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Conheça um pouco mais sobre desidratação em bezerras_Ceva.pdf

Jul 06, 2015

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DIARREIA: O QUE É E A QUE LEVA

A diarreia é uma doença do sistema digestivo, caracterizada pela eliminação de

fezes aquosas e aumento da frequência de evacuações. Com a progressão da

doença, devido ao elevado teor de água nas fezes aparece o quadro de

desidratação. Junto com a água, o corpo perde eletrólitos (minerais), que são

necessários para manter importantes funções corporais.

A perda de eletrólitos e as mudanças no metabolismo da bezerra(o) na tentativa de

evitar essas perdas irão levar a uma condição chamada acidose metabólica, que se

não corrigida poderá leva-lo a morte rapidamente.

PRINCIPAIS AGENTES DAS DIARREIAS E QUANDO OCORREM

Vários agentes estão relacionados à ocorrência de diarreia em bezerras(os). Podem

ser bactérias, vírus ou mesmo parasitas, normalmente podem atacar o revestimento

do intestino e causar lesão seguida de perda de água através da parede danificada.

Os agentes mais comuns envolvidos nas diarreias das bezerras(os) são:

Agentes Bacterianos: Escherichia coli e Salmonela são comuns em

bezerras(os) recém-nascidos (geralmente com menos de 2 semanas de

idade), embora Salmonela possa afetar bovinos de qualquer idade.

Agentes Virais: Os vírus Rotavírus e Coronavírus, comumente afetam

bezerras(os) em suas primeiras semanas de vida (normalmente 1 a 3

semanas).

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Agentes Parasitários: Parasitas como as Eimerias (coccidiose) e

Criptosporidium parvum, podem estar ligadas a diarreia em bezerras(os)

jovens.

DIARREIA E A PREVALÊNCIA DAS DOENÇAS QUE MAIS MATAM BEZERRAS

Diarreia afeta mais as bezerras(os) recém-nascidas. Esta categoria são mais

propensas à diarreia devido à sua dieta líquida (leite), ao maior teor de água em

seus corpos (em comparação com bovinos adultos), e sua susceptibilidade a

determinadas doenças infecciosas específicas do trato intestinal. Recente estudo

americano informa as principais doenças causadoras de mortes em bezerras(os).

COMO TUDO COMEÇA

A Diarreia começa quando algum organismo

causador de doença (bactérias, vírus,

protozoários) se multiplica rapidamente no

intestino delgado da bezerra(o).

Muitas destas espécies podem ser encontradas

em pequeno número no intestino delgado, e em

número tão

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pequeno que não fazem mal algum. No entanto, quando encontram condições

favoráveis, se multiplicam rapidamente, atacam o revestimento do interior do

intestino delgado e lesam a parede intestinal. A parede lesada não pode absorver os

nutrientes do leite (ou sucedâneo) de forma tão eficiente como faz normalmente e

dai começa uma serie de processos que se não atendido a tempo poderão levar o

animal a morte. O quadro mais característico é a eliminação constante de fezes

liquidas que leva a uma rápida desidratação.

COMO OCORRE O PROCESSO NORMAL DE ABSORÇÃO INTESTINAL

Em animais saudáveis, grandes quantidade de

água é regularmente secretada para dentro do

intestino delgado para ajudar na digestão e

absorção dos nutrientes. A maior parte desta água

é recuperada junto com os nutrientes que são

digeridos e absorvidos.

O epitélio intestinal é uma camada única de células

que reveste o intestino delgado e é composta de

vilosidades e criptas. As vilosidades (Villus) se

projetam no espaço aberto, ou lúmen do intestino

delgado e estão principalmente envolvidas na

absorção de nutrientes. Os Enterócitos são células

de absorção que revestem as vilosidades. Cada

vilosidade é bem suprida por vasos sanguíneos e

linfáticos que rapidamente movem os nutrientes absorvidos do trato digestivo para

interior do corpo. As Células da Cripta, por sua vez, estão primariamente envolvidas

na secreção de substâncias, incluindo a água, para dentro do lúmen intestinal.

O MOVIMENTO DA ÁGUA PARA O INTESTINO DELGADO

Quando os alimentos entram no intestino delgado, a água prontamente "vaza" entre

as células epiteliais do intestino delgado e flui para dentro do lúmen. Durante a

Figura 1

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digestão partículas grandes de nutrientes são

quebradas em partículas menores para serem

absorvidas, aumentando a concentração destas

partículas no interior do intestino.

Esta concentração cria uma pressão osmótica

que é muito maior dentro do intestino do que no

interior das células e fluidos do corpo em torno

do trato digestivo. Como a água flui em direção

a áreas de alta pressão osmótica, nesta

situação ela se move das células para o interior

do intestino (lúmen intestinal). Outra maneira da

água mover-se para o intestino é através de uma ação específica de células da

cripta. Isso acontece através do bombeamento de íons Cloreto (Cl -) para o espaço

da cripta no intestino. As Células da Cripta ativamente puxam água para dentro do

intestino. Na figura ao lado, observa-se este

processo onde os íons Cloro (Cl -) atraem os

íons de Sódio (Na+), este por sua vez

atravessam a camada celular e vão para o

lúmen intestinal, isso provoca aumento da

pressão osmótica local. Com aumento de

pressão osmótica, a água é puxada para dentro

do intestino.

Os aminoácidos e carboidratos são

transportados como o Sódio (Na+) para fora do

lúmen e depois para dentro das células da

mucosa do intestino delgado. Uma vez dentro

da célula o Sódio (Na+) é rapidamente

bombeado para o fluido extracelular que rodeia

as células, longe do lúmen intestinal.

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Como resultado destes movimentos de nutrientes, uma série de gradientes

osmóticos é criada os quais movem a água do lúmen para a célula e desta para o

fluido extracelular, como pode ser observado na figura anterior. O Sódio (Na+) e a

água nesta situação difundem-se depois para a corrente sanguínea.

Este é o mecanismo pelo qual a E. coli promove a perda líquida, esta bactéria

produz e libera sua enterotoxina que irá provocar este mecanismo de bombeamento

de Sódio (Na+) e que vai disparar uma hipersecreção de água para dentro do

intestino.

REABSORÇÃO DE ÁGUA A PARTIR DO INTESTINO DELGADO.

A água é reabsorvida a partir do trato digestivo, como resultado da absorção de

nutrientes, com o Sódio (Na+) desempenhando um importante papel neste processo.

Como regra geral, a água segue Sódio (Na+). O Sódio (Na+) é livre para se mover

através das membranas celulares epiteliais em resposta as diferenças osmóticas,

movendo-se de áreas de maior pressão osmótica para áreas de menor pressão

osmótica.

Embora essa difusão passiva de Sódio (Na+) resulte em movimento da água para

fora do trato digestivo, isso é insuficiente para a reabsorção adequada de água.

Assim, o Sódio (Na+) é também ativamente deslocado através da membrana das

células epiteliais, juntamente com outros nutrientes.

A habilidade de concentrar Sódio (Na+) no fluido extracelular, atraindo água para

fora do aparelho digestivo, aumenta à medida que o alimento passa através do

intestino delgado. No momento em que o produto chega ao intestino grosso, cerca

de 80 % da água já foi reabsorvido.

Uma das funções primárias do epitélio intestinal é o de proporcionar uma barreira

entre o organismo animal e o ambiente dentro do intestino. Os fluidos corporais são

retidos, mas as grandes partículas de alimentos, microrganismos e toxinas são

excluídas e eliminadas do corpo, assim, a água e alguns solutos são regulados.

Se a normalidade da função epitelial é quebrada, o volume de líquido no interior do

lúmen intestinal aumenta. Uma ampla variedade de fatores como nutrição, manejo e

flora microbiana pode contribuir para a perda de água através do aparelho digestivo.

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TIPOS DE PERDA INTESTINAL DE ÁGUA.

Aumento da permeabilidade:

Microrganismos (vírus, bactéria protozoários) causam inflamação e danos ao epitélio

intestinal, resultando no aumento do movimento da água para dentro do intestino.

Rotavírus e Coronavírus lesam os Enterócitos, que são as células que revestem as

vilosidades intestinais, levando a perda de água e atrofia das vilosidades. Os

Enterócitos lesados prejudicam a digestão e isso conduz à má absorção. A infecção

por Rotavírus também altera a função entre as células epiteliais intestinais,

aumentando a permeabilidade. Um efeito secundário da inflamação das células

epiteliais do intestino é que este processo pode levar a uma resposta imunitária do

intestino delgado, que em última análise desencadeia uma hipersecreção e diarreia

inflamatória.

Hipersecreção

Este tipo de perda de água é semelhante ao aumento da permeabilidade em que

grandes quantidades de água passam para o intestino, mas não há tecido lesado.

As endotoxinas bacterianas estimulam as bombas celulares de íons nas Células da

Cripta da mucosa intestinal a secretar grandes quantidades de íons no lúmen

intestinal. Esses íons puxam a água para o dentro do intestino delgado. A

hipersecreção resulta em grandes perdas de água e eletrólitos, este é o mecanismo

pela qual a E. coli e a resposta imune inflamatória promovem a diarreia.

Má absorção

Lesão epitelial no intestino delgado reduz a absorção de nutrientes. Os vírus e

protozoários danificam as vilosidades do intestino delgado levando à atrofia das

vilosidades, e podem danificar a mucosa do intestino grosso também. Quantidades

normais de água podem ser secretadas para dentro do trato digestivo, mas as

lesões do tecido resultam em pobre absorção de água e de nutrientes.

Esta situação de má absorção leva os nutrientes a passarem pelo intestino delgado.

Estes nutrientes alcançam o intestino grosso, e podem causar supercrescimento

bacteriano e produção excessiva de ácidos graxos voláteis (AGV). Como resultado,

alterações osmóticas ocorrem e podem piorar ainda mais a perda de fluido.

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Má digestão (Diarreia Osmótica)

Alterações no manejo da alimentação podem levar a má digestão. A súbita mudança

na alimentação, o uso de ingredientes de qualidade pobre, a presença de alergenos

alimentares ou outros fatores prejudiciais para alimentação dos animais e distúrbios

digestivos podem levar a má digestão.

A má digestão geralmente resulta em má absorção.

DESIDRATAÇÃO

A desidratação ocorre através de diferentes processos

que envolvem tanto os compartimentos de água

intracelulares como os extracelulares. O fluido

extracelular inclui o fluido do sangue e do espaço entre

as células e compreende cerca de 40% da água do

corpo. Os outros 60% são encontrados dentro de

células. O plasma sanguíneo responsável apenas cerca

de 1/6 da porção extracelular de fluidos do corpo e

representa uma parcela muito pequena de água

corporal total.

Assim como a água, eletrólitos e outras substâncias também

são perdidos pelo organismo durante a desidratação, e a

concentração de nutrientes dos compartimentos de água do

corpo muda. Por exemplo, quando a água é perdida a partir

do fluido extracelular, as concentrações de íons e de outras

substâncias que permanecem no fluido começam a subir.

Como resultado, a pressão osmótica

no interior do fluido extracelular

aumenta.

Como a água se move em direção a

áreas de alta pressão osmótica, ela sai das células vizinhas e

se move para o líquido extracelular. Este movimento da água

para fora das células aumenta o volume de fluido extracelular

e diminui a sua pressão

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osmótica. Como as células do organismo perdem água, o

corpo torna-se desidratado, ajudando a manter o volume

de sangue. Este tipo de perda de água é referido como

hipertónico.

Continuando a desidratação: como a desidratação

progride, os tecidos tendem a encolher, a pele torna-se

seca e enrugada e olhos tornam-se “encolhido”. Nesta

fase, embora a bezerra(o) apresenta alguns sintomas, tais

como: depressão, cabeça mais baixa, orelha caída, ela

ainda mantém alguns sinais positivos para uma

recuperação, como: ainda se mantem de pé, apresenta reflexo de sucção e a perda

percentual líquida observada pela prega da pele do pescoço indica que não é tão

dramática.

Se a perda de água continua, o volume plasmático cai, os

rins reduzem a produção de urina a fim de conservar a

água. Como há diminuição da produção de urina, resíduos

de produtos do metabolismo vão se acumulando no sangue.

Nesta situação a sintomatologia se agrava, o animal já não

fica muito tempo em pé e procura ficar deitado em decúbito

esternal (de peito).

A função renal reduzida provoca alterações nas

concentrações de íons do plasma e ocorre uma redução do

pH. A medida que o pH é reduzido, instala-se um quadro de

acidose. Tanto a desidratação como a acidose interferem

com a capacidade do animal para manter a sua temperatura corporal e isso leva a

hipotermia.

A atitude e a postura do animal estão relacionadas com a gravidade desses fatores.

A acidose é mais grave em bezerras(os) mais velhas e pode contribuir mais para a

depressão e a fraqueza do que em bezerras(os) jovens. O déficit de íons plasmático

de bezerras(os) mais velhas é mais grave em do que em bezerras(os) mais jovens

mostrando os mesmos sinais clínicos.

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Infecções por E. coli são mais comuns em bezerras(os) com menos de uma semana

de idade e tendem a causar diarreia por hipersecreção com rápida e severa perda

de água.

A velocidade com que desidratação ocorre durante estas infecções pode não dar

tempo suficiente para os pulmões compensarem o rápido início de acidose, como

resultado a desidratação pode ser mais responsável pela atitude e postura em

bezerras(os) jovens com diarreia do que a acidose. A compensação respiratória é

mais compatível com acidose metabólica prolongada, e poderia ser a razão pela

quais bezerras(os) mais velhas apresentam uma acidose mais grave.

A partir de perda de água de 8 - 10% de peso corporal aumenta a viscosidade do

sangue, causando uma diminuição no débito cardíaco e um aumento na taxa de

pulso. Como a perda de água persiste, a partir de 12 a 14% a acidose progride e

torna-se gravíssima, e o estado do animal

é de morte eminente. O pH plasmático

diminuí ao ponto que as membranas

celulares começam a liberar Potássio das

células e a sua concentração aumenta nos

fluidos extracelulares. Isso interfere com as

contrações musculares, nesta situação o

animal só fica deitado e de lado. Há a

diminuição da pressão arterial fazendo com que o coração bata mais irregularmente,

resultando em insuficiência circulatória e redução do fluxo sanguíneo para os

pulmões. O pulso enfraquece, a temperatura diminui, as extremidades estão frias e a

bezerra(o) entra em choque irreversível e coma. A morte resulta de insuficiência

cardíaca.

DIARREIA E SEUS DESDOBRAMENTOS

Um típico caso de diarreia pode ser dividido em 4 fases:

1. Desidratação: É caracterizada pela a diminuição da quantidade total de água no

organismo da bezerra(o). Atualmente os produtores estão mais familiarizados

com esta situação e com os sinais de desidratação, primeiramente os olhos

tornam-se mais afundados para trás nas suas órbitas, a pele fica menos elástica.

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Hoje eles entendem que devem corrigir corretamente e rapidamente a

desidratação, ela não é o pior inimigo nos casos de diarreia, mas certamente é o

problema menos difícil de entender e corrigir.

2. Acidose: Acidose é o termo usado para descrever uma condição na qual existe

uma alta quantidade de ácido no organismo da bezerra(o). Em geral, a

importância da acidose tem sido reconhecida nos últimos vinte anos, e somente

mais recentemente percebeu-se que a acidose é tão ou mais grave do que a

desidratação. Agora se entende que outro objetivo importante do tratamento é

neutralizar o excesso de ácido, e que se o tratamento for repetitivo e baseado

somente na reposição de eletrólitos, isso pode ser eventualmente fatal por

disponibilizar níveis muito elevado de alguns minerais. No curto prazo, a acidose

é um problema pior do que a desidratação, e os dois problemas não andam

necessariamente juntos.

3. Ácido D - Láctico: Em muitos casos, os sinais característicos de uma bezerra(o)

doente com um quadro de depressão que progride para fraqueza, incapacidade

de se manter em pé, coma e, finalmente a morte, tudo isso é devido ao aumento

do Ácido D - Láctico no sangue e em outras áreas do corpo do animal. O Ácido

D- Láctico é essencialmente uma toxina que tem efeitos negativos sérios sobre o

sistema nervoso da bezerra(o). Uma pequena quantidade de Ácido D - Láctico é

fisiologicamente produzida no corpo da bezerra(o), como resultado de funções

normais do metabolismo mas em altos níveis causa problema. As fontes primárias

de Ácido D-Láctico em bezerras(os) com diarreia podem ser:

A fermentação do leite no intestino grosso: O leite deveria ser totalmente

digerido no intestino delgado, mas no caso de diarreia, a mucosa do

intestino delgado pode estar lesada impedindo que haja um processo de

digestão normal, assim o leite não digerido é liberado no intestino grosso.

Falha renal em consequência da progressão da desidratação: como há

continua perda de água o volume plasmático cai, e os rins reduzem a

produção de urina a fim de conservar a água. Como há diminuição da

produção de urina, os resíduos do metabolismo que deveriam ser eliminados

Page 12: Conheça um pouco mais sobre desidratação em bezerras_Ceva.pdf

vão se acumulando no sangue. Há uma progressão no mau funcionamento

dos rins o que provoca alterações nas concentrações de íons do plasma e

ocorrendo uma redução do no seu pH. À medida que o pH plasmático vai

sendo reduzido o quadro de acidose se agrava. Tanto a desidratação como

a acidose interfere com a capacidade do animal para manter a sua

temperatura corporal e isso leva a hipotermia.

4. Toxemia: Toxemia é o termo usado para descrever uma condição na qual o

microrganismo causador da doença produz produtos químicos tóxicos para a

bezerra(o). Estes complexos químicos são produzidos por E. coli e Salmonela, e

alguns outros agentes com menos frequência.

Antes da descoberta do papel do Ácido D - Láctico na bezerra(o) com diarreia,

acreditava-se que as toxinas eram a maior ameaça aos bezerras(os) com diarreia.

Hoje há um consenso que as toxinas não são tão significantes assim. De fato,

quase toda a literatura publicada sobre Ácido D - Láctico em bezerras(os) com

diarreia, mostra que eles geralmente se recuperam quando dado o tratamento

adequado para controlar a acidose, a desidratação e a sobrecarga de Ácido D -

Láctico, mesmo sem um tratamento especifico contra o agente causador da

diarreia.

RESUMINDO:

Uma lesão (ou não) na parede do intestino delgado pode resultar diretamente na

desidratação, com grande perda de eletrólitos e principalmente Bicarbonato de

Sódio, e indiretamente na produção de Ácido D - Láctico e consequente acidose.

Com o agravamento da desidratação e da acidose os rins passam a trabalhar de

forma menos eficiente, diminuindo a eliminação de H(+), isso tende a se agravar

ainda mais com o aumento da produção de Ácido D - Láctico uma vez que rins ficam

cada vez mais comprometidos e são menos capazes de removê-lo do corpo da

bezerra (o).

O agravamento da acidose faz a bezerra(o) inicialmente perder o apetite, e o

aumento do nível de Ácido D - Láctico faz com que ela se torne rapidamente mais

fraca, não parando mais em pé, se o nível de Ácido D – Láctico continuar subindo,

ela certamente vai entrar em coma e acaba por morrer em choque.

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Como muitas das causas de diarreia são iniciadas por ação de vírus ou protozoários,

os antibióticos podem não ser tão eficazes. Os mecanismos de defesa natural da

bezerra(o) deveriam agir e impedir que houvesse a expansão do processo e ajudar a

implementação da cicatrização da parede do intestino delgado lesada. Infelizmente,

esses processos não funcionam de forma eficaz quando o bezerra(o) se encontra

em desidratação e acidose. Assim, o bezerra(o) que permanece em acidose ou

desidratado tem menos condição de reverter os efeitos da lesão inicial sobre a

parede do intestino delgado, e é mais provável que a diarreia e seus

desdobramentos (desidratação) continue até que o bezerra(o) esteja

irreversivelmente lesado ou morre.

COMO AVALIAR A DESIDRATAÇÃO EM BEZERRAS (OS)

A desidratação em bezerras(os) que apresentam diarreia é acompanhada por

grandes reduções no volume de fluído extracelular, juntamente com pequeno

aumento no volume de fluido intracelular. Na pratica, para corrigir o problema, o

fazendeiro tenta estimar clinicamente o grau de perda do fluido extracelular.

É possível estimar o estado de hidratação avaliando vários parâmetros, tais como: a

atitude da bezerra(o), a posição do globo ocular, a elasticidade da pele, a aparência

das mucosas, o tempo de enchimento capilar, e da produção de urina.

Alguns estudos indicam que a campo os parâmetros de maior precisão para avaliar

desidratação em bezerras(os) são: recessão do globo ocular na sua órbita e o tempo

de retorno da dobra da pele após a tensão na região do pescoço

Observando o quadro na próxima página, fica mais fácil avaliar o percentual de

desidratação correlacionando a vários sintomas observados nos animais em

condições de campo. Através desta ferramenta podemos avaliar o nível de

desidratação e intervir quando necessário.

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QUANDO E COMO INTERVIR NOS CASOS DE DESIDRATAÇÃO

EM BEZERRAS(OS)

A bezerra(o) pode mostrar uma serie de sintomas como descrito anteriormente e

isso deverá ser a base para a tomada de decisão com relação a implementação do

tratamento.

O tratamento oral é recomendado para situações onde a bezerra(o) esteja

apresentando até 8% de perda hídrica. Na pratica, a bezerra(o) nesta situação pode

ser observado com os seguintes sintomas:

Aparência mais fraca com ligeira depressão,

Ainda tem reflexo de sucção, mas é fraco,

Os olhos já podem ser observados no fundo da sua orbita,

E a prega da pele leva mais que 6 segundos para voltar ao normal.

Neste cenário, a hidratação oral ainda tem chances de reverter o quadro. Mas a

partir deste ponto, outras complicações secundárias como acidose e seus

desdobramentos vão se acentuando e o quadro vai se agravando a cada hora, e a

partir deste momento a reidratação mais recomendável é via intravenosa.

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O QUE SE ESPERA DE UM FLUIDO PARA REHIDRATAÇÃO ORAL

Existem vários fatores importantes a se considerar quando se decidir sobre um

produto para reidratação oral, ele tem que satisfazer os seguintes requisitos:

1. Fornecimento de Sódio (Na+) suficiente para normalizar o volume do Fluído

Extra Celular (FEC).

2. Fornecer agentes que facilitem a absorção de Sódio (Na+) e água a partir do

intestino, tais como glucose, acetato, propionato, ou glicina.

3. Proporcionar um agente de alcalinização (acetato, propionato, formiato) para

corrigir a acidose metabólica geralmente presente em bezerras(os) com

diarreia,

4. Fornecer energia, porque a maioria das bezerras(os) que têm diarreia estão

em um estado de balanço energético negativo.

FLUIDOTERAPIA ORAL

Uma solução de eletrólitos deve ainda ser formulada tendo como objetivo foco de

sua ação os seguintes pontos:

Aumentar a capacidade de absorção e retenção de água

Restaurar os níveis dos eletrólitos perdidos

Reduzir a acidose metabólica

Os principais componentes de reidratante oral são:

Agua: A água é o nutriente mais importante para a manutenção da vida, ela corrige

a desidratação e atua como um solvente para eletrólitos.

Sódio (Na+) é o principal íon extracelular no organismo. A água segue o movimento

de Sódio (Na+), fazendo dele o maior componente eletrólito. Como o Sódio (Na+) é

absorvido a partir do aparelho digestivo para a corrente sanguínea e depois para o

interior das células, ele faz com que a água se mova junto.

As células absorvem o Sódio (Na+) através de difusão simples, mas ele é também

co-transportado para as células junto com a glucose e aminoácidos. O Sódio (Na+)

tem um papel crítico no equilíbrio acido básico e é usado pelos rins para ajustar e

manter este equilíbrio. O Sódio (Na+) deve estar numa razão média de um para um

com a glicose para ser absorvido mais eficientemente.

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Glucose / Dextrose: são açúcares ou Carboidrato, são facilitadores da absorção de

Sódio (Na+). A glicose é co-transportada com o Sódio (Na+) a partir do trato

digestivo, promovendo a absorção de Sódio (Na+) e da água a partir do intestino

delgado. A Glicose é também uma fonte secundária de energia para a bezerra(o), no

entanto, uma solução eletrolítica não deve ser encarada como um substituto para a

energia fornecida pelo leite.

Potássio (K +): é o principal íon intracelular. Potássio ajuda a manter a integridade

da membrana celular e está envolvido na função neuronal e na contração muscular.

A desidratação avançada leva a acidose e desequilíbrio eletrolítico grave, causando

uma perda de potencial de membrana celular e morte celular.

Cloro (Cl-): é o principal íon negativo, tem um papel crítico no equilíbrio ácido-base

e no equilíbrio da água no corpo. Os rins utilizam o Cloreto para ajustar e manter o

equilíbrio. O Cloreto de Sódio (NaCl) e Cloreto de Potássio (KCl) são fontes de cloro

comuns.

Agentes Alcalinizantes: são compostos que adicionados na formulação com

objetivo de diminuir a acidose e também para proporcionar um pouco de energia. Os

agentes alcalinizantes comumente encontrados são o bicarbonato de Sódio, acetato,

propionato, lactato e citrato. O bicarbonato e o citrato interferem com o processo

normal da coagulação do leite no abomaso e devem ser evitados. Estudos

demonstram que os ácidos graxos voláteis (AGVs - acetato, propionato e formiato)

são preferíveis ao bicarbonato de Sódio, por que:

Auxiliam a absorção de Sódio (Na+) no intestino delgado do bezerra (o),

Não aumentam o pH do abomaso,

Inibem o crescimento de espécies como Salmonela e E. coli,

Produzem energia quando metabolizada,

São facilmente metabolizados,

Não têm efeito negativo sobre a digestão do leite.

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REHYDION® GEL

A Ceva acaba de trazer para o mercado brasileiro mais um novo produto

diferenciado, trata-se de Rehydion® Gel, um reidratante oral para o controle da

desidratação em bezerras (os).

Rehydion® Gel apresenta uma formulação bastante equilibrada com componentes

extremamente desejados para um produto reidratante. Além de se apresentar num

frasco dosador inovador, que facilita o manuseio e a dosificação dos animais.

REHYDION® GEL: O QUE É

Rehydion® Gel é suplemento mineral para a estabilização do equilíbrio hídrico e

eletrolítico de bezerras (os), e como coadjuvante na reidratação de animais

convalescentes.

COMPOSIÇÃO: Cloreto de potássio, Cloreto de Sódio (Na+), Glicose, Diacetato de

Sódio (Na+), Formiato de Sódio (Na+), Água.

Níveis de garantia por Kg de produto:

Sódio (Na+) 87,6 g

Potássio (K+) 34,3 g

Cloreto (Cl -) 65,5 g

MODO DE UTILIZAÇÃO

Rehydion® Gel destina-se exclusivamente à administração por via oral.

Agitar antes de usar.

Preparar uma solução nova antes de cada administração.

Retirar a tampa e pressionar o frasco até medir 20 mL na marcação superior

do copo.

Misturar 20 mL para cada 1 litro de leite ou água morna.

Rehydion® Gel deve ser preferencialmente utilizado junto com o leite.

Entretanto, isso não impede sua utilização também misturado a água.

Para manter os níveis de eletrólitos, administrar 2 litros de leite (ou água)

contendo Rehydion® Gel, duas vezes ao dia durante 2 dias ou mais se

necessário.

Page 19: Conheça um pouco mais sobre desidratação em bezerras_Ceva.pdf

Se as bezerras(os) estiverem bebendo mais que 4 litros diários, forneça um total

diário de 80 mL de Rehydion® Gel.

APRESENTAÇÃO

Rehydion® Gel é apresentado em garrafa especial com 320 mL de conteúdo e

disponibilizado em display com 12 garrafas.

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BIBLIOGRAFIA

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