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Comentário Bíblico Kretzmann - Parte 6 - Lucas 01-08.pdf

Jun 04, 2018

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erivander
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  • 8/13/2019 Comentrio Bblico Kretzmann - Parte 6 - Lucas 01-08.pdf

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    O EVANGELHO CONFORME SO LUCAS

    INTRODUO

    No hs motivo para colocar em dvida a tradio repassada pelo historiador eclesistico Eusbio, deque o terceiro evangelho foi escrito por Lucas. Este evangelista, que aulo chama de !mdico amado",

    #l.$.%$, foi gentio de nascimento, #l. $.%$, tendo nascido e crescido em &ntioquia, &t. '.() %%.%*+-. e suaprofisso h muitas evid/ncias no evangelho, como tambm nos &tos, Lc. $.0-) (.%) '.') 1.) -)$) %2.02+01) %'.2+) &t.-.-. 3ecebeu uma boa educao e escrevia num estilo fcil, fluente e elegante. Este fato da seus livros uma colocao igualmente elevada como literatura. Lucas no chegou pessoalmente a conhecer4esus. arece que ele foi convertido em &ntioquia, provavelmente por aulo, com quem esteve unido numaami5ade cordial e vital6cia. 7 grande ap8stolo teve+o em alt6ssima estima, como companheiro e assistente,#l.$.%$) 9m.$) .:m.$.%%. Lucas ;untou+se a aulo em sua segunda viagem em :rsto evidente, at, em seu evangelho, cap6tulo %.%+$. #onforme o testemunho de antigosescritores, Lucas foi, de certo modo, o intrprete de aulo, assim como =arcos o foi para edro. ?eusescritos mostram claramente esta influ/ncia, especialmente, nas e@pressAes sobre a ;ustificao dum pecadordiante de eus, Lc. %-.%$) &t.%0.0-,0*. 7 evangelho dedicado ao !e@celent6ssimo :e8filo", que,evidentemente, era homem de alta posio, no sendo ;udeu mas gentio e morando na >tlia. B indicaAespor todo o evangelho que Lucas escreveu para um pblico que no conhecia a alestina, nem seus costumese l6ngua, mas que era familiar com o ambiente de vida grego e romano que reinava nas grandes cidades doimprio, cap6tulo '.%1+2. Ele e@plica aos seus leitores os nomes e termos semitas. escreve a locali5ao deNa5ar e #afarnaum, como sendo da Calilia, de &rimatia, como uma cidade dos ;udeus. &firma que a terrados gadarenos ficava em frente a Calilia. &t d a distDncia do =onte das 7liveiras e de Emaus em relaoa 4erusalm. ue Lucas pensou em cristos de origem gentia, isso tambm est claro do fato que ele nodestaca o carter messiDnico de 4esus, como o fa5 =ateus, mas ele enfati5a o fato que 4esus o ?alvador domundo inteiro, sendo o 3edentor igualmente dos gentios, Lc..%2, 0%, 0, e que o evangelho devia serpregado a todas as naAes. Ele retrata a 4esus como o amigo dos pobres e necessitados, tanto no sentidoespiritual como f6sico, cap6tulo %.(,(0) .1,-) $.%-,%*) '.2) %.%(+%) %'.%*+0%. Lutero di5F !Lucas, porm,vai mais longe, como que querendo tornar #risto comum a todas as naAes. or isso condu5 sua genealogiaat &do. ... or isso Lucas quer e@por, que este #risto no pertencia s8 aos ;udeus... mas tambm ao pr8prio&do e aos seus descendentes, isto , a todas as naAes em todo o mundo."1G

    #onforme o ob;etivo do evangelho, h muitos aspectos peculiares que devem ser observados,especialmente a e@atido das descriAes mdicas, a conservao dos hinos inspirados Hos dos an;os porocasio do nascimento de 4esus, de >sabel, de =aria e de IacariasG, e o destaque concedido Js mulheres,-.,0) %2.0-+$) 0.1,-.

    7 evangelho de Lucas, certamente, foi escrito antes do ano 12 &.., visto no conter qualquerrefer/ncia J destruio de 4erusalm, da qual o autor fornece a profecia completa de 4esus, cap6tulo %. #ombase na introduo do livro, foi inferido Lucas escreveu depois de =ateus e =arcos, ou se;a, mais ou menosem '1 ou '-. &lguns comentaristas assumiram que Lucas, por este tempo, voltou para &ntioquia, e que lescreveu seu evangelho. =as a aceitao geral que ele foi escrito na >tlia e, mais precisamente, em 3oma,&t. -.%',02,0%) #l.$.%$) 9m.$) .:m.$.%%.

    1) Lutero,7.6,8 (traduzi do alemo).

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    7 esboo do evangelho de Lucas , em geral, o dos outros evangelhos sin8ticos. ?ua introduosobre o precursor de #risto e o nascimento e a infDncia de 4esus se divide em tr/s secAes, demarcadas porpontos de partida da hist8ria secular. & seguir d um relato completo do ministrio proftico de #risto naCalilia. epois segue um relato completo das parbolas e discursos que foram provocados pela necessidadede ensino aos disc6pulos de #risto e da repreenso aos inimigos fariseus. 9inalmente Lucas narra a hist8riada ltima viagem de #risto para 4erusalm e seus sofrimentos, morte, ressurreio e ascenso.2G.

    CAPTULO 1

    O Prefcio do Evangelo,Lc.%.%+$.

    !. 1) !i"to #ue muito" ouve #ue em$reenderam uma narra%o coordenada do" fato" #ue entre n&""e realizaram, 2) conforme no" tran"mitiram o" #ue de"de o $rinc'$io foram dele" te"temuna" oculare", emini"tro" da $alavra, ) igualmente a mim me $areceu em, de$oi" de acurada inve"tiga%o de tudo de"de"ua origem, dar*te $or e"crito, e+celent'""imo e&filo, u-ma e+$o"i%o em ordem, ) $ara #ue tena" $lenacerteza da" verdade" em #ue fo"te in"tru'do.Kisto que, sendo que ou visto que bem sabido a part6culaforte subentende que o fato que o evangelista est por afirmar, ; bem conhecido, que importante e queintrodu5 a ra5o que levou Lucas a este grande empreendimento. =uitas pessoas haviam feito sua a tarefa derelatar de maneira coerente as grandes coisas que haviam sido cumpridas, ou se;a, que no cumprimento do

    tempo haviam sido tra5idas J sua plena consumao em seu meio. 7 relato do evangelho havia sidotransmitido na forma de epis8dios e hist8rias individuais, mas no numa longa narrativa conectada. E haviammuitos que dese;avam uma hist8ria conectada sobre os fatos que, como um todo completo, estavam diante dacristandade. =uitos destes, porm, por sua pr8pria iniciativa, foram longe de mais, e a palavra de Lucas fa5pensar numa pequena censura. &giram sem a autori5ao dos grandes mestres da igre;a, usando seu pr8prio;u65o como sendo a autenticidade das hist8rias que circulavam entre eles. ?eus esforos estavam em paridadecom os dos escritores ap8crifos posteriores, sendo uma mistura de verdade e falsidade. =as as coisas queformam o contedo da f crist no devem ser entregues a escribas sem qualquer autori5ao e sem a certe5ade ser a verdade plena e divina. 7s disc6pulos haviam sido as testemunhas do ministrio de #risto. Baviam,desde o comeo, visto e ouvido os milagres e os sermAes. Baviam sido ministros com #risto, assistindo+o emsua grande obra. Baviam sido servos da alavra. 7 relato evanglico e sua aplicao monopoli5avam suaateno, assim que esta palavra era o contedo e a caracter6stica de sua obra. 7 que haviam ensinado fora averdade divina, visto que o Esp6rito ?anto os havia condu5ido J plena verdade. ?eu correto relato danarrativa do evangelho devia ser o nico a ter validade entre os cristos. Esta a noo que Lucas teve doassunto. or isso fi5era cuidadosas investigaAes, ou se;a, de modo muito aplicado, seguindo o assunto desdeseu princ6pio, ou informando+se de tudo com a a;uda de professores responsveis e autori5ados. Estava, porisso, pronto a, com base nestas investigaAes e estudos, escrever uma hist8ria ininterrupta ou uma narrativaconcatenada de toda a hist8ria do evangelho, ou se;a, no s8 desde o princ6pio do ministrio de #risto, masdo in6cio de sua vida. & seguir Lucas se dirige, de modo polido, ao homem a quem suas investigaAesresumidas se destinavam. Era um certo :e8filo, que, provavelmente, era romano, a quem ele chama dehonrado. >sto nos fa5 supor que ocupava algum importante posto oficial. Este homem ; recebera instruocatequtica H o primeiro caso em que esta instruo sugeridaG, mas, alm do essencial, no fi5era maioresprogressos no conhecimento religioso, provavelmente, porque faltava um livro te@to autori5ado. Lucas,porm, dese;a que ele conhea bem, ou entenda perfeita e plenamente a e@atido da verdade que aprenderaat agora. evia tornar+se confirmado no conhecimento. 9oi para isto que era dese;vel a escrita ou

    publicao duma hist8ria cronol8gica e l8gica da vida e do ministrio de 4esus. NotemosF & e@plicao queLucas aqui d, de modo nenhum, enfraquece a inspirao verbal. !&inda que eus d seu Esp6rito ?anto atodos os que lho pedem, este dom nunca pretendeu eliminar aquelas faculdade com as quais ele ; dotou aalma, e as quais so to certamente seus dons como o o pr8prio Esp6rito ?anto. No caso de Lucasdescobrimos imediatamente a nature5a da inspiraoF Ele se disp

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    de qualquer part6cula de engano"G. Notemos tambmF !Este prefcio fornece um quadro vigoroso dointeresse intenso e universal da igre;a antiga na hist8ria do ?enhor 4esusF 7s ap8stolos constantementecontavam o que haviam visto e ouvido) muitos dos seus ouvintes registravam o que se lhes di5ia para obenef6cio deles e de outros) atravs desta familiaridade com pedacinhos do evangelho em que a hist8ria doevangelho circulava entre os cristos, despertando sede para receber sempre mais) colocando num homemcomo foi Lucas a tarefa de preparar um evangelho to completo, correto e bem organi5ado quanto poss6velatravs do uso de todos os meios dispon6veis, fossem escritos anteriores ou testemunhos orais de

    testemunhas oculares ainda vivas"

    G. ode ser observado, finalmente, que este prefcio do evangelho deLucas no s8 um lindo e@emplo de grego, mas que ele tambm respira o esp6rito de verdadeira mansido,daquela mansido que deve caracteri5ar no s8 o ministro do evangelho mas a cada cristo.

    O 0nncio do /a"cimento de oo 3ati"ta,Lc. %.(+(.

    7s pais de 4oo, !.4) /o" dia" de 5erode", rei da udia, ouve um "acerdote camado acaria", doturno de 0ia". ua muler era da" fila" de 0ro, e "e camava 9"ael. 6) 0mo" eram :u"to" diante de;eu", vivendo irre$reen"ivelmente em todo" o" $receito" e mandamento" do enor. 7) E no tinam filo,$or#ue 9"ael era e"tril, "endo ele" avan%ado" em dia". Bouve ou vivia nos dias quando Berodes o Crandeera o rei da 4udia. Lucas muito cauteloso e e@ato em todas suas refer/ncias J hist8ria secular. or isso suasafirmaAes so to confiveis, alm disso, so inspiradas por eus. 9oi ento, que um sacerdote de nome

    Iacarias Hque Lutero tradu5 como proclamao ou lembrana do ?enhorG vivia na 4udia, numa das cidadesreservadas aos sacerdotes.Ele pertencia J ordem, classe ou diviso de &bias. :odos os sacerdotes dos ;udeus,que no tempo de #risto somavam uns 2.222, eram divididos em certas seAes, nomeadas conforme seuservio semanal. Estas classes ou ordens sucediam uma a outra numa ;usta rotao no servio do templo de4erusalm. Bavia vinte e quatro classes, das quais a de &bias era a oitava, %.#r.$. & mulher de ?acariastambm era dos descendentes de &ro, sendo filha dum sacerdote. ?eu nome era >sabel, que Lutero e@plicacomo descanso de eus, ou como cessar de trabalhar, ou um descanso dado por eus. esta forma 4ooMatista descendia, dos dois lados, de pais sacerdotes.

    ?o dados a Iacarias e >sabel os mais altos louvores pelo evangelista. &mbos eram ;ustos diante deeus. ?ua maneira de viver era de tal nature5a que suportava o e@ame minucioso de eus. Eram e@emplos de;ustia civil. &ndavam sem reserva em todos os mandamentos e estatutos do ?enhor. o ponto de vista do;ulgamento humano sua piedade e bondade eram sem defeito. =as, apesar de tudo isto, havia uma grandetriste5a que oprimia suas vidas. No lhes fora concedido um s8 filho para alegrar seu lar. E a falta de filhos,do ponto de vista dos ;udeus e da M6blia, era uma calamidade. >sto no fora uma escolha ou dese;o deles, masaconteceu porque >sabel era estril. 7 ?enhor lhe negara o privilgio da maternidade. Nesta poca ambos ;estavam bem velhos, estando alm do tempo em que, segundo o curso da nature5a, podiam esperar a b/node filhos. ?entiam esta falta de filhos como uma grande reprovao, e como pesada cru5. !ois os estreiseram considerados malditos. ois C/nesis 2%, quando eus criou macho e f/mea, ele disseF ?ede fecundos emultiplicai+vosOP 7s ;udeus instavam diligentemente estas palavras. &quele que no produ5ia fruto no erabendito. or isso um homem ou mulher sem filhos se;a considerado amaldioado e desgraado. &ssim >sabeltambm pommentar?, 4.44.) E+$o"itor@" AreeB e"tament, 1.6=.4)Lutero,7.14=6 (cf. alemo #ue diferente da tradu%o ingle"a).

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    especial6ssima de queimar incenso no altar do lugar santo. Na vida de qualquer sacerdote, este era um diainesquec6vel, visto ser provvel que esta ocasio ;amais se repetiria em sua vida. Este trabalho era reali5adono pr8prio templo, como Lucas observa por causa daqueles que no estavam familiari5ados com a forma deculto ;udeu e os vrios sacrif6cios no culto. 7 sacerdote oficiante, nesta parte de cerimsrael. &rrependimentoe converso sero seu grande alvo e lema. Nesse tempo uma tal renovao ou reavivamento espiritual era

    muito necessrio na alestina, visto imperar entre o povo muita ortodo@ia morta e no suficiente f viva.4oo, reali5ando esta obra, cumpriria a profecia dita sobre ele, =l. $. (,'. 7 esp6rito e o poder de Eliashabitariam nele, para fa5er voltar os coraAes dos pais aos filhos. >sto , para fa5/+los compreender aresponsabilidade que pesa sobre eles na educao dos pequeninos na criao e admoestao do ?enhor. >stoenvolve fa5/+los compreender que no basta o atendimento das necessidades f6sicas dos filhos para cumpriros mandamentos do ?enhor. ue entendessem que sua misso no est atendida quando cumpriram aprescrita f8rmula superficial de ensinar a seus filhos as observDncias e@teriores da religio. & obra de 4oo,incidentalmente, consistiria em converter os desobedientes, ou se;a, os descrentes, ao ou por meio do sadios bom senso da ;ustia. &fastar+se do ?enhor e seguir o pendor e inclinao do pr8prio coraoperverso, , em ltima anlise, o cmulo da tolice. 7 nico bom senso aquele encontrado nos que, com o

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    au@6lio de eus, vivem seu viver, conforme os ditames da pr8pria alavra de eus. 4oo iria, por tais meios edesta forma, preparar ao ?enhor um povo preparado, instru6do e a;ustado. Este o mtodo no reino de#ristoF pela pregao de arrependimento preparado o caminho a #risto e para o evangelho da graa deeus em #risto. Rm carter cristo sadio pode provir do amor de #risto, s8 onde os coraAes so,previamente e corretamente, influenciados por esta pregao.

    &s dvidas de Iacarias,!. 18) Ento $erguntou acaria" ao an:oD >omo "aerei i"toG Poi" eu "ouvelo e mina muler avan%ada em dia". 1-) He"$ondeu*le o an:oD Eu "ou Aariel, #ue a""i"to diante de

    ;eu", e fui enviado $ara falar*te e trazer*te e"ta" oa" nova". 2=) odavia ficar" mudo, e no $oder"falar at ao dia em #ue e"ta" coi"a" venam a realizar*"e< $or#uanto no acredita"te na" mina" $alavra",a" #uai" a "eu tem$o "e cum$riro.7 anncio do an;o e o entusiasmo com que proferiu sua mensagem,desarmaram ao idoso sacerdote. Esperar esperando, ele continuara seus persistentes apelos por prole mesmoque fosse depois do usual trmino da vida reprodutora. &gora, porm, que suas oraAes deviam ser atendidas,mesmo acima de suas e@pectativas mais otimistas, a grande5a do milagre gerou dvida em sua mente.?ubitamente isto lhe pareceu bom demais para ser verdade, visto que o curso da nature5a no podia serignorado. or isso ele viveu sob falta de f. Ele perguntaF uais so os meios pelos quais o sabereiS ueriaalguma prova concreta, algum sinal definido, que lhe desse a certe5a imediata do cumprimento de suasesperanas. &gora, visto que sua f fora abalada, ele argumenta do ponto de vista da ra5o humana, que eleera um velho e que sua mulher estava avanada em dias, e que, por isso, o evento predito certamente nopoderia ocorrer. Iacarias recebeu o sinal, que pedira, mais rpido do que pudesse prever. 7 an;o, com

    impressionante solenidade, e@pAe+lhe a ra5o por que a mensagem devia ter sido cria irrestritamente. ois,seu nome Cabriel, que significa o poder do eus potente. Iacarias, sendo familiar com os livros dosprofetas, entenderia o nome e tudo o que ele representava, n. -. %') *. %. Cabriel pertencia aos bem+aventurados an;os que assistem na presena de eus, e que esto confirmados na eterna bendio diante dotrono de eus. ele estava ali, no por sua pr8pria iniciativa ou por seu pr8prio interesse, mas comomensageiro do eus forte, que conseguiria cumprir qualquer prop8sito e sub;ugar a si todas as coisas. Eleviera tra5er a Iacarias novas realmente boas e alegres. or isso, visto Iacarias, no considerando esta fato,escolhera duvidar da mensagem, o sinal que reclamara ocorreria na forma duma punio severa, mesmo queterrena e temporriaF :otal mude5, at o tempo em que tudo aconteceria. ois, como o an;o enfati5a maisuma ve5, o assunto predito certamente se cumpriria no tempo apropriado, ou se;a, no tempo indicado poreus.

    & aflio do povo, 21) O $ovo e"tava e"$erando a acaria" e admirava*"e de #ue tanto "edemora""e no "anturio. 22) Ia" "aindo ele, no le" $odia falar< ento entenderam #ue tivera uma vi"ono "anturio. E e+$re""ava*"e $or aceno", e $ermanecia mudo. 2) ucedeu #ue, terminado" o" dia" de "eumini"trio, voltou $ara ca"a. & oferta de incenso era o ponto alto do culto matutino, durante o qual Iacariasesteve a s8s no lugar santo. 7 povo sempre ficava apreensivo sobre algum desastre que poderia sobrevir aosacerdote oficiante, a saber, que eus poderia abat/+lo como algum indigno e, a seguir, aplacar sua ira sobretodo o povo. 9oi por isso que estava preocupado com ele. & conversa com o an;o prolongara a perman/nciado sacerdote para muito alm da hora do trmino, e aumentou a sua incomum admirao sobre a demora.uando ele, por fim, saiu do lugar santo, e entrou na corte dos sacerdotes, pr8@ima aos degraus que desciamaos outros ptios, foi incapa5 de proferir a b/no aramediatamente haviasido tomado de mude5. 7 povo, porm, podia sentir e perceber e compreender, pelos gestos e sinais quefa5ia, que algo inusitado ocorrera no templo. E conclu6ram que ele tivera uma viso que o dei@ara sem fala.Iacarias, porm, mesmo privado ca capacidade de falar, cumpriu todo seu turno do ministrio no templo, que

    se estendia por uma semana, .3s. %%. %1. Bavia outras tarefas que no e@igiam o uso da vo5, e muitastarefas no templo eram entregues a quem tinha alguma defici/ncia f6sica menor. No fim da semana, porm,voltou ao seu lar, ou J cidade dos sacerdotes onde morava. &s palavras dum comentarista que se referem aotrabalho dos pastores nesta coneco podem, muito bem, ser dilatadas para incluir todos os cristos, vistoque todos eles deviam estar enga;ados no trabalho do =estre. Ele escreveF !B algo muito instrutivo naconduta deste sacerdote. No tivesse ele amado o culto em que se empenhara, teria feito da perda da vo5 umprete@to para renunci+lo imediatamente. =as, visto que isso no o incapacitava ao cumprimento de suafuno sacerdotal, ;ulgou+se obrigado a continuar seu ministrio at ao fim, ou at que eus e@pressamente odemitisse. regadores que renunciam seu trabalho na vinha por causa de algum distrbio corporal sem maiorimportDncia que os acometeu, ou por causa de algum transtorno em coisas e@teriores as quais o seguidor do

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    ?enhor que carregou a cru5 e que foi crucificado, nem devia mencionar, esses mostram que, ou nuncativeram uma preocupao correta pela honra de seu =estre e pela salvao das pessoas, ou que perderam oesp6rito de seu =estre e o esp6rito de seu trabalho. or outro, Iacarias no correu logo para casa para contarpara sua mulher a boa not6cia que recebera do cu, no que ela certamente estava muito interessada. 7 an;ohavia prometido que todas as suas palavras se cumpririam no devido tempo, e por este tempo ele esperoupacientemente na trilha do dever. Bavia+se enga;ado no servio do ?enhor, e no devia distrair+se comqualquer coisa que pudesse pre;udicar ou interromper seu trabalho religioso. regadores que confessam que

    foram chamados por eus para trabalhar na alavra e na doutrina, e que abandonam seu trabalho por causade um lucro su;o, so os mais desonrados dos mortais e traidores de seu eus."6G.7 comeo do cumprimento, !. 2) Pa""ado" e""e" dia", 9"ael, "ua muler, conceeu, e ocultou*"e

    $or cinco me"e", dizendoD 24) 0""im me fez o enor, contem$lando*me, $ara anular o meu o$r&rio$erante o" omen".eus, a seu tempo, se lembrou de >sabel e de seu esposo. & idosa esposa tinha provasque suas oraAes, finalmente, pareciam terem sido ouvidas. 7 efeito desta compreenso foi, que ela seescondeu por completo, no tomando parte em qualquer relacionamento social. eus se preocupara pararemover+lhe a repreenso. ois a fertilidade fora uma das promessas de eus sobre seu povo, Cn. %1.', evisto que filhos, em vista disso, terem sido considerados uma b/no especial do cu, E@. 0.') Lv. '.*) ?l.%1.0, ento entre os ;udeus a esterilidade era considerada uma repreenso, e um sinal da desaprovao do?enhor, %.?m.%.'. Este estigma agora estava para ser removido. &inda que o fato no era pblico, mesmo aosseus amigos e parentes 6ntimos, ela o sabia. &gora queria evitar as olhadelas penali5adas a que nunca fora

    obrigada a se acostumar, at ao tempo em que sua e@pectativa estaria fora de dvida, e ; no mais poderiahaver qualquer repreenso que a ferisse.

    O 0nncio a Iaria, Lc. %. '+0-.

    & visita de Cabriel a Na5ar, !. 26) /o "e+to mF" foi o an:o Aariel enviado da $arte de ;eu", $arauma cidade da Aalilia, camada /azar, 27) a uma virgem de"$o"ada com certo omem da ca"a de ;avi,cu:o nome era o"< a virgem camava*"e Iaria.No se@to m/s depois que o ?enhor se lembrara de >sabel ecumpriu parte do seu des6gnio e profecia em favor da humanidade ca6da, ele fe5 preparativos para umacontecimento ainda mais maravilhoso. #omissionou Cabriel, o mesmo mensageiro do caso anterior, paraservir como encarregado de outra mensagem. Lucas muito cuidadoso para fa5er todas as afirmaAes que sefa5em necessrios, para que a situao se;a clara. &inda que =aria e 4os fossem ambos da casa de avi, nomoravam na cidade de seus pais, mas em Na5ar da Calilia, uma pequena vila nas montanhas a sudoeste do=ar da Calilia. 7 an;o foi enviado a uma virgem de nome =aria, e no a uma ;ovem casada, como oquerem os cr6ticos do nascimento duma virgem, K. 0$. =as ela era noiva, ou esposada, conforme o costume;udeu, a um homem de nome 4os, que tambm era de sangue real. 7 noivado entre os ;udeus, segundo aordem de eus, era to indissolvel como o era o casamento quando ; consumado. 7 noivado era reali5adocom muitas cerimommentar?, 4. 4-.

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    com graa. Ela saudada, no como uma me ou dispensadora da graa, mas como uma filha e recebedorada graa. Ela recebe a confirmao que o ?enhor est com ela. Ela est inteira e totalmente dependentedaquele que seu eus e seu ?alvador. 7 efeito da repentina apario e a singular saudao foi, como natural, de muito sobressalto. =aria ficou muito perturbada. No, porm, dum temor cheio de dvida, mas,porque sentia que isto significava algo muito especial, cu;a nature5a, todavia, ainda no aparecia. ?uahumildade a fe5 recuar diante da plenitude desta graa, o que o efeito natural da afirmao da miseric8rdiade eus sobre os pobres e corruptos mortais. Ela con;eturava e pensava sobre as poss6veis ra5Aes que o

    levaram a saud+la assim. Ela no se encontrava numa perturbao histrica, mas muito calmamenteraciocinava sobre o !$or #ueNdas palavras do an;o. 7 an;o, rpido, continua a esclarec/+la que no precisatemer, visto que achou graa diante de eus. =esmo que fora a escolhida me do ?alvador, ela, ainda assim,precisava da graa. !=esmo que a virgem =aria bendita sobre todas as mulheres, a ponto que ;amais talgraa e honra terem sido concedidas a qualquer outra mulher, o an;o, ainda assim, com estas palavras acoloca no mesmo n6vel de todos os demais santos, visto que claramente di5F :udo o que ela possa ser, ela o por graa, e no por mrito. T preciso que mantenhamos sempre a diferena entre o que concede a graa edaquele que recebe a graa. 4unto Jquele que concede a graa devemos procurar graa, e no ;unto Jqueleque recebeu o desfrute da graa"7G. &gora o an;o e@pAe a honra e@traordinria que lhe seria conferida. Ela,sendo virgem, conceberia e daria J lu5 um filho. :entar enfraquecer este anncio, di5endo que =aria poderiaassumir, como noiva que era, que a mensagem se referia a uma criana que nasceria como fruto docasamento como um homem, no passa duma tentativa da incredulidade para eliminar os milagres da M6blia.

    #f. =t.%.%. &quele, cu;o nome deveria ser 4esus, ?alvador, 3edentor, devia ser um filho, um verdadeiro serhumano, mas nascido duma virgem. =esmo que o nome no fosse desconhecido aos ;udeus, ele seria aquiaplicado pela primeira ve5, sem seu sentido totalmente pleno. esta criana maravilhosa o an;o afirma queser grande, possuindo a magnitude duma nature5a singular, porque sua nature5a humana devia ser unidacom a nature5a divina, porque ele, em vista disso, no sentido mais peculiar e restrito, seria chamado o 9ilhodo &lt6ssimo, porque nele se encontraria o cumprimento de todas as profecias que prometeram um reinoeterno ao 9ilho de avi, porque ele seria o eterno #abea e ?oberano da casa de 4ac8 que a igre;a do Novo:estamento, porque o seu governo e reino seriam eternos. &s portas e poderes da morte e do inferno nuncasero capa5es de pre;udicar ou destruir o reino de #risto. & suma e a substDncia da mensagem evanglicainteira esto contidas nestas palavras do an;o. 9oi um anncio inspirado e inspirador. !7 an;o afirma compalavras poderosas que este filho, ao mesmo tempo, verdadeiro homem e verdadeiro eus. ois, que verdadeiro homem , ele comprova com as palavras, quando de in6cio, di5F >onceer"@, mas em teu ventre@,para que ningum entenda uma concepo espiritual. ... Em segundo lugar, porque ele di5F;ar" C luz umfilo@, visto que a concepo que acontece na idia no fa5 que do corpo nasam filhos. ... =as que ele verdadeiro eus est claro, antes de tudo, das palavrasF Ele "er camado o Lilo de ;eu"@. ... e ningummais dito de modo espec6fico u " meu Lilo@se no s8 deste um. ... or outro, porque a esta pessoa dada uma vida eterna. Este, certamente, no pode ser dado a uma mera pessoa humana, visto que ele pertences8 a eus que um 3ei eterno. ... Este 3ei imortal e eterno, e por isso ele tem um reino diferente do que odo mundo"8G.

    & e@plicao do milagre,!. ) Ento di""e Iaria ao an:oD >omo "er i"to, $oi" no teno rela%ocomo omem algumG 4) He"$ondeu*le o an:oD ;e"cer "ore ti o E"$'rito anto e o $oder do 0lt'""imo teenvolver com a "ua "omra< $or i""o tamm o ente "anto #ue de na"cer, "er camado Lilo de ;eu".6) E 9"ael, tua $arenta, igualmente conceeu um filo na "ua velice, "endo e"ta : o "e+to mF" $araa#uele #ue diziam "er e"tril. 7) Por#ue $ara ;eu" no aver im$o""'vei" em toda" a" "ua" $rome""a".8) Ento di""e IariaD 0#ui e"t a "erva do enor< #ue "e cum$ra em mim conforme a tua $alavra. E o

    an:o "e au"entou dela.=aria recebera not6cias maravilhosas e irresist6veis. Not6cias que, dificilmente, sepodia esperar que ela captasse e compreendesse. & saber, que ela, a serva desconhecida e pobre, deveria ser ame do =essias. =as as palavras do an;o no permitiam qualquer outra interpretao. Estava pronta paramem singela confiana, aceitar a mensagem. ?ente+se, todavia, forada a perguntar, no por um sinal, mas poruma e@plicao. :inha noo unicamente do curso regular da nature5a, pelo qual nascem filhos ao mundo,sendo que isto pressupAem um casal de pais. uanto a si, tinha certe5a que era virgem, no havendo homemnenhum tido relaAes com ela. 7 an;o aceita sua ob;eo e, respondendo, irrompe num cDntico e@ultante.

    7)Lutero,1a. 1116.8)Lutero,12. 1882. (no te+to alemo diferen%a" #uanto ao te+to inglF").

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    &qui eus faria uma e@ceo, ignorando o curso regular da nature5a. 7 Esp6rito ?anto, que o oder do&lt6ssimo, o maravilhoso oder que produ5 vida, aqui e@erceria uma influ/ncia que produ5iria vida, semocorrer a violao carnal, mas s8 da carne e do sangue da virgem. No haveria a presena dum pai humano,nem haveria quaisquer relaAes conforme a b/no dada na criao para as pessoas. 7 poder criador de eusviria sobre ela, a dominaria, e assim a criana, que dela nasceria, seria chamada santa, e o 9ilho de eus.#om certe5a notvel a f de =aria nestas circunstDncias to dif6ceis. !Esta uma f nobre e e@celente,tornar+se me, mas permanecer virgem imaculada. >sto, na verdade, ultrapassa o ;u65o, os pensamentos e todo

    e qualquer racioc6nio e e@peri/ncia humana. &qui =aria no tem qualquer e@emplo em toda a criao sobrea terra a que se pudesse apegar e suster, visto que todos eles so contrrios J sua f. ois aqui ela estso5inha, e, contra qualquer racioc6nio, ;u65o e pensamento humano, e sem o concurso dum homem, deveengravidar e tornar+se me. ... or isso, foi obrigada a abandonar a tudo, at mesmo a si, e apegar+seunicamente J alavra a qual o an;o lhe anunciara da parte de eus. ... &ssim como aconteceu com =aria esua f, assim acontece com todos n8s, que precisamos crer o que contra a nossa compreenso,pensamentos, e@peri/ncias e e@emplos. ois, esta a propriedade e a nature5a da f, a saber, que ela no quertolerar nada ao seu lado, em que uma pessoa se possa apoiar e repousar, seno unicamente a desnuda alavrade eus e a divina promessa"-G.

    =as o an;o, como que tomado de compai@o pela posio dif6cil de =aria, d+lhe mais algumainformao que lhe restauraria o sossego de esp6rito e a tranqUili5ariam. Ele di5 para =aria, que sua parenta,>sabel, que se encontrava numa idade em que o curso natural da vida ; no mais permitia a procriao de

    filhos, e que, em vista disso, comumente era tida como estril, havia sido libertada por eus de sua desgraa,sendo este ; o se@to m/s desde que o ?enhor se lembrara dela para lhe conceder um filho. ois, + e o an;oe@pressa o fato de modo muito impressionante para com eus nenhuma coisa imposs6vel. Ele, a seutempo, far cumprir cada palavra da promessa que fe5. Ela poderia confiar, sem reserva, nesta palavra, queseria um suporte poderoso J sua f. E foi assim que =aria aceitou a mensagem em sua integridade. ?emdvida havia muitos pontos, que estavam alm do seu poder de compreenso e sobre os quais no tinhaqualquer esclarecimento. Ela, contudo, simplesmente creu. #olocou+se inteiramente ao servio do ?enhor,como sua serva. No estava s8 obedientemente submissa, mas tambm numa e@pectativa paciente e cheia deanseio. Estava disposta a ser a me do eus+homem, como o an;o havia dito. Ela, quanto a si mesma, foraconcebida e nascera em pecado, como acontece com todos os seres humanos, e a doutrina da concepoimaculada de =aria um pedao de fico cat8lica. =as seu filho, nascido de mulher mas sem o intercursocarnal, segundo o qual teria sido concebido em pecado, o santo 9ilho de eus, o 3edentor do mundo.

    0 !i"ita de Iaria a 9"ael, Lc.%.0*+('.

    & saudao de =aria e a resposta de >sabel, !. -) /a#uele" dia" di"$ondo*"e Iaria, foia$re""adamente C regio montano"a, a uma cidade de ud, =) entrou na ca"a de acaria" e "audou9"ael. 1) ouvindo e"ta a "auda%o de Iaria, a crian%a le e"tremeceu no ventre< ento 9"ael ficou$o""u'da do E"$'rito anto. 2) E e+clamou em alta vozD 3endito " tu entre a" mulere" e endito o frutodo teu ventre. ) E de onde me $rovm #ue me vena vi"itar a me do meu enorG ) Poi", logo #ue mecegou ao" ouvido" a voz da tua "auda%o, a crian%a e"tremeceu de alegria dentro em mim. 4) 3em*aventurada a #ue creu, $or#ue "ero cum$rida" a" $alavra" #ue le foram dita" da $arte do enor. =aria,naqueles mesmos dias, se aprontou para uma visita J sua parenta, pois as not6cias do an;o a encheram dealegria. No se deteve em via;ar para a regio montanhosa de 4ud, onde ficava a cidade dos sacerdotes emque residia Iacarias como sua mulher >sabel. Notemos a e@presso !apressadamente". !epressa, como uma

    serva casta, admirvel e pura, que no deteve seus passos. =erece o nome de serva ou mulher nobre aquelaque se empenha em algo que vai bem. =as h tambm mulheres preguiosas, in8bis e tagarelas, que rela@amo lar e tudo o que nele e@iste, que dormem e permitem que ocorra o mal, e, quanto a si mesmas, s8 pensamem comer e fa5er mal. e =aria o evangelista, porm, afirma, que ela foi cheia de vigor, e no buscou aindiscrio, a fim de falar disso e daquilo, como nossas ;ovens e mulheres costumam fa5er, as quais, quandose renem com seu lavar governam e reformam a cidade inteira, caluniam as pessoas e manobram a todos oslares. uando em nossos dias uma ;ovem ou uma mulher nobre, ento ela merece toda honra. Esta, porm,

    -)Lutero, 11.21-=,21-1.

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    se encontra raramente, e um pssaro raro"1=G. uando =aria, desta forma, com energia e pressacaracter6sticas, completara sua viagem e chegou J casa de Iacarias, saudou a >sabel, dando+lhe ocumprimento devido a uma estimada parenta e amiga. Ento, porm, aconteceu um milagre. & alegria da mee o impulso do Esp6rito ?anto produ5iram no filho de >sabel, ainda em gestao, uma agitao sobre+natural e;ubilosa. ois, 4oo, ; ento, estava cheio do Esp6rito ?anto. ?obre >sabel o Esp6rito tambm atuou demaneira maravilhosa, enchendo+a com o dom de predio e profecia. ?uas palavras, que brotaram sob ainflu/ncia dum sentimento irresist6vel, foram, por isso, um pronunciamento franco. ?ua afirmao uma

    pea valiosa de nobre poesia. #hama =aria de me e a bendita entre todas as mulheres, por causa da sublimedistino que lhe foi conferida, e ao menino, que devia nascer dela, chama de bendito. & me maismaravilhosa do 9ilho mais maravilhosoO 7 Esp6rito proftico a capacita revelar o futuro. #onsidera+seindigna para receber, em seu modesto lar, a me de seu ?enhor. ?abia que =aria devia ser a me do =essias.?abia que o ?enhor nasceria como verdadeiro homem, e que sua confiana nele lhe trariam salvao. Era umdos poucos em >srael que compreenderam corretamente as profecias sobre a semente da mulher ou sobre omenino da virgem. >nformou =aria dos movimentos maravilhosos que e@perimentara, quando ouviu suasaudao. eclara que feli5, e mesmo que est num estado de suprema felicidade, porque =aria creu namensagem do an;o, e porque o que ela espera, certamente, acontecer. 9oi uma e@ploso de sublimeentusiasmo que >sabel aqui e@pressou, que deve ter cooperado poderosamente para que em =aria fossefortalecida a f no cumprimento da profecia a respeito de seu filho.

    7 hino de =aria,!. 6) Ento di""e IariaD 0 mina alma engrandece ao enor, 7) e o meu

    e"$'rito "e alegrou em ;eu", meu alvador, 8) $or#ue contem$lou na umildade da "ua "erva. Poi" de"deagora toda" a" gera%e" me con"ideraro em=aventurada, -) $or#ue o Podero"o me fez grande" coi"a".anto o "eu nome. 4=) 0 "ua mi"eric&rdia vai de gera%o em gera%o "ore o" #ue o temem.& saudao de>sabel encheu =aria com suprema alegria e com felicidade na f. >sto a estimulou a um canto que respira oesp6rito duma f singela, dando toda a gl8ria s8 a eus. NotemosF =aria estava to completamente familiarcom os escritos do &ntigo :estamento, que seu hino, mesmo que no a prop8sito, se compAe quase que s8 depalavras de poetas do &ntigo :estamento. :odos os salmos que haviam sido cantados em louvor do =essias,serviram+lhe na composio dos pensamentos e frases de seu grande hino do Novo :estamento. >sabel lhee@altara a f, ela, porm, d toda a gl8ria s8 a eus. ?ua alma magn6fica, engrandece, e@alta e louva ao?enhor. Ele o tema de seu santo. E o esp6rito dela re;ubila e e@cessivamente feli5 em eus, seu ?alvador.Ela no se presume sem pecado ou acima da necessidade de redeno. ?abia que o ?alvador, mesmo sendoseu pr8prio filho, precisaria conseguir+lhe salvao, assim como para as demais pessoas no mundo. ois, ele,eus o ?alvador, contemplou, de maneira misericordiosa e benigna, a situao indigna de sua serva, comoela, humildemente, se chama. Ele teve o prop8sito de mudar a condio desta modesta serva. Notemos queela di5 situao modesta e no humildade, para evitar a semelhana duma assero pretensiosa. ois, o fatoque eus lhe manifestara, faria com que todas as geraAes a declarariam feli5. Esta a forma potica paradi5erF :odas as pessoas saberiam do fato. Elas louvariam ao ?enhor do cu, porque revelou e magnificou suagraa nesta serva modesta, tornando+a a me de seu 9ilho. ois, o oderoso me fe5 grandes coisas. ?anto oseu nome. ?eu poder ilimitado na reali5ao da sua vontade. 7s ad;etivos $odero"oNe "antoNe@pressama ess/ncia da ma;estade de eus. :odavia, o outro lado de sua nature5a revelado de modo ainda maise@traordinrio na obra da redeno. ?ua miseric8rdia se renova de gerao a gerao sobre os que o temem.eus tem pra5er na salvao e na felicidade de todas as suas criaturas, visto que seu nome miseric8rdia, esua nature5a amor.

    & concluso do hino,!. 41) 0giu com o "eu ra%o valoro"amente< di"$er"ou o" #ue no cora%oalimentavam $en"amento" "oero". 42) ;erruou do" "eu" trono" o" $odero"o" e e+altou o" umilde". 4)

    Enceu de en" o" faminto" e de"$ediu vazio" o" rico". 4) 0m$arou a 9"rael, "eu "ervo, a fim de lemrar*"eda "ua mi"eric&rdia, 44) a favor de 0rao e de "ua de"cendFncia, $ara "em$re. 46) Iaria $ermaneceucerca de trF" me"e" com 9"ael e voltou $ara ca"a.=aria louva a fora do brao do ?enhor que lhe foimanifestado. Ele dispersara a todos as pretensAes dos que eram orgulhosos e arrogantes na imaginao deseus pr8prios coraAes. &queles que se erguem em insolente confiana em suas pr8prias habilidades emqualquer esfera, se;a ela f6sica, mental ou moral, se encontraro sem amparo. eus o ?alvador especialmente impaciente com os que confiam em suas pr8prias ;ustias e olham com despre5o Jqueles cu;asvidas possam estar maculadas com alguma transgresso que os estigmati5ou diante das pessoas. Ele depAe os

    1=)Lutero,7. 142 (traduzi do alemo).

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    poderosos de seus tronos, e e@alta os humildes e os modestos. ?eu governo sobre o mundo inquestionvel eabsoluto. uando ele se manifesta na ma;estade de sua onipot/ncia, ningum lhe pode resistir. Ele encheu osfamintos de coisas boas, dando+lhes no s8 o necessrio, porm muito mais do que precisam. &queles quet/m fome e sede pelo dom da ;ustia, porque esto conscientes das muitas insufici/ncias em suas pr8priasvidas, a estes ele enche com os maravilhosos dons de seu rico tesouro. 7s ricos, porm, ou se;a, os que se;ulgam acima de qualquer necessidade e que esto totalmente satisfeitos em sua pr8pria auto+sufici/ncia eque no sentem a necessidade dum ?alvador, estes so despedidos em vergonha e desgraa, e de mos va5ias.

    Estes voltaro Js suas casas sem a afirmao reali5ada diante de eus pela redeno de 4esus #risto. ois,eus, em todos os tempos, veio em au@6lio a seu filho e servo >srael, ou se;a, aos que cr/em nele. E aassist/ncia moral do ?enhor vale muito mais do que todas as reais tentativas de a;uda do mundo inteiro. oiseus recorda sua miseric8rdia, que a aliana da graa que fe5 com &brao e que renovou com ospatriarcas, conforme a promessa, que em &brao e em seu descendente seriam abenoadas todas as naAes daterra. 7 =essias nasceu da descend/ncia de &brao e de avi, e desta forma que todas as pessoas domundo t/m alegria eterna e b/nos neste 9ilho de &brao e avi. T assim que =aria, em linguagem sublimee viva, descreve a condio que receberia no reino de seu glorioso 9ilho, o =essias, cu;o nascimento estavapr8@imo. & ma;estade do poderoso eus dos E@rcitos se manifestaria em ;ustia e retido sobre aqueles quese e@altam em vaidosa altive5. orm a miseric8rdia e a graa do ?enhor se revelariam e seriam concedidasaos pobres, aos necessitados, e aos modestos, ou se;a, sobre todos os que re;eitaram toda e qualquer ;ustiapr8pria e lanam sua esperana e confiana no =essias das profecias. Estes so o verdadeiro >srael, a

    verdadeira semente de &brao, que, por isso, tambm herdaro todas as b/nos que viriam sobre todas aspessoas do mundo, por meio deste um descendente de &brao que 4esus #risto.7 hino de =aria relembra, no s8 o canto de &na, mas tambm muitas passagens nos salmos, bem

    como os cDnticos de =iri e bora. odemos comparar ?l. %%0 e %', tambm ?l. 0%.-) 0$.,0) %0-.')1%.%*) %%%.*) 00.%2) 0$.%2. e outros. ?o celebradas a graa de eus, bem como sua santidade, ;ustia e, emespecial, sua fidelidade. T um hino apropriado para a igre;a do Novo :estamento para cantar os louvores deeus de sua salvao, sendo as formas plenas duma do@ologia animada com bele5a e poder singulares.

    =aria permaneceu com >sabel por uns tr/s meses, tra5endo+lhe solidariedade e ternura. epois disso,a finura e sua pr8pria condio fi5eram+na voltar apressadamente ao seu lar.

    O /a"cimento de oo 3ati"ta,Lc. %.(1+-2.

    7 nascimento e a circunciso de 4oo, !. 47) 0 9"ael cum$riu*"e o tem$o de dar C luz, e teve umfilo. 48) Ouviram o" "eu" vizino" e $arente" #ue o enor u"ara de grande mi"eric&rdia $ara com ela, e$artici$aram do "eu regozi:o.4-) ucedeu #ue, no oitavo dia, foram circuncidar o menino, e #ueriam dar*le o nome de "eu $ai, acaria".6=) ;e modo nenum, re"$ondeu "ua meD Pelo contrrio, ele deve "ercamado oo. 61) ;i""eram*leD /ingum na tua $arentela #ue tena e"te nome. 62) E $erguntaram,$or aceno", ao $ai do menino #ue nome #ueria #ue le de""em. 6) Ento, $edindo ele uma tauina,e"creveuD oo o "eu nome. E todo" "e admiraram.#umprira+se o tempo para >sabel, conforme eusprometera e conforme o curso da nature5a. &os velhos pais nasceu um filho, como eus prometera pelo an;o.>sabel ; no mais se escondia nem evitava a curiosidade de amigos e vi5inhos. 7s moradores por perto e osparentes que moravam a certa distDncia logo ouviram a not6cia. NotemosF 7 te@to e@pressamente afirma queo ?enhor engrandecera sua miseric8rdia sobre >sabel. &qui se evidenciara o favor e a graa do ?enhor. Emqualquer lugar havia rego5i;o com os feli5es pais. &o oitavo dia, reuniram+se todos quantos estavaminteressados na festa, em especial, os parentes. ois, este foi o dia da circunciso, conforme o ordena eus, e

    tambm o dia em que se costumava dar o nome J criana. & opinio unDnime de todos era que o nome domenino devia ser Iacarias Hconativo imperfeito ou imperfeito de ao repetidaG, no que isto fosse umcostume fechado dos ;udeus, mas porque o filho nico com muita propriedade usaria o nome do pai. &qui,porm, >sabel se opsto posto, no

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    houve mais qualquer alternativa, e o assunto ; estava total e completamente resolvido. & ordem de eus foie@ecutada ao p da letra. & punio de sua falta de f ; fora removida, e a fala lhe retornou. eus, destaforma, tem piedade de seus filhos, quando estes vacilaram e ca6ram, a;udando+os a vencer o mal com o bem,e a incredulidade com a f. E assim que a f capacitada a crescer de modo ainda mais valente, visto quepela palavra de eus todas as dvidas foram sub;ugadas. =as as pessoas reunidas se admiraram diante daconcordDncia dos pais, quando deram um nome que era desconhecido na fam6lia. 9oi sua primeira insinuaoque esta criana era realmente e@cepcional.

    7utros acontecimentos, !. 6) 9mediatamente a oca "e le ariu e, de"im$edida a l'ngua, falavalouvando a ;eu". 64) ucedeu #ue todo" o" "eu" vizino" ficaram $o""u'do" de temor e $or toda a regiomontano"a da udia foram divulgada" e"ta" coi"a". 66) odo" o" #ue a" ouviram guardavam*na" nocora%o, dizendoD Que vir a "er, $oi", e"te meninoG E a mo do enor e"tava com ele. uderam serobservadas duas coisas estranhas ligadas J hist8ria de 4ooF 7 fato que a criana era o filho de pais que ;haviam passado a idade de ter filhos, e o dar um nome que nunca fora usado na fam6lia de Iacarias. Nesteponto citada a recuperao da fala do pai. 7s vi5inhos conheciam+no, a quase um ano, como um mundo, eagora, no mesmo repente como o flagelo tomara conta dele, a maldio tirada de sua l6ngua, visto que elelogo d louvores ao ?enhor. 7 efeito foi profundo sobre as pessoas reunidas e sobre os moradores da regiomontanhosa da 4udia. :omou conta deles no um medo supersticioso, mas uma admirao reverente. 7ndequer que a hist8ria destes acontecimentos era contada, l o povo, de modo semelhante, ficava impressionado.?entiam que estas circunstDncias to singulares e especiais que envolviam o nascimento deste filho,

    indicavam que o pr8prio eus estava interessado em seu bem+estar, e que tudo isso apontava para um futurofora do comum para o menino. 7 comentrio mais comum eraF 7 que, pois, ser esta crianaS 7 povo tomounota em sua mente destas circunstDncias na esperana de ulteriores acontecimentos. ?e, ao menos, tivessemcontinuado em sua atitude de ateno, at que 4oo comeou seu ministrio nas barrancas do 4ordoO 7comentrio do evangelista ;ustifica o questionamento do povo nas regiAes montanhosasF ois a mo do?enhor esteve com ele. Esta frase resume toda a hist8ria da meninice de 4oo e antecipa alguns dosacontecimentos posteriores.

    Rm hino de louvor, !. 67) acaria", "eu $ai, ceio do E"$'rito anto, $rofetizou, dizendoD 3endito"e:a o enor ;eu" de 9"rael, $or#ue vi"itou e redimiu o "eu $ovo, 6-) e no" "u"citou $lena e $odero"a"alva%o na ca"a de ;avi, "eu "ervo, 7=) conforme $rometera, de"de a antiguidade, $or oca do" "eu""anto" $rofeta", 71) $ara no" liertar do" no""o" inimigo" e da mo de todo" o" #ue no" odeiam< 72) $arau"ar de mi"eric&rdia com o" no""o" $ai" e lemrar*"e da "ua "anta alian%a 7) e do :uramento #ue fez aono""o $ai 0rao, 7) de conceder*no" #ue, livre" da mo de inimigo", o ador""emo" "em temor, 74) em"antidade e :u"ti%a $erante ele, todo" o" no""o" dia". :emos aqui outro hino maravilhoso de louvor eprofecia, que composto, em sua maior parte, em termos dos cantos de louvor do &ntigo :estamento. 7pr8prio Esp6rito ?anto, falando atravs da boca de Iacarias, seu autor. Lutero escreveu glosas de muitasdas suas partes em vrios de seus livros. esde o comeo dado a eus todo louvor, honra e gl8ria. 7 planoe a obra inteira da salvao um monumento J sua graa e para o louvor de sua gl8ria. Ele o eus de>srael, originalmente do >srael segundo a carne, mas, desde que estes filhos o re;eitaram, o termo s8 se aplicamais ao >srael espiritual que a sua igre;a. T a esta igre;a que ele olhou com olhos que a querem socorrer,dar+lhe a assist/ncia que ela mais precisa, que a sua redeno dos pecados. ara este povo ele preparousalvao, congregou+o ao =essias seu 3edentor. Esta foi a redeno dum fardo de cu;o peso e infDmia nemse apercebiam. !Kisitar no nada outro do que vir a n8s, de levar ao nosso conhecimento e proclamar+nos asaudvel alavra pela qual somos salvos"11G. & fim de dispor+nos esta salvao, o ?enhor ergueu+nos!chifres" de salvao na casa de avi, seu servo. &ssim como no ?l.%-., a palavra chifre significa uma

    a;uda forte, firme e inabalvel. Nosso ?enhor um defensor forte e poderoso, ou se;a, o 3edentor vindo daraa de avi que nos trou@e plena salvao. !P#hifreP na l6ngua hebraica significa poder, resist/ncia egoverno um que se pode confiar. ... =as ele acrescentaF Rm chifre que salva ou de bem+aventurana. 7utrosreinos t/m seus nomes e bens pelos quais so conhecidos. &lguns so vastos, possuem bens imensos, muitopovo, grande honra, mas to s8 bens temporais. Este reino, porm, chamado um reino bendito, um reino dagraa, um reino da vida, um reino da ;ustia, um reino da verdade e ao que preciso para a bem+aventurana.... eus estabeleceu um principado e reino, no qual no h seno to s8 bem+estar e salvao" 12G. Estas

    11)Lutero, 11.2272.12)Lutero,11.227, 227< 1a.117.

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    b/nos imensas so o resultado das promessas que o ?enhor fe5 pelas bocas de seus santos profetas, desde ocomeo do mundo. 7 auge de todas estas profecias sempre o mesmo tema, a saber, salvao atravs do=essias, liberdade de sob os inimigos e das mos de todos aqueles que esto cheios de 8dio e n8s que nelecremos. 7s inimigos espirituais t/m sido incansveis em seus planos e ataques contra os filhos de eus.eus, porm, e@ecutou os planos de sua miseric8rdia para conosco, tal como o fe5 com os antigos pais quenele confiaram. ois, ele se lembrou de sua santa aliana e do ;uramento feito a &brao, de que nele e em suasemente sero benditas todas as naAes da terra. eus, como resultado destas promessas, eus concedeu que

    os fiis sirvam a ele sem temor, visto que foram arrebatados das mos de todos os seus inimigos. Este servirpode, agora, ser feito em santidade, em pure5a e incorrupo pessoa., e em ;ustia, no correto relacionamentocom eus, que uma perfeita descrio dum cristo do Novo :estamento, Ef.$.$. ue ele di5, que nosquer libertar de todos os nossos inimigos, deve, por sua ve5, ser entendido que este reino est em combatecom e em meio aos inimigos. Estes, porm, no vencero, porm, sero derrotados. E esta libertao esalvao deve servir para que n8s sirvamos a ele eternamente sem temor. ... & palavra sem temorP inclui quepodemos estar certos dos bens tanto desta vida como da que h de vir. ois, um cristo est convicto e certoque seus pecados esto perdoados, ainda que continue a senti+los. Ele tambm est convicto que a morte nolhe far mal, que o diabo no poder sub;ug+lo e que a morte no prevalecer sobre ele"1G.

    Rm hino proftico,!. 76) u, menino, "er" camado $rofeta do 0lt'""imo, $or#ue $receder" oenor, $re$arando*le o" camino", 77) $ara dar ao "eu $ovo conecimento da "alva%o, no redimi*lo do""eu" $ecado"< 78) gra%a" C entranvel mi"eric&rdia de no""o ;eu", $ela #ual no" vi"itar o "ol na"cente

    da" altura", 7-) $ara alumiar o" #ue :azem na" treva" e na "omra da morte, e dirigir o" no""o" $" $elocamino da $az. 8=) O menino cre"cia e "e fortalecia em e"$'rito. E viveu no" de"erto" at ao dia em #ueavia de manife"tar*"e a 9"rael.& partir da contemplao dos dons maravilhosos da redeno, Iacarias sevolta a uma profecia sobre o futuro do filho que, segundo a promessa do ?enhor, dele nascera.4oo seria umprofeta no sentido mais alto e pleno da palavra, =t.%%.*. ?ua tarefa de vida consistiria em preceder ao?enhor, como verdadeiro arauto, a fim de preparar diante dele os seus caminhos, como disseram os profetas,>s.$2.0) =l.0.%. E quando a lei tivesse preparado os coraAes, removendo toda ;ustia pessoal e a pretensapiedade, ento 4oo seria capa5 de repartir o conhecimento da salvao, que consiste no perdo de pecados.3edeno transmitida pela remisso de pecados. !4oo deve vir a dar ao povo de eus um conhecimentoque no um conhecimento de pecado, ira e morte, mas um conhecimento de salvao, isto , uma talpregao da qual se aprende como se pode ser salvo e resgatado da morte e do pecado. Esta uma arte daqual o mundo no sabe nem uma s8 palavra"1G E esta pregao possibilitada pelas entranhas, pelo coraomisericordioso, de nosso eus. Ele suspira, de todo corao, poro n8s em amor ine@prim6vel e ternamiseric8rdia, e por este motivo a Estrela Palva das alturas nos visitou, ou se;a, em 4esus o ?alvador nasceu+nos a lu5, a estrela ou o sol. Esta verdadeira estrela da manh iluminou com os raios do amor divino de eusas trevas que foram causadas pelo pecado e a inimi5ade contra ele. E o resultado que aqueles que estavamsentados nessas trevas e sombra da morte, sentiram a lu5 e o calor do seu fulgor, >s.'2.%,. &queles que soincapa5es de encontrar o trilho em meio Js trevas da morte espiritual, ele quer despertar J verdadeira vida,ilumin+los com a lu5 no caminho da pa5, 3m.(.%. T uma descrio bela e eficiente, bem como completa, daobra que eus reali5a em n8s pelo evangelho. !>sto, com certe5a, significa, como penso, acabar com todos osmritos e boas obras no perdo dos pecados, para que ningum possa di5erF Eu o mereci. ... 3emisso depecados s8 tem uma ra5o, a saber, porque eus misericordioso, e a partir desta miseric8rdia enviou e deu+nos seu 9ilho para que ele pagasse por n8s e n8s f

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    7 evangelista conclui como uma nota sobre a ;uventude de 4oo Matista, di5endo que cresceu decorpo e alma e passava o tempo fora nos desertos, at que o ?enhor lhe deu uma indicao de que o tempo doisolamento precisa ser sucedido pelo do ministrio pblico.

    Resumo:epois dum breve prefcio, Lucas relata as hist8rias do anncio do nascimento de 4ooMatista, do anncio do nascimento de 4esus, da visita de =aria a >sabel, com o hino de =aria, e donascimento, infDncia e ;uventude do Matista, com o hino de seu pai Iacarias.

    CAPTULO 2

    O /a"cimento de e"u" e a 0dora%o do" Pa"tore", Lc. . %+2.

    & ra5o da viagem para Melm,!. 1) /a#uele" dia" foi $ulicado um decreto de >"ar 0ugu"to,convocando toda a $o$ula%o do im$rio $ara recen"ear*"e. 2) E"te, o $rimeiro recen"eamento, foi feito#uando Quirino era governador da 'ria. ) odo" iam ali"tar*"e, cada um C "ua $r&$ria cidade.) o"tamm "uiu da Aalilia, da cidade de /azar, $ara a udia, C cidade de ;avi, camada 3elm, $or "erele da ca"a e fam'lia de ;avi, 4) a fim de ali"tar*"e com Iaria, "ua e"$o"a, #ue e"tava grvida.:odas asafirmaAes do evangelista so feitas com cuidado e esmero to evidentes, que no h qualquer motivo parapor em dvida os seus relatos. &lm disso, o fato da inspirao fa5 com que o te@to se;a e@ato. &conteceu ouocorreu, naqueles dias, ou se;a, nos dias de Berodes o Crande, rei de 4ud. ?aiu uma ordem do imperador

    &ugusto, que governou de 02 a.#. at %$ &..., para que o mundo inteiro, todo o >mprio 3omano sob sua;urisdio, o que praticamente inclu6a o mundo inteiro, devia ser arrolado em listas. :odas as pessoas quepertenciam ao imprio deviam ser registradas, provavelmente, com o fim de ta@ao, ou por motivosestat6sticos comuns. #ensos, como este, eram reali5ados muitas ve5es naqueles dias, sendo que em regiAes eprov6ncias individuais podiam ocorrer, at, uma ve5 ao ano. 7 censo, aqui referido, era e@traordinrio, vistoque se estendia a todo o imprio, incluindo todos os reinos e prov6ncias. 7 tempo deste alistamento, oprimeiro desta espcie, fi@ado mais e@atamente com a afirmao, de que ele foi reali5ado quando #ir/nioou uirino era governador da ?6ria, uma prov6ncia romana J qual pertencia a 4udia, depois da morte de&rquelau. uando o decreto foi afi@ado ou proclamado na alestina, de que, conforme o decreto de #sar,todos se deviam registrar, os moradores se prepararam para cumprir a ordem. irigiam+se, cada um J suapr8pria cidade, J cidade da qual provieram seus antepassados. Entre os que se prepararam para o alistamentotambm esteve 4os, da cidade de Na5ar na Calilia. orque era da casa e da fam6lia de avi, o grande reide >srael, ele via;ou sobre as colinas at a cidade de avi, chamada Melm. =as no foi so5inho. &lgumtempo antes havia celebrado seu casamento com =aria, uma virgem da mesma cidade de Na5ar, com a qualhavia firmado noivado. &qui ela chamada, com muita ;ustia, sua noiva, pois, mesmo que o casamento ;havia sido celebrado, sua consumao efetiva ainda no ocorrera, =t. %.$,(. =aria estava para ser me,mas a ordem do imperador devia ser cumprida, e, por isso, arriscaram via;ar a Melm. NotemosF e acordocom a profecia de &geu, .',1, todas as naAes deviam ser abaladas quando o ese;ado das naAes irianascer. E o decreto de &ugusto devia ser formali5ado assim que, nesta ocasio, tanto 4os como =ariaestivessem pessoalmente em Melm, visto que o =essias devia nascer em Melm, =q. (.. Melm, a casa depo, um nome apropriado para o lugar de nascimento do 3edentor, visto que nesta pequena cidade veio aomundo o o da Kida, 4o. '.0(.

    7 nascimento do ?alvador,!. 6) E"tando ele" ali, aconteceu com$letarem*"e*le o" dia", 7) e eladeu C luz o "eu filo $rimogFnito, enfai+ou*o e o deitou numa man:edoura $or#ue no avia lugar $ara ele"na o"$edaria. & infinita simplicidade do relato de Lucas do grande milagre da encarnao digna de

    registro especial, visto que serve para suportar a inspirao da hist8ria. ?e ele tivesse escrito como o faria umautor humano comum, teria sido desviado pela gl8ria indescrit6vel do milagre e declamado em raps8diase@ultantes sobre o evento que est no centro da hist8ria do mundo. Lucas meramente afirma que aconteceuou sucedeu. &, ainda assim, todo o &ntigo :estamento est por trs destas palavras. 3epresentava ocumprimento principal da vontade e dese;o de milhares de crentes do mundo antigo, no s8 da 4udia, masem qualquer lugar onde as profecias se haviam tornado conhecidas. Enquanto estiveram em Melm, cidadepara a qual eus, usando um meio to singular, os havia condu5ido, aconteceu que os dias de =aria secumpriram, conforme o seu curso natural. Nasceu o filho que havia sido prometido pelo an;o. & pr8pria=aria pegou a maravilhosa criana e lhe deu os primeiros cuidados. or causa de sua grande pobre5a eporque estava longe de casa, no possu6a da roupinha necessria. or isso envolveu+a nos trapos de roupa

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    que foi poss6vel conseguir e lhe fe5 uma cama numa man;edoura, l fora numa estrebaria onde se haviamrecolhido. ois no havia lugar para eles na pousada, ou no grande recinto que nas cidades orientais erausado como alo;amento. #onforme muitos comentaristas, o lugar onde #risto nasceu era uma das cavernasou grutas perto de Melm, das quais algumas, at em nossos dias, so ousadas para este fim. !&lguns, at,discutem sobre a maneira do nascimento, que =aria o teve durante uma orao, em grande alegria, antes quese apercebesse do caso e sem qualquer dor. No re;eito a devoo deles, visto que pode ter sido inventadapor causa de cristos ing/nuos. evemos, porm, ater+nos ao evangelho, que afirma que ela o deu J lu5, e

    tambm ao artigo de nossa f em que confessamosF Nasceu da virgem =aria. &qui no h fraude, mas, comoo afirmam as palavras, um verdadeiro nascimento. ... 7 evangelho demonstra que eles, quando chegaram aMelm, era os mais humildes e despre5ados. 9oram obrigados a apelar a todos, at que encontraram numaestrebaria pousada, mesa, quarto e cama, em comum com os animais. Enquanto isso, muitos perversosocupavam o lugar de honra na pousada, e se dei@avam servir como se fossem senhores. &qui ningumpercebe nem sabe o que eus est a efetuar na estrebaria. ... 7hO que noite escura se abatera sobre Melm, aponto de ningum da cidade ter noo da Lu5O uo vigorosamente indica eus que ele no toma emconsiderao o que o mundo , tem e fa5. E, por outro, o mundo prova que absolutamente no entende nempercebe o que eus , tem e fa5"16G. Notemos tambmF 7 eus+homem, que, como o primog/nito de =aria,repousa J nossa frente, , ao mesmo tempo, o maior milagre e o favor mais inestimvel de eus. T eus ehomem, a aliana antiga e nova, cus e terra que se encontram numa pobre man;edoura. &quele que, se;asecreta ou publicamente, nega esta verdade, esse ;amais entende o significado da festa do Natal talve5

    nunca e@perimentou a verdadeira alegria do Natal. >gualmenteF 7 nascimento humilde do ?alvador do mundocoincide e@atamente com a nature5a de seu reino. & origem do reino no ocorreu sobre a terra) uma de suasleis fundamentais foi negar a si pelo amor de servir outros) seu fim, tornar+se grande por meio da desonra evencer pelo embate tudo isto est aqui e@posto diante de n8s.

    & mensagem aos pastores,!. 8) 5avia na#uela me"ma regio $a"tore" #ue viviam no" cam$o" eguardavam o "eu reano durante a" vig'lia" da noite. -) E um an:o do enor de"ceu aonde ele" e"tavam ea gl&ria do enor rilou ao redor dele"< e ficaram tomado" de grande temor. 1=) O an:o, $orm, le"di""eD /o temai"D ei" a#ui vo" trago oa nova de grande alegria, #ue o "er $ara todo o $ovoD 11) #ueo:e vo" na"ceu na cidade de ;avi, o alvador, #ue >ri"to, o enor. 12) E i"to vo" "ervir de "inalDencontrarei" uma crian%a envolta em fai+a" e deitada em man:edoura.Naquela mesma regio, ou se;a, nasredonde5as da vila de Melm, havia pastores. Estavam nos campos, no interessando, se sob o cu aberto ouem barracas. #onstru6ram, talve5, algum rude abrigo contra o ar frio da noite. Estavam de vig6lia durante anoite, trocando turnos na guarda do rebanho para que alguma ovelha no se apartasse ou fosse levada poralguma fera. Estes rebanhos, muito bem, podem ter feito parte dos rebanhos que, com cuidado, eramcondu5idos para 4erusalm, para serem usadas como sacrif6cios no templo, segundo observa umcomentarista. & situao era totalmente normal, e os pastores no eram supersticiosos. NotemosF 7 fato queos rebanhos estavam soltos durante a noite, e no no curral ou aprisco, no desaprova a data tradicional donascimento do ?alvador, tal como ela foi fi@ada pelo bispo Librio em 0($. No nada incomum, que aspastagens este;am em suas melhores condiAes pelo fim de de5embro.

    Enquanto os pastores, que pertenciam aos pobres e humildes da terra, estavam empenhados nareali5ao de sua vocao, em Melm acontecia um milagre do ?enhor, do qual eles seriam os primeiros asaberem. NotemosF No foram os grandes e poderosos da nao que foram escolhidos como receptores dasnot6cias maravilhosas da natividade de #risto, mas humildes pastores das campinas. :ambm no foi avaidosa 4erusalm, mas a pequena Melm que foi escolhida como lugar do nascimento do ?enhor. & estesocorreu, repentinamente, uma revelao sobrenaturalF Rm an;o do ?enhor veio sobre eles, postando+se acima

    deles. 9oi uma apario inesperada, vis6vel sob o cu estrelado, no meio da noite calma e to solene. &omesmo tempo, a gl8ria do ?enhor iluminou o espao ao redor dos pastores, ou se;a, do rosto e aspecto dopr8prio an;o, como mensageiro que era da gl8ria dos cus. E eles tiveram grande temor. Estavamcompletamente tomados de medo. Bomens pecadores no conseguem suportar a lu5 da presena do santoeus. &lm disso, o repente da apario do an;o os pegou desprevenidos. No houve um preparo gradual deseus sentidos para o auge que se abateu sobre eles. & mensagem do an;o, todavia, era animadora, tra5endotoda a bele5a e amor do esp6rito de Natal. No deviam dar espao ou permanecer sob o dom6nio do temor,pois esta uma mensagem que, em sua substDncia, o evangelho inteiro. &nuncia+lhes uma grande alegria,

    16)Lutero, %%. %0,%%.

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    para que seus coraAes se encham desta alegria. E estas not6cias maravilhosas no se restringiro s8 a eles,mas so tencionadas e sero proclamadas a todo o povo. & e@presso to geral, que no devia ser aplicados8 ao povo de >srael, porm, mais propriamente, a todas as naAes do mundo. Neste momento, a vo5 do an;oatinge, em ;bilo contagiante, o auge de sua proclamaoF ois neste dia vos nasceu um ?alvador, que #risto, o ?enhor, na cidade de avi. 7 an;o usou termos com os quais os pastores, ; desde a ;uventude,estavam familiari5ados, nas quais costumavam e@pressar suas esperanas sobre a salvao de >srael. Rm?alvador aponta para uma pessoa que nos livra completamente de todo mal e perigo, e que o autor duma

    perptua salvao. Ele #risto ou o =essias, por cu;a vinda os ;udeus esperavam com dese;o ardente, poisnele e por meio dele os verdadeiros crentes de >srael esperavam o reino que duraria para sempre. NotemosF&qui est indicada, com clare5a, a verdadeira humanidade e a verdadeira divindade do recm+nascido beb/,e@atamente como o an;o resume as antigas profecias chamando Melm a cidade de avi. &lm dissoF #ristonasceu verdadeiro homem para purificar e santificar a nossa concepo e o nosso nascimento. !ara socorrernosso nascimento pobre e miservel, eus enviou um outro nascimento, que precisou ser puro e sem mcula,caso quisesse purificar o nosso nascimento impuro e pecador. Este , pois, o nascimento de #risto, o ?enhor,e seu 9ilho unig/nito. or isso, tambm quis que ele nascesse de carne e sangue corruptos, porm, que elenascesse unicamente duma virgem. ... T isto o que o an;o quer com as palavrasF Nasceu+vosP. >sto tanto,como di5erF :udo, o que ele e o que ele tem, vosso, e ele o vosso ?alvador. No s8 que assim oconsidereis, mas ele tem a capacidade de vos resgatar de pecado, morte, diabo e de todo o mal. ?im, togrande como ele , ele vos nasceu, e vosso com tudo que ele tem." 17G E, finalmente, notemos a palavra

    !vos". !T como se ele dissesseF &t agora fostes escravos do diabo. Ele vos afligiu com gua, fogo,pestil/ncia, espada, quem, porm, capa5 de enumerar todo este infortnioS ... E, depois que ele torturoualma e corpo, a morte eterna ameaa. Kos, di5 o an;o, a v8s que reis conservados cativos sob este esp6ritonocivo, mau e peonhento, que o pr6ncipe e deus deste mundo, nasceu o ?alvador. & palavra vosP,certamente, devia tornar+vos feli5es. ois, a quem ele se dirigeS & pau e pedraS No, a pessoas, e no a umaou duas, mas a todas elas. ... T dele que precisamos, e ele se tornou homem por amor a n8s. or isso cabe+nosaceit+lo com alegria, como aqui di5 o an;oF Kos nasceu um ?alvador."18G.

    ara que os pastores no fossem mal+orientados ou se perdessem na cidade apinhada de gente, o an;olhes d indicaAes espec6ficas sobre como imediatamente achariam e reconheceriam a criana. ?eriaencontrado envolto em panos e deitado na man;edoura dum estbulo. Estas orientaAes foram to claras ee@atas, como nenhuma outra, visto que no havia alguma outra criana em circunstDncias to pobres ehumildes, como esta que o ?alvador do mundo.

    7 hino de louvor dos an;os, !. 1) E "uitamente a$areceu com o an:o uma multido da mil'ciacele"tial louvando a ;eu" e dizendoD 1) Al&ria a ;eu" na" maiore" altura", e $az na terra entre o" omen",a #uem ele #uer em.& mensagem do primeiro an;o culminou num canto de louvor e e@ultao. Este hino,contudo, foi, to s8, um preDmbulo para o coral que foi entoado nos campos de Melm e que, desde ento,ecoou em vo5 sonora numa verdadeira onda triunfante de melodias por toda a terra. ois, o mensageiro malacabara seu anncio, quando, com o mesmo repente como acontecera sua pr8pria vinda, apareceu um coroceleste, uma multido dos e@rcitos do cu. ?ua alegria sobre o nascimento maravilhoso do ?alvador domundo foi to grande, que nem mesmo o cu dos cus o p

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    descendentes trou@e+lhes a c8lera de eus. Bavia uma situao de cont6nua inimi5ade e guerra entre eus eo homem por causa do pecado. =as em e com o ?alvador acabou a luta. Ele restabeleceu o relacionamentocerto e apropriado entre eus e o homem. !&ssim como os an;os cantaram que aqueles que chegassem aconhecer e receber este menino 4esus, dariam em tudo a eus a gl8ria, assim eles aqui cantam e dese;am,sim,, do+nos a promessa confortadora de que agora a tirania do diabo teria um fim, e que os cristosviveriam entre si uma vida distinta, pac6fica e calma, os quais tambm com pra5er a;udariam, aconselhariame preveniriam briga e desunio, e viveriam em toda generosidade uns com os outros, para que entre eles, por

    causa desta #riana, prevalecesse um governo pac6fico em que cada um far o melhor pelo outro"2=

    G. E estapa5 ser para as pessoas de boa vontade, ou se;a, ela assegurar a todos a boa vontade do ai celeste e com acriana na man;edoura. !Esta a terceira estrofe, que n8s tenhamos um Dnimo feli5, alegre e desafiadorcontra qualquer sofrimento que nos possa sobrevir, e possamos di5er a ?atansF No sers capa5 de tornar asituao to ruim, que minha alegria, a qual tenho por meio desta criana, se;a maculada. >sto o quesignifica boa vontade, a saber, um corao feli5, sossegado, alegre e cora;oso, que no se preocupa muito,no interessando como as coisas vo, e que di5 ao diabo e ao mundoF No abandono a minha alegria porcausa de v8s, e no me preocuparei por causa de vosso furor) fa5ei o que quiserdes, #risto me concede maisalegria do que v8s me causais triste5a. T um corao assim que os an;os com este hino nos concedem edese;am."21G. NotemosF !Este canto angelical a nota chave do famoso Cloria in E@celsisP, que, desde osegundo ou terceiro sculo cantado na igre;a grega, e de l passou para a latina, a anglicana e outras igre;as,como uma forma de devoo verdadeiramente cat8lica, clssica e imortal, ecoando da infDncia J velhice e de

    gerao e gerao. & poesia sacra nasceu com a religio, e a poesia da igre;a o eco e a resposta J poesia emsica dos an;os no cu. =as a adorao da igre;a triunfante no cu, semelhante a este canto dos an;os,consistir s8 de louvor e gratido, no havendo mais petiAes e splicas, visto que ento todas asnecessidades estaro supridas e todo pecado e misria tero sido dragadas em perfeita santidade e bem+aventurana. &qui, por isso, antecipado, ; em seu in6cio e em sua primeira manifestao, o final gloriosoda poesia e da adorao crist"22G.

    & visita e a adorao dos pastores,!. 14) E, au"entando*"e dele" o" an:o" $ara o cu, diziam o"$a"tore" un" ao" outro"D !amo" at 3elm e ve:amo" o" acontecimento" #ue o enor no" deu a conecer.16) Loram a$re""adamente e acaram Iaria e o", e a crian%a deitada na man:edoura. 17) E, vendo*o,divulgaram o #ue "e le" avia dito a re"$eito de"te menino. 18) odo" o" #ue ouviram "e admiraram da"coi"a" referida" $elo" $a"tore". 1-) Iaria, $orm, guardava toda" e"ta" $alavra", meditando*a" nocora%o. 2=) !oltaram ento o" $a"tore" glorificando e louvando a ;eu" $or tudo o #ue tinam ouvido evi"to, como le" fora anunciado.7 canto de Lucas sobre o nascimento ainda no acabou. Ele tem a cantaruma hist8ria de alguns cristos do Natal, e seu efeito ressaltado pela imensa simplicidade. 7s an;os haviam,apenas, dei@ado a campina para retornar ao cu, quando os pastores comearam a di5er uns aos outros,repetindo as palavras sempre de novo, como o fa5em as pessoas quando sob a influ/ncia de grande [email protected], vamosO E@clamam eles. ueriam pegar um atalho, um caminho mais direto a Melm. No havia tempo aperder. ueriam ver o acontecido, ou se;a, ver com os pr8prios olhos este milagre. No queriam conferir amensagem do an;o, pois, estavam certos de sua verdade. & proclamao angelical decidira o assuntoF 7 fato,o milagre, aconteceu) o ?enhor no+lo tornou conhecido. #reram na palavra que lhes foi pregada, confiaramna mensagem evanglica e o contedo da mensagem do an;o lhes foi real. #onfiar, no em sentimentos oucon;eturas, mas na palavra firme do evangelho, isto a ess/ncia da f requerida por eus em todos ostempos. E eles conformaram seus atos Js suas palavras. &pressadamente vieram e encontraram tudoe@atamente como o an;o lhes dissera. Esta confirmao encheu suas almas de alegria. Encontraram =aria, ame, com 4os, o padrasto, e encontraram a criana criana milagrosa cu;o nome =aravilhoso, deitado

    no cocho de pasto ou na man;edoura do estbulo. &qui os crentes no Natal se tornaram missionrios doNatal. & um cristo imposs6vel no evidenciar em palavras e atos a f que habita no corao, quando viu eencontrou o ?alvador 4esus no evangelho. Espalharam, de modo e@ato, o assunto sobre o fato que lhes foicontado e tudo que lhes aconteceu, ou se;a, a maravilhosa mensagem recebida e a confirmao das palavrasdo an;o. No dia seguinte a hist8ria causou um grande alvoroo em Melm, despertando grande interesse.:odos quantos ouviram do caso, se maravilharam o que o primeiro e normal resultado da mensagemevanglica. Este foi o efeito em todos os lugares onde os pastores chegaram e repetiram sua hist8ria. #omo2=)Lutero, 1a. 7.21)Lutero,1a.76.22)?chaff,>o=mmentar?, RuBe, -.

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    e@ceo s8 citada =aria. Ela, em ve5 de se admirar, apegou as palavras, guardando+as com carinho comotesouro sacro e reme@endo+as em seu corao. =arquemos bemF :odas as pessoas se admiravam, =aria,porm, meditavaem todas as coisas maravilhosas que aconteceram a ela e aos pastores. Esta distino deveser feita at ao dia de ho;e. =uitos so acertados pela bele5a da hist8ria do evangelho e conforme istoe@pressa seus pontos de vista, h, porm, poucos que tomam o tempo para meditar sobre os grandes fatos denossa salvao, de reme@/+los em seus coraAes, de e@amina+los de todos os lados, e descobrir todas asbele5as desses tesouros inestimveis. !T sua vontade que sua palavra no s8 flutue na l6ngua, como a espuma

    sobre a gua e a baba na boca que se cospe fora) mas que se;a impressa no corao e l permanea como umsinal que ningum pode apagar, bem como se ali tivesse crescido e fosse uma coisa natural que ningumpode raspar fora"2G. Enquanto os pastores continuaram a espalhar seu trabalho de difundir a not6cia sobre omenino miraculoso, e quando haviam reali5ado tudo que seu corao lhes pedia, voltaram ao seu trabalhodirio. Baviam sido mensageiros de eus, como deviam ser todos os cristos. Baviam sido portadores dasgloriosas not6cias da salvao. =as no presumiam ser mais do que sua condio permitia. Clorificaram emagnificaram a eus por terem sido graciosamente permitidos para ouvir as not6cias sobre a salvao. E oque naquela noite viram e ouviram estava gravado em seus coraAes em letras de lu5 do alto. &ssim devia sercom todos os fiis em #risto o ?alvador, visto serem abenoados na mesma medida como o foram ospastores. Em seu comportamento e atitude e@terior parece no haver muita diferena entre eles e os filhos domundo. &tendem ao trabalho de sua vocao e no se envergonham, mesmo que o ?enhor lhes concedeu umacondio humilde de vida. =as em seus coraAes h lu5 e vida gloriosas. Em meio ao calor e da faina do dia,

    eles re;ubilam em eus seu ?alvador, que os resgatou de toda faina e preocupao da vida terrena e lhesabriu as gl8rias do cu.

    0 >ircunci"o e 0$re"enta%o de >ri"to,Lc. .%+$2.

    & circunciso, K. %F >om$letado" oito dia" $ara "er circuncidado o menino, deram*le o nome deES, como le camara o an:o, ante" de "er conceido.4esus, por sua ancestralidade e por nascimento,era membro da raa e da igre;a ;udaica. E =aria e 4os observavam todos os ritos e cerim

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    ,(2G no cofre do tesouro que tinha a semelhana duma trombeta, e que estava na corte das mulheres.NotemosF & lei unicamente di5ia respeito Jquelas mulheres que, segundo o curso natural, se tornavam mes.& virgem e seu filho, com ;ustia, podiam ter alegado iseno. #risto, porm, se humilha to completamentepor causa dos pecadores. ueria tornar+se to completamente carne de nossa carne, que se submeteu at aeste rito humilhante de purificao no templo.

    & apro@imao de ?imeo,!. 24) 5avia em eru"alm um omem camado imeo< omem e"te:u"to e $iedo"o #ue e"$erava a con"ola%o de 9"rael< e o E"$'rito anto e"tava "ore ele. 26) Hevelara*le o

    E"$'rito anto #ue no $a""aria $ela morte ante" de ver o >ri"to do enor. 27) Iovido $elo E"$'rito foi aotem$lo< e, #uando o" $ai" trou+eram o menino e"u" $ara fazerem com ele o #ue a lei ordenava, 28) imeoo tomou no" ra%o" e louvou a ;eu", dizendoD 2-) 0gora, enor, de"$ede" em $az o teu "ervo, "egundo atua $alavra< =) $or#ue o" meu" olo" : viram a tua "alva%o, 1) a #ual $re$ara"te diante de todo" o"$ovo"D 2) luz $ara revela%o ao" gentio", e $ara a gl&ria do teu $ovo de 9"rael.7 incidente aqui relatadopor Lucas to importante a ponto de introdu5i+lo com !eisO". Ele trou@e mais um testemunho sobre omenino 4esus e fortaleceu =aria em sua f. Bavia naquele tempo em 4erusalm de nome ?imeo. ele nadamais sabido, do que o que o evangelista aqui registra, mas ele lembrado em toda a cristandade. Estehomem descrito como ;usto ou reto. >sto referido sobre sua condio de corao e mente. Era devoto epiedoso, o que se refere na manifestao e@terna do que havia em seu corao. Era um dos verdadeirosisraelitas. raticava o que confessava a religio de seus antepassados. Era bem versado nas profecias sobreo =essias que aguardava e com Dnsia esperava, como o refrigrio ou o conforto de >srael. Ele tinha a

    compreenso correta da obra do 3edentor e esperava pela revelao dum reino espiritual. 7 Esp6rito ?antoestava sobre ele ou habitava nele, influenciando toda sua vida e conduta. Ele havia recebido uma revelao,ou um impulso muito forte e insistente do Esp6rito ?anto, que se referia a uma clara promessa, a saber, queele no veria a morte antes de ter visto o #risto do ?enhor. Notemos o paralelismo e o contraste que soapresentadosF Em ambos os casos ele veria num ele veria a morte e o fim da vida, no outro veria arevelao mais gloriosa da Kida eterna que vem do alto, o =essias do onipotente e gracioso eus. Mem nestehora o Esp6rito o impeliu para ir ao templo. esta maneira reconheceu o menino 4esus nos braos de suame, quando os pais vieram cumprir o sacrif6cio requerido pela lei de =oiss. Neste momento o venervelancio fe5 algo que deve ter admirado muito a =aria e 4os. irigindo+se a eles, tomou a criana em seusbraos e comeou a cantar um hino de louvor e gratido a eus. ?ua bele5a tanta que ele reteve, desde ocomeo, sua posio na igre;a. 9inalmente, agora, a esperana, a muito acalentada por ele, cumprida, e eleest completamente feli5 para morrer. Nos ouvidos dum descrente estas palavras devem soar estranhas. ois,ele fala dum libertao, duma partida, que seria feita em plena pa5 e satisfao, ou em total contentamento.Ele sabe que isto lhe trar duradouro descanso e repouso, ou se;a, a pa5 que o menino 4esus trou@e. ois,seus olhos cansados haviam visto a salvao de eus, visto que a criana era a personificada salvao domundo. Nele e por meio dele todas as naAes da terra so abenoadas com plena e completa redeno.Estasalvao em 4esus est pronta, ou esta disposta diante da face de todas as naAes. Ele tra5 uma reconciliaouniversal, da qual ningum em todo o vasto mundo est e@clu6do. 7s gentios no s8 so os espectadoresdesinteressados do milagre que ser reali5ado pela obra de #risto, mas ele e sua salvao so a Lua que deveiluminar e dar a plena lu5 do evangelho aos gentios, e a qual deve ser a gl8ria de seu povo >srael, >s. *.)$)') $*)') '2.%+0. Este lindo hino enfati5a, em termos os mais fortes poss6veis, o fato da graa universal eque ningum est e@clu6do da salvao que #risto adquiriu com seus mritos. Na mesma ocasio, ?imeotambm, por inspirao do Esp6rito ?anto, ensina alguns dos efeitos da graa e salvao universais sobretodos quantos aceitam 4esus como seu ?alvador. :odos estes cristos recebero a iluminao do evangelhoem mente e corao, e se tornaro participantes da gl8ria que pertence ao =essias e sua obra. Estes

    aprendero a encarar a morte temporal como uma libertao, ou como uma partida para cenas melhores emais preciosas, visto que adormecem em 4esus. !:odo aquele que tem este ?alvador, o ?alvador de eus,podem ter um corao pac6fico e tranqUilo. ois, mesmo que a morte se;a to terr6vel, o pecado to poderoso,o diabo to perverso e peonhento como o queira ser, n8s, ainda assim, temos o ?alvador de eus, isto , um?alvador todo+poderoso e eterno. Ele suficientemente forte para nos transportar da morte para a vida e dopecado para a ;ustia"2G

    ?imeo abenoa a 4os e =aria, !. ) E e"tavam o $ai e a me do menino admirado" do #ue dele "edizia. ) imeo o" aen%oou e di""e a Iaria, me do meninoD Ei" #ue e"te menino e"t de"tinado tanto

    2)Lutero,1a. 227.

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    $ara ru'na como $ara levantamento de muito" em 9"rael, e $ara "er alvo de contradi%o 4) tamm umae"$ada tra"$a""ar a tua $r&$ria alma, $ara #ue "e manife"tem o" $en"amento" de muito" cora%e".Enquanto na hist8ria dos pastores mencionado que s8 =aria guardou com carinho as palavras sobre seufilho, aqui ambos os pais so descritos como quem se maravilhou sobre as palavras de ?imeo, as quaisrevelaram o significado pleno desta criana para o mundo. 7 padrasto 4os, via de regra, permanece emsegundo plano. &s palavras ditas por ?imeo encheram a ambos de ;ubilosa admirao. Cradualmentecomearam a ter uma idia sobre o significado de todas as profecias a respeito da criana em seus braos.

    &gora ?imeo proferiu uma b/no sobre ambos e se dirigiu a =aria em importante profecia. Esta crianaest destinada ou estabelecida, pela vontade de eus, para um duplo prop8sito. Em primeiro lugar, elaserve para a queda e para o reerguimento de muitos em >srael, ou se;a, do verdadeiro >srael ou dos membrosdo reino de eus. 7 natural orgulho e a ;ustia pr8pria de cada pessoa, que uma caracter6stica dadepravao herdade das pessoas, precisa cair e ser removida por completo, antes que possa ocorrer suaressurreio na f no ?alvador 4esus. Em segundo lugar, ela serve como um sinal que ser contestado econtraditado. =uitas pessoas, de fato, a maioria, recusam humilhar+se por causa deste ?alvador, mesmo quea certe5a da gl8ria futura lhes estendida por meio da f nele. Endurecem seus coraAes contra ele e, destaforma, so condenados por sua pr8pria culpa, . #o. .%(,%') $. 0,$. =as, apesar de tudo isso, ele um sinalperante o mundo inteiro, bem assim como a serpente de bron5e no deserto foi um sinal ao povo todo, atmesmo para aqueles que se recusaram a encar+la at que fosse tarde demais. T desta maneira que ospensamentos dos coraAes das pessoas so revelados. =uito l6der ;udeu, cu;a reputao atestava sua perfeita

    bondade, no resistiu ao teste desta pedra de toque, que 4esus #risto, e re;eitaram sua pr8pria salvao.Este estado de coisas, tambm, se mostraria como uma provao terr6vel para =aria. ?eu corao maternosentiria de modo muito agudo o 8dio dirigido contra seu 9ilho. Ele, muitas ve5es, seria qual espada de doisgumes a penetrar em sua alma, como aconteceu quando ela testemunhou a crucificao com torturas que aacompanharam.

    & profeti5a &na,!. 6) 5avia uma $rofeti"a, camada 0na, fila de Lanuel, da trio de 0"er,avan%ada em dia", #ue vivera com "eu marido "ete ano" de"de #ue "e ca"ara, 7) e #ue era viva de oitentae #uatro ano". E"ta no dei+ava o tem$lo, ma" adorava noite e dia em :e:un" e ora%e". 8) E, cegandona#uela ora, dava gra%a" a ;eu", e falava a re"$eito do menino a todo" o" #ue e"$eravam a reden%o deeru"alm. -) >um$rida" toda" a" ordenan%a" "egundo a lei do enor, voltaram $ara a Aalilia, $ara a"ua cidade de /azar. =) >re"cia o menino e "e fortalecia, encendo*"e de "aedoria< e a gra%a de ;eu"e"tava "ore ele.Naquela poca ?imeo no era a nica alma piedosa em 4erusalm. 4untou+se ao grupo umaprofetisa de nome &na, cu;o pai e tribo so citados, tendo Lucas a ateno por todos os poss6veis detalhes.Ela era muito idosa. #asara muito ;ovem, permanecendo viva ap8s a morte do esposo e passando o tempono servio ao ?enhor. Ela, mesmo ; tendo oitenta e quatro anos, foi um dos primeiros que de manh, logoque as portas se abriram, entraram no templo. L permanecia em devota adorao por todo o dia, passando ashoras em ;e;um e orao, mostrando+se assim um verdadeiro ministro e serva do ?enhor. :ambm ela deugraas, ela apanhou o canto comeado pelo velho ?imeo, louvando a eus por ter enviado o ?alvador aomundo que tanto necessitava de redeno. Ela, desta forma, no serviu somente J sua pr8pria devoo eedificao, mas espalhou as boas novas. :eve como prtica, mencionar o fato da apario do =essias atodos aqueles que eram de esp6rito semelhante em 4erusalm. ois, ainda havia alguns, ao menos alguns, quesincera e devotamente de 4erusalm esperavam pela redeno dos pecados, por meio da obra do ?alvador.

    4os e =aria, porm, depois que haviam cumprido tudo quanto deles requeria a lei e o costume,dei@aram a cidade. Neste ponto Lucas omite todas as refer/ncias J fuga ao Egito e J estadia naquele pa6s, econtinua sua narrativa no ponto em que os pais de 4esus se fi@aram definitivamente em Na5ar. &qui, na

    pequena vila nas montanhas da Calilia, foi passada a meninice e ;uventude de 4esus. &qui ele cresceu etambm se desenvolveu em fora f6sica. 7 que, porm, muito mais importante, ele cresceu emconhecimento, encheu+se de sabedoria, e a graa de eus estava com ele, repousando obviamente nele.

    O Ienino e"u" no em$lo, Lc. . $%+(.

    & viagem para 4erusalm, !. 1) Ora, anualmente iam "eu" $ai" a eru"alm, $ara a fe"ta da$"coa. 2) Quando ele atingiu o" doze ano", "uiram, "egundo o co"tume da fe"ta. ) erminado" o" dia"da fe"ta, ao regre""arem, $ermaneceu o menino e"u" em eru"alm, "em #ue "eu" $ai" o "oue""em. )Pen"ando, $orm, e"tar ele entre o" com$aneiro" de viagem, foram camino de um dia, e ento $a""aram a

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    $rocur*lo< 4) e, no o tendo encontrado, voltaram a eru"alm C "ua $rocura.:emos aqui a nica hist8riaaut/ntica da vida de #risto, no intervalo entre a fuga ao Egito e o comeo de seu ministrio. Ele, nestanarrativa, est na divisa entre a meninice e a ;uventude. Est por entrar na fase dif6cil da vida. & refer/nciade Lucas sobre a participao regular da me e do padrasto de 4esus na festa da pscoa, lana uma lu5interessante sobre seus hbitos. & lei e@igia que os homens aparecessem perante o ?enhor tr/s ve5es ao ano,sendo a festa da pscoa uma destas ocasiAes em que sua presena era e@igida, E@. 0.%) t. %'.%'. &smulheres no estavam inclu6das na ordem do ?enhor. =aria, porm, no tinha falta de companhia de pessoas

    de seu se@o. =uitas mulheres aproveitavam o per6odo festivo para acompanhar os esposos e filhos maiorespara a capital. NotemosF 7 evangelista enfati5a sua regularidade no atendimento. ?o um bom e@emplo paramuitos pais de ho;e. uando o menino tinha do5e anos, os pais procederam conforme o costume dos antigos,de que seus filhos deviam ser e@ercitados em todas as obrigaAes religiosas e com seus pais participar nasfestas. Era a idade em que os meninos ;udeus entravam na escola secundria, chamada 3et*a*Iidra", dasquais e mais afamada se encontrava em 4erusalm e, quase sempre, era administrada nalguma das alas dotemplo. Era conhecida como a a gadol. & pr8pria ;ornada para 4erusalm por ocasio das grandes festas, ;era uma festa em si, em especial para as pessoas mais ;ovens da fam6lia. &s pessoas das regiAes mais remotasda alestina formavam grandes grupos a fim de via;arem ;untas, visto que em sua maioria iam a p. &lgunsdos membros mais velhos, de tempo em tempo, comeavam a cantar algum dos salmos dos degraus, ?l. %2+%0$, ou mesmo outros hinos. uando chegavam mais perto da cidade, e o esp6rito festivo dominava aspessoas, apanhavam flores e galhos das rvores e os agitavam em cad/ncia com seu canto. No caso atual,

    4esus esteve na companhia de parentes e conhecidos de Na5ar e arredores, e passou a semana da festa comoum participante muito interessado. =as, quando a festa acabou e todos os peregrinos voltaram para casa, omenino 4esus permaneceu em 4erusalm, sem que seus pais o soubessem. &creditavam que estivesse comalguns dos membros do seu grupo e passaram o dia todo olhando, ocasionalmente, por ele na caravana.uando, porm, no encontraram qualquer trao dele, ento o corao da me se encheu de pressentimentossombrios. Koltaram apressados para 4erusalm. Kasculharam a cidade por tr/s dias.

    7s neg8cios de seu ai,!. 6) rF" dia" de$oi" o acaram no tem$lo, a""entado no meio do"me"tre", ouvindo*o" e interrogando*o". 7) E todo" o" #ue o ouviam muito "e admiravam da "ua inteligFnciae da" "ua" re"$o"ta". 8) Rogo #ue $ai" o viram, ficaram maravilado"< e "ua me le di""eD Lilo, $or #uefize"te a""im cono"coG eu $ai e eu, aflito", e"tamo" C tua $rocura. -) Ele le" re"$ondeuD Por #ue me$rocurvei"G /o "a'ei" #ue me cum$ria e"tar na ca"a de meu PaiG 4=) /o com$reenderam, $orm, a"$alavra" #ue le" di""era.7s tr/s dias de procura com sua crescente ansiedade pode ter, muito bem,despertado em =aria a idia que a profecia de ?imeo ; se cumprira. 9inalmente, =aria e 4os, porm,acharam a 4esus, depois de muitas buscas por toda cidade, no templo. Estava sentado em meio aosclarividentes mestres, na ala donde as classes dos filhos da lei, ou se;a a honrada escola secundria, sereuniam para instruo avanada, a fim de aprender a guardar os mandamentos. ?entado l, aparentemente nacondio de aluno, mas, na realidade, em sria confer/ncia, em que ele assumia quase as funAes de mestre.ava a devida ateno Js e@planaAes dos doutores, mas tambm fa5endo perguntas profundas, para oespanto de todos quantos o ouviam. ?ua compreenso, sua habilidade de penetrar um assunto proposto, e asrespostas que dava, eram de tal forma que provocavam admirao. Bavia algo de rara perspiccia e acapacidade de apresentao que em anos posteriores deliciava tanto suas platias. =aria e 4os, porm,estavam perturbados por causa da aparente audcia do menino, que lhe parecia algo como atrevimento.=aria, ainda tomada de emoo por causa da procura e estando seu corao materno ansioso pelo filho, nose apercebeu que a falta no fora dele mas deles, perguntou, de modo repreensivo, pelo motivo por que agiraassim com eles. NotemosF & maneira discreta em que =aria se refere a 4os uma prova inquestionvel

    sobre a sabedoria, com que educou seu filho. T uma lio para muitos pais modernos. Baviam+no procuradocom ansiosa solicitude. 4esus, todavia, no aceitou a repreenso. No de modo repreensivo, mas com todasinceridade e deciso duma piedosa meninice, ele a pergunta por que o procuravam dessa forma. +lhesuma idia do seu prop8sito de vida. eviam saber que ele devia estar nos neg8cios de seu ai. Esta aobrigao de sua vida. Ele precisa estar empenhado nas co