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Caderno de propostas Nilton Textos produzidos pela Campanha Nilton para diretor do Icict 2013, com base na Transparência, Integração e Participação
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Caderno de Propostas - Campanha Nilton 1

Dec 21, 2014

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Remigio Scorza
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Caderno de propostas

NiltonTextos produzidos pela Campanha Nilton para diretor do Icict 2013,

com base na Transparência, Integração e Participação

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Olá Companheiros do ICICT!Estamos na reta final de uma experiência única. Tivemos aoportunidade de conhecer melhor o nosso Instituto,conversar com os servidores, terceirizados e bolsistas,debatendo sobre temas importantes para o funcionamentoe reflexão do ICICT.Durante a campanha, tivemos a preocupação em fazer dodebate o nosso objetivo principal, como forma de construir um Instituto verdadeiramente participante, transparente e integrado.Este caderno de propostas é fruto das conversas decorredores, dos bate-papos e da nossa reflexão.Pretendemos aqui apresentar nossasopiniões sobre temas relevantes para o Icict, como uma proposta de continuidade da discussão queaconteceu nestas poucas semanas, porque para nós ela éapenas um início para o amadurecimento da participaçãocoletiva. Seu voto será bem-vindo para assegurar sua continuidade.Mas como foi afirmado em uma das reuniões: Já somos, todos, vitoriosos!Agradecemos o carinho e disposição em conversarconosco.

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Não peço seu voto. Peço que discuta os destinos do Icict

ia 20 de março foi realizada uma reunião para discutir o regimento eleitoral no Icict. Na ocasião, preocupado em debater os destinos Dde nossa unidade, e sem nenhuma intenção de concorrer, propus

que se convocasse uma assembléia para prestação de contas da atual diretoria, para que seus servidores se informassem e tivessem condições, após a discussão, de pensar sobre a oportunidade de compor suas chapas. O atual diretor afirmou que se candidataria, que uma assembléia de prestação de contas significaria “propaganda antecipada” e que eu poderia discutir o que quisesse no processo eleitoral. Perante minha argumentação de que a avaliação era fundamental para a adesão ou não a sua candidatura, me foi sugerido que lançasse uma chapa para discutir minhas posições. Vi-me então no dilema de ou lançar chapa para discutir ou correr o risco, depois de aberto o processo eleitoral, quando não poderia mais articular outra chapa, de descobrir que não concordava com a avaliação e propostas do atual diretor para uma nova gestão. Assim, optei por participar, não de uma forma passiva, mas aceitando o desafio: me candidatando para não abrir mão da responsabilidade de participar e discutir os destinos de nossa Unidade.Caso não se lembrem, participei da articulação e campanha do atual diretor. Apesar disso, em nenhum momento, como provavelmente ocorreu com outros, tive a oportunidade de debater sobre sua gestão e os destinos do Icict, a não ser de maneira parcial, localizada e muito limitada, pois não temos acesso, a não ser de maneira formal, às reuniões do CD, às decisões da Diretoria e às suas justificativas. Do mesmo modo não tivemos a possibilidade de decidir sobre a participação do Icict no CD Fiocruz e nas suas relações com a Presidência.Na Fiocruz existe uma democracia formal, o que é importante, mas que não se traduz em democracia de fato. Exatamente por isso, ao contrário do Diretor que apoiou Gadelha, apostei e participei na campanha eleitoral para presidente da Fiocruz na candidatura de Tânia, que levantou as bandeiras de “participação, integração e transparência”. Candidatura que reacendeu o debate na Fiocruz discutindo sem medo e de maneira aberta seus problemas e perspectivas, e que terminou acolhida por aproximadamente 40% dos eleitores apesar de não ter a seu lado nenhum dos diretores de unidades e praticamente nenhuma chefia. A Campanha Eleitoral para presidência da Fiocruz mostrou que os servidores querem,

Porque me apresento como candidato a diretor

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podem e devem intervir no destino da instituição. E que é a hora de vermos o que deve mudar na Fiocruz como um todo, inclusive no Icict.Em muitos momentos, durante esta gestão, estive ao lado do atual diretor, ao qual reputo meu amigo e companheiro. Mas tenho críticas, muito menos ao que foi feito, do que sobre o que não foi feito. É isso que desejo discutir, com ele e com todos os servidores do Icict. Está na hora de fazermos um balanço sobre o que avançamos desde que nos transformamos em Instituto de Pesquisa. Desde então, na gestão da Ilma, crescemos e ampliamos nossa ação em inúmeras frentes, ampliamos a área de ensino, construímos uma Pós-graduação, avançamos em nossas relações internacionais, em nossa rede de bibliotecas.e começamos a construir um Repositório para a Fiocruz.No entanto precisamos mais do que isto. Não conseguimos estabelecer uma relação orgânica entre o ensino e a pesquisa, e definir um projeto que unifique a ação dos laboratórios de nossa unidade. Isto ocorre, ao meu ver, porque não conseguimos nos consolidar como um Instituto, com uma identidade claramente definida onde a pesquisa seja o centro, e não uma colcha de retalhos juntando pesquisas disciplinares diversas sem uma coesão e lógica interdisciplinar que nos integre. Em lugar de nos diferenciarmos por apresentar uma identidade e especificidade como campo na pesquisa, optamos por nos diferenciar pela prestação de serviços técnicos, praticamente independentes e separados de nossa pesquisa e ensino, não sendo capazes de assumir a ponta na Fiocruz, como formuladores de políticas em nossa área. Nossos serviços de informática, por exemplo, foram reduzidos ao seu aspecto técnico, o que nos levou a apostar em uma abordagem tradicional das tecnologias, ficando à margem, por exemplo, das tecnologias e práticas interativas, hoje amplamente demandadas na academia, na saúde e na sociedade.Temos de nos reafirmar como a principal unidade da Fiocruz para formular políticas institucionais na área de informação, informática e comunicação, capaz de alinhar as pesquisas e fornecer subsídios à Fiocruz para uma gestão inovadora nessa área. Temos de transformar o Icict num Centro de Inovação em tecnologias, e só conseguiremos isso integrando pesquisa, educação e serviços.Do mesmo modo, como Unidade, não temos sido capazes de acompanhar os ventos de transparência e participação. Num momento em que se modifica e rompe com o paradigma anterior, onde a prestação de contas e a transparência passam a ser a regra e não a exceção, o Icict insiste em ritos que reafirmam a prática anterior, transformando a discussão em algo formal, afirmando lógicas de decisão em fóruns

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fechados e onde se consideram diretores como “cargos de confiança”.Apesar de desejar debater estas questões, não considerávamos necessário lançar uma candidatura, porque não consideramos que o atual diretor seja o único responsável de nossas debilidades. Apenas pensamos que temos que avançar para enfrentar os novos desafios que se colocam. Achávamos que poderíamos avançar juntos, sem sermos obrigados a “bater chapa”, mas nos foi vetada esta possibilidade. Por isso nos candidatamos. Para que se estabeleça a discussão e que nossa Unidade pense em seus rumos. Com a esperança ainda, de no processo eleitoral, conseguirmos recompor nossa unidade, em um nível superior. Por isso repito, não peço seu voto, ainda que ele seja bem vindo. O que peço é que se discutam nossos destinos e estou disponível para conversar com todos, discutir suas propostas e reivindicações, e para constituirmos, juntos, uma plataforma para consolidar nosso Instituto.

Nilton Bahlis dos Santos

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icict, até 2006, foi uma unidade que prestava serviços de informação, informática e comunicação para a Fiocruz, que se Otransformou em uma Unidade Tecnico-Científica. O que se espera

destas unidades é que elas façam pesquisa e formulem políticas para a Fiocruz e para o SUS em suas áreas. No caso do Icict, isto significa assumir a responsabilidade de ser a principal unidade da Fiocruz para formular políticas institucionais na área de informação, informática e comunicação, sendo capaz de alinhar as pesquisas, formular políticas públicas e fornecer subsídios à Fiocruz para ações e uma gestão inovadora nessa área.Acontece que em lugar de, principalmente, nos diferenciarmos por apresentarmos uma identidade como campo na pesquisa, optamos por nos diferenciar pela prestação de serviços técnicos, praticamente independentes e separados de nossa pesquisa e ensino. Por sua vez, as pesquisas ficaram isoladas nos limites das especificidades de cada Laboratório, e não fomos capazes de assumir a ponta na Fiocruz, como formuladores de políticas em nossa área. Nossos serviços de informática foram reduzidos ao seu aspecto técnico, por exemplo, o que nos levou a apostar em uma abordagem tradicional das tecnologias, ficando à margem, por exemplo, das tecnologias e práticas interativas, hoje amplamente demandadas na academia, na saúde e na sociedade.Do mesmo modo não conseguimos estabelecer uma relação orgânica entre o ensino e a pesquisa, e definir um projeto que unifique a ação dos laboratórios de nossa unidade. Isto, porque não conseguimos nos consolidar como Instituto, com uma identidade claramente definida onde a pesquisa seja o centro, e não uma colcha de retalhos juntando pesquisas disciplinares diversas sem uma coesão, criada por uma lógica interdisciplinar e transversal que nos integre. Não fomos capazes de refletir, enquanto Unidade, e de pensar nas profundas mudanças que

Texto 1: Precisamos realmente assumir o que somos: Um Instituto de Pesquisa na área da Informação, Informática e Comunicação

O Icict é a unidade técnico-científica da Fiocruz que tem por missão participar da formulação, implementação e avaliação de políticas públicas, desenvolver estratégias e executar ações de informação e comunicação no campo da ciência, tecnologia e inovação em saúde, objetivando atender às demandas sociais do Sistema Único de Saúde (SUS) e de outros órgãos governamentais

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ocorrem na área de informação, comunicação, informática, bibliotecas, processamento de dados ena própria ciência, apontando novos caminhos. Não conseguimos repensar e redirecionar o que já fazíamos pensando as novas possibilidades que se abrem com a Internet, com as redes sociais e com as práticas colaborativas. Mas o pior é que sequer pensamos em oportunidades que se abrem na área de saúde com as amplas possibilidades de processamento distribuído, com a participação de máquinas, com o desenvolvimento da informação e comunicação no campo da biologia (genomas, células troncos, bioinformática, comunicação intercelular, etc.), e na área das políticas públicas (e-Governo, Webgestão, acesso livre, software livre, politicas de dados abertos, novas formas de patrimônio intelectual, pesquisas e projetos em rede, etc.), o que nos permitiria abrir novos horizontes para nossas pesquisas.Ainda que diversas pesquisas desenvolvidas tenham sua relevância e mesmo sejam capazes de oferecer inovações incrementais, elas não se aproveitam das mudanças de paradigma trazidas pela internet, do aumento da capacidade de processamento e das tecnologias interativas, deixando de incorporá-las em nossa prática e aproveitar-se das novas possibilidades que se abriram. Enquanto os sensores, o acompanhamento a distância, a telemedicina, a bioinformática, as pesquisas em rede, a interoperabilidade de bancos de dados, a nanotecnologia, as pesquisas de genoma e células-tronco, entre outras, se transformaram em coisas corriqueiras, colocando novos problemas para as áreas de informação e comunicação, permanecemos nos nichos tradicionais destas áreas.E mesmo nestas áreas não conseguimos criar uma sinergia entre as pesquisas e as experiências práticas que vivenciamos em nossos serviços: as experiências colocadas por nossas bibliotecas físicas e virtuais, por nossas experiências com o Portal Fiocruz, o Repositório, a Intranet, o Vídeo Saúde, o Multimeios, entre outros serviços, que poderiam ser utilizados como importantes experimentações e objeto de pesquisa e educação, ficam subsumidos e consumidos nos limites de seu fazer cotidiano, limitando as possibilidades deles gerarem conhecimento, do mesmo modo que não se alimentam de nossa pesquisa e ensino.Temos de transformar o Icict numa Referência de políticas inovadoras em Tecnologias e Práticas na área de Informação, Comunicação, alinhado com as possibilidades abertas pela Sociedade de Informação, que formule Políticas Públicas, metodologias e propostas que conceba e realize os mais variados produtos. Este deve ser o diferencial do Icict em relação a outras unidades técnico-científicas. Ao mesmo tempo que é capaz de realizar pesquisas na área de informação e comunicação em saúde, que

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desenvolva pesquisas nas áreas de fronteira desse conhecimento, gerando assim, não somente subsídios para a formulação de políticas públicas, mas também de nortear as políticas institucionais na área de tecnologia da informação e da comunicação. Reestabelecendo o elo indissociável entre a praxis e teoria.

Agora é Lei: O Acesso é a Regra e o Sigilo é a exceção.

questão da Transparência é fundamental no serviço público e deve ser discutida em qualquer processo de eleição de seus dirigentes. A AFiocruz, e nossa Unidade, não têm sido capazes de acompanhar os

ventos de transparência e participação. Num momento em que se modifica e rompe com o paradigma anterior, onde a prestação de contas e a transparência passam a ser a regra e não a exceção, não conseguimos ainda no Icict e na Fiocruz superar ritos que reafirmam práticas, que fazem da transparência algo formal, afirmando lógicas de decisão em fóruns fechados e onde se consideram diretores como 'cargos de confiança'.A transparência não deve existir apenas quando o cidadão ou o servidor reclama, mas deve estar na lógica institucional de forma clara e objetiva e de fácil acesso a todos. “A transparência é, não se faz. Ela deve afetar absolutamente a todos da instituição. Os pontos de partida e os processos devem ser transparentes, e não somente os resultados finais. A transparência deve ser absoluta e total. Requer necessariamente vias de retroalimentação: não há transparência sem participação, nem participação sem transparência”. Devemos sempre ser transparentes, em todas as nossas atividades.Em primeiro lugar nas atividades de gestão, sendo transparentes no uso de recursos e prioridades, mas também em todos os serviços que

Texto 2: A transparência não deve existir apenas quando o cidadão ou o servidor reclama, mas deve estar na lógica institucional

“A Transparência é o melhor antídoto contra corrupção, dado que ela é mais um mecanismo indutor de que os gestores públicos ajam com responsabilidade e permite que a sociedade, com informações, colabore com o controle das ações de seus governantes, no intuito de checar se os recursos públ icos estão sendo usados como dever iam.” (http://www.portaldatransparencia.gov.br)

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prestamos. A atividade das Bibliotecas, das atividades de informação em geral e da comunicação institucional precisam ser pensadas e praticadas a partir desta lógica de transparência. São serviços que devem ser prestados para o cidadão em geral, e não apenas e principalmente para divulgação e defesa da Instituição e de seus dirigentes. A melhor defesa dos dirigentes e da Instituição é a afirmação e o Exercício incondicional do principio de transparência

Precisamos:

Ÿ Tornar as reuniões do CD abertas, com divulgação prévia e discussão da pauta nos laboratórios e departamentos, e, posteriormente, da gravação; Deve ser permitindo a ampla participação dos trabalhadores, inclusive garantindo o direito de voz no CD, já que conforme tem sido afirmado, “o maior ativo Institucional são efetivamente as pessoas e suas ideias”.

Ÿ Ampliar a informação da participação do Icict no CD da Fiocruz e das suas atividades nesse âmbito; Fomentar a discussão da pauta do CD da Fiocruz sempre com antecedência na Unidade permitindo que o diretor seja efetivamente o representante do Icict no CD da Fiocruz e não o representante dele mesmo ou apenas um porta voz das politicas da Presidência.

Ÿ Criar o blog do Diretor e da diretoria, com prestação de contas periódicas de suas atividades, agenda online e possibilidade de comentários e críticas por parte dos membros da Unidade;

Ÿ Reestruturar a Intranet como rede social corporativa, com serviços integrados de gestão, informação e comunicação, caminho para a gestão participativa que já vem sendo trilhada noutras organizações públicas. Já temos pesquisa, conhecimento, experimentação e tecnologia neste âmbito (ver experiência da ANS, Rede Internet e Saúde e Rede Saúde e Cultura, participação na discussão de WebGestão da Fiocruz, etc.);

Ÿ Estabelecer na rede social corporativa um ambiente de “transparência Icict”, facilmente acessível, possibilitando comentar os processos administrativos, verificar informações dos recursos repassados, rúbricas de compras, contratos e execução orçamentária;

Ÿ Promover um cadastro e discussão de Ideias para a Fiocruz e para o Icict; Ÿ Estabelecer uma agenda real de prioridades, acordada de forma clara e

transparente com participação de todos interlocutores da unidade, laboratórios de referência, CD e Assembléia geral. O crescimento sustentável é fruto da efetiva gestão participativa e comprometida;

Ÿ Rever e incluir no documento base do Icict “Trilhando os caminhos da Gestão - M a n u a l d e p r o c e d i m e n t o s d o r e q u i s i t a n t e - F E V / 2 0 1 0 ” (https://intranet.fiocruz.br/arquivos/fck_editor/08903810708/file/documento_%20completo.pdf) - as novas recomendações relativas a politica de acesso a informação e transparência no Serviço Publico e divulgá-lo amplamente no Icict e na Fiocruz

Ÿ Rever e incluir no documento base “ Regimento Interno - 2006” - as novas recomendações e orientações da politica de transparência no serviço publico

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como uma das atividades essenciais a ser seguida pelos funcionários.Ÿ Criação e publicação do Manual de Transparência do ICICT-FIOCRUZ - um

guia para orientar, de um modo rápido e simples, o cidadão e os agentes públicos a encontrarem as informações desejadas para conhecer a aplicação dos recursos públicos federais e contribuir com o Governo em seu papel de fiscalização. - Seguindo a linha e a orientação do Portal da Transparência do governo Federal ( www.portaldatransparencia.gov.br).

ó aperfeiçoaremos nossos serviços se fizermos pesquisa sobre eles e investirmos na formação e qualificação de nossos Sprofissionais. Isso é verdade em qualquer época, muito mais em um

momento onde tudo muda e quando surgem novas tecnologias e novas formas de fazermos as coisas, a todo momento. O centro do furacão que subverte nosso mundo está exatamente em nossa área, obrigando a que repensemos nossas práticas e nossas opções a todo momento. As novas tecnologias, em particular as tecnologias interativas, colocam cotidianamente novas questões, nos obrigando a investir firmemente em pesquisa e formação.Temos de transformar nossas práticas e atividades em experimentação, como base para o desenvolvimento de novas metodologias, novos produtos, novas políticas e novas propostas de trabalho. Isto só será possível se eliminarmos o fosso entre a atividade técnica que se desenvolve e a de pesquisa e educação. Isto só acontecerá se fizermos alguns movimentos opostos em um sentido convergente, na direção da qualificação dos serviços: por um lado transformando o serviço em fonte de pesquisa e educação; por outro lado, levando a pesquisa e educação aos nossos serviços. Temos de juntar prática, educação, teoria, pesquisa e experimentação. Temos de trazer a discussão da formação para dentro do serviço e levar o serviço para dentro da pesquisa.O anseio de formação existe por parte dos nossos técnicos, mas a possibilidade que isto ocorra depende basicamente de seu esforço e disposição individual. Na prtática a única possibilidade apresentada cursos de especialização e a entrada no mestrado ou doutorado do PPGICS ou em outros. Mas a dinâmica do Mestrado Acadêmico não é fácil e é muito distante de sua prática cotidiana, não atendendo as especificidades e necessidades do seu ambiente de trabalho. E não existe

Texto 3: Serviços não são apenas para serem feitos. Eles precisam ser pensados

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uma política para superar esta distância. O Icict deve participar deste esforço dando apoio e criando formas coletivas que ajudem os servidores a ocupar espaço nos cursos de especialização e pós graduação stricto sensu. Mas talvez tenhamos de pensar firmemente num Mestrado Profissional, que não tenha a função, basicamente, de ser a passagem para o doutorado e não o objetivo de garantir o desenvolvimento profissional em seu final. Este tipo de mestrado, tem a possibilidade de estar mais próximo das atividades cotidianas, de valorizá-las no processo educativo e assim oferecer um terreno menos hostil e mais gratificante.Outra iniciativa importante, com potencial para alavancar a prestação de serviços e a pesquisa no campo das tecnologias de informação e comunicação, é a ampliação da cooperação com as demais unidades da Fiocruz, reduzindo o isolamento das práticas e ações. Atualmente, numerosas atividades, exitosas ou não, são desenvolvidas por toda a Fiocruz. Porém, esse conhecimento está disperso e submerso. Não temos a responsabilidade apenas com os serviços de informação que fazemos, mas com todos os serviços em nossa área de toda a Fiocruz. Temos de ser os primeiros que articulam os servidores e projetos que trabalhem ciom informação, comunicação e informática. Temos de discutire as políticas de todas as Unidades relacionadas a nossa área. Por exemplo as atividades da Câmaras Técnicas de Informação e outras alternativas ampliando a participação das unidades neste campo, deve ser conduzido pelo Icict, a unidade da Fiocruz que tem vocação para isso.

Precisamos:

Ÿ Ampliar a formação dos funcionários das áreas técnicas através da discussão sistemática das opções tecnológicas emergentes, realizando seminários, trazendo especialistas externos, participando em atividades inter-institucionais e transformando as atividades técnicas em experimentação e pesquisa, com relatórios e discussão dos principais projetos;

Ÿ Criar um curso de especialização em tecnologias interativas e colaborativas para a pesquisa, educação e saúde;

Ÿ Articular os nossos serviços com a área de pesquisa, ensino e com o PPGICS;

Ÿ Pensar a possibilidade de criação de um mestrado profissional voltado para a formação das áreas em que desenvolvemos serviços, como informática, bibliotecas, vídeo e multimeios;

Ÿ Definir uma política de estímulo e formação de todos servidores, inclusive os alocados nas áreas de prestação de serviços, com vista ao

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ingresso nos cursos de especialização, mestrado e doutorado (PPGICS);

Ÿ Demandar um PV/Professor de ponta na área de informática, para orientar projetos na área e levar os serviços a se refletirem na pesquisa e na pós-graduação;

Ÿ Promover uma maior integração entre os diferentes laboratórios de pesquisa e entre eles e o PPGICS (e os cursos de especialização/outros).

Ÿ Investir na Incubadora de Educação a Distância; Criar uma área própria no Icict, para responder as necessidades de nossos serviços.

Ÿ

Caro Nilton,Fiquei muito contente ao ver lançada sua candidatura no ICICT. O momento de eleições para a direção das Unidades é muito especial, pois nos permite dialogar e discutir os temas mais candentes da Fiocruz na especificidade de cada um de seus Institutos. A riqueza dos debates é o melhor fruto das eleições, pois antes e depois delas somos todos unidos pela Fiocruz,e durante somos debatedores de ideias e propostas para fortalecer o coletivo.Por isso o saúdo e desejo muito sucesso nessa empreitada.Deixe-me também expressar meu apoio às propostas que você está

Texto 4: O cientista deve fazer como já faz o artista: ir onde o povo está...

O conceito de tecnologia social aproxima a academia e a sociedade, com o objetivo de irradiar conhecimento a todos, construindo pontes entre necessidades e soluções. Ele também consegue afirmar o papel das organizações da sociedade civil como produtoras de conhecimento, articulando essas instituições em torno de uma cultura da Ciência, Tecnologia e Inovação comprometida com o fortalecimento da cidadania e a inclusão social.

Contribuição da Professora Tania Araujo Jorge sobre as discussões da campanha para diretor do Icict.

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apresentando aos eleitores do ICICT. Com grande respeito e afeto ao seu concorrente, meu atual colega de CD-Fiocruz há 4 anos, acho que a confiança com que os eleitores do ICICT depositaram votos em nossa proposta quando da eleição para a presidência da Fiocruz merece o breve relato que farei, o qual lhe autorizo a usar como quiser ao longo de sua campanha para diretor do ICICT.Ter você como servidor da Fiocruz após o concurso de 2006 foi um presente.Você nos trouxe toda a sua historia e a sua experiência política e científica,que eu já conhecia parcialmente desde os tempos da luta contra a ditadura militar. Sua aguda percepção dos problemas sociais brasileiros, e seu envolvimento com os desafios contemporâneos da informação e comunicação em saúde, cultura, ciência e inovação, nos legou um parceiro de alta qualidade, amim, pessoalmente como pesquisadora, e ao Instituto Oswaldo Cruz como um todo.Com orgulho temos você na equipe de coordenadores de nosso projeto Capes de expedições Brasil sem Miséria, com o qual podemos colocar em campo essa experiência de criação de uma atividade de integração intersetorial para a educação popular e a promoção da saúde.De todos os temas que você trouxe para a campanha, gostaria de destacar exatamente esse, que mescla o que as universidades chamam de “extensão”, com o que as empresas privadas chamam de “responsabilidade social”, com o que a esfera pública chama de “desenvolvimento social” e com o que temos chamado de “cooperação social para o desenvolvimento de tecnologias sociais”.Cooperação sim, pois implica no estabelecimento de redes cooperativas, de encontros presenciais e virtuais de pessoas, de diálogos.Cooperação social sim, pois ultrapassa a cooperação técnico-científica, pela qual interagimos com pares para aperfeiçoar nossas ideias e técnicas e fazer junto coisas que não podemos fazer sozinho. Na cooperação social interagimos com diversos setores da sociedade civil organizada, na saúde, na cultura, nas cidades, no campo, nas comunidades pobres, nas escolas, nos espaços do SUS, em igrejas, em clubes, em ONGs, enfim, lá onde as pessoas estão. É o cientista fazendo como já faz o artista: indo onde o povo está. Isso em si seria apenas a“extensão”, como se assume nas Universidades como um dos pilares de sua missão pesquisa-ensino-extensão. Mas extrapola a extensão, pois busca transformar essa atividade num elo da cadeia de inovação, e se falamos inovação estamos falando de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico. Estamos falando de ciência na veia, em processo de construção, de ciência viva, dos momentos emocionantes da ciência antes que ela se transforme em artigo publicado, quando já está concluída e não excita mais os neurônios de

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quem a estava fazendo. Por muito tempo a Fiocruz só conheceu a definição formal de tecnologia biomédica,desenvolvendo vacinas, testes diagnósticos e medicamentos para problemas de saúde pública. Mas por proposição e militância nossa no último Congresso Interno da Fiocruz, temos hoje na nossa instituição um macroprojeto relacionado exatamente a construção da rede de tecnologias sociais da Fiocruz.O conceito de “tecnologia social” foi formulado em 2004 num trabalho conjunto com mais de 80 organizações da sociedade civil: conjunto de produtos,técnicas e metodologias transformadoras, desenvolvidas e/ou aplicadas na interação com a população e apropriadas por ela, que representam soluções para a inclusão social e melhoria das condições de vida (Instituto deTecnologia Social, www.itsbrasil.org.br).Do soro caseiro à gestão do lixo doméstico, são muitas as tecnologias sociais já identificadas, listadas e disponibilizadas para multiplicação pelas diversas redes que se constroem nesse movimento. A disseminação do uso do soro caseiro como ferramenta de hidratação oral, liderada pela Pastoral da Criança, foi a inovação que teve maior impacto na redução da mortalidade infantil por diarreias,num momento em que os protocolos médicos ainda preconizavam a internação e a hidratação venosa, sem sucesso massivo. O conceito de tecnologia social aproxima a academia e a sociedade, com o objetivo de irradiar conhecimento a todos, construindo pontes entre necessidades e soluções. Ele também consegue afirmar o papel das organizações da sociedade civil como produtoras de conhecimento, articulando essas instituições em torno de uma cultura da Ciência, Tecnologia e Inovação comprometida com o fortalecimento da cidadania e a inclusão social. O Programa Brasil sem Miséria, no qual inserimos criativamente a Fiocruz, pode contemplar em suas ações de inclusão produtiva todas as possibilidades de fomento ao desenvolvimento das tecnologias sociais relacionadas às estratégias de redução das doenças da pobreza. E o Brasil nos legou metodologias desenvolvidas e propostas que alicerçam a educação popular, por meio da pedagogia da autonomia, de Paulo Freire, e da liberdade pelo afeto e pela arte, de Nise da Silveira. Articuladas com as novas tecnologias de informação, que você maneja tão bem, são poderosas ferramentas de educação e mobilização popular a serem utilizadas nesses processos.A ciência avança para a compreensão de que não deve apenas ser feita para as pessoas, mas também com as pessoas, o que traz a grande força desse conceito de tecnologia social. Traduzir em benefícios sociais o conhecimento produzido nos setores acadêmicos só é possível mediante a integração dos diversos setores do conhecimento e da intervenção social, com sua aplicação em locais e territórios específicos, onde possa ser maximizada a interação entre cidadãos, governo e sociedade civil.

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Estou certa de que você, a frente do ICICT, vai poder fazer isso e muito mais. Parabéns pela coragem de se expor ede trazer à tona o debate. Conte comigo e até a vitória!

Forte abraçoTania

estão pode ser entendida como a soma dos processos que garantem a sobrevivência e estabelecem os requisitos mínimos Gpara o crescimento sustentável de uma instituição. Um dos

grandes desafios das instituições públicas é certamente ser eficiente e proativa, apoiada em leis que, por conta de sua dinâmica própria, não conseguem acompanhar a evolução da sociedade e seus reflexos nas organizações públicas (muitas vezes retrógradas) e que por vezes limitam sobremaneira a qualidade das aquisições e dos processos; buscar soluções milagrosas e mágicas ou o chamado “jeitinho brasileiro”, com o objetivo de soluções imediatas, certamente não nos tornará mais eficientes, nem referência nas boas práticas da administração pública. Perante as dificuldades de gestão das Organizações Públicas o que se tem feito é dar jeitinhos buscando saídas, como aconteceu na discussão sobre Manguinhos, ou com a transformação da Fiotec em OS, o que termina por comprometer a missão destas organizações, o SUS e envolvê-los em uma teia de interesses que termina de afastá-los dos objetivos das organizações públicas.Um dos objetivos que devemos ter é mudar o cenário atual através de práticas inovadoras e do uso de tecnologias interativas que têm sido cada mais empregadas, o que é uma tendência, que se coloca de forma mais clara como alternativa nas instituições públicas. Projetos como o de WebGestão 2.0, que buscam incorporar tecnologia visando as melhores práticas e soluções, certamente podem ser um avanço e um grande salto de qualidade no serviço público. Precisamos também buscar desenvolver uma gestão que procura

Texto 5 - De jeitinho em jeitinho, a gente perde o caminho... Temos de resolver o imediato sem deixar de preparar o futuro

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processos administrativos racionais, com objetivos claros, transparentes, amplamente compartilhados e acordados com os funcionários, visando uma gestão por resultados, alta qualificação dos processos e das pessoas, eficiência dos gastos públicos através de melhoria dos processos administrativos, pois isso é a base para o Icict do Futuro. É importante que as áreas técnicas da gestão administrativa (compras, planejamento, licitações, etc), não sejam meros cumpridores de processos administrativos ou informantes de normas e legislações.Se faz necessário que as experiências dos servidores que desenvolvem estas atividades, suas dúvidas e principalmente suas ideias possam ser ouvidas; e mais do que ouvidas, escutadas pela comunidade do Icict. Precisamos transformar as atividades de gestão em referências para pesquisa de forma a criar rotinas que permitam aos colaboradores a oportunidade de desenvolvimento das ideias e de forma macro permitir que estas ideias sejam formulações propositivas e possam chegar a alta gestão da Fiocruz e ao serviço público como modelo a ser perseguido, se somando a outras propostas de mudanças na administração pública. O Icict do Futuro será construído com diagnóstico correto e ferramentas adequadas para um legado positivo e duradouro.Muitas mudanças envolvem absoluta racionalidade, mas que não podem abrir mão do caráter público da Fiocruz - que não não deve ser tratada como uma empresa privada. Os obstáculos não são poucos. A máquina publica é de fato comandada por leis retrógradas que precisam ser discutidas e abordadas de maneira criativa no âmbito da gestão, administradas tendo por base uma prática correta e coerente, desenvolvendo experiências inovadoras que melhoram processos e qualificam processos, e, uma vez que sejam exitosas, podem vir a compor um arcabouço teórico-metodológico que influencie a mudança na legislação. Neste contexto fica claro o papel a ser desempenhado pelos funcionários do Icict. Permitir, incentivar e integrar os processos administrativos e de gestão, à educação, serviços e pesquisa. A gestão deve ser capaz de propiciar um ambiente de discussão de prioridades, análise de contexto, de riscos, de viabilidade de projetos, que seja capaz de facilitar as atividades e a missão do Icict. A gestão deve ser capaz de disponibilizar ferramentas e processos, que garantam a execução das operações e projetos, bem como os projetos de desenvolvimento institucional, como por exemplo, o Portal Fiocruz. A gestão deve ser vista como um dos alicerces para o desenvolvimento da pesquisa, do ensino, dos serviços do Icict e não como um obstáculo burocrático. Não é possível pensar em mudança e inovação sem buscar a perseguição implacável do equilíbrio das contas alinhado aos projetos das

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áreas de pesquisa e dos serviços ofertados e das metas institucionais. Buscar sempre a adoção das melhores práticas voltadas para a qualidade do processo e da atenção ao publico externo. Importante pensar na profissionalização dos pontos-chave que devem obrigatoriamente ter o aval da comunidade de forma a melhorar e integrar as relações entre as áreas. Estabelecer uma agenda real de prioridades com os diversos setores e áreas, acordados de forma transparente e pactuados com a comunidade do Icict, as questões de Transparência, Gestão e Integração a partir do Portal e de uma Rede corporativa que permita o desenvolvimento de um Sistema Integrado de Gestão para a melhoria dos processos operacionais.

CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL E POLÍTICA DE RH – Cabe a nova Direção buscar uma Gestão mais participativa e distribuída, voltada para resultados, que faz do ser humano o objeto e a medida, e pautada pelo Princípio da Responsabilidade (onde o foco não é responder a alguém e sim que somos responsáveis por tudo e ao todo que existe) – levando em conta que o potencial de desenvolvimento de cada pessoa é inesgotável e pode ser canalizado para os objetivos da instituição, em um ambiente com valores éticos elevados, transparência e oportunidade de realização pessoal e profissional.Devemos permitir e implementar a capacitação em todos os níveis. Capacitar e desenvolver no SGT uma politica real de Gestão de RH - que não trata apenas das questões de trabalho - devemos pensar os Recursos humanos como a ativo de maior valor do Icict. O desafio da capacitação, plano de carreiras e desenvolvimento dos terceirizados, saúde do trabalhador e plano de saúde mental. Buscar um RH que seja minimamente independente, que tenha cada vez mais voz em todos os âmbitos, e que seja a voz dos trabalhadores do Icict.

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estre Nilton, aproveito que você adora um debate para

encaminhar/colocar algumas ideias que pensando em Mcomunicação, informação, novas tecnologias e saúde me

deixaram perplexo e esperançoso. Na verdade, minhas reflexões

caminharam entre excessos, carências e opções que nos cerca ou que

teremos que inventar.

Pois é, Nilton, festejamos algumas mudanças quando pensamos a saúde

coletiva no Brasil, mudanças existem. A VIII CNS, o texto constitucional de

1988 e o SUS produziram diferentes eventos e efeitos nas instituições e

nas políticas públicas de saúde. No mínimo temos que reconhecer que

ocorreu a ampliação da cobertura da atenção primária com impacto real

sobre diversos indicadores epidemiológicos. Sabemos, entretanto, que a

distribuição e a centralização dos serviços, equipamentos e dos

processos decisórios ainda são imensas. Mais grave, é que a qualidade, a

universalidade e a integralidade do SUS, não se concretizaram e,

principalmente que a lógica mercantil e curativa ainda está a influenciar o

imaginário social e se mostra cada vez mais agressiva na defesa de seus

Texto 6 - Depois de vinte anos repetimos: que SUS queremos construir? Que saúde reclamamos e oferecemos para a população?

Contribuição do Professor Nilson Moraes à Campanha para Diretor do Icict

“Vivemos os desconfortos e os desafios de ter um SUS que faz do projeto e do real um difícil encontro e diversos desencontros. (...) E nós que amamos tanto o SUS e que estamos com a ideia que sua existência é inconclusa, nós que não nos separamos deste compromisso nos vemos obrigados a repensar nossas práticas e nos perguntamos como vamos produzir as condições para superar este cenário, que alguns conhecem ou são apresentados pelas mídias ao que há de mais negativo como a regra, tomamos o SUS como uma condição conjuntural, como aquele retrato –ainda- triste de uma saúde desejada. O ICICT tem uma responsabilidade aqui, pois, está no centro destas possibilidades de inovação”.

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interesses. Sabemos e temos consciência dos diferentes enfoques e

estratégias que cada setor e interesse da sociedade estão empenhados

em influenciar e reorientar em seu benefício. Neste sentido, o ICICT é um

lugar privilegiado de enfrentamentos e de encaminhamento de análise e

de ações.

Sabemos que no princípio, lá desde os tempos das AIS (Ações Integradas

de Saúde), havia uma pergunta, que saúde pretendemos constituir?

Depois, veio o SUS e a pergunta permaneceu central. Em tempos de SUS,

e depois de vinte anos de sua institucionalização, repetimos: que SUS

queremos construir? Que saúde reclamamos e oferecemos para a

população? Nos anos 1970/1980 estávamos seguros e empenhados que

o movimento sanitarista e a reforma sanitária deveriam produzir caminhos

coletivos e mais resolutivos tanto para a saúde como para a sociedade.

Tínhamos certeza que nós -profissionais de saúde comprometidos com

uma visão da sociedade- estaríamos seguros e felizes com nossas

práticas e saberes. Duas décadas depois é visível a nossa perplexidade e

angústia com o que se apresenta como SUS. O antigo dilema ainda é uma

questão: como vamos superar as armadilhas e condições deste SUS que

está por aí? Um SUS que nem de longe tem a cara ou os traços do Sistema

Único de Saúde que nos mobiliza. Sim, hoje vivemos aos sobressaltos,

alertas para não sermos pegos na curva de uma esquina ou numa

pequena notícia de um jornal.

O SUS se transformou em fundamento ideológico e da organização do

sistema de saúde no Brasil e sua existência contraria muitos interesses e

outros projetos de saúde. O SUS desde os primeiros passos optou pelo

compromisso com a democracia e com as estratégias de controle social.

Estratégia de controle social qonde a informação a comunicação e as

tecnologias são centrais. O ICICT, sempre o ICICT mas não só o ICICT, é

lugar estratégico deste processo.

No nosso cotidiano de trabalho aprendemos a conviver com uma História

do SUS e da reforma sanitária. Pensamos a sua constituição, os

dispositivos legais e com os –supostos- impasses que dificultariam sua

ampliação e de produção da saúde tal qual imaginamos. É comum afirmar

que, ao longo de duas décadas, o SUS viveu diferentes encruzilhadas,

sendo uma construção social e sanitária. Estas encruzilhadas são partes

do seu cotidiano, muitas outras virão. Possivelmente existam outros

discursos, estratégias, agentes e objetivos que não conhecemos ou

secundarizamos em nossas análises. Certamente, todos nós sabíamos,

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desde os anos 1970, que não existiria nenhum caminho fácil e consensual,

a ideia de uma saúde pública competente e universalizada poderia ser

aspiração de alguns e a existência de um projeto de reforma não é acaso.

Uma reforma traz em si diversos efeitos no campo socio-ssanitário, nas

ações e demandas dos movimentos sociais e podem, mesmo, influenciar

no desencanto e desespero de parcelas das populações que se

envolveram em sua constituição. Sabemos que o SUS não é um delírio de

militantes ou discurso de burocratas, intelectuais, estudiosos, instituições

da saúde e de alguns que sonhavam e se empenharam em produzir novas

condições e relações sociais e institucionais para a saúde.

Vivemos os desconfortos e os desafios de ter um SUS que faz do projeto e

do real um difícil encontro e diversos desencontros. Viver, neste caso, é

falar que lutamos com profunda intensidade.

E nós que amamos tanto o SUS e que estamos com a ideia que sua

existência é inconclusa, nós que não nos separamos deste compromisso

nos vemos obrigados a repensar nossas práticas e nos perguntamos

como vamos produzir as condições para superar este cenário, que alguns

conhecem ou são apresentados pelas mídias ao que há de mais negativo

como a regra, tomamos o SUS como uma condição conjuntural, como

aquele retrato –ainda- triste de uma saúde desejada.

Tomamos o SUS como uma história a ser escrita cotidianamente,

envolvendo nossas rotinas decisórias, saberes e práticas tomadas como

processos tensos e complexos que implica em considerar e conhecer

outros discursos e projetos. Discursos, e projetos que silenciosamente

–inclusive com a estreiteza de nossos recursos analíticos- estão

presentes em cena e quase todos desconhecem ou ignoram este fato. Isto

é, corremos o risco de analisarmos de forma parcial ou incorreta. A minha

primeira preocupação remete à importância da comunicação e da

informação na construção do processo democrático

Vivemos uma trajetória histórica e institucional de tantas/simultâneo-

contraditórias lutas e circunstâncias que –aparentemente-

desaprendemos a caminhar de forma livre direta. No SUS convivemos

num ziguezaguear complexo e imprevisível que ameaça a voltar-se contra

nós mesmos. Tomar o controle da situação é mais que um desafio técnico

ou político. O ICICT está no centro destas possibilidades de inovação.

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Texto 7 -Se diz Respeito a Comunicação, Informação e Informática na Fiocruz, diz Respeito ao Icict

Icict tem ampliado seu escopo de atuação durante os últimos 20

anos, incorporando atividades finalísticas externas significativas, Oreferentes à ações de pesquisa, desenvolvimento de métodos e

processos, formação de discentes em pós-graduação, ações de

informação e rede de bibliotecas, além da execução de ações

pertencentes ao Programa de Gestão das Políticas de Saúde, em

particular nos campos da cooperação técnica nacional e internacional.

Esta diversificação de atuação da Unidade lhe abre um potencial de

desenvolvimento continuado como instância de ciência e tecnologia nas

áreas da informação e comunicação em saúde. Desta forma, é de suma

importância que o Icict realmente assuma esta papel no cenário interno e

externo, retomando os rumos da sua missão Institucional: “O Icict é a

unidade técnico-científica da Fiocruz que tem por missão participar

da formulação, implementação e avaliação de políticas públicas,

desenvolver estratégias e executar ações de informação e

comunicação no campo da ciência, tecnologia inovação em saúde,

objetivando atender às demandas sociais do Sistema Único de

Saúde (SUS) e de outros órgãos governamentais”.

Para isso é preciso que nossa Unidade se transforme em formuladora de

políticas, não apenas realizando estas atividades de maneira localizada

em terrenos específicos, mas ampliando-as e generalizando-as como

pesquisa, divulgando-as e transformando-nos em referência na Fiocruz

no que diz respeito a nossa área.

Neste sentido temos ficado a desejar, ao não assumir como nossa

responsabilidade na discussão interna, a defesa de bandeiras que

levantamos de modo prático. Levantamos a bandeira da defesa do

software livre (com sua transparência e possibilidade de produção

colaborativa), mas aceitamos que a Fiocruz trilhe o caminho do software

proprietário e que a presidência da instituição e seus organismos

assessores desperdice vultuosas somas transformando em padrões

internos softwares da Microsoft e de outras empresas proprietárias que

não nos dão acesso ao seu código e colocando-nos em sua dependência.

Em lugar de utilizar o amplo potencial interno que temos na área de

Page 22: Caderno de Propostas - Campanha Nilton 1

informática, prefere contratar empresas privadas comprando software

como aconteceu no caso Alert, que só não foi em frente por denúncias

públicas e críticas de organizações de nossa área. O Icict não pode se

omitir de denunciar e se opor publicamente a este tipo de política e prática,

o que não foi feito nesse caso.

Não pode deixar de tomar posição nas consequências práticas destas

opções, como acontece, por exemplo, no caso da plataforma Siga, que

dificulta as atividades da Gestão de Ensino, a inscrição dos alunos, não

nos permite pesquisa e criação de relatórios, fundamentais para

perseguirmos melhorias na nossa área de ensino. Não podemos deixar de

discutir as opções que geram diversos problemas na comunicação com a

Internet que paralisam e nos deixam sem acesso, obrigando a paralisação

do trabalho constantemente. Ficamos a dizer que não somos os

encarregados destas atividades, mas não podemos deixar de criticar as

políticas que levam a estas calamidades, oferecendo políticas e

estratégias alternativas. Não podemos deixar de discutir as opções de

“segurança” que impedem o livre acesso a Internet, em alguns casos

proibindo o uso de Skype, serviços do Google e as Redes Sociais, em

lugar de potencializar o uso das possibilidades das tecnologias e práticas

interativas.

Aqui temos uma responsabilidade particular. Deixamos de intervir,

enquanto instituição, nessa área. Devemos aprofundar e investir nas

pesquisas relativas a elas, não só apontando para a Fiocruz e para o SUS

a necessidade de incorporá-las à pesquisa, educação e serviços, mas

construindo metodologias, propostas, estratégias e atividades de

experimentação que nos permita propor politicas, nessa área,

transformando-nos em referência nos serviços de nuvem, Web 2.0, em

Redes Sociais Corporativas, em Webgestão no serviço público e na

saúde.

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Alguns pontos para começarmos a Discussão

1 - Políticas para fomentar a transparência e a participação

Ÿ Tornar as reuniões do CD abertas, com divulgação prévia da pauta e posteriormente da gravação;

Ÿ Ampliar a informação da participação do Icict no CD da Fiocruz e das suas atividades nesse âmbito; criar um blog do Diretor para prestação de contas de suas atividades;

Ÿ Reestruturar a Intranet e o portal como rede social corporativa, com serviços integrados de gestão, informação e comunicação, caminho para a gestão participativa que já vem sendo trilhada noutras organizações públicas. Já temos pesquisa, conhecimento, experimentação e tecnologia neste âmbito (ver experiência da ANS, Rede Internet e Saúde e Rede Saúde e Cultura, participação na discussão de WebGestão na Fiocruz, etc.);

Ÿ Estabelecer na rede social corporativa um ambiente de “transparência Icict”, facilmente acessível e onde seja possível comentar os processos administrativos, verificar informações dos recursos repassados, rúbricas de compras, contratos e execução orçamentária;

Ÿ Promover um cadastro e discussão de Ideias para a Fiocruz e para o Icict;

Ÿ Estabelecer uma agenda real de prioridades, acordada de forma clara e transparente com participação de todos interlocutores da unidade, laboratórios de referência, CD e Assembléia geral. O crescimento sustentável é fruto da efetiva gestão participativa e comprometida;

Ÿ Colocar as decisões em consulta interna para os servidores e colaboradores, prática que começou a ser adotada internamente em outras organizações públicas;

Ÿ Criar uma política de promoção dos funcionários terceirizados (previsto na Instrução Normativa 02 de abril de 2008 - MPOG);

Ÿ Criar possibilidade de participação do corpo discente (Lato e Stricto Sensu) na institucionalidade do ICICT (representação no CD/outros foruns).

Propostas para o ICICT

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2 - Políticas de acesso livre

Ÿ Transformar o Icict em um espaço de referência na Fiocruz e no SUS, na discussão das políticas de acesso livre e de novas formas de patrimônio intelectual;

Ÿ Consolidar o Repositório do Icict/Fiocruz e integrá-lo à rede social corporativa e redes sociais externas através de interface de programação aberta (API);

Ÿ Participar proativamente em comunidades e atividades de software livre, no Portal do Software Público Brasileiro e nas políticas de dados abertos do Governo;

Ÿ Estabelecer parceria com o W3C para promover “Hackatons” na área da saúde e informação, para abrir dados governamentais. Ver exemplos da Câmara de São Paulo, do Inep e Casa Branca ;

Ÿ Promover parceria com a Wikipedia para ampla divulgação da produção científica do Icict e da Fiocruz.

3 - Políticas para integração de serviços, pesquisa e educação

Ÿ Ampliar a formação dos funcionários das áreas técnicas através da discussão sistemática das opções tecnológicas emergentes, realizando seminários, trazendo especialistas externos, participando em atividades inter-institucionais e transformando as atividades técnicas em experimentação e pesquisa, com relatórios e discussão dos principais projetos;

Ÿ Criar um curso de especialização em tecnologias interativas para a pesquisa, educação e saúde; Articular os nossos serviços com a área de pesquisa, ensino e com o PPGICS;

Ÿ Pensar a possibilidade de criação de um mestrado profissional voltado para a formação das áreas em que desenvolvemos serviços, como informática, bibliotecas, vídeo e multimeios;

Ÿ Definir uma política de estímulo e formação de todos servidores, inclusive os alocados nas áreas de prestação de serviços, com vista ao ingresso nos cursos de especialização, mestrado e doutorado (PPGICS);

Ÿ Demandar um PV/Professor de ponta na área de informática, para orientar projetos na área e levar os serviços a se refletirem na pesquisa e na pós-graduação;

Ÿ Promover uma maior integração entre os diferentes laboratórios de pesquisa e entre eles e o PPGICS (e os cursos de especialização/outros).

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ÍndiceTexto 0 - Texto 1 - Precisamos realmente assumir o que somos: Um Instituto de Pesquisa na área da Informação, Informática e ComunicaçãoTexto 2 - A transparência não deve existir apenas quando o cidadão ou o servidor reclama, mas deve estar na lógica institucionalTeto 3 - Serviços não são apenas para serem feitos. Eles precisam ser pensadosTexto 4 - O cientista deve fazer como já faz o artista: ir onde o povo está...Texto 5 - De jeitinho em jeitinho, a gente perde o caminho... Temos de resolver o imediato sem deixar de preparar o futuroTexto 6 - Saúde Coletiva, Informação, Comunicação e o Icict, por Nilson MoraesTexto 7 - Se diz Respeito a Comunicação, Informação e Informática na Fiocruz, diz Respeito ao Icict

Porque me apresento como candidato a diretor

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