Caderno de Atenção Básica com o objetivo de auxiliar os profissionais de saúde da AB no processo de educação permanente, apoiando a construção de protocolos locais que organizem a atenção à pessoa com doença crônica. Aborda a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), condição clínica multifatorial, caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial. Trata da importância dos profissionais de AB nas estratégias de prevenção, diagnóstico, monitorização e controle da HAS.
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1. MINISTRIO DA SADE Secretaria de Ateno Sade Departamento de
Ateno Bsica ESTRATGIAS PARA O CUIDADO DA PESSOA COM DOENA CRNICA
HIPERTENSO ARTERIAL SISTMICA Cadernos de Ateno Bsica, n 37 Braslia
DF 2013
2. 2013 Ministrio da Sade. Todos os direitos reservados.
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2013 50.000 exemplares Elaborao, distribuio e Informaes: Ministrio
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Ficha Catalogrfica Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno
Sade. Departamento de Ateno Bsica. Estratgias para o cuidado da
pessoa com doena crnica: hipertenso arterial sistmica / Ministrio
da Sade, Secretaria de Ateno Sade, Departamento de Ateno Bsica.
Braslia: Ministrio da Sade, 2013. 128 p. : il. (Cadernos de Ateno
Bsica, n. 37) ISBN 978-85-334-2058-8 1. Hipertenso arterial. 2.
Presso arterial. 3. Promoo sade. I. Ttulo. CDU 616.112-008.331.1
Catalogao na fonte Coordenao-Geral de Documentao e Informao Editora
MS OS 2013/0358 Ttulos para indexao: Em ingls: Strategies for the
care of the person with chronic disease: systemic arterial
hypertension Em espanhol: Estrategias para el cuidado de la persona
con enfermedad crnica: hipertensin arterial sistmica
3. LISTA DE FIGURAS Figura 1 Condies classificatrias da presso
arterial considerando a aferio em consultrio e fora de
consultrio............................................................................................
34 Figura 2 Fluxograma de rastreamento e diagnstico de
HAS............................................ 36 Figura 3 Quadro
de Birmingham para a associao de drogas no manejo da HAS..........
62 Figura 4 Fluxograma da abordagem nutricional com pessoas com PA
limtrofe ou HAS em consulta mdica e de enfermagem na Ateno
Bsica...........................................................86
Figura 5 Fluxograma de orientao para atividade
fsica................................................ 101 Figura 6
Fluxograma de orientao para a consulta
odontolgica................................. 106 Figura 7
Fluxograma de orientao para o manejo clnico da pessoa com HAS e PA
controlada em consulta
odontolgica..................................................................................
109
4. LISTA DE QUADROS Quadro 1 Classificao dos graus de
recomendao da Oxford Centre for Evidence Based Medicine e tipos de
estudo que levam em
considerao........................................... 13 Quadro 2
Classificao da qualidade de evidncia proposto pelo Sistema
GRADE......... 14 Quadro 3 Condies padronizadas para a medida da
presso arterial............................. 30 Quadro 4 Modificaes
de estilo de vida para manejo da
HAS.......................................... 38 Quadro 5 Achados
do exame clnico e anamnese indicativos de risco para
DCV............. 39 Quadro 6 Evidncias de doena cardiovascular ou
repercusso em rgo-alvo............... 43 Quadro 7 Aspectos
relevantes da histria clnica da pessoa com
HAS.............................. 44 Quadro 8 Aspectos relevantes
do exame fsico da pessoa com HAS.................................
45 Quadro 9 Rotina complementar mnima para pessoa com
HAS........................................ 46 Quadro 10
Classificao da presso arterial para crianas e
adolescentes....................... 50 Quadro 11 Indicaes das
classes
medicamentosas............................................................
61 Quadro 12 Principais efeitos adversos das drogas
anti-hipertensivas.............................. 63 Quadro 13
Principais interaes medicamentosas de frmacos anti-hipertensivos
que esto contidos na Rename
2012.......................................................................................
65 Quadro 14 Dez passos para uma alimentao saudvel para pessoas com
HAS.............. 84 Quadro 15 Alimentos ricos em potssio e
magnsio..........................................................
92
5. LISTA DE TABELAS Tabela 1 Dimenses da bolsa de borracha
(manguito) para diferentes circunferncias de brao em crianas e
adultos.....................................................................
31 Tabela 2 Valores de presso arterial no consultrio, Mapa, Ampa e
MRPA que caracterizam hipertenso, hipertenso do avental branco e
hipertenso mascarada....... 33 Tabela 3 Classificao da presso
arterial para adultos maiores de 18 anos.................... 34
Tabela 4 Medicamentos disponveis na Rename
2012....................................................... 59
Tabela 5 Classificao de risco cardiovascular, segundo o escore de
Framinghan e sugesto de periodicidade de acompanhamento em consulta
mdica, de enfermagem e
odontolgica..........................................................................................................................
74 Tabela 6 Quantidade de sal nos alimentos ricos em
sdio................................................. 91
6. Sumrio 1 Panorama da Hipertenso Arterial Sistmica e a
Organizao da Linha de Cuidado...... 17 1.1 Panorama da hipertenso
arterial
sistmica.........................................................................................19
1.2 Organizao da Linha de Cuidado da hipertenso arterial
sistmica..................................................22
Referncias.....................................................................................................................................................24
2 Rastreamento e Diagnstico da Hipertenso Arterial Sistmica na
Ateno Bsica....... 27 2.1
Introduo................................................................................................................................................29
2.2
Rastreamento...........................................................................................................................................29
2.3
Diagnstico..............................................................................................................................................31
2.3.1 Aferio fora do
consultrio.........................................................................................................31
2.3.2 Interpretao conjunta de presso arterial aferida em consultrio
e fora de consultrio.......33 2.4 Classificao da presso
arterial.............................................................................................................34
2.4.1
Normotenso.................................................................................................................................34
2.4.2 PA
limtrofe....................................................................................................................................35
2.4.3 Hipertenso arterial
sistmica.......................................................................................................35
2.5 Consulta de enfermagem para pessoas com presso arterial
limtrofe...............................................36 2.5.1
Consulta de enfermagem para preveno primria da
HAS......................................................37 2.5.2
Consulta de enfermagem para estratificao de risco para doenas
cardiovasculares.............38 2.6 Consulta de enfermagem para
acompanhamento da pessoa com
HAS..............................................40 2.6.1 Passos da
consulta de
enfermagem..............................................................................................40
2.7 Consulta mdica na avaliao inicial da pessoa com
HAS....................................................................43
2.7.1
Histria...........................................................................................................................................43
2.7.2 Exame
fsico....................................................................................................................................45
2.7.3 Avaliao
laboratorial...................................................................................................................46
2.7.4 Avaliao do risco
cardiovascular.................................................................................................47
2.7.5 Avaliar possibilidade de hipertenso
secundria........................................................................47
7. 2.8 A hipertenso arterial segundo os ciclos de
vida..................................................................................49
2.8.1 Crianas e
adolescentes.................................................................................................................49
2.8.2
Idosos..............................................................................................................................................50
2.8.3
Gestantes........................................................................................................................................51
Referncias....................................................................................................................................................52
3 Tratamento e Acompanhamento das Pessoas com Hipertenso Arterial
Sistmica na Ateno
Bsica..........................................................................................................................
55 3.1
Introduo................................................................................................................................................57
3.2 Tratamento no
medicamentoso...........................................................................................................57
3.3 Tratamento
medicamentoso...................................................................................................................58
3.3.1 Combinao de
medicamentos.....................................................................................................61
3.3.2 Efeitos
adversos............................................................................................................................62
3.3.3 Interaes
medicamentosas.........................................................................................................64
3.4 Hipertenso arterial segundo os ciclos de
vida.....................................................................................70
3.4.1 Crianas e
adolescentes.................................................................................................................70
3.4.2
Idosos..............................................................................................................................................71
3.4.3
Gestantes........................................................................................................................................71
3.5
Acompanhamento...................................................................................................................................72
3.6 Consulta mdica na crise
hipertensiva...................................................................................................75
3.6.1 Emergncias
hipertensivas............................................................................................................75
3.6.2 Urgncias
hipertensivas.................................................................................................................76
3.6.3 Pseudocrise
hipertensiva...............................................................................................................76
Referncias.....................................................................................................................................................77
4 Recomendaes Nutricionais para a Preveno e o Manejo da Hipertenso
Arterial Sistmica na Ateno
Bsica....................................................................................................
81 4.1
Introduo................................................................................................................................................83
4.2 Recomendaes nutricionais para pessoas com PA limtrofe ou HAS em
consulta mdica e de
enfermagem..................................................................................................................................................83
4.2.1 A pessoa segue as
orientaes?....................................................................................................87
4.3 Orientao
nutricional............................................................................................................................88
4.3.1 Padro alimentar
saudvel............................................................................................................88
4.3.2 Consumo
energtico......................................................................................................................89
8. 4.3.3 Sal e
sdio......................................................................................................................................89
4.3.4
Fibras..............................................................................................................................................91
4.3.5
Micronutrientes.............................................................................................................................91
4.3.6 Outras orientaes
nutricionais....................................................................................................92
Referncias.....................................................................................................................................................94
5 Atividade Fsica para Pessoas com Hipertenso Arterial Sistmica:
recomendaes para o trabalho da Ateno
Bsica.........................................................................................
97 5.1
Introduo................................................................................................................................................99
5.2 Orientao da atividade fsica para a pessoa com
HAS........................................................................99
5.2.1 Exerccios
aerbios.......................................................................................................................100
5.2.2 Exerccios
anaerbios...................................................................................................................100
5.3
Reavaliao............................................................................................................................................100
Referncias...................................................................................................................................................102
6 Sade Bucal e Hipertenso Arterial Sistmica: recomendaes para o
trabalho da Ateno
Bsica........................................................................................................................
103 6.1
Introduo..............................................................................................................................................105
6.2 O papel da equipe de Ateno Bsica na sade
bucal........................................................................105
6.3 Orientao para a consulta
odontolgica...........................................................................................107
6.3.1 Atendimento
odontolgico........................................................................................................107
6.4 Orientao para o manejo clnico de pessoas com HAS e PA
controlada em consulta
odontolgica................................................................................................................................................108
6.4.1 Avaliar risco para realizao de procedimentos
invasivos........................................................111
Referncias...................................................................................................................................................112
Apndice A Indicadores para a linha de cuidado das pessoas com
HAS......................... 115
Anexos.....................................................................................................................................
121 Anexo A Projeo do risco de doena arterial coronariana de acordo
com o escore de
Framingham.................................................................................................................................................123
Anexo B Grfico de desenvolvimento para clculo de percentil de
altura...........................................126 Anexo C
Valores de presso arterial referentes aos percentis 90, 95 e 99 de
presso arterial para meninas de 1 a 17 anos de idade, de acordo com
o percentil de
estatura..............................................127 Anexo D
Valores de presso arterial referentes aos percentis 90, 95 e 99 de
presso arterial para meninos de 1 a 17 anos de idade, de acordo com
o percentil de
estatura.............................................128
9. 13 Hipertenso Arterial Graus de Recomendao e Nveis de
Evidncia Um dos maiores desafios para os profissionais da Ateno
Bsica (AB) manterem-se adequadamente atualizados, considerando a
quantidade cada vez maior de informaes disponveis. A Sade Baseada
em Evidncias, assim como a Medicina Baseada em Evidncias so
ferramentas utilizadas para instrumentalizar o profissional na
tomada de deciso com base na Epidemiologia Clnica, na Estatstica e
na Metodologia Cientfica. Nesta Coleo, utilizaremos os graus de
recomendao propostos pela Oxford Centre for Evidence Based Medicine
e os nveis de evidncia propostos pelo Sistema GRADE (Grades of
Recommendation, Assessment, Development and Evaluation) como
embasamento terico. Leia mais sobre Medicina Baseada em Evidncias
no Cadernos de Ateno Bsica, n 29 Rastreamento, disponvel em: . O
grau de recomendao um parmetro, com base nas evidncias cientficas,
aplicado a um parecer (recomendao), que emitido por uma determinada
instituio ou sociedade. Esse parecer leva em considerao o nvel de
evidncia cientfica. Esses grupos buscam a imparcialidade na avaliao
das tecnologias e condutas, por meio da reviso crtica e sistemtica
da literatura disponvel (BRASIL, 2011). O Quadro 1 resume a
classificao dos Graus de Recomendao propostos pela Oxford Centre
for Evidence Based Medicine. Quadro 1 Classificao dos graus de
recomendao da Oxford Centre for Evidence Based Medicine e tipos de
estudo que levam em considerao. Grau de Recomendao Nvel de Evidncia
Exemplos de Tipos de Estudo A Estudos consistentes de nvel 1
Ensaios clnicos randomizados e reviso de ensaios clnicos
randomizados consistentes. B Estudos consistentes de nvel 2 ou 3 ou
extrapolao de estudos de nvel 1 Estudos de coorte, caso-controle e
ecolgicos e reviso sistemtica de estudos de coorte ou caso-controle
consistentes ou ensaios clnicos randomizados de menor qualidade. C
Estudos de nvel 4 ou extrapolao de estudos de nvel 2 ou 3 Sries de
casos, estudos de coorte e caso-controle de baixa qualidade. D
Estudos de nvel 5 ou estudos inconsistentes ou inconclusivos de
qualquer nvel Opinio de especialistas desprovida de avaliao crtica
ou baseada em matrias bsicas (estudo fisiolgico ou estudo com
animais). Fonte: (CENTRE FOR EVIDENCE BASED MEDICINE, 2009). O
Sistema GRADE tem sido adotado por diversas organizaes envolvidas
na elaborao de diretrizes e revises sistemticas, por exemplo, a
Organizao Mundial da Sade, American College of Physicians, American
Thoracic Society, UpToDate e a Cochrane Collaboration (BRASIL,
2011). Esse sistema oferece a vantagem de separar a avaliao da
qualidade da evidncia da fora da recomendao.
10. 14 Ministrio da Sade | Secretaria de Ateno Sade |
Departamento de Ateno Bsica A qualidade da evidncia diz respeito ao
grau de confiana que se pode ter em uma determinada estimativa de
efeito. Ou seja, se uma evidncia de alta qualidade improvvel que
novas pesquisas produzam mudanas substanciais na estimativa de
efeito. A fora da recomendao reflete o grau de confiana no balano
entre os efeitos desejveis e indesejveis de um tratamento (ou outra
ao em Sade). H quatro possibilidades: Recomendao forte a favor de
uma ao Recomendao fraca a favor de uma ao Recomendao fraca contra
uma ao Recomendao forte contra uma ao A recomendao "contra" ou "a
favor" depende do balano de benefcios versus malefcios/
inconvenientes. A recomendao "forte" ou "fraca" depende do grau de
clareza/certeza em relao superao dos benefcios sobre os malefcios,
ou vice-versa. A qualidade da evidncia um dos elementos que
determina a fora da recomendao, mas no o nico. H outros aspectos a
considerar, como a importncia relativa e o risco basal dos
desfechos, a magnitude do risco relativo e os custos (BRASIL,
2011). O Sistema GRADE classifica as evidncias como de alta, de
moderada, de baixa ou de muito baixa qualidade. Tambm considera o
delineamento dos estudos para qualificar as evidncias.
Inicialmente, evidncias provenientes de estudos randomizados so
consideradas como de alta qualidade; de estudos observacionais como
de baixa qualidade; e de sries/relatos de casos como de muito baixa
qualidade. O Quadro 2 resume os critrios avaliados na qualidade de
evidncia. Quadro 2 Classificao da qualidade de evidncia proposto
pelo Sistema GRADE. Qualidade da Evidncia Definio Tipos de Estudo A
(Alto) H forte confiana de que o verdadeiro efeito esteja prximo
daquele estimado. Ensaios clnicos randomizados bem planejados e
conduzidos, pareados, com controles e anlise de dados adequados e
achados consistentes. Outros tipos de estudo podem ter alto nvel de
evidncia, contanto que sejam delineados e conduzidos de forma
adequada. B (Moderado) H confiana moderada no efeito estimado.
Ensaios clnicos randomizados com problemas na conduo, inconsistncia
de resultados, impreciso na anlise, e vieses de publicao. C (Baixo)
A confiana no efeito limitada. Estudos observacionais, de coorte e
caso-controle, considerados altamente susceptveis a vieses, ou
ensaios clnicos com importantes limitaes. D (Muito baixo) A
confiana na estimativa de efeito muito limitada. H importante grau
de incerteza nos achados. Estudos observacionais no controlados e
observaes clnicas no sistematizadas, exemplo relato de casos e srie
de casos. Fonte: (GUYATT et al., 2008a; GUYATT et al., 2008b).
11. 15 HIPERTENSO ARTERIAL SISTMICA As referncias classificadas
no Sistema GRADE utilizadas nesta Coleo encontram-se disponveis em:
. Para saber mais sobre o Oxford Centre for Evidence Based Medicine
e o Sistema GRADE: e Referncias BRASIL. Ministrio da Sade.
Secretaria de Ateno Sade. Departamento de Ateno Bsica.
Rastreamento. Braslia: Ministrio da Sade, 2010. (Cadernos de Ateno
Primria, n. 29) ______. Secretaria de Cincia, Tecnologia e Insumos
Estratgicos. Departamento de Cincia e Tecnologia. Diretrizes
metodolgicas: elaborao de pareceres tcnico-cientficos. 3. ed.
Braslia : Ministrio da Sade, 2011. GUYATT, G. H. et al. GRADE: an
emerging consensus on rating quality of evidence and strength of
recommendations. BMJ, [S.l.], v. 336, n. 924, p. 924-926, abr.
2008a. GUYATT, G. H. et al. What is quality of evidence and why is
it important to clinicians? BMJ, [S.l.], v. 336, n. 995, p.
995-998, abr. 2008b.
12. Panorama da Hipertenso Arterial Sistmica e a Organizao da
Linha de Cuidado 1
13. 19 HIPERTENSO ARTERIAL SISTMICA 1.1 Panorama da hipertenso
arterial sistmica A hipertenso arterial sistmica (HAS) uma condio
clnica multifatorial caracterizada por nveis elevados e sustentados
de presso arterial PA (PA 140 x 90mmHg). Associa-se,
frequentemente, s alteraes funcionais e/ou estruturais dos
rgos-alvo (corao, encfalo, rins e vasos sanguneos) e s alteraes
metablicas, com aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais
e no fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). A HAS um
grave problema de sade pblica no Brasil e no mundo. Sua prevalncia
no Brasil varia entre 22% e 44% para adultos (32% em mdia),
chegando a mais de 50% para indivduos com 60 a 69 anos e 75% em
indivduos com mais de 70 anos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA,
2010). Alm de ser causa direta de cardiopatia hipertensiva, fator
de risco para doenas decorrentes de aterosclerose e trombose, que
se manifestam, predominantemente, por doena isqumica cardaca,
cerebrovascular, vascular perifrica e renal. Em decorrncia de
cardiopatia hipertensiva e isqumica, tambm fator etiolgico de
insuficincia cardaca. Dficits cognitivos, como doena de Alzheimer e
demncia vascular, tambm tm HAS em fases mais precoces da vida como
fator de risco. Essa multiplicidade de consequncias coloca a HAS na
origem de muitas doenas crnicas no transmissveis e, portanto,
caracteriza-a como uma das causas de maior reduo da expectativa e
da qualidade de vida dos indivduos (DUNCAN; SCHMIDT; GIUGLIANI,
2006). A HAS tem alta prevalncia e baixas taxas de controle. A
mortalidade por doena cardiovascular (DCV) aumenta progressivamente
com a elevao da PA a partir de 115/75 mmHg de forma linear, contnua
e independente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). Em
2001, cerca de 7,6 milhes de mortes no mundo foram atribudas elevao
da PA (54% por acidente vascular enceflico e 47% por doena isqumica
do corao), ocorrendo a maioria delas em pases de baixo e mdio
desenvolvimento econmico e mais da metade em indivduos entre 45 e
69 anos (WILLIAMS, 2010). Apesar de apresentar uma reduo
significativa nos ltimos anos, as DCVs tm sido a principal causa de
morte no Brasil. Entre os anos de 1996 e 2007, a mortalidade por
doena cardaca isqumica e cerebrovascular diminuiu 26% e 32%,
respectivamente. No entanto, a mortalidade por doena cardaca
hipertensiva cresceu 11%, fazendo aumentar para 13% o total de
mortes atribuveis a doenas cardiovasculares em 2007 (SCHMIDT et
al., 2011). No Brasil, a prevalncia mdia de HAS autorreferida na
populao acima de 18 anos, segundo a Vigilncia de Fatores de Risco e
Proteo para Doenas Crnicas por Inqurito Telefnico (Vigitel 2011),
de 22,7%, sendo maior em mulheres (25,4%) do que em homens (19,5%).
A frequncia de HAS tornou-se mais comum com a idade, mais
marcadamente para as mulheres, alcanando mais de 50% na faixa etria
de 55 anos ou mais de idade. Entre as mulheres, destaca- -se a
associao inversa entre nvel de escolaridade e diagnstico da doena:
enquanto 34,4% das mulheres com at 8 anos de escolaridade referiam
diagnstico de HAS, a mesma condio foi observada em apenas 14,2% das
mulheres com 12 ou mais anos de escolaridade. Para os homens, o
diagnstico da doena foi menos frequente nos que estudaram de 9 a 11
anos (BRASIL, 2012).
14. 20 Ministrio da Sade | Secretaria de Ateno Sade |
Departamento de Ateno Bsica Nessa mesma pesquisa, a frequncia de
adultos que referiram diagnstico de HAS esteve entre 12,9% em
Palmas e 29,8% no Rio de Janeiro. Ressalta-se que, no sexo
masculino, as maiores frequncias foram observadas no Rio de Janeiro
(23,9%) e em Campo Grande (23,9%) e, entre as mulheres, as maiores
frequncias foram observadas no Rio de Janeiro (34,7%) e em Recife
(30,3%) (BRASIL, 2012). Duas metanlises envolvendo estudos
brasileiros realizados nas dcadas de 1980, 1990 e 2000, apontaram
uma prevalncia de HAS de 31% (PICON et al., 2012), sendo que entre
idosos esse valor chega a 68% (PICON et al., 2013). Estudos estimam
que a prevalncia global da HAS seja de um bilho de indivduos,
acarretando aproximadamente 7,1 milhes de mortes ao ano no mundo
(CHOBANIAN, 2004). Na Alemanha, a HAS atinge 55% da populao adulta,
sendo o pas com maior prevalncia no continente europeu, seguido da
Espanha com 40% e da Itlia, com 38% da populao maior de 18 anos
hipertensa (SHERMA et al., 2004; MARQUEZ et al. 2007; GRANDI et al.
2006) . Cerca de 40% dos usurios da rede da Ateno Primria so
portadores de HAS na Alemanha, e destes apenas 18,5% estavam com a
PA controlada (SHARMA et al., 2004). A mdia europeia de controle de
HAS em servios de Ateno Bsica de 8% e, nos EUA, tem se mantido em
torno de 18%, enquanto que, na Amrica Latina e frica, h uma variao
de 1% a 15% de controle deste problema (GRANDI et al., 2006). No
Canad, houve uma mudana radical nos ltimos 15 anos, pois, em 1992,
a prevalncia da HAS era de 17%, sendo que 68% no fazia tratamento
para esse problema e 16% tinha a presso arterial controlada (LEENEN
et al., 2008). As pessoas com maior nmero de fatores de risco
encontravam-se com melhor tratamento e controle. Um estudo de
prevalncia e manejo dos hipertensos, realizado na provncia de
Ontrio e publicado em maio de 2008 (MOHAN; CAMPBELL, 2008),
descreve uma prevalncia de 22% da populao geral com HAS, e 52%
acima de 60 anos. Relata que 87% dos hipertensos foram
diagnosticados, constituindo-se no local com melhor indicador
mundial neste quesito (CAMPBELL et al., 2003). Os dados sobre a
qualidade do acompanhamento surpreendem: 82% dos pacientes fazem
tratamento e 66% tm a HAS controlada. Os dados apresentados
representam o topo mundial na qualidade do acompanhamento dos
usurios hipertensos, entretanto, verificou-se que 15,7% dos
pacientes fazem tratamento, mas no tm a HAS controlada. Essa
importante melhoria no diagnstico e no tratamento das pessoas com
hipertenso atribuda implementao de um sistema de Sade baseado na
Ateno Bsica e ao The Canadian Hypertension Education Program, um
programa de educao permanente dirigido aos profissionais da AB
(CAMPBELL et al., 2003; MCLISTER, 2006; ONYSKO et al., 2006). Os
autores acreditam que esse modelo de educao permanente possa ser
generalizado para os diversos pases, assim como as medidas gerais
do controle de fatores de risco que o programa prope. Mesmo com a
melhoria impressionante dos indicadores, os autores comentam que h
muito a ser feito e descoberto em relao ao controle e promoo da
sade de pessoas com HAS, j que um tero desta populao mantm a sua
hipertenso no controlada ou ainda, no diagnosticada (CAMPBELL et
al., 2003; MCLISTER, 2006; ONYSKO et al., 2006).
15. 21 HIPERTENSO ARTERIAL SISTMICA O segundo pas com os
melhores indicadores em relao ao diagnstico, ao acompanhamento e ao
controle da HAS Cuba, visto que, em 16 anos, houve um decrscimo
significativo da prevalncia de HAS e um aumento do diagnstico, do
acompanhamento e do controle desse problema de sade. Esse pas
apresenta uma prevalncia de HAS de 20%, destes 78% so
diagnosticados, 61% utilizam a medicao de forma regular e 40% tm a
HAS controlada. Entre os usurios em acompanhamento regular na rede
de Ateno Bsica, o controle da HAS sobe para 65%. H uma pequena
diferena entre homens e mulheres (estas tm menores propores de
diagnstico e controle), mas no houve diferenas em relao etnia e
escolaridade (ORDUEZ-GARCIA et al., 2006). Os indicadores cubanos
superam os indicadores dos EUA, Inglaterra, Itlia, Alemanha, Sucia
e Espanha, e os bons resultados so atribudos a vrios fatores. O
primeiro refere-se organizao do sistema de Sade a partir da AB
(ALDERMAN, 2006; ORDUEZ-GARCIA et al., 2006). O segundo a
implementao de uma poltica nacional de ateno sade, cujo principal
objetivo, desde 2001, diminuir os indicadores de mortalidade por
acidente vascular cerebral (AVC) e infarto agudo de miocrdio (IAM)
os mais altos do planeta naquela poca. Essa poltica foi sustentada
por um protocolo de prticas, objetivos e metas a serem alcanados,
um sistema de informao que permite avaliao constante e a participao
significativa de profissionais no mdicos no processo de
acompanhamento dos hipertensos (SHARMA et al., 2004; ORDUEZ-GARCIA
et al., 2006). No Brasil, os desafios do controle e preveno da HAS
e suas complicaes so, sobretudo, das equipes de Ateno Bsica (AB).
As equipes so multiprofissionais, cujo processo de trabalho
pressupe vnculo com a comunidade e a clientela adscrita, levando em
conta a diversidade racial, cultural, religiosa e os fatores
sociais envolvidos. Nesse contexto, o Ministrio da Sade preconiza
que sejam trabalhadas as modificaes de estilo de vida, fundamentais
no processo teraputico e na preveno da hipertenso. A alimentao
adequada, sobretudo quanto ao consumo de sal e ao controle do peso,
a prtica de atividade fsica, o abandono do tabagismo e a reduo do
uso excessivo de lcool so fatores que precisam ser adequadamente
abordados e controlados, sem os quais os nveis desejados da presso
arterial podero no ser atingidos, mesmo com doses progressivas de
medicamentos (GRUPO HOSPITALAR CONCEIO, 2009). Os profissionais da
AB tm importncia primordial nas estratgias de preveno, diagnstico,
monitorizao e controle da hipertenso arterial. Devem tambm, ter
sempre em foco o princpio fundamental da prtica centrada na pessoa
e, consequentemente, envolver usurios e cuidadores, em nvel
individual e coletivo, na definio e implementao de estratgias de
controle hipertenso. Nesse contexto, entende-se que nos servios de
AB um dos problemas de sade mais comuns que as equipes de Sade
enfrentam a HAS e que existem dificuldades em realizar o diagnstico
precoce, o tratamento e o controle dos nveis pressricos dos
usurios. Estudos apontam que em pases com redes estruturadas de AB,
90% da populao adulta consulta, pelo menos uma vez ao ano, seu
mdico de famlia (SHARMA et al., 2004). Mesmo assim, existem
dificuldades no diagnstico e no seguimento ao tratamento (OLIVERIA
et al., 2002; SHARMA et al., 2004; GRANDI et al., 2006; MARQUEZ
CONTRERAS et al., 2007; BONDS et al., 2009; OGEDEGBE, 2008).
16. 22 Ministrio da Sade | Secretaria de Ateno Sade |
Departamento de Ateno Bsica Diante dessas dificuldades colocam-se
as seguintes questes para reflexo: O que acontece nos servios de AB
que no conseguem apresentar indicadores positivos em relao a este
problema de sade? Quais os fatores que dificultam o controle da HAS
nesses servios? Essas dificuldades so decorrentes dos processos de
trabalho e das tecnologias utilizadas na assistncia sade, na gesto
e nos processos educacionais? A literatura sugere que estabelecer
um processo de educao permanente com os profissionais da AB
possibilita a construo de novas prticas e mudanas nos processos de
trabalho que no produzem os resultados esperados. Os objetivos mais
importantes das aes de Sade em HAS so o controle da presso arterial
e a reduo da morbimortalidade causada por essas duas patologias.
Portanto, fazer uma interveno educativa, sistematizada e permanente
com os profissionais de Sade um aspecto fundamental para mudar as
prticas em relao a esses problemas (CAMPBELL et al., 2003; DROUIN
et al., 2006; ONYSKO et al., 2006; BONDS et al., 2009). Espera-se
que este Caderno de Ateno Bsica auxilie no processo de educao
permanente dos profissionais de Sade da AB e apoie na construo de
protocolos locais que organizem a ateno pessoa com doena crnica.
1.2 Organizao da Linha de Cuidado da hipertenso arterial sistmica A
finalidade da Linha de Cuidado da HAS fortalecer e qualificar a
ateno pessoa com essa doena por meio da integralidade e da
longitudinalidade do cuidado, em todos os pontos de ateno. Leia
mais sobre a organizao do cuidado s pessoas com doenas crnicas no
Cadernos de Ateno Bsica, n 35 Estratgias para o Cuidado da Pessoa
com Doena Crnica. Resumo dos passos para a modelagem da Linha de
Cuidado: Partir da situao problema: ateno HAS na Unidade Bsica de
Sade, problematizando a histria natural da doena e como se d a
realizao do cuidado das pessoas (qual o fluxo assistencial que deve
ser garantido para pessoas com PA limtrofe e HAS, no sentido de
atender s suas necessidades de sade?). Identificar quais so os
pontos de ateno no municpio/distrito/regio/estado e suas
respectivas competncias, utilizando uma matriz para sistematizar
essa informao e dar visibilidade a ela (que aes esses pontos de
ateno devem desenvolver incluindo aes promocionais, preventivas,
curativas, cuidadoras, reabilitadoras e paliativas?). Identificar
as necessidades das Unidades Bsicas de Sade (UBS) quanto ao sistema
logstico para o cuidado dos usurios (carto SUS, pronturio
eletrnico, centrais de regulao, sistema de transporte sanitrio),
pontuando o que j existe e o que necessita ser pactuado com a gesto
municipal/distrital/regional/estadual.
17. 23 HIPERTENSO ARTERIAL SISTMICA
IdentificarasnecessidadesdasUBSquantoaosistemadeapoio(diagnstico,teraputico,
assistncia farmacutica e sistema de informao), pontuando o que j
existe e o que necessita ser pactuado com a gesto
municipal/distrital/regional/estadual. Identificar como funciona o
sistema de gesto da rede (espaos de pactuao colegiado de gesto,
Programao Pactuada Intergestores PPI, Comisso Intergestores
Regional CIR, Comisso Intergestores Bipartite CIB, entre outros).
Desenhar o itinerrio teraputico dos usurios na rede e relacionar as
necessidades logsticas e de apoio necessrias. Definir, em parceria
com outros pontos de ateno e gesto, os fluxos assistenciais que so
necessrios para atender s suas necessidades de sade e as diretrizes
ou protocolos assistenciais. Identificar a populao estimada de
pessoas com HAS e os diferentes estratos de risco e realizar a
programao de cuidado de acordo com as necessidades individuais e os
parmetros para essa doena. Definir metas e indicadores que sero
utilizados para monitoramento e avaliao das Linhas de Cuidado
(Apndice A). Vale ressaltar que apesar de, em geral, as linhas de
cuidado ainda serem organizadas por doenas, essencial que a equipe
avalie seu paciente integralmente, j que comumente a HAS est
associada a outros fatores de risco/doenas. importante lembrar que
no h necessidade de organizar o cuidado na Ateno Bsica tambm de
forma fragmentada, por doenas, sendo fundamental garantir o acesso
e o cuidado longitudinal para a pessoa independente de qual
problema ela possui.
18. 24 Ministrio da Sade | Secretaria de Ateno Sade |
Departamento de Ateno Bsica Referncias ALDERMAN, Michael H. Does
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19. 25 HIPERTENSO ARTERIAL SISTMICA OGEDEGBE, G. Barriers to
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20. Rastreamento e Diagnstico da Hipertenso Arterial Sistmica
na Ateno Bsica 2
21. 29 HIPERTENSO ARTERIAL SISTMICA 2.1 Introduo A hipertenso
arterial sistmica (HAS) apresenta alta morbimortalidade, com perda
importante da qualidade de vida, o que refora a importncia do
diagnstico precoce. O diagnstico no requer tecnologia sofisticada,
e a doena pode ser tratada e controlada com mudanas no estilo de
vida, com medicamentos de baixo custo e de poucos efeitos
colaterais, comprovadamente eficazes e de fcil aplicabilidade na
Ateno Bsica (AB). A partir de 115 mmHg de presso sistlica (PS) e de
75 mmHg de presso diastlica (PD), o risco para eventos
cardiovasculares aumenta de forma constante, dobrando a cada 20
mmHg no primeiro caso e a cada 10 mmHg no segundo caso (LEWINGTON
et al., 2002; CHOBANIAN et al., 2003). Os valores de 140 mmHg para
a PS e de 90 mmHg para a PD, empregados para diagnstico de HAS,
correspondem ao momento em que a duplicao de risco repercute de
forma mais acentuada, pois j parte de riscos anteriores mais
elevados (CHOBANIAN et al., 2003). Alm do diagnstico precoce, o
acompanhamento efetivo dos casos pelas equipes da AB fundamental,
pois o controle da presso arterial (PA) reduz complicaes
cardiovasculares e desfechos como Infarto Agudo do Miocrdio (IAM),
Acidente Vascular Cerebral (AVC), problemas renais, entre outros.
Neste captulo, ser abordado o rastreamento e o diagnstico da HAS.
2.2 Rastreamento Todo adulto com 18 anos ou mais de idade, quando
vier Unidade Bsica de Sade (UBS) para consulta, atividades
educativas, procedimentos, entre outros, e no tiver registro no
pronturio de ao menos uma verificao da PA nos ltimos dois anos,
dever t-la verificada e registrada [Grau de Recomendao A]. A
primeira verificao deve ser realizada em ambos os braos. Caso haja
diferena entre os valores, deve ser considerada a medida de maior
valor. O brao com o maior valor aferido deve ser utilizado como
referncia nas prximas medidas. O indivduo dever ser investigado
para doenas arteriais se apresentar diferenas de presso entre os
membros superiores maiores de 20/10 mmHg para as presses
sistlica/diastlica, respectivamente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). Com intervalo de um minuto, no
mnimo, uma segunda medida dever ser realizada. De acordo com a mdia
dos dois valores pressricos obtidos, a PA dever ser novamente
verificada: a cada dois anos, se PA menor que 120/80 mmHg (BRASIL,
2006); a cada ano, se PA entre 120 139/80 89 mmHg nas pessoas sem
outros fatores de risco para doena cardiovascular (DCV) (CHOBANIAN
et al., 2003);
22. 30 Ministrio da Sade | Secretaria de Ateno Sade |
Departamento de Ateno Bsica em mais dois momentos em um intervalo
de 1 2 semanas, se PA maior ou igual a 140/90 mmHg ou PA entre 120
139/80 89 mmHg na presena de outros fatores de risco para doena
cardiovascular (DCV). Leia mais sobre fatores de risco para DCV
neste Captulo, na pgina 38. Sempre que possvel, a medida da PA
dever ser realizada fora do consultrio mdico para esclarecer o
diagnstico e afastar a possibilidade do efeito do avental branco no
processo de verificao (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSO;
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE
NEFROLOGIA, 2010). Estudos demonstraram que, entre os profissionais
mdico, enfermeiro e tcnico de Enferma- gem que verificam a PA em
servios de Sade, as medidas realizadas pelos tcnicos de Enferma-
gem apresentaram efeito do avental branco com uma frequncia menor
(SEGRE et al., 2003). Portanto, destaca-se a importncia do trabalho
desses profissionais na verificao da PA em servios de Sade. O
Quadro 3 descreve a tcnica correta de medida da presso arterial.
Quadro 3 Condies padronizadas para a medida da presso arterial O
paciente deve estar sentado, com o brao apoiado e altura do
precrdio. Medir aps cinco minutos de repouso. Evitar o uso de
cigarro e de bebidas com cafena nos 30 minutos precedentes. A cmara
inflvel deve cobrir pelo menos dois teros da circunferncia do brao.
Palpar o pulso braquial e inflar o manguito at 30mmHg acima do
valor em que o pulso deixar de ser sentido. Desinflar o manguito
lentamente (2 a 4 mmHg/seg). A presso sistlica corresponde ao valor
em que comearem a ser ouvidos os rudos de Korotkoff (fase I). A
presso diastlica corresponde ao desaparecimento dos batimentos
(fase V)* . Registrar valores com intervalos de 2 mmHg, evitando-se
arredondamentos (Exemplo: 135/85 mmHg). A mdia de duas aferies deve
ser considerada como a presso arterial do dia; se os valores
observados diferirem em mais de 5 mmHg, medir novamente. Na
primeira vez, medir a presso nos dois braos; se discrepantes,
considerar o valor mais alto; nas vezes subsequentes, medir no
mesmo brao (o direito de preferncia). Fonte: (Modificado de SBH;
SBC; SBN, 2010). * No caso em que se ouvirem os batimentos at zero,
considerar o abafamento do som (fase IV). Devem ser utilizados
manguitos com cmara inflvel (cuff) adequada para a circunferncia do
brao de cada pessoa, ou seja, a largura deve ser de pelo menos 40%
do comprimento do brao (distncia entre o olcrano e o acrmio) e o
comprimento, de pelo menos 80% de sua circunferncia (BRASIL, 2006).
Assim, para o brao de um adulto no obeso, com musculatura usual e
estatura mediana, a cmara ideal tem 23cm de comprimento (para 30cm
de circunferncia) e 12cm de largura (para 30cm de comprimento do
brao). Essas so as dimenses do manguito regular, o nico disponvel
para a aferio de presso arterial na maioria dos servios de Sade
brasileiros e tambm internacionais. Quando se aferir a presso
arterial de indivduos com brao de maior
23. 31 HIPERTENSO ARTERIAL SISTMICA circunferncia do que a
indicada para o manguito, a tendncia ser a de superestimar os
valores pressricos e vice-versa. Recomendam-se seis tamanhos de
manguitos para as UBS que atendem crianas e adultos (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA;
SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010) (Tabela 1). Tabelas de
correo da presso arterial de acordo com o permetro do brao tiveram
sua validao questionada e no so reconhecidas por diretrizes atuais.
A Tabela 1 mostra os manguitos apropriados para diferentes
circunferncias braquiais. Tabela 1 Dimenses da bolsa de borracha
(manguito) para diferentes circunferncias de brao em crianas e
adultos Denominao do manguito Circunferncia do brao (cm) Bolsa de
borracha (cm) Largura Comprimento Recm-nascido 10 4 8 Criana 11 15
6 12 Infantil 16 22 9 18 Adulto pequeno 20 26 10 17 Adulto 27 34 12
23 Adulto grande 35 45 16 32 Fonte: (SBC; SBH; SBN, 2010). 2.3
Diagnstico O diagnstico da HAS consiste na mdia aritmtica da PA
maior ou igual a 140/90mmHg, verificada em pelo menos trs dias
diferentes com intervalo mnimo de uma semana entre as medidas, ou
seja, soma-se a mdia das medidas do primeiro dia mais as duas
medidas subsequentes e divide-se por trs. A constatao de um valor
elevado em apenas um dia, mesmo que em mais do que uma medida, no
suficiente para estabelecer o diagnstico de hipertenso. Cabe
salientar o cuidado de se fazer o diagnstico correto da HAS, uma
vez que se trata de uma condio crnica que acompanhar o indivduo por
toda a vida. Deve-se evitar verificar a PA em situaes de estresse
fsico (dor) e emocional (luto, ansiedade), pois um valor elevado,
muitas vezes, consequncia dessas condies. 2.3.1 Aferio fora do
consultrio A automedida da presso arterial (Ampa) realizada por
pacientes ou familiares, no profissionais de Sade, fora do
consultrio, geralmente no domiclio, representando uma
24. 32 Ministrio da Sade | Secretaria de Ateno Sade |
Departamento de Ateno Bsica importante fonte de informao adicional.
A principal vantagem da Ampa a possibilidade de obter uma
estimativa mais real dessa varivel, tendo em vista que os valores
so obtidos no
ambienteemqueaspessoaspassamamaiorpartedodia(SOCIEDADEBRASILEIRADEHIPERTENSO;
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE
NEFROLOGIA, 2010). Os aparelhos semiautomticos de brao, validados,
com capacidade de armazenar dados em sua memria, podem ser
utilizados para a Ampa pela sua facilidade de manejo e
confiabilidade [Grau de Recomendao D] (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). No entanto, deve-se destacar que
os aparelhos de uso domiciliar, adquiridos pelo prprio usurio, no
seguem um padro de manuteno e calibrao frequente. Na suspeita de
Hipertenso do Avental Branco (HAB) ou Hipertenso Mascarada (HM),
sugerida pelas medidas da Ampa, recomenda-se a realizao de
Monitorizao Ambulatorial da Presso Arterial (Mapa) ou Monitorizao
Residencial de Presso Arterial (MRPA), para confirmar ou excluir o
diagnstico [Grau de Recomendao D] (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE
BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). A Mapa feita por aparelhos
validados que empregam o mtodo oscilomtrico. Afere a presso por
dezenas de vezes nas 24 horas, registrando o comportamento da
presso arterial durante o perodo do sono. A MRPA feita,
preferencialmente, por manmetros digitais pela prpria pessoa ou
familiares. Recomendam-se trs medidas pela manh, antes do desjejum
e da tomada de medicamento, e trs noite, antes do jantar, durante
cinco dias, ou duas medidas em cada sesso durante sete dias (PARATI
et al., 2010). Ambos os mtodos capturam com adequada preciso o
risco de elevao da presso arterial (SEGA et al., 2005; MANCIA et
al., 2006; KIKUYA et al., 2007). Por medirem muitas vezes a presso,
aferem com mais preciso a presso usual dos indivduos, amortecendo a
reao de alerta que ocorre em consultrios mdicos. Isso ocorre em
especial com a presso aferida pela Mapa, que inclui valores de
presso aferidas durante o sono, usualmente mais baixas do que a
viglia. Elevao da PA durante o sono demonstrou valor prognstico
independente da presso de 24 horas. Os valores diagnsticos de
presso arterial anormal na Mapa propostos pelas diretrizes bra-
sileiras atuais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSO; SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIO- LOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA,
2010) foram extrados de anlise conjunta de estudos de coorte e
correspondem presso de 24 horas maior ou igual a 130 x 80mmHg,
viglia maior ou igual a 140 x 85mmHg e sono maior ou igual a
120/70mmHg (Quadro 3) (KIKUYA et al., 2007). Props-se o diagnstico
de PA limtrofe para as faixas de presso sistlica imediatamente
anteriores ao limite do diagnstico de hipertenso (em geral 10mmHg
para a sistlica e 5mmHg para a diastlica). Pacientes com presso
limtrofe esto sob risco aumentado de desenvolver hi- pertenso
arterial, cabendo repetir o exame anualmente. Os valores
diagnsticos de hipertenso arterial por MRPA correspondem presso
maior ou igual a 130 x 85mmHg (Tabela 2).
25. 33 HIPERTENSO ARTERIAL SISTMICA Tabela 2 Valores de presso
arterial no consultrio, Mapa, Ampa e MRPA que caracterizam
hipertenso, hipertenso do avental branco e hipertenso mascarada
Consultrio Mapa Viglia Ampa MRPA Normotenso ou hipertenso
controlada < 140/90 130/85 130/85 130/85 Hipertenso 140/90 >
130/85 > 130/85 > 130/85 Hipertenso do avental branco 140/90
< 130/85 < 130/85 < 130/85 Hipertenso mascarada <
140/90 > 130/85 > 130/85 > 130/85 Fonte: : (SBC; SBH; SBN,
2010). Nota: Mapa = monitorizao ambulatorial da PA de 24h; Ampa =
automedida da PA; MRPA = monitorizao residencial da PA. 2.3.2
Interpretao conjunta de presso arterial aferida em consultrio e
fora de consultrio Indivduos com presso alterada no consultrio,
devido reao de alerta, e normal na Mapa ou na MRPA, tm a sndrome do
avental branco. Por um tempo, imaginou-se que essa condio fosse
benigna, mas de fato j embute aumento discreto de risco. Estima-se
que quase um tero dos indivduos hipertensos em consultrio tem
sndrome de avental branco. Indivduos com presso normal no
consultrio e anormal na Mapa ou na MRPA tm a denominada hipertenso
mascarada. Estima-se que aproximadamente 12% de indivduos com
presso normal em consultrio tenham hipertenso mascarada (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA;
SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). O risco para eventos
cardiovasculares menor em indivduos normotensos no consultrio e
fora dele, aumentando progressivamente em hipertensos do jaleco
branco, hipertensos mascarados e hipertensos no consultrio e fora
do consultrio (SEGA et al., 2005). Tratamento indicado para
hipertenso no consultrio e fora do consultrio, hipertenso mascarada
e hipertenso de jaleco branco, nesta ltima categoria pelo maior
risco mencionado acima e pelo fato de que todos os ensaios clnicos,
no qual embasam decises de tratamento, utilizaram medidas de
consultrio. H tendncia em se estabelecer rastreamento de hipertenso
arterial com medida de PA no consultrio e fora do consultrio, mas
no h diretrizes sobre a periodicidade. O rastreamento deve
permanecer baseado na presso de consultrio, obtendo-se medidas fora
dele e em todos os indivduos hipertensos no consultrio sem evidncia
de repercusso em rgo-alvo, e naqueles normotensos sob risco
aumentado de hipertenso. Entre esses, poderia se incluir pacientes
com presso limtrofe, aqueles na faixa etria dos 40 a 50 anos e
indivduos com fatores de risco para hipertenso (histria familiar,
sobrepeso ou obesidade). Com base na presso aferida no consultrio e
fora dele, os pacientes podem ser classificados segundo a proposta
apresentada na Figura 1.
26. 34 Ministrio da Sade | Secretaria de Ateno Sade |
Departamento de Ateno Bsica Figura 1 Condies classificatrias da
presso arterial considerando a aferio em consultrio e fora de
consultrio Mapa ou MRPA Normal Anormal Normal Anormal Consultrio
Normortenso Jaleco Branco Hipertenso Mascarada Hipertenso Fonte:
DAB/SAS/MS. 2.4 Classificao da presso arterial De acordo com os
valores pressricos obtidos no consultrio, podemos classificar a
presso arterial em normotenso, PA limtrofe e hipertenso arterial
sistmica (Tabela 3). A HAS tambm pode ser diagnosticada por meio da
MRPA ou da Mapa. Tabela 3 Classificao da presso arterial para
adultos maiores de 18 anos Classificao Presso sistlica (mmHg)
Presso diastlica (mmHg) tima < 120 < 80 Normal < 130 <
85 Limtrofe 130 139 85 89 Hipertenso estgio 1 140 159 90 99
Hipertenso estgio 2 160 179 100 109 Hipertenso estgio 3 180 110
Fonte: (SBC; SBH; SBN, 2010). Nota: Quando as presses sistlica e
diastlica estiverem em categorias diferentes, a maior deve ser
utilizada para classificao da presso arterial. 2.4.1 Normotenso A
pessoa com PA tima, menor que 120/80mmHg dever verificar novamente
a PA em at dois anos (BRASIL, 2006). As pessoas que apresentarem PA
entre 130/85mmHg so consideradas normotensas e devero realizar a
aferio anualmente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSO;
27. 35 HIPERTENSO ARTERIAL SISTMICA SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). Excetuam-se
pacientes portadores de diabetes mellitus, quando a PA dever ser
verificada em todas as consultas de rotina. 2.4.2 PA limtrofe
Pessoas com PA entre 130/85 a 139/89mmHg devero fazer avaliao para
identificar a presena de outros fatores de risco (FR) para DCV. Na
presena desses fatores, a pessoa dever ser avaliada pela
enfermeira, em consulta individual ou coletiva, com o objetivo de
estratificar o risco cardiovascular. A PA dever ser novamente
verificada em mais duas ocasies em um intervalo de 7 a 14 dias. Na
ausncia de outros FR para DCV, o indivduo poder ser agendado para
atendimento com a enfermeira, em consulta coletiva, para mudana de
estilo de vida (MEV), sendo que a PA dever ser novamente verificada
em um ano. Pessoas com PA limtrofe possuem um risco aumentado de
HAS e devem ser estimuladas pela equipe de Sade a adotarem hbitos
saudveis de vida. 2.4.3 Hipertenso arterial sistmica Se a mdia das
trs medidas forem iguais ou maiores a 140/90mmHg, est confirmado o
diagnstico de HAS e a pessoa dever ser agendada para consulta mdica
para iniciar o tratamento e o acompanhamento. O tratamento e o
acompanhamento das pessoas com diagnstico de HAS esto descritos no
prximo captulo desta publicao. O fluxograma a seguir (Figura 2)
apresenta uma sugesto de fluxo de rastreamento e a conduta conforme
a classificao da PA.
28. 36 Ministrio da Sade | Secretaria de Ateno Sade |
Departamento de Ateno Bsica Figura 2 Fluxograma de rastreamento e
diagnstico de HAS Sintomas de crise hipertensiva Cefaleia (dor de
cabea) Alteraes visuais Dcit neurolgico (diminuio da fora
muscular/dormncia) Dor precordial (dor no peito) Dispneia (falta de
ar) Pessoa >18 anos na UBS Vericar PA (mdia de duas medidas no
dia) PA 160/100 mmHh Orientar preveno primria e reavaliao em dois
anos Consulta de enfermagem para MEV e Estraticao de RCV Realizar
duas medidas de PA com intervalo de uma a duas semanas
Sintomatologia de crise hipertensiva? RCV Baixo RCV Intermedirio
RCV Alto Conrma PA> 140/90mmHh? Consulta mdica na crise
hipertensiva Preveno primria e reavaliao em um ano Retorno em seis
meses para reavaliao Retorno em trs meses para reavaliao Consulta
mdica para iniciar acompanhamento HIPERTENSO SIM SIM NO NO Fonte:
DAB/SAS/MS. 2.5 Consulta de enfermagem para pessoas com presso
arterial limtrofe A consulta de enfermagem est ligada ao processo
educativo e deve motivar a pessoa em relao aos cuidados necessrios
para a manuteno de sua sade. Na prtica, representa importante
instrumento de estmulo adeso s aes na Ateno Bsica e tem sido
fundamental no acompanhamento de pessoas com presso arterial
limtrofe e HAS, sensibilizando-as sobre a sua condio de sade e
pactuando com elas metas e planos de como seguir o cuidado. A
consulta de enfermagem para pessoas com presso arterial limtrofe
tem o objetivo de trabalhar o processo de educao em Sade para a
preveno primria da doena, por meio do
29. 37 HIPERTENSO ARTERIAL SISTMICA estmulo adoo de hbitos
saudveis de vida e tambm de avaliar e estratificar o risco para
doenas cardiovasculares. 2.5.1 Consulta de enfermagem para preveno
primria da HAS A preveno primria da HAS pode ser feita mediante
controle de seus fatores de risco, como sobrecarga na ingesto de
sal, excesso de adiposidade, especialmente na cintura abdominal,
abuso de lcool, entre outros. Duas estratgias de preveno so
consideradas: a populacional e a dirigida a grupos de risco. A
primeira defende a reduo da exposio populacional a fatores de
risco, principalmente ao consumo de sal. O profissional poder atuar
nessa estratgia por meio de aes educativas coletivas com a populao
em geral para orientar a restrio adio de sal na preparao de
alimentos, identificao da quantidade de sal e/ou sdio presente nos
alimentos industrializados, entre outros.
Aconsultadeenfermagemfazpartedaestratgiadirigidaagruposderiscoquepropeinterveno
educativa em indivduos com valores de PA limtrofes, predispostos
hipertenso. As medidas so equivalentes s propostas para tratamento
no medicamentoso da HAS, tambm chamadas de promoo de mudana no
estilo de vida (MEV). Voc encontrar mais informaes sobre MEV no
Cadernos de Ateno Bsica, n 35 Estratgias para o Cuidado da Pessoa
com Doena Crnica. Consultas individuais ou coletivas para
incentivar a MEV para adoo de hbitos saudveis so recomendadas na
preveno primria da HAS, notadamente nos indivduos com PA limtrofe,
pois reduzem a PA e a mortalidade cardiovascular. Hbitos saudveis
de vida devem ser estimulados para toda a populao desde a infncia,
respeitando-se as caractersticas regionais, culturais, sociais e
econmicas dos indivduos. A MEV tem como objetivo diminuir os
fatores de risco para DCV e reduzir a presso arterial. Deve-se
iniciar um processo de educao em Sade no qual a pessoa motivada a
adotar comportamentos que favoream a reduo da presso arterial.
Essas medidas sugeridas tero impacto no estilo de vida e sua
implementao depender diretamente da compreenso do problema e da
motivao para implementar mudanas no seu estilo de vida. Embora a
abordagem nesse tpico refira-se consulta de enfermagem, ressalta-se
que as estratgias de preveno primria podem ser desenvolvidas por
todos os profissionais da equipe de Sade. A complexidade do
problema HAS implica na necessidade de uma abordagem
multiprofissional e interdisciplinar e no envolvimento de pessoas
com HAS, incluindo seus familiares na definio e pactuao das metas
de acompanhamento a serem atingidas. Sugere-se que as UBS ofeream
consulta de enfermagem para orientao de MEV e que essas sejam
iniciadas no nvel pressrico PA limtrofe, pois se existirem fatores
de risco associados, como diabetes mellitus e obesidade, o risco de
apresentar hipertenso no futuro altssimo (CHOBANIAN et al., 2003).
Nas consultas de enfermagem, o foco do processo educativo ser para
orientao daquelas medidas que comprovadamente reduzem a presso
arterial, entre elas: hbitos alimentares
30. 38 Ministrio da Sade | Secretaria de Ateno Sade |
Departamento de Ateno Bsica adequados para manuteno do peso
corporal e de um perfil lipdico desejvel, estmulo vida ativa e aos
exerccios fsicos regulares, reduo da ingesto de sdio, reduo do
consumo de bebidas alcolicas, reduo do estresse e abandono do
tabagismo (CHOBANIAN et al., 2003; ORGANIZAO PAN-AMERICANA DA SADE,
2003). Essas indicaes so importantes, pois j existem evidncias do
seu efeito na reduo da presso arterial, possuem baixo custo, ajudam
no controle de fatores de risco para outros agravos, aumentam a
eficcia do tratamento medicamentoso (necessitando de menores doses
e de menor nmero de frmacos) e reduzem o risco cardiovascular (SEGA
et al., 2005). A seguir, o Quadro 4 mostra o impacto de cada mudana
de estilo de vida na reduo da PA. Quadro 4 Modificaes de estilo de
vida para manejo da HAS. Modificao Recomendao Reduo da PA em mmHg
Reduo de peso Manter IMC entre 18,5 e 24,9 kg/m2 . 5 a 20 Alimentao
saudvel Rica em frutas e vegetais. Pobre em gordura total e
saturada. 8 a 14 Atividade fsica Atividade aerbica, por 30 minutos
pelo menos, na maioria dos dias da semana. 4 a 9 Moderao no consumo
de lcool aconselhvel evitar o consumo de bebidas alcolicas. Quando
no for possvel, recomenda-se que consumo de lcool no ultrapasse
30ml de etanol/dia (90ml de destilados, ou 300ml de vinho ou 720ml
de cerveja), para homens e, 15ml de etanol/dia para mulheres e
indivduos de baixo peso. 2 a 4 Fonte: (Adaptado de VII Joint
CHOBANIAN et al., 2003). Apesar de existirem limitaes nos estudos
que avaliam a eficcia de algumas intervenes no medicamentosas, elas
so universalmente indicadas e devero fazer parte da consulta de
enfermagem porque constituem um conjunto de atividades
identificadas como benficas para a preveno das doenas no
transmissveis em geral. 2.5.2 Consulta de enfermagem para
estratificao de risco para doenas cardiovasculares Na consulta de
enfermagem para a estratificao de risco cardiovascular recomenda-se
a utilizao do escore de Framingham. A estratificao tem como
objetivo estimar o risco de cada indivduo sofrer uma doena arterial
coronariana nos prximos dez anos. Essa estimativa se baseia na
presena de mltiplos fatores de risco, como sexo, idade, nveis
pressricos, tabagismo, nveis de HDLc e LDLc. A partir da
estratificao de risco, selecionam-se indivduos com maior
probabilidade de complicaes, os quais se beneficiaro de intervenes
mais intensas (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSO; SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA,
2010).
31. 39 HIPERTENSO ARTERIAL SISTMICA O processo de estratificao
possui trs etapas. A primeira a coleta de informaes sobre fatores
de risco prvios. O Quadro 5 aponta os fatores de risco baixo,
intermedirio e alto que influenciam na estratificao. Quadro 5
Achados do exame clnico e anamnese indicativos de risco para DCV.
Baixo risco/Intermedirio Alto risco Tabagismo Hipertenso Obesidade
Sedentarismo Sexo masculino Histria familiar de evento
cardiovascular prematuro (homens 160 mmHg e/ou PAD >105 mmHg?
Apoio do educador fsico ou de outro prossional da UBS e/ou Nasf SIM
SIM NO NO Encaminhar para avaliao mdica. Orientar atividades de
relaxamento at estabilizar a PA Complicaes? Cardiopatia prvia
Orientar atividade fsica leve a vigorosa*, 150 minutos por semana,
distribudos em 3 dias por semana. Considerar a necessidade de
avaliao cardiolgica antes do incio da prtica de atividade fsica
*Prticas corporais/Atividade fsica: Leve ou de baixo impacto:
caminhada, trabalho domstico, jardinagem, dana, meditao. caminhada
rpida,Moderada: bicicleta lenta, dana aerbica, tnis em dupla,
jardinagem pesada. corrida,Vigorosa ou competitiva: bicicleta
rpida. Fonte: (Adaptado de CURITIBA, 2010).
88. 102 Ministrio da Sade | Secretaria de Ateno Sade |
Departamento de Ateno Bsica Fonte: DAB/SAS/MS. Referncias II
DIRETRIZES da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre teste
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randomized, controlled trials. Ann. Intern. Med., [S.l.], v. 136,
n. 7, p. 493-503, apr. 2002.
89. Sade Bucal e Hipertenso Arterial Sistmica: recomendaes para
o trabalho da Ateno Bsica 6
90. 105 HIPERTENSO ARTERIAL SISTMICA 6.1 Introduo Neste captulo
ser abordado o cuidado em sade bucal de pessoas com hipertenso
arterial sistmica (HAS), enquanto papel de toda equipe de Ateno
Bsica. Tambm sero apresentadas as recomendaes especficas para o
atendimento clnico do cirugio-dentista a esses pacientes que
necessitam de condutas especficas quanto ao manejo odontolgico.
Isto implica um cuidado especial com vistas a um atendimento de
qualidade e que contemple as necessidades em sade dessas pessoas.
6.2 O papel da equipe de Ateno Bsica na sade bucal Todos os
profissionais devem orientar os portadores de HAS para que
consultem com o cirurgio-dentista, sendo que o encaminhamento
dessas pessoas deve ser organizado de acordo com o fluxo de
atendimento de cada UBS. A abordagem da pessoa com HAS na consulta
odontolgica na Ateno Bsica ser apresentada em duas sugestes de
fluxogramas. O primeiro aborda a consulta de qualquer pessoa e a
importncia de identificar os casos suspeitos de HAS (Figura 6) e o
segundo aborda o manejo clnico da pessoa com HAS (Figura 7).
91. 106 Ministrio da Sade | Secretaria de Ateno Sade |
Departamento de Ateno Bsica Figura 6 Fluxograma de orientao para a
consulta odontolgica Pessoa em consulta odontolgica Anamnese Usurio
tem HAS? SIM NO Avaliar nveis pressricos e tipo de atendimento a
ser realizado Vericar adeso ao tratamento Necessita atendimento
ambulatorial? Consulta de reviso estabelecida pelo
cirurgio-dentista Orientao sobre preveno HAS Atendimento
odontolgico PA>140/90 mmHh? PA>180/90 mmHh Suspender
atendimento e encaminhar para consulta com mdico PA>140/90 mmHh
e 280 Idade 20 39 0 4 7 9 11 Idade 40 49 0 3 5 6 8 Idade 50 59 0 2
3 4 5 Idade 60 69 0 1 1 2 3 Idade 70 79 0 0 0 1 1 No fumante
Fumante Idade 20 39 0 8 Idade 40 49 0 5 Idade 50 59 0 3 Idade 60 69
0 1 Idade 70 79 0 1 HDL > 60 50 59 40 49 < 40 Pontos -1 0 1 2
PA sistlica < 120 120 129 130 139 140 159 > 160 Pontos se no
tratada 0 0 1 1 2 Pontos se tratada 0 1 2 2 3
107. 125 HIPERTENSO ARTERIAL SISTMICA Tabela para determinao de
risco em 10 anos de doena arterial coronariana HOMENS MULHERES
Total de pontos Risco em 10 anos (%) Total de pontos Risco em 10
anos (%) < 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 > 17
< 1 1 1 1 1 1 2 2 3 4 5 6 8 10 12 16 20 25 > 30 < 9 9 10
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 > 25 < 1 1 1 1 1 2
2 3 4 5 6 8 11 14 17 22 27 > 30 Ajustar o escore aos seguintes
fatores: multiplicar pelo fator de correo 1.5 se existir um
familiar de primeiro grau com doena arterial coronariana;
multiplicar pelo fator de correo 2 se existir mais de um familiar
de primeiro grau com doena arterial coronariana; multiplicar pelo
fator de correo 1.4 se a pessoa tiver ascendncia sul-asitica;
multiplicar pelo fator de correo 1.3 para pessoas com IMC 30 kg/m2
.
108. 126 Ministrio da Sade | Secretaria de Ateno Sade |
Departamento de Ateno Bsica Anexo B Grfico de desenvolvimento para
clculo de percentil de altura 13 Tabela 11. Grficos de
desenvolvimento para clculo do percentil de altura Diagnstico e
Classicao A. Grfico de desenvolvimento de meninas para clculo do
percentil de altura B.Grfico de desenvolvimento de meninos para
clculo do percentil de altura. Published May 30, 2000 (modied
11/21/00). SOURCE: Developed by the National Center for Health
Statistics in collaboration with the National Center for Chronic
Disease Prevention and Health Promotion (2000).
http://www.cdc.gov/growthcharts Idade (anos) Idade (anos) a l t u r
a p e s o a l t u r a p e s o Idade (anos) Idade (anos) Published
May 30, 2000 (modified 11/21/00). SOURCE: Developed by the National
Center for Health Statistics in collaboration with the National
Center for Chronic Disease Prevention and Health Promotion (2000).
http://www.cdc.gov/growthcharts