Top Banner
UNIVERSIDADE NILTON LINS INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA INPA PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AQUICULTURA INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A DIGESTIBILIDADE DE INGREDIENTES DA DIETA EM JUVENIS DE PIRARUCU (Arapaima gigas) ALINE MARCULINO DE ALCÂNTARA Manaus, Amazonas 2012
53

INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

May 18, 2020

Download

Documents

dariahiddleston
Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
Page 1: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

UNIVERSIDADE NILTON LINS INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA – INPA

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AQUICULTURA

INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A

DIGESTIBILIDADE DE INGREDIENTES DA DIETA EM JUVENIS DE

PIRARUCU (Arapaima gigas)

ALINE MARCULINO DE ALCÂNTARA

Manaus, Amazonas

2012

Page 2: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

ALINE MARCULINO DE ALCÂNTARA

INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A

DIGESTIBILIDADE DE INGREDIENTES DA DIETA EM JUVENIS DE

PIRARUCU (Arapaima gigas)

Orientadora: Drª Elizabeth Gusmão Affonso

Coorientador: M.Sc. Eduardo Ono

Dissertação apresentada ao

Programa de Pós-graduação em

Aquicultura da Universidade Nilton

Lins como parte dos requisitos para

obtenção de título de Mestre em

Aquicultura

Manaus, Amazonas

2012

Page 3: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

BANCA JULGADORA

Membros titulares:

_______________________________________

Dra. Priscila Vieira e Rosa - (UFLA) Lavras-MG

________________________________________________

Dra. Ana Cristina Belarmino de Oliveira (UFAM)

_______________________________________

Dr. Jony koji Dairiki (EMBRAPA)

Membros suplentes:

_______________________________________

Dr. André Moreira Bordinhon (UFAM/HUMAITÁ)

_______________________________________________

Dr. Frank George Guimarães Cruz (UFAM)

iii

Page 4: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

A318i Alcântara, Aline Marculino.

Influência da adição de protease e lipase sobre a digestibilidade de ingredientes da dieta em juvenis de pirarucu (Arapaima gigas). / Aline Marculino de Alcântara. – Manaus: UNL, 2012.

51f.; 30 cm. Dissertação (Mestrado em Aquicultura) – Universidade Nilton Lins,

Manaus, 2012. Orientadora: Elizabeth Gusmão Affonso. 1. Digestibilidade. 2. Enzimas exógenas. 3. Ingredientes

alternativos. 4. Nutrição. I. Influência da adição de protease e lipase sobre a digestibilidade de ingredientes da dieta em juvenis de pirarucu (Arapaima gigas). II. Universidade Nilton Lins.

CDU 639.3.043

iv

Page 5: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

Sinopse: Estudou-se a influência da adição de enzimas exógenas

sobre a digestibilidade de dietas, contendo dois ingredientes

alternativos, farinha de carne e ossos e farinha de vísceras de aves,

para juvenis de pirarucu, Arapaima gigas.

Palavras-Chave: Digestibilidade, enzimas exógenas, ingredientes

alternativos, peixe carnívoro.

v

Page 6: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

AGRADECIMENTOS

A Deus, fonte de toda sabedoria, que me deu a vida e me fez forte na fé a cada dia.

Sem Ele nada faria sentido.

À minha família, que me apoiou em mais essa etapa, acompanhando de perto meus

dias bons e ruins, durante esse período. Eu não poderia concluir, sem o amor

dessas pessoas. Muito obrigada, sobretudo, pela paciência comigo.

À Universidade Nilton Lins e ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)

pela oportunidade de fazer este curso de mestrado.

Aos meus orientadores: Drª. Elizabeth Gusmão Affonso e M.Sc. Eduardo Ono, pelo

direcionamento e ensinamentos no decorrer deste trabalho.

Aos amigos: Ariane Alcântara, César Oishi, Marieta Queiroz, Elenice Brasil, Flávio

Augusto Fonseca, Isamilde Carvalho, Joana Souza, Luana Cossetin, Eduardo

Ribeiro e Rodrigo de Castro, por pequenos gestos, ensinamentos, palavras de apoio

e encorajamento, que ajudam muito, em meio às dificuldades dessa trajetória, além

da corrente de positividade.

Aos funcionários da Coordenação de Tecnologia e Inovação do Instituto Nacional de

Pesquisas da Amazônia – COTI/INPA, pela ajuda na realização do trabalho, em

especial à Sra. Maria Inês Pereira, pelas análises laboratoriais e pelo carinho de

sempre.

Aos Srs. Charlie Li (Shenzhen Leveking Bio-Engineering CO.,LTD / Shenzhen-

China) e José Otávio Berti Sorbara (DSM Nutritional Products / São Paulo), pelas

doações das enzimas exógenas lipase e protease, respectivamente.

À FAPEAM pela concessão da bolsa durante o período de estudo.

vi

Page 7: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

RESUMO

O objetivo deste estudo foi verificar se a digestibilidade de dietas com substituição

parcial de farinha de vísceras de aves e farinha de carne e ossos pode melhorar

com a adição das enzimas digestivas exógenas protease e lipase para juvenis de

pirarucu (Arapaima gigas). O delineamento experimental foi inteiramente

casualizado com sete tratamentos: três níveis de inclusão de lipase, três de protease

e um controle (sem enzima), com três repetições. Foram utilizados 210 peixes, com

peso médio de 60 ± 4,70 g, distribuídos em 21 tanques cilíndricos com fundo cônico

(10 peixes/cone), com capacidade de 80 L de água, adaptados para a coleta de

fezes (sistema Guelph modificado). Os peixes foram alimentados quatro vezes ao

dia até a saciedade aparente, com as dietas experimentais na forma peletizada,

contendo 0,5% de óxido de cromo, como marcador inerte para determinação dos

coeficientes de digestibilidade aparente. Foi elaborada uma dieta referência, isenta

de farinha de vísceras de aves/farinha de carne e ossos, a fim de obter o coeficiente

de digestibilidade aparente do ingrediente testado. Os resultados demonstram que a

adição das enzimas exógenas, lipase e protease, nas dietas para juvenis de pirarucu

não influenciou no incremento dos coeficientes de digestibilidade aparente dos

nutrientes das rações, contendo farinha de vísceras de aves e farinha de carne e

ossos, assim como, na digestibilidade destes ingredientes alternativos, pelos peixes.

Palavras-Chave: Digestibilidade, enzimas exógenas, ingredientes alternativos, nutrição.

vii

Page 8: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

ABSTRACT

The objective of this study was to verify the digestibility of diets with partial

replacement of poultry by product meal and meat and bones meal can improve with

the addition of exogenous digestive enzymes, protease and lipase for pirarucu

(Arapaima gigas) juveniles. A completely randomized experimental design was used

with seven treatments (three levels of lipase inclusion, three levels of protease

inclusion and the control treatment without enzyme) with three replicates. Two

hundred and ten pirarucu juveniles weighting 60 ± 4.70 g, were distributed in 21

cylindric-conical fiberglass tanks (80 L, 10 fishes/tank), adapted for faeces collection

(modified Guelph system). The fishes were fed four times a day until apparent satiety,

with experimental pelletized diets containing 0.5% of chromium oxide, as a inert

marker, in order to determine the apparent digestibility coefficients. It was elaborated

a reference diet, free poultry by product meal/meat and bones meal, to get the

apparent digestibility of the ingredient tested. The results demonstrate that the

addition of exogenous enzymes, lipase and protease, in diets for pirarucu juveniles

not influence the increase in apparent digestibility coefficient of nutrients, in diets

containing of poultry viscera flour and meat and bones flour, as well as the

digestibility of this alternative ingredients by fish.

Keywords: Digestibility, exogenous enzymes, alternative ingredients, nutrition.

viii

Page 9: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

SUMÁRIO

1. Introdução........................................................................................................ 01

1.1 Cenário da aquicultura............................................................................... 01

1.2 Pirarucu (Arapaima gigas) ........................................................................ 02

1.3 Nutrição de peixes carnívoros................................................................... 04

1.4 Ingredientes alternativos de origem animal............................................... 05

1.5 Uso de enzimas exógenas nas rações...................................................... 07

1.6 Digestibilidade de nutrientes em dietas para peixes.................................. 09

2. Objetivos.......................................................................................................... 12

2.1 Geral.......................................................................................................... 12

2.2 Específicos................................................................................................. 12

3. Material e métodos........................................................................................... 13

3.1.Dietas experimentais.................................................................................. 13

3.2.Delineamento experimental....................................................................... 16

3.3.Coeficientes de Digestibilidade Aparente (CDA) da ração e das fezes..... 18

3.4.Qualidade de água..................................................................................... 19

3.5.Análises Estatísticas.................................................................................. 19

4. Resultados e Discussão................................................................................... 20

5. Considerações Finais....................................................................................... 28

Referências.......................................................................................................... 29

ix

Page 10: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Composição da dieta referência (%) utilizada na elaboração das dietas

experimentais................................................................................................................

14

Tabela 2. Composição centesimal das dietas experimentais, dieta referência e da

farinha de vísceras de aves (FVA). Matéria seca (MS), Cinzas (CZ), proteína bruta

(PB), extrato etéreo (EE), Umidade (UM), extrato não nitrogenado (ENN) e energia

bruta (EB)...................................................................................................................... 15

Tabela 3. Composição centesimal das dietas experimentais, dieta referência e da

farinha de carne e ossos (FCO). Matéria seca (MS), Cinzas (CZ), proteína bruta

(PB), extrato etéreo (EE), Umidade (UM), extrato não nitrogenado (ENN) e energia

bruta (EB). .................................................................................................................... 15

Tabela 4. Dietas experimentais dos diferentes tratamentos utilizando ingredientes

semipurificados e o ingrediente teste (FVA= farinha de vísceras de aves e FCO =

farinha de carne e ossos), com e sem adição de enzimas exógenas..........................

17

Tabela 5. Variáveis físicas e químicas da água dos tanques monitorados durante

todas as fases experimentais. FVA= farinha de vísceras de aves e FCO = farinha de

carne e ossos. Média ± desvio padrão....................................................................

20

Tabela 6. Coeficiente de digestibilidade aparente (%) da matéria seca (MS), extrato

etéreo (EE), proteína bruta (PB), extrato não nitrogenado (ENN) e energia bruta

(EB) das dietas com 30% de farinha de vísceras de aves (FVA) e farinha de carne e

ossos (FCO), com níveis crescentes de protease e lipase exógenas, para juvenis de

pirarucu. Média ± desvio padrão.............................................................................

21

Tabela 7. Coeficientes de digestibilidade aparente (CDA%) da matéria seca (MS),

matéria mineral (MM), extrato etéreo (EE), proteína bruta (PB) e energia bruta (EB)

da farinha de vísceras de aves e farinha de carne e ossos, com níveis crescentes

de protease e lipase exógenas, para juvenis de pirarucu. A dieta 0 (controle) é sem

enzima exógena. Média ± desvio padrão.....................................................................

25

x

Page 11: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

1

1. INTRODUÇÃO

1.1 Cenário da aquicultura

A aquicultura é a atividade de produção animal que vem crescendo, cada vez

mais, no mundo inteiro (FAO, 2012). No ano de 2010, houve um recorde na produção,

com cerca de 60 milhões de toneladas de produtos oriundos da aquicultura. Segundo a

FAO (2012), durante o período de 2012 a 2021, o comércio mundial de peixe para

consumo humano deverá se expandir até 25 %. Neste cenário, os países da América

do Sul vêm ganhando força na produção aquícola, destacando-se o Brasil e o Peru,

como os dois países emergentes.

De acordo com as estatísticas do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA,

2012), no ano de 2010 houve um incremento significativo desta atividade no Brasil.

Entre os anos de 2008 e 2010, a produção passou de 365.366 t para 479.398 t, um

incremento de 31,2% (MPA, 2012). Em 2010, a região que mais contribuiu com a

produção nacional foi o sul, com 133.425,1 t, seguida pelas regiões Nordeste, Sudeste,

Centro-Oeste e Norte com 78.578,5 t, 70.915,2 t, 69.840,1 t e 41.581,1 t

respectivamente.

Dentre as espécies mais produzidas no Brasil, destacam-se, em ordem

crescente, a tilápia (Oreochromis niloticus), a carpa (Cyprinus carpio) e o tambaqui

(Colossoma macropomum), que atingiram elevados índices entre 2008 e 2010, o que

faz da piscicultura a modalidade mais representativa da aquicultura brasileira, com

cerca de 83,3% da produção nacional (MPA, 2012). A distribuição da produção

aquícola, entre as regiões brasileiras, depende não somente dos fatores climáticos

específicos de cada área geográfica, como também, das espécies de peixe que melhor

se adaptam às condições ambientais da região (Sebrae, 2012).

O Tambaqui (C. macropomum) e o matrinxã (Brycon amazonicus) são as duas

espécies mais cultivadas na região Norte. Somente no estado do Amazonas, de cada

cinco tambaquis consumidos na cidade de Manaus, quatro são provenientes da

aquicultura (Dairiki e Silva, 2011). Este é o estado com maior consumo per capita do

Page 12: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

2

Brasil, com 30 kg/hab./ano (Gandra, 2010), comparado com a média brasileira que é de

9,75 kg/hab./ano (MPA, 2012).

Atualmente, além destas duas espécies, o pirarucu, Arapaima gigas, um peixe

endêmico da região amazônica, vem demonstrando grande potencial para a

piscicultura brasileira. É previsto que nos próximos anos, a ictiofauna brasileira passará

a contribuir, fortemente, com o desempenho nacional da aquicultura (Kubitza et al.,

2007; Ono, 2011; MPA, 2012). Para isto, grandes investimentos em pesquisas vêm

sendo feitos, o que deverá gerar novas tecnologias de produção para espécies com

potencial como o pirarucu.

1.2 Pirarucu (Arapaima gigas)

O pirarucu, um Osteoglossiforme da família Arapaimatidae, distribui-se entre os

afluentes da margem esquerda dos rios Solimões e Amazonas, da bacia hidrográfica

dos rios Araguaia-Tocantins, além dos países da América do Sul, tais como, Peru,

Colômbia, Equador e Guianas. Esta espécie é o maior exemplar da ictiofauna de águas

interiores do Brasil, podendo alcançar cerca de 3 m de comprimento e 200 kg de peso

vivo (Sebrae, 2010a; Ono, 2011). Atualmente, o pirarucu vem atraindo a atenção dos

piscicultores e empresas aquícolas de todo o Brasil, devido seu rápido crescimento e

ganho de peso, podendo alcançar até 10 kg de peso vivo no primeiro ano de cultivo, e

sua aceitação no mercado nacional e internacional (Pereira-Filho et al., 2003; Ono et

al., 2004; Ono, 2005; 2011; Sebrae, 2010a).

Durante seu processo evolutivo, esta espécie desenvolveu um conjunto de

adaptações anatômicas, fisiológicas, comportamentais e metabólicas específicas para

adaptar-se aos ambientes aquáticos tropicais amazônicos. A modificação da bexiga

natatória é um exemplo, pois a vascularização deste órgão torna possível a respiração

aérea do pirarucu, a cada 5 a 15 minutos, sendo esta uma característica importante em

ambientes com baixos níveis de oxigênio na água (Ono et al., 2004; Ono, 2005; 2011;

Marmontel, 2006; Castello, 2008).

A maturidade sexual ocorre com, aproximadamente, 5 anos de idade, tendo um

comportamento reprodutivo que inclui formação de casais monogâmicos, construção

Page 13: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

3

de ninhos e cuidado parental dos ovos e da prole. (Marmontel, 2006). Com o início da

enchente, o macho e a fêmea constroem ninhos no leito das margens alagadas, onde a

fêmea deposita os ovos e o macho os fertiliza. A eclosão ocorre, aproximadamente,

uma semana após o depósito, e o macho cuida da prole por cerca de três meses nas

florestas alagadas e abundantes em alimento (Arantes, 2009).

Em ambiente natural, o pirarucu alimenta-se, na fase juvenil, principalmente, de

pequenos insetos e detritos orgânicos (Piatam, 2008), sendo, na idade adulta,

essencialmente, carnívoro, alimentando-se de peixes menores (Oliveira et al., 2005).

Atualmente, no estado do Amazonas, sua comercialização é proibida, no

período de defeso reprodutivo (1º de dezembro a 31 de maio), respaldada pela Portaria

Nº 08, da gerência estadual do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos

Recursos Naturais Renováveis) de 1996, devido às evidências sobre a diminuição dos

estoques desta espécie a cada ano. Essa proibição estadual se complementa à

Instrução Normativa Nº. 01, de 1º de junho de 2005, do IBAMA, que proíbe por mais

seis meses, o transporte, armazenagem e comercialização desta espécie, em toda a

região amazônica, sendo, portanto, sua captura proibida o ano todo.

Esta portaria não abrange as áreas de produção em cativeiro e de pesca

manejada, que são no total de nove, autorizadas pelo IBAMA, em distintos municípios

do estado como, por exemplo, as Reservas de Desenvolvimento Sustentável de

Mamirauá e Amanã, e o Parque Nacional do Jaú (Amazonas) (Marmontel, 2006; IDSM,

2011). Porém, a pesca continua sendo feita, permanentemente, de forma ilegal

(Arantes, 2007).

Uma alternativa seria a produção desta espécie em cativeiro, cujo potencial

zootécnico tem apresentado resultados positivos (Sebrae, 2010b; Ono, 2011). Um

levantamento de mercado realizado pelo Sebrae (Rondônia e Acre), em várias cidades

brasileiras, indicou grande aceitação do pirarucu de cativeiro (Kubitza et al., 2007; Ono,

2011), cuja produção passou de 7,4 para 10,4 toneladas, entre os anos de 2008 e 2010

(MPA, 2012), expandido-se por diferentes regiões do país (Sebrae, 2010b).

Apesar dos avanços no cultivo do pirarucu, existem dificuldades tecnológicas

quanto a sua reprodução artificial, que representa um desafio para sua criação, pois

afeta diretamente a produção de alevinos, que depende, ainda, da reprodução natural

deste peixe em cativeiro (Ono, 2011). Além disso, deve-se observar as questões

Page 14: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

4

relacionadas à nutrição do pirarucu, uma vez que peixes carnívoros exigem altas taxas

de proteína na dieta (Ono e Oliveira, 2008; Castillo, 2012). Ono e Oliveira (2008)

observaram que o pirarucu é uma espécie que aceita bem as rações ofertadas, e

considerando o teor de proteína bruta, que varia de 40 a 45 % (Sebrae, 2010a; Castillo,

2012), obtém-se resultados de desempenho produtivo satisfatórios.

1.3 Nutrição de peixes carnívoros

A nutrição e a alimentação são dois fatores importantes na aquicultura, pois

influenciam no crescimento, na reprodução e na saúde dos organismos cultivados (Lall

e Tibbetts, 2009). Sussel (2008) resalta que existe uma diferença básica entre estes

dois fatores, apesar de serem relacionados entre si. A alimentação está relacionada à

forma e ao tipo de alimento ingerido e a nutrição, especificamente, ao conteúdo em

nutrientes e energia deste alimento.

Em condições de cultivo, o conhecimento sobre características biológicas

(Silveira et al., 2009) e fisiológica digestiva (Hardy, 2011) da espécie é necessário, pois

o alimento natural, neste ambiente, é escasso, sendo essencial o fornecimento de uma

dieta nutricionalmente completa e balanceada para uma produção zootécnica mais

eficiente (Silveira et al., 2009; Hardy, 2011).

O hábito alimentar é uma característica importante no cultivo de peixes, pois

pode afetar o seu desempenho produtivo, devido o aproveitamento dos nutrientes das

dietas (NRC, 1993; Gatlin III, 2010). Peixes carnívoros aproveitam melhor os alimentos

de origem animal, necessitando de conteúdo proteico elevado na ração, quando

criados em cativeiro (Kubitza, 2004; Ribeiro et al., 2010), e isto reflete a estrutura

adaptativa de seu trato digestório, caracterizada por um intestino curto (Rotta, 2003;

Boscolo et al., 2011).

As proteínas são nutrientes indispensáveis para o desenvolvimento das

funções vitais dos organismos vivos, e precisam ser disponibilizadas nas dietas (NRC,

1993; Carvalho, 2011).

A farinha de peixe é o componente das rações, que possui o perfil de

aminoácidos mais próximo das necessidades dos peixes e camarões cultivados,

Page 15: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

5

representando a principal fonte proteica de origem animal, além de ter elevada

palatabilidade e valor nutricional de qualidade. Contudo, nem sempre é possível

usufruir da qualidade nutritiva desse ingrediente (Hardy, 2006), visto que existe uma

grande variação na qualidade dos produtos de origem animal, devido ao tipo de

processamento os quais são submetidos (Teixeira et al., 2006; Eyng et al., 2009).

Os elevados preços deste ingrediente, associados à dificuldade em se obter

uma farinha de peixe de valor biológico comprovado, causam um impacto sobre os

custos de produção em sistemas intensivos de criação (Sucasas, 2011). Pesquisas têm

sido realizadas, visando a substituição total ou parcial da farinha de peixe em dietas

para peixes carnívoros, com resultados favoráveis (Oliveira, 2003; Fonseca, 2004; Silva

et al., 2008; Fabregat et al., 2011).

Em geral, os custos com alimentação em cultivo intensivo de peixes são muito

elevados (Kubitza, 2009), por isso, são conduzidos estudos com a finalidade de reduzi-

los, tornando a atividade mais rentável. A inclusão de alimentos alternativos nas

formulações das dietas para peixes pode ser uma saída importante para o futuro da

aquicultura mundial (Pascoal et al., 2006; Glencross et al., 2007; Finkler et al., 2010;

Sucasas, 2011; Oujifard et al., 2012). Desta forma, a inclusão de farinha de peixe,

deverá funcionar apenas para equilibrar o balanço aminoacídico das dietas, suprindo a

ausência de algum constituinte importante para o crescimento dos peixes (Carvalho,

2011; Sucasas, 2011).

1.4 Ingredientes alternativos de origem animal

Alguns ingredientes de origem animal, utilizados como matéria-prima para a

fabricação de rações, apresentam alto teor proteico, ácidos graxos, minerais e

vitaminas bem balanceados. No entanto, podem ter composição variada em gorduras,

cinzas e aminoácidos, afetando o desempenho produtivo dos peixes (Pezzato et al.,

2002; Signor, 2010), uma vez que uma ração é tão boa quanto os seus ingredientes

(Glencross, 2007).

Farinha de vísceras de aves, um subproduto da indústria abatedoura,

representa um importante componente das rações destinadas à piscicultura (Signor et

al., 2007). Seus níveis proteicos podem variar entre 55 a 68 %, porém, são deficientes

Page 16: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

6

dos aminoácidos essenciais metionina, lisina e triptofano (Faria et al., 2002). É

considerada uma boa alternativa para substituir a farinha de peixe em rações para

espécies carnívoras.

Segundo Oliveira (2003) e Boscolo et al. (2005), a farinha de vísceras de aves

é uma fonte proteica de boa digestibilidade, padrão em aminoácidos adequado e alta

disponibilidade de fósforo. Finkler et al. (2010) avaliaram o desempenho produtivo de

híbridos de piavuçu (Leporinus macrocephalus) e piapara (Leporinus elongatus),

quando submetidos a dietas com diferentes níveis de inclusão de farinha de vísceras

em substituição à farinha de peixe, e concluíram que a substituição é possível em até

50%, sem que haja prejuízo no desempenho e sobrevivência dos animais. Signor et al.

(2007), avaliando a inclusão de farinha de vísceras na alimentação de juvenis de

piavuçu, verificaram que, sob as condições experimentais testadas, o nível de 20% de

inclusão, melhorou o desempenho dos peixes. Faria et al. (2002), ao incluírem nas

dietas de tilápias a farinha de vísceras de aves, com a finalidade de avaliar o

desempenho zootécnico, características de carcaça e digestibilidade, concluíram que, a

inclusão de 20% do ingrediente resultou num melhor desempenho dos peixes.

A farinha de carne e ossos é outro ingrediente alternativo de origem animal de

destaque nas formulações de rações para peixes (Kubitza, 2007; 2009). Dos

subprodutos de abatedouro, é o que apresenta alto valor proteico, porém, é

considerado um ingrediente de baixa qualidade biológica, quando comparado à farinha

de peixe (Pezzato et al., 2002; Campestrini, 2005a).

O Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), por meio da

Instrução Normativa Nº 34 de 28/05/2008, enfatizado por Eyng et al. (2011), estabelece

os critérios para obtenção da farinha de carne e ossos e define sua composição. Deve

conter ossos e resíduos de tecidos dos animais, estando livres de cascos, chifres,

pêlos, conteúdo estomacal e sangue. Campestrini (2005a) ressalta que os resíduos

contidos nas farinhas devem ser observados minuciosamente, pois, dependendo de

suas proporções, podem alterar a digestibilidade pelos peixes.

Bureau et al. (2000) testaram a inclusão de farinha de carne e ossos nas

rações para truta arco-íris (Oncorhynchus mykiss), e obtiveram resultados positivos

sobre o desempenho zootécnico desta espécie. Graeff e Serafini (2012) avaliando o

desempenho zootécnico de carpas (Cyprinus carpio) submetidas à alimentação com

Page 17: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

7

substituições de farelo de soja por farinha de carne e ossos, observaram desempenho

satisfatório dos peixes. Signor et al. (2010) afirma que a farinha de carne e ossos pode

ser incluída nas dietas de tilápias, em até 15 %, e que o aumento de inclusão é

proporcional ao aumento do comprimento padrão dos peixes. Lazzari et al. (2007)

avaliaram a utilização de diferentes ingredientes na alimentação de jundiá (Rhamdia

quelen), dentre eles, a farinha de carne e ossos, que mostrou-se eficiente como

substituto da farinha de peixe em rações para juvenis desta espécie.

Apesar dos bons resultados obtidos com a utilização desses subprodutos nas

rações para peixes, ainda há possibilidade de melhorar a digestibilidade destes

compostos, buscando máximo aproveitamento dos nutrientes, com a suplementação de

enzimas exógenas.

1.5 Uso de enzimas exógenas nas rações

A nutrição animal tem se beneficiado, de forma significativa, dos avanços da

engenharia genética no mundo inteiro. A manipulação de enzimas exógenas, com

funções específicas no aproveitamento de nutrientes, principalmente pelos animais

monogástricos, possibilita maior aplicação dos ingredientes utilizados nas formulações

de rações para peixes (Araújo et al., 2007; Stech, 2009b).

O hábito alimentar de uma espécie influencia, diretamente, a ação enzimática,

sobre o alimento ingerido e a forma de aproveitamento dos nutrientes da dieta

fornecida. Isso ocorre, porque o valor nutricional de um alimento não depende apenas

do seu teor de nutrientes, mas também da habilidade do animal em digerir e assimilar

os nutrientes (Santos 2007; Gatlin III, 2010).

As enzimas são proteínas com função catalisadora, acelerando,a velocidade

natural das reações químicas das células, fazendo com que estas ocorram com a

rapidez que a célula exige. Como qualquer catalisador, a enzima também permanece

intacta durante a reação química, podendo ser recuperada ao final, já que não é

consumida durante a reação (Sartori, 1999; Kieling, 2002; Campestrini et al., 2005b).

A inclusão de enzimas digestivas exógenas em rações para peixes é de

interesse para o setor aquícola (Silva et al., 2007; Caruso et al., 2009). Apesar das

Page 18: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

8

dificuldades tecnológicas, devido à baixa estabilidade ao calor, decorrentes dos

processos utilizados para a produção de rações para organismos aquáticos

(peletização e extrusão), a prática de adição de enzimas às dietas, para fins

experimentais, é uma realidade não só no Brasil, mas em países da Europa (Freitas et

al., 2000; Stech, 2009b; Yildirim e Turan, 2010).

As enzimas exógenas aumentam a digestibilidade e a eficiência dos alimentos,

reduzindo a ação de inibidores de crescimento, sobretudo os polissacarídeos não

amiláceos (PNA’s), ajudando as enzimas endógenas nos processos digestivos

(Lecznieski, 2006; Sinha et al., 2011). Esses polissacarídeos, ou fibras não amiláceas,

representam um problema para os animais, pois, quando não digeridos, aumentam a

viscosidade do quimo intestinal, causando prejuízos em seu desempenho produtivo

(Brito et al., 2008).

De acordo com a sua finalidade, as enzimas usadas em rações para

monogástricos podem ser de dois tipos: enzimas destinadas a complementar,

quantitativamente, as próprias enzimas digestivas endógenas dos animais (proteases,

amilases, fitases, etc.) e enzimas que esses animais não podem sintetizar (β-

glucanases, pentosanases e α-galactosidases) (Henn, 2002; Araújo et al., 2007).

O uso de aditivos enzimáticos, em rações para peixes carnívoros, tem

proporcionado resultados positivos, sob condições experimentais, em relação ao

melhor aproveitamento dos nutrientes pelo organismo animal (Soares, 2008). Apesar

de não possuírem função nutricional direta, como descreve Campestrini et al. (2005b),

o processo digestivo nos peixes melhora a digestibilidade dos nutrientes presentes na

dieta.

Dentre as enzimas exógenas mais utilizadas na nutrição de espécies

herbívoras e onívoras, destaca-se a fitase, cuja função específica é hidrolisar a

molécula de ácido fítico dos ingredientes de origem vegetal (Henn, 2002; Bock et al.,

2006, Ai et al., 2007). Para espécies carnívoras, faz-se uso de outras enzimas, sendo

protease e lipase as mais utilizadas (Lecznieski, 2006).

As enzimas proteolíticas, proteases, proteinases ou peptidases são sinônimos

para as enzimas que hidrolisam ligações peptídicas. Em animais aquáticos, tripsina,

quimiotripsina e elastase, que atuam em grupamentos lisina ou arginina, fenilalanina e

elastina respectivamente, compreendem, entre os teleósteos, as proteases do trato

Page 19: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

9

digestivo. São as mais citadas e estudadas nessa família (Bezerra et al., 2001; Amorim

et al., 2011). Soares et al. (2008) adicionaram protease exógena e avaliaram sua

influência sobre o aproveitamento dos nutrientes numa dieta elaborada com

ingredientes de origem vegetal, por meio do desempenho de juvenis de tucunaré

(Cichla sp.). Esses autores observaram melhoras significativas nos índices de

conversão alimentar, ganho de peso e crescimento específico dos peixes.

Segundo Silva (2005) e Gonçalves (2007), as lipases (triacilglicerol éster

hidrolases) são enzimas que catalisam, entre outras reações, a hidrólise das ligações

éster de lipídios, gerando álcoois e ácidos graxos. Essas têm considerável importância

fisiológica e industrial, constituindo um dos grupos biocatalizadores mais relevantes,

com aplicação biotecnológica. Cavero (2004), avaliando o efeito da adição de protease

e lipase exógenas na ração para juvenis de pirarucu, concluiu que essas enzimas

influenciaram o desempenho zootécnico dos animais e que a lipase exógena, nas

rações, potencializou a digestão dos lipídios, disponibilizando energia não-protéica.

Silva et al. (2007) estudaram a suplementação de dietas, com um complexo

multienzimático, contendo lipase, para juvenis de tambaqui, e puderam concluir que

houve um incremento na digestibilidade aparente das rações, aumentando o

aproveitamento dos nutrientes e energia bruta desta forma.

1.6 Digestibilidade de nutrientes em dietas para peixes

Em estudos de nutrição animal, os coeficientes de digestibilidade aparente são,

geralmente, utilizados com o objetivo de determinar o valor nutricional de um alimento

(Gonçalves e Carneiro, 2003). Segundo o NRC (1993), a digestibilidade é definida pela

biodisponibilidade de nutrientes ou de energia para a alimentação de peixes. Tucker e

Hargreaves (2004) afirmam que os coeficientes de digestibilidade são um indicador do

valor biológico de um ingrediente.

A digestibilidade abrange dois processos: a digestão, que corresponde à

hidrólise das moléculas complexas dos alimentos, e a absorção de pequenas

moléculas como aminoácidos e ácidos graxos, ocorrendo no intestino dos peixes

(Santos, 2007).

Page 20: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

10

É necessário quantificar os coeficientes de digestibilidade dos nutrientes e

energia dos ingredientes de uma dieta, para que seja otimizado o aproveitamento de

nutrientes, bem como, minimizar as perdas de nitrogênio e fósforo para o ambiente.

(Oliveira et al., 2008; França- Segundo, 2009).

Segundo Bomfim e Lanna (2004), alguns fatores que influenciam a

digestibilidade aparente dos alimentos para peixes são: metodologia empregada na

determinação dos coeficientes, espécie e idade do peixe, composição da dieta,

temperatura da água e processamento do alimento.

Além desses aspectos, existe uma classificação destacada por Martínez

(1993), na qual divide esses fatores em duas categorias: aqueles relacionados

diretamente ao peixe – condições ambientais a que estão submetidos, estado

fisiológico e tamanho – e aqueles em que o alimento fornecido é o foco – tamanho da

partícula e quantidade ingerida.

Por outro lado, o tipo de alimento ingerido, a atividade das enzimas digestivas e

o tempo de exposição às enzimas endógenas, no trato digestório do peixe influenciam

a digestibilidade aparente (Gatlin III, 2010), visto que as enzimas digestivas variam com

o hábito alimentar e a composição da dieta das diferentes espécies (Cyrino et al.,

2010).

O NRC (1993) define dois métodos principais para determinar os coeficientes

de digestibilidade aparente em peixes: método direto e indireto. Segundo Santos

(2007), o método direto apresenta duas dificuldades que limitam sua aplicação, que

são os cálculos de todo alimento ingerido e de todo material fecal, correspondente à

dieta devidamente ingerida. Ainda é uma metodologia aberta a discussões, já que, de

acordo com o NRC (1993), os peixes podem ser comprometidos, fisiologicamente,

devido à imobilização a que são submetidos, para a coleta de fezes. Por sua vez, o

método indireto envolve a utilização de um marcador não digerível, que é incluído na

dieta alimentar nas proporções de 0,5 a 1,0 %. Sendo o marcador mais comumente

utilizado, o óxido de cromo (NRC, 1993). O uso de óxido de cromo (Cr2O3) como

indicador externo inerte possibilita a utilização de água corrente, uma vez que as

perdas de fezes podem ser calculadas, proporcionando significativa redução no

estresse (Klontz, 1995 apud Vidal Jr. et al., 2004). Nesse método, não é necessária

Page 21: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

11

mensuração de todo o alimento ingerido e nem a coleta total de material excretado

(Santos, 2007).

A coleta de fezes é feita de forma parcial, por meio de um sistema, denominado

Guelph modificado, que consiste de um aquário cilíndrico de fibra de vidro e fundo

cônico. O abastecimento de água é contínuo e superior, enquanto o escoamento de

água ocorre por meio de um cano lateral, que conduz o excedente de água para fora

do cone (Lima e Ludke, 2011).

Pesquisas voltadas para a determinação dos coeficientes de digestibilidade do

pirarucu ainda são incipientes. Ono et al. (2008) avaliaram a digestibilidade aparente de

nutrientes e energia de dietas para juvenis de pirarucu, testando oito dietas, com quatro

relações de energia digestível por grama de proteína bruta (ED:PB), 11; 10,1; 9 e 8

kcal/g, e concluíram que esta relação influencia diretamente na digestibilidade dos

macronutrientes das dietas. Segundo Souza (2007), a melhor relação ED:PB na dieta

para juvenis de pirarucu é de 9 kcal/g. Fonseca (2004) avaliou a digestibilidade de

juvenis de pirarucu, submetidos a dietas com substituição de farinha de peixe por

proteína de origem vegetal, com e sem adição de protease exógena, e concluiu que a

substituição até 60% não afetou a digestibilidade aparente dos nutrientes, e que, a

adição da enzima não influenciou a digestibilidade nas dietas. Castillo (2012) estudou a

exigência proteica na alimentação de juvenis de pirarucu, avaliando desempenho

zootécnico e digestibilidade das dietas, e concluiu que o nível ótimo de proteína bruta

na dieta para obtenção do máximo desempenho, em boas condições fisiológicas, foi de

44,9 %.

Assim, pelo exposto, e devido a importância do pirarucu para a aquicultura

brasileira, o presente estudo pretende contribuir com as informações sobre os aspectos

nutricionais desta espécie, avaliando fontes alternativas de proteína animal de baixo

valor biológico, associadas à utilização de aditivos enzimáticos.

Page 22: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

12

2. OBJETIVOS

2.1 Geral

Avaliar a eficácia das enzimas exógenas, protease e lipase, como aditivos na

dieta de pirarucus, a fim de melhorar a digestibilidade de ingredientes de baixa

qualidade proteica.

2.2 Específicos

Determinar os coeficientes de digestibilidade aparente dos nutrientes e

energia de dietas contendo farinha de vísceras de aves (com e sem adição de enzimas

exógenas, protease e lipase).

Determinar os coeficientes de digestibilidade aparente (CDA’s) dos nutrientes

e energia da dieta referência para obtenção dos CDA’s dos ingredientes testados.

Determinar os coeficientes de digestibilidade aparente dos nutrientes e

energia de dietas contendo farinha de carne e ossos (com e sem adição de enzimas

exógenas, protease e lípase).

Page 23: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

13

3. MATERIAL E MÉTODOS

Este estudo foi realizado nas dependências da Estação Experimental de

Piscicultura da Coordenação de Tecnologia e Inovação (COTI) do Instituto Nacional de

Pesquisas da Amazônia (INPA), Manaus-AM.

3.1 Dietas experimentais

As dietas experimentais foram elaboradas de acordo com a metodologia de

Bureau (2006), compostas por 70% de produtos purificados (dieta referência) e 30% do

ingrediente-teste (Tabela 1). Os ingredientes purificados foram cuidadosamente

manuseados, sendo misturados ao Premix vitamínico/mineral e ao óxido de cromo

(Cr2O3), que funcionou como marcador externo para avaliar a digestibilidade das

rações. Dessa forma, caracterizando o método indireto de determinação do Coeficiente

de Digestibilidade Aparente (CDA), descrito pelo NRC (1993).

Uma vez que dietas purificadas são pouco palatáveis para peixes, o que pode

reduzir o consumo e o ganho de peso, é recomendável a adição de algum ingrediente

como a farinha de peixe, óleo de peixe, etc (NRC, 1993). Estas dietas, acrescidas de

ingredientes menos padronizados, são chamadas de semipurificadas. Neste estudo

foram acrescidos: óleo de canola e gordura de aves (Tabela 1).

Os ingredientes foram misturados e peletizadas num moedor de carne (marca

CAF modelo 22-S), e os pellets formados foram secos a 40 ºC, por 24 h, em estufa de

ventilação forçada, e armazenados em sacos plásticos, devidamente limpos, até sua

utilização.

Page 24: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

14

Tabela 1. Composição da dieta referência (%) utilizada na elaboração das dietas experimentais.

Ingrediente Dieta referência (%) Dietas

experimentais (%)

Caseína 44,0 -

Gelatina 10,5 -

Dextrina 20,0 -

Carboximetil celulose 2,0 -

Celulose 12,0 -

Premix vitamínico/mineral1 1,0 -

Marcador externo2 0,5 -

Óleo de canola 5,0 -

Gordura de aves 5,0 -

Dieta referência 70

Ingrediente avaliado 30

Total 100 100

1 Enriquecimento de microminerais e vitaminas em mg/kg de ração: manganês (26); zinco (140); ferro

(100); cobre (14); cobalto (0,2); iodo (0,6); selênio (0,6), Vit. A (10.000 UI); Vit D3 (4.000 UI); Vit E (100 mg); Vit K (5 mg); Vit B1 (25 mg); Vit B2 (25 mg); Vit B6 (25 mg); Vit B12 (30 mg); niacina (100 mg); ácido fólico (5 mg); ácido pantotênico (50 mg); biotina (0,8 mg); colina (2000 mg ); inositol (50 mg); Vit C (350 mg). 2 Foi utilizado o óxido de cromo (Cr2O3).

A composição centesimal das dietas experimentais foi determinada no

Laboratório de Nutrição de Peixes da COTI/INPA, conforme metodologia descrita pela

A.O.A.C (2000), para proteína bruta (PB), por meio do método de micro-Kjeldahl,

extrato etéreo ou fração lipídica (EE), pelo método de Soxhlet, e Cinza (CZ),

determinada em amostras incineradas. A Umidade (UM) das rações foi determinada

submetendo a amostra à temperatura de 105° C até peso constante. O extrato não-

nitrogenado ou carboidratos solúveis (ENN) foi obtido segundo a equação: ENN% =

100 – (%UM + %PB + %FB + %EE + %CZ).

Os experimentos foram realizados em três fases. Na 1ª fase, foi elaborada a

dieta referência, isenta de farinha de vísceras de aves/farinha de carne e ossos, a fim

de obter o coeficiente de digestibilidade aparente desta, sem a influência destes

ingredientes, assim como das enzimas exógenas lipase e protease. Para as fases

Page 25: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

15

subsequentes, foram elaboradas as dietas experimentais, na proporção 70:30 (70% de

produtos purificados e 30% de ingrediente-teste), cujas composições centesimais estão

demonstradas nas Tabelas 2 (2ª fase) e 3 (3ª fase).

Tabela 2. Composição centesimal das dietas experimentais, dieta referência e da

farinha de vísceras de aves (FVA). Matéria seca (MS), Cinzas (CZ), proteína bruta

(PB), extrato etéreo (EE), Umidade (UM), extrato não nitrogenado (ENN) e energia

bruta (EB).

Dietas experimentais

MS (%) CZ (%) PB (%) EE (%) UM (%) ENN (%)

EB (Kcal/100g)

1 93,3 6,5 54,9 10,7 6,7 21,2 501,50 2 93,2 6,7 55,2 10,3 6,8 21,0 498,59 3 94,1 6,3 53,8 10,6 5,9 23,4 503,30 4 94,6 6,1 53,3 10,8 5,4 24,4 506,45 5 94,7 6,6 54,8 10,1 5,3 23,2 503,43 6 94,4 6,4 55,2 10,5 5,6 22,3 505,82 7 94,3 6,5 55,0 10,1 5,7 22,7 502,52

Dieta referência 92,3 2,3 50,8 7,3 7,7 31,9 489,70

FVA 93,8 16 63,3 13,4 6,2 1,1 492,62

Tabela 3. Composição centesimal das dietas experimentais, dieta referência e da

farinha de carne e ossos (FCO). Matéria seca (MS), Cinzas (CZ), proteína bruta (PB),

extrato etéreo (EE), Umidade (UM), extrato não nitrogenado (ENN) e energia bruta

(EB).

Dietas experimentais

MS (%) CZ (%) PB (%) EE (%) UM (%) ENN (%)

EB (Kcal/100g)

1 95,4 10,1 54,1 8,7 4,6 22,5 483,27 2 94,3 10,8 53,7 8,6 5,7 21,2 474,71 3 94,9 11,5 53,7 8,7 5,1 21 474,84 4 94,5 10,8 55,2 8,4 5,5 20,1 476,85 5 92,9 11,1 54,2 8,6 7,1 19 468,54 6 96,2 11,5 53,6 7,8 3,8 23,3 475,15

7 95,8 11,3 53,6 9,3 4,2 21,6 482,43

Dieta referência 92,3 2,30 50,8 7,30 7,7 31,9 489,70

FCO 93,5 30,0 52,8 10 6,5 0,7 398,83

Page 26: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

16

3.2 Delineamento experimental Foram utilizados 210 juvenis de pirarucu com peso inicial médio de 60 ± 4,70 g

e 20 cm de comprimento, os quais foram aclimatados por 15 dias em tanques de

alvenaria, e alimentados com ração comercial contendo 45% de proteína bruta (PB).

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com 7 tratamentos e

3 repetições cada. Foram utilizados 21 tanques cônicos de fibra de vidro, com volume

de 80 litros, abastecidos com água de poço artesiano e renovação constante, numa

densidade de 10 peixes/unidade experimental. Estes cones foram adaptados com um

sistema coletor de fezes na porção inferior, com fixação em rosca para encaixe de

garrafa PET (50 mL) para coleta das fezes. Este método de decantação em coluna

d’água foi descrito por Cho (1987) e modificada por Cantelmo (1998). As rações

experimentais foram misturadas com 0,5% de óxido de cromo (Cr2O3) utilizado como

marcador inerte para análise de digestibilidade (NRC, 1993; Andriguetto, 2002; Ono et

al., 2008).

Uma semana antes do início da coleta de fezes, todos os peixes foram

alimentados, até a saciedade aparente, com a dieta referência, contendo o marcador

inerte, para eliminar, do trato digestivo, todo o alimento sem o marcador, sendo o

arraçoamento realizado quatro vezes ao dia (7:00, 10:00, 13:00 e 17:00 h). Essa 1ª

fase ocorreu por 30 dias, tempo mínimo para coletar a quantidade de material fecal

necessário para iniciar as análises centesimais, realizadas no Laboratório de Nutrição

de Peixes da COTI/INPA.

Após este período, os peixes foram alimentados, novamente, com ração

comercial com 45% PB, por 10 dias, com a finalidade de preparar o trato digestório dos

animais para a 2ª fase. Posteriormente, receberam as rações experimentais contendo

farinha de vísceras de aves e as enzimas exógenas lipase e protease (Tabela 4), por

uma semana, para novamente eliminar, do trato digestivo, qualquer alimento sem o

marcador. Somente após esse período, iniciou-se a coleta de fezes, ocorrendo durante

25 dias, até que o material fecal fosse suficiente para a análise centesimal.

Ao término desta fase, foi administrada, novamente, ração comercial com 45 %

PB, por 10 dias, com o intuito de preparar o trato digestório dos peixes para a 3ª fase.

Em seguida, foram alimentados, por uma semana, com as rações experimentais

Page 27: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

17

contendo farinha de carne e ossos e as enzimas exógenas lipase e protease (Tabela

4). Este período serviu para eliminar todo o alimento, sem marcador, do trato digestivo

dos peixes. Subsequentemente, as coletas de fezes foram iniciadas, num período de

30 dias, quando a quantidade de material fecal foi suficiente para iniciar as análises

centesimais.

A Tabela 4 representa os diferentes tratamentos experimentais utilizados neste

estudo. A quantidade de enzimas exógenas foi obtida a partir dos níveis recomendados

pelo fabricante do produto e mais dois níveis, um acima e outro abaixo deste. O nível

recomendado para a protease exógena RONOZYME® ProAct é de 400 g do produto

por tonelada de ração e para a lipase exógena LIPASE LFK-900 é de 300 g do produto

por tonelada de ração.

Tabela 4. Dietas experimentais dos diferentes tratamentos utilizando ingredientes

semipurificados e o ingrediente teste (FVA= farinha de vísceras de aves e FCO =

farinha de carne e ossos), com e sem adição de enzimas exógenas.

Tratamento Semipurificada (%) FVA ou FCO ENZIMA (%)

PROTEASE LIPASE

T1 70 30 0 0 T2 70 30 0,03 ----- T3 70 30 0,04 ----- T4 70 30 0,05 ----- T5 70 30 ----- 0,02 T6 70 30 ----- 0,03 T7 70 30 ----- 0,04

As coletas de fezes foram realizadas 30 minutos após a alimentação, com

horários pré-estabelecidos. As fezes foram coletadas, cuidadosamente, para que não

houvesse contaminação por sobras de ração, evitando interferências nos resultados da

análise. Por decantação, as fezes eram depositadas em tubos coletores e, em seguida,

congeladas até o final do período experimental, onde eram liofilizadas e,

posteriormente, utilizadas para as análises bromatológicas.

Page 28: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

18

3.3 Coeficientes de Digestibilidade Aparente (CDA) da ração

A análise da composição centesimal das amostras (umidade, proteína bruta,

extrato etéreo, extrativo não nitrogenado e matéria mineral), de cada uma das dietas

experimentais e das fezes coletadas, correspondentes às 15 dietas avaliadas (a

dieta-referência e as 14 contendo o ingrediente-teste), foi realizada segundo

metodologia descrita pela A.O.A.C. (2000). A energia bruta dos ingredientes e das

fezes foi estimada com base em valores de energia obtidos pela NRC (1993), onde

as proteínas, extrato etéreo e carboidratos apresentam valores de 5,64; 9,44, e 4,11

kcal/g respectivamente.

Os coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca, proteína bruta,

gordura, extrativo não nitrogenado, e energia das dietas foram calculados pelo

método proposto por Bureau et al. (1999), utilizando-se, como marcador inerte, o

óxido de cromo (Cr2O3) nas rações.

O cálculo do valor dos coeficientes de digestibilidade aparente (CDA’s) da

matéria seca (MS), energia e dos macro e micronutrientes (Nutr.) foi realizado de

acordo com as seguintes equações descritas por Bureau et al. (1999) e Forster,

(1999):

CDAingrediente = [CDAteste x Dteste x (0,7 x MSref + 0,3 x MSingr) – (0,7 x Dref x

CDAref)] / (0,3 x Dingr)

Onde:

CDAingrediente = Coeficiente de digestibilidade aparente do ingrediente testado;

CDAteste = Coeficiente de digestibilidade aparente da ração teste;

Dteste = % de nutriente ou energia da ração teste com base em matéria seca.

MSref = Matéria seca da ração de referência;

MSingr = Matéria seca do ingrediente testado;

Dref = % de nutriente ou energia da ração teste com base em matéria original;

CDAref. = Coeficiente de digestibilidade aparente da ração de referência;

Dingr = % de nutriente ou energia do ingrediente testado com base em matéria

original.

Page 29: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

19

Para o cálculo dos CDA’s da ração teste e ração de referência foram utilizadas

as seguintes equações, após a determinação das concentrações do marcador inerte

(Cr2O3):

CDAteste = 100 x [1 - (%Cr2O3 dieta / %Cr2O3 fezes) x (%nutriente fezes /

%nutriente ração teste)].

CDAref = 100 x [1 - (%Cr2O3 dieta / %Cr2O3 fezes) x (%nutriente fezes /

%nutriente ração de referência)]

3.4 Qualidade de água

Foram monitoradas, durante toda a fase experimental, as variáveis físicas e

químicas da água: temperatura, condutividade, oxigênio dissolvido, pH, utilizando

sondas multiparamétricas da YSI, sendo determinados diariamente. As

concentrações de amônia total (NH3 + NH4+) (mg/L) e nitrito(NO2-) (mg/L) pelos

métodos colorimétricos de Verdouw et al. (1978) e Boyd e Tucker (1992)

respectivamente, alcalinidade total e dureza total (mg CaCO3 /L) por titulação

descrita por Boyd e Tucker (1992) e gás carbônico (mg/L) segundo Boyd e Tucker

(1992) modificado, sendo todas estas análises realizadas semanalmente.

3.5 Análises Estatísticas

Os dados de digestibilidade e das variáveis físicas e químicas da água foram

submetidos à ANOVA (Análise de Variância) pelo programa SAEG (Sistemas para

Análises Estatísticas e Genéticas), Versão 9.1, desenvolvido pela Universidade

Federal de Viçosa (2007) e as médias dos tratamentos quando diferentes, foram

submetidas ao teste de Tukey ao nível de 5% de significância.

Page 30: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

20

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante todas as fases experimentais, as variáveis físicas e químicas da água

permaneceram constantes, estando dentro dos limites aceitáveis para peixes

tropicais (Kubitza, 2003) e para esta espécie (Ono, 2011). Os valores médios estão

representados na Tabela 5.

Tabela 5. Variáveis físicas e químicas da água dos tanques monitorados durante todas as fases experimentais. FVA= farinha de vísceras de aves e FCO = farinha de carne e ossos. Média ± desvio padrão.

Variáveis Dieta

FVA FCO referência

Oxigênio dissolvido (mg/L) 4,9 ± 0,78 5,0 ± 0,51 5,2 ± 0,48 Temperatura (ºC) 28,5 ± 0,22 28,3 ± 0,10 28,5 ± 0,18 pH 4,65 ± 0,10 4,62 ± 0,15 4,82 ± 0,35 Condutividade (μS/cm) 23,9 ± 0,72 23,6 ± 0,72 24,3 ± 0,53 Amônia total (mg/L) 0,2 ± 0,05 0,2 ± 0,08 0,2 ± 0,10 Nitrito total(mg/L) 0,12 ± 0,03 0,15 ± 0,05 0,13 ± 0,03 Dureza total (mg/L de CaCo3) 4,3 ± 0,54 4,3 ± 1,5 4,4 ± 0,76 Alcalinidade total (mg/L de CaCO3) 4,1 ± 0,73 4,2 ± 0,65 4,1 ± 0,58

A dieta referência neste trabalho apresentou os seguintes valores de

Coeficientes de Digestibilidade Aparente (CDA’s) dos nutrientes e energia: MS

74,95%, MM 54.81%, EE 88,12%, PB 90,54%, ENN 48,57% e EB 78,99%. Estes

valores foram utilizados nos cálculos do CDA dos dois ingredientes testados, farinha

de víscera de aves e farinha de carne e ossos.

Os coeficientes de digestibilidade aparente de matéria seca (MS), proteína

bruta (PB), extrato etéreo (EE), extrato não-nitrogenado (ENN) e energia bruta (EB)

das dietas experimentais contendo farinha de vísceras de aves e farinha de carne e

ossos, na proporção de 30%, e os níveis de protease e lipase exógenas estão

representados na Tabela 6.

Page 31: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

21

Tabela 6. Coeficiente de digestibilidade aparente (%) da matéria seca (MS), extrato etéreo (EE), proteína bruta (PB), extrato não

nitrogenado (ENN) e energia bruta (EB) das dietas com 30% de farinha de vísceras de aves (FVA) e farinha de carne e ossos

(FCO), com níveis crescentes de protease e lipase exógenas, para juvenis de pirarucu. Média ± desvio padrão.

Enzimas Dietas (%)

Coeficiente de digestibilidade aparente (%)

MS EE PB ENN EB

FV

A

Protease

0 81,00 ± 0,01ab

94,85 ± 0,00 92,92 ± 0,00a 53,65 ± 0,01

ab 84,80 ± 0,00

a

0,03 82,17 ± 0,01a 92,30 ± 0,02 93,31 ± 0,00

a 57,37 ± 0,00

a 85,34 ± 0,00

a

0,04 78,92 ± 0,02bc

94,46 ± 0,02 92,57 ± 0,01a 49,93 ± 0,04

b 83,22 ± 0,02

ab

0,05 76,76 ± 0,00c 90,68 ± 0,02 91,21 ± 0,00

b 48,21 ± 0,02

b 81,17 ± 0,00

b

Lipase

0 81,00 ± 0,01 94,85 ± 0,00a 92,92 ± 0,00 53,65 ± 0,01

b 84,80 ± 0,00

0,02 80,02 ± 0,02 88,50 ± 0,02b 92,27 ± 0,01 55,00 ± 0,03

ab 83,29 ± 0,01

0,03 80,91 ± 0,01 86,10 ± 0,01b 91,45± 0,01 59,80 ± 0,01

a 83,59 ± 0,01

0,04 81,67 ± 0,01 93,03 ± 0,01a 92,57 ± 0,00 57,81 ± 0,02

ab 84,96 ± 0,01

FC

O

Protease

0 80,60 ± 0,02 95,89 ± 0,01 95,17 ± 0,01 53,66 ± 0,04 86,33 ± 0,02

0,03 78,99 ± 0,01 93,83 ± 0,02 94,66 ± 0,01 49,58 ± 0,02 84,75 ± 0,01

0,04 82,93 ± 0,02 96,68 ± 0,00 95,34 ± 0,00 60,18 ± 0,06 87,59 ± 0,02

0,05 80,57 ± 0,06 92,25 ± 0,05 94,15 ± 0,02 56,22 ± 0,13 85,02 ± 0,05

Lipase

0 80,60 ± 0,02 95,89 ± 0,01 95,17 ± 0,01a 53,66 ± 0,04 86,33 ± 0,02

a

0,02 76,22 ± 0,02 94,96 ± 0,01 92,45 ± 0,01c 38,70 ± 0,08 80,95 ± 0,01

b

0,03 80,04 ± 0,04 95,79 ± 0,01 94,32 ± 0,01ab

49,62 ± 0,11 84,93 ± 0,03ab

0,04 76,56 ± 0,02 95,35 ± 0,01 92,90 ± 0,00bc

38,05 ± 0,08 81,20 ± 0,02ab

Médias seguidas de letras diferentes na vertical diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).

Page 32: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

22

Para as dietas com 30% de farinha de vísceras de aves, os resultados

demonstram que o melhor CDA para PB foi na suplementação com 0,03% de

protease exógena. Resultados similares foram obtidos por Dalsgaard et al. (2012),

quando testaram três enzimas (β-glucanase, xilanase e protease) associadas a três

ingredientes proteicos (farelo de soja, farelo de girassol e farelo de canola), para

juvenis de truta arco-íris (O. mykiss).

Fonseca (2004), ao adicionar protease à dieta de juvenis de pirarucu, observou

um aumento dos percentuais dos coeficientes de digestibilidade total, porém, os

CDA’s de proteína bruta e energia foram inferiores aos tratamentos com substituição

de 30 e 60% da farinha de peixe por proteína de origem vegetal. Segundo Cavero

(2004), Soares et al. (2008) e Stech (2009b), a concentração e o nível da

suplementação enzimática influenciam na digestibilidade dos nutrientes das dietas e,

consequentemente, no desempenho dos peixes.

Faria et al. (2002), estudando tilápia do nilo, O. niloticus, avaliaram o CDA para

dietas contendo 0 e 20% de farinha de vísceras de aves, sem adição de enzimas

exógenas, e obtiveram valores de MS e PB inferiores aos observados no presente

estudo para estes parâmetros. Uma explicação provável é que o pirarucu, por ser

um peixe de hábito alimentar carnívoro, tem facilidade para aproveitar melhor os

nutrientes das fontes proteicas de origem animal (Sebrae, 2010b), ao passo que a

tilápia, espécie onívora, não o faz com tanta eficiência. Porém, esta espécie utiliza,

eficientemente, os carboidratos como fonte energética, possibilitando o uso de

fontes de proteína e energia de origem vegetal nas dietas (Furuya, 2010).

Os CDA’s para MS e ENN das rações com farinha de vísceras de aves,

suplementadas com 0,03% de protease (PROT 003), foram, estatisticamente,

melhores que os demais níveis de enzima utilizados e aquelas do controle (sem

enzima). Oliveira (2006) testou a adição de um complexo enzimático (celulase,

protease e amilase) nas dietas de juvenis de tilápia do nilo, em quatro níveis

crescentes (0,025; 0,050; 0,075; 0,100%) e observou que, com 0,025% de inclusão,

o CDA para MS teve um acréscimo de 8% na digestibilidade em relação ao controle

(sem enzima). Da mesma forma, Silva et al. (2007), avaliando juvenis de tambaqui,

alimentados com dietas contendo multienzimático (amilase, protease, celulase e

lipase), observaram melhor resultado na digestibilidade aparente de ENN das

Page 33: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

23

rações, refletindo num eficiente aproveitamento deste e dos demais nutrientes,

assim como da EB.

Para as dietas com farinha de carne e ossos, os resultados obtidos dos CDA’s

suplementados com protease, não apresentaram diferenças estatísticas (p>0,05) em

nenhum dos nutrientes e energia bruta avaliados. Segundo Henn (2002), a

suplementação enzimática nas rações animais, muitas vezes, pode não ser positiva,

pois existem diversos fatores que influenciam a eficiência de sua atividade no

organismo. Cavero (2004) não observou efeito significativo no crescimento de

juvenis de pirarucu quando adicionou, isoladamente, amilase, lipase e protease, na

ração desta espécie. Entretanto, ao combinar lipase e protease, obteve efeito

positivo sobre esse parâmetro.

Cowieson et al. (2006) verificaram que a adição de enzimas em concentrações

inadequadas pode causar perda de material endógeno, e a interação entre enzimas

endógenas e exógenas, pode gerar rupturas nos enterócitos. Além disso, a atividade

específica da protease endógena está relacionada à produção total dessa enzima, o

que, por sua vez, depende de fatores como tamanho do peixe, temperatura da água,

regime de alimentação, dentre outros (Alarcon, 1997). Lin et al. (2007) estudaram a

adição de um complexo enzimático contendo protease, β-glucanase e xilanase, nas

rações para híbridos de tilápia do nilo e não obtiveram resultados satisfatórios para

os coeficientes de digestibilidade aparente de proteína, lipídios e energia, sendo

positivo para matéria seca quando a dosagem do complexo enzimático foi superior

às demais concentrações utilizadas.

Além da protease, a lipase é outra enzima exógena importante, que tem a

função específica de potencializar a digestão dos lipídios, disponibilizando energia

de natureza não-proteica e causando o efeito poupador da proteína para fins

energéticos (Hepher, 1988 apud Cavero, 2004; Nunes et al., 2006; Moura, 2011). Os

resultados das dietas com farinha de vísceras de aves, do presente estudo,

contrariam estes autores, pois a lipase exógena adicionada às dietas experimentais

não influenciou no melhor aproveitamento do extrato etéreo (EE), uma vez que, na

dieta com 0,04% de lipase (LIP 004), não houve diferença estatística (p<0,05) em

relação ao controle (sem lipase) (Tabela 6).

Page 34: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

24

Os CDA’s obtidos opõem-se aos resultados encontrados por Silva et al. (2007),

ao acrescentar um complexo enzimático nas rações de juvenis de tambaqui, em que

obteve melhores coeficientes de digestibilidade dos nutrientes. Signor (2008)

testando um complexo enzimático contendo lipase, verificou que o desempenho e a

composição corporal de tilápia do nilo, não foram influenciados pela suplementação

enzimática na dieta desta espécie.

Para dietas com farinha de carne e ossos, acrescidas com lipase, os resultados

foram similares àqueles com protease, em que estas enzimas exógenas não foram

eficientes na melhoria dos coeficientes de digestibilidade aparente das rações em

juvenis de pirarucu (Tabela 6). Somente os CDA’s para PB e EB foram diferentes

estatisticamente (p<0,05). O tratamento controle (sem enzima), em todos os CDA’s

dos nutrientes avaliados, apresentou valores mais elevados. Isso pode estar

relacionado à fisiologia digestiva e absortiva de espécies carnívoras, que parecem

ter a capacidade limitada para alterar suas funções digestivas e de transporte de

nutrientes, diferente de peixes onívoros (Buddington et al., 1997 apud Stech, 2009b).

A adição de enzimas exógenas às dietas de peixes carnívoros, teoricamente,

melhora a digestibilidade dos nutrientes da dieta (Campestrini et al., 2005b;

Lecznieski, 2006; Stech, 2009b), no sentido de inativar fatores antinutricionais e

aumentar o valor nutricional dos ingredientes que compõem as rações, por meio da

transformação de componentes complexos, em nutrientes absorvíveis (McCleary,

2001; Stech, 2009a). Porém, como Stech (2009b) enfatiza, faz-se necessário

conhecer a especificidade e quantidade de cada enzima presente no sistema

digestório, assim como as condições em que a hidrólise ocorre, visto que são

ferramentas fundamentais para descrever o processo digestivo em peixes, da

mesma forma que a digestibilidade de novos ingredientes.

Os CDA’s de Matéria Seca (MS), Matéria Mineral (MM), Extrato Etéreo (EE),

Proteína Bruta (PB) e Energia Bruta (EB) da farinha de vísceras de aves e farinha de

carne e ossos, sob influência de protease e lipase exógenas estão representados na

Tabela 7.

Page 35: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

25

Tabela 7. Coeficientes de digestibilidade aparente (CDA%) da matéria seca (MS), matéria mineral (MM), extrato etéreo (EE),

proteína bruta (PB) e energia bruta (EB) da farinha de vísceras de aves e farinha de carne e ossos, com níveis crescentes de

protease e lipase exógenas, para juvenis de pirarucu. A dieta 0 (controle) é sem enzima exógena. Média ± desvio padrão. Enzimas

Dietas (%)

Coeficiente de digestibilidade aparente (%)

MS MM EE PB EB

FV

A

Protease

0 76,98 ± 0,02ab

72,65 ± 0,06a 120,92 ± 0,01

a 77,76 ± 0,01

a 82,81 ± 0,06

a

0,03 80,31 ± 0,02a 80,07 ± 0,05

a 106,04 ± 0,05

b 80,72 ± 0,02

a 81,90 ± 0,04

ab

0,04 70,33 ± 0,06bc

70,39 ± 0,07a 111,37 ± 0,06

ab 78,36 ± 0,02

a 74,05 ± 0,05

ab

0,05 67,25 ± 0,01c 54,19 ± 0,02

b 111,38 ± 0,06

ab 65,40 ± 0,02

b 70,44 ± 0,01

b

Lipase

0 76,98 ± 0,02 72,65 ± 0,06 120,92 ± 0,01a 77,76 ± 0,01 82,81 ± 0,06

0,02 77,67 ± 0,06 71,14 ± 0,08 91,01 ± 0,06c 74,97 ± 0,02 75,72 ± 0,04

0,03 79,64 ± 0,02 68,31 ± 0,01 92,28 ± 0,04c 74,08 ± 0,02 77,56 ± 0,03

0,04 81,74 ± 0,03 73,71 ± 0,04 102,95 ± 0,02b 76,90 ± 0,01 81,13 ± 0,03

FC

O

Protease

0 81,36 ± 0,06 22,10 ± 0,03 166,72 ± 0,04 102,25 ± 0,03a 129,99 ± 0,09

0,03 73,43 ± 0,04 24,01 ± 0,02 148,34 ± 0,06 102,34 ± 0,02a 119,03 ± 0,05

0,04 85,67 ± 0,08 31,11 ± 0,04 157,39 ± 0,01 104,48 ± 0,01a 130,46 ± 0,07

0,05 78,86 ± 0,19 27,91 ± 0,07 157,56 ± 0,18 90,25 ± 0,05b 121,57 ± 0,21

Lipase

0 81,36 ± 0,06 22,10 ± 0,03c 166,72 ± 0,04

a 102,25 ± 0,03

a 129,99 ± 0,09

a

0,02 61,25 ± 0,06 41,03 ± 0,03a 146,13 ± 0,02

b 93,07 ± 0,03

c 102,95 ± 0,04

b

0,03 81,70 ± 0,12 31,49 ± 0,06b 160,22 ± 0,02

a 100,83 ± 0,03

ab 119,90 ± 0,11

ab

0,04 69,63 ± 0,08 41,70 ± 0,00a 147,14 ± 0,02

b 95,28 ± 0,01

bc 103,25 ± 0,08

b

Médias seguidas de letras diferentes na vertical diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).

Page 36: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

26

De acordo com os resultados da Tabela 7, para as dietas com farinha de

vísceras de aves suplementadas com protease, os menores coeficientes de

digestibilidade, para todos os nutrientes e energia, foram obtidos quando o nível

máximo de enzima foi adicionado (PROT 0,05), exceto para EE, onde o menor CDA

foi diretamente proporcional ao menor nível utilizado (PROT 0,03). O CDA obtido

para proteína bruta foi menor, que o encontrado por Meurer et al. (2003), que

apresentou um percentual de 82,03, ao avaliar a farinha de vísceras de aves para

tilápia do nilo, em dietas sem suplementação enzimática. Em contrapartida, na

avaliação deste ingrediente realizada por Pezzato et al. (2002), em dietas para a

mesma espécie, o CDA para PB foi menor (59,7%) que os valores obtidos no

presente estudo.

Para EE e EB houve diferença estatística (p<0,05) entre os tratamentos, sendo

os melhores (120,92 e 82,81% respectivamente) obtidos no grupo controle (sem

protease). Estes valores são superiores aos encontrados por Faria et al. (2002),

onde obteve 70,45% para EE e 55,89% para EB, ao incluírem farinha de vísceras de

aves, em cinco níveis crescentes, nas dietas de tilápia do nilo, isentas de protease

exógena.

Para os resultados com farinha de carne e ossos, dos nutrientes analisados,

apenas PB apresentou diferença significativa (p<0,05) entre o tratamento com 0,05%

de protease na dieta, em relação aos demais. Esse resultado corrobora com aqueles

descritos por Silva et al. (2007), que adicionaram três níveis crescentes (0,05; 0,10;

0,15%) de um complexo multienzimático ns dietas de tambaqui, e obtiveram CDA

para PB satisfatório, quando o nível de suplementação foi 0,05%.

Para os CDA’s dos demais nutrientes da farinha de carne e ossos, não houve

diferenças significativas (p<0,05). De acordo com Bomfim e Lanna (2004), existem

outros fatores que afetam os coeficientes de digestibilidade dos alimentos para

peixes, além da influência da adição de enzimas exógenas. Dentre os aspectos

inerentes ao CDA dos nutrientes, destacam-se: metodologia empregada para a

determinação do CDA e problemas com lixiviação de nutrientes e energia das fezes

(Sallum, 2000), assim como hábito alimentar da espécie e a composição da dieta

fornecida (Boscolo et al., 2011), podendo afetar os resultados finais de CDA.

Page 37: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

27

A adição de lipase na dieta com farinha de vísceras de aves (Tabela 7)

demonstrou diferença estatística (p<0,05) apenas para o EE, em relação à dieta

controle (sem enzima) e os demais tratamentos. Isso sugere que a lipase exógena

não melhorou a digestibilidade dos lipídios deste ingrediente pelos peixes.

Em geral, peixes carnívoros utilizam bem os lipídios das dietas como fonte de

energia, com um rendimento calórico superior em relação a proteínas e carboidratos

(Martinéz, 1993), por meio da atividade satisfatória de lipase endógena (Ribeiro et

al., 2007). Entretanto, nem sempre a suplementação enzimática é efetivamente

positiva, pois depende de uma série de fatores, que varia desde a escolha da

dosagem a ser adicionada até a atividade enzimática endógena (Henn, 2002). Essa,

por sua vez, precisa ser determinada com o objetivo de elucidar alguns dos

problemas nutricionais relacionados à fisiologia dos peixes (Stech, 2009a).

Resultados semelhantes foram obtidos nas dietas com farinha de carne e

ossos, suplementadas com lipase (Tabela 7). As diferenças observadas não

apresentaram qualquer relação direta entre o controle e uma das concentrações de

lipase testada na dieta. Semelhante aos resultados obtidos com protease, sugere-se

que a adição de enzimas exógenas nem sempre é satisfatória (Henn, 2002). Outros

aspectos referentes à nutrição dos peixes carnívoros, relacionados à fisiologia

digestiva, provavelmente, devem ter interferido nesses resultados (Stech, 2009b).

Assim, pelos resultados obtidos, é possível sugerir que a adição das enzimas

exógenas, lipase e protease, nas dietas para juvenis de pirarucu, nas concentrações

e condições experimentais avaliadas, não contribuiu para um incremento dos

coeficientes de digestibilidade aparente dos nutrientes das rações com farinha de

vísceras de aves e farinha de carne e ossos, assim como na digestibilidade destes

ingredientes alternativos pelos peixes.

Page 38: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

28

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos neste estudo sugerem que as enzimas exógenas, lipase

e protease, não foram eficientes na melhoria dos coeficientes de digestibilidade

aparente das rações com farinha de vísceras de aves e farinha de carne e ossos

para juvenis de pirarucu. Logo, a adição de enzimas exógenas em dietas para

peixes não é conclusiva, visto que diversos fatores podem influenciar na

digestibilidade dos nutrientes das rações compostas de enzimas.

Pelo exposto, não é possível afirmar que as fontes proteicas avaliadas neste

estudo não sejam aplicáveis em dietas práticas para o pirarucu. Entretanto, as

enzimas exógenas não foram suficientes para obtenção de resultados favoráveis

quanto à digestibilidade destes ingredientes na dieta.

Page 39: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

29

REFERÊNCIAS

Ai, Q.; Mai, K.; Zhang, W.; Xu, W.; Tan, B.; Zhang, C.; Li, H. 2007. Effects of

exogenous enzymes (phytase, non-starch polysaccharide enzyme) in diets on

growth, feed utilization, nitrogen and phosphorus excretion of Japanese seabass,

Lateolabrax japonicas. Comparative Biochemistry and Physiology, Part A (147): 502–

508.

Alarcon, F.J.; Diaz, M.; Moyano, F.J. 1997. Studies on digestive enzymeisn fish:

Characterization and practical applications. DPTO. Biologia aplicada. E.p.s. Univ.

Almeria. Espanha. 113-121.

Amorim, A.B.; Zangeronimo, M.G.; Thomaz, M.C. 2011. Enzimas exógenas para

suínos. Artigo nº 133. Revista Eletrônica Nutritime, 8 (2): 1469-1481, Março/Abril.

Andriguetto, J. M.; Perly, L.; Minardi, I.; Gemael, A.; Flemming, J. S.; Souza, G. A.;

Filho, A. B. 2002. Nutrição Animal: as bases e os fundamentos da nutrição animal.

Volume1, Nobel, São Paulo.

Arantes, C. C.; Castello, L.; Garcez, D. S. 2007. Variações entre contagens de

Arapaima gigas (Schinz) (Osteoglossomorpha, Osteoglossidae) feitas por

pescadores individualmente em Mamirauá, Brasil. Pan-American Journal of Aquatic

Sciences 2 (3): 263-269.

Arantes, C. C. 2009. Ecologia do pirarucu Arapaima gigas (Schinz, 1822) na várzea

da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Amazonas, Brasil.

Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, Bahia, 85

pp.

Araújo, J.A.; Vilar da Silva, J.H.; Amâncio, A.L.L.; Lima, M.R.; Lima, C.B. 2007. Uso

de aditivos na alimentação de aves. Acta Veterinaria Brasílica, 1 (3): 69-77.

Page 40: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

30

Association of Official Analytical Chemists (AOAC) 2000. Official Methods of Analysis

of International. 17th Ed., AOAC INTERNATIONAL, Gaithersburg, MD, USA.

Bezerra, R. S.; Vieira, V. L. A.; Carvalho Jr, L. B. 2001. Proteases no trato digestivo

de peixes. Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento. Nº 22 – setembro/outubro.

Bock, C.L.; Pezzato, L.E.; Cantelmo, O.A.; Barros, M.M. 2006. Fitase e

digestibilidade aparente de nutrientes de rações por tilápias-do-nilo. R. Bras.

Zootec., 35, (6): 2197-2202.

Bomfim, M.A.D.; Lanna, E.A.T. 2004. Fatores que afetam os coeficientes de

digestibilidade nos alimentos para peixes. Revista Eletrônica Nutritime, Artigo 3, 1

(1): 20-30, julho/agosto.

Boscolo, W.R.; Meurer, F.; Feiden, A.; Hayashi, C.; Reidel, A.; Genteline, A.L. 2005.

Farinha de vísceras de aves em rações para a tilápia do nilo (Oreochromis niloticus

l.) durante a fase de reversão sexual. R. Bras. Zootec., 34 (2): 373-377.

Boscolo, W.R.; Signor, A.; Freitas, J.M.A.; Bittencour, F.; Feiden, A. 2011. Nutrição

de peixes nativos. R. Bras. Zootec., 40: 145-154 (supl. especial).

Boyd, C.E.; Tucker, C.S. 1992. Water quality and pond soil analyses for aquaculture.

Auburn: Auburn University. 183pp.

Brito, M.S.; Oliveira, C.F.S.; Silva, T.R.G.; Lima, R.B.; Morais, S.N.; Vilar da Silva,

J.H. 2008. Polissacarídeos não amiláceos na nutrição de monogástricos – revisão.

Acta Veterinaria Brasilica, 2 (4): 111-117.

Buddington, R. K.; Krogdahal, Å; Bakke-Mckellep, A. M. 1997. The intestine of

carnivorous fish; structure and functions and the relations with diet. Acta Physiology

Scandinavica, 161 (638): 67-80.

Page 41: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

31

Bureau, D.P., Harris, A.M., Cho, C.Y., 1999. Apparent digestibility of rendered animal

protein ingredients for rainbow trout (Oncorhynchus mykiss). Aquaculture 180: 345–

358.

Bureau, D.P.; Harris, A.M.; Bevan, D.J.; Simmons, L.A.; Azevedo, P.A.; Cho, C.Y.

2000. Feather meals and meat and bone meals from different origins as protein

sources in rainbow trout (Oncorhynchus mykiss) diets. Aquaculture, 181: 281–291.

Bureau, D.P.; Hua, K. 2006. Letter to the editor of Aquaculture. Aquaculture 252,

103-105.

Campestrini, E. 2005a. Farinha de carne e ossos. Artigo Nº 24. Revista Eletrônica

Nutritime, 2 (4): 221–234, julho/agosto.

Campestrini, E.; Silva, V.T.M.; Appelt, M.D. 2005b. Utilização de enzimas na

alimentação animal. Artigo Nº 27. Revista Eletrônica Nutritime, 2 (6): 259-272,

novembro/dezembro.

Cantelmo, O.A. 1998. Características físicas e avaliação biológica de rações para

peixes confeccionadas com diferentes aglutinantes e técnicas de processamento.

Tese de doutorado, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, SP. 65 pp.

Caruso, G.; Denaro, M.G.; Genovese, L. 2009. Digestive Enzymes in Some Teleost

Species of Interest for Mediterranean Aquaculture. The Open Fish Science Journal.

2, 74-86.

Carvalho, R.A.P.L.F. 2011. Desenvolvimento de um sistema de recirculação para

estudos sobre digestibilidade em condições de alto desempenho para camarões

marinhos: avaliação de ingredientes proteicos alternativos à farinha de peixe em

diferentes níveis de inclusão em dietas para juvenis de Litopenaeus vannamei. Tese

de Doutorado. Universidade de São Paulo. São Paulo. 267 pp.

Page 42: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

32

Castello, L. 2008. Lateral migration of Arapaima gigas in floodplains of the Amazon.

Ecology of Freshwater Fish, 17: 38-46.

Castillo, C.P.C. 2012. Exigência proteica de juvenis de pirarucu (Arapaima gigas,

Schinz, 1822). Dissertação de Mestrado. Instituto Nacional de Pesquisas da

Amazônia. Manaus, Amazonas. 88 pp.

Cavero, B. A. S. 2004. Uso de enzimas digestivas exógenas na alimentação de

juvenis de pirarucu, Arapaima gigas (Cuvier, 1818). Tese de Doutorado, Instituto de

Pesquisas da Amazônia/Universidade Federal do Amazonas. Manaus, Amazonas.

79 pp.

Cho, C.Y. 1987. Fish nutrition, feeds and feeding: with special emphasis on salmonid

aquaculture. Food reviews International, 6(3):333–357.

Cowieson, A.J.; Acamovic, T.; Bedford, M.R. 2006. Using the precision-feeding

bioassay to etermine the efficacy of exogenous enzymes – A new perspective.

Animal Feed Science and Thechnology, 129: 149-158.

Cyrino, J.E.P.; Bicudo, A.J.A.; Sado, R.Y.; Borghesi, R.; Dairiki, J.K. 2010. A

piscicultura e o ambiente – o uso de alimentos ambientalmente corretos em

piscicultura. R. Bras. Zootec., 39: 68-87 (supl. especial).

Dairiki, J.K.; Silva, T.B.A. 2011. Revisão de literatura: exigências nutricionais do

tambaqui – compilação de trabalhos, formulação de ração adequada e desafios

futuros./ Jony Koji Dairiki e Thyssia Bomfim Araújo da Silva. – Manaus: Embrapa

Amazônia Ocidental. Documento 91, 44p.

Dalsgaard, J.; Verlhac, V.; Hjermitslev, N.H.; Ekmann, K.S., Fischer, M.; Klausen, M.;

Pedersen, P.B. 2012. Effects of exogenous enzymes on apparent nutrient

digestibility in rainbow trout (Oncorhynchus mykiss) fed diets with high inclusion of

plant-based protein. Animal Feed Science and Technology , 171: 181– 191.

Page 43: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

33

Eyng, C.; Nunes, R.V.; Pozza, P.C.; Tsutsumi, C.Y.; Bittencourt, F.; Frank, R.;

Schone, R. 2009. Valor nutricional da farinha de resíduos da indústria de filetagem

de tilápias. Associação Brasileira de Zootecnistas – ABZ. São Paulo, maio.

Eyng, C.; Nunes, C.G.V.; Nunes, R.V.; Rostagno, H.S.; Albino, L.F.T.; Vieites, F.M.;

Pozza, P.C. 2011. Composição química, valores energéticos e digestibilidade

verdadeira dos aminoácidos de farinhas de carne e ossos e de peixe para aves. R.

Bras. Zootec., 40 (3): 575-580.

Fabregat, T.H.P.; Pereira, T.S.; Boscolo, C.M.; Alvarado, J.D.; Fernandes, J.B.K.

2011. Substituição da farinha de peixe pelo farelo de soja em dietas para juvenis de

curimba. Bol. Inst. Pesca, São Paulo, 37(3): 289 – 294.

Faria, A. C. E. A.; Hayahi, C.; Soares, C. M. 2002. Farinha de vísceras de aves em

rações para alevinos de tilápia-do-Nilo, Oreochromis niloticus. R. Bras. Zootec., v. 31

(2): 812-822, suplemento.

FAO. 2012. The State of World Fisheries and Aquaculture. FAO Fisheries and

Aquaculture Department. Food and Agriculture Organizations of the United Nations.

ISBN 978-92-5-107225-7.

Finkler, J.K.; Freitas, J.M.A.; Signor, A.A.; Zaminham, M.; Boscolo, W.R.; Feiden, A.

2010. Substituição da farinha de peixe por farinha de vísceras de aves na

alimentação de alevinos híbridos de piavuçu (Leporinus macrocephalus) x piapara

(Leporinus elongatus). Bol. Inst. Pesca, São Paulo, 36(3): 237 – 243.

Fonseca, F.A.L. 2004. Substituição de farinha de peixe por proteína de origem

vegetal com adição de protease exógena na digestibilidade de ração para juvenis de

pirarucu (Arapaima gigas). Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do

Amazonas. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. Manaus, Amazonas. 45

pp.

Page 44: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

34

Forster, I., 1999. A note on the method of calculating digestibility coefficients of

nutrients provided by single ingredients to feeds of aquatic animals. Aquaculture

Nutrition 5, 143–145.

França-Segundo, L. F., 2009. Digestibilidade aparente de nutrientes e energia de

alimentos alternativos para a tilápia-do-Nilo (Oreochromis niloticus). Dissertação de

mestrado. Universidade Federal do Piauí, Teresina, Piauí, 52 pp.

Freitas, E.R.; Fuentes, M.F.F.; Espíndola, G.B. 2000. Efeito da Suplementação

Enzimática em Rações à Base de Milho/Farelo de Soja sobre o Desempenho de

Poedeiras Comerciais. Rev. bras. zootec., 29(4):1103-1109.

Furuya, W.M. 2010. Tabelas brasileiras para a nutrição de tilápias. Toledo, São

Paulo: GFM. 100 pp.

Gandra, A.L. 2010. O mercado de pescado da região metropolitana de Manaus.

Série: O mercado do pescado nas grandes cidades latino-americanas.

CFC/FAO/INFOPESCA. ISSN: 1688-7085.

Gatlin, D. M., III. 2010. Principles of fish nutricion. Southern Regional Aquaculture

Center, SRAC Publication, 5003, july.

Glencross, B.D.; Booth, M.; Allan, G.L. 2007. A feed is only as good as its ingredients

– a review of ingredient evaluation strategies for aquaculture feeds. Aquaculture

Nutrition 13: 17–34.

Gonçalves, E. G.; Carneiro, D. J. 2003. Coeficientes de digestibilidade aparente da

proteína e energia de alguns ingredientes utilizados em dietas para o pintado

(Pseudoplatystoma coruscans). Rev. Bras. Zootec., 32 (4): 779-786.

Page 45: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

35

Gonçalves, F. A. G. 2007. Produção de lipase extracelular por levedura em cultivo

submerso. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo

Horizonte, Minas Gerais, 67 pp.

Graeff, A.; Serafini, R.L. 2012. Uso de farinha de carne e osso bovina como fonte de

proteína para carpas comum (Cyprinus carpio L.) em fase de recria. Redvet - Revista

electrónica de Veterinaria, 13 (4).

Hardy, R.W. 2006. Worldwide fish meal production outlook and the use of alternative

protein meals for aquaculture. En: L. Elizabeth Cruz Suárez, Denis Ricque Marie,

Mireya Tapia Salazar, Martha G. Nieto López, David A. Vilareal Cavazos, Ana C.

Puello, Cruz y Armando Garcia Ortega. Avances en Nutrición Acuícola VIII. VIII

Simposium Internacional de Nutrición Acuícola. Universidad Autónoma de Nuevo

León. Monterey, Nuevo León, México, 410-419.

Hardy, R.W. 2011. Board on Agriculture and Natural Resources. Nutrient

Requirements of Fish and Shrimp. Washington, D.C.

Hepher, B. 1988. Nutrition of pond fishes. Cambridge University Press. New York,

NY, USA. 388 pp.

Henn, J. D. Aditivos enzimáticos em dietas de suínos e aves. Seminário apresentado

na disciplina Bioquímica do Tecido Animal do Programa de Pós-graduação em

Ciências Veterinárias da UFRGS, 2002.

IDSM - Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. 2011. Manejo de

Pirarucus (Arapaima gigas) em lagos de várzea de uso exclusivo de pescadores

urbanos: baseado na experiência do Instituto Mamirauá junto a Colônia de

Pescadores Z-32 de Maraã na cogestão no complexo do Lago Preto, Reserva de

Desenvolvimento Sustentável Mamirauá – RDSM. Tefé:IDSM.

Page 46: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

36

Kieling, D.D. 2002. Enzimas – Aspectos Gerais. Universidade Federal de Santa

Catarina. Florianópolis, SC, julho.

Klontz, G.W. 1995. Care of fish in biological research. Journal of Animal Science, 73

(11): 3485-3492.

Kubitza, F. 2003. Qualidade de água no cultivo de peixes e camarões. Jundiaí, SP.

229 pp.

Kubitza, F. 2004. Nutrição e alimentação dos peixes cultivados/Fernando Kubitza –

3ª Ed. – Jundiaí: São Paulo. 126 pp.

Kubitza, F. 2007. “O mar está pra peixe...pra peixe cultivado”. Panorama da

Aquicultura, 17 (100), março/abril.

Kubitza, F.; Ono, E.A.; Campos, J.L. 2007. Os caminhos da produção de peixes

nativos no Brasil: uma análise da produção e obstáculos da piscicultura. Panorama

da aquicultura, julho/agosto.

Kubitza, F. 2009. Manejo na produção de peixes. Parte 4 - Manejo nutricional e

alimentar. Panorama da Aquicultura, 19 (111), janeiro/fevereiro.

Lall, S.P.; Tibbetts, S.M. 2009. Nutrition, Feeding, And Behavior of Fish. Vet Clin

Exot Anim, 2: 361–372.

Lazzari, R.; Radünz Neto, J.; Veiverberg, C.A.; Bergamin, G.T.; Correia, V.; Pedron,

F.A. 2007. Alimentação de jundiá (Rhamdia quelen, Heptateridae) com ingredientes

proteicos. Archivos de zootecnia, 56 (214): 115-123.

Lecznieski, J.L. 2006. Considerações práticas do uso de enzimas. V Seminário

Internacional de Aves e Suínos – AveSui, Florianópolis, Santa Catarina.

Page 47: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

37

Lima, M.R.; Ludke, M.C.M.M. 2011. Utilização de ingredientes energéticos pela

tilápia do nilo. Artigo 129. Revista Eletrônica Nutritime, 8 (2): 1418-1430, Março/Abril.

Lin, S.; Mai, K.; Tan, B. 2007. Effects of exogenous enzyme supplementation in diets

on growth and feed utilization in tilapia, Oreochromis niloticus x O. aureus.

Aquaculture Research. 38 (15): 1645–1653, November.

Marmontel, M. 2006. Levantamento de aspectos biológicos das espécies

carismáticas da RDSA como subsídio para o Plano de Manejo da Reserva de

Desenvolvimento Sustentável Anamã. Relatório Final da Consultoria Corredores

Ecológicos.

Martinéz, R.P. 1993. Nutrición de peces comerciales em estanques. Facultad de

Ciencias Marinas de La Universidad Autónoma de Baja California. Limusa, México.

406 pp.

McCleary, B.V. 2001. Analyses of feed enzymes. p. 85-107. In: Bedford, M.R.;

Partridge, G.G. (Ed.) Enzymes in farm animal nutrition. New York, US: CABI

Publishing.

Meurer, F.; Hayashi, C.; Boscolo, W.R. 2003. Digestibilidade aparente de alguns

alimentos protéicos pela tilápia do nilo (Oreochromis niloticus). R. Bras. Zootec., 32

(6): 1801-1809, (Supl. 2).

Moura, G.S. 2011. Uso do complexo enzimático Solid State Fermentation (SSF) em

rações para tilápia do nilo. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Viçosa.

Minas Gerais, 63 pp.

MPA - Ministério da Pesca e Aquicultura. 2012. Boletim estatístico da pesca e

aquicultura. Brasil 2008-2010.

Page 48: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

38

National Research Council – NRC. Nutrient requeriments of fish. Washington:

National Academic Press, 1993. 114 pp.

Nunes, E.S.S.; Cavero, B.A.S.; Pereira-Filho, M.; Roubach, R. 2006. Enzimas

digestivas exógenas na alimentação de juvenis de tambaqui. Pesq. agropec. bras.,

Brasília, 41 (1): 139-143, jan.

Oliveira, A.M.B.M.S. 2003. Substituição de fontes protéicas de origem animal por

fontes proteicas de origem vegetal em rações para o “Black Bass” Micropterus

salmoides. Tese de Doutorado. Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/USP,

121 pp.

Oliveira, V.; Poleto, S. L.; Venere, P. C.; 2005. Feeding of juvenile pirarucu

(Arapaima gigas, Arapaimidade) in their natural environment, lago Quatro Bocas,

Araguaiana-MT, Brazil. Neotropical Ichthyology, 3 (2): 312-314.

Oliveira, G.R. 2006. Digestibilidade de nutrientes em ração com complexo

enzimático para tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus). Dissertação de Mestrado.

Lavras : UFLA. 87 pp.

Oliveira, M.M.; Ferreira, L.O.; Carmo, J.R.; Pimenta, M.E.S.G.; Logato, P.V.R.;

Pimenta, C.J.; Leal, R.S. 2008. Coeficiente de digestibilidade aparente e energia

digestível de alguns resíduos agroindustriais na alimentação de tilápias. Revista

Eletrônica Nutritime, 5 (5): 648-657, Setembro/Outubro.

Ono, E. A., Halverson, M. R. & Kubitza, F. 2004. Pirarucu, o gigante esquecido. In:

Panorama da Aquicultura, 14: 14-25.

Ono, E.A. 2005. “Cultivar peixes na Amazônia: possibilidade ou utopia?”, Panorama

da Aquicultura, julho/agosto.

Page 49: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

39

Ono, E.O.; Oliveira, R.A. 2008. Rações para a aquicultura brasileira: os problemas e

as possíveis soluções. Panorama da aquicultura, março/abril.

Ono, E.A; Nunes, E.S.S.; Cedano, J.C.C.; Pereira-Filho, M.; Roubach, R. 2008.

Digestibilidade aparente de dietas práticas com diferentes relações energia:proteína

em juvenis de pirarucu. Pesq. agropec. bras., Brasília, 43 (2): 249-254, fev.

Ono, E.A. 2011. A produção do pirarucu: uma visão geral. Panorama da aquicultura,

março, abril.

Oujifard, A.; Seyfabadi, J.; Kenari, A.A.; Rezaei. M. 2012. Growth and apparent

digestibility of nutrients, fatty acids and amino acids in Pacific white shrimp,

Litopenaeus vannamei, fed diets with rice protein concentrate as total and partial

replacement of fish meal. Aquaculture (342-343): 56-61.

Pascoal, L.A.F.; Miranda, E.C.; Silva Filho, F.P. 2006. O uso de ingredientes

alternativos em dietas para peixes. Artigo 29. Revista Eletrônica Nutritime, 3 (1): 284-

298, janeiro/fevereiro.

Pereira-Filho, M.; Cavero, B. A. S.; Roubach, R.; Ituassú, D. R.; Gandra, A. L.;

Crescêncio, R. 2003. Cultivo do Pirarucu Arapaima gigas em Viveiro Escavado. Acta

Amazônica 33(4): 715-718.

Pezzato, L. E.; Miranda, E. C.; Barros, M. M.; Pinto, L. G. Q.; Furuya, W. M.;

Pezzato, A. C. 2002. Digestibilidade aparente de ingredientes pela tilápia do Nilo

(Oreochromis nilolicus). R, Bras. Zootec., 31 (4): 1595-1604.

PIATAM - Potenciais Impactos e Riscos Ambientais da Indústria do Petróleo e Gás

no Amazonas. 2008. Peixes de lagos do Médio Rio Solimões. /organizadores, Maria

Gercília Mota Soares ...[et al.]. – 2. ed. rev. – Manaus: Instituto I-Piatam. ISBN

8574012643. 160 pp.

Page 50: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

40

Ribeiro, P.A.P.; Bressan, M.C.; Logato, P.V.R.; Gonçalves, A.C.S. 2007. Nutrição

lipídica para peixes. Revista Eletrônica Nutritime -455, Março/Abril.

Ribeiro, P.A.P.; Costa, L.S.; Rosa, P.V. 2010. Manejo alimentar em piscicultura

convencional. Revista Eletrônica Nutritime, Artigo 109. 7 (2): 1189-1196, Março/Abril.

Rotta, M.A. Aspectos gerais da fisiologia e estrutura do sistema digestivo dos peixes

relacionados à piscicultura. Corumbá: Embrapa Pantanal, 2003, 48 pp.

(Documentos, 53).

SAEG - Sistema para Análises Estatísticas. 2007. Versão 9.1: Fundação Arthur

Bernardes – Universidade Federal de Viçosa – UFV.

Sallum, W. B. 2000. Óxido crômico III como indicador externo em ensaios

metabólicos para o matrinchã (Bricon cephalus, Gunther 1869) (Teleostei,

Characidae). Tese (Doutorado em Zootecnia)- Universidade Federal de Lavras.

Lavras, Minas Gerais. 116 pp.

Santos, F. W. B. 2007. Nutrição de peixes de água doce: definições, perspectivas e

avanços científicos. I Simpósio de Nutrição e Alimentação Animal, Secretaria

Especial de Aquicultura e Pesca, Fortaleza, Ceará.

Sartori, J.R. Uso de enzimas em rações. 1999. Revista Alimentação Animal, N. 19.

jul/set/1999. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, UNESP, Botucatu/SP.

Acesso em 01/07/2012.

SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. 2010a.

Manual de boas práticas de Produção e cultivo do pirarucu em cativeiro. Vários

colaboradores. Projeto Estruturante do Pirarucu da Amazônia. Porto Velho –

Rondônia – Novembro.

Page 51: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

41

SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. 2010b.

Projeto Pirarucu da Amazônia gera renda e preserva espécie. Conhecer: Aquicultura

e Pesca, 11, março.

SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. 2012.

Aquicultura: Um negócio rentável. Oportunidades & Negócios, junho.

Signor, A. A.; Boscolo, W. R.; Reidel, A. Signor, A.; Grosso, R. I. 2007. Farinha de

vísceras de aves na alimentação de alevinos de piavuçu (Leporinus

macrocephakus). Ciência Rural, Santa Maria, 37 (3): 828-834, mai-jun.

Signor, A.A. 2008. Processamento de rações e utilização de complexo

multienzimático na produção de juvenis de tilápia do nilo (Oreochromis niloticus).

Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Marechal

Cândido Rondon. 50 pp.

Signor, A. A.; Signor, A.; Boscolo, W. R.; Feiden, A. 2010. Farinha de carne e ossos

na alimentação de larvas de tilápia do Nilo. Ciência Rural, Santa Maria, 40 (4): 970-

975, abr.

Silva, W. O. B. 2005. Lipases de (Metarhizium anisopliae): purificação parcial,

regulação e secreção durante o processo de infecção do carrapato bovino Boophilus

microplus. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul,

Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 96 pp.

Silva, J.A.M.; Pereira-Filho, M.; Cavero, B.A.S.; Oliveira-Pereira, M.I. 2007.

Digestibilidade aparente dos nutrientes e energia de ração suplementada com

enzimas digestivas exógenas para juvenis de tambaqui (Colosssoma macropomum

Cuvier, 1818). Acta Amazonica. 37(1): 157 – 164.

Silva, E.C.S.; Pereira-Filho, M.; Roubach, R.; Ituassú, D.R.; Soares e Silva, R.C.

2008. Substituição de proteínas de origem animal por proteínas de origem vegetal

Page 52: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

42

na dieta para o tucunaré paca (Cichla sp.). Bol. Téc. Cient. Cepnor, Belém, 6 (1):

121 – 131.

Silveira, U.S.; Logato, P.V.R.; Pontes, E.C. 2009. Alimentação das espécies de

peixes no ambiente natural para o estabelecimento das dietas em cativeiro. Artigo nº

78. Revista Eletrônica Nutritime. 6 (1): 801-816, janeiro-fevereiro.

Sinha, A.K.; Kumar, V.; Makkar, H.P.S.; De Boeck, G.; Becker, K. 2011. Non-starch

polysaccharides and their role in fish nutrition – A review. Food Chemistry 127:

1409–1426.

Soares, E.C. 2008. Cultivo intensivo de espécies carnívoras. Rev. Bras. Enga. Pesca

3(2), jul.

Soares, E.C.; Pereira-Filho, M.; Roubach, R.; Soares e Silva, R.C. 2008. Protease

exógena em dietas para juvenis de tucunaré-paca (Cichla sp.). R. Bras. Zootec., 37

(6): 971-976.

Souza, R.T.Y.B. 2007. Avaliação fisiológica do pirarucu, Arapaima gigas, alimentado

com diferentes dietas em sistema intensivo de tanques-rede. Relatório final (bolsa do

CNPq – Programa PCI/DTI) – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.

Manaus. 35 pp.

Stech, M. R.; Carneiro, D. J.; Pizauro Jr., J. M. 2009a. Fatores que afetam a

produção de enzimas digestivas em peixes e o uso de enzimas exógenas como

ferramentas em nutrição de peixes. Ensaios e Ciência: Ciências biológicas, agrárias

e da saúde. Vol. XIII, nº 2.

Stech, M.R. 2009b. Enzimas exógenas na alimentação de cachara

(Pseudoplatystoma reticulatum). Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual

Paulista “Julio de Mesquita Filho”. - - Jaboticabal – São Paulo. 116 pp.

Page 53: INFLUÊNCIA DA ADIÇÃO DE PROTEASE E LIPASE SOBRE A ...pgaquicultura.inpa.gov.br/pgaquicultura/images/Aline Alcntara.pdf · Universidade Nilton Lins. CDU 639.3.043. alternativ Sinopse:

43

Sucasas, L.F.A. 2011. Avaliação do resíduo do processamento de pescado e

desenvolvimento de co-produtos visando o incremento da sustentabilidade na cadeia

produtiva. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. São Paulo. 166 pp.

Sussel, F.R. 2008. Alimentação na criação de peixes em tanques-rede. APTA

(Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios. Assis, São Paulo.

Teixeira, E.A.; Crepaldi, D.V.; Faria, P.M.C.; Ribeiro, L.P.; Melo, D.C.; Euler, A.C.C.;

Saliba, E.O.S. 2006. Substituição de farinha de peixes em rações para peixes.

Revista Brasileira de Reprodução Animal, Belo Horizonte, 30 (3/4): 118-125, jul./dez.

Tucker C.S., Hargreaves J.A. (2004). Nutrition. In : Tucker C.S., Hargreaves J.A.

Biology and culture of channel catfish. Elsevier. 279-323.

Verdouw, H.; Van Echted, C.J.A.; Dekkers, E.M.J. 1978. Ammonia determination

based on indophenol formation with sodium silicylate. Water Research, 12(6): 397-

402.

Vidal Jr., M.V.; Donzele, J.L.; Andrade, D.R.; Santos, L.C. 2004. Determinação da

Digestibilidade da Matéria Seca e da Proteína Bruta do Fubá de Milho e do Farelo de

Soja para Tambaqui (Colossoma macropomum), Utilizando-se Técnicas com Uso de

Indicadores Internos e Externos. R. Bras. Zootec., 33 (6): 2193-2200, (Supl. 3).

Yildirim, Y.B.; Turan, F. 2010. Effects of exogenous enzyme supplementation in diets

on growth and feed utilization in african catfish (Clarias gariepinus). Journal of Animal

and Veterinary Advances 9 (2): 327-331.