Estudo e Prática da Mediunidade
Módulo IV
Roteiro 1
Os Espíritos Comunicantes
Manifestação Mediúnica dos Espíritos
1. Captação e processamento da mensagem mediúnica
Observemos a figura a seguir. Ela retrata as estruturas nervosas que, no encéfalo, são
acionadas quando uma onda mental externa, oriunda de outra mente, nos atinge.
1.1 Explicações
Sugerimos que a figura inserida no quadro anterior, seja consultada à medida que cada explicação é fornecida.
[1] A mensagem (idéias ou informações), enviada pelo Espírito comunicante chega ao córtex cerebral do médium
depois de ter atingido o perispírito, passando ao corpo físico, via centros de força, onde é captada pelos órgãos
sensoriais. A mensagem percorre todo o córtex cerebral, em processo de “varredura”que, ao passar de um neuronio
(célula nervosa fundamental) para outro, provoca pequenas descargas elétricas, numa reação em cadeia.
Obs.: Cada neurônio pode comunicar-se com os outros milhões de neurônios existentes no cérebro, sobretudo com os 100.000 aproximadamente existentes no córtex, o que torna o número de combinações entre eles quase infinito.
[2] A mensagem sai do córtex cerebral e alcança regiões mais internas do cérebro. Nesse local, numa área denominada
hipocampo – localizada no soalho inferior do ventrículo lateral do cérebro – a mensagem pode favorecer o acesso a memórias
relacionadas a pessoas, melodias, e fatos.
Se o teor da mensagem, vinda do Espírito comunicante, envolve o conhecimento de línguas, as estruturas do hipocampo e do
córtex entorrinal são acionadas simultaneamente. Se a mensagem, porém, está ligada à memória de atos instintivos, acontece um duplo acesso: um ao corpo estriado, estrutura
localizada no próprio cérebro; e outro no cerebelo, centro de memória extracerebral, órgão localizado fora do cérebro, mas
ainda no encéfalo. Vemos, assim, que o conteúdo da mensagem é que determina este ou aquele acesso aos centros de memória específicos. Este acesso pode ser feito a apenas um centro ou a
todos. O importante é que a mensagem seja entendida (processada) para que ocorra a resposta apropriada.
[3] Processada a mensagem, é necessário que ela seja respondida, que uma decisão seja tomada. As decisões ocorrem em nível do córtex frontal, pela mente do Espírito. As decisões
apresentam três aspectos: a) os de ordem intelectual ou racional; b) os de característica emocional/afetiva; c) os de natureza
psicomotora.
Há ainda dois pontos que devem ser considerados:
O processamento da mensagem na mente do médium, evidenciada durante a manifestação mediúnica, traz o “colorido” das suas idéias e de suas emoções. Quanto maior for a sintonia
entre o médium e o Espírito comunicante a transmissão da mensagem será mais precisa.
As manifestações de Espíritos necessitados são sentidas com mais intensidade, resultante nas ações nos sistemas nervoso
(central e periférico) e endócrino do médium, quais sejam: crise de choro, manifestações de tristeza ou de raiva; batimentos
acelerados do coração, dificuldade para respirar, etc.
2. Características da manifestação dos espíritos
Os impulsos intelectuais e emocionais da entidade comunicante atingem as estruturas nervosas e endócrinas
do médium por meio dos respectivos perispíritos, favorecendo a aceitação da comunicação mediúnica. Na
verdade, o médium harmonizado pode impedir a manifestação da entidade desde o início, quando começa o envolvimento fluídico. Entretanto, pode fazê-lo mais tarde, durante a ligação mental. O médium só não tem liberdade de recusar a comunicação do Espírito quando se encontra sob o jugo obsessivo ou, ainda, em processo de educação
da mediunidade, na fase inicial da prática mediúnica.
Há indicações de que, qualquer que seja a natureza, tipo ou grau que o fenômeno mediúnico
apresente, o sistema nervoso central e o autônomo são atingidos como um todo,
especialmente o cérebro, uma vez que ele controla as emoções, o aprendizado, a
linguagem e o pensamento. Alem do córtex, merecem destaque os lobos frontais cerebrais
porque estão ligados às funções de conhecimento, motricidade e expressão verbal,
que tornam, na maioria das vezes, a comunicação mediúnica clara, lúcida e
compreensível.
Há outras estruturas também envolvidas na manifestação mediúnica dos Espíritos: são os
plexos nervosos, intimamente relacionados aos Centros de Força do perispírito. O perispírito “[...]
está intimamente regido por sete centros de força, que se conjugam nas ramificações dos plexos [nervosos] e que, vibrando em sintonia
uns com os outros, ao influxo do poder diretriz da mente, estabelecem, para nosso uso, um veiculo de células elétricas [os neurônios], que podemos definir como sendo um campo eletromagnético,
no qual o pensamento vibra em circuito fechado”. (1)
O plexo coronário, relacionado ao centro de “força coronário” é o primeiro a ser envolvido nas
comunicações mediúnicas.
Nele [...] assenta a ligação com a mente, fulgurante sede da consciência. Este centro recebe em primeiro
lugar os estímulos do Espírito, comandando os demais, vibrando todavia com eles em justo regime de
interdependência. [...] Dele emanam as energias de sustentação do sistema nervoso e suas subdivisões, sendo o responsável pela alimentação das células do
pensamento e o provedor de todos os recursos eletromagnéticos indispensáveis à estabilidade
orgânica. É, por isso, o grande assimilador das energias solares e dos raios da Espiritualidade Superior capazes
de favorecer a sublimação da alma. (2)
Em seguida, temos o “centro de força cerebral”, contíguo ao “centro coronário”. Este centro, “[...] que ordena as percepções de variada espécie, percepções essas que, na vestimenta carnal, constituem a visão, a audição, o tato e a vasta rede de processos da inteligência que dizem
respeito à Palavra, à Cultura, à Arte, ao Saber. É no “centro cerebral” que possuímos o comando do núcleo endocrínico, referente aos poderes
psíquicos. (2)
Em seguida ao “centro cerebral”, temos o “centro laríngeo”, muito útil na mediunidade de psicofonia.
Preside os [...] fenômenos vocais, inclusive às atividades do timo, da tireóide e das paratireóides. Logo após, identificamos o “centro cardíaco”, que sustenta aos
serviços da emoção e do equilíbrio geral. Prosseguimos em nossas observações, assinalamos o “centro esplênico” que, no corpo denso, está sediado no baço, regulando a distribuição e a circulação adequada dos recursos vitais
em todos os escaninhos do veículo de que nos servimos. Continuando, identificamos o “centro gástrico”, que se
responsabiliza pela penetração de alimentos e fluidos em nossa organização e, por fim, temos o “centro genésico”
em que se localiza o santuário do sexo, como templo modelador de formas e estímulos. (4)
Na psicofonia há ação direta sobre o centro laríngeo, sob o controle dos centros coronário e cerebral. Os
médiuns psicofônicos, quando transmitem comunicações de Espíritos necessitados, costumam
informar: aceleramento do batimento cardíaco, dificuldade para respirar, sensações de dor
(localizada ou generalizada), pressão ou contração muscular, entre outras, conforme o tipo de
sofrimento apresentado pelo Espírito comunicante. A agitação motora, caracterizada pela desarmonia de
movimentos, por tonturas e zumbidos auditivos, observada em certas manifestações de Espíritos
sofredores, evidencia ação no cerebelo e no sistema nervoso parassimpático (ação constritora)
Para que ocorra a psicografia, mister se faz que haja uma influencia em todo o cérebro, sobretudo no
córtex, nos lobos frontais e no cerebelo, a fim de que na captação da mensagem possa haver coordenação motora favorável à escrita.
Na mediunidade audiente, os centros nervosos da audição são atingidos, assim como o córtex cerebral
e o sistema nervoso simpático.
Na vidência os Espíritos agem sobre; o córtex cerebral, os sistemas simpático e parassimpático, os centros nervosos ópticos e o cerebelo, interferindo
na dilatação/contração da pupila e na produção lacrimal.
O Espírito produz, ainda, no médium, uma sobrecarga emotiva considerável, que implica
conexões do sistema nervoso com as glândulas endócrinas, como hipotálamo (sensações de
fome/sede), hipófise e supra-renais (produção de adrenalina), tireóide (aceleração de funções
metabólicas) e, naturalmente, a pineal (glândula da vida mental) que tem ascensão sobre as demais
glândulas.
Na mediunidade de efeitos físicos há produção aumentada de fluidos ectoplasmáticos,
caracterizando ação na região dos plexos esplênico e gástrico (sistema nervoso autônomo).
O médium harmonizado, entretanto, consegue administrar essas e outras somatizações com êxito,
apoiando-se nos benfeitores espirituais.
No inicio deste Roteiro introduzimos esta citação de Paulo aos Coríntios: “Mas a manifestação do
Espírito é dada a cada um, para o que for útil”. Fica evidente que o importante, de fato, não é o
intercambio mediúnico em si, mas o que daí resulta de bom e útil.
Enriqueça o homem a própria iluminação intima, intensifique o poder espiritual, através do
conhecimento e do amor, e entrará na posse de tesouros eternos, de modo natural. Muitos
aprendizes desejariam ser grandes videntes ou admiráveis reveladores, embalados na perspectiva
de superioridade, mas não se abalançam nem mesmo a meditar no suor da conquista sublime. Inclinam-se aos proventos, mas não cogitam do
esforço. Nesse sentido, é interessante recordar que Simão Pedro, cujo espírito se sentia tão bem com o Mestre glorioso no Tabor, não suportou as angustias
do Amigo flagelado no Calvário.
É justo que os discípulos pretendam o engrandecimento espiritual, todavia, quem possua faculdade humilde não a despreze porque o irmão
mais próximo seja detentor de qualidades mais expressivas. Trabalhe cada um com o material que lhe foi confiado, convicto de que o Supremo Senhor
não atende, no problema de manifestações espirituais, conforme o capricho humano, mas, sim,
de acordo com a utilidade geral. (5)
• No Mundo Maior, capítulos 3 (A casa Mental) e 4 (Estudando o cérebro)
• Nos Domínios da Mediunidade, todos os capítulos, mas, em especial, sugerimos leitura dos capítulos 4 (Equipagem mediúnica), 5 (Assimilação de correntes
mentais), 6 (Psicofonia consciente) e 13 (Pensamento e mediunidade).