.  ocê vai querer olhar tudo? Desse jeito, vamos passar horas e horas aqui.   Provavelmente, dias  concordou Keely, colocando no carrinho um álbum chamado de Lembranças da Primeira Infância, uma Cápsula no Tempo.  Certo. Vamos para o próx corredor.   Próximo corredor, próximo corredor  resmungou Jack, mas como o atendente votara a olhá-lo, preferiu seguir Keely.  Segurança infantil?  perguntou, olhando a plaa sobre o corredor.  O que é isso?  Keely entregou a ele um saquinho com protetores de tomada.   Há muito mais  disse ela, com um brilho perigoso nos olhos, enquanto examinava as prateleiras.  Trancas para armários, protetores de porta para ela não prender os dedinhos. Ah, veja só isso, eu adoro quinquilharias! Uma caixinha para guardar as chupetas de MM e dá até para prendê-la no carrinho ou na sacola de fraldas. Ah, ve

ja! E também vamos precisar de um deste  apontou ela, colocando a caixinha no carrinho e pegando outro volume.  Jack viu um pedaço de tecido atoalhado dentro de um pacote de plástico e leu a descrição por sobre o ombro de Keely.   Joelheiras? Para quê? Por acaso, MM vai patinar amanhã e esqueceram de me avisar?   Essas são para quando ela começar a engatinhar, para proteger aqueles joelhinhos tão macios.   Engatinhar?  repetiu ele, confuso.  Ela vai começar a engatinhar? Quando?   Não faço a menor idéia. Sou uma decoradora de interiores, não o sr. Spock.   Hum... Eu não tenho bem certeza, mas não seria doutor  Spock? Sr. Spock erquele personagem do Jornada nas Estrelas. Aquele com as orelhas pontudas.   Que seja  disse Keely, desinteressada, colocando uma imensa sucessão de pa

cotes dentro da cesta, para os quais Jack nem ousava pedir explicação. Depois do segundo corredor, o carrinho já estava quase cheio.  Mas temos que estar preparados, não é? Katmandu é muito longe e quem sabe quando sua prima voltará?   Eu estou tentando não pensar nisso, srta. McBride  Jack respondeu com honestidade. Keely não conhecia Cecily como ele, mas provavelmente a carta lhe dera uma boa idéia do espírito avoado da prima. Naquele momento, Jack lembrou-se de uma ocasião em sua infância em que Cecily pedira a todos que se escondessem para, em seguida, perder o interesse na brincadeira e ir para a cama, sem procurar ninguém. Determinado, Jack ficara escondido até as luzes da rua se acenderem e então voltara paracasa soluçando.

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  Entraram em outro corredor, e Jack parou e pegou uma caixa na prateleira, simplesmente tentando fazer sua parte.!   Você precisa de um desses?  perguntou, solícito, olhando para algo que pareia uma garrafa com um funil preso em cima.  Keely pegou a caixa dele e recolocou-a na prateleira.   Não vamos precisar disso. Próximo corredor.   Mas você não comprou nada neste. Depois que passarmos, eu não vou mais volta, hein?  Jack pegou novamente a caixa e leu o rótulo: Bomba para extrair leite. Havi uma variedade de modelos nas prateleiras, todos diferentes, mas concebidos para o mesmo propósito. Aturdido, Jack fechou os olhos, tentando imaginar o propósito de uma coisa daquelas.  O carrinho estava definitivamente se enchendo. Pontos de luz noturna. Protetores para os vidros do carro. Um pequeno espelho retrovisor para prender abaixo do espelho do carro, para ver melhor o bebê no banco de trás. Fitas de videocassete sobre segurança e primeiros socorros. Um termômetro de orelha. Outro para... Jack recolocou este último no carrinho, tentando bloquear mentalmente a realidade. Uma máquina para quartos de bebê que reproduzia sons de batidas de coração, balbucios, pos de passarinhos e chuva caindo. Um protetor plástico para ser colocado em cima dos controles da televisão. Certo, ele bem que gostara daquele último.  Keely chamou-o de um display com pelo menos quinze tipos diferentes dechupetas, para mostrar seu último tesouro.   Olhe, um monitor de tevê para o quarto de MM. Poderemos vê-la, ouvi-la e depois se tornaria um pequeno aparelho de tevê, só para ela. Não é incrível?  Jack espiou a etiqueta de preço.

   Incrível  concordou, estremecendo.  A caixa foi para o carrinho e lá se foram eles novamente, parando em um corredor repleto de mamadeiras.  - Essas são da mesma marca que MM já tem  disse Keely, colocando meia dúzia tro do carrinho, junto com uma caixa de enxertos de plástico, sem saber o que isso significava. Então, ela escolheu alguns acessórios, mostrando a ele um pacote de bicos de seios realmente repulsivos, de uma cor alaranjada, explicando:   Aqui diz que é a coisa mais parecida com uma mãe. O que você acha?   Você está fazendo isso de propósito, não é? Está se vingando por alguma coischa que eu tenha feito  acusou Jack, sentindo o rosto aquecer-se e as mãos esfriarem.  Compre logo esta porcaria e vamos embora daqui.  Ela comprou. Escovas para lavar mamadeiras, escovas para bicos de mamadeira, mais chupetas, creme dental e uma escova de dentes... para um único dente. U

ma borrachinha para massagear as gengivas. Xampu, pomada, loção, um kit de primeiros socorros. Duas caixas da mesma marca de leite que Keely encontrara na cesta deMM.  Babadores. Jack escolhera os babadores. Uma dúzia deles.  O próximo item foi um pequeno microondas para o quarto do bebê, para aquecer as mamadeiras no meio da noite sem ter de ir ao andar de baixo. O que mais poderia haver?  Um momento depois, Jack descobriu. O que compraram em seguida foi uma cesta de lixo mágica, para fechar e descartar fraldas sujas, mantendo-as fora da vista. A ilustração representando o interior da cesta mostrava uma quantidade de fraldas, todas enroladas individualmente em casulos plásticos, em uma espécie de saco perolado que mais parecia uma jibóia gigante que acabara de engolir diversos animaisde pequeno porte. Jack quis comprar dois, só para poder brincar com um deles, mas

Keely revirou os olhos e ele desistiu da idéia e foi para a frente da loja para buscar outro carrinho.  O primeiro item a entrar no novo carrinho foi um umidificador em formade patinho. Ele nem questionou. Depois, uma banheira. Um assento para ser colocado dentro da banheira. Brinquedos para o banho, uma sacola de tela para guardaros brinquedos de banho. Um estranho assento para Um adulto ajoelhar-se confortavelmente enquanto banhava a criança. Toalhas, lenços umedecidos... Ele insistiu em que comprassem muitas toalhas.   Interessante  disse Keely, depois de percorrer dois corredores inteirossem pegar absolutamente nada.  Diz aqui para apertar o botão para testar o produto.

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  Jack ficou observando enquanto Keely estendia um ursinho de pelúcia e mostrava o botão nas costas do bichinho. Ele esperava ouvir uma cantiga de ninar, mas quando Keely apertou o botão, ele ouviu algo parecido com as batidas de um coração, vindas de dentro do bichinho.   Sons do útero  disse Keely.  Imagino se há um com ruídos de digestão. Cert.. o urso é bonitinho  ela admitiu, colocando a caixa no carrinho.  Eu poderia decorar o quarto inteiro com motivo de ursinhos. Acho que fica mais bonitinho do quecom flores. Flores são delicadas, mas... Bem, acho que prefiro os ursinhos.   Faça isso.  Jack gostou da idéia..  Eu sempre apreciei animais de grande pe.   Engraçadinho  disse Keely, guiando o carrinho para o corredor seguinte.  Ela jogou várias embalagens de lenços umedecidos e um aquecedor de lenços umedecidos no carrinho, mas aquilo era apenas parte do aquecimento porque, naquelemomento, haviam chegado ao principal.   Ela tem um desses  apontou Jack quando Keely passou por um grande corredor abarrotado de modelos de assentos para carro. Impressionado, Jack reparou emum assento que certamente seria capaz de suportar um lançamento em uma nave espacial.  Isso é brincadeira, não é? Assentos de carro com grife?  Keely recuou um pouco e olhou para o assento que Jack apontava.   Pegue um desses panfletos  disse ela.  Basta apresentá-lo no caixa e eles os entregarão um assento igual. Afinal, precisamos ter dois, certo? Um para seu carro, e um para o meu.   Ela não precisa de dois assentos, droga!  disse Jack, cruzando os braços sore o peito, preparando-se para lutar até a morte contra aquilo. Ele não era um homem

 pobre, mas Keely McBride estava se tornando uma rival da dívida pública nacional.  Irritada, Keely bateu com o punho cerrado no quadril.   Está bem. Imagine só: eu tenho que ir a algum lugar enquanto MM está dormind e, de repente, você precisa sair com ela por algum motivo: ou ela se engasgou, ou acabaram as fraldas, ou você sentiu um impulso irresistível de comprar Chicken McNuggets. Imagine que eu estou com o assento, com o único assento. O que você faz, gê  Furioso, Jack pegou o panfleto.  Depois disso, tudo se tornou uma espécie de transe.  Dois suportes para bebê: um que, de certa forma, manteria MM presa ao peito de Keely e outra para Jack usar nas costas, provavelmente quando resolvesse escalar o Everest.  Berço, protetores para berço, cômoda, trocador, lençóis, fronhas, cobertores, tetores de parede, mobiles, luminária combinando, faixa para a parede, cortinas e

travesseiros. Um carrinho com uma roda imensa na frente e duas atrás, para que MMpudesse acompanhá-lo na corrida matinal, como se aquilo fosse acontecer. Lençol protetor para o carrinho, suporte de copos para a manopla do carrinho, capa protetora de chuva para o carrinho, rede antiinsetos também para o carrinho...  Cadeirão, cadeirinha, cadeira de balanço, andador, cadeirinha suspensa para pendurar na porta, balanço, cercadinho, berço portátil. Tudo com as cores combinando. E com os devidos acessórios para acompanhar.  Novas bolsas para fraldas para combinar com o motivo de ursinhos de todo o resto. Enfeites de parede fofinhos, incluindo um de um ursinho vestido com uniforme de beisebol que Jack insistiu em comprar.   Você é sexista ou é puro preconceito? MM não pode gostar de beisebol?  perga ele quando Keely protestara. O ursinho com roupa de beisebol ficou, assim como uma bola macia que Jack encontrou, rosa, com espaço para anotar o peso inicial, est

o de origem e primeira temporada de MM. Keely achou a peça adorável e Jack sentiu vode de beijá-la.  MM, que havia dormido durante toda a orgia de compras, começou a se mexer quando eles empurraram os dois carrinhos lotados para o caixa. A pequena abriuos imensos olhos azuis, olhou em volta e seu lábio inferior começou a tremer. Um momento depois, estava berrando, a plenos pulmões.   Qual é o problema com ela?  perguntou Jack, um POUCO confuso.  Keely deu de ombros.   Será que ela está com fome de novo?   Como é que eu vou saber?  disparou ele.  Você é a encarregada, lembra?

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 que tivesse dito que conhecia bebês.   É? Pois adivinhe só: eu menti!  gritou Keely, para fazer-se ouvir acima dosgritos de MM.  Você trouxe alguma mamadeira?  Jack bateu com a mão na cabeça.   Não, não trouxe. Este é seu trabalho, moça!   Ah... É mesmo.  Keely enfiou a mão na bolsa imensa e pegou uma embalagem depreparo de leite instantâneo.  Eu me esqueci. Isso estava com as coisas dela  Ela abriu a embalagem e preparou o leite ali mesmo.  Aqui, pequena  disse, colocando o bico na boca de MM.   Primeiro, você precisa sacudir a mamadeira para misturar bem o leite  disse alguém atrás deles, e tanto Jack quanto Keely baixaram os olhos e viram uma menina que não devia ter mais de sete anos. Ótimo. Sete anos de idade e sabia mais que ambos. Fazia sentido. Jack imaginou se a menina aceitaria ser contratada por hora.   Aqui. Deixem que eu mostro.  A menina pegou a mamadeira da mão de Keely, sacudiu e recolocou o bico na boquinha de MM.  No mês passado, minha mãe teve gêmeos e la me deixa ajudar  explicou a criança.  Pronto. Será que agora vocês conseguem se vi?   Menina esperta  murmurou Keely depois de agradecer e de vê-la se afastar para unir-se à mãe.  Hoje em dia, todo mundo é especialista.  Menos você  comentou Jack, ácido.  Será que agora podemos ir embora daqui? M é a única que está com fome.   E o que tenho a ver com isso? Eu não vou cozinhar para você.   Eu não estou pedindo.   E é melhor não pedir porque...

   Jack Trehan! Oh, meu Deus, Sally, olhe! É Jack Trehan!  Keely franziu o cenho sem terminar a frase que provavelmente causaria sua demissão e virou-se para olhar para o homem que se aproximava deles, com a mão estendida.   Eu estou certo, não estou? Você é Jack Trehan? Lançador dos Yankees? Dois pr Cy Young? Rapaz, que dureza isso que aconteceu com seu braço! Bem, azar dos Yankees, sorte nossa. Eu sou Bill Hunsberger e também joguei beisebol, mas nada que secomparasse a você. Seja bem-vindo ao lar, Jack, e obrigado por todos os jogos maravilhosos.   De nada  disse Jack, apertando a mão do homem.  É bom estar de volta.  Elava morto de vontade de olhar para Keely, de vê-la ali, espantada, com a boca aberta e os olhos arregalados. Talvez ela não o conhecesse, mas o resto do mundo conhecia, droga!

   Sally?  O homem chamou alguém por cima do ombro, sem soltar a mão de Jack.ally, você é sempre tão lenta. Venha cá, pelo amor de Deus. Eu tinha razão. É mesmo Jn. Dê-me logo essa lista de compras e pare de fazer essa cara, como se eu estivesse fazendo algo errado.  Ele virou-se novamente para Jack.  Você se incomodaria de auografar a lista de Sally? É para meu filho, Sean.  Ele só tem dois meses, mas um dia vai valorizar muito este autógrafo.  Sally aproximou-se, com uma criança e vários pacotes de fraldas nos braços, mais uma grande bolsa infantil pendurada no ombro. Keely já vira burros de carga menos carregados, mas Bill, que estava de mãos vazias, continuava acenando impaciente para a mulher.   Você não quer ajudá-la?perguntou Keely, enquanto Sally tentava equilibrar oacotes de fraldas entre os joelhos e vasculhava a bolsa em busca de papel e caneta.

   Não. Ela se vira  disse Bill, sem tirar os olhos de Jack.   Homens!  exclamou Keely, fazendo um sinal par que Jack segurasse a mamadeira enquanto ela ia ajudar Sally.  Vocês são todos uns idiotas.   Qual é o problema com sua esposa, Jack?perguntou Bill Hunsberger, apontando para Keely.  A minha é igualzinha. O médico disse que é depressão pós-parto, mas eu que é frescura. Afinal, as mulheres têm filhos desde o início dos tempos.   É verdade  concordou Jack, baixinho. Tinha a sensação de que, se Keely o ouse, ele pagaria pelo comentário.  E ela não é minha esposa. E a criança não é nem minh.  Ele não sabia ao certo porque se sentia inclinado a dividir aquele tipo d

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e informação com um estranho, mas por algum motivo achava importante. Bill, por outro lado, parecia nem ligar.   Como vai seu irmão, Jack? O braço de Tim, o Tigre, está bem, não? Quero dizeeste problema com o braço não é coisa de gêmeo, certo? Ele continua bem? Quero dizer, ee continua jogando maravilhosamente até agora, não é?   Sim. Maravilhosamente.  Jack cerrou os dentes enquanto autografava o pedaço de papel que Sally lhe dera.  Bem, Bill, foi um prazer conhecê-lo, mas nós temos qe ir, levar a mocinha para casa e tudo o mais. Keely? Está pronta para passar pelo caixa?   Talvez seja melhor colocá-la para arrotar  Sally disse, apontando para MM.   É sua vez, herói, sr. Egocêntrico, sr. Orgulho, sr. Eu-Não-Acredito-Que-Voonheça... como se eu estivesse interessada  Keely continuou, pegando um dos carrinho e rumando direto para o caixa.  Ah, e se lhe interessa saber, eu sou fã dos Mets e odeio os Yankees.   Ah, é mesmo, queridinha, então, adivinha só: você está despedida!  Ela girou sobre os calcanhares para encará-lo.   Ah, ótimo. Agora, eu vou para casa e você vai poder ficar com MM só para vocDivirta-se. Parece que ela enche as fraldas assim que mama.  Jack abriu a boca para mandá-la para o inferno, mas reconsiderou seu sentimento quando as palavras enche as fraldas penetraram em seu cérebro.   Não me provoque, moça  alertou ele.   E não me chame de queridinha  respondeu Keely, igualmente furiosa.   Feito!  grunhiu Jack, odiando a si mesmo.   Feito!  repetiu Keely.  Mas ainda assim, é sua vez de fazê-la arrotar. Eu

 passar as compras pelo caixa.  Jack olhou para Keely e baixou os olhos para MM q continuava sugando obico anatômico e descartável de látex atóxico.   Meu Deus  gemeu, baixinho, pensando na conversa que acabara de ter com Cecily.  Eu devia ter dito apenas que não.   Eu conheço a sensação  disse Sally Hunsberger, passando por ele.  Ah, e conheço! 

Capítulo IV 

Eu vi o futuro e vi que se parece muito com o presente, só que mais longo.  Dan Quisenbeny, lançador  Keely sentou-se no meio do espaço vazio, escolhido para ser o quarto de MM e tentou imaginar por onde começar. Quem disse que dinheiro não comprava mais coisas? Parece que uma compra de mais de três mil dólares, três mil, setecentos e oitentae dois dólares e cinqüenta e sete centavos, para ser exata, ainda dava direito a entrega no mesmo dia, sem custo adicional. E, depois, havia dez por cento de quasequatro mil dólares e a metade desses dez por cento era dela!  Nada mal para meio dia de trabalho. Não havia sido fácil, mas também não fora errível.  Na verdade, as coisas estavam indo bastante bem. Relativamente bem. Razoavelmente bem. O que já era um bom começo.

  MM era um bebê adorável, perfeito para principiantes.  Mamava quando recebia a mamadeira, arrotava quando lhe batiam nas costas, enchia a fralda e voltava a dormir. Isso era um alívio, especialmente porque Keely ainda nem abrira os livros sobre como cuidar de um bebê e tinha certeza de que havia muito mais coisa envolvida do que havia descoberto até ali.  MM estava cochilando de novo, no andar de baixo, no assento firmementepreso à cesta. Afinal, Keely precisava abrir dúzias das imensas sacolas plásticas quea rodeavam no chão do quarto, para tentar por alguma ordem naquele caos.  Ela abriu a primeira sacola, pensando no melhor local para colocar o bercinho, a cômoda e o trocador coordenados. A arrumação teria que facilitar o trânsito d

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ntro do quarto, bem como o acesso para o banheiro contíguo. O local era bem iluminado, considerando que ficava no lado leste da casa, para pegar o sol da manhã e as cores escolhidas ficariam boas: um xadrez discreto e clarinho de bege e verde,com ursinhos estampados aqui e acolá.  As paredes precisariam de mais cor que o branco imaculado que as cobria, mas isso teria que esperar. A faixa de parede e os enfeitinhos em forma de urso também. O mais importante naquele momento era dar algum tipo de ordem, planejaralgum tipo de estratégia e de rotina para ela e para MM.  Keely olhou para o conteúdo que tirara da primeira sacola.  Então, finalmente começou a trabalhar, colocando o suporte para fraldas perto do trocador, arrumando gavetas com toalhas e lençóis que lavaria assim que arrumasse tempo, carregando todos os acessórios de banho para o banheiro e colocando tudo em lugares racionais, era uma pessoa organizada. Não uma fanática por organização, ma alguém que acreditava em colocar tudo em seu lugar e mantê-lo ali. Gostava de seu trabalho e da harmonia que resultava dele. E tinha uma paixão quase obsessiva por closets. Era capaz de babar em cima de prateleiras e gavetas feitas sob medida ede sapateiras projetadas de maneira personalizada.  Por tudo isso, depois de cerca de uma hora, Keely estava se sentindo muito frustrada. Já havia projetado quartos de bebês antes, mas apenas os móveis e as cortinas, não as coisas do dia-a-dia, que realmente envolviam viver com um bebê.  Não havia como organizar um bebê. Simplesmente não havia. O talco e os frascos de loções, o tubo de pomada, os lenços umedecidos, estava tudo ali, exposto, sem acrescentar nenhuma estética ao ambiente. O imenso pacote de fraldas descartáveis certamente poderia ser guardado no closet, mas ela sempre teria que se lembrar de rea

bastecer a gaveta sob o trocador, sob o risco de ficar com MM nua sobre a superfície, com a fralda mais próxima a sete metros de distância.   Bebês são bagunçados. Eles espalham coisas como um gorila de duas tonelaando todos os espaços  concluiu Keely com as mãos nos quadris, observando o quarto.  Não havia mais sacolas plásticas e a maioria das coisas havia sido guardada. O berço havia sido montado com a roupa de cama combinando, mas o quarto continuava parecendo mais entulhado do que arrumado.   E eu desisto  concluiu ela, passando as mãos pelos cabelos e colocando umcacho atrás da orelha.  É hora de fazer uma pausa, de tomar alguma coisa gelada e dedescansar em uma boa poltrona macia.  Foi quando Keely deu-se conta de que uma manhã, quase quatro mil dólares emais duas horas de trabalho haviam arrumado moderadamente a vida de MM, mas não tinham feito nada para mobiliar o resto da casa.

  com exceção do quarto de MM, os outros cômodos do andar de cima estavam todos vazios, menos a suíte principal, que era... bem, era lamentável, para dizer o mínimo. Aquele homem bem que podia estar morando embaixo de uma ponte.  No andar de baixo, havia apenas uma cadeira velha num canto. Uma cadeira que podia ter sido aposentada há muito tempo, uma luminária de pé estilo anos 60 e uma televisão gigantesca que exigiria toda a sua habilidade de decoradora para queo espaço não parecesse um cinema ao ar livre.  Keely atravessou a sala de jantar vazia e cruzou a cozinha quase deserta, certificando-se de que MM continuava dormindo. Já que não havia nenhum móvel, devia haver pelo menos alguma comida naquela casa.  Desanimada, ela enfiou a cabeça na geladeira, tentando imaginar o que poderia improvisar com catchup, mostarda, as três últimas mamadeiras deixadas por Cecily e algo que ela esperava que não fosse um ovo muito velho.

  Naquele exato momento, Jack surgiu do nada e falou, a poucos centímetrosdela:   Mãos ao alto  disse, baixinho.  Sadie está vindo para cá para nos visitar  Keely não pretendia levá-lo a sério, mas tomara um susto tão grande, que bater a cabeça com toda força na geladeira.   Maldição, Trehan!  explodiu ela, esfregando a cabeça.  No mesmo instante, MM acordou e começou a chorar.   Agora, veja o que você fez!  disse Keely, apontando para MM, cujo rosto ficava cada vez mais vermelho.  Você acordou o bebê!   Eu acordei o bebê?!  Jack exclamou, erguendo as sobrancelhas de um jeito

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 fez Keely ter vontade de esmagar o ovo na cabeça dele.  Como? Eu bati a porta quando entrei? Não? Bati os pés? Não. Gritei? Não. Não fui eu, certo? Eu estava bancando a  muito a contragosto, enquanto você brincava de casinha lá em cima pelas últimas duashoras. Aí, eu resolvi fazer uma pequena pausa, para ver minha tia e contar a ela o que está acontecendo, entrei na ponta dos pés pela casa, vim sussurrando até aqui e você dá um escândalo!?  Deus, ele era convencido! Aquele homem era simplesmente... convencidíssimo. Keely concluiu que detestava profundamente homens convencidos, mesmo que seus olhos fossem do mais puro azul-cobalto. E duplamente porque, naquele caso, infelizmente, ele estava com a razão.  Assim, ela se refugiou em sua indignação e, com ou sem razão, permaneceu no ataque.   Você deixou o bebê sozinho de novo?  perguntou ela, soltando o assento e peando MM no colo.  Que tipo de babá deixaria uma criança sozinha? Primeiro, no carro.e agora, aqui. Se você não quer responsabilidade, Trehan, chame seu primo Joey. Eu duvido que ele seja pior do que você.  Jack ergueu as mãos num gesto de impaciência.   Cinco minutos! Eu só estive fora por cinco minutos! Dez, no máximo! E ela estava dormindo, droga! Estava até roncando!  Keely olhou-o com desprezo e abriu novamente a geladeira, em busca de uma mamadeira.   Aqui  disse, entregando-a a Jack.  Misture e agite bem como a menina ensinou. Eu trocarei a fralda dela aqui mesmo, no chão. Depois, ligarei para a loja epedirei a eles que entreguem outro trocador e outro porta-fraldas para colocarmo

s em algum lugar, aqui embaixo. Não sei por que não pensei nisso antes.   Se você pensar bem, vai se lembrar de que eu disse que precisaríamos de dois porta-fraldas. Apesar disso, eu tenho uma pergunta para você.  Jack segurou a mamadeira na frente do corpo.  Refresque minha memória, srta. McBride. Onde, no seu contrato, está escrito que eu aceito ordens suas?  MM havia se acomodado no colo de Keely e agora estava puxando os cabelos escuros e tentando enfiá-los na boca.   Desculpe-me, sr. Grande-Astro-do-Beisebol, habituado a ter todos se curvando a sua frente  disparou Keely, encarando-o.  Por favor, misture e agite como amenina falou. Pronto, assim está melhor?   Eu não gosto de você, srta. McBride  disse Jack, ressentido.  Não gosto m   Ah, você o ouviu, minha querida?!  perguntou Keely, tentando tirar os dedos gordinhos de MM de seus cabelos. Havia sido um longo dia com aquele emprego no

vo e inesperado, as novidades sobre Gregory Fontaine e tudo o mais. De repente,o temperamento de Keely superou seu bom senso e a lembrança de seu extrato bancário.  Papai não ama mais a mamãe. Mas ele ainda precisa dela e isso o está deixando loucinteressante?   Basta! Quero dizer... basta! Você está despedida, srta. McBride. E desta vez é para valer. Eu mandarei um cheque pelos serviços prestados pelo correio, mas saia daqui agora mesmo! Contarei até três e quero vê-la fora daqui! Minha tia Sadie poderátomar conta de MM até eu pensar no que fazer, mas eu não suportaria tê-la nesta casa por nem mais um minuto. Entendeu?   Olá! Aqui estou eu! Onde está o bebê alienígena? Keely, que acabara de se daonta de que não comera o dia inteiro e que a privação de açúcar a deixara com impulsos cidas, pois, por que outro motivo jogaria pelos ares sua única chance de se reequilibrar financeiramente?, virou-se para a mulher que acabara de entrar na cozinha

 pela porta dos fundos.  Jack virou-se também e naquele momento se dirigiu à tia:   Não é um bebê alienígena, Sadie. É o bebê de Cecily.   É a mesma coisaSadie Trehan afirmou, com leveza, balançando os ombros enquato caminhava pelo cômodo, aproximando-se de Keely e de MM.  Ah, olhe para isso! Ela não é uma gracinha? Parece uma bonequinha. Não lembra em nada meu finado e nada saudoso cunhado, graças a Deus, que continue queimando no inferno. Também não se parece com Florence, o que também é uma bênção, considerando que Flô e eu éramos gêmeas idênticasacho que Florence o traía e que seus dois filhos são do leiteiro. Quem é você?  pergun ela a Keely. Boa pergunta. Keely não tinha mais certeza. Aliás, não tinha certeza des

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de que vira Jack pela primeira vez, saindo pela porta, mais cedo, naquela manhã. Tudo depois daquilo havia sido uma experiência bastante surreal: sujeira, toalhas de papel, bebê escorregadio, Gregory Fontaine mais escorregadio ainda e o fato de o empregador ser um jogador famoso de beisebol.  Mas Sadie Trehan coroava a coisa toda. Baixinha e gordinha, de uma forma que lhe favorecia, Sadie era uma daquelas mulheres de rosto redondo que podiater quarenta ou oitenta anos, porque nunca envelheciam. Os cabelos eram grisalhos e cacheados; os olhos, imensos e azuis; e os dentes, perfeitos e brancos demais para serem de verdade.  Até aí, tudo bem. Ótimo. Mas quando se acrescentava à figura de Sadie Trehan ua camiseta azul-marinho do Mickey Mouse, bermuda xadrez de verde e amarelo que expunha os joelhos roliços e um par de pantufas peludas e rosadas de gatinho? Bem,aí as coisas começavam a ficar meio esquisitas na casa dos Trehan.   Eu... eu sou Keely McBride, sra. Trehan. Falamos por telefone na semana passada, quando a senhora me contratou  disse Keely finalmente, colocando MM nos braços pouco dispostos de Jack.  E seu sobrinho acabou de me demitir, de forma que eu vou indo. com sorte, de volta à sanidade. Foi um prazer conhecê-la.   John James Trehan, o que você fez?  perguntou Sádie, segurando Keely pelo baço no momento em que ela tentava escapar pela saída mais próxima.  Eu pensei que vocêvesse dito que ela fez um excelente trabalho esta manhã, cuidando do bebê e mobiliando o quarto. Também pensei que você estivesse finalmente amadurecendo e superando esse seu gênio terrível e constante mau humor. Então, você não pode mais jogar beisebol? aí? Isso não significa que você possa sair por aí, como um urso selvagem, arrancando a abeça de todo mundo. Há uma criança aqui que precisa de sua ajuda. Há uma casa tão vazi

que eu consigo ouvir o eco de minha própria voz, o que não é nada agradável. Você não cue ver que há coisas mais importantes do que um jogo?  Keely ficou observando, impressionada, enquanto Sadie Trehan transformava o grande Jack Trehan em um menininho mimado e malcriado, que continuava querendo bater em alguma coisa, mas que sabia que seria castigado se o fizesse.   Eu sinto muito, tia Sadie  disse ele, caminhando para Keely e entregando-lhe MM novamente.  Acho que lhe devo desculpas. Eu realmente preciso de você por aqui. Para ajudar com MM, sabe? Pelo menos por alguns dias, até eu descobrir alguma outra coisa para fazer  admitiu ele.  Não é sua culpa ter a língua solta e uma atitutão desagradável.   Ora, obrigadaKeely fez uma careta bem-humorada.  Lembre-me de pedir-lhe para fazer uma carta de recomendação para meus futuros clientes, depois que acabarmos aqui. Agora, se me der licença, acho que vou levar MM para cima para trocá-la. Depo

is disso, precisamos providenciar algum tipo de comida ou acabaremos, literalmente, arrancando a cabeça um do outro.  Ela foi até o limiar da porta quando parou, suspirou e deu de ombros. Puxa! Como era bom ter sido criada com educação, em um lar equilibrado e ser dotada deconsciência.   Está bem  disse, voltando para a sala.  Aqui vai: você pediu desculpas e eambém preciso me desculpar. Sei que não tenho sido uma pessoa fácil, mas eu preciso deste trabalho, Trehan. Pior: preciso tanto, que seria capaz de vencer qualquer obstáculo que surgisse para mantê-lo, o que é, realmente, difícil para mim, entende? Eu nme formei para ser babá. Já tive minha própria loja em Manhattan, mas não deu certo. O omem que você ouviu em minha secretária eletrônica é meu antigo chefe e ex-namorado, o ue foi um tremendo erro, me dizendo que assumiu o controle de minha loja e me oferecendo a chance de trabalhar para ele novamente, o desgraçado. Assim, não foi um d

e meus melhores dias, sabe?   Não, eu não sabia. Não deve ter sido fácil  interrompeu Jack.  Eu lamento vocado chamando-a de queridinha. De verdade.   Está bem. Eu lamento muito não ter dado um soco em Gregory Fontaine antes de sair de Manhattan, mas as coisas são mesmo assim e essa parte de minha vida é passado e logo será esquecida. Agora, o que está acontecendo é o seguinte: eu voltei paraAllentown para ajudar minha tia na loja dela enquanto ela faz um cruzeiro nas Ilhas Gregas ou onde quer que seja, em lua-de-mel. Estou afundada em dívidas até as orelhas. Sei que tenho sorte de ter um telhado sobre minha cabeça, mas enquanto elaestiver fora, eu ficarei com cinqüenta por cento das comissões de todos os trabalhos

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. Para manter esse trabalho, eu farei o que você pedir: cuidarei de MM, passeareicom o cachorro, limparei a piscina, o que for. Eu me odiarei e a você também, mas juro que o farei. Só estou tentando lhe dizer que não fui talhada para ser uma Fadinha do Lar e que nunca fiz, nem tenho a menor idéia de como fazer biscoitos... nem hoje, nem quando as coisas melhorarem, está bem?   Rabo, orelhas, cachorro, piscina, nada de biscoitos. Entendi. Mas cinqüenta por cento do quê? Eu sei que já deveria ter perguntado porque já vi o estrago que você é capaz de fazer em uma manhã. Até terminarmos de mobiliar esta casa, eu provavelmete estarei vivendo do auxílio-desemprego do governo para pagá-la.   Duvido. Cy Young? Aposto que seu contrato tinha mais zeros do que eu seria capaz de contar. E eu estou contando que pelo menos um desses zeros seja meu. Agora, onde estávamos? Ah, sim... Você parecia um presente dos céus, Trehan, minha salvação. E aí, me entregou esta criança como condição para me empregar. Eu não sei nadabebês, além do que aprendi no cinema, na televisão e nos comerciais. Nada! Mas isso nãosignifica que eu não precise de seu dinheiro ou que você não precise de minha ajuda. Você não gosta de mim? Ótimo. Eu também não sou louca por você. Pelo que vejo, você estádo a fazer tudo de seu jeito e a ser tratado como uma pessoa importante, um heróidos esportes. Bem, parabéns para você. Estou impressionada. Mas tudo o que eu quero éu trabalho, todo ele. Quero tirar o máximo de dinheiro de você que conseguir, para poder ir embora de Allentown e voltar para meu lugar. Você é capaz de entender isso, n Quero dizer, você não foi a única pessoa afastada da Liga Principal, entende? E não é co com problemas. Ah, e se não parar de chamar esta pobre criança abandonada de MM,vou acabar dando um soco em você. Está claro?   Perfeitamente. E não pragueje na frente do bebê.

   Ah, Jack, Jack, Jack...  disse Sadie, com um sorriso tão largo quanto o do Mickey Mouse em sua camiseta.  Fique com ela, rapaz. Você nunca mais vai encontrar alguém tão honesto.   Pare com isso, Sadie  Jack lançou para a tia um olhar que só a fez sorrir mis. Então, pegou as chaves do carro, foi para a porta e, com a mão na maçaneta, voltou os olhos para Keely.   Cuide de M... da criança, está bem? Eu não vou demorar.   Ora, isso não foi desagradável?  perguntou Sadie, quando ele bateu a porta.Eu me ofereceria para ajudá-la, querida, mas não sei absolutamente nada sobre crianças e venho me recusando a aprender nos últimos sessenta anos. É um recorde, e eu não quero perdê-lo. Além disso, minha aula de cerâmica começa em vinte minutos e eu ainda tenh que pegar Mitzi. Se não sair imediatamente, vou me atrasar. Nós vamos começar a decoração de Dia das Bruxas hoje e vamos aprender técnicas com abóboras. As minhas vão ser c

de-rosa. Quero dizer, para que fazer apenas o óbvio, não é? Seria chatíssimo. E eu adoosa!   Abóboras cor-de-rosa?  perguntou Keely quando Sadie fez uma pausa para respirar.  Bem, não sei... eu acho...   Deixe para lá. Eu farei uma para você. É o mínimo que posso fazer. Não me leda última vez em que vi Jack tão completamente envolvido com alguma coisa. Ele vivia no fundo do poço desde que se aposentou, e é bom ver um pouco de fogo nos olhos dele de novo. Nem Timothy conseguiu convencê-lo a fazer nada além de ficar sentado, resmungando, lamentando a própria falta de sorte e fazendo comentários desagradáveis. Foi uma surpresa que ele e Timothy não tenham acabado brigando. Agora, dá para ver queele está vivo novamente. Mas se você aceita o conselho de uma velha senhora, talvez sja melhor você suavizar um pouco a mão, agora que já demonstrou seu ponto de vista, só ara garantir que ele não a demita de novo. Sei que você vai fazer muito bem a ele. V

ocê e esta coisinha aqui. Ah, e por falar nela, será que você não deveria aquecer o lho dela? Bem, deixe para lá. Eu não quero nem saber. Agora, tenho que ir!  Keely abriu a boca, estendeu a mão com um dedo em riste, prestes a chamar Sadie Trehan de volta, mas logo mudou de idéia. Algumas coisas ficavam melhores se fossem deixadas em paz.   Aquecer o leite? Isto parece fazer sentido, mas como é que eu ia saber? Espere um minuto... nós compramos um microondas. Como eu poderia ter esquecido disso? Puxa, estou ficando louca. Venha cá, querida  disse ela, caminhando para as escadas que levavam da cozinha para a parte de trás do salão superior.  Parou no topo da escada e olhou pela janela a tempo de ver um pequeno c

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onversível vermelho literalmente voando pela estrada, com Sadie ao volante.   Ainda bem que eu não tentei detê-la, hein?! Que mulher estranha... Aliás, miha querida, você tem uns parentes bem estranhos, hein? Bem, agora, vamos trocar sua roupa e passar um pouquinho de talco em seu bumbum. Depois, vamos ler as instruções das mamadeiras que acabamos de comprar e descobriremos o que o dr. Spock recomenda depois disso. Afinal de contas, eu tenho nível universitário. Sou perfeitamente capaz de ler instruções. O que você acha de meu plano?  No último momento, Jack afastara-se da garagem, concluindo que precisavade uma boa caminhada. Se entrasse no carro, corria o risco de cometer uma loucura, de tão irritado que estava.  Deus, que manhã! Bebê na porta, espertinha na cozinha, Sadie à solta... Não coseguira nem mesmo ver os resultados dos jogos na ESPN.  Não que o mundo fosse acabar se não conseguisse saber o resultado do jogo dos Yankees na noite anterior. Afinal, ninguém dos Yankees telefonara para saber como ele estava passando, certo?!  Ninguém escrevera, nem ligara, nem dera a mínima bola.  Ele era notícia antiga. Um lançador que poderia ter ido para o Hall da Fama, um ex que agora só servia para fazer discursos em jantares comemorativos para jovens esportistas e para aparecer em jogos de veteranos, com a barriga transbordando para fora da calça.  Enquanto isso, Tim ia de vento em popa como apanhador. Jogando. Encantando. Galgando postos para participar do time de Ali Stars no mês seguinte. Havia dezenas de mulheres orbitando em volta dele e a ESPN não parava de ligar pedindo entrevistas. Tudo isso, além de conseguir as melhores mesas em restaurantes, ser rec

onhecido nas ruas, sair com os rapazes, contar histórias e piadas sobre os lançadores dos outros times.  E não ser obrigado a amadurecer, droga!  Este pensamento o deteve no momento em que Jack estava prestes a chutar uma pedra que, de alguma forma, surgira em seu gramado bem cuidado. Amadurecer? Ele não era maduro? Não queria ser maduro!  Um jogo. Sadie dizia que a profissão dele era um jogo. Para os fãs, de fato era. Para aqueles que trabalhavam dentro das linhas brancas, era muito, muito mais que apenas um jogo.  Dominó era um jogo. Damas era um jogo.  Beisebol? Ora, beisebol era um meio de vida!  Jack arrancou um tufo de grama com o pé e se sentou, recostando-se no tronco de uma árvore.

  O beisebol nunca havia sido um jogo para ele; porque, mesmo que o esporte fosse considerado um jogo, o que acontecia dentro do campo era uma disputa. Ele fechou os olhos, lembrando-se de uma citação de Pete Rose: Eu andaria até o inferno cm uma roupa encharcada de gasolina para jogar beisebol.  Jack podia imaginar muito bem o que Pete estava sentindo quando fizeraaquele comentário: era como um grito, vindo diretamente do coração.  Sabia que para ele não havia mais nada. Nunca quisera aprender nenhuma outra coisa. Vivera para as imagens, os sons, os cheiros do beisebol.  A expressão no rosto do batedor quando girava nos calcanhares e só conseguia acertar o ar, no momento em que a bola curva de Jack passava zunindo pelo bastão e o ruído surdo da bolinha aterrissando na luva do apanhador. As três bolas fora, o jogo absolutamente perfeito. Suas meias da sorte.  A longa caminhada até a base, a caminhada, geralmente ainda mais longa pa

ra o banco. Os colegas. Os fãs. A atenção. Tudo, tudo. Mas era do jogo que sentia mais falta. Da ciência, da física, das estratégias, da sensação da bola em sua mão, da expl força quando a lançava. Os amigos, os treinos, as piadas que faziam quando não haviamais nada a fazer no banco porque o placar já estava dezesseis a zero. O som das travas do tênis quando caminhava para o vestiário. Droga! Ele amava aquilo. Amava aquilo tudo. E sentia tanta falta de tudo.   Deus...  murmurou Jack, esfregando o rosto, tentando afastar as lembranças da memória.  Eu perdi o jogo, tenho uma casa vazia, a filha de Cecily, uma chata metida a espirituosa disposta a zerar minha conta bancária e a me enlouquecer e ummonte de nada em que me concentrar.

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  Bastava uma reunião com os advogados e meu dia estaria completo.  Desanimado, ele se levantou, pegou as chaves do carro no bolso e foi para a garagem.  Tenho que pôr um fim nisso. Odeio que tenham pena de mim, mas Sadie tem razão. Estou péssimo, patético até. Preciso fazer alguma coisa. E logo.  No fim do corredor, Keely virou o carrinho de compras para a direita edirigiu-se para o corredor seguinte. Estava com saudade de fazer compras em um mercado imenso, onde era possível encontrar tudo, de toalhas de papel a filé mignon,de uma única vez. Manhattan era cheia de delicatessens e lojas pequenas, superespecializadas. Para fazer uma única refeição, podia ser necessário parar em quatro lojinha diferentes, com preços de arrebentar qualquer orçamento.  Ela virou no corredor dos vegetais enlatados, molhos e dez mil variedades de massas e teve que afastar MM rapidamente, antes que sua mãozinha ágil agarrasse uma lata de milho.   Você tem mais tentáculos que um polvo, menininha  ela murmurou, tentando empurrar o carrinho com uma só Mão... até o momento em que o carrinho bateu em outro, que vinha na direção oposta.  - Ah, eu sinto muito  desculpou-se ela, verificando, instintivamente, seo bebê estava bem, apesar de saber que a prendera com segurança no assento.  Eu não esava olhando para onde ia.   Não me diga, Sherlock.  Keely ergueu os olhos diretamente para os olhos belíssimos, perturbadores, sensuais e ao mesmo tempo cheios de reprovação de Jack Trehan.   Você! O que está fazendo aqui?

   Lembrando de piadas sobre mulheres ao volante?  sugeriu ele e então acrescentou:  Eu estou faminto, é por isso que estou aqui. Um homem não pode viver só de quateirões com queijo do McDonalds. Eu sei disso porque tentei. E você? Por que está aqui E quem está pagando a conta?  perguntou ele, gesticulando para o carrinho abarrotado.  Keely olhou para o conteúdo do carrinho.   O Midol e o xampu são para mim. A nota com o resto das compras será entregue a você. Você gosta de frango? Eu pensei em comprar frango para o jantar. Ou você ainda não havia pensado que, morando naquela casa, eu vou ter que comer? Acho até que,num ato de extrema boa vontade, eu cozinharei para você enquanto estiver lá.  Ela apontou para um saco branco dentro do carrinho.   Você quer uma rosquinha? Eu já comi três, mas ainda sobraram duas. Ou você au em outro lugar?

  Jack olhou para ela pelo canto dos olhos.   Você sabe cozinhar?  disse ele, no mesmo tom que usaria para perguntar seKeely fazia bombas domésticas em seus horários livres.    Sei, sim  ela afirmou com um sorriso.  Ah... e eu comprei umas panelas descartáveis para fazer o frango e umas batatas para assar, mas depois vou ter de fazer muito mais compras para abastecer a casa de louça, assadeiras e utensílios de cozinha. Não gosto nem um pouco de pratos de papel e, desculpe perguntar, mas há quanto tempo você mora naquela casa? Vivendo como... como... bem, não é possível que tenha sdo por muito tempo.   Menos de uma semana  Jack explicou enquanto manobrava o carrinho para que pudessem andar pelo corredor, lado a lado.  A casa foi construída no ano passadoe Sadie se mudou para a casa em cima das garagens, mas eu nunca pensei em realmente morar lá. Pelo menos, não pelos próximos dez anos. Eu tenho um apartamento em Man

tan.  Keely pegou dois pacotes de espaguete número onze.   Ah, o apartamento obrigatório em Manhattan. com vista para o parque, certamente. Muito bem, é bom ser um homem de sucesso. Eu morava no terceiro andar de um prédio sem elevador no Brooklyn, sem ar-condicionado no verão e com muito pouco aquecimento no inverno. E sinto uma falta terrível de lá.   Como eu viajava muito com o time, fazia todo sentido ter uma base em Nova York  disse Jack, colocando cinco latas de chili no carrinho, ao lado de doisgrandes potes de molho de tomate e de duas embalagens econômicas de tortilhas de milho. Obviamente, o homem era um grande conhecedor de porcarias e tinha um estômag

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o de aço. Os únicos outros itens em seu carrinho eram um guia da tevê, um pacote de carne-seca e uma embalagem de salsichas apimentadas.   Vejo que você consome todos os grupos básicos de Pimentos: temperos, gordura e conservantes. Talvez seja uma boa idéia pegar também algumas balas de hortelã e um antiácido. Então, você não voltava para cá nem para visitar fora da temporada?  Tim, o meu irmão, tem uma casa aqui e eu costumava ficar com ele quando estava na cidade. A casa foi apenas uma forma de reduzir os impostos e de dar a Sadie um lugar para morar, nada mais. Ou, pelo menos, era.   Eu gosto de sua tia Sadie. Ela vai fazer uma abóbora cor-de-rosa para mim na aula de cerâmica.  Os dois se dirigiram ao corredor seguinte, enquanto o bebê seencantava com as luzes do teto.  Sabe  disse Keely, depois de alguns segundos , acho que estamos conversando. Nossa primeira conversa de verdade desde que nos conhecemos, esta manhã. É bastante bom não ficarmos jogando pedra um no outro o tempo todo, especialmente porque agora estamos morando juntos. Você está tão surpreso quanto eu?  Jack parou o carrinho e ela teve que virar-se para olhá-lo.   O que foi que eu disse para deixar você mal-humorado?  perguntou ela, igualmente disposta a conversar ou a brigar. Aquele homem definitivamente despertava o pior dela. Rico. Desocupado. Vadiando, assistindo a seus investimentos se multiplicarem e jogando o trabalho de verdade nas costas dos outros. Apesar de tudo isso, sentindo muita pena de si mesmo, como se sua vida tivesse terminado. Keely gostaria que ele tivesse a chance de experimentar a sensação de ficar desempregado e falido para ver se gostava!   O que foi?   Nada  disse ele, um momento depois.  Eu só... é que... nós vamos viver jun

or um tempo, como você disse, mas isso é só por causa de MM e por nenhum outro motivo. Não quero que você ponha idéias na cabeça.   Ponha... o quê? Ah, pelo amor de Deus!  disparou Keely, meneando a cabeça.embora, Jack Trehan. Saia daqui agora, enquanto sua cabeça ainda passa pela portae você consegue chegar ao estacionamento. Pôr idéias na cabeça? Certo. Como se isso pudsse acontecer. Venha, minha querida, acho que me deu vontade de comprar uns doces bem caros e um monte de sorvete.   Ei, espere... não vá comprar tudo e... ah, deixe para lá  resmungou Jack, àda que Keely se afastava com o outro carrinho.  Ela nem se virou para olhar. 

Capítulo V 

...mas as palavras mais tristes que um lançador pode ouvir, são: Tirem-no daqui.  Christy Matthewson, lançador  Os cartões de débito e a linha de crédito da tia Mary não sofreriam um grande

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balo por algum tempo, pelo menos não até Jack Trehan fazer um belo e polpudo cheque, mas Keely havia feito compras muito satisfatórias nos últimos dois dias.  com MM no colo, ela a chamava apenas de bebê, porque não conseguia sequer pesar em chamá-la de MM, como Jack o fazia tão naturalmente, Keely partira em uma missão de busca e apreensão em lojas de departamento como a Macys, a Strawbridges, a Searse até o Wal-Mart, em uma sanha de compras que provavelmente não era vista nem na i Casa Branca já havia muito tempo.  Agora, tinham vasilhas e panelas, dúzias delas. Tinham até mesmo uma panela para cozinhar no vapor, que Keely sempre desejara secretamente, mas nunca comprara para si mesma. Ela escolhera lindos pratos no Píer One e usara as cores da louça decorada com frutas, azuis, verdes, vermelhos envelhecidos e amarelos-mostarda, para compor os acessórios para o resto da cozinha.  Agora, havia um suporte de madeira com excelentes facas profissionais no balcão, perto de uma torradeira branca, um liqüidificador, um multiprocessador que deveria ser banhado em ouro, de tão caro, e um mixer com motor suficiente para misturar concreto.  No centro da cozinha, acima da ilha central, havia um imenso suporte de ferro rústico que sustentava o novo conjunto de panelas com base de cobre. Um pouco adiante, uma mesa com tampo de vidro, pés de ferro e quatro cadeiras combinando, jazia abaixo de uma luminária estilo Tiffany, que reproduzia as uvas e o motivode frutas da louça. O mesmo motivo, aliás, também estava presente em uma elegante e leve tigela para frutas, estrategicamente colocada sobre a mesa.  Ainda faltavam alguns detalhes, como as plantas em vasos que Keely pretendia colocar em um canto, perto das portas francesas que conduziam ao pátio, mas

aquilo podia esperar. Era hora dos essenciais. E, sim, Keely havia concluído que uma elegante tigela para frutas sobre a mesa da cozinha era essencial.  Havia começado pela cozinha, evoluindo rapidamente para os banheiros, onde os azulejos em bege facilitavam a escolha de qualquer combinação de cores que a agradasse. Cores que seriam repetidas das cortinas às toalhas, passando pelos acessórios de toucador e os felpudos e elegantes tapetes.  Havia decorado o banheiro feminino com tons de azul e lilás, o segundo banheiro em tons de verde-folha e amarelo brilhante e o banheiro principal em branco e preto. O banheiro de hóspedes, que ela própria ocuparia, teria como cores dominantes pêssego e verde e os demais ficariam para outro dia.  A incapacidade de completar o trabalho a incomodava quase tanto quantoter de parar a cada poucos minutos para ver como o bebê estava, para ver se o jantar já estava pronto, para colocar as toalhas na máquina de lavar e para tentar imagi

nar onde estaria Jack Trehan, porque o danado quase nunca estava em casa.  Não que aquilo a incomodasse. Não, desde que ele aparecesse na hora das refeições.  Mas, será que ele não podia demonstrar nem um pouco de interesse por tudo aquilo? Provavelmente, não. Desde que conseguisse estender a mão para fora do chuveiro e pegar uma toalha seca, Jack não fazia a menor questão de saber se ela havia vasculhado o shopping inteiro atrás da textura certa, ou do tamanho certo. Se pudessesimplesmente se sentar e comer frango assado com batatas recheadas, ele não se interessava em saber que Keely havia lavado as batatas enquanto segurava um bebê manhoso, que só parava de chorar quando estava no colo.  Aquilo era outra história: Keely estava sendo submetida a um curso intensivo sobre como cuidar e alimentar bebês, e descobrira que não era nada fácil. Havia assistido aos vídeos, lido os livros e MM era um bom bebê. Mas aquilo não significava qu

e não continuasse nervosa, ou que quisesse passar o dia inteiro falando com um bebêque não conseguia fazer nada além de sorrir para ela. Sentia-se como uma esposa abandonada, estressada e uma mãe sobrecarregada. O pior de tudo: não era nem ao menos casada.  Aquele homem não tinha a menor consideração. Essa era a verdade. Ele andava pela casa numa espécie de transe, passava horas e horas em frente à televisão para entãodesaparecer sem deixar rastros, indo sabe-se lá para onde e aparecendo apenas para comer, tomar banho ou assistir a mais um jogo pela televisão. Para ele, nem Keely, nem MM existiam.  E havia mais uma coisa: o telefone nunca tocava. Será que não devia tocar p

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e enfiou-o num pedaço de costeleta de porco.  Só preciso dos móveis até resolver o quezer com MM e onde deixá-la enquanto Cecily não volta. Depois, provavelmente vou alugar este lugar, mobiliado, se você fizer seu trabalho, e sem móveis, se não fizer. Meulugar não é aqui.  Keely parará de ouvir no momento em que ele mencionara MM.   Onde deixá-la? O que você quer dizer com onde deixá-la? Ela vai ficar aqui você.   Isso é impossível  disse Jack, seco.  Talvez... Bem, talvez eu vá para o J   Japão?  Keely cerrou os olhos, sabendo que estava repetindo o que ele dizia, demonstrando um interesse que não devia demonstrar e que acabaria se metendo em alguma encrenca.  O que há no Japão?   Beisebol  disse Jack, cuspindo a palavra como se ela ardesse em sua língua. Eu só poderia lançar a cada quatro ou cinco dias e só como reserva, mas ainda sobrou braço para umas duas ou três temporadas. Não nos nossos times, mas por lá, eu vou fica bem. Talvez até consiga me recuperar. As vezes, isso acontece.  Keely recostou-se na cadeira e o encarou.   Você é louco  disparou com franqueza.  É mesmo, Jack Trehan. Está se arria estragar seu braço de vez, talvez até a ficar aleijado por causa de uma ou duas temporadas de beisebol a mais... no Japão? E quanto ao bebê? Você simplesmente partiria, deixando-a aqui? Como poderia fazer uma coisa dessas?  Jack empurrou a cadeira para trás e se levantou.   Não acredito que estejamos tendo essa conversa!  exclamou jogando o guardanapo na mesa.  com isso, ele saiu andando e bateu a porta da cozinha como um marido furioso... enquanto Keely ficava ali, como uma esposa frustrada e ofendida.

  E eles nem ao menos eram casados.  Jack sabia o que havia de errado com aquela casa. Não havia portas o bastante. Os cômodos do piso principal meio que se mesclavam uns aos outros até a sala de visitas principal, com algumas paredes de divisão, feitas apenas para encostar móveis. Ele não queria sofás, queria portas! Portas que se fechassem deixando tias, bebês e uma mulher que sempre parecia estar onde ele não queria, com a trena em mãos, disposta a aniquilar sua conta bancária a qualquer custo.  Jack pegou o telefone no escritório, foi até o banheiro feminino e trancoua porta atrás de si. Sentia-se um idiota. O grande astro do beisebol, ex-grande astro, escondido no banheiro.  Bem, azar. Furioso, ele discou os números do celular do irmão.   Paradise Hotel.   Ah, por favor, reserve-me dois quartos com vista para o parque, está bem

?  pediu Jack, meneando a cabeça.   Olá, Jack  disse Tim Trehan.  Me desculpe, pensei que fosse outra pessoa.   Aposto que sim. E você sabe qual é o nome dela, ou se esqueceu de novo de perguntar?   Eu me lembro, eu me lembro. Só um momento. Trixie? Não, essa foi em Cincinatti. Está bem, agora eu lembro, Se aqui é Chicago, só pode ser Suzanne. Está vendo? E vcê pensou que eu fosse do tipo que seduzia e abandonava.   E é  devolveu Jack, apoiando-se na pia, imaginando se Tim estava ouvindo o eco do outro lado da linha.  Foi um belo jogo, ontem. Eu vi pela tevê a cabo. Você ainda está bem a frente do segundo colocado, seu danado. Mas um dia desses, alguém vai pegar você de jeito e nada fica pior em uma manchete de jornal do que um apanhador cheio de si, que acaba caindo para o segundo lugar.   Bem, você nunca ficou além do segundo lugar, irmãozinho  disparou Tim, rind

Ainda bem que seu negócio era lançar a bola, porque você certamente seria um fiasco rebatendo. E aí?   Nada. Estou vendo o capim crescer. Você devia experimentar, é muito relaxante.   Eu passo, obrigado. Eu quis dizer... como vão as coisas? Você parece meio... oco?  Certo. Então, Tim estava ouvindo o eco.   Está bem. Eu quero lhe pedir um favor.   Ah, um favor... Se tem alguma coisa a ver com eu precisar fazer xixi em um frasquinho e me fazer passar por você em uma audiência de paternidade, esqueça. Até

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porque, eu acho que temos o mesmo DNA.  Era uma velha piada entre eles, mas mesmo assim, Jack sorriu. Como eram gêmeos idênticos, eles haviam trocado de lugar para fazer provas de escola, consultas ao dentista e até para encontrar uma namorada ou duas.   Não. Juro que não é nada nesse sentido. Mas eu preciso de sua ajuda.   Diga - pediu Tim, e Jack ouviu-o se movimentando pelo quarto do hotel, provavelmente se aprontando para ir para Wrigley Field, para o jogo das quatro horas.   Mort vai mandar um olheiro aqui na sexta-feira de manhã  disse Jack, e ficou esperando a resposta do irmão.   Olheiro? Que tipo de olheiro? Um caça-talentos? Mort arranjou para você participar de um filme? Você esteve ótimo naquele comercial de televisão, mas eu acho que você ainda não está pronto para o cinema de verdade, meu irmão. Mas essa é minha opiniu não sei das coisas, certo? Vá em frente!   Um olheiro de beisebol  disse Jack. Então, começou rapidamente a explicar-s, a tentar vender sua idéia.  Eu sei que estou aposentado, mas os Yankees iam mesmo me dispensar porque meu contrato acaba no mês que vem e eles não ligam se eu voltar a jogar, desde que não seja aqui. Assim, Mort arrumou um olheiro para vir me ver. Um olheiro de um time de beisebol japonês. Eu não quero fazer propaganda de desinfetantes bucais. Quero lançar bolas. E eu ainda sou capaz disso, Tim. Não durante o jogo todo, nem nas principais ligas, aqui nos Estados Unidos, mas meu nome seria o bastante para encher uns estádios japoneses por alguns anos.  Houve um silêncio completo e profundo do outro lado do telefone.   Tim? Você ainda está aí? Ei, eu não quero ouvir sua opinião, está bem? Apena

ude. Eu não posso abandonar o jogo ainda, Tim. Não estou pronto. O teste tem que ser secreto porque eu não quero que a imprensa sequer sonhe com isso. Você volta de seu jogo hoje à noite e pode vir para a Filadélfia amanhã de manhã, me encontrar no campo o colegial e fazer uns lançamentos por mim. Como nos velhos tempos, Tim. Eu lanço, você apanha. Vai ser como se estivéssemos brincando. Ninguém vai perceber a diferença. Tm? Tim, diga alguma coisa.   Você está maluco  respondeu Tim finalmente. Jack estava começando a sentirrta tendência... Primeiro Keely e agora, Tim. Os dois achando que ele era louco. Mort não achava que ele era louco, mas Mort faturava dez por cento de cada centavoque Jack ganhava, o que talvez não o tornasse uma opinião isenta.   Está bem, Tim. Eu sou louco. Agora, feche os olhos um momento e pense nisso: alguém bate em sua porta nos próximos cinco minutos e o técnico entra dizendo quevocê será incondicionalmente liberado, se não se aposentar espontaneamente. Você está a

ado e, na opinião dele, nenhum outro time do país vai querer fazer contrato com você.E o pior é que ele tem razão: ninguém quer mesmo. O que você faria, Tim? Aceitaria tudo seria homem, iria para casa e arrumaria um hobby pelos próximos cinqüenta anos? Talvez jardinagem. Você gostaria de se dedicar à jardinagem, Tim?   Jack, as coisas não são assim  contestou. E Jack visualizou o irmão, andandelo quarto e meneando a cabeça.  Você não quer sair assim. Uma sombra patética e tristdigna de pena, do que era antes...   Passado? Era só o que eu fazia, Tim, e você sabe disso. Se não fosse pelo me ombro, eu ainda estaria lá, lançando minhas...   Jack  Tim interrompeu-o com firmeza.  Você provavelmente vai para o Hall d Fama. Claro. Você foi lançador dos principais times nos últimos sete anos. Sandy Koufax não fez tanto e foi para o Hall. Talvez você não entre nas primeiras eleições, mas camente acabará lá. Você tem dois Cy Young, três prêmios da Série Mundial. Vai arriscar

isso para jogar uma bola medíocre com um braço medíocre? As pessoas se lembram do quevêem por último. Quer que se lembrem de você com o uniforme listrado dos Yankees, ou fazendo lançamentos sem efeito em um joguinho idiota?  Jack se sentou no único assento disponível.  - Eu não agüento, Tim. Juro que estou tentando, mas não agüento. Tenho que ter mais uma vez, tenho que pelo menos tentar voltar para o jogo.  Houve mais um pequeno silêncio e Tim acrescentou:   Está bem, Jack. Você está falando do campo do Whitehall High? Eu consigo estr lá às nove. Sexta-feira de manhã, está bem?  Jack sentiu o corpo todo relaxando de alívio.

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   Obrigado, Tim. Eu sabia que podia contar com você.   Ah, é? Bem, você pode. Porque sou eu que vou estar pegando a bola que você lnçar, lembre-se disso. E se eu disser que você não tem mais jeito, é porque não tem e pto. Será que você está pronto para ouvir isso de mim, seu irmão?   Não. Não estou pronto para ouvir isso  disse Jack, com honestidade.  Mas ecreditarei em você. Até amanhã. E obrigado.  Jack desligou o telefone e saiu do banheiro, imaginando onde Keely, a Mulher Maravilha da Decoração, estaria. Provavelmente, pronta para saltar de onde menos se esperava, perguntando a ele se preferia cedro ou mogno.  Nada. Ela não estava na sala de estar, medindo o espaço para as cortinas. Nem estava no escritório, olhando com ódio para o perfeito aparelho de televisão. Não esava na cozinha, apesar de haver algo lá que cheirava muito bem, Jack tinha quase certeza de que era algo dentro de uma panela no balcão. Cozido? Ele foi até lá e levantou a tampa, para deixar o vapor escapar. Sim, cozido. Ele gostava de cozido. Mas não diria isso a ela.  Jack ergueu os olhos para o relógio que Keely havia pendurado em cima dapia, tentando calcular quanto tempo ainda faltava para o jantar e decidindo ir até a garagem para espairecer um pouco. Uma vez lá, pegou uma roda, um pedaço de cordae uma rede forte e prendeu-os na porta, improvisando um alvo para trabalhar o braço. O interior da roda era a área restrita para os arremessos. Era assim que haviaaprendido, tantos anos antes e era assim que ia trabalhar agora.  Determinado, Jack estendeu o ombro direito e massageou-o. Certo. Estava ligeiramente dolorido. Um pouco mais que ligeiramente. Como poderia não estar? Ele não lançava havia dois meses! E talvez estivesse forçando um pouco as coisas com três

treinos por dia. Mas o fato era que, se aquilo não funcionasse, teria o resto da vida para descansar.  Estava a caminho da porta dos fundos quando ouviu o ruído e parou. Era MM. Chorando. O som chegou até ele vindo da escada dos fundos. Jack esperou um momento e depois caminhou novamente para a porta, hesitando com a mão na maçaneta. A criança ainda estava chorando, e cada vez mais alto.  Os gritos foram ficando cada vez mais agudos e enfurecidos.   Ah, droga!  reclamou Jack, girando a maçaneta e se dirigindo para as escadas.  Aquilo não fazia parte de seus planos. Precisava de MM tanto quanto de uma cirurgia do ombro. Maldita Cecily. Maldita Keely por não cumprir sua parte do acordo. Maldito fosse ele por ter se metido naquela encrenca, em primeiro lugar. Devia ter chamado Joey ou, melhor ainda, o Juizado de Menores no momento em que e

ncontrara MM em sua porta. Seria o que qualquer homem são teria feito.  Jack atravessou o corredor, olhando para todos os cômodos pelos quais passava, procurando Keely. Era como se ela tivesse desaparecido no ar.  A porta do quarto de MM estava aberta e seus gritos enchiam o corredordo primeiro andar. Suspirando, Jack endireitou os ombros e entrou para avistar MM sentada no colchão do berço, com um macacãozinho delicadamente florido e os cabelinhos loiros grudados na cabecinha numa combinação de suor, lágrimas e provavelmente saliva. As faces estavam coradas e os imensos olhos azuis se sobressaíam, como duas violetas. Duas violetas? De onde ele havia tirado aquela comparação?  Jack meneou a cabeça e aproximou-se do berço.   Ei, mocinha, qual é o problema?  perguntou. MM parou de chorar e olhou para ele com o lábio inferior trêmulo. Então, o corpinho todo estremeceu. Finalmente, ela ergueu os bracinhos para ele, enquanto uma última lágrima descia pelo rosto gordinh

o.   Ah, não!  disse Jack, recuando um passo.  Não nesta encarnação. No outro dfiquei algumas horas com você e elas já valeram por um ano inteiro. Chega, está bem?  MM estremeceu de novo e fungou. Então, respirou fundo e emitiu algo entre um soluço e um suspiro ressentido.   Não está funcionando, mocinha. Não estou me sentindo nem um pouco culpado. E a recolhi e arrumei este berço maravilhoso para você. Mas ninguém disse que eu ia ter que bancar o pai, entendeu? Nada de pai. Nada, nada.   Pá  balbuciou MM, agitando os bracinhos.  Pápá-pá!  Jack arregalou os olhos.

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   Quem lhe ensinou isso?   Pá-pá-pá-pá-pá!   Eu não sou seu...  Jack olhou em volta e viu que continuava sozinho com MM no quarto.  Ora, ora...  disse, rendendo-se. E por acaso tinha alguma opção? Se se aastasse, ela recomeçaria a chorar de novo, de forma que era melhor pegá-la.  Jack olhou para o colchão do berço, imaginando se havia alguma forma de baixá-lo. Provavelmente havia... desde que o candidato fosse formado em engenharia mecânica, coisa que ele não era.  Determinado, ele se debruçou no berço e suspendeu MM. No mesmo instante, amenina colocou as duas mãozinhas ensopadas e grudentas no rosto dele. Uma na orelha e outra no lábio inferior de Jack.   Pá-pá-pá-pá-pá!  Em um movimento de pura autodefesa, pá-pá, ou melhor, Jack, levou MM para o trocador, baixou-a e soltou os dedinhos que o agarravam. Então, pegou o paninho atoalhado que ficava na prateleira sob o trocador e começou a enxugála enquanto a menina olhava para ele, com os longos cílios escuros ainda úmidos de lágrimas, repetindo, sem parar, a ladainha do pá-pá.   Pronto? Está melhor agora?  perguntou ele, sem perceber que sua voz adquirira um tom bem mais suave e gentil.   Agora, que tal você me dizer qual é o problema? Hein?  disse, segurando comcuidado os pequenos punhos.  Vamos lá, diga ao Jack qual é o problema. Aquela bruxa da Keely deixou você sozinha aqui? Foi isso? Keely é má. Muito, muito má.  O lábio inferior de MM estremeceu novamente, e Jack sorriu, de orelha a orelha, sem nem mesmo saber por que estava fazendo aquilo.

   Keely é má. Muito, muito má.  MM fez um barulhinho e uma caretinha que mais pareciam uma risada. Não sabia o que era, mas era muito bonitinho.   Sim, é isso mesmo  ele continuou, sentindo-se encorajado. Mantendo o tom leve e um sorriso, inclinou-se mais para a menina e prosseguiu:  Keely é má. Jack é bom mas Keely é má. Não que ela seja feia, isso não... mas tem uma língua afiada... e um ..  MM riu.   Ah, você sabe disso, não é? Bem, pois eu acho que deve saber porque você paso tempo todo com ela. Pobre criança. Ela é mesmo uma chata, não? E agora deve estar em algum lugar por aqui, pronta para aparecer a qualquer momento. Fazer compras, cozinhar, decorar, cuidar de você e fazer tudo parecer tão... ora, tão fácil! Ela fica isinuando que está se esforçando ao máximo, enquanto eu não faço nada! Nada! Essa é boa!

isso é a opinião dela. Em minha opinião, só o que ela faz é encher minha paciência.  MM franziu o rostinho e piscou.   O quê? Você acha que eu estou exagerando?  perguntou Jack.  Pois não estou deixou muito claro desde o primeiro dia. Diz que é cheia de qualidades e que eu sou um completo idiota. Bem, desde que ela a trate bem, não é, minha querida? E você é msmo um amor, não? Quando está seca e não está cheirando mal. E você tem uma barriga gorha...  Jack abriu a parte de cima do macacãozinho para expor a barriga firme e gordinha e então cedeu a um impulso que não entendeu. Inclinou-se, tocou a barriguinha de MM com os lábios e soprou. Soprou contra aquela pele macia.  E MM riu. Aliás, gargalhou.  Jack ergueu a cabeça e sorriu para ela.   Você gostou?  perguntou, orgulhoso. Cinco minutos atrás, a menina estava be

rando e agora estava rindo. Quem disse que era difícil cuidar de um bebê? Ele era capaz de fazer melhor qualquer coisa que Keely McBride fizesse ou, no mínimo, tão bemquanto.  Jack inclinou-se de novo e soprou um pouco mais aquela barriguinha... e MM riu de novo.  Jack soltou as mãozinhas dela, e ela começou a sacudir os pezinhos, de forma que logo o acertou nas orelhas, enfiando as minúsculas e afiadas unhas em Jack,enquanto ele continuava soprando.  MM riu. Jack também.  E Keely, em pé no limiar da porta, ficou observando-os por alguns minutos

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, piscando rapidamente, para afastar a emoção que a invadira. Finalmente, aconchegou o robe de toalha ao corpo e saiu para se vestir, depois do banho.  Dez minutos depois, Keely voltou ao corredor, assobiando uma melodia bem alto para que Jack percebesse que ela estava se aproximando. Ela entrou no quarto do bebê a tempo de ver Jack debruçado sobre o trocador, com os cabelos escuros desarrumados, uma mão na barriguinha desnuda de MM e um olhar de onde-você-esteve norosto.  Ele chegou até a dizer:   Onde você esteve? Já faz uma hora que eu estou com essa criança. Ela estava errando.   Uma hora?  repetiu Keely, erguendo a sobrancelha.  Ah, eu duvido, porqueentrei no chuveiro no máximo meia hora atrás, e Mary Margaret estava dormindo profundamente quando isso aconteceu. Eu sei porque vim vê-la.   Certo. Bem, talvez pareça uma hora. Você sabe que eu tenho muito o que faze não tenho tempo para ficar bancando a babá de M... Do quê você acabou de chamá-la?   Mary Margaret  disse Keely, sentindo-se um pouquinho tola.  Ou Margaret Mary, que também dá certo. Só não posso mais continuar chamando essa criança adorável deEu já lhe disse isso.   Mary Margaret Morretti. Parece o nome da aluna favorita da professora da escola dominical.   Você prefere Magenta Moon Morretti? Jack baixou os olhos para o bebê.   Eu não poria um nome desses nem em um cachorro  disse ele, pegando Mary Margaret e caminhando para Keely.  Aqui, é sua vez. Eu estou saindo.  Keely seguiu-o sem perder tempo.

   Você tem lugares para ir, pessoas para visitar, hein? Ocupado, ocupado, ocupado. Fazendo o quê? Tendo aulas de japonês? Fazendo uma carta para Cecily para dizer a ela que você deixou esta menininha adorável em algum lar temporário porque está cm essa necessidade insuportável de cruzar oceanos para bancar o idiota? Como podeser tão... egoísta?  Jack caminhou até o alto das escadas do fundo antes de parar, erguer a mãona altura do ombro e se virar, com os olhos em chamas.   Cale a boca.  Keely recuou um passo e, com estardalhaço, puxou Mary Margaret para maisperto de si.   Ah, agora, nós ficamos com medo  disse, usando o sarcasmo que a tia Mary costumava dizer que ainda lhe renderia um maxilar fraturado qualquer dia. Mas ela nem se importava. Alguém tinha que cuidar dos interesses de Mary Margaret e parec

ia que ela havia sido a escolhida.  Jack ergueu ainda mais as mãos e bateu-as nos dois lados da cabeça.   E eu estou pagando a você? Devo estar louco!   Sim. Na verdade, você está mesmo louco, Trehan  prosseguiu Keely, apertandotanto Mary Margaret, que a menina começou a se debater em seus braços.  Você sabe que u também não desejei esta criança, mas agora ela está comigo e está com você, e eu não xá-lo fugir dela! Ela não é apenas uma responsabilidade ou um inconveniente. Ela é um bbê. Ela precisa de uma família.  - Nós não somos a família dela. A família dela é um horror, mas isso não mudacategoria, nem que eu estivesse pensando em me comprometer porque você está me deixando louco! M... Mary Margaret não é problema meu. Eu nem mesmo gosto de crianças.  Keely ficou de boca fechada por cerca de dez segundos, enquanto Jack permanecia ali, olhando-a fixamente.

   Eu vi você  disse ela, erguendo o queixo.   Você me viu? Me viu o quê? O que quer dizer com isso?   Quero dizer, sr. Jack Trehan, que o vi com Mary Margaret. Soprando a barriga dela  Keely fez uma careta, tentando imitar o gesto de Jack.  É isso mesmo. Eu vi.  Ela ficou observando, sorrindo, enquanto Jack girava nos calcanhares, com a face corada de raiva e vergonha, e disparava escada abaixo.  Então, Keely voltou-se novamente para o corredor, para trocar a fralda de Mary Margaret e vesti-la.   Ele não vai para o Japão, coisa nenhuma, minha querida. Vai ficar bem aqui,

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 com você. E você vai ficar bem aqui, com ele. Porque é assim que tem que ser, desde que ele pare de sentir pena de si mesmo e perceba que uma porta não se fecha, a menos que uma janela se abra, como costumava dizer minha tia Mary. Você vai ficar com ele, querida, eu prometo  disse ela ao bebê, beijando-a na cabecinha. com cuidado, Keely colocou o bebê em cima do trocador e começou a tirar o macacãozinho.   Vamos vesti-la, depois você vai mamar e aí nós vamos comprar um belo sofá, p começar. Você gosta de passear de carro, não é, querida? Mas, primeiro, vamos treinar ais um pouquinho: pá-pá-pá.  Capítulo VI 

Muitas coisas passam pela sua cabeça, quando você está numa situação difícil. elas é: não será melhor eu sumir?  Lefty Gomez, lançador  Mary Margaret, sempre elegante, deu um sonoro arroto e depois sorriu para Keely.   Sim, foi adorável  elogiou Keely, com um olho no relógio da cozinha.  Esta prontas? Ótimo. Porque agora vamos procurar pá-pá, está bem? Ele vai fazer compras consco esta tarde, quer queira, quer não.  Keely se levantou, levou o prato com o que restara de seu sanduíche de atum com salada para a pia e olhou pela janela, esperando ver o carro de Jack estacionado no final do caminho que levava às garagens, um pouco mais abaixo, num declive do terreno. Não entendia por que ele não estacionava dentro da garagem, mas talve ele tivesse um motivo, um motivo idiota, de homem, mas ainda assim, um motivo.   Ótimo. Ele continua por aqui, bancando o coitadinho. Já estamos com o assen

to dentro do carro, o carrinho está no porta-malas e há uma lista de compras tão grande quanto o braço de um orangotango. Eu vou no carro, ele vai na caminhonete e não voltaremos para casa sem um colchão para a tia Keely. Que tal, hein? Agora, só falta pegarmos seu chapeuzinho e estaremos prontas... Oh, não!  Keely afastou-se da janela, desejando não ter visto Sadie Trehan acenando para ela, enquanto subia as escadas para seu distante apartamento, em cima dasgaragens.   Ok, querida, faça cara de ocupada  disse Keely, pegando o chapeuzinho estampado de florzinhas e apanhando as chaves do carro.  Ocupadíssima, pronta para sair pela porta, certo? Lugares para ir, pessoas para ver, sem tempo para conversar, infelizmente.   Olá, Keely!  ouviu Keely através da porta aberta da cozinha. Então se virouom um sorriso no rosto, pronta para se livrar da tia de Jack o mais rápido que pud

esse. Não que não gostasse da mulher. Ela mal a conhecia. Mas tinha outros planos.  Naquele momento, a porta dos fundos se abriu e Sadie Trehan entrou.   Ah, aí está você. E com o bebê! Que maravilha! Fiquem aí, eu volto já.  Keely chegou a abrir a boca para dizer que estava prestes a sair para cuidar de assuntos extremamente importantes, mas preferiu fechar a boca em vez de falar para uma porta vazia.  Então, passou os olhos pela cozinha, avistou a mamadeira vazia de Mary Margaret sobre a mesa e pegou-a, levando-a para a pia. Tudo isso levou cerca de dez segundos. Ainda com o bebê no colo, Keely foi até a geladeira e abriu a porta do congelador, imaginando se seria uma boa idéia tirar vitela para o jantar ou se elae Jack conseguiriam não se matar em tempo de Keely convencê-lo a comprar alguma coisa numa loja de fast-food próxima. Essa história de que o trabalho de uma mulher nunca termina estava começando a dar-lhe nos nervos.

  com a mão livre, Keely tentou alcançar o pacote de vitela. Em vez disso, alcançou um saco plástico cheio de gelo. Um saco, dois, três... Aquele refrigerador erado tipo que vinha com uma máquina de fazer gelo na porta, do tipo que servia água gelada e gelo, moído ou em cubos, com apenas um toque. Não havia motivo, nem necessidade, de estocar sacos com gelo.   Ora, mas por que será que isso...   Está bem. Estou de volta. E temos companhia  Sadie entrou depressa e Keely colocou o saco de gelo que parecia já ter degelado e congelado várias vezes, de volta no lugar.   Olá  disse ela, piscando, tentando não encarar.  Quem é esse, Sadie?

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  O que é isso?, teria sido uma pergunta mais apropriada.  A pessoa, ou coisa, era uma fêmea, aquilo era evidente. Mas de quê planeta? A menina, apesar de minúscula, com pouco mais de um metro e meio e provavelmentepesando menos de cinqüenta quilos, Keely já a odiava, parecia encher a cozinha. De cor. Ela vestia calça comprida verde-limão estilo anos 70, com a cintura baixa o suficiente para expor o piercing no umbigo. As cores da blusa curta e justa em tonsde verde-limão, rosa-choque e roxo estavam reproduzidas em algumas mechas dos cabelos longos e lisos. Os cílios eram lilases; a face, rosa-choque e os lábios, por Deus, os lábios eram verdes.  Ela tinha mais um piercing na sobrancelha esquerda e pelo menos seis brincos na orelha esquerda e quase a mesma quantidade na direita. E quando Keely finalmente encontrou a própria voz para cumprimentá-la, a criatura multicolorida abriu bem os braços e disse:   Olá, Keel  com isso, ela estendeu a língua, revelando um piercing, uma bolaprateada redonda que se mexia quando ela falava.   Esta é Petra, Keely  disse Sadie, orgulhosa, passando um braço pelos ombrosda menina.  A enteada de Mitzi, que veio passar o verão aqui. Ela está estudando arte na Filadélfia. Não é o máximo?  Petra já estava se aproximando de Keely que, instintivamente, havia passado os braços com firmeza em torno de Mary Margaret, caso o que quer que Petra tivesse fosse contagioso.   Então, esta é a pestinha? Ela é uma coisa! Esses olhos imensos, esses cachos Como é que você agüenta? Eu mal posso agüentar!   Agüentar o quê?  perguntou Keely, recuando um passo.

   Tanta beleza. Ela é uma graça!  Petra estendeu os braços e sacudiu os dedoseios de anéis.  Eu posso segurá-la?  Keely sentiu a mente ficar em branco, como se fosse um pequeno animal,sendo hipnotizado por uma cobra exótica.   Não. Eu creio que não...  Começou ela, ao mesmo tempo que Mary Margaret sor e estendia os bracinhos para a adolescente em technicolor.   Ah, vejam só isso!  exclamou Sadie Trehan.  É exatamente como Mitzi disse.tra, você tem mesmo jeito com crianças. É uma empatia instantânea, não é, Keely? Vamos ra, pegue-a.  Com Mary Margaret se debatendo em seus braços, Keely não teve muita opção. Aprensiva, estendeu o bebê para Petra. Afinal, era impossível que ela se afastasse o suficiente a ponto de Keely não poder detê-la.  Keely então olhou para Sadie, que, apesar da bermuda estampada com motivo

s havaianos e da camiseta onde se lia morda-me, estava discretíssima, considerando-se a presença de Petra no ambiente.   Bem, isso é realmente... ótimo, mas infelizmente vocês chegaram no momento e que íamos sair.   Sair para onde, querida?  perguntou Sadie, erguendo a tampa do pote vazio de biscoitos que Keely havia comprado. Ela não resistira ao design, ao mesmo tempo limpo e elegante da peça.  Ah, você vai ao supermercado?  perguntou ela, tampando ovamente o pote vazio.  Jack disse que você cozinha muito bem e por isso eu me enchi de esperanças. Você sabe fazer biscoitos, querida?  Keely observou Petra esticar a língua, expondo a bola prateada e Mary Margaret estendeu a mão para ela, rindo. Que danos poderia haver em expor uma criança daquela idade a uma figura tão impressionante como aquela?   Como?  perguntou, aturdida, percebendo que a tia de Jack estava falando

com ela.   Biscoitos  repetiu Sadie.  Você sabe assar doces? Biscoitos, bolos, tortas   Biscoitos  respondeu Keely, distraída, andando para recuperar Mary Margaret, antes que ela se contaminasse seriamente com alguma coisa. O bebê virou a cabeçapara o outro lado, ignorando Keely e começou a brincar com os cabelos de arco-íris de Petra. Abandonada. Keely acabara de ser abandonada por uma minúscula vira-casaca de chapeuzinho florido. Ela baixou os braços, fingindo que a reação de Mary Margaretnão a magoara e virou-se novamente para Sadie.  Mas eu não tenho tempo e...   Ah, mas agora você terá, querida  disse Sadie, alegremente.  Keely McGuireu lhe apresento a nova babá, Petra Polinski! Está tudo acertado. Você precisa de mais

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tempo para tirar o eco deste lugar e Petra está precisando ganhar algum dinheiro agora que George, o marido de Mitzi, cortou a mesada dela por causa de uma besteira com uns cartões de estacionamento que ela arrumou quando estava na escola. É a solução ideal para todos. Eu já falei com Jack e ele concordou. E então? Eu não sou um gê  Keely apoiou o quadril no balcão. Como aquilo havia acontecido? Rejeitada por Mary Margaret, substituída por uma adolescente de cabeça oca, com um furo no umbigo e vários na cabeça, a maioria deles nas orelhas. Tudo, sem o menor aviso.  Era duro. Muito duro e sofrido.   Oh, Deus...  murmurou ela, baixinho. E, então, ficou furiosa. com um últimoolhar para Petra Polinski, que estava sentada em uma cadeira, balançando uma MaryMargaret em êxtase no colo, Keely foi para a porta, firmemente decidida a matar Jack Trehan, certa de que nenhum tribunal do mundo a condenaria.  Não era do ruído da torcida que Jack sentia falta. Sentia falta da coisa toda, do campo, do circo. Ora, mas tinha sorte por ter batido na rede.  Massageando o ombro, ele se inclinou para pegar outra bola. Então empertigou-se e, quando sentiu a borracha com os dedos, mirou na roda. Ele levou a mão direita às costas, girou a bola entre os dedos, decidindo sobre o lançamento.  Então, ergueu o boné dos Yankees com um toque de luva, enxugou a testa como braço, removendo o suor que escorria, em parte pelo esgotamento físico, em parte pela ansiedade que parecia incapaz de vencer. Jack sentiu o tecido da camisa grudado nas costas e pensou seriamente em interromper o treino para poder cortar a grama do jardim.  Mas, não. Tim e o olheiro chegariam na manhã seguinte. Tinha que continuartreinando.

  O que tentaria? Definitivamente, não um direto. Não tinha mais força suficiente no braço direito para isso. No treino da manhã, trabalhara sua bola curva e não queria correr o risco de agravar a velha lesão no cotovelo com mais bolas curvas.  Mas eram seus dois melhores arremessos. A bola rápida e a curva descendente. Eram os lançamentos que o haviam levado às ligas principais e que o haviam mantido lá.  Assim, o que restava? Se não lhe era mais possível derrotar o rebatedor com força, teria que aprender a enganá-lo. Mesmo sem velocidade, ainda havia afinesse,a variedade e a sorte. E não fora o lançador Lefty Gomez, membro do Hall da Fama, quem dissera que preferia ter sorte a ser bom? Na mesma ocasião, Jack lembrava-se de que também fora atribuída a Gomez a frase de que descobrira uma invenção revolucionárium aquário giratório para um peixe cansado.  Ora, nem tudo que um lançador dizia podia ser profundo, certo?

  Jack reposicionou os dedos, optando por uma bola escorregadia. Sem tirar os olhos do centro da roda, como se fosse realmente a luva do apanhador, ele iniciou o movimento, parando no ponto de equilíbrio, pronto para projetar a perna para a frente e lançar a bola.   Ei! Babe Ruth, jogue aqui!  Jack se desequilibrou para a frente, perdendo a concentração e quase caiu.   Qual é seu problema, mulher?  Keely o chamara de uns dez metros de distância e agora avançava para ele, com a determinação de um elefante.   Comigo?! Qual é o problema comigo?! Por acaso, fui eu quem jogou minha pobre prima inocente nas garras de uma maluca tingida, lobotomizada e cheia de piercings? Acho que não!  Jack tirou a luva, enfiou-a debaixo do braço e desceu da base improvisada

.   Sabe, eu já tinha esta impressão sobre você. Você é do tipo egocêntrica, desada e dominadora que, mais cedo ou mais tarde, mostra as garras. Do que está falando?  - Eu ainda não mostrei minhas garras, mas não me tente, porque eu posso usá-ls em você. Petra Polinski, é sobre ela que eu estou falando. Como você pôde? Pelo amor e Deus, Trehan, ela deve brilhar no escuro! Pior. Se você enfiar uma lanterna em uma orelha, provavelmente vai poder usar a luz que sair da outra como se ela fosse um farol. E você espera que eu entregue Mary Margaret a ela, só porque eu lhe dounos nervos? Nunca, Jack! Nunca!

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  Jack permaneceu onde estava, impressionado ao perceber [como ela era atraente quando estava com raiva. Seus grandes olhos castanhos haviam se tornado quase negros com a raiva e os cabelos escuros estavam se soltando das presilhas,de forma que uma série de mechas soltas se espalhavam pelo rosto corado e pelo pescoço esguio. Enquanto ela caminhava com suas pernas longas, seus quadris oscilavam suavemente a cada passo, sugerindo a Jack uma imagem que provavelmente causaria sua morte, se ela visse. Não que ela já não parecesse disposta a matá-lo.   Eu não sei do que você está falando  disse ele, recuando um pouco e elevandm pouco a sua altura mesmo que Keely não passasse da linha de seu queixo.  Ah, já sei, você está falando da enteada de Mitzi, não é?   Ah...  grunhiu Keely, como se fosse uma leoa.  Então você sabe. Quem foique disse que existe apenas um cérebro masculino e que todos vocês têm que compartilhá-o? Acho que hoje o cérebro ficou para você, hein, gênio?! Mas não era possível que estise com ele quando viu Petra Polinski.   Vê-la? Eu não a vi. Por que precisaria vê-la? Sadie disse que ela é uma boa ina e isso é o suficiente para mim. Além disso, eu pensei que você quisesse terminar esse trabalho antes do Natal. Não é possível que arrastar M... Mary Margaret com você po todo lado facilite as coisas.  Ele estendeu as mãos, com a palma para cima.  Então, gora você já tem ajuda. Pessoalmente, eu achei a idéia brilhante. Keely olhou-o com as pálpebras semicerradas e os lábios firmemente fechados.   O que foi?  perguntou ele, começando a se sentir culpado, sabe-se lá por quQual é o problema? Eu não a estou demitindo. Você continua tendo que arrumar minha casa. E talvez a menina passe só uns dias aqui, porque ela vai ter umas aulas noturnas em algum lugar, de forma que você continua sendo indispensável, por mais que eu de

teste isso.  Keely respirou fundo, soltou o ar devagar, e Jack tentou não erguer os braços para tentar se proteger. Primeiro um elefante, depois uma leoa e, agora, um touro, pronto para o ataque. Provavelmente, não era uma comparação muito boa, já que elanão tinha mais de um metro e sessenta e não devia pesar mais de cinqüenta e cinco quilos.  Mas ele não conseguia evitar. Quando pensava em mulheres bonitas, ele costumava compará-las a garças, a gatos ou a belos e graciosos pequenos animais. KeelyMcBride não era nenhum deles. Ela podia ser bonita, mas Jack não era bobo. Ela tinha todos os instintos de uma hiena. E uma boca e disposição combinando.   Venha comigo  ela comandou, finalmente, girando sobre os calcanhares e voltando à grama, terreno acima, na direção da casa. Não era um pedido, era uma ordem.  Jack guardou a luva e seguiu-a, no mínimo, intrigado. Porque algo certame

nte tirara Keely do controle, e ele estava curioso para saber o que havia sido.Se tivesse sido a enteada de Mitzi, ele daria um aumento à garota, mesmo antes deela começar o trabalho.  Keely parecia tão apressada, que Jack foi obrigado a quase correr para acompanhá-la. Se bem que era bastante agradável observar aqueles quadris redondos oscilando, à medida que ela subia para a casa. Afinal, um homem tinha que desfrutar os prazeres onde eles apareciam!   Diga-me, qual é exatamente o problema com a enteada de Mitzi?  perguntou ele, quando alcançou Keely a uns vinte metros da casa.  Eu não entendi muito bem o que você disse lá atrás.   É porque não existem palavras suficientes para descrevê-la  disparou Keely.go você vai ver.  Ela passou por ele, cruzou a área da piscina interna e chegou ao pátio. Qua

ndo abriu a porta da cozinha, parou e fez um gesto para que ele entrasse na frente.   Você é esquisita  disse ele, tirando o boné ao entrar na cozinha.  Quero d você é mesmo estranha.   Ei, obrigada!  disse uma voz vinda da esquerda, por trás da porta aberta. Você também é meio estranho. Principalmente se gosta de suar. Porque você está fedendo pouco,sabe?  Jack virou a cabeça ao ouvir o som de uma voz feminina jovem e ridiculamente animada.   Como disse?  perguntou ele, pouco antes de seus olhos congelarem com a v

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isão que se apresentou.  Era um palhaço de circo, um personagem saído de um ônibus psicodélico, a atrizperfeita para uma campanha educativa sobre você sabe onde estão seus filhos? Era... ea... E estava segurando MM.   Sadie!  Tia Sadie veio do escritório, segurando um saco de celofane de biscoitosde aveia cobertos com glacê de açúcar.   Sim, querido? Eu estava vendo a novela. Nessa sua tela imensa, aquelascenas de cama adquirem uma perspectiva inteiramente nova. Algum problema?  Sem tirar os olhos de Sadie, Jack estendeu o braço esquerdo, apontando para Petra Polinski.   É isso que você chama de solução? Aliás, Charles Mason vai sair da cadeia sses, sabia? Talvez pudéssemos contratá-lo para tomar conta de MM.   Não seja irônico, cara  disse Petra, colocando Mary Margaret numa cadeirinh e caminhando para colocar-se na frente dele.  Eu estou passando por uma fase, está bem? É uma coisa meio over. Mas, relaxe... Eu não vou machucar a criança... Fiz um crso de primeiros socorros e conheço todos os procedimentos. Foi outra fase minha,mas eu a ultrapassei há muito tempo. Eu achava que queria ser médica. Tenho certezade que meu pai preferia essa outra fase, mas agora eu sou artista! E uma artista tem que experimentar coisas novas, certo? Assim, por que você não pára de se contorcer como a mocinha atrás de você e me dá uma chance?   Quantos anos você tem?  perguntou Jack, tentando ganhar tempo, como faziam todos os grandes caçadores, até terem a presa na mira. Porque tinha que tirar Petra Polinski dali, antes que MM ficasse traumatizada para o resto da vida. Petra re

virou os olhos.   Bem, será que eu devia ter trazido meu currículo? Pelo amor de Deus! Está be, aí vai: tenho dezessete.   Não tem, não  disse Jack.  Não pode ter, porque Sadie disse que você estavimeiro ano da faculdade. Eu me lembro muito bem disso.   Ora...  disse Petra, fazendo uma careta.  Você nunca ouviu falar de criançgênio? Porque está olhando para uma neste exato momento. Eu entrei na faculdade aosdoze anos. O problema é que não consigo me formar.  Jack piscou os olhos várias vezes e então voltou-se novamente para a tia.   Sadie?   Ela serve, Jack. Mitzi me prometeu. E isso é só uma fase. No ano passado, ela estava dando aulas particulares de física. Petra é apenas um espírito livre, experimentando a vida. Além disso, eu acho que ela é colorida.

  Jack, que não sabia como responder, ficou aliviado de ser salvo por Keely, que o empurrou para um lado e se aproximou da mocinha.   Okey, gênio. O que você faria se Mary Margaret se engasgasse?  perguntou el, inclinando-se para a frente, tensa.  Petra revirou os olhos.   Bem, se ela já fosse crescida, eu usaria o método padrão, mas isso quebrariaas costelinhas dela. Então, eu a deitaria, encontraria um determinado ponto na parte superior da barriguinha e...  parou de falar enquanto demonstrava como faria.  E eu tenho certeza absoluta de que qualquer coisa que ela tivesse engolido sairia na hora. Nós praticamos com bonecas.   Arrá!  gritou Keely, como se Petra tivesse acabado de admitir que era umafraude.  Então você nunca fez isso num bebê de verdade.  Petra examinou as unhas longas pintadas de verde. Havia uma bandeira am

ericana pintada no mindinho.   Nunca. E quanto a você?  Jack tossiu para encobrir uma risada. Então, foi para o armário, pegou um copo e colocou-o na porta da geladeira, onde se serviu e esvaziou o copo com um único gole.  Depois, abriu o congelador, pegou uma de suas bolsas de gelo e apoiou-a no ombro, ao mesmo tempo que se apoiava no balcão.  Aquilo ia ser divertido.   O que você faria se a casa pegasse fogo?  insistiu Keely, e Jack se lembrou dos títulos das fitas de vídeo que vira na estante, sabendo que uma se referia à seg

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amento e desligado o motor.   Você gosta mesmo dela, não é?   Ela é um doce de criança  Keely admitiu, se entregando e deixando-o ver seu olhos marejados de lágrimas.  Ora, isso é uma besteira!   Eu não sei  ponderou Jack, com uma voz leve, como se estivesse sorrindo.  e certa forma, é tranqüilizante saber que Átila, o Huno, tem um bom coração.   Eu não sou Átila, o...  disse Keely, virando-se finalmente para encará-lotalvez eu seja. Gregory disse que meu pior defeito é ser mandona. Seguido de perto pela minha mania de querer organizar o mundo.  Jack ergueu levemente a sobrancelha esquerda.   É mesmo? Pois eu teria colocado faladeira e metida a sabe-tudo em primeirolugar em minha lista. Mas, tudo bem. Cada um vê uma coisa.  Keely viu o sorriso dele, que provavelmente salvou pelo menos quatro de seus duzentos e seis ossos, e se recostou no assento, fechando os olhos.   Eu me empenho tanto...   Sim. Isso é verdade  concordou Jack, estendendo a mão para tocá-la.  Por qcê acha que é assim? Talvez sua mãe tivesse medo que você não fosse bem-sucedida?  Keely mal se lembrava da própria mãe, mas não diria aquilo a Jack. Não tinha imãos, nem primos. Só a tia Mary, que nunca a incentivara por fazer algo certo, mas sempre soubera fazê-la sentir-se péssima quando fazia algo errado, de forma que ela se empenhava ao máximo para nunca errar. Depois que crescera, ela e a tia haviam se tornado amigas, mas antes disso haviam tido anos bastante difíceis.   Eu gosto de estar no controle  confessou Keely, olhando para ele. Poderia ter dito eu detesto que alguém saiba que eu não sei tudo e que às vezes me sinto soz

nha e perdida, mas não o fez.  O que há de errado nisso?   Nada, se você estiver liderando tropas em uma batalha. Mas você precisa ser tão obcecada com isso?  Keely sentiu-se ofendida e, quando se sentia ofendida, partia para o ataque.  Acho que isso o incomoda, não é, Trehan? Quero dizer, você não consegue nem dir direito. Sua cama está uma bagunça todas as manhãs.   Sim, e você a arruma todas as manhãs, enquanto eu estou no banho, ou no andar de baixo, tomando café feito com grãos recém-moídos. Quatro dias, e eu me sinto em prte mimado e em parte... não sei. Diminuído?   Diminuído? Porque eu arrumo sua cama?   Não, porque você parece achar que eu não a arrumaria sozinho.   E arrumaria?

  Ele deu de ombros.   Provavelmente. Mas este não é o ponto. O ponto é que você veio até aqui...   Atendendo a seu pedido  esclareceu ela, fixando novamente os olhos na direção.   Está bem. Atendendo a meu pedido. Eu estava desesperado. Você não sabia nadasobre bebês, mas isso não a deteve. Em uma questão de horas, você mobiliou o quarto. Emmais algumas horas, assistiu a seis vídeos sobre cuidados domésticos com crianças e leu três livros sobre como cuidar deles e alimentá-los. Você deixou a cozinha aconchegante, está conseguindo começar a mobiliar a casa e ainda foi capaz de colocar aquele maldito suporte de panelas sem nem ao menos pedir minha ajuda.  Keely meneou a cabeça.   É isso que o está incomodando? Você está com raiva por causa do suporte des? Isso é ridículo. Até porque, primeiro, eu teria que encontrá-lo para poder pedir sua

ajuda. É claro que agora eu sei onde você fica. Fica nas garagens, bancando o idiota.   Acho que, em nome da paz, eu vou ignorar este último comentário  Jack ironiou com o maxilar contraído.  Mas eu gostaria de lembrar-lhe que o que faço com minhavida é problema meu.   Sim, e o mesmo vale para mim  disparou Keely.   Eu concordo, Keely  disse ele, alguns momentos depois.  Até o momento em qe a vi na cozinha, de coração partido, enquanto Candy sorria para Petra. Você está se aeiçoando demais a ela... Isso não é bom. Você tem de se lembrar que isso é apenas um trlho e que, em algumas semanas, estará concluído. Ora, se Cecily voltar, é possível que

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andy parta até antes disso. Portanto... não... se... apegue.   Você quer dizer do mesmo jeito que você não está se apegando?  perguntou Keentendendo subitamente o porquê de Jack se manter tão distante de Mary Mar... de Candy.  Você também é louco por ela, não é?   Não. Eu não sou louco por ela  respondeu Jack, virando a chave na igniçãoo no retrovisor, antes de recolocar a caminhonete na estrada.  Eu logo irei parao Japão, lembra-se? Há muitas coisas que quero nesta vida, mas uma criança, qualquer criança, certamente não é uma delas. Agora, que tal você me dar um endereço, para eu sabaonde iremos hoje?  Keely estreitou os olhos e encarou-o.   Eu nem ousaria dizer a você aonde ir. Seria muito autoritário.  Jack riu.   Sei, mas acho que vamos fazer uma exceção neste caso, já que eu realmente nãei para onde devemos ir. Prometo não usar isso contra você. Eu já tenho uma boa listade seus defeitos, acredite-me.   Pegue a MacArthur e eu lhe direi onde virar.  Keely inclinou-se para o chão do carro, pegou seu bloco de anotações e começou a consultá-lo.  Agora, lembre-se e teremos de comprar coisas disponíveis em estoque, pelo menos a maioria delas, porque se encomendarmos, a entrega levará entre seis e nove semanas. Levaremos o que pudermos e nos empenharemos para que entreguem todo o resto o mais rápido possível.  Jack afastou os olhos da estrada por um momento, para espiar o bloco de anotações.   Eu posso estar enganado, mas acho que a invasão da Normandia foi planejada com menos papéis. O que você... o que nós compraremos hoje?

   Para começar, um colchão e uma cama para o quarto de hóspedes, que é meu qua. Eu gostaria de mobiliar o escritório, seu quarto e pelo menos o quarto de hóspedes que eu estou ocupando. Gostaria de uma mesa grande e redonda para o hall de entrada, para ficar embaixo do lustre de cristal e nós temos que nos livrar do eco na sala de visitas. Acho que se acharmos alguns tapetes, já ajudará. No entanto, hojesó vamos comprar o básico. Coisas das quais não podemos... você não pode prescindir. Euetendo encomendar a maior parte dos móveis, os melhores móveis, dos fornecedores detia Mary. Ah, por falar nisso, tomei a liberdade de contratar um serviço de limpeza. Eles virão amanhã.  Keely fechou o bloco e olhou para ele.  A menos que você ache o eficiente demais...?   Não. Eu creio que não. Acho que não posso pedir a você para limpar a casa, n   Não nesta vida, a menos que você faça um clone de mim, e eu tenho quase certza de que já sei sua opinião sobre isso  ela brincou, relaxando um pouco. Então, deu o

golpe final.  Eu também liguei para uma velha conhecida dos tempos de escola... Uma amiga que queria ser enfermeira, e peguei com ela o nome do melhor pediatra dacidade. Mary Margaret tem uma consulta marcada com ele na próxima terça-feira, às dezhoras.  Keely sentiu a caminhonete desacelerar, e Jack virou-se para ela.   Por quê? Ela não está doente, está?   Não  respondeu Keely, aprovando a reação dele. Não estava se apegando, heinto!  É que a carta de sua prima mencionava que Mary Margaret ainda não havia tomado as vacinas e todos os livros que eu li tem uma lista das vacinas necessárias. Ela está muito atrasada. Além disso é recomendável levá-la para consultas mensais de acompto. Só há uma coisinha que eu não mencionei: você tem uma carta de Cecily dizendo que vcê é o responsável por Mary Margaret, de forma que eu acho que você vai ter de ir, nem ue seja só na primeira consulta. A menos que já esteja no Japão  concluiu ela, bruscam

nte.  Jack bateu de leve na direção com o punho fechado.   Cecily! Sempre Cecily... Agora, eu vou ter que ir ao médico com uma criança?  Ele olhou para Keely.  Tem certeza de que eu preciso ir junto? E se o médico quiser dar uma dessas vacinas nela?   Vire à direita na próxima esquina  Keely avisou, sorrindo.  E qual é o pro? O grande e poderoso astro do beisebol desmaia quando vê uma agulha?  Jack bateu a mão no pisca-pisca com força e virou à esquerda dizendo algo emuma língua que certamente parecia japonês.  Keely concluiu que não devia ser nada de bom. Assim, simplesmente se acom

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odou no assento desconfortável e ficou de boca fechada. 

Capítulo VII 

- É possível aprender muitas coisas, apenas observando-as.  Yogi Berra  Aquilo não era uma loja de móveis, era um depósito disfarçado de loja de móveiHavia sofás, cadeiras e mesas empilhados quase até o teto e pequenos trilhos de metal se estendendo ao longo dos corredores, emitindo ruídos e piscando luzinhas azuis. Jack quase caiu duas vezes antes de atravessarem o depósito e chegarem ao grande show-room, no fundo da construção.  Bastou um olhar para o show-room, para Jack ficar com vontade de voltar ao depósito ou a qualquer outro lugar. Aquele não era um lugar para homens. Homenspertenciam aos show-rooms de carros, onde podiam falar em pistões e velocidade. Ele não sabia a diferença entre chintz e cheesecake, e nem estava interessado em saber.  Keely, por outro lado, estava nitidamente em seu abitat. Também era verda

de que ela não aprendera absolutamente nada com as dicas gentis que Jack lhe derasobre tentar controlar um pouco sua personalidade dominadora. Átila, o Huno, vai àscompras era a descrição perfeita para Keely McBride.   Por enquanto, estamos olhando, obrigada  disse ela a um vendedor esperançoso, que acabara de se afastar de um grupo de homens com ar desesperado, para unir-se a eles no momento exato em que cruzaram as portas do show-room.   Eu fico com ele  disse Jack, aceitando o cartão de visitas que o homem estendia para Keely, que já partira em direção ao primeiro corredor de amostras.  Talvez ocê queira aproveitar esse tempo livre para tomar um café, fazer uma aula de defesapessoal, ou qualquer outra coisa que lhe venha à cabeça e que possa prepará-lo para aeventualidade de ela achar algo que goste.   Sim... bem, obrigado  disse o vendedor voltando-se e erguendo os olhos para Jack.  Ei, você não é...?

   Provavelmente  disse Jack, sorrindo.  Nos vemos daqui a pouco, está bem?  Quando Jack a alcançou, Keely já estava na metade do primeiro corredor, andando ao mesmo tempo que tomava notas no bloco. Ele não sabia por que e certamentenão queria parar para examinar seus sentimentos ou para entrar em contato com seu eu interior, mas estava ficando viciado em vê-la fazer as coisas.   Já achou alguma coisa?  ele perguntou, apontando para um sofá de couro verd-escuro.  Aquele não é ruim. E eles arrumaram com cadeiras combinando, duas mesas deapoio, uns abajures. Ficou bom. Podemos simplesmente comprar tudo e sair daqui.  Ela parou, petrificada, virou-se e encarou-o.   Comprar o ambiente todo? Ah, maravilha! Meu cliente é um daqueles.   O que quer dizer?  perguntou Jack, empertigando-se, esquecendo-se dos recentes momentos de diversão. Era como se Keely tivesse acabado de reduzi-lo a um verme ou a algo ainda menor.

   Quero dizer que qualquer um é capaz de comprar um ambiente pronto, permitindo que outra pessoa dite o que combina com o quê. Quero dizer, qualquer pessoa sem um pingo de imaginação. Você não precisa de mim, só precisa de alguém para lhe dizerue você gosta.   E não é isso que você está fazendo?  perguntou ele, olhando-a de perto anterecuar um passo.  Ah, não! Esqueça. Eu a contratei. Recuso-me a ser arrastado para essa coisa de decoração. Só vim para dirigir a caminhonete. compre o sofá verde, droga, evamos acabar logo com isso.   Sente-se, Trehan.   Ei, você também fala desse jeito com minha priminha? Keely revirou os olhos

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.   Não. Eu quis dizer que você deve sentar-se no sofá. Se você gostar, comprare. É de um bom tamanho e vai ficar bom naquele salão grande. Mas não essas outras coisas. Você não me contratou apenas para apontar e clicar. Eu crio ambientes, não os decocom uma forma de biscoitos.  Jack tinha lembranças melhores de um homem que fora seu técnico em um timede liga menor, que não apenas mandava nele, como cuspia suco de tabaco em seus sapatos, enquanto falava. Mesmo assim, Jack obedeceu e se sentou. Então, esticou os braços no encosto e cruzou as pernas.   Esse negócio é duro como uma pedra  disse, impressionado, porque à primeirasta parecera tão bom.   E não é couro legítimo, de forma que você teria que trocá-lo em menos de trê Agora, podemos prosseguir? E, como eu lhe disse, esta é apenas uma parada rápida, para comprar itens de primeira necessidade. A maior parte de sua mobília será muito mais... exclusiva.   Exclusiva. Isso é um sinônimo para cara? Porque eu estou com essa sensação  Keely inclinou a cabeça e olhou-o.  - Certo. Um curso rápido sobre aproveitamento de espaços: se fizer direito da primeira vez, você não precisará fazer de novo. As melhores madeiras, os sofás mais bm construídos, cadeiras que eventualmente poderão ser estofadas novamente e não substituídas. Coisas boas custam caro, mas as coisas não muito boas também acabam custando porque você vai ter que repô-las com freqüência. Podemos comprar os colchões e algumas muras aqui; talvez uns tapetes para as áreas de pouco tráfego, móveis básicos para o seuescritório e algumas peças básicas para certos quartos, porque esta loja tem móveis bem

decentes para quartos. Surpreendentemente, eu também vi um sofá ali que ficaria perfeito em sua sala de visitas. Mas por hoje é isso. Ah, hoje eu também pretendo conhecer um pouco melhor seu gosto, e para isso você terá que me apontar o que o agrada. Se gosta de sofás de couro, tudo bem. Eu farei sugestões sobre as melhores aquisições posíveis, o melhor estilo e cor, mas você dará a palavra definitiva sobre tudo. É assim qe eu trabalho. Portanto, levante-se. Vamos lá, levante-se logo!  Obedientemente, Jack levantou-se e voltou a seguir Keely... pensando nas melhores formas de matá-la e em como esconder o corpo, de forma que ninguém o encontrasse.   Experimente aquele  disse ela, na metade do corredor seguinte, apontando para um sofá de couro bege, que parecia ter sido feito de vários retalhos diferentes.  Jack afundou nas almofadas. De onde estava, podia sentir o cheiro do co

uro, um couro tão macio, que dava até medo de tocar.   Nada mau  disse ele, dando de ombros. Então, olhou para a etiqueta de preço Aquilo era uma coisa que aparentemente Keely não fazia: olhar para etiquetas de preço.   Nós negociaremos. Nunca acredite nas etiquetas de preço. Mas lembre-se de que temos que fazer compras em lugares que tenham as mercadorias em estoque. Isso não só limita nossas opções, como afeta o preço.  Ele a segurou no momento em que ela estava pronta para se levantar e puxou-a para baixo, segurando-a pelo braço.   Acho que primeiro precisamos esclarecer uma coisa aqui, está bem? Eu sourico. Você sabe disso e eu sei disso. Mas eu nem sempre fui rico e não vou continuar rico se não olhar para as etiquetas de preço. Minha mãe teria tido uma crise nervosase visse esta etiqueta. Aliás, ela nunca a veria porque nós tivemos o mesmo sofá xadre

z de verde e marrom na sala de visitas por vinte anos. Será que estou sendo claro?   Bem, já era hora  Keely resmungou, recostando-se.   Ah, é confortável, não? De qualquer forma, eu estava esperando que você me de algum tipo de informação, Jack. Uma estimativa de orçamento seria uma boa coisa. Quo você pretende gastar?  Jack retirou a mão do braço dela e passou-a pelos cabelos.   Não faço a mais pálida idéia.   São quinze cômodos, Jack, começando do nada e incluindo dos panos de prato as capachos e tudo o que existe entre uma coisa e outra. Eu admito que nunca fizum trabalho deste tamanho, mas andei pensando. Aqui, o que você acha disso?  Ela ab

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  No momento seguinte, Jack viu que estava de costas e que Keely estava em pé, ao lado do colchão, com o bloco novamente em mãos.   Se acabou a hora do recreio, Trehan, eu gostaria de prosseguir.   Eu também, mas nem sempre podemos ter o que queremos, não é, srta. McBride?le sorriu ao vê-la afastar-se pelo corredor. Qual era o problema com ele? Nem ao menos gostava dela, quanto mais desejá-la. Ou será que desejava?  Uma hora e dezesseis longos corredores de móveis depois, Keely estava pronta para falar com o vendedor. Jack só não sabia ao certo se ele estava pronto paraela, porque o homem se aproximou lentamente, imaginando se não seria melhor armar-se primeiro com um chicote e uma cadeira.   A proposta é a seguinte  disse Keely, sem preâmbulos, logo depois de se aprsentar e de descobrir que o nome do vendedor era Curtis.  Nós compramos, Curtis, compramos muito mesmo, mas queremos um desconto de vinte e cinco por cento sobre tudo o que levarmos. Jack, mostre seus cartões de crédito a ele.   Oh, não, não...  disse Curtis, afastando a sugestão enquanto Jack, que haviecidido que a obediência cega o conduziria mais rápido para casa, enfiava a mão no bolso para pegar a carteira.  Não há necessidade, sr. Trehan. O senhor tem crédito conosc. Sem limite. Eu já falei com meu gerente. Ele disse que, se o senhor concordar, ele gostaria de um autógrafo seu para dar ao filho.   Que gentil.  Keely manifestou-se, mas seu sorriso não chegava aos olhos. Curtis mal olhara para o cartão de visitas dela, antes de enfiá-lo no bolso da camisa e naquele momento estava simplesmente babando sobre Jack. Era bastante provável,concluiu Jack, que o velho e bom Curtis tivesse assinado sua sentença de morte.  Equanto aos vinte e cinco por cento?  prosseguiu Keely.  E entrega imediata, sem cu

sto adicional?   Bem, eu não sei  disse Curtis, afrouxando o colarinho da camisa com o dedo, incomodado.  Quero dizer, nós já lidamos com sua empresa antes, mas apenas com a proprietária e apenas com um desconto de quinze por cento. Eu não creio que...   Até logo, Curtis. Tenha um bom dia  disse Keely, enfiando a mão no bolso dee e recuperando o cartão.  Venha, Jack, estamos perdendo nosso tempo aqui.  Jack, que havia se sentado em uma cadeira próxima para ver Keely trabalhar, se levantou, deu de ombros para Curtis e começou a segui-la para a porta do show-room. Deus, ele adorava vê-la se afastar! Só não sabia se gostava realmente do que via, ou se simplesmente se sentia mais seguro se ela apenas continuasse andando,para longe da vida dele.   Se funcionar, é uma boa tática  disse ele, ao alcançá-la.  Eu não sabia quava.

   Eu não blefo  admitiu ela, passando o braço pelo dele.  Você se incomoda?  tremendo tanto, que estou com medo de cair. Não ande tão rápido. Dê a ele um pouco de empo para encontrar o gerente.  Ela não estava brincando, Jack sentiu-a tremer.   Ei, eu posso arcar com a diferença. Não preciso de um desconto de vinte e cinco por cento. Você sabe que eu não sou sovina.   Eu sei. Pretendo tirar de você o máximo de dinheiro que puder, mas princípio são princípios. Vinte e cinco por cento não é nada absurdo, não para uma compra do tamo da nossa. Eu sei que ganharei mais se Curtis lhe der um desconto menor, mas Curtis tem de aprender que, se nós formos embora, ele não ganha nada. Além disso, eu te minha consciência. Você é meu cliente, e eu não permitiria que lhe passassem a perna, em que você fosse Bill Gates, certo?  Jack sentiu uma vontade louca de parar, tomar Keely nos braços e dar um e

norme beijo nela. Mas lutou contra essa vontade.   Então, essa é uma questão meramente profissional, certo? Você sempre fica abecida desse jeito... tremendo até... por causa de qualquer cliente?  Keely não respondeu, o que provavelmente era uma boa coisa. Apenas disse:   Será que você pode parar um pouco e amarrar o tênis? Eu não posso olhar para, caso Curtis esteja nos seguindo, mas você pode dar uma espiada, enquanto finge amarrar o cadarço.   Eu estou de mocassim  disse Jack.  Mas acho que posso fingir.   Não. Deixe para lá. Ou ele vem atrás de nós, ou não vem. Mas, ah...  disse suspirando.  Eu gostei mesmo daquela cabeceira de cama e você gostou do sofá de couro

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. E há um vaso...   Nós podemos voltar  sugeriu Jack, sentindo os últimos elos que o uniam ao etilo de vida frugal da mãe se desprenderem.   Não podemos, não. Venha. Compre-me um hambúrguer.   Esperem!  gritou Curtis, no exato instante em que Jack abria a porta dacaminhonete e recuava, para que Keely pudesse subir no assento do passageiro.  Srta. McBride, sr. Trehan... por favor, esperem!  Jack viu as linhas de preocupação na testa de Keely se transformarem em umsorriso.  - Você ouviu alguma coisa, sr. Trehan?  - Talvez  respondeu Jack, encantado com o sorriso dela.  Talvez tenha sido o vento? Ou o barulho do tráfego na auto-estrada?   Sim. Provavelmente foi isso.   Até onde nós iremos com isso? Eu devo me virar para o velho e bom Curtis, ou devo entrar na caminhonete e ligar o motor?   Eu estou fantasiando a linda cena  disse Keely , da caminhonete saindo do estacionamento, com Curtis correndo atrás, gritando, trinta por cento, trinta porcento!   Você é nova nesse negócio de blefe, não fique gananciosa. Saiba a hora de prioná-los, Keely, e saiba a hora de ceder  alertou Jack. Então, fez um gesto para queela descesse da caminhonete, ao mesmo tempo que Curtis, ofegante, os alcançava, provavelmente pronto para atirar-se na frente do carro, se fosse necessário.   Vinte... vinte por cento  ofegou ele.  É o máximo que eu consigo. E entregratuita e montagem para amanhã.

  Keely virou-se para Jack, esperançosa.   O que você acha?  Ele não conseguiu se conter e sorriu.   Acho que temos um vencedor.  E, então, tudo começou. Jack percorreu os corredores com Keely e Curtis, os mesmos corredores que havia percorrido na última hora e viu coisas que nunca vira antes.  Ela escolheu um sofá de um lugar, uma cadeira de outro. Combinou tudo com uma mesa de um terceiro conjunto.   Aquelas duas luminárias, o arranjo de flores daquela mesa e a planta queestá num vaso, no fim do corredor. Não, não, Curtis, não fique parando para anotar as rferências. Apenas cole uns selos de vendido em tudo. E tente nos acompanhar; quero estar em casa a tempo de dar banho no bebê.

   Onde você vai pôr tudo isso?  sussurrou Jack, enquanto Curtis colocava um gande selo vermelho de vendido em mais uma peça, desta vez, um tapete redondo, que parecia saído das Mil e Uma Noites.   Mesa redonda, tapete redondo, ambos para o hall  disse Keely, racional.  Éde lã, importado e muito bom, apesar de, definitivamente, não ter a mesma qualidadedas peças que se vê em alguns apartamentos chiques de Manhattan. Mas não estamos em Manhattan e eu acho que a casa de uma família de classe alta deve ser bem mobiliada, mas confortável e aconchegante. Depois de tudo o que você me disse mais cedo, se eu colocasse um tapete de vinte mil dólares em seu hall, você jamais pisaria nele.  Jack olhou mais uma vez para o tapete redondo.   Vinte mil? Então, quanto custa este aqui?   Mil e quinhentos. Menos vinte por cento. Pronto. Você não está se sentindo u negociante e tanto?

   Vinte mil, hem?  repetiu ele, baixando novamente os olhos para o tapete.  Keely, finalmente, eu estou começando a me sentir bem por tê-la contratado. Eu disse, faça o que quiser e resolva tudo. Sou um jogador de beisebol, vindo de uma cidade pequena. Comprei meu apartamento mobiliado e só meu empresário o viu antes da compra. Eu não fazia a menor idéia do quanto essas coisas custavam. Qualquer um podia ter me depenado.   É verdade  Keely concordou, ainda andando e apontando para os itens que Curtis deveria etiquetar.  E não pense que essa idéia não me ocorreu. E, para dizer a vedade, se não fosse por Mary Margaret, talvez eu tivesse feito exatamente isso.   Candy? O que Candy tem a ver com isso?

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  - Eu não sei  disse Keely, parando para encará-lo.  Mas eu me sinto bem qua digo isso e, se parar para pensar nos motivos, sou capaz de me odiar amanhã de manhã. Digamos apenas que eu estou me divertindo e aprendendo sobre mim ao mesmo tempo. Na verdade, algum dia, eu serei uma ótima mãe.  Desta vez, quando Keely saiu, com Curtis logo atrás, Jack ficou onde estava, perplexo.  Keely foi dar uma olhada em Mary Margaret e sorriu ao ver que ela mal se mexera desde que a pusera para dormir e deixara Jack encarregado de observá-la,enquanto ia correndo até a Macys para comprar roupa de cama para si... ou melhor, para o quarto de hóspedes. A princípio, ele protestara, dizendo que tinha algo a fazer nas garagens, como se Keely não pudesse imaginar o que aquele algo era. Mas quando chegou em casa, ela o flagrou tentando esconder uma das bolsas de gelo ao ladoda cadeira, de forma que talvez Jack precisasse descansar o braço mais do que precisava treinar, ou se exercitar, ou qualquer outra coisa.   O braço está melhor?  perguntou ela, saindo da cozinha e entrando no hall.  monitor da babá eletrônica estava em cima da velha bandeja de plástico que Jack usava para comer, ao lado da tevê. Será que ele tinha ficado assistindo a Mary Margaret dormir?   Espero não tê-lo machucado muito, quando você me ajudou a levar o colchão pacima. Amanhã, você não precisará mover nem um dedo, mas eu realmente queria dormir em ago parecido com uma cama de verdade, esta noite.   Não foi incômodo algum. Quem disse que meu braço está doendo?  disparou eleeely saiu da sala novamente, tentando não imaginar os novos móveis nela.  Deveria lavar o protetor de colchão e os lençóis antes de forrá-los na cama, e

teria feito isso se não estivesse tão exausta. Gastar dinheiro era cansativo, mesmoque fosse o dinheiro de outra pessoa.  No dia seguinte, chegariam as estruturas das camas, junto com toda a mobília, tapetes, luminárias, abajures e outros acessórios que teriam de quebrar o galho, até ela ter tempo de percorrer os antiquários e lojas especializadas locais.  Mas havia avançado bastante nos itens básicos para o escritório e três dos quatos. Ainda faltavam a sala de visitas e a de jantar, a sala de estudos, a de exercícios, a sala íntima da suíte principal, o jardim-de-inverno do lado leste da casa,três quartos e a sala de estar do andar de cima. Mesmo assim, o que havia feito nãoera de todo mal para a primeira semana de trabalho.  Assim que forrou os lençóis no colchão, deixando todo o resto da estrutura da cama no chão, Keely pegou uma camisola limpa e calcinha confortável de algodão, arrumadas numa pilha organizada no chão, seguiu para o banheiro.

  Tomou um banho rápido, parando apenas um momento para pensar, mais uma vez, em como seria tomar um banho no banheiro de Jack. Todos aqueles jatos de água!Se tivesse um chuveiro como aquele, ela provavelmente viveria sob ele. Ainda assim, as instalações do banheiro de hóspedes eram infinitamente melhores que os encanamentos velhos de seu apartamento no Brooklyn, o apartamento que significara um degrau a mais em sua ascensão profissional e que agora não lhe fazia a menor falta.  Aliás, nem sentia falta de Manhattan, concluiu, enquanto se enxugava e vestia a camisola. Estava ocupada demais para pensar em sua antiga vida e para sepreocupar com o fato de Gregory ter assumido sua loja. Quanto ao próprio Gregory?O que lhe dera na cabeça para cair na cama daquele idiota metido?  Toda a vida, ela desejara se mudar de Allentown para alguma cidade grande como Nova York. Toda a vida, quisera e desejara provar a si mesma de que eracapaz. E fracassara. Havia perdido seu negócio, seu apartamento e todo o dinheiro.

 E voltara para casa fracassada.  Então, por que não se sentia mais um fracasso? Sentia-se bem, melhor do que se sentira em muito, muito tempo. Talvez, melhor do que nunca.  Sentia-se necessária. A tia Mary precisava dela para assumir os negócios poralgum tempo. Mary Margaret precisava dela. Jack Trehan... Deus sabia que ele precisava de alguém.  Keely abraçou o próprio corpo e dirigiu-se ao corredor. Queria dar mais uma olhada no bebê, antes de recolher-se. Saiu do quarto e virou à esquerda, sem olharpara onde ia, e bateu em cheio em Jack.  Ele estendeu os braços, detendo-a e disse:

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   Eu acabei de subir atrás de você. Candy está se mexendo. Eu vi pelo monitor  Keely sentiu vontade de puxar a barra da camisola azulmarinho, mas não ofez. Aquilo só serviria para atrair a atenção dele para o fato de que a peça acabava un dez centímetros acima dos joelhos.   Os bebês costumam se mexer, Jack  disse ela, tentando não suspirar quando ee a soltou e tentando não acreditar que sentia falta do toque dele.   Eu sei  disse ele, passando os dedos pelos cabelos, de forma que ela percebeu, mais uma vez, a mecha ligeiramente mais clara, acima da têmpora esquerda.   Mas eu estava assistindo a um daqueles vídeos depois que você saiu, e às vezs acontece de os bebês enfiarem a cabeça em lugares perigosos, por baixo daqueles protetores de berço, ou até de enfiarem a cabeça entre as grades e sufocarem. Quero dizer, é uma preocupação real. Foi assim que eles chamaram no vídeo: uma preocupação real.  Ele era tão doce. Estava ali, todo preocupado, todo atento.   Jack, segundo sua prima, Mary Margaret tem seis meses de idade. Ela já tem idade bastante e é suficientemente forte para não ficar presa nas grades do berço, e o berço que compramos atende aos mais exigentes padrões de qualidade. Eu mesma verifiquei, logo depois de ter assistido ao vídeo.  Ele pressionou as têmporas com as mãos.   Ótimo. Eu não fazia idéia do quanto era difícil  disse, meneando a cabeça.em que pensar, tanto com que se preocupar. Ela é tão pequena, tão indefesa. Não sei nemcomo Candy sobreviveu, vivendo com Cecily por seis meses.   Pessoalmente, eu prefiro nem pensar nisso  Keely respondeu honestamente.  Eu não paro de torcer para ela não voltar.  Jack arregalou os olhos.

   Não voltar? Ela tem que voltar. Eu não posso criar Candy. Eu não quero.   Porque você vai jogar no Japão  disse Keely, percebendo todas as coisas boa que sentira por Jack se evaporarem naquele instante.  Você sabe, Trehan, você se parece muito com sua prima. Ela vai para o Tibete, você vai para o Japão, e Mary Margaret vai... para onde, Jack? Para o tio dela, que você me disse que é tão ruim quanto airmã? Ou talvez para algum tipo de orfanato até completar dezoito anos. Bem, mas isso não é problema seu, certo?  Keely se virou para sair, mas ele a agarrou pelos ombros, mantendo-a no lugar.   Você não consegue calar a boca  perguntou, encarando-a.  Eu não desejei nasso. O que devo fazer?  Keely olhou-o por um longo momento.   Não sei  disse, honestamente.  Só sei que aquele bebê ali merece muito mai

que você e sua prima parecem dispostos a dar. Eu estou aqui agora, não porque você mecontratou, mas porque alguém tem que cuidar dessa criança. Eu posso não ter começado co esse objetivo, mas é assim que as coisas estão, e você não pode me demitir porque precsa muito de mim e Petra tem aulas noturnas e a tia Sadie é velha demais e está muito satisfeita com sua própria vida para fazer seu trabalho sujo. Diga-me, Jack, quando é que você vai parar de fingir e assumir que é o responsável por Mary Margaret?  Ele apertou-a um pouco mais forte.   Você tem alguma idéia do quanto eu gostaria de vê-la fora daqui?   Perfeitamente. Você tem deixado isso absolutamente claro no dia-a-dia; às vezes, até a cada hora. Assim, pare de enrolar, Trehan, me diga logo para ir. Vamos lá, me mande embora.   Eu não posso  admitiu ele, afastando-se um pouco. Keely quase caiu, sentindo os joelhos fraquejarem. Jack falou como se ela nem estivesse mais ali, ouvind

o-o.  Tim virá amanhã de manhã para o teste. Eu tenho que fazer aquele comercial no Arzona na semana que vem...  Teste?  Aparentemente, Keely havia perdido alguma parte. Ela não tinha conhecimento ou interesse suficiente para ser comentarista na ESPN, mas era uma fã e conhecia o termo. Então, o Japão não era uma coisa certa, como imaginara. Ele tinha um teste, exatamente como um novato... como alguém que ninguém mais queria. Era por isso quepassava tanto tempo na garagem. Jack estava treinando e não mantendo a boa forma enquanto esperava a tinta sobre seu contrato com o Tokyo Tigers ou algo assim secar.

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  Que humilhante para ele! Ele havia ganhado dois prêmios Cy Young pelos Yankees e agora descera a ponto de precisar fazer um teste para um time do outro lado do mundo?  Jack havia perdido sua carreira e voltado ao ponto de onde começara... com uma casa melhor, mais dinheiro, mas, ainda assim, no ponto inicial. Ele tinhauma casa imensa mas não tinha móveis. Seu irmão ainda jogava nas ligas principais, e ele era obrigado a conviver com aquilo, por mais que amasse o irmão. E agora, só para completar, tinha Mary Margaret... e ela.  Keely estava surpresa por ele não ter resolvido ir para as garagens e seenforcar.  Lentamente, ela estendeu uma mão e tocou-o no braço.   Jack... eu sinto muito  disse, sincera.  Eu tenho uma boca grande demais. Não devia ter ficado tão brava quando você me contou sobre esse contrato no Japão. Eu ensei que você só estivesse atrás de mais um contrato gordo e mandando a criança às fav junto com todo o resto. Mas não é isso, certo? Você realmente não sabe o que fazer, agra que está fora do beisebol.  Ele se desvencilhou imediatamente.   Eu decido quando estou fora do beisebol. Já me recuperei uma vez de uma ciurgia séria no ombro. Sou perfeitamente capaz de me recuperar de novo. Eu fui precipitado em me aposentar.  Os protestos dele se pareciam muito com os dela, quando tentara se agarrar a um negócio fracassado, a um sonho desfeito.   Mas os Yankees não acharam isso, certo? Os médicos não acharam isso. Você nãa que os Yankees o teriam mantido se achassem que você poderia voltar a lançar?

  Ele meio que se virou para sair, depois se voltou novamente e encarou-a.   Ah, que ótimo! Ela decora, cozinha, cuida de bebês. E agora ela também é ortdista, dona de time e até psicóloga, por apenas dez por cento do preço de um par de sofás. Como eu pude ter tanta sorte? Ora, muitíssimo obrigado, srta. McBride, e tenhauma boa noite!   Jack, espere!  gritou Keely. Então, saiu pelo corredor atrás dele, se esqueendo de suas pernas nuas; se esquecendo que, à exceção de um bebê, ela e Jack eram um hmem e uma mulher, sozinhos em uma casa imensa. Ela pegou-o novamente pelo braço, o braço direito, e então soltouo depressa, lembrando-se de tê-lo visto com o saco de gelo mais cedo. Jack parou e esperou.  E ela não conseguiu pensar em absolutamente nada para dizer.   Ah, Jack, eu realmente sinto muito  disse, finalmente, passando os braços

pelo pescoço dele.  A vida é injusta, não é mesmo?  Keely comprimiu o corpo contra o dele, tentando consolá-lo porque conhecia bem a sensação de ter os sonhos arruinados a seus pés. Doía. Doía muito.  Lentamente, Jack também abraçou-a e baixou a cabeça para encostar na dela.   Isso não é inteligente, Keely  avisou, alguns momentos depois.  Acho melhoocê ir para a cama agora.  Ela assentiu contra o peito dele, recuou quando ele a soltou e ergueu os olhos para encará-lo.   Boa sorte amanhã, Jack. Do fundo do coração. Então, Keely girou nos calcanha e correu para seu quarto. 

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xo na mão.   Quantos anos você tem? Você disse que tinha dezesseis ou dezessete, não é?   E nunca fui beijada  brincou Petra, sorrindo.  É isso mesmo.  Ela se voltpara o mostruário, analisando cada página com um olhar crítico.  E então? Você vai ass?  Keely ainda estava tentando absorver a idéia de que Petra era exatamenteo que dissera ser: um gênio superdotado. Bem, ela era definitivamente superdotada.   Assistir? Assistir a quê?  Petra fechou o mostruário, levantou-se e revirou os olhos.   Jack, evidentemente. Sadie disse a Mitzi e Mitzi me disse. Tim Trehan,o irmão de Jack e apanhador dos Phillies, vem até aqui para ajudar Jack com o testepara algum olheiro de beisebol. Eles vão se encontrar no campo da escola às nove horas. Caramba, eles não lhe contam nada?  Keely mudou de posição na cadeira.   Eu sabia disso  disse, arrependendo-se por parecer tão defensiva.  É claroe fui convidada  mentiu.  Mas tenho essa entrega imensa de móveis agendada para as dez da manhã, de forma que não posso ir.  Mary Margaret começou a ficar entediada com o balanço e começou a choramingar. Sem perder tempo, Petra pegou-a no colo e sentou-a no próprio quadril, como se estivesse habituada a fazer isso há anos.   Quer que eu cuide disso?  Keely sorriu. Uma menina tão doce, ingênua, até.   Obrigada, mas não. Tenho que dizer ao pessoal da entrega onde colocar tudo.

  Petra andou até a mesa e se inclinou para Keely.   Você quer ir? Sadie disse a Mitzi que você está interessada em Jack. Até eu ia em cima dele, mas ele é meio velho, sabe? Então, você provavelmente quer ir, não é?  Keely empurrou a cadeira, levantou-se e serviu-se de mais uma xícara de café. Suas mãos tremiam tanto, que ela derrubou um pouco no balcão. Enquanto pegava uma toalha de papel, disse:   Eu sou funcionária de Jack, Petra. Não estou interessada nele.   Ah, certo. E Britney Spears canta ao vivo. Dê um tempo, Keely, eu percebo o que está acontecendo. Você e Jack, vivendo aqui, sozinhos, com apenas Candy de acompanhante? Estou lhe dizendo, menina, que Sadie e Mitzi já estão imaginando um romance para lá de tórrido acontecendo entre vocês dois. Não que isso seja ruim. Elas são vas, precisam de alguma coisa para manter o sangue correndo nas veias.   Sua professora a classifica como incorrigível nos relatórios?  perguntou

, corando.   Não, desde o jardim-de-infância. Depois que eu fiz uma réplica do Memorial d Lincoln na primeira série com palitos de dente e bolas de algodão, eles simplesmente começaram a dizer que eu era superdotada e fingiram que não havia sido eu quem colara chiclete nos cabelos de Jenny Arburto. Eles ficaram muito perturbados por eu não gostar de matemática, apesar de eu não ser uma má aluna. Geralmente, as crianças-pio são verdadeiros gênios matemáticos, sabe? Eu? Eu sou mais eclética. Talvez seja de popósito. Alguma imaturidade latente que eu não superei, mas não sei bem ao certo. É porisso que eu vou abandonar o curso de Artes e começar Psicologia no semestre que vem.  Inteligência e dinheiro do papai são coisas que podem levála a qualquer lugar.  Petra abriu o bloco de anotações de Keely e começou a examinar os esboços feit

s para cada cômodo.   São bons  disse ela.  Muito completos. Tudo bonitinho, detalhado, nada difis de decifrar. Tudo o que você comprou está marcado, não?! Aqui está indicado exatamene onde cada móvel deve ser colocado. Eu sou capaz de fazer isso e de dizer ao pessoal da entrega onde colocar as coisas. Por que você não vai ver seu namorado se exercitar?   Não... Eu não poderia  Keely respondeu, erguendo os olhos para o relógio. O e meia.  Quero dizer, ele não chegou a me convidar e...   É. Eu já sabia... Você não é de nada, Keel. Não é preciso ser um prodígio pa isso.

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   Obrigada. É bom saber que sou transparente.  Keely meneou a cabeça.  Mas, uma forma ou de outra, duvido que ele queira platéia.  Mas Petra nem estava ouvindo. Ela jogou Mary Margaret no colo de Keelye disse:   Acho que ela sujou a fralda. É melhor trocá-la antes de você ir. Candy e eu emos um passeio ontem naquele carrinho que tem rodas imensas. Ele é perfeito paraandar na grama.   Eu... eu devo levar Mary Margaret comigo? Petra deu de ombros.   Eu levaria. É uma simples questão de lógica: ele não vai poder jogar a bola você, se você estiver segurando a criança, certo?   Certo  disse Keely, endireitando os ombros.  E eu gostaria que Mary Margaret conhecesse seu primo, Tim. Seria bom, não seria?  Petra sorriu, mostrando uma fileira de dentes perfeitos por baixo do batom vermelho-sangue, uma melhora considerável depois do batom verde do dia anterior.   Bem, eu usaria qualquer desculpa que funcionasse.  Jack havia levantado, tomado banho e saído de casa antes mesmo de o sol nascer. Havia colocado a luva, uma base de lançamento de borracha para o caso de aescola ter removido a sua no intervalo entre os jogos e um saco de bolas no porta-malas do carro. A luva estava numa bolsa de couro, junto com uma reserva, de resina, mas o peso maior era do aperto que sentia no peito.  Havia decidido tomar café da manhã em um restaurante próximo e se arrependera quase no mesmo instante. Quase tanto quanto se arrependera das três xícaras de café que bebera enquanto esperava o sol nascer para poder pegar o carro e partir para

o campo.  Sua mente estava um caos. Como podia pensar em sua performance quando tudo o que via quando fechava os olhos era Keely, em pé, no corredor, com os cabelos escuros e soltos e as pernas mais longas que ele já vira, olhando-o com compaixãonos olhos?  Ele se acomodou no banco do carro esporte, recostou a cabeça para trás e suspirou. Já vira muitas emoções diferentes nos olhos de muitas mulheres bonitas, mas nunca antes vira compaixão.  Será que ele era digno de pena? Não! Pena era o último sentimento que merecia. Era Jack Trehan, o principal lançador destro dos New York Yankees, isso sim!  Era.  Jack massageou o ombro direito com a mão esquerda. Havia uma dor o incomodando, uma dor que não deixara de incomodar desde que ele recomeçara os treinos, mas

 até aí, ele não era o único que tivera de fazer lançamentos sentindo dor. A dor fazia te do jogo.  Tudo fazia parte do jogo. A dor, a vontade de vencer, Candy, Keely, a casa... Jack mal podia acreditar nos próprios pensamentos. Teria de contratar um terapeuta motivacional para si. Por que não ia simplesmente para casa e desistia detudo de uma vez?  Praguejando baixinho, Jack abriu a porta do carro e saiu. O sol havia nascido, o céu estava azul e havia uma brisa suave soprando no estacionamento vazio. De algum ponto distante na direção do campo, ele ouviu um cortador de grama, mas tirando isso, estava sozinho. O campo de beisebol ficava nos fundos do câmpus, de forma que ninguém o reconheceria da rua.  Ele abriu o porta-malas do carro, apoiou-se no pára-lama e trocou os sapatos. Então, pegou o resto do equipamento e foi para o gramado. Deixou as coisas pe

rto do banco na linha da primeira base e deu início a sua série habitual de exercícios.  Tudo havia começado ali para ele e Tim. Os dois jogavam há anos, mas aquele era o campo dos sonhos, o lugar onde todos os olheiros das universidades, e até alguns das ligas principais, haviam comparecido para ver os gêmeos Trehan jogar. Adupla perfeita. Irmão lançando para irmão.  Exceto pelos treinos de verão e por alguns jogos entre as ligas em que haviam se enfrentado em times diferentes, os dois não jogavam juntos desde a faculdade.  Mas tudo começara ali. E se tivesse que terminar ali, talvez aquilo torna

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sse o adeus final um pouco mais razoável.  Jack verificou a base, posicionando a borracha no lugar e então tirou umpouco da sujeira, deixando a base do jeito que mais gostava. Chegou até a ajoelhar-se, para nivelar o monte de barro, jogando algumas pedras para o interior do campo. O tempo estava passando. Finalmente, estava pronto. Lentamente, Jack se levantou e, quando olhou para trás, viu o irmão, completamente uniformizado, com a luva embaixo do braço e o capacete protetor levantado acima da cabeça.  Será que ele próprio já tivera aquela aparência, tão à vontade dentro de si meEle e Tim eram muito parecidos na compleição física, apesar de Tim ter as pernas maismusculosas depois de anos se abaixando e se levantando na posição de apanhador. Mas, tirando isso, olhar para Tim era muito parecido com olhar no espelho.   Ei, irmão, que grande dia para lançar e apanhar, hein?!  Tim Trehan brincou aproximando-se da base.   Você veio cedo  disse Jack, limpando o barro e a areia das mãos para aperta a mão de Tim.  Obrigado por ter vindo.  Tim sorriu, fazendo com que pequenas rugas se formassem na lateral dosolhos, deixando o rosto bronzeado ainda mais bonito.   Ora, era o mínimo que eu poderia fazer. O que me custava depois de ter jogado ontem, tomado um vôo longo, guiado até aqui? Depois, eu só preciso voltar para aFiladélfia e chegar a tempo para o jogo desta noite. Mas entre irmãos, isso não é nada  Certo. Pode jogar na minha cara. Fico lhe devendo uma Jack contemporizou, enquanto os dois se esforçavam para conversar sem abordar a questão do braço de Jack.  Ei!  disse ele, um momento depois.  Você se lembra daquele jogo com Northampton emnosso último ano? Aquele canhoto imenso... como era o nome dele? Eu arremessei uma

 bola dura para ele e ele jogou-a direto em seu pescoço, bem embaixo de seu capacete. Você desabou como uma pedra.   É. Boas lembranças...  Tim aquiesceu, com um sorriso amarelo, não muito divido.  Agora, que tal falarmos de como ele rebateu seu arremesso seguinte para alémde Doyle, na terceira base, fazendo o ponto da vitória?   Eu não me lembro dessa parte  disse Jack, apesar de se lembrar. Havia ficado tão aterrorizado quando Tim caíra e desmaiara, que certamente não se concentrara para o lançamento seguinte.   Mas nós éramos bons  Tim assegurou, suspirando e virando-se para olhar o capo.  Nossa, esse lugar está cheio de lembranças. Nós praticamente vivemos aqui, desde  jardim-de-infância até a formatura. Você se lembra de quando eu subi naquela árvore nointervalo? A sra. Liddy gritou tanto que eu caí e quebrei a rótula.  Jack inclinou-se e pegou a luva.

   Eu me lembro. Cerca de um mês depois, bati com a bicicleta numa árvore e quebrei a rótula direita. Você quebrou a esquerda. Mamãe achou que tivéssemos combinado.   Sim, como combinamos todo o resto. Você fez seu primeiro touchdown naquele campo ali, e mais tarde, na mesma noite, fez mais um, se bem me lembro, com uma tal de Susie Lábios de Mel Williams. Jack riu com a lembrança.   Eu menti. Não passei nem da linha das vinte jardas com Susie.   Ora, é mesmo?! Bem, então eu acho que é hora de confessar que também não me  bem com Mindy Frett algumas semanas depois, apesar do que disse na época.   Você mentiu?!  Jack exclamou, arregalando os olhos para o irmão.   Ah, não faça essa cara de espanto. Você se lembra de como éramos. Se um de nzia uma coisa, o outro fazia o mesmo logo em seguida. Você disse que havia pontuado com Susie. O que mais eu poderia fazer? Se bem que eu devia ter desconfiado, não é?

   É. Bem, dê graças a Deus por não estar seguindo o mesmo caminho que eu nessemento  disse Jack, interrompendo as recordações.  Que tal nos aquecermos antes de o oheiro chegar?   Ótima idéia  Tini concordou, virando-se ao mesmo tempo que baixava o capacee. No momento seguinte, parou.  Epa! Morena aproximando-se pela direita. Não se preocupe, ela está com uma criança. Bem, eu tenho mesmo que voltar para o estádio às duas  Jack olhou para além da terceira base e avistou Keely ali, empurrando Candy no carrinho.   Droga  murmurou por entre os dentes, desviando os olhos antes que ela resolvesse acenar.  O que ela está fazendo aqui?

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  Tini ergueu novamente o capacete.   Você a conhece?  Jack bateu com a luva na coxa, tentando imaginar o quanto poderia contar a Tim e quanto o irmão concluiria por conta própria.   Ela é minha decoradora de interiores, Keely McBride. Se eu vou morar aqui, preciso ter alguns móveis naquele celeiro que comprei.   Interessante. E aquela criança é dela?   Não. Candy não é dela. É de Cecily e eu estou bancando a babá. Olhe, é uma lstória e o olheiro vai estar aqui a qualquer momento. Eu preciso me aquecer.   Bancando a babá, hein?  Tim falou, olhando para Keely e novamente para Jack.  Ah, prometa que vai me contar essa, meu irmão.  Jack assentiu e Tim foi novamente para a marca e se abaixou atrás dela.   Devagar e sempre, Jack  gritou ele, batendo com a mão na luva imensa.  Façs primeiros arremessos apenas para soltar a musculatura, antes de tentar algo mais forte.  Jack fez um movimento rotativo com os ombros, fingindo não perceber os olhos de Keely nele, e subiu na borracha. Então, esqueceu-a. Esqueceu todo o resto,menos a bola na mão e a luva na mão do irmão.  Tim sempre adorara falar em campo. Era incansável e naquela manhã estava particularmente inspirado. Enquanto Jack lançava, Tim não parou um minuto de falar, como numa conversa maluca, sem interlocutor.  Jack estava suado e cansado, mas sentia-se bem. Estava de volta ao campo, com seu irmão apanhando. Estava com o saco de resina na mão, o lançamento seguinteem mente. Aquela última bola curva havia saído exatamente como esperado, aterrissand

o precisamente atrás da linha. Como adorava aquela bola curva!  Era bom. Era bom demais estar em campo novamente.  Depois de cerca de quarenta arremessos, o que não estava bem era seu braço. Estava morto, pendurado e seus lançamentos também começavam a perder vigor, tornando-se presas perfeitas para qualquer rebatedor medianamente habilidoso.  Jack pegou a bola que Tim devolveu, tirou o boné, enxugou o suor da testa e ficou esperando Tim aproximar-se para falar-lhe.   Como está o braço?   Dói como o diabo  admitiu Jack, apesar de ter feito o comentário num tom be baixo, porque o olheiro chegara cerca de dez minutos antes e estava atrás de umadas bases, com um marcador de velocidade dos lançamentos em mãos.  Ele falou a velocidade desse último arremesso?   Oitenta e sete  disse Tim, assentindo.  Nada mau, Jack, mas se é o melhor

ue pode fazer, acho que está encrencado. E tente baixá-los um pouquinho. Você está lanço muito alto.  Ciente de que sua média de velocidade na última temporada havia sido de noventa e sete milhas por hora, Jack girou novamente o boné na cabeça, lutando contra o impulso de massagear o ombro direito.   Vamos variar um pouco.   Tem certeza? Ele já viu o bastante. Você está meio pálido, meu irmão.   Tenho certezarespondeu Jack, contraindo os lábios.   Vamos lá.  Meia hora depois, Jack reuniu-se ao olheiro na linha da primeira base.O olheiro falou, Jack ouviu.  Depois, Jack falou, o olheiro respondeu, os dois se cumprimentaram e se afastaram.

   E então? O que aconteceu?  perguntou Tim, carregando os protetores de peito e de pernas, com o capacete ainda na cabeça.   Ele me quer  disse Jack, ao mesmo tempo que Keely se aproximava, empurrando o carrinho de Candy. Ela parou a certa distância, suficientemente próxima para ouvir a conversa, mas não o bastante para ser apresentada.   Ele quer... Ora, Jack, mas isso é ótimo! Ótimo!  exclamou Tim, conseguindo onder quase totalmente o tom de incredulidade da voz.  E o que você disse a ele?   Disse que vou pensar  respondeu Jack, olhando para Keely, que estava com os olhos baixos para os próprios pés.   Aí, ele me disse que enquanto eu penso, e que era melhor não pensar demais,

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 que soubesse que eles estavam comprando um nome e nada mais  Ele respirou fundoe deixou o ar escapar lentamente.  Aí, eu disse a ele para ir para o inferno, nós nos despedimos, eu ensinei a ele o melhor caminho para o aeroporto e foi isso.  Naquele momento Keely ergueu a cabeça, e Jack viu as lágrimas nos olhos dela, lágrimas que ela procurou disfarçar, inclinando-se rapidamente para pegar Candy e uma chupeta no bolso da camisa.  Jack foi até o banco e pegou a sacola. Tim o seguiu.   Você tem uma bolsa de gelo aí?  perguntou Tim.  Procure pôr esse ombro no o quanto antes, antes que piore.  Jack abriu a sacola e tirou uma bolsa de gelo descartável, ativada por pressão, e colocou-a no ombro.   Eu fui tão mal assim, Tim?   É claro que não  assegurou o irmão, pegando a sacola de Jack e erguendo-a. arremesso dirigido estava razoável e você ainda acerta umas bolas boas quando está focado, mas sua bola rápida já era, Jack. Já era mesmo. Além disso, suas bolas curvas estaltas demais.   É. Eu sei  Jack falou olhando mais uma vez para Keely.  Deus, como eu amo quela bola curva. Lembro da primeira vez que papai disse que eu já tinha idade suficiente e que me deixou lançar uma. Foi como uma mágica, Tim. Uma mágica...   Você vai ficar bem?  Jack forçou-se a voltar à realidade de que agora estava tudo acabado. Definitivamente acabado.   Claro, Tim. Eu vou ficar bem. No fundo, eu já sabia. Só não podia, ou não qua, admitir  Ele correu os olhos pelo campo e suspirou.  Eu comecei aqui, vou termi

nar aqui  disse, forçando um sorriso.  É uma pena que não haja um poeta por aqui paraortalizar este belo momento em versos, não é?   Desde que ele não começasse com aqui jaz Jack...  Tim recuou três passos m sinal para que Jack o seguisse.  Venha. Quero conhecer sua decoradora de interiores e depois você pode me contar por que ficou com a filha de Cecily. Aliás, comece contando por que Cecily teve uma filha.   Eu gosto de seu irmão  disse Keely, enquanto Mary Margaret dormia no assento, e ela e Jack terminavam o que restara do cozido de carne. Ela sabia que fazia um cozido excelente, mas ainda não aprendera a fazer uma quantidade que não fossesuficiente para alimentar um pequeno exército.   Hum  respondeu Jack, servindo-se de mais um pedaço de pão com manteiga.  Keely olhou-o, tentando concluir se aquilo era uma evolução sobre o silênciomortal que o invadira desde que a apresentara a Tim, pegara a sacola que o irmão s

egurava, girara sobre os calcanhares e os deixara ali, simplesmente.  Eram cinco horas da tarde e era a primeira vez que o via desde então, e considerando os esforços que Jack estava fazendo para manter a boca cheia de comida, ele claramente não estava disposto a falar.  Tudo bem. Ela falaria por ele.   Sim, eu gostei mesmo dele. Nós almoçamos juntos mais cedo, sabe? Antes de ele ir para a Filadélfia. Foi por isso que eu servi o jantar tão cedo. Porque almocei cedo demais  Keely se repreendeu mentalmente, criticando-se por ser tão boba.  Eleme contou tudo sobre Cecily e o irmão dela, Joey, e até algumas histórias sobre vocês dis, quando eram crianças.  Jack serviu-se de mais um bocado do cozido e manteve a cabeça baixa em direção ao prato, para evitar olhá-la. Aliás, se abaixasse mais, poderia largar o garfo ecair de boca na comida.

   Aí, ele me perguntou se eu gostava de sexo selvagem e eu disse, claro, euadoro... Então, eu pedi a Petra para ficar com Mary Margaret e vou de carro para aFiladélfia hoje à noite, para encontrá-lo depois do jogo.  Um pouco mais tarde, enquanto limpava o arranjo do centro da mesa e o tampo de vidro, Keely constatou o poder de aderência do cozido quando lançado, ou melhor, cuspido, por um homem enquanto ele engasgava, tossia e depois, com um movimento brusco, jogava o garfo na mesa e saía, quase correndo, da cozinha.  Bem, o que eu deveria ter feito? Andado o dia todo na ponta dos pés, ficado de boca fechada e fingido não saber que Jack Trehan provavelmente estava vivendo um dos piores dias de sua vida? Talvez alguma outra pessoa tivesse agido assim

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, mas não ela.  Voltara para casa depois do almoço com Tim, esperando ver Jack na área dasgaragens, mas ele não havia voltado para casa.  Keely passara quase o dia todo andando pela casa com Petra, encantada com a nova mobília, ajeitando uma ou outra peça, planejando onde gostaria de colocarum grupo de quadros, ou um espelho, listando mentalmente os artistas que escolheria...  Havia deixado Petra pôr Mary Margaret para cochilar e aproveitara para terminar de escolher os tecidos das cortinas, forros e blackouts. Então, mandara umpedido urgente por fax para o fornecedor.  E olhara várias vezes pela janela. Várias. Mas Jack não havia voltado para casa.  Lá pelas três e meia, ela se acomodara no novo sofá no escritório e começara aganizar as fitas de vídeo que antes ficavam empilhadas ao lado da cadeira de Jack. Uma cadeira que, felizmente, agora havia sido banida para a garagem.  Todas as fitas haviam sido cuidadosamente etiquetadas à mão. Keely escolheu uma e colocou no videocassete. O rótulo dizia: Série Mundial. Jogo Seis.  Ela avançou rápido a maior parte do jogo, deixando para assistir apenas ostrechos em que Jack aparecia. Ele havia jogado divinamente naquele dia, estivera concentradíssimo, fizera três lançamentos indefensáveis e deixara o campo com um placa de cinco a dois em favor dos Yankees.   Enquanto o público aplaude Trehan de pé  dizia o comentarista , eu gostarie lembrar que esta talvez seja a última vez que vemos este grande lançador destro em um uniforme dos Yankees. Na próxima semana, Jack Trehan será submetido à segunda ciru

rgia no ombro direito.   Sim, Bill, é isso mesmo  completou outro comentarista, enquanto Keely observava Jack sair da área do banco e tirar o boné para saudar a multidão.  E isso me lemra algo que Dan Drysdale, outro grande jogador, disse há alguns anos. Eu anotei bem aqui. Drysdale disse: Um ombro lesado é como um câncer para um lançador e se o lançadr sofrer uma lesão grave, ele tem que encarar os fatos: acabou, neném. Para o bem de Jack Trehan, vamos torcer que não esteja tudo acabado, neném.  Naquele momento, Keely chorou ao ver Jack acenar para o público novamente, com uma expressão mais séria que sorridente e desaparecer pelos degraus da área do banco de reservas, pela última vez.  Então, ejetou a fita, fez o máximo que pôde para ignorar uma cujo rótulo dizia ESPN, Entrevista coletiva de despedida e guardou todas as fitas na gaveta da nova mesinha de apoio.

  Concluiu que Jack devia ter passado seu tempo desde a aposentadoria sentado naquele escritório, assistindo às mesmas fitas, incontáveis vezes. Por que ele simplesmente não enfiava uma estaca no olho? Não doeria mais que aquilo.  Keely espremeu o pano uma última vez e pendurou-o no suporte colocado aolado da pia.  Por que não o deixava em paz e sozinho? Ele merecia tempo para lamentar a perda da carreira, não? Quando voltara para a casa da tia Mary, Keely havia passado a primeira semana em casa, com seu pior pijama, comendo sorvete de creme direto do pote e sentindo a oleosidade se acumular em seus cabelos. Todo mundo merecia um tempo para lamentar um sonho perdido.  O fato é que, se tia Mary não tivesse intercedido, talvez ela continuasse sentada lá, de pijama. A tia lhe dera duas alternativas: resolver a vida ou ir embora, porque a partir da segunda-feira seguinte, passaria a cobrar aluguel da sobr

inha.  Ninguém estava dizendo nada a Jack Trehan. Ele havia ganhado dinheiro suficiente para ficar sentado no sofá o resto da vida, assistindo a velhas fitas de videocassete e lamentando-se. Não que aquilo fosse problema dela. Keely tinha uma casa para redecorar e uma carreira em Manhattan para ressuscitar. Mas Mary Margaret merecia mais. Talvez a história do Japão tivesse saído de cena, mas Jack ainda tinha de se lembrar que era o responsável pelo bem-estar da prima.  Certamente, Cecily não era a melhor pessoa. Não depois do que Keely ouvirade Tim sobre a prima volúvel e irresponsável. E, definitivamente, Joey Morretti seria uma má escolha. Ele parecia ter tanto cérebro quanto um pé de alface. Não importava s

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 Cecily finalmente voltasse para casa, não seria certo restituir a ela a custódia de Mary Margaret e o controle sobre o futuro da criança.  Keely sabia disso muito bem. Agora, precisava fazer Jack enxergar... tudo isso enquanto tentava não se envolver, nem com Mary Margaret nem, principalmente, com Jack.  Quando o sol começou a se pôr, Jack guardou seu equipamento. Depois do jantar, limpou as luvas e os protetores e enfiou a sacola em uma prateleira na garagem.  Talvez algum dia, pegasse aquela luva e a imortalizasse dentro de uma embalagem acrílica ou de algo igualmente estúpido. Aí, poderia colocá-la em uma prateleia do escritório, junto com seus troféus, placas, uniformes, algumas bolas e o que tivesse restado no apartamento de Manhattan. E, então, ficaria ali, com uma cervejana mão, falando sobre os bons e velhos tempos com um punhado de amigos reunidos para assistir ao jogo na televisão.  Mas ainda não.  Apesar de tudo, Jack estava se sentindo bem. Era incrível, mais que chocante, mas ele realmente estava se sentindo bem. Havia feito o melhor que podia enão tinha dado certo.  Portanto, tudo bem. Havia acabado. Tivera uma boa carreira. Uma ótima carreira.  Ia ficar bem. Assim que ligasse para Mort.  Jack pegou o telefone celular do banco da frente do carro e ligou parao celular do agente.   O que foi?  gritou Mort ao telefone, alguns momentos depois. Para Mort,

os telefones celulares eram apenas latas, com fios longos e invisíveis interligando-as e, para fazer-se ouvir, era preciso gritar.   Mort, sou eu, Jack.   Eu não vou falar com você, garoto  disse Mort Mortimer, contradizendo-se nosegundo seguinte.  Você desistiu? Você não deve desistir das coisas, rapaz. Eu desiss coisas e depois deixo o responsável pela oferta agonizar um pouco, até ele voltarcom um número melhor. Aí, nós aceitamos. E eu só estou falando com você porque eles já ram. Cinco milhões por dois anos. Sei que não é muito, mas é melhor do que eu havia imainado. Mais um bônus de contrato e outro se você ajudá-los a se classificar para o campeonato deles. Eles gritaram, berraram, gemeram e grunhiram, mas eu continuei apertando-os até conseguir. Seu contrato com os Yankees termina em julho; portanto,não há problema algum. Agora, tudo o que precisamos fazer é ler os contratos e dizer Sayonara, tio Sam; olá, Tóquio.

   Eu não quero  disse Jack ao agente, ao mesmo tempo que batia a porta do carro e começava a subir pelo caminho que levava até a casa. O sol iluminava toda a parte dos fundos, reluzindo sobre a água da piscina. Uma boa parte da humanidade daria qualquer coisa para viver naquela casa. Droga, ele próprio dera seu braço direito ara viver ali.   Jack? Jack?  Jack afastou o fone da orelha, Mort estava realmente berrando.  Jack, não estou ouvindo isso. Quero dizer, não é possível que tenha ouvido, é? Jaocê não pode desistir disso! Ninguém desiste de cinco milhões de dólares. Droga, Jack.ale comigo!  - Vejo-o no Arizona, na próxima semana, Mort. Passe um fax com os assuntos particulares que chegarem. Ah, quanto ao Corvette, eu quero um vermelho.  com isso, Jack desligou o telefone e continuou andando. 

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Capítulo IX 

Eu soube quando minha carreira terminou.  Em 1965, meu cartão de beisebol veio sem foto.  Bob Uecker  No fim, o instinto de autopreservação de Keely levou a melhor sobre seu desejo de ir atrás de Jack Trehan, sentá-lo, amarrá-lo, se necessário, e dizer que entendi como ele se sentia. Ela entendia e lamentava, mas agora ele tinha que parar depensar na carreira perdida e começar a pensar no futuro. E em Mary Margaret.  Assim, Keely deu a ele um fim de semana. Jack não sabia do prazo, mas Keely estava se sentindo verdadeiramente magnânima com seu gesto. Não lhe ocorrera quenão estava em posição de dar nada a ele, ou que não tinha o direito de se meter.  Aliás, teria ficado impressionada se alguém tivesse dito que ela era autoritária e que estava interferindo. Ela simplesmente era do tipo de pessoa que, quando achava que estava certa, simplesmente concluía que o resto do mundo sabia do fato.  Assim, agindo sob esse espírito maravilhosamente generoso, Keely fez grandes refeições, manteve-se ocupada com Mary Margaret, e ficou longe do escritório durante todo o tempo no domingo, enquanto Jack passeava pelos canais, provavelmente baixando seu QI em vários pontos enquanto assistia à ESPN, depois a seis jogos difere

ntes de beisebol, depois à ESPN novamente, desde de manhã até a meia-noite.  Mas, na segunda-feira pela manhã, o tempo dele havia se esgotado, de forma que Keely entregou Mary Margaret a Petra e foi atrás de Jack, que estava nadando na piscina.  E quase perdeu a coragem, a determinação e, ainda que temporariamente, a capacidade de lembrar do próprio nome.  Ele saiu da piscina, com o sol refletindo em sua pele úmida e bronzeada,brilhando nos pêlos escuros que cobriam seus braços e pernas e seu abdômen reto e musculoso. Ombros e peito largos, quadris estreitos, a silhueta alta, seca e musculosa de um jogador.  Os cabelos quase negros pareciam ainda mais escuros quando molhados e colados à cabeça bem formada, realçando os magníficos planos do rosto, o nariz absolutamnte perfeito, as sobrancelhas e o queixo. Até os pés descalços eram sensuais.

  Ele não a viu. Apenas ergueu as mãos e passou os dedos pelos cabelos, paraarrumá-los. O que poderia ser pior para o equilíbrio de Keely? Os cabelos de Jack penteados para trás ou desordenadamente cacheados em volta do rosto? Então, ele se virou, inclinou-se para a frente para pegar a toalha e Keely foi premiada com a primeira visão do quadril de Jack Trehan em traje de banho.  Devia haver uma lei contra quadril de Jack Trehan em traje de banho.  Ainda assim, fora até ali para falar com ele e era exatamente o que faria. Diria algumas verdades a ele, o chamaria à responsabilidade.  Tudo isso era importante. Mas talvez ela devesse ir com calma.   Olá  disse ela, estremecendo por dentro. Seu tom de voz estava animado e alegre demais. Aliás, se ficasse um pouco mais alto, acabaria atraindo os cachorros.  Quero dizer, bom dia, Jack. Como... como está a água?  Ele enxugou a cabeça na toalha e enrolou-a nos ombros.

   Molhada. Qual é o problema? Parece que você está corada.   Quem? Eu? Não, não  disse Keely, recuando um passo quando Jack se aproximou Ele estava suficientemente perto para que ela sentisse o cheiro de cloro que emanava da pele bronzeada e pudesse contar as partículas de água do peito.   Você quer falar comigo, certo?  perguntou ele, aproximando-se ainda mais e obrigando Keely a recuar mais um passo.  Você foi uma boa menina durante todo o fim de semana, mas está morrendo de vontade de falar comigo, não está? Você quer me ofereer suas condolências, dizer o quanto lamenta que minha carreira de jogador estejaacabada, que daqui para a frente tudo o que me resta é o resto de minha vida, semnada para preenchê-la. Melhor ainda, você sabe de um jeito para preenchê-la, não é, Kee

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 Eu posso ocupá-la com Candy, criando Candy.  Ele inclinou a cabeça para um lado e olhou-a.   Como estou indo até agora?  Keely umedeceu os lábios, evitando o olhar dele.   Bem... na verdade... quero dizer...  Ela fechou a boca e contou até três.   disse, recomeçando, dessa vez, guiada apenas pela raiva.  Qual é o problema? Você ttempo, tem dinheiro, tem essa casa. Por que não ficar com Mary Mar... com Candy?  Ele ergueu as sobrancelhas, sorrindo.   Eu lhe disse que Mary Margaret era um nome muito grande para ela por enquanto. Você precisa dar a ela tempo para crescer. Mas falaremos nisso depois. Por enquanto, falemos sobre como eu devo cuidar dela, está bem? Quero dizer, você está se candidatando a outro emprego aqui, Keely? E, se estiver, que emprego seria esse? Babá? Babá vitalícia?   Isso não tem nada a ver comigo!  protestou Keely, desejando acreditar na própria negação.  Eu vou voltar para Manhattan, lembra-se?  Então estremeceu porque nãuito diplomático mencionar sua própria volta, pouco tempo depois de Jack ter pedidoa chance de fazer o mesmo.  Ah, Jack...  disse ela, estendendo a mão para tocálo no baço ainda úmido.  Eu sinto muito. Eu não devia... quero dizer, isso foi péssimo.  Jack meneou a cabeça, rindo.   Você acha que consegue, não é? Você realmente acha que pode voltar. Você nãouiu da primeira vez. O que a faz crer que desta vez será mais fácil?   Nada  admitiu Keely, baixinho. Aquela conversa não estava levando nem perto de onde ela queria ir. Ainda assim, era melhor que Jack acreditasse que ela nãoqueria nada além de voltar a Manhattan. Era mais seguro para ela própria acreditar q

ue tudo o que queria era voltar para Manhattan, mesmo que sua principal razão para fazê-lo continuasse sendo a vontade de fazer Gregory Fontaine engolir as próprias palavras.  Keely gostaria de pensar que seus motivos eram mais nobres ou que ainda sentia o desejo ardente de se dar bem na grande cidade, ser uma mulher de carreira, mostrar para tia Mary que era capaz de ser bem-sucedida.  Nenhuma dessas razões era nobre, mas eram tudo o que Keely desejava naquele momento. Aquilo, e um desejo quase insuportável de tocar os cachos úmidos e desalinhados de Jack. Daria metade de sua comissão para sentir-se livre para fazer um gesto tão íntimo.   Mas você tem que tentar, não é?  alfinetou Jack, enquanto Keely se perdia nonfusão que seu pensamento racional havia se tornado desde que Jack Trehan entrara em sua vida.

   Sim  disse ela, pegando a deixa lançada por ele.  Eu tenho que tentar, Jac. Você, mais do que qualquer pessoa, sabe que eu tenho que tentar.  Algo passou pelo rosto de Jack, uma espécie de... nuvem. Keely ficou observando-o enquanto ele se livrava da toalha e jogava-a numa espreguiçadeira perto da piscina.   É. Acho que é isso que você tem que fazer, já que não quer fazer nenhuma outisa. Eu não a culpo. Então, ele se virou e voltou para a piscina, deixando Keely pensando no que havia acabado de acontecer... ou não.  Keely apoiou o telefone entre a orelha e o ombro e começou a examinar a pilha de correspondência acumulada, enquanto o telefone tocava em Atenas, no hotelem que a tia estava. Conta, conta, conta, circular, conta, conta, carta de Gregory, conta, conta... Carta de Gregory?  Ela pegou o abridor de cartas antigo que a tia mantinha sobre a escriva

ninha, no exato momento em que Mary McBride atendeu.   Alô? Alô? Quem quer que seja, você fala inglês?   Olá, tia Mary  disse Keely, baixando o abridor, mas sem parar de virar o envelope nas mãos, como se buscasse uma espécie de visão de raio X para enxergar o quehavia ali dentro.  Estou retornando sua ligação.   Minhas seis ligações, você quer dizer  disparou a tia, a quilômetros de dis  Por onde você tem andado? Está tudo bem com a loja? A mesa da biblioteca da sra. Morgan chegou bem?   Está tudo bem, tia Mary. E a mesa da biblioteca foi entregue há duas semanas, lembra? Como está a Grécia?

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  Keely ouviu o suspiro do outro lado da linha. Então, aguardou pacientemente o monólogo de cerca de cinco minutos da tia, até não poder mais se conter e abrir o envelope.  Enquanto a tia falava, ela leu:  Querida Keely,  Você não retornou nenhum de meus recados telefônicos e eu não a culpo. Fui um orco, não? Bem, mas chegou a hora de compensá-la por tudo, querida. Eu acabo de saber sobre um espacinho maravilhoso no Village, Perfeito para sua loja, e o aluguel é perfeito para você.  O proprietário me disse que os inquilinos desocuparão o imóvel no dia primeiro de agosto, quando então ele fará uma pequena reforma, sem minha orientação, o que é upena. É preciso fazer uma dedetização, mas você não deve se preocupar com isso. Afinal contas, Nova York é a cidade onde os homens são homens e as baratas são onipresentes.Estou mandando o cartão dele para você poder entrar em contato. Eu disse que ele deveria aguardar uma ligação sua.  Boa sorte, minha querida. Shavonna e eu estamos indo para Paris, para fazer compras, e eu vou voltar, no mínimo, depois de um mês. Lembra-se de Paris, Keely? Ah... nós sempre recordaremos Paris...  Gregory   Keely? Keely, você está aí? Malditos telefones!   Hein? Como? Ah, sim. Estou aqui, tia Mary  disse Keely, sem tirar os olhos da carta.  Parece... parece tudo tão maravilhoso.   Reclamações de turista parecem maravilhosas? O pobre homem engoliu tantos remédios, que eu duvido que ele volte a ser capaz de... bem, deixe para lá. Deixaremo

s Atenas amanhã, Keely, para a última parte de nosso cruzeiro. Assim, não vamos conseguir nos falar por um tempinho. Pelo amor de Deus, menina, não deixe a casa cair. Apenas termine o que você esteja fazendo e ponha uma placa de fechado até voltarmos.  - E quando será isso, tia Mary? Eu pensei que a sra. voltasse já na próxima smana.   Keely, se fizer direito, uma pessoa só tem uma chance na vida de fazer uma viagem de lua-de-mel. Estamos viajando de navio, visitando lugares e talvez paremos em Paris ou em Roma a caminho de casa. Estou indo com a maré, como me lembro de tê-la ouvido dizer uma vez. É maravilhoso! Está bem, agora eu preciso desligar. Osol está se pondo e a vista de nossa varanda é de tirar o fôlego.  Keely ficou segurando o telefone sem sinal por alguns momentos, antes de recolocá-lo no gancho e afundar na cadeira da escrivaninha. Paris. Todos estavam indo para Paris. E para onde ela estava indo?

  Lugar nenhum. Quer continuasse ali, quer voltasse para Manhattan, desde que segurara Candy no colo pela primeira vez e que se sentara à mesa diante de Jack, ela tinha a terrível sensação de que não estava indo a absolutamente lugar nenhum.  que era uma grande pena, já que agora sabia exatamente onde gostaria de estar.  Ela se levantou, amassou a carta e jogou-a no lixo. Então, foi para seu quarto no andar de cima e separou mais algumas roupas para levar para a casa de Jack. Jogou fora os jornais velhos, apagou as mensagens da secretária eletrônica semnem mesmo ouvir os recados de Gregory e fechou todas as persianas para que o sol não desbotasse os tapetes azuis de sua tia.  Na cozinha, jogou um resto de leite velho na pia, livrou-se de meio pacote de pão embolorado e reuniu o lixo para ser recolhido na manhã seguinte.  Finalmente, pendurou a placa de fechado na porta da frente da loja.  E foi até o carro antes de voltar-se, entrar de novo, pegar a carta amass

ada no cesto de lixo, jogá-la dentro da bolsa para finalmente voltar para Whitehall.  Quando chegou, encontrou um bilhete de Petra na mesa da cozinha, escrito em espanhol, de forma que tudo o que Keely conseguiu entender foi que Petra fora ao dentista e que Jack estava bancando o cuidaninos de bebê.  Jack estava bancando a babá para o bebê?  Keely entrou em pânico no mesmo instante. Onde? Onde estaria Jack? Onde estaria o bebê? Correu para o andar de cima. Nada de Jack, nem de Candy. Voltou correndo para baixo. Nada.  Então, parou, meneou a cabeça e percebeu que estava entrando em pânico quando

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e finalmente soltou um grito que poderia ser ouvido até as cavernas isoladas do Tibete.   Está tudo bem, querida. Tudo bem  acalmou Jack, aflito, enxugando o rostinho dela, penteando os cachinhos claros para longe da testa. Seu coração estava batendo com tanta força, que Jack conseguia ouvi-lo ecoando nos ouvidos.  Você só escorrego de minha mão um segundinho, nada mais. Ora, vamos lá, Candy, por favor, pare. A tia Advogada do Diabo vai voltar a qualquer momento e se o primo Jack tiver que ouvi-la dizer eu não disse?, você provavelmente só voltará a essa piscina quando tiver deis anos.  Candy chorou por mais alguns minutos até que foi parando aos poucos, enquanto Jack massageava sua barriguinha e deixava que ela colocasse a mãozinha na boca.  - Ah, está vendo? Assim é muito melhor  disse Jack, falando baixinho para aclmá-la.  E agora está melhor ainda, obrigado. Veja, Candy. É só água  Ele afundou a me jogou no próprio rosto.  Está vendo? É só água. Agora é sua vez.  Ele pegou a mãozinha de Candy, mergulhou-a na água e então ajudou-a a jogar em seu rosto, fazendo uma expressão chocada, em seguida.   Muito bem  disse, enquanto Candy se inclinava, enfiava metade dos bracinhos na água e jogava em Jack novamente.  Era incrível como ele gostava da sensação de ter aquela criança nos braços. A e macia e suave, o baixo peso quase anulado pela densidade da água, as dobrinhas...  E ela era inteligente. Ah, Candy era brilhante! Aprendera a brincadeira de jogar água num piscar de olhos. Evidentemente, ela não sofrera a influência dos g

enes dos Morretti e herdara a carga genética da parte Trehan da família.  Jack ouviu a porta dos fundos se abrir e ficou observando Keely caminhar para a área da piscina, sem nem se dar conta dos dedinhos de Candy que se enfiavam, mais uma vez, em suas gengivas. Afinal, estava de boca aberta. O que se passara com sua cabeça na última semana?  Ele sabia que Keely McBride era bonita, já havia reparado em suas pernaslongas, nos cabelos escuros e sedosos na altura dos ombros, na forma como ela costumava usá-los soltos ou presos na nuca, tentando parecer professoral. Já sabia que podia se sentir atraído por ela, que já se sentia atraído por ela.  Mas Keely McBride em trajes de banho foi uma revelação para ele. Ela andava com as costas retas, o queixo erguido, os braços se movendo suavemente ao lado do corpo. E a pele! Tão incrivelmente branca contra o tecido azul-marinho do maiô.  De repente, a mente de Jack ficou inundada pelos hormônios. A curva dos s

eios dela. O comprimento impressionante das pernas. O diâmetro reduzido da cintura. A curva dos quadris. O conjunto completo. Jack foi para a parte mais funda dapiscina, torcendo para a água estar mais fria lá.   Você parece...  começou ele, quando Keely parou no segundo degrau da piscin, com a água um pouco acima dos tornozelos.   Branca como um bicho de goiaba. Eu sei  disse ela, ao mesmo tempo que Jack perdia a linha de raciocínio. Incrível. Estava prestes a perder a cabeça.  Segundo s especialistas, eu vou ser muito feliz quando tiver noventa anos e a melhor pele do asilo para idosos. Por enquanto, preciso me proteger muito do sol porque, senão, me queimo terrivelmente. Parece até que passei a vida toda em uma caverna.   Petra passou protetor solar em Candy antes de ir ao dentista  disse Jack, ridiculamente ansioso para marcar pontos com Keely.  Eu... eu pedi para ela passar.

  Keely desceu mais dois degraus, inclinou a cabeça e olhou para ele, desconfiada.   Ah, está bem. Foi Petra quem teve a idéia. Eu nem imaginava. Mas você não pome culpar por tentar.   Você se incomoda se eu nadar um pouco para me aquecer?  perguntou ela, mergulhando em seguida para o centro da piscina, sem esperar uma resposta.   Será que você sabe dizer pergunta retórica, Candy?  perguntou Jack a Candanto os dois observaram Keely deslizar em silêncio pela água.  Porque é isso que a tiaKeely faz, perguntas retóricas... do tipo que não exige resposta, pelo menos para ela.

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  Candy riu e bateu as mãozinhas na superfície da água.   É. Eu sei. Você gosta dela. Eu também gosto. De certa forma. Então, o que va fazer com isso, hein?  Keely atravessou a piscina duas vezes antes de parar na frente de Jacke Candy e estender os braços. Felizmente, dessa vez a menina desvencilhou-se de Jack e foi para os braços de Keely.   Ah, ela é deliciosa  disse Keely, com os grandes olhos castanhos brilhando de prazer ao sentir os bracinhos úmidos e macios de Candy em volta de seu pescoço.  Você está se divertindo, querida?  perguntou, enquanto Keely pressionava a testinha na face de Keely.  Jack simplesmente ficou ali, com água pela cintura, olhando-as. Duas mocinhas. As duas com os cabelos escurecidos pela água, mas já deixando entrever algunscachos. Keely mergulhou na piscina, de forma que apenas a cabeça das duas ficou visível, apoiou os braços sob as axilas de Candy e lentamente começou a girar. Jack se lembrava muito bem de ter feito uma brincadeira parecida com o pai, girando loucamente com Tim na piscina da escola pública.  Enquanto isso, a mãe ficava na borda, gritando o tempo todo:   Frank, segure-os! Frank, você vai afogar esses meninos! Jack sorriu e meneou a cabeça. Lembranças...   Aqui. Deixe-me fazer isso  disse ele, pegando Candy pelas mãos, apoiando-a no joelho curvado e puxando-a através da água, sem perceber que estava dizendo as mesmas coisas que seu pai havia lhe dito, tantos anos antes.   Piuí, piuí, aí vem Candy, saindo da estação.  E sem perceber que nem toda a umidade das faces de Keely provinha da água

 da piscina...   Piuí, piuí...  Jack cantarolava baixinho ao sentar-se no escritório, sentinse um homem feliz.  Havia tido um bom dia. Um dia para lá de bom.  A vida não precisava se resumir a um rodízio de cinco homens. Ele não precisava se preocupar com a localização de suas meias da sorte. Não tinha que passar longashoras na sala de fisioterapia, com o braço enfiado na piscina de hidromassagem ouenvolto em um saco de gelo.  Não tinha que estudar gravações de outros jogos nem ficar enfiado na área do bnco, observando os batedores, pensando nas estratégias que usaria para lançar na noite seguinte. Nada mais de vôos com o time, de reuniões com o técnico, da infindável rotlagem da bagagem, de passar a noite em quartos de hotel, comendo em restaurantes que nunca tinham ouvido a expressão filé com queijo, e nem faziam a menor idéia de c

 preparar um.  Não. Podia simplesmente ficar ali, sentado, assistindo à televisão, tirando uma soneca, comendo um pacote inteiro de batata frita. com uma mulher no andar de cima, botando a criança para dormir, as contas pagas. Nada de estresse, nada de nervoso, nada de confusão. Apenas um dia após o outro.  Deus. Acabaria morrendo de tédio.  Bem, bem, pensou, mudando de canal. Pelo menos, havia tentado. A doce vida doméstica. E aquele dia havia sido divertido. Mas será que seria capaz de viveruma vida daquelas? De jeito nenhum.  Talvez...  Ele era responsável por Candy. Sabia disso. Qualquer idiota saberia. Cecily poderia voltar no dia seguinte ou passar os próximos cinco anos longe. De uma forma ou de outra, Cecily não voltaria a pôr as mãos em Candy. Ela era irresponsável dem

is.  Enquanto ele era responsável, certo?  Errado. Jack estava desempregado. Era rico, mas estava desempregado. Esem chances de se empregar. Solteiro. E brincar de trenzinho na piscina estava muito longe da responsabilidade de criar uma criança.  Mas também havia Keely, não?  Ela gostava de Candy. Aliás, era louca por ela. Só que Keely iria voltar para Nova York assim que terminasse de decorar a casa dele, com os bolsos cheios do dinheiro que Jack pagaria. Ela havia deixado isso bastante claro. No mínimo, Keely era muito direta e honesta. E, para ela, Jack não passava de uma forma de ating

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ir seu objetivo.  Jack tocou no controle remoto sem pensar, passeando distraído pelos canais enquanto deixava a mente divagar.  Certo. Então, Keely iria embora quando a casa estivesse pronta. A menos que tivesse de ficar ali tempo suficiente para se apegar tanto a Candy, que fosse incapaz de deixá-la. Porque Jack precisava de Keely ou de alguém como ela, se seu objetivo fosse convencer um juiz de que merecia a custódia da prima.  Keely já estava por ali. Estava por perto, era competente, e o juiz provavelmente teria medo de dizer não a ela. Deus sabia que o próprio Jack morria de medo de negar qualquer coisa a ela.  Além disso, gostava dela. Autoritária, contestadora, disposta a assumir ascoisas, detestava estar errada, queria provar as coisas a si mesma... vulnerável,coração mole, honesta, esperta, competente, uma grande cozinheira. E bonita. Qual era o problema daquele tal de Gregory? Como ele a deixara escapar?   Provavelmente, não era homem o bastante para ela  pensou em voz alta, pegando a lata de refrigerante e dando um grande gole, que desceu pelo caminho errado, fazendo-o engasgar e tossir. Ainda estava engasgado quando atendeu o telefone.   Jack? É você?   Sou... sou... espere  disse Jack, cobrindo a boca com a mão para tossir um pouco mais.  Olá, Tim  disse, depois de um momento, enxugando os olhos.  Foi um bel jogo ontem. Como estão as coisas?   A coisa é que a notícia se espalhou. Johnson, do The Daily New s, me acuouno vestiário depois do jogo, querendo saber se era verdade que você havia recusado a

 oferta do Japão porque os White Sox estão interessados em você.   Chicago? Chicago não está interessado em mim. E quem contou a eles sobre onegócio com os japoneses? O que você disse?   A verdade. Que eu não sabia de nada. Mas Johnson disse que soube de uma fonte interna. Você sabe o que isso quer dizer, não é? Mort.  Jack apertou o botão mudo da televisão e recostou-se na cadeira.   Se não há algum interesse, crie um. Isso é a cara de Mort. Acho que vou ter ue deixar as coisas ainda mais claras para ele. Eu parei. E não só parei, como estou me sentindo bastante bem com esse fato. Você sabe que eu tenho uma vida pela frente. Eu tenho Candy, uma bela casa, bastante dinheiro... Não preciso mais dar duro, Timi. Realmente, não preciso.   Então, você vai abraçar a vida doméstica, Jack? Deixe-me adivinhar: Keely telgo a ver com isso, não tem?

   Keely?  Jack meneou a cabeça.  Não. É claro que não. O que ela poderia tercom isso?   Eu a vi, Jack  relembrou Timi.  E ela não é só muito bonita, também é umha certeza do que está fazendo. Eu não gostaria que você tivesse uma recaída.  Jack se levantou e começou a andar pelo escritório.   Recaída? Que tipo de recaída? Por acaso, Sandra Bullock me largou e eu não fi avisado? Ora, eu nem conheço Sandra Bullock.   Estou falando de uma recaída de seu primeiro amor, o beisebol, e de perder sua carreira  disse Tim.  Você não tem nada para fazer, meu irmão, o que significa  o lar e o aconchego junto com o bebê e a morena parecem uma excelente opção. Mas tenha cuidado, está bem? Olhe, eu preciso desligar. Vamos pegar um vôo para a Flórida esta noite, mas é só para dois jogos. Estaremos de volta na quinta-feira  e aí eu vou ficar um bom tempo em casa. Talvez possamos nos encontrar. Vo

cê poderia até trazer sua família!   Não é minha... ah, esqueça! Ligue-me quando voltar. Jack desligou o telefonee sentou-se no sofá de couro.  Tinha que pensar naquilo. Não, não tinha. Não tinha que pensar naquilo porque não havia nada em que pensar. Recaída? Tim estava louco. E ele, Jack Trehan, não eraidiota.  Ah, é? Então, por que estava assistindo ao canal Casa & Jardim pelos últimosdez minutos?  Jack jogou o controle na mesinha, levantou novamente do sofá e foi para a cozinha.

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   Keely!  chamou, gritando em direção às escadas do fundo, mas não antes de s-se de um pedaço de brownie recém-feito, da assadeira ao lado do forno.  Keely? Ondevocê está?  Ela enfiou a cabeça fora da porta do quarto e fez uma careta para ele.   O que foi? Algum problema? Você vai acordar Candy.  Jack teve vontade de dizer, aos gritos: sim, há um problema. Pode ter certeza de que há. Como você me fez pensar que eu poderia querer algo como isso?.  Em vez disso, Jack gemeu baixinho e disse:   Eu sinto muito. Não sabia que ela estava dormindo. Será... será que você podescer um minuto? Eu pré... eu quero falar com você.   Bem...  respondeu ela, ainda apenas com a cabeça visível.  Eu não estou ve e...   Eu já a vi de camisola antes, lembra-se?   Não, Jack, você não está entendendo. Eu estou dizendo que não estou vestida.u nua. Por favor, dê-me alguns minutos, está bem?  Durante um daqueles minutos, Jack ficou em pé do lado de fora da porta fechada do quarto dela, imaginando o que Poderia ter acontecido se simplesmente tivesse entrado sem bater.   Acalme-se, Trehan  disse a si mesmo, enquanto descia as escadas e servia-se de mais uma lata de refrigerante gelado. Foi preciso lutar contra o impulsode segurar a lata contra a têmpora, como uma velha rabugenta prestes a desmaiar, e voltar para o escritório.  Desabou no sofá e então rapidamente voltou a levantar-se e sentou em uma das cadeiras. Era melhor que estivessem cada um em uma cadeira e não lado a lado, no

 sofá.   E então? O que foi?perguntou Keely, entrando descalça no escritório, vestinsabe-se lá o quê por baixo de um robe cor-de-rosa atoalhado.  Por favor, Deus, faça com que ela esteja usando alguma coisa embaixo desse robe.   Sente-se, Keely  disse ele, inclinando-se para a frente na cadeira, comos cotovelos apoiados nos joelhos.  Acho que precisamos nos entender, está bem?  Ela se sentou e olhou-o pelo canto dos olhos.   Nos entender em que sentido, Jack?   Eu não sei bem ao certo  admitiu ele, meneando a cabeça.  Por enquanto, va apenas nos lembrar de que eu sou seu empregador e que você é minha funcionária.   Não.   O quê?

   Eu não sou sua funcionária. Estou trabalhando para você, mas não sou sua funnária. Não no estrito sentido da palavra. Na verdade, estou trabalhando para minha tia Mary. Você apenas contratou meus serviços temporariamente.   Eu não quero seus ser... ah, porcaria!  Jack não podia sentar-se reto porse o fizesse, tinha uma visão frontal perturbadora das pernas longas e nuas de Keely. Então, ele se levantou e ficou de costas para o aparelho de televisão.  Entenda,Keely, nós nos metemos numa confusão aqui. Você não devia estar morando aqui.   Mas, Candy...   Eu sei, eu sei  disse ele, interrompendo-a.  Também não deveria haver uma dy. Eu não sei como isso aconteceu, mas nós realmente nos metemos numa confusão. Eu devia ter chamado Joey na mesma hora. Chamado alguém. Eu não estava raciocinando direito, Keely. Eu admito. Estava envolvido demais com o que estava acontecendo com minha própria vida, me preparando para o teste... sentindo pena de mim mesmo.

  Ela assentiu com um gesto de cabeça.   Bem, quando você está certo, está certo, Jack.   Ora, obrigado. Você não poderia mentir e dizer que eu tenho todo o direitodo mundo de sentir pena de mim mesmo?   Bem, é claro que você tem todo o direito.   Obrigado  disse ele, seco, imaginando para onde aquela conversa estava indo. Até ali, não estava indo a lugar algum.  Keely levantou e cruzou a mesinha de café para se colocar diante dele. Jack poderia recuar, mas, se o fizesse, acabaria acuado pelo televisor, e aquilo o faria parecer tão idiota quanto de fato estava se sentindo. Maldito fosse Tim, po

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r ter colocado aquelas idéias na cabeça dele.   Jack, deixe-me ajudá-lo, está bem? Sem dúvida que você passou por uma má fasdepois, antes de ser capaz de se recuperar dela, Candy surgiu em sua porta. Você precisava de ajuda, eu precisava de dinheiro e nós fizemos um acordo. Como estou me saindo até aqui?  Ela ergueu uma mão e tocou um canto da boca de Jack, fazendo uma onda de arrepios percorrê-lo.  Desculpe. É que tinha um resto de brownie aídisse ela, ando.  Enfím, posso continuar? Jack fez um gesto com ambas as mãos, dando sua permissã sem palavras. Teria dito alguma coisa, só que havia sentido um cheiro muito bom de perfume, ou talvez apenas de sabonete, mas gostara muito. Gostava da forma como os cabelos dela estavam, puxados em um rabo-de-cavalo frouxo, com pequenos cachos emoldurando a nuca. E como ele nunca havia percebido que havia reflexos dourados naqueles olhos castanhos?   Jack? Você ainda está me ouvindo?perguntou Keely, erguendo a cabeça para ol. O que será que ela via quando o olhava? com sorte, não o que ele estava pensando.   Estou ouvindo  disse ele, passando por ela e indo até a mesinha do café par armar-se com a lata de refrigerante. Em seguida, deu um longo gole.   Prossiga.   Não há muito mais a dizer. Você fez aquele teste, decidiu não aceitar a oferde ir para o Japão e agora, finalmente, está livre para lidar com o fato de que suacarreira acabou. E só agora, que você finalmente constatou isso, também teve tempo deperceber que Candy continua aqui. E eu também.   Candy vai ficar aqui  afirmou Jack, com o maxilar contraído, porque era a úica coisa da qual tinha certeza naquele momento.  Eu vou contratar um advogado amanhã (mesmo. Um batalhão de advogados, se precisar. Keely sentiu um sorriso e um ape

rto presos na garganta.   Ah, Jack, isso é maravilhoso! Eu sabia que você se apaixonaria por ela, sese desse uma chance.  Certo. Ele tivera aquela revelação. Mas com o alerta de Tim ainda ecoando em seus ouvidos, ele avançou um passo, pronto para fazer um último arremesso.   Fico feliz com sua aprovação. Além disso, tenho uma responsabilidade para co a família toda. Lembre-se de que Candy é da família. Mas isso também significa que eu reciso fazer alguns acertos permanentes. Se eu conheço minha prima, e sei que conheço, desde que nasceu, Candy tem visto pessoas entrarem e saírem de sua vida. Ela precisa de algo mais permanente. Assim...  concluiu ele, respirando fundo.  Eu gostaria de lhe pedir uma coisa.  Keely ficou imóvel.   Vamos lá. Peça.

   Está bem. Eu sei que isso não fazia parte do acordo. Mas às vezes as coisas contecem sem qualquer aviso... Simplesmente acontecem, não é? Eu sei que você não veio té aqui para tomar conta de Candy e eu provavelmente não lhe pediria para pensar emnada mais permanente, mas.. Bem, eu tenho que pensar em coisas mais duráveis. Assim...  Ele respirou fundo e concluiu, apressado:  Você me ajudaria a arrumar uma babá ara Candy?   Arrumar uma... você quer que eu... mas você disse perma... quero dizer, vocênão estava pensando em...  Keely comprimiu os lábios e assentiu:  Claro  disse, alegente.  Será a primeira coisa da qual eu cuidarei pela manhã. Eu... eu fico feliz em poder ajudar. Mais alguma coisa? Porque estou meio cansada...   Não. Mais nada.  Como se quisesse encerrar o assunto, Jack pegou o controle remoto e apontou-o para o televisor.   Candy tem uma consulta marcada com o pediatra amanhã  acrescentou Keely.  

ocê vai, não é mesmo?   Claro  afirmou ele, passando pelos canais, sem ver nada.  E obrigado porme ajudar nisso. Sou realmente grato por seu apoio.   Claro. Tudo bem. Bem, boa noite  disse Keely, deixando o escritório lentamente, apesar de Jack ter percebido que ela saíra correndo assim que chegara à cozinha.  Jack praguejou baixinho, jogando o controle remoto no sofá. Um último arremesso? De onde aquilo havia saído? Tim poderia ter dito, qualquer um poderia ter dito, ele nunca havia sido capaz de acertar quando se tratava de uma garota. 

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Capítulo X 

Eu detestava rebater contra Drysdale.  Depois que ele batia, se aproximava, olhava para o machucado em seu braço e dizia: quer que eu autografe?.  Mickey Mantle  Keely dobrou com cuidado a saia de brim e jogou-a na direção da mala, ondejá havia uma pilha de roupas atiradas desordenadamente. A saia foi a gota dágua que fez a pilha toda desabar, fazendo as dezenas de peças e a mala desabarem no chão.

   Porcaria!  exclamou, olhando para a bagunça que havia feito. Então, enxugouo rosto úmido com as costas da mão, ciente de que estava se comportando de maneira infantil. Quem se importava? Ela, certamente que não. Só queria sair dali... imediatamente.  Keely levou as duas mãos à cabeça e tentou acalmar a respiração, que estava ofnte havia tanto tempo, que ela temeu ter um problema de hiperventilação. Ah, aquiloseria ótimo. Era exatamente do que precisava. Ter que descer e arrumar um saco depapel para respirar dentro, enquanto Jack assistia.  Como podia ter sido tão tola? Realmente pensara, acreditara, que Jack Trehan estivesse prestes a propor-lhe um acordo. Mais que um acordo. Pensara que elefosse pedi-la em casamento. Não uma união por amor, nenhum dos dois nem mesmo pensara naquilo, mas um daqueles casamentos de conveniência de antigamente. No caso, conveniente para Jack, que queria mostrar que Candy vivia em um ambiente estável quan

do estivesse diante de um juiz.  Teria sido uma oferta ofensiva. Altamente ofensiva. Ele sabia que Keely queria voltar para Manhattan. Ela certamente havia deixado aquilo claro incontáveis vezes. A quem estava tentando convencer? A ele ou a si própria? Mas ele também sabia que ela era louca por Candy e que seria uma boa mãe!  E o que ela era, afinal de contas? Um horror ambulante? Um casamento de conveniência era uma coisa, mas será que Jack não tinha olhos para ver? Afinal, Keely estava longe dos noventa anos de idade, não tinha duas cabeças, nem rabo, nem nadaparecido. Ele gostava das pernas dela. Daquilo, ela já sabia. Uma moça simplesmentesabia desse tipo de coisa, certo?  Keely pensava que Jack gostasse de mais coisas nela além das pernas. Achara que ele tivesse percebido na outra noite, quando ela tolamente o abraçara e ele a olhara como se não quisesse deixá-la partir. Será que tudo aquilo havia sido apenas

 fruto da proximidade?  Ela certamente gostava de mais coisas nele que aquele sorriso bobo, demenino. E de seus olhos incrivelmente azuis. E da forma como ele ficava todo bobo e encantado quando estava perto de Candy, tentando fingir que seu coração mole não havia sido tocado e capturado pelas mãozinhas gorduchas e geralmente úmidas de Candy.  Mas casar com ele? De onde ela tirara aquela idéia? O que a fizera pensar que o eu preciso de um favor de Jack levaria àquilo? E por que estava tão tolamente esapontada por não ter chegado nem perto?  Besteira! Pura besteira!  Além disso, ela nem mesmo gostava de Jack Trehan. Certamente que se sentia

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ntemente não ficou satisfeito em apenas não dizer o que quase disse. Agora, você subiu até aqui e praticamente disse de novo, só para me lembrar que não havia dito. Diga-me uma coisa: você já derrubou o mesmo batedor, duas vezes, em um mesmo jogo?   Só se fosse excluído no primeiro tempo  disse Jack, com seu sorriso de cant de boca machucando o coração dela, seu orgulho e, provavelmente, abalando sua sanidade.   Bem, você não precisa me derrubar duas vezes, Jack Trehan. Eu já entendi. Enendi perfeitamente. Estou aqui para cuidar de Candy e mobiliar a casa. Qualqueroutra coisa que faça, como cozinhar para você, nadar em sua piscina, falar com você, sã coisas que resolvi fazer por conta própria. Você nunca me pediu para fazer nada disso e eu não devo começar a fantasiar nada. É isso? Porque, se for, você já pode ir. Vá a cama, vá lá para baixo, vá para o inferno. Vá para onde quiser, Jack, porque eu não qo mais vê-lo aqui.  Quando se tratava de dar a última palavra, Keely havia elevado a prática à categoria de arte. Mas estava destinada a nunca se lembrar exatamente do que havia dito porque, no momento seguinte, as mãos de Jack estavam novamente em seus ombros e os lábios, sobre os de Keely.  Ele não chegou a abraçá-la, de forma que ela poderia ter-se esquivado se quisesse. Mas ela não fez nada. Apenas ficou ali, de olhos fechados, com os braços meio que pendendo no ar e comprimiu os lábios contra os dele, tentando não desabar no chão quando seus joelhos fraquejaram.   Pronto  disse ele, um momento depois, recuando para deixar seu rosto a poucos centímetros do dela.  Não foi tão ruim assim, foi? Nós nos saímos muito melhor q não estamos falando um com o outro. Talvez Tim estivesse só meio certo. Talvez poss

amos capitalizar em cima disso.  com isso, ele partiu. Keely ficou ali, capaz apenas de desabar na cama, tentando acalmar as batidas disparadas do próprio coração.  Quando Jack se inclinou no balcão, com Keely a seu lado e Candy nos braços, a adolescente ergueu os olhos, sem parar de mascar o chiclete.   Ah, ela é uma graça. Vocês são os pais?  Keely abriu a boca, mas Jack falou antes que ela pudesse dizer qualquer coisa.   Sim.   Ótimo. Ela se parece muito com sua esposa, não? Por favor, sentem-se ali, preencham estes formulários e o médico logo os chamará. Ah, e eu preciso fazer cópias deseus cartões de Previdência Social.   Tudo bem  disse Jack.  Eu vou pagar com cartão de crédito.

   Ah, mas...  começou a moça.  Então, Jack sorriu para ela novamente e disse:   Confie em mim: eu posso pagar. De verdade.   Sr. Trehan, ninguém pode pagar hoje em dia  disse a moça. Então, deu de omb e atendeu o telefone que tocava.   Por que você fez isso?  perguntou Keely, quando ele se sentou a seu lado,examinando as formas geométricas de um quadro. Não que estivesse reclamando, mas nunca o deixaria saber disso.  Nós não somos os pais dela.   Veja bem  começou ele.  Você sabe disso e eu também sei. O médico saberá. almente acha que vale a pena perder os próximos dez minutos explicando a nossa situação àquela adolescente? Eu acho que não.   Você tem razão  concordou Keely, segurando Candy de forma que ela pudesse paticar sua mais nova gracinha, equilibrando-se nas coxas de Keely.  Você trouxe a c

arta de Cecily?   Sim, ou você acha que eu a deixei no carro depois de ter dito a você que havia pegado, quando você me fez essa mesma pergunta, logo que saímos de casa?   Eu sinto muito  disse ela, suspirando.  Acho que estou nervosa. Fico achando que o médico vai chamar alguém para tirar Candy de nós... de você.  Jack baixou a caneta que estava usando e acariciou uma covinha no queixo de Candy.   Isso não vai acontecer. Amanhã de manhã, eu tenho uma reunião com Jimmy Haggy, um velho amigo da escola. Ele me prometeu que cuidará de tudo.   Como ele pode ser um bom advogado, se as pessoas continuam a chamá-lo de

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Jimmy?  Jack riu, meneando a cabeça.   Você é maluca, sabe? Agora, relaxe. Prometo que tudo vai dar certo.  Quatro horas depois, Keely desejou ter pedido a Jack para selar a promessa com o próprio sangue, porque Candy estava febril, chorando e se recusava a permitir que qualquer pessoa além de Keely a segurasse.   Você deu o remédio a ela?  perguntou Petra, sentando-se no chão de pernas cadas, depois de desistir de fazer caretas para tentar acalmar Candy.   Sim. Assim que chegamos em casa. O médico disse que talvez isso acontecesse. Ela vai se sentir mal por algumas horas, a perninha vai ficar dolorida, mashoje à noite ela já estará bem  Candy se debateu, e Keely gemeu quando o punho cerradodo bebê atingiu-a direto no nariz.  Se sobrevivermos até lá.  Ela segurou a mãozinha ndy e beijou-a.  Por favor, querida, não chore. Você arrebenta meu coração.   Seu coração e meus ouvidos  disse Petra, levantando-se, puxando para baixo  minissaia azul-bebê e a camiseta azul e branca justíssima, com gola estilo PeterPan. Naquele dia, os cabelos dela estavam loiros, sem mechas, e ela havia feito duas maria-chiquinhas. Não estava maquiada, não usava anéis ou piercings de nenhum tipo e calçava um par de meias brancas de algodão que iam até os joelhos, com sapatos pretos, de boneca.  Eu estou saindo daqui.   Vai para casa comer biscoitos com leite? Ou talvez assistir às reprises da Família Waltonl  perguntou Keely, apoiando Candy no quadril porque, cinco minutos atrás, a menina parecera gostar daquilo. Naquele momento, ela detestou e chorou ainda mais alto, com o rostinho redondo vermelho e os cachinhos suados grudados na cabeça.

   Rá, rá! Você é ótima, Keely. E acaba de provar minha teoria. Muito obrigadauém gosta de mim normal. Candy certamente não gosta. Eu direi a meu pai, ele vai ficar chocado. E daí talvez eu possa tirar essa roupa horrível e tocar minha vida.   Espere aí  pediu Keely, seguindo-a.  Você pôs essas roupas porque acha que a fazem parecer normal?  Petra baixou os olhos para si e depois os ergueu para Keely.   Foi. Por quê?   Não é nada. Deixe para lá  disse Keely, observando Petra sair pelo gramado,caminho da Terra de Oz, ou para qualquer outro lugar. Então, levou Candy para perto do pote de biscoitos em forma de pingüim e começou a abrir e fechar a tampa, paraemitir ruídos.   Olhe, Candy, o pingüim está abrindo o bico. Ops! Lá vai ele. Agora, fechou. ingüim bobo. Ele não é engraçado?

   Só se você não ri há vinte anos  disse Jack, e Keely virou-se para vê-lo apo limiar da porta.  Tem alguma coisa importante dentro desse pote, Keely? Porqueeu acho que você corre o risco de perdê-las.  Keely baixou a tampa com força.   Ah, e você acha que pode fazer melhor?  perguntou, avançando para ele, com andy ainda chorando e se debatendo em seus braços.   Não sei  disse Jack.  Deixe-me tentar. Porque eu acho que você merece um danso.  Keely entregou Candy a Jack com lágrimas nos olhos.  Então, virou-se depressa para impedir que ele as visse. Estava tão grata aele, que tinha vontade de chorar. Como pais olteiros conseguiam criar os filhos?  - Pronto, Candy  disse Jack, calmamente, massageando as costas do bebê enquanto ela soluçava, fungava mas, felizmente, parava de chorar.

   Como você fez isso?  perguntou Keely, impressionada e com um pouco de ciúmepor ele ter sido bem-sucedido onde ela, nitidamente, fracassara.  Ela tem algum botão de desliga que eu desconheço?   Não sei  disse Jack, quando Candy apoiou a cabecinha em seu ombro, ainda fungando.  Deve ser o irresistível charme dos Trehan. Ou isso, ou você está tão tensa ervosa, que Candy pressente.  Keely lançou-lhe um olhar confuso.   Está bem, eu andei lendo um pouco. O que mais se pode fazer, quando se está preso em uma sala, com mais quinze crianças chorando e um punhado de mães dizendo o quanto você é um bom pai, por ter acompanhado sua esposa ao médico? Eu não ia dizer a

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las que havia recuado quando o médico disse que era hora do exame e da vacina. Assim, enfiei a cabeça na primeira revista que vi e descobri que mães tensas deixam osbebês tensos.  Eu não sou tensa  Keely defendeu-se, cruzando os braços diante de si e finalmente relaxando os ombros, ao dar-se conta de que vinha se contendo há horas, talvez há dias, há meses... por toda a vida.  Candy acha que você é  comentou Jack.  Talvez naquele outro dia, na piscina,mas você acha que ela iria para o colo de qualquer um e em detrimento de alguém quea alimenta, lava, veste e cuida? Você tem medo dela e ela sabe disso. É competente,mas tem medo. É capaz, mas tem medo. Sabe-tudo, mas tem medo. Eu poderia prosseguir continuou ele, num tom brincalhão , mas não vou.   Isso é ridículo e é hora da mamadeira dela. Dê ela a mim. Você não sabe que ode dormir quando é hora de comer?   Deixe-a dormir, a pobrezinha está exausta  Jack sugeriu, sentando-se em uma das poltronas do escritório.  Eu não estou fazendo nada e posso perfeitamente assistir à televisão com ela dormindo em meu ombro. Além disso, há mais uma matéria que eu lobre a importância de não manter horários fixos demais, como se o mundo fosse acabar se a criança dorme na hora de mamar ou fica acordada além do horário, uma vez ou outra.  Keely fez uma careta.   Você trouxe para casa algum daqueles cupons? Sabe, aqueles que a gente preenche e manda para assinar uma revista. Ora, Trehan, talvez você pudesse escrever para revistas infantis! Poderia até haver uma coluna chamada O Primo que Sabe deTudo.   Olha o gênio, olha o gênio, McBride!  Jack brincou, sorrindo para ela.  Ap

r de eu ter de admitir que gosto de provocá-la. É tão fácil.  Keely olhou para ele por longos momentos e então deulhe um chute na canela.   Aqui. Talvez possamos começar com isso  disse, pegando-o de surpresa e saindo do escritório com as chaves do carro. Afinal, tinha que ir ao supermercado para comprar os primeiros potinhos de comida de verdade para Candy. E talvez um pouco de veneno de rato para o primo dela, Jack. Não devia ir. Não devia sair. Talvez Candy acordasse, ainda sob a reação da vacina e Jack não saberia como lidar com ela. Nãoque Keely desejasse que Candy chorasse. Certamente que não. Mas talvez o anjinho pudesse fazer um presentinho na fralda para o primo Jack, só para marcar uns pontinhos com a tia Keely.  Depois que finalmente colocou três sacolas de compras no porta-malas do carro e rumou para casa, Keely já havia perdoado Jack. Era difícil não desculpá-lo. Lemb

ava-se de que ainda estava brava com ele no momento em que passara pelo corredor de doces. Mas ao ver os pacotes de M&Ms que ele tanto gostava, desistira e comprara alguns.  Gostaria de saber quando as mães arrumavam tempo para pensar. Nas últimas vinte e quatro horas, ela havia deparado com a possibilidade de ter outra loja em Manhattan, ficara atraída por Jack, fora rejeitada por ele, fizera papel de boba, fora beijada por Jack e tivera que lidar com a reação de Candy às primeiras vacinas infantis. Além disso, lavara duas máquinas de roupa, uma de Candy e outra de toalhas, preparara um jantar e um café da manhã, brigara com Jack e correra ao supermercado... e já era hora de fazer o jantar de novo. Quem seria capaz de pensar assim? Quem teria tempo? Só mesmo um homem para inventar algo como a Síndrome da Dona de Casa Entediada, porque certamente não podia ter sido uma mulher!  Se tivesse tempo para pensar, Keely pensaria no beijo.

  Definitivamente. Pensaria em sua reação a ele e no olhar no rosto de Jack quando tudo acabara. Pensaria no que talvez ele tivesse querido dizer e no que ela achara que ele fosse dizer.  E pensaria no que teria respondido se ele tivesse se transformado em David Hasselhoff e ela, em Valerie Bertinelli.   Provavelmente teriam entrado os comerciais para dar a ela algum tempo para pensar  murmurou Keely, baixinho, saindo das garagens com a cabeça baixa, duassacolas plásticas penduradas em um braço e a bolsa, a terceira sacola e um grande buquê de cravos que comprara por impulso na fila do caixa, na outra.   Keely! Ei... Keely, aqui em cima! Ela ergueu os olhos.

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chamam assim. Até minha avozinha, que Deus a tenha.   C... certo, Doçura  disse Keely com cuidado, feliz por recuperar a mão e inapaz de refrear o impulso de massageá-la para ajudar o sangue a circular de novo nos dedos. Como era mesmo aquele velho ditado? Continue sendo gentil, até encontrar uma grande pedra.  Então, Doçura... O que você está fazendo aqui?  Doçura apontou para a direção da porta, para algum ponto além de Keely.   É melhor sairmos, senhora. Para não acordarmos a princesinha. Eu dei de mamar a ela, a fiz arrotar e troquei as fraldinhas. Agora, ela precisa dormir, a senhora não acha?!  Keely deu um passo para o lado e ficou observando Doçura deixar o quarto, inclinando a cabeça para passar por baixo do vão da porta. Então, saiu atrás dele. Aqule homem havia alimentado Candy? Ele a fizera arrotar e trocara suas fraldas?  Por Deus! Jack devia estar morto, em algum lugar, em três ou quatro pedaços. Porque ele certamente não permitiria que Doçura, nome estranho para uma montanha,chegasse perto de Candy, se ainda estivesse vivo.   Hum... Onde está Jack?  perguntou Keely, tão alegremente quanto possível, am que ela e Doçura saíram para o corredor, a vários metros do quarto de Candy.   O sr. Trehan?  Doçura sorriu.  Eu sempre quis conhecer um jogador de beiseol importante de uma das ligas principais. Nunca me deixaram jogar beisebol, só futebol. Eu era centro-avante. O técnico dizia que eu era centro e atacante de ambos os lados  Ele franziu o cenho quando Keely não respondeu.  Eu estava brincando... Mas quanto ao sr. Trehan? Ele está lá embaixo, em algum lugar, com o sr. Morretti.  Keely começou a sentir a cabeça latejar.   E você veio aqui hoje com o sr. Morretti porque... Doçura assentiu com a im

ensa cabeça careca, terminando a frase para ela.   ...porque ele é meu dono  disse, orgulhoso.  Eu sou soldado dele. Divisão  pesos-pesados. O sr. Morretti me chama de A Besta de Bayonne. Ele até mandou bordar isso nas costas de um belo robe de cetim que comprou para mim. Mas a senhorapode continuar me chamando de Doçura.   Certo, entendi  murmurou Keely, baixinho, sorrindo, para A Besta de Bayonne.  Quer saber de uma coisa, Doçura? Fique aqui, cuidando de Candy, porque é isso que você está fazendo, não é? E eu vou descer para dizer um oi a Jack e ao sr. Morrettde ser?   É claro  Doçura concordou alegremente, como um bom menino obediente.  O srrehan me disse quem a senhora era. Foi por isso que eu não precisei lhe dar uma prensa, nem nada. Pode descer e não se preocupe com a princesinha. Enquanto eu estiver aqui, ela ficará muito bem.

  Keely abafou um gemido.  obrigada, Doçura. Eu realmente lhe sou grata.... Por tomar conta dela, por não me dar uma prensa, por tudo. Bem, então... até logo!  Keely não saiu correndo até chegar às escadas. Uma vez lá desceu os degraus dequatro em quatro e partiu como uma flecha para a sala de estar. 

Capítulo XI 

É um jogo totalmente novo.  Dito esportivo  Que situação... Joey mantinha os dois olhos fixos na direção de Jack, com seto característico.

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  Jack foi até ela, com as mãos parcialmente erguidas, para o caso de ter que se defender de um golpe. Então, segurou-a pelos ombros e forçou-a a sentar.   É Joey, Keely. Ele tem tanta chance de me matar, quanto tem de ganhar umconcurso de Mister Universo. Ele acha que tem ligações, Keely. Há uma grande diferençre fingir ser um mafioso e realmente ser um. Ora, Joey foi expulso da gangue darua onde morava quando tinha quatorze anos. Parece que ele achava que todos deviam cantar e dançar enquanto lutavam, como em West Side Story.  Keely comprimiu os lábios, mas seus ombros sacudiram e ela deixou escapar um sorriso.   Isso é engraçado. Jack assentiu.   É. Mesmo que eu tenha acabado de inventar. O que não tem graça é que Joey  levar Candy de volta a Bayonne com ele. Foi por isso que ele trouxe A Besta deBayonne junto, como apoio para o caso de eu dizer que não.  Keely recostou-se na cadeira.   Sim, foi isso que me assustou, no momento em que eu soube que seu primo estava aqui. Doçura disse que Joey é dono dele. É mesmo?   De certa forma  informou Jack.  Isso é uma situação nova. Ele tem o contra rapaz. Joey acha que o fato de ter o contrato de um lutador contará pontos para ele quando tentar, mais uma vez, fingir que é ligado à Máfia. É tudo um jogo, Keely. O jguinho que a cabecinha pequena de Joey joga sem parar, graças ao dinheiro de meustios. Ele é igual a Cecily, só que ela gasta a parte dela nessas viagens malucas. Os filhos dos Morretti são fonte de piada em Bayonne. E, acredite-me: você tem que aprontar muito em Bayonne, para merecer um título desses.   Uma piada, talvez. Mas você disse que não tinha graça, o que significa que p

ovavelmente acha que Joey pode levar Candy, não é?  Jack deu de ombros.   Pelo que ouvi falar, a guarda é nove décimos da lei. Mas, sim, eu estou preocupado e foi por isso que liguei para Jimmy, mas ele está em um julgamento. A verdade, Keely, é que, no fundo, eu sou apenas o primo de Candy. Joey é tio dela e irmãode Cecily. Isso pode complicar as coisas, se não o neutralizarmos rápido.   Você quer dizer, você e seu advogado?  perguntou-lhi Keely.   Ele também. Mas por enquanto... Bem, apenas venha comigo e siga minhas deixas. Quero Joey na estrada para Bayonne antes que ele consiga pensar num motivo para passar a noite aqui.   E ele fará isso?  perguntou Keely, nervosa, de mãos dadas com Jack, enquant ele a conduzia pelo corredor, para a sala de visitas.  Como?  - Eu não sei. Só sei que ele tem fixação em mostrar para todos que faz parte d

 família... Detesta ser rejeitado. Uma vez, ele fingiu ter torcido o tornozelo depois de tropeçar na perna de Tim, que talvez Tim tenha posto no caminho dele, talvez não. Da última vez, ele disse que teve uma cegueira noturna e que não podia dirigirdepois de anoitecer. Terminou acampado na casa de Sadie por duas semanas, motivo pelo qual minha tia deve estar escondida embaixo da cama neste momento. Estou lhe dizendo, Keely: aposto que ele tem três malas de couro de crocodilo no porta-malas, esperando apenas um convite para ficar.   A mim, parece que talvez se você e Tim tivessem sido mais gentis com elena infância, Joey não fosse tão malvado  Keely murmurou ao se aproximarem da sala.   É mesmo?  Jack afastou-se um pouco, convidando-a a dar uma boa olhada em Joey Morretti em ação, para depois tirar as próprias conclusões.  Joey estava em pé, enfiando um dos dois pequenos elefantes de latão que Keely comprara para a mesa de café no bolso do paletó.

   Bem, certo, então ele é um pouco... estranho  concordou Keely ao ver Jack rndo para ela.  Mas não o trate mal, está bem? Isso é importante demais.   Exatamente  disse Jack, rebocando Keely para a sala de visitas.  É por iss que eu sei que você vai dar continuidade a isso. Joey?  disse ele, assustando o primo, que Já se inclinava para pegar o segundo elefante.  Lamento interrompê-lo. Deixe-me apresentá-lo a Keely  ele respirou fundo e passou o braço pela cintura dela.  Keey McBride, permita-me apresentá-la ao meu primo, Joseph  Morretti. Joey, esta é a mulher maravilhosa da qual lhe falei. Keely McBride, minha noiva.  Jack sentiu Keely meio que oscilar a seu lado e segurou-a com firmeza p

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   Está bem, está bem  disse Jack, tentando não explodir.  Olhe, falaremos niais tarde. Agora, é melhor pensarmos no jantar. Você está com fome, Joey? Aposto que Doçura está. Keely... nós temos comida suficiente no freezer?  Keely pôs a mesa para quatro com as mãos trêmulas.   Eu não acredito que isso esteja acontecendo  disse, aceitando o grande maçode guardanapos de papel que Jack, que acabara de entrar na cozinha, oferecia.  Eu não acredito que estou prestes a partilhar uma refeição com A Besta de Bayonne, o Doido de Bayonne e meu suposto noivo. Onde está Alice, Jack? Porque eu acho que acabo de cair no país das Maravilhas. E pensar que, uma semana atrás, eu achava que a falência era a pior coisa que poderia me acontecer. Ah, deixe para lá... O que o advogado falou?  Nada que eu queira repetir na presença deles  disse Jack. Então, pegou outro maço de guardanapos no suporte do balcão.  Aqui. Se Joey vai comer conosco, vamos precisar de muitos desses. Uma vez, eu o vi redecorar a cozinha inteira da minha tia, com apenas um prato de linguine.  . Não mude de assunto  ordenou Keely, segurando-o pelo braço.  O que o advoo disse?   Ele disse  começou Jack, suspirando , que mentir para Joey Morretti era esido, mas legal. No entanto, mentir para um juiz pode ser fatal.   Ah...  Keely respondeu baixinho.  Eu não havia pensado nisso.  Ela ergueu olhos para Jack.  E, obviamente, você também não. E agora? A idéia do noivado não foio boa, certo? Ei, Jack! Diga alguma coisa!  Ele baixou a cabeça com uma expressão de dar pena.   Eu não posso abrir mão dela, Keely. Nem para Cecily, nem para Joey. Mas Jim

my disse que a carta de Cecily não é o bastante. Ou eu parto para a luta, dou um jeito de achar Cecily e faço-a assinar um acordo de custódia, ou é muito provável que Joeyfique com Candy.  Keely sentiu o estômago revirar.   Mas... mas... você é um astro do beisebol. Você tem nome, essa casa, montanhs de dinheiro. Candy nunca passaria por qualquer necessidade. Você é a opção perfeita.   Também sou solteiro, não sou o parente mais próximo, não tenho outro meio denhar dinheiro e já menti para Joey sobre você, o que o advogado dele vai apontar correndo para o juiz, provando que eu não sou confiável. E para completar eu tenho umamulher vivendo comigo, sem o benefício dos sagrados laços do matrimônio, o que se constitui num mau exemplo para Candy. Além disso, Jimmy disse que é muito comum os juizes tomarem decisões conservadoras, para não demonstrarem qualquer espécie de tratamento especial para com as celebridades, o que significa que eu estou frito, não import

a por onde se olhe.  - Quando você coloca a coisa desta forma...  Keely puxou uma cadeira e sentou-se.  E agora?   Bem, nós vamos fazer alguma coisa. Jimmy já recebeu minha autorização verb contratar dois investigadores particulares para procurar Cecily em Timbucktu, ou onde quer que ela esteja. Uma boa empresa de investigadores, fora da Filadélfia. Mas esse tipo de busca leva tempo, especialmente porque, a essa altura, Cecilypode estar em qualquer lugar. Tibete. Austrália, Paris.   É. Paris. Soube que é um lugar bastante cotado  disse Keely, pensando em Grgory e no fato de que ele e sua nova assistente, Shavonna, provavelmente estavam a caminho de lá naquele exato momento. Não que aquilo importasse. Nada importava, a não ser manter Candy ali, com Jack. E com ela?   E eu vou convidar Joey para ficar aqui pelos próximos dias.

   Por Deus, por quê?   Primeiro, para mantê-lo afastado do escritório do advogado dele, em Bayonne. Nós o manteremos aqui, feliz e ocupado e, enquanto fizermos isso, Candy estará a salvo. Não é muito, mas nos dá um pouco de tempo.  Mais alguma coisa? Jimmy sugeriu algo mais?  . Sugeriu  disse Jack, rumando para a porta dos fungos.  Ele sugeriu quenós fôssemos em frente e nos casássemos. Isso provavelmente garantiria minha vitória co o juiz. Grandes chances disso acontecer, certo? com licença, mas eu preciso avisar tia Sadie que Joey vai ficar conosco por algum tempo. Aposto dez para um comoela vai começar a cavar um fosso em volta da casa em que mora.

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  Keely ficou observando-o partir, de boca aberta.  Jack desceu cedo na manhã seguinte, no exato momento em que Keely fechava a porta da frente, com um toque de quadril porque suas mãos estavam cheias de flores.   O que é isso? Quem mandou?   Eu não sei  respondeu Keely, colocando com cuidado o vaso de vidro na mesa do hall.  Deixe-me ver o cartão. Ah, não é uma graça? São de Curtis.   Quem?  perguntou Jack, tirando o cartão da mão dela.  Espero revê-la em brCurtis.  Ele olhou para o vaso, cheio de rosas amarelas e depois para Keely.  Quanto dinheiro exatamente nós gastamos naquela loja de móveis? E será que ele não devia te mandado as flores para mim?   Você quer que Curtis lhe mande flores?  perguntou Keely, tocando num botão elicado.   É claro que não!  exclamou Jack, virando-se e saindo em direção à cozinha. esse cartão antes que Joey o veja. Ele vai achar que você está me traindo.  Keely seguiu-o para a cozinha e então parou, apontando para a bagagem reunida perto da porta dos fundos.   O que é isso? Eu poderia jurar que vi Doçura carregar seis malas para cimana noite passada. Não é possível que haja mais.  Jack apoiou-se no balcão.   Essas são minhas. Tenho um vôo esta tarde, logo depois de minha reunião com immy. vou para o Arizona, para filmar um comercial e matar meu agente. Devo estar de volta em dois dias. Será que você consegue cuidar de tudo enquanto eu estiver fora?

   Eu?  perguntou Keely, com as duas mãos no peito.  Eu vou ficar encarrega cuidar de tudo?  Keely ergueu as mãos e revirou os olhos, dramaticamente.  O que mais eu poderia esperar de um homem? Tenho um bebê, uma adolescente superdotada psicodéica trabalhando como babá, o exemplo perfeito para um pôster de mande esse homem ao psiquiatra e uma montanha que comeu doze panquecas esta manhã antes de respirar, arroar e pedir mais doze. Tenho que comprar móveis, selecionar cores, decorar mais trêsquartos para o caso de alguém mais aparecer e sua tia quer que eu remodele a salade visitas dela em rosa-choque, para combinar com um papel de parede de flamingos que ela encontrou em meus mostruários. Ah, não. Não, não, não. Nem morta, Jack!   Ah, não é uma graça?  perguntou Petra, entrando na cozinha, com Candy apoiano quadril.  Os pombinhos estão tendo sua primeira briga. Tampe os ouvidos, Candy,você não vai querer ouvir isso.  - Cale a boca  ordenaram Keely e Jack, em uníssono. Petra sacudiu levement

e os longos cabelos, agora loiros, com as pontas pretas, e disse:   Está bem, já entendi. Se não querem que eu ajude, eu não ajudarei. Mesmo quenha uma solução para vocês.  Ela se virou para sair da cozinha, mas o grito de Jack para que parasse a deteve, de forma que ela se virou e sorriu para os dois... Naquele momento, Keely concluiu que não era impressão. Petra era, nitidamente, o gato de Alice e estavam mesmo no País das Maravilhas.   Certo  disse Petra, entregando Candy a Keely porque a criança parecia ansiosa para mudar de colo.  O negócio é o seguinte: você leva Keely com você para o Arizo Doçura e eu cuidamos de Candy. Alugamos a caixa com os três filmes O Poderoso Chefãopara Joey, o que vai mantê-lo feliz. Assim, vocês dois poderão relaxar... E não digam qe não precisam relaxar porque eu nunca vi duas pessoas que precisassem mais arejar a cabeça que vocês dois. Ah, enquanto isso, eu entregarei Candy a Joey sempre que e

la estiver infeliz ou incomodada, até ele descobrir que não quer nem vê-la por perto. Éuma espécie de Terapia da Aversão, entendem?  Antes mesmo de Petra chegar à metade de seu plano brilhante, Keely já havia começado a menear a cabeça.   Não. É impossível. Eu não vou deixar Candy aqui com um homem que pode tentarvá-la embora para Bayonne.   Doçura não vai permitir  disse Petra, marota.  Ele não fará nada que eu lhr para não fazer. Nós fizemos um acordo, isto é...   Eu sei o que isso significa. Mas não  insistiu Keely   Além disso, por que eu quereria ir para o Arizona? Por favor, Petra, pediu

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ela, em silêncio; não tente responder essa.  Nós poderíamos levar Candy conosco  sugeriu Jack. Então, franziu o cenho.  z seja melhor eu consultar Jimmy primeiro. Ele disse que ia tentar conseguir uma medida cautelar no tribunal para manter Candy aqui, na Pensilvânia, até que a questão da custódia esteja decidida.   E então? É perfeito  disse Petra, olhando para Keely.   Diremos ao velho Dois Olhos que há uma ordem judicial impedindo que Candy seja tirada desta casa e vocês não terão nada a fazer no Arizona, a não ser relaxar, rfrescar a cabeça e talvez até... bem, é só uma idéia... conversar um com o outro.  Ela pegou Candy dos braços de Keely e foi para a porta dos fundos.   Eu juro que não sei o que impede os psicólogos de baterem com a cabeça do paiente uma na outra  murmurou ela.  Talvez eu deva repensar a questão da psicologia...  O silêncio na cozinha ficou tão tenso, que Keely decidiu enchê-lo imediatamente com o som da própria voz.   Ela é uma criança  disse.  E não entende as implicações. Não acho sensato que ela disse, e nos afastarmos por dois ou três dias, para nos dar um tempo longe de Candy, um tempo para pensar.   É  concordou Jack, sem olhar para ela.  Não é uma boa idéia. Não que ela-eudessem tomar conta de Candy... Nós já sabemos que Candy gosta de Petra na noite passada, Doçura me disse que ele é o mais novo de uma família de doze irmãos e irmãs e quessou a vida inteira cuidando de bebês. Mas, não. Não daria certo. Nós provavelmente nosmataríamos antes mesmo de sairmos do espaço aéreo de Ohio.   Provavelmente  concordou Keely, ocupando-se em esvaziar a máquina de lavar

 louça e guardar os pratos no armário.  Eu nunca estive no Arizona. Aposto que deve ser muito quente lá nesta época do ano. Afinal, estamos em junho.   Realmente. É muito quente. E as filmagens vão ser perto de um parque estadual, quase como se fosse no deserto, acho eu.   Quente  repetiu Keely, guardando os talheres na gaveta.  E você estará trahando. Nós provavelmente nem nos veríamos, a não ser à noite, para jantar ou algo assim   É verdade.   Então, acho que seria uma coisa meio inútil.   Certo  concordou Jack.  É uma idéia tola.   Então, estamos de acordo  disse Keely.  Não é possível.   De forma nenhuma.   É uma idéia idiota.   Definitivamente, idiota. Certo, agora eu preciso ir ou vou me atrasar p

ara minha reunião com Jimmy.  Jack afastou-se do balcão e foi para a porta dos fundos. Então, parou, coma mão na maçaneta.   Eles vão mandar um jato particular, de forma que tenho certa flexibilidade, mas eu realmente gostaria de sair daqui por volta do meio-dia. Você acha que consegue arrumar suas coisas e estar pronta para sair quando o carro chegar para nos buscar, às onze e meia? Keely manteve-se de costas para ele.   Consigo. Consigo, sim.   Certo. Aqui está o telefone do médico  disse Keely, anotando em um bloco. o nome e número da farmácia mais próxima. Se precisar entrar em contato conosco, você tm o número do celular de Jack. Para qualquer outra coisa, ligue para a emergência.  Ela arrancou a página e entregou-a a Petra, que estava sentada a sua frente, na mesa da cozinha.

  Petra pegou o papel e colocou-o ao lado dos que já estavam sobre a mesa.   Vamos conferir o que temos, certo? Primeiro, eu tenho uma lista das comidas que Candy pode consumir. Purê de maçã, cereal de arroz e leite em pó.   Só duas colheres de chá de purê de maçã  lembrou Keely, apesar de já ter eso.  Uma colher de chá ontem, duas hoje, uma colher de sopa amanhã, só para termos certza de que ela não é alérgica. Depois disso, pode dar o quanto ela aceitar, só não dê deporque ela precisa tomar o leite todo. O mesmo vale para o cereal de arroz. Duas colheres de chá hoje, uma colher de sopa amanhã.   Legal! Eu gosto de física quântica. Espero conseguir suportar a pressão  di Petra, revirando os olhos.  Certo, então, eu tenho o número dos telefones e tenho as

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 instruções sobre a comida. Tenho uma escala de horário para o banho, os cochilos e os horários de brincar. Nunca deixe inguém chamá-la de obsessiva, porque eu já chamei. Ma só me esclareça uma coisa: isso quer dizer que não podemos ievar Candy para comer uma pizza com batatas fritas?  Keely levou as mãos às têmporas.  Ah, eu não vou conseguir! Eu não vou ser capaz de sair. Onde estava com a cabeça?  - Ora, vamos lá, Keely, eu só estava brincando. Candy vai ficar bem. Todos ficaremos bem. São só dois dias. E eu não pretendo ser malvada ou algo assim, mas há mens de duas semanas, você nem sabia que Candy existia.  Keely engoliu as lágrimas e baixou os olhos para Candy, que estava na cadeirinha de balanço, tentando seriamente enfiar o punho inteiro na boca.   Eu sei  disse ela, suspirando.  E mesmo assim, há momentos em que eu acho ue minha vida seria insuportável sem ela.  Keely olhou para Petra e suspirou.  É bom eixá-la um pouquinho. Será uma boa preparação para quando eu precisar deixá-la de verda Quero dizer, não é bom eu me afeiçoar muito, certo?   Certo  Petra concordou com um gesto solene de cabeça. Depois de alguns momentos completou:  Você vai ter ambos: Candy e Jack. Se apegar não é uma boa idéia.  Keely enxugou os olhos.   Ah, é ótimo ouvir isso vindo da moça que deu um jeito para que eu fosse para no Arizona com Jack por dois dias. Quero dizer, você poderia ter mencionado essacoisa de apego antes.   Ei!  Petra exclamou, dando de ombros.  Eu sou um gênio, lembra? Já lhe disque Doçura e eu vamos trabalhar juntos? Ele vai me ensinar a pular corda... isso e

u nunca consegui aprender. Aí, em troca, eu vou ensiná-lo a lutar boxe.  Keely estava com dor de cabeça. Uma dor muito forte.   Como assim, você vai ensiná-lo a lutar boxe? Ele não é um lutador profission   Se você quer saber se ele ganha para cair na lona, a resposta é sim. Joey sóo coloca em lutas que ele sabe previamente que deve perder. Aliás, isso é crime.   Mas Jack me disse que Joey não está realmente envolvido em atividades criminosas  disse Keely, desfazendo as malas mentalmente.  Talvez ele tenha, finalmente, conseguido entrar para o mundo do crime.   Creio que não  respondeu Petra, tirando Candy do balancinho e colocando-ano colo.  Doçura disse que é assim que funciona nesse clube em Bayonne. Mas eu acho que ele tem potencial. Quem sabe, talvez eu compre o contrato dele e me torne uma empresária de boxe.   Você vem economizando sua mesada, Petra?  perguntou Keely, afastando-se da

 mesa da cozinha, na tentativa de pôr alguma distância entre si e a mais recente fase de Petra.   Zombe, se quiser  disse Petra, num tom majestoso.  Mas eu vejo um grandefuturo nele. Além disso, papai vai ficar louco.   É sempre assim  concordou Keely, indo até a janela para olhar o carro de Jak.  Aborrecer seu pai é tão importante assim para você?   Ora, é isso que os adolescentes fazem, faz parte das regras. Só estou tentando ser uma adolescente normal.  Keely riu alto.  Quantos adolescentes você conhece que têm seu próprio boxeador?  petra mudou Candy para o lado esquerdo da cintura.  Eu não fumo nem consumo drogas. Também não fico até tarde na rua com os rapaze. Por acaso cabulo aula, tiro péssimas notas ou faço piercings?

  Keely virou-se, um passo mais perto de Petra.   É isso. É isso que está me incomodando. Você está sem nenhumpiercing. Nada nbrancelhas, nem nas orelhas, nem no umbigo. E nenhuma tatuagem ou cicatriz. Poracaso, você colou aquilo tudo no seu corpo no dia em que nos conhecemos?   Até o da língua, se bem que esse foi o mais difícil, com certeza  disse Pet  Você quer dizer que só percebeu isso agora? Uau! Candy vai acabar com você quando fo adolescente.   Eu não estarei aqui quando Candy for adolescente  lembrou Keely.   Eu sei. Vai estar em Nova York, decorando coberturas, indo às melhores festas, talvez até tendo seu próprio programa na CNN, nas manhãs de sábado. Keely McBride

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 o Grande Sucesso.  Keely ficou em silêncio por alguns momentos e então olhou para Petra.   Quantos livros de psicologia você leu, exatamente, desde que entrou nessa nova fase?   Quatro. Eu tenho leitura dinâmica  disse Petra.  É uma pena que eu esteja istindo, porque acho que seria capaz de escrever uma tese inteira sobre você, Keely. Aliás, sobre Jack também. Mas acho que, neste momento, prefiro explicar as maravilhas da ciência que há por trás de um bom cruzado de direita a Doçura. Ah, olhe, aí vemck. Você vai dizer a ele que desistiu de ir?  Keely estendeu as duas mãos para Candy. A pequena riu, inclinou-se para ela e Keely pegou-a no colo e abraçou-a com força.   A tia Keely está fazendo a coisa certa, Candy?  perguntou ela ao bebê, maisinteressado em tirar os grampos que Keely usara para prender seu coque.  Ela adorava a forma como Candy preenchia seus braços e aquecia seu coração. Adorava a forma como a criança a fazia se sentir querida e necessária. Mas será que era o bastante? O bastante para ela e Jack? Seria justo deixarem que seu amor e preocupação com Candy os conduzissem a algo que acabaria levando-os, mesmo que não imediatamente, a uma infelicidade coletiva?  Keely não sabia. Só sabia que, de repente, Jack estava em pé, na cozinha, e olhava-a intensamente. De repente, ela sentiu o estômago subir para a garganta.   Pá! Pá-pá-pá-pá!  gritou Candy, assim que Jack entrou na casa, se debatendoo de Keely, para tentar alcançá-lo. Ele cruzou a cozinha com uns poucos passos, pegou o bebê nos braços e beijou-a no alto da cabecinha.   Você está pronta?  perguntou ele a Keely, que estava fazendo o máximo para

gir que olhar para Jack com Candy, por mais natural e apropriado que eles parecessem quando estavam juntos, não era motivo suficiente para deixá-la com vontade de chorar.  - Estou  disse, engolindo o nó na garganta.  - Pois então, vamos. O carro já está lá fora, esperando. Tchau, meu anjinho. vu sentir muito sua falta  disse ele, beijjando Candy novamente e entregando-a a Petra.  Keely foi até a porta, então parou, andou até a mesa, pegou as escalas de sono, cochilos e alimentação que havia feito e rasgou-as ao meio.  - Siga seu ritmo, Petra. Só tente não perdê-la por aí. Certo, Jack, eu estou nta. Vamos?  Ao sair, ela não ouviu Petra dizer a Candy:   O que vimos aqui hoje, querida, significou um pequeno passo para você e u

m imenso passo para a tia Keely. Agora, venha, vamos descobrir onde está o tio Doçura. Ele vai nos levar ao parque para alimentarmos os patos. 

Capítulo XII

  Não é pelo calor. É pela humildade.  Yogi Berra  Mal haviam apertado o cinto dos assentos do pequeno táxi aéreo, que começavaa se deslocar pela pista, e Keely partiu para o ataque. Achava que havia se contido incrivelmente até aquele momento, mas agora precisava saber de tudo.   O que Jimmy disse? Ele conseguiu o mandato para manter Candy na Pensilvânia? E quanto a uma ordem restritiva para Joey? Eu sei que seria forçado, considerando que você o convidou para ficar em casa, mas Jimmy chegou a pensar nisso? E quanto a...

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   Acho que gostei mais do percurso em silêncio até o aeroporto  disse Jack, aoiando os braços na poltrona quando o avião decolou.  Ah, eu detesto aviões pequenos. aldito Mort. Ele sabe que eu detesto aviões pequenos!   É mesmo? Pois eu acho o máximo. O que detesto são trens.  Keely olhou pela ela enquanto o chão ficava cada vez mais distante e sorriu para Jack.  Você está pálidomo um fantasma. Eu não acredito. Você voava pelo país inteiro quando jogava pelos Yankes.  É. Em aviões de verdade. Não em latas de sardinha.  Jim Croce, Richie Valens, a lista é interminável. Celebridades, aviões pequenos, acidentes aéreos. Já era tempo de as pessoas terem aprendido.  Então, ele bocejou.Mas eu vou ficar bem. Tomei uns comprimidos para enjôo pouco antes de sairmos. Eles vão me deixar sonolento, de forma que dificilmente eu vou acabar gritando, me debatendo e exigindo que pousem o avião.   Ah, ótimo  disse Keely, tentando não rir. Ela o olhou: costas tensas, cabeçirmemente apoiada no encosto, mãos, com as juntas brancas, agarradas aos braços da poltrona.  Estou vendo que o comprimido já está funcionando perfeitamente. Você quer qu rezemos juntos, ou talvez possamos conversar sobre Candy?  Jack virou a cabeça para ela.   Não tem graça. Todo mundo tem algum tipo de fobia. Aposto que você não suporratos.   Na verdade, eu tinha um de estimação quando era criança  Keely falou, aceito o copo de suco de laranja oferecido pela comissária.  A tia Mary não queria arcar com a responsabilidade de ter um gato ou um cachorro. Ele era branco e tinha um lindo narizinho rosado. Eu o chamava de sr. Squigles. Eu realmente adorava aquele

 ratinho.   Fico feliz por você  Jack falou com os lábios contraídos.  Agora você quero que Jimmy disse ou prefere que eu me mude para outra poltrona antes de esganá-la?   Desculpe-me  disse Keely, sem o menor remorso. Pelo menos, Jack não estava mais agarrado aos braços da poltrona como se aquilo sustentasse o avião no ar.  Porfavor, conte-me o que ele disse.  Jack ajeitou-se na poltrona.   Infelizmente, não muito. Ele disse que neste momento não há outra opção, alérnar a coisa oficial. Informar as autoridades locais de assistência social e bem-estar do menor e coisas assim. Uma assistente social será designada para acompanhar o caso, provavelmente já na segunda-feira.   E isso não são boas notícias?  Keely tinha praticamente certeza da resposta

le, mas tinha que perguntar.   Não muito. Não se trata mais de Cecily ter deixado Candy aos meus cuidadospor alguns dias. Agora, a coisa é oficial, como se ela tivesse abandonado a criança. Até porque, se Candy não tivesse sido abandonada e eu estivesse apenas cuidando dela por alguns dias, não estaria pedindo a custódia, certo? Conclusão: é possível que a astente social opte por deixar Candy em um abrigo ou na casa de outra pessoa enquanto Joey e eu brigamos por ela no tribunal.   Não!  Keely empertigou-se na cadeira, com o coração aos saltos.  Eles não azer isso! Candy é nossa... sua. Jack?  Ele se inclinou e pegou a mão dela.   Relaxe. Jimmy disse que é só uma possibilidade. Se conseguirmos mostrar para a assistente social que Candy está em um ambiente bom e seguro e que está sendo bem cuidada, temos uma boa chance de manter a custódia física, pelo menos por enquanto

. Droga! Eu seria melhor se Joey estivesse falido e não sentado em uma herança polpuda, porque aí ele aceitaria uma oferta minha de receber dinheiro para ficar longe. Porque ele não quer Candy. Ele só não quer que eu fique com ela. Keely enxugou as lágrmas de medo e de frustração por não poder fazer nada para ajudar.   Mas você vai continuar lutando, não vai? Jack assentiu e bocejou novamente.  - Eu nunca desisto de nada sem lutar, Keely. Ela sabia o que ele queriadizer.   Beisebol. Você não desistiu sem lutar.  Jack sorriu um sorriso triste e massageou as têmporas.   Beisebol. É incrível, mas parece que foi em outra vida. E para dizer a verd

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ade, não numa vida muito importante. Mas, Candy?  Ele meneou a cabeça.  É diferente. alguém tivesse me dito há algumas semanas que eu estaria tão pouco preocupado com o beisebol e tão obcecado por essa menininha gorducha...   Você a ama, não é?  perguntou Keely, baixinho.  Não é só porque Cecily peda tomar conta dela, ou para deixar Joey com raiva, ou porque você não tem nada parafazer e precisa de alguma coisa que o distraia da aposentadoria. Você realmente aama. Faria tudo que fosse necessário para ficar com ela.  As pálpebras de Jack estavam pesadas e parecia que estava quase dormindo.   Faria. Qualquer coisa  disse, em meio a outro bocejo.  Talvez eu devesseter seguido a prescrição e tomado só um comprimido. Keely, você se incomoda se pararmosde conversar um pouco? Eu estou muito cansado.  Qualquer coisa? Ele faria qualquer coisa? Era isso que ela era para Jack? Uma qualquer coisa conveniente? Era por isso que estava naquele avião? Até onde el iria? Será que chegaria a fazer amor com ela, a fingir que a desejava, ou mesmo que a amava, só para poder mostrar um estilo de vida sólido o bastante para lhe garantir a custódia de Candy?   Claro, Jack  concordou Keely, engolindo as lágrimas enquanto a comissária etregava um travesseiro e um cobertor a ele.  Durma  disse ela, virando-se para a janela.  Enquanto eu tento descobrir por que não estou gritando por um pára-quedas.  Jack só acordou quando o avião já estava pousando em um aeroporto inacreditavelmente pequeno, em algum lugar do Arizona. Ele provavelmente nem sabia para onde iria, até chegar lá, mas no momento aquilo não parecia importante. O comercial era apenas uma coisa que havia aceito fazer, algo para ajudar a prolongar uma carreira da qual ele não sentia mais falta.

   Onde é Fênix, ou Tucson, ou algo assim? Estamos no meio do nada  ele falou,assim que saiu do avião com Keely e olhou em volta. Planície, mais planície, montanhas a distância. E calor. O Arizona deve ser o lugar mais quente do mundo.   Ah, que graça!  exclamou Keely, estreitando os olhos por causa do sol.  Euquero tirar muitas fotos. com licença. Deixe-me pegar a máquina fotográfica na mala.  Keely foi até a pequena pilha de bagagem. Enquanto isso, Jack avistou seu agente: um homem de um metro e noventa, havaiana e bermuda caqui até os joelhos,caminhando em sua direção.  - Jack! Bem na hora! Foi bem pensado trazer seu próprio passatempo. Agora, despeça-se da moça e vamos. Brad, o diretor, disse que talvez consigamos terminarainda hoje, jjpois em poucas horas não teremos mais condições de luz.  Jack pegou o agente pelo braço e afastou-o do avião antes que Keely pudesse ouvi-lo.

   Onde diabos nós estamos?  perguntou ele, enquanto o agente pegava um lenço ranco no bolso e começava a enxugar a própria testa suada.   No grande sudoeste, Jack, no grande sudoeste. E você vai adorar aqui. É capaz até de querer comprar umas terras para construir uma hacienda. Certamente que é quente, mas é um calor seco e não incomoda em nada.  Mort olhou por sobre o ombro.  Po que a moça está seguindo você? Eu pedirei que alguém a leve para um motel. Ah, e você  um ótimo gosto, Jack. Ela é uma beleza.   Ela vai ficar comigo. E chega de gracinhas, Mort. Estou lhe avisando.   É sério?  Mort olhou para Jack.  Meu Deus, é sério! Eu nunca pensei que vee dia chegar. Quem é ela? É alguém importante? Devo deixar essa informação vazar para aprensa ou você prefere fazer um comunicado formal?   Mort, a última coisa que eu quero ou preciso neste momento é de publicidade. Tudo o que quero é fazer esse comercial, voltar para o avião e ir para casa. Facil

ite as coisas para mim, Mort, e você terá minha eterna gratidão.   Obrigada, mas para mim bastam os dez por cento. E então, Quem é ela?  Jack suspirou.   Eu os apresentarei, mas você tem que prometer que vai se comportar.   E quando é que eu não me comporto?   Eu não sei, Mort. Talvez seja por causa dos doze telefonemas que eu recebi sobre rumores de que os White Sox estão de olho em mim. É claro que você não tem nadaa ver com isso, certo?  Mort virou os olhos para o sol e fez uma careta.  Jack, Jack, Jack. É preciso manter seu nome na mídia, pelo menos enquanto estou tentando conseguir mais un

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s contratos publicitários. Nesse momento, estou trabalhando em um negócio que é uma beleza, com um fabricante de luvas, cujo nome não direi. Você sabe que eu detesto me antecipar, isso pode minar o acordo.  Jack?  Ele se virou e viu Keely a cerca de dois metros, apontando para uma limusine com as portas traseiras abertas. Jack pegou Mort pelo braço mais uma vez e o rebocou, apresentando-os. Então, ajudou Keely a entrar e sentou logo depois dela, para servir de escudo entre ela e seu agente.   Keely, hein?  disse Mort, inclinando-se sobre Jack.  A única outra Keely qe eu conheci foi Keely Smith, a cantora. Você lembra, Jack, de Louis Prima e Keely Smith?   Não. Não lembro  Jack respondeu, empurrando Mort de volta para o banco.  Eely também não se lembra porque nós dois nascemos depois da Era do Gelo. Agora, diga-me para onde estamos indo.  - Não muito longe  garantiu Mort.  Você só precisa fazer uma coisa: andar atarro com uma modelo, ajudá-la entrar, entrar pela outra porta e sair dirigindo por uma longa estrada. Só isso.  Só isso? Isso é tudo? Eu não precisarei dizer nada?  Não. Haverá uma locução em off, gravada depois, no estúdio. Você só precisa anlocar a moça no carro, entrar...   Certo, certo. Eu acho que entendi  Jack falou, impaciente.  Aí, voltaremospara o hotel e depois para Whitehall logo pela manhã, certo?  Ele olhou para Keely.  Isso está melhor do que eu havia imaginado.   Algumas coisas são  disse Keely, seca.  No mesmo instante, Jack ficou com a sensação de que havia perdido alguma co

isa.   Ei, você está bem? Me desculpe por ter dormido durante o vôo.   Você dormiu. E muito. E, sim. Eu estou bem. Acredite-me, Jack: eu quero ir para casa até mais que você. A viagem foi uma má idéia. Uma péssima idéia.  Sim. Definitivamente, ele havia perdido alguma coisa. A atmosfera estava tão gelada, que provavelmente o ar-condicionado do carro nem teria sido necessário. O que teria acontecido entre o momento em que ele entrara no avião e o momento que haviam pousado na versão americana do deserto australiano?  Jack gostaria que ela se explicasse, mas o olhar de Keely bastou para afastá-lo. Seguiram em silêncio. Bem, Jack e Keely ficaram em silêncio, enquanto Mort mantinha um monólogo que abrangia tudo, de seu último grande contrato, ao cardápio de seu almoço, até chegarem à locação onde havia dois Corvettes vermelhos conversíveis, trê cerca de vinte pessoas e uma confusão de luzes e equipamentos à espera deles. Tudo

isso para filmar um comercial de míseros trinta segundos que provavelmente iria ao ar durante a Série Mundial.  A limusine mal havia parado, quando um dos homens destacou-se do grupoe veio correndo falar com Mort, enquanto Jack tentava, com grande dificuldade, tirar suas longas pernas do interior do veículo. Keely não perdera tempo e já havia saíd pelo outro lado.   Temos um problema. O avião de Julie ficou preso em Las Vegas. Houve algum problema com o motor, e ela só chegará tarde da noite. Temos que interromper e recomeçar tudo amanhã. É uma droga e vai nos custar uma fortuna, mas eu não vejo outra form de... quem é ela?  Jack viu o homem apontar para Keely e as engrenagens de Mort começaram agirar dentro de seu cérebro ganancioso. Jack quase conseguia ouvir os ruídos da caixa registradora do empresário em pleno funcionamento.

   Quem? Ah, você quer dizer Keely Sm... McBride? Ela é uma mina de ouro, evidentemente, um novo rosto. Aliás, o rosto do novo milênio. Acho que poderíamos... mas,eu não sei, Brad. Ela está sendo há muito tempo assediada pela Revlon e...  Jack revirou os olhos. Mort era, definitivamente, uma peça rara. Mas Brad parecia pronto para negociar.   Eu compreendo seu problema, Mort. E ainda vou ter Julie, porque ela é sindicalizada. Mas acho que é bem menos dispendioso do que ter de reunir todo o pessoal e equipamento por mais um dia e uma noite. Eu não tinha nenhum plano muito fechado com ela, só de seu rapaz, de forma que ela não ficaria excessivamente exposta para a Revlon. Eu realmente tenho que manter isso dentro do orçamento, Mort. Vamos n

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egociar.  O diretor pegou Mort pelo braço e foi com ele até a sombra proporcionada por uma das vans.   Algum problema?  perguntou Keely, dando a volta na limusine para unir-se a Jack.  Ei, Jack? Será que você pode me dizer o que está acontecendo?  pediu ela, qdo ele se recostou novamente no banco da limusine e pegou duas garrafas de água gelada da geladeira portátil.  Não que eu tenha o direito de perguntar. Afinal, sou apenas uma penetra aqui, certo?  Ele estendeu uma das garrafas para Keely, mas ela recusou.   Estamos juntos nessa estrada, Keely. É Mort quem está regendo o espetáculo. u só quero terminar logo para podermos ir ao motel, talvez nadar um pouco e pensar sobre Candy sem a presença de Petra, de Sadie ou da Besta de Bayonne para nos assombrar.  Keely meneou a cabeça.   Eu não estou entendendo. Mort é seu agente, seu emPresário. Tudo bem. Mas vonão está nem um pouco interessado no que está acontecendo?  Jack olhou para ela, com a mente mais interessada no motel e na noite que se aproximava do que em qualquer outra coisa. Só queria ficar sozinho com ela.Será que isso era pedir muito? Aparentemente, era.   Mort é pago para isso. Eu jogo bola, ele arruma o dinheiro. O que há de errado nisso?   Bem  disse Keely, revirando os olhos.  Se você não sabe, certamente não seu a dizer  E, então, ela disse:   Primeiro: você não joga mais. Segundo: uma coisa é confiar, mas é absolutame

 idiota não se interessar minimamente por sua própria vida. Terceiro...   Certo, certo, eu já entendi  Jack interrompeu-a rapidamente. Não a levara aali para que brigassem. Podiam perfeitamente brigar em casa.  Você tem razão. Eu devia ficar mais atento.   Você tem alguma idéia do quanto tem?  insistiu Keely.   Uma idéia  admitiu Jack.  Bem por alto. Quero dizer, eu sei que é algo entdois e três milhões. Eu recebo uma pensão e Mort administra todo o resto.   Oh, meu Deus!  Keely exclamou, olhando-o como se ele fosse o pior dos incompetentes. Na verdade, o olhar dela o fazia sentir-se uma verdadeira aberração danatureza, mas ele preferia pensar que Keely o achava apenas incompetente. Desdeque continuasse achando-o adorável.   Eu não estou entendendo, Jack  pressionou ela. - Você já me disse que gast dinheiro com cuidado e que não quer levar a vida extravagante de alguns atletas.

Mas agora está me dizendo que não sabe quanto dinheiro tem?   Veja bem, Keely  disse Jack, tentando se defender. - Tim e eu assinamosum contrato com Mort assim que saímos da faculdade, com o apoio de meu pai. Papaiconfiava nele e, agora que ele não está mais aqui, Tim e eu continuamos confiando. Ele nunca nos deu motivos para não confiarmos.   Ah, é mesmo?! E como você poderia saber, Jack?  perguntou Keely, erguendo oqueixo.  Não estou dizendo que seu agente seja um ladrão. Tenho certeza de que não é.  será que não é hora de você começar a prestar atenção em sua vida?   Eu tenho estado ocupado.   Sim. Jogando, eu sei. Mas agora você tem uma casa, tem Candy e tem o resto da vida pela frente. Francamente, Jack, você precisa de alguém que zele por isso tudo.  Ele olhou-a. Certo. Iam recomeçar a brigar. O que havia de excepcional ni

sso?   Eu não estou atrás de voluntários.   Ótimo, porque eu não estou me oferecendo.  Ela Pegou a garrafa de água das dele, então se virou e afastou-se.   É tão bom saber que você nem liga  gritou ele, virando-se com raiva, quandort cutucou-o com o dedo.   O que foi?  Nós precisamos de Keely. Jack meneou a cabeça. Mort precisava de Keely? Droga! Ele achava que ele próprio precisava de Keely, só que a Keely da qual achava precisar era bem mais agradável do que aquela que havia voado para Dipstick, Arizona.

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   Do que você está falando, Mort? Pode repetir?   Eu disse que precisamos de Keely. Bem, Brad precisa. A atriz que eles contrataram só vai chegar aqui tarde da noite ou amanhã. Então, ou desistimos por hojee recomeçamos tudo amanhã, ou tentamos pelo menos ensaiar hoje para filmar amanhã. Quem sabe? Se eles derem sorte e sua amiga não ficar petrificada na frente das câmaras, podemos até acabar tudo hoje mesmo.   Então, eles querem que Keely... ela nunca fará isso.   Aposto dez dólares, menos meus quinze por cento é claro. Se ela funcionar,eu passarei a representá-la oficialmente; a apresentarei ao pessoal mais quente da área de casting e... pronto: teremos uma carreira nova para a moça.  Jack estreitou os olhos e olhou para o agente.   Eu só lhe pago dez por cento. Mort deu de ombros.   As coisas evoluem. Seu contrato é antigo. Agora, eu cobro quinze por cento. Todos cobram, à exceção de uns poucos que cobram vinte. Mas eu não sou ganancioso. Vcê quer dez, eu farei por dez, mas só neste caso. Deixe-me falar com ela.  Jack olhou para Keely, que estava inclinada um pouco mais para a frente, examinando um dos Corvettes. Mesmo depois de uma longa viagem de avião, mesmo sob aquele calor terrível, ela parecia fresca, composta e elegante. Uma beleza clássica na blusa de seda amarelo-clara e calça de modelagem seca, também amarela. Os cabelos, que haviam começado o dia presos em um coque elegante, deviam ter se embaraçadono avião porque, naquele momento, ela simplesmente os afastara do rosto, com uma presilha colocada na altura da nuca, mantendo a sedosa massa escura escorrendo pelos ombros.   Ela faz um estilo Audrey Hepburn, não?  comentou Mort, também olhando para

eely.  Por favor, só me diga que ela é amadora e que não tem um agente. Quero dizer, e posso adorar os atletas, mas isso não significa que não possa diversificar e começara agenciar modelos.   Ela é decoradora de interiores  Jack informou, sem tirar os olhos de Keely. Ali, vendo-a pelos olhos de Mort, ele concluiu que preferia vê-la por seus próprios olhos: em sua casa, brincando com Candy, sentada à mesa diante dele, lentamentetomando conta de seu mundo.  Eu acho que ela não vai topar, Mort.   Por quê? Ela é incrivelmente rica? Não precisa de uma boquinha como esta? Imgine que perda teria sido para o mundo se Marilyn Monroe tivesse dito isso  Mortaparteou, recorrendo mais uma vez ao lenço que trazia no bolso.  Vamos lá, Jack. Apenas deixe-me perguntar. Nós estamos derretendo aqui fora.  Aquilo era verdade, concluiu Jack. Keely precisava do dinheiro para voltar a Nova York. Uma entrada inesperada como aquela a ajudaria muito. Será que ele

 tinha algum direito de impedi-la de ganhar aquele dinheiro? Não. Não tinha o direito de pedir a Keely para fazer ou deixar de fazer o que desejasse.  Ora, vá em frente, Mort. Fale com ela  afirmou ele. Então, foi até o homem qu seu agente havia chamado de rad, que gesticulava freneticamente para ele.  Quatro horas depois, com o sol mais quente do mundo ainda reinando no cume das montanhas, Jack desejou a morte de Brad, de Mort e, principalmente, de Keely. Ah, sim, e da maquiadora, que não parava de dizer a ele para parar de suar.  Jack teria preferido ter uma bolha em cada dedo de sua mão de lançador a continuar ouvindo Brad gritar outra vez:   Corta! Vamos fazer de novo.  Tudo parecera muito simples. Não tão simples quanto Mort dissera, mas longe da complexidade de uma cirurgia neurológica. Jack devia ficar perto do carro comKeely, olhando-a e segurando suas duas mãos. Depois, devia se afastar, abrir a por

ta do carro e ajudá-la a entrar, passando levemente os dedos sobre o capô, enquantojogava as chaves para o alto algumas vezes. Finalmente, devia entrar no carro, ligá-lo e sair dirigindo.  Não parecia nada difícil.  Mas era difícil o bastante.  Primeira tomada: ele não havia conseguido tirar as chaves do bolso.  Segunda tomada: conseguira tirá-las do bolso, mas as derrubara no chão.  Aquilo fora apenas o começo. A confiança o abandonara, e ele começara a se empenhar tanto em não cometer mais erros, que os erros passaram a persegui-lo como uma praga.

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  Sexta tomada: Jack fechara a porta em cima da longa echarpe esvoaçante que algum idiota achara apropriado amarrar no pescoço de Keely para que, quando se afastassem, a peça voasse ao sabor do vento.  Décima quarta tomada: ele... ah, ele havia se esquecido o que fizera de errado da décima quarta vez. E durante todo o tempo, Keely atuara brilhantemente. Ela  segurara as mãos dele, o olhara com ar de adoração e depois entrara graciosamente no banco do passageiro. Perfeita. Todas as vezes.  Aparentemente, era ele quem não parecia ser capaz de fazer a coisa do jeito certo. E sempre que errava, tudo parava. Alguém tinha que limpar o capô do carro. Alguém tinha que mexer uma luz, por que precisavam de tantas luzes, se ainda havia sol?, ou sugerir outro ângulo de câmara.  A maquiadora sempre vinha correndo para pentear os cabelos dele, pôr mais pó em seu rosto e pedir a ele para não suar.   Certo, crianças, ouçam  disse Brad, enquanto a maquiadora empoava a testa d Jack depois da vigésima segunda tomada, que fracassara quando Jack tropeçara no paralama frontal do Corvette.  Vamos fazer mais uma tomada hoje ou amanhã teremos quevoltar para fazer tudo de novo. Jack? Você está pronto? São os últimos momentos do jogo campeão, vamos para a medalha de ouro!   Ah, certamente. Medalha de ouro? No beisebol? Do que esse imbecil está falando?  grunhiu Jack, caminhando Para Keely, a perfeita. Ela nem mesmo suava!   Jack? Você está bem?  perguntou ela, ao notar que ele olhava para todos os ados, menos em sua direção.  Não, droga. Não estou. Não acredito que não sou capaz de fazer isso. Até um ma

o seria capaz de fazer isso!  - Então, não é porque você está aborrecido por eles terem me pedido para fazercomercial? Porque Mort disse que você não havia ficado muito satisfeito e...   Satisfeito? Eu estou satisfeito. Por que não estaria? Nossa, estou quaseeufórico de tão satisfeito. Isso porquê você precisará menos de meu dinheiro para sua va triunfal a Manhattan, significa que parará de se preocupar com a possibilidade de Mort estar me roubando e de Candy correr o risco de ficar sem dinheiro até paracomprar sapatos. Você vai ganhar seu dinheiro, vai voltar para Nova York e eu não vou ter que ficar ouvindo-a me perguntar se está tudo bem ou tudo mal, porque você estará longe, fora de minha vida! Como eu poderia estar me sentindo de outra forma que não satisfeito?  Keely pressionou as costas da mão no rosto dele.   Você bebeu bastante água, Jack? Tem que beber muito nesse calor, ou pode fi

car desidratado, desorientado, é capaz até de ter delírios.  Jack olhou-a. Será que Keely estava insinuando que ele estava cometendo erros de propósito para que tivessem que voltar no dia seguinte, com a modelo, e que assim Keely não ganharia os dez mil dólares combinados? Será que ela tinha razão? Oh,Deus, por favor, não permita que Jack seja tão egoísta.   Eu estou bem.   Até parece que você me engana  murmurou ela, tomando sua posição, quando Brcomeçou a gritar suas instruções pela milésima vez.  Olhe, Jack  disse ela, segurandoas mãos.  Apenas relaxe, está bem? Não há luzes, nem câmaras. Nem Mort, nem Brad, ning dois, saindo para um passeio.  Keely apertou as mãos dele e Jack respirou fundo, encarando-a. Ela sorriu.  você e eu, Jack. Só nós dois.

  Eu gosto dessa idéia.  Ele respirou fundo novamente e soltou o ar aos poucos.  Keely? Eu sei que ainda temos muito o que conversar, muitos problemas, problemas grandes. Sei que às vezes tenho vontade de lhe dizer para cuidar de sua própria vida e que às vezes você tem vontade de bater em mim com uma daquelas panelas que ficam penduradas na cozinha, mas, só por agora, você está tão interessada em ir embora dqui quanto eu? Porque eu quero muito ficar sozinho com você, Keely. Agora.  Os olhos castanhos dela ficaram subitamente suaves e úmidos.   Ah, Jack, você me deixa tão nervosa e... e depois diz uma coisa dessas e..   É mais forte do que eu, Keely. Eu gosto do som disso: só nós dois, disse eaixinho, repetindo as palavras dela, puxando-a lentamente para si, inclinando-se

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 para beijar aquela boca tão convidativa. Ficaram ali, de mãos dadas, Partilhando omomento e então Jack ajudou-a a entrar no carro, deu a volta, acariciou duas vezes o capô, girou habilmente as chaves entre os dedos, pulou para o banco do motorista sem abrir a porta. Então, olhou para Keely, inclinou-se e beijou-a novamente, ligou o carro e saiu pela estrada, enquanto a echarpe de Keely esvoaçava ao sabor da brisa.  - Corta! E, pronto!  gritou Brad, quando Jack passou dirigindo por ele.  Jack continuou dirigindo.   Jack?  Keely falou, olhando por sobre o ombro  as pessoas e vans deixadas na poeira.  Brad está gesticulando para nós. Acho que é melhor darmos a volta agora.   Você acha?  perguntou ele.  Porque Mort disse que o motel fica a uns seis u sete quilômetros à frente, por esta estrada  Ele olhou-a e pegou-a pela mão.  Ou eutou completamente perdido, incapaz de interpretar os sinais?   Hum... o que quer dizer, Jack? Você está perguntando se eu iria para... quero dizer, você acha que eu... ah, que seja!  Keely umedeceu os lábios e olhou para afrente.  Que velocidade esse carro consegue atingir?  Eles praticamente cruzaram a porta do motel juntos, de mãos dadas, como dois fugitivos bem-sucedidos. Ofegantes. Rindo como bobos por causa do jeito como o recepcionista arregalara os olhos para Jack e pedira seu autógrafo. Na pressa de irem para o quarto, simplesmente largaram o Corvette no meio do estacionamento.  Jack fechou a porta com o pé e jogou a chave com seu pesado chaveiro na direção da imensa cama de casal. A chave bateu no rádio-relógio na mesa-de-cabeceira e,

e repente, havia uma voz dizendo: ...sua estação número um. A seguir, uma nova cantora com seu sucesso mais sensual delicioso, Every Night, Every Delight.  Jack aproximou-se; seus olhos azul-escuros e intensos.   Aaaah, baby, toda noite...  Keely tentou respirar, mas não conseguiu. De repente, os dois pararam derir porque, subitamente, a graça havia desaparecido.  Não havia nada além de Jack e ela. As quatro paredes que os cercavam, a cama atrás deles. E uma tensão crescente, um desejo crescente, quase sufocantes.  Ela apoiou as mãos nos ombros dele e olhou-o nos olhos. Ele parecia faminto, quase tão faminto quanto ela.  Aaaah... todo desejo...  Keely gemeu quando os lábios de Jack tomaram os seus, com força e desejo. Aliás, a mesma força e desejo com que ela retribuiu. Então, ele mergulhou a boca na lat

eral do pescoço macio e ela comprimiu-se para mais perto. Se misturando, ardendo.  Loucura. Adorável loucura.  As mãos dele estavam nela, tirando freneticamente a blusa de seda de dentro da calça, ao mesmo tempo que Keely mergulhava o rosto no peito dele. Jack cheirava a sol, a calor e a homem. Ela tentou engolir, mas não conseguiu.   Não há nada além de você para mim...  Keely tirou a camisa de gola alta de Jack de dentro da calça, gemendo defrustração porque não havia botões para abrir, da forma como ele já fizera com a blusa a.   ...quando você está aqui, é o destino...   Tire  sussurrou ela, rouca e ofegante.  Tire isso.  Jack recuou um passo, tirou a camisa pela cabeça e jogou-a na cama. Então,deslizou a blusa de Keely até além dos ombros.

   Ah, Deus...  disse ele, respirando com dificuldade, olhando-a, observando o sutiã de renda cor de marfim que ela havia vestido mais cedo, com tão poucas expectativas. - Você é inacreditável.  Caíram juntos na cama, mexendo as mãos, abrindo os zíperes, tirando as roupas, numa fúria frenética.  Uma vez após a outra, a boca de Jack clamou pela dela, a língua exigente estimulando-a a corresponder da mesma forma. Keely agarrou-o, enfiou as unhas nascostas dele, parecendo incapaz de satisfazer-se. Achava que nunca se satisfariadele.   ...faça, faça, faça, querido...

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  Será que Keely concordaria em usá-lo? Será que daria continuidade à fraude par salvar Candy de Cecily e Joy? Será que concordaria em se casar com ele, sem amá-lo, sem ao menos ter ouvido dele que a amava? Jack, definitivamente, tinha que falar com ela.  - Claro. É o que farei. Eu a pegarei antes que ela consiga dizer qualquer coisa, direi a ela que a assistente social está aqui e que temos que salvar Candy. Aí, colocarei o anel de brilhantes no dedo dela e, rapidamente, direi a ela... que eu a amo desesperadamente... e que ela pode desistir de ir para Nova York e daquela história de carreira, certo? Por que ela não aceitaria?  murmurou Jack, tirando o anel de brilhantes da caixa e colocando-o no bolso.  Deus, eu sou um homem morto!  Ele se sentou na beirada da cama, apoiou o rosto entre as mãos e concluiu que a tia Sadie não conseguiria piorar ainda mais as coisas, se ele demorasse mais uns dez minutos.  Keely deixou a valise no primeiro degrau e foi até a entrada da cozinha,torcendo para conseguir chegar à escadaria dos fundos sem ser vista.  O vôo do Arizona adiantara, graças a uma corrente aérea que os deixara na Filadélfia quase uma hora antes do previsto e, assim, ela conseguira pegar um vôo maiscedo para Allentown.  Não conseguira dormir no avião e só usara o quarto do hotel para tomar um banho e mudar de roupa antes de sair para o aeroporto, na esperança de conseguir sair da cidade antes de Jack encontrá-la.  Considerando que ele fosse procurá-la.  Talvez ela devesse ter ligado do aeroporto, pedindo a Petra ou a Doçura q

ue fossem encontrá-la, mas não o fizera. Estava mesmo adiantada e o táxi era mais anônio, o que lhe convinha porque continuava com aquela tendência idiota de começar a chorar sem qualquer motivo.  Só porque havia bancado a idiota, atacando Jack como uma louca obcecada por sexo e depois fugindo porque ele aceitara o que ela oferecera.  É claro que poderia ter se sentado e conversado com ele. perguntado o que aqueles minutos no motel haviam significado para ele e dito o que haviam significado para ela. Claro. poderia ter feito isso. Logo depois de se matar. O que seria pior do que dizer: Olhe, eu acho que o amo. E então ficar esperando pelas palavras dele: Obrigado, mas eu só estava interessado em me divertir. Você não?.  Keely engoliu as lágrimas, girou a maçaneta da porta dos fundos e entrou na cozinha. Então, parou, mortificada. Tia Sadie estava lá, sentada à mesa da cozinha, com uma mulher de meia-idade, de tailleur azul-escuro. A mulher tinha cabelos gri

salhos, presos em um coque severo. As faces estavam marcadas por dois-traços artificialmente vermelhos de blush e havia um par de óculos pesados apoiados no nariz,estranhamente arrebitado.  A assistente social. Só podia ser ela. Quem mais poderia ser?  Só que Sadie, esfuziante em um vestido solto rosa-choque, com tênis de plataforma vermelhos, estava segurando a mão da mulher, lendo sua sorte.   ...uma linha do coração forte, Edith. Isso significa. Ah, pronto, Keely  dise ela, soltando a mão da mulher e recostando-se confortavelmente na cadeira.  Você estava lá fora, conferindo a piscina? Eu lhe disse que já havia chamado um homem para arrumá-la, não? Precisamos de uma peça nova para o filtro. E olhe seus olhos. Que pena. Nós achamos que a mudança no clima fosse aliviá-la dessa terrível alergia.  Como Jack não está com você, mas certamente está em casa, acho que ele deve te levado a bagagem para Vocês. Fizeram uma boa viagem? Como está a tia Mary, no Arizo

na?  Keely nunca ouvira tanta informação e tantas mentiras na vida... pelo menos, não de uma só vez.   Como?  Ela limitou-se a sorrir para a senhora de tailleur azul.  Onde...onde está Candy?  perguntou finalmente, olhando para a cadeirinha vazia.   Petra e Bruno levaram-na para dar um passeio porque ela gosta de olharpara cima e ver os aviões  disse Sadie.  Mas não se preocupe. Eles logo estarão de vo. E antes que você pergunte por Joey, saiba que ele voltou correndo para Bayonne porque surgiu algo urgente lá. Ele partiu há cerca de cinco minutos.  Certo. Keely sabia que era hora de interpretar as coisas.

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  Jack estava em casa e havia se refugiado no andar de cima, de forma que evidentemente ainda não fora apresentado à assistente social porque, por tudo o que a assistente parecia saber, ele e Keely haviam voltado do Arizona juntos.  Petra, Doçura e Candy estavam no aeroporto, provavelmente porque haviam consultado o vôo de Keely e saído para buscá-la.  Joey continuava na briga pela custódia e havia contratado um advogado, oque significava que a guerra havia sido declarada.  Ela tinha alergia, o que explicava seus olhos vermelhos. Havia estado no Arizona com Jack para visitar a tia Mary e não para fazer sexo em um ninho anônimo de amor e, em questão de minutos, qualquer coisa que ainda não tivesse explodido, explodiria, a menos que Keely entrasse no jogo..  Considerando tudo, até que era bem fácil entender Sadie.  - Que... que bom  Keely falou, tentando desesperadamente recuperar um pouco da razão, pelo menos a pequena parte que restava depois de viver com os Trehan.  E a senhora é...?  perguntou ela, dirigindo-se à mulher que a encarava da forma mas estranha possível.  . Ah, sim, claro  interrompeu Sadie.  Eu devia tê-las apresentado, não? Desclpem. Keely, esta é Edith Peters, assistente social, da Secretaria de Bem-Estar do Menor, que veio ver Candy. Edith, a noiva de meu sobrinho, Keely McBride.  Edith Peters se levantou, ajeitou o paletó do tailleur e estendeu a mão para Keely.   Eu lamento ter vindo sem ser anunciada, mas é assim que costumamos fazeras coisas.  Keely manteve o sorriso, apesar da tensão em seu rosto. Então, as mentiras

de Sadie haviam incluído um noivado? Provavelmente, ninguém contara a ela sobre os roupões laranja que viriam com os monogramas dele e dela.  Fico feliz por estarmos todos aqui para poder conhecê-la, sra. Peters - disse ela, torcendo para que a mulher parasse de analisa-la como se ela fosse um inseto sob o microscópio.   -.. bem... se a sra. me der licença um momento, eu vou Ver o que está atrasando Jack.  - Sim, faça isso, querida, e não se esqueça de colocar o anel. Eu o encontrei na pia, depois que vocês saíram  - Bem eu o coloquei no quarto de Jack  disse Sadie, disputando o recorde mundial de maior mentirosa.  Não que ela durma com Jack, entende?  acrescentou ela depressa, voltando-se para a sra. Peters.  Pelo amor de Deus, não. Mêsmo com essa marca roxa no pescoço.  Keely arregalou tanto os olhos, que ficou impressionada por eles não tere

m saltado das órbitas. Ela olhou para a sra. Peters, que continuava olhando-a e então ergueu a mão para o pescoço, percebendo que a echarpe havia escorregado, expondo a pequena marca escura em sua pele clara.   Ah, não, não  disse, apressada.  Eu... eu... eu cocei uma picada de insetooi isso.   É claro que sim, querida  disse Sadie, acalmando-a.   Agora, por que você não vai procurar Jack?   Mordida de inseto? É assim que chamam isso agora?  perguntou Edith a Sadie, assim que Keely saiu correndo para a escada.  Eu sou alguns anos mais nova quevocê, Sadie, mas no meu tempo chamavam-se chupões ou troféus das sessões de namoro nos ancos de trás dos Fords cinqüenta e cinco. Eu também recebi alguns.  De alguma forma, Keely chegou ao topo da escada e saiu correndo em disparada pelo corredor, rumo ao quarto de Jack. Por favor, faça com que ele esteja lá...

 por favor, faça com que ele não esteja lá...   Jack?  chamou ela, entrando e encontrando-o sentado na beirada da cama,com a aparência de alguém que carregava o mundo nas costas. Keely queria matá-lo, abraço e dizer a ele que tudo daria certo. Depois, queria matá-lo mais uma vez.  Ele ergueu os olhos, olhando primeiro para o rádio-relógio-  - Keely? Soubemos que seu avião só chegaria às nove horas! O que você está fazo aqui?  - Deixe a conversa para lá  disse ela, caminhando para a cômoda e para a pequena caixa que havia ali. Não se atire nos braços dele.  Sua tia está lá embaixo, mento como uma louca e nós temos que ajudá-la. O pior é que Joey acabou de ir para Bayonne

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, atrás do advogado. Não há o que fazer, Jack. Temos que mentir com a tia Sadie. Achoque só pegaremos cinco anos cada, mas acredito que poderemos ter uma redução de pena por bom comportamento. Onde está o anel? perguntou ela, virando-se para ele com a caixa aberta e vazia, ciente de que sua mão tremia.  Vamos lá, Jack, eu preciso do anel.   Desculpe. Eu estou de ressaca e tudo o que você disse chegou até mim com certo atraso antes de penetrar em meu cérebro.  Jack se levantou, vasculhou os dois bolsos da calça, até achar o anel. Era um impressionante anel de ouro amarelo, com três fileiras de diamantes no centro. Os dois olharam-no por um momento e então ele estendeu-o para ela.   Foi de minha mãe. Meu pai comprou para ela quando fizeram vinte e cinco anos de casados, e ela não falou com ele por uma semana, por ter sido tão exagerado.Depois, ela o usou todos os dias, sem nunca mais tirá-lo. Sadie ficou encarregadade guardá-lo e de entregá-lo para a noiva do Primeiro irmão que se casasse.  Keely pegou o anel, colocou-o no terceiro dedo da mão esquerda, tentandonão olhar para ele, tentando não adorar sua aparência, a sensação de usá-lo, a história do presente.   Eu devolverei quando tudo isso acabar  prometeu ela, baixinho.   Sim, por favor  disse Jack, tenso.  Você teve um bom vôo?  Keely apenas assentiu. Estava tão nervosa, que achava difícil acreditar que há apenas um dia os dois haviam... bem talvez fosse melhor esquecer logo de tudo.   E você?   Eu não me lembro. Bebi o tempo todo  Jack falou enquanto caminhava para ocorredor e deixava claro pelas palavras e pelo tom de voz que a razão por terem vo

ltado do Arizona em vôos diferentes era uma questão encerrada, que não devia ser reaberta naquele momento; talvez nunca. Ele parou logo depois do quarto e virou-se para ela.   Você tem certeza de que quer ir adiante com isso? Eles podem adiar a custódia até que finalmente nos casemos, sabe? Ou nos colocar na cadeia se não casarmos.   Eu tenho opção? Jack praguejou baixinho.   Sim, Keely, tem. Eu sei que vai ser difícil para você bancar a noiva apaixonada, considerando que me odeia.   Eu estou com um chupão no pescoço, Jack  Keely salientou, ajustando a echare que usara no comercial ao Corvette.  Tanto a tia Sadie, quanto a sra. Peters notaram e as duas comentaram o fato quase com romantismo. Assim, acho que não vou ter que me esforçar tanto para bancar a noiva apaixonada, certo?  Jack encarou-a, pálido, e estendeu a mão para a echarpe. Keely afastou-se.

  - Eu... eu não me lembro de ter feito isso  disse, baixo.  - Acho que nenhum de nós se lembra de quase nada - comentou Keely.  Provavelmente, é melhor assim.  Ele olhou-a e assentiu.  - Provavelmente. Deve ter tido alguma relação com todo aquele sol e calor.  - É  concordou ela, evitando olhá-lo.  Provavelmente. E com a proximidade. Aproximidade também teve muito a ver com isso.   Proximidade. Certo.  Keely queria morrer. Queria simplesmente se deitar ali no corredor e morrer.   Podemos resolver logo isso?  pediu ela, com os olhos novamente marejados e a voz levemente trêmula.  Jack aproximou-se dela, segurou-a pelo braço e puxou a echarpe.

   Eu nunca a machucaria, Keely. Eu... eu me importo muito com você. Não se trata apenas de Candy.  Keely enxugou uma lágrima que escorria pelo rosto.   Obrigada, Jackdisse ela.  Eu também me importo com você. Mas...  Sentindoz fugir da garganta, ela soluçou.  - Proximidade  repetiu ele mais uma vez.  Eu sei. Você e eu; você, Candy e e. Você, Candy e eu contra o resto do mundo. É difícil dizer o que qualquer um de nós essentindo, não é?  Tudo está acontecendo tão rápido...  Rápido demais  Keely concordou, girandoel no dedo. - Mas não podemos deixar a tia Sadie sozinha lá embaixo com a sra. Peter

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s por muito mais tempo. Quando eu entrei, sua tia estava lendo a mão da assistente social, qye parecia estar gostando.  Jack deixou escapar um pequeno sorriso.   Essa é minha tia. Ela provavelmente está dizendo que a sra. Peters será recopensada se fizer o Bem. Só espero que ela pare antes de oferecer dinheiro a ela para largar o caso. Vamos. É melhor irmos.   Engraçado. Acho que eu já disse isso. Umas cinco vezes.  Keely seguiu-o para a escada dos fundos e quase bateu em Jack quando ele parou, abruptamente, no topo da escada.   Obrigado  disse ele, segurando-a pelos braços e obrigando-a a encará-lo.  coração, Keely. Obrigado.  Ah, como ela amava aquele homem.   De nada  disse. Porque não podia dizer: ah, como eu o amo.   Quando tudo isso acabar  prosseguiu ele , você irá a Nova York, escolherá to que quiser para sua loja e ela será sua. Sem compromissos, Keely. Ela será sua. Eu prometo.  Ah, como ela odiava aquele homem.   Obrigada  disse. Porque não podia dizer eu gostaria de jogá-lo dessa escadbaixo, seu cego idiota!.   ...e então Joey disse a Edith: eu vou a Bayonne agora mesmo, fazer um servicinho urgente e daí, abracadabra, a criança será minha. Acho que foi nesse momento qu ela e eu resolvemos ser amigas. Quero dizer, depois de passar cinco minutos ininterruptos rindo com alguém, fica difícil não fazer amizade.  Jack parou na frente do imenso televisor, segurando um Copo de água gelad

a, sua bebida preferida pelos próximos vinte anos, no mínimo, e olhou para a tia. Sadie estava recostada no sofá, com os tênis vermelhos de plataforma firmemente apoiados na mesinha de café.   Ele realmente disse isso, Sadie? Abracadabra?   Ah, sim. Disse, sim. Abracadabra. E ainda reforçou estalando os dedos e batendo os punhos um no outro enquanto dizia. Eu fiquei muito impressionada. Afinal, ele era aquele menino que não conseguia cantar e dançar ao mesmo tempo Atirei o pau no gato quando vinha nos visitar, na infância.   Vamos adiante com isso?  pediu Keely de seu lugar, também no sofá. Incrívelstavam todos nos sofá: Sadie, Keely, Petra. Todos, menos Doçura, que estava na poltrona, testando a resistência do material.   Não há muito mais a contar, Keely  disse Sadie, gentilmente.  Nós fomos avs pelo advogado de Jack, estávamos a postos e à espera e cuidamos de tudo perfeitame

nte. Edith é uma mulher adorável, além de ser muito inteligente. Ela decifrou Joey instantaneamente.  - Ela foi gentil, não foi?  perguntou Keely a Jack.  Quer dizer, eu penseique fôssemos receber uma típica assistente social. Sem senso de humor, sem flexibilidade, incapaz de relevar regras idiotas. Ela nem mesmo tomou notas, nem nos mandou preencher algum formulário.   E eu fui brilhante, é claro  comentou Petra, modéstia habitual.  Mas da pr vez, talvez seja melhor eu aparecer com uma Bíblia, em vez de um livro de poemas. Isso vai impressioná-la demais.  Jack ergueu os olhos para o teto.   Não. Já basta de sua criatividade, Petra. Eu não me sentaria muito perto del se fosse você, Keely.  Keely apenas olhou para ele sem sorrir, com a cabeça inclinada para um la

do.   Acho que Jack é nosso elo mais fraco  disse ela, virando-se para Sadie.  Ee simplesmente não sabe a hora de calar a boca, não é? Eu tive que chutá-lo quando Edit não estava olhando.   O quê? A propósito, por que você me chutou? Eu só estava mostrando a ela todas coisas maravilhosas que compramos para Candy. Todas aquelas coisas de segurança para tomadas, portas de armários e cantos de mesas. E as joelheiras. Acho que ela ficou muito impressionada com as joelheiras.   Patético  declarou Petra, revirando os olhos.   Patético por quê?  perguntou Jack, confuso. Ele achara que havia feito um b

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  Ele pigarreou e tentou tirar do pensamento a Keely selvagem, a Keely que ele havia tido nos braços.   Eu... eu me aproveitei de... de uma situação.  A expressão dela parecia ter sido esculpida em gelo.   É mesmo?  Ele prosseguiu, sabendo que estava cometendo suicídio, mas incapaz de seconter:   E. Eu convidei você para vir comigo e... e depois me aproveitei.   Puxa, eu estou impressionada! Você elaborou tudo isso sozinho? Ninguém o ajudou?  Jack mordeu o lábio inferior e estreitou os olhos para ela. Será que Keelyestava lhe dando uma saída?

- Bem, eu acho que não ouvi você dizer não, ouvi?  Errado. Ela o conduzira para uma armadilha e naquele momento, fechou aporta da jaula.   Então, eu sou a culpada? É isso, Jack? Você estava fraco, e eu tirei vantage de sua fraqueza? Pelo amor de Deus! Eu devia mudar meu nome para Dalila ou Jezebel. Ou Madonna.  Jack passou os dedos pelos cabelos, tentando pensar num jeito de escapar daquela jaula.   Não foi o que eu quis dizer e você sabe disso. Portanto, não torça minhas paras, Keely. Você também está sendo submetida a um grande estresse. Nós fomos obrigados  fingir um noivado porque eu abri minha grande boca num ato de desespero. Nós dois amamos Candy e desejamos o melhor para ela. E temos estado juntos nesta casa, a

quela coisa da proximidade, e então eu a convidei para ir comigo ao Arizona. Quanto do que aconteceu não foi causado pelo estresse, pela encenação, pelo desejo de ficar com Candy? Algum de nós tem como saber?  Keely não respondeu. Ele não sabia o que era pior: as respostas curtas e telegráficas dela ou nenhuma resposta.   Keely? Você entende o que eu estou tentando dizer? Porque eu não quero queache que quer uma coisa só porque nós... talvez tenhamos sido levados pelas circunstâncias. Você tem sua carreira, lembra? Quando nos conhecemos, foi a primeira coisa que você me disse. Que não havia nada que quisesse mais do que ir para Manhattan, voltar para a vida e para a carreira que amava. E eu entendo isso. Droga! Eu sei que banquei o idiota tentando recuperar a carreira que amava.  Finalmente, ela falou:  - e isso é apenas uma hipótese, Jack, se não houvesse Candy nem... nem eu...

você ainda estaria tentando voltar à Liga Principal? Teria aceito aquele emprego noJapão?  Agora, ele sabia o que era pior e lamentou por Keely ter interrompido o tratamento silencioso.  Eu não sei  ele respondeu, honestamente.  Eu juro que não sei.  Keely fechou os olhos por um momento e então se levantou. Ele também se levantou.   Espere. Deixe-me explicar. Eu não tive opção, Keely. Nós dois sabemos dissou braço não presta mais e ponto final. Então, mesmo que eu não saiba o que teria feito,eu não tenho que saber. Mas para você é diferente. Você tem outra chance de ir atrás deu sonho. Eu sei que você ama Candy, mas será que não está tentando convencer a si mesmade que também me ama só para ajudar Candy? E, isso é importantíssimo, Keely, será que v vai acabar culpando Candy e a mim se um dia concluir que se deixou persuadir a

ficar aqui, apesar de seu coração querer voltar para Manhattan? Antes de avançarmos mais um palmo que seja, você precisa saber disso.  Ela o olhou com firmeza por um longo momento e então disse:  Sabe qual é seu problema, Jack Trehan? Você pensa demais.  Com isso, fez meia-volta e saiu na direção da porta dos fundos e provavelmente do apartamento de Sadie, deixando-o ali para tentar entender o que acabara de acontecer.  O que levou cerca de dois minutos.  Ele havia dito... Bem, pelo menos havia insinuado a possibilidade dos dois se casarem e criarem Candy.

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  Havia dito, e isso tinha certeza, algo sobre Keely talvez achar que o amava.  Mas não havia dito uma única palavra sobre também amá-la.  Sua vontade era morrer, ali mesmo, petrificado em sua própria burrice. 

Capítulo XIV 

Se alguém me quiser, diga que estou sendo embalsamado.  Casey Stengel  m you... eu vou pegar você  disse Keely, desligando os dedos pela barriguinha despida de Candy e então fazendo cócegas no pescocinho macio. Candy prendeu a re

spiração, cheia de expectativa e depois riu e bateu as pernas em cima do trocador.  Eu...  repetiu Keely, e Candy prendeu a respiração outra vez  ...vou... Pegar... vocêa riu e se debateu, alegremente.  Sem parar de brincar, Keely vestiu-a habilmente, colocando a fralda, uma roupinha de baixo sem mangas e um Vestidinho cor-de-rosa de malha macia, com gola branca e um grupo de patinhos bordados no corpo. Quando Jack a alertara sobre sua tensão, Keely tratara de prestar atenção às próprias atitudes com relação a CandCandy era um bebê tão fácil de lidar, tão feliz, que Keely deixara as preocupações de l passara a simplesmente se divertir. Agora, ela conseguia apoiar Candy no quadril como todos faziam e simplesmente aproveitar.  A diferença em Keely fazia toda a diferença em Candy, Que ficou ainda maisalegre, mais sorridente e passou a sacudir ainda mais os bracinhos.  Foi bom. Muito bom. Aliás, maravilhoso e, a cada minuto Keely sentia mais

 amor pela menininha.  Quando acabou de vestir Candy no trocador, Keely pegou-a no colo. cou algumas gotas de perfume na palma da mão e espalhou a fragrância suave pelo corpinhomacio. Depois, escovou os cachinhos claros da menina com cuidado e terminou colocando uma fivelinha minúscula combinando com o vestido, no alto da cabecinha cheirosa.   Pronto.  Keely recuou um pouco para apreciar o resultado do serviço.  Todacriança acaba odiando a mãe por causa de fotos assim. E você terá que admitir, querida,que até que eu estou sendo boazinha. Eu poderia ter tirado uma foto sua, sem roupa, em cima do trocador, com esse bumbunzinho lindo virado para o alto. Depois, eu chantagearia você sobre o horário da volta de seu primeiro encontro, sob o risco de mostrar a seu namorado que bebezinho lindo você era.  Candy ergueu os olhos para Keely, como se entendesse perfeitamente o qu

e havia sido dito. Então, segurou a barra do vestido de Keely e tentou enfiá-la na boca.   Ah, não! Não faça isso  disse Keely, tirando rapidamente o tecido das mãozigorduchas.  Vamos tirar fotos e você precisa estar linda. E uma mancha úmidae amassada no meio de minha saia, só porque você queria enfiar algo na boca, definitivamentenão é bonito.  Candy fez um biquinho e piscou diversas vezes os cílios longos, nitidamente resolvendo se queria chorar ou... ela sorriu, estendeu a mãozinha e agarrou o nariz de Keely.  Ei, solte meu nariz, querida!  protestou Keely, pegando a chupeta que fi

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cava na prateleira, acima do trocador.  - Aqui  disse, estendendo-a na frente de Candy.  Vamos fazer uma troca: meu nariz por sua chupeta, certo?  Troca feita, Keely rapidamente localizou as meias de Candy, tão bonitinhas, minúsculas e brancas, com os punhos enfeitados por um lacinho cor-de-rosa. Ainda não havia comprado sapatos para ela, mas não havia problema. Ainda levaria algunsmeses para Candy começar a andar.  Será que ela ainda estaria ali quando Candy desse seus primeiros passinhos? Quem estenderia as mãos para ela? Para quem ela andaria, para ser capturada emum caloroso abraço de incentivo e coberta de beijos?   Pare  alertou Keely a si mesma, em voz alta. Então, ergueu Candy nos braçose levou-a para a cadeira de balanço.  Não vamos pensar nisso agora, não é, querida? Va apenas tirar uma porção de fotos de minha lindinha.  Ela sentou Candy na cadeira, bem ao lado do ursinho de pelúcia, recuou um passo, pegou a câmara descartável do bolso da camisa e tirou a foto, a tempo de flagrar Candy tentando enfiar o nariz preto do urso na boca.  Depois, tirou fotos de Candy olhando para a câmara e sorrindo abertamente. Em seguida, mais três dela acariciando a cabecinha no urso imenso e brincando de encostar a testinha na testa do bichinho.  Ela era brilhante, simplesmente a criança mais inteligente do mundo, sema menor sombra de dúvida. Era um gênio em potencial.   Pensando bem...  Keely falou pegando-a novamente no colo.  Não sei se o mudo está preparado para outra Petra Polinski. Agora, venha cá, vamos procurar sua tia Sadie e tirar umas fotos com ela também, certo? E com pá-pá. Muitas fotos, Candy. Mui

tas e muitas fotos.  Assim, eu terei algo para levar comigo quando tudo isso terminar e eu tiver que viver o resto da minha vida sem você e aquele homem estúpido.  Keely levou a menina para baixo e percorreu os cômodos, em sua maioria vazios, à procura de alguém. De qualquer pessoa. Mas aparentemente não havia mais ninguémna casa. Tudo bem. Estava fazendo um dia bonito, talvez estivessem todos lá fora.Fotos externas também eram uma ótima idéia.  Além disso, já era hora de Keely encarar novamente a família, depois de ter passado praticamente dois dias úmidos e chuvosos trancada com Candy. Dois dias em que ela e Jack haviam tentado se evitar. Os dois se encontravam nas refeições, mas apresença de Joey e Doçura à mesa a mantinha protegida e evitava que tivesse que falarcom ele.  Keely nunca imaginara que seria grata a Joey Dois Olhos, mas ele tinha

uma capacidade incrível de comer e falar ao mesmo tempo, apesar de nunca falar nada digno de atenção ou comentário. Menos daquela vez, é claro, em que Joey havia dito qu seu advogado o aconselhara a voltar para Whitehall, ficar lá e não se mexer até receber novas instruções.  Keely olhara para Jack por sobre a mesa, perguntando, sem palavras, seele achava que Joey tinha alguma chance, mesmo que mínima, de obter a custódia de Candy. Jack apenas revirara os olhos, meneara a cabeça e pegara outro pão quente da cesta, enquanto Joey mudava de assunto, falando sobre a venda de bolas de beisebol autografadas por Jack. O estranho fora que Jack concordara e agora havia três grandes caixas de bolas de beisebol empilhadas no escritório, prontas para serem autografadas. Keely havia concluído que Jack optara por ser o mais gentil possível com o primo para depois lhe dar um chute no traseiro, assim que Jimmy desse o sinal verde.

  Keely olhou pelo canto dos olhos para o escritório antes desocupado e seguiu para a cozinha.  De repente, parou, mortificada. Três caixas. Antes, eram três caixas.  Então, como era possível que tivessem se tornado dez caixas imensas?  Aturdida, ela voltou para onde estavam as caixas e então constatou que se tratava de um equipamento de som, competentíssimo, com dezenas de partes, caixase amplificadores. Pra que um homem precisaria de tanto equipamento?  E pior, onde ela iria pôr tudo aquilo? E como? Será que uma a televisão-monstro não era o bastante para um homem?  Será que alguém, que não fosse mulher, chegava a considerar os problemas de t

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entar decorar qualquer ambiente com aquella montanha de caixas pretas imensas ehorríveis?  - Ah, você viu minhas coisas  disse Jack. com o susto, Keely se virou e quase derrubou os papéis da nota fiscal em cima dele, esquecendo, momentaneamente, de que não estavam se falando.   Por que você não me consultou, Jack?  perguntou ela, ajustando Candy ao quaril.Isso é... isso é o pesadelo de qualquer decorador!  Mas o sorriso dele a deteve porque Jack parecia perfeitamente satisfeito consigo mesmo.   É mesmo? Você vai precisar de um tempo para descobrir como fazer tudo ficar bonito e ainda assim manter as caixas nos lugares certos? Tudo bem. Use o tempo que precisar.   Pá-pá-pá-pá!  chamou Candy, estendendo os braços para Jack, que rapidamentea, beijou-a no rostinho e lhe disse que parecia que ela tinha uma salsicha loira na cabeça.   É um cacho, Jack. Eu tenho fotos minhas com um cacho igual na cabeça. É a trdição.   Se você diz...  respondeu ele, beijando Candy mais uma vez.  Eu, pessoalmete, destruiria qualquer foto minha com uma salsicha no alto da cabeça.   Mas não parece... ora, deixe para lá! O que eu vou fazer com... com essa coisa toda?  Ele sorriu novamente. Um sorriso diabólico e adorável.   Não é problema meu  disse.  Mas já que você esta perguntando, eu estava peem prateleiras. Muitas prateleiras. Posso lhe mostrar como estava pensando em di

spô-las e veremos juntos o que será necessário.   Juntos  repetiu Keely.   É. Juntos  prosseguiu Jack, tentando evitar que Candy enfiasse a mão em suaboca.  Sabe, aquela coisa que não temos estado nos últimos dias: juntos.  Keely estreitou os olhos, ergueu uma mão e fez um gesto na frente do próprio corpo.  - Uma espécie de trégua, hein? Você queria baixar a tensão por aqui, certo? E oi nisso que pensou? Certos homens compram flores, Jack. Outros chegam até a conversar. Você comprou um equipamento de som? Ele deu de ombros.   Estamos nos falando de novo, certo? Está vendo como funcionou?  Keely abriu a boca para responder, mas percebeu que não havia nada a dizer. Ele era maluco. E ela o adorava.   Ei  continuou Jack enquanto Keely calculava que seriam necessários vários d

as, talvez semanas, para receberem as prateleiras feitas sob medida para o escritório.  Mas eu estava mesmo indo buscá-la. Você precisa ver isso, Keely. Petra está da aulas de boxe a Doçura.   Como é?  perguntou Keely, temporariamente esquecida do problema.  - Eles armaram uma espécie de ringue numa área plana na lateral da casa  disse Jack, dirigindo-se para a cozinha.  Keely seguiu-o de perto.  Joey está marcando o tempo dos rounds e Sadie nãopára de dizer que devia colocar um maiô para anunciar os números dos rounds. Eu queria ter uma câmara.  Eu tenho uma  disse Keely, se apressando para alcançá-lo.  Eu estava tirandofotos de Candy com aquela câmara descartável que compramos, lembra? Depois podemos colocá-las em porta-retratos infantis.   Perfeito  disse Jack.  Uma foto de Doçura num porta-retrato de ursinhos. E

não deixe de tirar umas de Joey. Eu sou bem capaz de querer mandar para nossos parentes em comum no Natal.  Keely sorriu e meneou a cabeça. Jack certamente parecia estar de bom humor.   Por que você está tão contente? Houve alguma mudança? Ou você ficou sabendo go e não me contou?  Ele parou e olhou-a.   Nada demais. Jimmy conseguiu uma cópia oficial da certidão de nascimento de Candy e é igual a que Cecily incluiu na carta que deixou. Mãe: Cecily Morretti. Pai: desconhecido. Ele está com uma declaração do pediatra dizendo que Candy está muito be

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do rosto, lutando para tirar o protetor dental e então riu para Candy.   Olá, querida. Veio ver Petra ensinar a Doçura como dar um cruzado de direita?   Eu sei dar um cruzado de direita, Petra. Só estou sendo gentil com você  Doa afirmou.   É claro que sabe  disse Petra, piscando para Keely.  É por isso que está z doze na contagem de pontos, certo?   Mas Joey disse...   Eu sei, eu sei. Joey lhe disse para beijar a lona. Bem, isso acabou, Doçura. Pelo menos, enquanto eu estiver aqui.  Joey se levantou, segurando a srta. Piggy pela cabeça e tocou a campainha furiosamente.  Chega de papo, sua falastrona. Aí vem o terceiro  Keely franziu o cenho para Jack.  - Será que eu perdi alguma coisa?  - É que Dois Olhos ganha mais dinheiro quando Doçura beija a lona. Ele cheg até a escolher o round.  - Ah  Keely murmurou enquanto observava Petra recolocar o protetor e recomeçar a saltar no trampolim, movendo as mãos enluvadas velozmente, sem fazer qualquer contato.  Acho que me lembro vagamente de algo sobre isso. Acho que não é ilegal em Bayonne.  Alguns golpes depois, Petra tirou novamente o protetor e cuspiu no chão.   Ora, vamos lá, Doçura. Acerte-me. Você está me fazendo dançar desde que comeainda não me acertou nem um golpe.

   Eu não posso bater em você, Petra  disse Doçura, falando perfeitamente apesdo protetor.  Eu a quebraria no meio.   Ah, é?  disparou Petra, pulando no trampolim, com a mão direita protegendo  rosto e o braço esquerdo meio recolhido, pronto para atacar.  Você e mais quem? Vamos lá. Pelo menos, tente.  Doçura olhou para Jack.   Sr. T.?  insistiu Doçura, parecendo perdido.   Deixe ela acertá-lo  sugeriu Keely, falando suavemente, pelo canto da boca.  Na verdade, é isso que ela quer. Não que Petra esteja pensando em lutar boxe ou algo assim. Mas não há-mulher no mundo que nunca tenha sentido vontade de dar um bom soco em alguém. Além disso, ela diz que o boxe é uma ciência. Vamos ver um pouco dessa ccia.  Jack olhou-a por um momento. Então, suspirou e fez um gesto para Doçura se

aproximar das cordas.   Deixe-a bater em você  disse ele, baixinho, enquanto Petra continuava saltando no trampolim, distribuindo socos no ar.  Doçura virou a cabeça e olhou para Petra.  O senhor acha?  Jack olhou para Keely. Ela assentiu  jack assentiu para Doçura.  Ela não pode machucá-lo, certo?  Os olhos de Doçura ficaram subitamente nublados.  - Bem, eu acho que não.   O que quer dizer com acho que não?  perguntou Jack. Mas, então, Joey comeocar a campainha da srta. piggy novamente e Doçura se virou, aproximando-se novamente de Petra.   Está pronto agora?  perguntou Petra, tocando o nariz com a ponta da luva.

Agora, preste atenção, Doçura, porque um verdadeiro cruzado é uma coisa belíssima. Manta as mãos erguidas, proteja-se com os clinches e tudo o mais porque eu estou indopara cima, rapaz.   Ah, quanto otimismo!  exclamou Keely, suspirando.  Ela provavelmente vaiquebrar a mão nele.   Pegue-o, Petra!  gritou tia Sadie para, em seguida, franzir o cenho.  Pegue-a, Doçura!  acrescentou, sorrindo.  Joey olhou para o cronômetro e sacudiu a campainha mais uma vez, sinalizando o início de um novo round.  Doçura ergueu as mãos e moveu o corpo, alternando os Pés. Petra também ergueu

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s mãos, saltou no trampolim e, Sem parar de sacudir a cabeça, examinou seu alvo. Então, Projetou o braço esquerdo para a frente e golpeou uma, duas, três vezes.  - Ela é boa  Jack comentou com Keely, que observava com os olhos semicerrados.  Boa mesmo. A maioria das mulheres apenas tocaria o oponente, mas ela está golpeando.   Lembre-me de pedir umas lições a ela  murmurou Keely.  O que você quer dizm a maioria das mulheres? Será que é o mesmo que mulheres no volante? Porque, se fobia que estou me sentindo insultada?  Jack olhou-a rapidamente.   Desculpe. Mas ela deve ter estudado, a menos que seja uma fã de boxe, o que eu duvido. Está vendo como ela movimenta as pernas? É a posição perfeita. E ela manta direita erguida enquanto golpeia com a esquerda. Baixa um pouco o ombro, mas muitos principiantes fazem isso.  Keely olhou-o e observou-o analisando Petra.   Eu não estou entendendo. Você já lutou boxe? Jack sorriu.   Não. Eu brigava. Tim e eu. Lutávamos muito um com o outro. Aí, nosso pai comrou dois pares de luvas e nos ensinou o básico. Nós achamos tudo ótimo, até descobrirmo que as luvas eram tão grandes e tão acolchoadas, que não conseguíamos nos machucar. Dáos cerca de uns cinqüenta socos um no outro e caíamos no chão da sala exaustos com o esforço de erguer aquelas luvas. Meu pai era um homem inteligente. Puxa! Eu acho que ele devia dar pelo menos um soco em vez de usar os braços apenas para bloquear os golpes dela.  Keely voltou os olhos para o ringue enquanto Petra continuava a atacare a se mexer... e a baixar o ombro antes de sacar a direita, exatamente como Jac

k havia dito.   Isso é uma fínta?  sussurrou Keely.  Jack desviou os olhos do ringue e encarou-a.  - Uma fínta? Onde você aprendeu essa? Mas, não. Finta é quando ela finge que vi golpear com a esquerda e daí o atinge com a direita quando ele for se proteger da esquerda, entendeu?  Ah, sim - Keely havia entendido. Não imediatamente, mas em muito pouco tempo, porque cerca de dez segundos depois, ainda na tentativa de convencer Doçura a dar-lhe pelo menos um golpe, Petra deu uma demonstração prática, mirando na virilha do oponente.  Doçura tentou se proteger, cobriu com a esquerda e Petra, reunindo toda a sua vontade e o impulso favorável do trampolim, acertou um direto de direita no maxilar de Doçura, um pouco à frente da orelha.

  Ele desabou como uma pedra.  Tudo aconteceu muito rápido. Em um momento, Doçura estava lá, com pelo menossetenta e cinco quilos a mais que Petra, quase meio metro maior que ela, excetuando, evidentemente, a altura do trampolim, e no momento seguinte, seus joelhos viraram borracha e ele caiu, de rosto no chão.   Ah, isso é deprimente  Petra disse, baixando os olhos Para Doçura, que simpesmente jazia ali.  Ela saltou do trampolim e foi a primeira a chegar a Doçura que, felizmente, voltara a se mexer e até a gemer. Ela ajudou-o a se sentar enquanto Jack e Keely entravam no ringue. Sadie também entrou, ajoelhou-se ao lado de Doçura e esfregoua esponja úmida sobre a cabeça dele.  - Ele está bem?  perguntou Keely, preocupada.  - Está, está  Joey falou, guardando o cronômetro no bolso.  É que o queixo d

e cristal. E ele é um fracote um boboca. Não quer bater em ninguém. É por isso que ning aposta nele. Todos sabem que vai perder. Eu apenas digo a ele em qual round cair. Aí, ele gira para um lado, gíra para o outro, ergue as mãos e bum! Basta um golpe se queixo de cristal e ele cai. Esta é a beleza da coisa.  Keely ficou observando Petra estreitar os olhos e corar fortemente.   E, então, Petra...  ela começou a falar, pegando-a pelo braço; mas Petra foais rápida, levantou-se com um salto e partiu para cima de Joey.   Você não é de nada, seu idiota, imbecil, seu...  Mais tarde, olhando para Joey Dois Olhos, Keely concluiu que Petra havia estado certa. Se bem que, naquele momento, ele estava mais para Joey Um Olho.

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Enquanto isso, Petra tentava atrair Candy para o chão do escritório.   Ela não quer vir comigo  disse ela a Jack, enquanto ele abria as caixas.  cho que ficou com medo de mim depois do que eu fiz com Doçura. Eu não acredito no que fiz com ele. Eu não sabia, mas acho que sou pacifista. Antiviolência, sabe?   Na condição do homem que a contratou para cuidar de um bebê, eu agradeço  dJack, sentando-se sobre os calcanhares para olhá-la.  Ei, você ficou mesmo aborrecida, não é?   Você não teria ficado?  perguntou ela, pegando Candy no colo e ajudando-a aficar em pé em seu colo. - Eu bati num homem e o derrubei. Não estou orgulhosa disso.   Eu sei que não, Petra. Acho que você está orgulhosa do que fez com Joey.  - Orgulhosa!  Ela meneou a cabeça.  Estou ainda menos orgulhosa disso. Doçur e eu estávamos lutando boxe... Eu bati em Joey Porque ° odeio. Provavelmente, teria batido de novo se ele não tivesse fugido, gritando feito um porco.  - Gritando como a srta. Piggy  corrigiu Jack, sorrindo.  AO vê-lo, Petra finalmente relaxou e sorriu.  - Você viu o olho dele?  perguntou ela.  Como ele vai se explicar a sra. Peters?  - Ah, eu não havia pensado nisso  admitiu Jack, desembalando um alto-falante.  Aposto que nem ele. Mas tudo bem, porque estou pensando em mencionar o fatoamanhã de manhã, sugerir que talvez seja melhor ele voltar para Bayonne e ficar longe da vista da sra. Peters até o inchaço diminuir.  Petra sorriu ainda mais.   Nesse caso, você quer que eu bata no outro olho? Será que ele vai engolir?   Talvez. Especialmente depois que eu disser que a sra. Peters vai querer

 saber como ele se machucou e que eu vou ter que contar que minha baby-sitter bateu nele. Joey é muito Machão e não vai querer que ninguém saiba da verdade. Quando chear a Bayonne, vai dizer que ficou de olho roxo lutando com três membros de uma família rival da Máfia e que eles ficaram em muito pior estado.  Isso é lamentável  Petra afirmou.  Você não acha que talvez ele seja doente?talvez precise de ajuda psiquiátrica? Não que eu goste dele, ou que lamente, porqueeu o. Mas... bem, você tem de admitir: sua família é perturbada.  Jack tirou mais um alto-falante da caixa e colocou-o no chão.   Fale-me sobre isso. Minha mãe sempre disse que meu pai era o único membro normal da família Trehan. Não que a tia Sadie não seja normal. Prefiro uma senhora feliz como ela a uma chata que só sabe falar em artrite. Ela apenas é. Bem, é ela mesma, uma mulher em uma missão de autodescoberta.   A Florence, a irmã dela, era como ela?

   Tia Flô? Não. Ela também era bem normal, eu acho, a não ser por ter se apaixdo pelo tio Guido. Isso não foi normal. Tio Guido era...  Ele procurou a palavra certa.  Bem, ele era obsessivo. Bastava você mostrar a ele um terno novo e ele lhe dizia como lavá-lo. Uma vez, ele fez meu pai tirar a camisa para ele passar, porquedisse que havia uma prega no colarinho. Isso não teria sido tão grave, se não tivesseacontecido no meio do jantar de Natal, na casa de minha avó. Ele provavelmente borrifava fórmulas de lavagem a seco na orelha da tia Flô enquanto...  Jack sorriu.  Deie para lá.  Petra segurou as mãozinhas de Candy enquanto ela balançava o corpinho em seu colo.   E como a mãe de Candy e Joey ficaram tão esquisitos. E não me diga que eles  normais, porque eu já ouvi falar muito de Cecily e conheço Joey.  Jack deu de ombros.

   Dinheiro?  sugeriu. Petra lançou-lhe um olhar desconfiado e ele prosseguiu:  Foi mesmo dinheiro. Eles tinham dezessete e dezoito anos quando a tia Flô e o tio  Guido morreram, deixando um monte de dinheiro. Havia vários fundos de renda, mas só a retirada mensal inicial já foi suficiente para deixar os dois doidos. E depois, quando eles fizeram vinte e um anos, receberam um cheque de três milhões de dólares, cada um. Não é pouco dinheiro, Petra. Eles ficaram loucos, os dois. Cecily,com homens, drogas por algum tempo e, agora, com a busca incessante de si mesma. Joey? Como ele só queria que as pessoas tivessem medo dele, decidiu entrar para a Máfia. Só que não conseguiu.

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   E seu irmão, Tim? Ele também é um Trehan doido ou vocês dois escaparam? Querizer, vocês dois têm muito dinheiro, não é?  Jack se sentou na beirada do sofá e pensou na pergunta de Petra.   Certo. Mas nós tínhamos mamãe e papai, pelo menos no começo, e tivemos vários de criação sólida, que nos ajudaram a manter a sanidade. Cecily e Joey podiam bancar os doidos desde a infância. É por isso... que Candy vai ficar comigo  concluiu ele,batendo com as duas mãos nos joelhos.   Pá. Pá-pá-pá-pá.  Jack sorriu e baixou os olhos para Candy. Mas a menina não estava olhando para ele. Estava falando com Petra. Chamando Petra de pá-pá.   Ela chamou você de pá-pá  disse ele, só percebendo a besteira, depois que aavras já haviam deixado a sua boca.  Sou eu quem ela chama de pá-pá.   Claro que é  respondeu Petra, beijando o narizinho de Candy.  Ela chama vode pá-pá e também chama a mim, ao ursinho de pelúcia e a chupeta da mesma forma. - Ela lhou para Jack, que estava se sentindo um pouco oco por dentro.  Pá-pá é o som mais fá para um bebê dizer. Basta ela bater a língua no topo da boca.   Pá-pá-pá  repetiu Candy, aninhando-se no colo de Petra.   Agora, má-má. Essa é mais difícilprosseguiu Petra, racional.  É por isso qanças dizem pá-pá primeiro. Mas as mães não devem ficar com ciúme, porque assim que elaendem a dizer má-má, nunca mais param: quando estão com fome, cansadas, entediadas, oque for.  Petra beijou os dedinhos de Candy.  Pelo menos, é o que dizem os livros.   Então, ela não estava me chamando de pá-pá?  perguntou Jack, sério.   Não  respondeu Petra, só então percebendo seu erro.  Oh, não... Você ficou, não é?

   Não, não  Jack respondeu depressa, voltando para as caixas.  De jeito nenh Mas, me diga, Petra: sua genialidade inclui a ligação de caixas de som? Porque eu não faço a menor idéia de como ligar isso tudo.   Ah, eletrônica!  ela exclamou levantando-se e entregando Candy a Jack.  Voestá com sorte. É mais uma área de especialização de Petra Polinski. Deixe-me encontrarmanual de instruções, certo? Não que eu precise dele, se bem que posso impressioná-lo lndo as versões em francês ou em japonês. E... muito obrigada. Sinto-me melhor por terbatido em Joey, agora que soube que ele é mesmo um idiota e que mereceu.  - De nada  disse Jack, aninhando Candy nos braços. Então, deu as costas a Petra e disse:  Papai ama Candy.   Pá-pá-pá  balbuciou Candy.  Ela sabe, disse Jack a si mesmo, com o coração repleto de emoção. Não queria sr o que aqueles livros idiotas diziam. Ela conhecia o pai.

 

Capítulo XV 

Cometemos muitos erros errados.  Yogi Berra  porcaria!  Keely olhou para o prato quebrado no chão da cozinha. No dia anterior, um copo. Naquela manhã, a tampa do açucareiro e agora um dos pratos de almoço.   Bem, agora são três, querida  tia Sadie confirmou, penalizada, sentando-se esa da cozinha e tomando chá com biscoitos, enquanto Keely jogava o prato fora.  A

má sorte sempre vem de três em três. Agora, você está livre. A menos que quebre um quar Nesse caso, quebrará um quinto e um sexto...  Ela franziu o cenho.  Talvez seja me hor se sentar, sem tocar em mais nada.   Talvez  concordou Keely, fechando a porta da lavadora com o pé. Então, pego uma lata de refrigerante na geladeira e sentou-se diante de Sadie.   É tão irritante, tia Sadie. Será que ela vai aparecer hoje? Quando virá? Ser vai verificar a fralda de Candy para ver se está muito cheia, ou me fazer recitar os horários dela- ou simplesmente levar Candy embora daqui porque sabe a verdade...  Ela se inclinou para a frente e sussurrou o resto, como se temesse ser ouvida.  ...queestamos mentindo para ela.

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  . Estamos falando em Edith Peters, não é?  perguntou a tia Sadie.  Dela e deu noivado de mentira com o idiota de meu sobrinho.  Keely recostou-se na cadeira e olhou para Sadie.   Idiota? O idiota é Dois Olhos, tia Sadie, lembra?  A velha senhora deu de ombros.   Bem, esse tem um dom. Nós sempre soubemos de Joey, mas devo dizer que foi uma surpresa quando Jack começou a dar sinais de idiotice.   Por ter pego Candy?   Não, querida.  Tia Sadie deu palmadinhas na mão de Keely.  Por não dizer qama e dar uma paradinha em Las Vegas ou outro lugar assim para um casamento rápido antes de vocês voltarem do Arizona. É claro que quando vocês voltaram em aviões separaos, eu achei que seria Pouco provável. E você nunca contou o que aconteceu no Arizona! Ah, tenho certeza de que foi tudo culpa de Jack, sempre é culpa do homem, mas o que aconteceu?  - Coisas demais  disse Keely, evitando os olhos de Sadie que provavelmente já tirara as próprias conclusões.  E Você está enganada. Jack não me ama. Ele ama Candy. Deve mesmo amar. Eu o enlouqueço. Pergunte-lhe e ele vai lhe dizer. Eu sou mandona, sou organizada demais e estou gastando todo o dinheiro dele.  Sadie ficou com um biscoito suspenso no ar.   Minha querida, você não teria como gastar todo o dinheiro dele. Ele assinou um contrato de seis milhões de dólares assim que saiu da faculdade e o contrato que assinou há cinco anos foi tão obsceno, que transformou o contrato de seis milhões emoco. Ele tem o apartamento de Nova York, esta casa, dirige um belo carro, mas não

passa disso. Ele sempre viveu dentro do orçamento. Mort e eu cuidamos de todo o resto.  Keely arregalou os olhos. Tia Sadie controlava o dinheiro de Jack?   Como? Você? Você e Mort? Por favor, diga que é brincadeira?  Sadie afofou os cachos prateados e ergueu o queixo.   Jack não lhe contou? Ah, sim, eu me encarrego de tudo e Mort cumpre minhas ordens. Eu cuido do dinheiro de Jack e do de Timothy também. Sempre cuidei. Jack não lhe disse que eu trabalhei trinta anos como consultora financeira em um banco local? Não que ainda haja muitos bancos locais. Deus, nos últimos dez anos em que trabalhei lá, acho que fomos comprados umas três vezes. Eu passei a atender o telefone dizendo apenas meu nome, porque não conseguia mais me lembrar do nome do banco.De qualquer forma, eu não fui sempre o que sou hoje. Ah, não... Eu usava tailleurs azul-marinho, blusas brancas, sapatos confortáveis e cheguei à vice-presidência antes d

e olhar em volta, ver a vida passando por mim, me aposentar e comprar meu pequeno carro conversível  disse ela, rindo.  Quando finalmente deixei a loucura dos Trehan tomar conta, nunca fui tão feliz. Você não deve saber disso, mas é maravilhoso viver em rédeas.  Keely, que havia começado a menear a cabeça no meio do monólogo de Sadie, disse:   Eu não acredito. Não que não a ache competente, tia Sadie... Mas Jack havia e dito que era Mort quem cuidava do dinheiro.   Mort cuida, e bastante bem, do ganho de dinheiro  corrigiu tia Sadie.  Euido da aplicação. Ações, títulos, algumas propriedades. Estas terras, esta casa? Compro terreno para Jack há quatro anos. Esse terreno e mais quinhentos acres. Paguei uma miséria por acre, e aí esta área se tornou o que é hoje: o máximo.  Ela sorriu e meneou a cabeça.

   Você não imagina as fortunas que os vizinhos têm oferecido por lotes de trezntos acres nesses últimos anos. A loja de donuts da esquina, no final da rua? Está nas terras de Jack. O shopping center inteiro é dele. Já Timothy, se interessa mais por negócios nos quais possa brincar, como um salão de boliche, um campo de golfe e... bem, você já entendeu, não é, querida? Nesse momento, eu estou negociando Para coloca os dois num negócio de franquia de revenda de carros.  Keely engoliu em seco, tentando se recompor.  - Você cuida do dinheiro deles  repetiu novamente. - Por que ele não me disse? Ele me deixou pensar... me deixou achando que... Ah, tem horas em que eu gostaria de matá-lo!

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   Eu sei  concordou Sadie, servindo-se de mais um biscoito.  É por isso que u nunca me casei. Eu teria matado o coitado em uma semana, mesmo que ele fosse a cara do tom Cruise. Bem, talvez não. Eu não sou burra.  Keely sorriu.   Mas eu sou. Sinto-me uma idiota  disse, girando a lata nas mãos.  Por que ack age como se não tivesse nem um neurônio no cérebro? Ele me deixa pensar que não sab nem quanto dinheiro tem.  Sadie bebeu um gole de chá e olhou-a.   Bem, querida, eu não creio que ele saiba. Provavelmente nem na casa das metades de milhões porque os investimentos dele são muito diversificados e eu só lhe dou dois relatórios por ano. Mas não se preocupe com isso. Jack se graduou com mérito em Administração e se especializou na área de Comunicação. Ele apenas quer que sua velha  se sinta útil.  Keely apoiou os cotovelos na mesa e apoiou o queixo na mão.   Eu poderia matá-lo. Jack, o idiota, graduado com mérito?   Timothy também  tia Sadie contou, orgulhosa.  E se quiser, Tim banca o bob como ninguém. Nós somos uma família estranha.  Keely estava irritada, mas intrigada. Confusa, mas intrigada.   E quanto a Joey e Cecily? Eles também só bancam os bobos?  Tia Sadie engasgou com o chá e protegeu a boca com o guardanapo.   Joey e Cecily? Coitadinhos deles! Eles até que tinham potencial, e eu tinha esperanças em Cecily, até ela fugir aos quinze anos com um motociclista mau-caráter, abandonar a escola aos dezesseis e passar por uma clínica de desintoxicação. Participou de um grande roubo de carro aos dezessete. Mais tarde, no mesmo ano, foi pre

sa consumindo drogas pesadas. Acho que o cérebro dela ficou permanentemente lesado, coitadinha.  Ela meneou a cabeça.   Quanto a Joey... Bem, você o viu. Na infância, ele achava que era um personagem de história em quadrinhos, Speed Racer, acho, o até que era uma boa coisa. Elepassava horas correndo em círculos pela sala de jantar, segurando um prato de papel na frente do corpo, fingindo que era uma direção. Depois, ele foi Luke Skywalker.E essa fase durou um bom tempo e não foi tão boa coisa. Agora, ele é um mafioso ou pelo menos se veste como se fosse. Eu acho que a culpa é de Flô, que Deus a tenha. Eladeu tudo a eles, roupas, carros, dinheiro, e não pediu nada em troca. E, infelizmente, foi nada o que conseguiu.   Jack está determinado a não devolver Candy a Cecily, Sadie. Imagino que Jimmy, o advogado, vá expor o passado dela no tribunal...

  - Eu não sei, Keely. Lembre-se de que Cecily era menor de idade, de formaque talvez não haja acesso a esses processos.  Ela mudou de rumo, tanto quanto possível, e agora está na fase da comida natural e dos gurus. Não come carne vermelha e nem sonha em cheirar nada. Só torço paraque ela perceba sozinha que não pode ser uma mãe normal. Só gostaria que minha irmã tam tivesse percebido isso. Acho que foi por isso que nunca tive filhos, por medo de que, como gêmea de Flô, eu fracassasse como ela. Nada de casamentos, nem de filhos. Eu provavelmente também teria sido uma péssima mãe. Flô não reclamava, mas Guido e euhamos olhos para o banco. Eu, pelo menos, vivi por tempo suficiente para perceber meu erro e aproveitar a vida. Keely se inclinou e apertou a mão da tia Sadie.   Você sabe que Jack a adora  falou, engolindo as lágrimas.  E eu também.  Sadie cobriu a mão de Keely com a sua.   Obrigada, querida. Espero que você tenha aprendido alguma coisa.

  Keely olhou-a, confusa.   Agarre-se à vida, Keely. Agarre-a com as duas mãos. Não se limite a um úniconho, a uma só possibilidade. Por muito tempo, Jack teve um sonho. Agora, ele está descobrindo outros. E quanto a você? Ainda acha que apenas um sonho a fará feliz?  Keely recostou-se na cadeira.   Voltar para Manhattan, abrir outra loja  disse ela, suspirando.  É isso qu está dizendo, tia Sadie?   Jack acha que isso é tudo o que você quer da vida além de enlouquecê-lo, clia Sadie comentou, com um sorrisinho.  Ele disse que, se eu aceitar dar continuidade ao falso noivado até ele c

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onseguir a custódia, que financiará minha loja  contou ela, baixinho.   É. Eu bem posso acreditar. E imagino que ele quase morreu para dizer isso. Mas ele deu uma segunda chance a seu sonho. Ele abriu mão daquela oferta do time japonês porque finalmente percebeu isso. Agora, você recebeu uma segunda chance deretomar sua carreira. Jack ofereceu-a. Você entende agora que, como ele teve estachance, também decidiu dá-la a você, mesmo que não tenha consciência disso? A questão é você vai fazer com essa segunda chance, Keely?   Eu não sei  respondeu ela, honestamente.  Não sei mesmo.   Isso também é óbvio  disse tia Sadie, levando o prato e a xícara para a pianquanto isso, com tudo o que aconteceu aqui, acho que vou assumir a carga da máquina de lavar, está bem? Talvez você queira procurar Jack e conversar com ele.   Mas eu tirei a roupa de todas as camas e ainda não as forrei  protestou Keely, sentindo um pânico familiar instalar-se.  O pessoal da faxina só vem daqui a dois dias e eu deixei o aspirador de pó no meio da sala. Além disso, a fralda de Candyestá quase transbordando e Joey derramou suco de laranja no chão nesta manhã e ainda está tudo grudando e precisando ser lavado. E se a sra. Peters aparecer?  - Eu darei um esfregão a ela.  Sadie deu de ombros.  Edith quer ver como vo são como família, não se você vai ser eleita a rainha do lar. Jack está na piscina, Ke. Ponha seu maiô e vá encontrá-lo. Converse com ele honestamente.  Tentem conhecer-se melhor. Resolvam, pelo menos, os problemas de vocês.  Keely olhou para a piscina e para os poucos pratos sujos que ainda havia no balcão. Então, sorriu, sentindo uma maravilhosa sensação de plenitude no peito. Nu impulso, foi até a tia Sadie e beijou-a no rosto.   Você está errada, tia Sadie  disse.  Você teria sido uma mãe excepcional.

  Jack imaginou quantos metros teria que nadar para sua mente ficar anestesiada e ele parar de pensar em Keely. De vê-la todas as vezes que fechava os olhos, de querer abraçála, beijá-la e de fazer amor com ela longa e lentamente.  Então, deu um impulso na borda e começou mais um trecho, com os braços e as pernas se movendo mecanicamente e o cérebro girando, girando.  O que havia acontecido naquele quarto de motel no Arizona, mais o que acontecera antes e depois, sempre ficaria entre suas melhores e piores lembranças.  Havia passado horas olhando para Keely, sob as ordens do diretor, e quanto mais a olhara, mais tivera vontade de fugir com ela dali e mais atrapalhadofora ficando.  Fugir... fugir... fugir... sair dali. Levá-la embora. Levá-la a lugares onde nenhum dos dois havia estado.  Só os dois. Sem Candy. Por mais que a amasse. Sem Sadie, Joey ou Petra. S

em ninguém. Sem beisebol, sem lojas em Manhattan, sem batalhas por custódia.  Só ela... apenas ela.  E quando finalmente ficara a sós com ela, simplesmente não conseguira soltá-la. Como um selvagem, como um homem que não havia estado com uma mulher por uns doze longos anos. Como um homem que não acreditava que ela ficasse, se tivesse a chance de partir.  O problema havia sido a pressão. A batalha pela custódia, o falso noivado,um bebê que os dois adoravam. E a proximidade. Fora assim que Keely chamara: proximidade. Besteira. Fora assim que ele chamara.  Ela o deixava louco. Era implicante, perfeccionista, metida e mandona.Uma sabe-tudo que, apesar disso, morria de medo de cometer um erro. Detalhista.Talhada para o sucesso. E tinha uma boca...  Mais uma volta na piscina. Talvez, com mais uma volta, seu cérebro parass

e de funcionar.  Jack era louco por ela. Completamente.  A forma como ela olhava para Candy, a forma como transformara aquela casa vazia em um lar, uma casa que voltaria a ficar vazia se ela partisse, independentemente da quantidade de móveis, cortinas e tudo o mais que ela deixasse para trás. A forma como ela havia assumido sua vida, metendo-se em tudo, porque se importava. Ela não era apenas metida ou mandona. Ela se preocupava com ele.  E ela sabia. Sabia o que era fracassar ou perder. Eles tinham isso em comum. Só que Jack finalmente aceitara que sua carreira no beisebol estava encerrada e Keely não aceitava o mesmo sobre sua carreira em Manhattan. Ela queria, Precis

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ava, tentar de novo.  Por isso, ele a mandaria embora quando aquilo terminasse. Engoliria tudo, ficaria de boca fechada e a mandaria embora. Então, financiaria a volta dela aManhattan para que ela pudesse esfregar seu sucesso na cara do tal de Gregory. Será que isso a faria feliz?  Jack não sabia. Receber a oferta do time japonês não o deixara feliz. Ele pensara saber o que queria, até o momento em que recebera a oferta. Agora, ofereceria uma segunda chance a Keely. Será que ela aceitaria?  E o que ele faria se ela aceitasse?  Ofegante, Jack olhou para a borda oposta da piscina, sentindo uma sombra se mover em sua direção. Keely? Poderia ser ela? Ele ergueu os olhos, protegendo-os com a mão e, enquanto sorria, perguntou:   Joey? Quando você voltou?   Qual é seu problema?  O primo recuou um passo.  Você está me controlando,  Por acaso grampeou meu quarto? Você faria isso, não é mesmo?   Ah, já vi que está paranóico hoje. Você traz sempre uma novidade, Joey  disck, saindo da piscina e olhando para o primo.  Está bonito. Esse estilo o favorece.  Joey estava usando um agasalho preto incrível principalmente porque o cobria por inteiro. Estava usando óculos escuros imensos, que cobriam o que restara do hematoma e os tornozelos e pernas estavam cobertos por um par de meias pretase por tênis, igualmente pretos. Um verdadeiro modelo masculino para a revista de aberrações de Bayonne.  Joey tocou na ponta da toalha que pendia de seus ombros quase inexistentes e olhou para Jack.

   Quero ver você rir quando eu mostrar a sra. Peters o que consegui. Eu tenho papéis, Jack. Isso mesmo. Documentos!  Jack olhou para o volume do agasalho.   Todo mundo já está vendo o que você conseguiu, Joey. Não quero desanimá-lo,  é tão impressionante assim.   Ora, você...  Mas Jack não estava ouvindo porque naquele momento avistou Keely se aproximando da área cercada da piscina. Estava usando aquele mesmo maiô estonteante da outra vez e, nada mais. A imaginação levou-o para a primeira vez em que a vira daquele jeito, mas agora ele sabia. Por baixo do maiô estava a perfeição. E ele tocara, provara, amara aquela perfeição.  Não era de impressionar que estivesse enlouquecendo.   Depois, Joey  disse ele, passando pelo primo para encontrar com Keely, q

ue se aproximava da piscina.  Olá. Você vai dar um mergulho?   Na verdade, estou esperando um ônibus  ela devolveu, sem sorrir.  Podemos onversar?   Aqui?  Jack virou-se, olhou para Joey que se aproximava com um gravadordo tamanho da palma de sua mão.  Joey? O que diabos?   O meu advogado me disse para gravar tudo... Eu disse a ele que você era podre e ele quer que todos saibam. Assim, vamos lá. Fale, Jack. Diga a essa moça quevocê está tentando roubar minha amada sobrinha de mim.   Jack?  Ele passou o braço pela cintura de Keely e apertou-a de leve.  Sabe, Keely, é que Joey acaba de entrar na parte paranóica do programa. Suma daqui, Joey, antes que eu o transforme numpretzel e depois o afogue.  Joey começou a dançar feito uma criança, segurando o gravador.

   Ah! Consegui! Eu gravei tudo! Tendências violentas. Nós vamos acabar com você, Jack. Acabar!  Jack avançou, pôs a mão no peito do primo e empurrou-o até derrubá-lo na pisci Então, ficou observando Joey afundar e subir à superfície para então agarrar-se à bordsem gravador, com os óculos caindo do rosto.   Abracadabra, Dois Olhos!  Então, pegou Keely pelo braço e afastou-se com el da piscina.   Isso não foi legal!  exclamou Keely, rindo.  Será que a água estragou o grrzinho dele?   E, se tivermos sorte, os tênis também  disse Jack, pegando uma toalha no ca

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te aguda.  Joey?   Não sei mais se quero dizer a vocês de quem são  disse ele, fazendo bico ennto espremia as meias.   Por favor...  pediu Keely, inclinando-se e tocando o braço de Joey.   Bem, está bem  disse Joey, sacudindo os ombros magros.  Estou com minha cetidão de nascimento, claro. Para provar que estou legalmente no país. Tem muita gente que acha que eu sou siciliano.  É claro  concordou Keely. E Jack viu os ombros dela começarem a tremer, enqunto ela tentava manter a comPostura.  O que mais?   O advogado disse que eu devia conseguir qualquer coisa que me mostrasse... como foi que ele disse?... sob uma luz positiva. Aí, eu pedi ao tio Sal para escrever uma carta dizendo que eu sou seu sobrinho favorito. Ele é um dos homens mais ricos de Bayonne e uma carta dele vale muito. Arrumei outras cartas, de Marco, o quitandeiro da esquina, porque desde que ele me pegou roubando, há alguns anos, eu nunca mais roubei nada lá. Uma de meu terapeuta. Um ou dois troféus de futebol, para mostrar que eu sou um homem versátil. Ah, e o atestado de freqüência que eu ganhei no terceiro ano.  Durante a exposição de Joey, Jack havia levado as duas mãos ao rosto para não xplodir. Keely resistiu mais tempo, controlando o acesso de riso que a fez rolar pelo gramado até Joey terminar de falar sobre o atestado de freqüência.  Jack desabou ao lado dela, o alívio deixando-o fraco, o riso substituindo o medo de que Cecily tivesse dado a custódia a Joey. Keely segurou-o, rindo, tentando respirar, ele segurou-a e os dois rolaram na grama, com pernas e braços entrelaçados, ignorando Joey que, a essa altura, estava de pé, ameaçando-os dos piores pesa

delos.  E, então, Joey disse outra coisa. Ele disse:   Pronto! Aí vem a sra. Peters e vocês dois estão aí, rolando na grama onde to podem ver. Eu vou dizer a ela que você tentou me afogar.   Ah, pelo amor de Deus!  Keely murmurou, afastando-se de Jack, ao mesmo tempo que tentava se levantar e arrumar o maiô.  Sra. Peters!  exclamou, disparando para casa enquanto Jack, que também se levantara, bloqueava a passagem de Joey.  Que prazer em vê-la novamente.  Jack uniu-se às duas mulheres no momento em que chegaram à casa, com a toalha em volta da cintura, deixando-o ligeiramente mais apresentável.   Ah, sim  disse Keely, tentando arrumar os cabelos soltos. Jack teve quese controlar para não tirar vários fiapos de grama que haviam ficado presos nos cachos.  Temos várias babás eletrônicas. Começamos com apenas uma, a que está no escritóri

tem até um monitor de televisão, para podermos ver Candy dormindo. Mas eu voltei à loja... quero dizer, nós voltamos à loja e compramos mais. A base fica no quarto de Cand e o receptor não tem fio, de forma que podemos levá-lo para a piscina ou para qualquer outro ponto da casa, para monitorar Candy de onde quer que seja, enquanto ela dorme.   Então, o monitor está na piscina?  perguntou a sra. Peters, com a caneta abrta sobre um grande maço de papel, preso em uma prancheta. Evidentemente, a visita-surpresa daquele dia ia ser mais aprofundada que a primeira.   É... bem... Keely?   Bem... eu... não  disse Keely, ainda tentando fingir que seu maiô era um qumono que a cobria por inteiro.  Não... não foi preciso porque Petra está de olho nela esse exato momento. Ela e Do... ela e Bruno, um funcionário do primo do sr. Trehan. Aliás, eles estão brincando com ela no quarto. Eu... eu verifiquei um pouco antes

de sair para nadar.   Você está bem arranhada para um mergulho  disse a sra. Peters, anotando alg em seus papéis.  Às vezes, srta. McBride, fico com a sensação de que vivi minha juvene em outro planeta. Muito bem, então, vamos subir e ver Candy.   Ela não está sendo gentil como foi da primeira vez  sussurrou Keely com o cnto da boca, quando a sra. Peters adiantou-se para a escada dos fundos.  Estaremos com a senhora em um minuto, sra. Peters  acrescentou ela, mais alto.  Eu só preciso perguntar uma coisa ao sr. Trehan, a Jack.   Certo. Jack. Não seja tão formal, nem se preocupe tanto  sussurrou Jack, enuanto caminhavam para a escada,  Agora que sabemos que Joey está dando tiros no esc

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uro, só precisamos conseguir aquele documento de Cecily e estaremos salvos.   Não, se ela achar que somos dois maníacos sexuais, que mal conseguem prestar atenção em Candy  argumentou Keely.  O que ela deve pensar de mim?   Que não consegue tirar as mãos de mim?  perguntou Jack, esquivando-se rapidmente para fugir do golpe que Keely certamente lhe daria.  Mas ela já estava distraída, com os olhos voltados para a cozinha e para dentro do escritório.   Onde está tia Sadie? Os pratos sumiram, de forma que ela deve ter feito isso antes de sair. Mas eu não a vi voltar para o apartamento. Será que ela está lá em cma, trocando as roupas de cama? Quero que ela fique perto de nós, enquanto a sra.Peters estiver aqui. Elas se gostam.  Keely estava falando depressa, ofegante, de forma que Jack segurou-a pelos ombros e sacudiu-a de leve.   Quer se acalmar, por favor? Relaxe, Keely.   Não consigo. Isso é importante demais. Jack beijou-a no alto da cabeça.   Obrigado. Obrigado por achar que é importante e por se importar.  O corpo dela estava quente, aquecido pelo sol e muito pouco vestido. Jack sentiu as pernas dela contra suas próprias pernas nuas. Podia abraçar aquelas costas igualmente nuas.   Keely?  disse ele, afastando-a ligeiramente.  Ah, Keely...  sussurrou, puando-a novamente para si e beijando-a nos lábios.  Ele quase conseguiu.   Jack! Jack, Keely, venham aqui um minuto  gritou a tia.  Edith desmaiou! 

Capítulo XVI 

Aprende-se um pouco com a vitória; mas muito com uma derrota.  Christy Mathewson, lançador  Keely sabia que ela e Jack estavam protagonizando uma cena patética, enquanto tentavam subir os degraus, um na frente do outro.  Quando finalmente chegaram ao corredor que conduzia ao quarto de Candy,

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 estavam suados e ofegantes. Keely olhou para Jack, que a olhou de volta.   Você primeiro  disseram, em uníssono.  Tia Sadie decidiu por eles, enfiando a cabeça na porta, com ar afogueado.   Não sei por que ela ficou tão aborrecida. É apenas temporário.   O que é apenas temporário?  perguntou Jack a Keely entrando no quarto.  A primeira coisa que viu foi Edith Peters desabada na cadeira de balanço, parecendo uma boneca de pano. A segunda coisa que viu foi Candy. E quase se uniu a Edith no desmaio. Só que estava brava demais para desmaiar.   Eu sei o que é isso  disse ela, avançando para Petra e Doçura, que estavam tados com Candy, sobre um lençol estendido no chão.  Vocês acharam a caixa, não é?   Esta?  perguntou Petra, erguendo a caixa de Lembranças do Bebê que Keely haia comprado apenas para provocar Jack e depois enfiado no closet e esquecido.   O que...   Eles estão tirando o molde dos pés de Candy  disse Keely enquanto Candy, cotente, riu e ergueu os bracinhos para Jack.   É por isso que estão todos meio verdes? Essa coisa sai?   Se não sair, eles vão se ver comigo  disse Keely por entre os dentes, olhano para Candy. Os pezinhos e tornozelos da menina estavam imersos em uma estranha massa verde, que parecia estar endurecendo rapidamente.   Ah, será que vocês podem relaxar?  pediu Petra, revirando os olhos.  Esse io vira uma espécie de borracha macia em questão de minutos. Aí, a gente tira, joga gesso dentro e pronto: teremos os pezinhos de Candy preservados para a posteridade. Doçura, mostre suas mãos a eles.   Não. Deixe para lá  disse o gigante, meneando a Cabeça.

   Ah, vamos lá  insistiu Petra.  Ele está meio preocupado porque nós erramosouco quando testamos o molde nele. Acho que não deixamos endurecer bem e tentamosdesenformar rápido demais. Mas nós vamos tirar tudo, não é, Doçura? Vamos lá. Mostre a   Doçura suspirou e, relutante, tirou as mãos de trás das costas e estendeu-aspara Jack e Keely. Parecia que ele havia sido mergulhado em ácido e estava derretendo; numa visão nada agradável.   Foi isso que a sra. Peters viu quando entrou  informou Petra.  Doçura estaa andando pelo quarto e reclamando, enquanto a tia Sadie tentava tirar o resto da massa que havia ficado grudada nele. Acho que a sra. Peters achou que ele a estava atacando ou algo assim. Acho que ela assistiu a O Jovem Frankenstein demais. Ela bateu os olhos em tia Sadie, gritou fuja! e desmaiou. Doçura pegou-a e colocou-a na cadeira. Ela vai ficar bem.  Keely olhou para a sra. Peters, que parecia começar a recuperar a consciênc

ia com a ajuda da tia Sadie, que esfregava um pano úmido em sua testa.   Você acha isso engraçado, Jack?   Não  disse ele, tentando controlar-se.  É claro que não acho  Então, sorrngraçado. Ele está assustador, Keely, imenso, careca e verde? Gemendo e sacudindo as mãos? Bastam uns pontos no pescoço e ficaria perfeito.  Keely piscou os olhos fortemente, à beira das lágrimas. Então, olhou séria par Petra. A expressão em seu rosto fez Candy fazer um bico, prestes a chorar também.   Dê-me esta pobre criança  disse ela com frieza, pegando a menina e saindo rpidamente do quarto, com Petra logo atrás.   Ei! Espere! Está na hora de tirar o molde de borracha dela  disse Petra, enquanto Keely segurava Candy com força, carregando-a para seu próprio quarto e sentando-a na cama.  Deixe que eu faço. Apenas pare de chorar.   Ela não está chorando  disse Keely.

   Não, mas você está  respondeu Petra, meneando a cabeça.  Vá se vestir. Eu o o molde. Até porque, você está assustando a coitadinha.  Keely ficou imóvel, observando Petra sentar-se na cama ao lado de Candy,conversando e brincando com ela, ao mesmo tempo que tirava o molde de borracha.Petra sabia lidar com Candy. Sabia lidar com uma crise.  Por que Keely não sabia?  Por que estava chorando? Por que só conseguira ver o desastre e não o humor da situação, como Jack e todos os demais, à exceção da sra. Peters? Tinha mesmo que apder a se controlar e a parar de entrar em pânico o tempo todo.   Eu... eu vou me vestir  avisou, baixinho.

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   Faça isso  respondeu Petra, sorrindo para os dois moldes, que mais pareciam duas botas de neve.  Não estão lindos?   Ah, estão mesmo  disse Keely, pegando os moldes. Então, correu para o banhero, onde havia deixado as roupas, ligou o chuveiro para que Petra não pudesse ouvi-la e explodiu novamente em lágrimas.  Cerca de meia hora depois, quando Keely finalmente conseguiu reunir coragem para descer, encontrou Edith Peters sentada à mesa da cozinha, tomando chá.  Edith estava em uma cadeira, Sadie em outra e, na frente de ambas, Jack e Joey. A sra. Peters escrevia em seus papéis sobre a prancheta.   Então, sr. Morretti, o senhor está dizendo que, como parente consangüíneo mapróximo, deve ficar com a custódia de sua sobrinha?   Isso mesmo  disse Joey, recostando-se na cadeira.  Isso não é óbvio?   Sr. Morretti, eu estou aprendendo que nada é óbvio, principalmente aqui. Mas eu gostaria de obter algumas informações suas, já que a srta. Morretti é sua irmã.   Pode mandar  disse Joey, ajustando os óculos.  O que quer saber?  Keely foi até o balcão, pegou um copo, encheu-o de água gelada e meneou a cabeça quando Jack fez menção de ceder seu assento a ela. Em vez disso, sentou-se em um banco alto do balcão de café da manhã.   Bem, sr. Morretti, para começar, eu gostaria de saber se o senhor conhece a identidade do pai de Candy.  Joey deu um sorriso diabólico e apoiou os cotovelos na mesa.   Quem tinha que saber disso é minha irmã, e ela não sabe. Aliás, Cecily é bemda, se é que me entendem.   Menos, Joey  Jack interveio, sério, com expressão contrariada.  Sra. Peter

eu imagino que tenha sido fertilização artificial.   É  disse Joey.  com o sêmen de algum idiota chamado Rain Dance ou algo ass Se vocês estão achando que o pai pode aparecer, desistam. A pessoa responsável aqui sou eu. Eu tenho os papéis.   Isso é bem verdade. Ele tem os papéis  disse Jack, olhando para a sra. Petes.  Keely levou a mão à boca. Sua tendência anterior ao choro já estava beirando ua crise histérica, porque à simples menção dos papéis de Joey ela teve de conter um ae riso. Devia estar enlouquecendo.  A sra. Peters soltou o grande bloco de papéis e bateu com eles na beirada da mesa.   Estou vendo que isso foi um erro  disse, olhando para a tia Sadie.  Achoque precisamos entrevistar cada um de vocês separadamente porque eu estou sentindo

 muita animosidade neste ambiente. Sr. Trehan? Gostaria que o senhor, a sra. Trehan e a srta. McBride nos dessem licença. Eu gostaria de terminar minha entrevista com o sr. Morretti. Voltarei amanhã para concluir as entrevistas com os demais eentão farei minhas recomendações preliminares ao tribunal. Este é um caso que, definitiamente, eu não gostaria que se arrastasse por muito tempo.  Keely sentiu um frio no estômago, e Jack empalideceu, levantando-se, hesitante, nitidamente relutante em deixar o primo sozinho com a sra. Peters.  - Está bem. Amanhã, então. Mas, se quiser continuar ainda hoje, estamos todosdisposição  disse, estendendo a mão para Keely.  Tia Sadie? A senhora vem?   Não, querido. Ainda não  respondeu ela.  Quero ir dar uma olhada em Doçuraoitadinho ainda está muito aborrecido.   A culpa é minha, Sadie  disse Edith Peters.  Eu, definitivamente, exagerei É porque faz tempo que não vejo um gigante verde.

   Eu sei, querida  garantiu Sadie, tocando levemente no ombro da assistente social.  Você é muito flexível, Edith. Obrigada.   São ossos do ofício, Sadie. Ou se é assim, ou se entra de cabeça nas drogas adas.  Impressionada, Keely lançou seu melhor sorriso para Edith Peters, enquanto Jack a arrastava para fora da cozinha.  Jack não parou até chegarem às garagens. Então, tirou as chaves do bolso e abru a porta do Corvette vermelho.   Venha. Vamos dar uma volta. Eu não agüento ficar aqui, pensando que Joey está lá, falando com a sra. Peters.

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   Mas esse não é...  começou Keely, enquanto entrava no conversível.   É. Chegou esta manhã. É parte de meu pagamento pelo comercial. Traz alguma lmbrança?   Eu não sei...  Keely ergueu os olhos para ele.  Vamos ver se você consegueegar ao seu lado do carro, sem tropeçar em nada.   Engraçadinha  disparou Jack, contornando o carro, sem ousar bater no capô o girar a chave nos dedos. Já havia feito aquilo demais, e errado demais, para querer tentar de novo.  Para onde vamos?  perguntou, assim que se sentou ao volante.   O que você quer dizer? Foi você quem me mandou entrar no carro, lembra?   É verdade. Você tem as chaves do apartamento de sua tia? Nós podíamos ir atérece mais lógico do que ficar andando sem rumo.   Bem, talvez possamos ir lá para eu pegar a correspondência e ouvir os recados. Acho que, se tiver de ficar aqui, eu também vou enlouquecer. Candy está cochilando, e Petra está aqui. Certo. A chave está junto das chaves da caminhonete, provavelmente ainda no contato.   Peguei  disse ele, voltando segundos depois.  Vamos apenas aproveitar o passeio até chegarmos à loja, está bem? Depois, conversaremos. Você disse que queria conersar, não é?   Pode ser  Keely deu de ombros, recostou-se no banco, cruzou os braços e seguiu, muda como uma múmia, até estacionarem o carro nos fundos da loja e subirem asescadas para o apartamento.  Assim que entraram, Jack se sentou no sofá e afundou a cabeça entre as mãos.   Isso tem que acabar logo, Keely. Eu não agüento mais. Edith Peters nos colocando num microscópio, pés verdes, as idiotices de Joey, a espera pelo fax de Cecily

...  Keely sentou-se ao lado dele e passou o braço pelos ombros de Jack. Comoera bom tê-la por perto.   Estamos muito pressionados, Jack. Eu me descontrolei hoje e peço desculpas. Não devia tê-lo abandonado daquele jeito. Mas quando vi Candy com aqueles pés verdes, fiquei com vontade de matar Petra, o que foi uma besteira, porque ela é maravilhosa com Candy. Jack ergueu a cabeça e olhou-a.   Não. Você é maravilhosa com Candy. Petra brinca com ela. Você cuida para quea se alimente e tome banho. Você canta para ela, faz ela dormir, cuida para que ela vá ao médico. Você faz isso, cozinha, cuida da casa e ainda por cima está decorando tdo, como se tudo isso fosse fácil. Não sei como consegue.  Keely apenas sorriu.   Você está muito melhor com Candy  disse ele, pegando-a pela mão.  Devia ve

o ela levanta a cabecinha toda vez que ouve sua voz. Ela é louca por você.  Keely olhou-o, piscou e virou a cabeça.   Ei, o que foi que eu disse?  perguntou ele, pegando-a pelos ombros e virando-a para olhá-la. Ela estava com lágrimas nos olhos.  Keely, qual é o problema?   Eu a amo tanto  disse ela, levando a mão à boca nitidamente tentando se comor.  Como poderei... o que farei quando... ah, droga!  Ela levantou correndo do sofaj e foi para o outro quarto. Jack ouviu uma porta bater e concluiu que era a do banheiro. Era mais provável que ela escolhesse um lugar que pudesse trancar.  Jack poderia segui-la e ficar do lado de fora da porta, ou vindo-a chorar. Poderia dizer que a amava e que queria que ela ficasse com ele para o resto da vida, para criarem Candy juntos e um bando de crianças.  Mas aquilo não seria prudente.  Portanto, ele esperou. Daria a ela algum tempo para se recompor. Porque

 ela queria falar com ele. A própria Keely dissera isso. Será que ele era covarde por querer ouvir primeiro o que ela tinha a dizer, antes de abrir sua enorme bocae correr o risco de bancar o bobo?  E o que havia de tão grave em bancar o bobo? Em pedir a ela que transformassem o noivado de mentira em um de verdade? Em dar o grande passo e pedir a ela para desistir da carreira em Nova York, ficar com ele e ser mãe de Candy? Pedir a ela para ser seu amor, sua mulher?  Será que ele sabia separar o amor que sentia por Candy do que sentia porKeely? Porque as duas eram praticamente uma coisa só; haviam chegado à sua vida ao mesmo tempo, tomando sua casa e seu coração. Como poderia separar uma da outra? Seria

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 como perguntar qual das duas amava mais.  Enquanto se torturava mentalmente, Jack andou pela pequena sala, sem prestar muita atenção a nada, simplesmente porque não conseguia ficar sentado.  Então viu a luz piscando na secretária eletrônica.  Ele olhou para o corredor e para a luz piscando diversas vezes. Seria Gregory?  Lentamente, Jack foi até a escrivaninha e apertou o botão da máquina, com uma última olhada para o corredor.  Olá, querida, disse uma voz feminina, enquanto Jack tentava, desesperadamente, baixar o volume. Eu gostaria que você atendesse. Detesto falar com máquinas, masisso não pode esperar. Sente-se, Keely, porque eu tenho uma surpresa. vou me aposentar. É..., prosseguiu a voz feminina, com uma animação quase infantil. É verdade. Deos nos mudar para a Flórida assim que chegarmos em casa. Praia, sol, o mar. Não será como Paris ou a Grécia, mas só a idéia de voltar a lidar com aquelas donas de casa cheias de vontades me dá desânimo. E, agora, a melhor surpresa: eu vou dar a loja a você. Étoda sua, sem compromissos. Ah, mas não sei se você vai querê-la. Vai preferir vendere voltar para Manhattan. Eu conheço você. Sei o quanto quer isso. Assim, pronto. Vocêtem minha bênção. Não foi bom eu ter lhe dito para sentar? Ah, Keely, eu estou tão feliAté, querida..., outra risadinha. Parece que alguém me quer. Ei, querido, pare com iso, eu só estava... Clic. Fim das mensagens.  Jack apertou o botão para voltar a mensagem com a mente girando. Será que devia salvar o recado? Apagá-lo? Se matar?  Ele voltou a mensagem e o botão recomeçou a piscar, esperando por Keely.   Jack?

  Ele se virou, usando o corpo para bloquear o sinal luminoso.   Você está bem?  perguntou ele, sentando-se numa cadeira que parecia frágil ais, até para Candy.   Estou. Desculpe. É que tudo isso tem sido demais para mim. O fracasso deminha loja, voltar para cá, querer tanto decorar sua casa. Candy, você... o Arizona.  Jack estremeceu.   É. O Arizona. Era disso que queria falar, não é? Eu imaginei.   Não. Realmente, eu...   É, sim, Keely  interrompeu ele, pegando-a pelas mãos e obrigando-a a levantr.  Você está louca para falar nisso. E o que quer dizer é que eu a decepcionei demais  Ela havia mantido a cabeça baixa, evitando olhá-lo, mas naquele momento ergueu os olhos, espantada.   O quê?

   Não seja boba, Keely. Até os ursos atacam com mais delicadeza. Eu sei que lhe devo desculpas, mas nunca saberei ao certo o que aconteceu ali.   Nós ficamos meio empolgados  disse ela, baixinho, obrigando-o a baixar a cabeça para ouvi-la.  Mas foi mútuo. Você não fez nada que... que eu não quisesse.   Você disse que foi a proximidade  lembrou ele, sério.   Eu sei.   Nós estamos bem próximos agora, não?  perguntou Jack, aproximando-se e erguo o queixo dela com a mão.  Keely deu um sorriso trêmulo.   Não acho que esse seja um uso adequado para a palavra.   Talvez não, mas estamos bastante próximos. Será que podemos tentar de novo? u realmente gostaria de tentar mais uma vez, Keely.  Ela comprimiu os lábios e umedeceu-os com a língua. Mas Jack se conteve, ap

esar do gesto dela ter despertado sua libido de uma forma enlouquecedora.   Keely?   Nós não devíamos estar falando da sra. Peters, de Joey e... da estratégia?   Devíamos?  perguntou ele, massageando levemente os braços dela, sentindo a ele suave e macia sob seus dedos.  Nós... devíamos conversar sobre muitas coisasdisse ela, enlaçando-o pelo pes   Conversando, a gente só arruma encrenca, Keely  lembrou ele.  Talvez, apens por enquanto, seja melhor assim.  Ela fechou os olhos e assentiu.  Jack baixou a cabeça e beijou-a. Gentil e delicadamente. Uma, duas vezes.

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 Avançando e recuando.   Eu não sou de cristal, Jack.  Ela puxou-o para mais perto.   Eu sei  respondeu ele, baixinho, deslizando as mãos para a base das costas.  Você é muito macia... e quente.   Você me deixa sem defesa  ela sussurrou, suspirando enquanto ele a beijava no pescoço.   Ótimo  respondeu Jack, pegando-a no colo.  Para onde você quer ser levada?  Ela enfiou a cabeça no pescoço dele e sorriu.   Para o final do corredor, à direita  disse, já tirando as sandálias.  Jack entrou no quarto dela e ficou impressionado com a imensa cama de dossel, quase da altura da cintura.   Terra da Fantasia  falou, colocando-a sobre o colchão e deitando-se a seulado. O sol banhava a cama, ilurninando-a.  Como você é bonita, Keely.  Ela corou suavemente.   Eu... eu pensei que não fôssemos conversar sobre isso. Você me deixa nervosa me olhando desse jeito.   De que jeito?  perguntou ele, erguendo a blusa dela e admirando o abdômenliso.  De que jeito eu estou olhando para você?   Eu não sei  respondeu ela, com os olhos novamente marejados.  Ninguém nunce olhou assim antes.   Ninguém nunca a desejou tanto  sussurrou ele, inclinando-se para beijá-la.inguém no mundo nunca a quis como eu quero.   Ah. Jack...  Ah, Jack, ele adorava o jeito como ela dizia seu nome. Adorava a forma co

mo ela o olhava e como reagia quando ele lhe tocava os seios. Adorava vê-la fechar os olhos e suspirar.  E na ânsia feroz de apagar o fogo que os consumira no Arizona, eles haviam perdido tudo aquilo. O fogo continuava presente, mas agora havia mais.  Ele não sabia o que era aquele mais, mas havia algo... algo mais forte queo que houvera da última vez. Mais que desejo, mais que ânsia, mais até que necessidade.  Fizeram amor lenta, longa e intensamente até ficarem exaustos e plenos de prazer.  Mais tarde, no chuveiro, Keely deixou a água escorrer Pelo seu rosto, seus seios, seu ventre. A pele estava sensível, ainda sob o efeito do toque de Jack e de sua reação àquele toque.  Daquela vez, ele não a deixara... Ela o havia deixado, mas não sem antes fi

carem deitados por um bom tempo, juntos, abraçados. Havia sido bom. Muito mais que bom. Era uma lembrança que ela guardaria para sempre, independentemente do que acontecesse.  Ainda não haviam conversado. Talvez nunca conversassem. Talvez se casassem, tivessem seis filhos, vivessem juntos pelos próximos cinqüenta anos e nunca chegassem a conversar de verdade.  Provavelmente porque havia coisas que não precisavam ser ditas. Bastava sabê-las. E, às vezes, era melhor nem saber.  O que viera primeiro? Seu amor por Candy ou por Jack? E aquilo importava? O fato era que não conseguia pensar em Candy sem pensar em Jack e vice-versa. Amava os dois. Qual era o problema?  Keely estremeceu com o ar frio que entrou no banheiro. Então, virou-se eviu Jack parado na porta.

   Acho que, se tomarmos banho juntos, iremos mais rápido e poderemos voltar logo para casa. Além de economizar água  acrescentou, apoiando as mãos nos ombros del.  Keely lutou contra o impulso de cobrir a própria nudez, percebendo, em seguida, o quanto aquilo era ridículo. Não havia nenhuma parte dela que Jack não tivesse visto, tocado e beijado.   Você é louco  sussurrou ela, apoiando as mãos no peito dele, olhando-o e sondo ao constatar a ereção.  E acha que assim vai ser mais rápido?   Provavelmente, não.  Ele pegou o sabonete, girou-o nas mãos e começou a ensar os seios dela.  Mas eu já me enganei antes.

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  Quando voltou à sala de visitas do apartamento, Jack estava exultante, mais feliz do que nunca, desde que seu ombro começara a doer meses antes.  ...estou tão feliz. Até, querida..., outra risadinha. Parece que alguém me  Ei, querido, pare com isso, eu só estava... Clic. Fim das mensagens.  Keely estava em pé diante da escrivaninha, de costas para ele.   Keely? Era sua tia?  perguntou ele, imaginando se ela confiava nele o bastante para dizer-lhe a verdade.   Era  respondeu ela, virando-se lentamente, não sem antes apertar o botão depagar.  Ah, sim. Era a tia Mary. Ela deve estar adorando a lua-de-mel porque nem mencionou quando voltará para casa.   Não?  perguntou ele, erguendo as sobrancelhas.  Então, o que foi que ela de?  Keely deu de ombros.   Nada importante. Ela está feliz  Keely olhou em volta e abriu os braços.  mais nada que eu precise fazer. Já ouvi os recados na secretária eletrônica da loja enão há nada urgente. Assim, acho que podemos voltar para casa e... para sua casa. Eu estava pensando em fazer uma salada de atum para o jantar e preciso cozinhar uns ovos.  Jack virou a cabeça para um lado e olhou-a.   Então é isso? Vamos voltar para casa, para cozinhar uns ovos?  Keely deu uma risadinha nervosa.  - Bem, é claro. Por quê? Eu não estou entendendo.   Deixe para lá  disse Jack, pegando-a pela mão e caminhando para a porta.  o você disse, é hora de voltarmos. Eu preciso mesmo ligar para Jimmy, para saber se

o fax de Cecily chegou.  Keely parou e puxou-o pela mão.   Espere. Há algo errado, não há? O que está errado?   Nada  disse Jack, com o rosto contraído.  Absolutamente nada. 

Capítulo XVII 

O jogo não acaba até acabar.  Yogi Berra  Estavam na metade do caminho de casa quando Keely percebeu, mas esperou até Jack estacionar o Corvette e estarem a caminho da entrada para confrontá-lo.

   Você ouviu a mensagem da tia Mary, não é?   Olhe, é o carro de meu irmão ali, na garagem  respondeu Jack, secamente.  o melhor adiarmos a Terceira Guerra Mundial para quando ele for embora, está bem?   Então, você ouviu!  exclamou ela, apressando-se para alcançá-lo.  Como nãoocê ouviu. Você ouviu meu recado pessoal no telefone. Quando, Jack? Antes ou depois?  Faz diferença?  perguntou ele, contornando a piscina a caminho da entrada da casa.   Ora, é claro que faz, Jack. Isso muda tudo. Você fez amor comigo porque quis, ou porque foi o melhor modo que conseguiu imaginar para me manter aqui e conseguir a custódia de Candy?

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  Ele virou-se para ela e ergueu um dedo para o rosto de Keely.   Eu não faria isso  ele defendeu-se, peremptório.   É claro que faria. É exatamente o que faria  insistiu ela, apressando-se mas uma vez, para entrar logo atrás dele na cozinha.   Olá, Jack... Keely.  Keely olhou para Tim Trehan, sentado confortavelmente no escritório, comendo pipoca de uma grande tigela azul. Petra e Doçura estavam com ele, assistindo a um filme no DVD.   Olá  disse Keely, de costas para Tim.   O que você está fazendo aqui?  perguntou Jack ao irmão.   Eu não sei. Se soubesse que seria recebido assim, acho que nem teria vindo. Mas como sou um irmão bondoso, pensei em entregar pessoalmente os ingressos para o jogo de amanhã à noite. Além disso, Mort está vindo para cá e me pediu para estar jo. Acho que ele quer que eu ajude a convencer você a fazer a coisa certa. Só que euainda não sei o que é.  Keely continuou ali, de costas para Tim, os braços cruzados, furiosa.   Livre-se dele  disse por entre os dentes, sem se preocupar em ser acusada de mandona.  Eu preciso matar você.   Ei, eles estão brigando  Petra falou, e Keely virou-se para encará-la.  Ahlhem só. Eles estão brigando de novo. Tim, passe a pipoca!   Jack...  grunhiu Keely.   Não  disse ele, com firmeza.  Eu não vou mandar meu irmão embora só porquefuriosa e...  Ele parou de falar abruptamente, abriu a porta da geladeira e abriu uma lata de refrigerante. O líquido escorreu por seus dedos e molhou o chão.

   Veja só o que você fez!  acusou Keely, apressando-se em umedecer um punhadode toalhas de papel.  Eu acabei de lavar o chão.   É um belo dia para o beisebol. Aqui é Tim Trehan, que vai deixá-los por dento de todos os lances  disse Tim, segurando o controle remoto como se fosse um microfone. Ele, Petra e Doçura haviam virado as poltronas que separavam os dois ambientes e estavam partilhando a pipoca, enquanto assistiam à discussão.   Não tem graça. Vá embora, Tim  disse Jack, contradizendo-se.  Keely e eu tum assunto para discutir.   Não. Não temos  disse Keely do chão, de onde ainda limpava o refrigerante.mudei de idéia. Não tenho nada a dizer a você. Nada.   Nada?   Nada.   Certo, pessoal, eles estão se testando  anunciou Tim.

  Keely perdeu o controle. Não se importava se todo o batalhão de doidos dosTrehan estava ali, comentando e tomando notas.  Você ouviu, Jack. Você ouviu meu recado particular. Ouviu tia Mary dizer que ia me dar a loja. Admita.   Certo, talvez eu tenha ouvido  devolveu Jack.  Qual é o problema?  - Não há problema algum. Eu ia lhe dizer... alguma hora.   Ele está tentando se desvencilhar, pessoal  disse Tim, enquanto Petra ria.  Não há problema? Tia Mary me deu a loja, Jack. Agora eu posso vendê-la e voltr para Nova York. Você ouviu isso, então me atraiu para a cama e não vê nenhum problema   Eu não devia estar ouvindo isso  disse Doçura, pegando Petra pelo cotovelo.Nem você. Venha, vamos dar uma volta.   Leve-o também  ordenou Jack, apontando para o irmão.   Bela tentativa, Jack, mas eu vou ficar. Longe de mim querer interromper.

  Jack grunhiu baixinho e Keely pegou-o pelo braço.   Esqueça  ordenou ela.  Além disso, eu nem ligo se o mundo todo ouvir. Vocêato, Jack. Um imenso rato!  Jack lançou um último olhar para o irmão e virou-se para Keely, batendo com a mão no peito.   Eu? Eu sou o rato? Eu lhe dei uma chance. Perguntei sobre o que era a mensagem e você disse que não era nada. Nada, não é, Keely? Apenas sua passagem para for daqui e de volta aos bons tempos.   Ei, pessoal, agora ele está mesmo jogando pesado  comentou Tim.   Eu já tenho minha passagem de volta, Jack  gritou Keely.  E foi você mesmo

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em ofereceu, lembra? Qualquer coisa que eu quisesse, foi o que disse. Qualquer coisa para se livrar de mim depois de conseguir a custódia, certo? Me levar para acama é só uma garantia a mais.   Agora a coisa ficou feia, fãs do esporte  disse Tim, no silêncio súbito.  i o troco.  Jack passou os dedos pelos cabelos.   Do que você está falando? Eu não quero me livrar de você, Keely. Achei que vuisesse ir. Achei... Achei que precisasse ir. Tentar de novo.  Keely puxou um dos bancos altos e sentou-se para não cair.   Bem, eu queria. Achava que queria.  Jack foi até o balcão e colocou as duas mãos sobre ele.   Se você quer conversar, Keely, nós conversaremos. Tim  disse ele, olhando pr sobre o ombro , saia daqui.   Bem...  Tim colocou o controle remoto sobre o sofá.  Isso tira a multidão jogo.   Tim!   Estou indo! Estou indo!  Keely manteve a cabeça baixa, esperando que Tim passasse por eles e fechasse a porta da cozinha atrás de si.   Keely...  Jack pegou uma das mãos dela entre as suas.  Você sempre foi muidireta sobre o que queria. Você queria voltar para Manhattan e dar mais uma chance ao negócio de decoração de interiores. Se não se lembra do quando queria isso, eu me lmbro.   Você queria mais uma chance no beisebol  disse Keely, desejando que ele pa

rasse de massagear a mão dela com o polegar. Ela não conseguia pensar quando Jack atocava.   Eu tive minha chance e vi que não a queria mais. Aquele desejo todo havia desaparecido. Mas você não teve sua chance, Keely. Quer passar o resto da vida imaginando se teria conseguido?   Em vez de ficar aqui com você e Candy  ela falou, incapaz de não ser direta agora que estavam realmente conversando um com o outro.   Talvez nós sejamos uma forma de não precisar tentar. De não arriscar outro facasso.  Ela ergueu a cabeça e encarou-o.   É assim que você vê as coisas, Jack? É assim que vê Candy e a mim? Como uma lpa para não correr o risco de fracassar de novo?  Ele deu um sorriso lento e muito verdadeiro, e Keely sentiu os olhos ma

rejados.   Eu admito que pensei nisso  disse ele, beijando-a na mão.  Só que acabei dobrindo que a amo, Keely. Eu amo você. Mas, justamente por amá-la, preciso que você também tenha certeza.   Ah, Jack...  Keely suspirou e inclinou-se sobre o balcão para abraçá-lo.  nho certeza. Nunca estive mais certa de alguma coisa em minha vida.   E você me ama?  perguntou ele, afastando-se para cruzar o bar e voltar a ficar perto dela.   Eu o amo  disse Keely.  Seu idiota, como eu poderia não amá-lo?  Ele a beijou e Keely pensou estar ouvindo sinos tocaremLevou alguns segundos para perceber que estavam batendo na porta.  Jack também deve ter ouvido, porque interrompeu o beijo e olhou na direção do corredor.

   O que foi, Doçura?   O senhor tem companhia, sr. T.   Mort?  perguntou ele, enquanto Keely se afastava com relutância e pegava-o pela mão. Havia muito mais que precisavam dizer um ao outro, mas aquilo teria que esperar. Ela provavelmente passaria metade da vida esperando uma chance de falar com Jack, um momento calmo e tranqüilo para falar com ele. E, no entanto, uma das coisas que mais gostava, era o turbilhão de coisas que parecia segui-lo.   Não, senhor  disse Doçura, coçando a cabeça.  É uma moça e o amigo dela. M  Keely estremeceu quando Jack quase esmagou seus dedos.   Cecily?  perguntou ele.

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   Foi como o sr. Morretti chamou-a, mas ela me disse que era Moon Flower. Há mais alguém com ela, mas eu não entendi o nome dele.   Ah, por Deus, Jack, sua prima está aqui?  perguntou Keely, horrorizada. Onde estava Candy? Ela ergueu os olhos para o relógio. Hora do cochilo. Candy estava no andar de cima, dormindo. Tinha que ir para perto dela.  Como se lesse seus pensamentos, Jack perguntou a Doçura:   Onde está Candy? Petra está com ela? Doçura assentiu com vigor.   Ela acordou mais cedo e nós a levamos para a casa da tia Sadie, para umavisita. Foi para onde fomos quando vocês começaram a... quando acharam que devíamos sair. A sra. Peters ainda está lá, tomando chá com a tia Sadie e brincando com Candy. Eseu irmão está lá, com um cara chamado Mort. A casa está mesmo cheia. Eu voltei para pear a chupeta de Candy e ouvi a campainha. Quer que eu vá buscar todo mundo e traga-os aqui para cima?   Não!  disseram Jack e Keely em uníssono.   Mas eu pensei... Bem, eu vou perguntar a Petra. Acho que ela vai saber.   Não pense em nada, Doçura  alertou Jack.  Apenas mantenha todos afastados,eu falar com minha prima. Você disse que Joey está com ela?   Sim, senhor  respondeu Doçura, já se encaminhando para a porta dos fundos.udo bem? Eu posso tirá-lo daqui, se o senhor quiser.   Sei que pode, Doçura, mas não, obrigado  disse Jack. com isso, Doçura deu dmbros e saiu da cozinha.  Venha, Keely  chamou Jack, segurando-a pela mão.  Como semre, é uma péssima hora, mas até aí, qual é a diferença? Vamos falar com Cecily.  Keely estacou, mais assustada do que queria admitir.   Você não acha melhor chamar seu advogado?

   Ainda não  disse ele.  Primeiro, vamos ver em que planeta Cecily está hojedepois prosseguiremos.  Cecily não havia mudado muito desde a última vez em que Jack a vira, o quefora há cerca de dois anos, no Natal. Ela continuava loira, mas agora tinha uma mecha vermelha nos cabelos.  Ainda era uma mulher pequena e graciosa. E ainda usava os mesmos vestidos longos e floridos que faziam-na parecer uma avó precoce.  Ela os viu assim que Jack e Keely entraram na sala de estar quase vazia e correu para eles, com as botas pesadas de couro arranhando o chão.   Jack! Ah, Jack! Você está maravilhoso! E que casa linda! Eu só acho que falt um pouco de mobília...  exclamou Cecily, antes de atirar-se nos braços dele.   Olá, Cecily  disse Jack, olhando para o homem magro e alto, de cerca de trinta e cinco anos e rabo-de-cavalo, que parecia se vestir com um saco de batatas

 amassado.  Quem é seu amigo?   Ah, sim, sim, claro  Cecily pegou a mão de Jack e ignorou Keely solenemente.  Este é Blue Rainbow, meu guru, meu mentor.   Na verdade, meu nome é Hadley Hecuba  disse Blue Rainbow quando Cecily seafastou para abraçar Joey, que disse:   Vá para lá! Você já fez isso.  Hecuba estendeu a mão e Jack foi obrigado a apertá-la. Bem, não era obrigado, mas se não o fizesse, Cecily provavelmente repararia, faria um escândalo e não era um bom momento para irritá-la.   Não  disse Jack, lembrando-se do que os investigadores de Jimmy haviam descoberto naqueles últimos dias.  Seu nome é Lester James Schmidt, trinta e sete anos,nascido em Milwaukee, preso duas vezes por desfalque, uma vez por fraude no cartão de crédito, ainda oficialmente casado com Olívia Bertrice Schmidt, que adoraria sab

er do seu paradeiro, porque você está um pouco atrasado com a pensão alimentícia das cranças. Cerca de cinco anos atrasado. Como estou indo até agora, Lester, amigão?  Jack sentiu Keely apertar sua mão e apoiar-se um pouco nele. Ele olhou-ae sorriu.   Aqueles rapazes da D&S valeram cada centavo, não é mesmo?   Eu não imaginava que você soubesse tanto  disse Keely, nitidamente impressinada. E, infelizmente, direta e honesta como só ela era.  Agora, me diga de que isso adianta?   De nada, moça  disse Blue Rainbow, encarando-a.  Eu vi o fax de seu advogao, Trehan, e nós resolvemos rasgá-lo. Ela é a mãe da criança e nós vamos mantê-la. A me

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aro, que você possa nos convencer de que a criança ficará melhor com você.  Enquanto da isso, ele ergueu o braço e esfregou o polegar no dedo indicador.   Dinheiro  disse Keely, enquanto Jack praticamente a arrancava de perto do guru de Cecily.  Jack, ele quer dinheiro. É tão simples. Nós pagamos, e eles vão emb. Ah, graças a Deus. Eu estava tão preocupada.   Continue se preocupando  disse Jack, observando Joey e a irmã, que pareciam ter iniciado uma discussão em voz baixa.  Primeiro, se dermos dinheiro para elesirem embora, eles voltarão pedindo mais. Não que Cecily precise, mas obviamente, Lester não sabe o que tem nas mãos... ou talvez saiba e queira se precaver. Cecily não é ds mais fiéis. Segundo, já envolvemos a sra. Peters e todo o pessoal do Bem-Estar e Apoio ao Menor nisso. Talvez eu consiga subornar Cecily e Lester, mas ainda teremos Joey.  Keely suspirou.   Minha vontade é pegar Candy e simplesmente fugir com ela.   Posso ir junto?  Ela sorriu e apoiou a cabeça no peito de Jack.   Eu não daria nem um passo sem você.   Daria, sim. Na verdade, vai dar muitos passos. Vá até a casa de Sadie e traga a sra. Peters até aqui. Então, coloque-a no solário pela porta externa e volte a me encontrar aqui. Até lá, eu vou dar um jeito de abrir a porta do solário, para ela poder ouvir tudo.   Tudo o quê?   Não faço a menor idéia  admitiu Jack, tentando não demonstrar a própria tenas esteja pronta para ir para onde quer que Cecily, Joey e Lester nos levem, está

bem?   Está bem  Keely virou-se e então voltou-se.  Eu o amo.   Eu também. Peça a Petra e a Doçura para levarem Candy para dar uma volta. Nã quero nem perto daqui. Cecily não pediu para vê-la e, se pedir, quero poder dizer que ela não está no momento.  Keely assentiu e saiu. Jack seguiu-a e pegou mais um refrigerante na geladeira. Contou cinco minutos no relógio para dar a Keely tempo para posicionar asra. Peters e então voltou para a sala de estar, abriu a porta do solário e caminhou na direção dos primos.   E, então, Cecily? Como estava o Tibete?   Tibete? Ah, Jack, eu não fui para o Tibete, seu bobo. Nós íamos, mas Blue Ranbow queria ver o sol nascer em Mônaco. Ele me disse que era místico e foi mesmo. Eu senti tanta energia lá. E a princesa Grace estava lá, sabe? Eu a vi.

  Você sabia que agora eu sou capaz de conjurar espíritos? Estou pensando até em escrever um livro. Já sei até o nome: Vendo Grace. Não é maravilhoso?  Cecily estava sendo Cecily. Estava ali, fisicamente, mas seu cérebro flutuava em algum ponto perdido do espaço. Como sempre.   Mônaco, hein?!  disse Jack depois que ela suspirou, riu e finalmente se calou.  O lugar do cassino? Eu não sabia, Cecily. Quando meu advogado a encontrou, eu só soube que você estava em algum ponto da Europa.   Ah, é. O cassino. Blue Rainbow tem um sistema. Eu o banquei...  Cecily franziu o cenho, confusa.  Qual é o problema, Jack? Você está parecendo tão tenso. Blue Rbow disse que você ia ficar feliz em me ver, mas você não parece nada feliz. E Joey está sendo tão mau comigo...  A voz dela foi sumindo, e ela soluçou. Então, foi até o soou uma grande bolsa de couro e começou a procurar alguma coisa freneticamente. Por fim, tirou uma garrafa plástica de Bolhas Divertidas e um palito plástico com um círc

ulo em uma das pontas.   O que você disse a ela, Joey?  perguntou Jack.   Nada  respondeu ele.  Só a verdade. Disse que ela é louca, doida, maluca. o significa que eu fico com a criança e com todo o dinheiro que o tio Sal ganhou com a rede de lavanderia a seco quando ele morrer. Ele me disse claramente que oprimeiro que se aprumasse e arrumasse um filho ficaria com a grana.  Cecily ouviu o comentário e aproximou-se do irmão com o belo rosto contorcido de raiva.   Ah, é? Bem, isso é o que você acha, Joey. Tio Sal disse que o primeiro que s ca... hic... se casasse, se aprumasse e tivesse um filho ficaria com... hic...

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com o dinheiro dele, seu idiota. Ninguém vai se casar com você, Joey, porque você é um diota. Sou eu quem vai ficar com o dinheiro do tio Sal.  Por favor, Deus, permita que a sra. Peters tenha ouvido isso, pediu Jack, em silêncio. Ao ver Keely entrar na sala e apontar em silêncio para as portas do solário, ele relaxou. O único problema era que Keely não estava sozinha. Tim, tia Sadiee Mort estavam junto.  Assim que Cecily concluiu o ritual de gritar, atirar-se nos braços e beijar Tim e que Joey se jogou no sofá, com um bico imenso, Jack sussurrou para Keely:   E cadê a banda? Mort ficaria ótimo com qualquer instrumento.   Eu não tive como detê-los, Jack  desculpou-se ela.  E Mort tem uma idéia.   Ah, não...  disse Jack, meneando a cabeça.  Deus nos livre de Mort com suadéias.  Só então percebeu que ele próprio não tinha nenhuma.  Qual é a idéia?   Você vai ver  disse Keely, olhando para Lester, ou Hadley, ou Blue Rainbow, ou qualquer que fosse o nome dele.  Por que você não faz as apresentações enquanto ealvo a tia Sadie de Cecily? Depois, veremos o quão perto das portas conseguiremoschegar com eles.   Você não quer ser apresentada a Cecily?   Acho que não - disse Keely, com uma careta.  Depois, você teria que me visr na prisão.   Ela é a mãe de Candy, Keely  lembrou Jack.   Ela deu Candy à luz, Jack, e eu sou grata por isso. Mas isso é tudo. Olhe sópara ela, fazendo bolhas de sabão. Que figura! Ela já pediu para ver a filha?  Ele meneou a cabeça.  Keely empertigou as costas e ergueu o queixo, imperiosamente.

   Então, eu definitivamente não quero falar com ela.   Você é durona.  Jack mostrou-se impressionado.   Eu estou apavorada, mas não diga a ninguém  confessou ela, chamando tia Sade para ajudá-la na cozinha a preparar as bebidas e alguns aperitivos para os convidados.  Tim se aproximou, girando um tipo de fio nas mãos.   O que é isso?  perguntou Jack, feliz pelo irmão estar ali, para apoiá-lo, ipendentemente do que acontecesse.   Fios de preocupação  disse Tim.  Cecily me deu. É a mesma Cecily de sempreSempre meio desparafusada da cabeça. Aliás, por que ela está fazendo aquelas bolhas? Ah, e Keely lhe contou o que Mort está planejando?   Ela me disse para esperar para ver.   Então, quer dizer que vocês dois vão se casar? Será que eu posso ser padrinh

. ou árbitro?   A gente não briga o tempo todo  Jack justificou-se.  É que você chegou nummomento.   Eu sei, mas não é minha culpa, certo?   De jeito nenhum, Tim. A culpa é toda minha. Mas você gosta dela, não é?   Ei, você gosta dela e para mim, isso é o bastante. Só não pense que eu vou seu exemplo e me casar também. Essa coisa de gêmeo para por aqui. Ah... Aí vem Mort.Venha, isso vai ser muito bom.  Jack e Tim seguiram Mort quando ele deixou Blue Rainbow, e sabe-se lá sobre o que os dois haviam falado, e foi até Cecily, tirando um de seus cartões de visita do bolso.   Srta. Morretti?  disse ele, estendendo o cartão.  A senhorita não me conhe mas eu represento seus primos, Jack e Tim. Sou um agente esportivo, mas estou a

mpliando as atividades, assumindo outros clientes e atividades. Na verdade, acabo de filmar um comercial bem importante no Arizona. E devo lhe dizer que a senhorita tem o rosto e a expressão mais originais que eu já vi. Eu poderia transformá-la rosto do novo milênio. A senhorita tem disponibilidade para viajar, não é mesmo? Porque eu tenho uma conta na Europa e...  Cecily soprou mais um punhado de bolhas. Então, inclinou-se para a frente, olhou o cartão e ergueu os olhos para o agente.   Mortimer Moore?  disse, com um ar deliciosamente vago.  É um nome engraçad   Fala Moon Flower Morretti  sussurrou Jack para o irmão, dando-se conta doque o agente pretendia. Ele estava oferecendo dinheiro a Cecily só para ver a velo

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cidade com que ela reagia. Dinheiro e um bom motivo para não estar presa, principalmente a um bebê. Agora, era torcer para que Cecily dissesse as coisas certas e que a sra. Peters ouvisse.  Ah, veja só! Aí vem o guru. Acho que ele vai explicar a coisa toda a Cecily.   Sim, aí vem ele, com o rabo-de-cavalo balançando no ar, como um bassê hound arejando a caça  disse Tim, rindo.  Quando entrou correndo na casa de tia Sadie, Keely nos disse que tinha certeza de que Cecily e seu guru estavam atrás de dinheiroe não da custódia. Foi o que deu a idéia a Mort. Até agora, tudo bem, não?  Mort pegou Cecily pelo braço, levando-a habilmente até perto das portas abertas do solário. Ao vê-los, Lester apressou-se para unir-se a eles.   Agora, srta. Morretti  prosseguiu Mort, macio como uma pluma.  O que quero propor é que a senhorita assine um contrato de exclusividade comigo e, juntos, nós abalaremos o mundo. Já posso até ver esse seu rosto adorável, com três metros de altur, em todos os outdoors de Nova York. Sim, Nova York e não apenas a Europa. A Revlon está à procura de um novo rosto, sabe? Eu tinha pensado em outra pessoa, mas ela simplesmente desaparece ao seu lado.   Lá se vai a outra chance de carreira para Keely  disse Jack baixinho, enquanto Cecily sorria, confusa, depois feliz, depois confusa novamente.   Ah...  disse ela.  Mas eu não posso. Sinto muito, mas não posso.  Jack sentiu o coração afundar. Cecily ia recusar a proposta de Mort porquequeria Candy. Estava ali para levar a filha de volta. Ia ser uma longa e dolorosa batalha pela custódia, a última coisa que ele desejava para Candy e para Keely.   Eu vou me casar, sr. Mortimer  disse Cecily, olhando para Lester.  Vamospara Las Vegas esta noite, com a pequena Magenta Moon. Vamos ser uma família. Está t

udo decidido.  Jack, subitamente otimista outra vez, ergueu a sobrancelha para LesterSchmidt. Talvez Mort não conseguisse prósseguir, mas, de uma forma ou de outra, haviam chegado a um ponto bastante interessante.   Se você conseguir, terá feito um excelente trabalho, Blue Rainbow  disse Jak, rápido e num tom de voz bem alto.  Será que você não precisa se divorciar primeiro?  Cecily arregalou os olhos muito azuis. -   Di... divórcio?   Aqui vamos nós  disse Tim, recuando um passo.  Abram os portões.   Entenda bem, Cecily  disse Lester, à medida que o rosto de Cecily se fechava cada vez mais.  Eu ia lhe dizer...   Saia daqui!  gritou Cecily, apontando para a porta.  Saia, saia, saia! Primeiro, você queria que eu fizesse Jack pá... pagar por Magenta Moon... e depois men

tiu para mim? Você já é casado? Você disse que me amava. Vá embora! Eu nunca mais queroo de novo! Nunca mais!   Puxa, Tim... Um minuto atrás, eu pensei que estivéssemos em segurança, mas d repente não estou gostando do rumo que estamos tomando. Será que ela vai mesmo daro fora nele e tentar ficar com Candy?  perguntou Jack ao irmão no exato momento emque Keely entrou na sala, com uma bandeja de biscoitos, copos e uma jarra de chá gelado.   Ah, pare com isso, Cecily  Lester repreendeu-a. Era o típico caso de um homem que sabia que estava perdido, mas que se recusava a cair sozinho.  Pare com essa besteira, porque você está me deixando enjoado. Você sabe que eu ainda sou casado. Portanto, não tente me tirar do negócio. Você é muito mais que essa figurinha frágil qtenta aparentar para os outros. Essas roupas ridículas, esses nomes idiotas que você nos deu. Soprando bolhas. Você acha mesmo que essas pessoas são suficientemente bur

ras para comprar essa besteira?   Cale a boca, Lester, seu imbecil!  disparou Cecily e Jack olhou para Keely, impressionado. Aquela era mesmo sua prima? Sem chorar? Sem soluços? Sem vozinha fina, beirando a histeria? Quem roubara sua prima quando ele não estava olhandoe a substituíra por aquela estranha de olhos firmes e voz grave? E do que diabos Lester estava falando? Cecily não estava fazendo um tipo. A menos que ela sempre tivesse feito tipo.   Ora, eu não acredito  Jack sussurrou, surpreso pelo rumo que as coisas haviam tomado.   Isso virou um assunto de família e eu estou meio deslocado. Eu os verei m

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ais tarde. Estarei na casa de Sadie até a poeira baixar...  Assim dizendo, Mort, com sua missão cumprida ou parcialmente cumprida, antes de Lester e Cecily começarem a ignorá-lo, saiu da sala, pegando um biscoito no caminho.   Ele odeia escândalos  Tim esclareceu, acompanhando a saída de Mort com os ohos. Foi por isso que me convidou para vir aqui. Como apoio, para o caso de você enlouquecer com a última idéia que ele teve para você.   Cale a boca, Tim  disse Jack, mal ouvindo o irmão porque estava fascinadocom a transformação de Cecily. Aquele olhar no rosto dela. Sábio. Engenhoso. Ela continuava sendo a mesma morena bonita e pequena de sempre, mas agora lembrava muitomais Joey, que sempre aparentara ter um plano, nunca um bom plano, mas, ainda assim, um plano.   Foi tudo idéia dela  gemeu Lester, dirigindo-se a Jack.  Ela deixou a cria com você porque não a quer, nunca quis e disse que você era tão idiota, que simplesmene ficaria com ela, tirando-a de seu caminho. A criança estragou o estilo dela. Mas você não sabia disso, e ela percebeu a chance quando seu advogado ligou para ela sobre a possibilidade de abrir mão da menina. Primeiro, nós íamos fazer você pagar para qe ela assinasse a custódia, mas aí ela concluiu que provavelmente conseguiria mais dinheiro do tio Sal quando ele morresse, se aparecesse com uma filha e um maridoa reboque. Eu disse a ela para pegar o dinheiro e sumir, que esse tal tio Sal podia durar mais vinte anos, mas ela não quis me ouvir. Ela não quer a menina, quer odinheiro. Perdemos cerca de um milhão de dólares em Mônaco.   Eu disse para você calar a boca!  gritou Cecily, correndo para Lester e batendo os punhos pequenos no peito dele.  Keely acomodou-se no chão do quarto de Candy e ficou observando-a enquant

o ela, deitada com a barriga para baixo, tentava de todo jeito erguer o bumbum para frente e deslocar-se na direção de seu chocalho preferido.  Candy tentou, tentou mesmo, mas então desistiu e bateu com o narizinho no chão, e imediatamente começou a chorar.   Está tudo bem, querida  disse Keely, entregando o chocalho a Candy.  Logo ocê vai crescer e aprender a engatinhar, a andar e a correr...   E a dirigir  disse Jack, colocando a cabeça para dentro do quarto.  E se iso não for o bastante para nos deixar de cabelos brancos, eu não sei o que será. Achomelhor ela continuar pequena para sempre, não?  Keely sorriu para ele, olhando-o com atenção para ver se estava tudo bem ese Jack sobrevivera àquela tarde sem maiores problemas.   Eles já foram? Todos eles? Desculpe tê-lo abandonado, Jack, mas quando Lester fugiu e Cecily começou a gritar com Joey e Joey passou a responder aos berros..

. Bem, eu tive que sair de lá.   Você não está habituada a brigas de família, não é?  perguntou Jack, sentanlado dela, com as pernas cruzadas.  Nós tivemos algumas ao longo dos anos. Eu havia me esquecido do temperamento do tio Guido, mas me lembrei hoje quando Joey e Cecily começaram a discutir. Só lamento que você tenha precisado assistir a tudo.   Ela é totalmente diferente do que eu havia imaginado.   Ela é totalmente diferente do que eu imaginava. A Cecily boba, tonta, cabeoca. Acho que gostava mais dela do outro jeito. Mas tudo não passou de uma encenação.Todos esses anos. Isso provavelmente explica por que a tia Flô estava sempre arrumando desculpas para ela. Cecily, a pobre menina sem um cérebro na cabeça. Todos fazíamos concessões para ela e dávamos qualquer coisa que ela quisesse. É de enlouquecer, não   Isso me faz gostar mais de Joey. Acho que ele também teve que ficar meiolouco, só para conseguir a atenção de sua tia  Keely comentou, dando de ombros.  Mas

s dois já foram?  Jack assentiu com um gesto de cabeça.   Mas não sem antes abrirem mão da custódia. Da custódia de Joey sobre Doçura.contrato dele, você sabe... e da custódia de Cecily sobre Candy. A sra. Peters já tinha todos os papéis para Cecily assinar e depois fez outro, na hora mesmo, para Doçura. É uma grande pessoa, a sra. Peters. Petra disse que ia emoldurar o documento para Doçura, mas ele preferiu voltar para Bayonne com Joey. Petra acha que conseguiuconvencê-lo a terminar os estudos. Parece que Doçura quer ser chefde cuisine.   Que ótimo  disse Keely, enxugando os olhos marejados porque havia percebido que Jack estava falando com ela, mas olhando para Candy.  Eu mal acredito que t

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enha acabado. Você falou com Jimmy?   Falei. Temos que pedir a custódia permanente, passar por mais uma montanha de processos legais, mas tanto Jimmy quanto a sra. Peters disseram que estamos num bom caminho. com sorte, poderemos adotar Candy oficialmente em cerca de seis meses. Aí, mudaremos o nome dela para Mary Margaret Trehan, como você propôs.  Ele se deitou no chão, com os joelhos dobrados, e apoiou a cabeça nas mãos.   É incrível. Acabou. Que dia! Será que haverá outro dia como este? Tivemos dedo... bom, ruim, realmente grave. Mal posso acreditar que tenha terminado.   Pá! Pá-pá-pá-pá!  disse Candy, e Keely colocou-a sobre a barriga de Jack, p ela pudesse inclinar-se para a frente e tocá-lo no peito.   Ah...  suspirou Jack, passando os braços pelo corpinho roliço de Candy. Elefechou os olhos e seus lábios tremeram.  Então, sentou-se com um movimento brusco e enfiou o rosto nos cachinhos da menina.  Keely abraçou os dois e começou a balançar, chorando com Jack e depois rindocom ele, enquanto Candy se debatia, tentando se livrar daqueles dois bobos que a apertavam com tanta força.  Jack inclinou-se, beijou Keely e ajudou-a a levantar.   Eu só me lembro de ter chorado quatro vezes na vida: quando meus pais morreram, no dia em que anunciei que ia deixar os Yankees e hoje. A diferença é que hoje eu estou me sentindo maravilhosamente bem. Eu tenho você, nós temos Candy e temosuma bela e longa vida a nossa frente. Há dois meses, eu achava que minha vida havia terminado.  Desceram para o andar de baixo com Jack segurando Candy no colo e foram

 para a cozinha, onde tia Sadie, Petra e Tim estavam sentados à mesa, comendo umapizza que havia sido entregue minutos antes.   Deixe-me reformular o que eu disse lá em cima  disse Jack, meneando a cabeç.  Eu tenho você, Candy, Sadie, Tim e uma adolescente sabichona. Meu mundo está completo.   A não ser por Mort  interveio Tim, com a boca cheia de pizza.  Ele saiu loo depois de você dar sua concordância condicional com a proposta. Ficou tão feliz, que acho que será capaz de voar daqui até Nova York, sem avião.   Proposta?  perguntou Keely.  Que proposta? Por que Mort ficou tão feliz? Fle comigo, Jack. Jack, você, definitivamente, tem que aprender a falar comigo.   Ei, pessoal, eu tenho que falar com esta mulher. Não vou mais cometer o mesmo tipo de erro.  Jack entregou Candy a Petra, pegou Keely pela mão e levou-a pela porta dos fundos.  Eu não concordarei em definitivo com mais nada sem falar com v

ocê, mas, bem, querida, como eu disse lá em cima, foi mesmo um dia bastante cheio por aqui... 

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 Epílogo

 Você tem que acreditar.

  Tug McGraw  Keely inclinou-se na janela da sala para ver Jack conduzir o Corvette até a entrada da casa.  Deveria ter ido a Nova York com ele, como sempre fazia desde que haviam se casado, mas Candy tomara outra vacina naquela tarde e Keely preferira ficarcom ela.  A pequena havia ficado aborrecida por algum tempo, mas já estava dormindo fazia várias horas, de forma que Keely conseguira assistir a todo o jogo na televisão.  Ela fechou as longas cortinas brancas quando viu os faróis brilharem no escuro, respirou aliviada por vê-lo de volta e foi para a varanda receber o herói que se aproximava da porta.   Você esteve maravilhoso  disse ela a Jack, abraçando-o e erguendo o rosto pra receber um beijo.  Jack sorriu para ela e abraçou-a pela cintura enquanto andava com Keely para a cozinha.   Eu fui bem, não fui? E todos gostaram da citação de beisebol que usei esta nite. Você ouviu? A citação de Drysdale? Disseram que eu posso usar tantas quantas quiser. Tim e eu as colecionamos há anos.   É isso que o comentarista faz, não é?  perguntou Keely, pegando duas latas

refrigerante na geladeira e colocando-as na mesa.  Chris narra o jogo e.você acrescenta a cor. Os aspectos de interesse humano, as sensações que só quem já esteve lá podeber; as curiosidades; as explicações precisas.  Jack sorriu para ela.   É exatamente o que eu faço  concordou ele, apoiando o pé no pé da cadeira endo Keely para perto de si.  Já faz três meses, e eu ainda não acredito. Eu, Jack Trehn, comentarista de beisebol na televisão.  Ele apoiou o queixo nas mãos e prosseguiu:  Eu acho que Mort estava certo: eu nasci mesmo para isso. De verdade. O que me incomodou na aposentadoria foi ficar longe do jogo, sem saber o que fazer com o resto da minha vida. Só que nós teremos que viajar para a costa na semana que vem. Eu vou morrer de saudade de você e de Candy. Tem certeza de que vocês não podem vir junto? Eu sei que você anda ocupada com a loja, mas talvez Jean possa cobrir sua ausência... você disse que ela é uma assistente ótima.

   Bem...  Keely acariciou o braço de Jack com a ponta dos dedos.  Hoje, eu prguntei ao pediatra sobre a possibilidade de Candy fazer um vôo longo, e ele disse que não haveria problema. Apesar de eu achar que não poderíamos viajar com a equipe da televisão.  Jack levantou-se, pegou as mãos dela e obrigou-a a levantar.   Iremos num jato comercial. Se for preciso, alugaremos um jatinho, desde que você prometa segurar minha mão e me dizer sem parar que não há problema em viajar uma droga de avião pequeno.   Não diga coisas assim, Jack. Você sabe que Candy está começando a falar.   Minha mulher, a nova rainha do idioma perfeito. A maternidade mudou-a,Keely. E eu estou gostando.   Você está amando  gemeu ela, ficando na ponta dos pés para beijá-lo no rostnha. Vamos colocá-lo na cama. Foi um dia longo e você guiou para Nova York, ida e vo

lta.   Se você está querendo descobrir o tamanho de meu cansaço, querida, basta peruntar  disse Jack, seguindo-a pelas escadas.  Keely parou no degrau de cima, virou-se e pôs as mãos nos ombros dele. Como amava aquele homem.   Está bem. O senhor está muito cansado, sr. Comentarista?  perguntou.  E, então, enquanto Jack a erguia no colo e a levava para o quarto, ela enfiou o rosto no peito dele, torcendo para que seus gemidos de prazer não acordassem Candy. 

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