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CRISES FINANCEIRA ASIÁTICA DE 1997
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Crise financeira asiática de 1997

Jul 07, 2015

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Economy & Finance

Remo Nonato

Apresentação sobre a Crise Financeira Asiática de 1997, que começou com os Tigres Asiáticos
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CRISES FINANCEIRA ASIÁTICA DE 1997

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A especulação que fez o tigre correr

http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/negocios/20120921/1997-ano-panico-global/103108.shtml

Investidores entraram em pânico no mundo todo quando se percebeu que os badalados tigres asiáticos eram, na verdade, frágeis bichanos diante de desequilíbrios cambiais e financeiros provocados pelo forte fluxo de capitais. O estopim da crise do Sudeste Asiático foi a desvalorização do baht, da Tailândia, em julho. Coreia do Sul, Indonésia, Malásia e Hong Kong (recém devolvida pelos britânicos aos chineses) tombaram na sequência.

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A especulação que fez o tigre correr

http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/negocios/20120921/1997-ano-panico-global/103108.shtml

• O contágio financeiro (expressão criada na época) não poupou ações e commodities e dizimou trilhões de dólares em dezenas de países. O barril de petróleo caiu para US$ 11.

• O receituário econômico ortodoxo do chamado “Consenso de Washington”, executado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), revelou-se um desastre, conforme testemunhou a DINHEIRO in loco em Hong Kong, no auge dos acontecimentos. Os pacotes de resgate do FMI exageravam nos juros altos e nos cortes de gastos públicos, aumentando a recessão em vários países ? Qualquer semelhança com crises posteriores, inclusive no Brasil, não é mera coincidência.

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Alarme no pregão

http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/negocios/20120921/1997-ano-panico-global/103108.shtml

• Quem foi o grande vilão da crise da Ásia? O temidomegaespeculador George Soros foi demonizado peloprimeiro-ministro da Malásia, Mahatir Mohamad, masnão desceu ao inferno. Condenados foram os regimescambiais que atrelavam as moedas ao dólaramericano, caso do real e do peso argentino. Osmercados pressionaram por desvalorizações etestaram a resistência dos países, que só adotaram alivre flutuação alguns anos depois.

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CRISES FINANCEIRA ASIÁTICA DE 1997

Países

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CRISE DA ÁSIA

• Em 1997, um rápido processode fuga de capitais edesvalorização cambial entre oschamados Tigres Asiáticos –Tailândia, Malásia, Coréia do Sul,Hong Kong, Indonésia e Filipinas– espalha medo nos mercadosinternacionais, em grande partepela surpresa de ver mercadossupostamente sólidos econfiáveis sucumbirem a umacrise financeira.

• O mercado dos emergentes foiafetado pela primeira vez, mas oBrasil conseguiu passar.

http://www.estadao.com.br/images/especiais/00/8B/D6/008BD62369BD44D5B11147F335B9B0C7.swf

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TIGRES ASIÁTICOS

Fonte: Panorama do Porto de Singapura, um dos mais movimentados do mundo. Consultada em http://pt.wikipedia.org/wiki/Tigres_asi%C3%A1ticos, 03/10/2013.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tigres_asi%C3%A1ticos

A partir da década de 1980, alguns territórios do Pacífico malaio-asiáticocomeçaram a apresentar altos índices de crescimento econômico e influênciano mercado mundial, sendo por isso designados tigres asiáticos.

Os termos lembram agressividade e é exatamente essa a característicafundamental das quatro economias (Hong Kong não é considerado EstadoNacional) que formam esse grupo. Eles se utilizaram de estratégias arrojadaspara atrair capital estrangeiro - apoiada na mão-de-obra barata e disciplinada,na isenção de impostos e nos baixos custos de instalação de empresas.

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TIGRES ASIÁTICOS

http://www.cartamaior.com.br/?/Coluna/A-crise-asiatica/20744http://www.estudopratico.com.br/tigres-asiaticos-economia-e-mapa-dos-paises/

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TIGRES ASIÁTICOS

• Primeiro foi o milagre econômico japonês, a economia capitalista que mais cresceu depois da 2º Guerra Mundial. Logo depois, foi a vez da Coréia do Sul, Taiwan, Hong Kong e Singapura – os Tigres Asiáticos –que cresceram aceleradamente, enquanto o mundo entrava em crise, a partir da década de 1970. Nos anos 80 e 90, foi a vez da Malásia, Filipinas, Tailândia e Indonésia. E por fim, dentro do mundo socialista, foi a China que cresceu ininterruptamente a partir de 1980. Em conjunto, esta aceleração econômica representou um deslocamento do eixo dinâmico da acumulação capitalista mundial, na direção do leste asiático.

http://www.cartamaior.com.br/?/Coluna/A-crise-asiatica/20744http://www.estudopratico.com.br/tigres-asiaticos-economia-e-mapa-dos-paises/

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TIGRES ASIÁTICOS

• Muitos pensaram que ali também estava nascendo o novo centro,capaz de substituir a Europa e os Estados Unidos, como núcleohegemônico e dinamizador da economia capitalista e do sistema depoder mundial. Na segunda metade da década de 1990, entretanto, osonho acabou ou foi protelado, graças a uma crise financeira quesurpreendeu o mundo e derrubou as economias asiáticas, com aexceção da China e da Índia. Até hoje, ainda se discutem as razõesdesse tufão que começou na Tailândia, em outubro de 1997, e acabouatingindo todo o bloco econômico asiático e quase todas as economiasemergentes do resto do mundo.

http://www.cartamaior.com.br/?/Coluna/A-crise-asiatica/20744

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TIGRES ASIÁTICOS

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tigres_asi%C3%A1ticos

• O país asiático que iniciou esse ciclo rápido de crescimento foi o Japão, com uma bem sucedida reforma agrária, seguida de um aumento rápido da renda dos fazendeiros, que criou um mercado local para novas fábricas. O Japão atuou não só como estímulo, mas também como exemplo. A imensa e ininterrupta expansão da economia japonesa foi decisiva para criar um dinâmico mercado em toda a área circundante do Pacífico.

• O crescimento mais marcante foi o apresentado pela Coreia do Sul, que ficou conhecido como o "Milagre do rio Han". Na década de 1960, o país era um dos mais pobres países da região, com menor desenvolvimento. Da década de 1980 até o presente, a Coreia do Sul se transformou em um país desenvolvido, com renda alta e elevados valores de IDH e de PIB per capita. O progresso de Taiwan seguiu o mesmo rumo.

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TIGRES ASIÁTICOS

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tigres_asi%C3%A1ticos

• No final da década de 1990, as exportações chegavam a 202% do PNB (produto nacional bruto) em Singapura e a 132% em Hong Kong. O índice de crescimento era alto nos tigres, e, a despeito da crise asiática, a população tinha um alto nível de alfabetização e a economia girava em torno da construção naval, produtos têxteis, petroquímicos e equipamentos elétricos.

• O crescimento mais notável ocorreu principalmente na economia de entrepostos. Hong Kong, graças à economia de mercado puro e, apesar de sobrecarregada pelas desvantagens do colonialismo (anteriormente existente enquanto colônia britânica), elevou sua renda per capita para cerca de seis vezes mais que a da República Popular da China.

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TIGRES ASIÁTICOS

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tigres_asi%C3%A1ticos

• Os Tigres compartilham muitas características com outras economias asiáticas, como Japão e China. Iniciaram o que passou a ser visto como uma particular aproximação asiática do desenvolvimento econômico. Alguns desses países estavam na década de 1960 com indicadores sociais semelhantes a de países africanos altamente estagnados; as principais transformações basearam-se em acesso à educação e criação de infra-estrutura de transportes (fundamental para a exportação competitiva).

• Com o tempo, o termo Tigre tornou-se sinônimo de nação que alcançou o crescimento com um modelo econômico voltado para exportação. Recentemente, nações do Sudeste asiático, como Indonésia, Malásia, Filipinas e Tailândia também passaram a ser consideradas Tigres formando assim os Tigres Asiáticos de Segunda Geração ou os Novíssimos Tigres Asiáticos.

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TIGRES ASIÁTICOSTailândia

https://almanaque.abril.com.br/materia/tailndia-1463

CRISE ASIÁTICA. Em 1997, a Tailândia enfrenta uma onda de falências, e ogoverno gasta 30 bilhões de dólares para proteger sua moeda, sem sucesso.A crise assusta os investidores e se alastra pelo Sudeste Asiático.

O país acerta com o Fundo Monetário Internacional (FMI) um empréstimo de17,2 bilhões de dólares. Para receber o dinheiro, eleva os juros, reduz gastospúblicos e privatiza empresas estatais.

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TIGRES ASIÁTICOSMalásia

https://almanaque.abril.com.br/materia/malasia-1474

CRISE FINANCEIRA. Em 1997, a economia é abalada pela crise no SudesteAsiático. O ministro das Finanças, Anwar Ibrahim, anuncia um programa deausteridade e reforma no sistema financeiro. Em 1998, o governo abandona aausteridade, centraliza o câmbio e dificulta a saída de capital estrangeiro. Anwar édemitido, e inicia-se uma crise política. Acusado de corrupção e homossexualismo(considerado crime no país), é preso após liderar manifestação contra o governo.Ele é condenado em 1999 a seis anos de prisão por corrupção. O aumento dosgastos públicos com infraestrutura e a ampliação das exportações dão fôlego àeconomia.

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TIGRES ASIÁTICOSCoréia do Sul

https://almanaque.abril.com.br/materia/coria-do-sul-1378

CRISE FINANCEIRA. Em 1997, a nova legislação trabalhista, que acaba coma estabilidade e permite redução salarial e contratações temporárias, provocaprotestos. Em outubro, a crise financeira no Sudeste Asiático atinge aeconomia sul-coreana. A Bolsa de Seul registra quedas vertiginosas, e amoeda nacional, o won, desvaloriza-se fortemente. O país recorre ao FundoMonetário Internacional (FMI). Em dezembro, o oposicionista Kim Dae-Jongvence as eleições presidenciais.

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TIGRES ASIÁTICOSIndonésia

https://almanaque.abril.com.br/materia/indonsia-1408

DITADURA. Suharto dirige ditatorialmente o país e cria o SecretariadoConjunto de Grupos Funcionais (Golkar) – na prática, o partido governista. OGolkar conquista a maioria no Parlamento em 1971, nas primeiras eleiçõesgerais desde 1955. Suharto vence as disputas eleitorais seguintes, graças aum rígido controle das instituições sociais e políticas. O governo favorece osnegócios ligados a familiares e amigos de Suharto. A expansão da economia éabalada em 1997 pela crise financeira na região, e o governo negocia com oFundo Monetário Internacional (FMI) um empréstimo de 42 bilhões de dólares.

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CRISE DA ÁSIACronologia

• Janeiro/97– A Hanbo Steel, uma das grandes chaebol¹ coreanas, abre

falência sob o peso de uma dívida de cerca de 6 bilhões de US$. Trata-se da primeira vez, em dez anos, que uma das grandes empresas coreanas se vê obrigada a fechar.

• Fevereiro/97– 5 /02: A Somprasong é a primeira empresa tailandesa a

falhar um pagamento da sua dívida externa • Março/97

– 10 /03: O governo tailandês promete apoio às empresas financeiras com forte exposição a dívidas do sector imobiliário mas depois recua nesta sua intenção. Michel Camdessus, Director do FMI, declara: "Não vejo razões para que esta crise se agrave"

• Maio/97– início de Maio - preocupados com a queda do yen,

responsáveis japoneses declaram que talvez seja necessário aumentar as taxas de juro. Isto não se concretiza mas foi um dos primeiros sinais de que a crise estava à porta. Em resultado, muitos investidores começaram a vender moedas do Sudeste Asiático

– 14-15/05: O baht tailandês, o "elo mais fraco" das moedas da região devido ao fraco desempenho da economia, é atacado pelos especuladores. O banco central, com a ajuda da Autoridade Monetária de Singapura, procura resistir ao ataque

– 23 /05: Finance One, a principal empresa financeira da Tailândia, declara falência

• Junho/97– 27/06: O banco central da Tailândia suspende a atividade

de 16 empresas financeiras do país que sofrem de uma grave falta de liquidez

• Julho/97– 02/07: o baht (moeda tailandesa), passaria a flutuar, ao

que se seguiu sua desvalorização imediata em 15%. [Wikipedia, Crise financeira asiática de 1997]

– 02/07: O Banco da Tailândia anuncia a entrada do bahtnum regime de taxa flutuante administrada e pede "assistência técnica" ao Fundo Monetário Internacional. Esta data é considerada como a do verdadeiro início da crise

– 14/07: O FMI oferece apoio de cerca de US$ 1,1 bilhões às Filipinas. O Bank Negara, banco central da Malásia, abandona a defesa da cotação do ringgit

– 17/07: A Autoridade Monetária de Singapura desvaloriza o dólar do país

– 24/07: grande agitação dos mercados cambiais. O ringgitatinge o seu valor mais baixo dos últimos 38 meses e o primeiro ministro, Mahatir, culpa os especuladores. O dólar de Hong Kong (HKD) mantém a sua cotação mas à custa do gasto de cerca de US$ 1 bilhão pela Autoridade Monetária de Hong Kong para defender o "peg" com o dólar americano à taxa corrente e que já dura há mais de uma década

– 28/07: A Tailândia pede ajuda financeira ao FMI

• Agosto/97– 15/08: Os especuladores voltam a atacar o HKD. As taxas

de juro do mercado overnight aumentam 150 pontos base num dia. A bolsa de valores cai significativamente

– 20 /08: O FMI aprova um pacote financeiro de US$ 17,2 biliões para apoio à Tailândia

– 23/08: O primeiro ministro malaio acusa George Soros de estar por detrás dos ataques especulativos às moedas da região

http://pascal.iseg.utl.pt/~cesa/cronol22.html

¹ Chaebol (ou Jaebol, Jaebeol; AFI: ['ʨɛːbəl]) é o termo coreano que define um conglomerado de empresas em torno de uma empresa-mãe, normalmente controladas por famílias, tais como Samsung, Hyundai e LG . [http://pt.wikipedia.org/wiki/Chaebol]

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CRISE DA ÁSIACronologia

• Setembro/97– 20/09: No decurso das reuniões do Banco Mundial

e do FMI em Hong Kong, Mahatir declara que o comércio de divisas é imoral e que deveria ser banido; estas deveriam ser utilizadas apenas para as operações ligadas ao comércio internacional de bens e serviços

– 21/09: George Soros acusa o primeiro ministro Mahatir de ser uma ameaça para o seu próprio país, a Malásia

• Outubro/97– 8/10: A Indonésia declara que irá pedir o apoio

financeiro do FMI – 20-23/10: A bolsa de Hong Kong sofre a maior

quebra de sempre, perdendo o índice Hang Sengcerca de 1/4 do seu valor em quatro dias. A desvalorização do dólar de Taiwan na semana anterior lança cada vez mais dúvidas sobre a capacidade de Hong Kong manter o seu câmbio em relação ao dólar americano (cerca de HKD 7,7/US$).

– 30/10: Os especuladores viram-se para a América Latina, provocando grandes perdas no Brasil e na Argentina

– 31/10: O FMI aprova um pacote financeiro de US$ 23 bilhões para a Indonésia

• Novembro/97– 6/11: Camdessus declara que está convencido de

que a Coreia do Sul será poupada à crise que abalou os países do Sudeste Asiático

– 8/11: Preocupações sobre a estabilidade do câmbio do won levam os investidores estrangeiros a vender cerca de US$ 70 bilhões de títulos na manhã deste dia (sábado)

– 17/11: O banco central da Coreia abandona a defesa do won, fazendo este ultrapassar a barreira psicológica dos 1.000 won/US$ . Esta quebra trouxe consigo uma nova descida da maioria das moedas da região

– 21/11: A Coreia declara que vai pedir apoio financeiro ao FMI

• Dezembro/97– 4/12: É assinado o acordo que permite ao FMI

emprestar à Coreia do Sul cerca de US$ 57 bilhões --- o maior de sempre desta organização financeira internacional

– 8/12: o governo da Malásia aprova um conjunto de medidas de austeridade para o país mas continua a declarar que não precisa do apoio do Fundo.

http://pascal.iseg.utl.pt/~cesa/cronol22.html

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CRISE DA ÁSIACronologia

• Janeiro/97– A Hanbo Steel, uma

das grandes chaebol¹ coreanas, abre falência sob o peso de uma dívida de cerca de 6 bilhões de US$. Trata-se da primeira vez, em dez anos, que uma das grandes empresas coreanas se vê obrigada a fechar.

http://pascal.iseg.utl.pt/~cesa/cronol22.html

¹ Chaebol (ou Jaebol, Jaebeol; AFI: ['ʨɛːbəl]) é o termo coreano que define um conglomerado de empresas em torno de uma empresa-mãe, normalmente controladas por famílias, tais como Samsung, Hyundai e LG . [http://pt.wikipedia.org/wiki/Chaebol]

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CRISE DA ÁSIACronologia

• Janeiro/97– 03/01: Argentina - Inflação de 1996 é a

menor em 51 anos• O Instituto Nacional de Estatística e Censos

(Indec), órgão que mede o índice inflacionário na Argentina, divulga, em 3/1, que o país termina 1996 com uma inflação de 0,5%. É a mais baixa dos últimos 51 anos. O desemprego, no entanto, é alto: atinge 17,3% da população economicamente ativa.

– 08:01 - Transportes - Cabotagem tem novas regras

• A lei que cria novas normas para a navegação de cabotagem - aquela feita só entre os portos do país - é sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso em 8/1. As empresas nacionais poderão fretar embarcações estrangeiras e contratar tripulações de outros países. Antes dessa modificação, a navegação de cabotagem era privativa de embarcações nacionais.

– 23/01: Política fiscal - Entra em vigor a CPMF

• A contribuição provisória sobre movimentação financeira (CPMF) entra em vigor no dia 23/1 e deverá ser usada para financiar o sistema de saúde do país. O novo imposto, cuja alíquota de 0,20% incide sobre saques, transferências e aplicações financeiras, foi aprovado pela Câmara dos Deputados em 24/7/1996 depois de um grande empenho do ex-ministro da Saúde Adib Jatene.

– Dívida interna - Cresce dívida em títulos• Segundo balanço feito em janeiro, a dívida

mobiliária (em títulos) do governo federal cresce 62,4% em um ano, passando de R$ 108,486 bilhões no fim de 1995 para R$ 176,173 bilhões no fim de 1996. Isso significa uma dívida equivalente a 22,73% do PIB, contra 15,58% em 1995. Uma das causas desse aumento é a emissão de títulos feita pelo governo para diminuir a quantia circulante, aumentada por empréstimos como os do Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional) e pela entrada de investimentos do exterior.

https://almanaque.abril.com.br/retrospectivas

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• Fevereiro/97– 5 /02: A Somprasong é

a primeira empresa tailandesa a falhar um pagamento da sua dívida externa

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CRISE DA ÁSIACronologia

• Fevereiro/97– 15/02: OMC - Organização firma acordo

para abertura do mercado de telecomunicações

• 68 países-membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) firmam um compromisso de liberalizar o mercado mundial de telecomunicações. Pelo acordo, os signatários prometem abrir, em diferentes graus, seu mercado de telecomunicações ao capital externo. O Canadá, por exemplo, limita em 46,7% a propriedade estrangeira de meios de comunicação, enquanto o Japão restringe a 20%. Espanha, Portugal e Itália inicialmente recusam-se a acabar com seus monopólios estatais até 2000, mas aderem ao prazo de janeiro de 1998, quando o acordo entrará em vigor nos 15 primeiros países. Os demais têm um período de 7 anos para realizar a abertura.

– 20/02 - Sistema financeiro - Banco do Brasil tem prejuízo em 1996

• o Banco do Brasil anuncia que teve o maior prejuízo de sua história em 1996: R$ 7,525 bilhões. Concentrado no primeiro semestre do ano, esse déficit se deve em sua maior parte a empréstimos não pagos que foram cobertos com patrimônio do banco. Com o enxugamento do número de funcionários - que passou de 100 mil para 83 mil - e regras mais rígidas para a concessão de empréstimos, o BB conseguiu ter lucro de R$ 225 milhões no segundo semestre.

– 25-27/02: ALCA - Divergências marcam reunião do Recife

• Entre os dias 25 e 27/2 ocorre a 2ª Reunião de Vice-Ministros de Comércio dos 34 países da América que deverão integrar a Área de Livre-Comércio das Américas (Alca), no Recife (PE). O encontro é marcado por divergências entre os EUA e os países do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) sobre o ritmo e os limites da abertura econômica. Enquanto os EUA têm pressa na expansão de seu mercado consumidor, o Brasil e seus parceiros comerciais preferem consolidar e expandir o Mercosul para então negociar, em condições mais favoráveis, a integração na Alca. Esses países consideram também que seus setores produtivos ainda não estão preparados para novo choque de abertura comercial. A idéiada criação da Alca surge em Miami durante a Reunião de Cúpula das Américas, em 1994, na qual participaram os chefes de Estado de todos os países do continente (exceto Cuba). Nesse encontro, agendou-se para 2005 a eliminação das barreiras alfandegárias entre os países da região. Também ficou acertado que os ministros de Comércio Exterior dos 34 subscritores da Alca deverão se encontrar anualmente para dar prosseguimento às negociações. A próxima reunião está prevista para maio, em Belo Horizonte.

https://almanaque.abril.com.br/retrospectivas

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CRISE DA ÁSIACronologia

• Março/97– 10 /03: O governo

tailandês promete apoio às empresas financeiras com forte exposição a dívidas do sector imobiliário mas depois recua nesta sua intenção. Michel Camdessus, Diretor do FMI, declara: "Não vejo razões para que esta crise se agrave"

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CRISE DA ÁSIACronologia

• Março/97– 06/03: Alemanha - Desemprego é

recorde no país• Pesquisas oficiais do governo alemão

revelam, em 6/3, que o índice de desemprego no país em fevereiro é de 12,2% da mão-de-obra economicamente ativa, o que equivale a 4,672 milhões de alemães. Desde a ascensão do nazismo nos anos 30, a Alemanha não apresenta níveis de desemprego nessa proporção.

– 07/03: União Européia - Trabalhadores da Renault protestam em quatro países

• Em 7/3, centenas de funcionários das fábricas da Renault na Bélgica, França, Espanha e em Portugal param por uma hora em protesto contra o fechamento, previsto para julho, da unidade de Vilvorde, na Bélgica. Manifestam-se também contra a redução planejada de 2.764 empregos na Renault francesa, durante 1997. Funcionários belgas da Volkswagen, Volvo, Opel e Ford aderem à greve em solidariedade. No domingo, 16/3, sindicatos belgas reúnem cerca de 70 mil pessoas numa marcha em Bruxelas, capital belga, contra o fechamento da fábrica de Vilvorde e pela criação de mais empregos.As demissões e fechamentos de fábricas na Europa fazem parte da reestruturação da empresa após sua privatização em julho de 1996. A nova direção alega que as medidas visam enfrentar a abertura do mercado em 2000, quando companhias coreanas e japonesas entrarão nos países da União Européia sem nenhuma restrição. Por outro lado, os planos da Renault incluem a instalação de fábricas no Brasil e sua consolidação no Mercosul.

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CRISE DA ÁSIACronologia

• Maio/97– início de Maio - preocupados com a

queda do yen, responsáveis japoneses declaram que talvez fosse necessário aumentar as taxas de juro. Isto não se concretizou mas foi um dos primeiros sinais de que a crise estava à porta. Em resultado, muitos investidores começaram a vender moedas do Sudeste Asiático

– 14-15/05: O baht tailandês, o "elo mais fraco" das moedas da região devido ao fraco desempenho da economia, é atacado pelos especuladores. O banco central, com a ajuda da Autoridade Monetária de Singapura, procura resistir ao ataque

– 23 /05: Finance One, a principal empresa financeira da Tailândia, declara falência

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CRISE DA ÁSIACronologia

• Maio/97– 06-16/05: Comércio exterior - Reunião da Alca

termina sem data para redução das tarifas de importação

• Realizou-se em Belo Horizonte (MG) a terceira reunião ministerial para discutir a criação da Área de Livre-Comércio para a América (Alca). O documento final do encontro - a Declaração de Belo Horizonte - não fixa data para a queda das tarifas comerciais entre os 34 países participantes do continente americano. A disputa foi acirrada entre a delegação brasileira, apoiada pelos parceiros do Mercosul, e a norte-americana, que defendia a redução das tarifas de importação já para o próximo ano. Segundo o ministro da Indústria e do Comércio do Brasil, Francisco Dorneles, a redução a curto prazo poderia prejudicar a indústria nacional e diminuir o nível de emprego, pois atualmente os produtos brasileiros não podem competir em preço ou qualidade com os norte-americanos. A Declaração de Belo Horizonte reafirma acordos anteriores que prevêem a criação da Alca até 2005 e garante a continuidade de acordos regionais como o Mercosul, mesmo depois disso. Todas as decisões na Alca deverão ser tomadas por unanimidade ( single understanding) e obedecer as normas estabelecidas pela Organização Mundial de Comércio (OMC).

– 06/05: Privatização - Companhia Vale do Rio Doce é vendida por R$ 3,3 bilhões

• O consórcio liderado pela Companhia Siderúrgica Nacional, com a participação dos bancos Bradesco, Citibank, Opportunity e NationsBank e de fundos de pensão nacionais, compra a Companhia Vale do Rio Doce por R$ 3,3 bilhões, em 6/5. O outro consórcio a participar do leilão era liderado pela Votorantin. O Tesouro Nacional fica com R$ 1,55 bilhão e o restante do dinheiro deverá ser usado para financiar, com juros de mercado, atividades de empresas privadas na área de mineração e para pagar a comissão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pela administração da privatização.

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CRISE DA ÁSIACronologia

• Junho/97– 27/06: O banco central

da Tailândia suspende a atividade de 16 empresas financeiras do país que sofrem de uma grave falta de liquidez

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CRISE DA ÁSIACronologia

• Junho/97– 06/06: Estados Unidos - País registra menor taxa de

desemprego desde 1973• O Departamento de Trabalho norte-americano divulga em 6/6

que a taxa de desemprego de maio é de 4,8% - a menor já registrada desde outubro de 1973. As maiores ofertas de trabalho foram na área de serviços, principalmente em hotéis e restaurantes. É o quarto mês consecutivo de redução no número de trabalhadores sem emprego em um país cuja economia cresce há 6 anos.

– 15/06: Bloco econômico - Países islâmicos formam grupo de cooperação

• Representantes do governo de Turquia, Bangladesh, Egito, Indonésia, Irã, Malásia, Paquistão e Nigéria anunciam em Istambul, em 15/6, a criação de um grupo de cooperação econômica, batizado de D-8 ("D" de desenvolvimento). O objetivo é aumentar a colaboração entre os países-membros em áreas como finanças, investimentos, privatizações, alta tecnologia, transporte e telecomunicações.

– 19/06: Tailândia - Renúncia de ministros aumenta crise no mercado

• A crise cambial que atinge a Tailândia desde o início de maio se agrava em 19/6 com a renúncia dos ministros das Finanças, Amnuay Viravan, e do Comércio, Narongchai Akrasanee: o baht, a moeda do país, se desvaloriza em 9,6%, atingindo o nível mais baixo dos últimos 20 anos ao ser cotado em 26,85 por dólar. Em 20/6, o primeiro-ministro Chavalit Youngchaiyudhanuncia como novo ministro das Finanças o banqueiro Thanong Bidaya, que presidia o Thai Military Bank, sexto maior banco comercial do país. A escolha foi vista com reservas no mercado internacional porque o ThaiMilitary Bank enfrenta sérios problemas com empréstimos a empresas em dificuldades financeiras. Já no mercado interno, a rápida indicação do novo ministro foi bem recebida, provocando uma elevação de 15,48 pontos na Bolsa de Bangoc. Para evitar o colapso no sistema financeiro tailandês, em 28/6 a equipe econômica liderada pelo ministro Bidaya obriga 16 companhias financeiras a suspender suas atividades e a apresentar no prazo de 30 dias um programa de saneamento. Caso contrário, serão incorporadas por empresas rivais mais estáveis e de maior porte. A crise na Tailândia tem suas raízes na valorização artificial do baht. Nos últimos anos, a moeda tailandesa esteve ancorada num conjunto de moedas fortes, principalmente o dólar. Essa valorização foi benéfica enquanto as exportações de borracha e legumes, base da economia do país, iam bem. Nos últimos anos, porém, a balança comercial se inverteu e a Tailândia passou a importar mais. Com isso, o déficit nas contas externas atingiu 7,5% do PIB, e o governo decide liberar o câmbio. O resultado foi uma desvalorização recorde da moeda, lembrando a crise do México de 1994. O governo faz ajustes na economia, como a elevação da taxa de juros.

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• Julho/97– 02/07: o baht (moeda tailandesa), passaria a

flutuar, ao que se seguiu sua desvalorização imediata em 15%. [Wikipedia, Crise financeira asiática de 1997]

– 02/07: O Banco da Tailândia anuncia a entrada do baht num regime de taxa flutuante administrada e pede "assistência técnica" ao Fundo Monetário Internacional. Esta data é considerada como a do verdadeiro início da crise

– 14/07: O FMI oferece apoio de cerca de US$ 1,1 bilhões às Filipinas. O Bank Negara, banco central da Malásia, abandona a defesa da cotação do ringgit

– 17/07: A Autoridade Monetária de Singapura desvaloriza o dólar do país

– 24/07: grande agitação dos mercados cambiais. O ringgit atinge o seu valor mais baixo dos últimos 38 meses e o primeiro ministro, Mahatir, culpa os especuladores. O dólar de Hong Kong (HKD) mantém a sua cotação mas à custa do gasto de cerca de US$ 1 bilhão pela Autoridade Monetária de Hong Kong para defender o "peg" com o dólar americano à taxa corrente e que já dura há mais de uma década

– 28/07: A Tailândia pede ajuda financeira ao FMI

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Page 31: Crise financeira asiática de 1997

CRISE DA ÁSIACronologia

• Julho/97– 02/07: Tailândia - Moeda perde

estabilidade• Pressionada pelo déficit de 7,5% do PIB nas

contas externas, a Tailândia deixou que moeda nacional, o baht, flutuasse livremente, em 2/7, depois de 13 anos ancorada a uma cesta de moedas fortes. Em 2 dias, o baht caiu 17,5%. Nos 3 dias úteis que se seguiram, a Bolsa de Bangcoc valorizou 24% e houve elevação da taxa de juros. As reservas do país, entretanto, baixaram a US$ 16 bilhões.

• Em 28/7, Rerngchai Marakanond, presidente do Banco Central tailandês, pede demissão. Ele fora um dos defensores da estabilidade do baht. O Fundo Monetário Internacional (FMI) e os bancos centrais de outros países asiáticos oferecem ajuda para conter a crise.

• Em 29/7, o Ministério das Finanças faz pedido formal de empréstimo ao FMI, que envia um diretor para negociar em Bangcoc. Na avaliação de banqueiros asiáticos e europeus, a Tailândia precisa de um aporte de US$ 10 bilhões a US$ 20 bilhões para saldar seus compromissos.

– 11/07: França - Socialistas reorientam privatizações

• O governo socialista de Lionel Jospin suspende o processo de privatização da empresa de eletrônica militar Thomson-CSF, em 11/7, e anuncia que irá estimular a formação, com a empresa, de um pólo francês de eletrônica profissional e defesa.

• Em 18/7, o governo reinicia consultas visando privatizar parcialmente a estatal de telecomunicações, France Télécom.

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• Julho/97– 18/07: Argentina - Cai índice de

desemprego no país• Os dados semestrais da Argentina,

levantados em maio último e divulgados em 18/7, revelam queda na taxa de desemprego, que atinge 16,1% da população economicamente ativa, com pequena melhora em relação ao índice de 17,3% verificado 6 meses antes.

• Em 3/7, o governo argentino anuncia que o plano econômico em vigor entrará na etapa de reforma trabalhista.

– 24/07: ASEAN - Reunião de cúpula• O premiê da Malásia, Mahathir

Mohamad, acusa o Ocidente de atacar as economias dos países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), desestabilizando suas moedas. A acusação é feita na abertura da reunião de ministros da Asean, que tem início em 24/7, em Kuala Lumpur, capital da Malásia.

• Em 23/7, Mianmá e Laos integram a organização, que passa a contar com 9 países-membros. Os EUA criticam a admissão de Mianmá devido às denúncias de desrespeito aos direitos humanos. A admissão do Camboja é suspensa devido ao golpe de Estado, em 5/7, liderado pelo general Hun Sen, que compartilhava o cargo de primeiro-ministro com o príncipe Norodom Ranariddh.

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• Agosto/97– 15/08: Os especuladores

voltam a atacar o HKD. As taxas de juro do mercado overnight aumentam 150 pontos-base num dia. A bolsa de valores cai significativamente

– 20 /08: O FMI aprova um pacote financeiro de US$ 17,2 biliões para apoio à Tailândia

– 23/08: O primeiro ministro malaio acusa George Soros de estar por detrás dos ataques especulativos às moedas da região

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• Agosto/97– 11/08: Tailândia - FMI e Japão anunciam empréstimo

para recuperar a economia• Em 11/8, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o governo

do Japão anunciam a concessão de empréstimo de US$ 16 bilhões à Tailândia. A quantia será utilizada para sustentar as reservas internacionais do país, que foram reduzidas para defender sua moeda, o bath, do ataque especulativo. A ajuda pode ainda chegar a US$ 20 bilhões, com a cooperação de bancos comerciais privados; o governo tailandês prepara ajuste fiscal para obter auxílio do FMI e dos países vizinhos. Das 91 companhias financeiras do país, 42 fecharam após a crise. A desvalorização da moeda tailandesa já soma 25% desde 2/7, e a crise cambial alastrou-se para outros países do Sudeste Asiático.

– 11/08: Tigres asiáticos - Crise cambial atinge Malásia -Indonésia - Cingapura e Coréia do Sul

• A moeda da Malásia, o ringgits, sofre desvalorização, com queda de 3,5% em 11/8, cotação mais baixa dos últimos 3 anos. Desde o início da crise cambial no Sudeste Asiático, no começo de julho, a moeda da Malásia já desvalorizou em 11%. A razão imediata da desvalorização é o ataque especulativo de investidores internacionais, o que também ocorre com as moedas de outros países do Sudeste Asiático.

• Também a Indonésia é forçada a adotar, em 14/8, o sistema de flutuação livre de sua moeda, a rupia, decisão tomada após a cotação do dólar romper o teto de 2,8 mil rupias que o banco central do país vinha tentando defender com seguidas intervenções no mercado. A desvalorização da rupia chega a 15% desde o início da crise em julho. O ataque especulativo de investidores internacionais atinge ainda o peso filipino e o dólar de Cingapura.

• Em 19/8, a moeda sul-coreana, o won, tem sua pior cotação de todos os tempos: 900 unidades por dólar norte-americano.

• Todas as principais bolsas de valores do mundo fecham em baixa em 29/8, após a segunda desvalorização das ações do Sudeste Asiático. A Bolsa de Cingapura chega a cair 6% e a de Hong Kong termina a semana com queda de 5%. O peso filipino, a rúpia indonésia e o bath tailandês voltam a ter recordes de desvalorização. O mercado de câmbio é atingido pela insegurança generalizada dos investidores estrangeiros.

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• Setembro/97– 20/09: No decurso das

reuniões do Banco Mundial e do FMI em Hong Kong, Mahatir declara que o comércio de divisas é imoral e que deveria ser banido; estas deveriam ser utilizadas apenas para as operações ligadas ao comércio internacional de bens e serviços

– 21/09: George Soros acusa o primeiro ministro Mahatirde ser uma ameaça para o seu próprio país, a Malásia

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• Setembro/97– 08/09: Estados Unidos - País registra déficit recorde na

balança comercial• Cifras anunciadas em 8/9 revelam que julho registra o maior

déficit em bens e serviços desde janeiro nos EUA - US$ 10,344 bilhões. Há recorde de importações, principalmente de carros japoneses e de brinquedos chineses (já em função do Natal), e queda nas exportações. O total de importações de bens e serviços aumenta 1,15%, para 87,725 bilhões, e as exportações do mês caem 1,4%, para US$ 77,381 bilhões.

– 10/09: Alemanha - Desemprego é o maior desde o pós-guerra

• Anuncia-se em 10/9 que 49 mil alemães perderam o emprego em julho, aumentando para 4,46 milhões o número de desempregados no país, o maior desde o pós-guerra. O fenômeno é decorrente dos problemas do mercado de trabalho do leste da Alemanha, atingido por severa crise no setor da construção. Especula-se em Bonn que a arrecadação para novembro mostrará novo déficit, de 10 bilhões de marcos alemães (US$ 5,5 bilhões), o que dificultará ainda mais o cumprimento da meta de um déficit de 3% do PIB. Esse é o limite estabelecido pelo Tratado de Maastricht para que um país possa aderir à planejada moeda única européia, o euro.

– 11/09: Japão - PIB encolhe no segundo trimestre• A Agência de Planejamento Econômico anuncia em 11/9 que o

PIB japonês, no segundo trimestre do ano, registra queda real de 2,9%, descontada a inflação. Essa baixa é atribuída à contração do consumo após a elevação, em abril, de 3 para 5% do imposto sobre a venda direta ao consumidor. O consumo familiar recua 5,7%, enquanto no setor da construção civil a queda é de 11,5%. Isso ocorre no momento em que o superávit sobe 63%, atingindo 906 bilhões de ienes. Como conseqüência, prevê-se intensificação das pressões americanas para que seja aumentada a demanda interna japonesa e restringido o crescimento econômico baseado na exportação. À cotação de 12/9 (119 ienes por dólar), o superávit total da conta corrente é de US$ 7,61 bilhões, enquanto o do intercâmbio de mercadorias é de US$ 8,7 bilhões.

– 30/09: Sistema financeiro - Liminar obriga ressarcimento de contas não-cadastradas

• Decisão da 10ª Vara Federal de São Paulo, proferida pela juíza Rosane Ferri, concede liminar em 30/9 que obriga os 17 maiores bancos brasileiros a devolver a clientes cerca de R$ 165 milhões em tarifas cobradas de contas não-cadastradas. O dinheiro devolvido é relativo a 5,4 milhões de contas de titulares desconhecidos, que possuem depósitos no valor total de R$ 1 bilhão, mas que não efetuaram o recadastramento em 1994. Uma lei dos anos 50 determina que o dinheiro abandonado em contas bancárias pertence ao governo, mas o dinheiro só é considerado sem dono após 25 anos.

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• Outubro/97– 8/10: A Indonésia declara que irá

pedir o apoio financeiro do FMI – 20-23/10: A bolsa de Hong Kong sofre

a maior quebra de sempre, perdendo o índice Hang Seng cerca de 1/4 do seu valor em quatro dias. A desvalorização do dólar de Taiwan na semana anterior lança cada vez mais dúvidas sobre a capacidade de HongKong manter o seu câmbio em relação ao dólar americano (cerca de HKD 7,7/US$).

– 30/10: Os especuladores viram-se para a América Latina, provocando grandes perdas no Brasil e na Argentina

– 31/10: O FMI aprova um pacote financeiro de US$ 23 bilhões para a Indonésia

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• Outubro/97– 20/10: Tailândia - Ministério renuncia em

massa na Tailândia• Diante de uma das mais graves crises econômicas

da história da Tailândia, os 48 integrantes do gabinete ministerial entregam seus cargos, em 20/10, para que o primeiro-ministro, ChavalitYongchaiyudh, possa formar um novo governo. Entre os demissionários está o ministro das Finanças, Thanong Bidaya, mentor do programa de ajuste acertado com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

• Em 21/10, a moeda tailandesa, o bath, chega a ser negociada a US$ 38,70 por dólar americano - um recorde histórico de baixa. No mesmo dia, milhares de manifestantes cercam o palácio do governo para exigir a saída do primeiro-ministro. O Banco de Desenvolvimento Asiático rebaixa em cerca de 4 pontos as estimativas de crescimento para a Tailândia. Segundo a instituição, os efeitos da crise cambial no Sudeste Asiático serão sentidos até o fim do século.

– 23/10: Hong Kong - Bolsa tem a maior queda da história

• Em uma das mais sérias crises financeiras ocorridas desde 1929, o Hang Seng, o índice mais representativo da Bolsa de Valores de Hong Kong, cai 10%, em 23/10, repercutindo em vários pontos do mundo. A queda da Bolsa de Hong Kong, considerado um dos mais estáveis Tigres Asiáticos, insere-se no âmbito da ampla crise que vem afetando o sudeste da Ásia desde junho deste ano, quando investidores estrangeiros retiraram o capital aplicado na Bolsa de Valores da Tailândia e apostaram na desvalorizaçao da moeda nacional, o bath - até então supervalorizada. A mesma tática foi aplicada na Malásia, na Indonésia e nas Filipinas - provocando queda nas bolsas locais -, e também seria adotada em Hong Kong. A ex-colônia britânica, no entanto, tem reservas internacionais de 90 bilhões de dólares, o que permitiu que o governo local reagisse à especulação da moeda, elevando os juros de 7% ao ano para mais de 200%, de 23/10 para 24/10. Em 25/10 , os juros já haviam baixado para 50% ao ano - ainda altos para os padrões locais -, mas, com essa estratégia, o governo atraiu dólares e prejudicou o especulador, salvando a moeda. A queda da Bolsa de Hong Kong também se deve ao fato de o valor das ações naquela região ser "inchado" pela especulação.

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CRISE DA ÁSIACronologia

• Outubro/97– 23/10: Coréia do Sul - Montadoras são

estatizadas• O governo sul-coreano anuncia, em 23/10,

que as empresas automobilísticas Kia Motors Corporation e Asia Motors Company, subsidiárias do grupo Kia (em concordata), serão estatizadas por não conseguirem resolver sua crise de endividamento. Uma vez regularizada a situação das empresas, o governo planeja revendê-las à iniciativa privada, provavelmente da própria Coréia do Sul.

– 24/10: Globalização - Crise no Sudeste Asiático repercute em todos os grandes mercados do mundo

• O fenômeno da globalização se fez sentir com todo o seu peso em outubro, quando a queda nas bolsas de valores do sudeste da Ásia causou o chamado "efeito cascata" em vários pontos do globo. Em Londres, por exemplo, a bolsa local - tradicionalmente estável - cai 3,06% em 24/10.

• Queda das bolsas no mundo:– Hong Kong: -10,41%– São Paulo: -8,15%– Manila: -5,01%– Buenos Aires: -4,88%– Cingapura: -4,70%– Frankfurt: -4,66%– Cidade do México: -4,54%– Paris: -3,42%– Londres: -3,06%– Tóquio: -3,03%– Nova York: -2,30%– Jacarta: -2,20%.

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• Novembro/97– 6/11: Camdessus declara que está

convencido de que a Coreia do Sul será poupada à crise que abalou os países do Sudeste Asiático

– 8/11: Preocupações sobre a estabilidade do câmbio do won levam os investidores estrangeiros a vender cerca de US$ 70 bilhões de títulos na manhã deste dia (sábado)

– 17/11: O banco central da Coreia abandona a defesa do won, fazendo este ultrapassar a barreira psicológica dos 1.000 won/US$ . Esta quebra trouxe consigo uma nova descida da maioria das moedas da região

– 21/11: A Coreia declara que vai pedir apoio financeiro ao FMI

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• Novembro/97– 1º/11: Indonésia - Pacote acertado com FMI

não tranquiliza mercado• Como parte do acordo fechado com o FMI para

obter uma ajuda de US$ 23 bilhões, o governo da Indonésia determina, em 1/11, o fechamento de 16 bancos.

• Em 3/11, novas medidas são adotadas: redução das tarifas sobre o comércio exterior, abertura do setor de distribuição e atacado aos investidores estrangeiros e cancelamento de taxas sobre a exportação de algumas mercadorias. Banqueiros, entre os quais o filho do presidente Suharto, protestam contra o pacote e as medidas não tranqüilizam o mercado.

• Em 14/11, há uma corrida aos bancos, com milhares de correntistas sacando seus investimentos ou depósitos à vista para guardar o dinheiro em casa.

• Japão - Falência da corretora Yamaichi expõe relações com a máfia e amplia crise

– 04/11: União Européia - França entra na disputa pelo Banco Central: proposta antecipação de acordo com Mercosul

• O governo francês lança, em 4/11, a candidatura de Jean-Claude Trichet, dirigente do Banco da França, a presidente do futuro Banco Central Europeu. O anúncio tumultua o cenário, inicialmente previsto, de indicação do holandês Wim Duisenberg, presidente do Instituto Monetário Europeu, para o cargo. Este último tem apoio do governo alemão. A decisão será tomada em maio.

• Em 12/11, Manuel Marín, um dos vice-presidentes da Comissão Européia, propõe antecipar em um ano o início das negociações visando formar uma zona de livre comércio entre a União Européia (UE) e o Mercosul. A proposta é considerada uma tentativa de aproveitar o vácuo deixado pela recusa do Congresso dos EUA em aprovar o "fast track", que permitiria ao presidente Bill Clinton negociar acordos comerciais sem que os parlamentares pudessem modificá-los depois.

• Em 20 e 21/11, a UE realiza, em Luxemburgo, uma cúpula social, reunindo presidentes e primeiros-ministros de seus 15 países-membros. O objetivo é discutir propostas em relação ao problema do desemprego, que afeta 18 milhões de pessoas na Europa.

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• Novembro/97– 09/11: Tailândia - Novo Primeiro-ministro aceita acordo

feito com o FMI• Chuan Leekpai, do Partido Democrata, é indicado em 9/11

como novo primeiro-ministro da Tailândia, pelo rei ShumibolAdulyadej. Leekpai, que estava na oposição, declara concordar com os termos do acordo já firmado com o FMI, que prevê o auxílio de US$ 17,2 bilhões ao país. Leekpai afirma que sua política econômica terá como meta a estabilização do mercado financeiro, com a proteção da população dos piores efeitos da crise econômica. O ex-primeiro-ministro, ChavalitYongchaiyudh, ficou 11 meses no cargo e é apontado como responsável pela crise que atingiu a economia do país e obrigou ao acordo com o FMI.

– 10/11: Estados Unidos - Clinton pede adiamento da votação do "fast track" para evitar derrota

• O presidente dos EUA, Bill Clinton, pede o adiamento, em 10/11, da votação do "fast track", a autorização para assinar acordos comerciais sem que deputados e senadores possam emendá-los. Após intensa campanha em favor da aprovação do projeto, Clinton prefere recuar, para evitar a derrota que se anunciava. O "fast track" é considerado essencial para a implementação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas). Sem essa autorização do Congresso, Clinton não teria a confiança dos demais países do continente para fechar acordos, pois seriam passíveis de modificações posteriores por parte dos parlamentares norte-americanos. Para a aprovação, eram necessários pelo menos 150 votos do Partido Republicano e 70 do Partido Democrata. O presidente da Câmara, o republicano Newt Gingrich, assegura a Clinton 160 votos, mas entre seus próprios partidários, os democratas, os apoios não passam de 40. Isso porque há forte oposição ao projeto por parte da central sindical AFL-CIO. Os sindicatos são tradicionais aliados e doadores para os fundos de campanha do Partido Democrata. A administração Clinton espera voltar à carga pela aprovação em fevereiro ou março de 1998. O adiamento da votação não deve alterar o cronograma de implantação da Alca. Seu lançamento está previsto para abril do ano que vem, na segunda cúpula das Américas, em Santiago do Chile. O documento que será discutido na reunião está em preparação por representantes dos 34 países participantes.

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• Novembro/97– 10/11: Política fiscal - Pacote econômico reduz

verba para bolsas de estudo• O pacote econômico que o governo federal

divulga, em 10/11, corta 12,5% dos recursos previstos para 1998 para a Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A proposta inicial de orçamento para a Capes, antes do pacote, já previa uma redução de 12% nas receitas com relação a 1997, caindo dos atuais R$ 390 milhões para R$ 350 milhões. O corte levou o ministro da Educação, Paulo Renato de Souza, a anunciar, em 21/11, a suspensão da criação de 7 mil bolsas de mestrado e doutorado no próximo ano. Cada bolsista de mestrado recebe R$ 725 mensais. Quem é bolsista de doutorado ganha R$ 1.070 no Brasi e R$ 1.300 no exterior.

• Ver Pacote Fiscal:– “Crise não acabou, alerta Malan”

– 17/11: Japão - Falência da corretora Yamaichi expõe relações com a máfia e amplia crise

• O Japão enfrenta uma grave crise em seu sistema financeiro e mercado de ações.

• Em 17/11, o governo apresenta proposta de utilização de fundos em seu poder, que somam US$ 64 bilhões, para compra de ações de bancos em dificuldades. Após o anúncio, a Bolsa de Valores de Tóquio sobe 8%, interrompendo uma tendência de queda contínua desde 23/10.

• Em 18/11, novo pacote é apresentado pelo governo. Contém inúmeras medidas de desregulamentação da economia, particularmente nos setores imobiliário, aeroviário e de telecomunicações.

• Em 21/11, a centenária Yamaichi Securities Cos., quarta maior corretora do país, com ativos de US$ 100 bilhões, anuncia sua condição de insolvência. A corretora acumula rombo de US$ 23,6 bilhões, até então mascarado nos balanços.

• Em 24/11, é oficializada sua falência, a maior no Japão desde o fim da II Guerra Mundial. O efeito imediato é nova queda das bolsas em todo o mundo. O escândalo é maior porque a corretora está envolvida em pagamentos à máfia japonesa (Yakuza), cujas atividades incluem a exploração de prostituição, extorsão e tráfico de armas. A máfia está por trás de boa parte dos cerca de US$ 220 bilhões de créditos duvidosos em poder dos bancos japoneses.

• Em 25/11, a maior corretora do país, Nomura, admite em tribunal ter dado dinheiro para pagar chantagens da máfia. No mesmo dia, a Bolsa de Tóquio tem a segunda maior queda do ano (5,11%) e o iene chega ao nível mais baixo em relação ao dólar em 5 anos. Mais três instituições financeiras entram em falência em novembro além da Yamaichi: a Sanyo Securities, Hokkaido Takushoku (11º maior banco do país) e o banco regional Tokuyo City.

• Em 27/11, o Banco do Japão (Banco Central) decide injetar US$ 4 bilhões no sistema financeiro do país, procurando estancar a crise.

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• Novembro/97– 17/11: Argentina - Novo acordo com FMI prevê crédito de US$ 3

Bilhões• A Argentina e o FMI chegam em 17/11 a um novo acordo, para vigorar

até o fim de 2000. Nesse período, o país receberá US$ 3 bilhões, em desembolsos trimestrais. Na carta de intenções, o governo argentino compromete-se a conseguir a aprovação, pelo Congresso, de uma reforma fiscal integral. O governo também pretende reformar a legislação trabalhista em 1998 e privatizar o Banco de la Nación Argentina, o maior do país. Outro compromisso é a aprovação, no Congresso, da reforma do sistema judicial. A diretoria do FMI deve aprovar o acordo antes do fim do ano.

– 20/11: Malásia - Desvalorização da moeda é a maior desde 1973• O Japão enfrenta uma grave crise em seu sistema financeiro e mercado

de ações.

• Em 17/11, o governo apresenta proposta de utilização de fundos em seu poder, que somam US$ 64 bilhões, para compra de ações de bancos em dificuldades. Após o anúncio, a Bolsa de Valores de Tóquio sobe 8%, interrompendo uma tendência de queda contínua desde 23/10.

• Em 18/11, novo pacote é apresentado pelo governo. Contém inúmeras medidas de desregulamentação da economia, particularmente nos setores imobiliário, aeroviário e de telecomunicações.

• Em 21/11, a centenária Yamaichi Securities Cos., quarta maior corretora do país, com ativos de US$ 100 bilhões, anuncia sua condição de insolvência. A corretora acumula rombo de US$ 23,6 bilhões, até então mascarado nos balanços.

• Em 24/11, é oficializada sua falência, a maior no Japão desde o fim da II Guerra Mundial. O efeito imediato é nova queda das bolsas em todo o mundo. O escândalo é maior porque a corretora está envolvida em pagamentos à máfia japonesa (Yakuza), cujas atividades incluem a exploração de prostituição, extorsão e tráfico de armas. A máfia está por trás de boa parte dos cerca de US$ 220 bilhões de créditos duvidosos em poder dos bancos japoneses.

• Em 25/11, a maior corretora do país, Nomura, admite em tribunal ter dado dinheiro para pagar chantagens da máfia. No mesmo dia, a Bolsa de Tóquio tem a segunda maior queda do ano (5,11%) e o iene chega ao nível mais baixo em relação ao dólar em 5 anos. Mais três instituições financeiras entram em falência em novembro além da Yamaichi: a Sanyo Securities, Hokkaido Takushoku (11º maior banco do país) e o banco regional Tokuyo City.

• Em 27/11, o Banco do Japão (Banco Central) decide injetar US$ 4 bilhões no sistema financeiro do país, procurando estancar a crise.

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• Novembro/97– 24/11: APEC - Cúpula é realizada sob o impacto da crise

financeira na Coréia do Sul e Japão• O Foro de Cooperação Econômica da Ásia e Pacífico (Apec),

que possui 18 países-membros, realiza em 24 e 25/11 sua quinta reunião de cúpula, em Vancouver, no Canadá. O evento ocorre sob o impacto da crise das bolsas de valores, que atinge diversos países da Ásia. O pedido de ajuda da Coréia do Sul ao FMI e a quebra da corretora Yamaichi, uma das maiores do Japão, às vésperas da cúpula, ocupam as atenções dos chefes de Estado e ministros presentes.

• O presidente dos EUA, Bill Clinton, declara em 24/11 sua confiança na superação da crise da Coréia, com ajuda do FMI, e na capacidade de o Japão seguir com seu plano de desregulamentação e reforma do setor financeiro. Outras declarações, no entanto, expressam preocupação com a possibilidade de alastramento da crise para os demais países da Ásia. O comunicado final do encontro reflete a visão dos EUA, procurando tranqüilizar o mercado. O texto endossa o plano adotado na semana anterior em Manila, nas Filipinas, pelos ministros de Finanças de 14 países da Apec, que contém três pontos centrais: a adoção de políticas de ajuste por parte dos países atingidos pela crise, o apoio do FMI como um elemento decisivo e a constituição de um fundo suplementar, não quantificado, para reforçar os créditos do FMI. A área do comércio acaba relegada, no documento, a um segundo plano, devido a crise financeira. Nesse aspecto, o comunicado apóia a proposta de liberalização voluntária em 9 setores econômicos, entre 1999 e 2005, apresentada pelos ministros do Comércio e chanceleres. Há dúvidas, no entanto, de que ela avance em termos práticos, devido o pouco entusiasmo demonstrado por vários países em efetivá-la. O objetivo da Apec é estabelecer o livre comércio na região até 2020.

– 25/11: Estados Unidos - Justiça dos Estados Unidos aponta fraudadores das Bolsas de Valores

• A Justiça norte-americana desmantela em 25/11 duas organizações que praticavam fraudes na Bolsa de Nova York. Elas manipulavam o preço de ações de empresas do setor tecnológico. Dezenove pessoas são acusadas de envolvimento, entre as quais integrantes das famílias Bonano e Genovese, da Máfia. Em outro processo, 4 pessoas são acusadas pela Justiça, no mesmo dia, de roubar mais de US$ 1 bilhão em operações na Bolsa utilizando informações confidenciais.

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Page 46: Crise financeira asiática de 1997

CRISE DA ÁSIACronologia

• Novembro/97– 26/11: Política fiscal - Mantidas

verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

• Em 26/11 o governo federal desiste de usar cerca de R$ 500 milhões em verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação para abater a dívida pública. O corte, equivalente a 50% dos recursos anuais do fundo, estava determinado na Medida Provisória 1.600, do pacote fiscal do governo. O recuo aconteceu por pressão da base governista no Congresso, já que o fundo é usado para repassar verbas obrigatórias para os estados e municípios, além de financiar centenas de convênios com as prefeituras, originários das emendas de parlamentares ao orçamento.

– 27/11: Chile - Peso sofre desvalorização em função da crise asiática

• Uma corrida pela compra de dólares no mercado financeiro do Chile faz o peso fechar o dia, em 27/11, em seu nível mais baixo em relação à moeda americana desde 1994. Intervenção do Banco Central chileno, vendendo divisas para segurar a cotação, evita uma queda maior. A crise nos países asiáticos é considerada a causa da desvalorização. A Ásia é o maior mercado de exportações do Chile, movimentando cerca de US$ 20 bilhões por ano. A desvalorização das moedas do continente reduziu a competitividade dos produtos chilenos na região. Segundo o governo chileno, se a crise continua, o país deve rever suas metas para 1998.

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CRISE DA ÁSIACronologia

• Novembro/97– 30/11: Coréia do Sul - Acordo com o FMI tenta

conter a crise - mas enfrenta oposição interna• A Coréia do Sul anuncia acordo de ajuda do FMI

ao país em 30/11. Os detalhes não são divulgados, mas, segundo a rádio oficial KBS, o Fundo exige metas mais modestas de crescimento do PIB e o fechamento de 12 companhias financeiras. O volume da ajuda inicialmente pedida pelo governo sul-coreano é de US$ 20 bilhões. Especialistas dizem que a situação exigiria de US$ 60 bilhões a US$ 80 bilhões. Dentre os "tigres asiáticos", a Coréia do Sul possui a maior e mais moderna economia. Seu PIB é de US$ 450 bilhões. A crise no país afeta de forma direta a economia do mundo inteiro, dadas as intensas relações comerciais. Antes de recorrer ao FMI, o governo tenta controlar as quedas da Bolsa de Valores e crescente desvalorização da moeda local, o won, diante do dólar: 21% desde janeiro. Diversos bancos quebram.

• Em 19/11, o ministro das Finanças, Kamg KyungShik, é substituído por Lim Chang-Yuel, ex-funcionário do FMI. No mesmo dia, três medidas são anunciadas: ampliação da banda de flutuação do won de 2,25% a 10%, abertura do mercado de bônus da dívida aos investidores estrangeiros e compra de 10 trilhões de wons (cerca de US$ 10 bilhões) em créditos de liquidação duvidosa do setor bancário. O pacote é considerado insuficiente e o mercado reage mal.

– 30/11: Coréia do Sul - Acordo com o FMI tenta conter a crise - mas enfrenta oposição interna

• Em 20/11, a Bolsa de Seul, capital do país, fecha com baixa de 2,8% e o won alcança o limite de 10% de variação.

• Em 21/11, o governo reconhece a situação de insolvência e pede auxílio ao FMI, que responde com a promessa de ajuda rápida e "apoio total". Há uma forte reação interna. Emissoras de TV falam em "humilhação" e jornais qualificam a ida ao FMI como "perda de soberania econômica". Sindicatos prometem mobilizar-se contra eventuais demissões. Com isso, há novas quedas no mercado de ações.

• Em 24/11, a Bolsa fecha com o pior resultado em 10 anos, enquanto o won é mais uma vez desvalorizado, em 2,75%. As dívidas estrangeiras de curto prazo ultrapassam US$ 60 bilhões.

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CRISE DA ÁSIACronologia

• Dezembro/97– 4/12: É assinado o acordo

que permite ao FMI emprestar à Coreia do Sul cerca de US$ 57 bilhões --- o maior de sempre desta organização financeira internacional

– 8/12: o governo da Malásia aprova um conjunto de medidas de austeridade para o país mas continua a declarar que não precisa do apoio do Fundo.

http://pascal.iseg.utl.pt/~cesa/cronol22.html

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CRISE DA ÁSIACronologia

• Dezembro/97– 1º/12: Estados Unidos - Aquisição dá origem ao 13º

maior banco do país• O National City Corp, de Ohio, compra em 1/12 o First of

American Bank Corp., de Michigan, dando origem ao 13º maior banco dos EUA em ativos (US$ 75 bilhões) e o 12º em capitalizaçãp de mercado (US$ 6,1 bilhões). Avança assim o processo de compra e venda de bancos americanos. Essa onda de fusões teve início com uma reforma da legislação, permitindo a operação de bancos com ativos maiores, simultaneamente, em diversos estados. Com isso, as instituições reduzem custos, obtêm mais clientes e aumentam as margens de lucros.

– 03/12: Japão - Governo utiliza dinheiro público para tentar deter a crise

• As medidas do governo japonês para estancar a crise econômica não tranqüilizam o mercado. Em 3/12, vem a público que os saques dos investidores na corretora YamaichiSecurities, que faliu em novembro, chegam a US$ 93,2 bilhões. A retirada em massa dificulta a busca de um comprador para as operações domésticas da corretora. Outras instituições, como o Yasuda Trust Bank, quarto maior banco de investimentos do país, também enfrentam saques maciços dos clientes.

• Em 17/12, o primeiro-ministro Ryutaro Hashimoto anuncia plano de utilização de dinheiro público para recuperar os bancos. Reflete a mudança de postura do governo, que passa a intervir mais diretamente para evitar o agravamento da crise. O plano prevê a redução de US$ 15 bilhões em impostos e emissão de US$ 77 bilhões em bônus do governo, para sustentar os setores bancário e de seguros. A Bolsa de Tóquio reage com uma alta de 3,5% e o iene valoriza-se, chegando à cotação de 127,10 unidades por dólar.

– 18/12: Japão - Governo utiliza dinheiro público para tentar deter a crise

• Em 18/12, a Daiwa e Nikko Securities, segunda e terceira maiores corretoras do país, são suspensas pelo governo, por causa do escândalo de pagamentos a chantagistas profissionais da máfia japonesa (Yakuza). A Nomura, maior corretora do Japão, também foi punida por escândalo semelhante em agosto. As 3, mais a falida Yamaichi, dominavam anteriormente a Bolsa de Tóquio.

• Em 19/12, a bolsa cai 5,2%. Em 22/12, há nova queda de 3,4%, refletindo o pessimismo dos investidores. O índice Nikkei, que reúne as principais ações, chega neste dia a seu nível mais baixo em 30 meses.

• Em 23/12, mais uma corretora pede concordata: a Maruso, de porte médio. O Banco do Japão (equivalente ao Banco Central) adquire, em 29/12, US$ 15 bilhões em ações e commercialpapers (títulos para captação de curto prazo) de instituições financeiras e empresas. O objetivo é afastar os temores sobre uma nova onda de falências, devido o aperto no crédito.

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CRISE DA ÁSIACronologia

• Dezembro/97– 03/12: Coréia do Sul - FMI anuncia pacote de ajuda

recorde de US$ 57 bilhões• Um pacote de ajuda à Coréia do Sul é anunciado pelo FMI em

3/12. O valor é de US$ 57 bilhões, vindos do Fundo, outras instituições internacionais e governos. É o maior volume de recursos destinado a um país em crise. Entre as exigências do FMI para a concessão da ajuda, estão: redução do crescimento do PIB em 1998 para menos de 2,5% (a previsão anterior era 6%), programa de fechamento de bancos e instituições financeiras em dificuldades, elevação de impostos, aprovação de lei para facilitar as demissões, fim das limitações às importações do Japão e dos EUA e permissão para que o capital estrangeiro possua mais de 50% de ações das empresas coreanas. A ida ao FMI é qualificada pela imprensa como "perda da soberania econômica". Estima-se que as medidas provocarão desemprego em massa, com mais de 1 milhão de demissões.

• Em 4/12, reagindo ao anúncio do pacote, a bolsa fecha com alta de 7%. Sindicatos anunciam que lutarão contra demissões, até mesmo com a convocação de uma greve geral. Nos dias seguintes, há mais falências e quedas na bolsa. O won(moeda coreana) sofre novas desvalorizações.

• Em 13/12, o presidente da República, Kim Young Sam, e os 3 principais candidatos a sua sucessão declaram apoio ao pacote do FMI. O oposicionista Kim Dae Jung, que fizera restrições ao acordo, muda de posição e é um dos firmantes.

– 18/12: Coréia do Sul - FMI anuncia pacote de ajuda recorde de US$ 57 bilhões

• Em 18/12, Jung vence as eleições por 2 pontos percentuais sobre o candidato governista.

• Em 23/12, a bolsa de Seul entra em colapso, com queda recorde de 7,5%. O won é desvalorizado e cai a seu nível mais baixo (1.995 unidades por dólar). O motivo é uma declaração do presidente eleito: "Não sabemos se a Coréia vai quebrar amanhã ou depois de amanhã". Prevê-se a decretação de uma moratória, pois as reservas internacionais da Coréia não chegam a 5% das dívidas de curto prazo do país. Da dívida externa total de US$ 157 bilhões, US$ 10 bilhões vencem até o fim de dezembro e outros US$ 30 bilhões no primeiro trimestre de 1998. Para evitar a moratória, o FMI e países do G-8 decidem em 24/12 antecipar US$ 10 bilhões do acordo.

• Em 26/12, o won tem uma valorização de 22,7% e a bolsa fecha em alta de 6,74%.

• Em 29/12, a Assembléia Nacional aprova 13 leis adequando o funcionamento do mercado financeiro ao pacote. No mesmo dia, banqueiros dos EUA, da Europa e do Japão concordam em rolar dívidas coreanas.

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CRISE DA ÁSIACronologia

• Dezembro/97– 05/12: Tailândia - Governo

fecha 56 financeiras• Em 5/12, o Banco Central tailandês

anuncia o primeiro superávit da balança comercial em mais de uma década. Mas, 3meses após o acordo fechado com o FMI, que prevê auxílio de US$ 17,2 bilhões ao país, a bolsa de valores e o bath (moeda local) continuam caindo. O governo do primeiro-ministro ChuanLeekpai, que assumiu em novembro, decide em 8/12 fechar 56 das 58 financeiras que estavam suspensas. A medida provocará cerca de 20 mil demissões e é saudada como positiva pelo Banco Mundial. Ela inicia a maior reforma financeira da história do país. Representantes do FMI dizem que até o fim do ano todos os ativos das 56 empresas fechadas devem ser vendidos.

– 07/12: Argentina - Cresce o déficit comercial

• Dados divulgados em 7/12 indicam que o déficit comercial argentino nos 10 primeiros meses do ano é de US$ 3,5 bilhões. A previsão é de que feche 1997 em US$ 4,5 bilhões, o triplo do previsto no orçamento. As exportações argentinas aumentaram apenas no Mercosul, principalmente para o Brasil. Com a previsível retração brasileira após a crise das bolsas, esse fluxo deve diminuir. Além disso, as empresas brasileiras deverão aumentar suas exportações, até mesmo para a Argentina. O governo Menem prepara novas privatizações: a dos 58 aeroportos e a do Banco de laNación Argentina, o maior do país, está prevista no acordo negociado com o FMI em novembro.

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CRISE DA ÁSIACronologia

• Dezembro/97– 09/12: Política fiscal - Comissão

Mista aprova orçamento geral

• Aprovado em 9/12, pela Comissão Mista de Orçamento, por 38 votos a 6, o Orçamento Geral da União, em meio a muita polêmica. O relator-geral do Orçamento, deputado Aracely de Paula (PFL-MG), que havia apresentado na semana anterior uma errata dando ao Executivo poderes para remanejar de 15% a 50% do orçamento, sem autorização do Congresso Nacional, é obrigado a retirá-la.

– 13/12: OMC - Fechado acordo sobre liberalização de serviços financeiros

• A Organização Mundial do Comércio (OMC) conclui em Genebra, em 13/12, acordo sobre a liberalização mundial dos serviços financeiros (bancos, seguradoras, corretoras etc.). As normas atingem 95% do mercado mundial. Calcula-se que o volume de empréstimos bancários em todo o mundo é de US$ 5,17 trilhões. O acordo demora para sair e envolve intensa negociação. Os EUA, que consideram o resultado positivo, pressionam para que os países da Ásia e da América Latina abram seus mercados de forma ampla. Os americanos haviam bloqueado um acordo, há 2 anos, por considerarem limitadas as propostas de abertura.

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CRISE DA ÁSIACronologia

• Dezembro/97– 14/12: Mercosul - Cúpula procura se apresentar como

alternativa frente à crise na Ásia

• Durante a 13ª Cúpula do Mercosul, realizada em Montevidéu, no Uruguai, em 14 e 15/12, os presidentes de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai procuram mostrar que o bloco que une seus países se fortalece, apesar da crise das bolsas. Segundo o presidente brasileiro, Fernando Henrique Cardoso, os problemas atuais da Ásia "já foram enfrentados em 1995 e estão resolvidos". No fim das reuniões, que envolvem também ministros e embaixadores, diversos acordos são fechados ou encaminhados. Fica decidido um estreitamento de relações com o Chile, convidado a participar das próximas reuniões e opinar em algumas questões. O principal protocolo aprovado prevê a liberalização dos serviços. Ainda genérico, necessita de acordos complementares e sua implementação deve demorar 10 anos. Com ele, o Mercosul antecipa-se ao processo mundial de liberalização de serviços que se inicia em menos de 2 anos, no quadro da Organização Mundial do Comércio (OMC). Também é formalizada a elevação em 3 pontos percentuais da Tarifa Externa Comum (TEC) cobrada sobre a importação de outros países. A medida havia sido aprovada informalmente em novembro. Outro acordo permite a contagem de tempo de serviço em qualquer país do bloco para efeito de aposentadoria ou outros serviços da previdência social. Trata-se do primeiro caso de equiparação de direitos entre cidadãos no Mercosul. A medida só entra em vigor após aprovação em cada um dos quatro países fundadores do bloco. A reunião define um "marco normativo" para uma legislação comum de defesa contra importações acusadas de dumping (com preços mais baixos que os do país de origem). Os participantes decidem formar ainda um grupo encarregado de elaborar um regime comum para compras governamentais de bens e serviços.

– 16/12: América Latina - Especialistas prevêem mais investimentos em direção à região

• Os investimentos estrangeiros na América Latina em 1997 somam US$ 45 bilhões, segundo informe da empresa de análises BBV LatInvest divulgado em 16/12. O valor representa um aumento de US$ 10,5 bilhões em relação a 1996. Brasil, México, Colômbia e Venezuela são os países mais beneficiados. No mesmo dia, especialistas da Merril Lynch afirmam que em 1998 o fluxo de capitais se deslocará da Ásia, em crise, para a América Latina. O aumento dos investimentos deverá ser de 10%. Países e empresas da América Latina obtiveram ainda, durante 1997, pelo menos US$ 36,2 bilhões em empréstimos de bancos internacionais.

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Page 54: Crise financeira asiática de 1997

CRISE DA ÁSIACronologia

• Dezembro/97– 11/12: FMI - Crash das Bolsas faz Fundo

prever crescimento econômico menor em 1998

• Em 11/12, há uma queda das principais bolsas de valores. O fato repete-se em 12/12. A bolsa de Nova York, por exemplo, tem sua quarta queda consecutiva. As bolsas européias são as menos afetadas.

• Em 19/12, há novo recuo, atribuído à crise de confiança dos investidores em relação à capacidade de o Japão e a Coréia do Sul superarem seus sérios problemas econômicos.

– 21/12: FMI - Crash das Bolsas faz Fundo prever crescimento econômico menor em 1998

• O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulga relatório em 21/12 no qual revê as previsões para a economia mundial em 1998. Um relatório anterior havia sido elaborado em outubro, mas a crise econômica na Ásia obrigou a uma atualização. Segundo o FMI, todos os países terão seu desempenho econômico afetado por causa do crash das bolsas. O aumento do produto mundial bruto será de 3,5% e não de 4,3%, diz o Fundo. Das principais economias, a mais afetada será a do Japão, que crescerá 1,1%, metade da estimativa feita em outubro. Os EUA, aparentemente mais tranqüilos em relação à crise, podem ter seu crônico déficit comercial agravado, pois os países da Ásia em recessão e com moedas desvalorizadas tenderão a importar menos e exportar mais para os americanos. Durante o mês de dezembro, as conseqüências da crise vinda da Ásia espalham-se pelo mundo.

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Page 55: Crise financeira asiática de 1997

CRISE DA ÁSIACronologia

• Dezembro/97– 30/12: Federação Russa - Iéltsin

reclama dos resultados econômicos em 1997

• O presidente russo, Boris Iéltsin, declara em 30/12 que os resultados econômicos do país em 1997 foram piores do que esperava. Segundo ele, a responsabilidade é do próprio governo, que avaliará de forma séria o não cumprimento de objetivos. Apesar disso, a economia da Rússia apresenta neste ano, pela primeira vez desde a introdução das reformas de mercado, um crescimento, estimado em 0,5%. A partir de 1/1/98, o rublo terá zeros cortados e se transformará no novo rublo, para facilitar os cálculos monetários. A inflação, que chegou a atingir 2.500% em 1992, deve fechar o ano em 12%.

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Page 56: Crise financeira asiática de 1997

CRISE DA ÁSIAAntecedentes

• Paranóia cambial– Entre os analistas, alguns sublinham a deterioração das contas

comerciais da região, enquanto outros destacam a importância da inflação de ativos viabilizada pelo começo da abertura financeira e pelo maciço deslocamento de capitais na direção da Ásia, no início de 1990. Mas todos reconhecem a importância decisiva que teve a estagnação da locomotiva regional japonesa e a queda das exportações, em particular da Coréia do Sul, provocadas pelas flutuações entre o dólar e o iene. Também pela entrada chinesa na competição regional, pelos capitais de investimento e pelos mercados mundiais.

http://www.cartamaior.com.br/?/Coluna/A-crise-asiatica/20744

Page 57: Crise financeira asiática de 1997

CRISE DA ÁSIAAntecedentes

• Paranóia cambial– Existe, entretanto, um fio condutor que atravessa as várias peças

do quebra-cabeças asiático, ligando a desregulação das moedas e dos mercados ao problema creditício e dos desequilíbrios comerciais da região. É a imensa volatilidade do sistema de taxas flutuantes, entre as três moedas que pautam o ritmo das variações cambiais, comerciais e financeiras internacionais.

http://www.cartamaior.com.br/?/Coluna/A-crise-asiatica/20744

Page 58: Crise financeira asiática de 1997

CRISE DA ÁSIAAntecedentes

• Paranóia cambial– Os mercados financeiros asiáticos já haviam sido desregulados sob

pressão estadunidense e, por isto, quando ocorreram os primeiros sinais de desequilíbrios externos, suas repercussões extravasaram rapidamente do campo estrito das relações comerciais para os mercados globalizados e intercomunicados de câmbio, juros, ações, títulos, imóveis e commodities. Nesse sentido, o vendaval asiático foi mais uma crise das novas finanças de mercado desreguladas e globais que se constituíram a partir do fim do padrão dólar, alcançando sua plena maturidade com a desregulação e globalização dos mercados de capitais. Como já haviam sido as crises financeiras que se sucederam nos Estados Unidos, Japão, Europa e México, e as que ocorreram logo depois, na Rússia e no Brasil. Todas elas produzidas, em última instância, pelo efeito amplificador que adquire esta não-convergência cambial dentro de um espaço financeiro cada vez mais global e desregulado.

http://www.cartamaior.com.br/?/Coluna/A-crise-asiatica/20744

Page 59: Crise financeira asiática de 1997

CRISE DA ÁSIAGatilho da crise

• O evento que se tornou o gatilho da crise foio anúncio, em 2 de julho de 1997, de que obaht (moeda tailandesa), passaria a flutuar,ao que se seguiu sua desvalorizaçãoimediata em 15%.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_financeira_asi%C3%A1tica_de_1997

Page 60: Crise financeira asiática de 1997

Jornal do BrasilQuinta-feira, 03/Jul/1997

• A Tailândia joga a toalha

– O governo da Tailândia finalmentejogou a toalha, ontem, frente àpressão dos mercados nos últimosmeses e deixou sua moeda, o bath,flutuar. Aconteceu o previsível: amoeda desvalorizou-se 20%, apesardo aumento dos juros básicos de10,5% para 12,5%.

– Os bancos centrais da Malásia e dasFilipinas tiveram que intervir nosmercados e elevar juros paradefenderem suas moedas. O receio deque a crise não se limite à Tailândiaafetou também a moeda da Indonésia.O Sudeste Asiático, paraíso do altocrescimento e da estabilidade nasúltimas décadas, saiu arranhado.

JORNAL DO BRASIL – Ano CVII – Nº 86, 3/Jul/1997http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=030015_11&PagFis=205201

Page 61: Crise financeira asiática de 1997

JORNAL DO BRASIL – Ano CVII – Nº 87, 4/Jul/1997http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=030015_11&PagFis=205254

Jornal do BrasilSexta-feira, 04/Jul/1997

• Governo descarta perigos do efeito saquê– As autoridades da área

econômica descartam a possibilidade de que a crise cambial na Tailândia acabe por contaminar as economias emergentes, de forma generalizada.

Page 62: Crise financeira asiática de 1997

O dia em que o Tigre miou

• Para o brasileiro, a Tailândia costuma evocar turismo exótico, um lugar a que se vai para ver dançarinas de olhos amendoados e unhas de 10 centímetros. Na semana passada, esse país de 60 milhões de habitantes que fica ao sul da China entrou inesperadamente para o mapa dos desastres econômicos. Antigo reino do Sião e ainda hoje governada por um rei, Bhumibol Adulyadej, a Tailândia vinha desfilando havia alguns anos no bloco dos Tigres Asiáticos, com crescimento econômico impressionante. Na semana passada esse felino derrapou, espalhando pelo mundo a impressão de que iria quebrar, como ocorreu com o México em dezembro de 1994. Na quarta-feira, pressionado por um déficit nas contas externas de 7,5% do PIB, o governo tailandês deixou que a moeda do país, o baht, flutuasse livremente.Nos últimos treze anos ela esteve ancorada numa cesta de moedas fortes, assim como o real está ancorado no dólar. Em dois dias, a desvalorização do baht foi de 17,5%.

VEJA – Ed. 1503, 9/Jul/1997

Page 63: Crise financeira asiática de 1997

O dia em que o Tigre miou

• Começou. então, aquela série de medidas características de países em crise. O ministro das Finanças foi demitido e os juros subiram, como forma de segurar investidores estrangeiros. O governo avisou que não socorrerá empresários. A maior parte deles está endividada em dólares e, com a desvalorização do baht, a dívida desses senhores subiu automaticamente. Dos 91 bancos tailandeses,mais da metade está quebrada. "Avisamos o FMI e os países do Sudeste Asiático,porque eles poderiam ser afetados", disse o presidente do BC tailandês, RerngchaiMarakanond. O deslize apavorou os Tigres vizinhos, Malásia, Indonésia e Filipinas também aumentaram os juros para impedir uma fuga do capital estrangeiro.

VEJA – Ed. 1503, 9/Jul/1997, p.102-104

Page 64: Crise financeira asiática de 1997

O dia em que o Tigre miou

• De um momento para o outro, o mundo financeiro, estarrecido,ficou sem saber se aquilo que acontecia na Tailândia era oprenúncio de um estouro trágico como o que aconteceu noMéxico. Hoje, as economias estão interligadas como nunca.Fábricas montam um produto com componentes importados devários fornecedores. E os governos financiam suas contasexternas captando recursos privados no exterior ou usandodinheiro que chega para as bolsas de valores. Quandodesconfiam da saúde de uma economia, os investidores fogem —e o governo fica de repente com um rombo no caixa. A quebra deum país também pode gerar desconfiança em relação a outrospaíses. A crise mexicana prejudicou o Brasil e quase levou aArgentina no mesmo rodo. Por isso, a exótica Tailândia entroucom tanto ruído nas preocupações de tanta gente na semanapassada."Hoje, o que acontece na Ásia, pode em tese afetar oBrasil ou a Argentina",diz Odair Abate, economista-chefe dobanco Lloyds, de São Paulo. A economia globalizada deu nisso. Épreciso prestar atenção até na Tailândia, até numa moedainexpressiva que se chama baht.

• O que ocorreu na Tailândia mostra como o capitalismo estápunindo países com desarranjos internos. Os tailandeses tiveramuma economia medíocre até o início dos anos 90.

VEJA – Ed. 1503, 9/Jul/1997, p.102-104

Page 65: Crise financeira asiática de 1997

Jornal O GloboSábado, 12/Jul/1997

• Um duro ataque às moedas asiáticas

– Há um modelo de política cambial sob ataque de especuladores em quase todo o mundo. Nove dias após a desvalorização de 18% da moeda tailandesa, o baht, a ação de especuladores forçou o governo filipino a deixar cair 11,5% a cotação da sua moeda, o peso, e levou a Indonésia a ampliar as bandas que limitam a oscilação do câmbio. A moeda da Malásia, o ringgit, está sob franco ataque de investidores e deve perder valor a qualquer instante. O movimento, entretanto, começa a repercutir também fora desse grupo, o dos chamados tigres asiáticos de segunda geração. O rand, da África do Sul, e algumas moedas de países da Europa Oriental foram ontem alvo de boatos no mercado internacional e deram sinais de sentir o ataque dos especuladores.

O GLOBO – Ano CVII – Nº 87, 12/Jul/1997http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=030015_11&PagFis=205254

Page 66: Crise financeira asiática de 1997

A boiada nervosa

• Dois trancos de natureza diferente sacudiram a casaeconômica na semana passada. A partir de segunda-feira, as bolsas de valores começaram a perder gás. Aofinal de cinco pregões, encerrados na tarde de sexta-feira, a desvalorização foi de 14% no Rio de Janeiro ede14,9% em São Paulo. O outro tranco veio do OceanoPacífico. Três dos Tigres Asiáticos — Malásia, Indonésiae Filipinas — desvalorizaram a moeda à força, expondoao mundo a fragilidade de sua economia e o rombo desuas contas externas. A mesma coisa já haviaacontecido à Tailândia três semanas atrás. A criseasiática tem suas razões específicas, mas acabouentrando na cabeça de boa parte dos investidores comose fosse a causa do desastre nas bolsas brasileiras."Passei a semana explicando aos meus clientes que umacoisa não tem nada a ver com a outra.Muitos não seconvenceram", diz Paulo de Sá Pereira, diretor do bancoLloyds, de São Paulo.

VEJA – Ed. 1505, 23/Jul/1997

Page 67: Crise financeira asiática de 1997

A boiada nervosa

• O Brasil tem déficit em suas contas externas, como têm Tailândia. Indonésia, Malásia e Filipinas (e como o México tinha em 1994, quando desabou), mas isso não significa que entrará em surto cambial. Do ponto de vista da economia, o Brasil é mais forte do que Tailândia, Indonésia, Malásia e Filipinas juntos, mas é um país emergente como eles. Por isso, quando um distúrbio acontece lá, teme-se pelo investimento feito aqui. O laço psicológico é compreensível, mas não há nenhuma ligação baseada em fatos reais que justifique a oscilação das bolsas em São Paulo e no Rio. As bolsas brasileiras começaram a cair porque grandes investidores estavam vendendo seus papéis havia quase um mês. Fizeram isso porque já tinham ganho muito — quase 90% de janeiro a começo de julho — e nessas horas eles costumam sair do negócio. Essa operação se chama "realização de lucros” - na gíria da bolsa. Na sexta-feira 11, apareceu o fator psicológico — a Ásia — e mais gente deu ordem de venda às corretoras.

• O reflexo das pessoas que investem em ações é o do boi no meio da boiada, que dispara por causa de um assobio. Na terça, os pequenos investidores começaram a sacar dinheiro dos fundos de ações e os bancos tiveram de vender papéis para pagá-los. Com essa superoferta, os preços continuaram a cair por toda a semana.

VEJA – Ed. 1505, 23/Jul/1997, p.90-93

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CRISE DA ÁSIA

• Duas características comuns às experiências nacionais da crise financeira das economias emergentes asiáticas (Tailândia, Malásia, Indonésia, Filipinas e Coréia do Sul) foram a acentuada desvalorização de suas moedas, em relação ao dólar, e a queda substancial nos preços de ativos em seus mercados acionários. Ambas refletiram fortes saídas de capital, com correspondente redução das reservas externas daqueles países.

• Os fluxos de capital para a Ásia mudaram de um ingresso de US$93 bilhões em 1996 para uma saída de US$12 bilhões em 1997, com a virada se concentrando na segunda metade deste ano. O montante de US$105 bilhões de alteração nos fluxos foi equivalente a cerca de 11% do PIB da região (RADELET & SACHS, 1998). A retração nos fluxos correspondeu principalmente a desinvestimentos em carteira e a fechamentos de créditos bancários externos.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_financeira_asi%C3%A1tica_de_1997

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CRISE DA ÁSIA

• A crise cambial e a saída de capital se desdobraram em arrochos de crédito nas cinco economias. Por outro lado, todas elas transitaram de déficit para superávit em conta-corrente em seus balanços de pagamentos, em 1998.

• O evento que se tornou o gatilho da crise foi o anúncio, em 2 de julho de 1997, de que o baht (moeda tailandesa), passaria a flutuar, ao que se seguiu sua desvalorização imediata em 15%. Problemas em instituições financeiras domésticas haviam já iniciado uma crise de confiança. Em menos de dois meses, Filipinas, Malásia e Indonésia desistiram da defesa de suas moedas, também sofrendo depreciações substantivas. A despeito da aprovação de pacotes emergenciais de empréstimos pelo FMI à Tailândia, em agosto, e posteriormente à Indonésia e à Coréia, a crise continuou se aprofundando.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_financeira_asi%C3%A1tica_de_1997

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CRISE DA ÁSIA

• A crise financeira traduziu-se em crise econômica, conforme expresso no declínio dos PIBs. O PIB tailandês, depois de atingir um pico em meados de 1997, diminuiu em mais de 10%, até alcançar um piso na segunda metade do ano seguinte. Na Malásia, a queda do PIB foi também próxima de 10% entre os terceiros trimestres de 1997 e 1998. As Filipinas enfrentaram uma redução mais modesta, de 3%, enquanto a Coréia, a última grande economia asiática a entrar na crise, teve seu PIB reduzido em 8% entre o final de 1997 e a primeira metade de 1998. A Indonésia foi a mais intensamente afetada, com um declínio acima de 15% no PIB do período.

• No dia 23 de outubro de 1997, a Bolsa de Valores de Hong Kong – a segunda maior em movimentação de papéis – caiu 10,4% e derrubou todos os mercados, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) apresentou queda de 8,15%, a segunda maior em todo o planeta naquele dia.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_financeira_asi%C3%A1tica_de_1997

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CRISE DA ÁSIA

• A moeda da Malásia, o ringgits, sofre desvalorização, com queda de 3,5% em 11/8, cotação mais baixa dos últimos 3 anos.

• Desde o início da crise cambial no Sudeste Asiático, no começo de julho, a moeda da Malásia já desvalorizou em 11%. A razão imediata da desvalorização é o ataque especulativo de investidores internacionais, o que também ocorre com as moedas de outros países do Sudeste Asiático.

https://almanaque.abril.com.br/materia/tigres-asiticos-crise-cambial-atinge-malsia-indonsia-cingapura-e-coria-do-sul-18333

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CRISE DA ÁSIA

• Também a Indonésia é forçada a adotar,em 14/8, o sistema de flutuação livre de suamoeda, a rupia, decisão tomada após a cotaçãodo dólar romper o teto de 2,8 mil rupias que obanco central do país vinha tentando defendercom seguidas intervenções no mercado.

• A desvalorização da rupia chega a 15% desde oinício da crise em julho. O ataque especulativode investidores internacionais atinge ainda opeso filipino e o dólar de Cingapura.

https://almanaque.abril.com.br/materia/tigres-asiticos-crise-cambial-atinge-malsia-indonsia-cingapura-e-coria-do-sul-18333

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CRISE DA ÁSIA

• Em 19/8, a moeda sul-coreana, o won, temsua pior cotação de todos os tempos: 900unidades por dólar norte-americano.

https://almanaque.abril.com.br/materia/tigres-asiticos-crise-cambial-atinge-malsia-indonsia-cingapura-e-coria-do-sul-18333

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CRISE DA ÁSIA

• Todas as principais bolsas de valores do mundo fecham em baixa em 29/8, após a segunda desvalorização das ações do Sudeste Asiático. A Bolsa de Cingapura chega a cair 6% e a de Hong Kong termina a semana com queda de 5%. O peso filipino, a rúpia indonésia e o bath tailandês voltam a ter recordes de desvalorização. O mercado de câmbio é atingido pela insegurança generalizada dos investidores estrangeiros.

https://almanaque.abril.com.br/materia/tigres-asiticos-crise-cambial-atinge-malsia-indonsia-cingapura-e-coria-do-sul-18333

VEJA – Ed. 1511, 3/Set/1997, p.108-109

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O dominó da crise mundialTerça-feira, 28/Out/1997

• A economia do planeta em xeque

– Os anos 90 foram uma década perigosa para omundo. Muitos países emergentes, como o Brasil,acumulavam grandes déficits em conta corrente(saldo da balança comercial, de serviços e juros dadívida externa) e financiavam essas perdas com afartura de dólares no mercado internacional. NaÁsia, havia um sistema bancário frágil, assentadosobre uma bolha de especulação imobiliária que jáse esvaziava. Ao menor sinal de aumento do risco deinvestimento nesses países, de suspeita de que nãohonrariam suas dívidas, poderia haver corridascontra essas moedas. Primeiro foi o México. OsEstados Unidos de Bill Clinton e o Fundo MonetárioInternacional o socorreram. Com o tempo, paísescaíram como pedras de dominó: Coreia do Sul,Indonésia, Rússia. A cada ataque às moedas dessespaíses havia invariavelmente uma grandedesvalorização cambial, seguindo-se um programade ajuste interno, sob o monitoramente do FMI, deonde saíam os dólares para reequilibrar as contasexternas de cada economia atingida. No final deoutubro de 97, o GLOBO colocaria na primeirapágina o noticiário de um dos mais dramáticos diasdaquela década para os mercados mundiais. Aindachegaria a vez do Brasil e da Argentina.

JORNAL O GLOBO – 28/Out/1997http://memoria.oglobo.globo.com/jornalismo/primeiras-paginas/o-dominoacute-da-crise-mundial-8953386

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Novembro 1997

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Malan analisa origem da crise das bolsas

• Malan analisa origem da crise das bolsas

• Em entrevista à homepage do Ministério da Fazenda na Internet, o ministro Pedro Malan afirmou que a turbulência iniciada com o crash das bolsas de valores do Sudeste Asiático pode ser considerada "nossa primeira crise global, não restrita a uma região apenas". O ministro analisa a origem da crise e seus efeitos sobre o Brasil.

http://www1.fazenda.gov.br/portugues/documentos/1997/pr971112.asp

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Malan analisa origem da crise das bolsas

• Pedro Malan - A crise mexicana ficou limitada à América Latina.Não se transformou em uma crise mais geral de financiamento demercados emergentes devido à rapidez do pacote de ajuda doGoverno dos EUA, da ação do FMI e da ação do próprio Governomexicano. O PIB mexicano caiu 7% em 95 em decorrência doajuste e houve desvalorização nominal de mais de 100% damoeda. A Argentina também foi obrigada a responder de formadrástica à crise, registrando em 95 uma redução de 4,5% em seuproduto. O Brasil também foi afetado, mas a crise mexicana ficourestrita a uma região. O fato é que o que poderia ter setransformado em uma crise global dos mercados emergentesacabou sendo percebido como uma crise regional, limitada àAmérica Latina. A crise atual, ao contrário, pode ser consideradanossa primeira crise global, não restrita a uma região apenas.

http://www1.fazenda.gov.br/portugues/documentos/1997/pr971112.asp

Page 79: Crise financeira asiática de 1997

Malan analisa origem da crise das bolsas

• Pedro Malan - A crise atual iniciou-se no Sudeste Asiático devido adiversos fatores. Em primeiro lugar, havia um problema estrutural,decorrente da percepção de que o altíssimo crescimento de países comoTailândia, Malásia, Indonésia, Coréia e Filipinas não seria sustentávelàquelas taxas ao longo do tempo. O Sudeste Asiático mostrava indíciosclaros de estar vivendo o processo de esgotamento de um cicloexpansionista clássico. Características como a expansão vertiginosa docrédito, o excesso de endividamento externo, o sobreinvestimento, com osinvestimentos superando em muito a poupança, e a ocorrência de"boom" imobiliário levaram à percepção de que o ciclo sincronizado decrescimento na região estava chegando ao final. Esses fatores, aliados aoprolongamento da crise no Japão, levaram à conclusão de que as moedasasiáticas estavam desalinhadas frente ao dólar, tornando-as vulneráveisa ataques especulativos. Ao contrário do que ocorreu no México, a criseasiática agravou-se com a demora na adoção de remédios eficazes. Opacote de ajuda do FMI à Tailândia, por exemplo, ainda não estátotalmente definido. O pacote do FMI com a Indonésia, cuja negociaçãoteve início em julho, só foi anunciado na última semana de outubro.

http://www1.fazenda.gov.br/portugues/documentos/1997/pr971112.asp

Page 80: Crise financeira asiática de 1997

Malan analisa origem da crise das bolsas

• Com as desvalorizações sucessivas nas moedas do SudesteAsiático, Hong Kong passou a ser objeto de dois tipos de aposta:em primeiro lugar, a de que não conseguiria manter a paridadede sua moeda frente ao dólar, o que vinha ocorrendo há 15 anos;em segundo lugar, havia a preocupação com relação aos efeitos,sobre a competitividade de Hong Kong, das desvalorizações queestavam sendo implementadas nos outros países asiáticos. Essesfatores geraram a percepção de que os ativos financeiros naregião estavam necessitando de uma correção, o que provocou aqueda da Bolsa de Hong Kong, que caiu cerca de 30% entre os dias20 e 27 de outubro.

http://www1.fazenda.gov.br/portugues/documentos/1997/pr971112.asp

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A toque de caixa

• Desde que o mundo foi acordado com um terremoto financeiro na Ásia, a moeda da Tailândia foi desvalorizada em 35% e 58 dos bancos do país sofreram intervenção, a Indonésia fechou dezesseis bancos numa tacada só, o peso filipino perdeu 25% do valor e a Bolsa de Hong Kong caiu 40%. Essa roda de horrores começou em julho, e desde então o Brasil vem sendo apontado como a bolada vez.

VEJA – Ed. 1521, 12/Nov/1997, p.28-33

Page 82: Crise financeira asiática de 1997

A toque de caixa

• Criada essa expectativa, o brasileiro tem levado sustos tremendos. Na semana passada, pressionado por nova queda na bolsa e mais fuga de dólares, Brasília resolveu tomar providências enérgicas na direção do saneamento financeiro do Estado. Vem aí um pacote fiscal que se promete duro. Uma equipe de técnicos dos ministérios do Planejamento e da Fazenda foi escalada para passar o final de semana trabalhando para que, na noite de domingo ou na manhã de segunda-feira,o governo anuncie o pacote. No domingo, os ministros Pedro Malan e Antonio Kandir vão estar em Brasília para os últimos acertos nas medidas, que serão apresentadas ao presidente Fernando Henrique logo em seguida. FHC, que estava na Colômbia, antecipou em um dia sua volta ao Brasil para acompanhar o trabalho. Na noite de sexta-feira ainda não havia definições, mas as linhas gerais já estavam sobre a mesa.

VEJA – Ed. 1521, 12/Nov/1997, p.28-33

Page 83: Crise financeira asiática de 1997

A toque de caixa

• O governo tem planos de cortar investimentos de ministérios e também gasto sem estatais. Haverá ainda aumento na alíquota de alguns impostos e cobrança de contribuintes que vêm sendo isentados por Brasília. Haverá aumento de uma ou outra tarifa pública. O governo também estuda cancelar contratos de prestação de serviços e liquidar dez estatais pequenas que só dão prejuízo. Não se sabe quanto Brasília deverá poupar no total, porque a equipe encarregada do pacote fiscal só começou a trabalhar na sexta-feira, quando o governo entrou em estado de choque com a queda acentuada nas bolsas. Antes de sexta-feira,a idéia era fazer um pacote capaz de cortar4 bilhões de reais no ano que vem, gerando um superávit primário — aquele que não inclui o gasto com os juros — de 16 bilhões de reais.

VEJA – Ed. 1521, 12/Nov/1997, p.28-33

Page 84: Crise financeira asiática de 1997

VEJA – Ed. 1522, 19/Nov/1997, p.32-43

A semana da espuma assassina

• Tem-se medo, no Palácio do Planalto, da "espuma assassina", o apelido com que se designa a crise das bolsas e seus sucedâneos. Um assessor do presidente da República explica: "É a espuma que mata tudo aquilo que toca". A onze meses do primeiro turno da campanha presidencial na qual Fernando Henrique disputará a reeleição. a espuma assassina trouxe de volta um artefato quase esquecido, o pacote econômico (...), fez com que ministros trocassem pontapés por baixo da mesa e arranhou a popularidade do presidente. A espuma assassina coincidiu com o retorno das dores na coluna de Fernando Henrique. que haviam sumido depois que ele passou a se dedicar à natação três vezes por semana. Horas depois de o pacote ter sido anunciado, o presidente entrou em rodinhas numa recepção no Itamaraty para o presidente argentino Carlos Menem. "Ele deixou claro o temor deque o plano possa ir para o vinagre", diz um deputado do PFL presente a uma conversa.

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VEJA – Ed. 1522, 19/Nov/1997, p.32-43

A semana da espuma assassina

• A bolsa é apenas um dos muitos termômetros da economia. Os bancos de investimento, os que mais penaram coma crise, não podem ser confundidos como sistema bancário como um todo – e esse está firme e forte. Ainda assim, a percepção de que a espuma assassina poderia acabar com a estabilidade econômica gerou pânico no Planalto. "Num momento como esse, o governante tem de buscar apoio e unir o país. Se não fizer isso, fica isolado num processo avassalador", disse o presidente na terça-feira, num discurso no Planalto. "Diante de uma crise dessas, o governante só tem dois caminhos: a ditadura, que não vou seguir. Ou a queda, e eu também não quero cair." Com o governador Albano Franco, de Sergipe, que esteve com ele por alguns momentos, Fernando Henrique teve uma conversa em tom fatalista, de quem já fez tudo oque estava a seu alcance.

Page 86: Crise financeira asiática de 1997

Crise não acabou, alerta Malan

• O ministro da Fazenda, Pedro Malan, afirmou hoje (22.11.1997) que a crise financeira internacional ainda não acabou e que, por isso, o Brasil deve acelerar os processos de reforma que permitirão a redução dos déficits fiscal e da conta corrente do balanço de pagamentos. As afirmações foram feitas hoje (22.11.1997) durante sessão do Congresso Nacional em que Malan explicou as razões que levaram o governo a propor o conjunto de 51 medidas de ajuste fiscal, anunciado na semana passada.

http://www1.fazenda.gov.br/portugues/documentos/1997/pr971122.asp

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Crise não acabou, alerta Malan

• Queria aproveitar para, primeiro, reafirmar as linhas básicas que vêm presidindo e continuarão presidindo a condução da política macroeconômica do Governo Fernando Henrique Cardoso. Quero chamar a atenção para os três objetivos macroeconômicos fundamentais, absolutamente interligados no nosso ponto de vista. O primeiro deles é a inflação e seu controle; 1997 é o quarto ano consecutivo de inflação numa trajetória de queda. Ela será, na média dos principais índices, em torno de 5% - uma inflação que este País não experimentava desde o início dos anos 50. É a inflação que tínhamos em cinco dias antes do lançamento do Real.

http://www1.fazenda.gov.br/portugues/documentos/1997/pr971122.asp

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Crise não acabou, alerta Malan

• Dito isso, quero afirmar que não abriremos mão do controle da inflação, por três ordens de razão: primeiro, razão de ordem econômica. Está sobejamente demonstrado que a inflação sob controle aumenta a eficiência do funcionamento de uma economia, ao alargar o horizonte de tempo em que decisões de investimento, poupança e de organização do orçamento doméstico têm lugar.

• Segundo, uma razão de natureza política. Estamos absolutamente convencidos de que é isso o que espera de nós a esmagadora maioria da população brasileira: a preservação do poder de compra do salário do trabalhador.

• E a terceira razão é de natureza social. A inflação alta é um imposto compulsório que incide desproporcionalmente sobre os mais pobres deste País. Por esse conjunto de razões, não abriremos mão de nosso compromisso de manter a inflação sob controle.

• Devo esclarecer que manter a inflação baixa não é um objetivo que se esgote em si mesmo, é apenas um dentre vários outros.

http://www1.fazenda.gov.br/portugues/documentos/1997/pr971122.asp

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Crise não acabou, alerta Malan

• Passo ao segundo, que é a criação das condições para um crescimento sustentado da economia brasileira. Quero sublinhar aqui o sustentado, pois, assim como 1997 é o quarto ano consecutivo de inflação numa trajetória de queda, 1997 é o quinto ano consecutivo de crescimento do produto e do Produto Interno Bruto per capita na economia brasileira.

http://www1.fazenda.gov.br/portugues/documentos/1997/pr971122.asp

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Crise não acabou, alerta Malan

• Assim como manter a inflação sob controle não é objetivo em si mesmo, ter um crescimento sustentado não é um objetivo em si mesmo. Ambos são condições absolutamente indispensáveis para que um terceiro objetivo, este sim - e é o fundamental -, possa ser alcançado, que é a melhoria continuada das condições de vida da maioria da população brasileira, vale dizer, a incorporação de um número crescente de brasileiros e brasileiras ao mercado de consumo privado, acesso a bens públicos, como educação básica e saúde básica, e uma ampliação do espaço para o exercício da cidadania, que tem a ver com a consolidação do Estado democrático de direito, com a idéia de preservação e ampliação do espaço da liberdade individual e da busca da redução das nossas vergonhosas desigualdades, a fim de termos um acesso à justiça, a igualdade perante a justiça e maior igualdade de oportunidades que, de novo, é acesso à educação e à saúde básica.

http://www1.fazenda.gov.br/portugues/documentos/1997/pr971122.asp

Page 91: Crise financeira asiática de 1997

Sites Pesquisados

• http://veja.abril.com.br/arquivo_veja/crises-financeiras-bolsas-acoes-cambio-calote-vulnerabilidade-defesas.shtml• http://www.estadao.com.br/interatividade/Multimidia/ShowEspeciais!destaque.action?destaque.idEspeciais=574• https://almanaque.abril.com.br/materia/malasia-1474• https://almanaque.abril.com.br/materia/tigres-asiticos-crise-cambial-atinge-malsia-indonsia-cingapura-e-coria-do-sul-18333• http://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_financeira_asi%C3%A1tica_de_1997• http://www1.fazenda.gov.br/portugues/documentos/1997/pr971122.asp• http://www1.fazenda.gov.br/portugues/documentos/1997/pr971112.asp• http://www.eco.unicamp.br/artigos/artigo4.htm• http://www.novosolhos.com.br/download.php?extensao=pdf&original=Crise%20dos%20Tigres%20Asi%C3%A1ticos.pdf&servidor=arq_mat

erial/960_1025.pdf• http://www.iea.usp.br/publicacoes/textos/oliveiracriseasiatica.pdf/at_download/file• http://www.cartamaior.com.br/?/Coluna/A-crise-asiatica/20744• http://pascal.iseg.utl.pt/~cesa/cronol22.html• http://www.uff.br/revistaeconomica/v2n2/3-otaviano.pdf• http://revistas.fee.tche.br/index.php/ensaios/article/viewFile/1954/2331• http://jovempan.uol.com.br/70-anos-radio-jp/arquivo-jp-crise-na-economia-asiatica-preocupa-mundo-em-1998.html• http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2013/09/02/crise-asiatica-da-decada-de-90-foi-um-ensaio-do-mundo-desenvolvido/• https://rizzolot.wordpress.com/2007/07/12/a-crise-asiatica-dez-anos-depois/• http://www.dpnet.com.br/anteriores/1998/01/18/econo9_0.html• http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/negocios/20120921/1997-ano-panico-global/103108.shtml• Copy of South East Asian Crisis and Learning to Emerging economies http://prezi.com/2cxvgfsj85ar/copy-of-south-east-asian-

crisis-and-learning-to-emerging-economies/• Thailand's Scapegoat? http://europe.cnn.com/ASIANOW/time/magazine/99/1227/thailand.finance.html• A Good Look at the Thai Financial Crisis in 1997-98 http://www.columbia.edu/cu/thai/html/financial97_98.html• Thailand: Finance One from first to last http://www.euromoney.com/Article/1005927/Thailand-Finance-One-from-first-to-last.html• Who triggered the Asian fi nancial crisis?

http://www.uv.es/~mperezs/intpoleco/Lecturcomp/Geoeconomia%20y%20Globalizacion/Asian%20crisis%20de%20King.pdf• finance one thailand

https://www.google.com.br/search?q=finance+one+thailand&source=lnms&sa=X&ei=VbzOU7jDJvbLsASZqYCIAQ&ved=0CAcQ_AUoAA&biw=1600&bih=783&dpr=1#q=finance+one+thailand&start=20

Page 92: Crise financeira asiática de 1997

Jornais pesquisados

• Jornal do Brasil. Quinta-feira, 03/07/1997. Celso Pinto. A Tailândia joga a toalha. p.16 [http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=030015_11&PagFis=205201]

• Jornal do Brasil. Quinta-feira, 03/07/1997. Tailândia pede ao FMI câmbio mais flexível. p.17 [http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=030015_11&PagFis=205202]

• Jornal do Brasil. Sexta-feira, 04/07/1997. Bloomberg News. Aplaudida desvalorização na Tailândia. p.18 [http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=030015_11&PagFis=205254]

• Jornal do Brasil. Sexta-feira, 04/07/1997. Vera Brandimarte e Wladimir Gramacho. Governo descarta perigos do efeito saquê. p.18 [http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=030015_11&PagFis=205254]

• Jornal do Brasil. Sexta-feira, 04/07/1997. Gilberto Scofield Jr. Tigres perdem fôlego. p.18 [http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=030015_11&PagFis=205254]

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Especiais

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CONSENSO DE WASHINGTON

Promoção da estabilização econômica através do ajuste fiscal e da adoção de políticas econômicas ortodoxas em

que o mercado desempenhe o papel fundamental

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CAUSAS

• De acordo com a abordagem de Washingtonas causas da crise latino-americana sãobasicamente duas:

a. o excessivo crescimento do Estado, traduzidoem protecionismo (o modelo de substituição deimportações), excesso de regulação e empresasestatais ineficientes e em número excessivo; e

b. o populismo econômico, definido pelaincapacidade de controlar o déficit público e demanter sob controle as demandas salariais tantodo setor privado quanto do setor público.

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CONCEITO

• Consenso de Washington é um conjunto de medidas - que se compõede dez regras básicas - formulado em novembro de 1989 poreconomistas de instituições financeiras situadas em Washington D.C.,como o FMI, o Banco Mundial e o Departamento do Tesouro dosEstados Unidos, fundamentadas num texto do economista JohnWilliamson, do International Institute for Economy, e que se tornou apolítica oficial do Fundo Monetário Internacional em 1990, quandopassou a ser "receitado" para promover o "ajustamentomacroeconômico" dos países em desenvolvimento que passavam pordificuldades.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Consenso_de_Washington

Page 98: Crise financeira asiática de 1997

CONCEITO

http://pt.wikipedia.org/wiki/Consenso_de_Washington

John Williamson criou a expressão "Consenso de Washington", em 1990, originalmente para significar:

"o mínimo denominador comum de recomendações de políticas econômicas que estavam sendo cogitadas pelas instituições financeiras baseadas em Washington D.C. e que deveriam ser aplicadas nos países da América Latina, tais como eram suas economias em 1989.“

Desde então a expressão "Consenso de Washington"fugiu ao controle de seu criador e vem sendo usada para abrigar todo um elenco de medidas e para justificar políticas neoliberais.

“Claro que eu nunca tive a intenção que meu termo fosse usado para justificarliberalizações de contas de capital externo…monetarismo, supply side economics,ou minarquia (que tira do Estado a função de prover bem-estar social e distribuiçãode renda), que entendo serem a quintessência do pensamento neoliberal.”

Page 99: Crise financeira asiática de 1997

DECÁLOGO NEOLIBERAL

• Segundo Williamson (1990, p. 8-17), o “consenso deWashington” é constituído de 10 reformas:

a. Disciplina fiscal visando eliminar o déficit público;

b. Mudança das prioridades em relação às despesas públicas,eliminando subsídios e aumentando gastos com saúde eeducação;

c. Reforma Tributária, aumentando os impostos se isto forinevitável, mas “a base tributária deveria ser ampla e as taxasmarginais deveriam ser moderadas”;

d. As taxas de juros deveriam ser determinadas pelo mercado epositivas;

e. A taxa de câmbio deveria ser também determinada pelomercado, garantindo-se ao mesmo tempo em que fossecompetitiva;

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DECÁLOGO NEOLIBERAL

• Segundo Williamson (1990, p. 8-17), o “consenso deWashington” é constituído de 10 reformas:

f. O comércio deveria ser liberalizado e orientado para o exterior(não se atribui prioridade à liberalização dos fluxos decapitais);

g. Os investimentos diretos não deveriam sofrer restrições;

h. As empresas públicas deveriam ser privatizadas;

i. As atividades econômicas deveriam ser desreguladas;

j. O direito de propriedade deve ser tornado mais seguro.

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RESUMO

• Observe-se que as cinco primeiras reformas poderiamser resumidas em uma:– promover a estabilização da economia através do ajuste fiscal e da

adoção de políticas econômicas ortodoxas em que o mercadodesempenhe o papel fundamental.

• As cinco restantes são formas diferentes de afirmar que oEstado deveria ser fortemente reduzido.

• Esta lista de reformas é, portanto, perfeitamentecoerente com o diagnóstico de que a crise latino-americana origina-se na indisciplina fiscal (populismoeconômico) e no estatismo (protecionismo nacionalista).

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RESULTADOS

• O entusiasmo despertado pelas reformas preconizadas pelo Consenso deWashigton foi tal em muitos países, inclusive no Brasil, que a lista de 10recomendações do Williamson tornou-se humilde e inócua por comparação.

• A liberalização e abertura para os fluxos de capitais internacionais foi muitoalém daquilo que o próprio Williamson julgava adequado (e prudente) de seuponto de vista dos anos 80, em muitos países subdesenvolvidos. Apesar dosprotestos de Williamson, sua agenda de reformas passou a ser percebida, aomenos por seus críticos, como um esforço ideológico destinado a impor oneoliberalismo, e o fundamentalismo de livre mercado, aos países emergentes.

• Uma das coisas que é hoje mais ou menos consensual acerca dessas reformas éque as coisas não saíram como fora planejado. Mesmo os mais ardorososdefensores das políticas preconizadas então pelo Consenso de Washingtonconcordam que o crescimento ficou muito abaixo do esperado na AméricaLatina, e que o "período de transição" foi muito mais profundo e duradouronas economias anteriormente socialistas do que fora imaginado.

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RESULTADOS

• A autocrítica desenvolvida no documento TheWorld Bank’s Economic Growth in the 1990s:Learning from a Decade of Reform (2005), éaltamente supreendente na medida em que nosmostra como nos distanciamos das idéiasoriginais do Consenso de Washington.

• A nova ênfase do Banco Mundial reside agorana necessidade da humildade, em políticasdiversificadas, em reformas limitadas eseletivas, e na necessidade da experimentação.

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THE WORLD BANK’S ECONOMIC GROWTH IN THE 1990s

• O relatório do Banco Mundial reconheceu que, em primeiro lugar, houve um colapso,prolongado e inesperado, na produção dos países em transição das economias anteriormentecomunistas. Mais de uma década depois de iniciada a transição para os livremercados, muitospaíses anteriormente comunistas ainda não tinham recuperado seus níveis anteriores deprodução.

• Em segundo lugar a África Sub-Sahariana não 'decolou', a despeito das reformas políticas e nasmelhoras das políticas externas e do contínuo influxo de ajuda econômica.

• Em terceiro lugar houve recorrentes e dolorosas crises financeiras na América Latina, LesteAsiático e Turquia. A maioria dessas crises era imprevisível, até que o fluxo de capitais, emmercados liberados, reverteu-se subitamente.

• Em quarto lugar o crescimento da América Latina em termos per capita ficou muito abaixo doperíodo 1950-80, apesar dos desmantelamento das políticas estatizantes, populistas eprotecionistas dos antigos regimes da região.

• Finalmente a Argentina, a garota propaganda das teses do Consenso de Washington, desabouem 2002.

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O CONSENSO DE WASHINGTON NA PRÁTICA DA POLÍTICA ECONÔMICA MUNDIAL

• Independentemente das intenções originais de seucriador, o termo "Consenso de Washington" foi usado aoredor do mundo para consolidar o receituário de caráterneoliberal - na onda mundial que teve sua origem noChile de Pinochet, sob orientação dos Chicago Boys, queseria depois seguida por Thatcher, na Inglaterra(thatcherismo) e pela supply side economics de RonaldReagan (reaganismo), nos Estados Unidos.

• O FMI passou a recomendar a implementação dessasmedidas nos países emergentes, durante a década de1990, como meios para acelerar seu desenvolvimentoeconômico.

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O CONSENSO DE WASHINGTON NA PRÁTICA DA POLÍTICA ECONÔMICA MUNDIAL

• De início essas idéias foram aceitas e adotadas pordezenas de países sem serem muito questionadas.

• Só após a crise asiática, em 1997, da quase quebra daRússia, que viu seu PIB cair 30%, da "quebra" daeconomia Argentina - que recebia notas A+ do FMI pelozelo com que aplicava suas sugestões - e de vários outrosdesajustes econômicos ocorridos pelo mundo, o"Consenso" foi adaptado e, desde 2004, já revisto pelopróprio FMI, que abandonou o dogmatismo inicial.

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O CONSENSO DE WASHINGTON NA PRÁTICA DA POLÍTICA ECONÔMICA MUNDIAL

• A popularização dessas políticas econômicas criadas, foimuito facilitada pelo entusiasmo que gerou a queda domuro de Berlim e foi ajudada pela decadência dosocialismo soviético, numa época em que parecia que ospaíses que seguiam o planejamento central estavamfadados ao fracasso econômico e político.

• Estabilizar privatizar e liberalizar tornou-se o mantra deuma geração de tecnocratas que estavam tendo suaprimeira experiência no mundo subdesenvolvido, e doslíderes políticos por eles aconselhados.

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CRISES NEOLIBERAIS

• 1994 – Efeito Tequila (Crise Mexicana)

• 1997 – Tigres Asiáticos

• 1998 – Efeito Orloff (Crise Russa)

• 1999 – Efeito Cachaça - Câmbio Flutuante (Real – R$)

• 2001 – Torres Gêmeas

• 2001 – Efeito Tango (Crise Argentina)

1994 1997 1998 20011999

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A MALÁSIA: UMA "SOLUÇÃO ALTERNATIVA" AOS PROGRAMAS DO FMI?

• A Malásia se constitui num caso curioso, que pode servir de"experiência de laboratório" para as recomendações de políticaeconômica receitadas pelo Consenso de Washington.

• Isto porque a Malásia, quando da crise asiática, em 1997-98, sofreuuma forte crise cambial - com sua moeda, o ringgit, caindo de 2,50 para4,20 por dólar - e fez exatamente o oposto do que recomenda o FMInas mesmas circunstâncias, obtendo grande sucesso.

– Nas crises de fugas de capitais, que se transformam em crises cambiais, oFMI recomenda a flutuação das taxas de câmbio; a Malásia fixou-as. O FMIsugere uma forte elevação dos juros; a Malásia reduziu-os. O FMI receitaredução dos gastos públicos para reduzir a relação dívida/PIB. A Malásiaaumentou os gastos públicos e impôs uma trajetória ascendente à suarelação dívida/PIB.

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A MALÁSIA: UMA "SOLUÇÃO ALTERNATIVA" AOS PROGRAMAS DO FMI?

• A recuperação malaia foi impressionante. Sua indústriacresceu 8,5% em 1999, ano em que seu PIB cresceu5,4%e seu PIB continuou a crescer 7,8% em 2000 e 7%em 2001. A inflação, que em 1998 - antes da crise - forade 5,3%, caiu para 2,8% em 2000 e 2,2% em 2001. Arelação dívida/PIB, que era de 60% antes da crise,manteve-se em alta e hoje atinge um patamar superior a70%.

– Um estudo acadêmico bastante conhecido, elaborado porKAPLAN e RODRIK, constatou que a recuperação da Malásia,na crise 1997-98, foi mais rápida e menos custosa quandocomparada à recuperação da Tailândia e a da Coréia, queseguiram à risca o receituário do FMI.

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CONSENSO DE WASHINGTON JÁ É PASSADO

• O chamado "Consenso de Washington", que orientou a políticaeconômica de países subdesenvolvidos durante décadas, já é passado,declarou nesta segunda-feira o chefe do Fundo MonetárioInternacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn.

• Depois da crise financeira de 2008, que devastou a economia mundial,o Estado deve exercer um papel maior e controlar os excessos domercado, segundo o discurso do diretor-gerente do fundo, feito naUniversidade George Washington, na capital americana.

http://g1.globo.com/economia/noticia/2011/04/consenso-de-washington-ja-e-passado-diz-chefe-do-fmi.html

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CONSENSO DE WASHINGTON JÁ É PASSADO

• Diante da imposição de países emergentes como novosmotores do crescimento mundial, esse consenso deve sersuperado, mediante uma nova política econômica comênfase na coesão social e no multilateralismo, explicou.

• O Consenso de Washington, propagado durante os anos1980 e 1990 por FMI e Banco Mundial, foi apontado comoresponsável pela crise em países como Argentina ou empaíses em transição no Leste Europeu.

http://g1.globo.com/economia/noticia/2011/04/consenso-de-washington-ja-e-passado-diz-chefe-do-fmi.html

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CONSENSO DE WASHINGTON JÁ É PASSADO

http://g1.globo.com/economia/noticia/2011/04/consenso-de-washington-ja-e-passado-diz-chefe-do-fmi.html

"O Consenso de Washington tinha uma série de lemasbásicos: regras simples para a política monetária e fiscal,que previam garantir a estabilidade, a desregulação e aprivatização, liberalizando o crescimento e aprosperidade, e os mercados financeiros canalizariam osrecursos para as áreas mais produtivas”

(...)

"Tudo isso caiu com a crise. O 'Consenso de Washington'já é passado"

Dominique Strauss-Kahn(Diretor-chefe do FMI)

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Pesquisa Consenso de Washington

• http://www.bresserpereira.org.br/papers/1991/91-AcriseAmericaLatina.pdf

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Consenso_de_Washington

• http://g1.globo.com/economia/noticia/2011/04/consenso-de-washington-ja-e-passado-diz-chefe-do-fmi.html