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Contos de Encantamento, Crônicas e Memórias Literárias
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Contos de Encantamento

Mar 09, 2016

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Livro de produções de textos dos alunos.
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Page 1: Contos de Encantamento

Contos de Encantamento, Crônicas e Memórias Literárias

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CONTOS DE ENCANTAMENTO

E

CRÔNICAS

Alunos da 6ª E, 7ªB, 8ªD e 8ªE

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2010

SUMÁRIO

Prefácio .................................................................... 4

Ao leitor.................................................................... 5

A árvore negra.......................................................... 8

A frutinha encantada................................................ 9

A estrela e a velha................................................... 10

Cobra sucuri........................................................... 11

Flor do amor.......................................................... 12

Mulher................................................................... 15

Um dia muito estranho.......................................... 16

Dilemas do primeiro amor .................................... 17

Vida de pescador ................................................... 18

O retrovisor............................................................ 19

O Bairro de Mariana, ............................................ 22

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História do meu bairro.............................................23

Minhas lembranças................................................. 24

PREFÁCIO

O “PROJETO LER E ESCREVER: compromisso de todas as áreas do conhecimento” é norteador das ações pedagógicas da EMEF DEP. JOÃO SUSSUMU HIRATA há anos. Porém, só é possível tornar-se uma realidade quando conta com parcerias e envolvimento de todos.

No ano de 2009, participamos do projeto de poesias da Editora Paulus, por iniciativa da coordenadora Hajar, que inscreveu a escola e incentivou os professores a fazerem o curso de formação, bem como, aplicar o projeto com todas as turmas, desde o fundamental I até o fundamental II.

Para realizar o projeto 2009, contamos com a colaboração de todos os professores, que reorganizaram seus horários para atender às oficinas literárias, que funcionaram como salas-ambiente de Língua Portuguesa, com os funcionários, que ajudaram na organização de troca de salas, e com a equipe gestora, que permitiu uma nova ordem de funcionamento da escola e escala de horários. Movimento que durou um dia e trouxe para a escola a primeira colocação do concurso, tanto do ensino fundamental I quanto do ensino fundamental II

Neste ano, 2010, participamos de dois projetos externos de produção escrita, em parceria com a Editora Paulus e Itaú Social.

Na escola, para tornar os projetos realidade, agradecemos a prontidão com que o professor Lacerda, defensor e adepto ao trabalho com projetos interdisciplinares, dispôs de suas aulas, permitindo uma reorganização de horários para que pudéssemos chegar até aqui, com a apresentação destes textos, trabalhados a partir dos projetos da Editora Paulus, com a 6ª série E, cujo tema era “Contos de Encantamento”, e Itaú Social, com as 8ªs séries D e E, projeto “Olimpíada de Língua Portuguesa: escrevendo o futuro” – gênero crônicas. Além desta

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disposição, agradecemos seu olhar de leitor proficiente, que auxiliou na escolha dos textos que representaram a escola nestes projetos, assim como com suas intervenções, opinando de forma sutil e generosa na estrutura dos mesmos e à diagramação final deste livro; à comissão julgadora, que definiu que textos seriam enviados aos organizadores dos dois projetos; à equipe gestora, que inscreveu a escola nos projetos, possibilitando-nos esta experiência; aos demais professores de Língua Portuguesa, que participaram com suas turmas do evento, em especial à professora Ana Paula, que abrilhantou este volume com os textos de memória literária, produzidos pela 7ª B, e aos protagonistas desta ação, os alunos, que se empenharam na realização de seus textos.

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AO LEITOR - EDUCADOR/EDUCANDO

O educador é aquele que não se aquieta em ensinar e a aprender, que permite ao aluno questionar, argumentar, discordar, a se tornar consciente de seu papel na sociedade, desenvolver sua identidade e autonomia, ser capaz de ajudar na construção de uma sociedade mais justa e igualitária e de se formar como cidadão de direitos e deveres. Para tanto, a educação deve ser promovida por meio do diálogo, da cooperação entre educando e educador, pois ambos fazem parte da história da aprendizagem, não como meros objetos, mas como sujeitos que buscam participar e aprender juntos, pois, ensinar é um eterno ato de aprender, que estabelece uma aprendizagem infinita e que, de fato, a educação possa acontecer.

A interação entre professor e aluno é fundamental, essencial, pois, quando o docente interage com o educando, aproveitando a referência cultural que este já possui, está formando educandos críticos, ativos, participativos, que irão saber lutar por sua identidade, integridade e cidadania; se a prática educativa acontece de forma coerente, o professor respeita a individualidade, a personalidade dos alunos, desenvolve um trabalho que ocorre na relação entre todos os atores envolvidos na educação, na busca de um saber coletivo, na produção desse saber, a exemplo deste livro, cuja autoria é de nossos alunos, ação que só foi possível pela construção de um processo de ensino-aprendizagem direcionado ao aluno como ser participante, que se tornou sujeito de sua própria história, e que foi construído pela afetividade e pelo respeito, relações que possibilitaram a formação, tanto nos aspectos cognitivos quanto afetivos.

Enfim, o verdadeiro educador deve incentivar seus alunos a buscar conhecimentos, produzir conhecimentos, sempre objetivando a progressão da aprendizagem, orientando-os para se esforçarem para alcançar seus objetivos. O mais importante é que se estabeleça uma

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relação construída com postura transformadora, que ultrapasse o domínio da disciplina, do conteúdo livresco, da preocupação com avaliações externas, que tiram o oxigênio da liberdade e da criatividade, e que vá ao encontro do social, a fim de quebrar paradigmas cristalizados nesta sociedade que aparentemente é injusta e individualista, que há séculos mantém uma educação propedêutica.

Professor José Lacerda Moreira

SER PROFESSOR

O que é ser professor?

Ser professor é poder enxergar caminhos para mediar a construção do conhecimento, buscar ações para uma educação de qualidade, tornar cada momento significativo, para nós, professores, e para nossos meninos e meninas. Nessa interação, ensinarmos e aprendermos, sempre.

Como tornar os momentos significativos?

Aproveitar cada oportunidade, acreditando que podemos fazer um trabalho diferente e que nossos alunos são capazes de desenvolver este trabalho.

O que é preciso para tornar um trabalho significativo?

Acreditar no envolvimento das pessoas e contar com parceiros fiéis. Pensar de forma interdisciplinar, ou seja, quebrar os paradigmas dos modelos estanques, horários rígidos. Romper com o currículo disciplinar e tornar a sala de aula um ambiente de aprendizagem e de trocas, onde todos fazem parte de um mesmo sistema, com o qual contribuímos.

Nesta direção, a importância do trabalho com projetos interdisciplinares, promotores da integração entre os alunos, entre alunos e professores, entre professores e professores, quebra as paredes da escola e assume a proposta de Moaci Carneiro, em seu livro “A escola sem paredes”, do qual tomo por empréstimo os versos abaixo:

“A escola sem paredes

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Não parece escola, não.O professor comandante,

É também iniciante.”

Professora Anicéia L. Bernardes Barros

Primeira parte

CONTOS DE ENCANTAMENTO

(Professora mediadora: Anicéia)

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ÁRVORE NEGRA

Era uma vez uma árvore muito linda. Ela tinha flores e uma fruta desconhecida, e ficava em uma área desabitada.

Certo dia chegou uma tribo indígena e começou a cuidar dessa árvore. Todos os dias eles faziam uma dança em homenagem a ela, todos idolatravam a árvore.

Eles pegaram suas lindas flores e deram à líder da tribo, que se chamava Xauã.

Certo dia, chegaram os caçadores e quiseram se aproveitar dessa árvore para vender essa fruta misteriosa.

Os índios começaram a falar:- Esta árvore é sagrada, que foi mandada pelos deuses e ninguém

deve aproveitar dessa árvore além da líder Xauã.Os caçadores pediram para falar com a líder dos índios. Eles os

deixaram falar com ela. Os caçadores perguntaram:- Por que vocês acham que só a Xauã pode aproveitar dessa linda

e bela árvore?Os índios logo responderam:- Porque nós cultivamos essa árvore.Os caçadores perversos, com a resposta, começaram uma guerra

contra os índios.Os caçadores ganharam a guerra e só sobreviveu uma pessoa, a

Xauã, que não desistiu e se agarrou na árvore.Os caçadores, para se vingar da morte de seus amigos, amarraram

a Xauã na árvore e colocaram fogo, queimando as duas.Logo, a árvore nasceu das cinzas e com seus galhos começou a

balançar, suas folhas ficaram escuras, e tudo que tinha de linda acabou.

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De repente, começou a relampejar e a árvore ficou negra como a escuridão.

A árvore destruiu tudo que estava em volta.Os caçadores tentaram combater a árvore, mas o espírito da Xauã

estava na árvore e matou todos os caçadores. E assim nasceu a árvore negra.

Fladimir Gaudêncio de Lacerda Jr - Série: 6ªE

A FRUTINHA ENCANTADA

Em um belo bosque havia uma linda árvore com frutinhas muito grandes, bonitas e com o aspecto de ser muito saborosas. Um dia passou por ali um garoto, morador de rua, com muita fome, então viu aquelas frutas muito saborosas. Ele resolveu subir na árvore para comer uma daquelas frutas, mas ele não sabia que aquelas frutas eram encantadas. O encanto das frutas era que se alguém comesse a fruta iria se apaixonar pela primeira pessoa que visse. A fruta também fazia com que a pessoa visse todas as pessoas que eram feias parecerem bonitas. O encanto durava 24 horas.

O garoto comeu a fruta, depois de alguns minutos deu de cara com uma garota, ela era muito feia, mas como o menino estava encantado, ele a via muito bonita e se apaixonou. A garotinha também se apaixonou pelo menino, mas essa paixão não podia acontecer, pois eles não estavam apaixonados de verdade, era só o encanto. Mesmo assim eles insistiam nesse amor. Saíram para conversar.

No outro dia o encanto já tinha acabado, mas eles tinham marcado um encontro. Ele foi a esse encontro, quando chegou lá, viu uma menina muito feia. Quando ela veio falar com ele, ele acabou gostando do jeito dela. Achou ela muito simpática e muito bonita por dentro. Eles dois acabaram saindo, e o melhor de tudo, se apaixonaram de verdade e não pelo dinheiro e pela beleza.

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Juliany Brito Silva - Série: 6ªE

A ESTRELA E A VELHA

Um certo dia, na cidade de Joaquim Nazário, uma senhora chamada Iracy, malvada com os hospedes de sua pensão e, principalmente, com a empregada Dirce que limpava todos os quartos dos hospedes.

Um dia Iracy e seus hospedes foram convidados para uma festa de aniversário da Lídia, a pessoa mais rica da cidade. Só a empregada que não foi convidada e teve que ficar na pensão para limpar os quartos.

-Dirce, quero que você limpe todos os quartos que eu vou para uma festa. - disse a Iracy.

- Sim, senhora.Iracy foi a pé para a festa e, por acaso, errou o caminho e foi

parar na casa de uma perigosa feiticeira.- Lídia, é você? - perguntou a velha- Entre! Respondeu a feiticeira.Quando a velha abriu a porta, a feiticeira transformou-a numa

estrela. Só um pedido de uma pessoa que a adorasse podia retirar o efeito da velha.

Na pensão, a empregada estranhou a demora da velha e saiu a sua procura. Por acaso, ela também acabou errando o caminho e foi para a casa da feiticeira.

- Você deve ser a empregada da Iracy, não é? - disse a feiticeira.- Sim, por quê?- Você tem que salvá-la.- O que aconteceu? Por favor, feiticeira, solte-a, ela é a minha

única amiga.

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A feiticeira se comoveu tanto que acabou retirando o feitiço.Assim as duas viraram amigas e a velha ficou mais generosa e

viveram felizes.

Vinicius - Série: 6ªE

COBRA SUCURI

Num dia ensolarado, na bela cidade de Abobrinha - tem esse nome porque é a maior vendedora de abobrinha do país. Nessa cidade mora a bela moça Maria Cláudia. Mora com os pais. O pai de Maria é marceneiro e a mãe é dona de casa. Num lugar bem afastado da cidade mora uma feiticeira, Valquíria. Toda a cidade tem medo da feiticeira, mas a feiticeira não gosta é de Maria Cláudia, quer que ela desapareça.

Um dia a feiticeira estava pensando em como acabar com Maria Cláudia. Ela bolou um plano. Mandou um convite para Maria Cláudia dizendo que ela foi convidada para uma festa na parte mais afastada da cidade.

Quando ela chegou na festa, a porta estava aberta. Ela entrou e encontrou com a feiticeira, mas aqueles não eram o seu rosto e o corpo. Ela fez um feitiço para mudar a aparência. A feiticeira ofereceu-lhe um suco com feitiço. Em cada final de tarde ela iria virar uma cobra sucuri. A moça tomou, o que a feiticeira tinha planejado deu certo.

Alguns dias depois chegaram João e o avô dele, chamado de Zezinho. João era o homem mais bonito da cidade, e a feiticeira queria ficar com ele, mas ele queria namorar com Maria Cláudia.

Ela descobriu que estava sendo seguida por João. Maria Cláudia não contou pra ele da maldição. A feiticeira começou a seguir João e descobriu que ele gostava da mulher que ela enfeitiçou. A feiticeira fez outro feitiço e mudou o corpo dela, como se fosse Maria Cláudia. João começou a se encontrar com Maria Cláudia e com a feiticeira. Ele

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começou a desconfiar e começou a investigar. Descobriu que a feiticeira estava copiando Maria Cláudia.

Um dia encontrou a feiticeira e perguntou:

- Por que você está imitando Maria Cláudia?

- Porque gosto de você e você gosta da mulher que eu enfeiticei! - A feiticeira disse.

- O quê?! Você enfeitiçou Maria Cláudia! Qual é esse feitiço? – Perguntou João.

- Que todo pôr-do-sol, Maria Cláudia virará uma cobra sucuri. A feiticeira revelou.

- Então, desfaça o feitiço! - pediu João.

A feiticeira propôs:

- Só se você ficar comigo.

- Tá bom, eu fico com você! - concordou João.

E assim Maria Cláudia ficou livre do feitiço e ninguém soube mais do João e da feiticeira.

Luiz Felipe Silva Oliveira - Série: 6ªE

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FLOR DO AMOR

Laura, quando tinha 4 anos de idade, passou por uma terrível tragédia em sua vida, ficou órfã, perdeu os pais em um acidente de carro, foi levada a força para um orfanato bem distante de onde morava. Ficou no orfanato até completar 18 anos, e nessa temporada ninguém lhe ensinou o sentido da vida e nem ensinou a amar alguém.

Laura cresceu solitária, sem nenhuma amiga, e com o passar dos anos ela se apegou aos piores sentimentos do mundo que são: o ódio, rancor, fúria e a tristeza!

Quando saiu do orfanato todos os homens que ela encontrava na rua se apaixonavam, pois Laura era uma menina muito bonita, seus olhos eram verdes feito duas esmeraldas, mas transmitiam raiva e ódio, por isso, quando um homem olhava para os olhos dela via fúria e se afastava.

Certo dia Laura estava andando pela rua, pois era o único lugar que não se sentia sozinha. Um homem a parou e disse:

- Eu vejo fúria e ódio em seus olhos, mas por quê?

Laura não respondeu, e o homem lhe falou:

- Pegue isto, - colocando uma flor em sua mão, - quando você quiser mudar de vida, ferva essa flor com um pouco d’água e tome, e

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por alguns dias você irá sentir amor em sua vida, assim como você sentia há 14 anos atrás.

Laura, assustada, parada ficou observando o homem ir embora e foi para o seu apartamento. No dia seguinte, acordou, escovou os dentes e foi tomar café. Ficou olhando a flor ganhada, resolveu ferver e tomar o chá.

Mudou completamente, mas tinha consciência de que estava sob efeito de uma flor encantada, porém, esqueceu que era somente por alguns dias. Passados esses dias Laura havia se apaixonado por um lindo rapaz, mas o efeito passou, e começou a sentir o ódio e rancor novamente em seu coração. Queria sentir o que ela sentiu antes, aquela sensação de pernas bambas, coração palpitando rápido, e foi a procura daquele senhor que havia lhe dado a flor. Quando ela o avistou, perguntou:

- Moço, por favor, me fale que o senhor tem mais daquela flor guardada em seu bolso!

Ele respondeu:- Não! Pois eu a peguei em uma ilha que fica muito distante

daqui! Mas...Ela foi logo interrompendo:- Não importa onde, para conseguir esse sentimento novamente

eu vou para qualquer lugar do mundo!- Tá bom – respondeu o homem – olha, você vai ter que ir

sozinha, pois ninguém sabe da existência dessa flor!- Ok. – respondeu Laura.- Você vai pegar um barco, vai remar para o Leste. Vai passar

três ilhas, na quarta você para e, mais ao Sul, você vai avistar uma flor que é mais conhecida como rosa. Você vai cavar embaixo dela até encontrar uma flor vermelha e preta. Essa é a flor, mas lembre-se, é muito arriscado – advertiu o homem.

- Muito obrigada, vou agora mesmo!E lá foi Laura, seguindo todas as instruções que o senhor havia

lhe dado. Chegando na ilha, ela foi direto para o Sul, encontrou as rosas e foi logo cavando. Quando achou a flor mágica, ficou aliviada. Pegou um monte e foi logo indo embora.

Chegando ao barco ela guardou as flores e foi para a casa. Porém, uma grande tempestade virou o barco. Afrodite, uma deusa da mitologia grega, viu e disse:

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- Eu gostei da determinação dessa mulher e não vou deixar a vinda dela aqui se passar em vão!

A deusa a transformou na flor que ela estava buscando.Desde então, diz a lenda que, quando o relógio bate meia noite,

ela se transforma em humana, sai da quarta ilha para o Leste e vem caminhar pelas ruas de São Paulo, procurando alguém que tenha ódio e rancor nos olhos para levar junto com ela para sua ilha.

Maria Victoria da S. Costa - série: 6ªE(conto selecionado para representar a escola no projeto)

Segunda parte

CRÔNICAS

(Professora mediadora: Anicéia)

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MULHER

A mulher! Mulher apaixonada, mulher abandonada.

Mulher independente, mulher inteligente, difícil descrever.

A mulher! Mulher sentimental, sonho de menina casar, pensa viver uma vida de princesa, sonha com o príncipe encantado.

Mulher conhece um rapaz, se entrega de corpo e alma a uma paixão! Faz planos, mas, infelizmente, está sujeita a tudo.

Quando a mulher abre os olhos e enxerga a fundo o rapaz, ele não é tudo que ela imaginava. Bate solidão, pensa em nunca mais amar. O cotidiano deixa a mulher se acostumar a pensar que está feliz sozinha, mas, ninguém é feliz sozinho, porque se está aqui para fazer família, ter filhos, preservar a espécie. Pra que uma vida estabelecida sem uma pessoa para compartilhar os momentos de felicidade?

A mulher já conquistou muitas coisas, ela é independente. Na velhice, ela olhará para trás e entenderá que fez coisas boas e superou fases, medos, tristezas.

A mulher é, simplesmente, MULHER!

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Janaína Almeida – 8ª D

UM DIA MUITO ESTRANHO

Ontem, às 14:25h, eu estava indo comprar a ração do meu cachorro. Quando estava chegando, que fui atravessar a rua, olho para o lado e vejo uma ambulância com uma caixa parecida com um caixão, sendo colocado um corpo dentro da tal caixa.

Quando foi às 14:35h, estava vindo pra escola, vi a mesma coisa. Continuei pensando: ”Será que alguém da minha família vai morrer, ou algum amigo? Nossa! muito estranho!”.

Eu, muito assustada, liguei pra minha mãe e contei-lhe tudo. Ela exclamou: “Nossa! Filha, muito estranho mesmo! Mas você sabia que hoje, dia 9 de agosto de 2010, está fazendo três anos que sua avó faleceu?”

Eu, muito triste porque me lembrei desta perda, não queria comentar, entendi, apenas, que era a saudade me lembrando de alguém que é insubstituível.

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Camilla Vitorino dos Santos - 8ªD

DILEMAS DO PRIMEIRO AMOR

Amor! Amor é um leque de ideias, muitos significados. Para uns é felicidade e para outros, fardos.

Ultimamente andei pensando sobre o que realmente é o amor, e descobri que se perdeu. Muitos sabem pouco e poucos estão quase lá. Não sei por que se perdeu, mas tento descobrir. Sem conseguir parar de pensar, acho que não irei dormir.

Pergunto para o meu pai, pergunto para a minha mãe, “o que é o amor?” Ambos, com diferentes respostas, não saciam minha angústia.

Após cansar de pensar, percebo que apaixonado estou, e com a razão jamais solucionaria este problema, e creio que o amor não fede nem cheira, não é bom nem mau, é a pura plenitude da alma, envolvendo o ser em um dilema pessoal.

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Ian Ricardo – 8ª E

VIDA DE PESCADOR

Ele abre os olhos, e nem bem lava o rosto e, já está pensando como vai ser o seu dia. Ele toma o seu café humilde, dá um beijo na esposa e vai trabalhar. Chegando, arruma sua rede de pescador. Lança-a ao mar. Liga seu radinho de pilha, deita e tira um cochilo. Quando ele sente a rede balançando, dá um pulo e começa a puxar.

Já está anoitecendo. O sol já está indo embora. Ele leva o barquinho até a beira da praia e o amarra; vai pra casa. Chegando lá, beija a mulher. Dá os peixes na mão dela, que os joga na pia e fala que está saindo o jantar. Ele vai tomar um banho.

A vida de Florentino, o pescador, é muito difícil.

Rodrigo Ferreira de Abreu - 8ªD

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O RETROVISOR

Por minha curta experiência de vida, há poucas coisas de que me lembrarei quando estiver aposentado. Não me lembrarei que escrevi esta crônica, porém, há coisas de que sempre me lembrarei, como o dia da minha formatura, a primeira namorada, os grandes amigos e as grandes enrascadas. Mas há umas coisas que eu não esquecerei de jeito algum. Aquela vez que eu caí da laje ou quando atropelei um fusca com a minha bicicleta... A bicicleta nunca mais foi a mesma depois daquele dia!

Antes disto..., numa tarde, eu e alguns colegas saímos para ir próximo ao Socorro, todos de bike. Tinha um parque muito legal lá perto. Passamos algumas horas até decidirmos ir embora.

No caminho, paramos para comer um pastel, ficamos conversando e conversando... e já tinha ficado tarde. Saímos correndo, pegando rabeira no caminhão, subindo na calçada e até cortando caminho pelo parque. Chegou um momento que só tinha ladeira a descer. Passei do lado de vários carros, passei o farol vermelho, quebrei

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um retrovisor... Tudo culpa do retrovisor! Cheguei em casa cansado, suando e feliz, pensando que se minha mãe tivesse me visto, nunca mais andaria de bike.

Mas meu vizinho chegou pouco tempo depois com um retrovisor na mão. Vi toda minha vida passar diante dos meus olhos: A laje, a namorada, os amigos...

E estava eu lá, com o coração na mão, pensando, se teria a última refeição... ou um último pedido...! Quando ele disse: ”Sabe, vindo pra cá, passaram alguns garotos de bike e um deles quebrou o meu retrovisor”. Nesse instante ele olhou pra mim... Já era! Um garoto tão jovem, morto por causa de um retrovisor!

“Mas não sei quem foi” disse o vizinho. Ele continuou conversando com minha mãe e eu fui pro quarto rezar...

Weslley A. Roberto da Silva - 8ªE(crônica selecionada para representar a escola no projeto)

Terceira parte

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MEMÓRIAS LITERÁRIAS

(Professora mediadora: Ana Paula)

O BAIRRO DE MARIANA, A VIDENTE

Moro na Pedreira há 40 anos e posso muito bem contar como é bom morar neste lugar. Era calmo, um bairro cercado por uma vegetação variável, com pés de eucalipto, plantas e árvores muito interessantes, e uma menina que morava lá depois da grande descida que era conhecida como “barralá”. Mariana era uma menina diferente, pois tinha visões.

Num dia de chuva muito intensa, Mariana teve uma visão de seu irmão que havia saído para brincar no campinho perto da poça, conhecida como poça maldita (pois diziam que quando algum menino passava por lá era atraído por uma menina muito bonita e então se jogava dentro da poça). Coisa que era comum para as crianças de lá.

Foi quando ela viu que seu irmão tinha sido conquistado pela menina da poça.

Ela saiu em disparada atrás de seu irmão, mas como conseguiria subir barralá se estava chovendo muito forte.

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Ela tentava subir, mas não conseguia, tentou por vários minutos, até que finalmente conseguiu subir. Quando chegou até a poça, infelizmente era tarde demais. Debruçou-se sobre a poça e a única coisa que viu foi seu irmão, já sem vida.

HISTÓRIA DO MEU BAIRRO

Começa, assim, há 40 anos... Eu me mudara para o bairro da Pedreira, fiquei surpreendida ao chegar, pois só havia mato e mais mato. Era um lugar lindo, pessoas humildes, as poucas casas que tinham eram muito simples, porém, aconchegantes e perto dali, onde morávamos, eu e minha família, tinha uma represa linda, muito limpa e muito profunda, lá de longe dava pra ver gente nadando, brincando e se afogando. O bairro era realmente um lugar perfeito! Parecia um imenso paraíso, apesar de não ter ruas e o ponto de ônibus mais perto ser a 10 quarteirões de minha casa!

Antigamente como era deserto em algumas partes, as pessoas podiam andar sem medo de ser assaltadas ou de alguém estuprar, pois era um lugar pacato, sem muitas opções onde comprar roupa, porque não existiam shoppings ou lojas como na atualidade, mas coisas que não se viam, e eram raras, eram as escolas. E pra casar? Era um sacrifício

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chegar na igreja, tínhamos que subir um morrinho de barro e ainda chegávamos lá todos encardidos, e os noivos casavam sujos mesmo. Mas ainda assim, eu era feliz.

Natasha Renata dos Santos – 7ª B

MINHAS LEMBRANÇAS

Hoje, exatamente hoje, completo 40 anos de minha história. Lembro-me como se fosse ontem, quando eu andava na rua de lama, como era conhecida a rua que só tinha lama, e nem asfalto no chão tinha, naquela época de criança.

Ah, como era bom ser criança naquela época com meus 3 irmãos: Matheus, Miguel, Junior e eu! Como adorávamos brincar dentro da represa. Como eu era a única filha de quatro filhos de minha mãe Cecília, mamãe tinha um “piripaque” quando eu saia à noite, porque ela tinha medo que eu me perdesse na escuridão.

Mas mainha sabia que eu era moleca travessa, que eu não tinha medo de ninguém, que o perigo era simplesmente minha própria diversão.

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Fui crescendo, me tornando uma moça valente que adorava o perigo, até que um dia me apaixonei por um rapaz chamado Jefferson, mas todo mundo o chamava pelo apelido de “Guerreiro”.

Um certo dia minha família foi convidada para uma festa de casamento da irmã de Guerreiro, mas o pior é que a casa dele era depois da rua da lama, e ainda tinha que atravessar um mato sem fim.

Fui até a festa com meu vestido branco, com meus lindos sapatinhos brancos, com um lacinho preto na cabeça. Chegando na rua da lama, desci aquela ladeira, andei pelo bendito mato, até que cheguei à festa. O vestido estava mais preto do que meu laço, sapatos simplesmente sujos, cabelos bagunçados, porém, o principal, ele, o Guerreiro, me ajudou a me limpar, me dando um vestido , sapatos e deixando eu tomar banho na casa dele.

Foi então que aprendi que o verdadeiro significado do amor é quando um cavalheiro ajuda a dama a se conduzir. Só tenho uma coisa a agradecer, obrigada bairro do Pedreira.

Jaqueline Silva – 7ª B

(Texto selecionado para representar a escola no projeto)