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SEXTA-FEIRA, 30 NOVEMBRO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N. o 1597 (II Série) | Preço: 0,90 Vamos lá saindo por esse mundo fora... Comissão nacional da Unesco garante entrega da candidatura do cante a Património Imaterial da Humanidade JOSÉ FERROLHO SUSA MONTEIRO JOSÉ SERRANO Pedro Beja Neves, diretor geral da gare aeroportuária bejense, não tem dúvidas: o turismo e a indústria podem e devem coexistir no aeroporto de Beja. “Não há qualquer conflitualidade entre a aviação de passageiros e aquela que vem para manutenção”, afirma. O problema são os constrangimentos financeiros que mantêm a in- fraestrutura em “compasso de espera”. págs. 6/7 “A indústria é o posicionamento estrutural do aeroporto de Beja” Desemprego acentuado preocupa Cabeça Gorda págs. 4/5 “Último” Dia da Independência comemora-se amanhã págs. 16/17 Beja mantém decréscimo de novos casos de Sida pág. 9 IPBeja adere à Rede Portuguesa para o Desenvolvimento do Território pág. 11 Fim de semana Os melhores da guitarra hoje em Milfontes pág. 30 Vitória, vitória Matilde Rosa Araújo em Serpa pág. 28 Abortada que foi a apresentação à Unesco, em março último, da candidatura do cante alentejano a Património Cultural Imaterial da Humanidade, eis que a comissão nacional daquele organismo das Nações Unidas, atra- vés do seu presidente, vem agora garantir a sua entrega em Paris, no início de 2013. Um “compromisso” que dá boas esperanças à res- petiva comissão executiva. pág. 8
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Edição n.º 1597

Mar 22, 2016

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Diário do Alentejo
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SEXTA-FEIRA, 30 NOVEMBRO 2012 | Diretor: Paulo BarrigaAno LXXXI, N.o 1597 (II Série) | Preço: € 0,90

Vamos lá saindo por esse mundo fora...Comissão nacional da Unesco garante entrega da candidatura do cante a Património Imaterial da Humanidade

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Pedro Beja Neves, diretor geral

da gare aeroportuária bejense,

não tem dúvidas: o turismo e a

indústria podem e devem coexistir

no aeroporto de Beja. “Não há

qualquer confl itualidade entre a

aviação de passageiros e aquela que

vem para manutenção”, afi rma. O

problema são os constrangimentos

fi nanceiros que mantêm a in-

fraestrutura em “compasso de

espera”. págs. 6/7

“A indústria é o posicionamento estrutural do aeroporto de Beja”Desemprego

acentuado preocupa Cabeça Gorda

págs. 4/5

“Último” Dia da Independência comemora-se amanhã

págs. 16/17

Beja mantém decréscimo de novos casos de Sida

pág. 9

IPBeja adere à Rede Portuguesa para o Desenvolvimento do Território

pág. 11

Fim de semana

Os melhores da guitarra hojeem Milfontes pág. 30

Vitória, vitória

Matilde Rosa Araújo em Serpa pág. 28

Abortada que foi a apresentação à Unesco, em março último, da candidatura do cante alentejano a Património Cultural Imaterial

da Humanidade, eis que a comissão nacional daquele organismo das Nações Unidas, atra-vés do seu presidente, vem agora garantir a

sua entrega em Paris, no início de 2013. Um “compromisso” que dá boas esperanças à res-petiva comissão executiva. pág. 8

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2012 Editorial

EsferográficaPaulo Barriga

Na verdade, isto já não vem de agora. Há já algum tempo atrás, alguns me-

ses, mais de um ano, talvez, dei-me conta da ocorrância, do assunto, para não dizer do problema. Sem mais nem menos – fica aqui mal o certíssimo “sem saber ler nem escre-ver” – dei por mim a escrever com lapiseiras, esferográficas, pontas de lápis de carvão. Regularmente. Novamente. Como antigamente. Ou como agora mesmo, neste preciso instante, que sobrevoo parte algures de França. Com destino a Bruxelas. Com uma cumpridora Bic Cristal a arranhar de tinta azul as páginas do bloco de apontamentos. Não há nada de tempo vi de cima boa parte do chão de Portugal, depois o da Espanha, agora o da França. É por-reira, a sensação. Quase malandra, até: espreitar do alto a insignificân-cia do que se passa cá em baixo. O primeiro exercício que me ocorreu foi o de tentar delinear as fronteiras. Uma tarefa parva e inútil, disse -me o húngaro que está sentado aqui mesmo ao meu lado, já sem sapa-tos nem paciência para a conversa. Respondi-lhe que os espanhóis têm a mania de espertos e que, daqui de cima, são afinal tão pequeninos que nem os vemos. Outra observa-ção parva. Isso é preconceito, bo-cejou antes de adormecer. Pois é: é preconceito. Preconceito que vem da desconfiança cultural dos ven-tos e dos casamentos. Do desconhe-cimento mútuo. Da cristalização ou aculturação de uma visão ultraposi-tivista da História. E a Europa, para onde agora vou, é isso mesmo: não um caldeirão de culturas, onde fer-vilha o direito à diferença, mas antes uma adega com os diferentes potes fechados em si mesmos, a azedarem com o tempo que passa. Não gosta-mos dos espanhóis porque são arro-gantes e sobranceiros. Detestamos os alemães pelos mesmos motivos e ou-tros mais. Deploramos os gregos por serem tão exatamente como nós. Os ingleses porque sim. Os finlandeses porque não se percebe patavina do que dizem. Os checos por terem uma cerveja melhor que a nossa. Os italia-nos e os suecos por terem outras loi-ras igualmente melhores que as nos-sas. Este é o retrato do verdadeiro europeu. Aquele ser egoísta que não consegue ver a mais de um palmo para lá do próprio nariz. Egocêntrico. Picuinhas. Que se tem em muito boa conta. Condição nenhuma neste mundo se sobrepõe ao ser europeu. O europeu é sempre melhor que o europeu do lado. E é esta boa vibra-ção que nos corre na alma que vim constatar a Bruxelas. Onde era su-posto existir o berço da união dos eu-ropeus, a matriz humanista dos tem-pos que correm, o cadinho onde se fundem num mesmo metal todas as culturas da Europa. Vim à procura dessa Europa e não a encontrei. E pa-rece que isso, como o escrever a esfe-rográfica, já não vem de agora.

A concelhia de Beja do Partido Socialista manifestou em comunicado a “sua concordância com algumas das recentes declarações feitas por João Paulo Ramôa à comunicação social”, por confirmarem ideias já defendidas pelo presidente da Federação do Baixo Alentejo do PS, Pedro do Carmo”. No entanto, “estranha” que o mesmo entenda “que foi a região a colocar este assunto no plano nacional, para ser ridicularizado”.

Concelhia de Beja do PS

Paulo Viriato,

42 anos, calceteiroHouve ali muito dinheiro jo-gado fora. Numa obra sem qualquer utilidade, que não dá emprego a ninguém. Uma in-fraestrutura tão importante de-veria merecer um maior em-penho, dos responsáveis locais e nacionais. A meu ver era útil existirem voos para os desti-nos dos nossos emigrantes. Escusavam de terem de se des-locar a Faro ou Lisboa. E tra-ziam movimento à cidade.

Flávia Mestre,

19 anos, estudanteAcho uma pena não estar a funcionar. Foi construído e não é utilizado como pensá-mos que viesse a ser. Era muito importante para todos che-garem novas pessoas à ci-dade, visitarem-nos. E para nós, que aqui vivemos, tam-bém seria muito vantajoso quando pensássemos em via-jar. Talvez um dia isso acon-teça. Quando eu tiver 30 anos.

José Rosa,

51 anos, técnico desenhadorJulgo que está desativado. O que é uma pena, pois parece ter todas as condições necessá-rias para avançar e criar pos-tos de trabalho, dinamizar a ci-dade. Não era necessário que fosse terminal de passagei-ros. Podia funcionar como ae-roporto de carga, oficina de aviões. Com a crise econó-mica instalada no País, pres-sinto ser cada vez mais difí-cil pôr aquilo a funcionar.

Francisca Venes,

63 anos, aposentadaÉ uma pena estar parado. As agências de viagens e os or-ganismos dirigentes da ci-dade podiam criar iniciativas para as pessoas viajarem mais. A destinos como Londres, Açores, Madeira. Poderia ser o início duma movimenta-ção aeroportuária interessante. Acredito que, um dia, as pes-soas envolvidas vão ser ca-pazes de desenvolver o aero-porto. E devolvê-lo à cidade.

Voz do povo O que pensa acerca do aeroporto de Beja? Inquérito de José Serrano

Vice-versaJoão Paulo Ramôa “lamentou” que tenha sido a região a colocar [o assunto da falta de alunos para as novas instalações da Estig] “no plano nacional para ser ridicularizado”. Segundo ele, foi esse o caminho que acabou por “criar dificuldades ao aeroporto de Beja e é isso que mais tarde ou mais cedo vão fazer com o Politécnico”. O presidente do conselho geral do IPBeja questiona o número de equipamentos existentes no País, sem utilização, e dos quais não se fala. João Paulo Ramôa, citado pela Rádio Pax

Fotonotícia A restauração está na rua Juntaram-se na praça da República, em Beja, munidos de fogões, panelas e mate-

rial para cozinhar. A noite prometia ser longa e nada como um caldo verde para aquecer os que participaram na vigília em frente à sede da

distrital de Beja do PSD, a pedido do Núcleo de Beja do Movimento Nacional Empresarial da Restauração (MNER). Tudo para alertar, mais

uma vez, para as dificuldades que o setor atravessa. E, dizem, muito por culpa do IVA. A luta pela sua descida, dos 23 para os 13 por cento,

promete continuar. Nem que para isso tenham de voltar uma e outra vez à rua, e se necessário novamente apetrechados de fogões, panelas e

material para cozinhar. BS Foto de José Ferrolho

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2012Rede social

Após seis meses “no ar”, que balanço

faz da página “Messejana ao Vivo”?

O balanço é mesmo muito positivo. Olhada de início com alguma des-crença, foi ganhando adeptos ati-vos e muitos espectadores atentos. Os números falam por si: 180 ví-deos, 1 055 fotos e 550 amigos. Mas o mais positivo é que, após a exce-lente iniciativa “Messejana Terra Linda”, iniciada há três anos pelo Rui Gonçalves, desde a Suíça, o “Messejana ao Vivo”, ganhando com as potencialidades do Facebook e de uma câmara de filmar, fez com que muitos dos que têm Messejana no coração se sentissem mais perto uns dos outros. Talvez os que tive-ram de emigrar sejam os que mais o sentem e nele mais participam. Certamente, tudo isto só foi possí-vel porque tive, e tenho, companhei-ros que estão sempre disponíveis para as reportagens e entrevistas. Destaco o Rui Maria, um operador de câmara sempre disponível.

Quem são os seus visitantes e

que tipo de interatividade se tem

estabelecido?

São principalmente pessoas com li-gações à vila e freguesia, quer por nascimento, quer por residência. Mas temos visto que se tem alargado a filhos, netos, sobrinhos e primos de várias gerações que, vivendo por esse mundo fora, se sentem messejanen-ses. Há que referir também os que que, tendo conhecido Messejana, fi-caram com ligações afetivas à terra, sendo que os vizinhos das terras que nos envolvem têm, também, mos-trado curiosidade. Saliento que mui-tas amizades têm sido reanimadas, ou mesmo iniciadas entre “amantes” de Messejana.

Que principais acontecimen-

tos tem vindo a registar e qual se

pode considerar o registo de maior

“audiência”?

Os acontecimentos mais visitados e comentados são momentos festi-vos. Sem dúvida que as nossas tra-dicionais Festas de Santa Maria – de há dois anos aumentadas e renova-das com a reconstituição histórica da visita de D. Sebastião a Messejana – foram o que mereceu maior aten-ção dos aderentes à página. As fes-tas de 2012 foram excelentes, em va-riedade, participação e solidariedade entre a esmagadora maioria dos mes-sejanenses que cá continuam a viver. E que desejam que mais a nós se ve-nham a juntar. Os nossos votos são que este espírito se torne uma cons-tante no dia a dia da vida da nossa comunidade.

Carla Ferreira

3 perguntasa José

Ruas Pinto Fundador e coordenador da página “Messejana ao Vivo” no Facebook

Semana passada

SEXTA-FEIRA, DIA 23

BEJA MEMBROS DO CONSELHO GERAL DO INSTITUTO POLITÉCNICO TOMAM POSSE

Tomaram posse os membros eleitos para o conselho geral do Instituto Politécnico de Beja. Recorde-se que a eleição para este órgão (de 15 dos 21 elementos que o compõem), decorreu no passado dia 12, e destinou-se a escolher os representantes dos professores e investigadores das quatro escolas do IPBeja, e dos alunos e pessoal não docente. Será este grupo de eleitos a propor agora, no espaço de no máximo duas semanas, as seis personalidades da comunidade a cooptar para este órgão. A escolha do novo presidente do conselho geral do IPBeja deverá, de acordo com os estatutos, recair num destes seis elementos.

SÁBADO, DIA 24

MÉRTOLA EMPRESÁRIOS DO CONCELHO REUNIDOS EM ENCONTRO

Decorreu, no Monte do Guizo, sob o tema “Desenvolvimento económico, perspetivas de futuro”, o IX Encontro de Empresários do Concelho de Mértola, promovido pelo município local. Trata-se de um evento que reúne, todos os anos, empresários e técnicos que apoiam a atividade empresarial. Participaram técnicos da Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo (Adral), do Centro de Emprego de Beja e da Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral (Nerbe/Aebal). Em declarações à Rádio Pax, o presidente da Câmara de Mértola, Jorge Rosa, referiu que faz “sempre sentido” a realização do encontro, por ser uma ocasião em que a autarquia revê os empresários do concelho, transmitindo-lhes algumas informações e ouvindo o que têm para dizer. Jorge Rosa afirmou ainda que esta iniciativa permitiu também debater o momento que o País atravessa, bem como equacionar uma estratégia para o futuro.

VIANA DO ALENTEJO XIV ENCONTRO DA MODA DEBATE CANDIDATURA DO CANTE

Cerca de 35 grupos corais marcaram presença no XIV Encontro da MODA – Associação do Cante Alentejano, que teve lugar em Viana do Alentejo e que debateu, entre outras questões, a candidatura do cante a Património Imaterial da Unesco. Entre os estudiosos presentes esteve Salwa Castelo Branco, membro da comissão científica que está a preparar a referida candidatura, e que aproveitou a ocasião para recolher, junto dos grupos, ideias, informações e sugestões que poderão vir a ser incluídas no plano de salvaguarda para o cante. Francisco Teixeira, presidente da MODA, considerou na ocasião que esta candidatura “vem devolver ao cante o prestígio que ao longo dos anos foi perdendo”.

DOMINGO, DIA 25

ODEMIRA FORÇA AÉREA SALVA FERIDO NA PRAIA DOS ALTEIRINHOS

Um homem de 59 anos foi resgatado por um helicóptero da Força Aérea, numa praia do concelho de Odemira, após ter ficado ferido quando andava à pesca em zona de rochas. Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Beja adiantou à Lusa que o alerta foi recebido às 13 e 23 horas e que o acidente ocorreu na praia dos Alteirinhos, na freguesia de Zambujeira do Mar. Um comunicado da Força Aérea concretiza que o ferido, “com suspeita de um pé partido”, foi transportado para o aeródromo de Figo Maduro, “e depois levado por uma equipa do INEM para o Hospital de São José, depois de ter sido estabilizado”. A missão, conclui a nota, “representa as mil vidas salvas pelo helicóptero EH-101 da Esquadra 751, ao serviço da Força Aérea Portuguesa”.

QUARTA-FEIRA, DIA 28

LISBOA CÂMARA DE BEJA REÚNE-SE COM INSTITUTO DO TERRITÓRIO

A Câmara de Beja reuniu-se em Lisboa com o Instituto do Território. O encontro teve como objetivo “analisar a possibilidade de criar”, na cidade, um núcleo daquele organismo. Uma forma, explica a autarquia, de participar “ativamente nos estudos, propostas e projetos que concretizem uma política de desenvolvimento regional” capaz de combater o despovoamento e a depressão económica e social dos territórios de baixa densidade, “anulando as assimetrias regionais em termos de desenvolvimento”.

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Parabéns ao município de Sines O presidente da câmara, Manuel Coelho, partilha aqui um farto lanche com as artesãs da Associação Arte Velha, que acabava de inaugurar uma exposição. Um dos muitos momentos festivos do Dia do Município (24) que celebrou 650 primaveras.

Ervidel provou o vinho em festa Novembro é o mês em que se abrem as talhas para provar o vinho novo e Ervidel transformou esse ritual numa festa. Mesmo com frio e chuva, a Vin&Cultura (24 e 25) abriu as portas das adegas de par em par, saiu à rua a cantar e levou o povo atrás.

Sete Lágrimas no Mês da Música de Mértola Coube ao grupo de música antiga Sete Lágrimas as honras de abertura, a 24, de mais um Mês da Música no concelho. A sala compôs-se no Cineteatro da Mina de São Domingos, augurando bons espetáculos para o resto da temporada, que encerra, a 21, com um concerto de Natal.

Uma biblioteca que continua a dar música Beja, ou melhor, a sua biblioteca, continua a dar-nos música. Os últimos a passar pela cafetaria da José Saramago (dia 23) foram os Raízes do Sul, grupo que faz jus ao nome, ao pretender “inovar”, sem desvirtuar, a música tradicional da região.

Ceia da Silva mantém-se à frente da Turismo do Alentejo António Ceia da Silva tomou posse para mais um mandato como presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo. Empossada foi também, na terça-feira, 27, a mesa da assembleia geral, que continua a ser presidida por João Basto, responsável máximo da EDIA.

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Cabeça Gorda

Censos 2011 registam menos 185 habitantes que em 2001

Desemprego acentuado preocupa

freguesia

Cabeça Gorda, freguesia situada a cerca de 12 quilómetros de distância da sede de concelho, Beja, padece do mesmo

mal que tantas outras pequenas localidades es-palhadas pela região: decréscimo populacional e envelhecimento acentuado. Segundo os re-sultados definitivos do Censos 2011, publica-dos recentemente, a freguesia conta atualmente com 1 386 habitantes, menos 185 que em 2001, sendo que, de acordo com a junta de freguesia, uma grande percentagem são idosos.

Nas imediações do denominado mercado de Cabeça Gorda, ex-mercado da Paróquia edi-ficado nos anos 20 do século passado, Graciete dos Santos, 61 anos, compra uma peça de louça de São Pedro do Corval, à venda numa carri-nha estacionada no passeio. Uma pelengana de barro onde se servirá “uma açorda alentejana, uma vinagrada ou um franganito caseiro”. “É o que a gente quiser e puder fazer”, diz a ex-emi-grante em França regressada há sete anos por questões de saúde e que aponta o mercado di-ário como uma das coisas “boas” que “a aldeia ainda tem” e que em tempos de contenção eco-nómica sempre permite comprar “uma roupi-nha, que é barata”.

“Eu não posso dizer que sou das que está pior [por causa da crise]. Há aí pessoas com mui-tas dificuldades porque ganham 200 euros [de reforma] e gastam 100 em medicamentos du-rante o mês. É essas coisas que o nosso governo devia ver, isto está muito mau, há aqui muita falta, já está aqui muita gente a receber comida da Caritas. Só conheci isto assim no tempo do Salazar, desde do 25 de Abril é a primeira vez que eu estou conhecendo. O senhor Cavaco Silva disse que a mulher, que ganha 800 euros de reforma, dependia dele, e de quem depende uma pessoa destas [da aldeia], às vezes sem nin-guém, e com 274 euros?”, questiona-se, acres-centando que a aldeia tem “muitos idosos”, daí

que faça todo o sentido, nas suas palavras, que se continue a reivindicar a construção de equi-pamentos de apoio à terceira idade, nomeada-mente um lar e um centro de dia. Atualmente a população idosa é servida pelo lar e centro de dia localizados na freguesia vizinha de Salvada. “Tem que se ir para a Salvada, não é muito longe, mas por que é que há de ser a Salvada? Eu adoro a minha terra, eu gostava de [dizer] o lar da Cabeça Gorda, não é querer dizer que so-mos independentes, mas é a Cabeça Gorda”, diz Graciete. Uma das suas irmãs, de 73 anos, que está confinada a uma cadeira de rodas e que “é sozinha com marido, de 82”, é uma das pessoas que tem “muita falta de um lar”: “Ela diz ‘se es-tivesse na minha terra [num lar] as minhas ir-mãs iam ver-me’. Mas abalar para a Salvada ela não quer, e nem tem lugar”.

A par do envelhecimento acentuado e da inexistência de equipamentos de apoio à ter-ceira idade, e também à infância – as crian-ças até aos três anos frequentam a creche em Salvada –, Graciete identifica como outros pro-blemas que assolam a freguesia as ruas “esbu-racadas”, que entretanto sofreram “alguns me-lhoramentos” no decorrer da iniciativa Semana Aberta realizada pela Câmara de Beja, e o au-mento do desemprego, que atinge “pessoas de meia-idade, de 45 e 50 anos”. Cabeça Gorda “já teve um tempo bom”, em que “havia muito tra-balho”, recorda. As mulheres “trabalhavam nas vinhas, na apanha da uva” e os homens ocupa-vam-se de outros trabalhos agrícolas. “Agora há pouca agricultura aqui à volta e o que há é feito com máquinas, não há onde trabalhar. Está ali uma mão cheia [junto ao mercado] de homens parados, além no largo [praça Magalhães de Lima] está outra mão cheia, homens de meia --idade que deviam trabalhar”.

“Isto é uma terra já com muitos idosos”, re-força Maria Martins, 56 anos, doméstica já

aposentada, que sobe a rua da República a ca-minho de casa, após a ida diária ao mercado. “E há cada vez menos pessoas, muito menos, não sei para onde vão, nem se veem na rua”, acres-centa. “Noutro tempo” emigravam, agora, que tenha conhecimento, só saem “na altura da apanha da pera”, para França. “Há muita gente desempregada, principalmente os mais novos”, diz. E dos que estão atualmente empregados “as senhoras trabalham a dias em Beja e os ho-mens, alguns, no campo”.

Miguel Guerreiro, 59 anos, que começou a aprender o ofício de sapateiro aos 10 de idade “com o senhor Pardal”, recorda os tempos em que a agricultura imprimia uma dinâmica dife-rente à freguesia. “Havia muita azeitona, ceifa. Havia os moirais e isso dava muita mexida. Hoje um lavrador tem, por exemplo, 500, 600 cabeças, não precisa de um moiral, tem tudo em cercas, tem água, comida, faz tudo sozinho. Isso roubou postos de trabalho”. A aldeia tam-bém tinha “carpinteiros, abegões, ferradores, alfaiates”, “tudo isso em grandes dimensões de trabalho”. Nos dias de hoje, sapateiros, que façam botas artesanais na aldeia, são somente dois: Miguel Guerreiro e “um senhor de 85 ou 86 anos”. “Há falta de trabalho, há muita gente desempregada, muita gente em cursos de for-mação que depois não tem colocação para ini-ciar as atividades que pratica lá nos cursos. Isto está um bocado complicado. É gente nova, gente em início de vida, dos 20 aos 30 anos”.

Com a redução do poder de compra, e o de-clínio da agricultura, as encomendas de botas novas na oficina de Miguel Guerreiro também vão rareando. Se há 10 ou 15 anos fazia, em mé-dia, “três pares por semana”, atualmente não faz “um por mês”. Os seus principais clientes são “as pessoas com melhores condições finan-ceiras”, nomeadamente negociantes de gado e lavradores, e cada par de botas custa 200 euros,

um valor considerado por muitos elevado. “Mas se formos a ver”, continua o artesão, um par “leva três dias a fazer”, “mas não são três dias de oito horas, têm de ser três dias de mais ho-ras”: “Portanto até não é caro, fazendo conta à mão de obra”, conclui o sapateiro, que traba-lha diariamente sob o olhar atento de um pe-queno grupo de conterrâneos, já reformados, que fazem da oficina um espaço improvisado de convívio.

A “crise” também já chegou ao estabeleci-mento Bete e Ana Cabeleireiros. As clientes em vez “de virem todas as semanas vêm de duas em duas, em vez de fazerem mais pinturas fa-zem menos e deixam crescer mais o cabelo”, re-vela Elisabete Mestre, 43 anos, uma das sócias do espaço, que há uma década decidiu apostar num negócio por contra própria, para “melhorar a vida”, depois de anos a trabalhar no Algarve e em Beja. Mesmo assim, Elisabete diz que o “negócio corre bem”, até porque beneficia da curta distân-cia a que está de Beja, de onde é oriunda “metade das clientes”. O facto de ter serviço de esteticista, às sextas e sábados, também ajuda.

“Algumas clientes dizem que não têm traba-lho, que o trabalho está-se acabando, essas coi-sas. Fala-se muito na crise, que eu às vezes digo ‘parem, parem, não quero falar mais em crise’”. E há quem, perante tal cenário, adianta a cabe-leireira, fale em emigrar. Gente nova, da sua ge-ração. “Está tudo esmorecido, eu fico assutada ao ouvir isto”, diz. É que se durante o inverno a localidade “já tem pouco movimento”, se a po-pulação em idade ativa começar a sair, “ficará ainda mais envelhecida”, salienta. “Temos mui-tos velhotes, mais do que eu pensava. Às ve-zes vejo as carrinhas [do apoio ao domicílio de Salvada] paradas às portas das pessoas e digo ‘olha esta também precisa’. A gente às vezes nem imagina. Podíamos ter aqui um lar e um centro de dia”.

Cabeça Gorda, uma das freguesias mais populosas do concelho de Beja,

viu a sua população, já de si envelhecida, decrescer na última década,

passando de 1 571 para 1 386 habitantes. A estes dois problemas acresce

agora o desemprego, que atinge não só a população em início de vida

mas também quem está na meia-idade.

Texto Nélis Pedrosa Fotos José Ferrolho

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Qual é o balanço que faz da Semana Aberta na fre-

guesia de Cabeça Gorda, iniciativa realizada re-

centemente pela Câmara de Beja?

Entendo que uma semana é muito pouco para re-solver os problemas da nossa freguesia. A Cabeça Gorda é uma aldeia com alguma dimensão tanto em população, como em arruamentos e área glo-bal, e uma semana é manifestamente insuficiente para os serviços da câmara tratarem dos assuntos mais preocupantes, especialmente em termos so-ciais, e realizarem as obras necessárias. Não me pa-rece que este figurino seja muito produtivo, nem que vá ao encontro das principais necessidades do meio rural. Neste período os serviços da câmara li-mitam-se a apresentar algum serviço, alguma re-paração ou pequena obra dentro do espaço de uma semana, e as nossas necessidades são maiores. Parece-me que seria justificado muito mais tempo e mais disponibilidade para a nossa freguesia, espe-cialmente em investimentos nos arruamentos e re-des de águas de consumo e pluviais. Por outro lado, a câmara, neste mandato, ainda não fez qualquer investimento na Cabeça Gorda, por isso seria prefe-rível utilizar as verbas para um investimento, ainda que de pequenos montantes, ao invés dos gastos su-portados para pôr toda câmara na freguesia.

Quais são os principais problemas da freguesia?

O principal e mais grave problema é o enorme de-semprego, e que se torna assustador quando vemos as pessoas sem trabalho e sem expectativas de o en-contrar. À excepção de trabalhos sazonais como a apanha de azeitona, que hoje é cada vez mais mal pago, não há outros trabalhos nem empregos. Por esse facto existem cada vez mais situações de po-breza, e isso preocupa-me muito e incomoda-me porque a junta pouco pode fazer para inverter este problema. A nível de infraestruturas, a freguesia precisa de redimensionar a rede de águas pluviais, uma vez que quando chove bastante surgem gran-des inundações nas ruas e todos os problemas asso-ciados, até nas habitações.

Quantos habitantes tem a freguesia, de acordo

com o Censos 2011?

A população foi registada em 2011 com 1 386 pes-soas residentes (691 homens e 695 mulheres), sendo uma grande percentagem pessoas idosas.

A que setores de atividade se dedica atualmente a

população em idade ativa?

Apesar de existir muito desemprego, a população dedica-se à agricultura, ao comércio e a algumas pequenas indústrias de serralharia civil.

As construções de um lar de terceira idade, de um

centro de dia e de uma creche são algumas das rei-

vindicações da população…

A população sente muitas necessidades a nível so-cial, especialmente de equipamentos sociais para idosos e pessoas desfavorecidas, e tem ao longo dos anos reivindicado do poder central, com o apoio da junta, a construção e implementação destes equi-pamentos. Na verdade, a nossa freguesia tem sido ao longo dos anos afastada de investimentos deste tipo, apesar de ser uma das aldeias com mais habi-tantes do concelho.

Álvaro Nobre Presidente da Junta de Freguesia de Cabeça Gorda

Parque Biológico ajuda a preservar recursos naturais da região

Um parque biológico, que “ajude a promover e preservar os recursos naturais da região”, vai ser implementado no espaço do Perímetro Florestal de Cabeça Gorda e Salvada, proprie-dade das duas juntas de freguesia, com uma área de cerca de 300 hectares “composta sobretudo por sobreiro, eucalipto e pinheiro”. De acordo com Álvaro Nobre, o projeto “permitirá a utilização do Parque Biológico por diversos grupos para atividades de natu-reza, estando prevista a valorização e a promoção do patrimó-nio ambiental e rural, qualificando este espaço como uma área de referência com vocação para a realização de atividades cul-turais, pedagógicas e de lazer em espaço rural e de natureza”. Neste momento, “está a ser efetuado o levantamento dos re-cursos naturais e das práticas e tradições culturais associadas

ao perímetro florestal e às freguesias da Cabeça Gorda e da Salvada”. Posteriormente será implementado “um conjunto de percursos ligados a essas tradições e aos recursos natu-rais existentes, dando relevância às temáticas da fauna (ve-ado, coelho bravo, raposa, repteis, etc.) e da flora (sobreiro e o recurso da cortiça, a esteva e várias plantas autóctones), do mel e dos cogumelos silvestres”. Por outro lado, adianta o autarca, “o parque terá um centro de receção, exposição te-mática, alojamento, centro de interpretação dos recursos na-turais do perímetro florestal e espaço multiusos para a reali-zação de atividades”. O Parque Biológico integrará ainda um centro de atividades escotistas, a ser implementado em par-ceria com a Associação dos Escoteiros de Portugal e que fará parte da rede de parques escotistas.

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Entrevista

Certificação da pista de Beja poderá estar concluída muito em breve

Um aeroporto em ”compasso de espera”

O aeroporto de Beja deverá receber durante

2012 qualquer coisa como dois mil passageiros.

Um número muito próximo do que aconteceu

durante o ano passado. Para muitos, trata-se de

um tráfego muito aquém das expetativas. Mas

para o diretor da gare aeroportuária bejense são

dados otimistas. Aliás, otimismo e esperança são

palavras que não se cansam de aparecer no dis-

curso de Pedro Beja Neves. Que, nesta entrevista

exclusiva, afirma estar a negociar a instalação

em Beja de quatro empresas na área da indús-

tria aeronáutica. Isto numa altura em o negócio

dos passageiros, em virtude da crise económica,

entrou “num compasso de espera”. Beja Neves

acredita mesmo que “a indústria é o posiciona-

mento estrutural” deste aeroporto. Cuja pista

está em vias de ser certificada.

Texto Paulo Barriga Fotos José Serrano

Em que pé está o processo de instalação da

Aeromec? Chegou a afirmar que este hangar

de manutenção de aviões poderia avançar até

ao final deste ano... Sim, cheguei a avançar com essa possibilidade e ainda não perdi as esperanças. Mas não é um processo fácil. Como sabe, o financiamento à economia hoje sofre restrições severas.

É aí, no financiamento, que está parado o

processo?

Não está parado, o processo é dinâmico. A Aeromec está à procura de parceiros, está ati-vamente à procura de financiamento bancá-rio. Nada está parado. Admito, e quero acredi-tar, que 2013 vai ser um ano de bastante obra em termos de lançamento deste projeto.

E quanto à proposta de desmantelamento de

aviões avançada pela AeroNeo? Existem mui-

tas dúvidas quanto à validade ecológica deste

ramo de negócio?

Não conheço ainda o projeto. O que posso ga-rantir é que todos os projetos ao nível da

O negócio de passageiros vai levar tempo a cimentar. As pessoas não voam para Beja para ver o aeroporto. Voam para o Alentejo para aqui se fixarem, para aqui passarem férias, e não existem condições hoje para que aterre um Boeing A320 por semana e deixe aqui 200 pessoas. Hoje não há essa capacidade. Admitimos que possa haver em 2017/2018 (...)”.

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aviação, toda a atividade aeronáutica, regu-lam-se por severas normas ambientais. O pro-cesso da aviação é muito rigoroso em termos de proteção ambiental e este é mais um projeto no meio da aviação que sabemos que tem res-trições ambientais severas que temos de fazer cumprir para que seja um projeto sustentável, criador de riqueza e de postos de trabalho.

Não conhece o projeto, mas ele existe…

Estamos em negociações.

Fala-se em 11 milhões de euros de

investimento…

Ainda não conheço em detalhe por forma a po-der dizer-lhe se são 11, se são 12, se são 13 mi-lhões. É um investimento vultuoso, que tem um parceiro suíço envolvido, que está a ser apoiado pela Agência de Investimento e Comércio ex-terno de Portugal (Aicep)… Repito, estamos em fase de negociação.

Estes são os dois únicos investimentos in-

dustriais que se preveem para o aeroporto

ou existem já outros interessados em vir

para Beja?

O aeroporto dispõe de 100 mil metros quadrados de área disponível para empreendimentos e aqui também estou a englobar os hangares. Já temos propostas credíveis para estudarmos cerca de 36 mil metros quadrados de ocupação. Estamos quase em 50 por cento de ocupação dessa área.

Quantas empresas estão envolvidas nessas

negociações?

Quatro empresas no ramo industrial. É um tra-balho muito sério e vasto nessa matéria, que quero enaltecer e sublinhar.

O aeroporto de Beja está a apostar fortemente

na componente industrial, como aliás indi-

cam as conclusões do próprio grupo de traba-

lho para o aeroporto. Será esta a sua vocação

essencial?

A estratégia de desenvolvimento deste aero-porto assenta em quatro vetores: passageiros, como é óbvio, carga, estacionamento de longa duração de aviões e indústria aeronáutica.

Sempre dissemos que, neste plano estratégico que temos muito bem definido, a perspetiva de passageiros é uma perspetiva que obedece a um compasso de espera que tem a ver com a dinâ-mica do turismo, com a retoma de empreendi-mentos turísticos que vão dar maior dimensão e maior visibilidade ao Alentejo, maior número de camas, o que permitirá um maior fluxo de tráfego aéreo.

O aeroporto de Beja aguarda então pelo de-

senvolvimento turístico do Alentejo…

No campo de passageiros, tomámos este ae-roporto há três anos e estamos cientes de que ainda temos um compasso de espera a fazer. O que não nos iliba de muito trabalho. Temos es-tado presentes nos encontros internacionais en-tre as companhias aéreas e as gestoras aeropor-tuárias e temos já um trabalho muito longo de prospeção de mercado e de cativação de com-panhias aéreas.

O que é que quer dizer com “compasso de

espera”?

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JOSÉ CÂNDIDO CHÍCHARO & FILHO, LDA.Rua D. Afonso III, Ed. Toyota, Apart 76 7800-050 Beja Tel. 351284311410/12 Fax 351 284 311 419 [email protected]

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Significa que temos que esperar por uma re-toma da economia. Há muitos empreendimen-tos no Alentejo que estão parados por falta de fi-nanciamento bancário e que eram importantes para a dinamização do aeroporto.

É compatível esta coexistência de um aero-

porto industrial, oficina, com um aeroporto

para o turismo?

Naturalmente que sim. O plano diretor deste aeroporto foi preparado nesse sentido. As áreas podem ser perfeitamente distintas e não há qualquer tipo de conflitualidade entre a aviação que vem para manutenção e a aviação de passa-geiros. A aviação que vem para passageiros tem condições de estacionamento diante deste ter-minal e a aviação que vem para outros fins tem outras placas de estacionamento, nomeada-mente perto dos hangares que podem ter esta-cionamentos dedicados. Mas acreditamos que a indústria é o posicionamento estrutural deste aeroporto. Isso também é importante para o negócio dos passageiros porque traz confiança às companhias aéreas que aqui voam, no sen-tido de saber que há aqui oficinas bem apetre-chadas que podem resolver uma avaria, que po-dem promover a manutenção desses aviões e até tem espaço para estacionamento. Portanto, o setor industrial é muito importante, traz trá-fego, nomeadamente o projeto da dinamiza-ção de venda de peças em segunda mão. O pro-jeto que referiu de desmantelamento de aviões passa sobretudo pela reconversão de peças… e é aí que está a nobreza desse projeto: a recon-versão e colocação no mercado de peças em se-gunda mão.

A componente da aviação comercial é, de

facto, aquela que está mais atrasada. As esta-

tísticas dizem que até ao final de outubro ape-

nas voaram para Beja 1 241 passageiros.

Não está atrasada. Está dentro daquele com-passo de espera.

Mesmo assim falamos de uma queda de 35,5

por cento em relação ao ano passado. Isto está

dentro das previsões? Quem é que voa para

Beja atualmente?

O negócio de passageiros vai levar tempo a ci-mentar. As pessoas não voam para Beja para ver o aeroporto. Voam para o Alentejo para aqui se fixarem, para aqui passarem férias, e não exis-tem condições hoje para que aterre um Boeing A320 por semana e deixe aqui 200 pessoas. Hoje não há essa capacidade. Admitimos que possa haver em 2017/2018, se as perspetivas da econo-mia avançarem. Apostamos sobretudo no de-senvolvimento de parcerias com promotores tu-rísticos da região. Estabelecemos já aquelas que podemos. Que foi com a herdade dos Grous. Outras ainda não foi possível, porque os empre-endimentos pararam. Com a herdade dos Grous a fórmula resulta: vamos movimentar este ano cerca de dois mil passageiros provenientes da Alemanha. É uma fórmula que funciona e que queremos dinamizar com outros parceiros tu-rísticos. Este ano vamos fazer sensivelmente o mesmo número de passageiros do ano passado, talvez ligeiramente menos. Mas serão sensivel-mente mais de 2 000 passageiros.

Sente constrangimentos de caráter político

por parte da tutela no que toca ao desenvolvi-

mento do projeto?

De maneira nenhuma. Nunca senti.

Existe o risco de a ANA, já privatizada, prescin-

dir do aeroporto de Beja?

Estamos a posicionar o aeroporto de Beja num nicho de mercado muito importante na avia-ção. Estamos a discutir 30 mil metros quadra-dos de ocupação com a iniciativa privada. Não vejo por que é que outra empresa privada que vai comprar a ANA se desmotive do aeroporto de Beja. Só temos exemplos de motivação.

Mas é um risco?

Todos os negócios têm um risco. Mas esse risco é muito escasso.

Qual seria então o futuro do aeroporto se isso

acontecesse?

Mas não vai acontecer.

Que comentário lhe merece o abandono da

A26, que era uma infraestrutura rodoviária

importantíssima para o desenvolvimento do

aeroporto?

Eu faço votos para que rapidamente se recupere essa infraestrutura. Trata-se de uma via muito importante, sobretudo para a carga. Mas tam-bém porque aproxima o aeroporto de Lisboa. Uma retoma dessa via seria vista com muito agrado, naturalmente.

Em tempos falou do chamado triângulo dou-

rado do Alentejo, dos vértices do aeroporto,

porto de Sines e Alqueva. Esta via seria estru-

turante também para a consolidação desse

triângulo?

Muito importante. Mas é sobretudo importante continuarmos a creditar que este é um tempo de desafios. Que há coisas que correm menos bem, mas que há outras que correm bem. Que há vários compassos de espera que vamos ter que fazer e este é um deles. Temos que saber dar a volta e saber contornar esse caminho, não es-morecer e continuar a caminhar.

Acha que este aeroporto pode ser igualmente

importante para a estratégia agrícola do

Alentejo?

Esperamos uma dinamização no negócio da carga por via do entusiasmo agrícola. As no-tícias são muito animadoras. Há uma área de regadio muito extensa, há um enorme entu-siasmo pelo aparecimento de novos agricul-tores. Os jornais falam em várias centenas por dia, isso é muito importante, e vai trazer carga. Vai trazer produção de frutícolas que amanhã vão precisar de transporte. Temos já instalada no aeroporto uma multinacional de logística, a UTI, para dinamizar o negócio da carga aérea.

É um ponto muito importante e que nos enche de orgulho e de entusiasmo, o facto de termos aqui um operador tão importante que está a co-nhecer todos os empreendedores no setor agrí-cola e industrial do Alentejo. Estou certo que, dentro de pouco tempo, esse trabalho vai tam-bém dar frutos e vamos ter aqui operações de carga. Temos um terminal preparado para isso, bem apetrechado. Mas o passo mais impor-tante, que é ter um parceiro especializado, uma multinacional com escritórios em 280 cidades de 60 países, já está dado. Devagar vamos ao longe. Sou adepto da teoria dos pequenos pas-sos. Um pequeno passo aqui, outro ali e depois temos um grande passo dado.

As obras de certificação da pista estão

concluídas?

Estão todas concluídas.

E por que razão o aeroporto ainda não está

certificado?

O aeroporto não está certificado por uma ra-zão: a certificação da Base Aérea N.º 11 ainda não está completa, porque o processo é denso e de grande responsabilidade. Envolveu a Força Aérea, a ANA e o Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC). Houve um longo conjunto de tare-fas a executar, houve importantes empreitadas a realizar e houve, à parte de tudo isto, um con-flito que durou até junho deste ano entre a PSP e a GNR, no sentido de qual a força de segurança que ficaria presente no aeroporto. Isso moti-vou, de facto, que houvesse um atraso na exe-cução dos planos de segurança. A partir do mo-mento em que esta situação ficou esclarecida,

avançámos então em força com a conclusão do plano de segurança, do plano de emergência e hoje esses documentos estão completos e foram já aprovados em comissão. Estamos a dar os úl-timos passos no processo de certificação. Não vou adiantar datas, mas será muito próximo.

O INAC tem sido cooperante?

Naturalmente que sim.

E em relação à Força Aérea tem havido

cooperação?

Toda a cooperação. Esta é uma experiência pio-neira em termos de funcionamento de avia-ção civil com aviação militar e por aquilo que lhe posso dizer está a correr da melhor maneira possível. Tem sido uma experiência muito enri-quecedora para ambas as partes.

Disse em tempos que em 10 anos teríamos

uma boa história para contar em relação ao ae-

roporto de Beja. Como é que acha que vai aca-

bar essa história? Como é que gostaria que

essa história acabasse?

Dessa história já decorreram três anos. Daqui a 10 anos prevejo um aeroporto com um tráfego de passageiros interessante. Se a economia re-cuperar, como todos desejamos, se os empreen-dimentos turísticos nascerem como desejamos, se, de facto, o Alentejo se transformar cada vez mais como um destino de eleição a nível inter-nacional, este aeroporto vai ter com certeza um papel importante nessa matéria. Se tivermos um tráfego de passageiros interessante, tam-bém teremos a carga, porque grande parte da carga é transportada nos aviões de passageiros. Estimo que ao fim de 10 anos possamos ter três lotes de hangares completamente ocupados e dois deles, pelo menos, em velocidade cruzeiro.

Isso implicaria quantas pessoas a trabalhar

neste aeroporto?

Implicaria que estariam já a trabalhar neste ae-roporto perto de 100 pessoas.

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AtualComissão nacional garante entrega da candidatura em Paris

Cante alentejano apresenta-se à Unesco

no início de 2013Abortada que foi a apresentação à Unesco, em março último, da can-didatura do cante alentejano a Património Cultural Imaterial da Humanidade, eis que a comissão nacional daquele organismo das Nações Unidas vem agora garan-tir a sua entrega em Paris, no iní-cio do próximo ano.

A candidatura do cante alente-jano a Património Cultural Imaterial da Humanidade

vai ser entregue à Unesco no início de 2013, revelou esta terça-feira, 27, o presidente da Comissão Nacional da-quele organismo, António de Almeida Ribeiro, no âmbito de um colóquio internacional, em Lisboa, sobre po-líticas públicas para o Património Cultural Imaterial. Segundo o respon-sável, “a candidatura do cante alente-jano está em preparação para ser en-tregue na Unesco no início de 2013”. António Almeida Ribeiro sublinhou também que a comissão nacional da Unesco “dá mais importância à exi-gência de qualidade das candidaturas, do que à quantidade” e que, um ano após a aprovação da candidatura do fado a Património Cultural Imaterial da Humanidade, existe “uma respon-sabilidade acrescida para apresentar candidaturas coerentes, bem estrutu-

radas e fundamentadas”. Recorde-se que candidatura do cante alentejano esteve para ser entregue em março deste ano, mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros decidiu adiar para 2013 por considerar que na al-tura não estavam reunidas as condi-ções para a sua aceitação.

Reagindo à garantia dada por António Almeida Ribeiro, o presidente da comissão executiva da candidatura do cante alentejano, Carlos Medeiros, afirmou à Lusa que “é sempre bom que haja um compromisso”, havendo neste caso a confirmação da “garantia que o Ministério dos Negócios Estrangeiros já tinha dado”. É importante que a

candidatura seja entregue em Paris e será ainda mais importante se for aprovada”, considerou, não deixando de destacar a importância do papel da diplomacia portuguesa neste processo. O cante alentejano tem “todas as ca-racterísticas” para ser Património da Humanidade, mas, para isso, “tem que haver, da parte da diplomacia portu-guesa, um trabalho como houve para o fado”. De momento, acrescentou, a candidatura “está a ser revista”, um trabalho que deverá ficar concluído “brevemente”, e vai ser entregue à co-missão nacional da Unesco “até final deste ano”.

António Ceia da Silva, presi-dente da Turismo do Alentejo e tam-bém membro da comissão de honra da candidatura, considerou que o compromisso da entrega em Paris “ já é uma vitória importante para o Alentejo” e mostrou-se convicto de que o “cante alentejano merece esse reconhecimento universal”, que “será, com certeza, uma boa notícia que iremos receber no próximo ano”. Porém, alertou, “a classificação não é um fim, é um princípio para a salva-guarda” do cante alentejano e para a criação de “dinâmicas novas” à volta deste bem imaterial para que “os gru-pos possam crescer e os jovens pos-sam dedicar-se ao cante”.

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Orçamento do Estado “descapitaliza” autarquias O Orçamento do Estado para 2013, cuja votação final decorreu na terça-feira, 27, vem confirmar, segundo a Direção da Organização Regional de Beja (Dorbe) do PCP, o “desvio de 1, 2 milhões de euros efetuado nos últimos três anos nas transferências para as au-tarquias, ao não repor nem um euro desses valores retirados”. Segundo a estrutura, em comunicado, a proposta “não cumpre” a Lei das Finanças Locais e procura “passar a imagem” de que, para 2013, as autarquias vão rece-ber o mesmo que em 2012, “quando, na verdade, serão transferidos cerca de 200 milhões de euros a menos”.

Os vereadores da CDU na Câmara de Beja consideram “que está a ser

cometido, pelo atual governo e pelo município, um atentado grave, mesmo

um crime, contra o património histórico e cultural da cidade”. Isto a

propósito do estado de degradação em que se encontram as salas de pintura

do Museu Regional de Beja, neste momento encerradas ao público. A

denúncia foi feita na reunião de câmara do último dia 21, após visita àquele

espaço museológico, bem como ao seu Núcleo Visigótico. Deste modo,

exigem os eleitos comunistas que “mais do que passar culpas a outros, Pulido

Valente” deve assumir “as suas responsabilidades para com um património

que é dos mais procurados pelos turistas que nos visitam” e que está votado

ao “desleixo, incúria e irresponsabilidade”. Os vereadores da CDU lembram

também que a atual verba de quatro mil euros mensais transferida pela

autarquia “levou a que não pudessem ser garantidas as intervenções mínimas

de manutenção com consequências graves ao nível de infiltrações”.

Degradação do Museu de Beja

é “crime contra o património”

Canudo Sena é aposta do PS em Moura

Francisco Canudo Sena, antigo comandante distrital de

Operações de Socorro de Beja, é já oficialmente o candidato

do PS à Câmara de Moura nas eleições autárquicas de 2013.

O anúncio foi feito na segunda-feira, 26, numa conferência

de imprensa em que esteve presente o presidente da

federação socialista do Baixo Alentejo, Pedro do Carmo.

Com 61 anos, Canudo Sena, técnico agrário já aposentado,

foi responsável pelo Comando Distrital de Operações de

Socorro (CDOS) de Beja e coordenador regional da zona

sul da Comissão Especializada de Fogos Florestais. Exerceu

também funções como administrador florestal de Moura

e, no início da sua atividade, após o 25 de Abril, chegou a

trabalhar no centro regional da Reforma Agrária de Beja.

Militante do PS, foi cabeça de lista do partido à Câmara de

Barrancos, nas últimas Autárquicas, em 2009, uma votação

em que a CDU conquistou a maioria dos votos.

“Exploração” de imigrantes preocupa deputado João Ramos

O PCP questionou, na terça-feira, 27, o Governo sobre

alegadas situações de “exploração laboral” de imigrantes

a trabalhar na apanha da azeitona no distrito de Beja,

onde vivem “amontoados às dezenas” e “sem as mínimas

condições”. Um cenário que é descrito numa pergunta do

deputado do PCP eleito por Beja, João Ramos, dirigida ao

Ministério da Solidariedade e da Segurança Social. Segundo

o deputado, têm chegado ao grupo parlamentar do PCP

“alertas” sobre situações laborais e de condições de vida

de imigrantes que estão a trabalhar na apanha da azeitona

no distrito de Beja, desconhecendo-se em que condições

chegam a Portugal e quais são os procedimentos de

angariação e as formas de contratação dos trabalhadores.

PS de Serpa contra fim de freguesias

Os eleitos do PS na Assembleia Municipal de Serpa

“rejeitam” a forma como está a ser feita a reorganização

administrativa, a que atribuem uma “natureza autoritária”

e consideram as propostas da Unidade Técnica para o

concelho “de duvidosa consistência”. Isto porque a decisão

de agregar as freguesias de Salvador e de Santa Maria

(urbanas) e as de Vila Nova de São Bento e de Vale de Vargo

(rurais) “é contrária à vontade das populações” e baseia-se

nos mesmos critérios de eliminação, quer as freguesias

sejam urbanas ou rurais.

PCP de Beja “repudia” extinção

A organização concelhia de Beja do PCP manifestou

publicamente o seu “repúdio” relativamente à proposta de

reorganização administrativa do território, apresentada

pela Unidade Técnica para o concelho de Beja, que pressupõe

a extinção de 12 freguesias, oito rurais e quatro urbanas.

Uma proposta que, considera o PCP de Beja em comunicado,

“revela o total desconhecimento do território, bem como

o enorme desrespeito pelas populações, uma vez que esta

medida, ao contrário do que é defendido pelo Governo

PSD/CDS-PP, vai afastar os serviços das populações, levar à

redução de postos de trabalho, contribuindo, desta forma,

para aumentar a desertificação no nosso concelho”. A

concelhia apela, pois, às populações para que participem

“empenhadamente em todas as formas de luta e iniciativas a

realizar contra esta proposta de liquidação de freguesias”.

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Dia Mundial de Luta assinala-se amanhã, dia 1 de dezembro

Menos novos casos de VIH/sida em Beja

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Seminário sobre deficiência em Mértola A Câmara Municipal de Mértola (Rede Social e Plano Municipal para a Igualdade de Género) e a equipa do projeto “Margens” CLDS (Santa Casa da Misericórdia de Mértola e Centro de Apoio a Idosos de Moreanes)

promovem, ao longo da tarde de hoje, sexta-feira, o seminário “Def iciência: Perceções e Realidades – Desaf ios para a Inclusão”, a ter lugar a par tir das 14 horas, no Cineteatro Marques Duque. A ini-ciativa pretende assinalar o Dia Internacional da

Pessoa com Deficiência (dia 3), e conta com as in-tervenções de representantes das instituições que operam nas áreas da def iciência: Associação Nós, Associação Portuguesa de Deficiência, Cercica e pro-jeto “Margens” CLDS de Mértola.

Faleceu esta terça-feira, 27, no Hospital do Litoral Alentejano, vítima de doença

prolongada, Artur Lopes da Fonseca, irmão do escritor Manuel da Fonseca. O mais

novo do clã Fonseca, Artur da Fonseca tinha 88 anos e dedicou muitos deles à recolha

do espólio do irmão, assim como à divulgação da sua obra. O “DA” visitou-o uma última

vez, em abril de 2011, para uma entrevista na casa da Lagoa de Santo André, onde se

dedicava a colecionar memórias, sobretudo do irmão, e a pô-las em papel. O “DA”

lamenta a morte de Artur da Fonseca e presta a sua sentida homenagem à família.

FaleceuArtur daFonseca

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A Consulta de Doenças Infeciosas (an-tiga Consulta de Imunodeficiência) da Unidade Local de Saúde do Baixo

Alentejo registou entre janeiro e novembro deste ano 22 novos diagnósticos de infetados pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), me-nos quatro que em 2011 e menos sete que em 2010. Apesar do “universo relativamente pe-queno” dos doentes da Consulta de Doenças Infeciosas de Beja, diz o responsável pela mesma, “há uma tendência para uma diminuição da inci-dência, que corresponde em geral ao que se passa a nível do nosso país”. Isso é fruto de um maior conhecimento por parte da população relativa-mente aos “comportamentos de risco”, adianta o médico Telo Faria, que considera, no entanto, “que a prevenção continua a ser a componente mais débil desta área”: “Apesar de alguns progra-mas dirigidos a grupos restritos da população, de

acordo com a componente racial, cultural, etária, profissional e outros fatores, terem tido algum impacto em termos de redução de riscos, em ter-mos globais continua a haver um déficit de co-nhecimento e informação neste campo”. Os no-vos doentes diagnosticados durante este ano são predominantemente do sexo masculino (60 por cento), com idades entre os 40 e os 49 e oriundos do concelho de Beja (51 por cento). A via de trans-missão predominante é a sexual (53 por cento), seguida da utilização de drogas (47 por cento).

Ainda de acordo com dados avançados por Telo Faria, a referida consulta segue atual-mente cerca de 200 doentes, um número que tem vindo a aumentar, “devido a vários fato-res”, sendo um dos mais importantes “a existên-cia de fármacos potentes, eficazes, com mínimos efeitos secundários, que permitem um controle da infeção com um número muito reduzido de

comprimidos”, esclarece. Outro fator “será o es-forço realizado pelas consultas de especialidade, no sentido de garantirem uma boa adesão do do-ente a esta mesma medicação”.

“Só morre de infeção VIH quem não faz me-dicação, porque não tem acesso à mesma, como acontece em largas zonas do globo, ou então, tendo-lhe acesso, como é o caso do nosso país, não a cumpre, ou cumpre mal, originando pos-teriormente resistências à mesma. A consequên-cia das resistências é a ineficácia de todo o leque de fármacos antirretrovirais, muitas das quais por resistência cruzada, cujo número existente é limitado, cerca de 16, pertencentes a grupos far-macológicos diferentes”, explica o especialista.

Na consulta, “o grupo etário predominante é o dos 30 aos 39 anos, embora se verifique nos úl-timos anos um aumento de grupos etários supe-riores, por razões várias”, nomeadamente o facto

“de indivíduos já sem vida sexual ativa, e que, com a existência de fármacos no mercado para disfunção eréctil, passaram a tê-la, muitas ve-zes com trabalhadoras do sexo, contagiando-se e muitas vezes às sua próprias companheiras em casa”, adianta o clínico.

A via de transmissão predominante tem vindo a ser progressivamente a sexual, em detrimento da endovenosa (toxicodependência). “Os programas do IDT/antigos CAT, no nosso país, com tratamento continuado de opiáceos, considerado um dos me-lhores da Europa, tem afetivamente tido uma ação importante na redução de riscos dos utilizadores de drogas endovenosas. Este facto, juntamente com al-guma ‘leviandade’, no sentido de os doentes abdica-rem de ter terem comportamentos sexuais seguros, pela noção de infeção VIH/sida como doença cró-nica, contribuíram para a via sexual ser progressi-vamente, a predominante”, conclui. NP

APG reúne-se com câmaras de Alvito, Beja e Mértola

A delegação sul da Associação dos

Profissionais da Guarda – APG/GNR

reuniu-se recentemente com as câmaras de

Alvito, Beja e Mértola. Em Alvito, a associação

foi informada de que a câmara pretendia

disponibilizar “um edifício escola, que

poderia ser adequado após intervenção para

funcionar como instalações da GNR”. Já na

reunião tida em Beja, há a registar “algumas

ideias não convergentes”, designadamente

no que respeita às instalações do comando

territorial, que funcionam num antigo

convento” e cuja recuperação, considera

a APG, “é fundamental”. “A alternativa

proposta obrigaria à deslocação das

instalações para uma zona periférica e seria

certamente muitíssimo mais dispendiosa por

implicar uma construção de raiz”, concretiza

a associação. Por último, relativamente a

Mértola, o presidente da autarquia “informou

que há já muito tinha disponibilizado um

terreno para a construção de um novo

posto e que teriam sido disponibilizadas

as antigas instalações da Zona Agrária”.

Ourique inauguranovo transporte coletivo

A Câmara e a Junta de Freguesia de Ourique

inauguram, a partir de dia 3, um novo projeto de

mobilidade. O Transporte Coletivo da Freguesia

de Ourique (TCFO) funcionará em regime

experimental durante um ano, com acesso

gratuito, contando com o apoio diário de duas

viaturas, uma de nove lugares e outra de 27 lugares.

Os cidadãos, adianta a autarquia, “serão servidos

em nove linhas rurais e duas rotas urbanas, com

periodicidade diária, num total de 65 pontos de

paragem, incluindo sete abrigos de passageiros”.

Alcácer terá ETAR prontaaté finais de 2013

A Câmara Municipal de Alcácer do Sal

procedeu, no último dia 22, à assinatura

da adjudicação da empreitada de conceção/

/construção da respetiva Estação de

Tratamento de Águas Residuais (ETAR).

A obra foi adjudicada pela Águas Públicas

do Alentejo à empresa Acciona, por 2,2

milhões de euros, e terá como impactos

positivos a proteção e até o enriquecimento

da biodiversidade do Estuário do Sado. A

ETAR de Alcácer do Sal, acrescenta uma

nota da autarquia, “vai tratar a totalidade

dos esgotos produzidos nesta cidade – até

agora apenas 40 por cento dos esgotos eram

submetidos a tratamento – prevendo-se

que entre em funcionamento no final do

próximo ano”.

Novo transporte social “Ferreira + Perto”

A Câmara Municipal de Ferreira do

Alentejo já tem ao dispor dos munícipes

um novo transporte social que tem por

objetivo “aproximar a população e facilitar

o acesso dos beneficiários das medidas

sociais aos serviços e respostas sociais

existentes no concelho”. O transporte, que

dá pelo nome “Ferreira + Perto”, é gratuito e

destina-se aos beneficiários do Rendimento

Social de Inserção, Loja Social e Serviço

de Apoio a Idosos. A viatura foi adquirida

através do Proder e terá três itinerários

diferentes, abrangendo todas as freguesias

e localidades do concelho. Funcionará às

terças, quartas e quintas-feiras e o primeiro

percurso realizou-se esta semana, entre

as freguesias de Peroguarda, Alfundão,

Odivelas e Ferreira do Alentejo.

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Governo quer menos empresas municipais

Depois dos tribunais, as finanças…

O secretário de Estado da Administração Local e Reforma Administrativa, Paulo Júlio, anunciou que o Governo vai re-duzir 40 por cento das reparti-ções de finanças do País até ao final de 2013.

Falando na sessão de aber-tura do colóquio “A nova lei das empresas locais”, pro-

movido pelo Centro de Estudos de Direito Público e Regulação da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, o go-vernante disse à Lusa que será feita ainda uma “abordagem mais am-biciosa em termos de números”. Salientando que a redução das re-partições de finanças consta do memorando da troika, Paulo Júlio adiantou que está a ser estudada a transferência de algumas compe-tências para os municípios, per-mitindo que o Estado poupe assim “centenas de milhões de euros”.

O secretário de Estado revelou

que entre um terço a metade das quase 400 empresas municipais existentes no País não cumprem os requisitos da nova lei e terão de ser extintas até fevereiro do pró-ximo ano. No entanto, o gover-nante salvaguardou que os servi-ços prestados por essas entidades “não desaparecem” e serão inte-grados em serviços municipali-zados ou na estrutura orgânica das câmaras municipais. A inten-ção do Governo, explicou, passa por manter apenas as empresas

municipais “sustentáveis”.Quanto ao novo mapa autár-

quico, no âmbito da reforma ad-ministrativa do território, que prevê a diminuição de 25 por cento do número das juntas de freguesia, Paulo Júlio disse que será votado em dezembro, na Assembleia da República, garan-tindo que também aqui não “ha-verá perda de serviço público”. “O que haverá, na maior parte dos ca-sos, é uma melhoria da qualidade dos serviços públicos e menos ór-gãos autárquicos de freguesia”, re-alçou, negando que um dos argu-mentos desta reforma seja o da poupança direta.

Paulo Júlio adiantou ainda que o Governo vai reforçar as compe-tências próprias das juntas de fre-guesia e a cooperação entre mu-nicípios através da lei-quadro das Competências das Autarquias e das Entidades Intermunicipais, já aprovada em Conselho de Ministros.

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O “DA” está no canal 475533 do

Vidigueira inaugura Loja + Voluntariado A Câmara de Vidigueira e a Associação de Beneficência de Selmes e Alcaria (ABSA) vão inaugurar, no próximo dia 5, a partir das 10 horas, a Loja + Voluntariado, que ficará localizada nas antigas instalações do centro de convívio. Projeto da ABSA, apoiado pela Fundação EDP

Solidária, a loja vai apoiar as necessidades mais bási-cas das famílias carenciadas e dispor de um programa de voluntariado para dinamizar atividades que incen-tivem a valorização das profissões genuínas do conce-lho, no sentido de as promover junto das gerações fu-turas. Refira-se que apenas 27 projetos de instituições

de solidariedade social, dos 756 candidatados em 2011, foram contemplados com esta iniciativa que tem como eixo central a melhoria da qualidade de vida de populações fragilizadas. A EDP Solidária é hoje um dos maiores programas de apoio ao terceiro setor em Portugal.

Paulo Júlio

Câmara de Beja opõe-seao Orçamento do Estado para 2013

A Câmara de Beja aprovou recentemente uma tomada de posição

face ao Orçamento do Estado (OE) para 2013, documento que,

considera, “irá asfixiar por completo a generalidade das famílias

portuguesas, arrastando-as para situações de dificuldades

incomportáveis, falências e insolvências em número jamais

visto”. Manifestando a sua “total oposição” face a este orçamento,

o município considera que, no que respeita às autarquias, “o

Governo impõe, numa clara e gravíssima violação dos princípios

da autonomia local e da Constituição, regras de afetação das

receitas do IMI que irão prejudicar gravemente a capacidade

de intervenção dos municípios e consequentemente reduzir a

capacidade de resposta aos problemas das nossas populações”.

Voluntários trocam experiênciasem Vila Nova de São Bento

Está agendado, para o próximo dia 5, em Vila Nova de São Bento, Serpa,

um encontro de troca de experiências dos projetos de voluntariado a

funcionar no concelho. A ação, a ter lugar no salão polivalente local, a

partir das 16 e 30 horas, é aberta ao público e contempla também um

lanche solidário. Trata-se de um encontro enquadrado no projeto EnRede

– Núcleo de Voluntariado de Proximidade de Vila Nova e São Bento e tem

como pretexto a comemoração do Dia Mundial do Voluntariado.

TLA Rádio comemora 11 anos com galano Parque de Feiras de Aljustrel

A TLA Rádio, de Aljustrel, comemora hoje, sexta-feira, 11 anos

de emissões regulares com uma gala que terá lugar no pavilhão

multiusos do Parque de Feiras e Exposições da vila mineira, a partir

das 22 horas. Estão convidados para animar o serão os artistas

Fingertips, Adelaide Ferreira, Saul, Nikita, Sérgio Rossi, Némanus,

Ricardo & Henrique, grupo musical Cruzeiro e Bruna Guerreiro.

Câmarade Beja pede

opinião dos munícipes

A Câmara Municipal de Beja lançou esta semana um questionário onde pede a opinião dos munícipes

relativamente a assuntos importantes para a construção do Orçamento Municipal de 2013, lançando

“também as bases para um processo mais completo de participação pública em 2014”, informa a autarquia.

“Ao responder a este questionário, os munícipes estarão a contribuir com a sua opinião para ajudar a

autarquia na apresentação de um orçamento mais próximo das pessoas”, acrescenta. Para além de ser

remetido por email para a base de dados do município, o questionário está também já disponível na página

oficial do município, em www.cm-beja.pt, e no Facebook, em www.facebook.com/camaramunicipaldebeja.

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11Foi já constituído o movimento cívico “Por Vale de Vargo, freguesia …sempre!”, na sequência de um

plenário realizado no passado dia 16. Segundo a porta-voz, Ana Camilo, o movimento já realizou

entretanto, entre outros objetivos, um manifesto contra a Lei da Reorganização Administrativa

(22/2012, de 30 de maio), e também contra a decisão da unidade técnica que sugere a criação da União

de Freguesias de Vale de Vargo e Vila Nova de São Bento. Foi também já criada uma plataforma para

a divulgação do movimento e decorre neste momento a recolha de assinaturas para uma petição.

“O próximo passo será o pedido de uma medida de proteção cautelar”, acrescenta a responsável.

Vale de Vargo organiza-se

em movimento cívico

“Não é aceitável que por falta de pessoas não existam os serviços essenciais” O que é e qual o âmbito de atuação do Instituto

do Território (IT)?

O IT é uma entidade privada sem fins lucra-tivos que dirige a Rede Portuguesa para o Desenvolvimento do Território, uma rede que tem vindo a aumentar, desde a fundação em 23 de janeiro deste ano, com o alto patrocínio do primeiro-ministro e da Fundação Calouste Gulbenkian. É hoje constituída por nove uni-versidades, 11 institutos politécnicos, pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil, pelo Laboratório da Atmosfera e do Mar, pelo Instituto de Soldadura e Qualidade, pelo Inatel, pelo Instituto Financeiro de Desenvolvimento Regional, pela Marinha de Guerra Portuguesa e várias federações desportivas, entre outros. Ou seja, um conjunto muito vasto de entidades pú-blicas e privadas, relacionadas com o desenvol-vimento do território.

E quais são as áreas de ação?

São várias. Uma das que o instituto explora, quer em termos de investigação, quer em ter-mos de lobbying perante o sistema político, é a defesa dos territórios de baixa densidade de-mográfica, como é o caso do Alentejo. Temos aí trabalho feito com um conselho científico, e es-tamos a desenvolver práticas de política estru-tural diversas para os territórios de baixa den-sidade. Será nesse contexto que o IPBeja poderá ajudar-nos e integrar a rede.

Das várias declarações que tem feito no último

ano, ressalta a ideia da necessidade de políti-

cas diferentes para territórios diferentes...

É exatamente essa a nossa perspetiva. Não se trata aqui de pôr mais ou menos dinheiro em lado nenhum, nem tirar a uns para dar a outros. O que se trata é de compreender que quando se está em territórios de baixa densidade não há o mesmo número de quadros técnicos, nem, por vezes, o mesmo número de licenciados; não existem todas as especialidades que estão dispo-níveis nas zonas de alta densidade; não se pode ter a mesma política de infraestruturas, ou de equipamentos desportivos, sob pena de acabar-mos com mais equipamentos do que equipas, como já acontece em alguns sítios. A lógica não pode ser a mesma. Não se deve pedir, por exem-plo, a um concelho como o de Alvito, um Plano Diretor Municipal com a mesma complexidade que se exige ao de Lisboa. É todo este tipo de coi-sas que estão erradas e que têm, gradualmente, e do ponto de vista técnico, que ser analisadas, encontrando-se soluções para as zonas de baixa densidade que, sem subverter a lei do País, per-mitam simplificar o funcionamento adminis-trativo naqueles territórios. Percebendo, no en-tanto, que há um kit básico de serviços que deve estar disponível em todo o País…

Isso quer dizer que no interior, ou nas zonas

com menos população, não se justifica ter ser-

viços de saúde ou de educação?

É exatamente o contrário. Deixe-me dar um exemplo: se eu estiver no centro da Amadora, uma zona com uma densidade populacional al-tíssima, faz absoluto sentido ter um pavilhão desportivo, um ginásio para ginástica, e ter ainda outro ginásio para outras atividades. Se estiver-mos numa zona de baixa densidade, posso e devo exigir polivalência. Ou seja, quando se constrói um pavilhão ele deve ser multiusos, para permi-tir realizar os mais diversos tipos de atividades, porque na baixa densidade deve aproveitar-se os recursos muito melhor, e não ter três pavilhões quando o número de equipas existente é muito menor do que na Amadora. E se se fizer, onde é que se encontra dinheiro para garantir a manu-tenção desses equipamentos? Não há, e portanto

acaba-se por ficar com infraestruturas forte-mente degradadas.

O tal kit básico…

Exato, quando falo de kit básico, é disso que falo. Não é aceitável, em zona nenhuma do território, que por falta de pessoas – porque em determi-nada altura da história estão menos pessoas ali – os serviços essenciais não estejam lá. A ques-tão é como devem estar? Se calhar, ao contrário do que se passa em Lisboa, não faz sentido que haja um consultório de médicos de clínica geral num centro de saúde, e que, depois, haja nou-tro lado um dentista. O próprio centro de saúde deve assegurar a instalação adequada para o dentista. Ao fazê-lo, em vez de ter menos médi-cos, passa a haver menos edifícios, e poupa-se na sua manutenção. Não se trata de diminuir os serviços, mas apenas de ser mais inteligente, por forma a garantir que, para existirem esses serviços, não haja tantos custos associados.

Mas o Instituto do Território funciona apenas

como um lobby?

Em termos práticos funciona como um lobby, mas é o maior lobby associativo do país e tem sido ouvido, sistematicamente, pelas diversas entidades públicas. Neste momento, estamos a trabalhar para estabelecer a Carta Desportiva Nacional, com a secretaria de Estado do Desporto, e já conseguimos que o serviço infor-macional vá para o interior do país, no caso para a Universidade da Beira Interior. Estamos, ainda, a dirigir a Unidade de Missão da Mobilidade Ligeira, com a Confederação Portuguesa de Cicloturismo, que também é um dos associados da rede. No âmbito de um despacho interminis-terial, entre a Economia e o Ambiente, também dirigimos uma comissão destinada a estudar a regulamentação excessiva que condiciona a pro-dução de casas mais baratas para o mercado de arrendamento, de forma a que possam surgir, num espaço relativamente curto, casas para ar-rendar entre os 300 e 500 euros, que tanta gente necessita, e ninguém encontra. Estamos a fazer coisas muito concretas. Não se trata de filosofia, trata-se de pôr a mão na massa…AF

Rogério GomesPresidente do Instituto do Território, professor universitárioe presidente da Urbe, uma organização não governamental ligada às questões do ambiente

Desenvolvimento IPBeja

integra Rede Portuguesa do Território

O Instituto Polítécnico de Beja (IPBeja) aderiu esta semana à Rede Portuguesa para o Desenvolvimento do Território

– Instituto do Território (IT). Em comunicado, o IPBeja considera “que os objetivos do IT se en-quadram na sua missão institucional”, o que proporcionará “um conjunto de parcerias es-tratégicas, em prol do território nacional, em particular do território de baixa densidade”, como é o caso do Alentejo. O IPBeja pretende, com esta adesão, colocar “ao serviço da região as capacidades técnico-científicas da sua comu-nidade académica”, o que “poderá constituir uma mais-valia para a administração do terri-tório e fomento do desenvolvimento empresa-rial de entidades instaladas ou a instalar”.

Mário Simões, deputado do PSD, que na se-mana passada se reuniu com o presidente do IT, Rogério Gomes, defendeu a instalação em Beja de uma delegação do instituto “para me-lhor ajudar a refletir sobre os problemas do ter-ritório”, estudar e apresentar soluções para “os problemas de despovoação e desertificação que afligem” o distrito.

Entretanto, a Câmara Municipal de Beja, que esteve reunida na passada quarta-feira, em Lisboa, com responsáveis do IT, também apoia a instalação do organismo na cidade. O presidente, Pulido Valente, que disse que esta ideia foi apre-sentada ao secretário de Estado Carlos Moedas, durante a cerimónia de abertura do ano letivo do IPBeja, espera que a autarquia, em conjunto com o deputado do PSD, consigam convencer o IT a instalar uma delegação no Baixo Alentejo.

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“A Empresa Municipal de Água e Saneamento de Beja, EEM informa que ao abrigo do disposto no nº 3, artº 62º do Decreto-Lei nº 194/2009 de 20 de Agosto, disponibilizou nos seus balcões de atendimento e na página online (www.emas-beja.pt), os Projetos de Regulamento dos Sistemas Públicos e Prediais de Distribuição de Água do Município de Beja e Regulamento dos Sistemas Públicos e Prediais de Drenagem de Águas Residuais do Município de Beja propostos pelo Conselho de Administração da empresa e aprovados em reunião de Câmara a 21 de Novembro de 2012.

Os mesmos ficam disponível para consulta pública pelo prazo de 30 dias úteis a contar da data de publicação do presente aviso.”

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Celebrações entre hoje e amanhã, sábado

1.º de Dezembro recriado

em Santo Aleixoda Restauração

Santo Aleixo da Restauração, no con-celho de Moura, tem no nome a data que se assinala amanhã, primeiro dia de dezembro. Por isso preparou uma re-criação histórica das campanhas pela independência de Portugal, que ani-mará o serão de hoje, sexta-feira.

Santo Aleixo da Restauração come-mora o 1.º de Dezembro já a partir de hoje, sexta-feira, com uma recriação

histórica das campanhas da Restauração, que deram o nome a esta freguesia do con-celho de Moura. As celebrações arran-cam pelas 20 ho-ras, com discursos sobre os aconteci-mentos de 1644, se-guindo-se o arraial “Por Portugal”, pe-las ruas da fregue-sia, animado pelo grupo de percus-são “R itm’Artes”, de Vila Nova de São Bento. A partir das 20 e 30 horas, dá-se início, na rua Capitão Martim Carrasco, à encenação histórica, com a “passagem pela boda do irmão do capitão Martim Carrasco” e a “leva de ho-mens para defender Santo Aleixo”. Logo de-pois, concentram-se os defensores portu-gueses em manobras militares, na praça da

Restauração, antecipando a chegada das tro-pas espanholas e o pedido de rendição para os defensores portugueses, o que dará início ao combate entre as duas fações. O regresso ao passado encerra com a entrada dos inva-sores na igreja e a consequente morte do ir-mão de Martim Carrasco.

As comemorações continuam ama-nhã, sábado, incluindo arruadas com o grupo Chocalheiros de Ficalho e a Banda Filarmónica do Círculo Artístico Musical Safarense, logo pelas 10 horas e uma ceri-mónia de homenagem aos mortos nas cam-panhas pela independência de Portugal, com

discursos das enti-dades oficiais, ceri-mónia militar, has-tear das bandeiras e disparo de salvas de mosquete. Pelas 11 horas, enceta-se uma confraternização e um repasto popu-lar. O evento come-morativo é organi-zado pela Junta de

Freguesia de Santo Aleixo da Restauração e pela Câmara Municipal de Moura, com a co-laboração da Comoiprel, através do Contrato Local de Desenvolvimento Social, e da Ordem da Cavalaria do Sagrado Portugal, no âmbito do projeto “Rotas Históricas do Alentejo e Ribatejo”.

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Performance e Fernando

Pardal em Os Infantes

Estreou ontem, quinta-feira, e mantém-se em cena hoje, pelas 21 e 30

horas, no espaço Os Infantes, em Beja, a última performance do ciclo

“1 Ator, 1 Músico”, levada a cabo pela companhia Lendias d’Encantar.

O espetáculo “Quero-te no espaço mínimo de dois corpos” é

interpretado por Ana Lúcia Magalhães (performer) e Manuel

Nobre (baixo). No mesmo espaço, o músico bejense Fernando

Pardal ocupa o palco amanhã, sábado, a partir das 22 e 30 horas.

Homlet inaugura novo projeto multidisciplinar A Homlet/Seara – Companhia de Teatro de Beja inaugura um novo projeto, denominado “8.8.8 – A Solidão do Espetatador”, ao longo do qual, entre dezembro e julho, no Cineteatro Capricho, 26 atores e autores apresen-tam três ciclos na área do cinema, da poesia inédita e do teatro, em três dias, no primeiro fim de semana de cada mês. A inauguração é já hoje, sexta-feira, pelas 21 e 30 horas, com o ciclo “8x3 Curtas| 8x3 Argumentos |8x3 Realizadores”, sob a coordenação de Miguel Pereira.

Ceifeiras de Entradas apresentam disco de estreia

O grupo coral feminino As Ceifeiras,

de Entradas, apresenta “Chão”, o seu

disco de estreia, já no próximo dia 8,

pelas 17 horas, no centro recreativo local.

Um registo que pretende “homenagear

o cante das mulheres de Entradas e,

em nome da memória, imortalizar”

um grupo que, “ao longo dos últimos

anos, tem honrado o nome desta vila”.

O evento é organizado pela cooperativa

Cortiçol, contemplando a atuação de

dois corais convidados, nomeadamente

As Camponesas e Os Ganhões, de Castro

Verde, e ainda do Campaniça Trio.

III Beja ModelShow na escola Mário Beirão

Com organização do Clube de Modelismo

da Escola Básica Mário Beirão, o único do

género no País, decorre entre amanhã e

domingo, 2, o III Beja ModelShow, exposição

e concurso nacional de modelismo, a ter lugar

no pavilhão desportivo do estabelecimento

de ensino. A iniciativa promete a presença de

associações e clubes de modelismo nacionais

e internacionais, além de workshops e

demonstrações de modelismo. O evento

conta com o apoio da Base Aérea n.º 11,

Regimento de Infantaria n.º3, bombeiros

voluntários, Região de Turismo, Bedeteca,

Museu Regional e empresas locais.

Agência de Leilões C. Paraíso, LdaR Andrade 2 r/c Dtº 1170 - 015 LISBOATel 218 122 384 - 218 123 984Fax 218 155 316 | Tlm 919 458 349

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Prédio Urbano sito em Beja (Salvador) ” Ligação do Bairro do Pelame à Quinta D´EL Rei”, Composição: Lote 110 – Terreno Destinado a Construção Urbana, área total e descoberta: 127,5m2, descrito na CRP de Beja sob a ficha nº 1759 e Inscrito na Matriz Predial Urbana sob o art.º nº 3309-P da Freguesia de Beja (Salvador) 37.994,00€

Prédio Urbano sito em Beja (Salvador) ” Ligação do Bairro do Pelame à Quinta D´EL Rei”, Composição: Lote 111 – Terreno Destinado a Construção Urbana, área total e descoberta: 127,5m2, descrito na CRP de Beja sob a ficha nº 1760 e Inscrito na Matriz Predial Urbana sob o art nº 3310-P da Freguesia de Beja (Salvador) 37.994,00€

Prédio Urbano sito em Beja (Salvador) ” Ligação do Bairro do Pelame à Quinta D´EL Rei”, Composição: Lote 112 – Terreno Destinado a Construção Urbana, área total e descoberta: 127,5m2, descrito na CRP de Beja sob a ficha nº 1761 e Inscrito na Matriz Predial Urbana sob o art nº 3311-P da Freguesia de Beja (Salvador) 37.994,00€

Prédio Urbano sito em Ligação do Bairro da Pelame à Quinta D`EL Rei ; Descrição: Terreno para Construção; Área Total: 127,50m2, Norte Arruamento Projectado, Sul Rua Dr Alvaro Cunhal, Nascente Lote 137, Poente Lote 135, Descrito na CRP de Beja sob a ficha nº 1785 e Inscrito na Matriz Predial sob o Art.º 3324 da Freguesia de Beja (Salvador) 37.994,00€

Prédio Urbano sito em Ligação do Bairro da Pelame à Quinta D`EL Rei ; Descrição: Terreno para Construção; Área Total: 127,50m2, Norte Arruamento Projectado, Sul Rua Dr Alvaro Cunhal, Nascente Lote 138,e Poente Lote 136, Descrito na CRP de Beja sob a ficha nº 1786 e Inscrito na Matriz Predial Urbana sob o Art.º 3325 da Freguesia de Beja (Salvador) 37.994,00€

Prédio Urbano sito em Ligação do Bairro da Pelame à Quinta D`EL Rei ; Descrição: Terreno para Construção; Área Total: 127,50m2, Norte Arruamento Projectado, Sul Rua Dr Alvaro Cunhal, Nascente Lote 139 e Poente Lote 137, Descrito na CRP de Beja sob a ficha nº 1787 e Inscrito na Matriz Predial Urbana sob o Art.º 3326 da Freguesia de Beja (Salvador) 37.994,00€

Prédio Urbano sito em Ligação do Bairro da Pelame à Quinta D`EL Rei ; Descrição: Terreno para Construção; Área Total: 127,50m2, Norte Arruamento Projectado, Sul Rua Dr Alvaro Cunhal, Nascente Lote 140 e Poente Lote 138, Descrito na CRP de Beja sob a ficha nº 1788 e Inscrito na Matriz Predial Urbana sob o Art.º 3327 da Freguesia de Beja (Salvador) 37.994,00€

Prédio Urbano sito em Ligação do Bairro da Pelame à Quinta D`EL Rei ; Descrição: Terreno para Construção; Área Total: 127,50m2, Norte Arruamento Projectado, Sul Rua Dr Alvaro Cunhal, Nascente Lote 141 e Poente Lote 139, Descrito na CRP de Beja sob a ficha nº 1789 e Inscrito na Matriz Predial Urbana sob o Art.º 3328 da Freguesia de Beja (Salvador) 37.994,00€

Prédio Urbano sito em Ligação do Bairro da Pelame à Quinta D`EL Rei ; Descrição: Terreno para Construção; Área Total: 127,50m2, Norte Arruamento Projectado, Sul Rua Dr Alvaro Cunhal, Nascente Espaço Publico e Poente Lote 140, Descrito na CRP de Beja sob a ficha nº 1790 e Inscrito na Matriz Predial Urbana sob o art.º 3329 da Freguesia de Beja (Salvador) 37.994,00€

Prédio Urbano sito em Ligação do Bairro da Pelame à Quinta D`EL Rei Lote 176; Descrição: Terreno para Construção, Área Total: 1.925m2, Descrito na CRP de Beja sob a ficha nº 2023 e Inscrito na Matriz Predial Urbana sob o art nº 3503 da Freguesia de Beja (Salvador) 915.670,00€

Fracção Autónoma designada pela letra “AF”, sito em Rua Eugénio da Andrade ( Poeta) nº2, 4, 6, 8 e 10 Nº 2, 4, 6 com Ligação do bairro do Pelame à Quinta D´EL Rei Lote 177, Composição: 1º Andar E, Tipologia: T3, Descrito na CRP de Beja Sob a ficha nº 2024 e Inscrito na Matriz Predial Urbana sob o art Nº 3536 da Freguesia de Beja ( Salvador) 90.000,00€

Fracção Autónoma designada pela letra “AK”, sito em Rua Eugénio da Andrade ( Poeta) nº2, 4, 6, 8 e 10 Nº 2, 4, 6 com Ligação do bairro do Pelame à Quinta D´EL Rei Lote 177, Composição: 2º Andar D, Tipologia: T3, Descrito na CRP de Beja Sob a ficha nº 2024 e Inscrito na Matriz Predial Urbana sob o art Nº 3536 da Freguesia de Beja ( Salvador) 90.000,00€

Fracção Autónoma designada pela letra “AO” sito em Rua Eugénio da Andrade ( Poeta) nº2, 4, 6, 8 e 10 Nº 2, 4, 6 com Ligação do bairro do Pelame à Quinta D´EL Rei Lote 177, Composição: 1º Andar E, Tipologia: T3, Descrito na CRP de Beja Sob a ficha nº 2024 e Inscrito na Matriz Predial Urbana sob o art Nº 3536 da Freguesia de Beja ( Salvador) 90.000,00€

Fracção Autónoma designada pela letra “AR” sito em Rua Eugénio da Andrade ( Poeta) nº2, 4, 6, 8 e 10 Nº 2, 4, 6 com Ligação do bairro do Pelame à Quinta D´EL Rei Lote 177, Composição: 2º Andar E, Tipologia: T3, Descrito na CRP de Beja Sob a ficha nº 2024 e Inscrito na Matriz Predial Urbana sob o art Nº 3536 da Freguesia de Beja ( Salvador) 90.000,00€

Fracção Autónoma designada pela letra “D” sito em Rua Eugénio da Andrade ( Poeta) nº2, 4, 6, 8 e 10 Nº 2, 4, 6 com Ligação do bairro do Pelame à Quinta D´EL Rei Lote 177, Composição: 1º Andar E, Tipologia: T3, Descrito na CRP de Beja Sob a ficha nº 2024 e Inscrito na Matriz Predial Urbana sob o art Nº 3536 da Freguesia de Beja ( Salvador) 90.000,00€

Fracção Autónoma designada pela letra “F” sito em Rua Eugénio da Andrade ( Poeta) nº2, 4, 6, 8 e 10 Nº 2, 4, 6 com Ligação do bairro do Pelame à Quinta D´EL Rei Lote 177, Composição: 1º Andar D, Tipologia: T3, Descrito na CRP de Beja Sob a ficha nº 2024 e Inscrito na Matriz Predial Urbana sob o art Nº 3536 da Freguesia de Beja ( Salvador) 90.000,00€

Fracção Autónoma designada pela letra “G” sito em Rua Eugénio da Andrade ( Poeta) nº2, 4, 6, 8 e 10 Nº 2, 4, 6 com Ligação do bairro do Pelame à Quinta D´EL Rei Lote 177, Composição: 2º Andar E, Tipologia: T3, Descrito na CRP de Beja Sob a ficha nº 2024 e Inscrito na Matriz Predial Urbana sob o art Nº 3536 da Freguesia de Beja ( Salvador) 90.000,00€

Fracção Autónoma designada pela letra “I” sito em Rua Eugénio da Andrade ( Poeta) nº2, 4, 6, 8 e 10 Nº 2, 4, 6 com Ligação do bairro do Pelame à Quinta D´EL Rei Lote 177, Composição: 2º Andar D, Tipologia: T3, Descrito na CRP de Beja Sob a ficha nº 2024 e Inscrito na Matriz Predial Urbana sob o art Nº 3536 da Freguesia de Beja ( Salvador) 90.000,00€

Fracção Autónoma designada pela letra “O” sito em Rua Eugénio da Andrade ( Poeta) nº2, 4, 6, 8 e 10 Nº 2, 4, 6 com Ligação do bairro do Pelame à Quinta D´EL Rei Lote 177, Composição: 1º Andar D, Tipologia: T3, Descrito na CRP de Beja Sob a ficha nº 2024 e Inscrito na Matriz Predial Urbana sob o art Nº 3536 da Freguesia de Beja ( Salvador) 90.000,00€

Fracçãoo Autónoma designada pela letra “P” sito em Rua Eugénio da Andrade ( Poeta) nº2, 4, 6, 8 e 10 Nº 2, 4, 6 com Ligação do bairro do Pelame à Quinta D´EL Rei Lote 177, Composição: 2º Andar E, Tipologia: T3, Descrito na CRP de Beja Sob a ficha nº 2024 e Inscrito na Matriz Predial Urbana sob o art Nº 3536 da Freguesia de Beja ( Salvador) 90.000,00€

Fracção Autónoma designada pela letra “R” sito em Rua Eugénio da Andrade ( Poeta) nº2, 4, 6, 8 e 10 Nº 2, 4, 6 com Ligação do bairro do Pelame à Quinta D´EL Rei Lote 177, Composição: 2º Andar D, Tipologia: T3, Descrito na CRP de Beja Sob a ficha nº 2024 e Inscrito na Matriz Predial Urbana sob o art Nº 3536 da Freguesia de Beja ( Salvador) 90.000,00€

Fracção Autónoma designada pela letra “V” sito em Rua Eugénio da Andrade ( Poeta) nº2, 4, 6, 8 e 10 Nº 2, 4, 6 com Ligação do bairro do Pelame à Quinta D´EL Rei Lote 177, Composição: 1º Andar E, Tipologia: T3, Descrito na CRP de Beja Sob a ficha nº 2024 e Inscrito na Matriz Predial Urbana sob o art Nº 3536 da Freguesia de Beja ( Salvador) 90.000,00€

Fracção Autónoma designada pela letra “Y” sito em Rua Eugénio da Andrade ( Poeta) nº2, 4, 6, 8 e 10 Nº 2, 4, 6 com Ligação do bairro do Pelame à Quinta D´EL Rei Lote 177, Composição: 1º Andar D, Tipologia: T3, Descrito na CRP de Beja Sob a ficha nº 2024 e Inscrito na Matriz Predial Urbana sob o art Nº 3536 da Freguesia de Beja ( Salvador) 90.000,00€

Fracção Autónoma designada pela letra “Z” sito em Rua Eugénio da Andrade ( Poeta) nº2, 4, 6, 8 e 10 Nº 2, 4, 6 com Ligação do bairro do Pelame à Quinta D´EL Rei Lote 177, Composição: 2º Andar E, Tipologia: T3, Descrito na CRP de Beja Sob a ficha nº 2024 e Inscrito na Matriz Predial Urbana sob o art Nº 3536 da Freguesia de Beja (Salvador) 90.000,00€

Prédio Rústico sito no Montinho Diogo de Almeida, com a área de 19.540m2, Descrito na CRP de Beja sob a ficha n.º 303 e inscrito Na Matriz Predial Rústica sob o Art.º 148 Secção A da Freguesia de Beja (Salvador) 195.400,00€

Fracção Autónoma designada pela letra “I”, sita na Rua dos Infantes/Rua do Touro- Edifício Lidador, Composição: Comercio Andar: R, Descrito na CRP de Beja sob a ficha nº 1097 e Inscrito na Matriz Predial Urbana sob o art nº 2686 da Freguesia de Beja (S. João Baptista) 65.000,00€

Fracção Autónoma designada pela letra “J”, sita na Rua dos Infantes/Rua do Touro- Edifício Lidador, Composição: Comercio Descrito na CRP de Beja sob a ficha nº 1097 e inscrito na Matriz Predial Urbana sob o art nº 2686 da Freguesia de Beja ( S. João Baptista) 25.000,00€

FAÇA A SUA PROPOSTAEM CARTA FECHADA

Regulamento1.Os interessados deverão remeter sob pena de anulação as propostas em carta fechada até ao dia 03.12.2012 e dirigidas ao Administrador de Insolvência, Rua Manuel Tiago 81, 2870-383 MONTIJO.2.As propostas terão que conter: Identificação do proponente (nome ou denominação social, morada, n.º contribuinte, telefone e fax) valor oferecido por extenso e o envelope no exterior deve identificar o nome do processo.3.A adjudicação será feita à proposta de maior valor e após o parecer favorável do Administrador da Insolvência.4.As propostas serão abertas na presença do Administrador de Insolvência e demais interessados, no dia 3 de Dezembro às 15h30m no escritório do Sr. Administrador de Insolvência.5.Os Imóveis são vendidos no estado físico e jurídico, em que se encontram.6.Sobre os Imóveis será pago a título de sinal 20% no acto da adjudicação e os restantes 80% no dia da escritura.7.Ao valor da venda é acrescido a comissão de 5% e respectivo IVA referente aos serviços prestados pela LEILOEIRA PARAÍSO.

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Extinção de freguesiasJosé Filipe Murteira Professor

Presumimos que, por opção editorial, o “Diário do Alentejo” dedicou duas das suas últimas edições às fregue-sias de Gomes Aires e Pereiras-Gare, cuja extinção/fusão foi aprovada, en-tre outras, pelas assembleias munici-pais em que se integram, Almôdovar e Odemira, respetivamente. De resto, foram estas as únicas assembleias do distrito de Beja que tomaram tal deci-

são, já que todas as outras se pronunciaram contra esta medida, na linha do que a maior parte fez, a nível nacional.

Nessas duas reportagens podemos sentir diversas reações, quer entre a população, quer entre os autarcas das duas freguesias: a de-silusão, a resignação, a injustiça, a revolta (...).

Ato 1. Do memorando assinado entre a troika e o governo de José Sócrates, no dia 3 de maio : “3.44. Reorganizar a estrutura da administração local. Existem atualmente 308 municípios e 4259 freguesias. Até julho de 2012, o Governo desenvolverá um plano de consolidação para reorganizar e reduzir significativamente o nú-mero dessas entidades”. Sobre este ponto, escrevia, poucos dias de-pois, um comentador num jornal nacional, que esta era uma das medidas que não iria ser concretizada na totalidade. Referia-se, é claro, à redução de municípios, que, como se vê, ficou para as ca-lendas gregas, já que apenas o “elo mais fraco”, as freguesias, foi ob-jeto dessa “reorganização”. O que revela que há, entre os nossos po-líticos, muitos “Cabrais” que temeram novas “Marias da Fonte”, caso a extinção de municípios fosse para a frente.

Ato 2. Uma semana depois, no dia 10 de maio, o conselho dire-tivo da Associação Nacional de Municípios aprova, por unanimi-dade, uma resolução em que, nomeadamente, se dizia : “No caso das freguesias, a diminuição do seu número poderá também não implicar reduções significativas de custos e não deverá ser feita com base em regras cegas e universais (…) Deve ainda ter-se em conta que, em freguesias mais longe das sedes de concelho, onde já fecharam serviços como escola, correios, centro de saúde, entre ou-tros, o único ponto de contacto das populações com quaisquer ser-viços públicos é a junta de freguesia que, por um lado, as representa e, por outro lado, funciona como elo de ligação. Nestas situações, a redução do número de freguesias pode contribuir para acentuar o isolamento e abandono das populações.”

Ato 3. A contrariar esta resolução, numa posição mais “troi-kista” que o próprio memorando, como que a justificar a posição do seu partido, o presidente da Câmara Municipal de Beja apres-sou-se a dizer que “…concorda em absoluto com a redução de mu-nicípios e de freguesias” e que “não faz sentido o País ter freguesias e municípios demasiado pequenos, às vezes uns ao lado dos outros, quando apenas um órgão de gestão poderia gerir as necessidades sem duplicar órgãos de gestão e eleitos (…). O autarca considerou ainda que em Beja existem condições para a supressão de algumas freguesias, dando outra dimensão às freguesias que se mantive-rem.” (“Correio Alentejo”, 13 de maio).

É claro que, mudada a conjuntura política, com a vitória do PSD, Pulido Valente vai mudar de opinião (tal como já tinha feito, aliás, com a questão das ligações ferroviárias diretas a Lisboa e da extinção do Intercidades).

Ato 4. Entretanto, vão sendo conhecidas algumas situações que, para além de caricatas, pressupõem oportunismos políticos conjunturais, fruto da “ditadura das maiorias” em algumas as-sembleias municipais, que aprovaram propostas de extinção/fu-são de freguesias.

Por exemplo, na Assembleia Municipal de Santarém, que visava a revogação da pronúncia desse órgão, aprovada na sessão de 20 de julho deste ano, os presidentes de duas juntas de freguesia que irão ser agregadas quase chegaram a vias de facto, tendo mesmo sido

chamada a PSP, para serenar os ânimos (“Diário de Notícias”, 11 de outubro). Nesta reorganização, que elimina nove freguesias, o PSD (que tem a maioria na AM) foi acusado de “cozinhar” o mapa com base em expectativas eleitorais.

Talvez não tenha sido por acaso que, já em dezembro de 2011, o jornal regional “O Mirante” tenha escrito que “Autarcas [de Tomar] receiam que extinção de freguesias leve a motins”.

Ato 5. Bem mais perto de nós, ainda que não seja conhecido qualquer ato de violência, a pronúncia da Assembleia Municipal de Odemira (de maioria PS), uma das únicas quatro do Alentejo a tomar esta decisão, tem sido igualmente acusada desse oportu-nismo político, ao aprovar um novo mapa em que todas as quatro freguesias rurais extintas são, neste momento, geridas pela CDU. Curiosamente, como se pode ver na excelente infografia publicada no “Diário do Alentejo” de 26 de outubro, a proposta da Utrat ape-nas propunha a extinção de uma freguesia rural – Luzianes-Gare – para além da junção das três consideradas urbanas. Para adensar mais as desconfianças, a proposta da AM agrega apenas duas des-tas, ficando a terceira – Boavista dos Pinheiros – de fora (por sinal, esta autarquia é dirigida pelo PS).

E se uma das justificações apontadas nessa pronúncia é a de que as quatro freguesias a extinguir são recentes (criadas entre 1985 e 1989) e vão voltar a integrar as freguesias de onde tinham saído, “por razões de natureza histórica e cultural”, o que dizer, então, da última freguesia criada em Odemira, precisamente Boavista dos Pinheiros, desanexada (com toda a razão) das freguesias urbanas de Salvador e de Santa Maria apenas em 2001? Neste caso, os crité-rios temporais, histórico e cultural já não se aplicam?

Razão tinham os que, na concentração em Beja, no passado dia 27 de outubro, empunhavam uma faixa preta onde se podia ler “a Freguesia de Zambujeira do Mar está de luto”.

Ato 6. E agora? Passado que foi o prazo para a pronúncia das as-sembleias municipais, a Utrat apresentou a proposta de reorgani-zação, que prevê a extinção de mais de mil freguesias, levantando desde logo um coro de críticas por todo o País e por todo o espec-tro político, da maioria ou da oposição, e de ameaças de tomadas de posição mais duras por partes de várias autarquias e popula-ções atingidas. Também já se escreveu que este processo poderá, inclusivamente, pôr em causa as eleições autárquicas do próximo ano. A Anafre, por seu lado, diz que esta reorganização originará uma poupança de apenas 6,5 milhões de euros e apoia as fregue-sias que queiram apresentar providências cautelares a suspender a proposta de extinção, enquanto aguarda a decisão do Tribunal Constitucional sobre o assunto.

Epílogo. Como se pode ler na última edição do “Diário do Alentejo”, também no nosso distrito são várias as vozes a levantar--se contra esta proposta, desde partidos políticos a juntas de fregue-sia e a câmaras municipais. Autarquias como Aljustrel, Ourique, Mértola, Serpa ou Santiago do Cacém, já se manifestaram publica-mente contra as alterações nos seus municípios e preparam ações concretas para as contestar.

Enquanto isso, ainda segundo este trabalho do “DA”, o presi-dente da Câmara de Beja, com a sua habitual ambiguidade, limita--se a dizer que se mostra “…contrário a qualquer proposta sem que haja um estudo aprofundado sobre a realidade do território do concelho, não compreendendo as razões para que a freguesia de Mombeja, seja integrada em Santa Vitória e Quintos na fregue-sia da Salvada”. Ou seja, sem se manifestar frontalmente contra, li-mita-se a questionar porque vai Mombeja juntar-se a Santa Vitória (e não a Beringel?) e Quintos à Salvada (e não a Baleizão?), sem se pronunciar sobre as restantes freguesias que vão ser agregadas (São Brissos, Trindade e as urbanas) ou sobre iniciativas que contrariem estas medidas.

Tal como escrevíamos em 24 de junho de 2011, no “Correio Alentejo”, acerca da sua posição sobre esta imposição antidemo-crática do memorando no poder local democrático, apetece ter-minar com a mesma frase (com as devidas alterações, entre-tanto verificadas) : “Assim, não será de estranhar se virmos, um dia destes, Pulido Valente a tentar convencer os autarcas e as po-pulações das freguesias de Quintos (pequena), Salvada e Cabeça

Gorda (próximas), e dos municípios de Alvito (pequeno), Cuba e Vidigueira (próximos), a iniciar o debate para a sua fusão numa só freguesia e num só município.

A bem do cumprimento do memorando.”

MedoFilipe Nunes Arqueólogo

Após os confrontos na última greve ge-ral, tornou-se evidente como se pre-tende confinar ao medo todos os mi-lhões de pessoas que, dia após dia, têm cada vez menos ar à sua volta para respirar. Um sufoco imposto de todos os lados e que, designado nesse outro sinónimo que é a crise, atemo-rizou-nos pelo medo de perder o em-prego, o futuro de quem não o tem e

a estabilidade das nossas vidas. Rapidamente resumido e formu-lado no pragmatismo capitalista do fim da história, que é como quem diz esqueçam as outrora conquistas da paz, o pão, habitação, saúde e educação que se ouvia soar nessa canção (de) “Liberdade”. A mesma música responde ao seu nome e aos tempos de hoje, quando terminava ecoando que “só há liberdade a sério quando houver/Liberdade de mudar e decidir/quando pertencer ao povo o que o povo produzir “. Essa premissa, já o sabemos, foi deitada por terra, conduzidos até aqui pelos donos de Portugal, connosco ao vo-lante até onde houve alcatrão e betão para nos enterrar. Mas o iní-cio da canção poderá apelar hoje mesmo a um novo ponto de par-tida, pois se “Viemos com o peso do passado e da semente/Esperar tantos anos torna tudo mais urgente/e a sede de uma espera só se estanca na torrente”. Porque de novo, e uma vez mais, parece que “Só se pode querer tudo quando não se teve nada/Só quer a vida cheia quem teve a vida parada”.

E não há, nem nunca haverá, torrentes que abram caminho sem maior ou menor violência nas águas paradas em que atola-mos. Por isso a boiar na política parlamentarista e no sindicalismo de palanque, uma “meia dúzia” de arremessos de pedras atiradas a esse lamaçal criaram as ondas de choque como desde há muito não se via. E nesse ponto de rutura, de passagem a outro nível de reação e de ação direta, nas pedras e nos petardos, começa a operar-se um ponto de viragem ao medo. Indefinido e certamente incerto, pois ao mesmo tempo que se percorre esse fio da navalha que a violên-cia sempre será, esta serve mediaticamente para estoicamente ga-nhar tempo e pretexto à resposta que se quer definitiva pelas forças da ordem democrática eleita em instaurar o medo absoluto, eter-namente auxiliados pelo falso pacifismo de quem equilibra o peso de uma pedra na mão e as vidas deitadas ao desbarato pelas finan-ças ou pelo uso de um cassetete noutra mão.

Porque a torrente não se estanca no argumento falacioso e ridículo da “meia dúzia de profissionais da desordem”, pois a torrente está em todos os que permanecem nas ruas após o en-cerrar anunciado dos protestos pelos profissionais do sindi-cato, e cuja presença inamovível – espectativa ou participante – entre a desordem incomoda mais a ordem que a velha calçada portuguesa que lhe é arremessada. A carga, a perseguição rai-vosa e as ilegalidades na prisão de mais de uma centena dessa torrente que está na rua, como a urgência atabalhoada da polí-cia, mesmo por vezes entre congéneres praças jornalísticas, não se prende em justificar apenas os acontecimentos, mas em im-plantar um Estado de medo que pode começar por atacar e dia-bolizar os anarquistas ou os estivadores, velha receita de dis-curso criminalizante que singrou nos totalitarismos de direita e esquerda do século passado (e nas democracias de hoje), mas cujo alcance pretende instaurar na vida de todos a lógica da re-ceita médica inquestionável dos carrascos que nos fazem som-bra. Do come e cala.

Nestas coisas há sempre vozes retorcidas que se fazem escutar bem alto. Mas uma coisa é certa: o AEROPORTO

de Beja é uma realidade. Existe. E se existe é porque é algo com que se pode contar. No imediato. Ou num futuro mais ou menos próximo. Os voos de passageiros ainda são poucos. Mas há empresas que se começam a movimentar na gare aeroportuária de Beja. E isso é uma boa notícia. Não é? PB

O pior que pode acontecer ao jornalismo é ver a sua credibilidade minada. E que o contrato social que o liga aos cidadãos seja que-brado por via das desconfianças geradas por este processo. Os pró-ximos dias serão decisivos. O ónus da prova está agora do nosso lado: os jornalistas vão ter de provar que são agentes da verdade. Não são bufos ao serviço dos agentes de segurança. Nuno Azinheiro, “Diário de Notícias”, 26 de novembro de 2012

Opinião

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Há três pratos da gastronomia na-cional que habitualmente se li-gam ao Alentejo, as açordas, as migas e os gaspachos, referidos por essa ordem, como se esti-véssemos a ler num calendário. Na verdade, a temperatura am-biente, para além do ciclo sazo-nal de alguns condimentos, é que dita na roda do ano a sucessão

desses comeres. Para o alentejano o assunto é simples, as açordas são no outono, as migas no inverno, os gaspachos durante o ve-rão. É no aconchego das primeiras, na substância das segundas e no gozo refrescante dos últimos que se fundamenta a ordem de preferência. Decisão, dir-se-ia, quase meteorológica.

No entanto, muitos não saberão que o nome dessas comi-das carrega consigo uma parte da memória trágica do Alentejo, drama de carências que se arrastou até quase ao último quartel do século passado.

Por detrás dos nomes desses emblemáticos comeres, hoje substanciais, esconde-se uma história inenarrável, pingando so-frimento. Nela transparece o desespero levado ao limite da gente camponesa assalariada. As crises de trabalho, o esforço, quan-tas vezes sobre-humano, sem a contrapartida da sustentação. Madrugadas de noites mal dormidas assombradas pelo espec-tro das privações. A angústia fazendo estragos com o romper da aurora.

A “comida da fome”, assim chamada porque nunca a matava como compete a qualquer comida, estava na base desse drama. As açordas eram “peladas”, as migas “canhas” ou “de assobio”, os gaspachos pouco mais consentindo que o vinagre, umas rodelas extra de pepino, quando não um tomate pisado para engrossar. Havia o pão, é verdade, e de qualidade, mas o azeite, quando o havia, não passava de uma amostra. Eram as refeições de “pão e dentes” que geravam grandes “barrigadas de fome”, como então dizia a população sofredora com mal disfarçado humor.

Vá lá que a necessidade é mestra de engenho. Pelas ervas do campo e outras criadas numa nesga de quintal não cobrava nada a mãe natureza. Muito menos pela água das fontes que foi sem-pre fartura de gente pobre. Esse pouco, com o alho, fez muito do quase nada. Nos tarros de cortiça e nos pratos de louça ratinha a aridez da comida ganhava laivos de requinte enobrecendo-se de sabor.

Felizmente que os tempos mudaram. A partir da esquelé-tica base da comida camponesa, generalizaram-se no Alentejo,

tanto nos restaurantes como na maioria das casas da região, os pratos tradicionais, envergando agora roupagens de outra qua-lidade e fartura que nunca deixaram de estar presentes em casa de gente rica. As açordas, as migas e os gaspachos ganharam es-tatuto inimaginável.

Mas falemos hoje das açordas, que é tempo delas.Logo que as primeiras chuvas anunciam o outono trazendo

os coentros novos e os poejos, o alentejano sonha com açordas. Pisa as ervas (normalmente alternando os poejos e os coentros) com alho, sal e tiras de pimento verde numa pelangana de barro, junta-lhe azeite em quantidade e qualidade enquanto ferve num tacho uma posta de bacalhau, escalfando na mesma água um ovo por pessoa. Fatia entretanto sopas de pão de trigo, do que ainda é digno desse nome, se possível saído do forno há vários dias, que ficam a aguardar a sua vez. Logo que concluída a cozedura do “fiel amigo” e retirados os ovos, joga sobre os temperos pisados da pelangana a água a ferver, mexendo suavemente para mistu-rar os cheiros. Dentro do caldo rescendente deita, então, as so-pas de pão duro, tapando a pelangana para que elas se embebam dos intensos sabores da mistura. Vai a pelangana à mesa acom-panhada do bacalhau e dos ovos, servidos em prato à parte. Dão apoio à iguaria as rodelas de rábano há pouco criado nas hortas e azeitonas pisadas, se possível verdeais, de curtimenta recente. Se o tem à mão, chama a si o vinho novo das castas alentejanas, mas não se negará ao velho, cuja majestade sempre enobreceu qual-quer comida. Eis a açorda de hoje, aconchegante e olorosa, re-confortante, digna de banquete de rei, prima afastada da magra comida da gente pobre de onde veio a matriz.

Do afetivo tríptico gastronómico do Alentejo, em que açorda tem lugar proeminente, sobressai como elemento comum e in-substituível, o pão de trigo. Aqui o pão foi sempre coisa amada e venerada, muito mais agora que quase só se come imbuído de memória.

Tempo de açordas, dizíamos. Mas tempo também de maus presságios espreitando nos poentes deste outono de desencanto. Uma classe de gente despudorada assenhoreou-se desde há dé-cadas dos destinos do País saqueando quanto pôde originando com que fôssemos bater à porta de credores tão ou mais despu-dorados, ainda por cima armados em benfeitores. O resultado já se previa, a pobreza a rondar de novo a casa dos portugueses tra-zendo à memória os trágicos tempos da fome com as “açordas peladas”.

Ao sabor secular de prato tão caro aos alentejanos junta-se de novo o travo amargo da injustiça gerando uma raiva que não au-gura nada de bom.

14 Os resultados preliminares do CENSOS 2011 já eram conhecidos, mas só esta semana o Instituto Nacional de

Estatística divulgou os resultados definitivos. E, naquilo que diz respeito ao Alentejo, não há um único indicador que nos anime pela positiva: somos cada vez menos, estamos mais velhos, permanecemos analfabetos e damos um baixo contributo para a vida ativa. Uma região de sucesso, num país de sucesso.PB

O Governo não mexeu uma palha no IVA para a RESTAURAÇÃO. Nada que não fosse previsível. Como

previsível é o futuro imediato de um setor da economia que já anda pelas ruas da amargura e que vai entrar em 2013 com a corda bem esticada ao pescoço. A restauração e similares dão emprego a muita gente e movimentam as pequenas economias de proximidade. Que assim ficam mais pobres. PB

Há 50 anosO fio de aço dentrodo pão e uma políciacompreensiva

No “Varandim da Cidade”, uma pe-quena coluna de opinião publicada regularmente na primeira página

do “Diário do Alentejo”, os jornalistas da casa abordavam diferentes problemas de Beja.

Na edição de 23 de novembro de 1962, Melo Garrido denunciava a falta de qualidade do pão em Beja:

“Mau grado nosso, teremos hoje que fa-zer mais um comentário a propósito do ins-tante problema da qualidade do pão vendido em Beja.

Um comentário que terá duas ‘faces’: uma agradável, outra desagradável.

Agradável, porque se notou, de facto, uma certa melhoria, aliás prèviamente anunciada pelos serviços competentes; desagradável em virtude de um caso, sem dúvida invulgar, mas que nem por isso deixa de ser muito aborre-cido e merecer reparo: um nosso leitor veio á nossa redacção mostrar-nos um pão no qual vinha caprichosamente envolvido uma parte de fio de aço!

Perguntou-nos como isso é possível.Não soubemos responder-lhe, nem a res-

posta será talvez viável aos responsáveis...A repetição de tais descuidos é que tem de

ser evitada. Custe o que custar.”No dia seguinte, M. G. retomava outro as-

sunto citadino:“Recentemente, abordámos, aqui, o caso

da razia feita aos emblemas dos automóveis que, durante a noite, estacionam em vários lo-cais da cidade.

Manifestámos o nosso parecer de que se-riam brincadeiras de rapazes mais ou menos ‘crescidotes’, mas brincadeiras censuráveis, pelos prejuízos que causavam e que, por isso mesmo, deviam ser reprimidas.

Está claro que, como também supuse-mos, a Polícia entrou imediatamente em ac-ção. E não tardou a descobrir os autores das proezas, embora encontrando dificuldades por parte de pessoas que, ocasionalmente, já na posse do ‘segredo’, entenderam, errada e lamentàvelmente, que não deviam colabo-rar no esclarecimento de um caso, sem dú-vida de somenos importância, mas que de-via ser resolvido quanto antes, para não ter continuidade.

Ao fim e ao cabo, a Polícia fez valer os seus direitos – passe a expressão – e actuou, depois, com a compreensão que se justificava e era mesmo de recomendar. Os culpados devolve-ram os emblemas de que se haviam apoderado sem intuitos maldosos mas abusivamente e te-rão sido repreendidos e aconselhados a expan-direm de outra forma mais simpática a exube-rância da sua natural veia brincalhona.

Os emblemas encontram-se, pois, já no Comando da P. S. P., onde devem compare-cer os lesados a fim de os identificarem e os receberem.

E aqui acaba a história. Uma história que para todos teve um ‘happy end’...

Ainda bem.”

Carlos Lopes Pereira

Crónica Tempo de açordasJoão Mário Caldeira

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Sou contra a limitação do que quer que seja e de mandatos para presidentes de junta e pre-sidentes de câmara. Mas a haver limitação de mandatos deveria ser para todos os órgãos de soberania e instituições públicas. É lamentável a perpetuação do poder na direção das es-colas, nos sindicatos, organizações patronais, direções de empresas públicas, etc. Esta re-forma no sistema político é anquilosada. Joaquim Jorge, “Público”, 26 de novembro de 2012

Antes falava-se da “mais alta taxa de suicídio do mundo” de Sabóia como uma caracterís-tica natural do Baixo Alentejo envelhecido: homens sem ninguém à distância de lhes dar a mão, como sobreiros no montado cujos ramos nunca se tocam. Veio depois a vergonha, quando percebemos que os velhos não deixam de se matar nas cidades, sucede apenas que damos pelo cheiro antes de darmos pela falta. Vasco Barreto, “I”, 26 de novembro de 2012

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O senhor deputadoAntónio Saleiro Almodôvar

Quando um deputado faz a defesa da manutenção de um tribunal em preju-ízo da manutenção de outro, como é o caso de Almodôvar e Mértola, não é um deputado, é um “mandarete”!

Acabei de ouvir o mandarete Ameixa protestar na Assembleia da República porque o mapa judiciário contempla a manutenção do tribunal em Almodôvar e, ao que parece, não mantém o tribunal em Mértola.

Esse senhor, que também é pago pe-los a lmodovarenses, esqueceu-se que Almodôvar é um concelho do seu cír-culo eleitoral e que quando no primeiro mapa eleitoral se retirou o tribunal de Almodôvar devia ter reagido e não rea-giu! Ficou mudo e calado!...

Vem agora criticar a ministra por ter reconsiderado.

Fá- l o p or c ont r a p o s iç ã o c om Mértola... Que tristeza franciscana!

(…)Não deve ter lido os princípios pro-

gramáticos do partido através do qual foi eleito.

Deveria ter usado o seu espaço e poder parlamentar para defender Almodôvar, ao tempo, como deveria agora usá-lo para defender Mértola até às últimas consequências...

O grande objetivo deste deputado deveria ter sido uma luta sem tréguas para manter os dois tribunais e nunca fomenta r u ma g uerra pol ít ica en-tre populações que sempre estiveram irmanadas.

Mértola merece o seu tribunal? Claro que merece e tem razões para isso!

Una esforços com os outros deputa-dos e demonstrem ao Governo os pre-ju ízos que causam àquelas gentes! Trabalhe! Apure factos! Arranje argu-mentos e não f ique calado como o fez com Almodôvar.

O argumento partidário que usou é infeliz e o do almoço com o presidente da camara é demagógico!

Querem ver que este rapaz nunca al-moçou com um ministro?

Pois se nunca pressionou ministros fez mal!

Não está aí a fazer nada!Talvez agora se perceba porque é que

a Embraer foi para Évora com um aero-porto em construção em Beja.

Só não lhe retiro o voto porque não posso!

O argumento de que a câmara agora é do PSD é pobre e vergonhoso! E se

deixou de ser do PS foi graças à estraté-gia que levou a cabo quando era o diri-gente regional o ainda deputado.

Não é por acaso que na sua liderança o PS perdeu no distrito 25 mil votos e um deputado! O povo é humilde mas não é ingénuo!

Se tivesse lutado por Almodôvar e pela manutenção do tribunal eu estaria aqui humildemente a agradecer-lhe como devo fazê-lo à senhora ministra por ter reconsiderado!

Só não o faço ao presidente da câmara porque se fez alguma coisa não fez mais que o seu dever e obrigação!

Volto a insistir que é sua obrigação fa-zer com que Mértola volte a ter o seu tri-bunal, lute! Mostre o que vale e justifique quanto lhe pagamos!

Promova uma reunião com o presi-dente de Mértola na comissão de Direitos Liberdades e Garantias e deixe-se de dis-cursos reles e sem conteúdo!

Deixe Almodôvar em paz porque não lhe devemos nada!

Basta ver o estado lastimoso em que o Governo deixou o edifício da Misericórdia (antigo centro de saúde) para nos aperce-bermos do seu mau trabalho!

Ficamos a saber que, por esse senhor, Almodôvar, não teria tribunal!

Pois que fique a saber que por duas ve-zes, quando eu era presidente da câmara, houve a tentativa de o encerrar. Uma vez num governo do PS e outra num governo do PSD! Nunca saiu! Sabe porquê? Porque levei os argumentos que ainda hoje são vá-lidos com base num próprio mapa judiciá-rio que a câmara ao tempo elaborou e sem intervenções politiqueiras como as que fez hoje! Não é com aquele discurso de “cha-cina de galinheiro” que ajudará Mértola! Demita-se para não prejudicar mais o distrito!

O entendimentoF. Calado Aljustrel

Uma sociedade que vê no seu próximo um adversário a derrotar, que entendi-mento e futuro pode esperar?

Eis a questão que nos leva a pensar que esta sociedade está fundada em ali-cerces errados, sem futuro algum e que nos conduz a uma autodestruição, por-que convenceram as pessoas de que para viverem têm que ser concorrenciais, ex-cluindo os menos hábeis do direito a vi-ver, pugilistas verbais e superiores ao seu semelhante.

Esta é a receita do tempo presente. Uma inimizade perfeita, na qual não há cooperação entreajuda e convivên-cia amigável possível e desta forma nin-guém pode confiar em alguém.

É uma autêntica ruína moral... Dizem depois aqueles que criaram estas con-dições e as defendem, que há uma crise moral!

Vive-se como se toda a finalidade do homem fosse apenas uma felicidade ma-terialista e fôssemos assim uma máquina sem afetos e sem sentimentos, não preci-sando de ninguém e ninguém precisando de nós, uma indiferença completa uns para com os outros.

Que felicidade e bem-estar pode haver numa sociedade destas? Isto é o caminho para o desastre total!

Houve alguém que viu isto há dois mil anos, que foi o Senhor Jesus Cristo e mos-trou ao homem um caminho diferente, um ponto de encontro amigável e fraterno entre Ele e os homens e uma harmonia com a nossa própria vida e a criação.

E por isso deixou uma mensagem bem forte a respeito da humildade e man-sidão que é a base do entendimento, di-zendo: “aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”. E não ficou só por aqui, mas materializou essa ideia quando lava os pés aos discípulos. Quis ele dizer com isto que o mais baixo de todos os ser-vos, naquele tempo, era o que lavava os pés aos senhores e que Ele, senhor e mes-tre, não considerava esse servo inferior a Ele mesmo. Isto porque a sua felicidade era baseada na fé e na amizade fraterna, respeitando todos os homens, e não na in-ferioridade e pobreza dos outros, como acontece com muitas pessoas, as quais mostram assim a sua desumanidade.

Isto é uma lição para memorizar que nós não somos mais importantes que o mais pequeno e que o mais pequeno me-rece o mesmo respeito que o chamado “grande”, ou seja, o melhor respeito da nossa parte, porque é esse, e só esse, o res-peito que nós merecemos.

Se não respeitarmos as pessoas e elas nos respeitam é uma esmola que nos es-tão a dar e não um mérito nosso.

Não são as fortunas, nem os diplomas, que nos valorizam humanamente mas sim tudo o que dizemos e fazemos aos outros.

Quanto à mansidão, esse estado de espírito, calmo e tranquilo, é necessário também para entendimento entre as pes-soas. É como uns óculos que nos ajudam a ver a verdade. No estado irritativo, di-zemos e fazemos coisas erradas e no dia seguinte, já calmos, reprovamos o que foi dito e feito; é como se tivéssemos passado por uma cegueira moral.

Salomão dizia mesmo que “a ira abriga-se no seio dos tolos”.

Quantas vezes não dizemos nós àquele que está irritado à nossa frente “não te ener-ves, tem lá calma!”. Porque todos nós sen-timos que só há entendimento e raciocínio possível nesse estado de espírito e é nele que dizemos e fazemos coisas acertadas.

Por isso a calma/mansidão sem ódio é necessária ao homem é nela que podemos ser felizes e beneficiar mesmo a saúde.

Este conselho do Senhor Jesus, já com muitos anos, não é velho porque ele é eterno e faz parte da nossa vida e de tudo a que o homem aspira para a sua harmo-nia e felicidade.

Ele é a esperança de sairmos desta de-sumanização que alguns homens levaram à nossa sociedade.

É mudando a nossa atitude que nos podemos entender e viver como amigos, com aqueles que assim o desejem, e mudar assim o mundo, começando por nós, num mundo mais justo, fraterno e humano.

Especialização ou diversificação? Joana Rosa Gouveia Lisboa

Numa altura em que o mercado de traba-lho está cada vez mais competitivo, é so-bejamente necessário ter-se uma boa for-mação académica para que se possa dar resposta às necessidades e exigências que se apresentam.

Considero, no entanto, importante ter--se em consideração uma questão: será me-lhor ter uma experiência profissional di-versificada em várias áreas ou em vários ramos profissionais ou ter-se uma expe-riência mais concentrada num só ramo profissional?

O mercado de trabalho em Portugal e, um pouco no resto do mundo, está compli-cado, é difícil ter-se estabilidade profissio-nal e fazer-se o que realmente se gosta.

Mas, se uma pessoa trabalhar durante, por exemplo, 10 a 15 anos apenas numa área que estiver um pouco saturada, se fi-car desempregada, terá alguma dificuldade em arranjar emprego. No entanto, por ou-tro lado, a alta especialização e os conhe-cimentos daí provenientes darão, porven-tura, a possibilidade de se poder subir na carreira em Portugal ou fora do País. Uma pessoa altamente qualificada e especiali-zada tem grandes hipóteses de progressão na carreira e de atingir o topo na sua área de trabalho.

O facto de ter experiência profissional diversificada ajuda – especialmente para quem não tem um alto nível de escolaridade – a adquirir conhecimento em várias áreas para conseguir obter trabalho.

Uma pessoa com experiência em vá-rias áreas tem possibilidades de responder a várias necessidades de mercado, dado que possui conhecimento em ramos profissio-nais diversificados.

Assim, deixo ao leitor esta questão: con-corda com a diversificação da experiência profissional ou com a especialização?

Cartas ao diretor

Permitam-me que comece por esclarecer que, quando digo “meus caros”, meço bem as palavras. De facto, vocês são cada vez mais meus, e continuam a ser bastante caros. Está em curso um pro-cesso destinado a tornar-vos mais baratuchos, mas permanecem demasiado dispendiosos para o meu gosto. Creio não estar a ser sexista quando digo que todas as senhoras apreciam um bom saldo, e por isso defendo que as reduções de salário que a austeridade vos está a impor podem e devem ir um pouco mais longe. A Europa precisa de portugueses com 70 por cento de desconto. Duas palavras: liquidação total. Ricardo Araújo Pereira, “Visão”, 22 de novembro de 2012

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ReportagemCidadãos espanhóis em solo alentejano

O Dia da Independência

Foi no dia 1 de dezembro de 1640 que termi-nou o domínio espanhol, com a Restauração da Independência de Portugal. E hoje? É mais

aquilo que nos une, do que aquilo que nos separa? Estão saradas as nossas quezílias históricas? O que leva a que cidadãos espanhóis tenham escolhido o lado de cá da fronteira para viver?

Mas antes vamos à história e vamos aos factos. Leonel Borrela, estudioso, a pedido do “Diário do Alentejo”, faz um breve enquadramento histórico, mas alerta: “Foram vários os motivos que levaram à conspiração de 1640”. Primeiro: “A usurpação do trono português por Filipe II de Espanha, em 1580, na sequência da morte, na batalha de Alcácer Quibir, do rei D. Sebastião, em 1578”. Recorde-se, contudo, que “havia herdeiros legítimos, entre eles, o cardeal D. Henrique que ainda foi rei e D. António prior do Crato que foi obrigado a exilar-se, assim como o 7.º duque de Bragança, D. Teodósio, que aparente-mente, sem levantar objeção à coroa espanhola, fi-cou sediado no paço de Vila Viçosa”.

Depois, avança, “as promessas não cumpridas dos reis de Espanha, relativas à autonomia admi-nistrativa e económica de Portugal, com o agrava-mento de impostos (que conduziu à revolta de Évora, conhecida como o Manuelinho, em 1637) e o recru-tamento ilegal de soldados portugueses”. E, por fim, “o enfraquecimento militar de Espanha originado pela Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), contra a França, mais a revolta da Catalunha em 1640”.

Mas como se dá o 1 de dezembro de 1640? “O império espanhol estava em declínio e Portugal ar-rasado por 60 anos de submissão; as antigas coló-nias eram pasto de mercadores e piratas essencial-mente holandeses e ingleses que dominavam os mares. Surgiu, então, a oportunidade há muito de-sejada, aceitando D. João, filho de D. Teodósio, a pro-posta de um grupo de 40 conjurados, ligados à no-breza, para depor o governo espanhol. Num sábado, a duquesa de Mântua, vice-rainha de Portugal, foi deposta e aclamado D. João IV, primeiro rei da di-nastia de Bragança”.

Era, contudo, necessário defender as fronteiras de uma provável retaliação espanhola. “O Alentejo é as-solado pelas investidas espanholas essencialmente a partir de 1653, sendo defendido pelas tropas organi-zadas pelo alemão Schomberg e por centenas de fran-ceses, ingleses e portugueses”, explica Leonel Borrela. E acrescenta: “D. João da Áustria, à frente de um po-deroso exército espanhol, toma Évora e envia um ul-timato a Beja para se render, em 1663, mas Rui de Melo, cunhado de soror Mariana Alcoforado, gover-nador militar da capital baixo-alentejana, convidou-o

Foi no dia 1 de dezembro de 1640 que Portugal pôs termo a 60 anos de domínio

espanhol. A efeméride assinala-se amanhã, sábado. E o “Diário do Alentejo” vol-

tou a mergulhar na história. E, inevitavelmente, voltou aos tempos de Mariana

Alcoforado, do conde de Chamilly. Aos anos da Guerra da Restauração. E, ao

mesmo tempo, foi à procura de cidadãos espanhóis que tenham escolhido a re-

gião para viver, para perceber a sua visão sobre o acontecimento, à distância de

tantos anos, mas também o seu apego à terra que os acolhe.

Texto Bruna Soares Ilustração Susa Monteiro

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Mariana Alcoforado nasceu em Beja a 22 de abril de 1640. Viveu todo o período até ao reconhecimento da independência de Portugal. Anos, estes, que inclusive são marcados pela escrita de Cartas Portuguesas dirigidas ao conde de Chamilly,

oficial francês que lutou em solo português durante a Guerra da Restauração. Segundo Leonel Borrela, “ninguém pode afirmar que Mariana Alcoforado viveu a sua meninice e adolescência desta ou daquela maneira. Apesar do período de guerra, é provável que se te-nha divertido com os irmãos, em correrias, jogos e outras brincadeiras, quer no seu pala-cete da rua do Touro, quer na quinta que seus pais possuíam próximo de Beja, ainda hoje conhecida pelo nome de família. Preocupar--se-ia mais, obviamente, com a integridade fí-sica dos seus familiares e amigos, envolvidos na defesa da cidade e do reino, do que com as expetativas criadas em torno da independência e construção de um mundo melhor para Portugal”. “Criança aristocrata, filha segunda da família mais rica da cidade, ingressou com 11 anos de idade, por vontade dos pais, como noviça na Ordem de Santa Clara no convento da Conceição, situado intramuros, às portas de Mértola. A irmã mais velha, Ana, casou com Rui de Melo; o irmão Baltazar, o terceiro, herdou o morgadio, depois de ter servido as for-ças militares ao lado do cunhado Rui e de Noel Bouton, o cavaleiro nobre francês, conde de Saint- Légèr e de Chamilly, a quem Mariana, já freira, escreveria as cinco cartas de amor, entre 1667 e 1668”, completa Leonel Borrela, embora defenda que muito mais sobre a vida de Mariana Alcoforado houvesse a dizer. BS

Mariana Alcoforadoe os anos da Restauração

Natàlia Tost Veio da Catalunha, de Reus, e escolheu Messejana para viver

Gema Puntada Chegou de Madrid e apaixonou-se pelo Alentejo. Está em Almodôvar

José Torres Cresceu em Jerez de la Frontera. Assentou arraiais no concelho de Odemira

a vir conquistá-la, pelas armas, se pudesse. Não veio e recuou, perseguido, para a segurança do territó-rio espanhol, e Beja conservou-se intacta, sem uma beliscadura, partindo, até, dela para a fronteira vá-rios pelotões que provocaram sérios estragos, um deles, entre muitos outros, onde esteve o conde de Chamilly- Saint-Légèr, Noel Bouton, chegou a tomar Sanlucar, frente a Alcoutim, com destino que não se concretizou, por ordem real, a Ayamonte”. E prosse-gue: “É curioso que durante este período houve um tratado de não agressão, nem sempre cumprido, de parte a parte, entre os concelhos a sul de Beja, banha-dos pelo rio Guadiana, e o condado de Niebla, da área de Sevilha, para permitir o movimento dos comboios de aprovisionamento das praças fortes situadas mais a norte”.

Hoje, contrariamente a anos já há muito idos, são vários os cidadãos espanhóis que escolhem a nossa região para viver. É o caso de Nàtalia Tost, Gema Puntada e José Torres.

A semana começa cinzenta e o frio faz com que pouca gente saia à rua em Messejana, concelho de Aljustrel. A artéria inclinada, revestida de calçada, leva ao topo, onde se avista a igreja, de barras azuis e pintada a cal, imaculada. Uma transversal, de pouca largura, leva até à casa de Natàlia Tost.

Nasceu na Catalunha, em 1974. E não tem dúvi-das: “Espanha e Portugal não poderiam estar jun-tos. Digo juntos no sentido de Estado, uma vez que Portugal e Espanha têm uma cultura muito di-ferente. Parece que poderíamos ter muito em co-mum, porque estamos territorialmente muito pró-ximos, mas ideologicamente e culturalmente não estamos”.

A televisão insiste em não ligar. Mais um corte de energia elétrica que assolou Messejana e Natàlia teme que o computador, no qual trabalha, um dia se ressinta. Na verdade, Nàtalia dedica-se à sua editora, O Lado Esquerdo, que, entre outras coisas, faz livros gigantes para gente miúda (livros temáticos em te-cido e com diversos objetos interativos), livros de pano mais pequenos (bebezudos e minibebezudos) e ainda livros em papel. Antes, chegou a Portugal como voluntária e colaborou com a Esdime.

“Muitas vezes me senti mal, porque sempre achei que os portugueses tinham um carinho pe-los espanhóis e que o contrário não acontecia. Não porque os espanhóis não gostassem de portugueses, mas porque o espanhol ignorava mais facilmente o português”, afirma, para rapidamente acrescentar: “Às vezes, contudo, os portugueses também me fa-ziam confusão. Oiço, embora agora já não tanto, porque a situação está difícil em ambos os países, muitas barbaridades. Há portugueses que diziam que deveriam ter ficado espanhóis. Foi, no fundo, o que aconteceu à Catalunha. O dia 1, a bem dizer, comemora a independência de Portugal e o dia em que nós ficámos ‘lixados’”.

Nàtalia escolheu Messejana para viver. “É uma terra muito bonita. Num sítio com muita gente damo-nos com os que são iguais a nós. Num sítio pequeno damo-nos com toda a gente”. E por cá fica, garante, até que passe “outro ‘comboio’, que possa, quem sabe, apanhar”.

Gema Puntada, por sua vez, tenta manter-se em Portugal. A Espanha vai de férias, à sua terra natal: Madrid. Mas a sua permanência em muito vai de-pender de encontrar um trabalho. Para já, está em Almodôvar.

Também chegou ao Alentejo para desenvolver

um projeto de voluntariado europeu. “Este traba-lho fez-me descobrir esta linda e tranquila região e também as suas pessoas. Quando o projeto aca-bou decidi ficar para tentar construir aqui a minha vida. Acho que a escolha, em grande parte, deveu-se à tranquilidade e à possibilidade de poder estar em permanente contacto com a natureza”.

Gema confessa-se enamorada pelo Alentejo e, se dúvidas houvesse, defende: “É a região mais bonita de Portugal”. Mas lamenta “a falta de trabalho” e o facto de a região “ter falta de pessoas jovens”. Em sua opi-nião, “um bom desenvolvimento económico e social poderia trazer pessoas para a região ou fazer com que os jovens alentejanos ficassem nas suas terras”.

E quanto à relação entre Portugal e Espanha? “Tenho dúvidas de que alguma vez pudessem ter sido só um país. No entanto, seria bom podermos unir as nossas forças para superar as nossas dificul-dades”. Até porque, em seu entender, portugueses e espanhóis têm muitas coisas em comum, apesar das suas diferenças.

Para Gema Puntada, neste momento, não é muito diferente viver deste ou daquele lado da fron-teira. “Por enquanto, os dois países estão mais ou menos na mesma situação. Em crise. Temos de vi-ver onde nos encontremos felizes”. E continua a sua busca por um emprego, embora um dia sonhe po-der desenvolver em terras alentejanas um projeto de cariz social.

A aventura e a procura de novas paragens, de no-vos rumos de vida, estiveram também na origem da partida de José Torres, mais conhecido como Enano – Free Artist. Nasceu em Cádis, também em 1974, mas cresceu e viveu em Jerez de la Frontera.

Depois de ser vítima do desemprego, “ten-tou mudar de cenário e de condição”. Pegou na mochila e disse à mãe que estava indo para onde o vento o levasse. Um camionista deu-lhe boleia para Évora. Foi a primeira vez que ouviu falar da ci-dade, mas depressa percebeu por que era conside-rada Património Mundial da Humanidade. Cidade, esta, que na altura organizava um Encontro Ibérico de Artes Circenses. José Torres, ou melhor Enano, é “palhaço ativista”, artista de rua. Foi aqui que co-meçou a sua relação com o Alentejo. Reside no con-celho de Odemira e considera-se “‘portunhol’ com uma grande costela alentejana”.

Na região há muitas coisas que o cativam, que vão desde a gastronomia ao modo de ser e estar do alentejano. Tanto que foi aqui que decidiu criar o seu filho, Zairo Amadeus.

Gosta de pensar que tanto Portugal como Espanha têm a sua “individualidade” e que a independência “é merecida para ambos”. No entanto, defende que “era bom que compartilhassem mais coisas, em diferentes condições e aspetos, para que se ajudassem em tudo o que fosse possível, de modo a que cada país tivesse mais produtividade e peso no mundo”. Mas tal não o impede de tirar “o chapéu à padeira de Aljubarrota que pôs os castelhanos no seu lugar”.

Enano, ou José Torres, defende que as “desaven-ças históricas estão ultrapassadas” e que, “até as fu-tebolísticas, que são mais recentes, também”, em-bora o “Cristiano Ronaldo ainda esteja à espera de tirar o penálti da semifinal do Euro” (risos).

Quanto ao ditado “de Espanha, nem bons ven-tos nem bons casamentos”, todos respondem em uníssono: “Não é verdade. Já ultrapassámos as nos-sas divergências”. Até porque, a prová-lo estão os ca-sais ibéricos deste e do outro lado da fronteira.

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Futebol juvenil

Outro derby sul alentejano marca a agenda da 3.ª Divisão Nacional

Moura recebe Mineiro

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Desporto

Campeonato Distrital de Benjamins (7.ª jor-nada): Série A – Sporting Cuba-Ferreirense A, 0-4; Aljustrelense-Desportivo Beja, 4-0; Despertar A-Alvito, 16-0; Vasco Gama-B.º Conceição, 11 - -1. Folgou o Figueirense. Líder: Ferreirense, 17 pontos. Próxima jornada (1/12): Ferreirense A-Figueirense; Desportivo Beja-Sporting Cuba; Alvito-Aljustrelense; B.º Conceição-Despertar A. Folga o Vasco da Gama. Série B – Serpa-Despertar B, 7-2; Piense-Sobral da Adiça, 14-0; Ferreirense B-CB Beja, 2-2; NS Beja-Moura, 11-0. Folgou o Santo Aleixo. Líder: Santo Aleixo, 18 pontos. Próxima jor-nada (1/12): Despertar B-Moura; Sobral da Adiça --Ser pa; CB Beja-Piense; Santo Aleixo-NS Beja. Folga o Ferreirense B. Série C – Milfontes B-Odemirense, 0-7; Rosairense-Almodôvar, 0-10; Castrense-São Marcos, 4-1; Ourique-Milfontes A, 9-0; Renascente - -Boa vista, 7-0. Líder: Odemirense, 19 pontos. Próxima jornada (1/12): Odemirense-Boavista; Almodôvar-Milfontes B; São Marcos-Rosairense; Milfontes A-Castrense; Ourique-Renascente.

Campeonato Distrital de Infantis (7.ª jor-nada): Série A – B.º Conceição-Vasco da Gama, 3-5; Desportivo Beja-NS Beja, 0-5; Ferreirense --Spor ting Cuba, 1-1; Alvorada-Despertar A, 0-6. Folgou o Alvito. Líder: Despertar A, 18 pontos. Próxima jornada (1/12): Vasco Gama-Alvito; NS Beja-B.º Conceição; Sporting Cuba-Desportivo Beja; Despertar A-Ferreirense. Folga o Alvorada. Série B – Despertar B-Amarelejense, 7-2; CB Beja-Operário, 2-2; Moura-Aldenovense, 8-3; Serpa-Piense, 5-1. Folgou o Guadiana. Líder: Amarelejense, 18 pontos. Próxima jornada (1/12): Amarelejense-Guadiana; Operário-Despertar B; Aldenovense-CB Beja; Piense-Moura. Folga o Serpa. Série C – Castrense B-Aljustrelense, 2-7; Almodôvar-Renascente, 5-3; Odemirense-Milfontes A, 9-2; Boavista-Castrense A, 3-3. Folgou o Milfontes B. Líder: Odemirense, 18 pontos. Próxima jornada (1/12): Aljustrelense - -Mil fontes B; Renascente-Castrense B; Milfontes A-Almodôvar; Castrense A-Odemirense. Folga o Odemirense.

Campeonato Distrital de Iniciados (6.ª jor-nada): Serpa-Ourique, 3-0; Milfontes-Ama re-lejense, 3-2; Moura-Odemirense, 3-2; Guadiana - -Des pertar, 3-5; Sporting Cuba-Rio Moinhos, 1-3. Folgaram: B.º Conceição e Vasco Gama. Líder: Odemirense, 15 pontos. Próxima jornada (2/12): Vasco Gama-Serpa; Ourique-Milfontes; Amarelejense-Moura; B.º Conceição-Guadiana; Despertar-Sporting Cuba. Folgam o Odemirense e o Rio de Moinhos.

Taça Armando Nascimento Juvenis (4.ª jor-nada): Despertar-Serpa, 2-2; Desportivo Beja --Cas trense, 2-1; Aljustrelense-Moura, 3-4. Folgou o Almodôvar. Líder: Castrense, nove pontos. Próxima jornada (2/12): Moura-Despertar; Serpa-Desportivo Beja; Almodôvar-Aljustrelense. Folga o Castrense.

Campeonato Distrital de Juniores (5.ª jor-nada): Castrense-Despertar, 2-0; Desportivo Beja-Vasco Gama, 3-0; Sobral da Adiça-Cabeça Gorda, 0-2; Odemirense-Aldenovense, 3-0. Líder: Odemirense, 13 pontos. Próxima jornada (8/12): Despertar-Aldenovense; Vasco Gama-Castrense; Cabeça Gorda-Desportivo Beja; Sobral da Adiça --Ode mirense.

Taça do Distrito de Beja em Seniores Femininos (1.ª eliminatória): CB Castro Verde -Serpa, 4-0; CB Almodôvar-Ourique, 0-16; Almansor-Vasco Gama, 0-3. Isento: CB Almodôvar.

Campeonato Nacional de Iniciados (12.ª jor-nada): São Luís-Desportivo Beja, 2-2; Despertar - -Odiá xere, 4-1. Líder: V.Setúbal, 30 pontos. 7.º Despertar, 13. 10.º Desportivo Beja, cinco. Próxima jornada (2/12): Desportivo Beja-Louletano, Imortal -Despertar.

Campeonato Nacional de Juvenis (12.ª jor-nada): Odemirense-V.Setúbal, 0-8; C.Piedade --Des pertar, 2-3. Líder: V.Setúbal, 28 pontos. 9.º Despertar, oito. 10.º Odemirense, cinco. Próxima jornada (2/12): Despertar-Imortal; BM Almada --Odemirense.

Campeonato Nacional de Juniores (11.ª jor-nada): Moura-Lusitano VRSA, 2-3. Líder: Oeiras, 33 pontos. Próxima jornada (1/12): Moura-Atlético.

3.ª Divisão – Série F

9.ª jornada

Vasco da Gama-Sesimbra ..................................................2-2 Aljustrelense-Lusitano VRSA .......................................... 1-0 Esp. Lagos-Moura................................................................2-2 At. Reguengos-Castrense .................................................3-1 Juventude Évora-Monte Trigo ........................................ 0-0 U. Montemor-Lagoa .......................................................... 6-0 J V E D G P

U. Montemor 9 6 3 0 22-4 21Moura 9 5 3 1 20-8 18Esp. Lagos 9 4 5 0 18-8 17At. Reguengos 9 4 3 2 11-8 15Juventude Évora 9 4 3 2 10-8 15Sesimbra 9 3 3 3 12-18 12Aljustrelense 9 3 3 3 7-5 12Vasco da Gama 9 2 3 4 14-16 9Castrense 9 2 1 6 10-19 7Monte Trigo 9 2 1 6 13-19 7Lusitano VRSA 9 1 3 5 9-18 6Lagoa 9 1 3 5 8-23 6

Próxima jornada (9/12/2012): U. Montemor-Sesimbra, Lusitano

VRSA-Vasco da Gama, Moura-Aljustrelense, Castrense-Esp. La-

gos, Monte Trigo-At. Reguengos, Lagoa-Juventude Évora.

1.ª Divisão – AF Beja

8.ª jornadaPraia Milfontes-Odemirense ............................................2-1 Rosairense-Serpa ................................................................1-1 São Marcos-Aldenovense ................................................ 0-2 Bairro da Conceição-Amarelejense ............................... 1-0 Guadiana-Desp. Beja ..........................................................2-1 Cabeça Gorda-Almodôvar ............................................... 3-4 Piense-Sp. Cuba ...................................................................1-1 J V E D G P

Almodôvar 8 7 1 0 20-9 22Serpa 8 4 4 0 12-4 16Piense 8 4 3 1 20-7 15Praia Milfontes 8 4 2 2 14-9 14Odemirense 8 4 1 3 11-8 13Rosairense 8 3 3 2 14-9 12Sp. Cuba 8 3 3 2 10-10 12Aldenovense 8 3 2 3 8-9 11Bairro da Conceição 8 2 2 4 6-8 8Amarelejense 8 2 1 5 8-12 7São Marcos 8 2 1 5 7-19 7Guadiana 8 2 0 6 8-23 6Desp. Beja 8 1 3 4 6-10 6Cabeça Gorda 8 1 2 5 9-16 5

Próxima jornada (2/12/2012): Praia Milfontes-Rosairense, Serpa-São Marcos, Aldenovense-Bairro da Conceição, Ama-relejense-Guadiana, Desp. Beja-Cabeça Gorda, Almodôvar --Piense, Odemirense-Sp. Cuba.

Com o pensamento na vitória, porque outro resultado não serve o objetivo da equipa, o Moura abre o seu estádio ao Mineiro Aljustrelense.

Texto Firmino Paixão

É mais um derby entre dois conjuntos sul alentejanos, duas equipas com re-cursos diferentes, mas ambas com os

olhos nos pontos. O favoritismo é dos locais, mas a equipa tricolor tudo fará para o con-trariar.

O Castrense volta ao seu reduto para de-frontar a difícil formação do Esperança de Lagos e o Vasco da Gama viaja para o so-tavento algarvio onde é esperado pelo

Lusitano de Vila Real. Duas partidas di-fíceis para equipas que precisam muito de pontuar para atingirem a metade superior da tabela, posição onde o Aljustrelense já se instalou após o triunfo da ronda anterior sobre os vila-realenses.

Em Vidigueira os locais estiveram em vantagem sobre o Sesimbra, mas não a con-seguiram segurar.

Também o Castrense ameaçou trazer pontos de Reguengos e regressou derrotado, enquanto o Moura, num terreno deveras di-fícil, conseguiu a divisão dos pontos e a ma-nutenção do segundo posto.

A série F é liderada pelo União de Montemor, ainda invicto e com a melhor defesa.

Desportivo de Almodôvar passou no difícil teste da Cabeça Gorda

O líder dilatou a vantagemO Desportivo de Almodôvar aumen-tou para seis pontos a diferença para o Serpa e, no domingo, recebe o Piense, atual terceiro classificado da prova.

Texto e foto Firmino Paixão

O jogo de Almodôvar é, seguramente, um dos mais quentes da jornada, a par da partida em que o Milfontes

recebe a equipa do Rosairense, na justa me-dida em que nos referimos a jogos onde in-tervêm quatro dos primeiros seis classifica-dos do campeonato.

O Serpa, derrotado no Rosário, perdeu espaço para o líder e joga em casa com o São Marcos, que foi derrotado no seu campo pelo Aldenovense.

A equipa de Carlos Simão recebe o Bairro da Conceição, motivado pelo triunfo sobre o Amarelejense.

O Desportivo de Beja vem de uma der-rota em Mértola e joga em casa com o Cabeça Gorda, protagonista de um empol-gante jogo com o líder, deixando fugir o triunfo no último terço da partida.

O Cuba viaja para Odemira e, como vi-mos em Pias, será capaz de surpreender em qualquer campo.

O Guadiana, que subiu dois degraus na tabela, apresenta-se em Amareleja para dis-cutir pontos importantes para os dois con-juntos. Da ronda anterior vem o registo de que o líder aumentou a vantagem para o se-gundo classificado e o Milfontes já ameaça os lugares do pódio.

Distrital Jogo empolgante em Cabeça Gorda, com o líder a construir a vitória no final da partida

Árbitros de hóquei em patins O conselho regional de ár-bitros de hóquei em patins da Associação de Patinagem do Alentejo vai realizar, durante o próximo mês de dezembro, um curso de ár-bitros de hóquei em patins.

A empresa Cocas Produções, e alguns clubes de futebol

da cidade de Beja, têm à venda uma coleção denominada

“Cromos da Bola”. A coleção é composta por 259 cromos

de equipas do CCD Bairro da Conceição, Clube Atlético

Operário (Pelame), Despertar Sporting Clube, Núcleo

Sportinguista de Beja e Casa do Benfica de Beja.

“Cromos da Bola” de Beja

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David Guerreiro

Os prognósticos desta se-mana têm a assinatura do treinador David Guerreiro,

28 anos, que é, tão-só, o timoneiro da equipa que lidera o campeo-nato, o Desportivo de Almodôvar. O jovem técnico fez a sua forma-ção ao serviço do Padernense, ca-misola que defendeu depois em vá-rios escalões, como a 2.ª Divisão B, 3.ª Divisão, 1ª. e 2.ª divisões da AF Algarve. Como técnico, orientou equipas de jovens do Messinense, Ferreiras, Academia Alto da Colina e Padernense. A sua incursão no futebol alentejano fê-la como jo-gador do Rosairense, e logo na pri-meira época ajudou o clube do con-celho de Almodôvar a conquistar o título da 2.ª Divisão da AF Beja. Na época 2009/2010 assumiu funções de jogador/treinador da equipa do Rosário, assegurando a manuten-ção no primeiro escalão e, na época seguinte, para além do 4.º lugar no campeonato, ganhou a Taça e a Super Taça Distrito de Beja, tro-féus inéditos no historial do clube. Na época 2011/2011 foi finalista vencido da Taça Distrito de Beja. No início da presente temporada aceitou o desafio do Desportivo de Almodôvar, com o sucesso que está à vista, líder destacado da prova.

(X) MILFONTES/ROSAIRENSEJogo equil ibrado, onde o fator casa pode ser determinante, mas o Rosairense joga melhor fora do seu reduto.

(1) SERPA/SÃO MARCOSPenso que o Serpa não perderá a opor-tunidade de voltar às vitórias.

(1) ALDENOVENSE/BAIRRO DA CON-CEIÇÃOO atual momento é de crescente ren-dimento do Aldenovense, e vai manter - -se, pelo que o meu prognóstico é fa-vorável aos visitados.

(1) AMARELEJENSE/GUADIANADois fatores farão a diferença no des-fecho deste jogo, a longa viagem do Guadiana para a Amareleja e as difi-culdades para quem visita o Campo das Cancelinhas.

(2) DESPORTIVO DE BEJA/CABEÇA GORDAA classificação do Cabeça Gorda não espelha a sua qualidade, pelo que atri-buo a vitória à equipa visitante.

(1) ALMODÔVAR/PIENSEJogo muito equilibrado, entre duas boas equipas, mas, em Almodôvar, te-mos o pensamento na vitória, nem po-demos pensar de maneira diferente.

(1) ODEMIRENSE/SPORTING DE CUBAO Odemirense regressará às vitó-rias, não obstante a oposição da boa equipa com que o Sporting de Cuba se apresenta.

19Hoje palpito eu...Taça Fundação Inatel – 4.ª jornadaSérie A: Ficalho-Brinches, 1-1; Salvadense-Pedrógão, 2-3; Luso Serpense-Quintos, 2-0. Folgou o Sobral da Adiça. Líder: Luso Serpense, nove pontos. Próxima jor-nada (1/12): Sobral da Adiça - -Salvadense; Quintos - -Ficalho; Pedrógão -Luso Serpense. Folga o Brinches.

Série B: São Matias-Neves, 2 -1; L o u r e d e n s e - F a r o Alentejo, 2-0; Beringelense - -Pe nedo Gordo, 1-2. Folgou o AC Cuba. Líder: Louredense, nove pontos. Próxima jornada (1/12): AC Cuba-Louredense; Penedo Gordo-São Matias; Faro Alentejo-Beringelense. Folga o Neves.

Série C: Messejanense--Alvorada, 0-2; Vale da Oca-Mombeja, 3-0; Santa Vi tória--Jungeiros, 3-0. Fol gou o Figueirense. Líder: Va le da Oca, 12 pontos. Pró xima jornada (1/12): Fi gueirense-Vale da Oca; Jun geiros-Messejanense; Mom beja-Santa Vitória. Folga o Alvorada.

Série D: Não se disputa-ram jogos. Líder: Trindade, sete pontos Próxima jor-nada (1/12): Sanjoanense -Al-cariense; Albernoense-Fer-nandes; Trindade-Sete.

Série E: Relíquias-Cer ca-lense, 1-0; Santa Luzia-So-neguense, 3-2; Amoreiras - -Co lense, 2-1. Folgou o Lu zianes. Líder: Luzianes, nove pontos. Próxima jor-nada (2/12): Luzianes-Santa Luzia; Colense-Relíquias; Soneguense-Amoreiras Gare. Folga o Cercalense.

Série F: Bemposta-Saboia, 0-4; Malavado-Milfontes, 0-2; Boavista-Cavaleiro, 2-1; Folgou o Campo Redondo. Líder: Saboia, 10 pontos. Próxima jornada (2/12): Campo Redondo-Malavado; Cavaleiro-Bemposta; Mil fon-tes-Boavista. Folga o Saboia.

Série G: Não se dispu ta-ram jogos. Líder: Ser ra no, nove pontos. Pró xi ma jor-nada (2/12): Pe rei rense --Almodovarense; Santa cla-rense-Naveredondense; San ta Clara-a-Nova-Serrano.

O Pavilhão Municipal João Serra Magalhães, na cidade de Beja, acolheu a 1.ª Gala de Patinagem Artística da Associação de Patinagem do Alentejo (APA).

Texto e foto Firmino Paixão

O evento reuniu patinadores de oito clubes, para encerramento da época desportiva e consagração dos cam-

peões regionais das diversas disciplinas. “É uma forma de homenagear os campeões e de agradecermos aos clubes pelo empenho e dedicação que tiveram para com os seus miúdos, com as suas terras e com as suas gentes, durante toda uma época”, assegurou Nuno Palma Ferro, presidente da APA, re-ferindo ainda: “Achámos que esta era uma maneira simples, os tempos estão difíceis, mas esta foi uma forma de convivermos e de enaltecermos o esforço desenvolvido por toda esta gente”. A concluir o dirigente reve-lou também: “A patinagem artística, neste momento, é uma modalidade em expansão,

Núcleo Sportinguista de Beja comemorou 21.º aniversário

Esforço e dedicação, sem glória...Sem grandes motivos para festejos, mas com a inabalável esperança de que a glória chegará um dia, os sportinguis-tas de Beja comemoraram o 21.º aniver-sário do seu núcleo.

Texto e foto Firmino Paixão

O evento contou com a presença de João Pedro Varandas, dirigente do Sporting Clube de Portugal e res-

ponsável pelo pelouro dos núcleos do clube, e reuniu cerca de sete dezenas de adeptos leo-ninos. José António Henriques, presidente do Núcleo de Beja revelou: “Gostamos de assi-nalar o aniversário do núcleo e reunir a famí-lia sportinguista, tenha o clube bons ou maus resultados”. E lembrou: “O lema do Sporting é ‘esforço, dedicação e glória’; os sportinguis-tas esforçam-se e têm dedicação, a glória logo virá, estou convencido disso”.

José Henriques confessou ainda: “Tivemos uma certa dificuldade em mobi-lizar os sócios para este convívio, por um lado temos a crise económica que o País

Patinagem artística Gala proporcionou momentos de rara beleza

atravessa e os maus resultados da equipa ge-ram alguma desmotivação”, mas mostrou-se esperançado no futuro. “O presidente

está a fazer um trabalho válido, as coisas vão melhorar e a glória regressará ao clube”, concluiu.

1.ª Gala da Associação de Patinagem do Alentejo

Patinagem de Gala premeia campeões

não cresce mais no Alentejo porque não te-mos treinadores. Este ano a região atingiu o número de atletas mais elevado de sempre,

com novos clubes e com a junção do Algarve à APA, está a ultrapassar o hóquei em patins em número de atletas e dirigentes”.

Núcleo Sportinguista de Beja Reuniu adeptos para comemorar 21.º aniversário

Expedição solidária - O Challenge Portugal/Marrocos, que decorre entre os próximos dias 1 e 9, ligando Beja a Marrakech, inicia-se amanhã na cidade de Beja com uma primeira etapa que liga a cidade Pax Julia a Alcoutim. A partida das equipas para esta denominada “cor-rida solidária mais louca do mundo” terá lugar pelas 9 horas junto ao castelo de Beja (arco de Avis). A expedição tem um cariz solidário a favor da Associação Laço.

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Os sons musicais primorosamente auscultados, os lindos fatos envergados pelos astros sobre a pista, o público que encheu por completo a bancada, bem como as suas zonas limítrofes, e sobretudo a dedicação evidenciada pelo elevado número de patinadores presentes no evento, levou ao rubro o Pavilhão João Serra Magalhães, em Beja, aquando da última Gala de Patinagem Artística que ocorreu no pretérito sábado. Neste contexto, importa trazer à ribalta todo o empenho da Associação de Patinagem do Alentejo num acontecimento que teve, também, um exuberante perfume a nostalgia. Os saudosos João Magalhães (Beja) e Armindo Peneque (Aljustrel), lá no alto, terão aplaudido a brilhante iniciativa, enquanto António Anjos (Castro Verde) e Orlando Caetano (Évora), na terra, recordaram a implementação da patinagem, neste caso artística, na vasta região alentejana. Aliás, numa opinião consentânea com os dados de que dispomos, os seus nomes formarão um quarteto de eternos dinossauros que jamais atiraram a toalha ao chão perante eventuais adversidades que a modalidade, a espaços, carecia. Convém, pois, enaltecer a avassaladora dinâmica que o fecho da época (janeiro a dezembro) trouxe a um público que não se fechou em casa e que trouxe ao pavilhão João Magalhães um odor muito especial e saudado com superabundantes palmas que recaíram nas participações dos patinadores ao longo das suas exibições. Confesso que esta tarde/noite, na capital do distrito bejense, transportaram --me a noitadas passadas onde o deslizar dos patins proporcionavam aos assistentes uma manifestação de carinho próximo nestas lides. Corpos jovens elegantes afi rmavam-se, e afi rmam - -se, nas asas de um sonho de sobremaneira fértil em descobertas na arte de bem patinar. Na minha conceção, a Gala de Patinagem Artística, e os seus promotores, brindou o público, em geral, com condicionantes deveras refulgentes. Numa só palavra: brilhante.

Brilhante

José Saúde

A Associação de Jovens “Ajunta-te à Gente”, de Salvada, em parceira com a Nock TV, recebeu a 1.ª edi-ção da “S100 Aventura Off Road” que durante dois dias percorreu os trilhos daquela freguesia.

Texto e foto Firmino Paixão

Quatro dezenas de viaturas aderiram a uma aventura em todo-o-terreno com

dois momentos distintos, um pas-seio guiado noturno (S50) e o S100 Aventura Off Road, em ambos os casos privilegiando o contacto com a natureza, o companhei-rismo e o espírito de entreajuda.

Sandra Vitória, vice-presi-dente da “Ajunta-te à Gente”, re-velou que o evento teve sucesso, e explicou: “Correspondemos ao de-safio da Nock TV para esta parce-ria, promovendo a nossa fregue-sia e dando mais visibilidade à nossa associação”. A dirigente co-mentou que a associação de jovens tem promovido alguns eventos di-rigidos aos jovens e também aos

10.ª Gala da Associação Regional de Pesca Desportiva decorreu em Serpa

Os campeões sem faixaA Associação Regional do Baixo Alentejo de Pesca Desportiva (Arbapd) realizou a sua gala anual para distinguir os campeões da temporada.

Texto e foto Firmino Paixão

O convívio reuniu cerca de uma centena de pessoas em Serpa, para a consagração

pelos títulos conquistados ao longo da temporada desportiva, mas a ce-rimónia protocolar da distinção dos campeões e entrega de prémios fi-cou adiada, porque as faixas e tro-féus não chegaram atempadamente à posse da associação.

Pesca desportiva Serpa acolheu a gala dos campeões

O evento, acolhido na Terra Forte pelo Clube de Pesca Des por-

tiva de Serpa, contou com a pre-sença do presidente da Federação

Portuguesa de Pesca Desportiva, Jorge Almeirim, e de outros dirigen-tes de topo, além de representantes dos órgãos autárquicos locais.

Manuel Ranhola, presidente da Arbapd, justificou o incidente com problemas de entrega pelo forne-cedor, lamentando o facto e as-sumindo a responsabilidade pela falha. O dirigente sublinhou o “ele-vado desportivismo com que de-correram todos os campeonatos” e fez notar a importância da grande participação dos pescadores, inde-pendentemente das classificações obtidas, sublinhando os títulos na-cionais conseguidos por pescado-res da Arbapd.

Aventura em todo-o-terreno pelos trilhos de Salvada

Jovens dinamizam “Ajunta-te à Gente”

menos jovens, como, por exem-plo, o Dia Mundial da Saúde, e es-tiveram “também empenhados

num projeto denominado ‘Abre a Pestana’, iniciativa preventiva da toxicodependência”, e estão

“disponíveis para trabalhar em outros projetos que movimentem as pessoas da freguesia”.

Salvada Todo-o-Terreno animou a freguesia

Basquetebol O Beja Basket Clube (BBC) perdeu em Ferragudo pela marca de 65/42, em jogo referente à 3.ª jornada do Nacional da 2.ª Divisão de Basquetebol. A próxima ronda disputa-se a 16 de dezem-bro, com o BBC a defrontar em Beja a formação do Imortal Basket (às 17 horas).

Começa hoje, sexta-feira, no Parque de Feiras e Exposições de

Beja, a 18.ª Concentração do Grupo Motard de Beja, iniciativa

tida como uma das mais importante concentrações de inverno,

que se prolongará até ao próximo domingo. O programa inclui

um conjunto de iniciativas de que se destacam o XIII Bike Show

e um desfile pelas ruas da cidade (domingo, às 10 e 30 horas).

18.ª Concentração

do Grupo Motard de Beja

Andebol O Centro de Cultura Popular de Serpa joga amanhã (18 ho-ras), em Vila Real de Santo António, com o Náutico do Guadiana, em jogo da 10.ª jornada do nacional de seniores da 3.ª Divisão. A Zona Azul folga e o ACSines joga em Lagos. Resultados da 9.º jornada: Serpa --Lagos, 19-28; Redondo-Zona Azul, 30-25; AC Sines-Náutico, 33-27.

Page 21: Edição n.º 1597

Diário do Alentejo30 novembro 2012

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Diário do Alentejo nº 1597 de 30/11/2012 Única Publicação

ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA

DE BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE BEJA

ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

CONVOCATÓRIAPara cumprimento do estabelecido na alínea b) do n°. 2, do art°.

41º dos Estatutos, convoco a reunião da Assembleia Ordinária, para o dia 10 de Dezembro de 2012, segunda-feira, pelas vinte horas e trinta minutos, na sede da nossa Associação, na Av. Fialho de Almeida, n.° 30, nesta cidade com a seguinte ORDEM DE TRABALHOS:

1. Discussão e votação do Plano de Actividades e Orçamento da Associação para o ano 2013.

Não comparecendo número legal de sócios à hora marcada, a Assembleia funcionará com qualquer número de sócios, MEIA HORA DEPOIS como determina o n.º 1 de art.º 43.º dos mesmos estatutos.

Beja, 6 de Novembro de 2012.O Presidente da Mesa da Assembleia Geral

José António Jacinto Parrinha

institucional diversos

Diário do Alentejo n.º 1597 de 30/11/2012 Única Publicação

MISERICÓRDIA NOSSA SENHORA DE ASSUNÇÃO DE MESSEJANA

CONVOCATÓRIANos termos da alínea a) do n.° 2 do Art.° 24 dos compromissos,

convoco a Assembleia Geral da Misericórdia Nossa Senhora de Assunção de Messejana para a Reunião Ordinária, a realizar nas Instalações da mesma, no dia 18 de Dezembro de 2012, terça-feira, pelas 19 horas, com a seguinte ordem de trabalhos:

Ponto 1 – Leitura e aprovação da ata anterior.Ponto 2 – Apresentação, discussão e votação do plano de ati-

vidades e orçamento para 2013, assim como o respetivo parecer do Conselho Fiscal.

Ponto 3 – Proposta de alteração do valor da quota mensal que os irmãos pagam à Instituição.

Caso à hora marcada não se encontre presente o número legal de irmãos, a Assembleia Geral reunirá uma hora mais tarde (20 horas), em segunda convocatória, com qualquer número de irmãos, nos termos do n.º 1 do Art.º 26 dos Compromissos.

Messejana, 26 de Novembro de 2012.O Presidente da Assembleia Geral

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Diário do Alentejo n.º 1597 de 30/11/2012 Única Publicação

S. Teotónio

CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA

MÚTUO DE SÃO TEOTÓNIO CRL

Convocatória da Assembleia GeralNos termos da Legislação em vigor e dos Estatutos da Caixa de Cré-

dito Agrícola Mútuo de São Teotónio CRL, pessoa colectiva nº 501145370,

matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Odemira sob o

mesmo número, convoco os Associados desta CCAM,, no pleno gozo dos

seus direitos, a reunirem-se, em Assembleia Geral, no dia 16 de Dezembro

2012, pelas 09h 30m, na Sede desta Instituição sita na Rua 25 de Abril, em

São Teotónio, com a seguinte Ordem de Trabalhos:

1. Apreciação e Votação da proposta de Plano de Actividades e Orça-

mento para 2013.

2.Deliberar sobre Política de Remuneração da Caixa para 2013.

3. Discussão de outros assuntos de interesse para a CCAM.

Notas: Se à hora marcada para a reunião, não estiverem presentes

metade dos Associados, a Assembleia reunirá, com qualquer número, uma

hora depois, nos termos do estabelecido no artº 25º dos Estatutos.

São Teotónio, 28 de Novembro de 2012.

A Presidente da Mesa da Assembleia Geral

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Diário do Alentejo30 novembro 2012

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Dentária de Lisboa)

Rua General Morais

Sarmento. nº 18, r/chão

Telef. 284326841

7800-064 BEJA

Medicina dentária ▼

JORGE ARAÚJO

Assistente graduado

de ginecologia

e obstetrícia

ULSB/Hospital José

Joaquim Fernandes

Consultas e ecografi a2ªs, 4ªs, 5ªs e 6ªs feiras,

a partir das 14 e 30 horas

Marcações pelo tel.

284311790

Rua do Canal, nº 4 - 1º trás

7800-483 BEJA

Ginecologia/Obstetrícia ▼

Dr.ª Heloisa Alves ProençaMédica Dentista

Directora Clínica da novaclinicaExclusividade em Ortodontia (Aparelhos)

Master em Dental Science (Áustria)Investigadora Cientifica - Kanagawa

Dental School – JapãoInvestigadora no Centro de Medicina

Forense (Portugal)

Rua Manuel AntRua Manuel Antóónio de Britonio de Briton.n.ºº 6 6 –– 1.1.ºº frente. 7800frente. 7800--522 Beja522 Beja

tel. 284 328 100 / fax. 284 328 106tel. 284 328 100 / fax. 284 328 106

Psiquiatria ▼

FERNANDO AREALMÉDICO

Consultor de Psiquiatria

ConsultórioRua Capitão João

Francisco Sousa 56-A 1º esqº 7800-451 BEJA

Tel. 284320749

FRANCISCO FINO CORREIAMÉDICO UROLOGISTA

RINS E VIAS URINÁRIAS

Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas

Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20

7800-451 BEJA Tel. 284324690

Urologia ▼

Psicologia ▼

DR. MAURO FREITAS VALEMÉDICO DENTISTA

Prótese/Ortodontia

Marcações pelo telefone 284321693 ou no local

Rua António Sardinha, 3 1º G

7800 BEJA

Estomatologia Cirurgia Maxilo-facial ▼

DR. J. S. GALHOZ

Ouvidos,Nariz, Garganta

Exames da audição

Consultas a partir das 14 horas

Praça Diogo Fernandes,

23 - 1º F (Jardim do Bacalhau)

Telef. 284322527 BEJA

Otorrinolaringologia ▼

Dr. José LoffUrgências

Prótese fi xa e removível

Estética dentária

Cirurgia oral/

Implantologia

Aparelhos fi xos

e removíveis

VÁRIOS ACORDOS

Consultas :de segunda

a sexta-feira,

das 9 e 30 às 19 horas

Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq.

Tel. 284 321 304

Tm. 925651190

7800-475 BEJA

Clínica Dentária ▼

DRA. TERESA ESTANISLAU

CORREIA

Marcaçãode consultas

de dermatologia:

HORÁRIO:

Das 11 às 12.30 horas

e das 14 às 18 horas

pelo tel. 218481447

(Lisboa) ou

Em Beja no dia

das consultas

às quartas-feiras

Pelo tel. 284329134,

depois das 14.30 horas na

Rua Manuel António de

Brito, nº 4 – 1º frente

7800-544 Beja

(Edifício do Instituto

do Coração,

Frente ao Continente)

Dermatologia ▼

DR. A. FIGUEIREDO

LUZ

Médico

Especialista

pela Ordem

dos Médicos

e Ministério da Saúde

Generalista

CONSULTAS DE OBESIDADE

Rua Capitão João Francisco

de Sousa, 56-A – Sala 8

Marcações

pelo tm. 919788155

Obesidade ▼

PARADELA

OLIVEIRA

Psiquiatra no Hospital

de Beja

Consultas às 6ªs feiras

na Policlínica de S. Paulo

Rua Cidade S. Paulo, 29

Marcações pelo tel.

284328023 BEJA

Psiquiatria ▼

HELIODORO

SANGUESSUGA

DOENÇAS

DO SISTEMA

NERVOSO

CONSULTAS

às 3ªs e 4ªs feiras,

a partir das 15 horas

MARCAÇÕES pelos

telfs.284322387/919911232

Rua Tenente Valadim, 44

7800-073 BEJA

Neurologia ▼

Clínica Geral ▼

GASPAR CANO

MÉDICO ESPECIALISTA

EM CLÍNICA GERAL/

MEDICINA FAMILIAR

Marcações a partir

das 14 horas Tel. 284322503

Clinipax

Rua Zeca Afonso,

nº 6-1º B – BEJA

JOÃO HROTKO

Médico

oftalmologista

Especialista pela Ordem

dos Médicos

Chefe de Serviço

de Oftalmologia

do Hospital de Beja

Consultas de 2ª a 6ª

Acordos com:

ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS.

Marcações

pelo telef. 284325059

Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA

Fisioterapia ▼

Oftalmologia ▼

Medicina dentária ▼

Luís

Payne Pereira

Médico Dentista

Consultas em Beja

Clínica do Jardim

Praça Diogo Fernandes,

nº11 – 2º

Tel. 284329975

AURÉLIO SILVAUROLOGISTA

Hospital de Beja

Doenças de Rins

e Vias Urinárias

Consultas às 6ªs feiras

na Policlínica de S. Paulo

Rua Cidade S. Paulo, 29

Marcações

pelo telef. 284328023

BEJA

Urologia ▼

Centro de

Fisioterapia

S. João BatistaFisiatria

Dr. Carlos Machado

Drª Ana Teresa Gaspar

Psicologia Educacional

Drª Elsa Silvestre

Psicologia Clínica

Drª M. Carmo Gonçalves

Tratamentos

de Fisioterapia

Classes de Mobilidade

Classes para Incontinência

Urinária

Reeducação do Pavimento

Pélvico

Reabilitação

Pós Mastectomia

Hidroterapia/Classes no

meio aquático

Acordos com A.D.S.E., CGD,

Medis, Advance Care,

Multicare, Allianze,

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de trabalho, A.D.M., S.A.M.S.Marcações pelo 284322446;

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Terreiro dos Valentes, 4 – 1-A – 7800-523 BEJA

Consultório:Tel. 284325861Tm. 964522313

Page 23: Edição n.º 1597

Diário do Alentejo30 novembro 2012

saúde 23

CRISTINA CARDOSONaturóloga

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Clínica Médico-Dentáriade S. FRANCISCO, LDA.

Gerência de Fernanda FaustinoAcordos:

SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E.,Portugal Telecom e Advancecare

Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/Desabituação tabágica – H. Pulido ValenteDr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de LisboaDr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de BejaDr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de BejaDr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo.Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumarDr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina FamiliarDr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de BejaDrª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/Obesidade – Instituto Português de Oncologia de LisboaDr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. BejaDr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de ÉvoraDr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva.Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do SonoDr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo AlentejoDr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de BejaDr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/ObstetríciaDr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante SantoDr. Jorge Araújo – Ecografi as ObstétricasDr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de BejaDr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de BejaDr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta.Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/Orientação VocacionalDr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da FalaDr.ª Maria João Dores – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja

Marcações diárias pelos tels. 284 322 503

Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja

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DO BAIXO ALENTEJO

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Maria João Hrotko – Médicos Radiologistas –

Convenções: ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD,

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Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas

e aos sábados, das 8 às 13 horas

Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA

Telef. 284318490

Tms. 960284030 ou 915529387

ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária,

Osteoarticular, Ecodoppler

TAC – Corpo, Neuroradiologia,

Osteoarticular, Dentalscan

Mamografi a e Ecografi a Mamária

Ortopantomografi a

Manuel Matias – Isabel Lima – Miguel Oliveira

e Castro – Jaime Cruz Maurício

Ecografi a | Eco-Doppler Cor | Radiologia Digital

Mamografi a Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan

Densitometria Óssea

Nova valência: Colonoscopia Virtual

Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare;

SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA;

Humana; Mondial Assistance.

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Marcações:

Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339;

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desde 49€/mês

Page 24: Edição n.º 1597

Diário do Alentejo30 novembro 2012

24

76%É a percentagem de leitores de jornais

que no distrito de Beja todas as semanas leem o “Diário do Alentejo” na sua versão papel.

No Facebook, todos os dias, mais de 4 000 leitores seguem a atualidade regional na página do “DA”.

www.diariodoalentejo.pt facebook.com/diariodoalentejo

Diár

io d

o Al

ente

jo

Corr

eio

do A

lent

ejo

A Pl

aníci

e

Notíc

ias d

e Be

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Fonte: Marktest. Relatório de resultados da imprensa regional no período compreendido entre abril de 2010 e março de 2011

Page 25: Edição n.º 1597

Diário do Alentejo30 novembro 2012

institucional diversos 25

BEJA

†. Faleceu a Exma. Senhora D. MARIA AMÉLIA LOPES BICHO BONITO VIEGAS, de 90 anos, natural de Ferreira do Alentejo, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 22, da Capela da Mansão de São José, para o cemitério de Beja.

PENEDO GORDO

†. Faleceu a Exma. Senhora D. ODETE DE JESUS BAPTISTA, de 91 anos, natural de Santiago Maior - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 22, de Casa Mortuária do Penedo Gordo, para o cemitério local.

BALEIZÃO

†. Faleceu a Exma. Senhora D. MARIANA LÉRIAS, de 83 anos, natural de Baleizão - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 22, da Casa Mortuária de Baleizão, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Senhor JOAQUIM RODRIGUES FERREIRA, de 80 anos, natural de Lagoa, casado com a Exma. Sra. D. Delminda da Conceição Prudêncio Maia. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 24, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

ALFORNELOS /VILA VERDE

DE FICALHO

†. Faleceu a Exma. Senhora D. MADALENA CONRADO, de 94 anos, natural de Tavarede - Figueira da Foz, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 24, de Casa Mortuária de Alfornelos - Amadora, para o cemitério de Vila Verde de Ficalho.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Senhora D. FRANCISCA MARIA LAMEIRA, de 87 anos, natural de Santiago Maior - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 25, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Senhor FRANCISCO DE ASSIS FERREIRA BRANDÃO SOARES, de 84 anos, natural de Salvador - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Maria Antónia Custódio. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 25, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Senhora D. JÚLIA D´ASSUNÇÃO RETANCHA, de 89 anos, natural de Salvador - Beja, solteira. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 26, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

SANTA VITÓRIA

†. Faleceu a Exma. Senhora D. MARIA CUSTÓDIA NARCISA, de 93 anos, natural de Santa Vitória - Beja, casada com o Exmo. Sr. Arnaldo Augusto da Silva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 26, da Casa Mortuária de Santa Vitória, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Senhora D. FELICIDADE ROSA DE ALMEIDA PIRES, de 85 anos, natural de Caia e São Pedro - Elvas, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 27, da Igreja Paroquial do Carmo, para o cemitério de Beja.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Senhora D. ISABEL RITA DIAS, de 83 anos, natural de Safara - Moura, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 28, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

Às famílias enlutadas

apresentamos as nossas mais

sinceras condolências.

Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt

Rua da Cadeia Velha, 16-22 - 7800-143 BEJA Telefone: 284311300 * Telefax: 284311309

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Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos Religiosos

AGRADECIMENTO

E MISSA

DE 30.º DIA

Rodorico José

Rodeia Galrito Lança

Esposa, fi lha, genro e netos

agradecem reconhecidamen-

te a todas as pessoas que se

dignaram acompanhar o fu-

neral do seu ente querido ou

que de outra forma lhes teste-

munharam o seu pesar.

Mais agradecem à dra.

Cidália, à dra. Sandra, à en-

fermeira Catarina e restante

pessoal do Lar Nobre Freire,

em Beja, pela forma carinho-

sa e dedicada com que sem-

pre trataram o seu familiar

na sua doença durante a sua

estadia na instituição

Participam ainda que será

celebrada missa no dia

06/12/2012, quinta-feira, pe-

las 18 e 30 horas, na Igreja

da Sé, em Beja, agradecendo

antecipadamente a todos os

que se dignarem participar.

Montes Velhos

PARTICIPAÇÃO E

AGRADECIMENTO

José João

Condessa Galaio

Filha, pais, sogros, irmãos,

cunhados, sobrinhos e restante

família cumprem o doloroso de-

ver de participar o falecimento

do seu familiar ocorrido no dia

16/11/2012 e, na impossibili-

dade de o fazerem individu-

almente, vêm por este meio

agradecer a todas as pessoas

que acompanharam o seu ente

querido à sua última morada ou

que de outra forma lhes mani-

festaram o seu pesar.

A todos, obrigado!

Seu esposo, José Domingos Marques, seus fi lhos, Silvestre, Alice

e Elizabeth, assim como sua nora e genros cumprem o doloroso

dever de participar o falecimento da sua ente querida MARIA

ADELAIDE RODRIGUES MARQUES, ocorrido em 26/10/12. O

funeral realizou-se no dia 02/11/12 para o cemitério do local de

residência em França, na localidade de Saint Pathus (77178).

Aljustrel

AGRADECIMENTO

Luís Maria Campos “Luís Mejanga” – 78 anos

Esposa, fi lhos, genro, nora, netos e demais família cumprem o

doloroso dever de participar o falecimento do seu familiar ocorrido

no passado dia 17 de novembro. Na impossibilidade de o fazerem

individualmente vêm por este meio agradecer a todas as pessoas

que se dignaram a acompanhar o seu ente querido à última mo-

rada, ou que de outra forma testemunharam o seu pesar.

Nossa Senhora

das Neves

MISSA

Manuel Romão

Rodrigues Costa2.º Ano de Eterna Saudade

…continuas a existir nos

nossos corações…

Descansa em paz..

Esposa, fi lhos, genro, noras

e netos participam a todas as

pessoas de suas relações e

amizade que será celebrada

missa pelo eterno descanso

do seu ente querido no dia

02/12/2012, domingo, às 11 e

30 horas, na Igreja de Nossa

Senhora das Neves, agrade-

cendo desde já a todos os

que comparecerem ao acto

religioso.

PARTICIPAÇÃO,

AGRADECIMENTO

E MISSA DE 7º DIA

Francisca Maria

LameiraN. 02/04/1925

F. 24/11/2012

Seus filhos, noras, genro

e netos vêm por este meio

participar o seu falecimento

e agradecer a todas as pes-

soas que se dignaram acom-

panhá-la à sua última morada

ou que de outra forma lhes

manifestaram o seu pesar.

Participam ainda que será

celebrada missa do 7.º dia por

sua alma na sexta-feira, dia

30/11/2012, pelas 19 horas,

na Igreja do Salvador, agra-

decendo desde já a todos os

que se dignarem assistir ao

piedoso acto.

Page 26: Edição n.º 1597

Diário do Alentejo30 novembro 2012

26

Todas as semanas

os leitores do “Diário

do Alentejo” vão ter descontos.

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dar um impulso à economia local e, por outro, ajudar

os consumidores

neste tempo de crise.

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de 30 de novembro

a 25 de dezembro

Page 27: Edição n.º 1597

Diá

rio d

o A

lent

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30 n

ovem

bro

2012

27Serpa é a única cidade portuguesa na lista de finalistas

ao prémio LivCom, para comunidades habitáveis.

O prémio mundial distingue as comunidades locais

que se evidenciem na gestão ambiental e criação de

comunidades habitáveis e está nesta competição com

mais 11 cidades da Irlanda, Japão, China, Austrália,

Moldávia e Canadá.

Serpa é candidata

a prémio mundial LivCom

Combater a crise com preços lowcost

A loja que alia o tradicional ao moderno

Uma loja que alia o tradicional ao mo-derno, é assim que se define a 100mlS-tore. Com um atendimento personali-zado, característico do comércio local, mas com uma imagem moderna, típica dos grandes grupos económicos, esta loja promete contrariar os tempos de crise, combatendo-a com preços abaixo dos praticados pelo mercado.

Publireportagem Sandra Sanches

Acabou de festejar o primeiro aniver-sário e ainda é para alguns um es-paço por descobrir na cidade de Beja.

A 100mlStore assume-se como a primeira loja lowcost da região com preços que parecem querer contrariar a crise que se vive no País. Apresenta uma grande variedade de artigos de higiene e cosmética, que vão dos cuidados cor-porais até à perfumaria, passando pela maqui-lhagem.

Sucesso é palavra de ordem nesta empresa e a forma para alcançar o mesmo assenta num conceito inovador de negócio, que alia aos pre-ços baixos uma enorme variedade de produ-tos e um atendimento especializado dirigido às necessidades de cada cliente.

A grave crise económica que o País atra-vessa não foi motivo para recuar, depois de feita uma análise e estudo de mercado. O

cliente pode encontrar num mesmo local um champô e um perfume sem ter que se deslocar a um hipermercado e a uma per-fumaria, contando ainda com um atendi-mento especializado tradicionalmente as-sociado ao comércio dito de rua. Segundo Manuel Cordovil, um dos sócios gerentes da empresa Cordovil & Gamero, detentora da marca 100mlStore, “existe uma panóplia enorme de produtos na área da cosmética e da higiene corporal que têm especificações para um determinado tipo de pele ou de ca-belo. No supermercado não se consegue este tipo de atendimento e aqui não temos só a variedade, mas também alguém que acon-selha e que limita as opções”.

Numa altura em que a conjuntura econó-mica do País não é a mais propícia, Manuel Cordovil garante que uma boa ideia hoje pode não ser uma boa ideia amanhã, pois “sendo os preços baixos uma das nossas mais-valias é normal que no momento atual as pessoas te-nham uma maior preocupação em compa-rar preços”. Com margens de lucro reduzidas, a 100mlStore consegue alcançar preços mais competitivos, pois o objetivo não é vender três unidades com grande margem, mas sim 30 com melhor preço para o cliente. As promo-ções, apesar de importantes, não são a princi-pal estratégia para a empresa, pois faz questão que o cliente sinta que tudo o que está na loja é

sempre mais barato que na concorrência.A proximidade das grandes superfícies

comerciais poderia representar uma ameaça para a 100mlStore. Mas para esta empresa este assunto não se prende nem com os pre-ços, nem com a variedade de produtos que essas superfícies oferecem, muito menos se deve à questão dos horários, uma vez que a 100mlStore também pratica horários alarga-dos. Manuel Cordovil é sim da opinião que a grande ameaça está mais relacionada com a dificuldade de divulgação e marketing, pois é “impossível chegar às pessoas com tanta fre-quência como os grandes grupos económicos fazem, utilizando quase sempre campanhas multimeios como a televisão, rádio e im-prensa”, afirma o empresário. No entanto, tra-tando--se a 100mlStore de um conceito ino-vador em Portugal, parece ter chegado para ficar, apesar do cenário económico negativo que o País atravessa, cenário esse que faz com que a empresa espere crescer de forma conso-lidada, contando abrir um total de quatro lo-jas até 2015, prioritariamente no sul do País. Segundo Manuel Cordovil, “essas lojas serão lojas de proximidade, perto das pessoas, fu-gindo à lógica de lojas de centro comercial, mas sim em zonas de circulação de pessoas a pé, junto do comércio tradicional”. Até ao fi-nal do próximo ano a 100mlStore conta já ter duas lojas em funcionamento.

Herdade do Esporão lança Torre 2007Localizada em pleno coração do Alentejo,

Reguengos de Monsaraz, com 600 hectares

de vinha, a herdade do Esporão lança o Torre

2007. Produzido apenas nos anos em que a

natureza oferece condições excecionais, este

vinho exprime o que de melhor se produz

na herdade. Produzido pela primeira vez

em 2004, é agora lançada a colheita de 2007.

As vinhas que deram origem ao Torre 2007

crescem em solos de transição entre o granito

e o xisto, têm em média 20 anos de idade e

uma produção de 25 hectolitros por hectare.

As castas que fazem parte deste vinho são o

Aragonez, o Alicante Bouschet, a Touriga

Nacional e o Syrah. Da colheita de 2007 do

Torre foram produzidos três mil litros.

Medalha de ouro para Cartuxa Espumante Bruto Rosé 2010O Cartuxa Espumante Bruto Rosé 2010, da

Fundação Eugénio de Almeida (Évora), acaba

de receber a medalha de ouro da edição de

2012 do Effervescents du Monde, concurso

internacional de vinhos espumantes, que

teve lugar entre os dias 14 e 16 deste mês,

na escola de culinária Le Castel, em Dijon,

França. Um vinho espumante bruto que

prima por um estilo jovem, fresco e elegante,

conquistou um painel internacional de mais

de 100 jurados da especialidade, tendo sido

o único espumante português a receber uma

medalha de ouro, o que o coloca ao lado dos

grandes champanhes franceses e italianos.

A 10.ª edição do concurso internacional

de vinhos reuniu em França 660 vinhos de

25 países, tendo atribuído um total de 220

medalhas.

Vinhos do grupo Cameirinha chegam a todo o mundoApesar de serem produzidos no coração do

Baixo Alentejo, a escassos cinco quilómetros

de Beja, os vinhos da Herdade do Monte

Novo e Figueirinha, propriedade do grupo

Cameirinha, já chegam aos quatro cantos

do mundo. Segundo Filipe Ramos, que

gere a propriedade ao lado do avô, Leonel

Cameirinha, “estamos a enviar vinho e

azeite para Angola, Brasil, EUA e China,

temos também mercados com que neste

momento estamos preparados para começar

a trabalhar, como a Tailândia e o Canadá, e

depois mandamos para toda a Europa de uma

maneira geral, assim como para a Singapura

e Filipinas”. O responsável garante ainda que

as exportações do grupo já tinham atingido,

em outubro, 40 por cento da produção,

contra os 12 por cento do último ano. Em

2011 a Sociedade Agrícola do Monte Novo e

Figueirinha registou um volume de negócios

de 2,3 milhões de euros e produziu perto de

750 mil garrafas de vinho (além de 650 mil

garrafas de azeite), número que irá aumentar

ligeiramente este ano.

EmpresasA A AA AA A CoCoCoCoCoCCordrdrdrdrdrr oooooooovovovovovoooooooo ilililililii & && && G G GGGGamamamamererero,o,oo, LdLdLdLdLda.a.aaa , , ememememmmmmemmmmmmmmmmprprprprprppprprprprprprprprpprpppppppppppp eseseseseseeeeeeeseeeeeeee a a a aa cococococom mm m mm mmmmmmmmm sesesesesesessesedededededeeeedededede emememeemeemeemeemememeemeememmeeme BB BBB B B B BBBB B BBBBBBejejejejeja,a,a,a,a,, m mm mmm iiiiiaiaiaiaiaiaiaisss s sss cococococococo hnhnhnhnnnnhhnhnhnhnnhnhnhnhnhnhnhnhnhnnnnnhhecececececiddiddididididdididdiddi a a acccccccococcccccccccccoccccocoooc mmmmmmmmmmmmommmmoooooomommmmoomm 1 110000000000000000000000000000000000mlmlmlmlmmlmlmlmlmmlmmlmlmllStStStStStStSStStStStStStororororooooooo e,e,e,eee,,,,,,, d dd d d ddddee eeeeepopopopppopooopoopopoooppppppopoooppopopopoopoop rtrtrtrtrtttrtrtttrtrrtrtrtrrttttrrtrtttttrtrttaaaaasasasaaaasasasaaaaaaaaaaaaa a a a aaabebebebebebebebebebbebbebbbebebebebbebebebbebebebbebebbbbebeebebebbbebeeebeebeeeeeeeebeeeeeertrtrtrtrtrtrtrtrtrtrtrtrtrtrtrtrtrtrtrtrtrtrtrrtrtrtrtrtrtasasasasasasasasasasasasasasasasasasasasaasaasasasaassssassasaasasasas hhhhhhhhhhhhhhh hhhhh hhhhhhh hhhhhhhhh hhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh hhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh hhhááááááááá ááááááááááá ááá ááááááááááááá ááá umumumumumumumummmumumummumumuuuuummuuuumuuuummmuuummuuuuumuuuuuuumuummmumuu anananano,o,o,o a asssssuuuumumumumuuumuuuumuuuuummuumuuu e-e-eee seseeseseseeeee c cccccccccccccccccccccccccccccccccccccc ccccccccccccccccccomomomomomomomoomomoomomomomomommmomomomomoomoomommmmmoomooommmmmmmmomoooommmmmoommmmmoommmomooomoooommoooomoooooo ooooooo oo ooa a a prprprprimimimimeieiee rrrrrararararraraarrrrrararrarararaararaar lll l l l ll l ll l lllowowowowooowowwoo cococococcocoooccocoococoooccooooooooooccooccccoo ttststststststtststsssstsssststsstssstststttssststssttssss dddd d dddd d dd d ddddddaaa aaaaaaaaarerereeeeeeegigigigigigigggiggggggggggggggggggggggggg ãoãoãoãoãoãoããããoã ... . . IdIdIddIdddddIddIdIddddIdIddddddIdddddddeneneneeenenneeneeeeenenenennnnenenntittititititititititttitiitttiitiitttt fifififififififififififififififififififififfififififiiifiiiiiificocococococococococococococcccccocococococcccocccccouuu u u u uu uu uuuuuuu uuu uumummmumumummmummmmmumumumumumumumumumumummumummumummmu a aaaaa a aa a aaaaaaa aaaoooopopopopoppopppoopopopopooooopooooooooooooooooooooooooooooooooooopooooopopooopoppppporoooooorrroorooooooorooo tutututtunnniiiiiinninnnnnnn dddddddddddddddddddddddadaddddadaddddddadadadadadddaddadadadadadadadadddaddddaadadaaaaaaaaaaaaaadddddddddedededededddddddddeddddddddddddedddededddedeeeededeeeeeeeedeeeddedededddedededdeeeeededeeeeeedeeddedeeddedeeddddddde d ddd d d d dd dddddddddddddddddddddd dddddddddddddddddeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee eeeeeee eeeeeeeee eee eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee e eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee ee ee memememememememmememmememmmmmeeemmmmmmemmmemeemmmemeemeeeemmeeeemmmmmm rcrcrcrcrcrcrcrcrcrcrcrcrcrrcrcrcrcrcrcrrcrrccrrcrcrcrcrrrrrr dddddadddddddadadadadadadadaadaddada o o ooooooooonanananaanaanannananananaa ááá áááá á ááááá áááá á á áá ááááááááárererererererrrrrerr aa a aaaaaa dadddddadadadadad cccccccccosososososososossmémémémmmmmmmmmmmééééééééééééééééémééééméééémmééémééémémmméémmmmméééémméméémmmmmmémmmétittttitiiitittittttittitititititiitiitiittiiitit ccccccccacacacacaacaacacccccaccaccccccacacacaaaccacacaaaacaaaaccccccaaacacacaacaacccacccccccacaaaaaaacacccccacaaccccacacccacaccaacaaeeeeeeeee ee eeee e dddedeeeedededededededdedededdededededdddddedeededededdedededededed cciciciciiciccicicicciciiiicciccccciccccic didididididiidididididdididiididddddddidddidiiidddiidiu uu uuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu uuuu uu crcrcrccrcrccrrrrccrcrrrrccrcrccrcrccccrc iaiaiaiaaiaiaaiaiaiarrr rr rrrr rrrrrr umumumumu aa aaa aa aaamamamamamamamaaaamamamammaamamammaamarcrcrcrcrcrcrcccrcrccrcrccrcrcrcrcrcrccrcrcrrcrccaaa aaa aaaaaaaa a aaaaa aaaa qquququququuquuquuuquuuququqquuquuquuuquuquuquqquququququuqq e e e e eeeeeeeeeeeee e eeeeeeee ttttttetetetetetteteteettetteteteteteteteeetetttetetttetttetettetetteteeteetetetteetetttetetettetetetteteteentnntntntntnttttntntnttnntntntnttnttntnttntttntntnntntntnttttnntnntntnntnttntntaaaaaaaaaaa aaaaa a aaaaaa jjujjujujujujujujujujujjjujujjjjjjuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuujjjjjjjjjj ntnntntntntntnnttntttntnttntntnntnnnntnttnttntnttntntntnnntnntttnnnnntntttnnntntnttntntnttnntntntnntntnttnttaaaraaaaaraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa ,, , ,, ,nunununum m m mmmmmmmmmm m m mmm m mm sósósósósósósósósósósósósóósósósósóssósssós ee ee eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee eeeeeeeeespspspspspspspspsspspspspspspspspspspspspsppspspsspspsspspsspspspspsppppppppaçaçaçaçaçaçaçaaaçaçaaaaaaaaçaaçço,o,o,o,oo,o,o,oooo,oo aa a a aartrtrttrtrtrttigigigigigiigigigigggggggggggggggggggosososssossssssssssss qquququququqququququqqququqququuquuq e e ee eeeeeeeeeeeee osooosososoososososososososososososssooosoosoosos c cccccccccccccccc ccc c cccccccc cccccccccccccooonooooonononooononononooooononononoonooooooooonnnnonnno ssususuusususususuussusssuusuususuusuusususuuusuuusuuuuuss mimimimiimmiimiimimiiiimimimimiimimimimiimmimmimimmmimmmmimmmmimimmmmmmmmmmm dodododdddddddddoddododddddddddodddododdddodddodddododododooododoooddodoooodododododdodoooddodoodddododoododododododooooodoooddoodododooddddoooorererererererererererererrererrerrererrerrreer s s sssssss apapapapapapaaaapapapapapapapapapapaapaaaappaapapapaapaappapappeneneneneneneneeneeneneene asasasasasasasasassasassasasaass cccccccc ccc c c c cccconononononnnoonononoononononoonsesesesesesesesssessesseessssssss guguguguguguguguguguguggggggg iaiiiiiaiaiaiaiiaiaaiaiaiaaaammmm mm m mmmmmmmm mmmmmmmmmmmmmmeeenenenenenenenneeneeeeeenenee cocococoocococoococococoocooccocooccocccocooocococcococccccoccocccococooontntntntntntntntntntnntnntnnntnnntntnntnttttttttntnnnnntnttntntnnttttrarararararararararararararrraraaraarararaaarrrrrrrrr r rrr r ememememememmmememememmmeemmeememmmmmmemmeememmmmemememmemmmemememmeemememememmmememmmmemmmmmmmmmmmeemmme ddd ddddddd ddddddddddddddddddddddddddddddddddddddd d dddifififfffifiifififififfifififififffifififfifffififffifiififfiffffiffffffffffffifffffffifififiififififififfifffiffffififfffeeeeeeerererererererereeerereeereereererererererereerreerereereeereererrrererererererererererereererreeerreneneneneneneenenenenenenenenenneneneneneneeenenneeneeneneneeenneeeneneneennnnnttetetetettetettttetettettetttettttetttetetettetttetettt s ssssssssssssssslolollolololololoojajajajajjaajaajajaaajajajaassssssssssssss sss s nononononononooooononooooooonoonoonononnn memememememmmmemememeeeemmmemmmmmmmmmemmemmmmmmmeemmmemmemememmmm adadadadadadaadadaddadadadadadadadadadadaadadaadddaddddddddddadaaaddddaamamamammammamamamamamammaaammammaammammmmmenenenenenenenennnnenenennneneneneneenenenenenennenenenenennnnenennnnneenneeeenntetetettetettetetetettettetetttteetetetteteteteteteetetteeeeteeteeeeeeeeteeteettt 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28 Até ao dia 15 de dezembro podes ver na Biblioteca Municipal Abade Correia da

Serra, em Serpa, a exposição que a Sociedade Portuguesa de Autores cedeu sobre

a vida e a obra de Matilde Rosa Araújo. De terça-feira a sábado, das 10 às 13 horas

e das 14 e 30 às 19 horas. Entrada livre.

Matilde Rosa Araújo– O Destino das Fadas,

em Serpa

A páginas tantas... Mário de Sá-Carneiro, Antologia Po-ética é mais um livro editado pela Kalandraka, mas agora para um público mais juvenil. É interes-sante ler o que o ilustrador, Tiago Manuel, escreve sobre a sua rela-ção entre a imagem e a palavra.“Os poemas publicados neste li-vro foram escritos entre 1913 e 1916. Ao lê-los senti que as pala-vras do poeta desenhavam a mi-nha vida direita pelas linhas tor-tas do mundo que conheço, em tudo quase igual ao mundo que ele conheceu 100 anos antes. A mesma dor, os mesmos medos, as mesmas nuvens sombrias antes da catástrofe. Dito assim, eu es-crevi os poemas e ele fez os de-senhos. Tudo é realidade e re-flexo no espelho estilhaçado da vida. Hoje ainda vejo o meu rosto; amanhã, só a luz tocará a super-fície onde se apagaram os meus olhos”.

“Quando eu morrer batam em latas,

Rompam aos saltos e aos pinotes –

Façam estalar no ar chicotes,

Chamem palhaços e acrobatas.

Que o meu caixão vá sobre um burro

Ajaezado à andaluza:

A um morto nada se recusa,

E eu quero por força ir de burro…”.

PaisDecorar uns queques para receber o Pai Natal ou simplesmente para os mais pequenos se deliciarem.

À soltaMais do que uma ideia, um desafio. Temos a certeza que tens por aí alguns legos e que mesmo sem instruções vais tentar. Envia-nos o teu Pai Natal e nós pu-blicamos.Vai a http://nanoblo-ckuk.com/ e des-cobre mais coisas interessantes.

Dica da semanaA dica desta semana não se centra no trabalho de nenhum artista em particular, mas dá-te algumas ideias para fazeres alguns presentes para ofereceres neste Natal.Os gnomos personalizados com a tua cara e acompanhados por deliciosos cogumelos são apenas algumas das suges-tões que vais encontrar neste site.Basta digitares o link porque vais encontrar ajuda para to-dos os projetos. http://manualescanigo.blogspot.co.uk/

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Boa vidaComer Migas gata com bacalhau e coentros

Ingredientes pa ra 4 pessoas:400 gr. de bacalhau demo-lhado (de preferência das abas);800 gr. de pão alentejano (do dia anterior);1 dl. de azeite;4 dentes de alho;q.b. de sal;q.b. de água da cozedura do bacalhau;q.b. de vinagre de vinho branco;1 molho de coentros;q.b . de azeitonas.

Confeção:Num tacho com água, coze-se o bacalhau e desfia-se (reserve a água da cozedura).Num outro tacho, coloca-se o azeite e os alhos picados. Quando estes começarem a ficar dourados,“sem deixar queimar”, adiciona-se um pouco de água da cozedura do bacalhau e as fatias de pão cortadas finas. Adicione mais um pouco de água, apenas para embeber o pão, e tape o tacho com um pano de cozinha por três minutos.Junte o bacalhau, os coentros picados e o vinagre. Com a ajuda de uma colher bata as migas e envolva tudo.Decore com azeitonas.Bom apetite…

Nota: estas migas podem também ser v ir como acompanhamento a qualquer peixe frito.

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

LetrasO elogio da madrasta

Publicado original-mente em 1988, este romance erótico do

Prémio Nobel da Literatura em 2010 é uma reedição, re-vista, da Dom Quixote para uma quadra natalícia em que a literatura erótica tem sido grande aposta das edi-toras portuguesas.

O elogio da madrasta abre com o aniversário de Lucrécia que, no dia em que faz 40 anos, vê afastarem-se definitivamente os fantasmas que ensombraram a possibili-dade de casamento com dom Rigoberto. Lucrécia, que te-mia a rejeição do enteado, re-cebe uma carta que é uma de-claração de amor de Fonchito. Impulsiva, corre ao quarto do menino com cara de anjo para agradecer-lhe. É o olhar dele que a faz tomar consci-ência do quão exposta está fi-sicamente mas já é tarde para recuar no abraço de Fonchito, tal como é impossível – ou não – rejeitar os beijos que ele lhe dá. A perturbação que sente então é que se torna um cres-cendo descrito com a delica-deza, a mestria e a contenção certas por Llosa que assume uma série de fantasias sexuais inspiradas pela pintura mas também sugeridas pela mi-tologia grega. O registo sen-sual alterna com outro, meti-culoso, com que Llosa recria o universo e ablações de Dom Rigoberto.

É sabido que Llosa é um extraordinário contador de histórias. O elogio da ma-drasta comprova o seu do-mínio também neste género em que o seu talento é ser-vido pelos seus conhecimen-tos pictóricos e pela capaci-dade de fantasiação do autor, sempre sem perder a elegân-cia na escrita.

Maria do Carmo Piçarra

FilateliaAmanhã é Dia do Selo

Foi no I Congresso da Federação Portuguesa de Filatelia (FPF), realizado a 1 de julho de 1954, que os congressistas, seguindo a orientação

saída do Congresso da Federação Internacional de Filatelia realizado no Luxemburgo em 1937 e, a exemplo do que já vinha acontecendo em alguns pa-íses, decidiram passar a assinalar anualmente em Portugal o Dia do Selo.

Os congressistas debateram-se com o problema da data a escolher: devia ser fixa ou móvel?

Analisaram-se com mais profundidade três datas possíveis para a escolha de uma data fixa: 24 de março, dia da festa do arcanjo São Gabriel, patrono dos filate-listas católicos; 1 de julho, data em que, em 1853, entra-ram em circulação os primeiros selos portugueses, e 27 de outubro, data da assinatura do decreto que, em 1852, instituiu a obrigatoriedade da franquia prévia das cor-respondências, pelo expedidor.

Acabou por se optar por uma data móvel, data esta que seria escolhida pela FPF, tendo em conta os eventos, ou algum aniversário de interesse filatélico, que ocor-resse nesse ano.

Para assinalar o I Dia do Selo que teria lugar no ano seguinte, a escolha não terá sido difícil, pois ocorria (pro-vavelmente) em 17 de janeiro de 1955 o 1.º centenário da entrada em circulação dos primeiros selos com a efígie do rei D. Pedro V.

Sobre estas primeiras comemorações, o Boletim do Clube Filatélico de Portugal (n.º 46/47 – janeiro/abril 1955), informa-nos que “em Lisboa o Dia do Selo foi co-memorado com uma exposição-relâmpago de selos de D. Pedro V, inaugurada nos salões da casa Molder, e que se manteve aberta na tarde de 17 e durante todo o dia 18. Na noite de 17, o Prof. Dr. Carlos Trincão e o Brig. José da Cunha Lamas proferiram duas interessantes palestras, subordinadas aos títulos, respetivamente ‘Os cunhos dos selos de 5 réis, D. Pedro V, cabelos lisos’ e ‘A carta e o sobrescrito’”.

A mesma fonte informa que “O Dia do Selo foi igualmente comemorado em Coimbra, Leiria, Angra do Heroísmo, Funchal e Lourenço Marques com diversas

exposições e palestras”. Informa também que “a im-prensa e a rádio associaram-se às comemorações, inse-rindo notícias e transcrevendo partes da ‘plaquette’ es-pecial editada pela FPF”.

Em 1956 a comemoração deste dia muito significa-tivo para a filatelia portuguesa aconteceu a 9 de junho. Entretanto, a direção da FPF entendeu não ser prático realizar a comemoração em data móvel, pois tal tinha como consequência a impossibilidade de os clubes faze-rem o planeamento das suas atividade filatélicas a longo prazo e, em 1957, impôs a data de 1 de dezembro.

Em 1982 entendeu fazer nova alteração e determi-nou que o Dia do Selo se passasse a festejar a 1 de julho, data da entrada em circulação, em 1853, dos primei-ros selos portugueses. Tal data não colheu simpatia por coincidir com o final do ano letivo, o que impedia os clu-bes de realizar ações destinadas à população escolar.

Eleita uma nova direção em 1984, esta, por mediar pouco tempo entre a sua tomada de posse e a data es-tabelecida para as comemorações desse ano, e para que este dia festivo pudesse ter uma comemoração deveras condigna, resolveu mudar as comemorações para o dia 27 de outubro, data do aniversário da assinatura do de-creto que em 1852 instituiu a obrigatoriedade da fran-quia prévia, da correspondência. Determinou ainda que, quando este dia não coincidisse com um sábado, a festa do selo teria lugar no sábado imediatamente an-terior. Oficialmente, a celebração ocorreu no dia 27 em 1984; dia 26 em 1985; dia 25 em 1986; dia 24 em 1987 e dia 22 em 1988. Perante tal confusão e consequente po-lémica por este grande leque de datas, ainda em 1988, a FPF entendeu transferir novamente as celebrações para o dia 1 de dezembro, data que, por ser feriado, sempre colheu mais simpatias e que ainda se mantém em vigor.

Sobre este assunto, o congresso da FPF, durante o próximo ano, terá que voltar ao assunto, pois como o dia 1 de dezembro vai deixar de ser feriado, é necessário confirmar esta data, ou então escolher uma outra.

A ilustração mostra-nos São Zenão o Correio (do imperador romano Valente, século IV, na Ásia Menor).

Geada de Sousa

Mario Vargas LlosaDom Quixote168 págs.14,90 euros

O Luigi é um cão de porte médio, muito bonito. Não tem raça definida mas

poderá ter alguns traços de epagneul breton e/ou perdigueiro. Espera em

breve poder ter uma família, pois no canil não consegue ser feliz…

Já está desparasitado e em breve poderá ser vacinado. Venham

conhecê-lo ao Cantinho dos Animais de Beja. Contactos:

962432844 [email protected]

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Fim de semana

A Santa Casa da Misericórdia de Beja (antigo hospital da cidade) vai receber amanhã, sábado, a

partir das 21 horas, uma Noite de Fado cujo objetivo é a angariação de fundos para a reabilitação

de espaços para a atividade musical. A iniciativa é organizada pela Zarcos – Associação de

Músicos de Beja, propondo o desfile de três vozes da região – Francisco Aires, Mafalda Vasques

e Sandra Reis – acompanhadas à viola por Carlos Franco e à guitarra portuguesa por Rogério

Mestre. As entradas têm o valor de 10 euros e dão direito a pão, linguiça, vinho e caldo verde.

Noite de Fado

no hospital velho de Beja

Feira do Livro de Grândola chega ao fim Aproxima-se do fim a 28.ª edição da Feira do Livro de Grândola, que decorre

na biblioteca municipal da vila, dando destaque à exposição “Al Berto

– Poeta de Sines, homem do mundo”. Para amanhã, sábado, está ainda

agendada a sessão “Contos de habitar” (17 horas), como resultado do trabalho

desenvolvido pelos participantes no curso “Habitantes do conto”, realizado

pelo contador de histórias Rodolfo Castro. E no domingo, para encerrar,

decorre a atividade “Por onde viaja o vermelho?!” (16 horas), dinamizada

por Ana Ferreira com base no livro O balãozinho vermelho, de Iela Mari.

Concerto de órgão na Sé de Beja O ciclo “Música nas igrejas – Concertos de órgão” visita Beja no próximo

domingo, 2, oferecendo, pelas 16 e 30 horas, um concerto na igreja da Sé, pelo

organista Rafael Reis. O referido programa musical, que está a cumprir a

sua segunda fase por várias igrejas da região, resulta de uma parceria entre a

Direção Regional de Cultura do Alentejo, Fundação da Casa de Bragança –

Paço Ducal de Vila Viçosa e Cabido da Sé de Évora. O concerto de domingo

conta com o apoio da Câmara Municipal de Beja e da paróquia de Santiago.

Idosos de Serpa expõem desenhos O Ateliê Galeria Margarida de Araújo, em Serpa, abre amanhã portas a

uma exposição de desenho organizada no âmbito da Trienal Movimento

Desenha ’12 e em parceria com o Centro de Convívio de Santa Maria.

A mostra, que pode ser apreciada até ao próximo dia 15, é composta

por trabalhos produzidos ao longo do ano no âmbito de um ciclo de

workshops dirigido sobretudo a pessoas idosas e sem formação artística.

Em paralelo com os trabalhos, em que se usam materiais como o grafite,

a sanguínea, a sépia e o lápis de cor, será também exibido um vídeo que

regista o processo de aproximação de cada um ao conceito de desenho.

Festival internacional arranca hoje

Os melhores da guitarra

em Milfontes O

s melhores executantes de guitarra, nas suas mais variadas ex-pressões e estilos, vão estar reunidos este fim de semana em Vila Nova de Milfontes, Odemira, no festival internacional

“Milfontes|MilGuitarras”, a decorrer no HS MilFontes Beach. Única do género a sul do País, a iniciativa, com direção artística de António Palma, resulta de uma parceria entre o município de Odemira, a Associação Cultural Fábrica das Artes e a produtora Notas e Aplausos.

O festival arranca hoje, sexta-feira, pelas 22 horas, com as sonoridades lu-sitanas do dueto Guitolão Contrabaixo, composto por António Eustáquio e Carlos Barretto. Amanhã, sábado, vêm de Itália os convidados do serão. Stefano Barone, Sergio Altamura e Pino Forastiere são os Guitar Republic Trio e pro-tagonizam o segundo momento do evento, que encerra no domingo, 2, pelas 18 horas, com um concerto luso-brasileiro. Trata-se do projeto “3 Concertos|3 Guitarras”, composto pelos portugueses Gonçalo Pereira e António Mardel, e pelo brasileiro Luiz Arantes (na foto), cuja proposta é um fim de tarde de blues e de rock progressivo e experimental.

Em paralelo com os concertos, o “Milfontes|MilGuitarras” oferece diversas atividades, entre uma exposição e venda de guitarras, a presença de um luthier português, uma exposição de desenhos do guitarrista António Mardel, e ainda uma feira do disco e um concurso para jovens guitarristas, que estava agen-dado para ontem, quinta-feira. As entradas vão desde os oito euros, para um dia, até aos 20 euros, para os três dias do festival.

Banda da Smira em concerto de aniversário A Sociedade Musical de Instrução e Recreio Aljustrelense celebra amanhã, sábado, o 36.º aniversário da reorganização da sua banda filarmónica. O programa comemorativo contem-pla um desfile até aos Paços do Concelho (14 e 30 horas), e um concerto pela banda anfitriã e pela convidada, da Sociedade Filarmónica Vilanovense, de Vila Nova de Anços, Coimbra, (16 horas), no parque de exposições e feiras da vila mineira.

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facebook.com/naoconfirmonemdesminto

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donÓfilo

do alentejo com

treinos gratuitos

O Clube Donófilo do Alentejo irá promover, gratuitamente, treinos de obediência e sociabilização para donos, no seu espaço de treino junto ao molok por detrás da biblioteca municipal. Queres que o teu dono te atire uma bola sem pare-cer uma criança de dois anos, aprenda a dar-te banho convenientemente, sem te encher os olhos de champô, compre-enda que comida é mais do que ração e apanhe os teus dejetos, ao mesmo tempo que se torna mais sociável e resolve alguns problemas comportamentais? Então, estes treinos são para ti… Inscreve-te já em www.ãoão.CDA.org e recebe de oferta uma coleira desparasitante. Aguardamos um latido teu!

Coleção “Cromos da Bola” Beja abre caminho para a coleção “Cromos das Autárquicas 2013”

A Cocas Produções lancou uma coleção de “Cromos da

Bola – Beja” que abrange vários escalões de clubes de

futebol da capital do Baixo Alentejo. Mas, ao que apu-

rámos, isto é apenas o ínicio, já que esta ideia inova-

dora, que tem cativado adeptos de todos os quadran-

tes sociais, irá servir de rampa de lançamento para

outros projetos, como a coleção que promete fazer fu-

ror no próximo ano: “Cromos das Autárquicas 2013”. “É

isso mesmo, uma caderneta em que pode colar esses

‘super-heróis’ que são os autarcas da região – de pre-

sidentes de câmara a vereadores, passando por presi-

dentes de junta…”, revelou-nos um dos promotores

desta iniciativa. Segundo consta, cada cromo incluirá

uma foto tipo passe do autarca e a indicação de curio-

sidades como o “palmarés eleitoral”, “super poderes”,

“pontos fracos” e a “alcunha”. Vejamos alguns exem-

plos: Jorge Pulido Valente: “super poderes” – lança pi-

lares; “pontos fracos” – Miguel Ramalho; “alcunha”

– reles funcionário. João Rocha: “super poderes” –

dispara candidaturas à Unesco; “ponto fraco” – baca-

lhau frito do Lebrinha; “alcunha” – Furacão do Altinho.

E cada saqueta incluirá ainda a possibilidade de ga-

nhar brindes, como um poster autografado de Carreira

Marques ou uma cópia do estetoscópio de Francisco

Santos. “É um modo de divertir a pequenada no ano

que vem… E até os pais vão ficar orgulhosos de ver as

crianças, em amena cavaqueira, a trocar “dois Pós-de -

-Mina” por “um Manuel Narra” ou “três Nelson Brito”

por “um Francisco Orelha.”

VIRIATO CERTIFICADO DE AFORRO, 74 ANOS

Pessoa que no seu tempo partilhava uma lata de atum com 23

familiares

Com certeza que vou. E acho que a senhora Jonet tem toda a razão.

Desde que ouvi as suas palavras na SIC Notícias que cada pessoa na

minha casa toma banho só com um copo de água e uma escova de

dentes… Mais do que suficiente! E deixou-se de comer bife todos os

dias… Agora é só dia sim, dia não. Nos dias não só comemos raio-x

com maionese. Mas só um bocadinho, para escorregar melhor!

VITÓRIA COITADINHA, 35 ANOS

Pessoa que não sai de casa desde que Vale e Azevedo regressou a

Portugal

Não sei se vou poder contribuir, isto está muito mau… Estou muito

doente, sabe? Sofro de Síndrome de PsicoEscutismo, que é um medo

inexplicável de escuteiros. Como são sempre os escuteiros a distribuir

os sacos para recolher os alimentos, nunca contribui. Também não te-

nho muito dinheiro. Já agora, o senhor vai comer essa sola de sapato?

É que estou aqui com um ratinho no estômago…

VIOLANTE ZONA DE CONFORTO, 23 ANOS

Pessoa que afirma ter inventado a expressão “Amei!” quando se re-

fere a algo de que gostou

Vou contribuir, acho que não se podem confundir declarações infelizes

com uma obra meritória como o Banco Alimentar. Sou jovem e recém-li-

cenciada, mas vou ajudar, apesar de ter muitas dificuldades financeiras.

“Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena!”. Ena! Que frase tão

inspiradora que eu acabei de inventar… Vou já utilizar o meu iPhone e

iPad, que estão ali no meu carro novo, para partilhá-la no Facebook...

Inquérito Neste fim de semana há campanha do Banco Alimentar Contra a Fome. Depois das últimas declarações de Isabel Jonet, vai contribuir?

Museu Regional de Beja: Chuvadas nas salas de pinturas

revelam quadro com sósia de Pulido Valente

As recentes chuvadas que têm atingido a nossa região causaram estragos

no Museu Regional de Beja, mas deram, também, lugar a uma descoberta

insólita: ao limpar alguns quadros pertencentes à coleção de pintura

da instituição que ficaram danificados, um restaurador apercebeu-se

da semelhança entre o presidente da câmara, Pulido Valente, e uma das

personagens de uma pintura flamenga do século XVI. Alguns vereadores

da CDU da Câmara de Beja que puderam comprovar o achado já reagiram

ao que consideram ser a maior afronta desde que o Modelo mudou o

nome para Continente: “Já sabíamos que as chuvaradas tinham sido

encomendadas, mas isto é a prova, provada, de que Pulido Valente está por

trás de tudo… Isto não passa de um golpe de publicidade… Mas utilizar o

museu desta maneira e não o auxiliar como deve, isso é que me choca! Se

esse senhor se preocupasse com o museu vestia-se de forma igual ao tipo

do quadro e ficava ao lado da obra para servir de atração para os turistas.

E o Núcleo Visigótico é outra desgraça – há lá uma pedra que, de lado, dá

ares ao Miguel Góis… Só não vê quem não quer… É hora desta gente sair

e dar o lugar a caras novas. A câmara podia ficar a cargo de um garboso

vereador da oposição de barba. Assim de repente, cof… cof… não estou a

ver ninguém, cof… cof…”, declarou Miguel Ramalho.

Page 32: Edição n.º 1597

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Machado, João Madeira, João Mário Caldeira, José Manuel Basso, Luís Covas Lima, Manuel António do Rosário, Marcos Aguiar, Maria Graça Carvalho, Martinho

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Sol tímido e alguns chuviscos são o mote para o dia de hoje, sexta-feira. Amanhã e domingo, o céu deverá estar descoberto e soalheiro, apesar das temperaturas, que oscilarão entre 1 e 12 graus centígrados.

Festival de Bandas de Bejade volta à Casa da Cultura

O Festival de Bandas de Beja está de volta à Casa

da Cultura pela sétima edição, que terá lugar

já entre os próximos dias 7 e 8. Ao todo, estão

confirmados 14 projetos musicais, num leque que

abarca tanto veteranos como os Ex Oriente Lux

ou os Ho-Chi-Minh, como as novas promessas

da música bejense, os casos de Tango Paris, que

acabam de estrear o seu novo videoclip, ou Balão

Dirigível, que preparam o seu álbum de estreia.

A organização, a cargo da Associação Juvenil

Arruaça, destaca também, nesta edição, a presença

da música de cariz mais tradicional, representada

por nomes como Tam Tam, Bacoustic ou ainda

A Moda Mãe. Num evento, “que tem contribuído

decisivamente para a criação e produção de cada

vez mais e melhor música no concelho”, a promessa

é de “dois dias de muito convívio e boa disposição”,

onde não faltará também o sorteio de uma tatuagem

e de uma guitarra elétrica entre os participantes que

adquirirem bilhete. As portas abrem às 21 horas e

encerram às quatro horas da madrugada.

Descoberta do depósito votivode Garvão foi há 30 anos

O Centro de Arqueologia Caetano de Mello Beirão

(Cacmb), em Ourique, recebe, ao longo do próximo

dia 11, o encontro “30 anos depois, o depósito

votivo de Garvão”, como forma de assinalar o

30.º aniversário dos trabalhos arqueológicos que

levaram à descoberta destes achados da 2.ª Idade

do Ferro. No decorrer do encontro, os arqueólogos

que protagonizaram o achado irão partilhar com

os participantes as memórias desses “tempos

tão empolgantes”, havendo também lugar para

a apresentação do projeto que levou à criação do

Cacmb, bem como dos recentes trabalhos de estudo

e conservação dos materiais recolhidos no depósito

votivo. Serão também dados a conhecer os projetos

que se perspetivam no futuro, num encontro que

integra igualmente uma visita a Garvão e ao local do

achado e também às instalações do Cacmb. A sessão

de abertura, marcada para as 9 e 30 horas, contará

com as presenças da diretora regional de Cultura do

Alentejo e do presidente da Câmara Municipal de

Ourique.

O cenário de E o vento soprou do Leste, o

seu romance acabado de sair, é a mar-

gem esquerda do Guadiana. Sendo al-

garvio de nascimento, porquê esta op-

ção geográfica?

Tinha 13 anos de idade quando vivi, pela primeira vez, no Alentejo. Foi na casa agrícola de uma tia minha, em Sobral da Adiça, rodeada por extensos olivais. Foi uma estadia curta, mas aquela vista dos olivais deixou-me saudades. E fiquei a gostar daquela paisagem. Muitos anos depois, já como engenheiro agrónomo, fui trabalhar para o Alentejo a fim de es-tudar os solos agrícolas. Foram quatro anos em que palmilhei, concelho a con-celho, toda a região. Fiquei, assim, a co-nhecê-la e também me senti encantado com os seus largos horizontes. Nos oito anos seguintes passei a residir em Beja, como delegado de um organismo já de-saparecido – a Junta de Colonização Interna – da então Secretaria de Estado da Agricultura. O meu trabalho era fa-zer projetos de melhoramentos agrícolas requeridos por agricultores, tanto para os grandes, como para os médios e para os pequenos. E fiquei a gostar dos alente-janos e do seu modo desassombrado de dar opiniões. Em suma – tem sido uma história de amor. E este, quando sentido, não se explica! Acontece simplesmente.

Quem são os Campaniços, esta família

rural alentejana que protagoniza o li-

vro, e por que vicissitudes passam ao

longo destas quatro gerações?

Campaniço é do campo. E é um termo alentejano. Eu aproveitei-o para, sim-bolicamente, tipificar quatro gerações de agricultores que viveram na margem esquerda do Guadiana, a nossa. Devido a políticas agrícolas erradas, teóricas e centralizadas, os Campaniços foram, de

geração em geração, passando de pasto-res a agricultores, depois a seareiros, até ficarem reduzidos a trabalhadores ru-rais sem terras. Por outras palavras, as suas condições de vida degradaram-se. Por fim, emigraram…

A vida desta família vai-se precarizando

desde meados do século XIX até ao úl-

timo quartel do século XX. É este tam-

bém um retrato da região que conhe-

ceu enquanto engenheiro agrónomo?

É como diz. A vida deles foi-se precari-zando. É este o termo, certo, que utiliza. Mas é, também, o rosário de mágoas que ouvirá se for inquirindo de vila em vila, de aldeia em aldeia dessa “planície he-roica” de Portugal… E é, ainda, e no que me respeita, o retrato da região que co-nheci. E, infelizmente, ainda acontece. Por isso, este meu último livro E o vento soprou do Leste é um livro de mágoas, como Florbela Espanca também nos diz num dos seus belos sonetos.

O mundo rural que conhecemos pode

manter-se tal como está ou terá que re-

estruturar-se para que não se extinga? O mundo rural que conhecemos evo-luirá. Mas são os seres humanos que condicionam a evolução. Ora, nós não ficamos eternamente crianças… E, assim, as paisagens do Alentejo vão gradualmente mudando. No sé-culo passado, havia as ceifas do trigo onde agora se veem extensos olivais. Com o progredir do regadio centrado na barragem do Alqueva, outras cul-turas irão dar cor e vida às paisa-gens desse mundo rural alentejano. Mas os seus largos horizontes, como as nossas esperanças, manter-se-ão! Nós precisamos desesperadamente deles… Carla Ferreira

José AugustoVarela88 anosNatural de Lagoa

Engenheiro agrónomo e doutorado em Ciências do Ambiente – Ordenamento do Território, viveu e trabalhou no Alentejo entre 1951 e 1963. Em 1974 é requisitado pelo secretário de Estado da Agricultura como seu adjunto, gabinete em que permanecerá até 1977, no decurso da então Reforma Agrária. Será também vogal, pela Agricultura, na Comissão de Integração Europeia, durante as negociações para a adesão à então CEE, entre 1979 e 1986.

Engenheiro agrónomo publica romance

Um “livro de mágoas” sobre os campos do Alentejo

Com vários livros publicados sobre Política Agrícola Comum e Desenvolvimento Rural, José Augusto Varela entrou recentemente no domínio da ficção para retratar a região alentejana, que conheceu enquanto engenheiro agrónomo, e com a qual vive “uma história de amor”. E o vento

soprou do Leste, passado na margem esquerda do Guadiana, conta a história de os Campaniços, um clã rural que, no espaço de um século, vê as suas condições de vida degradarem-se até à emigração. Mercê, diz, de “políticas agrícolas erradas, teóricas e centralizadas”.

quadro de honra

O “DA” está no canal 475533 doNº 1597 (II Série) | 30 novembro 2012

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