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Extração Líquido-Líquido Disciplina: CQ171 – Operações Unitárias II 2013
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Extração Líquido-Líquido FINAL

Jan 13, 2016

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Page 1: Extração Líquido-Líquido FINAL

Extração Líquido-Líquido

Disciplina: CQ171 – Operações Unitárias II

2013

Page 2: Extração Líquido-Líquido FINAL

1. INTRODUÇÃO

Extração líquido-líquido (ELL), também conhecida como extração por

solvente ou partição, é um método para separar um componente ou componentes

específicos de uma mistura de líquidos baseado em suas diferentes solubilidades em

dois líquidos diferentes imiscíveis, normalmente água e um solvente orgânico. É um

processo de separação que objetiva a extração de uma substância de

uma fase líquida em outra fase líquida. Extração líquido-líquido é uma técnica básica

em laboratórios químicos, onde é realizada usando-se um funil de separação. Este tipo

de processo é comumente realizado após uma reação química como parte de work-

up (rotina de trabalho em laboratório de química visando isolar e purificar o(s)

produto(s) de uma reação química).

Em outras palavras, é a separação de uma substância de uma mistura por

preferencialmente dissolver esta substância em um solvente adequado. Por este

processo, um composto solúvel é normalmente separado de um composto insolúvel.

Por exemplo, em uma situação onde temos dois líquidos, A e B, miscíveis entre

si, e queremos separar A de B, podemos usar um terceiro líquido, C, que seja mais

miscível com A do que com B (veja figura). A separação entre o extrato, A e C, é

o rafinado, A e B, é feita com uma ampola de decantação ou um funil separador, em

escala laboratorial, e em equipamentos de extração industriais como colunas de

extração ou misturadores-decantadores. O rafinado pode ser mais purificado com

etapas adicionais sucessivas de extração líquido-líquido. A recuperação de A a partir

do extrato é geralmente feita por destilação.

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De acordo com a natureza do composto que se quer extrair da solução, isto é,

o soluto, há dois tipos de extração:

a) Extração de substâncias indesejáveis – o soluto é uma impureza que deverá ser

retirada da solução. O produto desejado neste processo de separação é a solução

livre do soluto. Como exemplo, pode ser citada a extração de compostos de enxofre

existentes nos derivados de petróleo, como a gasolina, o querosene e outras

correntes. Outro exemplo é a retirada de compostos aromáticos de correntes de óleos

lubrificantes para purificação dos mesmos;

b) Extração de substâncias nobres – o soluto é, neste caso, o composto desejado

após a operação de separação, o restante da solução é o produto indesejável do

processo.

2. EXTRAÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO:

A operação de extração consiste em separar os constituintes de uma mistura,

colocando essa mistura em contato com um líquido que dissolva alguns desses

constituintes. A quantidade separada depende da quantidade de solvente usado e do

tempo de contato, sendo o problema principal estabelecer qual o mecanismo

adequado de dissolução. No caso de uma substância bem definida e completamente

solúvel, a separação torna-se uma operação simples de entender. Supondo uma fase

líquida “B” e uma substância A solúvel em B, ambas em presença uma da outra, a

fase B vai dissolver a “A” até se atingir o equilíbrio, ou seja, até que esteja saturada

em B, formando-se uma única fase, se não se atingir o limite de saturação. No caso da

quantidade ser superior ao limite de solubilidade, formar-se-á uma fase e o

remanescente de “A” não solubilizado. A dissolução faz-se através de uma interface e

vai variando ao longo do tempo. Pode dar-se de dois modos:

• com o líquido em repouso;

• com o líquido em movimento (agitação do solvente).

No primeiro caso, o movimento da molécula de “A” em “B” faz-se por um

mecanismo de difusão e depende das diferenças de concentração. No segundo caso,

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a dissolução é facilitada por existir uma renovação permanente do solvente (por

convecção). Os fenômenos de difusão e de convecção são complexos, sendo

necessário recorrer a cálculos longos que simulem os mecanismos físicos que lhes

estão associados. No entanto, é do conhecimento comum que o fenômeno da

dissolução que está associado à extração é mais rápido se for feito com agitação.

No caso de dissolução de um constituinte de uma mistura (de dois

constituintes) num solvente, tem-se já uma verdadeira extração. Para se perceber

melhor o modelo, pode-se considerar que um dos constituintes é completamente

insolúvel no solvente. Para acontecer a dissolução é necessário que o componente a

se extrair entre em contato com a superfície livre do solvente. O equilíbrio dá-se entre

duas soluções do constituinte solúvel, ou seja, a existente e a que se vai formar (fase

A e fase B).

O transporte do constituinte solúvel através do primeiro dissolvente terá um

mecanismo inverso ao da dissolução descrito anteriormente e pode fazer-se por

difusão ou por convecção, formando-se na interface um filme estacionário. Existirão,

assim, dois filmes adjacentes através dos quais se faz a transferência. No entanto,

quando uma das fases é sólida, não se formam dois filmes, mas apenas um.

No caso de solventes parcialmente solúveis entre si, há necessidade de

recorrer a diagramas binários para saber as concentrações e a composição das fases

em presença dos componentes presentes. Este fato torna-se mais complexo se

existirem mais de dois solventes, podendo-se, para isso, recorrer-se a diagramas

ternários a fim de se conhecerem as condições de equilíbrio.

Convém referir que um fator que não foi abordado detalhadamente é o tempo

de execução desta operação, que é longa, se os fenômenos se realizarem apenas por

difusão. Para facilidade de aplicação dos diagramas ternários podem-se usar

diagramas binários, procurando-se, apenas naqueles, pontos específicos.

2.1 PROCESSOS DE EXTRAÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO

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A operação Extração Líquido-Líquido é empregada nos processos de

separação de um ou mais compostos de uma mistura líquida, quando estes não

podem ser separados por destilação de forma economicamente viável.

Geralmente, tais separações ocorrem nos seguintes casos:

a) os componentes a serem separados são pouco voláteis – seria necessário,

então, utilizar processos com temperaturas muito altas, combinadas com

pressões muito baixas, com a finalidade de conseguir a separação desejada;

b) os componentes a serem separados têm aproximadamente as mesmas

volatilidades – neste caso, seria necessária a utilização de colunas de

destilação com um número muito grande de estágios de separação (pratos),

consequentemente torres muito elevadas, a fim de conseguir a separação

desejada;

c) os componentes são susceptíveis à decomposição – os compostos ou

componentes a serem separados sofrem decomposição quando atingem a

temperatura necessária para a separação;

d) o componente menos volátil que se quer separar está presente em

quantidade muito pequena – não seria economicamente viável, em tal

situação, vaporizar toda a mistura líquida para obter o produto desejado.

2.2 TÉCNICAS

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- Extrações em batelada de único estágio

Isto é comumente usado em pequena escala em laboratórios de química. É

normal usar um funil de separação. Por exemplo, se um químico quer extrair anisol a

partir de um mistura de água e 5% de ácido acético usando éter, então o anisol entrará

na fase orgânica. As duas fases, então, serão separadas. O ácido acético pode ser

limpo (removido) da fase orgânica por agitação do extrato orgânico com bicarbonato

de sódio. O ácido acético reage com o bicarbonato de sódio para formar acetato de

sódio, dióxido de carbono e água.

- Processos contínuos contracorrente multiestágios

Estes são comumente usados na indústria para o processamento

de metais tais como a lantanídeos; porque os fatores de separação entre os

lantanídeos são pequenos que muitas etapas de extração são necessárias. Nos

processos de múltiplos estágios, o extrato aquoso rafinado de uma unidade de

extração é alimentado para a próxima unidade como alimentação aquosa, enquanto a

fase orgânica é movido na direção oposta. Assim, desta forma, mesmo se a separação

entre dois metais em cada fase é pequena, todo o sistema pode ter um maior fator de

descontaminação.

Centrífugas de contatos multiestágios Podbielniak produzem três a cinco

estágios de extração teórica em um único passe contracorrente, e são utilizados em

instalações de produção baseadas em fermentação de fármacos e aditivos

alimentares.

- Extração sem alteração química

Alguns solutos como gases nobres podem ser extraídos de uma fase para

outra sem a necessidade de uma reação química. Este é o tipo mais simples de

extração de solvente. Quando o solvente é extraído, dois líquidos imiscíveis são

agitados juntos. Os solutos mais polares dissolvem preferencialmente na mais

solvente polar, e os solutos apolares no solvente menos polar. Alguns solutos que não

parece sofrer uma reação durante o processo de extração à primeira vista não têm

razão de distribuição que seja independente da concentração. Um exemplo clássico é

a extração de ácidos carboxílicos (HA) em meios apolares tais como benzeno. Aqui, é

frequentemente o caso que o ácido carboxílico irá formar um dímero na fase orgânica

para que o razão de distribuição irá mudar em função da concentração do ácido

(medido em cada fase).

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Para este caso, a constante de extração k é descrita por k =

[[HAorgânico]]2/[[HAaquoso]].

2.3 MECANISMO DA EXTRAÇÃO

O mecanismo do processo de extração ocorre, basicamente, de acordo com as

seguintes etapas:

a) mistura ou contato íntimo entre o solvente e a solução a ser tratada. Ao longo desta

etapa, ocorrerá a transferência do soluto da solução para a fase solvente;

b) a separação entre a fase líquida da solução, denominada de rafinado, e a fase

líquida solvente, denominada de extrato;

c) recuperação do solvente e do soluto. Para a recuperação do soluto do solvente, é

necessário que estes tenham características que permitam a separação dos mesmos

através de um simples processo de destilação ou qualquer outro tipo de separação

simples e possível. O ciclo da extração pode ser representado pela figura seguinte, de

forma que a massa específica do solvente é menor do que a massa específica da

solução, para que seja possível a extração.

3. INSTALAÇÕES PILOTO E PROCESSOS INDUSTRIAIS

A extração deve ser efetuada reduzindo o máximo possível o tempo e a

quantidade de solvente. A fase final é muito lenta, porque o solvente extrator acaba se

concentrando. Assim, para aumentar o rendimento, opera-se por andares, ou seja, o

dissolvente vai extrair uma primeira formação enquanto a velocidade for razoável,

sendo este renovado, e assim sucessivamente, chamando-se a este processo

extração por contato múltiplo. O solvente que sai em cada andar é o extrato e a

mistura é o resíduo, o número de andares pode ser igual ou superior a dois.

Para o estabelecimento do número de andares e, dada a complexidade deste

assunto, recorre-se a instalações piloto e ensaios laboratoriais para determinar o

processo de extração. Modernamente, recorre-se também a modelos computacionais,

os quais têm em linha de conta a especificidade dos processos químicos que lhes

estão associados.

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A extração aplica-se em inúmeros processos industriais como a purificação de

óleos lubrificantes ou a extração de gases em sistema de desgasificação

(desgasificadores ou desaeradores), em circuitos de água de alimentação de caldeira.

3.1 EQUIPAMENTOS DO PROCESSO DE EXTRAÇÃO

Equipamentos de Escala Industrial: CLASSIFICAÇÃO

- De um único estágio: Neste tipo de equipamento, os líquidos são misturados,

ocorre a extração e os líquidos insolúveis são decantados. Esta operação poderá ser

contínua ou descontínua.

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- De múltiplos estágios: Baseado, ainda, no exemplo da figura anterior, caso o

rafinado (A + B) seja mais uma vez processado e a este seja adicionada nova porção

de solvente, será possível extrair mais soluto da solução e o rafinado tornar-se-á ainda

mais puro. Quanto maior o número de estágios, maior será a extração. Se, ao invés de

ser utilizado solvente novo e puro para cada caso, um sistema em contracorrente, for

empregado, o solvente puro entrará em contato com a carga em contracorrente e tem-

se então um sistema de múltiplos estágios, que formam uma sucessão de estágios

simples.

- Sistema de dois estágios:

Os equipamentos que fazem a extração líquido-líquido, em múltiplos estágios,

utilizam uma única coluna, geralmente, semelhantes a uma torre de destilação,

podendo ou não conter recheios ou ainda bandejas. Os principais tipos de

equipamentos são:

a) torre de dispersão;

b) torre com recheios;

c) torre com prato gradeado;

d) torre agitada.

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Esquema de uma Coluna de Extração

Seções da Torre de Extração

Topo – Saída dos líquidos leves (bocal de saída de vapor, de entrada de

refluxo e distribuidor)

Intermediária – Entrada de carga e retirada dos produtos intermediários e

refluxos

Fundo – Saída dos líquidos pesados e volume de controle (bocais de saída

para os refervedores e o retorno, bocal de saída de fundo, de entrada de

vapor)

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4. EQUILÍBRIO ENTRE AS FASES LÍQUIDAS

Existe uma analogia, que pode ser feita entre os processos de esgotamento e

ou absorção em relação ao processo de extração. A fase líquida do solvente, o

extrato, pode ser considerada como a fase vapor, enquanto que a fase líquida da

solução, o rafinado, pode ser considerada a fase líquida.

Na absorção e no esgotamento, quando as duas fases entram em equilíbrio,

não há mais alteração da composição nem da fase líquida, nem da fase vapor. Da

mesma forma na extração, quando é atingido o equilíbrio entre as fases, então não

haverá mais alteração das composições do extrato e do rafinado.

5. FATORES QUE INFLUENCIAM A EXTRAÇÃO

5.1 RELAÇÃO SOLVENTE-CARGA

De forma semelhante ao processo de absorção, na extração, também existe

uma relação mínima solvente/carga, abaixo da qual não é possível efetuar a extração

desejada. Quanto maior a relação solvente/carga, melhor será a extração, pois uma

concentração maior de solvente na solução aumentará o potencial de transferência de

massa do soluto para a fase líquida do solvente, com a consequente formação do

extrato.

5.2 QUALIDADE DO SOLVENTE

Nos casos em que o solvente é recuperado, após a extração, quanto mais

isento de soluto ele retornar para a torre de extração, melhor será a extração, pois sua

composição estará mais afastada da composição de equilíbrio com a carga e maior

será a transferência de soluto da fase da solução (carga) para a fase solvente.

5.3 INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA

Embora seja adequado que o solvente apresente insolubilidade na carga, isto

na prática não ocorre, pois sempre existe, ainda que pequena, uma solubilidade mútua

entre as fases que aumenta com a elevação da temperatura. A composição das duas

fases em equilíbrio muda, então, com a alteração da temperatura.

Isto pode influenciar de forma negativa na extração desejada. Portanto, nunca

se deve operar com temperaturas acima das recomendadas para certo processo de

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extração, pois poderá ocorrer a dissolução de parte ou até mesmo de todo o solvente

na carga ou vice-versa, impedindo a separação das duas fases líquidas. Caso haja

certa dissolução de solvente na carga ou vice-versa, o equipamento não terá uma

operação satisfatória com consequente queda de eficiência no processo de extração.

6. RELAÇÃO: EXTRAÇÃO E DESTILAÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO

A fim de que se entenda melhor o processo, é possível estabelecer uma

relação entre Extração e Destilação, dada a semelhança das operações. Segundo o

Departamento de Engenharia Química da Universidade de Coimbra (2007), a seguinte

tabela resume os principais parâmetros de operação:

Tabela 1: Comparação entre Extração e Destilação.

Extração Destilação

1Na Extração os constituintes da mistura líquida são separados através da adição

de um solvente líquido insolúvel.

Os constituintes da mistura líquida são separados pela adição de calor.

2A Extração usa a diferença de

solubilidades dos componentes para conseguir a separação

A Destilação usa a diferença de pressão de vapor dos componentes para

conseguir a separação

3A Seletividade é uma medida da

facilidade da separação.A Volatilidade é uma medida da

facilidade da separação.

4Obtém-se uma nova fase líquida insolúvel por adição do solvente à mistura líquida

inicial.

Forma-se uma nova fase por adição de calor.

5As fases são mais difíceis de misturar e

separar.A mistura e separação das fases são

fáceis.

6A Extração não fornece produtos puros e

requer outros tratamentos posteriores.Fornece produtos praticamente puros.

7Oferece maior flexibilidade na seleção

das condições operatórias.Menor flexibilidade na seleção das

condições operatórias.

8Requer energia mecânica para a mistura

e a separação.Requer energia térmica.

9Não precisa de sistemas de aquecimento

ou arrefecimento.Precisa de sistemas de aquecimento e

arrefecimento.

10Normalmente é a segunda escolha para a

separação dos componentes de uma mistura líquida.

Normalmente é a primeira escolha para a separação dos componentes de uma

mistura líquida

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7. VANTAGENS E DESVANTAGENS

As principais vantagens da extração líquido-líquido são as simplicidades da técnica,

pois se pode usar funil ou tubos de centrífuga, em escala industrial; o número amplo

de solventes diversifica e faz com que a técnica seja universal. É possível eliminar a

contaminação com o controle de pH, força iônica e temperatura evitando a

desnaturação de enzimas e proteínas. Não é necessário altas e nem baixas

temperaturas, podendo-se trabalhar com a temperatura ambiente ou moderada.

Já para as desvantagens, pode-se destacar que em escala industrial esta é suscetível

a erros e de difícil automação. Também é difícil lidar com amostras com afinidade pela

água, pois são parcialmente extraídas pelo solvente orgânico, resultando em perda do

analito. Há a necessidade de outro processo de separação para separar o soluto do

solvente, normalmente utiliza-se a destilação líquido-líquido. Deve-se prestar atenção

na destilação de reposição do solvente, pois neste pode conter impurezas que

atrapalhem a técnica.

8. APLICAÇÕES INDUSTRIAIS

1. Bioquímicos

2. Biocombustíveis

3. Tratamento de Água

4. Ponto de ebulição elevado em compostos Orgânicos

5. Antibióticos

6. Vitaminas

7. Fermentação de produtos

8. Ácido láctico

9. Aromas / Fragrâncias

10. Polímeros

11. Óleos Lubrificantes

12. Aromáticos

8.1 BIOTECNOLOGIA

Combustíveis biológicos e químicos produzidos por processos biológicos, tais

como a fermentação e as algas requerem frequentemente a extração líquido-líquido

como o primeiro passo da recuperação e purificação. Muitos destes produtos químicos

Page 15: Extração Líquido-Líquido FINAL

tem pontos de ebulição mais elevados do que a água, resultando na exigência de alta

energia para destilação. A ELL muitas vezes oferece um processo de redução

significativa da demanda de energia, e como tal pode fornecer um processo de custo

eficaz que tem o mínimo de utilização de energia, um fator-chave para a tecnologia de

biocombustível eficaz.

8.2 COMPOSTOS ORGÂNICOS DE ELEVADO PONTO DE EBULIÇÃO

Remoção de compostos orgânicos de ponto de ebulição elevado em águas

residuais, tais como fenóis, anilina e nitratos.

8.3 PRODUTOS ORGÂNICOS LIGADOS FORTEMENTE ATRAVÉS DE

LIGAÇÕES DE HIDROGÊNIO COM A ÁGUA

Recuperação de ácidos orgânicos ligados fortemente através de ligações de

hidrogênio com a água, tais como formaldeído, ácido fórmico e ácido acético.

Normalmente utiliza-se água e um diluente, como o acetato de etila para a separação

do ácido acético, por exemplo.

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8.4 EXTRAÇÃO DE SABORES E AROMAS

Purificação de materiais sensíveis ao calor, tais como produtos farmacêuticos,

aromas, fragrâncias e produtos alimentícios.

8.5 RECUPERAÇÃO DE PRODUTOS A PARTIR DE REAÇÕES

Recuperação de produtos de reações, tais como caprolactama e adiponitrila

(para a produção de nylon), ácidos acrílicos e produtos químicos agrícolas.

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8.6 NEUTRALIZAÇÃO/LAVAGEM DE ÁCIDOS OU BASES DE COMPOSTOS

ORGÂNICOS

Neutralização/lavagem de ácidos ou de bases do fluxo orgânico, tais como

acrilatos, nitratos orgânicos compostos orgânicos e compostos de cloro-benzeno.

8.7 EXTRAÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO EM SISTEMAS DE FLUXO

Esta abordagem é frequentemente utilizado para o tratamento da amostra para

melhorar a selectividade e / ou a sensibilidade das medições analíticas. Os avanços

nesta área são reportados, incluindo a utilização de sistemas de fluxo unissegmentado

para realizar a extracção de metal através de processos de fase de duas fases e

único.

 

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(i) o segmentador de solventes, através do qual ocorre a confluência de duas linhas de

transmissão, por onde são propelidas as fases orgânica e aquosa, devendo gerar

segmentos regulares e alternados das duas fases imiscíveis;

(ii) a bobina de extração, que recebe o fluxo proveniente do segmentador, constituindo

o local onde ocorre a transferência das espécies de interesse de uma fase para outra;

(iii) o separador de fases, localizado após a bobina de extração, que reagrupa os

segmentos de cada fase, recuperando as fases imiscíveis em linhas de transmissão

distintas para posterior detecção.

8.8 SEPARAÇÃO SIMULTÂNEA DE PETRÓLEO E METAIS PESADOS NA

ÁGUA DE PRODUÇÃO DO PÓLO PETROQUÍMICO

O trabalho consistiu na utilização do equipamento MDIF, instalado no

laboratório de materiais na UFRN para promover a separação de petróleo e metais,

simultaneamente, de águas produzidas da indústria do petróleo, cujo extratante trata-

se de uma mistura de ácidos graxos do óleo de coco e querosene de aviação,

inseridas neste equipamento. Diante disto, este trabalho consistiu no isolamento dos

ácidos graxos do óleo de coco a partir de três rotas: hidrólise alcalina, hidrólise ácida e

método folch para utilização destes como extratantes dos citados contaminantes,

assim como o óleo de coco in natura. Neste contexto, foi realizado um estudo

sistemático da extração de metais pesados e petróleo verificando-se o comportamento

de complexação e separação tanto em ensaios de bancada, como fazendo uso do

protótipo de Laboratório do Misturador-decantador à Inversão de Fases (MDIF). As

melhores porcentagens de eficiência de extração obtidas foram 83,5% para Cd, 77,0%

para Pb, 65,5% para Ni e 84,0% para petróleo utilizando-se óleo de coco in natura

como extratante.

Page 19: Extração Líquido-Líquido FINAL

8.9 SEPARAÇÃO POR EXTRAÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO DE

METAIS RAROS E PRECIOSOS A PARTIR DE MATRIZES

CLORETADAS COMPLEXAS: POTENCIAL APLICAÇÃO EM

PROCESSOS DE RECICLAGEM

O objetivo do projeto é o desenvolvimento de uma tecnologia inovadora de

extração de metais preciosos, particularmente os do grupo da platina (PGM's),

presentes em produtos em fim de vida, numa perspectiva de gestão sustentável de

recursos escassos e estratégicos.

Através da tecnologia em desenvolvimento, pretende-se conseguir separar de

forma eficiente e seletiva metais como a platina, o paládio e o ródio, utilizando a

extração líquido-líquido com novos reagentes desenhados e sintetizados no âmbito do

projeto. A validação desta tecnologia será realizada através da sua aplicação à

extração deste grupo de elementos a partir de produtos em fim de vida, objetivando a

produção de metais puros com valor para reintrodução no mercado.

Promove-se assim a poupança de matérias-primas escassas e reduz-se o

consumo de energia, numa perspectiva de ciclo de vida.

Page 20: Extração Líquido-Líquido FINAL

8.10 EXEMPLOS DE SOLVENTES PARA A ESTRAÇÃO DE PRODUTOS

VEGETAIS

Dependendo de qual tipo do produto se deseja extrair (alcalóides, lipídeos,

saponinas, etc), deve-se utilizar os solventes adequados, compatíveis com aquela

substância desejada. A tabela abaixo mostra uma relação simplificada desses

componentes.

Solvente Tipos de Substâncias Extraídas

Éter de Petróleo, Hexano. Lipídeos, ceras, furanocumarinas

Tolueno, diclorometano, clorofórmio

Bases livres de alcalóides, antraquinonas livres, óleos voláteis

Acetato de etila, n-butanol Flavonóides, cumarinas

Etanol, metanol Heterosídeos em geral

Água acidificada Alcalódeis

Água alcalinizada Saponinas.

Page 21: Extração Líquido-Líquido FINAL

9. BIBLIOGRAFIA

http://chemicall.wordpress.com/2010/11/30/operacao-de-extracao-liquido-

liquido-ell/

http://www.slideshare.net/tabVlae/apostila-deformaooperaesunitrias

- http://pt.scribd.com/doc/90629979/Grupo-2-Extracao-liquido-liquido-e-

CCC-finalizada

Karla Costa de OLIVEIRA, Gustavo de Souza MEDEIROS, Patrícia Cristina de

Araújo Puglia de CARVALHO; João Bosco de Araújo PAULO. “EXTRAÇÃO

LÍQUIDO- LÍQUIDO APLICADA À ÁGUA DE PRODUÇÃO DO PÓLO

PETROQUÍMICO DE GUAMARÉ/ RN VISANDO A SEPARAÇÃO

SIMULTÂNEA DE PETRÓLEO E METAIS PESADOS”. Universidade Federal

do Rio Grande do Norte – Natal -RN.

Ileana FACCHIN, Célio PASQUINI. “EXTRAÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO EM

SISTEMAS DE FLUXO” - Universidade Estadual de Campinas - Campinas –

SP. Quím. Nova vol.21.

http://www.lneg.pt/iedt/projectos/408/resumo, Carlos Alberto Gonçalves

Nogueira.

http://www.liquid-extraction.com/carboxylic-acids.htm

http://www.liquid-extraction.com/flavors-aromas.htm

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http://www.liquid-extraction.com/neutralization.htm

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http://www.liquid-extraction.com/biotechnology.htm