-
FENOMENOLOGIA ORGNICA E PSQUICA DA MEDIUNIDADE Prof.() Srgio
Felipe de Oliveira sergiofelipe@uniespirito.com.br
Tpico 1 Os estados de transe ou fenmenos medinicos Estudamos
dentro deste tema - Fenomenologia Orgnica e Psquica da Mediunidade
- os estados de transe ou fenmenos medinicos. Cremos que as
hipteses levantadas aqui e as pesquisas j efetuadas ressaltam a
importncia do tema no contexto da sade e o colocam dentro de uma
rea mais ampla da medicina, a da neuroanatomia funcional e
transpessoal. Sentimo-nos vontade para abord-lo, porque o Cdigo
Internacional de Doenas (CID) no. 10 (F 44.3) j reconhece os
estados de transe e possesso por espritos; do mesmo modo que o
Tra-tado de Psiquiatria de Kaplan e Sadock, da Universidade de Nova
York, no captulo sobre Teori-as da Personalidade faz meno ao
assunto; e Carl Gustav Jung, em sua primeira obra, analisa o caso
de uma mdium, uma moa, "possuda" por um esprito, no estudo que fez
dos fenmenos ocultos. Alis, esse termo - possesso por espritos -
usado pela Associao Americana de Psi-quiatria, no DSM4 - Casos
Clnicos. A moa estudada por Jung ficava possuda por espritos e
apresentava crises, do tipo hsteroepi-leptiformes, ou seja, uma
mistura de histeria e epilepsia, uma alterao complexa de
comporta-mento. Em sesso medinica, ela manifestava a personalidade
de um esprito conhecido, um fa-miliar dos assistentes. Aps os
ataques espirituais, apresentava fortes dores de cabea que eram
amenizadas por um ritual desenvolvido por ela mesma, o do
autopasse, que a imantava de ener-gia, atravs de movimentos dos
braos. Hahnemannn, o fundador da Homeopatia, usou esse ter-mo -
passe - no Organon; Jung, tambm, em suas obras. Os fenmenos
medinicos so muito ricos, tanto podem aparecer na forma de sintomas
orgni-cos e psquicos, quanto de fenmenos ocultos ou paranormais.
Para enfoc-los, vamos partir do pensamento contemporneo da Cincia.
A primeira hiptese a ser estudada a da existncia do mundo
espiritual, a existncia de dimen-ses ou Universos Paralelos. A
Fsica atual tem apresentado vrias teorias, na tentativa de unificar
todas as foras fsicas co-nhecidas, uma delas Teoria das Supercordas
que pressupe a existncia de 11 dimenses, tam-bm conhecidas como
universos paralelos, coincidindo com a revelao esprita sobre os
vrios planos da vida espiritual.
De forma muito simplificada, podemos dizer que a Teoria das
Supercordas trabalha com a hiptese de que as partculas atmicas
sejam como cordas de energia; assim, se esquematizssemos um eltron,
o veramos como uma corda, com uma vibrao numa extremida-de; se
fosse um nutron, seria a mesma corda s que teria, por exemplo, uma
vibrao na posio interme-diria, um prton vibraria na outra
extremidade. As-sim, essas trs partculas do tomo, seriam cordas,
car-regariam a mesma estrutura, mas teriam vibraes di-ferentes.
Somente essas oscilaes peculiares seriam responsveis pela
configurao delas.
Dessa forma, consegue-se unificar tudo, chegar a uma partcula
essencial, que poderamos cha-mar de supercorda simples.
-
Embora ainda no tenhamos uma comprovao final dessa teoria,
interessante acompanharmos os seus estudos na compreenso do
macrocosmo. Seriam as super cordas o fluido csmico uni-versal de
Kardec? Dizemos isso porque, para estudarmos a origem do universo,
precisamos pes-quisar a fonte de onde vieram as partculas e
subpartculas atmicas, porque, afinal, tudo come-ou num ponto menor
do que a cabea de um alfinete. Ento, as formas e os padres
existentes no microcosmo seriam reproduzidos no macrocosmo. Ser que
o universo seria tambm uma grande corda de energia? Vamos tentar
utilizar essa ideia para a compreenso da forma do uni-verso.
Imaginemos que a nossa dimenso seja uma grande corda de energia, um
tapete. Conti-nuemos o raciocnio: o nosso espao tridi-mensional,
curvo. Sabemos disso porque se tentarmos fazer uma triangulao de
trs estrelas no firmamento, vamos constatar o seguinte: essas trs
estrelas formam um tri-ngulo, este possui a soma dos ngulos
in-ternos maior que cento e oitenta graus. E is-to s possvel se
esse tringulo estiver de-senhado sobre um espao curvo.
Analisemos agora o seguinte, quando se tem um plano
bidimensional, como uma folha de papel, por exemplo, no momento em
que ela se curvar, o far para a terceira dimenso. Assim, o objeto,
antes plano, torna-se um cilindro, passa de duas para trs
dimenses.
O mesmo acontece com o nosso espa-o de trs dimenses, como ele
curvo, po-demos dizer, ento, que se curva para a quar-ta dimenso.
E, assim, sucessivamente. A quarta dimenso um espao que se chama
espao-tempo. Mas o tempo tambm curvo, por ra-zes que no caberiam
ser discutidas aqui, ento, sendo curvo ele se curva para a quinta
dimenso e assim sucessivamente, de forma que, para os clculos
complexos da Teoria das Supercordas, chega-se a onze dimenses.
Seria, portanto, o mesmo tapete, imaginado, inicialmente, curvado,
um plano sobre outro.
o mesmo universo, s que dobrado em vrias dimenses, essas seriam
os universos paralelos, que corresponderiam aquilo que ns chamamos
de planos espirituais ou Espiritualidade. De sorte
-
que estamos indagando o seguinte: ser que nesses universos
paralelos, no haveria a continui-dade da vida? Se isto possvel,
depois da terceira dimenso, onde nos encontramos, deixamos o corpo
fsico e partimos para outra. Seria o fenmeno da morte, seguido de
um renascimento para uma nova vida.
Vamos supor dois personagens: Joo e Maria vivendo em um plano
bidimensional; eles teriam a possibili-dade de visualizar tudo o
que est compreendido em duas dimenses, porque tm estrutura
sensorial ade-quada para isso. Ns que estamos na terceira dimen-so
podemos enxergar Joo e Maria, mas eles no tm condies de nos ver, a
no ser que saiam do mundo em que esto e nos alcancem.
O mesmo raciocnio vlido para a quarta, quinta, sexta e demais
dimenses, tambm chamadas de universos paralelos. Isto ocorre
sempre, se existe algum em uma dimenso acima da nossa, ele pode nos
ver, mas ns s conseguiremos enxerg-lo, se sairmos do corpo, atravs
do desdo-bramento ou Experincia Fora do Corpo (EFC ou OOBE), e
adentrarmos o mundo em que ele est. Muito bem, analisado esse
conceito, preciso estudar a estrutura fsica que compe as dimen-ses
espirituais. Vejamos, ento, algo sobre a constituio da matria. A
primeira questo que a matria, como ns a percebemos, como a
sentimos, constituda de tomos, compostos, por sua vez, por prtons,
nutrons e a eletrosfera ou a nuvem de eltrons. Ento, toda a matria
tem, por assim dizer, na sua superfcie, uma quantidade de eltrons,
que so partculas de carga negativa.
Quando aproximamos dois corpos materiais, na verdade, estamos
juntando camadas de eltrons, isto o mesmo que aproximar ims da
mesma polaridade, o que provoca uma repulso, porque a atrao, como
sabemos, s possvel se houver polos contrrios. No caso da matria, a
sua ca-mada superficial formada por eltrons, o que implica em
repulso e esta que d a impresso ttil. O que ns sentimos, ao pegar
um objeto, a repulso dos eltrons.
Se fosse possvel tocar a matria, conforme se imagina no senso
comum, ento, essa camada de eltrons entraria em outra, de modo a
produzir uma verdadeira fuso atmica. E isso daria uma grande
exploso. Assim, um aperto de mo, um abrao, seria uma exploso que
poderia, talvez, destruir o mundo. Com isso se conclui que a matria
intangvel. Outro fato interessante tambm o seguinte: Para que um
objeto possa ser visto, h a necessida-de de que ele esteja
iluminado, desse modo, o que enxergamos no o objeto, mas a luz
refletida nele. Ento a matria invisvel, e tambm intangvel. Coisa
curiosa, porque normalmente o materialista acredita na matria com
consistncia concreta, mas, na realidade, ela no o . Outro aspecto
importante: possvel tocar-se uma pessoa abra-la, beij-la, e no se
sentir nada. Ao mesmo tempo, h a possibilidade de existir uma
pessoa distante, que pode ser evocada, por uma lembrana, um cheiro,
um objeto qualquer, e a gente se emocionar. De uma forma potica,
podemos dizer que o que toca o esprito, a alma, a matria no, ela
apenas intermedeia a rela-o entre as pessoas e entre as pessoas e
os objetos. Outra questo tambm: o tomo. A maior parte dele vazia.
Quer dizer, a essncia da matria constituda de vcuo. E este
significa ausncia absoluta de matria.
-
Ocorre o seguinte, Einstein, atravs de clcu-los matemticos j
havia presumido que, no vcuo do tomo, teramos uma energia
de-nominada por ele de energia flutuante qunti-ca do vcuo.
Posteriormente, Paul Dirac, ganhador do Prmio Nobel de Fsica,
trabalhou essa ques-to do vcuo atmico, afirmando que existe um mar
de partculas, subjacente a ele. Como entender esse mar de
partculas? Elas vibrari-am numa velocidade infinita, tornando-se,
ento, invisveis, como acontece com as ps de um ventilador ou as
hlices de um avio, que oscilam muito rpido, e por isso no se
consegue enxerg-las. Assim, as partculas com vibrao muito rpida
tornam-se invis-veis aos sensores da nossa cincia, que no tem
tecnologia para detect-las.
Temos, ento, um mar invisvel. O que acontece? Quando uma
partcula se choca com outra, vinda desse universo subjacente ao
vcuo, ela perde um tanto da sua velocidade, que fica semelhante da
luz e aparece no vcuo. Isto, no entanto, momentneo, porque
novamente ela decai para o mar de partculas. como se fosse uma
pedra que se atira para cima, vai at um certo ponto e, depois,
volta. Na verdade, a energia flutuante quntica do vcuo representada
por partculas de matria ou de antimatria de velocidade,
presumivelmente, superior da luz, que poderiam, eventualmente,
aparecer no vcuo atmico, aos nossos sensores, voltando, depois, a
cair no mar de partculas. Dessa forma, o vazio, a ausncia de matria
no existiria. Curiosamente, na Universidade de So Paulo, no
Instituto de Fsica, o Laboratrio de Pesquisa de Hadrons vem se
baseando na ideia de que o vcuo, na verdade, aonde existe a maior
parte da estrutura da matria, subjacente a ele, existiria um
universo de partculas que ainda no foi avistado. A respeito do
trabalho dos cientistas h, no Brasil uma interessante obra
psicografada por Fran-cisco Cndido Xavier, "Nos domnios da
mediunidade", que faz parte de uma coleo de catorze volumes, do
tipo romanceado, que trazem muitas revelaes cientficas e explicam a
questo da relao entre o mundo espiritual e o fsico. Nesse livro, na
sua introduo, o Esprito Protetor do mdium, Emmanuel, afirma que os
cientistas materialistas so tambm de Deus, porque, ao in-vestigarem
a estrutura da matria, vo chegar concluso de que ela no existe e
perdero o ob-jeto de sua prpria convico. E no isso o que est
acontecendo, desde o advento da fsica quntica? Na verdade, o termo
matria precisa ser amplificado, porque ela no somente esse tipo que
ns conseguimos apalpar, mas tambm o que entra na constituio desses
universos paralelos ou planos espirituais, que seriam dotados de
outros dos seus padres, que vibram em outra frequn-cia, em outra
dimenso. Assim, em tese, nas diversas dimenses, ela no deixaria de
ter consis-tncia para os habitantes de cada uma delas. Desse modo,
o plano espiritual no seria constitudo por figuras virtuais ou
fantasmas etreos, mas por entidades de consistncia fsica slida, com
grande expresso de cores, formas, sons, compostos por outros padres
de matria desconhecidos ainda da nossa Cincia contempornea, mas, j
presumidos pelos estudos da fsica terica ou da fsica matemtica.
Como traduzir tudo isso em equaes? Nessa tentativa, preciso
analisar a relao entre massa e energia.
-
Se tomarmos a frmula de Einstein, energia diretamente
proporcional ao produto da massa pela velocidade da luz ao
quadrado; dividido por raiz quadrada de um menos a velocidade da
partcula estudada, sobre a velocidade da luz ao quadrado com a
velocidade da partcu-la tendente a velocidade da luz.
Essa equao de Einstein leva a uma partcula, que tem quase a
velocidade da luz, ento essa fra-o V/C quase um, um menos quase um,
d um nmero muito pequeno, zero vrgula zero, ze-ro, zero, zero, um.
Produto da massa pela velocidade da luz ao quadrado, dividido por
zero, vr-gula, zero, zero, zero, zero, zero, zero, zero, zero, um
vai dar numa energia elevada, detectvel pelos nossos aparelhos,
essa equao, ela vai retratar todo o nosso universo biolgico,
material biolgico, a nossa biosfera, ento, responderia a essa
equao, o corpo fsico, ou melhor, biol-gico e tambm o nosso duplo
etrico.
O que o duplo etrico?
So todas as radiaes fsicas do nosso corpo, por exemplo, a
el-trica. Se fazemos um eletrocardiogra-ma, detectamos a radiao do
co-rao; um eletroencefalograma a do crebro. Podemos tambm detectar
a radi-ao magntica, atravs da resso-nncia nuclear magntica de
nos-so corpo, transformada em ima-gem. Quer dizer, o nosso corpo,
tem uma radiao eletromagnti-ca, assim como a radiao de ca-lor,
todas elas pertenceriam ao corpo orgnico, a partir do duplo
etrico.
-
Com a morte do corpo biolgico, este corpo sutil tambm perece. A
equao de Einstein responderia pelos fenmenos biofsicos que ocorrem
no corpo biolgico e no duplo etrico. Essa equao de funo quadrtica,
sendo assim ela fornece duas respostas, a outra seria representada
por uma outra equao, que seria a seguinte:
A energia diretamente proporcional massa inicial pela velocidade
da luz ao quadrado, sobre raiz qua-drada da velocidade da partcula
estudada sobre a ve-locidade da luz ao quadrado menos um, sendo a
velo-cidade da partcula estudada tendente ao infinito.
Conclumos, assim, que a vibrao da partcula estudada seria
infinita, no se limitaria, portanto, aos 300 mil Km/s da velocidade
da luz. Esta outra resposta, foi como que deixada de escanteio
pelos estudos da Fsica, porque ela derroga a Lei da Causalidade. Se
tivermos uma partcula que supere a velocidade da luz, ela
regrediria no tempo e teramos, ento, uma derrogao da lei da
causalidade. Isto causa um certo mal estar entre os fsicos porque
eles teriam que modificar os paradigmas da prpria Fsica e at mesmo
os que servem de modelo e guia ao nosso cotidiano. O fato que essa
equao existe. E h pesquisadores que esto em busca de uma
representao fsica dessa equao e acreditam que ela possa representar
uma outra realidade fsica. Acredita-mos que essa equao possa ser
aproveitada. Nela, infinito dividido por velocidade da luz
infi-nito, menos um infinito. Vemos, ento, que a velocidade da
partcula estudada pode ser infinito. O produto da massa pela
velocidade da luz ao quadrado dividido por infinito vai dar um
nmero infinitamente pequeno, uma energia muito pequena que
poderamos chamar de energia sutil. Essa energia seria a vital,
prpria do perisprito, do corpo bioplasmtico ou da matria do plano
espiritual. A equao res-ponderia a essa questo.
-
Isto quer dizer que as partculas teriam vibrao to intensa que se
tornariam indetectveis aos nossos sensrios e aos aparelhos que a
Cincia detm hoje em termos de tecnologia. Muito bem, veja que coisa
curiosa, vamos fazer um grfico ilustrativo dessas equaes.
Se ns pegarmos a primeira equao correspondente ao corpo
biolgico, E igual m zero c ao quadrado sobre raiz quadrada de um
menos v sobre c ao quadrado, v tendente a c, ns tera-mos um grfico
assim.
Agora vamos ver a outra equao cor-respondente ao perisprito, aos
corpos sutis: energia, m zero c ao quadrado so-bre raiz quadrada de
v sobre c ao qua-drado menos um com v tendente ao in-finito. Ento
vamos tentar ver como fi-caria o grfico dessa condio, ficaria
assim.
Podemos construir uma metfora, mas para traduzir um conceito
verdadeiro. Imaginemos que aqui ns teremos o universo fsico, e aqui
o universo mental. Ento de acordo com essa formula-o, o universo
fsico e o mental, no teriam ponto de contato, o universo mental
seria uma reali-dade virtual do universo fsico como a imagem de um
espelho. Ento a ideia de que a imagina-o, que o pensamento seriam
coisas virtuais, destitudos de representatividade fsica, estaria
en-quadrado dentro deste tipo de equao. Agora aqui, os dois
universos interceptam-se, acasalam-se, eles se tocam. como se Alice
tives-se transfixado o espelho, vamos dizer assim. Ento o universo
mental ou psquico ou o universo da alma, tem uma relao com o
universo f-sico. A imaginao e o pensamento, teriam um ponto de
contato real e concreto com o universo fsico.
Os estudos recentes de tomografias por emis-so de psitron e
ressonncias funcionais, vm mostrando que o ato de pensar consome
oxignio e glicose, e diversos padres do pen-samento, como os da
memria ou imaginao, por exemplo, vo provocar um aumento da
microcirculao cerebral, em reas especficas do crebro que esto
ligados a esses padres.
-
Ento a medicina vem demonstrando que o pensamento uma energia.
Por que? Porque se o ato de pensar gasta oxignio e glicose, realiza
trabalho. Entendendo-se por trabalho, o produto da fora pelo
deslocamento da matria; podemos concluir que o pensamento uma fora
que con-some oxignio e glicose, e, como tal, desloca matria,
realiza trabalho, ento, energia. uma energia que causa impacto
sobre a matria. Resta um grande questionamento: o crebro secreta o
pensamento ou este produzido por um outro sistema e o nosso corpo
seria um transdutor desse pensamento? Afinal, o crebro o pro-dutor
ou veiculador do pensamento? Para buscar respostas, precisamos
entrar um pouco na matemtica de Gdel, esse eminente ma-temtico que
trabalhou com Einstein. Vou tentar traduzir a minha compreenso
sobre a comple-xa elaborao mental do Teorema de Gdel. A ideia bsica
seria a seguinte: Um sistema no capaz de deter autoconscincia. Como
seria isso? Imaginemos uma equao matemtica por exemplo: ax2 + bx +
c = 0. Ento essa equao vai chegar a um resultado, xI, e xII. Dois
resultados alis. Essa equao explica o resultado, mas o modo como
essa equao funciona somente poder ser explicada por uma outra equao
que vem de fora. Vamos pensar tambm num computador: ele pode ser o
mais elaborado do mundo, ultrarrpido, quase dotado de conscincia
prpria, quase, porque ele depende de um programador que vem de
fora. Se no h um programador ele no pode funcionar, no tem como
gerenciar a sua prpria existncia. Imaginemos que esse computador
seja o nosso crebro, o mais perfeito j construdo. Sem um
programador, esse computador no seria capaz de ter autoconscincia.
A conscincia, portanto, teria de vir de fora, de um programador que
no pertencesse sua estru-tura. Assim, segundo o Teorema de Gdel, um
sistema no capaz de autoconscincia, esta tem de vir de fora.
Roger Penrose
O nosso crebro sendo um computador, a conscincia, cer-tamente,
no vem dele, est num programador que est fora dele, isto , em um
metasistema, distinto dele. Para ns, esse metasistema o esprito,
alma ou psiquismo. Assim, o cre-bro seria um arquivador, uma CPU,
um computador que viria de um programador que o esprito. Essa ideia
revolucionria na rea da neurocincia. Na ver-dade, a nossa
conscincia no vem do corpo, mas este seria um transdutor dela,
porque a sua origem viria de um meta-sistema ou Esprito.
Tpico 2 Se morre o corpo, o Esprito sobrevive? Na falta de uma
resposta definitiva, vamos trabalhar com essa hiptese - a
personalidade, a iden-tidade da pessoa vem do Esprito. Morre o
corpo, mas o Esprito sobrevive e vai habitar os uni-versos
paralelos, as dimenses espirituais. Plato na sua obra A Repblica
relata o episdio de Er, um indivduo que saiu do corpo fsico e foi
visitar o mundo espiritual, relatando na volta, do ponto de vista
fsico, esse outro plano. Na obra de Dante Alighieri A Divina
Comdia, vemos a descrio do cu, do inferno e do pur-gatrio, com base
nas visitas que o autor fez s diversas dimenses da espiritualidade,
num relato do que constituiria o espao fsico e a vida nesses
locais. Temos tambm as obras codificadas por Allan Kardec, por
exemplo, o livro O cu e o inferno, relatos de espritos, ou pessoas
que j partiram para o plano espiritual, mas que mantiveram a sua
inteligncia, a sua individualidade, aps a morte do corpo biolgico.
Contaram tambm, atravs do fenmeno medinico, como a conscincia fsica
do plano em que esto, quais seus sentimentos e sensaes e as
consequncias dos atos que praticaram na existncia terrena.
-
Nesse particular muito interessante ler obras de Francisco
Candido Xavier que contam sobre experincias de pessoas mortas no
mundo espiritual e que depois enviaram mensagens aos fami-liares,
atravs dele. Essas psicografias de Chico Xavier foram estudadas
numa pesquisa da Asso-ciao Mdico Esprita de So Paulo, mormente
coordenada pela doutora Marlene Nobre e pelo senhor Paulo Rossi
Severino, que foi publicada em uma obra muito interessante - A Vida
Triunfa - que contm, alm de 45 mensagens, um estudo estatstico
sobre as psicografias de Chico Xavi-er, baseado nos relatos dos
prprios familiares que responderam a questionrios especialmente
preparados. Temos tambm as investigaes no campo das Experincias de
Quase Morte (Near death Expe-rience- NDE ou Experiences aux
frontires de la Mort), como, por exemplo, as estudadas pelo dr
Peter Fenwick, da Inglaterra,e muitos outros pesquisadores
norte-americanos. So os relatos de pessoas que no ato da morte, da
parada cardiorrespiratria, visitaram o mundo espiritual e
guar-daram a lembrana disso. O esprito sobrevive morte do corpo
biolgico e habita nos universos paralelos. Esse tipo de vida pode
ser concebido, pela cincia, como hiptese de trabalho. Afirmo que
vou trabalhar com essa hiptese, se est certa ou no, s o avano da
cincia respon-der. Se estiver correta, ser comprovada pelo
progresso cientfico, se no, teremos de buscar a Verdade onde quer
que ela se encontre, como no-lo ensinou Allan Kardec. As religies
devem acompanhar o progresso da cincia, procurando respaldar, nela,
os seus pos-tulados e sua fundamentao. Por recomendao de Allan
Kardec, isso que acontece com o Es-piritismo. H uma questo tambm
sobre a realidade do esprito. A hiptese da existncia do esprito e
de sua sobrevivncia aps a morte, no um recurso destitudo de fora
paradigmtica. A matem-tica, j utiliza tais recursos.
Por exemplo, se levarmos em considerao este nmero: raiz quadrada
de menos dois; pelo conjunto dos nmeros reais, voc no re-solve essa
equao. Ento a matemtica in-ventou um nmero: i ao quadrado, que foi
chamado, nmero imaginrio. Assim ficou que i ao quadrado igual a
menos um, sendo assim, raiz quadrada de menos dois seria raiz
quadrada de i ao quadrado vezes dois que igual a i raiz de dois.
Dessa forma, ficou re-solvida a equao.
Ocorreu ento que a matemtica, com o nmero imaginrio, introduziu
um universo de nmeros, os chamados nmeros complexos. Com isso, foi
possvel a execuo de grandes trabalhos da tecnologia, como o envio
de foguetes para a Lua, sondas para Marte, e assim por diante.
Mesmo sendo um nmero imaginrio, no deixou de ser constitudo de
representao concreta. Se a matemtica criou esse nmero imaginrio
para resolver seus problemas, ser que a gente no pode presumir a
existncia do Esprito como sendo um recurso de raciocnio para tentar
en-tender a neurofisiologia, a neuropsicologia, a sociologia das
relaes humanas? Ser que no po-demos trabalhar com essa hiptese, a
da existncia do Esprito, do ser enquanto individualidade, tentando
traduzir os fenmenos neuropsicolgicos, neurofisiolgicos e at
sociolgicos para en-tend-los melhor? Acredito, portanto, que no
estamos, cometendo uma heresia cientfica ao usar esse recurso, o de
presumir a existncia da alma, para tentar entender o fenmeno. assim
que ns vamos trabalhar o nosso raciocnio ao longo da explanao desse
curso. Vamos presumir a seguinte ideia: existem muitos planos
espirituais que so as diferentes dimen-ses ou universos paralelos.
interessante lembrar tambm as pesquisas do psiquiatra Stanislav
Grof.
-
Curiosamente, na dcada de 50, um qumico do Laboratrio Sandoz
descobriu uma substncia chamada cido lisrgico e no se sabia
exatamente quais seriam, em sua totalidade, as conse-quncias da
ingesto dela. Sabia-se apenas que atuava na rea do sistema nervoso.
Foram cha-mados psiquiatras voluntrios para ingerirem a tal
substncia e Stanislav Grof apresentou-se co-mo um deles. Bem, ao
ingeri-la - desaconselho isso a qualquer pessoa - Stanislav Grof
teve uma viso do mun-do espiritual, segundo seus relatos, no livro
"Alm do Crebro". Temos observado esses mesmos relatos entre os
usurios dos mais variados tipos de drogas, que tambm so totalmente
desacon-selhveis. Essas drogas podem remeter a pessoa s mais
variadas dimenses espirituais, sejam elas os umbrais tenebrosos ou
os planos paradisacos. Na observao de pacientes usurios de drogas,
temos encontrado algum ponto de coincidncia com as experincias
relatadas por Stanis-lav Grof. Posteriormente, quando se averiguou
que essas drogas so lesivas ao crebro, Grof passou a uti-lizar
tcnicas para entrar em estados de transe, de forma a no precisar do
uso de nenhuma subs-tncia psicoativa, como a que obtm atravs da
msica, e da hiperpnia, que a respirao rpi-da. Dessa forma, a pessoa
entra em estados alterados de conscincia, tambm chamados estados
holotrpicos. A pessoa pode estar centrada no seu universo biolgico,
deslocada para o espiritual ou para o seu subconsciente. como se
ela estivesse aderida ao prprio corpo, semideslocada dele ou
submer-sa dentro de sua alma, do seu psiquismo, do seu
subconsciente. Por exemplo, quando voc observa uma pessoa, no
momento em que ela est tentando se lembrar de um fato que ocorreu
com ela, parece que o seu olhar se vira para dentro de si mesma.
uma impresso subjetiva, como se o olhar se tornasse vago, e a
pessoa estivesse penetrando dentro de si, desliga-se do ambiente;
percebe-se no olhar dela essa alterao; h como que um mergulho no
espao subconsciente ou no inconsciente.
Quando uma pessoa est com a ateno alerta, no caso em que espera
al-gum entrar na sala, ou vai atravessar uma rua, ela est centrada
no corpo biolgico. Se est sentada num sof, meio sonolenta, entra
numa fase hipnaggica, desloca-se do corpo e tem vises, ouve e v
coisas, ela no est nem dormindo nem tampouco acordada, num estado
de semitranse, va-mos dizer assim, ela est na dimenso
es-piritual.
H casos de relatos de fenmenos de desdobramento em que a pessoa
se desloca verdadeiramen-te e tem acesso s informaes do mundo
espiritual. O que tudo isso quer dizer? Que a nossa conscincia, nem
sempre est centrada aqui no biolgi-co, ela oscila. Ora ela est
deslocada para o mundo espiritual, ora est submersa no
subconscien-te, ora no mundo material em estado de alerta. Ento a
nossa conscincia age como uma funo de onda, que oscila, do modo de
uma senide. A cada timo de segundo como se ns vibrsse-mos, sassemos
do corpo, submergssemos no nosso subconsciente e nos centrssemos.
Essa os-cilao contnua, de forma que a nossa viso de realidade aqui
na biosfera, no biolgico, des-contnua.
-
Voc j deve ter observado isso. Por exemplo, quando voc vai
assistir a uma pea de teatro, concentra-se, mas no so todas as
frases, as palavras, os jeitos, os trejeitos que voc observa. Algum
diz assim: - Voc viu quando o ator fez tal e qual coisa? - Puxa,
esta parte eu no vi. - U, voc estava olhando, como que voc no viu?
O outro fala: - Voc viu tal coisa? - Ah! isso eu no vi. Quer dizer,
h uma viso descontnua da realidade, porque a nossa conscincia,
oscila os nveis de concentrao. s vezes uma pessoa passa na sua
frente e voc no v; porque a nossa consci-ncia oscila, a nossa viso
de realidade fragmentria. Tpico 3 A nossa conscincia uma funo de
onda Muito bem, ento a nossa conscincia uma funo de onda, que
possui uma frequncia e uma amplitude. Se uma pessoa estiver num
estado alterado de conscincia, ou por uso de drogas, ou por que est
entrando numa psicose ou outra situao de desequilbrio, ela vai
mudar a frequncia da ampli-tude de onda da conscincia. Com isso,
ficar mais projetada na dimenso espiritual, na rea subconsciente, e
mais distante, da biolgica; estar mais voltada abordagem
espiritual, para a interatividade com o alm, ou para o
subconsciente, perdendo a definio de imagem da realida-de biolgica.
Nessa posio, a pessoa vai ter dificuldade de manter o raciocnio
lgico coerente, na verdade, h uma mistura de aspectos que ela capta
da dimenso espiritual, do seu inconsciente e da sua realidade
biolgica. Assim, ela vai trazer para a sua realidade, elementos do
discurso da vivncia espiritual, subcons-ciente e biolgica. H pouca
definio de imagem com uma fragmentao do discurso, prprio dos
transtornos dissociativos, dos quadros psicticos ou popularmente
chamados quadros de lou-cura. Ento, aqui, ela recebe uma
interferncia de personalidades intrusas, outros Espritos ou
entida-des, tem uma vivncia toda prpria da dimenso espiritual, ou
elementos de suas vivncias pas-sadas, do seu prprio subconsciente,
tudo isso somado a uma viso fragmentada da realidade. Nisso se
constitui o discurso da loucura: pseudoilgico. Digo pseudoilgico
porque, nesse discurso, se voc consegue discriminar do fraseado
tudo o que a pessoa diz, separando o que influncia espiritual, do
que da dimenso subconsciente e da biolgica, voc entende a lgica do
que est acontecendo com a pessoa.
O paciente ansioso, por exemplo, tem um fenmeno interessante: um
aumento muito grande da frequncia e consequente aumento de contato
com a dimenso espiritual e subconsciente, ao mesmo tempo em que
grande a definio de imagem da realidade biolgica.
-
O que acontece? H uma sobrecarga sensorial, uma confuso, e,
depois de um tempo, ela no tem mais energia para se sustentar;
entra em depresso. O que pretendemos ressaltar que a nos-sa
conscincia oscila. Vou mostrar o exemplo de um paciente que est
oscilando de acordo com estas caractersticas. Esse paciente pintou
estes quadros que se seguem. Pedi que, em cada estado, ele
desenhasse e pintasse uma tela, j que era habilidoso nisso. Vamos
observar alguns detalhes dos quadros. Observe esses prdios: o
paciente est em cima de um deles, indicando, inclusive, uma
tendncia suicdica. Veja como ele es-t se enxergando: fora do corpo,
porque es-t voando, enquanto o corpo est em cima do prdio. A viso
de realidade dele psi-codlica, colorida, florida, delirante.
Te-mos, aqui, um estado de transe, uma altera-o de estado de
conscincia, e elementos do universo subconsciente, traduzidos por
delrios e uma vivncia espiritual que o deslocamento do seu
corpo.
Essa, ele viveu a dimenso espiritual prpria dos es-tados de
transe, ele vive a dimenso espiritual.
Muito bem, aps um perodo de tratamento em que ele recebeu
medicao, tratamento psicolgi-co e espiritual, ele entrou numa
segunda fase. Queremos ressaltar o valor das medicaes, quan-do
indicadas de forma correta, porque elas ajudam o paciente a
ancorar-se na realidade biolgica, bloqueiam o fenmeno de
transe.
Aqui tambm, da mesma forma, ele vive a dimenso espiritu-al, a
conscincia est mergulhada no espiritual e no subcons-ciente. Veja,
aqui, o relato de como ele se entrega ao trata-mento.
Observe essa figura, ela mostra como ele est buscando ajuda e se
entrega ao tratamento. V-se que ele est deitado como se fosse num
bero ou no colo, in-teiramente entregue ao trata-mento. Muito bem,
o que ele v? V luzes aproximando-se dele, referindo-se ao
tratamento espiritual. Ao mesmo tempo, v-se saindo de si ou sendo
dis-secado, descreve rostos que se-riam Espritos que o possuam, que
o estavam perturbando. Es-pritos obsessores, conforme o seu
relato.
-
Dando continuidade ao tratamento, o pacien-te passa por uma
outra fase, em que ele j se centraliza na vida biolgica, apenas no
est encontrando a sua identidade: quem sou eu, afinal de contas?
Est em busca de uma iden-tidade, quer dizer, ele j est se centrando
mais na dimenso biolgica, apenas ainda no focalizou com perfeio, a
busca da sua identidade. Aqui ele j procura se centrar, procura um
foco na dimenso biolgica.
Finalmente, na continuidade do tratamento, vamos ter uma fase em
quem que o paciente se centraliza, passa a vivenciar a experincia
bi-olgica no universo corporal. No plano de fundo, os retalhos de
tudo o que passou e um grande questio-namento: o que aconteceu
comi-go? E aqui ele consegue se centralizar, vamos dizer assim, ele
se centrali-za, a funo de onda de conscin-cia se centraliza aqui
mais prxi-mo da dimenso biolgica.
Ento o que est acontecendo? O que est havendo? Em nossa vida
percorremos os diversos espaos das nossas dimenses: a interior, a
espiritual e a biolgica. A variao dos padres de oscilao vo
caracterizar os diversos estados alterados de conscincia, inclusive
os patolgicos, as diversas doenas. O que ns vamos estudar como que
tudo isso se processa dentro do nosso crebro, no nosso psiquismo.
Como que se do os fenmenos da nossa ligao com o mundo espiritual, e
o que que alteram em termos de comportamento, o que mediunidade.
Tpico 4 Mediunidade
-
Mediunidade uma funo de senso percepo. E como toda funo de senso
percepo precisa de um rgo sensorial que capte a mensagem; uma rea
cortical do crebro que a interprete e elementos do psiquismo que
faam o julgamento. O rgo do sentido capta, projeta para a rea
cortical do crebro e o psiquismo, esprito ou alma, faz o juzo
crtico daquela situao. Para explicarmos essa questo, tomemos um
pouco da anatomia do crebro. Vamos procurar mostrar como a glndula
pineal na sua forma, em algumas fotografias, atravs de uma lupa. A
forma varia conforme o crebro. Parece que no h uma pessoa com uma
pineal igual a outra. So vrios encfalos que foram estudados em
autpsia.
-
Na radiografia e na tomografia, o que temos um ponto branco, bem
no centro do encfalo: a pineal.
Ren Descartes dizia que a pineal o ponto onde o esprito se liga
ao crebro. Ser que a afirma-o dele era verdadeira? Estamos tentando
encontrar uma fundamentao biofsica para essa hi-ptese. Se o esprito
liga-se ao crebro pela pineal, como no existem duas pessoas iguais,
reflexamente tambm no vo existir duas pineais iguais. De fato o que
a gente observa. As pineais, de um e outro encfalo so bem
diferentes. E por que est a pineal aparece aqui, nestas
tomografias, como um ponto branco? Porque est in-crustada de
cristais de apatita, pelo processo de biomineralizao. H pessoas, no
entanto, que no apresentam essa caracterstica, no h uma incrustao
de cristais de apatita em quantidade suficiente para provocar uma
imagem radiopaca. Portanto h pineais que apresentam cristais de
apatita em grande quantidade, e outras que no, e no depende da
idade. Temos crianas que apresentam grande quantidade de cristais
de apatita e pessoas adultas que no os apresentam em quantidade que
possa ser vista na tomografia ou aos raios-X. Pesquisamos a
microscopia da pineal para tentarmos entender quais os elementos
que existiriam dentro dela, que poderiam ser responsveis pelo
processo de regulao da captao magntica, de ondas que, em tese,
viriam do mundo espiritual ou de recursos da telepatia. Ser que
existem estruturas na glndula pineal que poderiam responder por
esse fenmeno de captao? Ns a fotografamos internamente; observamos
aspectos da pineal cortada ao meio e utilizamos o microscpio
eletrnico de varredura do Instituto de Cincias Biomdicas da
Univer-sidade de So Paulo.
-
Vemos aqui pequenas esferas, que parecem amoras, incrustadas em
diversos pontos da estrutura interna da glndula. Podemos observar
essas estruturas, que aparecem de forma radiopaca na to-mografia,
um ponto branco no meio do crebro. Quando a pessoa apresenta grande
quantidade dessas estruturas, que so os cristais, eles apare-cem de
forma radiopaca, caso contrrio, tero consistncia carnosa. E isso
depende de caracters-ticas muito peculiares que ns estudamos de
pessoa a pessoa. Tudo indica que os cristais so estruturas
previstas no campo morfogentico da pessoa, quer di-zer, cada pessoa
deve nascer com a pr-disposio a ter um nmero de casulos dentro da
glndu-la, onde se aninham os cristais de apatita. Vamos ver uma
figura mais detalhada. Supondo que se frature um cristal, nesse
caso, tem-se a viso da estrutura interna dele, que formada por
lamelas concntricas, como quando voc corta um tronco de
determinadas rvores e as v.
Quanto mais velha a pessoa, mais lamelas ela vai apresentar, em
cada um desses cristais. Antigamente, pensava-se que a glndula
pineal, calcificava-se e perdia a funo, a partir de de-terminada
idade. Hoje, sabe-se que no, que na verdade o processo de
calcificao, melhor dizendo, de biominera-lizao, est implicado com
uma grande funo da glndula, a sua capacidade metablica. Esses
cristais, no so, portanto, estruturas mortas.
-
Inclusive, fizemos uma fotografia, tambm ao microscpio
eletrnico, demonstrando a existncia nesses cristais, de
microcirculao sangunea. Isso quer dizer que eles so metabolicamente
ati-vos, estruturas vivas. A calcificao no representa a morte da
glndula, pelo contrrio, h um metabolismo intenso nessas estruturas
que so diamagnticas. Fizemos um estudo analisando a estrutura
interna desses cristais, a substncia da qual so feitos - a apatita
- utilizando, para isso, a difrao de raios-X. Constatamos no s que
so cristais, pelos picos que formam a partir da difrao, mas tambm
que tm propriedades diamagnticas, repe-lem fracamente o campo
magntico.
Numa linguagem simples, podemos dizer que como se a onda batesse
num cristal e fosse rico-chetada para outro, desse para outro, e
assim sucessivamente. Desse modo, o campo magntico sequestrado pela
glndula. Quanto mais cristais a pessoa apresenta na glndula, maior
a capacidade de captar esse campo magntico, e isso caracterizaria o
fenmeno medinico propriamente dito, o que vem da dimen-so
espiritual, dos universos paralelos, fenmeno de incorporao, e assim
tambm o de telepa-tia, que seria a comunicao que vem da nossa
dimenso, das pessoas que esto encarnadas. Ela captaria determinados
planos do mundo espiritual que estariam em sintonia ou ressonncia
com o tipo de onda que a pessoa produz ou elege para seu prprio
clima mental. Dessa forma, a pineal funcionaria como uma caixa de
ressonncia das ondas mentais, seria capaz de intermediar o fenmeno
medinico. Em nossa hiptese de trabalho, portanto, a glndula pineal
o rgo sensorial da mediunidade. Tal como um telefone celular, capta
as ondas do espectro eletromagntico que vm da dimenso espiritual. O
lobo frontal o substrato cortical do juzo crtico da mensagem,
auxiliado pelas de-mais reas enceflicas. Tpico 5 Cristais de
apatita Temos entendido que, quando h cristais de apatita h uma
captura do campo magntico, prprio dos fenmenos de estados de transe
como a psicofonia, a psicografia, ou os transes de posses-so.
Se a pessoa no apresenta esses cristais de apatita, em
quantidade suficiente para se tor-narem radiopacos na tomografia,
tenho en-tendido que so pessoas cujo contato com a espiritualidade
se d por desdobramento, ou a chamada mediunidade anmica. Quer
dizer, a pessoa se desloca do corpo e esse desloca-mento provoca um
contato com a espirituali-dade, mais direto, de esprito a
esprito.
J num fenmeno medinico propriamente dito, como prprio dos que tm
bastante cristal de apatita, a comunicao se d por sequestro do
campo magntico e como se a entidade comuni-
-
cante se aproveitasse do aparelho medinico da pessoa para
traduzir a sua comunicao, para ex-pressar-se. Qual a importncia de
se discriminar entre esses dois padres de fenmenos? porque,
clinicamente, os sintomas de um caso e de outro so diferentes. Vou
detalhar o que observamos, porque pode ser que isso seja objeto de
pesquisa por parte daqueles que queiram dar continuidade a essas
ideias, na busca da verdade. Temos observado que a pessoa que
possui desdobramento, apresenta algumas caractersticas cu-riosas,
como por exemplo, distrbios do sono, estados de sonambulismo ou
variantes, tais como, terror noturno, contraturas musculares e
agitao, durante o sono, como o bruxismo. Fenmenos durante o sono so
comuns nas pessoas que tm desdobramento. Estas tambm costumam
refe-rir-se, muitas vezes, ansiedade e, s vezes, at fobia. A pessoa
entra em desdobramento e no tem conscincia do que est acontecendo;
capta elemen-tos do mundo espiritual e tambm subconscientes, em
quantidade, de modo que no compreende o que est acontecendo. Ento h
uma afetao, uma sobrecarga de senso percepo, isso levaria a um
estado de hiperestesia ou de ansiedade, e, por estar lidando com
sensaes desconhecidas, fobia. Inclusive uma fobia inexplicvel que a
pessoa acaba projetando para alguma coisa mais concreta que ela
possa explicar: medo de elevador, medo de inseto, medo de avio...
na verdade ela est dando uma justificativa mais concreta, mais
visvel para ela de um universo de fenme-nos que esto ocorrendo por
uma hipercaptao, porque o estado de desdobramento provoca um
alargamento da senso percepo. Esse tipo de estado prprio dos
iogues. Eles entram em desdobramento, tm uma percepo mais alargada
do ambiente, s que isso de forma consciente e disciplinada, e tambm
aumen-tam a capacidade de entrar dentro de si.
Imaginemos uma pessoa, que tem esse desdo-bramento, mas no sabe
o que est acontecen-do, ela tem um alargamento da senso percep-o,
mas no sabe o que vai buscar. No h uma objetividade, o campo fica
aberto para a captao de elementos do universo, do espao espiritual,
e tambm do seu subconsciente, mas no tem objetivo, fica, ento merc
do que vier, do que for captado. Desse modo, a pessoa fica com uma
sobrecarga de estmulos e levada ansiedade, fica aterrorizada por um
medo de no se sabe o que, e fica com uma autocrtica muito intensa
porque mergu-lha dentro de si sem objetividade, absorvendo coisas
de dentro de si que muitas vezes no in-teressam mais, j so
elementos do passado ou coisas assim.
Isso provoca na pessoa um desgaste imenso, e ela costuma ter
quedas de energia. Ela oscila, en-to, entre a ansiedade e a
depresso, a fobia e a depresso; h queda de energia e se voc for
pes-quisar elementos no psiquismo da pessoa, voc no encontra
consistncia no psicodiagnstico que justifique a dimenso dos
sintomas. Jung chamava isso de acausalidade, a pessoa apresenta um
volume de sintomas desproporcional quilo que voc observa no seu
psiquismo. A pessoa que tem desdobramento (EFC experincias fora do
corpo - ou OBE out of body experiencies), precisa ter objetivos de
vida muito claros para que a sua senso percepo seja diri-gida para
a conquista deles, de forma que o gasto de energia seja compensado
pela atividade construtiva, inclusive no mergulho dentro de si
mesma. Dessa forma, a pessoa no fica perdendo tempo com indagaes
internas que no tem sentido, apenas a desgastam.
-
Tenho observado tambm, que essas pessoas que tm desdobramento,
apresentam fenmenos orgnicos colinrgicos, ou seja, incremento da
atividade do aparelho digestivo e diminuio da presso arterial.
Curiosamente, os mdiuns de ectoplasmia, que produzem energia de
cura ou materializao, so de desdobramento tambm. Parece que o
desdobramento, talvez por ter um incremento de ativi-dade
sensorial, provoca na pessoa uma grande profuso de produo de
ectoplasma. Ento o m-dium de desdobramento bom mdium de
materializao e cura.
Andr Luiz, pela psicografia de Chico Xavier, relata exatamente
esse fato, que os mdiuns de materializao tm um incremento do
peristal-tismo , da produo cloridropptica do apare-lho digestivo
que uma funo colinrgica. Parece que a observao clnica, est de
acor-do com essa observao.
Este tipo de mediunidade, portanto, nem sempre se manifesta de
forma fenomnica. Muitas ve-zes, a pessoa tem muitos sintomas
psicolgicos, tais como depresso, fobia, ansiedade, ou org-nicos,
como digestivos e outros, que exigem da pessoa o desenvolvimento
medinico, ou seja, o conhecimento de seus padres sensoriais para
que possa dominar e usufruir isso de forma cons-trutiva.
Resultados parciais de nossas pesquisas tem demonstrado que a
pessoa que apresenta os cristais de apatita em grande quantidade,
nor-malmente, so mdiuns, tm alteraes do es-tado de transe,
apresentam fenmenos orgni-cos e psquicos um pouco mais
diferenciados. H uma ativao adrenrgica, a pessoa sente taquicardia
(acelerao cardaca), uma dimi-nuio do funcionamento do aparelho
digesti-vo, aumento do fluxo renal e tambm do fluxo sanguneo da
cabea e diminuio da circula-o perifrica.
-
Assim, a interferncia espiritual no aparelho medinico provoca
fenme-nos adrenrgicos e a pessoa, muitas vezes, pode ter uma perda
de controle de determinados comportamentos. Quais deles?
Comportamentos psicobiolgicos ou orgnicos: a fome, a sexualidade, o
sono, a agressividade. Neste ltimo, distinguimos a
autoa-gressividade, que a depresso e a fobia, e a
heteroagressividade que a irritabilidade e a violncia. So
com-portamentos que esto situados no hipotlamo.
A pessoa capta pela pineal a onda do espectro magntico, prprio
da comunicao medinica e muitas vezes no tem conscincia disso; pode
ser um fenmeno inconsciente. E essa captao, vai amplificar os
fenmenos que ocorrem nesta outra rea do crebro que o hipotlamo: a
fo-me, a sexualidade, a agressividade e o sono. A pessoa que recebe
uma influncia espiritual, pode, portanto, ter uma alterao e uma
perda de controle cclica desses comportamentos, ou da fome, como as
bulimias, a obesidade, as anorexias ou do sono, com os diversos
padres de transtorno do sono, ou da sexualidade e a ns diramos, a
dificuldade de formar vnculos, ou a agressividade, a
autoagressividade, a depresso, fobias, que so formas autoagressivas
ou heteroagressividade, a irritabilidade. A pessoa perde o controle
desses comportamentos. Ela afirma que no consegue controlar suas
tendncias no que diz respeito a um ou mais desses comportamentos,
por exemplo, a irritabilida-de, ela desproporcional ao estmulo.
Assim, tem fome, sem precisar de se alimentar, grandes dificuldades
de formao de vnculos nos relacionamentos referentes sexualidade e o
sono, a pessoa no consegue ter um sono reparador, repousante, tem
dificuldades nesse sentido. Alm disso, h o aumento, o incremento do
sistema nervoso autnomo adrenrgico que predis-pe a pessoa a doenas.
Se h um aumento do fluxo renal, predispe formao de pedras no rim
porque h um aumento do fluxo sem a correspondente ingesto hdrica.
Ento h uma ten-dncia de formar pedras, diminui o peristaltismo no
aparelho digestivo que tambm favoreceria a formao de pedras na
vescula. O aumento do fluxo sanguneo da cabea favorece os diversos
distrbios, as cefaleias, as enxa-quecas. H tambm um aumento da
frequncia cardaca que pode levar a arritmias cardacas, aumento da
presso arterial sistlica (hipertenso), ento esses estmulos do
impacto medinico, uma vez sem controle e de forma destrutiva, podem
levar a padres de alteraes orgnicas. A interferncia espiritual, por
se dar num rgo cerebral, vai ter impactos sobre o organismo, e, se
h uma alterao do psiquismo, vai se dar nos comportamentos
psicobiolgicos. No h sentido, portanto, em perguntar se um problema
espiritual ou orgnico? Na verdade, toda influncia espiritual atinge
o organismo, produzindo alteraes no sistema nervoso autno-mo, como
acabamos de relatar. Assim sendo, h uma conjugao de elementos. A
pessoa pode ter a mediunidade, at ostensiva, mas no ter
clarividncia, nem clariaudincia, no ter nenhum desses fenmenos
paranormais, pois tudo isso pode estar vertido para um outro
sintoma. Pode haver alteraes psiquitricas, au-tonmicas, orgnicas,
hormonais, porque se mexe com o hipotlamo, uma estrutura responsvel
pela regulao hormonal.
-
A fenomenologia medinica rica de clnica, vamos dizer assim, e
nem sempre se manifesta na forma de fenmenos paranormais. muito
provvel que voc at tenha se localizado num desses sintomas. Vale a
pena estudar essa questo. Eu diria que esses achados da observao
clnica, devem ser encarados muito mais como um campo de pesquisa a
ser desvendado do que como alguma coisa j francamente estabelecida.
So hipteses calcadas em cima de elementos concretos da observao
clnica, mas a merecer uma investigao mais aprofundada sobre o
assunto. Tpico 6 Fenmenos paranormais Temos observado que, nem
sempre, a mediunidade manifesta-se na forma de fenmeno, ou seja, de
estados de transe excepcionais, do tipo clarividncia ou
clariaudincia, por exemplo. Na mai-or parte das vezes, sobretudo no
nosso cotidiano, o fenmeno medinico manifesta-se na forma de
sintoma. No dia-a-dia, o que temos observado nas pessoas so
alteraes de comportamentos psicobiolgicos, associados a alteraes do
estado de transe. Vamos tentar entender isso na ana-tomia do
crebro. No fenmeno medinico, trabalhamos com a hiptese de que o rgo
sensorial a glndula pi-neal. J dissemos que todo fenmeno de senso
percepo, envolve um rgo sensorial que capta o estmulo e uma rea do
crtex cerebral que processa a informao, tornando esse estmulo
acessvel razo, ao autodomnio. Por exemplo, os olhos, como rgos
sensoriais, captam a imagem e esta processada no crtex occipital,
que a rea de percepo cortical.
Assim tambm, no caso da pineal, ela captaria o estmulo medinico,
atravs de ondas magnti-cas vindas do universo paralelo ou mundo
espiritual, e esse estmulo seria enviado ao lobo fron-tal, que se
incumbiria das conexes necessrias, a fim de que o indivduo
assumisse o domnio sobre esse intercmbio, entre o seu universo
mental e cerebral e o mundo espiritual. Mas no dessa forma que
acontece, na maior parte das vezes. Por qu? Pelo seguinte: para que
voc utilize o lobo frontal, usufrua de seus recursos, como elemento
pro-cessador das captaes medinicas, vindas da pineal, voc precisa
ter um treinamento, um de-senvolvimento de sua estrutura psquica.
Assim sendo, o indivduo que desenvolve e alimenta dentro de si a
transcendncia, a capacidade de amar, de tolerar, de resolver
problemas, expande essas reas do lobo frontal. Sem essas
quali-dades psicolgicas, no h desenvolvimento dessa importante
regio do seu crebro. Se no hou-ver interesse pela transcendncia, no
h um processamento cognitivo da captao medinica. Ento o que
acontece? Essa captao vai ser drenada para reas mais interiores do
crebro, mais primitivas, como a do hipotlamo. Desse modo, o
indivduo, fora do circuito da compreenso da sua capacidade de
elaborar aquilo que absorve da Espiritualidade, no usa a percepo
medini-ca, no se interessa em usufruir dos benefcios que ela pode
oferecer. Como consequncia, toda a captao realizada pela pineal
drenada para as estruturas adjacentes do crtex, mormente o
hi-potlamo.
-
O que ocorre, ento? No hipotlamo temos a sede dos comportamentos
psicobiolgicos, nele, es-to as reas da fome, da sexualidade, da
agressividade e por ele transita o sistema reticular ativa-dor
ascendente, responsvel pelo estado de sono e viglia. Assim, o
fenmeno medinico pode trazer transtornos nessas reas. Ora veja, que
coisa interessante! Esses comportamentos, que so inerentes a essa
rea do cre-bro, o hipotlamo, fazem parte do que poderamos chamar de
psicologia biolgica. No preciso aprender, j se nasce sabendo dormir
e acordar, j se tem instinto sexual e de preservao da vi-da, onde a
fome est includa. Do mesmo modo, j existem pulses agressivas, seja
para a cora-gem, que seria uma elaborao positiva da agressividade,
seja para a irritabilidade. Um beb fica irritvel, no mesmo? Os
estados depressivo e fbico tambm so comuns, inclusive nos ani-mais,
assim como os estados agressivos violentos. Podemos ter, portanto,
a autoagressividade que todo um processo psquico de autoanulao, que
se expressa pela depresso ou fobia, e a heteroagressividade que
irritabilidade e violncia. Ento o que acontece? Se o indivduo no
usa a sua capacidade de transcendncia, de fazer juzo de valor, de
contatar esse universo paralelo que nos cerca, que a
espiritualidade, ele fica com o lobo frontal paralisado. A captao
da pineal , ento, dirigida para o hipotlamo, potencializan-do esses
comportamentos. Que conceitos tiramos da? Que o fenmeno medinico
nem sempre se manifesta na forma de fenmeno paranormal. Boa parte
das vezes, se expressa na exacerba-o de sintomas. Como que isso se
verifica? Da seguinte forma: ondas magnticas, que vm da influncia
espiri-tual, so captadas pela pineal, como acontece no telefone
celular, e essa energia jogada para o hipotlamo, circula nesse
territrio, atuando nas reas responsveis por esses comportamentos
psicobiolgicos, potencializando os seus efeitos. Com isso, o
indivduo pode ter uma fome incr-vel, que no se justifica por suas
necessidades metablicas, ou anorexia; alteraes do sono: mui-ta
sonolncia ou ausncia dele; alteraes do estado de humor: torna-se
irritvel, agressivo, de-pressivo, fbico ou at mesmo violento; ou
ainda ter problemas na rea da sexualidade, sobretu-do a dificuldade
para formar vnculos. Como essa interferncia externa, no vem de
dentro do indivduo, apenas este estabelece a pr-disposio, a
sintonia para receber aquela influncia, por similaridade ou
ressonncia, emitindo uma funo de onda aliada a um padro de
comportamento que, por sua vez, vai se sintonizar com as ondas do
espectro eletromagntico vindas da espiritualidade de mesmo padro.
Assim, o indivduo determina o padro de onda que recebe, o tipo de
comunicao medinica que chega at ele. Uma vez, porm, que captada
pela pineal, perde o controle da situao. Esta uma das
caractersticas da fenomenologia medinica: o efeito superlativo
sobre determinados aspectos que a pessoa focaliza dentro de si. H
perda de controle. Por qu? Porque, naquele comportamento, est
havendo a coparticipao da entidade espiritual, que o est
influenciando. Assim, no seu modo de proceder no detm
responsabilidade exclusiva. Tpico 7 O meu problema espiritual,
psicolgico ou biolgico? Muitas vezes a pessoa pergunta: O meu
problema espiritual, psicolgico ou biolgico? um problema mdico, que
se deve tratar biologicamente? Para respondermos, preciso pensar no
seguinte: a influncia espiritual uma funo de senso percepo, atinge
o crebro, e vai ter, a partir da, influncias orgnicas, como os
comportamentos psicobiolgicos, por exemplo. E essa a principal
questo: no tem sentido dizer que o problema orgnico ou espiritual,
porque os dois esto imbricados. Acompanhamos diversos casos de
neurocirurgias de hipfise e constatamos que o indivduo tem um
alargamento da capacidade de interatividade medinica aps a
cirurgia. Ele comea a viver, ento, toda uma fenomenologia de
estados de transe, bastante intensa, que chega aos domnios
psiquitricos. Quando se mexe nos circuitos cerebrais, seja cirrgica
ou quimicamente, como acontece no caso de drogas psicoativas,
particularmente ativadoras da mediunidade, como a maconha, a
cocana, o cido lisrgico, podemos interferir no crebro e alargar o
campo medinico. Por qu? Porque a
-
interferncia espiritual vai ocorrer num substrato orgnico,
aberto pela ingesto de substncias qumicas. Assim, mexer no orgnico,
significa tambm mexer no medinico. Muitos pacientes usurios de cido
lisrgico, de canabis, tm um alargamento do campo medi-nico, veem os
umbrais da Terra e interagem com eles. As anotaes que fao desses
relatos mos-tram que muitas dessas vises coincidem com as descries
do Inferno de Dante, em A Divina Comdia. Isto faz parte do universo
psicodlico do usurio de droga. Curiosamente, j o dissemos, o
eminente psiquiatra tcheco, naturalizado americano, Stanislav Grof,
um dos fundadores da psiquiatria transpessoal, participou, como
voluntrio, de experin-cias feitas pelo laboratrio Sandoz, para
testar o cido lisrgico, que havia sido descoberto por Alfred
Hofman. Depois de passar por ela, relatou o mundo espiritual.
Queremos reafirmar que desaconselhamos qualquer uso de drogas,
estamos, simplesmente, foca-lizando o assunto do ponto de vista
cientfico. Tanto assim que esses ensaios com drogas foram
substitudos pelo prprio Grof, por exerccios respiratrios, que so
indutores dos estados de transe e de outras tcnicas ligadas aos
padres hipnticos. Mexe-se no crebro, seja cirrgica ou quimicamente,
abre-se a mediunidade. Pode-se usar um medicamento e obter o efeito
inverso. Se usarmos um neurolptico, por exem-plo, a impresso que d
que dificulta o estado de transe, como se houvesse um fechamento da
mediunidade, possibilitando ao indivduo centrar-se melhor. Como a
mediunidade, no apenas uma funo orgnica, lida tambm com a orientao
do uni-verso psquico, o estado emocional e a direo do pensamento
que a pessoa imprime ao seu ro-teiro de vida vai interferir tambm
naquilo que ela focaliza, que sintoniza em termos de
relacio-namento medinico. A tomografia por emisso de psitrons
comprova: o ato de pensar consome oxignio e glicose, ento, o
pensamento, provoca, nas suas diversas tonalidades, o incremento da
microcirculao cerebral, nas reas especficas, pertinentes quele
modelo de pensamento. Assim, possvel constatar que, quando o
indivduo se esfora para se lembrar de algo, na tomografia vai
aparecer o incremento da microcirculao cerebral no territrio da
memria. Do mesmo modo, quando o foco o raciocnio mais aguado vai
haver o incremento da microcirculao em reas pr-frontais, se na
viso, vai estimular o lobo occipital, e assim por diante. Vemos,
dessa forma, que o psiquismo tambm interfere diretamente na dinmica
cerebral. O padro dos pensamentos e das emoes recondiciona a qumica
do crebro, como um medi-camento, da o valor de se trabalhar o
psiquismo, a transformao do pensamento. Quando ns temos o reflexo
de alguma situao em nossa vida, aquilo foi iniciado a partir de uma
parte da estrutura de nosso pensamento que foi acionada pela
vontade. Atravs desta, surge a ideia, esta plasmada, quimicamente,
no crebro, possibilitando toda a gama de senso percepo e de
atividade motora, com isso, transforma-se aquela ideia em ao e a ao
produz reflexos. Nada nos acontece por acaso. Alis, este um dos
paradigmas da psicanlise, que Freud traba-lhou muito tempo: tudo
que nos ocorre surge a partir de uma vontade subconsciente. Por
lgica dedutiva, podemos trabalhar com o inverso. Se estamos com uma
consequncia nega-tiva envolvendo a nossa vida, possvel
recondicionar a vontade para uma direo construtiva. Para isso,
preciso plasmar ideias de equilbrio, que configurem a qumica do
nosso crebro, de tal modo que se desenvolvam reas que nos levem a
uma senso percepo e a uma motricidade que desencadeie o ato ou a ao
que nos leva melhora. Santo Agostinho dizia: uma vez dado o
consentimento da vontade, por ignorncia ou fraqueza, o mal est
feito. O que ele estava querendo dizer? Que o indivduo alimenta a
vontade e ela d o consentimento. O plasmar da ideia configura o
crebro, este reage, e depois a pessoa no tem domnio sobre as
consequncias. isso que ocorre no vcio. A pessoa vai reverberar o
mesmo ato, porque no tem domnio sobre si mesma, entregou a vontade
ao vcio, ela plasmou a ideia, configurou-a no crebro. Este, como
est condicionado a acionar aquele padro de comportamento a todo
estmulo indutor, foi pro-gramado para garantir o vcio, vai
continuar fazendo o mesmo. por essa razo que o maior problema do
vcio a falta do exerccio da vontade para se libertar dele. Isso
anula todas as for-as da alma.
-
Vemos que a estrutura psquica tem larga influncia nesse universo
sensorial que a mediunida-de. Curiosamente, quando estudamos o
eletroencefalograma de mdiuns em transe, constatamos que a
eletricidade cerebral se modifica quando h interferncia
espiritual.
O eminente psicanalista Carl Gustav Jung quando descreve a
acausalidade, afirma que o indivduo apresenta um sintoma, cuja
dimen-so no se justifica por aquilo que se analisa no seu
psiquismo. Nesses casos, os testes psi-colgicos e o
psicodiagnstico, no explicam toda a amplitude de sintomas que a
pessoa est sofrendo. Esse fenmeno da acausalidade uma das
caractersticas da interferncia espiri-tual.
Tpico 8 Estados de transe e possesso por espritos Estados de
transe e possesso por espritos so diagnsticos mdicos, conforme o
Cdigo Inter-nacional de Doenas (CID 10), no item F44.3. Nele, vemos
que o estado de transe considerado doena, quando acontece
involuntariamente, de forma que a pessoa no tem domnio sobre ele. J
quando a pessoa participa de atividades religiosas em que esses
estados de transe so coorde-nados, vamos dizer assim, voluntrios,
ento isso no configura doena. Importante essa colocao do Cdigo
Internacional de Doenas, porque h obras de autores fran-ceses que
disseminam a falsa ideia da existncia de uma paranoia esprita.
Afirmam que toda a vivncia esprita, compreendendo-se nela, a
prtica, o estudo e a crena na questo espiritual, se-ria uma
paranoia, configuraria um estado de alucinao. Isso demonstra uma
grande ignorncia no que diz respeito ao que representa senso
percepo e diagnstico em psiquiatria. So obras de fundamentao
equivocada, que trazem uma ideia com-pletamente desatualizada
daquilo que a medicina vem alcanando no entendimento dessas
ques-tes. Curiosamente, h pacientes que trazem sintomas ao
consultrio que muitas vezes se confundem com crises epilticas.
Quando se presencia uma delas, observa-se que no exatamente uma
cri-se epiltica, no se configura como tal, o que se tem so traos de
aspectos conversivos. Andr Luiz, em uma de suas obras psicografadas
por Chico Xavier, tem um termo que talvez de-fina com bastante
propriedade esse quadro: alteraes histeroepileptiformes. Nesses
casos, o pa-ciente tem uma crise semelhante convulsiva, mas, quando
avaliada do ponto de vista neurol-gico, apresenta um aspecto
conversivo. Na alterao histeroepileptiforme h uma sntese de dois
conceitos: a converso histrica, que foi muito bem estudada por
Charcot, na Salpetrire, e as crises epilpticas. No nem uma coisa,
nem outra, mas um estado alterado de conscincia que leva perda de
controle das funes mo-toras e ao aparecimento, no
eletroencefalograma, de um padro de onda denominado onda fan-tasma,
o que no configura exatamente uma anormalidade. D-se um
alentecimento de ondas nos lobos frontal e pr-frontal, o que no
justifica a proporo da crise pela qual a pessoa passa. Nos nossos
experimentos em eletroencefalografia e mapeamento cerebral de
mdiuns em transe psicofnico, ocorre a mesma alterao com o
alentecimento de ondas ao eletroencefalograma do lobo frontal e
pr-frontal. Curiosamente, esse alentecimento acontece nos estados
de sonolncia, no momento em que o indivduo vai dormir, perder a sua
capacidade de expresso.
-
No entanto, o mdium em transe, tem ondas mais lentas no lobo
frontal e pr-frontal, de forma semelhante ao que ocorre nos estados
de sonolncia, s que, inversamente, ele tem uma hiperca-pacitao de
expresso, fala coisas alm da sua capacidade, com grande traquejo de
linguagem, s vezes com alterao, inclusive, do padro de
personalidade ou de comportamento, num mo-vimento intenso, muitas
vezes at muscular, e, no entanto, ele no est dormindo. Tudo indica
que a fenomenologia do sono alberga, em sua estrutura, a
fenomenologia medinica. A medicina vem estudando particularmente
essas questes. Ns temos duas fases do sono muito curiosas: a fase
hipnaggica e a fase hipnopmpica. Por uma questo de facilidade
pedaggica, vou chamar as duas fases de hipnaggica, porque o termo
traduz muito bem o que desejo explicar. A pessoa, naquela fase em
que est em trnsito para dormir, nem acordada, nem dormindo, pode
comear a alucinar. a fase hipnaggica. Nesse estado, pode ter vises,
ideias, pensamentos, que sejam, inclusive, alheios ao seu universo
imaginrio, mas isso no chamado de alucinao, pois ocorre durante a
fase hipnaggica do sono, e conhecido como pseudoalucinao. Parece,
portanto, que os aspectos fenomnicos da mediunidade so parecidos
com essa fase hipnaggica, configurando uma pseudo ou falsa
alucinao. Na alucinao verdadeira, h falta de coerncia lgica. Na
pseudoalucinao, que ocorre na fe-nomenologia medinica, existe essa
coerncia lgica e, muitas vezes, a imagens, palavras ou fra-seado
que vm so de coisas desconhecidas da pessoa ou at contrariam as
suas prprias ideias. O paciente, muitas vezes, diz assim: Doutor,
como se eu ouvisse algum me sugerindo matar, me matar, ou fazer tal
ou qual coisa, e eu luto contra essas vozes que me falam isso. E
muitas vezes, o paciente relata, com riqueza de detalhes, o
universo do discurso que chega sua mente. De um outro lado, existem
pessoas que dizem: Ouvi uma voz que me disse, faa desse jeito ou de
outro e ento eu fiz, exerci aquele ato de acordo com a induo
daquela voz e percebi que fui levado a uma situao muito positiva a
que eu no imaginava chegar, ou fui salvo de tal ou qual contexto.
Nesse caso, uma voz que expressa algo coerente com o que aconteceu.
possvel que voc ou algum de seu relacionamento j tenha passado por
isso. Uma voz ou uma ideia interna que no veio de voc, pode salv-lo
ou induzi-lo a uma determinada situao, ou outra coisa. Isso do
senso comum das pessoas e diferente de alucinao. Temos tambm a fase
em que a pessoa dorme, e ao acordar, no mesmo estado intermedirio
en-tre o sono e a viglia, passa por uma fase hipnaggica. E pode ter
tambm um estado semelhante aos estados de transe. Particularmente,
temos encontrado relatos de um tipo de transe que chamado de
desdobramen-to, mais conhecido como experincia fora do corpo (EFC).
A pessoa, ao despertar, muitas vezes, relata que est acordada, quer
levantar, gritar, falar, mas no consegue movimentar o corpo. Est
consciente da situao, mas ainda no est plenamente no estado de
viglia, no assumiu o comando das funes estreo-espaciais do seu
corpo, mas j est acordada, lcida. Este o estado hipnaggico. Nesse
estado, a pessoa sente-se um tanto quanto desesperada, porque pode
perdurar algum tempo e psicologicamente impactante. Esses dados
eletroencefalogrficos que demonstram uma alterao, mas que no
justificam a di-menso dos sintomas da pessoa, normalmente so
resultados interessantes para serem estudados do ponto de vista da
fenomenologia medinica. Tpico 9 Tlamo Mas h tambm outras reas do
crebro, importantes no processo medinico, como o tlamo. Nesta rea
chegam todos os estmulos sensoriais exceto o olfato, que tem uma
outra circuitaria e motivo de uma outra conversa. Os nossos rgos do
sentido levam informaes ao tlamo, e este as envia para a crtex,
atravs da via cortio-talmica. Uma vez enviada a informao para a
superfcie, isto para a crtex, o indivduo assume conscincia daquilo
que ele absorveu. Se isso no se der, ele capta o estmulo sensorial,
mas no tem conscincia do que est acontecendo. Em tese, os estmulos
sensoriais, vindos ou captados pela pineal, so necessariamente
dirigidos para o tlamo e nele ficam arquivados. Qual a concluso
disso? Que no temos conscincia da maior parte de toda a captao que
nos chega do mundo espiritual, do universo paralelo. As in-
-
formaes chegam ao tlamo e ficam ali, principalmente se no existe
interesse da pessoa de resgatar esses estmulos armazenados. A falta
de treinamento leva no percepo da situao. Para entender melhor,
imaginemos a seguinte situao: voc vai assistir ao concerto de uma
or-questra, junto com um amigo seu que msico. Ao final, ele lamenta
que o som do violino esti-vesse desafinado, e voc responde: Nossa!
Eu ouvi o mesmo violino, achei lindo; no percebi nenhuma desafinao.
Os dois ouviram o mesmo violino, s que aquele que era msico
aprendeu a extrair todos os detalhes da sonoridade, recolheu, ali,
do tlamo, e trouxe para o crtex cere-bral. Conseguiu fazer isso
porque se educou para tal. Como, de maneira geral, a nossa
sociedade destituda do trato com a mediunidade, tem pouca
experincia na rea da espiritualidade, no consegue perceber,
praticamente, nada do que se pas-sa nela. Ns no desenvolvemos reas
do crebro de percepo espiritual. Esta situao diferente em certas
comunidades, como por exemplo, na ndia, ou entre tribos africanas e
indgenas, em que essa ligao com o espiritual j vem da infncia,
ocorrendo, assim, um maior desenvolvimento da percepo desse
universo. A falta da abordagem desse assunto pela nossa sociedade,
a ausncia desse tipo de educao, le-va ao mnimo desenvolvimento da
nossa capacidade de ligao com o plano espiritual. No h coerncia, a
cincia fala uma coisa, a religio outra. Da a grande importncia de
estabelecermos atravs de recursos pedaggicos, uma ligao entre
cincia e espiritualidade, para que as nossas crianas, quem sabe os
nossos netos, possam ter na escola uma formao em que tanto o
espiritual quanto o cientfico, tenham uma linha de racioc-nio
coerente.
-
Se a criana for educada, aberta recepo dos estmulos espirituais,
vai, naturalmente, conse-guir a mielinizao das vias nervosas, o
caminho para o amadurecimento das reas corticais de percepo. Assim,
pois, a pineal capta o estmulo, manda para o tlamo, este arquiva, e
voc pode ou no acessar a informao. Se voc no acessar - a maior
parte delas ns no acessamos mesmo - en-to aquilo ali vai se
espraiar para outras reas. Ora, o que est nas proximidades do
tlamo? O Sistema lmbico, por exemplo. Neste, est a rea das emoes. O
indivduo recebe um estmulo, atravs da pineal, desta drenado para o
tlamo, deste parte para as reas do sistema lmbico. Temos, assim,
uma influncia do nosso universo emocional, sem que a gente saiba de
onde veio. comum recebermos pessoas que dizem o seguinte: "eu
choro, e no sei porque eu choro", ou, "eu tenho uma angstia no
peito e no sei de onde vem", "tenho uma saudade e no sei de que".
Ou, ento, a pessoa tem alteraes, flutuaes emocionais
injustificveis. Fala-se na pessoa que de lua, que altera muito as
emoes e no se sabe qual a razo. Ou, en-to, pode-se dar que voc
tenha um sentimento por uma pessoa e daqui a pouco no tenha mais e
isto pode continuar se alternando. O que est acontecendo, nesse
caso? Est havendo uma inter-ceptao no seu universo emocional,
confundindo as emoes. Isto difcil, porque a confuso do raciocnio,
at a gente consegue driblar, mas a das emoes uma coisa mais
complicada, no ? Nem sempre aquilo que a cabea pensa, o corao
sente. s vezes voc queria sentir alguma coisa, mas aquele corao no
responde quilo que voc deseja, ele fala diferente. Ento, a cabea
manda, mas o corao desmanda, no assim que funciona? A coordenao das
emoes est muito fora dos domnios da humanidade presente. Ns no
ti-vemos em nossas escolas nenhuma disciplina, para nos ensinar,
por exemplo, como lidar com as emoes no namoro, no lar, entre
amigos. Como trabalhar com o sentimento de apego, de afeto. Tivemos
aulas de fsica, matemtica, histria, geografia, mas ningum aprendeu
a se instrumen-talizar para a emoo. No se discutiu esse assunto.
Desse modo, a nossa sociedade forma adul-tos infantis. Diz-se que
nossas neuroses so crianas que dormem dentro de ns. Crianas, que
dormem, que gritam, que choram. Ento, os nossos grandes problemas
so de enfoque emocional, os mesmos da infncia que en-frentamos at
hoje na vida adulta e s vezes desencarnamos com as mesmas neuroses
sem resol-v-las. E por qu?
-
H falta do desenvolvimento emocional desde criana. Tendo em
vista as pesquisas de psiquis-mo fetal, eu diria, desde a vida
intrauterina. Ento, a falta de amadurecimento emocional leva
ausncia de domnio sobre si mesmo. Ora, se a interferncia medinica,
vinda pela pineal, chega ao tlamo e se desloca para o sistema
lmbico, a rea emocional, que j um territrio sobre o qual ns no
temos domnio, o que acontece? Como dizemos aqui no Brasil: vira um
balaio de gato. Tpico 10 Alteraes emocionais do nosso cotidiano De
tudo isso, fica claro para ns que a questo da fenomenologia
medinica se envolve profun-damente com as alteraes emocionais do
nosso cotidiano. Poderamos dizer que estudar a me-diunidade no
apenas procurar conhecer mais sobre fenmenos paranormais, mas,
principal-mente, vivenciar mais o cotidiano, compreender melhor a
dinmica equilibrada do nosso com-portamento, seja o emocional,
sejam os bsicos, de autodomnio. Dessa forma, aprender a equili-brar
a sexualidade, o sono, a alimentao, as pulses agressivas,
transformando estas, por exem-plo, em pulses de coragem, de fora de
vida, o que exigiria o uso do lobo frontal, porque so-mente este
geraria um domnio positivo sobre as reas mais primitivas. Em
sntese, o fenmeno medinico compreende: a captao pela pineal, o
arquivamento dessas informaes no tlamo (inconsciente), a
potencializao dos comportamentos hipotalmicos, a influncia no
sistema lmbico, nas emoes, e a necessidade de domnio na nossa
capacidade de decidir, de pensar, a partir do lobo frontal. Temos,
a, a dinmica neurofisiolgica do fenmeno medinico. O que curioso que
a maior parte de todas essas questes ocorre de forma subconsciente.
No nos apercebemos desses domnios. E fica at difcil estudar algo do
qual no nos apercebemos, mas se no o fizermos, no despertaremos a
conscincia para a importncia dessa questo. Diz-se o seguinte:
necessrio crer para ver. O cientista vai buscar o resultado de uma
experin-cia, porque acredita que exista, ali, determinada molcula.
Ele vai atrs dela, busca localiz-la, faz isso porque acreditou
nela, teve interesse. Da mesma forma, para que ns possamos
desenvolver a capacidade de percepo espiritual e dominar esse
contexto a benefcio do bem e da vida, precisamos primeiro estudar a
melhor ma-neira de despertar a nossa mente, para melhor perceber e
a partir da, descortinar a realidade. H um fator determinante, que
ns temos de considerar, nosso crebro no apenas formado por
neurnios, tem tambm um extenso sistema microvascular, que to
desenvolvido e intenso, quanto a rede de neurnios. Afinal de
contas, estes dependem da microcirculao que lhes aporta oxignio e
glicose para a sua sobrevivncia. Os hormnios, os fatores
trfico-neuronais chegam tambm pelo sistema microcirculatrio, que
formado a partir do sistema cardiovascular. Ento ns temos que os
primeiros vinte dias aps a fecundao, num desenvolvimento
embrion-rio, vamos ter uma rea no embrio que um campo morfogentico
do sistema cardiovascular. Desse campo morfogentico, brotam os
vasos sanguneos que vo permitir que os neurnios se desenvolvam. Na
evoluo das espcies, houve o aparecimento do sistema carotdeo, que
deu origem artria cerebral anterior. Com isso, foi possvel o
desenvolvimento de todo o territrio cerebral do lobo frontal e
pr-frontal. Sem ela, no haveria essa parte mais superior do crebro.
Assim tambm, sem a artria cerebral posterior, irrigando as reas
posteriores do crebro, e a artria cerebral m-dia, a poro
dienceflica, no existiriam as reas prprias dos comportamentos
subconscientes. Usando uma fora de expresso, o campo morfogentico
cardaco, na verdade, forma o leito, o campo, onde se desenvolve o
crebro. Deduz-se da que o crebro est previsto no corao.
-
Curiosamente, vinte um dias depois da fecundao, o corao est
formado e batendo, na posio mais ceflica, a cabea do embrio o
corao, depois que ele desce e se acesta na regio tor-cica, mas num
estgio inicial a posio mais ceflica. Que concluso tiramos da, do
ponto de vista neuropsicolgico? Que no existe raciocnio sem emoo.
Ns tivemos duas grandes escolas de estudo psicopedaggico, a de
Piaget e a de Wallon. Segun-do Piaget, preciso desenvolver a
inteligncia para que haja desenvolvimento da emoo; j Wallon
afirmava que so emoes e sentimentos que ensejam a possibilidade de
desenvolvimen-to da inteligncia. Obviamente, h um feedback de
controle, regulao e equilbrio desses sistemas, no entanto,
concordamos que a base a emoo. por isso que todo mecanismo de
aprendizado deve come-ar por um trabalho de equilbrio da emoo, a h
uma potencializao da inteligncia. Depreende-se, desse fato, que o
desenvolvimento da nossa capacidade de percepo pode orien-tar
caminhos do nosso prprio aperfeioamento existencial. A descoberta
do esprito a partir de uma amplificao da nossa capacidade de
pensar, de compreender, leva ao desenvolvimento da nossa capacidade
emocional. Ento, quando voc tem um discurso como o de Jesus Cristo,
resgatando dos talmudes judaicos a essncia da base dos
comportamentos humanos, agregados ou filiados capacidade de amar
que o refinamento da emoo, ele estava trazendo a base que nos
permitiria o desenvolvimento da capacidade de transcender. Enfim,
nenhum elemento da circuitaria medinica funciona de forma a nos
levar transcendn-cia, se o corao no estiver batendo, filiado fora
do amor. O desenvolvimento medinico de-pende sim do nosso interesse
pelo estudo, mas sobretudo em desenvolvermos a capacidade de amar.
Tpico 11 Destinos humanos
-
No possvel compreender qualquer coisa, no que diz respeito aos
destinos humanos, se no formos capazes de amar. Sem amor, no h
irrigao sangunea. E at diria, no h a construo da prpria identidade
do indivduo. Porque ns nos identificamos pelo corao. Eu estou aqui,
no pelo crebro. uma sensao bi-oenergtica, de forma que, ao estudar
a circuitaria nervosa que constri um instrumento de trans-cendncia,
ou seja, os instrumentos cerebrais da mediunidade, jamais poderemos
esquecer que o corao tem a base da participao de qualquer zona, ou
qualquer territrio cerebral que funciona como sensrio da
mediunidade. Esse sistema forma uma gangorra: o corao e o crebro:
um tem comando sobre o outro e vice-versa. No h uma hierarquia de
domnio e eixo o entre os dois, o Esprito. Ns trabalhamos com a
hiptese de que o Esprito sobrevive e mantm a sua identidade aps a
morte do corpo biolgico. uma heresia cientfica? No, porque a cincia
nunca provou, em quatrocentos anos, depois de Ren Descartes, que a
pessoa seja o seu corpo. Nunca foi provado isso, pelo contrrio. A
partir dos argumentos do Teorema de Gdel, Roger Penrose utiliza,
como fora de argumento, o fato de o crebro ser comparvel a um
grande computador: ele jamais seria capaz de ser dotado de
autossuficincia. Para o seu funcionamento, h a necessidade de um
programador e este tem que vir de fora, de um outro sistema,
chamado de metassistema. O nosso crebro um computador, mas a
programao dele tem de vir de um programador, de fora, de um
metassistema. So as concluses a que inmeros neurocientistas vm
chegando. Assim, falar de cincia e espiritualidade no a tentativa
pattica de alinhar dois universos dis-tantes, mas muito pelo
contrrio, ao entender a espiritualidade de acordo com os argumentos
da cincia que ns vamos entender de forma mais congruente o
funcionamento do nosso organis-mo, do nosso comportamento e de
nossas relaes. Se a matemtica criou o nmero imaginrio - i2 - para
resolver a radiciao negativa, por que no podemos dizer para a
Cincia que existe a hiptese de que a pessoa seja o esprito? Vamos
pesquisar de acordo com essa hiptese, porque o argumento
interessante. Se ela for verdadeira, vai explicar inmeros fenmenos
humanos que hoje so inexplicveis... Diramos at que o sistema
judicirio est na frente. Ora veja, nascem gmeos univitelinos,
por-tanto clones humanos, a gentica idntica de um e de outro,
corpos idnticos e conferido a cada um, uma personalidade jurdica
diferente, um CIC e um RG diferente. Se os corpos so idnticos, onde
est a diferena? Ento o Estado considera a pessoa como sendo o
esprito. Para concluir essa questo, posso ao menos pensar que tudo
que foi colocado ao longo desse cur-so material interessante para
ser pesquisado, janelas que podem ser abertas para novos
horizon-tes, para que possamos resolver, quem sabe, os problemas
mais prementes da nossa humanidade. Fica aqui o convite de integrao
entre Cincia e Espiritualidade, lembrando a importncia do amor,
como o que configura a base tica do que deveria ser a nossa Cincia.
FIM