Top Banner
WWW.COMPUTERWORLD.COM.BR | MAIO/JUNHO DE 2014 | ANO XX | N O 561 | R$ 14,95 O PORTA-VOZ DO MERCADO DE TECNOLOGIA DA INFORMAçãO E COMUNICAçãO INCLUI NEGÓCIOS • TECNOLOGIA • LIDERANÇA Leia tambm: Nove companhias de Hadoop que sua empresa precisa conhecer | Como recrutar um cientista de dados EMPRESAS QUEREM TER DADOS PRECIOSOS PARA GANHAR MAIS COMPETITIVIDADE, MAS ENFRENTAM O DESAFIO DE ENCONTRAR A ESTRATéGIA CERTA PARA ANALISAR INFORMAçõES DE NEGóCIOS BIG DATA GESTÃO Agilidade exige repensar todos os processos para que a TI faça parte da estratgia de negócios LIDERANÇA Três passos para você ganhar velocidade e ser inovador
36

ComputerWord 561

Dec 19, 2015

Download

Documents

Revista completa
Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
Page 1: ComputerWord 561

www.computerworld.com.br | maio/junho de 2014 | ano XX | no 561 | r$ 14,95

o porta-voz do mercado de tecnologia da informação e comunicação

inclui

negócios • tecnologia • liderança

Leia tambem: Nove companhias de Hadoop que sua empresa precisa conhecer | Como recrutar um cientista de dados

empresas querem ter dados preciosos para ganhar mais competitividade, mas enfrentam o desafio de encontrar a estratégia

certa para analisar informações de negócios

big dataGestãoAgilidade exige repensar todos os processos para que a TI faça parte da estrategia de negócios

LiderançaTrês passos para você ganhar velocidade e ser inovador

?01_CAPA_CW561.indd 1 21/06/2014 11:01:04

Page 2: ComputerWord 561

anuncio.indd 2 11/06/2014 15:38:10

Page 3: ComputerWord 561

MAIO/JUNHO de 2014FIQUe ATUALIZAdO ACeSSANdO O SITe: www.COMpUTerwOrLd.COM.br

AGILIDADE EXIGE REPENSAR TODOS OS PROCESSOS

Entregas não realizadas, prazos não cumpridos, usuários insatisfeitos, oportunidades de mercado

perdidas, executivos pressionando, cobrança e equipe desmotivada. A culpa é da TI? n

egó

cio

s •

tecn

olo

gia

• l

ider

an

ça

Índice

Empresas querem ter a preciosidade dos dados analíticos para melhorar atendimento ao cliente, ser mais inovadoras e tomar decisões com maior velocidade, mas muitas ainda enfrentam o desafio de encontrar a estratégia certa para mensurar o valor das informações para seus negócios.

10 | CAPA

O SONHO DO BIG DATA

15Página

?MERCADO 8 MARCO CIVIL DA INTERNET

Nova lei exige que redes sociais simplifiquem termos de uso de contratos e esclareçam sobre proteção de informações dos internautas, muitas delas usadas para Big Data. Advogados recomendam que empresas coletem dados pessoais com cautela para evitar problemas na Justiça

GESTÃO15 DECISÕES ANALÍTICAS

Pesquisa da Forrester revela que a intuição é importante e precisa ser cultivada como qualidade e habilidade corporativa. Os executivos de negócios devem exercitar mais esse dom na hora de identificar qual informação é verdadeira para sua estratégia

TECNOLOGIA 18 ERA HADOOP

Antes reservado apenas aos grandes impérios da internet, como Google e Yahoo, o Hadoop começa agora a ser o queridinho das corporações. Veja nove empresas que fornecem essa tecnologia e que sua companhia precisa ficar de olho

CARREIRA 24 CIENTISTA DE DADOS

Os CIOs precisam ser criativos para encontrar pessoas com as competências adequadas e o ajuste certo para suas aspirações em torno de Big Data. Especialistas dão cinco dicas para vencer esse desafio

03_INDICE.indd 3 21/06/2014 11:27:30

Page 4: ComputerWord 561

-

���� ��Silvia�Bassi,�publisher�da�COMPUTERWORLD�[email protected]

uando o assunto é Big Data, há um certo cenário de “ovo e galinha” nas corporações: por um lado, o excesso de termos técnicos em torno do assunto o torna mais complicado do que realmente é; de outro lado, é preciso dominar o assunto e criar

um road map corporativo, sob pena de, em pouco tempo, deixar a companhia comendo poeira da concorrência. Os executivos de TI sabem disso, mas também não sabem como sair desse loop.

A prova está num estudo sobre a agenda dos CIOs, produzido pelo Gartner, que aponta o tema BI/Analytics como prioridade número um na agenda 2014 dos brasileiros, passando à frente de mobilidade e cloud computing. No entanto, o mesmo relatório aponta que os projetos estão mais para sonho do que para realidade no Brasil, por conta das dificuldade em mensurar valor para os negócios, falta de estratégia e falta de talentos especializados. A sopa de letras envolvendo Big Data (BI, Business Analytics, data discovery, smart machine etc) é, segundo João Tapadinhas, diretor de pesquisas do Gartner, a principal responsável pela confusão. Na reportagem de capa desta edição, Donald Feinberg, analista e vice-presidente do Gartner, que sempre afirmou que Big Data não existe, diz que o tema não é um hype, é uma tendência e que o termo desaparecerá em aproximadamente dois anos, dando lugar para soluções de business analytics. Feinberg estima que em cinco anos haverá uma maior diversidade de soluções de gestão de informações para análises de dados para tratamento em tempo real. Os bancos de dados com processamento em memória devem sofrer queda de preços e aumentar a oferta no mercado, só para citar alguns fatores.

O que fazer então para arregaçar as mangas e começar a praticar o Big Data? Para o líder da área de Big Data da HP no Brasil, Rom Linhares, as empresas precisam

definir um “mapa do desejo” da análise de dados na corporação. O que, segundo ele, nada mais é do que juntar equipe de TI e executivos de negócios (Line of Business, o popular LOB) para pensar juntos para onde o analytics pode levar os negócios da companhia.

Ricardo Chisman, líder da Accenture Digital, divisão da Accenture Brasil, agrega mais um tijolinho na base: Big Data tem de fazer parte da agenda digital da organização.

Os executivos apontam para um elemento importante, que em última instância supera, na minha opinião, a busca por profissionais especializados ou mesmo a validação da tecnologia. Eles sugerem que TI abra o diálogo com negócios. Big Data é a melhor representação da convergência entre tecnologia e negócios; entre a empresa e seus consumidores; entre o marketing e a TI. Toda empresa hoje é digital e toda empresa hoje precisa pensar como uma empresa de marketing. Num cenário com consumidores altamente conectados 24x7, abrir mão do uso de tecnologias preditivas e de análise é um risco que nenhuma empresa deve correr. Montar uma agenda digital que seja desejada por toda a corporação é o grande exercício de negócios que um profissional de TI pode desejar. E, se você der o primeiro passo na direção de simplificar a sopa de letrinhas e apresentar as vantagens de entender o consumidor, tanto melhor para sua carreira executiva.

EDiTORiaL�|�SiLvia�BaSSi

Converse que o Big Data

acontece

INSTITUTO VERIFICADOR DE CIRCULAÇÃO

PRESIDENTESilvia Bassi

VICE-PRESIDENTE-EXECUTIVOAdemar de Abreu

www.COmPUTERwORlD.COm.bR

REDAÇÃODIREÇÃO EDITORIAL

Silvia Bassi [email protected]

EDITORAEdileuza Soares

[email protected]

EDITOR AT LARGECristina De Luca

[email protected]

DIREÇÃO DE ARTERicardo Alves de Souza

[email protected]

COmERCIAl

ImpREssOs HEAD DE NEGÓCIOs

Wilson [email protected]

ONLINEEXECUTIVA DE NEGÓCIOs

Nathalie [email protected]

EVENTOsHEAD DE NEGÓCIOsRicardo Mangueira

[email protected]

mARKETING & AUDIÊNCIAGERENTE

Paula Campelo [email protected]

CENTRAl DE ATENDImENTOPara assinar ou resolver dúvidas sobre assinaturas, entrega de exemplares

ou compras avulsas: (11) 3181-2952 – Grande São Paulo – 0800 7710029 demais regiões, e-mail: [email protected] O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 18h00

publicidadePara anunciar na Computerworld impressa, nos nossos sites e discutir a

criação de uma estratégia de marketing para seu produto ou serviço, ligue para (11) 3181-2119 ou envie um e-mail: [email protected]

Redação Computerworld: Tel.: (11) 3181-5558Na internet

Acesse o site Computerworld: www.computerworld.com.br

A Computerworld é marca registrada pelo IDG – International Data Group Inc. O Now!Digital Business Ltda.

possui licença exclusiva da marca no Brasil.

DistribuiçãoDoor To Door

TIRAGEm15.000 exemplares

Q

04_EXPED_EDITORIAL.indd 4 21/06/2014 11:31:47

Page 5: ComputerWord 561

anuncio.indd 5 11/06/2014 16:03:26

Page 6: ComputerWord 561

www.computerworld.com.br

pautada e forte em estatística, matemática, computação e negócios. Pra quem não conhece, recomendo dar uma pesquisada. Vale ressaltar que o curso foi avaliado com nota máxima pelo MEC (nota 5). www.portal.fagen.ufu.br.

Leitor: Humberto Henrique N. MonteiroReportagem: Cientista de dados é profissão do futuro

Importância da certificação Existe muita diferença em “dar carteirada”, dizendo que é certificado em “X”, o que sabe fazer e explicar que a certificação confirma a informação. Ao invés de escrever no currículo que “conhece ITIL”, pode-se listar alguns conhecimentos em SGS, etapas e ciclos de vida e ROI (...). São esses conhecimentos que fazem com que o currículo seja mais visto. Leitor: J. Prim

Reportagem: Pesquisa mostra como estão salários de TI

Segurança dos dados corporativos Mas não é só através da internet que os funcionários podem passar informações. O uso de celulares também deve ser considerado. Se a empresa fornece os celulares a seus funcionários o melhor mesmo é adotar um rastreador que vai permitir conhecer todas as comunicações efetuadas.

Leitor: Ednilson SouzaReportagem: Nova missão da TI: rastrear funcionários na internet

Especialistas em Big DataAchei bem interessante a temática desse artigo com uma pequena ressalva quanto ao desconhecimento do curso de Gestão da Informação da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Apesar do nome igual a outros cursos com focos diferentes, é o primeiro e talvez único curso de graduação no Brasil com foco em Big Data. A grade curricular é bem

envie SeU e-maiL paRa [email protected]@O ponto de encontro dos leitores da COmputerwOrld

FeedBACK

O qUe vOCê Só enCOnTRa nO SiTe Da COmpUTeRWORLD

Pesquisa de salários de TI no Brasil mostra vantagem das certificações

FAle COm

A CloudCampus, centro de treinamento em nuvem com 4,5 mil alunos conectados em cursos sobre redes e data centers concluiu uma

pesquisa salarial envolvendo alguns dos principais cargos nessa área. O levantamento analisou cerca de 300 questionários, respondidos por empresas clientes e profissionais que fazem cursos de especialização ou certificação da organização.

Segundo o estudo, a remuneração de um Diretor de Informática (ou CIO) apresenta grandes variações de acordo com o porte ou complexidade da empresa, podendo atingir os R$ 55 mil em caso de grandes ambientes de operações, como é o caso de um data center financeiro ou de telecomunicações. Pode também ficar abaixo dos R$ 10 mil, em empresas de médio porte nas quais a TI não está no centro do negócio.

“Este levantamento mostrou também que um profissional com certificação de líderes de mercado como Cisco ou Oracle conseguem, em média, uma remuneração 30% maior que a dos demais”, afirma

José Carlos Vitorino, diretor da CloudCampus. A variação também acontece de acordo com a região ou o porte do município, não sendo esta, no entanto, a variável mais impactante.

médias regionais – Em São Paulo, Rio, Brasília, Curitiba, Salvador, Maceió, Recife e o Interior de São Paulo, a remuneração média, excluindo-se os valores extremos para cima ou para baixo do CIO, está em R$ 17,5 mil, para profissionais com mais de cinco anos de mercado, e R$ 14 mil para diretores com menor experiência.

No Brasil, a remuneração dos gerentes de TI varia de um mínimo de R$ 6 mil até o máximo de R$ 17, 5 mil, sendo de R$ 8 mil o salário regular dos gerentes juniores e R$ 11,5 mil para os seniores.

O objetivo da pesquisa é levar aos alunos do centro de treinamento, informações de interesse de suas carreiras e avaliar o impacto das certificações técnicas na expectativa salarial dos profissionais de TI.

CONHeÇA NOSSAS puBlICAÇÕeS ON lINewww.idgnow.com.brwww.pcworld.com.brwww.computerworld.com.brwww.cio.com.brwww.macworldbrasil.com.br

pArA FAlAr COm A redAÇÃ[email protected](11) 3181-5558

pArA ASSINArAcesse : www.nowdigital.com.br/lojaonline

pArA reSOlVer dÚVIdAS SOBre [email protected] ou ligue para (11) 3181-2952 – Grande São paulo ou 0800 7710029 (demais regiões)

pArA [email protected](11) 3181-2119

NEWSLETTERSAssine as newsletters online diárias do grupo NOw!dIGItAl e passe a receber as informações mais importantes do setor.ACeSSe: www.computerworld.com.br

Escassez de mão de obra Creio que parte deste problema está ligado diretamente a falta de fiscalização nas contratações que deixam de oferecer salários dentro da legislação. Hoje, com as novas modalidades de CLT, um profissional, quando em fim de projeto, é mandando embora recebe somente 20% dos seus direitos, já que tudo que recebia era pago fora da carteira brasileira de trabalho. Outra situação que vem ocorrendo são as ofertas salariais que regrediram ao teto oferecido no ano de 2008. (...). Veja só, tenho certificação atualizada e inglês fluente e mais de 22 anos de experiência e estou fora da área de TI. Recebo propostas de trabalho que me oferecem salário do tempo da onça. Atualmente sou professor, com menos stress e não preciso fazer hora extra para ficar em banco de horas.

Leitor: Luis W.Reportagem: Déficit de talentos de TI no Brasil pode chegar a 408 mil em 2020

Cargo Remuneração mínima

Remuneração máxima média Júnior média

plenoCiO/Diretores de Ti R$ 10.000,00 R$ 55.000,00 R$14.000,00 R$17.500,00

Gerentes de Ti R$ 6.000,00 R$ 17.500,00 R$ 8.000,00 R$11.500,00analista de Suporte R$ 1.000,00 R$ 4.500,00 R$ 1.800,00 R$ 2.500,00

analista de Redes (dados) R$ 1.600,00 R$ 5.500,00 R$ 2.500,00 R$ 3.500,00

analista de redes (telecom) R$ 1.800,00 R$ 6.800,00 R$ 3.200,00 R$ 4.500,00

administrador de Redes R$ 2.500,00 R$ 8.000,00 R$ 4.000,00 R$ 5.400,00

programador R$ 1.700,00 R$ 6.100,00 R$ 2.300,00 R$ 3.800,00Gerente de projetos R$ 4.000,00 R$ 13.000,00 R$ 6.500,00 R$ 8.500,00

Webmaster R$ 1.800,00 R$ 7.500,00 R$ 3.000,00 R$ 4.500,00Fonte: CloudCampus

06_FEEDBACK.indd 6 21/06/2014 11:34:18

Page 7: ComputerWord 561

anuncio.indd 7 11/06/2014 16:05:10

Page 8: ComputerWord 561

8

www.computerworld.com.br

mercado

Renato Opice Blum, “Hoje o ativo informação

pode definir o fracasso ou o sucesso de uma empresa”

marco civil da Internet exige que redes sociais simplifiquem termos de uso de seus contratos e esclareçam sobre a proteção de informações dos internautas, muitas usadas para estratégias de Big data

C om ferramentas analíticas as

organizações podem conhecer mais

seus consumidores, melhorar o

atendimento, aprimorar produtos e

oferecer serviços personalizados. Entretanto,

advogados alertam para a necessidade de as

iniciativas passarem por questões legais. O

tema foi debatido em o evento “Big Data –

Uma questão urgente a ser enfrentada pelas

empresas”, realizado em maio, pelo Conselho

de Tecnologia da Informação da Federação

do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do

Estado de São Paulo (FecomercioSP).

A entrada em vigor do Marco Civil

brasileiro da Internet determina que redes

sociais e organizações devem conhecer as

novas regras que protegem informações

dos usuários para não incorrer em erros

na coleta de informações pessoais, sem

consentimento deles. A manipulação

indevida pode trazer problemas na Justiça.

O advogado Renato Opice Blum,

presidente do Conselho de Tecnologia da

Informação da FecomercioSP, observa

que o volume de dados no mundo e

Brasil cresce exponencialmente e quando

minerado pode ter um grande valor para os

negócios. “Hoje o ativo informação pode

definir o fracasso ou o sucesso de uma

edIleuza SoareS

maior cautela na coleta de dados pessoais

empresa”, diz o advogado.

Em breve, com a evolução das

redes 4G, Internet das Coisas e novas

tecnologias como as de banco de dados

em memória, as companhias vão poder

capturar qualquer tipo de informação

em tempo real, colocando o Big Data em

total plenitude. Mas é claro que até lá,

as organizações ainda terão de derrubar

muitas barreiras.

Usina de dadosAs redes sociais são uma grande usina para

produção de dados. Esse fenômeno ocorre

com mais intensidade no Brasil do que em

outros mercados. Opice Blum menciona

pesquisas da PwC que revelam que os

brasileiros acessam hoje esse serviço três

vezes mais que os Estados Unidos, mesmo

com as deficiências atuais da banda larga.

Como resultado disso, os dados que

circulam nessas redes passam a ser

analisados por muitas companhias, que com

base em ferramentas analíticas, podem saber

tudo sobre os internautas como hábitos de

consumo, quanto ganham, onde moram,

locais por onde transitam, se têm filhos etc.

“Muitos serviços vivem da coleta desses

dados”, observa o advogado, lembrando

foto

s: A

gên

ciA

tUtU

/ Em

iliA

no

HAg

gE

08-09_MERCADO.indd 8 21/06/2014 11:38:50

Page 9: ComputerWord 561

9

www.computerworld.com.br

Rony Vainzof, vice-presidente do conselho de tecnologia da informação da fecomerciosP

que muitas informações pessoais são

obtidas com consentimento dos próprios

internautas, que deram permissão quando

acessaram o contrato dos termos de uso de

empresas, como Google, Facebook, Twitter,

WhatsApp, Instagram etc.

“Será que as pessoas avaliam os contratos

de uso desses serviços?”, questiona. “Todo

mundo baixa o aplicativo e dá ‘Ok’ rápido

para não ler os termos”. Agora com o Marco

Civil da internet, todas essas empresas

que estão no Brasil terão de informar

corretamente sobre essa questão da coleta

dos dados, afirma o advogado.

Opice Blum explica que o Marco Civil

da internet estabeleceu direitos e garantias

dos usuários. De acordo com o Art.7o, “O

acesso à Internet é essencial ao exercício

da cidadania e ao usuário são assegurados

os seguintes direitos: à inviolabilidade e o

sigilo de suas comunicações pela Internet,

salvo por ordem judicial, nas hipóteses e

na forma que a lei estabelecer para fins

de investigação criminal ou instrução

processual penal.”

As empresas também precisam informar

onde os dados estão sendo armazenados.

Outro advogado especializado em direito

digital, Rony Vainzof, vice-presidente do

Conselho de Tecnologia da Informação

da FecomercioSP, acrescenta que todas

as redes sociais internacionais que estão

operando no País e coletam dados de

brasileiros no mercado local terão de

respeitar a nova regulamentação.

Vainzof cita como exemplo o caso

polêmico envolvendo o Facebook e a

empresa desenvolvedora do aplicativo

Lulu, disponível apenas para mulheres,

que permite avaliações de forma anônima

do perfil de homens pela rede social. Ação

na Justiça de um usuário brasileiro do

Facebook considerou o uso indevido dos

dados pela mídia social.

Com esse caso, o advogado adverte que as

companhias que compram dados pessoais,

que não sejam públicos, devem ficar atentas,

pois podem ser consideradas corresponsáveis

em processos como o do app Lulu.

Para o professor do Departamento de

Engenharia de Computação e Sistemas digitais

da Escola Politécnica (USP), Edison Gomi, Big

Data traz oportunidades de negócios, desde

que seja implementado corretamente.

Ele acha que os internautas autorizam o uso

de seus dados pessoais, sem ler os termos de

uso dos serviços porque têm a ilusão de que

nada vai acontecer. É como se eles estivessem

comprando em lojas de e-commerce ou

marcando uma consulta com médicos de sua

preferência em que as relações são na base da

confiança. “Proibir uso de dados não é bom.

Por outro lado, tem que ter limites éticos e

legais”, opina o professor.

Já o CIO da Universidade Metodista

de São Paulo, Daví Betts, acha que os

internautas precisam passar por um

processo de educação e entenderem que

tudo na web tem seu preço. Assim, os

dados deles têm valor e não devem ser

fornecidos de graça.

A recomendação de advogados e de

especialistas é que os projetos de Big Data

passem não apenas pelas questões de

estratégias de negócios, tecnologia e mão

de obra capacitada. As empresas devem

também avaliar como as questões legais

podem impactar as iniciativas.

Companhias que compram dados

pessoais, que não sejam públicos,

devem ficar atentas

08-09_MERCADO.indd 9 21/06/2014 11:38:52

Page 10: ComputerWord 561

O sOnhO dO10

www.computerworld.com.br

CAPA

edileuzA soAres

10

BiG dATAempresas brasileiras querem ter dados analíticos para tomar decisão de

negócios, mas esbarram na falta de estratégia, apontam estudos do Gartner

o sonho do

10-14_MATCAPA_[BigData].indd 10 21/06/2014 12:48:41

Page 11: ComputerWord 561

O sOnhO dO11

www.computerworld.com.br

O tema BI/Analytics aparece como

prioridade número na agenda de

2014 dos CIOs brasileiros, passando

na frente até mesmo de assuntos

como mobilidade e cloud computing,

segundo estudos do Gartner. A posição de

destaque sinaliza o interesse das companhias

em investir em estratégias de Big Data para

ter informações preciosas, que ajudem a

incrementar negócios. Ao mesmo tempo,

o relatório revela que esses projetos são

um sonho e que o processo de adoção no

mercado local anda lentamente.

A maturidade de Big Data ainda é baixa no

País. As iniciativas esbarram na dificuldade

dos executivos de medirem o real valor que os

projetos trazem para os negócios, na falta de

estratégia e talentos especializados. Esses três

itens são os maiores desafios das empresas

para as implementações, revela estudos

apresentados durante a Conferência Business

Intelligence e Gestão da Informação 2014,

realizada em maio pelo Gartner, em São Paulo.

O tema Big Data é bastante nebuloso

não apenas no Brasil, informa Ian Bertram,

vice-presidente de pesquisas do Gartner.

Ele constata que o assunto gera entusiasmo.

Os olhos de muitos executivos brilham,

principalmente de negócios, quando eles

ouvem falar sobre a possibilidade de dar

inteligência aos dados. Porém, os projetos

são carregados de emoções. Eles geram

conflito, excitação e medo, fazendo com que

as adoções sejam mais lentas.

“A estratégia para Big Data ainda está

muito ausente nas empresas porque elas não

sabem onde aplicar o Big Data”, acredita

Rom Linhares, que lidera esse assunto na HP

Brasil. As organizações têm interesse pelo

tema, mas falta definir o mapa de desejo para

análise de dados, segundo o executivo. Sua

recomendação é que as companhias gastem

tempo, reunindo os times de TI e negócios

para traçarem de oito a seis projetos para

teste da prova de valor.

Para Ricardo Chisman, que lidera a

Accenture Digital, na consultoria Accenture

Brasil, confirma que Big Data tem sido

demandado pelas áreas de negócios, que

precisam criar uma simbiose com a TI.

Juntos os dois times conseguirão decidir

como a organização pode se beneficiar do

uso de dados analíticos.

Na visão do executivo, Big Data tem que

fazer parte da agenda digital da empresa e

integrar-se à estratégia de negócios, envolvendo

atendimento ao cliente, fornecedores e outras

áreas. Caso contrário, Big Data corre o risco

de ser mais uma solução. Chisman acredita

esse tema será mais discutido no País em 2014,

quando deverá ganhar mais maturidade, já que

se trata de um caminho sem volta.

Pesquisas globais do Gartner, realizadas

em 2012, revelam que 58% das organizações

entrevistas disseram que investiram em algum

tipo de solução para análise de dados. Em

2013, esse número subiu para 64%, ou seja,

2/3 das companhias abordadas compraram

alguma ferramenta para tratar dados.

Entre as razões para adoção de Big

Data, 55% apontaram o interesse em

melhorar a experiência com o usuário;

49% mencionaram a busca por ganhos

de eficiência em seus processos; e 42%

Big Data tem que fazer parte da agenda digital da organizaçãoRicardo Chisman, da Accenture

Aumento dos investimentos em Big data

Aplicou em tecnologia de Big Data Planeja investir no próximo ano Planeja investir em dois anos

Não há planos neste momento Não sabe

Fonte: Gartner

11%

27%

15%

16%

31% 2012

5%

30%

19%

15%

31% 2013

10-14_MATCAPA_[BigData].indd 11 21/06/2014 12:48:45

Page 12: ComputerWord 561

12

www.computerworld.com.br

CAPA

Falta um mapa de desejo de

Big Data nas empresas

Rom Linhares, da HP

destacaram a necessidade de desenvolver

produtos inovadores e criar novos modelos

de negócios.

Desafios a serem vencidosAo serem questionados sobre os desafios

para implementação de Big Data, 56% dos

entrevistados pelo Gartner revelaram não

saber como determinar o valor dessa iniciativa

para os negócios. Outros 41% admitiram falta

de uma estratégia bem definida para esse tipo

de projeto e outros 34% apontam a escassez

de talentos especializados como uma das

principais barreiras.

Na avaliação dos analistas do Gartner, a sopa

de letras envolvendo Big Data (BI, Business

Analytics, data discovery, smart machine etc)

gerou um pouco de confusão no mercado.

João Tapadinhas, diretor de pesquisas da

consultoria, considera que a indústria tem um

pouco de culpa, mas acha que esse processo é

natural por se tratar de um movimento novo.

Ele avalia que o Brasil está andando mais lento

nessa estrada, mas afirma que as iniciativas

estão começando a surgir. São os setores

financeiro e de telecom, que vêm se destacando

mais no terreno de dados analíticos pela

natureza dos seus negócios, que geram grande

volumes de informações.

O tema não é mais um hype, mas uma

tendência avisa Donald Feinberg, analista

distinto e vice-presidente do Gartner, que

sempre afirmou que Big Data não existe. Sua

previsão é de que esse termo desaparecerá

em aproximadamente dois anos, dando lugar

para soluções de business analytics.

Feinberg estima que em cinco anos haverá

uma maior diversidade de soluções de gestão

de informações para análises de dados para

tratamento em tempo real. Os bancos de

dados com processamento em memória

devem sofrer queda de preços e aumentar a

competitividade no mercado. Haverá outras

opções para concorrer com Hana da SAP.

O analista do Gartner assinala que um dos

fatores que deverão contribuir para uma adesão

maior das tecnologias de análise de dados

no País é a chegada de novos players, como

fornecedores Hadoop, plataforma de código

aberto, criada para analisar grandes volumes

de dados estruturados e não estruturados. Até o

final de 2014, essas empresas devem começar a

desembarcar no Brasil.

Busca por especialistasO analista do Gartner menciona também

o aumento do esforço das companhias

para formação de cientistas de dados ou

profissionais com habilidade para lidar com

grandes volumes de dados. Ele confirma que

esse problema não é só do Brasil. Outros

mercados estão buscando alternativas para

formar mão de obra especializada.

A saída que Bertram sugere para eliminar

essa barreira é que as empresas tentem

capacitar profissionais de sua equipe que

tenham visão de negócios. Esses especialistas

podem ser lapidados para lidar com Big

Data. Ele cita exemplo de companhias

que buscaram esse tipo de mão de obra

no mercado, mas que não acertaram

porque trouxeram executivos com boa Fonte: Gartner

Motivos para implementação de projetos55% 9%

49% 15%

42% 17%

41% 12%

37% 13%

32% 9%

23% 9%

17% 10%

3%16% 13%

5% 3%

Melhorar experiência dos clientes

Aprimorar eficiência dos processos

Desenvolver novos produtos e modelos de negócios Fazer campanhas de

marketing mais assertivas Reduzir custos

Gerenciar riscos

Monetizar informações

Compliance com regulamentações

Reforçar segurança

Outros

Questões já endereçadas aos negócios

Provável endereçamento (12-14 meses)

10-14_MATCAPA_[BigData].indd 12 21/06/2014 12:48:48

Page 13: ComputerWord 561

anuncio.indd 13 11/06/2014 15:39:58

Page 14: ComputerWord 561

14

www.computerworld.com.br

CAPA

Iniciativas estão

começando no Brasil

pelos setores de telecom e

finançasJoão Tapadinhas,

do Gartner

formação acadêmica, mas que não tinham

conhecimento da operação.

Começam a surgir algumas iniciativas no

Brasil para preencher essa lacuna. A Ícaro

Technologies, por exemplo, investiu em um

Centro de Excelência (ACE) em Analytics,

localizado em Campinas, interior de São Paulo,

para estudar e desenvolver novas soluções que

auxiliem as empresas na análise de Big Data.

Kleber Stroeh, diretor executivo da Ícaro

Technologies, explica que a proposta do ACE

é ajudar clientes a aumentar a maturidade

sobre Big Data e apoiá-los em projetos,

principalmente operadoras de telecom e

setor de energia. O local vai operar com uma

equipe multidisciplinar para permitir que

as companhias possam desenvolver seus

projetos e também estimular a formação de

mão de obra especializada. A Ícaro negocia

parceria com a Universidade de Campinas

(Unicamp) para estimular pesquisa e

capacitação de jovens em Big Data.

As companhias têm a opção também de

alocar um time on demand de cientistas de

dados e pagar por hora, como no modelo de

consultoria. A HP é uma das empresas que

estão prestando esse serviço. No mundo, a

companhia conta com 1,2 mil especialistas

em Big Data, sendo que 40 atuam no Brasil.

Rom Linhares, practise principal da

HP, informa que o modelo de alocação de

talentos em Big Data tem sido requisitado

por organizações que querem fazer provas de

conceito, sem correr o risco de contratação

de um cientista de dados. Depois, um

grupo pode treinar o time interno para dar

continuidade ao projeto.

Segurança na era do Big DataUma das áreas em que Big Data deverá se

destacar é nos projetos de segurança. Estudos

do Gartner estimam que em 2016 cerca de

25% das grandes organizações ao redor do

mundo terão adotado soluções analíticas

para detecção de fraude. Atualmente, esse

índice é de 8%. O retorno do investimento,

segundo a consultoria, deverá vir em até seis

meses após a implantação.

João Tapadinhas, diretor de pesquisas

do Gartner, avalia que as empresas podem

obter economias significativas em tempo

e dinheiro ao usarem sistemas de análise

de dados para evitar crimes e infrações

de segurança ao prevenirem perdas e

aumentarem sua produtividade.

“Os analíticos de Big Data oferecem às

empresas um acesso mais rápido a suas

próprias informações. Permitem às empresas

combinarem e correlacionarem informações

externas e internas para visualizarem um

cenário mais amplo de ameaças contra as

organizações. Isto se aplica em muitos casos de

uso de segurança e fraude, tais como, detecção

de ameaças avançadas, ameaças internas e

controle de contas”, afirma Tapadinhas.

As informações necessárias para descobrir

os eventos de segurança perdem valor ao

longo do tempo. A análise de dados inteligente,

feita a tempo, é essencial, na medida em que

os criminosos e malfeitores são mais rápidos

ao cometerem os crimes. No passado, as

empresas confiavam em diversos sistemas de

monitoramento e detecção em silos. Agora, elas

podem utilizar os analíticos de Big Data. nFonte: Gartner

Principais desafios26% 18% 13% 57%

15%12% 41%14%

7% 33%14%12%

8% 33%13%12%

7% 29%11%11%

8% 28%10%10%

8% 10% 27%9%

15% 23%4%4%

5% 3%7% 21%8%6%

7%4%21

Dificuldade para determinar o valor de Big Data

Definir estratégia

Ter mão de obra capacitada

Integrar múltiplos bancos de dados

Infraestrutura/arquitetura

Risco/governança (segurança, privacidade e informação com qualidade)

Recursos para iniciativas de Big Data

Entender o que é Big Data

Liderança e questões organizacionais

Outros

Principal desafio Segundo Terceiro

10-14_MATCAPA_[BigData].indd 14 21/06/2014 12:49:23

Page 15: ComputerWord 561

OPINIÃO [Mike Hugos]Três passos para ser rápido e inovador

Pág.

6

OPINIÃO [Craig Le CLair]Para ser ágil, desenvolva-se em dez dimensoes 3

Pág.

negócios • tecnologia • liderança

apesar de simples, as práticas

ágeis requerem mudanças culturais,

processuais e foco que

vão além do departamento

de ti

Agilidade exige repensar todos os processos

maio/junho 2014cio.com.br

15_[01-CIO]_CAPA.indd 15 21/06/2014 12:52:13

Page 16: ComputerWord 561

anuncio.indd 16 11/06/2014 15:45:43

Page 17: ComputerWord 561

www.cio.com.br

3

opiniãoCr aig Le CL air*

Descubra o real significado de

agilidadePara ser realmente ágeis, as empresas devem desenvolver-se em 10 dimensões, em três áreas: mercado, organização e processo

empresas e executivos de TI pensam sobre a agilidade de forma diferente. Para entender agilidade, precisamos primeiro definir o que isso significa.

Agilidade nos negócios é a qualidade que permite a uma empresa abraçar as mudanças operacionais e de mercado, como uma questão de rotina.

Uma empresa ágil torna proficiente a condução das mudanças, se essas mudanças forem impulsionadas por tendências de mercado ou processos operacionais. Ela responde rapidamente às ameaças e oportunidades, e executa as mudanças de uma forma sustentável. Mas poucas empresas estão neste nível.

Então, por onde começar? Para ser realmente ágil, as empresas devem desenvolver-se em 10 dimensões, em três áreas: mercado, organização e processo.

Agilidade de mercado exige conhecimento e execução em duas áreas: a receptividade do mercado e a integração do canal.

Agilidade organizacional requer excelência na disseminação do conhecimento, na gestão de mudança e na psicologia digital.

Agilidade de processo permite a execução bem sucedida. Empresas ágeis investem na implantação de inteligência de negócios, têm elasticidade, alavancam metodologias de processos, infraestruturas e plataformas modernas, oferecem inovação em software mais rápido e são mais adaptáveis ao sourcing.

Porém, nem todas as dimensões são iguais. Por isso, pedimos a executivos em muitas funções de negócios que

apontassem as dimensões mais críticas para a manutenção da agilidade. Eles elegeram inteligência de negócios, gestão de mudança e receptividade do mercado como as mais importantes. Psicologia digital, disseminação do conhecimento e sourcing como importantes. E elasticidade da infraestrutura, arquitetura de processos, integração de canais e inovação de software como as menos importantes.

Para ajudar a moldar a capacidade da empresa para responder ao risco estratégico, as habilidades, perspectivas e estratégias do CIO precisam se alinhar com esta definição mais ampla de agilidade nos negócios. Isso permitirá uma conversa mais substancial com o negócio e que os CIOs possam mapear competências específicas para o desempenho dos negócios. CIO

* Craig Le Clair é vicepresidente e principal analista da Forrester research

17_[03-CIO]_OPINIAO_[CraigLeClair].indd 3 21/06/2014 12:55:10

Page 18: ComputerWord 561

www.cio.com.br

4

www.cio.com.br

Para obter resultados diferentes é preciso fazer diferente

E ntregas não realizadas, prazos não cumpridos, usuários insatisfeitos, oportunidades de mercado perdidas,

executivos pressionando, cobrança, equipe desmotivada. Normalmente, sempre por “culpa da TI”. Este cenário é muito comum e a “necessidade” de se encontrar um culpado faz a corda arrebentar para o lado mais fraco. Este lado quase sempre é a equipe de Tecnologia, que muitas vezes, não é vista ou tida como estratégica e funciona como uma anotadora de pedidos, que precisa fazer as entregas a qualquer custo.

Nem sempre prazos apertados ou impossíveis, falta de definição dos requisitos, mudanças de escopo constantes e falta de comprometimento de outras áreas envolvidas são levados em consideração para se avaliar o melhor direcionamento para o projeto. Nada! O importante é encontrar logo o culpado e “passar o mico”. A bomba vai estourar na ponta e a ponta é exatamente quem vai fazer a entrega final, a TI. Estas equipes, muitas vezes, atuam com seus “heróis”, tentando recuperar o tempo perdido. Fazem de tudo, viram a noite, perdem os finais de semana e feriados. Mas, no final, não entregam, perdem o prazo ou geram produtos sem qualidade. O maior problema, porém, é a insistência em repetir esta sistemática. E isso se repete e se repete e se repete... Não vai dar certo! Vai dar problema de novo e mais cobranças e desconfianças sobre a área de Tecnologia.

É isso que temos visto nas empresas por onde passamos. É um padrão. Obviamente, os CIOs se preocupam com esta situação,

gestãoCl áudio Barizon*

pois é sempre a sua área que está em xeque. Mas, como dizia o poeta: “os heróis morreram de overdose”. A solução não está por aí. Por mais preparados que sejam os profissionais de tecnologia, é melhor deixar as missões impossíveis para os Vingadores nas salas de cinema.

Para obtermos resultados diferentes, precisamos fazer diferente! É importante olhar todo o processo e comprometer todos os envolvidos (e não apenas a TI), fazendo com que as áreas trabalhem e funcionem de forma colaborativa. Não é fácil na cultura de empresas que ainda insistem em encontrar culpados e, por isso, o trabalho precisa ser mais profundo. Ele passa por uma transformação e mexe na cultura, nas pessoas, e nos processos, para que todos entendam seu papel e se comprometam com a entrega final como uma equipe, independentemente da área em que atuam.

Parece simples, mas sabemos que não é tão fácil assim. Existem muitas questões envolvidas no ambiente corporativo: política, vaidade, metas dos executivos (normalmente, não convergentes), orçamento e etc., que acabam inibindo o comportamento desejado de colaboração e comprometimento com o mesmo fim. Muitas vezes, as equipes recebem a solução pronta a ser implementada. E este é o pior dos mundos. É muito importante que o time conheça a direção, a estratégia e tenha um propósito. Reunindo as competências corretas e, com o direcionamento adequado, a equipe vai encontrar as melhoras soluções. Ao fazer isso, conquista-se um dos maiores

A CulpA é dA TI?

*Cláudio Barizon é diretor de negócios digitais da

TeamWare

18-19_[04-05-CIO]_GESTAO.indd 4 21/06/2014 12:57:22

Page 19: ComputerWord 561

www.cio.com.br

5

ingredientes do sucesso: engajamento.O caminho para esta mudança passa por

quebras de paradigmas e uso de práticas menos intuitivas, que compõem o arsenal existente de práticas ágeis. Desde que passamos a usá-las ou introduzi-las nas empresas, a realidade mudou para estas equipes. Mas, ainda assim, existe certa desconfiança sobre a utilização destas práticas: parecem frágeis, feitas “nas coxas” e soam como brincadeira – é “aquela turma dos post-its”. Afinal, as metodologias tradicionais de gestão de projetos ou de desenvolvimento de software estão aí há décadas, geram uma incrível quantidade de documentação e não deve haver nada mais robusto que isso, não é mesmo? Bem, não é bem assim.

Apesar de simples (muitos simples!), as práticas ágeis requerem muita disciplina e processos estruturados para garantir as entregas periódicas. Requerem ainda transparência e muita interação com o cliente, que acaba se envolvendo de tal forma com o método de trabalho e com o produto a ser entregue, que passa a ser o primeiro a defender a equipe de Tecnologia. Ele não é mais aquele “inimigo”, que fica mudando o escopo a cada instante e culpa o desenvolvimento pelo não cumprimento de prazo. A entrega é tão dele quanto de qualquer outro no time e a colaboração flui. Além disso, as mudanças, antes tão indesejadas pela TI e sempre motivo de conflitos, passam a fazer parte do processo de trabalho, direcionando as entregas para o maior valor agregado ao produto final.

Estas mudanças culturais, processuais e de foco não estão limitadas ao ambiente de Tecnologia, ali na ponta, onde o produto ou sistema será desenvolvido. Ao contrário, precisa ocorrer em todo o “value stream”, desde

seu início nas definições estratégicas e a escolha correta do portfólio (“o que fazer”). O foco é no valor a ser gerado pelo que se está entregando. Então, entender como captar este valor e medi-lo passa a ser de grande relevância e chave em todo o processo. A entrega (o desenvolvimento) também precisa ser bem feita, é claro!, e é importante ter este fluxo estruturado (o “como fazer”). Mas, a esta altura, o trabalho colaborativo já está estabelecido: uma transformação em todos os níveis, através da criação de uma cultura de participação, autonomia, engajamento, responsabilidade, transparência com muito trabalho em equipe para entrega de valor para o negócio. Simples assim. Cio

18-19_[04-05-CIO]_GESTAO.indd 5 21/06/2014 12:57:29

Page 20: ComputerWord 561

www.cio.com.br

6

Mike Hugos*

Líderes de TI podem criar processos rápidos e flexíveis para desenvolver e implementar novas aplicações de negócios. Esse processo tem de ser ágil, com a visão

clara dos profissionais de TI sobre como agir em passos rápidos e focados. Da mesma forma, executivos de TI podem usar o processo para impulsionar a inovação.

Agilidade e inovação são pensamentos que têm de começar no CIO. É seu trabalho colocar os processos corretos em andamento e se certificar de que as pessoas estão usando corretamente. Criei meu próprio processo de três passos chamado “defina-desenhe-construa”. É um guia simples e fácil de entender, por meio do qual é possível desenvolver qualquer novo sistema ou processo de negócio em três passos.

O passo “defina” leva de duas a seis semanas e custa de 5% a 10% do orçamento total do projeto. O “desenhe” pode durar de um a três meses e custar de 15% a 30% do orçamento. A fase final, “construa”, toma de dois a seus meses e consome entre 60% e 80% do orçamento. Você pode se perguntar como sei o cronograma sem conhecer cada projeto. A resposta é: esse é o tempo disponível se você realmente pretende ser ágil.

Da mesma forma, sei que o desenho do projeto vai custar de 15% a 30% do budget porque, se for gasto mais que isso, algo muito complexo está sendo desenvolvido. Projetos mais caros vão levar mais tempo que três meses para serem desenhados e, assim, tempo demais para serem concluídos. Em suma, se o trabalho não puder atender a esses requisitos, pare o projeto. Seja lá o que for que está sendo feito, não é nem inovador e nem ágil.

Outras coisas destacáveis do processo Em primeiro lugar, todo projeto necessita de uma pessoa dedicada a ele em tempo integral. Esta pessoa tem de ter as habilidades e a autoridade necessárias para fazer as coisas acontecerem e estar totalmente comprometida com o

sucesso da iniciativa. Eu chamo esta pessoa de “construtora do sistema”. Certifique-se de ter um bom construtor para cada projeto que você iniciar.

Em seguida, construa uma solução “80%” em vez de ficar buscando a perfeição. Evite a tentação de querer criar um sistema capaz de lidar com qualquer imprevisto. Fazer isto eleva o custo e a complexidade exponencialmente. Prefira ter um sistema capaz de lidar com as transações cotidianas e ter pessoas – não computadores – preparadas para lidar com as exceções. Assim se faz um sistema 10 vezes mais barato que o da concorrência.

Lembre-se de que grandes sistemas sempre são constituídos por uma coleção de subsistemas menores. Então, assim que o passo “Defina” estiver concluído, projetos enormes e multimilionários podem ser divididos em iniciativas menores para construir cada subsistema. Em vez de ter uma equipe para o grande projeto, este modelo permite que diversos pequenos grupos de profissionais desenvolvam cada parte, em paralelo. É assim que se faz um projeto em quatro vezes menos tempo que seus competidores.

A princípio, as pessoas podem acusar os CIOs que adotam um processo como o “Defina-Desenhe-Construa” de estarem pedindo demais e de não serem razoáveis. Admito que esses meus três passos têm sido chamados de “faça, faça, faça!”. Mas não desanime. O que você está pedindo é possível – equipes de TI podem alcançar altos níveis de performance. Dê às pessoas o treinamento que elas precisam e as oportunidades de aprender fazendo, mas não baixe seus padrões ou amplie prazos.

Quando seus empregados aprenderem o processo e se tornarem adeptos a ele, você vai ver a diferença. As pessoas irão criar um ar de autoconfiança e uma atitude positiva.

* Mike Hugos é getor da sCM globe e Cio-at-large no Center for systems innovation [c4si]

opinião

um dos aspectos mais importantes da liderança é garantir o uso inovador e ágil da tecnologia da informação. e não há mágica nisso

Três passos para ganhar agilidade e ser inovador

20_[06_CIO]_OPINIAO_[Mike Hugos].indd 6 21/06/2014 12:59:05

Page 21: ComputerWord 561

Consulte oportunidade de participação e patrocíniowww.cioglobalsummit.com.br

( (11) 3181-2119 * [email protected]

P O R T O A L E G R EFórum Global para decisores reGionais de Tic

8aediÇÃo

2014AgendA

Belo Horizonte - 12 de Março

Recife - 15 de Abril

Porto Alegre - 3 de Junho

Curitiba - 5 de Junho

Rio de Janeiro - 2 de Outubro

Campinas - 22 de Outubro

COtAs enCeRRAdAs

PAtROCíniO

APOiO de COnteúdO: MidiA OfiCiAl ReAlizAçãO

anuncio_summit_[simples]_regionais2014.indd 1 14/06/2014 10:19:39

Page 22: ComputerWord 561

anuncio.indd 22 11/06/2014 15:47:02

Page 23: ComputerWord 561

15

www.computerworld.com.br

GESTÃO

Num mundo cada vez mais direcionado por dados, pesquisa mostra que a intuição precisa ser cultivada como qualidade e habilidade corporativa

O desejo de tomar decisões melhores

e mais rápidas é um dos principais

motores das novas tecnologias de

analytics e Big Data e dos principais

responsáveis por acelerar as empresas na

direção de um cenário de tomada de decisão

totalmente fundamentado por fatos.

Mas a relação entre dados e intuição – o

velho e bom “gut feeling” – é uma coisa

complicada, diz Peter Swabey, editor sênior

de tecnologia da Economist Intelligence

Unit (EIU), divisão de pesquisa e análise

do The Economist Group. “Ambos têm um

papel no contexto”, diz Swabey. “Juntar

dados é o processo de tentar identificar

qual é a informação verdadeira. E nessa

etapa de identificação, sua intuição é um

guia muito útil”.

Num esforço de entender melhor como

decisões de negócios são tomadas, a empresa

de análise preditiva Applied Predictive

Technologies (APT) pediu à EIU que realizasse

um estudo, que resultou num relatório lançado

recentemente, chamado “Decisive action:

How businesses make decisions and how they

could do it better”. Em tradução livre: “Ações

Decisivas: Como as empresas tomam decisões

e como elas poderiam melhorar isso”.

Em fevereiro de 2014, a EIU entrevistou 174

ThOr OlavSrud, CIO/Euagestores sênior e executivos do mundo todo

dentro de um grande espectro de indústrias,

sendo que 49% deles representavam

organizações com receita anual superior a

500 milhões de dólares. O trabalho da EIU

também envolveu entrevistas aprofundadas

com especialistas e profissionais do segmento.

O estudo descobriu que 42% dos

entrevistados têm como prática coletar e

analisar o máximo de dados possíveis antes

de tomar uma decisão. Ao mesmo tempo,

17% dos entrevistados explicaram que

preferem tomar decisões empiricamente,

desenvolvendo hipóteses e realizando testes

para provar o refutar uma teoria. Em resumo,

59% dos executivos se apoiam em dados para

a tomada de decisão.

Dos 41% restantes, 31% disseram que

procuram tomar decisões em colaboração

com outros sempre que possível e só

10% dos entrevistados disseram que se

baseiam primariamente na intuição para

tomar sua decisão.

“Mas apesar da aparente popularidade

do processo de decisão baseado em fatos,

a intuição mostrou-se um bem valioso para

a grande maioria”, diz Jane Bird, autora do

relatório da EIU. “Praticamente três quartos

dos respondentes (73%) disseram que confiam

Fatos ou intuição?Como tomar decisões em tempos de Big data

23-24_GESTAO.indd 15 21/06/2014 13:00:56

Page 24: ComputerWord 561

16

www.computerworld.com.br

GESTÃO

em sua própria intuição quando se trata de

tomar decisões. E mesmo entre os tomadores

de decisão puramente factual, a intuição

exerce papel importante para mais de dois

terços (68%) deles”.

Birds destaca que 68% dos respondentes

disseram que teriam a confiança dos seus

pares e superiores se tomassem uma decisão

que não fosse suportada por fatos.

A intuição e a análise de dadosTalvez nada ilustre melhor importância da

conexão entre as decisões baseadas em dados

e a intuição humana, do que perguntar como

as pessoas reagem se o que os dados apontam

vai contra o que diz sua intuição.

Mais da metade dos entrevistados, 57%,

disse que se enfrentasse essa situação a

primeira coisa que fariam seria olhar de novo

os dados! Outra parte grande deles, 30%, disse

que sairia coletando mais dados e só 10%

dos executivos disseram que obedeceriam os

dados se fossem contrários à sua intuição.

Rupert Naylor, vice-presidente da APT,

conta que recentemente um cliente da

empresa realizou um teste de efetividade

colocando anúncios em jornais para ver se

eles aumentariam as vendas. Depois de feito

o teste, “eles analisaram os resultados entre o

grupo de teste e o grupo de controle e viram

que não havia diferença entre a performance

das vendas nos dois grupos”, diz Naylor.

Surpreso com os resultados, o cliente

pediu à APT para conferir se alguma

coisa estava errada com o analytics. A

APT identificou que todo o processo de

analytics tinha funcionado da forma correta.

Incrédulo, o cliente procurou a agência

de publicidade responsável pelo teste

dos anúncios e aí descobriu que ela tinha

cometido erros ao fazê-lo.

“Foi uma grande vitória para os dados”,

diz Naylor, “porque eles provaram que nada

tinha acontecido”. E também foi a redenção da

intuição, acrescenta Swabey. “Foi o fato de o

resultado do analytic contradizia a intuição do

cliente que o ajudou a descobrir que um erro

humano tinha sido cometido”.

Bird argumenta que as constatações da

pesquisa da Economist apontam que a

intuição precisa ser valorizada e cultivada no

ambiente corporativo.

“Evidentemente, tanto a intuição quando o

analytic contribuem para um processo efetivo

de tomada de decisão, tanto nos negócios

quando na vida”, diz ela. “Ao invés de ser

encarada como uma fraqueza que precisa ser

evitada, a intuição deveria ser vista como uma

habilidade apropriada nos momentos certos”.

Ela sugere que as corporações olhem o

processo de tomada de decisão como uma

habilidade que precisa ser melhorada assim

como outras. E, diz a pesquisadora, deveriam

avaliar seus executivos pela qualidade das

suas decisões.

No relatório, 19% dos entrevistados

disseram que os tomadores de decisão em

suas companhias não são responsabilizados

por elas no final. E 59% dos respondentes

declararam que tomadores de decisão ruins

ainda permanecem na organização.

O mais preocupante é a falta de

transparência no processo decisório. Dois

terços (64%) dos entrevistados disseram que a

informação sobre quem tomou determinadas

decisões e por que fica restrita a um grupo

pequeno de funcionários.

“Isso quer dizer que em várias empresas

gestores tomam decisões a portas fechadas

por razões desconhecidas e se essas

decisões forem erradas eles não serão

responsabilizados por isso”, diz Bird.

Gerry Grimstone, chairman da empresa

de seguros Standard Life, diz que é essencial

cultivar o comprometimento. “Eu fico

feliz em dizer que meus companheiros de

diretoria têm algum grau de responsabilização

pelo que acontece”, diz ele. “Eles tomam

decisões melhores se souberem que haverá

consequências na sua reputação.”

Corporações devem olhar o

processo de tomada de decisão

como umahabilidade que

precisa ser melhorada

23-24_GESTAO.indd 16 21/06/2014 13:00:56

Page 25: ComputerWord 561

anuncio.indd 25 11/06/2014 15:48:46

Page 26: ComputerWord 561

18

www.computerworld.com.br

TECNOLOGIA

Estudo da Forrester oferece uma visão panorâmica do mercado. Se sua empresa lida com muitos dados, a tecnologia está ou estará em breve no seu radar

Antes reservado apenas aos grandes

impérios da internet, como

Google e Yahoo, o Hadoop, o mais

conhecido e popular sistema para

gestão de Big Data, começa agora a ser o

queridinho das corporações.

Há duas grandes razões para isso: as

empresas têm muito mais dados para

gerenciar e Hadoop é uma grande plataforma,

especialmente por permitir combinar

dados antigos do legado com novos dados

não estruturados; um grande número de

empresas do mercado estão entrando no jogo

oferecendo serviços e suporte em torno do

Hadoop, tornando-o portanto mais palatável

para as corporações.

Acrescente a isso o fato de que muitas

empresas estimam que estão analisando

no máximo 12% de todos os dados que

possuem, deixando os outros 88% na mesa

sem aproveitamento, segundo o estudo

“The Forrester Wave™: Big Data Hadoop

Solutions, Q1 2014.”

“A Forrester acredita que o Hadoop é uma

plataforma que precisa ser usada em grandes

empresas, formando a pedra angular de

qualquer plataforma futura de gestão flexível

de dados. Se você tem dados estruturados, não

estruturados e binários, há espaço relevante

para o Hadoop na sua empresa”, escrevem

os analistas Mike Gualtieri e Noel Yuhanna,

Brandon ButlEr,nEtwork world

autores do estudo Wave Report.

O Hadoop é um projeto de open source

Apache cujos principais componentes

podem ser baixados gratuitamente por

qualquer pessoa. Várias empresas, da

IBM à Amazon Web Services, passando

por Microsoft e Teradata, trataram de

empacotar o Hadoop em serviços ou

pacotes de consumo mais simples. Cada

companhia assumiu uma estratégia

ligeiramente diferente, mas o elemento

comum é que o Hadoop tem a habilidade de

distribuir carga de trabalho potencialmente

para centenas de servidores, fazendo do

Big Data uma coisa gerenciável.

O estudo realizado no primeiro trimestre

de 2014 olhou nove empresas. A Forrester

concluiu que não há ainda um líder claro

de mercado nesse momento, que mistura

empresas novas oferecendo serviços atraentes,

com os grandes da TI.

A lista de empresas que você vai ver a

seguir foi elaborada pela Forrester Wave e,

portanto, não representa a totalidade das

plataformas e do mercado de gestão de Big

Data. E, para evitar conflitos, alinhamos as

empresas em ordem alfabética.

Amazon Web Services – Clientes procurando por

plataforma Hadoop em nuvem pública podem

recorrer à empresa que a Forrester chama

nove companhias de Hadoop que você deveria conhecer

26-28_TECNOLOGIA-1.indd 18 21/06/2014 13:04:56

Page 27: ComputerWord 561

19

www.computerworld.com.br

de “King of the cloud” - Amazon Web Services

(AWS). O produto de Hadoop da AWS chama-

se Elastic Map Reduce (EMR), e oferece

serviços de gestão de Big Data. Ele não é um

Hadoop open source puro, já que foi ajustado

para rodar unicamente na nuvem da AWS.

A Forrester diz que o EMR tem hoje a

maior adoção entre as plataformas Hadoop no

mercado. A AWS vai lançar um suporte mais

robusto para o EMR com outros produtos

e serviços, incluindo o RedShift, para data

warehouse; e o recém-lançado motor de

processamento em tempo real Kenesis; e

deverá incluir suporte adicional para bases

de dados NoSQL e ferramentas de BI. Mas o

Hadoop da AWS é exclusivo da nuvem.

Cloudera – A Cloudera tem uma distribuição

Hadoop open source que usa muitos aspectos

do projeto original do Apache mas que agrega

um grande número de melhorias, entre elas

uma ferramenta de gestão e monitoramento

chamada Cloudera Manager; e um motor

SQL para rodar dados relacionais no Hadoop,

batizado de Impala.

A empresa usa o Hadoop como a base

da sua distribuição, mas não é um produto

open source puro. “A estratégia da Cloudera

é manter a lealdade ao núcleo do Hadoop

mas inovar com agressividade e velocidade

para atender as demandas dos consumidores

e diferenciar sua solução dos seus

concorrentes”, diz a Forrester. O resultado,

segundo o relatório, é uma adoção firme da

plataforma da Cloudera, que inclui uma lista

de 200 clientes, alguns dos quais gerenciando

mais de 1 petabyte de dados.

Hortonworks – Como a Cloudera, a Hortonworks

é uma empresa pure-play de Hadoop. E

diferente da Cloudera, a Hortonworks tem

a distribuição de Hadoop mais próxima do

código open source original, talvez mais do que

qualquer outro concorrente.

A meta da Hortonworks é construir um

ecossistema Hadoop, e evoluir o código

open source. Ela diz que isso beneficia os

usuários porque evita que fiquem presos a um

fornecedor (se um clientes da Hortonworks

quiser deixar sua plataforma ele poderá

facilmente portar as aplicações para o código

open source).

A empresa devolve seu trabalho de

desenvolvimento para a comunidade

open source. A postura da Hortonworks

acabou lhe garantindo parcerias fortes

com fornecedores de peso como Teradata,

Microsoft, Red Hat e SAP.

IBM – Quando as corporações pensam em

grandes projetos de TI, muitas pensam na IBM,

e com razão. Por causa disso, a IBM tornou-se

um grande player no mundo Hadoop. Segundo

a Forrester, a IBM tem atualmente mais de 100

instalações de Hadoop e muitos de seus clientes

gerindo petabytes de dados.

A companhia tira vantagem da sua vasta

experiência em computação, data center

global e implementação de projetos de

Big Data. “O road map da IBM inclui

continuar a integrar a solução BigInsights

Hadoop em produtos IBM como o analytics;

gestão de carga de trabalho em computação

de alta performance; ferramentas de BI

e ferramentas de modelagem e gestão de

dados”, escreve a Forrester.

26-28_TECNOLOGIA-1.indd 19 21/06/2014 13:04:57

Page 28: ComputerWord 561

20

www.computerworld.com.br

TECNOLOGIA

Intel – Como a Amazon Web Services, a

Intel está tirando vantagem e otimizando

sua versão do Hadoop para rodar no

seu hardware, especificamente nos

processadores Xeon. Para clientes que

procuram melhor afinidade entre o software

e hardware, a distribuição de Hadoop da

Intel é potencialmente a solução ideal.

A Forrester ressalta que a Intel liberou

recentemente seu produto, portanto é

esperado que a companhia inove um pouco

mais sobre a versão atual.

MapR Technologies – MapR Technologies

é talvez a companhia com a melhor

distribuição de Hadoop da qual muitas

pessoas nunca ouviram falar. Na

pesquisa da Forrester com usuários de

Hadoop, a MapR recebeu a maior nota

por sua oferta atual, com notas altas por

conta da arquitetura e dos recursos de

processamento de dados.

O tempero secreto da empresa é um

conjunto de recursos únicos. O Hadoop da

MapR suporta Network File Systems (NFS) e

a MapR incluiu na sua plataforma recursos de

alto nível para recuperação de desastres e alta

disponibilidade de dados.

A Forrester diz que a MapR deve investir

em marketing e mais parcerias para ter o

reconhecimento de marca que empresas

como Cloudera e Hortonworks já possuem no

mercado de Hadoop.

Microsoft – A Microsoft está avançando

não só em habilitar o Hadoop para rodar

em Windows, mas tem colocado esforços

sobre o projeto open source para entrar

mais largamente no ecossistema Hadoop.

Os resultados do trabalho podem ser vistos

no produto HDInsight, da nuvem pública

Windows Azure. Trata-se de uma oferta de

Hadoop como serviço baseada na distribuição

da Hortonworks feita especificamente para

rodar no Azure.

Microsoft tem outros produtos na

lista, incluindo o recurso Polybase que

permite que informações no SQLServer

também possam ser buscados em queries

Hadoop. “A presença significativa da

Microsoft nos mercados de banco de

dados, data warehouse, cloud, OLAP, BI,

planilhas, colaboração e ferramentas de

desenvolvimento, oferece uma vantagem”,

diz a Forrester.

Pivotal Software – No ano passado, a EMC

e a VMware combinaram um punhado de

produtos de cada uma das empresas para

criar a Pivotal, que basicamente é um filhote

das companhias. Um dos grandes aspectos

da Pivotal é trabalhar em sua distribuição do

Hadoop junto com a Cloud Foundry PaaS.

Ao fazer isso, a Pivotal agregou algum

ferramental sobre o código aberto,

especificamente um motor SQL chamado

HAWQ e um appliance Hadoop feito

especificamente para rodar na plataforma

Big Data. Até agora, a empresa tem menos

de 100 instalações ativas, a maioria entre

pequenas e médias empresas, diz a Forrester.

Teradata – Uma empresa como a Teradata

poderia ver o Hadoop como uma ameaça ou

uma oportunidade. A empresa especializada

em gestão de dados, particularmente

no segmento de bancos de dados SQL e

relacional. Portanto o crescimento de uma

plataforma NoSQL como o Hadoop poderia

ameaçar a companhia.

Ao invés disso, a Teradata abraçou o

Hadoop. Ao fazer uma parceria com a

Hortonworks, a Teradata agora oferece

aos seus clientes a habilidade de usar

a plataforma que está integrada com

suas ofertas SQL, dando aos clientes

atuais Teradata uma plataforma Hadoop

pronta para rodar que vai trabalhar sem

empecilhos com dados já armazenados em

warehouses Teradata.

IBM, amazon web Services,

Microsoft e teradata

empacotaram Hadoop em

serviços de consumo

mais simples

26-28_TECNOLOGIA-1.indd 20 21/06/2014 13:04:57

Page 29: ComputerWord 561

anuncio.indd 29 11/06/2014 15:52:44

Page 30: ComputerWord 561

22

www.computerworld.com.br

TECNOLOGIA

Maior desafio é encontrar

recursos financeiros para

lidar com a cibersegurança

e evoluir os projetos de

forma eficaz

A falta de experiência em segurança

digital, aliada à crescente

complexidade das ameaças, ambiente

regulatório elevado e ritmo intenso

de inovação, força as empresas a olhar para

fora dos seus “muros de proteção digital”,

buscando respostas em outsourcing.

Para entender melhor as táticas cada vez

mais eficazes dos hackers e se proteger, as

organizações precisam mobilizar todos os

aspectos de sua defesa – antes da invasão

acontecer, durante uma eventual invasão e

após o acontecimento. É importante avaliar

se o ataque foi destrutivo e se as informações

foram roubadas ou sistemas danificados.

Esse novo modelo de segurança está

impulsionando mudanças nas tecnologias

de segurança digital, produtos e serviços. E

isso exige logicamente encontrar recursos

financeiros no orçamento para se manter a

altura dos riscos.

Atualmente, os serviços de segurança

digital precisam ser baseados em uma

evolução constante e profunda das ameaças.

Alguns analistas do setor estão começando

a chamar essa nova ordem de serviços de

proteção digital de MSSP 2.0.

Com base nas tarefas internas de

segurança, orçamentos e prioridades dos

negócios, as organizações podem optar

por terceirizar mais ou menos as suas

necessidades de segurança digital.

Veja a seguir cinco dicas que podem ajudar

Raphael D’avila* a garantir que sua empresa mantenha o foco

em proteção:

1Mantenha a capacidade plena de incorporar

metadados HTTP em um modelo de

telemetria que forneça a profundidade de

informações necessárias para ajudar na

detecção de ameaças baseadas na web.

2As técnicas de análise de Big Data são

essenciais para alavancar a grande

quantidade de dados obtidos. Ao aplicar

análises de dados robustas, ao invés, de

realizar correlações simples, tem-se a certeza

de que as detecções serão de alta fidelidade;

3Conforme o tipo de dados na rede da

empresa, os requisitos de segurança

podem variar, dentro das garantias do

MSSP. A equipe de TI precisa determinar a

abordagem para enfrentar os invasores e se

serão necessárias ações alternativas;

4Os dados são muito úteis para as

organizações e, por isso, devem existir

e garantir que eles serão correlacionados

para fornecer o contexto certo, com

informações priorizadas. Assim, os

profissionais poderão se concentrar nas

ameaças realmente relevantes.

5Para detectar e se proteger contra

“ameaças de dia zero”, as empresas

devem ir além do tradicional point-in-

time, visualização limitada dos sistemas, e

monitorar e aplicar a proteção em uma base

contínua em toda a sua rede estendida.

dicas para aumentar o foco em segurança digital5

*Raphael D’Avila é diretor de vendas para Sourcefire

no Brasil, empresa comprada recentemente pela Cisco

30_TECNOLOGIA-2.indd 22 21/06/2014 13:06:14

Page 31: ComputerWord 561

21 a 25 de Maio de 2014Arraial D’ajuda Eco Resort/Bahia

www.itleaders.com.br

IT LEADERS CONFERENCEPREMIER

INOVAÇÃO, TECNOLOGIA, LIDERANÇA

4a

edição

pAtRocínio DiAmonD pAtRocínio plAtinum

pAtRocínio golD

“oportunidade de networking, Benchmarking e otimização de tempo no contato com fornecedores”miguEl ÂngElo AntunES luZ - cEniBRA

“o evento continua ótimo para relacionamento e conteúdo”FABio luiZ mAZElli - pEnSKE

“Excelente evento e ótimas oportunidades para realizar networking”SERgio pEREiRA - icAp

“Ótimo evento, boas palestras, ótimo relacionamento”cARloS EDuARDo guimARÃES - BAnco FiDiS

“Sempre agregando valor ao cio, enriquece e nos estimula para inovação e a sermos Business leaders da nossa companhia”AnDRÉ BRASil - mERitoR

Uma conferência sofisticada, inteligente e única. Saiba por que:

Muito obrigado a todos que participaram!

Apoio DE contEúDo míDiA oFiciAlApoio REAliZAçÃo

ITLeadersConference_jun2014_[simples].indd 1 14/06/2014 10:26:27

Page 32: ComputerWord 561

24

www.computerworld.com.br

carreira

cada vez mais os ciOs precisam ser criativos para encontrar pessoas com as competências adequadas e o ajuste certo para suas aspirações em torno de Big Data

C om as oportunidades de explorar o

Big Data aumentando, executivos

voltam-se para um desafio igualmente

crescente: achar profissionais

especializados e cientistas de dados capazes

de capturar, armazenar, gerenciar e analisar

grandes volumes de dados não estruturados

em tempo real e fazer deles combustível para

aumentar os negócios.

O cientista de dados tem de saber

programação, ser capaz de criar modelos

estatísticos e ter o conhecimento e domínio

apropriado de negócios. Precisa também

compreender as diferentes plataformas de

Big Data e como elas funcionam.

Usualmente esse profissional é formado

em estatística, matemática ou ciências

da computação. Mas um estatístico não

necessariamente é um cientista de dados.

Um estatístico não manipula dados. Ele os

recebe em um arquivo e não participa do

caminho anterior.

O cientista de dados tem capacidade

analítica para identificar informações de

valor e fazer previsões de situações com

base na tecnologia de Big Data. Precisa

transformar tabelas de números em

palavras e ser bom em comunicação para

traduzir dados na linguagem dos negócios.

Lauren BrOuseLL, ciO/eua

como recrutar um cientista de dados

De fato, encontrar um profissional que

reúna características tão particulares não

é tarefa fácil. Você provavelmente não vai

encontrar candidatos com a frase “cientista

de dados” em seus currículos.

Cada vez mais os CIOs precisam ser

criativos para encontrar pessoas com as

competências adequadas e o ajuste certo

para suas aspirações em torno de Big Data.

Veja cinco dicas para recrutar ou

contratar esses profissionais.

1 Busque um time em vez de uma pessoaÉ possível encontrar candidatos com

algumas habilidades, mas não todas. Então,

é preciso esquecer a ideia de identificar

todas as características em uma pessoa.

Isso gera a contratação de dois ou mais

profissionais para atender as necessidades

da organização.

Tom Soderstrom, Chief Technology Officer

(CTO) do Jet Propulsion Laboratory (JPL)

da Nasa, diz que, embora ele possa definir

claramente o papel de um cientista dados em

sua empresa, ele sabe que pode ser impossível

de encontra-lo. “É um tipo especial de

pessoa”, afirma. “Para eliminar esse problema,

podemos contratar diversos cientistas de

dados internamente ou que tenham contato

32-33_[24-25_CARREIRA].indd 24 21/06/2014 13:08:11

Page 33: ComputerWord 561

25

www.computerworld.com.br

com uma comunidade externa.”

Soderstrom vê potencial para cientistas

de dados manipularem dados de satélite

sobre oceanos, ou tempo ou ainda para

desenvolver novos tipos de experiências

científicas. Ele diz que está à procura de

alguém que possa falar a linguagem dos

negócios e trabalhar com tecnologias de

Big Data, como o Hadoop. “É alguém que

possa entender os dados para contar uma

história interessante”, diz.

2 Procure internamenteSoderstrom está realizando uma busca

minuciosa de candidatos externos, mas

também está ciente da possibilidade de

localizar candidatos internos - uma opção

que normalmente é mais barata e tem

vantagem de a pessoa estar familiarizada

com o ambiente da companhia.

O executivo está de olho em engenheiros

e programadores. Ele planeja contratar um

cientista de dados ainda neste mês e cercar

essa pessoa com estagiários para ajudá-lo

com parte do trabalho braçal. Também

pretende criar um plano de carreira para os

trainees se tornarem cientistas de dados.

A recomendação do CTO é que o CIO

tente identificar se há funcionários que

têm as habilidades analíticas na empresa

e investir em treinamento para aprimorar

as habilidades. Ele considera que a única

desvantagem é que os candidatos internos

ainda têm de aprender como podem ser tão

proficientes em determinadas tarefas.

3 Promova o papel do cientista de dadosSe a sua empresa decide buscar

candidatos externos, Soderstrom diz

que é importante ter uma história forte e

interessante para contar, porque startups,

por exemplo, serão concorrentes difíceis de

vencer na caça de talentos.

“Você tem uma história legal para contar

se trabalha para a Google ou o Facebook,

mas e se você não tiver?”, questiona. “Você

tem de deixa-los animados para trabalhar

na empresa. É preciso vender a organização.

Ao menos que você tenha uma remuneração

e benefícios para oferecer, ou uma grande

história para contar, essas pessoas somente

vão querer trabalhar em projetos fora da

empresa”, comenta.

4 Olhe para as competênciasSoderstrom diz que uma das qualidades

que ele procura em candidatos é a atitude

de consultor. “Um bom consultor fala com

um cliente sobre um problema”, afirma

“Ele entende o problema e sugere uma

solução criativa”, completa.

Se a companhia não consegue encontrar

uma pessoa com essa mentalidade, um

consultor externo pode ser a melhor

aposta. Soderstrom adverte, no entanto,

que a contratação de alguém que “pode ter

o lado acadêmico bastante aguçado, pode

não ter a experiência prática corporativa”.

5Junte-se a grupos de usuários e estabeleça uma rede de contatos

Para encontrar candidatos a uma vaga

de cientista de dados, é preciso descobrir

onde eles estão. O CTO recomenda que

o CIO e a empresa mostrem as caras.

Soderstrom sugere a participação em

grupos do LinkedIn, outras

mídias sociais e grupos

de usuários técnicos.

“Faça uma campanha de

conscientização”,

exemplifica.

32-33_[24-25_CARREIRA].indd 25 21/06/2014 13:08:13

Page 34: ComputerWord 561

26

www.computerworld.com.br

OPINIÃO | ANkur PrAkAsh

n Ankur Prakash é vice-presidente para a América Latina da Tata Consultancy services (TCs)

Se questionarmos executivos e profissionais de tecnologia, marketing e de gestão podemos afirmar com toda

certeza que todos eles possuem muitas expectativas em relação ao Big Data. Diversas organizações ao redor do mundo começam a criar estruturas e maneiras de aplicar esse conceito inovador e, como consequência, obter retornos significativos para seus negócios.

Segundo o estudo de tendências globais de Big Data, publicado pela Tata Consultancy Services (TCS) em 2013, a busca por esse termo no Google passou de praticamente zero e explodiu nos últimos quatro anos. Os países mais interessados nessa busca são Estados Unidos, Canadá, Índia, Coreia do Sul, Austrália e Brasil, assim como boa parte da Europa Ocidental.

Apesar disso o estudo apontou que os investimentos em Big Data ainda estão abaixo do necessário, já que o valor médio por empresa não ultrapassou US$ 10 milhões. Para os executivos, a principal característica que dificulta a aplicação de Big Data é cultural, seguida por tecnológica e por último como interpretar os dados e aplicar os resultados nas decisões de negócios.

Então qual o segredo para utilizar o Big Data para produzir grandes negócios?

A tecnologia é um desafio, mas esse setor tem crescido muito nas últimas décadas, o que possibilita maior volume, velocidade e variedade para aplicação de Big Data. Hoje temos know how tecnológico suficiente para desenvolver com satisfação esse conceito nas empresas. Mas, para gerar grandes resultados precisamos transpor as barreiras culturais e, principalmente, saber como gerar negócios com tantas informações coletadas.

As empresas norte-americanas são as que registram as maiores iniciativas do segmento,

sendo que 68% das pesquisadas haviam aplicado Big Data já em 2012. No Brasil esse número chegou a 46%, um pouco abaixo da média mundial, que atingiu 53%. Porém, se levarmos em consideração a verba investida, percebemos que esse crescimento ainda está muito aquém do necessário. Naquela época o Brasil investiu somente US$ 3,8 milhões, quase três vezes menos que as potências mundiais.

Temos alguns desafios pela frente para conquistar grandes resultados, mas as perspectivas são boas, afinal, segundo esses mesmos executivos, já em 2015 a média de dólares aplicados em Big Data será US$ 17,5 milhões por empresa, um crescimento de 75% se comparado com 2012.

A utilização do Big Data possibilita o crescimento de tal forma que mesmo com poucos investimentos, 80% das empresas que aplicaram essa técnica conseguiram utilizar as informações para melhorar seus negócios e obter maior lucratividade.

Além disso, Big Data não é só para os países mais ricos, tampouco para setores específicos. O segmento de energia e recursos é um dos exemplos a serem seguidos. As empresas desse segmento são as que menos investiram nos últimos anos, mas as que mais obtiveram retorno. Conseguiram criar um modelo que apresentasse resultados significativos.

Os números da pesquisa mostra um futuro promissor para o Big Data e os retornos em volume de negócios podem ser imensos. O que é preciso é enxergar o real potencial do conceito e unir os profissionais de tecnologia, os executivos e todos os demais profissionais das organizações, propiciando assim que a grande quantidade de informações coletadas agregue valor à companhia e norteie o rumo dos negócios. Dessa forma entramos na geração do Big Data e do Big Business. n

Principal característica que dificulta a aplicação

desses projetos é cultural, seguida por tecnológica e por último como

interpretar os dados e aplicar

os resultados nas decisões estratégicas

Como usar o Big Data para alavancar negócios

34_[26_OPINIAO_Ankur Prakash].indd 26 21/06/2014 13:10:00

Page 35: ComputerWord 561

anuncio.indd 35 11/06/2014 16:10:39

Page 36: ComputerWord 561

anuncio.indd 36 11/06/2014 15:36:29