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 LÍNGUA PORTUGUESA – DPE/RJ Prof. Odiombar Rodrigues Sumário Apresentação. ............................................................................................................. ... 1 Aspectos teóricos do edital . .......................................................................................... 2 Estrutura das palavras . .............................................................................................. 2 Emprego das classes gramaticais . ............................................................................. 3 Sintaxe da oração (f rase) ........................................................................................... 9 Aspectos teóricos da prova . ........................................................................................ 10 Uso do “porquê” ..................................................................................................... 10 Funções da linguagem. ............................................................................................ 11 Plural dos substantivos compostos. ......................................................................... 12 Provas comentadas...................................................................................................... 13 CEPUERJ – Assistente administrativo - 2010 . ....................................................... 13 Gabarito.............................................................................................................. ..... 34 Comentário das questões da prova FGV ..................................................................... 34 Conclusão.................................................................................................................... 38 Índice Remissivo ......................................................................................................... 38  Apresentação Estamos iniciando o nosso módulo 03. Sinto-me muito feliz com a interatividade do  pessoal, principalmente através do e-mail. Alguns não se comunicam, ficam “na moita”, mas espero que logo estejam participando de nosso trabalho. A contribuição de cada um é importante para a construção e qualificação do curso.  Neste módulo comentamos uma prova da banca CEPUERJ, graças à contribuição de alguns alunos. Agradeço de público a colaboração. Ela é bastante extensa, são 30 questões. A  prova do conc urso de vocês deverá ter 16 qu estões. De forma geral podemos fazer algumas observações sobre a prova:
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Feb 10, 2018

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LÍNGUA PORTUGUESA – DPE/RJ

Prof. Odiombar Rodrigues

SumárioApresentação . ................................................................................................................ 1

Aspectos teóricos do edital . .......................................................................................... 2

Estrutura das palavras . .............................................................................................. 2

Emprego das classes gramaticais . ............................................................................. 3

Sintaxe da oração (frase) . .......................................................................................... 9

Aspectos teóricos da prova . ........................................................................................ 10

Uso do “porquê” . .................................................................................................... 10

Funções da linguagem. ............................................................................................ 11

Plural dos substantivos compostos. ......................................................................... 12

Provas comentadas . ..................................................................................................... 13

CEPUERJ – Assistente administrativo - 2010 . ....................................................... 13

Gabarito. .................................................................................................................. 34

Comentário das questões da prova FGV . .................................................................... 34

Conclusão . ................................................................................................................... 38

Índice Remissivo . ........................................................................................................ 38

 ApresentaçãoEstamos iniciando o nosso módulo 03. Sinto-me muito feliz com a interatividade do

 pessoal, principalmente através do e-mail. Alguns não se comunicam, ficam “na moita”, masespero que logo estejam participando de nosso trabalho. A contribuição de cada um éimportante para a construção e qualificação do curso.

 Neste módulo comentamos uma prova da banca CEPUERJ, graças à contribuição dealguns alunos. Agradeço de público a colaboração. Ela é bastante extensa, são 30 questões. A

 prova do concurso de vocês deverá ter 16 questões.

De forma geral podemos fazer algumas observações sobre a prova:

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PONTO DOS CONCURSOS

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a) É uma prova simples e direta, mas com poucas questões sobre pontos fundamentais do programa, como sintaxe de concordância, regência ecolocação.

 b) Tem ênfase na estilística, coisa pouco comum em provas de concurso.c) Apresenta poucas questões sobre interpretação de texto e, mesmo assim, as que

estão na prova são fundamentadas em aspectos gramaticais e não em abordagemde texto.

d) Utiliza linguagem não verbal, nesta prova, através de duas tirinhas da Mafalda.Mesmo utilizando elementos gráficos, as questões continuam versando sobre alinguagem e não sobre os aspectos semióticos dos textos.

Para elaboração do curso, tomamos o programa do edital como referência paraelaborar a relação de conteúdos. Alguns alunos sugeriram que trouxéssemos para discussãoapenas os conteúdos presentes nas questões da prova em análise. Cada questão elege um

 ponto bem particular dentro do programa.

Assim temos de lidar com duas ordens de conteúdos: a) forma genérica, atendendo oedital; b) forma específica, atendendo os pontos abordados na prova em estudo. É difícil quea banca retome, em novas provas, os mesmos pontos abordados nas provas anteriores. Vamossolucionar este impasse, atacando nas duas frentes: a) pontos teóricos, tratados de formageral, de acordo com o edital e b) pontos específicos como complemento dos comentários da

 prova comentada.

Talvez, os alunos que não gostam das digressões teóricas fiquem desconfortáveis.Sugerimos que pulem esta parte teórica e passem para o comentário da prova. Os que gostamdos resumos aproveitem as “dicas”. Se pecarmos, é por excesso, e mereceremos perdão!

Desde o módulo 00, incluí uma tabela para que cada um acompanhe o seu

desenvolvimento e possa conferir o progresso. Não tenho recebido avaliações dos alunossobre a utilidade das tabelas e sobre o próprio desempenho. A turma estaria considerandoinútil este tipo de conferência ou não estão sentindo necessidade de comentar? Deixo comvocês a palavra.

Mais uma vez, reforço a disponibilidade de responder a cada um e atender às perguntas e sugestões formuladas. O importante é vocês aproveitarem o máximo possíveldeste curso e retirarem do professor tudo que puderem em termos de conhecimento. Nãodeixem de perguntar, participar, sugerir. Nosso prazer é ajudar a cada um de vocês a alcançaro grande objetivo: passar no concurso.

 Aspectos teóricos do editalOs itens a seguir são retirados do programa do edital e têm aplicação direta

nas questões da prova.

Estrutura das palavrasA palavra é subdivida em partes menores, chamadas de elementos mórficos.

Exemplo: gatinho – (gat + inho); Infelizmente – (in + feliz + mente). Os elementos mórficossão:

Radical; Vogal temática;Tema;

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Desinência; Afixo; Vogais e consoantes de ligação.

Vamos examinar cada um destes elementos:

Radical - O significado básico da palavra está contido nesse elemento; a ele sãoacrescentados outros elementos. Exemplo: pedra, pedreiro, pedrinha.

Vogal temática - Tem como função preparar o radical para ser acrescido pelasdesinências e também indicar a conjugação a que o verbo pertence. Exemplo: cantar, vender,partir.

Obs:  Nem todas as formas verbais possuem a vogal temática. Exemplo: parto (radical + desinência)

Tema - É o radical com a presença da vogal temática. Exemplo: cantávamos (cant+a= canta, tema), ele perde (perd+e = perde, tema).

Desinências - São elementos que indicam as flexões que os nomes e os verbos podem apresentar. São subdivididas em: desinências nominais e desinências verbais.

Desinências nominais - indicam o gênero e número. As desinências de gênerosão a e  o; as desinências de número são o s para o plural e o singular não temdesinência própria. Exemplo: gat o (Radical + desinência nominal de gênero);Gat  o  s (Radical + desinência nominal de gênero + desinência nominal denúmero) Alguns gramáticos não consideram o “o”, masculino, comodesinência nominal. O mais simples é mantermos os dois (o, a) comodesinências nominais.

Desinências verbais - indicam o modo, número, pessoa e tempo dos verbos.Exemplo: cant á  va  mos; (Radical + vogal temática + desinência modo-temporal + desinência número-pessoal )

Afixos - São elementos que se juntam aos radicais para formação de novas palavras.Os afixos podem ser:

  Prefixos: quando colocado antes do radical. Exemplo: Inviável.  Sufixos: quando colocado depois do radical. Exemplos: Pedr ada. 

Vogais e consoantes de ligação - São elementos que são inseridos entre os morfemas(elementos mórficos), em geral, por motivos de eufonia, ou seja, para facilitar a pronúncia de

certas palavras. Exemplo: silví cola, paul ada, cafeicultura.

Emprego das classes gramaticaisO título deste item do programa abrange toda a morfossintaxe, seria muito extenso

 para incluirmos num módulo. Vamos simplificar, selecionando os assuntos mais importantesem cada classe gramatical. É um resumo que privilegia os pontos mais frequentes emconcursos públicos.

Vamos examinar algumas classes que costumam estar presentes em provas, principalmente as particularidades. Não cabe em nosso projeto uma repetição de todas as

classes com suas peculiaridades, pois isto abrangeria assuntos que não são frequentes emconcursos. Vamos só tentando dar tiro na mosca! Esperamos acertar o alvo!!!!

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Artigo – O estudo do artigo não traz novidades, todos têm conhecimento pleno sobre ele.Devemos, apenas, fazer algumas observações: a) o artigo tem o “poder” de transformarqualquer palavra em substantivo. Ex: “vender” (verbo), “o vender” (substantivo); “bonito”(adjetivo), “o bonito” (substantivo). Assim com qualquer palavra.

Quanto ao uso, o artigo tem algumas particularidades que merecem destaque:a) em muitos casos, o artigo pode aparecer unido com preposição (em+o= no;

de+o= do; a+a= à); b) é obrigatório o seu uso após o numeral ambos (Ambos os alunos foram à aula

de informática;c) diante de pronome possessivo o artigo é facultativo (trouxe o meu livro para a

sala de aula) Por esta razão é que a crase aparece como facultativa diante de possessivos: Ele chegou cansado à minha casa ou Ele chegou cansado aminha casa.);

d) o artigo nunca é usado com o pronome relativo “cujo”, assim a frase é: Este é

o menino cujo cão de estimação atacou um transeunte. É importante, também,imaginar que este pronome tem sentido de posse e pode flexionar em gênero enúmero

e) uma última observação. Em nomes de jornais ou revistas, o artigo não pode serunido à preposição (Li em O Estado de São Paulo a notícia do acidente.)

Sintaticamente, o artigo acompanha o nome, por isso, ele assume a função de adjuntoadnominal.

Substantivo – No capítulo dos substantivos são muitos os assuntos que podem aparecer, masa maioria seria repetição desnecessária, por exemplo: a classificação entre primitivo,derivado, simples ou composto. A flexão é, também, outro assunto por demais conhecido.Assim como fizemos com o artigo, vamos fazer com o substantivo e todas as demais classes.Vamos elaborar um elenco de particularidades que você possa consultar de forma rápida eque tenha efetiva presença em provas de concursos. Vamos a alguns casos:

a) primeiro chamo a atenção para o fato de que alguns substantivos, embora com amesma forma gráfica, ao mudarem o gênero, trocam o sentido. Ex: “o moral”(ânimo) “a moral” (parte da filosofia); o capital (bens, dinheiro) “a capital”(cidade principal).

 b) Um detalhe interessante é a formação do plural dos substantivos terminados em“s”. Só formam plural os que forem oxítonos, portanto: “país > países, retrós >

retroses, ananás >ananases”. São invariáveis os substantivos terminados em “s” e paroxítonos: “o lápis > os lápis, o pire > os pires, o ônibus > os ônibus.

c) Para formar o plural do diminutivo com sufixo iniciado por “z”, devemos seguirtrês passos: primeiro – tomar a palavra e passar para o plural; segundo, eliminar o“s” final; terceiro, acrescentar o sufixo do diminutivo plural. Vejamos: Nosingular não há problema (mulher > mulherzinha, flor > florzinha, balão >

 balãozinho), mas para formar o plural devemos seguir o prescrito. (mulher >mulheres >mulhere >mulherezinhas; flor > flores > flore > florezinhas; balão >

 balões > balõe > balõezinhos)d) Em termos de sintaxe, o substantivo exerce todas as funções nominais, isto é:

sujeito, predicativo, objeto (direito ou indireto), complemento nominal, agente da

 passiva e outras funções.

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Adjetivo – Assim como no caso do substantivo, quanto ao adjetivo, também, não vamosempregar tempo com repetições desnecessárias e por demais conhecidas. Vamos direta-mente a algumas particularidades:

a) Em termos conceituais, é importante chamar a atenção para as “locuções

adjetivas”, pois embora elas não sejam compostas por adjetivo, elas têm funçãoadjetival. As locuções adjetivas são compostas por preposição + substantivo. Ex:Entrada de alunos (entrada discente); Casa de campo (casa campestre); Carne de

 porco (carne suína). b) Em termos sintáticos o adjetivo pode exercer duas funções: adjunto adnominal ou

 predicativo (do sujeito ou do objeto).Pronome – O fundamental nos pronomes é perceber que eles são elementos dependentes dosubstantivo para produzir significação, por isso a gramática tradicional diz que “o pronome éa palavra que substitui o nome”. Sempre que tivermos um pronome, temos um substantivoque mantém relação com ele. Centrado neste conceito, podemos classificar os pronomes

como: a) os que representam as pessoas do discurso (eu o que fala, tu (ou você) o que ouve eele/a sobre quem se fala)– pronomes pessoais; b) os que indicam a posse de alguém –

 pronomes possessivos; c) os que apontam para alguém ou algo – pronome demonstrativo; d)quando desconhecemos o elemento a quem nos referimos, passamos a usar o pronomeindefinido; e) quando questionamos quem é o indivíduo ou objeto, temos os pronomesinterrogativos; e) por fim, ao estabelecermos as relações entre os elementos do texto temos os

 pronomes relativos. Esta classificação é muito simples e já tradicional, o importante nela é percebermos na prática da linguagem o fato de que todo pronome tem um substantivo comoreferente.

Vamos abordar algumas questões especiais:

a) Os pronomes de tratamento são variantes dos pronomes pessoais, comuso específico;

 b) Os pronomes oblíquos (o, a, me, te, se, lhe) são formas especiais que os pronomesretos (eu, tu, ele) assumem em determinadas funções sintáticas. Ex: “Eu vi ele” –o pronome toma a forma oblíqua “Eu o vi”. “Este serviço ficou para mim fazer”.Agora temos o contrário, devemos usar o pronome reto: “Este serviço é para eufazer”. Por que esta confusão? Fácil, os pronomes retos desempenham a funçãode sujeito, e os oblíquos de complementos. Agora não precisamos de regras parasaber o uso deste o daquele pronome!

c) Os pronomes oblíquos - o, a, os, as - assumem as formas –lo, la, los, las, no, na,nos, nas– quando complementam formas verbais: mandá-lo; levaram-no; põe-nas.

d) Os pronomes “se, si e consigo” são reflexivos, isto é têm como referentes o próprio sujeito da forma verbal. Ex: Ele cortou o bolo. Ele cortou-se.

e) O pronome oblíquo “o” (e as variações os, a, as) funciona como objeto direto.Para a função de objeto indireto temos o pronome “lhe” e suas variações. Assim:Vi-o sair de casa e paguei-lhe os ingressos do cinema.

f) O pronome possessivo “seu” costuma causar confusão quando mal empregado.Em frases como: João foi ao cinema com sua namorada. O sua pode ter comoreferentes: a namorada de João ou a namorada do meu ouvinte! Em provas não são

raras as questões em que a ordem solicita identificar casos de ambiguidade. Umadas primeiras providências é verificar se há algum pronome “seu” por perto!!!!!!

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g) O emprego de “este e isto” ou “esse e isso”. Fácil de resolver! O primeiro grupo éempregado quando o objeto indicado está próximo do falante, ou sintaticamente

 próximo do pronome.h) Observe as duas frases seguintes: “Tenho algum dinheiro guardado”. “Não tenho

algum dinheiro guardado”. O que variou entre as duas frase? Apenas o fato de que

à segunda foi acrescido “não” e a frase tornou-se negativa. Observe que o sentidode “algum” mudou radicalmente. Mais uma vez, a frase é que comando todo oestudo da linguagem.

i) O pronome relativo “cujo” acrescenta sempre ideia de posse, estabelecendorelação entre o possuidor (antecede) e a coisa possuída (sucede). Ex: O homemcujo carro foi arrombado deu parte na delegacia. Já falamos quando abordamos oartigo que este pronome não pode ser seguido de artigo.

Numeral - Sobre numerais são raras as questões em provas, mas neste Capítulo, local-izei uma que solicita a distinção entre numeral e advérbio. Na solução das questões terãooportunidade de avaliar o assunto.

 Não há interesse em estudar a classificação entre: cardinais, ordinais, multiplicativose fracionários. Algumas observações são importantes, vejamos:

a)   Na indicação de Papas e Príncipes, anos, séculos e capítulos usa-se o ordinalaté o décimo e depois usas-se o cardinal. Assim “Rei Luís III (terceiro) ou ReiLuís XII (doze)”. “O sétimo ano do século vinte ou o ano vinte e seis do séculovinte”.

 b)  É interessante observar: “Casa vinte um”. “Página trinta e dois”. Os numerais“um” e “dois” não variam, pois há a palavra “número” subtendida (Casa númerovinte e um - Página número trinta e dois). O mesmo ocorre com o plural: “Fichas

trinta e um” e não “fichas trinta e umas”.c)  Para o primeiro dia do mês, usamos o ordinal, nos demais dias usamos o cardinal.“Primeiro de janeiro, 2 de abril”.

d)  Uma curiosidade. Temos um numeral especial que chamamos dual - “ambos” quesignifica “os dois”. Por esta razão as gramáticas condenam expressões como“ambos os dois”, pois isto constitui pleonasmo. Claro que num caso especial,como ênfase ou num emprego literário, esta construção é tolerada.

e)  Há um conjunto de adjetivos que, embora indiquem posição, não são nu-merais: posterior, anterior, derradeiro, final, último, penúltimo ou antepenúltimo.

Verbo - O verbo é o núcleo de qualquer construção frasal, decorrendo disso a sua grande im-

 portância nos estudos da linguagem. Impossível num espaço como um curso intensivo comoeste, abordar muitos aspectos dos verbos, mas concentraremos o nosso esforço no sentido dediscutir os pontos mais importantes. O verbo apresenta quatro flexões: pessoa (eu - tu - ele),número (singular - plural), tempo (passado - presente - futuro) e modo (indicativo -subjuntivo e imperativo). Temos, ainda, as formas nominais que mesmo sendo verbo, elas

 podem participar das funções do nome (infinitivo - gerúndio - particípio)

O verbo pode evidenciar a relação do sujeito com a ação praticada. Assim ele adquireo que chamamos de “voz do verbo”. O sujeito pode praticar a ação (voz ativa), pode sofrer aação (voz passiva - sintética ou analítica) ou exercer a ação sobre si mesmo (voz reflexiva).

Os verbos são agrupados em três categorias: primeira conjugação - ar(cantar); segunda conjugação - er (vender) e terceira conjugação - ir (partir). Nenhumanovidade

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Apenas o verbo “por” que exige uma explicação, ele não é uma nova conjugação, pois pertence à segunda conjugação (poer > por).

 Nos verbos, também é importante reconhecer os seus elementos estruturais. Cadaforma verbal é composta por: radical+ vogal temática (tema) + desinência modo-temporal +

desinência número-pessoal. Muitas formas verbais não apresentam todos estes componentes,indicamos a ausência de algum componente pelo símbolo  (vazio).

  Cant+++o (radical -cant , não tem vogal temática, não tem desinência modotemporal, desinência número pessoal -o) Presente do indicativo, primeira

 pessoal do singular. Cant+a+re+mos (radical -cant , vogal temática a, desinência modo-temporal -

re, desinência número pessoal -mos). Futuro do presente do indicativo, primeira pessoa do plural.

São muitos os assuntos que podem ser abordados em relação aos verbos, masnós vamos nos restringir a alguns casos que são mais frequentes em provas de concursos.

a) Uma questão de acentuação no verbo “ter” é comum em provas. Ninguém pode esquecer: tem (singular) e têm (plural).

 b) Alguns verbos apresentam formas abundantes no particípio, como: corrigir(corrigido e correto); distinguir (distinguido e distinto); entregar (entregado eentregue); matar (matado e morto); morrer (morrido e morto). Estas formas têmempregos diferentes. Na voz ativa, a forma regular é sempre aceita, na voz passivaé que, às vezes, usa-se indiferentes e em outras vezes usa-se somente a formairregular. Ex: O diretor tem expulsado muitos alunos da escola (voz ativa); Muitosalunos têm sido expulsos da escola.

c) Cuidado com alguns verbos que apresentam somente as formas irregulares no

 particípio: abrir (aberto); cobrir (coberto); dizer (dito); fazer (feito); escrever(escrito); ver (visto); vir (vindo).

d) Você não pode esquecer a formação do imperativo que é assunto bastantefrequente nas provas. A regra é única e fácil. O imperativo negativo, deriva tododo presente do subjuntivo. No imperativo afirmativo; a segunda pessoa (singular e

 plural) vem do presente do indicativo, menos o “s”, as demais pessoas são do presente do subjuntivo. No imperativo não usamos a primeira pessoa do singular.

Consulte um quadro ilustrativo na questão 103

e) A transformação da voz ativa para a voz passiva é frequente em questões de

concursos. Não é nada difícil, basta apenas seguir alguns princípios: só os verbostransitivos diretos podem ser transformados em voz passiva; ao passar da vozativa para passiva e vice-versa, o tempo e o modo verbal devem permanecer. Os floristas vendem flores na praça. (sujeito - floristas; predicado -

vendem -presente do indicativo; objeto direto - flores) Flores são vendidas pelos floristas na praça. (sujeito - flores ; predicado

- são vendidas - presente do indicativo; agente da passiva - floristas.f) A voz passiva sintética é composta com a partícula “se” (pronome apassivador).

O que deve ser observada é a concordância. No caso da voz passiva sintética, aconcordância é obrigatória com o sujeito.  O corretor vendeu três casas na última semana (voz ativa).

Três casas foram vendidas pelo corretor na última semana (voz passivaanalítica).

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  Venderam-se casas na última semana (voz passiva sintética). - Casas sãovendidas. (voz passiva analítica).

Outros assuntos sobre verbos deverão ser abordados nos comentários dasquestões. Ficam aqui, somente, as observações que são de ordem geral.

Advérbio - O conceito do advérbio é muito importante para distinguirmos algumas palavrasque flutuam entre as classes gramaticais. Portanto é fundamental saber que o advérbio éinvariável e refere-se principalmente ao verbo e, em alguns casos, a um adjetivo ou a outroadvérbio. Vejamos casos importantes em termos de advérbios.

a) Algumas palavras podem funcionar como advérbios ou como pronomesindefinidos: muito, pouco, tanto. Para distinguir um uso de outro bastaobservarmos se a palavra varia em gênero e número, ou permanece invariável.Outro modo de distinguir é observar que o advérbio acompanha uma forma verbale o pronome acompanha um substantivo.

 O trabalhador gasta pouco com cultura porque dispõe de pouco dinheiro.(substituir dinheiro por grana)   O trabalhador gasta pouco (adv.) com cultura porque dispõe de pouca

grana (adj.). b) Os advérbios de modo têm, em geral, a terminação em “mente”: calmamente,

friamente, desesperadamente. Não podemos imaginar que todo advérbio em“mente” é de modo, pois: diariamente, anualmente (tempo); provavelmente,

 possivelmente (dúvida).c) Cuidado com o advérbio “demais”, alguns confundem com a locução adjetiva “de

mais”, porém é fácil distinguir. “Demais” é advérbio e estará junto a um verbo,um adjetivo ou outro advérbio, enquanto que “de mais”, por ser adjetivo, estará

 junto a um substantivo. Outro modo de reconhecer esta diferença é que “demais”tem o sentido de intensidade (muito, bastante), enquanto que “de mais” pode sersubstituído por “excessivo, fora da conta, exagerado”. Fácil! Vejamos: Ele estudou demais. / Não deves trabalhar demais (advérbios) Ele gastou dinheiro de mais / O menino contou mentiras demais

(adjetivos)d)  Assim como a dupla “onde” e “aonde” a palavra “domicílio” pode formar locução

“a domicílio” e “em domicílio”, conforme o verbo seja de movimento ou não. Vou aonde conheço / Estarei onde combinamos. Leciona-se piano em domicílio / Entrega em domicílio. Levamos a domicílio o pedido / Iremos a domicilio.

e)  Melhor, pior e primeiro  são palavras que transitam entre advérbios e adjetivos.Para distingui-las é a mesma coisa. A palavra será advérbio quando estiver junto averbo, a adjetivo ou a outro advérbio. Será adjetivo quando estiver junto asubstantivo. Ele joga melhor agora após o treino (advérbio). O melhor filme que já vi foi Luar sobre Parador (adjetivo). O orador falou pior hoje do que ontem (advérbio) Ele tirou o pior número na rifa (adjetivo) Chegamos primeiro à festa (advérbio).

Esta é a primeira festa a que chegamos (adjetivo).

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Conjunção - A conjunção pertence à classe das palavras invariáveis e tem como função ligarorações ou termos com a mesma função sintática. Para concursos, o importante é reconhecero uso e o significado de algumas conjunções, pois o que pedem é, em geral, substituições deuma conjunção por outra. Somente o uso, na frase, é que pode definir se a substituição é

 possível ou não. As conjunções podem ser coordenativas ou subordinativas. Às vezes, as pessoas têm dificuldade para identificar se a conjunção é coordenativa ou subordinativa. Pararesolver esta parada, devemos voltar ao esquema: Sujeito – Predicado – Complemento(SPC).

A conjunção será coordenativa quando ligar duas orações completas, ou seja, cada umtem SPC. Vejamos alguns exemplos:

  Jussara trabalha e estuda. (Jussara trabalha e Jussara estuda - SP e SP)  Comprei dois ingressos de cinema, mas não pude ir hoje - PC mas PC)

A conjunção será subordinativa quando uma oração é parte da outra, portanto

 podemos reduzir as duas a apenas um núcleo SPC. Ex: Eu espero que o jogo comece logo (SP/ C(SP) O complemento do verbo “espero” não está na mesma oração, aparece como umanova oração (que o jogo comece logo). Eu espero o começo do jogo logo (SPC)

Preposição - A preposição liga duas palavras, estabelecendo relações entre elas. No caso das preposições, as bancas não tem sido muito exigentes. As questões em que aparece o assunto preposição são sobre regência (verbal ou nominal) e o consequente uso da preposição.

Interjeição - As interjeições são palavras invariáveis que exprimem uma emoção ousentimento. O cuidado que devemos ter com as interjeições é que, em certos casos, palav-ras de outras classes podem funcionar como interjeição:

  Tenha cuidado com o cão (substantivo) / Cuidado! Cão brabo (interjeição)  Basta de desordem na sala (verbo) / Basta! Vamos organizar a sala(interjeição)

Findamos esta revisão da morfologia, com a certeza de não termos abrangido grande parte do assunto, mas, por outro lado, temos convicção de que os pontos mais exigidos pelas bancas estão presentes neste material. A seleção dos assuntos para tratar na parte teórica dosCapítulos é regida pelo exame de provas e levantamento dos itens mais solicitados. As

 particularidades são abordadas diretamente nas questões em que aparecem.

Sintaxe da oração (frase)Um período pode ser simples ou composto. Será simples se contiver apenas um

núcleo verbal e composto no caso contrário (mais de um núcleo verbal). Cada núcleo verbalconstitui uma oração dentro do período.

 Neste espaço vamos estudar os elementos que constituem a oração.

1)  Sujeito e predicado:a) sujeito: termo sobre o qual recai a afirmação do predicado e com o qual

o verbo concorda.b) predi do: termo que projeta uma afirmação sobre o sujeito.

2)  Tipos de sujeito

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c) Determinado: o predicado se refere a um termo explícito na frase. Mesmo quevenha implícito, pode ser explicitado. Ex: A noite chegou fria. O sujeitodeterminado pode ser:  Simples: tem só um núcleo: A caravana passa.  Composto: tem mais de um núcleo: A água e o fogo não coexistem.

d)  Indeterminado: o predicado não se refere a qualquer elemento explícito nafrase, nem é possível identificá-lo pelo contexto.

(?) Falaram de você.(?) Falou-se de você.

e)  Inexistente: o predicado não se refere a elemento algum.

Choverá amanhã. (fenômeno da natureza)Haverá reclamações. (verbo haver no sentido de existir)Faz quinze dias que vem chovendo. (tempo transcorrido)

3)  Termos ligados ao verbo

a) Objeto direto: completa o sentido do verbo sem preposição obrigatória. Ex:Ex: Os pássaros fazem seus ninhos. 

 b) Objeto indireto: completa o sentido do verbo por meio de preposiçãoobrigatória. Ex: A decisão cabe ao diretor .

c) Adjunto adverbial: liga-se ao verbo, não para completá-lo, mas para indicarcircunstância em que ocorre a ação. Ex: O cortejo seguia pelas ruas.

d) Agente da voz passiva: liga-se a um verbo passivo por meio de preposição para indicar quem executou a ação. Ex: O fogo foi apagado pela água.

4)  Termos ligados ao nomea) Adjunto adnominal: caracteriza o nome a que se refere sem a mediação de

verbo. As fortes chuvas de verão estão caindo.

 b) Predicativo: caracteriza o nome a que se refere sempre por meio de um verbo.Pode ser do sujeito e do objeto. Ex: João comprou bananas maduras(predicativo do objeto).

c) Aposto: termo de núcleo substantivo, que se liga a um nome para identificá-lo.O aposto é sempre um equivalente do nome a que se refere. Ex: O tempo,inimigo impiedoso, foge apressado.

d) Complemento nominal: liga-se ao nome por meio de preposição obrigatória eindica o alvo sobre o qual se projeta a ação. Ex: Procederam à remoção das

 pedras.5) Vocativo: Termo isolado, que indica a pessoa a quem se faz um chamado. Vem

sempre entre vírgulas e admite a anteposição da interjeição ó. Ex:  Amigos, eu osconvido a sentar. 

 Aspectos teóricos da prova

Uso do “porquê”I - Por que

1. - Pode ser usado com o sentido de “por qual razão” (“por qual motivo”) e trata-se da junção da preposição por + o pronome interrogativo que. Outro uso é no início das

frases interrogativas:  Não sei por que não quis ficar até mais tarde.

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 Por que ficar até mais tarde?2. - Ainda pode ser empregado quando se tratar da preposição por + pronome relativo que

e, neste caso, será relativo à “pelo qual”, “pela qual”, “pelos quais”, “pelas quais”ou ainda “para que”:  A rua por que passei ontem não era parecida com essa!

  Quando votarmos, que seja por que nos próximos anos possamos ver mais obras.

II - Por quê1. - O uso do por quê é equivalente ao “por que”, porém, é acentuado quando vier antes

de um ponto, seja final, de interrogação ou exclamação: Ficar na festa até mais tarde, por quê?  Não sei por quê.

III - Porque

1. - O termo porque é uma conjunção causal ou explicativa e o seu uso tem significadoaproximado de “pois”, “já que”, “uma vez que” ou ainda indica finalidade e temvalor aproximado de “para que”, “a fim de”. Vou fazer mais um trabalho porque tenho de entregar amanhã. (conjunção)  Não faça mal a ninguém porque não façam a você. (finalidade)

IV - Porquê1. - Quando aparece nessa forma o porquê é um substantivo e denota o sentido de “causa”,

“razão”, “motivo” e vem acompanhado de artigo, adjetivo ou numeral: Diga-me o porquê de sua contestação. 

Tenho um porquê para ter contestado: meu cartão bancário foi clonado.

Funções da linguagem

A linguagem tem funções específicas para cada uso, pois a nossa comunicação exigeque ela assuma características (funções) apropriadas às finalidades da intenção do usuário.Assim, se eu quero expressar um sentimento, dar uma instrução, chamar alguém ou mesmoconferir se meu interlocutor está me ouvindo, a linguagem deve se adaptar a fim de se tornar

instrumento eficiente da minha necessidade linguística.

A esta capacidade de adequação da linguagem é que denominamos “função dalinguagem. Há uma estreita relação entre as funções da linguagem e os elementos dacomunicação. A cada elemento corresponde uma função.

A comunicação se processa através de elementos distintos que interferem no nosso atocomunicativo. Os elementos básicos da comunicação são:

1) emissor : é o sujeito que transmite a mensagem (pode ser um ou um grupo).2) receptor : é a pessoa a quem a mensagem é destinada (pode ser uma pessoa ou

um grupo).3) canal de comunicação: é o instrumento pelo qual a mensagem é enviada.

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4) código: são as regras e os signos que, em combinações, permite que o emissorcodifique uma mensagem que o receptor possa decodificar.

5) contexto: é o conteúdo a que a mensagem faz referência.

Tomando por base estes elementos da comunicação, podemos estabelecer asseguintes funções da linguagem, conforme cada um destes elementos.

1) Função referencial  (denotativa): nesta função, o referente é o objeto da mensagem,através dela o emissor presta informações ao receptor. Gramaticalmente, ela éidentificada com a terceira pessoa. É predominante nos textos científicos e nalinguagem jornalística.

2) Função emotiva: nesta função a linguagem transmite as emoções, a opinião e osinteresses do emissor. Há o predomínio da primeira pessoa gramatical. A presença dafala do emissor é muito forte nesta função.

3) Função apelativa (conativa): através desta função, o emissor se dirige diretamente ao

receptor, persuadindo-o ou mesmo pressionando-o a tomar determinadas atitudes. Écentrada na segunda pessoa gramatical.

4) Função fática: durante a conversação, em alguns momentos o falante deseja conferir aatenção do receptor, para tanto usa expressões linguísticas (está ouvindo?, certo?,ok...) ou mesmo formas gestuais (palmas, toques, movimentos...) Esta função nãodesenvolve conteúdos, apenas confere as condições de recepção.

5) Função metalinguística: ocorre a metalinguagem quando a linguagem é usada paraexplicar a própria linguagem. Em alguns momentos necessitamos que alguém nosexplique a linguagem, apresentando conceitos, definições ou sinônimos.

6) Função poética: a função poética é o modo como a linguagem é empregada, ou seja,de forma criativa em termos estruturais ou de conteúdo. Esta função é está muito maiscentrada na produção de efeito estético do que de informação. É a linguagem daliteratura.

É muito importante registrar que estas funções não ocorrem de forma isolada, mas sãoidentificadas pela predominância de uma sobre as demais. Dificilmente teremos um texto

 puramente emotivo, poético ou referencial, sempre uma delas é básica, mas as outras estão presentes também.

Plural dos substantivos compostosOs substantivos compostos podem ser formados por dois processos:

a) Justaposição: (com ou sem hífen) Ex: passatempo (sem hífen); porco-espinho(com hífen).

 b) Aglutinação. Ex: água+ardente = aguardente.

1. Os nomes formados por aglutinação ou justaposição com hífen comportam-secomo palavras simples: aguardente / aguardentes; agridoce / agridoces.

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2.  Os nomes formados por justaposição (com o uso de hífen) apresentam certadificuldade.

a)  Flexionam os dois elementos quando o nome é formado por:  substantivo+substantivo – ex: banana-maçã / bananas-maçãs  substantivo+adjetivo – ex: batata-doce / batatas-doces

  adjetivo+substantivo – ex: puro-sangue / puros-sangues  numeral+substantivo – ex: primeira-dama / primeiras-damas.

 b)  Flexiona só o segundo elemento quando:  o primeiro for invariável (verbo) – ex: guarda-chuva / guarda-chuvas

Cuidado: a palavra “guarda” pode exercer também a função de substantivo. Neste caso varia. Ex: guarda-noturno / guardas-noturnos.

  O primeiro for advérbio – ex: abaixo-assinado / abaixo-assinados.  As palavras são repetidas – reco-reco / reco-recos. 

c)  Quando a palavra composta tiver preposição, varia somente o primeiro elemento – água-de-colônia / águas-de-colônia.

d)  Quando o segundo elemento for determinante do primeiro (especifica o tipo),somenteeste varia – homem-bomba / homens-bomba (homem tipo bomba, explode).

e)  Alguns casos particulares:  Louva-a-deus / louva-a-deus (invariável) Cavalo-vapor / cavalos-vapor (a preposição está implícita: cavalo-a-vapor) O diz-que-diz / os diz-que-diz (são formas verbais, per-manecem

invariáveis.

Provas comentadas CEPUERJ – Assistente

administrativo - 2010

O arquivo

 No fim de um ano de trabalho, joão obteve uma redução de quinze por cento em seusvencimentos.

 joão era moço. Aquele era seu primeir o emprego. Não se mostrou orgulhoso, emboratenha sido um dos poucos contemplados. Afinal, esforçar a-se. Não tivera uma só falta ouatraso. Limitou-se a sorrir, a agradecer ao chefe.

 No dia seguinte, mudou-se para um quar to mais distante do centro da cidade. Com osalár io reduzido, podia pagar um aluguel menor.

Passou a tomar duas conduções para chegar ao trabalho. No entanto, estava satisfeito.Acordava 10 mais cedo, e isto par ecia aumentar-lhe a disposição.

Dois anos mais tarde, veio outra recompensa.O chefe chamou-o e lhe comunicou o segundo corte salarial.Desta vez, a empresa atravessava um per íodo excelente. A redução foi um pouco maior:

dezessete por cento.

 Novos sorrisos, novos agradecimentos, nova mudança.Agora joão acordava às cinco da manhã. Esper ava tr ês conduções. Em com pensação,comia menos. Ficou mais esbelto. Sua pele tornou-se menos rosada. O  contentamento

aumentou.

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Prosseguiu a luta.Por ém, nos quatr o anos seguintes, nada de extraordinário aconteceu.

 joão pr eocupava-se. Perdia o  sono, envenenado em intr igas de colegas invejosos.Odiava-os. Tortur ava-se com a incompreensão do chefe. Mas não desistia. Passou a tra balharmais duas horas diárias.

Uma tarde, quase ao fim do expediente, foi chamado ao escritório principal.Respirou descom passado.- Seu joão. Nossa firma tem uma grande dívida com o senhor.

 joão baixou a cabeça em sinal de modéstia.- Sabemos de todos os seus esfor ços. E nosso dese jo dar-lhe uma prova substancial de

nosso reconhecimento.O coração parava.- Além de uma redução de dezesseis por cento em seu ordenado, resolvemos, na

reunião de ontem, re baixá-lo de posto.A revelação deslumbrou-o. Todos sorriam.- De hoje em diante, a senhor passara a auxiliar de contabilidade, com menos cinco dias

de férias. Contente?Radiante, joão gaguejou alguma coisa ininteligível, cumprimentou a diretoria, voltou ao

trabalho. Nesta noite, joão não pensou em nada. Dormiu pacífico, no silêncio do subúrbio.Mais uma vez, mudou-se. Finalmente, deixara de jantar. O almoço reduzira-se a um

sanduíche. Emagrecia, sentia-se mais leve, mais ágil. Não havia necessidade de muita roupa.Eliminara certas despesas inúteis, lavanderia, pensão.

Chegava em casa às onze da noite, levantava-se as três da madrugada. Esfarelava-senum trem e dois ônibus para garantir meia hora de antecedência. A vida foi passando, comnovos prêmios.

Aos sessenta anos, o ordenado equivalia a dois por cento do inicial. O organismoacomodara-se à fome. Uma vez ou outra, saboreava alguma raiz das estradas. Dormia apenasquinze minutos. Não tinha mais problemas de moradia ou vestimenta. Vivia nos campos,entre árvores refrescantes, cobria-se com os farrapos de um lençol adquirido há muito tempo.

O corpo era um monte de rugas sorridentes.Todos os dias, um caminhão anônimo transportava-o ao trabalho. Quando completou

quarenta anos de serviço, foi convocado pela chefia:- Seu joão. O senhor acaba de ter seu salário eliminado. Não haverá mais férias. E sua

função, a partir de amanhã, será a de limpador de nossos sanitários.O crânio seco comprimiu-se. Do olho amarelado, escorreu um líquido tênue. A boca

tremeu, mas nada disse. Sentia-se cansado. Enfim, atingira todos os objetivos. Tentou sorrir:

- Agradeço tudo que fizeram em meu benefício. Mas desejo requerer minhaaposentadoria.O chefe não compreendeu:- Mas seu joão, logo agora que o senhor esta desassalariado? Por que? Dentro de alguns

meses terá de pagar a taxa inicial para permanecer em nosso quadro. Desprezar tudo isto?Quarenta anos de convívio? O senhor ainda esta forte. Que acha?

A emoção impediu qualquer resposta. joão afastou-se. O lábio murcho se estendeu. A pele enrijeceu, ficou lisa. A estatura

regrediu. A cabeça se fundiu ao corpo. As for mas desumanizaram-se, planas, compactas. Noslados, havia duas arestas. Tornou-se cinzento.

 joão transformou-se num arquivo de metal.

(GIUDICE, Victor. O Necrológio.Rio de Janeiro: Edições O Cruzeiro, 1972).

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Questão nº 85.  Classe e funçãoEm todas as opções, o pronome sublinhado expr essa posse, exceto em:(A) “Aquele era seu pr imeiro empr ego"(B) “Sua pele tornou-se menos rosada"(C) “Seu joão. Nossa firma tem uma grande dívida com o senhor."

(D) “joão teve uma redução de quinze por cento em seus vencimentos."

Comentário da questão nº 85 Esta é uma questão muito simples, pois a banca está testando se o candidato é

capaz de distinguir a classe da função da palavra na frase.

 Alternativa A –   Aqui o pronome “seu” está empregado como pronome possess-ivo (primeiro emprego dele.

 Alternativa B – “Sua”, neste caso é pronome possessivo (a pele dele). Alternativa C  – Agora temos uma diferença, o pronome “seu” diante de nome “joão”

não é possessivo mas pronome de tratamento, equivalente a “senhor”.

Esta é a alternativa correta. Alternativa D – Neste caso, também, o pronome é possessivo (vencimentos dele).

Vamos revisar este assunto que não é muito comum, porém é fundamental para acompreensão da organização sintática da linguagem.

As palavras, na língua, estão agrupadas em:

  classes (preferimos o termo categoria) e  funções.

Conforme a função, elas podem mudar de classe, ou seja, dependendo da posição nafrase, elas podem trocar a classificação.

Observe estas duas frases:

  O menino foi ao colégio pela manhã.  A professora mandou-o fazer o exercício.

Temos quatro ocorrências da palavra “o”, em três acompanha um substantivo, portanto é artigo definido. Na ocorrência (mandou-o), ele é um pronome oblíquo.

Já vimos o caso do artigo que pode passar a pronome. Vejamos outros casos.

  Amanhã Maria vai cantar no concurso musical.  O cantar é importante para a alegria das pessoas e deixa o amanhã mais feliz..

 Nos dois exemplos as palavras são as mesmas, mas “amanhã” passa de advérbio parasubstantivo e . “cantar” passa de verbo para substantivo. Lembram do processo de formaçãode palavras, pois esta troca de classe é chamada de derivação imprópria, pois a palavra éigual, apenas troca de classe gramatical.

 Na questão tínhamos “sua” que ocorre como pronome possessivo ou como pronome de tratamento, dependendo do emprego na frase. Ficou claro?

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Questão nº 86.  Sintaxe da frase: complementos verbais" ... 0 chef e chamou-o e lhe comunicou o segundo corte salarial. .. " As for mas destacadasexer cem, respectivamente, as seguintes f unções sintáticas:(A) ambas são objetos dir etos(B) ambas são ob jetos indiretos

(C) objeto indireto e objeto dir eto(D) objeto direto e objeto indireto

Comentário da questão nº 86 Agora a banca testa se o candidato conhece o emprego dos pronomes oblíquos,

quando na função de objeto direto ou indireto. Os pronomes oblíquos de terceira pessoasão distintos em cada uso: para objeto direto (o, a, os, as) e para objeto indireto (lhe, lhes).

O que determina se o pronome exerce função de objeto direto ou indireto é aregência do verbo.

 Alternativa A – O primeiro é objeto direto, mas o segundo não. Alternativa B – O segundo é objeto indireto, mas o primeiro não. Alternativa C – Está errada esta classificação. Alternativa D – O primeiro é objeto direto (“o”), enquanto o segundo é objeto

indireto(“lhe”). O verbo “chamar” exige objeto direto (chamar alguém) enquantoo verbo “comunicar” exige objeto indireto (comunicar a alguém). Estaé a alternativa correta

Questão nº 87.  Conjunções

" ... Passou a tomar duas conduções para chegar ao tra balho ... "A or ação em destaque pode ser reescrita, sem alteração do sentido original, da seguintemaneira:(A) ....... Passou a tomar duas conduções e chegou ao tr abalho ...(B) . .... Ou passava a tomar duas conduções ou chegava ao trabalho ...(C) . .... Passou a tomar duas conduções; portanto, chegou ao trabalho ...(D) ....Passou a tomar duas conduções, a fim de que chegasse ao trabalho ...

Comentário da questão nº 87 “Para chegar ao trabalho” é a finalidade pela qual ele toma duas conduções, portanto

dentre as alternativas, consideramos correta a que expressa finalidade.

 Alternativa A – A conjunção “e” indica “adição”, portanto não mantém a relação definalidade.

 Alternativa B – O par “ou...ou” é indicativo de alternância. As duas ações ocorrem comoexclusão uma da outra.

 Alternativa C – O “portanto” neste uso tem o sentido de “conclusão”, o que nãoserve como resposta correta.

 Alternativa D – A expressão “a fim de que” tem o mesmo sentido de “para”, portanto éa alternativa correta para esta questão.

Questão nº 88.  Significação: Sinônimo"Limitou-se a sorrir , a agradecer ao chefe." O verbo em destaque encontr a seu sinônimo na

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opção:(A) continuou(B) absteve-se(C) restr ingiu-se(D) permaneceu

Comentário da questão nº 88 Questão muito simples de sinônimo. Basta conferir o significado de cada alternativa.

 Alternativa A – O verbo “continuar” tem o sentido de permanecer na prática da mesmaação. Não confere com o significado do verbo “limitar-se”.

 Alternativa B – “Abster-se” tem o sentido de “deixar de fazer ou dizer algo”. Alternativa C – O verbo “restringir-se” tem o mesmo sentido de “limitar-se”, ou seja

“conter-se”, deixar de fazer algo. Esta é a alternativa correta. Alternativa D – O verbo “permanecer” significa “manter-se em uma determinada

situação” o que é diferente de “limitar-se”.

Questão nº 89.  Figuras de linguagem" ... O corpo era um monte de r ugas sorridentes... "A estrutura predicativa, do ponto de vista das figuras de linguagem, funciona como:(A) hipálaqe(B) quiasmo(C) catacrese(D) eufemismo

Comentário da questão nº 89 Parece que a banca resolveu complicar a vida dos candidatos, pois foi buscar no fundo

do baú dois termos: hipálage e quiasmo. Não vamos nos assustar. A gramática do Houais,indicada pela banca, traz estas classificações de figuras de sintaxe. Vamos observar cada umadelas:

 Hipálage – Este é um processo sintático pelo qual atribuímos uma qualidade a um serque não a possui. O nosso gramático traz um exemplo: “(...) depois ainda moveu de leve oslábios (...) e se perdeu a um arranco do carro, na confusão do tráfego da rua estreita e rápida.”Observe que o adjetivo “rápida” não pode ser atribuído à rua, mas sim ao carro. Pela posiçãoque assumiu na frase (rua estreita e rápida) percebe-se a “confusão” da construção sintática.(HOUAISS, 2008, p. 494). Esta figura é melhor caracterizada como sendo o uso inadequado

de uma qualidade a um objeto.

Quiasmo – Mais uma figura de sintaxe. O quiasmo consiste na quebra do paralelismo,criando um efeito inesperado. Vejamos o exemplo dado pelo mesmo autor: “E foi deziguezague e voltou de zaguezigue”. Outro exemplo: “Já não pude fumar, cuspir já não

 pude.” No primeiro caso houve a inversão na própria palavra (ziguezague / zaguezigue). Nosegundo caso o paralelismo exigiria a construção: “Já não pude fumar / já não pude cuspir.”,mas o autor inverteu a segunda frase, criando um quiasmo. (HOUAISS, 2008, p. 492).

A ordem da questão fala em “estrutura predicativa”, portanto devemos buscar a figurade linguagem no uso do adjetivo. Nesta frase o adjetivo é “sorridente”.

 Alternativa A – Como vimos acima, hipálage é um cruzamento do elemento predicativo.

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 Neste caso só há um elemento “rugas”, portanto não é esta figura. Alternativa B –  Não há nenhuma inversão de termos nesta frase, portanto não é

“quiasmo”. Alternativa C – A catacrese é o uso de um termo impróprio, mas que já foi incorporado

na linguagem popular: “pé de cadeira”, “cabeça de alfinete” etc... O

uso já é tão frequente que não conseguimos encontrar outro termo para substituir (procure substituir a palavra “braço” na frase “braço dosofá”! )

A banca apresenta esta como a alternativa correta. A minha restrição éque “rugas sorridentes” não constitui uma linguagem usual, pelomenos para mim.

 Alternativa D – O eufemismo é o uso de um termo ou expressão para atenuar o sentidoda frase, tornando-a mais gentil. No caso o termo “rugas” não foiatenuado.

A banca resolveu criar embaraço para o candidato, pois estas figuras (hipálage equiasmo) são bem pouco usuais e não reconhecidas por muitos estilistas. São figura que amaioria dos profissionais da linguagem não usa, muito menos um futuro técnico em qualquerárea que seja. Como a banca incluiu classificações esdrúxulas como “hipálage” e “quiasmo”,sinto-me na obrigação de preveni-los, a fim de não sermos surpreendidos na prova. A bancaindicou o gramático e usou termos propostos por ele, não podemos menosprezar o “poder defogo” da banca.

Sinceramente, considero “maldade” exigir tal terminologia. Todos os estudoslinguísticos contemporâneos apontam para o uso moderado dos termos técnicos. Uma pessoanão poderá ser considerada mais ou menos conhecedora de linguagem, pelo uso de termos tão

 pouco usuais.

Sou dos que amam o estudo da linguagem como um conhecimento simples, racional eeficiente para a comunicação dentro do padrão culto. Isto, com certeza, não implica autilização de particularidades pouco usuais.

Questão nº 90.  Interpretação de textoA alter nativa que expressa quebra de expectativa dentro do contexto da narr ativa devido aoemprego da conjunção destacada é:(A) “...Sentia-se cansado. Enfim, atingira todos os objetivos ... "

(B) “...Mas seu joão, logo agora que o 

senhor está desassalariado? .. "(C) “ Porém, nos quatro anos seguintes, nada de extraordinário aconteceu ... "(D) “ Quando completou quarenta anos de ser viço, foi convocado pela chefia ... "

Comentário da questão nº 90 Esta questão é de interpretação de texto porque necessitamos rever alguns elementos

da lógica da narrativa. a) João tinha um plano em execução, só revelado no final: aniquilar-seaté ficar reduzido a um objeto (coisificação). b) o patrão não tem consciência dos prejuízosimpostos ao empregado. c) depois de perder o salário e ser rebaixado de função, a expectativade João é que continuassem a acontecer os fatos.

 Alternativa A – Ele estava cansado, mas conseguira atingir seu objetivo. Isto revelaa realização do plano e não a “quebra de expectativa”. Ele esperavapor

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isso. Alternativa B – O patrão estranha que “logo agora” (que já não tem nem salário), tenha

algo a pedir. Não contraria a lógica do texto. Alternativa C – Observe que o “porém” indica um posicionamento contrário. Nos quatro

anos seguintes não acontecer nada quebra a lógica do texto, pois a

 personagem esperava que novas desgraças acontecessem. O “porém”marca esta quebra, evidenciando o estranhamento de quatro anos semocorrer nada. Esta é a alternativa correta.

 Alternativa D – “Quando completou quarenta anos de serviço, foi convocado pelachefia” significa que o ciclo de desgraças retorna, tem continuidade o plano da personagem. É esta a correta.

Esta é uma questão complexa, pois o que preside o raciocínio é a lógica do texto e nãoa nossa lógica como leitor. Ao interpretar um texto não podemos perder de vista o que elecontém, pois o autor cria uma lógica própria dentro de cada texto. Só para esclarecer: se notexto eu tiver um “elefante com asas” como personagem, é lógico (para o texto) que ele voe

 pela janela!!!!!. Ficou claro?

Questão nº 91.  Figuras de linguagem"Eliminara certas despesas inúteis, lavanderia, pensão."O recurso de coesão empregado para garantir a concisão textual no fragmento acima é a:(A) elipse(B) paráfrase(C) reiteração(D) su bstituição

Comentário da questão nº 91 A banca retoma as figuras de construção. Vamos rever os conceitos dentro

do comentário.

 Alternativa A – A “elipse” é a supressão de termos na frase. O texto poderia ser redigidoda seguinte maneira: “Eliminara certas despesas inúteis como:lavanderia e pensão”. O autor optou por deixar o texto mais conciso,eliminando alguns elementos lexicais. Esta é a alternativa correta.

 Alternativa B – Ao contrário da “elipse”, a paráfrase é o emprego de diversos termos para dizer algo que uma simples palavra poderia resolver. Vejamosum exemplo: “Políticos corruptos há muitos”. Para não usar o termo“corrupto” eu faço uma paráfrase: “Políticos ‘amigos das verbas

 públicas’ há muitos”. O limite entre “paráfrase” e “eufemismo” é bemtênue. O “eufemismo” (figura de pensamento) tem o objetivo primordial de atenuar o sentido da frase, é um caso de semântica. A paráfrase não está classificada entre as “figuras de linguagem”. OHouais a considera como um processo de “transtextualização” queconsiste na reescritura de texto.

 Alternativa C – A reiteração é a repetição do mesmo termo na frase. Não é o caso nestafrase.

 Alternativa D – A substituição é o emprego de um termo pelo seu sinônimo. Paraconsiderarmos “substituição” há necessidade de um antecedente paraser substituído, isto não ocorre nesta frase.

Pelo que se percebe, a banca “gosta” destes detalhes em termos de construçõessintáticas.

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Questão nº 92.  Interpretação de textoDá-se o  nome de reificação à perda das caracter ísticas humanas de um indivíduo, emdecorrência de determinados fatores.

Tal processo aparece na seguinte passagem:(A) “A emoção impediu qualquer resposta "(B) “O almoço reduzira-se a um sanduíche "(C) “joão transfor mou-se num arquivo de metal."(D) “Todos os dias, um caminhão anônimo transportava-o ... "

Comentário da questão nº 92 Esta questão avalia a percepção do fenômeno da transformação de um ser em outro,

neste caso é a personagem João (um ser humano) que se transforma num arquivo (serinanimado, uma coisa). O termo “reificação” é originário de “res, rei”, no latim, que significa“coisa”.

 Alternativa  A –  Não há nada que indique transformação. Apenas indica que aemoção impediu a resposta.

 Alternativa B – O almoço reduzir-se a um sanduíche não ocorre transformação deum ser humano em coisa, pois ambos (almoço e sanduíche) são“coisas”.

 Alternativa C – Agora sim, João (ser humano) transformar-se num arquivo(coisa, objeto) é um caso de “reificação”. Esta é a correta.

 Alternativa D –  Não há nada em transformação. Não pode ser aceita como respostacorreta.

Questão nº 93.  Estilística: Uso de maiúsculas No texto 1, o autor tr ansmite ao leitor a insignif icância do per sonagem1 no contexto social.Essa car acterística está linguisticamente conotada por meio do seguinte r ecur so:(A) use de inicial minúscula no antr opônimo(B) alusão aos sucessivos rebaixamentos salariais(C) utilização do sarcasmo na descrição das cenas(D) em pr ego de f r ases cur tas com or ações coordenadas

Comentário da questão nº 93  AntropônimosPara início, todos sabem que “antropônimo” significa “nome próprio de pessoa”

(“antropós” = ser humano +”ônimo”=nome). Assim como temos “antropônimo” para nomede pessoas, temos “topônimo” para nome de lugar (topos = lugar) e “patrônimos” para osdesignativos de nomes de família, como “os Álvares” (descendentes de Álvaro), “os Césares”(sucessores de Caius Iulius Caesar, imperador romano).

 Alternativa A – Todos os antropônimos são grafados com a inicial maiúscula. No texto onome da personagem “joão” está grafado com letra minúscula,

1 A palavra “personagem” é do gênero feminino, como as demais palavras terminadas em “agem” (vadiagem,viagem, estiagem, coragem, folhagem) Por influência da língua francesa, na qual “le personage” é nomemasculino, os autores brasileiros passaram a usar “o personagem” quando se referem à pessoas do sexo

masculino. Este uso é condenado por alguns autores (Napoleão Mendes de Almeida e Luiz Antônio Sacconi),mas aceito por outros (Domingos Paschoal Cegalla e Evanildo Bechara). O dicionário da ABL registra comosendo de dois gêneros: o personagem e a personagem. Mantenho a tradição e uso exclusivamente a formafeminina: a personagem.

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revelando a insignificância dela. Esta é a correta. Alternativa B – o rebaixamento salarial não expressa a “insignificância da personagem”

é apenas o processo de degradação a que está submetida. Alternativa C –  pela lógica do texto, como já vimos acima, não há sarcasmo, pois o

chefe não tem consciência dos prejuízos causados à personagem.

 Alternativa D – Não há relação entre importância da personagem e estrutura sintática dafrase. Não pode servir como resposta correta.

 Não custa alertar, mais uma vez: a lógica do texto é que deve reger a interpretaçãoe

não a nossa visão do assunto.

Questão nº 94.  Lógica do textoO texto 1 constrói uma realidade q ue se opõe ao cotidiano. A passagem que melhor explicitaessa marca é:

(A) “Passou a tomar duas conduções para chegar ao trabalho ... "(B) “...levantava-se às três da madr ugada. Esf ar elava-se num trem e dois ôni bus "(C) “...não se mostrou orgulhoso, em bora tenha sido um dos poucos contem plados "(D) “ No fim de um ano de trabalho, joão obteve uma r edução de quinze por cento em seusvencimentos ...

Comentário da questão nº 94 Mais uma vez a banca retorna à “lógica do texto”, parece ser um assunto “preferido”!

A realidade do texto é contrária a nossa percepção dos fatos, portanto a alternativa corretaserá a que extrapolar o senso comum para adequar-se à realidade do texto.

 Alternativa A – Tomar duas conduções é uma decorrência normal da distância em que passou a residir.

 Alternativa B – Levantar às três da madrugada e “esfarelar-se” em dois ônibus eum trem é uma consequência lógica da sua situação.

 Alternativa C – Mostrar-se orgulhoso com o “contemplado”, realmente contraria a nossalógica, pois não há nada de positivo nesta “contemplação” para queele se sinta orgulhoso. O texto afirma que é estranho ele não se sentirorgulhoso com a deferência recebida (segundo o texto). Esta é acorreta.

 Alternativa D – A redução dos vencimentos é um fato real expresso no texto. Não hánada de oposição ao cotidiano (dentro do texto).

Questão nº 95.  Usos: PorquêConsidere o seguinte enunciado: O chefe não sabia ________ joão manifestara aquele dese jo.A palavra que preenche a lacuna, obedecendo à norma padrão, é:(A) por quê(B) porque(C) porque(D) por quê

Comentário da questão nº 95 Agora surge um assunto gramatical: o uso do “porquê. Na parte inicial deste módulo

já incluímos um texto teórico que resume os principais usos.

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 Alternativa A – A grafia com acento circunflexo só é usada quando for tônico (estiverno final da frase) ou exercer a função de substantivo (neste caso éantecedido de artigo). Não serve como resposta.

 Alternativa B – Esta grafia (por que) é usual para a frase interrogativa (no início) ou para indicar a presença do sentido “por qual motivo”, “por qual

razão”. “O chefe não sabia por qual motivo joão manifestara aqueledesejo”. Esta é a grafia correta.

 Alternativa C – “Porque” é uma conjunção causal. Manifestar o desejo não é causa parao chefe ignorar nada. Não serve como resposta.

 Alternativa D – Esta grafia só funciona no final da frase ou como substantivo. Não énenhum dos dois casos.

Caso tenha ficado alguma dúvida, retome o texto teórico no início do módulo.Persistindo dúvida não deixe de perguntar no fórum.

Texto 2

(QUINO. T od a Maf ald a: da pr imeir a it ultima tir a. Sao Paulo: Martins Fontes, 2007.)

Questão nº 96.  Funções da linguagemPor meio da f or ma "não é", a personagem Mafalda "testa" seu o2 canal de comunicação nodiálogo com o mundo, explorando a função:(A) fática(B) poética(C) conativa(D) metalinguística

Comentário da questão nº 96 Estamos diante de uma questão específica de “funções da linguagem”. No início do

módulo incluímos um texto teórico sobre o assunto. A Mafalda estabelece uma conversaçãocom o globo, mas o que ela testa é a possibilidade de diálogo, constatando que não há comodar continuidade à conversação, pois o “globo” não “entende” o que lhe interessa: o regime.

 Alternativa A –  A função fática é, exatamente, a que confere a possibilidade decomunicação. Conferindo a circunferência, ela chega à conclusão deque não há possibilidade de estabelecer uma conversação sobreregime. Esta é a alternativa correta.

 Alternativa B – A linguagem poética se evidencia, principalmente, pelo empregometafórico da linguagem. Isto não ocorre nesta fala.

 Alternativa C – Na linguagem conativa, o ouvinte é o objeto da comunicação. Não serve

2 A redação da ordem da questão está de acordo com o original. Acredito ser um “cochilo” do revisor da banca.

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como resposta. Alternativa D – A função metalinguística é a que explica a própria linguagem, como no

caso da apresentação de sinônimo ou conceitos. Nesta conversação,não há nada sendo explicado.

Questão nº 97.  Elementos da comunicaçãoA figura do globo terrestre é personificada,  principalmente devido ao emprego do seguinter ecurso linguístico:(A) verbo "ter " no lugar do "haver "(B) pr onome de tr atamento "você"(C) primeir o advér  bio de negação "não"(D) f or ma negativa "não é", sinônimo de "discor da"

Comentário da questão nº 97  Na conversação temos três elementos básicos: emissor, destinatário e mensagem

(mais contato e código). Mafalda (emissor) fala com o globo (destinatário), tendo comoassunto (regime). Neste caso o globo é personificado.

 Alternativa A – O uso do verbo “ter” ou “haver” não faz diferença para o processode comunicação.

 Alternativa B – O uso do pronome de tratamento “você” revela a posição de destinatário para o globo, isto é, personifica-o, conforme solicita a ordem daquestão. Esta é a correta.

 Alternativa C – Os advérbios não são relevantes para os elementos da comunicação.A presença deles não revela personificação.

 Alternativa D – Discordância ou concordância são elementos da mensagem (do assun-

to) e não alteram a relação entre participantes da conversação.

Questão nº 98.  Significação: Antônimo"Desta humilde cadeirinha faço um apelo emocionado ... " O antônimo da palavra emdestaque se verifica melhor em:(A) simples(B) modesta

(C) suntuosa(D) imponente

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Comentário da questão nº 98 A simplicidade desta questão é semelhante a 88, apenas agora lida com antônimos.

Devemos buscar uma alternativa que possa funcionar como antônimo para a palavra“humilde”.

 Alternativas A e B – As palavras “simples” e “modesta” são sinônimos para “humilde”. Não servem como resposta.

 Alternativa C – Esta é a correta. “Suntuosa” é antônimo de “humilde”. Alternativa D – “Imponente” tem como significação básica o sentido de “visível”,

“destacado”, o que não pode ser antônimo para “humilde”neste contexto.

Devemos ter cuidado com estas questões sobre significação, pois o que vale é osentido que a palavra adquire no texto e não o sentido básico, genérico. Esta questão traz umexemplo muito bom. No dicionário, as palavras “suntuosa” e “imponente” podem parecersinônimas, porém, nesta frase, apenas “suntuosa” pode ser antônimo para a “humilde

cadeirinha”. A cadeirinha é pequena (humilde), portanto nunca poderia ter como antônimo a palavra “imponente” que tem na sua base de significação o traço semântico “tamanho” comosendo reduzido (cadeirinha).

Parece uma sutileza sem importância, mas esta explicação é fundamental para resolvermos questões de significação.

Questão nº 99.  Sintaxe da frase: Sujeito Na última sequência do quadrinho, os substantivos "Vaticano", "ONU" e "cadeirinha"

encontram-se, sintaticamente, na condição de:(A) núcleos do objeto composto: o põem-se em, ao menos, um ponto(B) núcleos do sujeito composto: aproximam-se por um ponto em comum(C) núcleos da or ação subordinada: equiparam-se por um ponto em comum(D) núcleos adnominais: funcionam como co-hipônimos na criação de um hiperônimo

Comentário da questão nº 99 Para resolvermos questões de sintaxe da frase é importante distinguir com clareza os

elementos constituintes da frase. A oração principal é “Bem, parece”. A subordinada é:“...que hoje em dia o Vaticano, a ONU e a minha cadeirinha têm o mesmo poder de

 persuasão”. Os três elementos (Vaticano, ONU e cadeirinha) têm o poder, portanto eles são o

sujeito composto da forma verbal “têm”. Alternativa A – Já vimos que os três elementos formam um sujeito composto,

 portanto não são objeto direto. Alternativa B – Como já vimos acima, os três formam o núcleo do sujeito com-

 posto.Esta é a correta.

 Alternativa C – O núcleo desta oração é o predicado verbal, portanto a forma verbal“têm” e não os três substantivos.

 Alternativa D – Os adnominais têm por núcleo o nome, eles não são núcleo de nada.Esta alternativa apela, mais uma vez, para a significação.

 No módulo 02 já falamos sobre significação. Quem está com dúvida sobre“hipônimo” e “hiperônimo” retome o texto teórico. “Persistindo os “sintomas”, consulte seuprofessor”

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O despertar do burocrata

O  bur ocrata acorda e abre a boca, segundo ordena o RIPD (Regras Imediatas Para o

Desper tar ). Confere os botões do pijama, vê que não esta faltando nenhum, anota aq uantidade deles numa folha ao lado, data, assina e carimba.

Tranca-se no banheir o até q ue se forma lá fora uma fila imensa (mulher , empregada ecinco filhos) que começa a se agitar . O  bur ocrata dá um sor riso (ele só consegue rir diante defilas insatisfeitas). A mulher gr ita "escova os dentes" e ele escova, "toma banho" e ele toma(o burocrata ador a cumpr ir ordens). Confere o número de fur os do chuveiro, anota, data,assina e carimba. Senta-se à  mesa da copa, tam bém chamada de RDPD (RepartiçãoDoméstica do Pão Diár io), lê seu jornal preto (o Diário Ofic ial) e encaminha um ofício àempregada solicitando um  pedaço de pão com manteiga. A manteiga vem estragada eimediatamente é instaurado um inquérito administrativo. Em seguida, ele palita os dentes(com o palito confer e o número de molares e caninos, anota, data, assina e car imba). Deixacom a esposa o dinheiro - também chamado de previsão orçamentária do dia: cinco r eais (o

 bur ocr ata é notoriamente um pão-duro).A mulher q uer beijá-lo, mas ele olha o relógio - oito hor as -, sente muito, o expediente

esta encerr ado, agora só amanhã. Fecha a porta e sai para mais um dia de ser viço, lamentando para a esposa: "Chega de diversões e aventuras, q uerida. o  jeito é ir par a a r epartição eaguentar aquela monotonia".

(Procopio)

Questão nº 100.  Figura de linguagem: IroniaAs siglas R IPD e RDPD apr esentam, contextualmente, valor:

(A) irônico(B) ambíguo(C) comer cial(D) bur ocr ático

Comentário da questão nº 100 Agora a banca aborda a “ironia”, mais uma figura de linguagem. As duas siglas não

são de valor real, mas inventadas com a intenção de ressaltar o caráter burocrático da personagem.

 Alternativa A – As siglas estão sendo usadas com a intenção de ridicularizar a rotina dofuncionário burocrata. Este processo linguístico é ironia, portanto estaé a correta. 

 Alternativa B –  Não há ambiguidade nas siglas, elas estão descritas, entre parênteses,logo após o uso de cada uma.

 Alternativa C – As siglas são criação do texto e não têm caráter comercial. Não sãousuais no campo comercial.

 Alternativa D – As duas siglas servem como indicador de ironia no texto, reforçando ocaráter burocrático da personagem. As siglas só adquirem o sentidoirônico no contexto (contextualmente) e não como caracterização da burocracia.

Questão nº 101.  Plural dos nomes compostos

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" ... o burocrata é notoriamente um pão-duro ... " o  plural do substantivo composto destacadoacima esta corr eto na opção:(A) pãos-duro(B) pães-d ur o(C) pãos-duros

(0) pães-dur os

Comentário da questão nº 101 Esta questão aborda um assunto simples: plural dos nomes compostos. Neste caso

temos dois nomes: um substantivo (pão) e um adjetivo (duro). No início do móduloacrescentamos um texto teórico sobre o assunto. Revisem.

 Alternativa A –  Nesta  alternativa temos dois erros: o plural de “pão” é “pães” e não“pãos” e o segundo elemento é um adjetivo, deve variar.

 Alternativa B – O plural de “pão” está correto, mas o adjetivo “duro” deve flexionar,também.

 Alternativa C – Novamente o plural de “pão” está errado. Não serve comoresposta. Alternativa D – Esta é a correta, pois os dois elementos variam: “pães-duros”.

Questão nº 102.  Interpretação de textoO f r agmento q ue melhor r evela a r otina irônica do bur ocrata é:(A) " ... anota, data, assina e carimba ... "(B) " ... O burocr ata é notoriamente um pão-dur o ... "(C) " .. A mulher q uer bei já-lo, mas ele olha o relógio ... "(D) " ..Tranca-se no banheiro até que se forma lá for a uma f ila imensa ... "

Comentário da questão nº 102 A rotina do burocrata é caracterizada por suas ações.

 Alternativa A – todos os atos são típicos da ação de um burocrata: anota, data, assina ecarimba. Esta é a correta.

 Alternativa B – esta alternativa expressa uma opinião sobre o burocrata, mas não a açãodele. Não serve como resposta.

 Alternativa C – nesta alternativa há uma narrativa de uma ação, mas não se deixar beijar pela mulher não implica ser burocrata.

 Alternativa D – esta é uma atitude que caracteriza um maníaco e não um burocrata.

Questão nº 103.  Flexão do verbo: ImperativoO modo imperativo aparece empregado na seguinte passagem:(A) " ... escove os dentes ... "(B) " ... anota a quantidade deles "(C) " ... Confere os botões do pijama "(D) " ..Deixa com a esposa o dinheiro "

Comentário da questão nº 103 Esta questão exige o reconhecimento do modo imperativo. O imperativo se caracteriza

 por expressar uma ordem ou súplica.

lternativa – A forma verbal “escove” é do imperativo terceira pessoa do singular.

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Esta é a correta. Alternativa B – A forma “anota” é presente do indicativo. Alternativa C – “Confere”, também é presente do indicativo. Alternativa D – Por fim, a forma “deixa”, também é presente do indicativo.

Só para recordar, vamos rever a formação do imperativo e o emprego dos modos

verbais.

a)  Formação do imperativo:

Presente doindicativo

Imperativoafirmativo

Presente dosubjuntivo

Imperativonegativo

Canto Cante

Cantas (-s) > Canta Cantes > Não cantesCanta Cante < Cante > Não canteCantamos Cantemos < Cantemos > Não cantemosCantais (-s) > Cantai Canteis > Não canteiscantam Cantem < Cantem > Não cantem

Observe que o imperativo não possui a primeira pessoa do singular. A lógica disso éque não é razoável darmos ordem para nós mesmos!

 b)  Emprego dos modos verbais

O modo verbal é a posição que o falante assume ao empregar uma forma verbal. Ele pode assumir uma atitude de: certeza, dúvida ou ordem. Estes três posições determinam ostrês modos:

Indicativo - certeza Subjuntivo - dúvida, desejo Imperativo - ordem

Questão nº 104.  Recursos estilísticos: linguagem afetiva" ... O  jeito é ir par a a r epar tição e aguentar aq uela monotonia" o pronome em destaquecumpre função:(A) gramatical-substantiva(B) coesiva -catafór ica(C) coesiva- anafórica(D) estilístico-afetiva

Comentário da questão nº 104 Aqui a banca emprega alguns termos para confundir o candidato. Devemos esclarecer

os termos “coesão catafórica” e “coesão anafórica”. A coesão compreende os recursosutilizados a fim de articular os elementos sintáticos.

A referenciação é um processo de coesão pelo qual um elemento lexical remete aoutro na frase a fim de evitar a repetição. Ex: João estuda para o concurso, ele é muitoaplicado. Utilizamos o pronome “ele” a fim de evitarmos a repetição de “João”. O pronome“ele” tem como referente um nome que o antecede (João), a este processo damos o nome derecurso coesivo anafórico.

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Quando o referente é posterior, ocorre a coesão catafórica. Ex: Peço-lhes:concurseiros, estudem língua portuguesa. Observem que o pronome oblíquo “lhes” tem comoreferente a palavra “concurseiros” que vem após.

  Coesão anafórica – o termo substituído vem antes do substituto.  Coesão catafórica – o termo substituído vem depois do substi-tuto.

 Alternativa A – O termo “aquela” é um pronome, portanto não está na funçãosubstantiva. É errada a alternativa.

 Alternativas B e C – O pronome não tem referente nem como anáfora, nem comocatáfora. Parece que a banca usou esta classificação apenas paracomplicar a vida dos concurseiros.

 Alternativa D – O pronome tem função de realçar o sentido de monotonia, portantoé uma função estilística. Esta é a alternativa correta.

É usual, nesta banca, o uso de termos técnicos apenas para completar alternativas. Nesta questão, anáfora e catáfora não são conteúdos pertinentes à solução da questão, massurgem como alternativas apenas para completar as alternativas. Na verdade, a banca abordaestilística e não sintaxe. Este procedimento atrapalha o candidato, pois fica difícil distinguir oobjeto linguístico em análise.

Questão nº 105.  Interpretação de textoAs afirmativas abaixo estão r es paldadas em ideias expostas no texto 4, exceto:(A) filas insatisfeitas são consequências do sorriso do burocrata(B) a tr ansf er ência da rotina para o ambiente familiar implica humor(C) conf erir o número de furos no chuveiro demonstr a meticulosidade(0) a manteiga estr agada acarreta instauração de inq uér ito administrativo

Comentário da questão nº 105 Há necessidade de conferir o texto com as afirmativas a fim de verificar a única

que não tem fundamento no texto.

 Alternativa A – As filas são decorrência da demora do burocrata no banheiro. O sorrisoé uma consequência da impaciência da família ao esperar na fila. Estaé errada, portanto é a que serve como resposta para a questão.

 Alternativa B – A rotina de burocracia no emprego é, até certo ponto, com- preensível, mas a sua transferência para o ambiente familiar resultahumor.

 Alternativa C – Isto é correto de acordo com o texto. O burocrata confere o númerode furos do chuveiro de forma metódica.

 Alternativa D – Pela lógica do texto, a manteiga estragada é motivo para um inquéritoadministrativo. (claro que isto contraria a nossa lógica, mas o que valeé a lógica do texto! – não custa repetir).

Questão nº 106.  Sintaxe da oração: Orações reduzidas" ... e encaminha um ofício à empregada solicitando um pedaço de pão com manteiga ... " A

forma de ger úndio "solicitando" apresenta valor semântico de:(A) Tempo(B) Finalidade

(C) Conclusão

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(D) consequência

Comentário da questão nº 106 Aqui temos um caso mais complexo. O gerúndio forma uma oração subordinada

reduzida de gerúndio, ao transformá-la em desenvolvida, temos o sentido exato da frase: " ...

e encaminha um ofício à empregada com a finalidade de solicitar um pedaço de pão commanteiga ... " Agora o sentido do gerúndio fica claro: finalidade.

 Alternativa A – Não há sentido de tempo na oração subordinada. Alternativa B – Como vimos acima, esta é a correta, o gerúndio contém sentido de

finalidade. Alternativa C – Não há sentido de conclusão. Alternativa D – solicitar pão com manteiga não é consequência do pedido, mas sim

asua finalidade.

Questão nº 107.  Vozes do verbo: Voz reflexivaA alter nativa em q ue o elemento mórfico destacado tem classif icação difer ente dos demais é:(A) "toma banho ... "(B) "se forma lá f or a ... "(C) "senta-se à mesa ... "(D) "tranca-se no banheir o ... "

Comentário da questão nº 107 Podemos resolver esta questão observando as formas verbais quanto à voz. Somente a

alternativa “a” tem voz ativa, as demais são reflexivas. Agora o problema é que isto não

depende do elemento mórfico apontado “a” em todas as alternativas, pois em todas ele é avogal temática “a” dos verbos da primeira conjugação..

 Não tenho conhecimento do gabarito final, após recursos, mas acredito que estaquestão poderia ter sido anulada. A razão da distinção da alternativa “a” não corresponde àrazão indicada na ordem da questão.

Meu caro amigo

Meu caro amigo me perdoe, por favorSe eu não lhe faço uma visitaMas como agora apareceu um portadorMando notícias nessa fitaAqui na terra tão jogando futebolTem muito samba, muito chor o e r ock'n'rollUns dias chove, noutros dias bate solMas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá pretaMuita mutreta pra levar a situaçãoQue a gente vai levando de teimoso e de pirraçaE a gente vai tomando e também sem a cachaça Nin-

guém segura esse rojãoMeu caro amigo eu não pretendo provocarNem atiçar suas saudades

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Mas acontece que não posso me furtarA lhe contar as novidadesAqui na terra tão jogando futebolTem muito samba, muito choro e rock'n'rollUns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui ta pretaÉ pirueta pra cavar o ganha-pãoQue a gente vai cavando só de birra, só de sarroE a gente vai fumando que, também, sem um cigarro

 Ninguém segura esse rojãoMeu caro amigo eu quis até telefonarMas a tarifa não tem graçaEu ando aflito pra fazer você ficarA par de tudo que se passaAqui na terra tão jogando futebolTem muito samba, muito choro e rock'n'rollUns dias chove, noutros dias bate solMas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá pretaMuita careta pra engolir a transaçãoE a gente tá engolindo cada sapo no caminhoE a gente vai se amando que, também, sem um carinho

 Ninguém segura esse rojãoMeu caro amigo eu bem queria lhe escreverMas o correio andou ariscoSe me permitem, vou tentar lhe remeter

 Notícias frescas nesse discoAqui na terra tão jogando futebolTem muito samba, muito choro e rock'n'r ollUns dias chove, noutros dias bate solMas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá pretaA Mar ieta manda um beijo para os seusUm beijo na família, na Cecília e nas criançasO Francis aproveita pra3 também mandar lembrançasA todo o pessoalAdeus

Questão nº 108.  Interpretação de texto

Pode-se afirmar q ue o titulo do texto 5 f unciona como uma espécie de:(A) tópico informacional de início de uma car ta pessoal(B) vocativo de uma carta de valor coletivo na composição(C) sujeito indeterminado, já que o amigo não e identif icável(D) agente da passiva, já que o amigo não responde ao r emetente

Comentário da questão nº 108 O título “Meu caro amigo” é uma expressão comum na correspondência pessoal.

 Alternativa A –  Não é um tópico, é um título. O tópico frasal está, normalmente,no primeiro parágrafo do texto. Não pode ser aceita como resposta.

3 No original não está acentuado.

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Prof. Odiombar Rodrigues – DPE/RJ Página 31

 Alternativa  B – O título tem valor de vocativo como numa carta comum. Esta éa correta.

 Alternativa C – Não é caso de sujeito indeterminado. Alternativa D – Não há construção passiva nesta frase, portanto é errada a alternativa.

Questão nº 109.   Níveis de linguagemEm todos os versos a seguir , há marcas de informalidade, exceto em:(A) "Mando notícias nessa fita"(B) "Muita mutreta pra levar a situação"(C) "Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll"(0) "Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aq ui tá preta"

Comentário da questão nº 109  Níveis de linguagem é o assunto envolvido nesta questão. Cabe ao candidato

reconhecer as características da linguagem coloquial (informal).

 Alternativa A – Aqui todos os elementos participam do nível culto da linguagem, nadahá que evidencie o nível coloquial. Esta é a alternativa correta.

 Alternativa B – O termo “mutreta” denuncia a linguagem coloquial. Alternativa C – Esta alternativa indica três ritmos, mas o termo “rock’n’roll” é

umestrangeirismo que circula na camada popular da população.

 Alternativa D – A expressão “a coisa aqui ta preta” é um chavão popular que configuramuito bem o nível informal de linguagem. Observe, também, o uso daforma “tá” por “está” que também evidencia nível coloquial.

Questão nº 110.  Escala argumentativa"Meu caro amigo eu quis até telefonar"A palavra em destaq ue pode ser substituída, sem alteração de sentido, por:(A) menos(B) com isso(C) inclusive(D) na verdade

Comentário da questão nº 110 O termo “até” é um marcador de gradação argumentativa. Ele identifica o último

elemento numa escala ascendente.

 Alternativa A – “Menos” é o contrário, ele marca a exclusão de um elemento dentrode um conjunto (todos, menos...)

 Alternativa B – O sentido de “com isso” é consequência e não gradação. Nãoserve como resposta.

 Alternativa C – O termo “inclusive” marca a “inclusão” de um último elementodentro da gradação, bem como o “até”. Esta é a alternativa correta.

 Alternativa D – A expressão “na verdade” apenas reforça uma afirmativa, não temsentido de gradação.

Só para recordar, vamos rever a questão da escala argumentativa. Os elementos deuma argumentação podem estar dispostos numa escala ascendente ou descendente. Vejamosdois exemplos para elucidar:

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PONTO DOS CONCURSOS

Prof. Odiombar Rodrigues – DPE/RJ Página 32

O concurseiro estudou as figuras de linguagem: a metáfora, a metonímia, a sinédoquee até a hipálage (esta é uma gradação ascendente, pois vai de uma figura conhecida até uma

 bem estranha.

Quando o concurseiro está próximo do concurso não vai à balada, às reuniões, à

aniversários, nem batizados (agora os eventos estão numa escala descendentes, entre os quemais “prejudicam” ao que menos atrapalha, um simples batizado).

Questão nº 111.  Significação: Denotação e conotaçãoO verso em que o autor faz uso da conotação é:(A) "Eu ando aflito pra fazer você ficar"(B) "Meu caro amigo eu quis até telefonar"(C) "A Mar ieta manda um beijo para os seus"(D) "E a gente tá engolindo cada sapo no caminho"

Comentário da questão nº 111  No módulo 02, abordamos a conotação e a denotação. Agora elas aparecem aqui.

O conceito já temos no texto teórico.

 Alternativa A – Todos os termos estão no sentido denotado, sentido original, portantonão é caso de conotação.

 Alternativa B – Não há palavras empregadas em sentido figurado. Alternativa C – Até a personagem é real (Marieta era a esposa do Chico Buarque). A

linguagem é denotativa. Alternativa D –  Ninguém engole sapo no sentido denotativo, mas o termo “sapo” aqui

está sendo usado com o sentido de “desaforos”. Isto é sentidoconotativo. Esta é a correta.

Questão nº 112.  Pontuação – VírgulaAs alternativas abaixo apresentam o início de uma car ta-circular .Aquela em que a colocação das vírgulas esta de acordo com o uso da língua padr ão é:(A) Temos a satisfação de comunicar-lhe que, tendo em vista seu excelente teste, resolvemos

admiti-lo em nossa empresa, sob as condições anteriormente expostas.(B) Temos a satisfação de comunicar-lhe, que tendo em vista seu excelente teste resolvemos

admiti-lo em nossa empresa, sob as condições, anteriormente expostas.

(C) Temos a satisfação de comunicar-lhe, que tendo em vista seu excelente teste, resolve-mos admiti-lo em nossa empresa, sob as condições anteriormente expostas.(D) Temos a satisfação de comunicar-lhe que, tendo em vista seu excelente teste resolve-

mos admiti-lo, em nossa empresa sob as condições, anteriormente expostas.

Comentário da questão nº 112 Independente de ser uma carta-circular, o que interessa é o emprego das vírgulas.

 Alternativa A – O período em estudo é: “Temos a satisfação de comunicar-lhe que (...)resolvemos admiti-lo em nossa empresa, sob as condições expostas. Aoração “....tendo em vista seu excelente teste...” está intercalada, por

isso deve ser isolada por vírgula dupla (uma antes e outra após aoração). A vírgula após “empresa” separa a expressão adverbial

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Prof. Odiombar Rodrigues – DPE/RJ Página 33

(....sob as condições....) do outro advérbio “...em nossa empresa...”São dois elementos de mesma natureza sintática.

 Alternativa B – A oração “...tendo em vista seu excelente teste...” está intercalada, portanto deve ser isolada por vírgula antes e depois. Nesta alternativa,a vírgula está antes da conjunção que integra a oração anterior, por

isso, errada. A segunda vírgula que deve vir após “teste” não está naalternativa.

 Alternativa C –  Nesta alternativa aparece a vírgula após “teste”, mas continua fora dolugar a vírgula que deveria estar antes de “tendo em vista....”.

 Alternativa D – Continua faltando a vírgula após “teste”. A expressão “....em nossaempresa...” não pode estar antecedida de vírgula, pois é um advérbiocolocado no final da frase, o que não admite vírgula. Outro erro é usarvírgula entre “condições” e “anteriormente expostas”, pois estariaseparando o nome do complemento.

Questão nº 113.  Vícios de linguagem: AmbiguidadeOs trechos abaixo apresentados mostram-se prejudicados quanta à clareza, exceto:(A) "O diretor convenceu o gerente a ficar o fim de semana em sua casa."(B) "Devo informar-lhe que a duplicata vencida em 2/2/10 ainda não foi quitada."(C) "O gerente que não escreve o que diz, não é difícil prever as situações conflitavas dentroda empresa."(D) "Diante do ocorrido entre o  senhor e seu funcionário, fiquei sem saber se o que lhedisse concorreu para agravar a situação."

Comentário da questão nº 113 Cada uma das alternativas peca por um motivo quanto à clareza. Uma delas,

 porém está corretamente redigida.

 Alternativa A – O possessivo “sua” está numa função ambígua, pois pode tercomo referente tanto “o diretor” como “o gerente”.

 Alternativa B – Esta frase não apresenta ambiguidade, está correta e é a exigida pelaordem da questão.

 Alternativa C – Esta alternativa está plenamente prejudicada quanto à clareza. Não é possível estabelecer nexo entre o gerente e os conflitos na empresa.

 Alternativa D – Esta, também, é plenamente confusa. Neste tipo de questão é fácil de reconhecer a alternativa que não apresenta

ambiguidade, mas difícil de estabelecer qual é o sentido que deveria prevalecer nasalternativas ambíguas.

Questão nº 114.  Usos: “onde”, verbo “haver”As alternativas abaixo apresentam enganos costumeiros na redação técnica, exceto:(A) “... O imóvel sito à rua em questão encontra-se ... "(B) “... sabe-se que, na ocasião, houveram casos graves ... "(C) “...desejamos informá-lo de que os prejuízos causados ... "(D) “ ... os aspectos onde ocorreram muitas discussões foram ... "

Comentário da questão nº 114  Novamente temos três opções com erro e uma correta.

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 Alternativa  A – O verbo “situar” é indicativo de lugar, portanto vem acompanhado da preposição “em” e não “a”. “....sito na rua....”.

 Alternativa B – O verbo haver no sentido de existir é impessoal, portanto “....houvecasos graves....” É errada, também.

 Alternativa C – Quem informa, informa alguém (objeto direto) sobre alguma coisa

(objeto indireto). Por isso é correto: “..informá-lo de que...”. Esta é aalternativa correta.

 Alternativa D – “Onde” é indicativo de lugar e não pode ser empregado como relativo,neste caso. O correto é “.... os aspectos em que ocorreram....”.

Gabarito85 86 87 88 89 90 91 92 93 94C D D C C C A C A C

95 96 97 98 99 100 101 102 103 104

B A B D B A D A A D

105 106 107 108 109 110 111 112 113 114A B A B A C D A B C

Comentário das questões da prova FGV

Alguns alunos solicitaram comentários da prova da FGV – PM de Angra dos Reis/RJ – Auditor fiscal. As questões solicitadas são: 76, 78, 80, 82 e 83. Vamos revisá-las.

Questão 76 - Sintaxe da frase

 Já há evidências de que mudanças climáticas introduziram epidemias em regiõesanteriormente livres delas. (linhas 43-44). Em relação à estrutura sintática do períodoacima, analise as afirmativas a seguir:

I. Há, em todo o período, dois casos de complemento nominal.II. Há, em todo o período, dois casos de objeto direto.III. Há, em todo o período, dois casos de adjunto adnominal.

Assinale

a)  se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. b) se todas as afirmativas estiverem corretas.c) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.d) se nenhuma afirmativa estiver correta.e) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

Comentário da questão 76

 Neste tipo de questão, o comentário é realizado pelas afirmativas. Vamos examinar afrase:  Já há evidências  de que mudanças climáticas introduziram epidemias em regiões

anteriormente livres delas 

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 Afirmativa I –  Temos dois casos de complemento nominal: “evidências de mudanças...”e “livres delas”. Os dois termos em negrito exigem complemento, poisnão podemos falar em “evidências” sem definir de que, nem “livres”sem apontar de que ou quem. É correta a afirmativa.

 Afirmativa II – O verbo “haver” exige objeto direto (há evidências) e o verbo

“introduzir”, também, (introduziram epidemias), portanto temos os doisobjetos diretos indicados na afirmativa. É correta.

 Afirmativa III – O termo “climáticas” é um adjunto adnominal da palavra “mudanças”.A palavra “livres” é adjunto adnominal de “regiões” (regiões livres).O que dificulta, para alguns, a identificação deste adjunto é a inclusãodo advérbio (anteriormente) entre o nome e seu adjunto.

Questão 78 - Classes de palavrasOuço as justificativas dos que o consideram uma ameaça à vida na Terra e fico com aimpressão de que estão certos. (linhas 2 e 3). É correto afirmar que, no trecho acima, há

a) quatro artigos. b) seis artigos.c) cinco artigos.d) sete artigos.e) três artigos.

Comentário da questão 78

A questão solicita o número de artigos no período. Vamos verificar a frase: Ouço as justificativas de(os) que o consideram uma ameaça à vida na (em a) Terra e fico com aimpressão de que estão certos. Como podemos observar, temos 5 artigos.

A dificuldade está em reconhecer o artigo nas combinações “de+os” (dos) e “em+a”(na), assim como identificar o pronome “o” em que o consideram, portanto não é artigo.Portanto a letra “c” é a correta, pois aponta 5 artigos (quatro definidos e um indefinido (uma).

Questão 80 - Reescritura

 No ano 2000, a Organização Mundial da Saúde calculou que doençasatribuíveis a mudanças climáticas haviam sido responsáveis pela

 perda de 188 milhões de anos de vida por morte prematura ouincapacidade física, apenas na América Latina e Caribe; na África,

 foram 307 milhões de anos; no sudeste asiático, 1,7 bilhão. (linhas 51 a

54) 

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Assinale a alternativa em que a reestruturação do período acima tenha sido feita de acordocom as normas gramaticais, respeitando-se a integridade das informações originais.

a) No ano 2000, a Organização Mundial da Saúde calculou que doençasatribuíveis a mudanças climáticas haviam sido responsáveis pela perda de 188

milhões de anos de vida por morte prematura ou incapacidade física, apenasna América Latina e Caribe; no sudeste asiático, foram 1,7 bilhão; 307milhões de anos, na África.

 b) A Organização Mundial da Saúde calculou que doenças atribuíveis amudanças climáticas haviam sido responsáveis pela perda de 307 milhões deanos de vida por morte prematura ou incapacidade física, apenas na África;foram 188 milhões de anos na América Latina e Caribe; no sudeste asiático,1,7 bilhão no ano 2000.

c) A Organização Mundial da Saúde calculou, no ano 2000, que doençasatribuíveis a mudanças climáticas haviam sido responsáveis pela perda de 188milhões de anos de vida por morte prematura ou incapacidade física, apenasna América Latina e Caribe; na África, foram 307 milhões de anos; no sudesteasiático, foram 1,7 bilhão.

d) A Organização Mundial da Saúde calculou que doenças atribuíveis amudanças climáticas haviam sido responsáveis pela perda de 188 milhões deanos de vida por morte prematura ou incapacidade física no ano 2000, apenasna América Latina e Caribe; no sudeste asiático, 1,7 bilhão ; na África, foram307 milhões de anos.

e) A Organização Mundial da Saúde, no ano 2000, calculou que doençasatribuíveis a mudanças climáticas haviam sido responsáveis pela perda de 307milhões de anos de vida por morte prematura ou incapacidade física na África;

foi 1,7 bilhão de anos no sudeste asiático; 188 milhões, apenas na AméricaLatina e Caribe.

A banca utiliza uma série de dados, necessitamos conferi-los, bem como a correçãogramatical.

Alternativa A – Esta alternativa peca, pela concordância “foram 1,7 bilhão”. O número é1, portanto a concordância deve ser no singular: “...foi 1,7 bilhão...”

Alternativa B – .Nesta alternativa o dado de tempo passou para o final da frase, o queo restringe apenas ao sudeste asiático.

Alternativa C – O deslocamento da data não implica mudança, mas a repetição doerro de concordância invalida a alternativa (foram 1,7 bilhão)

Alternativa D – Nesta alternativa a data passa a indicar a época das mortes ou invalideze não a indicação da época da pesquisa.

Alternativa E – Esta é a correta. Não há alteração de sentido nem erro gramatical.

Questão 82 - Sintaxe do período

 Da mesma forma, diarreias epidêmicas, parasitoses intestinais e outrasenfermidades transmissíveis por meio da água contaminada têm sua

incidência aumentada, tanto por causa das dificuldades de saneamento

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nas secas, quanto por contaminação com esgotos, lixo e dejetos deanimais durante as enchentes. (linhas 47 a 50) 

O período acima

a) é composto por coordenação. b) é composto por subordinação.c) é composto por coordenação e subordinação.d) é simples.e) apresenta orações reduzidas.

Comentário da questão 82

 Nestes caso é importante identificar os núcleos verbais, para distinguir o número deorações e o tipo de período: Da mesma forma, diarreias epidêmicas, parasitoses intestinais e

outras enfermidades transmissíveis por meio da água contaminada têm sua incidênciaaumentada, tanto por causa das dificuldades de saneamento nas secas, quanto porcontaminação com esgotos, lixo e dejetos de animais durante as enchentes. 

Há apenas uma forma verbal (têm), portanto é um período simples, oração absoluta.Só para recordar: temos tantas orações quanto predicados (verbais, nominais ou ver-

 bonominais).

Questão 83 - Concordância

Esses raios infravermelhos acabam absorvidos pelos gases liberados principalmente pelos combustíveis fósseis (metano, gás carbônico,óxido nitroso e outros), que deixaram de ser removidos da atmosfera

 por causa do desmatamento e da produção excessiva. (linhas 21 a 24) 

 No período acima, foi feita a concordância nominal correta com a palavra infravermelho.Assinale a alternativa em que NÃO se tenha obedecido às regras de concordância nominal.

a) Buscou proteção contra raios ultravioleta. b) Compraremos camisas cinza.c) Usaremos nossos uniformes azul-claros.d) Gostamos de carros vermelhos-sangue.e) Não sabemos onde foram parar as folhas rosa.

Comentário da questão 83

Esta é uma questão de concordância nominal. A incorreta é a letra “d”, pois os nomesde cores formados por adjetivo+substantivo, ficam invariáveis, portanto: “...carros vermel-

hosangue...”Alternativa A – “ultravioleta” é invariável, pois é composto por substantivo na função de

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PONTO DOS CONCURSOS

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adjetivo (violeta).Alternativa B – É o mesmo caso: “cinza” é substantivo na função adjetiva (cor), portanto

invariável.Alternativa C – “Azul-claro” é formado por dois adjetivos, varia o segundo elemento:

“uniformes azul-claros.”

Alternativa D – Já comentada como correta.Alternativa E – É o mesmo caso, a palavra “rosa” (substantivo), funcionando como adjetivo

fica invariável.Encerramos o comentário da prova enviada no módulo 02. Caso tenham dúvida com

alguma outra questão, retornem.

ConclusãoEncerramos o nosso terceiro módulo. Nele utilizamos uma prova da própria banca:

CEPUERJ. Mantivemos o propósito de acrescentar conteúdos teóricos, pois muitos alunos

manifestaram interesse em ampliar o conhecimento.

O exame da prova da própria banca do concurso permite definir procedimentos econteúdos mais adequados às necessidades do grupo. Espero continuar contado com acolaboração de quem tem acesso a novas provas.

Reafirmo a disposição de colaborar com todos, respondendo perguntas e fornecendonovos materiais. Não deixem de solicitar explicações.

Por hoje, ficamos por aqui, pois já ultrapassamos em muito o nosso trato de 25 a 30 páginas.

Um abraço,

Odiombar – [email protected]

Índice RemissivoArgumentação

Escala argumentativa ..................... 32

Lógica de texto . ............................. 22Classe e função .................................. 15Conjunções . ....................................... 17Elementos da comunicação ................ 24Estilística

Figuras de linguagem . ....... 18, 20, 26Linguagem afetiva . ....................... 28Uso de maiúsculas.......................... 21Vícios de linguagem . .................... 34

Flexão do verboImperativo ...................................... 27

Funções da linguagem. ...................... 23Interpretação de texto . 19, 20, 27, 29, 31

 Níveis de linguagem . ........................ 32Plural dos nomes compostos .............. 27

PontuaçãoVírgula ........................................... 33Significação

Antônimos...................................... 24Denotação e conotação .................. 33Sinônimos ...................................... 17

Sintaxe da fraseComplementos verbais................... 16Sujeito . .......................................... 25

Sintaxe da oraçãoOrações reduzidas . ........................ 30

Usos"onde", verbo "haver" . .................. 35

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PONTO DOS CONCURSOS

"Porquê" ......................................... 22Vozes do verbo

Voz reflexiva . ............................... 30